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Introdução à Engenharia

UNIDADE 4

OBJETIVO
Ao final desta
unidade,
esperamos
que possa:

> Identificar a estrutura


vigente no sistema
Confea/ Crea.

> Descrever as
principais funções das
associações de classe
em engenharia.

> Definir os benefícios da


associação no Crea/
Confea.

56 SUMÁRIO
Introdução à Engenharia

4 CONSELHO REGIONAL -
CREA
Após as discussões relativas à profissão de engenheiro, às suas aptidões e à estrutura
curricular do curso, esta unidade volta-se à apresentação e ao debate da sua principal
entidade de classe: o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia - CONFEA.

Ao longo desta unidade, você será apresentado e aos poucos vai se familiarizar um
pouco melhor com o trabalho do conselho e como você, enquanto profissional, pode
vir a se relacionar e interagir com alguma de suas instâncias. Você também será apre-
sentado a algumas das principais atividades realizadas pelo conselho, bem como os
requisitos e benefícios em se tornar um engenheiro credenciado.

4.1 INTRODUÇÃO DA UNIDADE

Assim como médicos, advogados, contabilistas e demais profissionais de caráter mais


técnico, a engenharia no Brasil tem na figura dos seus Conselhos Regionais (CREA) e
do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA) a sua maior representa-
ção em termos de entidade de classe.

Além desta representação, os Conselhos têm o papel de regulamentar as atividades


de engenharia no país, em seus mais variados segmentos de atuação (ou habilita-
ções) e nos mais variados contextos. Assim, é de suma importância que você enquanto
engenheiro (a) em formação conheça um pouco mais sobre este órgão e sua atuação
no país.

4.2 DEFINIÇÕES INICIAIS

Apesar do termo CREA já ser um pouco mais próximo da realidade da maior parte
dos engenheiros e estudantes de engenharia, é preciso ressaltar que a sigla refere-se
a uma subdivisão de um sistema ainda mais complexo. Para explicar melhor, vamos
detalhar as siglas envolvidas.

SUMÁRIO 57
Introdução à Engenharia

A sigla CREA identifica o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia. Já a


sigla CONFEA é uma abreviatura para Conselho Federal de Engenharia e Agro-
nomia.

Assim, é preciso destacar que apesar da maior frequência de citações em torno do


termo CREA, ele refere-se a uma parte menor do sistema de atuação do Conselho
Nacional de Engenharia. Outro ponto a ser destacado é que algumas pessoas ainda
podem associar o CREA ao Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura. De fato,
esta terminologia foi utilizada por muito tempo no país, uma vez que até então o siste-
ma CREA/CONFEA abarcava as atividades de engenharia em suas mais variadas habi-
litações, bem como a arquitetura e urbanismo e também agronomia.

Contudo, a terminologia foi descontinuada no momento em que se institui o Conse-


lho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR). A partir da Lei nº 12.378, de 31 de
Dezembro de 2010, as categorias relacionadas à arquitetura e ao urbanismo passam
a operar segundo uma representação profissional distinta e as siglas CREA e CONFEA
passam a destacar em seu título a agronomia em lugar da arquitetura.

Oficialmente, o CONFEA é caracterizado como uma entidade situada no nível


federal que tem o objetivo principal nortear a atuação dos engenheiros no país.

De acordo com seu sítio, o CONFEA:

“O Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) é uma autarquia


pública federal instituída pelo Decreto nº 23.569, de 11 de dezembro de 1933,
promulgado pelo então presidente da República, Getúlio Vargas. [...] é regido
pela Lei 5.194, de 24 de dezembro de 1966, tem sede em Brasília, e possui cer-
ca de um milhão de profissionais registrados em seu Sistema de Informações

58 SUMÁRIO
Introdução à Engenharia

(SIC). Sua missão é atuar eficiente e eficazmente como a instância superior da


verificação, da fiscalização e do aperfeiçoamento do exercício e das atividades
profissionais de engenheiros, agrônomos, geólogos, geógrafos, meteorologis-
tas, técnicos e tecnólogos, sempre orientado para a defesa da cidadania e a
promoção do desenvolvimento sustentável.” (Fonte:http://www.confea.org.br/

cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=906)

Destaca-se ainda, a preocupação do órgão pelos interesses sociais e humanos calca-


dos no respeito ao indivíduo e ao meio ambiente. Neste sentido, o Conselho adota um
conjunto de valores em sua atuação que abarcam a integridade, a ética, a excelência
e a transparência.

