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Série Interview with

a Master
Livro Um
Entrevista com o
Mestre
Jason Luke
Equipe Pegasus
Lançamentos
Envio: Soryu
Tradução: Cartaxo
Revisão Inicial: Gisleine S,
ASilva, Marcela
2ª Revisão Inicial: Carina Pereira
Revisão Final: Iva Incisi
Leitura Final: Luisinha Almeida
Formatação e Layout: Luisinha
Almeida
Sinopse:
É a entrevista como nenhuma outra.

É a entrevista de uma vida.

É a entrevista com um Mestre.

Quando Jonas Noble revela detalhes de sua


vida no mundo do BDSM, o conto que ele
diz é intensamente erótico, profundamente
sensual, e brutalmente honesto.

Este é o Seu mundo. Seu caminho.

Há apenas uma questão que o homem não


vai responder ...
Comentário da
Revisora Carina
Pereira:
Eu não quero contar a história. Eu
acho que o próprio título irá incentivar
as meninas a ler, digamos que não
existem muitos homens a escrever
sobre este assunto e ter uma
perspectiva diferente do que estamos
habituadas é demais... :D Adorei.
RECOMENDO VIVAMENTE! Quero muito
a continuação
Capitulo Um
Ela estava sorrindo, e havia algo presunçoso e orgulhoso em
sua expressão que me irritou. Ela não tinha o direito de estar
sorrindo, e certamente não tinha o direito de estar orgulhosa

— É isso, então?— Eu perguntei sem rodeios. — Isso é tudo


que você quer saber?

A mulher pousou a caneta, olhou novamente para o seu bloco


de notas, e então para mim, parecendo aliviada.

— Eu acho que sim... — disse cuidadosamente.


Acomodando-se na cadeira e cruzando as pernas. — A
menos que haja mais alguma coisa que você me queira dizer.

Olhei para um ponto na parede a uns três centímetros da


sua cabeça.

Algo mais que eu queira dizer? Foda-se, as perguntas que ela


fez eram do tipo que eu esperaria que uma criança fizesse,
não uma jornalista.

— Sr. Noble ...?

— Huh?
A mulher estava me olhando, repentinamente curiosa. As
sobrancelhas franzidas e com uma expressão ansiosa e
insegura.

Ela estava vestindo um largo suéter vermelho com gola


canoa. Era alta e tinha um porte atlético de alguém que nada
ou joga ténis.

Tinha o cabelo loiro curto com as pontas mais claras, fato


que mais uma vez me fez pensar que ela poderia ser
nadadora. Seu nariz era mediano e sua boca esta torcida, o
lábio inferior preso entre os dentes, de forma consternada.
Não usava maquiagem, seus lábios eram rosa - coral –
naturalmente e havia um pontilhado suave de sardas no
nariz.

Ela tirou uma mecha de cabelo do rosto e enfiou-a atrás


da orelha. Foi um gesto claramente nervoso que combinava
perfeitamente com a expressão em seus olhos arregalados.

— Há mais sobre o seu estilo de vida BDSM que meus


leitores devem saber...? - ou algo mais sobre o seu passado?

Sentei-me um pouco mais para a frente no sofá e


suspirei. — Senhorita Fall, as perguntas que me fez foram
superficiais e, francamente imaturas. Eu não sei o que é que
eu disse nos últimos 30 minutos mas o que quer que tenha
sido, foi a mesma coisa que eu disse a milhares de outros
jornalistas ao longo dos últimos cinco anos. Não precisava me
entrevistar para obter essas informações – você teria de ler o
que os outros escreveram sobre mim.
A mulher empalideceu, piscou os olhos e o sorriso
morreu em seus lábios.

Boa.

— Eu imploro seu perdão ...?— ela perguntou em voz


baixa.

Eu me levantei, coloquei as mãos em meus bolsos.

— Você me ouviu — , disse eu. — Enquanto fazia suas


perguntas idiotas, eu estive pensando em você. É a única
razão pela qual ainda está aqui: não cheguei a uma
conclusão sobre você.

Comecei a andar pela sala, cheguei à mesa lateral perto


da porta e acendi um cigarro.

Ela me seguiu com os olhos carrancudos.

— Não chegou a uma conclusão sobre o quê? —


perguntou ela.

Exalei uma anel de fumaça azul para o teto.

— Se você está vestindo lingerie — , eu disse


honestamente. — Eu ainda não descobri. — Vi-a pestanejar
rapidamente, e então uma súbita onde de calor se propagou
através de suas bochechas e pescoço. — E o que você
acharia de uma coleira de couro de submissa em torno de
seu pescoço.

Apaguei o cigarro e me virei em direcção à janela por um


segundo. Lá fora, a luz da tarde estava desaparecendo
rapidamente. Eu podia ver os faróis de um carro distante
fazendo seu caminho ao longo da estrada pela montanha. Me
virei para trás, franzindo a testa:

— Com algumas mulheres, você consegue apenas dizer –


saber – instantaneamente se elas gostam de ser dominadas,
ou não. Quanto a você...? Bem, eu ainda não tenho certeza.

Houve um silêncio atordoador na sala.

Foda-se. Eu gosto de silêncio.

A mulher levantou-se e pegou seu bloco de notas e o


guardou em sua bolsa. Passou os dedos abertos por toda a
extensão de sua coxa para alisar a saia. Ela estava com raiva
agora, não envergonhada, talvez até mesmo indignada.
Ofegante, parecia que estava tendo dificuldades em controlar
a respiração.

— Sr. Noble, eu me ressinto pela sua linguagem — , disse


ela com firmeza. Soou como algo que ela poderia ter dito a
respeito de um assédio sexual no local de trabalho.

Dei de ombros:

— Eu não me importo e a porta está mesmo ali,


senhorita Fall. Por mim você pode sair, ou pode sentar-se e
podemos fazer uma entrevista adequada.

Ela fez uma pausa, como um cervo de repente à frente de


faróis:

— Adequada? — perguntou, desconfiada. — O que você


quer dizer exatamente?
Fui até ao seu lado com três passadas e logo estava perto
dela, perto o suficiente para sentir seu perfume barato e ver o
desconforto e pânico começando a subir em seus olhos.
Olhei, nenhum de nós falou ou se moveu por alguns
segundos.

Ela era mais alta do que eu tinha pensado inicialmente,


com a cabeça acima do nível do meu ombro e longas pernas
esculpidas sob uma saia sensata que roçava o topo dos
joelhos. Sua pequena cintura era estreita, e a forma dos seus
seios sob o tecido solto de sua blusa era como uma grande
promessa.

Estudei-a de perto: não era uma criança, mas sim uma


mulher madura em seus vinte e poucos anos, e por trás de
seu nervosismo ansioso eu sentia que havia uma
determinação subjacente.

Mudei de idéia: ela não era comum, era atraente, mas


não da maneira óbvia com a qual eu estava acostumado. Sua
beleza era muito sutil - como um perfume suave que
permaneceu e teve tempo para ser apreciado.

— Eu quero lhe dar uma entrevista como você nunca


teve.— prometi. — Uma entrevista nunca antes feita. Quero
dizer um grande trabalho, senhorita Fall. Você pode me fazer
qualquer pergunta que quiser, e eu vou dar-lhe a mais pura
verdade. Qualquer dúvida sobre qualquer coisa. — Eu disse
de novo para ter certeza de que ela havia entendido que eu
estava oferecendo a oportunidade da vida de uma jovem
jornalista ambiciosa.
A entrevista com o indescritível e notório Mestre de
BDSM da América, Jonas Noble impulsionaria qualquer
carreira.

Eu vi o instante em que a compreensão a atingiu: seus


ollhos cintilaram - uma deslumbrante fração de segundo de
entendimento.

— E em troca?— ela me perguntou em voz baixa,


cautelosa.

— Simples — , eu disse. Estendendo a mão para ela.


Minha mão em concha sob a pele lisa e macia de seu queixo.
Foi um gesto claramente íntimo, presunçoso e possessivo,
como faço muitas vezes com as mulheres. Sua respiração
ficou presa na garganta e senti todo o seu corpo começar a
tremer.

Olhei em seus olhos e sorri - um dos meus melhores


esforços - um dos meus sorrisos lentos, sensuais, que
começa nos cantos da minha boca e se espalha lentamente
pelo meu rosto até que ele brilha nos meus olhos.

— Em troca, você vai responder às perguntas que eu


tenho sobre você— , eu disse, segurando o sorriso e ainda
olhando em seus olhos. — Para cada coisa que eu te disser,
você tem que me dizer algo sobre si mesma: como uma troca
de segredos e informações.

Ela ficou tensa e endireitou as costas.

— Isso não é justo— , disse.


O sorriso ficou fixo nos meus lábios:

— Eu acho que é— rebati confortavelmente.

— Depois de tudo, você ainda tem a vantagem, senhorita


Fall. Você pode publicar a minha história e eu simplesmente
vou conhecer a sua.

**********************

— Com quantos anos você começou a interessar-se por


BDSM?— Leticia me perguntou.

Tinhamos nos mudado para a sala de estudo que possuia


paredes de madeira escura com cortinas de veludo pesado e
paisagens marítimas antigas como adorno. As cadeiras e o
sofá foram estofados em couro e feitos à mão; ao longo do
assoalho também de madeira polida ficavam empilhados
tapetes persas .Estava ficando escuro então acendi um fogo e
passei um longo tempo olhando para as chamas
bruxuleantes, enquanto o brilho laranja quente iluminava as
paredes e enchia a sala com sombras. Considerei a questão
por um longo tempo.

— Posso te chamar de Letícia?

— Claro— , disse a mulher, ainda aguardando. — Posso


te chamar de Jonas? Ou você prefere ser chamado Mestre
Jonas?— Perguntou com uma pitada de desafio. Eu ignorei.

— Você pode me chamar de Jonas,— eu disse. — Se você


fosse minha submissa, poderia me chamar Mestre. Se você
fosse uma submissa, mas não sob os meus cuidados e
proteção, me chamaria de senhor.

— Isso é algum tipo de regra de BDSM?

— É a minha regra.

Ela fez uma nota disso. Ela rabiscou por alguns


momentos em seu caderno e, em seguida, olhou para mim
com expectativa.

— Tudo bem ... Jonas .... Então, de volta à pergunta


original. Quantos anos você tinha quando você percebeu que
estava interessado em ser um Mestre de BDSM?

Levantei-me e comecei a andar. Faço muito isso,


inclusive, quando estou ditando cartas à minha secretária. É
apenas a maneira que organizo meus pensamentos, eu acho.
Fiquei olhando para o brilho quente reconfortante do fogo e,
em seguida, virei-me de repente.

Eu sabia por onde deveria começar.

— Quando tinha dezoito anos, eu sofri um acidente de


carro — , eu disse. — Foi muito ruim. Eu era um dos
passageiro em um veículo e um de meus amigos estava
dirigindo. Nós estávamos parados em um semáforo e o
motorista do caminhão atrás de nós deve ter dormido ao
volante. Ele bateu na .. traseira do nosso carro. Meu amigo
morreu instantaneamente, e eu fui arremessado pelo pára-
brisa a uns, 20 pés de altura do carro no meio do cruzamento
- ou assim me disseram porque eu não me lembro de nada
do acidente. Fiquei em coma por mais de doze meses.

A mulher ficou de boca aberta. — Doze meses?

Eu balancei a cabeça.

— E, em seguida, mais seis meses de reabilitação antes


de eu ter alta do hospital.

Ela não estava fazendo anotações, estava olhando para


a minha silhueta, enquadrada contra a luz do fogo.

— Meu pai era um dos homens mais ricos da América.


Depois que minha mãe morreu, ele se dedicou ao seu negócio
e fez fortuna. Então, quando eu fui para casa do hospital, ele
arranjou para que eu tivesse um tutor vivendo comigo.
Estava muito atrasado nos estudos, e meu pai tinha
ambições que me formasse em Direito. Bem, o tutor era uma
mulher .

Leticia fez uma cara de realização lenta.

— Foi com essa mulher sua primeira relação sexual?

Eu balancei a cabeça.

— Não— , eu disse. — Mas ela foi meu primeiro encontro


sério.

— E você soube imediatamente com esta tutora que


estava naturalmente interessado em BDSM? — Seu tom era
incrédulo.— Na idade de dezenove anos?
Eu ri e o som reverberou na sala sombria, parecendo
ecoar pelas paredes.

— Não — , eu admiti. — Eu não tinha idéia sobre BDSM,


nem sobre sexo em geral, aprendi muito com essa mulher.
Mas, inicialmente, as lições que aprendi foram de submissão.

Houve uma longa pausa. Eu podia ver a mudança de


expressão de Leticia indo de entendimento a confusão. Ela
balançou a cabeça e fez uma careta.

— Eu acho que não estou entendendo o que está a dizer.

Eu explico-lhe corretamente.

— A minha primeira introdução num relacionamento


sexual de BDSM foi como um submisso relutante com uma
mulher mais velha.

Comecei a andar de novo, os olhos para baixo, com as


mãos enterradas profundamente em meus bolsos, passos
abafados pelo carpete enquanto vasculhava profundamente
as minhas memórias, as imagens ainda claras e frescas em
minha mente depois de quase 16 anos.

— O nome dela era Claire Moreland,— eu disse. —


Tinha vinte e seis anos quando nos conhecemos. Ela se
mudou para uma casa de hóspedes com um quarto na
propriedade de meu pai. Disse que era divorciada. Tinha
longos cabelos ruivos, e os mais incríveis olhos verdes.
Quando ela olhava para mim, era como se ela pudesse ver
através de minha alma.
Leticia levantou uma sobrancelha, mas não disse nada,
e eu fui falando rapidamente, as memórias fluindo na minha
cabeça, como um clipe de imagens passando em uma tela.

— Nós não nos entendemos inicialmente— , eu expliquei.


— Ela era uma mulher dura, que levava a sério seu trabalho
de tutoria. Eu, por outro lado, era um jovem de dezenove
anos de idade, tudo o que eu conseguia pensar era nela. A
maneira como andava, o som do ronronar da sua voz, o
aroma de seu perfume quando se inclinava para mim, e o
volume de seus seios contra blusa. Cada vez que ela se
inclinava sobre mim para ver no que eu estava trabalhando,
percebia o calor da sua coxa contra o meu lado. Ela levava-
me à loucura – e eu tenho a certeza que ela sabia o que
estava fazendo.

— Sério?

Eu balancei a cabeça. — Claire era uma mulher muito


especial — , disse eu abstratamente. — Eu não entendia a
princípio, porque eu era jovem e ingênuo, mas ela tinha uma
energia sexual perversa feroz que começou-se a revelar depois
que ela me pegou.

— Pegou você? Apanhou você fazendo o quê?

Eu sorri com tristeza. — A espionando.

Leticia Fall quase riu. Eu pude ver isso em seus olhos e


o toque de um sorriso no canto dos lábios. E eu suponho que
- agora - era engraçado. Mas, na época ...
— Claire estava morando na propriedade à cerca de três
semanas— , eu expliquei. — E todos os dias nós estudávamos
juntos até o meio da tarde. Quando o estudo era concluído
para o dia, o resto do tempo era dela. Tínhamos uma piscina
na propriedade, e muitas vezes ela nadava algumas voltas
enquanto eu estava fora aprendendo boxe e artes marciais.

Leticia me interrompeu. — Você aprendeu artes


marciais?

Eu fiz uma careta. Uma rajada fria de aborrecimento


agitou meu temperamento. — Sim— , eu disse secamente. —
E boxe. Era parte da minha reabilitação - mas não é parte da
história.

— Sinto muito.

Eu tomei uma respiração profunda. Eu odeio ser


interrompido.

— Um dia eu pulei as aulas de artes marciais e voltei


para casa mais cedo e podia ouvir Claire lá fora. Ela estava
nadando, e fui para a janela da cozinha e observei-a por um
longo tempo. Ela estava usando um biquíni minúsculo e
estava deslumbrante.. - ela tinha uma figura sensacional;
seus seios me fascinavam. Eu não conseguia tirar os olhos
deles - a forma, e o jeito como eles apertavam e pulsavam
cada vez que ela vinha à tona para respirar me deixava louco.
Eu a vi nadar meia dúzia de voltas e depois fui para fora
através da entrada lateral da casa e contornei os jardins. Eu
fui para a casa de hóspedes. Eu tinha uma chave. Entrei e fui
para o banheiro. Ela tinha três prateleiras empilhadas com
loções e poções - cosméticos das mulheres. Tenho certeza que
você sabe o tipo de coisas que eu estou falando.

Leticia assentiu.

Eu parei por um momento e sorri arrependido. — Eu


perfurei um olho mágico através de sua parede do banheiro
— , eu confessei. — E então ele ficou disfarçado atrás de
algumas garrafas de cosméticos. Havia um jardim cerrado ao
lado do prédio. Saí e agachei-me nas sombras, e esperei que
ela terminasse de nadar.

Letícia estava me seguindo com os olhos enquanto eu


me movia ao redor da sala. Voltei para a lareira e fiquei ali
por um momento, perdido em meus pensamentos até que a
ouvi limpar a garganta de forma discreta. Quando me virei ela
estava olhando para mim com sua caneta sobre seu bloco de
notas e uma expressão expectante e curiosa no rosto.
Nenhuma de aprovação, mas de intrigada.

— E ela te pegou?

Eu balancei minha cabeça. — Não. Não da primeira vez.


Mas na tarde seguinte, quando eu voltei para o jardim e
esperei que ela terminasse suas voltas, fiquei surpreso. Ela
nadou normalmente por uma hora. Neste dia, ela estava de
volta, de pé molhada em seu banheiro com uma toalha
enrolada em volta dela, e não tinha passado nem 30 minutos
a estudar durante aquele dia. Eu não percebi nada disso na
época - mas eu não estava pensando, não com o meu cérebro
de qualquer maneira.

— O que aconteceu?— A voz de Letícia foi subitamente


abafada.

Acendi um cigarro, e depois fui para o bar, coloquei gelo


em um copo, e joguei uísque por cima. Eu levantei a garrafa
em um convite silencioso. Leticia balançou a cabeça.

Bebi pensativamente a minha bebida, e abanei os cubos


de gelo até que tilintavam contra os lados do copo.

— Quando ela desembrulhou a toalha, ela ainda tinha


seu biquíni diante. Seus mamilos estavam duros. Lembro-me
claramente. Eram pontos duros contra o tecido brilhante de
seu biquíni e eu engasguei em voz alta e quase fui embora.
Mas ela parecia não ter ouvido. Ela estava cantarolando para
si mesma.

— E então ...?

— E, em seguida, seus quadris começaram a ondular


enquanto ela dançava uma dança erótica lenta. Sua
respiração tornou-se mais e mais rápida. Retrocedeu-se
contra a parede do banheiro e fechou os olhos. Sua cabeça foi
jogada para trás, e ela começou a tocar a si mesma -
deslizando os dedos para cima e para baixo de seu corpo.
Então ela deslizou uma mão para baixo dentro dos fundos do
biquíni e esfregou sua buceta até gemer através de um
orgasmo.
Eu terminei minha bebida de um só gole, enquanto
Leticia ficou olhando fixamente para um ponto na parede
oposta, como se estivesse hipnotizada. Quando ela se mexeu
novamente, houve uma rouquidão em sua voz que eu não
tinha reconhecido antes.

— E então o que aconteceu?

— Ela desapareceu de vista por um longo momento,—


eu expliquei. — Eu ouvi a água do chuveiro ligado. Quando
ela voltou para a minha linha de visão, ela desamarrou o top
do biquíni. Ela ficou na ponta dos pés, com as mãos em
concha sob os seios e beliscou os mamilos até que eles
ficarem como pequenos botões. Fiquei espantado, no quão
grande e firmes os seios eram realmente. Ela ficou
admirando-se no espelho - ia girando para que pudesse ver a
si mesma a partir de todos os ângulos.

— E para que você pudesse ver também.

Eu balancei a cabeça. — Exatamente. Então, ela


desapareceu da minha vista novamente. Pensei que ela
estava no chuveiro. Que eu estava prestes a voltar para a
casa principal, quando algo escuro moveu através do olho
mágico e eu ouvi a voz dela.

— Oh, meu Deus!

Eu balancei a cabeça novamente. Mesmo agora, eu


poderia lembrar exatamente esse momento de pânico e horror
terrível - no momento em que tinha sido descoberto. Isto veio
a mim como um pesadelo revivido, detalhado e com textura.
Lembrei-me do afrontamento, do medo, e, em seguida, uma
sensação de quase desmaio quando todo o sangue era
drenado do meu rosto.

— O que ela disse?— Leticia desdobrou as pernas e


colocou ambos os pés apoiados no chão, inclinando-se com
atenção, com os cotovelos apoiados nos joelhos e segurou o
queixo entre as mãos.

— Ela ficou furiosa— , disse eu. — Ela sussurrou para


mim. Sua voz era baixa. Disse-me para ir para a porta da
frente imediatamente, e se eu não estivesse lá, ia direto para
o meu pai. Ela ameaçou contar tudo a ele.

Leticia engasgou. Sua mão foi para sua boca, roçou o


lábio. — O que você fez?— Ela se inclinou um pouco mais
para a frente na cadeira, e eu peguei um vislumbre da sua
clivagem pálida. A parte superior de seu peito era salpicado
com um traço de luz de sardas, e a pele cremosa acima do
decote de sua blusa estava fortemente comprimida. Desviei o
olhar para encher o meu copo, e coloquei mais dois cubos de
gelo.

— Eu fui para a porta da frente - em uma mistura de


medo e pânico— , eu admiti. — Eu nunca tinha ficado tão
assustado. Isto não era como enfrentar um oponente em uma
luta - este era um tipo totalmente novo de medo. Era um
medo de culpa.

Os olhos de Leticia se agarraram perante os meus, e


então ela começou a sacudir a cabeça percebendo
lentamente. — Mas ela não contou a seu pai, contou? Ela não
disse nada. Ela fez uma armadilha e você pegou, e eu estou
supondo – a partir do que você já me disse - que ela começou
a chantageá-lo.

Eu sorri. Eu levantei meu copo em uma saudação


zombeteira. — Brilhante dedução — , eu disse. — Pois é
exatamente isso que ela fez. Claire me chantageou para sexo.
Ela me usou. Fez-me seu escravo, eu acho. Ao longo das
semanas que se seguiram, ela me obrigou a submeter-me a
todos os seus caprichos ....

Leticia moveu-se em sua cadeira, como se estivesse


tentando ficar mais confortável. Ela mordeu o fim da sua
caneta e eu a olhava, sem dizer nada, mas vendo a
curiosidade queimando em seus olhos.

— O que .... o que aconteceu quando você foi para a


porta da frente da casa de hóspedes?— ela pediu
educadamente, com a voz muito tímida, como se de repente
ela temia que eu poderia negar-lhe o resto da história. — O
que Claire disse para você?

Eu endireitei o meu copo e me afastei do bar. Atravessei


a sala e sentei-me ao lado de Letícia. Nossas coxas
escovando, e eu senti a suavidade quente de sua carne
através do tecido da saia. Ela virou seu corpo para me
encarar. Seus olhos estavam arregalados e luminosos, e havia
um rubor súbito antinatural sobre suas bochechas.
— Antes de irmos adiante, devo avisá-la que as coisas
que eu vou compartilhar com você durante esta entrevista
são muito explícitas. Posso censurar as descrições, ou eu
posso dizer-lhe em detalhes. A escolha é sua. Mas se você
quer a explicação detalhada, em seguida, você deve estar
preparada para a linguagem gráfica. Eu não sou fã do
politicamente correto, então você não pode esperar que eu
fique me desculpando, se seus ouvidos delicados, sensíveis
são ofendidos pela linguagem.

Letícia sentou-se rigidamente, o movimento brusco


pressionou os seios com força contra o tecido de sua camisa
para que a sua forma se tornasse claramente delineada. Ela
juntou as mãos no colo e pareceu principalmente oficiosa. —
Sr. Noble, eu sou uma jornalista freelance totalmente
treinada e experiente. Lido com detalhes. Sua linguagem não
vai me ofender, eu garanto.

Sentei-me de volta, e olhei fixamente para seu rosto por


longos segundos. Ela encontrou meu olhar, e seus olhos
estavam firmes. — Tudo bem— , eu disse. Eu me levantei e
fui até a janela. As cortinas estavam fechadas. Eu afastei-as
uma polegada e olhei para o céu noturno. Aqui nas colinas, a
quilômetros de distância da cidade, o ar de alguma forma
parecia mais claro. Ele era mais evidente durante a noite. Lá
em cima as estrelas cintilavam brilhantes e vivas, um milhão
de luzes piscantes livres do filtro nebuloso de poluição da
cidade.
— Quando eu fui para a porta da frente da casa de
hóspedes Claire estava lá, esperando por mim,— eu disse,
ainda olhando para fora da janela. Eu deixei as cortinas
finalmente e voltei para enfrentar o quarto. Era sombrio. Com
apenas o brilho da lareira, a luz era suave, sombras
escurecendo os cantos e o teto. O rosto de Letícia estava
pálido e branco.

— Ela estava com raiva?

— Ela fingiu estar— , eu disse. — Mas, quando vi o


rosto emoldurado na porta, eu não vi ultraje. Havia um clarão
de triunfo vingativo em seus olhos. Ela parecia um predador.
Era o brilho de seu olhar, e o jeito que ela segurava seu
corpo. Havia aço em sua expressão, mas eu tinha a sensação
de que eu era uma mosca andando em uma teia de aranha
cuidadosamente tecida. E eu estava.

— Ela me acusou de espionagem sobre ela. Eu neguei, é


claro. Ela me deu um tapa no rosto. Ela vestia um roupão,
mas a faixa em torno da cintura dela estava amarrado
frouxamente. Ele se abriu e eu fiquei ali olhando para seus
seios. Ela cobriu-se e me disse para segui-la. Eu fiz. Ela me
levou para o quarto dela e então ela se virou para mim,
tremendo de fúria repentina.

— Ela me disse que estava indo direto para o meu pai, e


depois para a polícia. Isso assustou o inferno fora de mim.
Talvez eu pudesse lidar com a indignação de meu pai, se o
incidente pudesse ser mantido em sigilo, mas o pensamento
de um escândalo familiar - os jornais, a publicidade – era o
que realmente me aterrorizava.

— Ela deu um tapa você?— Leticia perguntou


roucamente.

Eu balancei a cabeça. — Ela me acusou de espionagem


de novo, mas quando eu neguei, eu tentei dizer a ela que eu
tinha notado vazamento de água para o jardim da casa de
hóspedes e eu estava tentando localizar o problema. Ela
riu.— 'Eu sei o que você quer!' ela disse. — Você quer olhar
para minha buceta. Você estava agachado do lado de fora no
chão, pensando em colocar seu pênis dentro de mim!

— O que você disse?— Leticia sussurrou com voz


rouca.

Dei de ombros. — Nada. Eu não tive a chance. De


repente Claire puxou o roupão de seus ombros e deixou-o
cair em torno de seus tornozelos. Ela estava diante de mim,
completamente nua, e ela era requintada. Sua pele era a cor e
a textura de mármore, suas pernas perfeitamente esculpidas.
Ficou ali, com as mãos nos quadris, e eu não podia ajudar,
apenas encará-la. Então ela estendeu a mão e pegou um
punhado de meu cabelo.

— Oh, meu Deus— , eu ouvi Leticia sussurrar, mas eu


não parava de falar. Eu estava no fluxo de recontar os
eventos, e as imagens eram claras e vivas como se tivesse
acontecido ontem.
— Ela caiu de costas na cama e suas coxas se
afasteram. De alguma forma eu senti instintivamente o que
ela queria de mim. Cheguei até os joelhos e ela torceu o
punhado de meu cabelo, mas a raiva desapareceu de repente.
Agora ela estava consumida por algo completamente
diferente.

— Luxuria.

Eu balancei a cabeça novamente. — Estava em sua voz.


Estava de repente sem fôlego. Ela estava deitada de costas na
cama e ela estava ofegante. Ela se contorceu para mais perto
de mim, e então ergueu os quadris. Então ela puxou minha
cabeça para baixo entre as coxas dela e comecei a lamber em
torno de sua buceta até que eu descobri seu clitóris e então
corri minha língua para cima e para baixo sobre a umidade
que estava vazando de dentro dela.

Ouvi Leticia fazer seu próprio pequeno ruído ofegante


repentino. Parecia um grito abafado. Olhei para ela, mas seu
rosto era inexpressivo, mas seus olhos estavam de repente
largos e brilhantes.

— Claire ameaçou contar ao meu pai tudo se eu não a


agradasse. Ela me fez jurar que eu faria qualquer coisa que
ela quisesse. - E então ela veio. Duro.— Eu continuei. —
Seus quadris empurraram e então ela estava se contorcendo
na cama e gemendo. Forçou minha boca apertada contra sua
vagina. Quando ela finalmente soltou meu cabelo, eu cai para
trás e olhei para ela. Tinha os olhos fechados e um sorriso
sonhador em seus lábios. Ela estava esfregando suavemente
os mamilos. Tinha o suco dela em todo o meu queixo. Fui
para limpá-lo, mas ela se sentou de repente na borda da
cama, com as pernas ainda espalhadas afastadas, e então ela
segurou meu rosto com as mãos e inclinou-se para frente. Eu
pensei que ela ia me beijar, — Eu dei de ombros.— Ela não
fez. Ela lambeu seu próprio suco do meu queixo e lábios, e fez
um satisfeito miado soando como um gatinho.

Vi Leticia seguir em frente na cadeira, deslocando seu


peso e re-cruzando as pernas. Em seguida, ela se abaixou em
sua bolsa e pegou um novo bloco de notas.

— Você quer que eu ligue a luz?— Eu perguntei.

— Não— , ela disse rapidamente.

Eu hesitei. — Certamente você não pode ver o que você


está escrevendo neste escuridão.

— Eu estou bem— , ela insistiu. Quando ela se inclinou


para frente, o cabelo ondulado balançava com o movimento
de seu corpo. Com a parte de trás da sua mão roçou-o longe
de seus olhos, em seguida, olhou para mim, sorrindo. Havia
uma sensação de distância sobre ela agora - como se sua
atenção estava à deriva, seu foco vacilando.

— Você está cansada?— Eu perguntei. — Nós


estivemos conversando por um bom tempo.

Letícia olhou para seu relógio de pulso, de repente, e


engasgou com o choque. — Oh, o inferno— , disse ela. —
Essa é realmente a hora?
Eu balancei a cabeça. — Talvez devêssemos terminar
por hoje? Nós podemos sempre continuar outra hora.

— Não!— ela disse novamente, desta vez com mais


urgência, e, em seguida, suavizou seu tom. — Ainda não, por
favor. Eu só preciso ouvir o fim do que aconteceu. Eu...eu
odeio ter minhas notas e registros fragmentados e
desorganizados.

Eu não disse nada. Dei de ombros. Tempo não fazia


diferença para mim. Eu não tinha reuniões até à próxima
semana.

Eu suspirei. — Onde estávamos?

— Quarto de Claire,— Leticia me lembrou. — Ela tinha


acabado de ter um orgasmo.

Eu balancei a cabeça. — Sim, e então ela estava


lambendo meu rosto. Eu não sabia o que fazer. Eu só deixei-
a. Pensei que seria o fim de tudo, mas ela me fez ficar de pé.
'Mostre-me seu pênis,' ela disse. Eu fiquei de pé. Eu estava
duro. Ela ficou ao meu lado e me beijou.

Fiz uma pausa, lembrando-me daquele momento. Foi a


primeira vez que eu tinha beijado uma mulher real. Eu tinha
beijado meninas da minha idade antes, mas não uma mulher
como Claire.

— Sua língua deslizou dentro da minha boca— , eu


disse. — E foi a fantasia mais dolorosamente erótica que eu
poderia ter imaginado. Ela me chocou. Senti-a a torcer e
deslizante. Ela chupou meus lábios, me provocando e me
incitando para que, quando eu senti a mão estender e
esfregar meu pau através minha calça, eu estava perto de
erupção.

— E isso te surpreendeu?— Leticia meditou em voz


baixa.

Eu não olhei para ela, eu estava perdido no passado,


revivendo um momento divisor de águas na minha vida mais
jovem. Finalmente eu me despertei.

— Eu me envergonhei, na verdade,— eu admiti. — Ela


deslizou uma mão debaixo da minha t-shirt e passou as
unhas no meu peito. Era como ser arranhado por um gato
selvagem. Tentei recuar para longe, mas ela desabotoou
minha calça e segurou a minha dureza em sua outra mão.
Tudo estava acontecendo ao mesmo tempo. Tive a língua,
deslizando dentro da minha boca, e seus dedos cortando meu
peito. Então eu tinha a sua outra mão em volta do meu pau,
me acariciando, meus sentidos estavam cambaleando.

Leticia moveu, estendeu suas costas, então cruzou e re-


cruzou as pernas novamente. Ela se inclinou para a frente,
me olhando atentamente, parecendo pendurada em cada
palavra, o bloco de notas no colo e a caneta na mão
esquecida.

— Ela tirou minha t-shirt fora e lambeu o sangue dos


arranhões— eu expliquei. — Então ela me levou em suas
mãos e me acariciou. Deus, eu estava tão duro. Eu estava
tremendo. Senti minhas pernas tremendo, e todo o tempo que
ela estava de pé ao meu lado, rosnando para mim e me
dizendo o quão mal eu estava para espioná-la e como eu
deveria ser punido. Ela ficava me dizendo que ela iria dizer ao
meu pai tudo se eu não a obdecesse. Então ela me disse para
vir. E eu fiz. Em todo o lado. Ela me jogou sobre a cama e, em
seguida, meus joelhos viraram geléia e tudo no quarto
começou a girar.

Senti-me de repente drenado. A re-narração daquela


pela primeira vez com Claire há tanto tempo me deixou
cansado. Minha garganta estava áspera. Virei-me para a
cadeira vazia mais próxima da lareira, sentei-me nela, e olhei
para as chamas.

— É tarde— , eu suspirei. — Isto chega para esta noite.


Eu já lhe disse tudo sobre esse primeiro encontro, e eu tenho
sido honesto. Nós vamos continuar por mais uma noite se
você gostar de ouvir mais.

Houve um longo silêncio. Quando me virei, Leticia


estava de pé ao lado do sofá com sua bolsa pendurada no
ombro. — Amanhã à noite? Você está livre?

Eu balancei a cabeça. — Amanhã à noite. Na sua casa.

Ela hesitou e eu vi o jogo conflituoso em seu rosto e em


seus olhos.

— Tudo bem...— ela disse com cautela e lentidão,


talvez sentindo que eu estava testando-a. — Eu vou te dar o
endereço. — Ela cavou em sua bolsa novamente. Estendi a
mão para o pulso dela para impedi-la. Sua pele era quente e
macia, os dedos longos e delicados, os dedos de um pianista
ou um artista.

— Eu sei onde você mora, Leticia. Tive uma das minhas


pessoas achando a informação muito antes que você viesse
aqui hoje.

Leticia congelou, como se talvez ela não conseguia se


decidir se devia se sentir ultrajada ou impressionada com a
minha atenção a tais detalhes. Ela olhou para o meu rosto
com uma especulação em silêncio em seus olhos. No final, ela
apenas balançou a cabeça.

— Sete horas?

Ela pensou por um segundo. — Eu tenho uma


entrevista com um comandante rebocador amanhã. Eu não
vou estar em casa até as seis, pelo menos. Se você está
esperando para ser alimentado por sua história, teremos que
marcar as oito. Eu sou uma cozinheira lenta, e não muito
boa.

— Vamos fazer as sete— , eu disse. — Eu vou cuidar


dos arranjos.

Ela levantou uma sobrancelha, e depois sorriu. — Sete


então.— Quando ela sorriu, todo o seu rosto se iluminou.
Seus traços suavizaram e ela parecia brilhar com saúde e
energia vital. Eu gostava muito de seu sorriso.
Levei-a para a porta da frente e no hall de entrada, ela
virou-se rapidamente de volta para me encarar. Ela estava
corando e ela baixou os olhos e, em seguida, levantou o rosto
para o meu.

— Você estava pensando sobre alguma coisa mais cedo


esta noite, Sr. Noble. A resposta é: — Sim. Todos os dias.

Ela se afastou, dançava levemente para baixo os passos,


a bolsa balançando contra seu lado. Observei-a por todo o
caminho até o carro e, em seguida, fechei a porta
silenciosamente.

'Sim' e 'Todos os dias?

Eu fiz uma careta, olhei para o espaço por um


momento, e então de repente sorri.

Lingerie!

*********************

— Você vai estar de volta mais tarde?— Trigg me


perguntou.

— Eu não sei — , eu disse. Eu ensaboava meu queixo e


me olhei no espelho do banheiro. O rosto refletido de volta
para mim estava bronzeado, com cabelo escuro que enrolava
na gola da minha camisa. Olhos castanhos e uma boca que
não estava acostumada a sorrir.

— Você vai estar contactável?


Eu balancei a cabeça, inclinei o rosto para um lado e
puxei a navalha no meu rosto, deixando a pele lisa e marrom.
Por um longo momento, o único som na sala era o raspar da
navalha contra restolho. Trigg olhou para mim no espelho e
eu peguei sua expressão de mau humor no reflexo.

Eu não disse mais nada. Finalmente, ela saiu da sala,


tomando medidas semelhantes de negócios nítidas,
parecendo cerdas com a tensão silenciosa.

Eu sorri.
Capitulo Dois
Virei meu pulso para captar a luz e verifiquei meu
relógio. Era 17:30. O carro estava puxando para o meio-fio
em frente ao complexo de apartamentos. Eu me inclinei para
a frente e dei ao meu motorista um toque no ombro.

— Bem na hora, Tiny— , eu disse. Ele abriu um enorme


sorriso para mim no espelho retrovisor. Ele era um grande
homem com braços musculosos maciçamente. — Finalizar os
arranjos de jantar para sete - exatamente como eu planejei,
ok?

Ele acenou com a cabeça. — É isso aí, Mr. Noble.

O porteiro do lado de fora do prédio atravessou a


calçada para abrir minha porta.

— Boa noite, Sr. Noble,— o homem idoso balançou a


cabeça, seu tom educado e respeitoso. — É bom vê-lo
novamente.

— Olá, Hector. Como estão as coisas?

— Calmas, senhor— , ele sorriu. — Do jeito que eu


gosto.

Hector abriu o caminho para o saguão em um ritmo


digno, e um guarda de segurança estava lá para me conhecer.
Ele estava vestindo uma camisa de uniforme bege e calça
preta. Ele esperou por mim com as pernas apoiadas,
polegares escondidos atrás da pulseira de couro grosso de
seu cinto.

— Boa tarde, Sr. Noble.

Eu balancei a cabeça. — Será que ela ainda não chegou


em casa?

— Não, senhor.

— Muito bom.

Subimos no elevador para o terceiro andar e eu segui o


guarda ao longo de uma passagem decorada com bom gosto.
Havia gravuras emolduradas nas paredes e iluminação
discreta embutida no teto. O carpete era grosso: não luxuoso,
mas não barato. O guarda parou do lado de fora do
apartamento número 312 e soltou um grande anel de bronze
do cinto, grosso com os conjuntos de chaves estridentes em
cada tamanho e forma. Ele folheou as chaves até que ele
tinha a certa, abriu a porta para mim, e então se afastou.

Parei na entrada do apartamento escurecido por um


momento, e então me virei para ele. — Você tem o número do
meu celular?

— Sim, senhor.

— Chame-me quando ela chegar lá embaixo.

— Sim, senhor.
*******************

O apartamento de Letícia Fall era sombrio. O último dos


raios do sol desapareceu por trás das montanhas distantes,
deixando o mundo em crepúsculo.

Eu entrei em sua sala de estar e vi duas cadeiras de


encosto reto aninhadas em torno de uma pequena mesa. Eu
carreguei uma das cadeiras até o quarto.

As cortinas estavam abertas, a sala cheia de uma meia-


luz estranha. Seu quarto tinha cheiro de incenso e lavanda.
Apenas dentro da porta estava um armário grande embutido,
e no centro do quarto estava uma cama de casal com uma
pequena cômoda ao lado da cabeceira da cama. Eu defini a
cadeira em frente à cômoda, de frente para a porta do quarto
aberta, e me sentei.

Eu não acho que eu teria de esperar muito.

Meu celular tocou poucos minutos depois. Era a voz do


guarda de segurança. Ele estava sussurrando, como se ele
fosse parte de alguma missão secreta. Eu sorri. Eu devia ter-
lhe dado um nome de código como Red Fox ou White Eagle.
Agradeci e desliguei. Momentos depois, ouvi a porta da frente
do apartamento abrir e, em seguida, bater fechada.

Ouvi Leticia descer o corredor em um turbilhão de


juramentos murmurados e sons abafados, como um mini
redemoinho. Algo bateu contra uma parede - Eu acho que ela
estava chutando os sapatos - e então ela engasgou. — Droga!
Ela invadiu o quarto e abriu a porta de correr do
armário aberta.

Sentei-me em silêncio.

Leticia caçava pela longa prateleira de roupas. Ela


balançou a cabeça de um lado para o outro, a definição da
cascata loira de seu cabelo balançando, e, em seguida, puxou
os botões de sua blusa. Ela estava de costas para mim. A
seda macia deslizou sobre seus ombros e eu podia ver a pele
brilhante de suas costas e as tiras brancas duras de seu
sutiã.

Ela chegou por trás dela e ao som de um zíper sendo


abaixado foi surpreendente alto no silêncio. Ela se contorceu
e mexeu os quadris como uma dançarina, e a saia que ela
usava deslizou em torno de seus tornozelos.

Ela ficou na ponta dos pés, olhando nos recessos


sombrios de seu armário. Eu podia ver os planos tonificados
firmes de sua cintura estreita, o inchaço feminino dos
quadris, e o aperto de seu traseiro. Eu podia ver o contorno
de suas pernas esculpidas longas e o padrão da renda
tentadora de sua calcinha branca pura.

— Boa noite,— eu disse.

Leticia ganiu e girou, com os olhos arregalados de


choque e medo. Instintivamente suas mãos voaram para
cobrir-se. Ela encolheu-se na meia-luz, caçando sombras
descontroladamente até que viu a minha silhueta sentada ao
lado da janela, por fim.
— Quem diabos...?

— Sou eu— , eu disse calmamente. — É Jonah Noble.


Não há necessidade de se assustar.

— Não há necessidade de...?— Medo transformou-se


em indignação, seu humor mudou em um instante,
explodindo como uma tempestade de verão. — Você entrou
no meu apartamento?— O tom de sua voz era horrorizado.

Eu estava sentado com as pernas cruzadas,


perfeitamente relaxado, com as mãos descansando
casualmente sobre os braços. Eu não me movi.

— Não— , eu disse. — O segurança me deixou entrar.

— O quê?— ela estava incrédula e descrente. — Ele te


deixou entrar?

— Certo.

— Você...você...subornou o homem?

— Não— , eu sorri preguiçosamente. — Sou o dono do


edifício.

Ela balançou a cabeça e, em seguida, raspou os dedos


pelo cabelo. Ela estava tremendo com as sequelas de seu
medo, e sua respiração era irregular. Ela começou a dizer
outra coisa, então percebi que ela estava semi-nua na minha
frente, vestindo nada mais do que um sutiã de renda e um
pequeno par de calcinhas transparentes.
Ela pegou em um roupão pendurado atrás da porta do
quarto e se enrolou nele.

— Você não vai me machucar, não é?— Sua voz caiu e


tornou-se de repente hesitante. Sua respiração era curta e
rápida, como se ela tivesse corrido um lance de escadas.

Sorri esfaimadamente. — Não, a menos que você


gostaria que eu o fizesse.

Ela engasgou. — O que você quer dizer com isso?

— É apenas uma brincadeira BDSM,— Eu dei de


ombros sem constrangimento. — Isso é tudo. Você está
perfeitamente segura, eu garanto.

Leticia bufou e sua expressão tornou-se incrédula mais


uma vez. — Relaxar? Você é de verdade? Você entrou no meu
apartamento.

— Sou o dono do apartamento,— eu a corrigi. — Esta é


apenas uma inspeção de rotina.

— Inspecção? Seu filho da puta. Estou aqui quase nua!

— Sim— , eu disse com admiração. — Mas apenas


metade nua. Que eu poderia ter esperado...

Eu vim para fora da cadeira lentamente. Atravessei a


sala. Leticia se afastou como um animal da floresta tímido.
Eu estendi minha mão e mantive a minha voz suave e
calmante.
— Me desculpe se eu a assustei— , eu disse. — Mas eu
queria uma prova de que você estava sendo tão sincera
comigo como eu fui com você.

A respiração de Leticia acelerou quando me aproximei.


Parei quando estávamos apenas centímetros de distância

Tão perto que quase podia ouvir seu coração batendo


dentro da gaiola de seu peito e sentir as ondulações dos
tremores por todo o corpo. O espaço entre nós parecia
formigar com eletricidade. Estava escuro lá fora agora. O
rosto de Letícia virado para o meu, seus lábios entreabertos,
brilhando macios e úmidos.

Ela engoliu em seco. Seus olhos procuraram os meus.

— Prova?

Eu balancei a cabeça. — A lingerie.— Abaixei e toquei o


copo de renda do sutiã com a ponta do meu dedo. — Se você
tivesse se despido e vestisse roupas de baixo de algodão, eu
sei que você mentiu para mim enquanto você estava saindo
da minha casa ontem à noite. Você disse que usava lingerie
todos os dias.

Leticia estava apoiada contra o armário. Inclinei-me um


centímetro mais perto. Eu podia sentir o cheiro de seu
perfume e sentir o seu nervosismo.

Ela engoliu em seco, e então sua expressão mudou


novamente. Seus olhos perderam a atordoada, névoa de vidro
e tornou-se clara e nítida mais uma vez.
— Graças a Deus— , disse ela. Sua voz era uma
rouquidão instável, mas apenas por um segundo. — Eu estou
feliz que eu não te disse que eu tinha perfurado mamilos e fui
depilada em toda parte.

*******************

Deixei Leticia sozinha para se trocar. Ela veio de seu


quarto dez minutos depois usando uma t-shirt e jeans
desbotados. Eu notei que ela tinha retocado até a maquiagem
e escovado os cabelos. Sentamos em frente ao outro na
pequena mesa de jantar. Ela folheou seu caderno para uma
página em branco e colocou-o sobre a mesa entre nós. Letícia
olhou para mim - a tempestade de indignação não tinha
passado. Eu podia ver gavinhas de raiva em seus olhos
apertados, como persistentes de fumaça após um incêndio.

— Você não tinha o direito de invadir meu o


apartamento— , disse ela, e havia uma restrição apertada
pela forma como ela disse essas palavras, como se quisesse
dizer mais, mas estava segurando seu temperamento sob
controle.

— Como eu disse,— eu respondi. — Sou o dono do


edifício.

Ela balançou a cabeça. — Isso faz de você um


proprietário, Sr. Noble, e os inquilinos têm direitos. Você pode
chamá-lo de uma inspeção de rotina e você pode
desconsiderá-lo, mas eu não posso. Você entrou no meu
apartamento— , disse Leticia novamente.
Eu me empurrei para longe da mesa e começei a
levantar-me. Eu não preciso dessa merda. Eu não precisava
de uma palestra de uma menina molhada atrás das orelhas.
Havia muitos outros jornalistas que gostariam da história -
então eu me toquei.

Ok, ela tem um ponto. Você realmente invadiu o


apartamento dela, e você não tinha o direito. Só peça
desculpas, e deixe de ser um idiota, Noble. Há coisas mais
importantes para se preocupar no momento que seu orgulho
ferido porque a menina ficou ofendida.

Eu suspirei. — Sinto muito— , eu disse. Eu quis dizer


isso. Ela deve ter compreendido a minha sinceridade. Ela fez
uma coisa com a boca como se estivesse tentando decidir se
aceitava ou não o meu pedido de desculpas, e então ela
balançou a cabeça lentamente.

— Aceito— , disse ela gravemente, como se estivéssemos


a negociar um tratado de paz sobre a mesa. As formalidades
passadas, Letícia parecia deixar a tensão ir de seu corpo por
último, e sacudiu as nuvens escuras que haviam ficado sobre
o apartamento. Ela sorriu de repente, um pequeno gesto
tímido, quase como uma oferta de paz.

— Eu não tenho sido capaz de parar de pensar na noite


passada, Sr. Nobre— , disse ela. — Eu estive distraída
durante todo o dia. A história que você começou a me contar
foi jogando mais e mais em minha mente. Eu ainda não
consigo acreditar como descarada Claire era.
— O que eu lhe disse até agora é apenas o começo da
história. Eu lhe asseguro, o melhor ainda está por vir.

Seus olhos se arregalaram um pouco. Ela pareceu


hesitar por um instante, como se estivesse escolhendo as
palavras seguintes com cuidado.

— Sr. Noble...

Sorri brevemente. — Me chame de Jonas,— eu insisti.


— Apenas os meus funcionários me chamam de 'Sr. Noble.
Todo mundo me chame de Jonas, ou Sir.

Leticia assentiu, depois tornou-se curiosa. — Eu pensei


que o seu submisso chamaria você de Mestre? Ontem à noite
você disse...

Cortei-a novamente. — Eu não tenho um submisso - no


momento.

— Ah. Isso é interessante.— Ela escreveu em seu


caderno. — Por que não?

Dei de ombros. — Submissos não são escravos, Leticia.


Um escravo é alguém que você obedece em todas as coisas,
porque eles não têm escolha. De uma forma ou de outra, eles
são propriedade do Mestre. Eles não têm voz. Eles não têm
direitos. Mas um submisso é muito diferente. Uma submissa
pode optar por deixar o relacionamento a qualquer momento,
e um relacionamento submisso-Master é muito mais de
partilha constante. É como a maioria dos outros
relacionamentos, mesmo que a dinâmica pode parecer
diferente para um observador externo.

— Você quer dizer que alguém como eu?

— Eu quero dizer alguém que não entende o estilo de


vida— , disse eu.

— Eu gostaria de saber mais...

Eu sorri levemente e balancei a cabeça. — Ainda não.


'Do ut des' Leticia.

Ela franziu o cenho.

— É um termo em latim— , eu expliquei. — Significa 'eu


dou aquilo que você pode receber. É a sua vez de responder
às minhas perguntas sobre você. Esse foi o acordo, não é?
Nosso negócio é baseado no princípio da reciprocidade.

Leticia assentiu com cautela repentina. — Sim— , ela


disse.

Levantei-me da mesa e dei de ombros fora de minha


jaqueta. Larguei-a sobre o encosto da cadeira e começei a
andar pela sala pequena.

— Você passou toda a sua vida em uma pequena


cidade, em seguida, há dez meses, de repente você deixou e
se mudou aqui para a cidade. Por que?

Leticia suspirou com resignação. — Se você sabe muito


sobre mim, Sr. Noble, então você já sabe a resposta para sua
pergunta.
Eu balancei minha cabeça. — Eu quero ouvir isso de
você. Eu quero ouvir a verdade, Leticia. E me chame de
Jonas, ou me chame de senhor, se você se sentir mais
confortável. Pare de me chamar Sr. Noble. Isso me faz sentir
velho, e eu sou apenas dez anos mais velho do que você.

Leticia sentou-se mais para a frente em sua cadeira,


apoiou os braços sobre a mesa. Ela olhou para as suas mãos,
e, em seguida, olhou para cima, com os olhos cheio de
nuvens escuras e dor distante.

— Deixei meu namorado— , disse ela em voz baixa. —


Nós tínhamos sido namorados na escola. Eu estive com ele
desde os dezesseis anos. Seu nome era Dwayne, e nós
estivemos juntos por oito anos, vivendo e trabalhando em
uma cidade pequena. Eu estava fazendo um trabalho de
garçonete enquanto estudava para me tornar jornalista. De
qualquer forma, — ela suspirou,— Um dia, cerca de um ano
atrás, de repente eu tive ―um momento‖.

— Um momento?

Ela assentiu com a cabeça. — Eu não posso explicá-lo


exatamente. Foi apenas um momento em que de repente eu
olhei em minha vida e vi do lado de fora. Vi-o por aquilo que
ele realmente era, não o que eu pensava que era.

— E o que era? Sério?

— Era chato— , disse Letícia. — Era a vida de minha


mãe que estava sendo repetida. Eu podia ver os próximos
quarenta ou cinquenta anos que se estendiam para fora ante
mim a cada dia o mesmo que o anterior. Uma menina de
cidade pequena que morreu uma mulher de cidade pequena.
A realidade me assustou. E assustou a vida em mim.

— Como assim?

