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Cal Difer VV
Cal Difer VV
Exemplo 1.1.
p
Consideremos a função definida pela regra p f (x, y) = 1 − x2 − y 2 .
Neste caso, para calcular a expressão 1 − x2 − y 2 devemos impor
às variáveis x e y a restrição 1−x2 −y 2 ≥ 0, isto é, x2 +y 2 ≤ 1. Assim,
o domı́nio da função f é o disco D(f ) = {(x, y) ∈ R2 : x2 +y 2 ≤ 1} de
C(0, 0) e r = 1, qual representa o interior de uma circulo, incluı́ndo
a fronteira.
Exemplo 1.2.
x
Determine o domı́nio da função f (x, y) = arcsin 2 .
y
x
Resolução: A função f (x, y) = arcsin 2 está definida
y
x x ≤ −y 2
se y 6= 0 e −1 ≤ 2 ≤ 1, ou . Logo,
y x ≤ y2
o domı́nio é uma parte do plano que se situa entre as
parábolas y 2 = x e y 2 = −x, com excepção do ponto
(0, 0).
Exercı́cios
2 Derivadas parciais
2.1 Derivadas parciais de primeira ordem
Seja dada a função z = f (x, y). Sabendo que x e y são variáveis independentes, então uma delas
pode variar enquanto a outra variável se mantém inalterável. Damos à variável independente x um
acréscimo ∆x, e mantemos o valor de y. Assim z recebe um acréscimo que chamaremos acréscimo
parcial de z em relação a x e denotamos por ∆x z, isto é
∆x z = f (x + ∆x, y) − f (x, y).
De modo análogo obtemos o acréscimo parcial de z em relação a y :
∆y z = f (x, y + ∆y) − f (x, y).
Assim , o acréscimo total de ∆z da função z define-se segundo a igualdade
∆z = f (x + ∆x, y + ∆y) − f (x, y),
se existir o limite
∆x z f (x + ∆x, y) − f (x, y)
zx0 = lim = lim (1)
∆z→0 ∆z ∆z→0 ∆z
chamaremos derivada parcial da função z = f (x, y) no ponto (x0 , y0 ) em ordem á variável z e
∂z ∂f
denota-se zx (x0 , y0 ), fx (x0 , y0 ), (x0 , y0 ) ou (x0 , y0 ). De modo análogo define-se derivada parcial
∂x ∂x
de z = f (x, y) em relação a y :
∆y z f (x, y + ∆y) − f (x, y)
zy0 = lim = lim . (2)
∆z→0 ∆z ∆z→0 ∆z
Deste modo, a derivada parcial duma função de várias variáveis (três ou mais) define-se como deri-
vada duma função a uma destas variáveis, sob condição de que as restantes variáveis independentes
se mantêm constantes. Por isso mesmo, as derivadas parciais da função f (x, y) se determinam as
fórmulas e a regra de cálculo das derivadas de funções de uma variável.
0 0
zy0 = 2y + sin(x2 − y) + 1 y = (2y)0y + sin(x2 − y) y + (1)0y
Portanto,
fx (1, 3) = 6 · 1 + 5 · 3 = 21 e fy (1, 3) = 5 · 1 − 8 · 3 = −19.
Seja z = f (x, y) uma função definida numa certa vizinhança do ponto M (x, y), se o seu acréscimo
total desta função no ponto M :
Definição 2.1. Diremos que a função z = f (x, y) é diferenciável no ponto M (x, y), se o seu
acréscimo total pode representar-se na forma
A soma das duas parcelas da igualdade (3) são a parte principal do acréscimo da função. A parte
principal do acréscimo da função z = f (x, y) chamaremos de diferencial total desta função e denota-se
pelo simbolo dz :
dz = A∆x + B∆y. (4)
As expressões A∆x e B∆y chamaremos de diferenciais parciais. Para as variáveis independentes x e
y consideramos ∆x ≈ dx e ∆y ≈ dy. Deste modo, a igualdade (4) podemos reescrever na forma
Teorema 2.1. Se a função z = f (x, y) é diferenciável no ponto M (x, y), então ela é contı́nua
∂z ∂z ∂z ∂z
nesse ponto e possui derivadas parciais e sendo =Ae = B.
