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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

LEANDRO SILVA DE FREITAS

MONITORIZAÇÃO DE TEMPERATURA E UMIDADE EM


DATA CENTER

RIO DE JANEIRO/RJ

2021
LEANDRO SILVA DE FREITAS

MONITORIZAÇÃO DE TEMPERATURA E UMIDADE EM


DATA CENTER

Projeto Final apresentado como requisito para aprovação na


disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II do Curso
de Engenharia de Controle e Automação da Universidade
Estácio de Sá.

Orientador: Ary Manoel Gama Da Silva

RIO DE JANEIRO/RJ

2021
COMISSÃO EXAMINADORA

_________________________________________
Ary Manoel Gama Da Silva (orientador)

_________________________________________
José Renato Cozzolino (titular)

_________________________________________
Guilherme Salgado Gomes Sagaz (titular)

Rio de Janeiro, ____ de __________ 2021.


“A primeira regra de qualquer tecnologia utilizada nos negócios é que a automação
aplicada a uma operação eficiente aumentará a eficiência. A segunda é que a automação
aplicada a uma operação ineficiente aumentará a ineficiência.”

Bill Gates
Dedicatória
A Deus, que em sua infinita misericórdia tem nos
sustentado, me proporcionando alegria e
disposição para cumprir com todas as etapas desta
jornada.

Aos meus pais Nelton José de Freitas e Marta


Helena Silva de Freitas, que nas minhas doces
lembranças sempre me guiaram no caminho dos
estudos, hoje em memoria trago os dois de forma
especial.

A minha esposa Catiane Freitas que em nosso


convívio suportou minha ausência e durante essas
horas difíceis me apoiou em tudo que precisei.

Em especial meu Filho Benicio Yohann, para que


no futuro possa servir de exemplo e que nunca falte
aptidão para trilhar o caminho da sabedoria com
muito esmero.
AGRADECIMENTO

Aos queridos professores que trilharam junto comigo esse árduo desafio, dentre vários
que contribuíram na minha formação gostaria de agradecer ao professor João Roberto pelo
carinho, Odair Xavier pela condução, Ary Manoel pelo incentivo, Washington Bonfim pela
dinâmica, Guilherme Sagaz pelo entusiasmo, Leonardo Azevedo pela motivação, Ricardo
Falbo pela coragem e quero que todos os outros a qual eu não citei se sintam representados por
essa categoria de Mestres do conhecimento.

Ao Senhor Mauro Celnik, pela oportunidade de cumprir com mais uma etapa da minha
vida, voltada especialmente para minha formação profissional.

A todos que de alguma forma tiveram contribuição nessa jornada o meu mais sincero
muito obrigado, valeu por tudo!
MONITORIZAÇÃO DE TEMPERATURA E UMIDADE EM
DATA CENTER

RESUMO

O projeto tem por objetivo auxiliar os gestores de Data Center no âmbito da refrigeração a
identificar problemas no funcionamento do sistema de ar refrigerado, de forma rápida e eficaz
visualizando em uma interface por meio gráficos e valores, monitorando os eventos ativados,
gerados por um sistema de monitoramento, desenvolvido no âmbito da Internet das coisas (IoT).
A motivação para o desenvolvimento, veio através de uma observação feita durante a visita de
uma empresa de tecnologia da informação, na empresa em qual eu trabalhava, a falha estava
relacionada a temperatura elevada, o sistema não estava adequada as normas de refrigeração
para o funcionamento dos equipamentos ali instalados, o que ocasionava a falha constante da
central de processamento de dados, durante o de pico de aquecimento dos equipamentos a
refrigeração até então deficiente, ocasionava perda de dados, por paralisar os equipamentos ou
até mesmo danificando os itens ali instalados. A solução dispostas é de monitorar a temperatura
e umidade, fornecendo um resposta eficiente de baixo custo de construção e implementação,
desenvolvendo um plataforma de sensoriamento de temperatura e umidade, sendo controlado
por microcontrolador ESP32, exercendo comunicação pelo protocolo MQTT, com os dados
dispostos em nuvem no servidor Broker auxiliando na detecção de comportamentos anômalos
do sistema de refrigeração, baseados nas normas de refrigeração, de forma a enviar mensagens
ao gestor do Data Center quando eventos forem ativados, possibilitando analisar a linha do
tempo de dados monitorados visando identificar padrões de repetição e que o acesso a esses
dados estejam disponíveis na internet e aplicativo móvel.

Palavras-chave: Data Center; MQTT; ESP32; IoT.


ABSTRACT

The project aims to help Data Center managers in the field of refrigeration to identify problems
in the operation of the cooled air system, quickly and effectively viewing in an interface through
graphics and values, monitoring the activated events generated by a system monitoring system,
developed in the context of the Internet of Things (IoT). The motivation for the development
came from an observation made during the visit of an information technology company, in the
company I worked for, the failure was related to high temperature, the system was not adequate
to the refrigeration standards for operation of the equipment installed there, which caused the
constant failure of the data processing center, during the peak heating of the equipment and the
previously deficient cooling caused data loss, by paralyzing the equipment or even damaging
the items installed there. The solution is to monitor the temperature and humidity, providing an
efficient response with a low cost of construction and implementation, developing a
temperature and humidity sensing platform, controlled by an ESP32 microcontroller, exercising
communication through the MQTT protocol, with the data arranged in cloud on the Broker
server helping to detect anomalous behavior of the refrigeration system, based on the
refrigeration rules, in order to send messages to the Data Center manager when events are
activated, making it possible to analyze the timeline of monitored data in order to identify
patterns of repetition and that access to this data is available on the internet and mobile
application.

Keywords: Data Center; MQTT; ESP32; IoT.


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 10

2. FORMULAÇÃO DO PROBLEMA ..................................................................................... 11

3. OBJETIVOS ......................................................................................................................... 12

3.1. Objetivo Geral ................................................................................................................ 12

3.2. Objetivos Específicos..................................................................................................... 12

4. JUSTIFICATIVA ................................................................................................................. 13

5. EMBASAMENTO TEÓRICO ............................................................................................. 14

5.1. Data Center .................................................................................................................... 14

5.2. ASHRAE e a Climatização de Data Center ................................................................... 15

5.2.1 Comitê técnico 9.9.................................................................................................... 15

5.2.2 Classificação dos ambientes ..................................................................................... 16

5.2.3 Evolução dos conceitos ............................................................................................ 17

5.2.4 Norma EIA/TIA 942 ................................................................................................ 17

5.3. Sensores ......................................................................................................................... 18

5.4. Microcontrolador ESP32 ............................................................................................... 20

5.5. IDE Arduino................................................................................................................... 22

5.6. Protocolo de Comunicação MQTT ................................................................................ 23

5.6.1 O Modelo de Publicação e Assinatura ..................................................................... 23

5.6.2 Comparativo com outros protocolos ........................................................................ 25

5.6.3 Qualidade da mensagem (QoS) ................................................................................ 26

5.7 Interface e Ferramentas Visuais ...................................................................................... 27

6. METODOLOGIA ................................................................................................................. 29

6.1. Arquitetura ..................................................................................................................... 29

6.2. Montagem do Sensor DHT22 e Microcontrolador ESP32 ............................................ 30

6.3. Instalando ESP32 na IDE Arduino. ............................................................................... 31


6.3.1. Download da IDE do Arduino ................................................................................ 31

6.3.2. Instalação da IDE do Arduino ................................................................................. 31

6.3.3. Configuração do ESP32 no IDE do Arduino .......................................................... 32

6.4. Comunicação Através do Protocolo MQTT .................................................................. 33

6.5. Broker MQTT ................................................................................................................ 34

6.5.1 Criando variáveis...................................................................................................... 36

6.6. Desenvolvimento da Programação para Aquisição de Dados. ...................................... 38

6.6.1. Declarações ............................................................................................................. 38

