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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

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MINISTÉRIO DO INTERIOR
COMANDO GERAL DA POLÍCIA

REGULAMENTO DE CHEFES DE SECTOR

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CAPÍTULO I

Disposições gerais

Artigo 1

(Definições)

1. Para efeito do presente regulamento, entende-se por:

a) Sector: uma porção de território delimitado de acordo com as características


geográficas, populacionais e situação operativa ajustada aos princípios da
divisão administrativa.

b) Chefe de sector: Designa-se por Chefe de Sector, o membro da Polícia da


República de Moçambique que tem a responsabilidade sobre uma
determinada área.

c) Chefe do Sector Maior: Designa-se por Chefe de Sector Maior, o membro


da Polícia da Republica de Moçambique que responde por vários sectores,
nunca inferior a 5 e nem superior a 10.

d) Situação Operativa: entende-se como situação operativa, o conjunto de


factores sujeitos à modificação que se apresentam no sector que incluem:

o As condições geográficas do sector;

o Os delitos cometidos;

o As características políticas, económicas e sócio - culturais do sector.

e) Delinquente: aquela pessoa que pratica actividades delituosas.

f) Potencial Delituoso: considera-se potencial delituoso todo o indivíduo que


possui antecedentes criminais, que têm um modo de vida incompatível às
normas de convivência social.

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g) Controlo Social: conjunto de medidas e sanções sociais que servem para
promover e garantir a submissão dos indivíduos aos modelos e normas de
condutas aceites na sociedade.

h) Controlo do Potencial Delituoso: conjunto de medidas operativas de


carácter profiláticas desenvolvidas pelo chefe do sector contra indivíduos
tidos como potencial delituoso.

i) Vigilância: método operativo policial que consiste em observar, seguir de


forma continuada ou periódica, indivíduos, veículos, lugares ou objectos com
o uso de técnicas e equipamentos, de forma a obter informações directas
sobre um determinado alvo.

Artigo 2

(Objecto)

O presente regulamento estabelece os princípios e normas relativos à organização e


funcionamento dos chefes de sector.

Artigo 3

(Âmbito de aplicação)

O presente regulamento aplica-se a todos Chefes de Sector, e vincula os superiores


hierárquicos que superintendem as actividades dos Chefes dos sectores.

Artigo 4

(Subordinação)

1. O Chefe de Sector subordina-se imediatamente ao Chefe de Sector Maior ou ao


Chefe do Posto, Comandante de Esquadra, ou ainda, ao Comandante Distrital,
conforme a localização e a organização operativa implantada no território.

2. O Chefe de Sector Maior subordina-se imediatamente ao Chefe do Posto,


Comandante de Esquadra e ao Comandante Distrital, conforme organização
operativa implantada no território.

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Artigo 5

(Criação, Extensão e Limites)

A criação, extensão e limites de sector policial compete aos respectivos Comandos


Provinciais, devendo informar ao Comando Geral da PRM, considerando a situação
operativa concreta.

Artigo 6

(Requisitos de Qualificação)

1. O Chefe de Sector deve reunir os seguintes requisitos:

a) Ter um mínimo de 5 anos de experiência de serviço;

b) Estar na classe de comportamento Bom;

c) Ter a patente mínima de Sargento Principal da Polícia;

d) Ter frequentado com aproveitamento o curso básico de chefes de sector;

e) Ter habilitações mínimas de 12ª Classe.

Artigo 7

(Afectação e Transferências)

1. Na afectação e transferência de um Chefe de Sector deve se ter em conta o seu


local de residência.

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2. O Chefe de Sector deve permanecer no sector por um período mínimo de 3
anos.

3. O Chefe de Sector só pode ser transferido, ainda que não haja decorrido o tempo
estabelecido no número anterior pelos seguintes motivos:

a) Promoção;
b) Formação;
c) Pelo fraco desempenho;
d) Por morte, doença ou incapacidade física permanente;
e) Por aposentação;
f) Por razões disciplinares;
g) Por conveniência de serviço.

