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CADERNOS

DE APOIO À
APRENDIZAGEM
Português

1
Unidade 3 – versão – 11 junho 2021

ª
SÉRIE
Governo da Bahia Góes • Janeide Sousa Santos • João Luiz Pereira
Da Costa Ferreira • Jucy Eudete Lôbo • Laís
Rui Costa | Governador Amélia Silva Lobo • Leide Fausta Gomes da Silva
João Leão | Vice-Governador • Manoela Oliveira de Souza Santana • Márcia de
Cássia Santos Mendes • Maria Cristina Santos
Jerônimo Rodrigues Souza | Secretário da Educação Feitosa • Marielson Nascimento Alves • Mirela
Danilo de Melo Souza | Subsecretário Gonçalves Conceição • Nilson Maynard Menezes
• Suzimá Jaques Silveira • Tamires Fraga Martins
Manuelita Falcão Brito | Superintendente de Políticas • Uenderson Jackson Brites de Jesus • Yone Maria
para a Educação Básica Costa Santiago • Viviane Paraguaçu Nunes

Equipe Educação Inclusiva


Coordenação Geral Marlene Cardoso • Ana Claudia Henrique Mattos •
Manuelita Falcão Brito Daiane Sousa de Pina Silva • Edmeire Santos Costa
Jurema Oliveira Brito • Gabriela Silva de Jesus • Nancy Araújo Bento •
Letícia Machado dos Santos Cíntia Barbosa de Oliveira Bispo

Diretoria de Currículo, Avaliação e Tecnologias Edu- Coordenação da Revisão


cacionais Ivonilde Espirito Santo de Andrade
Jurema Oliveira Brito Jurema Oliveira Brito
Letícia Machado dos Santos
Diretoria de Educação e Suas Modalidades Silvana Maria de Carvalho Pereira
Iara Martins Icó Sousa Revisão de Conteúdo
Coordenações das Etapas e Modalidades Alécio de Andrade Souza • Ana Paula Silva Santos
da Educação Básica • Carlos Antônio Neves Júnior • Carmelita Souza
Oliveira • Cláudia Celly Pessoa de Souza Acunã
Coordenação de Educação Infantil e Ensino Fundamental • Claudio Marcelo Matos Guimarães • Edileuza
Nunes Simões Neris • Eliana Dias Guimarães
Kátia Suely Paim Matheó
• Gabriel Souza Pereira • Helena Vieira Pabst •
Coordenação de Ensino Médio Helionete Santos da Boa Morte • Helisângela Acris
Renata Silva de Souza Borges de Araujo • Ivan De Pinho Espinheira Filho
• João Marciano de Souza Neto • Jose Expedito
Coordenação do Ensino Médio com Intermediação Tecnológica de Jesus Junior • Jussara Santos Silveira Ferraz
Letícia Machado dos Santos • Kátia Souza de Lima Ramos • Letícia Machado
dos Santos • Márcia de Cácia Santos Mendes •
Coordenação da Educação do Campo e Escolar Quilombola Márcio Argolo Queiroz • Mônica Moreira de Oliveira
Poliana Nascimento dos Reis Torres • Renata Silva de Souza • Roberto Cedraz
de Oliveira • Rogério da Silva Fonseca • Solange
Coordenação de Educação Escolar Indígena Alcântara Neves da Rocha • Sônia Maria Cavalcanti
José Carlos Batista Magalhães Figueiredo
Coordenação de Educação Especial Revisão Ortográfica
Marlene Santos Cardoso Ivonilde Espirito Santo de Andrade • Ana Lúcia
Cerqueira Ramos • Clísia Sousa da Costa • Elias
Coordenação da Educação de Jovens e Adultos dos Santos Barbosa • Elisângela das Neves Aguiar
Isadora Sampaio • Jussara Bispo dos Santos • Maria Augusta Cortial
Chagas da Silva • Marisa Carreiro Faustino •
Coordenação da Área de Linguagens Rosangela De Gino Bento • Roseli Gonçalves dos
Márcia de Cácia Santos Mendes Santos • Tânia Regina Gonçalves do Vale • Solange
Maria de Fátima Fonseca Alcântara Neves da Rocha
Equipe de Elaboração Colaboradores
Adriana Almeida Amorim • Andréia Santos Santana • Artur Edvânia Maria Barros Lima
Andrade Pinho • Bleiser Santos de Lima • Carlos Vagner Gabriel Souza Pereira
da Silva Matos • Cássio José Laranjeira da Silva • Claudete Gabriel Teixeira Guia
dos Santos de Souza • Claudia Cavalcante Cedraz Caribé de Jorge Luiz Lopes
Oliveira • Cláudia Celly Pessoa de Souza Acunã • Claudia José Raimundo dos Santos Neris
Norberta dos Santos Amaral • Daiane Sousa de Pina Silva Shirley Conceição Silva da Costa
Elci Paim Pereira • Elizabete Bastos da Silva • Elizabete Silvana Maria de Carvalho Pereira
Cardoso Maia • Elisana Georgia Silva dos Santos • Elza
Sueli Lima da Silva • Gabriela Dias Lima Gramacho Fraga Projeto Gráfico e Diagramação
• Gabriel Silva Almeida • Gidean de Jesus Nunes Júnior • Bárbara Monteiro
Gildo Mariano de Jesus • Gilmara Carneiro da Silva Freitas
• Ivan De Pinho Espinheira Filho • Jaildon Jorge Amorim
À Comunidade Escolar,
A pandemia do coronavírus explicitou problemas e introduziu desafios
para a educação pública, mas apresentou também possibilidades de inova-
ção. Reconectou-nos com a potência do trabalho em rede, não apenas das
redes sociais e das tecnologias digitais, mas, sobretudo, desse tanto de gen-
te corajosa e criativa que existe ao lado da evolução da educação baiana.

Neste contexto, é com satisfação que a Secretaria de Educação da Bahia dis-


ponibiliza para a comunidade educacional os Cadernos de Apoio à Apren-
dizagem, um material pedagógico elaborado por dezenas de professoras e
professores da rede estadual durante o período de suspensão das aulas. Os
Cadernos são uma parte importante da estratégia de retomada das ativida-
des letivas, que facilitam a conciliação dos tempos e espaços, articulados a
outras ações pedagógicas destinadas a apoiar docentes e estudantes.

Assegurar uma educação pública de qualidade social nunca foi uma mis-
são simples, mas, nesta quadra da história, ela passou a ser ainda mais
ousada. Pois, além de superarmos essa crise, precisamos fazê-la sem com-
prometer essa geração, cujas vidas e rotinas foram subitamente alteradas,
às vezes, de forma dolorosa. E só conseguiremos fazer isso se trabalhar-
mos juntos, de forma colaborativa, em redes de pessoas que acolhem, cui-
dam, participam e constroem juntas o hoje e o amanhã.

