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ga UG ih. = 7s : ) Te © 2015 by PRINCIPAIS TEMAS EM EPIDEMIOLOGIA PARA RESIDENCIA MEDICA [André Ribeiro Morrone - Edson Lopes Mergulhao - Marcos Rodrigo Souza Fernandes - Nathalia Carvalho de Andrada - Thais Minett - Cintia Leci Rodrigues - Jane de Eston Armond - Fabio Roberto Cabar - Anderson Sena Barnabe - Jodo Victor Fornari Organizadores: Atilio G. B. Barbosa - Sandriani Darine Caldeira Produco Editorial: Fatima Rodrigues Morais CoordenacSo Editorial e de Arte: Martha Nazareth Fernandes Leite Projeto Gréfico: Jorlandi Ribeiro Diagramago: Jorlandi Ribeiro - Diego Cunha Sachito Criago de Capa: R2 - Criagdes Assisténcia Editorial: Tatiana Takiuti Smerine Del Fiore Preparaco de Originais: Andreza Queiroz - Luana Rodrigues Revisdo Final; Henrique Tadeu Malfaré de Souza Revisio: Alexandre Sobreiro - Ana Paula Perestrela - Bruno André Bianucci Larissa Habib Ciccone - Luiz Filipe Armani - Mariana Rezende Goulart Servigos Editoriais: Eliane Cordeiro - Fernando Ferreira Batista ‘Servigos Graficos: Thaissa Camara Rodrigues - Anderson Rosa Dados Internacionais de Catalogaséo na Publicagio (CIP) (Camara Brasileira do Livro, SP, Brasil Principals teas em Epidemilogla para resinela médica / André Ribeiro ‘Morrone - Edson Lopes MergulhSo- Marcos Rodrigo Souza Fernandes Nathaia Carvalho de Andrada = Thals Mint - Cinta Leci Rodrigues - Jane Ge Eston Armond Fabio Robert Cabar- Anderson Sena Barnabe ~J080 Victor Fornar 1 ed ~ S30 Paulo: Med, 2015. ~ (Principals temas para residéncia médica) Biblogratia ISBN: 978-85-7925-613-4 1. Epidemiologs-Concursos- 2. Residentes (Medicina) ‘Texto adaptado a0 Novo Acordo Ortografico. 0 contedido deste liuro ¢ especifico para provas de Residéncia,visando, principalmente, informar 0leitor sobre 1s tendéncias dessas avaliogBes e preparé-lo paro elas. Além disso, nfo & recomendado para a prética médica ‘ou para a fermagdo académica, Acrescente-se que hé a probabilidade de discordéncias entre conceitos das diferentes insttuicées, e que as informagBes contidas neste material esto de acordo com o regime vigente no ‘momento do publica, a serem complementadas conforme surgirem novos conhecimentos. Fevereiro, 2015 Proibida a reprodugao total ou parcial Os infratores serio processados na forma da legislaclo vigente. Direitos exclusivos para a lingua portuguesa licenciados ’ Medcel Editora e Eventos Ltda. ‘Av. Paulista, 1776-22 andar - Sao Paulo - Brasil ‘www.medcel.com.br (a1) 3511 6161, Capitulo | - Politicas de sade no Brasil. Sistemas de sauide Breve histérico da satide no Brasil Sistema Unico de Satide — Lei n? 8.080/1990. Principios que regem a organizago do SUS SUS ~ Arcabouco juridico (normas bésicas) Financiamento do SUS. Custeio das ages de vigilancias sanitéria e epidemiologica e de controle de doencas. 8. Alta complexidade 9, Problemas da NOB 96. 10. NOAS ~ Sus 2001/2002 11. Pacto pela Saude (2006). 12. Programa Satide da Familia 13. Nucleo de Apoio a Satide da Familia 14. Sistema de Informagao da Atenc3o Basica 15. Constituigao Federal de 1988 ~ Seco II Da Saude 16, Resumo . Capitulo 2 - Sistema de saiide suplementar ~ Agencia Nacional de Sade Suplementar ... 1. Histérico do surgimento da Agéncia Reguladora e atualidades. 2. Lei dos Planos de Saude 43, Caracteristicas do setor antes e depois da regulamentagao 4, Epoca da contratac3o. 5. Cobertura assistencial obrigatéria 6. Cobertura assistencial para plano novo e adaptado. 7. Plano ambulatorial 8. Plano hospitalar. 9. Plano hospitalar com Obstetricia 10, Plano odontoldgico. 11. Plano Referéncia. 12, Exclus6es para todos os tipos de planos. 13. Caréncias, 14. Evolugdo da regulagao. 15. Ressarcimento ao SUS 19 a9 2 23 26 29 30 31 3 31 33 38 40 40 4a a2 a 43 46 a7 a7 49 49 49 49 50 50 st 51 sa st INDICE 16. Atuais desafios 17. Resumo Capitulo 3 - Medicina do Trabalho......... Conceito e importancia Organizacéo politica da saiide do trabalhador. Riscos ocupacionais. Acidentes de trabalho... Beneficios. Siglas 1 2. 3. 4 5, Doengas do trabalho e profissionais 6 7 8 Resumo Capitulo 4 - Medicina Legal.... Introducéo.. LesBes corpéreas 1 2 3, Traumatologia Forense 4, Aborto 5, Morte encefélica 6 7. 8 Declaragio de dbito Lesislaco Resumo Capitulo 5 - Etica médica 1 Introducdo. 2. Consethos de Medicina 3. Comissées de Etica Médica 4. Cédigo de ttica Medica 5. Tépicos relacionados 6, Documentos médicos 7.Atestados médicos. 8. Cédigo de Processo Etico-Profissional (Resolugo CFM n® 1.484/96) 9, Normas de publicidade médica. 10. Reprodugo humana assistida, 11. Ato médico. 12. Resumo 54 55 57 58 61 63 67 B 74 8 77 7 7 8 88 89 80 oo 97 97 101 101 101 110 411 112 12 113 13 115 15 Ww QUESTOES Cap. 1 - Politicas de satide no Brasil Cap. 2- Sistema de satide suplementar ~ Agencia Nacional de Saude Suplementar Cap. 3 - Medicina do Trabalho. Cap. 4- Medicina Legal Cap. 5 - Etica médica COMENTARIOS Cap. 1 - Politicas de satide no Brasil. Cap. 2 - Sistema de salide suplementar—Agéncia Nacional de Saide Suplementar Cap. 3 - Medicina do Trabalho. Cap. 4 - Medicina Legal Cap. 5 - Etica médica Referencias bibliograficas 139 174 178 192 203 2a 260 264 278 285 235 AUTORIA E COLABORACAO André Ribeiro Morrone Graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade de S30 Paulo (FMUSP), Especialista em Cirurgia Geral pelo HC-FMUSP e pelo Colégio Brasileiro de Cirurgides e em Cirurgia Pedistrica pelo Instituto da Crianga do HC-FMUSP € pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Pediatrica. Ex-preceptor do Servico de Cirurgla Pediatrics do Instituto da Crianca do HC-FMUSP. Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito da USP. Edson Lopes Merguihao Graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade de S30 Paulo (FMUSP). Especialista em Medicina Preven tiva e Social pelo HC-FMUSP. Pés-graduado em Administrago Hospitalar e de Sistemas de Sadde pela Fundaclo Getulio Vargas (EAESP-FGV)) Marcos Rodrigo Souza Fernandes Graduado em Medicina pela Universidade Federal do Paré (UFPA). Especialista em Medicina de Familia e Comu niidade pelo Hospital Santa Marcelina. Titulo de especialista pela Sociedade Brasileira de Medicina de Familia e Comunidade (SBMFC). Preceptor do Programa de Residéncia Médica e Internato Médico da Casa de Saude Santa Marcelina - SP. Nathalia Carvalho de Andrade Graduada em Medicina pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Especialista em Cardiologia Clinica pela Real e Benemérita Sociedade de Beneficéncia Portuguesa de So Paulo, Titulo de especialista em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (S8C). Thais Minett Graduada em Medicina pela Universidade Federal de Sao Paulo (UNIFESP). Especialista em Clinica Médica e em Neurologia e doutora em Neurologia/Neurociéncias pela UNIFESP, onde é professora adjunta ao Departamento de Medicina Preventiva, Cintia Leci Rodrigues Graduada em Biomedicina pela Universidade de Santo Amaro (UNISA). Especialista em Satide da Mulher pela Uni- versidade de Santo Amaro (UNISA) e mestre em Satie Publica pela Faculdade de Saude Publica da Universidade de Sdo Paulo (FSP/USP) Jane de Eston Armond Graduada pela Faculdade de Medicina de Taubaté. Especialista em Pediatria e mestre e doutora em Saude Publica pelo Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de S30 Paulo (HC-FMUSP), especialista em Vigilancia Sanitéria e Epidemiologica e MBA em Gestdo de Servigas de Satide. Professora titular da disciplina de Satide Coletiva da Universidade de Santo Amaro (Unisa). Coordenadora do Nucleo de Saude Coletiva e Mental ¢ coordenadora adjunta do curso de Medicina da mesma instituiggo. Fabio Roberto Cabar Graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Sao Paulo (FMUSP). Mestre e doutor em Obstetricia e Ginecologia pelo HC-FMUSP, onde é médico preceptor do Departamento de Obstetricia e Ginecologia. Titulo de especialista pela Federacdo Brasileira das Associagbes de Ginecolagia e Obstetricia (FEBRASGO), ‘Anderson Sena Barnabe Graduado em Ciéncias Biologicas pela Faculdade de Saude Publica da USP (FSP/USP). Especialista em Parasitologia, ‘em Satide Coletiva e em Estatistica Aplicada e mestre e doutor em Satide Publica pela FSP/USP. Professor das disci plinas de Epidemiologia, Parasitologia Clinica e Bioestatistica da Universidade Nove de Julho (UNINOVE), Joao Victor Fornari Graduado pela Faculdade de Ciéncias Médicas de Santos (FCMS) e em Nutricdo pela Fundaco Municipal de Ensi- ‘no Superior de Braganca Paulista (FESB). MBA em Servigos de Sauide pela Universidade Nove de Julho (UNINOVE). Mestre em Ciéncias da Satide pela Universidade So Francisco (USF). Doutor em Satide Coletiva pela Universidade Federal de Sdo Paulo (UNIFESP). Professor dos cursos de pés-gradua¢o da UNINOVE, na rea da Saude, Atualizacgao 2015 Fabio Roberto Caber REVISAO TECNICA Aline Prado de Almeida Alyne Duarte Bacha Cleiton Geraldo Terra Fabricio Costa Valiante Guilherme Portela Perfeito Gustavo Swarowsky Jenifer Shen Ay Wu Jéssica Hae Lim Lee Jimmy Teixeira Acha Lilian Oliveira Ferreira Livia Benini Kohler Luis Guilherme Alves de Oliveira Luiz Felipe Ribeiro Cordoni Maira de Camargos Resende Manoel E. €. Oliveira Junior Natalia Varago Franchiosi Tamires de Menezes Franca Vanessa Suemi Takenaka APRESENTACAO Oo estudante de Medicina, pela 4rea escolhida considerado um apai- xonado por desafios, depois de anos submetido a aulas tedricas e plantdes em diversos blocos deve enfrentar uma maratona ainda maior: a escolha de uma especializacéo, seguida da conquista do ingresso em um centro e programa de Residéncia Médica de renome. Mas isso sé & possivel com 0 auxilio de um material didatico prético, bem estruturado e preparado por quem é especialista no assunto, e a Coleco SIC Principais Temas para Provas de Residéncia Médica 2015, da qual fazem parte os 31 volumes da Coleco SIC Extensivo, foi desenvolvida nesse contexto. Os capitulos baseiam-se nos temas exigidos nas provas dos principais concursos do Brasil, a0 passo que (08 casos clinicos e as quest&es so comentados a fim de oferecer a interpre- tacio mais segura possivel de cada resposta. Bons estudos! Gove Medel A medicina evoluiu, sua preparagéo para residéncia médica também. Extensivo Extensivo Modular Extensivo Aplicado Extensivo Programado Intensivo Reta Final - SUS/SP Habilidades Médicas Treinamento para Prova Pratica SIC NET. Clinica Médica Clinica Cirdrgica Pediatria SIC NET ACLS Antibioticoterapia Radiologia Eletrocardiograma Urgéncias e Emergéncias Cirdrgicas Emergéncias Clinicas Terapia Intensiva Interpretagao de Exames Pediatria Cardiologia Ginecologia e Obstetricia Oftalmologia Ortopedia e Traumatologia NOSSAS VANTAGENS Aula PRESENCIAL ou ao vivo, via INTERNET (2) AULA EM DOBRO: Reprise disponivel 24h/dia Contetido baseado em DADOS ESTATISTICOS Material impresso enviado no INICIO DO CURSO E-BOOKS Se Taree (11) 3511-6161| medcel@medcel.com.br Pa OR nd Pe Men eae ere COLECAO MEDCEL EM E-BOOKS InovagSes que otimizam seus estudos BAIXE O NOSSO APLICATIVO NA APP STORE APLICATIVO MEDCEL PLUS Conhega algumas funcdes: &Medcel Veja os depoimentos dos aprovados Medcel Dey ee oe eee rete heel Ae cc eee cues rire es kel tea Cue cen CHER es RC CRUE nce CCRC Ce aoe te CR ease co ence ck eco koe Ok ne Breer ec eek et coo Cee Oe eon UO Cec eg POET Se cea cee og ses cae RR Roce oe Ree one nee ener uence Ic ccc eal mek Pee co Mec eR cM ck ute ate ee) pee cee eee eS Rerun en eno (eT Relo ERE ten We erate) s 0s (oR Com Yoo c= Me | OR a laa) Petree reste cer Tee aco ac Peet terete ee one mae ec ee Co naa ted eco FUE Oe E nce ee CCU eka Poe eee een eee ON Ok PRR COE ee ese Oko ete Reet ecae eet Maing Re eRe ee ed Pee Once ie cok it Coe eee Ce Certamente farei meu preparat6rio de R3 por aqui Ce CCE ro Rac me RON Ee ene ce cel eeegee elect Reon ee} CR CNSR CN cut en Rn cents eee eee ee Ca acc Pe Cee Om Ci soe aC Pere &Medcel Ses ESTATISTICAS DE ESTUDO Cons risso de prepararum material de qualade qu rent keto deforma dts, a tor Medel realizou um levantamento de provas de Residéncia de todo o Brasil, revelando dados estatisticos que auxiliam na preparacdo para os exames. Tais dados possibilitam a otimiza¢ao dos estudos, demonstrando os temas cobrados com maior frequéncia pelas instituigSes. No total foram analisadas 400 pravas dos tltimos 8 anos, criteriosamente selecionadas para representar de forma significativa as regiées brasilelras, fornecendo dados atuais e que expressam a realidade dos exames. E importante ressaltar que os dados contidos nesta pesquisa podem ser diferentes se considerada cada prova em particular. A avaliacdo individual por prova, por instituico ou por ano é apresentada de forma exclusiva na area restrita dos alunos do Curso Medel. Lista das provas analisadas 2015 - ALBERT EINSTEIN, AMP, FHEMIG, FMABC, FMUSP, FMUSP-RP, HCPA, HCV, HIVS, HPM, HSM, HSPE, IFF, INCA, 106, ISCMSP, PUC-PR, PUC-RS, SCMBH, SURCE, SUS-SP, UDI, UEL, UEPA, UERJ, UERN, UFAM, UFES, UFE UG, LUFPR, UFRJ, UERN, UFSC, UNAERP, UNESP, UNICAMP, UNIFESP, UNIOESTE, UNITA 2014 - atserr