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CÓD: SL-074JH-22

7908433222521

LONDRINA
PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE LONDRINA DO ESTADO DO
PARANÁ-PR

GUARDA MUNICIPAL
EDITAL Nº 076/2022 - DDH/SMRH
DICA

Como passar em um concurso público?


Todos nós sabemos que é um grande desafio ser aprovado em concurso público, dessa maneira é muito importante o concurseiro
estar focado e determinado em seus estudos e na sua preparação.
É verdade que não existe uma fórmula mágica ou uma regra de como estudar para concursos públicos, é importante cada pessoa
encontrar a melhor maneira para estar otimizando sua preparação.
Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução
preparou este artigo com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação.

Então mãos à obra!

• Esteja focado em seu objetivo: É de extrema importância você estar focado em seu objetivo: a aprovação no concurso. Você vai ter
que colocar em sua mente que sua prioridade é dedicar-se para a realização de seu sonho.
• Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você
tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma
área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área.
• Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito,
determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não
pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total.
• Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É
praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha
contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo.
• Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto
estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque
refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.
• Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses
materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais
exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame.
• Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma
menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é
tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.

Se prepare para o concurso público


O concurseiro preparado não é aquele que passa o dia todo estudando, mas está com a cabeça nas nuvens, e sim aquele que se
planeja pesquisando sobre o concurso de interesse, conferindo editais e provas anteriores, participando de grupos com enquetes sobre
seu interesse, conversando com pessoas que já foram aprovadas, absorvendo dicas e experiências, e analisando a banca examinadora do
certame.
O Plano de Estudos é essencial na otimização dos estudos, ele deve ser simples, com fácil compreensão e personalizado com sua
rotina, vai ser seu triunfo para aprovação, sendo responsável pelo seu crescimento contínuo.
Além do plano de estudos, é importante ter um Plano de Revisão, ele que irá te ajudar na memorização dos conteúdos estudados até
o dia da prova, evitando a correria para fazer uma revisão de última hora.
Está em dúvida por qual matéria começar a estudar? Vai mais uma dica: comece por Língua Portuguesa, é a matéria com maior
requisição nos concursos, a base para uma boa interpretação, indo bem aqui você estará com um passo dado para ir melhor nas outras
disciplinas.

Vida Social
Sabemos que faz parte algumas abdicações na vida de quem estuda para concursos públicos, mas sempre que possível é importante
conciliar os estudos com os momentos de lazer e bem-estar. A vida de concurseiro é temporária, quem determina o tempo é você,
através da sua dedicação e empenho. Você terá que fazer um esforço para deixar de lado um pouco a vida social intensa, é importante
compreender que quando for aprovado verá que todo o esforço valeu a pena para realização do seu sonho.
Uma boa dica, é fazer exercícios físicos, uma simples corrida por exemplo é capaz de melhorar o funcionamento do Sistema Nervoso
Central, um dos fatores que são chaves para produção de neurônios nas regiões associadas à aprendizagem e memória.
DICA

Motivação
A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo
com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.
Caso você não seja aprovado de primeira, é primordial que você PERSISTA, com o tempo você irá adquirir conhecimento e experiência.
Então é preciso se motivar diariamente para seguir a busca da aprovação, algumas orientações importantes para conseguir motivação:
• Procure ler frases motivacionais, são ótimas para lembrar dos seus propósitos;
• Leia sempre os depoimentos dos candidatos aprovados nos concursos públicos;
• Procure estar sempre entrando em contato com os aprovados;
• Escreva o porquê que você deseja ser aprovado no concurso. Quando você sabe seus motivos, isso te da um ânimo maior para seguir
focado, tornando o processo mais prazeroso;
• Saiba o que realmente te impulsiona, o que te motiva. Dessa maneira será mais fácil vencer as adversidades que irão aparecer.
• Procure imaginar você exercendo a função da vaga pleiteada, sentir a emoção da aprovação e ver as pessoas que você gosta felizes
com seu sucesso.

Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação
e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial.
A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Se você quer aumentar as suas chances
de passar, conheça os nossos materiais, acessando o nosso site: www.apostilasolucao.com.br

Vamos juntos!
ÍNDICE

Língua Portuguesa
1. Compreensão e interpretação de textos com moderado grau de complexidade. Reconhecimento da finalidade de textos de
diferentes gêneros. Localização de informações explícitas no texto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2. Inferência de sentido de palavras ou expressões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
3. Inferência de informações implícitas no texto e das relações de causa e consequência entre as partes de um texto . . . . . . 25
4. Distinção de fato e opinião sobre esse fato . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
5. Interpretação de linguagem não verbal (tabelas, fotos, quadrinhos etc.) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
6. Reconhecimento das relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções, advérbios, preposições argu-
mentativas, locuções etc. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
7. Reconhecimento das relações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições que contribuem para a sua
continuidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
8. Identificação de efeitos de ironia ou humor em textos variados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
9. Reconhecimento de efeitos de sentido decorrentes do uso de pontuação, da exploração de recursos ortográficos ou morfossin-
táticos, de campos semânticos, e de outras notações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
10. Identificação de diferentes estratégias que contribuem para a continuidade do texto (anáforas, pronomes relativos, demonstra-
tivos etc.) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
11. Compreensão de estruturas temática e lexical complexas. Ambiguidade e paráfrase. Relação de sinonímia entre uma expressão
vocabular complexa e uma palavra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

Matemática e Raciocínio Lógico


1. Resolução de problemas que envolvam: operações com números inteiros, fracionários, decimais e reais . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
2. Regra de três simples e composta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
3. Porcentagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
4. juros simples e desconto simples . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
5. Equações de 1° e 2° graus. Inequações do 1° grau . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
6. Sistemas de equações lineares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
7. Sistema de medidas de tempo, sistema métrico decimal (comprimento, massa e temperatura) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
8. Sistema monetário brasileiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
9. Conjuntos e funções (lineares, quadráticas, exponenciais e logarítmicas) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
10. Progressões aritméticas e geométricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
11. Relações trigonométricas e o Teorema de Pitágoras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
12. Geometria plana e espacial: perímetro, área e volume de figuras geométricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
13. Análise combinatória (princípio fundamental da contagem, permutações simples, arranjos simples e combinações simples) 78
14. probabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
15. Noções básicas de estatística, gráficos e tabelas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
16. Compreensão de estruturas lógicas. Lógica de argumentação: analogias, inferências, deduções e conclusões. Diagramas lógicos 84

História e Geografia de Londrina


1. O processo de colonização: A Missão Montagu; A população nativa; A fundação da Paraná Plantation e da Companhia de Terras
Norte do Paraná; A chegada dos britânicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 132
2. Londrina, anos iniciais: A derrubada da floresta; Usos dos recursos naturais (floresta, espigões, rios e ribeirões); A Cidade Jardim
e a experiência da urbanização de Londrina; O cultivo do café; A Estrada de Ferro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131
3. A cafeicultura: O solo; Os cursos d’água; As riquezas produzidas pela cafeicultura; Os Distritos e a cafeicultura; O processo de
verticalização da cidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 132
4. A crise da cafeicultura e a Londrina contemporânea: A Geada Negra; A substituição da cafeicultura pelas culturas mecanizadas;
Êxodo rural; Industrialização; A criação da Região Metropolitana de Londrina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 133
5. Localização, divisão político-administrativa, limites e fronteiras municipal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 133
6. Aspectos físico-geográficos do município (formação geológica e relevo, bacia hidrográfica, solo, clima e vegetação) . . . . . . . 134
7. Urbanização, produção do espaço urbano, uso e ocupação do solo na expansão físico-territorial de Londrina . . . . . . . . . . . . 134
8. Estrutura Produtiva de Londrina e Relações Campo-Cidade: - Extrativismo, Agronegócio, Agricultura Familiar e Práticas Agroeco-
lógicas; Industrialização e Atividades Industriais; Educação, Ciência e Tecnologia; Comércio, Sistema Financeiro, Redes de Trans-
porte, Energia e Telecomunicações; Relações de Trabalho e Economia Informal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 135
9. Mobilidade Urbana e Acessibilidade em Londrina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 136
10. Indicador Demográfico e Social de Londrina: Dinâmica populacional e Estrutura Demográfica; Movimentos Populacionais e Redes
de Migrações; Diversidade Étnico-racial e Cultural da População; Desigualdade Social e Racial. Pobreza e Exclusão Social . . 136
ÍNDICE

11. Dinâmica Ambiental no Município de Londrina: Resíduos Sólidos, Poluição e Degradação ambiental; Saneamento e saúde am-
biental; Parques Ecológicos/Unidades de Conservação e Educação Ambiental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 138

Legislação Específica
1. Lei Orgânica do Município de Londrina; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 139
2. Lei Municipal nº 10.774/2009 - Instituiu a Secretaria Municipal de Defesa Social; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 170
3. Lei Municipal nº 10.981/2010 - Institui o Estatuto da Guarda Municipal de Londrina; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 174
4. Lei 4928/1992 - Dispõe sobre o Estatuto do Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos Civis do Município de Londrina; . . 183
5. Decreto Municipal nº 570/2011 - Institui o regulamento de asseio pessoal, uniformes, continências, honras, sinais de respeito, proto-
colo e cerimonial da Guarda Municipal de Londrina; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 207
6. Decreto Municipal nº 494/2012 - Aprova o regimento interno da Secretaria Municipal de Defesa Social; . . . . . . . . . . . . . . . . . . 214
7. Lei Federal 13.022/2014 - Institui o Estatuto Nacional das Guardas Municipais do Brasil; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 226
8. Lei Federal 13.675/2018 - Disciplina a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança pública, cria a Política
Nacional de Segurança Pública e Defesa Social (PNSPDS) e institui o Sistema Único de Segurança Pública (Susp). . . . . . . . . . . . . 229

Noções de Direito Constitucional


1. Direitos e Garantias Fundamentais (artigos 5º a 17 da CF) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 237
2. Da Administração e dos Servidores Públicos (artigos 37 a 41 da CF) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 246
3. da Segurança Pública (144 da CF) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 249

Noções de Direito Administrativo


1. Organização Administrativa do Estado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 253

Noções de Direito Penal


1. Títulos I, II, III, IV e VIII da parte geral do Código Penal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 259
2. Títulos I, II e XI da parte especial do Código Penal; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 270

Noções de Direito Processual Penal


1. Prisão em Flagrante (art. 301 a 310 do Código de Processo Penal); . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 287
2. Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003 (Estatuto do Desarmamento): Do Porte (art. 6º ao 11); Dos Crimes e das Penas (art.12 ao
21); . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 289
3. Lei nº 11.340 de 07 de agosto de 2006 (Lei “Maria da Penha”): Art. 1º ao 8º; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 292
4. Lei nº 13.869, de 5 de setembro de 2019 (Lei de Abuso de Autoridade); . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 293
5. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente): Disposições Preliminares (art. 1º ao 6º), Da Prática de
Ato Infracional (art. 103 ao 109), Do Conselho Tutelar (art. 131 ao 137) e Dos Crimes (art. 225 ao 244B); . . . . . . . . . . . . . . . . . . 296
6. Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 - Institui o Código de Trânsito Brasileiro: artigos 80 a 88; art. 161 a 255; . . . . . . . . . . 303
7. Lei nº 11.343/06 e suas alterações (Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas - Sisnad). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 312
LÍNGUA PORTUGUESA

• Linguagem não-verbal é aquela que utiliza somente imagens,


COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS fotos, gestos... não há presença de nenhuma palavra.
COM MODERADO GRAU DE COMPLEXIDADE.
RECONHECIMENTO DA FINALIDADE DE TEXTOS
DE DIFERENTES GÊNEROS. LOCALIZAÇÃO DE
INFORMAÇÕES EXPLÍCITAS NO TEXTO

Compreensão e interpretação de textos


Chegamos, agora, em um ponto muito importante para todo o
seu estudo: a interpretação de textos. Desenvolver essa habilidade
é essencial e pode ser um diferencial para a realização de uma boa
prova de qualquer área do conhecimento.
Mas você sabe a diferença entre compreensão e interpretação?
A compreensão é quando você entende o que o texto diz de
forma explícita, aquilo que está na superfície do texto.
Quando Jorge fumava, ele era infeliz.
Por meio dessa frase, podemos entender que houve um tempo
que Jorge era infeliz, devido ao cigarro. • Linguagem Mista (ou híbrida) é aquele que utiliza tanto as
A interpretação é quando você entende o que está implícito, palavras quanto as imagens. Ou seja, é a junção da linguagem
nas entrelinhas, aquilo que está de modo mais profundo no texto verbal com a não-verbal.
ou que faça com que você realize inferências.
Quando Jorge fumava, ele era infeliz.
Já compreendemos que Jorge era infeliz quando fumava, mas
podemos interpretar que Jorge parou de fumar e que agora é feliz.
Percebeu a diferença?

Tipos de Linguagem
Existem três tipos de linguagem que precisamos saber para que
facilite a interpretação de textos.
• Linguagem Verbal é aquela que utiliza somente palavras. Ela
pode ser escrita ou oral.

Além de saber desses conceitos, é importante sabermos


identificar quando um texto é baseado em outro. O nome que
damos a este processo é intertextualidade.

Interpretação de Texto
Interpretar um texto quer dizer dar sentido, inferir, chegar
a uma conclusão do que se lê. A interpretação é muito ligada ao
subentendido. Sendo assim, ela trabalha com o que se pode deduzir
de um texto.
A interpretação implica a mobilização dos conhecimentos
prévios que cada pessoa possui antes da leitura de um determinado
texto, pressupõe que a aquisição do novo conteúdo lido estabeleça
uma relação com a informação já possuída, o que leva ao
crescimento do conhecimento do leitor, e espera que haja uma
apreciação pessoal e crítica sobre a análise do novo conteúdo lido,
afetando de alguma forma o leitor.
Sendo assim, podemos dizer que existem diferentes tipos de
leitura: uma leitura prévia, uma leitura seletiva, uma leitura analítica
e, por fim, uma leitura interpretativa.

7
LÍNGUA PORTUGUESA
É muito importante que você: tes informações de forma a construir o seu sentido global, ou seja,
- Assista os mais diferenciados jornais sobre a sua cidade, você precisa relacionar as múltiplas partes que compõem um todo
estado, país e mundo; significativo, que é o texto.
- Se possível, procure por jornais escritos para saber de notícias Em muitas situações, por exemplo, você foi estimulado a ler um
(e também da estrutura das palavras para dar opiniões); texto por sentir-se atraído pela temática resumida no título. Pois o
- Leia livros sobre diversos temas para sugar informações título cumpre uma função importante: antecipar informações sobre
ortográficas, gramaticais e interpretativas; o assunto que será tratado no texto.
- Procure estar sempre informado sobre os assuntos mais Em outras situações, você pode ter abandonado a leitura por-
polêmicos; que achou o título pouco atraente ou, ao contrário, sentiu-se atraí-
- Procure debater ou conversar com diversas pessoas sobre do pelo título de um livro ou de um filme, por exemplo. É muito
qualquer tema para presenciar opiniões diversas das suas. comum as pessoas se interessarem por temáticas diferentes, de-
pendendo do sexo, da idade, escolaridade, profissão, preferências
Dicas para interpretar um texto: pessoais e experiência de mundo, entre outros fatores.
– Leia lentamente o texto todo. Mas, sobre que tema você gosta de ler? Esportes, namoro, se-
No primeiro contato com o texto, o mais importante é tentar xualidade, tecnologia, ciências, jogos, novelas, moda, cuidados com
compreender o sentido global do texto e identificar o seu objetivo. o corpo? Perceba, portanto, que as temáticas são praticamente in-
finitas e saber reconhecer o tema de um texto é condição essen-
– Releia o texto quantas vezes forem necessárias. cial para se tornar um leitor hábil. Vamos, então, começar nossos
Assim, será mais fácil identificar as ideias principais de cada estudos?
parágrafo e compreender o desenvolvimento do texto. Propomos, inicialmente, que você acompanhe um exercício
bem simples, que, intuitivamente, todo leitor faz ao ler um texto:
– Sublinhe as ideias mais importantes. reconhecer o seu tema. Vamos ler o texto a seguir?
Sublinhar apenas quando já se tiver uma boa noção da ideia
principal e das ideias secundárias do texto. CACHORROS
– Separe fatos de opiniões.
O leitor precisa separar o que é um fato (verdadeiro, objetivo Os zoólogos acreditam que o cachorro se originou de uma
e comprovável) do que é uma opinião (pessoal, tendenciosa e espécie de lobo que vivia na Ásia. Depois os cães se juntaram aos
mutável). seres humanos e se espalharam por quase todo o mundo. Essa ami-
– Retorne ao texto sempre que necessário. zade começou há uns 12 mil anos, no tempo em que as pessoas
Além disso, é importante entender com cuidado e atenção os precisavam caçar para se alimentar. Os cachorros perceberam que,
enunciados das questões. se não atacassem os humanos, podiam ficar perto deles e comer a
comida que sobrava. Já os homens descobriram que os cachorros
– Reescreva o conteúdo lido. podiam ajudar a caçar, a cuidar de rebanhos e a tomar conta da
Para uma melhor compreensão, podem ser feitos resumos, casa, além de serem ótimos companheiros. Um colaborava com o
tópicos ou esquemas. outro e a parceria deu certo.

Além dessas dicas importantes, você também pode grifar Ao ler apenas o título “Cachorros”, você deduziu sobre o pos-
palavras novas, e procurar seu significado para aumentar seu sível assunto abordado no texto. Embora você imagine que o tex-
vocabulário, fazer atividades como caça-palavras, ou cruzadinhas to vai falar sobre cães, você ainda não sabia exatamente o que ele
são uma distração, mas também um aprendizado. falaria sobre cães. Repare que temos várias informações ao longo
Não se esqueça, além da prática da leitura aprimorar a do texto: a hipótese dos zoólogos sobre a origem dos cães, a asso-
compreensão do texto e ajudar a aprovação, ela também estimula ciação entre eles e os seres humanos, a disseminação dos cães pelo
nossa imaginação, distrai, relaxa, informa, educa, atualiza, melhora mundo, as vantagens da convivência entre cães e homens.
nosso foco, cria perspectivas, nos torna reflexivos, pensantes, além As informações que se relacionam com o tema chamamos de
de melhorar nossa habilidade de fala, de escrita e de memória. subtemas (ou ideias secundárias). Essas informações se integram,
Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias ou seja, todas elas caminham no sentido de estabelecer uma unida-
seletas e organizadas, através dos parágrafos que é composto pela de de sentido. Portanto, pense: sobre o que exatamente esse texto
ideia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão fala? Qual seu assunto, qual seu tema? Certamente você chegou à
do texto. conclusão de que o texto fala sobre a relação entre homens e cães.
O primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é Se foi isso que você pensou, parabéns! Isso significa que você foi
a identificação de sua ideia principal. A partir daí, localizam-se capaz de identificar o tema do texto!
as ideias secundárias, ou fundamentações, as argumentações,
ou explicações, que levem ao esclarecimento das questões Fonte: https://portuguesrapido.com/tema-ideia-central-e-ideias-se-
apresentadas na prova. cundarias/
Compreendido tudo isso, interpretar significa extrair um
significado. Ou seja, a ideia está lá, às vezes escondida, e por isso Identificação de efeitos de ironia ou humor em textos varia-
o candidato só precisa entendê-la – e não a complementar com dos
algum valor individual. Portanto, apegue-se tão somente ao texto, e Ironia
nunca extrapole a visão dele. Ironia  é o recurso pelo qual o emissor diz o contrário do que
está pensando ou sentindo (ou por pudor em relação a si próprio ou
Identificando o tema de um texto com intenção depreciativa e sarcástica em relação a outrem).
O tema é a ideia principal do texto. É com base nessa ideia A ironia consiste na utilização de determinada palavra ou ex-
principal que o texto será desenvolvido. Para que você consiga pressão que, em um outro contexto diferente do usual, ganha um
identificar o tema de um texto, é necessário relacionar as diferen- novo sentido, gerando um efeito de humor.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Exemplo: plo, se inicia com a fala que relata que os protagonistas da história
irão morrer em decorrência do seu amor. As personagens agem ao
longo da peça esperando conseguir atingir seus objetivos, mas a
plateia já sabe que eles não serão bem-sucedidos.

Humor
Nesse caso, é muito comum a utilização de situações que pare-
çam cômicas ou surpreendentes para provocar o efeito de humor.
Situações cômicas ou potencialmente humorísticas comparti-
lham da característica do efeito surpresa. O humor reside em ocor-
rer algo fora do esperado numa situação.
Há diversas situações em que o humor pode aparecer. Há as ti-
rinhas e charges, que aliam texto e imagem para criar efeito cômico;
há anedotas ou pequenos contos; e há as crônicas, frequentemente
acessadas como forma de gerar o riso.
Os textos com finalidade humorística podem ser divididos em
quatro categorias: anedotas, cartuns, tiras e charges.
Exemplo:

Na construção de um texto, ela pode aparecer em três mo-


dos: ironia verbal, ironia de situação e ironia dramática (ou satírica).

