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1 ESCOLARIDADE BASICA UNIVERSAL, OBRIGATORIA E GRATUITA, Euico Lemos Pies Sumario Inuredugio 1 Escolavidade bien 2 Razbes da excolaridade isin 2.4 Natralismo. 2.2 Punconaism 23 Moralimo 2.4 Teleologia cca 53 Caracteriticas da esolaridade bisa 3.1 Finalidades peépria e aurénoma. 5.2 Univerlidade 5.3 Suceso 3.4 Rscoaridade basca de masas¢eaolaridade bien deltes 4 Curriculo 4.1 Gureealo educocnticn 42 Gurteulo gnoseocéatico 43 Currieulo magistocéntrico 44 O careculo na ecolariace bisica 5 Instrumentos de ealizapo da escolaridae bien 5.1 Obrigatoriedade 5.2 Gratwiidade 5.3 Apoio social, apoio familiar © individual © apoio initucional Bibliogratia rs ” 7 8 18 a a 2 3 a 23 2 26 a 28 Fy 31 3 36 » Introdugio A expresio esolaridade bsca univer, sendo obrigasria fe gratuita, quando o no, prestarse a ambiguidadese imprec tes, reducionimos e confuses, Send proliva a expresso de- ‘eri conduzi a uma maior claeza 'Na pritca, no € isto que aconoce © por demais veze tm gerade flo concsitoe. Eitso que, numa pare inter, tn ‘Gremosexelarecer, desfazendo as ambiguidades que The eso cnneiadas. 'A prolsidade da expresso faz, na maiora dos casos, conf dlr conceitos de sate com concetos por jasteporicie Escolaridade basica nio quer dizer estolvidade universal © ainda menos escolardad obrgatdria e muito menos ainda ese laridade gratuita, Distingamos. Escolaridade béiea e exclaridade ‘universal so conceitos, um essencial e outro Finalist, Escolar ‘de obrigatn cesar gratuita so concitos operaionals. scolaridade basis 6, portant, o conceito essence rimor- lial que aqui estamos a anlar” Ele pretende traduzir a natu- reat da eaolaridade em canna £ Sic, isto €, consti wm tipo de escolaridace que €entendida como a base de toda a esco- lara, como o suporte sobre o qual todas a estantes escolar sdades assent ea partir da qual se desenvolvem. "Ao cnet de esata ica conta extar eid 0 con ceito de eolridade universal, Esta atociao aio decor de tmnrelago de exalt, do tip porque ébsico€ universal, tas sim pel facto deel se ter desenvovide bstoriamente por tina melo pron Nor tempos moderns tense pretendido ‘que 4 ecolaridade bscaseja universal, isto, destinada a cdo. or ies, se pone dizer eo ajetvo conceptual ania sa finalist; neste cas, representa uma fnaldade no sentido da de ‘mocratizasio da esolaridade Disica. Nio fora asim e alo teria ‘cessariamente de ser univertal a exolaridade ica. Pod er estinada apenas a alguns, nlo a todos, e no deixaia ainda as tim de ser una excolaridace bisa, J sais (i historicamente, ‘46 um for de democratizagio lev a conceber como univer tala excolaridadebisicn E evidente que, do ponto de vista de ‘mocrdtco, a escoavdade basiea deve set universal, mas esta € spenas consequéncia le wma atu politica eno de uma rear ‘ho conceptual. Pecemos aim ter uma esolridade sea que ‘io seja universal erecipocamente. Uma nio conduz necesa Fiamente out, portant, so dtints os respetivosconeits. “Teme pois aque seta primeice da expec cnaiderada; ‘extamosem face de wma eacolardade sia gue ankiné univer: sal. Vejamos 0 que se sucede ‘A intencio de tomar universal uma ecoaridadebisies vai de terminar os instumentos operatrios que permite realizar Historicamonte, cm sido prvilegiados dois dels: a obrigatore dade a gratuitidade. Ainda que nos vitemos a ocupar destes tupectos tals adiant, selemnbrarnon ago que de mas este Gal we no oferece a tl respi, "Ar duae conde indica, a obvigatoredac ea gratuite, no so do mesmo valor. Enquanto a primera representa, obec tivamente, uma violéncia, como qualquer outa obtigagio in posta, nem que seja wma voléaca por todos ivemente aceite (que nin € cao), x segunda representa a conrapartida desta Violéacia para que cla nao se teansforme numa viléncia redo Drada. De facto, ndo seria concebivel que uma preocupasao de ‘uma democratzagio da escolaridade, tomando-a universal por ‘neo da ua obrigatriedae dives por mia vex de comter tam bem a obrigaio de pagar pelo seu cumprimento. A gratuitdade ‘parece, assim, como uma forma de compensa ou minorar, oma vive, enfim, a postbilidade do cumprimento universal de obrigatoredade escolar. A gratitidade surge também como ‘om relorg da obrigatoriedade, enquanto medida de realzagio dda univerlidade ‘Universaldade, obsgatoriedade © gratutidade sio conceitos aque operacionalizam a escolaidade basica maa ndo constiterm ‘rus autos So aspecos dso, sind que feterracinades, ‘que no seu conjunto deinem uma entdade conereta dos nosos dias. Eta realidade 6 portanto complexa e multiforme: exclu dade eam causa € bdsiea,€ universal, € obrigatéia e € gratuita (retensarente, alia! Varios agora ver alguns aspects pat ‘llares que eatscterizam et ealidade global cada um dosseus integrates, AL Bscolaridade basica Em relaco a esta expresso temo de dstinguirseparadamente 1 conccto de elrdade © 0 conceto de base [Na verdad, qualquer deles encerra tm mundo de ambigui das requeeresdareimento convenient qe nos pet saber ‘que terreno pisamos. A escoaridace tom aver com afrinacerma clase desenvove, que tpn de actividad edicativa elas pratie, 'A primera questi tem a ver com o adjective escolar de que acscolardade deriva, A tentacao ser ade se pensar deimedhato ‘ue se trata de wma actividad ques desenrola nua esol, ed {iofinstvicSo de comum significado para todos, Insta 0 de facto, mas 56 por paradigm se toma 0 edict como todo © ‘que 36 € parte. A escolaridade, a que por sproximacio podete: ‘mos cambém sgnfiareducagioercolar, representa