4. Afectação e transferência de um Chefe de Sector devem ocorrer mediante o


despacho do respectivo Comandante Provincial da PRM.

Artigo 8

(Actuação do Chefe de Sector)

O Chefe de Sector na sua actuação deve observar estritamente o regulamento de


chefes de sector, sem prejuízo das demais leis que regulam a actividade dos
membros da PRM.

Artigo 9

(Apresentação)

O Chefe de Sector deve apresentar-se devidamente uniformizado podendo, quando


em trabalho específico da sua própria especialidade, trajar a civil, com anuência do
seu superior hierárquico.

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Artigo 10

(Área de Actuação)

1. O Chefe de Sector na sua actuação deve respeitar o princípio de jurisdição


territorial, observando os limites do sector constantes na carta topográfica
concebida.

2. Por motivo de doença, férias, licença ou outros impedimentos do respectivo


titular do sector, ficará sob responsabilidade operativa do Chefe de Sector mais
próximo.

CAPÍTULO II

Organização do Trabalho

Artigo 11

(Tomada de Posse)

Nomeado o Chefe de Sector, este tomará posse perante o Comandante Distrital, de


Esquadra ou Posto Policial, o qual imediatamente fará a devida apresentação às
autoridades administrativas locais.

Artigo12

(Acto de Entrega)

1. O acto de entrega do sector deverá circunscrever-se nos seguintes aspectos:

a) Situação operativa do sector a que está indicado;

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b) Entrega de livro operativo e Regulamento do Chefe de Sector;

c) Ocorrências pendentes por esclarecer;

d) A organização da segurança pública na comunidade;

e) Objectos vitais, sociais e outros;

f) Conselhos Comunitários de Segurança;

g) Pessoas de Confiança e Voluntários;

h) Forças e meios existentes;

i) Outros aspectos de coordenação e colaboração com outras forças;

j) Visita a área do Sector, aos dirigentes residentes e líderes comunitários;

k) No acto de entrega será lavrada uma acta e assinada pelo chefe cessante, o
sucessor e o superior hierárquico que presenciou o acto, ficando uma cópia
para cada um destes e a original arquivar-se-á no Comando Distrital,
Esquadra ou Posto Policial;

Artigo 13

(Estudo e Análise)

1. O Chefe de Sector deve estudar e analisar permanentemente a situação


operativa do seu sector, com o objectivo de conhecer os seguintes aspectos:

a) A área do sector, as ruas, pessoas residentes, visitantes, afluentes, parques,


instalações desportivas e culturais, sedes de organizações, centros agrícolas,
industriais, económicas, empresas ou serviços públicos e privados,
embaixadas, zonas habitadas por estrangeiros, zonas comerciais, lugares e
casas não habitadas;

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b) Lugares de concentração de bens materiais, hospitais, os centros e postos de
saúde, as unidades de prevenção e extinção de incêndios, bens materiais das
entidades públicas e privadas, as unidades e subunidades da PRM, do MINT
e de outras Forças de Defesa e Segurança, entre outros objectos vitais e o
sistema de segurança existente;

c) O potencial delituoso, as pessoas de interesse policial, assim como, os que


estão em regime de liberdade provisória e condicional ou em cumprimento
de penas alternativas de prisão;

d) Zonas e focos delituosos ou propensos à prática de acções criminosas,


lugares que albergam criminosos, vadios e outros grupos anti-sociais;

e) O índice de delitos, de contravenções e outras infracções à lei, suas causas e


características, factores e circunstâncias que contribuem para o cometimento
dessas infracções;

f) Locais propensos à ocorrência de acidentes de viação e demais violações ao


Código de Estrada;

g) As forças, entidades ou pessoas com quem deve colaborarem no sector para


a manutenção da ordem e tranquilidade públicas.

