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culo XIX, ahs eemancpa da lwo Niece Se SESE mands tam ofoco das preecupaftes do ntorador Be abandon ovat da histotae pases indapar a peépraspousiades do conheconem Riise. A Aimtris podria enfim produit um conhecimento ape ra mod on rere bina da ta cetiin no sul pasado" a orentagio ra nay a onentapio dthetans @onentylo mart Embor dition todos exes projeos tha em oma recs da Row da sna ea tentatva de dar’ discipina um estaturo cieniico, Jno sé ip XX, os Amal formulario uma nowt abordagem db tempo hstres, permtindo. outa. concepeio sobre o evento ates propia a0 dos homes na Jose Carlos Reis procura anal eas desde, observando o que as separa das filosofias da historia © 0 que as mantém sob seu dominio. A separagao de finitiva vird com os Annales, quando aproximam a hist6ria das ciéncias sociais, tornando-se uma delas. Areas de interesse do volume * bistoria # Filosofia First} José Carlos Reis A HISTORIA ENTRE A FILOSOFIA E A CIENCIA FS) 1s JOse CaRLos Reis ea Cavers erga Mane A HISTORIA, ENTRE A FILOSOFIA E A CIENCIA calgos 3 formar sun ato omnia € 2 3€ legtimar co: ao ascii Amaliaa at idtias de sass elteder alin ssistente semi e knide ‘Rerenc Post evisto| de cali de Sona kao de ate (tote) capa enced Ganka Sa Se a ore cenit = Lap SRR ogsez6 SBN 85.08 05867 5 1996 Toso os diitos sera ‘anors Aika SA ua Baro de gure, 110 — CEP 01507900 Tels PAB a. Teles 27895322 — Cai Postal 9656 ‘Bova — Fa 081) 27-446 ‘Sho Paulo (SP) SUMARIO Introdugio. 5 1. A-escola medica, dita “postivista™ 4 2. 0 historiismo: Aron versus Dilthey 26 3. 0 manssmo. 0 4. 0 programa (paradigms?) dos Annales “face aos eventos" da historia 4 {A interdisciplinaridade: histrla€ ciéncias soci, historiaciéncia social “ Novos objetos: economias, sociedades, civlizagoes. o -Aestrutura da explicagao-compreensio em historia historia problema e/ou historia global? 76 A legitimidade intelectual e social da historia... 7 Bibliogratia 3 h ane rmeard INTRODUGAO Nb sécuio xx, a consciénca histrica emancipou se do Idealism e substtuiu-o pela “coca” e pea “isons” A ‘inca da hist", incipiente,tornou-se 0 cen da oposigio 0 Kelis e uma fora cultural onentadora (cl, Schaaceloach, 1980, Do século XVIN 20 XIX, houvers uma radical modanga de Dersnectiva em relacdo a histor: enqqanta para Kant ale ‘que era cultvado historicamente peraneca na periferia da ver Aadeiraculra, no séeulo XIX. apd a erga de “hist Gent fie", passavarse exatamente 0 contro: 9 culwado historic mente & que era considerado “culo” Péekntiano comtano, 0 séeulo XIX possui um a priort 2 metafisca € una impossblida: de, fora dos fats aprcendides pels sensasio, naa se pode co nieces As flosfias da histéria racionlsis e mecafisicas per dem suas sustenapdes metulsicas e, sem elas, nao significa mais nada. A parte de entlo, so se quis conhecer as lags de ‘cust €efeto, expressas de fonna matematica. Ea isto que cha mavam “conhecimento positvo": “observa os fatos,constata suas relagdes,servirse delas para a eitnca aplicads” (Lefebvre, 1971, p. 3D. Este “espisto postive" antimeafsco, passa predominas ‘entre os histottadores,e inicia-se uma Iuka contra avn filowofa da histria sobre a ciéaca da hitria™ O mead hist rico tomou-se guia € modelo das outs encas humanas. Os hisoradoresadquizem presigio intelectual e social, pos tinham finalmente esruturado Seu conhecimento sobre bases erpiticas Positivas. Aqui se deu o nascimento de ums nowt conscigncia histres: a que enfatiza as eters humans no temp. Em principio, 0 historador mio quer Fundir passadey presence for {uro: histria “clenuica” buscara dferenciar as duas dimen sbes “objtivas do tempo, passado e presemee tenderd 1 io profedzar sobre o futuro. Como conhecimento das "derenean humana ahistraciemtfiea dard Gnfase ao evento inept, ‘singular, individual, com seu valor intrinseeo, Gnico, Em relaclo as histrias mica, teol6gica e Flossfica, que Fugiam do evento, considerado sem sentido se nizo refers 40 arquenipo, a Devs ou 4 Utopia a histcria“ciensiice: pareve sssumiro evento, alo temédo e até cului-lo, Aimeversibiidade Parece no ser ais um problewa, mas uma solugao. O histor 0,0 substancial, otmutvel das filowofes da hse verted vele, porsato, no “centifico’. O objeto da historador 0 boca. lzado € datado, 0 relativo a uma stuagto espago-tenpora, ‘mepetivel, singular: o evento, Esta epoca da cultura histrien ds conseinci da cliferenciagzo das dimensoes temporals — & ‘onsderad a epoca do istoricismo, © histericima, em seu sentido gre, pode ser caracerizado ox ‘mo uma posigio que eorna a Nesta un principio.) exate ‘oTo oposito ao pentaerto a hstrico procs iodine thordagem histériea em todos of ampos de cultura (ger, 1868»: 19, ‘Aépocahistorcsta €, paranto, de opasigto as flosofasra- onalistzs, que consideram a realidad humana determinads or prinepios essenciais,invarantes, Para os hisorcita, no hi um modelo imutvel supremo de ruzio humana, Assim co. so as filosolas da histriatnhamn sido sevolucionériae pots ins slinadas 20 foruro, 0 historicismo @ poerevotuceniti, funda rmentalmente conservador, tradiionalista. A historicieaqio. da historia afirma Sehaddelbach,significow a sua lberacto Se mo. los de desenvolvimento, do progresso © da revel, due ‘ram prescrios pelo desenvolvimento da Razio wchiatrcn ia de que a histnia era mera exerplificacio de formes eras do ser ou de les de eterno retomno fo abanvdonada pelo pre! ee | io da inlvidualidade his, ieuvel a qualquer principio sbsoluo.histrando seri uma cifncia de lelse eastneas poe ‘lo hi modetos suprarhistricos dados a pron que garentam a racionaicice eiteligslidade do processo hisorco eletvo.& Razao se reve 8 histria. A consciéneia historic € fra, lar <4 relativas um momento hisrico — o que teva an eet «Ianto & possblidade de um conhecimento hitonco cbt, vilido par todos. Nio € win principio supra-histico que org ize 0 processo eftivo, mas sim a rips histria que ongantra D pensamento ea ago, os quasexistem em uma “ata ula Iegar © uma data — un evento, © historicismo € reeigio radical ds flosofas ds historia ‘tuminista © hegeiana ejeigdo do sistema, da historia universal, sla Raxio.que governu 0 mundo, do progiesso. As tlagdes ene histone flosofiaseinverem:€a flosfla que se revels histor, {ea que se mos influenciadae subordinada sss cond Ges historcas. A histéria nan x= shmetoria nonPion piers, ‘es a prior € que possuem sua origem na histoncklade «60 Podem ser pensados e explicados historcamente. A rejeicto da subordinagio da historia flosofia se assenta em uma nova att ‘de do historiador — a “positva” — e em uit outa forma de trata 0 seu material — através do método cain de pura das fontes, conhecimento hiscrco no se assenatl mals 20 bre elementos a prior, sers um conheciniemto a posteron. © principio da observacio constil a disincao esscncial ‘entre a abordtigem cienifca da hia ea abordagem floscien, ‘Ao abandonar a ifluéncia da Mlosofia¢ pretender assis uma forma cientifica, 0 conbecimento historico aspire bcbjevida de" A questio que se pe, ento, no ¢4 da universalidade on tologica da historia, amass da possbilidade de se cheyar a luma Universalidade epistemologics, A aiudana € substanal. uestio da universal nso perence mais a0 objeto, mat 80 conhecimento. A historia cietifica quct ser “objetva", it &, {que formular enunciados adequados 20 seu objeto © ue acl vilidos para todo tempo e agar, como ela estimava que faim as cactas naturais ‘Objeidade nko signa imperiled, as unverakeae uma llfisea mpbe-e a todox Pode-reoerecera mesma vals: {de -] aoa reconskuite hiv (Aron, 1938p. 9) Fis a questo histricita Fundamental em todas a8 verses do historicsmo. Amtes, @hista eva tinha um cums racial € a narragio historica pretendia ter aracioalidade do process mesmo. humanidade, sueto universal, tomava consclanca de slaravés da narragio histérica. Nesta epoca histriciss, reali se un esforgo de separacio entre faire Ibisioir e faire de ‘histoire Procura se separar 0 sueto do conhecimento— his terador — do seu obj, visande a “objetvidade’. 