ciNsTEIN, AMP, AMRIGS, CEREM-MS, CERMAM, CREMESP, FHEMIG, FMABC, FMI, FMUSP, FMUSP-RP, HAC, HCPA, HCV, HECI, HEA, HS, HPM-MG, HSPE, HUGO, IF, INCA, OG, ISCMSP, PUC-PR, PUC-RS, SCMBH, SES-DF, SES-PB, SES.PE, SES-R, SES-SC, SMS.RJ, SMS-SIP, SMS-SP, SUS-BA, SUS-CE, SUS-PR, SUS-SP, UCPEL, UEL, UUERJ, UERN, UEVA, UFAL, UFAM, UFCG, UFES, UFF, UFG, UFMA, UFPA, UFPE, UFPI, UFPR, UFR), UFRN, UFS, UUFSC, UFT, UFTM, UFU, UNAER®, UNESP, UNICAMP, UNIFESP, UNIOESTE, UNIRIO, UNITAU 2013 - atserr eiNsTEIN, AMP, AMRIGS, CERMAM, CREMESP, FCMCG, FHEMIG, FMUSP, FMUSP-RP, HAC, HCPA, HCV. PR, HNMD, HRO, HSPE, IF, INCA-Ry, IPUB, PUC:PR, PUC-RS, SKO LUCAS, SCMCG, SES-DF, SES-MS, SES-PE, SES- -Rl, SES-SC, SMS ~ SAO JOSE DOS PINHAIS, STA CASA-BH, STA CASA-PA, STA CASA-SP, SURCE, SUS-BA, SUS-SP, URAL, UFAM, UFCG, UFES, UFF, URG, UFGD, UMS, UFPB, UFPE, UFPI, UFPR, UFRJ, UFRN, UFS, UFSC, UFT, UNAERP, UNESP, UNICAMP, UNIFESP, UNIOESTE, UNIR(O, UNITAU 2012 - amrics, ceRMAM, CREMESP, FHEMIG, FMABC, FM, FMUSP, FMUSP-RP, FUNDHACRE, FURB, HC-ICC, HCPA, HEC, HFA, HSI, HNMD, HOL, HOSPITAL DE PITANGUEIRAS, HPM-MG, HSG, HSPE-SP, HT), IFF, PUC-PR, PUC RS, STA CASAGO, STA CASA-SP, SES-DF, SES-PE, SES-RJ, SES-RS, SES-SC, SUS-BA, SUS-CE, SUS-RO, SUS-SP, UCPEL, UEL, UERJ, UERN, UFCG, UFES, UFF, UFG, UFMS, UFPA, UFPE, UFPI, UFPR, UFRI, UFRN, UFSC, UFT, UNB, LUNICAMP, UNIFESO, UNIFESP, UNIRIO, UNITAU 2011 - amnics, CERMAM, CREMESP, FHEMIG, FMUSP, FMUSP-RP, HCPA, HFA, HMTJ, HNMD, HSPE, IMPARH, PUC-PR, PUGS, SES-DF, SES-GO, SES-PE, SES-RI, SESS, SUS-BA, SUS-CE, SUS-SP, UCPEL, UEL, UERI, UFC, UFCG, UFES, UFF, UFG, UFMA, UFMS, UFPE, UFPEL, UFPR, UFRJ, UERN, UFSC, UFT, UNB, UNICAMP, UNIFES®, UNIRIO, UNITAU 2010 - ataert cisTeiN, AMP, AMRIGS, CERMAM, CREMESP, EMESCAM, FMJ, FMUS®, FMUSP-RP, HC-ICC, HFA, HNMD, HPM-MG, HSPE-SP, HUEC, MPARH, INCA-RI, PM JOINVILLE, PM S JOSE DOS CAMPOS, PUC-PR, SES-Di SES-PE, SES-Ry, SES-SC, SUS-BA, SUS-CE, SUS-SP, UEL, UERI, UFAM, UFCG, UFF, UFMS, UFPE, UFPR, UFR, UFRN, UUFSC, UNB, UNICAMP, UNIFES®, UNIRIO, UNITAL 2009 - a.seRt EINSTEIN, AMP, AMRIGS, CERMAM, CREMESP, EMESCAM, FMUSP-RP, FUNRIO, HC-ICC, HCPM, HFA, HNMD, HPM-MG, HPM-R, HSPE-SP, HSPMSP, FF, IMPARH, INCA-AJ, PUC-PR, PUC-RS, SES-DF SES.PE, SES-A, SES-SC, SUS-BA, SUS-CE, SUS-SP, UEL, UERI, UFAM, UFF, UFG, UBF, UFMS, UFPE, UFPR, UFRJ, UFRN, UFSC, LUFU, UNB, UNICAMP, UNIFESP, UNIRIO, UNITAU, USP 2008 - amp, ceRman, CREMESP, ESP-CE, FMUSP-RP, FUNRIO, HC-ICC, HNMD, HPM-MG, HPM-RJ, HSPM-SP, PUC-PR, PUC-RS, SES-DF, SES-PE, SES-RI, SES-SC, SMS-RI, SUS-BA, SUS-CE, UCPEL, UEL, UERI, UFAM, UFCG, UFF, UFG, UPI, UFPE, UFPR, UFRI, UFRN, UFSC, UMC, UNB, UNIRIO, UNITAU oY CNet ee eee ee eed eat) eres eet eet urso de Chui Pecotica 1.151 Medicine Intensive 14 Reumatologio 17%: Preumologia Netrologia 2.1% crugiaco Trauma 3.1% Endectnologia 328 Cordiooge 26% crgie Acesso direto Infecto 59% Enidomioiogia 16.2% Paciotio 14.6% Obstetrcio 10.1% Gnecoosios. 2% Epidemiologia we Pediatria onaeponesatoae ‘ongoreocomcaer Infecgoes 1398 Ise Semotie rinea cen“ Mzogtes 72% aa mae Preise rceoomponceno Mewonmesana27e | corrkoee Ak Cemolgenen Ginecologia genres 65 ‘cine consonant on rego 5% lUosinecotogia 140%. (acto 28 fra onesaeo ‘atracer oe ecto merial 3 isn am Co aoa itece cone wmsaa femora toteantal Patologia ginecoldgicos 220% etsageerensiness nc ‘atone nn cae me art Jape nano sunarorec® SRatlgolamaracoowin — Seamesconsim ate ar tn reagaumomaiore Sk rage Potologios na Porto 30.4% foestocde 121% — aos feogber teciotan 33 reat epi ‘Ateracbes matemas 2.5% ‘Snevonagea go metas 80% SSstemanageas demas Infectologia Cardiologia ] Angino esvel 18 /Hoet | infec pelo HV € ADS 108% orSnEs eae Hepattes vic 8.9% Sch miocéxciecs ost 74% instove's PR ve Dengue 69% Poroutosesinestinos 68% Freveonia asquice no Vowiopatia 68% ‘Comunidade 62% . imurizopdere terosia nverpascéo 5.1% |] Ste‘! Seer (0° Anitmias cordiacas 13% Endocrinologia Hematologia ] Nodes ca Neo misiopralteatvor a ‘de treoige 15% Indo LMC) Hemostasic © ‘ wrombote 20% weiss 468: OM -tratomento n ae Anemos ma poshememégicas metabsica Dcosdasackens || mitts 59% e re oe niperprtterativas 182% Obesidade 5.1% Compicagses opudes ae SO a tomes aod Anemos por dot OM - dognéstice 54% : de producdo 129% Hipottecicismo Complicagdes crénicas do OM 48% Leucemias agudas 10% Nefrologia Pneumologia Metodos complementores ames agnestices em Netoiogia Rasfografa de Asma 202% ORC e teroplo de substvigdo enol ve Dea: slomerlores Neoplascs purmonares 17.48 Derrame pleval Distirbios hidrocletrotices Earl DPoc 17% Reumatologia Fobre toumdica 164% Artie idopdiica, joven 34% Us 16.45 Vascuttes 7.5% Neurologia Come aberagte cae corebrovasceres eoR 5% Cofalcias 15 9% Poratsas Nacigas ‘opudes 148% Medicina Intensiva brogas vascativas 2.5% 78% Distirbio do equirio ciaDbdsico 28.5% Insufciércso respicisio 85% Choque 21%, Intoricagges exégenas 25.1% Psiquiatria ‘decorentes de ‘substspilcoatvas 23% Po infant 4. 0 humor 165% Psicotemacciogia e outros fiosemPO 123% personalidade 4.4% Transtomos mentolsorgdricos 12% Dermatologia Reagoes aléraicas ¢ frmocoderias 1.7% Deas Infectocontogiosos 255% Tumolignes 21.8% Aspectos botgicor ‘Go enveinecimenta Fiio.do cenvetnecmento etium 136% Deméncos 10.1% Pottarmacia 9.2% | exetago Ancor ange do ton 5% Sees ak Gastroenterologia od Intestines 300% jovncr rare ie Cirurgia Geral Choque emer 1% Compl pos operatévios 1428 Avdome ogude 14.1% vce: (Cuidado: ré-oparatéros 8.4% 25% Touma pecsatrico | Brin || ropecitio en Cirurgia do Trauma Urologia Trauma na gestante 1.9% Touma roquinedvor 1% Jrouma abdominal 20.7% Chogve 4.5% 199% Queimaduras 12% ‘niciol oo pottroumatizado 159% seniga nevs Deas citicas do ren 1.3%, Distungdo ere 15% Incontinéncio wing de esforco 22% indo 16.9% Infeceao do TU 165% genivenario 30% Pelonetite 39%. Cade testicuo 44% (Cade bexiga 52%: ae traumatices 5.5% Hiperiasio prostaicd Wo pediatica 41% benigna 57% utrar matormogses 3.38. Cirurgia Pedidtrica Cr Torscica Pes 25% Outros temas 09% orrocinxgio Pas 58,7 Cr Ped Gero 221% Ortopedia esperiva 14% Twoseose lesces {erminologio ortopéctica 0.5% pieudotumorai 5.5% neuromurcviares 87% Info osteoarticular 9.2% Cirurgia Vascular Otorrinolaringologia ] F costonos 20% Anotonisemom san, \_purortne2s Ingfelbncia vero — al ‘A creniee 114% Rinclogio 10.7 Otologio 333%, OAA 17338: Retina 20.6% Péipetras on J iroumatismos| coculores 97% ‘© maior banco de provas focado para | Residencia Médica, 1. Sistemas de salide As politcas de sadde podem ser entendidas como © conjunto de decisBes e compromissos definidos pelo Estado para orientar o desenvolvimento de ages volta- das & methoria da sade (COHN e ELIAS, 1998). Segundo Paim (1988), € a ado do Estado, enquanto resposta so- cial, diante dos problemas de sade e seus determinan- tes, bem como com relagio & produce, distribuicdo regulacdo de bens, servigos e ambientes que afetam a satide dos individuos e da coletividade. € por meio das, politicas de satide que o pals pode conhecer a sua popu- lacdo sob o aspecto de satide e doenga e, a partir desse diagnéstico, planejar e executar acdes e estratégias que proporcionem 0 culdado com a saiide, sua promosao e a prevensio das doencas. De acordo com Elias (2008), 0s sistemas de satide em eral s80 compostos por elementos destinados a assistén- cia (hospitais, ambulatérios, laboratérios etc.) e&realizacSo das funges do sistema (unidades de planejamento, infor- macio, controle e avaliacio). Podem-se identifiar, basica- mente, 3 tpos de sistema de satide: CAPITULO 1 Politicas de sauide no Brasil Edson Lopes Mergulhdo / Thats Minett / Marcos Rodrigo Souzo Fernandes / bio Roberto Cobor REE Ss Financiados pela totalidade da popula- ‘0 por meio de pagamentos de tribu- tos com provisso publica dos servigos COrganizados pelo Estado e financiados por contribuicdo obrigatoria de empre- adores e empregados, com provisio privada de servicos Financiado por individuos ou coletvida des/empresas, sem contribuigSo obriga ‘tra, com provisdo privada dos servigos Integral ou parcial- mente pablicos Sistemas de seguro social Sistema de carster, privado 2. Breve histérico da sade no Brasil As politicas piblicas de saiide no Brasil sempre foram motivos de questionamentos e debates, principalmente no que se refere ao inicio das aces de satide. Desde a épo- ca colonial, a satide foi destinada a poucos submetidos aos. doutores trazidos de Portugal, enquanto aos nativos resta- vam 2 medicina natural e os curandeiros. A situacdo de sauide no Brasil é resultado de uma his- 16ria que se fol construindo em torno da questo da satide do trabalhador brasileiro. A assisténcia médica no pais traz, ainda hoje, forte presenca de uma heranga previdencisria que se caracteriza por clientelismo, ineficiéncia, burocracia endo universalidade. A.- Década de 1920 - A preocupagio com a sati- de do trabalhador Datada de 1923, a Lei Eloy Chaves, pela qual as primei- ras modalidades de seguro para trabalhadores do setor pri- 19 vvado foram criadas por meio das Caixas de Aposentadoria e Pensdes (CAPS, era uma forma de prestar assisténcia médi ca e beneficios & populagao; na verdade, a uma parte dela: trabalhadores que fossem registrados em carteira. Todas as empresas com mais de 50 empregados deveriam prestar be- neficios (aposentadorias e pensdes) e assisténcia médica a seus filiados e dependentes por meio das CAPs. Seu financia- mento era tripartite, ou seja, os recursos eram advindos do empregado (um percentual sobre o faturamento da empre- s2), do empregador e do Estado, porém esse financiamento do era suficiente para construir servigos de saiide (como hospitais e ambulatérios) e municié-los com equipamentos e recursos humanos. Desta forma, as CAPs passaram a contra- tar servigos de saiide privados, sendo 0 pontapé para a pri= vatizagio da satide no Brasil. A administracdo das CAPs cabia um colegiado formado por empregados e empregadores, B- Década de 1930 - O controle escapa das maos dos trabalhadores Na década de 1930, as CAPs foram unificadas pelos Ins- titutos de Aposentadoria e Pensbes (IAPs). O Estado pas- sou a ter o controle administrativo desses institutos, redu- zindo sua contribuigo e aumentando a do empregado (a qual passa 2 ser um percentual sobre a folha de salarios) Além disso, os beneficios e servigos prestados passam a ser diferenciados por categoria profissional, sendo criados, fem 1933, 0 IAPM (dos maritimos); em 1934, 0 IAPC (dos. comerciérios) e o IAPB (dos bancérios), entre outros; e a contribuigdo do empregado passa a ser diferenciada pela categoria profissional, o que acaba levando a diferenciacéo, também, na qualidade dos servicos de sade prestados, tempo para estabilizago no emprego e tempo minimo para aposentadoria, Assim como as CAPS, os IAPs prestam servi- 05 e beneficios apenas ao trabalhador registrado em car- teira. Portanto, era reconhecido como cidado, pelo Estado, © Individuo com ocupagdes reconhecidas e definidas por lei © que o cientista politico Wanderley Guilherme dos Santos (COHN e ELIAS, 1998) denominou cidadania regulada, como entendimento da politica sacioeconémica do pés-1930. ‘A presenga direta do Estado na administrago dos IAPS contribuiu para cristalizar o perfil centralizador, burocrético e ineficiente da politica previdenciaria brasileira, na medida em que os trabalhadores ngo tinham mais controle sobre essas instituigges, as quais deveriam garantir seus direitos como tas. Trabalhadores reals- ‘Trabalhadores registrados quam 30 trdosem cara © emcartla esas Geper feusdependentes Genes, Assincmdden, Astra mée,ap0 Servgose dpovertadofasepen- sentadorarepenstes benefclos sBeraortabalhado. sos tabahodores com press res semdlerenca. aferencaeopor categoria ‘g80 profissional. profissional 20 (Medea! i eae) Tripartite; contribuico do ‘Tipartte; contribui- empregado sobre folha de Cea acc ormeod preesina ae San ee Aint, Satine formas Te pate tragéo deliberativa dos trabaiha- moet | ae C - Década de 1940 - O populismo e a luta pelo controle dos institutos Em 1946, periodo da democracia populista, a estrutura previdenciéria acaba transformando-se em um poderoso instrumento de agregacdo das classes assalariadas. Parale- lamente, ocorre a luta dos trabalhadores pela organizacdo do verticalizada de controle dos institutos, politizando- se, assim, a questo previdenciaria, em uma disputa entre Estado e trabalhadores. O Estado defendia a permanéncia do clientelismo e do controle administrativo pelo Estado, enquanto os trabalhadores urbanos assalariados, principais, financiadores e beneficiados dos IAPs, reivindicavam seu controle administrativo. D - Década de 1960 - 0 milagre econémico A industrializagdo acelerada marcou a década de 1950 com importante crescimento previdenciério em termos de recursos, aparato institucional e clientela a ser atendida, O que fez surgir, em 1960, sob forte pressdo dos trabalhado- res, a Lei Organica da Previdéncia Social (LOPS), que propos a uniformizagSo dos beneficios prestados pelos IAPs e a res- ponsabllidade da Previdéncia Social pela assisténcia médica individual de seus beneficidrios. Porém, a LOPS, na realida- de, representou 2 maturagio de um ciclo que reafirmou a reduzida participacdo dos trabalhadores na geréncia e no controle dos IAPs. Em 1966, apés 0 golpe militar, tornou-se