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8 Empédocles e Anaxagoras: Respostas a Parménides Dante We GRAHAM fo ha divvida de que 0 poema de Parménides seja um divisor de Aguas ils histéria dos primérdios da filosafia grega. Nenhum pensador série pode ignorar a obara desse filésofo, que parece propor problemas insuperdveis para a cosmologia ¢ a investigagdo cientifiea, A primeira geragao depois de Parménides inclui pensadores que pretendem dar seqiiéncia & tradigio jénica de especulacio. Come, porém, confrontar Parménides? Que efeito tém os argumentos desse fildsofo sobre a obra dos pdsteros? Os primeiros assim chamados neojénias' sio Empédocles ¢ Anaxagoras.’ Apesar de algumas sa- lientes diferencas entre si, ambos tém muito em comum em sua abordagem: Sao contemporaneos préximos? ¢, como veremos, abordam a especulagéo cientffica de maneiras semelhantes. Examinemos, pois, em primeiro lugar os sistemas de Empédocles ¢ Anaxdgoras e, a seguir, discutamos suas respastas a Parménides, ‘Otorme provém de Barnes [14] cap. 15, que sublinha a continuidade entre seu projet e 0 des primeiros fildscfos jénios. O terme prontamente permite a classificagGo de filsofos da halla @ da Sicilia, como Filolau e Empidocles, juntamente a filésofos janios como Anextigoras, © Esses dois filésofos aparentemente estavamn em atividade uma geracde antes de Filslau, Arquelay, Diégenes de Apolénia e Leucipo, duas geragées antes de Demécrito. 1 leitura mais direta de Aristételas, Met. 13 984al 1, reza: “Anoxégoros precede Empédocles, mas a ele sucede em obras”. No entento, “sucede” pode af designar nde apenas 4 publicagéo cronologicamente posterior das obras de Anaxagoras, mas também a publicagéio de obras infarioras ov concaitualmente mois modernas. Quem publica syas obras antes 6 matiria d sonirorérita, 6 04 semelhangas parecem indicar Wio-romente ie vin “| on (375). Ch. tb. a detalhada 220. Panisxnios na Fitosoria Gueca Empgpoc es & ANAXAGORAS Depois de nos admoestar a buscar um cquilibrio em nossa ava- liagio da evidéncia senséria (DK 31 B3), Empédocles identifica os constituintes basicos do universo desenvolve uma cosmologia baseada nesses constituintes. Ha quatro “raizes” (rizdsmata}: agua, terra, fogo © ar (B6), que se combinam em proporgées de nimeros naturais para formar campostos, Exemplo: ossos consistem de duas partes de terra, quatro partes de fogo e duas partes de agua (B96); sangue, de iguais porgdes das quatro ralzes (B98). As raizes existem por canta prdpria, mas hem sempre nos sao aparentes em virtude de estarem por vezes misturadas umas As outras. Com efeito, as quatro raises si0 materials imutdveis que se tornariam conhecidos na antigitidade como os quatro elementos. Em um simile notavel, Empdédacles compara a natureza aos pintores: Como quando os pintores adornam oferendas, homens bem treinados pela cazdo em suas habilidades, que, quando tomam com suas maos substincias quimicas coloridas, combinando-as harmanicamente, de unas mais, menos de outras, do forma, a partir delas, a todas as coisas, criando drvores, homens, mulheres, feras, péssaros, peixes mutridos por dgua ¢ deuses de longa vida poderosos em honras (B23.1-8), Assim como um pintor pode, cam poucas cores, representar diversas formas das mais diferences coisas, igualmente a natureza, com poucos ele- mentos, pode criar todas as substancias naturais, Em uma discussio acerca dessas realidades, Empédocles introdua duas forgas personificadas, 0 Amor ¢ a Contenda, aquele unindo os elementos e esta separando-os (B17.19ss,), Empédocles descreve 0 Amor e a Contenda como espacialmente distendidos, mas invis{veis, Ha alguma controvérsia a respeito de como agem, mas evidentemente o Amor une elementos distintes ¢ a ce ser necessdria uma forga paras saxconas: Resposras APannénipes 221 Empipocte mas pata combinar terra a gua, ar ou fogo. O Amor ¢ a Contenda interagem para moldar © mundo, © Amor combina elementos em um arranjo harmonioso, unindo todas as coisas em uma mistura petfeita- mente homogénea cm uma Esfera (Sphairos) césmica. Eventualmente, porém, a Contenda adentra a Esfera, estilhaga sua unidade e precipita 4 dlissociagéa dos elementos, Dias partes sepatadas da Esfera surge um cosmos em que as diferentes massas de agua, terra, fogo ¢ ar aparecem ¢-a5 plantas e os animais se desenvolvem, Hi, nesse ponto, uma con- trovérsia a respeito do que ocorre, Em uma caracterizagaa, a Contenda continua a separar os elementos até que dgua, terra, fogo ¢ ar estcjam completamente dissociados um do outro € estratificados em camadas concéntricas, nao permitindo a existéncia de compostas ¢ seres vivos; nesse ponto, o Amor comega ase expandir a partir da centro a ae edsmica © novamente forma compostos, af inclufdos os seres vivos.' O fragmento B35 parece sugetit essa concepgao: quando a Cancenda alcanga o funda mais interior do vértice e 8 Amor surge no meio do cireulo, codas essas coisas convergem para se cornar uma 86, ’ do stibito, antes voluntariamente se unindo, ofiundas esta daqui, aquela dali, ‘Ao se miscurar, Fazem jorrar uma mirfade de ragas de ferass no entanto, muitas coisas sem mescla se mantém separadas das combinadas, aajelas que @ Comtenda mantém em suspenso, pois mio se afssta por completo ede modo irteprochavel rumo aos limices ilrimos do circulo, antes alguns membros permanecem fixos, outros hao sido destacados Contuda, conforme os deixa para tds, rreprochavel e bem-intencionado do Amor produz com- o impulso. imortal preensto (B35. 3-13). 179, O'Brien (459) 116-117, 222 PaimOnptos na Firosorts Gueca © Amor, ao ocupar o campo de batalha ¢ fazer com que a Contenda bata em retirada rumo & periferia do cosmos, faz com que a composigdo s¢ dé, Em uma caracterizagao alternativa, jamais ocorre uma separagio comple ta das elementos, apenas uma luta continua entre a Contenda co Amor com a eventual vitéria do Amor ¢ a formagao da Esfera em um processo ciclico infinite? Segundo a primeira concepgao, hd duas criagées separadas de plantas € animais, uma durante o estégio em que a Contenda esta desenvolven- do-se, a outra durante © estégio em que o Amor estd desenvolvendo- se, Durante o desenvolvimento da Contenda, “formas todas naturadas” emergem da terra conforme se dé a separagio dos elementos, Essas fore mas séo gradualmente diferenciadas, dando origem, ao menos em alguns. casos, a criaturas vivas vidveis. Posteriormente, essa criagdo perece, quan= do a Contenda separé-las ao nivel elementar. Quando, porém, o Amor comega a se afirmar, primeiramente forma membros separados a partir dos elementos. Esses membros depois se juntam em combinagées aleae térias para formar monstros, como “a progénie de bois de face humana” e “a progénie