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05/05/2017

MECÂNICA DOS SOLOS

5 - FUNDAÇÕES

Fundação Superficial

 Tipo de fundação que transmite a carga proveniente da


super- estrutura a uma camada, denominada de camada
portante, localizada próximo da superfície do terreno

 Neste tipo de fundação, a interação com o terreno para


equilíbrio da carga vertical só se processa através da
base, sendo desprezada a interação que possa existir
com o terreno através da superfície lateral

Que condições deverão existir para que se possa optar por


uma fundação superficial, em vez de uma fundação profunda?

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Fundação Superficial - Tipos

Combinadas

Parede com
cargas baixas

Isoladas
Contínuas

Parede com cargas elevadas

Fundação Superficial - Tipos

excêntrica
centrada

excêntrica excêntrica c/ viga


de equilíbrio

Momento atuante na base do pilar tem caráter permanente


Razões para a
sapata ser excêntrica
Pilares na periferia da propriedade

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Fundação Superficial - Tipos


Ensoleiramento Geral

Uniformizar os
assentamentos

Que vantagens tem o ensoleiramento geral?


Reduzir as
tensões de
contacto

Fundação Superficial - Materiais


 Alvenaria seca ou com
argamassa (até ao séc. XX)
 Betão armado

Necessidade do
dimensionamento
estrutural,
estabelecendo a altura
e a armadura

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Dimensionamento Geotécnico

 Cálculo da capacidade resistente - pressão limite a partir


da qual a fundação provoca a rotura do solo e se
desloca sensivelmente, podendo acarretar a ruína da
super-estrutura.
 Estimativa dos movimentos induzidos - terão que ser
compatíveis com as exigências da super-estrutura,
exigências de segurança, primordialmente, mas também
exigências funcionais e estéticas.

Capacidade Resistente

Rotura por falta de capacidade resistente

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Capacidade Resistente

Ensaio em
Modelo
Reduzido

Superfície de escorregamento que se inicia e acaba na superfície do terreno

Capacidade Resistente
Teorias da Plasticidade Q

L= 
Qult

q = D

III I III
II II

Teorias mais importantes:


Terzaghi (1943), Meyerhof (1951, 1963),
Hansen (1970) e Vesic (1973, 1974)

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Capacidade Resistente
Hipóteses

 Solo com comportamento rígido-plástico

 Rotura controlada pelo critério de Mohr-Coulomb

 Atrito e adesão entre o solo e a fundação são nulos

 Solo homogéneo

 Solo acima da base da fundação atua apenas como sobrecarga

 Carga centrada e vertical

 Fundação contínua

Capacidade Resistente
Zona Plastificada

Estado limite
passivo de Rankine

Corte radial

Estado limite ativo


de Rankine

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Capacidade Resistente
Extensão da Zona Plastificada

Capacidade Resistente
Qult

Q ult  2 Pp cos(   )  2AC c sen  W

AC 
B B 2
W tg ( )
A B 2cos( ) 4

W
c c  .B2
Q ult  2 Pp cos(   )  B c tg  .tg
4

  Qult 2 Pp  .B
Pp q ult   cos(   )  c tg  .tg
Pp B B 4
C
Qult – Carga de Rotura qult – Capacidade Resistente

Quanto vale Pp?

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Capacidade Resistente
Soluções aproximadas para Pp conduzem à seguinte equação
geral para o cálculo da capacidade resistente de uma fundação

1
q ult  c N c  q N q   B N 
2

Nc – Nq - N

Coeficientes de capacidade resistente, unicamente


dependentes do ângulo de resistência do solo

Que representam cada uma destas parcelas?

Capacidade Resistente
Factores de Capacidade de Carga

1000,0

100,0

Nc
10,0

  
Nq Nq  etg tg 2   
 4 2
Nc  Nq  1 cotg
N
1,0

N  2 Nq  1 tg

0,1
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

º

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Capacidade Resistente
Tensões efetivas (condições drenadas)

1
q ult  c' N c  q' N q   ' B N 
2

Tensões totais (condições não drenadas)

q ult  c u N c  q  c u (  2)  q  5.14 c u  q

Em que tipo de solo e


quando se deve fazer
uma análise em tensões
totais?

