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ETERJ / NOVO RIO

Objetivos da matéria Conceitos importantes


Conhecer as medidas elétricas, tais como: Medição
principais grandezas elétricas, qualidades dos
Medir é comparar certa medida com outra
dispositivos de medidas, conceitos de erros, erros
que tomamos como unidade. No campo das
em medidas, simbologia dos instrumentos de
medidas devemos distinguir dois tipos de
medidas.
medidas:
Saber especificar e instalar instrumentos
para realizar as medições necessárias de um
Medidas industriais: são aquelas medidas feitas
levantamento estatístico ou de uma base para
diretamente sobre a montagem industrial
pesquisa tecnológica.
ou instalação elétrica. São utilizados
equipamentos práticos tanto fixos como portáteis.
Principais grandezas do Sistema Internacional
de medidas (SI)
Medidas de laboratório: são medidas realizadas
em ambientes e condições ideais, distintos
do ambiente industrial. São medidas feitas para
averiguar o funcionamento dos dispositivos
de medidas industriais, ou para o projeto de
dispositivos e circuitos. Devem ter uma maior
precisão e por isso são mais caros e delicados.

Escalas de instrumentos
É o intervalo de valores que um
instrumento pode medir. Normalmente vai de
zero a um valor máximo que se denomina calibre
ou valor de plena escala.

Valor de Plena Escala (Fundo de escala)

É o máximo valor da grandeza que um


instrumento pode medir.
Tabela de múltiplos e submúltiplos ( potência
de 10 ) Erro

Unidad Sím Fator de multiplicação Potência É o desvio observado entre o valor


e bolo medido e o valor verdadeiro (ou aceito como
+ 12 verdadeiro).
Tera T 1.000.000.000.000
10 Os erros podem ser classificados segundo
+9 sua natureza como:
Giga G 1.000.000.000
10
+6
Mega M 1.000.000 1. Grosseiros;
10
+3
2. Sistemáticos;
Kilo K 1.000 3. Acidentais.
10
-3
mili m 0,001
10 Valor Verdadeiro
-6
micro µ 0,000,001
10 É o valor exato da medida de uma
-9 grandeza obtido quando nenhum tipo de erro
nano n 0,000,000,001
10
incide na medição. Na prática é impossível
- 12
pico p 0,000,000,000,001
10 eliminar todos os erros e bem como a obtenção de
um valor aceito como verdadeiro; que substitui o
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valor verdadeiro. É a medida de uma amostra de inferiores ao longo de sua escala. Podem ter
um determinado número de medidas técnicas, várias origens tais como: defeitos de instrumentos
usando o mesmo material e mantendo-se na de medida, aplicação errônea do método de
medida do possível, as mesmas condições medida, ação permanente de uma causa externa,
ambientais. maus hábitos do operador.
Vm = Valor medido; Os erros sistemáticos não podem ser
Vr = Valor real ou valor verdadeiro. reduzidos pela repetição das medidas e são
difíceis de detectar na prática. Embora possível,
Erro Absoluto (V) nem sempre têm fácil correção e, esta deve ser
estudada em cada caso particular.
É a diferença algébrica entre o valor Erros sistemáticos podem ser devidos a
medido (Vm) e o valor real ou o valor aceito vários fatores, tais como:
como verdadeiro (Vr).
- Erros instrumentais, causados pelo desgaste das
V = Vm - Vr peças do dispositivo de medida, como o desgaste
da bateria do equipamento.
Erro Relativo ( Ex: intervalos de tempo feitos com um relógio
que atrasa;
É o erro absoluto (V) divido pelo valor
- Erros metodológicos: utilização de um método
real ou o valor aceito como verdadeiro (Vr) de
inadequado para a realização da medida.
uma grandeza.
Ex: medir o instante da ocorrência de um
relâmpago pelo ruído do trovão associado;
 = V / Vr
- Erros devido a efeitos ambientais: quando as
Erro Relativo percentual ( %) condições do ambiente modificam os resultados
das medidas.
O erro relativo percentual, se trata do erro Ex: a medida do comprimento de uma barra de
relativo expresso em porcentagem. metal, que pode depender da temperatura
ambiente;.
 %= x 100
- Erros devido às simplificações do modelo
Erros em medidas teórico utilizado.
Ex: não incluir o efeito da resistência do ar numa
1 - Erros grosseiros medida da aceleração da gravidade baseada na
medida do tempo de queda de um objeto a partir
Comumente são conhecidos como erros de uma dada altura.
humanos.
Ocorrem devido à falta de prática - Erros pessoais: quando a medida depende da
(imperícia) ou distração do operador. Por experiência do operador.
exemplo, erros de leitura na escala de um Entre os erros pessoais dois merecem destaque:
instrumento, escolha errada de escalas, erros de
cálculo, etc. Erros de zero: antes de iniciar a medida, não é
Tais erros são inadmissíveis e podem ser verificada a posição da agulha indicadora, no
evitados pela repetição cuidadosa das medições. ajuste de zero.
Erros de paralaxe: ocorre quando a leitura não é
2 - Erros sistemáticos feita de forma perpendicular ao aparelho.
Caracterizam-se por ocorrerem e
conservarem, em medidas sucessivas, o mesmo
valor e sinal. As falhas de calibração dos
instrumentos podem gerar medições superiores ou
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3 - Erros aleatórios ou acidentais O erro sistemático foi aqui mostrado como


aditivo, mas pode ser relativo; isto é, o valor
São erros que variam de uma medida para apresentado pelo instrumento aparecer com uma
a seguinte, realizada em condições idênticas, e se leitura de x % a mais (ou a menos)
distribuem aleatoriamente em torno do valor referentemente à exata.
médio da grandeza.
Para diminuirmos esse tipo de erro, Exatidão
devemos aumentar u número de leituras, para
assim aproximarmos mais o valor pela análise É a aptidão de um instrumento para dar
estatística. respostas próximas ao valor verdadeiro do
Como principais fontes de erros acidentais mensurando. A exatidão pressupõe a
podem ser citados: variabilidade das medidas (embora feitas em
- Os instrumentos de medida; condições idênticas), sendo o valor central da
- Pequenas variações das condições ambientais distribuição (geralmente a média aritmética) o
(pressão, temperatura, umidade, fontes de ruídos, “exato”. Portanto, quanto maior a quantidade de
etc.); medidas feitas, mais exata será sua representação.
- Fatores relacionados com o próprio observador, Uma balança pode ser imprecisa, mas sendo exata
sujeitos a flutuações, em particular da visão e da referirá o valor real da medida, ainda que em
audição. nenhuma delas a leitura se apresente. Por
exemplo, um peso de 1000 gf, registrado com
Qualidades dos dispositivos de medida. valores 980, 1008, 1003, 1014, 995 (m = 1000).
Um dado sobre a inexatidão do instrumento ou
Precisão método é então diretamente fornecido pela
variabilidade de suas medidas. No caso acima, s =
No Vocabulário Internacional de 13,17. Exatidão total há quando s = 0.
Metrologia (VIM) a palavra Precisão foi Obviamente, é recomendável que todo
substituída por Repetitividade e significa a instrumento ou método possua precisão e
aptidão de um instrumento de medição fornecer exatidão. A primeira dessas qualidades de
indicações muito próximas, quando se mede o fidedignidade é controlada pela calibração, feita
mesmo mensurando, sob condições por comparação à medida de um padrão cujo
rigorosamente similares. valor (preciso) é conhecido. Sem esse
Uma balança que registre sempre o peso conhecimento, o desvio da escala não pode ser
de um objeto como 936 gf é tida como precisa. aferido. Já a segunda característica (exatidão)
Na verdade ela pode estar descalibrada (o peso a pode ser conseguida pelo aumento infinito do
ser medido seria, na realidade, 1000 gf), número de medidas. Ou, pelo menos, com um
mostrando o valor com inexatidão, com um erro número finito, mas até a aproximação desejada ou
sistemático. Um exemplo corriqueiro é o dos necessária.
relógios: a quase totalidade deles trabalha num
ritmo constante, preciso; mas alguns podem ser
inexatos, atrasando-se ou adiantando-se
(sistematicamente).
A precisão é importante porque se
conhecendo a eventual inexatidão do instrumento
(por exemplo, no caso do relógio, um atraso
cumulativo de um minuto a cada hora) saber-se-á
que a marcação 18 horas e 41 minutos (no
primeiro dia de trabalho do relógio, a partir de 0
h) significará, exatamente, 19 horas; e que
idêntico horário do dia seguinte (19 h)
corresponderá a 18 horas e 17 minutos nesse
relógio inexato, mas preciso!
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Faixa de trabalho

Valor compreendido dentro de uma faixa,


que expressa a tolerância de erro de cada
instrumento, usando como base a variação
máxima estipulada pela classe de exatidão.

( Vm – Ce < Vm < Vm + Ce )

Exemplos: Consideremos a medição de


tensão indicada em 120V por um voltímetro de
serviço da classe precisão 1,5 e cuja escala
Resolução graduada seja de 0 a 300 V.

É uma característica de um instrumento de


medida. É o menor incremento entre valores
medidos.

Classe de Precisão ou de exatidão dos


Instrumentos

É a margem de erro percentual que se


pode obter na medição de uma determinada Matematicamente temos:
grandeza, por meio de um instrumento de
medidas elétricas.
Os instrumentos de precisão para laboratório
tem classe de precisão de 0,1; 0,2 ou 0,5. Os
instrumentos de serviço para fins normais tem, Esse resultado indica que os 120 V lidos
classe de precisão 1,0; 1,5; 2,5 ou 5,0. no instrumentos são na realidade 120 +/- 4,5 V,
Estes números são conhecidos como ou seja, pode variar de 115,5 à 124,5 V. Isso nos
“índice de classe” (IC). demonstra uma faixa de trabalho tolerável para
esse instrumento, que pode ser representada da
seguinte forma:

( 115,5 : 124,5 V ) ou (120– 4,5V < 120V


< 120 + 4,5V)

Exemplo: Qual é o erro de um amperímetro para


até 60 A de classe 1,5; quando o instrumento
indica 40 A?
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Erro de medição é igual à 1,5% de 60 A = 0,015 x Simbologia quanto às unidades de medidas


60 = + 0,9 A
O valor real está entre 39,1 e 40,9 A.( 39,1 :
40,9A )

Simbologia dos Instrumentos de Medidas


Elétricas

Para ter segurança no uso dos


instrumentos de medidas elétricas você deverá
escolher aquele que tem as características
necessárias à medição a ser feita.
A utilização correta dos instrumentos de
medidas elétricas depende da escolha dos
instrumentos. Isto permite a medida correta das
grandezas sem por em risco a vida do operador e
a integridade do equipamento. Para tanto, deve-se
observar os símbolos gravados nos visores.
As tabelas a seguir ilustram alguns dos
símbolos freqüentemente utilizados em medidas
elétricas e nos diagramas dos circuitos elétricos.

Simbologia quanto à classe de precisão

A classe de precisão dos instrumentos é


representada por números. Esses números
também são impressos no visor dos instrumentos.

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Simbologia quanto ao princípio de Simbologia quanto à posição de


funcionamento funcionamento

Os instrumentos de medidas elétricas são


construídos para funcionar em três posições:
Vertical, horizontal e inclinada.

*** Há instrumentos que não trazem o símbolo


característico da posição de funcionamento. Eles
podem funcionar em qualquer posição.

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Posição Vertical Somente Corrente Contínua

Posição Horizontal

Somente Corrente Alternada

Posição Inclinada

Ambas as Correntes - Contínua e Alternada

Note que na posição inclinada o símbolo assinala


também os graus da inclinação além dos símbolos
normalizados, você poderá encontrar outras
formas de representar a posição do instrumento:
Além dos símbolos normalizados, você
poderá encontrar outras formas de representar o
Posição Horizontal . tipo de corrente.

Instrumento que mede ambas as correntes.

Posição Vertical .

Tensão de isolação ou tensão de prova.


Simbologia quanto ao tipo de corrente
É o valor máximo de tensão que um
instrumento pode receber entre sua parte interna
(de material condutor) e sua parte externa (de
material isolante).

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Esse valor é simbolicamente representado aparecerá a simbologia da estrela no plano de


nos instrumentos pelos números 0,1, 2 ou 3, fundo do instrumento.
contidos no interior de uma estrela.

Note que os números significam os valores de


tensão de isolação em KV.

Observação:

A existência da estrela sem número em


seu interior indica que o valor da tensão de
isolação é de 500 V. Usar instrumentos de Categoria de medição
medidas elétricas que apresentam tensão de
isolação inferior à tensão da rede a ser medida Definido pelos padrões internacionais, a
pode causar danos aos instrumentos e risco do categoria de medição, define categorias de I a IV,
operador tomar choque elétrico. onde os sistemas são divididos de acordo com a
O instrumento pode ser utilizado, sempre distribuição de energia. Esta divisão é baseada no
que sua tensão de isolação for maior que a tensão fato de que um transiente perigoso de alta
da rede. energia, como um raio, será atenuado ou
Quando o instrumento, não for submetido amortecido à medida que passa pela impedância
a uma tensão de ensaio, aparecerá o número “0” (resistência CA) do sistema.
zero dentro da estrela, ou simplesmente não

Categorias de medição. EN61010 aplica-se a equipamento de teste de baixa tensão (< 1000V).
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Tabela geral

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Tipos de acionamentos dos instrumentos de ferro móvel são adequados para a medição,
tanto de corrente quanto de tensão, em corrente
Os aparelhos de medidas elétricas são contínua e em alternada.
instrumentos que fornecem uma avaliação da As forças magnéticas das chapas exercem
grandeza elétrica, baseando-se em efeitos físicos um conjugado sobre o eixo do ponteiro. A
causados por essa grandeza. Vários são os efeitos grandeza deste conjugado não é proporcional à
aplicáveis, tais como: forças eletromagnéticas, corrente na bobina, mas sim ao quadrado desta
forças eletrostáticas, efeito Joule, efeito corrente que está sendo medida. Portanto, uma
termoelétrico, efeito da temperatura na corrente três vezes maior ocasiona uma deflexão
resistência, etc... do ponteiro nove vezes superior. Por isto, a escala
de leitura tem intervalos menores nos valores
Instrumento de Ferro Móvel mais baixos do que nos mais elevados. Por meio
de uma forma adequada das chapas no
Na parte interna de uma bobina, uma instrumento, é possível corrigir este detalhe, com
chapa de ferro doce fixa é montada em oposição a exceção dos valores bem baixos. Em muitos
uma chapa móvel. Se na bobina circula corrente, instrumentos, uma leitura exata apenas é possível
então ambas as chapas são magnetizadas na faixa contida entre dois pontos bem destacados
identicamente em relação aos pólos resultantes, e sobre a escala.
desta forma, se repelem. A mola montada sobre o eixo do ponteiro
Quando se dá a inversão do sentido de desenvolve um conjugado oposto ao das chapas,
circulação da corrente, na bobina, as chapas são levando assim o ponteiro novamente a zero,
novamente magnetizadas identicamente, e quando o instrumento é desligado. O ponteiro
continuam se repelindo. Por isto, os instrumentos
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destes instrumentos não estabiliza imediatamente


a sua posição de leitura sobre a
escala, em virtude de vibrações do sistema de
medição. Por isto, é necessário acrescentar ao
sistema câmaras de amortecimento. Este
amortecimento é conseqüente da ação entre uma
lâmina que se desloca dentro de uma câmara,
deslocamento este dificultado pela resistência do
ar.

Estes instrumentos são freqüentemente


encontrados devido à sua construção robusta e
mesmo assim simples, para aplicações industriais.
Instrumento Eletrodinâmico

O sistema de medição eletrodinâmico


consiste de uma bobina móvel e uma fixa. Perante
a passagem de determinada corrente, as bobinas
apresentarão a mesma polaridade e assim levarão
o ponteiro à deflexão, por repulsão. A corrente
que alimenta a bobina móvel é levada a esta por
meio de 2 molas espirais, que, simultaneamente,
desenvolvem uma força contrária ao
deslocamento angular.

