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Fevereiro/2016

Acerte na escolha dos títulos do Tesouro Direto

Caro leitor,

Temos indicado há algum tempo em nossas newsletters a compra de títulos


públicos por meio do Tesouro Direto. Gostamos dessa modalidade de
renda fixa, mas isso não significa que não existem pegadinhas nesse
investimento. É preciso conhecer as vantagens e desvantagens de cada
categoria e também refletir sobre a situação econômica que o país vem
atravessando.

O Tesouro Nacional divulgou em janeiro de 2016 que a dívida pública da


União avançou 21,7% no ano passado, alcançando a marca dos R$ 2,8
trilhões. Além disso, o país perdeu o grau de investimento por duas das
três grandes agências de classificação de risco, o que não é um bom sinal.

A realidade assusta, mas não deve impedi-lo de criar riqueza. Ao contrário.


Existem boas oportunidades nos momentos de crise e é o que queremos
mostrar para você. Quando falamos do Tesouro Direto, enxergamos boas
opções e sugerimos, neste momento, priorizar a compra de títulos de curto
e médio prazos.
Mas como escolher o melhor título entre tantas opções?

É preciso ter em mente que fechamos 2015 com uma inflação que superou
os 10%, consideravelmente acima do centro da meta, de 4,5%. O
resultado chama ainda mais atenção se levarmos em conta que, mesmo
com uma taxa básica de juros no maior nível em quase 10 anos, de
14,25%, o governo não está conseguindo controlar o aumento dos preços.

Avaliamos que o ideal é montar sua carteira de renda fixa com um pouco
de cada título… Veja na página do Tesouro Direto o que está disponível
para compra (colocamos como exemplo uma tabela do dia 29 de janeiro
de 2016) e entenda como funciona cada título:
Tesouro IPCA+

O Tesouro IPCA+, também conhecido pela sigla NTN-B, costuma ser


bastante indicado para o investidor que deseja fazer poupança visando um
horizonte de médio a longo prazo, inclusive para aposentadoria. O
rendimento do papel é composto por uma taxa prefixada, definida no
momento da compra, e por outra parcela correspondente à variação da
inflação, o que garante rentabilidade real, isto é, o aumento do poder de
compra do seu dinheiro. O título pode ser principal ou não.

No caso do principal, o fluxo é simples, ou seja, o investidor faz a


aplicação e resgata o valor de face (valor investido somado à rentabilidade)
integralmente na data de vencimento do título.

No segundo caso, o rendimento é recebido ao longo do investimento, por


meio de cupons semestrais de juros, e na data de vencimento do papel,
quando há o resgate do total aplicado corrigido pela inflação e o
pagamento do último cupom.

Atualmente existem três opções de vencimento do Tesouro IPCA+


disponíveis para compra (2019, 2024 e 2035) e outras três de títulos com
juros semestrais (2026, 2035 e 2050).

Lembre-se ainda que é fundamental analisar os riscos envolvidos na


operação. Eles praticamente inexistem se o investidor carregar o título até
o vencimento, já que ele vai receber exatamente o que foi pactuado na
compra (exceto se o governo der um improvável calote).

Mas se o investidor optar por se desfazer do papel antes do vencimento,


ficará sujeito a aceitar o que o mercado estiver disposto a pagar, podendo
amargar prejuízo.

– Tesouro Prefixado

O principal diferencial deste título é a rentabilidade definida no momento


da compra. A modalidade conta com dois papéis disponíveis: Tesouro
Prefixado (antiga LTN – Letra do Tesouro Nacional) e Tesouro
Prefixado com Juros Semestrais (antes conhecido por NTN-F – Nota do
Tesouro Nacional).
Tanto em um quanto em outro, o investidor já sabe no momento da
aplicação o rendimento que terá sobre o capital investido, que será,
portanto, nominal. Será preciso descontar a inflação para saber a
rentabilidade real do valor aplicado. Assim como no Tesouro IPCA+, é
preciso levar em consideração a forma de remuneração dos papéis para
decidir qual se adequa melhor ao seu perfil.

Enquanto o Tesouro Prefixado tem fluxo de pagamento simples, com a


remuneração do capital apenas na data de vencimento ou no resgate do
papel, o Tesouro Prefixado com Juros Semestrais faz, como bem diz o
nome, pagamento de juros a cada seis meses. Há, portanto, uma
antecipação da rentabilidade contratada.

– Tesouro Selic

Além do Tesouro IPCA+, existe outro título público da modalidade


pós-fixada: o Tesouro Selic, conhecido anteriormente como LFT (Letra
Financeira do Tesouro). Conforme o próprio nome diz, sua rentabilidade
segue a variação da Selic, a taxa básica de juros da economia. O papel tem
rentabilidade diária e baixa volatilidade, evitando perdas no caso de venda
antecipada.

Por isso, é o título mais recomendado a quem pode precisar do dinheiro


antes da data de vencimento.

Diferentemente dos demais títulos, o Tesouro Selic tem apenas fluxo de


pagamento simples, sem a possibilidade de antecipação semestral de juros.

Tudo entendido? Agora é hora de investir! Escolha a opção que mais lhe
atende e comece a criar riqueza. Boa sorte e conte sempre com a nossa
ajuda!

Até mais,
Bruna Bessi
(http://criandoriquezaimagens.s3.amazonaws.com/wp-content/uploads
/2016/02/bruna-bessi.jpeg)

Analistas Responsáveis

Rodolfo Amstalden, Analista CNPI*

Walter Poladian, Planejador Financeiro CFP

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* O analista Rodolfo Amstalden é o responsável principal pelo conteúdo do relatório e pelo


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