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‘ingia 5 Narn Rea) Ti ‘Alun Munslow Desconstruindo AHISTORIA ‘eapUGiO DE RENATA GASPAR NASCIMENTO GY soro%m vozes Pevepete 6 Michel Foucault ea historia [Neste capitulo examina, a partic da pespectiva desonstucionisy a contibuisio de Michel Foucaule pars 0 etudo do pasado, que tem sido (questonar 4 natureza especie da histia como uma epsterologa dst, ‘Reolocando seu métodoindtvo/dedusivo inspirado no empirismo com a in- ‘tespeetagso narmtivn como a forma principal de conhecere contr. A postr tntilogoentrica de Foucault sastenta que nfo exist aceso& realidad poss- ‘el de ser conhecid, original everdadeira que no sea mediado pela mente humana. Noss nica porta para aexpernca (passad, presente ou fata) através do meio primasio de lingagem como wm proceso significative, ‘ormalimente consiuido a partir de uma estrus para o exeriio do poder, Tegiime ou ilegtimo. Derivado de Nietsche, esse é umn distanciamento do ‘ernpitinmo, pos considera a imporsibilidade de conhecerobjetivamentequal= [que coisa que ja, posto qu #objetvidade em sea um construtohistrieo cecal, feet ie rn Sie oe ALO Dr ens eee Slo Wc a ttre nso et ea era ‘See tap ate rego itu a oles Fe ae oem! Heanor a 2. ise pat ene rs ‘Sutseazare twee en rem aes er ABHO Po Me ‘fc boend sutra ps ne ra FONE Pa (om dense RP = MOG, ast Lane as oh thu: Pose Sey oe eee Fun i eee ey fae haces facet sce ftelennyt a e he ‘ine Gnpenc ornare es MAA ea ‘front nw a she an tet hehe ese ‘Roope id "NOBEL Gown Tee ase sae Irrorsarn a fkias Deby ano Foucault 6 entio,consderado pela maioria dos consereadores, bem como pos peincipaishistriadoes, como ant-hstrico. sso ato sed apenas pela sua recusa em privilege a concep modemisa de verdade ientifca€ de ‘stegoras waicionais de andlise deivada da evidncia, embora sia rjigso 2s presuposicdesteleokiicase progressivas do posiivisma o rexguarde de suspeitasespecifias De fito, Foucaule € consideradoant-histico por tan historiadoes,eambémn por negara cansalidade histvica linear ente cvea- 10s epoca (ou epistemes, como ele a chara), fvorecendo, a0 contri, ‘visio da histria buseada nas desconsinldades ence extutuas figuras ‘lnsinantes que operam na mente humana. Tal pensamento€ profundamente repulsvo para a tadigio anglo-americana. Foulcault € visto con suspeita pineipalmente por suas dividassobee a eapacidade da histriador em re~ presentar com preciso qualquer versio do pasado. Sligo nietschiniana ‘e pés-estucuraista de Foucault ¢ reveada em seu inteesse no que ele come « invesigasio duvidosa da histria para 2 origem dx verdade que é tuma pare do grande mito da cultura ocidentl Igulmente perturbadors para» empivistas & 2 sun insstcia~ dervada de us metodologia hist- ica = de que mio pode havee nent distin entre o que oF Fisica histéria pensam eo que fizem os que a pratieam. Somente quando toda 3 histriaestiverautorelexivaments comprometida com sua patipriafilosofa «em especial, com a questio da origem do nosso conbecementoe de como cle € usado (a estrtura de poder) € que poderemos confronar as queries ‘que Foucault levanta. Por fim, como ele afizma, 0 pastado ¢ um proceso innit de interpretagio feita pelo historadore suas categorias de ands, ressuposgdes, modelos eesilofgurativo, todos se tomando parte da hi toria que estamos tentando desvendar, Epistemologia [Em seu texto de 1996, The Onier of Thing: da Argucogy ofthe Huanae Scone, Foucault determina 0 que areita ser a questo epstmoligica ce tel paa a hist”. Ele dicate como a cultura ecient tm onganizado © ‘onhecimento, em particular 0 conhecimento hstrea, Aalto 9 impacto do dacuso eda pritia sociocultural a forma como as pessoas no pasado eos historiadoesondenam a experiencia ea memeni, clef a ineitvel pecgunes ‘struturaista: qual 0 impacto da linguagem na bisa ena experienc, consi FUCA Mie elf A say eae ea Ww a, 16t derando-se que inguagers € um ster aris de elagoes significant! Sigiicade/ygosocismenteconstldocaue a para co mando? Em texmospiticos, an sigifia que no momento em que e peasamento exidentleconhecen qe consis