Assim, desejamos que este material seja útil na condução do trabalho pe-
dagógico e que sirva de inspiração para outras produções. Neste sentido, ao
tempo em que agradecemos a todos/as que ajudaram a construir este vo-
lume, convidamos educadores e educadoras a desenvolverem novos mate-
riais, em diferentes mídias, a partir dos Cadernos de Apoio, contemplando
os contextos territoriais de cada canto deste “país” chamado Bahia.

Saudações educacionais!

Jerônimo Rodrigues
UNIDADE
Campos: vida pessoal, artístico-literário,
3
práticas de estudo e pequisa, jornalístico-
midiático e atuação na vida pública

Objetos de Conhecimento:
1. Lírica e o Barroco. 2. Arcadismo. 3. Verbo: relações modo-temporais. 4. Verbo:
valores semânticos dos distintos aspectos verbais. 5. Advérbio. 6. Processo de for-
mação de palavras. 7. Variação Linguística.

Competência(s):
1. Compreender o funcionamento das diferentes linguagens e práticas (artísticas, corporais e
verbais) e mobilizar esses conhecimentos na recepção e produção de discursos nos diferentes
campos de atuação social e nas diversas mídias, para ampliar as formas de participação social,
o entendimento e as possibilidades de explicação e interpretação crítica da realidade e para
continuar aprendendo.
2. Apreciar esteticamente as mais diversas produções artísticas e culturais, considerando suas
características locais, regionais e globais, e mobilizar seus conhecimentos sobre as linguagens
artísticas para dar significado e (re)construir produções autorais individuais e coletivas, de ma-
neira crítica e criativa, com respeito à diversidade de saberes, identidades e cultura

Habilidades:
1. (EM13LP28) organizar situações de estudo e utilizar procedimentos e estratégias de leitura
adequada aos objetivos e à natureza do conhecimento em questão.
2. (EM13LGG103) Analisar, de maneira cada vez mais aprofundada, o funcionamento das lingua-
gens, para interpretar e produzir criticamente discursos em textos de diversas semioses.
3. (EM13LP06) Analisar efeitos de sentido decorrentes de usos expressivos da linguagem, da
escolha de determinadas palavras ou expressões e da ordenação, combinação e contraposição de
palavras, dentre outros, para ampliar as possibilidades de construção de sentidos e de uso crítico
da língua.
4. (EM13LP10) Analisar o fenômeno da variação linguística, em seus diferentes níveis (variações
fonético-fonológica, lexical, sintática, semântica e estilístico-pragmática) e em suas diferentes
dimensões (regional, histórica, social, situacional, ocupacional, etária, etc.), de forma a ampliar
a compreensão sobre a natureza viva e dinâmica da língua e sobre o fenômeno da constituição
de variedades linguísticas de prestígio e estigmatizadas, e fundamentar o respeito às variedades
linguísticas e o combate a preconceitos linguísticos
TEMA: Lírica e o Barroco
Objetivos de Aprendizagem: Conhecer o contexto sócio-político, histórico e religioso em que
se desenvolveu o movimento Barroco no Brasil: a Reforma Protestante e a Contrarreforma,
a arte barroca a partir dos conflitos do homem pós-renascentista, o processo de colonização
no Nordeste açucareiro e a introdução da arte barroca na Colônia. Compreender a formação
do Barroco no Brasil, suas características gerais, autores e obras: as variadas temáticas da
poesia lírica e satírica de Gregório de Matos (Boca do Inferno e a denúncia das mazelas so-
ciais), Pe. António Vieira com seus sermões, Bento Teixeira (a Prosopopeia como obra inau-
gural no país), e as artes visuais dos artistas Aleijadinho e Mestre Ataíde.
Semana Aula Atividade
1
1 Ler textos relacionados ao contexto sócio-político e histórico do movimento
2
Barroco no Brasil.
3
4
2 Ler textos de Gregório de Matos e Padre Antônio Vieira e levantar as caracte-
5 rísticas gerais das produções do período Barroco nesses textos.
6

TEMA: Arcadismo
Objetivos de Aprendizagem: Conhecer o contexto sócio-político e histórico em que se de-
senvolveu o movimento Arcadismo no Brasil e em Portugal: influência do avanço industrial
europeu e pelo Iluminismo no século XVIII, valorização do pensamento racional, da simpli-
cidade estética e do movimento intelectual (às ideias de revolução, liberalismo, cidadania
e Direitos Humanos). Compreender a formação do Arcadismo (Brasil e Portugal) suas ca-
racterísticas gerais, autores e obras: autores importantes: (Tomás Antônio Gonzaga, Cláudio
Manuel da Costa, Santa Rita Durão e Basílio da Gama), afastamento dos dogmatismos da
religião, queda das monarquias absolutistas, ascensão da burguesia, desenvolvimento téc-
nico e tecnológico, forte êxodo rural, investimentos em educação em massa e ampliação da
população urbana.
Semana Aula Atividade

7
Ler textos relacionados ao contexto sócio-político e histórico do movimento
3 8
Arcadismo no Brasil e em Portugal.
9

Ler textos de autores arcadistas e levantar as características gerais dessas


10
produções.
4
11 Produzir um quadro comparativo das características dos autores Barroco e
12 Árcades.
TEMA: Processo de formação de palavras – Verbo: relações modo-tem-
porais. Advérbio
Objetivos de Aprendizagem: Reconhecer o processo de formação de palavras e compreen-
der o sentido das palavras a partir do contexto. Compreender que os morfemas colocados
no final das palavras servem para indicar flexões verbais ou nominais. Compreender que o
processo de formação de palavras contribuem para a formação de novas palavras, mudança
de classe gramatical com consequente mudança de significado.

