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REDES SOCIAIS E A INFLUÊNCIA NO COMPORTAMENTO DOS

ADOLESCENTES: Intervenções educativas com alunos da 2º série B do Ensino


Médio do CEGA - Centro de Ensino Graça Aranha.

1
Isadora Rêgo da Silva¹; Kellen Canela Ribeiro²; Kleyciane Soares Sousa³;
Meirilenes da Silva Feitosa 4; Ronebes Carneiro dos Santos 5; Vitória Nunes Costa6;
Fany Valentim de Matos7.

RESUMO

O presente trabalho teve como objetivo geral levar os alunos da 2ª série - B do Centro de Ensino
Graça Aranha (CEGA), a refletirem sobre as influências das redes sociais no processo de
aprendizagem informal e formal de suas vidas e de que forma estas contribuem e influenciam no
cotidiano. De acordo com a proposta do projeto ADDA (Aprender para Desenvolver/Desenvolver para
Aprender), as observações feitas em sala de aula, a entrevistas com o gestor, com os professores e
análise do projeto político pedagógico (PPP), os acadêmicos do 5º período de Psicologia da
Unisulma/IESMA, observaram que a principal demanda dos 43 alunos da série acima mencionada,
está relacionada ao uso das redes sociais em sala de aula. Sendo assim, durante o desenvolvimento
do projeto foram realizadas intervenções sendo elas confecção de cartazes, dinâmica em grupo, roda
de conversa e filme. Por fim os académicos contribuíram com Feedback, ou seja, falando dos perigos
e as influências das redes sociais, dando enfatize quanto a importância do tema trabalhado.

Palavras-chave: Redes sociais; Adolescentes; Comportamento.

1
Graduanda em Psicologia pelo Instituto de Ensino Superior do Sul do Maranhão. E-mail:
isadorinha.eu@gmail.com
² Graduanda em Psicologia pelo Instituto de Ensino Superior do Sul do Maranhão. E-mail:
Kellen_ribeirocanela@hotmail.com
³ Graduanda em Psicologia pelo Instituto de Ensino Superior do Sul do Maranhão. E-mail:
kleice.sousa@outlook.com
4
Graduanda em Psicologia pelo Instituto de Ensino Superior do Sul do Maranhão. E-mail:
Meyrilenisilva2@gmail.com
5
Graduando em Psicologia pelo Instituto de Ensino Superior do Sul do Maranhão. E-mail:
ronebes@hotmail.com
6
Graduanda em Psicologia pelo Instituto de Ensino Superior do Sul do Maranhão. E-mail:
vic_nunes.costa@hotmail.com
7
Fany Valentim de Matos. E-mail: fanyvalentim@gmail.com Prof.ª da disciplina de Psicologia da
Aprendizagem e Coordenadora do Projeto ADDA do Instituto de Ensino Superior do Sul do Maranhão
– IESMA/UNISULMA
1. INTRODUCÃO

Os conceitos e expansão das redes sociais, e o reconhecimento das suas


capacidades descritivas e implicações nos diferentes saberes leva a que cada vez
mais as abordagens a esta temática, sejam pertinentes e apelativas. Nos anos de 60
do século passado. Milgram (1963, citado por Portugal, 2014), estudou a rede social,
chegando à conclusão de que tudo está ligado e que todos no mundo estão
conectados. A inserção na rede social é importante para qualquer ser humano desde
o seu nascimento e ao longo de toda a sua existência. As pessoas que conhecemos
e com quem nós relacionamos influencia vários aspectos do nosso quotidiano como,
por exemplo, o estilo de vida, os sucessos, e os insucessos, a segurança e a
sensação de bem-estar, assim como a saúde (Portugal, 2007). Para Surra e Milardo
(1991) diz uma das características centrais da rede social é o seu tamanho, ou seja,
o número de pessoas com quem um indivíduo considera ter relações significativas.
Para Castells (1999, p. 2) a inclusão/exclusão em redes e a arquitetura das
relações entre redes, possibilitadas por tecnologias rapidíssimas da informação,
"configuram os processos e funções predominantes em nossas sociedades”. Redes
são estruturas abertas que tendem a se expandir, gerando novos nós, que
compartilham os mesmos códigos de comunicação (valores ou objetivos de
desempenho).