de homens de face bovina”. Incapazes de sobreviver, esses monstros perecem. Quando, porém, os membros se juntam em combi- nages vidveis, as bestas resultantes sobrevivem e se reproduzem. Em sua caracterizagao da geragdo dos membros, Empédocles nos oferece uma espécie de precursar das modernas teorias bioldgicas. Muito embora nfo enuncie uma teoria evolutiva gradual, sua teoria pressupde um prinei- pio de selecao natural para explicar as espdcies ora existentes. Aristételes $ Aqueles que rejeltam a separagéo completa dos elementos incluem Bollack [356] vol, 1; Hélscher [360]; Sclmsen [361]; Long [362]; Schofield em KRS 288 n, 1, 299 305; Osborne [364]. Aqueles que defendem a separaséo completa ineluem O'Brien [359] © [369]; Barnes [14] 308-11; Wright [958]; Grohom [363], Inwood (357). Se ha uma separagdo completa dos elamantos, dave haver dois periodos no criacoo. dos animais e dos plantas, um anterior e um posterior & separagto; se nao hd uma separarda completa, um periodo basta, Muito do debate loca 0 atengéa sobre coma ‘08 diversos astigins da cringtio ide ter locolizades no ciclo edsmico, Para a concepptio dai ca Euetnoctes uAnaxAconAs: Rusrossas a Pamabsunns 224 (Phys, 11.8) critica Empédocles por atribuir ao acaso um papel tao mands na produgao de tipos nacurais, mas nesse ponto Empédocles esta mais proximo da ciéncia moderna do que Aristételes. Muitos detalhes do cielo cdsmico de Empédocles permanecem obscuros, mas é evidente que seu tema principal é alternaneia incessante entre 05 Pro- cewos de unio ¢ divisio, que de muitos produzem ume de um, muitos: E ewsas coisas jamais deixam de continuamente se alteras, ora todas convergindo em um por obra do Amor, ora sendo divididas por obra da inimizade da Contenda. Assim, na medida em que se acostumam de muitas ase rornar um ce, gerado o um, muitas eclodem, vem a sere nao thes € faculeado tempo irtestritos e, na medida em que jamais deixam de continuamente se alterar, concede-se-Ihes imobilidade em um cielo (B17.6-13). Empédocles reconhece a simetria dos processos contrérios de unifieagao ediviséo ao equilibrar versos antitéticos, Reconhece a continuidade do pro- cesso ao reiterar sua desctigio. Em seu ciclo, um ¢ muitos tém, ambos, seu lugar. E.ha um tipe de imutab) ilidade manifesto nas tepetlinls do ac como verso 13 explicita, Assim, Empédocles postula tum ¢ muitos, mavimento € coma caracteristicas de sua cancepgio dinamica do mundo, Empédocles introduz 0 que parecem ser farores s0= exilada de sua mora- Fepouso, Em sua psicologia, brenaturais, Os seres humanos tém uma alma imortal, divem razdo de seus pecados. Vagando de lugar em lugar habita eee corpos até fazer 0 que € certo, de modo a que se possa subtrair ao ciclo de renascimencos, Essa doutrina religiosa, talver influenciada por ensinamen= tos pitagéricos,’ distingue a filosofia de Empédocles da filosofia dos demais neojdnios. B maréria de debate se suas concepgoes psicolégico-religiosas € sua filosofia natural podem ser conciliadas, Em seu estilo, assim camo em cl. Hollman, neste volume, errata °F Kiley 105), p 119122. Rom sua filosofia, ha elemento tomadoe de ermpprditin 0 mbito religioso, apresenta tanto sua teoria natural come sua word psicoldgica em versos xamétricos, tomando-vs de empréstimo 4 tradigio pica como ja antes Ph menides o fizera, ecoando a linguagem deste ¢, aa mesmo tempo, servind de um estilo mais ornado, cheio de personificagées, metdforas ¢ moti mitoldgicos.” Por contraste, Anaxdgoras escreve em uma prosa jénica sébria ao desem: volver uma cosmogonia mais tradicional. Segundo sua célebre introduga, “todas as coisas estavam juntas, ilimitadas em quantidade e pequenez’ (DK 59 Bl), Da mistura primordial provém o cosmos, quando a Mente (Nofie) césmica dé inicio a um movimento rotatério que separa umas das outray as diferentes coisas, Conforme os mareriais pesados © umidos se juntam no: Centro ¢ os materiais leves e secos dirigem-se & perifetia da circunferénciay comega a emergir 0 delineamento do mundo. Alguns abjetos pesados so arrastados pelo turbilhao ¢ incendeiam-se por fricgdo, formando os corpos celestes, O vértice continua a se expandir ac longo do universo ilimitado, mas nao hd uma alterndncia ciclica de formagio ¢ destruigio do cosmos como em Empédocles, apenas uma continua expansio, Como se pode depreender dos infimos detalhes supérstites, Anaxigo- ras admitia um nitmero infinito de diferentes substancias como elementos basicos de seu cosas Ele menciona 0 ar, 0 éter (0 ar superior, {gneo) ¢ a terra coma exemplos (B1, B4). Fontes posteriores adicionam tecides biolégicos e substincias como sangue, carne ¢ osso, Anaxdgoras menciona também qualidades contrérias como quente ¢ frio, seco ¢ umido, lumi- hoso € escuro No mesmo contexte que as substancias (B4). Alguns intér- pretes modernos procuraram entender substincias, coma carne e sangue, como combinagoes desses contrérios, de maneira andloga as combinacaes de elementos em Empédocles — isto é, procuratam compreender a carne camo uma combinagao de quente ¢ frio, seco ¢ imide, luminoso e escuro etc, em certa proporgo.* No entanto, nao hd evidéncia textual para tal redugao, sendo pelo menas consistente com o que Anaxigoras afirma que Sobre a poesia de Empédocles, cf, Mos!, neste volume, p. 440. A comegar com Tannery [131] @ Burnet [6], seguidos, por exemple, por Cornfard [384] 2 Viastes [392]. fo contrdrios devarm ser concebidos como substincias, como a terra ¢ 6 ar Assim, ele parece postular tantos elementos quantas sio espécies Mmateriais, quigd quantas so as espécies qualitativamente determinadas de seres, Ele reitera o principio de que tudo esté misturado com tudo _ presumivelmente pretendendo com isso que todos os elementos estejam misturados entre si, com apenas uma excegao: a Mente (Mods) € distinta de todas as demais coisas, sendo encontrada apenas em algumas, presumi- velmente nos abjetos animados, sem jamais se misturar com eles (B12). A Mente entende e governa todas as coisas. Cinco postulados séo identificados como caracteristicos da teoria fisica dle Anaedgoras:? Set ¢ do Perecer, ne- (1) Segundo o Postulado de Negagao do Vir- nhuma substincia jamais vem a ser ou perece. (2) © Postulado da Mistura Universal sustenta que tudo est em tudo. (3) Segundo 0 Postulado da Divisibilidade Infinita, a matéria pode ser dividida ad infinitum. : (4) O Postulado da Predominancia assevera que a substancia em maior quantidade na mistura tem as qualidades predaminantes no composto resultante. (5) Segundo Postulado da Homeomeria, cada substiincia ¢ composta de porgées, cada uma das quais tem exatamente 0 mesmo cardter, isto é, coda substancia ¢ inteiramente homogénea. Hi evidéncias nos