Semana Aula Atividade

13
5 14 Pesquisar palavras muito usadas em sua comunidade.
15
16
Pesquisar a origem das palavras identificadas nas aulas anteriores, o proces-
6 17
so de formação dessas palavras e sua evolução até os dias atuais.
18
19
Selecionar e produzir um quadro comparativo com as palavras pesquisadas
7 20
e as classes gramaticais a que pertencem, identificando a sua classificação
21

TEMA: Variação Linguística


Objetivos de Aprendizagem: Compreender as línguas como fenômeno (geopolítico, histórico,
social, cultural, variável, heterogêneo e sensível aos contextos de uso), reconhecendo suas
variedades e vivenciando-as como formas de expressões identitárias, pessoais e coletivas,
bem como agindo no enfrentamento de preconceitos de qualquer natureza.
Semana Aula Atividade

Pesquisar o uso dos vocábulos selecionados nas aulas anteriores de outras


22
regiões do Brasil.
8
23
Produzir um quadro comparativo apontando a variação linguística das pala-
vras em estudo, entre as regiões pesquisadas e sua comunidade.
24
TRILHA 9 Tema: Barroco no Brasil

1. PONTO DE ENCONTRO
Olá! Muito bom reencontrar você novamente! Inauguraremos um novo
caminho de nossa trilha de aprendizagem. Nessa retomada de nossos
estudos, você irá conhecer o movimento Barroco no Brasil e compreender
seu contexto histórico, sócio-político e religioso. Terá também a oportuni-
dade de conhecer os principais autores e suas obras, assim como as carac-
terísticas deste movimento. Preparado/a para nossa nova aventura? Então
vem comigo!

2. BOTANDO O PÉ NA ESTRADA
Antes de iniciar nossa caminhada, quero te fazer algumas perguntas:

1 Você já ouviu falar em Pe. António Vieira, Bento Teixeira,


Aleijadinho e Mestre Ataíde? Sabe algo sobre Gregório de Matos,
o “Boca do inferno”? Já parou para analisar que a linguagem
artística atual pode ter influências de movimentos literários do
final do século XVI e meados do século XVIII?

3. LENDO AS PAISAGENS DA TRILHA


Você sabia que o Barroco é um estilo artístico que iniciou na Itália, em
seguida difundindo-se pelos países católicos da Europa e da América?
Ao longo da nossa trilha iremos observar como este movimento literário
difundiu-se pelo Brasil. E ainda, quando surgiu, suas características, seus
autores e obras, e o que o movimento representa para a literatura mundial
e brasileira. Acompanhe-me!

TRILHA 9 | Tema: Barroco no Brasil 1


Para continuar na trilha, observe os textos abaixo e em seguida, responda
às perguntas no seu diário de bordo.

Texto 1 – Arquitetura Barroca

Figura 1 – Arquitetura barroca no Brasil. (Foto: Flickr)

Disponível em: https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/artes/barroco-no-


-brasil. Acesso em : 03 de fev. 2021 .

Texto 2 – Barroco no Brasil


O Barroco no Brasil foi introduzido pelos jesuítas portugueses durante o
Período Colonial, com o objetivo principal de catequizar os índios.
Ainda que tenha chegado sob influência de Portugal, visto que o Brasil era
uma colônia portuguesa, o estilo artístico adquiriu características próprias no
território brasileiro. Isso porque, naquela época, ambos os países viviam re-
alidades muito distintas: os portugueses exibiam luxo e pompa, enquanto os
brasileiros enfrentavam a escravização dos negros e a perseguição aos índios.
O Barroco teve uma grande importância artística e cultural no Brasil e dei-
xou legados na arquitetura, na pintura e na estatuária até os dias de hoje
TRILHA 9 | Tema: Barroco no Brasil 2
em muitas cidades brasileiras, a exemplo do Rio de Janeiro, Ouro Preto,
Salvador e Recife.

Fonte: LOPES, Adriana. Manifestação artística predominou no território brasileiro


durante o Período Colonial. Disponível em: https://www.educamaisbrasil.com.br/
enem/artes/barroco-no-brasil. Acesso em: 03 fev. 2021. (Texto adaptado)

Agora é com você!

1 O que a pintura barroca expressava, já que havia a necessidade


de se reaproximar dos fiéis após a Reforma Protestante?

2 A pintura trazida de Portugal, feita em azulejos, queria


transmitir o que com aquela arte?

3 Qual a relação entre os dois textos? Por que o estilo artístico


Barroco adquiriu características próprias no território brasileiro,
já que veio para o Brasil com o objetivo principal de catequizar
os índios?

4. EXPLORANDO A TRILHA
Tudo bem com você até aqui? Vamos continuar a nossa caminhada com
um novo desafio: aí mesmo, na sua casa, vamos estudar o quadro explica-
tivo abaixo sobre a poesia lírica barroca:

Texto 3 – Poesia Lírica Barroca

CONCEITO
A poesia barroca é aquela que foi desenvolvida durante o período do bar-
roco. O barroco, ou seiscentismo, foi um movimento artístico e literário que
teve início no século XV durante o renascimento europeu.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
Dualidade, contradição e complexidade;
TRILHA 9 | Tema: Barroco no Brasil 3
• Obscurantismo e sensualismo;
• Temas religiosos e profanos;
• Preciosismo vocabular;
• Valorização dos detalhes;
• Linguagem rebuscada, dramática e exagerada;
• Uso de figuras de linguagem: antítese, paradoxo, hipérbole e metáforas;
• Cultismo ou Gongorismo (jogo de palavras);
• Conceptismo ou Quevedismo (jogo de ideias).

AUTORES DO BARROCO NO BRASIL


Bento Teixeira (1561-1618)
Gregório de Matos (1633-1696)
Manuel Botelho de Oliveira (1636-1711)
Frei Vicente de Salvador (1564-1636)
Frei Manuel da Santa Maria de Itaparica (1704-1768)

AUTORES DO BARROCO EM PORTUGAL


Padre Antônio Vieira (1608-1697)
Padre Manuel Bernardes (1644-1710)
Francisco Manuel de Melo (1608-1666)
Francisco Rodrigues Lobo (1580-1621)
Soror Mariana Alcoforado (1640-1723)

Disponível em: https://www.todamateria.com.br/poesia-barroca. Acesso em:


03 fev. 2021. (Texto adaptado)

Agora leia as poesias abaixo e vamos refletir nas mensagens que elas
transmitem:

Texto 4 – Poesia Barroca Brasileira


“A Lâmpada do Sol tinha encuberto,
Ao Mundo, sua luz serena e pura,
E a irmã dos três nomes descuberto
A sua tersa e circular figura.