1. Para o estudo e análise da situação operativa, o Chefe de Sector deve basear-se


nos seguintes elementos:

a) Dados estatísticos e operativos que tenha em seu poder;

b) A informação que recebe das pessoas de confiança;

c) A informação que obtiver de qualquer cidadão ou Organizações;

d) As orientações e informações dos seus superiores hierárquicos, de outras


Forças de Defesa e Segurança, bem como dos Chefes de Sector vizinhos;
e) As denúncias, exposições e queixas dos cidadãos e a opinião pública.

Artigo 14

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(Plano de Trabalho Individual)

1. Para a realização das suas funções, o Chefe de Sector apoia-se no plano de


trabalho individual diário, semanal, mensal, trimestral, semestral e anual.

2. O plano de trabalho individual é elaborado com base nas ordens, instruções,


planos dos órgãos superiores e da análise da situação operativa da respectiva área.

3. O plano de trabalho individual referido nos números anteriores é aprovado pelo


superior hierárquico.

Artigo 15

(Da atenção dispensada ao cidadão)

1. O Chefe de Sector deve dedicar uma atenção especial aos cidadãos de modo que
estes possam apresentar as suas preocupações no âmbito da ordem pública.

2. O Chefe de Sector deve garantir a recolha de informações, sugestões e


solicitações feitas pelos cidadãos durante as entrevistas com o fim de os orientar,
adequadamente, e tomar as medidas pertinentes para a sua solução.

3. O Chefe de Sector deve garantir o registo fiel e as medidas tomadas em relação


aos assuntos apresentados pelos cidadãos.

Artigo 16

(Controlo Administrativo)

1. O trabalho do Chefe de Sector deve ser essencialmente operativo, pelo que o


mesmo não deve ser excessivamente sujeito ao controlo administrativo, a fim de

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que não fique impossibilitado de cumprir a sua missão da qual deve prestar contas
ao seu superior hierárquico.

2. O controlo administrativo do Chefe de Sector tem como base o seguinte:

a) Livro Operativo de trabalho;


b) Plano de trabalho individual;
c) Tabela do subsistema de informação da PRM.

3. O livro operativo tem como objectivo fornecer ao Chefe de Sector um controlo


detalhado do seu trabalho e constará a situação operativa geral da área, contendo
entre outros aspectos o seguinte:

a) Pessoas de confiança;
b) Conselhos Comunitários de Segurança;
c) Potencial delituoso;
d) Evadidos e procurados;
e) Objectos económicos e estratégicos;
f) Apontamentos de trabalho policial;
g) Criminalidade no sector;
h) Mapa do sector.

Artigo 17

(Utilização do Livro Operativo)

1. Para a utilização adequada do livro operativo, o chefe do sector deve cumprir


com o seguinte:

a) Anotar no respectivo livro as visitas efectuadas pelos superiores hierárquicos


quando fazem a supervisão e controlo;

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b) Conservar o livro operativo num lugar que ofereça segurança para que não
se deteriore, destrua ou se extravie sob pena de procedimento disciplinar.

Artigo 18

(Da Informação Planificada)

1. A informação planificada e periódica que compete ao Chefe de Sector, é a que


para o efeito se encontra regulada pelo subsistema de informação do órgão da
Policia da República de Moçambique, em forma de tabelas de relatórios regulares.

2. Os Chefes de Sector elaborarão aquelas tabelas em original e uma cópia,


remetendo a original ao Comando superior imediato, ficando com a cópia em seu
poder.

3. Os Chefes de Sector devem apresentar outra informação especial que lhes seja
solicitada pelos chefes superiores imediatos.

Artigo 19

(Reuniões periódicas)

1. O Chefe superior imediato realizará reuniões periódicas com os Chefes de Sector


para a análise do trabalho realizado, da situação operativa em geral e para o
controlo do cumprimento dos planos de trabalho.

2. Nas reuniões referidas no número anterior, cada Chefe de Sector dará a


conhecer verbalmente:

a) A situação operativa;

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b) A situação geral do sector;
c) O grau de cumprimento do plano.

3. As reuniões efectuar-se-ão com o chefe superior imediato de acordo com a


estrutura existente na área.