6.6.2. Execução do Código................................................................................................ 39

6.6.3. Leitura dos sensores ................................................................................................ 39

6.6.4. Publicação ao Broker .............................................................................................. 39

6.7 Eventos e Notificação de Alarme ................................................................................... 40

7. RESULTADO E INFORMAÇÃO ....................................................................................... 42

8. DISCUSSÃO ........................................................................................................................ 44

9. CONCLUSÕES .................................................................................................................... 48

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 49


10

1. INTRODUÇÃO

Com a expansão da rede mundial de computadores a famosa internet, maior nível de


acesso a informação, aumento na operação de trafego de dados entres outros processos,
demandou em um crescimento da instalação de DC (Data Center), que gerou uma demanda
maior por refrigeração desses ambientes, e monitorar esse ambiente é uma necessidade.
O artigo publicado na revista Science (MASANET, SHEHABI, et al., 2020), os Data
Centers representam a espinha dorsal das informações de um mundo cada vez mais
digitalizado. A demanda por seus serviços tem aumentado rapidamente, e tecnologias com uso
intensivo de dados, como inteligência artificial, sistemas de energia inteligentes e conectados,
sistemas de manufatura distribuídos e veículos autônomos prometem aumentar ainda mais a
demanda.
Monitorar a temperatura e umidade é um dos aspectos normativos para um excelente
desempenho de Data Center, e exercer esse controle é um dos grandes desafios, estando
relacionado à melhoria do desempenho e eficiência dos Data Centers, já que o enorme número
de equipamentos instalados para aumentar a capacidade de armazenamento e processamento de
dados, aumentou em muito a potência elétrica e consequentemente a dissipação de calor.
Recentemente o impacto mundial do consumo energético em Data Center tem sido
fonte de diversas pesquisas, os últimos dados constam que os Data Center consomem muita
energia, estimasse em cerca de 1% (MASANET, SHEHABI, et al., 2020) podendo mais que
dobrar na próxima década o uso de eletricidade em todo o mundo, essas tendências têm
implicações claras para a demanda global de energia e devem ser analisadas com rigor (YUGE,
2020).
Com o crescimento da instalação de DCs, um dos grandes desafios são relativos à
melhoria do desempenho e eficiência dos DCs, que em grande parte decorre do calor dissipado
pelos servidores, já que o enorme número de equipamentos instalados para aumentar a
capacidade de armazenamento, aumentou em muito a potência elétrica e consequentemente a
dissipação de calor (SANTOS, GASPAR e SOUZA, 2017). O sistema de refrigeração da sala
de servidores comumente totaliza de 25% a 40% de consumo total. Dentre os custos
operacionais de um DC, os gastos relacionados à energia elétrica possuem impacto considerável
(RODRIGUEZ, et al. 2011) Um dos desafios encontrados por gestores de Tecnologia da
Informação (TI) ´e reduzir os custo se aumentar a eficiência com o mínimo investimento,
devendo identificar problemas de desempenho e implementar as soluções necessárias
(SIQUEIRA, 2020).
11

2. FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

Como monitorar temperatura e umidade em Data center para atender as normas da


ASHRAE (American Society of Heating, Refrigerating and Air-Conditioning Engineers) e
Norma EIA/TIA 942, de forma a obter um conhecimento desses valores permitindo que o
gerenciamento tenha melhor aproveitamento?
12

3. OBJETIVOS

3.1. Objetivo Geral

Desenvolver um dispositivo para monitorar a temperatura e umidade em Data center


com informação em tempo real, apresentando dados em uma interface de supervisão de todos
os valores monitorados pelos sensores e processados por um microcontrolador, permitindo
interação entre o administrador do sistema e os dispositivos, de forma que esses dados estejam
disponíveis através de um acesso à internet.

3.2. Objetivos Específicos

 Pesquisar as condições especificas e aceitáveis de acordo com as normas de


refrigeração de data center.
 Aplicar um protocolo de comunicação, que satisfaça os critérios de acesso
remoto ao sistema, para envio e recebimento de dados.
 Desenvolver tratativas aos dados coletados de forma que o administrador do
sistema possa tomar decisões em relação aos objetos monitorados.
13

4. JUSTIFICATIVA

Monitorar as condições climáticas em ambientes designados como Data Center é


crucial para o perfeito funcionamentos dos periféricos que compõem essa estrutura. Em Data
Center trafega dados de todos os tipos, imprescindíveis para seus usuários como um todo.

Durante uma falha no sistema de refrigeração de uma pequena central de


processamento de dados, no seguimento que armazena as imagens das câmeras e dispositivos
de segurança, não foi possível ter acesso as imagens externas do prédio durante um ato
criminoso.

Uma frase que gerou impacto nos últimos tempos foi essa frase, originalmente em
inglês, “Data is the new oil”, tradução livre “Dados é o novo petróleo”, foi uma inspiração do
matemático londrino, especialista em ciência de dados, Clive Humby. (2006).

Sendo comparado como um bem de valor estimado, temos que garantir que os dados
não se perderão. Preservação de dados é um tema de supra importância, pois estamos falando
de informações valiosíssimas para seus gestores e as condições climáticas desses ambientes são
de extrema importância.

Segundo o comitê técnico 9.9 (ABREU), o custo energético para garantir o perfeito
funcionamento de Data Center está se aproximando de 3% do consumo energético mundial,
esse número era 1% em 2005 (KOOMEY, 2011), parte desse recurso energético está voltado
para refrigeração entre 25 a 40%, o desafio de gestores de Tecnologia de informação e reduzir
os custos e aumentar a eficiência, e isso passa pela melhor distribuição e aproveitamento ao
máximo da refrigeração desses ambientes garantido que as normas sejam cumpridas.
14

5. EMBASAMENTO TEÓRICO

Nesse tópico apresentaremos o referencial teórico e os principais conceitos cujo o


conhecimento são indispensáveis para uma adequada compreensão do desenvolvimento
realizado.

5.1. Data Center

O Data Center é elemento central da infraestrutura de TI, é um conjunto de


componentes tecnológicos integrados, que fornece serviços de infraestrutura de valor agregado,
conforme explica Manoel Veras em um dos seus livros (VERAS, 2012).

Em termos mais simples, um data center é uma instalação física que as empresas usam
para hospedar aplicativos e dados essenciais. O design de um data center é baseado em uma
rede de recursos de computação e armazenamento que permitem a disponibilização de
aplicativos e dados compartilhados. Os principais componentes do design de um data center
incluem roteadores, switches, firewalls, sistemas de armazenamento, servidores e controladores
de disponibilização de aplicativos (CISCO).

Em ambiente controlado e sob gerenciamento centralizado, são hospedados recursos


computacionais relevantes de forma a atender quaisquer aplicação com demanda de trafego e
armazenamento de dados.

De acordo com (VERAS, 2012), algumas características construtivas são


extremamente importantes para o bom funcionamento de um Data Center, aspectos que
envolvem disponibilidade de energia, refrigeração, controle de umidade, cabeamento, sistema
de combate a incêndio, espaço para os Racks e piso elevado.

As conexões do Data Center se arranjam como nuvens (VERAS, 2011), podendo ser
nuvens públicas ou privadas. Erroneamente, existe a ideia que o Data Center só realiza serviço
de servidor de internet. Nos EUA, organizações de grande e médio porte, normalmente possuem
seu próprio Data Center, segundo o International Data Corporation em 2008 já existiam cerca
de 2,5 milhões (PERADELES e SANTOS, 2020). Os Data Centers dividem-se em cinco blocos:
instalações, refrigeração, energia, gerenciamento e a carga de TI, como mostra a ilustração
abaixo.
15

Figura 1: Componentes Data Center

Seu arranjo harmonioso é vital para a distribuição eficiente dos recursos


energéticos (VERAS, 2011).