fragmentos para cada um desses postulados, & exce- gio do timo, Geralmemte se considera que 5 elementos de Anaxigoras sio completamente homogéneos porque Aristételes os chama honraiomeré (“aquilo que tem partes idénticas ao todo”). Os hormoiomeré de Aristdreles sin materiais (ele esta particularmente interessado em tecidos de seres vivos) que podem ser divididos em partes do mesmo material, como uma quanti- dade de sangne pode ser dividida em quantidades menores de sangue. Nao ° Allista de cinco deriva de Kerferd [390]. Diversos estudos anteriores idaniificam varios esses postulados. fica claro, porém, se Aristételes esta explicando os elementos de Anaxtgoras_ coma homogencas ou se os estd simplesmente identificando como aquelas coisas que no sistema de Aristételes, mas ndo necessariamente em Anaxdgo- tas, s40 homogéneas, por exemplo, carne e sangue. A dnica coisa que Ana- xdgotas explicitamente identifica como homogénea é a Mente, a qual ele contrasta com a variabilidade dos elementos (B12, fim).! Assim, 6 ultima postulado permanece sendo matéria de controvérsia. Claramente, porém, Anaxagoras defende os demais postuladas, ¢ pade-se mostrar que nenhum deles é inconsistente com os demais,'? Anaxagoras desenvolve uma teoria em que hd uma intensa mistura de todas as coisas, a qual se parece estender ininterruptamente até ao nivel microscépico. Os componentes dessa mistura slo elementos perpétuos que se manifestam quando predominam quantitati- vamente cm uma mistura especifica. Ay quantidades de clementos variam de Ponto a ponto, mas em todo lugar hd tragos de todos os elementos. Muito embora diversos detalhes permanecam obscures nas sistemas de Empédocles e Anaxagoras, podemos perceber semelhangas importantes em suas teorias fisicas. Ambos postulam substincias elementares como consti- tuintes bisicos de seus universos, Os primeitos sistemas jSnicos, por con taste, parecem postular substancias bdsicas que se transformam wmas nas Ouitras, por exemplo, o ar de Anaximenes se torna forgo quando rarefeito, vento, nuvem, agua, tetra ¢ pedra sucessivamente quando condensado,! Ademais, os jénios freqiientemente tracam as forgas que causam a mudanga Infelizmente, nda fica caro se Anaxagoras pretends que nenhum pedaco de um material seja Id8niico a outro pedoce do mesmo malerial ou se nechum objeto fencménico & idbatico a outro, Para.a desenvolvimento de uma alternativa & homeomeria, cf. Graham (387). Kerferd [990]; Barnes ]14] cap, 16; Graham [387] Bornes [14] cap. 3 revive a concepcdo aristotélica de que alguns dos primetras cesmélogos jénics, af incluide Anaximenes, foram “monistas materialisias”, isto 6, Postvloram alguma substancia basica (o or, no cat de Anaximenes} que mudava suas wolidades para preduzir os fendmenos de subtineias diferentes delo, 0 qual, porém, Permanecia presenie como principio subjacente, Essa concepsiia parece barear-se em wma leilura errénea da evidéncia antiga. Cf. Heidel (988); Charniss [34] 362s5., em especial 371; Siokas [130] cap. 2; Graham [ " a laitura contrdtia, cf, Sedley, nasia volume, como internas & substinela bisiea, por exemplo, Hulgeeee ae oar om ximenes ¢ 0 fogo de Hericlito tem motivagoes prdprias. pia le = Eimpédocles e Anaxigoras identificam Forgas externas que = piles ¢lementos: o Amor ¢ 0 Odio no caso do primeiro; a Men no si Assim, reconhecem uma distingao entre os elementos relativaicate ‘ 5 essas forgas nao sao abstrai- ue os governam. Por certo, eas forgas ativas qu gr and matéria por completo: sio identificadas a atributos espirituais, das da calm 's Constituem-se como um tipe tintco corpas fisicos. i ocupam espace como ; c pe nce de ser fisico-espiritual, mas ainda no como um tipo de entidade categ mente distinto. an Empédocles e Anaxigoras fazem ainda apelo a um modelo de mis i cs outros. para caracterizar 0 modo come os elementos interagem uns com De algum modo, a interasio entte os elementos é, digamos, eee que niho se misturamn, Varios ingredientes ergencia de umm material distin- ma tinica substincia di- lo de transformagbes, corte quando Liqdides como agua ¢ vi tomam parte na mistura, exlminando naem to. Enquanto os primeiros jénios vislumbravam " ndimica que se muda em outras substincias em um cic ; Empédoeles ¢ Anaxdgoras postulam uma pluralidade de sut 6 juzir subs~ naturezas fixas que interagem em diferentes proporgocs pars prod podem-se distinguir ae menos teoricamente bstancias com tincias mistas. Segundo ambos, i composto, os constituintes bésicos ¢ as misturas resultantes, os elementos. ¢ 0 compe a substancia pura e a substincia fenoménica. A INPLUENCIA DE PaRMENTDES éni i Em- Devemos agora voltar-nos para Parménides sua influéncia sobre édocles ¢ Anaxdgoras. Parménides havia sustentado que se pode pera tie vias de perquitigio, a afirmativa ¢ a negativa. A segunda, aT me possivel, porque inefivel € ineognoseivel, de modo que apenas a primeira ‘bey 17.13) Hordelito DK 22 4 Pore Anaximenes: Clesre, De natty darn 1.10.26, Adcio aceintvel: © vitea-ser €impossivel Porque pressupBe a passapem cdo que nio se € a0 que se é, pressupondo, destarte, o nilo-ser; a diferenciagao ¢ climinada porque envolve um contraste entre 9 que se € ¢ 0 que nio se é o movimento €impossivel porque pressupde o vir-a-ser: que € ndo pode ser incompleto Porque a incompletude pressupde o que nao é, Parménides desenvolve, en- Ho, uma cosmologia enganadora que critica logo de inicio como falaciosa (B8,50-2), Se essa cosmologia, que é a melhor que se pode vislumbear, falha, (a fortiori) toda cosmologia falha, O argumento de Parménides contra a mudanga ¢ implacavel, mas Suas implicages estiio longe de ser evidentes, Como compreender suas teses? E, 0 que ¢ mais importante, como Empédocles ¢ Anaxdgotas as compreendem? Temos um registro de impress6es antigas sobte Parmé hides, Platdo © Aristételes assumem que Parménides © seus discfpulos, Ox assim chamados “eleatas”,!