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PNe certo lotto) Rogério Cossa | 1] ] Fisica 12.2 Classe Texto Editores titulo autores” “Angstécio Vilanculos * Rogério Cossa coordenagéo Jodo Pauld Menezes editor Texto Editores, Lda. -Mocambique capaeaberturas Belmiro Fernando ftustragoes Texto Editores arranjo grifico Darlene Mavale paginecao Belmiro Fernando e Arlindo Pais Uamusse préimpresséo ‘Texto Editores, Lda. == eacabamentos Texto Editores, Lda. & ‘Avenida Julius Nyerere, 46 * Bairro Polana * Cimento B * Maputo * Mogambique Tels. (+258) 21 49 86 48 * 21499071 Fax: 21 4986 48 Texio Editores TS: (1259) E-mail: info@me.co.mz © 2010, Texto Editores, Lda. FReservados todos os aiteitos. £ probida a reprodugao desta obra por qualquer melo (toca, offset, fotografia, etc) ‘sem o cansentimento escrito da Editors, abrangendo esta probigéo o texto, a ustragao e 0 ararjo grafico. A vioiagao estes regras ceré passivel de provesimento judicial, de acordo com 0 estipulado no Cédigo do Direito de Autor. DL. 4 6027 de Fovaroito de 2001, MAPUTO, MAIO de 2015 « 2.* EDICAO © 2.* TIRAGEM « REGISTADO NO INLD SOB © NUMERO: 6450/RLINLD/2010 Ondas electromagnéticas No seu dia-a-dia, bem como nas classes leccionadas anteoriormente, ja ouviu falar de ondas. Nessas classes 0 conceito de onda foi sempre associado as oscilacées. Por isso, é importante recor- dar que onda ¢ a propagacao das oscilagées no espaco ¢ no tempo. As oscilagdes mecanicas dao origem as ondas mecanicas e as oscilagées eléctricas dao ori- gem as ondas electromagnéticas. As ondas electromagnéticas séo assim designadas porque as oscilagoes eléctricas criam um campo magneético varidvel e, por sua vez, 0 campo magnetico varidvel cria um campo eléctrico varivel. A ideia de que um campo eléctrico variavel cria um ‘campo magnético variével foi proposta por Maxwell, em 1864. Nesta base, Maxwell previu que quando uma carga eléctrica oscila, ela deve emitir uma onda electromagnéti- ca criando um campo eléctrico variavel acompanhado de um campo magnético, também varidvel, com a mesma frequéncia de oscilacao. Os valores do vector de intensidade do campo eléc- trico E e do vector de indugao electromagnética B variam periodicamente, oscilam em planos perpendiculares entre si e em relacao ao seu sentido de propagacao. Por isso, as ondas electromagnéticas sdo ondas transversais (Fig. 1.1). Fig. LL Maxwell mostrou ainda que a velocidade de todas as ondas electromagnéticas ¢ dada pela expres- so: onde: Ho— € a permeabilidade magnética do vacuo (\t = 44 X 1077 H m7). &o~ €a constante dieléctrica do vacuo (gq = 8,85 X 10-? CN“! m™). Assim, al Het eas bal rig V4a X 10-7 X 8,85 x 10-2 = 2,9986 x 108 mvs ~ 3 X 10° mvs Espectro das ondas electromagnéticas Como jé deve saber, as ondas sto caracterizadas pela sua frequéncia, ou pelo seu compri- mento de onda, e estas duas grandezas sao inversamente proporcionais. Por isso, quanto maior é © comprimento de onda, menor € a sua frequencia e vice-versa, ou seja, para as ondas mecanicas € valida a relacio, v = Af. a Ondas electromagnéticas. RadiagGo do corpo negro Esta telacao também € valida para as ondas electromagnéticas, s6 que no lugar de v coloca-se a letra c que, como vimos atrés, representa a velocidade da luz no vacuo. Assim, af onde: c = 3 X 10° m/s. © comprimento de onda no SI é expresso em metros (m). Porém, também se usa 0 nanometro (nm) (onde 1 nm = 10-9 m). Esta velocidade representa a velocidade maxima que se pode atingir em vacuo na Natureza. Esta relacdo também mostra que para as ondas clectromagnéticas existe igualmente uma relacao de proporcionalidade inversa entre o comprimento de onda a frequéncia. (© facto de as ondas serem caracterizadas pelo seu comprimento de onda ou pela sua fre- quéncia, leva-nos ao conceito de espectro de ondas electromagnéticas. Deste modo: © espectro das ondas electromagnéticas € 0 conjunto de todas as ondas ou radiagées electro- ‘magnéticas, ordenadas de acordo com a sua frequéncia ou com o seu comprimento de onda, A Espectro das ondas clectromagnética, ‘Comprimento de onda (em metros) 1o# 192 10" 108 19 104 19F 1A A i jana a io i Las vistel B Classificacao segundo a freque ‘Ponetastensfers teste? Germs tet ro) semlacccrtccinel ope fi Th oe 4% MR © ee ee So ny des Nealon rot tas ena Ie 7 de comprimento de onda emiida(K) Fig. 1.2 Cor Na figura 1.2 esta representado o espectro das ondas electromagnéticas, ou seja, toda a familia das ondas electromagnéticas. Na figura 1.2 A as ondas electromagnéticas foram classifi- cadas de acordo com 0 seu comprimento de onda. Como se pode ver, as ondas de radio e televi- Ao sfo as de maior comprimento de onda, ¢ a radiacao césmica corresponde 0 menor comprimento de onda. Porém, devido @ relacdo de proporcionalidade inversa entre o compri- mento de onda e a frequencia, as ondas de ridio ¢ televisdo sao as ondas de menor frequéncia € a radiacdo césmica a de maior frequéncia (Fig. 1.2 B). Propriedades gerais das ondas electromagnéticas Em seguida sao apresentadas algumas propriedades que sao comuns a todas as ondas electro- magnéticas. Sao estas propriedades que ditam a aplicacao das radiagdes electromagnéticas na ciéncia eno nosso quotidiano, Assim, as propriedades gerais das ondas electromagnéticas so as seguintes: * Propagam-se em linha recta. » Propagam-se com velocidade constante sendo no vacuo igual a 3 x 108 m/s (c = 3 X 10 m/s). © Atavessam corpos opacos. © Sao reflectidas por superficies metalicas. © Provocam elevacao da temperatura nos corpos que atravessam. © Sofrem reflexo, refraceao, interferéncia, dispersao, polarizacdo, etc. * Quanto maior o seu comprimento de onda, maior é 0 seu poder de penetracao (poder de atravessar as substancias). © Quanto menor o seu comprimento de onda, maior € o seu poder de dispersao (facil- mente as ondas se espalham). Do estudo da dptica sabemos que a luz se propaga em linha recta, Mas como ja sabe, a luz é tam- bém uma onda electromagnética. Por isso, no € so a luz que se propaga em linha recta, mas todas as outras ondas electromagnéticas também se propagam em linha recta. A letra c representa uma constante universal que é, como j4 vimos antes, a velocidade de propagacao da luz no vacuo. Nouttos meios como a agua, 0 vidro, 0 plistico, etc., avelocidade da luz € relativamente menor. a. Ondas <7 incidentes, Por exemplo, quando escutamos radio ou vemos televi- so em casa nao precisamos de abrir as janelas e as portas para recebermos 0 sinal de radio ou de televisao. Isto deve- se ao facto de as ondas electromagnéticas atravessarem cor- pos opacos, Porém, sao reflectidas por superticies metalicas. Por isso, as superficies das antenas parabélicas so met cas. Assim, as ondas electromagnéticas que incidem sobre a Ondas superficie da antena sao reflectidas para o captador de incidentes sinais, colocado no foco da superficie parabélica da antena, Aree © qual envia os sinais para a televisao (Fig. 1.3). a ny ‘Um radar detecta a aproximacao de um avido porque as \ ondas electromagnéticas por ele emitidas, neste caso consti- Ondas a i " rellectidas tuidas por microondas, sdo reflectidas pela superficie metdli- ca do avido e retornam ao radar (Fig, 1.4). Quando estamos ao Sol a temperatura do nosso corpo Figs Or aumenta, porque as ondas clectromagnéticas emitidas pelo Sol atravessam 0 nosso corpo e provocam a elevacao da nossa temperatura, Ondas electromagnéticas. Radiagdo do corpo negro Quando a luz passa por um sitio estreito (por exemplo, um orificio), esta depois difunde-se amplamente. A esse fenémeno da-se o nome de difraccao. A luz também se difunde quando atra- vessa uma camada de agua suja, por exemplo. Esse fenémeno é a dispersao. Por isso, em dias de céu coberto, a luz do Sol espalha-se ao incidir sobre as pequenas gotas de agua que constituem as nuvens, daf que nao ilumine eficazmente a superficie da Terra. A tabela 1 que se segue apresenta a banda de comprimentos de onda e a banda de frequén- cias de todo 0 espectro das ondas electromagnéticas ¢ as aplicacées mais importantes de cada radiacdo na ciénci romagne eticas ¢ imento: Nome Banda de 4 (m) Banda de f (Hz) Aplicagae (Ondas longas LX10'-1x 108 | 3X 10'-3 10° | Comunicagao a longa distancia Ondas médias 1X10-1X10? | 3x 10°-3x10° Fstagio de ridio local ‘Ondas eurtas 1x1@-1x10 | 3x10°-3x107 Radios amadores VHF Emissio local de radio em FM we I (Very High Frequency) | 1% 10'- 1x10 3% 101-3 x 10° (frequencia modulada) CHF =1x 1071 i a Se oes 3x 108-3 x10? | Eimisor de tlevisio raeroceres 1x 107-1103 3x 10°-3x 192 | Telefones celulares, satélites e | | radares Infravermelha 1X10-7x1077 3X 10%—4X 10% Radiacdo térmica e fibras Gpticas | 6p Radiagao vistvel Tx10-7= 4x 10-7 4X 10-8 x 10% __Tluminacdo e comunicagio | | visual Ultravioleta 4107-1 x10 | 8x104—3x 107 Fotoquimica Raios X 1x10-*-1xX10-" 3x 107-3 x 108 Medicina Ratios 1 [a x1o= 1x10 | 3x 10%—3x 10% | Eseallicao de alimentos Radiacio cosmica 1x10 | 3x 10% Estudos cientificos Em seguida, faremos um breve estudo das radiacoes que compoem o espectro das radiagoes electromagnéticas. Ocupar-nos-emos, fundamentalmente, das suas propriedades bem como das suas aplicagées na ciéncia. Iniciaremos 0 nosso estudo pela radiacao infravermelha ¢ ultravioleta, ao que se seguira a radiagdo visivel, os raios X e os raios y. Propriedades e aplicagées da radiagao infravermelha (IV) As principais propriedades e aplicagdes deste tipo de radiac&o electromagnética sao as seguintes: © E radiagao invisivel com comprimento de onda entre os 780 nme 1 cm. © O seu comprimento de onda ¢ inversamente proporcional & temperatura do corpo que a absorve © Provoca o aumento da temperatura nos corpos que a absorvem. © E usada no tratamento de rupturas musculares, para secar tinta de carros apos a sua pintu- ra, nos fogoes ¢ fornos de cozinha, etc. © Sao detectadas através de detectores fotograficos, fotoeléctricos, etc. A excepcio da radiacao visivel, todas as radiagdes electromagneticas sao invisiveis a olho ‘hhumano. Considera-se que todos os corpos sao emissores de radiacdo infravermelha, mas quanto maior é a temperatura do corpo, menor € o comprimento de onda da radiacao infravermelha por ele emitida. Isso significa que os corpos mais quentes emitem radiacao infravermelha de peque- nos comprimentos de onda e os corpos mais frios emitem radiacao infravermelha de maior com- primento de onda. Este facto € usado para ver e fotografar no escuro. Para ver no escuro usam-se os chamados detectores de raios infravermelhos e para fotografar no escuro usam-se filmes sensiveis a radia- cao infravermelha. Propriedades e aplicagées da radiagao ultravioleta (UV) [As principais propriedades aplicagdes deste tipo de radiagao electromagnética sto as seguintes: «+ E radiacao invisivel cuja banda de comprimentos de onda se situa entre os | nm e 380 nm. © E absorvida pelo ozono (03) e por superficies fluorescentes. © Produz queimaduras quando incide sobre a pele humana, podendo causar 0 chamado can- cro da pele. © Quando absorvida por substancias fluorescentes ¢ emitida na forma de radiacdo visivel. « E usada no fabrico de lampadas fluorescentes, de tintas e detergentes de lavar roupa para aumentar o seu brilho. Como sabe, a radiacao ultravioleta é invisivel. Porém, quando incide sobre uma substancia fluorescente é reflectida na forma de radiacdo visivel. Por isso é que as substancias fluorescentes apresentam um brilho mais intenso do que as nao fluorescentes. Ondas