Letícia estava apertando e apertando os dedos com a


ansiedade. — Quero dizer que me fez tomar uma atitude.
Uma semana depois, fiz as malas e mudei-me para a cidade.
Candidatei-me a um estágio com um dos jornais locais e tem
uma experiência de doze meses.

Eu fiz uma careta. — Por que Dwayne não veio com


você?

Leticia fez uma cara de brava. — Porque eu o deixei— ,


disse ela. — Eu terminei o relacionamento.

— Só isso? Depois de oito anos de felicidade?

— Depois de oito anos— , disse Letícia. — Mas não era


toda a felicidade.

— Será que ele traiu você?

Ela balançou a cabeça, como a sugestão era


absolutamente ridícula. — Não— , ela disse com tristeza. —
Foi ainda pior do que isso. Ele me entediava.

— Eu vejo... no quarto?

— Em todos os sentidos— , disse Letícia, em seguida,


apressou-se rapidamente, sentindo-se de repente a
necessidade de justificar-se. — Dwayne era parte do
problema. Ele fazia parte da síndrome de cidade pequena. Ele
não queria outra vida. Ele não tinha expectativas de nada
melhor do que o que ele estava confortável. Ele não tinha
nenhuma ambição. Nenhum fogo ou o desejo de conseguir
qualquer coisa. Eu estava sufocando.

Ela olhou para mim. Os olhos dela eram luminosos com


lágrimas não derramadas ela estava lutando arduamente
para segurar.

— Você se sente culpada? Por ter deixando Dwayne?

— Às vezes— , disse ela, e acrescentou rapidamente e


com firmeza. — Mas eu não me arrependo. Fiz o que era certo
para mim. O que eu precisava fazer. Você pode entender
isso?— Seu rosto estava pálido e sério e sua voz cheia de
recurso.

Eu balancei a cabeça e olhei fixamente para ela. — Você


ainda fala com Dwayne?

Ela balançou a cabeça, e uma única lágrima rolou a


pele macia de sua bochecha. — Ele está morto— , ela disse
baixinho, com a voz embargada pela emoção. — Ele morreu
em um acidente de carro no inverno passado. Voltei para o
seu funeral, e deixei a cidade no dia seguinte. Eu não voltei
de novo.

Eu parei de andar. Eu estava em pé na porta da frente


do apartamento. Eu me virei. Era difícil ver a sua dor.
Quando me virei ela tinha os braços em torno de si mesma,
como se estivesse com frio.
Ela olhou para a mesa, mas seus olhos estavam vagos.
O silêncio na sala era pesado, mas como eu disse antes, eu
me sinto confortável com o silêncio. Eu deixei-o esticar por
longos minutos até que Leticia parecia despertar. Ela pegou
lágrima suspensa em seu rosto e, em seguida, enxugou os
olhos. Ela piscou para mim, os cílios longos brilhantes e
úmidos, e depois deu um suspiro trêmulo profundo.

— Do ut des— , disse ela, mutilando a pronúncia. — Eu


quero saber o que aconteceu depois com Claire. Você disse
que seu relacionamento durou várias semanas.

— Isso é certo.

Ela me pegou desprevenido, e ganhou minha admiração


relutante. Ela era difícil. A vontade de ferro de sua natureza
que eu suspeitava estava logo abaixo do exterior suave
feminino, estava lá agora na forma como ela lidou com as
feridas e cicatrizes de seu passado e foi capaz de seguir em
frente - ainda funcionando.

Touché senhorita Fall.

— Eu fui para trás sobre minhas notas hoje— , disse


ela. — Você também disse inicialmente que suas experiências
foram como um submisso Assim como o seu relacionamento
com essa mulher mudou - em caso afirmativo, quando e
como exatamente?

Eu comecei a andar de novo e minha mente abriu


através das memórias, até que eu estava de volta na
propriedade do meu pai durante o verão, com Claire.
Lembrei-me do cheiro de seu perfume e a sensação de seu
corpo. Lembrei-me do som de sua voz, e a maneira como seu
corpo se contorcia nas garras do orgasmo. E eu me lembrei
daquelas primeiras semanas intensas que compartilhamos, a
loucura e a paixão perigosa dela.

Eu respirei fundo e afrouxei o nó da minha gravata.

— Eu fui para a casa de hóspedes todas as noites— , eu


disse, — e durante o dia, quando ela estava me tutoriando,
ela tornou-se mais ousada e imprudente. Era como se a
emoção e o risco fosse intoxicante para ela. Eu não sei se
sentiu quase como um tabu incestuoso, porque eu era muito
mais jovem e tão inexperiente, ou se era apenas a emoção
que todas as mulheres mais velhas se sentiriam na mesma
situação - mas ela rapidamente se tornou mais agressiva e
mais exigente — , disse eu.

— De que maneira? Certamente, enquanto você estava


estudando o seu pai estaria nas proximidades.

Eu balancei a cabeça. — Ele sempre esteve,— eu disse.


— E nós tinhamos uma governanta e um homem idoso
chamado Oliver que cuidava dos jardins. Não havia lugar
seguro durante o dia, mas isso não a impediu.

Fiz uma pausa. Letícia estava inclinada sobre seu bloco


de notas. Ela olhou para mim, caneta pronta.

— Ela esfregava-se contra mim como um gato, ou


inclinava-se tão perto sobre o meu ombro que eu podia sentir
os seios dela contra as minhas costas. Ela parou de usar
sutiã, e começou a usar saias curtas. Eu trabalhava em uma
mesa velha de meu pai usada uma vez, e o estudo era feito
em um quarto no primeiro andar. Um dia, depois de cerca de
um semana, ela entrou e trancou a porta. Seu rosto estava
vermelho, ela estava tremendo com alguma emoção nova. Ela
empoleirou-se no canto da mesa e olhou para mim, seus
olhos brilhando com maldade, com a boca quase torcida em
um sorriso de escárnio. Ela amarrotou a saia em torno de
suas coxas. Ela não estava usando calcinha. Sua vagina
estava brilhando com a umidade de sua excitação, e
enquanto eu observava, deslizou um de seus dedos
profundamente dentro de si mesma e soltou um longo
gemido. Ela chupou o gosto em sua boca, e então começou a
ofegar entrecortada, como se ela estivesse à beira de chegar.

— Eu desci diante dela e segurei os joelhos bem


separados com as mãos Ela alastrou para o outro lado da
mesa e começou a balançar seus quadris. Minha língua
estalou em seu clitóris, e depois eu chupava-o suavemente
entre meus lábios Ele estava latejando...- pulsando. Claire
começou a gemer, e o som de sua voz tornou-se tão alto que
eu comecei a entrar em pânico pelo que meu pai faria se nos
ouvisse. Tentei recuar, mas ela apoiou-se nos cotovelos. —
Não se atreva!— ela sussurrou para mim, e havia veneno em
seus olhos.

— O que você fez?


Dei de ombros. — Eu fiz o que ela queria— , eu disse
simplesmente. — Eu não tive escolha. Lambi sua buceta, e
poucos momentos depois, ela veio na minha língua.

— E ninguém ouviu?

Eu balancei minha cabeça. — Mas isso foi como um


sinal de alarme. Comecei a perceber que era apenas uma
questão de tempo.— Sorri de repente. — Não me entenda
mal. Eu estava no céu. As coisas que eu aprendi com Claire
eram a fantasia de todo jovem. Ela era sexy, ela era
apaixonada, e ela estava em carne viva e intensa. Mas ela
tinha uma raia imprudente auto-destrutiva que me
apavorava. Ela era viciada em sexo. Como eu disse ontem à
noite, eu não podia dar ao luxo de arrastar o nome de família
por meio de um escândalo. Eu queria o sexo. Eu queria dia e
noite. Eu não podia ter o suficiente de Claire - até mesmo
suas torções perversas - mas eu sabia que não poderia estar
em seus termos. Eu tinha que ter o controle. Eu tinha que
encontrar uma maneira de retomar o poder.

— E você fez, certo?

— Eventualmente, mas não imediatamente. Eu ainda


era virgem. Para a primeira semana ou assim que eu fui para
o quarto todas as noites e passei horas e horas satisfazendo-a
com a minha boca. Ela vinha-se contorcendo, gemendo de
explosão, e depois de quinze minutos ela insistia que eu o
fizesse novamente. Ao final de cada noite, quando ela estava
tão satisfeita de orgasmos que seus braços e pernas eram
como geléia, ela me faria ficar diante dela e ela iria acariciar
meu pau. Às vezes ela inclinva-se perto e lambia os lábios,
como se estivesse prestes a me levar em sua boca - e então
ela recuava e ria. Outras vezes, ela era áspera com as mãos.
Quando eu estava perto da borda, ela juntava seus seis e
apresentava-os para mim como dois travesseiros macios e
leitosos que eu iria jogar a cabeça para trás e vir sobre os
mamilos. Mas isso era tudo. A primeira vez que fiz sexo foi
quando meu pai partiu para uma viagem de negócios de fim
de semana - e que foi duas semanas depois que ela me pegou
espiando-a através do olho mágico.

— Conte-me sobre essa noite,— Letícia perguntou com


um surto repentino de interesse que me assustou. — Você
sabia que isso ia acontecer? Ela disse alguma coisa para você
naquele dia? Por que demorou tanto tempo, se ela era tão
viciada em sexo?

Eu balancei minha cabeça novamente, e olhei para o


teto. — Em retrospecto, eu percebi que para Claire, a
verdadeira emoção era a caça. Ela era uma predadora. Ela
era um gato brincando com um rato Ela estava brincando
com ela mesma-... não eu. Ela estava desenhando o
momento, e torturando-se com a antecipação excruciante. —
Dei de ombros. Foi a melhor explicação que eu poderia-lhe
dar.

— Então você foi para a casa de hóspedes como


qualquer outra noite ...?

— Uhuh. Eu só percebi que algo estava diferente


quando Claire abriu a porta. Ela drapeou-se na soleira da
porta, seus quadris inclinados em um ângulo encantador, e
ela estava vestindo apenas uma calcinha de renda. Ela estava
suando. Sua pele brilhava e cintilava, e havia um brilho de
suor úmido entre a fenda dos seios. Ela me pegou pela mão e
me levou para o quarto. Estava escuro. Ela tinha acendido
velas. Fiquei ali em um estado de confusão cauteloso e então
ela se virou para mim e sorriu. 'Isto é para você', disse ela.
Então, ela caiu de joelhos diante de mim e desabotoou minha
calça jeans. Eu não sabia o que fazer. Fiquei ali enquanto ela
me levou em sua mãos e me acariciou. Seu toque era gentil, e
provocante. Fechei os olhos e senti o calor de seus lábios
quando ela me levou em sua boca.

— Essa foi a primeira vez que ela fez isso por você?

Eu balancei a cabeça. — Foi incrível eu senti essa


sensação como uma vertigem tonta... Uma sensação que não
consigo descrever. Olhei para baixo e Claire estava olhando
de volta nos meus olhos. Ela tinha o meu comprimento no
fundo de sua boca, e seus lábios se desenhavam para trás e
para a frente, enquanto ela balançava a cabeça. Abaixei e
emaranhei meus dedos em seus cabelos, e ela gemeu. Foi
isso. Isso foi o suficiente para me enviar sobre a borda.
quando entrei em erupção em sua boca, as inundações se
deparando com a língua dela. Ela engoliu em seco, e ela
estava sorrindo em volta do meu pau. Senti minhas pernas
tremendo. Eu precisava me sentar. Eu estava suando e
tremendo, mas ela manteve-me na boca dela e envolveu as
mãos em torno de minhas coxas, então eu não poderia me
mover. Então eu senti sua língua massagear lentamente o
meu eixo, e depois de alguns minutos eu estava endurecendo
novamente.

— Quando eu estava duro, ela me deixou deslizar por


entre os lábios e ela me levou de volta a seu lado, me
amassando com seus longos dedos delicados. 'Agora você está
pronto', disse ela. Ela estava sem fôlego. Ela me levou para a
cama e pôs-me nas minhas costas como se eu fosse algum
tipo de sacrifício erótico, e, em seguida, ela montou minha
cintura. De alguma forma, enquanto ela estava me chupando,
ela tirou a calcinha. Eu sentia o roçar de seu corpo através de
meus quadris e ela estava nua.

— 'Deite-se. Vou fazer todo o trabalho', disse. Sua voz


não era cruel ou insistente. Foi um suave sussurro. Ela
deixou seus seios balançar para a frente e eu chupei um
mamilo em minha boca. Ouvi-a suspirar, e ela arqueou as
costas em um movimento voluptuoso lento para que sua
buceta roçasse contra a ponta do meu pau endurecido. Senti
o calor e a umidade dela, e ela soltou um gemido baixo de
luxúria que eu tinha ouvido tantas vezes antes . Acho que ela
teve um orgasmo logo em seguida, senti pequenas ondulações
leves tremendo por ela, e ela cerrou os olhos bem fechados,
congelada por longos segundos.

Fiz uma pausa por um momento e arregassei as mangas


da minha camisa. Olhei para Letícia, mas ela parecia
inconsciente de minha análise. Ela estava olhando para longe
e eu me perguntei o que ela estava pensando, ou
visualizando.

— Eu acho que a idéia de levar a minha virgindade era


exultante para ela. Acho que ela viu isso como um troféu de
algum tipo. Ela estendeu a mão entre nossos corpos e eu
senti o braço que estava apoiando seu peso em cima de mim
começar a tremer. Então eu senti meu pau deslizar
profundamente dentro dela e ela jogou a cabeça para trás e
rosnou como se fosse um momento de triunfo.

Eu balancei minha cabeça. — Eu não sabia o que fazer.


Minha mente estava sofrendo com a sobrecarga de sensações.
Claire capturou meus pulsos e prendeu minhas mãos acima
da minha cabeça, em seguida, começou a balançar e ondular
os quadris, apertando e soltando os músculos, ao mesmo
tempo gemendo e ofegando suavemente. Baixou a cabeça e
enterrou-a contra o meu pescoço. Senti sua respiração e, em
seguida, sua boca. Ela beijou e mordeu o caminho do meu
pescoço para o meu peito, e quando ela se moveu mais para
baixo, o impulso e balanço dos quadris tornou-se mais
rápido, como uma dança sensual girando.

— Senti-me correndo para a borda, e todos os músculos


do meu corpo presos. Esqueci-me de respirar. Claire sentiu
isso também, porque de repente ela deslizou sua língua
dentro da minha boca e me beijou tão ferozmente que ela
esmagou meu lábio contra os meus dentes e senti o gosto de
sangue - e então eu estava cambaleando e levantando-me da
cama quando entrei profundamente dentro dela. — Eu disse
tudo em uma frase longa apressada e, em seguida, respirei
fundo.

Estava quente no apartamento. O ar ainda estava


pesado com o calor do dia. Enfiei a minha gravata, rolei em
um pacote e enfiei-a no meu bolso, então desabotei o primeiro
botão da minha camisa.

— Uau— , disse Letícia em uma voz de sonho


sussurrado.

Eu sorri. — Cada jovem deve ter uma Claire Moreland


em sua vida— , disse eu.

Eu quis dizer isso.

— Ser ensinado nas habilidades e emoções do sexo por


uma mulher mais velha foi uma das melhores coisas que
poderiam ter acontecido para mim, Leticia Eu aprendi muito
com ela, e elas foram lições importantes - lições que ainda se
lembram e se aplicam ainda hoje, — eu disse sinceramente.

Leticia pareceu surpresa. — Mas ela era louca.

Eu balancei minha cabeça. — Claire não era louca. Ela


era uma mulher intensa, sexual. Claro, algumas das coisas
que ela fez poderia ser considerado extremo, e eu não estou
sugerindo que todas as mulheres na casa dos vinte e trinta e
tantos anos de repente devem chantagear um adolescente
para ser seu escravo sexual pessoal. Estou simplesmente
dizendo que os caras jovens seriam muito melhores a fazer
amor e sexo se eles tivessem a sua educação a partir de uma
mulher mais experiente, ao invés de um site pornô ou um de
seus igualmente ineptos, amigos inexperientes.

Havia mais que eu queria dizer, mas o som súbito de


uma mensagem de texto no meu celular descarrilou meus
pensamentos. Peguei o telefone do meu bolso e li
rapidamente.

Letícia estava me olhando com uma expressão de


preocupação vaga.

— Qualquer coisa de errada?— , perguntou ela.

— Não— , eu sorri. — Tudo está bem.— Eu coloquei o


telefone longe e cheguei do outro lado da mesa para sua mão.
— Nós precisamos ir,— eu disse. — O jantar está sendo
servido.

Ela olhou subitamente horrorizada. — Eu não posso


sair assim!— ela olhou horrorizada. — Eu estou vestindo
jeans velhos e uma t-shirt. Eu pensei que quando você se
ofereceu em tomar conta da refeição esta noite que
pediríamos comida chinesa ou pizza, Jonah.

— Desculpe,eu não posso...

Eu fui ao redor da mesa e puxei a cadeira para ela.

— Jonah,por favor, — ela disse. — eu não posso sair...

Eu pressionei meus dedos contra sua boca e seu


protesto morreu em seus lábios. — Nós não vamos sair. —
eu disse calmamente. — Nós vamos subir.
Nós pegamos o elevador para o andar de cima e quando
as portas deslizaram silenciosamente abertas, peguei Letícia
pelo braço e a conduzi pelo corredor em direção a uma porta
vermelha. Tiny, o meu motorista, estava em pé na porta da
frente com as mãos cruzadas na sua frente, parecendo um
homem-montanha - parecendo um leão de chácara de uma
danceteria. Ele estava sorrindo. Ele se virou e segurou a
porta corta-fogo aberta para nós e eu levei Letícia até a
escada para o telhado do prédio.

Já era noite. Um milhão de estrelas estava pendurada no


céu escuro, e uma lua dourada estava nascendo atrás das
montanhas ao longe.

O telhado tinha sido iluminado com centenas de


pequenas velas luminárias com a chama bruxuleante
derramando um brilho suave à medida que nos aproximamos
da mesa para dois, à luz de velas. Uma jovem mulher alta
estava em pé ao lado da mesa. Ela tinha longos cabelos
escuros puxados para trás em um rabo de cavalo. Ela sorriu
educadamente para Letícia, e eu puxei a cadeira para ela. Ela
sentou-se, em um torpor confuso, com os olhos arregalados
de espanto.

— Eu espero que você goste de frutos do mar, — eu


disse. — Devido às limitações da nossa localização, tive que
escolher os pratos com antecedência.

Letícia assentiu entorpecida, e a garçonete desapareceu


escada abaixo.
A cidade estendia abaixo de nós com os sons do tráfego
crescente e vazante, a agitação da vida de alguma forma,
silenciada pela nossa localização e atmosfera. Pequenos
pontos de luz percorriam a paisagem escura enquanto carros
e motoristas cansados voltavam para casa do trabalho, e as
luzes da rua da cidade se acendiam, como cordas de
diamantes brilhantes.

— Você fez tudo isso? — Letícia perguntou incrédula.

Ergui uma sobrancelha.

— Não me dê muito crédito, — confessei. — Eu só tive a


ideia. As pessoas dos bastidores foram quem fizeram todo o
trabalho para que isso acontecesse.
Capitulo Três
Ela inclinou a cabeça para o lado, como se estivesse
tentando me ver por um ângulo diferente. Ela parecia
intrigada, enquanto balançava a cabeça lentamente.

— Você tem uma reputação de ser um homem duro, —


disse ela. — Todos com quem conversei me disseram que
você era um homem de negócios impiedoso. Um bastardo sem
coração, — ela disse, sem qualquer traço de malícia.

Havia uma garrafa de vinho refrigerado, em um balde de


gelo de prata ao lado da mesa. Enchi as nossas taças.

— Culpado! — eu disse agradavelmente. — Seja com


quem for que você falou, isso é absolutamente correto.

Letícia tomou um gole do vinho e colocou sua taça de


volta na mesa, então se inclinou um pouco para que eu
pudesse ver a luz das velas refletidas em seus olhos.

— Bem, eu achei que você fosse um homem duro fora do


seu trabalho também, — ela confessou. — Esperava que
você fosse muito exigente e muito cruel em sua vida pessoal,
com os seus submissos, quero dizer.

Eu fiz uma careta.

— O que fez você pensar que eu não sou?

Ela parecia surpresa.


— Um jantar à luz de velas em um telhado? Não é o que
eu esperava do formidável Jonah Noble.

— Você não é uma das minhas submissas, — eu


apontei. — E você não é uma rival nos negócios.

Ela sorriu.

— Então, o que é que eu sou?

Eu considerei essa questão com cuidado. Provei o vinho.


Era muito bom.

— Neste momento, você é um mistério, — eu disse


lentamente. — Um enigma fascinante!

****************

A refeição chegou e nós comemos em um silêncio


amigável. Os frutos do mar estavam excelentes e subitamente
me lembrei de como estava faminto. Quando a sobremesa
chegou, a garrafa de vinho estava quase vazia.

— Quais são as regras quando se trata de BDSM? —


Perguntou Letícia. Em seguida, ela franziu o cenho para o
prato por um instante antes de continuar. — Quero dizer,
existem regras? Existe algum tipo de estrutura ou estrutura
para BDSM e para a forma como as pessoas fazem isso?

Eu queria rir - e realmente fiz, mas a expressão no rosto


dela me disse que ela estava sendo genuína e sincera.

— Você não pesquisou o assunto? Não é isso que um


bom jornalista deve fazer?
— Eu pesquisei você, senhor. Você é o tema da minha
entrevista.

Eu balancei a cabeça.

— Bem, para me entender, você precisa entender o estilo


de vida BDSM. Muitas pessoas não entendem. A maioria das
pessoas só tem noções preconcebidas sobre o papel do mestre
e do papel do sub. Acho que se mais pessoas entendessem a
realidade, seriam menos inclinadas a classificar o estilo de
vida como abusivo ou degradante. Esses tipos de comentários
vêm da ignorância.

Ela me deu um pequeno sorriso.

— Então, esclareça-me!

Encostei-me para trás no assento e pensei por um


momento. Queria levantar-me da mesa e caminhar, mas não
fiz isso.

— O estilo de vida BDSM é como... como frutos do mar,


— eu disse, num momento de inspiração duvidosa. — E os
frutos do mar vêm em uma centena de formas diferentes.
Algumas pessoas gostam de camarão, mas não podem tolerar
o sabor do peixe. Algumas pessoas desfrutam de lagosta... A
questão é que tudo isso vem sob o amplo rótulo de ―frutos do
mar‖, e ainda assim todos nós temos diferentes preferências.
BDSM é igual. Quanto aos aspectos sexuais de estilo de vida,
alguns submissos gostam de ser espancados. Outros gostam
de ficar presos ou algemados. Alguns que conheci,
desfrutavam de outras coisas completamente diferentes. É
uma questão de gosto, e essas questões são negociadas pelo
Mestre e pelo seu submisso, para garantir que ambas - repito
ambas – as pessoas envolvidas desfrutem com o que
acontece. — Fiz uma pausa por um momento e estudei a
expressão de Letícia — Isso faz sentido?

Ela assentiu, embora eu pudesse ver que era


condicional. Ela tinha mais perguntas. Eu disparei.

— As únicas regras geralmente aceitas no sexplay, em


um relacionamento BDSM, são de que todas as práticas em
que os participantes se envolverem devem ser sãs, seguras e
consensuais.

Letícia agitou as mãos para mim com uma explosão


repentina de animação.

— É isso que eu não entendo! — ela disse. — Essa é a


parte sobre o BDSM que eu não posso compreender.

— O quê? Que deve ser segura?

— Não! O conceito de que essa relação deve ser


consensual. Como, pelo amor de Deus, isso é possível? —
Duas taças de vinho tinham deixado Letícia animada. Suas
bochechas estavam coradas e seus olhos brilhavam. Seus
gestos, o tom da sua voz, a maneira como ela agitava o seu
corpo - tudo sobre ela tornou-se um pouco mais real, e um
pouco menos restrito. Era como se ela tivesse começado a
relaxar, e tivesse perdido um pouco da sua reserva.
Não havia escapado da minha atenção que ela tinha me
chamado de ―senhor‖ alguns minutos atrás.

Será que foi um acidente ou tinha sido proposital?

— Letícia, se você desejasse, desesperadamente, filhos,


você se casaria com um homem que desprezasse crianças?

— Não, — ela disse. — Isso provavelmente seria uma


quebra de contrato, se eu desejasse de coração ter uma
família.

Eu balancei a cabeça.

— É claro que você não poderia. E é a mesma coisa com


o jogo do BDSM. Nenhum submisso vai querer se submeter a
um Mestre que está obcecado por chicotes e algemas, se ele
odiar a ideia de ser chicoteado e amarrado.

— Você está me dizendo que os submissos têm uma


escolha.

— É claro! — Eu disse. — Mais do que isso,


geralmente, em um relacionamento BDSM, o submisso é
aquele que detém o poder de verdade.

Letícia balançou a cabeça.

— Como pode ser isso?

— Porque o BDSM é baseado no consentimento, — eu


disse. — O Mestre não pode exercer controle e poder sobre
alguém que não faça isso voluntariamente... — levanto o
dedo para enfatizar esse ponto - voluntariamente se
ofereçam. Um mestre sem uma submissa é um cara. Apenas
um cara. Ele precisa de alguém que deseje submeter-se a ele,
a fim de se tornar um mestre.

Talvez eu estivesse fazendo um trabalho ruim em


explicar o estilo de vida, e os papéis do Mestre e do submisso.
Letícia parecia mais confusa do que quando eu tinha
começado com a minha analogia ridícula sobre frutos do mar.

Eu realmente precisava conseguir algum material


melhor.

O problema era que eu nunca senti necessidade de


explicar esse estilo de vida para ninguém antes. Sempre que
havia me envolvido em conversas sobre BDSM, era,
invariavelmente, com alguém que já entendia esse estilo de
vida. Eu não tinha as ‗frases de efeito‘ que eu precisava para
convencer alguém como Letícia - alguém que estava fora
desse estilo de vida e que tivesse uma experiência sexual e
relacionamento muito limitado.

— Você chamou o Mestre de um cara, — ela disse


suavemente. — Não é possível que as mulheres sejam as
dominantes e os homens os submissos?

— Sim, — eu disse. — Claro! Geralmente o estereótipo


é um macho dominante e um submisso feminino. Mas,
certamente, os papéis são igualmente válidos se invertidos.

Por alguma razão eu estava ficando irritado. Talvez


estivesse ficando irritado comigo mesmo porque eu não tinha
conseguido apresentar o caso sobre o BDSM claramente.
Mas não comece com essa besteira sobre o politicamente
correto, — eu disse. — Eu a avisei ontem à noite. Eu não
sou um fanático. Então, se eu chamar o Mestre de 'ele' e eu
me referir a um submisso como 'ela', você só vai ter que lidar
com isso. Ok?

Letícia se encolheu. Eu vi mágoa ou decepção em seu


rosto.

— Ok, — ela disse suavemente. Ela olhou para a mesa.

Houve um silêncio longo e latente.

Eu era o único que estava latente.

As reservas geladas de Letícia estavam de volta.

Noble, você é um idiota!

Olhei para o relógio. A garçonete estava pairando


discretamente em segundo plano, esperando para limpar a
mesa.

— Sinto muito, — eu suspirei e balancei a cabeça. —


Eu não pretendia me destemperar. Fiquei irritado porque eu
não consigo explicar o estilo de vida do BDSM para você em
vinte e cinco palavras ou menos. Letícia, isso não é tão
simples assim - mas nenhuma relação, emocional ou sexual,
é fácil de explicar. Leva tempo para assimilar a informação.
Posso contar para você os fatos e como funcionam as coisas,
mas você não poderá entendê-las instantaneamente. É um
processo de conscientização e compreensão. É por isso que
eu sabia que uma entrevista nunca poderia ser concluída em
uma sessão apenas, e por isso você nunca conseguiria uma
compreensão de verdade do estilo de vida se você fizesse
perguntas que não fossem perspicazes e investigativas - e
muito pessoais.

Ela olhou para cima, sorrindo levemente.

Fiquei olhando para os pratos do jantar.

— É como se...

De repente, Letícia se inclinou sobre a mesa e pegou


corajosamente a minha mão. Ela olhou nos meus olhos e a
sua expressão era quase dolorosa.

— Por favor, — ela disse baixinho, com um brilho


malicioso em seus olhos, — por favor, não use outra analogia
sobre frutos do mar!

Por uma fração de segundo, havia apenas um frágil


silêncio. Então eu comecei a rir.

E então nós dois rimos e tudo estava bem novamente.

*******************

— Todas as noites, pelas próximas três semanas, fui


para a casa de hóspedes para fazer sexo, — eu disse.

Estávamos de volta ao apartamento. Letícia acendeu um


candeeiro e, em seguida, empoleirou-se em um pequeno sofá
de dois lugares. Andava pelo chão, entre o lugar em que ela
estava sentada e a televisão. Olhei para ela e vi seu rosto
iluminado pelo brilho suave da luz, e essa luz sutil fazia com
que suas feições ganhassem uma nova profundidade e
dimensão sobre a beleza. Fiz uma pausa, distraído por
apenas um segundo, e então continuei a falar.

— Às vezes nós fodíamos, mas na maioria das vezes ela


queria que eu me ajoelhasse e lambesse seu clitóris, — eu
disse. — E se eu não fizesse isso direito - se ela não gozasse,
pelo menos, algumas vezes, então ela ficava irritada.

— Irritada? Como?

— Com ameaças, — eu dei de ombros. — Mais


ameaças sobre dizer ao meu pai tudo. Então, uma noite, ela
ameaçou ir para a imprensa. Era isso. Foi quando eu soube
que eu tinha que tirar o poder dela. Ela era como uma
dinamite. Cedo ou tarde ela iria explodir, e eu sabia que o
dano seria extenso. Em suma. Eu não confiava nela.

— O que você fez?

Eu sorri tristemente.

— Eu esperei, — eu disse. — Então, num fim de


semana, Claire disse que ela estava indo para Nova York para
visitar a sua família. Sua irmã havia caído das escadas do
metrô. Saiu numa tarde antes, logo após o estudo e, assim
que o táxi desapareceu pelas portas, eu fui até a casa de
hóspedes.

— Você a arrombou?

Dei de ombros.

— Eu tinha a minha chave...


— Você invadiu.

Eu concordei.

— E eu fui a cada cômodo a procura de alguma coisa.


Procurando qualquer coisa que poderia usar como alavanca.
Comecei pelo quarto. Abri todas as gavetas e não encontrei
nada Não havia nada nos armários - Eu fui até mesmo aos
bolsos de seus casacos e em algumas bolsas que ela tinha
deixado para trás. Nada!

Letícia não estava fazendo anotações. Ela me seguia


com os olhos enquanto eu andava.

— Era apenas uma pequena casa de hóspedes: nada


maior do que o seu apartamento, — eu disse. — Havia um
quarto, uma pequena sala de estar, um banheiro e uma
cozinha. Finalmente, encontrei o que estava procurando na
cozinha.

— O que era? — Letícia sussurrou.

— Um diário, — eu disse. — Ela o havia escondido na


abertura da saída de ar do exaustor que pairava acima das
placas de cozinhar.

— Deus! Ela tinha um diário? Ela mantinha registrado


tudo o que fizeram juntos?

— Não, não era esse tipo de diário. Era um pequeno,


pessoal. O tipo de coisa que as mulheres guardam em suas
bolsas.
Letícia recostou-se, e seus ombros pareciam cair como
se estivesse desapontada.

— Então não havia descrições, nenhuma confissão


incriminadora como nos filmes?

Eu balancei a minha cabeça.

— Desculpe, — eu disse, e então comecei a sorrir. —


Mas havia uma anotação no diário para esse fim de semana.
Apenas um pequeno e breve lembrete...

— Sim... O que dizia?

Estendi o momento. Letícia estava na beirada do sofá.


De alguma forma, durante o curso da nossa conversa, ela
tornou-se investida na história, seguindo suas voltas e
reviravoltas.

— Foi breve. Apenas algumas linhas rabiscadas.


Reunião David. Excelsior Hotel. 15h.

— Isso era tudo?

Eu concordei.

— Mas isso era o suficiente.

— Quem era David?

— Ele era o marido dela.

— Não!

Eu assenti.
— Sim, — eu disse. — Ela tinha um marido. Ele era uma
espécie de engenheiro que trabalhava fora, no Oriente Médio.
Um cara de cinquenta anos, com muito dinheiro, que
trabalhava no exterior a cada três meses.

— Meu Deus! — Letícia respirou. Havia choque


genuíno e incredulidade em sua voz. — Mas você me disse
que ela era divorciada, — ela protestou.

— Ela disse ao meu pai que ela era divorciada, — eu


expliquei. — Ela mentiu.

— Como foi que você descobriu que esse cara, David,


era seu marido? Ele poderia ser um amigo.

— Eu liguei para o Hotel Excelsior. Pedi para ser


passado para a recepcionista, e então perguntei se a Sra.
Claire Moreland já tinha chegado. A recepcionista disse que
ela não era esperada por algumas horas, mas seu marido
tinha chegado cedo. Gostaria de ser transferido para o seu
quarto?

Letícia engasgou. Ela levantou a mão e a apertou contra


sua boca.

— Oh, Jonah. Diga-me que você não...

— Eu não, — eu disse. — Eu desliguei, e passei o


resto do fim de semana fazendo planos. Quando Claire
retornou no domingo à noite, eu estava pronto para ela.
Letícia se contorcia no sofá. Seus olhos estavam
brilhantes e vivos. Ela estava olhando para mim com
expectativa.

— ‗Do ut des1‘, — eu disse suavemente.

— O quê?

— É a sua vez de me responder uma pergunta.

— Não. Jonah! Agora não! — Letícia protestou. — Eu


quero saber o que aconteceu entre você e Claire. Eu quero
saber como isso afetou você e mudou a sua vida.

— E eu quero saber sobre a experiência sexual mais


erótica que você já teve.

Letícia se sentou no sofá com o rosto subitamente no


escuro, então senti o seu humor, antes de vê-lo escrito em
seu rosto. Eu mantive a minha posição e depois de um longo
momento ela percebeu que ficar emburrada, no escuro, não
iria mudar nada. Ela soltou um longo suspiro e finalmente se
inclinou para frente, retornando para a luz do lampião.

Ela parecia subitamente envergonhada.

— A única experiência erótica que eu tive foi na verdade


de outra pessoa, — ela disse baixinho.

— O que você quer dizer?

1
Como sabem, espanhol e português provêm do latim. Essa é uma expressão latina, Do ut des, que significa
'Dou para que (me) dês'.
— Eu quero dizer que isso nunca aconteceu comigo, —
ela disse. Ela fez um pequeno gesto de súplica de frustração e
então suspirou novamente. — Foi com a minha amiga.
Passei uma noite de sexta-feira na sua casa. Seus pais
tinham viajado no fim de semana. Bebemos muito...

— Quantos anos você tinha?

— Dezoito, — Letícia disse. — Dwayne estava


trabalhando dois turnos na fábrica. Minha amiga e eu
ficamos bêbadas com vinho barato e eu adormeci. Quando
acordei, eu estava na sala de estar. Era tarde. Subi para o
quarto, mas quando passei pelo quarto de seus pais, notei
que a porta estava entreaberta. Fiz uma pausa, e ouvi a voz
da minha amiga vindo do outro lado da porta. Ela estava
ofegante. Ela estava gemendo e choramingando, e sua voz
estava rouca.

— Então, o que você fez?

— Eu espreitei, — Letícia disse culpada. — Eu fui até


a porta e olhei para dentro. — Ela hesitou por um momento.
Eu estava de pé, olhando-a com paciência. Ela não estava
olhando para mim. Ela estava olhando fixamente para a
escuridão.

— Lá estava a minha amiga. Ela estava ajoelhada, nua


no meio da cama, e havia um homem que eu não conhecia
atrás dela. Ele estava com as mãos nos quadris, cavando
seus dedos em sua pele, segurando-a no lugar enquanto ele
empurrava dentro dela.
Letícia mudou de posição no sofá para que ela ficasse
com os joelhos dobrados embaixo dela.

— Havia um par de velas queimando - luz suficiente


para que eu visse o olhar de paixão em seu rosto. Seus olhos
estavam bem fechados e ela gemia cada vez que o homem
empurrava contra ela. Seus seios balançavam debaixo dela
ritmicamente.

— Você ficou excitada? — Perguntei gentilmente.

Letícia assentiu.

— O homem era muito mais velho do que a minha


amiga. Ele poderia estar com trinta. Ele tinha um peito largo
e braços grandes e musculosos. Ele estendeu a mão com uma
de suas mãos e de repente agarrou o cabelo da minha amiga.
Ele os puxava como se fossem rédeas. Minha amiga levantou
a cabeça e arqueou as costas - e, em seguida, abriu os olhos.

— Ela a viu, observando-os?

Letícia assentiu.

— Ambos me viram, — ela disse baixinho. — Minha


amiga veio até a porta, e ela tinha um olhar sonhador no seu
rosto. Ela me convidou para me juntar a eles.

— E você foi? — Eu perguntei.

— Não, — Letícia balançou a cabeça, talvez com uma


ponta de arrependimento em sua expressão. — Dwayne era o
meu namorado. Eu não iria traí-lo. Eu disse a minha amiga a
mesma coisa. Ela pareceu entender, mas ela pôde ver que eu
estava excitada. Ela teria que ser cega para não ver isso na
minha cara, eu suponho.

Letícia suspirou e olhou ao redor da sala de estar. Ela


olhou em todos os lugares, exceto para mim.

— Ela abriu mais a porta para que eu pudesse ver, e


então ela voltou para a cama e deitou de costas. O homem
saiu da cama. Pensei por um momento que ele iria me
arrastar para dentro do quarto, mas ele não fez isso. Ele
apenas sorriu para mim, e então parou na beirada da cama e
deslizou seu... seu pênis na boca aberta da minha amiga.

— Eles queriam que você os observasse?

Letícia deu de ombros.

— Acho que sim, — ela disse. — Eles começaram a


ficar ruidosos, dizendo todos os tipos de coisas um para o
outro, como se estivessem subitamente se transformado pela
ideia de ter uma audiência.

— Dizer coisas? — Eu fiz uma careta. — Você quer


dizer falando sujeiras um para o outro.

Ela assentiu com a cabeça.

— Humhum!

— E você se sentia como?

— Isso me deixou ainda mais excitada, — Letícia


confessou. — Foi incrível! Eu jamais tinha imaginado nada
disso antes. Observar essas duas pessoas fazendo sexo,
realmente me excitou, mas quando eu os ouvi falando da
forma como falavam – bem, eu... Eu fiquei...

— Você teve um orgasmo?

Letícia assentiu.

— Só de ver e ouvir aquele casal fazendo sexo?

Ela assentiu com a cabeça novamente.

— Que tipo de coisas eles estavam dizendo?

— Não me lembro, — Letícia encobriu. — Mas não


foram as palavras deles que me excitaram, — ela levantou o
rosto e olhou para mim por último. — Foi a atitude. Foi a
maneira como o homem falou, o grito rouco da sua voz, e a
expressão em seu rosto, — explica Letícia. — E foi a maneira
que ele fez com que a minha amiga implorasse por mais. Ela
estava como uma devassa. Uma personalidade totalmente
diferente da garota que eu achei que conhecesse. Era como se
a forma como o homem a tratava, tivesse transformado ela
completamente de uma tranquila nerd para uma prostituta
de mil dólares.

— Ele a espancou?

Letícia assentiu.

— Um pouco. Não foi duro nem nada. Ele apenas deu


um tapa e apertou seus seios, e puxou os cabelos dela. Ele a
chamava de sua puta... Nomes sexy assim. E cada coisa que
ele fazia parecia deixá-la mais selvagem até que ela
desmoronou com um espasmo gritado e atingiu o orgasmo.
— E depois, o que você fez? — Eu pergunto a ela. —
Você voltou para o seu quarto, ou você conversou com eles
sobre o que aconteceu?

— Oh, Deus, não! — Letícia encolheu diante das


lembranças. — Eu fiquei em pé na porta. O homem se
arrastou de joelhos sobre a cama e começou a se acariciar.
Ele estava olhando diretamente para mim. Ele parecia estar
olhando diretamente para a minha alma. Eu o observei e
fiquei ali, enquanto sentia seus olhos em cima de mim - me
despindo - e, de repente, ele gritou e gemeu enquanto atirava
seu sêmen em todo o rosto e sobre os seios da minha amiga.

— E depois?

— E depois, eu fugi pelo corredor e fui para o meu


quarto. Fiquei envergonhada. Eu não sabia o que fazer, então
fui para o meu quarto. Na manhã seguinte, quando desci
para o almoço, o homem já tinha ido embora. Minha amiga e
eu nunca falamos sobre isso. Nunca! Foi apenas uma
daquelas coisas.

— Você ainda pensa sobre aquela noite?

Letícia assentiu.

— Todos os dias! — ela murmurou tristemente.

Ela levantou-se subitamente do sofá, parecendo um


pouco trêmula - quase como se estivesse chocada com o
segredo que ela tinha compartilhado.

— Eu preciso de café! — ela disse. — Aceita um?


Eu balancei a cabeça. Letícia desapareceu na cozinha e
fui para a janela da sala. Havia uma visão do interior da
cidade. Eu estava assistindo os faróis na rua abaixo,
enquanto pensava.

Meu instinto era algo em que eu sempre havia confiado


nos meus negócios, e com as mulheres. E agora a minha
intuição estava me avisando: há uma oportunidade aqui. Era
uma sensação predatória - a mesma sensação que o caçador
tem quando persegue uma presa vulnerável. Senti que dentro
de Letícia havia uma mulher clamando por uma
oportunidade de explorar sua fantasias sexuais que haviam
sido sufocadas por uma relação antiga da pequena e
claustrofóbica cidade por muitos anos. Seria preciso apenas
um empurrãozinho...

Houve um tempo em que eu teria agarrado momentos


como este com uma implacável e cruel confiança. Mas agora,
enquanto olhava para baixo, para a cidade, senti a minha
própria hesitação, e com isso, um conflito familiar.

'A merda que você força, é uma que nunca vai


compensar', um sócio uma vez me disse isso, e eu tinha
praticamente vivido por esse lema questionável ao longo da
minha vida adulta, rejeitando todas as oportunidades de
desenvolver relacionamentos mais profundos com as
mulheres pela liberdade de ir para a cama com quem eu
quisesse.

Letícia voltou para a sala de estar carregando duas


canecas. Ela entregou uma para mim e ficou ali, mudando
seu peso de um pé para o outro, conscientemente, por um
momento. Eu podia ver a confusão através dos seus olhos.
Ela olhou para o chão, em seguida, voltou para o meu rosto.
Capitulo Quatro
— Eu posso imaginar o que você está pensando sobre
mim, — Letícia começou. — Mas eu não tive o estilo de vida
exótico que você viveu. — Parecia um discurso preparado
que ela tinha ensaiado na cozinha. — Eu nunca fui o tipo de
mulher que dormia por aí, mas gostaria que você não me
julgasse como uma puritana frígida só porque não tenho uma
longa lista de relações sexuais, assim como não estou
julgando você pelas suas escolhas e estilo de vida.

O discurso proferido com o desafio adequado, ela deu


uma respiração trêmula e rápida, e tirou os cabelos que
caíam para longe dos seus olhos.

— Eu vou manter isso em mente! — eu disse.

Nós tomamos o nosso café em silêncio. Letícia pegou


seu caderno sobre a mesa e enrolou-se no canto do sofá. Ela
arqueou as sobrancelhas para mim.

— ―Do ut des‖. — Ela pronunciou certinho desta vez.


Ela era uma aprendiz rápida.

Eu coloquei a caneca de café para baixo e a minha


mente retornou para aquele domingo, há tantos anos atrás,
quando Claire retornou do fim de semana em Nova York,
onde tinha compartilhado com seu marido secretamente.
Comecei a sorrir, lembrando-me dos acontecimentos daquela
noite com satisfação e afeição.
— Eu fotocopiei a página do diário de Claire e o deixei
em cima da mesa da cozinha para ela encontrá-lo, — eu
disse, pegando o fio da história novamente. — Abaixo da sua
nota escrita à mão, rabisquei a minha própria mensagem,
exigindo que ela me encontrasse para estudarmos, às nove
horas. Eu cheguei lá 15 minutos mais cedo. Claire já estava
esperando por mim.

— Ela estava chateada?

— Ela estava furiosa, — eu sorri. — Havia um brilho


malicioso perverso nos seus olhos. Entrei no quarto e ela
estava andando como uma leoa enjaulada. Tinha os braços
cruzados sobre seu peito, como se estivesse tentando conter,
e havia manchas lívidas de cor sobre as suas bochechas. Ela
estava literalmente tremendo de raiva.

— Eu perguntei a ela como seu marido estava. Ela


olhou para mim, e me disse que eu não tinha o direito de ir
até a casa de hóspedes. Tomei o pequeno diário do bolso e
zombei dela acenando perto do seu rosto. Disse-lhe que
aquele pequeno livro me deu o direito de fazer o que eu
quisesse. Foi como mostrar um pano vermelho para um
touro. Ela voou sobre mim.

— Ela o atacou?

— Arranhou o meu rosto, — eu disse. — Ela estava


desesperada. Não podia dar-se ao luxo de perder o dinheiro
do marido, e eu tenho certeza que eu não era o único homem
com quem ela tinha jogado seus pequenos jogos. Estava tudo
ruindo ao seu redor. Subitamente, as aulas de boxe e de artes
marciais tinham valido a pena. Peguei-lhe os pulsos e os
mantive longe dos meus olhos. Estávamos pressionados um
contra o outro. Eu podia sentir seu coração disparado como
um martelo. Sua boca era uma linha vermelha em seu rosto.
Apertei mais ainda - e de repente alguma coisa por trás de
seus olhos mudou. Eu acho que foi o instante em que
percebeu que eu era muito mais forte do que ela. Mas... não
era só isso. Havia subitamente algo mais em seus olhos. Era
excitação. Ela deixou escapar um pequeno gemido quebrado
e sua voz estava estranhamente rouca.

— Eu a empurrei para trás até que ela ficasse contra


uma mesa. Sua boca se abriu surpresa. Então eu passei a
minha mão pela sua cintura e apertei no meio das costas. Ela
cruzou a frente, inclinou-se sobre a mesa, e começou a se
debater e a se contorcer. Eu a ignorei. Eu a segurei com uma
mão e chutei as pernas dela. Então estendi a mão sob a sua
saia e esfreguei a sua buceta. Ela estava molhada... Sua
calcinha estava encharcada. Ela gemeu, e então de repente
teve outro espasmo e rosnou. Puxei o cordão de lado e
deslizei dois dos meus dedos profundamente dentro da sua
vagina. Ela arqueou as costas e deixou escapar um gemido de
desejo.

— Eu disse a ela para que ficasse imóvel. Ela


resmungou. Enfiei meus dedos para dentro e para fora da
sua buceta e ela começou a balançar os seus quadris. Eu a
senti empurrando para baixo e forte contra a minha mão. Ela
estava tentando atritar seu clitóris contra a palma da minha
mão. Eu tirei os meus dedos de dentro dela e os girei. ―Abra a
boca!‖ Eu disse para ela. Ela fez. Forcei os dois dedos entre
seus lábios e ela chupou o suco deles.

Eu parei de falar. Letícia olhou para mim. Suas


bochechas e o seu pescoço estavam corados e pulsando
intensamente, e havia um olhar hipnótico em seus olhos. Ela
desviou o olhar rapidamente e limpou a garganta.

— Como é que você se sentiu? Tomando o controle


como você fez?

— Eu adorei! — eu disse. — Senti-me... Direito. Foi


natural. Esfreguei o meu pau contra a buceta de Claire e
depois entrei nela com um único golpe. Ela gemeu e eu senti
seus quadris balançarem e se remexerem para me acomodar.
Mantive a minha mão pressionando para baixo entre as suas
omoplatas e comecei a transar com ela. Ela levantou seus
quadris, e começou a empurrar contra mim. Batia na sua
parte de baixo com tanta força que deixei uma marca de mão
vermelha na sua carne, e Claire parecia emocionada debaixo
de mim. Foi como se houvesse sido tomado por um
estremecimento profundo através de todo seu corpo. Bati nela
sucessivamente, tão duro, e depois de ficar assim, eu estava
pronto para explodir.

— Claire colocou uma de suas mãos entre suas pernas


e começou a brincar com o seu clitóris. Senti seus dedos
roçando contra o meu pau enquanto deslizava dentro dela.
Agarrei-lhe o braço e o coloquei atrás das suas costas. Ela
gemeu frustrada. Eu disse que ela não iria gozar. Ela não
tinha a minha permissão. Ela começou a implorar.

Olhei para Letícia.

— Esse era realmente o poder, — eu disse suavemente.


— Isso foi o que me excitou e me catapultou para o mundo
do BDSM. Adorei a forma como Claire implorava e pedia para
gozar. Aquilo não era sobre a dominação física para mim.
Ainda não era. Tratava-se da transferência emocional do
poder: comando e controle. É isso que me excita Letícia. Isso
é o que eu acho tão viciante em ser um Mestre. Eu amo o
poder, que me é dado pela submissa. É o símbolo de sua
confiança. Claire me mostrou o quão inebriante essa
sensação poderia ser. Depois daquela noite, na biblioteca, a
minha vida mudou.

Eu suspirei. Eu estava cansado. Olhei para o relógio.


Estava ficando tarde. Eu massageei a parte de trás do meu
pescoço e me senti desinflar. Eu fui até a mesa de jantar.
Peguei o meu casaco na parte de trás da cadeira e comecei a
desenrolar para baixo as mangas da minha camisa.

— Eu acho que nós já tivemos o suficiente por esta noite,


— eu disse.

Letícia saiu do sofá, e depois de ver a minha expressão,


assentiu com relutância.

— Ok, — ela disse. — Eu entendo. Quando... Quando


eu poderei vê-lo de novo?
— Nós poderíamos continuar amanhã à noite, se você
estiver livre. Que tal na minha casa, depois do jantar?

— Parece bom, — Letícia abriu um grande sorriso.

— Oito horas?

— É um encontro, — ela disse.

******************

Eu enchi meio copo e engoli. Então eu o reabasteci e


afundei na cadeira de couro. Eu iria saborear lentamente
esse.

Letícia me olhava com olhos inexpressivos e calmos.


Tirei o nó da minha gravata e recostei-me até que eu ficasse
olhando para o teto. O couro velho rangia e gemia ao meu
redor.

— Este é o meu escritório, — eu disse. Tomei um gole


do copo e virei a minha cabeça em sua direção. Ela estava
sentada do outro lado da mesa, com os joelhos pressionados
juntos, as mãos cruzadas sobre o seu colo, como se a
definição a intimidasse.

As paredes são revestidas com madeira de grão escuro,


o quarto tinha uma mesa em forma de ostra e uma velha
luminária antiga pendia de uma corrente no teto iluminava o
ambiente. Uma das paredes é forrada com estantes de livros
encadernados em couro, outra parede com obras de arte
antigas penduradas, sua tinta espessa rachada pelos anos,
os quadros pesados e ornamentados. Havia modelos
intrincados de aviões de combate da Primeira Guerra Mundial
sobre uma prateleira longa de madeira atrás da mesa, e em
uma prateleira mais baixa, troféus cobertos de poeira e
prêmios de negócios há muito esquecidos.

Era o quarto de um homem. Cheirava a fumaça de


charuto e a conhaque.

— É... é muito sério, — Letícia disse educadamente,


franzindo a testa enquanto seus olhos varriam as paredes.

Eu balancei a cabeça.

— Sim, foi do meu pai.

— Do seu pai?

Eu balancei a cabeça novamente.

— Eram dele muitas coisas nesta sala. Elas são tudo o


que eu mantive quando vendi a antiga propriedade.

Ela olhou ao redor das paredes de novo e tentou


encontrar algum tipo de nova apreciação pelo quarto. Ela não
podia.

— Bem... é bom que você tenha lembranças dele... —


Letícia falou fracamente.

— Elas não são memórias, são lembretes, — eu disse,


e sentei-me na cadeira.

— Enchi meu escritório com essas coisas dele como um


lembrete permanente do tipo de bastardo que ele era - e para
garantir que eu não me tornasse o mesmo tipo de homem que
ele foi.

— Oh! — , Letícia disse. Ela ficou desconfortável e sem


palavras por um momento. E então ela perguntou baixinho:
— Você se tornou?

— Não... E sim, — eu disse. — Eu não sou o mesmo


bastardo que meu velho era... Eu sou um tipo diferente de
bastardo. Para ele, o poder veio da riqueza e da influência
sobre as empresas e seus rivais. Para mim, o poder que eu
buscava estava em um nível muito mais pessoal.

— Através das mulheres.

— Sim, — eu disse. — Através das mulheres.

