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ni es aay ad endl Prefeitura Municipal de Bage" #50 Estado do Rio Grande do Su! LEI MUNICIPAL N°.5.896, DE 27 DE MARCO DE 2018 DIVALDO LARA, Prefeito Municipal de Bagé, Estado do Rio Grande do Sul. FACO SABER que a Camara Municipal de Vereadores APROVOU e eu SANCIONO a seguinte, Dispée sobre a implementacdo de medidas contra a violéncia obstétrica e neonatal, dando publicidade & politica nacional de atencio obstétrica e neonatal. Art. 12 Considera-se violéncia obstétrica todo ato praticado pelo médico, equipe do hospitalar, familiar, acompanhante ou terceiro que, ofenda de forma verbal ou fisica, as mulheres gestantes, em trabalho de parto, aborto ou, ainda, no perfodo puerperal. Art. 2° Para efeitos da presente Lei considerar-se-4 ofensa verbal ou fisica, dente outras, as seguintes condutas: IL tratar a gestante ou parturiente de forma agressiva, nfo empatica, grosseira, zombeteira, ou de qualquer outra forma que a faga se sentir mal pelo tratamento recebido; IL fazer graga ou rectiminar a parturiente por qualquer comportamento como gritar, chorar, ter medo, vergonha ou dividas; IIl- fazer graca ou recriminar a mulher por qualquer caracteristica ou ato fisico como, por exemplo, obesidade, pelos, estrias, evacuago ¢ outros; IV- no ouvir as queixas e dividas da mulher internada e em trabalho de parto; V- tratar a mulher de forma inferior, dando-lhe comandos ¢ nomes infantilizados ¢ diminutivos, tratando-a como incapaz; VI- fazer a gestante ou parturiente acreditar que precisa de uma cesariana quando esta no se faz necesséria, utilizando de riscos imagindrios ou hipotéticos, ndo comprovados ¢ sem a devida explicagao dos riscos que alcangam ela e 0 bebé; VII- recusar atendimento de parto, haja vista este ser uma emergéncia médica; VIII- promover a transferéncia da internagdo da gestante ou parturiente sem a anélise € a confirmagio prévia de haver vaga e garantia de aiendimento, bem como tempo suficiente para que esta chegue ao local; IX- impedir que a mulher seja acompanhada por alguém de sua preferéncia durante todo o trabalho de parto; X- impedir a mulher de se comunicar com o “mundo exterior”, tirando-Jhe a liberdade de telefonar, fazer uso de aparelho celular, caminhar até a sala de espera, conversar com familiares e com seu acompanhante; XI- submeter a mulher a procedimentos dolorosos, desnecessdrios ou humilhantes, como lavagem intestinal, raspagem de pelos pubianos, posi¢o ginecologica com portas abertas, exame de toque por mais de um profissional; XII- deixar de aplicar anestesia na parturiente quando esta assim o requerer; XIIL- proceder a episiotomia quando esta no é realmente imprescindivel; XIV- manter algemadas, durante o trabalho de parto, as parturientes detentas ou sob custédia; XV- fazer qualquer procedimento sem, previamente, pedir permi com palavras simples, a necessidade do que esta sendo oferecido ou recomendado; io ou explicar, Rua Caetano Goncalves, 1151 | CEP 96400-040 | Bagé - RS. Gabinete do Prefeito: Av. General Osorio, 998 - Centro - CEP: 96400-100 0 (53) 3240.4 eS Prefeitura Municipal de Bagé Estado do Rio Grande do Sul XVI- apés o trabalho de parto, demorar injustificadamente para acomodar a mulher no quarto; XVII- submeter & mulher e/ou bebé a procedimentos feitos exclusivamente para ‘treinar estudantes; XVI- apés 0 trabalho de parto, demorar injustificadamente para acomodar a mulher no quarto; XVII- submeter & mulher e/ou beb& a procedimentos feitos exclusivamente para treinar estudantes; ‘XVIII- submeter o bebé saudavel a aspiragdo de rotina, injegdes ou procedimentos na primeira hora de vida, sem que antes tenha sido colocado em contato pele a pele com a mae ¢ de ter tido a chance de mamar; XIX- retirar da mulher, depois do parto, o direito de ter 0 bebé ao seu lado no Alojamento Conjunto ¢ de amamentar em livre demanda, salvo se um deles, ou ambos necessitarem de cuidados especiais; XX- nfo informar a mulher, com mais de 25 (vinte e cinco) anos ou com mais de 2 (dois) filhos sobre seu direito & realizagao de ligadura nas trompas gratuitamente nos hospitais pilblicos e conveniados ao Sistema Unico de Satide (SUS); XXI- tratar 0 pai do bebé como visita e obstar seu livre acesso para acompanhar a parturiente e o bebé a qualquer hora do dia, Art. 3° O Poder Executivo, por meio da Secretaria de Saiide, elaborard a Cartilha dos Direitos da Gestante ¢ da Parturiente, viabilizando a todas as mulheres as informagées ¢ esclarecimentos necessirios para um atendimento hospitalar digno e humanizado, visando 4 erradicagdo da violéncia obstétrica, §12 O custo da patrocinado por pessoas juridicas de direito privado, de acordo com critérios a serem estabelecidos pelo Poder Executivo. §2® A Cartitha seré elaborada com uma linguagem simples, acessivel ¢ ostensiva, §3® A Cartilha referida no caput deste artigo trard a integralidade do texto da Portaria n® 1.067/GM, de 4 de julho de 2005, que “Institui a Politica Nacional de Atengao Obstétrica e ‘Neonatal, e dé outras providéncias”. §4° A cartilha deverd, também, prover informagées sobre os direitos das abortantes. Art. 4° Os estabelecimentos citados no Art.1° dever&o expor cartazes informativos contendo as condutas elencadas nos incisos I a XXI do art. 2° desta Lei. §12 Os cartazes devem informar, ainda, os Orgaos ¢ tramites para a dentincia nos casos de violéncia de que trata esta. §22 O custo dos cartazes poderd ser patrocinado por pessoas juridicas de direito privado, de acordo com critérios a serem estabelecidos pelo Poder Executivo. Ce ace Prefeitura Municipal de Bagé Estado do Rio Grande do Sul Art, 5® A fiscalizagtio do disposto nesta Lei sera realizada pelos drgiios piiblicos nos respectivos ambitos de atribuicdes, os quais serio responsaveis pela aplicagiio das sangdes decorrentes de infragSes as normas nela contidas, mediante procedimento administrativo, assegurada ampla defesa, Art. 62 As despesas com a execugo desta Lei correro por conta de dotagées orgamentirias préprias, consignadas no orgamento vigente, suplementadas se necessério. Art. 72 O Poder Executivo regulamentard esta Lei no prazo de 60 (sessenta) dias, apés a data de sua publicagiio. Art. 8° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicagao, GABINETE DO PREFEITO MUNICIPAL DE BAGE, 27 de margo de 2018. EDUARDO DEIBLER: Secretério/GEPLAN

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