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esq. Vet. Bras. 90(7):599-804, jbo 2010 Imagem por ressonancia magnética na investigag¢ao da cabega de caes! Maria Cristina F.N.S. Hage", Masao |wasaki®, Said R. Rabbani, Lilian Kamikawa’, Heman J.R. Cervantes‘, Pedro P. Bombonato’, Franklin A. Sterman® e Maria C.G. Otaduy® ABSTRACT.- Hage M.C.FN.S,, Iwasaki M., Rabbani S.R., Kamikawa L., Cervantes HJ.R., Bombonato P.P., Sterman F.A. & Otaduy M.C.G, 2010. [Magnetic resonance imaging in the investigation of canine heads. Imagem por ressondncia magnética na investiga- Go da cabeca de cies. Pesquisa Veterinaria Brasileira 30(7):593-604. Departamento de Veterinaria, Universidade Federal de Vigosa, Av. P.H. Rolfs sin, Vigosa, MG 96570-000, Brazil. E-mail: crishage @utv.br Magnetic resonance imaging (MRI) is the most sensitive method of diagnostic imaging to evaluate soft tissues, specialy the brain, however itis expensive. The method is based on the nuclear magnetic resonance phenomenon that occurs when atomic nucleus with magnetic proprieties in the body are submitted toa strong magnetic field, and excited with radio frequency generating a radio frequency signal captured by a receptive antenna. The signal is processed by Fourier Transform for the image formation. This study had the objective to obtain 10 complete exams of heads in cadavers of normal dogs to MRI and to make an Atlas of head structures. The images were obtained with a magnetic resonance unit Gyroscan S15/HP Philips using a magnetic field of 1,5Tesia. The cadavers were Positioned with the head into a human head coil and submitted to sagittal slices used to plan transverse and dorsal slices in T1, 72 and DP spin-echo sequences. in T1 we adjusted ‘TR=400ms and TE=30ms, in T2 TR=2000ms and TE=80ms and in DP TR=2000ms and ‘TE=30ms, The slice thickness was 4mm, the number of averages 2, the matrix 256x256, the factor 1,0 and the field of view 14cm. The duration of the complete exam of the head was 74,5minutes. The images obtained with the described sequences and with the human head coil was of good quality. In T1 fat was hyperintense and fluid was hypointense. In T2 ‘fat was less hyperintense and fluid was hyperintense. The cortical bone and the air were hypointense in all sequences used because of the low proton density. The DP sequence. showed the best contrast between white and gray matter when compared with T2 and 71 sequences. Distinction of cerebral sulcus and gyrus was possible because T2 showed the cerebrospinal fuid. The identification of bone structures that compound the region, muscles, main venous and arterial vessels and structures of the central nervous system, besides: elements of the digestory and respiratory systems and structures of the eyes among others was possible through contrast obtained with MRI. In this study the MRI acquired in 1, DP and T2 were complementary for the anatomic study of the head and been able to demonstrate the structures of the canine head with rich anatomic details. The time used to " Revebido om 29 de rovembro de 2008, Zootecria (FMVZ), Universidade de Sé0 Paulo (USP). Av. Prot. De [cota para publioagso em 24 de fevereito de 2010 iando Marques de Paiva 87, Cidade Universiéia, S8o Paulo, SP Dlagnéstico por Imagem. Departamento do Veterinéria VT), Uri- _05508:270, Brasil versidade Federal de Vigosa (UFV}, Av. PH. Rolls s/n, Campus Uni- “Instituto de Fisica, USP, Fua do Natio, Tavessa F, 187, Cidade verstéri, Vigosa, MG 8570-000, Bras. “Autor para comtespondén- Uriveraia, Séo Patio, SP 05508-080, a: cishage @ utube ® Departamento de Radologia, Faculdade de Medicina. USP. Av. Dr. ® Departamento de Ciurga, Faculdade de Medicina Veterinaria e Enéas de Carvalho Aguar 255, Sao Paulo, SP 0542-001 599 504 Mara Cristina FNS. Hage et al do the complete exam of the head is compatible with the use in live animals since properly anesthetized and controlled. We had opened a way for the study of live animals and for the beginning of disease investigation, mainly that of neurologic origin because this technique is excellent for brain visualization. INDEX TERMS: MRI, brain, canine species, animal anatomy. RESUMO.