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A DESTRUICAO DA SISTEMATICA JURIDICA EM DECORRENCIA DOS IMPACTOS ONTOLOGICOS E AXIOLOGICOS DO DEICIDIO NA METAFISICA. LUPEPSA, Guilherme Casiano' Resumo Palavras-chave: Abstract Uma tradugdo ao Inglés do resumo feito acima. Keywords: Traducao das palavras-chave. 1. DE PLATAO A KELSEN Desde os gregos classicos mais especificamente, com 0 inicio da filosofia ocidental, se vem buscando compreender a physis assim como diversos outros problemas, envolvendo a sociedade, o Estado e o ‘agir corretamente”. Tais reflexdes iniciam-se com os pré-socraticos, os quais tinham como centro de sua filosofia a natureza, ou seja, assemelhavam-se mais aos atuais quimicos, fisicos e cientistas. Porém os mesmos néo ficavam de fora dos debates sociais, j que na época agir de acordo com 0 bem comum, era a maxima que o cidadao buscava. Sendo assim por volta do século VI a.C. na antiga Grécia, se dava o inicio da filosofia ocidental, através dos pré-socraticos, porém tal movimento filosofico que nao possui grande relevancia ao presente trabalho, motivo do qual passar-se-a analisar o segundo movimento filoséfico, o qual teve com Socrates, o qual através da Maiéutica acaba por implicar diversos questionamentos acerca das limitagdes do entendimento humano, principalmente através de sua famosa frase “sO sei que nada sei’. Neste sentido, 0 objetivo do primeiro capitulo sera analisar como Platéo desenvolve a teoria dos dois mundos, afim de solucionar os problemas formulados por Socrates, formalizando assim uma teoria do conhecimento, e caminhando rumo a uma estrutura metafisica, qual sera buscado no presente trabalho demonstrar que sustenta as bases da teoria constitucional. Contudo para a elaboragéo do primeiro capitulo, basear-se-a, na interpretagao apresentada por Martin Heidegger, o qual compreende o didlogo platdnico como 0 inicio da tradigéo metafisica, através da atribuigéo do “sol’ ao conceito de Aleieia, ou seja, como desvelamento, sendo este alcangado pelo ato intelectivo. Também nesta mesma esteira, sera almejado demonstrar a forma com que tal pensamento dual, sejam eles 0 mundo sensivel e inteligivel, acaba por tornar-se uma teoria do conhecimento da qual altera toda a forma em que o humano interpreta o mundo, sendo eles o mundo experimental e empirico, em contrapartida com o transcendente. Platao desenvolve a teoria dos dois mundos afim de solucionar os empasses filosoficos deixados por Sécrates. Dessa forma 0 filésofo, constréi a possibilidade da existéncia do mundo sensivel ¢ 0 inteligivel, sendo que, se tem como fio condutor para o entendimento da teoria, “O Mito da Caverna’, narrado no Livro VII da Obra A Republica SOCRATES - Agora imagina a maneira como segue 0 estado da nossa natureza relativamente & instrugéo e a ignoréncia. Imagina homens n uma morada subterranea, em forma de caverna, com uma estrada aberta a luz; ‘esses homens estdo al desde a infancia, de pernas e pescogo acorrentados, demodo que no podem mexer-se nem ver sendo o que esta diante deles, pois as correntes os impedem de voltar a cabeca; a luz chega-Ihes de uma fogueira acesa numa colina que se ergue por detrés deles; entre o fogo e os prisioneiros passa uma estrada estd construido um pequeno muro, ‘semelhante as divisdrias que os apresentadores de titeres armam diante de sie por cima das quais exibem suas maravilhas, GLAUCO - Estou vendo. SOCRATES - Imagina agora, ao longo desse pequeno muro, homens que transportam objetos de toda espécie, que os transpéem: estatuetas de homens e animais, de pedra, madeira e toda espécie de materia; nraturalmente entre esses transportadores, uns falam e outros seguem em silencio GLAUCO — Um quadro estranho e estranhos prisioneiros. SOCRATES ~ Assemelham-se a nds, E, para comegar, achas que, numa tal condi¢go eles tenham alguma vez visto, de si