Ironia verbal
Ocorre quando se diz algo pretendendo expressar outro sig- Análise e a interpretação do texto segundo o gênero em que
nificado, normalmente oposto ao sentido literal. A expressão e a se inscreve
intenção são diferentes. Compreender um texto trata da análise e decodificação do que
Exemplo: Você foi tão bem na prova! Tirou um zero incrível! de fato está escrito, seja das frases ou das ideias presentes. Inter-
pretar um texto, está ligado às conclusões que se pode chegar ao
Ironia de situação conectar as ideias do texto com a realidade. Interpretação trabalha
A intenção e resultado da ação não estão alinhados, ou seja, o com a subjetividade, com o que se entendeu sobre o texto.
resultado é contrário ao que se espera ou que se planeja. Interpretar um texto permite a compreensão de todo e qual-
Exemplo: Quando num texto literário uma personagem planeja quer texto ou discurso e se amplia no entendimento da sua ideia
uma ação, mas os resultados não saem como o esperado. No li- principal. Compreender relações semânticas é uma competência
vro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, a imprescindível no mercado de trabalho e nos estudos.
personagem título tem obsessão por ficar conhecida. Ao longo da Quando não se sabe interpretar corretamente um texto pode-
vida, tenta de muitas maneiras alcançar a notoriedade sem suces- -se criar vários problemas, afetando não só o desenvolvimento pro-
so. Após a morte, a personagem se torna conhecida. A ironia é que fissional, mas também o desenvolvimento pessoal.
planejou ficar famoso antes de morrer e se tornou famoso após a
morte. Busca de sentidos
Para a busca de sentidos do texto, pode-se retirar do mesmo
Ironia dramática (ou satírica) os tópicos frasais presentes em cada parágrafo. Isso auxiliará na
A ironia dramática é um efeito de sentido que ocorre nos textos apreensão do conteúdo exposto.
literários quando o leitor, a audiência, tem mais informações do que Isso porque é ali que se fazem necessários, estabelecem uma
tem um personagem sobre os eventos da narrativa e sobre inten- relação hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias já
ções de outros personagens. É um recurso usado para aprofundar citadas ou apresentando novos conceitos.
os significados ocultos em diálogos e ações e que, quando captado Por fim, concentre-se nas ideias que realmente foram explici-
pelo leitor, gera um clima de suspense, tragédia ou mesmo comé- tadas pelo autor. Textos argumentativos não costumam conceder
dia, visto que um personagem é posto em situações que geram con- espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas
flitos e mal-entendidos porque ele mesmo não tem ciência do todo entrelinhas. Deve-se ater às ideias do autor, o que não quer dizer
da narrativa. que o leitor precise ficar preso na superfície do texto, mas é fun-
Exemplo: Em livros com narrador onisciente, que sabe tudo o damental que não sejam criadas suposições vagas e inespecíficas.
que se passa na história com todas as personagens, é mais fácil apa-
recer esse tipo de ironia. A peça como Romeu e Julieta, por exem-

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LÍNGUA PORTUGUESA
Importância da interpretação Poesia: apresenta um trabalho voltado para o estudo da lin-
A prática da leitura, seja por prazer, para estudar ou para se guagem, fazendo-o de maneira particular, refletindo o momento,
informar, aprimora o vocabulário e dinamiza o raciocínio e a inter- a vida dos homens através de figuras que possibilitam a criação de
pretação. A leitura, além de favorecer o aprendizado de conteúdos imagens.
específicos, aprimora a escrita. Editorial: texto dissertativo argumentativo onde expressa a
Uma interpretação de texto assertiva depende de inúmeros fa- opinião do editor através de argumentos e fatos sobre um assunto
tores. Muitas vezes, apressados, descuidamo-nos dos detalhes pre- que está sendo muito comentado (polêmico). Sua intenção é con-
sentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz sufi- vencer o leitor a concordar com ele.
ciente. Interpretar exige paciência e, por isso, sempre releia o texto,
pois a segunda leitura pode apresentar aspectos surpreendentes Entrevista: texto expositivo e é marcado pela conversa de um
que não foram observados previamente. Para auxiliar na busca de entrevistador e um entrevistado para a obtenção de informações.
sentidos do texto, pode-se também retirar dele os tópicos frasais Tem como principal característica transmitir a opinião de pessoas
presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na apre- de destaque sobre algum assunto de interesse.
ensão do conteúdo exposto. Lembre-se de que os parágrafos não
estão organizados, pelo menos em um bom texto, de maneira alea- Cantiga de roda: gênero empírico, que na escola se materiali-
tória, se estão no lugar que estão, é porque ali se fazem necessários, za em uma concretude da realidade. A cantiga de roda permite as
estabelecendo uma relação hierárquica do pensamento defendido, crianças terem mais sentido em relação a leitura e escrita, ajudando
retomando ideias já citadas ou apresentando novos conceitos. os professores a identificar o nível de alfabetização delas.
Concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo au-
tor: os textos argumentativos não costumam conceder espaço para
divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entrelinhas. Receita: texto instrucional e injuntivo que tem como objetivo
Devemos nos ater às ideias do autor, isso não quer dizer que você de informar, aconselhar, ou seja, recomendam dando uma certa li-
precise ficar preso na superfície do texto, mas é fundamental que berdade para quem recebe a informação.
não criemos, à revelia do autor, suposições vagas e inespecíficas.
Ler com atenção é um exercício que deve ser praticado à exaustão, DISTINÇÃO DE FATO E OPINIÃO SOBRE ESSE FATO
assim como uma técnica, que fará de nós leitores proficientes.
Fato
Diferença entre compreensão e interpretação O fato é algo que aconteceu ou está acontecendo. A existência
A compreensão de um texto é fazer uma análise objetiva do do fato pode ser constatada de modo indiscutível. O fato pode é
texto e verificar o que realmente está escrito nele. Já a interpreta- uma coisa que aconteceu e pode ser comprovado de alguma manei-
ção imagina o que as ideias do texto têm a ver com a realidade. O ra, através de algum documento, números, vídeo ou registro.
leitor tira conclusões subjetivas do texto. Exemplo de fato:
A mãe foi viajar.
Gêneros Discursivos
Romance: descrição longa de ações e sentimentos de perso- Interpretação
nagens fictícios, podendo ser de comparação com a realidade ou É o ato de dar sentido ao fato, de entendê-lo. Interpretamos
totalmente irreal. A diferença principal entre um romance e uma quando relacionamos fatos, os comparamos, buscamos suas cau-
novela é a extensão do texto, ou seja, o romance é mais longo. No sas, previmos suas consequências.
romance nós temos uma história central e várias histórias secun- Entre o fato e sua interpretação há uma relação lógica: se apon-
dárias. tamos uma causa ou consequência, é necessário que seja plausível.
Se comparamos fatos, é preciso que suas semelhanças ou diferen-
Conto: obra de ficção onde é criado seres e locais totalmente ças sejam detectáveis.
imaginário. Com linguagem linear e curta, envolve poucas perso-
Exemplos de interpretação:
nagens, que geralmente se movimentam em torno de uma única
A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
ação, dada em um só espaço, eixo temático e conflito. Suas ações
tro país.
encaminham-se diretamente para um desfecho.
A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão
do que com a filha.
Novela: muito parecida com o conto e o romance, diferencia-
do por sua extensão. Ela fica entre o conto e o romance, e tem a
Opinião
história principal, mas também tem várias histórias secundárias. O
A opinião é a avaliação que se faz de um fato considerando um
tempo na novela é baseada no calendário. O tempo e local são de- juízo de valor. É um julgamento que tem como base a interpretação
finidos pelas histórias dos personagens. A história (enredo) tem um que fazemos do fato.
ritmo mais acelerado do que a do romance por ter um texto mais Nossas opiniões costumam ser avaliadas pelo grau de coerên-
curto. cia que mantêm com a interpretação do fato. É uma interpretação
do fato, ou seja, um modo particular de olhar o fato. Esta opinião
Crônica: texto que narra o cotidiano das pessoas, situações que pode alterar de pessoa para pessoa devido a fatores socioculturais.
nós mesmos já vivemos e normalmente é utilizado a ironia para
mostrar um outro lado da mesma história. Na crônica o tempo não Exemplos de opiniões que podem decorrer das interpretações
é relevante e quando é citado, geralmente são pequenos intervalos anteriores:
como horas ou mesmo minutos.
A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-
tro país. Ela tomou uma decisão acertada.

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LÍNGUA PORTUGUESA
A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão Sem os conectores (pronomes relativos, conjunções, advér-
do que com a filha. Ela foi egoísta. bios, preposições, palavras denotativas) as ideias não fluem, muitas
vezes o pensamento não se completa, e o texto torna-se obscuro,
Muitas vezes, a interpretação já traz implícita uma opinião. sem coerência.
Por exemplo, quando se mencionam com ênfase consequên- Esta estrutura é uma das mais utilizadas em textos argumenta-
cias negativas que podem advir de um fato, se enaltecem previsões tivos, e por conta disso é mais fácil para os leitores.
positivas ou se faz um comentário irônico na interpretação, já esta- Existem diversas formas de se estruturar cada etapa dessa es-
mos expressando nosso julgamento. trutura de texto, entretanto, apenas segui-la já leva ao pensamento
É muito importante saber a diferença entre o fato e opinião, mais direto.
principalmente quando debatemos um tema polêmico ou quando
analisamos um texto dissertativo. Níveis de Linguagem
Definição de linguagem
Exemplo: Linguagem é qualquer meio sistemático de comunicar ideias
A mãe viajou e deixou a filha só. Nem deve estar se importando ou sentimentos através de signos convencionais, sonoros, gráficos,
com o sofrimento da filha. gestuais etc. A linguagem é individual e flexível e varia dependendo
da idade, cultura, posição social, profissão etc. A maneira de arti-
ESTRUTURAÇÃO DO TEXTO E DOS PARÁGRAFOS cular as palavras, organizá-las na frase, no texto, determina nossa
Uma boa redação é dividida em ideias relacionadas entre si linguagem, nosso estilo (forma de expressão pessoal).
ajustadas a uma ideia central que norteia todo o pensamento do As inovações linguísticas, criadas pelo falante, provocam, com
texto. Um dos maiores problemas nas redações é estruturar as o decorrer do tempo, mudanças na estrutura da língua, que só as
ideias para fazer com que o leitor entenda o que foi dito no texto. incorpora muito lentamente, depois de aceitas por todo o grupo
Fazer uma estrutura no texto para poder guiar o seu pensamento social. Muitas novidades criadas na linguagem não vingam na língua
e o do leitor. e caem em desuso.
Parágrafo Língua escrita e língua falada
O parágrafo organizado em torno de uma ideia-núcleo, que é A língua escrita não é a simples reprodução gráfica da língua
desenvolvida por ideias secundárias. O parágrafo pode ser forma- falada, por que os sinais gráficos não conseguem registrar grande
do por uma ou mais frases, sendo seu tamanho variável. No texto parte dos elementos da fala, como o timbre da voz, a entonação, e
dissertativo-argumentativo, os parágrafos devem estar todos rela- ainda os gestos e a expressão facial. Na realidade a língua falada é
cionados com a tese ou ideia principal do texto, geralmente apre- mais descontraída, espontânea e informal, porque se manifesta na
sentada na introdução. conversação diária, na sensibilidade e na liberdade de expressão
do falante. Nessas situações informais, muitas regras determinadas
Embora existam diferentes formas de organização de parágra- pela língua padrão são quebradas em nome da naturalidade, da li-
fos, os textos dissertativo-argumentativos e alguns gêneros jornalís- berdade de expressão e da sensibilidade estilística do falante.
ticos apresentam uma estrutura-padrão. Essa estrutura consiste em
três partes: a ideia-núcleo, as ideias secundárias (que desenvolvem Linguagem popular e linguagem culta
a ideia-núcleo) e a conclusão (que reafirma a ideia-básica). Em pa- Podem valer-se tanto da linguagem popular quanto da lingua-
rágrafos curtos, é raro haver conclusão. gem culta. Obviamente a linguagem popular é mais usada na fala,
nas expressões orais cotidianas. Porém, nada impede que ela esteja
Introdução: faz uma rápida apresentação do assunto e já traz presente em poesias (o Movimento Modernista Brasileiro procurou
uma ideia da sua posição no texto, é normalmente aqui que você valorizar a linguagem popular), contos, crônicas e romances em que
irá identificar qual o problema do texto, o porque ele está sendo o diálogo é usado para representar a língua falada.
escrito. Normalmente o tema e o problema são dados pela própria
prova. Linguagem Popular ou Coloquial
Usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mostra-se quase
Desenvolvimento: elabora melhor o tema com argumentos e sempre rebelde à norma gramatical e é carregada de vícios de lin-
ideias que apoiem o seu posicionamento sobre o assunto. É possí- guagem (solecismo – erros de regência e concordância; barbarismo
vel usar argumentos de várias formas, desde dados estatísticos até – erros de pronúncia, grafia e flexão; ambiguidade; cacofonia; pleo-
citações de pessoas que tenham autoridade no assunto. nasmo), expressões vulgares, gírias e preferência pela coordenação,
que ressalta o caráter oral e popular da língua. A linguagem popular
Conclusão: faz uma retomada breve de tudo que foi abordado está presente nas conversas familiares ou entre amigos, anedotas,
e conclui o texto. Esta última parte pode ser feita de várias maneiras irradiação de esportes, programas de TV e auditório, novelas, na
diferentes, é possível deixar o assunto ainda aberto criando uma expressão dos esta dos emocionais etc.
pergunta reflexiva, ou concluir o assunto com as suas próprias con-
clusões a partir das ideias e argumentos do desenvolvimento. A Linguagem Culta ou Padrão
É a ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências em que
Outro aspecto que merece especial atenção são  os conecto- se apresenta com terminologia especial. É usada pelas pessoas ins-
res. São responsáveis pela coesão do texto e tornam a leitura mais truídas das diferentes classes sociais e caracteriza-se pela obediên-
fluente, visando estabelecer um encadeamento lógico entre as cia às normas gramaticais. Mais comumente usada na linguagem
ideias e servem de ligação entre o parágrafo, ou no interior do pe- escrita e literária, reflete prestígio social e cultural. É mais artificial,
ríodo, e o tópico que o antecede. mais estável, menos sujeita a variações. Está presente nas aulas,
Saber usá-los com precisão, tanto no interior da frase, quanto conferências, sermões, discursos políticos, comunicações científi-
ao passar de um enunciado para outro, é uma exigência também cas, noticiários de TV, programas culturais etc.
para a clareza do texto.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Gíria Tipo textual injuntivo
A gíria relaciona-se ao cotidiano de certos grupos sociais como A injunção indica como realizar uma ação, aconselha, impõe,
arma de defesa contra as classes dominantes. Esses grupos utilizam instrui o interlocutor. Chamado também de texto instrucional, o
a gíria como meio de expressão do cotidiano, para que as mensa- tipo de texto injuntivo é utilizado para predizer acontecimentos e
gens sejam decodificadas apenas por eles mesmos. comportamentos, nas leis jurídicas.
Assim a gíria é criada por determinados grupos que divulgam
o palavreado para outros grupos até chegar à mídia. Os meios de Características principais:
comunicação de massa, como a televisão e o rádio, propagam os • Normalmente apresenta frases curtas e objetivas, com ver-
novos vocábulos, às vezes, também inventam alguns. A gíria pode bos de comando, com tom imperativo; há também o uso do futuro
acabar incorporada pela língua oficial, permanecer no vocabulário do presente (10 mandamentos bíblicos e leis diversas).
de pequenos grupos ou cair em desuso. • Marcas de interlocução: vocativo, verbos e pronomes de 2ª
Ex.: “chutar o pau da barraca”, “viajar na maionese”, “galera”, pessoa ou 1ª pessoa do plural, perguntas reflexivas etc.
“mina”, “tipo assim”.
Exemplo:
Linguagem vulgar Impedidos do Alistamento Eleitoral (art. 5º do Código Eleito-
Existe uma linguagem vulgar relacionada aos que têm pouco ral) – Não podem alistar-se eleitores: os que não saibam exprimir-se
ou nenhum contato com centros civilizados. Na linguagem vulgar na língua nacional, e os que estejam privados, temporária ou defi-
há estruturas com “nóis vai, lá”, “eu di um beijo”, “Ponhei sal na nitivamente dos direitos políticos. Os militares são alistáveis, desde
comida”. que oficiais, aspirantes a oficiais, guardas-marinha, subtenentes ou
suboficiais, sargentos ou alunos das escolas militares de ensino su-
Linguagem regional perior para formação de oficiais.
Regionalismos são variações geográficas do uso da língua pa-
drão, quanto às construções gramaticais e empregos de certas pala- Tipo textual expositivo
vras e expressões. Há, no Brasil, por exemplo, os falares amazônico, A dissertação é o ato de apresentar ideias, desenvolver racio-
nordestino, baiano, fluminense, mineiro, sulino. cínio, analisar contextos, dados e fatos, por meio de exposição,
Tipos e genêros textuais discussão, argumentação e defesa do que pensamos. A dissertação
Os tipos textuais configuram-se como modelos fixos e abran- pode ser expositiva ou argumentativa.
gentes que objetivam a distinção e definição da estrutura, bem A dissertação-expositiva é caracterizada por esclarecer um as-
como aspectos linguísticos de narração, dissertação, descrição e sunto de maneira atemporal, com o objetivo de explicá-lo de ma-
explicação. Eles apresentam estrutura definida e tratam da forma neira clara, sem intenção de convencer o leitor ou criar debate.
como um texto se apresenta e se organiza. Existem cinco tipos clás-
sicos que aparecem em provas: descritivo, injuntivo, expositivo (ou Características principais:
dissertativo-expositivo) dissertativo e narrativo. Vejamos alguns • Apresenta introdução, desenvolvimento e conclusão.
exemplos e as principais características de cada um deles. • O objetivo não é persuadir, mas meramente explicar, infor-
mar.
Tipo textual descritivo • Normalmente a marca da dissertação é o verbo no presente.
A descrição é uma modalidade de composição textual cujo • Amplia-se a ideia central, mas sem subjetividade ou defesa
objetivo é fazer um retrato por escrito (ou não) de um lugar, uma de ponto de vista.
pessoa, um animal, um pensamento, um sentimento, um objeto, • Apresenta linguagem clara e imparcial.
um movimento etc.
Características principais: Exemplo:
• Os recursos formais mais encontrados são os de valor adje- O texto dissertativo consiste na ampliação, na discussão, no
tivo (adjetivo, locução adjetiva e oração adjetiva), por sua função questionamento, na reflexão, na polemização, no debate, na ex-
caracterizadora. pressão de um ponto de vista, na explicação a respeito de um de-
• Há descrição objetiva e subjetiva, normalmente numa enu- terminado tema.
meração. Existem dois tipos de dissertação bem conhecidos: a disserta-
• A noção temporal é normalmente estática. ção expositiva (ou informativa) e a argumentativa (ou opinativa).
• Normalmente usam-se verbos de ligação para abrir a defini- Portanto, pode-se dissertar simplesmente explicando um as-
ção. sunto, imparcialmente, ou discutindo-o, parcialmente.
• Normalmente aparece dentro de um texto narrativo.
• Os gêneros descritivos mais comuns são estes: manual, anún- Tipo textual dissertativo-argumentativo
cio, propaganda, relatórios, biografia, tutorial. Este tipo de texto — muito frequente nas provas de concur-
Exemplo: sos — apresenta posicionamentos pessoais e exposição de ideias
Era uma casa muito engraçada apresentadas de forma lógica. Com razoável grau de objetividade,
Não tinha teto, não tinha nada clareza, respeito pelo registro formal da língua e coerência, seu in-
Ninguém podia entrar nela, não tuito é a defesa de um ponto de vista que convença o interlocutor
Porque na casa não tinha chão (leitor ou ouvinte).
Ninguém podia dormir na rede
Porque na casa não tinha parede Características principais:
Ninguém podia fazer pipi • Presença de estrutura básica (introdução, desenvolvimento
Porque penico não tinha ali e conclusão): ideia principal do texto (tese); argumentos (estraté-
Mas era feita com muito esmero gias argumentativas: causa-efeito, dados estatísticos, testemunho
Na rua dos bobos, número zero
(Vinícius de Moraes)

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LÍNGUA PORTUGUESA
de autoridade, citações, confronto, comparação, fato, exemplo, Tipo Textual Gêneros Textuais
enumeração...); conclusão (síntese dos pontos principais com su- Predominante
gestão/solução).
• Utiliza verbos na 1ª pessoa (normalmente nas argumentações Descritivo Diário
informais) e na 3ª pessoa do presente do indicativo (normalmente Relatos (viagens, históricos, etc.)
nas argumentações formais) para imprimir uma atemporalidade e Biografia e autobiografia
um caráter de verdade ao que está sendo dito. Notícia
• Privilegiam-se as estruturas impessoais, com certas modali- Currículo
zações discursivas (indicando noções de possibilidade, certeza ou Lista de compras
probabilidade) em vez de juízos de valor ou sentimentos exaltados. Cardápio
• Há um cuidado com a progressão temática, isto é, com o Anúncios de classificados
desenvolvimento coerente da ideia principal, evitando-se ro- Injuntivo Receita culinária
deios. Bula de remédio
Manual de instruções
Exemplo: Regulamento
A maioria dos problemas existentes em um país em desenvol- Textos prescritivos
vimento, como o nosso, podem ser resolvidos com uma eficiente
Expositivo Seminários
administração política (tese), porque a força governamental certa-
Palestras
mente se sobrepõe a poderes paralelos, os quais – por negligência
Conferências
de nossos representantes – vêm aterrorizando as grandes metró-
Entrevistas
poles. Isso ficou claro no confronto entre a força militar do RJ e os
Trabalhos acadêmicos
traficantes, o que comprovou uma verdade simples: se for do desejo
Enciclopédia
dos políticos uma mudança radical visando o bem-estar da popula-
Verbetes de dicionários
ção, isso é plenamente possível (estratégia argumentativa: fato-
-exemplo). É importante salientar, portanto, que não devemos ficar Dissertativo-argumentativo Editorial Jornalístico
de mãos atadas à espera de uma atitude do governo só quando o Carta de opinião
caos se estabelece; o povo tem e sempre terá de colaborar com uma Resenha
cobrança efetiva (conclusão). Artigo
Ensaio
Tipo textual narrativo Monografia, dissertação de
O texto narrativo é uma modalidade textual em que se conta mestrado e tese de doutorado
um fato, fictício ou não, que ocorreu num determinado tempo e lu- Narrativo Romance
gar, envolvendo certos personagens. Toda narração tem um enredo, Novela
personagens, tempo, espaço e narrador (ou foco narrativo). Crônica
Contos de Fada
Características principais: Fábula
• O tempo verbal predominante é o passado. Lendas
• Foco narrativo com narrador de 1ª pessoa (participa da his-
tória – onipresente) ou de 3ª pessoa (não participa da história – Sintetizando: os tipos textuais são fixos, finitos e tratam da for-
onisciente). ma como o texto se apresenta. Os gêneros textuais são fluidos, infi-
• Normalmente, nos concursos públicos, o texto aparece em nitos e mudam de acordo com a demanda social.
prosa, não em verso.
Intertextualidade
Exemplo: A  intertextualidade  é um recurso realizado entre textos, ou
Solidão seja, é a influência e relação que um estabelece sobre o outro. As-
João era solteiro, vivia só e era feliz. Na verdade, a solidão era sim, determina o fenômeno relacionado ao processo de produção
o que o tornava assim. Conheceu Maria, também solteira, só e fe- de textos que faz referência (explícita ou implícita) aos elementos
liz. Tão iguais, a afinidade logo se transforma em paixão. Casam-se. existentes em outro texto, seja a nível de conteúdo, forma ou de
Dura poucas semanas. Não havia mesmo como dar certo: ao se uni- ambos: forma e conteúdo.
rem, um tirou do outro a essência da felicidade. Grosso modo, a intertextualidade é o diálogo entre textos, de
Nelson S. Oliveira forma que essa relação pode ser estabelecida entre as produções
Fonte: https://www.recantodasletras.com.br/contossurreais/4835684 textuais que apresentem diversas linguagens (visual, auditiva, escri-
ta), sendo expressa nas artes (literatura, pintura, escultura, música,
Gêneros textuais dança, cinema), propagandas publicitárias, programas televisivos,
Já os gêneros textuais (ou discursivos) são formas diferentes provérbios, charges, dentre outros.
de expressão comunicativa. As muitas formas de elaboração de um
texto se tornam gêneros, de acordo com a intenção do seu pro- Tipos de Intertextualidade
dutor. Logo, os gêneros apresentam maior diversidade e exercem • Paródia: perversão do texto anterior que aparece geralmen-
funções sociais específicas, próprias do dia a dia. Ademais, são te, em forma de crítica irônica de caráter humorístico. Do grego (paro-
passíveis de modificações ao longo do tempo, mesmo que preser- dès), a palavra “paródia” é formada pelos termos “para” (semelhante)
vando características preponderantes. Vejamos, agora, uma tabela e “odes” (canto), ou seja, “um canto (poesia) semelhante a outro”. Esse
que apresenta alguns gêneros textuais classificados com os tipos recurso é muito utilizado pelos programas humorísticos.
textuais que neles predominam.