um tipo de 9 peculiar dos nosos dias que tem id uma config ‘i espacial mais frequente a que chamamos escola A esol dle significa acividade que ve realiza nesta insiuico, [Nem sempre a esclavidade desenvlve no eifeinesol, nem sempre neste se prossgue a edacarso eolar.Esclaridade 4rd fentZo utra coisa. Eo. Significa uma actividad eduatva ci ‘rcteizada por dois importantes aepectos.O primeira consist na condenacio da actividad ecucativa segundo uin plano 4 que se chama cui, em regrarstematizado, previamente elaborado fe raconalmenteorganizado, O segundo consist na efi dos onhecimentore das competéncis suposamente ndquiridos, ( primeiro aspect tem a ver com 0 earn, segunda com ‘apreizagen. Arbon ets aspectos se inserem muna liga awe ‘a sstondice eno dependem esencalinente dos rocesos in teractivor que na exolaridade se desenvalvar, A cacolaridade pode realisar-se fora doeiiioescola eat dads hi. que ae poset realoar nesta exo eno ster escola rea. A educago pré-esclar no € escolar eno entano reaizase ‘om stuagbesespacais do tipo edifcioescla. Oensino & dst {ie realzase fora deste tipo de stacho espacial e, no entanto, escolar, Vemor, assim, que o adjectivo escolar e, poranto, 3 ‘colada sa ver com a dimensio inutiuional eno com 3 Configuragio espacial que, no entant, the servi de paradigm tradicona. demos eto tentar deine a cxalaridade como oconjunto de actividades cucativascaraeterizadas plo carl fomal que om lisona o process de rnin pela cersiao que frmalia 0re~ Salado aparente da aprndzage realizada no decurso daquelaac- fiidade, ‘Veltemonos agora para o adjective Min. Ele qualifca a es colasidade « com ele deveramos supor fear esclarecida de que teolaridade tata, Poném, nfo € assim e também aqui ssa bigwidades abundam, ‘Bisco, quereré dice aquilo que constitu a base de outros: ‘dos, ou de preparagio esteneial para a vida activa, o funda mento necessirio sobre 0 qual outta aquisiies se podert f ter. Mas estar claro para tdos 0 squantan de base ele comporta? FE squats natareen desta base? Na verdade, no podemos. ‘onecto de iso nfo € um dado, apriorstiareneesabeecio, tim atnibutoindependente.Pelo eontrrio, convenciona ees tabelecido segundo eritrios varsves. Nao €esttico mas din Inve; nto Tino, mas evoltive no emp; aio é um absoluco mas Contén uma riatinidade que tora varvel com o quadro ref Tscoaridade bic f foi muita coisas. Le, eee e coor € fo primeito paradigm de concito de bisio. Prine ie Ihe chamaram. Dao basic ser designado tam- ‘bém por primiio. E densa deste haveri que datinguir 0 que realmente era bisico 0 que era sequent. A designapio de 1? rau do chsino primsio covrespondia a etse conceit Maso conceito de excoaridade bites vase alargando com ‘tempo, Alargando no conte euriculrealargando no tempo. © curicuo diversiica-se eamplia-e; ax primeira letra 6 10 So bisica. Nao chegam para tbre elas se connitur una edu ‘ago acrescentada.Além das primeira letras outros sberes se ‘consideram necessrios:aeducagZo civics, ahistriae a geogrs fia; as Gnciag ear artes a educagio fica e desportiva, Eada lum deseseonteidos a nveis cada vez mais avancados totem um pressuposo:€ que eles so auceptves de apren sizagem. Por todos ou 86 por alguns & questo que mais acante se aborda, Mas é questo no despicenda e irlevante.Pelo con two, da sua opcto se constroem sisters disintos, om signif agies objecivas também distin. ‘Alarga-se o conteddoe alargase 0 priodo de escolaridade, A breve prazo se pasta dete anos para quatro ou cinco. De qua tose passa para sine, nau pas, para sete anos, Et Exp ‘nha €actualmente de ito anos eem Portugal acaba de ser deter ‘minada a sua pasagem para nove anos deesclaridade bisa ‘O tempo, como-oconteido, étambim arbitra, Depende de savdes extsnseras eno inteinsecas. Editado por presses exter fas tem pouco a ver com necesidades interns da excolariade Isica. Ente arbitra 6, asim, a nica constant da eeoaridade bien (Pires, 1987). LY Raziies da escolaridade bisiea A escolaridade sca aparece como um facto soil. Vass © clerentes podem ser as rasdes apontadas para expicar ene facto, Sistematizando, podemos considera tr teorias expliatvar 0 atetsna, 0 feronaie eo murals, A estan podem sind crescent, ainda que nouto plano, aqui que aqui €designado or toga sale. 2.4 Naturalismo ‘Trataee daexpicagio mais simples ¢corentementesssumida de forma implica exclaridade bésica exe porgue & naa! fave assim ja, A explicagioeatualita nfo € despcsenda. Com leita, uma observarso, mesmo superficial, mostta-nos a escola Fidade bisca generalizadament existent por esse mundo fra, ‘sia ela do mundo acdenal como do oriental, do mundo desen- ‘olvido como do subdeenvolvido. Nada mais i seno acitae tal fenémeno como astra A questo que se pode pir #6 ta futurslidade no serd antes uma caracterstica do mundo indus tralizaco que depos a exporta para o mundo dependente. Eau terfamos de ver como ests earacterstiea aparece nas soiedades Industriis ewe asa naturaldade no lerdouteasexplicares. Seri que esta caracterstin deriva da progrestva compleificw ‘io dau socedaces modernas? Se assim a que se deve esta ima ‘pénca? A apardncia de ataldade evidente do fenémeno deve “hot torr preavidos em rlagse A evidénciae melhor considerar contrat expenses 2.2 Funcionalismo Acxplcaco fnconlita vai buscar ov aus argumentos 3 kara sco funcionaita da edocagao por sa vex siocinds 3 tara do ‘iia mao, Nesta perspeciva, educagso escolar aparece-nos tomo um investment tenio-econémico, um exptal que ende, tanto em termos