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SUPER REVISÃO DE OBRAS LITERÁRIAS a) Refere-se aos migrantes nordestinos que, revoltados,

PROF. MARCO ANTONIO MENDONÇA lutam contra o sistema latifundiário que oprime o
MORTE E VIDA SEVERINA – JOÃO CABRAL DE MELO NETO camponês.
(PÓS-MODERNISMO) b) Pode ser sinônimo de vida árida, estéril, carente de bens
materiais e de afetividade.
01. (ENEM - 1999) Leia o que disse João Cabral de Melo c) Designa a vida e a morte dos retirantes que a seca
Neto, poeta pernambucano, sobre a função de seus textos: escorraça do sertão e o latifúndio escorraça da terra.
"Falo somente com o que falo: a linguagem enxuta, contato d) Qualifica a existência negada, a vida daqueles seres
denso; Falo somente do que falo: a vida seca, áspera e clara marginalizados determinada pela morte.
do sertão; Falo somente por quem falo: o homem sertanejo e) Dá nome à vida de homens anônimos, que se repetem
sobrevivendo na adversidade e na míngua. Falo somente física e espiritualmente, sem condições concretas de
para quem falo: para os que precisam ser alertados para a mudança.
situação da miséria no Nordeste."
Para João Cabral de Melo Neto, no texto literário, 05. (U.F. Ouro Preto) Sobre Morte e vida Severina é
a) A linguagem do texto deve refletir o tema, e a fala do incorreto afirmar:
autor deve denunciar o fato social para determinados a) O auto utiliza-se de uma linguagem grandiosa, de tom
leitores. eufórico, para exaltar a capacidade de resistência do
b) A linguagem do texto não deve ter relação com o tema, e nordestino que a todas as privações resiste sem sucumbir.
o autor deve ser imparcial para que seu texto seja lido. O nordestino é visto aqui sobretudo como um forte e é
c) O escritor deve saber separar a linguagem do tema e a justamente esta sua qualidade que o texto de João Cabral
perspectiva pessoal da perspectiva do leitor. celebra.
d) A linguagem pode ser separada do tema, e o escritor b) Severino retirante, em sua viagem, encontra sempre à
deve ser o delator do fato social para todos os leitores. morte, até que, já em Recife, chega-lhe a notícia do
e) A linguagem está além do tema, e o fato social deve ser a nascimento de um menino, signo de que ainda resiste à
proposta do escritor para convencer o leitor. constante negação da existência "severina".
c) Os versos breves e concisos de Morte e vida Severina
02. (UEL-PR) No poema Morte e vida severina, podem-se acentuam o que tematicamente o poema enfoca: o
reconhecer as seguintes características da poesia de João sufocamento das "vidas severinas", confinadas no
Cabral de Melo Neto: horizonte estreito da vivência nordestina.
a) sátira aos coronéis do Nordeste e versos inflamados. d) O auto realiza uma personalização dramática de um
b) experimentalismo concretista e temática urbana. sujeito coletivo: os "severinos" que a seca escorraça do
c) memorialismo nostálgico e estilo oral. sertão e que o latifúndio escorraça da terra.
d) personagens da seca e linguagem disciplinada. e) Pela fala final do mestre carpina, Seu José, o auto parece
e) descrição da paisagem e intenso subjetivismo. sugerir que a "severinidade" não é condição, mas estado,
não é permanente nem intrínseca ao sujeito e, portanto,
03. (FUVEST-SP) É correto afirmar que no poema dramático pode ser transformada.
Morte e vida severina, de João Cabral de Melo Neto:
a) a sucessão de frustrações vividas por Severino faz dele 06. (UEL-PR) Morte e vida Severina, de João Cabral de Melo
um exemplo típico de heroi moderno, cuja tragicidade se Neto, identifica-se como:
expressa na rejeição à cultura a que pertence. a) uma obra que, refletindo inovações e experimentações
b) a cena inicial e a final dialogam de modo a indicar que, linguísticas do autor, torna tênues as barreiras entre a
no retorno à terra de origem, o retirante estará munido das prosa e poesia.
convicções religiosas que adquiriu com o mestre carpina. b) um auto que explora a temática do nascimento como
c) o destino que as ciganas preveem para o recém-nascido signo do ressurgir da esperança.
é o mesmo que Severino já cumprira ao longo de sua vida, c) um auto de Natal que rememora a visita dos reis Magos e
marcada pela seca, pela falta de trabalho e pela retirada. pastores ao Deus Menino.
d) o poeta buscou exprimir um aspecto da vida nordestina d) um poema que encerra uma síntese das propostas
no estilo dos autos medievais, valendo-se da retórica e da vanguardistas contidas na obra geral do autor.
moralidade religiosa que os caracterizavam. e) um conto cujo interesse se centraliza na preocupação do
e) o "auto de natal" acaba por definir-se não exatamente autor como problema da seca no Nordeste.
num sentido religioso, mas enquanto reconhecimento da
força afirmativa e renovadora que está na própria natureza. 07. (UCS) Em Morte e Vida Severina, João Cabral de Melo
Neto produz uma poesia voltada para a crítica social,
04. (UFMG) Sobre o adjetivo severina, da expressão Morte caracterizando a tendência neorrealista do Modernismo.
e vida severina que intitula a peça de João Cabral de Melo Em relação a essa obra, considere as seguintes afirmações.
Neto, todas as afirmativas estão certas, exceto: I. No início, o retirante se apresenta, explicando seu nome e
sobrenome a partir da origem de sua família de imigrantes.