electromagnéticas. Radiacdo do corpo negro Espectro éptico A radiagao ou luz visivel € composta por ondas electromagnéticas cuja banda de comprimen- tos de onda se situa entre os 380 nm e os 780 nm. Porém, esta radiacao & composta por outras Tadiacdes que também se distinguem pelo seu comprimento de onda ou pela sua frequencia. O espectro éptico é o conjunto de todas as radiagées que compdem a radiagao vist- vel, ordenadas de acordo com o seu comprimento de onda ou a sua frequencia. As cores que representam 0 espec- tro 6ptico sao a violeta, azul, verde, amarela, laranja e vermelha, Na figura L5 esta representado o espectro 6ptico, Como pode ver, a cor de maior com- primento de onda é a vermelha e a de menor comprimento de onda é a viole- ta, Mas como o comprimento de onda é inversamente proporcional a fre- quéncia, a cor vermelha é a de menor frequencia e a violeta a de maior fre- quencia (tabela 2). Figs " A tabela 2 apresenta a banda de comprimentos de onda e a banda de frequéncias das radia- ces que constituem 0 espectro éptico. Tabela 2: Banda de com imenios de da ¢ banda de frequencias do espectro aptico Cor da radiacao Banda de f (10 H2) Banda de >. (nm) Violeta 79-66 380 ~ 455 Azul 66-61 455 — 492 Verde 61-52 | 492 — 575 Amarela 52-50 575 — 597 Laranja 350-48 597 — 623 Vermelha 48-38 | 023 ~ 780 © conhecimento do espectro dptico permite-nos explicar certos fenémenos naturais tais como 0 arco-iris, as cores dos corpos, etc, O arco-iris, por exemplo, € o resultado da dispersto da luz branca nas gotas minisculas do vapor de agua da atmosfera, Por isso, as cores do arco-ttis so as que constituem 0 espectro éptico Ja dissemos que as cores dos corpos podem ser explicadas com base no espectro éptico Desta forma, um corpo apresenta-se verde quando sobre ele incide luz branca, porque ele reflecte a cor verde € absorve todas as outras radiacdes que constituem,o espectro dptico. Por isso, um corpo que se apresente branco reflecte todas as radiacdes que incidem sobre ele, enquanto que um corpo que se apresente negto (preto) absorve todas as radiacdes que incidem sobre ele, nao reflectindo nenhuma. Assim se pode explicar o facto de em dias quentes ser aconselhdvel 0 uso de roupas claras ao invés de escuras, pois enquanto que as roupas claras reflectem as radiagdes electromagnéticas, as escuras absorvem-nas. Outro facto curioso é a cor do céu ao amanhecer, ao entardecer ¢ durante o dia. Como sabe, ao amanhecer ¢ ao entardecer o céu apresenta-se de cor alaranjada com tendéncia para o verme- Tho. Isto deve-se ao facto de o Sol se encontrar muito afastado da Terra. Assim, as radiacées que chegam até nés sio as de maior comprimento de onda, neste caso as cores laranja e vermelha, pois, como sabe, quanto maior € 0 comprimento de onda da radiacio, maior é 0 seu poder de atravessar substancias. Porém, durante o dia, o Sol est4 mais prximo de nés e o céu apresenta-se azul, que é uma das cores de menor comprimento de onda. E como vimos anteriormente, quanto menor € o comprimento de onda, maior € 0 seu poder de se difundir, Portanto, a cor azul espa Tha-se colorindo o céu durante o dia. Outro fenomeno também muito interessante esta relacionado com a existéncia das algas ver- des e vermelhas no mar. Como a cor vermelha € a de maior comprimento de onda, consequente- mente é a cor que atinge maior profundidade nas aguas do mar enquanto a verde atinge menor profundidade devido ao seu menor comprimento de onda. Assim se explica que as algas verme- Ihas se encontrem no fundo do mar e as algas verdes a menores profundidades. eas 1. Uma estacdo de radio de alta frequéncia (VHF) transmite numa frequéncia de 100 MHz (1 MHz = 108 Hz). Se a velocidade das ondas € de 3 X 108 mis, calcule: a) O comprimento de onda das referidas ondas. b) O tempo gasto a alcancar um aparelho de ridio a uma distancia de 60 km da estagao Resolucao: i 3+ 108 105 reas ae 3m 2s 5a Gaia iy ag bd=y-At com y=corar= 4 = STEM = 2. 104s 2. A frequencia dos raios infravermelhos da ordem dos: A. 104 B. 107 C.108 D. 105 E, 104 Ondas electromagnéticas. Radiagéio do corpo negro Resolucdo: De acordo com a tabela 1, a radiacao em questdo ocupa a faixa de frequéncias entre 10"! Hz e 10" Hz. Opeao E. 3. Uma substancia que absorve radiacéo_(@)_e emite parte da energia absorvida na forma de (b) _, € chamada (©) Escolha a variante correcta para preencher os espacos vazios, @) (b) © A. infravermelha luz vistvel Aluorescente B. infravermelha luz visivel radiante C. ultravioleta luz visivel Auorescente D. ultravioleta luz visivel tadiante E. visivel ultravioleta fluorescente Resolucao: Opeao C. Radiacdo do corpo negro Ja vimos que todo 0 corpo pode ser considerado emissor de radiacao infravermelha em virtude da sua temperatura ¢ que quanto maior ¢ a temperatura do corpo, menor é 0 comprimento de onda da radiacdo por ele emitida. A tadiacao térmica é a radiagao electromagnética que um corpo emite a custa da sua energia interna, isto é, a custa da sua temperatura. A radiacao térmica é constituida, fundamentalmente, por radiacao infravermelha. Formas de transmissdo de calor Existem trés formas de troca de calor entre os corpos: conducdo, conveccdo e radiacao. A troca de calor por conducio ocorre quando se poem em contacto dois corpos eo calot se transmite de um ponto para outro do corpo sem que haja transporte de matéria, Por isso, a transferéncia de calor por conducio ocorre apenas nos sdlidos. Por exemplo, quando colocamos parte de uma colher metélica em agua quente colher acaba por aquecer toda A troca de calor por conveccio ocorre quando as /par- 2 Uiculas que constituem 0 corpo se deslocam dum ponto Sot con ‘Glove dpa Glesrtndee po para outro devido a variagao da sua densidade. Esta forma a Enrreiads ere sigomiecel de transferéncia de calor ocorre nos liquidos nos gases. Por exemplo, quando aquecemos um liquido ou um gis a sua densidade diminui, Assim, as particulas que consti- tuem o liquido ou gis, movem-se das altas temperaturas para as baixas temperaturas. Um exemplo interessante da ttansmissio de calor por conveccao ocorre quando se aquece agua numa panela, por exemplo, até que ela ferva. A figura 1.6 elucida este fendmeno. ‘Como a chama se encontra na parte de baixo da panela, a 4gua no fundo acaba por ficar mais quente que a de cima, Assim, a densidade da agua do fundo da panela diminui e a agua sobe. Mas como a agua de cima esta mais fria, desce devido A sua maior densidade. Por isso € que quando a agua ferve cria-se. uma espécie de remoinho, Este facto deve-se ao movimento da agua de baixo para cima e de cima para baixo, isto é, devido a wanferéncia de calor por convecgao. ‘Atroca de calor por radiacao é constituida, fandamentalmente, por raios infravermelhos, Por exem- plo, o calor do Sol € tansmitido até a Terra por radiacio, isto €, através de ondas electromagnéticas. Como sabe, esta radiacao € constituida essencialmente por radiacao infravermelha. A troca de calor por radiacio & aquela que ocorre através de ondas ou radiacbes electromagnéticas. Teoria de Prévost sobre a troca de calor A figura 1.7 representa um corpo A a uma temperatura Ts, colocado dentro de um compartimento B, cuja temperatura T se mantém constante. i Dentro do compartimento reina o vacuo e 0 fio que suspende o corpo A, nao € um condutor térmico. Como vé, entre os corpos A e B s6 pode haver troca de calor sob a forma de radiacdo, porque néo havendo contacto entre 0s corpos, o calor nao se pode transmitir por condugio e como dentro do compartimento reina 0 vacuo, também nao pode haver troca de calor por conveccao. Assim, podemos discutir as duas possibilidades seguintes: B Fig.L7 © Se T, > Tp, a temperatura de A vai diminuir e a de B vai aumentar até que se iguale a tem- peratura de B (= Ty). © Se Ty < Tp, a temperatura de A vai aumentar e a de B vai diminuir até que se iguale a tem- peratura de B (T, = Tp). Como vé, pode parecer que quando se atinge 0 equilfbrio cessa a troca de calor. Em 1792, Prévost sugeriu que uma vez atingido 0 equiltbrio nao cessa a troca de calor entre os corpos. Acontece, simplesmente, que a quantidade de calor que vai de A para B é igual a quantidade de calor que € absorvida por B. Desta forma estabeleceu-se uma nova teoria que ficou conhecida como teoria de Prévost que € hoje aceite. Quando um corpo esté 4 mesma temperatura que o meio que o circunda, a radiacdo emitida para o meio ¢ igual 4 radiacdo absorvida pelo mesmo meio. Como consequéncia da teoria de Prévost, um corpo que € um bom absorvente de radiacao é tambem um bom emissor, pois, caso contrério, a sua temperatura iria aumentar para além (acima) da temperatura do meio circundante. ‘Como vimos anteriormente, 0 corpo negro é aquele que absorve toda a radiacdo que incide sobre ele. Assim, Corpo negro é aquele que melhor absorve e emite radiacdo electromagnética. Ondas electromagnéticas. Radiagdo do corpo negro Isto € consequencia directa da teoria de Prévost. O corpo negro é considerado um absorve- «perfeito» de radiacao. Na pratica um corpo negro ¢ um modelo que consiste numa cavida- com uma esfera (Fig, 1.8), com o seu interior completamente negro e um pequeno orificio, toda a radiacio que por ele entre tem poucas hipoteses de sair. Porém, se aquecermos 0 0 até uma certa temperatura, ir emergir (sair) radiagao electromagnética da cavidade a que dé 0 nome de radiacao do corpo negro. Radiacdo do corpo negro ¢ a radiacao electromagnética emitida por um corpo negro quando aquecido a uma certa temperatura. Para caracterizarmos a radiacao do corpo negro necessitamos de definir a intensidade da iacao, I. A intensidade da radiacio € a energia emitida por um corpo por unidade de tempo ¢ por unidade de superficie. 1= 5 - A intensidade da radiacdo mede a quantidade de energia que sai superficie de um corpo por unidade de tempo. A sua unidade SI é 0 Jatt por metro quadrado, W m ~?, Fazendo uma anilise espectral da radiagao dum corpo negro, medindo a emissividade para diferentes temperaturas em funcao do comprimento de onda ou da frequéncia, obtém-se a familia de curvas apresentadas nas figuras 1.9 Ae 1.9 B. A Lei de deslocamento de Wien 1 Lei de deslocamento de Wien el; Tis Aim Ase, a Ty>T.