Instrumento de Bobina Móvel

No campo de um imã permanente, é


montada uma bobina móvel, giratória, alternada
por corrente elétrica. a corrente é levada até a
bobina por meio de molas espiras, que
simultaneamente desenvolvem o conjugado de
oposição ao deslocamento da bobina.
A rotação da bobina e consequente
deflexão do ponteiro, são proporcionais à
corrente, o que faz com que os intervalos sobre a Numa inversão do sentido da corrente,
escala estejam igualmente distanciados. O ponto ambas as bobinas invertem ao mesmo tempo a
zero da escala pode tanto ficar no meio quanto na sua polaridade. Com isto, as condições de
extremidade. Quando ocorre inversão do sentido repulsão entre as bobinas não se alteram e a
de circulação da corrente, ocorre também a deflexão do ponteiro se dá sempre para o mesmo
inversão da rotação da bobina ou da deflexão do lado. Por esta razão, o instrumento pode ser
ponteiro. Disto resulta que este instrumento utilizado tanto em corrente contínua quanto
apenas pode ser usado para medição de tensão ou alternada.
corrente contínua. Usado como amperímetro ou como
O amortecimento do movimento do voltímetro, ambas as bobinas são ligadas em série
ponteiro é obtido por frenagem de correntes de ou, perante correntes muito elevadas, são ligadas
histerese, oriundas do movimento de rotação de em paralelo.
uma moldura de alumínio que envolve a bobina A principal aplicação deste tipo de
móvel, no campo magnético. instrumento é encontrada nos medidores de
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potência (Wattímetros). Como a potência é obtida


do produto da tensão pela corrente, a bobina fixa
é dimensionada como bobina de corrente, e a
móvel como de tensão. A potência,
em watts, pode assim ser obtida diretamente por
simples leitura. Na medição de potências em
corrente alternada, a potência indicada é a
potência útil, porque apenas aquela parte da
corrente efetuará um trabalho, que estiver em fase
com a tensão, e assim seu valor P = U x I x cos.
O amortecimento é obtido por uma
câmara com ar, tal como no instrumento de ferro
móvel. Às vezes são empregados instrumentos O instrumento de indução, também
de medição blindados por uma chapa de ferro, chamado de instrumento de campo girante ou
para evitar influências magnéticas presentes no instrumento de Ferraris, apenas pode ser usado
ambiente externo. Neste tipo, a bobina fixa é para corrente alternada.
montada dentro de um anel de ferro fechado e Devido à indutância, este instrumento
laminado, evitando-se assim a formação de sofre a influência da freqüência.
correntes parasitas. A precisão do instrumento é
menor devido ao ferro. Instrumento de Bobinas Cruzadas

Entre os pólos de um imã permanente,


duas bobinas interligadas entre si, porém
cruzadas, estão dispostas de tal forma que possam
girar. Cada uma das bobinas é ligada `a
determinada tensão. Por esta razão, cada uma das
bobinas influi com certa força magnética
sobre o imã permanente.
Medição, à distância, de pressões por
meio de um instrumento de bobinas cruzadas.

Instrumento de Indução

Este instrumento se compõe de um corpo


de ferro quadripolar, que possui dois pares de
bobinas cruzadas entre si.
No circuito de corrente de um destes pares
de bobinas, inclui-se uma indutância. Disto
resulta um deslocamento de fase entre os pares de
bobinas e desta forma, a existência de um campo
girante.
Um tambor de alumínio, montado de tal
modo que apresente um movimento giratório, fica
sob efeito indutivo deste campo girante. As
correntes induzidas neste tambor desenvolvem
um conjugado e, com isto, uma deflexão do
ponteiro. A força contrária a esta Se a tensão é igual em ambas as bobinas
deflexão é conseguida da ação das molas espirais. seus efeitos magnéticos contrários se equilibram,
O amortecimento do instrumento é feito por um o que significa que as bobinas se ajustam sobre
imã, em forma de ferradura, cujo campo atua um valor central (médio). Neste instrumento,
sobre o tambor girante.
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portanto, a posição zero não é obtida por meio da contrárias. O instrumento se compõe de placas
força de molas, mas sim pela fixas e móveis, às quais é ligada a tensão a ser
existência de correntes iguais em ambas as medida. Sobre o eixo do disco móvel, é montado
bobinas. Se cada uma das bobinas estiver ligada à um ponteiro. Uma mola atua no sentido contrário
tensão diferente, então apresentam-se também ao deslocamento
campos magnéticos de intensidade diferente, do deste. Instrumentos eletrostáticos se destinam
que resulta que o campo mais forte irá determinar especificamente à medição de tensões elevadas,
a deflexão do corpo da bobina. Disto se pode pois apenas estas são capazes de desenvolver um
concluir que o instrumento de bobinas cruzadas conjugado suficientemente elevado. O
apenas se destina a indicar diferenças de tensões. instrumento pode ser usado tanto em corrente
Seu emprego é encontrado sobretudo na medição contínua, quanto em corrente alternada.
de resistências, assim
como na de temperaturas e pressões, à distância.
para estas finalidades as tensões correspondentes
são enviadas ao instrumento por meio de um
divisor de tensão, que se altera em função da
temperatura ou pressão.

Sistema de Medição com Fio Térmico

Neste instrumento, é utilizada a dilatação


que um fio fino sofre devido ao calor originado
pela passagem da corrente. Fixa-se um fio de
tração a um fio esticado de platina-irídio, estando
o fio de tração fixo a uma mola, passando por um
rolo ou bobina. Quando da MULTIMEDIDORES
dilatação do fio térmico, a bobina é movimentada São instrumentos que efetuam mais de uma
pela ação da mola, e o ponteiro é ativado, medição, tais como: tensões, correntes,
deslocando-se. A subdivisão da escala não é resistências.
uniforme, uma vez que o calor dissipado varia
com o quadrado da corrente. O instrumento é
adequado para corrente contínua e alternada,
sendo empregado sobretudo nas medições em alta
frequência.

Aparelhos de Prova Mais Usados

Os instrumentos de prova podem ser


divididos em várias classes. A classe dos
Instrumento Eletrostático multimedidores é um exemplo. Outro exemplo é
a classe dos osciloscópios. Em cada classe há
O funcionamento deste instrumento vários tipos ou modelos. Alguns modelos. têm
baseia-se na atração recíproca de corpos maior precisão. Outros são mais fáceis de montar
eletricamente carregados, com polaridades
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e utilizar. Além disso, certos aparelhos podem posição do ponteiro depende da corrente que
fornecer maior número de informações distintas. atravessa a bobina.
Uma classe de aparelhos de prova pode
apresentar vários tipos diferentes, mas os
princípios básicos de funcionamento e o modo de
utilização são basicamente os mesmos. Por este
motivo, não é preciso estudar individualmente as
centenas de diferentes modelos de instrumentos.
Para ser um bom técnico de eletrotécnica, basta
aprender os fundamentos da ciência e praticá-los
até obter a necessária experiência.

Conceitos Básicos

O multimedidor é um aparelho que reúne as


funções de voltímetro, amperímetro e ohmímetro,
usando um único medidor para todas as medidas.

Momento do Medidor

Quando uma pequena corrente atravessa a


bobina, é produzido um campo magnético de
Podemos usar um multimedidor para, medir pequena intensidade. Isto faz com que exista vma
tensões, correntes e resistências, dentro de varias pequena força de rotação (momento) entre a
faixas de valores. Do ponto e vista do técnico, bobina e o campo permanente. Assim, a bobina e
todos os multimedidores consistem de três partes o ponteiro giram de um ângulo pequeno. Uma
fundamentais: medidor, circuitos e painel frontal. corrente maior produz um campo magnético mais
A bobina do medidor desloca um ponteiro forte em torno da bobina, um momento maior e
ao longo de uma escala calibrada, indicando o um deslocamento maior da bobina e do ponteiro.
valor da grandeza que está sendo medida. Os
circuitos do multimedidor são conjuntos de Bobina do Medidor
componentes que determinam as funções
(ohmímetro, amperímetro, voltímetro) e escalas. A bobina do medidor é constituída por um
O painel frontal contém os controles e entradas fio fino enrolado em uma armação retangular de
que permitem a operação do instrumento. alumínio. A armação da bobina é montada de
Quase todos os medidores são de bobina modo a poder girar livremente no espaço entre o
móvel. Como o nome indica, esses medidores núcleo e os pólos. Em alguns medidores um
dispõem de uma bobina livre de girar entre os parafuso no painel frontal (logo acima do eixo do
pólos norte e sul de um ímã permanente. A ponteiro) permite que a posição do ponteiro seja
corrente que passa na bobina cria um campo ajustada com exatidão. O ponteiro deve marcar
magnético. Este campo interage com o campo zero (escalas de amperímetro e voltímetro)
que existe entre os pólos do ímã permanente, quando não houver corrente na bobina.
fazendo a bobina girar. Um ponteiro ligado à
bobina se move ao longo da escala do medidor; a
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Sensibilidade do Medidor

A sensibilidade de um medidor é expressa


de dois modos : sensibilidade de corrente e
sensibilidade em obms por volt.
A sensibilidade de corrente é determinada
pela corrente necessária para que o ponteiro atinja
o final da escala. A sensibilidade em ohms por
volt indica a resistência (em ohms) que deve ser
colocada em série com o medidor para que o Circuito do Medidor
ponteiro atinja o final da escala quando o
instrumento estiver medindo uma tensão de 1 O medidor de bobina móvel é um
volt. dispositivo que só mede corrente. Para que a
Sensibilidade de Corrente - A medida seja precisa, os valores dos componentes
sensibilidade de corrente depende do número de do circuito do medidor devem ser muito precisos.
espiras da bobina e da intensidade do campo Os circuitos associados ao medidor é que
magnético do ímã permanente. determinam o tipo de medida que o aparelho será
A sensibilidade de corrente é expressa pelo capaz de realizar.
número de miliampères (mA) ou microampères Se o medidor só dispõe de uma função
(pA) necessários para deflexão total. Os (voltímetro, amperímetro ou ohmímetro) e de
medidores comuns têm uma sensibilidade de apenas uma escala (10V, 1mA ou 1.000ohms, por
corrente de 50  A a 2 mA. exemplo), o projeto do circuito é relativamente
simples. Sem considerar as escalas, existem
quatro tipos básicos de circuitos nos
multimedidores.

Sensibilidade em Ohms por Volt – A


sensibilidade em ohms por volt é determinada
pela resistência que deve estar em série por volt é
determinada pela resistência que deve estar em
série com o aparelho para que haja deflexão total
com um tensão aplicada de 1 volt o valor da
resistência pode ser determinado pela Lei de
Ohm.
R (ohms / volt) = Componentes do Circuito
E (1volt)
I (sensibili dade de corrente) Na figura da anterior vemos que os
circuitos de um multimedidor utilizam
Para um medidor de 50  A (0,00005 A), a resistências em série ou em paralelo, uma bateria
resistência é 20.000 ohms e a sensibilidade é para medir resistências e um diodo para retificar a
20.000 ohms por volt. corrente quando se deseja medir tensões
alternadas. Para usar diferentes escalas de volts,
ampères e ohms, é preciso empregar resistências
de diferentes valores no circuito.

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Os circuitos são ligados aos controles do contatos, que estão ligados a pontos apropriados
painel frontal para que o operador possa do circuito.
selecionar com facilidade a função e a escala Um multimedidor pode dispor de apenas
desejada. uma chave rotativa com anéis suficientes para
controlar tanto a função (ohmímetro,
Tipos de escalas miliamperímetro, voltímetro de CC e voltímetro
de CA) como a escala apropriada para cada
função. Nos multimedidores com duas chaves
Numas escalas, as divisões são
rotativas, uma geralmente controla a função e a
homogêneas, isto é, suas divisões são uniformes,
outra a escala.
mantendo do início ao fim da graduação a mesma
distância entre uma divisão e outra.
Chave Rotativa Acoplada
No esquema abaixo vemos outro modo de
representar chaves rotativas. O desenho indica
que se podem usar duas chaves (S1 e S2) para
realizar todas as ligações do multimedidor. A
linha tracejada mostra que as várias partes da
chave S2 estão acopladas mecanicamente, isto é,
que os discos estão todos ligados ao mesmo eixo.
Em outras escalas, essas divisões são
heterogêneas, suas divisões são mais
concentradas no início e mais afastadas no centro.

Chaves Rotativas

Painel Frontal

O painel frontal de um multimedidor dispõe


de uma escala para leitura dos valores, um
dispositivo para ajustar a posição do ponteiro e
meios para escolher a função e a escala desejadas.
Além disso, há tomadas para inserir os fios de
prova.
Já vimos que um meio de selecionar às
Essas chaves são muito usadas a para da funções e escalas é utilizar chaves rotativas. Em
escala. Como vemos no esquema abaixo, um anel alguns multimedidores, usa-se uma combinação
metálico pode assumir várias posições. Uma de chaves rotativas com tomadas múltiplas. Al
saliência do anel pode encostar em vários escala desejada é escolhida por meio da chave.

Instrumentos e Medidas – Pág. 16 / 65.


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No diagrama acima, um resistor de 100.000


ohms foi escolhido para dar uma leitura máxima
de 100 volts. Se o resistor tem uma tolerância de
20%, a leitura máxima pode variar de 20 volts
para mais ou para menos. Se a tolerância for de
10%, a leitura poderá ser de 90 a 110 volts. Um
O fio de prova vermelho é introduzido em resistor de 5% causaria um erro de ± 5 volts.
uma tomada correspondente à grandeza a ser Nenhuma dessas leituras seria suficientemente
medida e o fio preto é colocado na tomada precisa para a maioria dos casos práticos.
chamada COMUM ou -. Quase todos os multimedidores usam
Outros multimedidores não dispõem de resistores de ± 1%. No exemplo anterior, a leitura
chaves rotativas. A seleção é feita exclusivamente de 100 volts teria um erro máximo de 1 volt, ou
por meio de tomadas. Os fios de prova são seja, um erro de 1%. Esta precisão é suficiente
introduzidos nas tomadas adequadas - um dos para a maioria das medidas.
fios na tomada COMUM e o outro na tomada A própria montagem da bobina pode dar
correspondente à medida que vai ser feita. Na origem a erros consideráveis. Por exemplo, as
figura abaixo vemos o esquema de um circuito leituras podem ter um erro de 1 volt ao longo de
que serve para medir tensão e corrente contínua. toda a escala. Uma diferença de 1 volt em uma
Seja qual for o tipo de multimedidor, medida de 100 volts representa um erro de 1%,
verifique sempre os controles antes de fazer uma mas se a medida for de 10 volts o erro será de
medida. Se a chave estiver na função errada ou 10%. Por esse motivo, as leituras de tensão e
em uma escala muito pequena, o medidor poderá corrente devem ser tomadas o mais próximo
ser danificado. possível do final da escala.

Precisão dos multimedidores Voltímetro - Medição de tensão

Os valores elétricos dos componentes nunca Medidores de tensão ou voltímetros são


são precisos. Os resistores, por exemplo, podem medidores de corrente com elevada resistência
variar de até 20% do valor nominal. Resistores de interna. Quando da aplicação de uma tensão,
melhor qualidade têm tolerâncias de 10 e 5 % . A circula nos aparelhos uma determinada corrente,
tolerância dos resistores usados nos circuitos do que provoca a deflexão do ponteiro.
multimedidor afeta a precisão das medidas. O voltímetro, considerado como ideal, é
aquele que possui uma resistência interna infinita,
não interferindo assim no circuito da carga à ser
medida.
Devido a resistência interna inalterável do
instrumento, a escala pode ser ajustada em volts.

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Voltímetros são ligados em paralelo O voltímetro analógico também é


com o consumidor ou rede. construído a partir de um galvanômetro. Dado
um galvanômetro de resistência interna RG e uma
Para realizarmos medições de tensão mais corrente máxima do fim da escala IGMáx, a
elevadas, do que suporta um galvanômetro, máxima tensão que pode ser aplicada á sua
utilizamos um resistor de pré-ligação. bobina é o fundo de escala preterido.

Voltímetro com resistor de pré-ligação

Se a tensão a ser medida é n vezes


superior a faixa de medição existente, então o
valor de tensão a ser consumido pelo resistor é de Transformadores de potência TP
(n - 1) volts.
RP = Resistor de pré-ligação
Ri = Resistência interna do instrumento
Rp = Ri x (n - 1)

Exemplo: A faixa de medição de um voltímetro


de 12 volts deve ser ampliada para 60 volts. A
resistência interna do instrumento é de 2000
ohms. Qual o valor de Rp?

Para a medição de tensões alternadas


elevadas, empregam-se transformadores de
Resistência Multiplicadora potencial. O homem de campo, fica sujeito ao
perigo por ter de se aproximar da alta tensão. O
Tem a função de elevar a resistência
uso do TP, permite efetuar leituras à distâncias
interna do CKT do voltímetro, a fim de garantir
seguras, utilizando equipamentos isolados e
assim uma alta impedância nos terminais do
evidentemente com equipamentos de baixa
instrumento e proteger assim o galvanômetro de
corrente.
correntes elevadas. A sua ligação sempre é em
série com o galvanômetro, como podemos Transformador de Potencial (TP) é um
observar na figura abaixo. transformador de instrumento que tem como
finalidade reproduzir a tensão elétrica apresentada
em seu circuito primário, de forma reduzida em
determinada proporção, em seu circuito
secundário.
A tensão reduzida apresentada no circuito
secundário do TP pode alimentar, de forma
segura, bobinas de potencial de instrumentos de
medição, proteção e controle. Conhecendo-se a
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relação de transformação, determinada pelo resistência interna diferentes, para vermos a


numero de espiras do TP, e a tensão no circuito diferença que issso causa ao ckt.
secundário, tem-se o valor da tensão no circuito
primário.
Alguns TP’s, possuem uma chave para
curto circuitar o secundário, no caso de termos de
retirá-lo do circuito.
Cuidados:
1. Nunca devemos abrir o secundário se tiver
corrente no primário pois isto causará sobretensão
no secundário o que levará a destruição da
isolação ou choque em quem estiver usando.
2. Para proceder a retirada de um aparelho do
secundário devemos antes disso, curto-circuitar o
secundário;
3. O mesmo procedimento deve ser adotado, ao
inserirmos um aparelho no secundário.