Capacidade Resistente
Influência da posição do nível freático

Dw
Df Dw  Df ’ = sat – w

Df
Dw
Df < Dw  Df + d

’ = *
d

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Capacidade Resistente

Fundação contínua
1
q ult  c N c sc  q N q s q   B N  s
2
L

B Fatores de Forma
B

Análise em tensões totais Análise em tensões efetivas


B s q N q -1
sc  1 0.2 sc 
L N q -1
sq  1 B
s q  1  sen '
L
B
s  1 0.3
L

Capacidade Resistente
Carga vertical

1
q ult  c N c ic  q N q iq   B N  i
V N
2

Fatores de Inclinação
H

Análise em tensões totais Análise em tensões efetivas

 H  • H é paralela à direção de L
ic  0.51  1  

 B L cu  • H é paralela à direção de B

iq  1

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Capacidade Resistente
m
Carga vertical  H 
iq  1  
 V  B' L' c' cotg  ' 
B
m 1
 H 
i  1  
 V  B' L' c' cotg  ' 
y
Hx
L 1  iq
x ic  iq 
N c tg '
2  B ' / L'
H é paralela à direção de B: m  mB 
1  B' / L'
Hy
2  L' / B'
H é paralela à direção de L: m  mL 
1  L' / B'

H faz um ângulo  com a direção de L: m  m  mL cos 2   mB sin 2 

Capacidade Resistente
Carga centrada
My Mx
ex  ey 
V V V

Área B'  B  2 e x L'  L  2 e y


efectiva
B

y 2ey
y
Mx G G
A'  A ef  B  2 e x   L  2 e y   B'  L'
L
x x
ey
L’
My ex P

Q ult  q ult A ef  q ult B' L'


2ex B’

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Capacidade Resistente
Existência de estrato rígido – maciço homogéneo

B
H

1
q ult  c N c f c  q N q f q   B N  f 
2

os coeficientes fc, fq e f dependem de , B e H

Capacidade Resistente

1
q ult  c N c sc ic f c  q N q sq iq f q   B' N  s i f 
2

Q ult  q ult A ef  q ult B' L'

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Capacidade Resistente
Verificação da Segurança – Método do Coeficiente Global

Qult
F
Q
O coeficiente de segurança depende de
• qualidade da caracterização geotécnica
• importância da estrutura e impacto da rotura
• probabilidade de ocorrência da carga máxima durante a vida
da estrutura
• capacidade de redistribuição das cargas a outras fundações
no caso de rotura de uma delas

Capacidade Resistente
Verificação da Segurança – Método do Coeficiente Global
Caracterização
do solo

Categoria Estruturas típicas Características Completa Limitada

Pontes ferroviárias – Carga máxima de projecto


A Armazéns – Silos – ocorrerá frequentemente. 3,0 4,0
Estruturas de Suporte Consequências da rotura
catastróficas.
Pontes rodoviárias – Carga máxima de projecto
B Edifícios industriais e ocorrerá raramente. 2,5 3,5
públicos Consequências da rotura muito
sérias.
Edifícios de escritórios Carga máxima de projecto é
C e/ou habitação improvável que ocorra. 2,0 3,0
Consequências da rotura sérias.

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Capacidade Resistente
Verificação da Segurança – Método do Coeficiente Global

Qult
F
Q
Como definir o valor da carga atuante?

