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AULÉN, Gustaf - A Fé Cristã
AULÉN, Gustaf - A Fé Cristã
AULÉN, Gustaf. A Fé Cristã. Tradução de Dirson Glênio Vergara dos Santos. São
Paulo: ASTE, 2002. p. 274-290
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Efésios 5: 23
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Lucas 16: 13
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Idem, op. Cit., p. 278
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Efésios 5: 23-24
que nos faz perceber a verdadeira Igreja do Senhor. O fato de que o próprio Cristo
está presente na Igreja, porque ela é seu corpo, faz com que a Igreja possa ser
santa.
Se os membros da igreja são ao mesmo tempo justos e pecadores, a Igreja
também é santa e pecadora, se não for assim, é como dizer que os membros dela
não pertencem a ela. Deus escolheu a igreja para que fôssemos santos, e Cristo a si
mesmo se entregou pela igreja, para santifica-la. Dessa forma, a santidade da igreja
é progressivamente realizada nesse mundo e perfeitamente concluída no céu.
Para Gustaf, a ecumenicidade tem embutida um conceito de universalidade,
ou seja, que o evangelho de Cristo deve ser pregado a todos, em qualquer tempo e
espaço, não se limitando aos limites impostos pelo Homem. O fato de que a grande
comissão não exclui etnia, status social, filiação denominacional, “significa que há
uma irmandade universal na Igreja” 8.
Não havendo privilegiados, o acesso a Deus é para todos. Nenhum homem é
livre do pecado e só pela graça pode haver reconciliação com Deus. Os limites da
Igreja devem estar na atuação de Cristo, do Espirito e do Evangelho, isso significa
que onde o espirito age ali está Igreja.
A Igreja não pode ser definida pelos indivíduos que a ela pertencem. A Igreja
não é uma sociedade, uma organização de pessoas aptas, o que preside a
formação da Igreja é a domínio de Jesus Cristo e a comunhão criada pelo Espirito
Santa. A formação não está na soma de todos os fieis, ou na soma dos batizados,
mas sim, na qualidade que o Espirito imprime naqueles que confessam Jesus como
Senhor e Salvados.
As perspectivas da apostolicidade da igreja são duas: a primeira diz respeito à
vida que há na palavra proclamada pelos primeiros mensageiros, os apóstolos; a
segunda diz respeito a continuidade, ou seja, os novos mensageiros devem andar
nas pisadas que foram traçados pelo apóstolos, dando continuidade ao que foi
iniciado por eles.
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Idem, op. Cit., p. 280
Os membros dessa Igreja, ao ser chamado de santos, mostra que eles são de
Deus, ou seja, separados para Deus, eleitos por Ele para participarem da sua
santidade. Nos membros não há santidade própria, pelo contrario a santidade é de
Deus, “Ele é santos [...] Só Cristo é o Santos de Deus [...] só os Espirito de Deus é
Santos” 9. Essa participação na santidade de Deus, não quer dizer que os membros
são perfeitos.
A comunhão dos membros da Igreja como Cristo é oculta, mas com os outros
membros é visível na realidade tangível do dia a dia: ajuda mútua, sendo o suporte
um do outro. Segundo o autor, essa comunhão não está só no presente, mas inclui
as testemunhas da fé em todas as épocas. Para isso ele traz o livro de Hebreus
como fundamentação para o que ele chama de “verdadeira perspectiva da relação
entre os muito e o único”. Do mesmo modo que na antiga aliança existiam seus
heróis da fé, na nova tem suas testemunhas, que nos aponta para o Autor e
Consumador da nossa Fé, a saber, Jesus Cristo.
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Idem, op. Cit., p. 283