“Redes são instrumentos para a economia capitalista baseada na


inovação, globalização e concentração descentralizada; para o
trabalho, trabalhadores e empresas voltadas para a flexibilidade e
adaptabilidade; para uma cultura de desconstrução e reconstrução
contínuas; para uma política destinada ao processamento
instantâneo de novos valores e humores públicos; e para uma
organização social que vise à suplantação do espaço e invalidação
do tempo. Mas a morfologia da rede também é uma fonte de drástica
reorganização das relações de poder” (CASTELLS, 1999, p. 2).

Para Portugal (2014) as redes sociais envolvem, ainda, a orientação, ou seja,


se as reações se orientam perfeitamente para parentes, vizinhos, amigos ou outro
tipo de relação. No que diz respeito à rede de parentesco, as relações de uma rede
social podem organizar-se perfeitamente, num sentido vertical ou horizontal,
privilegiando ou não os parentes em linha reta ou os colaterais.
A razão fundamental desta investigação está voltada as necessidades dos
adolescentes de perceber as características das redes sociais, suas relações com
as suas redes pessoais e os bloqueios na autorregulamentação comportamental,
cognitiva e afetiva. Sendo assim, segundo a literatura a rede pessoal e social será
entendida como:

“A soma de todas as relações significativas para um indivíduo,


diferenciadas das massas anônimas da sociedade, correspondendo
ao nicho interpessoal da pessoa que contribui substancialmente para
o seu próprio reconhecimento como indivíduo e para a sua própria
imagem” (SCHUNK, 1998, p. 42).

