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UMA TEORIA BCONOMICA DA DEMOCRACIA ANTHONY DOWNS: zoasne 5168 ‘ 33 bow /reo ose ig pen ‘= _tnmona oa ciaversipaDe pEsKo PAULO Saducho Sandra Guardini Teixeira Vasconcelos pee INTRODUCAO ; No mondo tod, 0s governos domninan a cena econdmia, Seus gastos ee hee ete ages esos» pis via de ugamentom rented eto " “re menos dois periodos eleitorais entram nos célculos de um eleitor sino geo mp via elo eo qe trina so iad ego Moet cektrenoss ene peedos some rf ef pecan. Ta sara ae vrata eigen dens xs Sin bots, como se segue: U representa a tenda de wilidade hipotética real, proveniente de ative: de governamental, recebida pelo eleitor individual durante um periodo eleitoral’. 0 partido no poder, isto 6, 0 partido govemnante no periodo t Be partido de oposigio, isto &, 0 partido que wo esti no poser no period 1. (Na primeira parte da anise, supomos um sistem bipartiirin,) Us representa a renda de ulilidade realmente recebida durante um periods, a rena ce tilidade proporeionads pelo partido no poder durante aque period, e le que 0 eleitor acreita ser a maior que cle representa a renda de otilidade 9) poderia ter recebida durante algum periodo. F a renda de utilidade que 0 fpoverno ideal ter-Jhe-ia proporsionado se tivesse estado no poder durante aguele perfodo, representa o valor esperado. as nus, seo Uda pesto ety icone lize por Dos pa 38 es a0 SOU bes TsO ECOMDIICA D4 DEWOCRACIE BOs diferencias bipartidérias | Cada cidado, no nosso modelo, vota no partido que ele acredita que the proporcionaré uma maior renda de utlidade do que qualquer outro durante 0 préximo periodo cleitoral! Para descobrir qual partido & esse, ele compara as rendas de uilidade que e* que receberi, caso cada partido estivesse no poder. [Num sistema bipartidério, essa comparagdo pode ser montada como urna sim- ples subtragko! BWA )~ BUR) A diferenga entre essas duas rendas de uilidade esperadas € diférencial partidrio esperada do cidadio| Se for positive, ele vota nos ocupantes do cargo; se for negativo, vola na oposigio; se for zero, se abstén, A primeira vista, o voto racional parece ser, desse modo, uma question ‘muito simples, Mas sua aparente facilidade & enganadora, pois wma pega sucinl permece: como um eleitor racional deveria ealeulsr as rendas de ul lidade esperadas ¢ das quais cle deriva seu diferencial partidério esperado? E av responder essa pergunta que encontramos dificuldades, ‘Quando um bomem voia, ele esti ajudando a selecionar 0 governo que a overniti durante o prOximo periodo eleitoral (isto é 0 perivdo 1+ 1). Portanto, como acabamos de mostra, ele toma sua decisio, comparande os desempenhns foturos que espera dos partidos eoncoreentes. Mas, se for racie- raf, ele sabe que nenum partida sexi capa de fazer tda.0 que diz que far Assiin,niio pode simplesmente vomparir plataformas; em lugar disso, deve ‘estmar, em tua prépria mente, » que os partidos realmente fariam se estives- sermno poder, (pati ones, ws oe elo, posers Ho ripe gata pds cuit seers Covet eo i, de i (hon coma idoerete, ete em ropes met de oii Jos etre 2b um sts pain cs prs Slibraamente ie proses bias: a ltrs sere ars insists dager az meno gs Neel, O ugar pot & destin en 4 tooiea Bisic4 DO FOTO ‘Como um dos partidos concorrentes jt esti no poder, seu desempentho no periodo + dé ao cleitor a melhor idéia possivel sobre 0 que far no futuro, supondo que stas poiticas tenham alguma continuidades. Mas seria irractonal comparar 0 atual desernpenho de um partido com o desempento futuro que se espera de outro, Para uma comparago valida, ambos os desempenhos deve correr nas mesmas condigies, isto &, no mesmo periodo de tempo, Portanto, ‘o eleitor deve pesar o desempentio que partide de oposigdo teria tido no periodo # se tivesse estado no poder, De fato, esse desempenho € puramente hipotético; assim, 0 eletor sé pode imaginar qual renda de utilidade teria abtido geacas a ele. Mas o fu 10 do partido B & hipotética também ~assim como o & 0 do partido A. Desse todo, ele deve comparar ou (1) duas rendas de uilidade Futuras hipotétiens ‘ou (2) uma renda de utilidade prosente real e uma presente hipotética. Sem vida, a segunda comparagéo Ihe permite fazer um uso niais direto dos tos do que a ptimeita. Nao apenas um de seus fermos & uma entidade real, :mas o outro pode ser ealculado em vista da situago da qual nasce. Se o cei tor comparar rendas de utilidade futuras, ndo aproveita nenhuma dessas duas vantagens¢Portanto, acreditemos que € mais racional que ele baseie sua decisio de voto nos eventos atuais do que simplesmente em eventos futuros.