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TJ-SP Full Experience - Juiz Substituto - Simulado V - Comentado
TJ-SP Full Experience - Juiz Substituto - Simulado V - Comentado
JUIZ SUBSTITUTO
SIMULADO V
Bloco I
DIREITO CIVIL
DIREITO DO CONSUMIDOR
Bloco II
DIREITO PENAL
31. De acordo com a classificação doutrinária, NÃO É considerada uma fonte formal
mediata do Direito Penal:
a) a Constituição Federal.
b) a jurisprudência.
c) a lei.
d) a doutrina.
Gabarito: C
De acordo com a doutria:
Fonte formal imediata: é a lei, regra escrita concretizada pelo Poder Legislativo em
consonância com a forma determinada pela Constituição Federal. Em obediência ao
princípio da reserva legal ou da estrita legalidade (CF, art. 5.º, XXXIX, e CP, art. 1.º),
constitui-se na única fonte formal imediata do Direito Penal, pois somente ela pode
criar crimes (e contravenções penais) e cominar penas.
Fontes formais mediatas ou secundárias: a Constituição Federal, a jurisprudência, a
doutrina, os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos, os costumes,
os princípios gerais do Direito e os atos administrativos são apontados como fontes
formais mediatas do Direito Penal.
Masson, Cleber. Direito Penal: parte geral (arts. 1º a 120) – vol. 1. 13. ed. São Paulo:
MÉTODO, 2019. p. 87.
Observe que:
Segundo a doutrina tradicional, fonte material é o órgão criador do direito penal. No
Brasil, quem cria o direito penal é a União, que tem competência privativa, conforme
art. 22, I, CF.
A Constituição permite que os Estados legislem sobre direito penal, nos casos
específicos, desde que haja uma autorização dada por lei complementar, conforme o §
único do art. 22, CF.
Ainda, segundo esta corrente tradicional, a fonte formal do direito penal traz os
instrumentos pelos quais se exterioriza o direito penal. A fonte formal imediata do
direito é a lei. Como fonte formal mediata, haveria os princípios gerais do direito e os
costumes.
Todavia, Rogério Sanches traz a fonte formal do direito penal à luz da doutrina
moderna:
• Fontes formais imediatas: lei, CF, tratados e convenções internacionais de direitos
humanos, jurisprudência, princípios e a norma penal em branco.
• Fonte formal mediata: é apenas a doutrina.
• Fonte informal: costumes.
A lei é única fonte imediata capaz de criar infrações penais e cominar sanções. Única
fonte incriminadora.
A Constituição Federal é fonte formal imediata, mas não pode criar infações penais ou
cominar sanções, em razão de seu processo rígido e moroso de alteração, incompatível
com o dinamismo que deve envolver processo legislativo no direito penal. Muito embora
a CF não possa criar crime e nem cominar pena, ela pode orientar o legislador na sua
função (de criar crime e cominar pena), são os chamados mandados constitucionais de
criminalização. Ex.: art. 5 XLII, CF – a prática do rascimo constitui crime inafiançável e
imprescritível, sujeito à pena de reclusão (patamares mínimos). É a lei, no entanto,
quem cria o crime de racismo e comina a sua pena. A CF como fonte formal imediata
fica evidente quando, por exemplo, traz a imprescritibilidade e a inafiançabilidade do
racismo, constituindo-se num mandado constitucional de criminalização.
42. Assinale a alterativa INCORRETA nos termos da Lei de Abuso de Autoridade (Lei
nº 13.869/19).
a) As responsabilidades civil e administrativa são independentes da criminal, não se
podendo mais questionar sobre a existência ou a autoria do fato quando essas
questões tenham sido decididas no juízo criminal.
b) As penas restritivas de direitos substitutivas das privativas de liberdade previstas
na lei de abuso de autoridade são prestação de serviços à comunidade ou a
entidades públicas e suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato,
pelo prazo de um a seis meses, com a perda dos vencimentos e das vantagens.
c) Os crimes previstos na lei de abuso de autoridade são considerados falta funcional
e devem ser informadas à autoridade competente com vistas à apuração.
d) Nos crimes da lei de abuso de autoridade será admitida ação privada se a ação
penal pública não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar
a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos
do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no
caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.
Gabarito: C
a) Correta, nos termos do art. 7º, Lei: As responsabilidades civil e administrativa são
independentes da criminal, não se podendo mais questionar sobre a existência ou a
autoria do fato quando essas questões tenham sido decididas no juízo criminal.
b) Correta, nos termos do art. 5º, Lei: As penas restritivas de direitos substitutivas das
privativas de liberdade previstas nesta Lei são:
I - prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas;
II - suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato, pelo prazo de 1 (um) a
6 (seis) meses, com a perda dos vencimentos e das vantagens;
c) Incorreta, segundo o art. 6º, Lei: As penas previstas nesta Lei serão aplicadas
independentemente das sanções de natureza civil ou administrativa cabíveis.
Parágrafo único. As notícias de crimes previstos nesta Lei que descreverem falta
funcional serão informadas à autoridade competente com vistas à apuração.
d) Correta, nos termos do art. 3º, Lei: Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal
pública incondicionada.
§ 1º Será admitida ação privada se a ação penal pública não for intentada no prazo
legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia
substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova,
interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação
como parte principal.
§ 2º A ação privada subsidiária será exercida no prazo de 6 (seis) meses, contado da
data em que se esgotar o prazo para oferecimento da denúncia.
57. O poder constituinte originário instaura uma nova ordem jurídica, rompendo
por completo com a ordem jurídica precedente, NÃO sendo uma de suas
características:
a) autônomo.
b) incondicionado.
c) soberano na tomada de suas decisões.
d) momentâneo.
