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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

TJ-SP FULL EXPERIENCE

JUIZ SUBSTITUTO

SIMULADO V

Bloco I
DIREITO CIVIL

1. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I - Se a lei não dispuser em sentido diverso, a sua vigência terá início quarenta e
cinco dias após a data de sua publicação.
II - O intervalo temporal entre a publicação e o início de vigência de uma lei
denomina-se vacatio legis.
III - O prazo de vacatio legis se aplica às leis, aos decretos e aos regulamentos.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: B
I – CORRETA. Segundo o art. 1º, LINDB - Salvo disposição contrária, a lei começa a
vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.
II – CORRETA. De acordo com a doutrina: A lei passa por um processo antes de entrar
em vigor, sendo certo que, após a sua elaboração, promulgação e publicação, tem
vigência depois de um período de vacatio legis. TARTUCE, Flávio – Direito Civil – Lei de
Introdução e Parte Geral - 2017, p.21
III – INCORRETA. Segundo o art. 1º, LINDB: Salvo disposição contrária, a lei começa a
vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.
Tal disposição não se aplica aos decretos e regulamentos.

2. A respeito da incapacidade das pessoas naturais, marque a alternativa CORRETA.


a) São relativamente incapazes os pródigos.
b) Os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo, são relativamente
incapazes.
c) São absolutamente incapazes os que, mesmo por causa transitória, não puderem
exprimir sua vontade.
d) Os menores de 18 (dezoito) anos são absolutamente incapazes.
Gabarito: A
Art. 3º, CC: São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil
os menores de 16 (dezesseis) anos.
Art. 4º, CC: São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer:
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua
vontade;
IV - os pródigos.

3. Sobre as fundações marque a alternativa INCORRETA.


a) As fundações são bens arrecadados e personificados, em atenção a um
determinado fim, que por ficção legal lhe da unidade parcial.
b) Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela destinados serão,
se de outro modo não dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação que
se proponha a fim igual ou semelhante.
c) Constituída a fundação por negócio jurídico entre vivos, o instituidor é obrigado
a transferir-lhe a propriedade, ou outro direito real, sobre os bens dotados, e, se
não o fizer, serão registrados, em nome dela, por mandado judicial.
d) Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do patrimônio formularão, de
acordo com as suas bases e em conjunto com o Ministério Público, o estatuto da
fundação projetada.
Gabarito: D
a) Correta, de acordo com a doutrina:
Conforme aponta Maria Helena Diniz, o termo fundação é originário do latim fundatio,
ação ou efeito de fundar, de criar, de fazer surgir. 90 As fundações, assim, são bens
arrecadados e personificados, em atenção a um determinado fim, que por uma ficção
legal lhe dá unidade parcial Ao Direito Civil interessam apenas as fundações
particulares, sendo certo que as fundações públicas constituem autarquias, sendo
objeto de estudo do Direito Administrativo. Exemplo concreto de fundação privada é
da Fundação São Paulo, mantenedora da Pontifícia Universidade de São Paulo (PUCSP).
Ainda pode ser citada a Fundação Armando Álvares Penteado, também de São Paulo
(FAAP).
Tartuce, Flávio. Manual de direito civil: volume único. ed. rev, atual. e ampl. – Rio de
Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2018. p. 168.
b) Correta, trata-se da literalidade do art. 63, CC: Quando insuficientes para constituir
a fundação, os bens a ela destinados serão, se de outro modo não dispuser o instituidor,
incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante.
c) Correta, trata-se da literalidade do art. 64, CC: Constituída a fundação por negócio
jurídico entre vivos, o instituidor é obrigado a transferir-lhe a propriedade, ou outro
direito real, sobre os bens dotados, e, se não o fizer, serão registrados, em nome dela,
por mandado judicial.
d) Incorreta, nos termos do art. Art. 65, CC: Aqueles a quem o instituidor cometer a
aplicação do patrimônio, em tendo ciência do encargo, formularão logo, de acordo com
as suas bases (art. 62), o estatuto da fundação projetada, submetendo-o, em seguida,
à aprovação da autoridade competente, com recurso ao juiz.
Parágrafo único. Se o estatuto não for elaborado no prazo assinado pelo instituidor, ou,
não havendo prazo, em cento e oitenta dias, a incumbência caberá ao Ministério
Público.
4. Assinale a alternativa INCORRETA, de acordo com o Código Civil.
a) São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria
substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação.
b) Os bens naturalmente divisíveis não podem tornar-se indivisíveis por vontade das
partes.
c) Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao
bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor.
d) Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídicas, de uma
pessoa, dotadas de valor econômico.
Gabarito: B
a) Correta, trata-se de literalidade do art. 86, CC: São consumíveis os bens móveis cujo
uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também considerados
tais os destinados à alienação.
b) Incorreta, segundo o art. 88, CC: Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se
indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes.
c) Correta, trata-se de literalidade do art. 97, CC: Não se consideram benfeitorias os
melhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao bem sem a intervenção do proprietário,
possuidor ou detentor.
d) Correta, trata-se de literalidade do art. 91, CC: Constitui universalidade de direito
o complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas de valor econômico.

5. Com relação às causas que impedem ou suspendem a prescrição, é correto afirma


que não corre a prescrição, EXCETO:
a) contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos
Municípios.
b) entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou
curatela.
c) pendendo condição resolutiva.
d) contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra.
Gabarito: C
Nos termos do art. 197, CC: Não corre a prescrição:
I - entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal;
II - entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar;
III - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou
curatela.
Art. 198, CC. Também não corre a prescrição:
I - contra os incapazes de que trata o art. 3o;
II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos
Municípios;
III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra.
E
Art. 199, CC: Não corre igualmente a prescrição:
I - pendendo condição suspensiva;
II - não estando vencido o prazo;
III - pendendo ação de evicção.

6. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – As obrigações de dar, que têm por objeto prestações de coisas, consistem na
atividade de dar, transferindo-se a propriedade da coisa; entregar, transferindo-se
a posse ou a detenção da coisa; ou restituir, quando o credor recupera a posse ou a
detenção da coisa entregue ao devedor.
II – Obrigando-se o devedor a transferir a propriedade da casa (imóvel por acessão
artificial), estarão incluídas as benfeitorias realizadas (acessórias da coisa
principal), se o contrário não resultar do contrato ou das próprias circunstâncias.
III – Na obrigação de dar coisa incerta a prestação genérica deverá se converter em
prestação determinada, quando o devedor ou o credor escolher o tipo de produto a
ser entregue, no momento do pagamento.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: A
I – Correta. Segundo a doutrina:
Essa é a classificação básica das obrigações, que, inspirada no Direito Romano (dare,
facere, non facere), foi adotada pela legislação brasileira desde o esboço de Teixeira
de Freitas.
SÍLVIO DE SALVO VENOSA observa que:
“Ambos os Códigos brasileiros ativeram-se, sem dúvida, a essa classificação romana,
tendo distribuído as obrigações igualmente em três categorias: obrigações de dar (coisa
certa ou coisa incerta), obrigações de fazer e obrigações de não fazer. Assim, afastou-
se o Código somente das obrigações de ‘prestar’, termo que era ambíguo. Essa
estrutura é mantida integralmente no novo Código”
Verifiquemos como se dá tal disciplina em nosso direito positivo.
Obrigações de dar
As obrigações de dar, que têm por objeto prestações de coisas, consistem na atividade
de dar (transferindo-se a propriedade da coisa), entregar (transferindo-se a posse ou
a detenção da coisa) ou restituir (quando o credor recupera a posse ou a detenção da
coisa entregue ao devedor).
Subdividem-se, todavia, em obrigações de dar coisa certa (arts. 233 a 242 do CC/2002)
e de dar coisa incerta (arts. 243 a 246 do CC/2002).
II – Correta. Segundo a doutrina:
Obrigações de dar coisa certa
Nesta modalidade de obrigação, o devedor obriga-se a dar, entregar ou restituir coisa
específica, certa, determinada: “um carro marca X, placa 5555, ano 2016, chassis n.
..., proprietário ...”, “um animal reprodutor bovino da raça nelore, com o peso de ....
arrobas, número de registro 88888, cujo proprietário é ...”. E, se é assim, o credor não
está obrigado a receber outra coisa senão aquela descrita no título da obrigação.
Nesse sentido, clara é a dicção do art. 313 do CC/2002: “O credor não é obrigado a
receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa”.
Aplica-se, também, para as obrigações de dar coisa certa, o princípio jurídico de que
o acessório segue o principal (acessorium sequitur principale) 25. Dessa forma, não
resultando o contrário do título ou das circunstâncias do caso, o devedor não poderá
se negar a dar ao credor aqueles bens que, sem integrar a coisa principal, secundam-
na por acessoriedade (art. 233 do CC/2002). Exemplificando: obrigando-se a transferir
a propriedade da casa (imóvel por acessão artificial), estarão incluídas as benfeitorias
realizadas (acessórias da coisa principal), se o contrário não resultar do contrato ou
das próprias circunstâncias.
Quanto ao risco de perecimento ou deterioração do objeto, há que se invocar a milenar
regra do res perit domino suo.
III – Correta. Segundo a doutrina:
Ao lado das obrigações de dar coisa certa, figuram as obrigações de dar coisa incerta,
cuja prestação consiste na entrega de coisa especificada apenas pela espécie 30 e
quantidade. É o que ocorre quando o sujeito se obriga a dar duas sacas de café, por
exemplo, sem determinar a qualidade (tipo A ou B).
Trata-se das chamadas obrigações genéricas.
Nesse sentido, clara é a norma do art. 243 do Código Civil de 2002:
“Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade”.
Ressalte-se, entretanto, que essa indeterminabilidade do objeto há que ser meramente
relativa, uma vez que, se assim não fosse, a finalidade da própria obrigação restaria
frustrada. Em outras palavras, a prestação genérica (“dar duas sacas de café”) deverá
se converter em prestação determinada, quando o devedor ou o credor escolher o tipo
de produto a ser entregue, no momento do pagamento (“dar duas sacas de café do tipo
A”).
Referência: Gagliano, Pablo Stolze. Manual de direito civil; volume único. Pablo Stolze
Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho. – São Paulo: Saraiva, 2017, p. 226/227 e 230.

7. Marque a alternativa INCORRETA:


a) O possuidor direto tem direito de defender a sua posse contra o indireto, e este
contra aquele.
b) É cabível a modificação do título da posse – interversio possessionis – na hipótese
em que o até então possuidor direto demonstrar ato exterior inequívoco de oposição
ao antigo possuidor indireto, tendo por efeito a caracterização do animus domini.
c) Não é possível a conversão da detenção em posse, mesmo que rompida a
subordinação, na hipótese de exercício em nome próprio dos atos possessórios.
d) Considera-se justo título para presunção relativa da boa-fé do possuidor o justo
motivo que lhe autoriza a aquisição derivada da posse, esteja ou não materializado
em instrumento público ou particular. Compreensão na perspectiva da função social
da posse.
Gabarito: C
a) Correta, nos termos do Enunciado n. 76, JDC: O possuidor direto tem direito de
defender a sua posse contra o indireto, e este, contra aquele (art. 1.197, in fine, do
novo Código Civil).
b) Correta, nos termos do Enunciado n. 237, JDC: É cabível a modificação do título da
posse - interversio possessionis - na hipótese em que o até então possuidor direto
demonstrar ato exterior e inequívoco de oposição ao antigo possuidor indireto, tendo
por efeito a caracterização do animus domini.
c) Incorreta, nos termos do Enunciado n. 301, JDC: É possível a conversão da detenção
em posse, desde que rompida a subordinação, na hipótese de exercício em nome
próprio dos atos possessórios.
d) Correta, nos termos do Enunciado n. 303, JDC: Considera-se justo título, para a
presunção relativa da boa-fé do possuidor, o justo motivo que lhe autoriza a aquisição
derivada da posse, esteja ou não materializado em instrumento público ou particular.
Compreensão na perspectiva da função social da posse.

8. A respeito da propriedade, assinale a alternativa CORRETA.


a) O proprietário pode ser privado da coisa, nos casos de requisição, por necessidade
ou utilidade pública ou interesse social, bem como no de desapropriação, em caso
de perigo público iminente.
b) A propriedade do solo abrange as jazidas, minas e demais recursos minerais, os
potenciais de energia hidráulica, os monumentos arqueológicos e outros bens
referidos por leis especiais.
c) São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer comodidade, ou
utilidade, e sejam animados pela intenção de prejudicar outrem.
d) A propriedade do solo abrange a do espaço aéreo e subsolo correspondentes, em
altura e profundidade úteis ao seu exercício, podendo o proprietário opor-se a
atividades que sejam realizadas, por terceiros, a uma altura ou profundidade tais,
mesmo que não tenha ele interesse em impedi-las.
Gabarito: C
a) Incorreta, nos termos do art. 1.228, § 3º, CC: O proprietário pode ser privado da
coisa, nos casos de desapropriação, por necessidade ou utilidade pública ou interesse
social, bem como no de requisição, em caso de perigo público iminente.
b) Incorreta, nos termos do art. 1.230, CC: A propriedade do solo não abrange as
jazidas, minas e demais recursos minerais, os potenciais de energia hidráulica, os
monumentos arqueológicos e outros bens referidos por leis especiais.
c) Correta, segundo o art. 1.228, § 2º, CC: São defesos os atos que não trazem ao
proprietário qualquer comodidade, ou utilidade, e sejam animados pela intenção de
prejudicar outrem.
d) Incorreta, nos termos do art. 1.229, CC: A propriedade do solo abrange a do espaço
aéreo e subsolo correspondentes, em altura e profundidade úteis ao seu exercício, não
podendo o proprietário opor-se a atividades que sejam realizadas, por terceiros, a uma
altura ou profundidade tais, que não tenha ele interesse legítimo em impedi-las.

9. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – A possibilidade de redução do montante da indenização em face do grau de culpa
do agente, estabelecida no Código Civil, deve ser interpretada restritivamente, por
representar uma exceção ao princípio da reparação integral do dano.
II – Como instrumento de gestão de riscos na prática negocial paritária, é lícita a
estipulação de cláusula que exclui a reparação por perdas e danos decorrentes do
inadimplemento e de cláusula que fixa valor máximo de indenização.
III – A indenização inclui os prejuízos agravados, mesmo os que poderiam ser
evitados ou reduzidos mediante esforço razoável da vítima, sendo que os custos da
não mitigação devem ser considerados no cálculo da indenização.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: B
I – Correta. Nos termos do Enunciado 46, JDC: a possibilidade de redução do montante
da indenização em face do grau de culpa do agente, estabelecida no parágrafo único
do art. 944 do novo Código Civil, deve ser interpretada restritivamente, por representar
uma exceção ao 8 princípio da reparação integral do dano.
II – Correta. Nos termos do Enunciado 63, JDC: Como instrumento de gestão de riscos
na prática negocial paritária, é lícita a estipulação de cláusula que exclui a reparação
por perdas e danos decorrentes do inadimplemento (cláusula excludente do dever de
indenizar) e de cláusula que fixa valor máximo de indenização (cláusula limitativa do
dever de indenizar).
III – Incorreta. Nos termos do Enunciado 629, JDC: A indenização não inclui os prejuízos
agravados, nem os que poderiam ser evitados ou reduzidos mediante esforço razoável
da vítima. Os custos da mitigação devem ser considerados no cálculo da indenização.

10. De acordo com as disposições do Código Civil, assinale a alternativa INCORRETA:


a) Enquanto a dívida não for paga, o credor anticrético tem direito a reter em seu
poder o bem.
b) Entende-se que os bens inalienáveis poderão ser dados em penhor, anticrese ou
hipoteca.
c) A cláusula que autoriza o credor pignoratício, anticrético ou hipotecário a ficar
com o objeto da garantia, se a dívida não for paga no vencimento é considerada
nula.
d) Os sucessores do devedor podem remir o penhor ou a hipoteca, desde que o
façam no todo.
Gabarito: B
a) Correta, segundo o art. 1.423, CC: O credor anticrético tem direito a reter em seu
poder o bem, enquanto a dívida não for paga; extingue-se esse direito decorridos quinze
anos da data de sua constituição.
b) Incorreta, nos termos do art. 1.420, CC: Só aquele que pode alienar poderá
empenhar, hipotecar ou dar em anticrese; só os bens que se podem alienar poderão ser
dados em penhor, anticrese ou hipoteca.
c) Correta, segundo o art. 1.428, CC: É nula a cláusula que autoriza o credor
pignoratício, anticrético ou hipotecário a ficar com o objeto da garantia, se a dívida
não for paga no vencimento.
d) Correta, segundo o art. 1.429, CC: Os sucessores do devedor não podem remir
parcialmente o penhor ou a hipoteca na proporção dos seus quinhões; qualquer deles,
porém, pode fazê-lo no todo.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL

11. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – Trata-se de entendimento pacífico que quando uma das partes traz prova
produzida em outro processo, para usá-la contra o seu adversário, o juiz só poderá
admiti-la se esse adversário tiver participado da produção dessa prova, no processo
anterior.
II – O princípio da razoável duração do processo é dirigido, em primeiro lugar, ao
legislador, que deve editar leis que acelerem e não atravanquem o andamento dos
processos, em segundo lugar, ao administrador, que deverá zelar pela manutenção
adequada dos órgãos judiciários, aparelhando-os a dar efetividade à norma
constitucional, e, por fim, aos juízes, que, no exercício de suas atividades, devem
diligenciar para que o processo caminhe para uma solução rápida.
III – Sob o aspecto processual, a isonomia revela-se pela necessidade de dar às partes
tratamento igualitário em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais,
aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: D
I – INCORRETA. Não se trata de entendimento pacificado.
Há doutrinadores que entendem que o juiz só poderá admitir a prova emprestada se o
adversário tiver participado da produção dessa prova, no processo anterior.
Contudo, há aqueles que entendem que não é necessária a identidade de partes. Em
primeiro lugar porque CPC é omisso nesse sentido (Art. 372. O juiz poderá admitir a
utilização de prova produzida em outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar
adequado, observado o contraditório), cabendo ao juiz atribuir o valor à prova
emprestada. Em segundo lugar porque o ENUNCIADO 30 da I Jornada de Direito
Processual Civil diz que "É admissível a prova emprestada, ainda que não haja
identidade de partes, nos termos do art. 372 do CPC".
Sendo que questão ainda é polêmica nos tribunais.
II – CORRETA. Princípio da duração razoável do processo. Foi introduzido na
Constituição Federal pela Emenda Constitucional n. 45/2004, que acrescentou ao art.
5º o inciso LXXVIII: “a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a
razoável duração do processo e os meios que garantem a celeridade de sua
tramitação”. O art. 4º do CPC repete esse dispositivo, explicitando que ele se estende
também à atividade satisfativa: “As partes têm o direito de obter em prazo razoável
a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa”. A rigor, mesmo antes
já se poderia encontrar fundamento, em nosso ordenamento jurídico, para esse
princípio, seja porque ele explicita um dos aspectos do devido processo legal (para que
o processo alcance o seu desiderato é preciso que chegue a termo dentro de prazo
razoável), seja porque o Pacto de San José da Costa Rica, de 1969, já o consagrava,
tendo a nossa legislação o ratificado.
O dispositivo revela a preocupação geral do legislador com um dos entraves mais
problemáticos ao funcionamento da justiça: a demora no julgamento dos processos.
Boa parte das alterações e acréscimos havidos na legislação processual, nos últimos
anos, tem por fim buscar uma solução mais rápida para os conflitos. Esse princípio é
dirigido, em primeiro lugar, ao legislador, que deve editar leis que acelerem e não
atravanquem o andamento dos processos. Em segundo lugar, ao administrador, que
deverá zelar pela manutenção adequada dos órgãos judiciários, aparelhando-os a dar
efetividade à norma constitucional. E, por fim, aos juízes, que, no exercício de suas
atividades, devem diligenciar para que o processo caminhe para uma solução rápida.
III – CORRETA. Consagrado entre os ideais da revolução francesa, vem estabelecido no
art. 5º, caput e inciso I, da Constituição Federal, que assegura que todos são iguais
perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. Sob o aspecto processual, a
isonomia revela-se pela necessidade de dar às partes tratamento igualitário em relação
ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos
deveres e à aplicação de sanções processuais (art. 7º, do CPC). O princípio deve,
primeiramente, orientar o legislador na edição de leis, que devem ar tratamento
igualitário aos litigantes; depois, deve nortear os julgamentos, orientando o juiz na
condução do processo. A igualdade pode ser apenas formal ou real. Em princípio,
buscava-se apenas a primeira, mas o conceito de isonomia evoluiu, e hoje se exige a
segunda.
Referência: Gonçalves, Marcus Vinicius Rios. Direito processual civil esquematizado. 7.
ed. – São Paulo: Saraiva, 2016. p. 142, 144/146.

12. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I - A competência para julgar ação de reparação de dano sofrido em razão de
acidente de veículos é sempre do foro do domicílio do autor ou do local do fato,
sendo que tal prerrogativa de escolha do foro beneficia a todos, inclusive a pessoa
jurídica locadora de frota de veículos, em ação de reparação dos danos advindos de
acidente de trânsito com o envolvimento do locatário.
II - É possível ao participante ou assistido de plano de benefícios patrocinado ajuizar
ação em face da respectiva entidade fechada de previdência privada no foro do
domicílio da ré; no eventual foro de eleição do contrato; ou no foro onde labora ou
laborou para a patrocinadora do plano.
III - O pedido cumulado de indenização, quando mediato e dependente do
reconhecimento do pedido antecedente declaratório, não afasta a regra geral de
competência do foro do domicílio do réu.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: D
I – Incorreta. A competência para julgar ação de reparação de dano sofrido em razão
de acidente de veículos é do foro do domicílio do autor ou do local do fato (art. 53, V,
do CPC/2015). Contudo, essa prerrogativa de escolha do foro não beneficia a pessoa
jurídica locadora de frota de veículos, em ação de reparação dos danos advindos de
acidente de trânsito com o envolvimento do locatário. STJ. 4ª Turma. EDcl no AgRg no
Ag 1366967-MG, Rel. Min. Marco Buzzi, Rel. para acórdão Min. Maria Isabel Gallotti,
julgado em 27/4/2017 (Info 604).
II – Correta. É possível ao participante ou assistido de plano de benefícios patrocinado
ajuizar ação em face da respectiva entidade fechada de previdência privada nos
seguintes lugares: • no foro do domicílio da ré; • no eventual foro de eleição do
contrato; ou • no foro onde labora ou laborou para a patrocinadora do plano. STJ. 2ª
Seção. REsp 1536786-MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 26/8/2015 (Info
571).
III – Correta. O pedido cumulado de indenização, quando mediato e dependente do
reconhecimento do pedido antecedente de declaração da autoria da obra, não afasta a
regra geral de competência do foro do domicílio do réu. Ex: João lançou um livro.
Pedro, alegando que o conteúdo da obra é uma cópia de um livro escrito por ele anos
atrás, ajuíza ação de indenização contra João. A competência, neste caso, será do
domicílio do réu, nos termos do art. 46 do CPC. A análise do pedido de reparação de
danos pressupõe o anterior acolhimento do pedido declaratório de reconhecimento de
autoria da obra. Este é o objeto principal da lide. Em outras palavras, não se pode
condenar o réu a indenizar o autor por violação a direito autoral se, antes, não for
demonstrado que o requerente é o verdadeiro autor da obra. Nesse contexto, a
competência deve ser definida levando-se em conta o pedido principal, de índole
declaratória, de modo que deve incidir a regra geral do art. 46 do CPC. STJ. 2ª Seção.
REsp 1138522-SP, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 8/2/2017 (Info 599).

13. Assinale a alternativa INCORRETA, nos termos do CPC.


a) A assistência será admitida em qualquer procedimento e em todos os graus de
jurisdição, recebendo o assistente o processo no estado em que se encontre.
b) Considera-se litisconsorte da parte principal o assistente sempre que a sentença
influir na relação jurídica entre ele e o adversário do assistido.
c) Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da personalidade
jurídica for requerida na petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a
pessoa jurídica.
d) Sendo revel ou, de qualquer outro modo, omisso o assistido, o assistente será
considerado seu gestor de negócios.
Gabarito: D
a) Correta, nos termos art. 119, Parágrafo único, CPC: A assistência será admitida em
qualquer procedimento e em todos os graus de jurisdição, recebendo o assistente o
processo no estado em que se encontre.
b) Correta, nos termos art. 124, CPC: Considera-se litisconsorte da parte principal o
assistente sempre que a sentença influir na relação jurídica entre ele e o adversário do
assistido.
c) Correta, nos termos art. 134, § 2º, CPC: Dispensa-se a instauração do incidente se a
desconsideração da personalidade jurídica for requerida na petição inicial, hipótese em
que será citado o sócio ou a pessoa jurídica.
d) Incorreta, nos termos art. 121, Parágrafo único, CPC: Sendo revel ou, de qualquer
outro modo, omisso o assistido, o assistente será considerado seu substituto processual.
OBS. Cuidado com os termos utilizados pelo CPC/73 que foram modificados pelo NCPC.

14. Assinale a alternativa CORRETA.


a) Desde que requerido pela parte, o juiz controlará a validade do negócio jurídico
processual, recusando-lhes aplicação somente nos casos de nulidade ou de inserção
abusiva em contrato de adesão ou em que alguma parte se encontre em manifesta
situação de vulnerabilidade.
b) De comum acordo, o juiz e as partes podem fixar calendário para a prática dos
atos processuais, quando for o caso.
c) Não dispensa a intimação das partes para a prática de ato processual ou a
realização de audiência cujas datas tiverem sido designadas no calendário.
d) É lícito às partes, desde que plenamente capazes, estipular mudanças no
procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre os
seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo.
Gabarito: B
a) Incorreta, segundo o art. 190, Parágrafo único, CPC: De ofício ou a requerimento, o
juiz controlará a validade das convenções previstas neste artigo, recusando-lhes
aplicação somente nos casos de nulidade ou de inserção abusiva em contrato de adesão
ou em que alguma parte se encontre em manifesta situação de vulnerabilidade.
b) Correta, nos termos do art. 191, CPC: De comum acordo, o juiz e as partes podem
fixar calendário para a prática dos atos processuais, quando for o caso.
c) Incorreta, segundo o art. 191, § 2º, CPC: Dispensa-se a intimação das partes para a
prática de ato processual ou a realização de audiência cujas datas tiverem sido
designadas no calendário.
d) Incorreta, segundo o art. 190, CPC: Versando o processo sobre direitos que admitam
autocomposição, é lícito às partes plenamente capazes estipular mudanças no
procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre os seus
ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo.

15. Assinale a alternativa INCORRETA a respeito do julgamento conforme o estado


do processo.
a) Quando não houver necessidade de produção de outras provas, o juiz julgará
antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução de mérito.
b) Quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles mostrar-se
incontroverso o juiz decidirá parcialmente o mérito.
c) A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação reconhecida na
decisão que julgar parcialmente o mérito, independentemente de caução, ainda
que haja recurso contra essa interposto.
d) A decisão que julgar parcialmente o mérito reconhecerá apenas a existência de
obrigação líquida.
Gabarito: D
a) Correta, segundo o art. 355, CPC: O juiz julgará antecipadamente o pedido,
proferindo sentença com resolução de mérito, quando:
I - não houver necessidade de produção de outras provas;
II - o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não houver requerimento de
prova, na forma do art. 349.
b) Correta, segundo o art. 356, CPC: O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um
ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles:
I - mostrar-se incontroverso;
c) Correta, segundo o art. 356, § 2º, CPC: A parte poderá liquidar ou executar, desde
logo, a obrigação reconhecida na decisão que julgar parcialmente o mérito,
independentemente de caução, ainda que haja recurso contra essa interposto.
d) Incorreta, nos termos do art. 356, § 1º, CPC: A decisão que julgar parcialmente o
mérito poderá reconhecer a existência de obrigação líquida ou ilíquida.

16. De acordo com o CPC:


a) O cego e o surdo, não serão admitidos como testemunhas.
b) O juiz não poderá aceitar como testemunha o inimigo da parte ou o seu amigo
íntimo.
c) O maior de 18 anos poderá ser admitido como testemunha.
d) Podem depor como testemunhas todas as pessoas.Gabarito: C
a) Segundo o art. 447, CPC: Podem depor como testemunhas todas as pessoas, exceto
as incapazes, impedidas ou suspeitas.
§ 1o São incapazes:
I - o interdito por enfermidade ou deficiência mental;
II - o que, acometido por enfermidade ou retardamento mental, ao tempo em que
ocorreram os fatos, não podia discerni-los, ou, ao tempo em que deve depor, não está
habilitado a transmitir as percepções;
III - o que tiver menos de 16 (dezesseis) anos;
IV - o cego e o surdo, quando a ciência do fato depender dos sentidos que lhes faltam.
b) Segundo o art. 447, § 3º, CPC: São suspeitos:
I - o inimigo da parte ou o seu amigo íntimo;
II - o que tiver interesse no litígio.
§ 4o Sendo necessário, pode o juiz admitir o depoimento das testemunhas menores,
impedidas ou suspeitas.
c) Segundo o art. 447, CPC: Podem depor como testemunhas todas as pessoas, exceto
as incapazes, impedidas ou suspeitas.
d) Segundo o art. 447, CPC: Podem depor como testemunhas todas as pessoas, exceto
as incapazes, impedidas ou suspeitas.

17. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – A liquidação por forma diversa da estabelecida na sentença não ofende a coisa
julgada.
II – Na liquidação é vedado discutir de novo a lide ou modificar a sentença que a
julgou.
III – Quando a apuração do valor depender apenas de cálculo aritmético, o credor
poderá promover, desde logo, o cumprimento da sentença.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: A
I – CORRETA. De acordo com o enunciado da Súmula 344-STJ: A liquidação por forma
diversa da estabelecida na sentença não ofende a coisa julgada.
II – CORRETA. Nos termos do artigo 509, §4º, CPC: Na liquidação é vedado discutir de
novo a lide ou modificar a sentença que a julgou.
III – CORRETA. Segundo o art. 509, §2º, CPC: Quando a apuração do valor depender
apenas de cálculo aritmético, o credor poderá promover, desde logo, o cumprimento
da sentença.