| Consegitentemente, @ parte mais importante da decisfo de um eleitor Eo tananho de seu diférenctal portidério atual, isto é, a diferenga eatte a rend de ulilidade que ele realmente reeebeu no period re aquela que teria recebi- Ao se a oposigo estivesse estado no poder’. Algebricamente, essa entidade & caleulada da seguinte maneita: (W)-BUS # o determinant principal de seu dferencal partido espera Enltetanto, esa concluso no significa que os edad, no nosso mode Jo, gnoram o futuro quando esto deciindo como votar. Obviamtente 80th te seria ieacinal 6 que o objetivo de votar¢seacionar um futuro gover 0. Portano, o homen: raconal no nosso modelo aplica dois moiicadores de ‘lio eta pina, sare ns lea pio opera ewe THOR ECONONC Da DEMOCRACIA orientagdo futura a esse dilerencial patio sivala fim de calcular seu dife- rencial partidrio esperado, C0 ftor tendencial e avatiagdes de desempeako Podemos chamaro primeira desses modificadores simplesmente de tor tendencial. Trata-se do ajuste que todo cidado faz em seu derencial partidi- rio atual para evar em conta qualquer tendacia relevant nos aeontecimentos corrida dentro do periode eletoral atual, Por exemplo, vamos supor que um eleitor acredite que 0 atal governo cometeu mites e1t0s logo ao tomar posse, ‘mas melhorou de forma constante, € agora est governanda habilmente, pode sentir que essa habilidade prevaleceri ao long de todo a prOximo perio do cleitoral se os acupantes do emo fens eelcitos, Portanto ele ajusta seu diferencial partido atwal par Inversamente, se ele sentir que o governo comeyon extreniamente bet mas dlegenerow de manciea continua, ele porters projtae somente 0 mau desempe- ‘nho em seu diferencial partidiio esperado, ‘O segunclo modificador entra em jogo apenas quando a cidado no con- ssugue ver qualquer diferenga entre os dois partidos concorrenes; isto &, quan do uchit que eles (2m plataformas e politicas carrentes idénticas!, Pars fui 1.4 base de sua devisfo, eolocande a questo de we os ‘scupantes dla cargo govemnaram ou af tio bem quanto seus antevessones Nosso uso desse mecanismo especitica de desempate pode arbitvirio, Por que um cleitor deveria presta atengo no passado, a0 selevionar lum governo fututo’ Por que a semelhanga presente entre 0s partidos fiz, coin {que ele arraste governos passados em suas decistes? ‘A tespost a estas questOes ver do impacto das eleigdes per se no ca Portamento partidiio. Com eleto, toda eleigzo & um julgamento feico sobre {olha de servigos do partido no poder. Mas os padrBes usados pata julgar sit fotha de servigos siu de dois tips. Quando as poitcas da oposigdo no perio do ¢diferem daguelas do partido no poitr,o julgamento expressa a escolha do eliminar 0 impacto dos errs inieiais alesse impasse, ele al Quanto existe intrude psn ga aks pis cs ap sathas poste dems oi prep d ec rs un air xg ds iba, vr Sep I esi Cops, eA AACA BO KOTO. eleitor entre as faturas projegdes desses dois conjuntos de politica, Mas se as politicas da oposigao so idéntieas aquelas do partido no poder, a mera proje- ‘elo nfo proporciona aos eleitores uma escolha real. Nesse eas0, seu julzamen- to expresia se eles avaliam a folha de secvigas das ocupantes do cargo como boa ou ruim, segundo algum padio abstrato, Desse modo, toda eleigio € um mecanismo de sinalizagio assim como um selecionador de governo. Entretanto, nur sistema bipartidaio, ela se limi- tea dat um de dois sins, Os ocupantes