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InsTITUIGOES DE DIREITO CIVIL * VOL- 1 * 0 SSE SSS SREITO Cy 242 INS' onhecer aptidéo para 0 exercicio ge... coisa an gone eso meoratem ge oe inet os dirigentes da nagio é de Te eed tte ie ce terminagao para os atos de seu Dae a 5 Peau @ matérig 7 z politica legislativa. Entendeu a lei de franquea: ie menor que com, let ie anos o exercicio do voto, ao mesmo passo que lhe restringiu a “AP acidag, civil. le i relativa dos ébrios habituais e dos viciados erm 1, oO Chie aeES na sistematica das incapacidades ssa nova eas Mais do que qualquer outra é sujeita a incertezas, porque nao existe un, pardmetro preciso para distinguir ° dipsomano habitual eo toxicomang pessoas que fazem uso da bebida e do toxico sem perderem 4 Consciéngi, dos atos que praticam. Os vicios do toxico e da bebida, se atingirem 9 ¢,. tado de habitualidade que gera a fraqueza mental, esto abrangidos Nesta hipétese; mas se nao ultrapassarem aquele limiar, nao devem macular declaragao de vontade. Trata-se de incapacidade que tem de ser aferida na Justi¢a com cautela, a fim de evitar distorgdes, e resguardar a incoly. midade das relag6es juridicas, méxime se nao atingirem Proporgdes de toxicomania ou dipsomania crénicas, geradoras de estado Permanente de falta ou deficiéncia de discernimento. Os portadores de deficiéncia e enfermidade mentais. O Cédigo adots- va critério analitico para designar as pessoas que néio tém a mente integra, embora no entrassem na classe dos enfermos. A multiplicacao de hipé- teses, em vez de evitar incertezas, somente concorria para estabelecé-las, A respeito da redagao original do Cédigo em vigor, por esta razao, ja se criticava que as situagdes, muito proximas, de Sseparacao ténue, poderiam provocar vacilacao jurisprudencial, até que o tempo lograsse determinar cada caso. Cabia a ciéncia médica definir e distinguir em que consiste a deficiéncia mental e 0 desenvolvimento incompleto, e diferenciar esses estados em relacao aos excepcionais. Somente em tal subsidio, o portador da deficiéncia mental e o incompletamente desenvolvido seria incapaz 1 lativamente aos atos que praticasse ou ao modo de exercé-los. a. Areforma trazida pelo Estatuto da Pessoa com Deficiéncia, como )* teferido, Tesolveu, por via transversa, o problema, eliminando de vez * causas de incapacidade absoluta ou relativa baseadas no estado mental. A essa hipdtese, assim, passa a se aplicar 0 mesmo que se referiu ane) Pessoas com deficiéncia ou enfermidade mental: reputam-se Ee “apazes, €m principio, embora possam ser colocadas sob curatela, ape quanto aos atos de disposigao patrimonial, MWLAYACIDADE —-.4) Incapacidade daqueles que, por causa fransitéria ou permanente, SGio). A hipétese, originalmente ° rol de causas de incapacidade ficiéncia, A Tespeito, cf. n° 50, supra. Incapacidade relativa dos brodigi “ : ” ‘0s. Muito discutida na doutrina é a questo da incapacidade dos prédigos, debatendo-se a Conveniéncia de sua inscrigdo no direito positivo. Dai a diversidade de tratamento nos Cédigos, pois, enquanto uns, como 0 brasileiro de 2002, conservam o instituto da ins terdig&o por prodigalidade, outros, como o francés € 08 que 0 tomaram por modelo, optaram por medida menos extrema. Nosso direito pré-codificado rh jarestringia a capacidade daquele que dilapidava os seus bens, mandando ia que fosse apregoado 0 seu estado, para que dele ninguém comprasse ou a, com ele fizesse qualquer negécio. Na definigdo que se 1é na Ordenagao do Tabi Livro IV, tit. 103, § 6°, ha uma ideia bem nitida do que € prédigo: aquele in que desordenadamente gasta e destréi sua fazenda (isto é, 0 conjunto de seus bens). A origem desta capitis deminutio® vai prender-se ao direito Rts tomano, que, considerando o patrim6nio individual uma copropriedade ia da familia, capitulava como prejudicial ao interesse do grupo familiar a dilapidagao da fortuna. O individualismo extremado, que prosperou no tempo da Revolugao Francesa, atingiu esse terreno e repercutiu no Cédigo Napoledo, que eli- minou a interdig&o do prédigo, sustentando Tronchet o desinteresse pela sua incapacidade em nome de principios econémicos € psicoldgicos, sob alegagao de que o empobrecimento do individuo nao atinge a riqueza co- letiva, de vez que seus gastos poem em giro haveres que nao saem da circulagao social. Por influéncia de Portalis, o Conselho de Estado He Pela adogiio de medidas quanto aos prédigos, consienanuo ° ee _ cés originalmente, no art. 512, a nomeacao de um ‘conselho se ee que se vissem submetidos, proibindo-lhes demandar, ne s ae alienar, gravar bens etc. sem a assisténcia que lhes fosse Tribunal.2* pa Em contraposi¢ao, defende-se a interdi¢ao do SO anaes que 0 seu perdularismo é, em geral, fruto de um tee Le Tumente ligado a pratica do jogo ¢ 20 vicio em bebi , ‘ erat betes 23 “Diminuigto de capacidade”. 