TRILHA 9 | Tema: Barroco no Brasil 4


Lá do portal de Dite, sempre aberto,
Tinha chegado, com a noite escura,
Morfeu, que com subtis e lentos passos
Atar vem dos mortais os membros lassos.”
(Trecho da obra “Prosopopéia” de Bento Teixeira)

Texto 5 – Poesia Barroca Portuguesa


Sobe Bernardo da eternidade ao mapa,
deixa do velho Adão a mortal cepa,
pelo lenho da Cruz ao Empíreo trepa,
começando em Belém na pobre lapa.
Mais que rei pode ser e mais que papa
quem de seu coração vícios decepa,
que a grenha de Sansão tudo é carepa
e a gadanha da morte tudo rapa!
A flor da vida é cor de tulipa,
também dos secos anos é garlopa,
que corta como ao mar corta a chalupa.
Nem há mister que o fosso corte a tripa,
se na parte vital já tudo topa.
É ape!, epa!, ipa!, opa!, upa!
(Soneto de Padre Antônio Vieira)

Disponível em: https://www.todamateria.com.br/poesia-barroca. Acesso em:


03 fev. 2021. (Texto adaptado)

Releia o texto explicativo supracitado e responda às seguintes questões:

1 Descreva a linguagem e o conteúdo da poesia barroca no Brasil


e em Portugal:

2 Quais as diferenças (na linguagem e no conteúdo) entre elas?

TRILHA 9 | Tema: Barroco no Brasil 5


Para aprofundar mais sobre esse tema, é necessário que você realize os
estudos no seu livro didático.

5. RESOLVENDO DESAFIOS DA TRILHA


Texto 6 – Versos

Reflita nos seguintes versos:

“Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,


depois da Luz se segue a noite escura,
em tristes sombras morre a formosura,
em contínuas tristezas a alegria”.
Disponível em: https://exerciciosweb.com.br/literatura/simulado-com-questo-
es-sobre-o-estilo-barroco Acesso em: 03 fev. 2021

Agora analise, com base nos estudos sobre o estilo Barroco.

1 Os versos apresentam características típicas do período


Barroco? Justifique com elementos do texto.

Para saber se você está acompanhando os estudos desta trilha resolva as


questões a seguir no seu diário de bordo:

1 Qual a diferença entre o Barroco no Brasil e em Portugal?

2 Como foi a entrada da arte barroca no Brasil?

3 Qual o poeta introduziu o Barroco no Brasil?

6. A TRILHA É SUA: COLOQUE A MÃO NA MASSA


A criatividade faz parte da nossa essência! Há um artista dentro de você,
sabia?! Todos nós somos seres inventivos. Demonstre as descobertas reali-
TRILHA 9 | Tema: Barroco no Brasil 6
zadas nesta viagem por meio de palavras, frases, desenhos (concretos os
abstratos), músicas, quadrinhos, pintura, paródias, charges, mapa concei-
tual/mental, poemas, ou qualquer outra linguagem.

O desafio agora é: recriar uma arte barroca. Use sua criatividade!

7. A TRILHA NA MINHA VIDA


Vamos observar como as imagens compõem a arte barroca? Desta forma,
recomendo que você faça uma oficina e para isso produza uma arte
barroca, pode ser a mesma criada na atividade anterior. Depois faça a
comparação com alguma arte atual que usa a mesma mensagem utili-
zada por você! Parabéns pela iniciativa! Vamos continuar, pois já estamos
encerrando esta trilha!

Figura 2 – A crucificação de Jesus, 1796-1799

Disponível em: https://


www.todamateria.com.
br/aleijadinho/ Acesso:
03 fev. 2021.

8. PROPOSTA DE INTERVENÇÃO SOCIAL


Você já parou para pensar como seria a vida se não existisse a arte? A
expressão em arte pode ser por meio de diversas linguagens artísticas:
música, dança, poesia, teatro, cinema, pintura, desenho, game, grafite, foto-
grafia, história em quadrinho, cartum, escultura... Enfim, muitas artes!
Vamos fazer um trabalho de autoria, usando diferentes recursos artísticos
para expor suas ideias?
TRILHA 9 | Tema: Barroco no Brasil 7
O grande desafio é promover uma proposta de intervenção a partir das
linguagens artísticas de sua escolha. Intervir significa atuar direta-
mente, agindo ou decidindo, e emitir, expor opinião. Sendo assim, elabore
uma proposta de intervenção apresentando como seria a vida sem ARTE.
Inspire-se na frase “A arte existe porque a vida não basta!” do poeta
Ferreira Gullar.

Ah, aproveite para exercitar o conteúdo da trilha de hoje e estudar sobre o


movimento literário Barroco. Bom estudo!

9. AUTOAVALIAÇÃO
Ufa! Caminhamos bastante! Foi muito bom estar contigo nesta trilha.
Parabéns por ter chegado até aqui junto comigo. Você sabia que a sua
companhia foi bastante divertida?! Mas antes de nos despedirmos quero
te convidar a pensar sobre seu próprio percurso. Afinal, refletir sobre as
nossas experiências nos torna capazes de trilhar novos caminhos de
forma mais madura e segura, além de nos ajudar no planejamento de
novos desafios e na tomada de decisões importantes para nossa vida. Para
isso peço que responda apenas algumas perguntas no seu diário de bordo:

a) Você reservou um tempo para realizar esta atividade?


b) Se reservou, conseguiu realizar esta atividade no tempo
programado?
c) Considera que a trilha te ajudou a entender o movimento
literário Barroco?
d) Através da trilha você consegue distinguir o Barroco no
Brasil do Barroco em Portugal?
e) Percebeu se as artes atuais têm relação com as artes do
movimento Barroco?
f) Você acha que consegue aplicar na sua vida as
aprendizagens dessa aula? Comente.

TRILHA 9 | Tema: Barroco no Brasil 8


Obrigado/a pelas respostas! Socialize-as com seu/sua professor/a e colegas
quando estivermos juntos em nosso Tempo Escola. Ah! Fique atento/a, pois
posso pedir algumas dessas atividades pelo Google Classroom ou de forma
escrita no seu diário de bordo (caderno). Afinal, você chegou até o final da
trilha e desejo valorizar todo o seu esforço. Até o próximo encontro!

9
TRILHA 10 Tema: Arcadismo

1. PONTO DE ENCONTRO
Olá, estudante! Vamos dar início a um novo encontro, repleto de informa-
ções e conhecimentos que contribuirão para ampliar sua aprendizagem.
Nesta segunda trilha você irá conhecer o Arcadismo, movimento literário
que se desenvolveu no Brasil na segunda metade do século XVIII e teve
como centro de difusão o estado de Minas Gerais. Ainda terá oportuni-
dade de conhecer os principais autores, obras e características deste movi-
mento. Mas não se preocupe, estaremos juntos durante todo o percurso.

2. BOTANDO O PÉ NA ESTRADA
Antes de iniciar o nosso percurso, precisamos refletir sobre algumas questões:

1 Você já ouviu falar em Cláudio Manoel da Costa, Tomáz Antônio


Gonzaga e Basílio da Gama?