18. Assinale a alternativa INCORRETA de acordo com o entendimento sumulado


pelos Tribunais Superiores.
a) São devidos honorários advocatícios no cumprimento de sentença, haja ou não
impugnação, depois de escoado o prazo para pagamento voluntário, que se inicia
após a intimação do advogado da parte executada.
b) O contrato de abertura de crédito, ainda que acompanhado de extrato da conta
corrente, não é título executivo.
c) A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de
autonomia em razão da iliquidez do título que a originou.
d) A liquidação por forma diversa da estabelecida na sentença ofende a coisa
julgada.
Gabarito: D
a) Súmula 517-STJ: São devidos honorários advocatícios no cumprimento de sentença,
haja ou não impugnação, depois de escoado o prazo para pagamento voluntário, que se
inicia após a intimação do advogado da parte executada. • Importante. • A súmula 517
foi editada antes do CPC 2015, mas é compatível com o novo Código que prevê que tais
honorários advocatícios deverão ser fixados no percentual de 10% sobre o valor do
débito (art. 523, § 1º).
b) Súmula 233-STJ: O contrato de abertura de crédito, ainda que acompanhado de
extrato da conta corrente, não é título executivo.
c) Súmula 258-STJ: A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não
goza de autonomia em razão da iliquidez do título que a originou.
d) Súmula 344-STJ: A liquidação por forma diversa da estabelecida na sentença não
ofende a coisa julgada.

19. De acordo com as disposições do CPC, assinale a alternativa CORRETA.


a) Quando o valor apontado no demonstrativo apresentado pelo credor
aparentemente exceder os limites da condenação, a execução terá por base a
importância que o juiz entender adequada.
b) É lícito ao réu, antes de ser intimado para o cumprimento da sentença,
comparecer em juízo e oferecer em pagamento o valor que entender devido,
apresentando memória discriminada do cálculo.
c) Transcorrido o prazo de quinze dias sem o pagamento voluntário, deve o
executado ser intimado para que, independentemente de penhora, apresente, nos
próprios autos, sua impugnação.
d) A apresentação de impugnação ao cumprimento de sentença pelo devedor o
impede a prática dos atos executivos, inclusive os de expropriação.
Gabarito: B
a) Incorreta, segundo o art. 524, § 1º, CPC: Quando o valor apontado no demonstrativo
aparentemente exceder os limites da condenação, a execução será iniciada pelo valor
pretendido, mas a penhora terá por base a importância que o juiz entender adequada.
b) Correta, nos termos do art. 526, CPC: É lícito ao réu, antes de ser intimado para o
cumprimento da sentença, comparecer em juízo e oferecer em pagamento o valor que
entender devido, apresentando memória discriminada do cálculo.
c) Incorreta, segundo o art. 525, CPC. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o
pagamento voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado,
independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua
impugnação.
d) Incorreta, segundo o art. 525, § 6º, CPC: A apresentação de impugnação não impede
a prática dos atos executivos, inclusive os de expropriação, podendo o juiz, a
requerimento do executado e desde que garantido o juízo com penhora, caução ou
depósito suficientes, atribuir-lhe efeito suspensivo, se seus fundamentos forem
relevantes e se o prosseguimento da execução for manifestamente suscetível de causar
ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação.

20. Assinale a alternativa INCORRETA, de acordo com as deposições do CPC.


a) A execução fundada em título extrajudicial poderá ser proposta no foro de
domicílio do executado, de eleição constante do título ou, ainda, de situação dos
bens a ela sujeitos.
b) Não dispondo a lei de modo diverso, o juiz determinará os atos executivos, e o
oficial de justiça os cumprirá.
c) A requerimento da parte, o juiz pode determinar a inclusão do nome do
executado em cadastros de inadimplentes, sendo esta cancelada imediatamente
caso seja efetuado o pagamento, seja garantida a execução ou se a execução for
extinta por qualquer outro motivo.
d) Salvo nos casos em que o executado não mais resida naquela localidade, a
execução fundada em título extrajudicial poderá ser proposta no foro do lugar em
que se praticou o ato ou em que ocorreu o fato que deu origem ao título.
Gabarito: D
a) Correta, segundo o art. 781, CPC: A execução fundada em título extrajudicial será
processada perante o juízo competente, observando-se o seguinte:
I - a execução poderá ser proposta no foro de domicílio do executado, de eleição
constante do título ou, ainda, de situação dos bens a ela sujeitos; (...)
b) Correta, segundo o art. 782, CPC: Não dispondo a lei de modo diverso, o juiz
determinará os atos executivos, e o oficial de justiça os cumprirá.
c) Correta, segundo o art. 782, § 3º, CPC: requerimento da parte, o juiz pode
determinar a inclusão do nome do executado em cadastros de inadimplentes.
§ 4º A inscrição será cancelada imediatamente se for efetuado o pagamento, se for
garantida a execução ou se a execução for extinta por qualquer outro motivo.
d) Incorreta, nos termos do art. 781, CPC: A execução fundada em título extrajudicial
será processada perante o juízo competente, observando-se o seguinte:
(...)
V - a execução poderá ser proposta no foro do lugar em que se praticou o ato ou em
que ocorreu o fato que deu origem ao título, mesmo que nele não mais resida o
executado.

DIREITO DO CONSUMIDOR

21. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – O Código de Defesa do Consumidor é norma que tem relação direta com a terceira
geração, era ou dimensão de direitos.
II – O Código de Defesa do Consumidor, tem eficácia legal, ou seja, está no mesmo
ponto hierárquico que as leis ordinárias, abaixo da Constituição Federal, devendo,
portanto, respeitar os princípios constitucionais.
III – A Constituição Federal, ao estabelecer de forma expressa como princípio da
ordem econômica a "defesa do consumidor" (art. 170, V), introduziu o consumidor
como agente econômico e social, possibilitando a intervenção do Estado nas
relações privadas, de modo a garantir os direitos fundamentais dos cidadãos.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: C
I – Correta. Segundo a doutrina:
O Código de Defesa do Consumidor é norma que tem relação direta com a terceira
geração, era ou dimensão de direitos. Nesse contexto, é comum relacionar as três
primeiras gerações, eras ou dimensões com os princípios da Revolução Francesa (...)
Os direitos de primeira geração ou dimensão são aqueles relacionados com o princípio
da liberdade. Os de segunda geração ou dimensão, com o princípio da igualdade. Os
direitos de terceira geração ou dimensão são relativos ao princípio da fraternidade. Na
verdade, o Código de Defesa do Consumidor tem relação com todas as três dimensões.
Todavia, é melhor enquadrá-lo na terceira dimensão, já que a Lei Consumerista visa à
pacificação social, na tentativa de equilibrar a díspar relação existente entre
fornecedores e prestadores.
Tartuce, Flávio; Neves, Daniel Amorim Assumpção. Manual de direito do consumidor:
direito material e processual – 7. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São
Paulo: MÉTODO, 2018, p.
II – Incorreta. De acordo com a doutrina, o CDC tem eficácia supralegal, ou seja, está
em um ponto hierárquico intermediário entre a Constituição Federal de 1988 e as leis
ordinárias.
Destaque-se que, do mesmo modo, a respeito do caráter de norma principiológica,
opinam Nelson Nery Jr. e Rosa Maria de Andrade Nery, expondo pela prevalência
contínua do Código Consumerista sobre as demais normas, eis que “as leis especiais
setorizadas (v.g., seguros, bancos, calçados, transportes, serviços, automóveis,
alimentos etc.) devem disciplinar suas respectivas matérias em consonância e em
obediência aos princípios fundamentais do CDC”.
Diante de tais premissas, pode-se dizer que o Código de Defesa do Consumidor tem
eficácia supralegal, ou seja, está em um ponto hierárquico intermediário entre a
Constituição Federal de 1988 e as leis ordinárias. Para tal dedução jurídica, pode ser
utilizada a simbologia do sistema piramidal, atribuída a Hans Kelsen.
Tartuce, Flávio; Neves, Daniel Amorim Assumpção. Manual de direito do consumidor:
direito material e processual – 7. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São
Paulo: MÉTODO, 2018, p. 27
III – Correta. Segundo a doutrina:
A Constituição Federal, também de forma inovadora, introduziu a figura do consumidor
como agente econômico e social estabelecendo de forma expressa como princípio da
ordem econômica a "defesa do consumidor" (art. 170, V), possibilitando a intervenção
do Estado nas relações privadas, de modo a garantir os direitos fundamentais dos
cidadãos.
A intervenção do Estado na atividade econômica encontra autorização constitucional
quando tem por finalidade proteger o consumidor (STJ, MS 4138/DF, DJ 21/10/1996,
Rel. Min. José Delgado).
A defesa do consumidor não é incompatível com a livre iniciativa e o crescimento
econômico. Ambos estão previstos como princípios da ordem econômica constitucional,
de acordo com o disposto no art. 170 da CF. Com isso, o Código de Defesa do
Consumidor procura compatibilizar a defesa do consumidor com a livre iniciativa.
Nesse sentido, o empresário somente tem assegurado o livre exercício da atividade
econômica (parágrafo único do art. 170 da CF) se respeitar e assegurar os direitos do
consumidor. Como exemplo, o empresário poderá elaborar contrato de adesão,
estipulando as cláusulas contratuais para o firo de sua atividade, desde que não sejam
abusivas.
Referência: Garcia, Leonardo de Medeiros. Código de Defesa do Consumidor
Comentado: artigo por artigo. 13. ed. rev. ampl. e atual- Salvador: Juspodivm, 2016,
p. 21.

22. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta.


I – O fornecedor poderá colocar no mercado de consumo produto ou serviço que
sabe ou deveria saber apresentar alto grau de nocividade ou periculosidade à saúde
ou segurança.
II – O fornecedor de produtos e serviços potencialmente nocivos ou perigosos à
saúde ou segurança deverá informar, de maneira ostensiva e adequada, a respeito
da sua nocividade ou periculosidade, sem prejuízo da adoção de outras medidas
cabíveis em cada caso concreto.
III – Sempre que tiverem conhecimento de periculosidade de produtos ou serviços à
saúde ou segurança dos consumidores, a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios deverão informá-los a respeito.
a) I, II e III estão corretas.
b) Apenas a II é correta.
c) Apenas II e III são corretas.
d) Apenas a III é correta.
Gabarito: C
I – Incorreta. CDC, art. 10, caput: O fornecedor não poderá colocar no mercado de
consumo produto ou serviço que sabe ou deveria saber apresentar alto grau de
nocividade ou periculosidade à saúde ou segurança. Obs.: Trata-se da vedação
denominada periculosidade exagerada, em que, mesmo que haja a informação
adequada aos consumidores, não haverá mitigação dos riscos à saúde e à segurança. É
o caso, por exemplo, de um brinquedo infantil que apresente grandes possibilidades de
sufocação da criança. A informação, em casos tais, será de pouca valia, haja vista a
existência de riscos excessivos do produto.
II – Correta. CDC, art. 9º. Princípio da Informação: em qualquer hipótese, o fornecedor
de produtos e serviços deve fornecer as informações necessárias e adequadas sobre os
riscos à saúde e à segurança dos consumidores.
III – Correta. CDC, art. 10, §3º. Aplicação do dever de informação aos entes federados.

23. Assinale a alternativa correta no que tange à decadência e à prescrição nas


causas consumeristas.
I – A decadência do art. 26 do CDC é aplicável à prestação de contas para obter
esclarecimentos sobre cobrança de taxas, tarifas e encargos bancários.
II – No caso de vício oculto, o direito de reclamar pelos vícios caduca em trinta dias,
tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos não duráveis, e noventa dias,
tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos duráveis, iniciando-se a
contagem do prazo decadencial, em ambos os casos, a partir da entrega efetiva do
produto ou do término da execução dos serviços.
III – Obsta a decadência a instauração de inquérito civil, até seu encerramento.
a) I, II e III estão corretas.
b) Apenas a II é correta.
c) Apenas I e II são corretas.
d) Apenas a III é correta.
Gabarito: D
I – Incorreta. STJ, súmula 477: A decadência do art. 26 do CDC NÃO é aplicável à
prestação de contas para obter esclarecimentos sobre cobrança de taxas, tarifas e
encargos bancários. Obs.: O CPC/2015 alterou o nome da ação mencionada, que passou
a ser denominada “ação de exigir contas”, conforme art. 550.
II – Incorreta. CDC, art. 26: O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil
constatação caduca em: I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de
produtos não duráveis; II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de
produtos duráveis. § 1° Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da entrega
efetiva do produto ou do término da execução dos serviços. § 3° Tratando-se de VÍCIO
OCULTO, o prazo decadencial inicia-se no momento em que ficar evidenciado o defeito
=> (aplicação da teoria da actio nata).
III – Correta. CDC, art. 26, §2º, III.
24. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta.
I – Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo,
nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça, configurando
crime, punido com detenção, a conduta de utilizar, na cobrança de dívidas,
procedimento que exponha o consumidor, injustificadamente, a ridículo ou
interfira com seu trabalho, descanso ou lazer.
II – O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito,
por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária
e juros legais, ainda que a cobrança a maior não decorra de má-fé do fornecedor.
III – Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão os
consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio
de seu conteúdo, ou se os respectivos instrumentos forem redigidos de modo a
dificultar a compreensão de seu sentido e alcance.
a) I, II e III são corretas.
b) I e III são corretas.
c) II e III são corretas.
d) Apenas a II é correta.
Gabarito: B
I – Correta. CDC, art. 42 caput c/c art. 71.
II – Incorreta. CDC, art. 42, parágrafo único: O consumidor cobrado em quantia indevida
tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso,
acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável.
III – Correta. CDC, art. 46.

25. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – É facultado a qualquer consumidor ou entidade que o represente requerer ao
Ministério Público que ajuíze a competente ação para ser declarada a nulidade de
cláusula contratual que contrarie o disposto neste código ou de qualquer forma não
assegure o justo equilíbrio entre direitos e obrigações das partes.
II – A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invalida o contrato, exceto
quando de sua ausência, apesar dos esforços de integração, decorrer ônus excessivo
a qualquer das partes.
III – Para a defesa dos direitos e interesses protegidos pelo Código de Defesa do
Consumidor são admissíveis todas as espécies de ações capazes de propiciar sua
adequada e efetiva tutela.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: A
I – Correta. Art. 51, §4º, CDC: É facultado a qualquer consumidor ou entidade que o
represente requerer ao Ministério Público que ajuíze a competente ação para ser
declarada a nulidade de cláusula contratual que contrarie o disposto neste código ou
de qualquer forma não assegure o justo equilíbrio entre direitos e obrigações das
partes.
II – Correta. Art. 51, § 2°, CDC: A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não
invalida o contrato, exceto quando de sua ausência, apesar dos esforços de integração,
decorrer ônus excessivo a qualquer das partes.
III – Correta. Art. 83, CDC: Para a defesa dos direitos e interesses protegidos por este
código são admissíveis todas as espécies de ações capazes de propiciar sua adequada e
efetiva tutela.

DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

26. De acordo com as disposições do ECA, assinale a alternativa INCORRETA.


a) A gestante deverá receber orientação sobre aleitamento materno, alimentação
complementar saudável e crescimento e desenvolvimento infantil, bem como sobre
formas de favorecer a criação de vínculos afetivos e de estimular o desenvolvimento
integral da criança.
b) O poder público, as instituições e os empregadores propiciarão condições
adequadas ao aleitamento materno, inclusive aos filhos de mães submetidas a
medida privativa de liberdade.
c) Anualmente, na semana que incluir o dia 1º de fevereiro, fica instituída a Semana
Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência, a ser realizada com o objetivo
de disseminar informações sobre medidas preventivas e educativas que contribuam
para a redução da incidência da gravidez na adolescência.
d) A gestante e a parturiente têm direito a ser acompanhada pelo pai da criança
durante o período do pré-natal, do trabalho de parto e do pós-parto imediato.
Gabarito: D
a) Correta, segundo o art. 8º, § 7º, ECA: A gestante deverá receber orientação sobre
aleitamento materno, alimentação complementar saudável e crescimento e
desenvolvimento infantil, bem como sobre formas de favorecer a criação de vínculos
afetivos e de estimular o desenvolvimento integral da criança.
b) Correta, segundo o art. 9º, ECA: O poder público, as instituições e os empregadores
propiciarão condições adequadas ao aleitamento materno, inclusive aos filhos de mães
submetidas a medida privativa de liberdade.
c) Correta, segundo o art. 8º-A, ECA: Fica instituída a Semana Nacional de Prevenção
da Gravidez na Adolescência, a ser realizada anualmente na semana que incluir o dia
1º de fevereiro, com o objetivo de disseminar informações sobre medidas preventivas
e educativas que contribuam para a redução da incidência da gravidez na adolescência.
d) Incorreta, segundo o art. 8º, § 6º, ECA: A gestante e a parturiente têm direito a 1
(um) acompanhante de sua preferência durante o período do pré-natal, do trabalho de
parto e do pós-parto imediato.

27. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – No caso de adoção unilateral, a irrevogabilidade no Estatuto da Criança e do
Adolescente pode ser flexibilizada no melhor interesse do adotando.
II – Se, no curso da ação de adoção conjunta, um dos cônjuges desistir do pedido e
outro vier a falecer sem ter manifestado inequívoca intenção de adotar
unilateralmente, não poderá ser deferido ao interessado falecido o pedido de
adoção unilateral post mortem.
III – É possível a inscrição de pessoa homoafetiva no registro de pessoas interessadas
na adoção, independentemente da idade da criança a ser adotada.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: A
I – CORRETA. Segundo a jurisprudência:
No caso de adoção unilateral, a irrevogabilidade prevista no art. 39, § 1º do Estatuto
da Criança e do Adolescente pode ser flexibilizada no melhor interesse do adotando.
Ex: filho adotado teve pouquíssimo contato com o pai adotivo e foi criado, na verdade,
pela família de seu falecido pai biológico. STJ. 3ª Turma.REsp 1545959-SC, Rel. Min.
Ricardo Villas Bôas Cueva, Rel. para acórdão Min. Nancy Andrighi, julgado em 6/6/2017
(Info 608).
II – CORRETA. Segundo a jurisprudência:
Se, no curso da ação de adoção conjunta, um dos cônjuges desistir do pedido e outro
vier a falecer sem ter manifestado inequívoca intenção de adotar unilateralmente, não
poderá ser deferido ao interessado falecido o pedido de adoção unilateral post mortem.
Tratando-se de adoção em conjunto, um cônjuge não pode adotar sem o consentimento
do outro. Assim, se proposta adoção em conjunto e um dos autores (candidatos a
pai/mãe) desiste da ação, a adoção deve ser indeferida, especialmente se o outro vem
a morrer antes de manifestar-se sobre a desistência. STJ. 3ª Turma. REsp 1421409-DF,
Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 18/8/2016 (Info 588).
III – CORRETA. Segundo a jurisprudência:
É possível a inscrição de pessoa homoafetiva no registro de pessoas interessadas na
adoção (art. 50 do ECA), independentemente da idade da criança a ser adotada. STJ.
3ª Turma. REsp 1.540.814-PR, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em
18/8/2015 (Info 567). O juiz pode negar o pedido sob a alegação genérica de que adoção
por casais homoafetivos pode gerar problemas psicológicos na criança? NÃO. Este
argumento genérico não é acolhido pelos Tribunais Superiores porque “os diversos e
respeitados estudos especializados sobre o tema, fundados em fortes bases científicas
(realizados na Universidade de Virgínia, na Universidade de Valência, na Academia
Americana de Pediatria), não indicam qualquer inconveniente em que crianças sejam
adotadas por casais homossexuais, mais importando a qualidade do vínculo e do afeto
que permeia o meio familiar em que serão inseridas e que as liga a seus cuidadores”.
STJ. 4ª Turma. REsp 889.852/RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 27/04/2010.
É possível a adoção de uma criança por casal homoafetivo. É possível também a adoção
unilateral do filho biológico da companheira homoafetiva. Ex: João é filho biológico de
Maria. A criança foi fruto de uma inseminação artificial heteróloga com doador
desconhecido. Maria mantém união estável homoafetiva com Andrea, que deseja adotar
o menor. STJ. 3ª Turma. REsp 1281093-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em
18/12/2012.
28. Com relação ao direito à profissionalização e à proteção no trabalho dos
adolescentes, assinale a alternativa CORRETA.
a) A proteção ao trabalho dos adolescentes é inteiramente regulada pelo ECA.
b) Ao adolescente até quatorze anos de idade são assegurados os direitos
trabalhistas e previdenciários.
c) A remuneração que o adolescente recebe pelo trabalho efetuado ou a
participação na venda dos produtos de seu trabalho desfigura o caráter educativo.
d) O adolescente tem direito à profissionalização e à proteção no trabalho,
respeitada sua condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
Gabarito: D
a) Incorreta, nos termos do art. 61, ECA: A proteção ao trabalho dos adolescentes é
regulada por legislação especial, sem prejuízo do disposto nesta Lei.
b) Incorreta, nos termos do art. 64, ECA: Ao adolescente até quatorze anos de idade é
assegurada bolsa de aprendizagem.
e
Art. 65, ECA. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze anos, são assegurados os
direitos trabalhistas e previdenciários.
c) Incorreta, nos termos do art. 68, § 2º A remuneração que o adolescente recebe pelo
trabalho efetuado ou a participação na venda dos produtos de seu trabalho não
desfigura o caráter educativo.
d) Correta, segundo o art. 69, ECA: O adolescente tem direito à profissionalização e à
proteção no trabalho, observados os seguintes aspectos, entre outros:
I - respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento;
II - capacitação profissional adequada ao mercado de trabalho.

29. Assinale a alternativa INCORRETA de acordo com as disposições do ECA.


a) São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às medidas
previstas no ECA.
b) Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contravenção
penal.
c) Ao ato infracional praticado por criança corresponderão as medidas de proteção.
d) O adolescente tem direito à identificação dos responsáveis pela sua prisão,
devendo ser informado acerca de seus direitos.
Gabarito: D
a) Correta, segundo o art. 104, ECA: São penalmente inimputáveis os menores de
dezoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei.
b) Correta, segundo o art. 103, ECA: Considera-se ato infracional a conduta descrita
como crime ou contravenção penal.
c) Correta, segundo o art. 105, ECA: Ao ato infracional praticado por criança
corresponderão as medidas previstas no art. 101.
d) Incorreta, segundo o art. 106, ECA: Nenhum adolescente será privado de sua
liberdade senão em flagrante de ato infracional ou por ordem escrita e fundamentada
da autoridade judiciária competente.
Parágrafo único. O adolescente tem direito à identificação dos responsáveis pela sua
apreensão, devendo ser informado acerca de seus direitos.
30. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.
I - A aplicação de medidas socioeducativas ao adolescente, pela prática de ato
infracional, é da competência exclusiva do juiz.
II - É desnecessária a oitiva do menor infrator antes de decretar-se a regressão da
medida socioeducativa.
III - A prescrição penal é aplicável nas medidas socioeducativas.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: C
I – Correta. De acordo com o enunciado da Súmula 108-STJ: A aplicação de medidas
socioeducativas ao adolescente, pela prática de ato infracional, é da competência
exclusiva do juiz.
II – Incorreta. De acordo com o enunciado da Súmula 265-STJ: É necessária a oitiva do
menor infrator antes de decretar-se a regressão da medida socioeducativa.
III – Correta. De acordo com o enunciado da Súmula 338-STJ: A prescrição penal é
aplicável nas medidas socioeducativas.

Bloco II
DIREITO PENAL

31. De acordo com a classificação doutrinária, NÃO É considerada uma fonte formal
mediata do Direito Penal:
a) a Constituição Federal.
b) a jurisprudência.
c) a lei.
d) a doutrina.
Gabarito: C
De acordo com a doutria:
Fonte formal imediata: é a lei, regra escrita concretizada pelo Poder Legislativo em
consonância com a forma determinada pela Constituição Federal. Em obediência ao
princípio da reserva legal ou da estrita legalidade (CF, art. 5.º, XXXIX, e CP, art. 1.º),
constitui-se na única fonte formal imediata do Direito Penal, pois somente ela pode
criar crimes (e contravenções penais) e cominar penas.
Fontes formais mediatas ou secundárias: a Constituição Federal, a jurisprudência, a
doutrina, os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos, os costumes,
os princípios gerais do Direito e os atos administrativos são apontados como fontes
formais mediatas do Direito Penal.
Masson, Cleber. Direito Penal: parte geral (arts. 1º a 120) – vol. 1. 13. ed. São Paulo:
MÉTODO, 2019. p. 87.
Observe que:
Segundo a doutrina tradicional, fonte material é o órgão criador do direito penal. No
Brasil, quem cria o direito penal é a União, que tem competência privativa, conforme
art. 22, I, CF.
A Constituição permite que os Estados legislem sobre direito penal, nos casos
específicos, desde que haja uma autorização dada por lei complementar, conforme o §
único do art. 22, CF.
Ainda, segundo esta corrente tradicional, a fonte formal do direito penal traz os
instrumentos pelos quais se exterioriza o direito penal. A fonte formal imediata do
direito é a lei. Como fonte formal mediata, haveria os princípios gerais do direito e os
costumes.
Todavia, Rogério Sanches traz a fonte formal do direito penal à luz da doutrina
moderna:
• Fontes formais imediatas: lei, CF, tratados e convenções internacionais de direitos
humanos, jurisprudência, princípios e a norma penal em branco.
• Fonte formal mediata: é apenas a doutrina.
• Fonte informal: costumes.
A lei é única fonte imediata capaz de criar infrações penais e cominar sanções. Única
fonte incriminadora.
A Constituição Federal é fonte formal imediata, mas não pode criar infações penais ou
cominar sanções, em razão de seu processo rígido e moroso de alteração, incompatível
com o dinamismo que deve envolver processo legislativo no direito penal. Muito embora
a CF não possa criar crime e nem cominar pena, ela pode orientar o legislador na sua
função (de criar crime e cominar pena), são os chamados mandados constitucionais de
criminalização. Ex.: art. 5 XLII, CF – a prática do rascimo constitui crime inafiançável e
imprescritível, sujeito à pena de reclusão (patamares mínimos). É a lei, no entanto,
quem cria o crime de racismo e comina a sua pena. A CF como fonte formal imediata
fica evidente quando, por exemplo, traz a imprescritibilidade e a inafiançabilidade do
racismo, constituindo-se num mandado constitucional de criminalização.

OBS. Há de se ter em mente que no direito existem diversas classificações e


entendimentos para um mesmo tema, devendo o aluno sempre buscar a alternativa que
se encontra mais correta, tendo em vista os entendimentos existentes. No caso da
presente questão, em que pese a existência de divergência entre a doutrina tradicional
e a doutrina dita moderna com relação à CF ser ou não fonte imediata de direito penal,
não há dúvidas de que a lei é por ambas considerada como fonte imediata, sendo,
portanto, está a alternativa correta.

32. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – Denominam-se famulativos os delitos que compõem a estrutura unitária do crime
complexo.
II – Nos chamados crimes de estado a consumação é imediata, mas o resultado se
prolonga no tempo independente da vontade do agente.
III – Em certas situações, mesmo o tipo penal descrevendo uma ação, pode haver a
sua execução por omissão, são os chamados crimes comissivos por omissão, quando
o agente deixa de evitar o resultado quando podia e devia agir
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: C
I – Correta. Segundo a doutrina:
Crime simples: é aquele que se amolda em um único tipo penal. É o caso do furto (CP,
art. 155).
Crime complexo: é aquele que resulta da união de dois ou mais tipos penais. Fala-se,
nesse caso, em crime complexo em sentido estrito. O crime de roubo (CP, art. 157),
por exemplo, é oriundo da fusão entre furto e ameaça (no caso de ser praticado com
emprego de grave ameaça – CP, art. 147) ou furto e lesão corporal (se praticado
mediante violência contra a pessoa – CP, art. 129).
Denominam-se famulativos os delitos que compõem a estrutura unitária do crime
complexo.
De seu turno, crime complexo em sentido amplo é o que deriva da fusão de um crime
com um comportamento por si só penalmente irrelevante, a exemplo da denunciação
caluniosa (CP, art. 339), originária da união da calúnia (CP, art. 138) com a conduta
lícita de noticiar à autoridade pública a prática de uma infração penal e sua respectiva
autoria. (p. 335)
II – Incorreta. De acordo com a classificação doutrinária:
Crimes instantâneos ou de estado: são aqueles cuja consumação se verifica em um
momento determinado, sem continuidade no tempo. É o caso do furto (CP, art. 155).
Crimes permanentes: são aqueles cuja consumação se prolonga no tempo, por vontade
do agente. O ordenamento jurídico é agredido reiteradamente, razão pela qual a
prisão em flagrante é cabível a qualquer momento, enquanto perdurar a situação de
ilicitude.
(...)
Os crimes permanentes se subdividem em: necessariamente permanentes: para a
consumação é imprescindível a manutenção da situação contrária ao Direito por tempo
juridicamente relevante. É o caso do sequestro (CP, art. 148); eventualmente
permanentes: em regra são instantâneos, mas, no caso concreto, a situação de ilicitude
pode ser prorrogada no tempo pela vontade do agente. Como exemplo pode ser
indicado o furto de energia elétrica (CP, art. 155, § 3.º).
Crimes instantâneos de efeitos permanentes: são aqueles cujos efeitos subsistem após
a consumação, independentemente da vontade do agente, tal como ocorre na bigamia
(CP, art. 235) e no estelionato previdenciário (CP, art. 171, caput), quando praticado
por terceiro não beneficiário.
Crimes a prazo: são aqueles cuja consumação exige a fluência de determinado período.
É o caso da lesão corporal de natureza grave em decorrência da incapacidade para as
ocupações habituais por mais de 30 dias (CP, art. 129, § 1.º, I), e do sequestro em que
a privação da liberdade dura mais de 15 dias (CP, art. 148, § 1.º, III). (destacamos – p.
337/338)
III – Correta. Segundo a doutrina:
Crimes omissivos impróprios, espúrios ou comissivos por omissão: o tipo penal aloja em
sua descrição uma ação, uma conduta positiva, mas a omissão do agente, que
descumpre seu dever jurídico de agir, acarreta a produção do resultado naturalístico
e a sua consequente responsabilização penal.
As hipóteses do dever de agir foram previstas no art. 13, § 2.º, do Código Penal: (a)
dever legal; (b) posição de garantidor; e (c) ingerência. p. 343.