Os impactos deste processo (o uso da web e seus recursos, como as redes


sociais) na capacidade de aprendizagem social dos sujeitos têm levado ao
reconhecimento de que a sociedade em rede está modificando a maioria das nossas
capacidades cognitivas. Raciocínio, memória, capacidade de representação mental
e percepção estão sendo constantemente alteradas pelo contato com os bancos de
dados, modelização digital, simulações interativas, etc.(BRENNAND, 2006, p.202).
Para Moran (2000), a internet também está começando a provocar mudanças
profundamente na educação. As tecnologias permitem um novo encantamento na
escola, possibilitam que os alunos conversem e pesquisem com outros alunos da
mesma cidade, país ou do exterior, no seu próprio ritmo. E numa sociedade que se
desenvolve de modo célebre, as possibilidades tecnológicas estão se tornando
acessíveis e os alunos de hoje em dia estão mais “antenados” com essas
tecnologias versáteis. Desta forma, a principal função de uma rede social é conectar
pessoas dentro do mundo virtual, seja para construir novas conexões sociais ou
apenas manter já existentes foi alcançado.
Quando falamos dos impactos das redes sociais, ou seja, a interferência no
comportamento humano, estimulando a necessidade de estar sempre conectado e
fazendo com que essas plataformas façam parte do cotidiano de todo indivíduo e
moldando seu comportamento. Sendo assim, essas mudanças comportamentais
contribuem para o aumento do estresse e para o aparecimento de novas síndromes,
conhecidas como síndromes tecnológicas.
As redes sociais mais do que nunca fazem parte da rotina de muita gente,
chegando mesmo a trazer problemas de relacionamento, comunicação e
administração do tempo. Sendo identificável através de conversas com os alunos do
2ª série B do Centro de Ensino Graça Aranha. É sabido que não dá mais para viver
sem a comunicação virtual, pois as informações estão nas mãos de todos de forma
instantânea. Todos os dias surgem novos equipamentos e softwares que
transformam a rotina de crianças, adolescentes, jovens, adultos e também dos
idosos, que descobriram a internet como um meio de terem mais atividades e se
comunicarem com seus familiares que moram em lugares distantes.
É bem verdade que, o impacto das redes sociais na educação tem
proporcionado integração, comunicação, reconhecimento da sua identidade e dessa
forma proporcionado a informação de um conhecimento tácito. No entanto, é viável
também repensar a escola como premissa básica para o desenvolvimento das
inteligências, primando esta, pela qualidade e pelos recursos diferenciados do
processo de ensinar e aprender, viabilizando e se adequando ao novo perfil do aluno
dos dias de hoje, levando em consideração que os estímulos e desafios para esse
jovem, vão muito além de um conjunto de informações transmitidas pelos
professores aos alunos. Ora, se a educação consiste em demonstrações
transmitidas, então, porque não utilizar as redes sociais neste processo?
De acordo com Fonseca Nascimento (2014), a educação nunca foi centro de
tantas atenções como nos dias atuais e isso se deve ao grande uso e
consequentemente ao avanço desenfreado das tecnologias. A geração do século
XXI, não está preparada para uma educação tradicional, onde a didática aplicada se
resuma as quatro paredes de uma sala de aula, nem tão pouco as metodologias
ineficazes e obsoletas que não podem concorrer a mega estrutura das TIC’S-
Tecnologias da Informação e da Comunicação- ou seja, a informação tem hoje uma
possibilidade macro, no sentido amplo da comunicação e consequentemente de um
aprender mais dinâmico, que possibilita uma aprendizagem colaborativa e que tanto
estimula essa nova geração de inteligências múltiplas.
A razão de não ilhar-se e fazendo das redes sociais a única atividade existente
na vida, pois desta forma, poderá desencadear um efeito contrário, ou seja, fará
surgir um ser antissocial, estressado e com a saúde afetada com distúrbios como
depressão, síndrome do pânico, anorexia, entre outras, cujas causas poderão ser o
vício em internet, (SILVA, 2015, Site).
Já́ Masetto (2000) reforça a ideia de que o professor precisa assumir uma nova
postura diante das inovações tecnológicas. Embora, vez por outra, ainda
desempenhe o papel do especialista que possui conhecimento e/ou experiências a
comunicar, no mais das vezes desempenhará o papel de orientador das atividades
do aluno, de consultor, de facilitador da aprendizagem, de alguém que pode
colaborar para dinamizar a aprendizagem do aluno, desempenhará o papel de quem
trabalha em equipe, junto com o aluno buscando os mesmos objetivos; enfim
desenvolverá o papel de mediador pedagógico.
A partir das observações foi possível destacar que as redes sociais estão de
certa forma modificando o comportamento dos adolescentes, como defende
Bandura (2008 p. 15), que a maioria do comportamento humano é apreendida por
imitação. Estamos cercados por pessoas que falam e agem de forma diferente, nós
percebemos e lembramos essas ações, em seguida encenamos em nossas mentes
e quando apropriado reproduzimos essas ações, é basicamente ação por
observação e imitação, uma aprendizagem da ação do outro, ou seja, a sua teoria
da aprendizagem destaca o aprendizado por meio da observação e pontua que o
estado mental interno daquele que está aprendendo desempenha um papel
fundamental no processo absorção de conhecimento.
Assim, a aprendizagem social acontece a partir da interação entre a mente do
aprendiz e o ambiente ao seu redor. Bandura (2008, p. 15) afirma que: A teoria
social cognitiva adota a perspectiva da agência para o autodesenvolvimento,
adaptação e mudança. Ser agente significa influenciar o próprio funcionamento e as
circunstâncias de vida de modo intencional. Segundo essa visão, as pessoas são
auto-organizadas, proativas, autorreguladas e auto reflexivas, apenas produtos
dessas condições.
Este teórico centralizou suas pesquisas no estudo do comportamento humano,
quando este está inserido no contexto social, valorizando os processos cognitivos do
indivíduo. Para Bandura (2008), o homem não é totalmente influenciado pelo meio,
pois suas reações e estímulos são auto ativadas, na teoria social cognitiva o homem
não é visto como um ser passivo dominado pelas ações ambientais, mas sim como
um ser influente em todos os processos. O comportamento não precisa ser
reforçado para ser aprendido ou adquirido, o homem aprende e adquire experiências
observando as consequências dentro do seu ambiente, assim como as vivências
das pessoas aos quais convive.
De acordo com a aprendizagem social de Bandura (2008), que acontece a
partir da interação entre a mente do aprendiz e o ambiente ao seu redor. Conclui-se
que os desafios relatam que os tempos mudam, não sendo diferente com as
tecnologias que avançam a cada dia, e com essas mudanças, o ser humano
também muda, nos dias atuais passamos mais tempo ligados às redes sociais.
Estabelecer com o estudante uma relação de ensino-aprendizagem que concilie os
interesses deles com os objetivos pedagógicos se torna um desafio no processo de
aprendizagem, mas também podem ser de grande benefício quando se utiliza
aplicativos ou plataformas disponíveis para ajudar no aprendizado.
Nessa perspectiva, as redes sociais podem ser um grande promovedor de
estudo, no qual almejamos alcançar resultados positivos procedentes às propostas
de aprendizagem, tendo em vista a melhoria dessa aprendizagem de forma
extraescolar e a utilização dos recursos tecnológicos atuais. Ademais, a educação
deve proporcionar o engajamento nessas trocas e contribuírem para a melhoria das
vivências escolares, sempre numa perspectiva de aprendizagem interdisciplinar é
necessário levar em consideração a perspectiva do conectivismo - teoria da
aprendizagem da era digital. Ou seja, o conectivismo é a integração de princípios
explorados pelas teorias do caos, redes, complexidade e auto-organização. A
aprendizagem é um processo que ocorre em ambientes difusos, com elementos
centrais cambiantes - que não estão inteiramente sob o controle do indivíduo. A
aprendizagem (como conhecimento aplicável) pode residir fora de nós mesmos
(dentro de uma organização ou de um banco de dados), está focada em conectar
conjuntos de informação especializada, e as conexões que nos permitem aprender
mais são mais importantes do que o nosso estado atual conhecimento.
O conectivismo é guiado pela compreensão de que as decisões são baseadas em
princípios que estão mudando rapidamente. Continuamente se está adquirindo
novas informações. A habilidade de fazer distinções entre as informações
importantes e o não importante é vital. Também é crítica a habilidade de reconhecer
quando novas informações alteram um ambiente, com base em decisões tomadas
anteriormente, (SIEMENS, 2004, pg. 6).

2. METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa qualitativa, como um relato de experiência, foi
utilizado a Metodologia da Problematização, esta dá sua contribuição à educação,
ao possibilitar a aplicação à realidade, pois desencadeia uma transformação do real,
acentuando o caráter pedagógico na construção de profissionais críticos e
participantes. Realizaram-se observações acerca da realidade da escola,
envolvendo os gestores, os professores e os alunos através de entrevista
semiestruturada. Também realizamos observações em sala de aula, para que
pudéssemos entender melhor os alunos e criar um vinculo de confiança com os
mesmos.
A intervenção desenvolvida pelo projeto ADDA foi realizada na rede pública de
Ensino no Município de Imperatriz-MA, mas preciso no Centro de Ensino Graça
Aranha (CEGA) localizado na Rua 13 de maio s/n, centro de Imperatriz - MA. Foram
selecionadas pelo corpo acadêmico da escola cinco turmas, entre elas 1º, 2 º e 3º
séries e a presente intervenção foi realizada com a turma do 2ª série - B, que possui
43 alunos, entre 15 e 19 anos. O projeto deu inicio no dia 05 de setembro de 2019 e
teve a duração ate dia 21 de novembro de 2019.
Foram realizadas o total de 7 visitas à escola. A primeira visita foi voltada para
o conhecimento das instalações físicas da escola e apresentação do Projeto para as
turmas selecionadas, juntamente com uma entrevista com a vice-diretora da
instituição após assinatura do TCLE (Termo de Consentimento Livre Esclarecido)
(Apêndice I). Os acadêmicos da Unisulma já divididos em cinco grupos, as visitas
seguintes foram direcionadas para as observações em sala de aula, com o objetivo
de identificar as principais demandas da turma com relação ao processo de
aprendizagem.
Após o período das observações, foi elaborado pelo grupo um Plano de Ação
de acordo com as demandas observadas, para realizar atividades com os
adolescentes que fossem eficazes e também respondessem ao limite de tempo,
cumprindo os propósitos levantados.
As intervenções aconteceram em quatro etapas nos dias 31 de outubro, 07, 14
e 21 de novembro, e todas foram programadas para ter a duração de 50 minutos
tendo o último dia de intervenção 1 hora e 55 minutos, e aconteceram dentro das
instalações do Centro de Ensino Graça Aranha (CEGA).