Combinando os valores característicos das ações

Outras ações
Vd   Gkj  Qk1   i Qki variáveis
j 1 i2

Ação de variável de base


Ações permanentes

Movimentos Induzidos

Movimentos da fundação incompatíveis com a estrutura

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Movimentos Induzidos
Componentes dos assentamentos
Solos arenosos

h  hi  hcs

 Assentamento imediato
 Assentamento por consolidação secundária

Desprezável por ser, em geral, pequeno e se


processar durante um longo período de tempo

Movimentos Induzidos
Componentes dos assentamentos
Solos argilosos

h  hi  hcp  hcs

 Assentamento imediato
 Assentamento por consolidação primária
 Assentamento por consolidação secundária

Desprezável por ser, em geral, pequeno e se


processar durante um longo período de tempo

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Movimentos Induzidos
Assentamentos imediatos

Considerando o
maciço z 
1
Es
 
 z    x   y 
homogéneo,
semi-infinito e 
com h    z dz
0
comportamento
elástico e,
ainda, uma
fundação 1  2
infinitamente
flexível apoiada
h  qo  B   IS
à superfície Es

Movimentos Induzidos
Assentamentos imediatos

Es é o módulo de deformabilidade do solo (E´ para areias e Eu para


argilas a curto prazo)
 é o coeficiente de Poisson do solo (=0,5 para argilas a curto prazo)
B é a largura da fundação (menor dimensão)
qo é a pressão de contacto, considerada uniforme

Is é o fator de influência que depende:


- da forma e dimensões da fundação;
- do ponto onde se pretende calcular o assentamento.

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Movimentos Induzidos
Assentamentos imediatos
Correlações Es vs NSPT
(Areia NC)

100
E=0.5(N+15)
90
E=15Ln(N)
80 E=35Log(N)
70 E=50Log(N)

60
E (MPa)

50

40

30

20

10

0
0 10 20 30 40 50 60
NSPT

Movimentos Induzidos
Assentamentos imediatos

Eu  M cu

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Movimentos Induzidos
Assentamentos imediatos

Is, sapata infinitamente flexível (sobrecarga) Is


Forma da sapata meio do lado meio do lado sapata
centro vértice média
menor maior rígida
circular 1,00 --- 0,64 0,64 0,85 0,79
quadrada 1,12 0,56 0,76 0,76 0,95 0,92
retang. L/B = 1,5 1,36 0,67 0,89 0,97 1,15 1,13
= 2,0 1,52 0,76 0,98 1,12 1,30 1,27
= 3,0 1,78 0,88 1,11 1,35 1,52 1,51
= 5,0 2,10 1,05 1,27 1,68 1,83 1,81
= 10,0 2,53 1,26 1,49 2,12 2,25 2,25

Estende a expressão ao caso mais vulgar de


sapatas rígidas, em que os deslocamentos de
todos os pontos são iguais

Movimentos Induzidos
Assentamentos imediatos

Valores de Is para o centro de sapatas infinitamente flexíveis na presença de um


estrato rígido a uma dada profundidade H

Círculo Rectângulo
H/B Diâmetro =
L/B = 1,0 L/B = 1,5 L/B = 2,0 L/B = 3,0 L/B = 5,0 L/B = 10,0
B
0,0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
0,1 0,09 0,09 0,09 0,09 0,09 0,09 0,09
0,25 0,24 0,24 0,23 0,23 0,23 0,23 0,23
0,5 0,48 0,48 0,47 0,47 0,47 0,47 0,47
1,0 0,70 0,75 0,81 0,83 0,83 0,83 0,83
1,5 0,80 0,86 0,97 1,03 1,07 1,08 1,08
2,5 0,88 0,97 1,12 1,22 1,33 1,39 1,40
3,5 0,91 1,01 1,19 1,31 1,45 1,56 1,59
5,0 0,94 1,05 1,24 1,38 1,55 1,72 1,82
 1,00 1,12 1,36 1,52 1,78 2,10 2,53

I s rígida
I s inf initamente flexível

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Movimentos Induzidos
Assentamentos diferidos

Argila normalmente consolidada (OCR=1)

eo

H   '   'v 
ef hcp*  Cc log vo 
Cc
1  e0   'vo 
1

’ vo ’ vo+’v log(’)