4. A periodicidade das reuniões dependerá das características organizativas da área


e do tipo de sector. As reuniões com os sectores urbanos realizam-se uma vez por
semana e as com os sectores rurais duas vezes por mês.

5. Trimestralmente, é realizada uma reunião de troca de experiências na qual


devem participar todos os chefes do sector que o chefe superior imediato
considerar necessário, podendo participar nas mesmas outros chefes especialistas
cuja presença seja de utilidade e contribua para a obtenção de melhores
resultados.

6. Ocasionalmente e como consequência de alteração da situação operativa na


área, podem realizar-se reuniões extraordinárias com a participação dos Chefes de
Sector que o chefe superior imediato considerar necessária, assim como outros
chefes e especialistas.

CAPÍTULO III

Controlo e Avaliação do Trabalho do Chefe de Sector

Artigo 20

(Controlo do Chefe de Sector)

1. O Chefe de Sector realiza o controlo mediante os procedimentos que antecedem


do resultado do seu trabalho, informando os seus superiores sobre o mesmo
quando assim lhe for determinado.

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2. No processo de avaliação e controlo, o chefe superior imediato do Chefe de
Sector deve fazê-lo empregando entre outros os seguintes métodos:

a) Despachos programados;
b) Reuniões para análise de situação;
c) Relatórios periódicos;
d) Despachos operativos no sector.

Artigo 21

(Avaliação do Chefe de Sector)

1. Para avaliação do trabalho do Chefe de Sector, o chefe superior imediato deve


tomar em conta:

a) Os conhecimentos que o Chefe de Sector tem sobre as Particularidades da


situação operativa da sua área, assim como até que ponto é conhecido pela
comunidade e autoridades administrativas locais;

b) A capacidade para analisar e avaliar a situação operativa, servindo de base


para sua capacitação, a correcta planificação do seu trabalho, o
cumprimento efectivo dos planos elaborados e os resultados obtidos;

c) A capacidade de desembaraço para se informar a respeito das situações


complexas e para tomar por si próprio as decisões correctas;

d) As medidas gerais tomadas para a prevenção dos delitos na sua área e os


resultados obtidos;

e) A sua participação na investigação de delitos e o grau dos resultados


alcançados;

f) Detenção e controlo dos elementos com interesse para a Polícia, assim como
o controlo do potencial delituoso, cumprimento da vigilância sobre estes
elementos e os resultados obtidos;

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g) Elementos que durante o primeiro ano do controlo policial se viram
envolvidos em actos delituosos ou anti-sociais;

h) Elementos que praticaram delitos e que apesar de possuírem antecedentes


não eram controlados como potencial;

i) Quantidades de evadidos, procurados com mandado de captura e de


pessoas desaparecidas localizadas e capturadas;

j) Estado de manutenção da ordem pública e da tranquilidade dos cidadãos,


cumprimento das leis vigentes por parte dos cidadãos;

k) Resultados obtidos no trabalho com menores;

l) Resultados obtidos através das visitas e inspecção aos objectos económicos,


industriais e outros estabelecimentos;

m) Prevenção dos acidentes de trânsito e cumprimento das leis do trânsito por


parte dos condutores e dos peões;

n) Cumprimento das normas de respeito e de comportamento que os cidadãos


devem manter nos locais públicos;

o) O conhecimento e aplicação prática das leis, regulamentos e disposições em


geral do Ministério do Interior;

p) Trabalho conjunto realizado com os trabalhadores de outras estruturas do


MINT, bem como com os membros dos Conselhos Comunitário de Segurança
e resultados obtidos;

q) O conhecimento que possui sobre as particularidades da situação operativa


das áreas confinantes;

r) Direcção, organização, utilização e controlo de pessoas de confiança da


Polícia e outros colaboradores;

s) O cumprimento da legalidade, disciplina, educação e a cortesia com os


cidadãos;

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t) Recepção, análise, solução e encaminhamento das petições, queixas,
informações úteis ao trabalho social e declarações dos cidadãos;

u) Análise das causas e factores que propiciam actividades delituosas na área,


medidas tomadas e resultados obtidos;

v) Correcta utilização e conservação dos documentos, locais e dos meios de que


dispõe para a realização do seu trabalho.

