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e-Téc Instalagoes Elétricas Luiz Alcides Mesquita Lara Ouro Preto - MG 2012 eee eset cee Ore Teen Ted Ree EO eee Ray DR Le Doe ee ee cee eeu eG) L318 LARA, Luiz Alcides Mesquita Instalagdes elétricas / Luiz Alcides Mesquita Lara, - Ouro Preto :IFMG, 2012. 130 p. il Caderno elaborado em parceria entre o Instituto Federal de Educacio, Ciéncia e Tecnologia de Minas Gerais/IFMG Preto © a Universidade Federal de Santa Maria para o Si Escola Técnica Aberta do Brasil - Rede e-Tec Brasil 1. Eletrotécnica. 2. Instalagdes elétricas. 3. luminacéo. 4, Edificacoes. |. Titulo cpu 621.316 Apresentacao e-Tec Brasil ee ee eee Prezado estudante, Bem-vindo ao e-Tec Brasil! Voce faz parte de uma rede nacional piblica de ensino, a Escola Técnica Aberta do. Brasil, instituida pelo Decreto n° 6.301, de 12 de dezembro 2007, com 0 objetivo de democratizar 0 acesso ao ensino técnico publico, na modalidade a distancia. O programa é resultado de uma parceria entre (© Ministério da Educacao, por meio das Secretarias de Educacao a Distancia (SEED) e de Educacao Profissional e Tecnolégica (SETEC), as universidades escolas técnicas estaduais e federais. ‘A educacao a distancia no nosso pais, de dimens6es continentais e grande diversidade regional e cultural, longe de distanciar, aproxima as pessoas 20 arantir acesso a educacdo de qualidade e a0 promover o fortalecimento da formaco de jovens moradores de regides distantes dos grandes centros geograficamente ou economicamente. © e-Tec Brasil leva os cursos técnicos a locais distantes das instituicées de ensino e para a periferia das grandes cidades, incentivando os jovens a con- ir 0 ensino médio. Os cursos sao ofertados pelas instituigoes publicas de ensino, € 0 atendimento ao estudante € realizado em escolas-polo integran- ‘es das redes piblicas municipais e estaduais. 0 Ministério da Educacéo, as instituigées piblicas de ensino técnico, seus servidores técnicos e professores acreditam que uma educacao profissional qualificada — integradora do ensino médio e educacio técnica, ~ & capaz de promover o cidadao com capacidades para produzir, mas também com autonomia diante das diferentes dimensoes da realidade: cultural, social, familiar, esportva, politica e ética Nés acreditamos em vocé! Desejamos sucesso na sua formacdo profissional! Ministerio da Educacéo Janeiro de 2010 Nosso contato etecbrasil@mec.govbr e-Tec Brasil Indicagao de icones Os cones so elementos graficos utilzados para ampliar as formas de linguagem e faciltar a organizacao e a leitura hipertextual. a Atengao: indica pontos de maior relevancia no texto. Saiba mais: oferece novas informacdes que enriquecem o assunto ou “curiosidades” e noticias recentes relacionadas a0 tema estudado, Glossario: indica a definicao de um termo, palavra ou expresso utiizada no texto. Midias integradas: sempre que se desejar que os estudantes desenvoivam atividades empregando diferentes midias: videos, filmes, jornais, ambiente AVEA e outras. Atividades de aprendizagem: apresenta atividades em diferentes niveis de aprendizagem para que o estudante possa realizé-las e conferir 0 seu dominio do tema estudado, e-Tec Brasil Sumario Palavra do professor-autor 9 Apresentacao da disciplina " Projeto instrucional 13 Aula 1—A eletricidade e suas grandezas 15 1.1 A eletricidade em nossa vida: a luz, 0 calor, o movimento..15 1.2 0 inicio: 0 étomo, a materia, o material 16 1.3 Producao de energia elétrica . 19 1.4 Grandezas elétricas 20 Aula 2 - A luminotécnica e os tipos de lampadas 35 2.1 Grandezas luminotécnicas, 35 2.2 Tipos de lampadas. 39 Aula 3 - Projeto elétrico: a concepcao a) 3.1 Instalacao elétrica, 45 3.2 Fornecimento de energia nas edificacdes, 46 3.3 0 projeto elétrico 48 Aula 4 - Nosso projeto elétrico 51 4.1 Planta baixa 51 4.2 Objetivos 52 4.3 Determinacao da poténcia a instalar 53 4.4 Marcacao dos pontos 62 4.5 Criacao dos circuitos 67 Aula 5 - Projeto elétrico: o dimensionamento dos circuitos e a conclusao do projeto 1S 5.1 Dimensionamento dos circuitos 75 5.2 Quadro e diagramas, . 119 5.3 Planta completa 122 5.4 Materiais 123 5.5 Manual do proprietario, 126 e-Tec Brasil Referéncias 129 Curriculo do professor-autor 130 Palavra do professor-autor Caro aluno, ‘Vocé est a poucos passos de mais uma vitéria. Em breve vocé acumulara competéncias que lhe daréo condicdes de ser um Técnico em Edificacées. Muitos podem contribuir para isso e eu, em particular, me orgulho de tam- bém ter participado do seu proceso de formacao. Vocé tem se apropriado de conhecimentos em muitas fontes do saber, ¢ a Internet, sem duvida, é uma das mais abundantes, oferece tudo de bom e de ruim, por isso nao acredite que tudo © que ali colocado seja correto. Nem mesmo os sites e filmes que recomendamos so, na nossa avaliacao, 100% corretos, apesar de apresentar grande contribuicéo na aquisicéo de conhecimentos, Vocé deve consulta, julgar, avaliar e decir. Desejamos que 0s novos conhecimentos lhe proporcionem condigées de crescimento na area e dos valores éticos, politicos e até espirituais; que con- tribuam no seu bem viver dentro dos padrées dos bons costumes e que, enfim, possa vocé também repassé-los as novas geracbes Abracos e sucesso. Luiz Alcides Professor-autor e-Tec Brasil Apresentacao da disciplina Pretendemos com a discipina Instalacées Elétricas que vacé possa elaborar © projeto elétrico de residéncias com area em torno de 100m, baseado na liuminacdo fluorescente. Como se sabe, as lampadas incandescentes (comuns) de uso residencial esto em fase de extingdo, ¢ os projetos létricosfluorescentes estado em adequacéo para a modalidade residencial. Enquanto a transicéo se faz, faremos o dimen- sionamento para iluminacao fluorescente, lembrando que nada impedira de, na montagem, usarem-se lampadas incandescentes. Até porque essas lampadas nos tém atendido satisfatoriamente ha muitos anos, com apenas restrigées econdmicas, porque nao sao nocivas 8 saude como as fluorescentes ue contém mercirio na sua composicéo, Acreditamos que os led's ainda se apresentardo como solugao defintiva por suas qualidades. Nosso projeto esta baseado num conceito de iluminagéo tradicional clés- sica onde os cOmodos dever estar pintados com tinta clara, de preferéncia ra cor branca. Para projetos mais diferenciados, camo o uso de luminatias embutidas ou iluminacao de ambientes mais sofisticados em uso au aspecto, recomenda-se um célculo luminotécnico onde outros pardmetros, além dos apresentados neste trabalho, deverao ser levados em conta Vamos relembrar inicialmente conceitos fundamentals de eletricidade sem os quais 0 trabalho nao se sustenta. Vamos também conhecer um pouco sobre as lampadas, seus tipos, caracteristicas e acess6rios, para que se possam fazer escolhas ao longo do projeto, Como o projeto elétrico é executade sobre um projeto arquitet6nico, soli- citamos desde ja a vocé que providencie uma planta baixa com drea entre 90 ¢ 130 mm’, para nela desenvolver o seu projeto elétrico, Neste curso sera apresentado um projeto piloto (nosso projeto) que deverd servir de base e roteito para o seu trabalho. ‘Que tenham todos proveitosos estudos séo nossos votos. Um abraco e vamos em frente! " e-Tec Brasil ce) eM atta (a (elir-l | Disciplina: Instalacées elétricas (carga horaria: 45h) Ementa: Grandezas elétricas. Principios basicos de luminotécnica. Normas téc- nicas; terminologia e simbologia. Leitura, interpretacao e desenho de projeto elétrco. Roteiro de desenvolvimento de um projeto elétrico residencial de até 80m?, SPDA e aterramento. Ligacdes de maquinas e motores. Sistema elétrico e de iluminaco de canteiro de obras. Medidores de consumo de energia elétrica sae Ca DS Cpe as grandes elias. Abint vik Disingur mates condutores deplore rode Waseiiee eects sea, ® sagt Ser onidcoemraniee Reema, erie aaa eer SS . aes sie a Te Ios rand ; Sates le et ess 6 Cas Cecge org ee omarciaeione = Tae soto inl eee rejoice: Copenirptsieimpieo — Sasemaete ‘ song” snoonnneniohiecee Masta feet cates ‘item, cevercios, Estabelecer parémetres para cielo hee dnt aerdon ee ee en esha ® planta bala. Cera map ie nial Isbin eu pen Abit oes bio ese tlora eed a ference 8 Z iS Orientar os moradores sobre a uso da Recursos de anova: links, somieets aan a 3 e-Tec Brasil Aula 1 - A eletricidade e suas grandezas Objetivos ‘Compreender as grandezas eletricas, Distinguir materiais condutores de materiaisisolantes de eletrcidade, Distinguir fonte de corrente continua de fonte de corrente alternada. 1.1 A eletricidade em nossa vida: a luz, o calor, o movimento Ha cerca de 200 anos a eletricidade era completamente desconhecida da grande maioria das pessoas instruldas e constituia apenas algum passatempo para experimentadores e curiosos quando, as vezes, friccionavam dois materiais como vidro e pano e viam que poderiam atrair pequenos pedacos de papel, —fendmeno passageiro que mais parecia magia do que ciéncia, Entretanto, cientistas ¢ estudiosos debrucaram-se sobre esses experimentos intrigantes cuja interpretacdo levava & compreensao de fenémenos da natureza. Naquela época ja se sabia que os materiais eram constituidos por étomos. Entendiam esses estudiosos que os dtomos eram compostos por cargas positivas chamadas protons e cargas negativas chamadas elétrons e que estas cargas se movimentavam. Mas, como e por que se movimentavarn? ‘Sem maiores esclarecimentos, porém necessitando de base para apoiar as expl- cagées, eles afirmavam que existia uma "forca magica" que fazia os elétrons se ‘movimentarem. E concordaram todos em batizar esta forca magica da natureza que punha os elétrons em movimento, com o nome de forca eletromotriz. Eassim, a medida que os fendmenos eram conhecidos e controlados, mudava-se a vida das pessoas e da propria sociedade. Hoje se sabe que a luz, 0s movimentos e a propria matéria em sua constituico mais profunda séo formados por eletricidade. Base das industrias e de todo nosso conforto atual, a eletricidade assume valor insubstituivel. Basta ficarmos Aula 1A eletrcidade e suas grandezas 15 e-Tec Brasil sem luz por algumas horas para verificarmos a sua importancia e imensa dependéncia que temos da energia elétrica A energia elétrica 6 a modalidade de energia que se apresenta na forma mais cémoda de utilizacdo. Pode ser transportada a grandes distancias, ser subdividida, acumulada (caso de pilhas e baterias)e, o que é muito importante, é renovavel e ndo poluente. Dispor de energia elétrica significa basicamente dispor de luz, calor e movimento 1.2 O inicio: o Atomo, a matéria, o material Olhando ao redor observamos a matéria (os materials: plastico, madeira, vidro, tecido, agua, ar, papel, pele, cabelo, etc.). Toda matéria é formada por um grande amontoado de dtomos e sabemos que existem muitos tipos de tomos, catalogados na Tabela Periédica. Sabemos também que estes materiais observados so diferentes porque os varios tipos de étomios que se juntam o fazem segundo ligacées qulmicas diferentes, (covalentes, iGnicas, metalicas) A natureza 6 caprichosa, ¢ 0 homem também interfere forcando reacdes quimicas na fabricacao dos produtos. Com isso, os materiais mencionados apresentam propriedades, caracteristicas e comportamentos diferentes. 1.2.1 Constituicdo da matéria Toda matéria & constituida por atomos. 0 Atomo (Figura 1.1), denominacao dada pelos filosofos gregos 2500 anos atras, seria o elemento indivisivel na natureza. Hoje sabemos nao ser bem assim entendemos 0 atomo constituide por particulas extremamente pequenas ‘onde distinguimos, principalmente: + Prétons - matéria agrupada no niicleo do étomo, de maior concentra- ‘cdo de massa cuja carga elétrica é elementar e positiva, por convencéo. + Néutrons - matéria também agrupada no niicleo do atomo cuja carga elétrica é nula, + Elétrons - matéria de massa muito menor que a do préton, distribuida 20 redor do nticleo do tomo, em movimento e cuja carga elétrica é, por conven¢éo, elementar e negativa 16 Instalagbes Eletricas Figura 1.1: 0 étomo fete CIS Este é um retrato, um modelo de étomo a que estamos acostumados a observar € que nos foi dado pelos cientistas Rutherford e Bohr em 1932. Os atomos se diferencia pela quantidade de prétons que formam 0 seu nticleo: para cada préten existente no nucleo ha um elétron orbitando 20 redor. Pelos postulados desta tearia atémica, os prétons elétrons repelem-se No espaco aparentemente vazio, existindo uma atracao elétrica entre eles. Esse modelo pode explicar muitos fenémenos quimicos, fisicos, elétricos e eletromagnéticos, inclusive os efeitos que passardo a ser estudados a seguir. Antes, sobre os étomos, saibamos que: a) 0 toma no estado natural apresenta igual ntimero de protons e elétrons estando, portanto, eletricamente neutro (equilibrado). b) Entretanto, muitos dtomos tém na sua camada mais externa elétrons ‘que, por serem atraidos com menor forca pelo nucleo, podem fugir dei- xando 0 atomo carregado positivamente; dessa fuga s4o aprisionados ras 6rbitas de outro étomo, deixando este outro atomo carregado nega- tivamente. Esses elétrons que podem abandonar seus dtomos podem ser chamados de elétrons lives ou elétrons dispontves. 