24 Planiol, Ripert e Boulanger, Traité, n° 2.470. Ba JAA - 244 INsTITUIGOES DE DiREITO CiviL + VOL. I + TEORIA GERAL DE DiREITO Ciyy, que nao pode haver riqueza social onde falta a acumulagio di ae 2 le fc miios dos individuos.?> smi nag O sistema do nosso Cédigo mantém-se em linha intermediéria, ‘ crevendo o prédigo entre os relativamente incapazes (art. 4°), mas ne a do-o exclusivamente daqueles atos que possam comprometer a Sua fe Mo (emprestar, transigir, dar quitagao, alienar, hipotecar, agir em Juizo autor ou como réu), reservando-se-lhe a realizagao do que feabotiees simples administragao (Cédigo Civil, art. 1.782). Nem a abstencao te dos negécios da vida civil nem a liberdade de movimento que the dé ¢s. pago a tendéncia imoderada para o perdularismo. Espero que no futuro venha a ser eliminada, como ja ocorreu no BGB (Cédigo Civil alemao), Enquanto persistir, 0 texto legal tem de ser interpretado restritivamente, Nos casos em que comprometa a fortuna. Capacidade dos indios ndo aculturados. Os nossos aborigines, en- contrados pelos descobridores, foram vitimas, no periodo colonial, de um processo quase sistematico de dizimagao, expulsos da orla litorénea e pou- co a pouco atingidos no interior em que residiam ou se refugiaram. Restam ainda, nos Estados centrais e nas regides que pouco a pouco a civilizacao vai absorvendo, alguns pequenos grupos que em confronto com as pessoas cultas podem ser equiparados quase a criangas. Sua educagao é muito lenta e é natural que o legislador crie um sistema de protegao que os defenda da mA conduta de inescrupulosos. O Cédigo deixa exclusivamente a legisla- 0 especial a tutela dos indios (art. 4°, paragrafo unico). Ai estd, em suas linhas gerais, o sistema de incapacidades relativas, criado pelo Cédigo Civil anteriore sensivelmente: modificado, querpelasleis subsequentes, quer pelo Codigo Civilde 2002 e pelo Estatuto da Pessoa com Deficiéncia. Nao cogitou ele de estendé-las ao cego, que, sofrendo aysencia de um sentido que nao lhe permite contato completo com 0 mundo-ambiet te, se adapta, no entanto, com grande facilidade, e, por uma compen fisiolégica de que ¢ fértil a natureza, via de regra tem agucados Sa at dos que lhe permitem trabalho eficiente e atividade socialmente prov' ie Nao ha, também, no direito brasileiro incapacidade decorrente i ‘i tura de faléncia, que apenas impGe ao falido restri¢des Aatividade me Se . +1 © pres? A condenagao criminal nao implica incapacid I. OPI jade civil. csdieo conserva todos os direitos no atingidos pela perda da Tiberdade ( BEY ence yee Oat rs 2 his om 25 ps mila os dei te ep Incaracwape 2.4 penal, art. 38). Como efeito acessério da condenagao, pode sofrer 0 con- genado a perda de fun¢do publica ou do direito investidura em fungdo viblica; a incapacidade para 0 exercicio do poder familiar, da tutela ou da curatela; a inabilitagdo para dirigir vefculos (Cédigo Penal art. 92); a proibigio do exereicio de profissto ou atividade dependente de habilitagao especial ou autorizagao do Poder Pablico; a perda ou suspensio de direitos politicos (Constituigao Federal, art. 15, II), Em outros sistemas legislati- os, a situagio do condenado importa em restrigdo e até em privagao da capacidade civil. CO direito civil impée a pessoas envolvidas em atos reprovaveis a in- terdigaio de certos direitos, muito embora nfo as considere tecnicamente incapazes, uma vez que se trata de restrigao limitada e especifica. O pai que abusa de seu poder ou abandona o filho é destituido do poder familiar (Cédigo Civil, art. 1.638). O doador tem o direito de revogar o beneficio se o donatario incorre em ingratidao (Cédigo Civil, art. 555). O herdeiro é excluido da sucessao se comete delito contra a integridade moral ou fisica do autor de heranga (Cédigo Civil, art. 1.814). 51-A. TOMADA DE DECISAO APOIADA (REMISSAO) As ja referidas alteragdes criadas pela Lei n° 13.146/2015 (Estatu- to da Pessoa com Deficiéncia) abrangeram também a criagao de instituto designado a tomada de decisao apoiada, ora previsto no art. 1.783-A do Cédigo Civil, que sera objeto de comentario mais minucioso no volume quinto destas Instituigdes. Nesta sede, vale esclarecer apenas que nao se trata de modalidade de representaco legal ou de assisténcia, vez que diri- gido a pessoas portadoras de deficiéncia mental, as quais, no sistema atual, passaram a ser reputadas plenamente capazes. A rigor, a figura do apoia- dor, nos moldes concebidos pelo Estatuto, tende a permanecer inécua, j4 que a auséncia de sua nomeagdio em nada compromete a validade dos atos celebrados pela pessoa portadora de deficiéncia mental. 52. MAIORIDADE E EMANCIPAGAO Aplenitude da capacidade civil, advinda no vigorava em nosso direito pré-codificado. da cessago da menoridade, 25 No regime do Cédigo de que mantinham o indivi- jos romanisticos, inh ; 1¢ a maioridade, por si i ia dos princi 26 Naquele tempo, sab a infiuéncia dos principio: te eg. accistencia paterna, 5

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