CAPÍTULO IV

Artigo 22

(Deveres do Chefe de Sector)

1. Na prevenção dos delitos, o Chefe de Sector deve:

a) Manter uma vigilância sistemática sobre a população que reside na área,


controlando as pessoas propensas à prática de crimes;

b) Colaborar com as autoridades competentes na recolha de informações


conducentes ao esclarecimento das acções criminosas e no controlo do
potencial delituoso;

c) Dar informações aos seus superiores hierárquicos sobre a preparação de


acções delituosas;

d) Realizar periodicamente inspecções a lugares propensos a prática de crimes;

e) Informar outras Forças de Defesa e Segurança no patrulhamento e


policiamento em postos fixos, nos lugares em que a situação operativa o
aconselhe de acordo com os planos de vigilância em vigor;

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f) Realizar inspecções periódicas aos centros comerciais, industriais, e de
serviços, com vista a aplicação de medidas de protecção e segurança física;

g) Garantir junto aos Conselhos Comunitário de Segurança a gestão do local de


crime;

h) Colaborar com a Polícia de Investigação Criminal nos investigatórios,


fornecendo informações conducentes ao esclarecimento de delitos;

i) Dirigir-se às pessoas de confiança na busca de informações necessárias para


o esclarecimento de delitos;

j) Trabalhar com o potencial delituoso sob seu controlo no esclarecimento de


delito.

2. Na manutenção da ordem pública, o Chefe de Sector deve:

a) Analisar as causas e factores que contribuem para o cometimento de crimes


e propor as medidas necessárias para a sua prevenção e combate;

b) Sugerir os itinerários das patrulhas de acordo com as características do


sector e da situação operativa existente;

c) Supervisionar e orientar o trabalho dos colaboradores nas tarefas de


vigilância e patrulhamento;

d) Informar ao superior hierárquico sobre a alteração da ordem pública com


vista a tomada de medidas;

e) Prestar maior atenção nos lugares de recreio, laser, zonas escolares e


residenciais, hospitais, missões diplomáticas, organizações internacionais e
de cooperação, assim como outras que sejam indicadas pelo superior
hierárquico;

f) Detectar e exercer vigilância constante sobre os focos delituosos;

g) Tomar medidas preventivas para delinquência juvenil;

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h) Dar informações ao superior hierárquico sobre a existência de locais com
substâncias explosivas, radioactivas, artifícios pirotécnicos e outras situações
que existem na sua área;

i) Conhecer e controlar os portadores de licença de uso e porte de armas de


fogo autorizados que residem no seu Sector.

3. No controlo do potencial delituoso, o Chefe de Sector deve:

a) Manter o controlo policial sobre as pessoas que tenham sido condenadas por
prática de crimes.

b) Coordenar com os membros operativos da investigação criminal, a fim de


conhecer o potencial delituoso sob seu controlo;

c) Controlar o potencial, sobre o qual existe indícios de estar a cometer crimes;

d) Estabelecer pontos de apoio nos órgãos policiais, Conselhos Comunitários de


Segurança, pessoas de confiança para obtenção das informações nos locais
de residências e de trabalho;

e) Estabelecer a troca de informações com outros chefes de sectores sobre o


potencial delituoso que trabalha ou reside fora da sua área de jurisdição;

f) Apoiar-se nas pessoas de confiança, informadores e colaboradores na busca


de informações;

g) Controlar a conduta do potencial delituoso e avaliar periodicamente o seu


modo de vida, atitudes, e outros aspectos de interesse policial;

h) Informar ao superior hierárquico nos casos em que esses indivíduos


mantenham uma má conduta ou violem a medida imposta;

i) Exercer o controlo policial sobre todos os cidadãos que residem no seu


sector e que se encontrem a cumprir medidas judiciárias por Termo de
Identidade e Residência.