indviduais como colectvos. A educacio aps rece assim como uma fonte de viquezae desenvolvimento das pe to © dus socedades ‘ edueago & ent considerada como um investimento neces sfrio ao progreio tenicoe econdmico das socedades. A com Plexidade da organivaciotéenico-econdmica, as necesidades de ‘mudanga, permanentemente derivadas pela inovacto, 0 desen ‘lhment pela criogSocentfene tena, determina uma ‘ecetsiade funcional de mo-de-obra qualia, preparada para esunir novas ocupagies que «t6eica ea economia requerem pa responder A novas necessidades da organizagio social em flesevalvinenta, O desenvalvimentoexige esta maorde-obra qua liteada ou qualifcivl ‘Aqui surge a educaco bsca generaizada como congo socal quaiicasGes requerids, A educacio bésica universal fomi-se uma necessdade fundamental para sobre ela we consteut ‘tem a2 qulifeagbes psteriores, no sistema educatvo ou na pri thea, necesrias on deenvolvimento, este, nesta explicagio, que ‘determina a necessidade de ua edueagio bisa para todos 2.3 Moralismo Curiosamente, © movimento que conduziy idea da educe- ‘so como factor de desenvolvimento téenicoe ecanémico da so- ‘edade veioconvergir com um outro movimento, de outa oi fem, que tem levadoigualmente fsa e expansio da edvcato, ‘Trateee do movimento de democratizagSo da edueagio. Aqui a ‘edcagonio aparece como uma necesidadecoledtiva do desen- ‘alvimentoe, por so, ¢ até certo pont, como um éever de cada tim para a benelcio que a todos teat ras como um dete de aceaso a um bem, reconhecido como tale propicador de va tagens, econémicasoutras, que, numa prspectivademocréic, ddevem ser por todos dsteibuldas segundo um eitéro de igual- dade de oporcunidades. “Também neste caso a educaro€ Vista como um capital aman, ‘mas agora com crits para o seu detent eno $6 para 0 co lective soca. ‘A generalizagi de uma edueagio bisica aparece-nos, assim, como uma aspiraio das mazar que, numa moral democrstics, deve ver stietas ar sins legtimas arpiraces, ‘A convergenciadestes dois movimentosresultou numa expan so maciga da educacio, de tal modo impardve imparada que foi vista come natural Os fenémenos, porém, no tm a mesma ‘explicagio ¢ por isso aqueles que até aqui se apresencaram, 2.4 Teleologia oculta As utsexplicagdes anteriores tém em comum 0 considerarem ‘ceducago como umn berm natural, ncessrio para o desenvolv mento e distibuido a todos segundo erties de moral democré- Eateé, pont, um lado da medalha, A educagio bévca para ves cumpreeectvamente apenas alas Finals, do deseo vimentoeda democraizagao? A repos aedta quediia kva-tot 2 considerar uma gua quesiio: pong éem sido to enatural= Tmentorconsiderada pelos gaverno a tatsario desta neces es dk dowenvelvimenta v de democratnagic? Deseo advent do industrialsmo que aparece a necessicle de uma educagao de massas afm de que, através de uma insti- twigs eapecilizada, aexcola, se pudesseefeceuar uma scilin {o para a nova onganizagaoecondmica, porconaeuine, = nova onganizaco soil, © enquadramento das cians em novos mol tes, concucnde « novos omportamentos atte, foi tarefa no despicienda em que os governos se envolveram. O discurso do progreso foi asocid & intengso ao explicit de contolar ‘grande mobilidade sca, eno produ eoje anda em eure ‘control scialetabelecido pela esol ie €, legitimado pela presenta das inalidades desenvolvimento e democratiza- Adora que as explicate anteriores nos apresentaram, 'S fnaldade velta no nos € revenda drectamnente, mas por formas subs. A concomitincn das outros Snalidades obrign a tela esta pare que io se desea explicit, pela concradoes fquecncerra. Sé em reyimes no democritico ela aparece cara tent expota, mas, a,j no existe concomiténcia nem contra Alig. teleologin de contraste socal parece a dominant. Em cegime democritin, emt teleologia ende a ser del; nem sempre bem sucida, porque a inépia dos governosnio aa ‘Can densidade a tea de interes pra no Ie onfere Sulcente campo de manobra. Se elas pretende manifesta, con titi ma pervers incompativel com o discus do desenvoy tment e da democratizagao Caracteristicas da escolaridade basica Vv [Nao hi carctriticas universss da exolaridade bsica. Ha: ver que dstinguir primeiramente de qveexolaridade bisica se trata, Asexpicgdesanteioes foram conseradas mum dad con- texto: oda escolaridade bésca universal. Pode, porém, no ser ‘ise 0 ato eentoteremos de ditinguir. A citingdo € pertinente porque se trata de umn fendnteno eal dos nosos dia. ‘A vacolaridade bites pode st destinada br maar, © entio divas que ela se pretende universal, ou pode ser destnada spe nas elites, entio a caracterticas serio diferentes, Aireuns- tncia de se ter pasado, do ponte de vista de uma intenco poli tia afrmada, de ua excolaridade de ets para uma excolarade ‘de masas ey do ponto de vista quatitativo, cla we ter vindo 3 tlesenvalver levarnos a considera esta autonomia pela sobrepo- tiedo de eetor que ela prods, Sendo a excolaridade das elites, fronologicamente, antecedent i excolaidade de masa er, cow tudo, em rela a esta que eremos de analisae as suas earact- Fisica. E, pots, a eacolardade sia universal que se toma come pono de partida 3.1. Finalidade propria e auténoma (Quer do ponto de vista natural, quer tfenico-funcional, quer moral, quer mesmo tendo em alencio a Tuncio de contelo 0 ‘al que exeree, a escolavidae biica tem finalidade prépria © tténoma Sob qualquer dos agus que wencare€a dics que, por ser univeralyabara a ttaliade da populagso Ente facto rer ‘onferir ts tpos pinepais de