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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA
ÁREA: VIBRAÇÕES E ACÚSTICA

CARACTERIZAÇÃO VIBRO-ACÚSTICA DE LANCHAS UTILIZADAS PARA


O TRANSPORTE ESCOLAR

ANDRÉ VINÍCIUS DA COSTA ARAUJO

Belém - Pará
Fevereiro de 2016
ANDRÉ VINÍCIUS DA COSTA ARAUJO

CARACTERIZAÇÃO VIBRO-ACÚSTICA DE LANCHAS UTILIZADAS PARA O


TRANSPORTE ESCOLAR

Dissertação apresentada como


requisito para obtenção de grau de
Mestrado em Engenharia Mecânica no
Programa de Pós-Graduação em
Engenharia Mecânica – Área Vibrações e
Acústica, da Universidade Federal do
Pará sob a orientação do Prof Dr. Newton
Sure Soeiro.

Belém - Pará
Fevereiro de 2016
Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)
Sistema de Bibliotecas da UFPA

Araujo, André Vinícius da Costa, 1984-


Caracterização vibro-acústica de lanchas utilizadas
para o transporte escolar / André Vinícius da Costa
Araujo. - 2016.

Orientador: Newton Sure Soeiro.


Dissertação (Mestrado) - Universidade
Federal do Pará, Instituto de Tecnologia,
Programa de Pós-Graduação em Engenharia
Mecânica, Belém, 2016.

1. Engenharia acústica. 2. Controle de


ruído. 3. Vibração (Engenharia naval). 4.
Transporte escolar. 5. Método dos elementos
finitos. I. Título.
CDD 22. ed. 620.2
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por tudo que tem proporcionado em minha vida e na vida de
minha família, principalmente por dar condições de respirar a cada dia.

Agradeço a meus pais, Roberto Santos Araujo e Maria das Dores da Costa
Araujo, os quais são meus alicerces e exemplos de vida, sem eles, com certeza este
caminho não seria trilhado.

Muito obrigado à minha companheira, esposa, meu amor, Gleice Brito Araujo,
que me apoia nas decisões certas ou critica as erradas. Muito obrigado pela paciência
durante todo esse processo.

Aos professores e colegas da FENAV, Hito Braga, Nélio Figueiredo, Pedro


Lameira e Emannuel Loureiro, que apesar das boas risadas, sempre encaram com
seriedade a profissão do magistério e dão suporte para meu progresso dentro da
faculdade.

Em especial gostaria de agradecer ao FNDE, na figura do senhor José Maria


Rodrigues, coordenador o projeto caminho da escola com maestria e confiou na UFPA
para acompanhar a produção das lanchas escolares. Aproveitando, agradeço também
aos professores e companheiros de viagens André Mesquita, Roberto Pacha, e
Tachibana, também maestros desta grande sinfonia.

Ao professor Newton Soeiro por me aceitar no programa de mestrado em


engenharia mecânica e no Grupo de Vibrações e Acústica, e pelas orientações.
Também agradeço aos professores Gustavo Melo e Fábio Setúbal, que ajudaram
bastante no trabalho elaborado através de seus conhecimentos.

Aos companheiros de laboratório e novos amigos que fiz nessa jornada,


Wagner Sousa, Danilo Braga, Dayara Sá e aos membros do GVA, em especial aos
que colaboraram diretamente neste trabalho, Manoel Freire, Brenno Moura, Giovanni
Pinheiro, Gabriel Quixaba, Caiane Ribeiro e Marcell Landry.

As secretarias de educação dos municípios de Acará e de São Miguel do


Guamá, bem como os respectivos responsáveis pelo transporte escolar e condutores,
por disponibilizarem as lanchas escolares e tempo para a realização desta pesquisa

Muito obrigado a todos!


RESUMO

A partir de demanda do Ministério da Educação, através do Fundo Nacional de


Desenvolvimento da Educação, foram construídas lanchas escolares para
atendimento às escolas no interior do Brasil. Para verificar se as embarcações
apresentam níveis vibratórios e sonoros adequados, que não afetem o conforto e nem
a saúde dos passageiros e tripulação da lancha, foram aplicados experimentos de
medição de vibração de corpo inteiro utilizando o Analisador de Vibrações do Corpo
Humano, desenvolvido especificamente para este trabalho, além de medições de
intensidade sonora da fonte e níveis de pressão sonora a bordo da embarcação, essas
medições foram comparadas com normas nacionais e internacionais amplamente
utilizadas para o mesmo propósito. A fim de propor medidas de melhorias, foi
desenvolvido um modelo numérico de acústica de raios do ambiente interno da lancha
e validado com as medições feitas. Um modelo de elementos finitos do casco também
foi desenvolvido para avaliação de modos e frequências naturais. Os métodos
aplicados tornam-se importantes para que já no desenvolvimento do projeto preliminar
da embarcação, sejam estabelecidos níveis adequados. Foi constatado que a lancha
escolar não representa um perigo quanto aos níveis de vibração, por outro lado o
conforto dos passageiros é abalado pelo alto nível de pressão sonora a bordo. A fim
de atenuar este efeito, propõe-se soluções de controle de ruído para a embarcação
através da instalação de absorvedores acústicos, analisando ainda o custo benefício
desta medida.

Palavras-chave: Lanchas escolares, vibro-acústica, vibração de corpo inteiro,


intensidade sonora, nível de pressão sonora, acústica geométrica, elementos finitos,
controle de ruído.
ABSTRACT

From demand of the Ministry of Education, through the National Fund for Educational
Development, school boats were built to serve the schools in the Brazil’s inland. To
check if those vessels show adequate vibratory and sound levels, that does not affect
the comfort and health boat’s passengers and crew, whole-body vibration
measurement experiments using the Vibration Analyzer Human Body, developed
specifically for this job were applied, as well as sound intensity measurements of the
source and sound pressure levels on board the vessel. Thus, these measurements
were compared with national and international standards widely used for the same
purpose. In order to propose improvement actions, it was developed a rays acoustic
numerical model of the boat’s internal environment and validated by measurements. A
finite element model of the hull was also developed for evaluation modes and natural
frequencies. The methods become important to establish adequate levels have in the
preliminary design of the vessel. It was found that the school boat does not represent
a danger as the vibration levels on the other hand passenger comfort is shaken by high
sound pressure level on board. In order to mitigate this effect, it is proposed noise
control solutions for the vessel through the installation of acoustic absorbers, but still
analyzing the cost benefit of this measure.

Keywords: school boat, vibro-acoustics, whole body vibration, sound intensity, sound
pressure level, geometric acoustics, finite element, noise control.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1.1 - Lancha escolar média – LEM – em operação. ....................................... 32

Figura 1.2 - Lancha escolar grande – LEG – sendo transportada para testes. ......... 33

Figura 3.1 - Parâmetros característicos de um movimento senoidal. ........................ 46

Figura 3.2 - Representação da função senoidal no domínio da frequência. ............. 47

Figura 3.3 - Representação dos níveis de pressão sonora ponderado em dB(A). .... 48

Figura 3.4 - Campo sonoro em função da distância da fonte. (A) Campo próximo; (B)
Campo afastado; (C) Campo livre e (D) Campo reverberante. ................................. 50

Figura 3.5 - Respostas de nível de pressão sonora com diferentes constantes de


tempo de resposta para um mesmo ruído de impacto. (R) rápido; (L) lento e (I)
impacto. ..................................................................................................................... 52

Figura 3.6 - Curvas Isofônicas................................................................................... 53

Figura 3.7 - Curvas de ponderação em frequência. .................................................. 54

Figura 3.8 - Interação entre a onda sonora e a superfície. ........................................ 54

Figura 3.9 - A Intensidade, I, de uma onda plana é a potência, W, passando por uma
área, S, em uma direção normal ao plano da área. .................................................. 56

Figura 3.10 - Diretividade de uma sonda de intensidade sonora. ............................. 56

Figura 3.11 - a) Sonda para medição de intensidade sonora fabricada pela Bruel &
Kajaer. b) Desenho esquemático da sonda............................................................... 58

Figura 3.12 - Técnica dos pontos discretos utilizada para medição de intensidade
sonora. ...................................................................................................................... 59

Figura 3.13 - Medição de intensidade sonora utilizando a técnica da varredura. ...... 61

Figura 3.14 - Limites das bandas de frequências de medição com exatidão de 1 dB.
.................................................................................................................................. 62

Figura 3.15 - Caminhos de reflexão de primeira ordem em salas retangulares. ....... 63

Figura 3.16 - Fonte imagem de terceira ordem. ........................................................ 63

Figura 3.17 - Traçado de raio acústico da fonte ao receptor. .................................... 64

Figura 3.18 - Resposta de uma sala em estado estacionário.................................... 65


Figura 3.19 - Malha utilizada no MEF e seus principais componentes. ..................... 65

Figura 3.20 - Modelo biomecânico das frequências naturais de distintas partes do


corpo humano. .......................................................................................................... 73

Figura 4.1 - Perfil longitudinal da lancha LEG. .......................................................... 76

Figura 4.2 - Corte longitudinal na linha de centro. ..................................................... 76

Figura 4.3 - Vista do superior do convés principal..................................................... 77

Figura 4.4 - LEG, vista frontal (a) e corte transversal (b). ......................................... 77

Figura 4.5 - Interior da LEG com indicação da clausura utilizada. ............................ 79

Figura 4.6 - Material utilizado como isolamento acústico da clausura. ...................... 79

Figura 5.1 - LEG FNDE-MEC 00137, pertencente ao município de São Miguel do


Guamá (PA). ............................................................................................................. 82

Figura 5.2 – Planta baixa do convés da LEG indicando a numeração dos assentos. Os
assentos de passageiros são os compreendidos entre 1 a 17 e o assento número 18
é o assento do condutor. ........................................................................................... 83

Figura 5.3 - Foto indicando a ausência dos assentos 8 e 9 (ao lado da clausura do
motor). ....................................................................................................................... 83

Figura 5.4 - Fluxogramas e tempo de viagens medidos para os casos 1 e 2 de uma


lancha escolar do município do Acará (PA)............................................................... 84

Figura 5.5 - Fluxograma e tempo de viagens medidos para o caso 3, da lancha escolar
do município de São Miguel do Guamá (PA). ........................................................... 85

Figura 5.6 - Equipamentos utilizados para a medição do NPS a bordo da LEG. a)


Medidor 2260 Investigator B&K; b) Transdutor acústico microfone, cabos e tripés. . 86

Figura 5.7 - Calibrador modelo 4231 do fabricante B&K ........................................... 87

Figura 5.8 - Equipamentos disponíveis no kit de medição de intensidade sonora 3595


da B&K. ..................................................................................................................... 88

Figura 5.9 - Medição do nível de potência sonora na condição de operação da lancha.


.................................................................................................................................. 88

Figura 5.10 - Módulo de aquisição NI USB 9234. ..................................................... 89


Figura 5.11 - Chassi NI cDAQ-9172. ......................................................................... 90

Figura 5.12 - Acelerômetro triaxial B&K IEPE Seat-Accelerometer Type 4515-B


montado no assento do piloto. .................................................................................. 90

Figura 5.13 - Instrumentos para aquisição montados a bordo da LEG, Notebook, NI


cDAQ-1972 e NI USB 9162. ...................................................................................... 91

Figura 5.14 - Geometria do interior da casaria da LEG ............................................. 91

Figura 5.15 - Posição de fonte e receptores no modelo desenvolvido. ..................... 93

Figura 5.16 - Modelo computacional da lancha escolar. A) Perspectiva; B) Vista


longitudinal e C) vista superior. ................................................................................. 94

Figura 6.1 - Sistemas de eixos coordenados de referência para medição de vibrações


no corpo humano segundo ISO 2631-1 (1997). ........................................................ 97

Figura 6.2 - Curvas de frequências ponderadas principais, W k, W d e Wf. ................. 99

Figura 6.3 - Curvas de ponderação Wk e Wd........................................................... 100

Figura 6.4 - Zonas permitidas de exposição ao ruído ocasional e diário. ................ 110

Figura 7.1 - Tela inicial do programa analisador de vibração no corpo humano


mostrando a tela “Módulo de Aquisição” de aquisição nos domínios do tempo e da
frequência................................................................................................................ 115

Figura 7.2 - Painel de exibição da aba “sinais aquisitados” no domínio do tempo e da


frequência................................................................................................................ 116

Figura 7.3 - Painel de exibição da aba “Resultados”, apresentando o cálculo das


acelerações ponderadas e valores de dose. ........................................................... 116

Figura 7.4 - Painel de configuração do programa. .................................................. 117

Figura 7.5 - Fluxograma mostrando o processo de cálculo do programa desenvolvido.


................................................................................................................................ 118

Figura 7.6 - Acelerômetro PCB 353b16. ................................................................. 119

Figura 7.7 - Calibrador de acelerômetros B&K modelo 4294. ................................. 119

Figura 7.8 - Acoplamento de acelerômetros na mão para medição. ....................... 120

Figura 7.9 - Sinal de vibração de extremidades do eixo x no domínio do tempo. ... 120
Figura 7.10 - Sinal de vibração de extremidades do eixo x no domínio da frequência.
................................................................................................................................ 120

Figura 7.11 - Sinal de vibração de extremidades do eixo y no domínio do tempo. . 121

Figura 7.12 - Sinal de vibração de extremidades do eixo y no domínio da frequência.


................................................................................................................................ 121

Figura 7.13 - Sinal de vibração de extremidades do eixo z no domínio do tempo. . 121

Figura 7.14 - Sinal de vibração de extremidades do eixo z no domínio da frequência.


................................................................................................................................ 122

Figura 7.15 - Módulo de aquisição de sinais NI USB 9162. .................................... 123

Figura 7.16 - Equipamentos de medição de vibração instalados no carro. ............. 124

Figura 7.17 - Sinal de vibração de corpo inteiro do eixo x no domínio do tempo. ... 124

Figura 7.18 - Sinal de vibração de corpo inteiro do eixo x no domínio da frequência.


................................................................................................................................ 124

Figura 7.19 - Sinal de vibração de corpo inteiro do eixo y no domínio do tempo. ... 125

Figura 7.20 - Sinal de vibração de corpo inteiro do eixo y no domínio da frequência.


................................................................................................................................ 125

Figura 7.21 - Sinal de vibração de corpo inteiro do eixo z no domínio do tempo. ... 125

Figura 7.22 - Sinal de vibração de corpo inteiro do eixo z no domínio da frequência.


................................................................................................................................ 126

Figura 8.1 - Níveis de potência sonora medidos em terços de oitava. .................... 127

Figura 8.2 - Níveis de potência sonora em bandas de oitava.................................. 128

Figura 8.3 - Valores de NPS na frequência de 125 Hz por receptor medidos a bordo
da LEG. ................................................................................................................... 128

Figura 8.4 - Valores de NPS na frequência de 250 Hz por receptor medidos a bordo
da LEG. ................................................................................................................... 129

Figura 8.5 - Valores de NPS na frequência de 500 Hz por receptor medidos a bordo
da LEG. ................................................................................................................... 129
Figura 8.6 - Valores de NPS na frequência de 500 Hz por receptor medidos a bordo
da LEG. ................................................................................................................... 129

Figura 8.7 - Valores de NPS na frequência de 2000 Hz por receptor medidos a bordo
da LEG. ................................................................................................................... 130

Figura 8.8 - Valores de NPS na frequência de 4000 Hz por receptor medidos a bordo
da LEG. ................................................................................................................... 130

Figura 8.9 - Valores globais de NPS por receptor medidos a bordo da LEG. ......... 130

Figura 8.10 - Mapa acústico da LEG a partir dos níveis globais. ............................ 131

Figura 8.11 – Configurações do analisador de vibrações do corpo humano para


medição da vibração de corpo inteiro a bordo da lancha escolar LEG FNDE-MEC
00137. ..................................................................................................................... 133

Figura 8.12 - Amplitudes de aceleração (m/s²) no domínio da frequência (Hz) do


assento 01. .............................................................................................................. 134

Figura 8.13 - Amplitudes de aceleração (m/s²) no domínio da frequência (Hz) do


assento 02. .............................................................................................................. 134

Figura 8.14 - Amplitudes de aceleração (m/s²) no domínio da frequência (Hz) do


assento 03. .............................................................................................................. 134

Figura 8.15 - Amplitudes de aceleração (m/s²) no domínio da frequência (Hz) do


assento 04. .............................................................................................................. 135

Figura 8.16 - Amplitudes de aceleração (m/s²) no domínio da frequência (Hz) do


assento 05. .............................................................................................................. 135

Figura 8.17 - Amplitudes de aceleração (m/s²) no domínio da frequência (Hz) do


assento 06. .............................................................................................................. 135

Figura 8.18 - Amplitudes de aceleração (m/s²) no domínio da frequência (Hz) do


assento 07. .............................................................................................................. 136

Figura 8.19 - Amplitudes de aceleração (m/s²) no domínio da frequência (Hz) do


assento 10. .............................................................................................................. 136

Figura 8.20 - Amplitudes de aceleração (m/s²) no domínio da frequência (Hz) do


assento 11. .............................................................................................................. 136
Figura 8.21 - Amplitudes de aceleração (m/s²) no domínio da frequência (Hz) do
assento 12. .............................................................................................................. 137

Figura 8.22 - Amplitudes de aceleração (m/s²) no domínio da frequência (Hz) do


assento 13. .............................................................................................................. 137

Figura 8.23 - Amplitudes de aceleração (m/s²) no domínio da frequência (Hz) do


assento 14. .............................................................................................................. 137

Figura 8.24 - Amplitudes de aceleração (m/s²) no domínio da frequência (Hz) do


assento 15. .............................................................................................................. 138

Figura 8.25 - Amplitudes de aceleração (m/s²) no domínio da frequência (Hz) do


assento 16. .............................................................................................................. 138

Figura 8.26 - Amplitudes de aceleração (m/s²) no domínio da frequência (Hz) do


assento 17. .............................................................................................................. 138

Figura 8.27 - Amplitudes de aceleração (m/s²) no domínio da frequência (Hz) do


assento 18. .............................................................................................................. 139

Figura 8.28 - Resultados da análise de VCI no assento 18 (condutor). .................. 139

Figura 8.29 - Aceleração resultante de exposição normalizada (Aren) medida para os


casos 1, 2 e 3, e em cada assento. ......................................................................... 140

Figura 8.30 - Valor de dose de vibração resultante para os casos 1, 2 e 3. ............ 141

Figura 8.31 - Mapas de Aren e VDVR para os casos 1, 2 e 3 da lancha escolar grande.
................................................................................................................................ 141

Figura 8.32 - Modelo tridimensional do interior da casaria. ..................................... 142

Figura 8.33 - Interior da casaria da LEG. ................................................................ 143

Figura 8.34 - Comparação entre os dados de NPS simulados e medidos a bordo da


LEG para a banda de 125 Hz. ................................................................................. 143

Figura 8.35 - Comparação entre os dados de NPS simulados e medidos a bordo da


LEG para a banda de 250 Hz. ................................................................................. 144

Figura 8.36 - Comparação entre os dados de NPS simulados e medidos a bordo da


LEG para a banda de 500 Hz. ................................................................................. 144
Figura 8.37 - Comparação entre os dados de NPS simulados e medidos a bordo da
LEG para a banda de 1000 Hz. ............................................................................... 144

Figura 8.38 - Comparação entre os dados de NPS simulados e medidos a bordo da


LEG para a banda de 2000 Hz. ............................................................................... 145

Figura 8.39 - Comparação entre os dados de NPS simulados e medidos a bordo da


LEG para a banda de 4000 Hz. ............................................................................... 145

Figura 8.40 - Comparação entre os dados de NPS Globais simulados e medidos a


bordo da LEG. ......................................................................................................... 145

Figura 8.41 - Comparação entre os dados de NPS(A) simulados e medidos a bordo


da LEG. ................................................................................................................... 146

Figura 8.42 - Diferenças entre os valores simulados e medidos. ............................ 146

Figura 8.43 - Elemento Shell 63. ............................................................................. 148

Figura 8.44 - Convergência da malha em função do número de elementos. .......... 149

Figura 8.45 – (a) Detalhe da malha entre o domínio fluido e o casco e (b) detalhe da
malha do casco. ...................................................................................................... 149

Figura 8.46 – Vista isométrica da malha utilizada para a LEG, com 35.000 elementos.
................................................................................................................................ 150

Figura 8.47 - Malha do domínio fluido. .................................................................... 150

Figura 8.48 - Análise modal da Lancha Escolar Grande com o casco seco (não imerso
no fluido) apresentando apenas os modos globais. ................................................ 151

Figura 8.49 - Análise modal da Lancha Escolar Grande considerando a massa


adicional (imerso no fluido) apresentando apenas os modos globais. .................... 152

Figura 9.1 - Painel modelo illtec Bloc 50/35 da fabricante OWA Sonex. ................. 154

Figura 9.2 - LEG com o teto (a) totalmente coberto com o material de absorção. .. 155

Figura 9.3 - Comparação entre os níveis de pressão sonora globais utilizando a


ponderação A para a proposta 1. ............................................................................ 155

Figura 9.4 - Diferença entre os níveis de pressão sonora simulados na validação e


valores simulados na proposta 1. ............................................................................ 156
Figura 9.5 - LEG com o fundo (a) e o costado (b) cobertos com o material de absorção.
................................................................................................................................ 157

Figura 9.6 - Comparação entre os níveis de pressão sonora globais utilizando a


ponderação A para a proposta 2 ............................................................................. 157

Figura 9.7 - Diferença entre os níveis de pressão sonora ponderados validados e a


proposta 2. .............................................................................................................. 158

Figura 9.8 - LEG com o teto (a) e o fundo (b) cobertos com o material de absorção.
................................................................................................................................ 159

Figura 9.9 - Comparação entre os níveis de pressão sonora globais utilizando a


ponderação A para a proposta 3. ............................................................................ 159

Figura 9.10 - Diferença entre os níveis de pressão sonora ponderados validados e a


proposta 3. .............................................................................................................. 160

Figura 9.11 - LEG com o teto (a) e o costados a ré (b) cobertos com o material de
absorção.................................................................................................................. 161

Figura 9.12 - Comparação entre os níveis de pressão sonora globais utilizando a


ponderação A para a proposta 4. ............................................................................ 161

Figura 9.13 - Diferença entre os níveis de pressão sonora ponderados validados e a


proposta 4. .............................................................................................................. 162

Figura 9.14 - LEG com o teto (a) e o costados a vante (b) cobertos com o material de
absorção.................................................................................................................. 163

Figura 9.15 - Comparação entre os níveis de pressão sonora globais utilizando a


ponderação A para a proposta 5. ............................................................................ 163

Figura 9.16 - Diferença entre os níveis de pressão sonora ponderados medidos e a


proposta 4 e os valores validados e a proposta 5. .................................................. 164

Figura 9.17 - LEG com o teto (a), o fundo (b) e o costado a ré (c) cobertos com o
material de absorção. .............................................................................................. 165

Figura 9.18 - Comparação entre os níveis de pressão sonora globais utilizando a


ponderação A para a proposta 6. ............................................................................ 165

Figura 9.19 - Diferença entre os níveis de pressão sonora ponderados validados e a


proposta 6. .............................................................................................................. 166
Figura 9.20 - LEG com o teto (a), o fundo (b) e o costado a vante (c) cobertos com o
material de absorção. .............................................................................................. 167

Figura 9.21 - Comparação entre os níveis de pressão sonora globais utilizando a


ponderação A para a proposta 7. ............................................................................ 167

Figura 9.22 - Diferença entre os níveis de pressão sonora ponderados validados e a


proposta 7. .............................................................................................................. 168

Figura 9.23 - LEG com o teto (a) e o todo o costado (b) cobertos com o material de
absorção.................................................................................................................. 169

Figura 9.24 - Comparação entre os níveis de pressão sonora globais utilizando a


ponderação A para a proposta 8. ............................................................................ 169

Figura 9.25 - Diferença entre os níveis de pressão sonora ponderados validados e a


proposta 8. .............................................................................................................. 170

Figura 9.26 - LEG com o teto (a), costado (b) e fundo (c) cobertos com o material de
absorção.................................................................................................................. 171

Figura 9.27 - Comparação entre os níveis de pressão sonora globais utilizando a


ponderação A para a proposta 9. ............................................................................ 171

Figura 9.28 - Diferença entre os níveis de pressão sonora ponderados validados e a


proposta 9. .............................................................................................................. 172

Figura 9.29 - Superfícies internas da LEG onde serão aplicados os paineis de


absorção sonora. ..................................................................................................... 173
LISTA DE TABELAS

Tabela 3.1 - Índices de diretividade. .......................................................................... 51

Tabela 3.2 - categorias de efeitos de vibração no corpo humano segundo classes de


frequências. ............................................................................................................... 72

Tabela 3.3: Fatores que influenciam na resposta humana à vibrações. ................... 74

Tabela 4.1 - características principais da Lancha Escolar Grande - LEG. ................ 77

Tabela 4.2 - Elementos estruturais utilizados na fabricação da lancha LEM. ........... 78

Tabela 4.3 - Dados do motor MWM utilizado na LEG. .............................................. 80

Tabela 4.4 - Harmônicos de frequências relativas ao motor diesel com rotação a 2000
RPM, ao eixo propulsor com redução de 3:1, ao hélice de três pás e às explosões do
cilindro do motor. ....................................................................................................... 81

Tabela 5.1 - Áreas das faces da clausura. ................................................................ 89

Tabela 5.2 - Valores de níveis de potência sonora da fonte em bandas de oitava, total
linear e total ponderado em A. .................................................................................. 92

Tabela 5.3 - Coeficientes de absorção sonora utilizados para caracterizar os materiais


de construção da casaria da lancha escolar e equipamentos internos. .................... 92

Tabela 5.4 - posição x, y e z dos 18 receptores a bordo da LEG no modelo numérico


de acústica de raios. ................................................................................................. 93

Tabela 5.5 - Propriedades utilizadas na modelagem do casco. ................................ 95

Tabela 6.1 - Ponderações segundo a norma ISO 2631. ......................................... 101

Tabela 6.2: Valores de amplitude para frequências ponderadas globais r.m.s. de 1 Hz


a 80 Hz dadas pela norma ISO 6954:2000 como diretrizes para habitabilidade de
diferentes áreas em embarcações. ......................................................................... 103

Tabela 6.3 - Níveis de VCI adotados pela regra ABS. ............................................ 104

Tabela 6.4 - Distribuição da posição dos transdutores dentro dos espaços, segundo a
regra ABS. ............................................................................................................... 105

Tabela 6.5 - Critério de Julgamento e Tomada de Decisão. ................................... 106


Tabela 6.6 - Limites de níveis de ruído especificados para vários ambientes de uma
embarcação............................................................................................................. 109

Tabela 6.7 - Critérios para níveis de ruído em embarcações de passageiros com


cabines .................................................................................................................... 111

Tabela 6.8 - Critérios para níveis ruído em embarcação de passageiros sem cabines
................................................................................................................................ 111

Tabela 6.9 - Valores máximos de níveis de pressão sonora para embarcações de


passageiros com cabines. ....................................................................................... 112

Tabela 6.10 - Valores máximos de níveis de pressão sonora para embarcações de


passageiros sem cabines. ....................................................................................... 112

Tabela 6.11 - Limites de tolerância para ruídos contínuos ou intermitentes. .......... 113

Tabela 6.12 - Tempo máximo diário de exposição permissível em função do nível de


ruído. ....................................................................................................................... 114

Tabela 7.1 - Valores das acelerações ponderadas nos três eixos, total e fator A(8).
................................................................................................................................ 122

Tabela 7.2 - Critério de Julgamento e Tomada de Decisão. ................................... 122

Tabela 7.3 - Limites de Tolerância da ACGIH para Vibrações Localizadas. ........... 123

Tabela 7.4 - Valores das acelerações ponderadas nos três eixos, total, fator A(8) e
valores de dose. ...................................................................................................... 126

Tabela 8.1 – Tempo limite de exposição para os níveis de ruídos segundo a NR 15


considerando a posição do condutor, o nível máximo a bordo e a média aritmética dos
níveis a bordo da LEG. ............................................................................................ 132

Tabela 8.2- Tempo limite de exposição para os níveis de ruídos segundo a NHO 01
considerando a posição do condutor, o nível máximo a bordo e a média aritmética dos
níveis a bordo da LEG. ............................................................................................ 132

Tabela 8.3 - Aren e VDVR obtidos na medição de vibração de corpo inteiro a bordo da
LEG. ........................................................................................................................ 140

Tabela 8.4 - Comparação entre os Aren e VDVR medidos e os limites impostos pelas
normas ISO 2361-1:1997 e NHO 09. ...................................................................... 142
Tabela 8.5 - Máximo, mínimo e média das diferenças entre os resultados simulados e
medidos (em dB). .................................................................................................... 147

Tabela 9.1 - Coeficientes de absorção sonora do material Pb/Bloc 50/35, ensaiados


conforme norma ISO 354. ....................................................................................... 154

Tabela 9.2 - Diferença entre os valores do modelo validado e a Proposta 1 (P1) e


valores máximos, mínimos e médios. ..................................................................... 156

Tabela 9.3 - Diferença entre o modelo validado e a Proposta 2 (P2) e valores máximos,
mínimos e médios. .................................................................................................. 158

Tabela 9.4 - Diferença entre o modelo validado e a Proposta 3 (P3) e valores máximos,
mínimos e médios. .................................................................................................. 160

Tabela 9.5 - Diferença entre o modelo validado e a Proposta 4 (P4) e valores máximos,
mínimos e médios. .................................................................................................. 162

Tabela 9.6 - Diferença entre modelo validado e a Proposta 5 (P5) e valores máximos,
mínimos e médios. .................................................................................................. 164

Tabela 9.7 - Diferença entre o modelo validado e a Proposta 6 (P6) e valores máximos,
mínimos e médios. .................................................................................................. 166

Tabela 9.8 - Diferença entre o modelo validado e a Proposta 7 (P7) e valores máximos,
mínimos e médios. .................................................................................................. 168

Tabela 9.9 - Diferença entre o modelo validado e a Proposta 8 e valores máximos,


mínimos e médios. .................................................................................................. 170

Tabela 9.10 - Diferença entre o modelo validado e a Proposta 9 (P9) e valores


máximos, mínimos e médios. .................................................................................. 172

Tabela 9.11 - Áreas das superfícies de aplicação dos painéis. ............................... 174

Tabela 9.12 - Custo por área para aquisição e instalação de materiais de absorção
sonora. .................................................................................................................... 174

Tabela 9.13 - Soluções de controle de ruído virtual, valores de redução obtidos e custo
para a implementação das soluções. ...................................................................... 175

Tabela 9.14 - Cálculo das áreas e custo de implementação da Proposta 8 com redução
de área de absorção de 0,5 m em 0,5 m. ................................................................ 175
Tabela 9.15 - Resultados das simulações com as reduções de área de absorção
adotadas para a proposta 8..................................................................................... 176
LISTA DE SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas


ABS American Bureau of Shipping
ACGIH American Conference of Governmental Industrial Hygienists
ASTM American Society for Testing and Materials
B&K Brüel & Kjær
BC Bureau Colombo
CBM Conical Beam Method
DHN Diretoria de Hidrografia e Navegação
FNDE Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
FUNDACENTRO Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina
do Trabalho
GVA Grupo de Vibrações e Acústica da UFPA
HP Hewlett Packard
IMO International Maritime Organization
ISO International Organization for Standardization
LEG lancha Escolar Grande
LEM Lancha Escolar Média
MARAD United States Maritime Administration
MEC Ministério da Educação
MISM Mirror Image Source Method
NBR Norma Brasileira
NHO Norma de Higiene Ocupacional
NI National Instruments
NORMAM Normas da Autoridade Marítima para Embarcações
Empregadas na Navegação Interior
NPS Nível de Pressão Sonora
NR Norma Regulamentadora
NWS Nível de Potência Sonora
PA Pará
PCB Piezotronics PicoCoulomB Piezotronics
RBNA Registro Brasileiro de Navios e Aeronaves
RTM Ray Tracing Method
TBM Triangular Beam Method
tdms technical data management solution
UFPA Universidade Federal do Pará
VCI Vibração de Corpo Inteiro
VMB Vibração de Mãos e Braços
LISTA DE SÍMBOLOS

A, B ou C Filtros de ponderação de pressão sonora


A(8) Resultante de exposição normalizada
Aren Valor da aceleração resultante de exposição normalizada
. Absorção sonora das superfícies do recinto
Amplitude de onda

( )
Aceleração equivalente
Aceleração instantânea num intervalo de tempo

( )
Aceleração eficaz
Registro digitalizado da eceleração ponderada
, Aceleração rms ponderada na frequência e na direção
Aceleração ponderada
Produto entre a função de forma do elemento para a pressão e
sua transposta
C Amortecimento
Velocidade do som no fluido
cos Cosseno
Centímetro
Tempo total no qual o trabalhador fica exposto a um nível de
ruído específico
Cavalo vapor
Matriz de amortecimento equivalente do fluido
Matriz de amortecimento da estrutura
dB Decibel
dB(A) Decibel com a ponderação A

!
Derivada espacial da pressão acústica

Derivada temporal da velocidade de partícula acústica

"
"
Energia incidente

"
Energia refletida

"
Energia transmitida
Energia absorvida
F(t) Força
Frequência de Schrorodes
#
Carregamento no fluido produzido pelo deslocamento da

$# ( )%
estrutura na interface
Vetor de excitação do sistema

&
GPa Gigapascal

'
Aceleração da gravidade
Hora
hp Horse power
(
Hz Hertz

(
Intensidade sonora

(
Intensidade sonora normal na superfície
Módulo da componente normal à intensidade na posição i

〈( 〉
Média temporal e espacial dos dois caminhos de medição da
intensidade sonora normal medida nos elementos i da
superfície de medição
Polegadas

+
K Rigidez

+&
Fator multiplicador para acelerações ponderadas

+,-
Quilograma

+
Quilo Hertz

+.
Quilometro

/
Quilowatt
Matriz de rigidez equivalente do fluido
/ Matriz de rigidez equivalente do acoplamento fluido-estrutura
/
0
Matriz de rigidez da estrutura

0
Nível de pressão sonora equivalente ponderada em A

0
Nível de pressão sonora equivalente ponderada em C

0
Nível de pressão sonora equivalente

&
Nível de pressão sonora
Logarítimo

$0%
Direção dos eixos
Operador matricial
M Massa
MSDVz
mph Milhas por hora
m Metro

²
mm Milímetros

³
Unidade de área

3
Unidade de volume
Milivolts

4
Minuto
Matriz de massa equivalente do fluido
4 Matriz de massa equivalente do acoplamento fluido-estrutura
4 Matriz inercial da estrutura
N Newton
NPS Nível de pressão sonora
NWS Nível de potência sonora

$ %
Número inteiro
Vetor unitário normal à superfície
56 7
$6 %
Função de forma do elemento para a pressão
Função de forma do elemento para os deslocamentos
Pa Pascal
Pressão sonora no ponto a
8 Pressão sonora no ponto b
Pressão sonora rms

$9%
Pressão sonora de referência
Vetor de pressão nodal
Impedância característica do fluido
Rotações por minuto
Raiz média quadrática
Radianos
:
Matriz de acoplamento da área da superfície efetiva associada

;
com cada nó da interface fluido-estrutura.

;
Área
Área total
Segundos

<
sen Seno
Período
<
Máxima exposição diária de ruído permitida no nível

<
considerado
Tempo de reverberação

=
Intervalo de tempo
Vetor de deslocamento da estrutura na interface fluido-estrutura

>
Deslocamento

?
Velocidade

$ %
Aceleração

$ >%
Vetor de deslocamento nodal

$ ?%
Vetor de velocidade nodal

$ ! %, 5 @ 7, $ - %
Vetor de aceleração nodal
Vetores de deslocamento nodal nas direções x, y e z
V Volume, volts
VDV Valor da dose de vibração
VDVR Valor da dose de vibração resultante
Velocidade de partícula

(A)
Volume do domínio fluido

.
Velocidade de partícula acústica em uma dada direção

.B
Potência sonora
Potência sonora de referência

.
Watt Unidade de potência

.
Ponderação para aceleração horizontal
Ponderação para enjôo
.
.+
Fator de ponderação na frequência

C
Ponderação para aceleração vertical

C
Amplitude de pico

C
Vetor de amplitude máxima

!, @, -
Valor rms da amplitude

$ %<
Coordenadas de eixo

D
Transposta do vetor

E
D
Coeficiente de absorção sonora

D
Coeficiente de absorção sonora médio

F
Coeficiente de absorção sonora da i-ésima superfície

∆!
Coeficiente de absorção não linear no limite do fluido

5H 7
Distância entre os pontos a e b
Variação virtual na pressão nodal
H
A
Mudança virtual de pressão

I
Ângulo de incidência

J
Micro

KB
3,141592653589793...