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LÍNGUA PORTUGUESA
• Paráfrase: recriação de um texto já existente mantendo a admitidos. No raciocínio lógico, as conclusões não dependem de
mesma ideia contida no texto original, entretanto, com a utilização crenças, de uma maneira de ver o mundo, mas apenas do encadea-
de outras palavras. O vocábulo “paráfrase”, do grego (paraphrasis), mento de premissas e conclusões.
significa a “repetição de uma sentença”. Por exemplo, um raciocínio lógico é o seguinte encadeamento:
• Epígrafe: recurso bastante utilizado em obras e textos cientí- A é igual a B.
ficos. Consiste no acréscimo de uma frase ou parágrafo que tenha A é igual a C.
alguma relação com o que será discutido no texto. Do grego, o ter- Então: C é igual a A.
mo “epígrafhe” é formado pelos vocábulos “epi” (posição superior)
e “graphé” (escrita). Admitidos os dois postulados, a conclusão é, obrigatoriamente,
• Citação: Acréscimo de partes de outras obras numa produção que C é igual a A.
textual, de forma que dialoga com ele; geralmente vem expressa Outro exemplo:
entre aspas e itálico, já que se trata da enunciação de outro autor. Todo ruminante é um mamífero.
Esse recurso é importante haja vista que sua apresentação sem re- A vaca é um ruminante.
lacionar a fonte utilizada é considerado “plágio”. Do Latim, o termo Logo, a vaca é um mamífero.
“citação” (citare) significa convocar.
• Alusão: Faz referência aos elementos presentes em outros Admitidas como verdadeiras as duas premissas, a conclusão
textos. Do Latim, o vocábulo “alusão” (alludere) é formado por dois também será verdadeira.
termos: “ad” (a, para) e “ludere” (brincar). No domínio da argumentação, as coisas são diferentes. Nele,
• Outras formas de intertextualidade menos discutidas são a conclusão não é necessária, não é obrigatória. Por isso, deve-se
o pastiche, o sample, a tradução e a bricolagem. mostrar que ela é a mais desejável, a mais provável, a mais plau-
sível. Se o Banco do Brasil fizer uma propaganda dizendo-se mais
ARGUMENTAÇÃO confiável do que os concorrentes porque existe desde a chegada
O ato de comunicação não visa apenas transmitir uma informa- da família real portuguesa ao Brasil, ele estará dizendo-nos que um
ção a alguém. Quem comunica pretende criar uma imagem positiva banco com quase dois séculos de existência é sólido e, por isso, con-
de si mesmo (por exemplo, a de um sujeito educado, ou inteligente, fiável. Embora não haja relação necessária entre a solidez de uma
ou culto), quer ser aceito, deseja que o que diz seja admitido como instituição bancária e sua antiguidade, esta tem peso argumentati-
verdadeiro. Em síntese, tem a intenção de convencer, ou seja, tem vo na afirmação da confiabilidade de um banco. Portanto é provável
o desejo de que o ouvinte creia no que o texto diz e faça o que ele que se creia que um banco mais antigo seja mais confiável do que
propõe. outro fundado há dois ou três anos.
Se essa é a finalidade última de todo ato de comunicação, todo Enumerar todos os tipos de argumentos é uma tarefa quase
texto contém um componente argumentativo. A argumentação é o impossível, tantas são as formas de que nos valemos para fazer as
conjunto de recursos de natureza linguística destinados a persuadir pessoas preferirem uma coisa a outra. Por isso, é importante enten-
a pessoa a quem a comunicação se destina. Está presente em todo der bem como eles funcionam.
tipo de texto e visa a promover adesão às teses e aos pontos de Já vimos diversas características dos argumentos. É preciso
vista defendidos. acrescentar mais uma: o convencimento do interlocutor, o auditó-
As pessoas costumam pensar que o argumento seja apenas rio, que pode ser individual ou coletivo, será tanto mais fácil quanto
uma prova de verdade ou uma razão indiscutível para comprovar a mais os argumentos estiverem de acordo com suas crenças, suas
veracidade de um fato. O argumento é mais que isso: como se disse expectativas, seus valores. Não se pode convencer um auditório
acima, é um recurso de linguagem utilizado para levar o interlocu- pertencente a uma dada cultura enfatizando coisas que ele abomi-
tor a crer naquilo que está sendo dito, a aceitar como verdadeiro o na. Será mais fácil convencê-lo valorizando coisas que ele considera
que está sendo transmitido. A argumentação pertence ao domínio positivas. No Brasil, a publicidade da cerveja vem com frequência
da retórica, arte de persuadir as pessoas mediante o uso de recur- associada ao futebol, ao gol, à paixão nacional. Nos Estados Unidos,
sos de linguagem. essa associação certamente não surtiria efeito, porque lá o futebol
Para compreender claramente o que é um argumento, é bom não é valorizado da mesma forma que no Brasil. O poder persuasivo
voltar ao que diz Aristóteles, filósofo grego do século IV a.C., numa de um argumento está vinculado ao que é valorizado ou desvalori-
obra intitulada “Tópicos: os argumentos são úteis quando se tem de zado numa dada cultura.
escolher entre duas ou mais coisas”.
Se tivermos de escolher entre uma coisa vantajosa e uma des- Tipos de Argumento
vantajosa, como a saúde e a doença, não precisamos argumentar. Já verificamos que qualquer recurso linguístico destinado a fa-
Suponhamos, no entanto, que tenhamos de escolher entre duas zer o interlocutor dar preferência à tese do enunciador é um argu-
coisas igualmente vantajosas, a riqueza e a saúde. Nesse caso, pre- mento. Exemplo:
cisamos argumentar sobre qual das duas é mais desejável. O argu-
mento pode então ser definido como qualquer recurso que torna
uma coisa mais desejável que outra. Isso significa que ele atua no Argumento de Autoridade
domínio do preferível. Ele é utilizado para fazer o interlocutor crer É a citação, no texto, de afirmações de pessoas reconhecidas
que, entre duas teses, uma é mais provável que a outra, mais pos- pelo auditório como autoridades em certo domínio do saber, para
sível que a outra, mais desejável que a outra, é preferível à outra. servir de apoio àquilo que o enunciador está propondo. Esse recur-
O objetivo da argumentação não é demonstrar a verdade de so produz dois efeitos distintos: revela o conhecimento do produtor
um fato, mas levar o ouvinte a admitir como verdadeiro o que o do texto a respeito do assunto de que está tratando; dá ao texto a
enunciador está propondo. garantia do autor citado. É preciso, no entanto, não fazer do texto
Há uma diferença entre o raciocínio lógico e a argumentação. um amontoado de citações. A citação precisa ser pertinente e ver-
O primeiro opera no domínio do necessário, ou seja, pretende dadeira. Exemplo:
demonstrar que uma conclusão deriva necessariamente das pre- “A imaginação é mais importante do que o conhecimento.”
missas propostas, que se deduz obrigatoriamente dos postulados

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LÍNGUA PORTUGUESA
Quem disse a frase aí de cima não fui eu... Foi Einstein. Para tema proposto, cair em contradição, tirar conclusões que não se
ele, uma coisa vem antes da outra: sem imaginação, não há conhe- fundamentam nos dados apresentados, ilustrar afirmações gerais
cimento. Nunca o inverso. com fatos inadequados, narrar um fato e dele extrair generalizações
indevidas.
Alex José Periscinoto.
In: Folha de S. Paulo, 30/8/1993, p. 5-2 Argumento do Atributo
É aquele que considera melhor o que tem propriedades típi-
A tese defendida nesse texto é que a imaginação é mais impor- cas daquilo que é mais valorizado socialmente, por exemplo, o mais
tante do que o conhecimento. Para levar o auditório a aderir a ela, raro é melhor que o comum, o que é mais refinado é melhor que o
o enunciador cita um dos mais célebres cientistas do mundo. Se que é mais grosseiro, etc.
um físico de renome mundial disse isso, então as pessoas devem Por esse motivo, a publicidade usa, com muita frequência, ce-
acreditar que é verdade. lebridades recomendando prédios residenciais, produtos de beleza,
alimentos estéticos, etc., com base no fato de que o consumidor
Argumento de Quantidade tende a associar o produto anunciado com atributos da celebrida-
É aquele que valoriza mais o que é apreciado pelo maior nú- de.
mero de pessoas, o que existe em maior número, o que tem maior Uma variante do argumento de atributo é o argumento da
duração, o que tem maior número de adeptos, etc. O fundamento competência linguística. A utilização da variante culta e formal da
desse tipo de argumento é que mais = melhor. A publicidade faz língua que o produtor do texto conhece a norma linguística social-
largo uso do argumento de quantidade. mente mais valorizada e, por conseguinte, deve produzir um texto
em que se pode confiar. Nesse sentido é que se diz que o modo de
dizer dá confiabilidade ao que se diz.
Argumento do Consenso Imagine-se que um médico deva falar sobre o estado de saúde
É uma variante do argumento de quantidade. Fundamenta-se de uma personalidade pública. Ele poderia fazê-lo das duas manei-
em afirmações que, numa determinada época, são aceitas como ras indicadas abaixo, mas a primeira seria infinitamente mais ade-
verdadeiras e, portanto, dispensam comprovações, a menos que o quada para a persuasão do que a segunda, pois esta produziria certa
objetivo do texto seja comprovar alguma delas. Parte da ideia de estranheza e não criaria uma imagem de competência do médico:
que o consenso, mesmo que equivocado, corresponde ao indiscu- - Para aumentar a confiabilidade do diagnóstico e levando em
tível, ao verdadeiro e, portanto, é melhor do que aquilo que não conta o caráter invasivo de alguns exames, a equipe médica houve
desfruta dele. Em nossa época, são consensuais, por exemplo, as por bem determinar o internamento do governador pelo período
afirmações de que o meio ambiente precisa ser protegido e de que de três dias, a partir de hoje, 4 de fevereiro de 2001.
as condições de vida são piores nos países subdesenvolvidos. Ao - Para conseguir fazer exames com mais cuidado e porque al-
confiar no consenso, porém, corre-se o risco de passar dos argu- guns deles são barrapesada, a gente botou o governador no hospi-
mentos válidos para os lugares comuns, os preconceitos e as frases tal por três dias.
carentes de qualquer base científica.
Como dissemos antes, todo texto tem uma função argumen-
Argumento de Existência tativa, porque ninguém fala para não ser levado a sério, para ser
É aquele que se fundamenta no fato de que é mais fácil aceitar ridicularizado, para ser desmentido: em todo ato de comunicação
aquilo que comprovadamente existe do que aquilo que é apenas deseja-se influenciar alguém. Por mais neutro que pretenda ser, um
provável, que é apenas possível. A sabedoria popular enuncia o ar- texto tem sempre uma orientação argumentativa.
gumento de existência no provérbio “Mais vale um pássaro na mão A orientação argumentativa é uma certa direção que o falante
do que dois voando”. traça para seu texto. Por exemplo, um jornalista, ao falar de um
Nesse tipo de argumento, incluem-se as provas documentais homem público, pode ter a intenção de criticá-lo, de ridicularizá-lo
(fotos, estatísticas, depoimentos, gravações, etc.) ou provas concre- ou, ao contrário, de mostrar sua grandeza.
tas, que tornam mais aceitável uma afirmação genérica. Durante O enunciador cria a orientação argumentativa de seu texto
a invasão do Iraque, por exemplo, os jornais diziam que o exérci- dando destaque a uns fatos e não a outros, omitindo certos episó-
to americano era muito mais poderoso do que o iraquiano. Essa dios e revelando outros, escolhendo determinadas palavras e não
afirmação, sem ser acompanhada de provas concretas, poderia ser outras, etc. Veja:
vista como propagandística. No entanto, quando documentada pela “O clima da festa era tão pacífico que até sogras e noras troca-
comparação do número de canhões, de carros de combate, de na-
vios, etc., ganhava credibilidade. vam abraços afetuosos.”
O enunciador aí pretende ressaltar a ideia geral de que noras
Argumento quase lógico e sogras não se toleram. Não fosse assim, não teria escolhido esse
É aquele que opera com base nas relações lógicas, como causa fato para ilustrar o clima da festa nem teria utilizado o termo até,
e efeito, analogia, implicação, identidade, etc. Esses raciocínios são que serve para incluir no argumento alguma coisa inesperada.
chamados quase lógicos porque, diversamente dos raciocínios lógi- Além dos defeitos de argumentação mencionados quando tra-
cos, eles não pretendem estabelecer relações necessárias entre os tamos de alguns tipos de argumentação, vamos citar outros:
elementos, mas sim instituir relações prováveis, possíveis, plausí- - Uso sem delimitação adequada de palavra de sentido tão am-
veis. Por exemplo, quando se diz “A é igual a B”, “B é igual a C”, “en- plo, que serve de argumento para um ponto de vista e seu contrá-
tão A é igual a C”, estabelece-se uma relação de identidade lógica. rio. São noções confusas, como paz, que, paradoxalmente, pode ser
Entretanto, quando se afirma “Amigo de amigo meu é meu amigo” usada pelo agressor e pelo agredido. Essas palavras podem ter valor
não se institui uma identidade lógica, mas uma identidade provável. positivo (paz, justiça, honestidade, democracia) ou vir carregadas
Um texto coerente do ponto de vista lógico é mais facilmente de valor negativo (autoritarismo, degradação do meio ambiente,
aceito do que um texto incoerente. Vários são os defeitos que con- injustiça, corrupção).
correm para desqualificar o texto do ponto de vista lógico: fugir do

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LÍNGUA PORTUGUESA
- Uso de afirmações tão amplas, que podem ser derrubadas por seus respectivos argumentos. Uma discussão impõe, muitas ve-
um único contra exemplo. Quando se diz “Todos os políticos são zes, a análise de argumentos opostos, antagônicos. Como sempre,
ladrões”, basta um único exemplo de político honesto para destruir essa capacidade aprende-se com a prática. Um bom exercício para
o argumento. aprender a argumentar e contra-argumentar consiste em desenvol-
ver as seguintes habilidades:
- Emprego de noções científicas sem nenhum rigor, fora do con- - argumentação: anotar todos os argumentos a favor de uma
texto adequado, sem o significado apropriado, vulgarizando-as e ideia ou fato; imaginar um interlocutor que adote a posição total-
atribuindo-lhes uma significação subjetiva e grosseira. É o caso, por mente contrária;
exemplo, da frase “O imperialismo de certas indústrias não permite - contra-argumentação: imaginar um diálogo-debate e quais os
que outras crescam”, em que o termo imperialismo é descabido, argumentos que essa pessoa imaginária possivelmente apresenta-
uma vez que, a rigor, significa “ação de um Estado visando a reduzir ria contra a argumentação proposta;
outros à sua dependência política e econômica”. refutação: argumentos e razões contra a argumentação oposta.

A boa argumentação é aquela que está de acordo com a situa- A argumentação tem a finalidade de persuadir, portanto, ar-
ção concreta do texto, que leva em conta os componentes envolvi- gumentar consiste em estabelecer relações para tirar conclusões
dos na discussão (o tipo de pessoa a quem se dirige a comunicação, válidas, como se procede no método dialético. O método dialético
o assunto, etc). não envolve apenas questões ideológicas, geradoras de polêmicas.
Trata-se de um método de investigação da realidade pelo estudo de
Convém ainda alertar que não se convence ninguém com mani- sua ação recíproca, da contradição inerente ao fenômeno em ques-
festações de sinceridade do autor (como eu, que não costumo men- tão e da mudança dialética que ocorre na natureza e na sociedade.
tir...) ou com declarações de certeza expressas em fórmulas feitas Descartes (1596-1650), filósofo e pensador francês, criou o mé-
(como estou certo, creio firmemente, é claro, é óbvio, é evidente, todo de raciocínio silogístico, baseado na dedução, que parte do
afirmo com toda a certeza, etc). Em vez de prometer, em seu texto, simples para o complexo. Para ele, verdade e evidência são a mes-
sinceridade e certeza, autenticidade e verdade, o enunciador deve ma coisa, e pelo raciocínio torna-se possível chegar a conclusões
construir um texto que revele isso. Em outros termos, essas quali- verdadeiras, desde que o assunto seja pesquisado em partes, co-
dades não se prometem, manifestam-se na ação. meçando-se pelas proposições mais simples até alcançar, por meio
A argumentação é a exploração de recursos para fazer parecer de deduções, a conclusão final. Para a linha de raciocínio cartesiana,
verdadeiro aquilo que se diz num texto e, com isso, levar a pessoa a é fundamental determinar o problema, dividi-lo em partes, ordenar
que texto é endereçado a crer naquilo que ele diz. os conceitos, simplificando-os, enumerar todos os seus elementos
Um texto dissertativo tem um assunto ou tema e expressa um e determinar o lugar de cada um no conjunto da dedução.
ponto de vista, acompanhado de certa fundamentação, que inclui
a argumentação, questionamento, com o objetivo de persuadir. Ar- A lógica cartesiana, até os nossos dias, é fundamental para a
gumentar é o processo pelo qual se estabelecem relações para che- argumentação dos trabalhos acadêmicos. Descartes propôs quatro
gar à conclusão, com base em premissas. Persuadir é um processo regras básicas que constituem um conjunto de reflexos vitais, uma
de convencimento, por meio da argumentação, no qual procura-se série de movimentos sucessivos e contínuos do espírito em busca
convencer os outros, de modo a influenciar seu pensamento e seu da verdade:
comportamento.
- evidência;
A persuasão pode ser válida e não válida. Na persuasão váli- - divisão ou análise;
da, expõem-se com clareza os fundamentos de uma ideia ou pro- - ordem ou dedução;
posição, e o interlocutor pode questionar cada passo do raciocínio - enumeração.
empregado na argumentação. A persuasão não válida apoia-se em
argumentos subjetivos, apelos subliminares, chantagens sentimen- A enumeração pode apresentar dois tipos de falhas: a omissão
tais, com o emprego de “apelações”, como a inflexão de voz, a mí- e a incompreensão. Qualquer erro na enumeração pode quebrar o
mica e até o choro. encadeamento das ideias, indispensável para o processo dedutivo.
A forma de argumentação mais empregada na redação acadê-
Alguns autores classificam a dissertação em duas modalidades, mica é o silogismo, raciocínio baseado nas regras cartesianas, que
expositiva e argumentativa. Esta, exige argumentação, razões a fa- contém três proposições: duas premissas, maior e menor, e a con-
vor e contra uma ideia, ao passo que a outra é informativa, apresen- clusão. As três proposições são encadeadas de tal forma, que a con-
ta dados sem a intenção de convencer. Na verdade, a escolha dos clusão é deduzida da maior por intermédio da menor. A premissa
dados levantados, a maneira de expô-los no texto já revelam uma maior deve ser universal, emprega todo, nenhum, pois alguns não
“tomada de posição”, a adoção de um ponto de vista na disserta- caracteriza a universalidade.
ção, ainda que sem a apresentação explícita de argumentos. Desse Há dois métodos fundamentais de raciocínio: a dedução (silo-
ponto de vista, a dissertação pode ser definida como discussão, de- gística), que parte do geral para o particular, e a indução, que vai do
bate, questionamento, o que implica a liberdade de pensamento, a particular para o geral. A expressão formal do método dedutivo é
possibilidade de discordar ou concordar parcialmente. A liberdade o silogismo. A dedução é o caminho das consequências, baseia-se
de questionar é fundamental, mas não é suficiente para organizar em uma conexão descendente (do geral para o particular) que leva
um texto dissertativo. É necessária também a exposição dos fun- à conclusão. Segundo esse método, partindo-se de teorias gerais,
damentos, os motivos, os porquês da defesa de um ponto de vista. de verdades universais, pode-se chegar à previsão ou determinação
Pode-se dizer que o homem vive em permanente atitude argu- de fenômenos particulares. O percurso do raciocínio vai da causa
mentativa. A argumentação está presente em qualquer tipo de dis- para o efeito.
curso, porém, é no texto dissertativo que ela melhor se evidencia.
Para discutir um tema, para confrontar argumentos e posições,
é necessária a capacidade de conhecer outros pontos de vista e