> Ty > Asm < Aig Aim Tou Fon Si J Ty Tz> Ty = fin? Sam Som Fig 9 tntew Com base nas curvas ¢ facil concluir que: + Quando a temperatura do corpo negro cresce, a intensidade de cada banda de comprimento de onda também cresce. " * Mesmo a 1 000 K, apenas uma pequena fracedo da radiacio do corpo negro é constituida por radiacao visivel. * Para cada temperatura T, a intensidade tem um maximo a um determinado comprimento de onda (ou determinada frequéncia), a partir do qual a intensidade decresce com 0 aumento do comprimento de onda (ou da frequencia). © Quanto maior é a temperatura do corpo, menor € 0 comprimento de onda maximo da radiacao cemitida e consequentemente maior é a frequencia (pois f ¢ inversamente proporcional a a. © Quanto maior é a temperatura, maior é a intensidade total da radiacao emitida. © A area subentendida pela curva espectral dé-nos a emissividade total a uma determinada temperatura, Leis da radiagao do corpo negro Lei de Wien Do grafico anterior vimos que quanto maior é a temperatura do corpo negro, menor é 0 com- primento de onda maximo. Isto significa que existe uma relagéo de proporcionalidade inversa entre a temperatura do corpo e 0 comprimento de onda a que corresponde a intensidade maxima da radiacdo por ele emitida. Esta conclusio constitui a chamada lei de deslocamento de Wien ou, sim- plesmente, Lei de Wien. Por isso, Lei de Wien — 0 comprimento de onda a que corresponde a intensidade maxima da radiacao emi- tida por um corpo negro é inversamente proporcional A sua temperatura absoluta on eS ea Como consequéncia da Lei de Wien temos a equacao: B denax = onde: B éa constante de Wien (B = 2,898 X 10-3 m K), T é a temperatura em kelvin, K, & antx, € 0 comprimento de onda a que corresponde a intensidade maxima da radiagao emitida pelo corpo negro que vem expresso em metros, m, no SI. Ondas electromagnéticas. Radiagdo do corpo negro de Stefan-Boltzmann Do grafico da figura 1.9, anterior também vimos que quanto maior é a temperatura, maior € nsidade da radiacao do corpo negro. Isto mostra que existe uma relacdo de proporcionali- directa entre a intensidade da radiacdo e a temperatura Lei de Stefan-Boltzmann — A intensidade total da radiacdo emitida por um corpo negro é directamente proporcional 4 quarta poténcia da sua temperatura absoluta (e ~ T#). Como consequéncia da Lei de Stefan-Boltzmann temos a equacio: oT de: ‘Séa constante de Stefan-Boltzmann (o = 5,67 X 10-8 W m7? K~*). Mas os corpos reais nao se comportam exactamente como um corpo negro, Para corpos reais a lei de Stefan-Boltzmann toma a forma: I=e oT onde: © é a emissividade e € um factor numérico compreendido entre 0 € 1, que depende da constitui- Ao do corpo emissor. A emissividade, ¢ igual a: * Opara um corpo reflector perfeito (nao absorve nenhuma radiagio). * 1 para um corpo negro (absorver perfeito). De acordo com a lei de Wien, » - T = B, conclui-se que: © Quanto maior o comprimento de onda (menor a frequencia) da radiacao emitida pelo corpo, menor a temperatura a que 0 corpo se encontra e vice-versa. ° Por sua vez, a lei de Stefan-Bolizmann, I = o. T* diz-nos que se T aumenta n vezes, a intensida- de da radiacao aumenta n‘ vezes. ee OP Exercicios propostos 1. Enumere quatro propriedades comuns de todas as ondas electromagnéticas 2. Que tipo de radiacao electromagnética: a) Produz queimaduras sobre a pele humana quando nos expomos demoradamente 20 Sol?” }) Atravessa uma camada fina de chumbo? ©) Eusada na comunicacdo via satélite? 4) E usada num controlo remoto de um receptor de TV? 3. O esquema seguinte representa 0 espectro das ondas electromagnéticas. (Ridio | Microondas [A | Radiacao visivel | UV | Raiosx [5 ) a) Que radiagdes preenchem as zonas A ¢ B? ) Que radiagao possui menor comprimento de onda? E maior frequencia? © Que radiacao é usada para diagndsticos médicos? E nos sistemas de seguranca? 4. A figura ao lado representa uma garrafa térmica. eee Explique por que é que a garrafa tem: pique bon ancien Agua superlicie a) Uma parede dupla de vidro? quente espelhada b) Vaeuo entre as duas paredes? ) Superficie interna espelhada? Palede Véeuo du 5, a) Por que € que no deserto se deve usar mais roupa branca do aepinde que preta? b) Entre um corpo branco € outro negro, qual deles absorve melhor a radiacao térmica? E qual deles emite melhor? Justifique. 6. Em locais de escuridio total pode tirar-se uma foto «normal» usando um flash luminoso de radiacao visivel. Nestas condigdes, as partes negras do corpo fotografado saem novamente negras ¢ as partes claras saem também igualmente claras na fotografia, Porém, se se rar ‘uma fotografia na base da radiacio infravermelha emitida pelo corpo (Fotografia na base do infravermelho), as partes negras do corpo aparecem mais vivas (claras) do que as partes mais claras. Explique essa diferenca. . Observe 0 grafico da intensidade da radiacao em funcao do comprimento de onda de trés estrelas A, Be C. a) Sem efectuar nenhum célculo, compare a temperatura das trés estrelas. 10m) ) Calcule a temperatura da estrela A. ©) Calcule a intensidade da radiacao da estrela B. ) Calcule a area tracejada. Cs ms 100 200 300.400 Aer) e) Em quantas vezes a intensidade da radiacao da estrela A € maior que a de B? Exercicios propostos 7. Em Astronomia, as estrelas sao classificadas segundo a sua classe espectral a qual é funcao da temperatura, As classes so designadas pelas letras O, B, A, F G, K, M, sendo O a classe das estrelas mais quentes ¢ M das menos quentes. Na classe B, por exemplo, encontram-se estrelas Cuja temperatura varia entre os 11 000 ¢ 30 000 K. Porém, a classe G compreende estrelas com temperaturas entre os 5 000 e 6 000 K. a) Calcule, em nm, a banda de comprimento de onda da radiacao emitida pelas estrelas do tipo G. b) Com base na tabela dada, diga em que zona do espectro das ondas electromagnéticas se encontra esta radiagao emitida pelas estrelas do tipo G. ©) A estrela Capella emite radiacio cujo comprimento de onda maximo é de 557 nm. A que classe espectral pertence? d) A estrela Rigel emite radiacdo cuja frequencia minima é de 1,2 X 10! Hz, Estime a sua temperatura e classifique-a. ©) Esboce, nos mesmos eixos, o grafico da emissividade em funcao do comprimento de onda das duas estrelas. Nota: Se quiser fixar a sequencia das classes espectrais é s6 pensar na seguinte frase: «Oh! Be A Fine Girl, Kiss Mev. 9. O grafico representa a intensidade da radiacao duma estrela do tipo O ¢ outra do tipo F em funcao da frequéncia. 1 Wm") a) Determine a temperatura da estrela do tipo O. b) Calcule a intensidade de radiacao da estrela do tipo E c) Represente nos mesmos eixos o grafico da intensidade da radiacao de uma estrela cuja temperatura ¢ de 20 000 K. +8 fae 10. A intensidade da radiacao do Sol é de cerca de 7,4 X107 W m2, Estime a sua temperatura, 11, Uma estrela A emite radiacoes cuja frequéncia é o dobro da frequéncia emitida por uma estrela B. Compare: a) Os comprimentos de onda das radiacdes emitidas por A eB. b) As temperaturas de A e B. ©) As emissividades de A eB 4d) Os raios das duas estrelas. Exercicios propostos Escolha miultipla 1. As ondas electromagnéticas estdo presentes no nosso dia a dia, influenciado e, até, alteran- do 0 nosso modo de viver. Com os fundamentos das teorias sobre ondas electromagnéticas, assinale a(s) proposicao(des) correcta(s). a) Uma onda electromagnética pode ser desviada por um campo magnético. b) Num meio nao dispersivo, a frequencia da luz depende da velocidade. ©) No vacuo, a velocidade da luz nao depende do comprimento de onda e nem da fre- quéncia, a) Em meio dispersivo, a velocidade da luz depende da frequéncia. e) No vacuo, a velocidade da luz depende da velocidade da fonte. 2. Emm geral, a frequencia das ondas electromagnéticas geradas por um forno de microondas é de 2 450 MHz. Em relacdo a Fisica de um forno de microondas, considere as seguintes afir- mativas: a) Um forno de microondas transmite calor para assar e aquecer alimentos sélidos ¢ liqui- dos. b) O comprimento de onda dessas ondes ¢ de aproximadamente 12,2 cm. ©) As ondas electromagneéticas geradas ficam confinadas no interior do aparelho, pois sofrem reflexdes nas paredes metdlicas do forno e na grade metalica que recobre o vidro da porta. Estao correctas: a) Somente a afirmacdo 1 b) Somente a afirmagao 2 c) Somente a afirmacao 3 ) Somente as afirmacoes 1 ¢ 2 e) Somente as afirmagoes 2 ¢ 3 f) As trés afirmagées 1, 2, e 3 3. Radiacdes como raios X, luz verde, luz ultravioleta, microondas ou ondas de rédio sao caracterizadas por seu comprimento de onda (2) e por sua frequéncia (f). Quando essas radiacdes propagam-se no vacuo, todas apresentam o mesmo valor para: a) bf Ons d) Nf Mf 4. Um aparelho electrénico emite uma onda electromagnética de frequéncia f = 900 Miz. A velocidade da onda e a mesma da luz, ou seja, c = 3,0 + 108 mvs, O comprimento de onda vale: a) 140 mm b) 33 cm ©) 140 cm 4)33m ©) 140m vi . A cor do mar e do céu ¢ azul porque o ar atmosférico difunde principalmente a componente azul da luz solar. O comprimento de onda de certa cor azul € 4,5 + 10-7 me propaga-se no ar com a velocidade de 3,0 - 10° mis. A frequéncia dessa radiacao é, em hertz, a) 6,7 - 10! b)3,3- 104# )1,5-10!4 4) 75-108 ©) 23-108 Exercicios propostos 6. Uma maquina der colheita incorpora um dispositivo de GPS, que funciona emitindo ondas electromagnéticas para um satélite. Se o satélite esta a uma distancia de 240 km da maqui- na e se as ondas electromagneticas tem comprimento de onda de 1,2 cm, a frequéncia das ondas e o tempo de ida s4o, respectivamente, em Hz € em s: a) 2,5+10!e8- 1075 b) 3,6 -10%e8- 10-6 ©) 2,5-10e8- 10-4 4) 3,6-10e8- 10-5 ©) 2,5+10%e8+10-* 7. A figura representa, esquematica- mente, a quantidade de radiagao absorvida (1) por certos tipos de vegetais, em func’o do compri- mento de onda (A) da radiacéo electromagnética proveniente do Sol. A frequéncia, em Hz, que os “ip seres humanos percebem como verde é cerca de: a) 15-10? b) 1,5 - 103 ©) 6+ 10° 4) 15-10 ©) 6-104 700-600 500 400-3000) 8. Os electroencefalogramas séo medicdes de sinais eléctricos oriundos do cérebro. As cha- madas ondas cerebrais sao usualmente classificadas como ondas 6 (delta), com frequen- cia até 4 Hz, @ (teta), de 4a 7 Hz, o (alfa), de 7a 14 Hze B (beta), acima de 14 Hz, Analise os graficos. Considerando que os graficos I ¢ II sejam de ondas luminosas com velocidade c = 3 - 10° m/s, as quais possuem a mesma frequéncia das ondas cerebrais, pode-se concluir que seus comprimentos de onda correspondem, res- pectivamente, a ondas. aaeB b)aeB Bed ad dee ©) Bed Ze m) x(0'm) smplitude (mm) __smplitude (=) Grifco Geico 9. A velocidade de propagacéo de uma onda ou radiacao electromagnética, no ar, é cerca de 300 000 km/s. A tabela a seguir mostra, em metros, a ordem de grandeza do comprimento de onda (A), associado a algumas radiacdes electromagnéticas. Uma onda electromagnética de frequencia 2,5 - 10° Hz, que se propaga na atmosfera, correspondera a radiacao classifi- adaicoma: Cais Ea) a) raios X b) luz vistvel Raios X 197? ¢) microonda d) onda de radio ‘Luz visivel 10° “Microondas 107 ‘Ondas de radio | ae) UNIDADE 2 Fisica atomica A Fisica Atomica é 0 ramo da Fisica que se ocupa das interaccdes ao nivel da electrosfera. dos atomos. Isto significa que a Fisica Atomica ocupa-se dos fenémenos relacionados com 0s electroes. Neste capitulo iremos estudar o fendmeno fotoeléctrico, os raios X e os niveis de energia no étomo de hidrogénio. Fendémeno fotoeléctrico Do estudo da Quimica ja sabe que nos metais os electroes da tiltima camada sto chamados electrées livres ou de valéncia, pois sdo os electrdes que se movimentam livremente no atomo € so responséveis pela valéncia que caracteriza a ligagdo do metal com qualquer outro elemento. Por isso, estes electrées encontram-se na superficie dos metais, assim como no seu interior. Os clectrées livres da superficie de um metal podem ser retirados do atomo de duas formas: * Através do fornecimento de energia térmica ao atomo, isto é, aquecendo o metal (Fig. 2.1) - emissao termoelectrénica. + Através de energia luminosa, isto é, fazendo incidir luz sobre a superficie de um metal (Fig, 2.2) — emissio fotoeléctrica (pois considera-se que a luz € constituida por particulas que nao possum nem massa nem carga, chamadas fotdes).. Metal Elecirdes _-Blectroes emitidos Metal [= -S livres 1 livres Fonte o— oe 5. 