finaldades: 13) promover o desenvolvimento tGenin © eeanémico assente ums eat hs, nee yaad, eo vad quanto pose; by asegurar una igualdade de dstibuigSo deste bem educa tivo todos, de modo a garantir hes wa iualiade de oper fanidades dation subseetes ©) proporcionar uum meio patio e subi de contol social por una adequadaesteutura xclar que permit uma dada intencionada sclzayi. ots inaidades eaten corespondncin com algumas das cplleates,o que no & de aprender, Como teros explcaces tats on gots, ems iguaienteRnaidades dierent, nua onvergnca nem spre compa, Indepevdenterente desta ‘Srunstinc, restore eter, somaticament, a exisénea de uma finale propria 8 eaclaridade basea universal pela cirunstin- tds des tarde uma exolaridade de mass, 0 que a ditingve ‘Se qualquer out tipo ee esclaridadesaquente que, pela ireuns cis que a edciam, ser nocessarament weletva, Ha aqui um ‘eto antagonism de inaliacesenze os dos pos de esoaridade ‘ve reula, como vetemos, da diferentes perspetvas do sucesso ‘cooler que ein asada, Este antagonismo vem reforcar 0 Cardcerautonsmioe finlitada exer bse univers, cx etre que Ihe € manent 3.2. Universalidade {A eacolaridade bsca universal tm como carateritea fun damental a ua unvertaldade. Sendo umn teuismo implica, no “tanto, 0 reconhecimento de wna intengo que tem esta fora ‘de verde Quer dizer que, devendo por dfiicso set univer ‘al escolaridide bien univers, ela no tem tingid esta un ‘eraidade easncial, Bxte foro cola eacolaridade sca longe das masase transforma entéo numa ecolaridade do tipo de tinado as elites © run secs. "A no stisfcio deste requis, a universalidade, pode er vi ‘uli das oportunidades de acess escola e sucesso nesta, ‘que not vai remeter para o ponte guint 'Na vendade, a questo pode ver posta neste tems: 2) A escolaridade bea nfo consegue sapanhare todos os in Aividuos em idade propria para a4 equénca, esto por razbes diversas dado da oferta, aexistncia de uma sede invuficiente ou inadequada; do laa da procura, a existen clade catncis amiliareseindviduai de natureza econ rica, picolégica, socal ou outta, by A escolar bis no consegu eeters o indviduns que {ela acederam: hd aguium inmiceso, de naturezae oF tem malkpl, que impede realizarso da universalidade ‘scolar pretendida, ‘Asim, quando for visive alo exstncn desta uiversidade hhaverd que conelur que aos enconteamos perante uina perver- so do sntema ou de'um insucsso do mesin, ow de ambos acersticas anteriores que a univeraidade de Srequéneia presupte a esinténeia da universlidade do sucesso scolar Coto vimos, fo se pode falar mesmo em univers ‘dace quando perante a existéncia de insucesso, Insucesso eu ‘erelade so asim antagénios. Ur implica ano existncia {Se outeo, Drtamos que a inmuceao escolar € uma eontraligio casera Bsc universal, Mas, mais anda, pode facmente inferir-se que, asim, o insiceso escolar constitui uma auténica perverso da universaidade da excolaridade bisica. Torma-se, ‘este modo, 0 insucessoexclar, neste dominio de esolaridade, quer por definigio, quer do pont de vista co, um fendmeno {que €imoral em aA esstacia desta perverso ¢ imoraidade Vai tambeém prem caus a abrigatoriedade de frequéncia da ex Colaridade bes, o que adiante se dscutié 4.4 Bscolaridade basica de massas e escolaridade ba- sia de elites ‘Chegados a este pono, cil é de veriear que pademos estar pesante dois tips diferentes de escolaridade bsea. Uma, aes ‘olaridade Bes de mavens, cae earactertateas principals se Flam aaua fnaidaie audiona, «sua wielded 0 ces naar ‘le todo (Pires, 1985). Pela sua finalidade autdnoma a escolar ‘ade bia de mnasuasapresnta ainda outa caracteriatica: a de ‘que a sua ariculagio interna com a escelaridade que se the se fie se desenvalve segundo wma squnialidade roreca. Por sxyunsildede progressive entende-e ma forma de ati lacioente os dilerentes nveis ou etapa de exolardade de odo ‘te cada un dels se estture em ordem a0 progessoatingido ‘o(s) vel) anteio(es) ea partir dle, Dito de outeo modo, ‘nivel anterior & determinant, nivel posterior édeterminado, ‘Sea eaoaridade hives tern nalidade autdnoma eno suo: dinada, enti ela passa «ser determinante na conserasio dase ‘aencaidade exeaar ‘Ei eontaponto, a excoaridade bisica com vista a ums educa co das ete organic segundo ina quencies rerio, de ‘eordo com a necesstia igin de selco, Se 0 que pretend ober, to prximo quant pose dasafda do sistema de sco lurdade, uma elite slecrionada, ent €forgoso que a escolar ddd bitin nip poses ter uma Snalidade automa, mas antes "ubordinada a termo final da esoaridade, onde se opera o pu ‘amento da elite pretends, Tudo const, portanto, a partir ‘deste termo final © dat para eri A artewlagio interna desia cetrutura organiza se nto segundo uma syucaldade regres Estné, astm, caracersica de uma esclardade que vive afr rmacio eelativa dar elites. ‘Nao fic ver que a que se encontra realzada em Portugal 4 a crolaridade bases de elites, int €, uma escolaridade selec tiva,e mio uma excolaridade de massa 4, Curriculo (0s currculos na esolaridade sien podem apresenta-se, ox lita ou encobertamente, segundo vris tipo. Do pono de visa {tiolgice vamos aq apresntar uma Spologia coriclar que tno parece ajurdvel 8 realidade portuguesa. ‘Or tips, como €evidente, so ts dat, portanto, no po dem ser encontrados a tealidade ‘Urn mesmo currcuo forial pode mesmo ser realizado de coro com urn ou mate deste tpon, © mais natural, pore, rd ‘Separarmo-nos com wma stuae3oconeretaem qu ve dvi mas ‘em dos tipor& seguir ndicados. Vamos