9 O movimento ordenado dos elétrons lives forma uma corrente elétrica Apesar de serem apenas um ou dois os elétrons livres em cada tomo, eles s80 muito numerosos, devido a enorme quantidade de atomos cons- tituintes de pequenas partes de matéria, Aula 1A eletrcidade e suas grandezas 7 e-Tec Brasil 1.2.2 Materiais condutores e materiais isolantes de eletricidade (0s materiais, como sabernos, so formados por combinacdes de elementos, guimicos. Estudam-se varios tipos de ligagdes quimicas:iénica, covalente (ou molecular), metalica, entre outras. Dessas combinacbes podem resultar, ou nao, a presenca de elétrons lives. Materiais como borracha, madeira, vidro, cerdmica e plastico, apresentam Tortes ligacdes quimicas,idnicas e moleculares, nao possuindo, dessa forma, elétrons livres. Nao existe, portanto, a caracteristica de mobilidade de elétrons, ‘eem consequencia disso, nao so passives de formarem uma corrente elétrica, Esses materia séo isolantes elétricos que, embora sendo maus condutores de eletrcidade, sao indispensaveis em instalagdes eletricas por impedir fuga de corrente elétrica para locais indesejados, protegendo inclusive as pessoas de chogues. Outros materiais so formados pela ligacdo metalica, onde os atomos se juntam aos milhares posicionando seus nticleos ordenadamente. Aqui, muitos celétrons passam a nao ser mais exclusividade de seus respectivos étomos formam o que se chama uma nuvem de elétrons ao redor dos nticleos. Nessa configura¢éo, embora cada atomo s6 possa contribuir com um au dois elétrons para a formacao da nuvem, a quantidade de elétrons disponiveis € muito grande e sao eles capazes de se movimentar em distancias muito maiores do que em outro tipo de ligacao quimica Nesses rateriais, forrados pela ligacao metélica, a possibilidade de criagao de uma corrente elétrica é altissima. Sao chamados condutores elétricos e, ‘como exemplo, temos os metais(a¢9, ferro, aluminio, cobre, ouro, prata, etc.) Situado entre condutorese isolantes, existe um grupo de materiais chamado de semicondutores, formado predominantemente de fracas ligac6es covalentes, 18 Instalagbes Eletricas © que significa que seus elétrons mais externos séo mais facilmente removi- dos por excitacdo térmica do que o dos isolantes. Esse grupo é formado de ™materiais como germanio e silico, de importantes aplicacées em componentes eletronicos. 1.3 Producao de energia elétrica Apesar do termo producdo ser usual, energia nao ¢ algo que pode ser pro- duzido no sentido de ser criado. A energia ¢ obtida pela transformacao de uma madalidade em outra. © que caracteriza a producao de energia elétrica ¢ a producao de forca eletro- motriz (fer) que, como se vera, uma grandeza também chamada potencial elétrico, Nesse sentido, produzir energia elétrca é criar forca eletromotriz para poder transformé-la numa aplicacéo util (luz, calor e movimento), ou entéo, té-la disponivel. Encontramos fem disponivel numa pilha nova, para fazer funcionar uma lanterna, ou numa bateria que trocamos para fazer funcionar a calculadora, [Na nossa casa a fem é disponibilizada pela concessionaria de energia elétrica no padréo popularmente chamado relégio. Aula 1A eletrcidade e suas grandezas 19 e-Tec Brasil intuitive (que se petcebe po inusso, sem denies previ e-Tec Brasil 1.4 Grandezas elétricas 1.4.1 Carga elétrica (Q; q) \Vimos que os materiais séo formados por um incontavel nlimero de atomos € ‘os elétrons da periferia tm a possibilidade de “se soltarem”, para se prende- rem a atomos de outro material, desequilibrando a igualdade entre prétons e elétrons. Assim, o material que perdeu elétrons, tanto quanto 0 material que ‘ganhou elétrons, transforma-se numa carga elétrica. Se elétrons abandonam tum material, este material se torna uma carga positiva, também chamada ction; e caso alojem noutto material tornam este outro material uma carga nnegativa, também chamada anion. © professor, a0 passar os dedos pelo giz remove elétrons; torna o giz uma carga positiva, e enquanto ele se torna uma carga negativa. Naturalmente, embora haja muita criacao de cargas elétricas, mesmo por atrito entre materiais, como. ‘© exemplo do pano e do vidro citado no inicio da aula, a grande maioria 6 de valor infinitamente baixo e de praticamente nenhuma utilizacao técnica ‘carga elétrica ¢ uma grandeza que tem conceito intuitive, como tempo e ‘temperatura, ¢ embora sabendo que ha redundancia em palavras podemnos dizer que carga elétrica é a quantidade de eletricidade de um corpo eletrizado, Considerando particulas em repouso eletrizadas (com excesso ou caréncia de elétrans) com cargas Q e q separadas por uma distancia d, havera interacao entre elas com presenca de forcas eletrostaticas, fazendo com que sejam atraidas ou repelidas (Figura 1.2) 20 Instalagbes Eletricas Uma unidade oon de carga eléticaé0 ampesehoca (AN), sada ara identifica bata de velco. (7 Af = 3600 C. Figura 1.2: Cargas elétricas Q e q de sinais contrétios, separadas pela distancia d Fore cTSth A forca de atracio ou repulsdo entre elas é dada pela Lei de Coulomb. Onde: k 6 a constante eletrostatica do meio onde estao as cargas Se as cargas estiverem no ar ou no vacuo, o valor de k 6 9 x 10° Nm/C?, 1.4.2 Campo elétrico (E) Toda carga elétrica cria em torno de si uma regido onde ela interage com outras, cargas elétrcas. Essa regio, caracterizada por um distirbio nas moléculas do meio onde a carga se encontra, € chamada de campo elétrico e pode existir em diversas materiais como vidro, papel, agua, etc. Se cargas elétricas estiverem préximas, de modo que seus campos elétricos se superponham, haverd interacdo entre elas, afastando-se ou aproximando-se. Pela Figura 1.2 observa-se que a intensidade do campo elétrico num ponto P qualquer criado por uma carga puntiforme Q, é verificada pela forca F que surge numa carga de prova q colocada no campo elétrico de Q, dado pela seguinte expresso Aula 1A eletrcidade e suas grandezas 2 e-Tec Brasi ata saber mais sobre tensa clética, acess: ntpdtonweyoutubecomfnate niveSw2kuiTombebfeature= related Onde: £ é a Intensidade do campo elétrico (de Q) no ponto P, onde a carga & colocada. A unidade de E, no SI, € NIC (newton por coulomb) F 6a forca que atua na carga de prova q, colocada no ponto P k a constante dielétrica do meio onde as cargas esto dé istancia da carga Q ao ponto P, onde a carga de prova q é colocada 1.4.3 Potencial elétrico (voltagem) (U, V, E) ‘Sabemos entao que uma carga elétrica Q cria em torno de si um campo elétrico. Considerando essa carga elétrica Q fixa e, abandonando uma outra carga ‘q.num ponto P do campo elétrico de Q, a carga q seré atralda ou repelida, ganhando energia cinética. Isso significa que, ali no ponto P, ha uma energia potencial que possibilitard que essa carga q se movimente de um ponto a ‘outto, devido acao de uma forca F. Dizemos que num ponto P distante d da carga Q, surge uma grandeza deno- minada potencial elétrico que corresponde & energia elétrica em potencial adquirida pela carga q. Acexpressdo matemiética que define 0 potencial elétrico num campo eletrico 6 dada pela relacao entre esta energia elétrica c, ea unidade de carga q 22 Instalagbes Eletricas No Sa unidade de potencial elétrico ¢ 0 4/C (joule por coulomb), conhecida por volt ¢ representada por V, em homenagem a Alessandro Volta, idealizador da pilha eletrica. Um elétron (q negativo), 20 se movimentar entre dois pontos de diferentes potenciais, ou recebe energia (e vai de um ponto de menor potencial para outro ponte de maior potencial), ou cede energia (e vai de um ponto de maior potencial para outro ponto de menor potencial). Para ilustrar, consideremios uma carga elétrica Q = 5 nC e os pontos Ae B afastados dela, respectivamente de 30 e 90 cm (Figura 1.3). Os potenciais nos pontos A e B serdo, respectivamente, dados para cada uma das situacdes (@)e (b). 0 elétron abandonado no meio destes pontos, movimentar-se-a. Figura 1.3: Potendascriados pela carga Q nos pontos Ae B (dp = 100V) 1.4.3.1 Gerador (bateria) O gerador é 0 equipamento que produz dap. € 0 dispositive capaz de sepa- rar em si cargas elétricas, apresentando entre dois pontos (polos positive e negativo), uma energia em potencial. Existem os geradores que produzem dddp continua como as pilhas e as baterias de automdveis e 0s geradores que produzem dd alternada como os geradores rotativos nas usinas hidrelétricas Para ambos, temos valores bem distintos de ddp Aula 1A eletrcidade e suas grandezas 23 e-Tec Brasil + ddp continua — uma pilha apresenta, quando nova, uma ddp de 1,5 V, ‘enquanto a bateria de automével apresenta entre seus terminais (polos), 12 V, Num circuito elétrico onde haja ddp continua, os fios condutores sto designados por “positive” ¢ “negativo” + ddp alternada — numa tomada de uma instalacao elétrica residencial, Fler devido a configuracao de construc dos geradores rotativos, 0 polos Dispos com erator nao podem ser designados como positivo e negativo, pois eles se alter- oh nam. Os fios ligados a esses polos so chamados de "fase" e "neutro” Pobre A concessionaria de energia disponibiliza para as igacGes residenciais um tomadas esidenciais so de 10 fio fase e um fio neutro (padréo monofésico), ou dois fios fases e um fio Saf pegun Secenie neutto (padrdo bifésico), ou ainda trés fios fases e um fio neutro (padro cental pra itera. trifésico). Grande parte das regides brasileiras é atendida por concessio- arias que garantem valores de 127 V entre um fio fase e um fio neutro, 220 V entte dois fios fases. Porém, muitas regides sao atendidas por concessionérias que garantem valores de 220 V entre fase e neutro e 380 V entre fases. Dessa forma sao identificadas duas modalidades de fornecimento de tenses existentes no territ6rio nacional: 127/220 Ve 220/380 V. £ importante detectar o valor da voltagem na rede elétrica, pois 05 equipamentos elétricos/eletrénicos so construidos e comerciali- zados para operarem sob ddp especifica, com pequenas tolerancias bem determinadas. 1.4.3.2 Fio terra ‘A Tetra, nosso planeta, por ser boa condutora de eletricidade, pode receber todos os elétrons que Ihe cheguem, tendo por isso potencial zero. Para tornar nulo o potencialelétrico de qualquer corpo carregado, basta liga-o terra O aterramento constituira nas redes elétricas um dispositive de seguranca obrigatério para equipamentos e pessoas. 