Assentamento admitindo
o estrato confinado

Movimentos Induzidos
Assentamentos diferidos
Argila sobreconsolidada (OCR>1)

e Ramo de Se ’vo+’v < ’p :


Cr “recompressão”
eo
ep
1 Ramo H   '   ' v 
“virgem” hcp*  Cr log vo 
ef 1  e0   'vo 
Cc
1

’p ’vo+’v log(’)


Se ’vo+’v > ’p :
’vo

H   'p  H   '   'v 


hcp*  Cr log   Cc log vo 
1  e0  ' 1   ' 
 vo  e0  p 

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Movimentos Induzidos
Assentamentos diferidos

Correção de Skempton-Bjerrum:

hcp   hcp*

Movimentos Induzidos
Assentamentos diferidos

Que fazer se o estrato de argila estiver espessura indefinida?

Considera-se uma espessura correspondente à


profundidade até onde a carga tem influência

Bolbos de pressões

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Movimentos Induzidos
• Fundação contínua

Movimentos Induzidos
• Fundação quadrada

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Movimentos Induzidos

Rotações My
Mx

Mx
L
x

x

L
B

My
1  2 M x
tg x    I x
E s B L2

1  2 M y
y tg y    I y
B
Es B 2 L

Ensaios de Campo

 Standard Penetration Test (SPT)


(Ensaio de Penetração Dinâmica)
 Cone-Penetrómetro (CPT)/Piezócone (CPTu)
 Penetrómetros dinâmicos (DP)
 Corte rotativo (FVT)
 Sísmico entre furos (Cross-hole seismic test)
 Ensaio de carga em placa (PLT)
 Pressiómetro de Ménard
 Pressiómetro auto-prefurador de Cambridge (SBPT)

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Ensaios CPT/CPTu

O Ensaio CPT/CPTu
consiste na cravação,
por meio de um
sistema hidráulico, de
uma ponteira de aço
normalizada

Ensaio CPT/CPTu

Manga
As=150 cm2
fs
Veloc. de penetração = 2 cm/s
Freq. leitura = 20 /m (ECPT)

Ponta 5 /m (MCPT)
Filtro
u =60º
qc
Ap=10 cm2

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Ensaio CPT/CPTu

Ensaio CPT/CPTu

 Valores medidos:
Resistência de ponta (qc), Atrito lateral (fs),
Pressão Intersticial (u)

 Calcula-se a Razão Atrítica (FR)

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Ensaio CPT/CPTu

Classificação
LEGENDA
1 – Solo fino sensível
2 – Material orgânico
3 – Argila
4 – Argila siltosa a argila
5 – Silte argiloso a argila siltosa
6 – Silte arenoso a silte argiloso
7 – Areia siltosa a silte arenoso
8 – Areia a areia siltosa
9 – Areia
10 – Areia com cascalho a areia
11 – Solo fino muito compacto *
12 – Areia a areia argilosa *
* Sobreconsolidado ou cimentada

Ensaio CPT/CPTu

Ângulo de Resistência

Areias de
quartzo não
cimentadas

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Ensaio CPT/CPTu
Resistência e Módulo de Deformabilidade não Drenados

qc   vo qc   vo
cu  
Nk 15  5

Eu  M cu

Ensaio CPT/CPTu
Módulo de Deformabilidade - Areias

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Ensaio CPT/CPTu
Tensões Admissíveis

T e n s ã o a d m is s íve l a p a rtir d o C P T , c o m F S = 3

3000

so lo s c o e sivo s: sa p a ta
q ua d ra d a
2500
so lo s c o e sivo s: sa p a ta
co ntínua

so lo s inc o e re nte s:
2000 sa p a ta q ua d ra d a

so lo s inc o e re nte s:
Rd/A' (kPa)

sa p a ta c o ntínua
1500

1000

500

0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20

q c (M P a )

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