- Aimagem por ressondncia magnética (IRM) é 0 método de diagnéstico por imagem nao invasive mais sen- sivel paraavaiiar as partes moles, partculammente o encéflo,, orém trata-se de uma técnica onerosa. O método funda- menta-se no fenémeno da ressondncia magnética nuclear que ocorre quando nicleos atémicos com propriedades. magnéticas presentes no corpo so submetidas a um cam- Po magnético intenso, sendo posteriormente excitados por energia de radiofrequéncia e gerando, porsua vez, um sinal de onda de radiofrequéncia capaz de ser captado por uma antena receptora, passando por um processo matematco, chamado Transformada de Fourier, para posterior formagao daimagem. Esse estudo objetivou realizar 10 exames com- pletos da cabega em cadaveres de cées normais a IRM & confeccionar um Atlas com as estruturas identiicadas. As imagens foram adquiridas em um aparelho de ressonancia, ‘magnética Gyroscan S15/HP Philips com campo magnét- co de 1,5Tesla, Os cadaveres foram posicionades com a cabeca no interior de uma bobina de cabeca humana e fo- ram submetidos a cortes iniciais sagitais a partir de onde se Planejou os cortes transversais e dorsais nas sequéncias, de pulso spin-eco T1,12 e DP. Em utiizou-se TR=400ms e TE=30ms, T2 utlizou-se TR=2000ms e TE=80ms @ na. DP utlizou-se TR=2000ms e TE=30ms. A espessura do corte foi de 4mm, o nimero de médias fol igual a2, a matri2 foi de 256x256, 0 fator fol igual a 1,0 e o campo de visdo foi de 14cm. A duragao do exame completo da cabeca foi de 74,Sminutos. As imagens obtidas com as sequéncias ut zadas e com a bobina de cabega humana foram de boa qualidade. Em 71 a gordura tomou:-se hiperintensa eo liqui- do hipointenso. Em T2 a gordura ficou menos hiperintensa € © liquido hiperintenso. A cortical éssea e 0 ar foram hipointensos em todas as sequéncias utlizadas devido a baixa densidade de protons. A sequéncia DP mostrou 0 melhor contraste entre a substéncia branca e cinzenta quan- do comparada a T2 e a T1. T2 evidenciou o liquido Cefalorraquidiano tornando possivel a distingao dos sulcos giros cerebrais. Através do exame de IRM foi possivel, pelo contraste, identificar as estruturas 6sseas componen- tes da arquitetura da regido, musculos, grandes vasos ve- nnosos e arteriais e estruturas do sistema nervoso central, além de elementos do sistema digest6no, respiratorio e es- truturas dos olhos entre outras. Nesse estudo as IRM ad- quiridas nas sequéncias T1, DP e T2 foram complementa- res para o estudo dos aspectos anatémicos da cabeca de ces demonstrando-os com riqueza de detalhes. O tempo. requerido para o exame completo da cabega é compative! para uso em animais vivos desde que devidamente anestesiados e controlados. Os resultados obtidos por esse ‘trabalho abrem caminho em nosso meio, para estudo de animais vivos e para 0 inicio da investigagao de doengas, Pesg. Vet. Bras. 30(7:'589-604, ju 2010 principalmente as de origem neurolégica, visto ser esta téc- nica excelente para a visibilizagao do encétalo. TERMOS DE INDEXAGAO: IRM, encélalo, espécie canina, anatomia anil INTRODUCAO ‘A geragdo de IRM revolucionou a medicina na obtengao de imagens. A ressonancia magnética supera por ampla ‘margem a tomogratfia computadorizada em sua capacida- de de distinguir diferencas sutis nos limites dos tecidos moles. O contraste nas imagens se baseia na diferenca de intensidade do sinal em areas de estruturas ou de com- pposigao diferentes. A capacidade de obtengao de imagens ‘muttiplanares e a auséncia de radiacao ionizante tormaram fa ressonancia magnética a técnica de geragao de ima- {gens mais adequada para muitas doengas, em especial as do sistema nervoso central (SNC) por causa do seu abundante contetido hidrico, portanto, rico em prétons de hidrogénio, responsdveis pelo sinal gerado durante a ob- tengao de imagens (Lufkin 1999, Hisério etal. 2000, Amaral et al. 2003, Mullins 2008, Hage & Iwasaki 2009). {As indicagdes clinicas do exame de IRM no encétfalo so as anotmalidades congénitas, os traumas do SNC. os processos infecciosos, a doenca vascular cerebral (Platt & Garosi 2003, Desal et al. 2004, Mullins 2006) e a hidrocefalia (Assheuer & Sager 1997). De todas as aplicagies da IRM, 0 estudo dos tumores: cerebrais parece a mais instigante, pelas inovagGes de tratamento que podem ser instituidas & partir da imagem (Fonseca-Pinto et al. 2008). A determinacéo da ongem, localizagao, forma e padrao de crescimento sao caracte- risticas que podem ser obtidas com as IRM. Aintensidade do sinal e o padréo de realce do contraste permitern dife- renciagées adicionais (Kraft et al. 1997). Diante dessas vantagens incontestaveis existe grande interesse por parte dos médicos veterinérios radiologistas na utlizagao dessa técnica, porém, o seu alto custo dif- culta a disponibilidade do equipamento. Outros fatores importantes a serem consolidados para quem almeja interagir com essa metodologia de imagem, sao.a compre- ‘ensao da formacao da imagem e o conhecimento da ana- tomia da cabega em cortes seccionais. Recentemente foi publicada uma revisdo da literatura sobre os principios basicos dessa modalidade de imagem de uma forma assimilavel para nao fisicos (Hage & Iwasaki 2009), C importante desafio sobre o conhecimento da anato- ‘mia seccional levou a produgao de varios artigos ciemtifi- ‘cos sobre 0 assunto, com a finalidade de confeccionar Atlas de diferentes espécies. Em relagdo ao cao foram elaborados Atlas sobre a anatomia do cérebro (Kraft etal