mesmos e dos seus ‘companheiros, mais do que as sombras projetadas pelo fogo na parede da ccaverna que Ihe ficas defronte? GLAUCO ~ Como, se sao obrigados a ficar de cabega imével durante toda vide? SOCRATES - E com as coisas que desfilam? Nao se passa o mesmo? GLAUCO - Sem divida, ‘SOCRATES - Portanto, se pudessem se comunicar uns com os outros, no achias que tomariam por objetos reais as sombras que veriam? GLAUCO - E bem possivel SOCRATES - E se a parede do fundo da prisdo provocasse eco, sempre que um dos transportadores falasse, néo julgariam ouvir a sombra que passasse diante deles? GLAUCO - Sim, por Zeus! SOCRATES - Desa forma, tais homens no atrbuirdo realidade sendo as ssombras dos objetos fabricados GLAUCO ~ Assim tera de ser. (PLTAO, p. 225 - 226, 2004) Nesta alegoria, “Sdcrates pretende pensar, juntamente com Glauco, a formagao do homem (paideia)’ (GUEDES, p. 87. 2019), porém no que ceme aos objetivos do presente trabalho, sera buscado observar a forma com que 0 fildsofo acaba Por construir uma estrutura de pensamento humano, qual seja ele, o ente intelectivo. Plato inicia sua alegoria buscando demonstrar como o Ser esta atrelado as “correntes” que o impedem de melhor compreender a realidade que o rodeia. Sendo assim neste primeiro momento o prisioneiro estaria acorrentado ao mundo sensivel, o qual corresponde a um estado de ainda nao formagao, ou seja, a apaideusia. Durante a transicdo entre a filosofia grega para a crista, diversos destes Conceitos de dualidade e esséncia, propostas por Plato foram apropriadas pelos fildsofos da Idade Média, afim de explicar e justificar o fendmeno e conceito de Deus ~ Cristdo. Esta releitura cristé da teoria platénica, tem como marco inicial 0 apostolo Paulo, 0 qual ao pregar o cristianismo para os antigos gregos acabou por, atribuir a Deus a maxima da alegoria da caverna, ou seja, 0 substituindo pelo “Sol”. Sendo assim 0 representante Divino passaria a pertencer ao mundo inteligivel, nao sendo mais sendo possivel pensa-lo, como ocorria com os deuses romanos e gregos. Desta forma o Deus ~ Cristéo, passa a despir-se de caracteristicas e a ele agora, tudo pode ser atribuido, ou seja, € a “Esséncia da Esséncia’. Esta proposta de Paulo acaba por apresentar uma nova solugao a tudo o que poderia colocar sobre questionamento a figura Divina, ja que ao the atribuir as caracteristicas de onisciente e onipotente, estaria o inserindo em um profundo conceito metafisico tomando assim, impossivel pensar-se, questiona-lo ou Ihe atribuir, imputar fatos ou responsabilidades de forma precisa e consistente, deixando somente a figura de Deus a mercé do imaginario humano. Desta forma Paulo acaba por colocar 0 Deus - Cristéo em uma posigéo inacessivel para 0 conhecimento humano, apresentando com isso, uma das principais maximas do cristianismo, que seja ela, se nao podemos pensar deus, Ihe atribuir caracteristicas ou dizer que é algo, também nao podemos Ihe “desatribuir" ou dizer que no é, 0 tornando possivel em todos os conceitos valores e possibilidades. Compreender tal caracteristica de impossibilidade de pensar Deus trazida por Paulo, é de fundamental importancia para o presente trabalho, uma vez que, com isso 0 cristianismo durante a idade média passa a fundamentar os valores morais, sociais € leis, como tendo o divino de ponto de partida. Ou seja, para o Canone cristéo Deus nado 0 funciona como a “balanga” que determina os valores correspondente ao “bem”, como © mesmo é 0 proprio “bem”, podendo ser observado pelo seguinte argumento ldgico de conjungao que todos os valores morais por mais “errados” ou absurdos que aparentassem ser, eram bons porque eram dados por Deus P' = Todos os valores morais sao dados por Deus P? = Deus é inteiramente Bom A = Logo todos os valores morais sao Bons ‘Ao ponto que os Valores éticos, morais e legais? passaram a ser determinados