do cargo sempre consideram a reelei« ‘cio como um mandato para continusr suas politicas anteriores. Inversamente, © partido de oposigdo considera seu triunfo como wma ofdem para alterar pelo ‘menos algumas das politicas dos ocupantes do cargo; do contritio, por que as [pessoas teria votado nele? Em suma, 0 resultado pede ou “aenhurna mucan ca” ou “mnudanga”. Assim, sempre fiz diferenga qual partido & eleito, nfo importa guido semethantes sejam suas folhas de servigos no perfodo 7. Se ‘opasigio ganar, cetamente executari politica diferentes daquelas que o pat tidlo no poder executaria se tivesse sido reelito, Entretano, ninguéin salve de antemdo exatamente que mudangas de polti- ‘oposigao far se for eleita, Nem se pace descobrir isso olhando-se pata & folha de servigos hipotétiea da oposiglo no perioda i que (estamos supondo, aqui ela €idéntica& dos partido no poster, Mas se os hemens nie sabem © que iiea mudanga, come podem yorar racionstnente a favor dela on contra cla? 0s homens razionais nig esto interessados nas pr ‘em sts proprias rendas de utiidadls, Se sts rendas de utilidade presentes stio muito buixas « seus proprios olhos, cles podem aereditar que quae qual quer nnudanga a ser provavelmente fella aumentart suas endas. Nesse caso, para el ional volar conta o partido na poder, isto & a favor da muda. caem Por outro lado, os homens que estio se beneficiando das polit eas per s éo par {ido no poder podem sentir que a0) inves de ajudistos. verdade que a aposigio poderiaintrotzir novas polii- «as que aumentaiara suas rendas de tilidade. Mas suas rendas jd so tao altas que eles temem qualquer interropg30 na continuidade das politcas atuais, Assim, votam a Fivor do partido no poder, isto & conta a madanga enn gh FE evidente que ambas as agdes sfo respostas racionais a0 fato de que as leigdes inevitavelmente sinalizam ou mudanea ov nenhuma mudanea, Elas Imeostram que, mestio quando os partidos concortentes apresentam folhas de servigos idénticns no periodo ¢, muitos cidadios podem sensatamente esperar, de cada partido, rendas de utilidade diferentes no perioda ¢-+ J. Portanto, a musdanga provavelmente os prejudicar ‘uw TOR ECONOICA D4 DEMOCHaCIA abstensdo &racional somente seo cidadio cxé que ou (1) as mudangas de pol tica que serdo feitas se a oposigio for eleita nfo terio efeito liquid sobre sua renda de utlidade ow (2) essas mudangas podem afetar sua enda, mas a pro- babilidade de que elas a aumenteus & exaiamente igual i probabilidade de que clas a diminuam,; isto 6, a mudanga esperada € zero Duas coisas devem ser registradas a respeito desse raciocinio, Primeira ‘menie, admitimos um grau de incerteza no nosso modelo de certeza. Enite tanto, © objetivo desse modelo € prepacar para a anélise do modelo de incette- 22 assim, nos sentimos justifieados em levar a incerteza em conta sempre «te cla afetar a estrutura basica do comportamento racional [Em segundo lugar, argummentamos que a folha de servigos do prtihs no poder pode ser julgada como boa ow mi mesmo quando & idGntica sj oll le scrvigos da oposigo. Mas qual padiio de jalgamento existe ‘© que sfolha de servigos do partido no poder pode ser camara No mundo real os homens freqUentemente companin «que est fizendo com o que ele deveria estar Fazendo, sem se rfexinem i nel ‘outro partido, Ao contritio, esto implictamente eomparando as reudas de utli- dade que estio realmente reeebendo com as que estatiam recebendo se 0 yover= ro ideal estivesse no poder Naturalment ‘neihumy homem tem o mesmo ideal {que es outros. Todavia, cada homem pode usar seu conceto particular de gover no ideal para attbuic uma avatiago de desempento ao partido no goverto «glquer uteo pari’. lgebricamente, & computa ds seguir Acaingies de desempenho so extremamente iteis para comparae govet= hos que funcionam em petiodos de tempo diferentes ou mesmo em deas dite rentes’. Blas io novessias pa essns comparagdies porcue niveis absolutos, de renda do ilidade de diferentes perotos ce tempo nto podem ser compa. 