possivel ao go- verno implementar um projeto criado na década de 1940; a unificago dos IAPs no Instituto Nacional de Previdéncia Social (INPS), como forma de centralizar o sistema, mais e categoricamente, e eliminar, em definitive, qualquer pos- sibilidade de controle dos institutos por parte das classes assalariadas. importante ‘Como resultado da criaglo do INPS, tém-se 0 aprofundamento do perfil assistencialista da Previdéncia Social e a completa au séncia das classes trabalhadoras no seu controle, tornando-se cada vex mals presente a assisténcia médica em contraposic50 0s benetfcios Com relagdo & assistncia a sade, aprofunda-se cada vvez mais a divisio de campanhas de prevengo como “sai- Medea de piiblica” e assisténcia médica individual prestada por servigos privatizados contratados. E- Década de 1970-0 fim do milagre econémico A Previdéncia Social, até entdo fundamentalmente ur- bana, é estendida aos trabalhadores rurais, com a criagio, em 1961, do Programa de Assisténcia 20 Trabalhador Ru- ral (PRORURAL), que destinava fundos especificos para a manuteng0 do Fundo de Assisténcia ao Trabalhador Rural (FUNRURAL). Porém, a implementacdo para essa extensio encontrou diversos obstéculos, transformando-se em uma politica essencialmente clientelistica = Cobertura aqueles com mais de 70 anos ¢ invélidos que, em algum momento da vida, tivessem contribuido para a Previ- <éncia Social ou exercido atividade vinculada a ela; - Beneficios a trabalhadores rurais acidentados no trabalho; = Inclusdo do salério-maternidade (que era de responsabilidade das empresas); - Beneficios As empregadas domésticas e aos trabalhadores au- ténomos, quando contribuintes do sistema, Vale ressaltar que todas essas mudangas depararam ‘com a centralizago, 0 burocratismo eo gigantismo da ma- quina, que restringem o real alcance dessas medidas. Em 1974, a Previdéncia Social, meio privilegiado de re- lagdo direta entre Estado e trabalhadores e 1° orgamento dda Unido, “ganha” o Ministério da Previdéncia e Assisténcia Social No entanto, essa mesma década vivia, ern sua 2® meta- de, uma crise econémica pés-milagre econdmico brasileiro, que fez que surgissem as extensdes da Previdéncia, ante- Fiormente mencionadas, que eram tipicamente assisten- Ciais. A crise econémica e social que se instalou nessa época alimentava diversas manifestag6es, entre elas o Movimento Sanitario da Década de 1970, também conhecido como Re- forma Sanitéria de 1970. Tal movimento foi um processo politico-social que discutiu as propostas universalizantes & semeou as primeiras sementes do SUS. Todavia, paralelamente a essas manifestagdes que luta ‘vam por igualdade de direitos, 0 Estado procurava manter- -se e atender as necessidades de uma populacao em crise Em 1977, 0 INPS foi dividido em INPS, que ficou res- onsével pelos beneficios, e INAMPS (Instituto Nacional de Assisténcia Médica da Previdéncia Social), que assumiu a assisténcia médica previdencidria, a qual vinha assumindo importincia como volume de recursos a ela destinados € instrumento de barganha e de legitimidade politica, Assim, a assisténcia médica fortalecia-se em termos de recursos arrecadados, porém destinados, significativamente, para 2 compra de servicos privados, capitalizando-se, assim, @ assisténcia médica, que assumia cada vez mais o carater médico-céntrico, individual e privado, POLITICAS DE SAUDE NO BRASIL Data dessa ocasido a instituigSo do Sistema Nacional de Previdéncia e Assisténcia Social (SINPAS), composto pelo INPS, INAMPS, IAPAS (Instituto de Administragao Fi- nanceira da Previdéncia e Assisténcia Social), DATAPREV (Empresa de Processamento de Dados da Previdéncia Social), LBA (Fundagdo Legigo Brasileira de Assisténcia), FUNABEM (Fundac3o Nacional do Bem-Estar do Menor) € CEME (Central de Medicamentos), que em 1979 foi sur- preendido pela divulgagio do rombo financeiro da previ- déncia, o qual jé vinha de longa data; mais uma vez, quem arcou com as consequéncias foram empregados e empre- gadores, cujas contribuigdes passaram a ser de, respecti vamente, 8,5 a 10% e 10%, Importante Na Conferéncia de Alma-Ata, discutiu-se a operacionalizagio do conceito de satide expresso na constituigdo da Organizac3o “Mundial da Sadde, ou seja, um estado de completo bem-estarf- sico, mental e social. Como direitoinaliendvel de todo individuo, 05 servicos de sauide devem pressupar cobertura universalizads, hierarquizada, integrada, regionalizada e descentraizada. O as- ecto revolucionario em que se assenta tal proposta 6a percep- oda sauide e da doenca como em uma dimenséo que vai além do organismo bioldgico individual e penetra na estrutura e na organizacio socials. Nesse sentido, um papel especial & dedica- do 8 participacao e a0 controle da comunidade no planejamen- 10, na organizacio e na operacSo desses servicos. A Conferéncia de Aima-Ata recoloca uma série de inquietagdes e desafios aos diversos setores ligados, deta ou Indiretamente, com os pro- blemas de satide. Dentre as proposigbes dessa conferéncia, des- taca:se a "Satide Para Todos no Ano 2000” (SPT-2000) F- Década de 1980 — Os primeiros passos para a descentralizagao Em 1980, a crise econémica iniciada na década ante- rior aprofunda-se consideravelmente. Em vista dessa situ- ‘ago, 0 governo precisou criar melos para controlar gastos piiblicos em geral, e no setor da satide nao fol diferente, Para obter maior controle sobre as internagées, foram criadas as Autorizagdes de Interna¢o Hospitalar (AlHs); 21 ey assim, para cada paciente Internado, deveria ser emitida uma AIH mediante a qual a internacio seria paga ao hospi- tal. Com essa estratégla, o governo eliminava 0 repasse de verbas a internagdes escritas (controle sobre o setor priva- do}, e 0s hospitals passaram a reter o paciente no hospital ‘© menor tempo possivel, pois era necessario liberar leitos para internar mais pessoas e, consequentemente, emitir mais AIHs. Outra estratégia utilizada pelo centralizador governo militar foi, justamente, a transferéncia de atribuigées e en- cargos da esfera federal aos estados e municipios. Com a criagdo das Aces Integradas de Satide (AISs), algumas res ponsabilidades em satide foram repassadas diretamente do Estado aos estados e municipios, na medida em que foram criados mecanismos de repasse de recursos para essas ins- ‘tncias. Assim, tornaram-se responsaveis pelo atendimento médico individual da populagdo previdenciéria, represen- tando os primeiros passos em diregio & descentralizacéo, até entio no abordada com a importancia que apresenta atualmente, Assim, em 1985, esgotado o regime autorité- rio, a Nova Repiblica expande consideravelmente as AlSs, que se tornaram parte do programa de governo do presi- dente Tancredo Neves. Em 1986, foi realizada a 8* Conferéncia Nacional de Sau de (CNS), que discutiu e consolidou as bases doutrinrias da Reforma Sanitaria de 1970, destacando a criacdo de um sistema Unico de satide com as seguintes caracteristicas: ser Universal, igualitério, participativo, descentralizado e inte- gral (© 1° passo da concretizagio das propostas da 8 CNS foi a criagdo do Sistema Unificado e Descentralizado de Satide (SUDS), responsavel pela descentraliza¢ao do orga ‘mento, permitindo maior autonomia aos estados e muni- ipios na programagdo das atividades de sade. Retirou do INAMPS o poder que ele centralizava e deu prossegui- mento as estratégias de hierarquizacdo, regionalizacao e universaliza¢0. 0 relatério da 8° CNS fez-se presente como instrumen- to de pressio politica na discusséo da Assembleia Nacional Constituinte de 1987, sendo reconhecido e aprovado como um documento de valida relevancia social. Em 1988, & pro- rmulgada a nova Constituicao Federal, e, finalmente, 0 Siste- ma Unico de Satide (SUS) foi aprovado. Mesmo com sua aprovagao, alguns aspectos mais polé- ‘micos, como o financlamento, a regulagao do setor privado e a estratégia para a descentralizacSo e unificagio do siste- rma ficaram sem defini¢ao politica clara. No ano de 2008, comemoraram-se 20 anos da criacdo do SUS, porém ainda ha muito a se definir para que o mo- delo de atencéo ideal seja construido de fato e que pelo menos consiga superar os entraves vivenciados por todos és atualmente. ‘A seguir, discorreremos a respeito da legislacao do SUS e dos aspectos mais importantes cobrados nas provas, 22 A saiide € direto de todos e dever do Estado; ~ So de rlevincia publica as agbes © os servgos de said, ca- beendo ao Poder Publico dispor, nos termos da Lei, sobre sua regulamentagSo, fiscalizacSo e seu controle; As agbes e 0s servgos pics de saide integram uma rede regionalizada e hierarquizada constituem um sistema sico, clas iretrines s80: Descentralizac, com dreslo tnica em cada esfera de go- verno; Atendiment integral, com priridade para as aividades pre- ventivas, sem prejuizo dos servigosassstencias; Partcipacdo da comunidad; (0.SUS sera fnanciado com recursos do orgamento da Segur- dade Social, da Unido, dos estados, do Distrito Federale dos municipios, além de outras fontes; Aassisténcia d sade é lure &iniciative privads; ‘As insttuigdesprivades poderdo participar do SUS de forma complementar, segundo diretries deste, mediante contrato de dreito pubico ou convénio, endo preferéncia as entds- des filantrdpicas e aquelas sem fins lucrativos; vedada a participacdo dreta ou indireta de empresas ou capita estrangeirosnaassistncia said no pais, salvo nos «casos prevstos em lel ~ Control €fiscalizar procedimentos, pro: dutos e substincias de interesse para a salidee particiar do produso de medi rmentos, equipamentos, Imunobiolégicos, hhemoderivados e outros insumos; = Executar a5 agdes de vgiincia sanitiria e epidemioldgica, bem como as de sade do trabalhador, ~ Ordenar a formagio de recursos humanos a rea de aide; ‘Ao SUS compete, - Participar da formulagio da politica e da ‘além de outras _execucSo das agdes de saneamento basco; atribuigbes, nos incrementar em sua area de atuagao o de- termos da Lel senvolvimento cientfico e tecnolégico; - Fiscalizare inspecionar alimentos, compre- tendido o controle de seu teor nutticional, ‘bem como bebidas e dguas para consumo humano; - Participar do controle e da fiscalizacao de produgéo, transporte, armazenamento € utilizagio de substancias e produtos psico- ativos, t6xicos eradioatives; = Colaborar na protegso do meio ambiente, rele compreendido o do trabalho. 3. Sistema Unico de Satide - Lei n’ 8.080/1990 ‘Apés a Constituigao, criaram-se, em 1990, a Lel n® 8.080 ea Lei n® 8.142, que regem e detalham como funciona 0 sistema e seu controle social. Por essa caracteristica, tais leis s80 chamadas de Leis Organicas da Saude, Medcel De acordo com a Lei nn? 8,080, baseada nos preceitos constitucionais, a construcio do SUS se nortela pelos se- uintes principios doutrinérios: - Universalidade; + Equidade; - Integralidade. Todas as pessoas tém direito ao atendimento, indepen- dente de cor, raga, religiio, local de moradia, situac3o de emprego ou renda etc. A saiide é dreito de cidadani e dever dos governos municipal, estadual e federal; ~ Deixam de existr, com isso, 0s “indigentes”, brasileiros ‘no inclusos no mercado formal de trabalho. B - Equidade Todo cidadao ¢ igual perante 0 SUS e ser atendido conforme as suas necessidades; Os servicos de sade devem considerar que, em cada populacio, existem grupos que vivem de forma dife- rente, ou seja, cada grupo, classe social ou regio tém seus problemas especificos, diferencas no modo de vi- ver, de adoecer e de ter oportunidades de satisfazer suas necessidades de vida Assim, 0s servigos de satide devem saber quais so as diferencas dos grupos da populagio e trabalhar para cada necessidade, oferecendo mais a quem mais pre- cisa, diminuindo as desigualdades; - 0 SUS ndo pode oferecer 0 mesmo atendimento a to- das as pessoas, da mesma maneira, em todos os luga- res. Se isso ocorrer, algumas pessoas terdo 0 que ndo ecessitam, e outras no sergo atendidas quanto aqui lode que necessitam; - OSUS deve tratar desigualmente os desiguais. C- Integralidade - As ages de satide devem ser combinadas e voltadas, ‘20 mesmo tempo, para prevencio e cura. Os servicos de salide devem funcionar atendendo o individuo ‘como um ser humano integral, submetido as mais dife- rentes situacdes de vida e trabalho, que o levam a ado- ecer e a morrer. 0 individuo nao deve ser visto como im “amontoado de partes” (coraglo, figado, pulmées. etc.) e solto no mundo; = Oiindividuo é um ser humano, social, cidado que, bio- légica, psicolégica e socialmente esta sujeito a riscos, de vida. Desta forma, 0 atendimento deve ser feito para a sua satide, no sé para as suas doencas. Isso exige que o atendimento seja feito, também, para er radicar as causas e diminuir 0s riscos, além de tratar 95 danos; Ou seja, isso faz que haja as ages de promoggo (que envolvem agdes em outras éreas, como habitaco, meio ambiente, educa¢ao etc.), prevengao (saneamento ba- sico, imunizagSes, agdes coletivas e preventivas, vigilan- POLITICAS DE SAUDE NO BRASIL cia & sade e santaria etc.) e recuperacio (atendimento médica, tratamento e reabilitagdo para os doentes); - Essas agdes de promosdo, protecéo e recuperagdo formam um todo indivisvel e no podem ser compar- timentalizadas. As unidades prestadores de servico, com seus diversos graus de complexidade, formam, também, um todo indivisivel, configurando um siste- ima capaz de prestar assisténcia integral. 