canta fas come “ome, socedade™ ‘Mearns lees cas (efret), mas & contrat inglstios {olas as inca humans finda a a, ta raconadad, no coobes tment a cere a infrenia indutiva uns omaran como consi dra White, de fsto prisoners don modos histrico-figuratvs de discus ‘os quis so compost’. Aescavago agueokigca de Powe mas Stace Inumanas(epeiltnente na cps de medina © hist) expos ae trgie rats eigen que atrizam sua cones pata tela que Hayden White chama de etrauraprofunda de seus proocolos Tnguicos~orfpos. Ea sucesso hia ds erp, como infra por White, que nite peice discursive condiiona o carer de cada epoca (pistons) em terms deca e conuole de conbecnent. Ino india ocx ter innit do proceso irepeaio restate da sig, de acodo com chal amae seremon copies de lar 0 tempo osufcente paracncontrara "erdad original. so para Foucel¢nesenia do qe hoje podemos chamat {condita posmederna Especiicament em acu eto sabre aloucirt a mesma, Foucal x mina 0 ape ou crdénia de um conjnto de cursos (elts nara tos onis ow ests) gue consinem o conbecimento em qualquer epoca hiss ise) Rowers afrmon qe os histriadoresdeveiam exaninar 2sbses inguitics (Ge lato nats) gue omnes ni que conespondem ou representa de forma ait-pobemica 0 mundo rel das ois ou ep, abandonar abuses pel significado orginal. O que podria se tomas un lingua drida on um Geterinimo aati 6 conta, modi- {ado por sn aceitao dis pitas dscssivasclturdment deteminadas «que fomocen «forma ater da ual noo coshecimento de bas ingui~ {Ex produrid, Fea forma on modelo € grado pla conenoenteo que tov ators histricor diem e fzem, eo» Timites do que a sociedade permite ‘ou raiondin como send verdad, creer, iio igi. Essa €ideia da consrago socal a radadee também do que Fncait desceve como sequin pl cohecmen.Atéopde ele et peocupdo, o conhecime to, ompeeendio como dsp, tansformarse em eiades fue conolam poe ia a media em que supreme permite, cum Cinch o que € eo que a € permite, Des forma to pode hare na ist nase deve aver inmeras hist deexclusio (6 marginalizado "ec pam uo ut incluso (oacito como noamal wansgeessto (0 noemal tor sano anormal) (© arquivo &tomado por Foucault como sendo o corpo de evidénciasnar- sativizadas, ecpresentando e sguficando a epidone na qual foi gerado, mas (que, € claro, encontado pelos historiadores em nossa propria época histrien (oe sptome, Esse recurso material nao pode ser intrpretido empircamente me por mesmo como um ponto de origem nso problemaicn. A cvidéncia histérica precisa ser compreendida nao apenas or aqulo a que ela se efere (eventos conforme interpetads plo histriador),mas como um vtculoat- ‘és do qual podemosalcansara mais prfunda efndamental organiza dos ‘mecanismoslingufstcos que sustencam a casio ea coastnigto do conhe- mento histrio. A historia deve sp reformular como uma Biteraurae come lum proceso de pensamento ideologicxmente autoconsciente, A importincia eplstemoégica da visto de histsia de Foucault como wm portal paras consc- €ncia humana, como diz Gilles Deleuze, nao seenconta no ou atavés dota bho do historiador tradicional, porgueointeresse de Foucault esi em buscar a estruuras iplicitas, 0 principio “eons que governam tudo 0 ie poss existéncia mental’, nese cas, “eats e sistema de lnguager”. Por {qve a consigncia humans funciona manipulando signose metfors, cab rosa compreensio do passdo fanciona dessa maneca. Ela aunca produzieh verdades essencias, apenas revelaraconstanteinteragao entre interpretagaex linguistics ou maracas Foacaule, como White, acta a posgio de Nietzsche (precursor do pss cstrutraismo e da histiria deseonstraionsta) de que a linguagem, coma 6 poder iguativo da conscitncia humana &consiativa tanto do conteido histrico empiric comodo conceitos/eategoias usados pelo histrador pars condense explicar os dade’, Em consequencia dessa comiplesa poigio de ‘elativimna linguistic (poe un lado) e determinism modernist (por outro Indo), Fouczul confonta cada um dos ses pontos do estatutoreenstrcio- rista!Arsaiment, muitos hisoriadores que resonhecem a importncia das convengDes do uso da Tinguagem e da noc de