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aceitagio cientifica déles. Mas escrever poesia e escrever acérea de poesia so atividades diferentes; e nio se deve Confundir a anilise clentifica du linguagem com literatura. © cientista se ufana de usar palavras de uma taaneira e: pecial; de escolhé-las, néo pelo seu valor emotivo ou pela Beleza de sua configuracio sonora, ou por qualquer raziio privativa déle, © sim de conformidade com o uso piiblico Porrente entre seus colegas cientistas, Vale dizer, a lingua- gem cientifiea tem uma utilidade publica, a0 passo que poesia pode ter uraa signifieagic que, para o leitor, 6 pessoal. Feta, linguagem cientilica € pertinente apenas em, relacio cientifiea; todavia, sua rigida disci plina ado precisa restringit # liberdade do autor cientifico pee idéias que deseja comunicar a outrem. Ele pode usar fodos os seus podéres de persuaséo, tOda a sua egudeza fesclarecer e convencer — sbmente 0 micleo fficas exige estrita aderéncia 4 linguagem Sentifica “pabliea”. Um tratado clentifico pode muito bem Sr'ao mesmo tempo, uiaa obra de arte; ¢ em verdade temos uma grande heranga nesse particular, que nenhum jovem cientista pode darse a0 luxo de negligenciar. Os podéres da linguagem persuasiva siio necessérios para promover a “aceitagio” de novas idéias, para expli- par convincentemente novas generalizacbes. Pura a apre- Sentacio de argumentos puramente dedutives, porém, 0s Yemas de linguagem altamente formalizados atendem 20 propisito. Em textos mateméticos, ésse formalismo chega _ Xo auge;_niio apenas 0 gr0sso_ do simbolismo, & completa: mente padronizado e universal, como uma lingua franca ‘ientifica, mas sfo-no também muitas das frases de conexio: “considere-se a fungo (...)"; “admitamos que (...) scondlighes necessérias e suficientes (...)” Na vida normal chamamos a tais frases padronizadas chavGes. A Matemética taramente tem valor literério! Por outro Indo, alguns dos nais importantes avangos da Ciéncia advém de generalizacto, por raciocinio indutioo, que leva ® produgio de novos Ponceitos, Semelhante raciocfnio exige que o leitor extrapole para além seu conhecimento atual. imaginagiv © {6 Bevem ser invocadas para fazt-lo aceitar algo até envio 138 completamente fora do alcance de sua compreensio. Cumpre gue éle seja colocado na devida atitude de espirito, e toda 2 mestria artistica do escritor 6 convoeada para aumentar seu uso simbélice formal da linguagem. Seen am enleN QUE & UMA LINGUAGEM? ) ‘A linguagem 6 ura aspecto de cultura comum a tddas as socindades humanas.. ‘As Iinguas estéo em continuo estado de mudanga, assim como mudam as condigbes sociais; assim ‘como 05 contactos entre classes, povos e ragas séo precdrios efémneros, assim também ad idéias vio ¢ voltam.y A lingua- gem tem sido comparada & mutdvel superficie~do mar, 0 tintilar das ondas semelhando clardes de luz em pontos da Historia, ‘A Jinguagem é uma senhora implacivel e somos todos seus escravos. Dificil exagerar a influéncia que ela exerce sdbre nossas vidas; no entanto, ¢ arredin e misteriosa. Quem queira privar com ela, estudé-la e compreendé-ta, se expoe f@ sovera mortificagio © muito desapontamento. 9.1 FAtA & ESCRITA — FACULDADES ESSENCIALMENTE HUMANAS Nos primérdios do século XVII, Ben Johnson escreveu: G tinguagem & 0 isio privilégio de que 0 Homem dipie pes exprimit a supetioridade de-sus intligincia stbve as demuls Enaras, Ela € 0 instrumento da Sociedade. /Por isso Merci © Presidente da’ Linguagem, € chamado Deerum bomsinungue Inerprer, Ein todo discuto, palavas e sentido sia como corpo ¢ dna, "© sentidy € como que a vida ¢ alma da Linguagem, sem 6 qual t6das_as palavras estéo moras. © sentido € composto da fexpericia, do conhecimento. da vida acoes humanas, das Artes Tiberas, a que os grezor chamavam 'Eykukhonatielav. {0 homem possui o dom tinico da fala. Ao bebé, os sons balbuciados que produz podem propiciar prazer e ser- Vir a faposes bioldgicas com exercitar-lhe os érgdos da fonagio. \_Mas 88s sons nao formam um processo social de comunicagio ¢ nio podem ser chamados linguagem, @ (129 rigor. "° A medida que fungdo simbélica arbitréria das palavras se impe & consciéncia da crianga e os sons vocais Comecam a adquirir valor, sua atividade mental sofre um juste ¢ ela se integra na comunidade sociul.