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LÍNGUA PORTUGUESA
Exemplo: classificação a definição são chamadas métodos sistemáticos, por-
Todo homem é mortal (premissa maior = geral, universal) que pela organização e ordenação das ideias visam sistematizar a
Fulano é homem (premissa menor = particular) pesquisa.
Logo, Fulano é mortal (conclusão) Análise e síntese são dois processos opostos, mas interligados;
a análise parte do todo para as partes, a síntese, das partes para o
A indução percorre o caminho inverso ao da dedução, baseia- todo. A análise precede a síntese, porém, de certo modo, uma de-
se em uma conexão ascendente, do particular para o geral. Nesse pende da outra. A análise decompõe o todo em partes, enquanto a
caso, as constatações particulares levam às leis gerais, ou seja, par- síntese recompõe o todo pela reunião das partes. Sabe-se, porém,
te de fatos particulares conhecidos para os fatos gerais, desconheci- que o todo não é uma simples justaposição das partes. Se alguém
dos. O percurso do raciocínio se faz do efeito para a causa. Exemplo: reunisse todas as peças de um relógio, não significa que reconstruiu
O calor dilata o ferro (particular) o relógio, pois fez apenas um amontoado de partes. Só reconstruiria
O calor dilata o bronze (particular) todo se as partes estivessem organizadas, devidamente combina-
O calor dilata o cobre (particular) das, seguida uma ordem de relações necessárias, funcionais, então,
O ferro, o bronze, o cobre são metais o relógio estaria reconstruído.
Logo, o calor dilata metais (geral, universal) Síntese, portanto, é o processo de reconstrução do todo por
meio da integração das partes, reunidas e relacionadas num con-
Quanto a seus aspectos formais, o silogismo pode ser válido junto. Toda síntese, por ser uma reconstrução, pressupõe a análise,
e verdadeiro; a conclusão será verdadeira se as duas premissas que é a decomposição. A análise, no entanto, exige uma decompo-
também o forem. Se há erro ou equívoco na apreciação dos fatos, sição organizada, é preciso saber como dividir o todo em partes. As
pode-se partir de premissas verdadeiras para chegar a uma conclu- operações que se realizam na análise e na síntese podem ser assim
são falsa. Tem-se, desse modo, o sofisma. Uma definição inexata, relacionadas
uma divisão incompleta, a ignorância da causa, a falsa analogia são
algumas causas do sofisma. O sofisma pressupõe má fé, intenção Análise: penetrar, decompor, separar, dividir.
deliberada de enganar ou levar ao erro; quando o sofisma não tem Síntese: integrar, recompor, juntar, reunir.
essas intenções propositais, costuma-se chamar esse processo de
argumentação de paralogismo. Encontra-se um exemplo simples de A análise tem importância vital no processo de coleta de ideias
sofisma no seguinte diálogo: a respeito do tema proposto, de seu desdobramento e da criação
de abordagens possíveis. A síntese também é importante na esco-
- Você concorda que possui uma coisa que não perdeu? lha dos elementos que farão parte do texto.
- Lógico, concordo. Segundo Garcia (1973, p.300), a análise pode ser formal ou in-
- Você perdeu um brilhante de 40 quilates? formal. A análise formal pode ser científica ou experimental; é ca-
- Claro que não! racterística das ciências matemáticas, físico-naturais e experimen-
- Então você possui um brilhante de 40 quilates... tais. A análise informal é racional ou total, consiste em “discernir”
por vários atos distintos da atenção os elementos constitutivos de
Exemplos de sofismas: um todo, os diferentes caracteres de um objeto ou fenômeno.
A análise decompõe o todo em partes, a classificação estabe-
Dedução lece as necessárias relações de dependência e hierarquia entre as
Todo professor tem um diploma (geral, universal) partes. Análise e classificação ligam-se intimamente, a ponto de se
Fulano tem um diploma (particular) confundir uma com a outra, contudo são procedimentos diversos:
Logo, fulano é professor (geral – conclusão falsa) análise é decomposição e classificação é hierarquisação.
Nas ciências naturais, classificam-se os seres, fatos e fenôme-
nos por suas diferenças e semelhanças; fora das ciências naturais, a
Indução classificação pode-se efetuar por meio de um processo mais ou me-
O Rio de Janeiro tem uma estátua do Cristo Redentor. (parti- nos arbitrário, em que os caracteres comuns e diferenciadores são
cular) empregados de modo mais ou menos convencional. A classificação,
Taubaté (SP) tem uma estátua do Cristo Redentor. (particular) no reino animal, em ramos, classes, ordens, subordens, gêneros e
Rio de Janeiro e Taubaté são cidades. espécies, é um exemplo de classificação natural, pelas caracterís-
Logo, toda cidade tem uma estátua do Cristo Redentor. (geral ticas comuns e diferenciadoras. A classificação dos variados itens
– conclusão falsa) integrantes de uma lista mais ou menos caótica é artificial.
Nota-se que as premissas são verdadeiras, mas a conclusão
pode ser falsa. Nem todas as pessoas que têm diploma são pro- Exemplo: aquecedor, automóvel, barbeador, batata, caminhão,
fessores; nem todas as cidades têm uma estátua do Cristo Reden- canário, jipe, leite, ônibus, pão, pardal, pintassilgo, queijo, relógio,
tor. Comete-se erro quando se faz generalizações apressadas ou sabiá, torradeira.
infundadas. A “simples inspeção” é a ausência de análise ou análise Aves: Canário, Pardal, Pintassilgo, Sabiá.
superficial dos fatos, que leva a pronunciamentos subjetivos, base- Alimentos: Batata, Leite, Pão, Queijo.
ados nos sentimentos não ditados pela razão. Mecanismos: Aquecedor, Barbeador, Relógio, Torradeira.
Tem-se, ainda, outros métodos, subsidiários ou não fundamen- Veículos: Automóvel, Caminhão, Jipe, Ônibus.
tais, que contribuem para a descoberta ou comprovação da verda-
de: análise, síntese, classificação e definição. Além desses, existem Os elementos desta lista foram classificados por ordem alfabé-
outros métodos particulares de algumas ciências, que adaptam os tica e pelas afinidades comuns entre eles. Estabelecer critérios de
processos de dedução e indução à natureza de uma realidade par- classificação das ideias e argumentos, pela ordem de importância, é
ticular. Pode-se afirmar que cada ciência tem seu método próprio uma habilidade indispensável para elaborar o desenvolvimento de
demonstrativo, comparativo, histórico etc. A análise, a síntese, a uma redação. Tanto faz que a ordem seja crescente, do fato mais

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LÍNGUA PORTUGUESA
importante para o menos importante, ou decrescente, primeiro - deve ser breve (contida num só período). Quando a definição,
o menos importante e, no final, o impacto do mais importante; é ou o que se pretenda como tal, é muito longa (séries de períodos
indispensável que haja uma lógica na classificação. A elaboração ou de parágrafos), chama-se explicação, e também definição expan-
do plano compreende a classificação das partes e subdivisões, ou dida;d
seja, os elementos do plano devem obedecer a uma hierarquização. - deve ter uma estrutura gramatical rígida: sujeito (o termo) +
(Garcia, 1973, p. 302304.) cópula (verbo de ligação ser) + predicativo (o gênero) + adjuntos (as
diferenças).
Para a clareza da dissertação, é indispensável que, logo na in-
trodução, os termos e conceitos sejam definidos, pois, para expres- As definições dos dicionários de língua são feitas por meio de
sar um questionamento, deve-se, de antemão, expor clara e racio- paráfrases definitórias, ou seja, uma operação metalinguística que
nalmente as posições assumidas e os argumentos que as justificam. consiste em estabelecer uma relação de equivalência entre a pala-
É muito importante deixar claro o campo da discussão e a posição vra e seus significados.
adotada, isto é, esclarecer não só o assunto, mas também os pontos
de vista sobre ele. A força do texto dissertativo está em sua fundamentação. Sem-
pre é fundamental procurar um porquê, uma razão verdadeira e
A definição tem por objetivo a exatidão no emprego da lingua- necessária. A verdade de um ponto de vista deve ser demonstrada
gem e consiste na enumeração das qualidades próprias de uma com argumentos válidos. O ponto de vista mais lógico e racional do
ideia, palavra ou objeto. Definir é classificar o elemento conforme a mundo não tem valor, se não estiver acompanhado de uma funda-
espécie a que pertence, demonstra: a característica que o diferen- mentação coerente e adequada.
cia dos outros elementos dessa mesma espécie.
Entre os vários processos de exposição de ideias, a definição Os métodos fundamentais de raciocínio segundo a lógica clás-
é um dos mais importantes, sobretudo no âmbito das ciências. A sica, que foram abordados anteriormente, auxiliam o julgamento
definição científica ou didática é denotativa, ou seja, atribui às pa- da validade dos fatos. Às vezes, a argumentação é clara e pode reco-
lavras seu sentido usual ou consensual, enquanto a conotativa ou nhecer-se facilmente seus elementos e suas relações; outras vezes,
metafórica emprega palavras de sentido figurado. Segundo a lógica as premissas e as conclusões organizam-se de modo livre, mistu-
tradicional aristotélica, a definição consta de três elementos: rando-se na estrutura do argumento. Por isso, é preciso aprender a
- o termo a ser definido; reconhecer os elementos que constituem um argumento: premis-
- o gênero ou espécie; sas/conclusões. Depois de reconhecer, verificar se tais elementos
- a diferença específica. são verdadeiros ou falsos; em seguida, avaliar se o argumento está
expresso corretamente; se há coerência e adequação entre seus
O que distingue o termo definido de outros elementos da mes- elementos, ou se há contradição. Para isso é que se aprende os pro-
ma espécie. Exemplo: cessos de raciocínio por dedução e por indução. Admitindo-se que
raciocinar é relacionar, conclui-se que o argumento é um tipo espe-
cífico de relação entre as premissas e a conclusão.
Na frase: O homem é um animal racional classifica-se:
Procedimentos Argumentativos: Constituem os procedimentos
argumentativos mais empregados para comprovar uma afirmação:
exemplificação, explicitação, enumeração, comparação.
Elemento especie diferença
a ser definido específica Exemplificação: Procura justificar os pontos de vista por meio
de exemplos, hierarquizar afirmações. São expressões comuns nes-
se tipo de procedimento: mais importante que, superior a, de maior
É muito comum formular definições de maneira defeituosa, relevância que. Empregam-se também dados estatísticos, acompa-
por exemplo: Análise é quando a gente decompõe o todo em par- nhados de expressões: considerando os dados; conforme os dados
tes. Esse tipo de definição é gramaticalmente incorreto; quando é apresentados. Faz-se a exemplificação, ainda, pela apresentação de
advérbio de tempo, não representa o gênero, a espécie, a gente é causas e consequências, usando-se comumente as expressões: por-
forma coloquial não adequada à redação acadêmica. Tão importan- que, porquanto, pois que, uma vez que, visto que, por causa de, em
te é saber formular uma definição, que se recorre a Garcia (1973, virtude de, em vista de, por motivo de.
p.306), para determinar os “requisitos da definição denotativa”.
Para ser exata, a definição deve apresentar os seguintes requisitos: Explicitação: O objetivo desse recurso argumentativo é expli-
- o termo deve realmente pertencer ao gênero ou classe em car ou esclarecer os pontos de vista apresentados. Pode-se alcançar
que está incluído: “mesa é um móvel” (classe em que ‘mesa’ está esse objetivo pela definição, pelo testemunho e pela interpreta-
realmente incluída) e não “mesa é um instrumento ou ferramenta ção. Na explicitação por definição, empregamse expressões como:
ou instalação”; quer dizer, denomina-se, chama-se, na verdade, isto é, haja vista,
- o gênero deve ser suficientemente amplo para incluir todos os ou melhor; nos testemunhos são comuns as expressões: conforme,
exemplos específicos da coisa definida, e suficientemente restrito segundo, na opinião de, no parecer de, consoante as ideias de, no
para que a diferença possa ser percebida sem dificuldade; entender de, no pensamento de. A explicitação se faz também pela
- deve ser obrigatoriamente afirmativa: não há, em verdade, interpretação, em que são comuns as seguintes expressões: parece,
definição, quando se diz que o “triângulo não é um prisma”; assim, desse ponto de vista.
- deve ser recíproca: “O homem é um ser vivo” não constitui
definição exata, porque a recíproca, “Todo ser vivo é um homem” Enumeração: Faz-se pela apresentação de uma sequência de
não é verdadeira (o gato é ser vivo e não é homem); elementos que comprovam uma opinião, tais como a enumeração
de pormenores, de fatos, em uma sequência de tempo, em que são
frequentes as expressões: primeiro, segundo, por último, antes, de-

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LÍNGUA PORTUGUESA
pois, ainda, em seguida, então, presentemente, antigamente, de- Desqualificação do argumento: atribui-se o argumento à opi-
pois de, antes de, atualmente, hoje, no passado, sucessivamente, nião pessoal subjetiva do enunciador, restringindo-se a universali-
respectivamente. Na enumeração de fatos em uma sequência de dade da afirmação;
espaço, empregam-se as seguintes expressões: cá, lá, acolá, ali, aí,
além, adiante, perto de, ao redor de, no Estado tal, na capital, no Ataque ao argumento pelo testemunho de autoridade: consis-
interior, nas grandes cidades, no sul, no leste... te em refutar um argumento empregando os testemunhos de auto-
ridade que contrariam a afirmação apresentada;
Comparação: Analogia e contraste são as duas maneiras de
se estabelecer a comparação, com a finalidade de comprovar uma Desqualificar dados concretos apresentados: consiste em de-
ideia ou opinião. Na analogia, são comuns as expressões: da mesma sautorizar dados reais, demonstrando que o enunciador baseou-se
forma, tal como, tanto quanto, assim como, igualmente. Para esta- em dados corretos, mas tirou conclusões falsas ou inconsequentes.
belecer contraste, empregam-se as expressões: mais que, menos Por exemplo, se na argumentação afirmou-se, por meio de dados
que, melhor que, pior que. estatísticos, que “o controle demográfico produz o desenvolvimen-
to”, afirma-se que a conclusão é inconsequente, pois baseia-se em
Entre outros tipos de argumentos empregados para aumentar uma relação de causa-feito difícil de ser comprovada. Para contra-
o poder de persuasão de um texto dissertativo encontram-se: argumentar, propõese uma relação inversa: “o desenvolvimento é
Argumento de autoridade: O saber notório de uma autoridade que gera o controle demográfico”.
reconhecida em certa área do conhecimento dá apoio a uma afir-
mação. Dessa maneira, procura-se trazer para o enunciado a credi- Apresentam-se aqui sugestões, um dos roteiros possíveis para
bilidade da autoridade citada. Lembre-se que as citações literais no desenvolver um tema, que podem ser analisadas e adaptadas ao
corpo de um texto constituem argumentos de autoridade. Ao fazer desenvolvimento de outros temas. Elege-se um tema, e, em segui-
uma citação, o enunciador situa os enunciados nela contidos na li- da, sugerem-se os procedimentos que devem ser adotados para a
nha de raciocínio que ele considera mais adequada para explicar ou elaboração de um Plano de Redação.
justificar um fato ou fenômeno. Esse tipo de argumento tem mais
caráter confirmatório que comprobatório. Tema: O homem e a máquina: necessidade e riscos da evolução
tecnológica
Apoio na consensualidade: Certas afirmações dispensam expli-
cação ou comprovação, pois seu conteúdo é aceito como válido por - Questionar o tema, transformá-lo em interrogação, responder
consenso, pelo menos em determinado espaço sociocultural. Nesse a interrogação (assumir um ponto de vista); dar o porquê da respos-
caso, incluem-se ta, justificar, criando um argumento básico;
- A declaração que expressa uma verdade universal (o homem,
mortal, aspira à imortalidade); - Imaginar um ponto de vista oposto ao argumento básico e
- A declaração que é evidente por si mesma (caso dos postula- construir uma contra-argumentação; pensar a forma de refutação
dos e axiomas); que poderia ser feita ao argumento básico e tentar desqualificá-la
- Quando escapam ao domínio intelectual, ou seja, é de nature- (rever tipos de argumentação);
za subjetiva ou sentimental (o amor tem razões que a própria razão
desconhece); implica apreciação de ordem estética (gosto não se - Refletir sobre o contexto, ou seja, fazer uma coleta de ideias
discute); diz respeito a fé religiosa, aos dogmas (creio, ainda que que estejam direta ou indiretamente ligadas ao tema (as ideias po-
parece absurdo). dem ser listadas livremente ou organizadas como causa e consequ-
ência);
Comprovação pela experiência ou observação: A verdade de - Analisar as ideias anotadas, sua relação com o tema e com o
um fato ou afirmação pode ser comprovada por meio de dados con- argumento básico;
cretos, estatísticos ou documentais. - Fazer uma seleção das ideias pertinentes, escolhendo as que
poderão ser aproveitadas no texto; essas ideias transformam-se em
Comprovação pela fundamentação lógica: A comprovação se argumentos auxiliares, que explicam e corroboram a ideia do argu-
realiza por meio de argumentos racionais, baseados na lógica: cau- mento básico;
sa/efeito; consequência/causa; condição/ocorrência.
- Fazer um esboço do Plano de Redação, organizando uma se-
Fatos não se discutem; discutem-se opiniões. As declarações, quência na apresentação das ideias selecionadas, obedecendo às
julgamento, pronunciamentos, apreciações que expressam opini- partes principais da estrutura do texto, que poderia ser mais ou
ões pessoais (não subjetivas) devem ter sua validade comprovada, menos a seguinte:
e só os fatos provam. Em resumo toda afirmação ou juízo que ex- Introdução
presse uma opinião pessoal só terá validade se fundamentada na - função social da ciência e da tecnologia;
evidência dos fatos, ou seja, se acompanhada de provas, validade - definições de ciência e tecnologia;
dos argumentos, porém, pode ser contestada por meio da contra- - indivíduo e sociedade perante o avanço tecnológico.
-argumentação ou refutação. São vários os processos de contra-ar-
gumentação: Desenvolvimento
- apresentação de aspectos positivos e negativos do desenvol-
Refutação pelo absurdo: refuta-se uma afirmação demonstran- vimento tecnológico;
do o absurdo da consequência. Exemplo clássico é a contraargu- - como o desenvolvimento científico-tecnológico modificou as
mentação do cordeiro, na conhecida fábula “O lobo e o cordeiro”; condições de vida no mundo atual;
Refutação por exclusão: consiste em propor várias hipóteses - a tecnocracia: oposição entre uma sociedade tecnologica-
para eliminá-las, apresentando-se, então, aquela que se julga ver- mente desenvolvida e a dependência tecnológica dos países sub-
dadeira; desenvolvidos;

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LÍNGUA PORTUGUESA
- enumerar e discutir os fatores de desenvolvimento social; Na paráfrase as palavras são mudadas, porém a ideia do
- comparar a vida de hoje com os diversos tipos de vida do pas- texto é confirmada pelo novo texto, a alusão ocorre para atualizar,
sado; apontar semelhanças e diferenças; reafirmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer
- analisar as condições atuais de vida nos grandes centros ur- com outras palavras o que já foi dito.
banos; A paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar outros
- como se poderia usar a ciência e a tecnologia para humanizar textos, há uma ruptura com as ideologias impostas e por isso
mais a sociedade. é objeto de interesse para os estudiosos da língua e das artes.
Ocorre, aqui, um choque de interpretação, a voz do texto original
Conclusão é retomada para transformar seu sentido, leva o leitor a uma
- a tecnologia pode libertar ou escravizar: benefícios/consequ- reflexão crítica de suas verdades incontestadas anteriormente, com
ências maléficas; esse processo há uma indagação sobre os dogmas estabelecidos
- síntese interpretativa dos argumentos e contra-argumentos e uma busca pela verdade real, concebida através do raciocínio e
apresentados. da crítica. Os programas humorísticos fazem uso contínuo dessa
arte, frequentemente os discursos de políticos são abordados
de maneira cômica e contestadora, provocando risos e também
Naturalmente esse não é o único, nem o melhor plano de reda- reflexão a respeito da demagogia praticada pela classe dominante.
ção: é um dos possíveis. A Epígrafe é um recurso bastante utilizado em obras, textos
Intertextualidade é o nome dado à relação que se estabelece científicos, desde artigos, resenhas, monografias, uma vez que
entre dois textos, quando um texto já criado exerce influência na consiste no acréscimo de uma frase ou parágrafo que tenha alguma
criação de um novo texto. Pode-se definir, então, a intertextualida- relação com o que será discutido no texto. Do grego, o termo
de como sendo a criação de um texto a partir de outro texto já exis- “epígrafhe” é formado pelos vocábulos “epi” (posição superior) e
tente. Dependendo da situação, a intertextualidade tem funções “graphé” (escrita). Como exemplo podemos citar um artigo sobre
diferentes que dependem muito dos textos/contextos em que ela Patrimônio Cultural e a epígrafe do filósofo Aristóteles (384 a.C.-322
é inserida. a.C.): “A cultura é o melhor conforto para a velhice”.
O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento,
não se restringindo única e exclusivamente a textos literários. A Citação é o Acréscimo de partes de outras obras numa
Em alguns casos pode-se dizer que a intertextualidade assume produção textual, de forma que dialoga com ele; geralmente vem
a função de não só persuadir o leitor como também de difundir a expressa entre aspas e itálico, já que se trata da enunciação de outro
cultura, uma vez que se trata de uma relação com a arte (pintura, autor. Esse recurso é importante haja vista que sua apresentação
escultura, literatura etc). Intertextualidade é a relação entre dois sem relacionar a fonte utilizada é considerado “plágio”. Do Latim, o
textos caracterizada por um citar o outro. termo “citação” (citare) significa convocar.
A intertextualidade é o diálogo entre textos. Ocorre quando um
texto (oral, escrito, verbal ou não verbal), de alguma maneira, se A Alusão faz referência aos elementos presentes em outros
utiliza de outro na elaboração de sua mensagem. Os dois textos – a textos. Do Latim, o vocábulo “alusão” (alludere) é formado por dois
fonte e o que dialoga com ela – podem ser do mesmo gênero ou termos: “ad” (a, para) e “ludere” (brincar).
de gêneros distintos, terem a mesma finalidade ou propósitos di-
ferentes. Assim, como você constatou, uma história em quadrinhos Pastiche é uma recorrência a um gênero.
pode utilizar algo de um texto científico, assim como um poema
pode valer-se de uma letra de música ou um artigo de opinião pode A Tradução está no campo da intertextualidade porque implica
mencionar um provérbio conhecido. a recriação de um texto.
Há várias maneiras de um texto manter intertextualidade com
outro, entre elas, ao citá-lo, ao resumi-lo, ao reproduzi-lo com ou- Evidentemente, a intertextualidade está ligada ao
tras palavras, ao traduzi-lo para outro idioma, ao ampliá-lo, ao to- “conhecimento de mundo”, que deve ser compartilhado, ou seja,
má-lo como ponto de partida, ao defendê-lo, ao criticá-lo, ao ironi- comum ao produtor e ao receptor de textos.
zá-lo ou ao compará-lo com outros. A intertextualidade pressupõe um universo cultural muito
Os estudiosos afirmam que em todos os textos ocorre algum amplo e complexo, pois implica a identificação / o reconhecimento de
grau de intertextualidade, pois quando falamos, escrevemos, de- remissões a obras ou a textos / trechos mais, ou menos conhecidos,
senhamos, pintamos, moldamos, ou seja, sempre que nos expres- além de exigir do interlocutor a capacidade de interpretar a função
samos, estamos nos valendo de ideias e conceitos que já foram daquela citação ou alusão em questão.
formulados por outros para reafirmá-los, ampliá-los ou mesmo con-
tradizê-los. Em outras palavras, não há textos absolutamente origi- Intertextualidade explícita e intertextualidade implícita
nais, pois eles sempre – de maneira explícita ou implícita – mantêm A intertextualidade pode ser caracterizada como explícita ou
alguma relação com algo que foi visto, ouvido ou lido. implícita, de acordo com a relação estabelecida com o texto fonte,
ou seja, se mais direta ou se mais subentendida.
Tipos de Intertextualidade
A intertextualidade acontece quando há uma referência A intertextualidade explícita:
explícita ou implícita de um texto em outro. Também pode – é facilmente identificada pelos leitores;
ocorrer com outras formas além do texto, música, pintura, filme, – estabelece uma relação direta com o texto fonte;
novela etc. Toda vez que uma obra fizer alusão à outra ocorre a – apresenta elementos que identificam o texto fonte;
intertextualidade. – não exige que haja dedução por parte do leitor;
Por isso é importante para o leitor o conhecimento de mundo, – apenas apela à compreensão do conteúdos.
um saber prévio, para reconhecer e identificar quando há um
diálogo entre os textos. A intertextualidade pode ocorrer afirmando
as mesmas ideias da obra citada ou contestando-as.