33. De acordo com o artigo 24 do Código Penal: “Considera-se em estado de


necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por
sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo
sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se”. A respeito do estado de
necessidade marque a alternativa INCORRETA.
a) De acordo com a doutrina majoritária a expressão “perigo atual” é restrita,
abrangendo apenas o perigo atual e não o perigo iminente.
b) Com relação a quem sofre a ofensa o estado de necessidade pode ser classificado
em defensivo e agressivo.
c) Para o Código Penal o estado de necessidade é sempre justificante, ou seja,
sempre será considerando uma excludente de ilicitude.
d) O estado de necessidade não se aplica a crimes habituais e permanentes.
Gabarito: A
Perigo atual: há uma discussão se o perigo iminente seria elemento possível do estado
de necessidade. O entendimento prevalente é no sentido de que o perigo atual abrange
o perigo iminente, tendo em vista que perigo é a probabilidade de dano (sinopse).
Estado de necessidade justificante: causa de exclusão da ilicitude. Estado de
necessidade exculpante: causa de exclusão da culpabilidade.
Teoria diferenciadora
O estado de necessidade poderá ser causa de exclusão da ilicitude ou de exclusão da
culpabilidade. Considera a variação de valor dos bens em conflito (balanço dos bens).
Se o bem protegido pelo agente for de valor superior ao bem sacrificado haverá
exclusão da ilicitude (estado de necessidade justificante). Exemplo: para salvaguardar
a vida (maior valor) o sujeito vem a lesar o patrimônio (menor valor). Caso o bem
protegido seja de valor inferior ou igual ao bem sacrificado poderá haver a exclusão
da culpabilidade (estado de necessidade exculpante). Exemplo: 'A', para proteger a sua
vida. vem a matar 'B' (bens de igual valor). Não é a posição adotada pelo Código Penal.
Obs.: o Código Penal Militar adota a teoria diferenciadora. Teoria unitária (adotada
pelo CP) O estado de necessidade sempre será causa de exclusão da ilicitude (estado
de necessidade justificante). O art. 24 do CP não considera expressamente o balanço
de bens, exigindo-se apenas o critério da razoabilidade.
Referência: SALIM, ALEXANDRE; AZEVEDO, MARCELO ANDRÉ DE. DIREITO PENAL PARTE
GERAL. Coleção SINOPSES para concursos, Salvador: Ed. Juspodivm, 2018, p. 299/300.
O CP adotou a TEORIA UNITÁRIA: só existe o estado de necessidade justificante, que
exclui a ilicitude quando há o sacrifício de bem jurídico de menor ou igual valor.
Não há estado de necessidade quando for sacrificado bem jurídico de maior valor, mas
a pena deve ser reduzida (direito subjetivo do réu).
Referência: Correia, Martinha. Direito Penal em tabelas. Parte Geral. Salvador: Ed.
Juspodivm, 2017, p. 163.

34. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – A participação inócua é considerada como se participação fosse, sendo relevante
para o direito penal, nos termos do artigo 29 do Código Penal.
II – Ausente o vínculo subjetivo entre os agentes de um crime não há concurso de
agentes, mas sim autoria colateral.
III – Não é possível a contribuição dolosa para um crime culposo, nem a concorrência
culposa para um delito doloso.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: D
I – Incorreta. De acordo com a doutrina:
Destarte, não pode ser considerado coautor ou partícipe quem assume em relação à
infração penal uma atitude meramente negativa, quem não dá causa ao crime, quem
não realiza qualquer conduta sem a qual o resultado não teria se verificado.
De fato, a participação inócua, que em nada concorre para a realização do crime, é
irrelevante para o Direito Penal.
Anote-se que esse requisito (relevância causal) depende de uma contribuição prévia ou
concomitante à execução, isto é, anterior à consumação. A concorrência posterior à
consumação configura crime autônomo (receptação, favorecimento real ou pessoal,
por exemplo), mas não concurso de pessoas.
Em tema de concurso de pessoas, a contribuição pode até ser concretizada após a
consumação, desde que tenha sido ajustada anteriormente. Exemplo: “A” se
compromete, perante “B”, a auxiliá-lo a fugir e a escondê-lo depois de matar “C”.
Será partícipe do homicídio. Contudo, se somente depois da morte de “C” se dispuser
a ajudá-lo a subtrair-se da ação da autoridade pública, não será partícipe do homicídio,
mas autor do crime de favorecimento pessoal (CP, art. 348).
II – Correta. Segundo a doutrina:
Vínculo subjetivo. Esse requisito, também chamado de concurso de vontades, impõe
estejam todos os agentes ligados entre si por um vínculo de ordem subjetiva, um nexo
psicológico, pois caso contrário não haverá um crime praticado em concurso, mas vários
crimes simultâneos. De fato, na ausência desta condição estará caracterizada a autoria
colateral.
III – Correta. Justamente em razão do vínculo subjetivo é que não é possível, de acordo
com a doutrina:
Os agentes devem revelar vontade homogênea, visando a produção do mesmo
resultado. É o que se convencionou chamar de princípio da convergência. Logo, não é
possível a contribuição dolosa para um crime culposo, nem a concorrência culposa para
um delito doloso.
O vínculo subjetivo não depende, contudo, do prévio ajuste entre os envolvidos
(pactum sceleris). Basta a ciência por parte de um agente no tocante ao fato de
concorrer para a conduta de outrem (scientia sceleris ou scientia maleficii), chamada
pela doutrina de “consciente e voluntária cooperação”, “vontade de participar”,
“vontade de coparticipar”, “adesão à vontade de outrem” ou “concorrência de
vontades”.
Referência: Masson, Cleber. Direito Penal: parte geral (arts. 1º a 120) – vol. 1. 13. ed.
São Paulo: MÉTODO, 2019, p. 721/722.

35. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime constitui motivação
idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a pena
aplicada.
II – É admissível a adoção do regime prisional semiaberto aos reincidentes
condenados a pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias
judiciais.
III – A imposição do regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada
permitir exige motivação idônea.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: D
I – Incorreta. Segundo o enunciado da Súmula 718-STF: A opinião do julgador sobre a
gravidade em abstrato do crime não constitui motivação idônea para a imposição de
regime mais severo do que o permitido segundo a pena aplicada.
II – Correta. Segundo o enunciado da Súmula 269-STJ: É admissível a adoção do regime
prisional semiaberto aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior a quatro anos
se favoráveis as circunstâncias judiciais.
III – Correta. Segundo o enunciado da Súmula 719-STF: A imposição do regime de
cumprimento mais severo do que a pena aplicada permitir exige motivação idônea.

36. Assinale a alternativa INCORRETA.


a) O crime de omissão de socorro, tipificado na parte especial do Código Penal,
somente se consuma com a ocorrência de um resultado naturalístico, o qual,
dependendo de sua gravidade, poderá constituir, ainda, causa qualificadora da
conduta.
b) Tanto o perigo de vida, espécie de lesão corporal de natureza grave, assim como
o aborto, espécie de lesão corporal gravíssima, são preterdolosas, eis que são
resultados não desejados pelo agente, o qual tinha dolo em relação à lesão corporal
apenas, contando com culpa em relação a esses resultados: perigo de vida e aborto.
Nesse sentido, também, a lesão corporal seguida de morte.
c) A debilidade permanente de membro, sentido ou função, difere da perda ou
inutilização de membro, sentido ou função. A debilidade permanente é lesão
corporal de natureza grave, enquanto que a perda ou inutilização é lesão corporal
de natureza gravíssima. Se houver, por exemplo, a perda de um único dedo, temos
debilidade permanente, mas se houver a perda de uma mão inteira, por exemplo,
teremos, então, perda ou inutilização.
d) A incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias é espécie de
lesão corporal de natureza grave, sendo que as referidas ocupações não condizem
apenas com a atividade laboral exercida pela vítima na ocasião, abrangendo
qualquer outra atividade costumeira, moral ou imoral, desde que lícita.
Gabarito: A
O crime de omissão de socorro (art. 135, CP) é crime omissivo puro ou próprio que se
caracteriza por um descumprimento de uma norma mandamental, ou seja, o agente
não faz o que a lei determina.
Sendo um crime omissivo próprio a consumação ocorrerá no instante da abstenção do
comportamento devido. O crime é instantâneo, consumando-se no momento exato em
que o autor omite a prestação de socorro.

37. Assinale a alternativa INCORRETA.


a) É inadmissível aplicar, no furto qualificado, pelo concurso de agentes, a
majorante do roubo.
b) No crime de furto, não deve ser reconhecida a qualificadora da “destreza” caso
inexista comprovação de que o agente tenha se valido de excepcional habilidade
para subtrair a coisa que se encontrava na posse da vítima sem despertar-lhe a
atenção.
c) É possível o reconhecimento do privilégio previsto no § 2º do art. 155 do CP nos
casos de crime de furto qualificado, se estiverem presentes a primariedade do
agente, o pequeno valor da coisa e a qualificadora for de ordem objetiva.
d) Se o funcionário do banco recebe o cartão e a senha da idosa para auxiliá-la a
sacar um dinheiro do caixa eletrônico e, aproveitando a oportunidade, transfere
quantias para a sua conta pessoal, tal conduta configura o crime de furto
qualificado.
Gabarito: D
a) Correta, nos termos da Súmula 442-STJ: É inadmissível aplicar, no furto
qualificado, pelo concurso de agentes, a majorante do roubo.
b) Correta, segundo a jurisprudência:
PENAL. PROCESSO PENAL. CRIME DE FURTO. RECURSO DO MINISTÉRIO PÚBLICO PARA
RECONHECIMENTO DA 'DESTREZA' (CP, ART. 155, § 4º, INC. II).
RECURSO ESPECIAL PARCIALMENTE PROVIDO APENAS PARA AFASTAR A QUALIFICADORA.
1. Conforme o Código Penal, ocorre "furto qualificado", entre outras hipóteses, quando
é cometido "com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza" (CP,
art. 155, § 4º, inc. II).
Somente a excepcional, incomum, habilidade do agente, que com movimento das mãos
consegue subtrair a coisa que se encontra na posse da vítima sem despertar-lhe a
atenção, é que caracteriza, revela, a "destreza".
Não configuram essa qualificadora os atos dissimulados comuns aos crimes contra o
patrimônio - que, por óbvio, não são praticados às escancaras.
2. A embriaguez do agente constituirá causa especial de diminuição de pena se
comprovadas as condições do § 2º do art. 28 do Código Penal. Se as instâncias ordinárias
decidiram que elas não se encontram presentes, não há como conhecer do
inconformismo do recorrente, pois, conforme a Súmula n. 7 do Superior Tribunal de
Justiça, "a pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial".
3. Recurso especial parcialmente provido apenas para afastar a qualificadora da
destreza.
(REsp 1478648/PR, Rel. Ministro NEWTON TRISOTTO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO
TJ/SC), QUINTA TURMA, julgado em 16/12/2014, REPDJe 26/02/2015, DJe 02/02/2015)
c) Correta, nos termos da Súmula 511-STJ: É possível o reconhecimento do privilégio
previsto no § 2º do art. 155 do CP nos casos de crime de furto qualificado, se estiverem
presentes a primariedade do agente, o pequeno valor da coisa e a qualificadora for de
ordem objetiva.
d) Incorreta, segundo a jurisprudência:
RECURSO ESPECIAL. PENAL. ART. 102 DA LEI N. 10.741/2003. DESVIO DE BENS. POSSE
PRÉVIA. DESNECESSIDADE. DESVIO DE FINALIDADE.
CARACTERIZAÇÃO. CONDENAÇÃO. RESTABELECIMENTO.
1. Para a conduta de desviar bens do idoso, prevista no art. 102 da Lei n. 10.741/2003,
não há necessidade de prévia posse por parte do agente, restrita à hipótese de
apropriação.
2. É evidente que a transferência dos valores da conta bancária da vítima para a conta
pessoal do recorrido, mediante ardil, desviou os bens de sua finalidade. Não importa
aqui perquirir qual era a real destinação desses valores, pois, independente de qual
fosse, foram eles dela desviados, ao serem, por meio de fraude, transferidos para a
conta do recorrido.
3. Recurso especial provido para cassar o acórdão proferido nos embargos infringentes
e restabelecer a condenação, nos termos do julgado proferido na apelação.
(REsp 1358865/RS, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em
04/09/2014, DJe 23/09/2014)

38. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – Para a configuração do delito de violação de direito autoral e a comprovação de
sua materialidade, é suficiente a perícia realizada por amostragem do produto
apreendido, nos aspectos externos do material, sendo necessária a identificação
dos titulares dos direitos autorais violados ou daqueles que os representem.
II – Presentes a materialidade e a autoria, afigura-se típica, em relação ao crime
previsto no artigo 184, parágrafo 2º, do Código Penal, a conduta de expor à venda
CDs e DVDs piratas.
III – O alcance do conceito de direito autoral é fornecido por lei especial (Lei n.
9.610/98), sendo o tipo penal do artigo 184 do CP, portanto, uma norma penal em
branco.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: D
I – INCORRETA. Súmula 574-STJ: Para a configuração do delito de violação de direito
autoral e a comprovação de sua materialidade, é suficiente a perícia realizada por
amostragem do produto apreendido, nos aspectos externos do material, e é
desnecessária a identificação dos titulares dos direitos autorais violados ou daqueles
que os representem.
II – CORRETA. Súmula 502-STJ: Presentes a materialidade e a autoria, afigura-se típica,
em relação ao crime previsto no artigo 184, parágrafo 2º, do Código Penal, a conduta
de expor à venda CDs e DVDs piratas.
III – CORRETA. Segundo a doutrina:
Consiste em violar direito autoral. Violar é sinônimo de transgredir, ofender. O autor
tem direitos patrimoniais e morais sobre sua obra. Assim, caracterizam o crime o
plágio, a utilização indevida de imagem da obra, a sua reprodução não autorizada e
até a confecção pela editora de número maior de exemplares de um livro sem o
conhecimento do autor, a fim de não pagar os direitos autorais sobre o número
excedente.
O alcance do conceito de direito autoral é fornecido por lei especial (Lei n. 9.610/98),
sendo o tipo penal em estudo, portanto, uma norma penal em branco. Referida lei,
ademais, contém diversos outros conceitos que complementam as figuras qualificadas
do delito, de modo que será necessário transcrever tais conceitos para ser possível a
compreensão do dispositivo. Autor é a pessoa física criadora de obra literária, artística
ou científica (art. 11 da Lei n. 9.610/98). A lei penal, contudo, também tutela os
direitos conexos ao do autor que são os direitos dos artistas intérpretes ou
executantes, dos produtores fonográficos e das empresas de radiodifusão (art. 89).
Referência: Gonçalves, Victor Eduardo Rios. Direito penal esquematizado: parte
especial. 8. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2018.p. 554.

39. Não pratica o crime de abandono material aquele que:


a) Deixa, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge, ou de filho menor
de dezoito anos ou inapto para o trabalho.
b) Falta ao pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou
majorada.
c) Deixa, sem justa causa, de prover a subsistência ascendente inválido ou maior de
cinquenta anos.
d) Deixa, sem justa causa, de socorrer descendente ou ascendente, gravemente
enfermo.
Gabarito: C
Segundo o art. 244, CP: Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge,
ou de filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de ascendente
inválido ou maior de 60 (sessenta) anos, não lhes proporcionando os recursos
necessários ou faltando ao pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada,
fixada ou majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer descendente ou ascendente,
gravemente enfermo: (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa, de uma a dez vezes o maior
salário mínimo vigente no País.
Parágrafo único - Nas mesmas penas incide quem, sendo solvente, frustra ou ilide, de
qualquer modo, inclusive por abandono injustificado de emprego ou função, o
pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada.

40. Assinale a alternativa INCORRETA.


a) A utilização de veículo sem placas, com placas falsas ou adulteradas é
circunstância que sempre agrava as penalidades dos crimes de trânsito.
b) A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão ou a
habilitação para dirigir veículo automotor não se inicia enquanto o sentenciado, por
efeito de condenação penal, estiver recolhido a estabelecimento prisional.
c) Da decisão que decretar a suspensão da permissão ou da habilitação para dirigir
veículo automotor, ou a proibição de sua obtenção, ou da que indeferir o
requerimento do Ministério Público, caberá recurso em sentido estrito, sem efeito
suspensivo.
d) Se o réu for reincidente na prática de crime previsto no Código de Trânsito
Brasileiro, o juiz poderá aplicar a penalidade de suspensão da permissão ou
habilitação para dirigir veículo automotor, em prejuízo das demais sanções penais
cabíveis.
Gabarito: D
a) Correta, nos termos do art. 298, CTB: São circunstâncias que sempre agravam as
penalidades dos crimes de trânsito ter o condutor do veículo cometido a infração:
I - com dano potencial para duas ou mais pessoas ou com grande risco de grave
dano patrimonial a terceiros;
II - utilizando o veículo sem placas, com placas falsas ou adulteradas;
III - sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;
IV - com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação de categoria diferente
da do veículo;
V - quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados especiais com o transporte
de passageiros ou de carga;
VI - utilizando veículo em que tenham sido adulterados equipamentos ou
características que afetem a sua segurança ou o seu funcionamento de acordo com os
limites de velocidade prescritos nas especificações do fabricante;
VII - sobre faixa de trânsito temporária ou permanentemente destinada a
pedestres.
b) Correta, nos termos do art. 293, § 2º, CTB: A penalidade de suspensão ou de proibição
de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor não se inicia
enquanto o sentenciado, por efeito de condenação penal, estiver recolhido a
estabelecimento prisional.
c) Correta, nos termos do art. 294, CTB. Em qualquer fase da investigação ou da ação
penal, havendo necessidade para a garantia da ordem pública, poderá o juiz, como
medida cautelar, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público ou ainda mediante
representação da autoridade policial, decretar, em decisão motivada, a suspensão da
permissão ou da habilitação para dirigir veículo automotor, ou a proibição de sua
obtenção.
Parágrafo único. Da decisão que decretar a suspensão ou a medida cautelar, ou
da que indeferir o requerimento do Ministério Público, caberá recurso em sentido
estrito, sem efeito suspensivo.
d) Incorreta, nos termos do art. 296, CTB: Se o réu for reincidente na prática de crime
previsto neste Código, o juiz aplicará a penalidade de suspensão da permissão ou
habilitação para dirigir veículo automotor, sem prejuízo das demais sanções penais
cabíveis.

41. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – Para que o autor do delito seja processado e julgado por crime de tortura, é
imprescindível que esse crime deixe vestígios de ordem física.
II – Caracteriza uma das espécies do crime de tortura a conduta consistente em, com
emprego de grave ameaça, constranger outrem em razão de discriminação racial,
causando-lhe sofrimento mental.
III – Constitui crime de tortura submeter alguém sob sua guarda, com emprego de
grave ameaça, a intenso sofrimento mental como forma de aplicar medida de
caráter preventivo.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: D
I – INCORRETA. De acordo com os ensinamentos doutrinários:
Caso a prática da tortura deixe vestígios, a vítima deverá ser submetida a exame ele
corpo ele delito, direto ou indireto, previstos respectivamente nos arts. 158 e 16 7 elo
Código ele Processo Penal. Entretanto, não é raro ser esse delito praticado de forma
clandestina, sem que haja testemunhas do fato ou qualquer outro vestígio que possa
servir de base para o exame de corpo de delito. Nesta hipótese, elevem ser utilizadas
como elemento probatório a prova indiciária e também as palavras ela vítima. (p. 779)
II – CORRETA. Art. 1º, Lei 9455/97: Constitui crime de tortura:
I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe
sofrimento físico ou mental:
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira
pessoa;
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
c) em razão de discriminação racial ou religiosa
A alínea c trata de denominada tortura discriminatória, tortura preconceituosa ou
tortura racismo. Nessa modalidade, a discriminação é o motivo determinante da
prática da tortura. (p. 783)
III – CORRETA. Art. 1º, Lei 9455/97: Constitui crime de tortura:
(...)
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência
ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo
pessoal ou medida de caráter preventivo.
Tortura castigo ou tortura punitiva. O inciso II do art. 1º trata de denominada tortura
castigo ou tortura punitiva. Como a própria redação legal está a sugerir, nesta
modalidade de tortura, a violência ou grave ameaça provocada na vítima gerando
intenso sofrimento físico ou mental, são empregadas como forma de castigar a vítima
ou aplicar-lhe medida de caráter preventivo. (p. 785)
Referência: Habib, Gabriel. Leis Penais Especiais volume único: 10 ed. rev., atual. e
ampl. - Salvador: Juspodivm, 2018.

42. Assinale a alterativa INCORRETA nos termos da Lei de Abuso de Autoridade (Lei
nº 13.869/19).
a) As responsabilidades civil e administrativa são independentes da criminal, não se
podendo mais questionar sobre a existência ou a autoria do fato quando essas
questões tenham sido decididas no juízo criminal.
b) As penas restritivas de direitos substitutivas das privativas de liberdade previstas
na lei de abuso de autoridade são prestação de serviços à comunidade ou a
entidades públicas e suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato,
pelo prazo de um a seis meses, com a perda dos vencimentos e das vantagens.
c) Os crimes previstos na lei de abuso de autoridade são considerados falta funcional
e devem ser informadas à autoridade competente com vistas à apuração.
d) Nos crimes da lei de abuso de autoridade será admitida ação privada se a ação
penal pública não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar
a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos
do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no
caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.
Gabarito: C
a) Correta, nos termos do art. 7º, Lei: As responsabilidades civil e administrativa são
independentes da criminal, não se podendo mais questionar sobre a existência ou a
autoria do fato quando essas questões tenham sido decididas no juízo criminal.
b) Correta, nos termos do art. 5º, Lei: As penas restritivas de direitos substitutivas das
privativas de liberdade previstas nesta Lei são:
I - prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas;
II - suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato, pelo prazo de 1 (um) a
6 (seis) meses, com a perda dos vencimentos e das vantagens;
c) Incorreta, segundo o art. 6º, Lei: As penas previstas nesta Lei serão aplicadas
independentemente das sanções de natureza civil ou administrativa cabíveis.
Parágrafo único. As notícias de crimes previstos nesta Lei que descreverem falta
funcional serão informadas à autoridade competente com vistas à apuração.
d) Correta, nos termos do art. 3º, Lei: Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal
pública incondicionada.
§ 1º Será admitida ação privada se a ação penal pública não for intentada no prazo
legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia
substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova,
interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação
como parte principal.
§ 2º A ação privada subsidiária será exercida no prazo de 6 (seis) meses, contado da
data em que se esgotar o prazo para oferecimento da denúncia.

43. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – A reconciliação entre a vítima e o agressor, no âmbito da violência doméstica e
familiar contra a mulher, é fundamento suficiente para afastar a necessidade de
fixação do valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração penal.
II – Se a mulher vítima de crime de ação pública condicionada à representação
comparece ao cartório e manifesta interesse em se retratar da representação, o
juiz deverá designar audiência para que ela confirme essa intenção e seja ouvido o
Ministério Público.
III – A medida de afastamento do local de trabalho é de competência do Juiz da Vara
de Violência Doméstica, sendo caso de interrupção do contrato de trabalho,
devendo a empresa arcar com os 15 primeiros dias e o INSS com o restante.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: D
I – INCORRETA. Segundo a jurisprudência, a reconciliação entre a vítima e o agressor,
no âmbito da violência doméstica e familiar contra a mulher, não é fundamento
suficiente para afastar a necessidade de fixação do valor mínimo para reparação dos
danos causados pela infração penal.
RECURSO ESPECIAL. PENAL E PROCESSUAL PENAL. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA.
VIAS DE FATO. DANO MORAL. VALOR MÍNIMO PARA A REPARAÇÃO CIVIL. DANO MORAL IN
RE IPSA. MENOSPREZO À DIGNIDADE DA MULHER. MERO ABORRECIMENTO. NÃO
OCORRÊNCIA. POSTERIOR RECONCILIAÇÃO.
IRRELEVÂNCIA. EXECUÇÃO DO TÍTULO. OPÇÃO DA VÍTIMA. RECURSO ESPECIAL PROVIDO.
1. A Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do Recurso Especial
Repetitivo n.º 1.675.874/MS, fixou a compreensão de que a prática de violência
doméstica e familiar contra a mulher implica a ocorrência de dano moral in re ipsa, de
modo que, uma vez comprovada a prática delitiva, é desnecessária maior discussão
sobre a efetiva comprovação do dano para a fixação de valor indenizatório mínimo.
2. A Corte estadual, apesar de manter a condenação do Recorrido pela conduta de
agredir sua companheira com socos no peito e no braço, afastou a fixação de valor
mínimo para reparação dos danos causados, sob o argumento de que o fato não passou
de mero aborrecimento na vida da vítima, sem produzir abalo psicológico ou ofensa a
atributo da personalidade.
3. A atitude de violência doméstica e familiar contra a mulher está naturalmente
imbuída de desonra, descrédito e menosprezo à dignidade e ao valor da mulher como
pessoa. Desse modo, mostra-se necessário o restabelecimento do valor fixado pelo Juízo
de origem como montante mínimo para a reparação dos danos causados pela infração.
4. A posterior reconciliação entre a vítima e o agressor não é fundamento suficiente
para afastar a necessidade de fixação do valor mínimo previsto no art. 387, inciso IV,
do Código de Processo Penal, seja porque não há previsão legal nesse sentido, seja
porque compete à própria vítima decidir se irá promover a execução ou não do título
executivo, sendo vedado ao Poder Judiciário omitir-se na aplicação da legislação
processual penal que determina a fixação de valor mínimo em favor da vítima.
5. Recurso especial provido para restabelecer o valor mínimo de reparação dos danos
causados pela infração, determinando-se ao Tribunal de origem que prossiga no
julgamento da apelação defensiva quanto ao pleito subsidiário de redução do quantum
fixado na sentença.
(REsp 1819504/MS, Rel. Ministra LAURITA VAZ, SEXTA TURMA, julgado em 10/09/2019,
DJe 30/09/2019)
II – CORRETA. De acordo com a jurisprudência:
PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO. INADEQUAÇÃO. LESÃO CORPORAL NO
CONTEXTO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E ESTUPRO. REJEIÇÃO DA DENÚNCIA PELA
RETRATAÇÃO DA VÍTIMA. RESE DO MINISTÉRIO PÚBLICO PROVIDO NA ORIGEM.
INOBSERVÂNCIA DO DISPOSTO NO ART. 16 DA LEI Nº 11.340/06 E NOS ARTS. 25 DO CPP
E 102 DO CP. IRRETOCÁVEL O ENTENDIMENTO. HABEAS CORPUS NÃO CONHECIDO. 1.
Esta Corte e o Supremo Tribunal Federal pacificaram orientação no sentido de que não
cabe habeas corpus substitutivo do recurso legalmente previsto para a hipótese,
impondo-se o não conhecimento da impetração, salvo quando constatada a existência
de flagrante ilegalidade no ato judicial impugnado.
2. A Lei Maria da Penha disciplina procedimento próprio para que a vítima possa
eventualmente se retratar de representação já apresentada. Dessarte, dispõe o art. 16
da Lei n. 11.340/2006 que, "só será admitida a renúncia à representação perante o juiz,
em audiência especialmente designada com tal finalidade" (HC 371.470/RS, Rel.
Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 17/11/2016, DJe
25/11/2016).
3. Considerando que, no caso em apreço, a retratação da suposta ofendida ocorreu
somente em cartório, sem a designação de audiência específica necessária para a
confirmação do ato, correto posicionamento da Corte de origem ao elucidar tal
ilegalidade e cassar a decisão que rejeitou a denúncia com base unicamente na
retratação.
4. É uníssona a jurisprudência desta Corte Superior no sentido de que, depois de
oferecida a denúncia, a representação do ofendido será irretratável, consoante o
disposto nos arts. 102 do Código Penal e 25 do Código de Processo Penal. Assim,
imperiosa a manutenção do julgado também nesse ponto, acerca do crime previsto no
art. 213 c/c art. 224, ambos vigentes à época no Código Penal.
5. Considerando que o Tribunal Estadual não teceu qualquer consideração sobre a
ausência de justa causa quanto ao crime de estupro, em virtude da relação amorosa
entre o paciente e a vítima, inviável a apreciação direta por esta Corte Superior, sob
pena de indevida supressão de instâncias.
6. Habeas corpus não conhecido.
(HC 138.143/MG, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA, julgado em
03/09/2019, DJe 10/09/2019)
III – CORRETA. Segundo a jurisprudência:
RECURSO ESPECIAL. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR. MEDIDA PROTETIVA.
AFASTAMENTO DO EMPREGO. MANUTENÇÃO DO VÍNCULO TRABALHISTA.
COMPETÊNCIA. VARA ESPECIALIZADA. VARA CRIMINAL. NATUREZA JURÍDICA DO
AFASTAMENTO. INTERRUPÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO. PAGAMENTO.
INTERPRETAÇÃO TELEOLÓGICA. INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA. PREVISÃO LEGAL.
INEXISTÊNCIA. FALTA JUSTIFICADA. PAGAMENTO DE INDENIZAÇÃO. AUXÍLIO DOENÇA.
INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL. RECURSO ESPECIAL PROVIDO PARCIALMENTE.
1. Tem competência o juiz da vara especializada em violência doméstica e familiar ou,
caso não haja na localidade o juízo criminal, para apreciar pedido de imposição de
medida protetiva de manutenção de vínculo trabalhista, por até seis meses, em razão
de afastamento do trabalho de ofendida decorrente de violência doméstica e familiar,
uma vez que o motivo do afastamento não advém de relação de trabalho, mas de
situação emergencial que visa garantir a integridade física, psicológica e patrimonial
da mulher.
2. Tem direito ao recebimento de salário a vítima de violência doméstica e familiar que
teve como medida protetiva imposta ao empregador a manutenção de vínculo
trabalhista em decorrência de afastamento do emprego por situação de violência
doméstica e familiar, ante o fato de a natureza jurídica do afastamento ser a
interrupção do contrato de trabalho, por meio de interpretação teleológica da Lei n.
11.340/2006.
3. Incide o auxílio-doença, diante da falta de previsão legal, referente ao período de
afastamento do trabalho, quando reconhecida ser decorrente de violência doméstica e
familiar, pois tal situação advém da ofensa à integridade física e psicológica da mulher
e deve ser equiparada aos casos de doença da segurada, por meio de interpretação
extensiva da Lei Maria da Penha.
4. Cabe ao empregador o pagamento dos quinze primeiros dias de afastamento da
empregada vítima de violência doméstica e familiar e fica a cargo do INSS o pagamento
do restante do período de afastamento estabelecido pelo juiz, com necessidade de
apresentação de atestado que confirme estar a ofendida incapacitada para o trabalho
e desde que haja aprovação do afastamento pela perícia do INSS, por incidência do
auxílio-doença, aplicado ao caso por meio de interpretação analógica.
5. Recurso especial parcialmente provido, para a fim de declarar competente o Juízo
da 2ª Vara Criminal de Marília-SP, que fixou as medidas protetivas a favor da ora
recorrente, para apreciação do pedido retroativo de reconhecimento do afastamento
de trabalho decorrente de violência doméstica, nos termos do voto.
(REsp 1757775/SP, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em
20/08/2019, DJe 02/09/2019)

DIREITO PROCESSUAL PENAL

44. Assinale a alternativa INCORRETA, nos termos do Código de Processo Penal.


a) A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica.
b) O Código de Processo Penal aplica-se a todo o território brasileiro, sem exceções.
c) O suplemento dos princípios gerais de direito é admitido pelo Código de Processo
Penal.
d) Sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior, a lei
processual penal aplicar-se-á desde logo.
Gabarito: B
a) Correta, de acordo com o art. 3º, CPP: A lei processual penal admitirá interpretação
extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de
direito.
b) Incorreta, de acordo com o art. 1º, CPP: O processo penal reger-se-á, em todo o
território brasileiro, por este Código, ressalvados:
I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional;
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado,
nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo
Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89, § 2º, e
100);
III - os processos da competência da Justiça Militar;
IV - os processos da competência do tribunal especial (Constituição, art. 122, no 17);
V - os processos por crimes de imprensa. (Vide ADPF nº 130)
c) Correta, de acordo com o art. 3º, CPP: A lei processual penal admitirá interpretação
extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de
direito.
d) Correta, de acordo com o art. 2º, CPP: A lei processual penal aplicar-se-á desde
logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.

45. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – Desde que necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime, não
sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confessado formal e
circunstancialmente a prática de infração penal sem violência ou grave ameaça e
com pena mínima inferior a quatro anos, o Ministério Público poderá propor acordo
de não persecução penal.
II – Para que seja possível a aplicação do acordo de não persecução penal a pena
mínima cominada ao delito deverá ser inferior a quatro anos, não sendo
consideradas as causas de aumento e diminuição aplicáveis ao caso concreto.
III – A homologação do acordo de não persecução penal, que será formalizado por
escrito, firmado pelo membro do Ministério Público, pelo investigado e por seu
defensor, será feita em audiência na qual o juiz deverá verificar a sua
voluntariedade, por meio da oitiva do investigado na presença do seu defensor, e
sua legalidade.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: C
I – CORRETA. Segundo o art. 28-A, CPP: Não sendo caso de arquivamento e tendo o
investigado confessado formal e circunstancialmente a prática de infração penal sem
violência ou grave ameaça e com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, o Ministério
Público poderá propor acordo de não persecução penal, desde que necessário e
suficiente para reprovação e prevenção do crime, mediante as seguintes condições
ajustadas cumulativa e alternativamente: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
I - reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na impossibilidade de fazê-lo;
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
II - renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério Público como
instrumentos, produto ou proveito do crime; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
III - prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente
à pena mínima cominada ao delito diminuída de um a dois terços, em local a ser
indicado pelo juízo da execução, na forma do art. 46 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 (Código Penal); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
IV - pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45 do Decreto-Lei
nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), a entidade pública ou de interesse
social, a ser indicada pelo juízo da execução, que tenha, preferencialmente, como
função proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes aos aparentemente lesados pelo
delito; ou (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
V - cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério Público,
desde que proporcional e compatível com a infração penal imputada. (Incluído pela
Lei nº 13.964, de 2019)
II – INCORRETA. Segundo o art. 28-A, § 1º, CPP: Para aferição da pena mínima cominada
ao delito a que se refere o caput deste artigo, serão consideradas as causas de
aumento e diminuição aplicáveis ao caso concreto. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019)
III – CORRETA. Segundo o art. 28-A, § 3º, CPP: O acordo de não persecução penal será
formalizado por escrito e será firmado pelo membro do Ministério Público, pelo
investigado e por seu defensor. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
e
§ 4º Para a homologação do acordo de não persecução penal, será realizada audiência
na qual o juiz deverá verificar a sua voluntariedade, por meio da oitiva do investigado
na presença do seu defensor, e sua legalidade. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

46. Assinale a alternativa INCORRETA, nos termos do CPP.


a) Quando faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal
a denúncia ou queixa será rejeitada.
b) A denúncia ou queixa conterá impreterivelmente a exposição do fato criminoso,
com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado, a classificação do crime
e o rol das testemunhas.
c) Será de cinco dias, o prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso,
contado da data em que o órgão do Ministério Público receber os autos do inquérito
policial, e de 15 dias, se o réu estiver solto ou afiançado.
d) A impossibilidade de identificação do acusado com o seu verdadeiro nome ou
outros qualificativos não retardará a ação penal, quando certa a identidade física.
Gabarito: B
a) Correta, nos termos do art. 395, CPP: A denúncia ou queixa será rejeitada quando:
I - for manifestamente inepta
II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal;
III - faltar justa causa para o exercício da ação penal.
b) Incorreta, nos termos do art. 41, CPP: A denúncia ou queixa conterá a exposição do
fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou
esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando
necessário, o rol das testemunhas.
c) Correta, nos termos do art. 46, CPP: O prazo para oferecimento da denúncia, estando
o réu preso, será de 5 dias, contado da data em que o órgão do Ministério Público
receber os autos do inquérito policial, e de 15 dias, se o réu estiver solto ou afiançado.
No último caso, se houver devolução do inquérito à autoridade policial (art. 16), contar-
se-á o prazo da data em que o órgão do Ministério Público receber novamente os autos.
d) Correta, nos termos do art. 259, CPP: A impossibilidade de identificação do acusado
com o seu verdadeiro nome ou outros qualificativos não retardará a ação penal, quando
certa a identidade física. A qualquer tempo, no curso do processo, do julgamento ou
da execução da sentença, se for descoberta a sua qualificação, far-se-á a retificação,
por termo, nos autos, sem prejuízo da validade dos atos precedentes.

47. Assinale a alternativa INCORRETA de acordo com as disposições do CPP.


a) A competência pela prerrogativa de função é do Supremo Tribunal Federal, do
Superior Tribunal de Justiça, dos Tribunais Regionais Federais e Tribunais de Justiça
dos Estados e do Distrito Federal, relativamente às pessoas que devam responder
perante eles por crimes comuns e de responsabilidade.
b) No processo por crimes praticados fora do território brasileiro, será competente
o juízo da Capital da Capital da República.
c) Será facultativa a separação dos processos quando as infrações tiverem sido
praticadas em circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes, ou, quando pelo
excessivo número de acusados e para não Ihes prolongar a prisão provisória, ou por
outro motivo relevante, o juiz reputar conveniente a separação.
d) Se, não obstante a conexão ou continência, forem instaurados processos
diferentes, a autoridade de jurisdição prevalente deverá avocar os processos que
corram perante os outros juízes, salvo se já estiverem com sentença definitiva.
Neste caso, a unidade dos processos só se dará, ulteriormente, para o efeito de
soma ou de unificação das penas.
Gabarito: B
a) Correta, nos termos do art. 84, CPP: A competência pela prerrogativa de função é
do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça, dos Tribunais Regionais
Federais e Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, relativamente às
pessoas que devam responder perante eles por crimes comuns e de responsabilidade.
b) Incorreta, nos termos do art. 88, CPP: No processo por crimes praticados fora do
território brasileiro, será competente o juízo da Capital do Estado onde houver por
último residido o acusado. Se este nunca tiver residido no Brasil, será competente o
juízo da Capital da República.
c) Correta, nos termos do art. 80, CPP: Será facultativa a separação dos processos
quando as infrações tiverem sido praticadas em circunstâncias de tempo ou de lugar
diferentes, ou, quando pelo excessivo número de acusados e para não Ihes prolongar a
prisão provisória, ou por outro motivo relevante, o juiz reputar conveniente a
separação.
d) Correta, nos termos do art. 82, CPP: Se, não obstante a conexão ou continência,
forem instaurados processos diferentes, a autoridade de jurisdição prevalente deverá
avocar os processos que corram perante os outros juízes, salvo se já estiverem com
sentença definitiva. Neste caso, a unidade dos processos só se dará, ulteriormente,
para o efeito de soma ou de unificação das penas.

48. No que tange ao ônus da prova, assinale a alternativa INCORRETA.


a) A prova cabe àquele que afirma determinado ato, fato ou circunstância, seja a
acusação ou a defesa.
b) O juiz poderá ordenar de ofício, somente depois de iniciada a ação penal, a
produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, observando a
necessidade, adequação e proporcionalidade da medida
c) Para a acusação caberá provar a existência do fato imputado e sua autoria, a
tipicidade da conduta, os elementos subjetivos de dolo ou culpa, a existência de
circunstâncias agravantes e qualificadoras
d) Ônus significa um arbítrio relegado à parte onerada, que, realizado, é capaz de
conduzi-la ou deixá-la em condição favorável dentro do processo.
Gabarito: B
Nos termos do artigo 156, CPP:
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao
juiz de ofício:
I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas
consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e
proporcionalidade da medida;
II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de
diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante.
Com relação ao ônus da prova e as demais assertivas, segue a lição doutrinária:
Dispondo sobre o ônus da prova no processo penal, estabelece o art. 156, caput, 1.ª
parte, do CPP, com a redação que lhe foi determinada pela Lei 11.690/2008, que “a
prova da alegação incumbirá a quem a fizer (...)”. Por ônus entende-se o encargo
atribuído às partes de provar, mediante meios lícitos e legítimos, a verdade das suas
alegações, visando fornecer ao juiz os elementos necessários à formação de sua
convicção.
No sentido empregado pelo Código de Processo Penal, ônus difere de obrigação. Isso
porque uma obrigação descumprida representa um ato contrário ao direito, ao qual
corresponde uma penalidade. Por exemplo: uma vez intimada a depor, tem a
testemunha a obrigação de comparecer; caso contrário, haverá condução coercitiva,
pagamento das despesas da condução, eventual responsabilidade penal por crime de
desobediência e multa (arts. 218 e 219 do CPP). Caso compareça e não diga a verdade
em face das perguntas que lhe forem formuladas, poderá, salvo exceções legais,
responder por crime de falso testemunho (art. 342 do CP).
Já quanto ao ônus, possui natureza diversa, representando, simplesmente, um arbítrio
relegado à parte onerada, que, realizado, é capaz de conduzi-la ou deixá-la em
condição favorável dentro do processo. Descumprido pela defesa o ônus da prova
quanto aos fatos que lhe incumbe comprovar, a consequência será uma possibilidade
maior de condenação, embora esta não seja uma consequência certa ou provável. Outro
exemplo: descumprido, pelo Ministério Público, o ônus de apresentação de quesitos à
perícia que requereu, nem por isso ficará esta prejudicada, representando o ato de
inadimplemento, simplesmente, uma circunstância capaz de colocar a acusação em
posição jurídica desfavorável, pois, eventualmente, ausentes quesitos específicos, não
esclarecerá o expert exatamente o objeto da dúvida que motivou o requerimento de
laudo.
Portanto, a prova cabe àquele que afirma determinado ato, fato ou circunstância, seja
a acusação ou a defesa, não sendo verdade que somente o autor da ação penal tenha
esta incumbência. Tudo dependerá da natureza da alegação. Neste contexto, à
acusação caberá provar a existência do fato imputado e sua autoria, a tipicidade da
conduta, os elementos subjetivos de dolo ou culpa, a existência de circunstâncias
agravantes e qualificadoras. Já à defesa, por outro lado, incumbirá a prova de
eventuais causas excludentes de ilicitude, de culpabilidade e de tipicidade,
circunstâncias atenuantes, minorantes e privilegiadoras que tenha alegado.
Referência: Avena, Norberto Cláudio Pâncaro Processo penal. – 9.ª ed. rev. e atual. –
Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2017, p. 321.

49. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – O valor da confissão se aferirá pelos critérios adotados para os outros elementos
de prova, e para a sua apreciação o juiz deverá confrontá-la com as demais provas
do processo, verificando se entre ela e estas existe compatibilidade ou
concordância.
II – O silêncio do acusado não importará confissão, mas poderá constituir elemento
para a formação do convencimento do juiz.
III – A confissão será divisível e retratável, sem prejuízo do livre convencimento do
juiz, fundado no exame das provas em conjunto.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
e) Todas estão incorretas.
Gabarito: C
I – CORRETA. Segundo o art. 197, CPP: O valor da confissão se aferirá pelos critérios
adotados para os outros elementos de prova, e para a sua apreciação o juiz deverá
confrontá-la com as demais provas do processo, verificando se entre ela e estas existe
compatibilidade ou concordância.
II – INCORRETA. Em que pese a redação do art. 198, CPP (O silêncio do acusado não
importará confissão, mas poderá constituir elemento para a formação do
convencimento do juiz.) o parágrafo único do art. 186, incluído pela Lei nº 10.792, de
1º.12.2003, estabelece que: o silêncio, que não importará em confissão, não poderá
ser interpretado em prejuízo da defesa.
Dessa forma, entende-se que o art. 198 encontra tacitamente revogado pela
superveniência da ordem constitucional de 1988 - e pela Lei nº 10.792/03, que alterou
substancialmente o disposto no art. 186 do CPP.
III – CORRETA. Segundo o art. 200, CPP: A confissão será divisível e retratável, sem
prejuízo do livre convencimento do juiz, fundado no exame das provas em conjunto.

50. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – O interrogatório do acusado realizado por videoconferência antes da
regulamentação do procedimento por lei federal consubstancia nulidade absoluta,
pois viola o princípio constitucional do devido processo legal.
II – Inobservância da ordem de inquirição de testemunhas previstas no CPP é causa
de nulidade relativa.
III – Durante a oitiva da testemunha, mostra-se lícita somente a leitura pelo
magistrado das declarações prestadas na fase inquisitória, para que a testemunha,
em seguida, ratifique-a.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: B
I – CORRETA. De acordo com a jurisprudência:
HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO.
PLEITO PELO RECONHECIMENTO DE NULIDADE ABSOLUTA.
ILEGALIDADE DA TELEAUDIÊNCIA REALIZADA ANTES DA LEI 11.900/09.
VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS DA AMPLA DEFESA, DO CONTRADITÓRIO E DO DEVIDO
PROCESSO LEGAL. OCORRÊNCIA. PRECEDENTES.
1. O Supremo Tribunal Federal entende que o interrogatório realizado por meio de
videoconferência, autorizado por lei estadual antes da regulamentação promovida por
lei federal, viola princípios constitucionais por exorbitar a competência privativa da
União para dispor sobre normas de natureza processual.
2. À época da realização da teleaudiência, em 15.6.07, não havia lei federal que
respaldasse o ato, existindo, apenas, a Lei 11.819/05, do Estado de São Paulo.
3. A jurisprudência consolidada nesta Corte Superior adotou o entendimento de que a
audiência realizada por videoconferência, anteriormente à vigência da Lei nº
11.900/09, ocorreu ao seu arrepio e em afronta aos demais princípios do direito, como
o devido processo legal e a ampla defesa.
4. Ordem parcialmente concedida para anular a ação penal, nos termos do voto.
Mantida a prisão do paciente.
(HC 193.904/SP, Rel. Ministro ADILSON VIEIRA MACABU (DESEMBARGADOR CONVOCADO
DO TJ/RJ), QUINTA TURMA, julgado em 22/05/2012, DJe 28/06/2012)
II – CORRETA. De acordo com a jurisprudência:
HABEAS CORPUS. NULIDADE. OFENSA À ORDEM ESTABELECIDA NO ART. 21 DO CPP.
INVERSÃO.
1. A inversão da ordem de inquirição de testemunhas estabelecida pelo art. 212 do
Código de Processo Penal constitui nulidade capaz de viciar o processo quando suscitada
a tempo e quando demonstrado prejuízo efetivo sofrido pelo paciente.
2. Hipótese em que a nulidade tanto foi arguida no momento adequado como também
ficou demonstrado o prejuízo sofrido pelo paciente com a inquirição das testemunhas
feitas em primeiro lugar pelo juiz.
3. Ordem concedida.
(HC 212.618/RS, Rel. Ministro OG FERNANDES, Rel. p/ Acórdão Ministro SEBASTIÃO REIS
JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 24/04/2012, DJe 17/09/2012)
III – INCORRETA. Segundo a jurisprudência:
PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. ROUBO. AUDIÊNCIA DE TESTEMUNHAS DE
ACUSAÇÃO. (1) ART. 212 DO CPP. ORDEM DAS PERGUNTAS. MAGISTRADO QUE PERGUNTA
PRIMEIRO. NULIDADE RELATIVA. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DE PREJUÍZO.
ILEGALIDADE. NÃO RECONHECIMENTO (RESSALVA DE ENTENDIMENTO DA RELATORA). (2)
COLHEITA DE DEPOIMENTO. LEITURA DAS DECLARAÇÕES PRESTADAS PERANTE A
AUTORIDADE POLICIAL. RATIFICAÇÃO. NULIDADE.
RECONHECIMENTO.
1. O entendimento que prevaleceu nesta Corte é de que, invertida a ordem de
perguntas, na colheita de prova testemunhal (CPP, art. 212, redação conferida pela Lei
n. 11.690/2008), tem-se caso de nulidade relativa, a depender de demonstração de
prejuízo - o que não se apontou. Ressalva de entendimento da Relatora.
2. A produção da prova testemunhal é complexa, envolvendo não só o fornecimento do
relato, oral, mas, também, o filtro de credibilidade das informações apresentadas.
Assim, não se mostra lícita a mera leitura pelo magistrado das declarações prestadas
na fase inquisitória, para que a testemunha, em seguida, ratifique-a.
3. Ordem concedida para para anular a ação penal a partir da audiência de testemunhas
de acusação, a fim de que seja refeita a colheita da prova testemunhal, mediante a
regular realização das oitivas, com a efetiva tomada de depoimento, sem a mera
reiteração das declarações prestadas perante a autoridade policial.
(HC 183.696/ES, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado
em 14/02/2012, DJe 27/02/2012)
Não ofende os princípios do contraditório e da ampla defesa a ratificação judicial de
depoimentos testemunhais realizados na fase inquisitorial, desde que possibilitada a
realização de perguntas e reperguntas (hc 260.090/ms, Rel. Ministro gurgel de faria,
quinta turma, julgado em 07/04/2015, dje 17/04/2015). Verifica-se que, no caso, foi
oportunizada às partes a formulação de perguntas, anteriormente à leitura do
depoimento prestado extrajudicialmente pelas vítimas, o que está em consonância com
o entendimento firmado acerca do tema por esta corte. Diante deste quadro, não
havendo a demonstração do alegado prejuízo na defesa do paciente, incide ao caso o
princípio do pás de nullité sans grief, que encontra seu fundamento de validade no art.
563 do código de processo penal, segundo o qual nenhum ato será declarado nulo, se
da nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou para a defesa. Precedentes. Nos
termos da interpretação do art. 121, § 5º, da Lei n. 8.069/1990, para sujeitar o
adolescente às medidas socioeducativas, deve ser considerada a inimputabilidade penal
à data do fato. Diante disso, esta corte assentou o entendimento segundo o qual a
superveniência de maioridade relativa (período entre 18 e 21 anos), não tem o condão
de extinguir a medida socioeducativa, a qual ocorrerá apenas com a liberação
compulsória do menor, aos 21 anos de idade. Habeas corpus não conhecido. (STJ; HC
420.653; Proc. 2017/0265676-2; SC; Quinta Turma; Rel. Min. Reynaldo Soares da
Fonseca; DJE 13/12/2017)
HABEAS CORPUS. PROCESSO PENAL. ROUBO. AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO. Oitiva das
testemunhas. Ratificação do depoimento prestado em fase inquisitorial. Nulidade
relativa. Necessidade de demonstração de efetivo prejuízo. Não ocorrência.
Precedentes. Ordem denegada. (STJ; HC 264.392; Proc. 2013/0030068-5; MS; Sexta
Turma; Rel. Min. Sebastião Reis Júnior; DJE 04/08/2017)
Não há nenhuma ilegalidade no depoimento prestado pela mãe da vítima; a depoente
prestou depoimento oral, tendo ratificado o depoimento policial apenas quando
instada, pelo órgão ministerial, para que esclarecesse contradição verificada. A
jurisprudência desta Corte Superior de Justiça é no sentido de que não ofende os
princípios do contraditório e da ampla defesa a ratificação judicial de depoimentos
testemunhais realizados na fase inquisitorial, desde que possibilitada a realização de
perguntas e reperguntas, o que ocorreu no presente caso. 4. Diante da conclusão,
firmada na origem, de que o veredicto não está dissociado da prova colhida e de que
há prova suficiente para a qualificadora reconhecida pelo Conselho de Sentença, não
há dúvida de que acolher o pleito defensivo, no sentido de absolvição ou exclusão da
qualificadora, demandaria o reexame da prova dos autos, providência vedada na via
especial (Súmula nº 7/STJ). 5. Agravo regimental improvido. (STJ; AgRg-AREsp 973.343;
Proc. 2016/0226171-0; SC; Sexta Turma; Rel. Min. Sebastião Reis Júnior; DJE
28/04/2017)
HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. ALEGAÇÃO DE NULIDADE DECORRENTE DA
LEITURA DOS DEPOIMENTOS PRESTADOS PELASTESTEMUNHAS NA FASE INQUISITORIAL,
COM SUA RATIFICAÇÃO EM JUÍZO. NULIDADE INEXISTENTE. CONTRADITÓRIO E AMPLA
DEFESA ASSEGURADOS. PREJUÍZO NÃO DEMONSTRADO. PRINCÍPIO PAS DE NULLITÉ SANS
GRIEF. SUPOSTO VÍCIO NÃO QUESTIONADO PELO CAUSÍDICO QUANDO DA REALIZAÇÃO
DO ATO, TAMPOUCO ARGUIDA PELA DEFESA NOS ATOS PROCESSUAIS POSTERIORES.
PRECLUSÃO. CONSTRANGIMENTO ILEGAL INEXISTENTE. ORDEM DE HABEAS CORPUS
DENEGADA. 1. Não se vislumbra ofensa aos princípios da ampla defesa e do contraditório
na ratificação judicial dos depoimentos testemunhais realizados na fase inquisitorial,
possibilitando-se à defesa a realização de perguntas e reperguntas. Precedentes. 2. No
processo penal, só se declara nulidade se houver efetivo prejuízo, no caso inexistente,
conforme reza o art. 563 do código de processo penal, que materializa a máxima
francesa ne pas de nulitté sans grief. 3. A suposta nulidade não foi questionada pela
defesa quando da realização do ato, ou, ainda, em alegações finais, restando a alegação
fulminada pelo instituto da preclusão. 4. Ordem de habeas corpus denegada. (STJ; HC
242.021; Proc. 2012/0095485-5; ES; Quinta Turma; Relª Minª Laurita Vaz; DJE
04/09/2013; Pág. 655)

51. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga
ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de
terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade
disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do
ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do estado.
II – É vedado o uso de algemas em mulheres grávidas durante os atos médico-
hospitalares preparatórios para a realização do parto e durante o trabalho de parto,
bem como em mulheres durante o período de puerpério imediato.
III – Se houver, ainda que por parte de terceiros, resistência à prisão em flagrante
ou à determinada por autoridade competente, o executor e as pessoas que o
auxiliarem poderão usar dos meios necessários para defender-se ou para vencer a
resistência, do que tudo se lavrará auto subscrito também por duas testemunhas.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: A
I – CORRETA. De acordo com o enunciado da Súmula vinculante 11-STF: Só é lícito o uso
de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à
integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a
excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do
agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere,
sem prejuízo da responsabilidade civil do estado.
II – CORRETA. Nos termos do art. 292, Parágrafo único, CPP: É vedado o uso de algemas
em mulheres grávidas durante os atos médico-hospitalares preparatórios para a
realização do parto e durante o trabalho de parto, bem como em mulheres durante o
período de puerpério imediato.
III – CORRETA. Nos termos do art. 292, CPP: Se houver, ainda que por parte de terceiros,
resistência à prisão em flagrante ou à determinada por autoridade competente, o
executor e as pessoas que o auxiliarem poderão usar dos meios necessários para
defender-se ou para vencer a resistência, do que tudo se lavrará auto subscrito também
por duas testemunhas.

52. De acordo com as disposições do CPP, assinale a alternativa INCORRETA.


a) Será admitida a decretação da prisão preventiva se tiver sido condenado por
outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado se houver
transcorrido o período depurador.
b) Será admitida a decretação da prisão preventiva com a finalidade de antecipação
de cumprimento de pena ou como decorrência imediata de investigação criminal ou
da apresentação ou recebimento de denúncia.
c) Será admitida a decretação da prisão preventiva se o crime envolver violência
doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou
pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de
urgência.
d) Será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil
da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la,
devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a identificação,
salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida.
Gabarito: B
a) Correta, segundo o art. 313, CPP: Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida
a decretação da prisão preventiva:
I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4
(quatro) anos;
II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado,
ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 - Código Penal;
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança,
adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das
medidas protetivas de urgência;
b) Incorreta, nos termos do art. 313, § 2º, CPP: Não será admitida a decretação da
prisão preventiva com a finalidade de antecipação de cumprimento de pena ou como
decorrência imediata de investigação criminal ou da apresentação ou recebimento de
denúncia.
c) Correta, segundo o art. 313, CPP: Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida
a decretação da prisão preventiva:
I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4
(quatro) anos;
II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado,
ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 - Código Penal;
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança,
adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das
medidas protetivas de urgência;
d) Correta, segundo o art. 313, § 1º, CPP: Também será admitida a prisão preventiva
quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer
elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente
em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção
da medida.

53. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta quanto ao tema


Prisões e Medidas Cautelares.
I - As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz a requerimento das partes ou,
quando no curso da investigação criminal, por representação da autoridade policial
ou mediante requerimento do Ministério Público.
II - O juiz poderá de ofício ou a pedido das partes, revogar a medida cautelar ou
substituí-la quando verificar a falta de motivo para que subsista, bem como voltar a
decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.
III - Quando o acusado estiver no território nacional, fora da jurisdição do juiz
processante, será deprecada a sua prisão, devendo constar da precatória o inteiro
teor do mandado.
IV - Havendo urgência, o juiz poderá requisitar a prisão por qualquer meio de
comunicação, do qual deverá constar o motivo da prisão, bem como o valor da fiança
se arbitrada.
V - A prisão preventiva será determinada quando não for cabível a sua substituição
por outra medida cautelar
Estão corretas:
a) I, II, III, IV e V.
b) I, II e III.
c) I e III.
d) II e IV.
Gabarito: A
I- Correta. CPP, art. 282, §2º.
II- Correta. CPP, art. 282, §5º.
III- Correta. CPP, art. 289, caput.
IV- Correta. CPP, art. 289, §1º.
V- Correta. CPP, art.282, §6º.

54. Assinale a alternativa INCORRETA nos termos do CPP.


a) Aplicam-se subsidiariamente aos procedimentos especial, sumário e sumaríssimo
as disposições do procedimento ordinário.
b) No caso de citação por edital, o prazo para a defesa começará a fluir a partir do
comparecimento pessoal do acusado ou do defensor constituído.
c) A denúncia ou queixa será rejeitada quando o fato narrado evidentemente não
constitui crime.
d) Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, não constituir
defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la.
Gabarito: C
a) Correta, segundo o art. 394, § 5º, CPP: Aplicam-se subsidiariamente aos
procedimentos especial, sumário e sumaríssimo as disposições do procedimento
ordinário.
b) Correta, segundo o art. 396, parágrafo único, CPP: No caso de citação por edital, o
prazo para a defesa começará a fluir a partir do comparecimento pessoal do acusado
ou do defensor constituído.
c) Incorreta , segundo o art. 395, CPP. A denúncia ou queixa será rejeitada quando:
I - for manifestamente inepta;
II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou
III - faltar justa causa para o exercício da ação penal.
E
Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o
juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar:
I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato;
II - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo
inimputabilidade;
III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou
IV - extinta a punibilidade do agente.
d) Correta, segundo o art. 396 – A, § 2º, CPP: Não apresentada a resposta no prazo legal,
ou se o acusado, citado, não constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-
la, concedendo-lhe vista dos autos por 10 (dez) dias.
55. Assinale a alternativa CORRETA de acordo com o CPP.
a) A fundamentação da pronúncia limitar-se-á à indicação da materialidade do fato
e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, devendo o juiz
declarar o dispositivo legal em que julgar incurso o acusado e especificar as
circunstâncias qualificadoras, mas não as causas de aumento de pena.
b) Não se convencendo da materialidade do fato ou da existência de indícios
suficientes de autoria ou de participação, o juiz, fundamentadamente,
impronunciará o acusado, caso em que, mesmo havendo nova prova não poderá ser
formulada nova denúncia ou queixa contra o acusado.
c) O juiz, fundamentadamente, absolverá desde logo o acusado, quando provada a
inexistência do fato, provado não ser ele autor ou partícipe do fato, o fato não
constituir infração penal ou demonstrada causa inimputabilidade.
d) Se houver indícios de autoria ou de participação de outras pessoas não incluídas
na acusação, o juiz, ao pronunciar ou impronunciar o acusado, determinará o
retorno dos autos ao Ministério Público, por 15 (quinze) dias.
Gabarito: D
a) Incorreta, de acordo com o art. 413, § 1º, CPP: A fundamentação da pronúncia
limitar-se-á à indicação da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes
de autoria ou de participação, devendo o juiz declarar o dispositivo legal em que julgar
incurso o acusado e especificar as circunstâncias qualificadoras e as causas de aumento
de pena.
b) Incorreta, nos termos do art. 414, CPP: Não se convencendo da materialidade do
fato ou da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, o juiz,
fundamentadamente, impronunciará o acusado.
Parágrafo único. Enquanto não ocorrer a extinção da punibilidade, poderá ser
formulada nova denúncia ou queixa se houver prova nova.
c) Incorreta, de acordo com o art. 415, CPP: O juiz, fundamentadamente, absolverá
desde logo o acusado, quando:
I – provada a inexistência do fato;
II – provado não ser ele autor ou partícipe do fato;
III – o fato não constituir infração penal;
IV – demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime.
Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV do caput deste artigo ao caso de
inimputabilidade prevista no caput do art. 26 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 – Código Penal, salvo quando esta for a única tese defensiva.
d) Correta, segundo o art. 417, CPP: Se houver indícios de autoria ou de participação
de outras pessoas não incluídas na acusação, o juiz, ao pronunciar ou impronunciar o
acusado, determinará o retorno dos autos ao Ministério Público, por 15 (quinze) dias,
aplicável, no que couber, o art. 80 deste Código.
DIREITO CONSTITUCIONAL

56. A respeito dos marcos do neoconstitucionalismo, analise as assertivas abaixo e


assinale a alternativa CORRETA.
I – O pós-positivismo, com a centralidade dos direitos fundamentais e a
reaproximação entre o direito e a ética é tido como o marco filosófico do
neoconstitucionalismo.
II – O conjunto de mudanças que incluem a força normativa à Constituição, a
expansão da jurisdição constitucional e o desenvolvimento de uma nova dogmática
da interpretação constitucional seria o marco teórico do neoconstitucionalismo.
III – Tem-se como marco histórico do neoconstitucionalismo a formação do Estado
Constitucional de direito, cuja consolidação se deu ao longo das décadas finais do
século XX.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: A
Para Luís Roberto Barroso adepto fervoroso e um dos precursores do
neoconstitucionalismo na doutrina pátria, teríamos como características principais
para o surgimento desse fenômeno os seguintes marcos:
1) marco histórico: a formação do Estado Constitucional de direito, cuja consolidação
se deu ao longo das décadas finais do século XX;
2) marco filosófico: o pós-positivismo, com a centralidade dos direitos fundamentais e
a reaproximação entre o direito e a ética;
3) marco teórico: o conjunto de mudanças que incluem a força normativa à
Constituição, a expansão da jurisdição constitucional e o desenvolvimento de uma nova
dogmática da interpretação constitucional.
Referência: Fernandes, Bernardo Gonçalves. Curso de Direito Constitucional - 8. ed.
rev. ampl. e atual. - Salvador: JusPODIVM, 2016, p. 59.