Trata-se da divisão dos enrolamentos ou Esquema de ligação interno


corrente do secundário, pelo primário. Ele é
representado pela letra “K” e indica tal proporção
de transformação.

AMPERÍMETRO - Medição de corrente

Medidores de corrente ou amperímetros


são medidores de corrente com mínima
resistência interna. Quando da aplicação de uma
corrente, que circula no aparelho, provoca a
deflexão do ponteiro.
Resistor SHUNT
O amperímetro, considerado como ideal, é
aquele que possui uma resistência interna nula, ou Para realizarmos medições de correntes
seja, igual a zero, não interferindo assim no mais elevadas, do que suporta um galvanômetro,
circuito da carga à ser medida. utilizamos um resistor derivador, o qual
denominamos como Resistor SHUNT, ou
Devido a resistência interna inalterável do simplesmente Resistência derivadora.
instrumento, a escala pode ser ajustada em volts.
Os resistores SHUNT, tem a
Amperímetros são ligados em série com a particularidade de ser um equipamento de baixa
carga. resistência interna e uma capacidade de corrente
elevada, ou seja, ele possui um potência
Para ilustrarmos a importância da baixa considerável, que faz com que a maioria da
resistência do amperímetro, vamos fazer um corrente que passa pelo amperímetro, seja
exercício e calcularmos a corrente em dois desviada por ele, dissipando essa corrente em
circuitos idênticos, porém com amperímetros de calor e protegendo o galvanômetro, que possui
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um limite de corrente muito inferior ao Rshunt. vetorial substancialmente mantida, em uma


Abaixo, temos inúmeros modelos, que variam proporção definida, conhecida e adequada.
para cada aplicação.

Os transformadores de corrente, também


Definição da fórmula chamados de transformadores de instrumentos,
utilizados em aplicações de alta tensão (situações
Como o Rshunt fica em paralelo com o essas onde circulam, frequentemente, altas
galvanômetro, podemos escrever que: correntes), fornecem correntes suficientemente
reduzidas e isoladas do circuito primário de forma
a possibilitar o seu uso por equipamentos de
medição, controle e proteção.

Transformadores de corrente TC

Um transformador de corrente ou
simplesmente TC é um dispositivo que reproduz
no seu circuito secundário, a corrente que circula
em um enrolamento primário com sua posição

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Alicate Amperímetro

O amperímetro comum é acoplado ao


circuito, quando empregado para medir a corrente
elétrica em CA.
Podemos efetuar essa mesma medida com
um volt-amperímetro tipo alicate, sem a
necessidade de acoplamento com o circuito, pois
Cuidados: esse instrumento é constituído pelo secundário de
1. Nunca devemos abrir o secundário se tiver um transformador de corrente, para captar a
corrente no primário pois isto causará sobretensão corrente do circuito.
no secundário o que levará a destruição da O volt-amperímetro tipo alicate apresenta
isolação ou choque em quem estiver usando. os seguintes componentes básicos externos:
2. Para proceder a retirada de um aparelho do
secundário devemos antes disso, curto-circuitar o
secundário;
3. O mesmo procedimento deve ser adotado, ao
inserirmos um aparelho no secundário.
4. Os TC’s devem ter o seu secundário aterrado,
para evitar a indução gerada pela alta tensão em
seu enrolamento secundário.

Relação de transformação K

Trata-se da divisão dos enrolamentos ou


corrente do secundário, pelo primário. Ele é
representado pela letra “K” e indica tal proporção
de transformação.
A - Gancho (secundário de um TC);
B - Gatilho (para abrir o gancho);
C - Parafuso de ajuste (para zerar o ponteiro);
D - Visor da escala graduada;
E - Terminais (para medição de tensão);
Exemplo: F - Botão seletor de escala.
Dado o circuito abaixo, determine a
resistência interna do amperímetro, sabendo que a O volt-amperímetro tipo alicate apresenta
relação de transformação desse TC é de K=100. os seguintes componentes básicos internos:

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O condutor abraçado deve ficar o mais


centralizado possível dentro do gancho.

a - Gancho (bobinado secundário de um TC);


b - Retificador;
c - Resistor shunt para medições amperimétricas;
d - Galvanômetro;
e - Terminais; O condutor abraçado funciona como o
f - Seletor de escala; primário do TC e induz uma corrente no
g - Resistores de amortecimento para medições secundário (o próprio gancho). Essa corrente
voltimétricas. secundária é retificada e enviada ao galvanômetro
do instrumento, cujo o ponteiro indicará, na
O princípio de funcionamento do volt- escala graduada, o valor da corrente no condutor.
amperímetro tipo alicate é do tipo bobina móvel
com retificador e é utilizado tanto para medições Os volt-amperímetros tipo alicate não
de tensão como de corrente elétrica. apresentam uma boa precisão no início de sua
escala graduada, mesmo assim podem ser
Observação: Quando o volt-amperímetro tipo empregados nas medições de correntes com
alicate é utilizado na medição de tensão elétrica, baixos valores (menores que 1A). Nesse caso,
funciona exatamente como o multiteste. deve-se passar o condutor duas ou mais vezes
pelo gancho do instrumento.
Na medição da corrente o gancho do
instrumento deve abraçar um dos condutores do
circuito em que se deseja fazer a medição (seja o
circuito trifásico ou monofásico).

Para sabermos o resultado da medição


basta dividirmos o valor lido pelo número de

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vezes que o condutor estiver passando pelo medidor. Seu valor é determinado pela corrente
gancho. necessária para causar deflexão total. RA e RS
estão em paralelo com o medidor. Assim, apenas
Suponha que o instrumento da figura uma fração da corrente total atravessa o medidor.
acima esteja indicando uma corrente de 3A. A A corrente no medidor é determinada pela razão
corrente real que circula no condutor será: entre a resistência do medidor e a resistência total
em paralelo. RA controlada pelo botão ajuste do
zero para ohms do painel, ajusta o valor da
resistência total em paralelo.

Escalas Resistência

Escalas de ohmímetro Escalas típicas de ohmímetros são por


exemplo R x 1, R x 100 e R x 10K. Alguns
As escalas de medida de resistência do multimedidores dispõem de multiplicadores tão
multimedidor são um pouco diferentes das altos como R x 10 milhões. Usando a regra
escalas estudadas até agora. A escala vai de zero mencionada acima, a escala de R x 1 serve para
a infinito (  ) em vez de ir de zero a um número medidas de pequenas resistências (0 a 100 ou 200
qualquer. Além disso, a escala de resistência não ohms).
é linear. O alcance das escalas é indicado por A escala R x 100 será útil para medidas
multiplicadores (R x l, R x 10, R x 100, etc.), em entre 100  e 10 K e a escala de R x 10 K dará
vez de ser indicado pelo valor correspondente à resultados satisfatórios quando usada entre 10 K
deflexão total. Essas diferenças se tornarão e 1 megohms. Leituras mais elevadas podem ser
evidentes se você examinar o circuito de estimadas com razoável precisão. Se dispõe de
ohmímetro da figura a seguir. uma escala de R x 1M, pode-se medir resistências
até 100 megohms.

Como usar o Ohmímetro

O procedimento para medir resistências é o


mesmo para todos os multimedidores. Em
primeiro lugar, ajuste o aparelho para medir
OHMS. Coloque os fios de prova nas tomadas
apropriadas. Encoste as pontas de prova uma na
outra, ligando um curto (zero ohms) ao circuito
interno. Gire o botão ajuste de zero para ohms
(às vezes chamado simplesmente de ajuste de
zero) até que o ponteiro fique no zero da escala
Circuito de Ohmímetro de ohms.
Cada vez que o medidor for preparado para
Um circuito de ohmímetro deve dispor de medir ohms e cada vez que a escala for mudada,
uma fonte própria de corrente. Geralmente usa-se coloque em curto as pontas de prova e ajuste
uma bateria ara está finalidade. A tensão da novamente o zero.
bateria é determinada pela sensibilidade do
medidor, pelo conjunto de resistências em série e
em paralelo dos circuitos do medidor e pela
ordem de grandeza da resistência externa a ser
medida. Dependendo do tipo de ohmímetro, a
bateria pode ser de 1,5 a 45 volts.
RL no circuito da página anterior é uma
resistência limitadora de corrente em série com o

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CUIDADO
Nunca use um ohmímetro para fazer uma
leitura de resistência em um circuito energizado.
O circuito interno é projetado para suportar
apenas a corrente gerada por sua própria bateria.
A tensão da bateria está geralmente entre 1,5 e 9
volts. A tensão de uma fonte externa
provavelmente excederá este valor e inutilizará a
bobina ou o ponteiro.

Ohmímetro (tipo série)

Nesse tipo de instrumento, observamos


que para cada escala de resistência, devemos
ajustar o zero da escala. Ao contrário dos outros
medidores, o ohmímetro do tipo série quando
passa por ele a corrente máxima do
galvanômetro, ele expressa o zero ohms, ou seja,
temos um curto circuito.
Ajustando essa corrente máxima (ajuste
do zero), teremos uma medição confiável, uma
vez que o simples fato de termos um desgaste na
fonte do aparelho, já influenciaria diretamente no
resultado.
Definições importantes
• R1 = resistor limitador de corrente
• R2 = resistor de ajuste a zero
• E = bateria interna
• Rg = resistência interna do galvanômetro
• Rx = resistor desconhecido

Definição da fórmula do ohmímetro tipo série

Devemos considerar, 2 situações:

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Definição da fórmula do ohmímetro tipo


paralelo

Ohmímetro (tipo paralelo ou derivação)

Nesse tipo de instrumento, observamos


que para cada escala de resistência, devemos
ajustar o infinito. Ao contrário do ohmímetro tipo
série, que ao passar a corrente máxima do
galvanômetro, ele expressa o fundo de escala, que
nesse caso é infinito. Logo temos assim o CKT
aberto.
Nesse tipo de instrumento, temos uma
chave de liga e desliga, em que somente à
ligamos, no momento da medição. Um dado
importante para entendermos esse tipo de
instrumento, é o de verificarmos a resistência
interna do galvanômetro, que irá indicar o centro
da escala do instrumento que estamos
configurando.
Esse dado nos mostra que esse tipo de
medidor serve para encontrarmos valores
resistivos mais baixos do que os instrumentos do
tipo série.

• S = chave liga / desliga


• R1 = resistor de ajuste do infinito
• E = bateria interna
• Rg = resistência interna do galvanômetro
• Rx = resistor desconhecido

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E1 E 3

E2 E4

Como Funciona Um Circuito Ponte?

Uma breve revisão de circuitos talvez


esclareça melhor a este equilíbrio entre as
tensões. No circuito paralelo da figura abaixo, R1
= R2.
Medidores ponte

É possível medir com precisão os valores


de resistência, capacitância e indutância através
de um circuito ponte.

Que é um Circuito Ponte?

Circuito ponte é um circuito paralelo em


que há um meio de determinar a diferença de
potencial entre dois braços, como na figura
abaixo. Desprezando a queda de tensão nos
condutores, a diferença de potencial entre os
pontos A e B (acima) é igual à tensão da fonte
(12V). As correntes através de R1 e R2 são iguais
entre si e iguais a 1 A e portanto a corrente total é
2 ampères. Como as resistências e correntes nos
dois braços são iguais, E1 é igual a E2. Vamos
agora dividir uma das resistências em quatro
partes iguais.

Se aplicarmos uma tensão ao circuito


ponte, a corrente no indicador só será zero se as
tensões nos pontos A e A' forem iguais.
Outro princípio fundamental é que a
tensão em um circuito paralelo é a mesma para Se a resistência, que está submetida a uma
cada braço. Em outras palavras (desprezando a diferença de potencial de 12V, for dividida em
queda de tensão nos condutores) : quatro partes iguais, cada parte será responsável
por uma queda de tensão de 3V. Agora vamos
E1 + E2 = E3 + E4 = tensão da fonte dividir as duas resistências do circuito paralelo
em quatro partes iguais.
Isto significa que o equilíbrio entre os dois
braços (ausência de corrente entre A e A') se dá
quando a relação das tensões dos dois lados de A
é igual à relação das tensões correspondentes no
braço de A', ou seja :

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Qual é a tensão medida entre os pontos D A tensão através dos dois braços é sempre
e D'? A resposta é zero volts. A diferença de a mesma. Assim, se na figura acima A e A'
potencial entre A e D é 9V; a mesma diferença estiverem ao mesmo potencial, você pode afirmar
existe entre A' e D'. Assim não há diferença de que E1 = E3 e E2 = E4. Essas relações de tensões
potencial entre D e D'. podem ser expressas como uma igualdade entre
Para verificar que o raciocínio independe razões:
do ponto de referência usado, comece pela outra
extremidade das resistências. A tensão em B em E1 E 3
relação a E é -9V ; a tensão em D' em relação a 
E2 E4
E’ é -3V. Assim, a diferença de potencial medida
Como E é igual a RI, as relações acima
entre B e D' será igual a 6 volts.
podem ser escritas de outro modo:
E1 = I1 x R1 E3 = I2 x R3
E2 = I1 x R2 E4 = I2 x R4
Assim,
I1 R 1 I 2 R 3

I1 R 2 I 2 R 4
Na última equação, os valores de I em
cada razão são iguais e podem ser cancelados.
Assim, temos :
Suponhamos que um circuito paralelo é R1 R 3

constituído de resistências diferentes, como na R2 R4
figura acima. A tensão através de R1 e R2 é a Como a queda de tensão em cada resistor
mesma, 12V. Suponha que as resistências estão é igual à corrente no respectivo braço vezes à
divididas em quatro partes iguais. resistência, as resistências devem guardar entre si
a mesma relação que as tensões. Isto também
Qual é a corrente através de R1? E de R2? pode ser visto no exemplo abaixo :
Qual é o valor da resistência de cada
quarta parte de R1? E de R2?
Qual é a diferença de potencial entre A e
B (R1)? E entre A’ e B’(R2)?

Relações de Tensões em Circuitos


Paralelos

Para cada ponto em um braço paralelo,


existe um ponto no outro braço que está ao
mesmo potencial. Esta afirmação é válida mesmo As duas relações entre resistências são
que as resistências totais dos dois braços não iguais a 1/2:
sejam iguais. 2 4 1
 
4 8 2
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As correntes nos braços são:


24V 24V
  4A
I = R1  R 2 6Ω
24V 24V
  2A
I’ = R 3  R 4 12Ω

As relações entre tensões também são


iguais a ½.
IR 1 I' R 3

IR 2 I' R 4 Quando as relações de resistências nos
4x2 2x4 1 dois braços não são iguais, existe uma diferença
 
4x4 2x8 2 de potencial entre A e A', e o medidor é
percorrido por corrente. Quando Ra é ajustado de
Pontes de Resistências modo a que não haja corrente no medidor, Rl/R2
= Ra/Rx .Se você conhecesse de algum modo o
Se as relações entre os dois resistores de valor de R para esta situação, como determinaria
cada braço de um circuito paralelo são iguais, as o valor de Rx?
tensões entre os pontos de junção Suponha que Ra é igual a 13 ohms:
correspondentes são iguais.
R1 R a

R2 Rx
4 1 13
  ; R x  13Ω
4 1 Rx

Se R1 é igual , 4  , R2 é 3  e Ra é 8 
, qual é valor de Rx ?

R1 R a

R2 Rx
Suponhamos que o resistor de 8 ohms da 4 8
figura acima é substituído por um resistor de 4  ; R x  6Ω
3 Rx
ohms. As relações entre tensões deixam de ser
iguais. A corrente no braço inferior passa a ser 3
A e a tensão em A' passa a ser 12V. Como o
Os dois problemas acima foram resolvidos
braço superior não sofreu alteração, a tensão em
escolhendo-se para Rx o valor que tornasse a
A continua a ser 16 V. A leitura do medidor, que
razão da direita igual à da esquerda. Como Ra no
antes era zero, passa a ser 4V.
segundo problema era duas vezes maior que Rl,
Usando-se um circuito como o da figura
multiplicamos R2 por dois para calcularmos Rx.
abaixo, pode-se medir o valor de uma resistência
Quando as razões contêm números primos entre
desconhecida.
si, o problema se torna um pouquinho mais
difícil.