2) Promogio S80 agdes que buscam eliminar ou controlar as cau- sas das doencas e dos agravos, ou seja, o que determina ou condiciona o aparecimento de casos. Essas acdes esto relacionadas a fatores biol6gicos (heranca genética, como cancer, hipertensdo etc), psicoldgicos (estado emocional) & socias (condigées de vida, como na desnutigSo). b) Protege rere Eerie ~Tratamento da égua para evitarcélera e outras doencas; -Prevencdo de complicagdo da gravidez, do parto e do puerpério; + Imunizages; - Prevengio de doencas transmitidas pelo sexo - doencas semu- almente transmissivels e AIDS; -Prevengio da cérie dental - Prevengio de doencas contraidas no trabalho; = Prevengio de cincer de mama, préstata, pulmo; Controle da qualidade do sangue etc. EIST ©) Recuperacio So as agdes que evitam mortes e sequelas.e que jé atu- am sobre os danos. Exemplos: = Atendimento médico ambulatorial bésico e especi lizado; - Atendimento as urgéncias e emergéncias; - Atendimento odontolégico; Exames diagnésticos; - Internages hospitalares. 4. Principios que regem a organizacao do SUS - Regionalizagio e hierarquizac3o; - Resolutividade; - Descentralizaclo; - Participacdo dos cidadaos: controle social; - Complementaridade do setor privado. A- Regionalizacao e hierarquizacao - Niveis de atengio a satide Aatengéo & saiide & tudo que envolve “o cuidar da sau- de” do ser humano, incluindo as ages e os servicos de pro- ‘mogao, prevengio, reabilitacdo e tratamento das doencas, 23 Baar Usualmente, agrupam-se as instituigdes que compéem (0 SUS segundo as esferas de atendimento; estas so classi ficadas em niveis de atengio a satide: priméria (ou basica), secundaria e terciaria, estabelecendo-se, assim, hierarqui- zaco entre os diversos grupos. Porém, essa forma abstrata dos sistemas de satide mais um recurso intelectual que permite facilitar 0 debate do que, propriamente, uma es- trutura reconhecida no cotidiano dos servicos de sade (COHN; ELIAS, 1998), Arede de servigos do SUS deve ser organizada de forma regionalizada e hierarquizada, permitindo conhecimento maior dos problemas de sade da populacio de uma érea delimitada, favorecendo ages de vigiléncia epidemiolégi- 3, sanitaria, controle de vetores, educaco em satide, além das ages de atencdo ambulatorial e hospitalar em todos os niveis de complexidade. ‘A populacdo deve acessar a rede por meio dos servicos de nivel primério de atengao, que devem estar qualifica- dos para atender e resolver os principais problemas que demandam servicos de satide. Os que nao so resolvidos 1 esse nivel devem ser referenciados aos servigos de maior complexidade tecnolégica. error eee Caine Graus de Nivels_ | ombtenidede ein ~E composto pelas Unidades Bési- ‘as de Saude e por programas de Saide da Faria; Primério Baixo = Engloba ages de vacinagao, consultas basicas ete; - Resolver-se 80% dos problemas de sade da populacéo. -Resolvem-se 15% dos problemas de sade ~ sSo os centros de especialidades, hospitals com bbaixa complexidade (Clinica ‘Médica, Pediatria e Obstetrcia}, clinicas de raio x, ultrassonogra- fia, laboratério etc; = A maloria desses servcos 6 feita plas santas casas e pelos hospi- tals prvados conveniados a0 SUS. Secundirio Médio 24 Medel Graus de rn CCompreende os hospitals de re- feréncia cinicas de tomografia, hemodidlise, quimioterapia etc; Resolvem-se 5% dos problemas de saiide — nos dias atuais, no SUS, @ maloria desses servigos & composta pelos hospitais pi- biicos. ‘Observacdo: atualmente, considero-se o nivel quaternério de ‘tendimento, em que estariam, principalmente, hospitais uni- versitérios, realizando transplantes et. 2a) Atengdo primaria (basica) & saude Constituio 18 nivel de atengao a sate, de acordo com 0 modelo adotado pelo SUS. € a porta de entrada prefe- rencial dos ususrios no sistema, que se faz pelas especia- lidades basicas da sade: Clinica Médica, Pediatria, Obs- tetricia e Ginecologia. Geralmente, essas especialidades concentram-se nos centros e postos de satide, que desen- volvem, além da assisténcia, atividades de vacinagao e la- boratério (coleta de exames). Algumas vezes,tais servigos podem apresentar assisténcia psicoldgica e psiquistrica, atengdo & satide bucal, servigo de assisténcia so pia ocupacional, fonoaudiologia, porém essas atividades no pertencem ao que € considerado atencSo primaria & saide. Aatengéo priméria presta um atendimento aos ususios que deve seguir uma cadeia progressiva, isto é, seguimento de todo paciente que entra no sistema, garantindo 0 aces- 50 aos cuidados e as tecnologias necessérias e adequadas de prevencao € enfrentamento das doencas, sempre que © individuo necessitar, além de orientagées para o cuida- do & satide e sua promogio, desenvolvidas principalmente em atividades coletivas, Buscando o prolongamento da vida com qualidade. A atenglo basica & desenvolvida por meio de préticas gerenciais e sanitérias, democréticas e partcipativas e pode abranger atendimento de emergéncia, feito por profisio- nals de nivel médio. Cabe, também & atencao basica, pro- ceder aos encaminhamentos dos usuarios para as atencSes secundaria e terciaria. Assim, um servigo de atenclo bésica bem organizado, bem estruturado e eficaz garante reso- lugdo de cerca de 80% das necessidades e problemas de salide da populago de um municipio, consolidando alguns pressupostos do SUS: equidade, universalidade e integrali- dade, ou seja, a democratizacéo da saide. ‘A estratégia de organizacSo da atencdo bésica que melhor garante a proximidade entre os servigos de sade € 05 usuarios s80 0 Programa Saide da Familia (PSF) e 0 Programa de Agentes Comunitérios de Sade (PACS), que v8o até a comunidade, mapeiam seu perfil sanitario e es- tabelecem um vinculo sélido de responsabilizagao com os usuarios. Medel eae ee CTS Peete re + Cadastrar 0s ususrios e, se possivel, implementa, imediata- mente, 0 Cartdo SUS; - Definira drea de abrangéncia e da populagio sob responsabl- lidade do municipio e, especificamente, de cada unidade de saide; + Tornar-se referéncia para as assistencias secundsriae teria; ‘Acompanar e avaliar constantemente o sistema, dos pontos de vista gerencial e administrativo, asim como os pacientes, do ponto de vista médico, b) Atengao secundaria & satide Instituida pelo Decreto n® 4.726/2003, compde-se de agdes e servigos que buscam atender aos principals problemas de saide e agravos da populacdo que nao po- dem ser resolvidos na atengdo priméria, sendo capaz de resolver cerca de 15% da demanda, Usualmente, esses servigos concentram-se em ambulatérios de especialida- des e pequenos hospitais. A atencdo secundaria neces- sita da disponibilidade de profissionais especializados e do uso de recursos tecnolégicos de apoios diagnéstico e terapéutico. Tabela 8 - Alguns grupos que compdem os procedimentos ditos| Eee erat ay Coe + Procedimentos especializados realizados por profissionals mé- dicos e outros de nivel superior e médio; izadas; = Procedimentos traumato-ortopédicos; - AgBes especializadas em Odontologia; + Patologia clinica; - Anatomopatologia e citopatologis; = Radiodiagnéstco; = Exames ultrassonograticos; - Fisioterapla; + Cirurgias ambulatorials especi - Terapias especializadas; = Préteses e érteses; ~Anestesia, O financiamento dese nivel de atenco em saiide é ob- tido a partir de valores per capita estaduais, definidos no processo de Programago Pactuada e Integrada (PPI). ¢) Atengao tercidria 8 saude A atengio tercidria 3 satide abrange um conjunto de procedimentos que, no contexto do SUS, envolvem alta tecnologia e alto custo, objetivando propiciar & populacdo _acesso a servigos qualificados. Espera-se que chegue a esse nivel de atenco a demanda que nao obteve resolugo na tengo secundaria 8 sade. O nivel tercidrio de atenggo 8 satide é representado pelos grandes hospitais gerais espe- Cializados. POLITICAS DE SAUDE NO BRASIL + Assisténcia 20 portador de doenga renal crénica (por meio dos procedimentos de didlise); + Assisténcia 20 paciente oncologico; - Cirurgia Cardiovascular; = Cirurga Vascular; = Cirurgla Cardiovascular Peditrica; - Procedimentos da Cardiologia Intervencionista; - Procedimentos endovasculares extracardiacos; - Laboratério de eletrofisiologia; ~ Assisténcia em Traumato-Ortopedia; rocedimentos de Neurocicurla; - Assisténcia em Otologla; + Cirurgia das vias aéreas superiores e da regido cervical + Cirurgia da calota craniana, da face e do sistema estomatog- nti; - Procedimentos em fssuras lablopalatais; - Reabilitacdo protética e funcional das doencas da calota crania- na, da face e do sistema estomatognstico; - Procedimentos para avallagio € tratamento dos transtornos respiratorios do sono; ~Assisténcia a0s portadores de queimaduras; ~ Assisténcia aos portadores de obesidade cirurgia baridtrica); + Cirurgia reprodutva; = Genética Clinica; - Terapia nutricional; - Distrofia muscular progressiva; - Osteogenesis imperfecta; = Fibrose cistca; - ReprodusSo assistida. B - Resolutividade E a exigéncia de que, quando um individuo busque o atendimento ou surja um problema de impacto coletivo sobre a satide, 0 servigo correspondente esteja capacitado para enfrenté-lo e resolvé-lo até o nivel de sua complexi- dade. C-Descentralizacao E entendida como uma redistribuicdo das responsabili- dades as acdes e aos servicos de satide entre os vérios ni- veis de governo, a partir da ideia de que, quanto mais perto do fato a decisio for tomada, mais chance haveré de acerto, Deve haver profunda redefinigdo das atribuigoes dos varios niveis de governo, com um nitido reforgo do poder ‘municipal sobre a satide ~ a esse processo se da o nome de ‘municipalizacao. ‘Aos municipios cabe, portanto, maior responsabilidade na implementagio das agdes de sauide diretamente volta- das para os seus cidadaos. A Lei n® 8.080 e as NOBs (Nor- mas Operacionais Bésicas do Ministério da Saiide) que se 25 = era! seguiram definem, precisamente, as obrigagées de cada esfera de governo. D- Complementaridade do setor privado ‘A Constituigao definiu que, quando, por insuficiéncia do setor piiblico, é necessaria a contratacao de servigos priva- dos, isso deve acontecer sob 3 condicée “A celebracio do contrato deve ser feita conforme as normas de direito publico; - Ainstituigdo privada deve estar de acordo com os prin- Clpios bésicos e as normas técnicas do SUS; A integracdo dos servicos privados deve acontecer na mesma légica do SUS em termos de posicao definida na rede regionalizada e hierarquizada dos servigos. Dentre os servigos privadas, devem ter preferéncia os ‘no lucrativos (hospitaisfilantrépicos, santas casas), confor- me determina a Constituigao. Assim, cada gestor deve planejar primeiramente o setor pablico e, na sequéncia, complementar a rede assistencial com 0 setor privado nao lucrativo, com os mesmos concei- tos de regionalizacao, hierarquizacdo e universalizacao, E- Controle social (participagao popular no SUS) ~ Lei n2 8.142 de 1990 A Lei n® 8.142 compreende um importante marco na consolidago do SUS, pois define como se dard a participa io popular. Ela cria instancias colegiadas de participacio, ue s80 08 Conselhos Municipais, Estaduais e Nacional de Saude. © Conselho de Satide, em cardter permanente, é um 6rg80 colegiado composto por representantes do governo, prestadores de servico, profissionais de satide e usuarios, que atua na formulagao de estratégias e no controle da execugdo da politica de saiide na instancia corresponden- te, inclusive nos aspectos econémicos e financeiros, cujas decis6es sto homologadas pelo chefe do poder legalmente constituido em cada esfera do governo. Pe emt) a a ae Jrios e prestadores A Lei define, ainda, que se deve realizar uma Conferén- cia de Satide a cada 4 anos, com a representago dos varios segmentos socials, para avaliar a situagao de saude e pro- 26 GMoucel por as diretrizes para a formulacdo da politica de satide nos niveis correspondentes, convocada pelo Poder Executivo ou, extraordinariamente, pelo Conselho de Saude. 