II. O retirante Severino, protagonista do poema, depara-se a) O auto de João Cabral foi concluído em 1955, tempo em
várias vezes com a morte. Esses encontros sugerem a que ainda se iluminavam as casas com lamparinas, e, nessa
fragilidade da vida no Nordeste. situação, a percepção que Severino tem dos lugares que
III. Essa obra, classificada como auto de Natal conhece é prejudicada pelas limitações da época e por sua
Pernambucano, apresenta uma linguagem substantiva, própria ignorância.
sintética e objetiva. b) A comparação de Recife com a “derradeira ave-maria/
Das afirmativas acima, pode-se dizer que: do rosário”, assim como as várias rezas que Severino
a) apenas I está correta. testemunha ao longo da viagem, mostra a presença
b) apenas II está correta. constante da religiosidade como um fator de atraso na vida
c) apenas I e III estão corretas. dos nordestinos.
d) apenas II e III estão corretas. c) Ao final, fica claro para o leitor que a vida no Recife
e) I, II e III estão corretas. também seria semelhante à das regiões menos
desenvolvidas da Caatinga, do Agreste e da Zona da Mata,
08. (FAMERP) “É fato sabido que a trajetória de João Cabral porque a pobreza não é causada pelas condições naturais,
começa num surrealismo despojado da escrita automática, mas por uma estrutura social excludente.
passa pelo ardor da construção e da lucidez, discute a d) O empenho social de João Cabral de Melo Neto é o de
pureza e a decantação da poesia antilírica e, descartando a sugerir aos retirantes que não saiam de sua terra, visto que,
desconfiança (então em moda) quanto à possibilidade de sem preparo, eles enfrentam dificuldades enormes no
dizer o mundo e os seus conflitos, assume, de Morte e vida Recife, valendo mais a pena procurar desenvolver sua
severina em diante, o lado sujo da miséria do Nordeste.” própria região.
(Modesto Carone. “Severinos e comendadores”. In: Roberto Schwarz (org). e) Ao chegar ao Recife, Severino ouve uma longa conversa
Os pobres na literatura brasileira, 1983.)
entre dois coveiros e, percebendo que sua viagem havia
Conforme o comentário de Modesto Carone, João Cabral:
sido inútil, entende a conversa como uma sugestão e se
a) afastou-se da poesia antilírica, por considerá-la impura e
suicida, atirando-se no rio Capibaribe.
decantada.
b) praticou o que a crítica literária chama, hoje, de “poesia
10. (FAMERP) “É fato sabido que a trajetória de João Cabral
suja”.
começa num surrealismo despojado da escrita automática,
c) explorou, ao longo da fase inicial de sua poesia, a escrita
passa pelo ardor da construção e da lucidez, discute a
automática.
pureza e a decantação da poesia antilírica e, descartando a
d) duvidou da poesia engajada, notadamente depois de
desconfiança (então em moda) quanto à possibilidade de
Morte e vida severina.
dizer o mundo e os seus conflitos, assume, de Morte e vida
e) ignorou a desconfiança que foi moda em relação à poesia
severina em diante, o lado sujo da miséria do Nordeste.”
de crítica social. (Modesto Carone. “Severinos e comendadores”. In: Roberto Schwarz (org).
Os pobres na literatura brasileira, 1983.)
09. (UFPR) Em Morte e vida severina, Severino é um Segundo Modesto Carone, o trecho que melhor ilustra a
retirante que sai do interior com a intenção de chegar ao última fase da poesia de João Cabral é:
litoral, à cidade do Recife. Quando atinge a Zona da Mata, a) Cedo aprenderá a caçar:/primeiro, com as galinhas,/que
última região antes da chegada ao Recife, diz ele: é catando pelo chão/tudo o que cheira a comida/depois,
“– Nunca esperei muita coisa,/Digo a Vossas Senhorias./O aprenderá com/outras espécies de bichos:/com os porcos
que me fez retirar/Não foi a grande cobiça;/O que apenas nos monturos,/com os cachorros no lixo.
busquei/Foi defender minha vida/Da tal velhice que b) Sobre o lado ímpar da memória/o anjo da guarda
chega/Antes de se inteirar trinta;/Se na serra vivi vinte,/Se esqueceu/perguntas que não se respondem.
alcancei lá tal medida,/O que pensei, retirando,/Foi c) Com peixes e cavalos sonâmbulos/pintas a obscura
estendê-la um pouco ainda./Mas não senti diferença/Entre metafísica/do limbo.
o Agreste e a Caatinga,/E entre a Caatinga e aqui a Mata/A d) Ó face sonhada/de um silêncio de lua,/na noite da
diferença é a mais mínima./Está apenas em que a terra/É lâmpada/pressinto a tua.