Felis e, em se fda, comentar cada sem dels ‘A sstematizagbo cond aos seguintes tpos 8) Curricula (GQ) variant pdt (G) variants scettior by Currculo greater ©) Curreulo magstocttice 4.1 Curriculo educocéntrico Por eutsculosduactnico vamos entender um currieulo cujo objetivo e priticatendem a prvieglara dimensio edueativa da ‘scolardae. Presumimos agi que objetivo e prtiea vio mum ‘nesta sentido, Na verdade, poderiamos organizar um curtculo ‘com objectives eminentement educativone a sua prtica er dis torcidee acabar por se revelar de outro ipo. Na verdade, é isto ‘que acontece na pra Dizer que vin currienlo €educoetntrco é, portanto,afirmar ‘que existe vsivelmente nos objectivo elow na pita preocu pastes educativas, Estas podem set, por sa ver, centradas no ‘Serevent individual ou entradas no proceso de integra {orial on soializago, Direanos em eelagSo ds primeirar que elas Seto pacdcntrns« em ela Ba segundas soir. ‘Urn currculo pdt €, asin, entrado nos interes da crianga, no seu desenvelvineto psicomotor,afectvo e inteec- tivo, na procura da aquisigi da capacidade de autonomiae = Jacionamento com outros, Ui ential scott tem 3 ver ‘com os inerese da sociedad, do seu desenvolvimento harmé- ni © coeo, com a adequasio A sua organizagio social claro queoeducoentrsme presnupte que a esolridade rea tina apenas a fancie de educarso, © que ni acontece, pois fun ‘ho de instruc regra ger, prevalecente. Esta situacio leva "ns agora s considers 0 curio groseocntico 4.2 Currieulo gnoseocéntrico Por currculo grucéno vamos entender wm curiulo co jective prea tendem a privlegiar 9 aquisgio de conhect- ‘mentos, deforma racionalizada, eo deenvolvimento das respec tivascompeténcias cogitvas, Tende, assim, a dar €nfase 3 di ‘mens instrutiva da escolaridae, ‘0 curreuoguoweodtntrice€ 0 mais cotent, explictamente organizado, e quase constitu urn paradigma cirrewar. Mesmo ‘quando we pretende desenhar um crseul edveocentric le end ‘ser eontuido sobre uma base gnoteocntrca eno 0 conteiro, ‘0 eurrieal priiega os conhecimentos. Toes os conten tos por igual? A respost, como todos sabem,€ negativa, co: ‘hecimentos mas valorizas do que gute, consoante aren taco que se pretende imprimir, a valorizagio tem um sentido [Noenanto, existe uma marcadatndénca, quate universal, para contemplar em primazin os conhecimentos de natrezaaeadémica ‘queso caraeterizados por (Young): 2) fafise no texto escrito, com desvalorizag fica e manual, 2) individualism: aprendizagem e avaliaco individual com desvalorizagdo da dimensio geupal ©) sbsteacgo dos conhecimentose sua compartimentalzasSo, independentemente da capacidade de aprendizagem do sluno; 4) ierlevnci do conhecimento para as actvidades do quot dian. da expresso oral, 4.3 Currieulo magistrocéntrico (© cuniculo gnoscoctntrico, centrado portanto na agus So de ‘ouhecimmentos, privilegia etes. Aeabimos de ver que 0 cur ‘culo académica&prevalecentee & 0 que ocarateriza. Perguntar se-f porque asim acontece. Sem preocupacio de aqui dara de vida € completa explcago, basta feter a dein de que ocureculo scadémico tem 0 Seu terreno de eleigio na esfera universitiia “Tenio asin que cureul aadémico igual a curricalo univer rio racional igual acutieulo socialmente pesado. Ox sabe- ‘es de ipo universitiio so o saberes que aera procera epro- ‘he, conn ui intensidade eto precocemente quanto posse. org? Parque o prego do saber se tranamite ao seu tenor ‘Avecola, porém, ambém ensina outros saberes, menos pres- tigiadon, coun proessoresacademicamente menos qualieado 9. tialmente, Da que noo saberesacadémicoetejam mals Va lovzados, como o cus professrestendem a reforcaro seu valor ‘curricular tlativanuroaeapiralcrescente de dntanciago do todo cncleular ‘clare que ene proceso 4 desenvolve mais visivelmente not ives de eaclaridae onde oeutrculo € mais ragmentado. Po leo anda sfirmar que un curio fragmenta em cic fas favorece este presto efavorece portant a hierarguizagio tls saberese dos sus profesores, Tends assim a consti ca eulos que 2) fragmentem o curiculo em disciplines, ti diferencias quanto posse; 'b) dem importinciaerescente sos sberes académicos. A prucurs social do ensino superior sm sido mareaa pela pre ferducia pela universiade, Os ous diplomads so em maior ni sero que o de outs formagies nao unversiras, mesmo que ‘uperires. Por outro lado, sio os diplomados universirios que ‘ete a capacidace de decsia nos entos de poder ligados hed faglo © ao ensino “Temos asin, pot um lado, « pressio dos meres e, por ou tro, a capacidade de deciir em relagSo aoe cueeuls. ‘este moro, ser de esperar que os crrcalos académices ve ‘ham ser enimuados para conento dos ineressados: 08 pro Fessores, Estaremos entio ein presenca de im eutrica magi ‘Demonstagio deta Iuta de interesse€ 0 recente debate, no Ambito da labora da ei cde bate do sistema educative, pro Pst da alteragancurricular do id preparatéio, A pres de Scnvolvida no venti de ser confirnadoocurseao magitroetn {rico que» fl cnstrundo a longo destestitmos hateo,revelou ‘Pevidenca «uta de interes na arena do eurricuo. 