© sao monistas, isto & sustentam que h¢ apenas uma realidade, a sabet, o Ser. No debate antigo a respeito do moe vimento, Pa tmeénides ¢ seus discipulos argumentariam contra Herdclito @ sells seguidores, que sustentam que tudo est4 antes em movimento do que em repouso."” Para salvar as aparéncias, Empédocles, Anaxdgoras 98 atomistas postulam uma plutalidade de setes que podem interagir uns com os outros, Essa concepeio, porém, no est ienta de problemas, Em primero lie Gar, Parménides néo argumenta expressamente em prol do monismo.!? E verdade que, segundo certa leitura, 9 monismo ¢ conseqiitncia de sua teotia se tudlo-o que hd € “o que é” ¢ “o que é° é algo determinado, hi apenas uma A concepede segundo a qual ele funda uma escola é Provavelmente nacrénica, mas Por conveniéncid face referéncia & um grupo de fildsofos de inelinagdo semelhante pelo ferme tradicional, “escola”, 1 Plato, Thi, 180de, Sofisto 242cd; Aristéieles, Phys. U1, Met |,5 986b18-25, " Plattio, Sofiste 2424-2430; Avistotelas, Phys. 1.1 184b18-22, Sobre esse ponto, cf. Mouralatos [309] 190.133; Bares (14); Curd (287), (290), 0 terme: "um" aparece com poseiveis implicacdes monistas pena em BB.6 © BB.Sd, Em ambos os catos, a implicagéio parece, na melhor dax hipéiess, Mowe. Cl, porém, Sedlay, naste volume, p. 176. cee OOS coisa, Todavia, Parménides argumenta antes contra dualisma en parte de seu poema) do que em prol do monisma:* anne é ee calizar uma teoria contra a qual Parménides esteja reagindo, a q : - inolo, as fotesantigas mio apresiam plenamente o papel de Par : como teesteuturador dos termos da debate antigo, nao senda, pais, p! ne mente confidveis como informantes a respeito do que realmente cm scone tecendo, Flas parecem retratar © antigo conflito antes como um debate iti interagio termos fixos entre diversas escolas dagmaticas da que como uma interagd: - avango da historiografia filosdfica do see XX compreender = Parménides muda a maneira de se conceber as coisas. Segundo a san predominante, Parménides argumenta contra o mttmnento ea miu 2 atacando os fundamentos da filosofia natural jénica, Em uma wena © segperada de resgatar a cosmologia, Empédocles . Anaxigoras ene : o virea-ser ¢ 0 perecer séo imposs{veis, mas permitem 0 ananioe oe de elementos que tém as propriedades eleatas de ser pens e a vels = suas naturezas, Infelizmente, incorrem em uma patisinide prine’ Ee jamais estabelecem a possibilidade tedrica des tipos lirueadles de sib que permitem, Os atomistas sao Heancainsi pelican ne aed sigio a enfrentar 0 problema de frente, admitindo age que ni _ sob a forma de um vazio no qual se dé o movimento, Teriam, pois, su em estabelecer a possibilidade tedrica da mudanga em que Empédocles € Anaxigoras falham. bal x relatos [309] 7 n ee ee a =e ih primairas filésofos gregos a Seer 2 2 to 6 eterno, Todavia, nenhum fragmento expressa essa conc pesoy Hine ee rdclito, rece provéivel que o principle derive da inferéncia de Aristéleles, i wail (a lerno seria prossuposto pelas concepsdes cesses filésolos (aes lado, parmee sublinhar a eternidade do processo & pode fornecer ae ‘daleen para a reagio de Parménides. J se pensou [Taney (191203267, pe nal 6} Men, 911405, Coenford (203) cap. 1 @ Raven Te aa Parmdsida pllogdricas, das quais, poréim, nenhum trago fol ene 2 Essa c a i i oncepsdo, embara ainda disseminada e corrente,”” incorre em sé= tos problemas. Considere-se como Empédocles ¢ Anaxdporas respondem I mo E: di les ¢ Anaxidy Nao is ha origem (pljsis) de nada entre as coisas mortais, nem um fim com morte attasadora, ant i: ies apenas a mistura ¢ a separagao do que se misturou existem, sendo “origem” 0 nome que the dio os h (Empédocles, DK 31 BS), eo ‘Quando vém ao éter as coisas misturadas em forma de pessoas, de progtnie de feras selvagens, de arbustos au de passatos, chamam-no “vir-a-set” ® quande sio separadas, chamam-no “misera destruigio" io o chamam pelo nome préprio, mas, via de regra, chamo-o eu (B9). ee Tolos! pois scus pensamentos nio vao longe, quem espeta vir a ser o que antes néo era ou que algo pereca e seja de todo: destruido (B11), Do que absolutamente nao ¢ é impossivel vir-a-ser, senda imposstvel e inaudito destruirse o que é ; pois sempre estaré onde alguém o assencar (B12) Os gregos ndo compreendem corretamente o vir-a-ser € 0 perecer vis nada rego: n\ ir pe P ver a ser ou perece, antes com by desde logo ¢ cfetuam-se a mistura rece, ances ase no que desde efetuam-se ist ca se i cl Paragio, Asim, chamar-se-l eorctamente ao vit-a-ser“miscura" Petoces, “separagio” (Anaxdgoras, DK 59 B17). wae Para'6 pluralism como ri ‘cal do Parménides, ef, KRS 351; Barnes resposta & critica radical di : oh ‘ [14] 313-317. Sobre.o suposto sucassa da resposte atomiskg, cf, KRS 433 isles a ch, Hicamente sem mudtinga desde a primeiro adicai plore isao). Sobre todo, cf. Barnes [14] 441-442, ! ol Se) oe nto Empédocles ee. dowsam com toda listira a Fe jeigio parmentdica do view set ¢ do perecer, sem qualificagito ¢ sem criticas implicitas. Nenhum deles jamais argumenta contra Parménides em qualquer assunto que seja nos fragmentos de que dispomos.” Tampouco encontra mos evidéncias nas fonces antigas (que tém acentuado interesse por debates entre escolas rivais) de que porventura criticassem Parménides. Por que pio? Onde esté a evidencia de que eles estavam tentando salyar a cosmolo- pia do ataque implacavel de Parménides? Os intérpretes modernos assumem (1) que Parménides argumenta contra toda mudanga; (2) que Empédocles ¢ Anaxagoras léem os argumentos de Parménides como argumentos contra toda mudanga; ¢ (3) que Empédocles e Anaxagoras se opdem a Parménides, Néo ha, parém, evidéncias de (2) e, se (2) for falsa, (3) nao se segues Uma possiblidade & que (1) ¢ (2) sejam ambas veadeltas, mas, como quaisqut bons cientistas, Empédocles e Anaxdgoras simplesmente desprezam o8 argue mentos de Parménides como mui abstratamente filosdficos e dao seqliéneia ao projeto de explicar 0 cosmos.®® A dicotomia entre ciéncia ¢ filosofia, con tudo, parece anacrénica e, ademais, o fato de que aceitam a rejeigio par menidica do vir-a-ser ¢ do perecet desacredita a tese de que desprezam 08 argumentos de Parménides como mui abstratamente filoséficos. Se expli- sitamenee aceitam patte da teoria de Parménides, devem-nos uma rejeigia arrazoada da parte de rejeitam 2 Raven (kR§ 358359) orgumenia que Anexdgoras BI assinala uma rejeigdo do monismo, da atemporalidade e da indivisibilidads pormentdicas, Essa interpretagdo, contudo, depende crucialmente do mode camo Anaxagoras |8 Parménides, problema: que discutimos mais adiante. le Anstételes tetralo 0 otomismo de Leuclpo come ume reagéo aot eleates: GC LB 325a2ss. Porém, como KRS 409 n. 4 nota, oF posigdes a que se diz que Leucipo reage 230 0+ de Melisso, ndo as de Parménides. Em GC12 316013ss., Aristoleles fox Dem@éerito chegar a sevs principics por meio de uma rejeige arrazoada das posigoes zenonionas, Essas interpretagdes sugerem que o atomismo s8ja uma resposta G segunda, geragdo de eleatas, E se Zendo fe Melisto forsam a que se repensem os principles neo jénicos, pode bern ser porque sejam rexponsdvels pelo concepsor da Parménides como um monisia. em sentida asiriio, que permite a existéncic de apenas uma enlidade. » Cf, por axeenplo, Mourelalos 118} 128-130. Empédoeles ¢ Anaxdgoras concordam com Purménides, sem que dele citamente discordem, Segundo a cone epqio padiie, deverfamos esperar algun discordncia, Segundo a concepgio dle que Empédocles ¢ Anaxigoras meran