Densidade do fluido

M
Somatório

N
Ângulo de fase

OP
Frequência angular
Operador Laplaciano
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................... 32

1.1 Objetivo Geral ........................................................................................... 34

1.2 Objetivos específicos ................................................................................ 34

1.3 Procedimento metodológico...................................................................... 35

1.4 Estrutura dos capítulos ............................................................................. 35

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................... 37

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA................................................................ 45

3.1 VIBRAÇÕES ............................................................................................. 45

3.1.1 Relação entre sinais no domínio do tempo e da frequência ..................... 46

3.2 ACÚSTICA ................................................................................................ 46

3.2.1 Pressão sonora ......................................................................................... 46

3.2.2 Nível de pressão sonora (NPS) ................................................................ 47

3.2.3 Fontes sonoras ......................................................................................... 48

3.2.4 Campos sonoros ....................................................................................... 49

3.2.5 Medição de som ........................................................................................ 51

3.2.6 Percepção do som .................................................................................... 52

3.2.7 Coeficientes de reflexão e transmissão .................................................... 54

3.2.8 Intensidade Sonora ................................................................................... 55

3.2.9 Nível de potência sonora (NWS)............................................................... 57

3.2.10 Medição da intensidade sonora para determinação do nível de potência


sonora (NWS)............................................................................................................ 57

3.3 MÉTODOS NUMÉRICOS APLICADOS AO CAMPO ACÚSTICO ............ 62

3.3.1 Método da fonte imagem especular (Mirror Image Source Method – MISM)
.................................................................................................................. 62

3.3.2 Método do traçado de raios acústicos (Ray-Tracing Method – RTM) ....... 63

3.3.3 Frequência de Corte de Schroeder ........................................................... 64


3.4 MÉTODO DE ELEMENTOS FINITOS APLICADOS A ANÁLISE MODAL....
.................................................................................................................. 65

3.4.1 Interação fluido estrutura .......................................................................... 68

3.4.2 Métodos de solução .................................................................................. 71

3.5 RUÍDO E VIBRAÇÕES DO PONTO DE VISTA DO CORPO HUMANO... 72

3.5.1 Comportamento do corpo humano quando exposto a vibrações .............. 72

3.5.2 Comportamento do corpo humano quando exposto a ruídos ................... 74

4. OBJETO DE INVESTIGAÇÃO – LANCHA ESCOLAR GRANDE (LEG) 76

4.1 Visão Geral ............................................................................................... 76

4.2 Casco ........................................................................................................ 77

4.3 Casaria...................................................................................................... 78

4.4 Sistema Propulsivo ................................................................................... 79

4.5 Fontes de ruído e vibrações na leg ........................................................... 80

4.5.1 Frequências geradas pelos equipamentos no interior da lancha .............. 80

5. METODOLOGIA ....................................................................................... 82

5.1 Caracterização da exposição ao ruído e vibração de corpo inteiro........... 83

5.2 Medição de nível de pressão sonora (NPS) a bordo da LEG ................... 85

5.3 Medição da intensidade sonora para obtenção do nível de potência sonora


(NWS); .................................................................................................................. 87

5.4 Medição da vibração de corpo inteiro (VCI) .............................................. 89

5.5 Desenvolvimento de modelo numérico para predição de NPS a bordo da


LEG .................................................................................................................. 91

5.6 Desenvolvimento de modelo de elementos finitos .................................... 93

5.6.1 Considerações .......................................................................................... 95

6. NORMAS E REGRAS PARA AVALIAÇÃO DE VIBRAÇÕES ................. 97

6.1 ISO 2631-1: Vibrações mecânicas e choque - Avaliação da exposição de


corpo inteiro a vibrações – Parte 1: Requisitos gerais .............................................. 97
6.1.1 American Conference of Governmental Industrial Hygienists – ACGIH 1999
(Conferência Governamental Americana de Higienistas Industriais): Limites de
exposição ................................................................................................................ 102

6.1.2 ISO 6954:2000 Vibrações Mecânicas — Orientações para medição, laudo


e avaliação de vibrações considerando a habitabilidade em navios de passageiros e
navios mercantes .................................................................................................... 102

6.1.3 ABS - GUIDE FOR PASSENGER COMFORT ON SHIPS, Section 3 –


Whole Body Vibration (2001, atualizada em 2014) ................................................. 103

6.1.4 Norma Regulamentadora 15 (NR 15) - Atividades e operações insalubres


(1978), Anexo nº 8: Vibrações ................................................................................. 105

6.1.5 Norma de Higiene Ocupacional – NHO 09: Avaliação da Exposição


Ocupacional a Vibrações de Corpo Inteiro (2013)................................................... 105

6.2 Normas e regras para medição e avaliação de ruído a bordo de


embarcações ........................................................................................................... 106

6.2.1 ISO 2923:1996 – Acoustics – Measurement of noise on board vessels


(1996) ................................................................................................................ 106

6.2.2 IMO Resolution A.468 (XII) – Code on Noise Level on Board Ships (1981) .
................................................................................................................ 108

6.2.3 ABS – Guide for passenger comfort on ships (2001) .............................. 110

6.2.4 NR 15 - Atividades e operações insalubres (1978) ................................. 112

6.2.5 NHO 01 – Norma de higiene ocupacional: avaliação da exposição


ocupacional ao ruído (2001) .................................................................................... 114

7. DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA “ANALISADOR DE VIBRAÇÕES


NO CORPO HUMANO” .......................................................................................... 115

7.1 Estudo de Caso para Vibração de Extremidades ................................... 118

7.2 Estudo de Caso para Vibração de Corpo Inteiro..................................... 123

8. RESULTADOS ....................................................................................... 127

8.1 Nível de potência sonora da fonte .......................................................... 127

8.2 Avaliação de ruído a bordo da LEG ........................................................ 128


8.2.1 Avaliação dos resultados conforme IMO Resolution A.468 (XII)............. 131

8.2.2 Avaliação segundo a regra ABS – Guide for passenger comfort on ships
(2001) ................................................................................................................ 131

8.2.3 Avaliação de ruído de acordo com a NR 15............................................ 132

8.2.4 Avaliação segundo a NHO 01 ................................................................. 132

8.3 Avaliação de Vibração de Corpo Inteiro a bordo da LEG ....................... 133

8.4 Modelo numérico para predição do nível de pressão sonora a bordo da LEG
................................................................................................................ 142

8.5 Modelo de elementos finitos do casco .................................................... 148

8.5.1 Análise de malha .................................................................................... 148

8.5.2 Modelagem do casco sem massa adicional............................................ 150

8.5.3 Modelagem do casco com massa adicional (imerso no domínio fluido) . 152

9. PROPOSTA DE MÉTODOS DE CONTROLE DE RUÍDO PARA A


LANCHA ESCOLAR GRANDE. ............................................................................. 154

9.1 Utilização MATERIAIS DE ABSORÇÃO SONORA ................................ 154

9.1.1 Proposta 1: Absorção sonora no teto utilizando painel de absorção e


isolamento acústico semirrígido. ............................................................................. 154

9.1.2 Proposta 2: Absorção sonora no costado e fundo utilizando painel de


absorção e isolamento acústico semirrígido............................................................ 157

9.1.3 Proposta 3: Absorção sonora no teto e no fundo utilizando painel de


absorção e isolamento acústico semirrígido com alta absorção em baixas frequências.
................................................................................................................ 159

9.1.4 Proposta 4: Absorção sonora no teto e no costado a ré utilizando painel de


absorção e isolamento acústico semirrígido............................................................ 161

9.1.5 Proposta 5: Absorção sonora no teto e no costado a vante utilizando painel


de absorção e isolamento acústico semirrígido....................................................... 163

9.1.6 Proposta 6: Absorção sonora no teto, fundo e costado a ré utilizando painel


de absorção e isolamento acústico semirrígido....................................................... 165
9.1.7 Proposta 7: Absorção sonora no teto, costado a vante e fundo utilizando
painel de absorção e isolamento acústico semirrígido. ........................................... 167

9.1.8 Proposta 8: Absorção sonora no teto e no costado utilizando painel de


absorção e isolamento acústico semirrígido............................................................ 169

9.1.9 Proposta 9: Absorção sonora no teto, costado e fundo utilizando painel de


absorção e isolamento acústico semirrígido............................................................ 171

9.1.10 Considerações ........................................................................................ 173

9.2 Custos das soluções virtuais de controle de ruído propostas ................. 173

10. CONCLUSÕES E SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS ............ 177

10.1 CONCLUSÕES ....................................................................................... 177

10.2 Sugestões para trabalhos futuros ........................................................... 179

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 180

APÊNDICE A - DIAGRAMA DE BLOCOS DO APLICATIVO "ANALISADOR DE


VIBRAÇÕES NO CORPO HUMANO" ..................................................................... 186

APÊNDICE B - NÍVEIS DE POTÊNCIA SONORA DO MOTOR DA LANCHA


ESCOLAR GRANDE ............................................................................................... 187

APÊNDICE C - NÍVEIS DE PRESSÃO SONORA PONDERADAS EM A BORDO DA


LEG ......................................................................................................................... 188

APÊNDICE D - TABELA DE AMPLITUDES DE ACELERAÇÕES PONDERADAS


MEDIDAS ................................................................................................................ 189

APÊNDICE E – GRÁFICOS DAS SOLUÇÕES PROPOSTAS................................ 193

APÊNDICE F- TELAS DOS RESULTADOS DO APLICATIVO ANALISADOR DE


VIBRAÇÕES DO CORPO HUMANO ...................................................................... 220

APÊNDICE G - COMANDOS UTILIZADOS NO ANSYS PARA ANÁLISE MODAL DO


CASCO.................................................................................................................... 226
32

1. INTRODUÇÃO

Nas zonas rurais brasileiras, a difícil mobilidade de alunos no trajeto casa-


escola é um fator que contribui para o aumento da evasão escolar, pois além de
percorrerem grandes distâncias, enfrentam obstáculos como o calor, rios, estradas
não pavimentadas e de complicado acesso. Assim, o Ministério da Educação, por
meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), criou o programa
Caminho da Escola, o qual demanda por lanchas, ônibus e bicicletas para o transporte
escolar, objetivando segurança, qualidade no transporte escolar e diminuição da
evasão escolar em todo o Brasil (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2012).

As lanchas produzidas representam um novo conceito de produção para o


Brasil, pois são fabricadas inicialmente 700 lanchas em série, abrangendo dois
modelos, a lancha escolar média (LEM), com 7,80 metros de comprimento e a lancha
escolar grande (LEG), com 11,00 metros de comprimentos (Figuras 1.1 e 1.2,
respectivamente) todos os cascos construídos em aço com casaria de fibra de vidro e
utilizando motor de centro a diesel. Uma característica de casco para embarcações
deste porte até então inédito, já que atualmente utiliza-se o alumínio ou a fibra de vidro
como materiais de construção deste tipo de embarcação, pois, por serem mais leves
que o aço, influenciam na velocidade de avanço e consumo de combustível da
mesma. O casco construído em aço facilita a manutenção de cascos avariados, uma
vez que em municípios afastados de grandes centros urbanos, há maior facilidade de
executar soldas em aço do que em alumínio.

Figura 1.1 - Lancha escolar média – LEM – em operação.

Fonte: Prefeitura municipal de Juruti (http://www.juruti.pa.gov.br/).


33

Figura 1.2 - Lancha escolar grande – LEG – sendo transportada para testes.

Fonte: Arquivo pessoal.

Em parceria com o FNDE, a Universidade Federal do Pará é a instituição


responsável pelo acompanhamento da produção das referidas lanchas, além de ter
desenvolvido procedimentos para homologação do protótipo das embarcações. Tal
procedimento de homologação teve base nas Normas da Autoridade Marítima para
Embarcações Empregadas na Navegação Interior (NORMAM 02 – DPC), normas da
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e regras estipuladas para a
classificação de embarcações, tais como das sociedades classificadoras Bureau
Colombo (BC), Registro Brasileiro de Navios e Aeronaves (RBNA), entre outras.
Entretanto, normas e regras, principalmente as desenvolvidas por sociedades
classificadoras, não mantém o seu escopo em embarcações de pequeno porte, como
as lanchas escolares, mas em navios com a medida de arqueação bruta muito
superior. Visto a importância dessas lanchas escolares para o Brasil, torna-se
necessário então realizar análises específicas para os modelos construídos e outros
que possam vir a ser fabricados. Dentre as análises que podem ser realizadas, estão
as características vibro-acústicas de uma embarcação utilizada para o transporte de
alunos.

Podendo ser facilmente percebidas por seus ocupantes, se não forem


respeitados certos limites de projeto, vibrações excessivas e altos níveis de ruído
sonoro resultam em diminuição da qualidade de vida, conforto ou eficiência laboral,
além de afetar a integridade de estruturas do casco, causar problemas mecânicos,
desgaste excessivo e problemas de funcionamento em equipamentos. Com a
avaliação vibro-acústica deste tipo de projeto, obter-se-iam então, valores de
34

referência, estabelecendo assim uma situação limite para os deslocamentos e níveis


de ruído, podendo-se ainda, desenvolver métodos de controle vibro-acústico
(MARGARIDO, 2013).

Conhecendo então as características vibro-acústicas das embarcações, a


próxima etapa é tratar do controle destas características. Segundo Lin (2009),
métodos de controle de vibrações passivos podem ser classificados de acordo com
os locais onde serão aplicados os métodos, são definidos como: controle de vibração
da fonte, controle da propagação de onda ao longo do seu caminho e controle de
vibração no receptor.

Já o controle de ruído envolve técnicas de controle na fonte, trajetória e


receptor. Como valores de referência para a utilização do método de controle acústico,
será utilizada a resolução IMO A.468(XII), o Código para Níveis de Ruído a Bordo de
Navios (IMO, 1981).

1.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar as características vibro-acústicas da lancha escolar grande em relação


ao conforto dos passageiros, de posse dos dados, verificar a necessidade de
estabelecer métodos de controle vibro-acústico na embarcação.

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

− Pesquisa de normas nacionais e internacionais relacionadas à medição,


análise e controle de ruído e vibração;
− Medição da intensidade da fonte sonora da embarcação;
− Medição dos níveis de pressão sonora no interior da embarcação para a
confecção de um mapa acústico do ambiente;
− Medição da vibração de corpo inteiro no assento do piloto e passageiros,
utilizando o programa “Analisador de vibrações no corpo humano”,
desenvolvido em LabVIEW;
− Desenvolvimento de modelo numérico de acústica geométrica para análise de
níveis de pressão sonora;
− Desenvolvimento de modelo numérico de elementos finitos;
35

− Verificação das condições as quais os passageiros estão submetidos a bordo


da LEG, através de comparação dos resultados com as normas vigentes;
− Proposta virtual de método de controle vibro-acústico.

1.3 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO

A estratégia utilizada foi a modelagem do interior da casaria para obtenção dos


valores de níveis de pressão sonora por meio do método híbrido de acústica
geométrica com o programa comercial Odeon® para predição do nível de pressão
sonora emitido pelos equipamentos embarcados, onde os dados de entrada foram a
geometria da casaria, a especificação do material da casaria e o nível de potência
sonora medido na embarcação.

Foi realizada uma análise experimental escolhendo-se os pontos chaves para


a instrumentação com a LEG em operação comparando os resultados obtidos nas
análises numéricas com os resultados experimentais realizados em escala real,
validando-os.

A avaliação dos níveis de vibração foram realizados a partir da medição das


acelerações nos assentos do piloto e dos passageiros. Para esta etapa foi utilizado o
aplicativo desenvolvido no software LabVIEW®, denominado “Analisador de vibrações
no corpo humano” para medições de vibrações de corpo inteiro.

Os resultados obtidos foram comparados com normas da área naval para


conforto, avaliando se os níveis de vibração e ruído obedecem aos níveis mínimos
estipulados.

Para verificação de possíveis ressonâncias estruturais, a lancha escolar foi


modelada no software comercial Ansys. Os modos e frequências naturais foram
comparados com as frequências naturais do sistema motor-eixo-hélice.

Após as avaliações, foram estabelecidos métodos de controle de ruído e


vibração para a lancha escolar e analisados os custos-benefícios envolvido.

1.4 ESTRUTURA DOS CAPÍTULOS

Este trabalho está dividido em dez capítulos, referências e apêndices.


36

O capítulo 1 apresenta as características do projeto Caminho da Escola e


justifica o uso das lanchas escolares bem como apresenta a problemática geral, a qual
é a busca por soluções para maior conforto dos passageiros a bordo.

O capítulo 2 apresenta a revisão bibliográfica realizada sobre medições de


ruído e vibrações, intensometria sonora, modelos numéricos de acústica de raios e
modelos de elementos finitos. Incorporando trabalhos antigos e recentes.

O capitulo 3 trata da fundamentação teórica utilizada como base para as


análises realizadas.

A lancha escolar grande e suas características são mostradas no capítulo 4.

A metodologia utilizada para as análises referentes a este trabalho é exposta


no capítulo 5. Nesse capítulo estão descritos os materiais e métodos utilizados, bem
como as modelagens numéricas de acústica de raios e de método de elementos finitos
apresentado.

Normas e regras aplicadas a avaliação vibro-acústicas é o tema do capítulo 6.


Sendo de fundamental importância para o estabelecimento de limites e critérios de
exposição a estes agentes. Com bases nessas normas, foram definidos quais as
medidas necessárias para controle vibro-acústico.

O capítulo 7 apresenta um aplicativo para análise de vibrações no corpo


humano desenvolvido pelo autor especialmente para a realização dos procedimentos
experimentais deste trabalho. O aplicativo em questão pode ser utilizado tanto para
medições em vibrações do corpo inteiro quanto para vibrações em mãos e braços.

O capítulo 8 apresenta e discute os resultados das medições e modelos


concebidos, fazendo uma comparação com as normas em questão.

No capítulo 9 propõe-se um método de controle de ruído selecionado pelo


custo-benefício que pode proporcionar aos passageiros da lancha escolar grande.

Por fim, no capítulo 10 serão tratadas as conclusões deste trabalho a partir dos
resultados extraídos e discussões expostas, bem como propostas de trabalhos
futuros.
37

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A revisão bibliográfica realizada faz referência aos diversos assuntos e análises


pesquisados, como ruído e vibração em navios, vibração de corpo inteiro,
procedimentos de intensidade sonora, método numérico de acústica de raios e
métodos de elementos finitos.

Segundo Carlton (2007), atualmente há várias fontes de ruído e vibrações em


navios, dependendo de características relativas a cada embarcação. Essas fontes são
os motores principais (principalmente os motores de combustão interna), linha de eixo,
propulsores, sistemas de ar-condicionado, dispositivos de manobras (tais como
propulsores transversais), equipamento de carga e fundeio, mecanismos de formação
de vortex, exaustores e insufladores e o fenômeno de batida de proa. Quando
gerados, vibração e ruídos se propagam pela embarcação através de vários
caminhos. O som irradiado pelo ar pode excitar estruturas tais como anteparas e
conveses. Em outros casos, a propagação se dá pela própria estrutura do navio,
sendo irradiado pelos elementos secundários da embarcação tais como anteparas,
painéis, pilares e vigas do cavernamento (QUINTAS, 2009).

Hagen e Hammer (1969) discutiram sobre o problema de vibrações e ruído


induzidos por propulsores, motor principal e equipamentos associados em navios
mercantes. Os autores compararam pesquisas relativas à vibração e ruído de 116
navios, além de realizarem medições suplementares, propondo posteriormente limites
aceitáveis para amplitudes de vibração a bordo de navios.

De fato, para embarcações de transporte de passageiros, vibração e ruído são


condições primordiais para determinar o nível de conforto a bordo. Embora o conforto
possa ser quantizado através de fórmulas, números e limites, as condições para
caracterizar o nível de conforto são complexas, sendo produtos de componentes
objetivos e subjetivos, uma vez que o julgamento feito pelos passageiros baseia-se
na percepção de bem-estar nos vários espaços destinados à acomodações a bordo
(FABRO, DeLORENZO & LEMBO, 1992).

Segundo Weyna (1995), as dificuldades de realizações de medições em


embarcações são as distribuições do campo acústico nos compartimentos testados,
uma vez que as acomodações possuem pequenas dimensões e formas complexas.
38

Embora as regras e normas estabeleçam limites de ruído para grandes navios


mercantes e de passageiros, Vasconcellos e Latorre (2001) as aplicou em um
pequeno barco de 7,7 metros de comprimento para apoio à plataforma offshore. Os
resultados foram comparados com as normas da Petrobras para áreas operacionais
e espaços de convivência e com a norma MARAD (Administração Marítima Norte
Americana). Em velocidade máxima de serviço, os resultados foram muito próximos
dos limites estabelecidos pelas normas adotadas. Adicionalmente, foi proposto um
procedimento para avaliação de ruído em barcos de esporte e recreio (BNE). Esta
diretriz representa a aplicação da norma ISO para medição de ruído a bordo de
embarcações, refletindo no projeto de embarcações de esporte e recreio e suas
características operacionais.

Em ambientes fechados, a propagação do ruído ocorre quase que inteiramente


através do ar, sendo que o campo acústico irradiado apresenta comportamento
ressonante devido as sucessivas reflexões nos contornos. Huacana et al (2014)
explica que este comportamento ressonante, ou forma modal, é referente à frequência
natural associada a uma forma característica de pressão acústica.

Goujard, Sakout e Valeau (2005) demonstram a importância do julgamento


subjetivo do conforto acústico. Aplicando um questionário consistindo de questões
fechadas e questões abertas, procurou identificar as principais fontes e condições
provocadoras de desconforto acústico em profissionais atuantes em uma
embarcação. Em relação a características globais de influência no conforto
(temperatura, luz, ruído, ergonomia, entre outros), o ruído é apontado como um critério
significante na avaliação do conforto, produzindo distúrbios do sono e irritação.

Quintas (2009) comparou níveis de pressão sonora e aceleração de vibração


em um navio petroleiro com normas regulamentadoras nacionais e internacionais de
ruído e vibração ocupacional a fim de verificar se os limites estabelecidos pelas
normas foram atendidos. Adicionalmente, definiu os caminhos de propagação de
vibrações e ondas sonoras desde a praça de máquinas até algumas acomodações no
convés principal e no convés superior, nos quais foram realizadas as medições. Os
caminhos de propagação são identificados para serem definidos possíveis
tratamentos acústicos. Portanto, com as mesmas medições, o autor consegue tanto
determinar o problema como propor soluções adequadas de forma prática nos
caminhos de propagação.
39

Ximenes (2006), movido pela questão da pouca exploração de documentos


técnicos, legais, judiciais e periciais voltadas para a vibração no corpo humano no
Brasil, revisou técnicas, normas e aspectos legais da vibração do corpo humano,
criando bases qualitativas e quantitativas para futura elaboração de procedimentos,
normas técnicas e estabelecimento de limites legais. Para cumprir seus objetivos, o
autor analisou a normas nacionais e internacionais, os aspectos legais envolvidos no
controle e prevenção de vibrações e entrevistou trabalhadores que possuem contato
direto com o agente vibração de corpo humano. Dessa forma, elaborou um Programa
de Controle de Prevenção de Risco à Exposição de Vibrações (PCPR-EV), o qual
considera informações observadas em estudos de caso, entrevistas e ainda sugere o
desenvolvimento de um aplicativo eletrônico com os parâmetros importantes
apresentado no programa de controle e prevenção de riscos de exposição às
vibrações.

Soeiro (2011) realizou um estudo de caso de vibrações de mãos e braços em


operadores de parafusadeira hidráulica e chaves pneumáticas manuais, avaliando
que há o risco de surgimento de síndrome dos dedos brancos para o trabalho com a
parafusadeira hidráulica e possibilidade mínima para chave pneumática de 1
polegada. O autor ainda chama atenção para o aspecto superficial da norma ISO 5349
– vibrações localizadas (mãos e braços), pois a mesma apresenta probabilidades de
ocorrência de lesões ao invés de limites de exposição.

Objetivando comparar o nível de vibração ocupacional de corpo inteiro entre


três modelos de máquinas agrícolas, Lopes (2012) chega à conclusão de que os níveis
de vibração proveniente dessas máquinas depende de diversas variáveis, tais como
a utilização de cinto de segurança, uma vez que o movimento do operador sobre o
assento tende a amplificar as acelerações, principalmente no eixo y (a vibração entra
por um ombro, passa pelo coração e sai pelo outro ombro). Outras variáveis presentes
são as saliências e erosões atreladas a estrutura metálica do equipamento, o contato
da esteira metálica com o solo, desnível do terreno, ondulações, depressões e
isoladores de vibrações desgastados.

Lopes (2012) chama atenção à consideração do tempo real de exposição no


interior da máquina em operação. Considerando ainda que o tempo real de exposição
no interior da máquina é indiretamente proporcional ao limite máximo da aceleração
de vibração estabelecido e vice-versa.
40

A análise de vibrações de corpo inteiro é feita com as técnicas de medição e


limites expressos recomendados pela norma ISO 2631-1: Vibrações mecânicas e
choque – avaliação da exposição de corpo inteiro a vibrações - Parte 1: Requisitos
gerais. Entretanto, Griffin (1990) salientou aspectos deficientes relativos ao uso da
referida norma, tais como:

− Método de definição dos limites de vibração é independente de contexto


específico ou de consequências provenientes deste;
− As informações sobre o tipo de população abrangida e sobre variabilidade de
sensibilidade interpessoal é insuficiente;
− Informações sobre os instrumentos de medição são insuficientes.

A técnica de medição de intensidade sonora torna-se relevante quando uma


máquina ou um sistema produz um nível de potência sonora (NWS) de interesse.

Diferente do nível de pressão sonora, o NWS como uma particularidade da


fonte, não é influenciado pela característica do campo aberto ou campo fechado,
podendo ser determinado em qualquer situação, embora deva ser determinado em
câmaras especiais. Este procedimento gera inconvenientes como o transporte da
fonte até o ambiente de medição, dificuldade de simulação de reais condições de
trabalho e custos de deslocamento (FAHY, 1997; LOPES, 2012; SOUZA, 2003).
Contornando prováveis dificuldades, Fahy (1977) propõe técnica de medição em
campo, sem a contaminação dos resultados por outras fontes de ruído.

Fahy (1997) faz uma análise racional dos princípios das normas ISO 9614-1:
Determination of sound power levels of noise sources using sound intensity - Part 1:
Measurement at discrete points e ISO 9614-2: Determination of sound power levels of
noise sources using sound intensity - Part 2: Measurement by scanning. O autor
ressalta que as principais aplicações das normas para determinação de nível de
potência sonora são:

− Comparação entre dois diferentes tipos de equipamentos com funções comuns;


− Determinação da conformidade com regulamentações;
− Classificação de fontes em termos da potência sonora;
− Prover dados de saída da fonte sonora com finalidade de usar em predições
de efeitos acústicos quando da operação da fonte.
41

Discutindo o uso da norma ISO 9614-1, Fahy a diferencia da série de normas


ISO 3470 por não determinar o tipo de ambiente no qual podem ser realizadas as
medições de intensidade sonora e impor restrições na superfície a ser medida e
quantidade de amostras espaciais. Tal julgamento deve estar de acordo com o
formato da fonte e o ambiente em que ela está inserida.

Exemplificando o exposto acima, Brito (2005) aplicou in loco a técnica de


intensimetria para determinação de NWS em uma furadeira utilizada na construção
civil e os erros do método, segundo a norma ISO 9614-2, obtendo bons resultados
quando comparado com a medição de NWS da furadeira em câmara reverberante
segundo a ISO 3741: Determination of sound power levels of noise sources using
sound pressure.

Souza (2003) aplicou a técnica de intensimetria por varredura com linhas


alternadas em máquinas de uma indústria com elevados níveis de ruído de fundo, os
quais não são recomendados pela norma ISO 9614 no momento de realização das
medições. Os resultados mostraram que a medição por varredura com linhas
alternadas mostrou-se semelhante ao método de varredura com linhas contínuas, e
no caso de ruídos estacionários, o método aplicado mostrou-se superior.

Atualmente, métodos numéricos para identificação de amplitudes de vibração


e níveis de pressão sonora podem ser utilizados de forma a identificar possíveis
problemas logo na fase de projeto de uma embarcação, de forma a selecionar
adequadamente medidas de controle

Quanto ao estudo dos parâmetros acústicos de um ambiente, métodos


bastante utilizados atualmente referem-se ao uso de simulações numéricas baseados
em raios acústicos e fonte imagem especular.

Utilizando modelos geométricos, há a possibilidade de se prever o


comportamento acústico de ambientes realizando modelagens numéricas. Moraes
(2007) empregou esta técnica para estudar o comportamento acústico de uma sala
de teatro experimental. Inicialmente foi feito um modelo geométrico da sala, no qual
foram aferidas simulações numéricas. A fim de validar o modelo, a autora criou um
outro modelo computacional de uma sala de dança, onde também foi possível realizar
um estudo experimental. Assim, diversas configurações de palco-platéia para obter
dados relativos ao melhor desempenho acústico da sala, segundo as diversas
42

modificações. A simulação é concebida empregando o programa comercial Raynoise,


o qual combina algoritmos de traçado de raios e fonte imagem especular, formando
uma metodologia híbrida de simulação.

O método da fonte imagem especular (Mirror Image Source Method – MISM)


baseia-se na teoria de reflexão especular de Snell. Assume-se que o som propaga-se
como um raio, o qual se comporta como uma onda plana, embora deva ser
considerada uma atenuação devido à divergência esférica, pois a energia emitida por
uma fonte é distribuída igualmente entre um número discreto de raios sonoros. No
método cada raio é emitido de forma determinística ou aleatória, viajando à velocidade
do som e colidindo com uma superfície ou obstáculo, sendo refletidos de acordo com
a lei de Snell. O nível de energia de cada raio diminuem devido às colisões e absorção
do ar, interrompendo-se a propagação quando o nível de energia torna-se desprezível
(SOUZA, 1997).

Pereira, Soeiro e Melo (2011) comparam vantagens e desvantagens do método


de fonte especular e raios acústicos. A principal vantagem do algoritmo fonte imagem
especular é a boa resolução temporal obtida, necessária quando pretende-se realizar
a convolução da resposta impulsiva com um sinal gravado em processor de
“auralização”, entretanto, o tempo de computação necessário para calcular estas
respostas impulsivas cresce exponencialmente com o comprimento da resposta. Além
disso, o algoritmo desconsidera os efeitos de difusão das reflexões ou o espalhamento
devido formas irregulares das superfícies. Com relação ao traçado de raios acústicos,
identifica-se que o método não oferece uma boa resolução temporal, embora pode
considerar as reflexões difusas requerendo um tempo de computação proporcional ao
comprimento da resposta impulsiva.

Ainda segundo Souza (1997), utilização de um único método nem sempre é


suficiente para caracterização do campo acústico de salas. O ideal é a combinação
destes métodos, criando métodos híbridos. Dessa forma, as características
determinísticas do MISM combinada com algumas características estatísticas do RTM
podem reduzir significativamente o tempo de computação requerido. A partir dos
métodos já citados, foram criados o método dos raios cônicos (Conical Beam Method
– CBM) e o método dos raios triangulares (Triangular Beam Method – TBM).

É necessário verificar a confiança do modelo acústico criado antes de ser usado


como ferramenta para avaliação acústica de ambientes, isto porque a modelagem
43

possui um alto grau de dependência dos valores do coeficiente de absorção dos


materiais, do valor do nível de potência sonora das fontes e dos algoritmos usados,
portanto, estes dados de entrada devem ser conhecidos com precisão suficiente. A
consistência da análise numérica pode ser então validada através de dados aferidos
experimentalmente. Pode-se então afirmar que o modelo é confiável quando os dados
numéricos e experimentais possuem boa concordância (De BORGER e VAN
OVERMEIRE, 1995 apud SOUZA, 1997).

Moro et al (2013) realizaram análises de vibrações livre e forçada em uma


embarcação hospital para atendimento em áreas da Bacia Amazônica peruana,
considerando como fontes principais de vibração e ruído são as duas máquinas
principais, e os dois conjuntos eixos-propulsores. Em sua análise desconsiderou
vibrações e ruídos provocados pelos impactos de ondas, uma vez que em ambientes
fluviais, as amplitudes de onda são baixas se comparadas com ambientes marítimos
e estuarinos, cujas ondas podem provocar sérios danos às estruturas e ocasionar
desconforto aos passageiros. Os autores realizam uma análise global das sete
primeiras frequências naturais e modos de vibrar da estrutura. Comparando os modos
do casco em seco com o casco molhado, observa-se que as frequências do primeiro
modo é a mesma para ambos os casos, entretanto, nos modos que se seguem, os
valores de frequência possuem uma diferença aproximada, com destaque para o
sexto modo (flexão vertical), com 49,3 Hz para o casco seco e 42,6 Hz considerando
a massa adicional do fluido. Complementando os estudos, também é realizada uma
análise local, na sala de operações do convés principal e no camarote do comandante
no convés superior a fim de conhecer os valores de amplitude de vibração em termos
de velocidade e compará-los com os valores de conforto estabelecidos pela ISO 6954
- Guidelines for the measurement, reporting and evaluation of vibration with regard to
habitability on passenger and merchant ships. Em seu modelo, o valor de amplitude
do segundo harmônico na sala de operações ultrapassa o limite estabelecido pela
norma. Tal fato se deve à baixa rigidez das estruturas do convés, o qual é
dimensionado para um baixo peso de carga (passageiros e equipamento hospitalar),
ao contrário dos navios de carga.

Em sua obra, Diesel (2009) faz um paralelo entre o comportamento acústico e


o comportamento dinâmico estrutural, considerando que o grau de liberdade de um
sistema acústico é a pressão, a qual pode ser comparada com a translação no sistema
44

estrutural. Assim, o autor descreve a base conceitual e uma abordagem numérica para
o emprego da técnica. Castro (2016) realiza uma aplicação numérica da abordagem
proposta em uma embarcação de pequeno porte, considerando a estrutura e a massa
adicional através da imersão do casco no domínio fluido, avaliando os resultados
através do teste MAC (Modal Assurance Criterion).

Um dos trabalhos primordiais para solução de autovalores e autovetores de


equações de elementos finitos foi proposto por Cornelius Lanczos (BATHE, 1996). O
algoritmo de Lanczos consiste em uma transformação para triagonalização de
matrizes, entretanto, devido aos erros de arredondamento, na prática formava uma
matriz não ortogonal. Entretanto este problema foi contornado com o tempo. Kim
(1989) desenvolveu um algoritmo block Lanczos para extrair autovalores e estimar os
correspondentes autovetores. O algoritmo foi utilizado para identificar linhas
espectrais as quais podem representar direções de chegada de fontes pontuais em
baixas relações sinal-ruído.

Reyes (1986) realizou um estudo das características dinâmicas do navio


utilizando elementos de membrana e de viga para modelar o comportamento
estrutural e as massas concentradas nos nós para representação do fluido. Ainda
realizou uma análise experimental em um modelo em acrílico com formas
semelhantes a de um navio comparando o resultado dos cálculos com a modelo de
elementos finitos. A autora chega as conclusões que a modelo reduzido é a melhor
opção de representação devido a sua simplicidade em relação a modelos
tridimensionais. Ainda os resultados obtidos foram satisfatórios, visto que não houve
uma estimativa correta do módulo de elasticidade, gerando erros de menores que
10%.
45

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Este capítulo é dividido em cinco partes importantes, o primeiro item é dedicado


aos conceitos fundamentais de vibrações, o segundo item dedica-se a conceitos de
acústica, a modelagem numérica por raios acústicos é tratado no terceiro item, no
quarto item são definidos conceitos de elementos finitos e finalmente, são tratados
aspetos de ruído e vibração relacionados ao corpo humano.

3.1 VIBRAÇÕES

Há várias maneiras de avaliar a amplitude de um sinal vibratório, as mais


comuns são o valor de pico e a raiz média quadrática.

O valor de pico é um valor máximo do sinal, embora não traga nenhuma


informação sobre a duração do movimento, é utilizado para indicação de níveis de
impacto ou choques de curta duração.

Já a raiz média quadrática (root mean square – rms) ou valor eficaz consiste
na raiz quadrada dos valores quadrados médios dos movimentos. É particularmente
importante pois contém informações da energia contida no movimento vibratório.
Quando as medições referem-se a um período de tempo significativo, o valor eficaz
também é denominado de aceleração equivalente. A equação 3.1 define o conceito
de raiz média quadrática:

_
1 \ Y
QRS = U X QY (Z )[Z ^
W ]
(3.1)

Com QRS a aceleração equivalente, T o período (tempo de medição) e Q(Z) a


aceleração instantânea correspondente a um tempo t.

O valor médio indica apenas a média da exposição e é considerado quando se


quer um valor da quantidade física da amplitude em um determinado tempo.

Finalmente, o valor pico a pico indica uma dupla amplitude de onda, sendo
utilizado quando o deslocamento vibratório de uma máquina é parte crítica na tensão
máxima de elementos de máquinas.

Estes parâmetros podem ser relacionados matematicamente. Considerando X


a amplitude de pico (amplitude máxima) e 2X a amplitude pico a pico (dobro da
46

amplitude máxima), a raiz média quadrática do sinal ou amplitude rms é dada pela
equação 3.2:

√2
`abc = ` = 0,707 `
2
(3.2)

E a amplitude média (média retificada do sinal):

0,637 ` (3.3)

A Figura 3.1 mostra os parâmetros característicos de um movimento senoidal


tratados neste item.

Figura 3.1 - Parâmetros característicos de um movimento senoidal.

Fonte: XIMENES, 2006.

3.1.1 Relação entre sinais no domínio do tempo e da frequência

Um sinal aquisitado pode ser analisado no domínio do tempo ou da frequência,


conforme a conveniência da análise. Através da transformada de Fourier são
estabelecidas relações entre tais domínios, assim, um sinal aquisitado no domínio do
tempo pode ser enxergado no domínio da frequência sob a ótica de intervalos
regulares de tempo. Uma função senoidal como a da Figura 3.1 pode ser representada
no domínio da frequência pelos seus parâmetros (Figura 3.2), ficando subentendia a
função temporal escolhida como referência na decomposição.

3.2 ACÚSTICA

3.2.1 Pressão sonora

Quando a variação de pressão ambiente for cíclica por um período T e a


amplitude A for maior que o limiar da audição, o sistema auditivo humano detectará
47

um som, assim, a variação de pressão ambiente é chamada de pressão sonora ou


pressão acústica (BISTAFA, 2011).

Figura 3.2 - Representação da função senoidal no domínio da frequência.

Fonte: XIMENES, 2006.

Quando se dispõe de N registros de pressão sonora, seu valor médio pode ser
calculado em termos de valor eficaz:

1 \
jabc = k X jY (Z)[Z
W ]
(3.4)

Sendo prms a pressão sonora rms medida em um intervalo de tempo t, T o


período, p(t) = Acos(ωt) no caso de um tom puro, A a amplitude da onda e ω = 2π/T
a frequência angular.

3.2.2 Nível de pressão sonora (NPS)

O nível de pressão sonora é o mais comum indicador da sensação subjetiva da


intensidade dos sons. Ele correlaciona de forma satisfatória a percepção humana ao
nível sonoro, sendo de fácil mensuração. O nível de pressão sonora deve ser
relacionado a um valor de referência, o qual corresponde ao menor nível audível por
um indivíduo. O nível de pressão sonora é definido como:

mY
lmn = 10 log Y [u
mrst
(3.5)
48

Sendo p o valor rms da pressão sonora, em Pa, e pref o valor da pressão de


referência, igual a 20 μPa. A Figura 3.3 representa os níveis de pressão sonora e as
atividades relativas à qual o homem está normalmente exposto.

Figura 3.3 - Representação dos níveis de pressão sonora ponderado em dB(A).

Fonte: Peterson e Gross, 1974 apud Long, 2006.

3.2.3 Fontes sonoras

Fontes sonoras podem ser pontuais, superficiais ou em linha. Quando, em


campo livre, se a distância em relação a uma fonte pontual dobra, a área em que a
potência sonora ou a energia sonora penetra quadruplica. Sendo esta área quatro
49

vezes maior, o nível de pressão sonora decresce 6 dB, assim, as medições de


intensidade sonora em campo livre são altamente dependentes da distância entre a
fonte sonora e o receptor.

Como exemplo de fonte em linha, pode-se citar uma estrada. Se a distância do


receptor a fonte em linha dobra, o nível de pressão sonora decresce 3 dB. Uma fonte
em linha tem a forma de meio cilindro. O dobro do raio deste cilindro significa um
aumento superficial duas vezes maior, fazendo com que o NPS diminua 3 dB.

Um tubo com um pistão ou um estetoscópio são exemplos de fontes


superficiais. Se não há absorção no tubo, o nível de pressão sonora será o mesmo
em todas as posições ao longo do tubo.

Quando duas fontes são combinadas, deve ser realizada uma adição de
valores eficazes das fontes, ou adição de potências. Este procedimento consiste em
converter os níveis de pressão sonora em pressão sonora, somar estas pressões e
então convertê-las novamente para níveis de pressão sonora. A equação ilustra este
procedimento.

j_Y − jYY
lmn = 10 log [u
jaRw
Y (3.6)

Com p1 e p2 pressões sonoras de fontes distintas.

Quando as duas fontes sonoras são iguais, então p1=p2:

j_Y
lmn = 20 log Y + 3 [u
jaRw
(3.7)

3.2.4 Campos sonoros

Os campos sonoros podem ser classificados como campo próximo, campo


afastado, campo livre e campo reverberante.

O campo próximo caracteriza-se por uma região perto da fonte sonora, onde o
nível sonoro pode variar significativamente a partir de uma pequena oscilação do
microfone. No campo próximo, o campo sonoro é bastante complexo, significando que
a distribuição de nível de pressão sonora e de intensidade sonora são completamente
50

diferentes. Devem ser evitadas medições de nível de pressão sonora no campo


próximo.

No campo afastado, o campo sonoro e o nível de pressão sonora são mais


consistentes, com pouca variação quando há uma leve movimentação da posição de
medição. O campo afastado ainda divide-se em campo livre e campo reverberante.
Quando o nível de pressão sonora diminui 6 dB com o dobro da distância, então há
uma condição de campo livre.

Quando a posição de medição encontra-se próximo a limites, tais como


paredes e pisos, pode haver tanto reflexão de som quanto som direto, em tais campos,
a movimentação do microfone pode não causar significantes mudanças de nível de
pressão sonora, pois grande quantidade de pressão sonora é refletida. Esta situação
é chamada de campo sonoro difuso ou campo reverberante. A Figura 3.4 ilustra os
campos descritos.

Figura 3.4 - Campo sonoro em função da distância da fonte. (A) Campo próximo; (B) Campo
afastado; (C) Campo livre e (D) Campo reverberante.

Fonte: BISTAFA, 2011.

Um campo sonoro cuja velocidade de partícula está em fase com a pressão


sonora é chamado de campo sonoro ativo, constituindo a parte real de um campo
sonoro complexo. Nestes campos, toda a energia é transmitida e nenhuma é
absorvida, por exemplo, uma onda plana propagando-se em campo livre. Um Campo
onde a velocidade de partícula está 90º fora de fase com a pressão sonora, é chamado
campo reativo e constitui a parte imaginária de um campo sonoro complexo.

Quando uma fonte sonora é posicionada próximo a um limite, o nível de pressão


sonora rá aumentar. O índice de diretividade compara este nível de pressão sonora
com o nível de pressão sonora em campo livre. Quando a fonte é posicionada próxima
a uma parede, o índice de diretividade será correspondente a 3 dB, quando próximo
51

a duas corresponderá a 6 dB e quando próximo a três paredes, corresponderá a 9 dB


(Tabela 3.1).

Tabela 3.1 - Índices de diretividade.


Fator de Índice de
Posicionamento da fonte
diretividade diretividade
Campo livre 1 0 NPS = NPS
Próximo a uma placa plana 2 3 NPS = NPS+3 dB
Em uma união de dois planos 4 6 NPS = NPS+6 dB
Em uma união de três planos 8 9 NPS = NPS+9 dB
Fonte: SÖDERBACK, 2011.

3.2.5 Medição de som

3.2.5.1 Princípios básicos

Medidores de nível sonoro são equipamentos integrados com ponderações


normatizadas e parâmetros de medição normatizados. Tais medidores consistem de
um microfone, um pré-amplificador, detectores de nível RMS e detectores de pico.
Destaca-se que o detector de nível de pressão RMS é o mais relevante, pois indicará
a quantidade de energia ou potência no sinal sonoro.

Os medidores incorporam um ponderador temporal para reduzir as flutuações


do dispositivo indicador, uma vez que a forma de onda do ruído é irregular.

As constantes de tempo de respostas utilizadas em um ponderador temporal


podem ser rápida (fast), lenta (slow) ou de impacto. Um detector rápido responderá
muito mais rápido a variações do sinal do que um detector lento, entretanto após
algum tempo, ambos alcançarão o mesmo nível (RMS). Uma constante de tempo de
impacto facilitará o acompanhamento e mudanças de percurso de um sinal, sendo
tipicamente utilizada para rápidas mudanças de sinal. A constante de tempo lenta irá
suavizar o sinal, sendo tipicamente usada para sinais estacionários. Uma média de
tempo mais extensa minimizará os erros no sinal.