57. O poder constituinte originário instaura uma nova ordem jurídica, rompendo
por completo com a ordem jurídica precedente, NÃO sendo uma de suas
características:
a) autônomo.
b) incondicionado.
c) soberano na tomada de suas decisões.
d) momentâneo.
Gabarito: D
O poder constituinte originário é inicial, autônomo, ilimitado juridicamente,
incondicionado, soberano na tomada de suas decisões, um poder de fato e político,
permanente.
a) autônomo, visto que a estruturação da nova constituição será determinada,
autonomamente, por quem exerce o poder constituinte originário;
b) e c) incondicionado e soberano na tomada de suas decisões, porque não tem de
submeter-se a qualquer forma prefixada de manifestação;
d) INCORRETA. É permanente, já que o poder constituinte originário não se esgota
com a edição da nova Constituição, sobrevivendo a ela e fora dela como forma e
expressão da liberdade humana, em verdadeira ideia de subsistência. Segundo Manoel
Gonçalves Ferreira Filho, essa característica decorre de fórmula clássica prevista no
art. 28 da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, editada como preâmbulo
da Constituição francesa de 1793 e “... no sentido de que o homem, embora tenha
tomado uma decisão, pode rever, pode mudar posteriormente essa decisão...”. Isso
não significa que o poder constituinte originário permanente e “adormecido” sairá
desse estado de “hibernação” e de “latência” a todo e qualquer momento, até porque
instauraria indesejada insegurança jurídica. Para tanto, deve haver o “momento
constituinte”, uma situação tal que justifique e requeira a quebra abrupta da ordem
jurídica.
Referência: Lenza, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 22. ed. – São Paulo:
Saraiva Educação, 2018, p. 199/200.

58. Segundo a doutrina, são características básicas da federação:


a) Centralização política; Repartição de competência; Constituição semirrígida
como base jurídica; Inexistência do direito de secessão; Soberania dos Estados-
Membros; Intervenção; Auto-organização dos Estados-Membros; Órgão
representativo dos Estados-Membros e Repartição de receitas.
b) Descentralização política; Repartição de competência; Constituição rígida como
base jurídica; Direito de secessão; Soberania do Estado federal; Intervenção; Auto-
organização dos Estados-Membros; Órgão representativo dos Estados-Membros e
Repartição de receitas.
c) Centralização política; Repartição de competência; Constituição rígida como base
jurídica; Inexistência do direito de secessão; Soberania dos Estados- Membros; Não
intervenção; Auto-organização dos Estados-Membros; Órgão representativo dos
Estados-Membros e Repartição de receitas.
d) Descentralização política; Repartição de competência; Constituição rígida como
base jurídica; Inexistência do direito de secessão; Soberania do Estado federal;
Intervenção; Auto-organização dos Estados-Membros; Órgão representativo dos
Estados-Membros e Repartição de receitas.
Gabarito: D
De acordo com a doutrina:
Apesar de cada Estado federativo apresentar características peculiares, inerentes às
suas realidades locais, encontramos alguns pontos em comum que podem assim ser
sistematizados:
■ descentralização política: a própria Constituição prevê núcleos de poder político,
concedendo autonomia para os referidos entes;
■ repartição de competência: garante a autonomia entre os entes federativos e, assim,
o equilíbrio da federação;
■ Constituição rígida como base jurídica: fundamental a existência de uma
Constituição rígida no sentido de garantir a distribuição de competências entre os
entes autônomos, surgindo, então, uma verdadeira estabilidade institucional;
■ inexistência do direito de secessão: não se permite, uma vez criado o pacto
federativo, o direito de separação, de retirada. Tanto é que, só a título de exemplo,
no Brasil, a CF/88 estabeleceu em seu art. 34, I, que a tentativa de retirada ensejará
a decretação da intervenção federal no Estado “rebelante”. Eis o princípio da
indissolubilidade do vínculo federativo, lembrando, inclusive, que a forma federativa
de Estado é um dos limites materiais ao poder de emenda, na medida em que, de
acordo com o art. 60, § 4.º, I, não será objeto de deliberação a proposta de emenda
tendente a abolir a forma federativa de Estado;
■ soberania do Estado federal: a partir do momento que os Estados ingressam na
federação perdem soberania, passando a ser autônomos. Os entes federativos são,
portanto, autônomos entre si, de acordo com as regras constitucionalmente previstas,
nos limites de sua competência; a soberania, por seu turno, é característica do todo,
do “país”, do Estado federal, no caso do Brasil, tanto é que aparece como fundamento
da República Federativa do Brasil (art. 1.º, I, da CF/88). Conforme alertamos no item
4.7, dentro do conceito de supranacionalidade, hoje se fala em flexibilização da ideia
clássica de soberania;
■ intervenção: diante de situações de crise, o processo interventivo surge como
instrumento para assegurar o equilíbrio federativo e, assim, a manutenção da
Federação;
■ auto-organização dos Estados-Membros: através da elaboração das Constituições
Estaduais (vide art. 25 da CF/88);
■ órgão representativo dos Estados-Membros: no Brasil, de acordo com o art. 46, a
representação dá-se através do Senado Federal;
■ guardião da Constituição: no Brasil, o STF;
■ repartição de receitas: assegura o equilíbrio entre os entes federativos (arts. 157 a
159).
Referência: Lenza, Pedro. Direito constitucional esquematizado. – 22. ed. – São Paulo:
Saraiva Educação, 2018. p. 418.

59. Quanto à classificação do Processo Legislativo é INCORRETO afirmar que:


a) Quanto à forma de organização política o processo legislativo poderá ser:
autocrático ou indireto, também chamado de representativo.
b) Quanto ao rito o processo legislativo pode ser ordinário, complementar e
sumário.
c) O processo legislativo ordinário possui três fases, quais sejam, fase introdutória
(de iniciativa), fase constitutiva e fase complementar.
d) A sanção ou veto, no processo legislativo ordinário, ocorrem na fase constitutiva.
Gabarito: B
a) Correta, segundo a doutrina:
No que diz respeito à organização política:
a) Processo legislativo autocrático: é aquele no qual o povo não participa da elaboração
das leis, na medida em que as mesmas são produzidas autocraticamente, sem
legitimidade popular. Seja por um soberano, por um líder ou mesmo por um grupo.
b) Processo legislativo direto: é aquele no qual o povo participa diretamente na
produção das leis, não havendo representantes para tal produção.
c) Processo legislativo indireto: é aquele no qual as leis são produzidas por meio de
representantes populares. É a regra em nosso ordenamento constitucional. É o nosso
processo legislativo por excelência.
d) Processo legislativo semidireto: é aquele no qual as leis são produzidas por
representantes populares e posteriormente são encaminhadas a referendo popular.
Esse tipo de processo legislativo, embora não seja a regra, poderá ocorrer em nosso
ordenamento constitucional com base nas figuras do referendo (aqui já estudado) ou
do plebiscito (se a consulta for prévia, para autorizar posterior produção normativa).
b) Incorreta, quanto ao rito, o processo legislativo poderá ser:
Ordinário: o processo legislativo adota todas as etapas previstas para a lei ordinária.
Sumário: o processo legislativo passa por todas as etapas do ordinário, mas de maneira
mais célere, eis que existem prazos previstos na CF.
Especiais: seguem um rito especial, como é o caso das emendas e medidas provisórias.
Segundo os ensinamentos doutrinários:
No que diz respeito ao aspecto técnico jurídico
a) Processo legislativo ordinário: visa a produção das leis ordinárias.
b) Processo legislativo sumário: é o processo legislativo padrão (comum) dotado de
maior celeridade. É também chamado de "regime de urgência constitucional".
c) Processos legislativos especiais: são aqueles que visam a produção das emendas
constitucionais, das leis complementares, das leis delegadas, das medidas provisórias,
dos decretos legislativos e das resoluções.'
c) Correta, nos termos da doutrina:
(...) Iremos começar pelo processo legislativo básico, que é o processo legislativo
ordinário. Assim sendo, iremos trabalhar com as três fases básicas do processo
(iniciativa, constitutiva e complementar).
d) Correta, segundo a doutrina:
Fase constitutiva
É a fase de tramitação do processo legislativo, na qual ocorrerão as discussões e
deliberações das proposições normativas. A corrente majoritária vai entender que é na
fase constitutiva que nascem as espécies normativas em nosso ordenamento jurídico.
A corrente majoritária entende que, por exemplo, no caso do processo legislativo
ordinário, a lei irá ter seu nascimento (no final da fase constitutiva) com a sanção ou
com a rejeição do veto do Presidente da República pelo Congresso Nacional
Referência: FERNANDES, Bernardo Gonçalves. Curso de Direito Constitucional – 9. ed.
Salvador: Juspodivm, 2017.

60. Analise as assertivas e assinale a alternativa CORRETA com relação ao Poder


Judiciário.
I - Compete privativamente ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores
e aos Tribunais de Justiça propor ao Poder Legislativo respectivo a fixação do
subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores.
II - Os tribunais, tendo em vista sua autonomia administrativa e financeira,
elaborarão livremente suas propostas orçamentárias.
III - Compete privativamente aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do
Distrito Federal e Territórios, bem como os membros do Ministério Público, nos
crimes comuns, de responsabilidade, sem qualquer hipótese de ressalva.
IV - Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização
de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos
na lei de diretrizes orçamentárias, sendo vedada a abertura de créditos
suplementares ou especiais.
Está(ão) correta(s) apenas a(s) alternativa(s):
a) I.
b) II e IV.
c) I, III e IV.
d) III.
Gabarito: A
I - Correta, segundo o art. 96, II, CF: ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais
Superiores e aos Tribunais de Justiça propor ao Poder Legislativo respectivo, observado
o disposto no art. 169:
(...)
b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos
juízos que lhes forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e
dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver;
II - Incorreta, nos termos do art. 99, § 1º, CF: Os tribunais elaborarão suas propostas
orçamentárias dentro dos limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na
lei de diretrizes orçamentárias.
III - Incorreta, nos termos do art. 96, III, CF: aos Tribunais de Justiça julgar os juízes
estaduais e do Distrito Federal e Territórios, bem como os membros do Ministério
Público, nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça
Eleitoral.
IV - Incorreta, nos termos do art. 99, § 5º, CF: Durante a execução orçamentária do
exercício, não poderá haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações que
extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se
previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais.

DIREITO ELEITORAL

61. Nos termos do artigo 1º, Parágrafo Único, da CF “Todo o poder emana do povo,
que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta
Constituição”. Diante de tal artigo é possível afirma que:
a) a democracia no Brasil é direta.
b) a democracia no Brasil é representativa.
c) a democracia no Brasil é indireta.
d) a democracia no Brasil é semidireta.
Gabarito: D
De acordo com a doutrina:
A democracia semidireta ou mista procura conciliar os dois modelos anteriores. O
governo e o Parlamento são constituídos com base na representação: os governantes
são eleitos para representar o povo e agir em seu nome e em seu interesse. Todavia,
são previstos mecanismos de intervenção direta dos cidadãos. Nesse sentido, ressalta
Ferreira Filho (2005, p. 95) que, embora a democracia semidireta seja basicamente
representativa, “é direta na medida em que o povo participa de modo imediato de
certas decisões”.
Esse último é o modelo consagrado na vigente Constituição Federal, que, já em seu
artigo 1º, parágrafo único, impera: “Todo o poder emana do povo, que o exerce por
meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.”
Assim, no sistema brasileiro, a democracia representativa é temperada com
mecanismos próprios de democracia direta, entre os quais citem-se: o plebiscito, o
referendo e a iniciativa popular (CF, art. 14, I, II, III, e art. 61, § 2º).
Referência: GOMES, José Jairo. Direito eleitoral / José Jairo Gomes – 14. ed. rev.,
atual. e ampl. – São Paulo: Atlas, 2018, p. 90.

62. Julgue as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I - A inelegibilidade consiste no obstáculo posto pela Constituição ou por lei
complementar ao exercício da cidadania passiva, por certas pessoas, em razão de
sua condição ou em face de certas circunstâncias. É a negação do direito de ser
representante do povo no Poder.
II – A inelegibilidade é uma medida destinada a defender a democracia contra
possíveis e prováveis abusos. Tratar-se de barreira intransponível que desautoriza
o exercício regular de mandato político, porquanto o inelegível não goza do direito
de ser votado, embora possa votar.
III - A inalistabilidade expressa impedimentos relativos ao alistamento eleitoral, de
sorte que a pessoa não pode inscrever-se eleitora, ficando tolhida sua capacidade
eleitoral ativa. Já as condições de elegibilidade são requisitos positivos que o
cidadão deve preencher para ser candidato a cargo eletivo.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: A
Segundo a doutrina:
Denomina-se inelegibilidade ou ilegibilidade o impedimento ao exercício da cidadania
passiva, de maneira que o cidadão fica impossibilitado de ser escolhido para ocupar
cargo político-eletivo. Em outros termos, trata-se de fator negativo cuja presença
obstrui ou subtrai a capacidade eleitoral passiva do nacional, tornando-o inapto para
receber votos e, pois, exercer mandato representativo. Tal impedimento é provocado
pela ocorrência de determinados fatos previstos na Constituição ou em lei
complementar. Sua incidência embaraça a elegibilidade, esta entendida como o direito
subjetivo público de disputar cargo eletivo. Para Niess (1994, p. 5), “a inelegibilidade
consiste no obstáculo posto pela Constituição ou por lei complementar ao exercício da
cidadania passiva, por certas pessoas, em razão de sua condição ou em face de certas
circunstâncias. É a negação do direito de ser representante do povo no Poder”.
Esclarece o autor tratar-se de barreira intransponível que desautoriza o exercício
regular de mandato político, porquanto o inelegível não goza do direito de ser votado,
embora possa votar.
Preleciona Ferreira Filho (2005, p. 116) que a
“inelegibilidade é uma medida destinada a defender a democracia contra possíveis e
prováveis abusos. Em sua origem, na Constituição de 1934, aparecia ela como medida
preventiva, ideada para impedir que principalmente os titulares de cargos públicos
executivos, eletivos ou não, se servissem de seus poderes para serem reconduzidos ao
cargo, ou para conduzirem-se a outro, assim como para eleger seus parentes. Para
tanto, impedia suas candidaturas, assim como a de cônjuge ou parentes, por um certo
lapso de tempo (art. 112)”.
Visava-se, pois, impedir o uso abusivo de cargos públicos.
(...)
Não se deve confundir inelegibilidade com inalistabilidade e condições de
elegibilidade. Conforme visto, a inalistabilidade expressa impedimentos relativos ao
alistamento eleitoral, de sorte que a pessoa não pode inscrever-se eleitora, ficando
tolhida sua capacidade eleitoral ativa. Já as condições de elegibilidade são requisitos
positivos que o cidadão deve preencher para ser candidato a cargo eletivo; aqui,
encontra-se em jogo a capacidade eleitoral passiva, o jus honorum.
Referência: GOMES, José Jairo. Direito eleitoral / José Jairo Gomes – 14. ed. rev.,
atual. e ampl. – São Paulo: Atlas, 2018, p. 230/231.

63. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – Nem toda doação eleitoral tida como ilegal é capaz de atrair a inelegibilidade,
somente aquelas que, em si, representam quebra da isonomia entre os candidatos,
risco à normalidade e à legitimidade do pleito ou que se aproximem do abuso do
poder econômico é que poderão ser qualificadas para efeito de aferição da referida
inelegibilidade.
II – Nos processos de registro de candidatura, o Juiz Eleitoral pode conhecer de
ofício da existência de causas de inelegibilidade ou da ausência de condição de
elegibilidade, desde que resguardados o contraditório e a ampla defesa.
III – O candidato cujo registro esteja sub judice poderá efetuar todos os atos
relativos à campanha eleitoral, inclusive utilizar o horário eleitoral gratuito no rádio
e na televisão e ter seu nome mantido na urna eletrônica enquanto estiver sob essa
condição, ficando a validade dos votos a ele atribuídos condicionada ao deferimento
de seu registro por instância superior.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: A
I – CORRETA. Segundo a jurisprudência:
1. O acórdão recorrido está em consonância com o entendimento desta Corte, segundo
o qual nem toda doação eleitoral tida como ilegal é capaz de atrair a inelegibilidade
da alínea p. Somente aquelas que, em si, representam quebra da isonomia entre os
candidatos, risco à normalidade e à legitimidade do pleito ou que se aproximem do
abuso do poder econômico é que poderão ser qualificadas para efeito de aferição da
referida inelegibilidade (RO 534-30/PB, Rel. Min. HENRIQUE NEVES DA SILVA, DJe
16.9.2014). 2. No caso, o TRE do Espírito Santo concluiu que o valor que excedeu o
limite permitido - R$ 6.981,85 - representava menos de 10% da arrecadação realizada
pelo candidato beneficiado, não reunindo, portanto, aptidão para influenciar o pleito -
tanto que o agraciado não foi eleito - e, tampouco, ferir a isonomia entre os candidatos.
0000161-88.2016.6.08.0043 (RESPE - Agravo Regimental em Recurso Especial Eleitoral
nº 16188 - BRASÍLIA - DF Acórdão de 14/12/2016 Relator(a) Min. Napoleão Nunes Maia
Filho)
II – CORRETA. Nos termos do enunciado da Súmula 45, TSE: Nos processos de registro
de candidatura, o Juiz Eleitoral pode conhecer de ofício da existência de causas de
inelegibilidade ou da ausência de condição de elegibilidade, desde que resguardados o
contraditório e a ampla defesa.
III – CORRETA. Segundo o art. 16-A da Lei 9.504/97: O candidato cujo registro esteja sub
judice poderá efetuar todos os atos relativos à campanha eleitoral, inclusive utilizar o
horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão e ter seu nome mantido na urna
eletrônica enquanto estiver sob essa condição, ficando a validade dos votos a ele
atribuídos condicionada ao deferimento de seu registro por instância superior.
Parágrafo único. O cômputo, para o respectivo partido ou coligação, dos votos
atribuídos ao candidato cujo registro esteja sub judice no dia da eleição fica
condicionado ao deferimento do registro do candidato.

64. A propaganda elaborada por partidos políticos e candidatos, com a finalidade de


captar votos do eleitorado para investidura e cargo público eletivo é denominada:
a) Propaganda política.
b) Propaganda intrapartidária
c) Propaganda institucional.
d) Propaganda eleitoral.
Gabarito: D
Denomina-se propaganda eleitoral a elaborada por partidos políticos e candidatos,
com a finalidade de captar votos do eleitorado para investidura e cargo público eletivo
(José Jairo Gomes).

65. Assinale a alternativa INCORRETA a respeito da representação por condutas


vedadas.
a) As multas no caso de prática de condutas vedadas serão duplicadas a cada
reincidência.
b) No ano em que se realizar eleição, fica proibida a distribuição gratuita de bens,
valores ou benefícios por parte da Administração Pública, exceto nos casos de
calamidade pública, de estado de emergência ou de programas sociais autorizados
em lei e já em execução orçamentária no exercício anterior.
c) Nos seis meses que antecederem as eleições, na realização de inaugurações é
vedada a contratação de shows artísticos pagos com recursos públicos.
d) O ressarcimento das despesas com o uso de transporte oficial pelo Presidente da
República e sua comitiva em campanha eleitoral será de responsabilidade do partido
político ou coligação a que esteja vinculado.
Gabarito: C
a) Correta, segundo o art. 73, § 6º, Lei 9.504/97: As multas de que trata este artigo
serão duplicadas a cada reincidência.
b) Correta, segundo o art. 73, § 10, Lei 9.504/97. No ano em que se realizar eleição,
fica proibida a distribuição gratuita de bens, valores ou benefícios por parte da
Administração Pública, exceto nos casos de calamidade pública, de estado de
emergência ou de programas sociais autorizados em lei e já em execução orçamentária
no exercício anterior, casos em que o Ministério Público poderá promover o
acompanhamento de sua execução financeira e administrativa.
c) Incorreta, nos termos do art. 75, Lei 9.504/97: Nos três meses que antecederem as
eleições, na realização de inaugurações é vedada a contratação de shows artísticos
pagos com recursos públicos.
d) Correta, segundo o art. 76, Lei 9.504/97: O ressarcimento das despesas com o uso
de transporte oficial pelo Presidente da República e sua comitiva em campanha
eleitoral será de responsabilidade do partido político ou coligação a que esteja
vinculado.

Bloco III
DIREITO EMPRESARIAL

66. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – Princípio basilar do direito empresarial, a livre concorrência é expressamente n
no artigo 170 da CF/1988 como princípio constitucional da ordem econômica.
II – A propriedade privada também está elencada no art. 170 da CF/1988 como
princípio constitucional da ordem econômica, formando, junto com a livre-iniciativa
e a livre concorrência, a tríade que dá sustentação ao direito empresarial.
III – Um dos princípios do direito empresarial mais alardeados pela doutrina
especializada nos dias atuais é o princípio da preservação da empresa, o qual vem
sendo amplamente difundido, inspirando alterações legislativas recentes, como a
Lei de Falência e Recuperação de Empresas, e fundamentando inúmeras decisões
judiciais.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: A
I – CORRETA. Outro princípio basilar do direito empresarial é a livre concorrência,
também prevista expressamente na CF/1988 como princípio constitucional da ordem
econômica: “Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano
e na livre-iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os
ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: (...) IV – livre
concorrência; (...)”.
Infelizmente este também é um princípio que não vem sendo respeitado no Brasil. E
quem mais desrespeita a livre concorrência é justamente aquele ente que, em tese,
deveria protegê-la: o Estado. Se, por um lado, o Estado finge defender a livre
concorrência, criando órgãos com tal missão institucional, tais como o CADE (Conselho
Administrativo de Defesa Econômica), por outro lado é o próprio Estado que ataca a
sagrada liberdade de competição, intervindo cada vez mais na economia, restringindo
cada vez mais o exercício de atividade econômica e criando cada vez mais obstáculos
ao empreendedorismo.
II – CORRETA. A propriedade privada também está elencada no art. 170 da CF/1988
como princípio constitucional da ordem econômica, formando, junto com a livre-
iniciativa e a livre concorrência, a tríade que dá sustentação ao direito empresarial:
“Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre-
iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da
justiça social, observados os seguintes princípios: (...) II – propriedade privada; (...)”.
Garantir e defender a propriedade privada dos meios de produção é pressuposto
fundamental do regime capitalista de livre mercado. Ausente a propriedade privada,
não há também mercado, obviamente. Não havendo mercado, não há como precificar
os bens e serviços em produção e circulação de forma legítima e eficiente, não havendo
alternativa senão o planejamento central da economia, situação na qual os preços são
arbitrariamente fixados por burocratas, o que fatalmente leva ao colapso econômico
e social, como a História já comprovou. Só o capitalismo consegue resolver o problema
do cálculo econômico, e o que lhe permite isso é precisamente a propriedade privada,
como já nos alertou desde o início do século passado o economista austríaco Ludwig
von Mises.
III – CORRETA. Um dos princípios do direito empresarial mais alardeados pela doutrina
especializada nos dias atuais é o princípio da preservação da empresa, o qual vem
sendo amplamente difundido, inspirando alterações legislativas recentes, como a Lei
11.101/2005 (Lei de Falência e Recuperação de Empresas), e fundamentando inúmeras
decisões judiciais. A propósito, confiram-se os seguintes julgados, nos quais o STJ deixa
clara a sua preocupação com a preservação da empresa:
Processo civil. Execução. Penhora de renda. Ausência de prévia citação. Nulidade. (...)
– As Turmas que compõem a Segunda Seção deste Tribunal têm admitido a penhora
sobre o faturamento da empresa desde que, cumuladamente: a) o devedor não possua
bens ou, se os possuir, sejam esses de difícil execução ou insuficientes a saldar o
crédito demandado, b) haja indicação de administrador e esquema de pagamento (CPC,
art. 677) e c) o percentual fixado sobre o faturamento não torne inviável o exercício
da atividade empresarial. Recurso Especial parcialmente provido (REsp 866.382/RJ,
Rel. Min. Nancy Andrighi, 3.ª Turma, j. 11.11.2008, DJe 26.11.2008).
Processual civil. Agravo regimental. Medida cautelar. Penhora sobre o faturamento
bruto da empresa. Ausência de outros bens passíveis de constrição eficaz.
Possibilidade. Percentual elevado. Comprometimento das atividades empresariais.
Redução. I. Conquanto possível a penhora sobre o faturamento bruto da devedora,
quando inexistentes bens disponíveis de fácil liquidação, deve ela observar percentual
que não comprometa a higidez financeira, ameaçando o prosseguimento das atividades
empresariais. (...) (AgRg na MC 14.919/RS, Rel. Min. Aldir Passarinho Junior, 4.ª
Turma, j. 09.12.2008, DJe 02.02.2009).
Referência: Cruz, André Santa, Direito empresarial. – 8. ed. rev., atual. e ampl. – Rio
de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2018, p. 52/54.

67. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – Nome empresarial é aquele sob o qual o empresário individual, EIRELI, as
sociedades empresárias, as cooperativas exercem suas atividades e se obrigam nos
atos a elas pertinentes.
II – Como sinal distintivo que identifica o empresário no exercício de sua atividade,
o nome empresarial possui função apenas de individualizar e identificar o sujeito
de direitos exercente da atividade empresarial, sendo considerado um direito
personalíssimo.
III – O nome empresarial não se confunde com a marca, sinal distintivo que identifica
produtos ou serviços do empresário; com o nome de fantasia, expressão que
identifica o título do estabelecimento e; com o nome de domínio, endereço
eletrônico dos sites dos empresários na internet.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: C
I – CORRETA. Assim como todos nós, pessoas físicas, possuímos um nome civil, o qual
nos identifica nas relações jurídicas de que participamos cotidianamente, os
empresários – empresário individual, EIRELI ou sociedade empresária – também devem
possuir um nome empresarial, que consiste, justamente, na expressão que os identifica
nas relações jurídicas que formalizam em decorrência do exercício da atividade
empresarial. Em outras palavras, “nome empresarial é aquele sob o qual o empresário
individual, empresa individual de responsabilidade Ltda. – EIRELI, as sociedades
empresárias, as cooperativas exercem suas atividades e se obrigam nos atos a elas
pertinentes” (art. 1.º, caput, da IN/DREI 15/2013).
II – INCORRETA. O direito ao nome empresarial, segundo a doutrina majoritária, é um
direito personalíssimo. A importância do nome empresarial como elemento
identificador do empresário em suas relações jurídicas é tão grande que o Superior
Tribunal de Justiça já decidiu que, havendo mudança de nome empresarial, deve haver
a outorga de nova procuração aos mandatários da sociedade empresária.
(...)
Como sinal distintivo que identifica o empresário no exercício de sua atividade, o nome
empresarial possui duas funções relevantes, uma de ordem subjetiva – de individualizar
e identificar o sujeito de direitos exercente da atividade empresarial – e outra de
ordem objetiva – de lhe garantir fama, renome, reputação etc.
III – CORRETA. É preciso tomar cuidado, todavia, para não confundir o nome
empresarial com alguns outros importantes elementos de identificação do empresário,
tais como a marca, o nome de fantasia (também chamado por alguns de título de
estabelecimento ou insígnia), o nome de domínio e os chamados sinais de propaganda.
Referência: Cruz, André Santa. Direito empresarial. – 8. ed. rev., atual. e ampl. – Rio
de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2018, p. 128/129. Destacamos.

68. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – Os atos constitutivos da EIRELI devem ser arquivados no registro competente,
para fins de aquisição de personalidade jurídica. A falta de arquivamento ou de
registro de alterações dos atos constitutivos configura irregularidade
superveniente.
II – Pode ser utilizada a expressão “social” para as empresas individuais de
responsabilidade limitada, mesmo não sendo estas consideradas um tipo societário.
III – Uma vez subscrito e efetivamente integralizado, o capital da empresa individual
de responsabilidade limitada não sofrerá nenhuma influência decorrente de
ulteriores alterações no salário mínimo.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: C
I – Correta. De acordo com o Enunciado 471 JDC: Os atos constitutivos da EIRELI devem
ser arquivados no registro competente, para fins de aquisição de personalidade
jurídica. A falta de arquivamento ou de registro de alterações dos atos constitutivos
configura irregularidade superveniente.
II – Incorreta. De acordo com o Enunciado 472 JDC: É inadequada a utilização da
expressão “social” para as empresas individuais de responsabilidade limitada.
III – Correta. De acordo com o Enunciado 4, Jornada de Direito Comercial: Uma vez
subscrito e efetivamente integralizado, o capital da empresa individual de
responsabilidade limitada não sofrerá nenhuma influência decorrente de ulteriores
alterações no salário mínimo.

69. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – A sociedade em comum compreende as figuras doutrinárias da sociedade de fato
e da irregular.
II – A sociedade de fato não possui contrato escrito, sendo a responsabilidade dos
sócios sempre ilimitada e solidária, podendo a prova de sua existência ser feita por
qualquer meio.
III – Na sociedade em comum existe contrato escrito, sendo a responsabilidade dos
sócios solidária e ilimitada, mas aquele que contratou pela sociedade é excluído do
benefício de ordem.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: A
I – Correta. De acordo com o ENUNCIADO 58 DA I JORNADA DE DIREITO CIVIL DO CJF: A
sociedade em comum compreende as figuras doutrinárias da sociedade de fato e da
irregular.
II – Correta. SOCIEDADE DE FATO: não possui contrato escrito. A responsabilidade dos
sócios será sempre ilimitada e solidária. A prova de sua existência poderá ser feita por
qualquer meio.
III – Correta. SOCIEDADE EM COMUM: deverá existir contrato escrito. A responsabilidade
dos sócios será na forma do Art. 990 CC. A prova de sua existência deverá ser realizada
na forma do Art. 987 CC
Art. 990, CC: Todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações
sociais, excluído do benefício de ordem, previsto no art. 1.024, aquele que contratou
pela sociedade.

