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Resumos de Geografia A

Índice de conteúdos:
Tema 0: Portugal: a sua posição na Europa e no mundo
1. Um território: pouca terra e tanto mar!

2. Portugal, um espaço de relação


Tema 1: A população: utilizadora de recursos e organizadora de espaços
1. Evolução e contrastes regionais

1.1. Evolução da população residente

1.2. Estruturas sociodemográficas

2. Distribuição da população

2.1. Assimetrias na distribuição da população

2.2. Planear para a coesão territorial

Tema 3: Recursos naturais: usos, limites e potencialidades

1. Recursos do subsolo

1.1. Recursos geológicos

1.2. Limitações e potencialidades dos recursos do subsolo

2. Radiação solar

2.1.1. Variabilidade da radiação solar

2.1.2. Temperatura e diferenças regionais

2.2. Valorização económica

3. Recursos hídricos

3.1. Especificidades do clima português

3.2. Disponibilidades hídricas

3.3. Gestão dos recursos hídricos

4. Recursos marítimos

4.1. As potencialidades do litoral português

4.2. O setor das pescas em Portugal

4.3. Gestão do litoral e do mar


Tema 0: Portugal: a sua posição na Europa e no mundo
Um território: pouca terra e tanto mar!

Território português:

 Território marítimo: quase 1 800 000 km2

 Território emerso (continental e insular): aproximadamente 92 000 km2

 Posição geográfica (continente):


- faixa ocidental da península Ibérica (território de extensa linha de costa, banhada pelo oceano
Atlântico);
- extremo sudoeste da Europa;
- situado no hemisfério norte e a oeste do Meridiano de Greenwich.

 Coordenadas geográficas:
Latitude: entre 30º e 42º N
Longitude: entre 6º e 32º O

 Arquipélagos (características):
- de origem vulcânica;

- topos emersos do relevo submarino constituído na maior parte por uma cordilheira que se
estende desde o extremo norte ao extremo sul do Atlântico.

 Território continental (18 distritos):


- Viana do Castelo - Leiria
- Bragança - Lisboa
- Braga - Santarém
- Vila Real - Portalegre
- Porto - Setúbal
- Viseu - Évora
- Guarda - Beja
- Aveiro - Faro
- Coimbra Área total: 89 102 km2
- Castelo Branco
 Portugal insular:
Arquipélago/ Região Autónoma dos Açores:
- Corvo e Flores (Grupo Ocidental)
- Faial, Graciosa, Pico, S. Jorge e Terceira (Grupo Central)
- S. Miguel e Sta. Maria (Grupo Oriental)
Área total: 2 322 km2

Arquipélago/ Região Autónoma da Madeira:


- Madeira e Porto Santo (Ilhas)
- Ilhas Desertas e Ilhas Selvagens (Ilhéus)
Área total: 802 km2

Vantagens e desvantagens da posição geográfica de Portugal:

 Por se situar no extremo sudoeste da Europa:


- Desvantagem: fator desfavorável à sua integração nos centros de decisão e no
acompanhamento dos progressos científicos, tecnológicos, culturais e políticos, que colocaram a
Europa na vanguarda do Desenvolvimento.

 Por ter uma centralidade no espaço atlântico:


- Vantagem: elemento estratégico para a inserção favorável do nosso país nas relações
internacionais, principalmente, como interlocutor entre a União Europeia e os países de língua
oficial portuguesa e como hub – centro de ligação: chegada, partida e distribuição de fluxos – nas
principais rotas mundiais.

Organização de Portugal:

 Administrativa:
- Distritos - 18
- Municípios ou Concelhos - 308
- Freguesias - 3090

 De nível europeu (NUTS – Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins


Estatísticos):

Objetivo: uniformizar as estatísticas regionais e servir de base à atribuição de fundos


comunitários, no âmbito da Política Regional de Coesão.
- NUTS I: Continente, R.A. Açores e R.A. Madeira (unidades geográficas do território nacional) -3;
- NUTS II: 5 continentais e 2 regiões autónomas – 7;
- Norte
- A.M. Lisboa
- Alentejo
- Algarve
- Centro
- R.A. Açores
- R.A. Madeira

- NUTS III: 23 continentais e 2 regiões autónomas – 25.


- A.M. Lisboa
- Algarve
- R.A. Açores
- R.A. Madeira
Norte (7 sub-regiões):
- Alto Minho
- Cávado
- Ave
- Alto Tâmega
- Terras de Trás-os-Montes
- Douro- Tâmega e Sousa
- A.M. Porto
Centro (8 sub-regiões):
- Viseu e Dão-Lafões
- Região de Aveiro
- Beiras e Serra da Estrela
- Beira Baixa
- Região de Coimbra
- Região de Leiria
- Oeste
- Médio Tejo
Alentejo (5 sub-regiões):
- Lezíria do Tejo
- Alto Alentejo
- Alentejo Central
- Baixo Alentejo
- Alentejo Litoral

 Áreas metropolitanas e comunidades intermunicipais:

Objetivo: através da divisão das NUTS III, que serve de base territorial às associações de
municípios, facilitar a gestão de projetos e fundos comunitários e cooperar entre si para resolver
assuntos comuns.

- Áreas metropolitanas (AM) de Lisboa e do Porto;


- Comunidades intermunicipais (CIM).

1. Portugal, um espaço de relação

A União Europeia

 Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA):


- fundada em 1951
- com o objetivo de cooperação na reconstrução de infraestruturas, na obtenção de fontes
energéticas e no fabrico de armas
- Tratado de Paris
- Países fundadores: França, Itália, Bélgica, Luxemburgo, Holanda e RFA (República Federal
Alemã – sob o controlo dos EUA)
 Comunidade Económica Europeia (CEE):
- fundada em 1957
- Países fundadores: mesmos da CECA
- Tratado de Roma
 União Europeia (UE):
- 1992
- Tratado de Maastricht
- Países integrantes: todos os que aderiram à CEE até 1986
- mudança de nome dado o alargamento dos âmbitos dos objetivos da CEE
Ordem cronológica de entradas/saída na UE:

 1957 – Bélgica, Itália, França, Alemanha, Luxemburgo e Holanda


 1973 – Irlanda, Reino Unido e Dinamarca
 1981 – Grécia
 1986 – Portugal e Espanha
 1995 – Áustria, Suécia e Finlândia
 2004 – Chipre, Eslováquia, Eslovénia, Letónia, Lituânia, Estónia, República Checa, Polónia,
Hungria e Malta
 2007 – Roménia e Bulgária
 2013 – Croácia
 2020 – Reino Unido (saída)

Mercado Comum

 criado pelo Ato Único Europeu


 entrou em vigor a 1 de janeiro de 1987

Benefícios:
 comércio de mercadorias sem taxas aduaneiras
 acesso e prestação de serviços pelos e para os cidadãos e as empresas
 investimento, poupança, compra e venda de ações, etc.
 viagens, estudo, emprego, residência, etc. em qualquer estado-membro

Facilitado por:

 Moeda única (Euro): agiliza as relações financeiras e comerciais; é uma moeda forte e
competitiva a nível mundial, fortalecendo a economia europeia.
 Convenção de Schengen: implementa a livre circulação no que respeita as viagens,
frequência do ensino superior e mercado de trabalho.

Benefícios da integração de Portugal na UE:

 Apoios financeiros para obras públicas, modernização das empresas, desenvolvimento da


agricultura e pesca, formação profissional, etc.

 Benefícios económicos e sociais da participação do mercado único – ampliação de


oportunidades de negócio e investimento, e facilidade de circulação e permanência para
estudar e trabalhar, no espaço comunitário.

 Apoios ao desenvolvimento regional, no âmbito da política europeia da coesão regional.

 Aplicação de políticas comunitárias nos domínios da agricultura, pesca, energia, ambiente,


transportes, etc.

 Processo de Bolonha – permite estudar e estagiar em toda a EU, com harmonização de


habilitações e qualificações para o exercício profissional.
 Aproximação aos padrões de qualidade de vida da UE, nomeadamente no acesso a serviços
como a saúde e educação.

Organizações internacionais com a participação de Portugal:

 Organização das Nações Unidas (ONU):


- fundada em outubro de 1945;
- pretende a cooperação entre nações para resolver conflitos de forma pacífica e promover o
desenvolvimento humano em todo o Mundo;
- 139 membros;
- adesão de Portugal – 1955.

 Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN/ NATO):


- aliança militar de defesa mútua;
- criada no contexto da Guerra Fria
- pretende garantir a liberdade e segurança dos seus membros através dos de meios políticos e
militares;
- fundada em 1949;
- 29 países-membros.

 Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE):


- fundada em 1961 pela reforma da Organização de Cooperação Económica (OECE);
- é aberta a países não europeus
- visa promover o desenvolvimento económico dos seus participantes (lema: “Melhores políticas
para vidas melhores.”);- 36 países-membros.

Organizações lusófonas:

 Comunidade dos países de Língua Portuguesa (CPLP):


- reforça a cooperação dos Estados e a importância global da Lusofonia;
- é constituída por: Portugal, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, São Tomé e
Príncipe, Angola, Moçambique e Timor-Leste.

Principais ações:
- esforços diplomáticos nas organizações internacionais e na mediação de conflitos;
- implementação do português como língua de trabalho nos organismos internacionais – por
exemplo, instituição do Dia Mundial da Língua Portuguesa (5 de maio) pela UNESCO;
- Promoção da cooperação no plano económico, político e cultural;
- difusão de programas de formação, informação e lazer em Língua Portuguesa.
- ajuda portuguesa e comunitária ao desenvolvimento dos restantes países.

 Países Africanos de Língua Portuguesa (PALOP):


- é constituída por: Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, São Tomé e Príncipe, Angola e
Moçambique.

Comunidades portuguesas (incluindo lusodescendentes):

 fundamental para a internacionalização da cultura e língua portuguesas;


 relevante da participação na cidadania global – respeito pela diferença e valorização da
multiculturalidade;
 promoção do consumo e turismo portugueses;
 dinamização de fluxos financeiros e remessas de emigrantes (poupanças e investimentos
que desenvolvem o país de origem)

Tema 1: A população: utilizadora de recursos e organizadora de


espaços
Evolução das variáveis demográficas em Portugal

Evolução da população residente em Por-


12000 tugal 1950-2019

10000

8000

6000

4000

2000

0
1950 1960 1970 1981 1991 2001 2011 2019
Década de 50:
(Crescimento moderado da população)
– Crescimento natural elevado: fraca presença da mulher no mercado de trabalho; forte influência
da religião.
– Movimentos emigratórios para a Europa Ocidental.

Estatísticas:
- TCN positiva: TN alta e TM decresce;
- TCM negativa: I < E;
- TCE positiva: TCN compensa valores negativos da TCM.

Década de 60:
(Decréscimo da população)
– Forte vaga emigratória: fuga à Guerra Colonial e ao regime ditatorial de Salazar e procura de
melhores condições de vida.
– Diminuição do crescimento natural devido ao decréscimo da taxa de natalidade.

Estatísticas:
- TCN positiva: TN desce e TM muito baixa;
- TCM muito negativa;
- TCE negativa: TCN não compensa valores muito negativos da TCM.

Década de 70:
(Crescimento acelerado da população)
– Regresso de milhares de portugueses emigrantes na Europa e residentes das antigas colónias
após a revolução do 25 de Abril de 1974.
– Diminuição da emigração devido ao choque petrolífero de 1973 e consequentes restrições à
emigração por parte dos países recetores.

Estatísticas:
- TCN positiva: TN alta e TM decresce.
- TCM positiva: I > E;
- TCE positiva: TCN + TCM positivas.

Década de 80:
(Estagnação demográfica)
– Diminuição do crescimento natural devido aos valores baixos da natalidade.
– Saldo migratório negativo, devido à saída de muitos emigrantes para o espaço da comunidade
europeia, em busca de melhores condições de vida e oportunidades de trabalho.

Estatísticas:
- CN diminui: N baixa.
- SM negativo.
Década de 90:
(Crescimento lento da população)
– Crescimento natural reduzido.
– Saldo migratório positivo. O ligeiro aumento populacional deste período deve-se, sobretudo, à
entrada de imigrantes.

Estatísticas:
- TCN baixa: TN desce e TM é baixa.
- TCM nula ou negativa;
- TCE praticamente nula.