por aqui mais macia;/Está apenas no pavio,/Ou melhor, na e) As nuvens são cabelos/crescendo como rios;/são os
lamparina:/Pois é igual o querosene/Que em toda parte gestos brancos/da cantora muda;
ilumina,/E quer nesta terra gorda/Quer na serra, de
caliça,/A vida arde sempre/Com a mesma chama 11. (UFAC) Tomando a leitura e a interpretação dos
mortiça.[…] Sim, o melhor é apressar/O fim dessa fragmentos abaixo, e também as características da poesia
ladainha,/Fim do rosário de nomes/Que a linha do rio modernista da Geração de 45, da qual João Cabral de Melo
enfia;/É chegar logo ao Recife,/Derradeira ave-maria/Do Neto é um dos expoentes, podemos dizer que entre as
rosário, derradeira/Invocação da ladainha,/Recife, onde o afirmações:
rio some/E esta minha viagem se finda”.(MELLO NETO, João “– O meu nome é Severino,/Como não tenho outro de
Cabral de. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994, p. 186-187.) pia./Como há muitos Severinos,/Que é santo de
Considerando o trecho acima e a leitura integral do auto romaria,/Deram então de me chamar/Severino de
de João Cabral de Melo Neto, assinale a alternativa correta. Maria/Como há muitos Severinos/Com mães chamadas
Maria,/Fiquei sendo o da Maria/Do finado Zacarias [...] largo nem fundo,/É a parte que te cabe/Neste latifúndio.//–
Somos muitos Severinos/Iguais em tudo na vida:/Na mesma Não é cova grande./É cova medida,/É a terra que
cabeça grande/Que a custo é que se equilibra,/No mesmo querias/Ver dividida.(...)– Viverás, e para sempre/Na terra
ventre crescido/Sobre as mesmas pernas finas/E iguais que aqui aforas:/E terás enfim tua roça.(...)”
também porque o sangue,/Que usamos tem pouca tinta a) à morte, que a todos atinge de forma indistinta.
[...]” Disponível em: http://www.culturabrasil.pro.br/joaocabral b)aos problemas que envolvem a distribuição de terras no
demelonetoo.html. Brasil.
I. A poesia de 45 caracteriza-se pela renovação estética. c) à política que visa diminuir as distâncias entre ricos e
II. O poema Morte e vida severina desenvolve temas pobres.
relacionados ao social, à moral e ao político. d) ao direito de propriedade, consagrado na Constituição.
III. Embora o poema Morte e vida severina seja um auto de e) aos resultados positivos do programa de reforma agrária.
Natal de tradição ibérica, a métrica de seus versos não
segue o modelo da tradição. 15. (UCS) Leia as afirmações em relação à obra Morte e vida
a) Somente a afirmação I está correta. severina, escrita por João Cabral de Melo Neto e assinale o
b) Somente a afirmação II está correta. que estiver correto.
c) Estão corretas as afirmações II e III. I. A peça teatral pode ser classificada como um auto de
d) As afirmações I e II estão corretas. natal pernambucano.
e) Somente a afirmação III está correta. II. A peça, ao contar a saga do nordestino, elege a forma
popular com versos curtos, comuns nos autos medievais.
12. (UFT) Considere as assertivas sobre o poema Morte e III. As únicas profissões possíveis de trabalhar, conforme o
vida severina, de João Cabral de Melo Neto e assinale: enredo, são aquelas ligadas à morte.
I. A elaboração estética aponta para um diálogo com a a) apenas I está correta.
literatura de cordel. b) apenas II está correta.
II. O poema apresenta, na sua conclusão, um olhar otimista c) apenas I e III estão corretas.
sobre a vida. d) apenas II e III estão corretas.
III. Não há presença, no poema, de elementos da cultura e) I, II e III estão corretas.
popular nem de rigor formal.
IV. A temática do poema de Morte e vida severina faz 16. (PUC-PR) Sobre “Morte e vida severina”, de João Cabral
referência a um único Severino. de Melo Neto, é incorreto afirmar:
a) Apenas I está correta. a) O nascimento de uma criança, no final do poema,
b) Apenas IV está correta. relativiza a ideia de que, no Nordeste, a morte sempre se
c) Apenas I e II estão corretas. sobrepõe à vida.
d) Apenas I e IV estão corretas. b) Escrito na década de 50, o poema tem sido adaptado
e) Todas as alternativas estão corretas. frequentemente para o teatro e a televisão, o que
contribuiu grandemente para sua popularização.
13. (UCS) Leia o fragmento de Morte e Vida Severina, de c) Trata-se de um poema dramático que tem como
João Cabral de Melo Neto e assinale o que for correto. subtítulo “Auto de Natal pernambucano”.
“– Essa cova em que estás,/Com palmos medida,/É a d) O contraste entre vida e morte ganha contornos
conta menor/Que tiraste em vida./– É de bom paradoxais quando, chegando ao Recife, Severino, em vez
tamanho,/Nem largo, nem fundo,/É a parte que te de se encantar com o rio que “não seca, vai toda vida”,
cabe/Deste latifúndio”. (MELO NETO, João Cabral de. Morte e vida pensa em suicidar-se em suas águas.
severina e outros poemas para vozes. 4. ed. Rio de Janeiro: Nova
e) No poema, o único espaço social em que ricos e pobres
Fronteira, 2000. p. 108.)
se igualam é o cemitério.
a) o autor, por meio dele, denuncia os profundos
problemas sociais que assolam o sudeste brasileiro.
17. (FUVEST) Em Morte e Vida Severina, no diálogo entre o
b) a imagem antitética que se estabelece entre cova e
retirante e a mulher na janela (a “rezadora titular”),
latifúndio sugere a exploração sofrida pelos nordestinos.
indicam-se vários motivos pelos quais Severino não
c) Severino simboliza todos os latifundiários que,
encontrará emprego no local a que chegara. Um desses
ciclicamente, abandonam suas terras por causa da seca.
motivos, de fato presente na obra citada, encontra-se em:
d) a companheira fiel e constante dos retirantes é a vida,
a) Ao homem rústico falta competência para enfrentar o
capaz de lhes dar a terra que lhes pertence.
meio agreste e desenvolver técnicas necessárias para fazê-
e) há uma nota de inconformismo no fragmento acima,
lo.
sintetizada no verso “é de bom tamanho”.
b) Os interesses da modernização financeira e industrial
tornam ainda mais difícil para o homem rústico a obtenção
14. (UFTM) Leia o trecho abaixo da obra Morte e vida
de emprego.
