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pan | rwieries ereatn aetna ent so te compre 7 Lp. at 8 com ; 4 pane ctivientt cy Adevintatencne Mabon Pe ponewes, cert dat Addvoenteia Ger dy nig vito Hankins de are ba sietitinid Executive D1TR.D, De ceo CADE » BACEN 2 s comb leading case quey Aaminietracts Piica, temos come fea dla Westie a, ee eee ey coire o Ranco Conttal, ente regtilador do Sisto, suction colin 2 # scolho Administrative de Defesa Feondmica Financeire Ni a fo ormando das posigdes defendidas pelo pare Rane Central, de um lado, ¢, de outro, pelos pareceres i! dy Banoo Central, de um la 4 dy fo CADE eda Consultoria Juridica do Ministério da jus © contin Procaradana (er Pryouarndinrtn 4 : ¢ Ohweira, 10 Positive de Competeéncia 0001 H06908/2099, c para regular 0 setor financeito, sendo que, sa, argumentando que sua atividade & compen 1 os fatos sob dingulos diversos. 0 ceme a colisio entre as normas prescritas na Lejy 4505 164, com as disposiges na entdo vigente Lei n. 8.884/1994, no que tange bem como do estado: OBACEN mune CADE detendes posiga wo do controle de estruturas de mercado das entidades Privadas analise © fis Que compdem 0 Sistema Financeiro Nacional. ' A fundamemtido de ambos os orgdios juridicos trouxe baila solide mentos que passamos a descrever. 2.1.18.2.1, Do posicionamento da Procuradoria do Banco Central © Patever de Procuradoria-Geral do Banco Central, apos breve relato sobre es menciouados atos de concentragao, especialmente no setor financeiro, faz um analise da regulagé stitulgdes financeiras, a cargo do Banco Central, enti lzando # possivel existéncia de impasse entre a defesa da concorréncia ¢ a delest Ss segutance ¢ da solidez do sistema financeiro, Apos essas consideragées, Passa 0 Parecer a tratar es leiicia para analise ¢ aprovagao de atos de conse "uigdo, assevera-se que esse artigo deter! “Ja regulado por lei complementar. Quail! sido ela recepcionada como lei complemen Cite-Se, entdo, o anne) if Yogada por lei de igual espécie. “0 sasil te exes 27 dt Lei n, 4595/1064 que dispae que Banco Central a lo Brasil, no exervicio da figcan . condicdes , 0 da fiscalizacdio que he compete, revltll Condisdes de conconrenc la entre ing “zag que the Coulee oe Faas Som aplicasdo de pena’ SHulgoes financeiras, coibindo-les 05 ab!" 22-S¢ alusio, também, ao enci: cae L, AO arti; sy Petra private do Banco Cogn eo LO % afim de que Possam (...) ser transf . cont ey + da mesma lei, que arrola come ? . ae MOrizagao as instituigdes finan? S, fuundidas, incorporadas ou encam| or omename Cap. © DIREITO FCONOMICO ABMINISTRATIVO. | 241 Em prossegnimento, referee o Parecer da Procurade Central 4 Lenn: S884 1904, Que disciplina a defesa da concorréneia. Anota-se, enti, que os defensores da competéneta dy CADE pu comiragan de instituigdes financeiras baseiant-se fato de a cntto vigente Lei n, 8.884/1904 nao prever nenhuma exces téncia do CADE para analisar atos potencialmente lesivos a concorréncia, confor me dispde seu artigo S4. segundo, no fate de a entdo vigente Lei n, 8.884/1994 ser posterior 4 Lei n. 4.808/1964 ¢, assim, aquela derte sobre competéncia para defesa da concorréncia, Apos isso, refutam-se os referidos sobre hierarquia de norm: Quanto a primein pola Constituigho de Geral do Banco fa apreciar os atos da con em dois armumentos: primeire, no 1 em parte as disposigt argumentos, por duas consideragdes: uma, © outTa, sobre interpretagao, Volta-se a afirmar que a Lei n, 4.595/1964 foi recepcionada 1988, como lei complementar e nio poderia ser derrogada por jet ordinaria, como € o caso da entio vigente Lei Ordin rian, 8884/1994, Quanto a segunda, rebate-se que no se pode olvidar que a norma especitica prevalece sobre a norma peral e. portanto, a Lei n. 4.595/1964, dispondo especificamente sobre a revu- instituigdes financeiras, inclusive em seu a specto concorrencial, aplica-se jente regra geral, contida na entdo vigente Lei n, 8.884/1994, Volta, a seguir, o Parecer da Procuradori 1 do Banco Central a referir-se # hove arzumento dos defensores da competéncia do CADE, ou seja, de que so- mente & materia para a qual a Constituigio previra lei complementar & que como tal for recepcionada, e que, portanto, somente os dispositivos da Lei n, 4.595/1964 relativos 8 enumeracdo presente nos incisos do artigo 192 da Constituigdio de 1988 tem status de Jei complementar, excluindo-se, assim, a disciplina da detesa da con. corréncia, prevista no artigo 173, § 4°, da CREB. Alirma-se, entio, que, para ilustrar esse raciocinio, 0 Dr, Gesner Oliveira, no sstudo anslisado, menciona acérdio do Supremo Tribunal Federal, em ago direta de inconstitucionalidade, que estendeu aos servidores do Banco Central o regime Juridico tinico, afastando a aplicagao do artigo 52 da Lei n. 4.595/1964, por ter Sido recepcionado como lei ordindria, vez que sua matéria nao se inelui no, ento vigente, artigo 192, 1V, da CREB. Para refutar esse entendimento, argumenta-se que, em primeito lugar, nao & Somente a matéria exaustivamente prevista nos, entao vigentes, incisos do artigo 192 da CRFB que compée a disciplina do sistema financeiro nacional, uma vez ‘ue a lista constante do referido artigo ¢ exemplificativa e nao taxativa, E, em se- Sunde lugar, que € equivocada a conclusao de que as atribuigdes do Banco Central No se encontram nesse rol. Quanto a primeira refutago, aduz-se que nao contlita ela com o mencionado acdrdao do STF, uma vez que nao parece adequado admitir que o regime juridi- © aplicével aos servidores do Banco Central constitua matéria insita ao sistema “nanceiro nacional. Quanto a segunda refutaydo, afirma-se que as atribuigdes do ‘tnco Central sao, sim, matéria de lei complementar, ndo s6 por ser essencial a *gulacdo daquele sistema, mas por expressa disposigdo do, entao vigente, artigo 192, 1V, da CREB. pao cnne tu Figuelredo 242 | DIREITO ECONOMICO ~ Leonardo Vizeu Figuel 2, da Lei n. 4595/1964 co Central, qual sea, a de reg Ho financeiras, coibindo-Ihes os abu” ) inicial, que pugna pela competéng;” 0 de instituigdes finance a estabelece, sendg certs ia trata tla que 0 artigo 18, § ay Pi indubit condigdes da concorrén ae coneluindo que tal fato corrobora a pr epost idl do Banco Central para a anise datos de coneeNer por ora do fara de ei complemen de igen Let ordin 5 cl ~e ‘io foi — revogada que nao poderi como nit 8.884/1994. _ Finalizando essas consideragées, pron co Central aduz que a edigaio da Lei n. 9. fi ana langados, ao deferr o Banco Cental nfo apenas a anise dk 08 oe cone ¢40 de instituigdes financeiras, mas, muito mais q , : io, capitalizaga je novos re transferéncia de controle acionério, capitalizagdo com aporte os be = eee reorganizagées socictarias, inclusive mediante incorpora¢ao, , rane crevendo o artigo 5° da referida lei. Apés, afirma-se: sseguindo, " velmente, de uma atribuigito do Bar a entre instiluigdes 0 Parecer da Procuradoria-Geral do Bay, 1997 robustece Os argumentos a} lise de atos de concent, Tal artigo sobreleva a intencio do legislador de deferir ao Banco Central ares Ponsabilidade de coordenar os atos de concentrago de instituicdes a ele ssh, metidas. Se, por disposi¢do expressa de lei, o Banco Central pode, ex officio, ds. ferminar atos de concentragéo, que se dird de aprova-los mediante provocayig dos interessados? Ressalte-se que, com essa conclusdo, no se exclui o sete Financelro da defesa da concorréncia, mas téo somente se atribui 8 autoridade reguladora ~ Banco Central ~ 0 papel de analisar o aspecto concorrencial dos atos de concentracéo, sopesando 0 potencial dano & concorréncia ¢ a eficacia do sistema financeiro, para a qual a existéncia de um mercado competitive sem divida, essencial. uas autarquias, que s° » afirma-se ser urgente a ne Encerra-se competéncias entre 9 CADE €0 sado-Gera] da Uni arecer com a Sugesta . do par Ode que seja f : 4a controvésia, ny e deter t!M0s da Lej Complemeadt consulta ao Adio Competéncig Ta a andlise q mar a qual delas — CAD! Atar n. 73/1993, soluci le y “anceiro Nagi 8 de concentracay 4. ; ou Banco Central — ca Nacional, ntracdo de Instituigdes inte rantes 2 Cap.Il - DIREITO ECONOMICO ADMINsTRATIVO | 243 2A (18.2.2 Do posicionamento da Procuradoria do CADE Parecer N 876/2000, da Procuradoria do CADI «ogo entre © controle preventivo de concentragiio di i ressivo de condutas infratoras 4 ordem econdir nk gains, coneluindo que, quanto & analise dos rc a divide ‘a questi, fazendo dis- nstituigdes financeit © con- nica praticadas por instituigdes alos contratos (cardter i : A pas preventivo), fo complementares as competéncias do CADE e do Banco Central e que, quanto ee spectoS de condutas (carater repressivo), a Competéncia é exclusiva do CADE. No que tange & fundamentagdo dessa conclusio, langa mio de estudo do Dr. Gesnet Oliveira, que trata da Defesa da Concorri ie trata da Defes: cia € Regulagio em relagao ao aso do Setor Bancatio. Faz-se, inicialmente, uma resenha dos modelos possiveis de jnteragao entre a Autoridade de Defesa da Concorréncia ¢ 0 Orgiio Regulador do Sis- tema Financeiro Nacional, passando, em seguida, a examinar os critérios para a esco- tha de desenho institucional de maior maximizagao de resultados no setor bancério. ‘Apés isso, examina-se a aplicabilidade da ent&o vigente Lei n. 8.884/1994, 20 Setor Bancdrio. Com esse objetivo, discorre-se sobre o fendmeno da recep¢ao constitucional da Lei n. 4.595/1964, concluindo que a norma de conteiido concor- rencial prevista na Lei n. 4.595/1964 tem natureza ordindria. Em prosseguimento, e finalizando esse tépico, trata o mencionado estudo da harmonizagao sistémica entre as normas concorrenciais da Lei n. 4.595/1964, e da entio vigente Lei n. 8.884/1994, ‘Apés isso, tecem-se consideragées sobre os aspectos econdmicos da defesa da concorréncia no setor bancario e sobre as condutas e os atos e contratos do arti- g0 54 da antiga Lei de Protegiio da Concorréncia. Finalmente, trata-se das adaptagdes na regulamentagao