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Paul Robin A educayan integral l A idéia de éducagio integral s6 h4 pouco tempo alcangou a sua com- pleta maturidade, Rabelais, penso cu, é 0 primeiro autor a dizer algo sobre ela; com efeito, lemos em suas obras que Ponocrates ensinava a seu aluno as ciéneias naturais, a matemética, fazia-o praticar todos os exercicios corporais € aproveitava os dias de tempo chuvoso “para fazé-lo visitar as oficinas e se por a trabalhar”. Porém, esta concepgio requer um desenvolvimento € que seja aplicada a todos os homens. A este respeito resta ainda muito a dizer, inclusive mais tarde 0 Emflio, em que o autor consagra todas as faculdades de am homem para educar a um s6, num meio preparado artificialmente para este tinico objetivo, A idéia modema nasceu do sentimento profundo de igualdade e do dli- reito que cada homem tem, quaisquer que sejam as circunstncias do seu nascimento, de desenvolver, da forma mais completa possfvel, todas as fa- culdades fisicas e intelectuais. Estas tiltimas palavras definem a Educagio Integral. ‘Muitas pessoas sinceras se espantam diante de semelhante sonho © custa-lhes despreender-se das idéias comuns sobre o ensino primfrio, secun- Gério ou superior. De que serve a um jornaleiro, dizem, conhecer as especti- lagées cientificas, as belas artes, as obras-primas da literatura? Longe de Ihe ser Util, esta ciéneia 0 fard abandonar o seu humilde, porém necessério tra- batho; ele vai querer assumir uma profisso menos cansativa e, se a miséria 0 mantiver preso A oficina, A terra ou & mina, ele vai se considerar mais des~ gragado que © seu vizinho, completamente analfabeto. Todo dia se apresen= tam ocasides mais ou menos perfeitas que confirmam esta observagio. Antes de tudo, é importante rechacar esta objeco. ‘Todo homem deve ser considerado sob dois pontos de vista: como ser isolado, independente, completo por si s6, © como membro da coletividade. Nenhuma destas dis Imaneiras de considerélo pode ser sacrificada pela outra. Como ser distinto © completo, cle tem dircito 20 desenvolvimento total das suas faculdades; co- no membro da coletividade, ele deve contribuir com a sua parte de trabalho fintegro e necessfrio. Se este trabalho se distribui segundo a justiga entre to- dos os homens; se as necessidades extravagantes de alguns deles nao alteram profundamente o equilibrio entre 0 consumo ¢ a producto; se os instrumen- tos criados pela indistria moderna esto, como convém, & disposigao do tra- balhador; enfim, se o trabalho 6 racionalmente organizado e se o$ produtos dorivados dele sio distribuidos de forma equitativa, a parte de trabalho exi- sida de cada um se reduziré consideravelmente, eo tempo de écio serf muito Esta esperanga nfo ser uma quimera se levarmos em conta 0 grande indimero de pessoas que consome mais do que produz, aqueles que consomem sem produzir, sobretudo os trabalhadores negativos que consomem muito & destroem ainda mais. Na nossa nova distribuig2o, quem recebeu a pior parte teria muitas horas destinadas ao descanso e aos nobres prazeres, que cont ‘buem & melhoria intelectual. Ademais, haveria 0 fato de que, como compen- sagio das ocupagées materialmente duras € cansativas, estas horas dariam inteira liberdade 0 pensamento. Quantos operirios da pena, considerados privilegiados pelo trabalhador bragal, trocariam com alegria a sua tarefa, que 6 tida como to agradével, por um trabalho materialmente mais duro, porém menos absorvente! Durante 0 perfode de transigfo, a objegso & qual contestamos persist, mas longe de ter conseqliéncia, nfo temos outro remédio senéo aplaudir a saudvel excitagio que a cultura intelectual daré a0. trabalhador bracal. Compreender, com efeito, que nao basta esforcar-se em deixar o seu traba- Ino e ir busear em outro Tugar a felicldade a que julgu ter ditcito, ums sin que, como sua funglo