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RELATORIO DE EXPERIMENTO RESISTENCIAS NAO-LINEARES FISD40 - Fisica Geral Experimental Ill (2022.1 - T17) Daniel Novaes; Charles Jesus; Entregue a Marcilio Nunes Guimaraes (FISD40) a VIRTULE SPIRITUS, \estst |. Objetivo Mostrar o efeito da temperatura sobre um resistor metalico e em um semicondutor termistor (NTC). Levantar a curva caracteristica do resistor e do termistor e interpretar a ndo-linearidade das caracteristicas. I. INTRODUGAO Resisténcias nao-lineares, ou nao-dhmicas, s4o resisténcias que ndo possuem um comportamento linear quando esto sobre a atuagao de uma tensao ou corrente. Existem circuitos que requerem resisténcias que alteram o valor com uma mudanga de temperatura ou luz. Esta fungao nao pode ser linear. Existem varios tipos de resisténcias ndo-lineares que incluem: Resisténcias NTC (Coeficiente de temperatura negativa) - sua resisténcia diminui com o aumento da temperatura; Resisténcias PTC (Coeficiente de temperatura Positiva) - a sua resisténcia aumenta com 0 aumento da temperatura; LDR (Resistores dependentes da Luz) - sua resisténcia diminui com o aumento da luz; Resistores VDR (Tensao Resistores dependentes da tensdo) - resisténcia diminui rapidamente quando a tensdo excede um certo valor. Neste relatorio iremos analisar 0 efeito da temperatura sobre um resistor metalico e em um semicondutor termistor. Vale ressaltar que os metais possuem uma caracteristica interessante visto que os elétrons da ultima camada estao fracamente ligados aos seus nticleos. Por isso, estes elétrons podem se deslocar quase que livremente de um atomo a outro, tornando a condugao elétrica dos metais excelentes devido a estes elétrons livres. Péde-se concluir que a resisténcia é um dispositivo linear que nao varia e tem uma relagdo linear entre a voltagem e a corrente elétrica caracteristica das resisténcias Ghmicas, jé o termistor por sua vez apresenta grafico curvo visto que um semicondutor, logo os elétrons da ultima camada esto ligados mais forte, dessa forma para que o semicondutor passe a conduzir corrente a ele uma quantidade de energia suficiente para romper as ligagdes assim quando se aplica uma ddp, aumenta-se a energia em forma de calor o que facilita o fluxo ordenado de elétrons, devido a isso ocorre variagao na resisténcia. COEFICIENTE DE TEMPERATURA DA RESISTENCIA ELETRICA: Uma vez ja vimos que a resisténcia R de um condutor qualquer varia com a temperatura T, podemos escrever: R(T) ou R=R(T) Surge agora uma questo, Se o resistor sofre uma variagao de temperatura, de quando ele muda a sua resisténcia? Ou melhor, qual 0 coeficiente de temperatura do resistor? Vamos fazer esse estudo desenvolvendo R(T) em uma série de Taylor (Anexo) a0 redor da temperatura arbitréria T’,,¢ limitando a expansao apenas ao primeiro termo, lembrando que essa aproximagao sé é valida para valores préximos de T',. RT) -Rcto)+[ 2 (T-To) aT Jy, ou, R(T) =R(To):- [1 +a-(T—To)] onde: 1 [=] a= ES R(Pe) Lar |, sendo Q chamado de coeficiente de temperatura do resistor. Se o condutor é um metal, 0 é positivo pois R aumenta com a temperatura. No caso dos semicondutores e do carbono,, 0 & negativo pois R diminui com a temperatura Ill, RESUMO DO EXPERIMENTO E TRATAMENTO DOS DADOS Efetuando a montagem de um circuito em um protoboard realizamos medidas referente a d.d.p (Vet) no resistor de 1 kQ cujo denominamos (Ra). Os valores encontrados no