A estrutura do CONFEA é organizada a partir de um plenário cujas atribuições e compe-


tências estão previstas na Resolução 1.015, de 30 de junho de 2006. Sua composição
prevê 18 conselheiros, uma série de comissões permanentes, o comitê de avaliação e
articulação e o conselho diretor.

É a partir desta estrutura que derivam as atuações dos CREAs. Com base nas diretrizes
do CONFEA, os Conselhos Regionais em cada estado do país idealizam suas ações e
desdobram estas atividades em nível estadual. Analogicamente, a interlocução entre
os CREAs e o CONFEA acontece na medida em que delegados ou representantes de
cada unidade estadual são designados para as eventuais reuniões e assembleias para
defenderem os interesses das regionais e/ ou apresentarem propostas de trabalho.

Esta estrutura de atuação regional dos órgãos de engenharia é similar àquela encon-
trada nos Estados Unidos. De acordo com Hotzapple e Reece (2006, p. 17), “cada esta-
do da federação tem poderes para licenciar e registrar engenheiros profissionais. O
objetivo é proteger a sociedade, assegurando um padrão mínimo de qualidade por
meio de exames, experiências e cartas de recomendação”.

4.3 A IMPORTÂNCIA DO CONSELHO E DO


PROFISSIONAL CREDENCIADO.

Você pode estar se perguntando o porquê da estruturação de um conselho como o


CREA/ CONFEA. Mais que isso, você pode questionar como isso possa vir a influenciar
o seu trabalho ou a sua formação enquanto estudante de engenharia. Pois bem, saiba

SUMÁRIO 59
Introdução à Engenharia

que além de ser o órgão responsável pelas diretrizes e normatização da profissão de


engenheiro no país, o sistema CREA/CONFEA atua como um interlocutor entre as
demandas da sociedade e os profissionais de engenharia.

Após a recente tragédia ocorrida na cidade de Brumadinho – MG, onde o rompi-


mento de uma barragem contendo milhões de metros cúbicos de rejeito de
minério causou a morte de centenas de pessoas, a atenção da população civil se
voltou ainda mais para as condições destas barragens. Neste sentido, algumas
assembleias foram convocadas para averiguar a situação destas estruturas e o
eventual risco à sociedade. O CREA do estado da Bahia, por exemplo, realizou
encontros entre engenheiros, órgãos públicos e as empresas responsáveis pelas
obras de diversas barragens no estado para averiguar as ações de manutenção
tomadas após a emissão de um relatório referente às condições das estruturas
realizadas no ano anterior.

Historicamente, as sociedades ou associações profissionais de engenharia


datam do século XIX. Sendo o Instituto de Engenheiros Civis da Grã-Bretanha,
fundado em 1818, considerado a primeira destas associações. Em 1852 funda-
-se a Sociedade Americana de Engenheiros Civis (ASCE — American Society of
Civil Engineers); e a partir daí diversas outras associações são fundadas (HOTZA-
PPLE; REECE, 2006).

Ainda segundo os autores:

A função primária das sociedades profissionais é a troca de informações entre


seus membros. [...] por meio da publicação de revistas técnicas, realização de
conferências, ma- nutenção de bibliotecas, oferecimento de cursos de edu-
cação continuada, e apresentação de estatísticas sobre emprego (salários e
benefícios), de modo que os membros possam avaliar sua remuneração. Al-
gumas sociedades profissionais auxiliam seus membros na busca de empre-

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Introdução à Engenharia

go, ou informam o governo sobre temas técnicos associados à sua profissão.


Como estudante, é aconselhável que você se integre aos capítulos de socieda-
des profissionais de sua especialidade. Eles oferecem vários benefícios, como
encontros que permitem que você interaja com a indústria, colegas de estu-
dos e professores (HOTZAPPLE; REECE, 2006, p. 17).