— Então, por que estamos aqui esta noite, se esta sala


faz com que você se lembre do seu pai? — Letícia perguntou
intrigada. — Por que não estamos em sua biblioteca, ou em
algum outro cômodo da casa?

Bati na mesa.

— Por isso, — eu disse. Eu esfreguei a minha mão em


toda a superfície de couro desbotado. — Eu queria que você
visse isso.

— A mesa?

— Sim. Foi onde a próxima parte da minha jornada, em


me tornar um mestre, ocorreu.

Letícia ergueu uma sobrancelha.


— Devo fazer anotações?

— Isso é com você, — eu disse. Empurrei-me para fora


da cadeira e fiquei de pé. Tomei outro gole do copo, em
seguida, coloquei-o sobre a mesa. Eu precisava andar.

Letícia enterrou a mão em sua bolsa para pegar o seu


bloco de notas, em seguida, virou-se em sua cadeira para que
ela pudesse me acompanhar com os olhos. Eu vagava pelo
chão sem descanso.

— Depois daquela noite na biblioteca, Claire sabia que


eu estava no controle, e embora ela ainda lutasse e me
desafiasse de vez em quando, ela cedia mais prontamente, até
que ela simplesmente parou de resistir e era obediente aos
meus comandos. Na verdade, eu acho que ela desenvolveu
um gosto pela submissão. Talvez fosse algo completamente
novo para ela - talvez ela estivesse descobrindo algo sobre si
mesma. Talvez fosse uma torção inexplorada que a excitava.
— Eu dei de ombros. — Eu não sei, eu tinha dezenove anos.
Algumas das tarefas que eu dei para Claire eram coisas que
eu não me orgulho... Mas tudo que eu fazia foi pelo jeito como
ela tinha me tratado. Na época, eu não sabia de nada mais.
Não entendia nada sobre BDSM. Tudo que sabia era que
Claire tinha me chantageado e me usado para seu próprio
prazer. Comecei a fazer exatamente a mesma coisa com ela.

— Nossos encontros tornaram-se um jogo perigoso. A


emoção de ter poder sobre o corpo dela era inebriante, mas
não era o suficiente. Comecei a correr riscos.
— Uma tarde, como nos finais de estudo do dia,
convoquei-a para o escritório do meu pai. Eu lhe disse para
me encontrar lá, exatamente às 4h e meia. Eu disse a ela que
se ela chegasse um minuto atrasada, ela seria punida.

— O escritório do meu pai era no primeiro andar,


algumas portas abaixo da biblioteca. Claire nunca tinha
estado lá antes porque a porta estava sempre fechada. Eu
sabia que meu pai estava fora, até aquela noite. Quando ouvi
Claire bater, eu estava sentado nesta cadeira, atrás dessa
mesa, esperando por ela.

— Ela entrou com cautela. ―Por aqui‖, eu disse a ela


rispidamente. '‖Venha até o meu lado e se dispa.‖ Ela me
obedeceu. Desabotoou a blusa e a entregou para mim. Então
ela deslizou para fora da saia. Eu a peguei. Ela ficou de pé na
minha frente, de calcinha e sutiã, e eu podia ver a ansiedade
e o alarme crescendo em seus olhos. Ela estava com medo,
mas o medo a excitava. Ela estava suando e tremendo. Eu
podia sentir o cheiro do seu pânico, mas também o seu
entusiasmo. Levantei-me da cadeira e corri as minhas mãos
sobre ela. Eu desabotoei o sutiã e seus seios ficaram livres.
Eu deixei o sutiã no chão ao lado da mesa e arranhei as
minhas unhas por suas costas. Ela arqueou as costas e
ronronou como uma gata.

— Eu chupei um de seus mamilos em minha boca.


Uma onda de arrepios se espalhou por seus braços, e ela fez
um pequeno som de engasgo na parte traseira de sua
garganta. Senti o seu mamilo endurecendo entre os meus
lábios e o mordisquei e chupei até que ela estremeceu
suavemente. Chupar os seios de Claire sempre a excitava.
Senti seus dedos enfiarem nos meus cabelos para me
agarrarem a ela, e eu deslizei a minha mão para baixo e
esfreguei o seu monte através da calcinha. Ela afastou os pés
mais para me dar melhor acesso. Meus dedos deslizaram
possessivamente dentro do elástico e eu podia sentir o calor
úmido da sua excitação. Ela estremeceu - era como um
delicioso arrepio de antecipação. Então eu parei. Eu rocei os
dedos levemente através dos lábios inchados de sua vagina
quente e depois recuei, deixando-a na borda. Eu sorri para
ela cruelmente. Então eu pedi a ela para ficar sobre suas
mãos e joelhos e disse-lhe para rastejar debaixo da mesa.

— Quando ela estava na posição, eu afundei na cadeira


e olhei para baixo entre os meus joelhos com o seu rosto
virado para cima. ―Chupe-me!‖ Eu rosnei.

— Claire abriu o zíper do meu jeans e acariciou o meu


pau. Eu estava duro. Senti o calor de seus dedos quando ela
começou a massagear o meu membro e me abaixei para
pegar um punhado dos seus cabelos. Sua boca se abriu
instintivamente, enquanto eu guiava seus lábios sobre o meu
pau.

— Olhei rapidamente para o relógio na parede, em


seguida, fechei os meus olhos. Claire levava-me
profundamente em sua boca e começou a chupar-me
lentamente. Ela fazia pequenos barulhos e sons de molhado.
Ela lambeu e mordiscou a minha cabeça inchada e, em
seguida, engoliu o meu membro totalmente, de modo que eu
senti seus lábios firmes na base do meu pênis. Ela estava me
segurando contra a parte de trás de sua garganta. Segurei a
sua cabeça no lugar até que eu senti que ela começar a lutar
e, em seguida, relutantemente, removi as minhas mãos. Ela
buscou ar, ofegante. Seus olhos estavam lacrimejando. Seus
lábios estavam muito inchados. Ela lambeu o meu membro
com força e, em seguida, colocou os lábios novamente ao
redor da cabeça inchada. Senti sua língua deslizar, e as
sensações eram excelentes.

— Então, houve uma batida na porta.

Letícia olhou por cima de seu note em alarme súbito.

— Você está falando sério?

Eu sorri.

— Estou falando sério, — eu disse. — Eu combinei isso.

Parei de andar e voltei para a mesa grande. Eu me


inclinei para frente com as mãos na parte superior de couro.

— Claire engasgou com pânico. Ela começou a


contorcer-se debaixo da mesa. Peguei um punhado dos seus
cabelos e os torci barbaramente. ―Mantenha-se chupando o
meu pau‖ — eu disparei. Ela tentou puxar a cabeça. 'Você
está louco, porra?' ela se enfureceu, e eu tive que me forçar
nos seus lábios e mantê-la lá. ―Chupa o meu pau, porra!‖ —
Eu rosnei — ―E não se atreva a parar! Não importa o que
aconteça!‖.
— A batida na porta soou novamente, e então Oliver, o
velho jardineiro, empurrou lentamente a porta e ficou ali.

— ―Jovem Sr. Noble", ele disse. Ele ficou surpreso ao


me ver no escritório do meu pai. Ele ficou segurando a alça
da porta de maneira incerta.

— ―Olá, Oliver!‖ — eu disse calmamente. — ―Tem


alguma coisa errada?‖ — O velho balançou a cabeça, com
uma expressão confusa. ‗Não que eu saiba‘ — , ele disse. —
‗Mas eu recebi uma mensagem do seu pai para encontrá-lo
aqui, neste escritório, exatamente às 16h e 45. Eu não sei do
que se trata‘.

— Eu fiz um show, franzindo a testa, pensativo. Sob a


mesa eu podia sentir o corpo de Claire tremendo enquanto
ela passava seus lábios para cima e para baixo do meu pau
com uma lentidão agonizante. — ―Isso é estranho, Oliver‖ — ,
eu disse. — ―Eu recebi uma mensagem similar. Ele me pediu
para encontrá-lo aqui, no mesmo momento‖.

— O velho Oliver arrastou os pés por um momento. Ele


olhou para o tapete e, em seguida, de volta para mim. Ele deu
de ombros. — ‗Bem, ele deve ter ficado preso em alguma
coisa. Pode dizer-lhe que eu estive aqui e que eu vou voltar
mais tarde?‘

— Eu sorri. — ―Claro‖ — , eu disse. Ele começou a


puxar a porta para fechá-la. Senti Claire subitamente relaxar,
a tensão escoando de seu corpo. Ouvi-a reprimindo um
suspiro de alívio quando sua boca deslizou do meu pau e ela
o colocou levemente na palma da sua mão.

— ―Ei, Oliver‖, eu disse de repente. — ―Por que você


não se senta aqui comigo e espera por ele? Tenho certeza de
que meu pai não vai demorar muito. Nós poderíamos
conversar. Eu gostaria de saber como as rosas estão indo‖.

— Eu ouvi Claire suspirar e, de repente congelar. Ela


fez um som suave de asfixia de puro pânico e eu empurrei o
meu quadril para ela. Seu aperto em volta do meu pau de
repente apertou mais em pânico. Oliver entrou no quarto e se
sentou na cadeira que você está sentada agora. Ele nunca
tinha estado dentro do escritório do meu pai. Seus olhos
percorreram ao redor da sala e pararam quando viu o sutiã
de Claire no chão.

— Oh doce Jesus! — Letícia engoliu em seco. — Você


estava louco por querer correr esse risco.

Dei de ombros casualmente.

— Foi emocionante, — eu disse. — Isso fez com que eu


me precipitasse. O perigo. A possibilidade de que poderíamos
ser pegos.

— Vocês foram?

Eu balancei a minha cabeça.

— Não. Oliver não disse nada. Seus olhos foram até os


meus e eu podia ver a pergunta em seus olhos. Eu me
preparei. Senti Claire estremecendo como uma gatinha
assustada, quase assustada demais para respirar. Oliver e eu
nos sentamos em silêncio por alguns minutos, e o único som
na sala era o antigo relógio. Finalmente, ele bateu as mãos
sobre os joelhos e empurrou-se, cansado, de pé. Ele deu uma
desculpa murmurando sobre os gramados e saiu da sala.

— Assim que a porta se fechou, eu empurrei os lábios


de Claire por todo o caminho até a base do meu eixo e
bombeei sua boca, enchendo do meu gozo. Foi um dos
orgasmos mais espetaculares que eu já tinha experimentado.
Isso me deixou exausto. Meu coração estava batendo, e eu
estava pingando de suor. Claire se arrastou, saindo de
debaixo da mesa e ela estava tão fraca e abalada que ela não
conseguia ficar de pé. Seu batom estava manchado em seu
rosto e seus cabelos estavam um emaranhado só. Olhou para
mim, com o seu peito arfando como se tivesse corrido uma
maratona. Suas mãos tremiam e seus olhos estavam
arregalados e imprudentes.

— Por um momento, a expressão de Claire era feroz, e


seus olhos verdes brilhavam. Eu segurei seu olhar e
deliberadamente a desafiei – Atreva-se! Ela estava fervendo.
Cada músculo de seu corpo estava tenso. Eu levantei uma
sobrancelha para ela como um gesto de zombaria cínica...
Seu gênio deflagrou por um instante, e então seus olhos se
obscureceram lentamente e seus ombros caíram. Vestiu-se e
saiu da sala sem dizer uma palavra.

Letícia estava me observando atentamente. Sua


expressão era incompreensível. Poderia ser desprezo. Poderia
ser incredulidade, ou talvez algo muito mais intrigante.
Nossos olhos se encontraram, e então ela olhou rapidamente
para longe e respirou fundo. Quando ela olhou para mim de
novo, ela encontrou meu olhar de forma constante, e eu vi
algo se movendo por trás de seus olhos como uma sombra.

— O que aconteceu em seguida? — Ela perguntou com


um sussurro.

Eu parei de andar. Eu respirei fundo, em seguida, soltei


um suspiro de arrependimento.

— Eu nunca mais a vi, — eu disse. — Claire fez as


malas e mudou-se na mesma noite. Eu não percebi o que
estava acontecendo até que eu vi o táxi na garagem e Claire
de pé, ali, ao lado de sua mala. Eu a vi pela janela. Ela me
viu. Nossos olhos se encontraram por um instante... E então
ela virou as costas, entrou no táxi, e foi embora!

— Você não tentou impedi-la?

— Não.

— Você quis?

— Não.

— E você nunca mais a viu? Nunca mais?

Eu balancei minha cabeça.

— Na verdade, foi melhor assim. Claire percebeu que


estávamos em alguma rota de colisão imprudente. Nós dois
sabíamos que só poderia acabar em desastre. Então ela fez o
que precisava fazer para proteger a si mesma e o seu
casamento. Ela fez a coisa certa. Todo o caso com Claire era
como um fusível queimando. Tivemos sorte de não explodir
na nossa cara.

Letícia suspirou. Ela escreveu uma nota em seu bloco e,


em seguida, olhou para mim com a cabeça inclinada em um
ângulo curioso.

— O que impede uma cena BDSM de ficar fora de


controle? — ela perguntou. — Isso parece exigir uma grande
dose de confiança do submisso.

— Isso, — eu concordei, e então balancei a cabeça. A


questão merece uma resposta mais completa. — Escreva
isso, — eu disse. — Eu acho que é importante.

Letícia virou uma nova página em branco e franziu a


testa. Ela assentiu com a caneta pronta.

— Os jovens são Mestres terríveis, — eu disse de


repente. — Eles são muito focados em si mesmos. Eles
entram nesse estilo de vida pelo que eles pensam que vão
tirar proveito e não pelo que podem compartilhar. Isso faz
sentido?

— Não.

Eu respirei fundo e caminhei pelo quarto. Quando


cheguei à porta parei rondando e tentei novamente.

— Eu nunca conheci um homem que eu considerasse


ser um bom mestre que não tivesse, pelo menos, 30 anos de
idade. Qualquer cara mais jovem do que isso só parece
interessado em seu próprio prazer sexual. Eles se envolvem
nessa vida, porque eles acham que é uma ótima maneira de
se aproveitar, sem o peso de ter que sentir qualquer
responsabilidade verdadeiramente pelo parceiro - por sua
submissa. É tudo sobre o prazer do cara, e, nessas
circunstâncias, o submisso tem mais chances de sair
machucado ou uma sensação de que foi usada e sair
insatisfeita do relacionamento. Talvez até mesmo abusada.
Acredito que uma verdadeira relação entre um mestre e sua
submissa é tanto sobre o equilíbrio emocional e quanto de
interação, pois é sobre os aspectos sexuais. Há necessidade
que a submissa tenha total confiança em seu Mestre. Ela
precisa saber que pode dar-lhe a mente e o corpo para ele
com absoluta confiança e saber que ele vai tratar isso como
um presente, não um direito. As mulheres submissas têm
tanto direito a se sentirem enriquecidas em um
relacionamento BDSM quanto o seu Mestre. É uma fusão de
energia - um encontro de mentes - e corpos. A mulher precisa
saber que seu mestre irá colocar sua segurança à frente de
suas exigências, e seu bem-estar à frente de suas
necessidades. Os jovens não entendem isso. Eles se
concentram muito no físico. Eles acham que BDSM é tudo
sobre sexo, e eles não fazem nenhum esforço para entender a
mente da mulher submissa, e como é importante a sua
confiança e as suas necessidades físicas e emocionais para o
seu prazer.

Eu olhei para cima, esperançoso.


— Será que isso faz sentido?

Letícia balançou a cabeça, hesitante.

— Eu... Eu não sei. Hum... Eu posso ler isso novamente?

Eu sorri.

— Faça isso! — eu disse. — Eu preciso de outra bebida.

Caí para trás na cadeira de couro velho e joguei o


uísque no fundo do meu copo. Do canto do meu olho eu
observei Letícia, secretamente, com prazer, até que, de
repente, ela olhou para cima de seu bloco de notas e tirou
uma mecha solta de seu cabelo do rosto com os dedos. Ela
enfiou atrás da orelha e assentiu.

— Eu acho que faz sentido. É mais 'normal' do que eu


esperava. Tive a impressão de que um estilo de vida BDSM
era tudo sobre extremos. Você sabe... cordas e chicotes e
couro... — sua voz foi sumindo até parar.

— Pode ser, — eu concordei. — E, para algumas


pessoas, é exatamente como você imagina.

Sentei-me para frente e apoiei os cotovelos sobre a


mesa. Estudei seu rosto com cuidado.

— Letícia, não há regras - além dos requisitos de seguro,


são e consensual que já mencionei. Se essas condições foram
satisfeitas, então um relacionamento BDSM pode ser tão
extremo ou tão limitado quanto a relação baunilha como as
pessoas envolvidas querem que seja.
Ela sentou-se e ficou pensativa por um momento. Ela
parecia de repente relutante.

— Você pode me perguntar qualquer coisa, — eu solicito


gentilmente.

Ela assentiu com a cabeça.

— Eu estava pensando sobre o que você disse sobre as


relações BDSM. Parece tudo muito bonito, mas é exatamente
o oposto do que aconteceu entre você e Claire. A maneira
como você a tratou quando você descobriu sobre seu marido
era exatamente o oposto do que você agora defende.

— Você está certa, — eu disse honestamente. — Isso é


porque eu era um jovem tolo, arrogante, obcecado com o meu
próprio prazer e com a minha sede de vingança. Eu era o
garoto propaganda para uma estupidez perigosa e egoísta.

— Oh! — ela disse suavemente. — Eu... Eu não quis


dizer...

— Não há nada para se desculpar, — eu disse sem


rodeios. — Jonah Noble aos dezenove anos era um bastardo
obcecado. Jonah Noble na idade de vinte e cinco ainda estava
aprendendo a entender as mulheres, e certamente não era
um mestre digno. É só agora - 15 anos depois que conheci
Claire - que eu me considero um homem decente.

— Você é muito duro consigo mesmo, — Letícia fez


uma careta.
— Eu não sou nenhum santo, e eu não estou tentando
me tornar um, — confessei. — Eu passei muitos anos
aprendendo sobre mim mesmo e aprendendo sobre as
mulheres com quem compartilhei a minha vida. E é só
agora... Após uma série de erros... Que eu finalmente sei
quem eu sou.

Houve um estrondo distante do som da noite e, em


seguida, um spray de chuva contra a janela. Uma rajada de
vento atingiu a janela em sua armação. Eu saí da cadeira e
fechei as cortinas. A noite era negra, parecendo coincidir com
o meu próprio mau humor.

Eu assisti os pingos de chuva respingar e escorrer na


vidraça e, em seguida, eu me virei de repente. — Eu quero
saber sobre a sua fantasia secreta, — eu disse. — Eu quero
que você me diga as coisas sensuais sobre as quais você fica
acordada à noite pensando.

Letícia olhou para mim, alarmada e consternada, e


depois abaixou seus olhos timidamente.

— Eu não tenho nenhuma fantasia.

— Você está mentindo, — eu disse. — Toda mulher


tem uma fantasia!

Letícia olhou para mim por dez segundos e, em seguida,


uma transformação lentamente caiu sobre ela. Ela ficou de
pé, colocou o bloco de notas com cuidado para baixo, na
cadeira, e caminhou até a porta do escritório. Ela virou-se de
costas, para o espaço que nos separava, e ela abraçou os
seus próprios ombros, como se de repente ela estivesse com
frio.

Capitulo Cinco
— Eu. .. eu costumava imaginar o que seria como estar
com os olhos vendados com um homem — , disse ela. Ela
olhou para onde eu estava e seu olhar era solene e
enigmático.

— Isso é interessante, — eu disse cuidadosamente. —


Conte-me mais.

— O que há para dizer?

— Eu quero saber exatamente o que acontece em sua


fantasia, e como ela faz você se sentir.

Leticia estreitou os olhos e mordeu o lábio como se


estivesse fazendo algum tipo de cálculo mental. Então suas
pálpebras se fecharam, e ela ficou de costas contra a parede,
tomando respirações rasas e curtas como se preparando para
enfrentar um pelotão de fuzilamento.

— Eu estou de pé em uma sala iluminada por velas— ,


disse ela, e sua voz era tão suave que as palavras mal
chegavam para mim. — É um quarto. Estou vestindo lingerie
vermelha. Há centenas de velas no chão e penduradas nos
candelabros de ferro forjado ao longo das paredes. A luz tem
um brilho mágico de ouro, quando eu estou olhando para as
luzes piscando. Eu sinto o hálito quente do meu amante em
meu pescoço, e então suas mãos fortes em meus ombros.
Minha pele formiga. Sinto um delicioso arrepio correr para
baixo por todo o comprimento da minha espinha. Minha
respiração fica engatada em minha garganta, até que
finalmente eu suspiro.
— Será que ele disse alguma coisa para você, este
amante misterioso?

Leticia balançou a cabeça. Seus olhos ainda estavam


fechados. Ela lambeu os lábios. — Ele só me cerca e
pressiona uma venda de seda sobre meus olhos. Ele é suave.
Ele amarra o nó com firmeza na parte de trás da minha
cabeça e então eu sinto que ele não está mais lá -.. O calor de
seu corpo, de repente desaparece e eu me sinto como se
estivesse completamente sozinha.

— Eu estou não me atrevo a me mover. Meus sentidos


ganham vida. Eu posso ouvir o som suave de seus passos e o
cheiro fraco de sua colônia. E então eu sinto o toque de seus
dedos sobre o fundo de seda da minha calcinha. Eu vacilo.
Seu toque é como a eletricidade. Eu tomo um pequeno passo,
e então eu sinto algo gelado no meu braço e me movo de
novo... - apenas um pequeno passo, mas o que eu faço, eu
sinto os lábios molhados e macios no meu pescoço e eu
começo a tremer.

— De repente, eu percebo que eu estou perdida - eu não


sei onde está a porta mas eu me aproximo com as minhas
mãos e os meus dedos, pressiono contra seu peito. Seu corpo
parece que está pegando fogo eu sinto a batida do seu
coração,... e então ele dá uns passos de distância, e o
sentimento de saudade em mim é tão forte que eu gemo em
voz alta.

— Um instante depois, eu sinto o beijo provocando uma


pena sobre a carne macia da minha coxa. Sinto-me apertar, e
então eu viro e dou mais um passo. De repente sinto a beira
da cama contra a traseira dos meus joelhos e começo a cair.
Ele me pega, me leva em seus braços, me estabelece
delicadamente, e em seguida, cobre o meu corpo com o seu.

Os olhos de Leticia se abrem e ela pisca para mim. Um


pequeno sorriso constrangido passou em seu rosto. Ela
desviou o olhar timidamente e um blush vermelho surgiu
abaixo da gola da blusa.

— O que acontece em seguida?— Eu perguntei.

Letícia não respondeu por longos momentos. Ela ainda


parecia estar à deriva entre os tentáculos remanescentes de
sua imaginação. — Nada — , disse ela, por fim. — Isso é tudo
que existe. Isso é tudo o que já existiu.

— Você não tem relações sexuais com este amante dos


sonhos?

— Não.

— Ele não te despe?

— Não— , ela disse novamente, com mais firmeza neste


momento.

Eu fiz uma careta. A chuva lá fora tornou-se uma


tormenta de modo que eu tive que levantar a minha voz
acima do som sibilante, uma vez que transbordou as caleiras
e derramou das calhas.

— Alguma vez você transformou essa fantasia em


realidade com seu namorado?
Ela balançou a cabeça.

— Você alguma vez tentou falar com ele sobre isso?

— Um par de vezes.

— E ...?

— E nada— , disse Letícia. — Dwayne rejeitou a idéia


como um desperdício de tempo, e se perguntou por que eu
não poderia estar satisfeita com o que estávamos fazendo no
quarto.

Um clarão de um relâmpago perverso rasgou a noite


escura à parte. Luz forte e cintilante encheu a sala para uma
fração de segundo, e o trovão ecoando soava como o barulho
de artilharia. A chuva parecia intensificar-se, e provocando
um turbilhão de folhas, poeira e detritos que o vento
arremessava.

— Você vai ficar aqui— , eu disse. Virei-me para


confrontá-la. — Você não está dirigindo todo o caminho de
volta para a cidade nesta tempestade. Há uma abundância de
quartos. Você pode dormir aqui e ir para casa de manhã.

Ela lançou um olhar especulativo para mim e começou


a protestar. — Eu não tenho nada para vestir.

Acenei suas palavras para longe. — Então durma nua.


Não é seguro dirigir com este tempo.

Leticia me sorriu graciosamente, e depois ficou em


silêncio pensativo.
***

A tempestade durou a noite toda. Quando Letícia


desceu de um dos quartos no andar de cima vazio na manhã
seguinte, chuva torrencial batia contra as janelas, e o vento
gemia e ondulava através das copas das árvores balançando.

Leticia parecia cansada. Ela tinha a bolsa em seu


ombro. Ela entrou na cozinha do jeito que um gato entra em
um quarto desconhecido. Seus passos incertos, com os olhos
em todos os lugares ao mesmo tempo.

Eu estava sentado à mesa do café. Sra. Hortez tinha


lugares extras definidos em ambos os meus lados. Ela sorriu
para Leticia e enxotou-a para a cadeira ao meu lado em um
borrifo de sorrisos espanhóis e balançando a cabeça. Leticia
empurrou seu cabelo e alisou as mãos para baixo de sua
saia. Ela sentou-se ao meu lado e eu podia sentir o cheiro do
perfume doce no ar.

— Dormiu bem?

Letícia assentiu. Eu deslizei café na frente dela e ela


segurou as mãos em torno da caneca como se fosse o Santo
Graal.

Ao longo da borda de sua caneca eu vi que seus olhos


observavam o ambiente à sua volta. Ela colocou o café para
baixo, mas não disse nada.

Havia bacon, ovos, torradas, e mais ovos. O aroma da


comida flutuava pela casa. Leticia parecia vir lentamente
acordada e relaxando. Ela mordiscou um pedaço de torrada e
olhou para fora através das grandes janelas da cozinha para
a chuva.

Passos ecoaram sobre o chão do corredor. Leticia virou


em direção ao som, e vi seus olhos com cuidado. Trigg entrou
na cozinha pelo quarto, eu o tinha criado para ela na parte de
trás da casa. As duas mulheres se viram no mesmo instante.
Os passos de Trigg vacilaram por um breve segundo, e então
ela veio para a mesa com um sorriso forçado no rosto.

— Leticia Fall, esta é Trigg Alexander,— Eu apresentei


as mulheres e elas acenaram e sorriram uma para a outra.

— Trigg é uma velha amiga— , eu expliquei. — Ela vai


ficar aqui enquanto sua casa na cidade está sendo
reformada.

Trigg era uma mulher atraente. Ela era um pouco mais


velha do que eu. Ela tinha um corpo esguio e longos cabelos
escuros, puxados para trás por cima do ombro em um rabo
de cavalo. Seus olhos eram claros e cinzas, e sua forma
exalava um ar de fora de brincadeiras, de competência e
eficiência. Trigg serviu-se de café.

— Prazer em conhecê-la, senhorita Fall. Você passou a


noite?

Leticia assentiu, e eu cortei toda a conversa.

— Eu não iria deixá-la ir para casa— , eu expliquei para


Trigg. — Não com este tempo.
Houve um flash de algo entre as duas mulheres - uma
espécie de avaliação intuitiva que era puramente feminina e
impossível para um homem de entender. Durou apenas um
instante - uma carga elétrica de uma fração de segundo
atingiu o pico e depois começou a desaparecer, sem nunca
desaparecer completamente.

Voltei minha atenção de volta para o bacon e ovos que a


Sra. Hortez tinha empilhado no meu prato, e enquanto eu
comia eu imaginava Trigg e Letícia em pé uma ao lado da
outra – a mais jovem ingênua, doce inocência e
autoconsciência desengonçada definido contra o equilíbrio e
confiança tranquila de uma mulher como Trigg. Letícia
pareceria talvez imatura e juvenil, e eu me perguntei o quanto
a suave aparição de Trigg, perfeitamente apresentada iria
aparecer de repente artificial sem a beleza fresca com cara
natural que brilhava sobre a pele de Letícia.
Capitulo Seis
Houve um longo silêncio. Os únicos sons eram o tilintar
suave das facas e dos garfos e o cheiro de fritura do bacon.

— Eu percebi que você é uma jornalista, Srta Fall,—


Trigg falou quebrando o silêncio, e sorriu graciosamente a
Leticia e, em seguida, seu tom de voz tornou-se modesto.
— Eu sou apenas uma estagiária— , disse ela. — Eu
tenho um período de experiência por 12 meses em um dos
jornais da cidade. Esperemos que eu seja boa o suficiente
para fazer uma carreira dela.

Mais silêncio. Não parecia haver nada mais que


qualquer mulher queria oferecer ou voluntáriar no caminho
da conversa. Eu não passei muito tempo pensando sobre
isso. Esperei até Leticia ter terminado sua fatia de pão.

— Ainda é muito perigoso nas estradas para você ir para


casa.

Ela olhou de soslaio para mim. — Sr. Noble, eu tenho


que ir para casa. Preciso me trocar. Eu...

Eu balancei minha cabeça. — Eu vi o seu carro na


garagem. É um pouco pequeno. Um carro de brinquedo que
seria soprado para fora da estrada. Você iria acabar em
Kansas.

Ela sorriu, apesar de si mesma, e eu fui. — Se você o


deixar aqui hoje, pode ir com o meu motorista, Tiny. No meu
carro. Ele pode buscá-la mais tarde esta noite e trazê-la de
volta, se você quiser continuar me entrevistando. Hoje à noite
a tempestade terá passado.

Ela pensou que, assim como ela tinha uma escolha. Ela
não o fez.
— Ok— , Leticia assentiu. — Mas antes de Tiny me levar
para casa, eu queria fazer uma pergunta que me ocorreu
ontem à noite, se eu puder.

— Claro— , eu dei de ombros. — Eu lhe disse desde o


começo - você pode me perguntar qualquer coisa sobre a
minha vida, ou sobre as minhas experiências no estilo de vida
BDSM e eu vou responder-lhe com sinceridade.

Leticia olhou pensativa para baixo em sua xícara de café


e, quando ela tinha a sua pergunta enquadrada, ela olhou
para mim. — Por que o estilo de vida BDSM não aproxima os
casais?— , perguntou ela. — Pelo que eu li, e aprendi, parece
que muitas mulheres querem experimentar o estilo de vida,
mas seus parceiros são contra a idéia de tentar algo novo no
quarto ou - ainda pior - eles dão o conceito de um tentar e
falhar miseravelmente. — Ora, estas são pessoas
comprometidas, casamentos de longo prazo, então você tem
que assumir que o vínculo de confiança já existe entre eles.
Certamente BDSM deveria trabalhar para essas mulheres,
não deveria?

Eu balancei minha cabeça. — Há dois problemas. Os


homens têm medo de tentar qualquer coisa sexual com que
eles não estão familiarizados. E os homens não têm idéia de
como uma mulher se sente. Eles não entendem o que é
necessário para fazer o trabalho sexual BDSM-funcionar para
a mulher.
Letícia tem os olhos arregalados e levantou uma
sobrancelha para mim em um desafio artístico. — E você não
entende as mulheres?

— Eu entendo o que as mulheres precisam fazer o


trabalho de BDSM em seu quarto— , eu disse.

Ela sentou-se na cadeira e estendeu a mão para uma


nova página em seu caderno. — Bem— , disse ela com um
sorriso zombeteiro um pouco presunçoso — , isto deve ser
interessante. Se você estiver certo, então o que você está
prestes a dizer-me é o segredo do sucesso para o homem
médio casado. Odiaria perder uma única palavra.

Eu raspei a minha cadeira para trás e me levantei. Eu


comecei a andar pela cozinha como uma espécie de guarda de
sentinela.

Eu espetei um dedo no ar. — Ponto um,— eu disse, —


os homens têm um conhecimento limitado do sexo.
Geralmente sua educação vem a partir de conversas de
botequim com seus colegas de trabalho e amigos, e de lendo
coisas como 'Penthouse Letters'. Eles nunca fizeram o esforço
para aprender sobre as mulheres. Quando era mais jovem, o
conjunto de — truques— que eles usaram no quarto
funcionou, e desde então eles têm servido a mesma coisa
uma e outra vez. É tudo o que sei, e é tudo baseado em torno
de seu prazer. Isso não quer dizer que os homens não fazem
um esforço para agradar suas esposas, mas o fato é que a
maioria dos homens estão interessados em agradar a si
mesmos. As coisas que eles não trabalham para eles, e eles
sempre têm - ou assim eles acreditam. Nada de novo - nada
tão exótico quanto BDSM sexo-play é totalmente estranho
para a maioria deles, eles ficam com muito medo de tentar.
Porque eles podem falhar.

— Os homens acreditam que não podem possivelmente


viver de acordo com as expectativas da sua esposa, apesar de
que a maioria das mulheres ficaria feliz simplesmente se seu
homem fizesse um esforço. O cara pensa que é muito melhor
evitar fazer papel de bobo, do que tentar algumas coisas que
a sua esposa quer - porque ele sabe que, provavelmente,
nunca cumprirá suas fantasias. Não importa o quão poucas
mulheres deixem o bar - não importa o quão pouco elas
pedem a partir de seu homem, ele raramente estará à altura
do desafio, porque isso significa aprender coisas novas com
que ele está desconfortável, e porque isso significa que ele vai
tropeçar e cair ao longo do caminho. Seu ego não pode lidar
com isso.

Eu esperei por um momento. Letícia estava escrevendo


furiosamente para obter a última das minhas palavras em
seu bloco de notas. Ela olhou para cima. — Essa é uma
generalização ampla.

Inclinei a cabeça. — Claro— , eu admiti. — Há alguns


homens no mundo que estão experimentando BDSM, porque
eles entendem o quanto isso significa para a sua esposa. Eles
são as exceções à minha regra. Eu tiro meu chapéu para
esses caras.
Por um momento eu perdi minha linha de pensamento,
e eu não conseguia me lembrar por que eu estava de pé no
meio do chão com o dedo no ar. Letícia estava olhando para
mim com expectativa.

— E a sua teoria sobre as mulheres ...?

Ah. Era isso.

— As mulheres de hoje são muito diferentes das as


mulheres de gerações anteriores— , disse eu. — Os papéis de
gênero têm alterado. A mulher agora se vê como uma pessoa
independente, forte, teimosa -Igual a um homem.

— Certíssimo, irmã— , disse Leticia secamente. Ela fez


um pequeno punho e deu um soco no ar. Em seguida, ela
balançou a cabeça maravilhada. — O grande Jonah Noble
soando como uma feminista? Os leitores não vão acreditar
em mim.

Eu sorri. — É uma variação do - conheça seu inimigo —


eu expliquei. — Se um homem entende a maneira como uma
mulher pensa, então ambos os lados do relacionamento
ficarão satisfeitos.

Leticia ficou olhando para mim por um longo momento,


e então ela debruçou-se sobre seu bloco de notas e a sua mão
começou a correr através da página.

— Por causa da independência recém-descoberta de


uma mulher, os dias de neandertais passar de moda. As
mulheres não querem ser obrigadas a ficar de joelhos. Elas
querem ser feitas para se sentir fracas nos joelhos. Os
maridos e amantes precisam transmitir à mulher uma
sensação de vida conquistada.

Leticia ergueu os olhos do livro e me lançou um curto,


olhar especulativo afiado. — Conquistada?

— Sim— , eu disse. — Toda mulher que é despertada


pela submissão também é despertada por um macho alfa que
pode domá-la. Essas mulheres não estão à procura de um
marido no quarto que vai fazê-las sentir-se seguras e amadas.
Elas já têm isso em seu relacionamento. Estas mulheres
estão procurando um homem que é forte o suficiente para
conquistá-las. Dessa forma, a mulher ainda pode se sentir
vibrante e independente ... mas também se sente confortável
para se submeter a seu amante. Esse é o ponto de viragem
para as mulheres. Elas não querem ser submissas ... elas
querem se sentir como se não pudessem resistir à submissão.

******************

Eu assisti Tiny guiar o grande carro para fora através


das portas e, em seguida, eu empurrei a porta
silenciosamente fechada.

Trigg estava de pé no foyer, com os braços cruzados,


encostada na parede.

— Ela está se apaixonando por você— , disse Trigg


suavemente.

Olhei fixamente para ela. — Você está brincando.


Trigg balançou a cabeça. — Uma mulher sabe— , disse
ela misteriosamente. — E ela suspeita de mim. Ela vai querer
saber mais sobre nós.

— Você é uma velha amiga que está a ter a sua casa na


cidade remodelada. Essa é a história. É assim que eu quero.
Letícia não precisa saber nada mais do que isso— , minha voz
era tão fria que parecia que meus lábios poderiam estar
cobertos de gelo.

Trigg fez um pequeno gesto de aquiescência e acenou


com a cabeça. Ela permaneceu em silêncio por outro
momento. — Quando ela descobrir - e ela vai descobrir,
Jonas - ela pode vir a te odiar.

Eu suspirei. — Eu sei,— eu disse suavemente. — Mas


isso não importa, não é? Será tarde demais até então.

******************

Leticia voltou depois de escurecer. Tiny estacionou o


carro na garagem e trouxe-a pela porta lateral da casa. Eu
estava esperando por ela.

Ela estava vestida com um sueter azul suave e jeans


confortáveis. Ela tinha passado algum tempo arranjando o
cabelo e maquiando-se. Ela olhou para o céu noturno
enquanto balançava levemente a subir os degraus, e então
me viu e sorriu.

Eu sorri de volta.
A tempestade tinha passado, mas o tempo se tornou
frio. O céu estava carregado de nuvens de chuva escuras que
pairavam perto do chão e bloqueavam qualquer luar.

— Será que você aproveitou o seu dia?

Ela entrou pela porta e houve um momento estranho


em que eu senti ela inclinando-se para mim, como se para
beijar minha bochecha. Eu vacilei, e sua cabeça se
distanciou, sem o sorriso no rosto relutante de sempre. Seus
olhos brilhavam de energia e emoção. Ela ficou muito perto
de mim e olhou nos meus olhos. Ela estava tremendo e
borbulhante.

— Fantástico!— , ela disse. — Passei o dia inteiro sobre


as minhas notas até agora, ordenando-as.

Eu fiz uma pequena careta, mas seu entusiasmo era


contagiante. Senti-me sorrindo. — Isso não soa como um
monte de diversão.

— Essa não é a parte fantástica.— Ela estava tão perto


de mim que eu tinha que resistir ao desejo de deslizar meus
braços ao redor de sua cintura estreita e sentir o calor do seu
corpo firme pressionando contra meu peito.

— A parte fantástica foi quando eu liguei para meu


editor do jornal.

Tomei um pequeno passo para trás dela e deslizei


minhas mãos em meus bolsos. — Eu vejo.
— Eu li para ele algumas das coisas que você me disse,
e ele acha que seria ótimo uma edição especial de quatro
páginas em uma edição de sábado.

— Uau— , eu disse.

— Uau, de fato!— Letícia estava cheia. — É um grande


negócio no mundo do jornal, deixe-me dizer-lhe a edição de
sábado tem a maior circulação da semana É o maior jornal do
Examiner e para um estagiário para ser dado tanto espaço...
— Ela pareceu ficar sem palavras por um momento. Ela
bateu as mãos e fez formas malucas no ar, — Bem é apenas a
coisa mais importante de sempre!

Eu sorri. — Parabéns— , eu disse com sinceridade.

Nós fomos lá em cima, para além da porta fechada do


meu quarto, e várias outras portas fechadas, para a
biblioteca.

Leticia me seguiu até ao quarto, mas parou de repente


no limiar.

— Uau ...— ela disse novamente, desta vez com a voz


mais suave e preenchido com um temor moderado.

Eu não usava a biblioteca mais. Eu não tinha estado no


quarto por mais de doze meses. O cheiro de livros velhos e de
couro e fumo do charuto parecia ficar no ar e permear as
paredes.

Era um grande quarto. Cada centímetro da parede era


revestido por estantes antigas de madeira escura que iam
todo o caminho desde o chão até o teto. Havia uma escada
em um trilho deslizante discreto situado em frente de cada
estante, e as prateleiras estavam cheias de uma mistura
eclética de antigas primeiras edições encadernadas em couro,
livros de história, romances de aventura tradicional, e até
mesmo alguns textos sobre magia oculta selecionado.

Havia tapetes grossos persas espalhados por cima do


piso de madeira polida e duas enormes cadeiras com braços,
de couro verde suave liso e brilhante nos remendos, tão
convidativo como um par de sapatos desgastados
confortáveis.

As cadeiras estavam dispostas uma em frente da outra


no meio do chão com uma pequena mesa redonda entre elas.
Sobre a mesa havia uma garrafa de uísque e pequenos copos
de vidro.

Levantei-me para o lado, olhei ao redor da sala,


lembrando-me de tudo em um instante. Leticia saiu
lentamente para a frente como uma sonâmbula. Seus olhos
estavam arregalados, os lábios entreabertos, com a cabeça
inclinada para trás para ver os espinhos de folhas de ouro
dos livros nas prateleiras mais altas. Sua bolsa deslizou fora
de seu ombro e caiu suavemente no chão, esquecida.

Letícia foi para a estante mais próxima e correu os


dedos sobre os livros, seu toque como uma carícia.

Havia um lustre de vista antigo pendurado no teto, mas


era realmente uma farsa. Havia um interruptor na parede ao
lado da porta. Virei o brilho da iluminação para baixo até que
ele era sutil e suave.

Eu afundei em uma das cadeiras e me servi de uma


bebida enquanto Letícia caminhava ao longo das prateleiras
de livros com um olhar maravilhado semelhante em seus
olhos.

— Eu amo livros,— eu disse. Bebi a bebida,


esparramado confortavelmente na cadeira grande, e mais
uma vez entrevistei as pesadas caixas de madeira. Mas
apesar de toda a magia do quarto e mistério, meus olhos
voltavam secretamente para Letícia.

— Eu gosto da sua roupa— , eu disse calmamente.

Ela olhou para mim e riu com uma risada baixa


gutural. — Obrigado pelo elogio.— Ela fez uma pequena
pirueta. Era apenas um sueter e um par de Levis, mas de
alguma forma faziam-na parecer extraordinário. Suas pernas
eram longas e esbeltas, seu traseiro firme dentro da forma
apertada do denim. Seus seios eram acentuados pela forma
como o tecido azul-claro se agarrava à sua forma e abraçava
a sua cintura estreita. Ela enfiou as mãos nos bolsos e virou-
se em direção a uma coleção de romances de primeira edição
com capa de couro de um autor famoso.

— Você o conhece?

Eu balancei a cabeça. — Eles são todos assinados.


Ela ficou na ponta dos pés e estendeu a mão para um
dos romances de aventura espessos, e a mudança no corpo
dela só serviu para enfatizar ainda mais a magreza dela e a
silhueta tentadora de seus seios.

Ela aliviou um dos livros da prateleira, segurando-o


como se fosse uma coisa preciosa e abriu a tampa para a
primeira página.

— Para um homem entre os homens - Meu amigo,


Jonas Noble— Ela leu em voz alta a inscrição, em seguida,
fechou a tampa e olhou para mim novamente. — Parece que
você tem amigos em lugares altos. Ele está sempre nas listas
de best-sellers.

Dei de ombros. — Ele era íntimo de meu pai— , eu


disse. — Eu meio que herdei essa amizade após o velho
falecer.

Ela cuidadosamente colocou o livro de volta na


prateleira e continuou a vagar enquanto eu a olhava por cima
da borda do meu copo.

Ela parou no final da estante e pegou um grande


fichário de capa de couro, grosso, com uma camada de
poeira. Estava na prateleira de baixo. Ela ajoelhou-se no
tapete e abriu o fichário. Eu assisti sua expressão.

A testa de Leticia dobrou em uma carranca intrigada.


Ela vasculhou as páginas, e, em seguida, olhou por cima do
ombro para mim.
— O que é isso?— ela estava curiosa. — Por que você
tem cópias de todos esses jornais velhos?

— Eles eram meus— , eu disse.

— Você guarda jornais velhos que você compra?

— Não. Eu possuía os jornais reais.

Houve uma longa pausa quando a compreensão


lentamente surgiu. Ela se virou para mim lentamente,
segurando ainda a pasta nas mãos. — Você quer dizer que
você é o dono desses jornais? Você era o editor?

Eu balancei a cabeça.

— Você me deixou tagarelar como uma menina da


escola de baixo, dizendo-lhe sobre as edições de sábado e
quatro páginas se espalhando quando o tempo todo você era
um editor?

— Sim— , eu disse.

— Por quê?

— Porque você estava tão entusiasmada e tão animada.


Foi a primeira vez que eu vi você assim.

Sentou-se na cadeira em frente e lentamente folheou a


pasta. As páginas estavam todas amareladas com a idade,
suas bordas esfarrapadas e enroladas. Havia uma dúzia de
cabeçalhos diferentes de todo o país.

— Eles eram jornais comunitários semanais— , eu


expliquei. — Anos atrás, meu pai comprou-os quando eles
estavam prestes a falir, e nós construímo-los de volta em
empreendimentos rentáveis.

Letícia olhou para mim rapidamente. — The Examiner


está aqui.

— Sim. Esse foi o primeiro jornal que meu pai comprou.

— Mas você ainda não o possui, possui? Você não


publica o jornal onde trabalho - não é?— de repente, ela
parecia muito cautelosa, quase suspeita.

Eu balancei minha cabeça. — Não. Nós vendemos cada


um desses jornais, pouco antes que meu pai morreu.

Vi-a visivelmente relaxar, e um pouco da tensão saiu de


seus ombros.

— Fizemos os jornais muito rentáveis, mas eu podia ver


a internet, que aparecia no horizonte e construção como uma
tempestade que iria mudar para sempre a publicação. Pude
ver a escrita na parede para os jornais da comunidade local,
de modo que os vendi todos apenas na hora certa, e mudei a
direção dos nossos investimentos de propriedade - onde estão
ainda hoje.

— Mas você conhece a indústria de jornais?

Eu balancei a cabeça. — Eu devia. Eu, pessoalmente,


corri vários desses jornais que você tem em seu colo.

— Sério?
— Realmente,— eu disse. — Quando meu pai percebeu
que eu nunca me tornaria um advogado, apesar de seus
melhores esforços, ele decidiu que a melhor coisa que eu
podia fazer era aprender o negócio que eu um dia herdaria.
No momento em que havia acabado de adquirir um novo
jornal semanal gratuito na área de LA. Passei 12 meses na
execução do negócio. No processo eu aprendi sobre a
indústria de impressão, e como gerenciar pessoas.

Leticia sentou em frente. — E as mulheres? Será que a


mudança para Los Angeles tem alguma coisa a ver com você
se tornar um Mestre de BDSM?

Minha boca se curvou preguiçosamente em um sorriso


insolente. — Elas influenciaram— , eu disse. — O escritório
era composto por oito mulheres e um outro homem.

— Quantos anos você tinha?

— Eu tinha vinte e quatro anos, e eu estava vivendo a


milhares de quilômetros de distância da influência do meu
pai em um apartamento caro.

— Eu aposto que essas mulheres não sabiam o que elas


estavam a provocar — , disse Letícia. Seus instintos lhe
disseram que era hora de pegar seu caderno e caneta.

Inclinei minha cabeça, mas eu não sorri. — Quatro das


mulheres no escritório eram representantes de publicidade de
vendas. Eram todas atraentes e bem apresentadas. Tipo
agentes imobiliários femininos. Duas das outras meninas
tratavam as contas, e duas secretárias— , eu expliquei. —
Um par de mulheres eram bem casadas ou noivas de caras
com nomes como 'Skip' e 'Tyler'.

Eu recarreguei meu copo e derramei um pouco em outro


copo para Letícia. Eu não perguntei - Eu só derramei, e deixei
seu copo na borda da mesa entre nós. Eu fiquei de pé. Até
agora, ela sabia o que esperar. Eu a vi mudar o peso na
cadeira, como se estivesse se preparando para assistir a uma
partida de tênis enquanto eu caminhava de um lado da
biblioteca para o outro.

— Havia lá uma mulher que me chamou a atenção— ,


disse eu. — Fora todas elas, havia uma menina que tinha
algo especial. Ela não era a mais bonita, ela era a mais sexy.

Leticia arqueou uma sobrancelha. — Defina sexy.

Dei de ombros. — Eu não acho que eu posso— , eu


confessei. — Eu não tenho uma definição, nem tenho
parâmetros específicos. Não é qualquer coisa sobre uma
mulher que faz dela sexy em meus olhos, é uma coleção de
coisas. Uma fusão inebriante do óbvio e o sutil que se fundem
.

Eu repassei essa explicação por cima da minha cabeça.


Soou coxo, mas eu não tinha nada melhor por meio de uma
definição.

— Esta menina tinha – isso. — eu continuei. — Ela era


uma das secretárias. Seu nome era Sherry. Ela tinha a minha
idade, mas ela era tão delicada e pequena, ela parecia uma
adolescente. Ela tinha apenas um metro e meio de altura. Ela
tinha um formato de corpo correspondente: seios em
crescimento, pequenas mãozinhas delicadas. Ela tinha longos
cabelos negros, e sua pele era lisa e pálida.

Leticia escreveu tudo, e, em seguida, sentou-se, olhando


para mim. Talvez ela estivesse esperando por eu continuar,
ou talvez ela estava imaginando a magra Sherry em meus
braços. Eu puxei as minhas mãos dos meus bolsos e raspei-
as pelo meu rosto.

— Eu estava em uma posição difícil. Meu pai tinha me


avisado sobre os perigos de 'mergulhar a caneta na tinta da
empresa', e eu ainda tinha lembranças de Claire que tinham
ficado frescas em minha mente.

— Claire?— Leticia ficou surpresa. — Não foi anos


antes? Certamente deve ter havido muitas outras mulheres,
entre os dezenove e os vinte e quatro. Você é um homem de
boa aparência. Eu não posso imaginar que você ter algum
problema com as senhoras.

— Eu fiz tudo certo,— eu disse vagamente. — E sim,


houve muitos e muitos breves encontros durante esses anos.
Eles foram todas as experiências de aprendizagem. Eu
gradualmente comecei a entender um pouco mais sobre o que
as mulheres queriam, e como eles queriam se sentir no
quarto. Mas eu mencionei Claire por causa da questão
chantagem. Agora eu estava coordenando um negócio do
outro lado do país, mas eu estava perfeitamente ciente de que
Sherry era uma empregada. Eu queria-a foder, - como eu
queria-a, - mas eu não a queria, porque ela trabalhava para
mim e precisava de seu trabalho. Você pode ver o problema?

— Uhuh— , disse Letícia. — Mas eu não vejo como você


poderia ter encontrado uma maneira de contornar isso.

Eu balancei a cabeça. — Eu simplesmente não podia ver


uma maneira. Mesmo que eu a convidasse para jantar, ela
ainda se sentiria como se estivesse sob alguma obrigação.

— Então ...?

— Acontece que eu tinha sido me agonizado para


nada— , dei de ombros. — Uma tarde de sexta-feira enquanto
estávamos trabalhando no escritório, Sherry me propos!

— Não!— Leticia ficou boquiaberta. — Está brincando?

— Juro por Deus— , eu prometi, e ela se inclinou para


frente em sua cadeira de forma conspiratória como se ela
estivesse prestes a ouvir alguma nova fofoca escandalosa.

Seus olhos estavam arregalados e com fome. — Conte-


me tudo.

Eu ri. A vivência em torno de uma garota me fez sentir


jovem de novo. — Desde o início?

— E não deixe nada de fora.

Fechei os olhos por um momento e vi mais uma vez o


pequeno escritório estreito no leste de Los Angeles que havia
abrigado o jornal. Era um pequeno edifício degradado
encravado entre maiores, igualmente degradados edifícios. O
tapete através do escritório era esfarrapado, e a área de
produção, onde o jornal era composto estava em um conjunto
de bambas escadas internas na parte de trás do prédio. A
área de produção era uma garagem subterrânea convertida, o
chão era de concreto nu, e as bancadas eram organizadas em
torno das paredes.

— Sherry trabalhava na área da recepção pela a maior parte


do dia, e à tarde ela descia as escadas para trabalhar na
composição do jornal - fazendo o design e o layout— , eu
expliquei. — Ela iria recolher todo o editorial e peças de cópia
do anúncio que tinham sido impressas ao longo do dia e levá-
los para baixo. Cada fim de semana, tínhamos um casal de
aposentados que trabalhavam nos jornais antigos que
vinham ao sábado e domingo e colocavam o jornal em ordem,
prontos para imprimir segunda-feira.

— Sherry tinha a certeza de que tudo estava no lugar,


na mão e pronto para os compositores. Era parte de seu
trabalho, então eu sabia que quando ela passava pelo meu
escritório com impressões em suas mãos, que ela estava indo
lá embaixo para o resto do dia .