1.4.3.3 Atente para os seguintes nomes da mesma grandeza Convencionou-se empregar a letra E para designar a fer apresentada nos ‘erminais de um gerador, quando o circuito estd aberto. Usa-se, em geral, a letra U para representar essa tenséo quando 0 circulto esta fechado e nele std passando corrente elétrica. A letra V também pode ser encontrada em varios livros para indicar essa mesma grandeza em uma ou outta situacéo, ‘tendo o inconveniente de confundir-se com sua propria unidade (volt), por isso, vamos evité-la 24 Instalagbes Eletricas 1.4.4 Corrente elétrica (i) Entende-se por corrente elétrica 0 movimento reativaente ordenado de elétrons. Os elétrons livres dos dtomos de um condutor, normalmente se deslocan em todas as direcées, aleatoriamente. Se conseguitmos fazer com que esses elétrons se movimentem ordenadamente num dado sentido, B para A, por exemplo, diremos que existiré nesse sentido um fluxo de elétrons (Figura 1.4). Figura 1.4 Elétrons, de um material condutor, em movimento Fens sit Aintensidade da corrente elétrica é caracterizada pela quantidade de elétrons {que atravessa uma determinada secdo do condutor num intervalo de tempo. Isto equivale a razdo entre a carga elétrica que atravessa a secao do condutor pelo tempo gasto em fazé-lo, conforme Equacéo 1.7. Foi o cientista Benjamim Franklin quem primeiro deu explicacées de como funcionava a eletricidade. Preconizava que um corpo que tivesse mais (+) életricidade podia passar um pouco dela para outro corpo que tivesse menos (U)eletricidade. Desse raciocinio simples resultou, inclusive, o sentido conven ional da corrente elétrica que parte do polo positivo (+) e conclui-se no polo negativo (). Entretanto, ha muito se sabe que nos condutores metalicos, onde a roots -elétrica é dita eletrénica, 0 que se movimenta sao os elétrons (livres), por iss0 0 sentido real da corrente é o sentido do movimento dos elétrons. Aula 1A eletrcidade e suas grandezas 25 e-Tec Brasil e-Tec Brasil No Sla unidade da intensidade de corrente elétrica 6 0 ampere (A), homenagemn a André Marie Ampére, cientista e matematico francés. Para ordenar 0 movimento dos elétrons, € necessétio um dispositive chamado dde gerador, que ao aplicar uma diferenca de potencial entre dois pontos do condutor, obriga esses elétrons a um deslocamento organizado. A presenca da dp estabelecida entre os pontos A e B no condutor possibilitard aos elétrons. fluirem entre eles, criando uma corrente elétrica. 1.4.4.1 Circuito elétrico Figura 1.5: Circuito elétrico antes CSM A Figura 1.5 apresenta as trés partes fundamentais de um circuito elétrico: 0 ¢gerador (ptha), 0 candutor (fio metalco} e um receptor (fimpada incandescent) E ainda a representacéo da corrente elétrica continua em seu sentido conventional. 26 Instalagbes Eletricas Existem dois tipos de corrente elétrica em funcao dos dois tipos de geradores que a produzem + Corrente continua — produzida por pilhas e acumuladores onde aconte- ce.um fluxo continuo de elétrons do pola (-) ao polo (4). A aco quimica dos componentes da pilha separa as cargas positives num terminal e os elétrons noutro terminal. Quando a pilha for acoplada a um circuito exis- tira 0 deslocamento (empurrao) de elétrons do terminal negativo para 0 terminal positvo, passando pelo condutor. A medida que os elétrons se deslocam, equilioram-se com os correspondentes prétons no terminal positivo, até que nao haja mais ddp capaz de promover a corrente elétri- ‘a, esgotando a capacidade do gerador. A pilha estaré inutilizada, mas 0 acumulador podera ser recarregado. + Corrente alternada — obtida ern nossas residéncias ern funcao da ddp al- ‘ernada disponibiizada pelas concessiondrias de energia a partir dos gera- dores rotativos da usina geradora, Nesse tipo de corrente elétrica, 05 elé- ‘rons livres do condutor nao vao a lugar nenhum, mas ficam num constante movimento vibratério de ir e vi, ja que as polaridades se invertem a cada instante, numa frequéncia de 60 Hz. Os equipamentos eletronicos (TV, DVD, ‘som, etc.) funcionam internamente com corrente continua e em tensdes bem mais baixas, mas como séo alimentados por corrente alternada, pos- suem dispostivos que tornam continua a corrente (retficador) e abaixam a voltagem para valores adequados de funcionamento (transformador). 1.4.4.2 Efeitos produzidos pela corrente elétrica © cheque que, a cada ano causa mithares de acidentes, & provocado por falha de isolamento de condutores, remocao indevida de partes isolantes ou por atitude imprudente de pessoas com a parte energizada (parte viva). Quando ‘uma pessoa esta com 0 corpo molhado, a resistencia oferecida a passagem da corrente elétrica diminui e a intensidade dessa corrente, aumenta, tornando ‘© chogue mais intenso. Aula 1A eletrcidade e suas grandezas 27 ara saber mals sabre coment clea, aces pea youtube com! ‘Watch N=FleIVAVLEGSE np youtube.com! wate KWLDCAA 0 Salba mais sobre os ets roduzdos pela cortente eltica em: hupsitvebrasescola.com fiskas efeitos corente etiam nplefisica:tuspbt cleticidadelbasiolcorented clementos_corente_eletical e-Tec Brasil dlisjuntores Dispostvos de poteto capaz de estabeleer cond comente elétice er condioes reas de crete interop Ta automatiomente caso eta atija valores elevados caso 8 tempetura do condutor ultapasse valores olecves e-Tec Brasil 1.4.5 Resisténcia elétrica (R) chuveiro aquece a agua do banho? Por qué? A kimpada aquece enquanto ilumina? Por qué? Por que o fusivel se queima? Para obter respostas para essas perguntas, saiba que, quando uma corrente elétrica 6 estabelecida através de um condutor, os elétrons do condutor em ‘sua movimentacao sofrem choques com as particulas (nucleos de étomos e ‘outros elétrons) constituintes, passando a existir uma oposicdo ao fluxo destes elétrons. Essa dificuldade de movimentacéo dos elétrons livres & chamada de resisténcia elétrica do condutor. Aresisténcia 4 movimentacéo dos elétrons depende do tipo de material que ‘compe 0 condutor. A ligacéo quimica, elementos qulmicos componentes e ‘quantidade de elétrons livres presentes, a temperatura em que se encontra ‘© condutor, ¢ até mesmo as dimensées fisicas do condutor que, entre outras ccondicées (defeitos porventura existentes na estrutura do material), podem representar um verdadeiro obstéculo a movimentacao dos elétrons. 1.4.5.1 1" Lei de Ohm Em 1827, 0 professor alemno George Simon Ohm verificou experimentalmente ‘que a resistencia R dos condutores é diretamente proporcional a diferenca de potencial U estabelecida no circuito e inversamente proparcional a intensidade i da corrente elétrica que o percorre Onde: R é resisténcia elétrica (Q) U6 tensao elétrica (V) i é intensidade de corrente elétrica (A) A.unidade de resisténcia elétrica no SI é chamada de ohm em homenagem, ao professor George, E representada pela letra grega omega (Q).. 28 Instalagbes Eletricas 1.4.5.2 2" Lei de Ohm Todos 0s materiais, metélicos ou néo, apresentam elétrons que podem se movimentar com maior ou menor facilidade. Nos materiais condutores de eletricidade, a resisténcia elétrica é relativamente pequena; nos materiais 'solantes ¢ muito grande; e existe um grupo de materiais onde essa resisténcia eletrica assume valores intermediatios adequados. Sao os resistores, ‘A resisténcia elétrica do resistor depende da natureza do material com que ele foi construido, do seu comprimento e da area de sua secdo reta transversal. A Figura 1.6 representa um fio condutor de comprimento I e secdo transversal S. Figura 1.6: Condutor de eletricidade com comprimento |e segao S Fore: Ti Pela 2° Lei de Ohm, a resisténcia de um resistor pode ser dada pela seguinte expressao: Onde: R é a resisténcia do resistor (Q) p a resistividade do material de que é feito o resistor (Cm) 7&0 comprimento do resistor (m) S 6 a dea da secdo reta transversal do resistor (m2) Aula 1A eletrcidade e suas grandezas 29 eletrodutos Tubulgtes por onde passam stig resistores ‘80 condutores que se aquecem ‘om a passagem da cotente etic, ransforando a eneria cleicaem energia tema ‘So estas numetcarete identicadss e-Tec Brasil Para saber mas sobre resistnca elec, acess: ‘tone youtube.com! ‘watch?v= 28160406218 e-Tec Brasil A Tabela 1.1 fornece a resistividade de alguns materias. Fome: avo Quanto mais resistive um material, obviamente menos condutivo. A condu- tividade elétrica é uma grandeza inversa de resistividade elétrica. A conduti- vidade é representada pela letra grega sigma (a) e sua unidade é 0 (Cm) A liga Ni-Cr apresenta uma resistividade tal, que a passagem da cor- rente elétrica produz elevada producéo de calor, dssipado no ambiente pelo efeito joule. Por isso encontra aplicagdes na confeccdo de resistencia para fornos e chuveiros. Para a maioria dos materiais condutores de energia elétrica o aumento dda temperatura ocasiona 0 aumento da resisténcia elétrica e da resist Vidade, excegéo feita ao carbono (carvéo ou grafita), onde 0 aumento dda temperatura libera mais elétrons lives que favorecem a circulagao da corrente, razdo pela qual séo aplicados em vatias partes de motores + Observe a importancia da resistividade de terrenos onde serao implanta- das as hastes de aterramento das instalac6es para ligacdo do fio terra Cotrim (2008) apresenta na pagina 79, a tabela 3.6 com valores tipicos de resistividade de solos. Vale a pena conhecer. 30 Instalagbes Eletricas 1.4.6 Poténcia elétrica (P) ‘Todo equipamento elétrico (receptor) converte energia elétrica noutra forma de energia (luz, calor ou movimento) de utilidade mais imediata para nés. A poténcia elétrica é entendida como a quantidade de energia elétrica que © equipamento € capaz de transformar na unidade de tempo, ou seja, € 0 trabalho elétrico efetuado na unidade de tempo. E mais potente o equipamento que converte maior quantidade de energia mais rapidamente. Se, como ja vimos da Equacao 1.4: E, da Equacao 1.7: Entéo: Como se vé, a poténcia elétrica também ¢ resultado do produto da tenséo disponivel na rede elétrca pela corrente circulante e corresponde a energia fornecida ou consumida nos dispositivos elétricos por unidade de tempo, para provocar o movimento de cargas elétricas. No SI, a unidade de poténcia elétrica é o watt (W), em homenagem a James Watt ~ engenheiro e mecdnico escocés (1 W= 1x1 A). Se, como ja vimos na Equacao 1.8: Entao, também podemos escrever que’ Aula 1A eletrcidade e suas grandezas 31 ara saber mals sobre poténcia eleva, acess brpsiwia youtube com? Watch?veke_r6He80% e-Tec Brasil £ comum utlzr como unidade de nang etica ohh TOM = 3.6 « 108) ‘Outs uidades TWh = 860 ca 15-0239 al 1am = 252, Energia consumida trabalho efenado sto #0 que. concessonsia cobra do censuidor PeRxi we a a) Perceba bem que enquanto a equagio P = U xi é uma equacio geral € se aplica a todos os circuitos possiveis, a equacéo P = R x F se aplica unicamente a circuitos resistivos, pois somente nos resistores a energia ‘elétrica é totalmente convertida em calor. b) Veremos no célculo dos circuitos de iluninagao do nosso projeto que, ele nao sendo resistivo, mas indutivo, a poténcia que usaremos sera a poténcia aparente cuja unidade o VA, nao mais igual ao W, porém re- lacionada a ele pelo fator de poténcia. ©) Compreenda também que poténcia é caracteristica de aparelho elétri- 0, € sua unidade no 1 é 0 watt. Néo confunda com “potencial” que é caracteristica da rede elétrica e tem o volt como sua unidade no SI. Até mesmo a similaridade da proniincia das unidades pode levar & equivoca- da troca. d) A poténcia é uma caracteristica importante dos aparelhos elétricos que, colocados em funcionamento, influenciara diretamente no valor da conta de luz" do final do més. 1.4.7 Energia elétrica (E) ou trabalho elétrico (z) Como se viu anteriormente, todo equipamento elétrco transforma energia elétrica em luz lampadas), calor (rsistores) ou movimento (motores). Da mesma Equacao 1.11, concluimos: Pxt ‘Acenergia eletrica transformada ¢ calculada pelo produto da poténcia(P) desen- volvida no equipamento, pelo tempo (i) durante o qual ele permanece ligado. Sua Unidade no SI é watt segundo também denominado joule ().(1J= 1 Wx 1) Resumo Otomo é 0 panto de partida de todo conhecimento cientifico ea eletrcidade, juntamente com o magnetismo, constituem o suporte de toda tecnologia onde se assenta 0 nosso conforto, Veja no Quadro 1.1 algumas grandezas elétricas suas unidades no Sistema @ Internacional, cuja compreensio de conceitos muito contribuira no desen- volvimento de seu projeto elétrico. Para saber mals sabre eneria clea, ace: ht youtube com? watd'=GODTYLPibLs Font: aver Atividades de aprendizagem 1. Marque (F) se falso ou (V) se verdadeiro para as frases seguintes. }.Os elétrons so 05 elementos atOmicos responsaveis pela criacdo da energia elétrica ) Encantramos na ligacdio metalica os elétrons livres que so os responsé- veis pela criacao da corrente eletrica ) Campo elétrico é andlogo ao campo gravitacional e ao campo magneético. (_ ) Carga elétrica e campo elétrico sao duas grandezas completamente dis- tintas e separdveis. Aula 1A eletrcidade e suas grandezas 3 e-Tec Brasil (_ ) Para que uma corrente elétrica circule entre dois pontos de um condu- tor, é necessdrio que entre esses dois pontos exista uma diferenca de potencial (dp). 