Hotzapple e Reece (2006, p.19 ) apresentam ainda uma lista contendo diversas
sociedades profissionais em engenharia e seus respectivos endereços eletrôni-
cos. Você pode conhecer um pouco mais sobre estas associações acessando os
sites apresentados na Tabela 1.2 do livro que está disponível no Minha Biblioteca.

Já para Moaveni (2016), o ingresso em uma associação de engenharia baseia-se em


uma série de motivos. Dentre estes, destacam-se:

• ampliar a rede de contatos, participar de visitas a fábricas;

• ouvir palestrantes técnicos convidados;

• participar de concorrências de projetos;

• frequentar eventos sociais;

• aproveitar oportunidades de aprendizado em pequenos cursos, seminários e


conferências; e,

• obter crédito estudantil e bolsas de estudo.

SUMÁRIO 61
Introdução à Engenharia

Além disso, segundo o autor, as associações são locais adequados para se conhecer
um pouco mais sobre as áreas de especialização da engenharia. Muitas destas asso-
ciações partilham interesses comuns e fornecem um gama de serviços diferencia-
dos para engenheiros de diferentes habilitações. Na prática, as associações oferecem
como benefícios (MOAVENI, 2016, p. 39):

• Realização de conferências e reuniões para compartilhar novas ideias e resul-


tados em pesquisa e desenvolvimento.

• Publicação de jornais, livros, relatórios e revistas técnicas para ajudar os enge-


nheiros a se manter atualizados sobre determinadas especialidades.

• Oferecimento de pequenos cursos sobre desenvolvimento técnico atual para


manter os profissionais atualizados em seus respectivos campos.

• Prestação de consultoria para os governos federal e estadual sobre políticas


públicas relacionadas à tecnologia.

• Criação, manutenção e distribuição de normas e padrões que tratam das


práticas corretas de projeto de engenharia para assegurar a segurança pública.

• Fornecimento de um mecanismo de rede por meio do qual pode-se conhe-


cer pessoas de diferentes empresas e instituições. Isso é importante por dois
motivos:

I. Se houver um problema para o qual precise de assistência externa


a sua empresa, você tem um conjunto de colegas com os quais se
reunir para ajudá-lo a solucionar o problema.

II. Boas parcerias podem acontecer caso venha a conhecer pessoas


de outras empresas que estão à procura de bons engenheiros para
contratar enquanto você está em busca de novas oportunidades.

Apresentadas as funções e objetivos das associações de engenharia, passa-se à discus-


são da necessidade de se trabalhar com um profissional credenciado.

4.3.1 O PROFISSIONAL CREDENCIADO

O profissional credenciado é um aspecto de grande importância tanto para as empresas


que realizarão as contratações, como para você enquanto profissional de engenharia.

62 SUMÁRIO
Introdução à Engenharia

De acordo com o CONFEA (2019):

“O profissional [credenciado] determina a segurança e a qualidade da obra,


além das garantias necessárias para que ela seja realizada sem problemas.
É fundamental que a sociedade entenda que aquele que estudou por vários
anos está apto para atender as demandas existentes. Contratar um profissio-
nal é, portanto, necessário para ter um bom projeto e para executá-lo com
qualidade e economia, prevendo problemas futuros que ocorrem quando o
projeto não é feito por um profissional.” (Fonte: CONFEA, 2019)

Assim, a entidade emite por meio de suas atribuições o Registro Profissional no


CONFEA/CREA. É a partir deste registro que o profissional se torna habilitado para
“realizar obras com a melhor técnica, provendo bem-estar à sociedade”. Uma vez
registrado, este profissional tem o aval da associação para atuar segundo o Código de
Ética Profissional da entidade. É a partir deste registro que o profissional pode emitir
a sua Anotação de Responsabilidade Técnica ou ART.

A ART funciona como uma assinatura profissional do engenheiro e garante


tanto benefícios para as partes envolvidas (consumidor e profissional de enge-
nharia) quanto a legitimidade do serviço prestado.

O tópico a seguir detalha a concepção e dinâmica da ART.

4.3.2 A ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA


(ART)

De acordo com a Lei nº 6.496/77, ao executarem serviços de engenharia, os profissio-


nais ficam sujeitos à Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) um documento
que reúne informações para o profissional, para a sociedade e para o contratante dos
serviços que objetivam auxiliar o controle e verificação dos serviços realizados e a sua
conformidade com os padrões técnicos vigentes.