— Esperei cerca de vinte minutos. Foi no início da


tarde. Eu tinha um par de mensagens para atender a que não
esperaria. Duas contas tinham desaparecido no sistema de
computador, e o negócio estava fora do bolso um par de mil
dólares a menos . nós poderiamos encontrar um cara de
tecnologia para recuperar as informações. Então eu disse a
Lizzy - a outra secretária - que eu não estava tomando mais
chamadas e desci as escadas e encontrei Sherry em um dos
bancos de trabalho. Ela estava combinando algumas tiras da
cópia editorial com um projeto de layout.

Ela estava inclinada sobre o banco de madeira, com as


pernas ligeiramente afastadas, com o corpo inclinado para a
frente para que a pequena saia curta preta que ela usava
subisse nas costas de suas coxas e que apertava os globos
firmes de seu bumbum.

Sua cabeça estava inclinada sobre a papelada. Quando


ela ouviu meus passos rangendo descer as escadas, ela
varreu o cabelo longe de seu rosto e se virou. Mas ela não
sorriu. Na verdade ela parecia doente. Seu rosto estava
vermelho com a cor.

— Eu perguntei se ela estava bem. Ela assentiu, mas


então seus olhos se encheram de lágrimas e eu pensei que ela
ia começar a chorar. Ela engasgou com um som de pequenos
soluços, e depois me disse que tinha sido a única responsável
pela falta duas contas. estava tremendo como uma folha. Ela
olhou para mim com olhos grandes cheios de lágrimas e seu
lábio inferior estava tremendo.

— Minha primeira reação foi ficar bravo. Eu tinha


passado a metade da manhã a tentar encontrar essas contas
e quem havia sido responsável. Senti meu temperamento
fervendo logo abaixo da superfície. Andei em direção a ela e
ela inclinou a cabeça. Seus ombros começaram a tremer.
— Eu parei. Respirei fundo e apertei a minha
mandíbula. Então, por alguma razão instintiva, eu disse a ela
que eu deveria colocá-la por cima do meu joelho e espancá-la.

Leticia parecia atordoada. — Como, em nome de Deus, é


que surgiu com uma linha como essa?

— Eu não sei!— Peguei minhas mãos dos meus bolsos


e joguei meus braços em um gesto de admiração. — Eu não
sei se foi algum instinto. Eu estava começando a me
desenvolver, se fosse algum tipo de percepção sensorial ... a
este dia, eu ainda não entendo os sinais que eu tinha visto
em Sherry antes desse momento que rasgou essas palavras
da minha boca.

— Será que ela desmaiou? Ela correu gritando?

— Não.— eu disse. — Ela parou de respirar por um


instante e as lágrimas pareciam secar em seus olhos. Ela
olhou para mim por mais tempo e então ela disse:— isso soa
bem. Eu estava realmente querendo saber o que sentiria se
você me beijasse.

— Não!

Eu balancei a cabeça. Era verdade.

— Ela escovou os olhos e, em seguida, sua mão caiu


longe de seu rosto e ela colocou-a atrás das costas. O
movimento empurrou os botões dos seios pequenos contra o
tecido de seu topo. De repente eu poderia ver a fraca sombra
de seus mamilos. Seus seios eram tão pequenos, ela nunca se
preocupava com um sutiã. Ela ergueu o queixo em algum tipo
de convite - ou desafio - e, em seguida, inclinou seu quadril.
Seu olhar deslizou para baixo do meu corpo e, em seguida,
veio de novo, e quando ela olhou de volta para o meu rosto os
olhos estavam encapuzados, suaves e sonhadores.

— O que você fez?— Leticia soou um pouco sem fôlego.


Eu ouvi um pequeno arranhão em sua voz rouca.

— Eu estava lá— , eu admiti. — Eu estava dividido


entre agindo por instinto, e as minhas obrigações para com
esta menina como seu empregador. Foi como lutar contra
uma corrente de tentação e eu estava me afogando. Eu a
queria. Era como se cozinhasse em meu sangue, brilhasse
nos meus olhos... E, em seguida, finalmente eu cruzei o
pequeno espaço que nos separava e beijei-a com uma
ferocidade e intensidade com raiva porque eu sabia que não
podia resistir.

— Sherry era suave e mole em meus braços. A força


daquele beijo inclinou-a para trás de modo que ela teve que
jogar os braços ao redor do meu pescoço e se apegou a mim.
Sua boca se abriu grande para mim e eu empurrei minha
língua entre os lábios e corri minhas mãos avidamente entre
o calor dos nossos corpos até que meus dedos deslizaram
entre os botões de sua blusa.

Leticia cruzou as pernas e se contorceu na cadeira.


Seus olhos procuraram meu rosto atentamente, os lábios
entreabertos, a expressão insondável.
— Enfiei minha mão sobre os seios de Sherry e senti
seus mamilos endurecerem ao meu toque. Ela engasgou em
minha boca, e seu corpo esticou em minha direção. Eu
quebrei o beijo e baixei a cabeça para seu pescoço. Houve um
som em sua garganta como o ronronar de um gato e eu senti
seus braços em volta de mim a apertar e a puxar-me para
baixo. Eu desabotoei os primeiros botões de sua blusa e
deslizei o tecido de seu ombro. Sua pele estava pálida e sem
falhas, a carne sem mácula e deliciosa para baixo na tenra
linha de seu pescoço, e então firme e urgente na forma quase
imatura de seu seio. Seus mamilos estavam escuros contra a
porcelana de seu corpo, duro como pedras, e uma erupção de
pequenas colisões subiu em torno da auréola.

— Eu chupei seu mamilo entre os lábios e senti os


dedos de Sherry emaranhados e enrolandos no meu cabelo.
Eu podia ouvir a batida do seu coração acelerado, e sentir o
pulso da mudança do seu corpo enquanto eu lambia e
brincava com o botão-de-rosa delicado, até que ela gemia e
tremia suavemente.

— Eu queria mais. Fui tomado pela luxúria por esta


menina. Senti uma névoa vermelha subindo atrás dos meus
olhos, e quando eu aliviei minha boca de seu peito, minha
respiração estava irregular. Mas era no meio da tarde, e
mesmo que nós estivessemos lá embaixo e longe de todos os
outros no escritório, havia o risco de que uma das outras
meninas vinham procurando um de nós a qualquer
momento.
— Eu deslizei um dedo sob o queixo e ergui o rosto para
o meu.— Que, delicada pequena coisa preciosa você é, — eu
respirei. Ela olhou para o meu rosto com grandes olhos
arregalados que não piscavam. Beijei-a novamente e seus
lábios eram macios e molhados e dispostos. Sua língua
deslizou dentro da minha boca e ela fsoltou uns choramingos
macios. Minha mão foi direto para o seu pequenino peito de
novo e eu belisquei o mamilo. Ela gemeu e eu senti-a
estremecer como se um tremor corre-se através do
comprimento de sua coluna vertebral. — Eu não sou tão
delicada— , ela murmurou. Seus olhos eram sonhadores,
quase como se ela estivesse drogada. Eu senti um rosnado no
fundo da minha garganta e apertei o mamilo um pouco mais
duro e rolei-o entre meus dedos. Ela ficou tensa - seu corpo
rígido e tremendo - e então eu passei para trás rapidamente,
fora do alcance dos braços.

— Eu senti como se estivesse em chamas. Senti que


poderiamos consumir um ao outro, naquele momento, e que
o calor nos derreteria. Meu pau estava esticando na minha
calça. Fiquei para trás e olhei para ela, banqueteando-me
com a forma esbelta de seu corpo e as ondas que se projetava
de seu peito. Ela fez um movimento para cobrir-se - para
puxar a blusa de volta fora de seu ombro - mas minha mão
estalou para fora e fechei em torno de seu pulso. — Não— ,
eu disse. — Não até que eu lhe diga.

— Algo brilhou nos olhos de Sherry,... Era como uma


labareda de eletricidade. Sua mão caiu obedientemente de
volta para o lado e ela deixou-se exibida para mim. Ela
ergueu o queixo, e seu olhar de repente estava constante e
compreensivo. — Sim, senhor, disse ela, em voz tão baixa
que as palavras mal saíram de sua boca, e ainda assim elas
soaram em meus ouvidos como um grande sino badalando.
Eu soube naquele instante que eu tinha encontrado a mulher
que eu estava procurando.

— Eu disse a Sherry para cancelar quaisquer planos


que tinha para a noite e para me encontrar no escritório uma
hora depois do trabalho. Eu disse a ela para usar lingerie. Ela
assentiu em silêncio, e então eu dei-lhe a minha permissão
para se cobrir. Ela abotoou a blusa e cutuquei-lhe o cabelo.
Ela ainda estava tremendo. Vi o vestido, deliciando-me com a
forma como seus pequenos delicados dedos se moviam, e
imaginá-los envolto em torno do comprimento duro do meu
pau. Eu olhei para as linhas finas lisas de suas pernas e
segui até a bainha de sua saia, fantasiando sobre quão suave
a carne de sua coxa seria ao meu toque, como apertada sua
buceta se sentiria: como molhada seria e como ela docemente
saboraria. Sherry estava obedientemente enquanto eu despia
avidamente com os meus olhos. Ela era como uma viva,
boneca sexual respirando - um instrumento perfeito para a
doação de prazer. O resto da tarde derivou perto em uma
névoa embaçada.

— Ela voltou— Perguntou Letícia.

Eu balancei a cabeça. — Eu fui para o jantar em um


restaurante local, logo após o trabalho para preencher o
tempo. Quando voltei ao escritório, Sherry estava de pé nas
sombras sob um toldo na porta da frente, esperando por
mim. Ela estava usando um casaco preto e sapatos pretos.

— O que aconteceu?

Eu sorri. — Foi o início de um caso incrível— , eu


provoquei. — Um dos momentos mais memoráveis da minha
vida - e eu vou dizer-lhe tudo sobre os maus caminhos de
Sherry e os jogos eróticos BDSM que jogamos, assim que você
responder uma das minhas perguntas.

Leticia gemeu. Ela caiu de volta no profundo abraço da


cadeira de couro, quando o ar saiu para fora dela. Ela olhou
para mim com um apelo silencioso em seus olhos - que eu
ignorei.

— Quando foi a última vez que você fez sexo?— , eu


perguntei.

— Eu realmente tenho que responder isso?

— Do ut des.

Leticia suspirou, e, em seguida, sua expressão tornou-


se um pouco culpada. — Cerca de cinco meses atrás— , disse
ela em voz baixa.

Eu pensei sobre isso por um segundo. — Então, isso foi


depois de Dwayne, certo? Isso teria sido depois que mudou-se
para a cidade para começar seu estágio.
Leticia assentiu. — Eu estava sozinha— , ela encolheu
os ombros. — Eu acho que eu senti saudade de casa, talvez
ou senti falta do contato físico com um homem.

— Foi uma coisa de uma vez, ou foi um caso?

— Apenas uma vez.

— Conte-me sobre isso.

Letícia começou a protestar. Olhei para ela e minha


expressão era como pedra. Ela permanceceu em um breve
silêncio embaraçado. Ela baixou os olhos e fixou o olhar firme
no bloco de notas em seu colo.

— Eu nem me lembro o nome dele,— ela balançou a


cabeça vergonha cobrindo suas faces. — Eu o conheci na
festa de aniversário de um colega de trabalho. Éramos um
grande grupo em uma boate local... Talvez trinta ou quarenta
pessoas do escritório e todos os seus amigos que eu
realmente não conheço ninguém além de alguns dos
jornalistas. Todo mundo estava bebendo e dançando. Sentei-
me num canto.

— Você estava entediada?

Ela balançou a cabeça, e a juba loira de seu cabelo


balançava e brilhava à luz suave do quarto. — Estava triste—
, admitiu Leticia. — Eu estava triste e solitária. Percebi que
estava a milhares de quilômetros de casa, e que estava
morando sozinha. Eu não tinha amigos de verdade, nenhuma
companhia. Eu não tinha nada, apenas o meu trabalho.—
Ela olhou nos meus olhos, por fim. — Eu fiz uma má
escolha— , disse ela. — Não é porque eu sou fácil, Sr. Noble.
Eu não sou esse tipo de garota. Tomei uma decisão, porque
eu estava emocional.

Eu segurei seu olhar. — Leticia, eu não estou te


julgando.

Ela olhou para mim, não disse nada. Seus olhos


voltaram-se para as suas notas. — Ele tinha a minha idade.
Ele era um amigo do aniversariante. Ele parecia um menino
bastante decente. Ele não estava bêbado, e nem eu. Depois
que saímos da boate, ele se ofereceu para me levar para casa.
Aceitei .

— E quando você foi para o seu apartamento?

— Eu o convidei, e ele acabou ficando a noite.

Leticia suspirou. Ela torceu as mãos como se estivesse


lavando-as com água e sabão. — Ele era um terrível
amante— , ela riu de repente, mas o som era amargo e oco. —
Dá pra acreditar? Depois de fazer uma má decisão, acabei
escolhendo um cara que sabia menos sobre o sexo do que eu.
A noite foi um desastre. Acabei dormindo no sofá e deixei a
cama com ele. Eu não poderia levantar para deitar perto dele,
mas era porque eu estava zangada comigo mesma. Ele era
apenas um cara. Eu fui uma tola.

Eu fiquei em silêncio por um momento, para ver se


Leticia diria mais alguma coisa. Ela não o fez. — O que
aconteceu na parte da manhã?
Ela balançou a cabeça, incrédula. — Ele me disse que
queria me ver de novo. Ele me disse que eu era uma foda
muito melhor do que sua namorada, e perguntou se talvez
pudéssemos começar algo discreto.

Letícia olhou para mim novamente e havia uma sombra


morta, oca através de seus olhos. Ela se inclinou para a
frente e de repente pegou o copo meio cheio de uísque que eu
tinha derramado para ela. Ela engoliu um bocado, e então
seus olhos se arregalaram, como se tivesse tomado veneno.
Ela tentou não engasgar quando os vapores do álcool
queimaram a parte de trás de sua garganta e seus olhos
começaram a lacrimejar.

Ela engasgou e colocou a bebida cuidadosamente de


volta na borda da mesa. Eu não me incomodei para encher o
copo.

— Quando foi a última vez que você teve um orgasmo?

Leticia vacilou e sua expressão se tornou de repente


pedregosa e fria. — Eu não vou responder a isso. É muito
pessoal.

Sentei-me para trás e esfreguei o queixo. O silêncio


estalou com a tensão súbita. Ela olhou para mim e seu rosto
estava cheio de rebeldia. Apertei os olhos e fui para fora da
cadeira com ameaça lenta. Eu rondava outro lado da sala,
tirando o silêncio, movendo-me na escuridão sem brilho como
se estivesse caçando a minha presa.
— Letícia— , minha voz se transformou em gelo, — se
você fosse uma das minhas submissas, a primeira coisa que
você iria aprender a fazer é dar prazer a si mesma em frente
de mim. É uma condição que insisto que cada menina que eu
treino faça. Cada vez que elas vêm a mim, devem se despir e
ficar com suas pernas e seus olhos fixos nos meus. Faço-as
alcançar suas mãos dentro de suas calcinhas. Faço-lhes
importunar seu clitóris e deslizar os dedos profundamente
dentro de suas bucetas. Eu faço-as me dizerem como se
sentem com o dedo-fodendo-se perante seu Mestre - e elas
fazem isso, Leticia.

— Eu deixo-as ir direto para a beira de explodir e eu


digo-lhes para esperar.— Eu disse tudo isso em uma voz
profunda e baixa, as minhas palavras estrondosas. — E então
eu digo a elas para vir. Eu as faço vir ao orgasmo sobre seus
dedos e absorver suas calcinhas com o suco da fusão quente
dele. Assim não me diga que perguntar quando você teve um
orgasmo pela última vez é muito pessoal. — As palavras
brilharam e provocou no ar.

Leticia segurou o meu olhar para mais uma fração de


segundo de desafio, e então ela baixou os olhos. Ela limpou a
garganta e assentiu.

— A última vez que tive um orgasmo foi só então— ,


disse ela timidamente. — Ouvindo o jeito que você falou .... o
que você disse ... Eu. .. hum ... não pude me ajudar.

*******************
Eu fui a uma estante definida na parede atrás de mim e
tirei dois livros de uma das prateleiras mais baixas.
Escondido na escuridão era um charuto Romeo & Julieta
feito à mão, um cortador e um isqueiro. Enfiei os livros de
volta no lugar e inalei o terreno, cheiro aromático que
tipificava um cubano clássico.

Eu recortei o final fora o cigarro e inalei até que a ponta


estava brilhando e queimando uniformemente.

— Levei Sherry em meu escritório. Agora que o resto do


pessoal tinha ido para casa para o dia e o prédio estava vazio,
não tinha necessidade de usar a sala de produção de baixo
para privacidade. O escritório estava escuro. Liguei uma
lâmpada de mesa, mas deixei todos as outras luzes apagadas.

— Minha mesa estava no meio do chão do escritório,


porque eu tinha quadros ao longo da parede traseira. Quando
eu tinha reuniões de produção com a equipe, que eu
precisava para elaborar desenhos de layout, por isso a
recepção não era, no final do quarto ou em um canto como a
maioria dos outros. Sherry estava na minha frente, com as
mãos atrás das costas e eu à beira da mesa, balançando
minha perna preguiçosamente, a forma como um gato grande
Africano movimenta sua cauda apenas momentos antes de
partir para a matança.

— A partir do momento que eu tinha deixado o


escritório, Sherry foi a casa mudar-se e retocar a maquiagem.
Eu podia sentir o cheiro de seu perfume. 'Tire o casaco,' disse
eu. Sherry pegou o cinto em torno da cintura dela e deixou-o
cair no chão. O casaco caiu. Eu vi carne pálida macia e um
padrão de renda preta intrincada. Ela encolheu os ombros do
casaco de seus ombros, fazendo com que cada movimento
lento e deliberado e tentador. Seus olhos estavam fixos nos
meus, o calor e a excitação em seu olhar quase uma coisa
física. Seus lábios estavam entreabertos. Ela lambeu-os e eles
brilhavam.

— O casaco escorregou de seus ombros e caiu


suavemente em torno de seus tornozelos. Ela estava diante de
mim em apenas uma lingerie de renda preta. A sombra
escura de seus mamilos endurecidos e fenda suave entre as
coxas dela era como uma promessa tentadora maravilhosa.
Eu levamtei-me da borda da mesa e caminhei ao redor dela,
inspecionando e admirando-a de todos os ângulos, enquanto
ela estava em obediência silenciosa. Mesmo em seus saltos
altos mal chegava aos meus ombros. Sua cabeça estava
inclinada, e ela estava respirando profundamente. No
silêncio, o som de sua respiração irregular parecia de alguma
forma ampliado. Eu rocei a ponta de um dedo para baixo pela
pele lisa leitosa de seu pescoço e sua pele parecia queimar.

— Eu pedi a Sherry para curvar-se na beira da minha


mesa. Ela cruzou a frente na cintura e, instintivamente,
separou seus pés, de modo que as pernas se separaram. Eu
estava atrás dela e passei as mãos dos joelhos até a pele
macia do interior de suas coxas. Estremeceu. Eu podia sentir
o calor irradiando de sua buceta. Levantei a lingerie, como se
estivesse levantando uma cortina, e coloquei uma mão sobre
seu sexo.

— Sherry prendeu a respiração irregular curta e se


encolheu. Senti-a queimado, os seus lábios inchados, e a
umidade derretendo de excitação. Meus dedos roçaram o
pequeno cerne duro de seu clitóris e os quadris de Sherry
contrariaram por reflexo. Senti sua influência, como se a
força tinha ido de uma perna, e vi suas mãos chegarem para
fora em toda a superfície de madeira polida da mesa, seus
dedos arranhando a borda para manter-se firme.

— Eu perguntei Sherry se ela sabia o que era uma


palavra segura. Ela balançou a cabeça. Expliquei o conceito
para ela, enquanto a ponta do meu dedo mergulhava dentro e
fora de sua buceta. Disse-lhe que a palavra de segurança
seria 'falcão'. Ela tinha a cabeça virada para o lado, com o
rosto pressionado contra o tampo da mesa, com a boca
aberta e os olhos fechados. Então, ela olhou para mim,
lentamente, como se estivesse acordando de um sonho
erótico, e ela perguntou o que deveria fazer, se ela queria
mais do que eu estava dando a ela, e nunca quis que eu
parasse.

— Eu disse a ela que ela deveria implorar.

Leticia olhou-me à distância. — Sherry parecia uma


mulher incrível. Será que ela tinha alguma experiência no
sexo BDSM antes de vocês dois ficarem juntos?
Eu balancei minha cabeça. — Eu não sei— , eu disse. —
Eu nunca perguntei a ela. Na verdade nós nunca rotulamos
as coisas que fizemos como sendo BDSM. Nós simplesmente
caimos nos papéis sexuais que eram mais confortáveis. Eu
dominava-a e ela se submetia a mim. Ela me deu a sua
confiança e seu corpo e sua mente. Ao longo dos meses que
se seguiram nós aprendemos sobre o estilo de vida em
conjunto. Eu acho que você chamaria isso de formação — on-
the-job.

Eu sorri para mim mesmo. Eu gostei dessa expressão.

Eu teria que me lembrar.

— Então o que aconteceu?— Letícia perguntou, me


arrastando de volta para a primeira noite com Sherry no meu
escritório.

— Eu aqueci minha mão sobre o globo pálido da bunda


de Sherry, em seguida, golpeei-lhe. O som disso no grande
escritório vazio era como o estalo de um chicote. Não foi forte.
Eu não estava tentando fazer com que ela sentisse qualquer
dor. Sherry vacilou e deixou escapar uma respiração
irregular, quando a carne de seu bumbum ficou vermelha.
Rapidamente eu bati na outra face, e ela engasgou
novamente. Eu disse que ela parecia que estava gostando
muito. Disse-lhe que a partir de agora, seu único foco era o
meu prazer. Então eu pedi a ela ficar sobre seus joelhos. Ela
deslizou para fora da mesa, e se virou. Suas mãos foram
instintivamente para a fivela do meu cinto. Eu sorri para ela,
tomando um prazer selvagem na forma como ela olhou para
mim. Ela estava ansiosa para agradar. Seus olhos eram
enormes. Deixei-a desabotoar as minhas calças.

— Eu disse a ela para abrir a boca. Ela fez. Eu disse a


ela para colocar as mãos atrás das costas e deixá-las lá.
Então eu estendi a mão e segurei uma das mãos sob o queixo
e a outra na parte de trás de sua cabeça. Meu pau estava
duro. Forrei-o com a ampla abertura molhada da sua boca e
segurei sua cabeça, enquanto me guiava entre os seus lábios
em um longo impulso.

— Sherry gemeu. Meu pau foi fundo dentro de sua boca


e senti-a tensa e tentando puxar a cabeça. Segurei-a lá, e ela
levou alguns segundos para que ela se tornasse acostumada
com a sensação de mim. Quando ela relaxou, ela olhou na
minha cara e eu comecei a usar a sua boca. Seus olhos
estavam lacrimejando. Ela estava absolutamente submissa a
mim - seu corpo era meu para usar como eu quisesse. Vi a
alegria silenciosa em sua expressão e eu olhei para ela
ferozmente, sentindo minhas características começarem a
lavar e engrossar com a minha própria excitação.

— Eu aliviei meu pau de sua boca e ela engasgou. Ela


estava ofegante. Seus lábios estavam inchados, seu batom
manchado em torno das bordas de sua boca. Ela respirou
fundo duas vezes antes de eu agarrá-la pelos cabelos e
levanta-la para seu pés.

— Eu girei em torno dela e forçei-a contra a parede do


escritório. Eu disse-lhe para espalhar suas mãos e seus pés.
Ela apertou o rosto contra a parede e ficou ali como se
estivesse sendo revistada pelos policiais. Ela olhou por cima
do ombro para mim e arqueou as costas, de modo que sua
parte inferior foi empurrada em direção mim, e ela levantou-
se na ponta dos pés em convite silencioso.

— Eu saboreava a visão dela. Ela era tão esbelta, tão


perfeita em todos os sentidos. Sua pele estava pálida, sua
cintura minúscula. Eu vim logo atrás dela e eu tive o meu
pau na minha mão. Eu esfreguei a cabeça inchada de mim
mesmo contra a abertura quente mancha de seu sexo e a
boca de Sherry se abriu em um 'O' silêncio. Levantou-se uma
fração de uma polegada e me guiou para dentro dela,
deslizando no fundo em um curso longo.

— O corpo de Sherry apertou. Eu podia sentir o aperto


dela e o pulso de seus músculos enquanto o seu corpo se
enrolava em torno de mim. Ela estava molhada e apertada e
quente, e eu joguei minha cabeça para trás e algum tipo de
grunhido primitivo foi arrancado de meus lábios. Sherry
mexeu os quadris e ficamos assim presos juntos, cada um de
nós perdeu-se por longos momentos. Eu agarrei em sua
cintura e enterrei os dedos profundamente em sua carne.
Empurrando-me profundamente dentro dela e, em seguida,
me afastando rapidamente . Sherry gemeu. Ela se preparou
contra a parede e as mãos agrupadas em pequenos punhos.
Eu pressionei uma mão entre as omoplatas e Sherry dobrou
para a frente na cintura. Agarrei um punhado de seu cabelo e
puxei. Suas costas arqueadas, a cabeça foi jogada para trás.
Cheguei em torno de seu corpo e envolvi minha mão em torno
de sua garganta. Eu vi os olhos de Sherry crescer grandes e
frenéticos com paixão repentina e ela começou a animar e
empurrar-me loucamente. — Posso gozar?— ela suspirou,
sua voz soando como se fosse muito longe. Eu ouvi o som
vibrar sob meus dedos como ele raspou em sua garganta. —
Não— , eu disse cruelmente. 'Você não goza sem a minha
permissão. Eu não terminei com você ainda.'
Capitulo Sete
— Sherry choramingou. Ela mordeu o lábio e fechou os
olhos. Ela empurrou de volta contra mim com mais
determinação e eu empurrei mais profundo dentro dela com
cada impulso os nossos corpos colidiam uma e outra vez
construindo o nosso próprio clímax.

— Eu arrastei minha mão de sua garganta e estendi a


mão para os seios. Ela deslizou pela parede e dobrou-se
quase ao meio. Eu ainda estava segurando o cabelo dela,
puxando-a firmemente enquanto eu dirigia o meu pau dentro
dela. Minha mão em concha sobre o inchaço de seu peito e eu
prendi o mamilo entre os dedos e amassei. Sherry grunhiu e
gemeu. Seu rosto estava contorcido pelo esforço de retenção
de sua libertação. — Eu não posso esperar ...— ela gritou.

— Eu apertei o mamilo uma última vez e, em seguida,


empurrei dois dos meus dedos em sua boca aberta. Ela
chupou sobre eles, superando com uma paixão desesperada.
Senti o deslize de sua língua, e sua cabeça começou a
balançar para cima e para baixo, como quando ela esteve de
joelhos diante de mim. Foi quando cheguei ao ponto de não
retorno. Eu torci meus dedos da boca dela e tranquei minhas
mãos em volta da cintura de Sherry. Então, de repente nós
dois estávamos chorando, nossas vozes em ascensão nos
últimos segundos de desespero enquanto eu corria em
direção à minha libertação. Os gritos de Sherry misturados
com o meu. Ouvi-a gritar e guinchar, e então eu estava
chegando, e ela também, nossas vozes e corpos unidos num
crescendo irregular.

Eu fiquei em silêncio, olhando o meu charuto. Minhas


memórias voltaram ao longo desses meses que eu
compartilhei com Sherry, de modo que por longos momentos
eu esqueci que Leticia estava na sala. Eu era um mundo de
distância - um outro tempo e outro lugar - e não foi até que
eu ouvi a voz de Leticia em meio à neblina que eu voltei para
o presente com um começo.

— Perdão?— Ela disse algo que eu tinha perdido.

— Eu disse que você descreve Sherry como uma espécie


de ninfomaníaca mulher selvagem submissa,— Leticia
repetiu. — Ela era realmente assim?

Olhei de volta. — Tudo o que eu disse é a verdade.


Tudo— , eu insisti, e, em seguida, relaxei um pouco quando
vi o vacilo nos olhos de Letícia. Eu peguei no charuto, e fui
andando pelo chão.

— Sherry não tinha limites— , eu expliquei amenizando


o som da minha voz. — Normalmente, um Mestre falaria para
um novo submisso sobre as atividades que eles estão
confortáveis em se envolver, a maioria submissos têm um
conjunto de limites duros e macios. Limites macios são os
que são negociáveis. Eles são importantes. Limites suaves são
aquelas coisas que uma submissa está relutante em fazer, ou
pode não estar disposta a fazer até que ela ganha mais
confiança em si mesma, ou seu Mestre. Os limites suaves
indicam as direções em que um Mestre pode lentamente
começar a desafiar um submisso - ajudá-la a ampliar suas
experiências. Limites rígidos são aqueles limites qjue uma
submissa não irá atravessar, e eles têm que ser respeitados
por um Mestre. Talvez, com o tempo, esses limites e
limitações podem mudar, ou alterar, mas se o fizerem, essa
decisão deve ser dos submissos. Na minha opinião, um
mestre não tem o direito de pressionar um de seus subs para
alterar seus limites rígidos.

— Mas Sherry não tinha limites, certo?

— Certo — , eu disse. — Sherry estava disposta a tentar


absolutamente tudo e qualquer coisa.

Leticia caiu para trás em sua cadeira e deu um pequeno


suspiro. Ela olhou para o relógio e, em seguida, começou a
pentear os dedos pelo cabelo. Uma nuvem azul suave de
fumaça de charuto pairava no ar em torno do teto. — É
tarde— , disse Letícia, sua expressão quase trágica. — Eu
tenho que ir - mas posso fazer só mais uma pergunta?

Eu suspirei. — É rápido?

Ela se sentou, sua expressão de repente séria. — Quem


é Trigg? Quero dizer, o que ela é para você, Jonas? Ela é sua
submissa, ou uma amante ...?

Dei-lhe um sorriso frio. — Ela é uma amiga— , eu disse.


— Isso é tudo.
*******************

— Olá, Jonas? É Leticia.

Eu tinha reconhecido instantaneamente, e eu sorri. Por


alguma razão o som de sua voz me fez sentir absurdamente
satisfeito.

— Olá,— eu disse.

Ouvi o ruído de vozes murmuradas no fundo, e a voz de


Letícia era um sussurro conspiratório, como se ela tivesse o
telefone perto de sua boca e sua mão em concha ao redor do
receptor.

— Eu estava chamando para marcar um momento em


que eu podesse vê-lo novamente. Nós não providenciamos
qualquer coisa antes de sair ontem à noite.

— Bem, eu estou livre sempre que lhe convier.

Seu tom de voz tornou-se mais brilhante. — Grande.


Na verdade, estou terminando o trabalho agora - eu sempre
faço meio-dia na sexta-feira.

Olhei para o meu relógio. Era só depois do almoço. —


Você quer vir para cá esta tarde?

Leticia hesitou. — Bem, eu estava realmente querendo


saber se você gostaria de vir para o meu lugar hoje à noite -
para jantar. Eu disse que era uma cozinheira lenta. Eu
percebi que com uma tarde inteira para me preparar, eu
deveria ser capaz de alimentar-lhe algo que não seria
queimado.
Sorri para o telefone. — Claro— , eu disse. — Isso soa
muito bem. Que horas você me quer lá?

— Seis? Isso é muito cedo?

— Seis é ótimo.

— Maravilhoso— , ela parecia aliviada. — Vejo você


depois.

Ela parecia que estava prestes a terminar a chamada e


eu cortei rapidamente. — Você quer que eu leve alguma coisa
- extintor de incêndio, ou talvez uma garrafa de vinho?

— Eu não sou tão ruim assim na cozinha, senhor!— ela


fingiu ressentimento. — Mas um pouco de vinho seria bom.
Que eu estou no clima para uma bebida.

*****************

Eu sempre chego cinco minutos mais cedo.

Eu nunca me atrasei.

Nunca.

É um hábito que eu desenvolvi cedo, e que eu aderi


impiedosamente. Eu acredito que é um sinal de cortesia, mas
também uma medida de quanta importância você coloca
sobre a reunião, e quem é você está prestes a conhecer.
Chegando dez minutos atrasado em qualquer lugar é um
sinal de arrogância, no grande livro de regras para se viver de
Jonas Noble. Chegando em qualquer lugar atrasado diz - alto
e claro - que você é mais importante do que a pessoa que está
à sua espera, para que eles possam malditamente bem
esperar até que você esteja bom e pronto para agraciá-los
com a sua presença.

Eu tinha chegado a demitir submissas por chegar


atrasados nas sessões de treinamento, enviando-os para casa
em lágrimas devastadas. E eu sou conhecido por romper
acordos de negócios, simplesmente porque o outro cara não
foi capaz de obter o seu jumento para uma reunião na hora
certa.

Então, quando Tiny estacionou o carro na frente de


bloco de apartamentos de Leticia, foi vários minutos antes
das seis horas. O velho Hector, o porteiro, veio das sombras
sob o toldo e arrastou-se por todo o pavimento.

Eu saí do carro e me inclinei para trás pela janela. — Vá


jantar, Tiny,— Peguei minha carteira e pressionei o dinheiro
em sua mão enorme. — Parece que você poderia fazer com
uma alimentação decente. Eu te ligo quando eu estiver pronto
para ir embora.

O rosto do homem gigante dividido em um sorriso


surpreso. Ele me jogou uma saudação brincalhona, e o carro
afastou-se para o tráfego à noite. Hector andou comigo no
foyer e passamos alguns minutos conversando.

Eu montei o elevador para o andar de Letícia, e bati na


porta. Ouvi seu grito em pânico, e, em seguida, o som de
passos.
— Você não pode entrar!— ela gritou através da porta.
— Eu preciso de mais três minutos, ok?

— Claro— , eu sorri.

Eu fui andando para trás pelo corredor. Coloquei a


garrafa de vinho debaixo do braço e verifiquei meu telefone.
Havia uma mensagem de Trigg. Eu não li isso.

Então eu vi a porta do apartamento de Letícia abrir e


sua cabeça bateu para fora através da porta. Ela olhou para a
esquerda, depois à direita - me viu por último, e seu rosto se
iluminou num sorriso largo feliz.

Leticia segurou a porta aberta e ficou para trás


ansiosamente. Passei por cima do limite.

O apartamento estava cheio com os aromas de carne e


legumes assados, o tipo de comida caseira que faz água na
boca de um homem. Eu vi um toque de flores frescas em um
vaso sobre a mesa, e eu tenho a sensação de que todo o
apartamento tinha sido limpo. Eu coloquei o vinho ao lado do
arranjo de flores e, em seguida, levantei minhas sobrancelhas
quando me virei para Letícia.

Ela estava usando um vestido de algodão branco


simples. Ele inchou em torno da imprensa de seus seios,
agarrou-se à forma de sua cintura, e terminou pouco acima
dos joelhos. Ela usava maquiagem, e eu notei uma pulseira
de prata delicada em torno de seu pulso.

— O que você acha?— Leticia acenou os braços.


— Eu acho que você está bonita ...— , eu disse para o
silêncio expectante. Leticia pareceu derreter um pouco, e
então ela corou e transformou-se de uma jovem mulher em
uma tímida garota de dezesseis anos de idade, por um
instante, depois voltou novamente. Ela olhou para o meu
rosto com uma expressão um pouco ansiosa, como uma flor
inclinada para a luz do sol. — Obrigado— , ela sussurrou. Ela
ficou desconcertantemente perto, me envolvendo com o seu
cheiro. Eu podia ver a ascensão e queda agitada de seus seios
sob o algodão fino. Ela parecia recuperar o fôlego por um
instante. Seus lábios eram macios e brilhantes ...

Olhei para a cozinha para me distrair. — O jantar cheira


bem,— eu disse abruptamente. Mexi meu calcanhar,
empurrei meus tensos punhos profundamente em meus
bolsos e lançei os olhos ao redor das paredes, dando-me
tempo e quebrando o feitiço de intimidade perigosa.

O sorriso de Letícia era frágil: demasiado grande e


brilhante para ser natural. Ela esvoaçou ao redor do
apartamento afofando almofadas do sofá e endireitando
revistas. — Eu espero que você gosta de cordeiro assado.

Ela foi até a cozinha, e eu abri a garrafa de vinho.


Quando Letícia voltou para a sala, ela estava carregando
pratos.

A comida estava sensacional. Apesar de seus


comentários auto-depreciativos, Leticia era realmente uma
cozinheira maravilhosa. Eu derramei vinho para nós dois e
nós rimos e conversamos facilmente até a refeição ser
concluída e os pratos retirados.

Leticia me levou para o sofá. Ela colocou as pernas


debaixo dela e eu vi um flash de coxa marrom tonificada
antes de ela arranjar o tecido do vestido em torno dela e
pegou o bloco de notas.

— Ontem à noite você me contou sobre sua primeira vez


com Sherry— , ela me lembrou. — Você disse que era o início
de um affair sexy, que durou vários meses. Eu gostaria de
saber mais ...

Fiquei olhando para o meu copo de vinho. — Ao


contrário de Claire Moreland, Sherry foi muito discreta -
muito composta,— eu disse. — Ninguém no escritório tinha a
menor idéia que algo estava acontecendo entre nós dois.
Sherry fazia o seu trabalho e manteve suas rotinas. Eu estava
dolorosamente consciente de que tudo devia parecer normal
para o resto do pessoal, por isso tive o cuidado em o que
fizemos - mas nós ainda fizemos muitas coisas como os dias
entre as nossas sessões de sexo sexta à noite parecia
arrastar-se para sempre.

— Que tipo de coisas?— Letícia estava curiosa. —


Certamente, se o seu contato foi limitado ...?

— Foi, mas ainda havia oportunidades.— Às vezes eu a


chamava ao meu escritório para coletar páginas de layout
para a próxima edição. Ela ficava ao lado da minha mesa e eu
poderia explicar como eu queria que as páginas fossem
criadas. Enquanto ela estava inclinando-se sobre a minha
mesa eu iria deslizar minha mão para cima de sua saia. Ela
estava sempre molhada, e ela iria ficar lá e fazer pequenos
comentários banais como — sim, eu vejo ... ' ou 'o que
acontece com as fotos para que a história ...' enquanto eu
estava deslizando dois dedos dentro de sua vagina e ela
estava mordendo o lábio e tentando não gemer em voz alta.

Eu não podia mais ficar sentado. Levantei-me e começei


a andar no chão, olhando para o copo de vinho na mão.

— Eu pedi a ela para parar de usar calcinha no


trabalho, e todas as manhãs ela viria ao meu escritório para
me entregar as mensagens durante a noite que tinham sido
deixadas na secretária eletrônica. Era tempo de inspeção e
ela obedientemente puxava a barra da saia alta . para que eu
pudesse ver que ela estava de fato seguindo minhas ordens.
Às vezes, enquanto ela estava lá, eu lhe diria para tocar a si
mesma -. mas sempre tinha que ser rápido. Sherry estava em
um permanente estado de excitação. Ela raspou a buceta
completamente lisa para que eu pudesse ver seus delicados
dedinhos esfregar seu clitóris até que se tornaram pegajosos
com seus sucos, e gostaria de dizer-lhe para esfregar a
essência em seus lábios e usá-lo como brilho labial. Ela fez
tudo que eu pedi a ela.

— E quanto a você?— Perguntou Letícia. — Foi


excitante para você?

— Claro— , eu assenti. — Isso me ligou ao vê-la


seguindo minhas instruções, sem dúvida, e ao vê-la a se
masturbar. Algumas vezes, se ela chegava ao trabalho antes
que as outras meninas, eu tinha tempo para deslizar meu
pau em sua boca, mas normalmente as tarefas eram todas
sobre como manter Sherry excitada, e sutilmente a criação de
um sistema de comando e obedecer, onde aprendeu a
submeter-se a uma série de pequenos desafios.

— Como eu expliquei, a maioria das tarefas eram, na


verdade formas de treinamento: sem calcinha durante o dia,
tocando a si mesma, enquanto eu assistia, e mesmo
mantendo sua buceta raspada para que ela ficasse sempre
suave e macia para o meu prazer são técnicas que eu uso
ainda hoje com as submissas que eu tenho treinado.

Letícia olhou para mim com interesse crescente. Ela


colocou o bloco de notas para baixo por um momento e seus
olhos ficaram entreabertos.

— Você gosta de todas as suas mulheres raspadas lá,


Jonas?— ela perguntou em voz baixa.

— Eu insisto nisso— , eu disse. — Isso me agrada.

Peguei a garrafa de vinho e compartilhei o último de seu


conteúdo entre os nossos dois copos. Deixei a bebida de
Leticia na mesa de café e foi até a janela. Letícia estava me
observando, sua expressão insondável, e eu me perguntava
que pensamentos misteriosos escuros estavam acontecendo
por trás de seus olhos.

— O fato de que Sherry precisava estar no meu


escritório, muitas vezes foi um bônus,— eu continuei. — Mas
ela não podia ficar por mais de alguns minutos - que
levantaria suspeitas. Mas ela estava sempre em busca de
esclarecimentos sobre o esquema do jornal, então o nosso
contato era regular, mas sempre passageiro. Certa manhã, eu
dei-lhe uma caneta marcador de quadro de espessura. Eu
usei vários deles para a elaboração da próxima edição do
jornal. Eu coloquei a caneta na mão e disse-lhe para levá-la
ao banheiro e usá-lo para fazer-se vir. Sherry olhou para o
marcador e apenas balançou a cabeça, obediente. Voltei ao
trabalho, mas era difícil de me concentrar. Imaginei-a com as
pernas afastadas, a saia em torno de sua cintura e a caneta
grossa deslizando lentamente para dentro e para fora de si
mesma. Na minha imaginação eu vi o jeito que sua buceta e
lábios iriam incendiar e enrolar firmemente em torno do eixo,
e como é difícil se sentir dentro dela. Eu pensei sobre ela
esfregando seu clitóris, e visualizei o olhar em seu rosto
quando ela viesse. Foi incrivelmente excitante.

— Ela usou-o como um ... um brinquedo sexual?

Eu balancei a cabeça. — Sherry voltou ao meu escritório


cerca de dez minutos mais tarde. Estava muito calma, como
se nada tivesse acontecido. Ela simplesmente entregou a
caneta de volta para mim casualmente e disse: 'oh, aqui está
a caneta de volta que eu pedi emprestada, Sr. Noble'. Quando
olhei para baixo, o marcador estava revestido com uma
camada lisa de seus sucos de sexo.

Leticia rabiscou em seu caderno, e em seguida, colocou


a caneta para baixo. Eu estava encostado na janela com uma
mão no meu bolso e minhas pernas esticadas, tornozelos
cruzados. Eu terminei o resto do vinho.

— Por que você acha que o estilo de vida BDSM se


tornou tão popular, de repente?— Perguntou Letícia. — Onde
quer que eu vá, parece haver informações e artigos e imagens
que não estavam lá antes.

Encolhi os ombros. — Bem, a menos que você não tinha


ouvido falar, houve um determinado romance que era muito
popular com as senhoras— , sorri brevemente, e, em seguida,
deu a pergunta pensamento mais sério. Eu me afastei da
janela e pus-me no meio do chão. — Esse livro certamente
criou uma tremenda consciência, mas mais do que isso, eu
acho que despertou a imaginação das mulheres e as fez olhar
mais de perto as suas vidas.

— Como assim?

— O que significa que eu acho que as mulheres querem


que os homens sejam mais como os homens de novo— , eu
disse. — O mundo passou por uma fase estranha por um
tempo em que os homens mudaram. Eles começaram a
usar— produto — em seu cabelos e usando maquiagem pelo
amor de Deus! Homens, usando corretivo e base e gel de
cabelo e delineador ... fazendo tudo o que podiam para se
parecer com as mulheres. Acho que as mulheres se encheram
com tudo isso. Acho que as mulheres de repente perceberam
que para que elas sejam feitas para se sentir como uma
mulher, elas precisavam de homens para agir como homens
de verdade novamente.
— Um homem de verdade fica na porta do banheiro
assistindo sua mulher colocando a sua maquiagem, e ele é
superado com o desejo. Seus olhos vagueiam para cima e
para baixo a figura da mulher, e de repente há uma centelha
de desejo em seus olhos. A mulher vê isso no reflexo. Ela
conhece aquele olhar, e ela sente um pequeno tremor de
antecipação. O homem aproxima-se atrás da mulher e lança
um grunhido na parte traseira de sua garganta enquanto ele
desliza suas mãos sobre seus quadris e ao redor de sua
cintura. Ele puxa a mulher de volta contra ele e ela pode
sentir a dureza de sua ereção. As mãos do homem estão de
repente em cima dela - acariciando seus seios e deslizando
para baixo de seu abdômen em direção a sua calcinha. Ele
morde seu pescoço e a respiração da mulher acelera. Ela vira-
se, e agora o homem a quer - e ela precisa se sentir querida.
Esse é o jeito que deveria ser.

Eu balancei minha cabeça. Eu ouvi o eco da minha


própria voz e percebi que estava falando com paixão genuína.
— O homem não vê a mulher dele no espelho do banheiro
colocando a maquiagem e perguntando se ela pode emprestar
alguma sombra de olho!

Eu tomei uma respiração profunda. Talvez o meu


discurso tinha me tirado do tópico. Eu suspirei. — Leticia,
BDSM sempre fez parte da nossa sociedade. Talvez ele nunca
agarrou as manchetes antes, mas sempre esteve lá, e sempre
estará. O fato de que mais mulheres estão cientes da opção
de vida agora é uma coisa boa. Escolha significa opções, e há
um monte de senhoras em casamentos sufocantes que sabem
que deve haver mais na vida do que a rotina chata que
sofreram através de anos. Elas olham para o seu marido
como a primeira escolha para satisfazer essa nova
consciência - esse novo anseio por mais. E isso significa que
os maridos em todo o país tem de virar o jogo. Eles têm de re-
descobrir o seu instinto viril e arrastar suas extremidades
fora da rotina de que seu casamento se tornou. É estranho, e
é desconfortável, e isso pode ser intimidante para um cara,
mas se eles não fazem o esforço, suas esposas podem
começar a procurar outro lugar para fazê-las se sentir
completas. Cabe aos homens agora.

Houve um longo silêncio. O único som na sala era o o


som da caneta de Leticia enquanto corria através da página
do caderno. Ela estava franzindo a testa com a concentração,
tentando transcrever o que eu tinha dito para o papel. Eu
esperei pacientemente até que ela olhou de volta para mim.
Ela flexionou os dedos de sua mão e sorriu. — Eu estou
supondo que passa a ser um ponto sensível com você?

Eu balancei a cabeça. — Desculpe,— eu disse. — Eu


tendo a ir em frente.

— Você já teve mulheres casadas vindo até você,


Jonas?— Perguntou Letícia. — Será que as mulheres
casadas vem até você e pedem-lhe para treiná-las como
submissas porque seus maridos não vão - ou não podem -
fazer um esforço para dar-lhes essa experiência BDSM?

— Já aconteceu— , eu disse vagamente.


— Mais de uma vez?

— Várias vezes.

— O que você faz? Você toma as mulheres como novas


submissas?

— Não. Não, se eu sei que elas são casadas.

— Por que não?

— Porque eles são mulheres casadas— , eu expliquei. —


Eu incentivo-as a voltar para o seu homem e tentar
novamente. E se elas já tentaram de novo, gostaria de
encorajá-las a tentar mais. É mais fácil para salvar seu
casamento através de conserto, esforço paciente que é para
começar tudo de novo.

Leticia balançou a cabeça. — Certamente, se a mulher


foi para o seu marido e compartilhou suas fantasias sobre
BDSM com ele, e ele se recusa a tentar agradá-la, então não
há nada mais que pode ser feito.

— Não é verdade— , eu disse. — O homem só precisa


entender que ele tem que mudar sua abordagem.

Leticia me desafiou com as sobrancelhas levantadas. —


Você está olhando para o problema do lado errado— , eu
disse. — O homem comum é intimidado por toda a fantasia
BDSM. Por quê? Eu vou te dizer o porquê. Porque eles não se
sentem confortáveis, se é algo que não estão familiarizados
quando se trata de sexo. Assim, quando a mulher chega ao
marido toda sem fôlego e animada, porque ela leu uma
coleção de histórias eróticas BDSM, ele se recusa. Em sua
mente, a mulher tem a fantasia de tudo jogado fora. Ela
visualizou o ajuste. Ela visualizou como o homem dos seus
sonhos parece. Ela imagina como o quarto ir parecer - as
paisagens, cheiros e sons. Ela pode ver-se amarrada à cama,
com iluminação suave e romântica e pétalas de rosa
espalhadas por toda ela. Seu homem de fantasia venda seus
olhos, cobre-a de beijos, pre´Nde suas mãos com gravatas e
destroça-as. É perfeito - e nenhum marido médio pode
competir com isso.

— Meu ponto exatamente!— Leticia disse.

— Assim, o marido precisa fazer tudo o que a mulher


fantasiou, mas fazê-lo em um local diferente, e em um
horário diferente.

Silêncio. Leticia apenas ficou olhando para mim em


confusão.

Eu continuei. — A fantasia que a mulher tem na cabeça


é impossível para o marido para recriar. Será sempre uma
decepção, porque a fantasia é tão perfeita. Então, se ela
imagina esses eventos acontecendo à noite em um quarto, o
marido precisa repeti-los durante o dia na cozinha. Dessa
forma, torna-se a sua fantasia compartilhada, e ele não tem
de se sentir inseguro se cumpriu as suas expectativas. Ele
não pode falhar - Ele só pode produzir uma experiência
semelhante diferente - mas vai ser uma mulher que vai
apreciar, porque ele fez o esforço, e ele tornou aquela cena
num momento deles.
Leticia pensou nisso. Ela sentou-se no silêncio
carrancudo e franzindo os lábios ficando com a cabeça em
torno da idéia. Ela assentiu a contragosto, como se apenas
talvez a idéia tivesse mérito afinal, e depois voltou para sua
pergunta anterior.

— Então, as mulheres casadas estão fora dos limites?

— Para mim, sim. Talvez não para os outros, mas elas


estão para mim. Está no grande livro de regras Jonas Noble.

— E quanto a namorados?

— É a mesma coisa,— Eu balancei a cabeça. — Toda


mulher em um relacionamento está fora dos limites.

Leticia inclinou a cabeça para o lado e me estudou. —


Essa é uma atitude estranhamente antiquada ...

Dei de ombros. — É a minha regra— , disse eu. — Isso


funciona para mim. Se eu sei que uma mulher está em um
relacionamento sério, elas estão fora dos limites.— E então
eu acrescentei, — Letícia, há uma abundância de mulheres
solteiras, separadas e divorciadas no mundo que procuram
explorar suas fantasias de submissão com um Mestre. Eu
não preciso de entrar no meio de um casamento.

— Você quer dizer as mulheres como Sherry?

— Exatamente,— eu disse. — Sherry era naturalmente


submissa. Lembre-se, isso foi anos antes que o livro saiu.
Aquilo não foi algo que Sherry leu e decidiu que queria
descobrir mais. A necessidade de submeter sexualmente era
algo instintivo dentro dela. Quando ela voltava para o
escritório toda sexta-feira noite, depois do trabalho, ela estava
em um estado de tremor, excitação e antecipação.

Leticia ficou pensativa e depois franziu a testa. — Como


você testa os limites de alguém que é um submisso
natural?— , perguntou ela. — Quero dizer, eu entendo se
você tem uma nova submissa que quer explorar submissão
BDSM descobrir mais sobre si mesma. Mas e se ela já sabe?
O que você faz quando alguém como Sherry vem até você, e
ela já é uma submissa disposta ? Como você leva isso para o
próximo nível?

— Boa pergunta— , eu sorri.

Eu comecei a andar novamente. — Durante as


primeiras noites de sexta, Sherry e eu estávamos
simplesmente na luxúria Eu a levei em cada escritório no
edifício:.. Inclinou-se sobre mesas, ou com as costas
pressionadas contra a parede e seu vestido para baixo em
torno de seus tornozelos Deitei- na no balcão de recepção da
frente e deslizei entre suas coxas abertas, e eu brincava com
ela sem piedade com a minha língua e os dedos. Eu fiz ela
implorar para cada orgasmo que ela recebesse, e eu fiz ela
implorar para chupar o meu pau. Eu cobri-a com o meu
corpo e senti seus pequenos saltos escavando na parte de
trás das minhas pernas, enquanto ela se enrolava à minha
volta e se contorcia com o orgasmo. E eu fiz ela se ajoelhar
diante de mim e foder-se com os dedos, enquanto ela usava a
boca para me chupar ao orgasmo. Ela era insaciável.
— Então, uma noite, ela me pediu para machucá-la.