7 Electroes oy :o= Vid -emitido 4 alee Se tees Fig. 2.1 Emissao termoelectronics Fig. 2.2 Emissto fotoelectriea Assim podemos coneluir que: Emissao termoelectrénica é a emissio dos electrées livres da superficie de um metal a custa de energia térmica. Emissao fotoeléctrica € a emissio dos electrdes livres da superficie de um metal a custa de energia luminosa. Leis do fenédmeno fotoeléctrico 0 fenémeno fotoeléctrico, tal como os demais fensmenos, obedece a principios ou leis bési- cas que s4o deduzidos experimentalmente. Porém, comecemos por nos familiarizar com alguns dos termos dos quais nos serviremos no futuro. Fisica atémica Radiacdo incidente é a radiacao ou luz que incide sobre a superfi- cie do metal e que provém da fonte luminosa. Fotoclectrées sao os electrées emitidos da superficie do metal com uma determinada velocidade v. Ja sabemos que durante o fenémeno fotoeléctrico sto emitidos electrodes ~ os fotoelectrdes. r isso, € importante saber quantos fotoelectrdes sao emitidos em cada segundo, isto é, em cada dade de tempo, durante a deducao experimental das leis que regem 0 fendmeno. Assim, A corrente fotoeléctrica I, ¢ 0 mimero de fotoelectroes emitidos por unidade de tempo durante o fendmeno fotoeléctrico. ‘Actualmente, sabe-se que uma lampada de 100 W ilumina melhor p, do que outra de 60 W. Por isso, quanto maior € a potencia da fonte Tnminosa, maior é a sua capacidade de iluminar, isto é, maior é a sua intensidade luminosa. Experimentalmente verificou-se que, durante 0 fenémeno fotoe- Iectrico, 0 ntimero de fotoclectrdes emitidos por unidade de tempo (corrente fotceléctrica) aumenta com o aumento da intensidade da * fonte luminosa, ou seja, com 0 aumento da poténcia luminosa da yig23 rorenca da fonte em fan fonte. gao da intensidade da corrente Como a corrente fotoeléctrica é directamente proporcional a" poténcia da fonte, o grafico da poténcia, Bem funcdo da intensidade da corrente fotoeléctrica, I, deve ser uma linha recta (Fig. 2.3) Ja vimos que durante o fenémeno fotoeléctrico, a intensidade da corrente fotoeléctrica, ou seja, 0 ntimero de fotoelectrées emitidos por unidade de tempo é directamente proporcional & intensidade uminosa da fonte. Isto significa que quanto maior é a intensidade luminosa da fonte, maior € o numero de fotoelectrées emitidos. Porém, experimentalmente verificou-se que a velocidade maxima dos fotoelectroes nao se altera com o aumento da intensidade luminosa ou poteéncia da lampada. 1* Lei do fenémeno fotoeléctrico: a intensidade da corrente fotoeléc- trica, ou seja, 0 ntimero de fotoelectrdes emitidos por unidade de tempo € directamente proporcional a intensidade da fonte luminosa. Mas como a intensidade da fonte luminosa depende da potencia da fonte, podemos afirmar que a intensidade da corrente fotoeléctrica € directamente proporcional a poténcia da fonte. Isto significa que: * Se a potencia da fonte duplica, a corrente fotoeléctrica também duplica. ° Se a potencia da fonte triplica, a corrente fotoeléctrica também triplica. * Se a poténcia da fonte diminui quatro vezes, a corrente fotoeléctrica também diminui qua- tro vezes, etc. UNIDADE 2 Experimentalmente verificou-se que para variarmos a velocidade maxima dos fotoelectroes emitidos deverfamos variar a frequéncia da radiagao incidente, ou seja, variar a frequencia da luz emitida pela fonte que provoca o fenémeno fotoeléctrico. Isto significa que existe uma relacao de proporcionalidade directa entre a frequéncia da radiacdo incidente e a velocidade dos fotoelectroes emitidos. Por isso, podemos enunciar a 2.* lei do fenémeno fotoeléctrico da seguinte forma: 24 lei do fenémeno fotoeléctrico: a velocidade maxima dos fotoclectroes emitidos € directamente proporcional a frequéncia da radiacao incidente. Isto significa que quanto maior (ou menor) é a frequéncia da radiacao incidente, maior (menor) € a velocidade maxima dos fotoelectroes emitidos, J4 sabemos que a velocidade maxima dos fotoelectroes varia com a frequencia da radiagao incidente. Por isso, se diminuirmos a frequéncia da radiacdo incidente chegaremos a um ponto em que a velocidade dos fotoclectrées se torna nula (mix, = 0)- ‘A frequencia da radiagao incidente cuja velocidade maxima dos fotoelectrdes emitidos € nula dé-se o nome de frequéncia limite ou limite vermelho e representa-se por fy. Assim, pode- mos enunciar a 3." lei do fenémeno fotoeléctrico. 3 lei do fenémeno fotocléctrico: existe uma frequéncia minima, chamada frequén- cia limite ou limite vermelho, a partir da qual se da inicio ao fenémeno fotoeléctrico, A frequencia limite ou limite vermelho € uma caracteristica de cada metal ¢ tem um valor constante para determinado metal. Com base na 3.* lei do fendmeno fotoeléctrico podemos concluir que: * Sea frequencia da radiacdo incidente, f, for maior do que a frequéncia limite, fo, ocorre 0 fendmeno fotoeléctrico. * Sea frequéncia da radiacdo incidente, f, for menor do que a frequéncia limite, fo, ndo ocor- re o fenémeno fotoeléctrico. + Sea frequéncia da radiacio incidente, f, for igual a frequéncia limite, fo, ocorre o fenémeno fotoeléctrico, mas a velocidade maxima dos fotoelectrées emitidos é nula. Ao comprimento de onda correspondente a frequéncia limite da-se 0 nome de comprimento de onda maximo, ho, a partir do qual nao ocorre o fenémeno fotoeléctrico, pois a frequéncia ¢ 0 comprimento de onda sio grandezas inversamente proporcionais. De realear que quando a frequéncia da radiagio incidente é igual a frequéncia limite, a velo- cidade maxima dos fotoelectroes emitidos é nula e, consequentemente, a energia cinética dos fotoelectrdes emitidos é também nula. ‘A primeira lei é facil de perceber, do ponto de vista da teoria das ondas electromagnéticas, por- que se a radiacao tem maior intensidade, maior intensidade deve ser absorvida pelos electres e, por isso, € possivel emitir mais electrdes. Também sera compreensivel que os electrdes emitidos tenham velocidades que vao de zero até um valor maximo, pois sabemos que no atomo os electrdes pos- suem energias diferentes dependendo da camada em que se encontram. Mas nesta base, seria entao de esperar que o aumento da intensidade da radiacao incidente provocasse um aumento da veloci- dade maxima ou da energia cinética maxima dos fotoelectroes; porém, nao € o que se verifica experimentalmente, Portanto, a dependencia da velocidade maxima dos fotoelectroes emitidos em funcao da frequéncia, bem como da existéncia de uma frequéncia limite, tornou-se um enigma para a chamada Mecanica Classica. Assim nasce a Teoria Quantica, Fisica atémica SSS SS Teoria Quantica Nos finais do século XIX, a teoria ondulatéria comecou a mostrar-se incapaz de dar resposta a determinados fendmenos, especialmente por estarem relacionados com a interaccao das radia- goes electromagnéticas com a matéria como, por exemplo, a radiacdo do corpo negro ¢ a emissao fotoelécurica. Teoria de Planck Em 1900, Planck tentou descobrir uma teoria que pudesse explicar a radiacéio do corpo negro. Enquanto outros cientistas consideravam que a radiacdo era emitida de forma continua, Planck propos que ela era emitida intermitentemente em valores fixos multiplos de um «tomo» ou quantum de energia (o plural de quantum € quanta). O tamanho do quantum proposto por Planck depende da frequéncia do oscilador que produz a radiacdo. Assim, um corpo deve emitir um, dois, trés, etc., quanta de energia e nunca fraccdes de um quantum. Resumindo, podemos enunciar a teoria de Planck da seguinte forma: De acordo com Planck, o quantum de energia E, para radiacao de frequencia, f, é dado pela expresso: =h onde: Banh h€ a constante de Planck (h = 6,626 X 10-*Js). Usando a equacdo fundamental da onda c = Af,a energia de um quantum pode ainda ser caleulada pela expressio: poe a De referir que na altura do surgimento da teoria de Planck, esta foi demasiado revolucionaria e Por isso nao The foi dada o seu devido valor. Mas actualmente é um dos pilares da Fisica Moderna. Teoria de Planck: € a energia da radiacao emitida em forma de «pacotes» ou «pedacos de energia», chamados quanta. Equagdo de Einstein para o fenémeno fotoeléctrico Desenvolvendo o pensamento de Planck, em 1905, Einstein derivou uma equacio que expli- cou de forma satisfatria o fenémeno fotoeléctrico. Einstein considerou que a radiacao nao é s6 emitida na forma de quanta, mas também é absorvida na forma de quanta, chamados fotdes. Assim podemos estabelecer o fundamento da Teoria Quantica: Teoria Quantica: é a radiacao emitida e absorvida na forma de quanta de energia chamados fotées. Isto significa que as radiagoes electromagnéticas podem comportar-se tanto como ondas ou como particulas ~ dualidade corpuscular e ondulatoria da mat Como vimos, o fendmeno fotoeléctrico consiste no arranque dos electroes da superficie de um metal & custa de energia luminosa. Por isso, para retirar os electrdes da superficie do metal, € necessério gastar energia, ou seja, realizar trabalho. Por isso, chama-se funcao trabalho () a energia minima necessaria para o arranque dos fotoelectrdes da superficie do metal sem lhes comunicar energia cinética, isto é, com velocidade nula. Assim, podemos escrever: E=® + Ecmsx SOT | Funcio trabalho, ©, € a energia minima necesséria para o arrangue dos fotoclectroes da superficie do metal sem thes comunicar energia cinética, isto ¢, com velocidade nula. A fungao trabalho € caracteristica de cada metal e tem um valor constante. Como qualquer outro fenémeno natural, o fenémeno fotoeléctrico também deve obedecer @ Lei da Conservacao de Energia. Desta forma, a energia dos fotdes provenientes da fonte, E, deve ser maior do que a funcao trabalho do metal, ®, para que ocorra o fenémeno fotoeléctrico. O excesso de energia vai entao ser tranformado em energia cinética dos fotoelectroes. Assim, podemos afirmar que: ‘Da energia da radiacio incidente, E uma parte é usada no arranque dos electroes da superficie do metal, &, ea outra parte é transformada em energia cinética maxima dos fotoelectrDes, E- mse ComoE=hf => hf=®+ Fema Ja sabemos que quando a frequencia da radiacao incidente € igual & frequéncia limite (f = fo), a energia cinética maxima dos fotoelectroes € nula (Ec méx = 0). Entao, h fo = ® + 0. Finalmente, podemos escrever as equagdes: @=hf e = he No Grdfico da energia cinética em funcgdo da frequéncia da radiacao incidente Da equacao de Einstein podemos escrever: E,=hf-® Esta equacdo é semelhante a equacdo: y= if + l Como vé, 0 grafico da energia cinética em funcao da fre- quéncia da radiacao incidente deve ser uma linha recta crescen- te porque 0 coeficiente angular, h, € positivo. O grafico corta 0 eixo vertical no ponto ® — que é a ordenada na origem, e 0 zero da funcdo é igual a fy. Assim, podemos construir o grafico da figura 2.4. A parte tracejada do grafico corresponde aos valo- res inferiores a frequéncia limite, onde nao ocorre o fenémeno funcio da fotoeléctrico. Fig. 2.4 Energia frequencia da Grdfico do potencial de paragem em fun¢gao da frequéncia da radiagdo incidente Os electrdes emitidos durante o fenomeno fotoeléctrico podem ser parados ou travados, por exemplo, através de um campo eléctrico uniforme (Fig. 2.5). Repare que a forca tem sentido contrario a0 do movimento do electro. Ao potencial minimo necessério para parar os electroes Fisica atémica emitidos durante 0 fenémeno fotoeléctrico dé-se o nome de potencial de paragem Up. Assim, podemos definir: Potencial de paragem (U,,) € 0 potencial minimo necessério para parar os electroes emitidos durante o fendmeno fotoeléctrico. Durante o seu movimento, a energia potencial do electrdo (Ey=qX |» U, onde q é a carga do electrao, q = 1,6 X 10-9 C) € transformada em +H energia cinética. Por isso, podemos escrever: ioe, E.