por esta proposta de Deus, eles passaram também a possuir todas as atribuigdes de “flexibilidade’, e impossibilidade de serem refutados, ja que estariam Pertencentes a um mundo superior, do qual sé poderia obter acesso através da fé, conforme demonstrado pelo argumento abaixo P* = Deus é quem da acesso aos valores morais 36 se pode ter acesso a Deus através da fé A= Logo sé se pode ter acesso aos valores morais através da fé Tal argumento, implicava a aceitacao absoluta da populagao da época a tudo 0 que era imposto pela igreja. Isso ocorria primeiramente em decorréncia da “fonte geradora do valor moral’, ou seja, 0 transcendental ao bem que era Deus e a fé, em conjunto com um segundo fator, que era a forma com que a as pessoas compreendiam a fé, seja esta compreenso definida como a crenca incondicional e inquestionavel sem haver a necessidade de provas ou evidéncias. Sendo assim, se tem “ aberto o proximo argumento do qual baseava-se a época P! = So se pode ter acesso aos valores morais através da fé ? Na época em questo nao haviam conceitos de normas positivadas como atualmente, contudo os valores legais mencionados, tratam-se das normas comuns, culturais e impostas através da igreja e do Estado que regiam a sociedade da época, mesmo que sendo elas despaticas. P? = A {fe implica a crenga sem questionar ou necessidade provas A = Logo para ter acesso aos valores morais nao se pode questionar Deve-se também levar em consideragao a diviséo dos morais, 0s quais dividem-se um valor “dual-antag6nico’, que seja ele "bem" e "mau". Sendo assim, a questionar Deus ou ir de encontro com os valores da época, era o mesmo que confrontar 0 bem. Ante a insergéo do homem nesta dualidade tal questionamento néo lhe tornava bom, sendo assim por exclusao sé restava a ele entao ser “mau”. Diante a onisciéncia divina, 0 ser passou a possuir a constante sensacao de vigilancia, j que como dito anteriormente, Deus nao habitava um lugar especifico, mas sim em todos inclusive nas pessoas. Tais fatores somados ao conceito de castigo e danago eterna ao “homem mau', trouxeram a hipdtese perfeita para a manutengao dos valores biblicos ¢ religiosos na sociedade, que sao eles a impossibilidade de pensar, atribuir ou questionar Deus; o medo a repreensao do divino através da danagao eterna, inferno e ira divina; por ultimo a constante sensagao de vigiléncia, da qual o vigia nao era outro homem, mas sim o préprio Deus. Tais premissas acima descritas garantem até os tempos atuais a manutengao do cristianismo em diversas sociedades, através da filosofia cristé do apéstolo Paulo, nao se podia mais pensar o que 6 bom ou o que determina o valor bom, ja que tal problema por ele fora “solucionado". Contudo seu pensamento nao foi completo e conseguiu solucionar o paradoxo do mal. Para tanto sera na metafisica de Santo agostinho, buscado observar a forma com que 0 mesmo também se apropria da filosofia de Platao para poder responder a tal paradoxo trazido pelo fildsofo grego Epicuro, a aproximadamente dois séculos antes do nascimento do cristianismo, que seja ele, responder porque existe o mal, por que um deus bom o permite? Tais respostas sao pensadas a luz dos dois mundos, os quais dizem respeito a Cidade dos Homens, imperfeita e analoga ao mundo sensivel de Platao. Em contrarrazao a cidade de Deus, perfeita e transcendente, analoga ao mundo inteligivel proposta pelo Filosofo Grego. Um ponto de destaque que deve ser levado em consideragao é o de que, para Plato poderia ocorrer a transigéo entre 0 mundo sensivel para com o inteligivel Tal transcendéncia poderia acontecer para ele, através do esforgo e do exercicio da Teflex4o, ente intelectivo, conforme narrado na propria alegoria, ao ponto que os prisioneiros [.ltomavam por verdade tais formas projetadas, pois eram a Unica realidade Naturalmente, dentre eles, destacavam-se