Severina, publicado em 1956, do poeta João Cabral de Melo
c) Por ser desprovido de cultura religiosa e de vínculos com
Neto (1920-1999). Neste trecho o poeta faz referência:
o Catolicismo, o sertanejo marginaliza-se ao chegar à Zona
“– Essa cova em que estás,/Com palmos medida,/É a cota
da Mata.
menor/Que tiraste em vida.//– é de bom tamanho,/Nem
d) A grande fragilidade física a que chegou o retirante II. Podemos dizer que o conteúdo é completamente
torna-o inapto para o trabalho pesado exigido na região. pessimista, considerando-se que a jornada é marcada pela
e) Tendo experiência apenas na criação de gado, o tragédia da seca, o que leva Severino à tentativa de
sertanejo encontra-se deslocado em meio à cultura da suicídio.
cana-de-açúcar. III. Mais do que a seca, as desigualdades sociais do
Nordeste são o tema da obra. Assinale a alternativa correta
18. (UEL) Em Morte e Vida Severina, de João Cabral de sobre as afirmações:
Melo Neto, a palavra “severino(a)” apresenta-se como a) Somente I e II estão corretas.
substantivo próprio, substantivo comum e adjetivo. Tal fato b) Somente I e III estão corretas.
ocorre porque, nessa obra, a palavra “severino(a)”: c) Somente II e III estão corretas.
a) Designa aquele que fala, além de outras personagens d) As três estão corretas.
que, em virtude das dificuldades impostas pela vida, e) As três estão incorretas.
caracterizam-se por assumir a disciplina como norma de
conduta. O termo qualifica a existência como permanente 21. (FUVEST) É correto afirmar que, em Morte e Vida
cuidado de não se expor a repreensões e censuras. Severina:
b) Designa a individualidade austera do protagonista e a a) A alternância das falas de ricos e de pobres, em
individualidade flexível de outros homens e mulheres contraste, imprime à dinâmica geral do poema o ritmo da
escorraçados do sertão pela seca. O termo qualifica a luta de classes.
existência como busca constante de superação das b) A visão do mar aberto, quando Severino finalmente
dificuldades. chega ao Recife, representa para o retirante a primeira
c) Designa o protagonista como ser inflexível, bem como afirmação da vida contra a morte.
outros retirantes que também se caracterizam pela rigidez c) O caráter de afirmação da vida, apesar de toda a miséria,
diante da vida. O termo qualifica a existência como comprova-se pela ausência da ideia de suicídio.
possibilidade de impor condições com rigor. d) As falas finais do retirante, após o nascimento de seu
d) Designa aquele que fala, além de outros homens e filho, configuram o “momento afirmativo”, por excelência,
mulheres que se caracterizam pelo rigor consigo mesmos e do poema.
com os outros. O termo qualifica a existência humana como e) A viagem do retirante, que atravessa ambientes menos e
marcada pela austeridade nas opiniões. mais hostis, mostra-lhe que a miséria é a mesma, apesar
e) Designa aquele que fala, o protagonista do auto, bem dessas variações do meio físico.
como os retirantes que, como ele, foram escorraçados do
sertão pela seca e da terra pelo latifúndio. O termo 22. (UFOP) A partir da leitura de Morte e vida severina, de
qualifica a existência como realidade dura, áspera. João Cabral de Melo Neto, é correto afirmar que:
a) trata-se de um texto exclusivamente narrativo, uma vez
19. Sobre Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo que traz o relato dos episódios de uma viagem da
Neto, é correto afirmar que personagem Severino do sertão até o mar.
a) narra as agruras por que passa uma família nordestina b) trata-se de um texto exclusivamente dramático, uma vez
composta por um vaqueiro despossuído, sua mulher e dois que é composto de falas das personagens, além de
meninos, acompanhados por uma cadela. comportar rubricas com marcações cênicas bastante
b) expõe as dificuldades por que passa o nordestino nítidas.
despossuído que migra do árido sertão, passa pelo agreste c) trata-se de um texto exclusivamente lírico, uma vez que
e chega aos alagados de Recife. apresenta o discurso individual de Severino, que fala de si
c) expõe a miséria e a insalubridade da vida nos morros de todo o tempo.
Salvador ao narrar a experiência de um sertanejo que se d) trata-se de um texto cuja classificação é de tragédia pura
adapta com dificuldades ao hostil ambiente urbano. e simples.
d) narra a experiência de um nordestino que, para e) trata-se de um texto cujo gênero é múltiplo, por não se
sobreviver no sertão dominado pelo coronelismo e pela prender exclusivamente a nenhum.
arbitrariedade, se converte em romeiro e pregador da
palavra divina. 23. Com relação à obra Morte e vida severina, assinale a
e) expõe os dilemas do nordestino pobre que, oprimido alternativa incorreta:
pelo chefe político do povoado, oscila entre tornar-se a) Quanto ao número de sílabas poéticas, o poeta deu
cangaceiro ou migrar para a cidade grande. preferência aos versos redondilhos maiores.
b) Quanto à estrutura, a obra é formada por monólogos e
20. (CEFET) Leia as seguintes afirmações sobre Morte e Vida diálogos, à maneira dos romanceiros medievais.