5. SUS - Arcabouco juridico {normas basicas) Estas normas foram editadas seguindo as diretrizes das politicas de satide, principalmente apés as Conferéncias Na- cionais de Satide, e nelas esto contidos os passos para a efetiva implantagao do SUS. 8 canerncio Nocona de aide (5865 ~Constitui¢do Federal (1988) e as Leis n? 8.080 en? 8.142 (1990); ov enfin Necoel 6 Se (1282)= Munepaaro ¢ cue = norma Operalna Blea NOB 1853) score al eave |) =A aa cc Peete - Norma opesclona ses = NOB 961956; a A ae tra Oparaconalds asta Sade -NOAS (2004/2002) “0 eovferencia National Sade (203) Sade: un deta eae een aase ge - Pacto pela Saude ~ 2006. Tabela 11 - Principais normas operacionais do SUS = Lei Orgdnica da Sadide - n® 8.080/90; = Lel Complementar da Saide~ ne 8.142/90;, = Normas Operacionals Bésicas ~ NOB 93 e NOB 96. = Normas Operacionais da Assisténcia 4 Satide — NOASs a) NOB 93, Um marco importante da NOB 93 fol o estabelecimen- to das instancias intergestoras bipartite e tripartite como espagos de negociacdo, pactuagdo e integracdo entre os gestores: 0 das comisso ray Secretaria Estadual de Saude; ee — = Conselho de Secretarias Municipais de Saude Inergestora”(COSEMS) Bipartte . Binarite peal peas com sucomiSe regonss ~ Renesas “Mins da Sade; coms Camisho onsen Nason de Secehas eSade (CO- ‘Tripartite nea ert conselo Nacional de Secretaries Municpas de Seude(CONASEMS. GMedcel Até 1993, quando da criagdo da NOB 93, as ages de satide de caréter curativo e individual, produzidas pelos estados e municipios, eram "compradas” pelo Governo Federal por meio do INAMPS. Tal sistematica, praticada desde os tempos do ex-lAPI (Instituto de Aposentado- ria e Pensées dos Industridrios), passou a ser a politica dominante apés 0 golpe militar de 1964, quando 0 Go- verno Federal no construlu mais instituigdes pablicas de satide, optando pela compra de servigos da iniciativa privada. Mais tarde, com a criacdo das AlSs, em 1983, também passou a comprar servicos de satide dos estados e municipios. Desta forma, as instituiges de satide estaduais e mu: nicipais, apesar da sua relevéncia publica, eram tratadas como meros prestadores de consultas médicas e outros procedimentos cobertos pelo INAMPS. Além disso, como os recursos financeiros se concentravam na esfera federal, os estados e municipios aderiram & cultura da produtividade, preocupando-se exclusivamente em produzir o maior ni- mero possivel de procedimentos médicos, sem se importar com a qualidade e a resolutividade deles. ‘ANOB 01/93 comecou a modificar essa situagao a0 im- plantar formas progressivas de gest3o municipalizada das ages de satide, Da forma incipient, passando pela parcial até a semiplena, os municipios habilitados passaram a dis- por de tetos financeiros definidos a serem repassados pelo Governo Federal, bem como de autonomia de gesto de todas as unidades de abrangéncia municipal ou regional (dependendo do porte do municipio). Essa NOB inicia a municipalizagao da satide no pais, pois define municipios e estados como gestores em modalida- des incipientes, desencadeando o proceso de municipali- zagBo da gestdo com habilitacéo dos municipios nas condi Bes de gestdo entio criadas: = Incipiente; Parcial; - Semiplena ‘Ao gestor que se habilitar no modelo de gestdo semi- lena, caberd a transferéncia de recursos fundo a fundo, ou seja, diretamente do fundo nacional de satide para 0 fundo municipal ou estadual oe ieee} (0 ritmo da descentralizcio, com transferénciafinanceirafun- do a fundo, foi muito aquém do esperado, atingindo somente 1144 municipios e nenhum estado ~ A transferéncia financeira fundo a fundo aconteceu apenas na {rea da assisténcia, nfo incorporando as demais acdes da érea de satide, cujas transferéncias financeiras a estados e munici- pios continuaram a ser feitas por meio de convénios; ‘A avaliagio do desempenho dos recursos descentralizados foi feita apenas sobre o quantitative de procedimentos em sadde, ‘no incorporando nenum componente de avaliacio de resul- tados ou de qualidade; oe ae ere) POLITICAS DE SAUDE NO BRASIL = Amudanga no modelo de atencSo & salide, pouco expressiva, ficou restrita a experiéncias isoladas de alguns municipios, no representando, assim, 0 salto de qualidade esperado e neces- sério para a consolidacio do SUS; - Aesisténcia de uma tabela de pagamento nacional e Unica limitou ‘ropostas mais avancadas de relacio com o setor privado com- ‘plementar, a0 mesmo tempo em que impés limites importantes 8 reorganizagio da aten¢So dentro do proprio setor pablo. b) NOB 96 € diante desse quadro, e visando superar tais limites de descentralzaslo, gestdo e financiamento, que surge outra Norma Operacional do SUS, a NOB 96 (Portaria n® 2.203, de 5 de novembro de 1996]. Para superar esses limites, 2 NOB introduziu alguns instrumentos de ago e tornou a autono- mia de estados e municipios mais préxima a0 espirito das leis que hoje reguiam o setor. OS por pal core cl IT = Redefine responsablidades em cada ester; ~ dr rt oreo ia Pee RSS federal para estas e murs = Instituir valor per capita, Piso Assistencial Basico (PAB) fixo e Pio Bisco de Vigan Sonia (PBVS «Insti sftores de incentvo = PACS e PS; LSRETED! #coralece ocomral wa alas - PPL ‘A NOB 96 propée a existéncia de uma pactuagao entre gestores, elaborada como forma ascendente de planeja- mento: a partir das necessidades assistenciais de cada mu- nicipio (consultas especializadas, SADT ~ Servigo Auxiliar de Diagnéstico e Terapia -, exames etc.), para garantir o aces- so da populagao a todos os servicos de satide de que ela ecessita, dentro do préprio municipio ou por encaminha- mento ordenado e pactuado a municipios vizinhos. ‘A PPI deve ser coordenada pelo gestor estadual e re- presenta o principal instrumento para garantia de acesso da populac3o aos servicos de média e alta complexidade do disponivels em seu municipio de residéncia. Envolve atividades de assisténcias ambulatorial e hospitalar, vigi- lancia sanitéria e epidemiologia e controle de doencas, constituindo um instrumento essencial de reorganizag3o, do modelo de atengo e da gestio do SUS, de alocacso dos recursos e de explicitago do pacto estabelecido en- tre as 3 esferas de governo. Essa programacdo traduz as responsabilidades de cada municipio com a garantia de acesso da populacao aos servicos de satide, quer pela oferta existente no préprio municipio, quer pelo enca- minhamento a outras cidades, sempre por intermédio de relagGes entre gestores municipais, mediadas pelo ges- tor estadual. 27 = Adela primordial da PPI compreendia garantir 0 acesso da populagio entre os diferentes gestores do SUS para que 2 populacdo tivesse acesso aquilo de que necessitasse em qualquer municipio. (O avango dessa NOB est em propor 2 condicSes de ges- 80 aos municipios: Gestdo Plena da Atenco Bésica (GPAB): os muni pios tornam-se responsaveis pela gestio apenas dos servicos que realizam assisténcla a atengio basica de satide (baixa complexidad - Gestéo Plena do Sistema Municipal (GPSM): moda- lidade em que os municipios se tornam responsaveis pela gestio de todos os servicos que realizam assistén- cia 8 satide no seu territério. ‘So condigdes de gestio estadual: - Gestao avangada do sistema estadual; - Gestéo piena do sistema estadual. SRE EE ET - Promogle de condigBes e incentivo a0 poder municipal para assumie a gestho da atengéo 8 sade dos seus municipes na perspectiva da atencZo integral; Promogao da harmonizagao, da integrac3o e da modernizag30 dos sistemas municlpals; + Regionalizagio e organizagSo do sistema de referéncia e con trarreferénei; Responsabilizacdo pela gestdo dos servigos de média/alta com- plexidade dos municipios em gestlo bésca, E 0 fornecedor de servigos, uma unidade ou um Grado de sade (ambulatério, hospital, instituto, fundacdo etc). Caracteriza‘se como prestador de servigos ao sistema: gerente no SUS, por exemplo, diretor de hospital ou clinic. Geréncia rvigos a atividade e 3 um sistema de sade (municipal, estadual ou nacional), tendo funcées de coordenaglo, articulagio, negociagzo, plane- Jamento, acompanhamento, controle, avaliacdo fe auditoria. Os gestores do SUS so, entio, os sectetérios municipais e estaduais de Satie e 0 ‘ministro da Sadde. itos para a habilitagao dos gestores ea a fees ~Conselho Municipal de Saiide (CMS) em funcionamento;, + Fundo Municipal de Satide em operacao;, = Comprovacso de dotagdo orcamentiria e contrapartida de re- cursos préprios; Plano Municipal de Saide aprovado pelo CMS; = Relatérlo de gestio aprovado no CMS; 28 GModeet + ComprovagSo de capacidade para o desenvolvimento de agées de viltancias sanitériae epidemiol6gica; = Comprovario de capacidades técnica e administrativa quanto a contratagio, pagamento, avaliagSo, controle e auditoria dos servigas sob gesto municipal, comprovando disponibilidade de estrutura de recursos humanos e condigBes técnicas de pro: cessar o Sistema de Informagées Ambulatoriais do SUS ~ SAl/ SUS (GPAB e GPSM) eo Sistema de Informacbes Hospitalares do SUS SIH/SUS (somente 0 GPSM}; ~ Comprovagio da estruturago do componente municipal do Sistema Nacional de Auditorie = SNA (somente o GPSM| = Comprometimento de participagio na PPI; ~ Cadastramento da populagio por meio da implantagSo do Car- 1H0SUS, A resposta dos municipios as propostas de habilitacgo da NOB 96 foi surpreendente. Na prética, a NOB entrou em vigor em 1998. Assim, de marco a outubro, 90,85% dos mu- nicipios se habilitaram a alguma das modalidades de ges- to, 4.553 na GPAB e 449 na GPSM de sade. Deste modo, ‘em outubro de 1998, apenas 504 municipios nao estavam habilitados a alguma modalidade de gestdo. -Servigos sob gestéo Os estabelecimentos desse subsistema do SUS muni- cipal no precisam ser de propriedade da prefeitura. Suas ages, desenvolvidas pelas unidades estatais (proprias, es- taduais ou federais) ou privadas (contratadas ou convenia- das, com prioridade para as entidades filantrépicas), tem de estar organizadas e coordenadas, de mado que gestor municipal possa garantir & populacao 0 acesso aos servicos @ a disponibilidade das ages e dos meios para o atendi- mento integral Isso significa dizer que, independente de a geréncia dos estabelecimentos prestadores de servigos ser estatal ou privada, a gestdo de todo o sistema municipal 6, neces- sariamente, da competéncia do Poder Publico e exclusi- va dessa esfera de governo, respeitadas as atribuiges do respectivo Conselho e de outras diferentes instancias de poder - NOB 96, - Responsabilidades do gestor pleno da atengo basica ee Pers Ee Peers ed - Vacinasio; - Quimioprofilexia; -Tratamento; -Notificaglo; = Tratamento supervisionado; - Baciloscopia. = Idem 8s agbes da tuberculose; - Curativos; - Prevengio de incapacidades; - Fornecimento de medicamentos etc jo municipio Tuberculose GMedcal Digs; Se endrrt ertes Greene eet cite par eS faba rr borin aan TST Diabetes 2 mt aan PRS Gerla oon sae do Eee i peeesreseeareronee Ee Prem dag conta eft as eee Suide 69 ltd opetato eterno hl = Fornecimento de medicamentos e métados ~anticoncepcionais. ¢) Piso assistencial basico Para o financiamento dessas ages, foi determinado o PAB, que consiste em um montante de recursos financeiros destinado ao custeio de procedimentos e acdes de assistén cia basica, de responsabilidade tipicamente municipal. Esse piso é definido pela multiplicacio de um valor per capita nacional pela populagao de cada municipio (fornecida pelo IBGE), transferido, regular e automaticamente, ao fundo de satide ou conta especial dos municipios e, transitoriamente, 20 fundo estadual, até a habilitacdo municipal. O valor do PAB foi fixado em RS10,00/habitante/ano. Tals incentivos signficam methoria do modelo assistencial a0 romper com a légica do pagamento por producéo de servi- 605, estimulando os municipios a construirem sistemas de sau: de voltados a promogio, prevencdo, tratamento e reabilitaco do conjunto de seus cidadios. S6 fazem jus a esses recursos (0s municipios que se habiltam em alguma condigao de gesto segundo a NOB 96, e a transferéncia total do PAB é suspensa no caso da no alimentacdo, pela Secretaria Municipal de Sau de junto a Secretaria Estadual de Satide, dos bancos de dados de interesse nacional, por mais de 2 meses consecutivos. Recursos de incentivo ao PACS/PSF (Os municipios que receberem 0 PAB poderio ter seus valores mensais elevados se aderirem a estratégia do PSF e/0u do PACS, recebendo os valores do modo que seguem: iar rel ‘créscimo* de 3% sobre 0 valor do PAB para cada S% da popu lagdo coberta, até atingir 60% da populacio total do municipio; - Aeréscimo* de 5% para cada 5% da populacio coberta entre 60, © 90% da populacao total do municipio; ‘Acréscimo* de 7% para cada 5% da populaglo coberta entre 90 @ 100% da popula¢éo total do municipio. POLITICAS DE SAUDE NO BRASIL ~ Aeréscimo** de 1% sobre o valor do PAB para cada 5% da popu- Iago coberta até atingir 60% da populagso total do municipio; - Aeréscimot* de 2% para cada 5% da populacSo coberta entre {60 e 90% da populacSo total do municipio: = Aeréscimot* de 3% para cada 5% da populacao coberta entre 90 e 100% da populagso total do municipio. + esses oeréscimos tém, como limite, 80% do volor do PAB origi- ‘na! do municipio. ++ Esses acréscimos tém, como limite, 30% do valor do PAB ori- ginal do municipio. Os percentuais no sero cumulativos quando a popu- lago coberta pelo PSF e pelo PACS ou por estratégias simi- lares for a mesma. 