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Artigo 23

(Localização de evadidos, procurados e desaparecidos)

1. Para a localização de evadidos, procurados e desaparecidos o Chefe de Sector


deve:

a) Organizar banco de dados sobre os evadidos, procurados e desaparecidos


que residem na sua área de jurisdição;

b) Estabelecer pontos de apoio no domicílio de familiares, de amigos e nos


locais em que seja possível o aparecimento de evadidos, procurados ou
desaparecidos;

c) Registar e canalizar ao superior hierárquico toda a informação que obtenha


sobre o paradeiro de evadidos, procurados ou desaparecidos.

Artigo 24

(Deveres do Chefe de Sector Maior)

1. Para desenvolver o seu trabalho, o Chefe de Sector Maior deve:

a) Analisar a situação operativa, estudar as causas e condições que contribuem


para a prática de actividades criminosas e propor medidas necessárias para a
sua prevenção;

b) Velar pela prevenção dos delitos e pela manutenção da ordem pública na


área da sua jurisdição;

c) Apresentar propostas que considerar pertinentes sobre o itinerário das


patrulhas de acordo com as características do sector e a situação operativa;

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d) Garantir a preservação do local de facto nos casos em que as características
deste requeiram a sua presença;

e) Nos casos de desordem pública, informar ao superior hierárquico, para a


tomada de medidas;

f) Participar na localização de evadidos, procurados e desaparecidos;

g) Participar nas reuniões de análise de trabalho realizado conforme


estabelecido no presente regulamento;

h) Exigir aos Chefes de Sector o cumprimento das disposições estabelecidas no


presente regulamento;

i) Zelar pela evolução técnica e profissional dos Chefes de Sector;

j) Analisar as informações referentes ao trabalho dos Chefe de Sector que


receba dos cidadãos;

k) Dirigir, organizar e controlar o trabalho dos Chefes de Sector com as pessoas


de confiança, informadores e colaboradores;

l) Analisar o trabalho realizado pelos Chefes de Sector, apresentando propostas


que considerar pertinentes para introduzir novos métodos que contribuam no
desenvolvimento do seu trabalho;

m) Enviar ao superior hierárquico em devido tempo toda a informação que lhe


seja solicitada;

n) Estabelecer um intercâmbio de informações operativas com o Chefe de


Sector maior vizinho;

o) Exigir o cumprimento da disciplina por todos os seus subordinados, apurando


responsabilidades nos casos em que isso se torne necessário;

p) Manter informado o Chefe superior hierárquico sobre os aspectos


relacionados com o sector maior;

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q) Cumprir e zelar pelo cumprimento do estabelecido no presente regulamento.

Artigo 25

(Direitos)

1. O Chefe de Sector tem os direitos conferidos pela lei, regulamentos e demais


dispositivos em vigor, como membro da PRM.

Artigo 26

(Selecção, organização e direcção de Pessoas de Confiança, Informadores


e Colaboradores)

1. Na selecção, organização e direcção de pessoas de confiança, informadores e


colaboradores, o Chefe de Sector deve:

a) Seleccionar cidadãos com idoneidade reconhecida na Comunidade que


tenham maiores possibilidades de obter informações sobre actividades
delituosas;

b) Organizar, dirigir e controlar o trabalho das pessoas de confiança,


informadores e colaboradores;

c) Realizar encontros singulares com as pessoas de confiança, informadores e


colaboradores;

d) Garantir o cumprimento das instruções operativas sobre o trabalho com as


Pessoas de Confiança.

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CAPÍTULO V

Artigo 27

(Regime Jurídico)

1. O Chefe de Sector, no exercício das suas funções, reger-se-á pelas leis, decretos,
regulamentos em vigor na República de Moçambique e pelas instruções e ordens
emanadas pelo Comandante Geral da Polícia da República de Moçambique.

Maputo, Abril de 2022

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