Os detectores de pico devem possuem circuitos de retenção com a finalidade


de manter o pico até que o sinal de um novo pico, maior que o anterior seja captado
pelo detector.
52

Figura 3.5 - Respostas de nível de pressão sonora com diferentes constantes de tempo de
resposta para um mesmo ruído de impacto. (R) rápido; (L) lento e (I) impacto.

Fonte: BISTAFA, 2011.

3.2.5.2 Nível de pressão sonora equivalente

O nível de pressão sonora equivalente (Leq) é o nível sonoro produzido por um


ruído estacionário que contém a mesma quantidade de energia que um nível sonoro
registrado durante um intervalo de tempo específico. Pode-se calcular o nível
equivalente através da equação:

1 \
yRS = 10 log U X 10z{(|)⁄_] [Z ^ [u
W ]
(3.8)

Sendo Lp o nível sonoro no instante t e T o intervalo de tempo de registro.

3.2.6 Percepção do som

A extensão audível do Sistema auditório humano está tipicamente situada entre


as faixas de frequência de 20 Hz a 20 kHz. Sons abaixo de 20 Hz são chamados infra-
sons e sons maiores que 20 kHz são ultra sons. Entretanto o campo auditório humano
é mais complicado do que simplesmente delimitar as frequências audíveis.

No chamado limiar da audição, os níveis de pressão sonora devem ser


relativamente altos, por exemplo em 20 Hz, antes do ouvido humano conseguir captar
este sinal, enquanto, por exemplo em 4 kHz o nível de pressão sonora não precisa
ser alto para que o ouvido consiga detectá-lo.
53

No outro extremo, o limiar da dor está em níveis em torno de 130 dB no alcance


de frequência total. Porém o risco de dano está em níveis de pressões mais baixos,
por exemplo, em 100 dB nas frequências de 2 a 3 kHz pode haver algum dano no
sistema auditivo. O alcance de frequências para música é mais largo e dinâmico nos
níveis de pressão sonora do que para a fala.

Informações mais detalhadas sobre a sensibilidade do sistema auditivo humano


podem ser obtidas a partir da análise das curvas de mesmo nível de audibilidade para
tons puros ou curvas isofônicas (Figura 3.6), as quais foram criadas com o intuito de
mensurar a subjetividade da intensidade dos sons.

De acordo com as curvas ouvir um tom puro de 1 kHz a um nível de pressão


sonora de 40 dB gerará uma impressão de 40 fones. Entretanto para ter a mesma
impressão dos 40 fones a uma frequência de 100 Hz, o nível de pressão sonora
deverá ser em torno de 50 dB. Portanto, o nível e energia sonora deve ser maior nas
baixas frequências para provocar o mesmo nível de audibilidade.

Figura 3.6 - Curvas Isofônicas.

Fonte - LONG, 2006.

As curvas de 40, 70 e 100 fones são as bases para a criação das curvas de
ponderação A, B e C (Figura 3.7), respectivamente. A curva de ponderação A é uma
aproximação da curva de 40 fones, normalizada em 0 dB a 1 kHz e invertida. A ideia
54

das diferentes curvas de ponderação é o uso da curva A para baixos níveis de pressão
sonora, B para níveis médios de pressão sonora e C para os níveis mais altos.

Figura 3.7 - Curvas de ponderação em frequência.

Fonte: LONG, 2006.

A curva de ponderação A será utilizada para as medições, pois representa


melhor a sensibilidade do ouvido humano. A ponderação A subestima os níveis de
pressão sonora a baixa frequência.

3.2.7 Coeficientes de reflexão e transmissão

Quando ondas sonoras interagem com algum material, a energia contida na


onda incidente é refletida, transmitida e absorvida pelo material. A equação 3.9 mostra
o balanço de energia e a Figura 3.8 ilustra a interação entre onda sonora e superfície.

~• = ~a + ~| + ~€ (3.9)

Figura 3.8 - Interação entre a onda sonora e a superfície.

Fonte: Long, 2006.


55

De acordo com Long (2006), a análise envolve apenas as interações na


superfície do material, com as diferenças entre absorção e transmissão irrelevantes.
Ambos os mecanismos são absortivos, do ponto de vista do lado incidente, pois a
energia não é refletida. Assim, a energia refletida pode ser calculada em termos do
coeficiente de absorção e da energia incidente:

~a = (1 − •‚ )~• (3.10)

O coeficiente de absorção sonora geralmente utilizado é obtido


experimentalmente em uma câmara reverberante, sendo denominado de coeficiente
de absorção sonora de Sabine (BISTAFA, 2011). A absorção sonora, além do
coeficiente, depende da área da superfície. Em um recinto, as superfícies podem ser
compostas de diferentes materiais, cada um deles com diferentes coeficientes de
absorção sonora, pode-se então calcular o coeficiente de absorção sonora médio a
partir da expressão:

„c…†.aR‡•ˆ|‰ ∑ˆ•‹_ •• n•
•ƒ = = ˆ
n|‰|€Š ∑•‹_ n•
(3.11)

Sendo ASup. recinto a absorção sonora das superfícies do recinto, αi o coeficiente


de absorção sonora da i-ésima superfície com área S e n o número de superfícies
consideradas.

Segundo Cardoso (2010), o coeficiente de absorção sonora é um dos principais


dados de entrada em programas comerciais da área de acústica, tais como Raynoise
e Odeon. Estes programas possuem uma biblioteca com os valores do coeficiente de
absorção sonora para diversos materiais, normalmente em bandas de oitava. No
Brasil, a norma ABNT NBR 12179:1992 – Tratamento acústico de recintos fechados,
fornece em seu anexo valores do referido índice para vários materiais comuns e
materiais apropriados para tratamento acústico.

3.2.8 Intensidade Sonora

Um parâmetro importante a ser definido em acústica é a intensidade, a qual é


definida como a quantidade de energia passando por uma área em um determinado
intervalo de tempo (Figura 3.9).
56

Figura 3.9 - A Intensidade, I, de uma onda plana é a potência, W, passando por uma área, S, em
uma direção normal ao plano da área.

Fonte: Long, 2006.

A intensidade máxima é obtida quando a direção de propagação coincide com


a normal à superfície do plano, cujo ângulo de incidência ϴ = 0º.


Œ= • ⁄ŽY
n
(3.12)

Sendo I a intensidade sonora máxima, W a potência sonora (W) e S a área


(m²).

O sistema auditivo humano detecta de qual direção chega o som pois o percebe
pelos dois ouvidos com um pequeno instante de diferença. A partir deste princípio, a
sonda de intensidade sonora consiste de dois microfones, possibilitando a detecção
do nível sonoro de ambas as direções. Uma sonda de intensidade sonora possui
padrão de sensibilidade de diretividade cossenoidal, como ilustrado na Figura 3.10.

Figura 3.10 - Diretividade de uma sonda de intensidade sonora.

Fonte: SÖDERBACH, 2009.


57

A intensidade sonora é utilizada para determinação do nível de potência sonora


(NWS), havendo várias normas para a determinação do NWS. Uma das
características da medição da intensidade sonora é a não sensibilidade ao ruído de
fundo.

3.2.9 Nível de potência sonora (NWS)

A força de uma fonte sonora é caracterizada por seu nível de potência sonora,
dada em Watts. Assim como o nível de pressão sonora, a potência sonora audível
varia amplamente, sendo conveniente expressá-la em termos de níveis, cujo nível de
referência equivale a W0 = 10-12 Watts:


l•n = 10 log [u
•]
(3.13)

O nível de potência sonora (NWS) é relacionado com o nível de pressão sonora


pela equação 3.14:

lmn = l•n − 10 log n (3.14)

3.2.10 Medição da intensidade sonora para determinação do nível de potência


sonora (NWS)

A intensidade em uma onda plana é dada por:

Œ = j• (3.15)

Sendo I a intensidade sonora em W/m², p a pressão acústica em Pa e • a


velocidade de partícula em m/s (LONG, 2006).

O vetor intensidade sonora pode ser mensurado a partir do gradiente de


pressão, entretanto medições diretas da velocidade de partícula são difíceis. Assim, a
pressão pode ser mensurada utilizando dois microfones espaçados por uma distância
pequena (Figura 3.11), portanto a mudança de pressão ou gradiente de pressão pode
ser obtido.
58

Figura 3.11 - a) Sonda para medição de intensidade sonora fabricada pela Bruel &
Kajaer. b) Desenho esquemático da sonda.

Fonte: a) Jacobsen, 2011; b) Long, 2006.

A razão é baseada na segunda lei de Newton em uma direção. Igualando a


derivada espacial da pressão acústica ([j/[‘ em Pa) ao produto da densidade do
fluido (ρ0 em kg/m³) pela derivada temporal da velocidade de partícula ([•/[Z em m/s),
obtém-se a equação fluido dinâmica de Euler.

[j [•
= −’]
[‘ [Z
(3.16)

Esta equação relaciona a diferença de pressão que passa por uma fatia do
fluido a uma aceleração da fatia de fluido que é proporcional à massa. A intensidade
é então calculada integrando a equação 3.16 para a velocidade de partícula.

1
•=− X(j€ − j“ )
’] ∆‘
(3.17)

Obtém-se multiplicando a pressão e a velocidade de partícula.

j€ + j“
Œ(”) = j•(”) = − X(j€ − j“ )
2’] ∆‘
(3.18)

Com I(ϴ) a intensidade acústica em uma dada direção (W/m²), p a pressão


acústica, medida entre dois pontos a e b que são parte de ∆‘ (mQ), •(•) é a velocidade
de partícula acústica em uma dada direção (m/s) e ρ0 é a densidade do fluido (kg/m³).
59

Como a intensidade é um vetor, a magnitude dependerá da direção na qual o


microfone é orientado. Dessa forma, a intensidade pode ser utilizada para obtenção
da localização bem como da potência da fonte sonora.

Segundo Fahy (1995), a potência sonora líquida (Ws) pode ser determinada
integrando-se a intensidade sonora (Ir) normal à uma superfície (S) que envolve a
fonte:

•c = X Œa n (3.19)
c

Entretanto, na prática é impossível implementar a equação 3.19, por isto utiliza-


se o valor médio da área de medição, baseado em dados discretos e contínuos que
produzem variáveis estatísticas. Devido a este fato, foram desenvolvidas três técnicas
de amostragem da intensidade sonora: o método dos pontos discretos, o método da
varredura e o método da precisão por varredura.

3.2.10.1 Método dos pontos discretos

A amostragem do campo de intensidade acústica é feita com a sonda de


intensimetria posicionada nos pontos centrais de áreas predeterminadas para a
aquisição da intensidade sonora (Figura 3.12). As medições dos pontos devem estar
de acordo com a norma ISO 9614-1, a qual apresenta critérios considerando
determinados graus de incerteza: grau 1 para precisão, grau 2 para engenharia e grau
3 para avaliação (CARDOSO, 2010).

Figura 3.12 - Técnica dos pontos discretos utilizada para medição de intensidade sonora.

Fonte: Crocker e Arenas, 2003.


60

Para descrever a potência sonora de uma superfície utilizando medições


discretas, reescreve-se a equação 3.19:

m• = Œˆ• n• (3.20)

Sendo m• a potência acústica parcial para o ponto , Œˆ• o módulo da


componente normal da intensidade sonora na posição i sobre a superfície de medição
e Si é a área do segmento .

Pode-se então calcular o NWS da fonte em cada banda de oitava de acordo


com a expressão:

m•
ˆ

l•n = 10 –— ˜
m]
(3.21)
•‹_

Sendo n o número total de seguimentos e posições das medidas e P0 a potência


sonora de referência igual a 10-12 W.

3.2.10.2 Medições por varredura

Nas medições feitas pelo método da varredura, a sonda é movimentada por um


caminho pré-determinado sobre a superfície em estudo, sendo implementada uma
média espacial e temporal. Devem ser realizadas duas varreduras ortogonais entre si
em cada superfícies com velocidades entre 0,1 m/s a 0,5 m/s, no tempo mínimo de 20
s (Figura 3.13).

A determinação da potência sonora é descrita por duas normas, a ISO 9614-2


e a ISO 9614-3. A primeira apresenta critérios para medição com graus de incerteza
para engenharia e avaliação, enquanto a segunda apresenta critérios para resultados
com incerteza de grau de precisão.

O cálculo da potência sonora utiliza a equação 3.22, porém com médias


espaciais e temporais:

m• = ™Œˆ• šn• (3.22)

Com a média temporal e espacial dos dois caminhos de medição da


intensidade sonora normal ™Œˆ• š, medida no elementos i da superfície de medição,
dada como ™Œˆ• š = ™Œˆ• (1)š + ™Œˆ• (2)š /2, tal que ™Œˆ• (1)š é uma média temporal e
61

espacial da intensidade sonora no primeiro caminho mensurado e ™Œˆ• (2)š é a média


temporal e espacial da intensidade sonora no segundo caminho mensurado.

Figura 3.13 - Medição de intensidade sonora utilizando a técnica da varredura.

Fonte: Crocker e Arenas, 2003.

O NWS para cada banda de oitava é dado pela equação 3.23, sendo › o
número total de elementos de medição.

m•
ˆ

l•n = 10 –— œ˜ œ [u
m]
(3.23)
•‹_

3.2.10.3 Espaçamento entre microfones

O alcance das bandas de frequência geralmente exigem diversos


espaçamentos entre microfones em sondas de intensidade, cobrindo assim toda a
faixa de interesse (Figura 3.14). Tais medidas tendem a melhorar a qualidade dos
ensaios, diminuindo o erro de diferença de fase e ampliando a capacidade dinâmica
do sistema de medição.

No entanto, estas melhorias limitam-se as bandas de baixa frequência, pois


provoca simultaneamente o erro de diferença de finita, prejudicando os ensaios em
alta frequência

Uma maior distância entre microfones também implica em erros de campo


próximo, os quais podem ser significantes para distâncias entre os microfones e para
a superfície de medição 2 ou 3 vezes menores que as distâncias entre os microfones.
62

Figura 3.14 - Limites das bandas de frequências de medição com exatidão de 1 dB.

Fonte: GADE, 1986 apud SOUZA, 2003.

3.3 MÉTODOS NUMÉRICOS APLICADOS AO CAMPO ACÚSTICO

Atualmente há métodos sofisticados a análise e predição do comportamento do


campo sonoro. Tratam-se de métodos baseados em teoria de análise modal, análise
estatística de energia e acústica geométrica. Esta última apresenta-se como a teoria
mais utilizada para as simulações por computador em acústica de salas por sua
intuitividade e analogia com a ótica (SOUZA, 1997).

3.3.1 Método da fonte imagem especular (Mirror Image Source Method – MISM)

Como comentado no capítulo 2, no método da fonte imagem especular,


assume-se que o som se propaga como um raio, comportando-se como uma onda
plana e ainda considerando atenuação devido a divergência esférica.

Fontes de imagem especular virtuais são utilizadas para traçar os caminhos de


reflexão sonora do receptor R para a fonte F, determinando fontes imagem de primeira
ordem (Figura 3.15) e de ordens superiores (Figura 3.16). A contribuição energética
de cada fonte imagem é computada levando-se em conta a distância percorrida e as
atenuações ocorridas em cada reflexão.
63

3.3.2 Método do traçado de raios acústicos (Ray-Tracing Method – RTM)

O método do traçado de raios considera que a energia emitida pela fonte


sonora é distribuída igualmente entre um número discreto de raios, que, conforme o
algoritmo, pode ser emitido de forma determinística ou aleatória. Cada raio viaja a
velocidade do som e colide com as superfícies e obstáculos, nos quais é refletido de
acordo com a lei de reflexão especular. O nível de energia de cada raio diminui com
as reflexões nas superfícies e com a absorção do ar, quando o nível de energia do
raio não for mais representativa, a propagação do raio é interrompida.

Figura 3.15 - Caminhos de reflexão de primeira ordem em salas retangulares.

Fonte: SOUZA (1997).

Figura 3.16 - Fonte imagem de terceira ordem.

Fonte: SOUZA (1997).


64

O número de raios cruzando o receptor e a contribuição de energia destes raios


determina o nível de pressão sonora. Ainda são computadas perdas devido a
divergência esférica pela crescente separação entre os raios enquanto eles se
afastam da fonte com o passar do tempo.

Dentre as limitações do método, todos os possíveis percursos entre fonte e


receptor podem não ser encontrados, a possibilidade de se criarem falsos percursos
ou percorrerem o mesmo percurso mais de uma vez.

Figura 3.17 - Traçado de raio acústico da fonte ao receptor.

Fonte: MORAES (2007)

3.3.3 Frequência de Corte de Schroeder

Quando a teoria de raios acústicos é aplicada, os resultados são válidos a partir


da frequência de Schroeder, de acordo com a equação 3.24, sendo TR o tempo de
reverberação em segundos e V o volume da sala em metros cúbicos (BISTAFA, 2006).

Wr
•c = 2000k
ž
(3.24)

Segundo Long (2006), isto acontece porque a transição entre o modelo modal
e o modelo estatístico ocorre dentro de um espaçamento modal, os quais possuem
pelo menos três modos dentro de um modo de banda de meia potência.

A frequência de Schroeder permite então a divisão do comportamento de uma


sala em regiões, de acordo com o NPS e a frequência, conforme a Figura 3.18. Assim,
em salas pequenas, um modelo estatístico só pode ser usado em frequências
relativamente altas.
65

Figura 3.18 - Resposta de uma sala em estado estacionário.

Fonte: LONG (2006) – modificada.

3.4 MÉTODO DE ELEMENTOS FINITOS APLICADOS A ANÁLISE MODAL.

O desenvolvimento de técnicas numéricas vem mudando a forma com a qual


os problemas de engenharia são abordados, possibilitando a solução de problemas
complexos com alto grau de precisão e confiabilidade em relação à soluções
analíticas.

O método mais utilizado na engenharia é o Método dos Elementos Finitos


(MEF). Nesta abordagem numérica o problema sob investigação é dividido em
pequenos segmentos de geométrica simples e básica, processo conhecido como
discretização. Cada uma destas partes é chamado de elemento. Quando todos estes
elementos são agrupados juntos por meio de pontos chamados nós, tem-se a malha
(COOK, 1995). Isto é melhor exemplificado pela Figura 3.19.

Figura 3.19 - Malha utilizada no MEF e seus principais componentes.

Fonte: COOK, 1995.


66

O modelo utilizado para a análise dinâmica, em especial para o cálculo dos


modos de vibração, requer um maior número de elementos e uma melhor organização
destes elementos.

Na análise dinâmica com elementos finitos, a massa distribuída de cada


elemento é ordenada para os nós dos elementos; o mesmo processo e realizado com
as propriedades de rigidez e amortecimento dos elementos entre os nós. Este
processo gera uma matriz com as massas pontuais nos nós. Desta forma, é possível
calcular os deslocamentos, velocidades e acelerações representados na equação
3.25.

Ÿ ? + ¡ > + ¢ = £(Z) (3.25)

Sendo F(t) uma força arbitrária atuante sobre o corpo. Visando generalizar a
equação 3.25 para mais graus de liberdade, considera-se o sistema completo com n
massas acopladas. Tal consideração permite estender a equação 3.25 na forma
matricial a seguir.

Ÿc $ ? % + ¡c $ > % + ¢c $ % = $£c (Z)% (3.26)

Na qual Ÿc é a matriz inercial da estrutura, também chamada de matriz de


massa, ¡c é a matriz de amortecimento e ¢c é a matriz de rigidez. $ ? %, $ > % e $ %
representam os vetores de aceleração, velocidade e deslocamento respectivamente.
Por último, $£c (Z)% é o vetor de excitação do sistema.

Para um sistema de vibração livre, $£c (Z)% e ¡c são iguais a zero, logo
considerando a equação 3.26 como um problema de autovalor, temos:

• (Z) = `• W(Z), = 1, 2, 3, … . , › (3.26)

Onde X ¦ é o vetor de máxima amplitude dos graus de liberdade do sistema e T(t)


é uma função do tempo (t). Assim, a equação 3.25 pode ser escrita como:

Ÿc `©W?(Z) + ¢c `©W(Z) = 0 (3.27)

Tal equação pode ser escrita de forma escalar com equações separadas:
67

ˆ ˆ

ª˜ Ÿc •« `« ¬ W? (Z) + ª˜ ¢c •« `« ¬ W (Z) = 0, = 1,2,3, … , ›


(3.28)

«‹_ «‹_

Obtém-se portanto a seguinte relação:

W?(Z) -∑«‹_ Ÿc •« `« ®
ˆ
− = = ¯Y , = 1,2,3, … , ›
(3.29)
W(Z) -∑ˆ ¢ ` ®
«‹_ c •« «

Tomando o lado direito da equação como uma constante ¯², tem-se que:

W?(Z) + ¯Y W(Z ) = 0 e (3.30)

¢c − ¯Y Ÿc `© = 0 (3.31)

Na qual a solução será:

W(Z) = `_ cos( ¯Z + ³) (3.32)

Sendo ¡_ a amplitude e ³ o ângulo de fase. É necessário perceber que ¯ não pode


assumir valores arbitrários, tendo que satisfazer a equação de autovalor mostrada na
Equação 3.31. Para a solução não trivial da equação acima tem-se:

∆= | ¢c − ¯Y Ÿc | = 0 (3.33)

Sendo ¯Y o autovalor e ¯ a frequência natural do sistema.

Resumidamente a solução para um problema de vibração livre em uma


estrutura é função das equações de movimento, bem como as condições de contorno
aplicadas à ela. A solução providencia autovalores correspondentes às frequências
características da estrutura e autovetores correspondentes aos modos ortogonais de
vibração, onde cada frequência natural possui um modo normal de vibração
associado. Obter informações sobre o modo normal de uma estrutura é o primeiro
passo para avaliar seu comportamento dinâmico sob ação de condições de contorno.
Quando se estende estas equações para estruturas grandes e complexas surge um
grande número de equações diferenciais que só podem ser solucionadas por métodos
numéricos detalhados nos capítulos seguintes.
68

3.4.1 Interação fluido estrutura

Considerando a influência do fluido sobre a vibração estrutural, o sistema deve


ser tratado como problema de interação fluido-estrutura. Nesse caso as equações
dinâmicas devem ser acopladas a equações do fluido (LIANG at al, 2007).

No caso de interação entre água e estrutura, o comportamento do fluido pode


ser descrito pela equação da onda acústica ou equação de Helmholtz (eq. 3.34).

1 · Ym
∇m = Y Y
Y
¶ ·Z
(3.34)

Sendo m a pressão do fluido, c a velocidade do som meio fluido, t o tempo e ∇Y o


operador laplaciano. Para obter a equação 3.34, derivada da equação de Navier-
Stokes e da equação da continuidade, devem-se assumir as seguintes hipóteses:

• O fluido é ligeiramente compressível (há pequenas mudanças de densidade


devido a variação de pressões);
• O fluido não é viscoso (não há dissipação viscosa);
• O escoamento é irrotacional;
• Não há escoamento médio do fluido;
• Mudanças na densidade média e na pressão em diferentes áreas do fluido
permanecem iguais.

Em problemas de interação fluido-estrutura, as equações 3.34 e 3.26 devem


ser consideradas simultaneamente.

A equação de Helmholtz pode ser reescrita na forma matricial pela introdução


de um operador matricial $y% e a equação 3.34 pode ser reescrita da seguinte forma:

1 · Ym
− $y%\ ($y%m) = 0
¶ Y ·Z Y
(3.35)

Aplica-se o método de Galerkin (BATHE, 1996) para obter os elementos das


matrizes e, após discretização, multiplica-se por uma mudança de pressão virtual e
integra-se em relação ao volume do domínio.

1 ·Ym
X ¸m [(•– ) + X ($y%\ ¸m)($¸%m)[(•– ) = X $›%\ ¸m($¸%m)[(n)
¶ ·Z
(3.36)
Y Y
¹‰Š ¹‰Š º
69

Sendo •– o volume do domínio, ¸m = ¸m(‘, », ¼, Z) a mudança virtual de pressão, S a


superfície na qual a derivada da pressão normal à superfície é aplicada e $›% um vetor
unitário normal à interface.

A equação que rege a interação fluido-estrutura é derivada da equação da


continuidade na interface, portanto, o deslocamento normal da estrutura deve ser
idêntica ao deslocamento de fluido. Portanto, a equação da quantidade de movimento
do fluido fornece a relação mostrada na equação 3.37, o qual relaciona o gradiente de
pressão normal do fluido e a aceleração normal da estrutura na interface S.

·Y¾
$›% ∙ $∇m% = −’] $›% ∙ Y
·Z
(3.37)

Sendo ¾ o vetor deslocamento da estrutura na interface, ’] a densidade média do


fluido. Com o intuito de contabilizar a dissipação de energia.nos limites do fluido,
soma-se o termo de dissipação as condições de contorno sem perdas:

·Y¾ À 1 ·m
$›% ∙ $∇m% = −’] $›% ∙ −¿ Á
·Z ¶ ¶ ·Z
(3.38)
Y

Sendo À = Â⁄’] ¶ o coeficiente de absorção não linear no limite do fluido e  a


impedância característica do fluido.

Substituindo a equação 3.38 na equação 3.36:

1 ·Ym
X ¸m [(•– ) + X ($y%\ ¸m)($¸%m)[(•– )
¶ ·Z
(3.39)
Y Y
¹‰Š ¹‰Š

·Y À ·m
= − X ’] ¸m$›%\ à ¾Ä [(n) − X ¸m [(n)
º ·Z Y
º ¶ ·Z

Nesta equação, as incógnitas são a pressão do fluido m e o deslocamento estrutural


¾. As funções de forma para a variação espacial das pressões e das componentes
dos deslocamentos são dadas por:

m = 5l† 7 $j%
\ (3.40)

¾ = $l… %\ $ % (3.41)
70

Sendo 5l† 7 a função de forma de elemento da pressão e $l… % a função de forma de


elemento para os deslocamentos, $j% o vetor de pressão nodal, e $ % = $ Å %, 5 Æ 7, $ Ç %,

os vetores de deslocamento nodal. Substituindo as equações 3.40 e 3.41 na equação


3.39, obtém-se a equação de Helmholtz para elementos finitos:

1
X ¸$¸j%\ 5l† 75l† 7 [(•– )$j? % + X $¸j%\ u u [(•– )$j%
\ \
¹‰Š ¶
(3.42)
Y
¹‰Š

+ X ’] ¸$¸j%\ 5l† 7$›%\ $l… %\ [ (n)$ ? %


º

À
+X $¸j%\ 5l† 75l† 7 [ (n)$j> % = 0
\

º ¶

Sendo u = 5l† 75l† 7 , e $›% normal a interface do fluido.


\

$¸j% é uma variação virtual na pressão nodal, arbitrariamente introduzida, a


qual é fatorada na equação 3.42. A equação 3.42 pode ser escrita em notação
matricial para a obtenção da equação de Helmholtz discretizada:

Ÿw $j? % + ¡w $j> % + ¢w $j% = £cw (3.43)

Sendo:

Ÿw = ‡ È É¹‰Š 5l† 75l† 7 [(•– ) a matriz de massa equivalente do fluido;


_ \

¡w = ‡ ɺ 5l† 75l† 7 [(n) a matriz de amortecimento equivalente do fluido;


Ê \

¢w = ɹ‰Š u \
u [(•– ) a matriz de rigidez equivalente do fluido; e

5£cw 7 = −’] ɹ‰Š 5l† 7$›%\ 5l† 7 [(n)$ ? % o carregamento no fluido produzido pelo
\

deslocamento da estrutura na interface.

Estabelecendo Ë como a matriz de acoplamento da área da superfície efetiva


associada com cada nó da interface fluido-estrutura:

Ë = X $l… %5l† 7 $›%[(n)


\ (3.44)
º

Reescrevendo o carregamento do fluido na interface:


71

5£cw 7 = −’] Ë \ $ ? % (3.45)

Considerando a pressão do fluido agindo na interface, a equação 3.26 toma a forma:

Ÿc $ ? % + ¡c $ > % + ¢c $ % = $£c % + 5£cw 7 (3.46)

Sendo 5£cw 7 o vetor de carga de pressão do fluido na interface, o qual pode ser obtido
integrando a pressão ao longo da área da interface fluido-estrutura.

5£cw 7 = X $l… %m$›% [(n) = X $l… %5l† 7 $›%[(n)$j% = Ë $j%


\ (3.47)
º º

A expressão de elementos finitos para o problema de interação fluido-estrutura


é obtida quando as equações 3.45 e 3.47 são substituídas nas equações 3.43 e 3.46:

Ÿc 0 $ ?% ¡c 0 $ >% ¢c ¢cw $ % 5£ 7
U ^Ì Í + U ^Ì Í + U ^ Ì Í = Î cw Ï
Ÿcw Ÿw $j? % 0 ¡w $j> % $j% $0%
(3.48)
0 ¢w

Sendo Ÿcw = ’] Ë \
a matriz de massa equivalente do acoplamento e a matriz de
rigidez equivalente do acoplamento definida como ¢cw = − Ë .

Em um problema de interação fluido-estrutura, os elementos fluidos são as


matrizes com os índices • adicionadas as matrizes de acoplamento ’] Ë \
e Ë,
enquanto que as matrizes com o índice Ð são geradas pelas pelos elementos
estruturais do modelo.

3.4.2 Métodos de solução

Um método de solução de problemas de autovalores e autovetores apropriado


para geometrias complexas é o algoritmo Block Lanczos, sendo eficiente para efetuar
análises modais de forma rápida. Outras vantagens do algoritmo são a eficiente
extração de uma ampla gama de modos, mesmo em modelos complexos, além de
manipular bem modos de corpo rígido.

O método, o qual é sucessor do algoritmo Lanczos, consiste na iteração de um


bloco de vetores, ao invés de um simples vetor. Assim, produzindo um bloco de matriz
tridiagonal ao invés de uma matriz tridiagonal.
72

3.5 RUÍDO E VIBRAÇÕES DO PONTO DE VISTA DO CORPO HUMANO

A questão do conforto a bordo de embarcações tem grande importância, uma


vez que os passageiros a bordo estão expostos a uma série de fatores que influenciam
no conforto, alguns destes estão relacionados aos níveis de ruído e vibração. Os
sistemas e equipamentos navais quando em funcionamento provocam, em maior ou
menor grau, efeitos acústicos e vibratórios no corpo humano, o qual pode apresentar
reações fisiológicas com consequências danosas.

3.5.1 Comportamento do corpo humano quando exposto a vibrações

Em embarcações, os passageiros estão sujeitos à vibração de corpo inteiro


(VCI), qual seja, quando a energia mecânica é transmitida ao corpo de quem está
sentado ou em pé sobre uma base vibratória. A diretiva 2002/44/CE do parlamento
europeu e do conselho, de 25 de junho de 2002 define vibração de corpo inteiro como
“vibrações mecânicas que, quando transmitidas a todo o organismo, implicam risco à
saúde e à segurança dos trabalhadores, em especial patologia da região lombar e
lesões na coluna lombar”.

Consequências de exposição a vibração diária no local de trabalho podem levar


a modificações fisiológicas tais como hérnias e lombalgias. Os efeitos podem ser
divididos em duas categorias de acordo com as classes frequências correspondentes,
como mostrados na Tabela 3.2 (QUINTAS, 2009).

Tabela 3.2 - categorias de efeitos de vibração no corpo humano segundo classes de


frequências.
Vibrações de baixas e médias frequências
Acelerações de muito baixa frequências
(de alguns Hertz a algumas dezenas de
(inferiores a 1 Hz):
Hertz):
− Variações de aceleração no aparelho − Patologias diversas ao nível da coluna
vestibular do ouvido, manifestando-se vertebral;
por náuseas e vômitos − Alterações do aparelho digestivo:
hemorroidas, dores abdominais e
constipação;
− Patologias diversas ao nível da coluna
vertebral;
− Perturbações da visão, da função
respiratória e da função cardiovascular;
− Inibição de reflexos.
Fonte: Quintas, 2009.

É importante notar que o corpo humano é uma estrutura biomecânica


complexa, portanto os efeitos a sensibilidade à vibração dependem de diversos
73

fatores como postura, tensão muscular, frequência, amplitude e direção da vibração,


duração e dose da exposição. Além disso, mediante algumas condições do corpo
humano, há algumas incertezas quanto a considera-lo como uma estrutura
biomecânica tais como: a assimetria do corpo humano, a sensibilidade às diferentes
gamas de frequência de cada parte do corpo e a variação de resposta à vibração de
indivíduo para indivíduo.

Em um esforço para simular a resposta biomecânica à vibração Von Gierke e


Brammer (1996), Duarte, Misael e Filho (2002) desenvolveram trabalhos a fim de
determinar as frequências naturais de várias partes do corpo humano, cujo modelo
idealizado pode ser visto na Figura 3.20:

Os fatores que influenciam a resposta humana a vibrações podem ser


relacionados como intrínsecos ao próprio movimento ou extrínsecos, estes estão
relacionados as características congênitas de cada indivíduo. Na primeira categoria
há quatro variáveis a serem consideradas: a severidade, a direção, a duração e o
conteúdo em frequência da vibração. Já a segunda categoria é representada pela
sensibilidade de cada organismo quando exposto à vibração (MARGARIDO, 2013).
Na Tabela 3.3 são listadas as variáveis intrínsecas e extrínsecas:

Figura 3.20 - Modelo biomecânico das frequências naturais de distintas partes do corpo
humano.

Fonte: Duarte, Misael e Filho, 2002.


74

Tabela 3.3: Fatores que influenciam na resposta humana à vibrações.

Variáveis Intrínsecas
Variáveis da vibração Outras variáveis
− Direção e/ou combinações de direções; − Outros fatores adversos (ruído,
− Frequência e/ou combinações de temperatura, etc.);
frequências; − Dinâmica do assento (no caso de
− Magnitude e/ou combinações de posição sentada).
magnitudes;
− Duração e/ou combinações de durações;
− Posição de entrada da vibração e/ou
combinações de posições.
Variáveis Extrínsecas
Variabilidade Intra-subjetiva Variabilidade Inter-subjetiva
− Postura corporal; − Tamanho e peso corporais;
− Posição corporal; − Resposta dinâmica corporal;
− Orientação corporal (sentado, em pé ou − Idade;
deitado). − Gênero;
− Experiência, expectativa e atitude;
personalidade;
− Estado físico (fitness).
Fonte: MARGARIDO, 2013.

As vibrações no corpo humano devem ser medidas nas coordenadas vertical e


horizontal. Este procedimento deve-se ao fato das respostas biodinâmicas serem
diferentes nos componentes vertical e horizontal. Na direção vertical o corpo humano
é mais sensível a frequências entre 4 Hz e 10 Hz, enquanto que na direção horizontal
esta sensibilidade é mais acentuada em frequências entre 0,5 Hz e 2 Hz. Devido à
variabilidade de frequências e a subjetividade da sensação humana, há a necessidade
do uso de curvas de ponderação, consoante às direções de vibração, para avaliação
do grau de severidade no corpo humano (MARGARIDO, 2013).

3.5.2 Comportamento do corpo humano quando exposto a ruídos

Segundo Long (2006), níveis de pressão sonora acima de 120 dB produzem


dor física ao ouvido humano. A dor é causada pela incapacidade humana de proteção
do ouvido contra níveis de som de aproximadamente 80 dB acima do limiar da
audição. A exposição a altos níveis de ruído causa danos as células ciliadas da cóclea,
resultando em perda da acuidade auditiva.

Caso a exposição ao ruído seja curto, seguido de um longo período de silêncio,


a perda de audição pode ser temporária e é chamada de mudança temporária de
limiar (do inglês temporary threshold shift), sendo uma experiência comum.
Entretanto, se o alto nível de ruído persistir ou se ocorrer exposição repedida ao longo
75

do tempo, a audição não retorna ao seu limiar original. Esta condição é chamada de
mudança de limiar permanente (do inglês permanente threshold shift). Os danos
ocorrem as células ciliares da cóclea, sendo o processo geralmente gradual,
ocorrendo em várias frequências, especialmente no limite superior das bandas de
frequência da fala. Tal perda inibe a habilidade de comunicação com o aumento da
idade (LONG, 2006).
76

4. OBJETO DE INVESTIGAÇÃO – LANCHA ESCOLAR GRANDE (LEG)

Basicamente o objetivo da pesquisa é analisar as características vibro-


acústicas da embarcação Lancha Escolar Grande (LEG). A amostragem utilizada para
as análises consiste de uma lancha proveniente de uma série de 200 lanchas
fabricadas para atender ao Programa Caminho da Escola do Ministério da Educação.

4.1 VISÃO GERAL

As lanchas grandes possuem como características principais os dados


apresentados na Tabela 4.1 e o arranjo geral podem ser visualizado nas Figura 4.1 a
Figura 4.4:
Figura 4.1 - Perfil longitudinal da lancha LEG.

Fonte – Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE).

Figura 4.2 - Corte longitudinal na linha de centro.

Fonte – Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE).


77

Figura 4.3 - Vista do superior do convés principal.

Fonte – Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE).

Figura 4.4 - LEG, vista frontal (a) e corte transversal (b).

Fonte – Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE).

Tabela 4.1 - características principais da Lancha Escolar Grande - LEG.

Características Dimensões
Comprimento Total 11,00 m
Comprimento entre perpendiculares 11,00 m
Boca moldada 2,55 m
Pontal moldado 1,40 m
Calado de projeto 0,67 m
Capacidade 33 passageiros + 1 tripulante
Fonte – Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE).

4.2 CASCO

As chapas do casco e suas estruturas são fabricadas utilizando o aço COR


500, uma variação das ligas ASTM A242 e ASTM A588, variedades de aços de alta
resistência e baixa liga, patináveis (ou aclimatáveis), de alta resistência à corrosão
78

atmosférica (BROCKENBROUGH & MERRITT, 2011), em detrimento do alumínio


(material que, por ser leve, é comumente utilizado na construção de lanchas) do aço
naval, o ABS AH32 ou do aço estrutural ASTM A 36.

A grande resistência à corrosão do aço patinável deve-se ao mecanismo de


oxidação passiva. Este material, quando exposto ao ambiente sem nenhum tipo de
cobertura protetiva (pintura), desenvolve um filme de óxido de ferro formando uma
barreira natural contra a oxidação do material abaixo do filme. Este processo é similar
à proteção do alumínio contra a corrosão.

O tipo de cavernamento utilizado é o longitudinal, com estrutura terciária


basicamente constituída por perfis do tipo barra chata de 50 mm x 4,76 mm e a
estrutura secundária provida por hastilhas com espessura de 4,76 mm e cavernas de
100 mm x 4,76 mm. As chapas do costado e fundo possuem espessuras de 3,18 mm
e a espessura da chapa da quilha 4,76 mm. A Tabela 4.2 evidencia os tipos de perfis
utilizados:

Tabela 4.2 - Elementos estruturais utilizados na fabricação da lancha LEM.


Característica Dimensão
Cavernamento Longitudinal
Longarinas 50 mm x 4,76 mm
Cavernas 100 mm x 4,76 mm
Hastilhas 4,76 mm
Chapa do costado 3,18 mm
Chapa do fundo 3,18 mm
Quilha 4,76 mm
Fonte – Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE).

4.3 CASARIA

Além do casco, a lancha apresenta uma casaria fabricada em material


compósito, que pode ser analisada em duas partes distintas: piso interno e
revestimento dos bordos e a capota.

O piso interno e o revestimento dos bordos da embarcação são fabricados em


sanduíche de fibra de vidro, sendo o piso estruturado com compensado naval de 10
mm de espessura. A capota é construída em sanduíche de fibra de vidro, com
materiais de núcleo colmeia (honeycomb) e espessura média de 20 mm.
79

Um importante item presente na embarcação é uma clausura do motor,


construída em fibra de vidro e forrado interiormente por uma espuma para isolamento
acústico de 50 mm de espessura (Figura 4.5 e 4.6)

Figura 4.5 - Interior da LEG com indicação da clausura utilizada.

Fonte – Autoria Pessoal.

Figura 4.6 - Material utilizado como isolamento acústico da clausura.

Fonte – Autoria Pessoal.

4.4 SISTEMA PROPULSIVO

A lancha LEG possui um motor diesel de centro com potência de 110 cv a 2500
rpm com seis cilindros em linha e injeção direta. A Tabela 4.3 apresenta os dados do
motor:
80

Tabela 4.3 - Dados do motor MWM utilizado na LEG.


Configuração 6 cilindros em linha
Válvulas/ Cilindro 2
Cilindrada 5,88 litros
Diâmetro x Curso 102 x 120 mm
Potência Contínua 110 cv (81 kW) @ 2500 rpm
Torque contínuo 330,3 Nm
Potência intermitente 120 cv (88 kW) @ 2500 rpm
Torque intermitente 356,7 Nm
Peso seco 512 kg
Dimensões (A x C x L) 860 x 1,254 x 670 mm
Fonte – Catálogo MWM MAXXFORCE: Aplicação Marítima.