Leticia empacou. — Machucá-la?

Eu balancei a cabeça, e então expliquei rapidamente. —


Não é a dor por causa da dor— , disse eu. — Não cruelmente.
Sherry queria sentir dor requintada - o tipo de dor doce que é
quase - mas não completamente – Prazer.

— Oh— . Letícia se sentou no sofá e a súbita tensão


saiu de seu corpo. — Então o que você fez?

— Nós conversamos sobre isso— , eu disse. — Sherry


disse-me que a idéia de ser torturada despertou-a, mas ela
nunca tinha sido capaz de explorar a fantasia, porque ela
temia ser ferida. Ela não queria que o tipo de tortura fosse
tipificado pela idéia de suportar o castigo inimaginável ou
espancamentos. Queria se sentir amarrada com a tortura que
viria, e que está sendo feito para esperar e esperar até que ela
sentisse que ia explodir.

— E você fez isso acontecer?

Eu balancei a cabeça e dei um sorriso malicioso a


Leticia.

— A seguinte sexta à noite eu disse a Sherry para


chegar ao escritório uma hora mais tarde. Que eu precisava
me preparar. Foi a primeira vez que eu realmente coloquei o
pensamento e planejamento em uma sessão com um
submisso, e foi a primeira vez que eu utilizei adereços reais.
De certa forma, foi um momento importante na minha
jornada para me tornar um Mestre de BDSM.

— Acessórios?— Perguntou Letícia.

— Acessórios e planejamento— , disse eu. — Eles são


dois ingredientes essenciais para o BDSM,— eu expliquei. —
Há tanta coisa que um Mestre pode fazer sem planejar uma
sessão - nem tudo é espontâneo. E adereços - bem alguns
itens são essenciais na minha opinião. Eu não estou
defendendo que os leitores deste artigo gastem milhares de
dólares em equipamentos. Estou simplesmente dizendo que
alguns itens são úteis para se ter.

— Como o quê?

— Um chicote de equitação, ou algum tipo de chicote,


uma venda nos olhos, e um par de algemas, ou corda. Eles
são meus essenciais. Alguns mestres gostam para intimidar
submissos. Eles levam-os em uma sala escura sombria cheia
de couro e algemas e correntes e bancos de chicotadas - Mas
tudo isso é realmente apenas para mostrar. Não é necessário
para o homem médio que procura explorar o estilo de vida
BDSM com sua parceira.

Leticia escreveu tudo obedientemente, e depois virou


para uma nova página. Ela mudou-se no sofá, de modo que
ela estava sentada com os joelhos apertados e os pés no chão.
Ela olhou para mim como um estudante prestes a ser
solicitado a primeira questão de um exame importante.

Eu tinha a sua atenção e interesse ...


— Quando Sherry chegou ao escritório naquela noite,
levei-a para baixo para a sala de produção. Como eu disse
antes, era realmente uma garagem subterrânea convertida. O
piso era de concreto e as paredes improvisadas. Eu tinha
movido as bancadas de produção ao redor para criar uma
mesa grande de um lado da sala.

— Sherry desceu as escadas e parou de repente, com


espanto, vi o olhar em seu rosto - Ela estava confusa, mas
excitada eu ouvi seu suspiro, e, em seguida, um arrepio
percorreu o corpo dela. Ela viu os comprimentos de corda
enrolados sobre a mesa e ela flutuou em direção a eles em
um estado hipnótico de sonho. Peguei no seu pulso e disse-
lhe para se despir. Usava uma camisa e calças soltas.
Deslizou-as e ficou em apenas um par de calcinhas
vermelhas. Fiquei logo atrás dela e senti-a tremer. Puxei seu
cabelo longe a partir de seu pescoço e a mordi. Seus joelhos
se dobraram. 'Você não vai vir esta noite. Você entende o seu
Mestre?' — Sherry acenou com a cabeça. De repente, ela
estava ansiosa. Cheguei a minha mão ao redor e belisquei um
de seus mamilos duros. Ela engasgou. 'Estou indo para usá-
la para o meu prazer esta noite - sua boca e sua buceta. Você
vai dar-se a mim e somente a mim. Não haverá orgasmo para
você'.

— Eu levei-a pela mão e conduzi-a para o lado da mesa.


Amarrei seus pulsos juntos. Quando eu olhei para o rosto de
Sherry ela estava ofegante em respirações agitadas e curtas.
Seus lábios se separaram e seus olhos estavam arregalados e
sem piscar. Ela estava incrivelmente excitada.

— Eu a levei para fora do banco e coloquei-a no meio do


chão. Então eu amarrei um comprimento extra de corda para
os pulsos e ele correu através de um anel-parafuso que eu
tinha parafusado no teto. Sherry não tinha notado até aquele
momento. Puxei a corda assim os pulsos foram suspensos
acima de sua cabeça e ela estava completamente à minha
mercê.

Os olhos de Letícia estavam caçando os meus. Seu rosto


estava vermelho. Havia cor carmesim em seu rosto e em uma
erupção na garganta. Ela tinha parado de escrever. Ela
estava me observando, parecendo sem fôlego pendurando em
cada palavra.

— Eu deixei Sherry pendurada no teto por alguns


instantes, admirando a forma de seu corpo, apreciando a
vulnerabilidade dela. Amarrei um lenço de seda sobre os
olhos como uma venda nos olhos e fiquei na frente dela,
mantendo minha voz baixa e até mesmo como eu disse a ela
todas as coisas que seriam feitas para fazer naquela noite.
Sherry sorriu para mim através de lábios trêmulos. Apertei o
mamilo novamente, puxando delicadamente, e ela soltou um
suspiro rouco.

— Eu tinha comprado roupas com pinos. Eu chupava


os seios pequenos até que ambos os seus mamilos estavam
projetando e firmes, e então eu coloquei um pino para cada
um de seus mamilos. Sherry estremeceu e se encolheu. Ela
fez um som suave choramingando na parte de trás de sua
garganta. Liguei um dos pinos com meus dedos e Sherry foi
de repente dura como se tivesse sido eletrocutada. — Você
gosta disso?' Eu perguntei. Sua boca se abriu, sua mandíbula
pendurada folgada. Seus lábios estavam molhados e
brilhantes, e ela gemeu novamente.

— Eu não esperei por uma resposta. Corri minhas mãos


para baixo em seu estômago. Uma série de pequenas colisões
surgiram ao longo de seus braços. Enfiei minha mão sobre a
seda úmida da calcinha dela e apertei minha mão com força
contra seu montículo. Sherry contraiu seus quadris uma vez,
e, em seguida, empurrou-se com urgência, esfregando e
moendo-se contra minha mão. Deixei-a. Deixei-a se contorcer
e se contorcer, pendurada no gancho no teto até que eu
poderia dizer que ela estava prestes a emocionar. Eu puxei
minha mão e ela gemeu em voz alta com um som como uma
dor devastada. — Eu disse para você não vir esta noite— , eu
disse. Sherry prendeu a respiração e fez um som pequeno
soluçante. Apertei minha mão de volta contra a umidade
dolorida da buceta dela novamente e todo o seu corpo ficou
rígido enquanto ela tentava resistir a sua necessidade natural
ao orgasmo. Eu deslizei meus dedos ao longo de sua fenda,
apertando o tecido úmido na fenda de sua vagina. Ela
mordeu o lábio. 'Você está tão molhada, — fiquei
maravilhado. — Eu posso sentir o calor e a umidade de você. '

— Eu puxava o elástico da calcinha dela e ela virou para


mim, perdendo o equilíbrio. Coloquei um dedo dentro da
cintura e a rasguei . Tirei os pedaços esfarrapados de sua
calcinha e segurei na minha mão. 'Abra sua boca '.

— Sherry obedeceu. Apertei a calcinha entre os lábios e


disse-lhe para chupar seus sucos com eles.

Leticia moveu-se no sofá como se estivesse à beira de


uma cama de pregos. Ela estava desconfortável. Ela
reassentou a si mesma. A cor em suas bochechas era um
rubor agitado.

— Eu tinha comprado um chicote de uma loja local,—


eu disse. Eu não estava realmente olhando para Leticia
agora. Eu estava olhando para longe, vagando ao invés de
andar, minhas memórias vivas e que tudo consomia. — Foi
apenas uma safra normal - Nada de especial eu sibilei-o no ar
e fez um som de assobio ímpio. Sherry ouviu o som novo e fez
uma careta..

— 'Você me desagradou,' Eu disse a Sherry.— Você


agiu como uma putinha devassa esta noite. Foi dito a você
esta noite sobre dar o seu prazer ao Mestre, e ainda assim
você tentou me usar para lhe dar um orgasmo ' minha voz
era dura e áspera - a voz de um estranho, mas era tudo parte
da cena. Mas Sherry não sabia disso — eu sinto muito— , ela
deixou escapar 'Por favor, perdoe-me.'

— Eu cortei o chicote no ar novamente, e depois fui


atrás dela. Esperei os segundos, deixando construir a sua
ansiedade. Então eu segui a dica da safra pelas costas. Ela
arqueou seu corpo, e os dedos de sua coluna ficaram
orgulhosos contra sua pele como um colar pálido de
pequenas pérolas. Eu desenhei o chicote para baixo até que
ele estava deslizando ao longo da fenda de seu traseiro
apertado e, em seguida, esfregando para a frente e para trás
ao longo do fosso úmido entre as suas coxas entreabertas.

Eu parei no meio do passo e de repente virei-me para


Leticia, meus olhos claros e focados, as lembranças de lado
por um instante.

— Você já foi chicoteada por um chicote?

Leticia me olhou com horror em seus olhos. — Claro


que não!— ela corou.

Dei de ombros. — Bem, isso dói. Dói como o inferno.


Um bom corte de um chicote vai trazer lágrimas aos olhos de
um homem corajoso. A dor é aguda e grave -.... Então eu fui
muito cuidadoso com Sherry eu não queria causar-lhe dor - e
isso não era o tipo de dor que ela queria que eu a
apresentasse. Então eu forrei a safra com uma das
bochechas tensas de sua bunda e bati -.. repetidamente,
usando golpes rápidos curtos do meu pulso. Sherry
estremeceu com o primeiro toque do chicote, e, em seguida,
quando eu bati-lhe uma e outra vez no mesmo lugar, um
resplendor vermelho brilhante de calor propagandou-se
através de sua bunda. Ela se equilibrou em uma perna,
balançando a corda, tentando puxar-se para longe de mim.
Ela trocou seu peso, dançando de um pé para o outro como
se estivesse de pé sobre brasas - e todo o tempo eu continuei
batendo levemente no mesmo ponto em sua parte inferior até
que ela estava choramingando baixinho e balançando em
seus braços.

— Eu fiquei de costas. A respiração de Sherry era


irregular. Eu sabia que a dor latejante da safra seria uma
queimadura persistente por algum tempo. Eu disse que ela
deveria agradecer seu mestre, e ela o fez.

— — Boa menina — , eu disse. Então eu desabotoei


minhas calças. Meu pau estava duro como um pedaço de
barra de ferro. Sherry virou a cabeça como se para olhar por
cima do ombro, mesmo que ela estava com os olhos
vendados. Sentiu o que estava por vir. Vi os músculos finos
de suas panturrilhas e coxas flexionadas que ela abriu as
pernas mais amplas. Eu me pressionei com força contra ela e
deslizei por todo o caminho dentro do calor úmido apertado
de sua vagina.

— A cabeça de Sherry caiu para a frente entre os braços


erguidos. Apertei minhas mãos em volta da cintura para
segurá-la no lugar e arrastei para ela de novo e de novo. Ela
estava chorando, tremendo. Ela murmurou palavras que eu
não conseguia entender como se ela estivesse em delírio de
alguma febre. Senti os músculos do meu peito e antebraços
ficarem apertados, e eu estava rosnando e rosnando com os
dentes cerrados quando cada impulso tornou-se um impacto
estremecedor.

— 'Goze!' Eu assobiei no ouvido de Sherry de repente.


Eu estava certo na beira da erupção. Cada fibra do meu
corpo estava amarrado apertado, como um arco desenhado e
mantido pelo arqueiro por muito tempo. O tremor de esforço
se espalhando pelas minhas pernas e ardia como fogo. Ouvi
Sherry ofegar e gritar - e então ela estava se contorcendo com
os espasmos e balançando as cordas, seu corpo inteiro
apreendido em convulsões violentas. A súbita compreensão e
pulso dela era como um controle apertado em torno meu
comprimento. Eu durei apenas um instante mais, e então
senti o lançamento do meu próprio orgasmo como a queda de
uma onda. Agarrei-me a Sherry, estávamos passados e
exaustos, em posição vertical devido à corda no teto. Este foi
um dos orgasmos mais devastadores da minha vida.

Leticia recostou-se, como se ela estivesse esgotada só de


ouvir a história recontada. — Você deixou Sherry ter um
orgasmo depois de tudo.

— É claro— , eu disse simplesmente. — Eu sempre tivea


intenção de o fazer. Eu só não deixei que ela soubesse que eu
não queria que ela tomasse seus próprios orgasmos por certo
eu queria que ela soubesse que seu prazer estava agora sob
meu controle.

— Parece que foi uma grande noite— , disse Letícia.

— Foi— , eu concordei, — mas isso foi apenas o começo.


Eu ainda não disse a você sobre a mesa e o resto da corda.

Letícia se levantou de repente e veio um par de passos


mais perto de mim. — Eu preciso de uma pausa— , disse ela.
Ela desapareceu no corredor por alguns minutos e quando
voltou, tinha mudado para uns velhos jeans desbotados e um
top rosa suave que abotoava na frente. Eu não disse nada.
Letícia foi para a cozinha, e vi a forma como a sua bunda
mudou em seu jeans com apreço. Ela olhou por cima do
ombro para mim, os olhos arregalados e confusos, como se
ela soubesse que eu tinha ficado a admirá-la.

— Café?

— Boa idéia— , eu disse. De repente eu estava cansado.


Eu me aliviei em um canto do pequeno sofá e esfreguei os
músculos atados na parte de trás do meu pescoço. Havia um
pulso sem corte, distante de uma dor de cabeça começando a
latejar atrás dos meus olhos.

Talvez eu estava bebendo demais.

Talvez eu não estava bebendo bastante ...

Leticia me trouxe uma caneca fumegante de café. Havia


um sorriso no rosto: um sorriso feminino secreto que fez seus
lábios macios e úmidos. Eu me inclinei para a frente para
tomar o copo com as duas mãos e a parte superior da blusa
se abriu. Ela não estava usando sutiã. Eu peguei uma
pequena amostra de peito firme e mamilo vermelho rubi.
Sentei-me com o café. Leticia se afastou para a cozinha. Ela
estava cantarolando baixinho para si mesma. Ela pegou seu
próprio copo e parou na porta. A luz brilhante da silhueta
dela claramente: a curva de seus quadris e a estreiteza da
cintura.
— Eu tenho uma pergunta para você— , eu disse. —
Você quer que eu pergunte isso agora, ou depois de eu dizer o
que eu fiz com Sherry na mesa?

Leticia tomou um gole de café, e por um momento eu


pensei que ela não tivesse me ouvido. Ela parecia estar
perdida em algum pensamento secreto privado. Eu esperei.

— Termine a história com Sherry,— ela disse


suavemente. — Você sabe como eu odeio ter minhas notas
desorganizadas.

Eu coloquei o meu copo em cima da mesa pequena e


esfreguei os olhos. Sentiam-se cansados.

— Eu desamarrei Sherry do gancho, mas deixei seus


pulsos amarrados,— eu comecei, pegando a história como se
voltando para uma página aberta de um livro. — Tirei a
venda dos olhos. Ela piscou para mim. Sua calcinha tinha
caído de sua boca quando ela teve um orgasmo. Deixei-as
onde elas tinham caído e levei Sherry para a mesa. Ela ficou
de olhos arregalados e ofegante. Suas pernas .. tremiam tanto
que ela mal podia se suportar Tirei os pinos de seus mamilos
e, por um momento, havia uma expressão de alívio
abençoado em seu rosto. Então, o sangue correu de volta
para seus seios, e ela se contorceu pela dor requintada -
como a dor que você sente quando você tem alfinetes e
agulhas, e você bate o pé para tirar e o sangue flui de novo.
Foi assim - apenas a intensidade amplificada por causa da
sensibilidade dos mamilos. Sherry se contorcia. Segurei seus
pulsos amarrados e vi seu rosto.
— Eu coloquei-a em cima da mesa de costas e movi seu
corpo para que seus quadris estivessem descansando na
borda. Segurei-lhe as pernas e levantei bem alto. Sua vagina
estava aberta e exposta a mim, brilhando com os sucos
úmidos do sexo.

— Eu já estava endurecendo novamente. Fui até a


borda da mesa e descansei o meu pau contra os lábios de sua
vagina. As pernas de Sherry estavam contra o meu peito,
seus pequenos saltos pressionados contra os meus ombros.
Me aliviei dentro dela e senti o controle apertado de seu corpo
como um reflexo involuntário. Me segurava e os músculos de
Sherry pulsavam e mandavam vibrações trêmulas para baixo
sobre o comprimento do meu eixo.

— Ela virou a cabeça para o lado e fechou os olhos.


Pude ver uma carranca de concentração em seu rosto. Ela
aprisionou o lábio inferior entre os dentes, como se estivesse
cavalgando as ondas suaves da sensação.

— 'Foda me' — , eu disse. 'Use seus músculos para


foder seu Mestre.'

— Sherry fechou os olhos com força e começou a fazer


pequenos sons soluçando de esforço. Senti os músculos
dentro de seu aperto, e a aderência ao redor da cabeça
inchada do meu pau estava apertado e firme. Durou apenas
alguns segundos e, em seguida, liberou. Ouvi Sherry dar um
pequeno suspiro, como se ela estivesse segurando a
respiração.
— 'Mais uma vez!— Eu lati para ela que eu fechei os
olhos e concentrou-se na sensação de sua buceta apertando -
... A maneira como o interior do seu corpo apertava com cada
novo comando, senti-me endurecer dentro dela uma dúzia de
vezes e eu pedi a ela para ordenhar meu pau com seus
músculos. Sherry começou a suar. Um brilho lustroso de
suor espalhado por seus seios, e ela começou a ofegar como
se ela tivesse corrido até uma colina. Os músculos de seu
pescoço estavam tensos, e ela virou a cabeça de um lado para
o outro. Abaixei-me e esfreguei o cerne de seu clitóris com o
polegar e ela se encolheu com o pequeno choque. Todo o seu
sexo latejava, e um gemido repentino de desejo foi arrancado
de sua garganta. Seus olhos se abriram, mas sua expressão
era embaçada e sonhadora. Eu disse a ela para dar prazer a
si mesma enquanto eu fodi-a e suas mãos passaram entre
suas pernas abertas.

— Eu comecei a empurrar profundamente dentro dela.


Tendo as pernas no ar e seu corpo nessa posição significava
que ela sentiu o meu corpo inteiro profundamente dentro
dela. Nossos corpos bateram juntos e Sherry começou a
balançar seus quadris. Os músculos de seu abdômen ficaram
evidentes, com pequenos sulcos contra a pele firme, e as
mãos entre as pernas dela se tornaram um borrão. Era difícil
para ela: com seus pulsos ainda amarrados, seus dedos não
conseguiam tocar os lugares que ela queria na forma como
ela desesperadamente necessitava, para atingir o orgasmo.
Ela deu pequenos grunhidos, sons de frustração entre
suspiros de prazer, e eu senti meu corpo começando a
crescer com o aumento da tensão apertado em que o desejo
de explodir dentro dela novamente tornou-se uma
necessidade esfomeada.

De repente, eu precisava ficar em pé. Levantei-me do


sofá e raspei as minhas mãos pelo meu rosto. A dor de
cabeça, que tinha se escondido na escuridão atrás dos meus
olhos, finalmente atacou. Eu estremeci. Minha visão turvou e
flashes de luz flutuaram diante de meus olhos.

— Você está bem?— O rosto de Letícia era incerto.

Eu balancei a cabeça. Eu precisava de outra bebida,


mas a garrafa de vinho estava vazia.

Fechei os olhos, parei por um momento, e depois


continuei com a história, a minha voz mais baixa agora e
soando em meus próprios ouvidos quase em transe.

— Eu disse a Sherry que ela tinha que contar até dez


para vir. Eu disse a ela que se ela não podia passar por isso,
então, ela seria mandada para casa no fim de semana, sem
alívio. Eu quis dizer isso. Seus olhos brilharam com horror.
Seu rosto tornou-se uma máscara de desespero frenético.
Seus dedos voaram sobre seu clitóris, e ao mesmo tempo eu
cavei meus próprios dedos na carne musculosa de suas
pernas para me dar alavancagem. Corri para dentro dela,
empurrando a partir de meus quadris enquanto eu olhava
para o caminho seus seios pequenos sacudiam e a dureza de
seus mamilos.
— Eu comecei a contar. Sherry arqueou as costas,
tentando obter alívio. Ela tornou-se mais desesperada. Seu
corpo se contorceu como se ela estivesse na cremalheira de
um torturador. Sua voz se elevou até que os sons de sexo
encheram a sala. Senti-me começando a empolgar. Sherry
estava rígida embaixo de mim. Ela deu um último grito de
frustração, e, de repente, seu corpo parecia pegar fogo e ela
foi arrancada de um lado para outro quando seu orgasmo
espancou e surrou por seu corpo.

— As convulsões violentas dentro dela me enviaram sobre a


borda,— eu disse suavemente. — Eu puxei meu pau de sua
buceta e envolvi minha mão em torno da garganta de Sherry,
fixando-a sobre a mesa. Esfreguei meu pau contra seus
lábios, e sua boca abriu-se instintivamente. Forcei a boca
fechada novamente. Sherry teve uma fração de segundo para
abrir os olhos em confusão - e, de repente eu estourei em seu
rosto: cobrindo-lhe o rosto e queixo.

— Durante muito tempo, não havia nada além do vazio.


Nós dois estávamos tentando recuperar o fôlego. Sherry
estava como uma boneca quebrada em cima da mesa, com as
pernas pendentes, o corpo dela ainda torcido, e inclinei-me
sobre ela, sentindo o pulso batendo e cantando de sangue em
meus ouvidos.

— Quando meus sentidos clarearam - quando tudo


estava calmo de novo - Eu disse a Sherry estava a vestir-se e
ir para casa, eu disse-lhe para deixar o meu gozo no rosto:
para ela não o lavar até à manhã seguinte. Por um momento
ela hesitou - e, em seguida, acenou com a cabeça
obedientemente. Eu sabia que ela tinha um companheiro de
quarto. Eu sabia que ela dividia um pequeno apartamento
com outra garota, mas eu não me importava.

— Ela fez?— Letícia perguntou em voz baixa. — Quero


dizer, que ela foi embora .... até a manhã seguinte?

Dei de ombros. — Eu não posso ter certeza,— eu


admiti. — Mas conhecendo Sherry, e sabendo o que
aconteceu na seguinte noite de sexta-feira, é uma aposta
bastante segura de que ela fez.

— O que você quer dizer?— Houve aquele tom


repentino de escândalo em sua voz que eu tinha ouvido
antes, como se algum segredo chocante fosse revelado. — O
que aconteceu na seguinte noite de sexta-feira?

Eu balancei minha cabeça. — Eu não posso começar a


dizer-lhe:— Eu disse maliciosamente. — É muito tarde da
noite para começar essa história - e eu sei como você odeia
ter suas notas desarticuladas...

Leticia fez uma careta.

— Além disso, agora você tem que responder à minha


pergunta. Lembra?

Ela o fez, mas de forma clara, que ela esperava que eu


tinha esquecido. Os ombros de Letícia cairam, como se eu lhe
tivesse dado uma má notícia. Ela deu um pequeno aceno de
cabeça.
— É melhor você se sentar para isso,— eu provoquei.

Sua expressão tornou-se cautelosa e preocupada. Ela se


sentou no sofá. Ela cruzou as pernas e cruzou os braços
sobre o peito. Eu comecei a andar. A dor de cabeça de
repente cravou, e então começou a desvanecer-se a um
pulsar maçante.

— Alguma vez você já pensou sobre BDSM?— Eu


perguntei. — Alguma vez você já fantasiou sobre o que e
como seria submeter sua mente e seu corpo para um Mestre?

— Não— , Leticia balançou a cabeça, e foi um gesto


inflexível sem hesitação. — Nem uma vez, eu nunca
considerei a idéia— , continuou ela - e depois fez uma pausa
dramática, — ... até te conhecer. Agora ... agora parece ser a
única coisa em que eu consigo pensar.— A voz dela sumiu e
havia um silêncio melancólico pesado.

Eu não disse nada por um longo tempo.

Eu não sabia o que dizer.

Eu comecei a andar novamente. — Se você fosse uma


submissa, e se você servisse um Mestre, quais seriam seus
limites suaves?— Eu perguntei.

— Limites suaves?

Eu balancei a cabeça. — Limites suaves. Que você


submeter-se-ia à sua vontade, e que coisas que você
considera que não se quer comprometer?
Leticia parecia perturbada. Suas mãos se agitaram e,
em seguida, estabeleceu-se em seu colo. Ela olhou ao redor
da sala como se estivesse procurando uma maneira de
escapar.

— Eu. .. eu não sei— , ela pensou em voz baixa. — Eu


realmente não tenho pensado nisso.

— Então faça isso agora— , eu insisti. Eu solicitei a ela.


— Gostaria de ter sexo com outra mulher, enquanto o seu
Mestre assiste?

— Hum ... eu não sei— , ela torceu as mãos.

Eu continuei. — Será que você permitiria ser amarrada?

— Sim.

— Será que você permitiria ser algemada ou


acorrentada?

— Sim, eu acho que sim— , sua voz era baixa - nada


mais do que um sussurro ofegante macio.

— Gostaria de ter sexo com outro homem enquanto seu


Mestre assiste?

Ela balançou a cabeça.

— Será que você permitiria ficaar com os olhos


vendados?

— Sim— , sua voz era um pouco mais firme.


— E quanto a ser espancada? Quer dobrar-se sobre o
joelho de seu mestre para uma surra se você merecia
punição?

— Se foi merecida ... sim ...

— E chicoteada, talvez com um chicote?

Leticia fez uma careta. — Se eu confiava no homem, e


se fosse merecido.

Eu estava andando pelo quarto, disparando perguntas


ao ritmo dos meus passos, como um sargento em um desfile
cheio de recrutas do exército. Eu apertei minhas mãos atrás
das minhas costas e circulei pela sala, a cabeça de Leticia
ligada à haste graciosa longa de seu pescoço para me seguir
com os olhos.

— Você usaria um colar de seu mestre em público?

Leticia hesitou. — Eu não sei— , ela confessou. — Eu


sei que uma submissa deve estar orgulhosa de seu colar. Eu
sei que é como um anel de casamento, porque é um sinal de
compromisso

— Mas eu estou de pé do lado de fora olhando para


dentro, Jonas. Eu não sei como eu me sentiria se eu vivesse
esse estilo de vida — , ela encolheu os ombros e fez uma
careta ao mesmo tempo.— Então, eu simplesmente não
posso responder a essa pergunta.

Eu balancei a cabeça e pensei por um momento. — Você


já se perguntou como seria a sensação de usar um colar?
— Sim.

— E ...?

Leticia suspirou e olhou pensativa. — Eu imagino que


isso me faria sentir um monte de coisas diferentes— , afirmou
ela. — Eu imagino que o colar seria motivo de orgulho. Um
sinal de que eu estava qualificada e obediente e competente o
suficiente para ser querida por alguém com quem eu acho
que também me sinto confiante — , o tom de sua voz
levantoutornando o comentário quase uma pergunta. Ela
encolheu os ombros. — Eu só estou supondo— , disse ela
para qualificar suas palavras. — Eu não acho que ninguém
sabe ao certo, com exceção de uma mulher submissa que já
tem um colar. E talvez seja diferente para cada mulher.
Talvez submissão significa algo diferente para mim do que
para as mulheres que já estão imersas no estilo de vida.
Capitulo Oito
A profundidade do seu raciocínio, e o jeito que ela se
expressou me surpreendeu. Eu estava muito consciente de
sua idade e sua inexperiência, e eu esperava que suas
respostas fossem preenchidas com pequenas risadinhas
vertiginosas e corando imaturidade. Mas suas respostas
demonstraram o quanto achava que ela tinha dado ao
assunto desde que eu a conheci, e como ela conhecia a si
mesma - e, talvez, suas próprias limitações.

— Você acha que poderia desistir de seu direito de ter


um orgasmo sempre que você queria, e passar essa
responsabilidade para um Mestre?— Perguntei a Leticia.

— Você quer dizer só chegar ao orgasmo quando ele me


permitir?

— Sim.

Ela franziu o cenho. — Eu acho que sim ...— ela disse


timidamente. — Se eu estivesse confortável no papel de
submissa, e se eu sentisse que era uma parte necessária de
todo o tipo de processo de aprendizagem.

— Processo de aprendizagem? Você quer dizer aprender


sobre si mesma?

— Sim— , disse Letícia, e depois olhou seriamente para


o meu rosto. — Não é sobre isso que a submissão realmente
é, Jonah? Não é uma maneira para uma mulher descobrir e
aprender algo novo sobre si mesma? Talvez algo que ela
nunca percebeu que fosse uma parte fundamental sua?

Eu sorri. — É— , eu disse. — Isso é exatamente o que eu


acredito que é submissão, e isso é exatamente o que eu
acredito que um bom mestre faz. Ele dá a uma mulher a
oportunidade de descobrir-se a si mesma.

Houve outro longo silêncio - mas este foi diferente. Não


era o silêncio constrangedor de constrangimento, nem era o
silêncio reflexivo que eu estava propenso a cair.

Era um silêncio significativo - como se algo tivesse


apenas mudado - alguma realização ou conexão mais
profunda de compreensão tinha acabado de ser feita. Durou
alguns minutos. Finalmente eu me despertei. Eu estava
cansado. Minha dor de cabeça veio rosnando de volta dos
recessos maçantes, e segurou firme acima dos meus olhos
como uma banda de aço.

Em sua porta da frente, Leticia colocou a mão


subitamente no meu braço. Sua pele estava quente. —
Amanhã é fim de semana— , disse ela. — Eu não tenho que
trabalhar.

Eu balancei a cabeça. — Eu entendo. Que tal você me


chamar na segunda-feira e nós podemos marcar uma hora
para continuar com a entrevista, então.

— Não— , ela disse rapidamente. — Você não entende.


Eu não quis dizer isso assim. O que eu quis dizer...o que eu
queria dizer era que eu tinha o fim de semana livre e eu
queria saber se você gosta de parques?

Fiquei intrigado. — Parques? Aqueles com grama verde


e árvores?

— Uhuh.

— Eu me lembro deles,— Eu fiz a minha voz soar vaga.

Leticia deu um pequeno sorriso. — Bem, há um parque


perto daqui que eu gostaria de levá-lo. É um lugar que eu
gosto de ir quando eu tenho coisas a pensar - coisas para
resolver que eu gostaria de mostrá-lo a você - se você não
estiver muito ocupado. — Ela sorriu por um momento e
pensando estar a fazer papel de boba, olhou-me fixamente
nos olhos, compelida a explicar-se.

— Quando me mudei para cá, eu não tinha amigos - Eu


mal conhecia as pessoas no jornal — , disse Leticia em voz
baixa.— Então eu fui para o parque. A cidade estava tão
ocupada, tão alta. Eu não estava acostumada com a agitação.
Eu sou de uma cidade pequena e eu tinha pouco tempo para
adaptar-me ao ritmo frenético de todos ao meu redor. O
parque me fez lembrar de casa. Foi o meu pequeno santuário
longe de todo o caos ...

Eu sorri. — Ok, eu estou convencido— , eu disse e


levantei minhas mãos em sinal de rendição simulada. — E
tenho a certeza que algumas horas ao ar fresco e luz do sol
não vai me matar.
*******************

Choveu na parte da manhã e, em seguida, as nuvens


foram embora e o sol veio em chamas para baixo.

Leticia me encontrou no saguão do seu prédio ao meio-


dia, e nós andamos durante algumas quadras até ao parque.
Um cheiro abafado, úmido levantou da calçada quando o
calor fritava a chuva fora do concreto.

Foi a primeira vez que Letícia tinha me visto em apenas


uma t-shirt e jeans. Ela não disse nada, mas notei os olhares
a partir do canto do olho.

O parque era um bloco quadrado de gramados verdes


vibrantes no coração da cidade, rodeado por todos os lados
por ruas movimentadas, ainda protegidas do engarrafamento
de trânsito por árvores exuberantes altas que ficou como uma
franja densa de sentinelas.

Uma ponte aérea esticada em uma rua do centro da


cidade e subimos até o topo e paramos por um momento,
inclinando-se sobre o trilho de segurança. Diretamente
abaixo de nós, o tráfego passava em ambas as direções sob
uma névoa de fumaça e poluição. Atrás de nós, os blocos de
escritórios da cidade eram torres de vidro reflexivos - e à
frente era um Éden de tranquilidade verde, com as crianças e
famílias apreciando o céu azul da tarde.

Descemos os degraus da passarela e um caminho


sinuoso, que serpenteava o seu caminho através de um arco
de pedra para o parque.
Havia bancos e mesas espalhadas ao redor das bordas
do espaço aberto sob a sombra das árvores altas, e a grama
estava um tapete verde de suaves ondulações.

Leticia me levou a um banco do parque, e eu podia


ouvir o som dos patos e salpicos de água em algum lugar nas
proximidades. Sentei-me sob a sombra mosqueada de uma
árvore e Leticia sentou ao meu lado. Ela estava usando um
vestido amarelo pálido que chegou até os joelhos. Ela enfiou a
bainha ordenadamente debaixo dela e, em seguida, balançou
as pernas, como uma criança em um balanço. Eu respirei
fundo - o ar estava mais fresco aqui de alguma forma, e o sol
tinha um clareza cristalina longe da névoa de poluição da
cidade.

— Bonito, não é?

Eu balancei a cabeça. — Isso realmente é— , disse eu.

Uma dúzia de metros de distância um homem estava


andando com seu cachorro, e uma jovem mulher em calças
de lycra justas e uma camisa de 49ers suada passou
correndo. Leticia enfiou a mão na bolsa para um par de
óculos e pousou-os na ponta do nariz. Notei seu caderno,
escondido em um canto da bolsa.

— Conte-me sobre sua família— , disse eu. — Você se


dá bem com sua mãe e seu pai?

Leticia fez uma cara pensativa. — Acho que sim— ,


disse ela. — Eu sempre fui a menina do papai. Eu passei
muito tempo com ele quando eu era mais jovem - nem tanto
quando cheguei a minha adolescência e começei o ensino
médio. Mas sempre fomos próximos. Eu sempre pude falar
com ele.

— Mas não com sua mãe?

Leticia balançou a cabeça. — Nem tanto— , admitiu ela


francamente. — Mamãe ficou meio distante, depois que ela
perdeu o emprego em uma das lojas locais. Papai tinha que
pegar turnos extras na unidade de transformação, e a mamãe
começou a beber à tarde ... e à noite. Ela meio que
desapareceu fora da minha vida por um tempo. Você sabe o
que eu quero dizer?

Eu balancei a cabeça. — Acho que sim— , eu disse. —


Mas e agora? Você está em contacto regular com os seus
pais?

Leticia assentiu. — Eu chamo uma vez por semana,


mas não há muito a dizer. Nós não temos algo a
compartilhar, a menos que seja fofoca em torno da cidade.
Isso leva um minuto ou dois, e então nós apenas penduramos
no telefone por dez minutos constrangedores, até que eu me
sinto como se eu tivesse feito o meu dever como uma filha e
posso desligar.

Eu não investiguei mais. Eu sentia que havia mais para


a história, mas ficou claro que a família de Letícia não eram
uma grande parte de sua vida, e ela parecia bem com isso.

Duas crianças estavam jogando com uma bola de


beisebol, jogando a bola em um arco alto preguiçoso para o
outro. O som da bola batendo em luvas de coletor me fez
lembrar da minha própria infância.

Levantei-me do banco e vaguei na grama. Senti os olhos


de Leticia em mim por trás das lentes escuras de seus óculos
de sol. Ela ficou me olhando por um tempo, sem dizer nada -
tanto de nós conscientes de si e confortáveis no silêncio.

— Você lê muito?— Leticia me perguntou de repente. —


Eu vi a sua biblioteca, mas algumas pessoas apenas gostam
de livros - eles não gostam de ler.

Eu balancei a cabeça. — Eu costumava ler muito,— eu


disse. — Principalmente ficção histórica.

— Você quer dizer aqueles realmente românticos que te


deixam sem fôlego?

— Não— , eu comecei a sorrir. — Eu quero dizer boa


ficção histórica.

Ela me perguntou se eu tinha autores favoritos e eu


mencionei os nomes de vários. — E você?

Leticia tirou os óculos de sol. — Bem recentemente toda


a leitura que eu fiz foi sobre o estilo de vida BDSM.

— Oh? Fato ou ficção?

Leticia fez um gesto com uma inclinação de sua cabeça


e um encolher de ombros. — Ambos— , disse ela. — Artigos
on-line e algumas histórias eróticas de tendência dominante.
Houve outra pausa de silêncio amável. Enfiei minhas
mãos nos bolsos da minha calça jeans e chutei um tufo de
grama. — Não romantize o estilo de vida, Leticia,— eu disse.
— Não a construa em sua mente para ser algo que não é.
BDSM não é a solução para todas as relações em apuros, não
é a resposta para cada garota solitária à procura de amor, e
isso não é tudo sobre preservativos encantadores e belos
subs sem fôlego. E, por favor, — eu disse com intensidade
súbita— por favor, não romantize a minha história quando
você a escrever. Estou sendo honesto com você, e você deve
ser honesta com seus leitores. Para cada encontro erótico que
eu detalhei, houve muitas falhas - quando as coisas não
funcionam do jeito que planejei, ou como eu queria. Basta
dizer-lhes como é. Seja honesta. Certifique-se de que você
sabe a diferença entre ser uma repórter de fatos e uma
escritora que está tentando excitar e entreter.

Letícia olhou para mim e balançou a cabeça lentamente.


— Eu sei a diferença— , disse ela, soando defensiva. — Mas
você é Jonah Noble. Você é maior que a vida. Você não pode
esperar que as pessoas acreditam que a sua história é
comum. Não é - e nem você é.

A ironia. Eu estava advertindo Leticia sobre as


realidades do BDSM, e ela estava me defendendo contra a
minha própria crítica.

— Quando você tira todos os adereços, o imaginário, o


erotismo e o mistério longe, BDSM é sobre duas pessoas,
tentando descobrir o que os faz feliz na vida - que lhes dá um
sentimento de pertença e conclusão. O resto é apenas
enfeites na árvore. É tudo decoração.

Leticia parecia chocada. — Você parece muito cínico.

— Eu não estou tentando ser— , eu disse com


sinceridade. — Eu só sei por experiência própria que as
expectativas são difíceis de viver.

— O que aconteceu naquela noite da sexta-feira


seguinte com Sherry?— Letícia perguntou, mudando de
assunto com toda a sutileza de uma bola de demolição.

Dei de ombros. Eu já havia tentado.

— Ela trouxe sua companheira de quarto junto para a


noite— , eu disse.

— Huh?— Leticia não estava prestando atenção. Ela


estava cavando em sua bolsa para o caderno e uma caneta.

— Eu disse que ela trouxe sua colega de quarto junto.


Ambas estavam de pé na porta esperando por mim quando
eu voltei para o escritório depois do jantar.

A cabeça de Leticia estalou rodada. — A companheira de


quarto estava lá? Puta merda! Você sabia que isso ia
acontecer?

— Eu sabia. Sherry falou comigo durante a semana. Ela


disse que havia contado a sua colega de quarto tudo sobre
nós. Ela disse que sua amiga queria saber se ela poderia vir e
assistir.
— E você disse que sim.

Eu balancei a cabeça.

— Por quê?

— Por que não? — Dei de ombros.

— O que aconteceu?

Eu comecei a andar ao redor do banco, mas não estava


funcionando para mim. Estranhamente, não sendo cercado
por paredes feitas meu ritmo era redundante. Então eu fiquei
com as mãos nos bolsos e olhei para as copas das árvores
enquanto minha mente foi atraída de volta para aquela noite
todos os anos atrás.

— O nome da companheira de quarto era Denella. Ela


era o oposto físico de Sherry. Ela era uma garota alta com
longos cabelos castanhos. Mas onde o corpo de Sherry era
magro e quase infantil, Denella tinha uma figura muito
diferente. Ela era oito centímetros mais alta do que Sherry,
com grandes seios pesados largos quadris femininos.

— Eu nunca a tinha visto. Ela estava nervosa. Caminhei


até ela e beijei-a ferozmente, e, ao mesmo tempo segurei um
dos seios possessivamente na minha mão. Denella ficou
rígida com o choque por cerca de cinco segundos e, em
seguida, de repente a tensão passou de seu corpo. Seus
lábios se abriram para mim, e eu deslizei minha língua em
sua boca. Cheguei dentro da blusa e levantei um peito de
dentro do copo do sutiã. Seu mamilo estava duro, e seus
seios tinham peso e substância neles. A pele era
incrivelmente macia, e eu massageava e amassava a carne
quente até ouvi-la dar um pequeno suspiro de prazer.

— O que Sherry estava fazendo?

— Assistindo— , eu disse. — Um dia antes de Denella


chegar eu tinha perguntado a Sherry se elas eram amantes.
Ela disse que elas não eram. Ela disse que tinha falado sobre
a idéia de fazer sexo juntas, mas tinha decidido não ter a
chance de arriscar sua amizade.

— Você acreditou em Sherry?

— Sim— , eu disse. — E eu acho que se tivessem sido


amantes Sherry teria se juntado quando eu estava beijando
sua colega de quarto. Foi a oportunidade perfeita para que
toda a sessão se tornasse um trio louco - mas Sherry
simplesmente ficou para trás e me viu tomar Denella como se
fosse meu direito.

— O que aconteceu em seguida?

— Levei as meninas para o meu escritório. Eu


desabotoei a blusa de Denella e desabotoei o sutiã. Então eu
levantei sua saia. Ela tinha quadris largos, então eu içei-a tão
alto que pude e disse-lhe para espalhar suas pernas. Ela não
disse uma palavra. Ela simplesmente fez o que eu disse a ela.
Ela estava usando calcinha de renda branca. Olhei-a nos
olhos, fixando-a com o olhar, e então eu esfregava sua buceta
através da calcinha.
— Só assim?

Eu balancei a cabeça.

— E você nunca conheceu esta mulher antes na sua


vida?

Eu balancei minha cabeça.

— E ela deixou você despi-la e ... e excitá-la - sem dizer


uma palavra?

— Isso mesmo— , disse eu. — Mas ela era colega de


quarto de Sherry. Sem dúvida Sherry dissera-lhe o que
esperar, e o que ela pode precisar fazer se ela queria
participar durante a noite. Não é como se ela fosse uma
completa estranha da rua, e não é como se ela não soubesse
o que iria acontecer naquela noite.

Leticia me olhou como se talvez eu tivesse super


poderes, e, em seguida, balançou a cabeça em perplexidade.
Ela escreveu algo para dentro da margem de seu caderno e
depois sublinhou várias vezes com grandes linhas pesadas.
Ela olhou para mim com expectativa. — Bem, você não pode
parar agora! O que aconteceu com Denella?

— Eu disse a ela para tirar a saia e blusa, e então eu me


virei e ordenei a Sherry a se despir. Denella contorceu para
fora de suas roupas, mas deixou a calcinha. Tremia - não de
medo, muito animado eu estava perto dela e esfreguei seu
monte novamente através de sua calcinha. — Diga-me por
que você está aqui esta noite— , eu perguntei a ela. Ela disse
que queria assistir. Eu disse a ela para me chamar de senhor.
Ela disse que Sherry lhe dissera algumas das maneiras que
eu a tinha utilizado, e ela queria assistir. Então ela
acrescentou, — senhor.

— Eu dei um passo para trás. Sherry estava nua. Eu


pedi a ela sobre seus joelhos, e então disse que ela tirasse a
calcinha da Denella fora - com os dentes.

Leticia ergueu os olhos do caderno, depois de volta para


baixo novamente. Sua mão correu por toda a página.

— Você quer que eu vá mais devagar?

Leticia balançou a cabeça. Não disse nada. Ela estava


franzindo a testa enquanto ela escrevia, talvez tentando
colocar tudo no papel e guardando as palavras montadas em
sua cabeça. Tentei andar de novo, mas me senti estúpido.
Voltei a olhar para as árvores.

— Sherry rastejou para Denella, e as duas meninas


começaram a rir. Bati na bunda perfeita de Sherry, e os risos
pararam. Ela tinha os dentes no cós da calcinha da Denella e
começou a puxa-la.

— O que Denella fez?

— Ela ficou lá.

— O que você fez?

— Sentei-me na cadeira e observei. Sherry lutou por um


par de minutos e Denella ficou vermelha de vergonha, e talvez
um pouco de excitação. Finalmente, ela foi capaz de sair de
sua calcinha, e Sherry sentou-se sobre as ancas, um pouco
sem fôlego.

— Sherry estava excitada?

— Eu acho que sim. As duas meninas tinham discutido


fazendo sexo juntas, então havia alguma atração física entre
elas. É por isso que eu pedi a Sherry para tirar a calcinha da
Denella com os dentes. Que eu queria testar essa atração e
ver como Sherry reagia. Eu acho que, em circunstâncias
diferentes, elas poderiam facilmente ter se envolvido.

— Mas você não fez isso acontecer?

— Não— , eu disse. — Denella me disse que queria


assistir. Então essa foi a experiência que comecei a criar. Saí
da cadeira e disse Denella para fingir-se foder. Ela olhou para
mim, e de repente ela não estava rindo mais. De repente,
tudo ficou muito sexual e sério. Ela deslizou a mão até sua
buceta, e eu acho que o fato de que Sherry estava observando
com olhos excitados tornou mais difícil do que se tivesse sido
apenas Denella e eu no quarto. Ela fechou os olhos e
começou a esfregar seu clitóris. Quando eu tinha visto o
suficiente, eu pedi-lhe para parar.

— Visto o suficiente?

Eu balancei a cabeça. — Ela era destra. Ela usou os


dedos para provocar-se. Quando eu vi aquilo, eu disse-lhe
para se sentar na minha cadeira e brincar com ela enquanto
ela me assistia foder Sherry. Então eu disse que ela só o
podia fazer com uma condição.
Letícia olhou para cima de repente. — Que foi ...?

— Eu disse que ela só poderia usar sua mão esquerda.

Letícia olhou para mim por um momento com os olhos


astutos estreitados. — Isso foi cruel.

Eu balancei a cabeça. — Muito— , eu admiti. — Na


verdade, é o tipo de requintado pequeno exercício de BDSM e
frustração que qualquer mulher pode experimentar por conta
própria em sua própria casa.

Leticia fez uma pausa. Sua mão pairou sobre a página.


Ela olhou para mim, talvez sentindo que fazer uma pergunta
agora me desviaria de recontar o encontro com Sherry e
Denella - mas ela estava curiosa. Ela não se conteve.

— O que você quer dizer?

— Quero dizer que, se uma mulher queria um pouco de


visão mansa do estilo de vida, ela sempre poderia encontrar
um cinto de couro e apertar a mão que costuma usar para se
masturbar na cabeceira de sua cama. Então, elas podem
tentar dar-se com prazer a sua outra mão.

— O que isso faz?

— Basta dar um pequeno vislumbre de algumas das


emoções que eles possam sentir e sensações que podem
ocorrer se eles estavam envolvidos em uma cena BDSM muito
gentil— , disse eu. — Ser amarrado e contido é uma volta
para um monte de mulheres, e assim é a sensação de couro
contra sua pele. Tendo seu pulso obrigado acima de sua
cabeça na cama significa que eles podem obter a sensação de
ser contido, e ao mesmo tempo a frustração de ser despertado
e querendo um orgasmo - mas não é bom eles serem capazes
de alcançar os lugares que eles querem de uma forma que
eles se sintam confortáveis. — Eu dei de ombros.

Leticia não escreveu nada disso para baixo, mas ela


ouviu atentamente e sua expressão tornou-se pensativa. Eu
tive a sensação de que ela estava visualizando a idéia, mas
ela não fez mais perguntas e eu voltei para aquela noite com
Sherry e Denella.

— Denella começou a esfregar o dedo em sua buceta— ,


eu disse. — Dobrei Sherry sobre a borda da mesa e disse-lhe
para abrir as pernas. Eu queria ter certeza de Denella ter o
sentido pleno da experiência. Arrastando Sherry longe para o
outro lado do meu escritório faria todo o incidente muito
distante. Eu queria que fosse no rosto de Denella.

Leticia levantou a mão para cima de repente como se ela


estivesse na escola, e queria a atenção do professor.

— Vocês ainda estavam vestidos?

— Sim— , eu disse. Eu suprimi a pequena chama de


aborrecimento por ter sido interrompido. — Eu esperei até
que Sherry estava inclinada sobre a borda da mesa. Tinha a
cabeça baixa, mas eu poderia dizer que ela estava assistindo
Denella dar prazer a si mesma. As duas mulheres estavam
apenas a um par de metros de distância. Se Sherry quisesse,
podia ter se inclinado sobre a mesa e chuparia um dos
mamilos de Denella em sua boca. Elas estavam bem perto.

— Eu desabotoei meu cinto, certificando-me que Sherry


ouviu a fivela sendo escorregada e o zíper da minha calça.
Isto fazia parte da antecipação. Sexo é uma coisa sensorial
para as mulheres. Sons e aromas são tão importantes quanto
os outros sentidos. Para os homens tudo é visual, mas as
mulheres são mais complexas. Queria que Sherry soubesse
que eu estava me despindo. Eu queria que ela me imaginasse
de pé atrás dela, e pensasse em como exposta, aberta e
vulnerável ela estava para mim. Eu queria sentir como se ela
estivesse à minha mercê antes mesmo de colocar a mão sobre
ela.

— Eu passei minha mão em torno da fivela do cinto e


usei o final macio, como uma cinta em toda a bunda de
Sherry. O couro fez um 'crack' alto que sacudiu toda a carne
pálida firme de sua parte inferior. Sherry estremeceu e então
ouvi-a ofegar suavemente com a excitação. Perguntei-lhe se
ela queria mais, e ela baixou o rosto para o tampo da mesa e
estendeu sua bunda em resposta silenciosa. Tomei o cinto
para ela de novo, desta vez deixando uma linha vermelha
suave através de sua carne.

— Você estava punindo-a?— Perguntou Letícia.

— Não, claro que não— , eu disse, irritado. — Eu não


estava mesmo tentando machucá-la.— Fiz uma pausa e
respirei fundo. Um jovem casal estava espalhando um
cobertor sobre a grama nas proximidades. Eu assisti-os por
um momento.

— Leticia, só porque eu estava usando um cinto na


bunda de Sherry, não significa automaticamente que eu
estou punindo ou tentando machucar. Sentindo a picada de
uma tira de couro - se feito corretamente - pode ser uma
sensação completamente erótica. Chicotes e cintos não são
apenas formas brutais para infligir dor. Eles devem ser
adereços para aumentar a excitação de um submisso. Isso é o
que eu estava fazendo com Sherry É a diferença entre uma
surra sexy e um espancamento. Este foi um sexy
espancamento .... com um cinto de couro. Isso é tudo.

Leticia assentiu. — Eu entendo— , ela disse


suavemente.

Eu tinha perdido minha linha de pensamento. Isso


acontece quando eu sou interrompido. Fiquei meditando
melancolicamente por alguns momentos. O jovem casal tinha
trazido uma cesta de piquenique de alimentos. O cara se
esticou nas costas e olhou para o sol, enquanto a mulher
começou a desembalar a cesta.

— Meu pau estava duro— , eu disse enfim, e Leticia


inclinou a cabeça para trás sobre o bloco de notas. — Eu
fechei minhas mãos em torno dos quadris de Sherry para
mantê-la imóvel e ela prendeu a respiração irregular pela
antecipação. Então eu me deslizei dentro dela, e houve uma
súbita onda de excitação úmida quando sua excitação que
havia sido brotando entre as coxas de repente fluiu sobre
mim.

— Eu me empurrei profundamente dentro de Sherry.