tedao seqiiéncia a um programa cientifico, no deverlamas esperar concordiinela alguma, Podemas justficas a atinude que encontsanios expressa nos fragmento! Acredito que sim, Devemos simplesmente rejetar (2). Como, poréna, fazélo Devemns notar que 0 poema de Parménides é de cil interpretagio, nao me nos em stla prépria época do que em nossa, Muito embora tenhamos até agora asstimide que ha uma tiniea leitura do texto, os in Cétpretes madernas divergem quanto is abordagens adotadas, Uma leitura possivel é quc, ao rejeitar o que mio & Parménides desenvalve uma cosmologia radical, na qual hel apenas uma subs- tancia, a que é, ¢ no existe mudanga. Essa inter pretagao parece estar implicita na concepeo antiga de Parménides como wm monista. Lambém & possivel que Pat- ménides c1 ique as crencas na mudanga c na diferencias sem sulbstieutcs pot um nove tipa de substineiailima no mundo, O que quer que seja.o que é, deve conformar-se aos cémones da ser eleata: deve sev perpétuio, uniforme, imutével ¢ completo. Segundo essa leitura, Parménides é antes o primeiro metafisico do que o tileimo cosmélogo; ele exaria estabclecendo o que algo deve ser para que passa ser um principio explanarério, Essa interpretagdo pode soar por demais kantiana em seu ebjetiva de eneontrar os pressupostes da explicagio cientifiea, mas Buz Sentido enquanto caracterizagao do que pode significar a bizarratese de que no hd nem mudanga nem diferenciagio, Ademais, essa interpretagéo. nos permire compreender a segunda parte do pocma de Parménides, na qual desenvol ve uma cosmologia particular, Reconhecidamente, Parménides faz uma concessio ao introduzir essa cos molagia (DK 28 B8,50-2), Oferece, enti, um diagndstico (53-54), mas nao fica claro nem precisamente em que cansiste esse diagndstico nem se osed opondo-se a tadla e qualquer cosmologia ou apenas & inadequada ontologia em que 0 mortais basciam suas cosmologias.”* Segundo uma leitura, Parmé- rides afirmaria: “[os mortais] se deciditam por dar nome a das Formas, das Sobre leituros diferentes de 88,53-54, cf. Mourelotos [209] 80.85, A passagem resista © quaisquer inlerprotagbes Kéceis, mesma cam as melhores ferramentas que 1 fi lolegio Pode prover, ts cl n’, Poderia ser a uals niio se deve nomear uma = no que ge desenearinharary i e que essa forma farlo de nao se dever nomear uma forma contniria 0 fato de que ¢ i dria? Se @ fogo, serk entio concebida como derivada da forma a que € concrir 8 i i 1a Herdclito, o que € isto ¢, 0 principio quente, seco ¢ luminoso, é basic para Herdclin 1 o isténcia propria, Poder-se-ia indagar camo fri, timido ou escuro nao terd existéncia propria, Poder-se-ia indag: rio, i é que! minoso, nada uo existe, se tudo a que é consiste no que é quente, seco ¢ Iu i wit wma cos- ver, entdo, 0 erro que os martais cometam seja produzit ui snuis. i i - trdrios mologia dependente de principios contritios, tomando-os camo con erdependentes. Se, contude, temarimos esses contidtios como realidaces pender tude, conttarios cot dad Se énil ‘od cndentes e “iguais”, como Parménides faz em BY, podemos pr tisfauéria da natureza. Quando Parmiénides caracteri- ic inde| uma caracterizagao sa i logia como melhor do q va sua prépria cosmologs : cape pode-se entender que estd, com sso, endassanda sua prépria filosofia na pacers jue qualquer outra (B8,60-1), ‘ou, no minimo, seu préprie método de investigagao. ‘ ee ae Aqui como alhures, 0s hexametzos de Parménides apresentam um argi i i jcuras alternativas do que inento antes sugestivo ¢ cheio de ambigitidades e leituras altern : « imo vega tho demonstrative ¢ claro, Um estudioso dos primdrdios da filosofia greg i uma refinado como Aristételes péde ler a cosmologia de Parménides como i let a segunda parte do 3 aginst 3 is, caracterizagéo a sério da realidade” Pode-se, pois : a se nadora, aema de Parménides nao como apresentando uma cosmologia enga ; er cumprido pela tip correto de cos- mas col ineando wi rama as como delineando um program mologia. Nao estou argumentando que cetta Ieirura seja correta, apenas que gia. N Largumentando q tah r ) aper é plausivel e, ademas que é historicamence plausivel atribut-la a E pédacles plausivel e, iss nve plausivel 3 mpéde ¢ Anaxdgoras.”* 7 Met, 1.5 996b3 Las. 4 a ma leitura que, seguido me parece, j i jell cf. Lang [304], Pare 6 posig&e geral de que os pluralistas ek « nd i c Via da Opinide, cb agora Cen e o senda parmenidico aber'a na sr 9 cphanes’ physics, Parmeridlas’ doxo ond Empedacles’ theory of Hermes 125 (1997) 1-16, Curd ossevera a concepeda mais ‘ ralistas esto certos ev sua leiluro de Parménides. mals se aproxims das intengdes de seguir Finkelberg “Ker coamoganical mix it robusta, segunde 0 qual os pl " ie Finteloarg faz o dualisme da cosmologio de Parménides remonlar a Xené 234 © Prmdamios pa Firosoria Gaxca O MODELO PARMENIDICO DE EXPLICAGAG Na primeira parte d ue lo poema de Parménides, a : : , aprenderiamos, entao, oa snes ser (1) perpétuo; (2) uniforme; (3) imutdvel em sua . 2 sua naturezay : . Me segunda metade, vé-se que o que é (5) configura um ad alisme que instancia uma contrariedade (7, é ie ‘ lade (7) de entidacles independ: : ) ed as outras. A critica de Parménides as ean io, a jas martai rode set lida como um ataque & (5) tese em que Parménides critica os r, 7 or fais por tomar 0 nao-ser como um de dois contrdrios.” Se, pois, rejeitarm d a 108 o dualismo entre ser ¢ ni nao-ser, permanece abi ame erta a opgao de um pluralism | lades iguais ¢ independentes. © pluralismo passa, entio ? i imo sucessor de um dualismo problematico sao O Unico desafio séris rio & interpretagio pluralista & “Ae k : pluralista é como tomar a propri ‘i ser uniforme (isto é, (2)) de modo a que as entidades eee a ‘intas nao i i Resto ea em uma unidade. Na discussio mais explicita desse , B8.22-5, Parménides afirma que “ ” é uni eat que “o que é” é uniforme porque dele nd . Se tomarmios a expresso “o que é” anal ; : é” como de gum: iv nee , que enorando al; i eer @ sujeito indefinido de nossa discusso serd tanto quanta ail wali cativams i | ui hoy ente uniforme ¢, portanto, segundo a Lei de Leibniz, quai a Pavan nee ae _ ce setdo indistingiifveis das demais, ¢ todas as partes do ser a a um 86 ser. é : a. é oo tomarmos a expressfio “o que €” como nao ‘a idade definida alguma, nem o S. a s rer (0 que quer ja 0 Si en que scja o Ser), ant = 1 Fizenco referencia 20 que quer que determinemos se ee aa * ¢ 9 mundo consista de uma substincia uniforme. Basta que “ . le quet que seja “o que é”, seja i ; a i + Seja internamente unifc ii ‘i FP a forme, isto ‘oie distribuido de maneira uniforme. Nada, poré . a : : ; im, iy a a ver diversos tipos de realidade, cada uma das quais sendo