\ Com palavras, pode nfo sbmente comunicar-s? com os outros, mas também. soliloquiar (fungio secundaria, 10 social). Pode ter seus pensamentes ordenados em palavras, obtendo assim grandes vantagens no catalogar coisas ¢ idéias, relaciond-las € discutir e argumentar consigo mesma. (© caso de Helen Keller ™ propicia uma interessante histdria humana. Helen ficou cega e surda na idade de Gezoito meses, antes de ter desenvolvido hibitos de lingua- gem ou 0s conceitos abstratcs de um adult». Nao podia Yer nem ouvir, estava isolada Jo mundo. A grande maicria fas ‘pessoas, na situago dela, Aquele tempo, se_haviam tornado idiotas completos; Helen, porém, desenvolvera uma personalidade excepcionalmente inteligente, em grande parte gragas A paciéncia de sua ama, que a ensinou 2 emitic os Sous da fala; Helen sentia os movimentos da garganta e dla boca da ama com a mo. Até por volta dos nove anos, Helen aprendeu a pronunciar palavras © frases, mas — € nisto esté o ponto fundamental da questio —, tais sons orais eramlhe totalmente destituides de sentido, como se féssera uma brincadeira verbal; ela sentia prazer em et clos, assim como um papagaio se compraz om falar, mas tais palavras e frases eram despropositadas, imiteis e ocas. Ela alcancava cera. medida de comunicagao empurrando e purando, assentindo com a cabeca ou sacudindo-a, e por facio imitativa direta — o tempo todo acompanhada de sua algaravia sem sentido. Mas certo dia Helen brincava com a égua que saia da bomba quando sua ama féz vibrar a palavra “gua”. Imediatamente, num lampejo de reve: lagio, Helen viu'a idéia das palavras. “Tudo tem um noinel”, exclamou.* Féz uma notdvel inferéncia, desenvol vendo © névo conceito — on universal — de “palavras”, eoisa que animal nenhum pede fazer. A partir désse mo- (a) Ena € 0 histéria, Podese apenas supor que ela usou essa frase (farendo sentido) quando eescreveu mais tarde suas experiéncias. 150 mento, Helen se tornou humana e sua vida mental se tornou organizada. Ela podia comunicar-se e se converteu num ser humano. Depois dela, muitas outras pessoas foram ensinadas de mancira semelhante. : \Podos nés temos a experiéncia de pensamentos e idéias se desenvolvendo ei nossa mente, por exemplo, no tocante 203 nossos prdprios campos de estudo. No entanto, todos sabemos como pode ser diffcil precisar o instante exato em cue uma idéia susgiu em nés, Como Topsy, ela “brotou apenas”. ‘Temos vonseiéneia de que uma idéia esté come- gaudo 4 tomar forma, mas durante certo tempo ela pode parecer vaga e aebulosa, obscuramente entrevista através, das profundezas do ‘‘sentimento”, da “intuigéo”; experi- mentamos agudo desconforto mental até 2 idéia ser expressa em pelavras, frmulas ou diagramas, isto é, até ela ser Jormulada. A nica maneira de segurer um pensamento antes que le nos escape e voe pela janela afora é pular sdbre éle com ambos os pés verbais, prendé-lo com o aliinéte da linguagem, de diagramas ou simbolos matemé- ticos — embora semelhante linguagem possa parecer ina- dequada, Quando 0 pensamento tem tal forme e substin- cia, pode ser comunicado e discutido com outras pessoas. Nao podemos necesshriamente vasar tOda a nossa expe- riéncia. mental em palavras (existentes). —Muitos pensa- mentos e gxperiéncias sao extremamente dificeis de expri assim. {Mas a linguagem nos possibilita indubitavelmente cerganizar pensamentos, para coligir, classificar, relacionar e revistrar idéiasc| Pagamos um prego pela posse da lingua- gem, pois nos tornamos propensos a hébito verbais. & sumamente fécil_ usar chavoes, provérbios e lemas como substituto de afirmacées ponderadas, eceitar a insinuante persuasio de imposturas hem soantes; interpretar mal uma assagem dificil num livro iendo-a errdnearente 4 luz de nossas préprins idéias preconcebidas. As amplas pastagens de nossas mentes estio entrecruzadas de trilhes de hébitos verbais.¢, 921 * 2) Una divertide thtragfo de como nowt pensamento lento odd ser ces pes Sint 8 dada pall Seselete onardo Albay hm expelho, por que € que nos Semon na pongo veel cen tas 131 ‘onquanto a fala seje nosso primeiro modo de comu- oes “nfo, € 0 anice erie dos sores hurmanos, mas mieaeae pioria das sociedades (ver nota de rodapé, p. 121), {am alguma forma de escrita ou grafla. Os tempos atuais fam ‘poderiam ser chamados a Idade do Papel; sem 2 palavrn escrita, na forma em que hoje a corhecenes, & Paltvrade nao. se poderia manter. Comparada & fala. 2 civilzae° elativamente canbestra, prolixa e lenis. Pode: cee introduzir muita expresso e flexibilidade er nossas mos seatagdes vocais por meic de acentuagio, veloci itura de'som ¢ articulacéo. (Ha uma centena d de dizer “Sim".) Pode ser necesséria um: 1a mais requintada prosa para comunicar 0 ef oe amtoe um sacudir de ombres, um mereio de caboca, of Sim olhar de desespéro. Pode haver mrcos vum piscar Be thos. No balé ‘e no teatro, @ comunicacio @ a cont: preensio dependem tanto