Não era romance. Era sexo que eu queria que ela sentisse
como se estivesse sendo dominada, que estava entregando-se
a mim e que eu estava levando-a - não fazer amor com ela.
Ela grunhiu e gemeu com cada impulso do meu pau, e os
sons de nossos corpos batendo juntos tornou-se mais alto.
Os dedos de Sherry agarraram desesperadamente a borda da
mesa para se sustentar. Ela começou a choramingar e
empurrar para trás com os quadris para antecipar minha
próxima investida. Inclinei-me as costas e agarrei um
punhado de seu cabelo. Puxei e ela arqueou as costas. Ela
sussurrou em emoção rouca.

— Eu ainda tinha o cinto. Envolvi-o em torno da


garganta de Sherry e enfiei o rabo de couro através da fivela
que ele estava pendurado como um colar solto em volta do
pescoço. O couro silvou em toda a mesa como a cauda de um
gato quando eu puxei Sherry de volta para meu pau e
começei a empurrar mais rápido.

— Denella estava me olhando com os olhos enormes,


aturdidos. Seus dedos estavam brilhando molhado com seus
próprios sucos e os lábios de seu sexo foram deflagrados
amplos e abertos. Ela estava puxando e beliscando seus
mamilos com a mão direita, e chorando baixinho de
frustração. Sua expressão era voraz.
— Senti-me começando a emoção. Meu pau ficou
incrivelmente duro e senti uma vontade irresistível de
explodir-me, e no último momento, parei de empurrar e me
segurei ainda, no fundo de Sherry eu senti um pulso de
repente - um aumento branco-quente – a buceta de Sherry
parecia prender apertado em volta de mim como se tentasse
me chamar mais profundo dentro dela. Eu deixei meus olhos
bem fechados e a sala ficou de repente calma - como a
calmaria antes da tempestade. Eu estava suando. Gotas de
suor se agarraram no meu cabelo e escorria pela testa. Cavei
meus dedos na carne branca leitosa dos ombros de Sherry e
ela fez um som gutural sensual. Ela estava tremendo. Sua
respiração era curta e pequenos suspiros rasos. Denella tinha
jogado uma perna sobre o braço da minha cadeira para que
eu pudesse ver a abertura rosa molhada dela, brilhando com
o suco de mancha de sua excitação.

— Eu esperei o momento passar, talvez 10 segundos - e


então eu empurrei de volta para Sherry A força da minha
estocada a pegou de surpresa. Suas pernas fraquejaram. Eu
sentia o amolecimento de seus joelhos quando ela se deitou
como uma boneca de trapo, e eu cobri o corpo dela com o
meu, de modo que o meu peso pressionou-a contra a mesa.

— Denella jogou a cabeça para trás de repente e seu


queixo caiu. Ela estava ofegante. Seus dedos entre suas
pernas eram um borrão. Todo o seu corpo parecia ereto e
tenso. Eu podia ver a tensão em seu pescoço e o inchaço
suave de sua garganta enquanto ela engoliu em seco e
engasgou.

— Eu me forcei mais rápido e mais duro contra o corpo


propenso de Sherry. Ela estava mole embaixo de mim,
totalmente passiva e flexível. Eu agarrei meu caminho de
volta para a beira do orgasmo rapidamente e eu apertei o
meu queixo e assobiei para as meninas que vierão.

— Então, isso não importava. Então, nada importava.


Meu corpo inteiro parecia pegar fogo e eu senti a força do
meu orgasmo entrar em erupção.

Um casal de aves caiu fora das árvores e pousou sobre a


borda do banco do parque, como se esperassem Leticia para
alimentá-los. Eu olhei para longe. Parecia que o jovem casal
sentado no cobertor estavam disputando. O cara sentou-se e
deu uma sacudida brusca da cabeça. A mulher começou a
enfiar comida de volta na cesta.

— Será que Sherry e Denella ... elas chegaram ao


clímax?— Perguntou Letícia.

Voltei. — Sherry fez, mas não Denella. Perguntei-lhe se


ela queria ajuda, mas ela parecia perfeitamente satisfeita em
ser deixada frustrada - se isso faz sentido.

— Eu disse às meninas para se vestirem e, em seguida,


enviei-as para casa.

Leticia colocou o bloco de notas em sua bolsa, em


seguida, perguntou-me como um adendo: — Será que Denella
acompanhou-o e a Sherry novamente depois da primeira vez?
Será que ela se tornou mais uma submissa para você?

— Não— , eu disse. — Eu nunca vi Denella novamente.


Na verdade eu estava apenas com o jornal por mais alguns
meses, antes que eu fosse forçado a entregar o dia-a-dia do
negócio para um gestor.

— Oh por quê?— Ela começou a chegar para o seu


bloco de notas de novo.

— Esse foi o momento em que eu descobri que meu pai


estava doente— , eu expliquei. — Eu tive que voltar para casa
e tornar-me mais envolvido com o negócio global. Nós não
sabíamos quanto tempo ele iria viver.

— Então você deixou Sherry para trás?

— Sim.

— Você pensa muito sobre ela?

— Às vezes.

— Você já desejou que vocês tivessem ficado em


contato, ou talvez a trouxesse de volta aqui com você?

— Não.

— Por quê?

Essa foi uma boa pergunta. Eu tinha me perguntado a


mesma coisa mil vezes nos anos seguintes.
— Por que parte do que fez o tempo com Sherry especial
foi o entendimento tácito entre nós de que nunca seria nada
mais do que sexo— , eu disse. — Nunca houve qualquer
conversa de um relacionamento, e, certamente, nunca
qualquer conversa sobre ela se tornar uma integral submissa
a mim. Que acabamos se os momentos que tivemos juntos, e
os papéis que caíram. Nunca houve um plano, e nunca um
desejo de cometer – da minha parte, ou a partir dela. Era o
que era — , disse simplesmente,— e isso é tudo o que
poderia ter sido.

***

Caminhamos lentamente de volta para o apartamento


de Letícia e do lado de fora na calçada no sol da tarde. O
tráfego havia diminuído, mas ainda assim os sons da cidade
eram um zangão zumbido constante em pano de fundo.
Leticia começou a dirigir-se para as portas de vidro
deslizantes, em seguida, percebi que não estava ao lado dela.
Ela se virou para mim e fez uma careta.

— Você não irá subir?

Eu balancei a cabeça, olhando-a com as mãos enfiadas


nos bolsos da minha calça jeans. — Eu quero que você venha
para minha casa hoje à noite,— eu disse. — Oito horas.

Leticia arqueou a sobrancelha e ergueu o queixo em um


pequeno gesto de desafio. — E se eu tiver planos? É sábado à
noite.
— Cancele-os— , disse eu, e minha expressão era grave.
— Há algumas coisas que eu quero te mostrar.

********************

Trigg estava esperando por mim quando eu entrei pela


porta. Ela ficou de pé no foyer, com uma expressão sombria.
Seus olhos estavam inclinados e estreitou em lâminas
pequenas brilhantes, estalando de raiva reprimida. Eu passei
por ela. Sua boca foi arrastada para uma linha sombria e
palavras pareciam ferver em seus lábios.

— Você sabe o que você está fazendo?— A voz de Trigg


foi baixa e trêmula.

Eu parei a meio passo. — Não é da sua conta— , eu


disse. — Que seja.

Ela me seguiu, a luz em seus pés como uma dançarina,


o som de seus saltos sobre os azulejos ecoando contra o teto
alto. Ela estava vestida com calça preta e uma blusa de seda
rosa. Eu podia ver uma onda de aumento de cor com raiva de
baixo do tecido brilhante de sua garganta, e sentir sua
amargura.

Trigg prendeu a respiração com um pouco de chiado


frustrado. — É errado, Jonah. Você não pode levar essa
jovem mulher assim.

Virei-me para ela, em seguida, minha voz estalou como


se quebrasse gelo. — Não me diga o que fazer— , eu avisei. —
Não é da sua conta— , eu disse. — Nada.
Trigg deu um passo para trás assustada. Olhei em seus
olhos, uma trilha direta de força. Ela baixou o olhar, e eu fui,
enquanto a raiva ainda fervia e borbulhava no meu sangue.

— Letícia está vindo aqui esta noite. Ela vai chegar às


oito horas. Você não vai estar aqui. Eu não me importo onde
você vai para a noite, e eu não me importo com o que você
faz. Mas você não estará aqui. Faço-me entender?

Trigg balançou a cabeça, de repente incerta. Deixei-a em


pé sozinha, olhando para o chão, e sai em direção à escada.

******************

A tarde passou rapidamente. Sentei-me na grande mesa


em meu escritório e tentei me concentrar. Havia negócios a
tratar. Sons abafados do andar de baixo me distrairam, e eu
fui para a porta do escritório e encontrei-me a ouvir a voz de
Trigg, falando ao telefone enquanto ela caminhava para trás
e para a frente ao longo do chão de azulejos.

Eu não conseguia ouvir o que ela estava dizendo, mas


eu não precisava. O tom de sua voz era amarga e frustrada.

Às seis horas a Sra. Hortez trouxe uma bandeja de


prata e deixou-a em uma mesa pequena, apenas dentro da
porta. Fomos educados, conversando estranhamente por
alguns segundos e, em seguida, ela saiu para a noite.

Voltei minha atenção para os papéis espalhados pela


mesa, mas ainda assim eu não conseguia me concentrar. Eu
empurrei a cadeira para trás e comecei a andar pelo chão,
parando uma vez para ouvir o barulho de pneus e o
borbulhar constante de um motor de carro na garagem. Fui
até a janela e vi Trigg no conversível puxando para fora
através das portas, os faróis balançando e mergulhando
quando o veículo fundiu no tráfego e correu para dentro da
noite escurecendo.

Eu estava sozinho. A casa era estranha e silenciosa.

Sozinho ...

Eu comecei a andar mais uma vez e, de repente,


ocorreu-me que eu era solitário. A realização foi tão chocante
e perturbadora que ela me parou nas minhas faixas.

Estar sozinho era algo com que eu tinha sido sempre


confortável. Eu gostava de responder a ninguém. Gostei da
liberdade que veio de permanecer removido do apego
emocional. Eu tinha vivido minha vida como meu próprio
homem.

Meu mundo. Meu caminho.

Foi o grito de guerra de Jonah Noble. Mas agora,


enquanto eu rondava frente e para trás no chão, ele me
surpreendeu de repente que eu não estava apenas sozinho.

Eu era solitário.

Coisas: propriedade e posses me cercando - e que tinha


incluído as muitas mulheres que passaram pela minha vida,
todas elas tinham sido propriedade de possuir, ou posses
para entreter e despertar.
Eu fui até a mesa e varri toda a papelada em uma
gaveta. Eu derramei uísque em um copo e cai na grande
cadeira. O couro rangeu e gemeu ao meu redor.

Sentei-me olhando melancolicamente para as paredes


escuras e perguntei se eu estava jogando o jogo da vida para
ganhar, ou simplesmente para não me machucar de perder.

********************

Letícia chegou alguns minutos antes das oito horas. Eu


tinha mudado a minha t-shirt para uma camisa, e meu
cabelo ainda estava molhado do chuveiro.

Eu puxei a porta da frente aberta e ela ficou no degrau


vestindo uma saia preta curta, saltos e uma blusa cinza
suave que abotoava a frente e foi cortado baixo o suficiente
para revelar um pouco de decote apertado. Ela sorriu para
mim, e eu estava envolto em uma nuvem sutil de seu suave
perfume.

— Você chegou na hora certa— , disse eu.

Ela veio até a porta e entrou no foyer. Eu notei que ela


tinha mudado de bolsa.

— Você trouxe o seu bloco de notas?

Ela assentiu com a cabeça. Ela olhou ao redor, como se


esperasse que os móveis tivessem sido movidos, ou a casa
redecorada. — Está muito tranquilo— , disse Letícia. —
Estamos sozinhos?

— Sim— , eu disse. — É só você e eu.


Houve um momento de silêncio pesado, como se
aquelas palavras fossem significativas. Leticia virou de modo
que estávamos perto um do outro.

— Você me intrigou hoje— , disse ela em voz baixa. — O


jeito que você falou na frente do apartamento. Foi tudo muito
misterioso.

Dei de ombros. — Eu não quis dizer que fosse— , eu


disse. — É que há coisas que você precisa ser mostrada para
que você possa escrever a história completa. Até agora eu já
lhe disse sobre um casal de mulheres do meu passado
distante, que ajudou a moldar a minha atitude em relação ao
estilo de vida BDSM. Imaginei agora que estava na hora de
falar sobre o meu passado mais recente - e, a fim de fazer
isso, eu preciso te mostrar uma sala.

— Uma sala?

Eu balancei a cabeça. — A única ao lado do meu quarto


no segundo andar.

Leticia parecia tremer. Seus olhos estavam arregalados


e sem piscar. — Mostre o caminho— , disse ela, sem fôlego.

*********************

Destranquei a porta e abri-a. Leticia cruzou o limiar, e a


decepção em seu rosto e em sua linguagem corporal era
quase cômica. Ela virou-se para trás e olhou uma pergunta
intrigada para mim.

— Este é o quarto que você queria me mostrar?


— Sim.

Era um quarto normal, com uma porta interna


adjacente que conectava ao meu próprio quarto e uma janela
definida na parede oposta. A sala estava pouco mobiliada,
havia uma cômoda antiga, de um lado, e uma penteadeira
antiga ao lado dela, com um grande espelho oval. Na parede
do fundo - em ambos os lados da janela - estavam um casal
de prateleiras altas de madeira e, no meio do chão acarpetado
uma mesa e uma cadeira.

A luz no teto era sombreada, e não havia um interruptor


no batente da porta. Eu virei o botão para fazer o quarto um
pouco mais brilhante.

— É isso?— Letícia perguntou novamente.

— Sim— , eu disse simplesmente.

Ela deixou a alça da bolsa escorregar de seu ombro e


caminhou em direção à mesa. Ela colocou a bolsa no chão ao
lado da cadeira e caminhou um circuito lento pela sala, o
som de seus passos era o único ruído na casa.

Ela foi até a janela e puxou as cortinas à parte. Havia


uma visão de que se estendia de volta para as montanhas
distantes, mas tudo o que ela viu foi escuridão. Ela deixou as
cortinas caírem de volta no lugar e se virou.

— O que torna este espaço tão especial?

— É onde eu puno, disciplino e treino minhas


submissas.
Leticia quase riu. — Você está brincando - certo?

Eu não me movi. — Olhe para o meu rosto, Leticia.


Pareço que estou brincando?

Eu estava muito sério.

Leticia franziu o cenho. — Sinto muito, Jonah, mas eu.


.. bem, eu esperava algo totalmente diferente. Quer dizer,
você é Jonah Noble, pelo amor de Deus. Você não deveria ter
algum calabouço sombrio escuro no porão, com chicotes e
correntes? Não deveria haver instrumentos de tortura que
procuram os maus e muitos chicotes de couro - coisas desse
tipo? Este quarto ... bem parece tão comum!

— Você ainda não entendeu, não é?

Ela olhou para mim, então, sua expressão confusa e


insegura. Ela jogou os braços em um gesto de impotência. —
Eu acho que não— , ela disse suavemente. — Mas eu quero.

Eu persegui pelo chão em direção a ela, meus passos


leves, meus olhos nunca deixando os dela. Senti meu olhar
ardente e sua expressão mudou sutilmente. Seus olhos
tornaram-se mais amplos, não com alarme, mas com
consciência.

— Não é a sala que exige obediência. Não são os


adereços, ou a decoração. Não é o medo de qualquer peça de
equipamento que obriga um submisso a obedecer, e nem é a
ameaça de qualquer ameaça. É o homem que um mulher
submete-se a, Leticia. Não é o quarto.
— Um bom mestre pode estar de pé no meio da
multidão ou em pé em uma praia ensolarada brilhante. Ele
não deve importar. Quando ele fala, é tudo o que ele significa
e representa que induz a mulher a obedecê-lo. Todos os
adereços extravagantes, toda a atmosfera intimidante do
mundo não pode fazer um bom mestre, nem pode obrigar
uma mulher à obediência. Esse homem é tudo que importa.

— Então, qual é o ponto da sala?

— Como eu disse - é onde as minhas submissas são


treinadas e punidas e aprendem disciplina. É uma sala de
trabalho, e não um filme definido a partir de um filme pornô.
Ele serve a um propósito prático.

Ela olhou ao redor da sala de novo, tentando vê-la com


olhos frescos. Ela foi até a penteadeira e abriu a gaveta de
cima. Havia uma mordaça de bola, um vibrador e um par de
algemas. Isso foi tudo. Nas gavetas inferiores várias peças de
lingerie, e um chicote.

— O que está na cômoda?— ela perguntou


educadamente.

— Corda e um colar.

Ela enfiou a mão na gaveta e retirou as algemas. Ela


colocou-os sobre a cômoda e o barulho do aço era alto no
silêncio. Ela colocou o vibrador ao lado das algemas, em
seguida, empurrou a gaveta lentamente fechada. Leticia
pegou as algemas e pendia-os a partir da ponta de um dedo.
Ela olhou para mim com um sorriso provocador brincalhão
nos lábios.

— São estas reais?

— Sim.

Ela inspecionou as algemas com cuidado. — Eu sempre


me perguntei ...— ela confessou, e sua voz foi sumindo.

— Perguntou o que? Exatamente?

Ela encolheu os ombros. — Eu sempre quis saber como


seria a sensação de ser algemada— , disse Letícia.

— A idéia de ser contida com isto, tipo me assusta, mas


também me fascina. Isso faz sentido?

— Faz.

Ela puxou as algemas para testar as ligas. — Qual é a


diferença entre ser algemado na frente de seu corpo e na
parte de trás de seu corpo? Existe uma diferença?

Eu balancei a cabeça.

— Eu acho que há. Eu sempre algemo as novas


submissas na frente do seu corpo quando começo a sua
formação. Isso dá-lhes um pouco mais de segurança. Uma
vez que o vínculo de confiança entre nós se constrói, então eu
poderia algemar as mãos atrás das costas. Depende do
aspecto da formação que estou focando.

— Há diferentes tipos de treinamento para submissos?


— Muitos— , disse eu. — Às vezes, a sessão é à cerca de
disciplina e controle. Outras vezes, pode ser a obediência, ou
aprender posições submissas. Tudo depende da pessoa, e
onde eu sinto que elas precisam se tornar mais competentes.

Os olhos de Leticia se voltaram para baixo para as


algemas. — Você tem a chave para isso?

— Sim— , eu disse. — Está no fundo da gaveta.

Leticia cavou na gaveta e encontrou a chave. Ela abriu


as algemas. — Posso experimentá-las?

— Você confia em mim?

— Posso segurar a chave?

— Só se você não confiar em mim.

Ela pensou sobre isso. — Você vai me dar a chave


depois de me ter algemado?

— Sim— , eu disse. — Você pode segurar a chave uma


vez que os punhos estejam apertados.

Eu ainda não me tinha movido. Eu estava perto da


janela e olhei para ela, apreciando a forma como ela se
mudou e o ágil balanço de seus quadris.

Leticia me deu um longo olhar especulativo e, em


seguida, tomou sua decisão. Ela estendeu as algemas e a
chave para mim. Levei-os dela e prendi as algemas em volta
de seus pulsos. Eu segurei o pequeno pedaço de corrente de
aço e levantei os braços acima da cabeça. Leticia sorriu, mas
foi afiada com nervosismo repentino. Senti-a tremer.

— O que você está fazendo?

— Isso,— eu disse casualmente. Eu dei um passo para


perto dela e baixei os braços algemados sobre a minha
cabeça, envolvendo-os em em torno do meu pescoço e nossos
corpos estavam pressionados juntos. Leticia engasgou.

Eu estava em pé dentro do círculo de seus braços. Sorri


para o rosto dela e arqueei uma sobrancelha maliciosamente.
Peguei a chave das algemas e ergui-a, perto de seu rosto.

— Abra a boca,— Eu pedi a ela suavemente.

— Para quê?— A voz de Leticia estava desconfiada com


cautela.

— Para que eu possa manter a minha promessa— , eu


disse suavemente. — Eu estou te dando de volta a chave.

Os olhos de Leticia jogaram do meu rosto, até a chave


entre os dedos, e depois urgentemente voltando ao meu rosto.
Ela abriu a boca e deu um pequeno estremecimento nervoso.

Coloquei delicadamente a chave em seu lábio inferior.


Ela fechou a boca para segurar a chave e impedi-la de cair no
chão.

— Veja como é fácil, Leticia? Você vê o que um bom


mestre pode fazer para você?— Eu perguntei. — Agora você
está algemada, e estamos de pé tão juntos que eu posso
sentir o seu coração acelerado e ver o olhar agitado em seus
olhos. Posso chegar e despi-la. Posso abrir cada botão em sua
blusa, e, em seguida, soltar .. seu sutiã eu poderia chupar e
lamber seus seios até que seus mamilos estivessem duros, e
depois chegar debaixo de sua saia e explorar o calor entre
suas coxas para que eu pudesse deslizar meus dedos dentro
de sua calcinha e provocar o seu clitóris até que você esteja
chorando e fraca - e não há nada que você possa fazer, nada
que você possa dizer. Se você abrir a boca, a chave vai cair no
chão. Você nunca vai ser capaz de pegá-la novamente.

Minha voz enquanto falava era como uma carícia suave,


mas os olhos de Leticia começaram a alargar quando o
entendimento começou a nascer e ela compreendeu
finalmente o quão vulnerável ela estava: quão exposta. O
pânico era uma sombra por trás de seus olhos, piscando em
seu rosto como uma pequena faísca que ameaçou pegar fogo
e consumi-la.

Ela trocou seu peso ansiosamente

— Vai ser uma boa garota?— Eu perguntei em voz baixa.

Leticia acenou com a cabeça vigorosamente.

Eu sorri calorosamente, como se a resposta dela me


agradasse. — E você entende agora que é o homem que
importa, não qualquer espaço, fantasia ou adereços
intimidantes?

Leticia assentiu novamente. Ela fez um som como se


estivesse cantarolando.
Eu sorri novamente. Então eu me aliviei de dentro do
círculo de seus braços. Leticia colocou as mãos à boca e
cuspiu a chave na palma da mão.

Eu peguei dela e abri as algemas. Deixei-as de volta no


armário, e o barulho foi deliberado e brutalmente alto. Então
eu me virei de volta para Letícia.

— Agora, depois da simples demonstração, você


realmente quer continuar com o vibrador?

Leticia riu, mas havia uma agitação trêmula esganiçada


ao som. — Você fez o seu ponto— , disse ela e um resplendor
brilhante de cor espalhado por suas bochechas. — Rapaz,
você fez o seu ponto.

Eu coloquei o vibrador de volta na gaveta, mas deixei as


algemas para onde as tinha deixado cair. Tomei um longo
suspiro profundo, como se estivesse fechando uma porta
mental e abrindo outra.

— Meu pai não morreu muito depois que me mudei de


volta de Los Angeles— , disse eu. — Eu vendi a propriedade
da família e construi este lugar. Durante o próximo par de
anos eu passei um tempo com várias mulheres - e então um
dia eu conheci Caroline Ela é a mulher que viveu comigo nos
últimos três anos. Ela usava essas algemas. Ela saiu há seis
meses.

Letícia se virou para mim e estudou o meu rosto com


cuidado como se estivesse tentando ler a minha expressão. —
Eu vejo— , ela disse suavemente. Ela não tinha certeza de
como reagir.

— Você sente falta dela?

— Não.

— Ah. Ela ainda está envolvida em sua vida, afinal?

— Não.

Letícia estava de pé ao lado da penteadeira. Eu vi seus


olhos piscarem para a bolsa, como se ela deveria estar
escrevendo isto. Ela começou a se mover, mas eu me movi
mais rápido. Eu rondava em sua direção e só parei quando
estávamos a centímetros de distância. Ouvi Leticia pegar um
trecho de ar súbito e vi seu corpo ficar tenso. Eu podia sentir
o cheiro do perfume dela. Eu podia ver o pequeno palpitar do
pulso em sua têmpora. Seu batom era rosa e brilhante, então
seus lábios pareciam completos e maduros.

Toquei seu ombro e senti pequenas faíscas de fogo


atirar de volta o meu braço.

— Do ut des— , eu fervia em voz baixa. — Eu quero que


você me responda honestamente. Você foi para casa esta
tarde e deu prazer a si mesma em sua cama, com a mão
amarrada à cabeceira?

Leticia engoliu em seco, nervosa, ansiosa. Seus olhos


procuraram os meus, e depois seu olhar tornou-se sonhador
como um sonâmbulo. — Sim— , ela sussurrou. Ela fechou os
olhos e vi os longos cílios grossos entrelaçados. Ela fez um
barulho suave na parte de trás de sua garganta.

— E você veio, Leticia?

— Sim— , ela respirava.

— Diga-me o que você fantasiou enquanto você estava


deitada ali com suas pernas abertas e os dedos tocando a si
mesma.

— Você— , ela disse em um soluço. — Eu fantasiava


sobre você me beijando.

— Que tipo de beijos?

— Leve, suave e sexy— , ela sussurrou. — Ao longo de


minha garganta, até o meu peito, e então de repente os mais
ferozes e mais urgentes - aqueles que queimavam minha pele.

— Uns como este ...?

Os olhos de Leticia piscaram abertos, enevoados e


brilhantes - e beijei-a.

Levei-a possessivamente, minha boca forçando a dela


aberta para que seus lábios rosados e suaves se separassem
como pétalas de flores. Senti sua resposta. Ela estremeceu
voluptuosamente e houve um gemido profundo de desejo no
fundo da sua garganta. Senti seus braços envolverem em
torno do meu pescoço e seu corpo achatado com força contra
meu peito para que eu pudesse sentir a resistência firme dos
seios sob o tecido fino de sua blusa. Senti seus dedos
entrelaçarem-se no cabelo na nuca do meu pescoço, e eu
deslizei uma mão ao redor da estreiteza de sua cintura
enquanto ela arqueou as costas e empurrou para a frente
com seus quadris.

Ouvi seu suspiro quando sentiu a dureza de mim, e o


calor entre nossos corpos nos pareceu derreter juntos. Enfiei
minha língua dentro de sua boca e ela caçou-a avidamente
com a sua. Eu inalei o cheiro dela, dominei-a com os meus
lábios para que ela se curvasse para trás a partir da
intensidade, como uma árvore antes que um vento crescentea
sacudisse.

Eu podia ouvir meu sangue chiar em minhas veias, e eu


podia sentir o baque selvagem do meu coração. Apertei meu
aperto em torno de sua cintura e com a outra mão eu peguei
em concha o lado de seu rosto, maravilhado com a suavidade
de sua pele macia.

Nós separamos por uma fração de segundo - tempo


suficiente para Leticia pegar uma única respiração trêmula -
e então eu a beijei novamente até que eu a ouvi soluçar
fracamente, como se estivesse se afogando.

Eu me inclinei para trás. As pálpebras de Leticia


vibraram como as asas batendo de uma borboleta. Seus
lábios se abriram ligeiramente em um suspiro silencioso.

— Você me tirou o fôlego ...— ela se maravilhou


suavemente. Uma mão derivou para a boca. Ela tocou os
lábios dela inflamados dos beijos com a ponta de um dedo,
como se o meu gosto ainda estivesse sobre ela, e seu lábio
tremeu, ainda molhado e brilhante.

Fiquei olhando para o rosto de Letícia e a urgência


selvagem dentro de mim desapareceu e virou de repente para
um pavor desenrolando frio. Havia agonia na minha
expressão quando o meu braço se sentiu pesado ao redor de
sua cintura e caiu ao meu lado.

Eu dei um passo para trás subitamente.

Os olhos de Letícia estavam desesperados e perplexos.

— Jonah ...?

Eu dei outro passo para trás. De repente, o quarto era


pequeno e claustrofóbico. Eu senti uma dor latejante de
remorso e vi o reflexo sombrio do meu rosto no espelho da
penteadeira. Havia manchas escuras de culpa, como
contusões, sob os meus olhos que eu não tinha notado antes.

Leticia tomou um ritmo urgente para mim. Eu levantei


minhas mãos e ela parou. — Não— , eu disse. — Eu cometi
um erro.

— Erro?— Leticia balançou a cabeça em descrença


para que seu cabelo brilhante assobiasse. — Não, Jonah.
Você não. Estou feliz que você me beijou. Eu estava querendo
que você fizesse isso por alguns dias.
Capitulo Nove
Senti o frio escoar através do meu corpo até minhas veias
se transformarem em gelo. — Você não entende— , eu disse e
minha voz soou oca e vazia em meus próprios ouvidos. — Eu
não devia ter te beijado, Leticia Eu te trouxe aqui para
escrever a minha história -não fazer parte dela.

Leticia parecia à beira das lágrimas. Seus olhos


embaçados. — Mas eu queria!

Eu balancei minha cabeça com desdém. — Você não


sabe o que você quer. Você acha que você quer este estilo de
vida - e talvez você queira,— eu disse, meu tom monótono. —
Mas você não me quer. Acredite em mim. Eu não sou o
homem que você quer em sua vida.

Ela estendeu a mão para mim. Ela vibrou no ar e depois


caiu de volta ao seu lado como um pássaro ferido. Seu rosto
estava cheio de angústia e desespero repentino. Letícia estava
balançando a cabeça lentamente de um lado para o outro.
Seus olhos encheram-se de lágrimas, fazendo-os parecer
enormes e brilhantes. Ela puxou em uma respiração afiada, e
uma única lágrima derramada pelo seu rosto.

Eu desviei o olhar. Senti as pálpebras caírem sobre


meus olhos e meu olhar tornou-se distante.

Bastardo.
Eu empurrei minhas mãos em meus bolsos, como se
para me conter.

A boca de Leticia torcida em angústia. — Jonah - Por


favor — , ela implorou.— Por favor, fale comigo. Diga-me o
que eu fiz de errado. Será que eu não te beijei bem o
suficiente? Sinto muito! Eu não sou muito experiente ... e eu
nunca estive com um homem como você. Se você me der
outra chance ...

Eu balancei minha cabeça. Ela torceu as mãos e senti-a


a tentar chegar a mim. — Você quer mais? Eu posso dar a
você, Jonah. Apenas me dê algum tempo para....

Recuei para a porta. Segurei-a aberta. — Eu acho que


você devia ir— , eu disse friamente. — Se não for por sua
causa, então, por favor, faça isso por mim.

*********************

Choveu no dia seguinte. Nuvens escuras pesadas


varriam do oeste às montanhas cobertas de modo que o céu
estava cinzento, frio e sombrio. Chuva batia contra as janelas
e as cortinas cinza moviam-se pela corrente de vento, e a
entrada estava cheia de poças de chuvas que estourava em
cima do telhado e ecoava pelas salas vazias.

Sentei-me no estúdio. As cortinas estavam fechadas.


Chamas saltavam e cintilavam na lareira crepitante
provocando luz e faíscas, mas ainda assim eu estava frio. Era
um frio que nenhum calor poderia chegar - um frio profundo
em meus ossos.
Sentei-me no estúdio, analisando documentos e
papelada que tinha acumulado na minha mesa, pegando-os
como um homem sem apetite pega a comida.

Eu ouvi o telefone tocar no piso de baixo, ecoando um


instante depois, através do telefone de extensão na mesa
lateral do lado da grande cadeira de couro. Olhei para o
telefone, ouviu-o tocar - esperei que ele parasse, de repente,
congelado como se o menor movimento podesse de alguma
forma me revelar.

Quando ele parou, eu fui até à lareira e atirei mais


lenha para o fogo. Ele explodiu em um clarão de faíscas, e me
chamou para os meus pés como um homem velho cansado e
comecei a andar lentamente pela sala.

O telefone tocou novamente uma hora depois. Eu estava


nas sombras e assisti-o até que o som foi cortado
abruptamente, e eu fui deixado sozinho no silêncio.

O espectro das advertências de Trigg pairavam sobre


mim como um manto sombrio, parecendo como um fardo que
eu não tinha conseguido realizar. Ela me conhecia tão bem.
Ela me conhecia como nenhuma outra mulher já conheceu;
meus medos, minhas fragilidades. E ainda assim ela
realmente não me conhece.

Não Jonah Noble, o homem.

O telefone tocou novamente e minha mão se estendeu


para ele, pairando no ar uma polegada acima do receptor em
que eu quase sentia a vibração urgente dele. Eu hesitei.
Então eu peguei o telefone.

— Jonas?

Era Leticia, mas então eu sempre soube que seria. Eu


senti o som de sua voz como o furar de uma lâmina.

— Sim.

— Jonas, sou eu, Leticia. Por favor, não desligue!

Eu fiquei em silêncio na linha. Eu podia ouvir o som


áspero de sua respiração forte e angustiada no meu ouvido.

— Eu queria pedir desculpas,— ela disse suavemente, e


eu poderia dizer pela pequena rachadura quebrada em sua
voz que ela estava chorando. — Sinto muito sobre o que
aconteceu ontem. Eu. .. eu fui muito pouco profissional. Eu
quero que você me dê outra chance de terminar a entrevista
que começamos. Quero terminar de escrever a sua história.

Olhei distraidamente para o fogo, não vendo nada, mas


a luz bruxuleante à distância. E, em seguida, o som de suas
palavras cortaram a neblina entorpecida e meus olhos foram
lentamente de volta ao foco. — Eu quero isso também— , eu
disse.

*********************

Ainda estava chovendo forte quando Letícia chegou


naquela noite. Ela estacionou na frente da casa. Eu vi o carro
puxar para cima com um toque de marrom e água barrenta e
os faróis desligaram. Eu vi a porta do motorista se abrindo, e
Letícia deu uma corrida repentina até à porta da frente. Ela
chegou ofegante e gritando para o hall de entrada, e ficou
pingando água sobre o chão, enquanto ela deu de ombros
para fora de seu casaco e passou os dedos pelo cabelo.

Ela parecia um gatinho meio afogado.

Leticia estendeu a mão para mim como se fôssemos


perfeitos estranhos. — Obrigado por me ver novamente, Sr.
Noble.

Eu apertei a mão dela com firmeza. Ela estava molhada


e fria. Ela estremeceu involuntariamente e eu a levei até a
escadaria sinuosa para o estúdio.

A sala estava quente - o fogo ainda queimava. Eu levei


Letícia até à lareira e ela estava ante as chamas com as
costas para mim por longos momentos enquanto pequenos
tentáculos de vapor começavam a sair de suas roupas.

Ela estava usando um suéter branco simples e jeans


confortáveis. Seus sapatos estavam molhados. Ela colocou os
pés para fora deles e cutucou-os para mais perto do fogo, em
seguida, virou-se, descalça e molhada, e sorriu para mim
bravamente.

— Você não tinha que vir esta noite— , eu disse. — Isso


poderia ter esperado.

Ela balançou a cabeça. — Não, não poderia. Eu


precisava te ver. Eu precisava pedir desculpas pelo que
aconteceu. Foi minha culpa. Eu deveria ter sido mais
profissional.
Eu balancei minha cabeça e suspirei. — Não foi culpa
sua, Leticia. Nós dois sabemos que eu cometi o erro, e me
arrependo disso. Minha esperança agora é que podemos
esquecer o que aconteceu ... deixar todo o incidente de lado.
E continuar com a entrevista. De acordo?

Ela assentiu com a cabeça. — Fechado— , ela


concordou.

Eu fui para o corredor para o meu quarto e voltei para o


estúdio segurando uma das minhas camisas. Eu entreguei a
Leticia.

— Tire o suéter e coloque isso.

Ela aceitou a camisa. Ela colocou sobre o encosto do


sofá e começou a tirar seu top encharcado. Virei as costas e
ouvi o farfalhar de tecido.

Andei um circuito lento da sala, parando para estudar


detalhadamente as pinceladas de uma pintura, pegando um
livro da mesinha e substituindo-o em uma prateleira.
Finalmente, fiz uma pausa e virei-me para enfrentar o quarto.

Letícia tinha mudado para a camisa. Ela arregaçou as


mangas quase ao ponto de seus cotovelos, e abotoou-o todo o
caminho até o colarinho. Ele inundou seu corpo, e ela ainda
parecia bem.

Ela estendeu o suéter molhado ante o fogo para secar e,


em seguida, sentou-se na beira do sofá. Estava escuro no
quarto. Andei nas sombras, e os olhos de Leticia me
seguiram, com o rosto pintado de ouro pela luz do fogo
bruxuleante. Ela estendeu a mão para a bolsa para pegar seu
bloco de notas.

— Você me disse que você tinha uma submissa vivendo


nos últimos três anos— , ela começou delicadamente, sua voz
frágil. — Você poderia dizer mais?

Eu balancei a cabeça. — O nome dela era Caroline,— eu


disse.

Silêncio.

— Você pode me dizer sobre ela?

— Caroline era uma mulher que inicialmente empreguei


para o trabalho como minha secretária.— Eu disse. Ouvi
minhas próprias palavras soando artificiais e forçadas. — Eu
tenho uma secretária que trabalha em um escritório no
centro, e um dia por semana ela vem aqui para a casa para
que eu possa ditar cartas e atender aos negócios. Ela traz a
correspondência para mim e lidamos com tudo em um dia.
Isso foi o trabalho de Caroline era aplicada.

— Então ela era sua secretária inicialmente?

— Não— , eu disse. — Ela se candidatou para a posição.


Francamente, não era adequada. Havia candidatos
melhores.— Havia um tom distante oco em minha voz.

Leticia escreveu uma breve nota e, em seguida, olhou de


volta para mim. Suas pernas estavam cruzadas.
Distraidamente, notei que as unhas dos pés estavam
pintadas de vermelho brilhante.

— Então como é que ela se tornou sua submissa?—


Letícia perguntou com polidez paciente.

Dei de ombros. — Uma semana depois, eu a vi em uma


reunião.

— Um encontro BDSM?

— Não. Não oficialmente. Foi uma festa na casa de um


amigo. Muitos desses amigos estavam envolvidos ou
interessados no estilo de vida.

— Você assiste a encontros de BDSM, ou visita clubes


de BDSM?

— Não— , eu balancei minha cabeça. — Eu gosto do


estilo de vida. Ele combina comigo, mas eu nunca fui parte
da cena social. Clubes BDSM nunca fez muito sentido para
mim. Eu sempre vi isso como ter muitos galos juntos no
mesmo galinheiro. Cada homem que se considera um dom
apenas tenta sair de alfa-macho perante todos os outros.
Torna-se uma competição de mijo.

Leticia inclinou a cabeça sobre o seu bloco de notas e


anotou outra nota. Seu cabelo ainda estava molhado, e
enrolando para baixo em torno de suas orelhas em cachos
aleatórios.

— Então, você sempre foi privado sobre o seu estilo de


vida?
— Sim. Até o momento em que começou a entrevista
com você.

Leticia virou para trás um par de páginas em seu


caderno e, em seguida, olhou pensativamente através da
tensão. — Então você viu Caroline em uma festa com um
grupo de amigos que estavam no estilo de vida.

— Sim. Eu já lhe disse isso.

Leticia ergueu os olhos rapidamente e vi um lampejo de


angústia derivando através de seus olhos. Ela respirou fundo
e pressionou.

— Então, o que aconteceu entre você e Caroline na


festa?

Eu comecei a andar, mas de alguma forma eu só


parecia funcionar fora do vapor. Eu estava, como se estivesse
quebrado, no meio da chão por um momento. Tentei
novamente. Eu cheguei até à porta, mas eu podia sentir a
minha raiva e frustração crescente. Senti um nó na minha
garganta queimando - e então impulso assumiu.

Olhei para Leticia e ela deve ter sentido a tensão no meu


corpo. — Isso não está funcionando— , eu cerrei minha
mandíbula.

Leticia abaixou a cabeça, colocou o bloco de notas em


sua bolsa e ficou humildemente. — Você quer que eu vá de
novo, não é.
Atravessei o quarto em três passos. Os olhos de Leticia
se tornaram enormes com a incerteza. Ela se levantou,
congelada, ansiosa enquanto eu seguia em sua direção.

Tomei-lhe o braço e ela ficou rígida. Inclinei-me sobre


ela. Seus braços pendurados para os lados, como os de uma
boneca de pano. Eu puxei-a para perto de mim e ela veio sem
resistência. — Não— , eu disse. — ... Eu não quero que você
saia, caramba eu quero você de volta Eu quero o que
tínhamos de volta, eu quero falar com você como eu fiz antes.
Não como agora. Não como se houvesse algo entre nós.

Ela olhou para mim, grandes olhos assustados em seu


rosto jovem inocente. Parecia que ela podia sufocar. Eu senti
o tremor.

— Vamos deixar isso claro— , eu disse. — Deixe-me


explicar o que aconteceu quando eu te beijei – e o que
aconteceu depois.

Leticia não disse nada. Ela assentiu com a cabeça e


esperou.

Eu me afastei, andei pela sala, com as mãos enfiadas


nos bolsos, cabeça baixa, como uma presa de tubarão
circulando.

Durante muito tempo, o único som era o eco dos meus


passos enquanto eu montava as palavras na minha cabeça.

Eu sou um homem impulsivo. Eu não penso tudo até a


morte antes de dizer ou fazer alguma coisa. Isso não significa
que eu não estou pensativo e deliberando - isso significa
apenas que eu sempre falo o que penso. É assim que eu
consigo dormir à noite.

Só uma coisa necessária permanecer por dizer ...

Eu respirei fundo, e as palavras se derramaram -


palavras do coração - a verdade crua, entregues em estilo
Jonas Noble.

— Eu quero que você saiba disso - porque é a verdade.


Quando eu te beijei, eu não queria parar. Eu queria
continuar beijando você. Eu recuei para protegê-la - não por
causa de qualquer coisa que você fez de errado. Eu queria
mantê-la a salvo de mim.
Capitulo Dez
Olhei para Letícia. Ela abriu a boca para dizer alguma
coisa, mas eu balancei a cabeça bruscamente e ela sentou-se
no sofá. — Eu preciso de você para escrever a minha história.
Inferno, eu preciso de você na minha vida. Gosto da maneira
como você sorri. Gosto da sua bela e doce inocência. E eu
quero você perto de mim. Sinto-me feliz quando estamos
juntos. Mas eu nunca te amarei, Letícia, — Eu balancei a
cabeça tristemente. — Eu nunca vou te amar.

Leticia parecia pálida e tímida. Seus olhos estavam fixos


nos meus, seguindo cada movimento meu.

— Eu nunca amei uma mulher,— eu disse. — Eu


cuidava delas, protegia-as, fui um mestre para elas, e cobiçei-
as - mas nem uma vez eu me permiti apaixonar. E talvez
nunca irei. Eu posso aceitar isso -mas eu sei que você não
pode. Eu conheço você... talvez melhor do que você conhece a
si mesma. Você é jovem, e você pode fazer melhor do que dar
seu coração a alguém como eu, que nunca vai amar você de
volta. Eu quero você - e eu preciso de você, mas eu não quero
que você se apaixone por mim.

— O que faz você ter tanta certeza de que eu vou?

Eu sorri, mas não havia humor. — Porque eu estou


lutando com todas as minhas forças para parar de me
apaixonar por você.
Leticia pigarreou. — Talvez com o tempo ...

Eu balancei minha cabeça novamente. — Podemos


conversar a noite toda, mas não vai mudar a maneira como
eu preciso que esse relacionamento seja. Ele não pode ser
sexual, porque, para uma mulher, com o sexo vem a emoção.
Não pode ser uma relação BDSM, porque você não sabe o que
você quer da vida ainda, e eu não quero ser responsável por
sua segurança e bem-estar. E isso não pode ser amor, Leticia,
porque eu não posso lidar com isso.

— Então o que - o que você quer de mim, Jonah? Você


só quer que eu escreva a sua história e se você olhar para
mim com os olhos vagos mortos como se eu fosse apenas
algum tipo de associado que você sabe por algumas semanas
e, em seguida, esquecer?

— Eu quero a sua amizade— , eu disse. — É tudo o que


eu estou pedindo nada mais é seguro para você - se isto se
torna mais do que isso vai acabar em lágrimas e desgosto, e
eu não quero machucá-la mais do que eu já tenho.

Leticia ficou sentada em silêncio por um longo tempo,


seu olhar distante e remoto. Ela parecia perdida, sozinha e
trágica. Por fim, ela concordou. — Tudo bem, Jonas,— ela
disse suavemente. — Se a única maneira que pode ser entre
nós é a maneira que era, então nós vamos fazer isso dessa
forma novamente.
Olhei para ela e percebi que ela não poderia ter
encontrado uma maneira mais complicada de expressar uma
resposta simples.

*******************

Levei Leticia pelas escadas abaixo e entramos na


cozinha. Senti que precisava de uma mudança de ambiente, a
fim de mudar o humor. Ela sentou-se na mesa da cozinha
enquanto eu fervia água para um café.

Eu carreguei as canecas para a mesa e sentei-me


deliberadamente na cadeira ao lado dela.

Ela virou-se de modo que estávamos frente a frente,


próximos à luz suave de um abajur. Ela tomou um gole de
café, fez uma cara insuportável, e sorriu fracamente.

Ela colocou a caneca sobre a mesa e empurrou-a para


longe dela como se fosse veneno.

— Você me disse no estúdio que não poderíamos ter


apenas uma relação sexual, porque - para as mulheres - sexo
vem com emoção. Você pode explicar isso?

Eu não bebi o café.

— Eu posso,— eu disse. — O problema com a maioria


dos relacionamentos é a falta de entendimento. Você vê, as
mulheres precisam se sentir amadas, a fim de querer sexo. E
os homens precisam de sexo, a fim de sentirem-se amados.
Leticia jogou as palavras para trás em sua mente, e
então assentiu em leve concordância. — Isso é muito
profundo— , disse ela.

Eu balancei a cabeça. — Estas palavras não são


minhas. Alguém mais inteligente e mais sábio do que eu veio
com isso, mas eu acho que resume o problema entre os sexos
perfeitamente.

Leticia assentiu. — Você tem uma fala mansa, Jonas— ,


disse ela. — A sua voz, as suas palavras. De fato, você é
muito bom em tudo que faz.

De repente, a sugestão da sexualidade em seu


comentário lhe ocorreu, e Leticia caiu em silêncio se sentindo
culpada. Ela olhou para a bolsa e, em seguida, do outro lado,
pela caneca de café, como se ela não pudesse encontrar meus
olhos.

— Eu não quis dizer como soou do jeito que aconteceu—


, ela pediu desculpas baixinho.

Eu arqueei minha sobrancelha em um gesto malandro


de inocência. — Eu não sei o que você está falando— , eu
disse, e passou o constrangimento a distância. Leticia sorriu
para o meu rosto e assentiu. Ela relaxou novamente.

— Caroline,— ela começou. — Eu gostaria de saber


mais sobre ela, e como se conheceram. Eu gostaria de saber
sobre aquela noite na festa. Pode me contar, por favor?
Isso ficou melhor entre nós então. O gelo tinha
descongelado o suficiente para que as lembranças viessem
livremente de volta para mim e eu comecei a falar.

— Caroline era linda— , eu disse simplesmente. — Ela


tinha características clássicas: altas maçãs do rosto e olhos
oblíquos exóticos. Ela parecia uma moderna Cleópatra, com
cabelos pretos compridos e lisos e uma figura em pera
delicado que se curvava em proporções perfeitas Ela era
muito alta, e se movia com uma graça felina. Ela era
simplesmente deslumbrante.

— Quantos anos ela tinha?

— Nós éramos da mesma idade— , disse eu.

Leticia fez uma careta, franziu a testa, e depois escreveu


algo em seu bloco de notas. Em seguida, ela riscou e escreveu
outra coisa.

— E a festa?— ela olhou para mim. — Diga-me o que


aconteceu. Como você e Caroline se tornaram mestre e
submissa?

Sentei-me na cadeira e olhei para a parede oposta. Eu


podia ver o rosto de Letícia com o canto do meu olho, me
olhando com uma espécie de fascinação intensa. Voltei
através das minhas memórias para a primeira noite que eu
tinha visto Caroline em uma situação social.

— Tivemos um bate-papo,— eu disse. — Mas ela não


pareceu surpresa ao me ver naquela festa. Foi apenas muito
mais tarde que descobri que ela mesma tinha falado em um
convite, como parte de um plano deliberado para nos
encontrarmos de novo.

A voz de Letícia parecia vir de fora das sombras. — Ela


deve ter ficado muito desesperada para encontrá-lo.

Eu não respondi. Eu vi Caroline no olho da minha


mente. Lembrei-me das vistas e sons daquela noite. Lembrei-
me da brisa soprando através da casa à beira-mar, e vendo
Caroline desaparecer na orla de árvores que beirava a
propriedade. Eu tinha seguido para baixo na areia, e ela
estava lá ao luar esperando por mim.

— Nós acabamos em uma praia— , eu disse a Letícia,


finalmente. — A brisa estava saindo do mar, e ondulando o
vestido frágil que Caroline estava usando contra o seu corpo
de modo que ela poderia ter estado nua. O tecido envolto em
torno de seus quadris, puxava firme ao redor da saliência dos
seios. Eu fiquei para trás a admirando, porque ela era
realmente aquele show de beleza.

Capitulo Onze
— Eu não sabia que você conhecia essas pessoas, eu
disse para ela— Eu não sabia que você estava no estilo de
vida BDSM — Ela sorriu para mim - era um daqueles sorrisos
sedutores sexy, que só uma mulher sabe fazer - e então ela
me disse que ela não sabia que quando ela foi para a
entrevista que eu estava à procura de uma submissa, bem
como uma secretária.

— Ela chutou suas sandálias e caminhou até a beira da


água. Fiquei na praia e observava. A lua estava subindo, e o
céu estava cheio de estrelas. Caroline olhou por cima do
ombro para mim e depois olhou de volta para o oceano .
Escorregou o vestido de seus ombros e deixou-o cair na areia.
Ela estava completamente nua por baixo.

Ela ficou olhando para as ondas por um longo momento,


e então se virou para me encarar. Suas pernas eram longas, a
pele cor de caramelo, e seus seios estavam cheios.

— Ela colocou as mãos sob os seios e apertou seus


mamilos entre os dedos. Ela olhou para mim com olhos
cobertos, e havia um convite em sua expressão, tão claro
como se ela tivesse falado as palavras em voz alta.

— Eu fui até ela, e ficamos na areia molhada. Eu


circulei ela como se estivesse inspecionando um tesouro
requintado e ela se levantou obedientemente em pé. Eu podia
ouvir sua respiração, quando eu cheguei por trás dela. Eu
disse a ela para ficar de joelhos. Ela fez um pequeno som de
excitação como se a sua respiração tivesse engatado na
garganta. Ela abaixou-se de joelhos e baixou a cabeça
submissamente.

— Era como um ritual antigo - algum tipo de cerimônia


de posse.

Eu parei de falar de repente.

Acabei de dizer isso? A descrição soou ridículo, mas eu


não poderia encontrar uma melhor maneira de explicar como
ele tinha sentido aquela noite na praia. Olhei para Leticia, na
expectativa de vê-la sorrindo para mim como se eu fosse um
idiota. Ela não estava. Ela estava olhando para a minha boca,
e seus lábios estavam entreabertos, brilhando e cheios.

— Eu estava diante de Caroline e coloquei o dedo sob o


queixo. Ela ergueu o rosto para o meu e ficou olhando
passivamente para mim.

— Se você quiser se submeter para mim, você deve


saber que eu espero sua obediência inquestionável', eu disse
a ela. Ela disse que não esperava nada menos. Ela me disse
que estava disposta a dar-se a mim e aprender a me agradar.
Disse a ela para ficar de pé e seguir-me de volta para a orla
de árvores.

— Ela fez?— Perguntou Letícia.

Eu balancei a cabeça. — Levei-a nua a uma árvore e


coloquei-a de volta contra o tronco. Disse-lhe que abrisse as
pernas, e ela arrastou seus pés afastados. Sua respiração
tornou-se irregular. Ela tinha as mãos ao seu lado. Eu disse-
lhe para colocá-las na cabeça e cruzasse os dedos. Seus olhos
estavam arregalados, e havia uma imprudência em sua
expressão, como se fosse invadida por alguma emoção
secreta. Corri meus dedos para baixo entre os seios e, em
seguida, levei-os preguiçosamente de novo assim que circulou
em torno de um mamilo.

— Caroline começou a se contorcer. Seus quadris


abalaram, e, em seguida, ela inclinou sua pélvis para frente.
Seu mamilo endurecido e eu abaixei meus lábios e chupei-o
em minha boca.

— Eu ouvi Caroline gemer, e então senti a mão no meu


ombro, como se quisesse me manter até o seu peito. Quebrei
contato e os meus olhos brilharam. Eu disse a ela para
colocar as mãos para trás em sua cabeça, e que se ela se
movesse novamente eu levaria seu vestido e deixaria-a nua
na praia. Gemeu de novo, mas o som era mais como um
apelo abafado. Ela fez o que eu lhe disse, e eu chupava seu
mamilo para trás entre meus lábios, e então passei a mão
lentamente para baixo em direção a suas coxas separadas...e
depois parei.