Imagem por essondncia magnética na investigacao da cabera de ces 595 1989, Assheuer & Sager 1997), do olho e da érbita (Morgan etal. 1994), dos linfonodos da cabega e pescogo (Kneis! ‘& Probst, 2006), das cavidades nasais e seios paranasais {De Rycke et al. 2003), e da laringe (Vazquez etal. 1998), entre outros. Foram também estudados 0 cérebro de ga~ tos (Hudson etal. 1995) e de cavalos (Arencibia etal. 2001, Chaffin et al. 1997). Curiosamente ha relatos de Atlas de anatomia cranigencetalica do camelo (Arencibia etal. 2005) e do golfinho (Marino et al, 2001). Na medicina humana, apesar de todo 0 avanco na aplicagaio dessa modalidade de imagem, ainda continuam os esforgos sobre a busca do reconhecimento da anatomia detalnada, por ser um re- querimento imprescindivel para 0 reconhecimento e inter- pretagdo das alteragées (Blink et al. 2009, Hermie et al, 2009, Oishi, 2008) Corroborando com os estudos anteriores, objetivou-se realizar 10 exames completos da cabega em cadaveres de ces normais & IRM, com a finalidade de demonstra que (98 resultados s20 reproduziveis e confeccionar um Atias ‘com imagens por ressonancia magnética, identificando as estruturas da cabeca nas sequéncias spin-eco relaxacao Tt (T1), densidade de protons (DP) e relaxacao T2 (72), explicando as diferencas das tonalidades de cinza. MATERIAL E METODOS Aparelho. As imagens foram adquiridas utilizando 0 ‘Tomégrafo de Ressondncia Magnética Nuclear de corpo intei- 10 da Marca Philips, Gyroscan $15, com poténcia de campo rmagnélico de 1,5 Tesla do Instituto de Fisica da Universidade de S80 Paulo. ‘Animais. 0 estudo foi realizado em dez cadéveres de cdes, selecionados como ciinicamente normais previamente a euta- nasia, pesando entre 10 e 30 kg, provenientes do Centro de Controle de Zoonoses de Sao Paulo. O estudo foi aprovado pela Comissao de Bioética da Faculdade de Medicina Veteri- naria e Zooteenia da Universidade de Sdio Paulo, sob o proto: colo numero 436/2004, Protocolo, As imagens foram adquiridas utlizando bobina para cabeca humana e sequéncia de pulso spin-eco pondera- da em 1, DP 0 T2. Para série localizadora sagital utlizou-se a seguinte pro- ‘gramagao: numero de ecos: 1; tempo de repetigdo: 457 mseg: tempo de eco: 15msag; fator da fata: 1; numero de fatias: 5: espessura da fatia: Amm; nimero de médias: 1; campo de vi so: 220m. Para a série transversal e dorsal em DP e T2 utlizou-se ‘numero de ecos: 2; tempo de repetigao: 2000 mseg; tempo de ‘eco: 30mseg (OP) e 80mseg (T2); fator da fata: 1; nimero de fatias: 25 — 30; espessura da fata: 4mm; nimero de médias: 2; ‘campo de visdo: 14cm. Para a série T1 transversal @ dorsal utlizou-se: numero de ‘2008: 1; tempo de repetcao: 400mseg: tempo de eco: S0mseg: fator da fatia: 1; nUmero de fatias: 25-30; espessura da fata: ‘4mm; numero de médias: 2; campo de visao: 14cm, Método. Os cadaveres foram posicionados eobre uma pran- cha de madeira em decibito dorsal, as orelhas foram presas & cabeca com a ajuda de fita adesiva e, esta presa a madeira pola regiao rostral do focinho. Os membros toracicos foram imobilizados paralelos um ao outro e posicionados sobre 0 16rax por meio de fita adesiva € fitiho, Os membros pelvicos foram imobiizados em extensdo e presos na prancha com fita adesiva ¢ filho. Postetiormente, o animal foi posicionado na luz ofientadora @ introduzinde no aparelho. Manipulagao das imagens. As imagens obtidas foram gra- vvadas em ‘compact disk” sendo cada corte numerado sequen- clalmente com tarminagao ani (especifica para imagens). Tals Imagens foram tratadas uma a uma através do programa MRler0® disponivel no site wwwinrcro.com. Apés aberlas as Imagens foram copiadas uma a uma e coladas no programa PrestolmageFolo® integrante do Scanner Genius ColorPage- HRXslim®, onde fol realizada a inscrigdo de setas e nime- 103. Apés, foram inseridas no programa Power Point® onde foram recortadas ¢ transformadas para escala de cinza. Confeceao do Allas. Entre os 10 exames realizados foi selecionado um para a confeogao do Atlas com as estruturas identiicadas nas IRM. Esse exame fol comparado com os de- mais 9 exames com a finalidade de demonstrar sua repetibil- dade, As imagens do exame escolhide foram organizadas com as trés sequéncias utlizadas (T1, DP 72), para fins de com- paracdo e as estruturas anatémicas foram identiticadas & legendadas, baseadas nos Atlas e textos de anatomia veteri- nia (Kraft etal. 1969, Feeney et al. 1991, Assheuer & Sager 1997, Schaller 1999). Os names das estruturas seguem as normas estabelecidas pela Nomenciatura Anatomica Veteri- néria llustrada (Schaller 1998). Cada corte contém a imagem ssagital damonstrando a orientagao @ a localizagao do corte, RESULTADOS E DISCUSSAO ‘A aquisigao das imagens sagitais demorou aproximada- mente 2,5 minutos. As sequéncias DP e T2 puderam ser