0 sujeto se fasta do objeto para vé16 melhor, tal como ele €°. hiss se forna mais empirca e distante de quaisquer a prior especilat vos. Nao se quer fazer como Hegel, igualar 0 presente eterno a mee o conhecimento hiséricocientfico 3 sua relagao com a realudade histvica, a pedis. So tr projetos de histna cent ca interamente diferentes entre s, mas que tém alguns pontos fem comum: a reeusa explicit da flosofia da histor, 2 tenativa de dar um esttuto cieniico 4 hstra,oesforco de cbjetividade ©. yalorizagio do evento, pereebido dferentemente por cada lum. Sta pasiges historias ao setido amo do term, so aque recusam 0 abseluto di razio intemporal € 2 submetem 25 condigbes hiddricas objetvasyTrataremos de ead ums dessas crientagdes, procurando observar 0 que as separa dis flsofias i histria € 0 que as mantém ainda 506 o seu dominio. Depois, rmostrarenios 0 esforco ainda mais radical dos Armas para af lara ison ds flosona e aproxinica das clencias sccm, tot randova uma das cigncias soci A ESCOLA METODICA, DITA “POSITIVISTA” Ay dient prota 2 Host da hii se anion: Hee Hn so, respecte 8 tee ee ‘Sates dsl esos i ec Forma ‘ean, a prado séuo IX q se eseavey a iinahisGren utieantocncentecantaeecohanes te tin era tos secs VT © XV Os represents als Sunes desc marcas peu ten en oa Xen fare © Nice qu creer uma nen cop ‘She aivogafts europea eco 2D Rake pss Svs conmgrde so son XV NVIL Batibo ‘= pinpnets nos Socumentos lomo aie = Cilado baadoe deci rayon eres pts ocedi SS rapes decay dena vats eas sade i pe se upc pels eaurtcns spa lands Gpocs 9 Sve aa hts pee de nt fale ponamtns yt’ pelta enero preci oat inte se imerestava pce “rgabace” de um pov, de i indo, pels pecog ine oe gua hones Fale Em comrade areal ntesayse ee. elmene pt uses do Ean ean ose oa Sees ley prsente omerva quence pov me doa be ieeome97, p20 eae) Plone te craters ues hehe contin pas 9 hurr doves destbas ws faqas equa de que hat. - ria ra a realizagdo, Um “hegelano timido”, que escondia suns posigdes na “objetividade” do método histinieo de exten das Fores, "Ranke vin na hiséra um argumento poderoso contra 2 rmadnsas revolucondris ea favor de un cresclmento gradual dentro de estruuras estabelecidas [1 lggers, 1988 ou 1984, p.i9ersegs). Aisa, para Ranke, rao reino do Espino, que se na festava deforma indivi. Era feta de *indvidualisades", cada uma dotadia de etrutura interna e semido tiniens.Pessoas © gr pos poscuem as qualidades da individualidade, que podem ser apreendidas por meio de métodos hermeneuticos, através de suas manifesuagdes no mundo dos sentdes. A signficagio dos eventos aparece parcialmente no mundo dos sentidos, dai rnecesstade do rigor na analise das fontes. © ustonador deve se concent nos eventos, expressbes dessas individvaldades apreendidas araves das fotes. Para agers, 0 que evi a disso ligto da hiséra em um eonjunto fragmentado ce indvidali es foi profnca crenga em que se “a histria no pod tet 3 ‘nts de a cena Mose eaten erase rexbes interas” (1988, p. 19 et segs). 4 uma ligacdo entre indivialidactes pariculares — 0s in- Uividuos — c individualidades coletvas — mages, epoca: ws hharmonia, wa idividualidade intgral, que nao é asttics, mas tcabalhada por “tendénciss” que Ihe dlo sentido. fungt0 do historiador seria a de recuperaeos events, sae interconextee€ suas tendéncias raves da documentacio fazerdbes a nara va. Estas tendnclas, este trabalho da histéia, podiam ser vistas ro Esti e em ss atvidades —a histor se lmikaria a docu ‘entorescrtorcofciais de eventos politicos, Agu, neta énfane 20 Estado, sujeto hisérico univers, aparece anda, e caramen (e, influéneia das Rlosofias da his. Ranke recut, ms continuava a ser om histortadoeflGsofo, Sa resistencia 2 Mo Sofia dat istora se fundava em alguns principros de metodo Cf Bourdé e Martin, 1983, p. 164-5) (a0 historiador nao € julz do passado, nao deve instule 05 contemporineos, mas apenas dar conta do que realmente 2 sepasiou, (b) no hé nenhuma intesdependéncia eee 0 histolador, suet to da connecimento, € © su objet, Os eventos historicos ppusados. © historiador sena capaz de escapar a todo con iclonamento social cultural, eligioso, filosoico ete. em sa relagio com 0 objeto, procurando a “newralklade” (oa soria — res gestae — existe em si, objetvamente, © se ferece através dos documents; (@) a tarela do historiador consste er seunir um nGmero signi feativo de fates, qve S20 "substincias" dads através dos documentos “puslficados”,restimids sua aurenticidade (€)0 fatos, extraidos dos documentos rigorossmente crkica- ts, deve ser orgsnizados em una seqéncia eronoligies, ths ordem de uma nara’; toda relexzo teorica € nociva, ‘ois inroduz a expeculagio flosética, elementos a priori subjetvistas, ( a histéraciénela pode atingir a objetividade e conhecer a Serdade historia objet, se 0 bunny observer as 1so- rmendagtes anteriores A historia centfica, potart, sera produslda por wm suet to que se neutral enguanto sujeto pars fazer aparecer 0 seu ‘objeto. le evitara a consirugao de hipoeses, procursrd manter peutalidade axiologiea © epitemologica, Sto 6, nfo julgard e into problematizarSo real. Os fatosfalam por sie 0 que pens o historiador a seu respeko ¢ itelevante, Os fats existe objet: mente, eas, brates, e to poderiam ser records ¢ consrut ‘dos, mas sim apantiados em sua integridade, para seating sua werdade objetiva, io ¢, eles deverdo aparecer “ais como sfo" Parsivo, o sueito se dea possuir pelo ev objeto, sem construl- Ioou selecioni-io, & uma conscigacia “recipient”, que recebe 0 ‘objeto exterior em si ou ura consciénia “espelho", que refiete ‘fata tal como ee €, ou, sida, uma conscacia“plstica’, que toma forma dos objetos que se apresentam dante dels, Para lbrer esse resultado, o histriador deve se manterisento, impa= ‘ial, enoctonalmente fo e no se detsar condicionar pelo seu nabientesécio-poltice-cultur Acreditavam os ditos postvistas", parece, que feo era ppossvel. Acredicavam que, s¢ adotasnem wma atitude de distan- Clamento de sen objeto, sem manter relates de interdependin cia, obterium um conhecimento histrico objeto, um reflexo fields