3. Pn crural pads qe ei sm no momento na ps; 8 ess) (os poor) e (2s ede ea “iu eto 30 tm pero de eo, Naso sles a detriment ic; ekr ety nea moemsies que pant compas ata ° A uBcica wisica 00 v0T0 rados diretamente, como vimos antes. A avaliago de desempenko de um saverno pode mudar pelas seguintes razbes: (1) ele muda suas ages enquan- ro outras condigges permaneeem as meseas; (2) ole mantém as mesmnas acts, ce elas dao origem 4 mesma utilidade que antes, mas outras circunstancias rudam, de modo que o nivel ideal de renda de utilidade se altera; ou (3) ele ‘mantém as mesmas a¢6es, mas outras circunstancias se alteram, de modo que ‘essas ages nio tmais produzem as mesmas rendas de utilidade Em nosso modelo, as avaliagdes de desempenho entram na tomada de \devisio de um eleiter quando ele pensa que ambos os partidos tém as mesmas plataformas e politicas atais. A primeira vista, essa rears parece sugerir des- ‘continvidade na opinifio do eleitor, mas, na realidade, no & assim. Todo elei- tor racional sabe que, se 0 partido de oposigao for eleito ele alterara algunas tas politics que esto sendo sepuidas agora pelo partido no poder. Mas sem- pte que os dois partidos tiverem plataformas ou politicas atuais diferentes, ele is set feitas, Potanto, ele pode esco. 1 dussas muudangas especificas tam sabe exatamente quaiss mudan Jer eatne os parties, devil se pr Fnietanti, quae steeds que os lois partidos tém plataformas e p idgnticas, cle nfo sube mais que mudangas especifieas ocorrer do a basear sua deci teas atu fem sua ath oposigio vencer, Prtanto, ele & fon cade em rolago 8 midangs em gral NRO hd alteragko no seu metodo de deci- dir como votar; 20 contro, & uma mudanga na evidEnciadisponivel que faz com que ele se desta de wun ferramenta par usar outta O objetivo das das fearamentas € 0 mesmo -estimar 0 ganho que obter caso vote num patido e esse md, as elsitores usam avaliagdes de desempenho somente quan «do seus diferencias partidrios atuais so zero, mas, ainda assim, nem sempre. diferencia purtidrio atual de um homem pode ser zero por duas razdes: (1) ambos os partidos tém plataformas e politcas idénticas; ou (2) embora suas politcas e plasaformas sejam diferentes, produzem condas de utilidade ieéati- ‘eas para ele. No iltimo caso, a8 avaliagdes de desempenko the sio initeis por- que ele j8 sabe que mudangas ocorrerdo se a oposigZo ganhar. J4 que essas rudunges no alteran: sus renda de utlidade, ele se abstém, Mas, no primeiro caso, ele allo sabe que mudangas a oposiglo fara; dai ele precisar de algum modo de determinar sua atitude em relaco 2 madanga em geral. 1é mostrammos ‘que (1) essa atitude depende de quie boa ele julga ser a atuagio do partido no Poder em Ihe proporcionar renda de utilidade e (2) ele pode avaliar 0 desem- penho do partido no poder em comparagdo a um deseinpentio ideal. Mas por ‘unis padides el estima, digamos, uma avaliagio de 40% de born ou mau? (oma Peon Hconoca be DEMoCKACIL A Tormulagio desse patio € 0 que exige que o eleltor considere os desempenhos de eovernos passados. Em nos modelo, cada eleitor desenvol Ye sen préprio padrio a pattir de suas experigncias com outros governos, Através do cOmpato de suas avaliagGes de desempenko, ele cria uma meth com a qual pode descobrir se 08 ocupantes do cargo estiveram se saindo bem, ‘mal, ou indiferertemente na tarefa de governar’. Vota neles se a avaliagio deles for boa, contra eles, se forruim, ox ndo vola se for indifetente. Assim, ele pode facionalmenteatribuir wn valor nia-zero a0 se diferencal partdiria espera: «lo, mesmo quando os dois partidos apresentarem folhas de servigos idénticas 1 petiodo t ll, DIFICULDADES PRELIMINARES CAUSADAS PELA INCERTEZA Até agora falamos loquazmente de eleitores que computam seus diferen- is partititins © avalingdes de desempenho scm apontar para a dificuldade sdesse eels. A fir de encontrar sou diferencial partidatio, o eleitor, mim sis. fenut bipartidirio, deve fazer © seguinte: (1) examinar todas as fases de acto sovernamental para descobrir