70. Com relação ao conselho fiscal das sociedades Ltda., assinale a alternativa
CORRETA.
a) A remuneração dos membros do conselho fiscal será fixada pelo contrato social
onde também constará a sua constituição.
b) Sem prejuízo dos poderes da assembleia dos sócios, pode o contrato instituir
conselho fiscal composto de no máximo três membros e respectivos suplentes,
sócios, residentes no País, eleitos na assembleia geral.
c) As atribuições e poderes conferidos pela lei ao conselho fiscal podem ser
outorgados a outro órgão da sociedade, e a responsabilidade de seus membros
sempre será subsidiária,
d) O conselho fiscal poderá escolher para assisti-lo no exame dos livros, dos balanços
e das contas, contabilista legalmente habilitado, mediante remuneração aprovada
pela assembléia dos sócios.
Gabarito: D
a) Incorreta, segundo o art. 1.068, CC: A remuneração dos membros do conselho fiscal
será fixada, anualmente, pela assembleia dos sócios que os eleger.
b) Incorreta, segundo o art. 1.066, CC: Sem prejuízo dos poderes da assembleia dos
sócios, pode o contrato instituir conselho fiscal composto de três ou mais membros e
respectivos suplentes, sócios ou não, residentes no País, eleitos na assembleia anual
prevista no art. 1.078.
c) Incorreta, segundo o art. 1.070, CC: As atribuições e poderes conferidos pela lei ao
conselho fiscal não podem ser outorgados a outro órgão da sociedade, e a
responsabilidade de seus membros obedece à regra que define a dos administradores
(art. 1.016).
d) Correta, segundo o art. 1070, Parágrafo único. O conselho fiscal poderá escolher
para assisti-lo no exame dos livros, dos balanços e das contas, contabilista legalmente
habilitado, mediante remuneração aprovada pela assembleia dos sócios.

71. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – A S/A pode ter como objeto qualquer empresa de fim lucrativo ou não, não
contrário à lei, à ordem pública e aos bons costumes.
II – Ainda que não prevista no estatuto da S/A a participação de outras sociedades,
esta participação é facultada como meio de realizar o objeto social, ou para
beneficiar-se de incentivos fiscais.
III – A S/A tem seu capital dividido em ações, sendo a responsabilidade dos acionistas
limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: D
I – INCORRETA. Apenas empresas com finalidade lucrativa podem ser objeto da S/A,
conforme o disposto no art. 2º, LSA: Pode ser objeto da companhia qualquer empresa
de fim lucrativo, não contrário à lei, à ordem pública e aos bons costumes.
II – CORRETA. Segundo o art. 2º, § 3º, LSA: A companhia pode ter por objeto participar
de outras sociedades; ainda que não prevista no estatuto, a participação é facultada
como meio de realizar o objeto social, ou para beneficiar-se de incentivos fiscais.
III – CORRETA. Nos termos do Art. 1º, LSA: A companhia ou sociedade anônima terá o
capital dividido em ações, e a responsabilidade dos sócios ou acionistas será limitada
ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas.

72. Com relação ao cheque, assinale a alternativa INCORRETA.


a) O protesto irregular de cheque prescrito não caracteriza abalo de crédito apto a
ensejar danos morais ao devedor, se ainda remanescer ao credor vias alternativas
para a cobrança da dívida consubstanciada no título.
b) Em qualquer ação utilizada pelo portador para cobrança de cheque, os juros de
mora incidem a partir da data de emissão estampada na cártula, e a correção
monetária a contar da primeira apresentação à instituição financeira sacada ou
câmara de compensação.
c) Sempre será possível, no prazo para a execução cambial, o protesto cambiário de
cheque com a indicação do emitente como devedor.
d) O banco sacado não é parte legítima para figurar no polo passivo de ação ajuizada
com o objetivo de reparar os prejuízos decorrentes da devolução de cheque sem
provisão de fundos emitido por correntista.
Gabarito: B
a) Correta, segundo a jurisprudência:
DIREITO CIVIL E DO CONSUMIDOR. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE
NULIDADE DE PROTESTO C/C PEDIDO DE COMPENSAÇÃO POR DANOS MORAIS. PROTESTO
DE CHEQUES PRESCRITOS. IRREGULARIDADE. HIGIDEZ DA DÍVIDA. POSSIBILIDADE DE
MANEJO DE AÇÃO DE COBRANÇA FUNDADA NA RELAÇÃO CAUSAL E DE AÇÃO MONITÓRIA.
ABALO DE CRÉDITO INEXISTENTE. DANO MORAL NÃO CARACTERIZADO. 1. Ação ajuizada
em 27/07/2007. Recurso especial interposto em 28/07/2011 e distribuído em
22/09/2016. Julgamento: Aplicação do CPC/73. 2. O propósito recursal reside em
definir se o protesto de cheques prescritos é ilegal e se enseja dano moral indenizável.
3. O protesto cambial apresenta, por excelência, natureza probante, tendo por
finalidade precípua servir como meio de prova da falta ou recusa do aceite ou do
pagamento de título de crédito. 4. De acordo com o disposto no art. 1º da Lei 9.492/97
("Lei do Protesto Notarial"), são habilitados ao protesto extrajudicial os títulos de
crédito e "outros documentos de dívida", entendidos estes como instrumentos que
caracterizem prova escrita de obrigação pecuniária líquida, certa e exigível, ou seja,
documentos que propiciem o manejo da ação de execução. 5. Especificamente quanto
ao cheque, o apontamento a protesto mostra-se viável dentro do prazo da execução
cambial - que é de 6 (seis) meses contados da expiração do prazo de apresentação -,
desde que indicados os devedores principais (emitente e seus avalistas). Em relação aos
coobrigados (endossantes e respectivos avalistas), o art. 48 da Lei 7.347/85 impõe que
o aponte a protesto seja realizado no prazo para apresentação do título ao sacado. 6.
Consoante decidido pela 2ª Seção no REsp 1.423.464/SC, submetido ao rito dos recursos
especiais repetitivos, "sempre será possível, no prazo para a execução cambial, o
protesto cambiário de cheque, com a indicação do emitente como devedor" (tema 945).
7. Na hipótese dos autos, os protestos dos cheques foram irregulares, na medida em
que efetivados cerca de 4 (quatro) anos após a data da emissão dos títulos. 8. Cuidando-
se de protesto irregular de título de crédito, o reconhecimento do dano moral está
atrelado à ideia do abalo do crédito causado pela publicidade do ato notarial, que,
naturalmente, faz associar ao devedor a pecha de "mau pagador" perante a praça. 9.
Todavia, na hipótese em que o protesto é irregular por estar prescrita a pretensão
executória do credor, havendo, porém, vias alternativas para a cobrança da dívida
consubstanciada no título, não há se falar em abalo de crédito, na medida em que o
emitente permanece na condição de devedor, estando, de fato, impontual no
pagamento. 10. Prescrita a ação executiva do cheque, assiste ao credor a faculdade de
ajuizar a ação cambial por locupletamento ilícito, no prazo de 2 (dois) anos (art. 61 da
Lei 7.357/85); ação de cobrança fundada na relação causal (art. 62 do mesmo diploma
legal) e, ainda, ação monitória, no prazo de 5 (cinco) anos, nos termos da Súmula
503/STJ. 11. Nesse contexto, embora, no particular, tenham sido indevidos os
protestos, pois extemporâneos, a dívida consubstanciada nos títulos permanecia hígida,
não estando caracterizado, portanto, abalo de crédito apto a ensejar a caracterização
do dano moral. 12. Recurso especial parcialmente provido, apenas para se determinar
o cancelamento dos protestos. (REsp 1677772/RJ, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI,
TERCEIRA TURMA, julgado em 14/11/2017, DJe 20/11/2017)STJ. 3ª Turma. REsp
1677772-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 14/11/2017 (Info 616).
b) Incorreta, segundo a jurisprudência a correção monetária incide a partir da data de
emissão estampada na cártula, e os juros de mora a contar da primeira apresentação à
instituição financeira sacada ou câmara de compensação, vejamos:
RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. CHEQUE. INEXISTÊNCIA DE
QUITAÇÃO REGULAR DO DÉBITO REPRESENTADO PELA CÁRTULA. TESE DE QUE OS JUROS
DE MORA DEVEM FLUIR A CONTAR DA CITAÇÃO, POR SE TRATAR DE AÇÃO MONITÓRIA.
DESCABIMENTO. CORREÇÃO MONETÁRIA E JUROS MORATÓRIOS. TEMAS DE DIREITO
MATERIAL, DISCIPLINADOS PELO ART. 52, INCISOS, DA LEI N. 7.357/1985. 1. A tese a ser
firmada, para efeito do art. 1.036 do CPC/2015 (art.543-C do CPC/1973), é a seguinte:
"Em qualquer ação utilizada pelo portador para cobrança de cheque, a correção
monetária incide a partir da data de emissão estampada na cártula, e os juros de mora
a contar da primeira apresentação à instituição financeira sacada ou câmara de
compensação". 2. No caso concreto, recurso especial não provido. (REsp 1556834/SP,
Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 22/06/2016, DJe
10/08/2016)
c) Correta, segundo a jurisprudência:
RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA DIREITO CAMBIÁRIO E
PROTESTO EXTRAJUDICIAL. CHEQUE. ORDEM DE PAGAMENTO À VISTA. CÁRTULA
ESTAMPANDO, NO CAMPO ESPECÍFICO, DATA DE EMISSÃO DIVERSA DA PACTUADA PARA
SUA APRESENTAÇÃO. CONSIDERA-SE, PARA CONTAGEM DO PRAZO DE APRESENTAÇÃO,
AQUELA CONSTANTE NO ESPAÇO PRÓPRIO. PROTESTO, COM INDICAÇÃO DO EMITENTE
DO CHEQUE COMO DEVEDOR, AINDA QUE APÓS O PRAZO DE APRESENTAÇÃO, MAS
DENTRO DO PERÍODO PARA AJUIZAMENTO DE AÇÃO CAMBIAL DE EXECUÇÃO.
POSSIBILIDADE. 1. As teses a serem firmadas, para efeito do art. 1.036 do CPC/2015
(art. 543-C do CPC/1973), são as seguintes: a) a pactuação da pós-datação de cheque,
para que seja hábil a ampliar o prazo de apresentação à instituição financeira sacada,
deve espelhar a data de emissão estampada no campo específico da cártula; b) sempre
será possível, no prazo para a execução cambial, o protesto cambiário de cheque, com
a indicação do emitente como devedor. 2. No caso concreto, recurso especial
parcialmente provido. (REsp 1423464/SC, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, SEGUNDA
SEÇÃO, julgado em 27/04/2016, DJe 27/05/2016)
d) Correta, segundo a jurisprudência:
RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL. DANOS MATERIAIS. CHEQUE DEVOLVIDO
SEM PROVISÃO DE FUNDOS. ILEGITIMIDADE DO BANCO. MÁ PRESTAÇÃO DO SERVIÇO.
CONSUMIDOR EQUIPARADO. NÃO OCORRÊNCIA. 1. Ao receber um cheque para saque, é
dever do banco conferir se está presente algum dos motivos para devolução do cheque,
conforme previsto no artigo 6º da Resolução do BACEN 1.682/90. Caso o valor do título
seja superior ao saldo ou ao eventual limite de crédito rotativo, deve o banco devolver
o cheque por falta de fundos (motivo 11 ou 12). Não havendo mácula nessa conferência,
não há defeito na prestação do serviço e, portanto, não cabe, com base no Código de
Defesa do Consumidor, imputar ao banco conduta ilícita ou risco social inerente à
atividade econômica que implique responsabilização por fato do serviço. 2. Na forma
do disposto no art. 4º da Lei 7.387/85 "a existência de fundos disponíveis é verificada
no momento da apresentação do cheque para pagamento". 3. A responsabilidade por
verificar a capacidade de pagamento é de quem contrata. Ademais, o credor pode se
negar a receber cheques, caso não queira correr o risco da devolução por falta de
fundos. 4. Recurso especial provido. (REsp 1509178/SC, Rel. Ministra MARIA ISABEL
GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em 20/10/2015, DJe 30/11/2015)

73. Em qualquer ação utilizada pelo portador para cobrança de cheque:


a) a correção monetária e os juros de mora incidem a partir da data de emissão
estampada na cártula.
b) a correção monetária incide a partir da data de emissão estampada na cártula, e
os juros de mora a contar da primeira apresentação à instituição financeira sacada
ou câmara de compensação.
c) a correção monetária e os juros de mora contam-se da primeira apresentação à
instituição financeira sacada ou câmara de compensação.
d) a correção monetária incide da primeira apresentação à instituição financeira
sacada ou câmara de compensação, e os juros de mora a contar a partir da data de
emissão estampada na cártula.
Gabarito: B
RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. CHEQUE. INEXISTÊNCIA DE
QUITAÇÃO REGULAR DO DÉBITO REPRESENTADO PELA CÁRTULA. TESE DE QUE OS JUROS
DE MORA DEVEM FLUIR A CONTAR DA CITAÇÃO, POR SE TRATAR DE AÇÃO MONITÓRIA.
DESCABIMENTO. CORREÇÃO MONETÁRIA E JUROS MORATÓRIOS. TEMAS DE DIREITO
MATERIAL, DISCIPLINADOS PELO ART. 52, INCISOS, DA LEI N. 7.357/1985.
1. A tese a ser firmada, para efeito do art. 1.036 do CPC/2015 (art.543-C do CPC/1973),
é a seguinte: "Em qualquer ação utilizada pelo portador para cobrança de cheque, a
correção monetária incide a partir da data de emissão estampada na cártula, e os juros
de mora a contar da primeira apresentação à instituição financeira sacada ou câmara
de compensação".
2. No caso concreto, recurso especial não provido.
(REsp 1556834/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em
22/06/2016, DJe 10/08/2016)

74. Assinale a alternativa INCORRETA de acordo com a jurisprudência.


a) O crédito derivado de fato ocorrido em momento anterior àquele em que
requerida a recuperação judicial deve sujeitar-se ao plano de soerguimento da
sociedade devedora.
b) A competência para processar e julgar demandas cíveis com pedidos ilíquidos
contra massa falida, quando em litisconsórcio passivo com pessoa jurídica de direito
público, é do juízo cível no qual for proposta a ação de conhecimento, competente
para julgar ações contra a Fazenda Pública, de acordo as respectivas normas de
organização judiciária.
c) É desnecessária a apresentação de Certidão de Dívida Ativa (CDA) para
habilitação, em processo de falência, de crédito previdenciário resultante de
decisão judicial trabalhista.
d) No processo de falência, a incidência de juros e correção monetária sobre os
créditos habilitados deve ocorrer até a decretação da quebra, entendida como a
data da publicação da sentença.
Gabarito: D
a) Correta, segundo a jurisprudência:
RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE COMPENSAÇÃO POR DANOS MORAIS. DEVEDOR EM
RECUPERAÇÃO JUDICIAL. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL NÃO VERIFICADA.
CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO. EVENTO DANOSO OCORRIDO EM MOMENTO ANTERIOR AO
PEDIDO RECUPERACIONAL. SUBMISSÃO AOS SEUS EFEITOS. SENTENÇA CONDENATÓRIA
PROFERIDA POSTERIORMENTE.
IRRELEVÂNCIA.
1. Ação ajuizada em 20/5/2013. Recurso especial interposto em 27/9/2017 e concluso
ao Gabinete em 8/3/2018.
2. O propósito recursal é definir se o crédito de titularidade das recorridas, decorrente
de sentença condenatória transitada em julgado após o pedido de recuperação judicial
do devedor, deve sujeitar-se ao plano de soerguimento.
3. Devidamente analisadas e discutidas as questões controvertidas, e suficientemente
fundamentado o acórdão recorrido, não há como reconhecer a ocorrência de negativa
de prestação jurisdicional.
4. Para os fins do art. 49, caput, da Lei 11.101/05, a constituição do crédito discutido
em ação de responsabilidade civil não se condiciona ao provimento judicial que declare
sua existência e determine sua quantificação. Precedente.
5. Na hipótese, tratando-se de crédito derivado de fato ocorrido em momento anterior
àquele em que requerida a recuperação judicial, deve ser reconhecida sua sujeição ao
plano de soerguimento da sociedade devedora.
6. Recurso especial provido.
(REsp 1727771/RS, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em
15/05/2018, DJe 18/05/2018)
b) Correta, segundo a jurisprudência:
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO DE
DEMANDAS CÍVEIS ILÍQUIDAS CONTRA MASSA FALIDA EM LITISCONSÓRCIO COM PESSOA
JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO. JURISPRUDÊNCIA DA SEGUNDA SEÇÃO DESTE STJ
QUANTO AO PRIMEIRO ASPECTO DA DISCUSSÃO. INCIDÊNCIA DO ART. 6º, § 1º, DA LEI N.
11.101/2005. COMPETÊNCIA DO JUÍZO CÍVEL COMPETENTE PARA O EXAME DA AÇÃO DE
CONHECIMENTO. EXCEÇÃO AO JUÍZO UNIVERSAL DA FALÊNCIA. CONSTANDO DO POLO
PASSIVO DE DEMANDA ILÍQUIDA, ALÉM DA MASSA FALIDA, PESSOA JURÍDICA DE DIREITO
PÚBLICO, DEVE SER FIXADA A COMPETÊNCIA EM FAVOR DO JUÍZO DA FAZENDA PÚBLICA,
SEGUNDO AS NORMAS LOCAIS DE ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA. RECURSO CONHECIDO E
PROVIDO. RECURSO JULGADO SOB A SISTEMÁTICA DO ART. 1.036 E SEGUINTES DO
CPC/2015, C/C O ART. 256-N E SEGUINTES DO REGIMENTO INTERNO DO STJ.
1. O fundamento essencial desta demanda diz respeito à competência para julgar
demandas cíveis ilíquidas contra a massa falida, quando no polo passivo se encontram,
como litisconsortes passivos, pessoas de direito público, no caso, o Estado de São Paulo
e o Município de São José dos Campos. Assim, este feito que, em tese, estaria na
jurisdição da Segunda Seção deste STJ, caso o litígio fosse estabelecido apenas entre a
massa falida e uma pessoa de direito privado, foi deslocado para esta Primeira Seção,
em vista da presença no polo passivo daquelas nominadas pessoas jurídicas de direito
público.
2. A jurisprudência da Segunda Seção desta STJ é assente no que concerne à aplicação
do art. 6º, § 1º, da Lei n. 11.101/2005 às ações cíveis ilíquidas - como no caso em exame
-, fixando a competência em tais casos em favor do juízo cível competente, excluído o
juízo universal falimentar. Precedentes: CC 122.869/GO, Rel. Ministro Luis Felipe
Salomão, Segunda Seção, julgado em 22/10/2014, DJe 2/12/2014; CC 119.949/SP, Rel.
Ministro Luis Felipe Salomão, Segunda Seção, julgado em 12/9/2012, DJe 17/10/2012.
3. A Quarta Turma desta Corte Superior, por ocasião do julgamento do AgRg no REsp
1.471.615/SP, Rel. Ministro Marco Buzzi, julgado em 16/9/2014, DJe 24/9/2014,
assentou que se fixa a competência do juízo cível competente, por exclusão do juízo
universal falimentar, tenha sido, ou não, a demanda ilíquida interposta antes da
decretação da quebra ou da recuperação judicial: "A decretação da falência, a despeito
de instaurar o juízo universal falimentar, não acarreta a suspensão nem a atração das
ações que demandam quantia ilíquida: se elas já tinham sido ajuizadas antes,
continuam tramitando no juízo onde foram propostas; se forem ajuizadas depois, serão
distribuídas normalmente segundo as regras gerais de competência. Em ambos os casos,
as ações tramitarão no juízo respectivo até a eventual definição de crédito líquido".
4. Aplicada a jurisprudência da Segunda Seção desta Corte Superior, no que concerne
à relação jurídica prévia - competência para resolver sobre demandas cíveis ilíquidas
propostas contra massa falida -, a resolução da segunda parte da questão de direito se
revela simples. É que, tratando-se de ação cível ilíquida na qual, além da massa falida,
são requeridos o Estado de São Paulo e o Município de São José dos Campos, pessoas
jurídicas de direito público, será competente para processar e julgar o feito o juízo
cível competente para as ações contra a Fazenda Pública, segundo as normas locais de
organização judiciária.
5. Tese jurídica firmada: A competência para processar e julgar demandas cíveis com
pedidos ilíquidos contra massa falida, quando em litisconsórcio passivo com pessoa
jurídica de direito público, é do juízo cível no qual for proposta a ação de
conhecimento, competente para julgar ações contra a Fazenda Pública, de acordo as
respectivas normas de organização judiciária.
6. Recurso especial conhecido e provido.
7. Recurso julgado sob a sistemática do art. 1.036 e seguintes do CPC/2015 e art. 256-
N e seguintes do Regimento Interno deste STJ.
(REsp 1643856/SP, Rel. Ministro OG FERNANDES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em
13/12/2017, DJe 19/12/2017)
c) Correta, segundo a jurisprudência:
RECURSO ESPECIAL. DIREITO EMPRESARIAL E TRIBUTÁRIO. SENTENÇA TRABALHISTA
CONDENATÓRIA. CRÉDITO PREVIDENCIÁRIO RECONHECIDO. TÍTULO EXECUTIVO
JUDICIAL. FALÊNCIA DO EMPREGADOR. PEDIDO DE HABILITAÇÃO DO CRÉDITO.
POSSIBILIDADE. CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA. DISPENSABILIDADE.
PRECEDENTE. 1 - Polêmica em torno da pretensão da Fazenda Nacional de habilitação
em processo falimentar de crédito previdenciário decorrente de verba trabalhista a que
a massa falida fora condenada.
2 - Indeferimento do pedido de habilitação pelas instâncias ordinárias por não ter sido
o crédito materializado em Certidão de Dívida Ativa (CDA).
3 - A sentença da Justiça do Trabalho, ao condenar o empregador a uma obrigação de
natureza trabalhista, tem por consequência, o reconhecimento da existência do fato
gerador da obrigação tributária, consubstanciando o título executivo judicial que
fundamenta o crédito previdenciário da Fazenda Pública.
4 - Precedente específico do STJ.
5 - RECURSO ESPECIAL PROVIDO.
(REsp 1591141/SP, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA,
julgado em 05/12/2017, DJe 18/12/2017)

DIREITO EMPRESARIAL E TRIBUTÁRIO. SENTENÇA TRABALHISTA CONDENATÓRIA.


CRÉDITO PREVIDENCIÁRIO RECONHECIDO. FALÊNCIA DO EMPREGADOR. PEDIDO DE
HABILITAÇÃO DO CRÉDITO NO JUÍZO UNIVERSAL. CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA.
LANÇAMENTO. INEXIGIBILIDADE. SENTENÇA TRABALHISTA QUE É EM SI TÍTULO
EXECUTIVO. ART. 114, INC. VIII, DA CF/1988, ARTS. 832, § 3º, E 876, CAPUT E
PARÁGRAFO ÚNICO, DA CLT E ART. 43 DA LEI N.
8.212/1991.
1. A controvérsia diz respeito ao inconformismo da Fazenda Nacional resultante da
negativa de habilitação, em processo falimentar, do crédito previdenciário decorrente
de verba trabalhista - a cujo pagamento a massa falida foi condenada -, tendo as
instâncias ordinárias afastado a pretensão fazendária, afirmando inexistir crédito
materializado em Certidão de Dívida Ativa (CDA).
2. Tradicionalmente, sempre se entendeu que a ocorrência do fato gerador - concreta
ou presumida realização da hipótese de incidência do tributo, prevista de forma
abstrata na lei - faz nascer a obrigação tributária, que é o vínculo jurídico em virtude
do qual se viabiliza ao Estado constituir o crédito tributário contra o particular. Este
(crédito tributário), à sua vez, tem como gênese o lançamento, e somente a partir de
sua regular constituição é que o Estado poderia exigir o pagamento do tributo.
3. Porém, no que concerne aos débitos previdenciários resultantes de ações
trabalhistas, o art. 114, inciso VIII, com a redação que lhe foi conferida pela EC
45/2004, estabelece a competência da Justiça do Trabalho para "a execução, de ofício,
das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a , e II, e seus acréscimos legais,
decorrentes das sentenças que proferir". Na mesma linha são os arts.
832, § 3º, e 876, caput e parágrafo único, da CLT, e art. 43 da Lei n. 8.212/1991.
4. Com efeito, a Constituição Federal quis criar um direito novo com a imposição de
que a Justiça do Trabalho execute, de ofício, os créditos previdenciários resultantes
diretamente da sentença proferida. Por essa ótica, a constituição do crédito tributário
pela via administrativa do lançamento, da qual resulta um título extrajudicial (CDA, ex
vi do art. 585, inciso VII, do CPC), não se confunde com o crédito materializado no
título executivo judicial no qual foi reconhecida uma obrigação tributária, nascida com
o fato gerador, cuja ocorrência se dá "na data da prestação do serviço" (art. 43, § 2º,
da Lei n. 8.212/1991).
5. Assim, a controvérsia desata-se com a constatação de que a sentença da Justiça
Laboral - que condenou o empregador a uma obrigação de caráter trabalhista e, por
consequência, reconheceu a existência do fato gerador da obrigação tributária - insere-
se na categoria geral de "sentença proferida no processo civil que reconhe[ce] a
existência de obrigação de fazer, não fazer, entregar coisa ou pagar quantia" (art. 475-
N, CPC), consubstanciando, ela própria, o título executivo judicial no qual subjaz o
crédito para a Fazenda Pública.
6. Recurso especial provido para dispensar a apresentação da Certidão de Dívida Ativa
pela Fazenda Nacional e determinar o prosseguimento do pedido de habilitação de
crédito, como entender de direito o juízo falimentar.
(REsp 1170750/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em
27/08/2013, DJe 19/11/2013)
d) Incorreta, segundo a jurisprudência, a Lei de Falências afirma que o credor terá
direito de receber seu crédito do falido com juros e correção monetária que são
calculados até a “data da decretação da falência”. Quando a lei fala em “decretação
da falência” deve-se considerar a data em ela foi prolatada (não importando quando
ocorreu a sua publicação). Assim, no processo de falência, a incidência de juros e
correção monetária sobre os créditos habilitados deve ocorrer até a decretação da
quebra, entendida como a data da prolação da sentença (e não sua publicação).
Vejamos:
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. FALÊNCIA. CÁLCULO DE JUROS E CORREÇÃO
MONETÁRIA EM HABILITAÇÃO DE CRÉDITO. DECRETAÇÃO DA QUEBRA.
EFEITOS MATERIAIS QUE INCIDEM DESDE A PROLAÇÃO DA SENTENÇA INDEPENDENTE DE
PUBLICAÇÃO.
1. Impugnação de crédito em processo falimentar da qual se extraiu o recurso especial
interposto em 19/12/2013, concluso ao Gabinete em 27/10/2016. Julgamento: CPC/73.
2. O propósito recursal é decidir sobre: i) a existência de negativa de prestação
jurisdicional na espécie (arts. 131, 165, 458, 535, do CPC/73); ii) qual o momento que
se considera decretada a falência para fins de atualização do crédito, nos termos dos
arts. 9, II e 124, da Lei 11.101/05.
3. Inexistentes os vícios de omissão, contradição ou obscuridade no acórdão recorrido,
e estando esse devidamente fundamentado, não se caracteriza a violação dos arts. 131,
165, 458, II, e 535, I e II, do CPC/73.
4. No processo de falência, a incidência de juros e correção monetária sobre os créditos
habilitados deve ocorrer até a decretação da quebra, entendida como a data da
prolação da sentença e não sua publicação.
5. Recurso especial não provido.
(REsp 1660198/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em
03/08/2017, DJe 10/08/2017)

75. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – Os créditos de natureza alimentar, ainda que não decorram especificamente de
relação jurídica submetida aos ditames da legislação trabalhista, devem receber
tratamento análogo para fins de classificação da ordem de pagamento nos processos
de execução concursal.
II – Não é possível a criação de subclasses entre os credores da recuperação judicial,
uma vez que o critério previsto na Lei 11.101/05 é objetivo, abrangendo credores
com interesses homogêneos, sendo vedada a anulação de direitos de eventuais
credores isolados.
III – A reserva de 40% dos honorários do administrador judicial, prevista na Lei de
Falências e Recuperação de Empresas - Lei nº 11.101/2005, não se aplica no âmbito
da recuperação judicial.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: C
I – CORRETA – De acordo com o entendimento fixado pelo STJ, a seguir exposto:
RECURSO ESPECIAL. RECUPERAÇÃO JUDICIAL. CLASSIFICAÇÃO DE CRÉDITOS. ACIDENTE
DE TRÂNSITO. INCAPACIDADE DEFINITIVA PARA O TRABALHO. PENSIONAMENTO.
NATUREZA ALIMENTAR. EQUIPARAÇÃO A CRÉDITO DERIVADO DA LEGISLAÇÃO LABORAL.
1. Impugnação de crédito apresentada em 28/3/2016. Recurso especial interposto em
7/8/2017. Autos conclusos à Relatora em 28/11/2018. 2. O propósito recursal é definir
se créditos concernentes a pensionamento fixado em sentença judicial podem ser
equiparados àqueles derivados da legislação trabalhista para fins de inclusão no quadro
geral de credores de sociedade em recuperação judicial. 3. O Superior Tribunal de
Justiça tem entendido que créditos de natureza alimentar, ainda que não decorram
especificamente de relação jurídica submetida aos ditames da legislação trabalhista,
devem receber tratamento análogo para fins de classificação em processos de execução
concursal. 4. Versando a hipótese sobre valores que ostentam indubitável natureza
alimentar, pois se referem à pensão fixada em decorrência de perda definitiva da
capacidade laboral do recorrido, deve ser observado, quanto a esses, o tratamento
conferido aos créditos derivados da legislação do trabalho. RECURSO ESPECIAL NÃO
PROVIDO. (REsp 1799041/PR, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado
em 02/04/2019, DJe 04/04/2019). Destacamos.
II – INCORRETA – Segundo já decidiu o STJ: “A criação de subclasses entre os credores
da recuperação judicial é possível desde que seja estabelecido um critério objetivo,
justificado no plano de recuperação judicial, abrangendo credores com interesses
homogêneos, ficando vedada a estipulação de descontos que impliquem verdadeira
anulação de direitos de eventuais credores isolados ou minoritários.”, conforme se
observa da ementa abaixo:
RECURSO ESPECIAL. EMPRESARIAL. RECUPERAÇÃO JUDICIAL. PARIDADE. CREDORES.
CRIAÇÃO. SUBCLASSES. PLANO DE RECUPERAÇÃO. POSSIBILIDADE. PARÂMETROS. 1.
Recurso especial interposto contra acórdão publicado na vigência do Código de Processo
Civil de 1973 (Enunciados Administrativos nºs 2 e 3/STJ). 2. Cinge-se a controvérsia a
definir se é possível a criação de subclasses de credores dentro de uma mesma classe
no plano de recuperação judicial. 3. Em regra, a deliberação da assembleia de credores
é soberana, reconhecendo-se aos credores, diante da apresentação de laudo
econômico-financeiro e de demonstrativos e pareceres acerca da viabilidade da
empresa, o poder de decidir pela conveniência de se submeter ao plano de recuperação
judicial ou pela realização do ativo com a decretação da quebra, o que decorre da
rejeição da proposta. A interferência do magistrado fica restrita ao controle de
legalidade do ato jurídico. Precedentes. 4. A Lei de Recuperação de Empresas e
Falências consagra o princípio da paridade entre credores. Apesar de se tratar de um
princípio norteador da falência, seus reflexos se irradiam na recuperação judicial,
permitindo o controle de legalidade do plano de recuperação sob essa perspectiva. 5.
A criação de subclasses entre os credores da recuperação judicial é possível desde que
seja estabelecido um critério objetivo, justificado no plano de recuperação judicial,
abrangendo credores com interesses homogêneos, ficando vedada a estipulação de
descontos que impliquem verdadeira anulação de direitos de eventuais credores
isolados ou minoritários. 6. Na hipótese, ficou estabelecida uma distinção entre os
credores quirografários, reconhecendo-se benefícios aos fornecedores de insumos
essenciais ao funcionamento da empresa, prerrogativa baseada em critério objetivo e
justificada no plano aprovado pela assembleia geral de credores. 7. A aplicação do cram
down exige que o plano de recuperação judicial não implique concessão de tratamento
diferenciado entre os credores de uma mesma classe que tenham rejeitado a proposta,
hipótese da qual não se cogita no presente caso. 8. Recurso especial não provido. (REsp
1634844/SP, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em
12/03/2019, DJe 15/03/2019)
III – CORRETA – De acordo com a recente decisão do STJ a qual transcrevo abaixo:
RECURSO ESPECIAL. RECUPERAÇÃO JUDICIAL. HONORÁRIOS DO ADMINISTRADOR
JUDICIAL. RESERVA DE 40%. ARTS. 24, § 2º, DA LFRE. INAPLICABILIDADE NO ÂMBITO DOS
PROCESSOS DE SOERGUIMENTO. 1. Recuperação judicial requerida em 15/12/2015.
Recurso especial interposto em 24/3/2017 e concluso ao Gabinete em 11/12/2017. 2.
O propósito recursal é definir se a regra do art. 24, § 2º, da Lei 11.101/05 - que trata
da reserva de honorários do administrador judicial - aplica-se também aos processos de
recuperação ou apenas às ações de falência. 3. O art. 24, § 2º, da LFRE faculta a reserva
de 40% dos honorários do administrador judicial para pagamento posterior, providência
que se condiciona, segundo a mesma norma, à verificação e à realização de
procedimentos relativos estritamente a processos de falência - (i) prestação de contas
(após a realização do ativo e a distribuição do produto entre os credores); e (ii)
apresentação do relatório final da falência, indicando valores patrimoniais e
pagamentos feitos, bem como as responsabilidades com que continuará o falido. 4.
Diante disso, uma vez que as condições a que se sujeita o pagamento diferido guardam
relação com procedimentos específicos de processos falimentares, não se pode
considerar tal providência aplicável às ações de recuperação judicial. RECURSO
ESPECIAL PROVIDO. (REsp 1700700/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA
TURMA, julgado em 05/02/2019, DJe 08/02/2019).