5.2. ASHRAE e a Climatização de Data Center

A ASHRAE (American Society of Heating, Refrigerating and Air-Conditioning


Engineers) é uma associação global com mais de 57,000 membros, presente em 132 países. Foi
fundada em 1894 por engenheiros em Nova York com a missão de desenvolver o mercado de
ar condicionado e refrigeração e promover um mundo mais sustentável (ASHRAE, 2021).

Para isso, a sociedade financia projetos de pesquisa, oferece programas de educação


continua, desenvolve e publica normas técnica e guias.

Nos países onde se encontra, a sociedade se organiza em Chapters (capítulos ou


comitês) apoiada no trabalho voluntário de seus membros. Hoje são mais de 183 Chapters
espalhados pelo mundo.

5.2.1 Comitê técnico 9.9

O comitê técnico 9.9 é o comitê especializado em Data Center e é o que mais tem
membros e que mais trabalha devido à relevância de consumo de energia elétrica mundial
relacionado à Data Centers.

O seu objetivo primário era consolidar uma única fonte de informação sobre limites
de temperatura e umidade para operação de Equipamentos de Tecnologia da Informação (ETI)
16

dentro da indústria de data centers. Com isso, foram estabelecidos limites comuns de
temperatura e umidade endossados pela maior parte dos fabricantes (TC 9.9, 2021).

A maioria dos membro são fabricantes de equipamentos de TI, o que é inteiramente


justificável, pois, o foco deste comitê é a refrigeração dos equipamentos do Data Center e não
de pessoas. Ninguém melhor que o próprio fabricante dos equipamentos para definir qual a
faixa de operação ideal para seu equipamento. Se, por exemplo, o fabricante de um servidor
definir que seu equipamento funciona tranquilamente com ótima performance a uma
temperatura de 27⁰ C, não há porque se realizar um projeto para climatiza-lo a 22⁰ C. Essa
diferença representa uma grande economia energética redundando em um menor custo de
operação dos Data Centers resultando em maior economia financeira (ABREU).

5.2.2 Classificação dos ambientes

A ASHRAE com o seu comitê técnico 9.9 divide os ambientes de Data Center em
quatro classes de acordo com o nível de exigência e tamanho do Data Center. As classes vão de
A1 a A4.

Figura 2: Classificação de ambientes

No âmbito das definições, o comitê técnico 9.9 trabalha com duas definições mais
importantes no referente às faixas recomendáveis e à faixa de temperatura permitidas (TC 9.9,
2021). A temperatura do Data Center, não podendo ultrapassar a faixa máxima permitida sob
pena de se queimar o equipamento.
17

5.2.3 Evolução dos conceitos

A ASHRAE vem evoluindo junto com a evolução dos equipamentos de TI e em sua


4ª edição de 2015 recomenda uma temperatura mínima recomendável de 18⁰ C e máxima
recomendável de até 27⁰ C para os servidores. Estas medições passaram a ser feitas na porta do
rack e não na temperatura de retorno do ar condicionado como era feita nas edições anteriores
desta norma (ASHRAE, 2015).

Figura 3: comparativo evolutivo dos novos limites de temperatura e umidade

5.2.4 Norma EIA/TIA 942

TIA-Telecomunications Industry Association e a EIA/Eletronic Industries Alliance,


em conjunto essas entidades lançaram uma norma específica para a construção de Data Centers,
que é a EIA/TIA 942-Telecomunications Infrastructure Standard for Data Centers.

Através desta norma, foram estabelecidos padrões que servem de parâmetro para
elaboração de projetos de Data Centers e que abordam as seguintes áreas: Arquitetônico,
climatização, suprimento de energia elétrica, topologia de cabeamento, caminhos e espaços,
sistema de identificação, piso elevado, controle de acesso, detecção e combate de incêndio,
iluminação, portas de acesso e recomendações quanto a localização física do Data Center dentro
de uma edificação ou do prédio em que este estará localizado (TIA-942, 2006).

No Brasil, até o presente momento, não temos uma norma específica que aborde a
construção de espaços destinados a Data Center, em função disto a norma EIA/TIA 942 está
sendo adotada como diretriz na elaboração dos projetos em consonância outras normas
18

brasileiras pertinentes, tais como: NBR 5410, NBR 15247 NBR 27002, NBR 11515, entre
outras (PERADELES e SANTOS, 2020).

No que se refere a Norma EIA/TIA 942, observamos a seguinte disposição: Com a


ASHRAE determinando que a descarga eletrostática (ESD) é uma função do ponto de orvalho
ou umidade absoluta e não da umidade relativa, o TIA-942 foi atualizado para modificar faixas
operacionais mais baixas para umidade com base no ponto de orvalho em vez de umidade
relativa (TIA-942, 2017).

O resultado é que o TIA-942 declara que as salas de equipamentos de Data center


devem estar em conformidade com a ASHRAE. Especificamente:

 Temperatura: bulbo seco de 18-27 ° C (64-81 ° F)

 Umidade relativa máxima: 60%

 Ponto de orvalho máximo: 15 ° C (59 ° F)

 Taxa máxima de mudança de temperatura: 5 ° C (9 ° F) por hora

5.3. Sensores

DHT22 é um sensor de temperatura e umidade que permite fazer leituras de


temperaturas entre -40 a +80 graus Celsius e umidade entre 0 a 100%, sendo muito fácil de usar
com microcontroladores, pois possui apenas 1 pino com saída digital (ELECTRONICS).

Figura 4: Dht22 – Modulo/Sensor de temperatura e umidade relativa de saída digital


19

Este sensor versão AM2302 é formado por um sensor de umidade capacitivo e um


termistor para medir o ar ao redor, enviando no pino de dados um sinal digital

Seu diferencial é que o sensor é parametrizado em uma câmara de calibração precisa


e o coeficiente de calibração é salvo em tipo de programa na memória OTP, quando o sensor
estiver detectando, ele irá se referenciar nessa memória.

Em seu Datasheet podemos observar suas características de construção

Figura 5: Especificações técnicas

Figura 6: Dimensões fazer referência do datasheet

Fonte: (ELECTRONICS)
20

5.4. Microcontrolador ESP32

Microcontrolador ESP32 foi criado e desenvolvido por Espressif Sistemas, uma


empresa Chinesa com sede em Xangai e é fabricado pela TSMC usando seus processo de
fabricação de 40 nm.

Um microcontroladores de baixo custo e baixo consumo de energia, aplicáveis a


diferentes projetos e propósitos com a versatilidade de ser SoC (System on a Chip) como
explica (BERTOLETI, 2019).

Figura 7: Placa de desenvolvimento DOIT ESP32 – ESP32-WROOM-32D

Este projeto conta com a solução de um microcontrolador integrado, Wi-fi e Bluetooth,


a série ESP32 emprega um microprocessador Tensilica Xtensa LX6 com duas variações dual-
core e single-core e inclui uma antena integrada RF tipo balun, amplificador de potência,
receptor de baixo ruído amplificado, filtros, gerenciamento de energia dos módulos
(SYSTEMS, 2016).

Há diversas placas de desenvolvimento criadas por diferentes empresas e que se


apoiam no microcontrolador ESP32.
21

A placa de desenvolvimento adota para esse trabalho foi feita pela empresa DOIT
Doctors of Intelligence & Technology.

O ESP32-WROOM-32D possui o microprocessador Xtensa 32-Bits LX6 de baixo


consumo de energia, que tem dois núcleos de CPU (processador dual core) podendo ser
controlados individualmente com frequência de clock ajustável de 80MHz à 240MHz. Também
é possível desligar a CPU e utilizar o co-processador de baixa potência, sendo possível
monitorar constantemente os periféricos (sensores, botões, teclados, interfaces I2C, SPI,
UART, CAN, etc) com baixo consumo de energia (CACPNRJ, 2020).

Figura 8: Disposição dos componentes e pinos.

