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Capa

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Contra Capa

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Índice

Introdução ......................................................................................................................... 3

Conceito ............................................................................................................................ 5

Mercantilismo no Tempo e no Espaço ............................................................................. 5

Caracteristicas do Mercantilismo ..................................................................................... 6

Riquesa Das Nações ......................................................................................................... 7

Surgimento do Mercantilismo .......................................................................................... 7

O Papel do Estado ............................................................................................................ 7

Percursores do Mercantilismo .......................................................................................... 9

Consequências do Mercantilismo ................................................................................... 12

Conclusão ....................................................................................................................... 13

Referências Bibliográficas .............................................................................................. 14

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Introdução

As origens do mercantilismo remontam à transição da Idade Média para a Idade


Moderna, entre os séculos XIV e XV.
Nessa altura a Europa vivia a crise do sistema feudal e consequentemente o surgimento
do capitalismo.
A burguesia tornava-se numa classe social em ascensão, graças ao fortalecimento do
comércio. Os reis ganhavam destaque ao exercerem liderança nas guerras, no combate
às revoltas servis e na formação dos Estados nacionais.
Burgueses e monarcas uniram-se para fortalecer um ao outro, bem como expandir o
comércio, que era consolidado como a principal atividade econômica da Europa.
Esse período foi marcado pela expansão marítima, liderada por Portugal e Espanha,
entretanto a busca por novas rotas até as Índias, em busca de especiarias para serem
comercializadas no continente europeu, promoveu o reconhecimento de um novo
continente, neste caso , América.
Na altura Iniciava a colonização dessa nova terra, o que levou para o outro lado do
Atlântico as práticas e ideias mercantilistas.
O colonialismo europeu contou com o apoio dos reis e o financiamento da burguesia,
a aliança entre reis e burgueses enfraqueceu a nobreza feudal.
Durante a Idade Média, os nobres eram a classe social dominante e possuidores de
grandes quantidades de terra, fonte de riqueza no período feudal.
Como a agricultura era a principal atividade econômica da Europa feudalista, os nobres
eram os mais ricos e, consequentemente, os mais poderosos.
A crise do sistema feudal e as ascensões dos monarcas absolutistas e da burguesia
colocaram um pontofinal no domínio nobre na Europa.
Portanto o presente trabalho visa ilutrar o mercantilismo, nos seus puros detalhes, desde
a sua conceitualizacao, fases, caracteristicas e entre outos pontos que em frente irao ser
abordados.

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Conceito
Mercantilismo
É um conjunto de práticas econômicas desenvolvido na Europa na Idade Moderna, entre
o século XV e o final do século XVIII.
O termo mercantilismo foi criado a partir da palavra latina mercari, que significa
mercantil, no sentido de levar a cabo um negócio, e que procede da raiz merx que
significa mercadoria.
De início foi usado apenas por críticos, como Mirabeau e o próprio Smith, mas foi logo
adotada pelos historiadores. Hunt, E.(1989).
O mercantilismo é um conjunto de ideias econômicas que considerava a prosperidade de
uma nação ou Estado idenpendentemente do capital que poderia ter.

Mercantilismo no Tempo e no Espaço

O conceito de mercantilismo define-se a partir dos grandes descobrimentos,e


consequência da abertura das rotas comerciais marítimas pelos portugueses entre
o século XV e 1500, e a consolidada corrente do metal precioso como ouro e prata
,levado dos territórios novos para a Europa, em particular depois do estabelecimento
dos vice-reinos .Heckscher (1935).