2000 – 2010:
(Crescimento lento da população)
– Crescimento natural negativo, compensado por um saldo migratório positivo, ainda que em
desaceleração, que impediu a diminuição da população.
– Grande vaga de imigração dos PALOP e da Europa de Leste, devido à desagregação da URSS.

Estatísticas:
- TCN aumenta ligeiramente: TN cresce um pouco (devido a I) e TM é baixa;
- TCM positiva;
- TCE positiva: TCN + TCM positivas.

2010 – 2020:
(Decréscimo da população)
– Crescimento natural negativo.
– Saldo migratório negativo, com exceção dos anos 2017-2018, mas que não anula a tendência
de decréscimo demográfico (devido, também, à crise económica nacional).
– O ano 2019 rompe com a tendência de decréscimo da população portuguesa devido ao
contributo do saldo migratório, já que o crescimento natural continua negativo.
– A partir de 2019, dá-se uma diminuição notável no saldo migratório e um considerável aumento
da taxa de mortalidade, devido à pandemia do COVID-19.

Estatísticas:
- TCN negativa: TN diminui e TM baixa.
- TCM negativa: aumento de E diminuição de I;
- TCE negativa: TCN + TCM negativas.

Declínio da fecundidade e natalidade em Portugal:


Causas:
 Emancipação da mulher:
Entrada da mulher no mercado de trabalho, o que dificulta a conciliação da vida
profissional e familiar.
 Generalização do planeamento familiar e do uso de métodos contracetivos;
 Aumento dos encargos financeiros com os filhos:
Maior exigência com a sua educação e bem-estar, tornando-os numa fonte de
despesas (infantário, saúde, vestuário, alimentação, formação, etc.).
 Aumento da idade média das mulheres ao nascimento do primeiro filho:
Prolongamento dos estudos, da idade de acesso ao primeiro emprego e da idade
média do casamento.

Diminuição da taxa de nupcialidade e aumento do número de divórcios.


 Crescimento da taxa de urbanização:
Encarece a aquisição de habitação, aumenta o emprego precário e os níveis de
stresse e cansaço dos casais.
 Mudança de mentalidade dos casais:
Valorização da vida pessoal e profissional, investindo primeiramente no seu bem-estar
e qualidade de vida (compra de carro, de casa, férias, conforto doméstico, viagens,
etc.).
Gráfico do ISF Gráfico da TBN

Situação do ISF:
 Tendência geral para o decréscimo da TBN e da TFG, que se começou a desenhar já na
segunda metade do século XX.
 Impossibilidade de assegurar o IRG, que reforçará a tendência de declínio e envelhecimento
demográfico do país.

Evolução da Mortalidade e Esperança Média de Vida em Portugal:

Causas:
 Desenvolvimento da medicina preventiva e curativa;
 Aumento do nível de vida da população:
Proporcionou a melhoria das condições alimentares, de higiene e de habitabilidade.
 Melhoria das condições de higiene, saúde e segurança no trabalho;
 Melhoria da assistência médica;
 Maior número de médicos por habitante;
 Diminuição da taxa de analfabetismo:
Favoreceu a melhoria dos hábitos de higiene pessoal, bem como um maior acesso à
informação sobre os mecanismos de prevenção e combate das doenças.
Gráfico da TBM

Causas:
 Tendência generalizada de diminuição da taxa bruta de mortalidade (TBM).
 Nos últimos anos, o acréscimo da TBM deve-se ao forte envelhecimento da população
portuguesa, já que a maioria dos óbitos ocorreu em idades avançadas.

Gráfico da TBN, TBM e TCN em Portugal:


Taxas:

Pirâmides Etárias:
Classes Etárias: cada parcela da pirâmide etária (ex: 0-4; 15-19; 70-74)
Grupos Etários:
- Idosos: 65 e mais anos (topo)
- Adultos: 15 a 64 anos (meio)
- Jovens: 0 a 14 anos (base)
Géneros:
- Homens: lado esquerdo da pirâmide etária
- Mulheres: lado direito da pirâmide etária

Evolução das Pirâmides Etárias:


1960:
- base larga (devido a uma maior TBN, que aumenta
o nº de jovens);

- meio mais largo junto da base – 15-34 anos


(devido a uma menor EMV);

- topo estreito (devido a uma menor EMV).


(persistência de maiores valores da TBN e TBM)

1990:
- base diminui (devido a uma diminuição da TBN, que
diminui o nº de jovens);

- meio mais largo junto da base


(classe etária maior: 15-19 anos);

- topo alarga (diminuição da TBM e aumento da EMV).

2020: *
- base diminui ainda mais (devido a uma diminuição
considerável da TBN, que diminui o nº de jovens);

- meio mais largo junto do topo – acima dos 34-39 anos


(redução das classes entre os 15-34 / 15-39 anos;
tendência de decréscimo da população em idade ativa;
classe etária maior: 45-49 anos);

- topo alarga consideravelmente (devido a um aumento


da EMV e redução da TBM).
2050 (previsão): *
- base diminui acentuadamente
(tendência da diminuição da TBN);

- meio diminui (classes junto da


base reduzem ainda mais);
- topo aumenta acentuadamente.
(classe etária maior: 70-74 anos)

Mudanças gerais:
- aumento drástico do nº de
idosos;
- diminuição drástica do nº de
jovens;
- diminuição acentuada da TBN e TBM;
- prolongamento da EMV.
* dá-se o fenómeno de duplo envelhecimento – diminuição do nº de jovens (devido a uma
menor TBN), em simultâneo, com um aumento do nº de idosos (devido a um prolongamento da
EMV e diminuição da TBM); redução da base e aumento do topo da pirâmide etária.

Declínio da fecundidade
Índice Sintético de fecundidade:
- apresenta valores inferiores ao Índice de Renovação
de Gerações (2,1), logo as gerações futuras não asseguram
a sua renovação.