= Ey =qUup bb eiaear Da equacdo de Einstein sobre o fenomeno fotoeléctrico podemos Fig, 2.5 Fle entdo escrever: ‘mento num «co unilorme, impo elect hf=®+qU,> U, Esta ultima equacdo também se assemelha a uma fungio linear do tipoy =ax +b. Neste caso, o gréfico € também uma linha recta. A ordenada na origem € dada pelo quociente, ~ © e o zero da funcao também 6 fy. Assim pode- Ft, 26 Perens de paagem q em fangio da frequencia mos constrnir o grafico da figura 2.6. et 1. Uma lampada de 200 W emite 3 X 10° fotoelectroes por segundo quando a sua luz incide sobre a superficie de um metal. 8) Quantos fotoelectrdes sero emitidos por unidade de tempo se se trocar a fonte pot outra de 600 W? 1b) Qual deve ser a poténcia da fonte para que sejam emitidos 1,5 102° fotoelectrses por segundo? Resolucao: a) Se a poténcia aumenta 3 vezes, a corrente fotoeléctrica também ira aumentar 3 vezes. b) Se I diminuir 2 vezes, a poténcia também diminuira 2 vezes. 2. Calcule, em eV (electréo-volt) (1 eV = 1,6 x 107! J), a energia de um fota a) De luz ultravioleta de 10! Hz. b) De luz violeta de 400 nm. c) De luz verde de 500 nm. Resolugao a) E =h- fcomf = 105 Hzeh = 6,626 X 10-*JsE = 4,14 eV bE = ASE comd= 4X 107 mje = 3 X 10 mise h = 6,626 X 10-5 E = c sL1ev OE = "5 © comh= 5 X 10-7 mc = 3 X 10 m/s eh = 6,626 X 10-4 Js E BeV wT 3.0 grélico representa a poténcia da fonte luminosa em funcao da corrente fotoeléctrica, para um determinado metal. 2) Quantos fotoelectrdes séo emitidos em cada segundo quando a poténcia da fonte é de 500 W? b) Qual deve ser a poténcia da fonte luminosa para que sejam emitidos 10° fotoelectrdes por segundo? 2 4 10S foresi) Resolucao: a) 2 X 10° fotoeletrées/s b) Se 500 W 2x 10° x 10 ge 5+ 107 - 10% 2-108 x=25-107W 4. A luz, cuja energia dos fotdes que a constituem € de 3,5 eV, incide sobre um fotocatodo cuja fungao trabalho é de 2,1 eV. a) Determine a energia cinética maxima dos fotoelectroes emiti- dos pelo catodo. Ee Pama fenomeno fotocietico b) Quais sdo os valores indicados pelas letras A eB? ©) Com base no grafico, determine 0 potencial de paragem do niquel. 4) Calcule a frequéncia limite ¢ a funcao trabalho (em eV) do * niquel. Resolucao: a)E=E-® com E=35eV @=21eV E.=14eV ia ein 2 op 2 ee 16 D)B=O=21eV A=fo= =~ ER6-10-™ 1,98 x 10!°H, OU,=2,1V €) Igual ab) 5. O grifico representa energia cinética em fungao da frequen- cia, durante o fendmeno fotoeléctrico. a) Qual é a frequencia limite do metal? 'b) Qual é a funcao trabalho do metal? fv") Fisica atomica c) Determine a constante de Planck, d) Calcule a energia cinética dos fotoelectrées quando a frequéncia da radiacio incidente é de 6 X 104 Hz. ¢) Diga se ocorre ou nao o fenomeno fotoeléctrico quando a frequéncia da radiacdo inci- dente € de 8 X 104* Hz. Resolugio: a) fo = 4-10" Hz b) Ey = 1,5 eV = 2,4- 10-9J y=. OT = = = 6-10-34 ©) Ey = he fore h = =a agg = 8 10S a) E = Ey + E, > E, = E— Eg =h- f — Eg E,= 6- 107.6. 10! 2,4. 10-19 ‘o> E. => E,= 3,6- 1079 — 2,4. 10-9 => E,= 1,2. 10-9 ¢) Ocorre porque f > fo, isto €,8 - 10! Hz > 4-10! Hz Espectros épticos Os espectros 6pticos classificam-se em | visas espectros de emissdo e de absorcao. Por sua Enis vez, ambos subdividem-se em continuos ¢ des- descontinuos continuos. Os espectros descontinuos podem | Espectros reek ainda ser de riscas (linhas) ou de bandas, con- continuos forme o esquematizado a seguir. Absoreo riscas descontinuos { i bandas Espectro de riscas ou linhas Os espectros de riscas ou linhas so constitufdes por linhas brilhantes e coloridas (se forem de emissao) ou linhas pretas (se forem de absorcao). Estas linhas correspondem a um compri- mento de onda definido. Este tipo de espectro € caracteristico da luz emitida por gases de ele- mentos monoatémicos e vapores de metais a baixa pressdo, ou seja, a cada elemento corresponde um tinico espectro de riscas. Por exemplo, o hidrogénio, o hélio, o néon, yapores de sédio, etc. Espectro de bandas Os espectros de bandas sao constitufdos por grupos de riscas. Sdo caracteristicos de molécu- las de gases poliatomicos ou vapores incandescentes a baixa pressao. Sao exemplos 0 nitrogénio, o oxigénio, a chama de um bico de Bunsen, etc. Espectro continuo Os espectros continuos sto constituidos por faixas de cores das radiagdes que constituem a luz branca. Estes sto emitidos por metais (sdlidos) ¢ liquidos incandescentes a alta pressao. Os espectros continuos nfo sto caracteristicos de nenhum elemento. De referir ainda que a andlise espectral € feita, normalmente, com o auxilio de espectrosc6- pios que, tal como o nome indica, sto instrumentos destinados a separar os componentes de um espectro 6ptico. Os espectros dpticos podem ser interpretados da seguinte forma: * Cada elemento tem as suas linhas caracteristicas que diferem de qualquer outro elemento. Por isso, a presenca de certas linhas num qualquer espectro servem para identificar a pre- senca de certos elementos quimicos. + As linhas brilhantes de qualquer espectro de emissao devem-se a um aumento brusco da intensidade, I, da radiacdo de um determinado comprimento de onda 4 (Fig. 2.7 (a)). © No espectro continuo de emissio, todas as cores presentes apresentam igual brilho (inten- sidade) (Fig. 2.7 (b)). +O espectro de riscas de absorcao apresenta uma diminuigdo brusca da intensidade da radiagZo de um determinado comprimento de onda. As linhas sto acompanhadas por um espectro continuo de fundo (Fig. 2.7 (b)).. (a) Alta densidade Grade de da matéria quente difraccao Espectro continuo emia 7 4 ea (b) re) Gas quente Espectro de emissio i, i — [<= VV Gas fro Bae de absorcio Continuo X —AbsorgioX 1 Ic Fig. 2.7(a) Intensidades dos espectzos opticas (b) Diferemtes tips de espectros Niveis de energia do dtomo de hidrogénio Segundo o Modelo de Bohr, os electroes ocupam certas camadas no tomo. A cada camada é atribuida uma determinada energia que ¢ designada nivel de energia do atomo. Os espectros 6pticos encontram a explicacao da sua existéncia nos niveis de energia. Por isso, com base nos niveis de energia do atomo de hidrogénio, pode construir-se 0 espectro dptico. Fisica atémica Os niveis de energia apresentam, geralmente, a seguinte estrutura (figura 2.8): ° Sao usualmente representados por uma série de linhas horizontais. * A energia cresce de baixo para cima assumindo valores negativos. * O nivel de energia mais baixo do electrao ¢ chamado estado fundamental. Fig. 2.8 Niveis de cnergia do atémo de hidrogénio * Para o hidrogénio a energia do estado fundamental é de —13,6 eV. * A energia de todos os estados de energia do atomo de hidrogénio pode ser calculada pela telacao: r= -6 onde: 1 E, €a energia da orbital ou camada en é 0 niimero da orbital (n.° quantico principal). * Os estados acima do estado fundamental até infinito n= ce so chamados estados excitados. * Durante a subida de nivel, o electrao absorve energia, e durante a descida liberta energia, Em ambos 0s casos, a energia ¢ absorvida ou libertada na forma de quanta de energia (fot6es). * Quanto mais baixo for o nivel energético ocupado pelo electro, maior sera a atraccéo (ligacao) deste ao micleo. * Quanto mais alto for o nivel energético ocupado pelo electrao, menor sera a atracgio (ligacao) deste ao micleo. © As transicdes que ocorrem para o nivel K (n = 1) pertencem a uma série chamada série de Lyman. Nestas transic6es, os electrdes emitem radiacao dentro da banda da tadiacao ultra- violeta. “+ As transicdes que ocorrem para o nivel L (n = 2) pertencem a uma série chamada série de Balmer. Nestas transigées, os electroes emitem tadiacao dentro da banda da radiacao visivel. « As transigdes que ocorrem para o nivel M (n = 3) pertencem 2 uma série chamada série de Paschen, Nestas transic6es, os electrées emitem radiacao dentro da banda da radiagao infravermelha. * Para distincao das diferentes linhas dentro da mesma série (K, L ou M) usam-se os indices a, By, 8 etc., paraa 1.4, 2.4, 3.%, 4.* transigdes, respectivamente. # A frequéncia ou o comprimento de onda da radiacao emitida ow absorvida durante qual- quer transicao pode ser determinada pelas expressoes: IEl=hj med tae es 1. Observe os niveis de energia do atomo de hidrogenio. sh ’ a) Calcule, em nm, 0 comprimento de onda da transicao A. 58 ) Qual é a energia de ionizacao do atomo de hidrogénio? is c) Entre as transicdes A e B, qual € a de maior energia? d) Entre as transicoes A ¢ B, qual é a de menor comprimento de ~** ae onda? e) Trace a transic¢ao Mp nos niveis dados. -n6— Resolucao: hee a) AE= ) x er pees 107 Sie 107° = 097 X 1077 m= 9,7 X 10° m ~ (13,6 = 0,85) - 1,6 X3 x 10™ b)-13,6eV c)A d)A_ e) Ver figura 2. A figura representa o espectro de absorcao do Sol em funcao do seu comprimento de onda, em nandmetros. a) Qual é o comprimento de onda da linha Hy? 7o0__so0_ego_po_ 500 _ato b) Calcule a energia que dew origem & linha Hy, [Le Resolucao: a) 675 nm b) A, = 582,5 nm = 5,825 X 107m E=),,, comh 6,626 X 10-#J X s;c = 3 X 10° ms a a 6,626 X 10-4 +3 x 108 = 2# x 107 5,825 X 10 Fisica atomica possesses VE HOSE SEN APT LE ETS Raios X Em 1895, Rontgen, enquanto trabalhava com os seus tubos de descarga, verificou que as placas fotograficas junto dos tubos com os quais trabalhava ficaram emulsionadas apesar de nao terem sido expostas a luz solar. Assim, ele decidiu que este efeito se dera devido a emissao de alguma forma de radiacdo electromagnética proveniente dos tubos de descarga, ¢ baptizou esse radical com © nome de raios X, ou seja, raios desconhecidos, dado que nao sabia qual era a sua origem. Ele deduzin que estes raios eram de natureza electromagnetica e verificou que os raios X eram produzidos quando um feixe de electrdes chocava com um alvo metilico. Rontgen também pode verificar que quanto maior a energia dos electroes, maior seria a frequencia dos raios X. Conclusivamente, podemos afirmar que: Os taios X sto de natureza electromagnética ¢ si produzidos quando um feixe de electrdes choca com um alvo metélico. A frequéncia dos raios X é tanto maior quanto maior for a energia dos electrodes que chocam com 0 alvo metalico. Raios catédicos: suas propriedades e aplicagées Raios catédicos sdo um feixe de electroes que se propagam em linha recta e alta- mente energéticos devido a sua elevada energia cinética, pois viajam a velocida- des muito proximas a da luz (cerca de 300 000 km/s). As principais propriedades e aplicacdes dos raios catédicos sao as seguintes: © Movimentam-se em linha recta. «¢ Provocam fluorescéncia em algumas substancias. © Possuem energia cinética devido a sua velocidade. «© Sofrem defleccéo em campos cléctricos e campos magnéticos. © Podem produzir raios X no choque com a matéria. @ Usam-se nos microscdpios electronicos, nos aparelhos de televisio, nos osciloscépios, etc. © tubo de raios X ‘A figura 2.9 mostra esquematicamente um tubo a ‘Vacuo Sivo metilico de raios X moderno. Neste caso, usa-se a emissao A Bagi termoelectrénica, ou seja, emitem-se os electrdes do es eiceuie cétodo através de energia calorifica. Assim, o catodo Lsjer “a € aquecido através da resistencia de aquecimento, 0 Resistencia haa, | 4 que vai excitar 06 electrées livres do catodo. Devido de aquecimento ee ai Raios-X A existéncia de um campo eléctrico entre 0 catodo € reabddions 0 anodo resulta uma diferenca de potencial (d.d.p.), € 0s electroes vao mover-se do catodo para 0 anodo Fig. 29 Tubo deraics formando 08 raios catédicos. Chegados ao anodo, os electroes chocam com o alvo metilico cedendo a sua energia cinética aos electroes dos atomos