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EFFIENT
EFFIENT
A questão central que deve ser respondida diz respeito aos critérios a
serem adotados quando o jurisdicionado, ao ver recusado seu pedido
pela Administração (fls. 47), procura guarida junto ao Poder
Judiciário. Esta relatoria tem adotado a posição no sentido de que,
não obstante os pedidos sejam feitos em face da dramática urgência
do medicamento, deve o Judiciário acautelar-se no acolhimento do
pleito, sob pena de conceder remédio a quem pode adquiri-lo, ou
simplesmente por ser um medicamento suplementar, dispensável, ou
ainda importado em substituição a similares existentes no País,
quebrando assim o princípio legislativo do SUS de atendimento, em
primeiro lugar, da população mais carente.
No caso, o recorrente comprovou adequadamente a necessidade dos
medicamentos, prescritos por profissional idôneo, o que confirma a
sua necessidade e adequação (fls.43/44), não possuindo condições
de arcar com seus custos, pois é hipossuficiente, conforme a
declaração de pobreza digitalizada em fls. 36. Especificamente com
relação ao medicamento Effient, é certo que o profissional que
acompanha o caso do recorrente justificou adequadamente a opção
por seu uso, em detrimento do Clopidogrel, fornecido pela rede
municipal de saúde, pois, segundo estudos, é mais eficaz à
prevenção da trombose que acomete pacientes portadores de stent.
Deste modo, não cabe ao Judiciário questionar a adequação de
receita emitida por profissional médico que confirma e justifica sua
necessidade. TJSP - AgIn 2077393-11.2016.8.26.0000 - 6ª Câmara
de Direito Público - j. 1/8/2016 - julgado por Reinaldo Miluzzi - Área do
Direito: Civil; Processual