deve so realizar, € necessirio modificar a organizagso social de tal modo que ele possa ser feliz onde estiver. Em suma, ele nfo tentaré gozar de um novo privilégio, mas simplesmente obter para sie para ‘05 outros 0 que Ihes € devido por justiga Por conseguinte, em nome da justica, queremos para todos uma educa lo completa, integral. S6 aqueles que partem do velho princfpio teolégico podem classificar os homens em duas castas: os que trabalham © 08 que se divertem, os que obedecem e os que mandam. A justiga nfo pode legitimar a desigualdade. Outra consideragio demonstra a utilidade social da generalizagao da educagio integral, Os homens furdamentam suas opinides naquilo que aprenderam, Nio existe nada tio diverso quanto os conhecimentos das pes- sons. Se se deixa de lado a pretensa uniformidade do regime universittio, 20 ual, por outro tado, se submetew uma pequentssima minoria, nfo nos restam seni especialistas. Daf as opinides mais dispares sobre todas as coisas, en- tre todos os que raciocinam; dat os preconceitos ou a indiferenga da maioria sobre tum grande mimero de problemas. Esta diversidade, que s6 tem peque- ‘nos inconvenientes quanto aos problemas de detalhe, € bastante lamentével 1o tocante aos problemas fundamentais. Se a educagiio de cada homem tivesse por base no uma porgio restita dos conhecimentos humanos, mas a sua totalidade, verfamos desaparecer as funestas divergéncias sobre os grandes problemas de prinefpio, que atrasam ‘de forma consider4vel o progresso da humanidade. Pois bem, caminhamos para a realizago deste belo sonho. Enquanto aqueles que hé séculos impdem o seu dominio aos povos com a falsa pro- ‘essa de fazé-los felizes, brigam, lutam, As custas de seus stiditos ¢ inclusive desfrutamn as expensas do seu bolso, 2 minoria inteligente dos trabalhadores, ‘otalmente desiludida, entende-se, organiza-se e reverte ativamente a cor- rente de decadéncia em que os déspotas precipitam a humanidade. 14 quase cinco anos, deixando de lado a idéia retrégrada de nacionalidade, proletérios de todos os patses vém-se unindo em Associago Internacional, Por sua extensio, esta escapa aos caprichos dos soberanos. Se num pais, um poder receoso, ou clarividente, persegue os seus membros, nfo po- de impedir a associagao de progredir muito mais rapidamente em outras par- tes e também os oprimidos do pats de estarem bem com os emancipados das ‘comarcas vizinhas. Por suas tendéncias cientificas positivas, por sua investigacfo ativa ¢ honesta da verdade ¢ da justica, a Associagio Internacional deve ser © meio onde estas devem se apresentar em toda a sua expansio e esclarecer com a sua luz a ciéncia mais dificil, inclusive no perfodo critica, a ciéncia social, Se se vulgarizarem estas nog6es, a Associagéo aumentaré © seu poder, até 0 dia em que nio tenha mais senfio querer, para estabelecer, quase sem condi des, a orem social fundada na ciéncia, ao qual aspira ardentemente todo coragio apaixonado pela justica. ‘Neste momento a educacio integral estaré j4 completamente organiza= da, mas enquanto isto qualquer tentativa séria nesse sentido é 0 meio de al- ccangar mais rapidamente 0 objetivo desejado. [No Congresso de Lausanne (1867), a Associagio Internacional de Tra balhadores incluiu entre os seus temas 0 da educacio integral. No Congreso de Bruxelas (1868) foram apresentados estudos muito importantes sobre este tema, em forma de comunicagées. Nao houve tempo para uma discussie pro- funda, 0 que seré feito no préximo congresso de Bale. Isto nos permite espe~ rar que, dentro de poucos anos, esta idéia poder’ ser posta em prética com muita seriedade, Durante quinze anos meditamos sobre este tema em condigdes bem fax voraveis. Esforcamo-nos para adquirir, dentro dos limites de nossas possibi lidades, esta educagao integral que deve ser gencralizada; estudamos os e5- ctitores que falaram dela, procuramos