Multiplique os dois membros da equação


(1) pelo produto dos dois denominadores:
R 2 R x R1 R a R 2 R x
x x  x x
1 1 R2 Rx 1 1

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Cancele os termos iguais no numerador e Os resistores R3 e R4 podem ser feitos


no denominador das frações. O resultado será: variáveis, mediante um cursor quedesliza sobre o
Rx x R1 = Ra x R2 fio metálico. Desta forma, é possível determinar o
valor de um resistor Rx desconhecido.
Dividindo ambos os membros por R1,
obtemos finalmente Ligação da ponte de medição

Calcule Rx para:

R1 = 200, R2 = 400, Ra = 80

R1 = 80, R2 = 20, Ra = 42

R1 = 30, R2 = 70, Ra = 9

R1 = 40, R2 = 56, Ra = 10
Na execução normal de pontes de medição
usa-se um potenciômetro no lugar do fio com
cursor. Para se obter valores de medição exatos, o
Resumindo as Pontes de Medição valor de R2 deve se aproximar o mais possível do
valor de Rx. Isto leva a fazer com que o resistor
Compõe-se a ponte de medição de dois R2 seja executado nos tamanhos de 1 - 10 - 100 -
divisores de tensão ligados em paralelo, cada um 10 000 ohms.
composto de 2 resistores (R1 - R3) e (R2 - R4),
sob a mesma tensão, acrescentando-se mais um A PONTE DE WHEATSTONE
amperímetro (galvanômetro) ligado entre os
terminais de um dos divisores de tensão. O circuito que acabamos de ver é muito
semelhante aos circuitos ponte usados na prática
Divisores de tensão ligados em paralelo para medir resistências desconhecidas. O cálculo
(ligação em ponte) da resistência medida por um circuito ponte é
feito através das equações (1) e (2) da página
anterior.
O tipo mais comum de ponte para
medidas é a ponte de Wheatstone. Modelos
comerciais deste tipo de ponte podem medir
valores de resistência de 1 ohm a 1 megohm com
uma precisão de  1 %. Modelos mais
elaborados são capazes de medir resistências
entre 0,1 ohm e aproximadamente 12 megohms.
Os componentes fundamentais de uma
ponte de Wheatstone são : uma fonte de tensão
(para medir resistências, emprega-se geralmente
A ponte se baseia no princípio de que a uma bateria), um indicador (geralmente um
corrente no galvanômetro é nula,quando a relação Galvanômetro de boa sensibilidade, semelhante
entre os valores R1 e R2 de um dos lados é igual ao usado nos multimedidores), resistências
padrão de alta precisão (R1 e R2), uma resistência
a relação R3 e R4. Isto significa: variável para que se possa equilibrar os dois
Instrumentos e Medidas – Pág. 29 / 65.
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braços em paralelo (geralmente um


potenciômetro de precisão com uma escala no
painel frontal) e um meio de ligar a resistência
desconhecida à ponte. Todos os componentes têm
valores bem definidos para assegurar o máximo
possível de precisão. O medidor é geralmente
blindado para evitar a influência de campos
parasitas.

Representação Esquemática
R3 pode ser um único potenciômetro de
Em quase todos os casos, a ponte fio com uma escala calibrada no painel frontal, ou
comercial é representada esquematicamente em pode ser constituído por várias décadas (dez
forma de losango. Na página seguinte vemos posições) de resistências ligadas em série. Uma
tanto a forma de losango como a forma década soma resistências de 1 em 1 ohm, a outra
retangular. de 10 em 10 ohms, etc.

Operação da Ponte de Wheatstone


Em algumas pontes a fonte de alimentação é do
tipo variável, para que se possa trabalhar com
pequenas correntes, para pequenas resistências e
grandes correntes para resistências mais elevadas.
Em muitos modelos a corrente adequada é obtida
através de resistências limitadoras de corrente.
Como o medidor pode ser danificado se
houver uma grande diferença de potencial entre
os dois braços, usa-se muitas vezes uma
O medidor é geralmente do tipo de zero resistência variável em paralelo com o medidor.
central. Isto permite ao aparelho medir a corrente
em ambos os sentidos. Em série com o medidor
está ligada uma chave de contato momentâneo,
normalmente aberta, que conserva o medidor fora
do circuito durante os ajustes. A chave é fechada
momentaneamente para se observar a deflexão do
ponteiro do medidor.

O sentido e a amplitude da deflexão dão


uma idéia de quanto se deve variar Ra. O ajuste
de Ra para a leitura zero é às vezes chamado de
ajuste de nulo. As vezes não é possível conhecer o valor
aproximado da resisténcia desconhecida. Nesse
Funcionamento da Ponte caso, a relação da ponte e Ra não podem ser
No circuito típico abaixo, R2 pode ajustados para valores próximos da resistência
assumir quatro posições, variando assim a relação desconhecida, mantendo pequena a diferença de
R1/R2. Na posição 1 a relação é 1/1 ; na posição potencial aplicada ao medidor. Nesse caso, ao
10 é 1/10, e assim por diante. ligar Rx ao aparelho, coloque a resisténcia em
paralelo com o medidor no seu valor mínimo.
Aperte a chave do medidor e observe a deflexão
do ponteiro.

Instrumentos e Medidas – Pág. 30 / 65.


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À medida que ajustar melhor os valores de Quanto é Rx na figura B se Ra é 500


Ra e da relação da ponte (a diferença de potencial ohms?
diminuir), aumente o valor da resistência em
paralelo com o medidor, para obter maior
precisão na medida. Durante o ajuste de nulo
(zero) final, a resistência em paralelo com o
medidor não deve estar mais ligada ao circuito :
toda a corrente disponível deve passar pelo
medidor.

Outra Ponte de Resistências

Existem algumas variações da ponte de Medida de Capacitâncias por Meio de uma


Wheatstone. Uma delas é a que aparece abaixo. Ponte

O circuito ponte também pode ser usado


para medir capacitâncias. Os princípios são
exatamente os mesmos. Na figura abaixo vemos o
circuito básico.

Nesta ponte a relação R1/R2 é


estabelecida por um potenciômetro. O contato
móvel do potenciômetro está ligado a um
ponteiro que se desloca sobre uma escala de
leitura direta. O potenciômetro é ajustado para Não podemos usar uma fonte de tensão
que a leitura do medidor seja zero e o valor Rx é contínua para medir capacitores. A fonte deve ser
lido diretamente na escala que corresponde à de tensão alternada. Quase todos os modelos
posição de Ra. As três resistências de Ra comerciais utilizam uma freqüência de 60 ou
aumentam por múltiplos para que se possa usar 1.000 Hz. Se o instrumento é projetado para 60
um único ponteiro para as três escalas. Se Ra Hz, a tensão pode ser retirada diretamente da
fosse 15 ohms na a posição 1 e 1.500 ohms na alimentação do aparelho. Para 1.000 Hz, alguns
posição 2, seria 150.000 ohms na posição 3. modelos dispõem de um oscilador próprio e
Outros números poderiam ser usados, e também outros podem ser ligados a um oscilador externo.
um número diferente de resistências. A ponte do
exemplo acima é capaz de medir resistências O indicador pode ser um medidor de CA
cujos valores estejam compreendidos entre 0,5 que só permite a passagem de corrente em um
ohm e 5 megohms. sentido. Alguns aparelhos dispõem de uma
tomada para fones, que podem ser usados para a
Por que se usam fontes de alimentação procura do ponto de nulo.
variáveis em algumas pontes de resistências?
Como isso é feito? O princípio das relações de tensões, que já
Que quer dizer leitura de nulo? estudamos para o caso das resistências, pode ser
Qual é o método normalmente empregado também aplicado às pontes capacitavas. Para que
para proteger o medidor contra as altas tensões? não haja corrente no medidor, as relações de
Qual é o valor de Rx na figura A abaixo se tensões nos dois braços devem ser iguais.
Ra vale5 ohms?
Instrumentos e Medidas – Pág. 31 / 65.
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Os valores de C são inversamente


proporcionais aos valores de R em cada perna do
circuito. Isto é razoável, pois quanto maior a
capacitância, menor a reatância.

Circuito Prático para Medir Capacitância

Na figura abaixo vemos o esquema de


uma ponte de capacitâncias. Se você examinar a
ilustração, verá que se trata do mesmo tipo de
circuito paralelo que estudamos nas páginas
anteriores.
Que tipo de fonte de tensão deve ser usado
para medir capacitâncias através de um circuito
ponte?
Para que haja um nulo no indicador, as
relações de tensões nos dois braços devem ser
__________________.
Se a queda de tensão em um dos resistores
é RI, quanto é a queda de tensão em um dos
capacitores?

Cálculo das Relações de uma Ponte Capacitiva

Como no caso da ponte resistiva, os


símbolos de corrente se cancelam, de modo que
as relações são expressas em termos de A chave permite selecionar o capacitor
resistências e reatâncias. Para medir uma que será usado como referência, de acordo com a
capacitância, é preciso transformar a reatância em ordem de grandeza do capacitor desconhecido.
capacitância. A reatância capacitiva é : Um potenciômetro calibrado é usado para ajustar
1 a relação da ponte (R1/R2) até obter um nulo no
medidor. O eixo do potenciômetro pode ser
XC = 2ππf
ligado a um ponteiro que se move sobre uma
Antes de substituir as reatâncias pelos seu
escala calibrada em valores de capacitância. Se os
valores pode-se modificar a relação do seguinte
capacitores de referência forem múltiplos do
modo :
mesmo valor, a mesma calibração servirá , para
R1 R R X
 2 torna  e 1  C1 qualquer medida.
X C1 X C2 R 2 X C2
Substituindo XC1 e XC2 pelos seus A ponte acima serve para medir
valores, o segundo membro da equação acima se capacitores com pequena resistência em série e
torna: que não apresentem fuga entre as placas. Se
1 1 houver uma .resistência significativa em série ou

2π fC1 2π fC 2 em paralelo (fuga), não será possível equilibrar a
ponte. Esta ponte pode medir a maioria dos
Invertendo e multiplicando :
capacitores de papel, cerâmica e mica.
1 2π fC 2 C 2
x 
2π fC1 1 C1
A equação final é portanto:
R1 C2

R 2 C1

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Medida do Fator de Potência indica então o valor percentual do fator de


potência.
Os capacitores maiores apresentam uma
resistência interna relativamente elevada. Esta Medida da Fuga em um Capacitor
resistência não só deve ser compensada pelo
circuito ponte para se obter o nulo, como também Capacitor em fuga é aquele em que o
deve ser medida para determinação do fator de dielétrico, tendo perdido parcialmente a sua
potência do capacitor. propriedade de isolante, permite que os elétrons
passem de uma placa para a outra. A fuga é
representada por uma resistência em paralelo com
o capacitor.

Como vemos na figura acima, o fator de


potência de um capacitor varia de acordo com o
valor da resistência interna. O diagrama da
esquerda mostra a relação entre a resistência e a
impedância de um capacitor; mostra também O circuito do medidor é semelhante ao
como se pode determinar a impedância para usá- anterior. Uma chave no painel frontal substitui C1
la na fórmula do fator de potência. Se a por uma resistência variável e substitui a fonte de
resistência interna for zero, o fator de potência tensão por uma fonte de CC variável. A tensão é
também será zero. Se o fator de potência for ajustada para a tensão de trabalho do capacitor.
elevado (em porcentagem), poderá afetar Quando o capacitor a ser medido é eletrolíticos, é
seriamente o funcionamento do circuito. Muitas preciso observar a polaridade ao ligá-la à ponte.
pontes também medem o fator de potência. Um Se ele for ligado com a polaridade trocada, ficará
dos circuitos usados para isso, é o da figura inutilizado. Rs é usada para equilibrar a ponte e
abaixo. obter uma leitura de nulo. Se a resistência medida
é baixa, a fuga é grande.

Medida de Indutância por Meio de uma Ponte

A ponte da figura abaixo é capaz de medir


indutâncias. Nas pontes anteriores, usamos um
resistor para equilibrar resistores e um capacitor
para equilibrar capacitores. Neste circuito,
entretanto, usamos um capacitor para equilibrar a
indutância de uma bobina. Poderíamos usar uma
indutância padrão no lugar da capacitância, mas
O potenciômetro Rl-R2 é ajustado para o isto acarretaria algumas conseqüências
nulo, ou para tão próximo do nulo quanto a indesejáveis.
resistência de Cx permitir. A resistência variável
em série com C1 é então ajustada para leitura
zero. Um mostrador ligado à resistência variável,
geralmente com o título de fator de potência,

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uma leitura zero. A posição na escala do painel


frontal de um ponteiro ligado ao eixo de R2
indica o valor de Lx.

Na ilustração abaixo vemos que o campo


eletromagnético criado por uma bobina pode
cortar um condutor próximo e induzir correntes
indesejáveis. O campo eletrostático de um Medida do Q de uma Bobina
capacitor, por outro lado, está quase todo no
interior do capacitor. Outra vantagem do O Q ou fator de mérito de uma bobina é
capacitor é que ele é menos sensível a campos igual à relação entre a reatância e a resistência da
parasitas. bobina (2  fL/R). A resistência é a resistência do
Se usássemos indutores para equilibrar a fio usado na bobina, e é considerada em série
ponte, eles seriam maiores e mais caros que os com a reatância. Se a bobina for de fio grosso e
capacitores equivalentes. Os instrumentos seriam tiver poucas espiras, terá um alto Q; se for de fio
mais volumosos e custariam mais. fino e com muitas espiras, o Q será baixo. Como
o Q, que indica a qualidade da bobina, é um fator
usado para determinar a largura da faixa de
ressonância dos circuitos RLC, é interessante
dispor de um meio de medir este fator. A
resistência R3 do circuito acima é usada para esse
fim. Sua escala pode ser calibrada em valores de
Q.

Megômetro (Megger)
Finalmente, os capacitores podem ser
usados na mesma ponte para medir indutâncias e O megôhmetro é um instrumento de
capacitâncias. medidas elétricas destinado à medição da
O uso de um capacitor em uma ponte resistência de isolamento dos dispositivos ou
indutiva, entretanto, apresenta uma desvantagem. equipamentos elétricos (motores,
A corrente no braço que contém a bobina está transformadores, redes de eletrodutos metálicos,
atrasada em relação à corrente no outro braço. A cabos, etc...). Essa resistência de isolamento é
diferença de fase torna impossível equilibrar a normalmente de valores elevados, na ordem de
ponte. Este problema é resolvido colocando-se a megohms (MΩ). O valor de 1 MΩ = 1 000 000
bobina desconhecida e o capacitor padrão em Ω.
lados diferentes dos respectivos braços, como Basicamente, os megôhmetros são
vemos na ilustração da página anterior. constituídos pelos seguintes componentes:

Ponte de Indutâncias Típica

Na ponte de indutâncias abaixo e na


discutida anteriormente, a condição de nulo é
estabelecida através dos valores de C1 e R2.
Depois de escolhido o valor apropriado de Cl, R2
(resistência variável) é ajustada até que se consiga
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O campo magnético criado por essa


bobina B um deslocamento do conjunto de
bobinas móveis, levando o ponteiro para o ponto
A - Galvanômetro com bobinas cruzadas (A); infinito da escala graduada.
B - Bobinas móveis cruzadas (B e B1); Se os bornes L e T estiverem fechados em
C - Gerador de CC manual de 500 ou 1000 V (C); curto circuito haverá circulação de corrente
D - Regulador de tensão; também pela bobina B1, que receberá tensão
E - Ponteiro; através do resistor de amortecimento R1.
F - Escala graduada;
G - Bornes para conexões externas (L e T);
H- Resistores de amortecimento (R e R1).

O funcionamento do megôhmetro é
baseado no princípio eletrodinâmico com bobinas
cruzadas, tendo como pólo fixo, um imã
permanente e como pólos móveis as bobinas B e
B1.
Quando a manivela do gerador de CC é girada
obtêm-se uma tensão de valor variável, de acordo
com a velocidade que esteja sendo imprimida à
manivela. Essa tensão é enviada ao regulador de O campo magnético criado pela bobina B1
tensão que a estabiliza em 500 ou 1000 V, sendo será forte e oposto ao criado pela bobina, o que
enviada aos bornes L e T. fará com que o conjunto de bobinas móveis se
desloque para outro lado, levando o ponteiro para
Se os bornes L e T estiverem abertos, o ponto zero da escala graduada.
haverá circulação de corrente somente pela
bobina B, que recebe tensão através do resistor de Se os bornes L e T forem fechados através
amortecimento R. de um resistor Rx de valor elevado, a corrente
que fluirá pela bobina B1 terá uma intensidade
menor, ocasionada pela queda de tensão no
resistor Rx.

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O ponteiro está localizado sobre o


número 20. Portanto, Ri = 20 MΩ.

O campo magnético criado pela bobina B1


terá uma intensidade menor, porém ainda em
oposição ao campo criado pela bobina B.
Nessa situação o conjunto móvel se
deslocará levando o ponteiro para um ponto O ponteiro está localizado sobre o número 1,4.
intermediário da escala graduada. Esse ponto Portanto, Ri = 1,4 MΩ.
intermediário é o valor da resistência ôhmica do
resistor Rx.
A escala do megôhmetro é graduada em
megohms e a sua graduação não é homogênea.

Medição da resistência de isolamento


entre a fiação e a tubulação metálica (massa) da
instalação elétrica.

O borne T é conectado à tubulação


metálica (massa) da instalação elétrica, e o borne
L é conectado à fiação da instalação.