da ent&o vigente Lei n. 8884/1994, visando sua aplicagao ao setor bancario. Cabe observar que o Parecer n. 876/2000, da Procuradoria do CADE, antes das conclusdes e apds referir-se aos artigos 20 e 21 da entéo vigente Lei n. 8.884/1994, telativos a condutas que representa infracdo 4 ordem econémica, trata de hipéteses em que haveria infragfio a ordem econémica, de acordo com a anterior ¢ ja revogada Lei de Proteg’io da Concorréncia, mas que a lei que regulamenta a atuagiio do Banco Central nao sanciona tal conduta, no havendo sequer delegag’io de competéncia a essa autarquia para aplicar a entdo vigente Lei n. 8.884/1994. Assim, indaga se, diante de tal vacuo legislativo, tal agente poderia ficar imune a aplicagao de sangdio, concluindo que nao. Portanto, reforga a argumentagdo de que, se na legislacao que tegulamenta a atuagao do Banco Central nao existem dispositivos que possam coibir tais priticas, a competéncia do CADE é inequivoca, devendo atuar para restabelecer alivre concorréncia, punindo o transgressor. O mérito da questiio, porém, encontra-se no ja citado estudo do Dr. Gesner Oliveira, integralmente transcrito no Parecer da Procuradoria do CADE. Apés refe- Téncia A Lei n, 4,595/1964, em especial ao seu artigo 18, § 2°, examina-se, como j se disse, 0 fenémeno da recepeao constitucional, transcrevendo-se o artigo 192 da Constituigao de 1988 e dizendo da natureza de lei complementar da lei reguladora desse artigo, completando que ndo cabe 4 lei complementar regular matérias no expressamente inseridas no ambito de competéncia da referida espécie normativa. =~ MA) mr oo 244 | OIREITO ECONOMICO ~ Leonardo Vizeu Figuelredo 1 da norma de contetido gop, afirmando que: “CUMPL, portanto, contetidos NOFMALIVOS, a fig, om o status de lei cor, ordindri Trata, a seguir, do estudo da natur correneial prevista na Lei n, 4.595/1964. Inici analisar a Lei n. 4.595/1964 do ponto de vista de se de se identiticar quais normas teriam sido recepeiona plementar, ¢ quais com o s/arus de lei ordindria’ an ; Passa-s : enna Laludirse ao artigo 52 da citada fei eae de servidores do Banco Central, bem como 2 Lei n 8112/1 fi , ei deres pit ° artigo 39 da CREB, instituindo o regime juridico eae aiAeae Dire ‘Apas tecer algumas consideragdes sobre esse assumlo, MAE iret Inconstitueionalidade n. 449/DF, reatada pelo en 96 que dizem oe na qual ficou assentado que “as normas da Let n. © ae a0 pessoal do Banco cara do Brasil, foram recebidas, pela CF/88, como normas ao ee endo como tei complementar. Inteligencia do disposte Vo artigo 192, TV. da Constituigao”, E, ainda, que “o artigo 251 da Lei m . 8.112/1990, € incompa. tivel com 0 artigo 39 da Constitui¢ao Federal, pelo que € inconstitucional . ‘A partir dessa referéncia, em que se teria validado o entendimento de que a Lei 1. 4,505/1964, embora recepcionada como lei complementar, conteria dispositivos {ue foram recebidos como de lei ordinéria, reporta-se ao artigo 173, § 4°, da CREB, que prevé que a lei reprimira o abuso do poder econdmico que vise 4 dominagio dos ‘mercados, a eliminacdo da concorréncia e ao aumento arbitrario dos lucros. E conclui-se: “Assim sendo, o dispositive da Lei n. 4.595/1964 que trata da regulagao pelo Banco Central do Brasil das condigdes de concorréncia entre insti oes financeiras passou a deter status de lei ordinaria, conforme determinacio da maior: _, Disserta-se, em seguida, sobre a natureza especial da norma do attigo 18, § 2°, da Lei n, 4.595/1964 e da natureza geral da norma do arti 8.884/1994, examinando-se a possibilidade de a lei ral Seer especial anterior, citando-sedoutrina relativaa essa qacsto’ onan eee conteidos normatvos da entio vigente Lei n. 8 884/1994.¢ nea ea Lein. 4.595/1964, nio sao incompativeis” -884/1994 e do artigo 18, § 2°, da Afirma-se, entao, que esses dispositivos “: especi i me pecifica, respectivamente,” ac oe one a A partir dai, assevera-se: le defesa da concorréncia Banco {S85 efusdes sobre a come Stent Para os efeitos dana cumrimento dese el vr feitos ; vistas Satinstrativg que nr =tVO de Defesa Econsrci eee Sobre O aunt ndmica asser a deun melham-se 2 48 OS Processos que yj, 0? i cara independ : rovagzo de apg Se™ APurar dang 4 a Procede a0 julgamento ae ‘oncorrénci ee ia, bem como ag! atode - “Oncenitracso econdmt ica. coenancatce fhe Cap. Il - DIRETTO ECONOMICO ADMINISTRATIVO. | 245 E conclui-se: SEs juridica e o ambito de competéncia legal de cada entidade, de conduts infrating StU 5 processos adminstratves visando 8 apuracgo efeltos de deter ream eeondmica, bem como emir parecer egal acerca dos CADE, por sun neg nade fuséo ou aquisiso — sobre a defesa da concorréncia. Ao Cezsos instaurados era apreciar, como instAncia deciséria administrativa, os pro- Fados pelo Banco Central, bem como os requerimentos de aprovacso de ato ou contrato previsto no artigo 54 da Lei n. 8.884/1994. Como se pode facilmente verificar, 0 estudo do Dr. Gesner Oliveira acaba por reduzir a competéncia do Banco Central — no que tange aos atos de concentragao ea apuracdo de conduta infrativa a ordem econémica — a instrugéo de processos e emissao de parecer legal. Isso se torna ainda mais evidente quando se procura for- mular uma arquitetura compativel com a nogdo de sistema de competéncias com- plementares, trazendo-se a colocagao a atual interagdo entre o CADE e ANATEL. 2.1.18.2.3. Do posicionamento da Advocacia-Geral da Uniao Apés ponderacao e profunda andlise do tema, concluiu a Advocacia-Geral da Unido que a luz da legislagao vigente, a competéncia para analisar e aprovar os atos de concentracao das instituigdes integrantes do Sistema Financeiro Nacional, bem como de regular as condigdes de concorréncia entre instituigées financeiras, aplicando-lhes as penalidades cabiveis, é privativa, ou seja, exclusiva do Banco Central do Brasil, com exclusaio de qualquer outra autoridade, inclusive o CADE. Esse € o modelo que foi adotado pela legislagdo vigente. Todavia, caso se entenda que esse nao é o melhor modelo, concluiu a AGU que a adogao de outro dependera de modificaciio dos disposi- tivos da Lei n. 4.595/1964, o que somente podera ser feito mediante lei complementar. Assim, segundo o posicionamento firmado pela AGU, referendado pela Pre- sidéncia da Repiiblica, para que o CADE possa invocar sua competéncia para tra- tar de instituigdes financeiras, primeiro deve postular sua alteragao por lei com- plementar, tendo em vista que somente esta atribui a competéncia necessaria para fiscalizar as instituigdes financeiras. Outrossim, deve fazé-lo somente quando dispuser de mecanismos para uma adequada andlise de todos os aspectos envolvidos no setor afetado. Estando 0 BA- CEN melhor aparelhado, poderd examinar com melhor acuidade as diversas nuan- Gas que podem gerar certo colapso, ou melhoria, para o sistema financeiro. Na auséncia de expressa disposigdo legal e no caso de haver conflito de com- Peténcia em face das autoridades de protegiio de concorréncia, mister se faz acio- nar a Advocacia-Geral da Unido, a quem compete unificar a jurisprudéncia admi- nistrativa, garantit a correta aplicagao das leis, bem como prevenir ¢ dirimir as Controvérsias entre os 6rgaos juridicos da Administracao Federal. namento do Superior Tribunal de Justica 2.1.18.2.4, Do posi ibui ‘idades concorrenciais ¢ 0 No que se refere ao conflito de atribuig6es entre as autori oncorr ente rented ‘do sistema financeiro nacional, a 1" ego do STJ definiu no julgamento do REsp n. 1.094.218, por maioria, que © BACEN tem competéncia exclusiva para 246 | DIRETTO ECONOMICO - Leonardo Vizeu Fiaueiedo antes do Sistema Fin io cnvolvendo instituigdes IMEBTT Te iz Fespa » cnvolvend inGorte Superior, diz respg Jo, 0 primeito SIA at'0, OF ) pelo Bradesco S dito Nacion: cio com uM Mandadg di le determinagao do presidente g, resentasseM @ Operagig q, ‘ederal contra 3 is financeiras 4P para que ambas aquisigao do controle do BCN pelo Bradesc®- a, concessiio da Segurancs « ifestou-se n Dan ta uia, inconformada, interps, Em primeira instancia, o juiz, ™ p i gE. A autard desconstituiu 0 ato do presidente do CADE ES aulayaienga, sob 0 argument qs 68) ‘ei Antitruste (a entdo vigente Le; , curso e a Corte Federal da 1° que a Lei Bancaria (Lei n. 4.595/1964) ¢ 3 1 8.884/1994) devem ser aplicadas con a coexisténcia das duas. ‘A decisio levou 0 BCN ¢ 0 Bradesce Superior de Justiga, mediante interposi¢a0 ¢® CADE nio poderia ter determinado, por meio €° | fosse submetida & sua andlise a operagao de aquist ié aprovada pelo BACEN. ; ; seer elatora do recurso, ministra Eliana Calmon, votou pela competéncia ex. clusiva do BACEN para apreciar atos de concentracao (aquisi¢des, fusdes, dentre do Sistema Financeiro Nacional. § 4 outros) envolvendo instituigdes integrantes primeira vez que 0 STJ aprecia a aquisi¢a0 de um banco por outro. No recurso em {questéo, conforme explica a ministra, 0 que se busca definir, na verdade, ¢ justa. mente de quem a competéncia para decidir esses atos de concentracao. A minista Eliana Calmon partiu da premissa de que o ordenamento brasileiro s6 permite ao administrador decidir como previsto em lei, estando o principio da legalidade pre- ad on todoe gualguer ato governamental. Realidade da qual nao se pode fugit afirma. A posigao foi acompanhada por trés ministros: H i 7 : Hum Camptell ‘Marques e Benedito Gongalves. a /otaram em sentido difer ini i pa quem CADE © BACEN panes a eee castro Meira e Herman Benjamin, fa ipenhar fun¢des complementares. Destarte, m base na ‘complementaridade, sendo possiyg| a excepeionarem a qUuestdo & Cory recurso especial, sustentando que 4 de uma interpretacao retroativa gue io realizada muitos anos antes mento da AGU e, assim, j Para fixagdo, em card vin la bi » €M cardter vii i pat ‘inculante, da juri rude iva ni do Executivo, Dessa forma, a "TaiIg9g een zn Prudéncia administrativa no ambit . 