Além da poderosa capacidade de processamento, a integração com o WiFi e Bluetooth


LE (baixo consumo de energia) garante a aplicação do módulo em uma enorme variedade de
projetos, principalmente aos projetos voltados à Internet das Coisas (IOT – Internet of Things).
O WiFi suporta uma taxa de 150 Mbps e potência de 20,5 dBm na antena, permitindo uma
ampla faixa física e conexão direta à internet (TECHNOLOGY., 2017).

O Bluetooth LE permite que qualquer celular se conecte a ele enviando diversos tipos
de informação com baixo consumo de energia, possui o conversor USB/Serial CP2102, LEDs
de indicação de funcionamento, regulador de tensão AMS1117 para que seja possível alimentar
a mesma com tensão de até 12V. Ou seja, a placa DOIT ESP32 é uma plataforma completa para
desenvolvimento de novos projetos voltados à Internet das Coisas (TUTORIALS, 2019).
22

5.5. IDE Arduino

De modo geral é um ambiente de desenvolvimento integrado (IDE) é um software para


criar aplicações que combina ferramentas comuns de desenvolvimento em uma única interface
gráfica do usuário. Um IDE geralmente consiste em um editor de código-fonte: é um editor de
texto que auxilia na criação de código de software por meio de funcionalidades como destaque
da sintaxe com indicadores visuais, recurso de preenchimento automático específico da
linguagem e verificação de bugs durante a criação (ARDUINO, 2021).

Automação de compilação local: são utilitários que automatizam tarefas simples e


repetíveis durante a criação de uma compilação local do software usada pelo desenvolvedor.
São tarefas como compilação de código-fonte em código binário, criação de pacotes de código
binário e execução de testes automatizados.

Debugger: é um programa usado para testar outros programas e mostrar graficamente


a localização do bug no código original.

A Espressif Systems, fabricante de microcontroladores, disponibilizou o pacote para


ser instalado no gerenciamento de placas da IDE, permitindo assim que a ESP32 possa ser
programada através dessa IDE (SANTOS e SANTOS, 2019).

Figura 9: IDE Arduino recebendo plataforma ESP32


23

Para realizar as configurações desse projetos, foi escolhido e utilizado o software open-
source Arduino IDE, usando a favor sua ampla conectividade com diversos desenvolvedores
que possuem suporte na plataforma.

Seu ambiente foi escrito em Java e Processing, sendo compatível com os sistemas
operacionais: Windows, Mac OS X ou Linux. Para realizar as configurações, se utiliza da
linguagem de programação Arduino (baseada em Wiring), consistindo em uma modificação da
Linguagem C ++, sendo possível escrever códigos de programação a partir dela (ARDUINO,
2021).

5.6. Protocolo de Comunicação MQTT

Para os dispositivos de Internet das Coisas (IoT), a conexão com a Internet é um


requisito. A conexão com a Internet permite que os dispositivos trabalhem entre si e com
serviços de backend. O protocolo de rede subjacente da Internet é o TCP/IP. Desenvolvido com
base na pilha TCP/IP, Protocolo de Comunicação MQTT (Message Queue Telemetry
Transport, tradução para transporte de telemetria de fila de mensagens) tornou-se o padrão para
comunicações de IoT (YUAN, 2017).

O MQTT foi inventado e desenvolvido inicialmente pela IBM (International Business


Machines) no final dos anos 90. Sua aplicação original era vincular sensores em pipelines de
petróleo a satélites. Como seu nome sugere, ele é um protocolo de mensagens com suporte para
a comunicação assíncrona entre as partes. Um protocolo de sistema de mensagens assíncrono
desacopla o emissor e o receptor da mensagem tanto no espaço quanto no tempo e, portanto, é
escalável em ambientes de rede que não são confiáveis. Apesar de seu nome, ele não tem nada
a ver com filas de mensagens, na verdade, ele usa um modelo de publicação e assinatura. No
final de 2014, ele se tornou oficialmente um padrão aberto OASIS (Organization for the
Advancement of Structured Information Standards), com suporte nas linguagens de
programação populares, usando diversas implementações de software livre.

5.6.1 O Modelo de Publicação e Assinatura

O protocolo MQTT define dois tipos de entidades na rede: um message broker e


inúmeros clientes. O broker é o elemento responsável por gerir as publicações e as subscrições
do protocolo MQTT (YUAN, 2017). Ele é como uma espécie de mediador entre as máquinas,
capaz de fazer com que a comunicação de fato ocorra entre elas, permitindo assim um
desacoplamento entre as partes, o broker é um servidor que recebe todas as mensagens dos
clientes e, em seguida, roteia essas mensagens para os clientes de destino relevantes.
24

Um cliente é qualquer coisa que possa interagir com o broker e receber mensagens.
Um cliente pode ser um sensor de IoT em campo ou um aplicativo em um data center que
processa dados de IoT.

A publicação e recebimento de dados são feitos através de um servidor nomeado de


Broker. Um cliente no papel de Publicador ou Publisher, que é a pessoa que transmite a
mensagem, escreve um tópico de destino da mensagem e o seu Payload (conteúdo da
mensagem), essa mensagem então é transmitida ao Broker que será responsável por gerir e
encaminhá-la ao Subscrito ou Subscriber previamente inscrito no tópico. Da mesma forma,
quando um cliente quer se tornar um Subscrito em um determinado tópico, ele encaminha uma
mensagem de solicitação ao Broker, que fará essa interligação entre cliente e tópico.

Um tópico é um endereço para qual uma mensagem será encaminhada, um Publicador


cria o endereço e o Subscrito se inscreve naquele endereço para receber as informações, um
Subscrito pode se inscrever em diversos tópicos simultâneos, enquanto um Publicador pode
criar diversos tópicos e subtópicos de forma a organizar e categorizar as informações, assim
como pastas no computador. Um cliente também pode publicar em um tópico, desde que o
mesmo não seja restrito (YUAN, 2017).

1. O cliente conecta-se ao broker. Ele pode assinar qualquer “tópico” de mensagem no


broker. Essa conexão pode ser uma conexão TCP/IP simples ou uma conexão TLS
criptografada para mensagens sensíveis.

2. O cliente publica as mensagens em um tópico, enviando a mensagem e o tópico ao


broker.

3. Em seguida, o broker encaminha a mensagem a todos os clientes que assinam esse


tópico.

Como as mensagens do MQTT são organizadas por tópicos, o desenvolvedor de


aplicativos tem a flexibilidade de especificar que determinados clientes somente podem
interagir com determinadas mensagens. Por exemplo, os sensores publicarão suas leituras no
tópico “sensor_data” e assinarão o tópico “config_change”. Os aplicativos de processamento
de dados que salvam os dados do sensor em um banco de dados de backend assinarão o tópico
“sensor_data”. Um aplicativo de console administrativo poderia receber comandos do
administrador do sistema para ajustar as configurações dos sensores, como a sensibilidade e a
frequência de amostragem, e publicar essas mudanças no tópico “config_change”
25

O modelo de publicação e assinatura do MQTT para sensores de IoT

Figura 10: modelo de arquitetura MQTT

5.6.2 Comparativo com outros protocolos

De acordo com o artigo publicado no site da IBM (YUAN, 2017), o MQTT é um


protocolo de rede leve e flexível que oferece o equilíbrio ideal para os desenvolvedores de IoT:

 O protocolo leve permite a implementação em hardware de dispositivo altamente


restringido e em redes de largura da banda limitada e de alta latência.

 Sua flexibilidade possibilita o suporte a diversos cenários de aplicativo para dispositivos


e serviços de IoT.

Para entender por que o MQTT é tão adequado para desenvolvedores de IoT, vamos
analisar por que outros protocolos de rede populares falharam em IoT.