DIREITO TRIBUTÁRIO

76. De forma geral, a lei ordinária é a lei utilizada para a instituição de tributos,
porém o art. 146 da CF exige lei complementar para a regulamentação das seguintes
matérias, EXCETO:
a) Regulamentação às limitações do poder de tributar.
b) Dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os
Estados, o DF os Municípios.
c) Estabelecimento de normas específicas em matéria de legislação tributária.
d) Definição do tratamento diferenciado e favorecido para microempresas e para
empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados para o caso
do ICMS, da contribuição previdenciária e ao PIS.
Gabarito: C
Segundo o art. 146, CTN. Cabe à lei complementar:
I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente
sobre:
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos
discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e
contribuintes;
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades
cooperativas.
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as
empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do
imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13,
e da contribuição a que se refere o art. 239.

77. Assinale a alternativa INCORRETA nos termos do CTN.


a) O não exercício da competência tributária não a defere a pessoa jurídica de
direito público diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído.
b) Constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito privado,
do encargo ou da função de arrecadar tributos.
c) A atribuição constitucional de competência tributária compreende a competência
legislativa plena, ressalvadas as limitações contidas na Constituição Federal, nas
Constituições dos Estados e nas Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios,
e observado o disposto no CTN.
d) A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar
ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas
em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra.
Gabarito: B
a) Correta, segundo o art. 8º, CTN: O não-exercício da competência tributária não a
defere a pessoa jurídica de direito público diversa daquela a que a Constituição a tenha
atribuído.
b) Incorreta, nos termos do art. 7º, § 3º, CTN: Não constitui delegação de competência
o cometimento, a pessoas de direito privado, do encargo ou da função de arrecadar
tributos.
c) Correta, segundo o art. 6º, CTN: A atribuição constitucional de competência
tributária compreende a competência legislativa plena, ressalvadas as limitações
contidas na Constituição Federal, nas Constituições dos Estados e nas Leis Orgânicas do
Distrito Federal e dos Municípios, e observado o disposto nesta Lei.
d) Correta, segundo o art. 7º, CTN: A competência tributária é indelegável, salvo
atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços,
atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa
jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da Constituição.

78. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – De acordo com o princípio do não confisco a tributação não poderá passar do
razoável à colaboração pública sem privações pessoais dos contribuintes, buscando
uma proporcionalidade entre aquilo que recebe e o que deverá ser entregue para o
Estado.
II – O STF entende que a análise do efeito confiscatório da tributação será realizada
utilizando-se apenas de uma espécie tributária, e não todos os tributos suportados
pelo contribuinte a um mesmo ente político tributante.
III – O Supremo Tribunal Federal adotou posicionamento ampliativo consagrando a
vedação ao efeito confiscatório também as multas tributárias.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: C
I – CORRETA. Segundo a doutrina:
A tributação não poderá passar do razoável à colaboração pública sem privações
pessoais dos contribuintes, buscando uma proporcionalidade entre aquilo que recebe
e o que deverá ser entregue para o Estado.
Por outro lado, apesar de bela a intenção do constituinte, na prática, esse princípio
goza de elevado grau de abstração, pois a ausência de parâmetros predeterminados na
tributação faz com que, em muitos casos, disfarçadamente a carga seja confiscatória,
retirando elevado percentual de riquezas do contribuinte.
II – INCORRETA. Segundo a doutrina:
o STF entende que a análise do efeito confiscatório da tributação não será realizada
utilizando-se apenas de uma espécie tributária, mas sim verificando todos os tributos
suportados pelo contribuinte a um mesmo ente político tributante (ADI 2.010/DF).
III – CORRETA. Segundo a doutrina:
As Fazendas Públicas, em conjunto com parcela minoritária da doutrina, afastavam a
incidência da vedação do confisco para as multas tributárias, valendo-se da literalidade
do inciso IV do art. 150 da Carta Magna, argumentando que o constituinte apenas
haveria vedado o tributo ter efeito confiscatório, nada limitando quanto às multas.
Considerando que muitos entes políticos estabeleciam (e ainda estabelecem) multas
tributárias em percentuais elevadíssimos, questionamentos começaram a chegar ao
judiciário, requerendo a extensão do princípio também para as infrações, obstando a
cobrança em valores desarrazoados.
Acatando a tese oposta, o Supremo Tribunal Federal adotou posicionamento ampliativo
consagrando a vedação ao efeito confiscatório também as multas tributárias. O
raciocínio adotado pela corte foi bem simples: reinterpretar o sentido da palavra
tributo, constante no mencionado inciso, para Crédito Tributário.
A expressão Crédito Tributário tem previsão no art. 139 do Código Tributário Nacional,
correspondendo a denominada Obrigação Tributária Principal que, por sua vez,
equivale ao pagamento do tributo ou penalidade tributária (art. 113, § 1º, do CTN).
Assim, a vedação ao efeito confiscatório da tributação obsta que o poder público eleve
em excesso a carga tributária, bem como as multas resultantes de ilícitos dessa
natureza.
Referência: NOVAIS, Rafael. Direito tributário facilitado. 3. ed. rev., atual. e ampl. –
Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2018, p. 139/140.
79. Com relação às limitações constitucionais ao poder de tributar estabelecidas
pela Constituição Federal, assinale a alternativa CORRETA.
a) É permitido instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem
em situação equivalente ou mesmo em razão de ocupação profissional ou função
por eles exercida.
b) É vedado instituir tributo sobre os templos de qualquer culto.
c) A União pode instituir isenções de tributos da competência dos estados, do
Distrito Federal ou dos municípios.
d) É vedado aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios estabelecer diferença
tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua
procedência ou seu destino.
Gabarito: D
a) INCORRETA, conforme o art. 150 da CF: Sem prejuízo de outras garantias asseguradas
ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...)
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação
equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função
por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos,
títulos ou direitos
b) INCORRETA, conforme o art. 150 da CF: Sem prejuízo de outras garantias
asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios:
(...)
VI - instituir impostos sobre:
(...)
b) templos de qualquer culto
c) INCORRETA, conforme o art. Art. 151 da CF: É vedado à União:
(...)
III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou
dos Municípios
d) CORRETA, conforme o artigo 152 da CF: “É vedado aos Estados, ao Distrito Federal
e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer
natureza, em razão de sua procedência ou destino.”

80. Assinale a alternativa INCORRETA quanto ao domicílio tributário.


a) A autoridade administrativa pode recusar o domicílio eleito, quando impossibilite
ou dificulte a arrecadação ou a fiscalização do tributo.
b) Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de domicílio tributário, na
forma da legislação aplicável, considera-se como tal, quanto às pessoas naturais, a
sua residência habitual, ou, sendo esta incerta ou desconhecida, o centro habitual
de sua atividade.
c) Regra geral considerar-se-á como domicílio tributário do contribuinte ou
responsável o lugar da situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que
deram origem à obrigação.
d) Quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas individuais, na falta
de eleição, pelo de domicílio tributário, considerar-se á como tal o lugar da sua
sede, ou, em relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação, o de cada
estabelecimento.
Gabarito: C
a) Correta, segundo o art. 127, § 2º, CTN: A autoridade administrativa pode recusar o
domicílio eleito, quando impossibilite ou dificulte a arrecadação ou a fiscalização do
tributo, aplicando-se então a regra do parágrafo anterior.
b) Correta, segundo o art.
c) Incorreta, nos termos do art. 127, § 1º, CTN: Quando não couber a aplicação das
regras fixadas em qualquer dos incisos deste artigo, considerar-se-á como domicílio
tributário do contribuinte ou responsável o lugar da situação dos bens ou da ocorrência
dos atos ou fatos que deram origem à obrigação.
d) Correta, segundo o art. 127, CTN: Na falta de eleição, pelo contribuinte ou
responsável, de domicílio tributário, na forma da legislação aplicável, considera-se
como tal:
I - quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual, ou, sendo esta incerta
ou desconhecida, o centro habitual de sua atividade;
II - quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas individuais, o lugar
da sua sede, ou, em relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação, o de cada
estabelecimento;
III - quanto às pessoas jurídicas de direito público, qualquer de suas repartições
no território da entidade tributante.

81. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – A substituição regressiva configura-se pelo adiamento do recolhimento do tributo
para um momento após a ocorrência do fato gerador.
II – Na substituição progressiva diz-se que o recolhimento do tributo é antecipado,
sem que haja a definição do fato gerador.
III – Na responsabilidade por transferência, a escolha do responsável acontece
posteriormente à ocorrência do fato gerador, “transferindo-se” o ônus tributário
para um terceiro determinado em lei.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: A
I – Correta. Segundo a doutrina:
Substituição para trás ou regressiva
O fato gerador ocorre “para trás”. Em termos mais técnicos, configura-se pelo
adiamento do recolhimento do tributo para um momento após a ocorrência do fato
gerador. Por conveniência, a Administração adia o pagamento do ICMS, recaindo o ônus
tributário sobre o substituto legal tributário. Aqui identificamos a figura do
diferimento, uma vez que não há contemporaneidade entre o fato imponível e o
pagamento da exação. Exemplo: o ICMS devido pelo produtor rural, relativamente ao
leite cru que vende ao laticínio, é recolhido por este no lugar daquele, em virtude do
adiamento do fato gerador; o ICMS devido pelo produtor rural, relativamente à cana
em caule que vende à usina, é recolhido por esta no lugar daquele, em virtude do
adiamento do fato gerador.
II – Correta. Segundo a doutrina:
Substituição para frente ou progressiva
O fato gerador ocorre “para frente”. Com maior rigor, diz-se que o recolhimento do
tributo é antecipado, sem que haja a definição do fato gerador. Tal mecanismo
encontra contestações na doutrina, por dar ensejo a um fato imponível fictício (ou
presumido, como preferem alguns). No entanto, a Constituição Federal dá respaldo à
sistemática em seu art. 150, § 7.º, in fine. Exemplo: quando os veículos novos deixam
a indústria automobilística em direção às concessionárias ou lojas, já saem com o ICMS
antecipadamente recolhido, levando-se em conta que o fato gerador relativamente à
venda do bem está por realizar. O mesmo fenômeno se dá com os cigarros, os
refrigerantes e vários outros bens.
III – Correta. Segundo a doutrina:
Na responsabilidade por transferência, a escolha do responsável acontece
posteriormente à ocorrência do fato gerador, “transferindo-se” o ônus tributário para
um terceiro determinado em lei. Depois de surgida a obrigação tributária contra um
(o contribuinte), a relação jurídica é transferida para outrem, em virtude de um fato
posterior, por exemplo, a venda e compra do bem, a morte do contribuinte etc.
Referência: SABBAG, Eduardo Código Tributário Nacional Comentado / Eduardo Sabbag.
– 2. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2018. p.
404/405.

82. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal constitui
o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do fisco.
II – A responsabilidade solidária do ex-proprietário, prevista no art. 134 do Código
de Trânsito Brasileiro – CTB, não abrange o IPVA incidente sobre o veículo
automotor, no que se refere ao período posterior à sua alienação.
III – Na hipótese de sucessão empresarial, a responsabilidade da sucessora abrange
não apenas os tributos devidos pela sucedida, mas também as multas moratórias ou
punitivas referentes a fatos geradores ocorridos até a data da sucessão.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: A
I – Correta. Súmula 436-STJ: A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo
débito fiscal constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por
parte do fisco.
II – Correta. Súmula 585-STJ: A responsabilidade solidária do ex-proprietário, prevista
no art. 134 do Código de Trânsito Brasileiro – CTB, não abrange o IPVA incidente sobre
o veículo automotor, no que se refere ao período posterior à sua alienação.
III – Correta. Súmula 554-STJ: Na hipótese de sucessão empresarial, a responsabilidade
da sucessora abrange não apenas os tributos devidos pela sucedida, mas também as
multas moratórias ou punitivas referentes a fatos geradores ocorridos até a data da
sucessão.

83. Assinale a alternativa INCORRETA de acordo com as disposições do CTN.


a) Os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu exame serão retificados de
ofício pela autoridade administrativa a que competir a revisão daquela.
b) A revisão do lançamento só pode ser iniciada enquanto não extinto o direito da
Fazenda Pública.
c) Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da
ocorrência do fato gerador.
d) A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a
reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que
se funde, e após notificado o lançamento.
Gabarito: D
a) Correta, segundo o art. 147, § 2º, CTN: Os erros contidos na declaração e apuráveis
pelo seu exame serão retificados de ofício pela autoridade administrativa a que
competir a revisão daquela.
b) Correta, segundo o art. 149, Parágrafo único, CTN: A revisão do lançamento só pode
ser iniciada enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública.
c) Correta, segundo o art. 150, § 4º, CTN: Se a lei não fixar prazo a homologação, será
ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que
a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e
definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou
simulação.
d) INCORRETA, segundo o art. 147, § 1º, CTN: A retificação da declaração por iniciativa
do próprio declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é admissível
mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de notificado o lançamento.

84. Assinale a alternativa INCORRETA de acordo com o entendimento sumulado.


a) Embora pago indevidamente, não cabe restituição de tributo indireto.
b) Não cabe a restituição do tributo pago indevidamente, quando reconhecido por
decisão que o contribuinte de jure não recuperou do contribuinte de facto o
quantum respectivo.
c) Na repetição de indébito tributário, a correção monetária incide a partir do
pagamento indevido.
d) A ação de repetição de indébito de tarifas de água e esgoto sujeita-se ao prazo
prescricional estabelecido no Código Civil.
Gabarito: B
a) Correta, nos termos da Súmula 71 do STF: Embora pago indevidamente, não cabe
restituição de tributo indireto.
b) Incorreta, de acordo com a Súmula 546 do STF: Cabe a restituição do tributo pago
indevidamente, quando reconhecido por decisão que o contribuinte de jure não
recuperou do contribuinte de facto o quantum respectivo.
c) Correta, nos termos da Súmula 162 do STJ: Na repetição de indébito tributário, a
correção monetária incide a partir do pagamento indevido.
d) Correta, nos termos da Súmula 412 do STJ: A ação de repetição de indébito de tarifas
de água e esgoto sujeita-se ao prazo prescricional estabelecido no Código Civil.
(Prescrição decenal: 10 anos, de acordo com o art. 205 do Novo Código Civil.)

85. Assinale a alternativa INCORRETA.


a) É inconstitucional a incidência do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza –
ISS sobre operações de locação de bens móveis.
b) É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o imposto de
transmissão inter vivos de bens imóveis – ITBI com base no valor venal do imóvel.
c) A incidência do IPTU sobre imóvel situado em área considerada pela lei local como
urbanizável ou de expansão urbana está condicionada à existência dos
melhoramentos elencados no CTN.
d) O pagamento de férias não gozadas por necessidade do serviço não está sujeito à
incidência do Imposto de Renda.
Gabarito: C
a) Correta, de acordo com a Súmula vinculante 31-STF: É inconstitucional a incidência
do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS sobre operações de locação de
bens móveis.
b) Correta, de acordo com a Súmula 656-STF: É inconstitucional a lei que estabelece
alíquotas progressivas para o imposto de transmissão inter vivos de bens imóveis – ITBI
com base no valor venal do imóvel.
c) Incorreta, nos termos da Súmula 626-STJ: A incidência do IPTU sobre imóvel situado
em área considerada pela lei local como urbanizável ou de expansão urbana não está
condicionada à existência dos melhoramentos elencados no art. 32, § 1º, do CTN. S
d) Correta, de acordo com a Súmula 125-STJ: O pagamento de férias não gozadas por
necessidade do serviço não está sujeito à incidência do Imposto de Renda.

DIREITO AMBIENTAL

86. Analise as assertivas e assinale a alternativa CORRETA.


I - Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público
e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações.
II - É da Constituição Federal que as outras normas jurídicas retiram seu fundamento
de validade, assim, toda e qualquer lei, seja a ela anterior ou posterior, deve
obediência aos princípios e regras ali traçados.
III - A CF/88 ocupou algumas lacunas e espaços existentes na proteção do meio
ambiente, ratificou, agora com índole constitucional, alguns institutos basilares do
Direito Ambiental, tais como a responsabilidade civil objetiva, a responsabilidade
penal da pessoa jurídica, a visão ecocêntrica e holística do meio ambiente, dentre
outros.
IV - Carta Maior elevou o patamar da tutela ambiental dentro de nosso ordenamento,
dando-lhe status constitucional, contudo não é na Constituição Federal que se
encontram enraizados os princípios fundamentais do Direito Ambiental.
Está(ão) correta(s) apenas a(s) alternativa(s):
a) I, II e IV.
b) IV.
c) I e III.
d) I, II e III.
Gabarito: D
I - Correta, segundo o art. 225, CF. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-
se ao Poder Público e à coletividade o dever de defende-lo e preservá-lo para as
presentes e futuras gerações.
II - Correta, segundo a doutrina: Para tanto, nessa tentativa de dar melhor
sistematização ao Direito Ambiental, é fundamental o papel desempenhado pela
Constituição Federal de 1988.
Primeiramente, se é reconhecida a existência de um ordenamento jurídico ambiental,
parece evidente que o posto mais alto deste ordenamento é ocupado pela Constituição
Federal.
É dela, portanto, que as outras normas jurídicas retiram seu fundamento de validade:
toda e qualquer lei, seja a ela anterior ou posterior, deve obediência aos princípios e
regras ali traçados.
III - Correta, segundo a doutrina: Reconheceu-se, ali, o direito de todos, das presentes
e futuras gerações, a um meio ambiente ecologicamente equilibrado (art. 225, caput).
E isso, repitamos, com dimensão constitucional. Mais que isso: a CF/88 ocupou algumas
lacunas e espaços existentes na proteção do meio ambiente; ratificou, agora com
índole constitucional, alguns institutos basilares do Direito Ambiental, tais como a
responsabilidade civil objetiva, a responsabilidade penal da pessoa jurídica, a visão
ecocêntrica e holística do meio ambiente, o EIA/RIMA,56 fixou a proteção do meio
ambiente como princípio da atividade econômica, etc.
IV - Incorreta, segundo a doutrina: Como já foi dito outrora, a Constituição Federal de
1988 deu “nova vida” à proteção do meio ambiente. Se a Lei n. 6.938/81 deu início à
proteção autônoma do meio ambiente, a Carta Maior elevou o patamar dessa tutela
dentro de nosso ordenamento, dando-lhe status constitucional.
(...)
Porém, nada disso se compara ao fato de que é na Constituição Federal que se
encontram enraizados os princípios fundamentais do Direito Ambiental. É dali, como
estudaremos, que emanam os postulados fundamentais dessa ciência.
Referência: RODRIGUES, Marcelo Abelha. Direito ambiental esquematizado/Marcelo
Abelha Rodrigues; coordenação Pedro Lenza. – 3. ed. – São Paulo: Saraiva, 2016, p. 96.
Destacamos.

87. A respeito da Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental (TCFA), analise as


assertivas e assinale a alternativa correta.
I - O fato gerador da TCFA é o exercício regular do poder de polícia conferido ao
Ibama.
II - Caso o estabelecimento exerça mais de uma atividade sujeita à fiscalização,
pagará a taxa relativamente a todas as atividades.
III - São isentas do pagamento da TCFA apenas as entidades públicas federais,
distritais, estaduais e municipais,
IV - A TCFA será devida no último dia útil de cada semestre do ano civil.
Está(ão) correta(s) apenas:
a) I.
b) I e IV.
c) II, III e IV.
d) III.
Gabarito: A
I - Correta, nos termos do Art. 17-B, Lei 6.938/81. Fica instituída a Taxa de Controle e
Fiscalização Ambiental – TCFA, cujo fato gerador é o exercício regular do poder de
polícia conferido ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis – Ibama para controle e fiscalização das atividades potencialmente
poluidoras e utilizadoras de recursos naturais."
II - Incorreta, segundo o art. 17-D, § 3º, Lei 6.938/81. Caso o estabelecimento exerça
mais de uma atividade sujeita à fiscalização, pagará a taxa relativamente a apenas uma
delas, pelo valor mais elevado.
III - Incorreta, segundo o Art. 17-F, Lei 6.938/81. São isentas do pagamento da TCFA as
entidades públicas federais, distritais, estaduais e municipais, as entidades
filantrópicas, aqueles que praticam agricultura de subsistência e as populações
tradicionais.
IV - Incorreta, segundo o Art. 17-G, Lei 6.938/81. A TCFA será devida no último dia útil
de cada trimestre do ano civil, nos valores fixados no Anexo IX desta Lei, e o
recolhimento será efetuado em conta bancária vinculada ao Ibama, por intermédio de
documento próprio de arrecadação, até o quinto dia útil do mês subsequente.

88. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – O proprietário ou possuidor de imóvel, pessoa natural ou jurídica, pode, por
instrumento público ou particular ou por termo administrativo firmado perante
órgão integrante do Sisnama, limitar o uso de toda a sua propriedade ou de parte
dela para preservar, conservar ou recuperar os recursos ambientais existentes,
instituindo concessão florestal.
II - A concessão florestal não se aplica às Áreas de Preservação Permanente e à
Reserva Legal mínima exigida.
III - A restrição ao uso ou à exploração da vegetação da área sob concessão florestal
deve ser, no mínimo, a mesma estabelecida para a Reserva Legal.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Todas estão incorretas.
Gabarito: D
I – Incorreta. Nos termos do art. 9º-A, Lei 6.938/81: O proprietário ou possuidor de
imóvel, pessoa natural ou jurídica, pode, por instrumento público ou particular ou por
termo administrativo firmado perante órgão integrante do Sisnama, limitar o uso de
toda a sua propriedade ou de parte dela para preservar, conservar ou recuperar os
recursos ambientais existentes, instituindo servidão ambiental.
II – Incorreta. Nos termos do art. 9º-A, § 2º, Lei 6.938/81: A servidão ambiental não se
aplica às Áreas de Preservação Permanente e à Reserva Legal mínima exigida.
III – Incorreta. Nos termos do art. 9º-A, § 3º, Lei 6.938/81: A restrição ao uso ou à
exploração da vegetação da área sob servidão ambiental deve ser, no mínimo, a mesma
estabelecida para a Reserva Legal.

89. Assinale a alternativa INCORRETA a respeito das Unidades de Conservação.


a) O órgão responsável pela administração da unidade estabelecerá normas
específicas regulamentando a ocupação e o uso dos recursos da zona de
amortecimento e dos corredores ecológicos de uma unidade de conservação.
b) A criação de uma unidade de conservação deve ser precedida de estudos técnicos
e de consulta pública que permitam identificar a localização, a dimensão e os limites
mais adequados para a unidade, conforme se dispuser em regulamento.
c) Os limites da zona de amortecimento e dos corredores ecológicos poderão ser
definidas no ato de criação da unidade ou posteriormente.
d) As unidades de conservação, exceto Área de Proteção Ambiental e Reserva de
Desenvolvimento Sustentável, devem possuir uma zona de amortecimento e,
quando conveniente, corredores ecológicos.
Gabarito: D
a) Correta, segundo o art. 25, § 1º, Lei 9.985/00: O órgão responsável pela
administração da unidade estabelecerá normas específicas regulamentando a ocupação
e o uso dos recursos da zona de amortecimento e dos corredores ecológicos de uma
unidade de conservação.
b) Correta, segundo o art. 22, § 2º, Lei 9.985/00: A criação de uma unidade de
conservação deve ser precedida de estudos técnicos e de consulta pública que
permitam identificar a localização, a dimensão e os limites mais adequados para a
unidade, conforme se dispuser em regulamento.
c) Correta, segundo o art. 25, § 2º, Lei 9.985/00: Os limites da zona de amortecimento
e dos corredores ecológicos e as respectivas normas de que trata o § 1o poderão ser
definidas no ato de criação da unidade ou posteriormente.
d) Incorreta, nos termos do art. 25, Lei 9.985/00: As unidades de conservação, exceto
Área de Proteção Ambiental e Reserva Particular do Patrimônio Natural, devem
possuir uma zona de amortecimento e, quando conveniente, corredores ecológicos.

90. Assinale a alternativa INCORRETA.


a) Em caso de fracionamento do imóvel rural, a qualquer título, inclusive para
assentamentos pelo Programa de Reforma Agrária, será considerada, para fins do
computo da reserva legal, a área do imóvel antes do fracionamento.
b) Após a implantação do CAR, a supressão de novas áreas de floresta ou outras
formas de vegetação nativa apenas será autorizada pelo órgão ambiental estadual
integrante do Sisnama se o imóvel estiver inserido no mencionado cadastro.
c) Os empreendimentos de abastecimento público de água e tratamento de esgoto
não estão sujeitos à constituição de Reserva Legal.
d) Nos casos de imóvel situado em área de florestas localizado na Amazônia Legal,
o poder público estadual, ouvido o Conselho Estadual de Meio Ambiente, poderá
reduzir a Reserva Legal para até 60%.
Gabarito: D
Segundo o art. 12, Lei 12.651/12:
a) § 1º. Em caso de fracionamento do imóvel rural, a qualquer título, inclusive para
assentamentos pelo Programa de Reforma Agrária, será considerada, para fins do
disposto do caput, a área do imóvel antes do fracionamento.
b) § 3º. Após a implantação do CAR, a supressão de novas áreas de floresta ou outras
formas de vegetação nativa apenas será autorizada pelo órgão ambiental estadual
integrante do Sisnama se o imóvel estiver inserido no mencionado cadastro, ressalvado
o previsto no art. 30.
c) § 6º. Os empreendimentos de abastecimento público de água e tratamento de esgoto
não estão sujeitos à constituição de Reserva Legal.
d) § 5º. Nos casos da alínea a do inciso I, o poder público estadual, ouvido o Conselho
Estadual de Meio Ambiente, poderá reduzir a Reserva Legal para até 50% (cinquenta
por cento), quando o Estado tiver Zoneamento Ecológico-Econômico aprovado e mais
de 65% (sessenta e cinco por cento) do seu território ocupado por unidades de
conservação da natureza de domínio público, devidamente regularizadas, e por terras
indígenas homologadas.

DIREITO ADMINISTRATIVO

91. Analise as assertivas abaixo sobre o Decreto nº 9.830/2019 e assinale a


alternativa CORRETA.
I - A análise da regularidade da decisão poderá substituir a atribuição do agente
público, dos órgãos ou das entidades da administração pública no exercício de suas
atribuições e competências, inclusive quanto à definição de políticas públicas.
II - A atução de órgãos de controle privilegiará ações de prevenção antes de
processos sancionadores.
III - A eventual estimativa de prejuízo causado ao erário não poderá ser considerada
isolada e exclusivamente como motivação para se concluir pela irregularidade de
atos, contratos, ajustes, processos ou normas administrativos.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: D
Decreto nº 9.830/2019
I - ERRADO - Art. 13. A análise da regularidade da decisão não poderá substituir a
atribuição do agente público, dos órgãos ou das entidades da administração pública no
exercício de suas atribuições e competências, inclusive quanto à definição de políticas
públicas.
II - CORRETO - § 1º A atuação de órgãos de controle privilegiará ações de prevenção
antes de processos sancionadores.
III - CORRETO - § 2º A eventual estimativa de prejuízo causado ao erário não poderá ser
considerada isolada e exclusivamente como motivação para se concluir pela
irregularidade de atos, contratos, ajustes, processos ou normas administrativos.