aro do passado, puro de oda distorga0subjctiva, Oise ‘oriador, par ces, nara fats realmente acontecides etal coma les se passaram, Os fates “narriveis" era os eventos polices, Adiministativos,ciplomstens, eligiosos, considenidos 0 centro ‘do processo historic, dos qua tds 2S outras aiidades exam rivadas, em seu cariter factual eventos Gnicoseirepetives. O passilo, desvinculado do presente, era 2 “area do historiador Propunham uma histria do pasado pelo pussado, dos eventos politicos pussados, pela curigsdade de saber exatae detalhad tnente como se passaram (Cl. chaff, 1971, p. 107-11). cola histieacienicaslemi era essteate 40 social Tecusava aera socal come funcao legitima do histori dor, Superestimava a eficcia do métode enieo em seu esfrga ‘de obvetividade, que escondia, na verdade, sua idles fossicns sobre a nisiona. Na declaracio de principios, queriam fazer “citncia objetiva na pric, a naraiva historic servia 40 Esp ‘ito universal que se expresseva no Esta, na Religo ena Cul ‘ura A Alemanha Fol 0 primeito centto de enudigto e seriu de smadelo aos outros Na origem da erica histrica,esavam a flologi, a histéria das religioes ea erica biblea. Tas diseiplinaslangaram as bases ‘do método cilico histrico, que examinaré manusestos, tenos, ‘empregando as wenicas daquelas dsciplinas, para chegar& au- fentickdide do documento. primeira publcacao de documen tos pelos alemies fo! em 1824 —0 Monumetae Germanae Hi forica— e, em 1856, cles i tnham sua revista de hiss. Esse “esp positivo’ desenvolveu-se especialmente nos semindcios 4a Universidade de Berlin guess, 1988, p. 19 et Seq), ‘AFranga €0 segundo pais onde ets histisenuda se ins- talou. Desde 1821, a Ecole des Chanes formava arquivists, as ‘que no eram historiadores. Fo: apos 1870, e mas ainda 8 part dle 1876, com a fondagao da Rete Historique, por Cabrel Mo- nod, que 0 desenvelvimento da erudic20 se Jeu a Fraga. O casino univesro tabla eve parkipago essen para a Sugar da bia ci: po meses da epoca — Mo nos Lavi, Seigcbos — bavi eidado a lena een Sivan ra Panga stra cnc slr Na epoca da che fu devas hoorogafis 1 Fangs eno cao ene mse ances extra em ou sg acon Pete orev ‘i feramence,soconcrera tir “posts ht dos arid de 70-4 hts da Prange hala nada, produ por carton que trim simi a neriondade Fancen coo sel ao vencedoeslemtes(t.1985, 4D: (Os posts” fanceses praia bs mesos ences defences por Rare ns acon pro epi fants Se ink exonde Hegel bata da bistro a itor tfc meus face ser una, Nao € 0 Epo que Freshy eso ponoa eos sam doses sao. thins ue ser xa steigrai Sek Sruce evluconis, potest, gravalt, ateevoNcon ‘ims aula pol luetincomtan eu “opto pot <2) bem como ifancingo pelo evasion carwano, Tul no se eta ds tempore sink” de Hegel — un fresete Gur prescr espars © peido — as da tempor “Ee evlate,comulava da evchug gradi lever tear effin do proses Huns. A ago do Eade dos {andes indidooe no pos, come cm Hegel, pacade da aoc Eopio, le sos non se eve caramente ‘is mengtcs. © sd tao seus heres, pat os Uurini>: ths oar io “tbe” o qe faze a 250. tmcnconl onal se rela O tempo dso ate eaten porte, amin progessv, Inca ee Too cm dee sot moral, i rena. Eph Inet cies nego exe seu “indo esc, mas estar press cr as on sts arene mesmo Se ps tSorque ovate adam conf elo MX € tecuaco como Comte past ob doco post, ce iia, uma compreen old tarcha da humana, Sina main a sof de Ni A histor ci fica alemi conta, na Franga, com dots “tras lutores prncipais: 8 Revwe Historique ¢ Os manatee men dologia da hist, dos quais 0 mats reconheuide ¢vituntiog {10 de Ch, Langlois Ch. Seignobos, Inirxduction au toute Distorigues de 1898, Além destes“tadutores”havia tm ae Acentendria Rerwe Historique sings esti em eiculagio, em bora pac das eiasferozes da escola lon avnaes tater ‘ovado, no sem reluncia, sua tina orginal. Cras em 1S forG. Monod G, Fagnie, a Retue Historique patcamcre foot do historia ccatfica na Pang. Pretendia dedicarse a Meany, ‘ds Buropa desde a morte de Théodose (395) é # queda de Ne poled 1 (2815) © Contava com 53 fundaderes, ntsc professors So College de France, da Bcole Prague des Hautes Hues c ck varias facucades de lets, mais anquvistas biblotoches Entre os fundadlres, ds geragbes coerisem: s doe “antiges, com Duduy, Renan, Tain, Fstel de Coulanges, a des orones ‘com Monod, Lavisse, Seignobos.G. Fagnin ef Carboneite Lie, 13, p 135-7). Em principio, a reviss no posulava nenhores ‘eligto, doutrina ou partido, mas em geral publica ance Ses Bowck, Ncbul, Momsen, Savigny, Ranke, Wai, Garvinuse 1: publicagses de documentos alenas esto na base da histo ‘iaticafancesa Bourde e Martin, 1683, p. 1613), A Revue Hisoriquese declaava nevtra,imparcial, devote sde8 cigncia postiva, fechada a cores policaseflsbhcas ha Pritic, defendia a Repobiica, combatiasIgcia Catshea eae, ‘30 de copiar os alemaes, era racionalsta Or -posttvasce™ oe Reowe Historique passararna controlar tas a istuigoes hs ricas rancesss: universidades, arquivos, biblioteca mmuseus, ~“\ ; eruo conidia. Exado fants ave conhacenm om ces 0 fonts tices unadese envio come SEE. ders eres nm, i dsl or de Comments que inresovamn eae sri da Panga © ‘isorografa em vral, A hist6ria 9¢ libeou da literatura € era aarmee ae tne sino a nerd ace, so = Doak ds se Neen eo ale Sasha ¢ oa inn ats date tina cea ean logis fe donee cera en peg de tecos snes un pai acon fader de nes istricos __ " ‘Todavia o formulador-divulgador do método historic 2 "Sen aaa oma dean Seat Cia Nene desman eure Je Bor nin, Ov sees aces conserva > i Fa iniciados, € pretenderam: aa epee ps rine Pte [ileum sansa cance mas eo Srl prt exirscet 9 plo de beh, om : terpenes onde de rio, cr eet Po te re oc rer a Sa densa ca hr, A eens ee m a: ‘pensadores que nao erat historiadores de profissio, save Sone “semelhangas", “leis de desenvolvimento” da humar Eno apes conto contages asta, usps ‘uma desconfianca« priori © que cles pretendiam: srssosu anita conde « of procedmenos {tro eve tint do ances tr ‘oto hemos ber de aad on € poss eo it Imporamber? © cue & um oceania? Como ena ot 0- ‘Comentos com vistas 4 obra historia? Que = 08 fos es re coe como agrupi-los para construic a obra historh re ‘foi abe ome dr denon tres (angos © Sho 1098 ps. ja is Yate mana dino pet que anima 2 pes Hi de entio; a “espinto postivo’, antimetasico, © met ‘6rico, que € detalhadamente exposto, possul trés momentos principais:@) a heunstica, a pesquist dos documentos, sua loca- Haag; (b) as operagies analiticas: as eeticas extern e inkerna (de resituigi, proveniencia © classiicagio, de interpeetacio, sinceridade, exatidio} (as operagoes sinteicas: a constrigto histrica, oagrupamento dos fatos, 2 exposiclo, a escrtahistri- 2. A hstonacootard com um ceno numero de ciéneias aux ses: epigeafia, paleogeafa,diplomatia, Mologi, historia irs, arqueologia,sumismtia, herildica.. Dependendo do ramo da histria emque o historiador se especializa, ele deverd conhecer algumas dessascléncasetéenicas Pode-se qualifiar como trigos do “espinito postiva? dessa obra: © apego ao documento Cpas de document, pas dhit- toire), 0 esforgo obsessivo em separar 0 falbo do vesdadeso; 0 redo de se enganar sobre as fontes, a davis metodics, que smukas vezes Se torn sixemateae impede a interpretaglo; cso do to istrico, que € dado, “bruto™ nos documentos. Este "es- pitta pastvo" foi expresso, na obra, de diversas formas radockamnos pari de certs dos posits (p. 72} subuie, ‘a aprendzagem do stridor 0 estudo dos grandes modelos Sardror eflosdheor palo doz conhecientot postives, v= daderamente ausilires das peaqutas atria, € um grande rogresio de data recente (p. 37): nete dino ego, 0 doce rerio 6 levado a um pono em que se assemela uma ds ope ‘aes Cenefcas peas qua se constitu ura clenca objecva te ‘e trna urn obienagio «pode ser vazado segundo os métodos (as clans posta (p47) sem ruc rao ha scrip. 