2. Complete as sentencas abaixo. a) Os components essenciais de um circuito elétrico so i a) b) elétrico 6 uma caracteristica da rede, enquanto elétrica ¢ uma caracteristica do equipamento elétrico. ©) Os materiais apresentam elétrica, enquanto os objetos feitos com esses materiais apresentam eletrica d) Oaparelho que mede a tensio elétrica entre dois pontos de um circuito é ° Oque mede a corrente elétrica ¢o @ 0 que mede a resistencia elétrica ¢ 0 34 Instalagbes Eletricas Aula 2 - A luminotécnica e os tipos de lampadas Objetivos ‘Compreender as grandezas lumminotécnicas. Distinguir lampadas incandescentes das fluorescentes. Selecionar lampadas fluorescentes conforme as necessidades do ambiente. 2.1 Grandezas luminotécnicas Luminotécnica ¢ a técnica de iluminar. Vamos estudar algumas grandezas que B constituem a base da luminotécnica e as caracteristcas das fontes luminosas, principalmente as lampadas. 2.1.1 Fluxo luminoso (0) 0 fiuxo luminoso é a quantidade de claridade (luz) emitida por uma fonte Jurinosa, considerada igual em todas as direcGes. Ele & um dado caracteristico da lampada que nos fornece a percepsao de que ela ¢ forte ou fraca. ‘A.unidade do fluxo luminoso no $1 0 lumen (Im): limpada forte emite muitos lamens, lampada fraca, poucos lumens. Figura 2.1: Limpada incandescente emitindo seu fluxo luminoso Fore: cT3tt Aula 2A luminotéenica e 0s tipos de lampadas 35 e-Tec Brasil e-Tec Brasil Os lumens emitidos por uma lampada dependem da tensdo de funcionamento da rede elétrica. Uma lampada incandescente de 100 W/127 V emite cerca de 1500 liimens que aumentam para tenses maiores ou diminuem para tenses menores. Veja no Quadro 2.1 0 fluxo luminoso de algumas lampadas e suas respectivas poténcias. Quadro 2.1: Fluxo luminoso « poténcia Fonte: avon 2.1.2 Iuminamento (E) O iluminamento é uma grandeza que caracterizaré o ambiente onde a lampada ‘or instalada e donde teremos a sensacéo deste estar bem ou mal iluminado. O iluminamento de paredes, pisos, mesas, quadros, esta intimamente ligado ‘4 quantidade de lamens emitidos pela lampada e, a distancia entre ela e a superficie a ilurinar. © iluminamento é a relacao entre o fluxo luminoso incidente e a area da superficie iluminada. Sua unidade no SI é o lux (Ix). {Ix = In/m2), O iluminamento diminui com o aumento da drea a iluminar e com o aumento da distancia desta area & lampada. Por exemplo, uma lampada incandescente cde 60 W pode iluminar razoavelmente um pequeno cémodo de 4 m?, mas com certeza causard desconforto visual se fora Unica mada ce ura sala de 20 nr. 36 Instalagbes Eletricas 2.1.3 Eficiéncia energética (1) Eficiéncia energética ou rendimento luminoso ¢ a relagao entre os lumens emitidos pela lampada e a poténcia absorvida na rede elétrica. Figura 2.2: Limens emitidos pela lampada e poténcia absorvida na rede Fonte: Ish © Quadro 2.2 fornece a eficiéncia energética de algumas lampadas. Fone: aver 2.1.4 indice de Reproducdo de Cor (IRC) O indice de reproducéo de cor é uma grandeza que varia numericamente de 0 a 100, representada percentualmente. Ela procura expressar o grau em que a |ampada consegue mostrar ou realcar as cores verdadeiras dos abjetos iluminados. O fator 100 corresponde a cor real e fiel dos objetos quando analisados sob a luz do sol. Aula 2A luminotéenica e 0s tipos de lampadas 37 e-Tec Brasil ‘As lampadas incandescentes so as que melhor reproduzem as cores dos objetos depois do sol, e por isto, tém, por definicdo, IRC = 100%. Noutras lampadas este indice varia de 45 a 95%, por seu tipo e processo de funcio- namento. 0 Quadro 2.3 qualifica para ambientes residenciais 0 IRC que pode ser recomendado na escolha das lampadas. time 80m Regular TIC Ince de Reprod de Cor) 100-95 5-85 8-15 ort: autor 5 ura de Cor C ta (TC A temperatura de cor ¢ uma grandeza que identifica a cor da luz emitida pela lampada. Sua unidade é o kelvin (K) ~sem referéncia a graus, por convencao. A temperatura de cor das lampadas varia entre os limites de 2700 a 6500 K. Os valores mais baixos correspondem a luz de cor amarelada (quente) e, os valores mais altos, a cor azul (ria), variando em tons de branco nesse intervalo. Como a temperatura de cor da lémpada expressa a cor da luz, sua influéncia mais significativa est na decoracao do ambiente e dos efeitos que porventura ppossam provocar nas pessoas que frequentam esse ambiente. O Quadro 2.4 procura relacionar adequadamente a TCC e 0 uso das limpadas com o ambiente. 0 6500 Cos aertes ~Amaeas ces es Ais Anbienes conhegantes abies de aba eestudo Sues rears ‘Sines mas exces Fone: aor a) A luz branca natural ¢ a luz emitida pelo sol a céu aberto ao meio dia, cuja temperatura de cor & considerada de 5800 K. ) Luz quente ou fria nao se refere a0 calor fisico da limpada, mas 4 tona- lidade de cor que ela empresta ao ambiente. Quanto mais alta a TCC, mais clara é a tonalidade apresentada por ela. Todas as lémpadas em funcionamento aquecem. 2.2 Tipos de lampadas \Varias sao as lampadas encontradas no mercado, cada uma com suas carac- teristcas de luz e principios de funcionamento. Elas variam em funcdo de suas poténcias, limens emitidos, eficigncia, mas, sobretudo, pela aplicacgo em cada ambiente. 2.2.1 Lampadas incandescentes (comuns) Lampadas incandescentes sao lémpadas que funcionam pela incandescéncia de um filamento muito fino de tungsténio colocado no interior de um bulbo de vidro, que € preenchido com gas inerte, ou no (a vacuo). A corrente elétrica que atravessa o filamento 0 aquece a valores da ordem de 3000°C, fazendo-o emitir calor e luz S40 as lampadas de uso mais comum e as de menor custo. Apresentam tonalidade amarelada e sao fabricadas, para circuitos residenciais de 127 € 220 V em poténcias que variam de 5 a 150 W (IRC = 100%; TCC = 2700 K) € vida util média de 1000 horas de funcionamento. Na pratica so radiadores térmicas pois apenas 20% do que consomem de energia sao transformados em luz visivel. O restante é perdido em calor. Devido a isso tém sido contestadas no mundo inteiro e muitos paises ja ndo as adotam. Entretanto deve-se entender que nao sao nocivas a satide do homem (pela auséncia do merctirio) e nos tém atendido confortavelmente ha mais de um século. 2.2.2 Lampadas fluorescentes Figura 2.3: (a) Lampada fluorescente e (b) acessérios Fore: htpleapey cob coniResaPeanoa, 37105408 0 (eb Fpnages2 oe cent 31671267361 102_77642667_-otsde-RECEPT@CULOPARAAMPADA- FLUORESCENTE og Aula 2A luminotéenica e 0s tipos de lampadas 39 Proptedade de emis <6 a por compos em remperatura eleva, ‘luorescéncia Propredade que cestos mattis tm de absonetem redagtes eeuomagnétcas devemeté las novamete cam lor comprimento de ons, cevertusimente na fa co vise. LOA restores Equipamentos que martin 2 establlzngio da descarga ica ent do tubo elmtam a ‘arent elévica nara, ‘A lampada fluorescente & uma lampada que funciona através de descargas elétricas (pequenos relampagos) aplicadas ao vapor de merctirio dentro de lum tubo de vidro. As moléculas de vapor de merctiio assim se ionizam, emitindo radiacées eletromagnéticas nao visivels, mas que sao transformadas em radiac6es visiveis pela fluorescéncia da pintura interna do tubo. ‘As |ampadas fluorescentes sao lmpadas diversificadas em poténcia, emisso de lumens, cor de luz, tamanhos e formas, 0 que garante sua aplicagao em ambientes internos para varias utilizacdes. ‘Aslampadas tubulares so as mais usadas e vém sendo fabricadas com diametros cada vez menores. As tradicionais so as T-12 e 7-10, encontrando-se jé no mercado T-8 e T-5. Essas especificagées referem-se aos didmetros dos tubos em oitavos de polegada, ou seja, 38, 33, 26 e 16 mm de diametro, respectivamente, A vida itil de uma lampada fluorescente é de 2 a3 anos, ou um tempo de operacio de aproximadamente 30 mil horas, acesa continuamente. O acender e apagar constante de uma lampada fluorescente reduz muito sua vida Util porque as caracteristicas elétricas da descarga em um gas diferem fundamentalmente da resisténcia ohmica de uma lémpada incandescente, levando 0s componentes a mais répida deterioracao. A troca de uma lampada ‘luorescente deve ser feita antes mesmo da sua queima, porque, devido ao seu proprio principio de funcionamento, o fluxo luminoso diminui sensivelmente com 0 passar do tempo. As limpadas fluorescentes funcianam com auxilio de reatores: os eletro- magnéticos e os eletronicos. + Reatores eletromagnéticos (pesados) - sao constituidos por um ni- cleo de aco laminado e bobinas de fios de cobre esmaltado e durante o funcionamento podem emitir ruidos. So os mais resistentes & umidade e indicados para locais de baixa temperatura de trabalho ou sem condices de aterramento. Existem os de partida convencional que necessitam de outro equipamento, o starter; e 0s de partida répida que néo necessitam do starter. Ambos, por funcionarem em frequéncia de 60 Hz, produzem um fenémeno chamado efeito estroboscépico que, embora nao percebi- do pelo olho humano, é detectado pelo cérebro, causando um cansaco visual. Esses reatores encontram-se em desuso comparativarente aos modernos reatores eletrénicos. 40 Instalagbes Eletricas + Reatores eletrénicos ((eves) ~ s40 constituidos por componentes eletrO- nicos @ operam em alta frequéncia (35000 Hz) e, além de eliminarem o feito estroboscépico, apresentam menor perda elétrca e maior economia de energia. Entretanto, existe complicadores no uso de reatores eletrOni- 0s, conforme ressalta Silva (2004, p. 104). Os de baixa qualidade podem eemitir sujeira na rede elétrica, que séo sinais que interferem em funciona- mento de TY, distorcendo imagens, causando ruidos estranhos em radios ¢ sinais que interferem em computadores e sisteras de seguranca. Para evité-los aconselha-se 0 uso de reatores eletranicos de alta performance cuja qualidade ¢ verificada pela Taxa de Distorgao Harménica (THD) que deve estar abaixo de 30%. Quanto menor a THD, melhor sera o reator eletranico. Existem no mercado reatores eletrénicos de THD < 10%, mas convém conferir sempre a informacéo que deve estar escrita no produto. (a) (b) Figura 2.4; (a) Reator eletromagnético e (b) reator eletrénico, Fore: tpn caro con bvnagestest%20elronagneticnjog (ty hp:tmages rayon blntedtoupsT01201REATOR_FLETAONICO_2_Xipg Aula 2A luminotéenica e 0s tipos de lampadas a fiagao Fenn Pdr -composta por fio rigido ou cabo Shee eco pes Seacenssnprrenraen wrtepasipesininene ‘plastica, geralmente PVC. e-Tec Brasil fabricantes que contenham informacdes técnicas sobre seus produtos (lampadas, reatores e lumindrias), muitas vezes disponiveis em sites da internet. No tocante a reator, no deixe de observar na escolha: alto fator de poténcia (> 85%), baixo THD (< 30%), além da compatibilidade com ‘a marca e poténcia da lampada escolhida, AAs lampadas fluorescentes compactas tém sido solucdes imediatas para substituigao das lampadas incandescentes que, em breve deixarao de ser fabricadas. Entendo que elas cumprem mais um papel de iluminacao local, mas que a evolucao da tecnologia deve fazé-las evoluir para ilumi- nacao geral. Lamentavelmente as lampadas fluorescentes de to boas qualidades téc- nicas t8m em sua fabricacao o merctirio, altamente danoso ao meio am- biente e a satide dos seres vivos. Seu descarte, ap6s inutilizadas, é feito, muitas vezes, em lixo comum, quando deveriam seguir para estacdes de reciclagem. Como as lampadas fluorescentes so utilizadas na maioria das vezes em luminarias (calhas) metalicas, ha necessidade de ligar essas lurinarias 20 fio terra para descarregar cargas elétricas estaticas produzidas entre lampadas e luminarias. OS LED's— diodos emissores de luz —séo componentes semicondutores da mesma tecnologia utiizada nos chios de computadores que tém a propriedade de ‘emitir luz quando aquecidos pela passagem de uma pequena corrente elétrica, Os LED's sao dispositivos sem filamentos que operam em extra baixa tensio (10/24 V) eem corrente continua. Necessitam, portanto, de um equipamento (driver) para serem inseridos na rede elétrica residencial. Sem descarga elétrica, consomem menos de 1 W de poténcia e tém longa vida uti. Funcionando sem reator, ndo apresentam ruidos incémodos, no aquecem o ambiente, nem produzem 0 efeito estroboscopico, se comparados com outras lampadas. Atualmente sao encontrados em sinais luminosos, lanternas traseiras de auto- méveis (brake-tighte varios cispositivos de iluminago e marcadores luminosos. Ja s8o encontradas |ampadas residenciais de LED's, porém de custo ainda elevado, Parecem promissores os