92. Assinale a alternativa INCORRETA a respeito do regime jurídico administrativo.


a) A supremacia do interesse público traz como efeito uma relação de verticalidade,
uma relativa preponderância dos interesses defendidos pela Administração, tidos
como públicos ou gerais, daqueles interesses defendidos por particulares.
b) Sempre que a administração pública estiver envolvida em relações jurídicas,
sejam elas de direito público ou de direito privado, o interesse da administração
pública deverá imperar, pois ele sempre se sobrepõe ao interesse privado.
c) Celso A. B. de Mello sugere que o regime jurídico-administrativo é formado por
princípios magnos, em função dos quais se originariam todos os demais princípios
que conformam a atividade administrativa.
d) A indisponibilidade do interesse público traz como efeito a impossibilidade de
livre transigência, por parte do Administrador, dos interesses públicos tutelados. De
acordo com o princípio da indisponibilidade, os bens e interesses públicos não
pertencem ao gestor ou mesmo à Administração, cabendo aos agentes
administrativos geri-los e conservá-los, em prol da coletividade.
Gabarito: B
O conceito de interesse público envolve duas concepções, o interesse público primário
(interesse da coletividade) e o interesse público secundário (interesse do Estado,
enquanto sujeito de direitos). Tal dicotomia se fundamenta na constatação de que não
há necessária coincidência entre o interesse público (relacionado a um conceito maior,
de sociedade como um todo) e o interesse do Estado (relacionado a um conceito mais
restrito, de Administração Pública).
Em princípio, somente o interesse público primário se apresenta com status superior,
em relação ao interesse do particular. Conforme explica Luis Roberto Barroso,
eventuais colisões entre o interesse público secundário (interesse da Administração) e
o interesse do particular, são solucionadas concretamente, mediante a ponderação dos
princípios e dos elementos normativos e táticos do caso concreto.
Referência: BALTAR NETO e TORRES. Fernando Ferreira e Ronny Charles Lopes de.
DIREITO ADMINISTRATIVO – 8ª Ed. Juspodivm, 2018. p. 59.

93. São atributos do ato administrativo, EXCETO:


a) Presunção de legitimidade
b) Legalidade
c) Autoexecutoriedade
d) Imperatividade
Gabarito: B
São atributos do ato administrativo:
• Presunção de legitimidade
• Imperatividade
• Exigibilidade
• Autoexecutoriedade
A legalidade, em que pese ser característica de vários elementos dos atos
administrativos, como por exemplo a competência, não é considerada pela doutrina
como sendo um atributo do ato administrativo.

94. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – Em caso de inobservância de seu dever específico de proteção previsto no art.
5º, inciso XLIX, da CF/88, o Estado é responsável pela morte de detento.
II – É de 3 anos o prazo prescricional para que a vítima de um acidente de trânsito
proponha ação de indenização contra concessionária de serviço público de
transporte coletivo.
III – Segundo entendimento fixado pelo STF a União deve indenizar companhia aérea
que explorava os serviços de aviação sob o regime de concessão, pelos prejuízos
causados decorrentes de plano econômico que determinou o congelamento das
tarifas de aviação.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: C
I – CORRETA. Segundo decisão do STF em repercussão geral:
EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. RESPONSABILIDADE CIVIL
DO ESTADO POR MORTE DE DETENTO. ARTIGOS 5º, XLIX, E 37, § 6º, DA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL. 1. A responsabilidade civil estatal, segundo a Constituição Federal de 1988,
em seu artigo 37, § 6º, subsume-se à teoria do risco administrativo, tanto para as
condutas estatais comissivas quanto paras as omissivas, posto rejeitada a teoria do risco
integral. 2. A omissão do Estado reclama nexo de causalidade em relação ao dano
sofrido pela vítima nos casos em que o Poder Público ostenta o dever legal e a efetiva
possibilidade de agir para impedir o resultado danoso. 3. É dever do Estado e direito
subjetivo do preso que a execução da pena se dê de forma humanizada, garantindo-se
os direitos fundamentais do detento, e o de ter preservada a sua incolumidade física e
moral (artigo 5º, inciso XLIX, da Constituição Federal). 4. O dever constitucional de
proteção ao detento somente se considera violado quando possível a atuação estatal
no sentido de garantir os seus direitos fundamentais, pressuposto inafastável para a
configuração da responsabilidade civil objetiva estatal, na forma do artigo 37, § 6º, da
Constituição Federal. 5. Ad impossibilia nemo tenetur, por isso que nos casos em que
não é possível ao Estado agir para evitar a morte do detento (que ocorreria mesmo que
o preso estivesse em liberdade), rompe-se o nexo de causalidade, afastando-se a
responsabilidade do Poder Público, sob pena de adotar-se contra legem e a opinio
doctorum a teoria do risco integral, ao arrepio do texto constitucional. 6. A morte do
detento pode ocorrer por várias causas, como, v. g., homicídio, suicídio, acidente ou
morte natural, sendo que nem sempre será possível ao Estado evitá-la, por mais que
adote as precauções exigíveis. 7. A responsabilidade civil estatal resta conjurada nas
hipóteses em que o Poder Público comprova causa impeditiva da sua atuação protetiva
do detento, rompendo o nexo de causalidade da sua omissão com o resultado danoso.
8. Repercussão geral constitucional que assenta a tese de que: em caso de
inobservância do seu dever específico de proteção previsto no artigo 5º, inciso XLIX, da
Constituição Federal, o Estado é responsável pela morte do detento. 9. In casu, o
tribunal a quo assentou que inocorreu a comprovação do suicídio do detento, nem outra
causa capaz de romper o nexo de causalidade da sua omissão com o óbito ocorrido,
restando escorreita a decisão impositiva de responsabilidade civil estatal. 10. Recurso
extraordinário DESPROVIDO. (RE 841526, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Tribunal Pleno,
julgado em 30/03/2016, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-159
DIVULG 29-07-2016 PUBLIC 01-08-2016)
II – INCORRETA. De acordo com o STJ o prazo é de 05 anos, vejamos:
RESPONSABILIDADE CIVIL. CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO PÚBLICO PRESTADORA DE
SERVIÇO DE TRANSPORTE. PRAZO PRESCRICIONAL. REVISÃO DA JURISPRUDÊNCIA. ART.
1º-C DA LEI N. 9.494/97. PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE. ART. 97 DA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL E SÚMULA VINCULANTE N. 10/STF. PRESCRIÇÃO QUINQUENAL. 1. O prazo de
prescrição das ações indenizatórias movidas em desfavor de pessoa jurídica de direito
privado prestadora de serviços públicos de transporte é quinquenal, consoante o
disposto no art. 1º-C da Lei n. 9.494/97. 2. Entendimento consagrado a partir da
aplicação da regra da especialidade do disposto no art. 97 da Constituição Federal, que
prevê a cláusula de reserva de plenário, bem como da Súmula Vinculante n. 10 do STF,
que vedam ao julgador negar a aplicação de norma que não foi declarada
inconstitucional. 3. Recurso especial provido. (REsp 1277724/PR, Rel. Ministro JOÃO
OTÁVIO DE NORONHA, TERCEIRA TURMA, julgado em 26/05/2015, DJe 10/06/2015)
III – CORRETA. De acordo com a jurisprudência do Supremo:
EMENTA: RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS. RESPONSABILIDADE DA UNIÃO POR DANOS
CAUSADOS À CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO DE TRANSPORTE AÉREO (VARIG S/A).
RUPTURA DO EQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO DO CONTRATO DECORRENTE DOS
EFEITOS DOS PLANOS “FUNARO” E “CRUZADO”. DEVER DE INDENIZAR.
RESPONSABILIDADE POR ATOS LÍCITOS QUANDO DELES DECORREREM PREJUÍZOS PARA OS
PARTICULARES EM CONDIÇÕES DE DESIGUALDADE COM OS DEMAIS. OBSERVÂNCIA DO
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE, DO DIREITO ADQUIRIDO E DO ATO JURÍDICO PERFEITO. 1.
Recurso extraordinário da União contra acórdão em embargos infringentes. Intervenção
do Ministério Público na ação. Legitimidade do Ministério Público para interpor recurso
extraordinário, como custos legis (§ 2º do art. 499 do Código de Processo Civil),
harmoniza-se com as funções institucionais previstas nos arts. 127 e 129 da Constituição
da República. 2. Recurso do Ministério Público não conhecido na parte relativa aos arts.
21, inc. XII, alínea e, 170, parágrafo único, 173 e 174 da Constituição da República.
Ausência de prequestionamento. 3. Recurso da União não conhecido quanto à alegada
carência de elementos para a comprovação da quebra do equilíbrio econômico-
financeiro do contrato. Impossibilidade de reexame do conjunto fático-probatório em
recurso extraordinário (Súmula n. 279 do Supremo Tribunal Federal). 4.
Responsabilidade da União em indenizar prejuízos sofridos pela concessionária de
serviço público, decorrentes de política econômica implementada pelo Governo,
comprovados nos termos do acórdão recorrido. Precedentes: RE 183.180, Relator o
Ministro Octavio Gallotti, Primeira Turma, DJ 1.8.1997. 5. A estabilidade econômico-
financeira do contrato administrativo é expressão jurídica do princípio da segurança
jurídica, pelo qual se busca conferir estabilidade àquele ajuste, inerente ao contrato
de concessão, no qual se garante à concessionária viabilidade para a execução dos
serviços, nos moldes licitados. 6. A manutenção da qualidade na prestação dos serviços
concedidos (exploração de transporte aéreo) impõe a adoção de medidas garantidoras
do reequilíbrio da equação econômico-financeira do contrato administrativo, seja pela
repactuação, reajuste, revisão ou indenização dos prejuízos. 7. Instituição de nova
moeda (Cruzado) e implementação, pelo Poder Público, dos planos de combate à
inflação denominados ‘Plano Funaro’ ou ‘Plano Cruzado’, que congelaram os preços e
as tarifas aéreas nos valores prevalecentes em 27.2.1986 (art. 5º do Decreto n. 91.149,
de 15.3.1985). 8. Comprovação nos autos de que os reajustes efetivados, no período do
controle de preços, foram insuficientes para cobrir a variação dos custos suportados
pela concessionária. 9. Indenização que se impõe: teoria da responsabilidade objetiva
do Estado com base no risco administrativo. Dano e nexo de causalidade comprovados,
nos termos do acórdão recorrido. 10. O Estado responde juridicamente também pela
prática de atos lícitos, quando deles decorrerem prejuízos para os particulares em
condições de desigualdade com os demais. Impossibilidade de a concessionária cumprir
as exigências contratuais com o público, sem prejuízos extensivos aos seus funcionários,
aposentados e pensionistas, cujos direitos não puderam ser honrados. 11. Apesar de
toda a sociedade ter sido submetida aos planos econômicos, impuseram-se à
concessionária prejuízos especiais, pela sua condição de concessionária de serviço,
vinculada às inovações contratuais ditadas pelo poder concedente, sem poder atuar
para evitar o colapso econômico-financeiro. Não é juridicamente aceitável sujeitar-se
determinado grupo de pessoas – funcionários, aposentados, pensionistas e a própria
concessionária – às específicas condições com ônus insuportáveis e desigualados dos
demais, decorrentes das políticas adotadas, sem contrapartida indenizatória objetiva,
para minimizar os prejuízos sofridos, segundo determina a Constituição. Precedente:
RE 422.941, Relator o Ministro Carlos Velloso, Segunda Turma, DJ 24.3.2006. 12. Não
conhecimento do recurso extraordinário da União interposto contra o acórdão proferido
no julgamento dos embargos infringentes. 13. Conhecimento parcial do recurso
extraordinário da União, e na parte conhecida, provimento negado. 14. Conhecimento
parcial do recurso extraordinário do Ministério Público Federal e, na parte conhecida,
desprovido, mantendo-se a decisão do Superior Tribunal de Justiça, conclusivo quanto
à responsabilidade da União pelos prejuízos suportados pela Recorrida, decorrentes dos
planos econômicos. (RE 571969, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno,
julgado em 12/03/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-181 DIVULG 17-09-2014 PUBLIC 18-
09-2014)

95. Marque a assertiva INCORRETA.


a) É vedada a acumulação remunerada de cargos, empregos e funções públicas.
b) Proíbe-se a acumulação de cargos, empregos e funções também nas pessoas da
Administração Indireta.
c) A vedação atinge, a acumulação remunerada de cargos, empregos e funções na
Administração Direta e Indireta, seja dentro de cada uma, seja entre os dois setores
da Administração entre si.
d) Em virtude da ampliação das hipóteses de vedação, podem subsistir eventuais
situações de acúmulo anteriormente permitidas, em razão do direito adquirido,
mesmo tratando-se de situação jurídica com efeitos protraídos no tempo.
Gabarito: D
Dispõe a Constituição Federal que é vedada a acumulação remunerada de cargos
públicos (art. 37, XVI). Essa é a regra geral a respeito. Significa, por exemplo, que não
pode o titular de cargo de engenheiro acumular com o de oficial administrativo. O
inciso XVII do mesmo art. 37, todavia, estende a proibição a mais duas situações. Uma
delas é a da acumulação de empregos e funções. Dessa maneira, chega-se à primeira
regra geral completa: é vedada a acumulação remunerada de cargos, empregos e
funções públicas. A segunda situação de impedimento é a relativa aos cargos, empregos
e funções nas autarquias, sociedades de economia mista, empresas públicas e
fundações mantidas pelo Poder Público. Temos, então, a segunda regra sobre o
assunto: proíbe-se a acumulação de cargos, empregos e funções também nas pessoas
da Administração Indireta. A EC no 19/1998, de reforma administrativa do Estado,
alterando o art. 37, XVII, da CF, que trata desses outros casos de inviabilidade de
acumulação, ampliou as vedações ali contidas, para alcançar também as subsidiárias
das referidas entidades, bem como as sociedades controladas, direta ou indiretamente,
pelo Poder Público. Significa dizer que, mesmo que a entidade não integre a
Administração Indireta, mas desde que seja subsidiária ou que sofra controle direto ou
indireto do Poder Público, vedada estará a acumulação remunerada de funções ou
empregos públicos. A vedação atinge, por conseguinte, a acumulação remunerada de
cargos, empregos e funções na Administração Direta e Indireta, seja dentro de cada
uma, seja entre os dois setores da Administração entre si. Por outro lado, observa-se
certa controvérsia no que tange à inclusão ou não, no art. 37, XVII, da CF, de empregos
em empresas públicas e sociedades de economia mista, tendo em vista serem elas
pessoas de direito privado. Em nosso entender, o mandamento constitucional não dá
margem a qualquer dúvida, pois que a vedação tem por destinatária a Administração
Pública, envolvendo, portanto, a Administração Direta e a Indireta. Assim, é
inconstitucional a acumulação de emprego em duas empresas públicas ou sociedades
de economia mista, ou em uma sociedade de economia mista e uma empresa pública.
Vale a pena destacar que, em virtude da ampliação das hipóteses de vedação, não mais
poderão subsistir eventuais situações de acúmulo anteriormente permitidas, sendo
incabível a alegação de direito adquirido por se tratar de situação jurídica com efeitos
protraídos no tempo. A regra constitucional tem aplicabilidade imediata. Conquanto
válidos os efeitos anteriores da acumulação, será lícito à Administração ordenar que o
servidor faça sua opção por um dos cargos ou empregos, sendo obrigado por
conseguinte a afastar-se do outro.
Referência: CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo – 32.
ed. rev., atual. e ampl. – São Paulo: Atlas, 2018. p 778. Destacamos.
96. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.
I – O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser readaptado para exercício
de cargo cujas atribuições e responsabilidades sejam compatíveis com a limitação
que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, enquanto permanecer nesta
condição, desde que possua a habilitação e o nível de escolaridade exigidos para o
cargo de destino, mantida a remuneração do cargo de origem.
II – Não ocorre a prescrição do fundo de direito no pedido de concessão de pensão
por morte, estando prescritas apenas as prestações vencidas no quinquênio que
precedeu à propositura da ação.
III – É inconstitucional lei estadual que fixa teto remuneratório para servidores do
Poder Judiciário
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: A
I – Correta. Segundo o art. 37, § 13, CF: O servidor público titular de cargo efetivo
poderá ser readaptado para exercício de cargo cujas atribuições e responsabilidades
sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou
mental, enquanto permanecer nesta condição, desde que possua a habilitação e o nível
de escolaridade exigidos para o cargo de destino, mantida a remuneração do cargo de
origem.
II – Correta. De acordo com a jurisprudência:
PREVIDENCIÁRIO E ADMINISTRATIVO. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO
ESPECIAL. PRESCRIÇÃO DO FUNDO DE DIREITO. CONCESSÃO DE PENSÃO POR MORTE DE
SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. RELAÇÃO DE TRATO SUCESSIVO QUE ATENDE
NECESSIDADE DE CARÁTER ALIMENTAR. INEXISTINDO NEGATIVA EXPRESSA E FORMAL DA
ADMINISTRAÇÃO, INCIDE A SÚMULA 85/STJ.
SUPERAÇÃO DA ORIENTAÇÃO ADVERSA ORIUNDA DE JULGAMENTO DA CORTE ESPECIAL
DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, EM RECURSO FUNDADO EM DIVERGÊNCIA ENTRE A
PRIMEIRA E A TERCEIRA SEÇÕES DO STJ. ULTERIOR CONCENTRAÇÃO, MEDIANTE EMENDA
REGIMENTAL, DA COMPETÊNCIA PARA JULGAR A MATÉRIA NO PRIMEIRA SEÇÃO.
EMBARGOS DO PARTICULAR E DO MPF ACOLHIDOS.
1. O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE 626.489/SE, Rel.
Min. ROBERTO BARROSO. DJe 23.9.2014, com repercussão geral reconhecida, firmou
entendimento de que o direito fundamental ao benefício previdenciário pode ser
exercido a qualquer tempo, sem que se atribua qualquer consequência negativa à
inércia do beneficiário, reconhecendo que inexiste prazo decadencial para a concessão
inicial de benefício previdenciário.
2. De fato, o benefício previdenciário constitui direito fundamental da pessoa humana,
dada a sua natureza alimentar e vinculada à preservação da vida. Por essa razão, não
é admissível considerar extinto o direito à concessão do benefício pelo seu não exercício
em tempo que se julga oportuno. A compreensão axiológica dos Direitos Fundamentais
não cabe na estreiteza das regras do processo clássico, demandando largueza
intelectual que lhes possa reconhecer a máxima efetividade possível. Portanto, no caso
dos autos, afasta-se a prescrição de fundo de direito e aplica-se a quinquenal,
exclusivamente em relação às prestações vencidas antes do ajuizamento da ação.
3. Não se pode admitir que o decurso do tempo legitime a violação de um direito
fundamental. O reconhecimento da prescrição de fundo de direito à concessão de um
benefício de caráter previdenciário excluirá seu beneficiário da proteção social,
retirando-lhe o direito fundamental à previdência social, ferindo o princípio da
dignidade da pessoa humana e da garantia constitucional do mínimo existencial.
4. Essa salutar orientação já foi acolhida no Supremo Tribunal Federal, no julgamento
do RE 626.489/SE, Rel. Min. ROBERTO BARROSO.
DJe 23.9.2014, de modo que não se faz necessária, em face desse acolhimento,
qualquer manifestação de outros órgãos judiciais a respeito do tema, porquanto se trata
de matéria já definida pela Suprema Corte. Ademais, sendo o direito à pensão por
morte uma espécie de direito natural, fundamental e indisponível, não há eficácia de
norma infraconstitucional que possa cortar a fruição desse mesmo direito. Os direitos
humanos e fundamentais não estão ao alcance de mudanças prejudiciais operadas pelo
legislador comum.
5. Assim, o pedido de concessão do benefício de pensão por morte deve ser tratado
como uma relação de trato sucessivo, que atende necessidades de caráter alimentar,
razão pela qual a pretensão à obtenção de um benefício é imprescritível. Assim, não
havendo óbice legal a que se postule o benefício pretendido em outra oportunidade, o
benefíciário pode postular sua concessão quando dele necessitar.
Sendo inadmissível a imposição de um prazo para a proteção judicial que lhe é devida
pelo Estado.
6. Mesmo nas hipóteses em que tenha havido o indeferimento administrativo, não se
reconhece a perda do direito em razão do transcurso de tempo. Isso porque a
Administração tem o dever de orientar o administrado para que consiga realizar a prova
do direito requerido, não havendo, assim, que se falar na caducidade desse direito em
razão de um indeferimento administrativo que se revela equivocado na esfera judicial.
7. Tal compreensão tem sido adotada pelas Turmas que compõem a Primeira Seção
quando da análise de recursos relacionados a Segurados vinculados ao Regime Geral de
Previdência Social, reconhecendo-se que as prestações previdenciárias tem
características de direitos indisponíveis, que incorpora-se ao patrimônio jurídico do
interessado, daí porque o benefício previdenciário em si não prescreve, somente as
prestações não reclamadas no lapso de cinco anos é que prescreverão, uma a uma, em
razão da inércia do beneficiário, nos exatos termos do art. 3o. do Decreto 20.910/32.
Precedentes: AgRg no REsp. 1.429.237/MA, Rel.
Min. NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, DJe 5.10.2015; AgRg no REsp. 1.534.
861/PB, Rel. Min. HUMBERTO MARTINS, DJe 25.8.2015; AgRg no AREsp.
336.322/PE, Rel. Min. BENEDITO GONÇALVES, DJe 8.4.2015; AgRg no AREsp.
493.997/PR, Rel. Min. MAURO CAMPBELL MARQUES, DJe 9.6.2014.
7. Impõe-se, assim, estender tal compreensão às demandas que envolvem o pleito de
benefícios previdenciários de Servidores vinculados ao Regime Próprio de Previdência,
uma vez que, embora vinculados a regimes diversos, a natureza fundamental dos
benefícios é a mesma 8. Nestes termos, deve-se reconhecer que não ocorre a prescrição
do fundo de direito no pedido de concessão de pensão por morte, estando prescritas
apenas as prestações vencidas no quinquênio que precedeu à propositura da ação.
9. Não é demais pontuar que no âmbito da Lei 8.112/90, o art. 219 confere esse
tratamento distinto àquele que tem legítimo interesse ao benefício previdenciário,
reconhecendo que só ocorre a prescrição das prestações exigíveis há mais de 5 anos,
uma vez que a lei permite o requerimento da pensão a qualquer tempo.
10. Embargos de Divergência do particular e do MPF acolhidos, a fim de prevalecer o
entendimento de que não há que se falar em prescrição de fundo de direito, nas ações
em que se busca a concessão do benefício de pensão por morte.
(EREsp 1269726/MG, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA SEÇÃO,
julgado em 13/03/2019, DJe 20/03/2019)
III – Correta. Segundo a jurisprudência:
Ementa: AÇÃO DIRETA. LEI ORDINÁRIA QUE ESTABELECE SUBTETO APLICÁVEL AOS
SERVIDORES DA JUSTIÇA DESVINCULADO DO SUBSÍDIO MENSAL DOS DESEMBARGORES.
INTELIGÊNCIA DO ART. 37, XI E § 12, CF. 1. No que respeita ao subteto dos servidores
estaduais, a Constituição estabeleceu a possibilidade de o Estado optar entre: (i) a
definição de um subteto por poder, hipótese em que o teto dos servidores da Justiça
corresponderá ao subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça (art. 37, XI, CF,
na redação da Emenda Constitucional 41/2003); e (ii) a definição de um subteto único,
correspondente ao subsídio mensal dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, para
todo e qualquer servidor de qualquer poder, ficando de fora desse subteto apenas o
subsídio dos Deputados (art. 37, § 12, CF, conforme redação da Emenda Constitucional
47/2005). 2. Inconstitucionalidade da desvinculação entre o subteto dos servidores da
Justiça e o subsídio mensal dos Desembargadores do Tribunal de Justiça. Violação ao
art. 37, XI e § 12, CF. 3. Incompatibilidade entre a opção pela definição de um subteto
único, nos termos do art. Art. 37, § 12, CF, e definição de “subteto do subteto”, em
valor diferenciado e menor, para os servidores do Judiciário. Tratamento
injustificadamente mais gravoso para esses servidores. Violação à isonomia. Ação direta
a que se julga procedente.
(ADI 4900, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Relator(a) p/ Acórdão: Min. ROBERTO
BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em 11/02/2015, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-073
DIVULG 17-04-2015 PUBLIC 20-04-2015)

97. Assinale a alternativa INCORRETA com base no entendimento sumulado pelos


Tribunais Superiores.
a) Servidão de trânsito não titulada, mas tornada permanente, sobretudo pela
natureza das obras realizadas, considera-se aparente, conferindo direito à proteção
possessória.
b) Na desapropriação para instituir servidão administrativa são devidos juros
compensatórios pela limitação de uso da propriedade.
c) Na desapropriação direta, os juros compensatórios são devidos desde a
antecipada imissão na posse e, na desapropriação indireta, a partir da efetiva
ocupação do imóvel.
d) A invasão do imóvel não é causa de suspensão do processo expropriatório para
fins de reforma agrária.
Gabarito: D
a) Correta, nos termos da Súmula 415, STF: Servidão de trânsito não titulada, mas
tornada permanente, sobretudo pela natureza das obras realizadas, considera-se
aparente, conferindo direito à proteção possessória.
b) Correta, nos termos da Súmula 56, STJ: Na desapropriação para instituir servidão
administrativa são devidos juros compensatórios pela limitação de uso da propriedade.
c) Correta, nos termos da Súmula 69, STJ: Na desapropriação direta, os juros
compensatórios são devidos desde a antecipada imissão na posse e, na desapropriação
indireta, a partir da efetiva ocupação do imóvel.
d) Incorreta, segundo a Súmula 354, STJ: A invasão do imóvel é causa de suspensão do
processo expropriatório para fins de reforma agrária.

98. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – Os juros compensatórios, na desapropriação indireta, incidem a partir da
ocupação, calculados sobre o valor da indenização, corrigido monetariamente.
II – A invasão do imóvel é causa de suspensão do processo expropriatório para fins
de reforma agrária.
III – Pela demora no pagamento do preço da desapropriação não cabe indenização
complementar além dos juros.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: A
I – Correta. Segundo o enunciado da Súmula 114-STJ: Os juros compensatórios, na
desapropriação indireta, incidem a partir da ocupação, calculados sobre o valor da
indenização, corrigido monetariamente.
II – Correta. Segundo o enunciado da Súmula 354-STJ: A invasão do imóvel é causa de
suspensão do processo expropriatório para fins de reforma agrária.
III – Correta. Segundo o enunciado da Súmula 416-STF: Pela demora no pagamento do
preço da desapropriação não cabe indenização complementar além dos juros.

99. Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA.


I – Pode conceituar-se a afetação como sendo o fato administrativo pelo qual se
atribui ao bem público uma destinação pública especial apenas de interesse direto
da Administração, sendo que não há nos bens afetados interesse indireto da
Administração.
II – A afetação e a desafetação servem para demonstrar que os bens públicos não se
perenizam, em regra, com a natureza que adquiriram em decorrência de sua
destinação.
III – Afetação e desafetação são os fatos administrativos dinâmicos que indicam a
alteração das finalidades do bem público. Se o bem está afetado e passa a
desafetado do fim público, ocorre a desafetação; se, ao revés, um bem desativado
passar a ter alguma utilização pública, poderá dizer-se que ocorreu a afetação.
a) Todas estão corretas.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) Apenas I e III estão corretas.
d) Apenas II e III estão corretas.
Gabarito: D
I – INCORRETA. Dessa maneira, pode conceituar-se a afetação como sendo o fato
administrativo pelo qual se atribui ao bem público uma destinação pública especial de
interesse direto ou indireto da Administração. E a desafetação é o inverso: é o fato
administrativo pelo qual um bem público é desativado, deixando de servir à finalidade
pública anterior. Em tal situação, como já se afirmou corretamente, a desafetação
traz implícita a faculdade de alienação do bem.
II – CORRETA. A afetação e a desafetação servem para demonstrar que os bens públicos
não se perenizam, em regra, com a natureza que adquiriram em decorrência de sua
destinação. Um prédio onde haja uma Secretaria de Estado em funcionamento pode
ser desativado para que o órgão seja instalado em local diverso. Esse prédio, como é
lógico, sairá de sua categoria de bem de uso especial e ingressará na de bem dominical.
A desativação do prédio implica sua desafetação. Se, posteriormente, no mesmo prédio
for instalada uma creche organizada pelo Estado, haverá afetação, e o bem, que estava
na categoria dos dominicais, retornará a sua condição de bem de uso especial. Outro
exemplo é o da desestatização (privatização), que também pode render ensejo à
desafetação.
III – CORRETA. O tema da afetação e da desafetação diz respeito aos fins para os quais
está sendo utilizado o bem público. Se um bem está sendo utilizado para determinado
fim público, seja diretamente do Estado, seja pelo uso dos indivíduos em geral, diz-se
que está afetado a determinado fim público.
Por exemplo: uma praça, como bem de uso comum do povo, se estiver tendo sua natural
utilização, será considerada um bem afetado ao fim público. O mesmo se dá com um
ambulatório público: se no prédio estiver sendo atendida a população com o serviço de
assistência médica e ambulatorial, estará ele também afetado a um fim público.
Ao contrário, o bem se diz desafetado quando não está sendo usado para qualquer fim
público. Por exemplo: uma área pertencente ao Município na qual não haja qualquer
serviço administrativo é um bem desafetado de fim público. Uma viatura policial
alocada ao depósito público como inservível igualmente se caracteriza como bem
desafetado, já que não utilizado para a atividade administrativa normal.
Afetação e desafetação são os fatos administrativos dinâmicos que indicam a alteração
das finalidades do bem público. Se o bem está afetado e passa a desafetado do fim
público, ocorre a desafetação; se, ao revés, um bem desativado passar a ter alguma
utilização pública, poderá dizer-se que ocorreu a afetação.
Referência: Carvalho Filho, José dos Santos. Manual de direito administrativo – 32. ed.
rev., atual. e ampl. – São Paulo: Atlas, 2018, p. 1.317.

100. Assinale a alternativa correta conforme o entendimento sumulado do Supremo


Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça acerca do tema Bens Públicos.
I- As terras ocupadas, ainda que em passado remoto, por aldeamentos indígenas
extintos, são bens da União.
II- As margens dos rios navegáveis são de domínio público, insuscetíveis de
expropriação e, por isso mesmo, excluídas de indenização.
III- As concessões de terras devolutas situadas na faixa de fronteira, feitas pelos
Estados, autorizam, apenas, o uso, permanecendo o domínio com a União, ainda
que se mantenha inerte ou tolerante, em relação aos possuidores.
IV- Os registros de propriedade particular de imóveis situados em terrenos de
marinha são oponíveis à União.
Estão corretas:
a) I, II, III e IV.
b) I, II e III.
c) II e III.
d) I e IV.
e) Apenas a IV.
Gabarito: C
I- Incorreta. STF, súmula 650: Os incisos I e XI do art. 20 da CF não alcançam terras de
aldeamentos extintos, ainda que ocupadas por indígenas em passado remoto. STF, AI-
AGR 307.401/SP – As terras ocupadas, em passado remoto, por aldeamentos indígenas
não são bens da União. Somente são consideradas “terras tradicionalmente ocupadas
pelos índios” aquelas que eram por eles habitadas na data da promulgação da
Constituição Federal de 1988 (marco temporal) e, complementarmente, se houver
efetiva relação dos índios com a terra (marco da tradicionalidade da ocupação).
II- Correta. STF, súmula 479.
III- Correta. STF, súmula 477.
IV- Incorreta. STJ, súmula 496: Os registros de propriedade particular de imóveis
situados em terrenos de marinha NÃO são oponíveis à União.

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