i 7 : abos de oi - ? a. Sea tiltima leitura ndo ¢ a mais bvia em Parmé dian a i ; énides, nat oe , picgate falsa, ¢ hd pelo menos um sentido em que pode i ‘como a mais sofisticada e generosa a se assumin” s “I "Como Arisibioles 16 0 i passogam, Mol 1.5 90¢ © Mowrelotos (308), 8m wapecial 194-195, dal : A Pama iota 235 _Euinfnocts r Anaxkconass RES Segundo essa leivura, wma casmologia pluralista nao serd uma alternativa ico de Parménides, mas um desenvolvimento Jecide pelo proprio Parménides. Nao 3° faz itica a Parménides, visto que a cosmologia entamente 4 sua teoria & desespetada ao monismo césmi inceligente do programa estabe necesséria nenhuma resposta cm fo é rival de Parménides, antes segue at pluralista ni conclui a introdugao de seu poc- pratica fielmente seu metodo. Patménides ma com as palaveas: .u Deves aprender tudo, coragio inabaldvel da verdade peestasiva [ou: tanto © redonda] camo as opinides dos mortais, 185 -lag-ds também 4 ¢las, camo as aparéncias quais nio hi confibilidade verse No abstante, aprendl lever acetavelmente se, sodas presentés em rudo (BT 28-32), segunda parte do poema, pademos ler Segundo wma leitura possivel da pios as abservagGes acima como seguem: devem-se aprender tanto os prine’ jmutaveis da natureza como as maneiras segundo as quais a interagao desses ‘os fenamenos mutiveis da natureza. Muito embora ess pode resultar em wim entendimento te (por primeira yer) entre me- principios produz ilrimo estudo nao restlte em. certezass aptopriado, Deve-se distingulr formalmen tafisica € fisica. Na segunda parte do poema, Parmeénides daria espago aos fondmenos do vir-a-set come explananda (B11) e fidis a seus prineipios, © mesmo fariam seus seguidores. Ora, os elementos de Empédocles ¢ Anaxagoras conformamrse @ esses {pios que se podem extrait de Parménides. Esses elementos sfo (1) per (3) imutaveis em suas naturezas; e (4) completos (no im algo que os tealize), Deflagram nfo (5) dualismo, mas (5’) um pluralismo que (6) incorpora (mas nao consiste de) contrariedades. Além disso, os elementos sto (7) mutuamente independen- tes ¢ (8) iguais uns aos outros. Parece, pois, que as teorias de Empédocles ¢ Ges cncontradas ja Anaxdgoras podem set Jidas como a encarnagio de sugest em Parménides. © modelo predominant! cexplicagi prine patuoss (2) uniformes: sentido de que nao requere oem Empédacles ¢ Anaxd- m para produair ox objetos fenoménicos. Os ingredientes preexistem & mistura ¢ continuario « existir depois que a mistura deixar de existin, sendo a mistura um estas do temporrio de interagao de constituintes eles mesmos perenes, Em um nivel extrema de descricio, a mistura nao existe, existem apenas os elementos imutdveis. Em outro nivel, a intetaséo destes produz os eventos mutdveis, Podemos disting um mundo eleara de elementos € um mundo mutdvel de eventas. Esses eventos sfo derivados ¢, portan- to, em certa sentido nao sao reais — isto é, ndo sao princfpios uleimos de explicacao, Tampauco, porém, sio meras ilusées, S40 estados derivados dos prinefpios dltimos, O modelo oferece uma distingao entre o tiltimo 0 derivado, o real ¢ 0 fenoménico, Para Empédacles e Anaxagoras, o engano consiste nao em se inventar um mundo ilusério, mas em se pen- sar que as propriedades dos objetos fenoménicos sao as propriedades tiltimas das coisas, por exempla, seria erréneo pensar que as realidades liltimas vém a ser ¢ perecem porque as plantas ¢ os animais, as mesas ¢ as cadeitas, vém a ser ¢ perecem, Dos primeiros fildsofos janios aos pluralistas ocorre uma grande mudanga. O modelo jénico original vislumbra uma tinica caisa sendo uansformada em muitas substan is diferentes. O ar de Anaxfmenes se tarna foga quando rarefeico, e vento, nuvem, dgua, terrae pedra quando condensado em grau adequado,"! Parcce haver um sentido genuino em que o ar de Anaxfmenes ¢ 0 fogo de Herdclito vém a sere perecem e em que as demais substancias se tornam completas ao se tornar ar ou fogo. Em virtude do fato de que a substancia original se transforma em todas as coisas, nada pode ser permanentemente. © pluralista assume uma pa sigdo contrdria 4 concepgao jénica original, ao insistir que hd certas leis eleatas que governam o real, Essas leis eliminam a possibilidade de que 9s principios Ultimos estejam sujeitos A mudanga, de que venham a ser € perecam, de que s¢ transfarmem em outras coisas ou de que cheguem a um estado completo. lice neste capitulo, p, 242 Ademais, ao identificar os materials dtimos come seres imutiveis, os pluralistas dio um grande paso no sentido de distinguir entre agente © pas lente, mente € matéria, alma corpo, Se ox primeiros fildsofos jénios tetie ; Irima que postulayam, os pluralis- diam a atribuir ago e poder & substiincia tas separam, de um lado, a aga e, cle outro, as suibstincias. Empédocles postulao ‘Amor ea Contenda; Anaxdgoras, a Mente césmica. Empédocles an reco~ nhece uma alma imortal para além dos elementos materiais. Muito embort nem a Empédocles nem a Anaxagoras se possa creditar (a culpa por) produzir um dualismo estrico entre agente c paciente ou entre mente ¢ corpo (a Ment % dk Anaaxégoras tem propriedadesfisicas como a homogencidade © a el ragio espacial), ambos se movem na dirego dessasdistingbes ‘Ainda nao uma distingdo estrita entre as substincias ¢ suas propriedades, 0 a se tee cntrever na maneita como Anaxigoras parece confundir materials e proprie: dades, Porém, tanto Anaxdgoras como Empédocles exibem uma conscitncta crescente da diferenga tanto entre entidades materiais © ge ne como entre motores ¢ movidas. A distingdo entre a coisa oe atributos ag aparecer4 na literatura filosdfica senao com Platao; ¢ . ai ete entre as substincias ¢ suas proptiedades, sendo com Aristételes.* ANIONS finalmente cooptaré uma palavra com 0 significando original de “madeira! ow “material de canstrugio”, Jl, atribuindo-lhe o significado de “matéria — conceita cam o qual os primeiros fildsofos gregos lidam constantemente 5 sem se referir a ele cm abstrato. OBJEGGES BLEATAS (Os avangos cancepusis de Empédactes ¢ Anaxigoras sia inspirados por consideragdes de estirpe parmenidica. As realidades que postulam sio mais substanciais que as das primeiros filésofos jOnios: sao sexes pexpéttos com naturezas ¢ propriedades fixas. Muito embora essas substincias bdsicas nao mudem em si mesmas, mudam suas relagdes para com as demais substancias i ist ic ido 2, 4, 5. 