os que além de dar nomes a tais imagens, ainda previam a ordem com que apareceriam. Esses eram considerados os sAbios. Certo dia, foi concedida a um dos prisioneiros a liberdade, e @ medida em que caminhava forgadamente em diregao a saida, a verdade era-Ihe aos poucos revelada. Nesta caminhada, que se tornava cada vez mais luminada por se aproximar da luz natural que vinha de fora, dificuldades © problemas comegaram a surgir, seja no incdmodo ao olhar diretamente para a fogueira e a consequente confusto em compreender que a realidade de antes era um simulacro produzido por essa claridade , seja na diffculdade de enxergar no mundo exterior, por meio da magnitude da iluminagdo produzida pelo sol, as coisas como elas de fato so. (GUEDES, .88, 2019) Retomando o pensamento de Santo Agostinho, busca-se demonstrar que nao ha semelhangas somente entre as caracteristicas entre mundo sensivel e cidade dos homens, mundo inteligivel e cidade de deus. Mas que também é possivel a transigao entre os dois mundos, que para Plato se da através do ente intelectivo, enquanto para Santo Agostinho, através da “revelacao”, Se tem demonstrado as semelhangas metafisicas entre as teorias de Platao e Santo Agostinho, para tanto resta demonstrar como ambos atribuem o conceito de bom como sendo o topo de suas respectivas estruturas filos6ficas. Para Plato, o Sol em sua alegoria, corresponde ao topo de sua estrutura das esséncias, apresenta-se como a esséncia da esséncia. Contudo também pode-lhe ser atribuido mais uma caracteristica, que seja ela a do bom. Tal interpretagéo decorre de compreender que o sol é utilizado como metafora, por ser algo que ilumina, sendo assim ele compreende que “E na luminosidade da ideia que o quid (was-sein), a esséncia do ser, se mantém ‘presente e a vista’. Eela que permite que a esséncia do ente, estando a vista, seja descoberta. (GUEDES, p. 93, 2019). Para tanto, nesta interpretagéo, proposta por Martin Heidegger, pode-se compreender a alegoria, como um fendmeno de desvelamento, que 0 compreende como “A Ideia das ideias, o que Mais brilha e 0 que permite enxergarmos a esséncia do ente no que ele se mostra - a imagem do sol no mito - é atribuida a concep¢ao do Bem (t6 agatén), como algo que da a possibilidade de conhecer." (HEIDEGGER, p. 453 - 454, 1968). Contudo, como sera demostrado em tdpico apartado, tal conceito de bom, Nao se refere ao valor moral bom, interpretagao da qual serd atribuida erroneamente a Platao somente no periodo modemo da filosofia por volta do século XIX. Pode-se dizer que apéds Paulo ‘despir” 0 Deus - Cristo, de toda Possibilidade de pessoalidade, ou de atribuir-Ihe caracteristicas, Santo Agostinho, o representa como a figura suprema de toda sua filosofia, como sendo “o ser que ilumina”, muito semelhante ao conceito de Sol de Platao. O colocando como a figura central e de mais elevado grau metafisico, pois para a filosofia crista deus 6 a “fonte geradora’. O filosofo medieval aplica-Ihe todos os valores que a época € o cristianismo interpreta e compreende por bom, o qual “pertence em sua teoria ao mundo transcendente, ora a cidade de deus, enquanto tudo quilo que vai em dissonancia aos valores divinos, passam a ser compreendidos como imperfeitos, imorais e ruins, estando estes pertencentes a cidade dos homens, ora o “mundo terreno”, O valor de bom e mau para Santo Agostinho nao sera abordado diretamente No presente trabalho, visto que sera tomado através da genealogia da moral proposta por Friedrich Wilhelm Nietzsche, em t6pico posterior, motivos dos quais levam a “continuar com a viagem através do tempo’, visando em primeiro momento melhor compreender as apropriagdes que se deram no decorrer da filosofia, das bases metafisicas e do conhecimento formulada por Plato até chegar-se as suas Consequéncias na teoria constitucional. Seguindo adiante, no sera abordado