de movimento » do esto quando are palavras eda mvsica. Quando falamos corm um sunige fo telefone, # vista nfo, desempenba_nenbun vapel 8 #0 gree normal da gesticulacéa se perde; nos os substituimos paretalmente pela Fimudanca de nossos hibitos de lingua gem. 7 Outrossim, quando se trauscreve literal: rnente em letra de forma ume fal, bor parte da informace macro ier nos romances, eras vézes as conversagies $80 ‘Guns a0 falar da vida real, pols o autor 2s, elabors de ‘aaa Mtransmitirem a impressio certa e desrjada. TOs efeitos da Tinguagem falada podem tnaito bem, ser reales nor melo da aventuagio, com altecarae a veloc realeados Pz de som do flat, a pac do relOrzu da yesticule dade area, signos come. carrancas, sorvisoe, grim, Fee os A mostra e rubores fu fazem parte da linguagem dente: a raigio. signos.afoitrrios, mas signcs evocados wide quanto 20 Jado? (A reson rip seri encotrala net leis da Bkcar o “enigma” fica entregue # Jeter 2), Estados foram Jevados # cabo por J- Berry na de es quis Yor Corrie Britnicos (Dall Hil, Londres): mio for, nes au, sav na forma d= informe interno, Ver cambém Bercy ot teferéncia 166. 132 por uma situagio cu um ambiente. Equivalem aos signos Rsados poi péssaros e animais, aos seus gritos de alarma, js suas posturas de ameaca e as suas atitudes de defesa. Estes vitios estimates livradores, os signos indicando amigo ‘ou agtagonista, nio devem ser consideracos como “lingua- gem) O autor destas linbas sustentou alhures que existe uma situagio especifica em que nés, humanos, nos vemos “reduzidos” a animais, na medida em que ficamos despoja- gos da linguagem humana e somos forcados a usar um determinado alfabeto de signos pré-formados — especial- mente quando estamos dirigindo nossos caztos. Nio pode- tos falar ns com os outros, manifestar gestos de simpatia, pedir desculpas, discutir, dar opinides etc. Devemos con- formar-nos As regras externamente determinadas do Manual ‘de Cédigo das Rodovias. Os sinais de transito, nas ruas € nas estradas, as luzes de sinalizag&o de nossos carros, os sinais do guarda de trénsito etc., nao constituem linguagem somos mantidos éncomunicdoeis, tal como acontece quando Somos levados para a priséo ou “mandades para Coventry” por nossos colegas. E um homem incomunicivel néo eee Carte de nossa sociodade; € de esperar que os motoristas Continuem a manifestar suas presentes atitudes e comporta- mento imotais enqvanto nao Ibes fdr consentido falarem tuns com os ontros. e@ 9) Fontrica -- UMA DeSCHIGAO ESCRITA DOS SONS DA FALA ‘A fala no 6 eserita oral. & um fluxo sonoro, que niio se pode dizer a rigor consista de palavras, ¢ que possui uma Sstrutura gramatical deveras frouxa. Quem jé tenha tido tim discurso de improviso registrado por umia estendgrafa compreenderé a verdade desta ultima observacao. A lingu gem fulada 6 usualmente pessoal, para conversacio, sendo Compost dorante o ato de falar. A linguagem escrita, na raioria dos casos, 6 premeditada para ser iida na auséncia Go autor {A fala est vinculada ao continuo do tempo; devemos recebé-la conforme surge, de instante a instante. Para o propésito de obsetvar a linguagem falada © analisé-la cien- fficamente, és a zegistramos ou gravamos e examinamos 133 segmentos em biisca de esiritura,) Esses reglstros implicam um exame a posterior, sendo a fala examinada fora de seu continuo temporal natural. O estudo dos sons fisicos da fala & chamado “Fonética actstica”. {Uma vez registrada a falaydigamos num osclograma, assume ela uma forma que tm certa analogla crm a esorita; pode ser exami- nada como um todo e decomposta ein segmentos ou ele- mentos. Pode ser. entdo interpretada como uma cadeia de silabas ou de segmentos menores, @ transcrta em escrita fonética,7 & importarte compreerder que essa representacdo em elententos diseretos se faz cum a finalidade de falar acérca da fala. {Em si mesma, ela € um flaxo continuo; ‘nao existem frontéiras nitidas entre sons sucessivos; a trans- crigo fonética é uma tepresentagao simbdlice escrita, quan- tizada numa cadeia de simbolos distintos como as letras de forma. Esses simbolos sto as unidades quantizadas do foneticista, que Ihe servem ao propésito particular, para registrar aquelas propriedades bdsices da vor de um indi- vfduo falante que sejam de importincia para éle, 181% ‘Tédas as linguas humanas podem ser registradas em escrita forética de algum tipe."