Leticia olhou em completa surpresa. — Parou?

— Sim— , eu disse.

— Então ... você não hum ... tocou-a ...?

Olhei para Letícia como se ela fosse louca. — Claro que


não— , eu disse. — Não imediatamente. Isso teria sido um
erro.
Ela balançou a cabeça e vi o mesmo olhar insano que
eu tinha dado a ela, refletido. Ela não entendeu.

— Eu não entendo— , disse ela.

Eu raspei a cadeira para trás e me levantei. Leticia


sabia o que estava por vir. Ela me viu começar a andar, e ela
virou imediatamente sobre uma nova página em branco e
flexionou seu doloridos dedos na expectativa.

— Leticia, uma das mais potentes, armas poderosas de


um Mestre é ...— Deixei a frase inacabada, mas continei a
andar pelo chão. Depois de um minuto, Leticia fez um som
como uma tosse sutil para chamar minha atenção.

— É o quê?— , ela perguntou, franzindo a testa com


curiosidade. — Qual é a arma potente?

Eu sorri. — Antecipação.

— Isso é uma arma?

Eu balancei a cabeça. — A antecipação é mais potente


do que um chicote e mais atraente do que algemas. A
capacidade de provocar e incitar uma mulher é uma
habilidade sutil que poucos homens nunca se preocuparam
em aprender— , eu disse. — Mas aprender a arte de
antecipação pode fazer uma mulher fraca até uma mulher de
joelhos com saudade.

— Eu estou ouvindo ...— Leticia disse. — Mas eu não


entendi.
— Eu vou lhe dar um exemplo,— Eu sorri
maliciosamente. — Venha até aqui.

Letícia se levantou de sua cadeira e ficou


obedientemente de frente para mim.

— Agora feche os olhos.

— Por quê?

— Porque eu vou tocar o seu ombro, e então o seu rosto.

Ela olhou intrigada. Ela deu de ombros e fechou os


olhos. Então eu toquei seu ombro suavemente e deslizei a
mão sobre a pele macia de seu rosto. Ela abriu os olhos
novamente.

— Como foi isso?— Eu perguntei.

Ela encolheu os ombros. — Hum ... tudo bem.

Eu balancei a cabeça. — Porque você sabia exatamente


o que esperar. Agora feche os olhos de novo, e mantenha-os
fechados.

Quando Letícia fechou os olhos, eu esperei por um


longo momento, até que ela começou a se mover a cabeça
como se ouvisse algum som secreto suave. — Jonah ...?

Estendi a mão e acariciei minha mão para baixo sobre a


pele arrepiada suave de sua garganta e ela soltou um suspiro
involuntário. Retirei minha mão, e esperei, contando os
longos segundos. Leticia sorriu um pouco nervosa, e depois
eu segui meu dedo pelo seu antebraço. Ela estremeceu, e sua
respiração ficou presa na garganta. Ela abriu os olhos, com o
rosto levemente corado.

— Antecipando a expectativa— , disse eu. — É o


mistério de não saber, e a intensificação de todos os sentidos
de uma mulher. Antecipação tira o momento para que o
momento torna-se então requintado— , eu expliquei. — E isso
só é algo tão poderoso como antecipação que pode elevar um
toque normal para uma carícia de tirar o fôlego.

Leticia recostou-se na cadeira como se eu tivesse


acabado de revelar algum mistério profundo do universo,
enquanto eu continuava recontando o meu primeiro encontro
com Caroline.

— Caroline prendeu a respiração enquanto minha mão


permaneceu imóvel, e então, eu movi-as lentamente para
baixo, ela soltou um suspiro. Seu sexo era raspado liso, e os
meus dedos deslizaram sobre os lábios aveludados de sua
vagina.

— Você me procurou hoje à noite— , eu disse em um


sussurro. Minha boca estava apenas um centímetro da sua
orelha. Seus olhos estavam fechados. 'Por quê?'

— Caroline lambeu os lábios. Eu mantive meus dedos


brincando com a carne de sua buceta e usei a umidade dela
para massagear suavemente seu clitóris. Ela agrupou suas
mãos em pequenos punhos apertados de contenção.

— 'Eu quero você como meu mestre— , ela me disse. Ela


disse que tinha sido envolvida em um estilo de vida há mais
de um ano, mas tinha deixado seu anterior Mestre. Quando
lhe perguntei por que, ela disse que não tinha sido homem o
suficiente para dominá-la.

— Eu perguntei a Caroline tinha tanta certeza que eu


estaria interessado em uma mulher como ela - e então eu
deslizei dois dos meus dedos dentro dela. Ela arqueou as
costas, de modo que seus quadris e seios tensaram para a
frente, seu corpo curvado e tremendo. Sua boca se abriu em
um ronronar suave de excitação quando eu joguei a ponta
dos meus dedos em torno de seu sexo.

— Ela pediu-me para levá-la como minha submissa Ela


prometeu que não iria me negar nada que eu pedisse a ela.
Eu disse que tudo dependia do gosto de sua buceta... E então
eu aliviei meus dedos de dentro dela e segurei-a perto do meu
rosto.

— Os olhos de Caroline se abriram. Meus dedos


estavam escorregadios e brilhando com os sucos de sua
excitação. Eu lentamente lambi o gosto, e então deslizei os
dedos em minha boca.

— Apertei os olhos, mantive minha expressão severa e


fiz sua espera.

— Você tem gosto de mel,— Eu disse a ela.

Letícia estava fascinada. Ela havia se movido enquanto


eu falava. Agora ela estava sentada na beira da cadeira, com
os cotovelos sobre os joelhos e as mãos segurando seu
queixo. — E ela? Quer dizer, será que ela realmente tem gosto
desse jeito?

Eu dei Leticia meu rosto sério. — Leticia, nenhuma


mulher tem gosto de mel - mas todo homem deve dizer a
mulher que está com ele o que ela tem.

— O que significa isso?

— Isso significa que todas as mulheres que eu já


conheci intimamente eram inibidas e auto-consciente sobre a
forma como a sua buceta pode provar a um homem.

— Por quê?

Dei de ombros. — Como diabos eu ia saber? Me diga


você. Tudo o que sei é que as mulheres relaxam e deixam-se
ir sexualmente uma vez um homem tranquiliza-a de que ele a
ama do jeito que ela tem um gosto. Digo mulheres que gosto
de mel. Essa é a linha que eu uso , porque eu quero que elas
relaxem e eu quero que elas desfrutem da experiência da
minha língua profundamente entre suas pernas a lamber seu
clitóris. Sexo bom não é possível se a mulher com quem eu
estou está tensa e ansiosa.

— Será que está no grande livro de regras de Jonah


Noble?

— Sim— , eu disse. — Página dois.

Eu finalmente abaixei minha coragem e tomei um gole


do café. Tinha gosto de drenagem só que mais limpo. De
alguma forma eu tinha misturado café em pó, leite, açúcar e
água quente, e criado algo que provavelmente era tóxico.
Levei os copos para a pia e encontrei uma garrafa de uísque
em um armário.

— Então o que aconteceu com Caroline, depois ...

— Depois do que?

— Depois de ... você sabe ... seus dedos ...

— Não. Eu não sei o que você quer dizer— , eu disse. —


Diga isso.

Letícia olhou para mim como se eu fosse um bruto, e os


lábios comprimidos em uma linha fina gelada. — O que
aconteceu depois que você lambeu os sucos da buceta de
Caroline fora de seus dedos e disse que ela tinha gosto de
mel? — , perguntou ela, segurando meu olhar
desafiadoramente, mas corando como uma colegial.

Eu balancei a cabeça, satisfeito.

— Eu coloquei minha mão para trás entre suas pernas


abertas e esfreguei-a delicadamente até que seus quadris
estavam balançando com o ritmo dos meus dedos. E
enquanto eu tocava e brincava com ela, eu falei baixinho em
seu ouvido.

— Eu disse-lhe que ela vinha a minha casa na noite


seguinte. Eu disse que ela iria usar lingerie. Eu disse-lhe que
ela não deveria fazer planos para ir para casa até a manhã
seguinte. Caroline assentiu obedientemente - mas nesse
momento se eu lhe tivesse dito para ela roubar as jóias da
coroa, ela provavelmente teria concordado. Eu tinha-a na
borda do seu orgasmo e deliberadamente mantive-a ali,
mesmo à beira de explodir, mas nunca tocando-a com
firmeza suficiente para provocar sua libertação. Seus dentes
estavam à mostra, os lábios para trás como se ela pudesse
rosnar, e ela prendeu a respiração irregular curta com
crescente desespero.

— Quando eu estava convencido de que Caroline tinha


ouvido todas as minhas instruções, e quando eu tinha
certeza que ela iria obedecer, deixei-a e caminhei de volta
para a festa.

— Você deixou-a? Você não deixou que tivesse seu


orgasmo?

— Não.

— Isso foi cruel!

— Isso a manteve na ponta dos pés— , retruquei. — Isso


disse a ela, sem me dizer uma palavra, que eu tinha o
controle, e que eu tomava as decisões.

— Será que ela veio a sua casa na noite seguinte?—


Leticia solicitou.

— Sim.

— E ela passou a noite?

— Sim. Na minha cama.


— E então a tomou como sua submissa e ela morou
com você, certo?

— Não imediatamente, não. Mas, ao longo de algumas


semanas, começámos a e entender-nos um ao outro. Ela era
inteligente, sexy, independente e obstinada. Gostei dessas
qualidades nela— eu expliquei. — Finalmente, eu disse-lhe
para reunir suas coisas de seu apartamento e morar comigo.

— Como sua submissa?

— Sim. Como a minha submissa.

Leticia mordeu o lábio inferior enquanto fazia


anotações. Eu esperei em silêncio até que ela olhou para mim
novamente. — Você assina contratos?

Eu pisquei. A expressão de Leticia era intensa e séria.

Ela estava falando sério.

— Não— , eu ri. — O que fez você fazer uma pergunta


como essa?

Letícia deu de ombros e pareceu encolher-se na cadeira.


— Eu. .. eu pensei que submissos assinam contratos— , disse
ela mansamente. — Eu pensei que era como um acordo.
Esses limites que você me perguntou pensei que contratos
eram assinados para que tudo ficasse escrito antes do treino
começar

Eu balancei minha cabeça com desdém. — Letícia, o


que seria o ponto de um contrato - realmente pense nisso por
um momento. Se você fosse minha submissa e escrevesse
todas as coisas que eu esperava de você, e você concordasse
com essa lista - nós não precisaríamos um contrato, não é?

— Não. ..

— Lembra que eu te disse tudo em BDSM deve ser


seguro, são e consensual?

— Sim ...

— Bem, se você assinou um contrato, incluindo um


acordo de que você iria se ajoelhar diante de mim e chupar o
meu pau seis vezes por dia - por exemplo - suponha que você
mudou de idéia um dia, e retirou o seu consentimento. Qual
seria o ponto do contrato? Se eu cumprir o acordo, você faria
isso de má vontade - o que vai contra as regras de ouro do
estilo de vida.

— Então, você nunca tem um acordo de contrato?

— Não— , eu disse. — Mas eu ficaria feliz em assinar


um se ele desse uma sensação de tranquilidade para uma
submissa. Que eu pudesse entender a idéia nessa base. Se
uma submissa estiver interessada em me servir, e ela me
pediu para assinar um contrato que, de alguma forma desse-
lhe conforto com sua segurança e seu cuidado, e seu direito
de deixar o relacionamento em qualquer fase que ela queria,
então eu ficaria feliz em assinar.

Houve um breve momento de silêncio e então eu


esfaqueei um dedo no ar de repente, como Sherlock Holmes
prestes a revelar o nome de um culpado em um livro de
mistério de assassinato.

— Mas ... isso não significa que eu não tenho regras— ,


eu disse. — E eu faço essas regras perfeitamente claras desde
o início. As regras explicam quais os comportamentos que eu
preciso e que atitude eu espero. Se uma submissa não
atender minhas expectativas, elas são demitidas. Se uma
submissa - em qualquer fase - não quer mais a aderir a essas
regras, elas estão livres para sair, sem perguntas. Essa é a
maneira que eu faço as coisas, porque é assim que funciona
para mim. Outros Mestres podem fazer as coisas de forma
diferente.

Leticia parecia de repente entusiasmada. — Você pode


me dizer algumas das regras?

— Não.— Eu disse. — Para ver as regras, você precisaria


de uma cópia do grande livro de regras de Jonah Noble.— E
então eu sorri porque eu não estava totalmente convencido de
Leticia perceber que eu estava brincando.

— As regras variam de submissa a submissa— , eu


disse. — Isso depende das necessidades de cada mulher, os
seus interesses particulares dentro do estilo de vida e os
comportamentos eu sinto que eles devem melhorar a fim de
se tornar melhor em submeter e servir. Depende também de
seus fetiches. Eu não tenho uma lista genérica, e não posso
apenas mudar o nome da pessoa no topo da página. É muito
mais pessoal do que isso.
Leticia passou um longo tempo fazendo mais notas,
fielmente gravando tudo o que eu disse. — Caroline foi uma
boa submissa?

Eu considerei essa pergunta. — De certa forma sim, e,


em outras, ela precisou de muito treinamento— , disse eu.

— Ela era uma boa submissa sexual?

— Sim. Com certeza.

Leticia franziu o cenho. — O que a fez boa dentro .. do


quarto?

— A mesma coisa que faz toda mulher boa no quarto,—


Eu dei de ombros, — seu entusiasmo.

Letícia estava prestando muita atenção. — Importa-se


de explicar?

Caminhei lentamente em torno da cozinha. Eu peguei o


copo de uísque numa mão e enfiei a outra mão no bolso. —
Eu acho que se você deu a maioria dos homens a escolha
entre uma mulher altamente qualificada no quarto, e uma
mulher que era insaciável, eles iriam escolher a insaciável
mais frequentemente do que não— , eu disse. — Eu
certamente sempre escolheria. — Engoli o último do uísque e
coloquei o copo sobre a borda da mesa, mas não parei de
andar. — Uma linda mulher que quer sexo uma vez por mês é
muito menos desejável para um homem do que uma mulher
de aparência mediana que quer sexo todas as noites. Caroline
era linda, e insaciável.
Letícia olhou para mim, incrédula. — Você está
tentando me dizer que não importa a um homem como boa
uma mulher é na cama, a única coisa que realmente importa
é se ela é uma amante entusiasmada?

— Sim— , eu disse. — Para a maioria dos homens, a


vida sexual é medida em quantidade, não de qualidade.

Leticia ergueu os olhos do caderno, com uma expressão


confusa. — Eu preciso voltar para Caroline— , ela mudou de
tática. Ela parecia extremamente curiosa sobre Caroline -
muito mais do que ela tinha sido a cerca de Claire ou Sherry
do meu passado distante. — Você me disse que viveu com ela
por três anos?

— Sim. Ela deixou-me há seis meses.

— E você nunca amou a mulher?

— Não.— Eu disse. Eu podia ver pela expressão no


rosto de Letícia que ela não acreditou em mim, e eu respirei
fundo e começei a andar em círculos em torno da cozinha.

— Você precisa entender as origens do relacionamento,


Leticia. Quando Caroline veio a mim era como minha
submissa. Nós nunca namoramos, não havia nenhum
romance, e ela nunca se apaixonou, porque não era o objetivo
ou a finalidade do relacionamento.

— Apaixonar-se pelo seu submisso é o maior erro que


um mestre pode fazer— , disse a ela. — Assim que você
começa a ver a mulher ajoelhada diante de vocês com —
olhos de amor— você começa a moderar tudo. De repente,
regras rígidas e rápidas não são mais tão rígidas, e todos os
aspectos da disciplina e da obediência que são a base de uma
relação BDSM começam a se desintegrar. É muito mais fácil
iniciar um relacionamento construído em torno do estilo de
vida BDSM do que transformar um relacionamento amoroso
em um.

— Pela minha experiência em BDSM um homem só


consegue fazer um bom trabalho se olhar uma mulher com—
olhos duros.

— Olhos duros?— Leticia repetiu. — Ao contrário de


'olhos amorosos'?

— Exatamente,— eu disse. — 'olhos duros' é uma


atitude individual, um pouco remoto, onde o apego emocional
do homem para a mulher é suspensa, ou empurrado para o
fundo temporariamente - apenas o suficiente para o fundo
para que ele possa dar à mulher a experiência que ela anseia
sem se sentir contido por quaisquer considerações
emocionais ou românticas.

Fiz uma pausa por um momento, jogando os últimos


comentários de volta na minha cabeça. — Eu estou falando
de casais descomprometidos, eu não quero dizer que o
homem tem de ver a mulher como um objeto, ou não ter
sentimentos por ela em tudo - eu simplesmente quero dizer
que o homem tem que — dar um passo para trás — a partir
dos sentimentos normais que ele poderia ter pela mulher,
temporariamente. Ele não pode ser cego pelos sentimentos ou
as necessidades da mulher, ou a sua segurança... apenas
ligeiramente destacado.

Leticia franziu o cenho. — Isso não parece fácil.

— Para um monte de homens não é— , eu concordei. —


Neste momento, os caras em relações amorosas com suas
esposas em toda América e são subitamente solicitados a
bater, chicotear ou talvez algemar sua mulher. A maioria dos
homens em um relacionamento confrontado dessa maneira
diria algo como 'Eu não quero te machucar' — - e apesar de
todas as garantias da esposa, o cara não vai ceder, porque ele
sempre viu a mulher através de 'olhos amorosos'. É difícil
para ele mudar, e descobrir o que ele pode fazer para soltar-
se apenas o suficiente para fazer o trabalho de BDSM sem
culpa, ou inibição.

Letícia ainda estava franzindo a testa. Talvez eu não


estivesse fazendo um bom trabalho em explicar-me.
Capitulo Doze
— Se um casal é um relacionamento amoroso, o cara muitas
vezes tem dificuldade de repente de ver a mulher com 'olhos
duros'. É algo que precisa de um grande encorajamento e de
ser paciente com a mulher para alterar a situação. Será que
isso faz algum sentido?
Letícia não respondeu por um minuto depois de ter
acabado de escrever para baixo tudo o que eu tinha dito. Ela
colocou a caneta para baixo, com um suspiro e varreu o
cabelo longe de seus olhos.

— Eu não acho que a sua explicação vai acabar como


uma definição numa enciclopédia. Mas sim, faz sentido.

— O que eu estou dizendo é que às vezes as mulheres


não entendem onde seu marido está indo, e por que ele pode
parecer relutante - especialmente com os aspectos mais
físicos do BDSM - para dar algumas das coisas que ela quer
experimentar. Agora, talvez esse casal que estamos a falar
são casados há 15 anos e toda a paixão passou de seu
casamento. Talvez seja por isso que a mulher quer introduzir
BDSM... colocar um pouco de tempero no seu
relacionamento. Você pensaria que meus 'olhos amorosos ' na
teoria já não são válidos depois que um casal está junto há
tanto tempo, mas ele realmente não mudou, mesmo que a
forma como o casal se ama pode ter se alterado ao longo dos
anos. O fato é que eles estavam apaixonados antes do BDSM
ser introduzido nas suas vidas e isso é o obstáculo que a
mulher precisa tratar com passos pequenos pacientes e
muita persistência.

— Isso é outro segredo que uma pessoa visitando o


grande livro de regras de Jonah Noble iria se deparar?

— Sim. Há uma versão editada de tudo o que eu disse


na página sete.— Eu sorri e Leticia sorriu comigo. Eu me
senti como se estivéssemos finalmente de volta no mesmo
comprimento de onda, e no mesmo lugar em nosso
relacionamento como tinhamos antes de eu ter cometido o
erro de beijá-la.

Retomei a andar novamente, mas sem uma boa razão.


Eu não tenho mais nada valioso a dizer logo em seguida.
Olhei para o caderno de Leticia e vi linha após linha de
rabiscos inclinados aparentes sobre a página.

— Você sabe que houve um tempo em que os jornalistas


aprenderam um atalho para este tipo de entrevistas,— eu
disse secamente.

Leticia assentiu. — Alguns dos jornalistas no papel


gostaria de usar um gravador— , disse ela. — Ou gravar
entrevistas diretamente para seu telefone celular.

— Mas não você?

Ela balançou a cabeça. — Eu gosto de ter tudo no papel


e tudo organizado— , disse ela.

— Você pode ler cada rabisco que você escreveu? Você


deve ter uma dúzia de cadernos por agora cheias de tudo o
que eu lhe disse.

— Oito, na verdade— , disse Letícia. — E sim, eu


consigo ler tudo ... normalmente.

Voltei para o balcão da cozinha e joguei mais uísque no


fundo do meu copo. Eu segurei a garrafa em um convite
silencioso para Letícia. Ela hesitou, com um pequeno olhar
de tristeza, depois sacudiu a cabeça, como se ela realmente
qisesse uma bebida, mas estivesse-se negando a si mesma.
Bebi o uísque e gostei do silêncio. A noite lá fora era muito
quieta.

Leticia mudou seu peso discretamente na cadeira como


se ela estivesse com medo de me perturbar, e então ela
limpou a garganta baixinho. Meus olhos focaram-se de novo,
meus pensamentos voltaram para o aqui-e-agora.

— Você tem muitas experiências memoráveis com


Caroline que você possa lembrar - para a história?—
Perguntou Letícia.

Endireitei-me um pouco e assenti. — O primeiro


incidente que vem à mente foi em uma viagem de negócios— ,
disse eu. — Foi apenas uma reunião de um dia e uma noite
em um hotel. Levei Caroline comigo.

— Não o seu secretário?

Eu balancei minha cabeça. — Foi mais prazer do que


negócio— , sorri levemente. — Caroline e eu fomos reservados
para uma das suítes de luxo no primeiro andar. Os quartos
foram construídos em torno de uma piscina. Eu participei da
reunião e deixou Caroline à sua própria sorte por algumas
horas. Quando eu voltei para a sala, eu descobri que ela
estava à beira da piscina. Várias das esposas dos meus
companheiros estavam reunidas para passar a tarde.

— Será que todo mundo sabia que Caroline era a sua


submissa?
— Não— , eu disse. — Como já mencionei antes, eu sou
um homem privado. O que eu faço na minha vida pessoal é
problema meu. Nunca misturo assuntos privados com
aqueles ligados ao meu trabalho. As pessoas no hotel naquele
fim de semana não tinham idéia que Caroline nada era além
de uma bela companheira que eu tinha trazido por
companhia.

— Você tinha ciúmes, Jonah?— Perguntou Letícia. —


Se Caroline era tão bonita como você descrevia, então
certamente deve ter havido uma abundância de outros
homens no hotel - até mesmo alguns de seus amigos
empresários - que teriam ficado admirando-a.

— Eu nunca fui ciumento, possessivo — , eu disse. — E


isso não era porque eu era arrogante, ou porque eu pensei
que eu era o único homem de boa aparência no mundo. Era
porque eu estava confiante de que eu era o único homem que
poderia dar a uma mulher como Caroline o que ela precisava
para se sentir realizada.

— É essa a atítude que mantém com todas com quem


foi íntimo?

— Claro— , eu disse simplesmente, e então percebi que


a resposta não era tão simples, afinal. — Leticia, este é um
mundo onde existe rédeas e livre arbítrio. Isso significa que
eu acredito que toda a mulher tem o direito de fazer suas
próprias escolhas e suas próprias decisões sobre sua vida.
Ela pode decidir me servir como uma submissa, ou deixar-
me por outro homem, ou outro estilo de vida, a qualquer
momento. Eu não posso - e eu nunca tentaria - segurar uma
mulher que não queria estar ao meu lado. Em última análise,
não há nenhum desperdício de energia em emoções como o
ciúme ou ser possessivo. Você não pode manter alguém de
seguir seu coração.

Nós tínhamos desviado fora do tópico novamente. Eu


olhei para baixo em meu copo, e lamentavelmente decidi que
provavelmente tinha bebido o suficiente. Deixei o copo sobre
o balcão da cozinha.

— Onde eu estava?

Letícia olhou para o bloco de notas. — Caroline estava à


beira da piscina com um grupo de outras mulheres. Você
tinha acabado de terminar a reunião.

Eu balancei a cabeça.

— A suíte tinha uma porta de correr de vidro grande


que dava para uma varanda. Havia alguma mobília ao ar livre
em um canto, e a grade da sacada era uma parede de tijolo à
altura da cintura que se estendia por toda a largura da sala.
Olhei para o outro cômodo e vi Caroline. Ela estava usando
um minúsculo biquíni azul, e ela estava estendida no solário.
Ela me viu e levantou os óculos de sol de seus olhos, me deu
um aceno. Acenei de volta para ela, chamando-a para o
quarto.

— Caroline estava na porta apenas um ou dois minutos


depois. Ela estava com os pés descalços no tapete com uma
toalha enrolada como um sarong em torno de sua cintura.
Sua pele era brilhante de suor e protetor solar. Cheirava a
cocos e, depois de apenas um hora no sol, seu corpo tinha
virado uma saudável e brilhante tonalidade de marrom. Eu
devorava-a com os olhos, e ela ficou em silêncio, apreciando a
apreciação.

— Caroline era uma exibicionista— , eu expliquei para


Letícia. — Esse era o seu pequeno fetiche particular.

Leticia escreveu mais notas e, em seguida, sentou-se em


silêncio flexionando a cãibra de seus dedos enquanto ela me
observava para ver se eu iria continuar. Eu fiz.

— Eu disse a Caroline para remover a toalha. Ela tocou


em sua cintura e ela caiu em torno de seus tornozelos. Os
fundos do seu biquíni eram pouco mais do que um pequeno
pedaço de tecido, amarrada em cada quadril com pedaços de
corda. O top de biquíni não era melhor. Eu podia ver a marca
de seus mamilos através do tecido fino, e enquanto eu
observava eles realmente pareciam endurecer e ampliar ante
o meu olhar. Caroline baixou os olhos recatadamente. Ela
estava sorrindo suavemente para si mesma, fazendo o papel
da modesta submissa, na realidade, eu sabia que ela estava
divertindo-se com o meu olhar faminto, e orgulhosa de seu
corpo e a forma como isso me afetou. Ela pensava que isso
lhe daria um poder sutil em silêncio - e eu deixei-a pensar
que isso acontecia.

— Mas isso não aconteceu? Você não estava, como,


obcecado com a sua beleza?— Perguntou Letícia.
— Não— , eu disse. Fiz um gesto largo com as mãos. —
Leticia há milhões de mulheres bonitas do mundo. Elas são
lindas de diferentes maneiras. Caroline não era a única
mulher atraente que eu já tinha visto. Em seu próprio
caminho, seu corpo é tão bonito quanto o dela.

Oompf!

Esse era o som do atolar o pé em minha boca. O silêncio


criou uma tensão no ambiente por momentos. Leticia não
disse nada. Ela olhou fixamente para baixo em seu caderno,
não ousando até mesmo olhar para mim. Peguei o fio da
história e continuei como se nada tivesse acontecido.

Mas tinha.

— Eu disse a Caroline para retirar a parte de baixo de


seu biquíni— , eu continuei. — Ela ergueu o rosto para o meu
e fechou os olhos. Ela puxou uma corda e o tecido caiu longe
da fenda raspada suave de sua buceta. Um respiração súbita
e curta, e depois outra.

— Ela chegou por trás dela para desatar as cordas do


seu topo, mas eu parei-a.— Não — , eu disse.— Isso não
será necessário.

— Ela olhou-me interrogativamente. Eu disse a ela para


sair para a varanda e inclinar-se sobre a parede de tijolos.
Ela olhou para mim em silêncio, e no fundo eu ainda podia
ouvir as vozes das outras mulheres vindo de baixo em torno
da piscina. Perguntei se a Sra. Solomon era uma das
mulheres na piscina. Caroline disse que sim.
— A Sra. Solomon era uma mulher grande, com uma
grande voz. Seu marido e eu tinhamos trabalhado em um par
de negócios imobiliários em conjunto no ano anterior. Eu
disse a Caroline para se apoiar na parede da varanda e falar
com a Sra. Solomon sobre seus filhos - e para manter a
conversa, não importa o quê.

Capitulo Treze
— Caroline não fez perguntas - embora eu podesse ver a
confusão em seus olhos e em seu rosto. Ela saiu pelas portas
de vidro deslizantes e para o sol da tarde. Levantei-me e
assisti-a. Eu a vi inclinar-se sobre a parede - isto chegou à
altura de seu umbigo. Ela ficou na ponta dos pés e a forma
do seu bumbum apertado foi cativante. Olhou uma pergunta
sobre seu ombro para mim uma última vez, e, em seguida,
chamou a Sra. Solomon e as outras mulheres, se reuniram
apenas abaixo da nossa suite.
— Eu esperei. Ouvi a voz da Sra. Solomon, mais alto do
que todas as outras mulheres, e eu vi Caroline acenar com a
cabeça e com a mão. Fui para a minha mala, e, em seguida,
para fora através das portas de vidro, mantendo longe da
borda do muro. Eu coloquei uma das cadeiras de mobiliário
de exterior atrás de Caroline e sentei-me.

— Ninguém poderia me ver. Eu estava sentado logo


atrás de Caroline. Ela perguntou a Sra. Salomão como seu
filho mais velho estava na escola. Cheguei entre as pernas de
Caroline e abri-as com minhas próprias mãos. Caroline falou
alto - algo que ela estava dizendo parecia ficar preso na parte
de trás de sua garganta - e então ela terminou a pergunta,
sua voz se tornando um pouco mais suave, de repente.

— A Sra. Salomão começou a responder. Caroline ficou


subitamente de pé duro com antecipação. Tinha as pernas e
eu podia sentir o calor irradiando de sua buceta quando eu
trabalhei meus dedos lentamente por dentro da carne macia
de sua coxa. Senti-me estremecer. Seu fundo apertou, e
depois relaxou. Minha mão derivou para o topo de sua outra
coxa, e as pontas dos meus dedos roçaram os lábios
arrogantes de sua buceta. Ela se encolheu e ficou de repente
rígida. Ouvi seu suspiro, mas ela se virou em uma risada.
Sra. Solomon riu junto com ela.

— Eu tinha guardado o chicote, algemas e um vibrador


na mala - todos os adereços do quarto no andar de cima, eu
tinha o vibrador na minha mão e esfregava o bulbo inchado
dele contra a buceta de Caroline e ela se encolheu em súbita
surpresa.. e choque. Ela olhou por cima do ombro para mim -
me viu atrás dela e eu dei-lhe sinal para ela se virar e fazer o
que eu lhe tinha pedido. Mesmo sob a cor de sua pele, eu
podia ver que o rosto dela estava corado...

— Ela continuou a conversa com a Sra. Solomon


novamente. Ela arqueou as costas, e a forma arredondada
firme de seu bumbum perfeito estava empurrado de volta
para mim como um convite. Ela mexeu os pés mais
afastados. Sra. Solomon disse algo e Caroline assentiu e
jogou a cabeça para bater o cabelo do rosto. Foi um gesto
perfeitamente natural, mas eu podia ver os pequenos sinais
de sua tensão e emoção na forma como ela se segurou. Eu
massageava a fenda de seu sexo com a cabeça do vibrador
até que brilhava com a umidade de sua excitação crescente.

— Isso teria sido uma tortura para ela, Jonah,— Leticia


murmurou. — Quanto tempo isso durou?

— Cerca de dez minutos,— eu adivinhei. — Eu estava


muito lento e deliberado. Às vezes eu aliviaria o primeiro
centímetro do brinquedo dentro de sua vagina, e retirei-o de
novo. O vibrador nunca parou de se mover. Usei-o para
massagear o clitóris e manchar seus sensuais sucos em toda
sua buceta até que ela estava molhada e tremendo Ela não
estava encostada na parede mais - ela estava a segurando.
Sua parte infeiro estava tensa e depois relaxou enquanto o
dildo pastava através das dobras macias e a abertura de seu
sexo, então a conversa com a Sra. Solomon de repente
vacilou, e eu peguei o vibrador afastado como punição e
deixei dolorido e esticando com seu corpo, balançando os
quadris e deslocando seu peso, tentando mantê-lo
pressionado contra ela.

— Quando eu tinha Caroline em um estado de


turbulência, eu aliviei o vibrador todo o caminho dentro de
sua vagina e segurei lá. Ela fez um baixo gemido de
satisfação, e ela rolou seus quadris suavemente, como se
estivesse balançando de um lado para o outro. Segurei a base
do pênis com a palma da minha mão entre suas pernas
abertas para que as pontas dos meus dedos roçassem o cerne
sensível de seu clitóris. Caroline baixou a cabeça e vi que ela
tinha os olhos fechados, os lábios se separaram. Estava
respirando longa e profundamente, como se a experiência
fosse algo profundamente sensual, que se espalhou a partir
do centro de seu sexo, para cada parte de seu corpo dolorido.

— Eu disse a ela para dizer adeus as mulheres reunidas


ao redor da piscina, e então eu a levei de volta para dentro de
nosso quarto.

— Caroline caminhou em direção à cama. Tomei-lhe o


braço e levei-a em vez para um pequeno sofá de dois lugares.
Disse-lhe para se inclinar sobre ele. Ela abriu as pernas
largas e apoiou a cabeça no apoio de braço. Uma perna longa
bronzeada estava envolta em toda a parte de trás do sofá, de
modo que a sua buceta estava aberta para mim. Ajoelhei-me
entre suas pernas e passei a minha língua lentamente por
todo o caminho dos lábios de sua vagina ao cerne pulsante de
seu clitóris. Caroline assobiou, e suas mãos estenderam para
a minha cabeça. Seus olhos estavam bem fechados
parafusados e sua boca estava aberta. Ela estava ofegante.

— Eu parei de repente. Eu não precisei de dizer uma


palavra. A mensagem estava nos meus olhos. As mãos de
Caroline foram para o seu lado e fecharam-se em punhos. Ela
arranhou os estofos e enterrou os dedos nas almofadas.
Baixei a cabeça lentamente novamente. Ela sentiu minha
respiração em seu sexo e arqueou um pouco as costas na
expectativa que eu a fazia esperar por longos segundos de
tortura - e depois chupei delicadamente seu clitóris entre os
meus lábios - e cantarolei.

— Cantarolou?

Eu balancei a cabeça. — É como uma sensação de


vibração maçante, especialmente se o homem pode gerar o
som na parte traseira de sua garganta e manter o som
profundo, um ronco baixo — , eu expliquei.— É uma forma
suave de estimular os lugares mais eróticos de uma mulher
sem muita pressão. Algumas mulheres são muito sensíveis.
Isso funciona - Não é para todas as mulheres - mas mais
frequentemente do que não.

Leticia folheou várias páginas em branco e fez uma nota


em separado na parte traseira de seu livro.

— Como é que Caroline reagiu?

— Sussurrar contra o clitóris de uma mulher é como


uma estimulação gradual— , disse eu. — É um pouco como a
forma como um som estridente quebra um vidro. As
vibrações constroem gradualmente, até que se irradiam para
além do clitóris da mulher, até que toda a sua buceta começa
a formigar. Caroline mordeu o lábio e manteve os olhos
fechados, concentrando-se. Uma de suas mãos alcançou seu
peito e começou a provocar e beliscar o mamilo. Senti ela
lentamente começar a moer os seus quadris em apertados
círculos e a sua respiração tornou-se frenética e agitada.

— Senti o clitóris endurecer e parecendo crescer entre a


marca suave de meus lábios. Eu lambia os sucos de sua
vagina, como um homem morrendo de sede.

— Caroline me perguntou se ela poderia ter um


orgasmo. Eu a fiz esperar dez segundos excruciantes, e, em
seguida, dei-lhe a minha permissão.

— Caroline ficou rígida, e sua respiração suspensa.


Houve um rugido rouco em sua garganta, e ela agarrou-se à
beira do sofá como se fosse cair. Ela prendeu a respiração por
longos segundos. Seu rosto se contorceu em uma careta de
doce tortura - e então de repente ela explodiu em um
emaranhado contorcendo os braços e as pernas e gemendo de
profunda satisfação.

Leticia parou no meio da frase e jogou a caneta para


baixo. Ela afastou o cabelo do rosto e olhou para mim em
confusão e frustração.

— Jonah, eu não entendo isso— , disse ela. — Eu não


percebo por que você iria sair de sua maneira de dar a
submissa – Caroline – quero dizer – quantos orgasmos ela
quisesse, fazendo um esforço para agradá-la eu pensei que o
BDSM era tudo sobre o prazer do homem, e a mulher recebia
sua satisfação submetendo-se — , disse ela, e havia paixão
genuína em sua voz como se isso importasse e fosse
importante para ela. — Eu pensei que era mais um tipo
emocional de satisfação para a mulher, não uma coisa física,
como é para o Mestre.

Capitulo Quatorze
Eu parei de andar. Eu ainda estava de pé. Por um longo
momento eu não disse nada. Eu só olhava para os olhos de
Leticia, curtindo este novo lado apaixonado de sua
personalidade que eu não tinha visto antes.

— Letícia, você se lembra da definição que lhe dei para


'do ut des? — Pedi gentilmente.

Ela assentiu com a cabeça.

— Significa 'eu dou que você pode dar— . Este poderia


muito bem ser o slogan para uma saudável realação de
BDSM. O estilo de vida não é sobre um homem de pé sobre
uma mulher usando seu corpo simplesmente para tomar o
seu prazer. Sim, às vezes, em algumas circunstâncias, isso
acontece. Mas em todas as minhas experiências de BDSM,
tem sido sobre doação recíproca. Eu dou prazer, de modo que
ela vai dar de volta para mim. Nenhum relacionamento pode
durar se for unilateral. Há mulheres que recebem uma
grande quantidade de satisfação emocional ao dar prazer, e
elas estão menos interessadas em suas próprias necessidades
sexuais, mas a chave aqui é a palavra 'dar' e não 'tomar'. Às
vezes uma cena de BDSM aleatória pode ser apenas sobre o
Mestre, mas em qualquer tipo de relacionamento BDSM em
curso, é importante que tanto o Mestre como o submisso
estejam verdadeiramente satisfeitos. Caso contrário, não é
uma relação que vale a pena estar no, não é?

— Não— , Letícia concordou.

— Caroline era uma mulher altamente sexual erótica.


Sua satisfação vinha de uma forma física, não emocional.
Mas há mais do que isso, Leticia — , eu expliquei.— Para
Mestres como eu, negação de orgasmo é uma importante
técnica de punição no processo de formação.

Leticia pegou sua caneta. — Devo escrever isso?

Eu balancei a cabeça. — Se você quiser entender


completamente, sim.

Eu rondava as bordas da cozinha, entrando e saindo


das sombras, quando comecei a andar de novo. — Eu não
acredito em infligir dor. Especialmente em uma mulher. Para
mim, a dor é indigna de um Mestre, e totalmente
desnecessária. Eu sei que há algumas submissas que são
despertadas pela dor, mas essas não são o tipo de submissas
que costumo assumir. Para mim, é fundamental que a
submissa conheça as regras e saiba as conseqüências para a
desobediência. Meu método preferido de punição é negar seus
orgasmos. Dependendo da gravidade da infração, eu poderia
negar-lhe por um dia, uma semana ... às vezes, talvez mais.
Mas todo o sistema de punição depende de uma coisa ... —
Deixei a frase inacabada, a resposta pairando no ar.

— Ela deve ter orgasmos— , disse Letícia com a


realização lenta.

Eu pisquei para ela e sorri. — Precisamente. Se o


submisso não sabe o quão intensa e avassaladora eu posso
dar seus orgasmos, então ela não aprecia o que ela está a
perder a partir de me desobedecer. Se eu der seus orgasmos,
ela aprecia plenamente o que ela pode perder se ela cruza as
linhas estabelecidas que eu acho que funciona melhor do que
um chicote de montaria, melhor do que qualquer outra
punição.

Leticia assentiu. — É de bom senso.

— Então trazendo Caroline ao orgasmo com a minha


boca naquele sofá era mais do que sobre apenas satisfazê-la.
Ele serviu a muitos propósitos.

— O que aconteceu depois do orgasmo de Caroline?

— Ela era como uma boneca de pano— , eu disse. — O


orgasmo a deixou drenada e saciada. Soltei meu cinto e fui
até onde ela estava. Tinha a cabeça virada para o lado,
apoiada no braço do sofá. Meu pau estava duro. Caroline
tinha os olhos fechados, e seu peito ainda arfava enquanto
ela prendeu a respiração. Eu esfreguei a dureza do meu pau
em seus lábios, e sua boca se abriu obedientemente para
mim. Eu assisti o inchaço de seus seios enquanto ela
respirava, e manteve a boca aberta para eu usar.

— Eu não estava com pressa. Gostei da sensação do meu


pau roçando sobre a sua língua molhada, e deslizando mais
profundo em sua garganta. Seus olhos se abriram e ela olhou
para mim, sua expressão passiva e disposta. Eu cobri os
olhos dela com a mão , de modo que seu foco se tornou
apenas a sensação da minha dureza entre os lábios.

— Você cobriu os olhos com a mão?

— Sim. Homens são todos visual. As mulheres são


muito mais sensorial. Sua excitação vem de tantos estímulos
diferentes. Queria que Caroline concentrada na dureza do
meu pau, e sobre os sons molhados enquanto me chupava e
o da minha respiração enquanto ficava cada vez mais
excitado.

— Por que era tão importante?

— Porque eu queria que Caroline se concentrasse em


mim, e torná-la consciente de como eu me sentia e do jeito
que eu respondia. Eu não queria que ela lesse a minha
expressão, eu queria que ela lesse e entendesse o meu corpo,
para que ela pudesse começar a conhecer e reconhecer os
sinais, mesmo na escuridão.
— Eu apertei meus músculos e o meu pau saltou,
pulsou e engrossou dentro de sua boca. Caroline fez um som
suave de prazer. Eu fiz isso de novo, e ela lançou de fome.

— Eu me deslizei entre os seus lábios e estendi a mão


para o braço de Caroline. Ela pareceu sentir instintivamente
o que eu precisava. Ela caiu de joelhos no chão e inclinou-se
sobre o sofá, abrindo as pernas largas para mim e descansou
o rosto no almofada. Olhou por cima do ombro para mim e
seus olhos eram esfumaçados.

— Ela ainda estava molhada de seu orgasmo. Entrei


lentamente, prolongando o momento e sentindo cada
ondulação e pulso de seu corpo enquanto ela se embrulhava
confortavelmente em torno de meu eixo. Caroline fechou os
olhos novamente e gemeu, o som abafado pela almofada do
sofá . Quando eu tinha todo o caminho dentro dela, comecei
a mexer. Arrastei minhas unhas por sua espinha e as costas
arqueadas em uma emoção voluptuosa lenta. Puxei fora seu
top de biquíni e peguei um de seus seios balançando na
palma da minha mão. Sua carne estava quente, o mamilo
duro como uma pedra. Apertei e amassei-o suavemente
quando ela começou a balançar o corpo no tempo com cada
impulso dos meus quadris.

— Eu enredei meus dedos em seu cabelo e, de repente


empurrei duro e urgente. Caroline gemeu. Senti um arrepio
forte ondulando através de seu corpo e seus ossos pareciam
suavizar com renovado desejo.
Letícia se levantou de repente da mesa da cozinha e
jogou a cabeça em um gesto que eu não sabia ler. Ela
respirou fundo e abraçou seus braços apertados ao redor de
seu corpo e estremeceu. Minha camisa que ela estava usando
ajustava-se e estava meio aberta em redor de seus seios, mas
ela parecia não notar.

— Algum problema?

— Está quente— , disse Leticia suavemente. Havia uma


expressão peculiar no rosto. — Eu preciso esticar as pernas
por um momento.

Eu fiquei para trás, encostando-me no balcão da


cozinha, e vi Leticia se mover. Seus passos eram leves e
furtivos, eriçada de alguma tensão escondida. Ela caminhou
para perto de mim e eu estendi a mão para ela. Ela parou e
olhou para o meu rosto, seus grandes olhos assustados. Eu
escovei meu dedo em sua bochecha. Ela começou a tremer.

— Você é tão bonita como Caroline, e muito mais do que


isso, de muitas formas,— Garanti-lhe em um sussurro.
Leticia olhou como se estivesse prestes a chorar. Ela de
repente ficou rígida. Eu coloquei uma mão suavemente em
seu ombro. Eu podia sentir o cheiro de seu perfume e um
aroma como maçãs em seu cabelo. Seus olhos ficaram
trancados nos meus. — E um dia você vai ser uma jornalista
incrível. Não tenha muita pressa, Leticia. Para qualquer
coisa. Você ainda é jovem. Esse é o seu problema. Há um
monte de bons e maus da vida você ainda tem para aprender.
Puxei-a suavemente para mim. Os olhos dela se
tornaram urgentes, cresceram ainda mais amplo, mas ela
veio até mim sem resistência. Inclinei-me e beijei-a na testa, e
depois dei um passo atrás antes dos últimos fragmentos de
meu controle dessem lugar ao meu desejo e tomassem conta
de mim novamente.

Minhas mãos tremiam ligeiramente. Eu empurrei-as em


meus bolsos.

Já era tarde, e a atmosfera na cozinha, de repente


tornou-se perigosa. Eu ouvi o silêncio e ouvi a chuva ainda
caindo levemente no exterior.

— O pior da tempestade parece ter finalmente


passado— , eu disse um pouco alto demais para que soasse
natural. — E a tua camisa deve estar seca por agora ...

Leticia assentiu entorpecida. Havia um olhar distante


em seus olhos por longos segundos até que as palavras
finalmente registraram e ela olhou ao redor, sem graça e fora
de foco, como se tivesse esquecido onde estávamos e por que
estávamos aqui.

— Minhas notas ...— ela começou. — Elas não estão


acabadas. Há mais para o que aconteceu entre você e
Caroline no hotel?

Fiquei tentado a mentir - mas não o fiz.

Eu balancei a cabeça.
Capitulo Quinze
Letícia sentou-se novamente, e fui para a mesa e virei
uma cadeira ao redor, montado-a para que o encosto fosse
como uma barreira física entre nós. Eu cruzei os braços na
parte de cima da cadeira e descansei meu queixo em meus
braços, chocando-se nas sombras além de onde Leticia
sentou esperando em silêncio, com o bloco de notas no colo e
as pernas cruzadas.

— Eu dirigi meu pau repetidamente na buceta de


Caroline,— eu comecei de novo, finalmente, — Maravilhado
com o quão perfeitamente nossos corpos pareciam se
encaixar, e como em sintonia ela parecia estar com as
minhas próprias necessidades. Era como se ela pudesse
antecipar cada empurrão, e ela usou seu corpo para
amplificar as sensações que eu poderia sentir crescendo
dentro de mim.

— Ela começou a fazer pequenos sons ofegantes de


desejo Eu coloquei minhas mãos na cintura e exigi que ela
me disesse o que sentia ao apresentar seu corpo ao seu
Mestre - como era se entregar para o meu prazer. Caroline
rosnou, como uma leoa feroz e selvagem no final do chicote
de seu domador, e as palavras saíram dela em uma ladainha
de linguagem erótica imunda que nenhuma mulher jamais
usaria. Sua palavras grosseiras brutas, e o tom que ela usou,
me levou febrilmente para a borda.

— Eu ouvi a minha respiração áspera como uma lixa


rouca na minha garganta. No último momento possível, eu
cambaleei para longe, meu peito molhado de suor, meu
coração batendo como um tambor. Caroline virou-se de
joelhos e levou o comprimento de mim com urgência em sua
boca. Joguei minha cabeça para trás e gemi para o teto com
os seus lábios enrolados e apertados ao redor da cabeça do
meu pau e o primeiro pulso do meu orgasmo explodiu através
de sua língua. Ela engoliu em seco, respirou fundo satisfeita,
e depois me levou em sua boca de novo até que eu estava
gasto e exausto e mal conseguia ficar de pé.

Não havia mais para a história. Eu me inclinei para trás


no assento da cadeira e suspirei. Senti os primeiros sintomas
de uma dor de cabeça e balançei a cabeça como se isso
pudesse realmente ajudar. Ele não o fez.
Leticia continuou a olhar para baixo, para a página de
seu caderno muito tempo depois que ela tinha acabado de
escrever. O silêncio na cozinha, de repente era ensurdecedor.

Ela olhou para mim, finalmente, com uma expressão


frágil em seu rosto e seu lábio inferior trêmulo. — Eu acho
que eu poderia pegar meu suéter e ir para casa.— Ela falou
como se houvesse muito mais que ela queria dizer, mas não o
faria.

Leticia me seguiu até o topo da escada. A porta do


escritório estava aberta. O fogo tinha queimado a brasas pelo
que a sala estava quase envolta em escuridão total. Esperei
no limiar. Leticia derivou para a sala e vi o contorno de seu
movimento em direção ao sofá de couro. Olhei discretamente
para o corredor, e um momento depois ela estava de volta ao
meu lado, vestindo seu suéter mais uma vez com a camisa na
mão. Ela a ofereceu para mim. — Obrigada— , disse ela.

Eu andei com ela até as escadas e no hall de entrada.


Eu segurei a porta da frente aberta. — Amanhã?— ela
perguntou incerta.

— É claro— , eu sorri. — Eu ligo para você.

Eu assisti-a ir até seu pequeno carro. Tudo começou em


um arroto de fumaça cinza. O motor estalou, então rugiu
para a vida e Leticia partiu através dos portões principais
cercada pela noite nebulosa.

Eu empurrei a porta fechada e fiquei em silêncio.


Eu segurei a camisa para cima e inalei o cheiro
persistente de seu perfume.

****************

Quando eu bati na porta de Leticia era pouco antes das


três horas da tarde. Ela cumprimentou-me com um sorriso e
se afastou para eu entrar.

O apartamento parecia de alguma forma maior e mais


brilhante. Letícia abriu todas as cortinas para que a luz solar
quente da tarde entrasse na sala de estar. A janela estava
aberta, e eu podia ouvir os sons suaves da cidade à deriva no
ar. Letícia usava uma t-shirt e jeans velho. Eu encolhi os
ombros do meu casaco e pendurei-o sobre as costas de uma
cadeira de mesa de jantar.

Eu me sentia confortável aqui. Eu me sentia confortável


com Letícia. Seu sorriso era fácil. Eu tinha passado a manhã
em uma reunião no centro da cidade. Desfiz o nó da minha
gravata e desabotoei o primeiro botão da minha camisa,
então começei a arregaçar as mangas.

— Você está pronta para uma longa tarde?

Leticia assentiu. Ela tinha todos os seus cadernos


empilhados sobre a mesa de café. Além dos livros eram peças
soltas de papel. Ela pegou um maço de páginas e os trouxe
para mim.

— Estas são as notas de meu editor— , explicou ela. —


Eu estive no telefone com o escritório desde antes do almoço.
O patrão está animado com o artigo, Jonah. Ele está ansioso
para publicar a primeira parte de sua história na edição do
próximo sábado.

Olhei para as páginas. Ofuscando o momento a


percepção para nós dois que a entrevista estava quase no fim.
Em mais alguns dias, a minha história seria contada. Senti a
angústia da perda iminente como uma dor surda no meu
peito que eu não podia ignorar. Era como uma nuvem escura
em um céu azul claro.

Eu entreguei as páginas de volta, mas o sorriso


permaneceu firmemente fixo no meu rosto. — Isso é
fantástico, Leticia,— eu disse, e meu entusiasmo era
genuíno. — Tenho certeza que você vai fazer um bom
trabalho.

Ela encolheu os ombros e, de repente se tornou


autoconsciente. Ela fez uma cara de dor. — Bem, se eu não
fizer isso, é minha bunda— , disse ela. — Meu estágio
termina em breve. Se esta entrevista não convencer o editor
de que eu tenho o que é preciso, eu tenho medo que eu
poderia estar no ônibus de volta para casa.

Eu balancei minha cabeça. — Você não tem nada com


que se preocupar— , disse eu. — Eu li o seu trabalho. Você
vai fazer bem.

— Você leu o meu trabalho?

Eu balancei a cabeça. — Antes de você chegar no


primeiro dia para a entrevista. Tive algumas das histórias que
você escreveu enviadas para mim. Eu pensei que elas eram
boas.

Ela fez uma careta. — Jonah, até agora a história mais


emocionante que eu cobri foi o show do jardim anual. Ele não
é exatamente um material para ganhar o prêmio Pulitzer.

— Eu vi o seu potencial— , disse eu. — Tenho certeza


que o seu editor o faz também.

Nós derivamos para a cozinha. Leticia fez café e eu


assisti-a como se ela fosse algum alquimista formando uma
poção secreta. Ela usou exatamente os mesmos ingredientes
que eu na noite anterior, e ainda de alguma forma o café que
ela fez tinha um gosto bom.