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LÍNGUA PORTUGUESA
A intertextualidade implícita: A coerência de um texto é facilmente deduzida por um falante
– não é facilmente identificada pelos leitores; de uma língua, quando não encontra sentido lógico entre as propo-
– não estabelece uma relação direta com o texto fonte; sições de um enunciado oral ou escrito. É a competência linguística,
– não apresenta elementos que identificam o texto fonte; tomada em sentido lato, que permite a esse falante reconhecer de
– exige que haja dedução, inferência, atenção e análise por imediato a coerência de um discurso.
parte dos leitores; A coerência:
– exige que os leitores recorram a conhecimentos prévios para - assenta-se no plano cognitivo, da inteligibilidade do texto;
a compreensão do conteúdo. - situa-se na subjacência do texto; estabelece conexão concei-
tual;
PONTO DE VISTA - relaciona-se com a macroestrutura; trabalha com o todo, com
O modo como o autor narra suas histórias provoca diferentes o aspecto global do texto;
sentidos ao leitor em relação à uma obra. Existem três pontos - estabelece relações de conteúdo entre palavras e frases.
de vista diferentes. É considerado o elemento da narração que
compreende a perspectiva através da qual se conta a história. Coesão
Trata-se da posição da qual o narrador articula a narrativa. Apesar É um conjunto de elementos posicionados ao longo do texto,
de existir diferentes possibilidades de Ponto de Vista em uma numa linha de sequência e com os quais se estabelece um vínculo
narrativa, considera-se dois pontos de vista como fundamentais: O ou conexão sequencial. Se o vínculo coesivo se faz via gramática,
narrador-observador e o narrador-personagem. fala-se em coesão gramatical. Se se faz por meio do vocabulário,
tem-se a coesão lexical.
Primeira pessoa A coesão textual é a ligação, a relação, a conexão entre pala-
Um personagem narra a história a partir de seu próprio ponto vras, expressões ou frases do texto. Ela manifesta-se por elementos
de vista, ou seja, o escritor usa a primeira pessoa. Nesse caso, lemos gramaticais, que servem para estabelecer vínculos entre os compo-
o livro com a sensação de termos a visão do personagem podendo nentes do texto.
também saber quais são seus pensamentos, o que causa uma
leitura mais íntima. Da mesma maneira que acontece nas nossas Existem, em Língua Portuguesa, dois tipos de coesão: a lexical,
vidas, existem algumas coisas das quais não temos conhecimento e que é obtida pelas relações de sinônimos, hiperônimos, nomes ge-
só descobrimos ao decorrer da história. néricos e formas elididas, e a gramatical, que é conseguida a partir
do emprego adequado de artigo, pronome, adjetivo, determinados
Segunda pessoa advérbios e expressões adverbiais, conjunções e numerais.
O autor costuma falar diretamente com o leitor, como um
diálogo. Trata-se de um caso mais raro e faz com que o leitor se A coesão:
sinta quase como outro personagem que participa da história. - assenta-se no plano gramatical e no nível frasal;
- situa-se na superfície do texto, estabele conexão sequencial;
Terceira pessoa - relaciona-se com a microestrutura, trabalha com as partes
Coloca o leitor numa posição externa, como se apenas componentes do texto;
observasse a ação acontecer. Os diálogos não são como na narrativa - Estabelece relações entre os vocábulos no interior das frases.
em primeira pessoa, já que nesse caso o autor relata as frases como
alguém que estivesse apenas contando o que cada personagem
disse. Intertextualidade é o nome dado à relação que se estabelece
entre dois textos, quando um texto já criado exerce influência na
Sendo assim, o autor deve definir se sua narrativa será criação de um novo texto. Pode-se definir, então, a intertextualida-
transmitida ao leitor por um ou vários personagens. Se a história de como sendo a criação de um texto a partir de outro texto já exis-
é contada por mais de um ser fictício, a transição do ponto de tente. Dependendo da situação, a intertextualidade tem funções
vista de um para outro deve ser bem clara, para que quem estiver diferentes que dependem muito dos textos/contextos em que ela
acompanhando a leitura não fique confuso. é inserida.
O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento,
Coerência não se restringindo única e exclusivamente a textos literários.
É uma rede de sintonia entre as partes e o todo de um texto. Em alguns casos pode-se dizer que a intertextualidade assume
Conjunto de unidades sistematizadas numa adequada relação se- a função de não só persuadir o leitor como também de difundir a
mântica, que se manifesta na compatibilidade entre as ideias. (Na cultura, uma vez que se trata de uma relação com a arte (pintura,
linguagem popular: “dizer coisa com coisa” ou “uma coisa bate com escultura, literatura etc). Intertextualidade é a relação entre dois
outra”). textos caracterizada por um citar o outro.
Coerência é a unidade de sentido resultante da relação que se A intertextualidade é o diálogo entre textos. Ocorre quando um
estabelece entre as partes do texto. Uma ideia ajuda a compreen- texto (oral, escrito, verbal ou não verbal), de alguma maneira, se
der a outra, produzindo um sentido global, à luz do qual cada uma utiliza de outro na elaboração de sua mensagem. Os dois textos – a
das partes ganha sentido. Coerência é a ligação em conjunto dos fonte e o que dialoga com ela – podem ser do mesmo gênero ou
elementos formativos de um texto. de gêneros distintos, terem a mesma finalidade ou propósitos di-
A coerência não é apenas uma marca textual, mas diz respeito ferentes. Assim, como você constatou, uma história em quadrinhos
aos conceitos e às relações semânticas que permitem a união dos pode utilizar algo de um texto científico, assim como um poema
elementos textuais. pode valer-se de uma letra de música ou um artigo de opinião pode
mencionar um provérbio conhecido.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Há várias maneiras de um texto manter intertextualidade com Pastiche é uma recorrência a um gênero.
outro, entre elas, ao citá-lo, ao resumi-lo, ao reproduzi-lo com ou-
tras palavras, ao traduzi-lo para outro idioma, ao ampliá-lo, ao to- A Tradução está no campo da intertextualidade porque implica
má-lo como ponto de partida, ao defendê-lo, ao criticá-lo, ao ironi- a recriação de um texto.
zá-lo ou ao compará-lo com outros.
Evidentemente, a intertextualidade está ligada ao “conheci-
Os estudiosos afirmam que em todos os textos ocorre algum mento de mundo”, que deve ser compartilhado, ou seja, comum ao
grau de intertextualidade, pois quando falamos, escrevemos, de- produtor e ao receptor de textos.
senhamos, pintamos, moldamos, ou seja, sempre que nos expres- A intertextualidade pressupõe um universo cultural muito am-
samos, estamos nos valendo de ideias e conceitos que já foram plo e complexo, pois implica a identificação / o reconhecimento de
formulados por outros para reafirmá-los, ampliá-los ou mesmo con- remissões a obras ou a textos / trechos mais, ou menos conhecidos,
tradizê-los. Em outras palavras, não há textos absolutamente origi- além de exigir do interlocutor a capacidade de interpretar a função
nais, pois eles sempre – de maneira explícita ou implícita – mantêm daquela citação ou alusão em questão.
alguma relação com algo que foi visto, ouvido ou lido.
Intertextualidade explícita e intertextualidade implícita
Tipos de Intertextualidade A intertextualidade pode ser caracterizada como explícita ou
A intertextualidade acontece quando há uma referência ex- implícita, de acordo com a relação estabelecida com o texto fonte,
plícita ou implícita de um texto em outro. Também pode ocorrer ou seja, se mais direta ou se mais subentendida.
com outras formas além do texto, música, pintura, filme, novela etc.
Toda vez que uma obra fizer alusão à outra ocorre a intertextuali- A intertextualidade explícita:
dade. – é facilmente identificada pelos leitores;
– estabelece uma relação direta com o texto fonte;
Por isso é importante para o leitor o conhecimento de mundo, – apresenta elementos que identificam o texto fonte;
um saber prévio, para reconhecer e identificar quando há um diá- – não exige que haja dedução por parte do leitor;
logo entre os textos. A intertextualidade pode ocorrer afirmando as – apenas apela à compreensão do conteúdos.
mesmas ideias da obra citada ou contestando-as.
A intertextualidade implícita:
Na paráfrase as palavras são mudadas, porém a ideia do texto – não é facilmente identificada pelos leitores;
é confirmada pelo novo texto, a alusão ocorre para atualizar, rea- – não estabelece uma relação direta com o texto fonte;
firmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer com – não apresenta elementos que identificam o texto fonte;
outras palavras o que já foi dito. – exige que haja dedução, inferência, atenção e análise por par-
te dos leitores;
A paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar outros tex- – exige que os leitores recorram a conhecimentos prévios para
tos, há uma ruptura com as ideologias impostas e por isso é objeto a compreensão do conteúdo.
de interesse para os estudiosos da língua e das artes. Ocorre, aqui,
um choque de interpretação, a voz do texto original é retomada
para transformar seu sentido, leva o leitor a uma reflexão crítica INFERÊNCIA DE SENTIDO DE PALAVRAS OU
de suas verdades incontestadas anteriormente, com esse proces- EXPRESSÕES
so há uma indagação sobre os dogmas estabelecidos e uma busca
pela verdade real, concebida através do raciocínio e da crítica. Os Agora chegamos no assunto que causa mais temor em muitos
programas humorísticos fazem uso contínuo dessa arte, frequente- estudantes. Mas eu tenho uma boa notícia para te dar: o estudo
mente os discursos de políticos são abordados de maneira cômica da sintaxe é mais fácil do que parece e você vai ver que sabe muita
e contestadora, provocando risos e também reflexão a respeito da coisa que nem imagina. Para começar, precisamos de classificar al-
demagogia praticada pela classe dominante. gumas questões importantes:

A Epígrafe é um recurso bastante utilizado em obras, textos • Frase: Enunciado que estabelece uma comunicação de sen-
científicos, desde artigos, resenhas, monografias, uma vez que con- tido completo. 
siste no acréscimo de uma frase ou parágrafo que tenha alguma re- Os jornais publicaram a notícia.
lação com o que será discutido no texto. Do grego, o termo “epígra- Silêncio! 
fhe” é formado pelos vocábulos “epi” (posição superior) e “graphé”
(escrita). Como exemplo podemos citar um artigo sobre Patrimônio • Oração: Enunciado que se forma com um verbo ou com uma
Cultural e a epígrafe do filósofo Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.): “A locução verbal.
cultura é o melhor conforto para a velhice”. Este filme causou grande impacto entre o público.
A inflação deve continuar sob controle.
A Citação é o Acréscimo de partes de outras obras numa pro-
dução textual, de forma que dialoga com ele; geralmente vem ex- • Período Simples: formado por uma única oração.
pressa entre aspas e itálico, já que se trata da enunciação de outro O clima se alterou muito nos últimos dias.
autor. Esse recurso é importante haja vista que sua apresentação
sem relacionar a fonte utilizada é considerado “plágio”. Do Latim, o • Período Composto: formado por mais de uma oração.
termo “citação” (citare) significa convocar. O governo prometeu/ que serão criados novos empregos.

A Alusão faz referência aos elementos presentes em outros Bom, já está a clara a diferença entre frase, oração e período.
textos. Do Latim, o vocábulo “alusão” (alludere) é formado por dois Vamos, então, classificar os elementos que compõem uma oração:
termos: “ad” (a, para) e “ludere” (brincar). • Sujeito: Termo da oração do qual se declara alguma coisa.

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LÍNGUA PORTUGUESA
O problema da violência preocupa os cidadãos.
• Predicado: Tudo que se declara sobre o sujeito.
A tecnologia permitiu o resgate dos operários.
• Objeto Direto: Complemento que se liga ao verbo transitivo direto ou ao verbo transitivo direto e indireto sem o auxílio da prepo-
sição.
A tecnologia tem possibilitado avanços notáveis.
Os pais oferecem ajuda financeira ao filho.
• Objeto Indireto: Complemento que se liga ao verbo transitivo indireto ou ao verbo transitivo direto e indireto por meio de preposi-
ção. 
Os Estados Unidos resistem ao grave momento.
João gosta de beterraba.
• Adjunto Adverbial: Termo modificador do verbo que exprime determinada circunstância (tempo, lugar, modo etc.) ou intensifica um
verbo, adjetivo ou advérbio.
O ônibus saiu à noite quase cheio, com destino a Salvador.
Vamos sair do mar.
• Agente da Passiva: Termo da oração que exprime quem pratica a ação verbal quando o verbo está na voz passiva.
Raquel foi pedida em casamento por seu melhor amigo.
• Adjunto Adnominal: Termo da oração que modifica um substantivo, caracterizando-o ou determinando-o sem a intermediação de
um verbo.
Um casal de médicos eram os novos moradores do meu prédio.
• Complemento Nominal: Termo da oração que completa nomes, isto é, substantivos, adjetivos e advérbios, e vem preposicionado.
A realização do torneio teve a aprovação de todos.
• Predicativo do Sujeito: Termo que atribui característica ao sujeito da oração.
A especulação imobiliária me parece um problema.
• Predicativo do Objeto: Termo que atribui características ao objeto direto ou indireto da oração.
O médico considerou o paciente hipertenso.
• Aposto: Termo da oração que explica, esclarece, resume ou identifica o nome ao qual se refere (substantivo, pronome ou equivalen-
tes). O aposto sempre está entre virgulas ou após dois-pontos.
A praia do Forte, lugar paradisíaco, atrai muitos turistas.
• Vocativo: Termo da oração que se refere a um interlocutor a quem se dirige a palavra.
Senhora, peço aguardar mais um pouco.

Tipos de orações
As partes de uma oração já está fresquinha aí na sua cabeça, não é?!?! Estudar os tipos de orações que existem será moleza, moleza.
Vamos comigo!!!
Temos dois tipos de orações: as coordenadas, cuja as orações de um período são independentes (não dependem uma da outra para
construir sentido completo); e as subordinadas, cuja as orações de um período são dependentes (dependem uma da outra para construir
sentido completo).
As orações coordenadas podem ser sindéticas (conectadas uma a outra por uma conjunção) e assindéticas (que não precisam da
conjunção para estar conectadas. O serviço é feito pela vírgula).

Tipos de orações coordenadas


Orações Coordenadas Sindéticas Orações Coordenadas Assindéticas

Aditivas Fomos para a escola e fizemos o exame final. • Lena estava triste, cansada, decepcionada.
Adversativas Pedro Henrique estuda muito, porém não passa •
no vestibular. • Ao chegar à escola conversamos, estudamos, lan-
chamos.
Alternativas Manuela ora quer comer hambúrguer, ora quer
comer pizza. Alfredo está chateado, pensando em se mudar.
Conclusivas Não gostamos do restaurante, portanto não
iremos mais lá. Precisamos estar com cabelos arrumados, unhas feitas.
Explicativas Marina não queria falar, ou seja, ela estava de João Carlos e Maria estão radiantes, alegria que dá inveja.
mau humor.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Tipos de orações subordinadas
As orações subordinadas podem ser substantivas, adjetivas e adverbiais. Cada uma delas tem suas subclassificações, que veremos
agora por meio do quadro seguinte.
Orações Subordinadas
Subjetivas É certo que ele trará os a sobremesa do
Exercem a função de sujeito jantar.
Completivas Nominal Estou convencida de que ele é solteiro.
Exercem a função de complemento
nominal
Predicativas O problema é que ele não entregou a
Orações Subordinadas Substantivas Exercem a função de predicativo refeição no lugar.
Apositivas Eu lhe disse apenas isso: que não se
Exercem a função de aposto aborrecesse com ela.
Objetivas Direta Espero que você seja feliz.
Exercem a função de objeto direto
Objetivas Indireta Lembrou-se da dívida que tem com ele.
Exercem a função de objeto indireto

Explicativas Os alunos, que foram mal na prova de


Explicam um termo dito anteriormente. quinta, terão aula de reforço.
SEMPRE serão acompanhadas por
vírgula.
Orações Subordinadas Adjetivas
Restritivas Os alunos que foram mal na prova de quinta
Restringem o sentido de um termo terão aula de reforço.
dito anteriormente. NUNCA serão
acompanhadas por vírgula.

Causais Estou vestida assim porque vou sair.


Assumem a função de advérbio de causa
Consecutivas Falou tanto que ficou rouca o resto do dia.
Assumem a função de advérbio de
consequência
Comparativas A menina comia como um adulto come.
Assumem a função de advérbio de
comparação
Condicionais Desde que ele participe, poderá entrar na
Assumem a função de advérbio de reunião.
condição
Conformativas O shopping fechou, conforme havíamos
Orações Subordinadas Adverbiais Assumem a função de advérbio de previsto.
conformidade
Concessivas Embora eu esteja triste, irei à festa mais
Assumem a função de advérbio de tarde.
concessão
Finais Vamos direcionar os esforços para que todos
Assumem a função de advérbio de tenham acesso aos benefícios.
finalidade
Proporcionais Quanto mais eu dormia, mais sono tinha.
Assumem a função de advérbio de
proporção
Temporais Quando a noite chega, os morcegos saem de
Assumem a função de advérbio de tempo suas casas.

Olha como esse quadro facilita a vida, não é?! Por meio dele, conseguimos ter uma visão geral das classificações e subclassificações
das orações, o que nos deixa mais tranquilos para estudá-las.

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LÍNGUA PORTUGUESA

INFERÊNCIA DE INFORMAÇÕES IMPLÍCITAS NO TEXTO SUBSTANTIVOS Leão/corrente


E DAS RELAÇÕES DE CAUSA E CONSEQUÊNCIA ENTRE CONCRETOS: nomeiam /estrelas/fadas
AS PARTES DE UM TEXTO seres com existência própria. /lobisomem
Esses seres podem ser /saci-pererê
animadoso ou inanimados,
Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi abordado reais ou imaginários.
em tópicos anteriores
SUBSTANTIVOS Mistério/
ABSTRATOS: nomeiam bondade/
DISTINÇÃO DE FATO E OPINIÃO SOBRE ESSE FATO ações, estados, qualidades confiança/
e sentimentos que não tem lembrança/
Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi abordado existência própria, ou seja, só amor/
em tópicos anteriores existem em função de um ser. alegria
SUBSTANTIVOS Elenco (de atores)/
INTERPRETAÇÃO DE LINGUAGEM NÃO VERBAL COLETIVOS: referem- acervo (de obras artísticas)/
(TABELAS, FOTOS, QUADRINHOS ETC.) se a um conjunto de seres buquê (de flores)
da mesma espécie, mesmo
quando empregado no singular
Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi abordado e constituem um substantivo
em tópicos anteriores comum.
NÃO DEIXE DE PESQUISAR A REGÊNCIA DE OUTRAS
RECONHECIMENTO DAS RELAÇÕES LÓGICO-
PALAVRAS QUE NÃO ESTÃO AQUI!
DISCURSIVAS PRESENTES NO TEXTO, MARCADAS
POR CONJUNÇÕES, ADVÉRBIOS, PREPOSIÇÕES
ARGUMENTATIVAS, LOCUÇÕES ETC. Flexão dos Substantivos
• Gênero: Os gêneros em português podem ser dois: masculi-
no e feminino. E no caso dos substantivos podem ser biformes ou
CLASSES DE PALAVRAS uniformes
– Biformes: as palavras tem duas formas, ou seja, apresenta
Substantivo uma forma para o masculino e uma para o feminino: tigre/tigresa, o
São as palavras que atribuem nomes aos seres reais ou imagi- presidente/a presidenta, o maestro/a maestrina
nários (pessoas, animais, objetos), lugares, qualidades, ações e sen- – Uniformes: as palavras tem uma só forma, ou seja, uma única
timentos, ou seja, que tem existência concreta ou abstrata.  forma para o masculino e o feminino. Os uniformes dividem-se em
epicenos, sobrecomuns e comuns de dois gêneros.
Classificação dos substantivos a) Epicenos: designam alguns animais e plantas e são invariá-
veis: onça macho/onça fêmea, pulga macho/pulga fêmea, palmeira
macho/palmeira fêmea.
SUBSTANTIVO SIMPLES: Olhos/água/
b) Sobrecomuns: referem-se a seres humanos; é pelo contexto
apresentam um só radical em muro/quintal/caderno/macaco/
que aparecem que se determina o gênero: a criança (o criança), a
sua estrutura. sabão
testemunha (o testemunha), o individuo (a individua).
SUBSTANTIVOS Macacos-prego/ c) Comuns de dois gêneros: a palavra tem a mesma forma tanto
COMPOSTOS: são formados porta-voz/ para o masculino quanto para o feminino: o/a turista, o/a agente,
por mais de um radical em sua pé-de-moleque o/a estudante, o/a colega.
estrutura. • Número: Podem flexionar em singular (1) e plural (mais de 1).
SUBSTANTIVOS Casa/ – Singular: anzol, tórax, próton, casa.
PRIMITIVOS: são os que mundo/ – Plural: anzóis, os tórax, prótons, casas.
dão origem a outras palavras, população
ou seja, ela é a primeira. /formiga • Grau: Podem apresentar-se no grau aumentativo e no grau
diminutivo.
SUBSTANTIVOS Caseiro/mundano/
– Grau aumentativo sintético: casarão, bocarra.
DERIVADOS: são formados populacional/formigueiro
– Grau aumentativo analítico: casa grande, boca enorme.
por outros radicais da língua.
– Grau diminutivo sintético: casinha, boquinha
SUBSTANTIVOS Rodrigo – Grau diminutivo analítico: casa pequena, boca minúscula. 
PRÓPRIOS: designa /Brasil
determinado ser entre outros /Belo Horizonte/Estátua da Adjetivo
da mesma espécie. São sempre Liberdade É a palavra variável que especifica e caracteriza o substantivo:
iniciados por letra maiúscula. imprensa livre, favela ocupada. Locução adjetiva é expressão com-
SUBSTANTIVOS biscoitos/ruídos/estrelas/ posta por substantivo (ou advérbio) ligado a outro substantivo por
COMUNS: referem-se cachorro/prima preposição com o mesmo valor e a mesma função que um adjetivo:
qualquer ser de uma mesma golpe de mestre (golpe magistral), jornal da tarde (jornal vesper-
espécie. tino).

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LÍNGUA PORTUGUESA
Flexão do Adjetivos
• Gênero:
– Uniformes: apresentam uma só para o masculino e o feminino: homem feliz, mulher feliz.
– Biformes: apresentam uma forma para o masculino e outra para o feminino: juiz sábio/ juíza sábia, bairro japonês/ indústria japo-
nesa, aluno chorão/ aluna chorona. 