4.5 FONTES DE RUÍDO E VIBRAÇÕES NA LEG

A propagação de ruído a borde de navios pode ocorre através do ar, da


estrutura ou pela colisão do ruído aéreo com a estrutura, transmitindo o ruído ao longo
do caminho estrutural (CROCKER, 2007 apud QUINTAS, 2009). Assim, na praça de
máquinas o ruído é predominantemente aéreo e em outros espaços, é irradiado pelas
estruturas da embarcação.

Como fontes de ruído em um navio, pode-se listar o propulsor e a máquina do


leme, na popa. E na praça de máquinas, os equipamentos, tais como motores diesel
propulsores, diesel geradores, bombas, ventiladores, entre outros.

4.5.1 Frequências geradas pelos equipamentos no interior da lancha

Na LEG, os equipamentos que induzem vibração e ruído a bordo fazem parte


do conjunto motor-caixa de redução-eixo-propulsor. Como observado na Tabela 4.3,
a lancha utiliza um motor MWM de 6 cilindros em linha, acoplado a uma caixa redutora
com relação 3:1, os quais acionam uma hélice de três pás.

Cada equipamento do sistema gera frequências e harmônicos. Assim, a


frequência e harmônicos do motor diesel, eixo propulsor com caixa de redução, pás
do hélice e explosões do cilindro posem ser calculadas conforme as equações 4.1 a
4.4.

Ë–ZQçã– [– Ó ‘– [– Ž–Z–Â (ËmŸ)


•b‰|‰a = Ô¼
60
(4.1)

Ë–ZQçã– [– Ó ‘– [– Ž–Z–Â (ËmŸ)


•R•Å‰ ÕR †a‰†…Šc㉠= Ô¼
60 ∙ ËÓ Qçã– [Ó ÂÓ[ çã–
(4.2)
81

Ë–ZQçã– [– Ó ‘– [– Ž–Z–Â (ËmŸ)


•Ö銕‡R = ∙ lº [Ó jáÐ Ô¼
60
(4.3)

Ë–ZQçã– [– Ó ‘– [– Ž–Z– (ËmŸ) ∙ (lº [Ó ¶ ›[–Ð⁄2)


•‡•Š•ˆÕa‰c = Ô¼
60
(4.4)

Conforme a equação 59, a frequência de combustão do cilindro é igual a


rotação do motor em Hz multiplicada pelo número de cilindros dividido por 2, isto
porque as explosões nos cilindros ocorrem a cada duas revoluções do pistão em um
motor de quatro tempos (CHALLEN, 1999 Apud QUINTAS, 2009).

Para Woodyard (2014), os impulsos devido as explosões nos cilindros do motor


ocasionam frequências forcadas. Estes impulsos, em cada cilindro geram formas de
ondas complexas que podem ser representadas pelos harmônicos de um a dez. Estes
harmônicos são calculados como 1 x frequência do motor, 2 x frequência do motor, e
assim por diante. Para motores de quatro tempos, cuja a velocidade do ciclo do motor
é a metade da velocidade de deslocamento, por convenção adota-se o cálculo com
base na velocidade de deslocamento. Portanto haverão ordens no valor das metades
dos harmônicos, tais como 0,5; 1,5; 2 e assim por diante. Na Tabela 4.4 encontram-
se os harmônicos relativos 1 a 10.

Tabela 4.4 - Harmônicos de frequências relativas ao motor diesel com rotação a 2000 RPM, ao
eixo propulsor com redução de 3:1, ao hélice de três pás e às explosões do cilindro do motor.
Frequências (Hz)
Rotação
Harmônicos Motor Eixo Pás do Explosões dos
(RPM)
Diesel Propulsor Hélice cilindros
1 2000 33,33 11,11 33,33 100
1,5 3000 50,00 16,67 50,00 150
2 4000 66,67 22,22 66,67 200
2,5 5000 83,33 27,78 83,33 250
3 6000 100,00 33,33 100,00 300
3,5 7000 116,67 38,89 116,67 350
4 8000 133,33 44,44 133,33 400
4,5 9000 150,00 50,00 150,00 450
5 10000 166,67 55,56 166,67 500
5,5 11000 183,33 61,11 183,33 550
6 12000 200,00 66,67 200,00 600
6,5 13000 216,67 72,22 216,67 650
7 14000 233,33 77,78 233,33 700
7,5 15000 250,00 83,33 250,00 750
8 16000 266,67 88,89 266,67 800
8,5 17000 283,33 94,44 283,33 850
9 18000 300,00 100,00 300,00 900
9,5 19000 316,67 105,56 316,67 950
10 20000 333,33 111,11 333,33 1000
Fonte – Autoria Pessoal.
82

5. METODOLOGIA

A caracterização vibro-acústica para o conforto da LEG foi desenvolvida em


várias etapas, constituindo-se de diferentes procedimentos e consequentemente
utilizando materiais e métodos distintos, a saber:

− Caracterização da exposição ao ruído e vibração de corpo inteiro;


− Medição de nível de pressão sonora (NPS) a bordo da LEG;
− Medição da intensidade sonora para obtenção do nível de potência sonora
(NWS);
− Medição da vibração de corpo inteiro (VCI) nos assentos dos passageiros e
condutor;
− Desenvolvimento de um modelo numérico para predição de NPS a bordo da
LEG;
− Desenvolvimento de um modelo de elementos finitos para conhecimento dos
modos globais e frequências naturais do casco, para comparação com as
frequências dos equipamentos embarcados.
− Proposta de método de controle vibro-acústico.

A amostra selecionada foi uma lancha modelo grande nº FNDE-MEC 00137


(Figura 5.1), pertencente ao município de São Miguel do Guamá, localizado no estado
do Pará.

Os assentos foram numerados de 1 a 18, conforme a Figura 5.2. Destaca-se


que os assentos 8 e 9 estavam ausentes para aumentar o espaço de circulação no
interior da embarcação (Figura 5.3). Desta forma, as medições de NPS levaram em
consideração a existência destes assentos, conforme o padrão das embarcações, em
detrimento da medição de VCI.

Figura 5.1 - LEG FNDE-MEC 00137, pertencente ao município de São Miguel do Guamá (PA).
83

Fonte – Autoria pessoal.

Figura 5.2 – Planta baixa do convés da LEG indicando a numeração dos assentos. Os assentos
de passageiros são os compreendidos entre 1 a 17 e o assento número 18 é o assento do
condutor.

Fonte – Autoria pessoal.

Figura 5.3 - Foto indicando a ausência dos assentos 8 e 9 (ao lado da clausura do motor).

Fonte – Autoria pessoal.

5.1 CARACTERIZAÇÃO DA EXPOSIÇÃO AO RUÍDO E VIBRAÇÃO DE CORPO


INTEIRO

É fundamental que sejam levados em conta os dados de exposição à ruído e


vibração de corpo inteiro, pois a exposição a estes agentes aumentam ou diminuem
o risco de futuras moléstias. Portanto foram levantados os tempos de exposição a
vibração de corpo inteiro dos condutores e passageiros nas cidades de São Miguel do
Guamá (PA) e Acará (PA) realizando viagens junto aos condutores e alunos.
84

Pode-se dividir os grupos de usuários das lanchas escolares em dois: os


condutores e os passageiros. O tempo de exposição de cada um desses grupos é
diferente, uma vez que o condutor passa mais tempo a bordo da lancha do que os
alunos. Ressalta-se ainda que em alguns casos são realizadas quatro viagens diárias,
mas por dois condutores diferentes. Assim, para os condutores da lancha, foram
medidos os tempos de viagem em cada situação.

Já no município de Acará, existem turmas de alunos nos períodos da manhã e


tarde, assim as viagens são realizadas por um condutor em cada período e em
lanchas diferentes, da seguinte forma:

− Caso 1: faz o percurso de sua residência até a escola, recolhendo os alunos


na ida. Este percurso dura 90 minutos. O segundo percurso é realizado levando
os alunos da escola até suas residências e, ao mesmo tempo, recolhendo
outros alunos para o turno da tarde, e por fim, o condutor 1 dirige-se até sua
residência. Este percurso dura um total de 132 minutos.
− Caso 2: faz o percurso de sua residência até a escola sem coletar os alunos,
recolhendo-os na escola. Faz então a viagem da escola para as residências
deixando ao mesmo tempo em que coleta outros alunos e voltando para a
escola em seguida, consumindo 125 minutos. Já a noite, este condutor recebe
os alunos da escola e deixa-os nas respectivas residências, seguindo então
para seu domicílio. Esta última viagem toma 83 minutos.

A Figura 5.4 apresenta fluxogramas para o caso 1 e para o caso 2.

Figura 5.4 - Fluxogramas e tempo de viagens medidos para os casos 1 e 2 de uma lancha
escolar do município do Acará (PA).
Caso 1 Caso 2

Casa do Condutor Trapiche/ Escola Residencia do Trapiche/ Escola


Condutor

Residências (deixar Residências


e recolher alunos) (deixar alunos)
Residências Trapiche/ Escola
(recolher alunos)
Escola
Residências (deixar Residencia do
e recolher alunos) condutor
Trapiche/ Escola
Residencia do
condutor
Trapiche/ Escola
Tempo: 90 minutos Tempo: 132 minutos Tempo: 125 minutos Tempo: 83 minutos
Fonte – Autoria Pessoal.
85

No município de São Miguel do Guamá, onde há turmas de alunos usuários da


LEG apenas no período da tarde. Um condutor (caso 3) realiza duas viagens neste
período. O fluxograma de viagens deste condutor e tempos de exposição podem ser
observados na Figura 5.5.

Este condutor busca a LEG no trapiche da cidade, onde a embarcação fica


guardada. Do trapiche da cidade, o condutor segue para buscar os alunos nas
respectivas residências e volta para o trapiche. Este trajeto consume 180 minutos. Na
na saída dos alunos da escola, o condutor sai com a LEG do trapiche, segue para
deixar os alunos nas residências e volta com a lancha para o trapiche. Esta viagem
também dura aproximadamente 180 minutos.

Figura 5.5 - Fluxograma e tempo de viagens medidos para o caso 3, da lancha escolar do
município de São Miguel do Guamá (PA).

Trapiche/ Escola Trapiche/ Escola

Residências Residências
(recolher alunos) (deixar alunos)

Trapiche/ Escola Trapiche/ Escola

Tempo: 180 minutos Tempo: 180 minutos


Fonte – Autoria Pessoal.

A medição do tempo de exposição realizada no município de São Miguel do


Guamá (PA), foi considerado o caso mais crítico. Entretanto não descarta-se a
possibilidade de haver(em) casos de tempos de exposição mais longos em municípios
não avaliados.

5.2 MEDIÇÃO DE NÍVEL DE PRESSÃO SONORA (NPS) A BORDO DA LEG

As medições de NPS foram realizadas de acordo com a Resolução IMO


A.468(XII) – Code on Noise Level on Board Ships, utilizando o filtro de ponderação A,
em terços de oitava, de 100 Hz a 8000 Hz e selecionado o ponderador temporal de
resposta lenta. Os equipamentos utilizados para esta medição estão relacionados
abaixo:
86

− Medidor de nível de pressão sonora modelo 2260 Investigator do fabricante


Brüel & Kjær (B&K) (Figura 5.6a);
− Programa de análise de acústica de edifícios modelo BZ 7204 do fabricante
B&K;
− Transdutor tipo microfone modelo 4189 do fabricante B&K (Figura 5.6b);
− Calibrador modelo 4231 do fabricante B&K (Figura 5.7);
− Cabo de extensão para o transdutor;
− Tripés.

Foram realizadas 18 medições: 15 nos assentos de passageiros, 2 nas


posições onde os assentos estavam ausentes e uma na posição do condutor, todas a
distâncias maiores que 0,5 m das paredes e a 1,2 m do piso.

Figura 5.6 - Equipamentos utilizados para a medição do NPS a bordo da LEG. a) Medidor 2260
Investigator B&K; b) Transdutor acústico microfone, cabos e tripés.

Fonte – Autoria pessoal.


87

Figura 5.7 - Calibrador modelo 4231 do fabricante B&K

Fonte – Manual de especificações técnicas do produto 4231 da B&K.

Os resultados obtidos foram comparados com as normas internacionais de


conforto acústico a bordo de embarcações, IMO Resolution A.468 (XII), ABS – Guide
for passenger comfort on ships (2001), com o anexo 1 da norma brasileira NR 15 -
Atividades e Operações Insalubres e com a Norma de Higiene Ocupacional NHO 01
– Avaliação da Exposição Ocupacional ao Ruído.

5.3 MEDIÇÃO DA INTENSIDADE SONORA PARA OBTENÇÃO DO NÍVEL DE


POTÊNCIA SONORA (NWS);

A avaliação da potência sonora da fonte foi realizada utilizando o equipamento


relacionado abaixo:

− Medidor de nível de pressão sonora modelo 2260 Investigator do fabricante


B&K (Figura 5.6a);
− Programa de análise de intensidade sonora modelo BZ 7205 do fabricante
B&K;
− Kit de medição de intensidade sonora modelo 3595 do fabricante B&K (Figura
5.8);
− Calibrador modelo 4231 do fabricante B&K (Figura 5.7);
88

Figura 5.8 - Equipamentos disponíveis no kit de medição de intensidade sonora 3595 da B&K.

Fonte – Manual de especificações do produto 3595, B&K.

Foram medidas as áreas de cada face da clausura e no analisador, atribuíram-


se os valores de cada face da clausura conforme a Tabela 5.1.

Com base na norma ISO 9614-2, foram feitas medições de intensidade sonora
na clausura do motor principal, identificada como a principal fonte de ruído a bordo.
Realizaram-se três medições por varredura com linha contínua em cada face da
clausura, obtendo-se uma médias em dB e com a ponderação A. A Figura 5.9 mostra a
medição a bordo.

Figura 5.9 - Medição do nível de potência sonora na condição de operação da lancha.

Fonte – Autoria pessoal.


89

Tabela 5.1 - Áreas das faces da clausura.

Área Valor (m²)


Face superior 1,335
Face frontal 0,495
Face traseira 0,495
Face esquerda 1,175
Face direita 1,175
Fonte – Autoria pessoal.

5.4 MEDIÇÃO DA VIBRAÇÃO DE CORPO INTEIRO (VCI)

A medição e avaliação da vibração de corpo inteiro foi realizada atendendo a


norma ISO 2631-1:1997 e a NHO 09 da FUNDACENTRO. Para realizar as medições,
utilizou-se o software desenvolvido “Analisador de vibrações no corpo humano” e os
equipamentos listados abaixo:

− Chassi NI cDAQ-1972 (Figura 5.11);


− Módulo de aquisição NI USB 9162 (Figura 5.10);
− Acelerômetro triaxial B&K IEPE Seat-Accelerometer Type 4515-B com
sensibilidades de 97,7 mV/g no eixo x, 98,79 mV/g no eixo y e 95,72 no eixo z
(Figura 5.12);
− Notebook HP Pavillion 14-N050BR (Figura 5.13).

− Figura 5.10 - Módulo de aquisição NI USB 9234.


− Fonte: site do fabricante National Instruments, disponível em:
http://www.ni.com/newsletter/51013/en/.
90

− Figura 5.11 - Chassi NI cDAQ-9172.


− Fonte: Especificações do produto NI cDAQ-9172.

Apesar da lancha instrumentada ter sido a LEG nº FNDE-MEC 00137


pertencente ao município de São Miguel do Guamá, os valores de acelerações
ponderadas obtidos para os 3 eixos foram extrapolados para a LEG nº FNDE-MEC
00165 do município de Acará (PA).

A avaliação da VCI foi realizada para cada assento da LEG, com exceção dos
assentos 8 e 9, os quais foram retirados da embarcação, conforme citado. Cada
medição durou 60 segundos, com o motor a uma rotação de, aproximadamente, 2000
rpm e velocidade de 18 km/h (valores verificados no tacômetro da lancha). O tempo
total de exposição a atividade do condutor 3 (São Miguel do Guamá) foi definido como
sendo de 360 minutos (duas viagens diárias de 180 minutos), já dos condutores 1 e 2
(de Acará) foram definidos como 222 e 208 minutos, respectivamente.

Os resultados foram comparados com a norma NHO 09 e ISO 6954:2000,


utilizando os critérios descritos na Tabela 6.2.

Figura 5.12 - Acelerômetro triaxial B&K IEPE Seat-Accelerometer Type 4515-B montado no
assento do piloto.

Fonte – Autoria pessoal.


91

Figura 5.13 - Instrumentos para aquisição montados a bordo da LEG, Notebook, NI cDAQ-1972
e NI USB 9162.

Fonte – Autoria pessoal.

5.5 DESENVOLVIMENTO DE MODELO NUMÉRICO PARA PREDIÇÃO DE NPS A


BORDO DA LEG

Utilizando o software comercial Odeon, desenvolveu-se um modelo numérico


de acústica de raios, no qual os dados de entrada foram a geometria da embarcação,
coeficiente de absorção sonora do piso, casaria, janelas e bancos de madeira, nível
de potência sonora da fonte e posição dos receptores. A Figura 5.14 mostra a
geometria desenvolvida, importante notar que o casco não foi desenhado, pois o
objetivo é analisar o NPS relativo ao conforto.

Figura 5.14 - Geometria do interior da casaria da LEG

Fonte – Autoria pessoal.


92

As sete superfícies da clausura foram definidas como fontes sonoras do


sistema, adotando-se os valores de potência sonora por banda de oitava definidos na
Tabela 5.2.

Tabela 5.2 - Valores de níveis de potência sonora da fonte em bandas de oitava, total linear e
total ponderado em A.
Frequências (Hz) Total
63 125 250 500 1000 2000 4000 8000 dB dB(A)
98,2 99,9 87,1 76,5 75,4 72,8 69,8 63,2 102,3 86,2
Fonte: Autoria pessoal.
Foi realizada intensa pesquisa em relação ao coeficiente de absorção sonora
dos materiais a fim de selecionar aqueles que se aproximavam do modelo real. A partir
da seleção inicial de materiais, estes foram adequados até que os níveis de pressão
sonora a bordo alcançassem os níveis medidos. Assim os materiais utilizados estão
descritos na Tabela 5.3.

Tabela 5.3 - Coeficientes de absorção sonora utilizados para caracterizar os materiais de


construção da casaria da lancha escolar e equipamentos internos.
COEFICIENTES DE ABSORÇÃO SONORA
Frequência (Hz)
Descrição Área (m²)
63 125 250 500 1000 2000 4000 8000
Parede³ 34,68 0,02 0,01 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02
Piso³ 20,93 0,02 0,01 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02
Bancos² 11,55 0,10 0,10 0,07 0,05 0,06 0,06 0,06 0,06
Teto³ 22,24 0,02 0,01 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02
Banheiro³ 3,24 0,02 0,01 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02
Janelas¹ 8,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02
Clausura³ 3,08 0,02 0,01 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02
1 – Valor definido segundo o material 10000 da biblioteca de materiais do Odeon (solid glass blocks,
Multiconsult, Norway).
2 - Valor definido segundo o material 3001 da biblioteca de materiais do Odeon (floating wooden floor,
Dalenbäck, CATT).
3 – Valores obtidos a partir de simulações numéricas
Fonte: Autoria pessoal.

Assim como nas medições realizadas, os receptores foram posicionados em


cada assentos, a 1,20 m de altura do piso e a pelo menos 0,5 m de distância de
qualquer outra superfície, totalizando 18 receptores. Definindo a origem dos eixos na
parte mais extrema a ré (eixo x), no piso (eixo z) e na linha de centro da lancha (eixo
y), os receptores foram posicionados conforme Tabela 5.4.

O parâmetro de cálculo utilizado foi o método de espalhamento de Lambert,


com coeficiente de espalhamento de 50%, 10.960 raios com comprimento de resposta
93

impulsiva de 2.000 ms. Ressalta-se que a frequência de Schroeder da sala é de


502,83 Hz, portanto a simulação não se aplica a frequências abaixo desta.

A Figura 5.15 mostra a posição dos receptores e da fonte (em vermelho).

Tabela 5.4 - posição x, y e z dos 18 receptores a bordo da LEG no modelo numérico de acústica
de raios.
POSIÇÃO (m)
Nº do receptor
x y z
1 0,354 -0,635 1,200
2 1,150 0,635 1,200
3 1,150 -0,635 1,200
4 2,002 0,635 1,200
5 2,002 -0,635 1,200
6 2,850 0,635 1,200
7 2,850 -0,635 1,200
8 3,780 0,820 1,200
9 3,780 -0,820 1,200
10 5,430 0,635 1,200
11 5,430 -0,635 1,200
12 6,280 0,635 1,200
13 6,280 -0,635 1,200
14 7,180 0,820 1,200
15 7,180 -0,820 1,200
16 8,040 0,635 1,200
17 8,040 -0,635 1,200
18 9,270 0,000 1,500
Fonte: Autoria pessoal.
Figura 5.15 - Posição de fonte e receptores no modelo desenvolvido.

5.6 DESENVOLVIMENTO DE MODELO DE ELEMENTOS FINITOS

Para obter as características modais e as frequências naturais da estrutura da


embarcação, é necessário elaborar um modelo computacional da lancha que
represente as suas principais características estruturais e mássicas. Assim, foram
desenvolvidos dois modelos computacionais: um sem considerar a massa adicional
de fluido e outro considerando a massa adicional de fluido.
94

Segundo HARO (2012), a massa adicional hidrodinâmica consiste de uma


massa de água que é acelerada junto com a massa do navio, impondo forças inerciais
ao casco. A massa adicional não pode ser negligenciada, pois representa uma boa
parte da massa submersa do casco. A Figura 5.16 mostra o modelo computacional do
Ansys Workbench. Foram mantidos os principais elementos responsáveis pela rigidez
tais como as longarinas e as cavernas.

Figura 5.16 - Modelo computacional da lancha escolar. A) Perspectiva; B) Vista


longitudinal e C) vista superior.

Fonte: Autoria pessoal.


95

5.6.1 Considerações

5.6.1.1 Casaria

Como já citado, a casaria da lancha escolar é feita de materiais compósitos


ortotrópicos, de difícil modelagem computacional para o caso estudado. Entretanto, a
pouca rigidez oferecida por este tipo de material e sua baixa massa específica
possuem pouca influência nas propriedades inerciais da embarcação.

5.6.1.2 Casco

O casco, por ser a estrutura mais rígida foi modelada mantendo-se todos os
seus elementos estruturais tais como longarinas e hastes. As Propriedades do aço
COR 500 foram tratadas como isotrópicas e estão listadas na Tabela 5.5.

Tabela 5.5 - Propriedades utilizadas na modelagem do casco.


Característica Dimensão
Densidade (kg/m³) 7700
Número de Poisson 0,3
Módulo de Elasticidade (GPa) 210
Fonte: EFUNDA, 2014

5.6.1.3 Modelagem do domínio fluido

As condições de contorno aplicadas ao domínio fluido são as paredes e o fundo


do domínio, a superfície livre e a interface entre a lancha e o fluido.

As paredes e o fundo do fluido são tratados como um campo aberto, ou seja,


não haverá reflexão de onda, pois, teoricamente a fronteira do modelo seria infinita.
Para simular tais condições, utiliza-se o elemento infinito FLUID30 da biblioteca do
Ansys. Este elemento, usado para análises tridimensionais, absorvem a energia
acústica que chega na fronteira, impedindo a reflexão de ondas sonoras para seu
interior, assim, tem-se uma condição de impedância nula nessas fronteiras. Ainda,
para uma absorção eficiente, é necessário a distância entre a fronteira e a estrutura
seja de uma distância não inferior a 20% do comprimento de onda da menor
frequência de interesse.

Dessa forma, foi simulado o casco em seco, e a partir da primeira frequência,


e utilizando a velocidade do som na água doce igual a 1450 m/s, foi estimada a
distância entre a fronteira e a embarcação (DIESEL, 2009).
96

Na condição de superfície livre, conforme HOWARD E CAZZOLATO (2015), é


imposta uma restrição no grau de liberdade de pressão do elemento, enquanto na
interface entre a estrutura e o fluido, o elemento FLUID30, já impõe restrições aos
deslocamento translacionais.
97

6. NORMAS E REGRAS PARA AVALIAÇÃO DE VIBRAÇÕES

6.1 ISO 2631-1: VIBRAÇÕES MECÂNICAS E CHOQUE - AVALIAÇÃO DA


EXPOSIÇÃO DE CORPO INTEIRO A VIBRAÇÕES – PARTE 1: REQUISITOS
GERAIS

A norma ISO 2631-1 (1997) aplica-se ao fenômeno de vibrações ortogonais


(nas três direções) visando propor método de avaliação de vibrações de corpo inteiro
relativo à saúde, conforto, probabilidade de percepção de vibração e enjoo ao
movimento.

Relata-se que as medições devem ser realizadas de acordo com um sistema


de coordenadas ortogonal de eixos centrado no indivíduo exposto e no ponto de
transferência da vibração (Figura 6.1). Caso não seja possível orientar os transdutores
de forma precisa segundo os eixos, é aceitável um desvio máximo de 15º. Entretanto,
os transdutores devem ser posicionados ortogonalmente entre si e o mais próximo
possível uns dos outros. As principais interfaces de medição em indivíduos sentados
são: nádegas-assento, costas-encosto e pés-chão.

Figura 6.1 - Sistemas de eixos coordenados de referência para medição de vibrações no corpo
humano segundo ISO 2631-1 (1997).

Fonte: MARGARIDO, 2013.

Esta norma também prediz que a grandeza primária a qual se deve mensurar
o grau de vibração no corpo humano é a aceleração, levando em considerações suas
características em amplitude, frequência, direção e tempo de exposição,
98

características importantes na realização dos cálculos sobre os níveis de vibração


conforme os padrões da norma.

Entre os métodos propostos para avaliar a intensidade com que a vibração


atinge o corpo humano, está o método básico para avaliação de vibrações usando a
raiz média quadrática ponderada das acelerações, cujas equações realizam tal
avaliação em consonância com fatores de ponderação para o espectro de frequência
das vibrações de corpo inteiro entre 1 Hz a 80 Hz divididas em bandas de terço de
oitava. Para cálculo da aceleração eficaz ponderada no domínio do tempo, tem-se a
equação 6.1:

1 \ Y
QRw (ËŸn) = k X QÚ (Z)[Z
W ]
(6.1)

Com QÚ (Z) a aceleração ponderada como função contínua no domínio do tempo, em


ms-2 ou rads-2 e T a duração da medição, em segundos (s).

Para o cálculo da aceleração eficaz ponderada em registros discretos, usa-se


o somatório:

1
ˆ

QRw (ËŸn) = Û ˜ Q•Y



(6.2)
•‹_

Sendo Q• (Z) o registo digitalizado da aceleração ponderada, em m/s2 ou rad/s2 e n o


número de pontos do registo temporal digital.

A adequabilidade do método é dada pelo fator de crista, o qual é definido como


o módulo da relação entre o valor de pico do sinal da aceleração ponderado em
frequência e o seu valor eficaz:

Q¶Ó ÓÂQçã– [Ó j ¶–
Fator de crista = á á
Q¶Ó ÓÂQçã– Â. Ž. Ð.
(6.3)

Para um fator de crista maior que 9, vibrações ocasionadas por choques ou


vibrações transientes, as avaliações feitas utilizando o método descrito acima não
possuem validade, pois não serão úteis na avaliação do grau de severidade da
99

vibração, devendo-se então recorrer a outros métodos de avaliação adicionais. Nestes


casos, utilizam-se os métodos alternativos para a avaliação da VCI.

O método do Valor de Dose de Vibração (quarta potência) é mais sensível a


picos quando comparado ao método básico, é dado pela equação 6.4:

|
žâž« = kX Q«ã (Z)[Z
ä
(6.4)
]

Para exposição à vibração em dois ou mais períodos, utiliza-se a equação 6.5:


ã
žâž|‰|€Š = å˜ žâž«ã æ (6.5)

Com Q« (Z) a aceleração instantânea ponderada em frequência no eixo j e VDVj


é o valor de dose de vibração em m/s1,75.

Na análise da sensibilidade humana a vibrações, percebe-se que algumas


frequências são pouco importantes na resposta humana. Levando em conta esta
dependência da sensibilidade humana quanto à direção e ao conteúdo da frequência
da vibração, aplicam-se as frequências ponderadas às vibrações medidas.

A norma ISO 2631-1 apresenta as curvas de ponderação em frequência, em


dB pela frequência em Hz (Figura 6.2).

Figura 6.2 - Curvas de frequências ponderadas principais, Wk, Wd e Wf.

Fonte: ISO 2631-1, 1997.


100

A aceleração RMS ponderada nos eixos ortogonais pode ser calculada como:

QÚ,Š = Û˜(•• . QŠ,• )Y (6.6)


•‹_

Sendo Qè,Š a aceleração ponderada na direção em m/s2, W o fator de


ponderação na frequência i, e QŠ,• a aceleração RMS ponderada na frequência i e na
direção em m/s2. Os valores de ponderação são regularizados pela norma ISO 2631
conforme a curva de ponderação da Figura 6.3 e a Tabela 6.1.

Com Wk a ponderação utilizada para as vibrações verticais e Wd a ponderação


utilizada para os eixos x e y e Wf a ponderação utilizada para o enjôo.

A aceleração Total, determinada a partir da combinação das acelerações


ponderadas é dada segundo a equação 6.6.

Q| = éêÅY . QÅY + êÆY . QÆY + êÇY . QÇY (6.6)

Sendo Q| a aceleração total em m/s2, QŠ , ( = ‘, » Ó ¼) são as acelerações ponderadas


em cada eixo e k um fator multiplicador onde: kx e ky valem 1,4 e kz vale 1,0.

Figura 6.3 - Curvas de ponderação Wk e Wd.

Fonte: ISO 2631.


101

Tabela 6.1 - Ponderações segundo a norma ISO 2631.


Wk Wd Wf
x Freq. (Hz)
Fator x1000 dB Fator x1000 dB Fator x1000 dB

-17 0,02 24,2 -32,33


-16 0,025 37,7 -28,48
-15 0,0315 59,7 -24,47
-14 0,04 97,1 -20,25
-13 0,05 157 -16,1
-12 0,063 267 -11,49
-11 0,08 461 -6,73
-10 0,1 31,2 -30,11 62,4 -24,09 695 -3,16
-9 0,125 48,6 -26,26 97,3 -20,24 895 -0,96
-8 0,16 79 -22,05 158 -16,01 1006 0,05
-7 0,2 121 -18,33 243 -12,28 992 -0,07
-6 0,25 182 -14,81 365 -8,75 854 -1,37
-5 0,315 263 -11,6 530 -5,52 619 -4,17
-4 0,4 352 -9,07 713 -2,94 384 -8,31
-3 0,5 418 -7,57 853 -1,38 224 -13
-2 0,63 459 -6,77 944 -0,5 116 -18,69
-1 0,8 477 -6,43 992 -0,07 53 -25,51
0 1 482 -6,33 1011 0,1 23,5 -32,57
1 1,25 484 -6,29 1008 0,07 9,98 -40,02
2 1,6 494 -6,12 968 -0,28 3,77 -48,47
3 2 531 -5,49 890 -1,01 1,55 -56,19
4 2,5 631 -4,01 776 -2,2 0,64 -63,93
5 3,15 804 -1,9 642 -3,85 0,25 -71,96
6 4 967 -0,29 512 -5,82 0,097 -80,26
7 5 1039 0,33 409 -7,76
8 6,3 1054 0,46 323 -9,81
9 8 1036 0,31 253 -11,93
10 10 988 -0,1 212 -13,91
11 12,5 902 -0,89 161 -15,87
12 16 768 -2,28 125 -18,03
13 20 636 -3,93 100 -19,99
14 25 513 -5,8 80 -21,94
15 31,5 405 -7,86 63,2 -23,98
16 40 314 -10,05 49,4 -26,13
17 50 246 -12,19 38,8 -28,22
18 63 186 -14,61 29,5 -30,6
19 80 132 -17,56 21,1 -33,53
20 100 88,7 -21,04 14,1 -36,99
21 125 54 -25,35 8,63 -41,28
22 160 28,5 -30,91 4,55 -46,84
23 200 15,2 -36,38 2,43 -52,3
24 250 7,9 -42,04 1,26 -57,97
25 315 3,98 -48 0,64 -63,92
26 400 1,95 -54,2 0,31 -70,12

Fonte: ISO 2631.

Quando a exposição a vibrações consiste de dois ou mais períodos de


exposição, a magnitude da Aceleração Equivalente pode ser dada de acordo com a
equação 6.7.

Q_Y . Z_ + QYY . ZY + … + QŶ . Zˆ


QRS = k
Z_ + ZY + … + Zˆ
(6.7)
102

Sendo QRS a aceleração equivalente dada em m/s2 e Q« aceleração total no intervalo ti.

Resultante de Exposição Normalizada ou Fator A(8):

Z
„(8) = QRS k
8
(6.8)

Sendo A(8) o fator dado em m/s2 e t o tempo total de medição da vibração nas diversas
acelerações totais dado em horas.

6.1.1 American Conference of Governmental Industrial Hygienists – ACGIH


1999 (Conferência Governamental Americana de Higienistas Industriais):
Limites de exposição

A ACGIH estabelece limites de tolerância baseados na ISO 2631 de 1985,


estabelecendo, através de experiências e estudos, que os limites da norma de 1997
não eram suficientemente seguros, optando por adotar os limites de proficiência
reduzida por fadiga que equivale à metade do limite de exposição.

Os limites de tolerância estabelecidos pela ACGIH são adotados para os níveis


e tempos de medição as quais a maioria dos trabalhadores são repetidamente
expostas, admitindo risco mínimo de efeitos adversos e dores, bem como
incapacidade para operar adequadamente veículos terrestres.

6.1.2 ISO 6954:2000 Vibrações Mecânicas — Orientações para medição, laudo


e avaliação de vibrações considerando a habitabilidade em navios de
passageiros e navios mercantes

Trata-se de norma internacional com diretrizes para avaliação da vibração com


respeito a habitabilidade em navios de passageiros e navios mercantes. Por outro lado
a norma não cobre a avaliação de movimento de embarcações em baixa frequência,
os quais podem resultar em enjoo.

Da norma, destaca-se que a coleta de dados deve ser realizada obedecendo


as seguintes condições:

a) Rota livre de obstáculo e curso em linha reta;


b) Motor com rotação constante;
103

c) Estado de mar 3 ou inferior (escala Beaufort);


d) Propulsor totalmente submerso;
e) Profundidade não inferior a cinco vezes o calado da embarcação.

Quanto as medições, a norma estipula que devem ser realizadas nos três eixos,
no mínimo duas em cada convés, cada uma com pelo menos um minuto de duração.
As curvas de ponderação de frequência combinada de acordo com a ISO 2631-2
devem ser aplicadas a todas as medições, independente da direção.

As frequências a serem avaliadas devem pertencer ao escopo de 1 Hz a 8 Hz.


O resultado de cada medição deverá ser a frequência ponderada global RMS, definida
pela equação 53. O valor mais alto em qualquer direção deverá ser usado para avaliar
a habitabilidade.

A Tabela 6.2 apresenta parâmetros para quantificação da habitabilidade em


termos da aceleração e velocidade, baseada na sensibilidade dos passageiros.
Valores acima dos limites superiores são mais prováveis de ocasionar comentários
negativos e valores abaixo dos limites inferiores são menos prováveis de ocasionar
comentários negativos.

As classificações A, B e C tratam, respectivamente, das cabines de


passageiros, acomodações de tripulantes e áreas de trabalho.

Tabela 6.2: Valores de amplitude para frequências ponderadas globais r.m.s. de 1 Hz a 80 Hz


dadas pela norma ISO 6954:2000 como diretrizes para habitabilidade de diferentes áreas em
embarcações.
Classificação de área
A B C
mm/s² m/s mm/s² m/s mm/s² m/s
Valores acima dos quais comentários negativos
143 4 214 6 286 8
são prováveis
Valores abaixo dos quais comentários negativos
71,5 2 107 3 143 4
não são prováveis
Nota: a zona entre os limites superiores e inferiores refletem o ambiente vibratório a bordo
comumente experimentado e praticado
Fonte: ISO 6954:2000.

6.1.3 ABS - GUIDE FOR PASSENGER COMFORT ON SHIPS, Section 3 – Whole


Body Vibration (2001, atualizada em 2014)

A norma trata de critérios e métodos de avaliação da vibração de corpo inteiro


relativo ao conforto de passageiros a bordo de embarcações, na faixa de frequência
de 0,1 a 80 Hz transmitida ao corpo humano na posição em pé e omitindo movimentos
104

transmitidos para pessoas nas posições sentadas e deitada. Segundo a norma, devido
a utilização de assentos não rígidos e resilientes, a amplitude de vibração é atenuada
para níveis mais baixos que aqueles transmitidos à posição em pé.

As ponderações em frequência são as mesmas descritas na ISO 2631-1:1997:


W k para ponderação em frequência no eixo z na posição em pé para conforto; W d a
ponderação em frequência nos eixos x e y na posição em pé para conforto e W f a
ponderação em frequência no eixo z para enjoo.

As medições de vibração devem ser realizadas apenas em ambientes


ocupados por passageiros por um tempo de 20 minutos ou mais. Os níveis de vibração
não devem exceder o nível da notação COMF e são apresentados na Tabela 6.3.

Tabela 6.3 - Níveis de VCI adotados pela regra ABS.


Notação Faixa de frequência Medição da aceleração Nível máximo
COMF 0,5 – 80 Hz Aw 0,315 ms-2
0,1 a 0,5 Hz MSDVz 30 ms-1,5
COMF+
0,5 – 80 Hz Aw 0,20 ms-2
Fonte: ABS - guide for passenger comfort on ships.

Como requisitos de teste adotados, o propulsor deve operar em condições


normais de serviço e potência não menor que 80% do motor principal, com as
máquinas rotativas essenciais para a embarcação funcionando; a profundidade não
deve ser menor que 5 vezes o calado da embarcação; o ângulo do leme deve ser
restrito entre 0º e 2º, sendo desejável mantê-lo estável. Os testes devem ser
conduzidos no estado de mar mais provável somado ou subtraído de 1.

Quanto as condições de carregamento, o navio deve estar operando próximo à


normalidade, entretanto, deve ser relatado caso não seja possível e apenas pessoal
qualificado deve estar presente no ambiente das medições.

Os locais de testes devem ser as cabines de passageiros, sendo selecionados


todos os piores casos baseados nas fontes emissoras de vibração ou em cabines
onde a vibração é transferida pela estrutura.

Selecionar uma amostra representativa de cabines (10% em embarcações com


100 cabines), contemplando todas as partes do navio (proa, popa, bombordo, boreste
e meia nau).

Em espaços públicos, os locais devem ser selecionados de acordo com o pior


caso, baseado na proximidade com fontes emissoras de vibração ou onde a vibração
105

pode ser transmitida via estrutura. Onde houverem poucos espaços de convivência,
realizar medições em todos os espaços de acordo com a Tabela 6.4:

Tabela 6.4 - Distribuição da posição dos transdutores dentro dos espaços, segundo a regra ABS.
Tamanho do espaço Número mínimo de medições no espaço
Menos que 40 m² 1
Menos que 80 m² 2
Menos que 200 m² 3
Maior ou igual a 200 m² 4
Fonte: ABS - guide for passenger comfort on ships.

6.1.4 Norma Regulamentadora 15 (NR 15) - Atividades e operações insalubres


(1978), Anexo nº 8: Vibrações

Esta norma regulamentadora dispõe que as atividades e operações realizadas


sem o uso adequado de proteção que exponham o trabalhador a vibrações localizadas
ou de corpo inteiro são insalubres. Os limites de tolerância definidos pela norma são
os mesmos da ISO 2631 e ISO/DIS 5349 ou suas substitutas.

6.1.5 Norma de Higiene Ocupacional – NHO 09: Avaliação da Exposição


Ocupacional a Vibrações de Corpo Inteiro (2013)

A NHO 09 objetiva estabelecer critérios e métodos de avaliação da exposição


ocupacional a vibração de corpo inteiro que impliquem em problemas a saúde do
trabalhador. Pode ser aplicada em qualquer situação e trabalho, tanto na posição em
pé quanto na sentada. Em suma, a norma baseia-se nos conceitos expostos na ISO
2631:1997 e ISO 8041:2005 (Human response to vibration – measuring
instrumentation), porém mais didática em relação a ISO quanto aos procedimentos de
avaliação.

Adota ainda como nível de ação para a exposição ocupacional diária à vibração
de corpo inteiro um valor da aceleração resultante de exposição normalizada (aren)
de 0,5 m/s² e ao valor da dose de vibração resultante (VDVR) de 9,1 m/s1,75.

O limite de exposição ocupacional diária à vibração de corpo inteiro, adotado


corresponde a um valor da aceleração resultante de aren de 1,1 m/s² e ao VDVR de
21 m/s1,75.

Ainda adota critérios para julgamento e tomada de decisões em função de aren


ou VDVR na condição de exposição avaliada, conforme a Tabela 6.5.
106

Tabela 6.5 - Critério de Julgamento e Tomada de Decisão.