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
No primeiro dia de intervenção realizada no dia 31 de outubro de 2019 com os
objetivos de: - conhecer os alunos e promover uma interação entre os mesmos junto
aos acadêmicos; - conscientizá-los que estes precisam uns dos outros no processo
de aprendizagem; - refletir sobre temas que envolvem as redes sociais e - colher
dados sobre a rotina de uso das redes sociais feita pelos alunos, foram realizadas
duas atividades, primeira a dinâmica da balinha (cada aluno recebe uma balinha e
não podem tirar da embalagem o conteúdo com as suas próprias mãos); e a
segunda, a atividade de passar a caixa com temas envolvendo as redes sociais e
cada um comenta sobre a palavra tirada.
Pode-se observar que alguns dos alunos conseguiram entender a dinâmica da
balinha, pedindo para outro colega abrir a embalagem, porém, outros tentaram abrir
com os próprios dentes, outros não conseguiram abrir a embalagem e ainda outros
colocaram a bala embrulhada na boca (Apêndice II). Já na atividade de passar a
caixa foi perceptível que os alunos tinham opiniões fortes sobre o uso de redes
sociais, como seu uso pode ser maléfico e como essas podem gastar uma grande
quantidade de tempo (Apêndice III).
Os alunos em conversas demonstraram um uso exacerbado das redes sociais.
“Os indivíduos que têm capacidade de autorregulação emocional são capazes de
modificar os seus sentimentos e pensamentos, desenvolver competências de modo
a controlar o seu comportamento.” (PEREIRA, 2016, p. 15)
No segundo dia de intervenção, realizado no dia 7 de novembro de 2019, foram
confeccionados cartazes, com o objetivo de que os alunos, em pequenos grupos,
colassem imagens ou símbolos que tivessem influencia na vida deles. Logo depois
foi realizada uma discussão sobre essas imagens e suas representações (Apêndice
IV).
Os alunos demonstraram um bom trabalho em grupo na confecção dos
cartazes se mostraram bastantes receptivos com a atividade proposta. Durante a
apresentação, os representantes de cada grupo falaram um pouco de cada imagem,
do que eles gostam, qual profissão pretendem exercer, quais seus hobbies e seus
desafios na escola.
Os alunos nessa atividade foram expostos a um modelo e seu comportamento
foi modificado. Assim, chegou-se a conclusão que:
O observador, exposto a um modelo, pode ter o seu comportamento afetado
de três maneiras diferentes, as quais constituem três funções da
modelação: por aprendizagem observacional dum novo comportamento, por
facilitação dum comportamento anteriormente aprendido e por inibição ou
desinibição dum comportamento anteriormente aprendido. (AZEVEDO,
1997, P.5)