Medidores de Energia Elétrica

Generalidades
A leitura da escala graduada do
megômetro é direta, ou seja, basta localizar a Para a medição do trabalho elétrico, são
posição do ponteiro sobre a escala graduada e empregados medidores de energia elétrica cujos
fazer a leitura. valores são obtidos em função da tensão, da
corrente e do tempo. Dependendo do seu
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emprego, são encontrados diversos tipos, O induzido é percorrido apenas por uma
classificados segundo: parte da corrente devido à ligação de um
1. Tipo de corrente: corrente contínua , alternada derivador. O conjugado do induzido é
monofásica e alternada trifásica. proporcional ao fluxo de corrente. O disco de
2. Tipo de medição: medidores de ampère-horas, alumínio sofre uma frenagem durante a sua
medidor de watt-horas. rotação, em função da própria rotação e das
3. Tipo de construção: medidor com motor, correntes parasitas que se desenvolvem.
medidor de indução, medidor eletrolítico.
4. Medidor de diversas tarifas: medidor que após Desta forma, os efeitos de rotação e de
um determinado tempo passa a um segundo frenagem mantém a rotação num certo equilíbrio,
sistema de medição ou um medidor que apenas fazendo com que a rotação represente a grandeza
marca consumo acima de um determinado valor, da corrente do induzido. A rotação do eixo do
medida de máxima. induzido é transmitida ao mecanismo de medição
por meio de uma engrenagem. Como o número de
Medidores de Corrente Contínua voltas do disco depende da corrente do induzido e
do tempo, o número de ampère-horas pode ser
Medidor de motor para medição dos lido diretamente, levando-se em consideração
ampères-horas. uma relação de transmissão adequada.
Este medidor baseia o seu funcionamento Considerando-se constante a tensão de
no princípio dos motores de corrente contínua. rede, este mecanismo pode ser calibrado para
indicar o consumo de kWh. A construção deste
medidor é simples e, por isto, relativamente
barata. Os terminais devem estar com a
polaridade certa, pois, caso contrário, o medidor
andará para trás.

Medidor de motor para watt-horas.

Este medidor também baseia o seu


funcionamento nos motores de corrente contínua
e assemelha-se na sua construção ao instrumento
eletrodinâmico de medição.

Os pólos são constituídos por um imã


ferradura. O induzido se compõe de 3 bobinas
planas, que são dispostas entre dois discos de
alumínio. Os terminais das bobinas são levados a Duas bobinas de corrente fixas, pelas
um coletor de 3 lamelas. quais passa a corrente de carga, originam o
campo magnético fixo (campo do estator). O

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induzido, que é uma bobina de tensão sem núcleo


de ferro e formato circular, ligado à tensão da
rede, recebe a alimentação da corrente por meio
de escovas e um coletor de metal nobre. As forças
de frenagem desenvolvem-se devido às correntes
parasitas, empregando discos de alumínio e imãs
permanentes. O número de voltas depende tanto
da corrente como da tensão, em virtude da
montagem dinamométrica. O valor medido ao
longo de um certo tempo é dado em kWh.
Para a compensação das perdas devido ao
atrito, acrescenta-se uma bobina auxiliar. Esta
bobina é ligada ao circuito de corrente do
induzido e fica assim permanente sob tensão. É
de se observar, porém, que esta bobina auxiliar
Medidor eletrolítico
poderá fazer com que o induzido gire mesmo sem
carga, quando ocorre uma sobretensão ou
Este medidor baseia-se na decomposição
aparecem vibrações mecânicas. Para evitar tal
eletrolítica de um líquido. Nesta decomposição,
situação, o eixo é dotado de uma lâmina de ferro,
dá-se a liberação de hidrogênio ou metal. A
a qual é presa pelo imã de frenagem perto da
quantidade que se desprende é proporcional à
posição deste.
corrente e ao tempo, podendo, desta forma, ser
usada como uma medida das ampèreshoras. Tais
A designação dos terminais dos medidores
medidores podem apenas ser usados em corrente
de corrente contínua e corrente alternada é
contínua.
normalizada.
Medidor de Corrente Alternada

Um disco de alumínio, montado de tal


forma que possa girar horizontalmente, fica sob a
ação de diversos campos magnéticos alternados
próximos. Por meio destes campos aparecem no
disco correntes parasitas. Os efeitos magnéticos
destas correntes influem entre si e originam a
rotação do disco.

a. Rotação do disco por blindagem


A ligação de um medidor de watt-horas de
dois condutores e de três condutores pode ser Um campo magnético pode ser blindado
vista nas figuras abaixo. parcial ou totalmente, quando o pólo do imã é
dotado de um anel metálico. O mesmo efeito tem
uma lâmina de ferro em presença de um campo.

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posição de fase, os enrolamentos de tensão e de


corrente são dotados de mais um enrolamento
auxiliar, que é curtocircuitado por meio de um
reostato.

Construção

O mecanismo registrador é acionado por


meio de uma engrenagem, que está ligada ao eixo
do induzido. Um imã permanente forma também
aqui a força oposta à rotação, por meio da ação
das correntes parasitas.
O fluxo magnético induz, assim, de um
lado o anel metálico, e do outro, com seu fluxo
não blindado, o disco. Desta forma desenvolvem-
se correntes de igual sentido em ambos os lados,
cujos campos se atraem, dando ao disco o
movimento de rotação.

b. Rotação do disco pela atuação de dois


campos magnéticos

Medidores de corrente alternada são


construídos de tal modo que dois campos
alternados, defasados entre si, atuam sobre um
disco de alumínio.

Para compensar as forças de atrito,


desenvolve-se um conjugado suplementar, obtido
por meio de uma blindagem parcial do campo da
bobina de tensão ou por meio de um pequeno
parafuso de ferro, lateralmente ao campo
magnético.

Obtêm-se assim uma distribuição irregular


do campo magnético e, com isto, uma força
resultante que motiva a rotação. Uma lâmina de
frenagem evita a rotação sem carga, tal como no
Um dos campos é criado pela bobina de medidor com motor de corrente contínua.
tensão, o outro pela bobina de corrente. O
defasamento de 90º entre ambos é devido, em Medidores Trifásicos
grande parte, ao fato de a bobina de tensão, com
elevado número de espiras, apresentar uma Para a medição do trabalho em corrente
indutância bem superior à bobina de corrente. trifásica, com carga equilibrada, basta um
Além disto, a bobina de tensão é feita com um medidor de corrente monofásica. Este é ligado em
circuito magnético paralelo, de modo que apenas uma das fases e o valor medido é multiplicado
parte do fluxo passa pelo disco. por três. No caso de carga desequilibrada,
Desta forma, aparece mais um empregam-se dois instrumentos de medição, que
defasamento angular. Para o ajuste exato da

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estão interligados da mesma forma como os dois comando. Desta forma, é possível o registro de
wattímetros. duas tarifas, por exemplo, diurna e noturna.

Os medidores de excesso de consumo:


possuem, igualmente, dois sistemas de registro.
Um deles indica o consumo total e o outro o
excesso de consumo acima de um valor máximo
preestabelecido. A separação de ambos os valores
é feita por um motor síncrono, o qual, por meio
de uma engrenagem ajustável, separa o número
de rotações do medidor, que correspondem ao
excesso de carga.

Os medidores de máxima: possuem,


além de um dispositivo de medição do trabalho
Os dois discos do induzido são, neste
útil (kWh), um destinado a medir a potência
caso, montados sobre um mesmo eixo.
(kW), para determinar a carga máxima que ocorre
No caso de um sistema de 4 condutores,
dentro de um período de leitura de 15 ou 30
ou seja, três condutores de fase e um neutro, são
minutos. Esta é a base para o cálculo do preço
empregados medidores com três sistemas de
básico. Por meio de um sistema de contatos,
medição.
podem ser ligados sistemas de alarme ou de
desligamento, quando uma determinada carga
máxima prefixada é ultrapassada. Também os
medidores de controle do valor máximo, que se
baseiam no princípio de funcionamento do
Medidor de Excesso de Consumo, executam este
serviço.

Frequencímetro

Para as medições em baixa freqüência, é


geralmente usado o frequencímetro de lâminas.
Os três discos são montados sobre um
eixo comum, de modo que as suas forças de
rotação se somam.

Medidores Especiais

Os medidores de potência reativa:


destinam-se à medição do trabalho reativo. Estes
medidores se distinguem dos medidores trifásicos
de potência ativa, apenas pela mudança da
ligação de seus elementos internos, devendo-se
atentar para que a seqüência de fase seja correta
(A, B, C).

Os medidores de duas tarifas: são


dotados apenas de um sistema de medição, que
porém, é comutado com dois sistemas
registradores, por meio de um relógio de

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O instrumento baseia o seu funcionamento


nos efeitos de ressonância. Uma determinada
quantidade de Lâminas metálicas (línguas) de
diferentes freqüências, próprias de ressonância, é
levada a vibrar, pela ação dos impulsos
magnéticos provenientes de um eletroimã
alimentado com freqüência nominal da rede.

Com isto, uma das lâminas vibrará com


maior intensidade, e exatamente aquela cuja
freqüência própria é a mesma cômoda freqüência
aplicada. Lâminas adjacentes também vibrarão, Em ambos os casos analisados,
porém com menor intensidade. apresentam-se conjugados opostos nas bobinas
cruzadas, devido ao defasamento, em relação à
Medidor de Fator de Potência bobina de corrente. O conjugado que atua sobre a
deflexão do ponteiro é determinado pela bobina,
O fator de potência pode ser determinado cuja tensão apresenta um maior deslocamento de
por cálculo baseado na tensão, corrente e potência fase em relação à corrente da bobina de corrente.
útil, ou senão diretamente por meio de um
medidor de fator de potência. A construção deste O ponto zero do instrumento, tal como em
instrumento corresponde ao de um instrumento todos os instrumentos de bobina cruzada, é dado
eletrodinâmico blindado em apenas após a ligação da tensão. estes
invólucro de ferro, com bobinas cruzadas móveis. instrumentos tem amortecimento por correntes
Os pólos do núcleo de ferro, que é fixo, são parasitas.
estabelecidos por meio de uma bobina de
corrente. Ambas as bobinas do sistema móvel de A eletrônica dos instrumentos e medidas
bobinas cruzadas são ligadas à tensão e
apresentam um comportamento em oposição. Geradores de sinais
Aplicando-se corrente alternada monofásica, uma
das duas bobinas cruzadas, ligadas em paralelo, Existem ocasiões em que um técnico
irá comandar uma indutância, enquanto a outra encontra necessidade de aplicar um sinal padrão a
comandará um resistor puro. um aparelho eletrônico para prová-lo ou localizar
um defeito. O gerador de sinais é um instrumento
capaz de produzir sinais deste tipo. Dentro da
faixa para a qual foi projetado, o gerador de sinais
produz um sinal de freqüência, amplitude e
modulação controláveis.

Que é um Gerador de Sinais?

O gerador de sinais é basicamente um


transmissor. Embora os transmissores comerciais
gerem sinais de potência muito mais elevada e
possuam circuitos mais complexos, os princípios
de funcionamento são exatamente os mesmos.
Como vemos na figura abaixo, as partes básicas
do gerador de sinais são: fonte de alimentação,
No caso de corrente trifásica, ambas as bobinas oscilador, modulador e circuito de saída. Nos
cruzadas estão ligadas a duas tensões, defasadas transmissores, cada uma dessas partes
entre si, da rede trifásica. compreende um grande número de circuitos, nos

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geradores de sinais, entretanto, um ou dois é transportar a informação do transmissor para o


circuitos são suficientes. receptor. A portadora é modificada por uma onda
de outra freqüência, que contém a informação.
Por exemplo: a faixa de ondas médias
utiliza portadoras cujas freqüências estão entre
535 e 1.605 quilohertz. A informação, sob a
forma de som (voz, música, etc.) é combinada
com a portadora no transmissor e recuperada no
receptor.
O processo de combinar a informação
com a portadora é chamado de modulação. Para
ser útil, um gerador de RF deve ser capaz de
modular a sua portadora. Para isso, ele gera
também um sinal de áudio no oscilador de
Unidades Funcionais de um Gerador de Sinais modulação.
Como a fonte de alimentação do gerador
de sinais não tem nada de especial, não será
necessário descrevê-la aqui. Entretanto, um
exame dos outros circuitos será útil para quando
você for trabalhar com um gerador de sinais.

Oscilador

Oscilador é um circuito capaz de gerar


uma forma de onda de uma determinada
freqüência.
Os geradores de sinais são classificados de
acordo com a faixa de freqüências em que
trabalham seus osciladores. Os geradores de
Modulação em Amplitude
áudio-freqüência (AF) cobrem geralmente a faixa
de 20 a 20.000Hz. Os geradores de rádio-
Existem vários tipos de modulação. A
freqüência (RF) trabalham entre 20.000Hz e
modulação em amplitude é usada nas
milhares de megahertz.
transmissões comerciais comuns (535 a 1.605
kHz) e é definida como o processo pelo cuja se
faz variar a amplitude da portadora de acordo
com a amplitude instantânea da informação.

Oscilador de Modulação

Nos transmissores, a onda gerada pelo


oscilador é chamada de portadora. Ondas com a
freqüência da portadora podem atingir vários
quilômetros de distância. A onda portadora tem
freqüência e amplitude constantes, sua finalidade
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Características da Modulação Modulação em Freqüência - Outro meio


de combinar um sinal de informação com uma
Embora o oscilador principal deva ser portadora é a chamada modulação em freqüência
capaz de reproduzir a freqüência da portadora, o ou freqüência modulada (FM). Na modulação em
oscilador de modulação não precisa cobrir toda a freqüência, faz-se variar a freqüência da
faixa de áudio. Em alguns geradores de sinais só portadora de acordo com a freqüência e amplitude
é gerada uma freqüência de modulação. Outros do sinal modulador.
geradores de sinais dispõem de duas ou três
freqüências de modulação ou uma freqüência de
modulação variável.
Porcentagem de Modulação - A variação
da amplitude da portadora é chamada de
porcentagem de modulação. Ela é função da
amplitude do sinal modulador.

Repare no diagrama que a freqüência da


portadora de FM varia mas a amplitude
permanece constante. Examine os diagramas
abaixo.

A amplitude do sinal modulador da figura


B é tal que a envoltória (perfil da portadora
modulada) atinge por um instante o valor zero
antes de crescer novamente. Nesse caso, a
porcentagem de modulação é 100%. Na figura A
a modulação é menor que 100%. A porcentagem
exata é determinada pela relação entre a
amplitude do sinal modulador e a amplitude da
portadora. Na figura C a modulação é maior que
100%. Na prática nunca se usa modulação maior t Qual é a diferença entre AM e FM?
que 100%, pois introduz distorções no receptor.
Nos exemplos ilustrados pelos dois
Como não há necessidade de modular um diagramas no acima, a freqüência da portadora
sinal de áudio, os geradores de sinais de áudio diminui quando o sinal de áudio é positivo e
não dispõem de modulador. aumenta quando o sinal é negativo.
Quanto maior a amplitude do sinal
Os geradores de rádio-freqüência modulador, maior a variação na freqüência da
geralmente podem modular a portadora. Em portadora. Entretanto, a freqüência média durante
alguns geradores de RF é possível variar a um ciclo completo de modulação é , igual à
amplitude do sinal modulador, modificando assim freqüência da portadora não-modulada, pois as
a porcentagem de modulação. Alguns modelos variações de freqüência nos dois sentidos se
permitem o uso de um gerador de áudio externo equilibram.
para modular a portadora gerada. Alguns geradores de sinais de RF
produzem um sinal modulado em freqüência.
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Outros geradores podem trabalhar em AM ou


FM.

Circuito de Saída

Como a amplitude do sinal produzido pela


maioria dos osciladores é relativamente pequena,
muitos geradores de sinais utilizam pelo menos
um estágio de amplificação. A mistura da
portadora com o sinal modulador ocorre
geralmente neste estágio. Amplificação

Um amplificador em que haja corrente de


placa geralmente amplifica qualquer sinal espúrio
que apareça na grade. Sinal espúrio é qualquer
sinal indesejável gerado externamente ou no
próprio aparelho.

O amplificador dispõe geralmente de um


controle de ganho, para que se possa variar a
amplitude do sinal de saída.
Para permitir um bom casamento de
impedâncias entre o gerador de sinais e o circuito O sinal que aparece na placa tem a mesma
a ser examinado, usa-se muitas vezes um forma que o sinal de grade, maior amplitude e
seguidor de catodo ou outro circuito casador de está defasado de 180°. Se o sinal de placa é
impedâncias. As vezes se inclui também um aplicado diretamente à grade, os dois sinais têm
atenuador, para que os sinais de saída tenham sempre polaridades opostas e tendem a se anular.
uma amplitude bem definida. Este processo é chamado de realimentação
negativa. Para que o sinal de placa esteja em fase
Gerador de Áudio com o sinal de grade e possa somar-se a ele, é
preciso invertê-lo novamente. Quando o sinal de
Como já dissemos, o gerador de sinais de placa é invertido e aplicado à grade, o processo é
áudio cobre a faixa de freqüências de áudio. chamado de realimentação positiva.
Quase todos os geradores de áudio são
constituídos por um oscilador e um estágio
amplificador.
Um circuito deve atender a certos
requisitos para que possa oscilar: deve dispor de
um meio de amplificação, um dispositivo de
realimentação e um controle de freqüência.