do material que constitui o alvo. Por sua vez, os electrées do alvo metalico emitem a energia absorvida na forma de raios X. Quando os electroes (tics cadicos) so acelerados por uma dtp. na orden 665 OEY, 8 HBS prodiuz taios X de elevado comprimento de onda, ou sea, de baixa frequencia, os chamados raios X ‘amoles». Mas se os raios catédicos forem acelerados por uma voltagem na ordem dos 100 ky, os Talos X produzides serdo de baixo comprimento de onda, ou seja, de alta frequencia, os chamados raios X «duros». Por isso, quanto maior é a d.d.p. entre 0 cdtodo e 0 anodo, maior é a frequéncia dos vaios Xe maior € a sua dureza, e quanto maior € 0 comprimento de onda dos raios X menor € a sua ddureza, porque a frequéncia inversamente proporcional ao comprimento de onda, ‘A intensidade dos raios X depende do ntimero de electroes que chocam com o alvo metalico na unidade de tempo, Isto € controlado pela intensidade da corrente que atravessa a resistencia de aquecimento, O poder de penetracio dos raios X depende da voltagem ou dd. entre o cétodo ¢ 0 anodo. Assim, podemos concluir que: «A frequencia dos raios X ¢ directamente proporcional a dd.p. entre o catodo € 0 anodo. + 0 comprimento de onda ¢ inversamente proporcional a dd.p. entre 0 cétodo ¢ o anodo. © Quanto maior ¢ a frequéncia dos raios X, maior é a sua dureza, © A intensidade dos raios X depende do numero de electrdes que choca com o alvo metalico por unidade de tempo. #0 poder de penetracto dos raios X depende da voltagem ou d.d.p. entre 0 catodo € 0 anodo. Jé dissemos que durante a colisto dos raios catédicos com o alvo metilico estes cedem a sua energia cinética aos electrdes dos atomos do alvo metilico, Porém, apenas uma pequena parte desta energia (menos de 0,05%) é convertida em energia dos raios X ¢ o restante é convertido em energia térmica, Por isso, para evitar a destruicdo do anodo devido a sobreaquecimento, usa-se um liquido refrigerante, que pode ser agua ou dleo, para arrefecer 0 anodo. Aplicagdes dos raios X Os raios X foram usados menos de trés meses apés a sua descoberta por Rontgen. As princi- pais aplicagSes nos nossos dias cobrem uma vasta érea das ciencias que vao desde a arte, passando pela engenharia até a medicina. Na arte, 0s raios X sao usados na deteccdo de imagens ocultas em pinturas antigas. Na enge- hata, 0s raios X tém a sua aplicacdo no exame de metais, na procura de defeitos de fabrico. Na medicina, 0s raios X podem ser usados como meio de diagnéstico e de terapia. Como meio de dliagnéstico, os raios X podem ser usados na deteccio de oss0s partidos, investigacao de desordens respiratérias ou digestivas. No caso de investigacio de desordens digestivas, 0 paciente devera ingerir bario ou iodo para que os raios X possam ser absorvidos pelas paredes do estomago. Como meio de terapia, 0s raios X sao usados no tratamento de cancros malignos. Durante o uso dos raios X na medicina, € muito importante controlar a dosagem (a frequen- cia) que deve ser usada para cada tipo de diagndstico ou terapia, porque os raios X podem causar a destruicéo de tecidos vivos. Por isso, nao € conveniente que um paciente esteja constantemente exposto 20s raios X, dat que nao seja conveniente fazer duas radiografias da mesma parte do corpo (do trax, por exemplo) num intervalo de tempo inferior a seis meses. Resumindo, podemos afir- ‘mar que os raios X tém larga aplicacio: ‘ Na arte, para a deteccdo de imagens ocultas em pinturas antigas. # Na engenharia, para o exame de metais, na procura de defeitos de fabrico. = Na medicina, como meio de diagndstico (deteccao de ossos partidos, investigacao de desor- dens respiratorias ou digestivas) e como terapéutico (no tratamento de cancros malignos). Fisica atomica Transformacées de energia no tubo dos raios X Ja vimos que os raios X sao produzidos quando um feixe de electrées choca com um alvo metalico. Vimos também que os electrées séo acelerados por um campo eléctrico existente entre 0 catodo e o anodo. Durante todos estes processos ha transformacées de energia, pois na Natureza a energia nao se cria nem se destréi, apenas se transforma — Lei da Conservacao de Energia. Deste modo, os electrdes ao sairem do cétodo possuem energia potencial eléctrica. Durante o seu movi- mento em direccao ao anodo a energia potencial eléctrica é transformada em cinética. Durante a coliséo dos electrdes com o anodo a sua energia cinética é transformada em energia das ondas electromagnéticas que é constituida pelos raios X. ‘Assim, podemos escrever: Energia potencial eléctrica = Energia cinética = Energia dos raios X. Acenergia potencial eléctrica é dada pela expresso: Eye = q* U A energia cinética ¢ dada pela expresso: E, = a mv? A energia dos raios X ou fotdes que constituem os raios X ¢ dada pelas expressdes: he Aas Assim, na producao dos raios X, tendo em conta as transformagoes de energia, sto vélidas as seguintes igualdades: Ensiosx = fix OX Eraios x = Energia ‘Energia. Energiados Energia dos potencial cinética alos X ralos X eléctrica onde: q— €acarga do electrao (q = 1,6 X 10-!°C). U- éaddyp. entre 0 cétodo € 0 anodo. m— €a massa do electrao (m = 9,11 X 1073!kg). h—€a constante de Planck (h = 6,62 X 1073*J s). Suis. ~ a frequéncia maxima dos raios X produzidos. Amin, — € © comprimento de onda minimo dos raios X produzidos. A frequéncia dos raios X produzidos é maxima, pois, como vimos anteriormente, apenas uma pequena parte (menos de 0,05%) da energia cinética dos electrdes ou raios catédicos € transfor- mada em energia dos raios X produzidos no tubo. comprimento de onda é minimo pois este € inyersamente proporcional a sua frequéncia. 0 Propriedades dos raios X Os raios X tém as seguintes propriedades: © Propagam-se em linha recta. © Atravessam a matéria praticamente sem se alterarem. # Provocam fuorescéncia quando incidem sobre certas substancias, especialmente em sais. ¢ Emulsionam chapas fotograficas. * Nao sofrem refraccao. © Nao sofrem defleccdo em campos eléctricos e magnéticos. © Provocam descarga eléctrica sobre corpos electrizados. © Provocam efeito fotoeléctrico. * Sao produzidos quando um feixe de raios catédicos incide sobre os nuicleos de um alvo metilico. Lei de Moseley Em 1954, Moseley propds uma lei na qual mostrava que a frequéncia dos raios X estava relacionada com o ntimero atémico Z dos étomos do material que constituia o alvo metélico. Lei de Moseley: a frequencia dos raios X € directamente proporcional ao qua- drado do mtimero atémico dos 4tomos que constituem o alvo metdlico (f ~ 2”). gh? O08 Vi Como (f~ Z2) significa que Vf ~ Z (colocando a raiz qua- drada em ambos os membros). Assim, como consequéncia da lei de Moseley, podemos afirmar que a raiz quadrada da fre- quencia dos raios X é directamente proporcional ao ntimero atémico dos atomos da substancia que constitui o alvo metali- a aap 00. Assim, 0 grifico de \Vf em funcao de Z é uma linha recta 7 2S 5) (higazs10); Fig. 2.10 Lei de Moseley 201 10 O electrées que passam para o nivel K no tomo do alvo metilico provenientes de qualquer nivel excitado (L, M, N, etc.) produzem os raios X numa série de comprimentos de onda seme- Ihante a de um espectro ptico que ficou conhecido como série K. Assim se distinguem as séries Ka, Kg, etc. Quando a transicao ocorre para o nivel L, entao obtém-se a série L, ¢ assim sucessiva- mente, Mas como os raios X so produzidos pelas transicées que ocorrem apenas nas camadas internas (K e L) dos atomos que constituem o alvo metilico, normalmente sé se distinguem as séries Ke L. oe Fisica atémica Espectro dos raios X Com base na difraceao dos raios X pode obter-se 0 espec- to apresentado na figura 2.11, na qual as duas curvas repre- sentam duas d.d.p. diferentes entre 0 catodo e 0 anodo, sendo U, > Up, © espectro dos raios X pode ser considerado em duas partes: + Um espectro continuo de fundo. st 4 © Uma série de picos de intensidade. Fig. 2.11 Fspectto dos raios X O espectro continuo de fundo deve-se a radiacao emitida quando os electrodes sao retarda- dos pela atraccao electromagnética do nucleo do material que constitui o alvo metalico. © com- primento de onda minimo (e, por isso, a frequéncia maxima ¢ a energia maxima) do espectro dos raios X é produzido quando um electrao € justamente travado por um tinico nucleo do material que constitui 0 alvo. O resto da curva € produzido por clectrdes que perdem apenas parte da sua energia cinética durante a colisao com varios micleos do material do alvo. Quanto maior é a dd.p. entre o catodo ¢ o anodo, menor é 0 comprimento de onda minimo Deaias COMO tal podemos concluit: © comprimento de onda minimo dos raios X € inversamente proporcional a voltagem ou did.p. entre o catodo € 0 anodo. Consequentemente, a frequéncia maxima dos raios X ¢ directamente proporcional & volta- gem ou d.d.p. entre 0 cétodo € 0 anodo. Os picos de intensidade no espectro dos raios X séo caracteristicos para cada material que cons- titui o alvo metélico. Os electrées das camadas interiores so completamente removidos pelo bom- bardeamento dos raios catédicos (clectrées acelerados pela d.d.p. entre 0 cétodo e o anodo), deixando lacunas nas camadas internas. Estas lacunas poderao em seguida ser ocupadas pelos elec- tres das camadas mais externas que possuem maior energia, Um electrio duma camada mais externa que va ocupar a lacuna existente emite um fotao de um determinado comprimento de onda (ou duma determinada frequéncia), dando origem ao pico de intensidade no espectro dos raios X (Fig. 2.12)). Electroes Fig. 2.12 Formacio dos picos de intensidatle no espectro de raios X ig: i Seeds a 1. Caleule 0 comprimento de onda minimo dos raios X emitidos por um tubo de raios X, quando a voltagem de aceleragao € de 30 kV. Resolucao: E.=E, q-Au=t£4)=—he x q AU h = 6,626 + 10-*Js;c =3>- 108 mvs; q =1,6- 10° CeAU =3,10* h=4,14- 10M 2. Calcule a frequéncia ¢ 0 comprimento de onda dos raios X mais energéticos emitidos num tubo que opere com as seguintes voltagens: a) LOkV b) 25 kV ©) 150 kV d) 200 kV Resolucao: Para todos: F, = E, s “Al hfaq-dveope to h a) fy = 2,410" Hz; b) fe = 6,010 Hz; c) fo = 3,6 +10" Hz; b) fy = 4,8-10° Hz . A figura seguinte representa um tubo de raios X que operaa uma d.d.p. de 100 KV. di a) Faca a legenda do tubo. ( 'b) Dé exemplos de trés aplicacdes dos raios X. 2 7 ©) Enumere trés propriedades dos raios X. / pe 4) Calcule a energia potencial dos raios catédicos. y e) Calcule a energia dos raios X. f) Calcule o comprimento de onda minimo dos raios X. Resolugao: a) 1 — Resistencia (filamento de Tungsténio) 2-Catodo 3 —Raios catédicos (electrdes emitidos pelo catodo) 4—Raios X 5-Alvo 6-Anodo 7 — Liquido refrigerante bec) Ver texto «propriedades dos raios X» e «aplicacbes dos raios X». @E=q-AU E=16-10-%] OE 6-107) h q-AUSh= "7 R= 124-10-°M a 1. Acusta de que tipo de energia ocorre a emissao termoelectronica? A. Energia luminosa, _B. Energia quimica, C. Energia térmica. D. Energia mecainica. 2. Acusta de que tipo de energia ocorre a emissio fotoeléctrica? A. Energia luminosa, —_B. Energia quimica. C. Energia térmica, D. Energia mecanica 3. Assinale com V as afirmacoes verdadeiras e com F as afirmacoes falsas. ‘A. Os electroes emitidos da superficie do metal constituem a radiacdo incidente. B.O fenémeno fotoeléctrico consiste na emissao de todos os electroes de um corpo & custa da energia luminosa. C.A corrente fotoeléctrica é directamente proporcional a poténcia da fonte que ilumina a superficie do metal. D. Quanto menor é a intensidade luminosa da fonte, menor € 0 numero de fotoelectrées emi- tidos na unidade de tempo. E, Os electrdes emitidos da superficie do metal sao também chamadbos fotoelectroes. F, Para aumentar a velocidade maxima dos fotoelectrdes é necessério aumentar a frequencia da radiagao incidente. G.A funcio trabalho é o trabalho necessario para o arranque dos electroes da superficie do metal. 