2 Já parou para analisar que a linguagem artística atual pode ter


influências de movimentos literários do final do século XVIII?

Anote suas respostas em seu diário de bordo e continue na trilha.

3. LENDO AS PAISAGENS DA TRILHA


Você sabia que o Arcadismo foi um movimento literário nascido na Europa
do século XVIII, também conhecido como Neoclassicismo? O Arcadismo,
no Brasil, teve como marco inicial o livro “Obras Poéticas”, de Cláudio
Manuel da Costa e foi a principal tendência estética produzida no país na

TRILHA 10 | Tema: Arcadismo 1


época, tendo seus principais autores presentes na cidade de Vila Rica, atual
Ouro Preto, em Minas Gerais?

Vamos percorrer um caminho e observar como este movimento literário


difundiu-se pelo Brasil?

Agora teremos a oportunidade de observar quando surgiu, suas caracterís-


ticas, seus autores e obras, e o que o movimento representa para a litera-
tura mundial e brasileira. Acompanhe-me!

Observe os textos abaixo e em seguida, responda às perguntas no seu


diário de bordo.

Texto 1 – Arcadismo
Quando cheios de gosto e de alegria
Quando cheios de gosto, e de alegria
Estes campos diviso florescentes,
Então me vêm as lágrimas ardentes

Com mais ânsia, mais dor, mais agonia.


Aquele mesmo objeto, que desvia
Do humano peito as mágoas inclementes,
Esse mesmo em imagens diferentes
Toda a minha tristeza desafia.

Se das flores a bela contextura


Esmalta o campo na melhor fragrância,
Para dar uma ideia da ventura;

Como, ó Céus, para os ver terei constância,


Se cada flor me lembra a formosura
Da bela causadora de minha ânsia?
Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/literatura/arcadismo-brasil.htm
Acesso em: 04 fev. 2021

TRILHA 10 | Tema: Arcadismo 2


1 Observe a oposição manifestada entre esse cenário (a natureza)
e o modo como se sente o eu-lírico, cujos aspectos se revelam já
na primeira estrofe. Este cenário pode ser imaginado de forma
diferente? Justifique.

2 Uma das características que mais se evidenciam no poema é a


exaltação da natureza. Explique porque isso acontece:

3 O “Fugere Urbem” fugir da cidade, cuja proposta se deve ao fato


de o poema se entregar aos valores do campo em oposição aos
da cidade é visto de que forma atualmente?

Texto 2 – Características do Arcadismo


Exaltação da natureza
Valorização do cotidiano e da vida simples, pastoril e no campo (bucolismo)
Crítica à vida nos centros urbanos
Modelo clássico
Linguagem simples
Utilização de pseudônimos
Objetividade
Temas simples: amor, vida, casamento, paisagem
Fugere Urbem (fugir da cidade)
Inutilia Truncat (cortar o inútil)
Aurea Mediocritas (mediocridade áurea/vida comum)
Locus Amoenus (refúgio ameno/agradável)

Disponível em: https://www.todamateria.com.br/arcadismo-no-brasil Acesso


em: 03 fev. 2021.

Agora é com você!

TRILHA 10 | Tema: Arcadismo 3


1 Analise as características do Arcadismo e do Barroco e expli-
que o que têm em comum.

2 Os temas simples como amor, vida e casamento eram valoriza-


dos pelo Arcadismo. Você acha que estes temas ainda têm uma
valorização? Justifique:

3 Qual a relação entre os dois textos?

4. EXPLORANDO A TRILHA
Tudo ok com você até aqui? Vamos continuar o caminho com um novo
desafio: aí mesmo, na sua casa, vamos estudar o texto sobre a tendência do
Arcadismo e responda ao desafio abaixo:

Texto 3 – Tendências do Arcadismo


As tendências árcades estão relacionadas aos conceitos expressos em latim:
Fugere Urbem: Fuga da cidade, ou seja, expressa por uma vida simples,
bucólica e pastoril no campo, em detrimento de uma vida urbana e mate-
rialista.
Locus Amoenus: Lugar ameno e agradável, ou seja, um lugar para viver
que seja longe dos centros urbanos, onde reina a paz.
Aurea Mediocritas: Equilíbrio de ouro, ou seja, expressa a tranquilidade e
a paz, rica em aspectos espirituais donde se idealiza a vida mais simples
no campo.
Inutilia Truncat: Cortar o inútil e buscar o equilíbrio, ou seja, denota a
simplicidade da linguagem árcade em contraposição à linguagem rebus-
cada e culta do barroco.
Carpe Diem: Aproveite o momento e a vida, ou seja, termo expresso para
indicar a efemeridade do tempo.
Disponível em: https://www.todamateria.com.br/a-linguagem-do-arcadismo/
Acesso em: 04 fev. 2021 (Texto adaptado)
TRILHA 10 | Tema: Arcadismo 4
1 Escolha uma tendência supracitada e explique como seria nos
dias atuais.

Agora vamos conhecer o Arcadismo em Portugal.

Texto 4 – Em Portugal
O Arcadismo em Portugal começou em 1756 com a fundação da Arcádia
Lusitana. Sem dúvida, Manuel Maria Barbosa du Bocage foi o que mais se
destacou. Além dele, outros autores árcades portugueses que merecem
destaque são: António Dinis da Cruz e Silva, Correia Garção, Marquesa de
Alorna e Francisco José Freire. Para compreender melhor a linguagem do
arcadismo português segue abaixo um soneto de Bocage:
Auto-Retrato
Magro, de olhos azuis, carão moreno,
Bem servido de pés, meão na altura,
Triste de facha, o mesmo de figura,
Nariz alto no meio, e não pequeno:
Incapaz de assistir num só terreno,
Mais propenso ao furor do que à ternura,
Bebendo em níveas mãos por taça escura
De zelos infernais letal veneno:
Devoto incensador de mil deidades,
(Digo de moças mil) num só momento
Inimigo de hipócritas, e frades:
Eis Bocage, em quem luz algum talento:
Saíram dele mesmo estas verdades
Num dia, em que se achou cagando ao vento.
Disponivel em: https://www.todamateria.com.br/a-linguagem-do-arcadismo
Acesso: 04 fev. 2021 (texto adaptado)

Para aprofundar mais sobre esse tema, é necessário que você realize os
estudos no seu livro didático.
TRILHA 10 | Tema: Arcadismo 5
5. RESOLVENDO DESAFIOS DA TRILHA
Um autorretrato é um retrato, uma imagem, que o artista faz de si mesmo.
Muito usado na pintura, na literatura ou na escultura, o autoretrato nem
sempre representa a imagem real da pessoa, mas sim como o artista se vê:
aceita e assume ou tenta mudar e isso depende de cada pessoa ou mesmo
de cada momento.
MONIZ, Laura. Disponível em: https://slideplayer.com.br/slide/4085217/. Aces-
so em: 14 fev.2021.
Agora analise, com base nos estudos sobre o estilo Arcadismo e no poema
Autorretrato, escreva um verso ou poema, onde evidencie seu autorretrato,
tome como inspiração as características típicas do Arcadismo.