• Número:
– Os adjetivos simples seguem as mesmas regras de flexão de número que os substantivos: sábio/ sábios, namorador/ namoradores,
japonês/ japoneses.
– Os adjetivos compostos têm algumas peculiaridades: luvas branco-gelo, garrafas amarelo-claras, cintos da cor de chumbo.

• Grau:
– Grau Comparativo de Superioridade: Meu time é mais vitorioso (do) que o seu.
– Grau Comparativo de Inferioridade: Meu time é menos vitorioso (do) que o seu.
– Grau Comparativo de Igualdade: Meu time é tão vitorioso quanto o seu.
– Grau Superlativo Absoluto Sintético: Meu time é famosíssimo.
– Grau Superlativo Absoluto Analítico: Meu time é muito famoso.
– Grau Superlativo Relativo de Superioridade: Meu time é o mais famoso de todos.
– Grau Superlativo Relativo de Inferioridade; Meu time é menos famoso de todos.

Artigo
É uma palavra variável em gênero e número que antecede o substantivo, determinando de modo particular ou genérico.
• Classificação e Flexão do Artigos
– Artigos Definidos: o, a, os, as.
O menino carregava o brinquedo em suas costas.
As meninas brincavam com as bonecas.
– Artigos Indefinidos: um, uma, uns, umas.
Um menino carregava um brinquedo.
Umas meninas brincavam com umas bonecas.

Numeral
É a palavra que indica uma quantidade definida de pessoas ou coisas, ou o lugar (posição) que elas ocupam numa série.
• Classificação dos Numerais
– Cardinais: indicam número ou quantidade:
Trezentos e vinte moradores.
– Ordinais: indicam ordem ou posição numa sequência:
Quinto ano. Primeiro lugar.
– Multiplicativos: indicam o número de vezes pelo qual uma quantidade é multiplicada:
O quíntuplo do preço.
– Fracionários: indicam a parte de um todo:
Dois terços dos alunos foram embora.

Pronome
É a palavra que substitui os substantivos ou os determinam, indicando a pessoa do discurso.
• Pronomes pessoais vão designar diretamente as pessoas em uma conversa. Eles indicam as três pessoas do discurso.

Pronomes Retos Pronomes Oblíquos


Pessoas do Discurso
Função Subjetiva Função Objetiva
1º pessoa do singular Eu Me, mim, comigo
2º pessoa do singular Tu Te, ti, contigo
3º pessoa do singular Ele, ela,  Se, si, consigo, lhe, o, a
1º pessoa do plural Nós Nos, conosco
2º pessoa do plural Vós Vos, convosco
3º pessoa do plural Eles, elas Se, si, consigo, lhes, os, as

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LÍNGUA PORTUGUESA
• Pronomes de Tratamento são usados no trato com as pessoas, normalmente, em situações formais de comunicação.

Pronomes de Tratamento Emprego


Você Utilizado em situações informais.
Senhor (es) e Senhora (s) Tratamento para pessoas mais velhas.
Vossa Excelência Usados para pessoas com alta autoridade
Vossa Magnificência Usados para os reitores das Universidades.
Vossa Senhoria Empregado nas correspondências e textos escritos.
Vossa Majestade Utilizado para Reis e Rainhas
Vossa Alteza Utilizado para príncipes, princesas, duques.
Vossa Santidade Utilizado para o Papa
Vossa Eminência Usado para Cardeais.
Vossa Reverendíssima Utilizado para sacerdotes e religiosos em geral.

• Pronomes Possessivos referem-se às pessoas do discurso, atribuindo-lhes a posse de alguma coisa.

Pessoa do Discurso Pronome Possessivo


1º pessoa do singular Meu, minha, meus, minhas
2º pessoa do singular teu, tua, teus, tuas
3º pessoa do singular seu, sua, seus, suas
1º pessoa do plural Nosso, nossa, nossos, nossas
2º pessoa do plural Vosso, vossa, vossos, vossas
3º pessoa do plural Seu, sua, seus, suas

• Pronomes Demonstrativos são utilizados para indicar a posição de algum elemento em relação à pessoa seja no discurso, no tempo
ou no espaço.
Pronomes Demonstrativos Singular Plural
Feminino esta, essa, aquela estas, essas, aquelas
Masculino este, esse, aquele estes, esses, aqueles

• Pronomes Indefinidos referem-se à 3º pessoa do discurso, designando-a de modo vago, impreciso, indeterminado. Os pronomes
indefinidos podem ser variáveis (varia em gênero e número) e invariáveis (não variam em gênero e número).

Classificação Pronomes Indefinidos


algum, alguma, alguns, algumas, nenhum, nenhuma, nenhuns, nenhumas, muito, muita, muitos, muitas, pouco,
pouca, poucos, poucas, todo, toda, todos, todas, outro, outra, outros, outras, certo, certa, certos, certas, vário, vária,
Variáveis
vários, várias, tanto, tanta, tantos, tantas, quanto, quanta, quantos, quantas, qualquer, quaisquer, qual, quais, um,
uma, uns, umas.
Invariáveis quem, alguém, ninguém, tudo, nada, outrem, algo, cada.

• Pronomes Interrogativos são palavras variáveis e invariáveis utilizadas para formular perguntas diretas e indiretas.

Classificação Pronomes Interrogativos


Variáveis qual, quais, quanto, quantos, quanta, quantas.
Invariáveis quem, que.

• Pronomes Relativos referem-se a um termo já dito anteriormente na oração, evitando sua repetição.  Eles também podem ser
variáveis e invariáveis.

Classificação Pronomes Relativos


Variáveis o qual, a qual, os quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas, quanto, quanta, quantos, quantas.
Invariáveis quem, que, onde.

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LÍNGUA PORTUGUESA
Verbos
São as palavras que exprimem ação, estado, fenômenos meteorológicos, sempre em relação ao um determinado tempo.

• Flexão verbal
Os verbos podem ser flexionados de algumas formas.
– Modo: É a maneira, a forma como o verbo se apresenta na frase para indicar uma atitude da pessoa que o usou. O modo é dividido
em três: indicativo (certeza, fato), subjuntivo (incerteza, subjetividade) e imperativo (ordem, pedido).
– Tempo: O tempo indica o momento em que se dá o fato expresso pelo verbo. Existem três tempos no modo indicativo: presente,
passado (pretérito perfeito, imperfeito e mais-que-perfeito) e futuro (do presente e do pretérito). No subjuntivo, são três: presente, pre-
térito imperfeito e futuro.
– Número: Este é fácil: singular e plural.
– Pessoa: Fácil também: 1ª pessoa (eu amei, nós amamos); 2º pessoa (tu amaste, vós amastes); 3ª pessoa (ele amou, eles amaram).

• Formas nominais do verbo


Os verbos têm três formas nominais, ou seja, formas que exercem a função de nomes (normalmente, substantivos). São elas infinitivo
(terminado em -R), gerúndio (terminado em –NDO) e particípio (terminado em –DA/DO).

• Voz verbal
É a forma como o verbo se encontra para indicar sua relação com o sujeito. Ela pode ser ativa, passiva ou reflexiva.
– Voz ativa: Segundo a gramática tradicional, ocorre voz ativa quando o verbo (ou locução verbal) indica uma ação praticada pelo
sujeito. Veja:
João pulou da cama atrasado
– Voz passiva: O sujeito é paciente e, assim, não pratica, mas recebe a ação. A voz passiva pode ser analítica ou sintética. A voz passiva
analítica é formada por:
Sujeito paciente + verbo auxiliar (ser, estar, ficar, entre outros) + verbo principal da ação conjugado no particípio + preposição por/
pelo/de + agente da passiva.
A casa foi aspirada pelos rapazes

A voz passiva sintética, também chamada de voz passiva pronominal (devido ao uso do pronome se) é formada por:
Verbo conjugado na 3.ª pessoa (no singular ou no plural) + pronome apassivador «se» + sujeito paciente.
Aluga-se apartamento.

Advérbio
É a palavra invariável que modifica o verbo, adjetivo, outro advérbio ou a oração inteira, expressando uma determinada circunstância.
As circunstâncias dos advérbios podem ser:
– Tempo: ainda, cedo, hoje, agora, antes, depois, logo, já, amanhã, tarde, sempre, nunca, quando, jamais, ontem, anteontem, breve-
mente, atualmente, à noite, no meio da noite, antes do meio-dia, à tarde, de manhã, às vezes, de repente, hoje em dia, de vez em quando,
em nenhum momento, etc.
– Lugar: Aí, aqui, acima, abaixo, ali, cá, lá, acolá, além, aquém, perto, longe, dentro, fora, adiante, defronte, detrás, de cima, em cima,
à direita, à esquerda, de fora, de dentro, por fora, etc.
– Modo: assim, melhor, pior, bem, mal, devagar, depressa, rapidamente, lentamente, apressadamente, felizmente, às pressas, às
ocultas, frente a frente, com calma, em silêncio, etc.
– Afirmação: sim, deveras, decerto, certamente, seguramente, efetivamente, realmente, sem dúvida, com certeza, por certo, etc. 
– Negação: não, absolutamente, tampouco, nem, de modo algum, de jeito nenhum, de forma alguma, etc.
– Intensidade: muito, pouco, mais, menos, meio, bastante, assaz, demais, bem, mal, tanto, tão, quase, apenas, quanto, de pouco, de
todo, etc.
– Dúvida: talvez, acaso, possivelmente, eventualmente, porventura, etc.

Preposição
É a palavra que liga dois termos, de modo que o segundo complete o sentido do primeiro. As preposições são as seguintes:

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LÍNGUA PORTUGUESA
Conjunção
É palavra que liga dois elementos da mesma natureza ou uma oração a outra. As conjunções podem ser coordenativas (que ligam
orações sintaticamente independentes) ou subordinativas (que ligam orações com uma relação hierárquica, na qual um elemento é de-
terminante e o outro é determinado).

• Conjunções Coordenativas

Tipos Conjunções Coordenativas


Aditivas e, mas ainda, mas também, nem...
Adversativas contudo, entretanto, mas, não obstante, no entanto, porém, todavia...
Alternativas já…, já…, ou, ou…, ou…, ora…, ora…, quer…, quer…
Conclusivas assim, então, logo, pois (depois do verbo), por conseguinte, por isso, portanto...
Explicativas pois (antes do verbo), porquanto, porque, que...

• Conjunções Subordinativas

Tipos Conjunções Subordinativas


Causais Porque, pois, porquanto, como, etc.
Concessivas Embora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, etc.
Condicionais Se, caso, quando, conquanto que, salvo se, sem que, etc.
Conformativas Conforme, como (no sentido de conforme), segundo, consoante, etc.
Finais Para que, a fim de que, porque (no sentido de que), que, etc.
Proporcionais À medida que, ao passo que, à proporção que, etc.
Temporais Quando, antes que, depois que, até que, logo que, etc.
Comparativas Que, do que (usado depois de mais, menos, maior, menor, melhor, etc.
Consecutivas Que (precedido de tão, tal, tanto), de modo que, De maneira que, etc.
Integrantes Que, se.

Interjeição
É a palavra invariável que exprime ações, sensações, emoções, apelos, sentimentos e estados de espírito, traduzindo as reações das
pessoas.
• Principais Interjeições
Oh! Caramba! Viva! Oba! Alô! Psiu! Droga! Tomara! Hum!

Dez classes de palavras foram estudadas agora. O estudo delas é muito importante, pois se você tem bem construído o que é e a fun-
ção de cada classe de palavras, não terá dificuldades para entender o estudo da Sintaxe.

RECONHECIMENTO DAS RELAÇÕES ENTRE PARTES DE UM TEXTO, IDENTIFICANDO REPETIÇÕES OU SUBSTITUIÇÕES


QUE CONTRIBUEM PARA A SUA CONTINUIDADE

Coesão e coerência fazem parte importante da elaboração de um texto com clareza. Ela diz respeito à maneira como as ideias são
organizadas a fim de que o objetivo final seja alcançado: a compreensão textual. Na redação espera-se do autor capacidade de mobilizar
conhecimentos e opiniões, argumentar de modo coerente, além de expressar-se com clareza, de forma correta e adequada.

Coerência
É uma rede de sintonia entre as partes e o todo de um texto. Conjunto de unidades sistematizadas numa adequada relação semânti-
ca, que se manifesta na compatibilidade entre as ideias. (Na linguagem popular: “dizer coisa com coisa” ou “uma coisa bate com outra”).
Coerência é a unidade de sentido resultante da relação que se estabelece entre as partes do texto. Uma ideia ajuda a compreender a
outra, produzindo um sentido global, à luz do qual cada uma das partes ganha sentido. Coerência é a ligação em conjunto dos elementos
formativos de um texto.
A coerência não é apenas uma marca textual, mas diz respeito aos conceitos e às relações semânticas que permitem a união dos
elementos textuais.
A coerência de um texto é facilmente deduzida por um falante de uma língua, quando não encontra sentido lógico entre as propo-
sições de um enunciado oral ou escrito. É a competência linguística, tomada em sentido lato, que permite a esse falante reconhecer de
imediato a coerência de um discurso.

29
LÍNGUA PORTUGUESA
A coerência: Atenção: essa regra só vale para as paroxítonas. As oxítonas
- assenta-se no plano cognitivo, da inteligibilidade do texto; continuam com acento: Ex.: papéis, herói, heróis, troféu, troféus.
- situa-se na subjacência do texto; estabelece conexão concei-
tual; – Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no
- relaciona-se com a macroestrutura; trabalha com o todo, com u tônicos quando vierem depois de um ditongo.
o aspecto global do texto;
- estabelece relações de conteúdo entre palavras e frases. Como era Como fica
Coesão baiúca baiuca
É um conjunto de elementos posicionados ao longo do texto, bocaiúva bocaiuva
numa linha de sequência e com os quais se estabelece um vínculo
ou conexão sequencial. Se o vínculo coesivo se faz via gramática, Atenção: se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em
fala-se em coesão gramatical. Se se faz por meio do vocabulário, posição final (ou seguidos de s), o acento permanece. Exemplos:
tem-se a coesão lexical. tuiuiú, tuiuiús, Piauí.
A coesão textual é a ligação, a relação, a conexão entre pala-
vras, expressões ou frases do texto. Ela manifesta-se por elementos – Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem
gramaticais, que servem para estabelecer vínculos entre os compo- e ôo(s).
nentes do texto.
Existem, em Língua Portuguesa, dois tipos de coesão: a lexical,
que é obtida pelas relações de sinônimos, hiperônimos, nomes ge- Como era Como fica
néricos e formas elididas, e a gramatical, que é conseguida a partir abençôo abençoo
do emprego adequado de artigo, pronome, adjetivo, determinados crêem creem
advérbios e expressões adverbiais, conjunções e numerais.
– Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/
A coesão: para, péla(s)/ pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera.
- assenta-se no plano gramatical e no nível frasal;
- situa-se na superfície do texto, estabele conexão sequencial; Atenção:
- relaciona-se com a microestrutura, trabalha com as partes • Permanece o acento diferencial em pôde/pode.
componentes do texto; • Permanece o acento diferencial em pôr/por.
- Estabelece relações entre os vocábulos no interior das frases. • Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural
dos verbos ter e vir, assim como de seus derivados (manter, deter,
IDENTIFICAÇÃO DE EFEITOS DE IRONIA OU HUMOR reter, conter, convir, intervir, advir etc.).
EM TEXTOS VARIADOS • É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as
palavras forma/fôrma.
Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi abordado
Uso de hífen
em tópicos anteriores
Regra básica:
Sempre se usa o hífen diante de h: anti-higiênico, super-ho-
RECONHECIMENTO DE EFEITOS DE SENTIDO mem.
DECORRENTES DO USO DE PONTUAÇÃO, DA
EXPLORAÇÃO DE RECURSOS ORTOGRÁFICOS OU Outros casos
MORFOSSINTÁTICOS, DE CAMPOS SEMÂNTICOS, E DE 1. Prefixo terminado em vogal:
OUTRAS NOTAÇÕES – Sem hífen diante de vogal diferente: autoescola, antiaéreo.
– Sem hífen diante de consoante diferente de r e s: anteprojeto,
ORTOGRAFIA OFICIAL semicírculo.
• Mudanças no alfabeto: O alfabeto tem 26 letras. Foram rein- – Sem hífen diante de r e s. Dobram-se essas letras: antirracis-
mo, antissocial, ultrassom.
troduzidas as letras k, w e y.
– Com hífen diante de mesma vogal: contra-ataque, micro-on-
O alfabeto completo é o seguinte: A B C D E F G H I J K L M N O
das.
PQRSTUVWXYZ
• Trema: Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a
2. Prefixo terminado em consoante:
letra u para indicar que ela deve ser pronunciada nos grupos gue,
– Com hífen diante de mesma consoante: inter-regional, sub-
gui, que, qui.
-bibliotecário.
– Sem hífen diante de consoante diferente: intermunicipal, su-
Regras de acentuação persônico.
– Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das – Sem hífen diante de vogal: interestadual, superinteressante.
palavras paroxítonas (palavras que têm acento tônico na penúltima
sílaba) Observações:
Como era Como fica • Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra
iniciada por r: sub-região, sub-raça. Palavras iniciadas por h perdem
alcatéia alcateia
essa letra e juntam-se sem hífen: subumano, subumanidade.
apóia apoia • Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de pala-
apóio apoio vra iniciada por m, n e vogal: circum-navegação, pan-americano.

30
LÍNGUA PORTUGUESA
• O prefixo co aglutina-se, em geral, com o segundo elemento, Classificação por número de sílabas
mesmo quando este se inicia por o: coobrigação, coordenar, coope-
rar, cooperação, cooptar, coocupante. Monossílabas: palavras que possuem uma sílaba.
• Com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen: vice-rei, vice-al- Exemplos: ré, pó, mês, faz
mirante.
• Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam Dissílabas: palavras que possuem duas sílabas.
a noção de composição, como girassol, madressilva, mandachuva, Exemplos: ca/sa, la/ço.
pontapé, paraquedas, paraquedista.
• Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, Trissílabas: palavras que possuem três sílabas.
usa-se sempre o hífen: ex-aluno, sem-terra, além-mar, aquém-mar, Exemplos: i/da/de, pa/le/ta.
recém-casado, pós-graduação, pré-vestibular, pró-europeu.
Polissílabas: palavras que possuem quatro ou mais sílabas.
Viu? Tudo muito tranquilo. Certeza que você já está dominando Exemplos: mo/da/li/da/de, ad/mi/rá/vel.
muita coisa. Mas não podemos parar, não é mesmo?!?! Por isso Divisão Silábica
vamos passar para mais um ponto importante.
- Letras que formam os dígrafos “rr”, “ss”, “sc”, “sç”, “xs”, e “xc”
Acentuação é o modo de proferir um som ou grupo de sons devem permanecer em sílabas diferentes. Exemplos:
com mais relevo do que outros. Os sinais diacríticos servem para des – cer
indicar, dentre outros aspectos, a pronúncia correta das palavras. pás – sa – ro...
Vejamos um por um:
- Dígrafos “ch”, “nh”, “lh”, “gu” e “qu” pertencem a uma única
Acento agudo: marca a posição da sílaba tônica e o timbre sílaba. Exemplos:
aberto. chu – va
Já cursei a Faculdade de História. quei – jo
Acento circunflexo: marca a posição da sílaba tônica e o timbre
fechado. - Hiatos não devem permanecer na mesma sílaba. Exemplos:
Meu avô e meus três tios ainda são vivos. ca – de – a – do
Acento grave: marca o fenômeno da crase (estudaremos este ju – í – z
caso afundo mais à frente).
Sou leal à mulher da minha vida. - Ditongos e tritongos devem pertencer a uma única sílaba.
Exemplos:
As palavras podem ser: en – xa – guei
– Oxítonas: quando a sílaba tônica é a última (ca-fé, ma-ra-cu- cai – xa
-já, ra-paz, u-ru-bu...)
– Paroxítonas: quando a sílaba tônica é a penúltima (me-sa, - Encontros consonantais que ocorrem em sílabas internas não
sa-bo-ne-te, ré-gua...) permanecem juntos, exceto aqueles em que a segunda consoante
– Proparoxítonas: quando a sílaba tônica é a antepenúltima é “l” ou “r”. Exemplos:
(sá-ba-do, tô-ni-ca, his-tó-ri-co…) ab – dô – men
flau – ta (permaneceram juntos, pois a segunda letra é repre-
As regras de acentuação das palavras são simples. Vejamos: sentada pelo “l”)
• São acentuadas todas as palavras proparoxítonas (médico, pra – to (o mesmo ocorre com esse exemplo)
íamos, Ângela, sânscrito, fôssemos...) - Alguns grupos consonantais iniciam palavras, e não podem
• São acentuadas as palavras paroxítonas terminadas em L, N, ser separados. Exemplos:
R, X, I(S), US, UM, UNS, OS, ÃO(S), Ã(S), EI(S) (amável, elétron, éter, peu – mo – ni – a
fênix, júri, oásis, ônus, fórum, órfão...) psi – có – lo – ga
• São acentuadas as palavras oxítonas terminadas em A(S),
E(S), O(S), EM, ENS, ÉU(S), ÉI(S), ÓI(S) (xarás, convéns, robô, Jô, céu, Acento Tônico
dói, coronéis...) Quando se pronuncia uma palavra de duas sílabas ou mais, há
• São acentuados os hiatos I e U, quando precedidos de vogais sempre uma sílaba com sonoridade mais forte que as demais.
(aí, faísca, baú, juízo, Luísa...) valor - a sílaba lor é a mais forte.
maleiro - a sílaba lei é a mais forte.
Viu que não é nenhum bicho de sete cabeças? Agora é só trei-
nar e fixar as regras. Classificação por intensidade
DIVISÃO SILÁBICA -Tônica: sílaba com mais intensidade.
- Átona: sílaba com menos intensidade.
A cada um dos grupos pronunciados de uma determinada pa- - Subtônica: sílaba de intensidade intermediária.
lavra numa só emissão de voz, dá-se o nome de sílaba. Na Língua
Portuguesa, o núcleo da sílaba é sempre uma vogal, não existe síla- Classificação das palavras pela posição da sílaba tônica
ba sem vogal e nunca mais que uma vogal em cada sílaba. As palavras com duas ou mais sílabas são classificadas de acor-
Para sabermos o número de sílabas de uma palavra, devemos do com a posição da sílaba tônica.
perceber quantas vogais tem essa palavra. Mas preste atenção, pois
as letras i e u (mais raramente com as letras e e o) podem represen- - Oxítonos: a sílaba tônica é a última. Exemplos: paletó, Paraná,
tar semivogais. jacaré.
- Paroxítonos: a sílaba tônica é a penúltima. Exemplos: fácil, ba-
nana, felizmente.