VDVR Consideração
Aren (m/s²) Atuação recomendada
(m/s^1,75) técnica
0 a 0,5 0 a 9,1 Aceitável No mínimo, manutenção da condição existente
Acima do nível de
>0,5 a <0,9 >9,1 a <16,4 No mínimo, adoção de medidas preventivas
ação
Região de Adoção de medidas preventivas e corretivas
0,9 a 1,1 16,4 a 21
incerteza visando a redução da exposição diária
Acima de Acima do limite de
Acima de 21 Adoção imediata de medidas corretivas
1,1 exposição
Fonte: NHO 09.

6.2 NORMAS E REGRAS PARA MEDIÇÃO E AVALIAÇÃO DE RUÍDO A BORDO


DE EMBARCAÇÕES

6.2.1 ISO 2923:1996 – Acoustics – Measurement of noise on board vessels


(1996)

A norma ISO 2923:1997 especifica técnicas e condições para medição de ruído


a bordo de navios, tanto em navegação interior quanto navegação marítima. As
medições do nível de pressão sonora devem ser feitas na escala ponderada A, sendo
aceitos desvios médios iguais ou menores que 1,5 dB(A).

Devem ser mencionadas as condições ambientais durante os testes. Para


embarcações marítimas, se a profundidade da água for menor que cinco vezes o
calado da embarcação e a presença de amplas áreas refletoras devem ser
mencionados no teste. Entretanto a primeira condição não é aplicável para
embarcações fluviais. As condições meteorológicas e o estado de mar não devem ser
rigorosos, pois não devem influenciar no teste, bem como sons estranhos (pessoas,
maquinário, construções, vento, chuva, entre outros). Segundo a norma, há uma gama
de variáveis a serem medidas, tais como:

− Nível de pressão sonora equivalente ponderado em A (LAeq);


− Nível de pressão sonora equivalente ponderado em C (LCeq), quando há risco
do nível de pressão sonora exceder 130 dB.
− Nível de potência sonora equivalente (Leq) em bandas de oitava de 35 Hz a 8
kHz, se requerido;
− Ruído impulsivo;
− Som tonal (para determinar subjetividade)
107

Durante a medição, a embarcação deverá estar operando normalmente,


carregada ou com lastro. Entre outras condições de operação da embarcação
navegando ou no porto, a norma cita:

− A embarcação deve estar carregada ou com lastro;


− O curso da embarcação deve ser em linha reta tanto quanto for possível. Para
embarcações fluviais, as medições podem ser realizadas tanto em presença
de ondas quanto em água parada;
− As embarcações marítimas devem ser medidas quando em velocidade de
cruzeiro e não menos que 80% da potência máxima contínua (MCR, do inglês
Maximum Continuous Rating). Para embarcações fluviais, a máquina principal
deve fornecer pelo menos 95% da potência máxima contínua.
− As máquinas e equipamentos de navegação devem estar operando
normalmente, bem como ventiladores e condicionadores de ar;
− Portas e janelas devem ser fechadas e o mobiliário deve ser mantido;
− Quando em operações de carga e descarga, os equipamentos de
movimentação devem funcionar normalmente, mesmo quando o ruído for
proveniente de veículos embarcando ou desembarcando em navio do tipo
RO/RO.

Dentre os ambientes de medição relatados na norma, estão as acomodações,


praça de máquinas, estações de trabalho e áreas recreacionais.

As medições em acomodações devem ser realizadas em bandas de oitava em


cabines com o nível de pressão sonora mais elevado em cada convés. Dentro das
cabines e hospitais, as medições devem ser realizadas no centro da cabine e em
posições onde ocorra o ruído e próxima da posição das cabeças de pessoas sentadas
ou deitadas.

Em praça de máquinas as medições devem ser feitas nos lugares a serem


inspecionados, próximos a sistemas de comunicação (telefones, por exemplo) e
aproximadamente um metro afastado de qualquer maquinário, tomadas ou saídas de
ar ou grandes superfícies (anteparas, por exemplo). Devem ser feitas medições em
bandas de oitava com ponderação em A.
108

Nas estações de trabalho, as medições devem ser realizadas onde há


importância de comunicação oral e audibilidade de sinais. Também devem ser
realizadas medições em bandas de oitava com ponderação A.

6.2.2 IMO Resolution A.468 (XII) – Code on Noise Level on Board Ships (1981)

O código foi desenvolvido para prevenção da ocorrência de níveis de ruídos


potencialmente perigosos para os marinheiros de embarcações de grande porte,
propondo-se a limitar os níveis de ruído e reduzir o tempo de exposição ao mesmo.
De fato, o código aplica-se a embarcações com deslocamento de 1600 toneladas ou
maiores, e que, na medida do possível, pode ser aplicado em embarcações menores.
Entretanto o código não se aplica em embarcações suportadas dinamicamente,
pesqueiros, balsas com ampla rede de tubulação, cábreas, unidades de perfuração
offshore, embarcações de esporte e recreio, navios de guerra e embarcações não
propelidas por meios mecânicos.

Durante as medições, a embarcação deverá estar operando normalmente tanto


durante a navegação quanto no porto, como relatado na ISO 2923.

Segundo o código, os níveis de pressão sonora devem ser medidos na escala


ponderada dB(A) e, se necessário, em bandas de oitava de 31,5 Hz a 8 kHz para
determinar o número de avaliação de ruído (NR). O medidor deve estar selecionado
em “resposta lenta” (slow) e o tempo de medição deve ser de pelo menos 5 segundos.

As posições adequadas para medição devem ser à altura de 1,2 m a 1,6 m do


convés com distâncias entre pontos medidos de 2 m a 7 m, as distâncias tomadas a
partir de quaisquer outras superfícies não devem ser menores que 0,5 m.

Diferentemente da norma ISO 2923, para a medição em acomodações, o


microfone deve ser posicionado no centro e movimentado lentamente nas direções
vertical e horizontal por uma distância de 1 m e o principal valor anotado. Medições
adicionais devem ser feitas em outras posições se a diferença entre valores for maior
que 10 dB(A).

Dentre outros lugares de medição anteriormente relatados na ISO 2923,


destaca-se que medidas próximas de máquinas que são fontes de ruído devem ser
feitas a uma distância de 1 m da mesma e de 1,2 m a 1,6 m em relação ao convés,
plataforma ou passarela.
109

O código especifica os valores de nível de pressão sonora máximos em dB(A)


apontados na Tabela 6.6. Apesar dos valores limitados pelo código, deve-se atentar
para os limites de exposição ao ruído. Trabalhadores não devem ficar expostos a um
LAeq,24 maior que 80 dB(A), ou seja, a cada 24 horas, o período de exposição ao nível
de ruído sonoro equivalente não deverá exceder a 80 dB(A). A duração e o nível de
ruído ao qual os trabalhadores não podem ser expostos são mostrados na Figura 6.4.

Na zona E, para períodos de menos de 8 horas, os trabalhadores não devem


ser expostos a níveis de ruído superiores a 85 dB(A). Quando expostos a mais de 8
horas a um nível elevado de ruído, um LAeq,24 de 80 dB(A) não deve ser alcançado.
Consequentemente, a cada um terço de 24 horas, o trabalhador pode ser submetido
a um ambiente com níveis de ruído que não excedam 75 dB(A).

Em nenhuma hipótese, os trabalhadores devem ser submetidos a níveis de


ruído maiores que 120 dB(A), mesmo usando proteção (zona A). De outra forma, não
devem ser expostos a um LAeq,24 excedendo 105 dB(A).

Tabela 6.6 - Limites de níveis de ruído especificados para vários ambientes de uma
embarcação.
Níveis de ruído limites
Ambientes
[dB(A)]
Espaços de trabalho
Espaços com máquinas (constantemente operados) 90
Espaços com máquinas (não operados constantemente) 110
Sala de controle de máquinas 75
Oficinas 85
Espaços de trabalho não especificados 90
Salas de Navegação
Comando e sala de cartas 65
Ambientes utilizados para comunicação (convés do
70
passadiço, asas e janelas)
Sala de rádio (com o equipamento de rádio operando mas
60
sem sinal)
Sala de radar 65
Acomodações
Cabines e hospitais 60
Salas de descanso 65
Sala de recreação 65
Áreas de recreação abertas 75
Escritórios 65
Ambientes de serviço
Cozinha (sem equipamento para processamento de alimentos
75
operando)
Despensas 75
Espaços normalmente desocupados
Não especificados 90
Fonte: Resolução IMO A.468 (XII) – Code on Noise Level on Board Ships (1981)
110

Figura 6.4 - Zonas permitidas de exposição ao ruído ocasional e diário.

Fonte: Resolução IMO A.468 (XII) – Code on Noise Level on Board Ships (1981).

Se há serviços diários em espaços cujo nível de ruído equivale a zona D, devem


ser usados protetores auriculares e programas de conservação de audição devem ser
adotados.

Exposições ocasionais são permitidas na zona B com o uso de ambos os


protetores auriculares, do tipo concha e do tipo plug, exceto se a exposição seja
restrita a menos que 10 minutos, quando será necessário um ou outro tipo de protetor.

Na zona C são permitidas apenas exposições ocasionais com protetor auricular


do tipo concha ou do tipo plug.

6.2.3 ABS – Guide for passenger comfort on ships (2001)

A sociedade classificadora American Bureau of Ships (ABS) desenvolveu esta


regra propondo critérios para conforto e satisfação de passageiros a bordo de navios.
Tais critérios são aplicados a navios de passageiros e ferry boat convencionais ou de
alta velocidade, cujos propósitos são transporte diário, férias, passeios e viagens.
Além do ruído, a regra tem como escopo outros aspectos relacionados ao conforto:
acomodações, vibração de corpo inteiro, temperatura e intensidade luminosa.
111

A regra ainda deixa clara que o foco principal são os passageiros, indicando a
norma ABS - Guide for crew habitability on ships desenvolvida para a tripulação, com
critérios de conforto desenvolvidos para a qualidade do desempenho da mesma.

Os níveis de pressão sonora são estipulados para navios com cabine de


passageiros e sem cabines de passageiros, os valores estão representados nas
Tabelas 6.7 e 6.8.

Para o projeto de isolamento acústico adequado, a regra inclui ainda valores


de níveis de pressão sonora máximos a serem considerados, mostrados nas Tabelas
6.9 e6.10.

As condições de teste são semelhantes às da norma ISO 2923, com algumas


adaptações. Os testes devem ser conduzidos com a embarcação à plena carga ou
próxima desta, entretanto, os passageiros não podem estar no ambiente de medição,
pois há risco de interferência humana durante a condução dos testes.

Tabela 6.7 - Critérios para níveis de ruído em embarcações de passageiros com cabines

LAeq máximo aceitável


Espaços e áreas recreacionais abertas
[dB(A)]
Cabines e dormitórios 45
Corredores próximos a cabines 55
Restaurantes 55
Espaços públicos fechados 55
Espaços recreacionais fechados 55
Discotecas, teatros, espaços de entretenimento 60
Corredores próximos a áreas públicas 60
Ginásios 65
Espaços públicos abertos 65
Espaços médicos, odontológicos e de primeiros socorros 45
FONTE: ABS – Guide for passenger comfort on ships (2001).

Tabela 6.8 - Critérios para níveis ruído em embarcação de passageiros sem cabines
Espaços e áreas recreacionais abertas LAeq máximo aceitável [dB(A)]
Espaços públicos fechados 55
Áreas fechadas com assentos 60
Áreas recreacionais e salas de jogos fechadas 65
Corredores próximos a áreas públicas 65
Espaços públicos abertos e áreas abertas com assentos 70
Espaços médicos e de primeiros socorros 55
FONTE: ABS – Guide for passenger confort on ships (2001).
112

Tabela 6.9 - Valores máximos de níveis de pressão sonora para embarcações de passageiros
com cabines.
Espaços e áreas recreacionais abertas LAeq máximo aceitável [dB(A)]
Cabines e dormitórios 80
Corredores próximos a cabines 85
Restaurantes 85
Espaços públicos fechados 85
Espaços recreacionais fechados 85
Discotecas, teatros, espaços de entretenimento 105
Corredores próximos a áreas públicas 90
Ginásios 85
Espaços públicos abertos 90
Espaços médicos, odontológicos e de primeiros socorros 80
FONTE: ABS – Guide for passenger comfort on ships (2001).

Tabela 6.10 - Valores máximos de níveis de pressão sonora para embarcações de passageiros
sem cabines.
Espaços e áreas recreacionais abertas LAeq máximo aceitável [dB(A)]
Espaços públicos fechados 85
Áreas fechadas com assentos 85
Áreas recreacionais e salas de jogos fechadas 90
Corredores próximos a áreas públicas 90
Espaços públicos abertos e áreas abertas com assentos 90
Espaços médicos e de primeiros socorros 80
FONTE: ABS – Guide for passenger comfort on ships (2001).

O critério de seleção de locais a serem mensurados deve representar as


condições dos espaços de passageiros listados nas Tabelas 6.7 a 6.10. Assim devem
ser selecionados lugares próximos às fontes de ruído (equipamentos ou estrutura);
espaços únicos dentro da embarcação ou uma amostra de pelo menos 20%,
representativa de uma quantidade de espaços com o mesmo propósito devem ser
selecionados para a medição e nos corredores, medições devem ser realizadas em
espaçamentos entre 2 m e 7 m. As medições devem contemplar proa, popa, meia
nau, bombordo ou boreste da embarcação. Sobre as posições de medição, a regra
cita que foram baseadas ou adaptadas da norma ISO 2923 e da resolução IMO
A.468(XII) (1981).

6.2.4 NR 15 - Atividades e operações insalubres (1978)

A norma brasileira NR 15 dispõe sobre atividades e operações insalubres,


definindo-as como as atividades e operações desenvolvidas acima de limites de
tolerância permitidos ou em atividades insalubres.

No anexo 1 da norma, são estipulados limites de tolerância para ruído contínuo


e intermitente (Tabela 6.11), os quais devem ser medidos em dB, com ponderação
113

em A e circuito de resposta lenta (slow). As leituras devem ser feitas próximas ao


ouvido do trabalhador.

Não é permitida exposição a níveis de ruído acima de 115 dB, a menos que o
trabalhador esteja protegido adequadamente.

Se durante a jornada de trabalho, ocorrerem dois ou mais períodos de


exposição a níveis de ruídos diferentes, seus efeitos devem ser combinados de acordo
com a seguinte formulação:

¡_ ¡Y ¡ì ¡ˆ
+ + + ⋯+
W_ WY Wì Wˆ
(56)

Sendo Cn o tempo total no qual o trabalhador fica exposto a um nível de ruído


específico e Tn a máxima exposição diária de ruído permitida no nível considerado.
Se esta soma de frações exceder a unidade, a exposição é considerada acima do
limite de tolerância.

Tabela 6.11 - Limites de tolerância para ruídos contínuos ou intermitentes.


Nível de ruído Máxima exposição diária Nível de ruído Máxima exposição diária
dB(A) permissível dB(A) permissível
85 8 horas 98 1 hora e 15 minutos
86 7 horas 100 1 hora
87 6 horas 102 45 minutos
88 5 horas 104 35 minutos
89 4 horas e 30 minutos 105 30 minutos
90 4 horas 106 25 minutos
91 3 horas e 30 minutos 108 20 minutos
92 3 horas 110 15 minutos
93 2 horas e 40 minutos 112 10 minutos
94 2 horas e 15 minutos 114 8 minutos
95 2 horas 115 7 minutos
96 1 hora e 45 minutos
Fonte: NR 15 – Atividades e operações insalubres (1978).

Em seu anexo 2, a NR 15 dita limites de tolerância para ruído de impacto. Tais


ruídos deverão ser avaliados em dB com o medidor do nível de pressão sonora
operando em circuito linear e circuito para resposta ao impacto. O limite de tolerância
para o ruído de impacto será de 130 dB. Caso não haja disposição de um medidor do
nível de pressão sonora com as características acima, deve ser realizada leitura no
circuito de resposta rápida (Fast) e circuito de compensação dB(C), no qual o limite
de tolerância será de 120 dB(C). Trabalhadores sem proteção adequada, expostos a
ruídos de impacto superiores a 140 dB ou 130 dB(C) correrão risco grave e iminente.
114

6.2.5 NHO 01 – Norma de higiene ocupacional: avaliação da exposição


ocupacional ao ruído (2001)

Esta norma do Ministério do Trabalho tem por objetivo estabelecer critérios e


procedimentos para avaliação da exposição ocupacional ao ruído que implique em
risco de dano ou perda de audição. Aplica-se à avaliação da exposição ao ruído
ocupacional contínuo ou intermitente e ruído de impacto, entretanto, não está voltada
para a condição de conforto acústico.

O critério de referência para avaliação dos limites de exposição diária ao ruído


contínuo ou intermitente corresponde a uma dose diária de 100% para exposição de
8 horas ao nível de 85 dB(A).

A norma define como dose o parâmetro utilizado para caracterização da


exposição ocupacional ao ruído, expresso em porcentagem de energia sonora, tendo
por referência o valor máximo de energia sonora diária admitida, definida com base
em parâmetros preestabelecidos (critério de referência, incremento de duplicação de
dose e nível limiar de integração, os dois últimos são explicados no parágrafo abaixo).
A dose diária então é referente à jornada diária de trabalho.

Além do critério de referência, a norma considera um incremento de duplicação


da dose de exposição igual a 3 dB, o qual aumenta pela metade o tempo de exposição
e o nível limiar de integração igual a 80 dB(A), ou seja, o nível a partir do qual os
valores passam a ser computados para fins de determinação do nível médio ou da
dose de exposição. O tempo máximo diário de exposição permissível em função do
nível de ruído é dado pela Tabela 6.12:

Tabela 6.12 - Tempo máximo diário de exposição permissível em função do nível de ruído.
NPS Tempo máx. diário NPS Tempo máx. diário NPS Tempo máx. diário
dB(A) permissível (min) dB(A) permissível (min) dB(A) permissível (min)
80 1.523,90 92 95,24 104 5,95
81 1.209,52 93 75,59 105 4,72
82 960,00 94 60,00 106 3,75
83 761,95 95 47,62 107 2,97
84 604,76 96 37,79 108 2,36
85 480,00 97 30,00 109 1,87
86 380,97 98 23,81 110 1,48
87 302,38 99 18,89 111 1,18
88 240,00 100 15,00 112 0,93
89 190,48 101 11,90 113 0,74
90 151,19 102 9,44 114 0,59
91 120,00 103 7,50 115 0,46
Fonte: NHO 01 (2001)
115

7. DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA “ANALISADOR DE VIBRAÇÕES NO


CORPO HUMANO”

Para analisar os sinais de aceleração medidos a luz das normas internacionais


ISO 2631-1:1997 e ISO 5349, foi desenvolvida uma programação em LabVIEW, a qual
aplica as ponderações no sinal e retorna os valores de aceleração resultante de
exposição normalizada (fator A(8)) e de valor de dose de vibração resultante (VDVR).

Intitulado de Analisador de Vibração no Corpo Humano, o programa é capaz


de mostrar os sinais de vibração captados por transdutores de aceleração em tempo
real. Esta visualização está disponível na aba módulo de aquisição (Figura 7.1), a qual
possui dois gráficos para ambos os domínios do sinal, um botão digital para que o
operador insira o tempo de aquisição do sinal, em segundos, além de painel digital
para o tempo percorrido.

Figura 7.1 - Tela inicial do programa analisador de vibração no corpo humano mostrando a tela
“Módulo de Aquisição” de aquisição nos domínios do tempo e da frequência.

Fonte: Arquivo do autor.


116

Este programa apresenta os sinais obtidos no domínio do tempo e da


frequência na aba sinais aquisitados (Figura 7.2). Os resultados das acelerações
ponderadas nos três eixos (x, y e z), aceleração total, fator A(8) e VDVR (este último
apenas para VCI) são mostrados na aba resultados, conforme Figura 7.3.

Figura 7.2 - Painel de exibição da aba “sinais aquisitados” no domínio do tempo e da


frequência.

Fonte: Arquivo do autor.

Figura 7.3 - Painel de exibição da aba “Resultados”, apresentando o cálculo das acelerações
ponderadas e valores de dose.

Fonte: Arquivo do autor.


117

O programa também possui uma aba chamada configurações (Figura 7.4), a


qual oferece ao usuário a possibilidade de configurar as características dos canais
dos acelerômetros, além do tipo de aquisição, se para VCI ou VMB, além de
propriedades como número de amostras, taxa de aquisição, ganho do sinal, tempo de
exposição à vibração, número de aquisições e diretório onde será salvo o arquivo dos
sinais em extensão .tdms.

A obtenção dos dados é realizada através do módulo de aquisição de sinais


pelos canais 0, 1 e 2 (eixos x, y e z, respectivamente). Os sinais são mostrados na
tela do programa través da aba “módulo de aquisição”, no domínio do tempo e da
frequência. A cada banda de 1/3 de oitava de 1 a 80 Hz (para VCI) e de 1 a 400 Hz
(para VMB) são aplicadas as ponderações apropriadas de acordo com a ISO 2631-1
e os sinais tratados podem então ser visualizados no módulo de visualização de sinais
(aba sinais aquisitados), sendo então realizados os cálculos de aceleração total e de
valor da dose de vibração. Com a aceleração total, são computados o número e o
tempo de aquisição das medições, os quais são usados para o cálculo da aceleração
equivalente e de valor de dose de vibração resultante. O fluxograma da Figura 7.5
apresenta o algoritmo utilizado para a representação do programa e o diagrama de
blocos pode ser consultado no APÊNDICE A.

Para testar a programação, foram realizados dois testes. O primeiro relativo as


medições de vibrações de mão e braços e o segundo de medição de vibração de
corpo inteiro.

Figura 7.4 - Painel de configuração do programa.

Fonte: Arquivo do autor.


118

Figura 7.5 - Fluxograma mostrando o processo de cálculo do programa desenvolvido.

Fonte: Autoria pessoal.

7.1 ESTUDO DE CASO PARA VIBRAÇÃO DE EXTREMIDADES

Com a finalidade de se testar a eficiência e a utilidade do programa criado, foi


desenvolvido em laboratório uma simulação de caso real em que um operador de
furadeira é exposto aos efeitos da vibração ocasionada pelo uso de tal equipamento.
Nesta simulação foram utilizadas uma furadeira tipo BOSCH GSB 16 RE com rotação
de 0 a 2000 rpm, luva de proteção e equipamentos necessários para realizar as
medições de vibração: dois acelerômetros PCB modelo 353b16 cujas sensibilidades
são 10,07 mV/g e 10,53 mV/g, suporte para acoplamento dos acelerômetros na mão
do operador, modulo de condicionamento de sinal NI 9234, chassi NI cDaq- 9172 para
conexão entre o condicionador, calibrador de acelerômetros B&K modelo 4294
119

(aceleração eficaz de 10 m/s2 na frequência de 159,15 Hz) e um computador (Figura


7.6 a 27).

Figura 7.6 - Acelerômetro PCB 353b16.

Fonte: site do fabricante PCB Piezotronics, disponível em:


http://www.pcb.com/products.aspx?m=353B16.

Figura 7.7 - Calibrador de acelerômetros B&K modelo 4294.

Fonte: Especificações do produto 4294.

Os acelerômetros foram calibrados, com os parâmetros de aceleração RMS de


10 m/s2 e frequência 159,15 Hz rigorosamente obedecidos antes do começo da
medição.

Todos os equipamentos foram montados e o software configurado para obter


medições apenas para os eixos x e y durante um intervalo estimado em 100 segundos,
o qual é um valor razoável para um operador de furadeira com carga horária diária de
trabalho de 8 horas semanais. Como haviam apenas dois acelerômetros disponíveis,
optou-se por fazer a medição nos eixos ortogonais x e y, e sob as mesmas condições
120

supracitadas, mediu-se a vibração no eixo z. Esta medição foi realizada mediante a


operação de perfuração de uma parede de tijolo e concreto com espessura de
aproximadamente 12 cm por meio de uma furadeira com broca de aço Figura 7.8.

Figura 7.8 - Acoplamento de acelerômetros na mão para medição.

Fonte: Autoria pessoal.

As Figuras 7.9 a 7.14 apresentam os sinais aquisitados no domínio do tempo e


da frequência de cada eixo. A Tabela 7.1 mostra os cálculos das acelerações.

Figura 7.9 - Sinal de vibração de extremidades do eixo x no domínio do tempo.

Fonte: Autoria pessoal.

Figura 7.10 - Sinal de vibração de extremidades do eixo x no domínio da frequência.

Fonte: Autoria pessoal.


121

Figura 7.11 - Sinal de vibração de extremidades do eixo y no domínio do tempo.

Fonte: Autoria pessoal.

Figura 7.12 - Sinal de vibração de extremidades do eixo y no domínio da frequência.

Fonte: Autoria pessoal.

Figura 7.13 - Sinal de vibração de extremidades do eixo z no domínio do tempo.

Fonte: Autoria pessoal.


122

Figura 7.14 - Sinal de vibração de extremidades do eixo z no domínio da frequência.

Fonte: Autoria pessoal.

Tabela 7.1 - Valores das acelerações ponderadas nos três eixos, total e fator A(8).

( ⁄ P)
,! ( ⁄ P)
,@ ( ⁄ P)
,- < ( ⁄ P) <"! çã (') (î) ( ⁄ P )
9,6413 13,5825 18,5717 24,9468 1,6 3,4159

Fonte: Autoria pessoal.

Conforme verifica-se o valor de A(8) = 3,4159 m/s2, existe nessa população


exposta a estas condições de vibração uma probabilidade de aparecimento da doença
“Dedos Brancos” em 10% em aproximadamente 9,5 anos.

A norma ISO 5349 não oferece valores exatos de limites que o ser humano
deve ficar exposto a determinada vibração, porém, seguindo a tabela do Critério de
Julgamento e Tomada de Decisão sobre o fator A(8) presente na NHO – 10 conforme
mostrada na Tabela 7.2, pode-se julgar que a exposição de um trabalhador as
vibrações de uma furadeira, de acordo com o teste feito acima, está acima do nível de
ação. A norma adverte que hajam, no mínimo, medidas preventivas. Porém, se forem
seguidos os limites fornecidos pela ACGHI (Tabela 7.3) para vibrações localizadas, a
situação acima está bem abaixo do limite de tolerância.

Tabela 7.2 - Critério de Julgamento e Tomada de Decisão.


A(8) (m/s²) Consideração técnica Atenuação recomendada
0 a 2,5 Aceitável No mínimo, manutenção da condição existente
>2,5 a <3,5 Acima do nível de ação No mínimo, adoção de medidas preventivas
Adoção de medidas preventivas e corretivas
3,5 a 5,0 Região de incerteza
visando a redução da exposição diária
Acima de 5,0 Acima do limite de exposição Adoção imediata de medidas corretivas
Fonte: NHO - 10.
123

Tabela 7.3 - Limites de Tolerância da ACGIH para Vibrações Localizadas.


Valores da componente de aceleração
Duração total da dominante em RMS, frequência ponderada que
exposição diária não devem ser excedidos.
m/s² g
4 horas e menos de 8 4 0,40
2 horas e menos de 4 6 0,61
1 hora e menos de 2 8 0,81
Menos de 1 hora 12 1,22
Fonte: Soeiro, 2011.

7.2 ESTUDO DE CASO PARA VIBRAÇÃO DE CORPO INTEIRO

Com a finalidade de testar a eficiência e a utilidade do software desenvolvido


para analisar a vibração de corpo inteiro, realizou-se uma medição com uma pessoa
dirigindo um carro modelo Corsa Classic 2013 por um percurso de aproximadamente
800 m nas dependências da Universidade Federal do Pará.

Neste experimento, foram utilizados basicamente todos os equipamentos


supracitados no experimento em VMB, porém, foi utilizado o NI USB 9162 (Figura
7.15) no lugar do NI cDaq-9172, uma vez que este deve receber alimentação externa,
enquanto o outro apenas recebe alimentação do notebook. Também foi utilizado o
acelerômetro Triaxial IEPE Seat-Accelerometer Type 4515-B da B&K com valores de
sensibilidades 97,70 mV/g, 98,79 mV/g e 95,72 mV/g respectivamente para os eixos
X, Y e Z, para medir a vibração transmitida pelo assento do carro em movimento ao
motorista sentado (Figura 7.16).

Figura 7.15 - Módulo de aquisição de sinais NI USB 9162.

Fonte: Site do fabricante National Instruments, disponível em:


http://sine.ni.com/nips/cds/view/p/lang/pt/nid/204178
124

Figura 7.16 - Equipamentos de medição de vibração instalados no carro.

Fonte: Autoria pessoal.

Avaliaram-se os sinais de vibrações ocasionadas em um percurso normal de


direção do veículo por uma via de asfalto composta por lombadas e uma ponte de
ferro em parte de seu trecho. Ressalta-se que não houve interferência do avaliador
sobre o motorista durante a medição, não comprometendo-a. As Figuras 7.17 a 7.22
representam gráficos dos sinais aquisitados nos três eixos no domínio do tempo e da
frequência, já a Tabela 7.4 mostra os resultados das acelerações ponderadas.

Figura 7.17 - Sinal de vibração de corpo inteiro do eixo x no domínio do tempo.

Fonte: Autoria Pessoal

Figura 7.18 - Sinal de vibração de corpo inteiro do eixo x no domínio da frequência.


125

Fonte: Autoria pessoal.

Figura 7.19 - Sinal de vibração de corpo inteiro do eixo y no domínio do tempo.

Fonte: Autoria pessoal.

Figura 7.20 - Sinal de vibração de corpo inteiro do eixo y no domínio da frequência.

Fonte: Autoria pessoal.

Figura 7.21 - Sinal de vibração de corpo inteiro do eixo z no domínio do tempo.

Fonte: Autoria pessoal.


126

Figura 7.22 - Sinal de vibração de corpo inteiro do eixo z no domínio da frequência.

Fonte: Autoria pessoal.

Tabela 7.4 - Valores das acelerações ponderadas nos três eixos, total, fator A(8) e valores de
dose.

,! ,@ ,- <
( ⁄ P) ( ⁄ P) ( ⁄ P) ( ⁄ P)
Texposição A(8) VDVx VDVy VDVz VDVR
(h) (m/s2) (m/s1,75) (m/s1,75) (m/s1,75) (m/s1,75)
0,0249 0,0174 0,0565 0,3145 3 0,1925 2,6336 1,7970 2,2740 11,3454
Fonte: Autoria pessoal.

Conforme a tabela, obteve-se o valor de 0,1925 m/s2 para o fator A(8) e 11,3454
m/s1,75 para o Valor de Dose de Vibração Resultante (VDVR). Embora a norma ISO
2631 não exponha exatamente limites de tolerância sobre os quais a pessoa exposta
à vibração deve se submeter, pode-se tomar como referência para a análise destes
dados alguns limites citados pela NHO – 09/2012 conforme a Tabela 6.5.

Assim, quanto ao fator A(8), o nível de vibração é aceitável, porém, em relação


ao VDVR, a vibração está acima do nível de ação, o que implica no mínimo a adoção
de medidas preventivas como averiguar as condições sobre as quais a pessoa está
exposta a este tipo de vibração, além de minuciosa avaliação das condições do
equipamento gerador deste fenômeno. Logo, pode-se julgar que neste caso a
vibração ainda está em um limite tolerável, uma vez que o fator A(8) possui valor
relativamente baixo.
127

8. RESULTADOS

As medições foram realizadas na LEG pertencente ao município de São Miguel


do Guamá, localizada a aproximadamente 144 km da capital Belém. A embarcação já
está em operação desde o mês março de 2015, com as medições realizadas no dia
25 de setembro de 2015.

Durante a realização de todas as medições a bordo da embarcação, haviam


cinco pessoas, sendo um piloto e quatro pesquisadores. O estado de mar
caracterizava-se como 1 (encrespado) segundo Diretoria de Hidrografia e Navegação
(DHN), a velocidade e a de rotação do motor foram mantidas constantes em 17 km/h
e 2000 rpm (dados verificados no painel da lancha), bem como o percurso realizado
foi mantido o mais em linha reta possível (uma vez que não há indicador do ângulo do
leme instalado, não há como afirmar com precisão as mudanças de ângulo).

8.1 NÍVEL DE POTÊNCIA SONORA DA FONTE

Os níveis de potência sonora medidos nas bandas de terço de oitava de 63 Hz


a 6300 Hz em dB e em dB(A) são mostrados na Figura 8.1. Os níveis globais totais
são de 102,3 dB e 85 dB (A). No modelo numérico, os dados serão inseridos em
bandas de 1/1 oitava, conforme a Figura 8.2. A tabela com os valores medidos podem
ser consultados no APÊNDICE B.

Figura 8.1 - Níveis de potência sonora medidos em terços de oitava.

120

100

80
NWS

60
dB
40
dB(A)

20

0
0,05
0,063
0,08
0,1
0,125
0,16
0,2
0,25
0,315
0,4
0,5
0,63
0,8
1
1,25
1,6
2
2,5
3,15
4
5
6,3

Frequências (Hz)

Fonte – Autoria pessoal.


128

Figura 8.2 - Níveis de potência sonora em bandas de oitava.

98,2 99,9
87,1
76,5 75,4 72,8 69,8

NWS (dB)
63 125 250 500 1000 2000 4000
Frequência (Hz)

Fonte – Autoria pessoal.

Enquanto em bandas de terço de oitava, verifica-se um pico de máximo NWS


em 100 Hz, este faz parte da banda de oitava de 125 Hz, o que explica o pico de 99,9
dB na banda.

8.2 AVALIAÇÃO DE RUÍDO A BORDO DA LEG

As Figura 8.3 a 8.9 mostram os valores de NPS utilizando a ponderação A em


bandas de oitava e global a bordo da LEG, ambos medidos com a casaria fechada
(janelas e portas fechadas) para os receptores 1 a 18. O APÊNDICE C mostra os
valores em terços de oitava e em bandas de oitava.

Figura 8.3 - Valores de NPS na frequência de 125 Hz por receptor medidos a bordo da LEG.

100

95
NPS - dB(A)

90

85

80

75
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptores

Fonte – Autoria pessoal.


129

Figura 8.4 - Valores de NPS na frequência de 250 Hz por receptor medidos a bordo da LEG.

84
83
82
81
NPS - dB(A)

80
79
78
77
76
75
74
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptores

Fonte – Autoria pessoal.

Figura 8.5 - Valores de NPS na frequência de 500 Hz por receptor medidos a bordo da LEG.

80
79
78
NPS - dB(A)

77
76
75
74
73
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptores

Fonte – Autoria pessoal.

Figura 8.6 - Valores de NPS na frequência de 500 Hz por receptor medidos a bordo da LEG.

80
79
78
NPS - dB(A)

77
76
75
74
73
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptores

Fonte – Autoria pessoal.


130

Figura 8.7 - Valores de NPS na frequência de 2000 Hz por receptor medidos a bordo da LEG.

78
77
76
NPS - dB(A)

75
74
73
72
71
70
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptores

Fonte – Autoria pessoal.

Figura 8.8 - Valores de NPS na frequência de 4000 Hz por receptor medidos a bordo da LEG.

74

72
NPS - dB(A)

70

68

66

64

62
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptores

Fonte – Autoria pessoal.

Figura 8.9 - Valores globais de NPS por receptor medidos a bordo da LEG.

98
96
94
NPS - dB(A)

92
90
88
86
84
82
80
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptores

Fonte – Autoria pessoal.


131

A Figura 8.10 apresenta o mapa acústico da LEG a partir do nível de pressão


sonora ponderado global (mínimo de 86,4 dB(A) e máximo de 97 dB(A)).

Figura 8.10 - Mapa acústico da LEG a partir dos níveis globais.

Fonte – Autoria pessoal.

A partir dos dados, percebe-se que os maiores níveis de pressão sonora


localizam-se na região próxima do motor principal (receptor 9, 97,1 dB(A)), na popa
(receptor 1, 96,9 dB(A)) a qual é uma região de menor volume, e na proa (receptor 14,
95,2 dB(A)) uma vez que está entre a parede do costado e a porta do sanitário e ao
nível global médio 90,9 dB(A).

8.2.1 Avaliação dos resultados conforme IMO Resolution A.468 (XII)

A LEG possui um único espaço de convivência, o qual é o mesmo espaço de


máquinas, não encaixando-se em nenhuma das classificações adotadas pela
resolução IMO mostradas na Tabela 6.6. Entretanto, ao analisar as zonas permitidas
de exposição ao ruído ocasional e diário percebe-se que o ambiente encaixa-se na
zona D, na qual os passageiros podem ser expostos por um período de tempo até 8
horas na faixa de 85 dB(A) a 100 dB(A) com protetor auricular tipo concha ou protetor
auricular tipo plug.

8.2.2 Avaliação segundo a regra ABS – Guide for passenger comfort on ships
(2001)

Segundo a classificação da regra ABS, a LEG configura-se como uma


embarcação de passageiros sem cabine e com espaço público em comum, assim, o
limite máximo de pressão sonora seria de 55 dB(A) e para projeto de isolamento
132

acústico este limite sobe para 85 dB(A). Ambos os limites estão abaixo do NPS médio
global de 90,9 dB(A).

8.2.3 Avaliação de ruído de acordo com a NR 15

A Tabela 8.1 apresenta a relação entre os níveis de ruídos medidos e os tempos


limites de exposição indicados pela NR 15.

Tabela 8.1 – Tempo limite de exposição para os níveis de ruídos segundo a NR 15 considerando
a posição do condutor, o nível máximo a bordo e a média aritmética dos níveis a bordo da LEG.
Medição NPS - dB(A) Tempo limite de exposição (NR 15)
Condutor (receptor 18) 86,4 360 minutos
Máximo (receptor 9) 97,1 90 minutos*
Média 90,9 210 minutos
*Valor interpolado.
Fonte – Autoria pessoal.
Segundo os fluxogramas apresentados nas Figuras 55 e 56 os tempos de
exposição para os condutores nos casos 1, 2 e 3 são de 3 horas e 44 minutos, 3 horas
e 28 minutos e 6 horas. Assim, de acordo com a NR 15, os limites de exposição
máximo para os condutores dos casos 1, 2 e 3 estão são aceitáveis. Entretanto, alguns
alunos são expostos a 4 horas de viagens diárias e níveis de pressão sonora além
dos adequados pela norma.

8.2.4 Avaliação segundo a NHO 01

A Tabela 8.2 apresenta a relação entre os níveis de ruídos medidos e os tempos


limites de exposição indicados pela NHO 01.

Tabela 8.2- Tempo limite de exposição para os níveis de ruídos segundo a NHO 01 considerando
a posição do condutor, o nível máximo a bordo e a média aritmética dos níveis a bordo da LEG.
Medição NPS - dB(A) Tempo limite de exposição (NHO 01)
Condutor (receptor 18) 86,4 380,97 minutos
Máximo (receptor 9) 97,1 30 minutos
Média 90,9 120 minutos
Fonte – Autoria pessoal.

Assim, o limite máximo de exposição para um passageiro sentado no assento


9 (máximo NPS) seria de 30 minutos, o que não é condizente com a realidade, já que
algumas viagens duram cerca de 180 minutos. Já o condutor, segundo a NHO 01,
pode trabalhar seguramente durante um período de até 380,7 minutos (seis horas),
uma vez que a jornada de trabalho diária dos condutores 1, 2 e 3 são de 222 minutos,
235 minutos, e 360 minutos, respectivamente.
133

8.3 AVALIAÇÃO DE VIBRAÇÃO DE CORPO INTEIRO A BORDO DA LEG

Utilizando o programa analisador de vibrações no corpo humano, desenvolvido


para este trabalho, os dados de entrada utilizados foram as sensibilidades do
acelerômetro nos eixos x, y e z, foi atribuído o valor 1 ao ganho do sinal, pois dessa
forma o aplicativo manteria as propriedades do sinal, o tempo de exposição da
atividade em medição foi selecionado para 6 horas, correspondente ao tempo de
exposição do condutor da lancha LEG FNDE-MEC 00137, do município de São Miguel
do Guamá.

Figura 8.11 – Configurações do analisador de vibrações do corpo humano para medição da


vibração de corpo inteiro a bordo da lancha escolar LEG FNDE-MEC 00137.

Fonte – Autoria pessoal.

Os gráficos de amplitude de aceleração ponderadas, feitos utilizando o


analisador de vibrações do corpo humano, são apresentados nas Figuras 8.12 a 8.27.
As respectivas acelerações ponderadas são mostradas no APÊNDICE D.
134

Figura 8.12 - Amplitudes de aceleração (m/s²) no domínio da frequência (Hz) do assento 01.

Fonte – Autoria pessoal.

Figura 8.13 - Amplitudes de aceleração (m/s²) no domínio da frequência (Hz) do assento 02.

Fonte – Autoria pessoal.

Figura 8.14 - Amplitudes de aceleração (m/s²) no domínio da frequência (Hz) do assento 03.

Fonte – Autoria pessoal.