Portanto o mercantilismo desenvolveu-se, numa época,. na que a economia europeia


estava em transição do feudalismo ao capitalismo.
As monarquias feudais medievais estavam sendo substituídas pelas novas nações-
estado centralizadas, em forma de monarquias absolutas .
Embora os câmbios tecnológicos na navegação e o crescimento dos núcleos urbanos
também contribuíram decisivamente ao rápido acréscimo do comércio internacional. O
mercantilismo focava em como este comércio podia ajudar melhor os estados.
O câmbio importante foi a introdução da contabilidade moderna e as técnicas de dupla
entrada.
A nova contabilidade permitia levar um claro seguimento do comércio, contribuindo
para a possibilidade de fiscalizar a balança de comércio.
Evidentemente, também não se pode ignorar o impacto do descobrimento da América,
os novos mercados e minas descobertas impulsionaram o comércio exterior a cifras até
não concebidas .
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Antes do mercantilismo, os estudos econômicos mais importantes realizados na Europa
foram as teorias da Escolástica medieval.
O objetivo destes pensadores era encontrar um sistema econômico que fosse compatível
com as doutrinas cristãs com respeito à piedade e a justiça.
Eram centrados nomeadamente nas questões microeconômicas e nas trocas locais entre
indivíduos.
O mercantilismo, por sua vez, estava alinhado com as outras teorias e ideias que
estavam substituindo o ponto de vista medieval.
Nesta época foram adotadas também as teorias da Realpolitik impulsionadas
por Nicolau Maquiavel e a primazia do interesse nacional nas relações internacionais.
A ideia mercantilista de o comércio ser uma soma zero na qual cada parte fazia o
possível para ganhar numa dura concorrência, integrava-se dentro das teorias filosóficas
de Thomas Hobbes.
Os jogos de soma zero, como o dilema do prisioneiro, podem ser consistentes com um
ponto de vista mercantilista.
No mencionado dilema, os jogadores são premiados por atraiçoar os seus companheiros,
embora todos ficassem melhor se todos cooperassem.

Caracteristicas do Mercantilismo
Principais características.
 Metalismo: defesa do acúmulo de metais e pedras preciosas, como ouro, prata e
diamante, esta característica mercantilista foi aplicada por Portugal e Espanha
enquanto organizavam a exploração de suas colônias na América entretanto os
espanhóis conseguiram explorar ouro logo no início da colonização, enquanto os
portugueses não tiveram a mesma sorte logo após o desembarque no litoral
brasileiro. No século XVIII foi quando as primeiras minas de ouro foram
encontradas pelos bandeirantes..
 Colbertismo: incentivo ao desenvolvimento manufatureiro para atrair riqueza
por meio da vinda de moeda estrangeira. Buscava-se também limitar os gastos
internos. Essa característica foi baseada nas ideias do ministro francês Jean-
Baptiste Colbert.
 Balança comercial favorável: nas trocas comerciais, uma nação deveria vender
mais mercadorias e comprar menos, ou seja, exportar mais e importar menos.
Dessa forma, sua balança comercial estaria positiva.
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 Protecionismo alfandegário: cobranças de impostos sobre produtos
estrangeiros para proteger o mercado interno.

Riquesa Das Nações


As políticas mercantilistas partilhavam a crença de que a riqueza de uma nação residia
na acumulação de metais preciosos como ouro e prata, advogando que estes se atrairiam
através do incremento das exportações e da restrição das importações e procura de
uma balança comercial favorável.

Surgimento do Mercantilismo

O mercantilismo surgiu, como o contexto de surgimento dos Estados


Nacionais modernos, tendo em vista sua associação direta com o absolutismo.
Nesse período, ocorria a ascensão da burguesia, que desejava enfraquecer os privilégios
da nobreza para garantir o desenvolvimento de seus negócios, entretanto o
fortalecimento do poder do monarca passou a ser defendido e entendido como a forma
ideal de governo. Hunt, E.(1989)
A consolidação dessa ideia garantiu que a nobreza fosse obrigada a abrir mão de muitos
de seus privilégios originados no período feudal, com a concentração de poder rei, veio
o mercantilismo.

O Papel do Estado
O Estado desempenha um papel intervencionista na economia, implantando
novas indústrias protegidas pelo aumento dos direitos alfandegários sobre as
importações, protecionismo, controlando os consumos internos de determinados
produtos, melhorando as infra-estruturas e promovendo a colonização de novos
territórios monopólio, entendidos como forma de garantir o acesso a matérias-primas e
o escoamento de produtos manufaturados. Heckscher (1935).

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A forte regulamentação da economia pelo mercantilismo será contestada na segunda
metade do século XVIII por François Quesnay e pelo movimento dos fisiocratas.