90) 3 crea postin de enerpremedo[..] (119) hata. para consti como cdma [] (p. 28) a8 formas enlieas da ior (1 (6.283) (© desejo de consiuir a historia sob bases centieas, pos vas, se expressa, portanto, na énfase a0 dado, 30 evento, nO culivoa vida, 2 observacto, a enidigio ena recsa dos mode- los teriiose metafiicos. Ee manual, que formard geragdes de histonadores, exprime com eratidaoo pono de wists da "hist metédlea", que dominou a prxdugio histrica francesa de 1880 TOMS, “espinto postive” Yai se concrtizar na obra de grandes bistorindores como Fustel de Coulanges, Taine, Renan, Serio Fistriudores menos inwalves do que os da escola romantica ‘porém mais segures, mais especialistas do métad esti. Fustel de Coulaages, consklerado primelo dos historiado- tes franceses a realizar uma obra histonca plenamente “ciency (Gf Bhar e Palade, 1965, p. 76 e s0qp2, sustentava que a his ‘ela era“ciéncia pr” eno ane, Dini se seguidor de Descaes sb aerediara no demonstrado e documenta Era um racial tu, clivador da dvds met6dica, Racusava a prevaléncia de prex decessres @autorades sobre os documentos e 0 inétodo rit- a, Sepunds Lefebvre, Fuse de Coulanges & um “pasitvista "pois exclu ds histnia toda especlac3o, toda ietengao pragma tea |. ele nao tem uma flosofia da histo” (1971, p. 217). NAO € postvo" no senido de Comte, pois no fala de leis ds hitria fe ma procura 0 seu sentido — pelo menos, nao explitament. ‘Seu metodo postive nlo excl hipétese, desde que esta sr das fonteshitrica criicamente constatadas. La eb ante, ‘obra mate imporante, siteia uma tes: na origem das crencas religions est 0 culto dos antepassados. £1 relgiio dos montos ‘que engendrou a fara e a propriedade, que constitu 2 Cidade “Antiga, © que inatgurou a “Cidade Nova" ft o Crstinismo, que estrus a eligdo da familia e a Cidade Ania Fustel uma expécie de antMichelet Michele, o hisoriador maior do romantsro,ztsbula © conbecimento istnico 3 inul- ‘Go poetics — era um “iracionalisa”, obeecado pelo deseo de Sota em cantata com os mors, de “essuscitar © passado”, ‘qual consruiu um quadro imaginativo, pstic, intuitvo, rola © vivo. A hiséris “‘metédics" reagid 2 esta histéria ane-intuigo © Fustl sri o exemplo maior deta mudanga, Aqui 0 historador quer mais seguranca e menos ambigio, Quer ver os fatos"€ no 11st propria déia dele, enquanto “aca”, a histéra [Ll onsite, como todas a cide em cons 05 fos ‘alls, em aprocnd-os, em estaelece” rela [.-] 0 e- Thor dos hatorindores& agua que se mantim 9 mals proximo poss! dos teton © que on interpre com» mbar utes, ue 6 excrevees6 pers segundo oes. ‘ko palavras do proprio Fustel (cf, Eade Palmade, 1965, 1.788). Ele & dogmsico, enfim a histira € capaz de atingie 2 verdade ubjeuva. Olhado 2 dstncla, 0 passado pode ser visto com careza, sem medo e sem press hard e Palade (1945, p. 78-9) procurscut snttiar em algunas ideas 0 “espinto positvo” deses histories da eseo- la metédica: mantinham-se na superficie dos evernos histics, ‘uj “profundidade” consideravam incognoscvel,consideravam © fat hiswrico como um dado objetivo, que seria sfclente ex: tear dos documentos ericados e reconatitudos, passive, ohio rlador “fotografia” ou “gravara’ os grandes eventos politicos © sesprezana a5 outtas dimenses do sect, a histria se sola das ‘neias humanas, quer se lve a losoia, mas tomada por de ‘ermirads« priori subjevses nao expicados ioe je diz que uma al earacterizapao da histor “posit- vist", *hstovicizante, *metéaiea" ete. € uma “earicatura’, pols ma hist assim fas exist em pate alguma. AOS a8 Ct cs contundentes da escola dor Annaler, que tansformavam 08 ostvisas em portadoves de wa ani-istria,e as congel vam em um descis20 caricarurl se Fz 0 resgate desses his: toriadoges. Ch. 0. Carbonell, em sim artigo publicado na reists ‘Romanuisme, com o thule “Ulstoke dite posvise en France”, de 1978, quetiona a adie antpoctvista dos Annales Ele ini 2 seu anigo com una intertogigio provocadons teria havido uma escola positvisa na Fanga, na segunda metade do século XIX e principio do séevlo XX? Considerar Fustel de Coulanges, G. Monod, #. Lise, Langs, Seignobos e Taine como post ‘sts sera leit? Bes propos ado seivindicavam este ula em se apresensavam sob ele hipétese de Carbonell mostrase ind mais provocadora do que sua quextao: para ce, x cexrente ‘lz "posiivisa"pés-1876, na Franga, mals exist. Aqueles Ris toriadores nio se baseavam em nenlium flosefo — nem Kant nem Hegel, nem Herder ov mesmo Cone. Erum contra a pes {qua hisérca conduzida por ceias gers, Defendam ut pes «quia desineressada e cieatfies, Combstiam eatlices © mona ‘uistas e por estes eram tachados de liberis, racionalisias, protestantes, mas jamais de posiivias ov coms, A historia positivist verdadeira, segundo Carbonell, sera representada pela olva de Louis Boreas, gue € ura fara isola Us, Discipulo de Comte, embers heterodoxo, sua ober Loire (ot las bstorons, essa critique sur Uistoie considence comme sclence pashive ¢ anterior ¢ coneiia 20 manual de Signs & Langlois. Bordeau visa enunciar uma le ce evolug lea © com tina da humanidade, rejetando toda descontinuidade, rapa, ‘emergéncia. hiséra-céncia entabelecera lis — de ordem. de relacio, de evoluglo — com ar quais 0 hisoridor podesa conhecer 0 passado € prever 0 futuro. Bs, sin, seria uma his ‘ria postivista, comisa. Bordeau se iesta com a falta de lis histricas nos hstriaonesetos "postivieae™ que arava fa ‘os sem um fo condor, Pode-se ainda considerar poskvisus os ditos posvisas? CConelui Carhonel: 0s histoidozesfeanceses do inicio do século Ondo sio posvisas no sentido estnto, comtano, do conceto, podem ser considerados,tulvez, come historiadoees “positives” |o € andiamese em fatos. na experiénca. em nogriee pacar. 