avancos tecnolégicos para popularizacao dos LED's e acreditamos que eles vo se tornar em breve uma solucéo mais moderna para projetos de iluminacao. Figura 2.5: (a) LED's e(b) limpada de LED's Foe] aciroescoacmi-orentupload2011i3edsoy (ip togsptcon_ TOFS naIAARAAABAB Fg? 2S600 boiled eing Resumo As lampadas sao fontes luminosas cujas caracteristcas sao 0 fluxo lurrinoso, © indice de reprodugdo de cor e a temperatura de cor. Essas grandezas iden- tificardo lampadas que nos permitirdo escolha em nosso projeto elétrico, Com elas e a escolha adequada de reatores e calhas, poderemos compor sistemas de iluminacao eficiente e arquiteténico. Atividades de aprendizagem 1. Marque (F) se falso ou (V) se verdadeiro. (__) Adesvantagem atual das lampadas incandescentes é seu elevado consumo de energia para converter em iluminagao apenas 20% do que consomem. (__) As lampadas fluorescentes compactas séo atualmente substituicéo tem- pordria das incandescentes. (__) Um inconveniente das lampadas fluorescentes é 0 uso de merctirio na sua fabricagdo 0 que recomenda descarte em lixos especializados, quando nao sao mais passiveis de uso. (_) 0s reatores so equipamentos para limpadas de descargas que limitam a corrente elétrica e mantém a estabilizagao da descarga dentro do tubo, Aula 2A luminotéenica e 0s tipos de lampadas 43 2. O tipo de lampada mais indicado para uma érea de servigo é a) Incandescente b) Fluorescente @ LED 4) Qualquer uma das anteriores 3. Complete as frases. a) Quanto maior a tensdo na rede, 105 ltimens emitidos pelas larpadas, podendo inclusive, queimé-la b) Ambientes como dormitérios, requerem lampadas enquanto ambientes de trabalho, lampadas 44 Instalagbes Eletricas Aula 3 - Projeto elétrico: a concepcao Objetivos Entender o sistema de entrada de energia em residéncias. ‘Compreender as partes de um projeto elétrico com iluminagao fluo- rescente, Acompanhar a elaboracao de um projeto elétrico. 3.1 Instalacao elétrica Instalagéo elétrica € uma associagdo de componentes, coordenados entre si, para fornecer luz, calor, movimento ou transmissao de sinais. Esses compo- rnenies so as linhas eletricas e os equipamentos. + Linhas elétricas — condutores (fis e cabos) cadeiras, eletrodutos). Jementos de fixacao (abra- + Equipamentos - alimentadores da instalagéo (gerador, transformador); de comando e protecao (disjuntor, interruptor; utlizadores da instalagéo (geladeira, TV, chuveiro, lémpada, etc) A instalacao elétrica que pretendemos projetar conteré as linhas elétricas € 0s equipamentos de comando e protecio. A alimentacao dessa instalacao cabera a concessionaria de energia elétrica que ligara a instalago de nossa residéncia aos fios disporibilizados nos postes da rede elétrica publica. Observando a rede elétrica de sua rua, vocé vera na parte superior dos postes, ‘18s fios (fases) dispostos horizontalmente. € a rede priméria ou rede de alta tensdo (13800 Vj; nem sempre dispontvel em todo posteamento de rua. Observando ainda os mesmos postes, vera quatro fios um pouco mais abaixo dispostos em posicao vertical. € a rede secundaria (127/220 V) ou (220/380 V), em baixa tensdo, que é distribuida as residéncias. Esses fios so os trés fios fases e 0 fio neutro. Observe que so entregues as residéncias, no minimo dois deles, onde um é sempre o fio neutro. Aula 3- Projet elétrico: a concep 45 e-Tec Brasil e-Tec Brasi © equipamento que se observa em alguns postes e que faz a ligacéo da rede de alta tenséo com a rede de baixa tenséo é o transformador, responsavel por baixar a tensdo aos valores de uso nas residéncias e estabelecimentos. Figura 3.1: Redes de alta tensao, de baixa tensao e o transformador Fonte auer 3.2 Fornecimento de energia nas edificagdes ‘Quem fornece energia as edificacdes é a concessionaria, disponibilizando tensaio elétrica através de ligagdes que podem ser classificadas, basicamente, como: + Provisérias —ligades que serdo substituidas posteriormente por ligacoes definitivas. Sao ligagdes para obras que esto em fase incial de construcéo. * Definitivas — ligacGes de carater permanente. Podem ser em tensao se- cundatia (residencial) ou tensdo primaria (industriaVresidencial, predial comercial) Para se obter ligacdo defintiva, ¢ necessario conhecer os regulamentos das cconcessionarias antes da execucdo dos servicas, pois, se em desacordo com suas prescrigBes normativas, elas podem nao atender ao pedido de ligacéo. A ligacdo se dara por um ramal de ligacéo que compreende, basicamente, ‘duas partes: uma externa, nos limites publicos (da rede na rua, até a entrada da propriedade); outra interna, nos limites privados, (dentro da propriedade, até 0 equipamento de medicio). Ambas podem ser aéreas ou subterraneas ‘em funcao da estética ou corveniéncia da edificagéo ou da rede. 46 Instalagbes Eletricas Na Figura 3.2 observa-se um padrao trifésico no poste particular da residéncia da esquerda (trés fases e 0 neutro) onde os fios no ramal de ligagéo esto trancados no seu suporte. Figura 3.2: Alturas minimas do ramal de ligacio ao solo Fore: CSM adaptado de CEMIGND. 1,200, 92-1 Toda concessionatia classifica as ligac6es definindo tipos em funcdo da carga, instalada, da demanda e do tipo de rede local onde estiver situada a unidade consumidora. Apresentamos 0 Quadro 3.1, parte da ND-5.1/2008 (Companhia Energética de Minas Gerais ~CEMIG), que traz interesse didatico imediato para 0s conteUdos [75 her malssobrea abordados neste caderno didatico. | CEG, aces: btpahwncerig.com.br Aula 3- Projet elétrico: a concep 47 e-Tec Brasil Fonte: Adapato de CEMIG NDS. 12008,9 72673 3.3 O projeto elétrico Projetar a instalacdo elétrica numa edificacao consiste em + Determinar as quantidades necessirias de lampadas e tomadas e suas localizacbes. + Criar e dimensionar os circuitos elétricos com suas respectivas fiacées, lampadas e tomadas. + Definir 0 tipo e a localizacio dos dispositivos de protecéo (disjuntores), comando (interruptores), bem como os demais acessérios (quadro de distribuigao e medicao de energia). 3.3.1 Partes componentes de um projeto elétrico + Meméria de célculo ~ parte escrita que contém os parémetros do pro- eto: cargas, correntes, tenses de trabalho, fatores de demanda e de protecio e as normas técnicas observadas + Conjunto de plantas — pranchas de desenho em escalas e formatos ‘adequados onde se apresentam em planta baixa arquiteténica, por sim- bologia convencionada, a localizacéo das lampadas e seus comandos, as tomadas com as respectivas cargas, a fiacao com os circuitos a que pertencem e os dispositivas de protegao. Compéem ainda as pranchas, ‘© quadro de cargas, os diagramas de fases e geral, a legenda e o selo {carimbo) e detalhes de montagem, caso necessério. e-Tec Brasil 43 Instalagbes Eletricas + Especificacées e orcamento ~ lista dos materials especificados e orca- dos a serem utilizados. Na elaboracdo de um projeto elétrico deve o projetista se preocupar com: + Utilizago da instalacio por criancas e deficientes. + PrevencGo de reserva de cargas para eventuals pequenas alteragbes futuras. + Observacao 4s normas técnicas. + Custo compativel, com criatividade, beleza e, sobretudo, bom senso. 3.3.2 Passos para a elaboracao de um projeto elétrico Montaremos nosso projeto elétrico executando, passo a passo as seguintes etapas: a) Planta baixa apropriacio do projeto arquiteténico com cortes e deta- thes construtivos. 'b) Objetivos ~ compreensdo da finalidade do projeto, disponibilidade eco- némica do construtor, exigéncias da concessionaria, ©) Determinagéo da poténcia a instalar — definicao do tipo de padrao. ) Marcacéo dos pontos ~ localizacéo das lampadas, interruptores e to- madas. Posicionamento do Quadro de Distribuicéo (QD) e do Quadro de Medicéo (QM - relégio). Aula 3- Projet elétrico: a concepgao 49 “emo emprega para design parla fia de consume, certo de, oma, rand, nleruptos bet de campain, te Pode ser pads «toma ou de comands {ierruptr isjrtn. e-Tec Brasil €) Criagdo dos circuitos — diviso da poténcia instalada em circuitos. Distri- buicdo dos eletrodutos e construcao do quadro de circuitos. 4) Dimensionamento dos circuitos - determinacao da fiacao, dos elementos de protecdo e dos eletrodutas. 1g) Elaboracéo do quadro de cargas e montagem dos diagramas. h) Apresentacdo da planta completa i) Materiais - especificacdes e orcamento. i) Elaboracéo do manual do proprietério, Resumo Nesta aula voce viu que uma instalacao elétrica é composta por linhas elétricas ccuja funcdo ¢ disponibilzar energia aos equipamentos eletricos para que eles. nos fornecam, em sintese, luz, calor e movimento. E a concessionaria que faz alintroducao do elemento principal na sua instalacao eletrica, a tenséo (dp), posta no padrao de energia. O projeto elétrico é a documentacao escrita e organizada que possibilita a montagem da instalagéo elétrica, com seguranca, conforto e economia, Atividades de aprendizagem 1. Faca a planta baixa arquitetdnica de uma residéncia com area entre 90 e 130 m?, para nela desenvolver seu projeto elétrico. Nao é necessario ser de dois pavimentos. 50 Instalagbes Eletricas Aula 4 - Nosso projeto elétrico Objetivos Estabelecer parémetros para calculo de projeto elétrico residencial com iluminacao fluorescente. Distribuir lampadas e tomadas pela planta baixa.. riar 0s circuitos de um projeto elétrico residencial. 4.1 Planta baixa N° de pavimentos ~ 1 Area construida — 110 m? (PE ~ 1) Custos estimativos: + Calculo~de 0,5 a 1,5%, do valor da edificacao. + Material elétrico ~ de 3,0 a 5,0% do valor da edificacao. + Mao de obra para execucdo ~ de 2,0 a 3,0% do valor da edificacéo. Aula 4 Nosso projeto etrico 1 e-Tec Brasil Figura 4.1: PE - 1 planta baixa arquiteténica Fonte: CSM, apt do ator 4.2 Objetivos De posse da planta baixa, procura-se compreender a expectativa e 0 nivel de cexig@ncia do proprietario e/ou usuarios, além da funcionabilidade da propria instalacdo. E necessario conhecer o grau de compatibilidade com a rede publica e as rnormas da concessionatia no que diz respeito a distrbuigao de energia eletrica 0s detalhes de instalacdo, porque pode nao haver possibilidade de ligacao de padrdo trfésico, por exemplo. Nessa hora é importante compreender e prever futuras instalagdes para novos emodernos equipamentos e circuitos, como TV a cabo, rede de computador, 52 Instalagbes Eletricas telefone, entre outros, cujo planejamento deve ser feito de acordo com o projeto elétrico, embora, muitas vezes, feito a parte Procedimentos como “deixar espaco” para disjuntores no quadro de distrbuigao de energia e eletrodutos de reserva, evitam futuros incémodos em expanses, sem que isso leve ao aumento no custo da instalagio. Uma “arrumacio” posterior, além de nao ficar bem feita, comprometera um trabalho sério € riterioso anteriormente desenvolvido. 