2 Platao, Eutifron 110; Aristételes, Categorias capseudo 2, 4, 2 CE D.W. Groham, “Aristalle's discovery of matter", AGP 66 1984) 37-51 TEED Tato nk Pibeors G bdsieas. E aqui que os primeiros pluralistas ficam mais expostos ds objegdes eleatan como pode haver qualquet mudanga nas relagées entre as alse Inisieas? Para que essas coisas possam mudar em suas relagées, devem, f alguma maneira, mudar em suas configurag6es, No minimo, eis de mull em stia localizagao espacial de modo a que se possam misturar em diferentes Bepeanoess as quais, por sua vez, redundaro na aparéncia de diferentes priedades fenaménicas, Se, porém, se elimina a possibilidade de movie oe local, impede-se a solugio pluralista para o problema da mudanca, Ade nail podem-se apresentar objegdes ao estatuto de uma nova relagao, ind oon tuagao que nao cxistia antes, a que viola o Prine(pio de Nesivsn do Vira Se elo Perecer reconhecido tanto por Empédocles como por Anaxdgoras, Ambos os problemas surgem na segunda geragio de eleatas. Zeit de tem diversos argumentos que parecem focar a atencio sobre a impos- Hei sibilidade do movimento, Melisso objeta explicitamente que a aparéncia de Wma nova Configuracao viola as restrigdes parmenfdicas contra o vir-a-ser.4 Niio é clara qual a relagio cronolégica entre os pluralistas ea segunda gera 3 dle eleatas, mas podemos indagar quio vulneravcis so as teorias de cape i e poopetgoras as novas objegdes cleatas, quer haja de fato um conftonto istoricamente atestado entre ambas, quer nao. Parece que nem Empédocles gu Anaxdgoras tém muito a dizer em resposta a objecées a respeito da im- possibilidade do movimento. Objecées contra o movimento parecem figural ho segundo argument do fragmenta B8 de Parménides, nZo senda i a algo de novo, por mais novos que possam parecer os paradoxos de za Pode-se, porém, vislumbrar em Empédocles ¢ Anaxégoras uma tendénei 5 sublinhar nao a locomogaa, mas a onipresenga dos clementos: Em a , mea os clementos como rafzes ¢ sustenta que eles “perpassam or 4 coisas", como se o composto se tratasse de uma tranga de fios entrelaga- dos, Anaxdgoras sublinha o fato de que tudo est4 em tudo, isto & de que, ie qualquer elemento que se considere, nao ha substincia que dele We : Privada. Essas observagbes deslocam a aten¢io do problema da local ™ Sobre 0 telogdo entre os argumentes de Zendo @ a douiring de Parmanides, ef : bealley, yp. 108-189. MeKirahan, nesta volume, p. 191218; BI7.94, 21,13, 26,3, ee para alhures, mas nil o revolvem, pols antbos os filésofos pressupdem ques concentragio de um determinada elemento na mistura esteja sujeita a mus dar, o que, por sua vez, pressupoe que porgbes dos elementos possart, mudar de lugar." Quanto 4 aparéncia de uma nova sonfigurasio, Empédocles deve cla- ramente admiti-la: quando os elementos se arranjam em novas proporgocs, novos compostos sao criados. Empédoeles parece desconsidetar a impor- tAncia dessa situagao ao ressaltar 0 fato de que o que ha de real nao séo os compastos que vém © vao, mas os elementos permanentes. Ainda que nao pretenda com isso dizer que os compostos sejam meras ilusdes, tenta dei- xar clare que eles ndo podem ser os verdadciros constituintes do mundo. mpédocles defende uma antologia cleata que resulta em um mundo niio- eleata de fendmenos. Anaxagoras, por sua YeZ, permite proporgGes murantes di a aparéncia de quaisquet novas configuragSest a substin- ie elementos, mas nfo admite cia fenoménica de que temos experiéncia € apenas © conjunto de elementos (cujo ndmera ¢ infinito). Nao emergem, porém, quaisquer novas proprieda- des ou configuragGes de substancias. ‘Toda propriedade fenoménica de que temos experiéncia ja estd presente no conjunto das realidades ultimas, como © pode mostrar a apreciags completa destas, As propriedades fenoménicas nao emerger, antes fornam-se manifestas suem adquirem preponderancia na mistura. escopo da novidade no mundo, ao prego, porém, de se ver as voltas com um numero indefinidamente grande de elementos. Ganha, em troca, uma sélida defesa contra a acusagio de que novas configuragées venham a ser. Melisso uma caracteristica quando os elementos que as pos- Assim, Anaxdgoras minimiza 0 indubitavelmente objetaria que mesmo a manifestacio de u i existence envolve uma mudanga que @ 12740 deve climinar, Anaxagoras, ontar que postula as mudangas minimamente necessérias wundo da expetiéncia, De qualquer modo, no fica clara ser na sentido contudo, pode ap: para sustentar © mt que a manifestagéo de uma propriedade seja um caso de vir. descartado por Parmenides, pois nenhuma coisa vem a ser. Anaxagoras faz do caos primordial aim feservatdrio que contém em estado latente todas as a substiincias que podem vir a se manifestar.”” A tiniea novidade a ser encons tada no mundo seré nao a criagio de algo nove, mas a manilestagao de algo latente, a “sey fo” i cose i parago” de algo na mistura, Ademal . Ademais, toda mudan mos consti oe »em principio, o mesmo tipo de mudanga; alguma substancla avente ha mistura se tora manifesta. Por exemplo; quando a agua evapora, © ar que estava latente na dgua se separa. Nesse mundo hé mudan val nio hi mudanga de substancias, nem mesmo a mudanga dos clad a constituem o composto (como hi em Empédocles): hd apenas a onal que para Anaxdgoras € sempre uma separagda parcial de um elemento enr relagio aos demais. Assim, as concentragées relativas dos elementos mud: © que pressupoe algum traslado espacial, mas nao ha nenhum outto ti i mudanga ao nivel bisico da descrigao ontoldgica. a Fmpédocles © Anaxigoras obtém sucesso em sua empreitada? Ambos apresentam construyies engenhosas € vigorosas nos moldes delineidap Parménices: ambos postulam entidades com naturezas fixas que, confe a pene 4 Via da Opiniao, instanciam diversas poplar cuimiall ote éecondmica ¢ clegante, capaz de dar conta de inumerived ail ncias 20 fazer apelo as configuragies varliveis de apenas quatro snatet de Beenie. A quimica de Anaxdgoras, por contraste, nao é ecandmica ; ¢ impassivelmente cleata, listando entre seus pradutos precisamente a mas substncias que so seus ingredicates, Nao ha simplicidade explanacéria mas nao hd quaisquer propticdades supervenientes a serem explicadas. ues teorias resistem as criticas de Zenao ¢ Melisso? Ante os problemas suscitados por Zendo quanto & divisi pies ilidade da matéria, Anaxégoras adota uma alternativa defensiva: a matéria ¢ toda ela divisivel. Nem Empédacl : cles nem Anaxa: ‘goras parecem ter uma tesposta para os problemas suscitados par Uma quastéo 2 se impée nesse 9 sO 0% sementes de questéo crucial que se impée in ontexio 6; 0 ct a Furley [385] 72-75 argumenta que so semenies biolégicas a partic de que se dosenvolvem os seres vives, Se essa foro caso, clé mesmo as plantas © os animais & i imeis estardo latentes ro caos primordial, Ha, porém, interpretagdes alternativas, a Sie de Aneedgores asa formas {2} {idéai), a suas cores © o seus sabores i eee inime @ sugerir que ele nelas ‘er inleresse antes como substratos de 8 fenoménicas do que como