— Quando terminamos a noite passada, você tinha


acabado de me contar sobre o tempo que você gastou com
Caroline no hotel— , disse Letícia. Seu tom era de
conversação, como se fôssemos dois velhos amigos
conversando. — Há mais sobre o que você me pode dizer
sobre os seus três anos com a Caroline - talvez um par de
outras experiências que você se lembra?

Eu pousei o café no balcão. — Claro— , eu disse. — Mas


primeiro eu tenho uma pergunta para você. 'do ut des'.

Leticia teve seu quadril encostado contra a borda da


bancada, o seu peso em uma perna, de modo que o denim
apertado da calça jeans dobrava em vincos profundos
tentadores abaixo de seu zíper. As mangas da t-shirt eram
curtas, e sua pele estava levemente bronzeada e brilhante
com a frescura e o brilho jovem de boa saúde. Ela jogou a
cabeça para trás, expondo a linha suave de seu pescoço para
mim, e seu cabelo se abalou e brilhou.

Ela parecia preparar-se mentalmente, e depois assentiu.


— Pergunte.

Capitulo Dezesseis
Eu tinha pensado muito sobre essa questão. Mais do
que qualquer outra, isto era o que eu queria que ela
respondesse.

— Você realmente gosta de mim, Leticia?

Ela se encolheu fisicamente, como se abalada, e sua


expressão mudou gradualmente ao longo de vários segundos.

— Se não fosse por esta entrevista - se tivéssemos


acabado de conhecer como um homem e uma mulher, eu
teria sido alguém que você gostaria?

Leticia pareceu inclinar-se para mim, e, em seguida,


puxar para trás. — Jonah, eu admiro você, mais do que você
jamais vai saber— , disse ela em voz baixa, os olhos
procurando o meu rosto. — Você é valente, você é um
cavalheiro, e você é definitivamente maior do que a vida. Sim,
eu gosto de você - você sabe disso- mas eu não quero ser
como você — Eu pisquei.— Por que não? — Leticia sorriu
melancolicamente.— Você é maior que a vida, Jonah. Você
enche uma sala e me sufoca. Sua energia, sua personalidade
é assim uma grande força imparável. Você varre as pessoas
fora de seus pés e atrai-os para você como um cometa.
Eu...eu nunca poderia ser assim — , disse Letícia.— A
maioria das pessoas nunca poderia ser assim. A maioria de
nós vê o mundo passar, e se adapta ao que a vida nos dá,
Jonah. Mas você é diferente. Você pode mudar o seu mundo.
Isso parece ser um presente maravilhoso, mas eu também
acho que é um fardo pesado. Pessoalmente, eu não sei como
fazê-lo.

Leticia abaixou a cabeça por um longo momento, e eu


pensei que ela tinha acabado de falar. Em seguida, ela
levantou o rosto novamente e houve arrependimento súbito e
tristeza em seus olhos.

— Se você não tivesse me empurrado, eu estaria em


seus braços agora, Jonah. Eu queria isso. Quando você me
beijou ...— sua voz se interrompeu e quando voltou uma
última vez que não era nada mais do que um sussurro. —
Sim, eu gosto de você.

— Me desculpe, eu te machuquei— , eu disse. Eu quis


dizer isso. Eu senti o corpo de Letícia voltar-se para mim, e
depois seu celular tocou, o som estridente como um alarme
no silêncio íntimo. Leticia suspirou e deu um passo para trás,
quebrando o feitiço que parecia ter sido lançado sobre nós.

— Veja— , disse ela ironicamente. — Meu telefone toca -


e agora vou de me adaptar ao que a vida está prestes a me
entregar. Se tivesse sido o seu telefone, Jonah, você
provavelmente teria sido capaz de o pôr em silêncio.

Eu sorri em seus olhos. — Se tivesse sido o meu


telefone, Leticia, eu teria desligado-o há dez minutos.

Ela me lançou um olhar lúdico sobre o ombro e pegou o


telefone da mesa. Eu carreguei o meu café para a janela e
olhei para a cidade. Longas filas sinuosas de tráfego
desordenado das ruas, a luz solar brilhando fora dos pára-
brisas de carros como se arrastassem através de cruzamento
a cruzamentos no centro. Olhei sem realmente ver até que eu
ouvi Leticia terminar a conversa e lançar seu celular no sofá.

— Problema?— Eu me virei e perguntei.

— O escritório— , Leticia suspirou. Ela raspou as mãos


pelos cabelos e ficou com uma mão em seu quadril. — Eles
precisam da cópia para a primeira parte de sua entrevista na
quinta-feira. Acabei de perder ao todo 24 horas de tempo
para escrever e preparar.

— É crítico?

Ela assentiu com a cabeça. — É quando você não tem


confiança na sua capacidade, e você está prestes a escrever o
artigo que pode fazer toda a sua carreira de jornalismo, sim.
É uma espécie de um grande negócio.

— Solução?

— Começar a procurar outro emprego— , disse Letícia,


mas ela não estava sorrindo. — Ou encontrar uma maneira
de voltar no tempo.

Eu balancei minha cabeça. — Eu não gosto de suas


escolhas— , disse eu. — E a terceira opção? Por que não fazer
o tempo extra.

— Como?

— Vamos terminar a entrevista hoje,— eu disse. — Se


você está feliz em colocar em longas horas, podemos acabar
com isso esta noite. Eu lhe daria o tempo extra que você
precisa.

******************

Leticia se acomodou no sofá e eu fui para perto da


janela aberta. Ela tinha um novo bloco de notas pronto. Suas
pernas estavam cruzadas, e ela sentou-se olhando para mim
com um ar de expectativa.

Eu senti a luz solar nas minhas costas, quente através


da minha camisa. — O maior problema de Caroline como
uma submissa era sua disciplina— , eu anunciei. — Ela era
uma mulher sexy muito apaixonada, e ela tinha uma mente
própria. Já lhe disse antes que ela era muito bonita e muito
inteligente. Às vezes, a sua independência significava que
treiná-la a submeter-se e obedecer apresentava seus desafios.

— Negação do orgasmo tornou-se comum em nosso


relacionamento. Caroline não conseguia encontrar a linha
entre reter a sua própria independência como uma mulher, e
submeter-se a um Mestre. Iria por dias, e às vezes até uma
semana sem um orgasmo, porque ela me desobedeceu, ou foi
indisciplinada.

— E ainda assim você a considerou como uma boa


submissa?

Eu balancei a cabeça.

— Como você aplica as punições de negação ao


orgasmo? Deve basear-se em um monte de confiança.

— É,— eu admiti. — Depende se a submissa é honesta.


Não há nenhum ponto em se punir uma mulher, negando-lhe
orgasmos se ela quebra as regras por prazer a si mesma.
Quando estávamos fazendo sexo, eu iria transformar a
punição para a mais requintada agonia torturante que ela
poderia suportar para levá-la à beira da explosão, e depois
recuando, sendo certo que, após cada sessão, ela estava
sexualmente excitada, mas deixada frustrada. Era a melhor
maneira de incentivar uma submissa como Caroline de
mudar seu comportamento.

— Como é que isso funciona?— Perguntou Letícia. —


Eu não entendo bem.
Eu comecei a andar.

— Era normal para mim insistir que todos as minhas


submissas pedissem permissão para obter um orgasmo— , eu
disse. — Dessa forma, eu tinha o controle de seus
lançamentos, e poderia usar esse controle para aumentar seu
prazer, ou enlouquecê-las com o desejo e expectativa.
Caroline não foi diferente. Sempre que estávamos fazendo
sexo, ela era obrigada a pedir a minha autorização antes de
ser autorizada a ter um orgasmo.

Letícia cortou dentro — E isso é normal?

— É normal para mim— , eu disse. — Eu insisto que as


minhas submissas me peçam permissão antes de vir. Eu não
sei sobre outros Mestres, mas eu imagino que a prática é
bastante comum.

Ela fez uma observação em uma página separada de seu


livro, e, em seguida, voltou para a página de onde ela havia
parado. — E então você usaria essa técnica de punição para
manter Caroline na borda, certo?

— Certo— , eu disse. — Lembro-me de uma sessão


especial, que foi realizada na sala no andar de cima eu
mostrei-lhe ao lado do meu quarto. Caroline havia sido
negada aos orgasmos por uma semana inteira, e durante
esses sete dias eu tinha usado ela para meu próprio prazer,
em várias ocasiões, provocando perversamente a buceta dela
como eu peguei-a, mas nunca deixando-a vir. Nos dois
primeiros dias, ela resistiu, mas como eu disse, ela era
naturalmente uma pessoa muito sexual. Ao quinto dia, ela
estava implorando e suplicando-me para deixá-la ter um
orgasmo - mesmo que fosse apenas um ela se entregou,
enquanto eu observava eu disse que não por o último dia do
castigo que ela estava à beira de ter um colapso.

Para ela, negar um orgasmo era como negar chocolate ou


oxigênio.

— Eu disse a ela para me encontrar na sala no andar de


cima, e eu estava esperando por ela quando ela chegou. Ela
estava brilhante e sorridente. Ela brilhava com entusiasmo.
Ela estava diante de mim de calcinha preta de renda e sutiã e
salto alto. Seu corpo era perfeito, sua pele estava impecável,
os seios do tamanho perfeito e forma, a cintura minúscula, e
suas pernas longas e tonificadas.

— Ela estava tremendo de emoção reprimida e havia um


vestígio de um sorriso em seus olhos. Ela olhou para mim
com os olhos encapuzados e lambeu os lábios.

— 'Eu estou pronta para dar o meu corpo para você,


Mestre,' Caroline respirou recatadamente. Sorri para ela.
Perguntei-lhe se ela seria uma minha boa menina de agora
em diante. Ela assentiu com a cabeça vigorosamente.
Perguntei-lhe se a minha boa menina iria obedecer todas as
instruções do seu mestre. Novamente, ela acenou com a
cabeça vigorosamente. Fui até a mesa no meio da sala e
fiquei lá por vários segundos. Todo dia, durante a semana
passada eu tinha tomado Caroline enquanto ela estava
inclinada sobre a mesa com as pernas muito abertas. Agora,
eu me movi da mesma forma que eu tinha todos os dias
durante a semana passada, ela deslizou seus polegares no
elástico da calcinha e puxou para baixo.

— Perguntei-lhe uma última vez se ela prometeu ser


minha boa menina, e ela balançou a cabeça novamente. Sorri
o meu prazer para ela e ela sorriu de volta para mim. 'Você
pode chupar meu pau, hoje,'— disse eu. Não há necessidade
para a sua buceta. decidi que você pode me fazer gozar com a
boca.

— Caroline congelou por um segundo, e então me


lançou um olhar incrédulo. A expressão pendurada em seu
rosto por alguns segundos antes de ela perceber que eu
estava olhando para ela com atenção. O olhar transformado
em um de perplexidade.

— — Tem sido uma semana, Mestre — , ela lembrou-


me gentilmente.— Eu tenho ido por tanto tempo sem um
orgasmo. Pensei que hoje ... que bem ... Eu teria ganho a
minha libertação. Eu balancei a cabeça, triste, e disse a
Caroline que ela realmente havia servido a punição de uma
semana, mas isso não dá direito a ela para um orgasmo. Ele
simplesmente quis dizer que ela não foi impedida de ter um
orgasmo. Assegurei-lhe que da próxima vez que eu usasse a
sua buceta para o meu prazer, ela teria permissão para gozar
- mas que eu havia decidido na semana seguinte seria
composta de várias sessões chupando meu pau. Eu não iria
querer a sua buceta por algum tempo.
— A expressão de Caroline tornou-se terrível. Era como
ver as quatro estações do ano, jogado fora em suas emoções.
Ela passou de sorridente e radiante, com expectativa, a
distante e isolada, a gelada, os lábios pálidos e arrastados
para sem derramamento de sangue comprimidos numa linha
fina. Seus olhos brilhavam com ressentimento - e, em
seguida, ela cometeu o erro de me questionar abertamente, se
ela tinha uma cauda, que teria movido com agitação.

Leticia estava rabiscando furiosamente as notas para


me acompanhar. Eu cansei de andar pra frente e para trás, e
fiz um circuito em torno da mesa de jantar, enquanto eu
esperava por ela para se recuperar.

— Então o que aconteceu?— , ela perguntou, por fim.

— Eu pedi a Caroline para ficar de joelhos— , disse eu.


— E eu disse-lhe para abrir a boca. Ela obedeceu, mas toda a
vitalidade tinha ido com ela. Ela estava mal-humorada e
taciturna. Tinha se maquiado antes de vir para o quarto.
Seus lábios estavam vermelhos e brilhantes e cheios. Eu
soltei meu cinto, sai da minha calça jeans, e estava em pé
diante dela. Tinha as mãos apoiadas sobre os joelhos. Abaixei
e casualmente acariciava um de seus seios, e, em seguida,
levantei-o do copo do sutiã. Rolei o mamilo entre o polegar e o
indicador e senti-o endurecer ao meu toque. Caroline não
disse nada. Eu podia ouvir sua respiração, mas era um som
mais parecido com um ferver. Ela estava com raiva, e isso me
agradou.

— Agradou?
— Absolutamente— , eu disse.

— Por quê?

— Porque uma lição importante estava sendo ensinada


e aprendida, Leticia. Uma lição que Caroline precisava
entender sobre a disciplina. Não me deu prazer ser mau. Esse
não era o objetivo. Eu teria preferido se ela tivesse aceitado a
minha decisão com a boa graça que espero de minhas
submissas, mas ela não tinha. Eu não estava disposto a
ceder.

Parei no meio da história e me virei para olhar para fora


da janela por um momento. — Escreva isso.— , Eu disse. —
Em uma nova página.

Leticia folheou até o final do seu livro.

— A minha maneira de pensar, um bom mestre é o


punho de ferro dentro de uma luva de veludo— , eu disse. —
O homem precisa ser firme e resoluto. Ele precisa estar
confiante e seguro. Ele precisa ser a sua rocha: o único
homem no mundo que a sua submissa pode ligar para a
assessoria, ajuda, orientação e conforto. E ele precisa ser
capaz de despertar e excitá-la. Ele precisa ser capaz de
mantê-la na ponta e fora de equilíbrio. Ele precisa conhecê-la
melhor do que ela conhece a si mesma - e ele precisa ser
todas essas coisas para ela, sem perder sua honra, ou
destruir sua dignidade e independência. Ele precisa levantá-
la, Leticia, de modo que ela se torne a pessoa que quer ser, e
então ele precisa segurá-la lá, para que ela nunca possa cair.
Letícia olhou para mim e não disse nada por muito
tempo. Ela apenas olhou para mim.

Finalmente, eu comecei a ficar desconfortável. Letícia


estava olhando para mim com uma fixa expressão fascinada
que estava se tornando irritante. Eu disse: — Ser um bom
Mestre, em meu livro, é muito mais do que aparenta, e é
muito mais do que as pessoas de fora do estilo de vida
parecem realmente entender.

Leticia pareceu estremecer, como se despertasse de um


sonho. Seus olhos entraram em foco e cresceram mais
amplos. Ela piscou, e então olhou para baixo em suas notas,
lendo, de novo, o que eu tinha dito, em silêncio, murmurando
cada palavra.

Eu fui, e voltei para o ritmo monótono de passear em


toda a sala.

— Enfiei meu pau lentamente entre os lábios de


Caroline e em sua boca aberta. Seu batom borrado como ela
embrulhava apertado em torno do comprimento do meu eixo
e me aliviou para trás através de sua língua. Ela olhou para
mim com os olhos fixos nos meus , e deixei-me tirar o meu
prazer.

— Eu abaixei e emaranhei minhas mãos em seu cabelo.


Segurei a cabeça firme e começei a empurrar mais
profundamente com os meus quadris. A respiração de
Caroline tornou-se mais febril e irregular, mas seu corpo
estava rígido e sem vontade.
— Eu perdi a minha paciência finalmente. Retirei meu
pau de sua boca e sai do outro lado da cadeira. Arrastei-a
para longe da mesa e me sentei. Olhei para Caroline. Eu pedi
a ela se curvar em meu colo.

— Você fez o quê?

— Eu pedi para ela ficar sobre meu colo— , eu repeti, —


e então eu bati nela.

Leticia recuou. — Você está falando sério?

— Muito— , eu disse severamente. — Caroline veio até


mim e ela tinha lágrimas em seus olhos. Eu disse a ela que se
curvasse no meu joelho. Ela assentiu com a cabeça e dobrou
seu corpo sobre o meu, de modo que suas pernas estavam
esticadas e se separaram para fora atrás dela, e ela estava
apoiando seu peso em seus braços estendidos, como se
estivesse fazendo abdominais. Senti a carne macia e quente
de seus seios contra o lado da minha coxa. ouvi Caroline
lançar um soluço cheio de tristeza. Eu a ignorei.

— Eu puxei a renda de sua calcinha para baixo de suas


coxas entreabertas e coloquei uma mão entre as omoplatas.
Eu senti Caroline estremecer. Então segurei a minha mão e
golpeei uma bochecha de seu traseiro.

— Forte?— Letícia estava fascinada. Ela tinha vergões e


seu corpo estava no sofá e inclinado para mim.

— Claro que não— , eu disse. — Eu não queria


machucá-la. Ser espancado é mais uma punição psicológica
do que uma agressão física. Eu bati meia-dúzia de vezes até
que sua carne estava brilhando um vermelho suave e eu
podia sentir o calor que irradiava através de minha mão.
Caroline estava chorando baixinho, todo o seu corpo ficou
tenso, antecipando o próximo tapa.

— 'Vai ser uma boa menina de agora em diante?' Exigi.


Caroline conteve as lágrimas e me garantiu que ela iria. Ela
prometeu que ela tinha aprendido a lição. Enfiei minha mão
em toda a curva de seu bumbum e então mergulhou a mão
para dentro do calor derretido entre as coxas entreabertas.

— Ela estava molhada, e sua excitação havia revestido


os lábios de sua vagina e dois dos meus dedos a penetraram.
As costas de Caroline elevaram-se. Senti seu corpo apertar
firme para me segurar, e deixei meus dedos descansando
dentro de sua buceta enquanto ela tentava desesperadamente
se esquivar-se de volta na minha mão para sentir o meu
toque mais profundamente. Senti seu corpo esfregando
contra a dureza do meu pau. Eu disse a Caroline para
permanecer. Ela vacilou, e depois ficou mole em meu joelho.
Retirei os meus dedos e os usei para dedilhar em todo o botão
inchado de seu clitóris.

— Caroline gemeu. Era um som que eu conhecia bem.


Ela estava chegando ao ponto onde estava perto de gozar. O
som era profundo na parte de trás de sua garganta, falta de
ar e de alguma forma urgente. Continuei tocando meus dedos
no seu clitóris em um ritmo constante. Alguns momentos
depois, ela me perguntou com uma voz tímida, se ela tinha a
minha permissão ao orgasmo.

— E ...?— Leticia perguntou.

— Eu disse que ela poderia - mas que ela teria que fazer
isso sozinha. Eu disse a ela para deitar sobre a mesa e abrir
as pernas que eu queria vê-la, Caroline ofegou, a ideia de dar
prazer a si mesma, enquanto eu observava a atraía... Seu
lado exibicionista. Ela me beijou impulsivamente e
acomodou-se de costas, pernas abertas bem separadas, de
modo que eu podia ver os lábios abertos molhados de seu
sexo, de onde eu estava.

Capitulo Dezessete
— Meu pau ainda estava duro. Caroline levantou a
cabeça e olhou para baixo, através de seus seios expostos e
entre suas coxas separadas para mim. Tinha um sorriso
suave, secreto em seus lábios. Uma vez que ela se assegurou
que eu estava assistindo, ela deitou novamente sobre a mesa
e se estendeu. Sua mão serpenteou por entre suas pernas e
ela molhou as pontas de seus dedos com sua própria
excitação. Observei-a com interesse. Vi os caminhos que ela
se tocou, e como ela com a outra mão que estava livre e em
formato de concha brincava com os seios. ouvi o som de sua
respiração e a forma em que seus quadris começaram a
ondular quando ela acelerou para sua libertação. Ela tornou-
se frenética. Sua respiração parou, depois voltou arfante. Ela
inclinou a pélvis e, em seguida, arqueou as costas.

— E então ela gozou.

Eu olhei para o espaço por um longo momento, olhando


para a parede oposta, mas realmente não a vendo. Ouvi a voz
de Letícia, parecendo vir de muito longe.

— O que você está pensando?— , perguntou ela.

Eu pisquei. — Eu queria saber se você tinha algum


uísque.

Leticia balançou a cabeça. — Desculpe. Tenho água.

— Isso vai servir.— Eu fui para a cozinha, encontrei um


copo em um armário e o enchi com água da torneira. Como
regra eu nunca bebi a agua da torneira. Os peixes fazem sexo
na água... pensei sobre isso ...

Leticia pegou um jarro de plástico de água que estava


dentro da porta da geladeira e encheu um copo. Ela tomou
um gole disso.

— Será que isso incomodou você, quando Caroline


começou a chorar quando você a colocou sobre o joelho e a
espancou, Jonas?— Letícia perguntou suavemente. — Você
não parece ser o tipo de homem que iria tomar qualquer
prazer de ver uma mulher em lágrimas.
Eu sorri, mais ou menos. — Em circunstâncias
normais, me mata ver uma mulher chorar,— eu admiti. —
Eu não acho que haja nada mais triste do mundo. Em
circunstâncias normais. Mas esta não era uma circunstância
normal. Caroline estava apenas usando a primeira defesa de
uma mulher para tentar me manipular e conseguir o que
queria.

Leticia ficou tensa, de repente cautelosa. — A primeira


defesa da mulher? Isso vai precisar de alguma explicação.
Que quer dizer com isso?— ela estava instintivamente
cautelosa.

— As mulheres têm três defesas que eles usam contra


um homem para obter a sua maneira— , eu disse. — A
primeira defesa é lágrimas , segunda defesa é o abuso, e a
terceira defesa é violência Se elas choram, e ainda não
conseguem o que querem, elas se tornam abusivas... E se
isso não funcionar, elas se tornam violentas, ou ameaçam
violência. Elas jogam pratos, ou ameaçam atirar coisas. —
Dei de ombros.

— Você soa machista.

Dei de ombros novamente.

— Então, você está falando como um perito, o Sr.


Nobre?— O tom de Leticia virou decididamente gelado.

— Não— , eu admiti. — Estou apenas falando como um


homem que teve discursões suficientes para reconhecer o
padrão.
Leticia não disse nada por um longo momento, e então
balançou a cabeça como se eu a confundisse. — Você é uma
contradição, Jonas Noble,— ela disse suavemente. — Você é
capaz de expressar as mais belas idéias e profundas um
momento, e no próximo, você é ... você é um homem comum.

Mudei de assunto. — Você está com fome?

Letícia deu de ombros. — Eu poderia comer.

— Há uma pequena pizzaria bem simples na Sixth


Street. Você conhece?

Ela assentiu com a cabeça.

— Eu adoraria pizza— , disse eu. — Vai ser o meu


deleite.

******************

'Dino' era uma dessas autênticas pizzarias italianas que


realmente era administrado por um casal chinês. Um toldo
vermelho, verde e branco que se estendia ao longo da calçada
sombreada em frente da loja, e havia garrafas de vinho vazias
nas prateleiras exibidas nas janelas.

Eu abri a porta e segurei-a para Letícia. Um pequeno


sino ligado à estrutura tilintou, e um senhor idoso chinês veio
de uma sala. Ele tinha um avental amarrado na cintura e
uma boca cheia de dentes de ouro. Ele sorriu para mim. Eu
sorri para ele. Ele sorriu para Letícia, e depois foi-nos
apresentado uma cabine em um canto sombrio na parte de
trás do restaurante.
O menu era um cartão dobrado, encravado na posição
vertical sobre a mesa entre o açucareiro e uma garrafa de
ketchup. Eu entreguei a Leticia.

— Sua escolha,— eu disse.

Ela pediu pizza. O restaurante estava tranqüilo - já era


tarde demais para a multidão de um longo almoço de ainda
estar comendo, e muito cedo para o trabalho depois de
multidão. Olhamos para fora através das janelas observando
o mundo passar em uma neblina opaca de poluição e do
barulho, até que a pizza finalmente chegou em uma tábua
grossa de madeira .

— O que você gosta de fazer no seu tempo livre?— Eu


perguntei. Não era sondagem que eu estava fazendo com ela,
mas me senti um pouco como se estivéssemos passando o
tempo.

— Eu leio— , disse Letícia. Ela tinha uma fatia de pizza


equilibrada delicadamente em uma mão e um guardanapo de
papel na outra. — Eu gosto de ler livros de receita. Adoro
cozinhar. E você?

Dei de ombros. — Eu não tenho muito tempo livre— ,


eu disse, — mas quando me sobra tempo eu gosto de ler
muito. Eu tenho um interesse nos pilotos de caça e aviões
que voaram durante a Primeira Guerra Mundial.

Leticia fez uma cara como se ela ficou surpresa. — Isso


é meio aleatório— , disse ela.
É? Eu não sabia.

— Meu pai tinha uma coleção de modelos em miniatura


na antiga propriedade. Eu trouxe comigo. Estão no meu
escritório— , eu expliquei.

Leticia assentiu. — Eu os vi— , disse ela. — Eu só não


pensei que eram de particular importância para você. Porque
o fascínio?

— Eu admiro a coragem desses homens— , eu disse. —


Eles foram chamados de 'cavaleiros do ar'. Eles lutaram até a
morte em aviões feitos de madeira e lona, mas conseguiram
manter-se cavalheirescos e honrados na mais extenuante de
circunstâncias. Seu heroísmo em face da adversidade
impossível é muito inspiradora.

Eu ouvi o sino acima da porta e olhei por cima do meu


ombro. Um homem e uma mulher com um casal de filhos
pequenos a tiracolo estavam aguardando uma mesa.
Terminamos a nossa pizza e eu deixei duas notas de vinte
dólares em cima do balcão.

Caminhamos lentamente de volta pela cidade, nossos


corpos próximos, mas nunca se tocando. Leticia se inclinava
para mim sempre que ela falava, e agarrou o meu braço
enquanto atravessávamos a rua. O sol estava se pondo no
horizonte quando entramos pela porta da frente de seu
apartamento - luz dourada derramava através da janela em
um caminho retangular longo através do tapete e tingindo a
cor das paredes. Leticia puxou as cortinas pesadas e de
repente tudo se tornou sombrio. Acendeu um par de
lâmpadas e acomodou-se para trás no sofá.

— Alguma vez você perdeu o controle com Caroline,


Jonas?— Perguntou Letícia. — Ela era claramente uma
mulher mal-humorada e independente. Certamente deve ter
havido momentos em que você perdeu a paciência com ela.

— Nunca.

— Nem mesmo durante o sexo, ou quando a castigava?

— Nunca— , eu disse de novo.

Arqueei uma sombrancelha com o interrogatóro de


Leticia.

— Leticia certamente havia estado algumas vezes com


Caroline, onde o sexo que compartilhamos era agressivo -
vezes quando eu a levei para o meu prazer e o sexo- o jogo era
mais físico, mas era tudo um ato era tudo parte da cena que
estávamos envolvidos. Não há desculpa para um homem
tornar-se violento com uma mulher, e mesmo nos momentos
mais apaixonados com Caroline, ela sabia que tudo o que
acontecia fazia parte do momento, não fazia parte da minha
personalidade.

— Como você faz isso? Como você mantém seu


controle?

Eu nunca tinha considerado a questão. Pensei por um


momento. — A disciplina, eu acho. E sempre lembrando que
a pessoa está com está sob seus cuidados, e está contando
com você para mantê-los seguros.

— Então, como você cria esses momentos, cheios de


luxúria tempestuosas sem violar o seu compromisso de
manter a mulher com segurança?

Olhei para Leticia com surpresa. — Tempestuosas?

Ela sorriu. — É chamado de vocabulário.

Eu sorri de volta, e comecei a andar.

— Mais do que qualquer outra coisa, todas as mulheres


do mundo querem se sentir desejáveis e desejadas, disse eu.
— Caroline não era uma exceção. Ela era sexy, ela era
inteligente, e ela estava confiante, mas ela também era uma
mulher, e toda mulher que eu conheci vem com uma mala
cheia de inseguranças. E embora a mala de cada mulher seja
diferente, uma coisa sempre permanece em comum - elas
querem saber que são atraentes, mesmo que seja apenas
para o homem em sua vida.
Capitulo Dezoito
— Caroline precisava de garantia disso, mas é um pouco
diferente em um relacionamento BDSM. Portanto, muito do
que acontece sexualmente é estruturado e organizado. Por
exemplo, eu iria pedir a uma submissa para ajoelhar-se
diante de mim e chupar o meu pau, ou eu pediria a ela para
remover a calcinha e curvar-se na borda da mesa, e a mulher
seria obedientemente, obedeceria minhas instruções e
receberia minhas punições, sessões de formação -. tudo tende
a fluir ao longo de linhas organizadas.
— Achei que a melhor maneira de demonstrar a
Caroline que ela era desejável era jogar o livro de regras fora
de vez em quando, e simplesmente agir espontaneamente.

— Mas não porque você se sentia espontâneo?

— Não. É assim que eu sempre permaneço no controle.


Agi espontâneo pelo amor de Caroline.

Leticia escrevia tudo, mas eu podia ver que ela não


entendia. Era como se eu estivesse falando Inglês para um
estrangeiro.

— Uma das minhas regras permanentes para


submissas é que elas não estão autorizadas a usar calcinhas
quando estão em casa, nem lhes é permitido usar um sutiã.
Sob suas roupas têm de permanecer nuas e disponíveis, e
sua buceta deve ser sempre raspada — , eu expliquei. —
Cada Mestre que você conversar vai ter regras diferentes.
Essas são algumas das minhas.

— Posso perguntar que raciocínio está por trás de suas


regras?

Eu sorri. — Antecipação— , eu disse a palavra mágica


— , mas também porque eu gosto das minhas submissas se
sintam expostas e acessíveis. Fazê-lss ficar sem calcinha, dá-
lhes a sensação de que a qualquer momento, os seus corpos
podem ser usados para dar prazer.
Leticia se inclinou sobre o seu bloco de notas por um
momento e eu esperei pacientemente até que ela estava
prestando atenção de novo, pronto para ir em frente.

— Assim, sempre que Caroline estava por perto, ela


estava sempre disponível para mim. Uma tarde, eu estava em
meu escritório. A porta estava aberta.

Caroline tinha acabado de voltar da academia local. Ela


passou por minha porta e olhou para dentro. Ela me viu na
minha mesa e parou. Ela estava suanda. Seu rosto estava
vermelho com o esforço, e sua pele brilhava com um brilho
saudável. Ela baixou a cabeça e ficou perfeitamente imóvel
enquanto meus olhos percorriam seu corpo. Ela estava
usando um sutiã esportivo sob sua blusa e essas coisas
apertadas collant preto que as mulheres usam quando fazem
exercícios. As roupas abraçavam sua figura como uma
segunda pele.

— Perguntei a ela onde ela estava indo. Ela me disse


que precisava de um banho. Eu disse para ela ser rápida.
Que eu tinha uso para ela.

— Eu ouvi Caroline descendo o hall, e depois de alguns


instantes depois, ouvi o silvo do chuveiro Esperei cinco
minutos e, em seguida, levantei-me da minha mesa. O
trabalho podia esperar, fui ao banheiro e abri a porta, nuvens
de vapor rodavam no ar. Empurrei a porta, entrei e depois ela
se fechou atrás de mim.
Atrás do vidro translúcido do chuveiro eu podia ver
Caroline como uma silhueta borrada.

— Ela me viu em pé, olhando para ela. Disse-lhe para


desligar o chuveiro. Disse-lhe que a queria logo de seguida.
Disse-lhe que não podia esperar nem mesmo um minuto.

— Ela veio do chuveiro toda brilhante e úmida, seu


cabelo caindo pelas costas, seu corpo limpo e brilhante.

— Eu cheguei até ela. Um grunhido primitivo possessivo


saiu da minha garganta e os olhos de Caroline se arregalaram
Para um alarme instantâneo registrado em sua expressão -.
Mas não com a preocupação com a segurança dela, era um
olhar cru, instintivo... Um olhar de caçador...

— Agarrei-lhe o braço e segurei-o nas costas. Caroline


engasgou. Puxei seu corpo de volta contra o meu para que ela
pudesse sentir a dureza do meu pau através das minhas
calças. Enrolei minha mão firmemente em torno de sua
garganta e eu falei em seu ouvido.

— O que você disse?— Letícia perguntou com súbito


interesse.

— Disse-lhe que queria a sua buceta. Disse-lhe que a


visão dela, e o pensamento de seu corpo curvado e apertado à
minha frente, tinha acendido a minha necessidade. Disse-lhe
que a maneira como ela andava era sexo puro em movimento,
e que eu tinha que tê-la. Eu não podia esperar.

— Mas você poderia ter, certo?


— Claro!— , Eu disse.

— Não faria diferença para mim se eu levasse Caroline


no banheiro, na sala de jogo, ou no quarto. Mas importava
para ela. Não só isso, a maneira que eu a levava importava.
Eu queria que ela sentisse como ela era incrível, que ela me
transformou em tanta coisa que eu não podia negar meus
instintos. Eu queria que ela se sentisse devastada, desejada e
cobiçada, é assim que eu guardei tudo sob controle, Leticia. É
assim que as minhas submissas ficam sempre seguras e
cuidadas - porque até mesmo a maioria dos momentos
espontâneos foram planeadosa - mesmo que as mulheres
nunca percebam isso.

Letícia estava sorrindo secretamente para si mesma


enquanto ela fazia anotações. Ela olhou para mim de novo e
jogou a cabeça para sacudir o cabelo de seus olhos. — Você é
muito inteligente, Jonas— , disse ela simplesmente. — Você
pensou isso tudo, não é?

Eu dispenso seu elogio e encolho os ombros. — Eu


odeio surpresas— , eu disse. — E eu gosto de estar no
controle.

— Você sente que o sexo no banheiro naquele dia foi


diferente por causa da maneira como ele ocorreu?

— Absolutamente— , eu disse. — Ele não alterou a


intensidade do meu orgasmo, ou alterou a experiência para
mim, mas inclinou o mundo de Caroline um pouco fora de
seu eixo. Levantei-a sobre a penteadeira de mármore, e
arrastei-a para a frente até que ela estava na beira. Ela
recostou-se contra o vidro frio do grande espelho do banheiro
e peguei as suas pernas para cima e as mantive abertas com
as mãos sob seus joelhos. Eu disse a ela para abrir minhas
calças. Ela desabotoou o cinto e puxou meu pau para fora
através da abertura na minha roupa. Ela fez um som trêmulo
na parte traseira de sua garganta e, em seguida, gemeu
baixinho. Meu pau estava duro e quente, muito grosso para
os seus dedos envolverem completamente. Ela acariciou-me e
eu cerrei os músculos, sentindo meu comprimento saltar e
inchar em sua mão. Caroline me guiou para ela - ela estava
molhada e devassa com sua própria excitação, e eu peguei-
me em meus dedos e deslizei por todo o caminho dentro dela
em um único impulso poderoso. Caroline balançou a cabeça
de um lado para o outro e eu empurrei meus quadris com
força contra seu corpo. Ela jogou os braços ao redor do meu
pescoço e se agarrou a mim como se estivéssemos montando
uma tempestade selvagem. Ela gritou, e seu corpo avançou
contra o meu. Senti-a esfregar duro seus mamilos contra o
meu peito, mordi seu pescoço e rosnei.

— O som de nossos corpos batendo juntos era alto


acima do ruído dos nossos suspiros irregulares Foi intenso e
explosivo. Um momento cheio de luxúria crua que era mais
do que apenas sexo.

— Nós viemos juntos. Senti-me liberar dentro dela e um


instante depois, o corpo de Caroline parecia elevar e ondular.
Ela gemeu, e todo o ar pareceu ser sugado de seus pulmões.
Sua boca se abriu em 'O' quando o orgasmo a dominou.

Esfreguei os olhos e bocejei. De repente eu estava muito


cansado.

— Todo homem deve fazer um esforço, ocasionalmente,


para lançar o livro de regras— , eu disse. — Não importa se o
relacionamento é BDSM ou baunilha - cada homem deve sair
do seu caminho para tornar a mulher seu mundo, a fazer
sentir desejada e querida. Vale a pena o esforço e
planejamento para aparecer ocasionalmente espontânea.

Joguei essas palavras contraditórias de volta na minha


cabeça para me certificar se a frase fazia sentido. Leticia fez o
mesmo. Vi-a lendo passagem novamente para si mesma e
depois acenando.

— Isso é uma pequena jóia de sabedoria sobre


relacionamentos no grande livro de regras Jonas Noble?— ,
ela perguntou, brincando.

Eu balancei a cabeça. — Página dezesseis.

Por um longo tempo eu vaguei sem descanso nas


sombras, procurando através de minhas memórias e
descartando cada um até que eu percebi que eu tinha dito o
suficiente. Não havia nada mais a dizer.

Minha história havia sido contada.

Fechei os olhos e suspirei, e não com qualquer grande


alívio, mas com um sentido de finalidade. E então Leticia
perguntou a pergunta que eu tinha evitado por tanto
tempo...

— O que aconteceu com Caroline, há seis meses,


Jonas?— Perguntou Letícia. — Por que terminou o seu
relacionamento?

Eu congelei.

O sorriso deslizou do meu rosto, e eu senti o gelo se


propagando lentamente em minhas veias. — Eu decidi
terminar o treinamento de Caroline,— eu disse com a voz
rouca. — Foi melhor assim.

— Você pode me dizer o por quê?

— Não. — Eu disse.

Leticia viu o olhar nos meus olhos, e sentia que havia


escuridão e desespero abaixo da superfície. — Você não quer
falar sobre isso?

— Eu não vou falar sobre isso— , disse eu friamente. —


É a única pergunta que eu não vou responder.

A atmosfera na sala virou de frágil para fria - o ar entre


nós parecia de repente crepitar. Andei nas sombras além do
alcance da luz de lâmpada por longos minutos até que eu
senti o escoar da tensão dos meus ombros e meu humor
escuro lentamente se afastou. — Mais Alguma pergunta?

Leticia limpou a garganta, talvez assustada e cautelosa


com a minha reação abrupta. Sua hesitação se arrastou por
longos momentos.
— Pergunte,— eu exigi. Eu vi-a vacilar e, em seguida,
acenar com a cabeça.

— Você tem fotos das mulheres que temos falado?— As


palavras saíram em uma corrida sem fôlego.

Eu tive que pensar. — Não Claire— , eu disse


enfaticamente. Era a verdade. — Talvez Sherry e
definitivamente tenho algumas de Caroline. Porquê?

Letícia deu de ombros. — Eu gostaria de vê-las. Eu


gostaria de colocar rostos nos nomes dessas mulheres que
tiveram tal efeito sobre a sua vida.

Senti-me endurecer. — Letícia, a privacidade destas


senhoras estará protegida a todo o custo — , a borda dura
retornou a minha voz. — As fotos delas não serão usadas em
seu artigo.

Ela balançou a cabeça. — Oh, eu entendo , Jonah. Eu


não as quero para publicação. Eu nunca faria isso. Eu só
queria ver as pessoas que eu estava escrevendo.

Eu relaxei um pouco, balançei a cabeça lentamente. —


Eu acho que posso encontrar algumas para você.

— E seu pai?

Eu fiz uma careta. — Letícia, você deve ter um milhão


de fotos de meu pai em seus arquivos de jornal.

Ela assentiu com a cabeça. — Sim, mas eu estava


esperando que você me desse uma de você e ele juntos. Uma
foto privada de família que você poderia liberar para
publicação, Jonas, que teve influência sobre o homem que é
hoje.

Eu hesitei, e então suspirei. — Quando você quer?

— O mais cedo possível. Eu poderia passar por aqui e


pegá-los na parte da manhã?

— Claro, mas só a minha foto e do meu pai será usada


em conjunto com o artigo. De acordo?

Ela estendeu a mão e apertou. Ela estava sorrindo. —


De acordo— , disse ela.

Saí para a noite quente, e fiquei na calçada por longos


segundos, sentindo-me subitamente perdido. Ela tinha
acabado. A entrevista terminou, e com ela foi o meu motivo
para o tempo de compartilhar com Letícia.

Eu me perguntava se algum dia a veria novamente


depois de ela ir a minha casa amanhã.
Capitulo Dezenove
Desci as escadas com um humor sombrio e vazio. Meus
passos pareciam vazios, e havia uma dor incômoda de
remorso por trás dos meus olhos - um sentimento de perda
que parecia me assombrar como uma sombra. A manhã
estava brilhante e ensolarada. Eu podia ouvir a Sra. Hortez
na cozinha terminando com a louça do café. Eu caminhei
preguiçosamente pela casa como se eu fosse um estranho -
como se todo o propósito e energia havia sido drenado.
Flashes brilhantes de luz solar lançava através das janelas,
manchas de pintura no chão. Caminhei pelo corredor em
direção à parte de trás da casa e abri a porta.

Ela estava esperando por mim. Ela virou-se com um


sorriso de expectativa no rosto.

A luz solar da manhã entrava pelas grandes janelas,


mas, apesar disso, o quarto de Trigg parecia de alguma
forma, mais frio do que o resto da casa.

Eu não disse nada. Eu estava na porta por longos


segundos e, em seguida, deitei-me e estendi-me em sua
grande cama. Olhei para o teto, consciente de que estava à
deriva em torno da sala na beira da minha visão. Ela estava
cantarolando baixinho para si mesma.

— Que horas são?— Eu perguntei em voz baixa.

— Só depois de dez— , Trigg respondeu em um


sussurro.

— Leticia estará aqui em breve— , disse eu. —


Precisamos ser rápidos. Eu não quero que ela nos veja
juntos. Que você quer de mim?

Ela veio para o lado da cama e se inclinou sobre mim.


Ela estava sorrindo. Ela afastou o cabelo do meu rosto. Seus
olhos eram grandes e brilhantes.

— Há muito tempo, Jonas,— ela disse suavemente. —


Eu só quero que você relaxe. Não pense em Leticia. Tente
limpar sua mente. Há algumas coisas que eu preciso que
você veja. Só vai levar um minuto.
Ouvi Trigg caminhar lentamente em direção à porta e
fechá-la. Quando ela voltou para o lado da cama, ela estava
segurando um envelope para mim, agarrou em seus longos
dedos delicados. Ela colocou-o no meu peito e ficou
esperando.

— É apenas alguns relatórios padrão— , disse ela.

— Boas ou más notícias?— Eu perguntei, impaciente.


Eu estava ansioso para estar longe de seu quarto.

— Boas. Nada mudou...

Peguei o envelope e, quando o fiz, eu virei minha cabeça


um pouco e tive um vislumbre do relógio de pulso de Trigg.
Por um instante nada fazia sentido e, em seguida, eu fiz uma
careta de repente e sentei-me em alarme. Uma adaga gelada
de medo esfaqueou o meu coração. Senti o sangue escorrer
do meu rosto.

— Jesus!

Era 10h35.

Eu joguei o envelope fechado para baixo e balancei os


pés para fora da cama. Atirei a Trigg um olhar venenoso. Ela
recuou para longe de mim. Estendi a mão para a porta,
quando a enormidade de sua sabotagem e traição,
finalmente, começou a dominar-me. Eu joguei a porta aberta,
e parti para a sala com um sentimento crescente de
indignação.

Ouvi barulho.
A porta da frente bateu.

Eu girei em direção ao som.

Letícia estava de pé no foyer. Ela estava sorrindo


brilhantemente.

Ela me viu. Ela franziu o cenho. Ela balançou a cabeça


lentamente, como se nada fizesse sentido.

Então ela viu Trigg na porta de seu quarto. Os olhos de


Leticia arregalaram-se e sua boca abriu-se como se estivesse
em uma terrível agonia.

Olhei para trás por cima do meu ombro. Trigg estava


olhando por mim para Letícia. Trigg tinha um sorriso
complacente possessivo em seu rosto. Fechei meus olhos com
os dela e sua expressão mudou, queimando com malevolência
vingativa. Durou apenas um segundo - tão fugaz que, talvez,
ele poderia nunca ter sido sequer - se eu não tivesse visto
isso por mim mesmo.

— Eu tive que..., — disse Trigg. — Eu não podia deixar


isso continuar, Jonah.

Fúria me cegou. Eu podia ouvir a batida do meu sangue


batendo em minhas têmporas.

No momento em que me virei, a expressão de Leticia


parecia ter desmoronado.

— Você está dormindo com Trigg?


Fui até ela com urgência. — Deus Leticia!, Deixe-me
explicar.— Estendi a mão para ela. Ela olhou como se ela
não me reconhecesse. Peguei-a pelo braço, e de repente, ela
voou para mim, chorando em desespero, com os braços
agitados para que as unhas arrancassem linhas sangrentas
no meu rosto e em meu nariz.

— Eu te odeio!— ela gritou. — Você mentiu para mim.


Foi tudo uma mentira!— Ela arranhou os meus olhos,
viciosos e feridos. Eu balancei minha cabeça para o lado e,
em seguida, prendi seus pulsos.

— Você me disse que não poderia haver futuro um


futuro entre nós, Jonah. Você me disse isso. E agora eu acho
que é porque você está com Trigg. Porque você não me
disse?— ela gemeu. Havia dor inconsolável em seu rosto. —
Por que você apenas não me disse que estava apaixonado por
ela?

Ela lutou e atacou-me. Eu passei meus braços em volta


da cintura e coloquei-a contra mim. Eu podia sentir a tensão
inflexível rígida em seu corpo, e ver seu rosto liso com
lágrimas.

Olhei por cima de sua cabeça e lancei um olhar


fulminante para Trigg.

— Você chama isso de ética?

— Não. Eu o chamo de moral,— a voz de Trigg estava


implorando. — Eu tinha que fazer isso, Jonah. Isso já foi
longe demais. Você não vê isso?
Eu rosnei para ela, ardendo de raiva. — Saia daqui!—
Eu gritei. — Caia fora desta casa, Trigg, e nunca mais volte!

Trigg estava com os pés presos ao chão. Ela torceu as


mãos e depois, lentamente, começou a tremer. Lágrimas
brotaram dos olhos dela, e, em seguida, todo o seu corpo
começou a tremer.

Eu agarrei os braços de Leticia, colocando-os para os


lados dela e segurei-a para longe de mim.

— Não é o que parece, Leticia,— eu disse, falei


apressadamente. Ela não olhava para mim. Ela estava
chorando como se seu coração partido nunca se consertaria.
Lágrimas escorriam pelo seu rosto e escorria de seu queixo. A
sacudi de novo e gritei. — Não é o que parece! Trigg não é
minha amante. Ela é a minha médica.

A palavra ecoou no silêncio, parecendo flutuar no ar por


longos segundos terríveis.

— Trigg é a minha médica— , eu disse de novo, desta


vez mais suave, desta vez com a minha voz rouca pela
emoção. — Ela tem vivido aqui durante os últimos seis meses
- porque eu estou morrendo.

Leticia congelou, e depois vacilou. Ela estava


subitamente suave dentro de meus braços. Sua indignação se
voltou lentamente para confusão, choque e, finalmente, seu
rosto era uma máscara terrível da tragédia. Ela balançou a
cabeça lentamente, incrédula. Eu balancei a cabeça
tristemente.
— Não...— Leticia gemeu. Ela se virou para Trigg.

— Ele tem um ano, talvez dois— , disse Trigg


suavemente.

— Tem certeza?

Trigg piscou. — Nada pode estar certo ...

Eu soltei os braços de Leticia. Ela balançou em seus


pés, cambaleando. Eu toquei levemente no lado da minha
cabeça. — Eu tenho um tumor — , eu disse. — É inoperável
— , e minha voz ficou embargada. Abri os braços e ela entrou
neles, e eu segurei-a com força contra meu peito. Nos
agarramos um ao outro como duas pessoas se afogando em
uma tempestade. — É a única coisa que nos separava,
Leticia, eu juro para você — , eu murmurei. — Eu queria
tanto te amar … — e então havia apenas o som de seu choro
por muito tempo, enquanto eu a segurava e balançamos
suavemente juntos.

Meu desespero veio em ondas implacáveis, batendo em


mim, e então se afastando, até que, finalmente, eu quebrei o
nosso abraço e olhei nos olhos de Letícia.

— É a resposta para a pergunta que você fez ontem à


noite,— eu disse suavemente. — É a razão pela qual a minha
relação com Caroline terminou. Quando eu descobri que eu
estava morrendo, enviei-a para longe. E é a mesma razão que
eu lutei tanto para mantê-la longe.
Por um longo tempo ficamos em silêncio total. Levei
alguns minutos para deixar de lado a dor das feridas não
cicatrizadas, e terrível tristeza. Eu vi as imagens do rosto de
Caroline de novo, a angústia em seus traços, as lágrimas que
pareciam afogá-la...

Às vezes fazer a coisa certa pode nos fazer sentir muito


mal.

Olhei para o teto, então fechei os olhos e respirei fundo.

Eu abri meus olhos novamente, e viu a mesma agonia


no rosto desta jovem mulher. A dor que eu tinha tentado tão
duro manter em segredo e evitar se rasgou em suas feições.

— Tenho tido enxaquecas durante o ano passado, e


momentos em que eu esqueço o que eu estou falando — , eu
expliquei calmamente. — Então, seis meses atrás eu tive uma
convulsão, Leticia. É por isso que Trigg está me monitorando.
Ela está vindo a acompanhar a minha medicação, e vai
comigo para o hospital para a ressonância magnética.— Fiz
uma corajosa tentativa de sorrir, mas escorregou do meu
rosto. — E é por isso que eu queria que você escrevesse a
minha história, e por isso tinha que ser feito agora. Porque eu
não sei quanto tempo mais eu tenho para viver.

— Não há uma operação?— Perguntou Letícia. Ela


estava chorando, e seus lábios tremiam com a força de seu
apelo.

Eu balancei minha cabeça. — Não há nenhuma


operação. Trigg está aqui desde que enviei Caroline distância.
Ela está monitorando o crescimento do tumor. Não há nada
que pode ser feito.

Leticia balançou a cabeça com desafio súbita e


descrença. — Então você está desistindo de vida?— ela
parecia chocado.

— Não!— , Eu disse. . — Eu vou lutar por isso, Leticia


Eu vou lutar com toda a energia e determinação eu vou lutar
até a morte. Mas é a minha luta é a minha guerra e eu não
vou ter seu coração partido como dano colateral.

— Então você vai morrer sozinho?

— Eu vou morrer lutando. Sozinho.

— Jonas, porém, eu posso...

Eu balancei minha cabeça. — Não.

Ela lutou em meus braços. — Mas eu quero.

— Não. Leticia, por favor. Basta me deixar. Vá agora.


Saia por aquela porta, publica o seu artigo de jornal e me
esqueça.

Eu a deixo ir. Meus braços cairam pesadamente ao meu


lado. Ela ficou ali por longos momentos de agonia arrancadas
aos pedaços.

— Por favor ...— Eu disse.

Leticia virou para a porta. Ela moveu-se em transe.


Seus pés arrastaram através dos azulejos frios. Observei-a
descer os degraus. Eu pisquei. Senti as lágrimas escaldantes
em meus olhos e minha determinação vacilou. Senti uma
grande desolação esmagar para baixo em cima de mim, eu
queria gritar com ela na minha angústia para ela voltar.

Mas eu não podia.

Ela ficou ao lado de seu carro e, em seguida, quebrou


soluçando. Todo o seu corpo tremia, como se a dor fosse
esmagá-la. Seus ombros caíram, e ela deu um gemido baixo
de tal desespero e quebrou em agonia que eu senti a dor crua
profundo do meu coração partido por ela.

Fechei a porta devagar, e meu mundo ficou escuro e


frio.

*****************

Essa é a minha história até agora.

Quando eu sento aqui na minha mesa e escrevo essas


palavras, a chuva está caindo fora da minha janela. Já se
passaram 27 dias desde aquela terrível manhã, quando eu
disse adeus a Letícia, e parece que tem chovido todos os dias.

O artigo foi publicado em três partes, e alguns dos


maiores jornais de todo o país pegou a história. Estou feliz
com isso.

E eu tenho um novo médico. Ele é um cara mais velho.


Ele parece um pouco com Robert De Niro. Ele é otimista, e
otimismo é uma boa qualidade para se ter em um médico
quando você está enfrentando a morte.
Eu não sei o que está por vir. Eu não sei o que o futuro
nos reserva, ou mesmo quanto futuro eu terei.

Mas eu estou sozinho, e eu estou desesperadamente


solitário.

Eu sinto falta de Leticia. Eu tinha esperado toda a


minha vida para encontrar a garota - e ela veio tarde demais
para me amar.

Continua ...

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