6. Financiamento do SUS A questio do financiamento sempre foi um dos grandes problemas do SUS, porque seus recursos pertencem & Se- guridade Social, sendo compartilhados com a Previdéncia Social e a Assisténcia Social As fontes de financiamento contavam nos estados, Dis- trito Federal e municipios com seus recursos orgaments- Figs, advindos da cobranca dos seus tributos, somados aos recursos do Governo Federal Dentre os recursos federais destinados ao custeio da Seguridade Social e, portanto, da satide, destacam-se 0 recursos do INSS, cobrados sobre a folha de pagamen- to do empregador e sobre o salério do empregado. Além desses recursos, tém-se o Programa de Integracao Social (P15), a Contribuigio para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS}, a Contribuigdo Social sobre o Lucro Liqui- 4o (CSLL), dentre os mais importantes financiadores, estes uitimos incidentes sobre faturamento lucro etc Os recursos alocados na satide no podem ter destina- fo diferente da prestagio de servigos de assistncia& sai- de da populacdo, da protecdo e promocao a reabiltacdo. Em 1996, ap6s ampla discussdo no Congresso Nacional, {oi criada a CPMF (Contribuigdo Proviséria sobre Movimen- tagio Financeira). Essa contribuigSo, embora inicialmente defendida no Congresso e na midia como a “salvaco do financiamento da side”, apés sua aprovaco pouco reper- cutiu no sentido de melhors-lo, pois a lei definiu a obriga- 80 de colocar somente pouco mais de 30% do valor arre- cadado na srea da satide, podendo o restante ser utilizado em outras dreas ‘Apenas no ano de 2000 a satide iniciou uma era de f- nanciamento estvel e crescente, com a aprovagao da Emenda Constitucional (EC) n® 29 pelo Congresso Nacio- nal. Ela obriga os varios niveis de governo a alocarem uma parcela dos seus recursos na sade e é associada d Lei de Responsabilidade Fiscal, sujeitando a sancées o governante que nao cumpri-e. ‘AEC n® 29 legisa sobre o orgamento das 3 esferas de governo, a saber: 29 Ease) a ced rr No exercicio de 2000, 0 montante empenha- do em 1999, acrescido de, no minimo, 5%; do exercicio de 2001 20 exercicio de 2004, 0 valor Unido apurado no ano anterior, corrigido pela varia- 80 nominal do Produto Interno Bruto IB (e, ro havendo nova regulamentago, permane- ce esta para os anos seguintes) 5 12% do produto da arrecadaclo dos impostos, Cree Rederat deduzidas as parcelas que forem transferidas 208 respectivos municipios. Muniipios 15% do produto de arrecadarso dos impostos do municipio Finalmente, em dezembro de 2011, fol aprovada pelo Congresso a Regulamentagio da EC n® 29, que, no momen- to, aguarda a aprovagio presidencial. O texto define que a Unio destinard & sade o valor aplicado no ano anterior acrescido da variagao nominal do PIB dos 2 anos anteriores. Osestados, por outro lado, ficardo obrigados a destinar 12% das suas receitas na satide, e 0s municipios, 15%. O Distrito Federal deverd aplicar 12 ou 15%, conforme a receita seja riginaria de um Imposto de base estadual ou municipal Na pratica, em 2012, a Unigo aplicou o empenhado em 2011 mais a variago do PIB de 2010 para 2011, somando cerca de RS86 bilhdes. A medida equivale a0 que ja € feito atualmente no Governo Federal Um dos maiores avancos da proposta é a definic¢lo das despesas que podem ser consideradas no calcul do mini- mo a ser Investido, garantindo que os recursos aplicados nas ages e servicos de salide no sofram “desvio de fina- lidade”. O texto aprovado lista 12 despesas que devem ser consideradas como relativas 2 ages e servicos publicos de satide; e outras 10 que no podem ser custeadas com os recursos vinculados pela EC n® 29, De acordo com 0 pro- jeto, sio despesas de saide, por exemplo, as ages da vi- gilancia em satide (inclusive epidemiolégica e sanitéria); a capacitago de pessoal do SUS; a producdo, a compra e a distribuigdo de medicamentos, sangue e derivados; 0 apoio a gestio do sistema publico de satide; a realizacao de obras, na rede fisica do SUS; e a remuneracio de pessoal em exer- ciclo na érea. Por outro lado, Unigo, estados e municipios no poderdo considerar como de satide as despesas com 0 pagamento de inativos e pensionistas; a merenda escolar; a limpeza urbana e a remogio de residuos; as agdes de assis- téncia social; e as obras de infraestrutura. (© novo imposto para o setor, a chamada Contribuico Social para a Satide (CSS), verséo renovada da CPMF, foi re- jeitado, Embora seja considerado um avanco, 0 investimento em satide no Brasil ainda é timido, pois, segundo a Organiza- 0 Mundial da Sade, o pais esté entre aqueles que menos investem no setor, apenas 7,5% de seu orgamento. Como exemplo, per capita, o Brasil destina 42% menos com satide que a Argentina. 30 Medal Na questo do financiamento, vale lembrar que, a partir de uma proposta original do Conselho Nacional de Satide, foi criado, por meio da Portaria Interministerial n® 529, de 11999, o SIOPS - Sistema de Informages sobre Orcamentos Plblicos em Sauide. Esse sistema é um banco de dados com informagdes sobre receitas e despesas com aces e servigos de satide sob responsabilidade do Poder Publico, nas 3 esfe- ras de governo: Municipio, Estado e Unigo. €, também, um instrumento capaz de contribuir para 0 aprimoramento do planejamento, da gestdo e da avaliacio sobre gastos com satide no Brasil em cada nivel de governo, além de contri- buir para o fortalecimento do controle social sobre esses gastos. 7. Custeio das acdes de vigilancias sanitaria e epidemiologica e de controle de doencas Os recursos da esfera federal destinados a vigilancia sa- nitéria configuram o Teto Financeiro da Vigilancia Sanitaria (TFYS) e 0 Teto Financeiro de Epidemiologia e Controle de Doengas (TFECD), e os seus valores podem ser executados segundo 2 modalidades. A- Transferéncia regular e automatica fundo a fundo Consiste na transferéncia de valores diretamente do Fundo Nacional de Satide aos fundos estaduats e munici- pals, independente de convénio ou instrumento congénere, segundo as condigdes de gestdo estabelecidas na NOB 96. (0 Piso Basico de Vigilancia Sanitaria (PBVS) consiste em um montante de recursos financeiros destinado ao custelo de procedimentos e agdes basicas da vigilancias sanitaria € epidemiolégica, de responsabilidade tipicamente munici- pal. Esse piso definido pela multiplicag3o de um valor per capita nacional pela populacSo de cada municipio (fornecl- da pelo IBGE), transferido, regular e automaticamente, a0 fundo de saiide ou conta especial dos municipios e, transi- toriamente, dos estados, conforme condicées estipuladas nessa NOB. 0 PBVS somente é transferido a estados para cobertura da populagdo residente em municipios ainda nao habilitados na NOB. B - Remuneracao transitéria por servicos produ- zidos = Ages de média e alta complexidade em vigilancias sanitéria e epidemiok Compreendem pagamento direto as secretarias esta- duais de satide e as secretarias municipais de sadde, pela execugdo de agbes de média e alta complexidade de com- peténcias estadual e municipal contra a apresentago de demonstrative de atividades realizadas a0 Ministério da Salide. Essas agdes e 0 valor de sua remuneracao so defi- (Medea! nidos em negociacao na CIT e formalizados em portaria do 6rgd0 competente do Ministério (Secretaria de Vigilancia Sanitaria ~ SVS/MS}, previamente aprovados no Conselho Nacional de Saiide. 8. Alta complexidade Dentre as competéncias relativas as ages de Alta Com- plexidade (AC), destacamos os papéis dos diferentes niveis de gestdo do SUS relativos a prestacao destes servicos: ~ Ministério da Sadde: define normas e diretrizes nacio- nais da politica de AC, publica portarias, incrementa ‘ages nas tabelas de procedimentos etc.; Gestor estadual: responsével pela macrogestdo da po- litica de AC no estado, por meio da definicdo de priori- dades assistenciais e programacao da AC, definiclo de servigos estratégicos regionalmente; - Gestor municipal (GPSM): 2 ele cabem organizacao, avaliaczo, controle, contratacdo e pagamento dos ser- vigos de AC existentes em seu territério, 9. Problemas da NOB 96 a EY eer nr er + Habiltagdo cartorial sem comprometimento com as propostas de gestio, em que muitos gestores sem condigies acabaram assumindo responsabllidades para as quals nio estavam orga nieados; + Dificuldade do gestor estadual em municipalizar suas unidades, de sade; “Mecanismos fracos para o Estado impor seu papel como inter- mediador entre municipios; = Nao implantacio da PP); PAB: procedimentos pouco resolutivos; - Fechamento dos servigos aos ndo municipes, ou seja, ato- ‘mizagao do sistema municipal, pois multos muniipios, ap6s assumirem 3 gesto dos servicos de saiide, criaram meca- nismos para impedir que municipes vizinhos utillzassem seus servicos. 10. NOAS - SUS 2001/2002 Em janeiro de 2001, continuando o proceso de aper- feicoamento do sistema e visando reordenar os cami- rnhos trilhados pelo SUS apés a NOB 96, o Ministério da Satide editou a NOAS, 2 qual adota a estratégia de regio- nalizagao da assisténcia como reorientadora do proceso de descentralizaglo do sistema, promovendo a organi- zagdo de sistemas ou redes funcionais, perpassando as fronteiras municipais, com 0 objetivo de facilitar e garan- tir 0 acesso dos cidaddos & integralidade da assisténcia, além de fomentar comportamentos cooperativos entre 0s gestores. POLITICAS DE SAUDE NO BRASIL Promogde de maior equidade naalocarlo de recursos e no 2cesso da populagdo as ages de saide em todos os nives de atencéo; - Fundamentos da regionalizagdo; + Integracio entre sisternas municipais; «Papel coordenador e mediador do gestor estadual. ‘A- Plano de regionalizacao A principal estratégia da NOAS ¢ a realizacao do plano diretor de regionalizaglo, definindo que compete a0 gestor estadual a sua confecsao. SEE TT Estar em consondncla com o Plano Estadual de Saude; + Ser aprovado na CB e no Conselho Estadual de Saude; ~Garantir acesso aos atendimentos mediante estabelecimento de referénciasintermunicipais; = Direciona os investiment ~ Ter contdas as propostas de referéncias a outros estados; = Possuir compromissosescritos e formals entre gestores visa do a0 cumprimento do pactuado (condo para habiltarse ‘como gestor). B - Estratégia de regionalizacao © plano de regionalizaglo tem, como estratégia, a divi: 80 administrativa do estado em sub-regiées, a saber: EET Regido ou Base territorial de planejamento, que pode mictoreiio compreender 1 Ou mis modus asstencals ul terol com a cpacidade de dar r- solutvidade corespondente 201 nivel dere Médulo _—_ferérela de media complesiade(aboratiro, assstencl_ralgia simples, uitassonogata obstetree, (sub-regiéo —_psicologia, fisloterapia, apes de Odontologia que pode con- especializada, leitos hospitalares), com érea de tertoumaissbrangenca misima 3 ser dtd por cada municipios) —_ estado (tal médulo deve ter um municipio-se- de, que oferte taisatendimentos a seus munic- pes € 20s vizinhos referenciados a ele) Observacto: além dessas microrregies, serdo identificados os ‘municipios-polo do estado, ou seja, aqueles que s6o referéncias ‘para outros municipios em qualquer nivel de atenga (pode ser, concomitantemente, municipio-polo e sede do médulo). C- Qualificagdes das microrregioes Apés a definicao e a habilitago dos médulos, 0 mu- nicipio-sede passa a receber recursos fundo a fundo para atendimento no sé da sua populago, mas também da po- pulagao a ele referenciada. A fim de implantar a estratégia dda ampliacdo da atencdo basica, a NOAS 2001/2002 define que todos os municipios da microrregigo devam ser, no mi- imo, gestores da atengio basica ampliada. 31 Earn) Para a qualificagao da regigo, a proposta deve ser envia- da & CIB, que a encaminha ao Conselho Estadual de Saiide. Se aprovada, val 8 CIT, € esta a envia ao Conselho Nacional de Saiide para homologac3o. 'ANOAS 2001/2002 pressupée, também, que a PPI deva estar implantada no estado. ‘As habllitages devem conter termos de compromisso firmados com o estado por cada municipio-sede, em rela- 80 ao atendimento da populacao referenciada por outros. municipios. E, como nova estratégia de financiamento, ha 1 implantago de um valor per capita nacional correspon- dente a esse conjunto de servigos minimos de média com- plexidade. D - Atengao basica ampliada (PAB-A) ANOAS cria uma nova modalidade de habilitagao para os municfpios, visando ampliar os procedimentos requeri- dos para a atencdo bésica. Portanto, para 0 PAB ampliado (PAB-A), além do previsto no PAB, incluem-se: - Debridamentos, suturas, pequenas queimaduras, res- tauraglo dentéria, teste de gravidez, eletrocardiogra- ma, curativo bota de Unna; - Local para a coleta de exames laboratoriais (© valor do PAB-A passa a ser de R$13,00 (alguns mu- nicipios recebem R$18,00} ~ teto fixo por populacéo. Essa diferenca existe na tentativa de promover maior equidade na alocagdo dos recursos. Para habilitar-se a condiclo de GPAB e receber 0 PAB ampliado, correspondente ao financiamento da aten¢io basica ampliada, o municipio deve ser avaliado pela Secre- tarla Estadual de Sade, pela CIB e pelo Departamento de ‘Atencdo Basica (DAB), da Secretaria de Politicas de Saude, com relago aos seguintes aspectos: = Alimentagio regular dos sistemas de informacdes do SUS; - Desempeniho nos indicadores de atencao basica; - Capacidade de oferecer, com suficiéncia e qualidade, todas as atividades requeridas; Estabelecimento do pacto de atencio bi ano. ica para 0 E - Gesto Plena do Sistema Municipal ‘As condigdes para a GPSM procuram responder aos pro- blemas como 0 isco de atomiza¢ao dos sistemas munici- pais, as dificuldades em garantir o atendimento as referén- cias intermunicipais, as perdas de qualidade e de economia de escala incorridas com a incorporagSo tecnolégica irraci nal, dentre outros. Para habilitar-se como gestor pleno, o municipio deve dispor de uma rede assistencial capaz de ofertar, além