as perspectivas filosdficas de Sao Thomas de Aquino, por no serem de elevada relevancia para a presente andlise, Contudo a revolugdo Copemicana trouxe diversas revolugdes nas estruturas de pensamento, sendo marcada pela publicagdo das Meditagdes Metafisicas de René Descartes, tendo como consequéncia, o marco histérico que deu inicio ao modemismo. Periodo este que foi marcado por diversas a tentativas de reestruturacado dos valores morais, politicos, concementes a teoria do conhecimento e principalmente no que tange @ ciéncia e 0 método cientifico. Contudo, nos ater-iremos nos pensamentos de immanue! Kant, mais especificamente em sua teoria do conhecimento, marcada pela Critica da Razo Pura, e principalmente pelo Imperativo Categorico, formulado em sua Critica da Razdo Pratica, Fundamentacao da Metafisica dos Costumes e Metafisica dos Costumes. Kant, busca em sua teoria do conhecimento responder um questionamento chave para a compreensao de sua filosofia como um todo, qual seja, “o que podemos conhecer € quais sZo os limites do conhecimento humano?” Em sua Critica da razao Pura, Kant faz uma analise da metafisica, postulando diversas faculdade e condigdes franscendentais ao conhecer. Para ele inicialmente o conhecimento se da através da_ intuigao, sensibilidade, sensagao e fendmenos. De forma que; Intuigéo 6 a retagao imediata de um conhecimento com os objetos, que serve de instrumento a todo pensamento. Ela s6 acontece quando 0 objeto nos é dado, e ao ser humano isso s6 € possivel porque 0 objeto afeta a mente de certo modo. Sensibilidade € a capacidade (receptividade) de obter representagdes de como somos afetados pelos objetos. Logo, os objetos nos ‘s40 dados por meio da sensibilidade, que também nos fomece as intuigdes; mas 0S objetos so pensados pelo entendimento, e também por ele so originados os coneceitos. Contudo, todo pensamento, direta ou 7 a ie ee ae 10 indiretamente, por meio de alguns caracteres, precisa fazer referencia a intuig6es ¢ também & sensibilidade, pois nao ha outra maneira de um objeto nos ser dado Sensagdo 6 0 efeito que um objeto causa na capacidade de representagéo, ‘quando o mesmo objeto nos afeta. (KANT, p. 31, 2009) Observa-se através da citago acima que, para Kant 0 conhecimento deve passar pelo crivo de diversas estruturas humanas, 0 que por si 0 nao se pode conectar com a teoria dos dois mundos de Platéo. Contudo ao melhor decompor sua teoria comega a observar-se que, tais conceitos de intuigéo, sensibilidade, fenémenos e sensacao, esto em consonancia com os conceitos de mundo sensivel do antigo grego, ao ponto que inicialmente, Kant distingue 0 conhecimento em trés juizos, sendo eles os conhecimentos dados através dos juizos analiticos a priori, dos juizos sintéticos 4 posteriori e dos juizos sintéticos a priori. Sendo assim, pode-se observar que, no foi somente os cristéos que se influenciaram pela Teoria dos Dois Mundos de Platéo, mas também os modernos. Sera buscado demonstrar em tpico especifico que, este filésofo nao exerceu influencia direta em Kant, mas sim através da religiéo Crista, a qual, por séculos vieram impondo as sociedade ocidentais, através da filosofia, teologia , crenga, senso comum, bem como pela forca, seu valores éticos e morais, os quais como ja anteriormente explanaram, derivaram-se da teoria do Antigo Grego. A influencia de Platéo durante o periodo racionalista e pés-iluminista, se deu com grande magnitude, através de teorias Neoplaténicas, as quais visaram readaptar seus conceitos filosdficos afim de solucionar problemas pertinentes a época. Desta forma, conforme melhor sera abordado em tépico especifico, dado a complexidade das teorias Kantianas, pode-se observar que, Kant imputou a faculdade da Razéo, como substituto do Sol, na teoria de Platao, principalmente, Raz&o, no que tange a valores €ticos e morais. Sendo assim, a