SUMÁRIO 63
Introdução à Engenharia

Do ponto de vista do profissional, este registro assume papel de comprovação da


prestação do serviço; garantindo ao profissional os seus direitos autorais e de remune-
ração e a comprovação de existência de um contrato mesmo em situações de contra-
tação verbal. A ART define ainda os limites de atuação do profissional, permitindo
assim, que este responda apenas pelas atividades executadas na prestação do servi-
ço. O CONFEA (2019) destaca ainda que a ART “indica para a sociedade os responsá-
veis técnicos pela execução de obras ou prestação de quaisquer serviços profissionais
referentes à área tecnológica, assim com as características do serviço contratado”.

Já para o consumidor, a ART atua como um elemento de defesa dos seus direitos,
uma vez que “formaliza o compromisso do profissional com a qualidade dos servi-
ços prestados” (CONFEA, 2019). Para aquelas situações que fogem ao acordado em
contrato, a ART possibilita a identificação individual dos responsáveis e suas respecti-
vas responsabilidades junto ao Poder Público. Para o cenário de trabalhos multidisci-
plinares ou em equipe, cada profissional deve registrar individualmente a ART, como
responsável, coautor ou corresponsável, em sua área de atuação (CONFEA, 2019).

Apesar da clara definição do papel da ART para cada uma das partes envolvidas,
profissional de engenharia e contratante, operacionalmente a adoção do registro
enfrenta alguns percalços. É possível observar um lapso de tempo entre a edição e a
revisão dos normativos relativos à ART e ao acervo técnico. Com isso, verificou-se uma
falta de uniformidade de ação pelos CREAS . Neste sentido, empresas ou profissionais
que atuavam em diferentes regiões enfrentavam a situação de adoção de “diferentes
critérios, exigências e documentos requeridos, bem como o atendimento da legisla-
ção federal por meio de entendimentos diversificados e muitas vezes antagônicos”
(CONFEA, 2019).

Assim, passou-se ao processo de revisão das normas relativas à emissão da ART de


modo a harmonizar tal demanda. Para tanto, a revisão focou-se em (CONFEA, 2019):

a. identificar a legislação federal vinculada à matéria;

b. sistematizar os procedimentos e documentos adotados pelos Regionais, e

c. conhecer as necessidades, as sugestões e as críticas dos principais interessados,


ou seja, dos Creas, do Confea, dos profissionais e de órgãos públicos de controle
e de estatística.

64 SUMÁRIO
Introdução à Engenharia

Assim, a partir de uma série de parcerias, o sistema CONFEA/ CREA passou a propor
procedimentos operacionais normatizados com o objetivo de uniformizar os proces-
sos de emissão das ART sem desconsiderar as peculiaridades dos estados e dos seus
respectivos CREAS.

Com isso, foram elaborados os seguintes documentos (CONFEA, 2019):

• Resolução nº 1025/2009: dispõe sobre a Anotação de Responsabilidade Técni-


ca e o Acervo Técnico Profissional, e dá outras providências.

• Decisão Normativa nº 85/2011: aprova o manual de procedimentos operacio-


nais para aplicação da Resolução nº 1.025, de 30 de outubro de 2009, e dá
outras providências.

• Resolução nº 1050/2013: dispõe sobre a regularização de obras e serviços de


Engenharia e Agronomia concluídos sem a devida Anotação de Responsabili-
dade Técnica – ART e dá outras providências.

Veja a seguir a documentação necessária para requerer o seu registro no CREA do


seu estado.

4.3.3 DOCUMENTOS NECESSÁRIOS PARA REQUERER


CARTEIRA PROFISSIONAL

Uma vez que tenha concluído sua graduação, o profissional de engenharia pode soli-
citar o seu registro profissional e sua carteira de identificação junto a um CREA. Este
vínculo também está disponível para profissionais que tenham realizado sua forma-
ção no exterior.