135

Figura 8.15 - Amplitudes de aceleração (m/s²) no domínio da frequência (Hz) do assento 04.

Fonte – Autoria pessoal.

Figura 8.16 - Amplitudes de aceleração (m/s²) no domínio da frequência (Hz) do assento 05.

Fonte – Autoria pessoal.

Figura 8.17 - Amplitudes de aceleração (m/s²) no domínio da frequência (Hz) do assento 06.

Fonte – Autoria pessoal.


136

Figura 8.18 - Amplitudes de aceleração (m/s²) no domínio da frequência (Hz) do assento 07.

Fonte – Autoria pessoal.

Figura 8.19 - Amplitudes de aceleração (m/s²) no domínio da frequência (Hz) do assento 10.

Fonte – Autoria pessoal.

Figura 8.20 - Amplitudes de aceleração (m/s²) no domínio da frequência (Hz) do assento 11.

Fonte – Autoria pessoal.


137

Figura 8.21 - Amplitudes de aceleração (m/s²) no domínio da frequência (Hz) do assento 12.

Fonte – Autoria pessoal.

Figura 8.22 - Amplitudes de aceleração (m/s²) no domínio da frequência (Hz) do assento 13.

Fonte – Autoria pessoal.

Figura 8.23 - Amplitudes de aceleração (m/s²) no domínio da frequência (Hz) do assento 14.

Fonte – Autoria pessoal.


138

Figura 8.24 - Amplitudes de aceleração (m/s²) no domínio da frequência (Hz) do assento 15.

Fonte – Autoria pessoal.

Figura 8.25 - Amplitudes de aceleração (m/s²) no domínio da frequência (Hz) do assento 16.

Fonte – Autoria pessoal.

Figura 8.26 - Amplitudes de aceleração (m/s²) no domínio da frequência (Hz) do assento 17.

Fonte – Autoria pessoal.


139

Figura 8.27 - Amplitudes de aceleração (m/s²) no domínio da frequência (Hz) do assento 18.

Fonte – Autoria pessoal.

Como apresentado nos gráficos, nota-se que o caso mais crítico ocorre no
assento 18, correspondente ao assento do condutor (Figura 8.28). As telas do
aplicativo de todos os assentos são apresentados no APÊNDICE F.

Figura 8.28 - Resultados da análise de VCI no assento 18 (condutor).

Fonte – Autoria pessoal.


A Tabela 8.3 apresenta os valores de Aren e VDVR, válidos para os casos 1, 2
e 3, e assentos 1 a 18.

Estes valores foram plotados nos gráficos das Figuras 8.29 e 8.30, e o mapa
de acelerações resultantes e valores de dose de vibração na Figura 8.31.
140

Tabela 8.3 - Aren e VDVR obtidos na medição de vibração de corpo inteiro a bordo da LEG.
Item Avaliado
Assento¹ Aren 1 Aren 2 Aren 3 VDVR 1 VDVR 2 VDVR 3
(m/s²) (m/s²) (m/s²) (m/s1,75) (m/s1,75) (m/s1,75)
1 0,0169 0,0164 0,0215 0,767 0,755 1,188
2 0,0283 0,0247 0,0361 1,284 1,263 2,008
3 0,0192 0,0186 0,0245 0,942 0,927 1,478
4 0,0256 0,0248 0,0326 1,259 1,239 1,987
5 0,0160 0,0155 0,0204 0,670 0,659 1,044
6 0,0321 0,0311 0,0409 1,537 1,512 1,966
7 0,0226 0,0218 0,0287 0,947 0,932 1,380
10 0,0130 0,0126 0,0166 0,548 0,540 0,863
11 0,0147 0,0142 0,0187 0,660 0,649 1,040
12 0,0165 0,0159 0,0210 0,614 0,604 0,905
13 0,0146 0,0142 0,0186 0,641 0,630 0,996
14 0,0767 0,0743 0,0977 4,010 3,946 4,541
15 0,0208 0,0202 0,0265 0,893 0,879 1,200
16 0,0133 0,0129 0,0169 0,605 0,596 0,923
17 0,0371 0,0359 0,0473 1,837 1,807 2,253
18 0,1496 0,1448 0,1905 6,517 6,412 7,381
Fonte – Autoria pessoal.
¹Excluídos os assentos 8 e 9

Figura 8.29 - Aceleração resultante de exposição normalizada (Aren) medida para os casos 1, 2
e 3, e em cada assento.

Fonte – Autoria pessoal.


141

Figura 8.30 - Valor de dose de vibração resultante para os casos 1, 2 e 3.

Fonte – Autoria pessoal.

Figura 8.31 - Mapas de Aren e VDVR para os casos 1, 2 e 3 da lancha escolar grande.
Mapa de Aceleração Resultante de Mapa de Valor da Dose de Vibração
exposição normalizada Resultante

Fonte – Autoria pessoal.

As normas ISO 2631-1:1997 e NHO 09 estabelecem como critério de avaliação


da exposição ocupacional à vibração o nível de ação para a exposição ocupacional
142

de corpo inteiro um valor de aceleração resultante da exposição normalizada de 0,5


m/s² e ao valor da dose de vibração resultante de 9,1 m/s1,75.

O limite de exposição ocupacional diária corresponde a um valor de aceleração


resultante da exposição normalizada de 1,1 m/s² e de valor dose de vibração
resultante de 21 m/s1,75.

Comparando os valores de Aren e VDVR medidos com os limites estabelecidos


pelas normas, constata-se que não há problemas de vibração de corpo inteiro, pois
os valores medidos estão abaixo dos limites de nível de ação. A Tabela 8.4 apresenta
a comparação entre os valores máximos e os limites normatizados.

Tabela 8.4 - Comparação entre os Aren e VDVR medidos e os limites impostos pelas normas ISO
2361-1:1997 e NHO 09.
Aren (m/s²) VDVR ( m/s1,75)
Máximo Obtido 0,1905 7,381
Nível de ação 0,5 9,1
Limite de exposição 1,1 21
Conclusão Critério atendido Critério Atendido
Fonte – Autoria pessoal.

Conforme recomenda a NHO 09, deve-se pelo menos adotar medidas para
manutenção do ambiente de trabalho e níveis de vibração, a fim de evitar valores mais
altos.

8.4 MODELO NUMÉRICO PARA PREDIÇÃO DO NÍVEL DE PRESSÃO SONORA


A BORDO DA LEG

As Figuras 8.32 e 8.33 fazem uma comparação entre o interior real da LEG com
o modelo numérico do interior da casaria.

Figura 8.32 - Modelo tridimensional do interior da casaria.


143

Fonte – Autoria pessoal.

Figura 8.33 - Interior da casaria da LEG.

Fonte – Autoria pessoal.

Foram extraídos os dados de NPS a bordo da LEG em bandas de oitava,


globais e ponderados em A para os 18 receptores e comparados os dados medidos
com os dados obtidos a partir do modelo. As Figuras 8.34 a 8.41 mostram essas
comparações, enquanto a Figura 8.42 representa a distribuição das diferenças entre
os resultados simulados e medidos.

Figura 8.34 - Comparação entre os dados de NPS simulados e medidos a bordo da LEG para a
banda de 125 Hz.

118
116
114
112
NPS (dB)

110
108
Simulado
106
104 Medido
102
100
98
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

Fonte – Autoria pessoal.


144

Figura 8.35 - Comparação entre os dados de NPS simulados e medidos a bordo da LEG para a
banda de 250 Hz.

94
93
92
NPS (dB)

91
90
Simulado
89
88 Medido
87
86
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

Fonte – Autoria pessoal.

Figura 8.36 - Comparação entre os dados de NPS simulados e medidos a bordo da LEG para a
banda de 500 Hz.

83
82
81
NPS (dB)

80
79 Simulado
78 Medido
77
76
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

Fonte – Autoria pessoal.

Figura 8.37 - Comparação entre os dados de NPS simulados e medidos a bordo da LEG para a
banda de 1000 Hz.

80
79
78
NPS (dB)

77
Simulado
76
Medido
75
74
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

Fonte – Autoria pessoal.


145

Figura 8.38 - Comparação entre os dados de NPS simulados e medidos a bordo da LEG para a
banda de 2000 Hz.

77
76
75
NPS (dB)

74
73 Simulado
72 Medido
71
70
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

Fonte – Autoria pessoal.

Figura 8.39 - Comparação entre os dados de NPS simulados e medidos a bordo da LEG para a
banda de 4000 Hz.

73
72
71
NPS (dB)

70
69
Simulado
68
67 Medido
66
65
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

Fonte – Autoria pessoal.

Figura 8.40 - Comparação entre os dados de NPS Globais simulados e medidos a bordo da
LEG.

118
116
114
112
NPS (dB)

110
108
106 Simulado
104 Medido
102
100
98
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

Fonte – Autoria pessoal.


146

Figura 8.41 - Comparação entre os dados de NPS(A) simulados e medidos a bordo da LEG.

98
96
94
NPS (dB)

92
90 Simulado
88 Medido
86
84
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

Figura 8.42 - Diferenças entre os valores simulados e medidos.

18,0
16,0
14,0
125
12,0
Diferenças (dB)

250
10,0
500
8,0
1000
6,0
2000
4,0 4000
2,0 8000
0,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

Fonte – Autoria pessoal.

A diferença entre os dados simulados e medidos são mostrados na Tabela 8.5.

Uma vez que não há como avaliar o NPS global ponderado em A a partir da
comparação entre valores medidos e valores simulados, os parâmetros para avaliação
da atenuação dos níveis de pressão sonora devido a aplicação de métodos de
controle, serão as diferença entre os valores simulados e os valores simulados obtidos
nas propostas de soluções correspondentes

Como observado nos gráficos, os resultados para a banda de frequência de


125 Hz destoa significativamente, embora, como esperado, para frequências acima
147

de 500 Hz, o modelo apresente resultados satisfatórios, com diferenças médias de 1,1
dB; 1,2 dB; 1,5 dB e 2,4 dB.

Entretanto as baixas frequências contribuem para que os resultados de NPS e


NPS (A) não sejam compatíveis com o modelo numérico, devido ao comportamento
modal da sala.

Os resultados de NPS simulados obtidos nas bandas de oitava de 125 Hz a


4000 Hz podem então ser validados de acordo com os resultados medidos. Assim,
para projetos futuros de lanchas escolares com o interior semelhante à da LEG, pode-
se utilizar o modelo proposto para predizer os níveis de pressão sonora, desde que
nesta faixa de frequência e que seja utilizada a mesma fonte sonora considerada.

Tabela 8.5 - Máximo, mínimo e média das diferenças entre os resultados simulados e medidos
(em dB).

Frequências (Hz) Global NPS


Receptor
125 250 500 1000 2000 4000 dB dB(A)
1 15,6 5,3 3,4 2,9 3,5 2,2 15,4 10,7
2 10,4 2,6 2,6 2,4 2,7 1,5 10,2 6,2
3 8,2 3,2 4 3,7 3,2 2,2 8,0 4,6
4 5 5,1 3,3 1,8 2,3 0,7 5,0 2,4
5 9,3 3,2 3,6 1,4 1,5 0,1 9,1 5,1
6 3,3 -1,9 2,9 1,2 1,3 2,1 3,1 0,9
7 4 1,5 2,2 0,6 2,1 2,2 3,9 2,1
8 10,1 -0,9 2,9 0,5 0,5 -0,7 9,9 5,7
9 13,5 0,6 2,8 0,6 1,3 -0,2 13,3 8,8
10 9,3 2,7 1,3 -0,1 0,2 1,6 9,1 4,9
11 7,6 1,2 2 0,8 0,6 -0,3 7,4 3,6
12 1,9 0,1 1 0,5 0,2 -1,2 1,8 0,0
13 1 1,6 2,2 0 0,1 -1,8 1,0 0,5
14 12,9 1,1 4,6 1,2 -0,7 -1,8 12,7 8,4
15 9,3 0,8 1,2 -0,3 -0,7 -2,3 9,1 5,3
16 9,6 -0,3 2,6 0 -0,4 -2 9,4 5,2
17 6,9 0 2,1 0,4 0 -2,2 6,7 2,8
18 2,5 2,5 4,9 1,7 0,8 -1,5 2,5 0,6
Máx. 15,6 5,3 4,9 3,7 3,5 2,2 15,4 10,7
Mín. 1,0 -1,9 1,0 -0,3 -0,7 -2,3 1,0 0,0
Média 7,8 1,6 2,8 1,1 1,0 -0,1 7,6 4,3

Fonte – Autoria pessoal.

Uma vez que não há como avaliar o NPS global ponderado em A a partir da
comparação entre valores medidos e valores simulados, os parâmetros para avaliação
da atenuação dos níveis de pressão sonora devido a aplicação de métodos de
controle, serão as diferença entre os valores validados e os valores obtidos nas
propostas de soluções correspondentes.
148

8.5 MODELO DE ELEMENTOS FINITOS DO CASCO

8.5.1 Análise de malha

A análise modal numérica foi realizada com o software de elementos finitos


Ansys. Inicialmente, realizou-se um estudo acerca da malha que seria utilizada na
discretização do modelo. Devido a razão entre área e volume apresentada pelas
chapas metálicas do casco, elementos tipo casca foram utilizados nesta modelagem.
Os comandos utilizados podem ser consultados no APÊNDICE G.

8.5.1.1 Elemento Utilizado

Após pesquisa realizada a respeito de qual elemento mais apropriado para este
tipo de análise, o elemento Shell 63 foi selecionado. Tal elemento é adequado para
análise de grandes deformações de chapas, permitindo carregamento no plano ou
axial, tendo 4 nós com 6 graus de liberdade em cada um (translação e rotação ao
longo dos três eixos). A Figura 8.43 representa o elemento e sua topologia.

Figura 8.43 - Elemento Shell 63.

Fonte: ANSYS Mechanical APDL Structural Analysis Guide, 2009.

Tal elemento adequa-se à análises lineares e análises com grande rotação ou


deformação não linear. Mudanças na espessura da estrutura como a existente entre
as diferentes chapas que compõem o casco são encaradas como uma não
linearidade.

8.5.1.2 Convergência de resultados

A plataforma Ansys Workbench possibilita a modificação de diversos


parâmetros no desenvolvimento da malha, entre eles, o tamanho do elemento que
pode ser alterado de modo a se utilizar a malha mais adequada. Para este modelo
foram utilizadas 3 malhas com diferentes números de nós e elementos. A geometria
149

utilizada para os elementos foi selecionada como quadriláteros. A Figura 8.44 mostra
a convergência das frequências naturais dos seis primeiros principais modos de
vibração, desconsiderando, portanto, os modos localizados de vibração. Neste caso,
o erro relativo é considerado em relação ao resultado apresentado pela malha mais
refinada, utilizando a equação 8.1:

• − •w•ˆ€Š
~–% = 100
•w•ˆ€Š
(8.1)

Figura 8.44 - Convergência da malha em função do número de elementos.

10
8
Erro Relativo (%)

Freq. 1
6
Freq. 2
4
Freq. 3
2
Freq. 4
0 Freq. 5
-2 Freq. 6
25 30 35 40 45
Número de Elementos (x10³)

Fonte: Autoria Pessoal.

Portanto é possível afirmar que simulações feitas com 35.000 elementos


apresentam erros inferiores à 1% em relação a malha mais refinada, sendo esta a
escolhida em função do relativo baixo custo computacional. A malha escolhida, com
35.000 elementos, é representada pelas Figuras 8.45 a 8.47.

Figura 8.45 – (a) Detalhe da malha entre o domínio fluido e o casco e (b) detalhe da malha do
casco.

(a) (b)
150

Fonte: Autoria Pessoal.

Figura 8.46 – Vista isométrica da malha utilizada para a LEG, com 35.000 elementos.

Fonte: Autoria Pessoal.

Figura 8.47 - Malha do domínio fluido.

Fonte: Autoria pessoal.

8.5.2 Modelagem do casco sem massa adicional

As simulações com o casco seco foram realizadas para o teste de convergência


de malha. Os resultados dos modos globais, apresentados na Figura 8.48 são usados
para comparação com o casco imerso no fluido.
151

Figura 8.48 - Análise modal da Lancha Escolar Grande com o casco seco (não imerso no
fluido) apresentando apenas os modos globais.

1º modo – 6,30 Hz 13º modo – 23,70 Hz

23º modo – 29,02 28º modo – 32,62 Hz

35º modo – 39,25 Hz 42º modo – 45,10 Hz

Fonte: Autoria pessoal.


152

8.5.3 Modelagem do casco com massa adicional (imerso no domínio fluido)

A análise realizada representa a vibração livre, com a embarcação


parcialmente imersa em meio fluido (calado carregado), considerando os efeitos
inerciais e esforços de resistência impostos pela água, o raio do domínio calculado a
partir da frequência de 6,30 Hz é de 47 m. A Figura 8.49 mostra os modos de vibração
do casco, com exceção das frequências nas quais os modos são localizados.

Comparando as análises do caso em seco com o casco no domínio fluido,


percebe-se a influência da massa adicional no comportamento dinâmico da estrutura,
tanto no aumento do número de modos quanto na redução das frequências. De fato,
para embarcações de pequeno porte e com uma razão comprimento e boca baixa, a
massa adicional influencia significativamente no comportamento dinâmico da
estrutura, assim, tanto frequências naturais quanto as distâncias entre os modos são
alterados. Entretanto os modos globais em si, são semelhantes (1º do casco seco e
1º do casco imerso, 23º do casco seco e 29º do casco imerso, 35º do casco seco e
64º do casco imerso e, finalmente, 42º do casco seco e 75º do casco imerso).

Quando se observa a Tabela 4.4 e as frequência da Figura 8.49, percebe-se


que nenhuma destas coincide com as frequências naturais dos equipamentos, o que
evita ressonâncias da lancha e desconforto nos passageiros e tripulante.

Figura 8.49 - Análise modal da Lancha Escolar Grande considerando a massa adicional
(imerso no fluido) apresentando apenas os modos globais.

1º modo – 4,67 Hz 10º modo – 18,21 Hz

29º modo – 26,36 39º modo – 29,42 Hz


153

64º modo – 37,00 Hz 75º modo – 41,34 Hz

Fonte: Autoria pessoal.


154

9. PROPOSTA DE MÉTODOS DE CONTROLE DE RUÍDO PARA A LANCHA


ESCOLAR GRANDE.

Visto o elevado nível de pressão sonora a bordo da LEG, ultrapassando os


limites de exposição diária estabelecidos pelas normas IMO Resolution A.468 (XII) e
ABS Guide for passenger comfort on ships, NR 15 e NHO 01, é necessário que sejam
instalados dispositivos que atenuem o nível de ruído a bordo nas bandas de frequência
mais significativas.

A partir da validação do modelo numérico proposto no capítulo anterior, foram


realizadas análises acústicas virtuais de controle de ruído para a LEG. As soluções
de controle de ruído são apresentadas nos itens seguintes.

9.1 UTILIZAÇÃO MATERIAIS DE ABSORÇÃO SONORA

9.1.1 Proposta 1: Absorção sonora no teto utilizando painel de absorção e


isolamento acústico semirrígido.

Na proposta 1, o material investigado para absorção sonora no teto foi o painel


de absorção e isolamento acústico illtec Bloc 50/35, semi-rígida da fabricante OWA
Sonex, com densidade de 11 kg/m³ e 50 mm de espessura (Figura 9.1). Este material
foi escolhido pois possui valores altos de absorção a baixa frequência (Tabela 9.1),
além de ser recomendado para utilização em praças de máquinas e ser de fácil
aplicação, podendo ser colado à superfície.

Figura 9.1 - Painel modelo illtec Bloc 50/35 da fabricante OWA Sonex.

Fonte – Site do fabricante OWA Sonex. http://www.owa.com.br/index.php?id=39.

Tabela 9.1 - Coeficientes de absorção sonora do material Pb/Bloc 50/35, ensaiados conforme
norma ISO 354.
Frequência (Hz) 125 250 500 1000 2000 4000
Coef. de absorção sonora 0,59 0,51 0,44 0,51 0,73 1,02
Fonte – Catálogo OWA SONEX illtec – Placas acústicas incombustíveis.
155

A Figura 9.2 mostra a aplicação do material de absorção sonora no teto da LEG


(em verde).

Figura 9.2 - LEG com o teto (a) totalmente coberto com o material de absorção.

Fonte – Autoria pessoal.

Os resultados de níveis de pressão sonora a bordo da LEG, em bandas de


oitava, são apresentados nos gráficos do APÊNDICE E.1. Já os níveis globais
ponderados são mostrados na Figura 9.3.

Figura 9.3 - Comparação entre os níveis de pressão sonora globais utilizando a ponderação A
para a proposta 1.

NPS(A) Global
120

100

80
NPS (dB-A)

60 Proposta 1

40 Medido
Simulação
20

0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

Fonte – Autoria pessoal.

As diferenças entre os valores medidos e a proposta 1 e os valores validados


e a proposta 1 são apresentados no gráfico da Figura 9.4 e na Tabela 9.2.
156

Figura 9.4 - Diferença entre os níveis de pressão sonora simulados na validação e valores
simulados na proposta 1.

14
12
10
dB (A) 8
6
4
2
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Receptores

Fonte – Autoria pessoal.

Tabela 9.2 - Diferença entre os valores do modelo validado e a Proposta 1 (P1) e valores
máximos, mínimos e médios.

Validação Proposta 1 Validação - P1


Rec.
NPS NPS(A) NPS NPS(A) dB dB(A)
1 100,3 86,2 89,9 76,2 10,4 10,0
2 100,9 86,8 91,9 78,2 9,0 8,6
3 101,1 87,0 91,7 78,0 9,4 9,0
4 101,6 87,5 93,3 79,5 8,3 8,0
5 101,7 87,6 93,3 79,5 8,4 8,1
6 102,1 87,9 94,5 80,7 7,5 7,2
7 102,2 87,8 94,4 80,6 7,7 7,2
8 102,5 88,2 95,4 81,6 7,1 6,6
9 102,6 88,2 96,0 82,1 6,6 6,1
10 101,9 87,7 93,4 79,6 8,4 8,1
11 101,8 87,7 93,6 79,8 8,1 7,9
12 101,4 87,2 91,6 77,9 9,7 9,3
13 101,3 87,2 91,7 78,0 9,5 9,2
14 101,1 86,8 89,6 75,9 11,4 10,9
15 101,2 86,8 89,5 75,9 11,6 10,9
16 100,5 86,4 88,6 75,0 11,9 11,4
17 100,6 86,4 88,2 74,6 12,4 11,8
18 99,8 85,8 86,7 73,1 13,1 12,7
Máx. 102,6 88,2 96,0 82,1 13,1 12,7
Mín. 99,8 85,8 86,7 73,1 6,6 6,1
Méd. 101,3 87,2 91,9 78,1 9,5 9,1
Fonte – Autoria pessoal.

Comparando os dados simulados na validação com os valores simulados


obtidos a partir da proposta 1, percebe-se uma diferença máxima de 12,7 dB(A) no
receptor 18, correspondendo ao assento do condutor, a vante da embarcação. Nos
assentos 8 e 9, próximos à fonte sonora, as reduções são de 6,6 dB(A) e 6,1 dB(A),
157

respectivamente, para o receptor 1, correspondente ao assento mais a ré da lancha,


esta atenuação é de 10 dB(A). Já a diferença média equivale a 9,1 dB(A)

9.1.2 Proposta 2: Absorção sonora no costado e fundo utilizando painel de


absorção e isolamento acústico semirrígido.

Para a proposta 2, foi utilizado o mesmo material proposto em 9.1.2, illtec Bloc
50/35, aplicado no costado e no fundo da embarcação. A Figura 9.5 mostra, em verde,
os lugares de aplicação da proposta:

Figura 9.5 - LEG com o fundo (a) e o costado (b) cobertos com o material de absorção.

Fonte – Autoria pessoal.

Os resultados de níveis de pressão sonora a bordo da LEG, em bandas de


oitava, são apresentados nos gráficos do APÊNDICE E.2. Já os níveis globais
ponderados são mostrados na Figura 9.6.

Figura 9.6 - Comparação entre os níveis de pressão sonora globais utilizando a ponderação A
para a proposta 2

NPS(A) Global
120
100
NPS (dB-A)

80
60 Proposta 2
40 Medido
20 Simulação
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

Fonte – Autoria pessoal.


158

As diferenças entre os valores validados e a proposta 2 são apresentados no


gráfico da Figura 9.7 e na Tabela 9.3.

Figura 9.7 - Diferença entre os níveis de pressão sonora ponderados validados e a proposta 2.

9
8
7
6
dB (A)

5
4
3
2
1
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Receptores

Fonte – Autoria pessoal.

Tabela 9.3 - Diferença entre o modelo validado e a Proposta 2 (P2) e valores máximos, mínimos
e médios.
Validação Proposta 2 Validação – P2
Receptor
NPS NPS(A) NPS NPS(A) dB dB(A)
1 100,3 86,2 91,7 78,1 8,5 8,1
2 100,9 86,8 93,1 79,4 7,7 7,4
3 101,1 87,0 93,6 79,9 7,4 7,1
4 101,6 87,5 95,2 81,4 6,4 6,1
5 101,7 87,6 95,2 81,4 6,5 6,2
6 102,1 87,9 96,9 83,0 5,2 4,9
7 102,2 87,8 96,5 82,7 5,7 5,1
8 102,5 88,2 97,9 84,0 4,6 4,2
9 102,6 88,2 97,8 83,9 4,8 4,3
10 101,9 87,7 96,5 82,6 5,4 5,1
11 101,8 87,7 96,6 82,7 5,2 5,0
12 101,4 87,2 95,1 81,3 6,3 5,9
13 101,3 87,2 95,3 81,5 6,0 5,7
14 101,1 86,8 93,9 80,1 7,1 6,7
15 101,2 86,8 93,8 80,1 7,3 6,7
16 100,5 86,4 93,4 79,6 7,1 6,8
17 100,6 86,4 93,4 79,7 7,1 6,7
18 99,8 85,8 92,8 79,0 7,0 6,8
Máximo 102,6 88,2 97,9 84,0 8,5 8,1
Mínimo 99,8 85,8 91,7 78,1 4,6 4,2
Média 101,3 87,2 94,9 81,1 6,4 6,0
Fonte – Autoria pessoal.

Comparando os dados validados com os valores obtidos com a proposta 2,


percebe-se uma diferença máxima de 8,1 dB(A) no receptor 1, correspondendo ao
assento mais a ré da embarcação. Nos assentos 8 e 9, próximos à fonte sonora, as
reduções são de 4,2 dB(A) e 4,3 dB(A), respectivamente. E para o receptor 18,
159

correspondente ao assento do condutor, esta atenuação é de 6,8 dB(A). Observa-se


uma diferença média de 6,0 dB(A).

9.1.3 Proposta 3: Absorção sonora no teto e no fundo utilizando painel de


absorção e isolamento acústico semirrígido com alta absorção em baixas
frequências.

Na terceira proposta, testou-se o material illtec Bloc 50/35 no teto e no fundo


da embarcação. A Figura 9.8 mostra, em verde, os lugares de aplicação da proposta:

Figura 9.8 - LEG com o teto (a) e o fundo (b) cobertos com o material de absorção.

Fonte – Autoria pessoal.

Os resultados de níveis de pressão sonora a bordo da LEG, em bandas de


oitava, são apresentados nos gráficos do APÊNDICE E.3. Já os níveis globais
ponderados são mostrados na Figura 9.9.

Figura 9.9 - Comparação entre os níveis de pressão sonora globais utilizando a ponderação A
para a proposta 3.

NPS(A) Global
120
100
NPS (dB-A)

80
60 Proposta 3
40 Medido
20 Simulação
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

Fonte – Autoria pessoal.


160

As diferenças entre os valores validados e a proposta 3 são apresentados no


gráfico da Figura 9.10 e na Tabela 9.4.

Figura 9.10 - Diferença entre os níveis de pressão sonora ponderados validados e a proposta
3.

14
12
10
dB (A)

8
6
4
2
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Receptores

Fonte – Autoria pessoal.

Tabela 9.4 - Diferença entre o modelo validado e a Proposta 3 (P3) e valores máximos, mínimos
e médios.

Validação Proposta 3 Validação – P3


Receptor
NPS NPS(A) NPS NPS(A) dB dB(A)
1 100,3 86,2 88,3 74,4 12,0 11,8
2 100,9 86,8 90,3 76,6 10,6 10,2
3 101,1 87,0 90,6 76,9 10,5 10,1
4 101,6 87,5 92,7 78,9 8,9 8,6
5 101,7 87,6 92,7 78,9 9,0 8,7
6 102,1 87,9 94,3 80,5 7,8 7,4
7 102,2 87,8 94,2 80,3 8,0 7,5
8 102,5 88,2 95,3 81,4 7,2 6,8
9 102,6 88,2 95,9 82,0 6,7 6,2
10 101,9 87,7 93,3 79,5 8,5 8,2
11 101,8 87,7 93,5 79,7 8,2 8,0
12 101,4 87,2 91,6 77,8 9,8 9,4
13 101,3 87,2 91,6 77,8 9,6 9,4
14 101,1 86,8 89,5 75,8 11,5 11,0
15 101,2 86,8 89,4 75,8 11,7 11,0
16 100,5 86,4 88,5 74,9 12,0 11,5
17 100,6 86,4 88,1 74,5 12,5 11,9
18 99,8 85,8 86,5 73,0 13,3 12,8
Máximo 102,6 88,2 95,9 82,0 13,3 12,8
Mínimo 99,8 85,8 86,5 73,0 6,7 6,2
Média 101,3 87,2 91,5 77,7 9,9 9,5

Fonte – Autoria pessoal.

Comparando os dados validados com os valores obtidos com a proposta 3,


percebe-se uma diferença média de 9,5 dB(A) e máxima de 12,8 dB(A) no receptor
18, correspondendo ao assento do condutor. Nos assentos 8 e 9, próximos à fonte
161

sonora, as reduções são de 6,8 dB(A) e 6,2 dB(A), respectivamente. E para o receptor
1, correspondente ao assento mais a ré da lancha, a atenuação é de 11,8 dB(A).

9.1.4 Proposta 4: Absorção sonora no teto e no costado a ré utilizando painel


de absorção e isolamento acústico semirrígido.

O material de absorção sonora foi aplicado no teto e costado a ré, conforme


indicado em verde na Figura 9.11.

Figura 9.11 - LEG com o teto (a) e o costados a ré (b) cobertos com o material de absorção.

Fonte – Autoria pessoal.

Os resultados de níveis de pressão sonora a bordo da LEG, em bandas de


oitava, são apresentados nos gráficos do APÊNDICE E.4. Já os níveis globais
ponderados são mostrados na Figura 9.12. As diferenças entre os valores simulados
validados e valores simulados para a proposta 4 estão na Figura 9.13 e na Tabela 9.5.

Figura 9.12 - Comparação entre os níveis de pressão sonora globais utilizando a ponderação A
para a proposta 4.

NPS(A) Global
120
100
NPS (dB-A)

80
60 Proposta 4
40 Medido
20 Simulação
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

Fonte – Autoria pessoal.


162

Figura 9.13 - Diferença entre os níveis de pressão sonora ponderados validados e a proposta
4.

14
12
10

dB (A)
8
6
4
2
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Receptores

Fonte – Autoria pessoal.

Tabela 9.5 - Diferença entre o modelo validado e a Proposta 4 (P4) e valores máximos, mínimos
e médios.
Validação Proposta 4 Validação – P4
Receptor
NPS NPS(A) NPS NPS(A) dB dB(A)
1 100,3 86,2 86,5 73,1 13,8 13,1
2 100,9 86,8 89,1 75,6 11,8 11,2
3 101,1 87,0 88,2 74,6 12,9 12,4
4 101,6 87,5 90,8 77,1 10,8 10,4
5 101,7 87,6 90,8 77,1 10,9 10,5
6 102,1 87,9 92,6 78,8 9,5 9,1
7 102,2 87,8 92,7 78,9 9,5 8,9
8 102,5 88,2 94,6 80,7 7,9 7,5
9 102,6 88,2 94,7 80,8 7,9 7,4
10 101,9 87,7 92,8 79,0 9,0 8,7
11 101,8 87,7 93,1 79,3 8,7 8,4
12 101,4 87,2 91,1 77,3 10,3 9,9
13 101,3 87,2 91,3 77,5 10,0 9,7
14 101,1 86,8 89,7 76,0 11,4 10,8
15 101,2 86,8 89,7 75,9 11,5 10,9
16 100,5 86,4 88,4 74,7 12,1 11,7
17 100,6 86,4 88,0 74,4 12,5 12,0
18 99,8 85,8 86,2 72,7 13,6 13,1
Máximo 102,6 88,2 94,7 80,8 13,8 13,1
Mínimo 99,8 85,8 86,2 72,7 7,9 7,4
Média 101,3 87,2 90,6 76,9 10,8 10,3
Fonte – Autoria pessoal.

Comparando os dados validados com os valores obtidos na proposta 4,


percebe-se uma diferença média de 10,3 dB(A) e máxima de 13,1 dB(A), esta
correspondente ao receptor 18 (condutor). Nos assentos 8 e 9, próximos à fonte
sonora, as reduções são de 7,5 dB(A) e 7,5 dB(A), respectivamente. E para o receptor
1, correspondente ao assento mais a ré da lancha, a atenuação é de 13,1 dB(A).
163

9.1.5 Proposta 5: Absorção sonora no teto e no costado a vante utilizando


painel de absorção e isolamento acústico semirrígido.

O material de absorção sonora foi aplicado no teto e costado a vante, conforme


indicado em verde na Figura 9.14.

Figura 9.14 - LEG com o teto (a) e o costados a vante (b) cobertos com o material de absorção.

Fonte – Autoria pessoal.

Os resultados de níveis de pressão sonora a bordo da LEG, em bandas de


oitava, são apresentados nos gráficos do APÊNDICE E.5. Já os níveis globais
ponderados são mostrados na Figura 9.15. As diferenças entre os valores simulados
validados e valores simulados para a proposta 4 estão na Figura 9.16 e na Tabela 9.6.

Figura 9.15 - Comparação entre os níveis de pressão sonora globais utilizando a ponderação A
para a proposta 5.

NPS(A) Global
120
100
NPS (dB-A)

80
60 Proposta 5
40 Medido
20 Simulação
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

Fonte – Autoria pessoal.


164

Figura 9.16 - Diferença entre os níveis de pressão sonora ponderados medidos e a proposta 4
e os valores validados e a proposta 5.

Diferenças
16
14
12
10
dB (A)

8
6
4
2
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Receptores

Fonte – Autoria pessoal.

Tabela 9.6 - Diferença entre modelo validado e a Proposta 5 (P5) e valores máximos, mínimos e
médios.
Validação Proposta 5 Validação - P5
Receptor
NPS NPS(A) NPS NPS(A) dB dB(A)
1 100,3 86,2 89,7 76,1 10,6 10,1
2 100,9 86,8 91,8 78,0 9,1 8,8
3 101,1 87,0 91,4 77,6 9,7 9,4
4 101,6 87,5 93,1 79,3 8,5 8,2
5 101,7 87,6 93,2 79,4 8,4 8,2
6 102,1 87,9 94,3 80,5 7,8 7,4
7 102,2 87,8 94,4 80,5 7,8 7,3
8 102,5 88,2 95,3 81,5 7,2 6,7
9 102,6 88,2 95,6 81,7 7,0 6,5
10 101,9 87,7 92,5 78,7 9,4 9,0
11 101,8 87,7 92,8 79,0 9,0 8,7
12 101,4 87,2 89,9 76,1 11,5 11,1
13 101,3 87,2 90,2 76,4 11,1 10,8
14 101,1 86,8 88,1 74,4 13,0 12,4
15 101,2 86,8 87,9 74,2 13,3 12,6
16 100,5 86,4 86,5 72,9 14,1 13,5
17 100,6 86,4 86,2 72,7 14,4 13,7
18 99,8 85,8 85,2 71,6 14,7 14,2
Máximo 102,6 88,2 95,6 81,7 14,7 14,2
Mínimo 99,8 85,8 85,2 71,6 7,0 6,5
Média 101,3 87,2 91,0 77,3 10,4 9,9
Fonte – Autoria pessoal.

Comparando os dados validados com os valores obtidos na proposta 4,


percebe-se uma diferença média de 9,9 dB(A) e máxima de 14,2 dB(A), esta
correspondente ao receptor 18 (condutor). Nos assentos 8 e 9, próximos à fonte
sonora, as reduções são de 6,7 dB(A) e 6,5 dB(A), respectivamente. E para o receptor
1, correspondente ao assento mais a ré da lancha, a atenuação é de 10,1 dB(A).
165

9.1.6 Proposta 6: Absorção sonora no teto, fundo e costado a ré utilizando


painel de absorção e isolamento acústico semirrígido.

A proposta 6 contempla o teste do material illtec Bloc 50/35 no teto, nos


costados a ré e na popa da LEG. A Figura 9.17 mostra, em verde, os lugares de
aplicação da proposta:

Figura 9.17 - LEG com o teto (a), o fundo (b) e o costado a ré (c) cobertos com o material de
absorção.

Fonte – Autoria pessoal.

Os resultados de níveis de pressão sonora a bordo da LEG, em bandas de


oitava, são apresentados nos gráficos do APÊNDICE E.6. Já os níveis globais
ponderados são mostrados na Figura 9.18. As diferenças entre os valores validados
e a proposta 4 são apresentados no gráfico da Figura 9.19e na Tabela 9.7.

Figura 9.18 - Comparação entre os níveis de pressão sonora globais utilizando a ponderação A
para a proposta 6.

NPS(A) Global
120

100

80
NPS (dB-A)

60 Proposta 6

40 Medido
Simulação
20

0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

Fonte – Autoria pessoal.


166

Figura 9.19 - Diferença entre os níveis de pressão sonora ponderados validados e a proposta
6.

15

10

dB (A) 5

0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Receptores

Fonte – Autoria pessoal.

Tabela 9.7 - Diferença entre o modelo validado e a Proposta 6 (P6) e valores máximos, mínimos
e médios.
Validação Proposta 6 Validação – P6
Receptor
NPS NPS(A) NPS NPS(A) dB dB(A)
1 100,3 86,2 85,5 72,0 14,8 14,2
2 100,9 86,8 87,5 74,0 13,4 12,8
3 101,1 87,0 87,6 74,0 13,5 13,0
4 101,6 87,5 90,4 76,7 11,2 10,8
5 101,7 87,6 90,5 76,8 11,2 10,8
6 102,1 87,9 92,4 78,7 9,7 9,2
7 102,2 87,8 92,5 78,8 9,7 9,0
8 102,5 88,2 94,5 80,6 8,0 7,6
9 102,6 88,2 94,7 80,8 7,9 7,4
10 101,9 87,7 92,8 79,0 9,0 8,7
11 101,8 87,7 93,1 79,3 8,7 8,4
12 101,4 87,2 91,0 77,2 10,3 10,0
13 101,3 87,2 91,3 77,5 10,0 9,7
14 101,1 86,8 89,5 75,8 11,6 11,0
15 101,2 86,8 89,6 75,9 11,6 10,9
16 100,5 86,4 88,3 74,7 12,2 11,7
17 100,6 86,4 87,9 74,3 12,6 12,1
18 99,8 85,8 86,1 72,5 13,7 13,3
Máximo 102,6 88,2 94,7 80,8 14,8 14,2
Mínimo 99,8 85,8 85,5 72,0 7,9 7,4
Média 101,3 87,2 90,3 76,6 11,1 10,6
Fonte – Autoria pessoal.

Comparando os dados validados com os valores obtidos na proposta 6,


percebe-se uma diferença máxima de 14,2 dB(A) no receptor 18, correspondendo ao
assento do condutor. Nos assentos 8 e 9, próximos à fonte sonora, as reduções são
de 7,6 dB(A) e 7,4 dB(A), respectivamente. E para o receptor 1, correspondente ao
assento mais a ré da lancha, a atenuação é de 14,2 dB(A). A diferença média global
é estimada em 10,6 dB(A).
167

9.1.7 Proposta 7: Absorção sonora no teto, costado a vante e fundo utilizando


painel de absorção e isolamento acústico semirrígido.

A proposta 7 contempla o teste do material illtec Bloc 50/35 no teto, nos


costados a vante e no fundo da LEG. A Figura 9.20 mostra, em verde, os lugares de
aplicação da proposta:

Figura 9.20 - LEG com o teto (a), o fundo (b) e o costado a vante (c) cobertos com o material de
absorção.

Fonte – Autoria pessoal.

Os resultados de níveis de pressão sonora a bordo da LEG, em bandas de


oitava, são apresentados nos gráficos do APÊNDICE E.7. Já os níveis globais
ponderados são mostrados na Figura 9.21. As diferenças entre os valores validados
e a proposta 4 são apresentados no gráfico da Figura 9.22 e na Tabela 9.8.

Figura 9.21 - Comparação entre os níveis de pressão sonora globais utilizando a ponderação A
para a proposta 7.