adquiridas simuttaneamente gragas & programacdo do apareiho. A aquisicao das imagens transversais ¢ dorsais emDP e T2 demorou aproximadamente 27 minutos cada. ‘A aquisi¢ao das imagens transversais @ dorsais em Tt demorou aproximadamente 14minutos cada. Portanto, 0 tempo de aquisi¢ao para 0 exame completo da cabeca nas sequéncias spin-eco T1, DP e T2 levou em média 74,5minutos, Esses achados demonstram que a técnica empregada 6 demorada. Tal resultado evidencia a necessidade dos cuidados de uma anestesia planejada e consideravelmen- te profunda para que o animal no se mova, apesar do tempo de exame e apesar do ruido alto emitido pelo apare- lio em funcionamento, pois causaria perda da qualidade da imagem. Portanto, consideramos mais prudente a utli- zagao da anestesia inalatoria para a realizagao do exame “in vivo", levando em consideragao ainda que os odes a ‘serem encaminhados a esse exame néo estariam em suas, melhores condigdes de higidez, sendo dessa forma mais conflavelmente controlados. Sabendo que os aparelhos de anestesia inalatéria comuns no so apropriados por mot vos de seguranca para utiizacao em salas de RM por se- rem confeccionados com materais ferromagnéticos eque a.utilizacdo de longas traquéias coma finalidade de deixar © aparelho de anestesia longe do magnetismo levariam a ‘um aumento incompativel do espaco morto a ser vencido Pela respiragao esponténea do animal, acrecitamos pia- ‘mente que para a reaizagao do exame completo de RM da. cabega do cao em um animal vivo nesse tipo de tomégrafo esa, Vet. Bras. 90(7):590-004, uo 2010 596 Mara Cristina FNS. Hage et al Fig.1. IRM em T1 da cabega de cdo, em corte sagital mediano, ‘mostrando as estruturas identiicadas: 1. Cavidade nasal, 2. Lamina perpendicular do osso etmoide, 3. Bulbo olfaté- fio, 4. Seio trontal, §. Cérebro, 6. Osso trontal, 7. Suleo ‘enuzado, 8. Corpo caloso, 8. Terosiro ventriculo, 10. Osso parietal, 11. Tentsrio dsseo do cerebelo, 12. Osso occipital, 13, Gordura subcutanea, 14. Medula espinhal, 18. Tra: queia, 18. Laringe, 17. Epigiote, 18. Osso basiiside, 19. Cerebelo, 20. Quarto ventriculo, 21. Medula oblongata, 22. Ponte, 28. Hipéise, 24. Ossos esfendides, 25. Palato mole, 26. Palato duro, 27. Lingua, de ressonancia magnética seja necessario a prévia aqui- 0 de um aparelho de anestesia inalatoria proprio para utiizago em sala de RIM. Aparelhos mais modems util- Zam sequéncias mais répidas como a fast spin-eco (Sage etal. 2006), 0 que reduz consideravelmente a duragao do exame sem alterar a resolugao da imagem, mas infeliz- mente nao estavam disponiveis no aparelho onde foi ea- lizado 0 estudo, Fig.2. IRM em T1, DP e T2 da cabeca de cfo, em corte transversal, mostrando as estruturas Identifcadas: 1. Linfonodos mandibulares, 2. Orofaringe, 3. Musculo digastico, 4. Mus culo longo da cabega, 5. Quarto ventrcuio, 6. Cerebelo, 7. Lobo occipital, 8. Musculo temporal, 8. Ceratoidide, 10. Glandula mandibular, 11. Bolha timpanica, 12. Meato acistico extemo, 13. Tentério dsseo do cerebelo, 14. Crista sagial externa, 15. Subs- tana branca, 16. Substancia cinzenta, 17. Endolinta no interior dos canals semicircu- lares, 18. Pirdmide, 19. Medula oblonga, 20. Parafiéculo, 21. Lébulo ansiforme, 22. Sulco marginal, 23. Sulco ectomarginal Pesg. Vet. Bras. 30(7:'589-604, ju 2010 Imagem por ressonancia magnétca na investigacdo da cabeca de cles sor Fig. IRM em T1, DP e 72 da cabega de co, em corte transversal, mostrando as estruturas identiicadas: 1. Lingua, 2. Bolha timpanica, 3, Osso temporal, 4. Foice do cérebro, 5 (sso parietal, 6. Lobo temporal, 7. Tegmento do mesencéfalo, 8. Coliculo caudal, 9 Coliculo rostral, 10. Substancia branca, 11. Substancia cinzenta, 12. Musculo temporal, 13. Endolinfa ro interior dos canais semicirculares, 14. Aqueduto mesencetélico, 15. Pedunculo cerebelar, 18. Espaco subaracnéide, 17. Ventriculo lateral, 18. Giro marginal, 49. Giro ectomarginal, parte medial, 20. Giro ectomarginal, par lateral, 21. Giro ectossilviano médio, 22. Giro ectossivian caudal Esse estudo proporcionou imagens onde puderam ser identificadas diversas estruturas do sistema nervoso cen- tral, tais como: aderéncia intertalamica, aqueduto ‘mesencefalico, bulbo olfatério, cabega do niicieo caudado, canal central, capsula interna, cerebelo, cérebro, claustro,, coliculo caudal, coliculo rostral, comissura rostral, coroa radiada, corpo amigdaldide, corpo caloso, corpo geniculado lateral, corpo geniculado medial, corpo mamilar, decive, espago subaracndide, esplénio do corpo caloso, fissura cerebral longitudinal, fissura de Syivius, fissura longitu nal do cérebro, fiéculo, forame interventricular, fornix, fos- ‘sa rombéidea, giro caudal de Syivus, giro compésita rostral, giro do cingulo, giro ectomarginal caudal, giro ectomar nl rostral, giro ectomarginal - parte