10 ambi! artigo 40, § 1°, tej ALC n, 73/1993 tor; 8884/1984, 0 enn Siterretado em harm eats A lei ordindria e 0s tt = Postetior § do BAC; nistragdo direta » deve pre ‘ua ativi de co; valecer a mai. ‘ua ati ntrolar Mais rey . Vidade-fim, Para 9 CADE Suas decisdes, pea a qual impede a admi > © Presidente da feats em relaga0 : ‘@ n&o poderia aprov#! EE Cap. + pinEITO FCoNOMICO ADMINISTRATIVO. | 249 parecer da AGU capaz de anular ow limitar decisio proferida pela autarquia fen gacondigao, sob pena de tomar indcua a independéneia indispensavel que preci gq para atuar como OTBAO antitruste A ministra Eliana Calmon entenden que a tese nao pode prevalecer. A CREB, fundamentou a ministra, confere ao presidente da Reptiblica 6 poder-dever de exercer a diregdo superior da Administragio Federal, podendo dispor sobre a or ganizagao ¢ funcionamento de scus drgios ¢ entidades, O sistema financeiro é regulado por dispositivos que impdem algumas restrigdes 4 entio vigente Lei n. §.884/1994, inexistindo previsdo legal para a atuagio deciséria do CADE: nesse vespecifico e sensivel” setor, explica, “Acolher a tese defendida pelo CADE nesse ponto, além de vulnerar o principio da legalidade, importa em atribuir a autarquia poderes superiores aos do dirigente méximo da nagdo, conferidos diretamente pelo proprio constituinte originario”, afirma. Para a relatora, enquanto as normas da Lei n. 4.595/1964 estiverem em vigor, a competéncia para apreciar atos de concentragio envolvendo instituigdes integrantes do Sistema Financeiro Nacional é do Banco Central. Seja em raziio do parecer vin- culante emitido pela AGU, seja pelo principio inserido no artigo 2°, § 2°, da Lei de Introdugao as normas do Direito Brasileiro, devem ser aplicadas as normas da Lei n. 4.595/1964, que conferem ao BACEN a competéncia exclusiva para apreciar esses atos envolvendo instituigdes integrantes do Sistema Financeiro Nacional. Confira-se o Informativo n. 444 do Superior Tribunal de Justiga: Competéncia. Ato. Concentracdo. SFN. O cerne da questo discutida no REsp estd em definir de quem é a competéncia para decidir atos de concentracao (aquisigdes, fusdes, etc.), envolvendo instituicées integrantes do Sistema Financeiro Nacional (SFN), a vista do que dispdem as Leis n. 4.595/1964 e 8.884/1994, considerando, ainda, a existén- cia do Parecer Normativo GM-20 emitido pela AGU, com a eficdcia vinculante a que se refere o artigo 40, § 12, da LC n. 73/1993. A Seco, 20 prosseguir o julgamento, por maioria, entendeu, em consondncia com o aludido parecer, que, enquanto as normas da Lei n.4.595/1964 estiverem em vigor, a competéncia para apreciar atos de concen- tracdo envolvendo instituigées integrantes do SFN é do Banco Central. Observou-se que, mesmo considerando-se a Lei do Sistema Financeiro como materialmente ordindria, no tocante a regulamentago da concorréncia, nao ha como afastar sua prevaléncia em relago aos dispositivos da Lei Antitruste, pois ela é lel especial em relagdo a Lei n, 8.884/1994. Anotou-se que a Lei n. 4.595/1964 destina-se a regular a concorréncla no mbito do SFN, enquanto a Lei n. 8.884/1994 trata da questo em relagio aos demais mercados relevantes, incidindo, na hipétese, portanto, a norma do art. 2", § 22, da LIC. Com esses fundamentos, entre outros, por maioria, deu-se provimento ao recurso. RESp 1. 1.094.218-DF, Rel. Min. Eliana Calmon. Julgado em 25.08.2010. Vale destacar a ementa do acdrdao proferido no REsp n. 1.094.218-DF: vo — Ato de concentraco, aquisigo ou fusio de instituigdo integrante do Soe ees nadine eeaais estatal pelo BACEN ou pelo CADE - Conflito de atribvigdes Leis 4.594/1968 e 8.884/1994 ~ Parecer normativo GM-20 da AGU. 1. Os atos de concentrago,aquisio ou fusbo de insituig0 relacionados ao Sistema Fnan- ceiro Nacional sempre fram de atrbuigdo do BACEN, agénci reguladora 2 quem con pete normatizarefiscalizar o sistema como um todo, nos termos da Lei 4.594/1964, 2, ont omenme 248 | DineiTO ECONOMICO - Leonardo Wize Figueiredo alzar as operasbes de concentragio ou desconcentragao,n a CA 1094 3. Em avendo conflto de atribuigées, solucionase pelo dda especialidade. 4. 0 Parecer {GM-20, da Advocacia-Geral da Unio, adota sols ae etticn tem carter vinculant Para 9 administrago 5, Vineulg a pares repoe a Lei n. 8. {384/1994 (art. 50). 6. O Sistema Financeiro Nacional ng eiertranae ‘a dois organismos regulatérios. 7. Recurso especial provido, Pot 8 2.1,18.2.5. Conclusao profundas mudangas 0 cenirio politico ¢ econdmico bras, de um aparelhamento estatal mais apto a dar a Nag: fy ‘ante do nosso atual cendrio mercadolégico, py, tanto, mister se faz a atuagao conjunta ¢ coordenada eee € enles piibliegs voltados para a regulagao dos diversos segmentos oe a pGem nossa ordem ec, amica, quanto para a defesa e proterao da eoncorréncia. : Todavia, no raro as diversas Zonas de intersegao de competéncias podem vir a se tornar aparentemente colidentes, gerando conflito de atribuigdes entre os, diversos agentes publicos envolvidos. A fim de se garantir que a atuag&o do Poder Constituido Executivo nao se revele conflitante e, consequentemente, paradoxal, mister se faz a delimitagao prévia e legal das areas de atuagao de todos 8 Stgios e entes publicos que tém competéncia para disciplinar 0 processo de interferén- cia estatal na ordem econémica da Nagao. Mister se faz, para tanto, que haja un conjunto normativo prévio ¢ claro de segregagio de atribuigdes funcionais, mini- taizando, assim, os riscos de eventual conflito de competéncias, que pode gear manifestagdes conflitantes no ambito da Administragaio Publica ou, ainda, bis in idem em relagao a aplicagao de sangdes. Asrecentes € denotam a necessidade postas mais céleres ¢ eficazes 2.2. AGENCIAS REGULADORAS Asagéncias reguladoras sto fruto de uma profunda mudanga na relagio do sind estatal coma sociedade, especificamente com a ordem econémica. Observe Ee cece ta cameo te cea Fb Estado, maiores preocupagdes com oe ae ee aes do, Poe ee compéem e participam da vida econ quilibrio de interesses dos diversos ents # No cenario politico inter rdmica de mercados especificos da econo o Estado assumia para si a cxplgen ue endo vigorava na politica naciow. chisive,monopalie determing Fe ftividades econdmicas, poder - — ites mercados. Neste meio, os setores econd colimados pelo Estado i oer va ores meramente politicos para se atender 0S fe reread abi Mules Vezes em detrimento dos interesses espectte™s i 0, por ve; ‘ a imtervengao estatal, Por vezes, a participagaio do particular em setores" el Todavia, com a falénci i » a fal zago da Ordem Econg encia do Estado Intervencionista eo imento de est moviment E condmica, 0 Estado passoy com o fim di ae aL by ¢ se diminuii pees explorando dione uma iminuir os gastos da méquil® 3 . Post lente ativida 'stura de agente regulador de mercado, Mw pao cnne Cap. + DIRETO ECONOMIC ADMINISTHATIVO | 249 reread exervida pelo a clo passa a levar em conta os diversos interesses existen- tes ponderando~ panel iandlo-o: a fim de garantir equilibrio entre os interesses do Govern (politicos), 0s interesses dos agentes econdmicos (privados) ¢ 0s interesses gnsociedade (coletivos). Se no modelo estatal intervencionista havia preponderdncia do interesse politico em detrimento dos interesses privado ¢ coletivo, no modelo es- tial regulador a preocupagio maior &a do interesse piiblico, é a garantia de coext fencia pacifica e harménica dos interesses envolvidos (politico, privado & coletivo), competindo aos entes reguladores garantirem a consondncia destes interesses. Para fo, o ente regulador deve atuar de forma isonémica, imparcial e apolitica. Representando-se graficamente 0 posicionamento da Agéncia Reguladora, dentro de uma estrutura triangular, chega-se a seguinte configuragio: Estado (Interesse Politico) conmumitorese AZ" SQ aces Econémicos Usuarios (Interesse Coletivo) —— > (Interesse Privado) ‘0 de sobreposigao de circulos con- se refere a defesa do interesse ptt- agentes que compdem o mercado: Valendo-se de uma técnica de visualizaga céntricos, chega-se ao seguinte mosaico no que blico pela Agéncia Reguladora, face ao demais Governo {interesse Politico ‘Agencia Reguladora Mercado Interesse Privado Consumidores Interesse Coletivo 250 | DIREITO ECONOMICO ~ Leonardo Vizeu Figuelredo adora, fica Facil perce, jo Publica Indireta, deve. m vir a ser exercidas pel, ‘1 ocupando as instingigs ssencial para a consecy, dleria ser alcangado se, trutura administratiyg ea ocupada pela Agéneia Regt! ‘Administra 1s que Pos amente, est autonomia € ¢ Jificilmente po bordinando 4 est Pela posi que, em que pese ser entidade integrante di permanecer impermevel ais pressdes politi corrente ideologico-partidria que temporal de poderes constituidos. Observe-se que tal cho de suas atribuigdes legais, objetivo que ¢ ente regulador estives hicrarquicamente su do Governo Central. Ressalte-se que a regulagiio ago yentos e mecanismos de interven¢ae al aa e eae no mereado de artes ear ados poe clasaicos instrimeties i diagdo, arbitragem & , aliados a0 can nets Pe Pl policia, normativo etc.), tais como edigao de comandos ge! p py goes administrativas. Cumpre destacar que, manda a adogao de novos instry. rantam a coexisténcia equilj. nsumidores € Poder Publico, ra adotada den estatal, que £4 no direito brasileiro, a necessidade de se regular mer. cados, mediante a ago de entes estatais independentes, € apontada com maestria pelo saudoso mestre Bilac Pinto, o qual faz aprofundado estudo sobre 0 tema em sua obra Regulamentagao efetiva dos servicos de utilidade piiblica.” ‘Nessa linha, merece destaque que, com a modernizacao econdmica da ordem juridica brasileira, promovida a partir de 1960, houve a criagao de nossas primeiras entidades reguladoras independentes e auténomas, com forte inspiragao no modelo norte-americano, a saber, o Banco Central do Brasil, por meio da Lei n. 4.595/1964, inspirado no Federal Reserve dos EUA, e a Comissio de Valores Mobilidrios, me- diante a Lei n. 6.385/1 976, com base na Security and Exchange Comission. Podemos dizer, outrossim, que as agéncias reguladoras sao figuras recentes no cenario da Administragao Pablica brasileira e ttm como escopo a intervengio a aaa aio) Sua concep¢ao se deu, de modo relevante, no Direito , niciou o processo de privatizagfio de setores especificos da _ economiz i i a ee ingles, eno Ge) americano, da necessidade de corrigir falhas merc guerra fiscal do comércio ii di atura ate i al do transporte ferrovidrio, ee Regulamentacs, F enta : Srense, 2002, TSH efetiva dos servicos de utilidade publica. 