4.3 Determinacao da poténcia a instalar Determinar a poténcia elétrica a ser instalada numa edificacao consiste em calcular a soma das poténcias das limpadas e tomadas necessarias aos diversos. cémodos, Isso equivale a determinar as cargas nos pontos Uteis de utilizacao de energia elétrica. Essas cargas séo classificadas em cargas de iluminacéo e cargas de tomadas. Iniciaremos o levantamento da poténcia a ser instalada, montando o quadro de poténcia que esté dividido em duas partes: Quadro 4.1 (jluminacao) ¢ Quadro 4.5 (tomadas), 4.3.1 Determinacao das cargas de iluminacao Acompanhe o preenchimento de cada uma das cite colunas do Quadro 4.1 com tantas linhas quanto 0 niimero de cémados a iluminar. Aula 4~ Nosso projeto eletrico 53 e-Tec Brasil Fonte: autor Coluna 1 — nome dos comodes a serem iluminados. Coluna 2 - area dos cmodos em m* obtida na planta baixa Coluna 3 — iluminamento adotado. (Conforme opcao do projetista e reco- mendagéo da ABNT/NBR-5413/92).. A ABNT/NBR-54 13/92 detalha, conforme o apresentado no Quadro 4.2, valores de iluminamentos (E, em lux) para ambientes especificas. Tem a vantagem de tum célculo de iluminagao funcional de acordo com a utilizacao do ambiente. Para a iluminacio de interiores residenciais, a referéncia inicial é o nivel médio ara a maioria dos casos, e-Tec Brasil 54 Instalagbes Eletricas b) Como exemplo de preciso, pode-se comparar a leitura simples de um jomal coma leitura de uma receita médica; a primeira sem importancia; a segunda critica. Refletancias dizem respeito & cor das paredes e pisos. Se laras, apresentam refletancias altas; se escuras, refletancias baixas que ‘exigem iluminamentos mais altos. ) Lembre-se que com o tempo as lampadas fluorescentes perdem seu po- der de emissdo de kimens e que os reatores apresentam, na maioria dos casos, ffl < 1,00 6 que quer dizer menor iluminamento. Também a possibilidade de uso de luminaria com protetor de acrlico ou de ilumina- ‘20 inditeta vai requerer um valor de iluminamento para célculo de 20 a 50% maior. Portanto, pode ser bom trabalhar com um valor ligeiramente cima dos valores médios dados na tabela para o calculo no projeto, sem deixar de observar que alguns dos valores apresentados na coluna "ma- ximo", so relativamente altos. ‘Como nao ha estabelecimento normativo sobre iluminacéo de ambientes externos em residencias, a definicao caberd ao projetista e ao cliente. Lembre-se de que 0 bom senso sempre deve estar presente. iluminal ‘Amblentes esiendals Minimo Medio xine el 00 180 20 siete ate = i ai eel 100 180 20 cha lel (oan i mesa) ” ~ ~ atl 100 0 200 uss loa (peta, ana) a * Ea! Eee eal % 100 10 dispense loc 200 300 500 xl 100 180 20 ane Loa pets 0 20 500 Fonte: ABNTINER A122 Coluna 4 ~ calculo do fiuxo luminoso necessério (coluna 2 = coluna 3) 0 fluxo luminoso para cada ambiente sera obtido, confarme o item 2.1.2, pelo produto do iluminamento adotado e pela area deste ambiente, Coluna 5 — definicao do numero (quantidade) de lampadas necessarias Nesta coluna definiremos as |ampadas que seréo usadas em cada ambiente e suas quantidades. Para iluminacao dos cémodos de uma residéncia, uma boa indicaco pode ser a escolha de lampadas fluorescentes de TCC entre 4000 e 5000 K, (luz neutra) e IRC acima de 85%. Também podem dar melhor efeito decorative as lampadas tubulares de menores diametros (< 33 mm), observando sempre que 4s luminérias, além de embelezar 0 ambiente, so responsadveis pelo melhor aproveitamento do fluxo luminoso emitido, Para o nosso projeto, partamos das opcées apresentadas no Quadro 4.3, obtidas os catalogos dos fabricantes, entre muitas outras existentes no mercado, Fonte: aor Como vimos no subitem a) do item 2.2.2, em toda iluminacéo fluorescente, hh que se considerar o fator de poténcia (g) do reator, Nao se sabenda 0 valor do fator de poténcia p do sistema, podemos adotar valores entre 0,60 a 0,80 que minimizaréo erros possiveis. Quanto mais baixo © valor de @, pior 0 sistema, 0 que exigiré a instalacdo de uma flacao mais grossa para o circuit. Selecionamos para nosso projeto, do Quadro 4.3, as seguintes lampadas e seus respectivos reatores cujos fatores de poténcia adotamos 6 Instalagbes Eletricas Interior + Lampada fluorescente 2 + reator: P = 36 W; p= 0,65 (adotado). + Lampada fluorescente 1 + reator: P = 18 W; @= 0,65 (adotado). Exterior + Lampadas incandescentes: P= 100 W; 00, Colocaremos em cada ambiente, o numero de lampadas que cubra os kimens rnecessarios, observando a estética e ou possbilidade de iluminacéo parcial do ambiente. Assim, para a sala, precisaremos de duas lampadas (2500 Im) para atender aos 4800 Im que consideramos necessarios. Coluna 6 — carga no ponto de iluminacao, A carga (poténcia) que desejamos conhecer é a poténcia aparente, dada em volt. ampere que vale a razao entre a poténcia ativa, dada em walt, pelo fator de poténcia (g) do equipamento. Para a sala, temos: E, de modo analogo para os demais ambientes, preenchemos a coluna 6. Coluna 7 ~ critérios minimos de carga de iluminagao para calculos de fiacéo em locais de habitacao (ABNT/NBR-54 10/04), a) Para comodos com area < 6 m? deve ser prevista uma carga minima de 100 VA. 'b) Para comodos com area > 6 m? a carga minima prevista sera de 100 VA para (05 primeiros 6 me, acrescida de 60 VA para cada aumento de 4 me, inteito, Aula 4 Nosso projeto etrico 37 e-Tec Brasil Assim para a nossa sala de 16m? E analogamente para os demais comodos. Coluna 8 ~ cargas de iluminacao (oara calculo). Se a poténcia de iluminacdo da lampada escolhida para o ambiente for inferior a0 minimo normative recomendado devera ser substituida por este, para efeito de calculo da fiagio do circuito. A coluna 8 conteré o maior valor entre as colunas 6 e 7, 4.3.2 Determinacao das cargas nas tomadas ‘As tomadas sio classficadas como Tomadas de Uso Geral (TUG) e Tomada ‘de Uso Especifco (TUE), ambas iguais (Figura 4.2); diferem apenas no projeto elétrico pelo valor da poténcia que thes ¢ atribuida, plugue Dispos eco com coats, aos cu dsinads aseren igadospemanentenente 3 condor ques itoduz ai ets de una toma pata alimertar ou desir an | equiganensdeslzarsode | Figura 4.2: Tomada e plugue energetics | fore: hp bofonenaeacom vy creiloais 0108 pifhC3KAIO‘onads Say e-Tec Brasil 58 Instalagbes Eletricas ‘AS TUGs s40 as tomades distribuidas aleatoriamente pela edificagdo e destinadas a atender a grande maioria dos aparelhos elétricos/eletrénicas domésticos ue, além de possulrem menores cargas, sdo portateis. A essas tomadas so atribuidos valores de poténcia de 100 VA ou de 600 VA. ‘As TUEs séo tomadas especificas para equipamentos que, além de possui rem maiores cargas (geralmente acima de 1500 VA), esto mais locados numa parte da edificacao. Sao eles: chuveiro, maquina de lavar louca/roupa, condicionador de ar, bombas hidraulicas entre outros. Estes necessitam de ligagées exclusivas. A carga a considerar nessa tomada é a poténcia nominal do equipamento fornecida pelo fabricante ou a poténcia que ele absorve na rede elétrica, calculada a partir da sua tensdo de funcionamento, da corrente elétrica e do seu fator de poténcia © Quadro 4.4 apresenta valores de poténcias de alguns equipamentos elétricos usuais em residéncias. eS ——_ er fees ney erate oe © Quadro 4.4 de poténcias tipicas dos equipamentos, apresentado, é para voc conhecer a poténcia deles e nao para anexar essa poténcia a tomada Uma vez previsto na residéncia um montante maior desses equipamentos (TV's, torradeira, secadora, micro-ondas) e outros de uso ja consagrado, aconselha-se a aumentar 0 numero de TUGs de 600 VA, de modo a aumentar a poténcia instalada. Mas chuveiros, bombas hidréulicas e condicionador de ar, constituiro TUES e terdo circuitos exclusivos Segundo a ABNT/NBR-5410/04, deveros estabelecer como minimas reco- mendados para TUG: * Para varanda, garagem, citculacio, s6téo ou subsolo e comodos com 4rea menor que 6 m*: uma tomada de 100 VA + Para salas e dormitérios: uma tomada de 100 VA para cada S m (ou fra- ‘cao) de perimetro, devendo esses pontos ser espacados to uniformemente quanto possivel + Para cozinhas, copas e areas de servicos: uma tomada a cada 3,5 m (ou fracio) de perimetro. Para as trés primeiras tomadas sero atribuidos va- lores de 600 VA e para as demais, se existitem, 100 VA. * Para banheiro, lavabo: uma tomada de 600 VA junto ao lavatério. a) Convém que as tomadas de copa, cozinha e areas de servico sejam do tipo 20 A. Estas tém orificios ligeiramente mais grossos que recebem tanto seus respectivos plugues como os plugues de tomadas de 10A. As tomadas de 10 A s6 recebem os plugues de 10 A. b) Na possibiidade de uma tomada ligar mais de um equipamento, dis- ponha no ambiente um ntimero adequado de tomadas, evitando a uti- lizacao de derivacao em “Te” que, além de incmodo, ¢ antiestético e perigoso, Praticamente nao existe custo adicional significativo quando se distribuem tomadas com relativa abundancia, se considerarmos 0 con- forto, a comodidade e a sequranca do usuario. Completando o levantamento da poténcia a instalar com as apropriacbes que julgarnos convenientes para as cargas nas tomadas, teremos no Quadro 4.5: Coluna 9 ~ medida do perimetro dos comodos (obtido na planta baixa). Coluna 10 — quantidade de tomadas em funcao dos niimeros minimos reco- mendados por perimetro, anteriormente descritos, Coluna 11 — definicéo das TUEs ¢ TUGs. Coluna 12 ~ calculo das cargas nas tomadas (soma das poténcias de TUG e TUE), Coluna 13 - total geral. Soma das cargas de iluminacdo e tomadas (coluna 8 + coluna 12). 106 160 eS 4x 100 0 520 sonst 40 de? 4100 0 or 27 de? 4x 00 no ar 40 e240 0 Grate fio? 1x10 100 nhs fio) 1x60 135006100 5200 Gaogen 5 lot 1x0 io 260 Copstachs 160 veg 36 2000 2m 24100 Seni a as) 1900 200 ) aero 5 70 Tol 300501100 ‘3800 Fone ar ‘Appoténcia cuja unidade é dada em VA é a poténcia aparente. Para a definicao da carga no padrio e sua determinacdo, a CEMIG apresenta no Quadro 3.1 a poténcia ativa cuja unidade € dada em W. A transformacao é obtida pela aplicacio do coeficiente fator de poténcia (g) na Equacéo 4.1 jé apresentada POW) = PIVA) x @ Para obtencio da poténcia aparente (de iluminacdo), o fator de poténcia que ‘usamos foi de aplicagao exclusiva na iluminagao fluorescente (0,65). No total da instalacZo temos uma grande maioria de equipamentos residenciais que so motores de pequenas poténcias (< 1 HP), cuja influéncia no abaixamento do fator de poténcia nao é muito significativa. Como o fator de poténcia ¢ sempre um nimero abaixo da unidade, sua aplicagdo na expresséo acima contribuiré na diminuiggo da carga instalada em VA. Adotando como fator de poténcia total de toda a instalacdo, por exemplo, 0,95 obteremos uma poténcia ativa de 13186 W. ‘Com o valor da carga instalada e em consulta a recomendacao da concessio- néria, no nosso caso a CEMIG, temos, consultando o Quadro 3.1 sensor de presenca Dispos de oman dsténas ‘we detect fortes de calor come eSnase motores aqueces, _ntates de sensor nraverelo, acorandoacge (impale desigand-a as um tempo roamed de sen three-way Intemuptor compost de dias pecas donde & pssivel o comande ‘de uma ou mai ipa, dimer Interuptr que pemite vai a Tuminosidade de um ambiente Fonte: aor 4.4 Marcagao dos pontos 4.4.1 Localizagao de lampadas e interruptores Posicionaremos na planta arquiteténica, por simbolos convencionais, as lam- padas e seus respectivos comandos, devendo ser previsto para cada comodo pelo menos um ponto de luz fixo no teto comandado por um interruptor. Nessa etapa destacamos a importancia de colocar esses pontos de ilumina- ‘cao em posigdes adequadas. Alem do ponto central no teto dos cOmodos, ‘outras posicées podem ser igualmente importantes, como na cabeceira da ‘cama, acima do fogao, acima do espelho do banheiro, arandelas pela sala corredores, etc. Nao desprezar os modernos interruptores como sensores de presenca, nem mesmo os tradicionais three-way e dimer, que poderao ainda ser utilizados por longo tempo. A Figura 4.3 traz somente os simbolos que utilizarerios em nosso projeto, ‘ponto Fone: CSM, apt de ABNTINER 3489 62 Instalagbes Eletricas Considerando os recursos graficos disponiveis em muitos softwares, néo representaremos as pecas firas (pia, tanque, lavatério, chuveiro) e nem mobilério, que poderéo facilmente ser observadas na planta arquiteténica (Figura 4.1). Entendemos que isso pode facilitar a visualizacao, rc a Eo Figura 44: Fore: Caddo do ato, Aula 4 Nosso projeto elétrico = 2 iluminagdo interna e externa e-Tec Brasil 4.4.2 Localizacao das tomadas e quadros de energia Posicionaremos as tomadas a altura conveniente do piso, observando também sua distribuigo conforme © espacamento minimo recomendado em cada ‘comodo. Posicionaremos, também segundo simbologia normatizada, 0 Quadro de Distribuicao (QD) e o Quadro de Medicao (QM) de energia que deverao ficar em pontos estratégicos e de facil acesso. Figura 45: Legenda 2 quadros, tomadas e eletrodutos fat CTSN, dopo de RNTBR © quadiro de medio que serd parte integrante do padrao ficaré na entrada da ‘casa, em local de facil acesso ao eitursta da concessionairia. Neleseré instalado pela concessionaria, o relégio, que pode ser analégico ou digital (Figura 4.6). Figura 4.6: Potenciémetro do quadro de medicio - modelo digital Fore pee esercom branes cate 1076,MedorA1052_BCD-xoJPS 64 Instalagbes Eletricas 0 quadro de distribuicéo (Figura 4.7) ficaré no interior da residéncia, em local discteto, desobstruido, na posicéo mais central possivel das cargas (centro da construcéo), fora de banheiro e distante de pias e tanques. Deve possuir identificacao do lado externo e identificacéo dos circuitos. Para saber mals sabre Insalacdes eévicas ~ ponte, psn youtube com! watch? =OHBhPO Od tpn youtube com! WatchV=DKGO2FLUBQANR=1 Figura 4.7: Quadro de distribuicao com seus disjuntores Fonte hpi con bteretagers