1 emem 3 nlo-objetvidade e tendem ao cancreto, evitando a fespeculaclo; tfm uma visio otimista, progresssta da his Haveria convesgéncias parciais com o pastivismo comtiano: combate 20 providenciaismo, 2 metaisia, 3 losofia da hiss, Mas, termina Cartsyell, Seignobos © Langlais io anipodas de Come: a8 les hiséreas so banidas ¢ o verdadeio historiador procura saber como as coisas realmente se passaram, Portnto, para Carbonel, estes hisoriadores fazian wt histra“postiva’ e no “postivista", Mas o que fara a distingao verdadera entre estas dua palavras?O qe quer dizer exatamen te ‘poultvo"?R. Chater e. Reve (1979) oferecert algumas p= tas para uma resposta a esta questao, Para eles, cater posto esta hitoriognfia exaria nos és elementes que a constitetn: G0 seu “modelo de conhecimento objetivo", a8 éncias natu- ‘ais. Querendo redurir a distinca que « separa ds ciéncas raturas, 2 histéna realiza apenas metade do caminho: nas ‘cncas natura, 0 observador tem umn conecimento dito de seu objeto, enquanto 0 historindor x6 tem os vestigios do seu. A operapto da ertiea hiérica consis em fazer pass ‘do vewigo a0 fato em st, poranto, em citar as condigoes de toma relagao eiea ene o historiadr e os eventos. Assim, © hstonador conseguis, ou sssim acreditava,resgata,pelome odo crkica, a8 condigbesIniias do trabalho das citacins rnarais — parava ai, qvando 0 conhecimento “posiivo" thts Ciencias maturais comesa a partir dat da relagao drew, entee observador€ objeto; (hi0 seu “ideal de conbecimenso verdadero” oda objetividade “absolut”, conquistada pela imparcisliade, pela auséncin de puixoes ou de quaisquer a prcr e pela exiragao do fat “emi, contido no rea ohistorador nao const 0 seu st, leo enconira ft nos documentos; sua *heranga"-a erica textual ea nis exgénea de igor, de “iwida, de certera, de verdade, Estes ués elementos, para CChamier € Revel, terlam como resultado umn conhecintento Conskderado ‘posto ma imagem a mais prima possivel aquela que tera dado a observagio direta do fato passado. ‘0 objeto dos “posits, pareve, yale ser com: parado a0 da organizagio de um museo, embora 0 conceifo Fhe muscu, tale. seja mais complexo. No museu, os cjetos de ‘valor hitveo So resgatados, recuperades © expostosavistagio palica, com una ficha com seus dados 20 lado, e o observador post-se dante de uma “cosa que fala por s™, © observador man Son um relagio dea com urn objeto coisa, dfinivamente re Consttido, Assim, também, procedera 0 historiador mero, taraves dos documentos, econstuisa desriivamente, “tl como Se passou" 0 fata do passad, que, uma vex reconstiuido, se oF fafia ua “cosa, uefa ors Ao historiadorndo compet- ‘nao tdbabio da problematago, da consiigo de hipoteses, da reabertu do pasado e da reletura de seus fos. El econstit fro passed minuciosimente, por uma descicao defini. Yea tados dessa mane, os fos hisorics se cornariam verdadeiros Seren, substincia, bjetos que se pode admiar do exteriog, co- pla, conferplar, iat, has jamais desmonta,remonta, aera Feinterpreay, ever, problematza, eabrt, Uma ver “estabele- ‘idoe” os fatos pastados, 2 mio Ser que aparecessem novos “ocumentos que aierassem sua descrgfo,tomando-a mas“ © ddr, eles serum uma “coisa que fala por si Claro que este projcio € impratcivelplenamentee mitentar que ha obs hit Fieas que o relizarim &caricanurar” a prctucdohistéiea“pesiti- Vista Enteano, tal projeto fel uma “ovientagio™ da pesquist histérica que, se nao 0 reali2ou ineiramense, pois mpossivl, deisousse condvzi por seus prncipins eobjetves ‘Quanto as duas primeirasintengdes decaradas, eeigao ‘losofn da histriae busca da objesvidade, a historiografia pose tivsta (alvez Fosse melhor definila como “met6dica", por se polar em superestimar seu ‘método ctco”) fevelou se bem ‘sea penas em parte Seu “spinito postive” s6 pode preve hiro histonados des pengos dos a priori subjevisnos, e seu método critica, embora eicente eenicamente, ea usado pare legtimar os portas de vista, nlo explictados, do histonador. FE quarto a terceia declaracio de incengoes, a da acetagto das eventos ¢ das diferengattemporas? A julgar peas declare es, aparentemente a hisoriografia dia poste deixou para {eke tadas as formas de evasfo da historia €assumis evento, em sia singulardade e arepenblidade. A trnscendencia do preven- te mileo, 0 sbsoluto da f edo Fspiintaberdade parecem ters do defintivamente ablides da prspectiva hisweea, que se quer ‘merguihada na temporalidade “acontecimental”, descontinva, spersiva. Enzetanto, parece-nos esta & forma mais desespers ‘de de aga da hstia, que 6 tensada por tedes os mecios ji conhe- ‘6idose cra un novo meio — odo exforgo de “objetvidade cin tifiea": Mito, f&, utopia e objtividade, todas os meios posiveis pra se recusar a experiencia vvida chs foram uizados. Pierre Nora (1974) parece incur a consradicie maior desta historia cientfica, culteadora do evento, Para ele, 0 que carcte Fiza nesta epoca, a partir do final do seculo XIX, é producio veriginona de eventos: gueri mwindiais, revoluydes, rapide das comunicagdes, penetrco das economiss modenmas nis t+ tlcionais, mobilzagia de massas, imperialism, deseolonizapio Fats circulago intoasa e generalizada da percepeio historia ‘culmina em um everso novo: a produgio veriginosa de eventos ‘Co culo do evento, Nesa fase transbordante de acontecmentos que se nica entre 1870.¢ 1914—, uma geragao de histeriad res constitu uma histra centiica que tem come principio a nfase no evento passado, separado do presente. O evento 56 entra para a histéria se fi morreu". Os positivsts tomam ex- prestado ao seu presente o principal de seus elementos — 0 ‘evento— para dacihe valelade someate em um passado iefen- vo. Di-se 2 recusa do evento presente pelo clto do evento pssido.além de ser passado (o que nio significa que ele sea "morta", peo contro), a itervenpao histodogeafica 0 demi, ccontolt, desvitaiza,subjnterpecta, esquematiza e “arquiva” temse, eno, a lembranga de uma cosa endiurecida, desvializa da, sem qualquer efit explosivo no presente. Afitma Nora: “4 ‘condigio de que o presente, dominado pela trania do event, Fonwe impecida de habwar a hist, era claro que a histeia seria ‘consiida sobre o evento” (1974, p, 221-2, Dos eventos passados,ohisorador tornou-se proprietii € privilégio de sua Fungao doterminas thes lugar, 0 valor, © ne nhum deles entra para a histéria sem 0 seu apoio. O evento pasado € 0 oppsto do evento presente: ese €emesgéncia, nov dade, revelugto, tanstorno;aquele, uma petificaci do vivido ‘Temendo o cariterincontrolivel do evento contemporineo, do geal no sc conhecem as conseqadacas, os ditos postivisias excapavam do evento presente ¢ de seu caster explosivo pelo ‘oko do evento passado, embalsamando-o e “arquivando-o", ‘sgerindo,talver, 0 que propunham se fizesse com os eventos do presente. Assim se consttul a estratégia obyevisia de evasto ‘de hist: o hisoriacdor procure separ de sev objeto, 0 viv ‘dohnimano, istanciando-se, 0 sujet se retira do evento e 0 0b- ‘sera do exterior, como seo evento mo 0 afetsse, como fox se uma ‘cois-ai" sem qualquer relsei0 com 0 seu prOprio vivid, A naregao histonica separa-se do vividoe se refere ele “objetvamene’, arrando-o € descrevendo-o do exterior. Tat se de ume “rucionlizacio” da tensio, da ameaga da dispersdo, imunista Os soviedeos eram os sustentadores desta leiturs de ‘Mane Pars cles, a dialéca marsista nfo nega 2 kia de evolu- ‘so, compreendide corso “desenvolvimento em geral. Haveria tia ligagdo profunda entre evoluglo € revolugdo no processo se desenvolvimento, a evolugio sera constiuida pelos mudan- ‘is quanteativas que engendartam as mudungas qualtativasre- Yolucioniris, a