Principios do Mercantilismo
Os princípios mercantilistas eram os seguintes:
 Incentivos às Fabricas
O governo estimulava o desenvolvimento de Fábricas em seus territórios,como o
produto manufaturado era mais caro do que as matérias-primas ou gêneros agrícolas,
sua exportação era certeza de bons lucros.
 Protecionismo Alfandegário
O governo de uma nação deve aplicar uma política protecionista sobre a sua economia,
favorecendo a exportação e desfavorecendo a importação, sobretudo mediante a
imposição de tarifas alfandegárias, portanto, a balança comercial positivava com outras
nações.
Eram criados impostos e taxas para evitar ao máximo a entrada de produtos vindos do
exterior como uma forma de estimular a indústria e manufaturas nacionais e também
evitar a saída de moedas para outros países.
 Balança Comercial Favorável
O esforço era para exportar mais do que importar, desta forma os ingressos de moeda
seriam superiores às saídas, deixando em boa situação financeira.
 Soma Zero
O volume global do comércio mundial é inalterável.
Os mercantilistas viam o sistema econômico como um jogo de soma zero, no qual o
lucro de uma das partes implica a perda da outra.
 Colônias de Exploração
A riqueza de um país está diretamente ligada à quantidade de colônias de que dispunha
para exploração. O mercantilismo indiretamente impulsionou muitas das guerras
europeias do período e serviu como causa e fundamento do imperialismo europeu, dado
que as grandes potências da Europa lutavam pelo controlo dos mercados disponíveis no
mundo. Hunt, E.(1989).

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Fig 1
Comércio Colonial Monopolizado pela metrópole
As colônias europeias deveriam comercializar exclusivamente com suas
respectivas metrópoles.
Para as metrópoles tratava-se de vender caro e comprar barato. Dentro desse contexto
ocorreu o ciclo do açúcar no Brasil Colonial

Percursores do Mercantilismo

Para os escritores bullionistas, como Jean Bodin ou Thomas Gresham, a riqueza e o


poder do Estado medem-se pela quantidade de ouro que possuem. Cada nação deve,
pois, acrescentar as suas reservas de ouro à custa das demais nações para fazer crescer o
seu poder, Vaggi (2003).Escritores, como Thomas Mun, situavam como principal
objetivo o crescimento da riqueza nacional, e embora continuavam considerando que o
ouro era a riqueza principal, admitiam que existiam outras fontes de riqueza, como
as mercadorias.
Enquanto Adam Smith dizia que o mercantilismo apelava a controlos muito estritos da
economia, os mercantilistas não concordavam entre si.
John Maynard Keynes, Gustav Schmoller, William Cunningham e o já
mencionado Adam Smith, entre muitos outros, achegaram a sua perspectiva do
mercantilismo.

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Assinalado particularmente Eli Heckscher que, influenciado pelos autores
mencionados, reúne as interpretações destes para logo acrescentar a sua.
Fala do mercantilismo do ponto de vista da sua política protecionista e as suas atitudes
monetárias como já refere o pensador Smith, como uma doutrina na construção do
estado como um sistema de poder (propugnado por Cunningham) e acrescenta a sua tese
a estas quatro: descreve o mercantilismo como uma concepção social que quebrou com
as formas, tanto morais quanto religiosas, que determinavam o comportamento
dos agentes econômicos.
Destaca-se Cantillon entre os autores que acreditam que o mercantilismo é a
antecipação da doutrina clássica. Este autor, entre o pensamento mercantilista e clássico,
aperfeiçoa o conceito de "balança de comércio" em termos de trabalho.
A primeira escola que recusou completamente o mercantilismo foi a da Fisiocracia,
na França.
Contudo, as suas teorias também apresentavam uma série de importantes problemas, e a
substituição do mercantilismo não se produziu até que Adam Smith publicou a sua
famosa obra "Uma investigação sobre a natureza e as causas da riqueza das nações"
em 1776 .Hunt, E.(1989)
Keynes e outros economistas do período também retomaram a importância que tinha
a balança de pagamentos, e visto que desde a década dos anos 1930 todas as nações
controlaram as entradas e saídas de capital, a maioria dos economistas está de acordo
em que uma balança de pagamentos positiva é melhor que uma negativa para a
economia de um país
Metalismo ou Bulionismo

Baseia-se na crença de posse e acúmulo de ouro e metais preciosos, o metal é a maior


fonte de riquezas, confundindo estes com capital, não investindo em atividades
lucrativas como manufaturas, comércio, etc.
Durante a Idade Moderna, Espanha e Portugal, que buscavam uma balança
comercial favorável por meio do monopólio, defenderam o entesouramento de metais
preciosos, prática denominada bulionismo. Metalismo, também conhecido como
bulionismo, é a ideia de riqueza econômica através da quantificação de metais
preciosos. Vaggi (2003)

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O metal era valorizado como moeda de troca, muitas vezes sendo confundido como
moeda ou capital.