Para solicitar sua carteira profissional, é preciso que engenheiro compareça ao CREA
do estado em que pretende atuar, preencha o formulário específico e apresente
originais e cópias dos seguintes documentos:

• Original do diploma ou do certificado, registrado pelo órgão competente do


Sistema de Ensino.

• Histórico escolar com indicação das cargas horárias das disciplinas cursadas.

• Carteira de identidade ou cédula de identidade de estrangeiro com indicação


de permanência no País, expedida na forma da lei.

SUMÁRIO 65
Introdução à Engenharia

• Cadastro de Pessoa Física – CPF.

• Título de eleitor, quando brasileiro.

• Prova de quitação com a Justiça Eleitoral, quando brasileiro.

• Prova de quitação com o Serviço Militar, quando brasileiro e do sexo masculino.

• Comprovante de residência.

• Duas fotografias, de frente, nas dimensões 3x4cm, em cores.

É possível incluir na sua carteira profissional informações relativas ao tipo sanguí-


neo e ao fator RH.

4.3.4 CONSULTAS PÚBLICAS

Conforme já comentado, o sistema CONFEA/ CREA além de atuar na normatização


das relações entre consumidores e prestadores de serviços de engenharia e no desen-
volvimento das diretrizes de atuação destes profissionais, assume também o papel
de interlocutor entre a sociedade civil e a classe dos profissionais de engenharia. Esta
outra faceta de atuação do órgão se sobressai em situações em que a sociedade
demanda maiores explicações sobre questões técnicas relacionadas às obras ou servi-
ços de engenharia e seus respectivos impactos na sociedade e no meio ambiente.

É o que pode ser observado em situações de desastres naturais ou causados


pela ação do homem como aqueles observados no rompimento da barragem
de rejeitos de minérios da empresa Samarco na cidade de Mariana, Minas Gerais;
ou no evento em que um viaduto na Marginal Pinheiros, em São Paulo, cedeu
interditando boa parte do trânsito daquela região da cidade.

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Introdução à Engenharia

FIGURA 13 - DESASTRE AMBIENTAL NA CIDADE DE MARIANA, MINAS GERAIS

Fonte: Shutterstock, 2019

Neste sentido, o sistema CONFEA/ CREA realiza, a partir do seu Sistema de Consulta
Pública, um processo de coleta de manifestações de profissionais, estudantes e da
sociedade em geral sobre projetos de lei e de normativos do próprio sistema que
possam afetar a vida do profissional e a segurança pública.

De fato, esta vertente de atuação do sistema CONFEA/ CREA se mostra bastante


presente nos últimos anos. Sendo inclusive, responsável pelo diálogo entre empresas,
sociedade e a classe dos engenheiros em questões concernentes à demarcação de
terras da União, aspectos legais e técnicos sobre a acessibilidade de indivíduos, utili-
zação de agrotóxicos, etc.

Alguns exemplos recentes da atuação do Sistema de Consulta Pública do siste-


ma CONFEA/ CREA são (CONFEA, 2019):

• Projeto de Lei - PL 9998/2018 - Criar regras de gestão de segurança em


unidades de conservação ambiental - Alterar as Leis 9985/2000, 7797/1989 e
11771/2008 para disciplinar a visitação pública para fins de turismo, esporte e
recreação em unidades de conservação integrantes do Sistema Nacional de
Unidades de Conservação - SNUC. Até 24/11/2018

SUMÁRIO 67
Introdução à Engenharia

• Projeto de Lei do Senado - PL 0219/2015 - Altera a Lei nº 10.098, de 19 de


dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a
promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com
mobilidade reduzida, e dá outras providências, para obrigar as empresas
aéreas a possuírem rampas de acesso ou mecanismos acessórios para auxiliar
no embarque e desembarque de pessoas com deficiência. Até 29/11/2018

• Projeto de Lei da Câmara - PLC 0079/2016 - Serviço de telecomunicações -


Alterar as Leis nºs 9.472, de 16 de julho de 1997, para permitir a adaptação da
modalidade de outorga de serviço de telecomunicações de concessão para
autorização, e 9.998, de 17 de agosto de 2000; e dar outras providências. Até
02/12/2018