31
LÍNGUA PORTUGUESA
- Proparoxítonos: a sílaba tônica é a antepenúltima. Exemplos: bém pode exercer função de conjunção, ligando dois elementos ou
mínimo, fábula, término. orações com o significado de “assim que”. Outro uso comum para
estas palavras é o de substantivo, podendo significar uma situação
USOS DE “PORQUE”, “POR QUE”, “PORQUÊ”, “POR QUÊ” negativa ou positiva. Veja os exemplos seguidos das funções das
palavras em cada um deles para uma compreensão melhor.
USOS DE “PORQUE”, “POR QUE”, “PORQUÊ”, “POR QUÊ” Maria se comportou mal hoje. – Adverbio
O emprego correto das diferentes formas do “porque” sempre Eles representaram bem a sala. – Adverbio
gera dúvida. Resumidamente, esses são seus usos corretos: Mal começou e já terminou. – Conjunção
Eles são o mal da sociedade. – Substantivo
Perguntas = por que Vocês não sabem o bem que fizeram. – Substantivo.
Respostas = porque
Perguntas no fim das frases = por quê MAIS OU MAS
Substantivo = (o) porquê Usadas para adição ou adversidade
As palavras mais ou mas têm sons iguais, mas são escritas de
Vejamos uma explicação melhor de cada um: formas diferentes e cada uma faz parte de uma classificação da
morfologia. Seus significados no contexto também vão mudar de-
Por que? pendendo da palavra usada.
Usamos em perguntas. “Por que” separado e sem acento é usa- No dia a dia, no discurso informal, é comum ouvir as pessoas
do no começo das frases interrogativas diretas ou indiretas, e pode falando “mais” quando, na verdade, querem se referir à expressão
ser substituído por: “pela qual” ou suas variações. “mas” para dar sentido de oposição à frase. Por isso, é importante
Trata-se de um advérbio interrogativo formado da união da falar certo para escrever adequadamente.
preposição “por” e o pronome relativo “pelo qual”. Há formas fáceis e rápidas para entender a diferença de quan-
Exemplos: Por que está tão quieta? do usar mais ou mas por meio de substituições de palavras. Elas
Não sei por que tamanho mau humor. serão explicadas ao longo do texto. Continue lendo este artigo para
nunca mais ter dúvidas sobre o uso destas expressões e ter sucesso
Porque? na sua prova.
Usamos em respostas. Escrito junto e sem acento, trata-se de
conjunção subordinativa causal ou coordenativa explicativa, e pode Quando usar Mais
ser substituído por palavras, como “pois”, ou as expressões “para A palavra “mais” tem sentido de adição, soma, comparação ou
que” e “uma vez que”. quantidade. É antônima de “menos”. Na dúvida entre mais ou mas,
utilize a opção com “i” quando o interlocutor quiser passar a ideia
Por quê? de numeral.
Usamos em perguntas no fim das frases. Escreve-se separado e
com acento circunflexo, e é usado no final das interrogativas diretas Exemplos:
ou de forma isolada. Antes de um ponto mantém o sentido interro- - Mais café, por favor! / + café, por favor!
gativo ou exclamativo. - Seis mais seis é igual a doze. / Seis + seis é igual a doze.
Exemplos: O portão não foi aberto por quê - Quanto mais conhecimento, melhor. / Quanto + conhecimen-
Não vai comer mais? Por quê? to, melhor.
- Iolanda é a garota mais alta da turma. / Iolanda é a garota +
Porquê? alta da turma.
Usamos como substantivo, grafado junto e com acento circun- - Gostaria de mais frutas no café da manhã. / Gostaria de +
flexo. Seu significado é “motivo” ou “razão”, e aparece nas senten- frutas no café da manhã.
ças precedido de artigo, pronome, adjetivo ou numeral com objeti-
vo de explicar o motivo dentro da frase. A forma mais comum de usar “mais” é como advérbio de in-
Exemplo: Não disseram o porquê de tanta tristeza. tensidade, mas existem outras opções. Esta palavra pode receber
classificações variadas a depender do contexto da oração. E assumir
Mau e Bom a forma de um substantivo, pronome indefinido, advérbio de inten-
Os Antônimos em questão são adjetivos, ou seja, eles dão ca- sidade, preposição ou conjunção.
racterística a um substantivo, locução ou qualquer palavra substan-
tivada. Seu significado está ligado à qualidade ou comportamentos, Como identificar
podendo ser tanto sinônimos de “ruim/ótimo” e “maldoso/bondo- Para saber quando deverá ser usado “mais” ao invés de “mas”,
so”. As palavras podem se flexionar por gênero e nûmero, se tor- troque pelo antônimo “menos”.
nando “má/boa”, “maus/bons” e “más/boas”. Veja alguns exemplos Assim:
e entenda melhor o seu uso. - Mais café, por favor! / Menos café, por favor!
Ele é um mau aluno - Seis mais seis é igual a doze. / Seis menos seis é igual a zero.
Anderson é um bom lutador - Quanto mais conhecimento, melhor. / Quanto menos conhe-
Essa piada foi de mau gosto cimento, pior.
Não sei se você está tendo boas influências - Iolanda é a garota mais alta da turma. / Iolanda é a garota
menos alta da turma.
Mal e Bem - Gostaria de mais frutas no café da manhã. / Gostaria de me-
Essas palavras normalmente são usadas como advérbios, ou nos frutas no café da manhã.
seja, elas caracterizam o processo verbal. São advérbios de modo
e podem ser sinônimos de “incorretamente/corretamente”, “erra-
damente/certamente” e “negativamente/positivamente”. Mal tam-

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LÍNGUA PORTUGUESA
Quando usar Mas Na primeira estrofe, observa-se os termos destacados em ne-
A palavra “mas”, por ser uma conjunção adversativa, é usada grito como exemplos de adversidade ou ressalva e adição respecti-
para transmitir ideia de oposição ou adversidade. Ela pode ser subs- vamente. Já na segunda, tem-se duas ideias de adversidade.
tituída pelas conjunções porém, todavia, contudo, entretanto, no
entanto e não obstante. Agora, tem-se o exemplo de como Marisa Monte usou “mais
ou mas” na canção “Mais uma vez”, interpretada por ela.
Como identificar Mais uma vez eu vou te deixar
Para saber quando deve-se usar “mas”, pode-se substituir a pa- Mas eu volto logo pra te ver
lavra por outra conjunção. Vou com saudades no meu coração
Exemplos: Mando notícias de algum lugar.
- Sairei mais tarde de casa, mas (porém) não chegarei atrasado (..)
no trabalho. Compositores: Marisa De Azevedo Monte
- É uma ótima sugestão, mas (no entanto) precisa passar pela
gerência.
- Prefiro estudar Português a Matemática, mas (contudo) hoje IDENTIFICAÇÃO DE DIFERENTES ESTRATÉGIAS
tive que estudar Trigonometria. QUE CONTRIBUEM PARA A CONTINUIDADE DO
- Não peguei engarrafamento, mas (entretanto) chegarei atra- TEXTO (ANÁFORAS, PRONOMES RELATIVOS,
sado na escola. DEMONSTRATIVOS ETC.)

Dica esperta para identificar o “mas” na oração: como você Prezado Candidato, o tema acima supracitado, já foi abordado
pode ver nos exemplos, a palavra “mas” vem sucedendo uma vírgu- em tópicos anteriores
la. Esta observação se aplica em muitos casos que geram a dúvida
de quando usar “mais ou mas” no texto.
COMPREENSÃO DE ESTRUTURAS TEMÁTICA E LEXICAL
COMPLEXAS. AMBIGUIDADE E PARÁFRASE. RELAÇÃO
Além da dica acima, na hora de identificar o uso de mais ou
DE SINONÍMIA ENTRE UMA EXPRESSÃO VOCABULAR
mas, atente-se para a possibilidade da palavra “mas” assumir ca-
COMPLEXA E UMA PALAVRA
racterística de substantivo, quando trouxer ideia de defeito, e ad-
vérbio, quando intensificar ou der ênfase à afirmação.
Significação de palavras
Exemplos:
1) Como ideia de defeito: Messias é um bom garoto, mas anda As palavras podem ter diversos sentidos em uma comunicação.
E isso também é estudado pela Gramática Normativa: quem cuida
com más influências.
dessa parte é a Semântica, que se preocupa, justamente, com os
A frase expressa defeito porque embora Messias seja um bom
significados das palavras. Veremos, então, cada um dos conteúdos
garoto, anda com más influências.
que compõem este estudo.
2) Como ênfase: Carlos é ingênuo, mas tão ingênuo, que todo
mundo tira vantagem disso.
Antônimo e Sinônimo
Começaremos por esses dois, que já são famosos.
A frase passa a ter intensidade quando utilizou-se o termo em
negrito. O Antônimo são palavras que têm sentidos opostos a outras.
Por exemplo, felicidade é o antônimo de tristeza, porque o signi-
Observação: a palavra mas não deve ser confundida com más ficado de uma é o oposto da outra. Da mesma forma ocorre com
porque esta palavra quando é acentuada passa a ter equivalência homem que é antônimo de mulher.
de plural do adjetivo “má”, que é o oposto de “boa”. Exemplo: “As
más companhias não renderão um futuro promissor”. Já o sinônimo são palavras que têm sentidos aproximados e
que podem, inclusive, substituir a outra. O uso de sinônimos é mui-
Mais ou mas em composições to importante para produções textuais, porque evita que você fi-
A seguir, observa-se como as expressões foram usadas na músi- que repetindo a mesma palavra várias vezes. Utilizando os mesmos
ca “Mais uma vez”, interpretada por Renato Russo. exemplos, para ficar claro: felicidade é sinônimo de alegria/conten-
Mas é claro que o sol tamento e homem é sinônimo de macho/varão.
Vai voltar amanhã
Mais uma vez, eu sei Hipônimos e Hiperônimos
(...) Estes conceitos são simples de entender: o hipônimo designa
Tem gente que está do mesmo lado que você uma palavra de sentido mais específico, enquanto que o hiperôni-
Mas deveria estar do lado de lá mo designa uma palavra de sentido mais genérico. Por exemplo, ca-
Tem gente que machuca os outros chorro e gato são hipônimos, pois têm sentido específico. E animais
Tem gente que não sabe amar domésticos é uma expressão hiperônima, pois indica um sentido
Tem gente enganando a gente mais genérico de animais. Atenção: não confunda hiperônimo com
Veja nossa vida como está substantivo coletivo. Hiperônimos estão no ramo dos sentidos das
Mas eu sei que um dia palavras, beleza?!?!
A gente aprende
Se você quiser alguém em quem confiar Outros conceitos que agem diretamente no sentido das pala-
Confie em si mesmo vras são os seguintes:
(...)
Compositores: Flavio Venturini / Renato Russo

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LÍNGUA PORTUGUESA
Conotação e Denotação
Observe as frases:
Amo pepino na salada.
Tenho um pepino para resolver.

As duas frases têm uma palavra em comum: pepino. Mas essa palavra tem o mesmo sentido nos dois enunciados? Isso mesmo, não!
Na primeira frase, pepino está no sentido denotativo, ou seja, a palavra está sendo usada no sentido próprio, comum, dicionarizado.
Já na segunda frase, a mesma palavra está no sentindo conotativo, pois ela está sendo usada no sentido figurado e depende do con-
texto para ser entendida.
Para facilitar: denotativo começa com D de dicionário e conotativo começa com C de contexto.

Por fim, vamos tratar de um recurso muito usado em propagandas:


Ambiguidade
Observe a propaganda abaixo:

https://redacaonocafe.wordpress.com/2012/05/22/ambiguidade-na-propaganda/

Perceba que há uma duplicidade de sentido nesta construção. Podemos interpretar que os móveis não durarão no estoque da loja, por
estarem com preço baixo; ou que por estarem muito barato, não têm qualidade e, por isso, terão vida útil curta.
Essa duplicidade acontece por causa da ambiguidade, que é justamente a duplicidade de sentidos que podem haver em uma palavra,
frase ou textos inteiros.

EXERCÍCIOS

1. (FEMPERJ – VALEC – JORNALISTA – 2012) Intertextualidade é a presença de um texto em outro; o pensamento abaixo que NÃO se
fundamenta em intertextualidade é:
(A) “Se tudo o que é bom dura pouco, eu já deveria ter morrido há muito tempo.”
(B) “Nariz é essa parte do corpo que brilha, espirra, coça e se mete onde não é chamada.”
(C) “Une-te aos bons e será um deles. Ou fica aqui com a gente mesmo!”
(D) “Vamos fazer o feijão com arroz. Se puder botar um ovo, tudo bem.”
(E) “O Neymar é invendável, inegociável e imprestável.”

2. (FUNIVERSA – CEB – ADVOGADO – 2010) Assinale a alternativa em que todas as palavras são acentuadas pela mesma razão.
(A) “Brasília”, “prêmios”, “vitória”.
(B) “elétrica”, “hidráulica”, “responsáveis”.
(C) “sérios”, “potência”, “após”.
(D) “Goiás”, “já”, “vários”.
(E) “solidária”, “área”, “após”.

3. (CESGRANRIO – CMB – ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO – 2012) Algumas palavras são acentuadas com o objetivo exclusivo
de distingui-las de outras. Uma palavra acentuada com esse objetivo é a seguinte:
(A) pôr.
(B) ilhéu.
(C) sábio.

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LÍNGUA PORTUGUESA
(D) também. (B) Quem disse que, hoje, enquanto eu dormia, ela saiu sorra-
(E) lâmpada. teiramente pela porta?
(C) Na infância, era levada e teimosa; na juventude, tornou-se
4. (FDC – PROFESSOR DE PORTUGUÊS II – 2005) Marque a série tímida e arredia; na velhice, estava sempre alheia a tudo.
em que o hífen está corretamente empregado nas cinco palavras: (D) Perdida no tempo, vinham-lhe à lembrança a imagem mui-
(A) pré-nupcial, ante-diluviano, anti-Cristo, ultra-violeta, infra- to branca da mãe, as brincadeiras no quintal, à tarde, com os
-vermelho. irmãos e o mundo mágico dos brinquedos.
(B) vice-almirante, ex-diretor, super-intendente, extrafino, in- (E) Estava sempre dizendo coisas de que mais tarde se arre-
fra-assinado. penderia. Prometia a si própria que da próxima vez, tomaria
(C) anti-alérgico, anti-rábico, ab-rupto, sub-rogar, antihigiênico. cuidado com as palavras, o que entretanto, não acontecia.
(D) extraoficial, antessala, contrassenso, ultrarrealismo, con-
trarregra. 9. (FCC – INFRAERO – ADMINISTRADOR – 2011) Está inteira-
(E) co-seno, contra-cenar, sobre-comum, sub-humano, infra- mente correta a pontuação do seguinte período:
-mencionado. (A) Os personagens principais de uma história, responsáveis
pelo sentido maior dela, dependem, muitas vezes, de peque-
5. (ESAF – SRF – AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL – 2003) nas providências que, tomadas por figurantes aparentemente
Indique o item em que todas as palavras estão corretamente em- sem importância, ditam o rumo de toda a história.
pregadas e grafadas. (B) Os personagens principais, de uma história, responsáveis
(A) A pirâmide carcerária assegura um contexto em que o po- pelo sentido maior dela, dependem muitas vezes, de pequenas
der de infringir punições legais a cidadãos aparece livre de providências que tomadas por figurantes, aparentemente sem
qualquer excesso e violência. importância, ditam o rumo de toda a história.
(B) Nos presídios, os chefes e subchefes não devem ser exata- (C) Os personagens principais de uma história, responsáveis
mente nem juízes, nem professores, nem contramestres, nem pelo sentido maior dela dependem muitas vezes de pequenas
suboficiais, nem “pais”, porém avocam a si um pouco de tudo providências, que, tomadas por figurantes aparentemente,
sem importância, ditam o rumo de toda a história.
isso, num modo de intervenção específico.
(D) Os personagens principais, de uma história, responsáveis
(C) O carcerário, ao homogeinizar o poder legal de punir e o
pelo sentido maior dela, dependem, muitas vezes de pequenas
poder técnico de disciplinar, ilide o que possa haver de violento
providências, que tomadas por figurantes aparentemente sem
em um e de arbitrário no outro, atenuando os efeitos de revol-
importância, ditam o rumo de toda a história.
ta que ambos possam suscitar.
(E) Os personagens principais de uma história, responsáveis,
(D) No singular poder de punir, nada mais lembra o antigo po-
pelo sentido maior dela, dependem muitas vezes de peque-
der do soberano iminente que vingava sua autoridade sobre o
nas providências, que tomadas por figurantes, aparentemente,
corpo dos supliciados.
sem importância, ditam o rumo de toda a história.
(E) A existência de uma proibição legal cria em torno dela um
campo de práticas ilegais, sob o qual se chega a exercer con-
10. (CONSULPLAN – ANALISTA DE INFORMÁTICA (SDS-SC) –
trole e aferir lucro ilícito, mas que se torna manejável por sua
organização em delinqüência. 2008) A alternativa em que todas as palavras são formadas pelo
mesmo processo de formação é:
6. (FCC – METRÔ/SP – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO JÚNIOR – (A) responsabilidade, musicalidade, defeituoso;
2012) A frase que apresenta INCORREÇÕES quanto à ortografia é: (B) cativeiro, incorruptíveis, desfazer;
(A) Quando jovem, o compositor demonstrava uma capacidade (C) deslealdade, colunista, incrível;
extraordinária de imitar vários estilos musicais. (D) anoitecer, festeiro, infeliz;
(B) Dizem que o músico era avesso à ideia de expressar senti- (E) reeducação, dignidade, enriquecer.
mentos pessoais por meio de sua música.
(C) Poucos estudiosos se despõem a discutir o empacto das 11. (IMA – PREF. BOA HORA/PI – PROCURADOR MUNICIPAL –
composições do músico na cultura ocidental. 2010) No verso “Para desentristecer, leãozinho”, Caetano Veloso
(D) Salvo algumas exceções, a maioria das óperas do compo- cria um neologismo. A opção que contém o processo de formação
sitor termina em uma cena de reconciliação entre os persona- utilizado para formar a palavra nova e o tipo de derivação que a
gens. palavra primitiva foi formada respectivamente é:
(E) Alguns acreditam que o valor da obra do compositor se (A) derivação prefixal (des + entristecer); derivação parassinté-
deve mais à árdua dedicação do que a arroubos de inspiração. tica (en + trist + ecer);
(B) derivação sufixal (desentriste + cer); derivação imprópria
7. (CESGRANRIO – FINEP – TÉCNICO – 2011) A vírgula pode ser (en + triste + cer);
retirada sem prejuízo para o significado e mantendo a norma pa- (C) derivação regressiva (des + entristecer); derivação parassin-
drão na seguinte sentença: tética (en + trist + ecer);
(A) Mário, vem falar comigo depois do expediente. (D) derivação parassintética (en + trist + ecer); derivação prefi-
(B) Amanhã, apresentaremos a proposta de trabalho. xal (des + entristecer);
(C) Telefonei para o Tavares, meu antigo chefe. (E) derivação prefixal (en + trist + ecer); derivação parassintéti-
(D) Encomendei canetas, blocos e crachás para a reunião. ca (des + entristecer).
(E) Entrou na sala, cumprimentou a todos e iniciou o discurso.
12. (IMA – PREF. BOA HORA/PI – PROCURADOR MUNICIPAL –
8. (CESGRANRIO – PETROBRAS – TÉCNICO DE ENFERMAGEM 2010) A palavra “Olhar” em (meu olhar) é um exemplo de palavra
DO TRABALHO – 2011) Há ERRO quanto ao emprego dos sinais de formada por derivação:
pontuação em: (A) parassintética;
(A) Ao dizer tais palavras, levantou-se, despediu-se dos convi- (B) prefixal;
dados e retirou-se da sala: era o final da reunião. (C) sufixal;

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LÍNGUA PORTUGUESA
(D) imprópria; (D) O singular em “a arrecadação” é responsável pela flexão de
(E) regressiva. singular em “fez aumentar”.
(E) A flexão de plural em “foram” justifica-se pela concordância
13. (CESGRANRIO – BNDES – ADVOGADO – 2004) No título do com “relevantes”.
artigo “A tal da demanda social”, a classe de palavra de “tal” é:
(A) pronome; 18. (FGV – SENADO FEDERAL – POLICIAL LEGISLATIVO FEDERAL
(B) adjetivo; – 2008) Assinale a alternativa em que se tenha optado corretamen-
(C) advérbio; te por utilizar ou não o acento grave indicativo de crase.
(D) substantivo; (A) Vou à Brasília dos meus sonhos.
(E) preposição. (B) Nosso expediente é de segunda à sexta.
(C) Pretendo viajar a Paraíba.
14. Assinale a alternativa que apresenta a correta classificação (D) Ele gosta de bife à cavalo.
morfológica do pronome “alguém” (l. 44).
(A) Pronome demonstrativo. 19. (FDC – MAPA – ANALISTA DE SISTEMAS – 2010) Na oração
(B) Pronome relativo. “Eles nos deixaram À VONTADE” e no trecho “inviabilizando o ata-
(C) Pronome possessivo. que, que, naturalmente, deveria ser feito À DISTÂNCIA”, observa-se
(D) Pronome pessoal. a ocorrência da crase nas locuções adverbiais em caixa-alta. Nas
(E) Pronome indefinido. locuções das frases abaixo também ocorre a crase, que deve ser
marcada com o acento, EXCETO em:
(A) Todos estavam à espera de uma solução para o problema.
15. Em relação à classe e ao emprego de palavras no texto, na (B) À proporção que o tempo passava, maior era a angústia do
oração “A abordagem social constitui-se em um processo de traba- eleitorado pelo resultado final.
lho planejado de aproximação” (linhas 1 e 2), os vocábulos subli- (C) Um problema à toa emperrou o funcionamento do sistema.
nhados classificam-se, respectivamente, em (D) Os técnicos estavam face à face com um problema insolú-
(A) preposição, pronome, artigo, adjetivo e substantivo. vel.
(B) pronome, preposição, artigo, substantivo e adjetivo. (E) O Tribunal ficou à mercê dos hackers que invadiram o sis-
(C) conjunção, preposição, numeral, substantivo e pronome. tema.
(D) pronome, conjunção, artigo, adjetivo e adjetivo.
(E) conjunção, conjunção, numeral, substantivo e advérbio. 20. Levando-se em consideração os conceitos de frase, oração
e período, é correto afirmar que o trecho abaixo é considerado um
16. (VUNESP – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – (a):
2011) Assinale a alternativa em que a concordância verbal está cor- “A expectativa é que o México, pressionado pelas mudanças
reta. americanas, entre na fila.”
(A) Haviam cooperativas de catadores na cidade de São Paulo. (A) Frase, uma vez que é composta por orações coordenadas e
(B) O lixo de casas e condomínios vão para aterros. subordinadas.
(C) O tratamento e a destinação corretos do lixo evitaria que (B) Período, composto por três orações.
35% deles fosse despejado em aterros. (C) Oração, pois possui sentido completo.
(D) Fazem dois anos que a prefeitura adia a questão do lixo. (D) Período, pois é composto por frases e orações.
(E) Somos nós quem paga a conta pelo descaso com a coleta
de lixo. 21. (AOCP – PREF. DE CATU/BA – MECÂNICO DE VEÍCULOS –
2007) Leia a seguinte sentença: Joana tomou um sonífero e não dor-
17. (ESAF – CGU – ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE – 2012) miu. Assinale a alternativa que classifica corretamente a segunda
Assinale a opção que fornece a correta justificativa para as relações oração.
de concordância no texto abaixo. (A) Oração coordenada assindética aditiva.
O bom desempenho do lado real da economia proporcionou (B) Oração coordenada sindética aditiva.
um período de vigoroso crescimento da arrecadação. A maior lucra- (C) Oração coordenada sindética adversativa.
tividade das empresas foi decisiva para os resultados fiscais favo- (D) Oração coordenada sindética explicativa.
ráveis. Elevaram-se, de forma significativa e em valores reais, de- (E) Oração coordenada sindética alternativa.
flacionados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), as
receitas do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), a Contribuição 22. (AOCP – PREF. DE CATU/BA – BIBLIOTECÁRIO – 2007) Leia
Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), e a Contribuição para o Finan- a seguinte sentença: Não precisaremos voltar ao médico nem fazer
ciamento da Seguridade Social (Cofins). O crescimento da massa de exames. Assinale a alternativa que classifica corretamente as duas
salários fez aumentar a arrecadação do Imposto de Renda Pessoa orações.
Física (IRPF) e a receita de tributação sobre a folha da previdência (A) Oração coordenada assindética e oração coordenada adver-
social. Não menos relevantes foram os elevados ganhos de capital, sativa.
responsáveis pelo aumento da arrecadação do IRPF. (B) Oração principal e oração coordenada sindética aditiva.
(A) O uso do plural em “valores” é responsável pela flexão de (C) Oração coordenada assindética e oração coordenada adi-
plural em “deflacionados”. tiva.
(B) O plural em “resultados” é responsável pela flexão de plural (D) Oração principal e oração subordinada adverbial consecu-
em “Elevaram-se”. tiva.
(C) Emprega-se o singular em “proporcionou” para respeitar as (E) Oração coordenada assindética e oração coordenada adver-
regras de concordância com “economia”. bial consecutiva.