NPS(A) Global
120
100
NPS (dB-A)

80
60 Proposta 7
40 Medido
20 Simulação
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

Fonte – Autoria pessoal.


168

Figura 9.22 - Diferença entre os níveis de pressão sonora ponderados validados e a proposta
7.

20

15

dB (A)
10

0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Receptores

Fonte – Autoria pessoal.

Tabela 9.8 - Diferença entre o modelo validado e a Proposta 7 (P7) e valores máximos, mínimos
e médios.
Validação Proposta 7 Validação – P7
Receptor
NPS NPS(A) NPS NPS(A) dB dB(A)
1 100,3 86,2 88,2 74,5 12,1 11,7
2 100,9 86,8 90,1 76,4 10,8 10,4
3 101,1 87,0 90,5 76,7 10,6 10,3
4 101,6 87,5 92,5 78,7 9,1 8,8
5 101,7 87,6 92,7 78,9 9,0 8,7
6 102,1 87,9 94,0 80,1 8,1 7,8
7 102,2 87,8 94,1 80,2 8,1 7,6
8 102,5 88,2 95,2 81,3 7,3 6,9
9 102,6 88,2 95,5 81,6 7,1 6,6
10 101,9 87,7 92,4 78,5 9,5 9,2
11 101,8 87,7 92,7 78,9 9,1 8,8
12 101,4 87,2 89,7 76,0 11,7 11,2
13 101,3 87,2 90,0 76,3 11,3 10,9
14 101,1 86,8 87,7 74,1 13,4 12,7
15 101,2 86,8 87,8 74,1 13,4 12,7
16 100,5 86,4 86,3 72,7 14,3 13,7
17 100,6 86,4 86,1 72,6 14,5 13,8
18 99,8 85,8 85,0 71,4 14,9 14,4
Máximo 102,6 88,2 95,5 81,6 14,9 14,4
Mínimo 99,8 85,8 85,0 71,4 7,1 6,6
Média 101,3 87,2 90,5 76,8 10,8 10,3
Fonte – Autoria pessoal.

Comparando os dados validados com os valores obtidos na proposta 6,


percebe-se uma diferença máxima de 14,4 dB(A) no receptor 18, correspondendo ao
assento do condutor. Nos assentos 8 e 9, próximos à fonte sonora, as reduções são
de 6,9 dB(A) e 6,6 dB(A), respectivamente. E para o receptor 1, correspondente ao
assento mais a ré da lancha, a atenuação é de 14,4 dB(A). A diferença média global
é estimada em 10,3 dB(A).
169

9.1.8 Proposta 8: Absorção sonora no teto e no costado utilizando painel de


absorção e isolamento acústico semirrígido.

A proposta 8 contempla o teste do material illtec Bloc 50/35 no teto e nos


costados da LEG. A Figura 9.23 mostra, em verde, os lugares de aplicação da
proposta:

Figura 9.23 - LEG com o teto (a) e o todo o costado (b) cobertos com o material de absorção.

Fonte – Autoria pessoal.

Os resultados de níveis de pressão sonora a bordo da LEG, em bandas de


oitava, são apresentados nos gráficos do APÊNDICE E.8. Já os níveis globais
ponderados são mostrados na Figura 9.24.

Figura 9.24 - Comparação entre os níveis de pressão sonora globais utilizando a ponderação A
para a proposta 8.

NPS(A) Global
120

100

80
NPS (dB-A)

60 Proposta 8

40 Medido
Simulação
20

0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

Fonte – Autoria pessoal.


170

As diferenças entre os valores validados e a proposta 8 são apresentados no


gráfico da Figura 9.25 e na Tabela 9.9.

Figura 9.25 - Diferença entre os níveis de pressão sonora ponderados validados e a proposta
8.

20

15
dB (A)

10

0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Receptores

Fonte – Autoria pessoal.

Tabela 9.9 - Diferença entre o modelo validado e a Proposta 8 e valores máximos, mínimos e
médios.
Validação Proposta 8 Validação – P8
Receptor
NPS NPS(A) NPS NPS(A) dB dB(A)
1 100,3 86,2 86,5 73,1 13,8 13,1
2 100,9 86,8 88,4 75,0 12,4 11,8
3 101,1 87,0 88,1 74,6 13,0 12,4
4 101,6 87,5 90,6 76,9 11,0 10,6
5 101,7 87,6 90,3 76,6 11,4 11,0
6 102,1 87,9 92,7 78,9 9,4 9,0
7 102,2 87,8 92,3 78,6 9,9 9,2
8 102,5 88,2 94,1 80,2 8,4 8,0
9 102,6 88,2 94,6 80,7 8,0 7,5
10 101,9 87,7 91,7 77,9 10,2 9,8
11 101,8 87,7 92,0 78,2 9,8 9,5
12 101,4 87,2 89,3 75,6 12,1 11,6
13 101,3 87,2 89,5 75,8 11,8 11,4
14 101,1 86,8 86,5 72,9 14,6 13,9
15 101,2 86,8 86,4 72,8 14,8 14,0
16 100,5 86,4 86,1 72,5 14,5 13,9
17 100,6 86,4 85,3 71,8 15,3 14,6
18 99,8 85,8 84,5 70,9 15,4 14,9
Máximo 102,6 88,2 94,6 80,7 15,4 14,9
Mínimo 99,8 85,8 84,5 70,9 8,0 7,5
Média 101,3 87,2 89,4 75,7 12,0 11,5
Fonte – Autoria pessoal.

Comparando os dados validados com os valores obtidos na proposta 4,


percebe-se uma diferença máxima de 14,9 dB(A) no receptor 18, correspondendo ao
assento do condutor. Nos assentos 8 e 9, próximos à fonte sonora, as reduções são
de 8 dB(A) e 7,5 dB(A), respectivamente. E para o receptor 1, correspondente ao
171

assento mais a ré da lancha, a atenuação é de 13,1 dB(A). O valor global médio é de


11,5 dB(A).

9.1.9 Proposta 9: Absorção sonora no teto, costado e fundo utilizando painel


de absorção e isolamento acústico semirrígido.

A proposta 9 é referente a aplicação do material no teto, costado e fundo da


embarcação. A Figura 9.26 mostra, em verde, os lugares de aplicação da proposta:

Figura 9.26 - LEG com o teto (a), costado (b) e fundo (c) cobertos com o material de absorção.

Fonte – Autoria pessoal.

Os resultados de níveis de pressão sonora a bordo da LEG, em bandas de


oitava, são apresentados nos gráficos do APÊNDICE E.9. Já os níveis globais
ponderados são mostrados na Figura 9.27.

Figura 9.27 - Comparação entre os níveis de pressão sonora globais utilizando a ponderação A
para a proposta 9.

NPS(A) Global
120
100
NPS (dB-A)

80
60 Proposta 9
40 Medido
20 Simulação
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

Fonte – Autoria pessoal.


172

As diferenças entre os valores validados e a proposta 9 são apresentados no


gráfico da Figura 9.28 e na Tabela 9.10.

Figura 9.28 - Diferença entre os níveis de pressão sonora ponderados validados e a proposta
9.

20

15
dB (A)

10

0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Receptores

Fonte – Autoria pessoal.

Tabela 9.10 - Diferença entre o modelo validado e a Proposta 9 (P9) e valores máximos,
mínimos e médios.

Validação Proposta 9 Validação – P9


Receptor
NPS NPS(A) NPS NPS(A) dB dB(A)
1 100,3 86,2 85,5 72,0 14,8 14,2
2 100,9 86,8 86,9 73,5 13,9 13,3
3 101,1 87,0 87,3 73,8 13,8 13,2
4 101,6 87,5 90,1 76,5 11,5 11,0
5 101,7 87,6 90,0 76,3 11,7 11,3
6 102,1 87,9 92,6 78,8 9,5 9,1
7 102,2 87,8 92,2 78,4 10,0 9,4
8 102,5 88,2 94,0 80,1 8,5 8,1
9 102,6 88,2 94,5 80,7 8,1 7,5
10 101,9 87,7 91,7 77,9 10,2 9,8
11 101,8 87,7 92,0 78,2 9,8 9,5
12 101,4 87,2 89,2 75,5 12,2 11,7
13 101,3 87,2 89,5 75,7 11,8 11,5
14 101,1 86,8 86,4 72,8 14,7 14,0
15 101,2 86,8 86,2 72,7 15,0 14,1
16 100,5 86,4 86,0 72,4 14,6 14,0
17 100,6 86,4 85,2 71,7 15,4 14,7
18 99,8 85,8 84,4 70,8 15,5 15,0
Máximo 102,6 88,2 94,5 80,7 15,5 15,0
Mínimo 99,8 85,8 84,4 70,8 8,1 7,5
Média 101,3 87,2 89,1 75,4 12,3 11,7

Fonte – Autoria pessoal.

Comparando os dados validados com os valores obtidos na proposta 9,


percebe-se uma diferença máxima de 15 dB(A) no receptor 18, correspondendo ao
assento do condutor. Nos assentos 8 e 9, próximos à fonte sonora, as reduções são
173

de 8,1 dB(A) e 7,5 dB(A), respectivamente. E para o receptor 1, correspondente ao


assento mais a ré da lancha, a atenuação é de 14,2 dB(A). Observa-se que o valor da
diferença média corresponde a 11,7 dB(A).

9.1.10 Considerações

Observam-se resultados interessantes na busca por soluções virtuais de


controle de ruído. Na medida em que a área de absorção aumenta, aumenta também
o nível médio de ruído reduzido. Desta forma, a proposta que apresentou a maior
redução de ruído foi “absorção sonora no teto, costado e popa utilizando painel de
absorção e isolamento acústico semirrígido”, com redução média de 11,7 dB(A) e
máxima de 15 dB(A).

Além disso, a partir dos resultados medidos, já relatados, os maiores níveis de


pressão sonora ocorrem na posição 1 e na posição 9 (popa e proximidade da fonte),
correspondentes a 96,9 dB(A) e 97 dB(A), respectivamente. Podendo ser dada
especial atenção na atenuação destes casos.

Com os resultados, realizaram-se análises do custo-benefício destas soluções


virtuais de controle de ruído.

9.2 CUSTOS DAS SOLUÇÕES VIRTUAIS DE CONTROLE DE RUÍDO


PROPOSTAS

A instalação dos painéis absorvedores de ruído dependem da área superficial


de instalação, assim, com o modelo numérico no software Odeon, foram levantadas
as áreas internas da embarcação (Figura 9.29) onde são aplicados os painéis de
absorção acústica.

Figura 9.29 - Superfícies internas da LEG onde serão aplicados os paineis de absorção sonora.

Fonte – Autoria pessoal.


174

A área total destas superfícies é de 38,358 m², estando divididas conforme a


Tabela 9.11.

Tabela 9.11 - Áreas das superfícies de aplicação dos painéis.


Superfície Área (m²)
Teto 22,236
Popa 4,416
Costado a vante 5,970
Costado a ré 5,736
Total 38,358
Fonte – Autoria pessoal.

Foi realizada uma cotação dos materiais de absorção sonora utilizado nas
soluções virtuais de controle de ruído simuladas. O valor médio obtido no mercado
brasileiro para os painéis absorvedores foi de R$ 89,00 por painel de 500 mm x 500
mm, assim o valor por metro quadrado seria de R$ 357,20. Já a unidade de adesivo
para fixação custa R$ 11,65, sendo necessários, conforme contato com os
fornecedores, 20 tubos de adesivo para a fixação de 40 m², assim, o custo do adesivo
por metro quadrado é de R$ 5,83. Os custos das soluções não contemplam o frete do
material, uma vez que varia de acordo com a cidade.

No Brasil, ainda, são cobrados os impostos sobre circulação de mercadorias e


serviços (ICMS), o qual é uma taxa que varia conforme o estado e o imposto sobre
produtos (IPI) industrializados. Conforme consulta, os produtos pesquisados são
isentos de ICMS, e cobra-se 5% de IPI no cálculo do custo final do produto, com o
valor total dos produtos como base de cálculo. Portanto, a Tabela 9.12 apresenta o
custo total das propostas virtuais de controle de ruído, as respectivas áreas e custos
de instalação.

Tabela 9.12 - Custo por área para aquisição e instalação de materiais de absorção sonora.
Proposta Descrição Área (m²) Custo total (R$)
1 Absorção sonora apenas no teto 22,236 8.339,83
2 Absorção sonora no costado e na popa 16,122 6.046,72
3 Absorção sonora no teto e na popa 26,652 9.996,10
4 Absorção sonora no teto e costado a ré 27,972 10.491,18
5 Absorção sonora no teto e costado a vante 28,206 10.578,94
6 Absorção sonora no teto, costado a ré e popa 32,388 12.147,44
7 Absorção sonora no teto, costado a vante e popa 32,622 12.235,21
8 Absorção sonora no teto e no costado 33,942 12.730,29
9 Absorção sonora no teto, costado e popa 38,358 14.621,16
Fonte – Autoria pessoal.
175

A Tabela 9.13 apresenta os custos médios das soluções propostas,


relacionando-as a redução de ruído média obtido através da comparação entre os
valores simulados validados e as propostas de controle de ruído simuladas.

Tabela 9.13 - Soluções de controle de ruído virtual, valores de redução obtidos e custo para a
implementação das soluções.
Nível Nível
Redução
Proposta Descrição validado proposta Custo (R$)
dB(A)
dB(A) dB(A)
1 Absorção sonora apenas no teto 87,2 78,1 9,1 8.339,83
2 Absorção sonora no costado e na popa 87,2 81,1 6,0 6.046,72
3 Absorção sonora no teto e na popa 87,2 77,7 9,5 9.996,10
4 Absorção sonora no teto e costado a ré 87,2 76,9 10,3 10.491,18
Absorção sonora no teto e costado a
5 87,2 77,3 9,9 10.578,94
vante
Absorção sonora no teto, costado a ré
6 87,2 76,6 10,6 12.147,44
e popa
Absorção sonora no teto, costado a
7 87,2 76,8 10,3 12.235,21
vante e popa
8 Absorção sonora no teto e no costado 87,2 75,7 11,5 12.730,29
Absorção sonora no teto, costado e
9 87,2 75,4 11,7 14.621,16
popa
Fonte – Autoria pessoal.

Observa-se que a proposta 8, “absorção sonora no teto e no costado”


apresenta o melhor custo benefício, uma vez que, comparada as outras medidas,
consegue-se uma redução de 11,5 dB(A) no valor global a um custo de R$ 12;730,29.
Quando subtrai-se esta redução do valor global medido médio de 91,5 dB(A), obtém-
se 80 dB(A).

Como proposto por Silva (2013), pode-se otimizar o custo desta medida, com
simulações de reduções progressivas das áreas de absorção acústica. Dessa forma,
para a proposta 8, as áreas foram reduzidas linearmente a cada 0,5 m. Os custos e
reduções de área envolvidas são apresentadas na tabela, enquanto que a relação
custo x redução de ruído são apresentados na tabela.

Tabela 9.14 - Cálculo das áreas e custo de implementação da Proposta 8 com redução de área
de absorção de 0,5 m em 0,5 m.
Solução Área (m²) Custo (R$)
Absorção sonora no teto e no costado 33,942 12.730,29
Proposta anterior menos 0,5m 30,916 11.627,82
Primeira proposta menos 1 m 29,220 11.020,62
Primeira proposta menos 1,5 m 27,374 10.353,12
Primeira proposta menos 2 m 25,528 9.681,75
Fonte – Autoria pessoal.
176

Tabela 9.15 - Resultados das simulações com as reduções de área de absorção adotadas para
a proposta 8.
Nível Nível Redução Redução Redução
Redução
Solução validado Otimizado Ruído Área Custo
dB(A)
dB(A) dB(A) dB(A) m² R$
Absorção sonora no teto e no
87,2 75,7 11,5 0,0 0,0 0,00
costado
Proposta anterior menos 0,5m 87,2 75,7 11,5 0,0 3,0 1.102,47
Primeira proposta menos 1 m 87,2 76,1 11,1 -0,4 4,7 1.709,67
Primeira proposta menos 1,5 m 87,2 76,4 10,8 -0,7 6,6 2.377,17
Primeira proposta menos 2 m 87,2 76,7 10,5 -1,0 8,4 3.048,54
Fonte – Autoria pessoal.

Portanto, a proposta 8, absorção sonora no teto e no costado menos 2 m a


vante, por exemplo, pode ser utilizada como método de controle de ruído a bordo,
reduzindo o nível médio de 91,6 dB(A) para 81,1 dB(A) a um custo médio de R$
9.681,75, garantindo a segurança dos passageiros da LEG.
177

10. CONCLUSÕES E SUGESTÕES DE TRABALHOS FUTUROS

10.1 CONCLUSÕES

Foram realizadas análises vibro-acústicas em uma amostra da lancha escolar


grande (LEG) do governo federal, com objetivos de caracterizar o conforto acústico e
vibratório de seu ambiente interno e estabelecer formas de controle de ruído e
vibração a bordo da LEG.

O aplicativo “Analisador de vibrações do corpo humano”, produto deste


trabalho, utilizado para medições de VCI nos assentos, apresentou o funcionamento
adequado, retornando valores de aceleração resultante e valor da dose de vibrações
resultante esperados, uma vez que não há reclamações de usuários quanto ao nível
de vibração a bordo. Entretanto, o algoritmo contempla o uso dos valores de
ponderações da norma ISO 2631-1, de outra forma, pode ser implementado o filtro
proposto pela norma, a fim de extrair valores mais precisos do sistema.

Os tempos de exposição as vibrações do corpo inteiro dos condutores,


utilizados como dados de entrada foram os tempos totais de exposição de cada
condutor. Embora seja uma amostra mais conservativa, pode-se usar como dados de
entrada o valor das componentes de exposição, as quais representam uma situação
próxima à realidade, uma vez que o condutor deve parar a lancha (não o motor)
diversas vezes para que os alunos embarquem ou desembarquem da lancha escolar.

A transmissão de vibrações excitadas pelo motor através da estrutura, não são


fatores preocupantes no que diz respeito a saúde e conforto dos passageiros a bordo,
já que as amplitudes são muito baixas. Segundo a norma NHO 09, deve-se apenas
manter a manutenção do ambiente nestas condições a fim de evitar problemas
futuros. Entretanto, o projeto não contempla a presença de isoladores de vibrações
na interface motor-jazente, assim, toda a vibração é transmitida para o casco.

As medições de intensidade sonora da lancha apresentaram valores


significativos, mesmo com o motor coberto por uma clausura, questiona-se então a
efetividade do uso deste dispositivo de forma adequada na lancha escolar. Assim,
outras avaliações podem ser realizadas, tais como a perda por inserção.

Apesar da validação do modelo numérico ter sido realizada para frequências


acima de 250 Hz, os maiores níveis de pressão sonora situam-se nas frequências
178

mais baixas (da ordem de 91 dB(A)), sendo prejudicial aos passageiros, que em certos
casos, ficam três horas ou mais embarcados. Não podendo ser modeladas de forma
correta, já que a sala apresenta pequeno volume e portanto, comportamento modal a
baixas frequências. Métodos mais adequados para salas pequenas podem ser
utilizado, tal como o método de elementos finitos. Todavia, pode-se afirmar que os
valores de potência sonora utilizados como parâmetro de entrada do modelo foram
suficientes para caracterizar a fonte, uma vez que os erros nos níveis de pressão
sonora gerados a partir de 250 Hz foram aceitáveis.

Destaca-se que a presença de um isolador de vibrações viscoelástico, por


exemplo, além de diminuir a transmissibilidade das vibrações, iria significativamente
reduzir o nível de pressão sonora a bordo. Entretanto este método seria de difícil
aplicação para as lanchas escolares grandes pelo FNDE aos municípios, além de
necessitar de alterações no projeto do jazente do motor. Assim, este método só seria
viável para projetos futuros de novas embarcações.

Ao invés da utilização de isoladores de vibrações para proposta de controle de


ruído, optou-se pelo uso de painéis absorvedores fixados à embarcação. Estes painéis
mostraram-se eficientes a ponto de reduzir o NPS médio a bordo a um nível seguro
para os passageiros e condutor. A um custo de R$ 9.681,75, obteve-se uma redução
de 10,5 dB(A). Interessante notar que pelo fato de o material absorvedor acústico ser
possível de fixar com adesivo, este método pode ser implementado inclusive em
lanchas que já foram entregues nos diversos municípios brasileiros.

A luz da resolução IMO A 468 (XII), com a solução a ser implementada, o


convés da LEG estaria situado na Zona de exposição E, não sendo necessário o uso
de equipamentos de proteção individual. Segundo a norma NR 15 e a NHO 01, com
o NPS no valor de 81,1 dB(A), estaria abaixo dos tempos máximos de exposição
estipulados. Já para a regra da sociedade classificadora ABS, este nível estaria 4,9
dB(A) abaixo do adequado para o limite de cabine de passageiros para ambientes
fechados.

Na análise modal do casco, observou-se que as frequências obtidas estão fora


das faixas de frequência daquelas calculadas para os equipamentos a bordo,
verificando-se que não haverá ressonância da estrutura. Entretanto, deve-se elaborar
um modelo mais preciso, considerando a casaria da lancha escolar, a qual é fabricada
em material compósito. Vale ressaltar que no interesse da realização de uma análise
179

estrutural localizada, pode-se fazer as mesmas relações, considerando os modos


locais e os modos globais.

Espera-se que este trabalho sirva de base para outras pesquisas em relação a
lanchas escolares e embarcações menores com características semelhantes. Bem
como sejam avaliadas as propostas e soluções descritas com o intuito de melhorar o
transporte escolar brasileiro.

10.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

− Análise do campo acústico das lanchas escolares médias e grandes utilizando


o método da expansão modal.
− Análise via método de elementos finitos dos níveis de pressão sonora e tempos
de reverberação da lancha escolar nas frequências mais baixas;
− Testar os materiais compósitos utilizados na construção das lanchas escolares,
a fim de conhecer os reais valores de absorção sonora;
− Cálculo da massa adicional hidrodinâmica de embarcações de pequeno porte;
− Proposta de isolador dinâmico de vibrações viscoelástico como forma de
controle de vibração e ruído;
− Aprimoramento do software “Analisador de vibrações no corpo humano de
forma a implementar o filtro de ponderação e os componentes da exposição.
− Estudo de absorvedor dinâmico de vibrações para redução de balanço
transversal das lanchas escolares.
180

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186

APÊNDICE A - DIAGRAMA DE BLOCOS DO APLICATIVO "ANALISADOR DE VIBRAÇÕES NO CORPO HUMANO"


187

APÊNDICE B - NÍVEIS DE POTÊNCIA SONORA DO MOTOR DA LANCHA ESCOLAR GRANDE


Face Superior - 1,335 m² Face frontal - 0,495 m² Face traseira - 0,495 m² Face esquerda - 1,1748 m² Face direita - 1,1748 m²
Freq. kHz Total
I II III I II III I II III I II III I II III
0,05 57,4 49,7 55,3 49,5 49,1 49,9 48,4 49,1 49,5 47,1 47,4 48,1 46,1 47,2 47,8 61,4
0,063 50,2 43,9 46,6 41 38,6 44 -44,2 -42 45,8 47,5 46,2 48,8 48,5 47,6 49,1 56,6
0,08 70,8 62,2 63,7 64,9 64,6 64,9 -61,5 -59 60,3 64 63,2 64 65,5 -56,5 56,7 74,4
0,1 76,7 71,6 73,2 70,4 69,8 69,9 -67,8 -65,4 66,3 70,3 69,5 70 71,4 -61 60,6 80,2
0,125 66,7 62,6 63,5 61,3 62 59,3 57,4 56 58,4 -63,6 -64,3 -63,9 68 67,1 68,3 73,2
0,16 68,2 64,7 63 61,9 61,8 62 -55,1 -49,3 52,1 -60,9 -58,6 -57,9 62,6 64,4 65,4 72,1
0,2 72,1 67,8 69,1 59,9 60,5 61,6 -50 60 58 -63 60 56,6 57,4 65,8 65,8 74,6
0,25 63,6 57,5 61,3 47,6 51,2 53,7 65,9 65,2 66,4 57,1 57,9 62,1 59,2 58 59,6 72,9
0,315 63,9 60 58,5 56,1 56,2 57,2 50,2 50 50,5 -50,5 -52,4 -53,2 53,9 52,5 46,5 66,1
0,4 63 58,4 57,6 52,9 52,4 54,6 45,7 47,4 49,8 54,1 53,6 54,7 56,4 55 56,5 66,8
0,5 62,9 58,8 57,4 54,3 54,3 55,6 54,7 52,6 55,4 58,5 58 59,8 58 58 59 69,0
0,63 60,3 55,7 54,8 56,6 56,5 57,9 52,5 52,5 54,1 59,3 59,6 61,1 58,8 58,3 59,9 69,4
0,8 62,8 57,9 58,4 55,4 55 56 51,8 50,7 52,2 60,2 60,2 61,7 59,5 58,9 60,8 69,9
1 61,8 56,5 57,9 57 56,6 57,8 53,8 54,4 55,9 58,6 59 60,2 59,7 59,6 61,3 69,9
1,25 63,7 58,7 59,5 58,6 58,4 59,5 57,1 57,2 58,1 61,2 60,8 62,4 60,8 60,7 62,8 71,7
1,6 62,3 57,1 58 57,2 57 58,4 55,5 55,7 56,8 59,1 58,8 60,1 59,3 58,8 60,9 70,0
2 60,9 56,2 56,5 57 56,4 58,1 54,9 55,3 56,2 58,5 58,3 59,9 58,2 58,3 59,8 69,3
2,5 58,8 54,3 54,5 55,7 55,1 56,4 53,3 53,1 54,5 57,2 57,3 58,6 57,8 57,7 59,5 68,1
3,15 55,3 50,3 51,3 51,1 50,5 51,7 47,7 47,6 49,1 52,6 52,7 53,9 54,6 54,6 56,3 64,0
4 57 51,4 53,8 48,2 47,9 49,4 48 48,1 49,3 52,6 52,6 54,1 59,2 59,2 60,5 66,4
5 56,6 50,9 53,7 47,7 47,7 48,9 48,8 48,9 49,8 52,5 52,5 53,9 59,6 59,7 61 66,6
6,3 51,5 47 46,9 43,1 43,4 44,8 45 45,3 46,2 48,6 49 50,4 52,3 52,5 53,9 60,7
A-Total 73,9 69,9 70,6 69,2 69,2 69,5 67,1 67,5 67,8 65,7 66,1 68,4 66,4 68,6 69,8 79,3
L-Total 98,5 93,9 94,4 92,2 91,8 91,9 -88 84,6 85,9 91,1 90,3 91 93,3 83,6 85,2 102,3
188

APÊNDICE C - NÍVEIS DE PRESSÃO SONORA PONDERADAS EM A BORDO DA LEG


NÍVEIS DE PRESSÃO SONORA – dB(A)
Freq. Receptores
Média
(Hz) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
100 96,5 91,7 89,7 87 91,5 85,4 86 93 96,7 91,7 89,8 83,2 80,8 94,5 90,9 90,7 88 82,8 89,4
125 70,3 76,9 76,5 73 75,5 75,3 76,8 77,3 77,6 74,8 75,1 75,1 77 78,6 77,2 74,9 70,1 71,4 75,2
160 74,2 80,8 80,4 77,1 77,9 80,7 83,5 82,3 76,2 75,8 79,5 79,2 82,8 82,5 81,3 78,6 73,1 68,9 78,6
200 80 74,6 78 81,8 79,3 73,4 78,6 75,4 77,5 79,7 76,3 75,2 74,2 75,2 73 73,6 74,4 76,1 76,5
250 74,7 77,3 75,9 72,5 74,9 71,5 71,2 72,6 74,7 71 75 73,5 78,5 75,4 77,8 72,7 73,6 73,2 74,2
315 78,3 78,5 76,7 76,5 76,4 74,1 75,1 73,9 71,4 74,2 76,1 73,2 72,1 73,9 70,5 71,9 69,1 75 74,3
400 72 70,2 73,2 72,6 73,4 73,3 72,2 74,1 74 71 72,1 70,6 70,8 73,1 70,4 70,1 70,4 72,8 72,0
500 72,7 72,6 74 73,1 74,5 73,3 74 73,4 72,8 72,2 72,1 71,1 73,4 75,4 70,9 72,8 71,9 73,2 73,0
630 72,6 73,8 73,5 74,5 73,4 73,4 71,8 73,3 73,9 71,7 72,3 70,9 71 73,9 71,6 72 71,6 73,5 72,7
800 72,4 72,6 75,3 73,4 72,2 72,7 72,2 71,6 72,4 70,7 71,6 70,4 70,5 72,5 69,1 69,3 70,5 71,6 71,7
1000 73,9 73,8 74,7 72,8 74,2 73,4 73,1 73,6 72,8 71,9 72,7 72,3 71,4 71,9 71,9 71 71,3 71,2 72,7
1250 73,7 73,5 73,8 73,9 73 73,6 73,2 73,5 74,2 72,6 73,3 72,8 71,7 72,1 71,2 71 70,7 71,2 72,7
1600 73,5 72,9 73,5 72,5 72,7 72,6 73,9 72,4 73 71,4 71,7 70,9 71,1 68,9 70,3 69,5 70 70,1 71,7
2000 71,2 71,2 71,9 71,3 70,5 71 72 70,4 71,7 69,4 70,1 69,1 68,3 68,6 67,5 67,2 67,6 67,5 69,8
2500 69,5 69,5 70,2 71,1 69,3 69,9 69,6 68,9 70,1 68,1 67,9 67 66,3 66,1 65,3 65,2 65,3 65 68,0
3150 67,4 67 67,8 66,8 66,8 67,1 66,6 66,3 67,2 70,1 65 63,9 63 63,2 62,8 62,1 62 62,5 65,4
4000 66,6 66,7 67,4 66,4 65,8 68,7 69,9 65,9 66,5 64,8 65,3 63,9 63,2 62,5 62,5 61,7 61,6 61,7 65,1
5000 65,5 65,6 66,5 65,4 64,9 68,7 68,4 65,7 65,7 65,6 65,8 64,2 63,5 63 62,6 62,1 62,2 61,2 64,8
6300 63 62,2 63,9 68,6 62,2 64,2 63 68,8 63,5 61,9 62,2 61,4 59,9 59,7 59 58,6 58,3 58,1 62,1
8000 60,6 58,4 60,3 60,3 58,2 59,9 58,7 58,6 59,6 58,4 58,4 57,4 56,4 54,8 54,9 54,6 54,3 54,3 57,7
Global 96,9 93,0 91,7 89,9 92,7 88,8 89,9 94,0 97,1 92,6 91,3 87,2 87,7 95,2 92,1 91,6 89,2 86,4 90,9
189

APÊNDICE D - TABELA DE AMPLITUDES DE ACELERAÇÕES PONDERADAS MEDIDAS


Acelerações Ponderadas - m/s² - Assentos 1 a 4
Freq.
Item Assento 1 Assento 2 Assento 3 Assento 4
(Hz)
X Y Z X Y Z X Y Z X Y Z
1 0,5 4,29E-03 2,62E-03 2,33E-03 1,22E-02 2,62E-02 3,51E-03 1,17E-02 2,38E-02 4,90E-03 1,94E-02 5,22E-03 8,63E-03
2 0,63 4,37E-03 4,72E-03 3,29E-03 1,95E-02 3,72E-02 8,07E-03 8,31E-03 1,02E-02 1,27E-03 1,44E-02 1,25E-02 5,78E-03
3 0,8 4,26E-03 4,33E-03 4,37E-03 1,02E-02 1,32E-02 3,34E-03 3,06E-03 5,18E-03 1,45E-03 1,23E-02 6,75E-03 2,10E-03
4 1 4,44E-03 5,31E-03 5,23E-03 4,24E-03 3,17E-03 2,35E-03 3,84E-03 1,75E-03 9,41E-04 3,95E-03 7,53E-03 3,62E-03
5 1,25 5,15E-03 4,73E-03 4,55E-03 4,60E-03 2,40E-03 2,16E-03 2,82E-03 2,05E-03 7,53E-04 3,48E-03 8,26E-03 4,66E-03
6 1,6 3,79E-03 1,51E-03 1,63E-03 2,98E-03 2,35E-03 2,78E-03 3,26E-03 1,90E-03 1,22E-03 3,68E-03 6,21E-03 3,19E-03
7 2 4,28E-03 1,43E-03 2,90E-03 6,03E-03 3,11E-03 6,25E-03 4,96E-03 2,42E-03 2,45E-03 4,85E-03 2,97E-03 5,32E-03
8 2,5 4,88E-03 1,38E-03 5,64E-03 5,15E-03 3,12E-03 9,76E-03 5,14E-03 2,19E-03 4,31E-03 4,87E-03 2,41E-03 9,04E-03
9 3,15 3,84E-03 1,52E-03 7,81E-03 4,46E-03 3,20E-03 1,17E-02 4,43E-03 2,40E-03 5,80E-03 4,85E-03 2,92E-03 1,31E-02
10 4 3,06E-03 1,16E-03 1,13E-02 4,06E-03 3,01E-03 1,76E-02 3,95E-03 2,47E-03 9,64E-03 3,37E-03 2,55E-03 1,62E-02
11 5 2,82E-03 9,51E-04 1,43E-02 3,93E-03 1,97E-03 1,98E-02 3,30E-03 1,93E-03 1,48E-02 3,11E-03 2,19E-03 1,98E-02
12 6,3 2,91E-03 9,21E-04 1,05E-02 3,79E-03 1,66E-03 1,75E-02 2,89E-03 1,28E-03 9,67E-03 2,51E-03 1,73E-03 1,51E-02
13 8 2,44E-03 8,08E-04 1,16E-02 4,77E-03 1,54E-03 2,34E-02 2,96E-03 1,14E-03 1,11E-02 2,60E-03 1,12E-03 1,25E-02
14 10 1,17E-02 2,28E-03 1,24E-02 1,54E-02 3,59E-03 2,87E-02 1,75E-02 2,62E-03 1,74E-02 1,38E-02 2,71E-03 1,89E-02
15 12,5 2,40E-03 1,39E-03 1,53E-02 9,36E-03 4,63E-03 2,32E-02 5,27E-03 2,78E-03 2,00E-02 4,46E-03 1,61E-03 1,19E-02
16 16 5,63E-03 5,65E-03 6,42E-02 1,68E-02 1,88E-02 6,23E-02 4,92E-03 7,67E-03 4,95E-02 1,35E-02 8,15E-03 5,61E-02
17 20 4,34E-03 4,32E-03 3,37E-02 9,32E-03 5,03E-03 6,38E-02 3,36E-03 1,76E-03 2,35E-02 3,37E-03 3,55E-03 4,07E-02
18 25 6,66E-03 5,96E-03 2,00E-02 3,70E-03 2,79E-03 4,08E-02 3,15E-03 1,87E-03 2,02E-02 2,64E-03 1,54E-03 3,16E-02
19 31,5 2,81E-02 1,14E-02 4,45E-02 9,60E-03 6,85E-03 5,42E-02 1,31E-02 4,84E-03 8,32E-02 4,44E-03 7,58E-03 9,89E-02
20 40 5,43E-03 4,21E-03 1,79E-02 1,94E-03 5,73E-03 3,09E-02 4,61E-03 2,34E-03 2,10E-02 2,69E-03 5,07E-03 3,51E-02
21 50 5,69E-03 4,71E-03 2,48E-02 2,74E-03 3,40E-03 3,84E-02 6,91E-03 2,25E-03 1,71E-02 2,62E-03 2,87E-03 2,40E-02
22 63 1,06E-02 2,86E-03 1,93E-02 4,09E-03 1,34E-03 2,27E-02 2,58E-03 1,39E-03 2,51E-02 2,30E-03 2,15E-03 1,81E-02
23 80 1,05E-02 2,59E-03 1,96E-02 1,17E-02 4,39E-03 1,10E-01 1,52E-02 2,18E-03 3,53E-02 1,33E-02 4,98E-03 9,33E-02
aw 0,008119 0,00411 0,021347 0,008839 0,011132 0,036612 0,007283 0,006104 0,024907 0,008096 0,005288 0,03514
Fator de crista 3,46E+00 2,77E+00 3,01E+00 2,20E+00 3,35E+00 3,00E+00 2,41E+00 3,90E+00 3,34E+00 2,40E+00 2,36E+00 2,81E+00
av 0,0249 0,0417 0,0282 0,0377
190

Acelerações Ponderadas - m/s² - Assentos 5 a 7 e 10


Freq.
Item Assento 5 Assento 6 Assento 7 Assento 10
(Hz)
X Y Z X Y Z X Y Z X Y Z
1 0,5 5,97E-03 2,63E-03 2,26E-03 3,16E-02 9,06E-02 2,42E-02 1,86E-02 4,51E-02 1,36E-02 9,91E-03 9,79E-03 4,32E-03
2 0,63 2,54E-03 2,84E-03 2,39E-03 4,18E-02 5,85E-02 2,36E-02 3,20E-02 2,42E-02 8,63E-03 9,43E-03 4,75E-03 2,42E-03
3 0,8 3,01E-03 3,04E-03 2,26E-03 1,60E-02 2,63E-02 8,02E-03 1,60E-02 6,88E-03 6,71E-03 2,57E-03 3,77E-03 1,34E-03
4 1 3,25E-03 2,33E-03 1,49E-03 5,80E-03 1,54E-02 3,66E-03 5,81E-03 1,26E-02 2,51E-03 2,42E-03 2,75E-03 1,08E-03
5 1,25 2,31E-03 3,50E-03 1,35E-03 4,12E-03 5,50E-03 1,28E-03 2,38E-03 6,98E-03 2,29E-03 2,94E-03 2,54E-03 9,51E-04
6 1,6 2,03E-03 2,00E-03 8,87E-04 3,30E-03 3,21E-03 2,21E-03 2,63E-03 3,25E-03 1,53E-03 2,76E-03 2,27E-03 1,01E-03
7 2 2,75E-03 1,95E-03 1,65E-03 4,22E-03 2,26E-03 4,01E-03 3,30E-03 3,72E-03 1,60E-03 3,51E-03 2,82E-03 1,89E-03
8 2,5 4,61E-03 1,76E-03 4,04E-03 4,31E-03 2,37E-03 7,43E-03 4,36E-03 4,57E-03 3,42E-03 3,34E-03 3,94E-03 5,07E-03
9 3,15 3,72E-03 2,07E-03 4,05E-03 4,36E-03 2,84E-03 1,13E-02 3,49E-03 4,94E-03 4,08E-03 3,07E-03 4,82E-03 7,90E-03
10 4 2,82E-03 1,67E-03 7,65E-03 3,70E-03 3,50E-03 1,36E-02 2,70E-03 6,03E-03 7,22E-03 2,75E-03 4,87E-03 1,07E-02
11 5 2,46E-03 2,61E-03 1,23E-02 3,51E-03 3,42E-03 1,81E-02 2,64E-03 3,62E-03 1,17E-02 2,73E-03 3,26E-03 1,46E-02
12 6,3 2,34E-03 1,81E-03 9,10E-03 2,84E-03 2,03E-03 1,20E-02 2,35E-03 2,67E-03 7,60E-03 2,59E-03 2,31E-03 9,31E-03
13 8 2,26E-03 1,76E-03 9,15E-03 2,15E-03 1,44E-03 1,07E-02 2,52E-03 1,72E-03 7,87E-03 3,09E-03 1,80E-03 9,85E-03
14 10 1,43E-02 4,22E-03 1,70E-02 1,35E-02 2,45E-03 2,36E-02 1,12E-02 3,92E-03 2,12E-02 5,91E-03 2,60E-03 2,13E-02
15 12,5 4,10E-03 2,53E-03 1,57E-02 4,12E-03 1,70E-03 1,44E-02 3,92E-03 3,11E-03 1,23E-02 4,21E-03 1,88E-03 1,48E-02
16 16 5,66E-03 1,06E-02 4,70E-02 5,86E-03 4,54E-03 3,48E-02 8,16E-03 1,10E-02 4,16E-02 8,62E-03 2,70E-03 2,32E-02
17 20 3,19E-03 4,70E-03 3,21E-02 3,80E-03 5,05E-03 3,35E-02 7,07E-03 2,91E-03 2,18E-02 2,21E-03 3,17E-03 4,02E-02
18 25 3,19E-03 3,84E-03 1,96E-02 4,19E-03 2,79E-03 2,53E-02 2,82E-03 2,97E-03 1,84E-02 1,63E-03 1,74E-03 1,90E-02
19 31,5 6,50E-03 7,13E-03 3,84E-02 8,54E-03 8,64E-03 9,65E-02 8,39E-03 1,48E-02 4,66E-02 2,56E-03 6,17E-03 3,85E-02
20 40 2,37E-03 2,87E-03 1,68E-02 3,75E-03 4,27E-03 2,16E-02 2,65E-03 3,44E-03 2,21E-02 2,01E-03 1,37E-03 1,11E-02
21 50 3,06E-03 6,73E-03 2,68E-02 4,14E-03 5,01E-03 3,16E-02 6,34E-03 4,61E-03 5,38E-02 3,39E-03 2,05E-03 3,10E-02
22 63 6,16E-03 3,71E-03 4,42E-02 3,62E-03 8,67E-04 6,69E-03 4,21E-03 8,94E-04 1,93E-02 1,73E-03 1,44E-03 1,86E-02
23 80 2,15E-02 2,90E-03 3,29E-02 1,46E-02 3,68E-03 4,41E-02 8,12E-03 1,41E-03 6,75E-02 3,80E-03 1,34E-03 1,33E-02
aw 0,006482 0,00403 0,020955 0,012777 0,023642 0,028515 0,009794 0,012207 0,024923 0,004442 0,00373 0,017326
Fator de crista 3,31E+00 2,64E+00 2,24E+00 3,27E+00 3,83E+00 3,38E+00 3,26E+00 3,70E+00 2,71E+00 2,23E+00 2,62E+00 2,32E+00
av 0,0235 0,0472 0,0332 0,0191
191