| Se eu ler em voz alfa s pelavra inglésa stronger de um livto e um foneticista®* a eserever [strop9], éle nfo estard registrando a forma de onda exata de minha manifestacio oral. Estard fazendo um modélo suliciente dos meus sons que the possibilite comparar minha proniincia (de inglés meridional) com a de um escovés, por exemplo. Esse modélo daria a um escocés uma idéia de minka pronincia. Uma gravacio fonografica Ihe diria mais ainda, reproduzindo, dentro de limites precisos, ininha voz real, no um modélo segmentado. Nao se pode dizer que os ‘simbolos “stra79” sejam os sons da minha vor, assim como nfo se pode dizer que as plantas de um arquileto sejam ura casa; so apenas um guia suficiente para o ccnstrutor. (+) Ou preferivelmente nun sspectro continuo. Ver p. 225 ¢ 5, (4) Ver, na refertncn 164, indics-Bo: de guia para transcislo fund lea, com exemplos em muitas Hrguat. 19 © leitor talvez ache que esta distingio entre a entk dade fisiea e sua represencacio por elementos. diseretos, vomo um modélo, foi exagerada aqui. Mas ela é um exem- plo de uma distingio que surge, em muitos e diferentes niveis, no estudo da comunicagio. Enquanto nossa dis. cussio ficar confinada a qualquer um désses nfveis, 0 nivel da Fonética actistica por exemplo, a distingfo pode ser de menor importincia; mas é quando desejamos comparar as idéias do foneticista com as do psicdlogo, por exemplo (como no que respeita ao problema de reconhecimento da fala), que precisamos ter muito cuidado no distinguir os ciferentes tipos de modélo pelos quais um evento fisico pode ser representado, ¢ os diferentes elementos discretos, ‘ou quantizados, de que ésses modélos so construidos. Em sua volumosa obra Of the Origin and Progress of Language (“Da Origem © Progresso da Linguagem”), um estedioso setecentisia da linguagem, Lorde Monboddo, escreven: ae aes oe lao sleet tales oy otal te mms gma ce hey, ei Sa 2.8 LINGUAGEM rataps — & FALANDO SOBRE 4 LINGUAGEM A quantizagio € uma necessidade légica de descrever qualquer fendmeno fisico, por exemplo, 6 proceso de co- inumicacao; daremes maior atengio a ‘éste conceito numa secio ultetior (Secdo 3.1). (Isto, claro estd, € muito dife- rente de dizer que “pensamos légicamente”. As considera- ‘gies l6gicas entram na descrigo de um sistema.) Tédas as linguas faladas estZo vinculadas a0 vontinuo temporal, flusos de som que sio, mas devem ser segmentadas para © propésito de descricio; pode-se decidir que os segmen- tos sejam de diferentes extensdes e dar-lhes nomes como frases, palavras, fonemas. Como exemplo apropositado para nosso tema atual, as palavras, num diciondrio de Inglés (ou portugues}, podem ser considerados como. tipos 135 dos quais trans- ‘Com de segmento ou elementos quantais por me 105 mensagens uns aos outros sob forma inipres & por enquanto, um ideal inatingivel. A divisiio do campo \} anos 2 ee fem “assuntos”, e 0 estudo concentrado déstes como inte- Lp sees ene emeuinn (inode résses soparads e quase independentes, deve ser feita antes ' Verdade, muito diverso de dizer que tais palavrac dicionariza- que se passa Intentar 0 processo de satese num todo inte ‘das “sejam a lingua inglésa” [ou portuguésa). Com igual fa- : pe tilidade, embora para uso menos popular, seria possivel con: Nas sogies que se seguem, consideraremos a linguagem pilar diciondrios de frases, ou sflabas, que poderian ser consi sob dois aspectos: (a) como um corpo completo de enun- ae fat clementos quantais.2° O importante € que toda esiat_ | —elados feitos pos um grupo especifico de pessoas num pe- quantizacao é inteiramente arbitriria — esvolhe-se uma fornia, | iodo especifico (0 aspecto fisico); e (b) como wma colegio numa determinada ocasiao, que atenda ao propésito particulor Ge habitos, deseritos como um conjunto de signos e regras da referida ocasiao. lingilstica decompée a matéria-prima | (0 aspecto lingiifstico, abstracto). Bstes dois aspectos cor- de seu estudo — a lingnagem — em elementos, unidades | respondem também 3 linguagem-objeto e & motalinguagem ‘ou segmentos. Fala entéo de fonemas, morfemas, palavras. (do lingtiista). Tentaremos mostrar as relacSes entre os Tais elementos sao concebidos com a finalidale de falar | dois aspects. | | i acérca da linguagem. A Eater uerae para falar acérea Os enunciados servem de estimulos ¢ estabelecem pa- da linguagem chama-se uma metalinguagom. drées de comportamento, As relagdes entre estimulos e | Que & uma linguagem? Bste vosso avtor nic se atveve comportamento cvidenciam considerdvel medida de corre- a responder semelhante pergunta intentando uma definigao lagio, ou concordancia, quando observadas em diversos i formal. Mas se Ihe fdsse cousentido exprim'r uma opinio ' membros Go grupe. Esse corpo completo, caso pudesse ser pessoal, ela seria a seguinte: se aceitarmor que © conceite | reun‘do, representaria