do elenco de procedimentos proposto para a atenc3o basica ampliada, um conjunto minimo de servigos de média com- plexidade: 32 GMedcat = Laboratorio de patologia clinica; - Ratiologia simples; - Ultrassonografia obstétrica; + 18 nivel de atendimento a distirbios psicossocais; = Fisioterapia; “= Algumas ag6es de Odontologia especializada; Pequenas cirurgias ambulatoriaisginecol6gicas; -Leites hospitalares em clinicas basicas. Enfim, participar da PPI e assumir 0 atendimento 3 populacao de referéncia (se for o caso), sendo esse pacto consolidado por meio de assinatura do gestor do Termo de Compromisso de Garantia de Acesso. F - Desabilitacao em gestao plena (Os municipios habilitados na GPSM esto passiveis de desabilitag3o quando: ee ee i - No cumprem as responsabilidades de gestores do sistema mu- ricipal de satide na organizagdo e na execucdo das acées de atengio basica; = No cumprem as responsabilidades definidas para 3 GPSM, particularmente aquelas que se referem a * Cumprimento do Termo de Compromisso de Garantia de Acesso; - Disponibilidade do conjunto de servigos de média complexi- dade exizidos; [Atendimento as referéncias intermunicipals resultantes do Plano Diretor de Regionalizacdo (POR) ¢ da PPI; CComando nico da gestdo sobre os prestadores de servigo em seu territério; No cumprimento das metas de coberturavacinal para avalia- ‘lo da atengio basica; “Nao cumprimento dos demais critérios de avaiacS0 da aten- ‘glo basica, para manutenco da condicio de gesto; Irregularidades que comprometam a gestio municipal, iden- tificadas pelo componente estadual e/ou nacional do Sistema Nacional de Aucitoria; = Situago irregular na alimentaco dos bancos de dads nacio- nals, por 2 meses consecutivos ou 3 meses alternados; No firmagao do Pacto de Indicadores da Atengao Basica G - Extingdo da habilitacdo em gestdo basica Segundo a Portaria GM/MS n° 2.023, de23 de seteribro de 2004, 05 municipios eo Distrito Federal passam a ser res- ponséveis pela gestio do sistema municipal de satide na or- ganizacdo e na execucio das agdes de atengio basica, 0 que significa que todos os municipios e o Distrito Federal pas saram a ser responsdveis pela gesto do sistema municipal de sade, independente da habilitacio como gestor, sem prejuizo das competéncias definidas na Lei n® &.080/90. Ela também extingue a condigo de GPAB e GPAB am- pliada conferida 20s municipios que cumpriram os requisi- (Medcal tos da NOB 96 e da NOAS SUS 2002 para habilitagao nessas formas de gestéo. Isso significa que, atualmente, ndo ha mais habilitacao especifica para ser gestor pleno da atencao basica e que todos os municipios brasileiros se constituem ‘como gestores responséveis pela atengao basica. E um novo importante passo para a consolidacao do SUS no pals. Portanto, fica revogada a exigéncia de habilitagdo dos municipios em qualquer condico de gestao para 0 rece- bimento dos recursos do PAB varidvel ou de outros incen- tivos, exceto no caso daqueles que ainda no recebem recursos financeiros fundo a fundo para a atenc3o basica, Nesses municipios, o repasse do PAB é feito as respectivas Secretaria Estaduais, e eles tém prazo de 180 dias para se adaptarem e assumirem a gestdo das aces bisicas, Cabe as Cis dos referidos estados, com base em relatério técnico da Secretaria Estadual de Saude, atestar que os municipios esto aptos a assumir as responsabilidades de gestio do sistema municipal de saide para a execucdo das agdes de atencdo basica. Logo, atualmente sé existe habilitagio de municipios para a condicao de GPSM, A transferéncia dos recursos da parte fixa do PAB, de forma regular e automatica, aos municipios e ao Distrito Fe- deral esté condicionada a alimentagio regular dos bancos de dados nacionais. Esgotado o prazo de 180 dias e apés pa- recer das ClBs dos estados envolvidos e pactuagio nas CITs, (0 Ministério da Sade encaminha ao Ministério Pablico @ rela¢do dos municipios que no assumiram as ages basicas, de satide para as providéncias cabiveis. H - Pacto da atengo basica (O Ministério da Satide definiu mecanismos e instrumen- tos de monitorizagao e avalia¢o dos municipios por meio do Pacto de Indicadores da Aten¢io Bésica, bem como as sanges cabiveis em caso de descumprimento das respec tivas responsabilidades. Portanto, verifica-se que a habilita- ‘go como gestor bésico fol substituida por uma responsabi- lizagdo por meio de metas a serem cumpridas por todos os municipios e 0 Distrito Federal. ‘As secretarias estaduais de sade devem, até o més de margo de cada ano, avaliar © cumprimento ou nfo dos ‘municipios das metas estabelecidas para o ano anterior. As Cis devem, entio, encaminhar para a CIT, até o més de abril de cada ano, a relagdo dos municipios que nao cumpri- ram as metas pactuadas para 0 ano anterior, para definig3o das providencias ou sancies cabivels. Il Pacto pela Satide (2006) Na perspectiva de superar as dificuldades apontadas, 05 gestores do SUS assumem 0 compromisso publico da construcio do Pacto pela Satide 2006, que serd anualmente revisado, com base nos principios constitucionais do SUS, com énfase nas necessidades de sauide da populacdo e que implicard 0 exercicio simultaneo de definigSo de priorida- POLITICAS DE SAUDE NO BRASIL des articuladas e integradas nos 3 componentes: Pacto pela Vida, Pacto em Defesa do SUS e Pacto de Gestéo do SUS. Tais prioridades sdo expressas em objetivos e metas no ‘Termo de Compromisso de Gestio e esto detalhadas no do- cumento Diretrizes Operacionais do Pacto pela Saude 2006. Extingue-se a necessidade de habilitag3o como gestor, sendo substituido pelo Termo de Compromisso de Gestio, a ser assinado por todas as esferas de governo do SUS, em que so explicitadas as atribuigdes de cada ente federativo, A - Pacto pela Vida Constitui-se em um conjunto de compromissos sani- tarios, expresso em objetivos de processos e resultados e derivado da andlise da situagao de satide do pals e das prio- ridades definidas pelos governos federal, estaduais e mu: nicipais. Além disso, consiste em uma ago prioritéria no campo da Saiide, que deverd ser executada com foco em re- sultados e a explicitagao inequivoca dos compromissos or- gamentarios e financeiros para o alcance desses resultados. Prioridades do Pacto pela Vida e seus objetivos para 2006 a) Saude do idoso ere rT eT Cot Promover o envelhecimento ativo e saudével; «Dar atencSo integral eintegrada a satide da pessoa idosa; + Estimular as agOes Intersetorials, visando & integralidade da atengio; - Implantar servigos de aten¢o domicilia; Acolher, preferenciaimente, em unidades de saude, respeitan- doo crtério de risco; - Prover recursos capazes de assegurar qualidade da atenc3o a satide da pessoa idosa; + Fortalecer a partcipacio social; « Formar e educar, permanentemente, profissionais de satide do ‘SUS na drea de saiide da pessoa idose; - Divulgareinformar sobre a Politica Nacional de Sade da Pessoa ‘dosa para profissionais de saude, gestores eususrios do SUS; = Promover coopera¢o nacional e internacional das experién- clas na atengio 8 saiide da pessoa idosa; Apoiar 0 desenvolvimento de estudos e pesquisas. ‘Observasto: pora efeitos desse pacto, seré considerada idosa @ ‘pessoa com 60 anos ou mais Instrumento de cidadania com informagtes nessa} Sere ageeecrentuuteaee faded pessce ossibitando melhor acompanhamento or parte dos profissionals de sade MManeae tisca P22 indusdo de arbes de said, tendo por cee pate cferenciasasdretizes contidas ra Poltica cues Nacional de Sade da Pessoa dasa 33 Implementagao de programa de educacio permanente ra drea do envelhecimento e satide do idoso, voltado para profisionais rrogama de Preamble iz is pte co proce de ae faxes da pce de ashinesto 2 pena esate! ede oo ie uma das estratégias de enfrentamento das Sens lees satan Desenottera dates que en a a ze fe ficar a dispensagao e o acesso da populacso mown a Isto de alto ets got Ange fans por eupe monde tos fended pence aad cm opt av Imaroqic’ _tesdeiovo Moya eA om Ito des mothe de presto Scour: ou on loan ote Aanebodont Sl yar am ee recuperagio de pacientes e os beneficos adi- Cionals para o idada0 eo sistema de sauide b) Controle dos canceres de colo de utero e de mama = Oferecer cobertura de 80% para o exame preventive, conforme protocolo, em 2006; Incentivara crurgia de alta frequéncia téni- ‘a que utliza um instrumental especial para 2 retirada de lesBes ou parte do colo uterino ccomprometidas (como lesées intraepiteliais de alto grau) com menor dano possivel, que pode ser realizada em ambulatério, com pa- gamento diferenciado, em 2006. - Ampllar para 60% a cobertura de mamogra- fia, conforme protocolo; «= Realizar a pungo em 100% dos casos ne~ cessérios, conforme protocolo, cancer de colo de Gtero (Cancer de mama ¢) Redugio das mortalidades infantil e materna Tabela 30 - Objetivos e metas = Reduzit a mortalidade neonatal em 5%, em 2006; Redurir em $0% os dbitos por doenca diar- rela € 20% por pneumonia, ern 2006; = Apoiar a elaboracSo de propostas de inter- vengio para a qualifcacio da atenco as, doencas prevalentes; = Criar comités de vigilancia do Sbito em 80% dos municipios com populacio acima de 80,000 habitantes, em 2006. Mortalidade infanil 34 Medeal ~ Reduait em 5% a rato de mortalidade ma- teama, em 2006; ~ Garant insumos e medicamentos para o tratamento das sindromes.hipertensivas no parto; - Qualificar 0s pontos de distribuicso de san- {gue para que atendam as necessidades das ‘maternidades e outros locas de parto. Mortalidade 4d) Fortalecimento da capacidade de resposta as doen- cas emergentes e endemias (@nfase em dengue, hansenia- se, tuberculose, malaria e influenza) Eee ~ Implantar plano de contingéncia para atencio ‘05 pacientes, elaborado e implantado nos mu- repos prioritarios, em 2006; - Reduzir para menos de 1% a infestaco predial por Aedes aegypti em 30% dos municipios prio- ritios até 2006, Atingit © patamar de eliminago equivalente a ‘menos de 1 caso por 10,000 habitantes em todos (0s municipios riortérios, em 2006. ‘xing, pelo menos, 85% de cura nos casos novos de tuberculose bacilfera diagnosticados a cada ano. Reduzir em 15% a incidéncia parasitéria anual, na regido da Amazénia Legal, em 2006. Implantar plano de contingéncia, unidades-sen- tinela e o Sistema de Informacdo da Vigilancia Epidemiolégica da Gripe (SIVEP-Gripe), em 2006. Dengue Hanseniase Tuberculose Maléria Influenza ) Promosdo da sauide objetive * Elaborar e implementar uma politica de promocdo da sade, de responsabilidade dos 3 gestores; + Enfatizar @ mudanga de comportamento da popu lacdo brasileira, de forma a internalizar a responsa- bilidade individual da prética de atividade fisica re- gular, alimentago adequada e saudavel e combate 20 tabagismo; Articular e promover os diversos programas de pro- moco de atividade fisica ja existentes e apoiar a criagao de outros; Promover medidas concretas pelo habito da ali- mentagao saudével; Elaborar e pactuar a Politica Nacional de Promogo da Saiide, que contemple as especificidades pro- prias dos estados e municipios, devendo iniciar sua implementag3o em 2006. £) Fortalecimento da atengio basica Objetivos: * Assumir a Estratégia de Satide da Familia como prio- ritéria para o fortalecimento da atencio basica, de- vendo seu desenvolvimento considerar as diferen- as locorregionals; Medea + Desenvolver acdes de qualificac3o dos profissionais da atencdo basica, por meio de estratégias de edu- cago permanente e da oferta de cursos de especia- lizagdo e residéncia multiprofissional e em Medicina da Familia; Consolidar e qualificar a Estratégia de Sade da Fa- milia nos pequenos e médios municipios; Ampliar e qualificar a Estratégia de Sade da Familia nos grandes centros urbanos; Garantir a infraestrutura necesséria 20 funciona- mento das Unidades Basicas de Satide, dotando-as de recursos materiais, equipamentos e insumos su- ficientes para 0 conjunto de agdes propostas para esses servicos; Garantir 0 financiamento da atencao basica como responsabilidade das 3 esferas de gestao do SUS; Aprimorar a insercdo dos profissionais da atenc3o basica nas redes locals de saude, por meio de vit culos de trabalho que favorecam o provimento e a {ixagdo dos profissionais; Implantar 0 processo de monitoriza¢o e avalia- 680 da atencdo basica nas 3 esferas de governo, objetivando a qualificagdo da gestdo descentra- lizada; Apoiar diferentes modos de organizagao e fortaleci- mento da atencSo basica que considerem os princi pios da Estratégia de Satide da Familia, respeitando as especificidades locorregion B - Pacto em Defesa do SUS Envolve ages concretas e articuladas pelas 3 Instancias federativas, a fim de reforcar o SUS como politica de Estado mais do que politica de governos e de defender, vigorosa- mente, 0s principios basilares dessa politica piblica, inscri- tos na Constituigao Federal. A concretizagao desse pacto passa por um movimen- to de repolitizac3o da satide, com uma clara estratégia de mobilizac3o social envolvendo 0 conjunto da sociedade brasileira, extrapolando os limites do setor e vinculada a0 proceso de instituico da satide como direito de cidada- nia, tendo o financiamento piblico da sade como um dos pontos centrais. As prioridades so: -Implementar um projeto permanente de mobilizago social com a finalidade de: + Mostrar a satide como direito de cidadania e o SUS como sistema publico universal que garante esses direitos; * Alcancar, em curto prazo, a regulamentaglo da EC 1? 