Isa php id-6 Nesse quadro serdo instalados os disjuntores, equipamentos de seguranca que serdo estudados e detalhados na Aula 5 (5.1.3.3). Posicionemos em nosso projeto 0 QD a entrada da copa/cozinha, a direita. Sendo um trabalho académico e no tendo posicionamento de lote e rua, em principio, consideraremos 0 QM préximo a entrada principal, na frente. Aula 4~ Nosso projeto eletrico 65 e-Tec Brasil TD compe nteraueno xa 1k == Steet = req | W500 gwen Ls > v 3500 Figura 4.8: PE 3 - tomadas e quadros fone: CIS, adapado do utr e-Tec Brasil 66 Instalagdes Elétricas 4.5 Criacao dos circuitos Um circuito compreende um conjunto de tomadas e/ou lampadas, ligado a0 ‘mesmo par ou trio de condutores e ao mesmo dispositive de protecao (disjuntor). Numa instalacdo residencial distinguimos dois tipos de circuitos: + Circuito de alimentacéo. * Circuito de distribuicao/terminal. O circuito de alimentaco ¢ formado pelos condutores que, ligados a rede da concessionaria, alimentam os circuitos do quadro de distribuicgo. & a fiago entre 0 QM eo QD. O circuito de distribuigdo ¢ formado pelos condutores que alimentam outros quadros. Sao ligacées de um QD principal a outro QD. 0 circuito terminal 6 formado por condutores que se ligam diretamente as lémpadas e tomadas, vindos de um quadro de distribuigéo. A Figura 4.9 apresenta estes circuits entre os quadros de distribuicéo de energia, Figura 4.9: Circuitos de alimentagao, de distribuigao e circuitos terminais Fone: CT, adptado do ator Toda a instalacao elétrica sera dividida em um numero adequado de circuitos (de distibuigao ou terminais), o que facilta a sua construcao, utilizacao e manutengao segura. Aula 4~ Nosso projeto eletrico 67 e-Tec Brasil ‘Anorma recomenda que os circuitos terminais sejam individualizados ern fungao dos equipamentos alimentados, dvidindo a instalacao em categorias. De um modo geral essas categorias sdo as sequins: + Circuitos de ilurinacéo. + Circuitos de tomadas (TUG). + Circuitos para motores, chuveiros, condicionadores de ar (TUE) + Circuitos ausiliares de sinalizacao, sonorizacao, video, ete. Criarcircuitos montar grupos de lampadas ou tomadas em regiées, ao redor do quadro de distribuicao, fracionando a poténcia total instalada ecuilibrada- mente. Deve-se prever para cada circuito (regiao), poténcia nao muito baixa, de maneira que 0 fio que o componha nao fique superdimensionado, nem muito alta, o que criaria necessidade de fiacdo muito grossa 4.5.1 Procedimentos para criacdo de circuitos terminai + Quantidade de circuitos - uma indicacéo numérica de circuitos terminais para uma residéncia pode ser a de um circuito para cada 25 m? de area construida, mais 0s circuitos exclusivos (TUE). Por exemplo, uma casa de 180 m? pode ter, em principio, sete circuitos e mais umn para cada chu- veiro (dois chuveiros), totalizando nove circuitos. Nosso projeto tendo 110 m2 e um chuveiro podera ter seis circuitos + Poténcia dos circuitos ~ para formar grupos de lampadas ou tomadas, podemos verificar, em primeira andlise, pela Figura 4.10, a relacdo entre poténcia do circuito e a fiacéo usual em construcées residenciais, para Circuitos terminais, em funcao da tensdo elétrica no proprio circuito. 68 Instalagbes Eletricas cue ni ACA 127V PrN se Fiagéo(#) (mm) Figura 4.10: Relacio entre fiagdo e sua poténcia em fungio da tensao na rede Fone CTS, adapt fo ott + Os circuitos de iluminacdo deverao estar separados dos circuitos de to- madas (TUG), ¢ as TUE deverdo ter circuitos individuals + Tomadas de copa, cazinha, areas de servico ¢ lacais andlagos devem ser constituidas por circuitos exclusivos. De posse desses procedimentos iniciaremos a criacdo dos circuitos, dividindo a poténcia total da instalacdo. Simultaneamente, construiremos o quadro de Circuitos (Quadro 4.7) e langaremos na planta baixa os eletrodutos de cada 9 % 9 % 9 Tela 53 ‘0100.00.00 (amide de res aqupados 1 2 1 i 2 1 Tobe vol 080.800 ag 3.00, 1A) Ema 1 a2 20s? Lina clésea— Fg 5.9 Bt 8 81 a 8 Co de conorescanegades 2 2 2 2 2 2 Tobe 55 wo 1 40551 Fonte: auor a) Os circuitos de iluminacdo (n° 1 e n® 2) foram calculados para tensao de 127 Va dois fios carregados (F/N). Os reatores das lampadas deverdo ser compative's para essa tensdo, embora os eletrénicos ja sejam fabricados como bivolt b) 0 circuito do chuveiro (n° 3) foi calculado como bifasico (220 V) a dois fios carregados (FF). Calculado como bifésico, a fiagdo € mais econdmi- @, ocorre menor aquecimento e menor perda de calor nos contatos, ja ‘que a corrente & menor. Iso aumenta a durabilidade dos componentes € do proprio chuveiro; este deve funcionar em rede de 220 V. Se 0 circuito do chuveiro fosse calculado como monofésico, terlamos: 5500 _ 127 = 433A #10 mm? (F/N/T) (até 57 A) 9) Conforme se percebera em outros célculos futuros, os coeficientes f, da Tabela 5.4 so bastante rigorosos, e suas aplicacdes levam a um signi- ficativo aumento da seco da fiacéo. Por isso, deve-se observar a nota 1 da ABNT/NBR-5410/04 (tem 6.2.5.5.3): “[...] admitindo-se todos os condutores vivas permanentemente carregados com 100% da carga. Caso 0 carregamento seja inferior 2 100%, 0s fatores de correcdo podem ser aumentados [..]”. A nota nao diz para quanto, mas convenhamos ‘que para residéncias, muito dificilmente os circuitos estardo plenamente (100%) carregados. Nesse caso 0 bom senso e conhecimento sobre o e-Tec Brasil 5.1.1.4 Dimensionamento da fiacao pela queda de tensao A queda de tensao € a diferenca de potencial que, aplicada no inicio do Circuito, diminui ao longo dele devido a sua propria resisténcia e que ser ‘tanto maior quanto maior for seu comprimento. Isso significa que uma carga 1 final do circuito receberé uma tensao menor que a aplicada no inicio para seu funcionamento. Todo equipamento elétrco ¢ fabricado para funcionar sob determinada tenséo, podendo tolerar pequenas alteracdes. Mas queda ou elevacao de tensio prejudicam seu funcionamento podendo danific-lo. ‘Alérn das quedas de tens6es que ocorrem naturalmente ao longo dos cicuitos, ‘outras de natureza técnica também acontecem. € o caso do funcionamento de equipamentos, simuttaneamente ligados, principalmente chuveios, no horério compreendido entre 17 e 21 horas, perlodo de pico de consumo, quando a concessionaria de energia tem difculdade para manter a ddp garantida no padtao. As quedas de tens6es (e%) nos circuitos sao calculadas em funcao da tensdo nominal de entrada e da tensao necessaria no local de funcionamento do ‘equipamento (carge), tal qual se apresenta na Equacéo 5.2. ‘A ABNT/NBR-5410/04 recomenda que em instalacdes alimentadas por um rarnal de baixa tensao, a partir da rede de distribuicdo publica, o valor maximo ‘oleravel de queda de tensto seja de até 4%, Porém, a queda parcial de tenso 1nos circuitos terminais para iluminacao e tomadas deve ser de, no méximo, 2%. Observe na ilustracdo da Figura 5.10. 88 Instalagbes Eletricas Figura 5.10: Valores de quedas de tensao permi fas pela ABNT/NBR-5410/04 Fore CT, adit fo er O dimensionamento dos circuitos residenciais pela queda de tensdo pode ser feito a partir do célculo do maior momento elétrico encontrado ao longo de ‘um dos ramais deste circuito. A fiacéo correspondente para suporté-lo esta indicada na Tabela 5.7. Como ao longo dos circuitos aparecem, normalmente, varios pontos de consumo de energia (limpadas ou tomades), 0 célculo do momento elétrico corresponde soma dos momentos elétricos de cada ponto. Aula 5 -Projeto eletrco: 0 dimensionamento dos circuitos ea conclusdo do projeto 89 e-Tec Brasil ————— Cay Me = (Px d) Para 0 célculo do momento elétrico de um circuito (ou ramal dele), torna-se nnecessério acompanhar no projeto o caminho que sera percorrido pela fiagdo para alimentar os vatios pontos de poténcia desse circuito, partindo do quadro de distribuigdo até o fim do ramal. (Figura 4.11, PE—4), Esquematizamos na Tabela 5.8 as observacées referentes ao calculo do momento elétrico para iluminacéo para alguns de nossos cémodos. 160 160 00 co 10 i 100 oo “Copatornha 20. 0. Fonte: avor Bee) Circuito 1 ~ (lluminacao) Consideremos no circuito 1 0 ramal de maior comprimento, aquele que se inicia no QD e termina na 2" ampada lateral direita. e-Tec Brasil 90 Instalagbes Eletricas Figura $.11: Esquema de um ramal do cicuito 1 fete CTS bpd or Verificamos que neste mesmo circuito 1 ha outro ramal que inicia no QD e termina na 2* lampada externa frontal, tendo o mesmo numero de cargas que estdo localizadas, praticamente, as mesmas distancias entre si. Resulta que este ramal apresentaré momento elétrico de igual valor do 1° ramal (+6276 VA.m). Também ha um 3° ramal (do QD até a lampada do quarto-2), mas que nao apresenta momento elétrico maior. Consultando a Tabela 5.7, para: Circuito 2 ~ (\luminacéo) Consideremos agora no circuito 2 ramal que se inicia no QD e termina na 2 lampada dos fundos. Aula 5 - Projet eletrco: 0 dlmensionamento dos circultos ea conclusdo do projeto 91. e-Tec Brasil Figura 5.12: Esquema de um ramal do circuito 2 Fore TM, add do itor Considerando ainda no circuito 2 0 ramal que se inicia no QD e termina na lampada da sala de sonvTY, passando pela lampada do banheiro, Ha outro ramal nesse circuito 2 que se inicia no QD e termina na lampada lateral esquerda da garagem, mas que nao apresenta queda de tensdo maior que 0s ramais anteriores, Circuito 3 - (Chuveiro - 220 V) Circuito 4 ~ (Tomadas da copa/cozinha e banheiro) Circuito 5 - (Toradas da rea de servico e garagem) 92 Instalagbes Eletricas Circuito 6 - (Tomadas dos quartos, salas e circulacao) Resulta na Tabela 5.9 de dimensionamento pelo momento elétrico: Font: autor a) Esse método de célculo parte do principio de que a corrente elétrica se B istribui de forma homogénea pelo condutor, 0 que ndo ocorre na rea- lidade. Nao ocorte porque o efeito do campo magnético gerado pela propria corrente elétrica que passa pelo condutor torna a densidade de corrente maior na periferia do condutor. Esse método considera ainda apenas a resisténcia Ghmica dos condutores, desprezando a reatancia indutiva que também influi na queda de tensao. Entretanto, esse método de célculo de queda de tensdo produz apro- ximagio aceitavel para condutores de pequenos didmetros, tipicos de projetos residenciais, uma vez que a reatancia indutiva tem influéncia limitada e que, dificimente, o proceso de célculo pela queda de tensio seré determinante exclusivo da fiacéo. ) A Tabela 5.7 de queda de tenséo foi construida a partir da Equacéo 5.5 obtida de Creder (1995, p. 82). Onde: $= 1,5; 2,5; 4,0; ... mm? 017 Omm?im e% U=127 Vou 220 Aula 5 - Projet eletrco: 0 dlmensionamento dos circultos ea conclusdo do projeto 93 Tec Brasi e-Tec Bras ©) Todo condutor permite uma queda de tensdo e, por consequéncia, supor- ta um determinado momento elétrico. Quanto maior a queda de tenséo permitida, menor 0 momento elétrico suportado. Sendo vidveis quedas de tensao altas, © condutor poderd ter segao menor, mas se desejamos quedas de tensGes baixas, necessitamos de condutores de maiores secées. ‘ATabela 5.7 apresentada & para quedas de tensbes admissiveis de 2%. Estamos chegando ao final do dimensionamento da fiacao dos circuitos termi- nais. Basta agora comparar as secdes obtidas por cada um dos trés processos e adotar como secéo para fiacéo do crcuito a mais arossa. Pree Fone: aor Na Figura 5.13 6 mostrado os cicuitos terminaisdimensionados no padraobitasico. Figura 5.13: Circuitos terminais dimensionados no padrao bifésico fom: CT, adapta do ator 94 Instalagbes Eletricas Font: BNTINER 541004 5.1.2 Dimensionamento da fia¢do dos circuitos de alimentac: Os circuitos de alimentacao sao, como se v8 na Figura 5.13, os fios que ligam © quadro de medico ao quadro de distribuicao. Neles 0s circuitos terminais ficardo “pendurados", controlados individualmente por seu equipamento de protecao (disjuntor). Dimensionaremos a fiacio dos circuitos de alimentacéo de modo a atender 05 circuitos terminais. Mas antes de aplicarmos os trés processos de calculo de dimensionamento, devemos realizar dois procedimentos: + Equilibrar os circuitos terminais nas fases (padrées bifasicos ou trifasicos), + Calcular a demanda, 5.1.2.1 Equilibrio dos circuitos terminais nas fases de padrées bifasicos ou trifasicos 'Nossos seis circuitos terminais serao alimentados por duas fases, ¢ 0 procedi- mento de agora é distribui-los nessas duas fases, equilibtadamente (onde a ‘maior diferenca entre fases nao supere 4% do total, se isso for possivel). Isso garantiré que o disjuntor geral proteja igualmente todas as fases. Neste 1° procedimento, uma opco poderia ser: Aula 5 - Projet eletrico: 0 dimensionamento dos circultos ea conclusdo do projeto 95 Figura 5.14: Circuitos terminais equilibrados (pendurados) nas fases Fone: CTEM, aga do autor x 080 “1040 50 . 