Para saber se você está acompanhando os estudos desta trilha resolva as


questões a seguir no seu diário de bordo.

1 Qual a diferença entre o Arcadismo no Brasil e em Portugal?


2 Como foi a entrada da arte Arcade no Brasil?
3 Qual o poeta introduziu o Arcadismo no Brasil?

6. A TRILHA É SUA: COLOQUE A MÃO NA MASSA


A criatividade faz parte da nossa essência! Há um artista dentro de você,
sabia?! Todos nós somos seres inventivos. Demonstre as descobertas reali-
zadas nesta viagem por meio de palavras, frases, desenhos (concretos os
abstratos), músicas, quadrinhos, pintura, paródias, charges, mapa concei-
tual/mental, poemas, ou qualquer outra linguagem.
O desafio agora é: recriar uma arte Arcade. Use sua criatividade!

7. A TRILHA NA MINHA VIDA


Vamos observar um verso que compõe as características da escola lite-
rária Arcadismo.
TRILHA 10 | Tema: Arcadismo 6
“Eu, Marília, não sou algum vaqueiro, Que vive de guardar alheio gado; De
tosco trato, de expressões grosseiro, Dos frios gelado e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal e nele assisto Dá-me vinho, legume, fruta, azeite; Das
brancas ovelhinhas tiro o leite, E mais as finas lãs, de que me visto. Graças,
Marília bela, Graças à minha Estrela!”
Disponível em: http://www.peisjudastadeu.seed.pr.gov.br. Acesso em: 19 mar.
2021.

Observe que o texto tem traços que caracterizam o período literário ao qual
pertence: Arcadismo. Sendo assim, recomendo que você faça uma revisão
na trilha estudada e reflita nas características do Arcadismo.

Verifique qual a qualidade patente nesta estrofe. Escolha uma das opções
abaixo:

( ) o bucolismo ( ) o misticismo

Após isso, produza argumentos sobre a opção marcada e explique porque


não poderia ser a outra opção, apresente os argumentos necessários para
defender seu ponto de vista sobre o tema abordado.

Parabéns! Estamos quase encerrando nossa trilha!

8. PROPOSTA DE INTERVENÇÃO SOCIAL


Você já parou para pensar como seria a vida se não existisse a arte? A
expressão em arte pode ser por meio de diversas linguagens artísticas:
música, dança,poesia, teatro, cinema, pintura, desenho, game, grafite, foto-
grafia, história em quadrinho, cartum, escultura.. Enfim, muitas artes!
Vamos fazer um trabalho de autoria, usando diferentes recursos artísticos
para expor suas ideias?

O grande desafio é promover uma proposta de intervenção a partir das


linguagens artísticas de sua escolha. Intervir significa atuar direta-
mente, agindo ou decidindo, e emitir, expor opinião. Sendo assim, elabore
uma proposta de intervenção usando uma das características do Arca-
dismo: o bucolismo* e um dos temas mais debatidos atualmente é o
TRILHA 10 | Tema: Arcadismo 7
consumismo. Analise, pesquise e reflita como o consumismo atualmente
tem influenciado a sociedade e como essa vida simples e sem apego à
vida material tem se tornado obsoleta. Exponha seus argumentos e traga
uma solução para a sociedade ser menos consumista. Será que é possível?
Vamos ao desafio! Você pode socializar essa atividade com seus amigos e
familiares, pode ser no mural de sua escola ou em suas redes sociais.

*Bucolismo (vida ideal e simples no campo, sem apego a bens materiais)


Disponivel em: https://descomplica.com.br/artigo/resumo-arcadismo/41l/.
Acesso em: 04 fev. 2021.

9. AUTOAVALIAÇÃO
Ufa! Caminhamos bastante! Foi muito bom estar contigo nesta trilha.
Parabéns por ter chegado até aqui junto comigo. Você sabia que a sua
companhia foi bastante divertida?! Mas antes de nos despedirmos quero te
convidar a pensar sobre seu próprio percurso. Para isso peço que responda
apenas algumas perguntas no seu diário de bordo:

a) Você reservou um tempo para realizar esta atividade?

b) Se reservou, conseguiu realizar esta atividade no tempo


programado?

c) Considera que a trilha te ajudou a entender o movimento


literário Arcadismo?

d) Através da trilha você consegue distinguir o Arcadismo no


Brasil do Arcadismo de Portugal?

e) Percebeu que as artes atuais relacionam as artes desse


movimento?

f) Qual a principal diferença entre as escolas literárias


Barroco e Arcadismo? Use pelo menos dois exemplos:

g) Você acha que consegue aplicar na sua vida as


aprendizagens dessa aula? Comente.

TRILHA 10 | Tema: Arcadismo 8


Obrigado/a pelas respostas! Socialize-as comigo e com seus colegas
quando estivermos juntos em nosso Tempo Escola. Ah! Fique atento/a, pois
posso pedir algumas dessas atividades pelo Google Classroom ou de forma
escrita no seu diário de bordo (caderno) afinal, você chegou até o final da
trilha e desejo valorizar todo o seu esforço.

Até breve!

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TRILHA 11 Tema: Elementos Mórficos ou Morfemas

1. PONTO DE ENCONTRO
Olá, estudante! É um prazer encontrá-lo/a novamente para juntos percor-
rermos a última trilha dessa unidade. Tenho certeza de que nossos encon-
tros foram muito valiosos para sua trajetória. Então, vamos para mais
uma experiência de aprendizagem? Você já parou para observar que um
computador é formado por um conjunto de peças que se encaixam, em
uma relação lógica, formando uma estrutura? O computador não é um
bloco indivisível; é feito de partes. Tudo aquilo que é formado de partes
ajustadas é uma estrutura. Logo, é fácil entender por que a palavra é uma
estrutura: é formada de partes. 

As partes da máquina, do corpo humano ou de uma casa têm nome e


lugar certo; têm também uma função certa. Da mesma forma, as partes da
palavra têm nome, lugar e função certos.

Cada uma das palavras da língua portuguesa é formada por unidades


menores dotadas de significado específico; essas unidades são chamadas
de Elementos Mórficos ou Morfemas. Ficou curioso/a para saber mais?
Então embarque comigo nessa nova aventura!