A Espanha foi o país que mais se comprometeu ao por em prática o ideal do metalismo;
ao invés de investir em outras actividades.
Por ano, a Espanha trazia mais de 200 toneladas de prata e 150 toneladas de ouro,
garantindo-se apenas no estoque e não na produção.
De fato, os espanhóis queriam comercializar com os metais que possuíam em
abundância para importar os produtos que achavam necessários dos países europeus.
O excesso de metal na Europa gerou uma queda do valor de exportação do produto no
século XV, gerando a inflação. Heckscher (1935)

Esse processo ficou conhecido historicamente como “Revolução dos preços”. A partir
deste momento, todo o comércio de mercadoria entre países tinha um preço definido.
Entretanto, ele poderia ser reduzido ou aumentado conforme as condições de cada
nação. Heckscher (1935)
Apesar de deter o monopólio do minério extraído de suas colônias americanas, Espanha
e Portugal tiveram que reduzir a circulação de metais preciosos como moeda e
defenderam o entesouramento de seus metais, para que não tivesse prejuízos
econômicos.

Fig.2

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Bullion, que significa “pequenos lingotes de ouro”.
A doutrina do bulionismo aconselhava um Estado a ter em seus cofres a maior
quantidade de metais nobres, ouro e prata, possível. A crença era a de que isso daria
estabilidade econômica à nação, haja vista que esses metais representam uma riqueza
não perecível.

Movidas por essa doutrina, nações como Portugal e Espanha procuravam em suas
colônias esses metais nobres.
Outras nações, como Holanda, Inglaterra e França, que não tiveram o pioneirismo das
nações ibéricas no que se refere às grandes navegações, acabaram por contratar piratas,
chamados de corsários, para assaltar os navios alheios. Muitos navios espanhóis tiveram
o ouro roubado por corsários.
A ideia do metalismo, ou bulionismo, só passou a ser refutada no século XVIII.
Primeiro com os fisiocratas que defendiam ser os bens naturais, como aqueles advindos
da agricultura, a real fonte da riqueza das nações. HUNT, E.(1989)

Consequências do Mercantilismo
O mercantilismo durou aproximadamente 300 anos, entrando em decadência a partir do
surgimento das teorias liberais e do desenvolvimento das indústrias na Inglaterra no
século 18, o que gerou a Revolução Industrial.
A busca da burguesia por maior espaço político e econômico, assim como as
reivindicações dos povos oprimidos pelo Antigo Regime, querendo acabar com os
privilégios da nobreza e do clero também podem ser listadas entre as causas sociais que
trouxeram a superação do sistema. HUNT, E.(1989)

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Conclusão

De um modo geral, o mercantilismo foi o conjunto de práticas econômicas que existiu


na Europa entre os séculos XV e XVIII, foi considerado pelos historiadores como um
momento de transição entre o feudalismo e o capitalismo.
Visava garantir o enriquecimento do reino e contribuir para o fortalecimento do
monarca.
Tinha características como a busca por uma balança comercial favorável, o metalismo, o
protecionismo, a intervenção do Estado na economia e o incentivo às Fabricas,e foi
estabelecido junto do Absolutismo e do Estado Nacional Moderno.

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Referências Bibliográficas

 HUNT, E. K. História do pensamento econômico; tradução de José Ricardo


Brandão Azevedo. 7a. edição - Rio de Janeiro : Campus, 1989, p. 44 (ISBN 85-
7001-421-X).

 Fundamentos teóricos e metodológicos do estudo da história


econômica Arquivado em 2022, no Wayback Machine., por Tamás
Szmrecsányi. História econômica & história de empresas XI. 2 (2008), 31-43.

 Gianni VAGGI e Peter GROENEWEGEN. A Concise History of Economic


Thought: From Mercantilism to Monetarism. New York: Palgrave Macmillan,
2003. (em inglês)

 Eli F. HECKSCHER Mercantilism. tradução de Mendel Shapiro. London: Allen


& Unwin. 1935. (em inglês)"Notes on Mercantilism, the Usury Laws, Stamped
Money and the Theories of Under-Consumption." General Theory of
Employment, Interest and Money. (em Portugues)

 Charles WILSON. Mercantilism. London: Historical Association, 1966


(Portugues)

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