hstra como um dscuso ~ ‘cerever o passado tornoivse a pétca cultural da histcia~ aceitam (formal ov informalmente) 0 argumento de Foucault de que a interpretasiohistrea ‘std ald das simpliciades comoventes dos paradigmas dominant. Foucault confront o estaruo empivistaargumentando que a hstria ninea €abjetiva porque historia no pode ser independent do historador e do tempo © To NORE and er ha oa 778 RRR Gen aa renee ena lp at contro clu em qe se ethno que o importante & oper da Shgugem em ain cgncado eno a descr deadline 1 hte tomado. Como rule para st honest contigo meno © tom sc let © hiv deve eto ugus apo ma ohjeidade sited pute pol emp lavas lim da oti ctu Sing ele han “Reet pris des pos &o te costae de Face & crea reams mu representa aden de alae tr a ms tar Nio spent cjetvaade ¢ unin ts ms ingot ge {eves cones about impowstiiade da era modest dee tein ete ples ee) lit) ein) Dit de tao FBovsen mir inte & Uemura peso de hse deepsea Triad do pesado comegusstements arma de gue axle pode alguna mani sr compet o acon, ret. Com deve chal Rh iso some croqundo ques qu poem poder apa puss shorn pre aconliaroseu dominio do por, astride legis Iran distri tmbém usa por aque tata adguiiro poder “Tino doninaors como sbodimados rn aha spar 6 pepetiv trodemitcosierndrs cr na Scar cl a Yrade = 4 Fmd wi I pn sn pointers so ‘Como Niche, For pea acre queda vind a it tit marist ta itn, Clgtinn, Em mporante o fio Newahe, Geno, History, publ em 171, cle parent Stcnico como» efron dos inocete erp em localar 9 verdade nnn gue acd crema ¢ ene Ele apgament comin ue pour ahi abaci ¢ por earn pean nl, eer 1S cnc qe de gua form, somos apes de nox stiaeordela,o, @ ue € ron ue ex € uma comin de nos digit. Conforme ce ‘Ala, oshitadors fem "ei ico pas sap deo ints cements qu sete us cega pos em un tempo © SPP paral Ele concord co Niche es hist Jevea ser epic Er pepecva deena reconhec ea “peep €tendenco ‘x como una eran debra como aap oe co meg Ese mporionaiomo do istoriaor no € pene nea por Foes, tne tb cca Pater ftv, oat de ceva stra ev se feats seis cut cs hts Ee Hey ty Come em ‘tr cd pm ol anon 1 Intervencionistae econsderado a fim de que posaaleangar completamente ts poristentes ¢ venenona pista” do pasado "a fim de rescrever © melhoe fntidoto". Consequentemente esta nova histia to deveria we descr “to Homem ome produto de sis expritnia silvia nbn como consttudar ‘do concimenno pela invocario do conhecimentodedutiv. Tl tens ei téica no pode dura tae gem alum momento inven (0 Homer Como wm animal tant emplico guano dedu) certumeate dessparce- tira media em que dea do Homem como a findago do pensimento tmenglhe na obscrdade o conhecimento(consequetemente Homer Como ait do conbecinenta) aja conecid como nada maa do que uma Gago epistemic, no aconeendo, estemunhamos a more da cree da ‘etria edo Homem como um animal do conheciments, Desnecesrio die ue vides apc nt atmos pitas dando a imprest de que Fauci um parodia 0 que ele nner Deas ogo de pier scenes ma la bastante moder (O Tega da iene moderna ot antropoligica ma ivensto da dipli- sn acadmica da hint econstraonrta ¢ aompahado por ura nocete ‘ressuposio de tanparencia ma linguagem e de crenga de que a nara "pode comespondercbjeivamence ao que realmente antec no pasado Junta tis presuponigbesprduzem a concepy, predominant nos sets XIKeXX, de ia como wma epstemologt empiri A prt deste pon to de vt, Nt, onfomme compendia e prada pes princpis Isaiadors, ¢ apenas um vsti emanescete de uma epoca conceal anterior. provoasa de Foacalt ae vero do que histra ef, tem {ido em parte esponsivel pelo prste tarde cite da itr E ene er pio inelecual em qu cite da histria modemis existe qu evidencia ‘movimento em dess0 quart pine "A preset pions, a quart (pode sex 3 posmodems), sind no oo ros rt em proceso de cio enguanto 0 sco XXL se niin Conces- “Yao todos ox eur esfingon na insti Je que epitome € defi pla teasformages fandamentais que acer a ater da inguagem¢ m0 qu dela se fz, Foucault agumenta que passamos a compreender a histéria (Gefinda como o mapesmento da manga epstemien