29, pelo Congreso Nacional; * Garantir, em longo prazo, o incremento dos recur- 50s orgamentérios e financeiros para a sade; + Aprovar 0 orgamento do SUS, composto pelos orca~ mentos das 3 esferas de gestdo, explicitando 0 com- promisso de cada uma delas, POLITICAS DE SAUDE NO BRASIL - Elaborar e divulgar a Carta dos Direitos dos Usudrios do Sus. C- Pacto de Gestdo do SUS Estabelece as responsabilidades claras de cada ente fe- derado, diminuindo as competéncias concorrentes e escla- recendo a funcio de cada um, contribuindo, assim, para 0 fortalecimento da gestéo compartithada e solidéria do SUS. Esse pacto parte de uma constatagao indiscutivel: o Bra- sil & um pais continental e com muitas diferengas e iniqui- dades regionais. Mais do que definir diretrizes nacionais, é rnecessdrio avancar na regionalizacdo e na descentralizago do SUS, a partir de uma unidade de principios e de uma diversidade operativa que respeite as singularidades regio- nals, Esse pacto ainda radicaliza a descentralizacao de atribui- Bes do Ministério da Saude para os estados e os muni los, promovendo um choque de descentralizag0, acom- panhado da desburocratizacdo dos processos normativos. Reforca a territorializacao da satide camo base para a orga- nizagio dos sistemas, estruturando as regides sanitérias e instituindo colegiados de gestao regional Além disso, reitera a importancia da participac30 e do controle social com o compromisso de apoio a sua qualifica- 680 e explicita as diretrizes para o sistema de financiamento publico tripartite: busca critérios de alocagdo equitativa dos recursos; reforca os mecanismos de transferéncia fundo a fundo entre gestores; integra em grandes blocos o financia- mento federal; e estabelece relacdes contratuais entre os entes federativos. As prioridades so: Definir, de forma inequivoca, a responsabilidade sani- téria de cada instancia gestora do SUS: federal, esta- dual e municipal, superando o atual processo de ha- bilitacdo; Estabelecer as diretrizes para a gestio do SUS, com Enfase em descentralizac3o; regionalizacao; financia- ‘mento; PPI; regulacdo; participacao e controle social; planejamento; gestdo do trabalho; e educacgo na satide D - Responsabilidades gerais da gestao do SUS ~ Pacto 2006 a) Municipios Todo municipio é responsdvel pela integralidade da atencdo & satide da sua populacdo, exercendo essa res- ponsabilidade de forma solidaria com o estado e a Unigo. E também deve: - Garantir a integralidade das ages de saiide prestadas de forma interdisciplinar, por meio da abordagem inte- gral e continua do individuo no seu contexto familiar, social e do trabalho; englobando atividades de promo- ‘do da sade, prevenc3o de riscos, danos e agravos; agbes de assisténcia, assegurando 0 acesso ao atendi mento e as urgéncias; 35 A Die = Promover a equidade na atencdo & salide, conside- rando as diferencas individuaise de grupos populacio- nals, por meio da adequaco da oferta as necessida- des como principio de justiga social e da ampliagdo do acesso de populagbes em situayo de desigualdade, respeitadas as diversidades locals; - Participar do financiamento tripartite do SUS; - Assurmir a gestdo e executar as agbes de atengio bési- «a, incluindo as agBes de promogBo e protecdo, no seu territério; ‘Assumirintegralmente a geréncia de toda a rede publi ca de servicos de atenco bésica, englobando as uni- dades préprias e as transferidas pelo estado ou pela Unio; -Com 0 apoio dos estados, identificar as necessidades dda populacio do seu territérioe fazer reconhecimento das iniquidades, oportunidades e recursos; = Desenvolver, a partir da identificacdo das necessida des, um processo de planejamento, regulacdo, PPI, monitorizagSo e avaliagdo; - Formular e implementar polticas para reas priorité- rias, conforme definido nas diferentes instincias de pactuagao; - Organizar 0 acesso a servigos de sade resolutivos e de qualidade na atencZo bisica, vibilizando o plane- jamento, a PPI no seu terrtério, explcitando @ res: ponsabilidade, o compromisso e 0 vinculo do servigo «© equipe de satide com a populacio do seu territrio, desenhando a rede de atencio e promovendo a huma nizagSo do atendimento; - Organizar © pactuar 0 acesso a ages e servigos de atenglo especializada a partir das necessidades da atengio basica, configurando a rede de atencSo, por meio dos processos de integracao e articulagio dos servigas de atengSo bésica com os demais niveis do sistema, com base no processo da PPI; - Pactuar e fazer 0 acompanhamento da referéncia da atengio que ocorre fora do seu teritdrio, em coopera- do com o estado, 0 Distrito Federal e com os demas municipios envolvidos no mbito regional e estadual, conforme a PPI; - Garantiressas referéncias de acordo com a PPI, quan- do dispe de servicos de referéncia intermunicipal; - Garantir a estruturafisica necessaria para a realizagdo das ages de atencao basica, conforme as normas téc- nicas vigentes; - Promover a estruturagdo da assist@ncia farmacéutica fe garantir, em conjunto com as demais esferas de go- verno, © acesso da populago aos medicamentos cuja dispensago esteja sob sua responsabilidade, promo: vendo seu uso racional, observadas as normas vigen- tes e as pactuacées estabelecidas; - Assumir a gestlo e a execucdo das ages de vieilncia em salide realizadas no Smbito local, compreendendo as agBes de vigilancias epidemiologica, sanitaria e am- 36 Medea! biental, de acordo com as normas vigentes e as pactu- ages estabelecidas; Elaborar, pactuar e implantar a politica de promocdo da satide, considerando as diretrizes estabelecidas no “mbito nacional b) Estados = Responder, solidariamente com municipios, Distrito Federal e Unio, pela integralidade da atencao a sade da populacao; Participar do financiamento tripartite do SUS; Formular e implementar politicas pare reas priorité- rias, conforme definido nas diferentes instancias de pactuacio; Coordenar, acompanhar e avaliar, no ambito estadual, a implementacio dos Pactos pela Vida e de Gesto e seu Termo de Compromisso; Apoiar, técnica e financeiramente, os municipios, para {que estes assumam integralmente sua responsabilida- de de gestor da atengio 3 satide dos seus municipes; ‘Apoiar, técnica, politica e financelramente, a gestdo da atencSo basica nos municipios, considerando os cenirios epidemiolégicos, as necessidades de sade @ a articulagio regional, fazendo reconhecimento das iniquidades, oportunidades e recursos; Fazer 0 reconhecimento das necessidades da popula ‘So no Ambito estadual e cooperar, técnica e financel- Famente, com os municipios, para que possam fazer 0 mesmo nos seus territérios; - Desenvolver, a partir da identificagao das necessida- des, um processo de planejamento, regulacéo, PPI, monitorizacao e avaliag0; - Coordenar 0 processo de configuragdo do desenho da rede de atengio, nas relagées intermunicipais, com @ participacio dos municipios da regio; Organizar e pactuar com os municipios o processo de referéncia intermunicipal das ages e dos servigos de média e alta complexidade a partir da atengao basica, de acordo com a PPI; - Realizar 0 acompanhamento e a avalia¢do da atencdo basica no ambito do territério estadual; = Apoiar, técnica e financeiramente, os municipios para que garantam a estrutura fisica necesséria para a reali- zagio das agbes de ateng3o basica; Promover a estruturacio da assisténcia farmacéutica € garantir, em conjunto com as demais esferas de go- verno, 0 acesso da populac3o aos medicamentos cuja dispensacdo esteja sob sua responsabilidade, fomen- tando seu uso racional e observando as normas vigen- tes e as pactuagées estabelecidas; - Coordenar e executar as agdes de vigilancia em satide, compreendendo as ages de média e alta complexida- de desta area, de acordo com as normas vigentes e as pactuagdes estabelecidas; Assumir, transitoriamente, quando necessério, a exe- cugdo das acées de vigilancla em sade no municipio, Medcal comprometendo-se a cooperar para que o municipio assuma, no menor prazo possivel, sua responsabili dade; - Executar algumas agdes de vigilincia em sauide, em cardter permanente, mediante acordo bipartite e con- forme normatizagao especfica; Supervisionar as ages de prevengio e controle da vi- gilancia em sade, coordenando as que exigem ago articulada e simultanea entre os municipios; ~ Apoiar, técnica e financeiramente, os municipios para que executem com qualidade as acdes de vigilancia em saiide, compreendendo as acées de viilancias epi- demiolégica, sanitéria e ambiental, de acordo com as normas vigentes e pactuagées estabelecidas; Elaborar, pactuar e implantar a Politica de Promogo da Satide, considerando as diretrizes estabelecidas no Ambito nacional; Coordenar, normatizare gerr os laboratérios de satide publica; ~ Assumir a gestdo e 2 geréncia de unidades publices de hemondcleos/hemocentros e elaborar normas com- plementares para a organizagio e 0 funclonamento dessa rede de servo. €) Distrito Federal - Responder, solidariamente com a Unido, pela integral dade da atencao a sade da populacio; Garantir a integralidade das ages de saude prestadas de forma interdisciplinar, por meio da abordagem inte- gral e continua do individuo no seu contexto familiar, social edo trabalho; englobendo atividades de promo- 680 da saide, prevencao de riscos, danos e agravos; agbes de assisténcia, assegurando 0 acesso ao atendi- mento e as urgéncias; Promover 2 equidade na aten¢ao & sauide, consideran- do as diferencas individuais e de grupos populacionais, por meio da adequacdo da oferta as necessidades ‘como principio de justica social e ampliago do acesso de populagdes em situacdo de desigualdade, respeita- das as diversidades locais; - Participar do financiamento tripartite do SUS; - Coordenar, acompanhare avaliar, no ambito estadual, a implementacdo dos Pactos pela Vida e de Gestlo e seu Termo de Compromisso de Gestdo; - Assumir a gestdo e executar as agbes de atencSo basi- 1, incluindo as agBes de promoséo e proteco, no seu territ6rio; ‘Assumir,ntegralmente, a geréncia de toda a rede pu- blica de servicos de atencdo basica, englobando as uni- dades proprias eas transferidas pela Unis; Garantira estrutura fisica necesséria para a realizago das agdes de atencdo basica, de acordo com as normas ‘técnicas vigentes; Realizar 0 acompanhamento e @ avaliaglo da atengo bésica no ambito do seu territério; POLITICAS DE SAUDE NO BRASIL Identificar as necessidades da populacdo do seu terri- t6rio, fazer reconhecimento de iniquidades, oportuni- dades e recursos; -Desenvolver, a partir da identificagdo das necessida- des, um processo de planejamento, regulacio, PPI, monitorizacdo e avaliagao; Formular e implementar politicas para éreas priorit ras, conforme definido nas instancias de pactuacao; = Organizar 0 acesso a servicos de satide resolutivos & de qualidade na atengao basica, viabllizando 0 plane- jamento, a PPI no seu territério, explicitando a respon- sabilidade, 0 compromisso e o vinculo do servigo e da equige de sauide com a populac3o do seu territério, desenhando a rede de atencdo e promovendo a huma- nizagéo do atendimento; Organizar e pactuar 0 acesso a ages e servigos de atengao especializada a partir das necessidades da atencao basica, configurando a rede de atenco, por meio dos processos de integracdo e articulagao dos servigos de atengao basica com os demais niveis do sistema, com base no processo da PPI; -Pactuar e fazer o acompanhamento da referéncia da atengdo que ocorre fora do seu territério, em coope- ago com os estados envolvidos no ambito regional, conforme a PPI; - Promover a estruturacdo da assisténcia farmacdutica e garantir, em conjunto com a Unio, 0 acesso da popu- lagdo aos medicamentos cuja dispensagio esteja sob sua responsabilidade, fomentando seu uso racional e observando as normas vigentes e as pactuacées esta- belecidas; -Garantir 0 acesso a servigos de referéncia de acordo com a PPI; Elaborar, pactuar e implantar a Politica de Promogio da Saiide, considerando as diretrizes estabelecidas no ‘&mbito nacional; Assumir a gestdo e a execucdo das agdes de vigilancia em satide realizadas no ambito do seu territério, com- preendendo as ages de vigilancias epidemiolégica, sanitéria e ambiental, de acordo com as normas vigen- tes eas pactuagdes estabelecidas; Executar e coordenar as ages de vigilancia em satide, compreendendo as ages de média e alta complexida- de dessa drea, de acordo com as normas vigentes e as pactuagdes estabelecidas; Coordenar, normatizar e gerir 0s laboratérios de sauide publica; ‘Assumir a gestao e a geréncia de unidades publicas de hemonticleos/hemocentros e elaborar normas com- plementares para a organizagao e o funcionamento dessa rede de servico. d) Unio - Responder, solidariamente com os municipios, 0 Dis- trito Federal e 0s estados, pela integralidade da aten- 680 8 satide da populaca0; 37

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