2: pao cnne Cap. + DIREITO ECONOMICO ADMINsTRATIVO. | 251 Na ligiio de Margal Justen Filho: “Agenei especial, sujcita a regime juridico. autora oa Aas © i Fegime juridico que assegure sua autonomia em face ja Administra {1 ¢ Investida de competénci ra regulagao setorial.” ; strar 0 cenario politic e mages ‘A fim de ilustra 0 politico ¢ social acima exposto, vale cita ag Cann ima exposto, vale citar 0 magis- it reguladora independente é um rerio d isténci anci ea ae dues Fetladoras resulta da necessidade de o Estado influ rae eermorabe de eee, conamleas le modo muito onstante ¢ profunde, 4 autoridade, e do desejo de conferir, as auto- ridades incumbidas dessa intervencio, boa dose de autonomia frente & tradicional do poder politica. , noma frente a estrutura regulago, enquanto espécie de intervengio estatal, manifesta-se tanto por poderes e acdes com objetivos deciaradamente econdrni- cos (0 controle de concentragées empresariais, a repressio de infragées 4 ordem econdmica, o controle de precos e tarifas, a admissao de novos agentes no merca- do) como por outros com justificativas diversas, mas efeitos econ6micos inevitaveis (medidas ambientais, urbanisticas, de normalizacio, de disciplina das profissées etc.). Fazem regulago autoridades cuja missao seja cuidar de um especifico campo de atividades considerado em seu conjunto (o mercado de agées, as telecomunica- Ses, a energia, os seguros de satide, o petréleo), mas também aquelas com pode- res sobre a generalidade dos agentes da economia (exemplo: drgaos ambientais). A regulaco atinge tanto os agentes atuantes em setores ditos privados (o comércio, a industria, os servigos comuns ~enfim, as atividades econémicas em sentido estrito) como os que, estando especialmente habilitados, operam em areas de reserva es tatal (prestacao de servicos publicos, exploragao de bens pilblicos e de monopélios estatais)* (grifamos). As agéncias reguladoras foram geradas com 0 escopo de normatizar os mer- cados econémicos, bem como os setores dos servigos piblicos delegados, buscan- do equilibrio entre 0 Governo, usuarios (consumidores) ¢ delegatarios (agentes econémicos). ; No Brasil, as agéncias reguladoras foram constituidas como autarquias sob regime especial, integrantes da ‘Administragio Indireta, vinculadas a Ministerio competente para o trato da respectiva atividade, tio somente, para fins organizacio- nais, sendo earacterizadas pela sua independéncia politica, antonomia administra- tiva e financeira, bem como pelas prerrogativas de permanéncia no cargo de seus dirigentes. Nao ha, portanto, relagao de subordinagao hierarquica entre a Agencia Reguladora e 0 Governo Central. ; Assim, podemos conceituar as agéncias reguladoras como sendo as entidades pi- rt -amente neutra e imparcial, de setores ¢ mer- blicas, encarregadas da regulagao, politic : ‘ cados ‘especificos eetabillzando ‘o convivio de interesses pans oleivose pias { i i lores, inicialmen- ‘Atualmente, soba gestdo presidencial do Partido dos Trabalhadores, : 1 aan oe aio Lala daSilva e, posteriormente, ce Dilma Roussefl, as > JUSTEN FILHO, Marcal. Curso de dit SUNDFELD, Carlos Ari Direito econdmico brasileiro. |< Editores, 2002. p. 18. rativo. $40 Paulo: Saraiva, 2005. p. 464. alto ada ed, 2 tragem. S30 Paulo: Malheiros 252 | DIREITO ECONOMICO - Leonardo Vizeu Figueiredo gvarziament0 de suas Comp, padiora dO ie pole, ma muito Mais de yy agéncias reguladoras experimentaram um process is, Tal fito se dew pela tender aproxil téncias funcion: 7 defendido pela agremiagao partidiria acima, 4 aus suc, ue PrAVIECKEA a indy sntervencionismo socialista ¢ de uma economist PHI ienendéncia funciona, ; a sia tecnica © dat" ee ao politica em detrimento da met ocracia teenie CC Fo reforga a ae ‘Atualmente, a Lei n. 13.848, de 2019, em seu ae +e ejerminar que Agancias Reguladoras, em eariter geval sendo expres | conferida 8 agencia inagao hierdrauic®, ‘pela investidura 2 terre bem como pelas demais jas 3 sua imprementaeso- 4 é caracterizada pela auséncis ia funcional, deciséria, adm, Mie seus dirigentes € estabildage osigees constants desta Leg, yulador a natureza especial Ls tutela ou de subord! nistrativa e financelra durante os mandatos, de leis especficas volta 2.2.1. Origens Spa ni cal em que co sobre 0 exato momento | 8 a da escola de direito anglo-sa. éncia foram criadas, @ influénc lireito 2 ‘dicas derivadas do direito romano-germanico € um fato Em que p as agéncias reguladoras f ao sobre as escolas juriicas ha como ser contestado. x ‘m, uma visio do modelo norte-americano ¢ do modelo europeu se faz essencial para se compreender as agencias reguladoras, mormente © mosaico ado tado no Brasil. 2.2.1.1. Omodeloestadunidense s reguladoras foram concebidas, nos Estados Unidos da Américs, com 0 escopo de normatizar os mercados econdmicos, bem como os setores dos servigos plblicos delegados, no caso europeu, buscando equilibrio entre o Estado, usuarios (consumidores) e delegatarios (agentes econdmicos). Dada a sua tradigdo liberal, a atividade e 0 crescimento econ6mico norte ricano sempre estiveram sob os auspicios dos agentes privados, nao havendo, por parte do Poder Piblico nos primérdios dos Estados Unidos da América, maior’s preocupagdes com a condugao ¢ os resultados da exploragai i sonomi 7 7 loraciio de atividade economic. Consoante lig&o doutrindria: as eee ‘As agéncia Como se sabe, ieee que para Geter eaieeta no optaram pela politica de nacionalizacées.° que normalmente ee ico, ld so atividades prestadas por empresas privat lem de uma habilitacdo estatal. So empresas econdmices dotadas de um regi 2gime especial. 7 eral dalivre-iniciativa privada,® Esta singularidade situa-se nas excesdes 2 "8? s >. gua Guillermo, 0: S.No direito com Ari Sundfeld. Sao Paul s entes requladores coy ado, |n: Direito admi lo: Malheiros Editores, mo i ‘ble instrumento de controle dos servicos pi! inistrati e 2000. tivo econémico, Coordenagao de Catl* Cap. tl + DIREITO ECONOMIC ADMINISTRATIVO. | 253 Dentro do conceito norte-americano, que difere ¢ muito dos parametros euro- cus, determinadas atividades que atendam ao interesse da coletividade sto classi- ficadas como ulilidades piblicas (public uilities), exploradas sob regime privado com finalidade lucrativa, ainda que sob o jugo da fiscalizagaio estatal. Portanto, a regulacao norte-americana foi concebida para permitir ao Estado exereer certo grau de influéncia ¢ controle sob as atividades desenvolvidas por par- ticulares, quando as mesmas revelavam-se de relevante interesse para a coletivida- de ou de imperativos para a propria seguranga econdmica nacional. Uma vez que eram exercidas dentro de um ambiente liberal clissico, a intervenciio reguladora do Estado foi muito questionada, sendo objeto de fortes litigios, dentre os quais se destaca 0 leading case Munn versus Illinois (94 US 113 — 1876), no qual foi juestionada perante 0 Judiciario, a constitucionalidade e a legalidade de se regular aatividade de estocagem. Na lig&o de Odete Medauar, a Suprema Corte “admitiu aatuacao do poder publico na disciplina de negécios privados, como por exemplo, tabelamento de precos e fixagiio de tarifas”.2> Observe-se que em 1886 a Suprema Corte dos Estados Unidos, no caso Wabash, 51. Louis & Pacific Railroad Company versus Illinois, decidiu que os Estados-mem- bros nao tinham competéncia para regular 0 comércio interestadual. Assim, com a edigao do Interstate Commerce Act, em 1887, surgiu o primeiro marco regulador de mercados, como resultado direto da jurisprudéncia norte-americana. O primeiro ente concebido com o fito de promover a heterorregulagao em mercados privados foi a Interstate Commerce Commission — ICC, no ano de 1887, por meio do ato legislativo supracitado. Objetivava a harmonizacio dos interesses conflitantes do setor de transporte ferroviario em face dos empresarios rurais. Para tanto, atuava estabelecendo 0 teto de pregos ¢ fixacdo de tarifas, relativas & contra- prestagio pecuniaria a ser cobrada. Em virtude da crise financeira que culminou na quebra da Bolsa de Nova Iorque em 1929, foi criada a Federal Trade Comission -FTC, e, dada a entrada no modelo intervencionista econdmico e no federalismo cooperativo, presenciou-se uma maior participacao do Estado na condugao da vida econdmica da Nagao com a criagao ¢ 0 fortalecimento dos entes reguladores inde- pendentes, como uma das metas do New Deal de Franklin Delano Roosevelt. Assim, a partir de 1930 comega a ser implementada a intervengao reguladora, por meio das agencies, criadas pelo Poder Legislativo para implementar politicas piblicas economicamente planejadas, atuando de forma independente aos interes- Ses politicos, uma vez que representava 0 Estado, ndo um mero partido politico. Suas atividades implicavam obrigagdes cada vez mais crescentes, representando Verdadeira atividade normativa, executiva e judicante, por vezes ¢ nfo raro, em Volume superior as demandas judiciais. ; - O marco legislativo das agencies veio por meio do Administrative Procedu- ral Act — APA, datado de 1946. Tal ato legislative configura uma norma geral de 10 administrative em evolusao. Sao Paulo: Revista dos Tribunais, 254 | DIREITO ECONOMICO ~ Leonardo Vizeu Figueiredo. i syutadoras, dando uniformicide g procedimento administrativo face ds atividades ree" padrio na tomada de decisdes das mesmas. 