• Projeto de Lei – PL 6950/2017 - Acrescentar o inciso VI ao art. 32 da lei nº 13.146,


de 6 de julho de 2015. - Projeto de Lei – PL 7184/2017 (Apensado) - Alterar a
Lei nº 13.146, de 06 de julho de 2015, para tornar obrigatória a adaptação dos
imóveis destinados às pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade
reduzida nos programas habitacionais, públicos ou subsidiados com recursos
públicos. Até 04/12/2018

• Projeto de Lei – PL 9851/2018 - Alterar o Decreto Lei 9.760/1946 - Incluir onde


couber, na Seção II – Da demarcação dos terrenos de marinha. Até 04/12/2018

• Projeto de Lei – PL 1710/2003 e Apensado: PL 3482/2012 - Licenças Ambien-


tais - Alterar a Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Até 15/12/2018

• Projeto de Lei – PL 2163/2011 - Licenciamento Ambiental - Altera a Lei nº 6.938,


de 31 de agosto de 1991, dispondo sobre o licenciamento ambiental para a
instalação, a ampliação e o funcionamento de empreendimentos agropecuá-
rios, florestais ou agrossilvipastoris. Até 16/12/2018

• Projeto de Lei – PL 1634/2007 - Proteção às abelhas e à flora a elas relacionada.


- Alterar as Leis nºs 5.197, de 03 de janeiro de 1967, e 9.605, de 12 de fevereiro
de 1998, e estabelece medidas de proteção às abelhas e à flora a elas relacio-
nada. Até 17/12/2018

• Projeto de Lei do Senado – PLS 0414/2018 - Composição dos órgãos executivos


dos conselhos fiscalizadores de profissões regulamentadas - Estabelecer um
percentual mínimo para cada sexo na composição dos órgãos executivos dos
conselhos fiscalizadores de profissões regulamentadas e da Ordem dos Advo-
gados do Brasil. Até 18/12/2018

68 SUMÁRIO
Introdução à Engenharia

• Projeto de Decreto Legislativo – PDC 0809/2012 - Comunicado de 19/07/2012-


IBAMA - Sustar a eficácia do Comunicado, de 19 de julho de 2012, do Insti-
tuto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Até
18/12/2018

• Projeto de Lei do Senado – PLS 0541/2015 - Restringir o registro e uso de agro-


tóxicos. - Alterar a Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989, para restringir o registro
e uso de agrotóxicos. Até 18/12/2018

• PLS 0337/2008 e PLC 0055/2007 - Alterações na Lei dos Agrotóxicos - PLS


0337/2008: Alterar o art. 7º da Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989, para insti-
tuir a rastreabilidade de agrotóxicos. - PLC 0055/007: Excluir da lei a menção
ao indexador MVR (Maior Valor de Referência), adaptando os tipos penais ao
regime de multa adotado pelo Código Penal. Até 19/12/2018

• Projeto de Lei Complementar – PLP 0539/2018 - Avaliação periódica de desem-


penho de servidores públicos estáveis - Regulamentar o inciso III do § 1º do
art. 41 da Constituição Federal, para disciplinar o procedimento de avaliação
periódica de desempenho de servidores públicos estáveis das administrações
diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Muni-
cípios. Até 22/12/2018

• Projeto de Lei – PL 10870/2018 - A atividade do profissional de Segurança do


Trabalho e a profissão de Técnico de Segurança do Trabalho. - Alterar a Lei nº
7.410, de 27 de novembro de 1985, para dispor sobre a atividade do profissio-
nal de Segurança do Trabalho e a profissão de Técnico de Segurança do Traba-
lho. Até 22/12/2018

• Projeto de Lei do Senado – PLS 0438/2011 - Criminalizar a venda ilegal de


agrotóxicos - Alterar a Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989 e a Lei nº 8.072, de
25 de julho de 1990, para criminalizar a venda ilegal de agrotóxicos e condutas
correlatas. Até 23/12/2018

• Projeto de Lei do Senado – PLS 0136/2014 - Prazo de validade de registro


de agrotóxico - Alterar a Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989, para fixar prazo
de validade de registro de agrotóxico no país e dá outras providências. Até
23/12/2018

• Projeto de Lei – PL 10882/2018 - Produção orgânica - Alterar a Lei nº 10.831,


de 23 de dezembro de 2003, para instituir o Sistema Brasileiro de Avaliação
da Conformidade Orgânica e criar o selo de comprovação da conformidade