revolugio visio coroar a série de mudangas ‘quantiativas evolutivas. Evolugio e revolucdo formariam a es- trutura do “desenvolvimento” da hstria em diesio 8 sintese ‘qualitative siperior no fan. sta vero evolativa do marxismo 0 consti com umn f- Josofia da his, realizando uma combiaacae das posigies dle hhegelianos, keministas, de Comte e de Darwin. © aspecto hege- liano: 0 real € racional em sua contraditoriedade, nega-se a si mesmo, em busca da emancipagso, 0 sspecto duminista progres Sistas fases a historia humana sdo evolutivas, as superioces fas oulras, em diego 3 sociedad just, livre e comunlaria; o4s- pesto iluinista revoluciondso, a transicio de uma épocs 3 ou- oveonarunaten fap Suaieae Goreme Saeiee eaenrament ees Stange co Se bigeit oeeei nate Srateacnmeremctemrce nfo 6 coniuidae do process histrico que o capa faz eurecer resado de ura madres de formas comancadn por ‘ora conrad fundameraal [J Mas una desconanudade a ‘Seakume mote ds huraricde [](Usfor 1978. p. 197) ‘A anilise que Marx fxz-dos modos de produxio pré-capta lista € lpia eno exige a sua cbservagio empirica a patie da cestnmura do capkalismo, ele pide consutuir teoricamente seu foto, os moder de produgie pré-capitalisias. Assim, laborou ‘ois modelos que se opdem (ao modelo capitals, com trabeae tho ive tocado por dinhetro para reproduzi € valorizat 0 di- rheizo ¢ com separago do trabalho lve as condigdes objetivas ‘de sua realizar (b) 0 modelo pré-captalista em que 0 tabar Ihadr no texeror te, os acon obtvas dose erbalho enio exer comunndsotomeareanc heoten ote era comune Ente mpl tea saosin tots express sey amigo eal on ‘ane os danni ete oman de prsiioconla ey todos de reco pecans no Benois ee a tu ida ene om mods de products pcaccns Mee so esabelecesnertum ils dc um sana A eee efoto conbimdo de aces eras migraine ae, Eco daldades cis A maguo€ meuake to fee "opm spent cs varapies item se ome ans footer vd comnn 4% doe possi de inpetcto dh ob de My an sed lef mo ss exo gem cna en coitiva ocean Co pond cheat se de sna ist que cain cere es dae a supe comnts ope, ptm ec oda Se pr apiten on os de Feo een, 2804 connie, cet ce snc patio eege sus hua “epetcin' do mesa moclocmetnl reac ta ass reas ct se aco sates combine ben esluta rpc a hs ated eco pe capa quan no mods de rode op Ist Nos edo de prooiio prccaptstne seclagie cesta etd sted soto dessa cape, #0 de mvos totes eect nen spec e Indies cargo a rept ¢ x onset do mets tcl din dstnem guemaaie neato ces ‘conten, ea esta esonicoseealpormanene ane — homens igen tere comin, Ponana calaene do ssstcieides pape semen cranes Me Ate cbr ua hss guerre coma is de ds ee tsesaitmente po dexcardhincno dass proline oi ein da vel dsl Geo eonel e deta un mecaniano de atrincen ga, deus hee fund pels epctaoente pesos No modo de producto capalita, evolugio e repeticio também se combinam, mas predomina 0 aspecto evoluivo. O mado de producto capitalist &revoluciondro e, posto, coas- ‘uss uma Tuptura com as soctedades pré-capsalisias, que S20 ‘conservadoras. £ revoluciondria porque sua indisina ex sem: pre insatiseta com seus iltimos indices de produtivadade eten- ‘dea supeti-los de modo veriginoso. Fonte apareceri a "epe tigio" aque No seu ‘medo” desta verigem. confrontados 20 ovo constuntemente, os bungueses nio 0 suportam e dissimu lam a novidade refugiando se nos modelos do passado, deixan dose envolver pelo espa des mors. O presente se taveste de passado, oreal €ocultado pel ideotoga— que € a usa de rreionalidade e universalidade, fuga da partculaidade de um lugar — que petifica 0 real Gf Laurent-Assoun, 1978). Lefort fla, “a hist que se realiza sob o desenvolvimento das for: ‘cas produtivas @ ainda uma histria regida pela repeticao" (978, p. 218. A determinagio natal aparece no espaco sock, a soci ‘dade se torma ua grande esitora mectnica,e a8 relagbes 50. ‘ais si reficadas. No momento em que a continuidage se rom pe, os homens, dante do ined, iaventam um passado que os ‘defenda contra a vertigem que engendra sua propria aco, Mas, mesmo aqui, onde Lefor apontao carter epetitvo do modo de produgio capitalist, pode-se perceber 0 seu cur lado evo tivo na verdade, € ago burguesa que teme sua prGipria vor lugto e se refugia no pasado, ams a clisse profetitia recusa racicalmente o presente € 0 passado, “etia-se ds hiséria”, em diregio ao futuro. A repetigio aparece no medo de prod ‘eapitlita pelo seu lado burgués, pelo rerorno 20 passido, \efendendowse da angistia que suscta ainiciava historic ace- Jemida, que pode levara morte ou 3 daminagio, ata letra anievohucionista rest & obra de Manx tod sua onignaldade enguanto uma das eradorss do nove “ponto {evista da céncia socal Por ela, Marx no pare da dia de um sentido univer dado por antecipagao acs homens. Sua dale ‘ct matenalista nto € weolopica. histor € wma sucessto de processos particulares, que recomecam sempre depos de uma rupture terminam em outa. Nesta perspectva, no em Mark 2 toaidade absolut que se expresearia em totalidades paca ‘como o Espirito hegellano, to havens, em Marx, negacio da negasio", salto qualtativo, simese dilética, continuidade, evo !cloismo, mas ruptua, deseontinuidade entre as etnataras ‘oricas, os modos de prodiue3o. Aqui, Mare tera rompidoradicale mente com as fllosafas dl hist, Enetanto, rests a ambighidade do marxismo: fundador da cidncia sociale continuader das filesoflas da historia emane cipadoras. Enquanto dé prosseguimento 4 grande narrative cemancipadora, sua vivencia da historicidade se aproxima da negatividade do Espicto hegetiano, do progressismo © da “ct se" tuminista, ito &,compreende a histria como ima acele- ‘agi do tempo em dieegio a0 futur live. O presente € const= mido pelo futuro, n30 pel evolugto gradual e paciicn, mas pela “erise permanente” Marx radcalza a perceptio do tempo ‘da mexlernidade, ado pela burguesia que, apos ter tomado 0 axle, passou a recusar 6 futuro que ee tants om ames (8, 4 mesma ameaga que ela fos para a artocraca, Diferente- mente cas estatéaias anteriores de recusa da temporalidade & atiude podtco-inttiva miica, a aitude de puta intuicao da Fe, a atinaderacionalinterpretava, especultiva, das ilosaias a historia, Marx herdaes do lluminismo revoluchonsrio prin. palmente do Idealismo alemo, de Kant e Fiche, # “raz40 pet GH", a “prinis’ 2 intevengio racional, crico-conereta no mun Jo. A “destiniga0 do homem", para usarmos a expressio de chte, € consthirse, reencontat-se, eeconcilia “inelgencia © ‘coraclo" pela apo, pela imervengio “erica”, tedrico pati, ao ‘mune soca sta estratégia de evasto da experiGncia da temporada, {que marxismo adotou, expeessa Um otimismo insuperivel Através da ago esc da realidad social, que adestroie recons ti, os imate sublunares, #rlativade e finde humana po. sderiam encontrar confono, salvagao, paz neste mundo mesmo, ‘futuro. Diante da angystia, do vazio, da excurdio, do horror sda experince vivid, so havera 4 possbilidade de Os homens Yomarem seu destino as prSprise ails. Pela pins, « histrla teria sus shugo na prépria histéea, a wopia resgatariao tempo pasado © presente de infelicdace. e 2 espéeie humana sere ional ese epeseicoaa, superanc a finde dos indiviuos. (© marxismo inspira, pela Sua esuatégia pars solvcionaro drama da temporalidade, confianca e esperanca, A utopia sera uma “ie ade-felz’ humana ¢ histriea, ¢ nda um “cidade de Deus" ou 0 Bspito Absolute, Nao se pode esirnia,ent20, asta enone me repercussio, © seu cater de tempestade sobre a hist, Fricetanto, dante dessa sua esuatégia “humanist, ae questOes {ue se apresentam sio inumeras. A principal nosso ver: € pos ‘vel que a histéia resgate a hiseria? E possivel os homens se recuperarem ainda no tempo, ivendoa experiéncia da finde? (© marxist, claro, est seguro desta possibile e considerria absurdo, “um revocesso” a reporigaa de tal problem Enietan- ‘0, parece-nos, este € 0 problema fundamental, para 0 qual toda resposta deve ser posta com hestaso, com a send dt nua, sempre considerando a passibilidade do emo. Pois # espoeta ogni, “brua’, poe zumentaro nivel de dor da expeniencit Vivida em vez de ilvivla, Antes de propor un saida, ums so lugio, uma resposia que se recuse 4 se rever pode refoncie 8 sides da prisio da historicidade (© mankismno procurou eviar 0 que as efecias soci arto no século XX: separa fave Tsoi de fare de Uhistoire Oe sudo foi a ieologizarao do conhcimento histriea, que 0 ‘manteve ain na dea de influgncia da osofia da historia, Com siderando que seu objeto de andlse & uma sociedade divi ¢ tensa, nio se poderia estucila evitrdo-se esa sus frtura. O historador, pura ser objetivo mesmo, sto &, relative a esta socie= sdade-cbjeto, devera efit sua contradiga © ser pala AO“TO- mar posicio", ele conhecera as az8es de grupo que defende « 4s razdes do grupo que atca; esaria, portant, ineiramente aadequado a0 seu objeto ¢, logo, produsira um conhecimento ‘ebjetivo,embora parcial ef Schaf, 1971p. 305 et segs) O mar smo chega a um enunciad surpreendente:» pacialidade a fa vor da classe evolucionsria comtesponderia & objetividade no ‘conhecimento sociale historic, pois esta classe a fem “it reso" em esconder #5 diviebes da realidade, em ocular © pro «cesso socal, polo contri, tem imeresse em reveli-lo em toda ss contraditoriedade, em seu caritertenso, conf Eta eo logizago do ascurso historic poe seios problemas ao carter “eientifico” da hiséria marsists, que tert se degradado em ds curso legtimador de interessesparculare, dandosnes ua vs lidade universal. Eruetarce, quando exe aspecto WeolOsico fot recanhecido e contolado, 6 mandsma apresentoy en conjunta Le hipckesesgeras, pares e particulars, bem como concetos ‘que levaram, de maneira bastante Fecunds, una “ciencia Go real socal Mas, endo, enquanto“cénca seta”, o manne evade a hiswricidade pelo “conceit”. O aspecto logico, formal, do Puro conceio” se substitu 30 aspectohistéelco, temporal, con ‘reo, na anlise da vociedade- A versao althusserana do mars smo € essencialmenteconceatul, formal, por absindonar © movie mento histérico para tornar-se pura consinigao te6rica. © ‘apialsoo deiea de ser uma realidade vivid e torna-se un sis {ema conceiual Opico. que se poder analiee om, sor quale quer referéncia 40 vvido. Ponanto, © marxismo, em sua ambi lida, osciou entre a evasio da historicidude em direy20 a0 fauro.eaevasto em dregao 20 puro conceto. As sohugoes ine mediris combinaram estas duas estratégias:& deveontinulad= ‘vida fo ransformada em "continuidade”, ou pela Higrco do presente ao futuro ou pela interelagdo nccessita da espero ‘em conjuntosariculados de conceitas (ef. Thompson, 1978). © PROGRAMA (PARADIGMA?) DOS: ANNALES “FACE AOS. EVENTOS” DA HISTORIA Tun, referindo-se 4 estrunura das revolugdes ientifieas — Cujatransposicio & esrutura das transformacces do conhecimento na irea das ciéacias humanas talver poss ‘or feita, ae que permanoce, mn todo cave, polémica — com siderz que 0 termo “paradigm pode ser usido em dois Se dos: 0 socalégico, com 0 sigaicado de um conjunso de ere 2s, valores e técnicas comuns a umm gaupo que pratica um ‘mesmo tipo de conhecimento; eo lostfico, como um elemen- to tolado do conjunto anteroy, isto &, como a8 solugdes com: cetas de enigmas que, emprepadas como modelos e exemplos, legitimam a "eigncla normal” €as “revolugoesciersiica”, Uma comunidade cinta é 0 que define um paradigma no sent do sociolégico: um grupo de ndviduos que praticam uma cer- 12 especilidade clentfica, que uveram wma formagio e usta {niciag2o profisional semetnantes,assimZaram a mesma litera tur tenica, buiveram os mesmos ensinamentos. Una ver is0- Jado um tal grupo particular de especalisias, a questio que se pie € 0 que comparitham seus membros que explicara 4 ple- tude de sua intercomunicagio, que sustentaria seu exerck cio da “interubjctvidade” ¢o resultsdo mais o¥ menos comm de suas pesquisas? A tesposta, segundo Kuhn, devers ser: wm paradigma ou um conjunto de paradigms, 0 sentido Mlosof- <0 do temo. No posficio sua obra, onde ele considera re- percussio da primeira edigio e as contestagdes as suas hpore- ses, ele prefeii responder: uma “mauiz disciplinar, cons da de diversas elementos que formam um todo ¢ funcionam juntos: generalizaghes simbilicas, crengas metaisicas, valores ‘comuns « exernplos (1983, p. 237-84) Coloquemos, entio, esta questio proposta por Kuhn dco: munidade de historiadores que constitu o grupo dos Annales. ‘© que 0s unisia, © que Thes sera comum? Sera um paredigma no sentido flosofico, una mati disciplinar? Teriam ees fete uma “revolucio centifica” no interior do coahecimento hist 0, para ocupar 0 lugar hegeménico que ocupan? Ou seria “erdeiros, ail, “historia normal” pratieada anteriormen- te? Por a questo unidade dos Annales em tomna de “probe rmasaipo e solupbes modelo", em torno de um "slide acordo de base” sobre a pesquisa histérca, & perguntar se eles pos suem prineipiosfeoricos que os constituam em uma escols. As respastas 3 tas indagagoes veriram a0 extrema, desde as mals irmativas, que aditem a exsténca de um paradigma Unico, que se estabeleceu através de uma revolucio ciensifiea, basea dias ma teoris de Kuhn, até as mais negatives, que sostentam ‘nto haver qualquer novidade na hstoriograia francesa desde ‘fem anos atrs. Encontramos alnda porigoes mais complexss, ‘gue véemo surgimento, comos Antales, de virios paradigmas ‘Eno de um somente, em como aafirmag2, comum entze 0s membros mais célebres do grupo, de que nfo exste qualquer paradigma dos Annales, mas sim Um “espito" que os unin. Bo ponto de vista sociolgico, etrctaato,€indiscuive: os An rnales consttvem um paradigma. & possivel, endo, haver um peradigma no sentido socioldgico sem que haj um paradigina ‘no sentido Flosico? "T Stolznovitch (1976 & 0 pancipal aiculador da resposta ras “oumisa”, Ele considera que ene 1946 € 1972, quando os Annales esiveram soba direc io de Braudel, este tera crado Um paradigina reconhecivel e maduro, uma mari dsciplinar auto oma. Considers também que as posigoes conuadérias suse {adas pelos dverses membros do grupo Sto, na verdade, ca plementares entre se formam um conjunto complexo: 0 paradi ima dos drales, clueto