∂x ∂y ∂x ∂y
Como consequência do Teorema 2.1 obtemos a fórmula para o cálculo do diferencial total. Assim,
a fórmula (5) reescrevemos na forma
∂z ∂z
dz = dx + dy. (6)
∂x ∂y
então ela é diferenciável nesse ponto M e o seu diferencial total expressa-se pela fórmula
∂z ∂z
dz = dx + dy. (7)
∂x ∂y
∂f ∂f
f (x + ∆x, y + ∆y) ≈ f (x, y) + ∆x + ∆y. (8)
∂x ∂y
Esta fórmula aplica-se quando se pretende fazer o cálculo aproximado.
dz
Exemplo 2.4. Calcule , dada a função f (x, y) = x2 −y 2 , onde para t 6= −1, sejam x = 1/(1+t)
dt
e y = t/(1 + t).
Resolução: Aplicando a fórmula (9), temos:
∂f ∂f dx 1 dy 1
= 2x, = −2y, =− , =
∂x ∂y dt (1 + t)2 dt (1 + t)2
Seja z = f (x, y), onde x = x(u, v), y = y(u, v). Então z = f (x(u, v), y(u, v) é uma função
∂z ∂z
composta das variáveis independentes u e v. As suas derivadas parciais e determinam-se
∂u ∂v
segundo as fórmulas
∂z ∂z ∂x ∂z ∂y
= + (10)
∂u ∂x ∂u ∂y ∂u
∂z ∂z ∂x ∂z ∂y
= + (11)
∂v ∂x ∂v ∂y ∂v
∂z ∂z
da função z = ln x2 + y 2 ,
Exemplo 2.5. Determine as seguintes derivadas parciais e
∂u ∂v
u
onde x = uv e y = .
v
Resolução: Aplicando as fórmulas (10) e (11) temos:
∂z 2x ∂z 2y ∂x ∂y 1 ∂x ∂y u
= 2 , = 2 , = v, = , = u, = − 2.
∂x x + y2 ∂y x + y2 ∂u ∂u v ∂v ∂v v
Assim,
2
y2
∂z 2x 2y 1 2 y 2 x 2
= 2 2
·v+ 2 · = 2 xv + = 2 + =
∂u x +y x + y2 v x +y 2 v x +y 2 u u u
2
y2 2(x2 − y 2 )
∂z 2x 2y u 2 yu 2 x
= 2 · u + · − 2 = 2 xu − = − =
∂v x + y2 x2 + y 2 v x + y2 v2 x2 + y 2 v v v(x2 + y 2 )
F (x, y, z) = C, C ∈ R (12)
∂z ∂z
não resolvivél em ordem a z. Vamos determinar as derivadas parciais e da função implı́cita
∂x ∂y
z, dada pela equação (12). Para tal, colocando na equação no lugar de z a função f (x, y), obtemos
a identidade
F (x, y, f (x, y)) = C.
As derivadas parciais em ordem a x e y, da função F são:
∂ ∂F ∂F ∂z
F (x, y, f (x, y)) ≡ + = 0, considerando x constante,
∂x ∂x ∂z ∂x
∂ ∂F ∂F ∂z
F (x, y, f (x, y)) ≡ + = 0, considerando y constante
∂y ∂y ∂z ∂y
donde
∂z Fx ∂z Fy
=− , =− (13)
∂x Fz ∂y Fz
∂z 2xy ∂z x2
= z , = z . (14)
∂x e +1 ∂y e +1
Teorema 2.4. Se as derivadas parciais de primeira e segunda ordens da função z = f (x, y) são
contı́nuas, então zxy = zyx .
Seja z = f (x, y) uma função que admite derivadas parciais de segunda ordem contı́nuas. O diferencial
de segunda ordem define-se segundo a fórmula d2 z = d(dz). Vamos determinar de forma geral:
2
2 ∂z ∂z
d z = d(dz) = d dx + dy
∂x ∂y
∂ 2z 2 ∂ 2z ∂ 2z 2
= dx + 2 dxdy + dy
∂x2 ∂x∂y ∂y 2
conhecida como fórmula de diferencial total de segunda ordem. O diferencial total de n-ésima ordem
é dado por: n
n ∂ ∂
d z= dx + dy z.