Severina: c) João Cabral optou por uma linguagem coloquial, já que
I. O nascimento do filho do compadre José é antagônico em os personagens são gente humilde e sem escolaridade.
relação aos outros fatos apresentados na obra, já que esses d) João Cabral sofreu influência dos autos pastoris de Juan
são marcados pela morte. Del Encina, teatrólogo espanhol que sucedeu Gil Vicente.
e) O personagem Severino, ao se despersonalizar, passa a sua caminhada.
representar o coletivo, isto é, os sertanejos desvalidos. c) expressa-se em linguagem figurada, o que dificulta ao
leitor o entendimento do texto.
24. (UNIOESTE) Em relação à peça Morte e Vida Severina, d) indica que o retirante se perdeu no emaranhado dos
de João Cabral de Melo Neto, todas as afirmativas abaixo caminhos porque abandonou deliberadamente o curso do
são válidas, EXCETO rio, seu guia natural.
a) O fato em Morte e Vida Severina que comprova o e) apresenta linguagem simples dominada pela
subtítulo “auto de Natal” do poema-peça é o nascimento objetividade da informação e desprovida de características
de um menino. poéticas.
b) Em Morte e Vida Severina, João Cabral de Melo Neto
apresenta uma atitude de resignação e conformismo ante 26. (UFPE) Sobre o poema de João Cabral, assinale a
as desgraças e desesperos dos muitos Severinos. alternativa incorreta.
c) O êxodo do sertão em busca do litoral não é uma solução “— Severino retirante,/Deixe agora que lhe diga:/Eu não
para o retirante, pois na cidade grande encontra sempre a sei bem a resposta/Da pergunta que fazia/Se não vale mais
mesma morte severina, como revelam os dois coveiros. saltar/Fora da ponte e da vida:/Nem conheço essa
d) Na cidade grande, quando não encontra uma morte resposta,/Se quer mesmo que lhe diga;/Ainda mais quando
severina, tem que levar uma vida severina, vivendo no meio ela é/Esta que vê, severina;/Mas se responder não pude/à
da lama, comendo os siris que apanha em mocambos pergunta que fazia,/Ela, a vida, a respondeu/Com sua
infectos. presença viva.” (MELO NETO, João Cabral de. Morte e vida severina.)
e) A problemática apresentada em Morte e Vida Severina é a) Escrito em versos, é um auto de Natal nordestino e tem
basicamente de caráter social e envolve a caótica e como personagem principal, Severino, um favelado
degradante situação do homem nordestino, vitimado pelas recifense, que quer saltar “fora da ponte e da vida”.
secas, pela fome e pela miséria. b) Os versos transcritos representam a voz de outro
personagem (seu José, o mestre Carpina), que dá a
25. (PUC-SP) Do trecho em questão, que integra o poema Severino alguma esperança.
MORTE E VIDA SEVERINA, de João Cabral de Melo Neto, c) “A vida a respondeu com sua presença viva” é alusão ao
pode-se afirmar que: filho recém-nascido de seu José.
“Antes de sair de casa/aprendi a ladainha/das vilas que d) A expressão severina (formada por derivação imprópria)
vou passar/na minha longa descida./Sei que há muitas vilas significa aqui, anônimo, igual aos demais, e realça a
grandes,/cidades que elas são ditas;/sei que há simples linguagem despojada do texto.
arruados,/sei que há vilas pequeninas,/todas formando um e) A poesia de Cabral é engajada com o seu meio, embora
rosário/cujas contas fossem vilas,/todas formando um contida, chegando a demonstrar desprezo pela confissão
rosário/de que a estrada fosse a linha./Devo rezar tal sentimental.
rosário/até o mar onde termina,/saltando de conta em
conta,/passando de vila em vila./Vejo agora: não é 27. (POLI) O trecho abaixo é um fragmento de Morte e vida
fácil/seguir essa ladainha;/entre uma conta e outra severina, poema escrito por João Cabral de Melo Neto. O
conta,/entre uma e outra ave-maria,/há certas paragens poema conta a história de Severino, um retirante que foge
brancas,/de planta e bicho vazias,/vazias até de donos,/e da seca, saindo dos confins da Paraíba para chegar ao litoral
onde o pé se descaminha./Não desejo emaranhar/o fio de de Pernambuco (Recife). Lá, o retirante acredita que irá
minha linha/nem que se enrede no pelo/hirsuto desta encontrar melhores condições de vida. Este excerto
caatinga.//Pensei que seguindo o rio/eu jamais me (trecho) conta o momento em que, no final de sua
perderia:/ele é o caminho mais certo,/de todos o melhor caminhada, Severino chega ao litoral. Mas, mesmo ali,
guia./Mas como segui-lo agora/que interrompeu a encontra apenas sinais de morte, como quando estava no
descida?/Vejo que o Capibaribe,/como os rios lá de cima,/é sertão. Completamente desacreditado, sugere a um
tão pobre que nem sempre/pode cumprir sua sina/e no morador da região que pretende o suicídio. Então, inicia
verão também corta,/com pernas que /não com ele uma discussão. Acompanhe:
caminham./Tenho de saber agora/qual a verdadeira “- Seu José, mestre Carpina/Para cobrir corpo de
via/entre essas que escancaradas/frente a mim se homem/Não é preciso muita água./Basta que chegue ao
multiplicam./Mas não vejo almas aqui,/nem almas mortas abdômen/Basta que tenha fundura /igual a de sua fome.//
nem vivas;/ouço somente à distância/o que parece – Severino retirante,/O mar de nossa conversa/Precisa
cantoria./Será novena de santo,/será algum mês-de- ser combatido/Sempre, de qualquer maneira./Porque senão
maria;/quem sabe até se uma festa ou/uma dança não ele alaga /e destrói a terra inteira.//
seria?” (Melo Neto, J. Cabral de. MORTE E VIDA SEVERINA. R. Janeiro: Ed. – Seu José, mestre Carpina,/Em que nos faz
Sabiá, 1967.) diferença/Que como frieira se alastre,/Ou como rio na
a) revela convicção religiosa, justificada pela presença das cheia/Se acabamos naufragados/num braço do mar da
palavras ladainha, rosário, ave-maria. miséria?” (trecho tirado de teatro representado no Tuca)
b) utiliza a palavra rosário como metáfora para representar O argumento central de Severino para defender sua
a sequência de lugares por onde o retirante deve passar em intenção de suicidar-se é:
a) o de que o rio, tendo fundura suficiente, será o melhor e) Dá nome à vida de homens anônimos, que se repetem
meio, naquela situação, para conseguir seu intento. física e espiritualmente, sem condições concretas de
b) o de que não é possível lutar com as mãos, já que as mudança.