2. BOTANDO O PÉ NA ESTRADA
Entender alguns conceitos é importante antes de aprofundarmos nosso
conteúdo. Por isso, convido você a refletir sobre algumas questões relevantes:

TRILHA 11 | Tema: Elementos Mórficos ou Morfemas 1


1 O que você entende sobre o processo de formação de palavras?
Por que eu preciso estudar esses conceitos? Qual a aplicação
desses conceitos em minha vida cotidiana?

Para seguir na trilha, anote suas respostas no seu diário de bordo


(caderno).

3. LENDO AS PAISAGENS DA TRILHA


O processo de formação de palavras está dentro das grandes áreas grama-
ticais chamadas ortografia e morfologia. Na língua portuguesa, as pala-
vras geralmente se formam por dois processos básicos: a composição e a
derivação. Mas há outros modos de realizar a formação de palavras, e é
sobre isso que vamos nos aprofundar no decorrer desta atividade.

Composição: A composição é o processo de formação de palavras a partir


da união ou junção de dois ou mais radicais. As principais são composição
por justaposição e composição por aglutinação.

Composição por Justaposição: Neste tipo de formação não ocorre alteração


fonética na palavra. Ou seja, duas ou mais palavras ficam juntas com ou
sem hífen formando uma nova palavra.

Exemplos: sexta-feira, girassol, passatempo.

Na palavra “girassol” acrescentou-se a letra “s”, mas a sonoridade da


palavra fica inalterada. Por isso, dizemos que a construção dessa palavra é
uma composição por justaposição.

Composição por Aglutinação: Na formação de palavras por aglutinação


ocorre a supressão de vocábulos. Sendo assim, ao unirmos dois ou mais
radicais das palavras para formar uma nova, perdemos algumas letras.

Exemplos: planalto (plano alto) fidalgo (filho de algo – referindo-se à


família nobre) hidrelétrica (hidro + elétrica).

TRILHA 11 | Tema: Elementos Mórficos ou Morfemas 2


Derivação: As palavras que são derivadas de outra, chamada primitiva,
são classificadas como derivadas. Observe alguns exemplos de palavras
formadas por derivação:

Palavra primitiva Palavra derivada


Jardim Jardineiro, jardinagem
Mar Marinheiro, marítimo
Chave Chaveiro

Tipos de derivação: Derivação Prefixal ou Prefixação

A prefixação é o processo pelo qual


a palavra é formada pelo acréscimo
de prefixo à palavra. Exemplos: escrever
– descrever; capaz – incapaz.

Derivação Sufixal: A derivação sufixal é o processo de formação de pala-


vras que resulta no acréscimo de sufixo à palavra primitiva, que pode
sofrer alteração de significado ou mudança gramatical com a adição do
sufixo. Exemplo: socialização.

Observe que o sufixo -ação transforma o verbo “socializar” em substantivo.

A derivação sufixal pode ser classificada como:

a) Nominal: é o processo de formação de palavras que origina substan-


tivos e adjetivos. Exemplos: Pão- padaria; Riso- risada.

b) Verbal: é o processo de formação de palavras que forma verbos.


Exemplo: luta- lutar.

c) Adverbial: é o processo de formação de palavras que forma advér-


bios de modo. Exemplo: covarde- covardemente.

TRILHA 11 | Tema: Elementos Mórficos ou Morfemas 3


d) Derivação Prefixal e Sufixal: é o processo de formação de palavras
que ocorre quando a palavra derivada resulta do acréscimo não simul-
tâneo de prefixo e sufixo à palavra primitiva.

Exemplo:

Palavra Inicial Prefixo Radical Sufixo Palavra Formada


feliz in feliz mente infelizmente

Veja que a presença de apenas um desses afixos é suficiente para formar


uma nova palavra, pois em nossa língua existem as palavras “infeliz” e
“felizmente”.

e) Derivação Parassintética ou Parassíntese: é o processo de formação


de palavras que ocorre quando a palavra derivada resulta do acrés-
cimo simultâneo de prefixo e sufixo à palavra primitiva.

Palavra Inicial Prefixo Radical Sufixo Palavra Formada


alma des alm ado desalmado
elegante des elega nte deselegante

Neste tipo de formação de palavras, se retirarmos um dos afixos, a palavra


não existe. Veja o caso de desalmado: “desalm” ou “almado” não existem.
Isso não ocorre com a derivação prefixal e sufixal, na qual ao retirarmos
um dos afixos, as palavras existem de forma autônoma.

f) Derivação Regressiva: é o processo de formação de palavras que


ocorre quando uma palavra é formada não por acréscimo, mas por
redução. Veja os exemplos a seguir: a) almoço (substantivo) – almoçar
(verbo) b) beijo (substantivo) – beijar (verbo).

Atenção: caso o substantivo denotar ação, será palavra derivada, e o verbo


palavra primitiva. Como as palavras “almoço” e “beijo” indicam ações, são
palavras derivadas.

TRILHA 11 | Tema: Elementos Mórficos ou Morfemas 4


Na derivação regressiva formam-se, principalmente, substantivos a partir
de verbos. Por isso, recebem o nome de substantivos deverbais. Veja os
exemplos a seguir: o portuga (de português), o comuna (de comunista),
amasso (de amassar).

g) Derivação Imprópria: é o processo de formação de palavras que


ocorre quando determinada palavra, sem sofrer qualquer acréscimo ou
supressão em sua forma, muda de classe gramatical.

Verifique os exemplos:

1) Os adjetivos passam a substantivos.

Por exemplo: Os inteligentes serão compensados.

2) Os particípios passam a substantivos ou adjetivos.

Por exemplo: Aquele homem alcançou um feito passando na prova do


concurso.

3) Os infinitivos passam a substantivos.

Por exemplo: O olhar de Débora era fascinante.

4) Os substantivos passam a adjetivos.

Por exemplo: A funcionária fantasma foi despedida.

5) Os adjetivos passam a advérbios.

Por exemplo: Falei alto para que todos escutassem.

6) Palavras invariáveis passam a substantivos.

Por exemplo: Não escreveu o porquê daquilo tudo.

7) Substantivos próprios tornam-se comuns.

Por exemplo: Aquela supervisora é uma caxias!


(chefia exigente e severa)
TRILHA 11 | Tema: Elementos Mórficos ou Morfemas 5
Redução: É o processo de formação de palavras no qual algumas apre-
sentam, ao lado de sua forma plena, uma forma reduzida. Observe os
exemplos:

Fone – por telefone Refri – por refrigerante Auto – por automóvel.