o resultado da observasio fisica, psl- “Jinguagem” serve a propésitos titeis (e se nao serve, muita coldgica e social. Ultrapassa evidentemente nossas capaci- gente esti perdendo seu precioso tempol), entio sio neces- dades eoligir in toto io volumosa massa de dados fisicos, shrias deserig6es ou definicées de alguma espécie, entre- upinta, winks ancliik a. ee Pocloteg oseeening fener’ amo t tanto, o lingiiista, o foneticista, 0 psicdlogc, 0 engenhelro tragem de dados que tais e registrar apenas certos atributos i de telecomunicagses, e todos os interessados, podem: nio esses amostras. Fora disso, nada mais ¢ praticdvel. Com estar pensando exatamente a mesma coisa quando usam a base nas amostras ¢ atributos registrados, fazem-se.vérios e palavra “linguagem” numa discussio. © concrite € multi diferentes conjuntos de abstragies e andlises, os quais sfo lateral e talvez sejam necessirios muitas descrigies ou mo- distinguidos por nomes como “Fonética”, “Fonémica”, “‘Se- delos; tais descrigaes nao sio independentes. 0 falar, como mntica” e assim por diante; as distingSes entre éles esto iim meio de comunicacio, néo se pode divorciar, a rigor, no método de amostragem e nos tipos de atributos regist: do restante da atividade comunicativa do Horiem. As dos. Essas abstragtes sio, portanto, essencialmente esta- if operagdes dos rgios de fonagio ¢ do ouvide constituem tisticas. Nenhuin de tals aspectos ou conjuntos de abstra- [ parte integral do [uncionamento de todo o crganismo ¢ ges €, por si 26, totalmente descritive da“ do cérebro, Quando ouvimos uma pesson folor, vemo-la | ‘mas cada um serve a um propésito especifico; para o estudo também, usualmente, ¢ aos seus gestos e expressies faciais; complete da" Gisriinlserdol odsy "eee" adeetion than, re! ‘comunicamo-nos num coraplexo meio ‘pblenta fisivo, contra evancia, um pano de fundo social ¢ cultural leterminado. Mas 0 Basnasddatnaien 6 Uhomemisaatiee aoetiae aos i vemunicagio i Demande: stooliay, E a est estudo ¢ a compreensio de todo o processe de comunicags tistas, pode sez desctio por virlos coohinios. do. ebstrarbes 138 137 inferidos da amostragom do ama populagio; pode ser des» crito “fisicamente” (por altura, péso, idade, ete.) ou “social- mente” (casado ou nio, filhos, educagio, etc.) ou “econd- Iicamente” (rendimentos, cconomias, gastos em alimen- tagho, cigarros, etc.). Existem muitas maneiras, essencial- eee aie saa apenas via, nunca o encontramos pessoalmente, Um foneticista tem interésse imediato e fundamental pelo nivel fisico, artioulatério © actstico.* Ele observa os sons fisicos produzidos pelas pessoas ao falarem © 0 modo yroduzem ésses sons; registra-os_simbdlicame: pois sau ‘a ajuda de instru- sendo “distintamente duas pessoas que falem de maneira idéntica, e mesmo as formas de onda dos sons pronunciados pela mesma pessoa em ocasides sucessivas néo podem ser exatamente as mes- mas. Dessarte, o foneticista tem de estabelecer um com- premisso a fim’ de que seu sistema nfo se tore volumoso a ponto de frustras seu préprio objetivo. Fle esta parti- cularmente interessado em comparar o falar de pessoas de localidades diferentes, € simboliza os sons orais por letras de férma, usando letras em ntimero bastante para re; r vos aspectos de interésse. Por vézes, deseja tracar distin- des mais minuciosas do que as permitidas pelas letras nonnais, tais como valéres particulares de acentuagio, ea- tonagdo, ou extensio dos soas orais; éle entio adorna as letras fonéticas com “‘sinais diacriticos”. O foneticista busca esseacialmente simbolizar os sons da fala por um tipo de escrita, sem levar em conta o “significado”. Um vez (7) A fala 6, bisicamente, um processo articulatério; so os movi menios dos Iibior, de lingua, da dvuls, ete, de par com a pulsagio da respiragio pelor mésculos peitorais © do diaftagma, que produzem os sont dp fala — e nfo viceversa. A Fonéti estudade tanto f0 nivel articulatstio quanto 40 sclstco. Diremos mais ackcen das formas no Capitulo 4. (**) Para um estudo condersado, principando em nivel elemeutar, vver reieréncias 108, 182 138 rogistrada dessa maneira u falar de um Individuo determi- nado, boa soma de enunciados originais foi rejeitads, tais ‘como as nuancas que identificam o falante; o restante, es- crito n0 papel, contém todos os atributos de interésse para © foneticista. "A alirmativa que acabamos de fazer — a de que o foneticista esté fundamentalmente interessado em transcrever os sons ilsicos da fala, sem levar em conta 0 “significado” — exige algumas ressalvas. Pois trata-se de uma idealizagao, Ein primeiro lugar se acontece de o indi viduo falante em estudo provir do mesmo grupo lingiiistico do foneticista, éste ultimo se acha “dentro do sistema”; nao pode evitar dar-sc conta dos significades © sentidos dos sons orais que ouve. Encontra-se, em certa medida, “cul- turalmente préso”. Por mais que deseje olhar de fora o sistema que esté observando objetivamente, néo pode liber- tai-se inteiramente.