Taxa de Fecundidade:
- redução entre as mães mais jovens;
- aumento das mães com 30 e mais anos.
Causas:
- generalização do planeamento familiar e do uso de
Índice Sintético de Fecundidade (1990 – 2019)
métodos contracetivos;
- aumento da taxa de atividade feminina e valorização
profissional da mulher;
- alargamento da escolaridade obrigatória, que faz adiar
a entrada na vida ativa e eleva a idade média ao
nascimento do primeiro filho (30 anos, em 2019);
- aumento da exigência e das despesas com a educação
dos filhos e dificuldade em conciliar a vida familiar com
a vida profissional;
- dificuldade de inserção na vida ativa e aumento do
trabalho precário entre os jovens;
- falta de habitação a preços acessíveis, o que dificulta
a autonomia dos jovens e limita a dimensão das famílias. Taxa de Fecundidade por grupo etário
feminino (2005 – 2019)

Aumento da Esperança Média de Vida

Esperança Média de Vida:


- em 1950, apresentava valores de 60,5 anos (mulheres)
e 55,5 anos (homens);
- em 2019, aumentou para valores de 83,6 anos (mulheres)
e 78 anos (mulheres);

- a EMV aumentou bastante, devido a uma diminuição


da TBM, conseguida através:
 da melhoria da assistência médica e da proteção social;
 da melhoria das condições de higiene e de segurança no
trabalho;
 da melhoria das condições de vida em geral.

Causas da maior longevidade feminina:


- maior cuidado com a alimentação e saúde;
Esperança Média de Vida (1959-2019)
- menor exposição a acidentes de trabalho;
- menor incidência de comportamentos de risco;
- sistema imunológico feminino mais eficiente.

Envelhecimento
Causas:
- declínio da fecundidade;
- prolongamento da Esperança Média de Vida.

Índice de Envelhecimento por regiões:


- Interior: proporção de idosos muito superior à
de jovens (IE mais alto); Razões: piores condições
de vida (falta de escolas, hospitais, etc.) que provocam
o êxodo rural.
- Norte Litoral: proporção de jovens superior à
de idosos (IE mais baixo); Índice de Envelhecimento (1990-2019)
- Centro Litoral, A.M. de Lisboa e Algarve:
proporção de idosos menor que no Interior e
proporção de jovens inferior à do Norte Litoral
Razão no Algarve: atividade turística elevada.
(IE intermédio);
- R.A. dos Açores: IE mais baixo
(especialmente no Grupo Oriental);
Razão: meio menos desenvolvido
em que as famílias continuam a ter
o mesmo nº de filhos.

Índice de Envelhecimento em no território


insular Índice de Envelhecimento por NUTS III
- R.A. da Madeira: IE bastante
elevado (vertente norte);
IE baixo (vertente sul).
Razão: na vertente norte, o relevo é muito mais acentuado e as condições climatéricas são muito
menos agradáveis (devido à cordilheira central da ilha), que proporciona uma maior concentração
de jovens na vertente sul, que possui melhores condições atmosféricas e melhores condições de
vida (daí haver tanto turismo).

População Ativa
Evolução da Taxa de atividade:
- 1974: início do aumento da atividade,
tanto em homens, como em mulheres.
Razão: Revolução do 25 de Abril
(retorno de população das ex-colónias e
emancipação da mulher).
- 1989: aumento acentuado da atividade,
principalmente nos homens.
Razão: aumento da escolaridade obrigatória
(até ao 9ºano).
- 1999: aumento da atividade tanto masculina,
como feminina, após um período de recessão.
Razão: aumento da imigração.
- 2008-2015: diminuição da atividade, em geral.
Razão: Crise económica, que aumento o desemprego. Taxa de Atividade (1974-2019)
- 2019: aumento da atividade, em geral, após
um período de recessão.
Razão: retorno da economia, que diminuiu o desemprego.

Influências da população ativa:


 Estrutura etária da população residente (induz a sua redução quando se dá um
envelhecimento pela base; determina a estrutura etária da população ativa);
 Valorização da formação escolar e profissional (adia a entrada dos jovens adultos na vida
ativa);
 Participação da mulher no mercado de trabalho (aumenta a população ativa e altera a
sua composição, por género);
 Saldo migratório ( faz aumentar ou diminuir o número de ativos, consoante é positivo ou
negativo);
 Situação económica do país (influência o emprego; proporciona desemprego e emigração,
durante uma crise económica, e emprego e imigração, durante uma época de crescimento
económico).

Emprego por setores de atividade


Setores económicos:
- Primário: extração de recursos naturais e produção alimentar;
(ex: agricultura ou exploração mineira)
- Secundário: transformação de recursos primários (indústria) – produção de
manufaturados;
(ex: indústria metalúrgica ou indústria eletrónica)
- Terciário: comércio e serviços;
- Terciário Superior ou Quaternário: exige maior formação – profissões conceituadas
(ex: advogado ou médico)

Evolução da estrutura do emprego


(por setores de atividade), desde 1974:

- Setor primário: sofreu grande redução.


Razão: êxodo rural; crescente mecanização
e modernização tecnológica agrícola;
atribuição de um estatuto
social inferior aos trabalhadores deste setor;
rendimento inconstante (dependente de
fatores climáticos).
- Setor secundário: depois de um ligeiro
aumento, decresceu tendencialmente.
Razão: modernização tecnológica industrial;
deslocação dos ramos intensivos em
mão-de-obra para países com menores Estrutura do emprego, por setores de atividade (1974-2019)
custos de produção; redução da construção
civil e obras públicas, após a EXPO 98
e o Euro 2004.
- Setor terciário: sofreu grande aumento, empregando, atualmente, cerca de 70%
da população ativa (tendência para a terciarização da economia).
Razão: expansão e diversificação do comércio em áreas como a saúde, o apoio à
comunidade, a educação, o turismo e lazer, as tecnologias da informação e comunicação,
etc.; aumento da escolaridade obrigatória (para 12º
ano), o que faz com o nº de profissionais de educação
aumente; aumento da ética consumista (devido a um
aumento médio salarial); generalização do Plano
Nacional de Saúde, que aumenta o nº de profissionais
de saúde; tendência na procura de empregos melhor
remunerados e com mais conforto; aumento da
procura turística no país, devido às suas condições
climáticas, predominância de praias e zonas balneares
e à melhor capacidade económica estrangeira.

Níveis de escolaridade e qualificação profissional


Evolução dos níveis de escolaridade,
desde 1991:

- Nenhum: tem vindo a diminuir


tendencialmente, sendo quase nulo.
- Ensino básico: tem vindo a diminuir,
no entanto, continua a ser bastante
elevado, comparando com a média europeia.
(reflete um grande abandono escolar);
- Ensino secundário e pós-secundário:
tem vindo a aumentar progressivamente,
mas é inferior à média europeia.
- Ensino superior: tem vindo a elevar-se,
no entanto, é ligeiramente inferior aos
valores médios europeus.
Níveis de escolaridade (1999–2019)

Evolução de géneros: em 1999, eram os homens que mais frequentavam o ensino, no


entanto, em 2019, as mulheres já haviam ultrapassado esse fenómeno, no que toca a
ensinos anteriores (no seu género).