original dos fancenes, € 0 “atu funcionalisa. Para Stoianevtch, os Annales, em todas 28 sts irés geragdes teria db os criadores es praticantestalentonos dese paradigata, que ee procuriricoractenza en sua obra, Se undo a forma csiruura-funcionalista de praticar 0 contec mento hitérico, a agao humana deixa de ser “exemplo” pata set funcio" A mudanca nio é vivid como progres, como uma ‘evolugao regular ou continuldade, mas como una nova funeao, aspecio de um proceso de estruturapio, desestruturasao © reer truturagao, A mudi se inere em um ser. Stoianovtch lh ‘gro pensammento dos Annales s dois mitosgregos: Hermes, deus 8 comunicaglo, que representa 0 movimento, © passageio, contin mudanea, e Hestia, que representa um espago oonchi- do, doméstico, estivel. O paradigm dos Annales seria, entio, ‘uma sincese deste plo aspecto da experiencia vida nas cole- jidades humans, uma expesiéncia fia © move, avirguica © interdependent: {LJ 0 paradigms dot Anne consce ma pesca sabre © modo ‘ome foncons @ sistema dado de ura roceence em sat molt pias dimensdes ermporal.espacal. humana, socal, econdmica, ukura, aconezcimoval [..] Far a alae entre parte © odo « ‘io ence anccederce «consequent (| pesquita 3s vara une ‘Bes di comuricagio,inchve» simbslia © neonscinta (tla ovech 1975. 236-7). Esta hipotese de Stoianovie, que ele apresenta de forma s1€ verossimil, sed ecusadha pelo pebpeio Braudel, ao prefaciara ‘obra do proprio Stoianovteh (1976, p. 9-18). Pars Braudel, em primeico lug, 2 construgio teérica do modelo" dos anaes ro se deu entre 1946 1972, mas em: 1929. Eatreanto, prose _ave Braudel, apesar de combaterem a hist tradicional, eve ‘e Bloch ato vera aimpressio de estar cianco wn paradigms, see entende este temo como um sistema de pensamienta go” rosamente aniculado e coneluido, Eles nao term, coments Braudel, neni prazer em usar esse tera € menos ain te. ‘nos como “escola” € "modelo". O que propuuseram fi somente ma “toca de servigos* de hitéria com as ccs soci, Fes 8 toca, para Braudel, er © continuot sendo © alm e mais profundo motor des Armales, propost que constitu wna nove dade radical em 1929. A sequnds geragio dos Armnales,entio, Ino tera neeacentad nada de novo ae projeto da primeira, ape ras 0 tela prosseguido ¢ aprofundado. Em seu "Personal Testi- mony", Braudel serd mals expicto: "Os anal spesar dasa vivicdade, nunca consttvieam uma escola ao sent ext, i (06, um modelo de pensamentofechado em si mesmo” (1972). 0 proprio Braudel, poranto, ecu a hipotese da existe ‘ca de um panidigma, no sentido de Kuhn, para cs Annales Ete Jato encerraria © asuntc? No interior do grupo, es seus cesso- res, embors com hestagdo, utlizam o temo acrescentandorthe comentarios explcavns, Fora de grupo, hi'ox que no falar de paradigia’” mas de uma “flosofa” dos Annales © bisoridor inglés Trevor Roper acredia tee apreendido o “espitito” dos _Annalese estar em condigOes de descrevera sua “flosoi, 0 & 0s principios nomeadores da sua pesquisa [Le] 10 00 fosse venta aptrar 2 Alosofia decal dos Aan, ‘cofzuara was elements. 1) fu terativa ce apreender t {ouldade e 3 ‘washurgo que, nos anos 20, fundou una revista eenfrentou ac cadela univenitina ea rede possante que se constituits hi vin- te anos em torne caguela meama revista © ds cole des Hawes Enid en Sciences Socialed Haveria uma continuidade entre a histéria global” dos fundadores e a “histona écatée™ dos mals recentes? Os defensores do “espirto dos aval’ costumam justticar uma continuidade, apesar da descontinuidade ente as Inés geragbes, pla fidelklade dos mas ao desejo de Febre © Braudel de manter a histéria sempre aberta 3 histra eftiva © 1208 movimenios da hstora da cencia, Em nome deste espirxo, ‘ricterizide por uma sensiblidide a mudanga, pela stvidade desembaracada de definicoes teéricas, false de uma "escola os Annales". Mas — € J. Revel itroduz 2 sua resposta a 90 ‘questio — ele nao acredita em umn paradigm Gnico, gera, dos “Anmiaies lambem nao descana a enstencia 06Se eSPIIO, O historiador sugere a exisencia de uma série de paradigmas part culates que se scederam sem se elimina, para ele, 0 que cartc- ‘erizara a continuidade ea wnidade don Armales, sem os const jem uma “escol, seria a manutencao dh proposigio cental (0s funcadores pelos membros atuais do grupo: reat a histria ‘ese irolamento © aproxim la cas outras cBacias socials. Es ‘quanto astociada 3s cgneias soca, a historia tena se dotado de varios parsdigmas, pos as céncias socials 40 mGkipla, apesir Se ter em comumn 4 ~objesvagio do social” As alingas com a8 ‘léncas socials, nas tes geragoes, foram diferentes, sem que a fassociagbes anteriores forsem desfeits quando da eriagio de [uma nova. Assim os Annales, ets 20 espinto dos Fundadores, -eriam seguido sua orentagio inaugural ¢,associando-e 3s ‘ersascléncias socials ao longo de sua historia, teriam adotado ‘varios paradignas, ‘ornando mais complexas sas relagdes Com os fundadoees. Ha mbm os que contestam io s6 a exinca de um pa- radigia dos Anraaes como também qualquer alteragdo no pan0- rama da cénclahistorca com sus chegada, Jean Glenisson terroga eeesponde- Pde. far, como alguns de uma transformacio radical ma con- capeio aval ch stra! Quanto & Fang, made ot parece mee rot hailed, ,taver, 20 contro, um dor tapos mat cae terircos de nos Nstorograta ecto sea sn conrad, pera des apardndas — a wangUllade de sua evolugio desde com anos (1965, px), Esta formulacio de Glénisson € importante, pois obniga a cexclarccer a relagao entre a discussio de um possivel paradigm dos Annalese a maneina como exe paradigna tera se esabele cdo como dominante, Ligada 3 questio da existncia de um pa- radigma nos Armales sé una ours: os Annales teriam feito uma revolugio no conhecimentohistrico ov s40“hesdeeos" apesar do seu combate? A hipotese que sustentaramos seria a de que fs Annales, se nie fzeram uma *revologio cenifica, no sent- do de Kho, exguramente reliraram uma -mdangs shar ‘al? no conbecimento histoco, A “histoiogrtia normal’, do- Ininaate no inicio do século XX, nfo comespondia mais 2 realidade histérica que aparceia, Havin ura distncla excessiva ‘ire histrla efetiva e contiecimento hisorico, o que produzia ‘uma "crise" do conhecimenta histrico. Novos preblemas se im- puseram, enflo, pesquisa, ¢ as maneiras“normais" de formu- lureniginas e solucloné-los falharam duplamente- (a) nko se era capa de formular estes problemas-enigoras b) quando se con- sequla fazé-lo, os hibitos, os valores € 0s instrumentos “nor- ‘mais” no sablam solucions-los. Fundamentalment, a concep: ‘lo da tempo histérico da histéea normal da época nao ert fdequada sos desfios pasos pela historia efetva ec esavaulia- paiszads pelo proprio desenvolvimento do conhecizmenio da £0: cidade, marcado pelo recente aparccimento das citncias $o- ‘ais. © tempo histonco da historiografia uadicional sinda ‘estava sob a infiuéncia de uma cena flosofia, mesmo quando pretendia er cientiico, e ignoriva o evento intelectual da pas- sagem do século perspectva das cidneas socials.

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