eatasttica), exami ‘nando noose conteido, mas sim sua forma, ou esrutura da inguagern 2a {gual 0 contd €ee-apresentado pels pessoas no pasado ¢ pelo historiadr. Ei seu eatuco da mudanga cltwra, cle observou a natreza do poder sinado ro discs, mas recuou-se a tar os funcionamentos do discuso a partir do «qos princi historadosespesomisiam: no govero, nos centr impeiais ‘uma Tatas de clases. Ao contri, ele os procuros nas emoybeseinstintos ‘atativizados ~ esecficamente nas tts empiriidades do wabalh, da vida € ‘bs lingnagem A partir do estado desss empircidades, Fouaule oneli que ‘ots histrcos bem como as teoriasconstrucionista (ee prprioincluido, ‘viamente) 6 podem exstircom entidadesdncusivas, os produtos ao do proces de inferneia indutva, nem muito menos de ryras de evdéncia€ ‘menos ainda da eeoria da eortespondéncia, mas como processos linguistics 64, pur ser mas preciso, processosnarativs imposts. A bistria como narrativa FFoacalt sitenta que no nivel profondo da mente humana hi uma homno- logics wm pazalelo ent constragtesdisursivs das ers empitcidades © 0 ‘organinag epatémica do conhecimento. Nésconhecemos o mundo em que sivemns somente até onde oprefiguamos ¢o naramos ara nés mesmos. A seria pode, ou no, ser simplemente uma estria que contamos para nis rmesmos com viios propésitos sociais ou de poder mas da mesma forma, € posse consider como tm reentasso do enquadeamento do patio pas do vvico~ a histriaconsteuida pels pessoas em seu tempo através do rape Figurative episémico dominane. Com exceyzo de antinrativitas convicts «como Hayelen White (que area que mio nara real no pasado ser ‘escoberes on secotaa), a ler Foucault ecordamos vores distantes de liso fos da sti como WCB. Gale, que afima que €o reerente que tansforma sua azrativa na esti, Como agora abemos, a versio de Foucault de histra Aepende de que ela ja compreendida como ur sistema de Finguager de rex se arbitrrassocialmente construdas enue palaas e coisas, através dese rocesio crimos evivenciamoe aoesasproprias marae. Em i deinigto Ae psteme, Foucault da grande imporincs para a Tinguagem na consttigio td conkeciment (cnbecimento de noses propis vidas e do mundo em que ‘vemos. Em uma eabocagao mais avancada de sua defini, cle die rises quem di la cj ol dregs ew om ts opt pcs Gaiam a msl Alingeagem, grant, moda de diereaes formas os modes de peat omiaantes em dren pecs, Emirs jets pesos aber ko ens ‘meno dete o prod de diferentes forages dca 0 Tings (ropes) ¢ posse imagoa qu papel ental acing do sical pe se dado pstes daca que contre ros deconbecimento om, por explo, x hiria.Conti, como Fossil tent demonstra em cad ua dat qua episemeofunonament da inguager ierete [Na Era Modern, anatieradainguagem era questions pasando 3 condi <9 deum objeo como outro qualger com Foucault acctandoaoncepy80 Indra de que a nguagem ni pode cates 0 peso da expecta de Gur representa verdadein order as coisas 0 comspondert 20 peal Somo le resimente fi. A lingaagem se trnsformou em apenas mais ma ‘ois em um mando de cist El nfo pos um cainko de seo part oitror da eda. Seu uso pelos Historians no gaane pre pessentapio de todas a essa Tudoo que ela pod ofeecer€aposidae de engunrunento cone, conseqenemente, algun dpo de compresaso (Conhecer). Foucault como White mas ifeente de Gale no pode, ent, conta astria mas pens anaes B ema neagio moderns Jo cater represetacionl da lnggem que forma pre da neil ncinago pos testa em dre a nertera do comecmento ede seu deseo de nega Os fandanentos distri acon Es opacdade da ingvagem nto oaazapossivel eons o pasado como ele elment fo ow enguadrlo como cle remeate fo), mas tan ‘bm eos a descontinidade entre a epirear. ose porgu oon de conhecineats em cala pac sto gros plo uo Je modos de represen- tard bseados em diferentes concepges narra da lao ene a pala «-0 mundo (nos vendo de ierena): Assim, como histriadores imagine tos da vada ings 00 desconsteuia, poems examina x eidenia tertaiada crsctriaar a forma dominante de enguadrimento narativo cada oper. Podemos mergulhac em

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