Conclusão: Portugal tem de continuar a elevar os níveis de escolaridade, que ainda são
inferiores aos da União Europeia, uma vez que constituem um fator fundamental para o
desenvolvimento económico e social do país.
Causas:
 Redução da desigualdade de género no acesso ao ensino;
 Alargamento da escolaridade obrigatória (para 12ºano), requisitada na maioria dos
empregos;
 Democratização do acesso ao ensino superior;
 Reforço e ampliação da oferta de cursos de formação profissional no ensino público (3º ciclo,
secundário e pós-secundário), o que ajuda a reduzir o abandono escolar;
 Ensino recorrente, que permitiu a muitos adultos concluir o ensino básico ou secundário, em
horário pós-laboral;
 Programa “Novas Oportunidades”, substituído desde 2017 pelo Programa “Qualifica”, com
uma oferta diversificada, que capitaliza as formações realizadas e as competências
adquiridas ao longo da vida, permitindo completar um nível de ensino e obter uma
qualificação integrada no Sistema Nacional de Qualificações, que dá acesso a todo o
mercado de trabalho comunitário.

Distribuição dos setores de atividade


por regiões

- Centro e Alentejo: setor primário


mais acentuado, assim como uma menor taxa de
alfabetização. (devido a uma maior dimensão
de áreas agrícolas e florestais e maior proporção
de idosos na população local);

- Norte e Centro: setor secundário mais acentuado,


assim como uma menor taxa de alfabetização.
(devido a uma maior existência de numerosas indústrias,
que ainda empregam muita da população local e maior
proporção de idosos na população local);

- A.M. de Lisboa: setor terciário mais acentuado,


assim como uma maior taxa de alfabetização.
(devido a uma concentração de serviços administrativos
(do setor público e privado), financeiros, turísticos, etc.

- Algarve e R.A. da Madeira: setor terciário mais acentuado.


(devido a uma maior atividade turística). Setores de atividade, por região

Distribuição dos níveis de qualificação,


por regiões:

Evidencia diferenças significativas, associadas


à estrutura etária da população, bem como a
possibilidade de acesso aos diversos graus
de ensino (sendo na A.M. de Lisboa os valores~
mais elevados e qualificados)

Consequências de uma menor qualificação:


- limitações nas oportunidades e opções de
empregabilidade;
- dificuldades na adaptação em caso de
reestruturação das empresas, assim como Níveis de qualificação, por regiões
reconversão profissional;

- redução da possibilidade de progressão profissional e salarial;


- vulnerabilidade a crises económicas, através da colocação em primeira colocação no
processo de despedimento do pessoal;
- redução da produtividade no trabalho (que se relaciona com défices de organização e
produção laboral, ineficácia na gestão financeira, menor capacidade de inovação e adesão a
novos processos e tecnologias e de acesso a programas de apoio, etc.).
- dificuldades da integração da Economia Nacional na competição do mercado europeu.

População mais vulnerável ao desemprego:


- as mulheres, sobretudo as menos qualificadas, devido à tendência para engravidar;
- os mais novos, devido à falta de experiência laboral que é exigida pelos empregadores
(falta de ligação entre o ensino e as empresas);
- os menos qualificados;
- os ativos com mais de 35 anos que permanecem no desemprego, devido a uma menor
escolarização e capacidade de adaptação.

Dependência económica, por grupos etários

Evolução temporal do IDT:


- 1960 a 1981: dependência, na maioria,
de jovens;
- 1981 a 2001: redução ligeira, devido a
Uma diminuição da dependência do
nº de jovens (menor TBN), apesar de
um aumento da dependência de idosos;
- 2001: tendência a crescer, devido a
um aumento da dependência de idosos
(aumento do nº de idosos), bem como
da redução do nº de ativos.

Distribuição do IDT, por regiões:


Diferenças significativas a nível regional,
provocadas pelas variações da estrutura etária índice de dependência total
(2020)
da população residente.
(A.M. de Lisboa tem o IDJ superior, dado um
maior nº de jovens na região, e o Alentejo tem
o IDI superior, dado um maior nº de idosos na região).

Consequências do aumento da dependência


económica dos idosos, em conjunto com a
falta de ativos:
- aumento das despesas do estado com a saúde,
os serviços de apoio aos idosos, pensões de reforma,
etc.
- falta de suporte económico para essas despesas,
devido a uma diminuição drástica do nº de ativos;
- desequilíbrio financeiro dos sistemas de pensões
(Segurança Social e Caixa Geral de Aposentações)
e da proteção social, que pode ter uma rutura, o que Distribuição do IDT, por regiões
faz com que se originem problemas sociais extremos,
como é o caso de crises económicas, aumento do
nº de desalojados, desemprego, aumento drástico
de impostos, tendência excessiva de emigração, etc.

Fatores que influenciam a produtividade laboral:


- estado emocional;
- motivação;
- salário;
- qualificação e nível de experiência;
- ambiente de trabalho (condições, trabalhadores, etc.);
- defesa dos direitos laborais.

Soluções para os problemas sociodemográficos

Benefícios do rejuvenescimento da população:


- maior equilíbrio entre os grupos etários, para que a proporção de jovens alcance ou
ultrapasse a dos idosos;
- maior capacidade de renovação da população em idade ativa, para conseguir um equilíbrio
financeiro dos sistemas de pensões e prestações sociais.

Políticas Natalistas:
- alargamento da rede pública da educação pré-escolar, com horários compatíveis com o
emprego dos pais;
- aumento dos subsídios familiares e redução dos impostos em função ao nº de filhos;
- apoio às famílias nas despesas da educação dos filhos;
- alargamento do período de licença parental e maior diversidade de modalidades da sua
partilha no casal;
- regulamentação da adoção de crianças de outros países;
- incentivo às empresas em serem mais “amigas das famílias”: criação de creches nas
empresas, que facilitam as deslocações diárias e fomentam o contacto entre pais e filhos em
hora de pausas; flexibilização do horário de trabalho, que visa facilitar a conciliação do
trabalho com a vida profissional.
- promoção de empregabilidade, maior segurança laboral e salários mais adequados ao nível
atual das despesas familiares.