mãos não podem conter a água que se alastra.
c) o de que não é possível conter o mar daquela conversa, 31. (FUVEST) Neste excerto, a personagem do “retirante”
dada sua extensão e volume. exprime uma concepção da “morte e vida severina”, ideia
d) o de que a miséria, entendida como mar, irá naufragar central da obra, que aparece em seu próprio título. Tal
mesmo a todos, independentemente do que se faça. como foi expressa no excerto, essa concepção só não
e) o de que abandonando as mãos para trás será mais fácil encontra correspondência em:
afogar-se, já que não poderá nadar. “Decerto a gente daqui
jamais envelhece aos trinta
28. (FUVEST) Leia o trecho abaixo, do poema Morte e Vida nem sabe da morte em vida,
Severina e responda. vida em morte, severina” (NETO, João Cabral de Melo. Morte e vida
“– Finado Severino,/quando passares em Jordão/e os severina.)

demônios te atacarem/perguntando o que é que levas…/– a) “morre gente que nem vivia”.
Dize que levas somente/coisas de não:/fome, sede, b) “meu próprio enterro eu seguia”.
privação” c) “o enterro espera na porta:/o morto ainda está com
As “coisas de sim” estão, correspondentemente, em: vida”.
a) Vacuidade – repleção – carência. d) “vêm é seguindo seu próprio enterro”.
b) Fartura – carência – vacuidade. e) “essa foi morte morrida/ou foi matada?”.
c) Repleção – carência – saciedade.
d) Satisfação – saciedade – fartura. 32. (UFRN) Os versos seguintes pertencem ao poema Morte
e) Vacuidade – fartura – repleção. e Vida Severina (1955), de João Cabral de Melo Neto.
“– Todo o céu e a terra/lhe cantam louvor./Foi por ele
29. (PUCCAMP) A leitura integral de Morte e Vida Severina, que a maré/esta noite não baixou.//– Foi por ele que a
de João Cabral de Melo Neto, permite a correta maré/fez parar o seu motor:/a lama ficou coberta/e o mau-
compreensão do título desse “auto de natal cheiro não voou.[…]//– E este rio de água cega,/ou baça, de
pernambucano”: comer terra,/que jamais espelha o céu,/hoje enfeitou-se de
a) Tal como nos Evangelhos, o nascimento do filho de Seu estrelas.” (MELO NETO, J.C. de. Morte e vida severina e outros poemas
para vozes. 4. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000. p. 73-74.)
José anuncia um novo tempo, no qual a experiência do
No contexto desse auto de Natal, os versos citados
sacrifício representa a graça da vida eterna para tantos
significam
“severinos”.
a) A esperança que surge com o nascimento do filho do
b) Invertendo a ordem dos dois fatos capitais da vida
mestre carpina, após a trajetória frustrante do retirante em
humana, mostra-nos o poeta que, na condição “severina”,
direção ao Recife.
a morte é a única e verdadeira libertação.
b) A esperança que surge com o nascimento do filho de
c) O poeta dramatiza a trajetória de Severino, usando o seu
Severino, após a perda dos seus parentes no caminho do
nome como adjetivo para qualificar a sublimação religiosa
sertão para o litoral.
que consola os migrantes nordestinos.
c) O louvor da natureza em homenagem à chegada do
d) Severino, em sua migração, penitencia-se de suas faltas,
retirante à cidade grande, com previsão de um futuro
e encontra o sentido da vida na confissão final que faz a Seu
promissor.
José, mestre capina.
d) O louvor da natureza em homenagem à chegada do
e) O poema narra as muitas experiências da morte,
retirante, apesar da certeza de que a morte o espera no
testemunhadas pelo migrantes, mas culmina com a cena de
Recife.
um nascimento, signo resistente da vida nas mais ingratas
condições.
33. (UFU) A respeito da questão do gênero em “Morte e
vida severina”, podemos afirmar que:
30. (UFMG) Sobre o adjetivo severina, da expressão Morte
a) apresenta o típico drama pastoril, com sentido religioso e
e vida Severina que intitula a peça de João Cabral de Melo
sobrenatural de uma mensagem natalina, escrito em
Neto, todas as alternativas estão certas, exceto:
redondilhas e oitavas.
a) Refere-se aos migrantes nordestinos que, revoltados,
b) é um auto com influências de Gil Vicente, pois apresenta
lutam contra o sistema latifundiário que oprime o
justaposição de cenas, temática social, personagens
camponês.
alegóricos e uso de redondilhas.
b) Pode ser sinônimo de vida árida, estéril, carente de bens
c) apresenta-se como um auto por incorporar elementos
materiais e de afetividade.
biográficos do autor e por desenvolver-se em uma única
c) Designa a vida e a morte dos retirantes que a seca
cena.
escorraça do sertão e o latifúndio escorraça da terra.
d) sendo um texto escrito exclusivamente para a
d) Qualifica a existência negada, a vida daqueles seres
marginalizados determinada pela morte.
apresentação teatral, não permite trechos narrativos ou monturos,/com os cachorros no lixo”. (MELO NETO, João Cabral
líricos. de. Morte e vida severina e outros poemas para vozes. 4.ed. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 2000, p. 76.)