axiologia ética passou a possuir as mesmas (des)atribuig6es que o Deus-Cristao. Contudo, esta reinterpretagdo da teoria platénica, nao corresponde aos objetivos e estudos do Antigo, mas téo somente apropria-se de sua estruturagao entre Mundo Sensivel e Inteligivel, de forma indireta, como base para o transcendental do conhecimento, uma vez que [..1 & concepgiio da Ideia das ideias foi adicionado um ‘valor’, ‘um bem moral’ presente no séc. XIX decorrente do entendimento do conceito de verdade na modernidade como ‘representagio subjetiva, algo que destoa em muito do sentido original de Platdo (GUEDES, p, 94, 2019). E desta forma, a atribuigéo pelos moderos aplicada a Teoria dos Dois Mundos de Platao, estendeu-se ao mundo juridico atual, através de Hans Kelsen, jurista fortemente influenciado por Immanuel Kant e as teorias Positivistas. Hans Kelsen, foi o jurista responsavel por delinear a teoria acerca da hierarquia normativa, dando-se prosseguimento e continuidade, bem como complementando o constitucionalismo. Para isso Kelsen, desenvolve uma sistematica muito semelhante a de Platao, ao distinguir as normas em duas categorias, as principiolégicas e as positivadas. As normas atribuidas por principioldgicas, estéo, na esfera metafisica, compelindo assim a axiologia ética, ou seja, substituiram 0 Sol, o Deus-Cristéo e a Razao, atribuidas como Aletéia, formuladas por Platéo, os Cristéos e Kant respectivamente. Por outro modo, as normativas positivadas, sao pertencentes ao mundo equiparado a sensivel, que nada mais sao, que valores transcritos em lei e com maior acesso ao “homem comum’. Sera buscado demonstrar em tdpico especifico, a forma com que, a Teoria dos Dois Mundo de Platéo esta associada como um valor Neoplaténico, em relagao a Teoria do Direito. Muito em decorréncia das influencias que se deram durante as geragées filosdficas, até a consolidagdo a Teoria Constitucional Por Kelsen, para por fim, confrontar as teorias do filosofo alemao Friedrich Nietzsche, com Platéo, Kant e Kelsen, afim de demonstrar a_ruina filosfica em que o direito esta emergido. 2. DO IMPERATIVO CATEGORICO 3. DA TEORIA PURA DO DIREITO 4, DA MORTE DE DEUS 5. DA GENEALOGIA DA MORAL. 6. CONIDERAGOES FINAIS 7. REFERENCIAL TEORICO BITTAR, Eduardo Carlos Bianca. Nietzsche: nillismo e genealogia moral. Revista da Faculdade de Direito da Universidade de Sao Paulo, v.98, p. 477 - 501, 2003. FERREIRA, Amauri. Introdugéo a Filosofia de Nietzsche. Escola Némade, 2006, disponivel em < http://www2.uefs.brifilosofia-bv/pdfs/nietzsche_06.odf > Acesso em 12 de maio de 2018. MEDRADO, Alice. O texto natural: sobre a tarefa nietzschiana de ‘retraduzir 0 homem de volta a natureza’. Estudos Nietzsche, Curitiba, v. 5, n. 2, p. 167-188, jul./dez. 2014. NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. A Genealogia da Moral. Tradugdo: Paulo César de Souza, Sao Paulo, Companhia das Letras, 2007. NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. Assim Falou Zaratustra, Tradugao: Carlos Duarte e Anna Duarte, Sao Paulo, Martin Claret, 2014. NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. Aurora. Tradugao: Antonio Carlos Braga, Sao Paulo, Editora Escala, 2013. NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. Creptisculo dos Idolos. Tradugao Edson Bini, Marcio Pugliesi, 5.ed., Rio de Janeiro, Editora Nova Fronteira, 2017. NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. Obras escolhidas. Tradugao: Renato Zwik, Marcelo Backers, Porto Alegre, L&PM, 2016. NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. O Nascimento da Tragédia. Tradugao: Antonio Carlos Braga, Sao Paulo, Editora Escala, 2007. OLIVEIRA, Jelson. A MORAL COMO INTERPRETAGAO: a critica nietzschiana @ moral de rebanho. Revista de Filosofia, Curitiba, v.15 n.16, p. 57-64, jan./jun. 2003.

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