Políticas Imigratórias:
- criação de salários e oportunidades de progressão na carreira idênticas às dos países
europeus mais desenvolvidos, para evitar a perda de jovens profissionais portugueses pela
emigração;
- atração de estudantes e jovens ativos estrangeiros, promovendo a imigração legal e
planeada, e a fixação de refugiados, com programas de apoio ao emprego, habitabilidade e
integração social.

Benefícios da Imigração:
- rejuvenescimento da população residente;
- dedução do declínio da natalidade pelo aumento da população em idade reprodutiva;
- aumento e rejuvenescimento da população ativa;
- maior contribuição para as receitas fiscais;
- maior contributo para a sustentabilidade financeira dos sistemas de pensões e proteção
social;
- maior riqueza e diversidade cultural / humana.

Programa “Qualifica”:
- diversificar os percursos escolares, para responder à real diversidade de alunos (inclusão),
e combater o abandono escolar;
- continuar a melhorar a oferta educativa profissional, para jovens e adultos, tornando-a mais
adequada às necessidades da economia nacional e internacional;
- aumentar uma maior ligação cooperativa entre o ensino e o mundo empresarial, facilitando
a inserção dos jovens na vida profissional e melhorando a qualificação dos ativos;
- promover a inovação tecnológica nas escolas e universidades, para preparar os alunos
para as exigências do mercado de trabalho;
- apoiar as empresas no reforço da formação escolar e na promoção da aprendizagem ao
longo da vida, promovendo o desenvolvimento de competências profissionais, facilitando a
reconversão profissional e aumentando a empregabilidade.

Distribuição da população portuguesa:

Situação atual: marcada por assimetrias regionais em que se pode verificar uma
litoralização (ao longo da costa ocidental desde Viana do Castelo até Setúbal; Sines –
porto marítimo - e Algarve - zona de turismo balnear), uma bipolarização (concentração de
população nas A.M. de Lisboa e Porto) e uma
macrocefalia (a A.M. de Lisboa é o centro
populacional com maior destaque e relevância
perante os outros centros populacionais) da
população.

Assimetrias regionais:
- todo o litoral a norte de Setúbal com maior
densidade populacional (destacando a A.M. de
Lisboa e do Porto);
- todo o Alentejo com baixa densidade populacional
(á exceção de Sines);
- todo o interior do Norte e Centro com baixa
densidade populacional;
- toda a R.A. dos Açores com baixa densidade
populacional (à exceção de S. Miguel e Sta. Maria
(Grupo Oriental) e da Terceira (Grupo Central));
- R.A. da Madeira mais povoada na vertente sul (Funchal).

Tendências demográficas:
- nas regiões autónomas, salienta-se o aumento populacional em Sta. Cruz (madeira) e no
Corvo, Praia da Vitória, Ribeira Grande, Lagoa e Sta. Maria (Açores);
- os municípios de Lisboa e Porto tendem a perder população, devido principalmente ao
elevado custo de habitação, passando para municípios mais afastados das áreas
metropolitanas;
- a partir dos anos 60, êxodo rural e crescimento da imigração para áreas urbanas litorais;

Fatores de atração pelo litoral urbano no continente:


 Físicos:
- clima mais húmido e ameno, devido ao efeito amenizador do mar (Oceano Atlântico), que
provoca temperaturas menos rígidas durante épocas extremas (verão e inverno) e oferece
maior abundância de água (fatores favoráveis à agricultura);
- relevo menos acidentado em grande parte do litoral, com planícies extensas ao logo dos
rios, como o Sado, Mondego ou Tejo, que oferece maior acessibilidade natural e facilita a
fixação humana e a construção de edifícios para a sua atividade;
- extensa linha de costa que permite atividades como a pesca, a aquicultura e o turismo
balnear (em conjunto com as suas atividades recreativas) e dá acesso às grandes rotas
marítimas do Atlântico;
 Humanos:
- progressivo desenvolvimento da agricultura (a mais importante atividade até ao início
do século XX) conjugada com a pesca e com o comércio marítimo;
- formação e crescimento de grande número de cidades e áreas urbanizadas, com
oferta de habitação e grande diversidade de serviços;
- maior densidade e qualidade de infraestruturas de transporte e comunicação;
- implantação de atividades industriais e terciárias, muitas de grande dimensão e que
elevam a oferta de emprego.

Fatores de atração nas regiões autónomas:


- zonas costeiras mais acessíveis e em localização de mais atividades económicas e bens,
que facilitam a fixação humana (ex: Ponta Delgada e Funchal (vertente sul)).

Fatores do despovoamento do interior:


 Físicos:
- relevo mais acidentado, a norte do Tejo, o que dificulta a fixação humana;
- clima de grandes variações em que as temperaturas são mais rígidas durante as
estações extremas, onde há menor precipitação (mais a sul);
- solos mais pobres, devido a um maior declive do relevo e à secura do clima (a sul);
- menor acessibilidade natural, pelo relevo e pela distância ao litoral, e ausência de uma
verdadeira navegabilidade fluvial.

 Humanos:
- condições naturais de relevo, clima e disponibilidade de águas menos propícias à
agricultura – menor disponibilidade de alimento;
- menos cidades e de menor dimensão, com menor oferta de serviços especializados;
- menor implantação da indústria e do setor terciário, que reduz a oferta de emprego;
- redes e infraestruturas de transporte e comunicação menos densas e, muitas vezes,
com fraca ligação interligação das redes principais às estradas que servem as povoações.

Consequências da desigualdade populacional no litoral:


(capacidade de carga humana, por vezes ultrapassada)
- saturação de equipamentos, infraestruturas e serviços, o que reduz a qualidade de vida
e a produtividade das empresas;
- saturação do espaço construído, sem jardins nem espaços de lazer, bairros degradados,
etc.
- congestionamento de trânsito e insuficiência de transportes públicos;
- degradação ambiental, pela poluição atmosférica, produção excessiva de resíduos,
impermeabilização do solo e a sua ocupação indevida com aptidão agrícola;
- elevado custo de habitação, que consome uma grande parte do rendimento familiar e
dificulta a autonomização dos jovens adultos (originando sem-abrigos);
- desigualdade social e humana, devido ao desemprego trabalho precário e mal pago,
pobreza, marginalidade, insegurança, ansiedade, etc.