SUMÁRIO 69
Introdução à Engenharia

orgânica do produto alimentício e definir o órgão responsável pela fiscalização


do cumprimento das normas regulamentadas para a produção orgânica nos
estabelecimentos produtores registrados. Até 23/12/2018

• Projeto de Lei – PL 1291/2015 - Política Nacional de Biocombustíveis Florestais


- Dispõe sobre a Política Nacional de Biocombustíveis Florestais e dá outras
providências (alterar a Lei 10.336/2001). Até 24/12/2018

• Projeto de Lei – PL 5733/2009 e Apensados - Alteração, Estatuto da Cida-


de, competência, municípios, criação, normas, utilização, fonte alternativa
de energia, edifício, edifício público, prioridade, aquecimento, água, energia
solar, obtenção, recursos financeiros, financiamento, (SFH), construção. Até
25/12/2018

• Projeto de Lei – PL 2457/2011 e Apensados - Buscar medidas para reduzir o


impacto da escassez de água no País. Até 26/12/2018

• Projeto de Lei – PL 4990/2016 - Vida útil de prédios. - Determinar a divulgação,


na forma que especifica, do tempo estimado de vida útil de prédios e demais
edificações públicas e dar outras providências. Até 30/12/2018

• Projeto de Lei – PL 3516/2015 (POL/SOPL) - Instituir o Programa Obra Legal e


o Selo Obra Pública Legal. Até 30/12

FIGURA 14 - INSPEÇÃO DE PRÉDIOS ANTIGOS E OBRAS PÚBLICAS

Fonte: Shutterstock, 2019.

70 SUMÁRIO
Introdução à Engenharia

• Projeto de Lei do Senado – PLS 0222/2015 - Cadastro Brasil Eficiente – CBE -


Estabelece normas relativas ao controle centralizado de informações sobre as
obras públicas custeadas com recursos federais e cria o Cadastro Brasil Eficien-
te - CBE. Até 31/12/2018

• Projeto de Lei do Senado – PLS 0538/2011 - Carteira de Projetos da Adminis-


tração Pública - Alterar os arts. 2º e 4º da Lei Complementar nº 101, de 4 de
maio de 2000, que estabelece normas de finanças públicas voltadas para a
responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências, para criar a Carteira
de Projetos da Administração Pública, estabelecer medidas de controle das
obras públicas e adotar outras providências. Até 01/01/2019

• Projeto de Lei do Senado – PLS 0011/2014 - Lei das Licitações - Alterar a Lei nº
8.666, de 21 de junho de 1993 (Lei de Licitações e Contratos Administrativos),
para dispor sobre os custos unitários das obras e serviços de engenharia contra-
tados por órgãos e entidades da Administração Pública Federal ou com recur-
sos dos Orçamentos da União. Alterar o mesmo diploma legislativo para esta-
belecer que, para os fins da lei, o Projeto Básico deverá conter a anotação de
responsabilidade técnica pelo orçamento detalhado, o qual deverá ser compa-
tível com os custos do sistema de referência, na forma da lei. Até 05/01/2019

• Projeto de Lei do Senado – PLS 0195/2013 - Licitações: projeto executivo prévio


- Alterar a Lei nº 8.666/93, que regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição
Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública
e dá outras providências, para exigir o projeto executivo prévio nas licitações
para contratação de obras com valor estimado superior a 100 milhões de reais.
Até 06/01/2019

• Projeto de Lei do Senado – PLS 0377/2014 - RDC e a matriz de riscos - Acres-


centar alínea ao inciso I do § 2º do art. 9º da Lei nº 12.462/2011 (Regime Dife-
renciado de Contratações Públicas - RDC), para exigir a inclusão, na contratação
integrada de obras e serviços de engenharia, de uma “matriz de riscos” no instru-
mento convocatório e na minuta contratual, em que sejam detalhados os riscos
inerentes à consecução do objeto licitado, bem como a repartição prévia das
responsabilidades e dos ônus cabíveis a cada uma das partes. Até 06/01/2019