%* Em segundo lugar, se estiver estu dando a expressio oral numa lingua nova para a sua expe- ridacls, terd consciéncia de estar agindo em fungio de mo- tivos priticos especificos. Seu propésito pode sero de posteriormente ensinar o idioma a outras pessoas; ou o de comparar a estrututa fonética com a de alguma outra lingua; ou entao pode se: puramente com a finalidade de aprender « falar 0 idioma to bem quanto possivel, a fim de examinar outros aspectos da cultura. Embora seu interésse funda- mental possa ser o de transcrever os sons orais, sua ati dade é levada a cabo com uma compreensio de que os sons de real iimportanela sio aquéles que cervem para alguma fungio comunicativa. Em terceiro lugar, embora a lingua ne estude possa ser nova para si, 0 fonolicista possui, no obstante, grande conhecimento da estrutura fonética de cutras linguas, bem como teve experiénca daqueles inte- résses sociais ¢ culturais que comumente, embora nio inevi- tivelmente, se refletem na estrutura da lingua falada. Ble ainda néo esta inteiramente “fora do. sistema ; (7) sto é certamente verdade de muitas dectigdes de estruturas Gu er penal, sri, noms de jarntce, se). Une lescriyio formulads por alguém que esteja fora da cultura pode set ininte Hgts pata os que se excontrem no seu interioe. Ver tmbém referencias 139 | © interésse do foneticiste centra-se, pois, nos meno- res segmentos do discurso que cesempeaham algum papel na comunicagio, ¢ em transcrevé-los em simbolus escritos; outros aspectos da linguagem, tal como a estrururs grame- tical ou sintética, no se colocam diretamente sob seu mi- ceroseépio, embora éle certamente os veja com 9 rabo do lho. ‘Uma vez simbolizados por um foneticista, os emmciados de um falante assumem a forma de “escrita”. de cadeia de signos fonéticos, Essa “escrita” maniém relacio dirota ‘com os sons orais e éste aspecio é distinto da escrita normal; sabe Dens como a ortografia inglésa tem escassa relacio com 05 sons! Ocasionalmente, € mister fazer referencia a signos fonéticos individuais, e entio éles so escritos dentro de colchétes, assim [p], [b], etc. Faz-se com freqiiéncia tal referencia a um dnico signo quando se comparam pala- vras completas ou silabas orais, como o [p] ¢ {b] 2m pato ntretanto, o fato de se escreverem tals signos iso- significa que ésses sons, (p] e [b], sejxm pronun- ciados isoladamente. Em. verdade, os sons particulares re representados por ésses signos, e muitas ontras consoantes, nao podem ser pronunciados sem a0 mesmo tempo dar origem, ein certa medida, a um som contiguo continuativo ‘ou voedlieo. Todavia, falaremos mais sSbre transicies den- tro em pouco (Seco 3.5). ‘A discussio da especificagdo de Tinguagem: oral, tanto instrumental como fisioldgicamente, de par cum suas dif culdades, seré adiada até 0 Capitulo 4. 2.4 FoNEMAS: UNIDADES LINGIiSTICAS © ingiiista, ou fildlogo, se preocupa com a Vagua no sdmente como sons, mas em tOdas as suas fungses comwni- cativas; esté profundamente interessado nos uspectos foné- ticos, psicoldgicos, sociais culturais. Ademais, os indicios fisicos de onde colige seus dados e forma sia: abstracies so 0 corpo de emunciados feitos por um grupo especifico de pessoas, juntamente com observagdes sdore como os individuos reagem a ésses enunciados, Além de lor interésse pela menor das unidades fonéticas, o lingfiista estula seg 140 mentos maiores de enunclados e procura descrever toda a estrutura de ums lingus, de modo que possa ser comparada ‘com outras. Ble observa como os enunciados so construi- dos, como urn difere de outro, e, comparande-os, interpreta as relagdes entre éles e os padrées de comportamento dos falantes e ouvintes. Compila diciondrios e descreve sistemas gramaticais; faz estudos estatisticos. Um dos interésses bisicos do lingiiista reside numa procura da mais simples descrigio de uma lingua. Ao nivel fonético, freqiientemente ocorre que certa compressio das transorigées fonsticas brutas é possivel, e pode-se obter alterior redugo de descrigio. Por exemplo, pode acontecer que dois elementos fonéticos ocorram regularmente, sem excecio, numa determinada ngua (como, para usar uma analogia, a letra u sempre se segue a0 q em inglés [e por- tugués] escrito). Como