4.0 limite vermelho para uma superficie de litio € de 5,5 x 10! Hz. a) O que € que isto significa? b) Calcule a funcdo trabalho do metal. ©) Se a superficie for iluminada por uma luz monocromatica de 7,5 X 10" Hz, calcule a energia cinética maxima dos fotoclectrdes. @ Qual € a velocidade maxima dos fotoclectrées se a frequéncia da radiacéo incidente for de 5,5 X 104 Hz? yw . O grifico ao lado foi obtido com o auxilio de uma fotocélula. uy, ev) a) Qual € a frequéncia minima para o arranque do fen6- meno fotoeléctrico? b) Determine a energia despendida no arranque dos elec- tres da superficie do metal. c) Com base no grafico determine a constante de Planck. ore 8 1 scone 6.0 maior comprimento de onda abaixo do qual se da a emissao fotoeléctrica € de 600 nm. a) Calcule o limite vermelho e a fungao trabalho do metal. b) Calcule a energia cinética dos fotoelectroes quando sobre o metal incide uma luz mono- cromatica de 400 nm. 7. A funcao trabalho de uma superficie de cobre ¢ de 4,2 eV. Calcule: a) O comprimento de onda maximo abaixo do qual se da o fenomeno fotoeléctrico. b)A velocidade maxima dos fotoelectrées emitidos quando sobre o metal incide uma luz ultravioleta de 4,2 X 10! Hz. ©) O potencial de paragem do metal. & & Exercicios propostos 8. O potencial de paragem do zinco é de 1,2 eV quando a frequéncia da radiagdo incidente € de 1,2 X 10 Hz. Calcule: a) A frequéncia limite e a fungao trabalho do zinco. b) A energia cinética e a velocidade dos fotoelectrées emitidos. 9. A energia necessiria para ionizar um dtomo de rubidio é de 4,2 eV. a) Qual é 0 valor da fungio trabalho deste elemento? 1b) Calcule 0 comprimento de onda maximo da radiacao incidente capaz de ionizar o rubidio. ) Qual deve ser a frequéncia da radiacao incidente para que os electrdes emitidos possuam ‘uma energia cinética de 2,5 X 10-2 J? 10. Os dados da tabela seguinte foram recolhidos com 0 auxilio de um fotocatodo de césio (Cs): (_U,07__[ 070] 056] 042 | 029 | 015) asics oe a) Construa o grafico do potencial de paragem em funcao do comprimento de onda da radia- ao incidente sobre o fotocatodo. b) Com o auxilio do grafico anterior determine a funcao trabalho do césio. ©) Calcule o valor da constante de Planck. 1, Numa experiéncia com uma fotocélula recolheram-se os seguintes dados: (E.Go-™p] 326 | 256 | 192 | 125 | 050) (2 G07m) [3.00 [333 | 375 | 420 | 500 | a) Construa o grafico da energia cinética maxima em funcao da frequéncia da radiacao inci- dente. ‘b) Determine a funcao trabalho e o valor da constante de Planck. 12. Que tipo de espectro 6ptico apresenta uma lampada de incandescencia? Justifique. 13. As riscas do espectro de emissao estao ligadas a transicao dos electrdes dos niveis de maior energia para os de menor ou de menor energia para os de maior? Justifique. 14. As riscas do espectro de emissio esto ligadas as transicdes exotérmicas ou endotérmicas? Porque? 15. Os espectros épticos continuos sao caracteristicos de: A. Gases monoatémicos. _B. Gases poliatomicos. C. Metais incandescentes. 16, A figura seguinte representa os niveis de energia € os respec- x ar tivos espectros 6pticos de dois elementos X e Y. hy 2) Qual dos espectros € de emissio e qual é de absor¢ao? Justi- |, phy figue lee ya b) Qual € a relacao de proporcionalidade entre a energia emiti- EEE) at da ou absorvida pelo electrao ¢ 0 comprimento de onda da Pacopeed radiacdo emitida ou absorvida? Justifique através de uma equacao. ) Faca corresponder 0 ntimero de cada transicao a letra da linha do espectro correspondente. ee ero Exercicios propostos 17. A figura representa o espectro dptico de um elemento ¢ os seus respectivos niveis de energia. Faca corresponder as letras do espectro as transigdes dos niveis de energia. 18. Observe o espectro de raios X. a) Qual é 0 comprimento de onda minimo dos raios X? b) Calcule a energia da linha Ka. ‘ ©) Qual € a dd.p. minima a que deve operar o referido tubo? 19. Usands os gréficos A e B, responda as questdes que se seguem: a) Explique por que € que o grafico A representa quatro curvas apesar de se ter usado mesmo metal para a construcdo de cada curva. rr tL Antensidade (nidadesabiaras) Intensidade (unidade aaa) 8.62 0.4 076 008 6,1 camprnenos dena 302 Hae 086 9088 ) Calcule a energia associada as linhas K, e Ks no grafico B. ©) Caleule a voltagem de aceleragao em cada caso. 20.0 grafico representa a frequencia dos raios X em funcao do mimero atomico do elemento que constitui o alvo metilico para as transicdes Kg ¢ Kg ~ lei de Moseley: a) Determine a frequéncia dos raios X emitidos durante a transicao K, para um tubo cujo alvo € constituido pelo elemento manganés weve (Z=25). 0 1b) Calcule a energia dos fotdes que deram origem a transigio Kp para 0 cobalto (Z = 28). 29 ©) De que material deve ser feito 0 alvo do tubo de raios X para. que a frequencia dos raios X emitidos durante a transicao Ky 1 a9 30 40 50° 60 seja de 4 X 10'8 Hz? Nomero stemico, Z (Consulte a Tabela Periédica se achar necessario). Exercicios propostos eR SETS Escolha miltipla 1. Considere as seguintes substancias, A: Ta(4,2), B: W (4,5), C: Ba (2,5), D: Li @.3) (funcao trabalho, em e¥, entre parénteses). Para confeccionar uma fotocélula para ser usada com luz visivel, tendo em conta os valores aproximados dos comprimentos de onda (em nm) no visi- vel apresentados na tabela abaixo, devemos escolher: © Violeta PE oNeae | Rearcle [ Larwoje. | Vermetho pees i. oO Posner a) Apenas A b) ApenasB —c) Todas d) CeD e)A,CeD 2. Qual é, em eV, a energia cinetica maxima dos fotoelelectrdes emitido por um certo metal se a funcao trabalho do material ¢ de 2,3 eV e a frequéncia da radiacao € de 3,0 - 10)? Hz. a) 101,2eV b) 1,012 eV. c) 10,12 eV d) 2,3 eV e)3,2eV 3, A fungdo trabalho do tungsténio € 4.5 eV. Calcule a velocidade do mais rapido fotoelectrao emitido para fotdes incidentes de 5,8 eV. a) 6,76 + 10? km/s b) 6,76 « 10? m/s ©) 6,76 + 10° kn/s d) 45,16 - 10! m/s e) 7,66 - 10* km/s 4, As afirmagSes abaixo sao relativas a explicacao do efeito fotoeléctrico, tendo como base 0 modelo corpuscular da luz. 1A energia dos fotoes da luz incidente é transferida para os electroes do metal de forma quantizada. ILA energia cinética maxima dos electrées emitidos de uma superficie metalica depende apenas da frequencia da luz incidente € da fungao trabalho do metal. Ill, Numa superficie metilica, electrées devem ser ejectados independentemente da frequén- cia da luz incidente, desde que a intensidade seja alta o suficiente, pois esta sendo trans- ferida energia ao metal. Somente estd(4o) correcta(s) a(s) afirmacao(Ses): a)l b) 1 oul d) lel e)lell . Considere a seguintes afirmacoes sobre a estrutura do étomo: 1. Aenergia de um electro ligado a um atomo nao pode assumir qualquer valor. 1. Para separar um electro de um dtomo é necessaria uma energia bem maior do que para arrancar um protio do nticleo. IIL. O volume do nticleo de um atomo ¢ aproximadamente igual a metade do volume do tomo todo. Quais esto correctas? a) Apenas 1 b) Apenas IL ©) Apenas Ie IIL d) Apenas Il e IT ¢) Todas —————— ——“‘OS— Exercicios propostos ce 6. As seguintes afirmacdes sobre a estrutura nuclear do atomo. 1. O miicleo de um atomo qualquer tem sempre carga eléctrica positiva. TILA massa do niicleo de um tomo é aproximadamente igual a metade da massa de todo 0 tomo. III. Na desintegracio de um nécleo radioactivo, ele altera sua estrutura para alcancar uma configuragao mais estavel. Quais estao correctas? a) Apenas I b) Apenas II ©) Apenas Le IIL @) Apenas Il ¢ IL o) 1, Mell 7. Um atomo excitado emite energia, muitas vezes em forma de luz visivel, porque: a) Um de seus electrées foi arrancado do atomo. b) Um dos electrdes desloca-se para niveis de energia mais baixos, aproximando-se do micleo. ©) Um dos electrdes desloca-se para niveis de energia mais altos, afastando-se do nuicleo. d) Os electrdes permanecem estacionarios em seus niveis de energia. ©) Os electrées se transformam em luz, segundo Einstein. 8. Dois feixes de raios X, Le Il, incidem sobre uma placa de chumbo e sto totalmente absorvi- dos por ela. O comprimento de onda do feixe II ¢ trés vezes maior que © comprimento de onda do feixe I. Ao serem absorvidos, um fotdo do feixe I transfere & placa de chumbo uma energia E, e um fotao do feixe Il, uma energia E,. Considerando-se essas informagoes, € Cor- recto afirmar que: ©) Ey = 6F, ©. Uma linha do espectro de raios X do ouro tem comprimento de onda 0,18 A. Determine a energia do estado estacionaio inferior, sabendo que a energia do estado superior, cuja transi- ao resulta na linha observada € ~13,7 keV. a) -825,9 keV b) —82,7 keV ©) 20,6 keV d) -826 keV e) 69 keV UNIDADE 3 Fisica nuclear Acabamos de estudar as interaccdes que ocorrem ao nivel da electrosfera dos nuicleos atomi- cos das substéncias ~ Fisica Atomica. Agora vamos estudar as interaccOes que ocorrem 20 nivel dos nticleos atémicos e particulas elementares ~ Fisica Nuclear. Constituem exemplos de particulas elementares 0 proto, 0 neutréo, o electréo, 0 positro, 0 fotao, ete. A Fisica nuclear ocupa-se das interacgdes ao nivel dos nticleos atémicos. Para uma melhor compreensao das interaccdes nucleares, vamos comegar por apresentar alguns termos e conceitos que vao constituir a nossa ferramenta para o estudo da Fisica Nuclear. O niicleo atémico dos elementos quimicos ¢ chamado nuclideo. Assim, leo representa o nticleo de qualquer elemento quimico Por isso, um nuclideo € totalmente representado pelo mimero atémico, Z, ¢ 0 mimero de ‘massa ou massa atomica, A. A representactio do nuclideo é normalmente feita da seguinte forma: 4X onde: X-~ representa o simbolo do elemento quimico, Z—representa o mimero atémico (que € igual ao mimero de protoes, p, no nucleo). A~ representa o mimero de massa (que € igual a soma do ntimero de protoes, p, neutroe: no nticleo). Por isso, A = Z +N. Por exemplo, um nuclideo de potdssio € representado na forma 2 K, enquanto que um nuclideo de uranio é representado na forma 733 U, etc. As particulas que figuram no micleo atémico sio denominadas nucledes. Por isso, nucleao € qualquer particula contida no nuclideo (protéo ou neutrao). 1, Na Fisica Nuclear considera-se que 0 protéo ¢ o neutrio sdo a mesma particula mas em estados diferentes. Veremos mais tarde que um protdo se pode transformar num neutrdo e um. neutrao também se pode transformar num protdo. Por exemplo, um nuclideo de potassio (33 K) possui 39 nucledes, 19 protoes e 20 neutroes. Como viu, na pratica, o ntimero de nucledes € igual ao numero de massa, A. Os elementos quimicos distinguem-se pelo seu ntimero atémico ¢ pelo seu mtimero de massa Porém, 0 mesmo elemento quimico pode ter massas atOmicas diferentes e diferentes elementos quimicos podem ter a mesma massa atmica, Assim, distinguem-se: Elementos isotopos sao aqueles que tém o mesmo numero atomico mas diferente mimero de massa. 