informar-nos sobre as novas tentati vas, com maior ou menor éxito, relativas & educagio particular ¢ & educacio coletiva; muitas discusses com pensadores honestos nos ajudaram a consi= derar © problema sob suas diversas facetas. Sem a pretensio de dizer que somos a ditima palavra da ciéncia da educacao, acteditamos poder estabele- i, de maneira dtil, a sua sfntese, I No plano de educagdo integral 6 necessario estabelecer varias divisdes cujos limites, sem diivida, ndo so absolutos, mas cémodos para uma exposi- ‘gio metédica. Na primeira inflincia, a educago se dirige, em principio, exclusiva- mente ao ser isolado. A crianca deixa logo de ser s6 consumidor, mas pode ©, conseqiientemente, deve, tomar-se produter; a partir deste momento a educagio aplica-se também ao érgGo da coletividade. Esta parte da educagio umenta sem parar a suia importincia até a idade em que o homem adulto de- ve, por seu trabalho, bastar-se a si mesmo e suportar as cargas que @ familia a Sociedade Ihe impaem. Creio necessério prevenir 0 leitor para que ndo faga um jufzo prematu- ro da minha expresso: pode e deve tomar-se produtor. Diante do aniquila- mento da infancia por causa da indtistria, 0 sentimento modemo protesta contra o trabalho das criangas; o desenvolvimento que fazemos a seguir vai demonstrar até que ponto a minha idgia se afasta do abuso detestado. Por conseguinte, a primeira divisio que se deve estabelecer na educa {Gao integral se resume em duas palavras: 0 saber e o fazer. Por outro lado, consideremos como podem entrar no eérebro da erianga 8 primeiros conhecimentos. Sua curiosidade & insacifvel, seu poder de as- similagio, ilimitado; mas, apesar de procurar informagao sobre todas as coi- sas, ela € incapaz de ater-se a uma tinica ordem de idéias e segui-la em seu desenvolvimento. Se, conforme esta observagio, quisermos acompanhar a natureza, ajudé-la e néio nos opormos a ela, entorpecendo-a, substituindo preconceitos como faziam os pedagogos autoritérios imbufdes de teologia de metafisica, teremos que reconhecer que a primeira fase da cducagao & in (ciramente espontinea ¢ que © actimulo de conhecimentos se faz completa- mente ao acaso, Quando os fatos adquiridos s4o bem numerosos, a crianga sente neces sidade de recomegar e de completar 0 seu estudo na ordem racional. E neste ADLCACAA tLmcer rere ‘a momento que nos parece justo estabelecer com Comte, por volta dos doze anos, 0 comes do ensino dogmético. No entanto, a6 mesmo tempo em que la retorna as ciéncias mais simples na nova ordem, continuaré adquirindo ainda, espontaneamente, nogées relativas as ciéncias superiores na ordem hierérquica, porém apoiando-se em bases mais sélidas, ¢ preparando-se, cada vez melhor, para a sua revisio sistemstica. Em resumo, nova divisio da educagio em perfodo espontaneo ¢ perfo~ do dogmitico. 'Na primeira devers situar-se, em primeiro lugar, a educagio de sentido passivo e dos érgios ativos e 0 exerefcio das fungées intelectunis. A neces- sidade de tornar a vida comum agradével e, sem didvida também, certa bon- dade natural, apesar do que se diz, nas criangas, provocardo 0 mais répido possfvel o interedmbio miituo dos servigos, daro uma primeira idéia prética do dever; assim se constituiré a base prética da moral. ‘Af se encontra com facilidade a transigfio para a aprendizagem dos tra- balhos utcis A coletividade, que deverd conservar o mesmo carfter de es- pontancidade que nas outras partes da educaco inictal. © desejo de realizar certos trabalhos juntar-se-6 & curiosidade natural da crianga para estimulé-la a adquirir nogGes positivas de todas as coisas. Deveinos procurar a maneira de favorecer sempre esta curiosidade © dirigi-la somente em poucos casos, facilitando a satisfaga0 mediante a organizagio do trabalho coletivo, que prepara o espftito para compreender, ao mestio tempo, 1s detalhes € conjunto. ‘Até