A partir desse excerto, e com base na totalidade de obra,
34. (UFRS) Assinale a alternativa INCORRETA em relação a
assinale a alternativa CORRETA.
“Morte e Vida Severina”.
a) Depois de chegar ao Recife, Severino consulta uma mãe
a) Nesse auto de natal estão representadas tanto “coisas de
de santo sobre o futuro de seu filho: aqui está a resposta
não” – a fome, a sede, a morte – quando a religiosidade e
dela.
os sentimentos de solidariedade humana.
b) Essa passagem é a profecia que um beato faz ao
b) O nascimento de uma criança, filho de José, mestre
retirante no seu caminho rumo ao Recife; depois se
carpina, é motivo de celebração e de predições feitas por
descobrirá que se trata de uma falsa profecia, pois Severino
ciganas.
trabalhará como operário numa fábrica.
c) Trata-se de uma obra de caráter erudito em que até
c) Aqui se trata da predição da primeira cigana, após o
mesmo os aspectos regionais da morte são substituídos por
nascimento do filho de Seu José, mestre carpina.
reflexões de cunho universal.
d) Depois de batizado o pequeno Severino, seus pais ouvem
d) A participação de muitas vozes representa a situação
esse augúrio da parte de uma das rezadeiras que se
coletiva de privação, enfraquecimento e resistência.
aproximara debaixo de um véu negro.
e) O desejo do retirante de saltar fora da ponte e da vida
e) Essas são palavras da segunda cigana, prevendo para a
contrasta com a chegada do recém-nascido, que intervém
criança recém-nascida uma vida de agruras numa vila
como uma mensagem de esperança.
operária.
35. (UFU) Em entrevista aos “Cadernos de Literatura
37. (CEFET) Assinale a alternativa INCORRETA sobre “Morte
Brasileira”, João Cabral de Melo Neto afirmou: “Eu acho
e Vida Severina”:
que a queda do comunismo deixou feridas na alma de
a) Apesar das dificuldades que se anunciam para o filho do
alguns indivíduos (…) Quando o Muro de Berlim caiu, meu
Seu José, a perspectiva do final do poema é positiva em
mundo ideológico veio abaixo.”
relação à vida.
Sobre “Morte e vida Severina”, marque a afirmativa que
b) Existe no poema um grande contraste causado pelo
NÃO expressa, de modo estrito, as crenças ideológicas do
nascimento do filho do Seu José em relação à figura da
autor.
morte, presente em toda a obra.
a) A linguagem poética de “Morte e vida Severina” se
c) O adjetivo Severina, do título, tanto se refere ao nome do
enriquece na medida em que valoriza a oralidade; vários
personagem central como às condições severas em que ele,
elementos cruzam-se no texto: elementos das literaturas
como tantos outros, vive.
ibéricas, do folclore pernambucano, da tradição judaico-
d) A indicação auto de natal não se refere somente ao
cristã.
sentido de religiosidade, mas também à aceitação do poder
b) Cabral toma a poesia como instrumento de
de renovação que existe na própria natureza.
conhecimento da realidade brasileira. Em “Morte e vida
e) Como em muitas outras obras de tendência regionalista,
severina”, o autor não só dá voz ao oprimido, mas faz dele
o tema central do poema é a seca nordestina e a miséria
o principal elemento do texto.
por ela criada.
c) Na segunda cena do auto, surgem os irmãos das almas
que carregam um defunto também chamado Severino, o
38. (UEL) Em relação ao trecho acima, de “Morte e Vida
que aponta para o destino dos muitos severinos da
Severina”, considere as afirmativas e assinale o que for
realidade miserável nordestina.
correto.
d) Na quarta cena, os versos “Dize que levas somente/
“Os rios que correm aqui/têm a água vitalícia./Cacimbas
coisas de não:/ fome, sede, privação” encerram profundas
por todo lado;/Cavando o chão, água mina./Vejo agora que
implicações humanas e políticas, pois trata-se daquilo que
é verdade/O que pensei ser mentira/Quem sabe se nesta
poderia ser garantido com ações capazes de diminuir a
terra//Não plantarei minha sina?/Não tenho medo de
privação das populações rurais.
terra/(cavei pedra toda a vida),/e para quem buscou a
braço/contra a piçarra da Caatinga/será fácil amansar/esta
36. (F. PEQUENO PRÍNCIPE) Leia com atenção o seguinte
aqui, tão feminina” (MELO NETO, João Cabral de. “Morte e vida
trecho de Morte e vida Severina, de João Cabral de Melo
Severina e outros poemas para vozes”. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
Neto. 1994. p. 41.)