fontes da gerade bislégica, De qual: Pelo menos todos os materials estia presentes na mistura orginal 6, 0 Fi a ie cerlo, of mesmo as espacies bioldgicas estordio precenies am lalinele sa: CC Yeni no que diz respelto wo moviinenta local, Eles tincia de tal movimento, mas, ¥isto que, em tiltima andlise, pressupOem-no, hlin se conseguem furtar ans problemas daf advindos, Contra a objegao de Melisso de que novas configuragées nao podem emergir, Empédocles nio tem resposta a ofetecer, mas Anaxigoras pode aa menos apontar que nao ha hovas substncias, antes todas as propriedades fenoménicas encontram-s¢ inimizam a impor tlesde logo latentes na mistuta; novas configuragées sio meras mudangas fenoménicas sem resultados fenoménicos, Essa resposta ndo resolve 0 pro- hema, mas ¢ 0 maximo a que o Gildsofo natural pode permicir-se ir sem fazer pelo a uma estrucura Iégica ou metafisica ~ isto é, sem deixar de ser um filésofo natural. “Talyez baja uma ironia na situagéo da filosofia em meados do século Wa. Se. plusalsta entender que Parménides estabelece as concligbes merafiscas da possibilidade de uma filosofia natural, pode see um fildsofa natural sem fazer mmetaflsica. Se entender que Parménides apresenta uma nova filosofia natural com o Ser em seu centro, terd de responder a cla criticamente, tornando-se, entio, ura metafisico. Os argumentos de Parménides trazem a filosofia natural as taias da légica ¢ da metafisica ao testar os limites da substancia natural. Se, porém, for posslvel intespretar que Paménides apresenta tim manual para a construcia de uma filosofia natural responsdvel, como argumento set possivel fazer, pode-se antes construir a partir das fundagoes delineadas pelo prdptio Parménides do que buscar novas fundagées. A abordagem de Empédocles e Anaxigoras sugere que eles optam por essa tiima alternativa, Se isso for cotreto, a histdria dos meados do século V a.C. nao é um can- to de pluralistas desespetados defendendo a retagu arda de sua teoria contra 0 agressivo assédio dos eleatas. E, antes, a disputa entre duas escolas rivais pela Ailtima palavra a respeito da tradigao herdada: os neojénies tentanda cons- trie uma flosofia natural adequada a partir das fundagdes delineadas pelo préprio Parménides ¢ os neo-eleatas tentando mostrar que Parménides havia afastado a possibilidade dessas mesmas fundagdes, A disputa dizia respeito menos ase poder salvar a filosofia natural do que a como se ler Parménides. Fra uma disputa entre dois pretendentes a herdeiros de Parménides. Os neo- eleatas acabaram, afinal de contas, por vencer a disputa de maneira tao cabal que a evieléncia mesa dessa contenda praticamente desaparece, A auséncia, porém, de qualquer howtilidasle em relagio a Parménides par parte de Empé- isa se Corna muitas Outhas, seja ad eatisa de Parménides se insurgir contra a uidanga (cf, Graham [242]), Ainda assim, como Aristételes ¢ Teofrasto podem interpretar tio erronea- mente Anaximenes e os jénios? Em parte, a razio é que Aristételes pretende wuinalara eles, enquanto primeiros descobridores da causa material (a matéria enquanto substrate da mudanga), 0 papel de seus predecessores (fet. L3-4 mpretado luz da leitura aise ef passing). Apesar ds ser inegavelienis verdadeiro que os jénios pretendam eles dentificar a substancia material a partir de que o mundo vem a ses, ndo se se- ‘Teofrasto dele fa azem: o ar é um st ubstrato ou, entio, i fue dai que cancebam o material bésico como uma causa material em sentido jacente as demais substancias Isso, porém, uristotélico, isto ¢, como o substrato perene de mudanga no qual as formas yém a ser instanciadas, Em registro semelhante, Aristételes declara que todos ‘os seus predecessores indagavam: “O que é a substincia?” (Met, VIL). Em certo sentido, isso é verdadeiro —a saber, se tamarmas “substancia” como tet- mo que designa a realidade tiltima, qualquer que seja ela. Em outro sentido, é falso ¢ pernicioso: os predecessores de Arist6teles no tinham em mente a con- cepeio aristoélica de substiincia, O que esses casos mostram é que, ao tentar ajustar seus predecessores a suas categorias prévias, Aristdteles por vezes borra a distingéo entre que preocupagtes se pode razoavelmente afirmar que seus predecessores tivessem e que preocupagées se pade razoavelmente afirmar que upenas um fildsofo aristotélico ou pds-aristotélico teria. Em geral, sustento ser falso que Anaximenes ou qualquer autro entre os primeiras cosmdlogos jénios fossem “monistas matetialistas’, isto ¢, que o e nao ¢ sendo aplicar a teoria ariste é fe 4 forma a um filésofo inocente dessas dis o ire principi i p Principio (arkbe), mas isso significa, para ele tempo, tudo foi ar no universo, de certa forma controla Provem do ar, que o rod i > qua Cas pés-parmenidico, Anariincce gn commaste com 0 que ditia um que véen i aximenes sustenta que “o ar ilimitado é © principio de vim a ser todas as cois; é et sas que vém a ser, vie: ‘ se Wieram a ser © vir ] Os deuses ¢ as coisas divinas” Hipslito, p a0 a ser, mais | re : Teoftasto explica que a ar, “quando ee 0 de tocdas as heresias LJ), torna-se fopo; quando cons terra, peclra’ (Simplicio, Jn phys, 24, 29.30) dlensado, vento, nuvem, égua Nenhum pluralista afiemaria que qua linico principio deles fosse uma causa material no sentido aristorélico estrito com i ei verte Os quatro elementos en daquilo que permanece ao longo de todas as mudangas como sujeito de to- II), Pode ser, porém, que esse ti das essas mudangas. Que sejam em algum sentido materialistas € verdadeiro, assim coma ¢ verdadeire que sejam em algum sentido monistas — no sentido ncipio do qual vém a ser todas as demais de que, para eles, hd um tinica p * 0 terme luraisne eleala” substdncias, o qual é em algum sentido mais perfeito do que elas ¢ as con- aap AGP 70 (1989) 195.145, ake ie R.B.B, Word, trola —, mas nao é verdadeiro que sejam monistas materialistas em sentido 8 © Anaxd lcd i Wary aie panna eseTvandlo a possbiidades de Sead que Wardy née leva em qe 98 alomisias, por razées consideracde, possam se sleates, por exemplo, na ese democtiicg de qu w= ni ee eee aristotélico. A teoria do monismo materialista que Aristételes projeta sobre 0s primeiros casmélogas janios pressupée os principios metafisicas de forma matéria, poténcia ¢ ato, sujeito e predicado, os quais simplesmente nao fa- zem parte da ontologia jénica ¢ sao sofisticades demais para que os primeiros cosmélogos jOnios os tenham em mente. nao necessariamente tio. meticulosa, predecessores, : imperturbével e talve ngenhowar como. Pordve encaram as criticas dos membrog fe de a, ae A. A. LONG (Org.) PRIMORDIOS DA FILOSOFIA. GREGA IDEIAS & ities

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