aqui, durante a primeira parte de sua vida, a crianga esteve sempre centregue 3s pessoas mais ignorantes e mais cheias de preconceitos. Grande mero de trabalhos que tém enchido as livrarias no siio mais do que 0 re- lato ligubre das torturas que sem escrdpulos se infligiu a intetigéncias jo- vens. Hé que se fazer quase tudo de novo, desprezando todas as metaffsicas ¢ baseandlo-se sem reservas no principio da liberdade da erianga. ‘Mas uma vez que a crianga niio gozou ainda na educagio comum desta liberdade a que tem direito, que essa liberdade munca se apresentou em con- digdes perfeitas & observacéo de um educador sem preconceitos, que este nunca péde observé-la nem experimenté-la sendo em pessoas mais ou menos modificadas por um meio anticientffico, convém usar de muita prudéncia pa- ta falar dos detalhes da educagio. A arte do educador consiste, uma vez, bem compreendidos os principias, em interpretar com tato a aplicagio, observan~ do as diferentes circunstincias. Por conseguinte, s6 indicarcmos, com relagio & parte que o diretor de- ve tomar na aquisigao espontinea das nogées, projetos racionais de expe rigncias. Diremos o que achamos itil segundo observagdes incompletas sem ‘nos preocuparmos, de antemfo, com modificagées de detalhes que a pritica poderé aerescentar a nossos preceitos. Nao devemos somente passar aqui em revista aquilo que se relaciona ‘com as ciéncias abstratas, mas também com as ciéncias aplicadas, com cultura material das belas artes e com o desenvolvimento do sentimento ar {tetico, com a arte de pensar e de comunicar pensamento, com o estudo ini cial das I{nguas e com a utilidade que as inteligéncias jovens podem ver em tudo isto. ‘A tarefa 6 mais facil para o ensino dogmético, pelo menos no princfpio. Os especialistas em matemitica, astronomia, fisica, quimica, todos esto per- {eitamente impregnados das doutrinas de filosofia positiva, quer queiram, quer nfo, Os que tentarem fugir funesta tirania dos programas oficiais nos dario, sem esforco, excelentes trabalhos sobre a eincia, e contamos entre eles com um bom mimero de professores experientes que poderio servir de modelo aos educadores. (Os bidlogos estio longe de se emanciparem; as obras de grande parte deles ndo se desprenderam ainda do absoluto, das eausas primeiras, das cau- sas finals. Mas na idade em que os alunos comecam 0 estuda dogmético da biologia, eles se encontram de tal forma preparados para a primeira educagio ‘que estas idéias antiquadas ndo podem influir neles de maneira tao funesta, As melhores inteligéncias nfo estio de acordo sobre as bases positivas da sociologia. Se alguns destes prinefpios chegaram a ser quase indiscutf- veis, existem outros sobre os quais as opiniGes me parecem tio temeririas, como se fossem teorias quimicas de duzentas anos atrés, caso algum metaft sico com talento as*tivesse imaginado, Ademais, apesar do sentimento que possam ter os partidétios convencidos de uma opinifo, existirio certamente entre 08 alunos socidlogos notiveis divergéncias. Observemos que, feliz~ mente, serfio menores entre jovens sem preconceitos e com bom prepare cientifico, 0 que no acontece hoje em dia com os homens que chegaram por caminhos diferentes a formar seus juizos. Partindo dos mesmos principios positives, cles sexu mais Capazes do que Os seus antecessores de se entende= rem definitivamente, segundo a justiga e a verdade, com conseqiéncias ainda obscuras para nés. Durante 0 mesmo perfodo se dario $6 nogées sobre a aplicagio das cigncias abstratas &s concretas, tais como meteorologia, geologia, medicina, etc. E claro que ninguém pensa em dar a todos a ciéncia universal e os de~ talhes serdo reservados aos especialistas. (© aluno deverd reservar certo ntimero de horas a0 conhecimento pro- fundo de um pequeno niimero de profissées e eseolher 0 tipo de trabalho 10 qual dedicaré a sua existéncia. Este