36 as atividad, srmeou nao 86 lade, O sucesso da atividade reguladora do Estado perme id i nga publica, ODSETVE Se qu ami s, tais como a 6 Son econdmicas, indo para outras tai COM ET om 1935, decorreu ds a estruturagio do Federal Bureau of Inve: ga investigar de forma indepen, necessidade direta do Governo norte-americane OM AT icitas de grande re Fedade envollos com dente diversos setores da sociedade envolt ee percusstio como trifico de bebidas, crime oo" mest de pessoas para prostituigao, crimes ligados & dentre outros. Todavia. a politica de regula fo, crimes de Odio racial, trafigg io dos direitos civis (politicos) to norte-americana, a partir de 1960, passou a i 's de poderio econémico sofrer pressio por parte dos agentes privados detentores Os segmentos sociaig eer ee iar eee Se eae o teen envoltos, Tal fenémeno foi denominado de captur: gencies. ejovouo Estado a repensar o papel de suas agencies. |p see assim, as agencies que, até ent, tinham forte indep. . festagdes submetidas ao judicial ituidos, passaram a ter suas maniles 0 s diet a Teen ma amplitude da discricionariedade administrativa e técnica review, : sats. 7 & w ninda na li¢ao de Guilhermo Mujoz: “A captura das agéncias pelas empresas reguladas colocou em crise sua independéncia e aumentou o problema da falta de controle democratico,”” Por sua vez, Maria Sylvia Zanella Di Pietro™ leciona que a limitagdo da independéncia das agencies redundou em: a) 2 ampliagao do controle judicial, com 0 exame da matéria de fato, da motiva cao, da razoabilidade; b) a sujeicdo das agéncias 4 politica tracada pelo Presiden- te da Republica; c) a exigéncia de demonstragao da relacao custo-beneficio; d) 2 aprovacio prévia dos projetos pelo Executivo e pelo Congresso; e) a ideia de desregulamentacao, Nos Estados Unidos da América, por fim, ha diversos modelos de entes re- Buladores, que compdem sua peculiar e tinica estrutura de Administragao Publica, Afirma-se, nfo raro, que o direito norte-americano é reconhecido como 0 direito = ees ae sa organizagao descentralizada, havendo varias espé- s de ;, Classificadas por critéri atibuidose também sana Pe tios de natureza dos poderes que Ihes sio — MUNOZ, Guillecm, lial 10. Os entes regu, £05 no direito compay Feguladores como inst ae i. 7 : Direit rument bl: Ali Sunda Sao Pau togit Diteito administrative acy oe controle os servigos PU cs DIPIETRO, Maria Syvig 9 e"05 Editores, 2000, p, 14g, omuee: Coordenacao de Ca" 390; ¢ Parceri ‘2 Zanella. Direito adminicn erias na administracéo Diibieg gustativo, 12. ed. Sao Paulo: Atlas, 2000.F- | Sao Paulo: Atlas, 1999, p. 139. Cap. 3p: + DIREITO ECONOMIC ADMINISTRATIVO. | 255 a ladoras (non r p) nao regu 1 regulatory agency): limit . ‘patureza social; 'Y agency): limitam-se a prestagdo de servi- 90 ecutivas (executive agency . op ex gency): seus dirig A : Re ‘elo Presidente da Reptiblica dirigentes podem ser demitidos de for- i 5 andependentes (independent rey ue protegidos pneu piper agency or comissions). ses ati gen gos Tei sainncaa 9 podendo ser destituidos nos casos Assim, @ ae © publico-administrativa nos Estados Unidos da Amé- rica se concentra nas agencies, instituidas por lei, com outorga de poderes para pseu mister. A lei determina a dirego para sua atuagio e os Eisan de ait os principios que regem seu funcionamento e a forma de fiscalizagaio pelo Congresso Nacional. Como ja dito, as agencies existem nos Estados Unidos desde 1887, sendo que no decorrer de todos esses anos foram feitas diversas alteragses no regime de controle dessas agéncias, ou seja, nada foi verticalmente imposto, além de que o regime juridico dos paises anglo-saxdes é diferente daquele adotado no Brasil. Em que pese a forte influéncia do Direito norte-americano, nao sera com a mera utilizagao de seus institutos norte-americanos que ira modernizar a Adminis- tragdo Publica patria, tornando-a mais democratica e menos lenta. Isto porque tais conquistas, em termos de eficiéncia piblica, foram fruto de um modelo de abertura para as necessidades da coletividade, bem como da criagdo de maiores mecanis- mos de fiscalizagdo ¢ controle da Administragao, por meio de eleigbes realmente legitimas, direito de petigdo, audiéncias piblicas, exame de contas piblicas, assim como outros controles de forma indireta. 2.2.1.2, Os modelos europeus No continente europeu o processo de aumento das atividades reguladoras pelo Estado foi corolario da redugdo do papel no Estado como agente explorador deatividades econémicas e prestador de servigos piblicos, oriundo da necessidade de desestatizagdio de sua Ordem Econémica. O modelo de desestatizacao serviu de base para o processo de diminuigo da participacdo do Estado brasileiro em sua economia, a No sistema europeu, em virtude de seu processo hist6rico-juridico, Poder Piblico é estruturado de forma mais complexa, compreendendo uma série de 6r- Bios e entes que se encontram ora subordinados ao Governo Central, ora mera- Mente vinculados de forma indireta. 2.2.1.2.1. O modelo inglés ene Parte da doutrina brasileira defende que as Agéncias 7% 1 ge "eno Reino Unido, 0 qual teveinfluencia dita No modelo dos Estados Unidos a . 2 at re de raes: te América. Nessa linha, confira-se a Tigao de Alexan Tota das Agéncias Reguladoras é inglesa, a partir da criagaio, pelo Parlamento, 256 | DIREITO ECONOMICO - Leonardo Vizeu Figueiredo em 1834, de diversos drgios auténomos com a finalidade de aplicagao © concre. tizagdo dos textos legais”.” 7 cxecutiva), mais conhecida Na Inglaterra a Executive Agency (Agencia EXON Vitara infiuéncig como Newt Steps slgeney, foi concebida com 0 OBIE" venham envolver a 3s especificas MT, ao aperfeigoamen. do poder politico na regulagaio de questée! enc sociedade britanica, visando 4 melhoria ¢ Por © a Gadao quanto do proprig to da prestagdo de servigo publico, tanto em Pro governo. a i uem poder normativo, Todavia, as Agéncias Executivas britanicas aa noicle fe acne tendo natureza juridica sui generis, uma vez WEP "cob fiscalizagao do ténomos, vinculados aos ministérios setoriais do Exe’ a Legislativo. 2.2.1.2.2. 0 modelo francés : Na Franga, de origens no direito romano © no tedesco, de ome oe dite. rente do modelo norte-americano, a ideia era operacionalizar a deses atizacao, diminuindo sensivelmente a participagao do Estado na seara econémica, median- te regulagao setorial de nichos especificos e sensiveis da economia, bem como por meio da implementacao da concorréncia. Assim, surgiu a necessidade de se enarem autoridades reguladoras, denominadas de Autoridades Administrativas Independentes (Autorités Administratives Indépendantes). Todavia, nio gozam de personalidade juridica propria, tendo natureza de 6rgiios puiblicos, em que pese terem independéncia ¢ autonomia. A area de atua- 20 dos reguladores franceses possui maior espectro de amplitude, indo além da regulagdo de setores econémicos ou de servigos piblicos delegados. Tém, aaa eee ce protegfo a direitos fundamentais e a direitos civis perante Os modelos francés ¢ norte-ameri composigao colegiada dos érgios de directo de seus ones negroes me pemite qu seus ats seiam deliberados por consense oe pee ee senso Ou por maioria, fato que permite maior racionalidade na sua atuagao, fortalecendo, de: ta feita, seu pode » fc ndo, desta feita, c por cons| 1 do fe ae conforme preconiza lodelo de Administragao Publica. MORAES, Ale, Alea 745, set, 2001, "A" 4° AGEnciasregulady ras. Rj pao cnne Cap.ll + DIRETO ECONOMICO ADMSTHATIVO. | 257 2.1.2.3. O modelo portugués Fendmeno relativamente ras, portanto, sto fonte de pou constituctonal, que Timita o Conhecidas por Autoridades Administrativas Independentes — AAI, as regu- indoras Tusitanas so organismos com fungdes administrativas especializadas, com independéncia orgiinica ¢ funcional, ¢ ainda munidos de poderes normativos limi- tados. de fiscalizagao ¢ sancionadores, Caracteristica relevante do modelo regula- dor portugués reside na natureza juridica do mesmo, com personalidade propria distinta do Governo Central, tecente no direito portugués, as Agéncias Regulado- cas discussdes, muito em fungio do proprio sistema poder normativo, 2.2.2. _ Previsao constitucional Em que pese somente haver previsio constitucional especifica para regulacaio do mercado de telecomunicagdes e do mercado de comercializacao de combustiveis fosseis derivados (petr6leo), a luz dos artigos 21, XI, ¢ 177, § 2°, Ill, o artigo 174 da ao Estado a fngdo de agente regulador da atividade econémica, conforme a seguir transcrito: Art. 21. Compete 8 Unio: ) X\ - explorar, diretamente ou mediante autorizago, concessio ou permisséo, os servigos de telecomunicagées, nos termos da lei, que dispora sobre a organizacao dos servigos, a criacdo de um érgao regulador e outros aspectos institucionais; () Art. 177. Constituem monopdlio da Unido: (...) § 22 Alei a que se refere 0 § 1° dispord sobre: (...) Ila estrutura e atribuigées do érgao regulador do monopdlio da Unigo; (A) Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econdmica, o Estado exer- cera, na forma da lei, as funces de fiscalizacao, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor piblico e indicativo para o setor privado. (Grifamos) Logo, podemos concluir que as expressas indicagGes no texto constitucional tém um carater meramente exemplificativo, n’io possuindo cunho taxativo para o Poder Pliblico. Observe-se que o legislador constituinte originario trouxe previsio specifica de entes reguladores, to somente, para os mercados de petrdleo ¢ de telecomunicagées por se tratar dos dois mais fortes monopdlios estatais, entdo vi- Bentes, que estavam sendo abertos ao mercado privado 2.2.3, Caracteristicas Podemos destacar, no ambito das atribuigdes gerais das agéncias reguladoras, 8 caracteristicas a seguir listadas, como comuns e préprias a todas: 2 .1. Capacidade técnica As agéncias reguladoras, dado seu carter de ente normatizador e fiscalizador de setores especificos da economia ou de relevante interesse coletivo, devem ter 258 | DIREITO ECONOMICO - Leonardo Vizew fiqueltel