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Portugues Jurudico 1
Portugues Jurudico 1
CONCEITOS
Não há consenso na definição desses dois termos, segundo a maioria dos estudiosos
da comunicação e da linguagem, devido à constatação de que a comunicação humana é
um fenômeno extremamente complexo.
Uma concepção mais moderna e mais próxima daquilo que a linguagem é para os homens
é aquela que entende a linguagem como atividade, como forma de ação, "como lugar de
interação que possibilita aos membros de uma sociedade a prática dos mais diversos tipos
de atos, que vão exigir dos semelhantes reações e/ou comportamentos, levando ao
estabelecimento de vínculos e compromissos anteriormente inexistentes" (KOCH, I. V.,
1992, p. 9)
Esses sistemas de sinais que o homem foi desenvolvendo constituem o que se chama
de linguagem natural, em oposição à linguagem artificial, da qual podemos citar como
exemplos o alfabeto dos surdos, o código Morse e o Esperanto.
Nesta última acepção, linguagem verbal se identifica com língua, isto é, um sistema
especial de sinais articulados, signos linguísticos (significado + significante), formando um
código e e um conjunto de regras de combinações desses sinais, dos quais uma
comunidade linguística compartilha, para comunicar-se.
No entender do sociolinguista D. Preti, "A língua funciona como um elemento de interação
entre o indivíduo e a sociedade em que ele atua. É através dela que a realidade se
transforma em signos, pela associação de significantes sonoros a significados, com os
quais se processa a comunicação linguística". (PRETI, 1974, p. 8)
E Benveniste corrobora esse entendimento, quando afirma: "De fato é dentro da, e pela
língua que indivíduo e sociedade se determinam mutuamente". (BENVENISTE, 1976, p. 27)
É inegável o caráter social da língua. Entre sociedade e língua existe uma relação que
ultrapassa a mera casualidade. A vida do homem em sociedade supõe um intercâmbio e
uma comunicação que se realizam fundamentalmente pela língua, o meio mais comum de
que dispomos para tanto. Através da língua o contato com o mundo que nos cerca é
permanentemente atualizado.
O grande interesse pelo estudo da diversidade da língua deve-se, entre outros, à grande
proliferação dos meios de comunicação de massa e ao desenvolvimento da propaganda,
na sociedade de consumo. Para atingir seu objetivo, buscando uma aproximação mais
eficiente do público consumidor, a publicidade procura na variação da língua uma forma
de identificação com o consumidor-ouvinte. Isto, segundo D. Preti, "tem colaborado para
uma nova compreensão do problema erro na língua, aceitando a comunidade padrões
antes repudiados, o que gerou um verdadeiro um verdadeiro processo de desmistificação
da chamada linguagem-padrão".
Se, por um lado, muitos fatores de variada importância concorrem para tornar a língua um
fenômeno de grande diversidade, a ponto de duas pessoas não falarem exatamente da
mesma maneira a mesma língua, e até uma única pessoa não falar em todos os momentos
de forma igual, por outro lado sabemos que, a partir do instante em que a comunidade
aceita uma língua como seu principal meio de comunicação, toda e qualquer variação lhe
será prejudicial, razão pela qual "a tendência é manter sua unidade, colaborando todos,
consciente e inconscientemente, no sentido de sua nivelação, pois dessa maneira a
compreensão será mais fácil, e a própria integração do indivíduo na cultura comum se
dará com maior facilidade", de acordo com o mesmo autor.
Dessa forma, é essa aparente oposição diversidade / uniformidade que mantém a língua
num contínuo fluxo e refluxo. Assim, de um lado age uma força diversificadora, constituída
pelas falas individuais em sua interação com fatores extralinguísticos; de outro, uma força
uniformizadora, disciplinadora, prescritiva, nivelando os hábitos linguísticos. As duas fazem
concessões mútuas, para se manter, de tal forma que o indivíduo sacrifica sua criatividade
pela necessidade de comunicação, enquadrando-se, inconscientemente, na língua da
coletividade em que atua; a comunidade, por sua vez, admitindo a criação individual,
incorporando hábitos linguísticos originais que atualizam os processos da fala coletiva,
evolui naturalmente, procurando uma melhor forma de comunicação.
Segundo o referido autor, "três são os principais fatores que agem sobre o uso e,
posteriormente, sobre a norma linguística, numa sociedade: a escola, a literatura e os
meios de comunicação em massa".
Principais Fatores
O terceiro fator determinante que atua sobre o uso e a norma, criando um verdadeiro
condicionamento linguístico e até social, são os meios de comunicação de massa.
Contando com uma tecnologia moderna, dirigem-se a uma grande audiência heterogênea
e anônima. Eles atuam, positivamente, divulgando a língua comum, a norma geral das
comunidades ocultas, contribuindo para a nivelação das estruturas e do léxico, mas
também, de forma negativa, sobre o próprio locutor, restringindo-lhe as maneiras de dizer,
diminuindo-lhe as possibilidades criativas na linguagem, enfim, automatizando-o, fazendo-
o pensar, falar e, consequentemente, agir dentro de padrões predeterminados.
Essa norma ou padrão linguístico ideal é a ensinada pela escola e percebida, ao menos
pela maioria, como a melhor forma, a mais correta, sendo por isso também a mais
prestigiada socialmente.
NÍVEIS DE LINGUAGEM
Ao lado da norma culta, podemos colocar as normas regionais ou línguas regionais, que
representam usos específicos de comunidades menores, afastadas dos grandes centros
civilizados, o que não as impede de ter também suas entidades tidas por ideais, dentro dos
limites geográficos em que são faladas, apesar de também não chegarem a negar o
comportamento linguístico geral, a norma culta.
Chama-se "dialetação" esse processo de variação, que pode ocorrer horizontalmente, isto
é, em regiões que falam a mesma língua, fazendo aparecer os dialetos regionais ou falares
regionais.
Podemos, pois, resumir, os vários níveis de linguagem: língua culta padrão, língua coloquial
ou comum, língua grupal.
Escolhida, por várias razões, como a língua que deve ser usada em todos os documentos
oficiais, na imprensa, etc.
Língua Grupal
1. as gírias - que variam conforme os grupos que as usam, por exemplo, as gírias dos
jovens, dos marinheiros, dos malandros, etc.