Por que não usar algum dos outros inúmeros protocolos de rede

A maioria dos desenvolvedores já se acostumou aos serviços da Web HTTP (YUAN,


2017). Então, por que não conectar os dispositivos de IoT aos serviços da web? O dispositivo
poderia enviar seus dados como uma solicitação de HTTP e receber atualizações do sistema
como uma resposta de HTTP. Esse padrão de solicitação e resposta tem algumas limitações
graves:

 O HTTP é um protocolo síncrono. O cliente espera que o servidor responda. Os


navegadores da web têm esse requisito, mas o custo é a baixa escalabilidade. No mundo
26

da IoT, a comunicação síncrona tem sido um problema devido ao grande número de


dispositivos e à rede, muitas vezes não confiável e de alta latência. Um protocolo de
mensagem assíncrono é muito mais adequado para aplicativos de IoT. Os sensores
podem enviar leituras e permitir que a rede descubra o caminho e a sincronização ideais
para entregar aos dispositivos e serviços de destino.

 HTTP é unidirecional. O cliente precisa iniciar a conexão. Em um aplicativo de IoT, os


dispositivos e sensores geralmente são clientes, o que significa que eles não podem
receber comandos da rede passivamente.

 HTTP é um protocolo de um para um. O cliente faz uma solicitação e o servidor


responde. É difícil e caro transmitir uma mensagem a todos os dispositivos na rede, o
que é um caso de uso comum em aplicativos de IoT.

 HTTP é um protocolo pesado com muitos cabeçalhos e regras. Ele não é adequado para
redes restringidas.

Pelos motivos citados acima, a maioria dos sistemas escaláveis de alto desempenho
usam um barramento do sistema de mensagens assíncrono, em vez de serviços da web, para
trocas de dados internos (YUAN, 2017). Na verdade, o protocolo de sistema de mensagens mais
popular que é usado em sistemas de middleware corporativos é chamado AMQP (Advanced
Message Queuing Protocol). No entanto, no ambiente de alto desempenho, a capacidade de
computação e a latência da rede geralmente não são uma preocupação. O AMQP foi criado para
assegurar a confiabilidade e a interoperabilidade em aplicativos corporativos. Ele possui um
rico conjunto de recursos, mas não é adequado para aplicativos de IoT com restrição de
recursos.

Além do AMQP, existem outros protocolos populares de sistema de mensagens. Por


exemplo, o XMPP (Extensible Messaging and Presence Protocol) é um protocolo de mensagem
instantânea (IM) ponto a ponto. Ele é pesado em recursos com suporte para casos de uso de IM,
como presença e anexos de mídia. Em comparação com o MQTT, ele requer muito mais
recursos no dispositivo e na rede.

5.6.3 Qualidade da mensagem (QoS)

Nesse protocolo de comunicação as mensagens são definidas por qualidade, de forma


a determinar os níveis de importância e necessidade de recebimento. A mensagem pode ser
definida em três níveis diferentes, sendo eles:
27

QoS 0 (at most once) -A mensagem deve ser recebida no máximo uma vez, podendo
ser recebida uma vez ou nenhuma, não há confirmação de recebimento.

QoS 1 (at least once) -A mensagem deve ser recebida pelo menos uma vez, podendo
uma mesma mensagem ser recebida uma ou mais vezes, há confirmação de entrega de uma
mensagem.

QoS 2 (exactly once) -A mensagem deve ser recebida uma única vez, confirmação de
recebimento de uma única mensagem.

Lembrando que não existe qualidade melhor ou pior, isso vai depender da finalidade
da mensagem que será enviada (YUAN, 2017).

5.7 Interface e Ferramentas Visuais

Segundo o dicionário Priberam (PRIBERAM, 2021), interface é o elemento que


proporciona uma ligação física ou lógica entre dois sistemas ou partes de um sistema que não
poderiam ser conectados diretamente, e ou área em que cosas diversas interagem.

A afirmação de (FEW, 2013), “Dashboard é uma representação visual das informações


mais importantes para atingir um ou mais objetivos, que tem sido consolidado em uma única
tela de computador para ser monitorado de forma ágil.”

Figura 11: Dashboard

Quando projetados corretamente, os painéis podem fornecer um meio poderoso de


monitorar rapidamente o que está acontecendo (FEW, 2013).
28

Composta de uma ou mais camadas, sob a forma de um painel, com instrumentos


virtuais (knobs, mostradores, bargraphs) onde se associam variáveis a serem monitoradas além
de gráficos que mostram a evolução de variáveis, por exemplo, no tempo, Dashboards com
informações gerais são normalmente denominados widgets.

O widget é um tipo de atalho para os aplicativos que, além de agilizar o acesso ao app,
oferece uma interface gráfica inteligente que já mostra parte do conteúdo do software na tela
principal do aparelho eletrônico (VORTIGO, 2016).

Figura 12: Widgets apresentando informações no Dashboard.

Tal recurso pode incluir menus, barras de rolagem, botões ou caixa de entrada de texto,
dependendo da formatação do widget. Por meio de um consumo mínimo de memória, o widget
disponibiliza ao usuário uma série de dados predeterminados pelo software original, seja esse
um aplicativo ou um programa de computador.
29

6. METODOLOGIA

A elaboração do sistema de monitorização das condições climáticas de um Data


Center, se desenvolveu em etapas e estão descritas a seguir.

6.1. Arquitetura

O presente projeto, é proposta uma arquitetura que tem como característica a


possibilidade de interligar um sistema de monitorização climática de um Data Center a uma
central de dados, que abrigue dados distintos, de forma que dentro de um universo crescente de
interconexão de objetos via internet, estes dados possam ser acessados em uma interface
dinâmica e amigável de fácil compreensão.

Arquitetura, onde há um nó cliente e um servidor do tipo broker MQTT, é possível


condensar os mais diversos tipos de informações dentro desse arranjo conforme explica
(BERTOLETI, 2019)

Figura 13: Arquitetura protocolo MQTT.

No decorrer do desenvolvimento planejado, para fins de validação da arquitetura do


sistema arranjo entre sensores, visando que além dessa característica de escalabilidade, o
sistema cumpra os requisitos que permitam a um usuário supervisionar as condições
mensuradas pelos sensores e que ações possam ocorre de forma automática quando os limites
estabelecidos são atingidos, ações tais como envio de mensagem de texto, correspondência
30

eletrônica, não é o objetos deste trabalho controlar o sistema de refrigeração, mas visando
futuro, também de forma escalonada permitir atualização para que também faça controle via
comandos remotos no sistema de refrigeração ou alarmes visual como luzes vermelhas no
ambiente monitorado do Data Center.

6.2. Montagem do Sensor DHT22 e Microcontrolador ESP32

Aplicamos a arquitetura proposta, usaremos a placa de desenvolvimento DOIT ESP32


– ESP32-WROOM-32D, esta placa foi conectada ao sensor/modulo DHT22.

Figura 14: Ilustração da montagem.

O material utilizado para essa montagem consiste em:

 Placa de desenvolvimento DOIT ESP32 – ESP32-WROOM-32D


 Sensor de temperatura e umidade DHT22
 Protoboard de 400 pontos
 Resistor de 4.7k Ohm de 1/4W
 Jumpers de conexão

Essa montagem simples já é bastante eficiente para conduzir os primeiros testes de


conectividade e acesso as informações de forma digital que serão publicadas nos seus tópicos.
31

6.3. Instalando ESP32 na IDE Arduino.

Através de sua porta USB é realizado o acesso, colocando em conectividade a placa e


um computador onde a IDE Arduino foi previamente instalada, para ter pleno acesso foi
necessário fazer a instalação de um conversor USB-Serial.

Os drivers da porta CP210x USB para UART Bridge Virtual COM (VCP) são
necessários para a operação do dispositivo como uma porta COM virtual para facilitar a
comunicação do host com os produtos CP210x, para que seja possível a comunicação entre o
computador e o chip através da USB.