lateral, giro ectomar; nal - parte medial, giro ectossilviano caudal, giro ectossi- viano médio, giro ectossilviano rostral, giro marginal, gito, para-hipocampal, gito pos-cruzado, giro pré-cruzado, giro, proreus, giro rostral de Syivius, giro supra-silviano, hemis- {ério cerebelar, hemisfério cerebral, hipocampo, hipéfise, lobo ansiforme, lobo frontal, lobo occipital, lobo parietal, obo piriforme, lobo rostral, lobo temporal, medula espinhal, ‘medula oblonga, nervo glossotaringeo, nervo mandibular, ‘nervo éptico, nervo trigémeo, nervo vago, nervo vestibulo- coclear, nucleo caudado, parafiéculo, pedtinculo cerebelar, pirdmide, ponte, quarto ventriculo, quiasma éptico, subs tancia branca, substancia cinzenta, sulco ansiforme, sul- co coronal, sulco cruzado, sulco ectomarginal, sulco ec tossilviano, sulco marginal, sulco pré-silviano, sulco rinal,, ssulco rinal medial, sulco supra-silviano, télamo, tegmento, do mesencétalo, terceiro ventriculo, tracto olfatorio, tracto 6ptico, tber do vermis, ventriculo lateral e vermis. Acha- dos esses que corroboram as citagies de Kraft etal. (1989), Hudson etal. (1995), Assheuer & Sager (1997) e Arencebia el al. (2005). Algumas dessas estruturas esto demons- tradas nas figuras apresentadas (Fig.1-8). Verificamos nessas imagens que o liquido cefalorra- auidiano se apresentou hiperintenso em T2 e, portanto,, apresentou alta conspicuidade em relagdo a cortical és esa. Vel. Bras. 90(7):599-008, juho 2010 598 Mara Cristina FNS. Hage et al ssea da calota craniana que apresentou hipointensidade e o encétalo que apresentou intensidade de sinalintermedi- tia (Fig.3.46), Essas diferencas de contraste proporciona- rama pronta identificagao dos giros e sulcos cerebrais em comparacéo com as sequéncias T1 e DP e faciitaram sobremaneira 0 estudo anatémico da regio. Essas caracteristicas de contraste encontradas nesse estudo corroboram as explicarbes tsicas para o fendmeno descrtas por Lufkin (1999) que relata que tecidos com T2 longo possuem moléculas pequenas, como a agua, que tém ‘uma elevada frequéncia de movimento molecular (movimento ;Browniano), que faz com que a fase dos protons seja mantida por um maior periodo de tempo. Como o sinal em T2 é me- dido no sentido transversal, quanto mais os prétons demo- rarem a relaxar, ou seja, quanto mais tempo demorarem a perder a fase, mais sinal esse tecido produziré, imagem em densidade de prétons mostrou o melhor contraste entre a substancia branca e a substancia cin- zenta do tecido encefalico (Fig 6). Nessa sequéncia as diferengas de contraste entre os tecidos somente se dao ‘emdecorréncia das diferengas das densidades de protons, ou seja, da quantidade de agua livre nos tecidos, confor- ‘me esciarecido por Lufkin (1999). Portanto, sabendo que a densidade de protons méveis na substéncia branca é 10% menor do que a da substéncia cinzenta, nossos achados concordam com o estudo de Kraft et al. (1989), Hudson et al, (1995), Assheuer & Sager (1997) e Arencebia ell. (2005), ‘que demonstra a menor intensidade de sinal da subtancia branca em relacdo a substancia cinzenta As imagens das estruturas encefalicas obtidas nesse estudo foram de excelente qualidade, porém atualmente, Kang et al. (2009) relataram imagens com melhor qualida~ de de contraste e resolugao espacial do encéfalo com um tomogréfo de RM com intensidade de campo magnético, de 7 Tesia, principalmente das regides da ponte e cerebe- lo. Partcularmente, a gléndula pineal no foi observada nesse estudo e no estudo de Kang etal. (2009); esse fato Fig.4. IRM em T1, DP e T2 da cabega de céo, em corte transversal, mostrando as estrutu- "as identiicadas: 1. Artculago temporomandibular, 2. Lingua, 3. Misculo digéstrco, 4, Musculo masseter, 5. MUsculo pterigéideo medial, 6. Lobo temporal, 7. Lobo pari= etal, 8. Misculo temporal, 9. Hipdfise, 10, Nasotaringe, 11. Osso basistendide, 12 Nicieo caudado, 13. Foice do cérebro, 14. Osso parietal, 15. Substncia branca, 16, ‘Substancia cinzenta, 17. Osso pterigside, 18. Selo cavernoso, 19. Terceiro ventricuo, 20. Vela cerebral marginal, 21.Ventriculo lateral, 22. Vela do corpo caloso, 23. Saio ssagital dorsal, 24. Giro marginal, 25. iro ectomarginal, parte medial, 26. Giro ecto- marginal, parte lateral, 27. Giro ectossiviano médio. Pesg. Vet. Bras. 30(7:'589-604, ju 2010 Imagem por ressonancia magnétca na investigacdo da cabeca de cles 599 Fig.5. IRM em T1, DP e T2 da cabeca de co, em corte transversal, mostrando as estruturas identiicadas: 1. Vomer, 2. Lingua, 3. Misculo orbicular da boca, 4. Arco jomatica, 5. Bulbo do olho, 6. Nisculo orbicular do olho, 7. Glandulas bucais, 8. \Veia labial inferior, 8. Mandibula, 10. Osso palatine, 11, Musculo obliquo ventral, 12. talvez possa ser explicado pelo seu tamanho diminuto (mm x 1.5mm x tmm) e localizagao (regido caudal do