onde os dois pattidos se comportariam de modo dliterente, (2) descobrir como cada diferenga afetaria sua tenda de wtilidade, ¢ (3) agregar as diferengas em beneficio ¢chegar a um nine liquide que mos. "ea 4 quanto um partido seria melhor que o outro, E assim que o eleitorracio se comportiria mum mundo de informagao completa e set custo mesmo sxundno quil habita o consumider racional e © produtor tacional da ‘coia eeondmia tradicional ' incereza ea falta de informe impedem, mesmo 0 elei- {oc masitetigente« bem informade, dese comport exatamente do modo que slescrevennss, Como ele no tem certeza sobre qual é sua renda de utlidade atual bbrenionte do gover, or qual seria ela se um partido de oposigao estivesse ne Prades, 6 the rest izer estimatvas de ambas. Ble as baseari naquelas pouces No mundo rea ep fom esd Dow oa si na sade qn aa te ate ade Nea st eco dings em gr deve deo sten. eo el abs emo gu os eps do go ei he Pus a iio mis dela stengo que ost ena mals in er Capi A LOGICA Bésica D0 OTD {reas de atividade governamental onde a diferenga entre 0s partidos & grande « suficiente para impressioné-lo. Quando a dferenga total em fuss de ailidade ¢ grande 0 suficiente a ponto de ele no mais ser indiferente em relacio a qual pa tido estd no governo, seu limiar difrencial partidrio fi utrapassado. Até la, ele permaneve indiferente em relago a qual partido esti no poder, mesmo se um Ihe esse uma renda de utiidad mais lta que o outa. existéncia de limiates leva ta-a probabilidade de que o diferencial pantdario esperado sefa 2er0, isto 6, que ‘corra abstengo. Tamibém tonna possivel mudar a idéia de um efeitar ao the for necer melhor informagdo sobre o que jesté scantecendo con ele, [Nessa altura, encontramnos dois importantes problemas. Em primeiso Ingar, quando abrimos 2 porta de nosso modelo a incerteza, também devernos admit coisas indesejaves, tais como erros, informagio falsa e ignorancia. Como neste capitulo lidarnos apenas com a ligica bisiea do ata de votar, adia- remos as consideragdes desses fates até mais tarde, exceto no caso de urna condigdo. Ao longo desta tese, supomos que ni existe informagio fala (isto & incorreta do ponto de vista dos fatos), embora passa existir informagdo ncompleta. Assim, excluimas da nosso modelo as mentiras deliberadas, cembora erros e dados enganadores possam permanecer. ( segundo problema se enraiza no proprio conceito de mudanga de idéia do leitor quanta a como votar. Como mosttames, toda eletor toma suns decisses {quanto a0 voto através da comparagio de variadas fhaxos tease hipatticos de renda de beneficio. Para decidir qual o impacto de cada ato governsmental sobre su renda, ele o avaia como bom ou mau luz de sua prtpea visio da “boa socie dade”. Esse procedimento & racional ponque cada cidadio, em nosso modelo, ¥ ‘© governo como um meio de conquista da boa sociedad, al couno ele a ve esse modo, a avaliagio que um homem faz de cada partido depend, ein ‘hima instinci, (1) da informagdo que ele tem sobre suas politicas e (2) da telagio entre as politicas do partido de que ele tem conhecimento ¢ sua con- ‘cepeZo da boa sociedad. Uma vez que 0 eleitor, mesmo que provisoriamente, dcidiu como votar, ele pode ser persuadido a modar de idéia apenas se unt ddesses dois fates se alterar. Para simplifiear a andlise, presuraimos que todo cidadao tem uma concepeio fixa da boa sociedade e ji a relacionou a0 seu! conhecimento sobre politicas partidirias de maneira consistente, Portanto, Somente novas informagdes podem persuadi-to a mudar de idéia Essencialmente, estamos presumindo que 0s gostes politicos dos cida- «dios so fixos. Mesmo que esses gostos fireqlientemente mudem de forma radical a longo prazo, eremos que nosso pressuposto & plausivel a custo prazo, inpedindo guetras e outras convulsbes soviais. Na realidade, gastas politicos ‘aie TeoRt: BoONOMICA bs DewoKRACHs fxs nos parecem muito mais plausiveis do que gostos fixos de consumo, que ‘so geralmente suposios em estulos de demnanda, TI VARIAGOES BM SISTEMAS