Também dentro deste processo existem as siglas.

Exemplos: RS (Rio Grande do Sul); UFSC (Universidade Federal de


Santa Catarina).

Hibridismo: É o processo de formação de palavras no qual entram


elementos de línguas diferentes. Veja os exemplos: auto (grego) + móvel
(latim): automóvel.

Onomatopeia: É o processo de formação de palavras em que numerosas


palavras devem sua origem à imitação da fala humana, animais, sons da
natureza ou objetos.

Exemplos: au-au, blém-blém, cocoricar, toc-toc.

Agora que você já despertou para o processo de formação das palavras,


precisamos seguir nossa trilha, para isso responda a alguns questiona-
mentos no seu diário de bordo.

O termo “Paralimpíada”, adotado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro,


resulta de qual processo de formação de palavras?

Leia os trechos abaixo:

“Também vem sendo incorporada a prontos-socorros […]”


“[…] como colesterol alto, hipertensão e sedentarismo.”

As palavras destacadas obedecem, respectivamente, a quais processos de


formação de palavras?

Formação de Palavras. Disponível em: https://cursoenemgratuito.com.br/formacao-de-


-palavras/. Acesso em: 26 jan. 2021.
TRILHA 11 | Tema: Elementos Mórficos ou Morfemas 6
4. EXPLORANDO A TRILHA
Vamos continuar com algumas reflexões?

1 Nos espaços em branco, indique a mudança ocorrida na classe


gramatical da palavra prodígio, formada por derivação imprópria.
Frase com palavra primitiva: Fico sempre perplexa com os
prodígios da humanidade.
Frase com palavra derivada: Você queria que eu fosse um
menino prodígio, mas não sou…
Na palavra prodígio, ocorre mudança de _________________
para _________________.

2 Assinale a alternativa em que todas as palavras são formadas


pelo mesmo processo de formação de palavras.

a) espairecer, esquentar, aborrecente.

b) ciumento, namorico, amarelado.

c) couve-flor, guarda-chuva, pingue-pongue.

d) desnecessário, contramão, sociologia.

Disponível em: https://www.normaculta.com.br/formacao-de-palavras-exerci-


cios/. Acesso em: 27 jan 2021.

Videoaula
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=U_nRXQh5L40&fea-
ture=emb_title. Acesso em: 27 jan 2021.

5. RESOLVENDO DESAFIOS DA TRILHA


Vamos verificar se o que aprendemos até aqui está consolidado? Faça os
registros a seguir no seu diário de bordo, a partir da tirinha:
TRILHA 11 | Tema: Elementos Mórficos ou Morfemas 7
Disponível em: https://quedoiderabicho.files.wordpress.com/2009/11/sobremesariano.jpg?w=450&h=146.
Acesso em: 27 jan. 2021.

1 Há alguma palavra nessa tirinha que lhe parece incomum?


Informe a palavra.

2 Mesmo sendo aparentemente desconhecida, foi possível para


você compreender seu significado?

3 Explique a formação dos adjetivos ‘serrano’ e ‘suburbano’. Quais


foram os substantivos utilizados para essas formações? Que
sufixo foi acrescentado? Que significação esse sufixo adicionou
aos substantivos (‘serra’ e ‘subúrbio’)? Que nome damos a esse
tipo de formação de palavras?

Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?au-


la=25525. Acesso em: 27 jan. .2021.

6. A TRILHA É SUA: COLOQUE A MÃO NA MASSA


O desafio agora é expressar suas aprendizagens! Mão na Massa!

Pesquise na mídia (jornais, revistas, internet) ou nas relações sociais


(família, escola, etc), termos criados recentemente, explicando sua
formação e sua função pragmática (função da palavra no dia a dia). Anote
os resultados no seu diário de classe.

Sigamos!
TRILHA 11 | Tema: Elementos Mórficos ou Morfemas 8
7. A TRILHA NA MINHA VIDA
Estilística – Para conseguir efeitos expressivos, os escritores lançam mão
de recursos que possam surpreender o leitor pela originalidade, pelo ines-
perado. Merece destaque o emprego de prefixos e sufixos de forma diversa
daquela prevista pela linguagem cotidiana. Esse emprego inusitado projeta
novas conotações sobre termos aparentemente inexpressivos. (FARACO &
MOURA. Gramática. São Paulo: Ática, 2005).

A partir dessa perspectiva, explique, fazendo o registro em seu Diário


de Bordo, sob o ponto de vista morfológico e pragmático, a formação dos
termos destacados.

“Não fosse meu despoder…”


(ROSA, Guimarães. Grande Sertão: Veredas).

“Era assim uma cantiga sorumbática, desfeliz…”


(ROSA, Guimarães. Sagarana)

“Heloisa Helena! Qual o descabelereiro?”


(José Simão, folha de São Paulo, 8/9/2006)

8. PROPOSTA DE INTERVENÇÃO SOCIAL


Agora, produza um quadro com palavras que você encontrou durante sua
pesquisa da atividade anterior. Transforme-o! Todo mundo tem uma veia
artística dentro de si e você não escapa à regra. Confie!

Esse momento é para sua fruição, sua diversão e vamos continuar a nossa
caminhada. Ah! Uma dica! Você pode compartilhar essas palavras no
mural de sua escola para que outras pessoas possam conhecê-las.

TRILHA 11 | Tema: Elementos Mórficos ou Morfemas 9


9. AUTOAVALIAÇÃO
Chegamos ao final de nossa trilha! Caminharmos juntos nos traz moti-
vação! Mas, antes de nos despedirmos é válido pensar sobre seu próprio
percurso. Afinal, refletir sobre as nossas experiências nos torna capazes
de trilhar novos caminhos de forma mais madura e segura, além de nos
ajudar no planejamento de novos desafios e na tomada de decisões impor-
tantes para nossa vida. Para isso peço que responda apenas algumas
perguntas no seu diário de bordo:

a) Você reservou um tempo para realizar esta atividade?

b) Se reservou, conseguiu realizar esta atividade no tempo


programado?

c) Considera que a trilha o/a ajudou a fazer uma leitura mais


crítica da realidade?

d) Você acha que consegue aplicar na sua vida as


aprendizagens dessa aula? Comente.

Obrigado/a pelas respostas! Socialize-as comigo e com seus colegas


quando estivermos juntos em nosso Tempo Escola. Ah! Fique atento/a, pois
posso pedir algumas dessas atividades pelo Google Classroom ou de forma
escrita no seu diário de bordo (caderno). Afinal, você chegou até o final da
trilha e desejo valorizar todo o seu esforço.

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