No terceiro dia de intervenção, realizado no dia 14 de novembro de 2019, foi


ministrada uma roda de conversa com o objetivo de levar os alunos a refletirem
sobre o uso da tecnologia, se ela promove ou atrofia nas relações sociais e se está
melhorando ou prejudicando a aprendizagem (Apêndice V).
Durante a participação dos alunos, pode-se notar que eles tinham uma
percepção ampla de como o uso indevido da tecnologia tem prejudicado interações
sociais, aprendizado escolar, segurança de dados pessoais e até mesmo a saúde
física.
É do ser humano a característica de ser sociável, quanto mais do adolescente
que está construindo personalidade para a vida, assim o uso das redes sociais se
tornou a principal via de socialização dos adolescentes. “Na adolescência, as redes
sociais são geradas pela construção participativa dos adolescentes e de outros que,
de diferentes formas, contribuem para a criação do self, da autoimagem e das
competências individuais.” (PEREIRA, 2016, p. 15).
Foi percebido que os alunos passam muito tempo nas redes sociais, sobre isso
(CASTELLS, M. Internet e sociedade em rede. In: MORAES, D. (org.). Por uma outra
comunicação: mídia, mundialização cultura l e poder . Rio de Janeiro: Record, 2003,
p. 287). fala:
A Internet é o coração de um novo paradigma sócio técnico, que constitui na
realidade a base material de nossas vidas e de nossas formas de relação,
de trabalho e de comunicação. O que a Internet faz é processar a
virtualidade e transformá-la em nossa realidade, constituindo a sociedade
em rede, que é a sociedade em que vivemos.

No quarto e último dia de intervenção, realizado no dia 21 de novembro de


2019, foi realizado uma sessão pipoca, onde foi projetado o filme “MENINA
MÁ.COM” (Apêndice VI), com a finalidade de discutir questões que se assemelham
ao cotidiano dos alunos, ou seja, o uso das redes sociais em boa parte do tempo,
além da identificação com alguns dos personagens. Em seguida, foram distribuídos
folders (Apêndice VII) informativos com relação ao tema trabalhado pelo nosso
grupo e ao final foi realizado mais um questionário para que os alunos avaliassem o
grupo e o projeto no processo de intervenção.
Notou-se que os alunos ficaram surpresos com o decorrer do filme e de como o
desenrolar da história levou ao ápice no fim, chegou-se a conclusão que a ação de
uma pessoa afeta direta e indiretamente a vida de outra, e que esse impacto pode
causar um adoecimento mental, além disso, os alunos chegaram à conclusão de
que o uso indevido das redes sociais pode ser prejudicial e perigoso. O fim do
processo de intervenção foi regado de desejo de querer mais, tanto por parte dos
acadêmicos quanto dos alunos (apêndice VIII).
Segundo Azevedo (1997, p. 4) “as aprendizagens complexas envolvem
simultaneamente aprendizagem atuante e vicariante. A aprendizagem por
observação e imitação é frequentemente designada por modelação (modeling).”
Foi perceptível durante os dias de intervenção que os alunos tiveram uma
mudança de comportamento desde os dias de observação até o último dia de
intervenção, uma mudança positiva sobre a percepção e criticidade deles do que as
redes sociais podem causar como elas podem ser usadas de forma benéfica e como
elas podem ser usadas de forma saudável.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O ensino médio, antes vista como assistencialista, tornou-se um ambiente