terceiro ventriculo, nalinha mediana, numa depressao en- tre 0 tdlamo e os coliculos rostrais), conforme descrito por Evans & Miler (1993) Esse estudo possibilitou a identiicagao de diversos mdsculos, como o misculo bucinador, misculo cleidocefalico - parte mastéidea, misculo digéstrico, mis- culo estemoidideo, misculo frontal, misculo longo da ca- bega, musculo masseter, miisculo obliquo caudal da ca- bega, musculo obliquo cranial da cabega, misculo obl quo ventral, misculo orbicular da boca, misculo orbicular do olho, misculo pterigéideo lateral, musculo pterigoideo ‘medial, misculo reto lateral, misculo reto medial, miscu- Jo semi-espinhal da cabeca, misculo temporal, muisculo ventricular, masculo vocal e misculos cervicais epaxiais, Alguns desses misculos esto demostrados nas figuras apresentadas (Fig.2,4,5,6,7,8).Os misculos apresentaram intensidade de sinalintermediaria nas sequéncias utliza- das na seguinte ordem decrescente, T1>DP >T2, sendo sso etméide, 13. Musculo frontal, 14. Seio frontal, 15. Meato nasofaringeo, 16. Recesso maxilar, 17. Etmoturbinados, 18. Lente. ‘que as imagens foram mais definidas em DP, sequéncia ‘essa que demonstra as sutis diferencas na quantidade de protons dos tecidos. Esses achados condizem com as informag6es da literatura (Kraft el al. 1989), porém as ima- (gens produzidas nesse estudo proporcionaram a verifica- (cdo dos mesmos cortes nas trés sequéncias propostas. ‘As IRM demonstraram grande eficacia na apresenta- 40 das imagens desses misculos possibiitando a sua Identificacdo. Diante desses achados concordamos com Hilario et al. (2000) sobre a importancia do método para estabelecer a localizacao anatémica de leses com envolvimento muscular, e visiumbramos a importancia da, sua aplicagao na medicina veterinaria. Varias estruturas dsseas puderam seridentificadasnas imagens produzidas nesse estudo como o Angulo da man- dibula, Angulo frontal, arco zigomatico, articulagao temporomancibular, asa do atlas, asa do 05so basistencide, asa do osso pré-esfendide, atlas, bolha timpanica, borda frontal, borda sagital, cabeca da mandibula, canal lar, canal Sptico, ceratoidide, céndilo occipital, corpo do osso esa. Vel. Bras. 90(7):599-008, juho 2010 600 Mara Cristina FNS. Hage et al basisfendide, corpo do osso pré-estendide, crista sagital externa, ectoturbinados, endoturbinados, etmoturbinados, {foice do oérebro, hémulo pterigdide, lamina cribriforme, la- mina perpendicular do osso etméide, mandibula, osso basiidide, osso basisfendide, osso etméide, osso frontal, ‘sso cccipital, osso palatino, osso parietal, osso pré- esfendide, osso pterigdide, oss0 temporal, 0350, Zigomatico, ossos esfencides, parte petrosa do o8so tem- poral, processo corondide do ramo da mandibula, proces- so jugular do osso occipital, processo odontéide do axis, processo zigomatico do osso temporal, protuberdncia ‘occipital extema, ramo da mandibula, seio esfenoidal, seio frontal, tentério 6sseo do cerebelo e vomer. Alguns des- ‘ses 08808 estdo demonstrados nas figuras apresentadas (Fig. 1-2). ‘Acortical 6ssea apresentou hipossinal nas trés sequén- cias avaliadas. Esse achado corrobora com os estudos anteriores de Kraft et al. (1989) e Hudson et al. (1995).. LLutkin (1999) explica tal fato pela necessidade de interac4o Fig.6. RM em T1, DP e T2 da cabeca de co, em corte dorsal ilu dos prétons com as pulsos de RF para que seja possivela aquisigao de um sinal e posterior formacao da imagem. Naauséncia de protons, ou na presenga desses em baixa densidade nao ha troca de energia e, portanto, nao ha co- leta de sinal ocasionando uma falta de sinal na imagem reconstruida pelo computador, que é mostrada na tela pela cor preta e cassificada & ressondncia magnética como hipointensa. Além dessas caracteristicas serem notadas nas corfcais ésseas estudadas, também foram observa- das nas estruturas que continham ar em seu interior como a traqueia, 0 seio frontal (Fig.1), a orofaringe, a bolha timpénica (Fig 2), omeato acistco extemo (Fig 8),0meato nasotaringeo (Fig 5) e 0 recesso maxilar(Fig.7) entre ou- tras, além do ar ambiente ao redor do cadaver examinado. ‘Amedular éssea apresentou sinal devido & presenga de ‘maior quantidade de prétons e de gordura e demonstrou var: cdo da intensidade de sinal de acordo com a sequéncia utiizada. EmT1 apresentou hipersinal, em DP e emT2 apre- ssentou sinal intermediatio, sendo o sinal da DP > T2, acha- rado acima, mostrando as estiuturas identifcadas: 1, Esclera, 2. Retina, 3. Corpo viteo, 4. fris, 5. Camara anterior, 6. Lente, 7. Corpo cli 8, Bulbo olfatéri, 9. Osso zigomatico, 10. Nerwo pico, 11. Proceso corondide do ramo da mandibula, 12. Misculo masseter, 13. Cerebelo, 14. Giro para-hipocampal, 15. Capsula interna, 16. Comissura rostral, 17. Etmoturbinados, 18. Nucleo caudado, 18. Fémix, 20. Talamo, 