Gabarito: D
O poder constituinte originário é inicial, autônomo, ilimitado juridicamente,
incondicionado, soberano na tomada de suas decisões, um poder de fato e político,
permanente.
a) autônomo, visto que a estruturação da nova constituição será determinada,
autonomamente, por quem exerce o poder constituinte originário;
b) e c) incondicionado e soberano na tomada de suas decisões, porque não tem de
submeter-se a qualquer forma prefixada de manifestação;
d) INCORRETA. É permanente, já que o poder constituinte originário não se esgota
com a edição da nova Constituição, sobrevivendo a ela e fora dela como forma e
expressão da liberdade humana, em verdadeira ideia de subsistência. Segundo Manoel
Gonçalves Ferreira Filho, essa característica decorre de fórmula clássica prevista no
art. 28 da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, editada como preâmbulo
da Constituição francesa de 1793 e “... no sentido de que o homem, embora tenha
tomado uma decisão, pode rever, pode mudar posteriormente essa decisão...”. Isso
não significa que o poder constituinte originário permanente e “adormecido” sairá
desse estado de “hibernação” e de “latência” a todo e qualquer momento, até porque
instauraria indesejada insegurança jurídica. Para tanto, deve haver o “momento
constituinte”, uma situação tal que justifique e requeira a quebra abrupta da ordem
jurídica.
Referência: Lenza, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 22. ed. – São Paulo:
Saraiva Educação, 2018, p. 199/200.
DIREITO ELEITORAL
61. Nos termos do artigo 1º, Parágrafo Único, da CF “Todo o poder emana do povo,
que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta
Constituição”. Diante de tal artigo é possível afirma que:
a) a democracia no Brasil é direta.
b) a democracia no Brasil é representativa.
c) a democracia no Brasil é indireta.
d) a democracia no Brasil é semidireta.
Gabarito: D
De acordo com a doutrina:
A democracia semidireta ou mista procura conciliar os dois modelos anteriores. O
governo e o Parlamento são constituídos com base na representação: os governantes
são eleitos para representar o povo e agir em seu nome e em seu interesse. Todavia,
são previstos mecanismos de intervenção direta dos cidadãos. Nesse sentido, ressalta
Ferreira Filho (2005, p. 95) que, embora a democracia semidireta seja basicamente
representativa, “é direta na medida em que o povo participa de modo imediato de
certas decisões”.
Esse último é o modelo consagrado na vigente Constituição Federal, que, já em seu
artigo 1º, parágrafo único, impera: “Todo o poder emana do povo, que o exerce por
meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.”
Assim, no sistema brasileiro, a democracia representativa é temperada com
mecanismos próprios de democracia direta, entre os quais citem-se: o plebiscito, o
referendo e a iniciativa popular (CF, art. 14, I, II, III, e art. 61, § 2º).
Referência: GOMES, José Jairo. Direito eleitoral / José Jairo Gomes – 14. ed. rev.,
atual. e ampl. – São Paulo: Atlas, 2018, p. 90.
Bloco III
DIREITO EMPRESARIAL
70. Com relação ao conselho fiscal das sociedades Ltda., assinale a alternativa
CORRETA.
a) A remuneração dos membros do conselho fiscal será fixada pelo contrato social
onde também constará a sua constituição.
b) Sem prejuízo dos poderes da assembleia dos sócios, pode o contrato instituir
conselho fiscal composto de no máximo três membros e respectivos suplentes,
sócios, residentes no País, eleitos na assembleia geral.
c) As atribuições e poderes conferidos pela lei ao conselho fiscal podem ser
outorgados a outro órgão da sociedade, e a responsabilidade de seus membros
sempre será subsidiária,
d) O conselho fiscal poderá escolher para assisti-lo no exame dos livros, dos balanços
e das contas, contabilista legalmente habilitado, mediante remuneração aprovada
pela assembléia dos sócios.
Gabarito: D
a) Incorreta, segundo o art. 1.068, CC: A remuneração dos membros do conselho fiscal
será fixada, anualmente, pela assembleia dos sócios que os eleger.
b) Incorreta, segundo o art. 1.066, CC: Sem prejuízo dos poderes da assembleia dos
sócios, pode o contrato instituir conselho fiscal composto de três ou mais membros e
respectivos suplentes, sócios ou não, residentes no País, eleitos na assembleia anual
prevista no art. 1.078.
c) Incorreta, segundo o art. 1.070, CC: As atribuições e poderes conferidos pela lei ao
conselho fiscal não podem ser outorgados a outro órgão da sociedade, e a
responsabilidade de seus membros obedece à regra que define a dos administradores
(art. 1.016).
d) Correta, segundo o art. 1070, Parágrafo único. O conselho fiscal poderá escolher
para assisti-lo no exame dos livros, dos balanços e das contas, contabilista legalmente
habilitado, mediante remuneração aprovada pela assembleia dos sócios.
DIREITO TRIBUTÁRIO
76. De forma geral, a lei ordinária é a lei utilizada para a instituição de tributos,
porém o art. 146 da CF exige lei complementar para a regulamentação das seguintes
matérias, EXCETO:
a) Regulamentação às limitações do poder de tributar.
b) Dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os
Estados, o DF os Municípios.
c) Estabelecimento de normas específicas em matéria de legislação tributária.
d) Definição do tratamento diferenciado e favorecido para microempresas e para
empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados para o caso
do ICMS, da contribuição previdenciária e ao PIS.
Gabarito: C
Segundo o art. 146, CTN. Cabe à lei complementar:
I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente
sobre:
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos
discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e
contribuintes;
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades
cooperativas.
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as
empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do
imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13,
e da contribuição a que se refere o art. 239.
DIREITO AMBIENTAL
DIREITO ADMINISTRATIVO