Consequências da desigualdade populacional no interior:


- marginalidade funcional de muitos territórios do interior, pela fraca oferta de bens e
serviços;
- abandono de espaços agrícolas e florestais, o que favorece os incêndios e põe em risco
a população, a biodiversidade, os solos e os recursos hídricos;
- falta de ligação às redes públicas de água, saneamento, energia e telecomunicação,
onde a baixa densidade não compensa os investimentos;
- extensas áreas desocupadas e expostas à erosão e em risco de desertificação.

Soluções para as desigualdades no litoral:


- adequação das políticas de planeamento e ordenamento do território para resolver
problemas urbanísticos, limitar a construção e criar/ampliar os espaços verdes nas áreas
urbanas;
- dinamização de programas de luta contra a pobreza, a discriminação racial e a exclusão
social, pelo envolvimento das comunidades locais, transformando as áreas urbanas em
espaços exclusivos;
- incentivo de programas de mobilidade sustentável, através da implantação de zonas de
ciclovia em espaços urbanos, construção de parques de estacionamento automóvel em
zonas de periferia, etc.
- desenvolvimento de serviços integrados e de recolha e tratamento de resíduos urbanos.

Soluções para as desigualdades no interior:


- criação de serviços de proximidade, capazes de responder não só às necessidades
essenciais da população mas também às exigências ao nível ao nível cultura e lazer;
- modernização e ampliação da rede rodoviária, no sentido de melhorar a acessibilidade do
interior do país;
- valorização e promoção da qualificação da mão-de-obra, através do desenvolvimento de
parcerias com as empresas e os estabelecimentos de ensino;
- diminuição estratégica do número de vagas de acesso ao ensino superior nas grandes
cidades litorais no sentido de atrair jovens estudantes para o interior do país.
Tema 3: Recursos naturais: usos, limites e potencialidades
1. Recursos do subsolo

Tipos de recursos minerais segundo a sua constituição:


- minerais metálicos (possuem substâncias metálicas na sua constituição):
Ex: cobre ou tungsténio (minérios)

- minerais não metálicos (não possuem substâncias metálicas na sua constituição;


subdivide-se em rochas – aglomerados de minerais não metálicos – ex: argilas):
Ex: areia (rocha sedimentar) ou calcário

- minerais energéticos (utilizados como fontes de energia)


Ex: petróleo, gás natural, urânio, lítio ou carvão

- recursos hidrominerais (águas): de nascente (captadas de fontes de água natural, no


subsolo), minerais (captadas após de longos períodos de persistência no subsolo, o que
lhes adicionam inúmeras propriedades minerais) – não são tratadas; e termais
(provenientes de fontes termais).

Tipos de recursos minerais segundo a sua aplicação:


- minérios metálicos:
Ex: ferro ou estanho

- rochas ornamentais ou para construção:


Ex: areia ou calcário

- rochas industriais (usadas no fabrico de novos materiais):


Ex: sal-gema ou caulino

- águas engarrafadas (para consumo): lisas (sem gás), gasificadas (com gás adicionado
artificialmente) e gasocarbónicas naturais (com gás natural)

- termalismo (águas apenas para fins medicinais e de lazer).


Unidades geomorfológicas:

A - Maciço Hespérico ou Antigo:


– Unidade geomorfológica mais antiga, mais extensa e
mais diversificada do ponto de vista geológico: minerais
metálicos, minerais não metálicos (ex: quartzo e
feldespato), minerais energéticos (ex: lítio e urânio),
rochas ornamentais, rochas industriais e águas de
nascente, minerais naturais e termais.
– Relevos montanhosos, planaltos e vales profundos e
encaixados (ex.: Cordilheira Central) e peneplanície no
Alentejo.

B – Orla Sedimentar Ocidental ou Lusitânica:


– Predomínio de rochas sedimentares (rochas industriais,
como o calcário).
– Relevos montanhosos (ex.: serras de Aire e Candeeiros,
de Montejunto – Maciço Calcário Estremenho), e a sul as
serras de Sintra (de natureza granítica) e da Arrábida (de
natureza calcária). *Origem: erosão do Maciço Hespérico
com o oceano (Mesozoico e Cenozoico)
C – Bacias Sedimentares do Tejo e do Sado:
– A unidade geomorfológica mais recente – Cenozoico.
– Predomínio de rochas sedimentares, de origem fluvial e marinha (areias, argila e calcário
– rochas industriais) utilizadas na indústria da construção civil, do vidro, do cimento.
Origem: deposição de segmentos do Maciço Antigo (por ação dos rios), facilitada pela
depressão do relevo causada pela erosão marítima.

D – Orla Sedimentar Meridional ou Algarvia:


– Predomínio de rochas sedimentares, de origem fluvial e marinha (areias, argila e calcário
– rochas industriais) utilizadas na indústria da construção civil, do vidro, do cimento. *

Arquipélago dos Açores (de origem vulcânica):


– relevo bastante acidentado, com vertentes abruptas e vales profundos;
– caldeiras vulcânicas (ex.: o vulcão do Pico), o que prova a predominância de rochas
magmáticas na zona, como o basalto ou a pedra-pomes;
– nas áreas do litoral, de menor altitude e aplanadas – as fajãs.

Arquipélago da Madeira (de origem vulcânica):


– relevo bastante acidentado e irregular;
– montanhas rochosas entrecortadas por vales profundos e vertentes íngremes;
– nas áreas do litoral também é
Ilha de Porto

Principais
Rochas ornamentais e Industriais

Minerais não metálicos


Esquema total de recursos e exploração:

Combustíveis fósseis

Causas do aumento da indústria extrativa:


– Recuperação do setor da construção civil, devido ao encerramento da crise económica de 2009
a 2014
– Crescimento da produção da indústria transformadora nacional
– Crescimento sólido da produção de águas minerais e de nascente engarrafadas para
exportação, devido a uma maior preocupação por parte da população em consumir águas de
melhor qualidade e também ao facto de não existir praticamente nenhuma nascente em zonas
urbanas, zonas essas onde vive grande parte da população
– Conjuntura internacional favorável às exportações portuguesas
*

Benefícios da indústria extrativa em Portugal:


- Criação de mais postos de trabalho e negócios anexos
- Produção de riqueza, a nível nacional, regional e local
- Melhoria das infraestruturas (ex.: rede de abastecimento de água, rede rodoviária)

Causas da falta de rentabilidade da indústria portuguesa:


– Elevados custos de produção
– Falta de competitividade
– Difícil concorrência

Problemas associados à indústria extrativa – pouca competitividade internacional:


– Escassez de reservas
– Fraco investimento tecnológico na capacidade extrativa
– Baixo teor dos minérios e consequente fraca rentabilidade (que levam ao abandono ou
encerramento de minas); existência de muitos minérios em zonas de difícil acesso, o que eleva
também os custos de exploração.
– Fraca ligação à indústria transformadora para escoamento de produção (ausência de cultura
empresarial)
– Mão de obra envelhecida, escassa e pouco qualificada (que implica elevados encargos com
salários, segurança, prevenção e assistência na saúde) que encarece a produção e acentua a
falta de competitividade das empresas; além disso, a Indústria Mineira é um setor que não é
muito atrativo, na medida em que os trabalhadores não são bens remunerados, o trabalho é muito
exigente, condicionado (trabalhar no subsolo) e suscetível a problemas de saúde que induzem a
uma morte mais recente.

Impactes ambientais associados à indústria:


- Degradação da paisagem: impacte visual causado por crateras das minas, a desflorestação e a
destruição de habitats.
- Contaminação dos solos, das águas superficiais e subterrâneas: ação da chuva sobre os
resíduos estéreis que são deixados a céu aberto, sobretudo no caso das minas abandonadas.
- Poluição atmosférica: rebentamento de explosivos que lançam nuvens de poeiras para a
atmosfera e elevados níveis de ruído.
Energias renováveis
Consequência da pouca existência de combustíveis fósseis em Portugal: uma grande
dependência externa, por parte do país, no que toca principalmente ao Petróleo e Gás Natural,
para com outros países, muitos deles, com níveis altos de instabilidade política e social.
*
Hidrominerais (Águas)

Predominância: a norte do Tejo, mais na zona do Maciço Hespérico, devido a um relevo mais
acidentado.
Efeito Multiplicador:
A radiação solar

A atmosfera

Camadas (ordem descendente):


- Exosfera (900-600 km; temperatura bastante alta – vai descendo com a menor altitude) *
- Termosfera (120-80 km; temperatura vai baixando à medida que se afasta da exosfera) *
* levam com a radiação solar direta, de forma a proteger a terra de corpos celestes, através das
altas temperaturas.
(Mesopausa – 80 km)
- Mesosfera (80-50 km; temperatura vai aumentando até chegar à estratopausa)
(Estratopausa - +/- 50 km)
- Estratosfera: (50-20 km; temperatura vai baixando até chegar á Camada do Ozono) inclui a
Camada do Ozono (temperatura mantém-se constante), onde é filtrada grande parte da radiação
UV, o que justifica a sua subida de temperatura.
(Tropopausa – 20 km)
- Troposfera: (20-0 km; - temperatura vai aumentando aquando da aproximação com a
camada terrestre): é onde ocorrem a maioria
dos fenómenos meteorológicos e está em
contacto com os seres vivos.

Funções:
- fornecer oxigénio, essencial à vida dos seres
vivos;
- protege a superfície terrestre de corpos
celestes e radiações nocivas vindas do
Espaço;
- permite a obtenção de um equilíbrio térmico
na Terra, em que a quantidade de energia
solar recebida é a mesma da que é refletida
(temperatura média global: 15 ºC), através dos
gases de efeito de estufa natural (GEEs);

A radiação solar
Outros conceitos:
- Gradiente térmico vertical (aplicável apenas na troposfera): corresponde à descida
progressiva da temperatura global, à medida que a altitude aumenta (6 ºC por cada 1000 metros).
- Contrarradiação: radiação solar que é absorvida pela nebulosidade, sendo refletida para a
camada terrestre, que a vai absorver. Depois, esta é novamente refletida, sendo depois absorvida
novamente pelas nuvens, que a voltam a refletir.
Esquema: Sol emite a radiação para a atmosfera > as nuvens absorvem a radiação > as nuvens
refletem a radiação > a camada terrestre absorve a radiação > a camada terrestre reflete a
radiação > as nuvens absorvem de novo a radiação > as nuvens refletem de novo a radiação
(efeito de “ricochete”)
- Efeito de estufa: fenómeno natural, por ação de GEEs (como o metano, o dióxido de carbono,
o vapor de água), que permite ao planeta reter o calor proveniente do Sol, assim como refleti-lo,
quando este é em demasia – equilíbrio térmico.
- Aquecimento global: resposta natural a impactes que o Homem exerce sobre o planeta
(emissão excessiva e artificial de GEEs) e que faz com que este armazene calor do Sol em
excesso, aumentando a temperatura média global (o que põe em risco a existência de todos os
seres vivos.
- Dia natural: período de tempo em que o Sol se encontra acima da linha do horizonte.
- Dia polar: só ocorre nos polos, durante os solstícios, e corresponde à persistência ou não
existência de Sol acima da linha do horizonte durante cerca de 3 meses. Esquema: Solstício de
Dezembro – PS- sempre de dia; PN- sempre de noite. Solstício de Junho – PS- sempre de noite;
PN- sempre de noite.
- Radiação terrestre: energia calorífica emitida pela superfície terrestre, em grande comprimento
de onda.
- Radiação direta: radiação que atinge diretamente a superfície terrestre.
- Radiação difusa: parte da radiação solar dispersa que atinge, indiretamente, a superfície
terrestre.
- Balanço energético: saldo entre a energia solar recebida pela superfície terrestre, direta e
indiretamente.
- Radiação solar: energia emitida pelo Sol, em ondas eletromagnéticas de pequeno comprimento
de onda.
- Regime térmico: variação normal (média de pelo menos 30 anos) dos valores médios de
temperatura.
- Amplitude térmica: diferença entre um valor máximo e um valor mínimo de temperatura.
-Temperatura média anual: média aritmética da TMM dos meses do ano.
- Normais climatológicas: média dos valores médios anuais de um elemento climatológico de
uma região, ao longo de 30 anos.
- Isotérmicas: linhas que unem pontos de igual temperatura média.

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