li crentes A Sit firey g, as 1 inovagies leenoléy 7a Hotstio saber, a fim de atender As mecessilte Atuagdo, mantendo-se permanentemene at! e re o setor regulad & €88enCial py, conhecimento té Jcancem, efetivaments Hho por agentes espreparalos py que as politicas estatais concebidas PATTY fins coli s. A regulagiio estatal levee i nicas © funestas, que be fins colimados. A regulag: consequancias (aigic Me being 5 tanto ¢ ato temeririo, mormente de improbidade administrativa mand Para se evitar que a incompetene! ‘idéria afastamento das indicagdes politico-pat eae i" mero de cargos de livre nomeagio © exoneritn concursados. ocupantes de cargos efetivos, na regulagio estatal. s necessidades do mere Klos dot 1 sab co-operaciont a Mico para o mereado a 5 para 0 ale na Agencia, faz-se an « diminuindo-se sobejamente o nj, para se privilegiar 08 Servidor, jo das atribuigdes técnica, 3.2, Permeabilidade ; i a cae em vista que as agéncias reguladoras atuam no sentido de equilibrar os interesses dos entes que compoem 0 mercado, devem, por Sbvio, mantr canais de diglogo aberos com os agentes econdmicos, consumidores ¢ Poder Publico, Exemplificativamente, vale citar as consultas publicas, instrumentos de regu. Jaco por meio do qual aAgéncia submete previamente suas agdes ao cri vo da ani. lise dos segmentos envoltos. Desta forma, antes de dar vigéncia as suas politicas de regulag4o, os entes reguladores promovem um estudo das possiveis consequéncias e dos eventuais impactos que as mesmas produzirao. 2.2.3.3. Independéncia Garante que as agéncias reguladoras nao sofram influéncias externas ¢ estra- nhas no exercicio de suas fungdes. A independéncia procura dar base para a impar cialidade ¢ neutralidade no exercicio dos poderes regulatérios. Subdivide-se em: 2.2.3.3.1. Independéncia orgénica pao cnne Cap. bi ITOECONOMICO AMiNistRATWO. | 259 tivo e do Poder Executivo, af *cutivo, af estando inch no art 76 da Consttugso da Republi tn esfera intra com spednes ifamos Todavia, destacamos que tal entendi » de ndimento é minoritari Direito Com minoritario, nao amparo n0 Gale ee tampouco na lei. Note-se que, para eae e curso iE n shurna 4 necessidade de expressa previsao les i ‘ 7 1 30 130 Ae 7 al, a qual no foi positivas ja em nenhuma lei criadora de agéncias no direito pat eo ese Da patrio, até o presente Insta salientar, por fim, que em recente parecer normativo a Advocacia-Geral da Unio" admitiu o recebimento de recurso hierérquico impréprio em face de deci- sao proferida em ultima instancia administrativa de Agéncia Reguladora, na qualida- gede direito de peti, admitindo 0 conhecimento do mérto Tecursal, tio comente, ara corres de ilegalidades, desvio de finalidades ¢ abuso de autoridade. ALei n. 13.848, de 2019, trouxe a lume diversas regras sobre o poder de- cisério geral das Agéncias Reguladoras, que deverdo sempre motivar ¢ externar 08 pressupostos faticos e juridicos, tanto nos processos sancionadores quanto nos processos de edigéio de normas, obedecendo-se, sempre, os principios da razoabi- lidade e proporcionalidade, isto é, a devida adequagao entre meios ¢ fins, vedada a imposigdo de obrigagdes, restrigdes © sangdes em medida superior aquela necessé- tia ao atendimento do interesse pitblico. Thova-se com a figura da Andlise de Impacto Regulatorio (AIR), como pres- suposto tecnico nos processos de edigio ¢ alteragao de atos normativos de regula- do de mercados, a fim de avaliar os possiveis efeitos do ato. A AIR serd objeto de regulamentagao no regimento interno de cada Agéncia Reguladora. Nos casos em que nao for realizada a AIR, devera ser disponibilizada, no minimo, nota técnica ou documento equivalente que tenha fundamentado a proposta de decisio. O processo de decisio da Agéncia Reguladora referente A regulagio tera ca- rater colegiado, sendo deliberado por maioria absoluta dos votos dos membros de seu 6rgaio deliberativo, podendo haver delegagdo interna de competéncia decisoria, sempre passivel de reexame. co Aleta. 1 paid 3019, prima peta maior transparenei*¢ integridade oP tativa, determinando que as pautas das reuniGes deliberative fas A ladoras sejam previamente divulgadas, gravadas Por mee < oases a lizadas aos interessados, a excea0 44s matérias consider corporis, ie ic iro: Lt men Juris, 2005 GUERRA, Sérgio, Controle judicial dos atosregulatorios.fiode enero ul ‘ Pacer a 16.2006. DO, 19,06.2006, Ms-4/2006. Parecer AGU n, AC-51, aprovado em 13.0 260 | DIREITO ECONOMICO - Leonardo Vizew Figueiredo procedimento dg jas para 0 10 pelo conse, 1s ¢ padronizad Ontrossim, trouxe regras mais cl de de ; ante a toma consulta piblca, a ser observado previamente 810M in uta € das proposta aediga es ccondMiCos, Consy, storia coleginda, bem como diretor ou pela di de alteragao de ral dos agent ds servigos prestadds 4. apoio & tomnada de dveisto por Assim, a consulta piiblica & 0 instrument eo ate eivio de cies meio do qual a sociedade & consullada previamente: Fe proposta de norm sugestées contribuigdes por qua squer eae Rewula aaa ia aplicavel ao setor de angio Aa ci Rd CONVOEA Ain ec . Ab ‘ pai re matéria considerad, publica para formagao de juizo tomada de decislo So ea Seeme 7 ree vate condo este 0 instrumento dé apoio & OM 0 piblicg qual é facultada a manifestagdo oral por ausisquer a negilator pale i r matéria rel . Reguladora poderi, reviamente destinada a debater mat 4 See Ppl Jecer, em regimento interno, outros meios de participag: nteres aid se oiades, di meio de organizagdes € associagdes sados em suas decisdes, diretamente ou Po! legalmente reconhecidas. 2. Autonomia administrativa uladoras de instrumentos econémicos & financeiros que permitem o devido exercicio de suas atividades, sem precisat socorrer-se a0 Go- vem Central, tendo liberdade de gestdo, no sentido de arrecadar receitas proprias ¢ organizar suas respectivas despesas, sem ingeréncia do Executivo, ficando, tio somente, sujeitas a controle do Legislativo, via Tribunal de Contas. Nessa linha, reforgando a necessidade de conferir maior amplitude adminis- trativa, a Lei n. 13.848, de 2019, estabelece que a autonomia administrativa da agéncia reguladora é caracterizada pelas seguintes competéncias: 1. solicitar diretamente ao Ministério da Economia: 3 sutra para a realizagiio de concursos piblicos; provimento dos cargos autorizados em lei para seu quad: aera ro de pessoal, ob- servada a disponibilidade orgamentétia; : : c) alteragdes no respectivo qu: itecationeeds tess ea i quadro de pessoal, fundamentadas em estudos de 2. conceder didrias pas alteragdes nos planos de carreira de seus servidores; “ sagens e : merce ° € autorizar afastamentos do Pais phen amelos nacionais ¢ internacionzs 3. celebrar cor . res da agéncia; ntratos administi ° rativos : ‘ io, independent s € prorrogar contratos em vigor relatives ntemente do valor. 2.22: Dota as Agéncias Regt pao cnne Ca + DIRETO FCoNOMICO ADMINISTRATIVE: | 261 jg objetivo de promover a adogao d A deteces Jo de medidas ¢ ag 0. i deteego, A punigho ed remediagdo de | institucionais destinadas a 10 de fraudes ¢ atos de corrupgao. 2.2.3.3.3. Conclusées parciais Avantagem de distanciar a Apéneia & dar-lhe independéncia, eque a ee das partes interessadas, isto © do resuladdor pelos inloresses lendonietu litaesciee belovidaoeats dle captu- wa eaulagdo e impedir sua efeividade. Pot o iter indevidamente o processo entidade reguladora vir a ser influenciada por parte ¢ entende-se a possibilidade da * I Ia por parte de um dos setores sob seu cam- po de regulagao, a ponto de tal influéncia traduzir-se em interferéncia estranha na regulagao imparcial de mercados ¢ setores de interesse relevante. ‘Agravam, sobe- jamente, o“risco de captura” eircunstincias como a dependéncia dos tomadores de decisdes, a influéncia politica, a dependéncia da Agéncia Reguladora em relacao ao conhecimento tecnologico superior ao da industria regulada, a selegio indiscri- minada de quadros técnicos oriundos do setor ou industria regulada para servir & agéncia, a possibilidade de futuras posigdes ou empregos na indistria ou setor re= gulado, a rotatividade dos préprios dirigentes das agéncias, migrando da iniciativa privada para o Poder Piblico e vice-versa, ¢ quando ha necessidade, por parte da ‘Agencia Reguladora, do reconhecimento e cooperagio da indistria regulada. Diante de tal quadro, para que fossem mitigados os riscos de captura por se- tores regulados, a experiéncia anglo-saxa acabou por criar as agéncias reguladoras, no modelo € com as caracteristicas como hoje sto conhecidas, isto é, com autond- mia orgamentaria e financeira, mandatos fixos para os dirigentes e nao coinciden- tes com as eleigdes majoritirias, estrutura de diregGes ¢ decisOes colegiadas, qua- rentena para os dirigentes na partida, dentre outras. Estas caracteristicas, que dao um grau de independéncia as agéncias, vem se tornando padriio na maior parte dos paises desenvolvidos e ja encontram reflexos definidos nas instituigdes brasileiras. | adotado para as agéncias regu- Mister ressaltar que 0 modelo institucional lo pi ladoras nao procura torna-las infensa a qualquer influéneia dos muitos agentes econdmicos no mercado, tampouco da sociedade, que sao afetados pela regulagtio econémica. Tentativas de influenciar 0 processo de regulagao com vistas a satis- facio de interesses proprios sio legitimas. A difieuldade surge fused ° ee de regulagao ¢ influenciado em uma forma nao transparente, em detrimento 30 ou fungdo de confianga equivalente a DAS 4 ou superior, setor pales (cut pel te 13.48 ie anuNaene@ DAS ou super 0 . cargo de docente ou de pesquisador no campo de atividade da agéncia regulado- a ee ae conexa; ou (Incluido pela Lei n® 13.848, de 2019) <4 0 (ca de de experiéncia como profissional liberal no campo de atividade da ‘guladora ou em area conexa; ¢ (Incluido pela Lei n? 13.848, de 2019) ll=ter formagao académica compati ativel com o cargo para o qual foi indicado. (Inclui do pela Lei n° 