seré o fim racional da aprendizagem, Depois de haver tratado assim 0 problema geral da educago, convém se ocupar de problemas secundirios. Citaremos alguns. Seria conveniente dar a educagio integral nos mesmos locais para os dois sexos? Os alunos dos estabelecimentos de educagio integral seriam ne~ cessariamente internos ou externos ou poderiam ser facultativamente exter- nos ou internos? Quem se ocupatia dos detalhes da direcéo ou, se se quiser, da parte da vigildncia que compete a pessoas mais velhas? Pode-se esperar que 0 estabelecimento de educagao integral chegue a cobrir seus gastos me- diante a venda do supérfluo dos seus produtos? Em todos os casos, pelo me- nos durante o perfodo de formagtio, seria bom indicar um plano financeiro que permitisse observar 0 principio igualitirio? Quais seriam as relagbes da instituicaio de educagio integral com o ensino superior das ci€ncias conere- tas, tais como medicina, talento ¢ belas artes? © adulto encontraré meios pa- ra continuar cultivando os ramos de sua preferéncia, mesino depois do perfo~ do de formacio propriamente dito, no estabelecimento em que se formou? Este ¢ 0 plano de conjunto do nosso trabalho. 0 Exercfcio dos Grgios dos sentidos, sem auxiliar A crianga adquire a primeira nog&o dos fendmenos exteriores através. dos sentidos: por conseguinte, a educacio racional deveré comegar por eles; seu emprego metédico constitui o primeiro modo de exploragio cientifica: a observacio. Sobre este ponto, o fim que se pretende alcangar € triplo: percepgio das sensacées fracas, distingo répida e exata das sensagées diferentes, e fie nalmente, tanto quanto possfvel, medida destas sensagbes. ‘Os sentidos deverdo ser exercitados sem auxiliares, ou providos das. aajudas que a ciéncia proporciona e cujo dom{nio estendem de forma not6ria nas ts direg6es indicadas. amos alguns detalhes que a inteligéncia daguele que pratica comple~ tard, Quanto ao que se refere a0 olho, citemos: visto correta de perto, de longe, distingdo precisas das formas, das cores; apreciagio, na décima parte aproximadamente, das longitudes relativas em diversas posig&es; visio répi- da; descoberta dos objetos pouco visfveis, entre muitos outros. ‘Mil jogos, que um diretor filésofo conheceré ou inventaré sem dificul- dade, que faré ainda melhor se os meninos inventarem por si s6, os conduzi- rio de maneira agradével ao fim desejado. Ao lado de infantilidades, que niio podemos descrever aqui, mas que no deixaremos de lado, dar-se-40 exerc{cios mais titeis ¢ também divertidos; primeiras nogoes de leitura, estu- do muito diffeil do qual nos ocuparemos de forma especial, e busca dos ob~ Jetos de hist6ria natural. Para 0s outros sentidas nfo temos mais que repetir 0 que dissemos para © olho, levando em conta que a exatidao méxima para este Srgio diminui gradativamente nos outro: © jogos variados continua sendo nossos meios de ago. Quantos re= cursos nos oferecerio a acumulagio, a percussio! Por este caminho & fil no fienr durante muito tenypo no puro infantilismo. Outro excelente exeref- cio de ouvido: a crianca aprende a falar diferentes idiomas simplesmente pela prética. Em que idade conviria aplicar este sistema sepuido com tanto sucesso nas famfins aristocréticas? Deixaremos este problema parm © mo. ‘mento em que falammos das faculdades inelectuas, Devomos aerescentat por Skimo a leitura musical no nico sisteina exatamente Togico que por tua zrande simplicidade e pela auséncia rigorosa de excecho & partcularmente propria da natureza da. criange, © método Galin Pars-Chevé. Exercitarse ouvind uma 36 pessoa em meio a mnitasoutras que falam a0 mesino tempo € um exerecio adequado para desenvolver a agudeza do ouvido, Penso, ¢ a experigncia jf 0 demonstra de cexto modo, que muitos conseguirao ouvir € também compreender dois ov tes discursos ao mesmo tempo. E evident, no entanto, que seria bom