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Controle de Frequência acumula eléctrons na placa superior de C1. C1


agora está carregado com a polaridade contrária.
A realimentação positiva é capaz de Quando C1 começa a descarregar-se no
manter as oscilações em um circuito e produzir, sentido oposto, um novo campo magnético se
depois de certo tempo, um sinal de amplitude forma em torno de Ll. Quando a corrente de
constante na placa, mas não pode assegurar descarga começa a diminuir, o campo gera uma
sozinha uma freqüência constante. corrente na bobina com o mesmo sentido que a
corrente no capacitor.
Como podemos controlar a freqüência?
Como é possível amplificar uma única freqüência
e rejeitar as outras? Através de um circuito
ressonante.

Quando o capacitor acaba de se


descarregar, o campo magnético mantém uma
certa corrente, que carrega o capacitor com a
polaridade contrária. A carga e descarga de Cl
continuam por vários ciclos.
O fato de as oscilações apresentarem
amplitudes cada vez menores pode ser melhor
compreendido se examinarmos duas analogias
mecânicas. Representando a tensão através do
capacitor do exemplo anterior em função do
tempo, obtemos um gráfico como o da figura
abaixo.

Quando a fonte é desligada, C1 começa a se


descarregar. A corrente atravessa L1 no sentido
indicado e cria um campo magnético em torno da
bobina. Quando as cargas nas placas de Cl se
igualam, a corrente normalmente cairia a zero.
Entretanto, o campo magnético em torno de L1
continua a diminuir (a diminuição começou
quando a corrente de descarga começou a
diminuir), mantendo a corrente.
O circuito LC, o volante e o pêndulo têm
uma propriedade em comum - amortecimento.
Amortecimento é a diminuição da energia de um
sistema mecânico ou elétrico. O volante e o
pêndulo perdem energia porque ela é em parte
absorvida pelo atrito com o ar e os rolamentos. O
circuito LC (que contém um R invisível) perde
parte da energia sob a forma de calor, produzido
L1 se torna então uma fonte de tensão, quando a corrente atravessa a parte resistiva do
com a polaridade indicada na figura acima. As circuito.
linhas magnéticas de força do campo cortam as
espiras da bobina, produzindo uma corrente que A analogia mecânica também ajuda a
compreender o fenômeno oscilatório associado ao
circuito LC. O momento do volante faz com que
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ele dê várias voltas antes de parar. A energia do oscilador de deslocamento de fase, é o


potencial adquirida pelo pêndulo quando ele se oscilador ponte de Wien. Alguns geradores de
encontra no ponto mais alto de sua trajetória faz sinais, que trabalham em uma única freqüência,
com que ele passe pelo ponto mais baixo e suba utilizam um diapasão, que possui uma freqüência
novamente. O efeito correspondente no circuito muito precisa de oscilação.
LC é naturalmente a energia potencial do campo
magnético criado pela corrente de descarga do Gerador de Áudio Típico
capacitor ao passar através da bobina. Quando o
campo começa a se desfazer, é gerada uma O diagrama em bloco da figura abaixo
corrente que carrega o capacitor com a polaridade representa um gerador de áudio típico. Existem
contrária. muitos outros modelos.
A freqüência de ressonância de um
circuito LC é dada por:
1
frequência de ressonância = 2π LC

Se L2 for 1 mH e C1 10 microfarads
(valores relativamente grandes) a freqüência de
ressonância do circuito será 1.592 hertz.

Geralmente o circuito de saída contém um


amplificador provido de um circuito que permite
casar a impedância de saída do gerador com a
impedância de entrada do circuito externo. Se o
descasamento é pronunciado, a carga a que o
oscilador é submetido pode ser suficiente para
Um oscilador de freqüência constante só é fazer com que sua freqüência varie.
útil para algumas aplicações. Pode ser usado, por Circuitos atenuadores compostos de
exemplo, na telegrafia ou para provar certos resistências em série e em paralelo são usados
circuitos. Na maioria dos casos, entretanto, para se obter um sinal com a amplitude desejada.
necessita-se de um oscilador de freqüência
variável. Nesse caso, o L ou o C do circuito Como usar Um Gerador de Áudio
ressonante deve ser variável. Em geral, C é um
capacitor variável. O gerador de áudio-freqüência (às vezes
chamado de oscilador de áudio) é um instrumento
Oscilador de Deslocamento de Fase de prova muito útil. Dentro da faixa de
freqüências que cobre (geralmente de 20 Hz a 20
Outro circuito muito usado como kHz), pode ser usado como fonte de sinal para
oscilador nos geradores de áudio é o oscilador de provar aparelhos ou circuitos que trabalham com
deslocamento de fase. sinais de áudio.

Outros Tipos de Osciladores Resposta de Frequência e Fidelidade

Outros tipos de osciladores podem ser Os amplificadores de áudio usados nos


usados nos geradores de áudio. Um tipo popular, bons gravadores, nos sistemas estereofônicos e de
que trabalha segundo um princípio semelhante ao alta-fidelidade devem ter uma boa resposta de
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freqüência em toda a faixa de freqüências circuito. O sinal de entrada de um circuito é


audíveis. A faixa de freqüências audíveis para a geralmente o sinal de saída do circuito ou estágio
maioria das pessoas vai de 15 a 15.000 Hz. Um anterior. O sinal de saída é o sinal necessário para
equipamento de áudio com uma resposta de a entrada do estágio seguinte. Os componentes
freqüência plana entre esses limites é considerado dos circuitos são escolhidos e combinados de
como um fiel reprodutor de som. Muitas vezes se modo a transformarem o sinal de entrada no sinal
usa a palavra fidelidade em relação aos de saída desejado.
equipamentos de áudio. Tanto fidelidade como
resposta plana de freqüência se referem à precisão
com a qual um sinal de entrada é reproduzido na
saída de um circuito ou aparelho.

Importância das formas de onda


Como qualquer tensão ou corrente pode
ser descrita em termos de amplitude e tempo,
podemos identificar e analisar qualquer sinal em
Um amplificador, por exemplo, recebe
termos desses dois elementos. Um gráfico da
geralmente um pequeno sinal do estágio anterior
variação de amplitude de um sinal em função do
e o transforma em um sinal de maior amplitude.
tempo é chamado de forma de onda.
Em outras palavras, o estágio amplifica o sinal.
Muitas vezes desejamos saber se a
transformação do sinal de entrada foi feita
corretamente. Por exemplo: é importante saber se
a forma de onda de um sinal varia quando ele
passa por um circuito amplificador.

Para a manutenção e reparo dos aparelhos


eletrônicos, os técnicos precisam examinar as
formas de onda nos diferentes circuitos. Para isto
é necessário um instrumento que forneça uma Na figura acima, o semiciclo positivo do
representação precisa do sinal. sinal de entrada apareceu destorcido na saída.
Se a representação corresponde à Pode-se suspeitar de que o amplificador ficou
amplitude e forma desejadas do sinal no ponto em saturado e está limitando parte da onda. Assim, a
que é feita a prova, o técnico pode concluir que o causa mais provável do defeito seria uma
circuito de onde veio este sinal está funcionando variação na polarização da válvula.
corretamente. Se a representação difere do sinal Cada pulso da figura abaixo tem uma
desejado, o tipo e grau da diferença podem ajudar amplitude de 3,5 volts e uma largura de 1
a identificar a causa do defeito. milissegundo. O pulso se repete, uma vez cada 10
milissegundo. Como os pulsos se repetem de 0,01
Características das Formas de Onda em 0,01 segundo, a freqüência dos pulsos é 100
pulsos por segundo.
Todo circuito eletrônico é projetado para 1
realizar uma função específica. A função Frequência = tempo
determina os requisitos de entrada e saída do
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A senóide é uma forma de onda osciloscópios funcionam de acordo com os


arredondada. Existem outras ondas cujas subidas mesmos princípios básicos.
e descidas são linhas retas. A forma de onda da
figura acima é um exemplo. Outro exemplo é a
onda dente-de-serra.

Outra característica importante das formas


de onda é à sua fase. Qual é a relação entre as
amplitudes de duas formas de onda em um dado
instante de tempo? Observe as formas de onda da Todos os osciloscópios contêm um tubo
ilustração abaixo. de raios catódicos (CRT - "Cathode-ray tube") e
um grupo de circuitos de controle. CRT é que
mostra a forma de onda Os circuitos de controle
fornecem um sinal ao CRT. A forma de onda á
examinar chega aos circuitos de controle através
de um conjunto de fios de prova.

Controle do Painel Frontal

Os osciloscópios dispõem de vários


controles no painel frontal, usados para ajustar os
circuitos para as várias condições de
funcionamento. O tipo e número de controles
variam de acordo com a finalidade do
osciloscópio.
A forma de onda de cima (senóide) cresce
de zero a 10 volts positivos durante os primeiros Resposta de Frequência
90° (um quarto de ciclo). Durante o mesmo
período de tempo a senóide de baixo diminui de A reposta de freqüência é uma medida da
10 volts a zero. Em outras palavras, as duas ondas capacidade de um amplificador de deixar passar
estão defasadas de 90°. as freqüências componentes de uma forma de
onda.
Osciloscópio Uma senóide pura, como você sabe,
possui apenas uma componente de freqüência – a
O osciloscópio é um indicador. Ele indica fundamental.
a forma do sinal presente no ponto de prova.
Alguns osciloscópios fornecem uma
representação mais precisa do sinal do que outros.
A diferença é meramente de projeto. Todos os

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Alguns osciloscópios dispõem de uma


terceira tomada com a indicação CC (corrente
contínua). Esta tomada serve para observar
tensões contínuas ou formas de onda cuja
amplitude varia muito lentamente.

Controle de Freqüência do Dente-de-Serra

O oscilador de varredura (gerador de


dente-de-serra) dispõe de dois controles do painel
Uma onda quadrada, entretanto, consiste frontal do osciloscópio. Os números na chave
da senóide fundamental mais um certo número de especificam a freqüência, (hertz) da onda dente-
harmônicos impares. de-serra. O VERNIER (ajuste fino, de
Um bom osciloscópio deve ter uma freqüência).
resposta de freqüência até 2 megahertz.

Largura de Pulsos

Circuitos de Sincronismo

A finalidade do circuito de, sincronismo é


Outro modo de examinar a resposta de um fazer com que a onda dente-de-serra permaneça
osciloscópio é termos do tempo de crescimento. em sincronismo com a forma de onda a ser
observada na tela. Em outras palavras, as duas
Tempo de crescimento é o tempo que o bordo formas de onda devem começar, ao mesmo
anterior de um pulso leva para ir 10% a 90% da tempo. A origem da forma de onda com a qual o
amplitude máxima. O tempo de crescimento dente-de-serra deve estar em sincronismo é que
mínimo que um osciloscópio é capaz de determina a posição da chave SEL SINC (seletor
reproduzir é determinado principalmente pelo de sincronismo) no painel frontal. EXT (externo)
tempo de carga de certas capacitâncias de seus é a posição usada quando o sinal de sincronismo é
circuitos internos. fornecido por um circuito externo. Quando a
chave está na posição LINHA, o sinal de
Ganho sincronismo é obtido da própria alimentação do
osciloscópio.
O ganho do amplificador vertical
determina até que ponto um sinal de pequena Canal Horizontal
amplitude poderá ser amplificado para ser
observado na tela. O canal horizontal é constituído pelo
circuito de sincronismo. o oscilador de varredura
Entradas Osciloscópio e o amplificador de deflexão horizontal.

A ilustração do painel frontal do


osciloscópio mostra duas ligações para o
amplificador vertical : Terra e CA (corrente
alternada). Para a realização de uma medida, fios
de prova são inseridos nessas duas tomadas.
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invés de uma linha aparece um ponto, reduza a


intensidade para não queimar o revestimento da
tela. O brilho e o foco variam com os ajustes de
freqüência, porque o feixe viaja através da tela
com diferentes velocidades. Por este motivo, às
vezes é necessário ajustar os controles de
INTENSIDADE e FOCO durante o trabalho.

Número de Ciclos na Tela

Como pode haver distorção no início e no


final da varredura, é melhor colocar dois ou três
ciclos da forma de onda na tela ao invés de um
só.

Os amplificadores vertical e horizontal


são semelhantes e desempenham função
idênticas. Ambos dispõem de um controle de
ganho para ajuste do tamanho da forma de onda.
Ambos também dispõem de um controle de
atenuação para diminuir a amplitude de formas de
onda de grande atenuação para diminuir a
amplitude de formas de onda de grande
amplitude, de modo que caibam na tela.

Como usar o osciloscópio


O ciclo central dos três ciclos fornece uma
O osciloscópio também pode ser usado forma de onda sem distorção e com a fase correta.
para determinar relações de fase e medir A parte central de dois ciclos aparece invertida,
freqüências, como veremos na figura baixo. mas sem distorção.
A relação entre as freqüências da forma de
Como Ligar o Osciloscópio onda nas placas verticais e do dente-de-serra das
placas horizontais determina o número de ciclos
Em primeiro lugar, certifique-se de que o que aparecem na tela.
osciloscópio está ligado à tomada. Muita gente
coloca todos os controles do painel frontal fora de
posição antes de perceber que o fio do
osciloscópio não está na tomada. Na maioria dos
osciloscópios a chave de ligar e desligar faz parte
do controle de INTENSIDADE. Gire a chave até
ouvir um estalo ou uma luz no painel acender.
Deixe o osciloscópio se aquecer durante alguns
minutos para que as tensões em todos os circuitos
se estabilizem.

Como Obter uma Imagem na Tela


A frequência de varredura deve ser
Para obter uma boa imagem na tela, ajuste sempre menor ou igual à freqüência da forma de
os controles de INTENSIDADE e FOCO até que onda, nunca deve ser maior. Se a freqüência de
apareça uma linha fina e brilhante. Se os outros varredura fosse maior, apenas uma parte da forma
controles estão ajustados de tal modo que ao de onda apareceria na tela.

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Como mostra a figura anterior, três ciclos


da forma de onda aparecem na tela quando a
freqüência de varredura é igual a 1/3 da
freqüência do sinal de entrada. Se a freqüência de
entrada é 12.000 Hz, a freqüência de varredura
deve ser 4.000 Hz para que apareçam três ciclos
na tela. Para dois ciclos, a freqüência de
varredura deve ser 6.000 Hz. Entretanto, às vezes você obterá imagens
Se deseja observar um único ciclo, a como as das figuras abaixo.
freqüência deve ser a mesma da onda de entrada,
ou seja, 12.000 Hz.
A freqüência do dente-de-serra é
escolhida através dos controles FREQÜÊNCIA e
VERNIER. Se o valor exato da freqüência não é
encontrado no controle de ajuste grosseiro,
coloque esse controle no número mais próximo e
ajuste o vernier até que a imagem fique
estacionária na tela.
A relação entre a freqüência de entrada e a
freqüência do dente-de-serra deve ser 1/1, 2/1, Qual o controle a ajustar para o caso da
3/1, 4/1, etc. Quando essa relação não é um figura A? E para a figura B? A forma de onda da
número inteiro (quando é 3/2, por exemplo), a figura A pode ser ajustada girando-se o controle
imagem é uma série de linhas movendo-se na POS VERT (posição vertical) até a imagem
tela. Nesse caso, torna-se necessário um ajuste no ocupar o centro da tela. A forma de onda da
controle apropriado (FREQÜÊNCIA ou figura B pode ser ajustada girando-se o controle
VERNIER). POS HOR (posição horizontal) até a imagem
ocupar o centro da tela.

Os dois controles de posição são usados


para centralizar a forma de onda.

Outros Ajustes Imediatos É evidente que partes da forma de onda


Até agora já vimos como ajustar os estão sendo defletidas para fora da tela em ambos
controles de INTENSIDADE e FOCO para obter os casos. A figura da esquerda apresenta uma
uma imagem com o brilho e nitidez desejados. expansão horizontal exagerada, de modo que é
Vimos também como obter uma imagem estável preciso ajustar o controle GANHO HOR (ganho
ajustando os controles de FREQÜÊNCIA e horizontal) para diminuir o ganho horizontal. Para
VERNIER do oscilador de varredura. Se a a forma de onda da direita, seria preciso ajustar o
imagem resultante é como a das duas figuras controle GANHO VERT (ganho vertical), para
abaixo, você pode começar a analisar a forma de que a forma de onda coubesse na tela.
onda. Quando há ciclos demais para uma
observação razoável, pode-se expandir a imagem
através do controle de ganho horizontal,
separando mais ciclos sucessivos.

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Figuras de Lissajous

Com um osciloscópio é possível medir a


relação de fase entre duas formas de onda ou a Na figura da direita, as relações entre
freqüência de um sinal. Para isso, colocam-se na tensão e tempo são diferentes, os pontos
tela as chamadas figura de Lissajous. Figura de correspondentes estão separados de 45°. Em
Lissajous é a imagem obtida quando se aplicam outras palavras, as duas formas de onda estão
tensões alternadas aos dois pares de placas de defasadas de 45°.
deflexão. O que se segue é válido para a maioria
dos osciloscópios.

Medida de Fase
Para medir a diferença de fase entre dois
sinais, aplique um dos sinais à entrada vertical e o
outro à entrada horizontal. Desligue a varredura
para que a tensão dente-de-serra não interfira com
o sinal aplicado ao canal horizontal. Para maior
precisão, as amplitudes dos dois sinais devem ser
iguais. Ajuste os controles de ganho de modo a
que a imagem tenha altura e largura iguais. Só se
mede uma diferença de fase, naturalmente,
quando as duas freqüências são iguais.