∂x ∂y
Exercı́cios
xy 2 ∂z ∂z
3. Mostre que a função z = 2 2
satisfaz à equação diferencial x +y = z.
x +y ∂x ∂y
dz
4. Calcule nos seguintes casos:
dt
(a) z = yex + xey ; x = t e y = sin(t)
(b) z = log(1 + x2 + y 2 ); x = log(t) e y = et
p
(c) z = x2 + y 2 ; x = t3 e y = cos(t)
(d) z = u2 v + vw2 + uvw3 ; u = t2 , v = t e w = t3
∂w ∂w
5. Calcule e nos seguintes casos:
∂x ∂y
(a) w = u2 + v 2 ; u = 3x − y e v = x + 2y
2 2
(b) w = log(t + s ); t = x3 + y 2 e s = 3xy
√
(c) w = 3u + 7v; u = x2 ye e v = xy
√
(d) w = cos(t + s); t = x + y e s = xy
7. Achar d2 z, se z = exy .
x
8. Achar dz e d2 z, se z = uv , onde u = e v = xy.
y
9. Achar d2 z, se z = f (u, v), onde u = xey , v = yex .
p
(a) 3 0, 98
(b) (0, 95)2,01
Definição 3.1. Seja z = f (x, y) uma função de duas variáveis definida em uma região R contendo
o ponto P0 = (x0 , y0 ). Diz-se que z = f (x, y) admite um máximo ou máximo relativo no ponto
P0 se f (x0 , y0 ) > f (x, y) para todos os pontos P (x, y) suficientemente vizinhos do ponto P0 , mas
diferentes deste ponto.
Definição 3.2. Seja z = f (x, y) uma função de duas variáveis definida em uma região R contendo
o ponto P0 = (x0 , y0 ). Diz-se que z = f (x, y) admite um mı́nimo ou mı́nimo relativo no ponto
P0 se f (x0 , y0 ) < f (x, y) para todos os pontos P (x, y) suficientemente vizinhos do ponto P0 , mas
diferentes deste ponto.
Ao máximo e ao mı́nimo duma função chamam-se extremos dessa função. assim, diz-se que uma
função admite extremo num dado ponto, se ela tem nesse ponto um máximo ou mı́nimo.
Teorema 3.1. [Condição necessária] Se a função z = f (x, y) admite um extremo num ponto
P0 = (x0 , y0 ) então, cada derivada parcial de primeira ordem da função z = f (x, y) anula-se nesse
ponto ou não existe, isto é, zx (P0 ) = 0 ou não existe; e zy (P0 ) = 0 ou não existe.
Os pontos, referidos no teorema 3.1, isto é, os pontos onde zx (P0 ) = 0 ou não existe; e zy (P0 ) = 0 ou
não existe, chamam-se pontos crı́ticos da função z = f (x, y).
Teorema 3.2. [Condição suficiente] Seja a função z = f (x, y) de duas variáveis definida num
domı́nio que contém o ponto P0 = (x0 , y0 ) e cujas derivadas parciais são contı́nuas até à terceira
ordem inclusivé, suponhamos, além disso que o ponto P0 seja um ponto crı́tico da função z =
onde A = zxx , B = zyy e C = zxy , então, temos que, no ponto P0 a função z = f (x, y) :
4. Nada se conclui, se A · B − C 2 = 0.
4 1
(ii) Assim, conhecido já o ponto crı́tico , isto é, − , , vamos calcular as derivadas parciais
3 3
de segunda ordem, isto é, zxx = 2, zxy = −1, zyy = 2. Assim, A · B − C 2 = 2 · 2 − 1
2
= 3 >0.
4 1
Ora, de acordo com a condicão do Teorema 3.2, em causa, conclui-se que o ponto − , ,
3 3
a função em causa, tem um mı́nimo.
4 1 2
Com efeito, o valor da função neste ponto é z − , = .
3 3 3
Definição 3.3. Dada uma função f (x, y) e uma restrição φ(x, y) = 0, podemos escrever a
lagrangeana
L(x, y, λ) = f (x, y) + λϕ(x, y)
onde λ recebe o nome de multiplicador de Lagrange.
Teorema 3.3. Dada uma função f (x, y) e uma restrição ϕ(x, y) = 0, podemos maximizar essa
função, mediante a restrição (quando isto for possı́vel), derivando a lagrangeana L(x, y, λ) com
relação às variáveis x, y e λ e igualando essas derivadas a zero.
1 1
Deste modo, o ponto crı́tico é , , 1 . Vamos agora calcular as derivas parciais de segunda
2 2
ordem, isto é, zxx = −2, zxy = 0, zyy = −2. Assim, A · B − C 2 = 4 > 0, como A < 0, este ponto
crı́tico representa um máximo. 2 2
1 1 1 1 7
Com efeito, o valor da função neste ponto é f , =4− − =
2 2 2 2 2
Exercı́cios