21. Hipocampo, 22. Lobo rostial, 23: Decive, 24. Cémea, 25. Bulbo ocular, 26. Forame interventricular e Pesg. Vet. Bras. 30(7:'589-604, ju 2010 ‘ventriculos laterals, 27. Terceiro veniriculo, 28. Hipocampo, 28. Giro supra-siviano. Imagem por essondncia magnética na investigacao da cabera de ces 0: IRM em T1, DP e T2 da cabega de cdo, em corte dorsal, mostrando as estruturas identifcadas: 1. Processo corondide do ramo da mandibula, 2. Osso pré-esfencide, 3. Osso basislencide, 4, Piramide, 5. Recesso maxilar, 6. Misculo masseter, 7 pico, 13. Quiasma éptico. dos que corroboram as descrigbes de Arencebia etal. (2005). Essas caracteristicas de imagens encontradas nesse estudo corroboram as explicagbes fisicas parao fenéme- ‘no descritas por Lutkin (1999) que relata que tecidos com Tt curto relaxam rapidamente, pois suas estruturas moleculares possuem frequéncia de osciiacao préxima & {te-quéncia de Larmor do aparelho e, portanto, dissipam a energia absorvida pelo pulso de RF mais aciimente para o ambiente ao seu redor tormando-se susceptiveis a0 proxt- mo pulso de RF antes dos outros tecidos. Tecidos com essas caracteristicas se apresentam brancos a ressonain- cia magnética e s40 classiicados como hiperintensos. Pode- se constatar isso observando o comportamento da gordu- ra das regides periocular, subcuténea, lingua e regioes ‘medulares dos ossos frontal, parietal, esfondides e etmdide {Fig.5). Alves et al. (2007) comentar que do osso etmdide originam-se um complexo de pregas turbinadas {etmoturbinados), vsibiizados nessa mesma figura. Giente disso entende-se as explicagées de Hage & Iwasaki (2008) de que um tecido que possui como carac- teristica um tempo de relagao longo em T1, porque possul moléculas com frequéncia de osclacéo muito acima ou Hipocampo, 8. Ponte, 9. Fiéculo, 10. Canal éptico, 11. Bulbo olfaiério, 12. Nervo muito abaixo da frequéncia de Larmor do aparelho, tem ficuldade para dissipar energia para o meio ao seu redor, , portanto, demora mais para relaxar nao estando apto a responder a um novo pulso de RF, ou seja, 0 tecide com 1 longo fica refratério ao estimulo por mais tempo e, por- tanto, permanece na imagem sem sinal, ou seja, preto ou hipointenso. Pode-se constatar isso observando 0 com- portamento do liquido cefalorraquidiano nos ventriculos laterais e sulcos cerebrais (Fig.4). Cabe lembrar aqui que nao se devem confundir esses tecidos hipointensos que ossuem T1 longo com os hipointensos devido a baixa densidade de prétons anteriormente citados. ‘AIRM normalmente nao é utlizada para observacao das estruturas 6sseas do cranio uma vez que a tomografia computadorizada é considerada o padrao-ouro para esse fim, bem como a tomografia computadorizada de feixe ‘nico, para a regiao dentomaxilofacial (Roza et al. 2009), porém notou-se nas imagens produzidas que ela foi efici- ‘ente em demonstrar a regiéo da medula éssea e, portanto, concordamos com Amaral et al. (2003) na indicagéo da IRM para detectar lesdes éeseas nos estagios inicais quan- do restritas A medula éssea. esa, Vet. Bras. 90(7):590-004, uo 2010 02 Mara Cristina FNS. Hage et al Foram visibilizadas nesse estudo diversas estruturas do bulbo ocular, como: camara anterior, c6mea, corpoccilar, esciera, iis, lente, corpo vitreo e retina, além de estrutu- ras associadas como a glandula lacrimal e 0 corpo adiposo da érbita. Algumas dessas estruturas esto demonstra- das nas figuras apresentadas (Fig 5 e 8) (© humor vitreo e 0 humor aquoso apresentaram-se hiperintensos em T2 devido & grande quantdade de protons nna sua constituigdo (Fig.6). A lente a despeito do espera- do apresentou-se hipointensa (preta) em T1, DP T2 (Fig. 5 © 6), Deve-se lembrar que apesar de rica em gua, e, por- ‘tanto, em hidrogénio, alente apresenta uma estrutura sl dae, portanto, néo é capaz de apresentar vibrago de suas moléculas. Pode-se fazer uma correlagao com um cubo ‘de gelo, pois apesar de rico em quando esté apto a emit sinal de ressonancia magnética por estar em estado soli- do. ‘A capacidade de identificacao das estruturas do bul- bo ocular, associada & vantagem dos cortes multiplanares com auséncia de sobreposigao de estruturas tornam a IRM um método excelente para visibiizar as estruturas dos olhos. Porém, concordamos com Morgan et al. (1994) @ Dennis (2000) que sugerem que sua utlizagéio deva ser reservada para 0s casos onde a ultrassonografia e a radi- ologia nao obtiveram sucesso na obtengao do diagnost- 0 @ nao ha suspeita de corpo estranho ferromagnético ‘que poderia ser atrafdo pelo equipamento e causar maio- res lesdes, estudo permitiu a visiblizagao de estruturas do apa- relho respiratorio como: cartilagem aritendide, cartilagem, tiredide, cavidade nasal, coanas, epiglote, laringe, meato nasofaringeo, nasofaringe, orofaringe, recesso maxilar, tonsila palatina e