ilustragao, tOdas as palavras em inglés que comecam com [p], [t], [k] tém ésses sons aspirados. ‘Uma ver desbastados tais elementos redundantes, apés cvidadoso exame dos dados fonéticos transcritas, o lingiiista se vé com uma lista minima de elementos fonéticos com os quais & possivel represontar e distinguit uma palavra de qualquer outra na lingua. Tais elementos mfnimos podem ser chemados fonemas.s.0,* Bsses elementos podem ser insuficientes para representar fonéticamente todos os ma- tizes de pronitncia, ¢ nio pretendem fazé-lo; sio suficientes paca uma deserigio dos sons elementares porque formam 5 elementos essenciais mfnimos para distinguir uma pala- ora de outra (ou nm “segmento significativo de euunciado” de outzo). As funcdos comunicativas de todos os. vérios enunciados da lingua sto, em prinefpio, inerentes @ tal re- presentacdo fon®mica. ‘Como. elementos individuals, os fonemas sfo destituidos de significado; servem, porém, para distingvir siguificados. ** O foneticista esié sempre ansioso G)__Veinse uma dicusio das diferentes definigies ne fertaie 335. eee se Ay Bg pln “aids” raiment, cm ame nia fe ivna! Algoma cacvsto de tal concsto euivo sed empreendide tu Seo 6.2 dase capitulo, bom como’ no Capitulo 6 e albues, ui eee por notar diferengas de proniicia téo ligeiras quanto seu ouvido adestrado possa perceber, ou cujo registro possa servir-lhe a0 propésito; mas o lingiiista ancta aquelas dife- rengas que dio aos eninciados diferentes significados ou que distinguem suas tzanscrigées fonéticas. Outro exemplo: em inglés, os sons (n] © [n] so fond- micamente distintos porque distinguem pares de palavras Conno sing (‘cantar’) 6 sin (“pecado"); em italiano, poré no sto fonemas distintos, de vez que ndo hi palavras que possam possivelmente converter-se uma na noutra pela so mudanga désses sous. Assim sendo, um tinico signo serve para ambos. Em verdade, um italiano com coriza pode promunciar [n] como jn), mas sbmente isso, conquanto seja deiectivel, nio causaria confusio! Um fonema representa a menor ‘mudanga capaz de vonverter uma palavra em outra, ou um enunciado significativo em outro, mas, alént disse, pode-se dizer que certas mudengas de ‘acentuacio, duragéo ou altura de som. impostas & mesma pulavra, tam bém ‘tém importancia comunicativa, ** especialmente para manifestar a atitude ou emocfo de quem fala.F Por ex plo, a expressio “o qué?” (mera interrogacio) 6 distinta da sibita exclamacéo berrada “O QUE!” (indicativa de esponto), tanto fonéticamente como seminticamente. Em certas linguas, os tragos prosddicos de acento, duragio altura servem a fung6es comunicativas importantes. 3. Seria possivel, embora devetas impraticével. expandir 0 rol de palavras do Oxford English Dictionary arrolando muitas delas em suas variagdes de énfaso; outrossim, seria possivel, em princfpio, dar de cada uma as correspondentes “defini es” de diciondrio (formas sindnimas). Mas semelhante método produziria um tomo tio macudo que teria escasia utilidade; & mais prético srrviar formas “neutras”. Além disso, na eserita fonética, 4 mals econdmico restringir os signos fonéticos As formas neutras e adorné-las com sinais diacz{ticos conforme necessétio, para indicar acento, dura- ‘fo ou altura. (Contou-se, do diretor do Teatro de Arte de Moscou, Stanislavsky, a'histdria de que exigia de sous alunos que pronunciassem uma palavra, “noite”, de cérea de cingiienta 142 diferentes maneiras, enquanto uma platéia de assessores anotava suas impresses de qual sentido era comunicado. *) Os signos fonémicos sio distinguidos dos signos foné- ticos por tragos inclinados, assim: /n/, /e/, /S/, Quando ingiiista ‘registra suaz observagves em tal forma sim- . discreta, faz uma representagio que atende 20 seu propésito particular, um propésito pritico. Esse modélo no representa os enunciados de nenhum individuo falante em nenhuma ocasizo — sons fisicos per se — mas dio sb- mente uma descri¢io minima, que representa a conformi- Gade désses enunciados com’ um sistema, “a linguagem”. Nao obstante, o testemunho fisieo que o lingitista ex. cnina € co qual extrai seu cabedal de fonemas néo é © som exato produzido por qualquer membro individual numa deter- minada ocasido; € uma unidade lingiifstion abstrafda dos enunciados de muitas pessoas. Voltaremos a considerar a relagio entre enunciados e fonemas lingifsticos mais adiante, na Segio 4, com referéncia & Figura 3.4 Os fonemas constituem um conjunto particular de uni- dades segmentadas da tinguagem, e nds nos detivemos em fonemas aqui, nio com a finalidade de dar relévo a qual: quer teoria, mas anes com a de ilustrar a