• Projeto de Lei do Senado – PLS 0426/2013 - Licitações: Procedimento de Mani-


festação de Interesse - PMI. - Alterar a Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993,
que regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas
para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências,
para dispor sobre o Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI). Até
06/01/2019

SUMÁRIO 71
Introdução à Engenharia

• Projeto de Lei do Senado – PLS 0444/2013 - Disciplinar a concessão de obra


pública. - Alterar a Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, que dispõe sobre o
regime de concessão e permissão da prestação de serviços previsto no art. 175
da Constituição Federal, e dá outras providências, e a Lei nº 11.079, de 30 de
dezembro de 2004, que institui normas gerais para licitação e contratação de
parceria público-privada no âmbito da administração pública, para disciplinar
a concessão de obra pública. Até 07/01/2019

• Projeto de Lei – PL 1759/2015 - Política Nacional de Proteção e Defesa Civil . -


Alterar a Lei nº 12.608, de 10 de abril de 2012, que institui a Política Nacional
de Proteção e Defesa Civil. Até 08/01/2019

• Projeto de Lei – PL 6268/2016 (principal) - Dispor sobre a Política Nacional


de Fauna e dá outras providências. Alterar a Lei 7.797/1989. Revogar a Lei
5.197/1967 e dispositivo da Lei 9.605/998.

• Projeto de Lei - PL 7129/2017 (apensado) - Alterar as Leis 5.197/1967, 9.605/1998,


e 9.985/2000, para normatizar o abate e o controle de espécies exóticas inva-
soras. Até 20/01/2019

• Projeto de Lei do Senado – PLS 0091/2014 - Projetos básico e executivo em


Licitações - Alterar a Lei nº 8666/93 - que regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administra-
ção Pública e dá outras providências - para estabelecer que nenhuma licitação
pode ser iniciada sem que os respectivos projetos básico e executivo estejam
plenamente atendidos em todos os seus requisitos e atestados por parecer
jurídico do órgão responsável pelo processo licitatório que comprove tal regu-
laridade; estabelece que o não cumprimento da regra acima referida sujeita
o dirigente do órgão responsável pelo processo licitatório a responder pelo
crime de responsabilidade. Até 06/11/2019

Perceba, através destes exemplos, como é ampla a atuação do mecanismo de consul-


tas públicas do CONFEA/ CREA. A partir dele, a entidade pode se aproximar e contri-
buir junto à sociedade na resolução de questões das mais diversas naturezas. Esta
atuação ampla e de grande complexidade é uma marca da postura do engenheiro
– independente da sua habilitação –, e como pode ser visto foi transportada para a
postura adotada pela sua associação de classe.

72 SUMÁRIO
Introdução à Engenharia

CONCLUSÃO
Nesta unidade você tomou conhecimento da principal associação de classe de enge-
nharia no país, o sistema formado pelo Conselho Federal de Engenharia e Agrono-
mia (CONFEA) e suas sucursais, os Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia
(CREA). Mais especificamente, você foi apresentado ao histórico das recentes mudan-
ças ocorridas no conselho (com a saída das áreas de Arquitetura e Urbanismo da
autarquia), suas principais funções e vantagens para os seus associados.

Você também pode observar como a atuação do CONFEA/ CREA é ampla e complexa.
Figurando não só como um legislador das atividades dos profissionais de engenharia,
mas também como uma entidade que garante legitimidade aos serviços prestados
pelos seus profissionais devidamente credenciados (através da carteira profissional e
da ART).

Agora você pode inclusive, pesquisar como a classe dos engenheiros (devidamente
representada pelos CREAs em todo o país) se posiciona e dialoga com a socieda-
de frente a questões diversas. Você, enquanto estudante e futuro profissional, pode
iniciar diálogos com estas entidades e outros profissionais e levar à discussão aspec-
tos técnicos e contributivos para a sociedade, sob o prisma do posicionamento da sua
entidade de classe. Você pode discordar ou concordar integralmente com a posição
do órgão, mas o mais importante, é que você desenvolva um senso crítico apoiado
nos seus conhecimentos técnicos e efetivamente, possa contribuir para um melhor
cenário nacional. Bons estudos e até a próxima!

SUMÁRIO 73

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