nio abusar deste timo exercici, porguc ele podria Prejudicar a faculdade, j ram nas eriangas, de prestaratenga0 com constan- "_Pode-se repetir 0 mesmo com ligeiras variantes para o tao: dstingio delicada das formas das superiicies e, como aplicagao, reconhecimente, a partir destesindicios, de compos jé conhecidos, procura de objetos no excuro, leitura de caracteres em relevo com as diferentes partes do corpo, Se em wer de fazer um estudo de conjunto sobre a educagao, flzenmos uum manual de exercfcios para uso das criangas menores, podereioyy sem salt do excrefcio dos trés primeires érgios dos sentidos, eneher jum pequeno volume, Deixaremos isto para os peri6dicos de edueacio primdria quando fo. rem positivist. © que dissemos ¢ suficiente, penso eu, para demonstra qe se pode ocupar de forma bem wil as criangas pequenas, ao invés de tare Ins, durante véris horas por dia, numa imobilidade irritante, aeentuando as- sim o habito da presuica. Os scatides do gosto € do olfato terdo também a sua parte de exeret cos arenas eles 9 mesmo enanento, preciso sifeenes Jones andogos os levario ao objetivo. m Emprego dos auxiliares dos sentides (Os auxiliares dos sentidos aumentam a extensio do seu dominio, so- bretdo quanto as medidas numéricas. Seu emprego faz aparecer na crianca Primeira necessidade da matemética, Veremos no estudo do ensino destas eleneias que proveito se pode tirar desta circunstincia, Citemos alguns dos auxiliares mais conhecidos cujo manejo se tomnard Para a vista: lupa € microscépio, telescépi desde © micrémetro até a fita métrica; aparelhos para medir os Angul nos: transportador, grafémetros; medidas das curvaturas, esferdmetro, [0 metros; gamas de cor de diversas substancias, papel, tecido, vidro, met artificial, permanente ou instantinea; colegSes de todos os tipos. 1 Poder-se-ia objetar que o manejo dos diferentes instrumentos pret neste caso, S6 mais tarde, quando Ihe dermos a conhecer a termino! cientifica, & que vamos exigir as nogées j6 praticamente adquiridas.. O esferémetro aplicado & medida dos raios esféricos dard uma pri idgia das fungées matematicas complexas, idéia que outros exemplos fori ainda. mais precisa ¢ que ficaré perfeitamente clara numa idade em que & avangados. ‘A necessidade do céleulo nasceré do uso destes aparelhos mais tarde como se poderd tirar partido disto para a aquisicdo espontiet matemitica, Porém estes instrumentos s6 devem ser apresentados pela primeira ¥ quando circunstincias naturais ou artificiais jé tiverem estimulado a € dade das criancas. Por ultimo, tem-se que eliminar 0 medo de ver estragarem rapidame aparelhos ds vezes valiosos. Primeiro, muitos deles podem ser construfi com certa solidez; € indtil utilizar, no prinefpio, instrumentgs demas precisos; seria inclusive prejudicial, j4 que a preciso se obtém com a a de acess6ries complicados que impediriam as jovens inteligéncias de per ‘berem a parte fundamental, Ademais, existe meios de organizar a admin tragio, a conservagio e © cuidado do material, com o objetivo de afastar {0 do perigo dos aparelhos e dos operadores. Mas devemos adiar para mais ti de os detalhes desta organizaciio. Embora nfo esteja ligada a nenhum sentido especial, a medida do (0 po deve ser desde o principio familiar 8s criangas. Movimentos astron6) cos, relgios de areia, clepsidras, relégios, combustiio de corpos regulate pulsagées, sfo diversas maneiras de medir o tempo que as criangas captuit imediatamente; e, diga-se de passagem, ser sem diivida uma boa oportui dade de Ihes dar uma visio sintética, uma idéia de conjunto, Citemos como auxiliares do ouvido: a cometa aetistica para surdos, 08 His fixos, tipos de acuidade, de intensidade, de timbre e os sonégrafos. linimos sob este nome os aparcthos capazes de precisar uma sensacdo {iMica com a ajuda de uma sensagéo

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