Análise das Figuras de Lissajous

Na ilustração abaixo vemos uma figura de


Lissajous para duas senóides. Os pontos
correspondentes dos dois sinais foram designados
pelos mesmos números. Os pontos foram
deslocados horizontalmente e verticalmente até a
tela. A interseção de duas linhas correspondentes
a pontos com o mesmo número indica a posição
do feixe de elétrons em um dado instante de
tempo. Neste caso as duas senóides estão em fase.

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As figuras de Lissajous anterior são


exemplos de algumas relações de fase. Pode-se
estimar a diferença de fase entre dois sinais
observando-se a posição e a largura da elipse.

Na figura A acima, um ciclo da freqüência


de referência é aplicado às placas horizontais no
mesmo tempo que dois ciclos da freqüência
desconhecida são aplicados às placas verticais.
A altura e largura da elipse devem ser Existem dois pontos superiores de tangência e um
iguais. Medem-se as distâncias h e W indicadas ponto lateral. A relação de freqüências é expressa
na figura acima. A relação h/W é igual ao seno da em termos da freqüência vertical (desconhecida)
diferença de fase em graus. Por exemplo : se h é sobre a tensão horizontal (referência). A relação
igual a 7 unidades e W igual a 8, temos : de freqüências na figura A é 2/1.

h 7 Outros Exemplos de Figuras de Lissajous


  0,875
W 8
Esta relação é aproximadamente igual ao As duas figuras abaixo representam uma
seno de 60°. Assim, os dois sinais estão defasados relação de freqüências vertical/horizontal
de 60° ou de 300º (360° - 60°). (desconhecida/referência) de 3/1. Repare que elas
são bem diferentes. A figura A é conhecida como
Medida de Frequência figura fechada.

A freqüência de uma senóide Se você começar em qualquer ponto na figura e


desconhecida pode ser determinada por um acompanhar a curva, voltará ao ponto de partida.
processo análogo. Aplica-se uma freqüência A figura é contínua; não tem começo nem fim. A
conhecida às placas horizontais e a freqüência figura B, por outro lado, não é contínua ; tem um
desconhecida às placas verticais. A figura de começo e um fim. Dizemos que se trata de uma
Lissajous resultante mostra a diferença de figura aberta.
freqüência entre as duas senóides. A freqüência
de referência pode ser retirada de um gerador de
sinais ou da tensão de alimentação (50 ou 60 Hz).
A diferença de freqüências pode ser
determinada pelo número de pontos em que a
imagem tangência uma reta horizontal passando
por sua parte superior (ou inferior) e uma reta
vertical passando por um dos lados da figura. Nas
figuras que estudamos até agora, existe um ponto
de tangência na parte superior e um ponto de
tangência lateral. A relação de freqüências é 1/1 ;
a onda desconhecida tem a mesma freqüência que
É fácil contar três pontos de tangência na
a onda de referência.
parte superior da figura A e um ponto de
tangência lateral. Na figura B, entretanto, só há
um ponto de tangência na parte superior e não há
nenhum ponto de tangência lateral. Torna-se
Instrumentos e Medidas – Pág. 53 / 65.
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necessário então adotar um convenção para as eletrônicos a válvula geralmente utilizam vários
figuras abertas: toda linha que termina na parte tipos de componentes, você talvez chegue à
superior ou lateral é considerada como meio conclusão de que o primeiro componente a ser
ponto de tangência. Os pontos verdadeiros de testado deve ser a válvula. E pensando assim você
tangência são contados normalmente. estaria inteiramente de acordo com a estatística
acima.
No caso da figura B, na parte superior há Entretanto, embora as válvulas falhem
um ponto verdadeiro de tangência e uma com maior freqüência do que os outros
extremidade (meio ponto), dando um total de três componentes eletrônicos, um técnico experiente
meios pontos de tangência. Na parte lateral há não se baseia apenas neste fato para provar todas
apenas uma extremidade, ou meio ponto de as válvulas de um circuito. Como veremos neste
tangência. A relação vertical/horizontal é igual a item, as válvulas falham por vários motivos
três meios sobre um meio, ou 3/1. diferentes e os provadores de válvulas não
revelam todos eles.
Quando a relação de fase entre os dois Uma válvula dada como boa por um
sinais de entrada não se mantém constante, a provador pode não funcionar corretamente em um
figura de Lissajous não se mantém imóvel na tela. determinado circuito. Uma válvula aparentemente
As figuras mais complexas (resultantes de uma em mau estado pode desempenhar razoavelmente
relação de freqüências expressa por números á sua função em um circuito.
maiores, como 17/13) são difíceis de interpretar.
Por esse motivo, é conveniente simplificar a Instrumentação (equipamentos básicos)
relação o mais possível, variando a freqüência de
referência. Termopar
Os termopares são dispositivos elétricos
Nas figuras abaixo vemos outros
com larga aplicação para medição de temperatura.
exemplos da medida de freqüência através das
São baratos, podem medir uma vasta gama de
figuras de Lissajous.
temperaturas e podem ser substituídos sem
introduzir erros relevantes. A sua maior limitação
é a exatidão, uma vez que erros inferiores a 1 °C
são difíceis de obter. Uma termopilha é o nome
que se dá a um conjunto de termopares ligados
em série. Um exemplo da aplicação de
termopares e termopilhas pode ser a medição de
temperaturas em linhas de gás.
Em 1822, o físico Thomas Seebeck
descobriu (acidentalmente) que a junção de dois
metais gera uma tensão eléctrica que é função da
temperatura. O funcionamento dos termopares é
baseado neste fenómeno, que é conhecido como
Efeito de Seebeck. Embora praticamente se possa
construir um termopar com qualquer combinação
de dois metais, utilizam-se apenas algumas
combinações normalizadas, isto porque possuem
tensões de saída previsíveis e suportam grandes
Provadores de vávulas e semicondutores gamas de temperaturas.
Existem tabelas normalizadas que indicam
Usar os provadores de válvulas, para a tensão produzida por cada tipo de termopar para
verificar o estado de uma válvula. todos os valores de temperatura que suporta, por
Muitos técnicos que 50 a 80% de todos os exemplo, o termopar tipo K com uma temperatura
defeitos nos aparelhos eletrônicos são causados de 300 °C irá produzir 12,2 mV. Contudo, não
por válvulas em mau estado. Como os circuitos basta ligar um voltímetro ao termopar e registar o
Instrumentos e Medidas – Pág. 54 / 65.
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valor da tensão produzida, uma vez que ao Linearização


ligarmos o voltímetro estamos a criar uma
segunda (e indesejada) junção no termopar. Para O instrumento de medida tem de ter a
se fazerem medições exactas devemos compensar capacidade de lidar com a compensação da
este efeito, o que é feito recorrendo a uma técnica junção fria, bem como com o fato de a saída do
conhecida por compensação por junção fria. termopar não ser linear. A relação entre a
Caso se esteja a interrogar porque é que temperatura e a tensão de saída é uma equação
ligando um voltímetro a um termopar não se polinomial de 5ª a 9ª ordem dependendo do tipo
geram várias junções adicionais (ligações ao do termopar. Alguns instrumentos de alta
termopar, ligações ao aparelho de medida, precisão guardam em memória os valores das
ligações dentro do próprio aparelho, etc...), a tabelas dos termopares para eliminar esta fonte de
resposta advém da lei conhecida como lei dos erro.
metais intermédios, que afirma que ao inserirmos Os termopares disponíveis no mercado
um terceiro metal entre os dois metais de uma têm os mais diversos formatos, desde os modelos
junção dum termopar, basta que as duas novas com a junção a descoberto que têm baixo custo e
junções criadas com a inserção do terceiro metal proporcionam tempos de resposta rápidos, até aos
estejam à mesma temperatura para que não se modelos que estão incorporados em sondas. Está
manifeste qualquer modificação na saída do disponível uma grande variedade de sondas,
termopar. Esta lei é também importante na adequadas para diferentes aplicações (industriais,
própria construção das junções do termopar, uma científicas, investigação médica, etc...).
vez que assim se garante que ao soldar os dois Quando se procede à escolha de um
metais a solda não irá afectar a medição. termopar deve-se ponderar qual o mais adequado
Contudo, na prática as junções dos termopares para a aplicação desejada, segundo as
podem ser construídas soldando os materiais ou características de cada tipo de termopar, tais
por aperto dos mesmos. como a gama de temperaturas suportada, a
Todas as tabelas normalizadas dão os exatidão e a confiabilidade das leituras, entre
valores da tensão de saída do termopar outras. Em seguida fornece-se o nosso guia (com
considerando que a segunda junção do termopar o seu quê de subjectivo) para os diferentes tipos
(a junção fria) é mantida a exactamente zero de termopares.
graus Celsius. Antigamente isto conseguia-se
conservando a junção em gelo fundente (daqui o Tipo K (Cromel / Alumel) - O termopar
termo compensação por junção fria). Contudo a tipo K é um termopar de uso genérico. Tem um
manutenção do gelo nas condições necessárias baixo custo e, devido à sua popularidade estão
não era fácil, logo optou-se por medir a disponíveis variadas sondas. Cobrem
temperatura da junção fria e compensar a temperaturas entre os -200 e os 1370 °C, tendo
diferença para os zero graus Celsius. uma sensibilidade de aproximadamente 41µV/°C.
Tipicamente a temperatura da junção fria Termoelemento positivo (KP):
é medida por um termístor de precisão. A leitura Ni90%Cr10% (Cromel)
desta segunda temperatura, em conjunto com a Termoelemento negativo (KN):
leitura do valor da tensão do próprio termopar é Ni95%Mn2%Si1%Al2% (Alumel)
utilizada para o cálculo da temperatura verificada Faixa de utilização: -270°C a 1200°C
na extremidade do termopar. Em aplicações f.e.m. produzida: -6,458 mV a 48,838 mV
menos exigentes, a compensaçao da junção fria é
feita por um semicondutor sensor de temperatura, Tipo E (Cromel / Constantan) - Este
combinando o sinal do semicondutor com o do termopar tem uma elevada sensibilidade (68
termopar. µV/°C) que o torna adequado para baixas
É importante a compreensão da temperaturas.
compensação por junção fria; qualquer erro na Termoelemento positivo (EP):
medição da temperatura da junção fria irá Ni90%Cr10% (Cromel)
ocasionar igualmente erros na medição da Termoelemento negativo (EN):
temperatura da extremidade do termopar. Cu55%Ni45% (Constantan)
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Faixa de utilização: -270°C a 1000°C Termoelemento positivo (BP):


f.e.m. produzida: -9,835 mV a 76,373 mV Pt70,4%Rh29,6% (Ródio-Platina)
Termoelemento negativo (BN):
Tipo J (Ferro / Constantan) - sua gama Pt93,9%Rh6,1% (Ródio-Platina)
limitada (-40 a 750 °C) é a responsável pela sua Faixa de utilização: 0°C a 1820°C
menor popularidade em relação ao tipo K. f.e.m. produzida: 0,000 mV a 13,820 mV
Aplica-se sobretudo com equipamento já velho
que não é compatível com termopares mais Tipo R (Platina / Ródio-Platina) -
‘modernos’. A utilização do tipo J acima dos 760 Adequado para medição de temperaturas até aos
°C leva a uma transformação magnética abrupta 1600 °C. Reduzida sensibilidade (10 µV/°C) e
que lhe estraga a calibração. custo elevado.
Termoelemento positivo (JP): Fe99,5% Termoelemento positivo (RP):
Termoelemento negativo (JN): Pt87%Rh13% (Ródio-Platina)
Cu55%Ni45% (Constantan) Termoelemento negativo (RN): Pt100%
Faixa de utilização: -210°C a 760°C Faixa de utilização: -50°C a 1768°C
f.e.m. produzida: -8,096 mV a 42,919 mV f.e.m. produzida: -0,226 mV a 21,101 mV

Tipo N (Nicrosil / Nisil) - A sua elevada Tipo S (Platina / Ródio-Platina) -


estabilidade e resistência à oxidação a altas Adequado para medição de temperaturas até aos
temperaturas tornam o tipo N adequado para 1600 °C. Reduzida sensibilidade (10 µV/°C),
medições a temperaturas elevadas, sem recorrer elevada estabilidade e custo elevado.
aos termopares que incorporam platina na sua Termoelemento positivo (SP):
constituição (tipos B, R e S). Foi desenhado para Pt90%Rh10% (Ródio-Platina)
ser uma “evolução” do tipo K. Termoelemento negativo (SN): Pt100%
Faixa de utilização: -50°C a 1768°C
Tipo B (Platina / Ródio-Platina) - Os f.e.m. produzida: -0,236 mV a 18,693 mV
termopares tipo B, R e S apresentam
características semelhantes. São dos termopares Tipo T (Cobre / Constantan) - É dos
mais estáveis, contudo, devido à sua reduzida termopares mais indicados para medições na
sensibilidade (da ordem dos 10 µV/°C), utilizam- gama dos -270 °C a 400 °C.
se apenas para medir temperaturas acima dos 300 Termoelemento positivo (TP): Cu100%
°C. Note-se que devido à reduzida sensibilidade Termoelemento negativo (TN):
destes termopares, a sua resolução de medida é Cu55%Ni45% (Constantan)
também reduzida. Faixa de utilização: -270°C a 400°C
Adequado para medição de temperaturas f.e.m. produzida: -6,258 mV a 20,872 mV
até aos 1800 °C.
Note-se que a escolha de um termopar
Contra aquilo que é habitual nos outros deve assegurar que o equipamento de medida não
termopares, este origina a mesma tensão na saída limita a gama de temperaturas que consegue ser
a 0 e a 42 °C, o que impede a sua utilização medida.
abaixo dos 50 °C.
Em compensação, utiliza cabos de Termoresistência
extensão de cobre comum desde que a sua
conexão com o termopar esteja neste intervalo Uma termoresistência (RTD do inglês
(0°C a 50°C). Os demais termopares necessitam Resistance Thermometer Detector) é um
de cabos de ligação com o mesmo material do instrumento que permite conhecer a temperatura
termopar, sob o risco de formarem com o cobre do meio ambiente, recorrendo à relação entre a
um "outro termopar", se a conexão estiver a resistência eléctrica de um material e a sua
temperatura diferente do instrumento de temperatura. A maior parte das termo-resistências
processamento do sinal (p.ex. transmissor) são feitas de platina, mas são também utilizados
outros materiais, como por exemplo o níquel. Por
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norma, quando se fala de uma termo-resistência destinados a converter o sinal de um sensor de


ela é identificada pelo material que a constitui e temperatura baseado em termoresistência (pT100)
pela resistência que apresenta a 0 °C. Por em um sinal linear de corrente elétrica (4..20mA).
exemplo, uma Pt-100 será uma termo-resistência Esta conversão permite que o sinal seja
de platina que a 0 °C apresenta uma resistência de transportado com maior imunidade a ruído
100 Ω, ao passo que uma Ni-500 será uma termo- aumentando assim a distância entre o sensor e o
resistência de níquel que a 0 °C apresenta uma indicador ou painel de controle.
resistência de 500 Ω. O principal diferencial deste transmissor é
A bainha metálica protege o frágil o seu microprocessador que permite que a escala
elemento resistivo que permite a obtenção do do transmissor seja configurada em apenas alguns
sinal de saída do aparelho. O elemento resistivo minutos, até mesmo pelo usuário final antes do
assume uma de duas formas: ou um fio enrolado uso. Isto permite que um único tipo de
em torno de um núcleo (cerâmico ou afim), ou transmissor possa ser configurado para qualquer
alternativamente deposita-se uma fina camada de tipo de sensor disponível em sua planta,
material sobre um substrato. eliminando a necessidade de se ter diversos tipos
Consoante o material de que é feita a de transmissores no almoxarifado para atender a
termo-resistência, varia a sua linearidade, bem diferentes tipos de sensores.
como a gama de medida e a sensibilidade. Numa O mesmo microprocessador também
termo-resistência de platina a sensibilidade ronda executa um processo de linearização 100% digital
os 0,38 Ω/°C. permitindo precisão e repetibilidade inatingíveis
Matematicamente, o comportamento das por transmissores analógicos.
termo-resistências é aproximado através de
polinómios. Para melhorar a aproximação feita, Ajuste de escala
podemos utilizar polinómios de ordem mais
elevada, ou então, dividindo a gama de Para determinar a escala do transmissor de
temperaturas em vários intervalos, obtendo para temperatura para termoresistencia pT100, basta
cada intervalo o polinómio que melhor aproxima conectar um simulador de pT100, em seguida
o comportamento do instrumento. ajuste o simulador para a temperatura do início da
escala desejada e acione a chave de programação
Vantagens/Desvantagens por 3 segundos, o led irá piscar duas vezes e se
manter aceso. Em seguida ajuste o simulador para
As termo-resistências têm como principais o fim da escala e acione a chave novamente, o led
vantagens: a sua elevada exactidão, uma vasta irá piscar duas vezes e apagar, pronto o
gama de medida e uma reduzida deriva. transmissor está com a sua nova escala
Quanto a desvantagens podemos referir a configurada.
sua fragilidade, bem como o facto de a sua
utilização requerer alguns cuidados para evitar o
aparecimento de efeitos indesejados. Os efeitos
referidos são a contaminação da medida: devido
ao auto-aquecimento (devido à dissipação de
calor na termo-resistência quando esta é
atravessada por corrente elétrica), o qual pode ser
minorado se a tensão de alimentação for reduzida;
devido à resistência dos condutores, a qual é
eliminada quer pela montagem a 3 fios quer pela
montagem a 4 fios.