Acelerações Ponderadas - m/s² - Assentos 11 a 14


Freq.
Assento 11 Assento 12 Assento 13 Assento 14
(Hz)
X Y Z X Y Z X Y Z X Y Z
1 0,5 1,13E-02 8,90E-03 4,74E-03 1,73E-02 1,62E-02 1,85E-02 1,53E-02 1,17E-02 6,04E-03 2,23E-01 1,70E-01 8,40E-02
2 0,63 5,45E-03 5,36E-03 2,62E-03 1,44E-02 2,62E-02 1,63E-02 1,80E-02 1,15E-02 3,88E-03 1,96E-01 1,19E-01 6,95E-02
3 0,8 3,62E-03 4,23E-03 1,43E-03 9,23E-03 1,75E-02 7,06E-03 4,66E-03 5,11E-03 3,58E-03 5,70E-02 3,18E-02 1,78E-02
4 1 3,55E-03 3,12E-03 1,48E-03 3,62E-03 1,49E-02 3,96E-03 4,78E-03 6,71E-03 2,86E-03 3,14E-02 2,57E-02 1,26E-02
5 1,25 3,12E-03 3,13E-03 1,15E-03 2,64E-03 3,48E-03 4,33E-03 1,89E-03 4,58E-03 2,06E-03 1,09E-02 1,13E-02 5,40E-03
6 1,6 2,16E-03 2,46E-03 1,12E-03 2,36E-03 2,21E-03 1,55E-03 2,66E-03 1,88E-03 1,01E-03 2,49E-03 2,89E-03 1,81E-03
7 2 2,99E-03 3,42E-03 1,86E-03 2,29E-03 1,89E-03 2,52E-03 2,54E-03 2,21E-03 2,68E-03 1,44E-03 2,28E-03 1,94E-03
8 2,5 3,99E-03 4,63E-03 5,68E-03 3,46E-03 2,45E-03 6,82E-03 3,41E-03 2,12E-03 4,48E-03 1,41E-03 2,09E-03 4,36E-03
9 3,15 4,85E-03 5,47E-03 1,05E-02 5,21E-03 3,58E-03 1,34E-02 4,19E-03 2,45E-03 8,51E-03 1,17E-03 2,06E-03 6,44E-03
10 4 3,01E-03 4,66E-03 9,67E-03 4,64E-03 3,77E-03 1,78E-02 4,38E-03 2,37E-03 1,14E-02 9,36E-04 2,30E-03 8,23E-03
11 5 3,53E-03 3,71E-03 8,81E-03 4,17E-03 2,34E-03 1,45E-02 3,57E-03 1,41E-03 1,17E-02 8,68E-04 2,31E-03 1,16E-02
12 6,3 3,14E-03 2,39E-03 7,75E-03 3,06E-03 1,48E-03 1,08E-02 2,56E-03 1,28E-03 7,01E-03 8,72E-04 1,84E-03 9,61E-03
13 8 3,44E-03 1,66E-03 8,07E-03 3,55E-03 1,18E-03 1,08E-02 2,94E-03 9,85E-04 7,28E-03 7,78E-04 1,45E-03 9,92E-03
14 10 7,14E-03 4,16E-03 3,24E-02 6,00E-03 2,91E-03 3,12E-02 6,02E-03 3,15E-03 3,10E-02 2,31E-03 3,64E-03 3,65E-02
15 12,5 4,34E-03 1,46E-03 9,87E-03 4,38E-03 1,74E-03 1,70E-02 5,33E-03 1,71E-03 1,18E-02 1,30E-03 1,99E-03 1,98E-02
16 16 6,51E-03 2,30E-03 2,85E-02 1,64E-02 2,63E-03 3,51E-02 1,65E-02 4,79E-03 4,10E-02 4,86E-03 6,66E-03 5,12E-02
17 20 2,00E-03 2,71E-03 3,19E-02 4,14E-03 3,08E-03 3,49E-02 3,92E-03 2,74E-03 2,61E-02 5,14E-03 2,02E-03 2,06E-02
18 25 1,50E-03 1,79E-03 2,50E-02 3,80E-03 1,62E-03 2,84E-02 3,03E-03 1,32E-03 1,66E-02 4,75E-03 2,28E-03 1,97E-02
19 31,5 2,38E-03 4,49E-03 5,25E-02 5,10E-03 3,37E-03 3,77E-02 3,85E-03 2,53E-03 5,14E-02 1,17E-02 4,02E-03 5,38E-02
20 40 3,02E-03 2,31E-03 1,54E-02 1,44E-03 2,01E-03 1,16E-02 2,03E-03 2,07E-03 1,16E-02 1,38E-03 5,07E-04 8,76E-03
21 50 9,80E-03 5,21E-03 4,21E-02 1,41E-03 2,39E-03 1,50E-02 6,10E-03 1,78E-03 2,06E-02 1,25E-03 1,02E-03 2,32E-02
22 63 3,68E-03 1,26E-03 9,85E-03 2,49E-03 6,84E-04 1,29E-02 2,55E-03 1,05E-03 5,79E-03 2,41E-03 3,56E-03 1,25E-02
23 80 3,47E-03 8,49E-04 5,73E-03 2,32E-03 4,63E-04 6,25E-03 2,00E-03 9,15E-04 5,67E-03 5,62E-03 4,93E-03 1,42E-02
aw 0,004863 0,003894 0,019755 0,006972 0,008321 0,018861 0,006991 0,004426 0,018132 0,063623 0,044297 0,03084
Fator de crista 2,32E+00 2,29E+00 2,66E+00 2,48E+00 3,15E+00 2,00E+00 2,57E+00 2,64E+00 2,84E+00 3,51E+00 3,84E+00 2,72E+00
av 0,0216 0,0242 0,0215 0,1128
192

Acelerações Ponderadas - m/s² - Assentos 15 a 18


Freq.
Item Assento 15 Assento 16 Assento 17 Assento 18
(Hz)
X Y Z X Y Z X Y Z X Y Z
1 0,5 5,14E-02 1,36E-02 1,18E-02 5,07E-03 2,03E-03 1,74E-03 1,29E-02 8,93E-02 2,40E-02 2,46E-01 3,14E-01 1,13E-01
2 0,63 1,70E-02 2,18E-02 1,38E-02 5,82E-03 5,38E-03 1,63E-02 4,79E-02 1,05E-01 2,80E-02 2,40E-01 3,05E-01 1,09E-01
3 0,8 2,49E-02 8,32E-03 6,30E-03 4,42E-03 6,01E-03 1,52E-02 1,89E-02 2,27E-02 8,71E-03 2,01E-01 2,57E-01 9,01E-02
4 1 2,18E-02 6,05E-03 3,31E-03 2,11E-03 2,64E-03 1,63E-03 4,95E-03 3,83E-03 4,69E-03 1,68E-01 2,14E-01 7,45E-02
5 1,25 2,98E-03 6,04E-03 3,91E-03 3,51E-03 2,10E-03 2,19E-03 9,72E-03 6,67E-03 3,80E-03 1,21E-01 1,54E-01 5,44E-02
6 1,6 2,37E-03 5,66E-03 1,55E-03 3,87E-03 2,36E-03 4,59E-03 4,58E-03 4,40E-03 2,68E-03 3,90E-02 4,97E-02 1,84E-02
7 2 2,89E-03 3,38E-03 2,63E-03 3,62E-03 2,67E-03 5,36E-03 2,74E-03 2,18E-03 3,46E-03 1,83E-02 2,40E-02 1,13E-02
8 2,5 1,86E-03 3,08E-03 5,52E-03 3,18E-03 2,55E-03 2,84E-03 3,26E-03 1,88E-03 6,11E-03 1,26E-02 1,66E-02 9,92E-03
9 3,15 1,51E-03 3,08E-03 8,87E-03 3,44E-03 2,87E-03 4,20E-03 3,04E-03 2,63E-03 9,23E-03 5,26E-03 5,38E-03 7,41E-03
10 4 1,20E-03 3,05E-03 1,19E-02 2,57E-03 2,64E-03 7,32E-03 2,32E-03 3,43E-03 1,13E-02 5,36E-03 4,22E-03 8,09E-03
11 5 1,13E-03 3,07E-03 1,49E-02 2,41E-03 2,20E-03 1,08E-02 2,48E-03 3,14E-03 1,49E-02 4,91E-03 3,60E-03 1,06E-02
12 6,3 1,10E-03 2,35E-03 1,43E-02 2,05E-03 1,65E-03 6,90E-03 2,10E-03 2,79E-03 1,32E-02 3,02E-03 2,08E-03 8,39E-03
13 8 9,59E-04 2,32E-03 1,46E-02 1,98E-03 1,17E-03 8,18E-03 2,29E-03 2,14E-03 1,54E-02 2,76E-03 1,69E-03 7,64E-03
14 10 3,17E-03 4,93E-03 4,16E-02 9,19E-03 1,47E-03 2,32E-02 7,66E-03 3,66E-03 5,74E-02 1,50E-02 3,97E-03 1,32E-02
15 12,5 1,64E-03 2,74E-03 1,89E-02 5,28E-03 8,65E-04 1,58E-02 4,66E-03 1,92E-03 2,78E-02 7,29E-03 2,31E-03 8,27E-03
16 16 5,83E-03 9,98E-03 4,81E-02 2,59E-02 2,83E-03 5,01E-02 2,02E-02 5,16E-03 7,46E-02 1,52E-02 4,44E-03 5,20E-02
17 20 6,90E-03 3,61E-03 2,06E-02 5,40E-03 2,05E-03 2,06E-02 4,53E-03 1,86E-03 2,35E-02 3,00E-03 2,90E-03 3,79E-02
18 25 6,00E-03 2,95E-03 1,72E-02 3,34E-03 1,24E-03 1,37E-02 1,93E-03 2,22E-03 2,30E-02 2,50E-03 1,46E-03 1,64E-02
19 31,5 1,54E-02 1,03E-02 5,22E-02 9,23E-03 3,99E-03 3,30E-02 6,65E-03 5,24E-03 9,30E-02 4,71E-03 7,55E-03 1,29E-01
20 40 1,73E-03 1,33E-03 1,14E-02 1,02E-03 1,11E-03 6,91E-03 7,80E-04 9,62E-04 1,60E-02 5,62E-04 1,22E-03 1,23E-02
21 50 1,74E-03 2,50E-03 1,72E-02 8,20E-04 1,03E-03 6,71E-03 6,05E-04 2,56E-03 2,31E-02 5,33E-04 2,21E-03 5,71E-03
22 63 2,72E-03 2,55E-03 1,80E-02 1,76E-03 9,07E-04 1,14E-02 6,65E-04 9,84E-04 1,62E-02 7,88E-04 9,27E-04 6,33E-03
23 80 5,54E-03 4,44E-03 2,42E-02 2,50E-03 1,93E-03 1,54E-02 1,20E-03 8,17E-04 6,53E-03 3,53E-03 8,84E-04 6,08E-03
aw 0,013945 0,007178 0,021335 0,006867 0,002665 0,016588 0,012451 0,029298 0,031509 0,094195 0,119954 0,052738
Fator de crista 3,69E+00 3,03E+00 2,45E+00 3,77E+00 2,26E+00 3,02E+00 3,85E+00 3,59E+00 2,95E+00 2,61E+00 2,62E+00 2,45E+00
av 0,0306 0,0195 0,0546 0,2199
193

APÊNDICE E – GRÁFICOS DAS SOLUÇÕES PROPOSTAS


APÊNDICE E.1 – PROPOSTA 1: ABSORÇÃO SONORA NO TETO

X: Medição •: Proposta 1 Δ: Simulação

125 Hz
120
115
110
NPS (dB)

105
100
95
90
85
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

250 Hz
95

90
NPS (dB)

85

80

75

70
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

500 Hz
85

80
NPS (dB)

75

70

65

60
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor
194

1000 Hz
85

80
NPS (dB)

75

70

65

60
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

2000 Hz
80

75
NPS (dB)

70

65

60

55
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

4000 Hz
75

70
NPS (dB)

65

60

55

50
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor
195

NPS Global
120
115
110
NPS (dB)

105
100
95
90
85
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

NPS(A) Global
100
95
NPS (dB-A)

90
85
80
75
70
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

Valores simulados com a proposta 1


Receptores 125 250 500 1000 2000 4000 Global NPS(A)
1 89,6 76,2 67,6 66,5 62,5 58,0 89,9 76,2
2 91,6 78,6 69,4 68,3 64,6 60,4 91,9 78,2
3 91,4 78,2 69,2 68,1 64,3 60,2 91,7 78,0
4 93,0 79,7 70,5 69,4 65,8 61,8 93,3 79,5
5 93,0 79,7 70,4 69,3 65,8 61,8 93,3 79,5
6 94,3 81,0 71,5 70,4 67,0 63,2 94,5 80,7
7 94,2 80,9 71,4 70,3 66,9 63,1 94,4 80,6
8 95,1 82,0 72,3 71,2 67,9 64,3 95,4 81,6
9 95,7 82,5 72,7 71,6 68,5 64,8 96,0 82,1
10 93,2 79,8 70,5 69,4 65,9 61,9 93,4 79,6
11 93,4 80,1 70,6 69,5 66,0 62,2 93,6 79,8
12 91,4 78,0 68,8 67,8 64,1 60,0 91,6 77,9
13 91,5 78,1 68,9 67,8 64,2 60,1 91,7 78,0
14 89,4 76,0 67,0 65,9 62,1 57,8 89,6 75,9
15 89,3 75,8 67,1 66,0 62,1 57,6 89,5 75,9
16 88,4 74,9 66,2 65,1 61,1 56,7 88,6 75,0
17 87,9 74,5 65,9 64,8 60,7 56,2 88,2 74,6
18 86,5 72,8 64,3 63,3 59,2 54,6 86,7 73,1
Máx 95,7 82,5 72,7 71,6 68,5 64,8 96,0 82,1
Mín 86,5 72,8 64,3 63,3 59,2 54,6 86,7 73,1
Méd. 91,6 78,3 69,1 68,0 64,4 60,3 91,9 78,1
196

APÊNDICE E.2

PROPOSTA 2: ABSORÇÃO SONORA NO COSTADO E NO FUNDO

X: Medição •: Proposta 1 Δ: Simulação

125 Hz
120
115
110
NPS (dB)

105
100
95
90
85
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

250 Hz
96
94
92
90
NPS (dB)

88
86
84
82
80
78
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

500 Hz
84
82
80
78
NPS (dB)

76
74
72
70
68
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor
197

1000 Hz
82
80
78
NPS (dB)

76
74
72
70
68
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

2000 Hz
78
76
74
72
NPS (dB)

70
68
66
64
62
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

4000 Hz
75
73
71
69
NPS (dB)

67
65
63
61
59
57
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor
198

NPS Global
120
115
110
NPS (dB)

105
100
95
90
85
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

NPS(A) Global
100
95
NPS (dB-A)

90
85
80
75
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

Valores simulados com a proposta 2


Rec.
63 125 250 500 1000 2000 4000 8000 Global SPL(A)
1 88,4 91,4 79,6 70,2 68,6 64,1 59,5 55,0 91,7 78,1
2 89,8 92,8 80,8 71,4 69,7 65,3 60,9 56,1 93,1 79,4
3 90,5 93,3 81,2 71,7 70,0 65,7 61,5 56,5 93,6 79,9
4 92,2 94,9 82,6 72,9 71,3 67,3 63,2 57,9 95,2 81,4
5 92,3 94,9 82,6 72,9 71,3 67,3 63,3 57,9 95,2 81,4
6 94,1 96,6 84,1 74,2 72,6 68,8 65,1 59,3 96,9 83,0
7 93,9 96,2 83,8 73,9 72,3 68,6 64,8 59,1 96,5 82,7
8 95,3 97,6 85,0 74,9 73,4 69,9 66,4 60,3 97,9 84,0
9 95,3 97,5 85,0 75,0 73,5 70,0 66,4 60,4 97,8 83,9
10 93,8 96,2 83,7 73,9 72,3 68,6 64,9 59,0 96,5 82,6
11 93,9 96,3 83,8 73,9 72,3 68,7 65,0 59,1 96,6 82,7
12 92,1 94,8 82,5 72,8 71,1 67,2 63,2 57,6 95,1 81,3
13 92,4 95,0 82,6 72,9 71,2 67,4 63,5 57,7 95,3 81,5
14 90,8 93,6 81,4 71,8 70,1 66,1 62,0 56,3 93,9 80,1
15 90,8 93,5 81,3 71,8 70,1 66,1 61,9 56,4 93,8 80,1
16 90,1 93,1 80,9 71,3 69,6 65,5 61,2 55,9 93,4 79,6
17 90,3 93,1 80,9 71,3 69,7 65,5 61,3 55,9 93,4 79,7
18 89,6 92,5 80,2 70,6 68,9 64,7 60,5 55,0 92,8 79,0
Máx 95,3 97,6 85,0 75,0 73,5 70,0 66,4 60,4 97,9 84,0
Mín 88,4 91,4 79,6 70,2 68,6 64,1 59,5 55,0 91,7 78,1
Méd. 92,0 94,6 82,3 72,6 71,0 67,0 63,0 57,5 94,9 81,1
199

APÊNDICE E.3

PROPOSTA 3 – ABSORÇÃO SONORA NO TETO E FUNDO

X: Medição •: Proposta Δ: Simulação

125 Hz
120
115
110
NPS (dB)

105
100
95
90
85
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

250 Hz
95

90
NPS (dB)

85

80

75

70
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

500 Hz
85

80
NPS (dB)

75

70

65

60
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor
200

1000 Hz
85

80
NPS (dB)

75

70

65

60
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

2000 Hz
80

75
NPS (dB)

70

65

60

55
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

4000 Hz
75

70
NPS (dB)

65

60

55

50
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor
201

NPS Global
120

110
NPS (dB)

100

90

80
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

NPS(A) Global
100
95
NPS (dB-A)

90
85
80
75
70
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

Valores simulados com a proposta 3


Receptores 125 250 500 1000 2000 4000 Global SPL(A)
1 88,0 75,0 66,3 65,2 61,0 56,4 88,3 74,4
2 90,0 77,1 68,1 66,9 62,9 58,5 90,3 76,6
3 90,3 77,3 68,3 67,2 63,2 59,0 90,6 76,9
4 92,4 79,2 69,9 68,8 65,1 61,1 92,7 78,9
5 92,4 79,3 70,0 68,8 65,2 61,2 92,7 78,9
6 94,0 80,9 71,3 70,2 66,7 63,0 94,3 80,5
7 93,9 80,7 71,2 70,0 66,6 62,8 94,2 80,3
8 95,0 81,9 72,1 71,0 67,7 64,2 95,3 81,4
9 95,6 82,5 72,6 71,5 68,3 64,7 95,9 82,0
10 93,1 79,8 70,4 69,3 65,8 61,9 93,3 79,5
11 93,3 80,0 70,5 69,4 66,0 62,1 93,5 79,7
12 91,3 78,0 68,8 67,7 64,0 59,9 91,6 77,8
13 91,4 78,0 68,8 67,7 64,0 60,0 91,6 77,8
14 89,3 75,9 66,9 65,8 62,0 57,7 89,5 75,8
15 89,2 75,7 67,0 65,8 62,0 57,5 89,4 75,8
16 88,3 74,8 66,0 65,0 61,0 56,5 88,5 74,9
17 87,8 74,4 65,7 64,7 60,6 56,1 88,1 74,5
18 86,3 72,7 64,1 63,1 59,0 54,5 86,5 73,0
Máx 95,6 82,5 72,6 71,5 68,3 64,7 95,9 82,0
Mín 86,3 72,7 64,1 63,1 59,0 54,5 86,5 73,0
Méd. 91,2 78,0 68,8 67,7 64,0 59,8 91,5 77,7
202

APÊNDICE E.4

PROPOSTA 4 – ABSORÇÃO SONORA NO TETO E NO COSTADO A RÉ

X: Medição •: Proposta Δ: Simulação

125 Hz
120
115
110
NPS (dB)

105
100
95
90
85
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

250 Hz
95

90
NPS (dB)

85

80

75

70
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

500 Hz
85

80
NPS (dB)

75

70

65

60
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor
203

1000 Hz
85

80
NPS (dB)

75

70

65

60
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

2000 Hz
80

75
NPS (dB)

70

65

60

55
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

4000 Hz
75

70
NPS (dB)

65

60

55

50
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor
204

NPS Global
120

110
NPS (dB)

100

90

80
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

NPS(A) Global
100
95
NPS (dB-A)

90
85
80
75
70
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

Valores simulados com a proposta 4


Rec.
63 125 250 500 1000 2000 4000 8000 Global SPL(A)
1 87,8 86,2 73,1 65,2 64,1 59,4 54,0 51,7 86,5 73,1
2 89,1 88,8 76,2 67,3 66,1 61,9 57,4 53,6 89,1 75,6
3 88,9 87,9 75,0 66,4 65,3 60,9 56,0 52,9 88,2 74,6
4 90,8 90,5 77,6 68,6 67,3 63,3 59,0 54,9 90,8 77,1
5 90,9 90,5 77,6 68,6 67,4 63,3 58,9 55,0 90,8 77,1
6 92,5 92,3 79,3 70,0 68,8 65,1 61,0 56,4 92,6 78,8
7 92,5 92,4 79,4 70,0 68,8 65,1 61,1 56,5 92,7 78,9
8 93,9 94,3 81,3 71,5 70,3 67,0 63,3 57,9 94,6 80,7
9 94,1 94,4 81,4 71,7 70,5 67,2 63,4 58,1 94,7 80,8
10 93,1 92,6 79,3 70,0 68,8 65,3 61,4 56,5 92,8 79,0
11 93,3 92,8 79,7 70,2 69,0 65,5 61,6 56,6 93,1 79,3
12 91,8 90,8 77,5 68,3 67,2 63,4 59,4 54,8 91,1 77,3
13 91,8 91,0 77,8 68,5 67,4 63,7 59,7 55,0 91,3 77,5
14 90,9 89,4 76,1 67,0 65,9 62,1 57,8 53,6 89,7 76,0
15 90,6 89,4 76,1 67,1 65,9 62,1 58,0 53,5 89,7 75,9
16 89,9 88,2 74,7 65,9 64,8 60,8 56,4 52,5 88,4 74,7
17 89,8 87,8 74,4 65,6 64,6 60,6 56,2 52,3 88,0 74,4
18 88,6 86,0 72,4 63,9 62,8 58,8 54,1 50,7 86,2 72,7
Máx 94,1 94,4 81,4 71,7 70,5 67,2 63,4 58,1 94,7 80,8
Mín 87,8 86,0 72,4 63,9 62,8 58,8 54,0 50,7 86,2 72,7
Méd. 91,1 90,3 77,2 68,1 66,9 63,1 58,8 54,6 90,6 76,9
205

APÊNDICE E.5

PROPOSTA 5 – ABSORÇÃO SONORA NO TETO E NO COSTADO A VANTE

X: Medição •: Proposta Δ: Simulação

125 Hz
120
115
110
105
NPS (dB)

100
95
90
85
80
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

250 Hz
95

90
NPS (dB)

85

80

75

70
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

500 Hz
85

80
NPS (dB)

75

70

65

60
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor
206

1000 Hz
85

80
NPS (dB)

75

70

65

60
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

2000 Hz
80

75
NPS (dB)

70

65

60

55
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

4000 Hz
75

70
NPS (dB)

65

60

55

50
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor
207

NPS Global
120

110
NPS (dB)

100

90

80
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

NPS(A) Global
100
95
NPS (dB-A)

90
85
80
75
70
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

Valores simulados com a proposta 5


Rec.
63 125 250 500 1000 2000 4000 8000 Global SPL(A)
1 91,2 89,4 76,1 67,5 66,4 62,4 57,8 54,0 89,7 76,1
2 92,3 91,5 78,4 69,2 68,0 64,4 60,3 55,5 91,8 78,0
3 92,3 91,1 77,8 68,7 67,6 63,9 59,6 55,2 91,4 77,6
4 93,6 92,8 79,6 70,3 69,2 65,6 61,7 56,8 93,1 79,3
5 93,8 93,0 79,7 70,4 69,3 65,7 61,8 56,9 93,2 79,4
6 94,6 94,0 80,8 71,3 70,2 66,8 63,0 57,8 94,3 80,5
7 94,6 94,1 80,9 71,4 70,2 66,8 63,0 57,9 94,4 80,5
8 95,1 95,0 82,0 72,2 71,0 67,8 64,2 58,6 95,3 81,5
9 95,3 95,3 82,2 72,4 71,2 68,0 64,4 58,8 95,6 81,7
10 92,6 92,2 79,0 69,7 68,5 64,9 60,9 56,3 92,5 78,7
11 92,9 92,5 79,4 70,0 68,8 65,2 61,3 56,5 92,8 79,0
12 90,4 89,6 76,4 67,5 66,4 62,3 57,9 54,1 89,9 76,1
13 90,7 89,9 76,7 67,7 66,6 62,6 58,3 54,3 90,2 76,4
14 89,0 87,8 74,6 65,9 64,8 60,6 56,0 52,6 88,1 74,4
15 88,6 87,6 74,6 65,8 64,6 60,5 55,9 52,4 87,9 74,2
16 87,5 86,2 73,1 64,6 63,4 59,1 54,5 51,3 86,5 72,9
17 87,5 85,9 73,0 64,4 63,3 59,0 54,4 51,2 86,2 72,7
18 86,8 84,9 71,5 62,9 61,9 57,8 52,9 49,8 85,2 71,6
Máx 95,3 95,3 82,2 72,4 71,2 68,0 64,4 58,8 95,6 81,7
Mín 86,8 84,9 71,5 62,9 61,9 57,8 52,9 49,8 85,2 71,6
Méd. 91,6 90,7 77,5 68,4 67,3 63,5 59,3 55,0 91,0 77,3
208

APÊNDICE E.6

PROPOSTA 6 – ABSORÇÃO SONORA NO TETO, NO COSTADO A RÉ E FUNDO

X: Medição •: Proposta Δ: Simulação

125 Hz
120
115
110
105
NPS (dB)

100
95
90
85
80
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

250 Hz
95

90
NPS (dB)

85

80

75

70
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

500 Hz
85

80
NPS (dB)

75

70

65

60
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor
209

1000 Hz
85

80
NPS (dB)

75

70

65

60
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

2000 Hz
80

75
NPS (dB)

70

65

60

55
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

4000 Hz
75

70
NPS (dB)

65

60

55

50
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor
210

NPS Global
120

110
NPS (dB)

100

90

80
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

NPS(A) Global
100
95
NPS (dB-A)

90
85
80
75
70
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

Valores simulados com a proposta 6


Rec.
63 125 250 500 1000 2000 4000 8000 Global SPL(A)
1 85,8 85,2 72,4 64,2 63,0 58,2 53,2 50,7 85,5 72,0
2 87,4 87,2 74,7 66,1 64,8 60,1 55,4 52,3 87,5 74,0
3 87,8 87,3 74,5 65,9 64,7 60,3 55,5 52,3 87,6 74,0
4 90,2 90,1 77,2 68,2 66,9 62,9 58,5 54,4 90,4 76,7
5 90,5 90,2 77,3 68,3 67,1 63,0 58,6 54,6 90,5 76,8
6 92,3 92,1 79,2 69,8 68,6 64,9 60,9 56,2 92,4 78,7
7 92,3 92,2 79,3 69,9 68,7 65,0 61,0 56,3 92,5 78,8
8 93,8 94,2 81,3 71,4 70,2 66,9 63,2 57,8 94,5 80,6
9 94,0 94,4 81,4 71,6 70,4 67,1 63,4 58,0 94,7 80,8
10 93,0 92,6 79,3 69,9 68,8 65,2 61,3 56,5 92,8 79,0
11 93,2 92,8 79,7 70,1 68,9 65,4 61,6 56,6 93,1 79,3
12 91,6 90,8 77,5 68,3 67,1 63,4 59,3 54,7 91,0 77,2
13 91,7 91,0 77,8 68,5 67,3 63,6 59,6 54,9 91,3 77,5
14 90,7 89,2 75,9 66,9 65,8 61,9 57,6 53,4 89,5 75,8
15 90,4 89,3 76,1 67,0 65,9 62,1 57,9 53,4 89,6 75,9
16 89,8 88,1 74,7 65,8 64,7 60,7 56,4 52,5 88,3 74,7
17 89,6 87,7 74,3 65,5 64,5 60,5 56,1 52,2 87,9 74,3
18 88,4 85,9 72,3 63,8 62,7 58,7 54,0 50,6 86,1 72,5
Máx 94,0 94,4 81,4 71,6 70,4 67,1 63,4 58,0 94,7 80,8
Mín 85,8 85,2 72,3 63,8 62,7 58,2 53,2 50,6 85,5 72,0
Méd. 90,7 90,0 76,9 67,8 66,7 62,8 58,5 54,3 90,3 76,6
211

APÊNDICE E.7

PROPOSTA 7 – ABSORÇÃO SONORA NO TETO, COSTADO A VANTE E FUNDO

X: Medição •: Proposta Δ: Simulação

125 Hz
120
115
110
105
NPS (dB)

100
95
90
85
80
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

250 Hz
95

90
NPS (dB)

85

80

75

70
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

500 Hz
85

80
NPS (dB)

75

70

65

60
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor
212

1000 Hz
85

80
NPS (dB)

75

70

65

60
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

2000 Hz
80

75
NPS (dB)

70

65

60

55
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

4000 Hz
75

70
NPS (dB)

65

60

55

50
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor
213

NPS Global
120

110
NPS (dB)

100

90

80
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

NPS(A) Global
100
95
NPS (dB-A)

90
85
80
75
70
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

Valores simulados para a proposta 7


Rec.
63 125 250 500 1000 2000 4000 8000 Global SPL(A)
1 88,6 87,9 74,8 66,2 65,1 60,8 56,2 52,7 88,2 74,5
2 90,1 89,8 76,9 67,9 66,7 62,6 58,2 54,2 90,1 76,4
3 90,7 90,2 77,1 68,0 66,9 63,0 58,7 54,4 90,5 76,7
4 92,5 92,2 79,1 69,7 68,6 64,9 60,9 56,1 92,5 78,7
5 92,8 92,4 79,3 70,0 68,8 65,2 61,3 56,4 92,7 78,9
6 94,0 93,7 80,5 71,0 69,9 66,4 62,6 57,5 94,0 80,1
7 94,0 93,8 80,7 71,1 69,9 66,6 62,8 57,6 94,1 80,2
8 94,7 94,9 81,8 72,0 70,9 67,7 64,1 58,4 95,2 81,3
9 94,9 95,2 82,1 72,3 71,1 67,9 64,3 58,7 95,5 81,6
10 92,4 92,1 78,9 69,6 68,4 64,8 60,8 56,2 92,4 78,5
11 92,7 92,4 79,3 69,9 68,7 65,1 61,3 56,4 92,7 78,9
12 90,1 89,4 76,3 67,4 66,2 62,2 57,8 53,9 89,7 76,0
13 90,4 89,7 76,6 67,6 66,5 62,5 58,1 54,1 90,0 76,3
14 88,5 87,4 74,4 65,7 64,5 60,2 55,6 52,3 87,7 74,1
15 88,2 87,5 74,5 65,7 64,5 60,4 55,8 52,2 87,8 74,1
16 87,1 86,0 73,0 64,4 63,2 58,9 54,3 51,1 86,3 72,7
17 87,2 85,8 72,9 64,3 63,1 58,9 54,2 51,0 86,1 72,6
18 86,4 84,7 71,4 62,8 61,7 57,6 52,7 49,6 85,0 71,4
Máx 94,9 95,2 82,1 72,3 71,1 67,9 64,3 58,7 95,5 81,6
Mín 86,4 84,7 71,4 62,8 61,7 57,6 52,7 49,6 85,0 71,4
Méd. 90,9 90,3 77,2 68,1 66,9 63,1 58,9 54,6 90,5 76,8
214

APÊNDICE E.8

PROPOSTA 8 - ABSORÇÃO SONORA NO TETO E NO COSTADO

X: Medição •: Proposta Δ: Simulação

125 Hz
120
115
110
105
NPS (dB)

100
95
90
85
80
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

250 Hz
95

90
NPS (dB)

85

80

75

70
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

500 Hz
85

80
NPS (dB)

75

70

65

60
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor
215

1000 Hz
85

80
NPS (dB)

75

70

65

60
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

2000 Hz
80

75
NPS (dB)

70

65

60

55
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

4000 Hz
75

70
NPS (dB)

65

60

55

50
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor
216

NPS Global
120

110
NPS (dB)

100

90

80
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

NPS(A) Global
100
95
NPS (dB-A)

90
85
80
75
70
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

Valores simulados para a proposta 8


Rec.
63 125 250 500 1000 2000 4000 8000 Global SPL(A)
1 87,5 86,2 73,2 65,1 64,0 59,4 54,2 51,7 86,5 73,1
2 88,7 88,1 75,8 67,0 65,7 61,5 56,7 53,3 88,4 75,0
3 88,7 87,8 75,1 66,6 65,4 61,0 56,1 53,1 88,1 74,6
4 90,4 90,3 77,4 68,4 67,2 63,2 58,8 54,8 90,6 76,9
5 90,4 90,0 77,1 68,2 67,0 63,0 58,4 54,7 90,3 76,6
6 92,3 92,4 79,4 70,0 68,8 65,1 61,1 56,4 92,7 78,9
7 92,0 92,0 79,1 69,8 68,6 64,9 60,7 56,2 92,3 78,6
8 93,5 93,8 80,8 71,1 70,0 66,5 62,8 57,5 94,1 80,2
9 93,8 94,3 81,4 71,6 70,4 67,1 63,3 58,0 94,6 80,7
10 91,5 91,4 78,3 69,0 67,9 64,2 60,1 55,6 91,7 77,9
11 91,7 91,7 78,7 69,3 68,0 64,4 60,5 55,7 92,0 78,2
12 89,4 89,0 75,9 67,0 65,8 61,7 57,4 53,5 89,3 75,6
13 89,6 89,2 76,2 67,2 66,0 62,0 57,7 53,6 89,5 75,8
14 87,3 86,2 73,1 64,6 63,4 59,0 54,1 51,2 86,5 72,9
15 87,5 86,1 73,0 64,7 63,5 59,0 53,9 51,4 86,4 72,8
16 86,6 85,8 72,8 64,1 63,0 58,7 54,2 50,8 86,1 72,5
17 86,6 85,0 71,9 63,6 62,5 57,9 52,9 50,3 85,3 71,8
18 85,7 84,2 70,9 62,4 61,4 57,1 52,1 49,2 84,5 70,9
Máx 93,8 94,3 81,4 71,6 70,4 67,1 63,3 58,0 94,6 80,7
Mín 85,7 84,2 70,9 62,4 61,4 57,1 52,1 49,2 84,5 70,9
Méd. 89,6 89,1 76,1 67,2 66,0 62,0 57,5 53,7 89,4 75,7
217

APÊNDICE E.9

PROPOSTA 9 - ABSORÇÃO SONORA NO TETO, COSTADO E POPA

X: Medição •: Proposta Δ: Simulação

125 Hz
120
115
110
105
NPS (dB)

100
95
90
85
80
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

250 Hz
95

90
NPS (dB)

85

80

75

70
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

500 Hz
85

80
NPS (dB)

75

70

65

60
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor
218

1000 Hz
85

80
NPS (dB)

75

70

65

60
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

2000 Hz
80

75
NPS (dB)

70

65

60

55
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

4000 Hz
75

70
NPS (dB)

65

60

55

50
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor
219

NPS Global
120

110
NPS (dB)

100

90

80
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

NPS(A) Global
100
95
NPS (dB-A)

90
85
80
75
70
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Receptor

Valores simulados para a proposta 9


Rec.
63 125 250 500 1000 2000 4000 8000 Global SPL(A)
1 85,6 85,2 72,5 64,2 63,0 58,3 53,4 50,6 85,5 72,0
2 86,8 86,6 74,2 65,8 64,4 59,6 54,6 52,0 86,9 73,5
3 87,4 87,0 74,4 65,9 64,7 60,0 55,1 52,3 87,3 73,8
4 89,8 89,8 77,0 68,0 66,8 62,7 58,3 54,3 90,1 76,5
5 89,8 89,7 76,8 67,9 66,6 62,6 58,1 54,3 90,0 76,3
6 92,0 92,3 79,3 69,9 68,7 64,9 61,0 56,2 92,6 78,8
7 91,8 91,9 79,0 69,6 68,4 64,7 60,6 56,0 92,2 78,4
8 93,4 93,7 80,7 71,1 69,9 66,4 62,7 57,4 94,0 80,1
9 93,6 94,2 81,3 71,6 70,4 67,0 63,3 57,9 94,5 80,7
10 91,4 91,4 78,3 69,0 67,8 64,1 60,1 55,5 91,7 77,9
11 91,6 91,7 78,7 69,2 68,0 64,3 60,5 55,6 92,0 78,2
12 89,3 88,9 75,9 66,9 65,8 61,7 57,3 53,4 89,2 75,5
13 89,5 89,2 76,2 67,1 65,9 61,9 57,6 53,5 89,5 75,7
14 87,1 86,1 73,1 64,5 63,4 58,9 54,1 51,0 86,4 72,8
15 87,3 85,9 72,9 64,7 63,4 58,9 53,7 51,3 86,2 72,7
16 86,4 85,7 72,7 64,1 62,9 58,6 54,1 50,7 86,0 72,4
17 86,3 84,9 71,8 63,5 62,4 57,8 52,8 50,1 85,2 71,7
18 85,5 84,1 70,8 62,3 61,2 57,0 52,0 49,1 84,4 70,8
Máx 93,6 94,2 81,3 71,6 70,4 67,0 63,3 57,9 94,5 80,7
Mín 85,5 84,1 70,8 62,3 61,2 57,0 52,0 49,1 84,4 70,8
Méd. 89,1 88,8 75,9 67,0 65,8 61,6 57,2 53,4 89,1 75,4
220

APÊNDICE F- TELAS DOS RESULTADOS DO APLICATIVO ANALISADOR DE


VIBRAÇÕES DO CORPO HUMANO
Medições no assento 1

Medições no assento 2
221

Medições no assento 3

Medições no assento 4

Medições no assento 5
222

Medições no assento 6

Medições no assento 7

Medições no assento 10
223

Medições no assento 11

Medições no assento 12

Medições no assento 13
224

Medições no assento 14

Medições no assento 15

Medições no assento 16
225

Medições no assento 17

Medições no assento 18
226

APÊNDICE G - COMANDOS UTILIZADOS NO ANSYS PARA ANÁLISE MODAL


DO CASCO.
!Elementos solidos
/PREP7
ET,1,SHELL63 !tipo de elemento
R,1,0.00314,0.00314,0.00314,0.00314, , ,!constante real
MPDATA,DENS,1,,7800 !densidade
MPDATA,EX,1,,210e9 !Modulo de Elasticidade
MPDATA,PRXY,1,,.3 !Poisson

!Elementos Fluidos
ET,2,FLUID221 !ELEMENTO ACÚSTICO
MP,DENS,2, 998 ! DENSIDADE DA ÁGUA
MP,SONC,2, 1480 ! VELOCIDADE DO SOM

!CRIAÇÂO DA MALHA DO CASCO


cmsel,u,fluidoinfinito
cmsel,u,free
aplot
lsize,all,0.05
amsh,all

!CRIAÇÃO DA MALHA ACÚSTICA


cmsel,s,fluidoinfinito,
cmsel,s,free
cmsel,u,interface
vmsh,all

!CONDIÇÕES DE CONTORNO
SF,fluidoinfinito,IMPD,0,0 ! IMPEDÂNCIA NULA
SF,FREE,FREE ! SUPERFÍCIE LIVRE
SF,interface,FSI ! INTERFACE

!SETUP E SOLUÇÃO
MODOPT,UNSYM,100,0.1,100, ,OFF
/STATUS,SOLU
SOLVE

!VISUALIZAÇÃO DOS RESULTADOS


SET,,,,,,,10
213
/EFACET,1
PLNSOL, U,SUM, 2,1.0

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