44 O curriculo na escolaridade bisiea \Vamos aqui entender por exolaidade bsica aque compe nid, na acl stuag, sci anor, uma ver que 2 sua extensdo para nove anos determinada pela et de bases do sistema educa feo ainda no comesou a st realizada ‘Como sero curieulo no ensino bisco? Uma primelea obser ‘vacdo a fazer € que o actual ensino bisio no constitu uma ua “dae e muito menos €homogéneo, Na realidad, ele €formado pel justaposiio sequencal de dus realidads dstntas: 0 en ‘ino primirio, por utn lad, eo ensino prepaatdrio, por outro ‘Avsun distingda deverse 8 sva génezehisttica, por um ldo, ¢ to devenho do seu curreul, por outro ‘© ensino primivio tem uma longa tadigbo € constituinse a partir do seu nile elementar de ré ano, que vem desde o sé ‘ule pasado, C seu quarto ano €ohereio do elo complernentar ‘de dois anoe, legsado viriae vezese que, mais tarde, quand ‘do alargunenuo da enolate obrigatria params anos, fl ten tad asa tecuperacan como cil complementarapés 0s quatro now de escolar. Sendo esta avin histrica snaturale esta “indies fot akerada pea introdcdo do ciclo prepara6rio en thant clo, que cmpletava a escoaridade bisiea O eilo pre Parstrio aparccen,ento, como uma canha ene o ensino pri Initio © o ening sccundiio, fncionando como real avo 80 tlesenvolvimento ealargamento natural da escolaridade bisca, tentan representada pelo ensin primdi, isto na perspeciva de tina sequencialidade progresiva. N3o é assim, surpreendente ‘que ensino primar eensino preparatGriosejam das realidades tistintas, artifiialmente construidas © desenvavidas, e, deste todo, nunca pies ser ecifiada uma real excoaridade hisica, fia sua caéncia, nov seus objecivos © na sua prtica Estas dua elias reflec também na hatateza dos seus currculos, Podemos dies, uma sintese cure, que o cureculo do easing primario € crescentemente gnoseoeentrico mas com preocupasdessubjacntes oboe dveis de naturezaeducocdnia. (© curinlo no ensino prepartirioévisivelmente gnoseactnticn, de pendor academizante¢ com dinimica magitrcentrica, ‘Seria curios desenvlver ent ipo de andlise, constuir os ins tuumento de aferiesonecesirios eaaliareaidadosament as i tensidades dos curieulasedcoeéncricos—paedoctntrcoesoio ‘arico—, gnoseocénticoe magstrocéntice que constituem © ‘urreulo de cada uma dae pares que compdem a escolridade basen Tito &, quanta existe de currculo educocéntrico, de cura gnoneoéntrca ede curvculo magisroctnrico em cada una das partes que integram a excolaridade bisica? Dito ainda de outro ‘odo, unis serio os nteesoes determinants na sua const Curricular? E até que ponto a prevalenca de um ou outro deme Intereses, respectiva construgio priteacurielar, no vi per verter lgiea da escolaridade basi universal, ou a€ mesmo ‘a escoaridade bea de elites, num completo destantelamento ‘de ta Wea intense dow sinters escolares? ‘0 alargamento da exclaridade bisicaobrigaéria pars nove anor vem, como evident, acreser a acuidade deste questions 5, Instruments de realizagio da escolaridade M basica A realiago universal da excolardade bsicarequercondigdes c insirumentos que a wabilizm. A ideia dos iuminstas de que ‘simples exincia da oferta de ecolas abertas a quem as dese {use requentar seria condigSosuiciente para que, a curt prazo, ‘tomas univertal asin frequénca,cedo se mestrou ura de sihuso, © pass guint fo tomar esta fequénca gratuita, espe rrdose, deste mov, ques universaldade ne verfcasse. Pouca tempo rou também esta iio e, como medida Final, outa so glo no se encontrou sengo ade a tornar obrgatria, como. resto de uma vontade poles, j.que a vontade de cada famt- Tia nfo bartava. ‘Contd, esta sucesso de atts € medidas Jevantou um con junto de problema, que carecem de andlise ara alm diss, outro fendmeno tem vind a agrava ete con {unto de problems: a extensio progresiva da esolaridade bri fra, Novas stages e quests tem vindo de tl modo a sugit ‘Ques pode aimar tro prolongament desta excaaridade vindo ‘Tera nas problemas do ques solicionloe. Mai ainds como ‘erenios, uta perversio erescente se intoduz no sistema, alt Tandoor eu objectives edifeatandoo sce escolar eeducatvo. 5.1 Obrigatoriedade A obrigatoiedade de frequtncia escolar tem sido dos instru- rmentos mais wilzades para aleanger a universalidade da excl Fidade biscs,sinda que, historicamente, nao tena sido a pi tmeira das medias esclhidas (Pires, 1982), Com eeito, uma das {tueates que primeira se pusesatn fi a de encontrar formas de tomar universal o enino hic, ent Go redvido 3 mua expresso ‘mais simples, 0 ensino primévo, A ieia de que deveria haver ‘uma edvcasdobisica universal € recente e tem as as razes 9 pensamento dos enciclopeistase iluministas do scalo XVITL ‘idea de ura educaco primsia universal em Portugal, steve ‘expresso com a Carta Consitcional de 1826, onde é estabele ‘rd, nose atign 1432, parsgrafo 30°, que 2 ira primiie { gniuia, A geatuitidade, no enterdimente da poe, e que € di erent, como veremos, do que compreende hoe em dla, no fo suliciente para que fosse alcangada a universalidade petendida, Em Portugal, como nouteos plies, idea mais comu fi ut lar © poder coercvo do Exod, reorrendo a obrigatoriedsde pra tomar universal a insteugio primavia, Com o tempo, po Fim, se comeqou a atentaro que signifcava eta obigatriedate 'A primeira, e main importante, questo que se coca em rel ‘0 enncia ola problemstica da obrigatoriedade escolar €0 da ua legiimidade ‘Para que a obrgatoredade escolar nia atsuna foros de vio lencia sabre eidadio , sobretudo, sobre 0 cidadio em devir qu € viana, sem esta fer ascend ainda plenitude dos seus Aietore sem forma deos fazer vale sea por interposta ent the, © poder paternal, teria de ser lgitimaca com 2 asserco ‘de que a obrgatriedade redunda tm benefiio do individu su jit a tal cbrigacdo ‘Que benelicos? Do dseueso do akculopassedo, ¢ da primeira setae deste seul, esata mais evidente a preacuparso de 2 integra todos os cidados na nova orem social existent (in ‘lustiae democrstca de modo que, pela aging das Kes da instruc, x tomasiam elementos mais dts 3 socedade. Com ‘variant, a preoeuparao cm o procera de socaizagioe de com trol soil este menos explicitdo, epresentavam as bases da leytimagdo da proceso entho desenvolvid pelo Estado, nn mac ria a seu cargo, e quase sempre sob seu controle ' aga det legtimacao, que ainda hoje se mantém,tve ‘de procurar nve esi, Fi buscilo A necessidade de se promo: vero desenvolvimento pestoal de cada um, como um dreto que ‘cada um também ante, Ficow aes completado oquadro de Finalidades préprias da eacolaidade basin, atrds mencionado, 'Asdeclaragdes de principio ceo se incompaibilizaram com pric, sobretudo em rela aesta lima, lormaram-se evi dentes as contradgtes. Na verdade, a primeira consequéncia & ‘esperar seria a garantia do sucesso, nlo 6 escolar como educa tivo, det, pou a todos por igual era imposta amesina ob taco de frequéncia esolar, No entanto, a experiéncia tem de tmonstado que, com o creacente proces de universalidade, pela via da obtigatoredade, ce creed tml oinsucesso escolar educativo, que manifestamente vai pee causa a legitimidace ‘da obrigntoredade Afinal o ue acontece & que se obrigam ae riangas a frequentar a escola para depois e sabre elas ve impor 1 obrigacao de insucesso (Formosinho, 1987) Bstaimposi¢ao do "ico do inrucesn aparece asim como una perversio do process) ‘ilizado,o da obrigatoriedade, rmande-te, deste mor, ua imoraldade do sistema, ‘Ouira cs quests também importantes relacionadas com esta problemitica tem aver com um principio de reeiprocdade. Sin feticamente, poderse-ia trait este principio pela expresso tea estado cbrign, obrigeee. ‘Ao determinar as condiqses de obrigatoriedads de equine colar, etabelecend mutes vee um Sterna de sane pra os ‘io cumpriment, no hf conbeciento da exit de sangdes aplicves ao Estado pela mi conducdo do proceso e sus tesla fos, nem Sn-poco pele reeonhecimento do diet a inderniza fee devas pelo Feta a todo quantos sofreram o lite per ‘ert de uma abigatoredade eolar mal ealizadn © potors de insucesso, Numa juste de reprcilae,vendairament, seria de esperar queo Bstado, e seus agentes, na extensto da sua ees ponsablidad, ostem penalizados pelos males nfigidos a al hos, quantat veses com marca profundae para toda vida. Pro- Dlemrieararamente abordada ¢ menos ainda equacionada nos seus devidos eros, pareceria dover consituir maria de refle ‘ao mais aprofundada, Basta, por os, Fear por aqui com a Certcea que a inguietao que tl stung provoca ser sufcente pera que problema vesha «encontrar ovtras salubes 5.2 Gratuitidade isoricamente i primeira dos instruments sizados para promover a universalidede de Inequénciaewolar. Foi mbm, por at 6, dos mais nefeazes paras ating o firm em vista. Dat {er sugpido a necessidade deve recorrer da obrigatoriedacle para tal fim CCanviria desde j6 ter em conta © que tem significado aquela ratuiidade: aise do pagamento de qualsquer tax, em [imentosepropinas para fequentar a escola, assegurando o Es ‘ado paganiento « professors, a construe manutengio das ‘cola ain as desperasnecesiriat & supervsio,inspecgo ‘ aiaistrago do stoma, Ox alan, para receberem o ensino ‘brigario, nada teriam a pagar. Resta ver sea isto se esume 4 gratuiidade em causa Para uaa economia de gratuitidade haveré necessariamente ‘que ter em conta os seguintestipos de encargos decorrentes do ‘imprimento da excoardade obrigatri: 8) eustor directs relatives a0 ensino ministrado- pofessores, ‘escola, administracao; 1b) custosdiveciosrelativs 2 aprendizagem desenvolida: Ii ‘ron demain material escolar; ©) encargosderivados de transports da residéncia para aes Colac regress ou de alojamento fora da residéncia habits; 1) excedene de eneargr relaciohador com aalimentao, mo- tivados pela deslocagio permanéncia na escola; ©) excedente de encagos relacionados com a sade e ber-etar ‘motivados pela deslocario e permandndia na escola: asst tencia médica, medicamenter eseguros de aco contra ar ences e doengas no percure © permanéncia, 1) excedente de encaryos familiares decorentes cls sn dar Sidéncia.echegada asta, ex fungSo de incompacibilidades de hordrios entce a excla« a familia {peda de rendimentosfaniliares decorrentes da teongani 2a¢o da vida quotidiana da fama em fangio das activ Ales escolarest aul, friar e eras; 1h) perda de vendimentesEsiliares decorrentes la lt de pre {acto de servigo doméstico parihade pelos alunos por mo- tivo da sua auséncia na eval 1) perda de rendimenton familiares deorrentes da eventual alka ‘de prestag de trabalho renumerada do alana e respective contebuigdo para sldsio familiar: 1) perda de rendimentos individu do aluno por perda de ‘portnidade de entvadaatempada no mercado de tsba- Ih, por rates de insuceaso escolar e outta Podenos eth considera que a getutidade eve tte grat es aspects: 8) senso do pagamento dos castosdireeion a cargo da ent dade prestdora do service; 'b)apois e subsdios de compensagio, scieeconomcamente dierminados no sentido de aliviar ou eliminaroscustos di rectas por parte do aluno: ©) indemaiagées por prdaindiecasremantes do cumpri mento da escolaridede obrigera. agueles dz pos de encagos devivados da exsténcia da obi sntoriedade de frequéncia escolar apenas o primeira tem sido considerad para lets da gratuitdade, Todos of restantes ou ho slo considerados, na sua maiora, ou so enearados de wm pono de vst asistencia, sob a designage de aio socal eco Tar on outra designagso com @ mesmo significado, Por