experimento foram obtidos através da variagao no contato do terminal do potenciémetro. v2 sv i vi Rab = f 202 =? Figura 1 - representagao esquematica do circuito. Na primeira parte e com o circuito montado na protoboard, foi medida a d.d.p (V,,,) sobre o resistor de 1kQ, que foi chamado de R_ ,. Além disso, foi medido tambem a d.d.p sobre o resistor de 220 Q, este foi utilizado como um resistor de referéncia(R, ,,) no circuilo, a que foi a partir dele que permitiuinferir a corrente no circuito utilizando a primeira lei de ohm. Para a realizago dessas medidas, variou-se 0 contato do terminal central do potenciémetro(Funciona como um divisor de tenséo). Os resistores Re de 220 0 estavam ligados em paralelo com o contato do potenciémetro ligado ao barramento - 0 contador central. Com isso, Foram anotadas as medidas de V,_.e V_, na tabela abaixo, A incerteza na medida de V, | 6 de aproximadamente 5 mV enquanto na medida de V_,, 6 de aproximadamente 10 mV. Foi medido valores de V,_, entre 0,100V e 0,800V, variando estes valores em aproximadamente 0,100V. Medida Vref #AVref(V) Vab + avab(V) es 0,101£0,005 0,45 +0,01 | 2 020040005 og22 3 030340005 1,382 | a oaort0,00s 1,84 | 5 o99+0,005 2,292 |e 0,5010,005 2,7520,01 7 0,702#0,005 3,210,012 [=e 0,804+0,005 3,68+0,01 ‘Tabela 1: Medida de tensio de referéncla versus d.d.p sobre resistor Ja nessa segunda parte do experimento foi feita a substituigdo do resistor de 1kQ por um termistor de 1k2. Feita as devidas medigdes foi construida a tabela abaixo. Medida Vref +AVref{V) Vab+ avab(v) 0,60620,005 -25140,01 0,704+0,005 2,7340,01 0,806+0,005 29640,01 1 0,103+0,005 0,47+0,01 a 0,200#0,005 0,9340,01 3 0,303 £0,005 1,3740,01 (ae 0,406 +: 1,8140,01 | 5 0,508 = 2,0940,01 =z 7 8 ‘Tabela 2: Medidas da tenso de referéncia versus d.d.p. sobre o termistor. Observagéo: Para o céilculo das incertezas foi utilizado a seguinte equagao: Rab ARab = |ye-|AVab + | Rab aRrep Rab Vref [arref + | |avref ARab = lARref + |2a>eet | Javad + lier rep Avref Vref AVab = 0,01 ARref = 5% x 220 AVref = 0,005 IV.Discussao da 1° parte Primeiramente, precisa-se lembrar que a corrente atravessando 0 ramo do Circuito formado pelos dois resistores & proporcional ao valor de V,_,..Além disso, re a partir da primeira lei de Ohm e utilizando 0 valor de Viet foi calculado a corrente que passa pelo resistor R, , e suas incertezas. A tabela a seguir refere-se as correntes calculadas juntamente com suas incertezas. Alfa) ‘Medida " (A) fi 1 4s9E00 3,736-05 2 5096-00 = 5,088.05, 3 4386-03 7,256-05 4 403 + 9,398-05 5 2203 t 1166-04 6 2703+ 1386-04 7 3196-03 + 161E-04 8 305603 1y84ee Tabola 3 - Correntes passando pelo resistor R, O desvio associado(incerteza) foi calculado da seguinte forma: 2 2) , 0,05:220 \2 0,005 ,2 ar = 1) Oey + cy] onde, R = 2200 , A, =5%-R ,A, = 0,005 ref Observagao: Foi resumido os passos para chegar na formula da incerteza da corrente, uma vez que ja foi demonstrada aqui para outras medidas e para a corrente no experimento passado. Apés calcular os valores das correntes, foi feito 0 célculo das resisténcias R,,@ Partir da primeira lei de Ohm e utiizando os valores medidos de VV, & Rep Atabela da resistencia R , suas incertezas calculadas seguem abaixo. 