PT100

Os transmissores de temperatura para


termoresitencia pT100 são dispositivos
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Conceitos meio controlado para dar ao sistema uma medida


da variação da variável controlada.
Processo
Transmissor - transforma o sinal medido
Processo é definido como sendo as em um outro, padronizado, que possa ser
múltiplas funções desenvolvidas no e pelo transmitido a distância.
equipamento, no qual uma variável deve ser
controlada. O processo inclui tudo o que afeta a Controlador - compara a variável
variável controlada, com exceção do equipamento controlada com um valor desejado e emite um
de controle. sinal de saída função do desvio verificado.
Nas indústrias o termo processo se refere
normalmente a instalações, como por exemplo, Elemento final de controle - (E.F.C)
sinterização, destilação, laminação, recebe o sinal do controlador, e em função deste,
polimerização. Em instrumentação este altera o valor da variável manipulada. Com estes
significado é mais abrangente. Por exemplo, um conceitos podemos representar em diagrama de
tubo no qual se queira medir uma vazão, ou um blocos um sistema típico de controle automático.
tanque do qual se queira medir o nível, um forno Em um circuito de controle com
em se queira medir a temperatura, é chamado de retroalimentação, mede-se na saída do processo a
processo. Podemos dizer que processo é uma variável controlada. Este valor (valor real y), é
operação onde pelo menos uma característica recebido pelo controlador que o compara com o
física ou química varia no decorrer do tempo. valor desejado x (Set Point) pré-fixado, enviando
ao E.F.C, um sinal proporcional ao desvio. O
Variável controlada -(variável de E.F.C, altera o valor da variável manipulada até
processo) é a quantidade ou condições que deve que a variável controlada atinja o valor desejado.
ser medida e controlada (temperatura, vazão e
pressão). No exemplo anterior é temperatura de Características gerais dos instrumentos
saída do líquido.
Nas instalações industriais é comum se
Variável manipulada - é a quantidade ou encontrar arranjos complexos de instrumentos de
condição que é afetada pelo controlador medição e controle. Para compreender-se mais
automático, de modo a alterar o valor da variável facilmente suas funções, é necessário analisá-los
controlada. Geralmente é a vazão de um fluido. utilizando-se a classificação adequada.
Em nosso exemplo é a vazão de vapor. Os instrumentos podem ser classificados
em:
Agente de controle - é a energia ou
material do processo do qual a variável Instrumentos cegos:
manipulada é uma condição ou característica. Em
nosso exemplo, é o vapor. São instrumentos que não tem indicação
visível do valor da variável medida. Os
Valor desejado - (Set Point) - é o valor instrumentos de alarme, tais como, pressostatos e
(ou valores) da variável controlada, requerido termostatos (chaves de pressão e temperatura),
pelo processo. que só possuem uma escala exterior com um
índice de seleção para ajuste do ponto de atuação,
Valor real - é o valor instantâneo da são instrumentos cegos. Os transmissores de
variável controlada. vazão, pressão, nível e temperatura sem indicação
local, também são instrumentos cegos.
Sistema de controle

Elemento primário - está em contato


com a variável e utliliza ou absorve energia do

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Instrumentos indicadores: São equipamentos que recebem o sinal de


correção do controlador e, em função deste sinal
São instrumentos que dispõe de indicador modificam / atuam sobre a variável manipulada
e escala graduada na qual se pode ler o valor da ou agente de controle (válvula de controle).
variável medida /controlada.
Definições
Instrumentos registradores:
A área de instrumentação e controle de
São instrumentos que registram a variável processos utiliza terminologia própria. Os termos
medida / controlada com um traço contínuo ou utilizados além de definirem as características dos
através de pontos. sistemas de medição e controle. também definem
as características estáticas e dinâmicas dos
Elementos primários: diversos instrumentos utilizados.
A terminologia utilizada foi padronizada
São elementos que estão em contato direto com o objetivo de permitir que fabricantes,
com a variável medida /controlada e que utilizam usuários, projetistas e organismos ou entidades
ou absorvem energia do próprio meio. para que atuam no campo da instrumentação industrial
fornecer ao sistema de medição uma resposta em utilizem uma mesma linguagem.
função da variação da variável medida /
controlada. Faixa de medida (RANGE):

Transmissores: Faixa ou conjunto de valores da variável


medida /controlada que estão compreendidos
São instrumentos que detectam as dentro dos limites superiores e inferiores de
variações na variável medida /controlada através capacidade de medição. transmissão ou controle
do elemento primário e transmitem a distância. O do instrumento. Vem expressa estabelecendo os
elemento primário pode ou não fazer parte seus valores extremos. Exemplo: A faixa de
integrante do transmissor. medida de um instrumento de temperatura é de
100 a 300 ° C.
Conversores:
Alcance (SPAN ):
São instrumentos que recebem um sinal de
entrada pneumático ou eletrônico, procedente de É a diferença algébrica entre os valores
um outro instrumento, e convertem-no em um superior e inferior da faixa de medida (range) do
sinal de saída padrão. que pode ser de dois tipos 4 instrumento. O instrumento do exemplo anterior
a 20 mAcc ou 0,2 a 1,0 kgf /cml (19,614 a 98.07 tem um alcance (span) de 200 ° C.
kPa).
Erro (OFFSET):
Controladores:
No caso de controladores. erro (off-set) é
São instrumentos que comparam o valor a diferença entre o valor do ponto de ajuste (set
da variável medida /controlada com o valor point) e o valor medido da variável controlada.
desejado (set point ou ponto de ajuste), e exercem De forma genérica, erro é a diferença entre o
uma ação de correção na variável manipulada. valor lido ou transmitido e o valor real da variável
função da diferença entre estes dois valores (erro medida. Se o processo está em condições de
ou offset) e de sua equação de controle regime permanente. existe o chamado erro
(controladores P. P + 1, P + 1 + D). estático. Em condições dinâmicas. o erro varia
consideravelmente pois, os instrumentos tem
Elementos finais de controle: características comuns aos sistemas físicos;
absorvem energia do processo, e esta
transferência requer um certo tempo para ser
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transmitida. Este fato dá lugar a atrasos de leitura repetidamente valores idênticos da variável
do instrumento. medida nas mesmas condições de operação e no
Sempre que as condições forem mesmo sentido de variação. A repetibilidade é
dinâmicas, existirá em maior ou menor grau o geralmente expressa em porcentagem do alcance
chamado erro dinâmico (diferença entre o valor (span).
instantâneo da variável medida e o valor indicado
ou transmitido pelo instrumento), cujo valor Histerese (HYSTERESIS):
depende do tipo de fluido medido / controlado, da
sua velocidade, do elemento primário, dos meios Diferença máxima que se observa nos
de medição, etc. O erro médio do instrumento é a valores indicados pelo instrumento, para um
média aritmética dos erros em cada ponto da mesmo valor qualquer da faixa de medida quando
medida, determinados para todos os valores a variável percorre toda a escala tanto no sentido
crescentes e decrescentes da variável. crescente como no decrescente. A histerese
geralmente é expressa em porcentagem do
Ponto de ajuste (SET POINT): alcance (span).

É o ponto no qual o controlador é ajustado Elevação de zero:


para controlar o processo.
É a quantidade com que o valor zero da
Precisão (ACCURACY ): variável supera o valor inferior da faixa de
medida (range). Pode ser expresse em unidades
É a tolerância de medição ou de da variável medida ou porcentagem do alcance
transmissão do instrumento. Define o limite dos (span).
erros cometidos quando o instrumento é utilizado
em condições normais de serviço. A precisão Supressão de zero:
pode ser expressa de várias maneiras:
É a quantidade com que o valor inferior de
a) Em porcentagem do alcance (span); faixa de medida (range) supera o valor zero da
b) Em unidades da variável medida variável. Pode ser expresse em unidades da
c) Em porcentagem de leitura; variável medida ou porcentagem do alcance
d) Em porcentagem do valor máximo da (span).
faixa medida (range);
e) Em porcentagem do comprimento da Tipos de termopares
escala.
Normalmente a precisão varia em cada Qualquer par de metais pode, em
ponto da faixa de medida, embora os fabricantes a princípio, ser utilizado como termopar. Para a
especifiquem em toda a faixa do intrumento, prática industrial, porém, um termopar deve
indicando seu valor em algumas regiões da possuir características como; fem termal
escala. relativamente grande, resistência à corrosão na
faixa de utilização, relação fem / temperatura o
Sensibilidade (SENSITIVITY): mais linear possível. Existem três categorias de
termopares, básicos, nobres e especiais. As duas
Valor mínimo que a variável deve mudar primeiras são dadas abaixo, com as respectivas
para obter-se uma variação na indicação ou faixas de medição e tipo segundo norma ANSI.
transmissão. Normalmente expressa em
porcentagem do alcance (span).

Repetibilidade (REPEATABILITY):

É a capacidade de reprodução da
indicação ou transmissão ao se medir
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controle aberto é aquele no qual a saída do


processo não exerce nenhum efeito sobre a
entrada do processo.

Sistema de controle fechado (sistema de


controle por retroalimentação), é aquele no qual a
energia de entrada no sistema é de alguma forma
uma função da própria saída.

Sistemas de controle abertos não são


geralmente utilizados no controle de processos
industriais e, portanto, apenas consideraremos os
sistemas de controle fechados.

Elementos de um Sistema de Controle

Qualquer sistema de controle apresenta


basicamente as seguintes partes ou elementos:

1. Elemento Primário;
Introdução ao controle automático de 2. Transmissor;
processos industriais 3. Controlador, e
4. Elemento final de controle.
Sistemas de Controle
No processo é desenvolvida alguma
Um sistema de controle automático é uma função desejada; ele pode ser mecânico, químico,
série de elementos combinados, com a função de elétrico ou uma combinação desses. Por exemplo,
manter uma variável de processo em um o nível de um líquido num tanque é um processo,
determinado valor - fixo ou não - sem supervisão assim como a geração de vapor através de uma
humana. caldeira.

Os sistemas de controle podem ser Elemento Primário: É o dispositivo que


classificados em abertos ou fechados. Sistema de está em contato com a variável de processo e
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utiliza ou absorve energia do meio controlado


para dar ao sistema uma medida da variação do O processo mostrado pela Fig. acima é o
valor da variável controlada. Exemplos de aquecimento de um fluido através do processo da
elementos primários, termopares, placas de troca de calor que ele efetua com o vapor de água.
orifício, sensores de nível, vazão, pH, etc. Supondo que o fluido processado entre sob uma
vazão constante no trocador de calor, a uma
Transmissor: É o instrumento que recebe temperatura Te. Deseja-se manter (ou controlar) a
o sinal do elemento primário e o transforma em temperatura desse fluido na saída do trocador, no
outro, padronizado, adequado para transmissão á valor Tr. Se o valor da temperatura medida Tm
distância. Em grande parte dos casos, é pelo elemento primário for diferente do valor
construído em conjunto com o elemento primário. desejado Tr, o controlador vai sentir a diferença
ou desvio e = Tr - Tm e faz mudar a entrada de
Controlador: É o aparelho que recebe o calor no trocador por meio de um sinal à válvula
sinal do transmissor, compara este valor com um de controle, de forma tal, que esta assuma uma
valor desejado (set point) da variável controlada nova posição, aumentando ou diminuindo a vazão
e, em função do desvio verificado, emite um sinal de entrada de vapor no trocador. Após a ação
para o elemento final de controle. corretiva, voltando à temperatura Tm igualar-se à
Tr, o sistema volta ao seu estado de equilíbrio.
Elemento Final de Controle: É um O sinal que o controlador manda para a
dispositivo que recebe um sinal do controlador, e válvula é muito importante para o sistema de
regula o fluxo de energia ou material para um controle. Ele vai definir de que maneira o sistema
processo, alterando o valor da variável deve reagir a um determinado desvio do valor da
controlada. Exemplos de elementos finais de variável controlada, isto é, o modo de controle do
controle são: válvulas de controle, reostatos, controlador.
determinados tipos de bombas e outros. Entre os
diversos tipos de elementos finais de controle, a Modos de Controle do Controlador
válvula é sem dúvida o mais utilizado.
O modo de controle (também denominado
de ação do controlador) é a maneira pela qual o
controlador responde a um desvio da variável
controlada. Significa de que forma a válvula de
controle vai tentar corrigir o desequilíbrio surgido
após uma variação de carga.
No exemplo dado na Fig. 11.3.1, para
corrigir um aumento de temperatura de Tm de
forma a Tm > Tr, a válvula de controle poderia,
por exemplo, fechar completamente logo que o
valor de Tm passasse acima do valor desejado, ou
poderia fechar a válvula lentamente, a uma
velocidade constante ou ainda fechar 1% do curso
total da válvula para cada grau de desvio, etc. A
seleção do modo de controle é geralmente ditada
pelas características do processo e pela precisão
que se deseja. Assim sendo, os quatro modos de
controle básicos utilizados são: a) controle tudo-
ou-nada; b) controle proporcional; c) controle
integral e d) controle derivativo.

Controle tudo-ou-nada (on-off)


Funcionamento de um Sistema de Controle
Fechado
Instrumentos e Medidas – Pág. 62 / 65.
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Neste tipo de controle, o sinal de saída do Controle integral


controlador assume apenas dois valores: 0 ou
100%. Assim, quando a variável medida estiver Neste modo de controle, o sinal de saída é
acima do ponto de controle (valor desejado), o proporcional à integral do desvio, ou seja, a
sinal de saída do controlador é zero; quando a velocidade de correção é proporcional ao valor do
variável medida estiver abaixo do ponto de desvio.
controle, o sinal de saída apresenta o seu valor
máximo.
Em um sistema de controle no qual o
modo de controle do controlador seja tudo-ou-
nada, o obturador da válvula de controle é
deslocado rapidamente de uma posição para
outra, por exemplo, totalmente fechada para a
totalmente aberta.

Controle proporcional
A principal característica de controle tipo
Neste modo de controle, o sinal de saída integral é que a válvula somente cessará seu
do controlador é diretamente proporcional ao deslocamento quando a variável controlada
valor do desvio, ou seja: retornar ao valor desejado. Não produz, portanto,
o desvio residual de regime, conhecido por “off-
set”, como o modo proporcional, porém, tem o
inconveniente de uma resposta mais oscilatória
que o controle proporcional.
O controle integral não é usado
isoladamente, pois a sua ação corretiva não é
instantânea, sendo aplicado gradativamente.
Costuma-se combinar as vantagens do controle
proporcional (correção instantânea) com as do
controle integral (ausência do “off-set”) obtendo-
se assim, o modo de controle combinado
conhecido por “proporcional-integral”.
Num controlador tipo proporcional-
A característica principal deste tipo de integral o sinal de saída é matematicamente
controle é que, o sistema de controle é capaz de definida por:
conter o aumento ou diminuição da variável
controlada e levar o processo para a condição de
equilíbrio a um novo valor.
Esta diferença entre esses dois valores da
variável controlada na antiga e nova condição de
equilíbrio é denominada de “off-set” ou desvio de
regime. Com um controlador tipo proporcional, a
válvula de controle assume uma posição para Controle derivativo
cada valor da variável medida.
O controle tudo-ou-nada é na realidade Neste tipo de controle o sinal de saída é
um caso especial do controle proporcional no proporcional à derivada do desvio, isto é, a
qual o ganho kC é ajustado para um valor muito correção é proporcional á velocidade de variação
elevado, fazendo a válvula deslocar-se de uma do desvio verificado:
posição extrema à outra, caso a variável medida
venha a desviar-se ligeiramente do valor
desejado.
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Neste tipo de controlador, se o desvio não


estiver variando, a influência da ação derivativa é
nula transformando-se num controlador
proporcional.

Controle proporcional-integral-derivativo

Representa uma combinação dos três


Este tipo de modo de controle apresenta modos de controle modulado, cujo sinal de saída
isoladamente o inconveniente de não agir é definido pela equação:
corretivamente, caso, a variável controlada esteja
estabilizada com valor diferente do valor
desejado. Em outras palavras, se o desvio for
constante, a ação derivativa não irá produzir
nenhuma correção. Tal característica impede o
seu uso isoladamente, sendo normalmente
utilizada em conjunto com o modo proporcional
ou ainda com o proporcional-integral. Controle Através da ação deste modo de controle, o
proporcional-derivativo: é matematicamente aumento da variável controlada é mais
definido por: rapidamente contido, fazendo-a voltar
rapidamente ao seu valor original com poucas
oscilações. Na figura 1.4., damos
esquematicamente, as respostas aos principais
tipos (simples ou combinados) de modos de
controle.

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Anexo

Instrumentos e Medidas – Pág. 65 / 65.


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