“...desde já posso ver/na vida desse menino/acabado de *piçarra: material semi decomposto da mistura de fragmentos de rocha,
nascer:/aprenderá a engatinhar/por aí, com areia e concreções ferruginosas.
aratus,/aprenderá a caminhar/na lama, como goiamuns,/e I. Esses versos referem-se ao momento em que Severino
a correr o ensinarão/o anfíbios caranguejos,/pelo que será chega à zona da mata e encontra a terra mais macia. Isso
anfíbio/como a gente daqui mesmo/Cedo aprenderá a nos é revelado num estilo suave e melodioso, em que a
caçar:/primeiro, com as galinhas,/que é catando pelo sonoridade das palavras expressa o entusiasmo do
chão/tudo o que cheira a comida/depois, aprenderá retirante.
com/outras espécies de bichos:/com os porcos nos II. “Rios”, “cacimbas”, “água vitalícia” e “água mina” são
expressões que remetem a um pensamento positivo sobre versos que, somados à cena final, permitem compreender o
a região por onde passa o retirante Severino. Isso mostra a poema como uma afirmação da vida possível em meio a
sua alegria por ter encontrado um lugar onde ele viverá uma atmosfera desesperançada, preenchida por “coisas de
com toda a sua família até a morte. não”.
III. Nesse trecho Severino encontra o que procura: água e, 08) Duas ciganas visitam o recém-nascido e, embora uma
consequentemente, vida. Isso está retratado nos versos delas preveja para a criança uma vida igual à que seus pais
“Não tenho medo de terra/ (cavei pedra toda a vida)”. tiveram, e a outra enxergue uma mudança de destino,
IV. A expressão “tão feminina” do último verso é uma ambas anunciam um futuro cheio de dificuldades para o
metáfora de terra macia, fácil de trabalhar, e se opõe à menino.
expressão “piçarra da Caatinga”, que significa terra dura, 16) No início do texto, Severino fracassa ao tentar
pedregosa. individualizar-se em relação a outros Severinos; dessa
V. Os versos “Os rios que correm aqui/ têm a água vitalícia” maneira, estabelece-se o sentido da palavra “severina”,
significam que os rios nunca morrem. Essa constatação adjetivo criado a partir do nome próprio que designa a
refere-se à região da Caatinga, onde Severino vive sua saga. dificuldade da vida no Nordeste, partilhada por todos os
a) Apenas as afirmativas I, III e V são corretas. pobres.
b) Apenas as afirmativas I e IV são corretas. 32) Os momentos de alegria do retirante estão
c) Apenas as afirmativas I, II e V são corretas. relacionados a sua esperança de que existam lugares onde
d) Apenas as afirmativas I, II e IV são corretas. a luta pela sobrevivência seja menos árdua do que no lugar
e) Apenas as afirmativas IV e V são corretas. de onde ele emigrou.

39. (UFPR 2023) Assinale a alternativa correta a respeito de 41. (UEPG) “Morte e vida severina”, de João Cabral de Melo
Morte e vida severina, de João Cabral de Melo Neto. Neto, é um auto de Natal pernambucano. Acerca dessa
a) Severino constata a presença reiterada da morte em seu obra, assinale o que for correto.
percurso e afirma: “só a morte deparei / e às vezes até 01) Ela conta a história de Severino, homem do agreste
festiva”; a festa a que ele se refere comemorava o Dia de que, em busca do litoral, defronta-se a cada parada com a
Finados, também conhecido como Dia dos Mortos. morte.
b) Chegando à Zona da Mata, Severino se anima ao 02) Nela, João Cabral de Melo Neto pratica um lirismo
perceber que os rios que correm naquela região não se confessional por intermédio de uma linguagem
interrompem, o que torna a terra mais fértil, porém em grandiloquente, característica bastante comum de sua
seguida ele se depara com mais um enterro. poética.
c) Após escutar uma conversa entre dois coveiros que 04) O título aponta para os movimentos que sustentam sua
trabalham em cemitérios de Recife, Severino compreende linha narrativa: morte e vida.
que só a morte pode igualar as pessoas, pois, a partir do 08) Severino, personagem-protagonista, representa o
momento em que os corpos são enterrados, as diferenças retirante nordestino.
sociais deixam de existir. 16) O autor procura mostrar como, apesar da suspeita de
d) O auto se encerra com uma fala em que, antevendo que adultério, o amor consegue superar tudo.
seu filho recém-nascido teria uma vida tão difícil quanto a
do retirante que ele conhecera um pouco antes, Seu José GABARITO
01. A 02. D 03. E 04. A 05. A 06. B 07. D 08. E 09. C 10. A
pergunta se não seria melhor para Severino desistir de 11. D 12. C 13. B 14. B 15. E 16. E 17. B 18. E 19. B 20. B
viver. 21. E 22. E 23. D 24. B 25. B 26. A 27. D 28. D 29. E 30. A
31. E 32. A 33. B 34. C 35. A 36. C 37. E 38. E 39. B
e) As referências ao tamanho pequeno das covas nos 40. 04+08+16+32 41. 01+04+08
cemitérios do interior, como por exemplo em “Esta cova
em que estás / com palmos medida”, relacionam-se ao
tamanho dos próprios versos de Morte e vida severina, que
têm sempre a mesma medida.

40. (UFPR) Assinale as alternativas corretas a respeito de


“Morte e vida severina”, de João Cabral de Melo Neto.
01) Ao contrário de Jesus Cristo que, ao nascer, recebeu
incenso, ouro e mirra, presentes valiosos, o filho de
Severino recebe presentes insignificantes, destituídos de
valor simbólico no contexto do poema.
02) A conversa entre Severino e seu José, o mestre carpina,
revela o otimismo ingênuo do segundo, pois ele tenta
convencer o retirante de que a felicidade é um bem
natural, independentemente das dificuldades, bastando
estar vivo para ser feliz.
04) “É tão belo como um sim/ numa sala negativa” são

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