3 1,006+03 + 7,396+01 LO1EW3 2 5,05E+01 LO1EH3 + 5,03#01 Tabela 4 - Resistncias(R,,) @incetezas Para o calculo das resisténcias foi utilizada as seguintes formulas e relagées: ve Vay = Ray > Ry = (1) Viet Viop Rap LT BG Rg = 2200 (2) Yon ab VaR rer Ron TR = ee Ray = (3) Ja para 0 cdlculo das incertezas foi calculado de forma andloga a apresentada neste relatério. Ao calcular as resisténcias ( R, » ) percebe-se que para os diferentes valores calculados, a variacdo foi minima, isto 6, so valores praticamente iguais. A partir disso, constata-se que as resisténcias calculadas, nesse caso, sao tratadas como se fossem uma constante. Com as medidas da tabela 4, foi construido um grafico da tenséo sobre 0 resistor (Vab) em fungao da corrente através do circuito. Segue grafico construido: Tens&o x Corrente 350 y= 4576,7x + 0,0005,...® Wea Tenséo(V) 3 '0,008+00 5,00E-04 1006-08 1,50E- 2,00E-03 2,50E-08 3, 008-08 3,50E-03 4,00E-03 Corrente(A} Grafico 1 - Tensdo x Corrente Ao construir 0 grafico Tensao x Corrente, percebe-se a interdependéncia dessas duas medidas (Tensdo(V) e Corrente(A)), isto é, elas sao diretamente proporcionais(quando uma aumenta a outra aumenta e vice-versa). A partir disso ¢ também da andlise da tabela 4, pode-se dizer que a resisténcia ¢ tratada como uma constante, uma vez que sua variagao é praticamente nula, logo, mantém-se constante ao longo do tempo. Por fim, 0 comportamento grafico encontra-se de acordo com 0 esperado. No primeiro caso, a resisténcia que é o elemento resistivo linear, gera uma reta no grafico da tensdo em fungao da corrente, deste modo pode-se afirmar que 0 resistor obedece a 1* lei de Ohm, uma vez que a corrente que percorre o resistor & diretamente proporcional a voltagem aplicada. V. Discussao da 2* parte Os resistores nao lineares, apresentam o gréfico da diferenga de potencial com a intensidade da corrente curva; portanto, a razo entre a d.d.p. e a corrente nao € constante. Como pode-se observar o termistor é um semicondutor que quando a corrente elétrica atravessa o material condutor, ha produgao de calor, (Efeito Joule), esta produgao de calor ¢ devido ao trabalho realizado para transportar as cargas através do material em determinado tempo. Vale ressaltar que quando é aplicado valores pequenos de corrente, o filamento permanece frio e neste caso pode-se dizer que é andlogo a um elemento resistivo linear. Medida ” (A) +” ala) 1 4,a5E-04 3,18E-05 2 309604 5,08E-05, 3 437603 ¢ T2105 4 1,92609 = 9,296.05 5 2.29603 ¢ 1,176.04 6 272603 + 1,38E-04 7 31aE02 + 1,606.04 a 365603 + 1,84E-04, Tabela 5 - Correntes passando pelo Termistor O desvio associado (incerteza) foi calculado da seguinte forma: 2 2 0,005 \2 = y+ "| onde, T Vv, ref R = 2200 , ig = 5% -R ’ = 0,005 vet Apés calcular os valores das correntes, foi feito o calculo das resisténcias Raw sobre o termistor a partir da primeira lei de Ohm e utilizando os valores medidos de Va , Viet e Reg A tabela da resisténcia R,,,.,. @ Suas incertezas calculadas seguem abaixo 5 8,70E402 + 4,35E+01 7 2102 + aEWL “Tabela 6 - Resistencas(R,,,) ¢ ncertezas Para 0 célculo das resisténcias foi utiizada as seguintes férmulas e relagoes: 7 (71 Vay = Ray E> Ry = (1) veep. Viop Rap LT a Rg = 2200 (2) Relacionando (1) e (2) entre si, temos: (r]_ “a pl? 1) Maa Rr Ray = Ray = oR Fy (3) Ja para 0 calculo das incertezas foi calculado de forma andloga apresentada neste relatério, r Ao calcular as resisténcias ( Rt a ) percebe-se que para os diferentes valores calculados, houve uma variagao, isto 6, so valores com baixa variancia mas relevantes como o esperado para o termistor associado valores pequenos de corrente, visto