aque véa facia da gratuitidade ce frequéncia da cecal ee pode dedurir parte da explicagio pela falta de fica deste Embors os encargs directo, elacionados com ios mate rial escolar, transporter, alojamentoealimentac e, pei mente, of teativos de ender de andde e segurance, tenham ‘indo a sr parcilmonte eoberoe, € também verdade que nio ‘estes eat lange de sere elotivaetaalmente realizado como, tobetudo em relagio tos eneargoeindrecos,ndo se conhece © ‘valor real que eles repreentam, nem t3-poueo parece tr ‘ido preocupagio em que fossem explorados e contablizados. “Teatase, assim, de matéria ainda em aberto que releva nfo clo dominio da soiologia da edvcacsa moa também do Ambito dda ecomosnia da educa, dominio sinda inipente entre nés 5.3 Apoio social, apoio familiar ¢ individual e apoio institucional A realizagio ds univeraldade da excolaridade obrigaria 96 pede ser entenda, como vino, com a garantia do respectiva ficesn escolar e edueative, Sio dois elementos de mm bissmnio indiscisvel, Daf que flar-se na universliade da Srequéncia ‘scolar implica considera tambérn a Universidade do sucess. [Nem de outro modo poderia ser, pis, caso conto, no esa ria reaiaada « propia universaidade da fequéncia, Promover o sues ser, portanto, promover, na sua pen de, universaidade, Nao se trata de um procedimento nor tative antes © aqui ce uma exigencia de coerdncia concep al ‘Vimos jd como a forma mais fequente como se apresents a sealzatso desta univeraldade€, porum lado, a obrigaoriedade © por outro, a gratitidade problemica nos egot, prém, nests aspects; nem eles so aufcientes para garanira universidade da presenga e muito tenes, a universaldade do suceo. E outras medidas tém vind ‘rer desenvolvidas eaplicadas com esse propio em vista. Sio lum conjunte de apoios virion que uina sistematizagso nos levaré 1 seguinte tipologia 2) pois seis; 3) pois funiiares; 6) apoio indviduais; 4) apois inttucionsi (Os apoioe soins tm em vista sobretudo, compentar as des: qualdadessociais €econdmicas em qu ox alunos we encontram ‘Tratae final de oaitair um sistema rediteibutiva no sentido de poderem ser igualizados, minimizando-s, os viios eneargos decorrentes do cumprimento da exolaridadeobrigat6ria. Ele 6 foram releridos em relagao a gratusidade, Os apoios familiares podem ser, que de tipo econsmico © as- sisencal, © que of incl em parte ma categoria anterior, quer Uo tipo sciopsicalgiene de compensagso cultural. Este tipo de ‘apoio ainda no teve expresso consntenteesstemétia, cons Suindo um campo er aber, cujarealizapo compesré abvia rmente & escola (Os apoios individuals, aos alunos, tm a ver essencialmnente com o bemestar iio © paiquico, cos vectoresprineipais por tlm ser entendidor nos dominios da sade excolar edo apoio ttl6gica ede orientagio excear. Dominio ainda bastante loge ‘de estar realizado, e sina menos encarado, também de forma sisemtica econsstente a cargo da escola inaente os apoiosinsttucionas que eevam essencialmente da pedagogiae da organizacao escolar. Assume frequentemente «forma de trabalho, indvidualizado ou em grupo, em verses ‘de complemento e compensagso. A ea moxdalidade hi que acres ‘entar, sinda neste grupo, 0 acompanhamentointegrado ¢a teria, a eango do director de torma, do professor ou de psoas ‘specinente destnadae prepara para o eet, Também aqui 5 realizag € incipiente, em regra deconexa e marginal “Tados estes upoios nfo fogem a regra gel de uma subalterni= aco face ao proceso central de ensina/aprendizager na sla dala A fl de uma metéica ede uma valorizacio adequada to fim em vista ito 6, a maximizagio do saceao xcolare du ative para unis maxitizasio da universalidade da ecolaridade ‘brigitria, rd, muito cerlamente, a porse com mais acuidade ordenamento nos tempor this préximos, com a exigincia de hovos editintos profiasionas da edueasio. “O reconhecimento da existencia desta problemstica €o eeco- nineimento de que ainda we eth lange de a eagotarem todas as possbildades que ot instrunentosindcados virtualize que, fuer no plan enc, quer no plano éc, vai obrigar «considera. Conelusio Do exposta podem tiraralgumas ilgBex 8) seaclardade bseaconaitui um dominio expetic, com Ginalidades priprias, que equeremn tambédn netodologiat dle acco pelaggien © excolae adequadas; 1) o problema da obrigaroredade é uma falsacaracterzacio © identiiapio da escolardade bisa; 0 revelame € a uni- versaldade, de frequéncia © suceso ©) obrigaroe gratuito so recon que exo longe de ondusit 8 universalidade da cola bse 4) a have principal para ser atngida esta universaidade pa feceasientar ha procara ¢ promegio universal do sucesso scolar e educative; «et aberto um vast campo de intervene com instrumen- tos sinda nao explorade,o incapaamenteexplrads, para ‘maximizar esta universlidade Para conclu, dlifamos que os adjetivoscbrigaréio «gratuit, ligadon a eacolardade bse io inadequados, por irvelevants, redutore¢ inconsequentese que, por is, a expressio escolar lade bisica universal, obrigatiria e gratuita sera, porventura, tmaiscorecta © teria mais sentido se exprestaenguinto ala dade bin amine cei, BIBLIOGRAFIA FORMOSINHO, J —-Comoo RES Lome, FERNANDES, A Sue LIMA 1 Siete do wn fo Ml ag m sea te, a i,t, Rove e198 Stow S Seon Pe A hn Si ses a II A EVOLUGAO DA ESCOLARIDADE OBRIGATORIA EM PORTUGAL NOS ULTIMOS VINTE ANOS “Cada sistema educativa incorpora ma vi $0 do homem, um projecta de rocedade © tom ideal de saber = Taaura Abreu Maria do Céu Rolo

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