necessidade Iigica de segmentagio para descrever enunciados, ¢ algumas das dificuldades inerentes. Este vosso autor ndo tem nenhum mandato para legis- lur sdbre conceitos que sio essencialmente lingiiisticos, e ssa nig é de modo algum, sua intengao. Ble deseja antes tornar claro em que sentido térmos como fonema serio usados no presente texto, Considerando a natureza multi facetada da linguegem, devemos esperar diferengas de opi- nido em diferentes escolas de pensamento, Um conjunto de definicdes puramente lingti um alvo ideal para a edificagio de um sistema de Lingtifs- trutural; trata-se de um problema tedrico vital. Mas ise lingliistica sempre teve, também, uma finalidade pritica; “Por mais variadas que sejam as definigoes de (7). 0 Professor Tekobson, em correspondéacs.privada tonoma oferecidas por diferontes estudlosys » escolas, todas essas formulagées visam cssencialmente a uma sé € mesma coisa, . em linhas gerais, a tarefa prética de enumerar 0 cabedal de fonemas em qualquer lingua dada encontrou sua solugio aprosimada” *° A quantidace de discusses académicas pode dar uma medida da presente inexatidio de uma ciéncia, mas nao lhe frusira de todo, necessiriamente, a utilidade pratica 8. RUMO A UMA DESCRIGAO LOGICA DA LINGUAGEM Os diversos elementos de uma lingua podem ser clas- sifieados de maneira légica. Uma afirmativa desias earece de explicagdo, mas acentue-se, aqui e agora, que isso niéo 0 mesmo que dizer “que nes comunicainos logicamente” ou, menos ainda, “que pensamos log ” Ea prdpria linguagem, uma’ descricio de seus vérios simblos ¢ ele- mentos (em metalinguagem), nfo sew uso durante uma comunieacio ao vivo, que estamos discutinde agit Para ilustrar: qualquer letra do alfabeto pode ser iden- tifieada fazendo-se a pergunta: “Ela est4 na primeira me- tade, ae A a M; sim ou ndo?” Quando isto 4 respondido, por exemplo com um sim, segue-se uma segunda pergunta “Bla se acha na primeira parte dessa primeira metade; sim ou nfo?” E assim por dian'e, até a letra ser identificada. Essa dicotomia, ou identificacio “légica” a dois valdres, re- sulta numa cadeia de sins © nos, chamada cadefa ds sim- bolas biaérios. Por exemplo, sim, ndo, ndo, sin, nav poderia identificar uma determinada let:a; essa cadeia cle sins e ndos € uma versio cifrada da tetra, semelhante acs pontcs € tragos do eédigo Morse. Evidentemente, para que tal cifra identifique uma letra inieameate, as letras devem em pri- meirc lugar ser atroladas de uma maneira combinada, € os sucessivos pontos de divisio, em duas partes acérca das (7) Com gentil permissio do antor € do editor. Ma quais haja concordincia. De maneira semelhante, poderia- thos identificar palavras, em vez disso, considerando-as con- forme estéo ordenadas no diclonério ¢ fazendo as mesmas perguntas: “Esti na primeira metade? A primeira metade Ga primeira metade?”. E assim por diante. No jégo familiar Genomnado. “Vinte Perguntas”, identifieamos um objeto formulando perguntas que possam ser respondidss com sim cu ndo. Em todas éss0s casos, a cadeia de simbolos bindrios nae tera uso algum — nfo sera decifrivel — a menos que ‘a maneira precisa de interrogar seja antecipadamente com- binada. 4 muitos exemplos histéricos interessantes de cifras e cédigos binarios, aos quais fizemos alguma referéncia fem nossa resenha histérica, no Capitelo 2, onde observa- mos que, aparentemente, j& se compreendera, hé muitos Séculos, que a informagio podia ser transmitida por um Sédigo ‘a dois simbolos. Mas cumpre, mais uma vez, acen- tuar que isso nao significa que na pritica nos comuniquemos de fato de tal maneira; significa que os stiabolos de que ‘se compe as mensagens podem ser éranscritos em cadeias bindrias (podem ser cifrados), se assim o quisermos. Quan- do converso com um amigo, néo disparamos perguntas sim fou nao um contra @ outro! Voltaremos a tais pontos mais adiante, mas primeir meate € mister dar alguma atengio ao estubelecimento a priori de categorias de mensagem (letras, fonemas, pala- {ras. ¢ assim por diante) e a ordenagio e “método de interrogar” combinados. Consideremos alguns pontos da teoria da descrigio. 3.1 A NECESSYDADE L4cICA DE QUANTIZAGSO Quando falamos ou escrevemos a respeito de algo, demos téo-sbmente dizer um mimero finito de coisas sobre @le. Nao podemos descrever e transmitiz idéias com pre- cisio infinitesimal; néo podemos classificar ou acertar na idsca com absoluta preciso, mas temos sempre de nos contentar em fozé-lo dentro de certos limites arbitrérios de utilidade privica. Para o propésito de falar acérca de M5

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