educacional que almeja ideal de integração e socialização permitindo através de
práticas educativas de qualidade, aprendizagens que auxiliarão os adolescentes no
processo de construção da identidade, interferindo diretamente para o exercício da
cidadania.
O corpo docente, mediador destas aprendizagens, deve favorecer estes
momentos, conduzindo situações que utilizem os métodos que o contexto necessita,
estimulando a troca entre de papéis, ressaltando a importância do companheirismo e
respeito ao outro. Assim, nascem às situações de ajuda mútua, criam-se vínculos e
começam a formarem os valores indispensáveis para o bom convívio em sala e
consecutivamente no meio social.
Segundo Bandura (2008, p. 15), ‘’a teoria social cognitiva adota a perspectiva
da agência para o autodesenvolvimento, adaptação e mudança. Ser agente significa
influenciar o próprio funcionamento e as circunstâncias de vida de modo intencional.
Ou seja, as pessoas são auto-organizados, proativas, autorreguladas e auto
reflexivas, apenas produtos dessas condições’’.
Após as observações de início concluímos que a aprendizagem dos
adolescentes é mais significativa quando acontece de forma indireta, através do
contato com o lúdico, ou como define La Rosa (2003) a teoria de Bandura procura
proporcionar uma caracterização dos fatores externos e internos que atuam nos
processos humanos de aprendizagem, com um caráter descritivo ao qual se
apresenta em esquema de síntese, que descreve os determinantes do
comportamento. A teoria tem como objetivo apresentar um quadro que faça justiça a
todos os fatores que influenciam em determinado comportamento e, não
prioritariamente explicar os processos implicados.
Concluímos que as experiências adquiridas pelo Projeto ADDA nos
proporcionou vivências no que diz respeito à aprendizagem dos alunos, que como
acadêmicos tivemos a oportunidade de colocar em pratica algumas teorias. Através
de tais, foi possível levar o alunado a observar os aspectos que prejudicam seu
desenvolvimento escolar, ou seja, uso inadequado das redes sociais. Diante dos
aspectos observados foi possível propor orientações de como utilizar as redes
sociais de forma celetistas quanto ao uso do tempo e conteúdo. Também foi
possível observar a satisfação por parte dos gestores, professores e alunos, pois
abraçaram o projeto contribuindo de forma mútua no processo de reflexão e
orientação ao tema Redes Sociais e a Influência no Comportamento dos
Adolescentes. As experiências do projeto foram de fundamental importância e
engrandecimento para nossa formação.

REFERÊNCIAS

AZEVEDO, Mário. Artigo: A Teoria Cognitiva Social de Albert Bandura. 1997;


disponível no link em: https://webpages.ciencias.ulisboa.pt /~mdazevedo/ materiais/
ME&TES/Aprendiz02CognitSocial.pdf

CASTELLS, M. A sociedade em rede, São Paulo, Paz e Terra. Artigo de José Luiz
Aidar Prado; A naturalização da rede em Castells, 1999. Disponível no link em:
http://www.portcom.intercom.org.br/pdfs/8edfdec821e24e074c15484053eb83c8.pdf
_________. 2003. “Internet e Sociedade em Rede”. In Moraes, Dênis de (Org.). Por
outra globalização: mídia, mundialização cultural e poder. Rio de Janeiro: Record.
287.

BANDURA, Albert. “Bandura e a Aprendizagem Social”, 2008. Disponível no link


em: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/psicologia/bandura-e-a-
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BRENNAND, Edna G. G. Hipermídia e novas engenharias cognitivas nos


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Didática e Prática de Ensino. Políticas educacionais, tecnologias e formação do
educador: repercussões sobre a didática e as práticas de ensino. Recife: ENDIPE,
2006.

FONSECA NASCIMENTO, A. K. P. Artigo: O impacto das redes sociais no


processo de ensino e aprendizagem, 2014 - Disponível no link:
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/enem/o-impacto-das-redes-
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LA ROSA, J. (Org). Psicologia e Educação: o significado do aprender. 7. ed.


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MASSETO, M. T. Mediação pedagógica e o uso da tecnologia. In Novas


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relationships: Psychological and interactive networks. In D. Perlman & W. Jones
(Eds.), Advances in personal relationships (Vol. 3, pp1-36). London: Jessica
Kingsley, 1991.