6.3.1. Download da IDE do Arduino

Inicialmente, devemos acessar o site arduino.cc, home page da Arduino. No menu


software e clique em downloads. Visualizamos diversas opções de download da IDE.
Encontramos também o Arduino Web Editor, que é um editor de código online baseado em
serviços da nuvem. Porém, esse editor ainda não nos oferece suporte para programar ESP32.
Em seguida, encontramos o menu de escolha para download da IDE. Oferecida para diversos
sistemas operacionais (Windows, Mac OS X e Linux), versões de 32 bits e 64 bits.

6.3.2. Instalação da IDE do Arduino

O local padrão de instalação é em “C:\Program Files (x86)\Arduino”. Normalmente


também é criado uma pasta em “C:\Users\<username>\Documents\Arduino”. Nela são
armazenados as libraries (bibliotecas de funções) e outros arquivos de configuração
adicionais. Clique em ‘Install’ para prosseguir e o processo de instalação irá, então, iniciar.

Figura 15: Instalação IDE Arduino.


32

Após aguardar o seu término, podemos então conhecer o ambiente de programação da


IDE Arduino, e inserir as informações necessárias para que a IDE Arduino passe a reconhecer
o microcontrolador ESP32 e a sua placa de desenvolvimento DOIT.

6.3.3. Configuração do ESP32 no IDE do Arduino

Para usar e programar ESP32 no IDE do Arduino, precisamos primeiro que ele
reconheça os modelos da placa. Para isso, primeiramente devemos ir até as Preferências e
preencher o espaço com a URL: https://dl.espressif.com/dl/package_esp32_index.json

Figura 16: Inclusão do ESP32 na lista de placas do Arduino.

Com isso, permitimos que a IDE acesse uma pequena “base de dados” de arquivos
com extensão .Json, que contém a configuração de inúmeras placas.

JSON, que significa Java Script Object Notation, (SOUZA, 2020) é uma formatação
utilizada para estruturar dados em formato de texto e transmiti-los de um sistema para
outro, como em aplicações cliente-servidor ou em aplicativos móveis. Após isso, devemos
acessar o menu Ferramentas, ir na opção placa e gerenciador de placas.
33

Então após pesquisar por ‘esp32′ na caixa de pesquisa. Em seguida, instalamos a


versão mais recente do driver que irá aparecer: “esp32 by Espressif Systems’, Feito isso,
devemos selecionar a placa “ESP32 Dev Module”, no menu de placas, ao concluirmos essa
etapa, basta selecionarmos a porta “COM” a qual a Placa de desenvolvimento DOIT ESP32 –
ESP32-WROOM-32D está conectada.

Figura 17: Conectividade microcontrolador ESP32 e IDE Arduino.

Realizado isto, estará tudo pronto para acessar o ambiente de desenvolvimento e criar
o seu programa inserindo bibliotecas, fazendo declarações de variáveis entre outros.

6.4. Comunicação Através do Protocolo MQTT

Como explica os autores do artigo (STRASSER e OLIVEIRA, 2019), Com o advento


da internet cada vez mais presente nos mais diversos ambientes, segurança da informação são
indispensáveis para qualquer processo.

Dentre os mais diversos meios de conectividade, contamos com vários protocolos de


comunicação existente para esse tipo de aplicação a qual estamos apresentando, o adotado foi
o MQTT, pelo motivo permite escalar e ampliar a arquitetura de comunicação em diversas
direções, é um protocolo de rede leve e flexível que oferece o equilíbrio ideal para os
desenvolvedores de IoT (YUAN, 2017).
34

A arquitetura proposta para esse trabalho é que possamos observar o sistema de


monitoramento das condições climáticas de forma remota, seja em uma aplicativo móvel ou
acessando uma página na internet através de um Home Broker MQTT, a imagem abaixo ilustra
essa conectividade.

Figura 18: Ilustração do modelo de conectividade.

Essa é apenas uma das formas possíveis de conectividade desse dispositivo, a


facilidade consiste em aproveitar os recursos gráficos já existentes e disponibilizados pelos
servidores de broker tais como o da IBM, Mosquitto, Ubidots, Aidafruit entre outros. Esses
servidores disponibilizam comunicação através do protocolo MQTT, de uma forma intuitiva e
é possível configurar sem muito esforço a sua plataforma de desenvolvimento a esse serviço.

6.5. Broker MQTT

Uma das vantagens de utilizar esse serviço é seu acesso ser em tempo real, qualquer
dia e qualquer hora as informações estarão disponíveis nos seus tópicos para seus assinantes
(NERI, LOMBA e BULHÕES, 2019).

Para dispormos desse serviço foi necessário escolher e criar um conta de acesso na
página do servidor Broker, adotamos entre as mais seguras a plataforma da Ubidots, após a
criação de usuário foi feito o registro na página e acessamos os ambiente de desenvolvimento,
onde realizamos a criação de Dashboard com Widget, essas ferramentas exibirão cada uma o
valor correspondente a sua variável monitorada.
35

Acessamos a página para fazer o registro em https://ubidots.com/stem/. Designamos o


usuário como uma conta pessoal e não comercial para esse projeto, uma vez com o acesso
registrado partimos para a criação de um Dashboard.

Figura 19: Criação de Dashboard.

O Próximo passo foi realizar a interatividade com o ESP32, foi preciso criar o
ambiente de gerenciamento de dispositivo e acessando dispositivos criamos um novo
dispositivo. Uma aba será aberta listando os tutoriais existentes no site help.ubidots para a
configuração e programação de microcontroladores de acordo com os seus respectivos
fabricantes. Criaremos um dispositivo em branco.

Figura 20: Preparação do ambiente da interface.


36

O processo de criação necessita de preenchimento de campos específicos tais como:


nome do dispositivo, Rotulo que é a parte do tópico usado pelo MQTT Cliente, e por final criar,
após esse processo o dispositivo está criado e listado na página de dispositivos disponíveis.

Figura 21: Tela dos dispositivos criados na ubidots.

6.5.1 Criando variáveis

Para criarmos um widget que referencia uma variável de um dispositivo, a mesma já


deve estar criada no dispositivo. As variáveis são criadas automaticamente pelo Ubidots após
um envio de Json, mas para isso é necessário ligar o ESP32 ao menos uma vez. Para
referenciarmos os widgets sem que seja necessário ligar o ESP, foi necessário seguirmos as
seguintes etapas: Acessando a área dos dispositivos, selecionamos o ESP32 DHT, clicamos em
Adicionar variável e depois em Raw (tradução estado natural).

Figura 22: Adicionando as variáveis a tela de supervisão.


37

Rotulamos (VARIABLE_LABEL_TEMPERATURE) para a variável de temperatura


e o mesmo fizemos para variável de umidade (VARIABLE_LABEL_HUMIDITY)

Figura 23: Variáveis que serão monitoradas.

O próximo passo a ser seguido é a criação dos widgets de temperatura e umidade, na


sessão de adicionar novos widgets ao dashboard, foi selecionando os que já foram
desenvolvidos pela plataforma Ubidots, tanto para temperatura quanto para umidade.
Adicionamos a esses widgets as variáveis correspondentes disponíveis no dispositivo
anteriormente criado ESP32 DHT, e temos o início do nosso dashboard.

Figura 24: Widgets atrelados às variáveis.

Para satisfazer a arquitetura inicial onde projetamos um segundo acesso via aplicativo
móvel foi realizado a instalação em um aparelho de telefonia móvel, esse aplicativo
disponibilizado pelo servidor broker da Ubidots, tem como melhoria no processo a não
necessidade de acessar a página do servidor broker através de um navegador de internet, pois o
aplicativo permanece conectado diretamente com broker, basta fazer o registro e login no
aplicativo.
38

6.6. Desenvolvimento da Programação para Aquisição de Dados.

Para a executarmos a aquisição de dados dos sensores implementados junto a placa de


desenvolvimento DOIT ESP32, foi necessário programar o microcontrolador ESP32 e os
componentes da placa de desenvolvimento, com o uso do software Arduino IDE, o código
aplicado para cumprir com as propostas de monitoramento dos Data Center será descrito em
partes ao longo desta seção.