3 sis oe 2 iy Oe a Ba Por exemplo, o hidrogénio tem trés is6topos: iH (prétio), a ou 1D (deutério), }H ou {T (tritio). Ovuranio também possui trés isstopos: *¥U, "2U, e o *4U. Os isétopos do uranio aqui apresentados existem na Natureza (isétopos naturais). Por exemplo, 0 uranio possui muitos mais isotopos, mas nao sao naturais, Elementos isdbaros séo aqueles que possuem o mesmo neimero de massa mas diferente numero atémico. Fisica nuclear i Oc ES NEB 0, Por exemplo: j,K eo 39Ca. Com estas ferramentas podemos passar ao estudo dos diferentes tipos de reacgSes nuclea- res, onde decorrem interaccoes entre nticleos ¢ particulas elementares. Reacgdes nucleares [As reacgdes nucleares dividem-se em trés grandes grupos © Reaccoes de desintegragao nuclear ou radioactividade. © Reacgdes de fissao nuclear. © Reaccées de fustio nuclear. Durante as reaccdes nucleares sio sempre validas a lei de conservacio da massa ¢ a lei de conservagao da carga. Assim, a soma das massas atomicas dos reagentes deve ser igual 4 soma Gas massas atémicas dos produtos e a soma dos mimeros atémicos dos reagentes também deve ser igual a soma dos mimeros atomicos dos produtos. “A tabela 1 apresenta uma lista de particulas elementares, a sua representagio ¢ a sua massa atémica relativa, que sio fundamentais na representacao de qualquer reaccdo nuclear. Tabela 1: Caracteristica das particulas elementares (~ Nome da particula Representacao ‘Massa atomica Cage relativa em Wma, Prowo D 1,00728 e Neario tn 100867 o Blectio Ye 0.00055 =e Positrao $e 0.00055 e Fotio ou Gama ay a 0 ‘Alfa He 4,00278 2e Desintegragdo nuclear ou radioactividade © fenomeno da radioactividade foi descoberto acidentalmente pelo cientista francés Henti Becquerel (1852-1909), em 1896. Ele descobriu que os cristais de uranio emitiam raios invist veis que: « Emulsionavam filmes fotograficos mesmo quando estes estavam protegidos por papel preto. * Ionizavam gases, Mais tarde, um casal de cientistas, também francés, Marie Curie (1867-1934) e Pierre Curie (1859-1906), descobriu um novo elemento radioactivo ao qual deu o nome de radio, Ra (do Jatim radium = que irradia). A desintegracao nuclear, ou radioactividade, ¢ a transformacao de ‘um nticleo noutro, com a emissio de particulas radioactivas. UNIDADE 3 Também se considera radioactividade a transformacdo de uma particula noutra, como, por exemplo, a transformacéo de um protao num neutrao e vice-versa. A radioactividade pode ser natural ou espontanea se ocorrer de forma espontanea nos isd- topos naturais ou artificial se ocorrer nos is6topos obtidos nos reactores nucleares, Tipos de desintegracao nuclear Desintegragéo alfa 4 . A radiacao alfa é constituida por micleos de helio ( *He), e Nuteleo Por isso, durante o processo de desintegracdo alfa deve libertar- se um nticleo de hélio. Por exemplo, quando o uranio-238 oe (Sie Sy Pascua ala e (238 € a massa atomica) sofre desintegracio alfa, deve libertar-se es um nticleo de hélio e um de torio (figura 3.1). ‘Nucleo com dois protées 7 F e dois neutroes menos A equacao que representa o processo €%1) 5 ‘He + "4h, fig 31 Dostescio A Em geral, se considerarmos um nticleo -Y (também chamado niicleo-mae) a softer desinte- 4 Ans gracto alfa, ele deve lbertar um micleo de helio (+ He) eummiicleo $ 2X (chamado micleo- -filho). Desta forma, a reaccao geral de uma desintegracao alfa sera: ane nas CY jHe + 2" 7X Regra de deslocamento de Fanjans ~ Soddy. Resumindo, podemos afirmar que: Durante qualquer desintegracio alfa liberta-se um micleo de hélio; o mimero atomico do nticleo- mie é reduzido em duas unidades ¢ a sua massa atémica € reduzida em quatro unidades. Esta regra foi pela primeira vez apresentada pelos cientistas Fanjans e Soddy, por isso ficou baptizada com os seus nomes. Desintegracgdo beta A radiacao beta € constituida por electrdes ou positroes. Porém, por motives histéricos, dis- tinguem-se dois tipos de desintegracao beta: ce Ps ore ‘Neutrino a) Desintegracao 8” (beta-menos), quando a particula kr, ge emitida € um electréo. Por exemplo, quando o krip- set Sk 190-83 sofie desintepregan B” Kkeraceumeleciioe a> Cine um nticleo de rubidio (Fig. 3.2). Pes ie Este facto deve-se a transformacao de um neutrio do © micleo num protao e num electrao. Fisica nuclear ES ETS NT EUSA OSE EP OLE OE NESE ARES ‘A equacdo que representa 0 processo €: Reais ak + e+ 47 Rb Em geral, se considerarmos um nticleo-mae “Kr a sofrer desintegracdo 8, ele deve libertar 0 mam electrao (Ye) e umm mucleo-filho , , 8x. Desta forma, a reaccao geral de uma desintegracéo B sere a °, is ZY > {e+ 2,{X _ Regra de deslocamento de Fanjans ~Soddy Resumindo, podemos afirmar que: Durante qualquer desintegracdo B” liberta-se um electro; o nimero atémi- co do micleo-mae aumenta uma unidade e a sua massa atémica mantém-se. b) Desintegracao B* (beta-mais), quando a particula emitida ¢ um_ @ oe ‘ -Positrao positrio. Por exemplo, quando 0 sdio-22 sofre desintegracao en B* liberta-se um positrao ¢ um miicleo de néon (Fig. 3.3). Este facto deve-se a transformacao de um protao do nucleo eS mae num neutrao e positrao. A equacdo que representa 0 proces- so Niicleo filho 2Na—> 96+ 2Ne u + 10) Fig. 3.3 Desin 26 me a Em geral, se considerarmos um niicleo-mae 2Y a sofrer desintegracao B, ele deve libertar ; 4 ; A um positréo( ,{¢) e um mutcleo-filho , . |X. Desta forma, a reaccdo geral de uma desintegracao B* sera: ‘ Y> ie +,4 x _ Regra de deslocamento de Fanjans ~Soddy Resumindo, podemos afirmar que: Durante qualquer desintegracdo B* liberta-se um positrao ($e): ‘o ntimero atomi- co do nticleo-mae diminui uma unidade e a sua massa atomica mantém-se. Captura electronica ou captura K Considera-se captura electronica quando um nucleo atémico capta um electrao. Por exemplo, quando o bismuto-214 capta um electrao liberta-se um nticleo de chumbo (Fig. 3.4) Este facto deve-se a juncao de um protao do nucleo com um elec- eo trio dando origem a um neutrao. Tea A equagio que representa 0 processo é: Bi + _e—> ,) Pb Fig. 34 Capruta K + _ 7" z fan Em geral, se considerarmos um micleo-mae SY a softer captura K, ele deve captar um electro ° ‘ A ( te) e liberta um nticleo-filho , _ |X. Desta forma, a reaccdo geral de uma captura K seré: aes RET fY + Je, 3X Regra de deslocamento de Fanjans Resumindo, podemos afirmar que Durante qualquer captura K o nucleo-mae capta um, electrao ( Soddy Se}; 0 mamero até- mico do ntcleo-mae diminui em uma unidade e a sua massa atomica mantém-se. Desintegracado gama (y) A desintegracao ¥y ocorre quando sao emiti- dos fotdes ou simplesmente ondas electromagn: ticas. Este fenémeno ocorre, como ja deve saber, quando um electro passa de um nivel de maior energia para outro de menor energia. E de notar que a desintegracao -y nao consti- tui um tipo independente de radioactividade, pois ela acompanha as desintegracées, alfa e beta, mas sem causar alteracao na carga e na massa das par- ticulas que participam na reaccio. Por exemplo, quando 0 cobalto-60 sofre desintegracao B~, liberta-se, para além do electro e do micleo de niquel, um fotdo ou particula gama (Fig. 3.5). Propriedades da radiacgao radioactiva Naskomfe is de fortes * ~@ 69 CANES eT) A equacao que representa o processo 6: ACN ar Oa A tabela 2 apresenta, de forma resumida, as propriedades da radiacao radioactiva como o alcance no ar, o poder de penetracio (de atravessar corpos) e a velocidade em relagdo a velocidade da luz no vacuo, c (onde c = 3 X 10° m/s). Tabela 2: Propriedades da radiacao radioactiva Radiacao Alfa Radiacao Beta Radiacao Gama Poder de penetragio pequeno grande muito grande Aleance no ar alguns centimetros | *lewmas desenas de alguns metros Carga posltiva positive ow negativa” | no tem carga ‘Deflexio em campos eléctricos e magnéticos aa ee Se (ED Fisica nuclear Poder de ionizacao ‘muito grande ie grande muito pequena Velocidade 0,05¢ 09¢ c Masse pesado Teve ‘penhuma Natureza rmicleos dehélio | electrdes ou positroes fotoes milias radioactivas Como pode verificar, durante o processo de desintegracao, os mucleos formados s40, em |, is6topos dos elementos presentes na Tabela Peri6dica. No entanto, se 0 niicleo-filho obti- também for radioactivo, dar-se-A uma nova desintegracao até que se obtenha um nticleo esta- |, Por isso, distinguem-se as seguintes quatro séries ou familias radioactivas seguintes: © A familia do neptinio 737 U, série 4n + 1. * A familia do actinio *3U, série 4n + 3. © A familia do trio “3 Th, série 4n. © A familia do urdnio “3) Np, série 4n + 2 Tabela 3: Familias ou series radioactivas Serie do Torio Série do Neptunio Serie do Uranio Serie do Actinio 2 5 2s By = =P 2] cast xia FT wast apa ase to a e200 sl osc al ea) ‘s a = 0 Tecasw Less | rene Trane nal ah ! aigh Tron sal pveism ail ero 2] prose ‘oo! 207" al et al eas wal cast | aasxiea che fs Fe i ay Be “t tT oP ae a aa.oro asl casio ol e010) amy. Zan20 86" 5 wh aa ¥ er at a3 angie « aca7a a a 2 : Be tT asava ST aomse sei A sal sl 00 alone | Re a ae cE | eet, Bo Tacise are Se (aS 0.1%) aslo" “> > a 2 ag DR a : a alae abot cman “oss satin 700-4 ef Be wnt gh BM BM Ly fm 9 @amn) O W042 «10°95 LV4N 2 Giant 020080 By 740107) 03 nos rot eb eaeb a ea BiH 74 Fo a = cab Moowwets — aamnidy Zoos = eT iad nol, «289 a Ze 20665 % ane caso ty Pearse oy O proceso de desintegracdo sucessiva destes nuclideos dé-se naturalmente com a emissio de particulas alfa e beta. Os nuclideos resultantes em cada desintegracio sto cada vez thais esté- veis ¢ $6 terminam uma vez aleneady, um is6topo estavel. As séries do torio, uranio ¢ actinio 26 terminam no chumbo sSPb, “,,Pb ¢ “, Pb, respectivamente Apés a descoberta dos elementos arf ais trmsvtneas aelonmn 6 a fre do nepiic, ; ‘smuto 2’ Bi a qual termina no bismuto "Bi. Os termos 4n, 4n +1, 4n + 2 ¢ 4n + 3 significam que a massa atomica dos elementos (ow membros) dessas séries sio exactamente divisiveis por quatro dando 0, 1, 2 ou 3, respectivamente (abela 3). Por exemplo, na série do nepttinio, se dividirmos a massa do Re por quatro obtemos resto um. Por isso, 233 = 4 X 58 + 1, Os valores entre paréntesis correspondem ao periodo de semide- sintegracdo, sobre o qual falaremos mais adiante, onde: min = minuto; d = dia; a = ano. Leis da desintegracdo radioactiva A desintegracdo radioactiva, tal como afirmou 0 fisico australiano E. Von Schweindler, em 1905, € um processo espontneo e puramente estatistico. Isto significa que nao é possivel prever qual é 0 micleo que se vai desintegrar no instante a seguir, Por isso, s6 € possivel estudar 0 compor- tamento de um grande niimero de nuclideos. Essa forma de estudo € a base do estudo estatistico, 1.* lei: 0 processo de desintegracdo radioactiva nao depende das condigdes exteriores. Isto significa que o processo de desintegracéo nao € afectado pelas condicdes exteriores como a temperatura, humidade, etc. ‘A segunda lei da desintegracao radioactiva baseia-se na suposi¢ao de que num mesmo intervalo de tempo (periodo) desintegra-se, em média, a mesma fraccdo de nuclideos ainda existentes (frac- cdo de nuclideos por se desintegrar). Isto significa que se inicialmente tivermos 800 nuclideos por se desintegrar, ¢ metade deles (400) se desintegrar em 10 segundos, por exemplo, a metade dos 400 nuclideos também se vao desintegrar em 10 segundos. E a metade dos 200 restantes também neces- sitard de 10 segundos para se desintegrar, ¢ assim sucessivamente (Fig. 3.6). 2 100 HAtomo-pat_" Atomo-filho a g Bo z 30 rio 88 2 Pai Filho & g 25, g 2 i &&8 e 023 Se | SES Og eas eS Tempo — Atomos-pai — Atomos-filho Fig. 3.6 Lei da lesintegracdo radioactiva

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