APÊNDICE I
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Você está sendo convidado(a) para participar, como voluntário(a), do Projeto Extensão
ADDA – Aprender para Desenvolver / Desenvolver para Aprender, tendo como professora
responsável Ma. Fany Valentim de Matos com a participação dos acadêmicos do 5º
período/2019.1 do Curso de Bacharelado em Psicologia da Unidade de Ensino Superior do
Sul do Maranhão – UNISULMA.
Após receber os esclarecimentos e as informações a seguir, no caso de aceitar fazer parte
do estudo, assine ao final deste documento, que está em duas vias. Uma delas é sua e a
outra é do pesquisador responsável. Em caso de recusa, você não será penalizado(a) de
forma alguma.
Em caso de dúvida sobre o projeto de pesquisa, você poderá entrar em contato com Prof.
Ma. Fany Valentim de Matos pelo email: fanyvalentim@gmail.com.

INFORMAÇÕES IMPORTANTES SOBRE A PESQUISA

A pesquisa de extensão: Projeto ADDA (Aprender para Desenvolver- Desenvolver para


Aprender) tem por objetivo geral: Verificar as práticas pedagógicas, os protagonistas e os
demais envolvidos nos espaços escolares), e as diversas configurações que as
aprendizagens são efetivadas ou não, com vista a elaboração de uma proposta preventiva e
interventiva na promoção de aprendizagens mais significativas.
A pesquisa qualitativa será desenvolvida no período de março a junho/2019, divididos em 2
etapas e você participará da primeira etapa de coleta de dados por meio de entrevista semi-
estruturada.
A pesquisa não envolve custos a quem dela concorde em participar e não haverá nenhum
tipo de pagamento ou gratificação financeira pela sua participação. Todas as informações
recolhidas são sigilosas, assegurando a privacidade dos sujeitos quanto aos dados
confidenciais envolvidos na pesquisa. Cada participante possui garantia expressa de
liberdade de se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em qualquer fase da
pesquisa, sem penalização alguma e sem prejuízo ao seu cuidado.Caso haja algum dano
relacionado ao desconforto de responder as questões ou relatar problemas ou situações
pessoais a pesquisadora garantirá o tratamento que for indicado por profissional da área.

Nome e Assinatura do pesquisador ____________________________________________


Acadêmicos entrevistador____________________________________________________

CONSENTIMENTO DO/A Participante DA PESQUISA


Eu, _____________________________________, RG/ CPF_______________________
abaixo assinado, concordo em participar do Projeto de Extensão ADDA, como participante
da pesquisa. Fui devidamente informado(a) e esclarecido(a) pelo pesquisador(a) e
acadêmicos do 5º período de Psicologia /UNISULMA sobre a projeto, os procedimentos nela
envolvidos, assim como os possíveis riscos e benefícios decorrentes de minha participação.
Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem que isto
leve a qualquer penalidade sendo garantido, caso necessário o
tratamento/acompanhamento/assistencia relativo a danos causados por constrangimentos
que possam ocorrer durante a realização da pesquisa.
Local e data:______________________________________________________________

Nome e Assinatura do Participante: ____________________________________________

APÊNDICE II
FONTE: Projeto de extensão ADDA/UNISULMA, 2019

APÊNDICE III

FONTE: Projeto de extensão ADDA/UNISULMA, 2019

APÊNDICE IV
FONTE: Projeto de extensão ADDA/UNISULMA, 2019

APÊNDICE V

FONTE: Projeto de extensão ADDA/UNISULMA, 2019

APÊNDICE VI
FONTE: projeto de extensão ADDA/UNISULMA, 2019

APÊNDICE VII
FONTE: Projeto de extensão ADDA/UNISULMA, 2019

APÊNDICE VIII

FONTE: Projeto de extensão ADDA/UNISULMA, 2019

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