6.6.1. Declarações

Para conseguirmos atender o escopo do desenvolvimento da programação foram


incluídas bibliotecas especificas correspondentes ao sensor DHT22, conectividade por Wifi,
acesso as funções do protocolo MQTT e para o modelo de publicação e assinatura, também da
mesma forma declarar a variáveis de temperatura e umidade, o pino de acesso ao DHT22, e as
definições (#define) que parametrizam os acesso a rede Wifi (previamente conhecida), o Token
fornecido durante o seu registro no Ubidots, identificação do dispositivo criado no Broker da
ubidots, porta padrão de acesso e o tópico onde serão feito as publicações.

Figura 25: Programação.


39

6.6.2. Execução do Código

Para prosseguirmos com a execução do programa, usamos os recursos existentes em


cada biblioteca declara, desenvolvemos a parte de execução de comandos “Void setup ( ) e
Void loop ( )”, de forma que o programa permanecesse o maior tempo conectado ao servidor
broker, realizando o envio dos dados dos sensores para a interface aqui adotada Dashboard.

Todas as funções descritas podem ser acompanhadas pelo monitor serial, com objetivo
de reconhecer o seu estado atual de sucesso ou falha na execução do comando.

6.6.3. Leitura dos sensores

Realizado acerto da conectividade e acesso ao broker e a parametrização dos


dispositivos tanto junto ao servido Broker e a IDE Arduino ambos precisam estar rotulados da
mesma forma.

Figura 26: Identificação e comunicação Dispositivos e Interface.

Estamos agora preparados para que os dados coletados possam ser publicados até o
broker e disponibilizados para os assinantes do tópico, o código gerado para esse
desenvolvimento quando aplicado envia para os dados para o servidor broker.

Chamamos uma função booleana que retorna valores apenas 0 e 1, com objetivo de
identificar se temos ou não uma leitura de dados do DHT22, uma função de leitura entra na
sequencia caso tenhamos uma resposta de sucesso da função anterior, a próxima função e
apresentar os dados de temperatura e umidade com as suas respectivas unidades de medida.

6.6.4. Publicação ao Broker

Aplicamos uma função para a que a conectividade com o com o servidor Broker fosse
iniciada e testada e que tenha capacidade de se reconectar caso precise, pois podemos ficar
algum período sem conectividade com a internet, que também tem uma função de reconexão.
40

A Publicação das informações no broker já foi previamente acertada a depender da


qualidade de serviço que queremos monitoras.

O código gerado para essa publicação MQTT Cliente, consiste em atribuir caracteres
Json (Java Script Object Notation), tanto para temperatura quanto umidade.

Figura 27: Código estrutura Json para publicação.

Realizamos assim toda parte de aquisição de dados dos sensores, parametrização de


ambas as plataformas para estabelecer conectividade, na transmissão de dados MQTT client,
seja na publicação de tópicos e assinatura dos tópicos, o conteúdo dessa programação está
disponível no anexo 1 do presente trabalho.

6.7 Eventos e Notificação de Alarme

Os critérios de notificação de alarmes foram implementados através do servidor


broker, eventos como temperatura máxima e mínima, umidade máxima e mínima podem ter
seus registros compartilhados de diferentes formas.
41

Figura 28: Selecionando o tipo de envio.

Envios realizados tais como: sms, e-mail, envio de mensagem em aplicativo telegran,
ficando a critério dos gestores a quantidade de eventos a ser monitorada.

Com o recebimento da notificação é possível saber a localização geográfica do


dispositivo com evento acionado.

Figura 29: Localização geográfica do dispositivo em tempo real.

Os registros de eventos ficam disponíveis para consulta, é possível acessar todos os


dados e a forma do envio que foi feito.

Os serviços disponibilizados para eventos possibilitam uma acurácia maior na gestão


dos dispositivos instalados em sítios diferentes, no caso do gestor possuir mais de um DC sobre
a sua supervisão.
42

7. RESULTADO E INFORMAÇÃO

As atividades não puderam ser administradas em um local físico real de Data center,
não tivemos acesso durante o caráter emergencial de pandemia COVID-19, mas de forma
laboral foram realizados ensaios simulando variações de temperatura e umidade se valendo de
dispositivos como ventiladores, refrigeradores residenciais, lâmpadas halógenas e o próprio
clima diário, com isso conseguimos ver no Dashboard a variação dos valores apresentados nos
widgets.

Figura 30: Dashboard, Widgets e gráfico linha do tempo.

Interface de fácil entendimento e interação, possibilitando qualquer pessoal


compreender que naquele dia e hora foi registrado a temperatura e umidade do dispositivo.

O presente trabalho não tinha como objetivo fundamental apresentar todas as


vantagens e ferramentas disponíveis a serem exercidas no protocolo MQTT, no entanto o
mesmo foi adotado porque o MQTT é um protocolo de rede leve e flexível que oferece o
equilíbrio ideal para os desenvolvedores de IoT.

Satisfatoriamente foi implementado em hardware de dispositivo, sua flexibilidade


possibilitou o suporte aos cenários criados para aplicativo e para dispositivos e serviços de
broker e IoT, sua principal vantagem foi o modelo de publicação e assinatura e economia de
recurso destinado na alocação de dados a serem entregues para o usuário assinante do tópico.

O ambiente visual da interface Dashboard, tanto no acesso a página do servidor Broker


quanto no aplicativo móvel, cumpriram com o seu objetivo principal.
43

Figura 31: Aplicativo móvel recebendo dados.

Entregar um conteúdo visual de fácil entendimento em qualquer lugar com acesso


Wifi e com pacote de dados da telefonia celular. As ferramentas da interface gráfica, widget e
eventos foram capazes de gerar fácil compreensão visual dos dados coletados e publicados nos
seus tópicos.

De forma simples e eficaz a arquitetura proposta cumpriu bem o seu papel, pois foi
capaz de entregar de forma relevante os valores medidos, por ser portátil, leve e altamente
adaptativa e escalonáveis, em uma necessidade de ampliação de publicadores e assinantes
futuros o dimensionamento proposto está pronto para evolução, podendo ser posicionada em
diversas estruturas e em locais onde se deseja conhecer os valores de temperatura e umidade no
local de posicionamento a ser escolhido basta está coberto pelo sinal de rede Wifi conhecido.
44

8. DISCUSSÃO

Ressaltamos que o objetivo desse trabalho de conclusão de curso é monitorar as


condições ambientais de temperatura e umidade em Data center, afim de inspecionar se os
requisitos baseados nas normas de refrigeração de Data Center estavam condizentes, e buscar
um sistema que auxilie os administradores a tomar decisões sobre o ambiente monitorado.

E de forma clara que um dos itens que não foi abordado na linguagem de programação
dentro da IDE Arduino foi a parte de alarmes, essa limitação também se dá pelo fato que caso
o usuário deseje tocar os limites de alarmes para o envio de mensagem, se faz necessário a
suspenção da aplicação para descarregar novo código na memória do microcontrolador ESP32.

Como solução para isso esse serviço de alertas é oferecido pelo próprio servidor
Broker da Ubidots, podendo ser ajustado a qualquer momento sem a interrupção do serviço de
monitorização.

Como forma de melhoria seria descrever um algoritmo para uma função de rotina
contadora de horas e que se faça a programação de manutenção e limpeza do sistema de
refrigeração para atender as normas ABNT:

 NBR 14679:2001 Sistemas de condicionamento de ar e ventilação - Execução


de serviços de higienização
 NBR 13971:1997 - Sistemas de refrigeração, condicionamento de ar e
ventilação - Manutenção programada

Outra possibilidade visando a alta capacidade de escalonamento dessa plataforma, e


inserir diversos sensores em vários pontos onde não se conhece a eficiência da refrigeração, e
é alvo constante de pane, com o propósito de saber se nesse determinado local a refrigeração é
suficiente e se a umidade está provocando alguma anomalia envolvendo descargas
eletroestáticas.