190, = a0 . 5 250 2700 = 7007150, Font: autor Onde a diferenca entre fases (7150 - 6730 = 420) corresponde a 3% do total (13880). Observando os circuitos terminais anexados ds suas respectivas fases, ndo é dificil perceber que de uma fase, provavelmente, nunca serdo utlizadas todas as lampadas e tomadas de todos os seus circuitos simultaneamente, embora a possibilidade ‘aumente para pequenas residéncias (pequenas cargas, poucos circuitos) Por isso nosso 2° procedimento sera aplicar um adequado processo de demanda, de modo a reduzir a poténcia total estabelecida, proporcionando economia ssem perder a seguranca, 5.1.2.2 Demanda © fator de demanda é um coeficiente menor que a unidade a que se deve multiplicar a poténcia total instalada (ou a poténcia da fase mais carregada) de modo a se obter uma poténcia demandada (P,). A partir da poténcia demandada poderd se obter uma fiacdo para as circuitos de alimentacao econémica, segura e suficiente. coeficiente de demanda serd aplicado na carga total instalada e dividido pelo n? de fases, caso a distribuicao dos circuitos pelas fases tenha sido bem 96 Instalagbes Eletricas equilibrada (0 que é duplamente melhor: o equillbrio ¢ a demande). Ou sera aplicado na fase mais carregada, caso a distribuigdo de fases nao pode ter {ou nao se conseguiu) um melhor equilibrio. Para melhor compreender o que ¢ demanda, apresentaremos algumas opcoes de calculo aplicades ao nosso projeto, tanto na poténcia total, como na fase ‘mais carregada (Fase 2). + Opgio 1 ~ aplicacao direta de uma porcentagem sobre a poténcia + Opgio 2 ~ demanda parcelada. Aula 5 -Projeto eletrco: 0 dlmensionamento dos circultos ea conclusdo do projeto 7 e-Tec Brasil ER en Ee OC ey geral (TUS) ‘e100 43600-5000 8200-90000 100-2000 075 SoD 6mm 04S 010000 a7 2000-3000 066 © satn—7010 040 Arad ot00 0.28 000-4000 0s amb —aomo. 035 Fonte: Coin, 2008,» 116 Tabela 5.14: Fatores de demanda por quantidades de TUE w 1900 78 Dea 3a ost 0 058 36 070 ta owe Font: Adsoado plo aut tabla CEG, 1988 Para 0 nosso projeto, (consultando a Tabela 5.12), teros: Tabela 5.15: Fatores de demanda para nosso projeto Polina ol (13880) Fase 2(7150) Lotus 2080+ 5300 = 8380 (04.4400 = 4200 WWE 1 oma 00 1 toma 250 Font: Adapt plo au as Tablas 5.13 5.18 2a) No total: Pg = [(8380 x 0,31) + (5500 x 1,00)] = 8098 Py = 4049 VA/fase 2b) Na fase mais carregada (Fase 2) Py = [(4400 x 0,52) + (2750 x 1,00)] = 5038 Py = 5038 Vavfase ‘Convém abservar que esse processo pode levar ao inconveniente de se fazer co calculo numa fase de elevada poténcia onde nao existam TUE. Por exemplo: numa fase de 7800 VA de iluminagdo e TUG apenas, 0 uso exclusivo da Tabela 5.13 conduziria a uma poténcia de demanda de 2730 VA (7800 x 0,35), 0 ‘que muito possivelmente, nao se justificaria na pratica 98 Instalagdes Eletricas + Opgao 3 - demanda escalonada, Esta opcio pode ser vista como uma variacao do processo anterior onde se ‘faz a entrada numa tinica tabela em linha por linha 3a) No total: até a linha 5 50 + 2550 + 2280 + 2100 + 1166 = 10946 VA Py = 5473 Viviase 3b) Na fase mais carregada: até a linha 3 Py = 2850 + 2550 + 874 = 6274 Py = 6274 Vavfase + Opgie 4 ~ pelo processo da concessionaria, Toda concessionaria distribuidora de energia elatrica tem um processo que ela propria recomenda para o calculo de demanda. Verfique, a titulo de exercicio, © processo da concessionaria de sua regio. (Use inclusive a internet) Aula 5 - Projet eletrico: 0 dimensionamento dos circuitos ea conclusdo do projeto 99 e-Tec Brasil e-Tec Brasil Em resumo: Ja que consideramos académico 0 nosso projeto e que conseguimos um bom equilbrio entre fases, (< 4%), adoterios como poténcia demandada a média aritmética obtida dos seis resultados encontrados: (5205 + 5363 + 4049 + 5038 +5473 +6274) +6 = (31402 = 6) = 5234 Py = 5234 VA Aplicaremos agora sobre a poténcia demandada, os mesmos trés processos de dimensionamento de fiacdo jé vistos para os cicuitos ten + Dimensionamento da fiacdo pela secéo minima Esse processo nao tem sido aplicado em funcao da fiagdo necessaria ser bem superior 8 minima recomendada (2,5 rm). 100 Instalagbes Eletricas + Dimensionamento da fiacdo pela capacidade de conducao de corrente Adotando isolamento de PVC a 30°C como temperatura de trabalho, (F, = 1,00}, e sabendo que séo 2 circuitos agrupados no eletroduto, (fs = 0,80), teremos a sequinte corrente de projeto: va 5234 z Uxf, xt) 127% 1,00x0,80— 515A Pela Tabela 5.5, coluna B1, condutores carregados, 2 (F/N): 1=51,5A fio #10 mm2 (até 57 A) + Dimensionamento da fiacdo pela queda de tensao CConsiderando 15 ma distancia do padréo (QM) ao quadro de istripuigao (QD), 127 Va tensao eficaz na linha e 2% a queda de tensao, temos pela Tabela 5.7: Me = 5234 x 15 = 78510 VA.m fio # 10 mm: (até 93548 VA.m) Como foram usados 2% dos 4% da queda de tensdo do QD aos pontos terminais dos circuitos e, sendo de 4% a queda de tenséo total toleravel do QM aos pontos terminais, uso agora os outros 2%. (Figura 5.10). Aula 5 - Projet eletrco: 0 dlmensionamento dos circultos ea conclusdo do projeto 101 e-Tec Brasil e-Tec Brasil Para comprovar, bastaria refazer a distribuicdo dos circuitos nas fases: Num calculo répido: Adotaremos, portanto, 0 condutor # 10 mm: para os circuitos de alimentagao Resulta este diagrama de fases incompleto. Figura 5.15: Esquema do diagrama de fases incompleto Fone CTS, adapta do autor Passatemos agora a 2° parte do dimensionamento dos circuitos, isto ¢, 0 dimensionamento dos seus elementos de protecéo. 5.1.3 Elementos de protecao dos circuitos Os elementos de protecdo dos circuitos (fio neutro, fio terra e os disjuntores) io os dispositivos que protegem as pessoas e os bens materiais contra os perigos da eletricidade. Deve-se dar atencao as instalacoes elétrcas desde inicio de sua montagem, 1a distribuigdo dos eletrodutos e caixas de passagens que ficardo embutidas 102 Instalagbes Eletricas nas paredes e concreto para que neles nao entre agua. Posteriormente, deve-se ter cuidado com a enfiacdo e emendas dos condutores que devern estar firmes € bem isoladas. Emenda mal feita que permita que a parte viva (cobre) do circuito possa encostar-se & parte metalica ou a uma parte condutora como. parede molhada, possibilta choque nas pessoas Passaremos a dimensionar os elementos de protecio dos circuitos que, basi- camente, evita que sobrecargas, sobretensbes, curto-circuitos e choques ‘causem danos as pessoas e a seus patriménios. + Sobrecorrente — se num circuito elétrico, for ligada uma carga (poténcia) acima do limite para 0 qual o circuito foi dimensionado, criar-se-a uma sobrecarga, Haveré, portanto, uma corrente elétrica de maior valor circu lando (sobrecorrente), Esta sobrecorrente poderé danificar fiagoes, inter- ruptores e tomadas. Uma sobrecorrente ¢ gerada, por uma sobrecarga. + Sobretensao ~ é tensdo proveniente de descargas atmosféricas & de valor muito acima daquele disponibilzado nas redes piblicas de energia; ou proveniente da propria rede elétrica pilblica por avaria nos transfor- madores. + Curto-circuito - é um caminho intencional ou acidental mais curto que uma corrente elétrica “encontra” para circular, mas que pode ser danoso para as pessoas ou equipamentes. + Choque — passagem da corrente elétrica pelo corpo humano. Os perigos causados por um choque, que podem ir de pequenos sustos até a morte, passando por graves queimaduras, s30 de grande incidéncia, devendo ser grande também o empenho em evité-los. Na montagem dos circuits usam-se os seguintes elementos para proteger os condutores contra curto-circuitos e sobrecorrentes, os aparelhos utilizadores de energia contra sobretensGes ¢ os préprios usuarios contra choques + Fio neutto. * Aterramento (fio terra), + Os equipamentos de protecio. Aula 5 - Projet eletrico: 0 dlmensionamento dos circultos ea conclusdo do projeto 103 5.1.3.1 Fio neutro © fio neutro & um dos condutores provenientes da rede da concessionaria que estabelece 0 equilibrio de cargas elétricas de todo o sistema, néo devendo, portanto, ser seccionado por qualquer dispositivo de protegao, exceto pelo DR, que sera apresentado mais adiante. O fio neutro seré parte exclusiva de cada tum dos circuitos e terd sempre a mesma secio do fio fase. Para garantia da rede publica, aconcessionaria exige o aterramento do fio neutro no padto de energia, 5.1.3.2 Aterramento O aterramento é um sistema de protecao formado por um conjunto de com- ponentes que interligam as partes metdlicas, chamadas massas da instalacéo, (tomadas, caixas, tubulacées, quads, lumindrias, etc.) com 0 solo, estabe- lecendo com ele um referencial de potencial zero. Figura 5.16: Haste de aterramento e fio terra conectado Fone: tenn rout com bpronteliphistac og Esse conjunto de componentes é constituido por uma haste de aco revestida de cobre com 2,40 m de comprimento e didmetro entre 10 e 25 mm, que é cravada no solo. Ligado a haste, o fio terra se estende até 0 quadro de distribuigio, Dali ele fara parte de cada um dos circuitos residenciais, tendo ‘a mesma secio do fio fase. Pode, entretanto, este condutor de protecio, ser ‘comum a varios circuitos, se dentro do mesmo eletraduto. Por norma, o fio terra ¢ constituldo por um condutor encapado na cor verde ou verde-amarelo, embutidono eletroduto, No solo, entretanto, é desencapado (nu) 104 Instalagdes Eletricas Nas residéncias, como se viu, ja ¢ feito um aterramento proximo ao relégio (QM), que é 0 aterramento de alimentacao. O fio neutro da rede publica esta ligado a esse aterramento, Pode acontecer de a concessionéria permitir que se aproveite este aterramento para nele ligar o fio terra da edificacao. Nesse caso, deveremos ter 0 esquema de aterramento TN-S, onde o fio neutro e 0 fio terra sdo distintos na instalacao. A ABNTINBR-5410/04 exige infraestrutura de aterramento confiavel e eficaz, admitindo outras opcbes de construcdes. A opcdo que vamos adotar é 0 esquema TT, onde é cravada outra haste (ou outras) exclusiva para o fio terra (reveja Figura 5.2). Tambem adotaremos como secdo do fio terra a mesrna dos condutores dos seus circuitos. No esquera TT (Figura 5.17) ha aterramentos separados do fio neutro da concessionaria e das massas da instalacao pelo fio terra (proteco - PE). Aterramento da alimentacao Figuras 5.17: Esquema TT ~ aterramento da concessionaria distinto do aterramento da instalagao Forte: ANTNER 41004 Aula 5 - Projet eletrico: 0 dimensionamento dos circultos ea conclusdo do projeto 105 e-Tec 8 Pe saber mals sobeelementas de protegdo cee: ‘ntetowmyoutube com ‘atch v=$8/9mWVLN36Y ‘toe yuu com! watch?y=iPetTVeUSs 5.1.3.3 Equipamentos de protecao Osequipamentos de protecdo dos circuitos elétricas residencizis so os dijuntores ‘termomagnéticos e 0s dispositivos diferencias residuais, les oferecem proteco ‘aos circuitos, desligando-se automaticamente quando ocorrem curto-circuito, sobretensdo, sobrecorrente, fuga de corrente para a terra, ou choque. * Disjuntores termomagnéticos (DTM) Os DIM's so os dispositivos de baixa tensao mais comuns equipados com relés térmicos que atuam em presenca de sobrecorrentes moderadas e relés magnéticos para sobrecorrentes elevadas. Agem, portanto, sob dois principios de funcionamento. O primeiro, uma protecio térmica, agindo pelo principio do bimetal, ~ duas laminas de metas cistintos com coeficientes de dilatacao diferentes. Se houver uma corrente elétrica ligeiramente acima da tolerancia do disjuntor por um ‘tempo significatvo, as laminas metalicas aquecem, curvam-se e desligam 0 Circuito em poucos minutos. 0 segundo principio é a atuaco de uma grande sobrecorrente, Nesse caso, passa a agir uma bobina magnética que desliga instantaneamente o disjuntor devido ao elevado campo magnético trazido por esta elevada corrente, e-Tec Brasil 106 Instalagbes Eletricas

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