traqueia. Observou-se nesse estudo que aepiglote apresentou hiperintensidade em (Fig.1), acha- do que concorda com o deserito por Vazquez et al. (1998) que explica tal fato devido a epiglote ser uma estrutura cartlaginea de natureza eldstica, rica em fibra colagena tipo II, com alta densidade de protons. Estruturas do aparelho digestorio também foram detec- tadas como a glandula mandibular (Fig.1), a glandula arotida (Fig.8), a glandula zigomatica, as glandulas bu- Cais (Fig, 5), a lingua, 0 palato duro, 0 palato mole (Fig. 1), Fig.8. IRM em T1, DP e T2 da cabeca de cdo, em corte dorsal, mostrando as estuturas, identificadas: 1. Arco zigomatico, 2. Ramo da mandibula, 3. Musculo masseter, 4 Glandula parétida, 5. Musculo longo da cabeca, 6. Hipsfise, 7. Quiasma éptico, 8. dula oblonga. Pesg. Vet. Bras. 30(7:'589-604, ju 2010 Bolha timpanica, 9. Meato actstico extemo, 10. Céndilo occipital, 11. Atlas, 12. Me- Imagem por essondncia magnética na investigacao da cabera de ces 03 © primeiro dente molar inferior, o quarto dente pré-molar superior, 0 terceiro dente molar e o vestibulo oral Esse estudo permitiu a visibilizagao de algumas estru- turas vasculares da cabega, como: atéria cardtida comum, artéria carétida interna, artéria lingual, artéria palatina as- cendente, artéia vertebral, seio cavemoso, seio sagital dorsal, sei transverso, veia cerebral magna, veia do cor- po caloso, veia facial, veia labial interior e veia lingual. ‘Algumas dessas estruturas estao demonstradas(Fig.4). ‘Apesar da posshblidade de visbilizaao dos vasos nesse estudo, Spotti et al. (2001) indicam a angiorressonancia magnética como método mais eficaz na visibilzagao de estruturas vasculares, na qual sdo realizadas sequéncias de gradiente eco, onde o sangue circulante age como con- traste e, através do fluxo sanguineo, sao obtidos sinais que se transformam em imagem. A forma de reconstrupao tridimensional espacial da angiorressonéncia magnética subtraia imagem do tecido estacionario, possibiitando uma ‘melhor visibilzagao do terttério vascular. ‘Os linfonodos submandibulares também foram identf- cados nesses estudos (Fig.2) e apresentaram padrao hipointenso em retacao a gordura adjacente em Tt e T2, concordando com os achados de Kneiss! & Probst (2008). Esses autores sugerem que pode ser necessarioa utiiza- Ao de sequéncias com alto poder de resolugao, como a ¢radiente eco 8D com reconstrugao multiplanar, para ver- ficar a suspeita de linfonodos anormais, ‘A endolinfa no interior dos canais semicirculares, em 72, i vsibilzada apresentando hpersinal(branca) e con trastou com o labirinto dsse0 a0 redor que nao apresentou sina (preto) (Fig. 2,2) Diante desse achado concordamnos com Garosi etal. (2003) que a capacidade de identiicacao por meio da IRM da endolinfa na orelha intema do cao normal 6 uma das grandes vantagens dessa modalidade de imagem. Tal achado permite que se diterencie uma ore- tha interna normal de ura em fase crénica de inflamacao, conde a oblitragao fibrosa dos espacos contend linfa causa perda desse sinal. Diante disso vislumbra-se que quando a IRM for uma realidade na medicina veterinéria nacional realizar-se-4 com maior faclidade a diferenciagao entre desordens vestibulares de origem central periterica. Nesse estudo as sequéncias T1, DP e T2 se mostra- ram complementares no estudo da anatomia da cabega do 40, discordando de Kraft etal. (1989), Morgan etal. (1994) € Vazquez etal. (1998), 08 quais citam T1 como a sequén- cia de escolha para os estudos anatémicos. CONCLUSOES As IRM adquiridas nas sequéncias T1, DP e T2 foram ‘complementares para o estudo dos aspectos anatémicos da ccabeca de caes, demnonstrando-os com riqueza de detalhes. ‘O tempo requerido para o exame completo da cabeca 6 compativel para uso em animais vivos, desde que devida- ‘mente anestesiados e controlados. Os resultados obtidos por esse trabalho sao reproduziveis e dessa forma abrem caminho para 0 estu- do de animais vivos e para o inicio da investigagéo de doencas, principalmente as de origem neurolégica, visto ser essa téonica excelente para a visiblizagéo do encéfalo. ‘gradecimentos.~ A Fundagdo de Amparo & Pesquisa do Estado de ‘Sto Paulo (FAPESP) pelo franciamenta do projta (Proc. 02/10.484- 0). A Coordenagdo de Aperoigeameno de Pessoal de Nivel Superior (CAPES) pola bolea de doutorado da pimolra autora, Aos colabarad- es Jean Louis Shinohara, Carla Aparecida etista Lorigados ¢ Hildabrande Gomes Benedicto, REFERENCIAS ‘Alves FR, Santos T.C., Feiberger S., Ambrésio CE. & Migino MA. 2007. Dindmica dos precursores ceivares 0 epitéio ofetsrio de cies. sem raga. defiida: um estido imunohistonuimico © ulta- festuura. Pose, Vet. Bras, 27288-392, ‘Amaral L. Chieu M, Almeida J.R, Fercva NF. Mendonga R. & {ima $8. 2003. 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