Com isso podendo mapear como um todo o Data center emitindo um laudo de
validação, reportando que durante o processo de validação, usando uma métrica consolidada
pode se afirmar que o ambiente está dentro da norma e apto ao funcionamento.

Podemos realizar futuramente integração com o sistema HVAC. A sigla HVAC:


Heating, Ventilating and Air Conditioning, que em português foi traduzida para: AVAC –
Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado, refere-se à funções básicas e primordiais
dos sistemas de climatização (WEB, 2020).
45

E os gestores permitirem um controle autônomo, onde os sensores espalhados pelos


ambientes, pudessem direcionar a forma mais adequada da climatização desses DC,
aumentando ou diminuído a ventilação forçada dos Rack, elevando e rebaixando a temperatura
busco melhor eficiência e isso tudo como o sistema supervisório mapeando todas essas ações,
permitindo essas operações e depois deixando de forma automática.

Outra forma de considerar uma melhora, seria o up-grade da plataforma com ESP32
LoRaWan. A palavra LoRa vem da expressão em inglês “Long Range”, que em português
significa longo alcance. Essa é uma tecnologia de comunicação sem fio e funciona através de
rádio frequência

LoRa (Long Range) é uma tecnologia de rede de área ampla de baixa potência
(LPWAN). Baseia-se em técnicas de modulação de espectro de propagação derivadas da
tecnologia chirp spread spectrum (CSS). Foi desenvolvido por Cycleo de Grenoble, França e
adquirido pela Semtech, o membro fundador da Aliança LoR (ALLIANCE, 2021).

O LoRa usa bandas de radiofrequência sub-gigahertz sem licença, como 433 MHz,
868 MHz (Europa), 915 MHz (Austrália e América do Norte) e 923 MHz (Ásia). O LoRa
permite transmissões de longo alcance (mais de 10 km em áreas rurais) com baixo consumo de
energia.

Os dispositivos LoRa possuem recursos de geolocalização usados para triangular


posições de dispositivos por meio de carimbos de data/hora dos gateways. O LoRa e LoRaWAN
permitem conectividade de longo alcance para dispositivos da Internet das Coisas (IoT) em
diferentes tipos de indústrias

LoRaWAN é o nome dado ao protocolo que define a arquitetura do sistema, bem como
os parâmetros de comunicação usando a tecnologia LoRa. Assim, esse protocolo foi
desenvolvido pela Lora Alliance, uma organização sem fins lucrativos que cresceu para mais
de 500 membros, desde a sua fundação em 2015 (SEMTECH, 2019).

Basicamente, a tecnologia LoRa revolucionou a IoT, ao permitir que os dispositivos


acomodem uma vasta gama de aplicativos. Assim, ela transmite vários pacotes com
informações importantes, seus diferenciais estão descritos abaixo.

1. Baixo custo de implantação e operação: Reduz o investimento em infraestrutura,


despesas de substituição de bateria e, em última instância, despesas
operacionais.
46

2. Baixo consumo de potência: Necessita de pouca energia. Assim, a vida útil da


bateria é prolongada até 10 anos, o que reduz os seu custo de compra.
3. Longo alcance: Conecta dispositivos em grandes distâncias nas áreas rurais e
infiltra em densos ambientes internos ou urbanos.
4. Mobilidade: Mantém a comunicação com dispositivos em movimento sem
sobrecarregar o consumo de energia.
5. Padronização: Os sinais emitidos são robustos, não propagam ruídos e não
sofrem interferência na sua faixa de frequência. Logo, a implementação de
aplicativos IoT é rápida em qualquer lugar.

A arquitetura da rede do LoRaWAN funciona em formato de estrela. Assim, ela


permite preservar a vida útil da bateria e a conectividade de longo alcance.

Figura 32: Topologia LoRaWan

No geral, a topologia é composta basicamente por dispositivos finais, gateways,


servidores de rede e servidores de aplicação (SEMTECH, 2019). Entenda o que são eles:

1. Dispositivos finais: São os elementos básicos de redes como sensores de


temperatura, sensores de umidade, leitores de consumo de energia, água, gás, …
Os dispositivos finais não tem a capacidade de roteamento de pacote. Desta
forma todas as mensagens que são trocadas são enviadas diretamente para o
gateway em questão;
47

2. Gateways: São estações rádio base que fazem o intermédio, a retransmissão das
mensagens, entre os dispositivos finais e os servidores de rede;
3. Servidores de rede: São os responsáveis por receber as informações enviadas
pelos gateways, processá-las e enviá-las para aplicação;
4. Servidores de aplicação: A aplicação ao receber as informações do servidor, irá
tomar algumas ações específicas. Essas aplicações podem ser acessadas tanto
via Web, como em um aplicativo no seu celular.

Após a explicação sobre o que é a LoRaWan, podemos desenhar uma infinita gama de
aplicação, no Campo dos Agronegócios podemos monitorar silos acionando a ventilação,
abrindo comportas, acionando esteiras, mapeando todos os maquinários via geolocalização

Tudo isso apontado tem como visão a melhoria continua desse projeto, se tronando
uma ferramenta robusta no auxílio de tomada de decisão dos gestores de diferentes segmentos
da indústria e campo e cidades.
48

9. CONCLUSÕES

O presente trabalho de conclusão de curso teve como proposito principal desenvolver


um sistema de monitoramento de temperatura e umidade em ambientes designados como Data
Center.

A partir das considerações apresentadas ao longo deste trabalho, é possível concluir


que a arquitetura desenvolvida para atender a proposta central para o sistema cumpre com o
que foi proposto.

Desenvolvida para ser viável economicamente, e obter um resultado satisfatório no


processo de medição, o envio de dados pelo protocolo MQTT garantiu leveza e flexibilidade
na comunicação.

Apresentação em uma interface amigável, disponibilizada em uma página da web,


permitindo assim acesso ao servidor Broker usando um navegador de internet ou no aplicativo
móvel.

A dispositivo pode ser aplicado em diferentes áreas de um Data Center afim de rastrear
zonas que até então não se conhecia os valores de temperatura e umidade, e que poderiam estar
comprometendo o seu desempenho.

Concluímos que as etapas propostas conseguiram ser cumpridas com êxito e essas
informações passaram a ter visibilidade, qualquer alteração significativa desses parâmetros
estão disponíveis e passaram a ser de conhecimento dos gestores.
49

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABREU, Marcio. ASHRAE TC 9.9 – Evolução. Innotechno. Disponível em:


<https://blog.innotechno.com.br/ashrae-tc-9-9-evolucao_temperatura-do-data-
center/>. Acesso em: 02 nov. 2021.
ALLIANCE, LoRa. About LoRa Alliance. lora-alliance.org, 2021. Disponível em:
<https://lora-alliance.org/about-lora-alliance/>. Acesso em: 15 nov. 2021.
ARDUINO. Arduino IDE 1 Installation (Windows). Docs.arduino, 2021. Disponível
em: <https://docs.arduino.cc/software/ide-v1/tutorials/Windows>. Acesso em: 02 nov.
2021.
ASHRAE. Conheça a ASHRAE História. ASHRAE Brasil, 2021. Disponível em:
<https://www.ashraebrasil.org/what-is-ashrae>. Acesso em: 02 nov. 2021.
ASHRAE, TC9.9. Thermal Guidelines for Data Processing Environments. ASHRAE,
Atlanta, n. 4º, 2015.
BERTOLETI, Pedro. Projetos com ESP32 e LoRA. 1º. ed.
CACPNRJ. Referência de pinagem do ESP32. Cap Sistema, 2020. Disponível em:
<https://capsistema.com.br/index.php/2020/03/22/referencia-de-pinagem-do-esp32-
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