MUL-TIPARTIDARIOS: Nossa anise foi feta a agom em termos de um sistema bipartidério, ‘mas suas conclusies podem ser facilmente estondidas a um sistema multipa fidisio. Nessefitimo, o elitr seyue as mesmias regras que no primeiro, mas ‘compara partido no peer com qualquer dos pastidos de oposigo que tenha 8 mais alta avatiaglo ata de desempenkio, isto & que Ihe concederia a maior onda de ullidade se estivesse agora no poder. Eateetanto, ‘ uma eventualidade num sistema multipartidario que ato Suge no sistema bipartditio: um eleitor racional pode, 8 vezes, votat aun Partido que nie & nquele que ele mis prefere, Por exemplo, quando o Partido Progresssialangou un eanclidato na eleigao presidencial americana de 1948, alguns eleitones que preferiam o eandidato Progressista a todos os outtos ainda ssi votarim ao candidate Democrat Fizeram isso porque sentiram que set ‘candidato favorito no tina qualquer chance e quanto mais as pessons votas. Sem nee, nsenos votariam nos Demoeratas, Sea votagao nos Demoeratis fosse nuit baa, os Republicanos ~ o grape menos desejdvel do panto de vista Prcessistsganhoriam, Desse mindo, umn vate no seu candidat favorito ino wa a prubabildade de que ganhasse aguele que eles menos apoiavan. Para evitar esse ttn resultado, eles votaram no candidat que ‘cupsva tm posigiwintertnedivia cin sua ordem de prefersncia, Pvidentemente, Gata-se de wm comportamento racional, mas contradie ‘ssa rege simples de coms os ekitares deveriam agit. Essa dserepancia pele lust explivagio. Primeizinente, devemas spontar que, em nosso modelo, as leighes so mecanismos de selugao de gevernos, embora realmente sirvam a [rules autos propa alm desse. Tambm podem ser (1) meios de criar solidaricdace social, con acorns nos paises conus ies de proferéneia poi -modernos, (2) expres- (3) mecanismos de liberagdo de ageessio pessoal rp eatais legitinves (por exenypto, em eampanhas potiticas) e (4) incentivos ara que 0s cidadios se intirmem sobre avontecimentos atuais. Contuda, esta- ‘mos inleressidos nas eleigdes unieamente come meio de selecionar governos, © definimos eonportamento racional com essa finalidade em mente Um eleitor racional primeito decide qual partido ele eré que the trac ‘maior benefici; dai ele renia estima se esse partido tem qualquer chance de 286650 sganhar. Ble faz isso porque seu voto deveria ser ampliado como parte de um processo de scleo, no como uma expresso de prefertncia. Dai, mesmo que prefira © partido 4, ele estara “Sesperdigando” seu vote em A se esse nfo tver renhuma chance de vencer porque muitos pouces outros eleitores o preferem Bou C.Aescolha relevante, nesse caso, € entre B e C. Como a voto em A nfo € til no processo seal de selegio, votarnele & irsacional, DDesse modo, uma parte importante da decislo a respeito do voto € pre- ‘ver como outros eidados votario, através da estimativa de suas preferéncins Cada cidladio usa sua previsfo para determinar se o partido que ele mais pre- fere 6 realmente parte de uma gama selevante de escola, Se ele ré que no &, ‘elo a mcionalidade ofdena que ele vote em algum outto partido. Na nséncin de qualquer informacao sobre © que os outros eleitores prova- volmente fat, cleitor ricional sempre vota no partida que peefere. Tamnbém o {iz sempre que a informacdo que tem o levaa erer que seu part favorito tem uma chance razoivel de vencer. © sentido preciso de “razodvel” nao pode ser Aefinido a prior; depende do temperamento de cada eleitor. Entretanto, quanto smrenos chance de vencer ele seate que seu partido favorito tem, nis provivel & ‘que mude seu voto para um partido que tem uma bos chance. ‘Ontvel exato de probabilidade no qual essa rmudanga se da dependeri cin parte de quio importante ele considere impedie a vitésa do pior partido. Por exemplo, vamos supor que haja trés partidos: Direite, Centro ¢ Esquerda. cleitor X prefere a Direita ao Centro ¢ 0 Centro & Esquerda, mas acredita que 4 Diteita tem a menor chance de veneer, entre os trés. Se ele prefere muito a Direita a0 Centro e & quase indiferente entre o Centro e x Psquerd, & menos provavel que ele mude seu voto da Direta para o Centro do que se cle prote- rir ligeiramente a Diteita a0 Centro mas abominar 2 Esquerda, ssa situagio torna-se ainda mais complexa quando consideramos 0 voto, orientado para o futuro. Um eleitor pode apoiar um partido que hoje no tem chance, na crenga de que seu apoio permiticé que o partido eresga e, um di, tome-se um provével vencedor ~ dando-Ihe, assim, uma para mais ampla de selegfo no futuro. Ele amnbém pode, temporariamente, apoiar um partic sens ‘chances como um aviso a algum outro partido para gue mude sua plataforrma se quiser seu apoio, Ambas as agdes so racionais para as pessoas que prefe- rem melhores alternativas de escolha no futuro 8 participagio presente na sele- fo de um governo't, 10, Pau dessa edo deta sites prin ws Capo 9 (ona re08ts Economica De DEMOCRACA VRESUMO Num nnindo em que the ‘sto, o cidade racional roma st 10 fornecidas informagdes completas ¢ sem sdocisio em relagio a0 voto da seguinte |. Através da comparagio do fluxo de rend de utilidade proveniente da ativi- dade governamental recebida sob o presente govern (com ajustamento de tendéncias) ¢ uqueles fluxos que eré que teria recebido se variados pastidos dle oposiges tivessem estado no govcrno, o eletor enconta seus difeien- ials pattidirios anuais. Eles estabelecem a preferéncia do eleitor entre os partidos eoncorrentes, 2. Num sistema biparidirio o eleitor ent vota no partido que prefers. Num sisters multiparidivie, estima © que eré serem as prefersncias de outeos eleitores; da, ge do seguinte mod 8. Seseu partido favorito parece ter uma evzaivel chance de veneer, vota nek bs Se seu pactido favorito prnece milo ter quase nenhumna ehanee de venoer, algum outro partide que tents uma eliance eazoivel, a finn de aque venga 0 partido qne 9 vin eleitororientado para futuro, pode votar enn seu parti fae sito mesmo se parecer que ele quase aio lem chance de veneer, a fin de ‘melhorar as altermativas aberias a eke ent futur eleigSes. 5. Se os eleitures nia conseauem uslabelocer un prefertncia e «los porqite pelo menos un patio de oposigio esti enppatado com os vee Pantes do eatuo na disputa do primeico lugar em sua ordem de prelercncia, ‘le enti age da sepuinte maneiral: 4 Se 0s partidos estio empatados, ainda que fenbam plataformas ou polit- ‘as aluais diferentes, ou ambas, ele se abstém, Sco partidos estio empatadas porque tem plataformas e politicas atuais idéntcas, ele compara a avalingio de desempenho do partido no poder Aquelas de seus predacessones ne cargo, Se os eeupantes do cargo fize- ‘4m ues bom trabalho, vota neles; se fizerams una mau ttabalho, vota con= tra eles; e se seu desempenho no & bom nem mau, se abstén ro 08 partic <0 dis ss pies eopsga ex tans eins ga aonb por sss de dessa Ente pz go umcio te qin dosoeoe {isn apo do king ie le ae era mea chee vin, Pig tasers ge k ALOGICA BASICA DA TOMADA DE DECISAO GOVERNAMENTAL ivrRoDUcAO. Tradicionalmente, a (eoria econdmiea supe que a fing social wo moti- vo privade do governo consistem, ambos, da maxiniizagio dh uid sock ‘ou ber-estar social, Noss hipdtse dilere dessa visto de ts maneis: (pen nosso modelo, a Fangio soefal do governo nfo & idatica we sett mtiva priv He voto ei ke do; (2) especificamos apenas 0 tiltimo, que éa maxim ttiidade ou de bem-esta; © (3) 9 goveeno & umn partido em disput com outros partidos pelo controle do aparato de zoverno, Neste ea Lltimos desses axiomas para descrever 0s principios hisieas da ton decisio governamental em nossa demovracia-modelo, 1. PRINCIPIOS FUNDAMENTAIS DA TOMADA DE DECISHO GOVERNAMENTAL A. O conceito de operasiies marginais Como 0 governo, em nosso modelo, deseja maxinizar 0 apoio potii- 0, ele executa aqueles alis de gastos que ganham a mstior quantidade de votos por meio dagueles atos de financiamento que perdeat @ menor quan= fidade de votos. Em outras palaveas, os gastos so aumentados até que ©

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