13.848, de 2019) a 2.2.4.2. Corpo técnico O corpo técnico das Agéncias Reguladoras é selecionado nos termos do arti- go 37, II, da CRFB, tendo vinculo estatutério com a Administragao Publica, uma vez que, no exercicio de seu munus piiblico, deve ter sua competéncia previamente fixada em lei, somente podendo ser afastados os seus membros nos casos estabe- lecidos no artigo 41, § 1°. Art. 37. A administracao publica direta e indireta de qualquer dos Poderes da Unido, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municipios obedecerd aos principios de legali- dade, impessoalidade, moralidade, publicidade eficiéncia e, também, ao seguinte: (.) Ila investidura em cargo ou emprego pubblico depende de aprovacdo prévia em concurso publico de provas ou de provas e titulos, de acordo com a natureza € Complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as n0- meages para cargo em comissio declarado em lel de livre nomeagao ‘exoneracao; ) is 41. Sao estéveis apés trés anos de efetivo exercicio os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso public. § 12 O servidor publico estivel s6 perder 0 cargo: | em virtude de sentenga judicial transitada em julgado; Il ccmediante processo administrativo em que Ihe seja assegurada ampla defesa; Ih neafiante procedimento de avaliaga0 periédica de desempenho, na forma de I complementar, assegurada ampla defesa. Em virtude do permissivo introduzido pela Emenda Constitucional n. 19/1998, promoveu-se a criagao de empregos piiblicos para composigdo dos qua- dros de pessoal das Agéncias Reguladoras, a seren regidos pela Consolidagdo das Leis do Trabalho, via Lei n. 9.986/2000. Todavia, tl regime contratual de trabalho ¢ incompativel com as atividades das ‘Agencias, uma vez que a atividade de regu- aco de mercados e setores de relevante jinteresse coletivo demanda 0 exercicio de Bolder de policia administrative, de atividade fazendria de arrecadagaio de receitas ont omenme 264 | DIREITO ECONOMICO - Leonardo Vizew Figueiredo jdores vinculados tributatias, as quais somente podem ser realizadas por ser¥iCT das em Tees, regime estatutirio, com competéncias ¢ atribuigd reviamen «aime de trabalhy lagao especifica para exercicio de minus publico. Isto POT. crrabalho, se trata de regido pelo contrato, nos moldes da Consolidagao das Les ara outorga de atribuj. si privada, o qual nio é meio idéneo Ps instrumento de nature ces legais ¢ exclusivas de Estado. . saz que se delimitem atri- Para a pritica de atos admin srio se faz aU S vara a pratica desses atos se buigdes por meio de lei e que a vinculagao cee ie Bes canna de, igualmente, por forga de lei. Hé de se fer © mente a res 8 ser con ce forme dautrina tradicional, possui cine clEMEN cvencia a delimitacio peténcia, finalidade, forma, motivo ¢ objet Sendo 2 ore a, ef cons. perepuigges a seem exereidas em nome G0 POET TTS uz, da CREB), tem oe a eos principio constitucional da legalidade (GM Ys eo “ao ha como se de estar previamente definida em norma jur eee aii sees acre ees a rey juidcidade de seatribuir via contrato de WNT 1 manifestou-se, Corroborando tal entendimento, o Supremo Tr via liminar proferida nos autos da Medida Caut telar na Acdo Direta de Inconstitu- cionalidade - MC/ADI n. 2.3 10/DF. Relator: Min. Marco Aurélio. DJ, 01.02.2001, p. 00005, no seguinte sentido: rativos, neces da pessoa P: ecisfo, Liminar. Agéncias Reguladoras. Pessoal. Arregimentacao. CLT. Pessoal ds Jelebrss, Aproveitamento. Impropriedade ~ Liminar Deferida. Ad referendum do plendrio. ..) Os servidores das agéncias reguladoras hao de estar, necessariamente, Submetidos ao regime de cargo pUblico, ou podem, como previsto na lei em exame, ser contratados para empregos puiblicos? Ninguém coloca em duivida o objetivo maior das agéncias reguladoras, no que ligado a protec do consumidor, sob os mais diversos aspectos negativos ~ ineficiéncia, dominio do mercado, concentrs- 40 econdmica, concorréncia desleal e aumento arbitrario dos lucros. Hao de estar as decisdes desses 6rgios imunes a aspectos politicos, devendo fazer-se presente, poses ° unas técnico. E isso o exigivel nao sé dos respectivos dirigentes ~ eee ee ~, mas também dos servidores - reguladores, analistas de Mote & regulagto, procuradores, técnicos em regulacao e técnicos em suport iso ~ Anexo | da Lei n. 9.986/2000 — que, j ro, Io de corparifcar o propria Eetado recess untamente com os primel efetiva regulacao dos servicos. Prescindit eee aoa unbaiealie rae ir, no caso, da ocupagao de cargos piiblices S, € adotar flexibilidade incompativel ¢O™ , igualizando os servidores das agéncias? quais nao se exige, até mesmo, escola’ s, Mecandgrafos, entre outros. Atente-se le na qual o poder de fiscalizagio, 0 pode" Par, exigindo, por isso mesmo, que aque? e sem receios outros, e isso pressupee? fade prevista no artigo 41 da Constituis®” com os direitos e garantias a eles inerente: a natureza dos servic cera serem Prestadores de servi eae dade maior, como s Paraa espécie, ties subalternos, dos 10 serventes, artifice: Esté-se diante de atividad eal Sido pela CLT com o contrato administ'ti que ter pron argo espedae to hatureza publica e é verculo Vall Cap. DIETS ECONGMICE API nanvo | 265 Federal. Alids, ” » "0 artigo 247 da Lol Mator a Moco do regime de-caigo piblico rein adoras”, Rofere-s, on gutagoras’: Refere-se o proceito Aquotes que des nade eae aie fiscallzagao 0 4 Em suma, no se coaduna com os abjetives props as agénclas requladoras, veteadelras autarquias, embora de cariter especial, a flenibilidade inerent especial erente aos empregos puiblicas, Impondo-se a adoro da BFA Que & a revelada pelo regime dec a outras atividades fiscali; Banco Central, dos Tribun; so sobre a nece: elativamente aos servidares das agin olvam atividades excels 10 piiblico, tal como acorre em relagio loras ~ fiscais do trabalho, de renda, servidores do de Conta ete, (yrifamos). Por sua ve7, a 1 cin, 10.871/2004 criou as earreiras especificas ¢ organizou 0s respectivos quantitativos de cargos efetives ¢ estatutirios no Ambit das 4 fi éncias reguladoras federais, pondo termo a discuss ‘lo anterior, E de se destacar, Por fim, que podem ser efetuadas mediante terceiri previamente licitada ¢ contratada nos termos da Lei n. 8.666/1993, tio somente, a atividades-meio, tais como limpeza e vigilineia, 2.2.4.3. Corpo juridico Todas as agéncias reguladoras possuem procuradorias encarregadas das ati- vidades de consultoria ¢ assessoramento juridicos, bem como da representagio judicial ¢ extrajudicial das entidades. Tais drgios juridicos so pertencentes a estrutura da Procuradoria-Geral Fe- deral, 6rgao vinculado 4 Advocacia-Geral da Unido, nos termos do artigo 131 da CREB, art. 29 dos Atos das Disposigdes Constitucionais Transitérias, bem como dos artigos 17 € 18 da Lei Complementar n. 73/1993, que, nos termos do artigo 10 da Lei n. 10.480/2002, tem competéncia legal para exercer, de forma independente e auténoma, a representagiio, bem como as atividades de consultoria e assessora- mento das autarquias federais, excegio do Banco Central do Brasil, nao guar- dando qualquer relaco de subordinagiio hierirquica com a agéncia e sua diretoria. Assim, retira-se do quadro de pessoal das Agéncias Reguladoras sua ativi- dade juridica, no que se refere 4 fixagio do alcance ¢ da interpretagao de leis, consultoria € assessoramento juridicos, bem como de representagao em Juizo e fora dele, transferindo-a a um 6rggio superior da Administragio Pablica Direta, de expressa previsio constitucional, a quem incumbe a defesa preventiva da ordem juridico-constitucional da Republica brasileira Desta feita, mitiga-se o risco de conflito normativo entre os atos dos entes regulado- 1es € 0 ordenamento legal brasileiro, uma vez que os mesmos so previamente submeti- dos ao crivo de andlise do 6rgfio constitucional a quem incumbe a fixagdo cla jurisprudén- cia normativa do Executivo Federal, evitando-se, assim, que os entes reguladores entrem emzona de conflito com os demas Orgs e entidades do Poder Publica, 2.2.5. Formas de controle das agéncias reguladoras Em que pese a autonomia e independéneia de que as agéncias reguladoras 0 Publica, tendo, por dbvio, que se Sto dotadas, elas sitio entes da Administra ont omenme 266 | DIREITO ECONOMIC - Leonardo Vizeu Figueiredo meio das fungie, ; sidos por submeter aos Poderes Constituidos do Estado, exercidos Pi Legislativa, Executiva e Judiciiria a situa-se no ca Reguladora sitta-s¢ 0 campy Observe-se que a independéneia da Agénci a do exereicio de suas atribuigdes técnicas, na qualidac cado econdmico ou setor de relevante interess Social. i soeS emanadas do jy, preceitos contidos nas leis oriundas do Legislative, 8S tivo, via contrato de diciatio, bem como aos comandos estabelecidos Pe ; ‘celebrado COM O respec. gestdio, quando este for legalmente previsto, autoriza’ tivo Ministério.