que para conduzir corrente é necessario uma quantidade de energia suficiente para romper as ligagGes dos elétrons, ocasionando aumento de energia em forma de calor o que facilita 0 fluxo ordenado de elétrons, devido a isso ocorre variagao na resistencia. A partir disso, pode-se perceber uma curvatura no grafico, caracteristico das resisténcias nao-lineares. Com as medidas da tabela 6, foi construido um grafico da tenséo sobre 0 resistor (Vab(T)) em fungao da corrente através do circuito. Segue grafico construido: Tensdo X Corrente 3,00 2,50 2,00 92743x2 + 1179,7x- 0,248 R? =0,9998 Tensio(V) 1,00 0,50 0,00 0,00E+00 5,00E-04 1,00€- 1,50E-03 2,00E-03 2,50E-03 3,00E-03 3,S0E-03 4, Corrente(A) Ao construir 0 grafico Tensdo x Corrente(T), e comparando-o ao do resistor, pode-se observar que como esperado o grafico referente ao termistor apresenta um certa curvatura que é derivada da variagao da resisténcia em relagao a dependéncia com a temperatura no termistor. Observando os parémetros graficos das fungées polinomiais dos graficos temos que: Para a parte experimental 1: y = 4576, 7x + 0,0005, R? = 1 Para a parte experimental 2: y =— 92743x? + 1179,7x — 0,2248, R? = 0,9998 Comparando o ajuste polinomial das duas partes do experimento, podemos perceber que a parte 1 apresenta a equagao de uma reta quanto que na parte 2 obtivemos uma equagdo de uma curva como era a expectativa para a resisténcia ndo-linear (termistor). Devido a variagao de temperatura ocorrendo no termistor pode-se sim construir um termémetro com o semicondutor em questo, como ja utilizado comumente em diversos dispositivos como indicador de temperatura. O termistor compée um sistema controlador de temperatura informando a um aquecedor ou resfriador quando ligar ou desligar, a fim de manter a temperatura. Fixando a cabeca do sensor, que deve estar localizado préximo ao dispositive que requer controle de temperatura, a uma placa de resfriamento que deve manter uma temperatura especifica para resfriar um dispositivo, e os fios conectados a um controlador de temperatura. O controlador de temperatura também é conectado eletronicamente a um dispositivo Peltier, que aquece e resfria o dispositivo alvo. O dissipador de calor 6 conectado ao dispositive Peltier para facilitar a dissipagao de calor. VI. Concluséo Esse experimento nos permitiu estudar 0 comportamento de resisténcias ndo-lineares(ndo-6micas), de forma a analisar dois comportamentos inversos mediante a variacdo de temperatura. Foi possivel notar que a melhor forma de analisar essas resisténcias é observando suas curvas caracteristicas. ‘Além disso, mesmo em materiais to comuns e bons condutores como os metais, 0 efeito térmico ndo deve ser desprezado, sob pena de invalidar os resultados obtidos. Por fim, comprovou-se a aplicagao das leis estudadas em exemplos praticos, mesmo tendo que se consolar com alguns resultados discrepantes justificados pela qualidade dos equipamentos e destreza na operagao dos mesmos. VIL. Referéncias [1] ALEXANDER, C. K.; SADIKU, M. N. O. Fundamentos de circuitos elétricos. Sao Paulo: Mcgraw Hill, 2008. Acesso em: 20/04/2022. [2] Contetido teérico experimento 2 - Resisténcias nao lineares por efeito de temperatura. MoodleUFBA. Disponivel em . Acesso em: 20/04/2022. [3] Experimento 2 - Experimento sobre resisténcias nao lineares.MoodleUFBA. Disponivel em: . Acesso em: 20/04/2022.

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