* a jdico patrio, a criagdo de Isto porque é inconcebivel, dentro do sistema jong ut do do Estado for, uma entidade, piiblica ou privada, derivada do Lit coemalo 4 Repdblica, uma do campo de atuagao deste. Equivaleria acriar um ente a0 er Piblcg vez que nao se submeteria aos preccitos constitucion is“ sieposto no artigo 49, X O proprio texto constitucional estabelece, 4 ae fevalizar e controlar, @ que “é da competéncia exclusiva do Cor tl Executivo, incluid if wNamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Bacculiv, Ite uldas os da administragao indireta”. Todavia, 0 cont trole politico-piblico exercido pelo Legislativo, para ser eficiente e coerente com 0 modelo de regulagao estatal via agén- cias independentes, também deve ser institucionalizado e, como na maior parte dos paises onde a regulago esta definida, deve se concentrar na exigéncia de prestacao Ge contas e fidelidade ao cumprimento das politicas piblicas para o setor regulado. préprio texto constitucional estabelece, & luz do disposto no artigo 49, X, que “é da competéncia exclusiva do Congresso Nacional fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, inclui- dos os da administracao indireta”. Todavia, o controle politico-publico exercido pelo Legislativo, para ser eficiente e coerente com o modelo de regulagao estatal via agéncias independentes, também deve ser institucionalizado e, como na maior parte dos paises onde a regulagéo esta definida, deve se concentrar na exigéncia « tector de contas e fidelidade ao cumprimento das politicas publicas para 0 lado. Assim, como toda entidade da Admini “bli Raa J M istra¢do Publica, a Agéncia Reguladora ae mH Seguintes tipos de controle, ane fe €i n° 13.848, de 2019, troux i temo e de integridade. a € Tegras mais claras de controle externo, in- Portanto, 0 control nto, e externo das agénci , - gresso Nacional, ¢ gencias reguladoras sera exercido pelo Con- om auxilic il e de finaneas. ‘lio do Tribunal de Contas da Unido, para fins finalisticos Reg monte regulador de mer ade dr vendo SUDMELET-se agg pao cnne ‘Cap.Il + DIREITO ECONOMICO ADMINISTRATIVO | 267 22.51 Controle financeiro Bxercige Bea Pelo Tribunal de Contas, érgio do Legislative, no jue se rel NS € servi¢os a scu cargo, bem como no que tange a A ecadagdo ¢ gastos de suas receitas e despesas pblicas Tal controle tem por finalidade verificar a realizagao das despesas das Agén- cias Reguladoras, dentro dos estritos contornos delineados na Constituigao (art. 70, CRFB) € na legislagao infraconstitucional, bem como no orgamento anual aprovado para 0 referido ente. Assim, compete 4 Corte de Contas verificar se, na realizagao de seus gastos, o ente regulador esta observando os principios constitucionais de eficiéncia (art. 37, caput, CRFB) e economicidade (art. 70, caput, CRFB), a fim de, na realizagao de suas atribuigdes legais, maximizar seus resultados, alcangando-os mediante a efetivagéio das menores despesas possiveis. Atualmente, discute-se a ampliagao do controle da Corte de Contas sobre os atos de regulagiio tipicos das agéncias, a fim de avalii-los, inclusive, quanto per- secugdo de resultados, buscando a maximizagao destes. Isto porque, na execugao de suas normas ¢ politicas, a Agéncia Reguladora necessariamente realizara gas- tos para tanto. Tais despesas devem guardar relag&o de razoabilidade econdmica (eficiéncia alocativa) no que se refere a relagao entre os fins colimados ¢ os meios escolhidos para tanto (custo-beneficio). Com a privatizagao das empresas estatais ea transferéncia do direito de exploragao de servigos publicos para a iniciativa privada por meio de concessdes € permissdes, implementou-se, em bases legais, um novo modelo regulador que permitiu ao poder concedente atuar mais intensi- vamente na regulamentacio, contratagao e fiscalizagao das delegagoes, em vez do provimento direto dos servigos piiblicos. Ainda que a base para a transferéncia de servigos piblicos ao setor priva- do esteja definida na Constituigao da Republica (art. 175), foi a edigao da Lei n. 8.987/1995, que catalisou um processo mais sistematico de delegagao a conces- siondrios e permissiondrios, levando a uma reavaliagiio da forma de atuagiio do Tribunal de Contas da Unido, mediante a adogao de um modelo estatal regulador, que passou a avaliar o desempenho tanto do poder regulador, quanto da qualidade dos servigos prestados. Insta salientar que a Lei 13.934/2019 regulamentou 0 con- trato de desempenho previsto no § 8° do art. 37 da CF. A literatura sobre regulacao estatal bem como a doutrina que se vem firmando sobre 0 melhor modelo institu- cional dos entes reguladores sustentam que os pressupostos para a implantagao de um marco regulador estvel sfio de que a Agéncia Reguladora deve ter um certo gtau de autonomia do executivo politico para que ela possa implementar com cre~ dibitidade as politicas reguladoras. Os objetivos reguladores si multifacetados € muitas vezes conflituosos — por exemplo, garantir equidade e eficiéncia na presta- So de servigos. : oo . . _ Contudo, os objetivos comuns desse tipo de agéncia, em diversos paises, incluem a regulagdo econdmica, a regulagao social e a regulagao técnica ou de Walidade, Os processos de formulagao da politica reguladora estipulados pelos pao cnne 268 | DIREITO ECONOMIC - Leonardo Vizeu Figueiredo : s pela agénc} politicos eleitos ¢ os processos de implementagio exec ESOS, pele Po. dem escapar mais facilmente dos sistemas de feies ee nal estrutura oig, ente foi concebido de forma auténoma em relaga0 "7 osce vids antidem, Be centista tripartite de poderes estatais, Com ies aie contidos nas politica, tico e tendente a captura por interesses diversos 48°" 4 perene a um sistem, publicas, o ambiente regulatério deve ser exposto es de Contas é funda. ort = 7 apel das CO! cee robusto de accountability do govern. oO P PF pois se deve garantir alto gray mental para que o regime regulatério se susten e, orios, uma vez : sos regulate que de transparéneia e accountability sobre 08 oe indesejad0s por parte daqueles , : tam eee éncia pode levar a comportal ar que inexiste na lin; inden a ec en = a0 accountabili ‘eno da expressdo ac : reflita o sentido Pin "esponsabilidade outorgada e: ie portuguesa uma palavra qu dine que consiste na obrigagao de responder ee resrge delega a responsebi Pressupde a existéncia de pelo menos ue at canis da Fort coms i ‘isso lidade e outra que a aceita, com 0 compromi onsabilidade. 7 . requer a andli dsion uioea mea wxon Higayle de de. O papel GO controle extemo € grant a. ° ei voumabiliny democritica nas dimensoes de legalidade/conformida‘ adlos it tibli aso, de regulacao. das politicas puiblicas, no presente caso, cae se refere &5 Pividades-meio das Agéncias Reguladoras, o controle i i é pleno, como ocorre em relagao a financeiro realizado pelo Tribunal de Contas € pleno, ocorre em gaaiquee ente integrante da Administragao Publica. Em relagao as atividades-fim que envolvem a regulagao, a atuagdo da Corte de Contas deve se restringir a aspec- abeis das despesas oriundas da implementagdo das politicas tos financeiros e contal m Bo i publicas do ente para seu respectivo setor regulado, nao cabendo juizo de mérito administrativo no que se refere a elaboragao destas, a principio. Observe-se que o controle financeiro, em nenhuma hipétese, pode se traduzit em possibilidade de restrigo ou contingenciamento orgamentario nas contas das Agéncias Reguladoras, evitando-se, assim, que a questao do controle financeito seja pervertida em forma de captura e interferéncia indireta do Governo Central na regulacao técnica ¢ independente da Agéncia. 2.2.5.2. Controle finalistico re eo Testrita, pelo Executivo ¢ pelo Legislativo (Comissées es sung ieee bem como por toda sociedade, no que se refere, ti? atividade deco men'© das politicas piblicas, dos objetivos e das finalidades & le regulacao a ser alcangado pela agéncia. Assim, a Agénc: a ia es » 2 Agencia Reguladora deverd elaborar relatorio anual circunstanciad? de suas atividades, ni NO qual destacaré o cumpri eee mn a ee Legislativo e Executivo, e dos aaa cto “ Plano estratégico, que ¢ rcbien ata ae lEgicos esperados das agdes da A, pao cnne Cap. tt + DIREITO ECONOMIC ADMINISTRATIVO. | 269 foros externos alleios a0 controle da te o cumprimento do plano; by plano de gest@o anual, alinhado rio instrumento anual do I agéneia que podertio afetar significativa- ment as diretrizes estabelecidas no plano estra- angjamento consolidado da agéncia regula- dora e contemplara agdes, resultados ¢ metas relacionados aos processos finalisti- gos e de gestio. Objetiva- tegico. a) aperfeigoar 0 acompanhamento das agdes da agéncia reguladora, inclusive ge sua gestio, promovendo maior transparéneia e controle social; b) aperfeigoar as relagdes de cooperagio da agéncia reguladora com 0 Poder Piblico, em particular no cumprimento das politicas publicas definidas em lei; c) promover 0 aumento da eficiéncia e da qualidade dos servigos da agéncia reguladora de forma a melhorar o seu desempenho, bem como incrementar a satis- facdo dos interesses da sociedade, com foco nos resultados; d) permitir 0 acompanhamento da atuag’o administrativa e a avaliagdo da gestio da agéncia. Orelatério anual de atividades devera conter sumario executivo e sera elabo- rado em consondncia com 0 relatério de gestao integrante da prestagaio de contas da Agéncia Reguladora, nos termos do art. 9° da Lei n. 8.443, de 16 de julho de 1992, devendo ser encaminhado pela agéncia reguladora, por escrito, no prazo de até 90 dias apds a abertura da sessao legislativa do Congresso Nacional, ao minis- tro de Estado da pasta a que estiver vinculada, ao Senado Federal, i Camara dos Deputados e ao Tribunal de Contas da Unido, e disponibilizado aos interessados na sede da agéncia e no respectivo sitio na internet, E do presidente, diretor-presidente ou diretor-geral da Agéncia Regula- dora o dever de cumprir os prazos estabelecidos neste artigo, sob pena de res- Ponsabilidade. : Além dos planos, a Agéncia Reguladora deverd implementar, em cada exer- cicio, plano de comunicagao voltado a divulgagao, com carter informativo ¢ edu- cativo, de suas atividades e dos direitos dos usuarios perante a agéncia reguladora © as empresas que compdem o setor regulado. 22.5.3, Controle de juridicidade Exercido, previamente, pelas Procuradorias das agéncias reguladoras, na Qalidade de érgios externos vinculados & Advocacia-Geral da Unit (art. 131, CREB), bem como, a posteriori, pelo Judicidrio, em respeito ao principio da ina- fastabilidade do Poder Judiciario (art. 5°, XXXV, CRFB), sobre os atos e normas ttitados pela Agencia Reguladora, quando exorbitantes de seus limites legais, ou inda, quando nao guardarem relagao de razoabilidade e proporcionalidade com °S fins colimados pela Administragio Publica. : Observerse que & ‘Advocacia-Geral da Uniaio compete 0 exercicio legal da ago da jurisprudéncia administrativa de todo o Executivo, bem como sua re- Mesentacdo perante o Judicidrio.

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