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LÍNGUA PORTUGUESA
23. (EMPASIAL – TJ/SP – ESCREVENTE JUDICIÁRIO – 1999) Ana- Para agravar a tragédia, a empresa declarou que existem riscos
lise sintaticamente a oração em destaque: de rompimento nas barragens de Germano e de Santarém. Segun-
“Bem-aventurados os que ficam, porque eles serão recompen- do o Departamento Nacional de Produção Mineral, pelo menos 16
sados” (Machado de Assis). barragens de mineração em todo o País apresentam condições de
(A) oração subordinada substantiva completiva nominal. insegurança. “O governo perdeu sua capacidade de aparelhar ór-
(B) oração subordinada adverbial causal. gãos técnicos para fiscalização”, diz Malu. Na direção oposta
(C) oração subordinada adverbial temporal desenvolvida. Ao caminho da segurança, está o projeto de lei 654/2015, do
(D) oração coordenada sindética conclusiva. senador Romero Jucá (PMDB-RR) que prevê licença única em um
(E) oração coordenada sindética explicativa. tempo exíguo para obras consideradas estratégicas. O novo mar-
co regulatório da mineração, por sua vez, também concede priori-
24. (FGV – SENADO FEDERAL – TÉCNICO LEGISLATIVO – ADMI- dade à ação de mineradoras. “Ocorrerá um aumento dos conflitos
NISTRAÇÃO – 2008) “Mas o fato é que transparência deixou de ser judiciais, o que não será interessante para o setor empresarial”, diz
um processo de observação cristalina para assumir um discurso de Maurício Guetta, advogado do Instituto Sócio Ambiental (ISA). Com
políticas de averiguação de custos engessadas que pouco ou quase o avanço dessa legislação outros danos irreversíveis podem ocorrer.
nada retratam as necessidades de populações distintas.”. FONTE: http://www.istoe.com.br/reportagens/441106_A+LA MA+-
A oração grifada no trecho acima classifica-se como: QUE+AINDA+SUJA+O+BRASIL
(A) subordinada substantiva predicativa;
(B) subordinada adjetiva restritiva; 27. Observe as assertivas relacionadas ao texto lido:
(C) subordinada substantiva subjetiva; I. O texto é predominantemente narrativo, já que narra um
(D) subordinada substantiva objetiva direta; fato.
(E) subordinada adjetiva explicativa. II. O texto é predominantemente expositivo, já que pertence ao
gênero textual editorial.
25. (FUNCAB – PREF. PORTO VELHO/RO – MÉDICO – 2009) No III. O texto é apresenta partes narrativas e partes expositivas, já
trecho abaixo, as orações introduzidas pelos termos grifados são que se trata de uma reportagem.
classificadas, em relação às imediatamente anteriores, como: IV. O texto apresenta partes narrativas e partes expositivas, já
“Não há dúvida de que precisaremos curtir mais o dia a dia, se trata de um editorial.
mas nunca à custa de nossos filhos...”
Analise as assertivas e responda:
(A) subordinada substantiva objetiva indireta e coordenada sin-
(A) Somente a I é correta.
dética adversativa;
(B) Somente a II é incorreta.
(B) subordinada adjetiva restritiva e coordenada sindética ex-
(C) Somente a III é correta
plicativa;
(D) A III e IV são corretas.
(C) subordinada adverbial conformativa e subordinada adver-
bial concessiva;
28. Observe as assertivas relacionadas ao texto “A lama que
(D) subordinada substantiva completiva nominal e coordenada
ainda suja o Brasil”:
sindética adversativa;
I- O texto é coeso, mas não é coerente, já que tem problemas
(E) subordinada adjetiva restritiva e subordinada adverbial con-
no desenvolvimento do assunto.
cessiva.
II- O texto é coerente, mas não é coeso, já que apresenta pro-
blemas no uso de conjunções e preposições.
26. (ACEP – PREF. QUIXADÁ/CE – PSICÓLOGO – 2010) No pe-
III- O texto é coeso e coerente, graças ao bom uso das classes
ríodo “O essencial é o seguinte: //nunca antes neste país houve um
de palavras e da ordem sintática.
governo tão imbuído da ideia // de que veio // para recomeçar a
IV- O texto é coeso e coerente, já que apresenta progressão
história.”, a oração sublinhada é classificada como:
temática e bom uso dos recursos coesivos.
(A) coordenada assindética;
(B) subordinada substantiva completiva nominal;
Analise as assertivas e responda:
(C) subordinada substantiva objetiva indireta;
(D) subordinada substantiva apositiva. (A) Somente a I é correta.
(B) Somente a II é incorreta.
Leia o texto abaixo para responder a questão. (C) Somente a III é correta.
A lama que ainda suja o Brasil (D) Somente a IV é correta.
Fabíola Perez(fabiola.perez@istoe.com.br)
Leia o texto abaixo para responder as questões.
A maior tragédia ambiental da história do País escancarou um
dos principais gargalos da conjuntura política e econômica brasilei- UM APÓLOGO
ra: a negligência do setor privado e dos órgãos públicos diante de Machado de Assis.
um desastre de repercussão mundial. Confirmada a morte do Rio
Doce, o governo federal ainda não apresentou um plano de recu- Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:
peração efetivo para a área (apenas uma carta de intenções). Tam- — Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrola-
pouco a mineradora Samarco, controlada pela brasileira Vale e pela da, para fingir que vale alguma coisa neste mundo?
anglo-australiana BHP Billiton. A única medida concreta foi a aplica- — Deixe-me, senhora.
ção da multa de R$ 250 milhões – sendo que não há garantias de — Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está
que ela será usada no local. “O leito do rio se perdeu e a calha pro- com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me
funda e larga se transformou num córrego raso”, diz Malu Ribeiro, der na cabeça.
coordenadora da rede de águas da Fundação SOS Mata Atlântica,
sobre o desastre em Mariana, Minas Gerais. “O volume de rejeitos
se tornou uma bomba relógio na região.”

37
LÍNGUA PORTUGUESA
— Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. 29. De acordo com o texto “Um Apólogo” de Machado de Assis
Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem e com a ilustração abaixo, e levando em consideração as persona-
o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos gens presentes nas narrativas tanto verbal quanto visual, indique
outros. a opção em que a fala não é compatível com a associação entre os
— Mas você é orgulhosa. elementos dos textos:
— Decerto que sou.
— Mas por quê?
— É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa
ama, quem é que os cose, senão eu?
— Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora
que quem os cose sou eu, e muito eu?
— Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pe-
daço ao outro, dou feição aos babados…
— Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante,
puxando por você, que vem atrás, obedecendo ao que eu faço e
mando…
— Também os batedores vão adiante do imperador.
— Você é imperador?
— Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel su-
balterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o
trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto… (A) “- Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda en-
Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. rolada, para fingir que vale alguma coisa neste mundo?” (L.02)
Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que (B) “- Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha.
tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar?” (L.06)
costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, en- (C) “- Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante,
fiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando puxando por você, que vem atrás, obedecendo ao que eu faço
orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre e mando...” (L.14-15)
os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a (D) “- Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco?
isto uma cor poética. E dizia a agulha: Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo;
— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando
Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é abaixo e acima.” (L.25-26)
que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo (E) “- Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela
e acima… e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de
A linha não respondia nada; ia andando. Buraco aberto pela costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém.
agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe Onde me espetam, fico.” (L.40-41)
o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha vendo que
ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era 30. O diminutivo, em Língua Portuguesa, pode expressar outros
tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-pli- valores semânticos além da noção de dimensão, como afetividade,
c-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a pejoratividade e intensidade. Nesse sentido, pode-se afirmar que
costura, para o dia seguinte; continuou ainda nesse e no outro, até os valores semânticos utilizados nas formas diminutivas “unidi-
que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile. nha”(L.26) e “corpinho”(L.32), são, respectivamente, de:
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que (A) dimensão e pejoratividade;
a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para (B) afetividade e intensidade;
dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da (C) afetividade e dimensão;
bela dama, e puxava a um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, (D) intensidade e dimensão;
alisando, abotoando, acolchetando, a linha, para mofar da agulha, (E) pejoratividade e afetividade.
perguntou-lhe:
— Ora agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da 31. Em um texto narrativo como “Um Apólogo”, é muito co-
baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que mum uso de linguagem denotativa e conotativa. Assinale a alterna-
vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para tiva cujo trecho retirado do texto é uma demonstração da expressi-
a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? vidade dos termos “linha” e “agulha” em sentido figurado.
Vamos, diga lá. (A) “- É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça ama, quem é que os cose, senão eu?” (L.11)
grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha: — Anda, (B) “- Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha.
aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai go- Agulha não tem cabeça.” (L.06)
zar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que (C) “- Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um
não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico. pedaço ao outro, dou feição aos babados...” (L.13)
Contei esta história a um professor de melancolia, que me dis- (D) “- Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordi-
se, abanando a cabeça: — Também eu tenho servido de agulha a nária!” (L.43)
muita linha ordinária! (E) “- Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco?”
(L.25)

38
LÍNGUA PORTUGUESA
32. De acordo com a temática geral tratada no texto e, de modo (A) fortuna;
metafórico, considerando as relações existentes em um ambiente (B) opulência;
de trabalho, aponte a opção que NÃO corresponde a uma ideia pre- (C) riqueza;
sente no texto: (D) escassez;
(A) O texto sinaliza que, normalmente, não há uma relação (E) abundância.
equânime em ambientes coletivos de trabalho;
(B) O texto sinaliza que, normalmente, não há uma relação 37. (IF BAIANO - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO – IF-BA –
equânime em ambientes coletivos de trabalho; 2019)
(C) O texto indica que, em um ambiente coletivo de trabalho, Acerca de seus conhecimentos em redação oficial, é correto
cada sujeito possui atribuições próprias. afirmar que o vocativo adequado a um texto no padrão ofício desti-
(D) O texto sugere que o reconhecimento no ambiente cole- nado ao presidente do Congresso Nacional é
tivo de trabalho parte efetivamente das próprias atitudes do (A) Senhor Presidente.
sujeito. (B) Excelentíssimo Senhor Presidente.
(E) O texto revela que, em um ambiente coletivo de trabalho, (C) Presidente.
frequentemente é difícil lidar com as vaidades individuais. (D) Excelentíssimo Presidente.
(E) Excelentíssimo Senhor.
33. (FCC – TRE/MG – TÉCNICO JUDICIÁRIO – 2005) As liberda-
des ...... se refere o autor dizem respeito a direitos ...... se ocupa a 38. (CÂMARA DE CABO DE SANTO AGOSTINHO - PE - AUXILIAR
nossa Constituição. Preenchem de modo correto as lacunas da frase ADMINISTRATIVO - INSTITUTO AOCP - 2019 )
acima, na ordem dada, as expressões: Referente à aplicação de elementos de gramática à redação ofi-
(A) a que – de que; cial, os sinais de pontuação estão ligados à estrutura sintática e têm
(B) de que – com que; várias finalidades. Assinale a alternativa que apresenta a pontuação
(C) a cujas – de cujos; que pode ser utilizada em lugar da vírgula para dar ênfase ao que
(D) à que – em que; se quer dizer.
(E) em que – aos quais. (A) Dois-pontos.
(B) Ponto-e-vírgula.
34. (ESAF – CGU – ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE – 2008) (C) Ponto-de-interrogação.
Assinale o trecho que apresenta erro de regência. (D) Ponto-de-exclamação.
(A) Depois de um longo período em que apresentou taxas de
crescimento econômico que não iam além dos 3%, o Brasil fe- 39. (UNIR - TÉCNICO DE LABORATÓRIO - ANÁLISES CLÍNICAS-
cha o ano de 2007 com uma expansão de 5,3%, certamente a AOCP – 2018) 
maior taxa registrada na última década. Pode-se dizer que redação oficial é a maneira pela qual o Poder
(B) Os dados ainda não são definitivos, mas tudo sugere que Público redige atos normativos e comunicações. Em relação à reda-
serão confirmados. A entidade responsável pelo estudo foi a ção de documentos oficiais, julgue, como VERDADEIRO ou FALSO,
conhecida Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL). os itens a seguir.
(C) Não há dúvida de que os números são bons, num momento A língua tem por objetivo a comunicação. Alguns elementos
em que atingimos um bom superávit em conta-corrente, em são necessários para a comunicação: a) emissor, b) receptor, c) con-
que se revela queda no desemprego e até se anuncia a am- teúdo, d) código, e) meio de circulação, f) situação comunicativa.
pliação de nossas reservas monetárias, além da descoberta de Com relação à redação oficial, o emissor é o Serviço Público (Minis-
novas fontes de petróleo. tério, Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço, Seção). O assunto
(D) Mesmo assim, olhando-se para os vizinhos de continente, é sempre referente às atribuições do órgão que comunica. O desti-
percebe-se que nossa performance é inferior a que foi atribuí- natário ou receptor dessa comunicação ou é o público, o conjunto
da a Argentina (8,6%) e a alguns outros países com participação dos cidadãos, ou outro órgão público, do Executivo ou dos outros
menor no conjunto dos bens produzidos pela América Latina. Poderes da União.
(E) Nem é preciso olhar os exemplos da China, Índia e Rússia, ( ) Certo
com crescimento acima desses patamares. Ao conjunto inteiro ( ) Errado
da América Latina, o organismo internacional está atribuindo
um crescimento médio, em 2007, de 5,6%, um pouco maior do 40. (IF-SC - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO- IF-SC - 2019 )
que o do Brasil. Determinadas palavras são frequentes na redação oficial. Con-
forme as regras do Acordo Ortográfico que entrou em vigor em
35. (CESGRANRIO – SEPLAG/BA – PROFESSOR PORTUGUÊS – 2009, assinale a opção CORRETA que contém apenas palavras gra-
2010) Estabelece relação de hiperonímia/hiponímia, nessa ordem, fadas conforme o Acordo.
o seguinte par de palavras: I. abaixo-assinado, Advocacia-Geral da União, antihigiênico, ca-
(A) estrondo – ruído; pitão de mar e guerra, capitão-tenente, vice-coordenador.
(B) pescador – trabalhador; II. contra-almirante, co-obrigação, coocupante, decreto-lei, di-
(C) pista – aeroporto; retor-adjunto, diretor-executivo, diretor-geral, sócio-gerente.
(D) piloto – comissário; III. diretor-presidente, editor-assistente, editor-chefe, ex-dire-
(E) aeronave – jatinho. tor, general de brigada, general de exército, segundo-secretário.
IV. matéria-prima, ouvidor-geral, papel-moeda, pós-graduação,
36. (VUNESP – SEAP/SP – AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA pós-operatório, pré-escolar, pré-natal, pré-vestibular; Secretaria-
PENITENCIÁRIA – 2012) No trecho – Para especialistas, fica uma -Geral.
questão: até que ponto essa exuberância econômica no Brasil é V. primeira-dama, primeiro-ministro, primeiro-secretário, pró-
sustentável ou é apenas mais uma bolha? – o termo em destaque -ativo, Procurador-Geral, relator-geral, salário-família, Secretaria-
tem como antônimo: -Executiva, tenente-coronel.

39
LÍNGUA PORTUGUESA
Assinale a alternativa CORRETA: 22 C
(A) As afirmações I, II, III e V estão corretas.
(B) As afirmações II, III, IV e V estão corretas. 23 E
(C) As afirmações II, III e IV estão corretas. 24 A
(D) As afirmações I, II e IV estão corretas.
(E) As afirmações III, IV e V estão corretas. 25 D
26 B
41. ( PC-MG - ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL - FUMARC – 2018)
27 C
Na Redação Oficial, exige-se o uso do padrão formal da língua.
Portanto, são necessários conhecimentos linguísticos que funda- 28 D
mentem esses usos. 29 E
Analise o uso da vírgula nas seguintes frases do Texto 3:
1. Um crime bárbaro mobilizou a Polícia Militar na Região de 30 D
Venda Nova, em Belo Horizonte, ontem. 31 D
2. O rapaz, de 22 anos, se apresentou espontaneamente à 9ª
Área Integrada de Segurança Pública (Aisp) e deu detalhes do crime. 32 D
3. Segundo a polícia, o jovem informou que tinha um relaciona- 33 A
mento difícil com a mãe e teria discutido com ela momentos antes
34 D
de desferir os golpes.
35 E
INDIQUE entre os parênteses a justificativa adequada para uso 36 D
da vírgula em cada frase.
( ) Para destacar deslocamento de termos. 37 B
( ) Para separar adjuntos adverbiais. 38 B
( ) Para indicar um aposto.
39 A
A sequência CORRETA, de cima para baixo, é:
(A) 1 – 2 – 3. 40 E
(B) 2 – 1 – 3. 41 C
(C) 3 – 1 – 2.
(D) 3 – 2 – 1.
ANOTAÇÕES
GABARITO
______________________________________________________
1 E ______________________________________________________
2 A
______________________________________________________
3 A
4 D ______________________________________________________
5 B ______________________________________________________
6 C
______________________________________________________
7 B
______________________________________________________
8 E
9 A ______________________________________________________
10 A ______________________________________________________
11 A
______________________________________________________
12 D
13 A ______________________________________________________

14 E _____________________________________________________
15 B
_____________________________________________________
16 E
______________________________________________________
17 A
18 A ______________________________________________________
19 D ______________________________________________________
20 B
______________________________________________________
21 C

40
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS QUE ENVOLVAM: OPERAÇÕES COM NÚMEROS INTEIROS,


FRACIONÁRIOS, DECIMAIS E REAIS

Conjunto dos números inteiros - z


O conjunto dos números inteiros é a reunião do conjunto dos números naturais N = {0, 1, 2, 3, 4,..., n,...},(N C Z); o conjunto dos opos-
tos dos números naturais e o zero. Representamos pela letra Z.

N C Z (N está contido em Z)

Subconjuntos:

SÍMBOLO REPRESENTAÇÃO DESCRIÇÃO


* Z* Conjunto dos números inteiros não nulos
+ Z+ Conjunto dos números inteiros não negativos
*e+ Z*+ Conjunto dos números inteiros positivos
- Z_ Conjunto dos números inteiros não positivos
*e- Z*_ Conjunto dos números inteiros negativos

Observamos nos números inteiros algumas características:


• Módulo: distância ou afastamento desse número até o zero, na reta numérica inteira. Representa-se o módulo por | |. O módulo de
qualquer número inteiro, diferente de zero, é sempre positivo.
• Números Opostos: dois números são opostos quando sua soma é zero. Isto significa que eles estão a mesma distância da origem
(zero).

Somando-se temos: (+4) + (-4) = (-4) + (+4) = 0

41
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Operações Na multiplicação e divisão de números inteiros é muito impor-
• Soma ou Adição: Associamos aos números inteiros positivos tante a REGRA DE SINAIS:
a ideia de ganhar e aos números inteiros negativos a ideia de perder.
Sinais iguais (+) (+); (-) (-) = resultado sempre positivo.
ATENÇÃO: O sinal (+) antes do número positivo pode ser dis-
pensado, mas o sinal (–) antes do número negativo nunca pode Sinais diferentes (+) (-); (-) (+) = resultado sempre
ser dispensado. negativo.

• Subtração: empregamos quando precisamos tirar uma quan- Exemplo:


tidade de outra quantidade; temos duas quantidades e queremos (PREF.DE NITERÓI) Um estudante empilhou seus livros, obten-
saber quanto uma delas tem a mais que a outra; temos duas quan- do uma única pilha 52cm de altura. Sabendo que 8 desses livros
tidades e queremos saber quanto falta a uma delas para atingir a possui uma espessura de 2cm, e que os livros restantes possuem
outra. A subtração é a operação inversa da adição. O sinal sempre espessura de 3cm, o número de livros na pilha é:
será do maior número. (A) 10
(B) 15
ATENÇÃO: todos parênteses, colchetes, chaves, números, ..., (C) 18
entre outros, precedidos de sinal negativo, tem o seu sinal inverti- (D) 20
do, ou seja, é dado o seu oposto. (E) 22
Exemplo:
(FUNDAÇÃO CASA – AGENTE EDUCACIONAL – VUNESP) Para Resolução:
zelar pelos jovens internados e orientá-los a respeito do uso ade- São 8 livros de 2 cm: 8.2 = 16 cm
quado dos materiais em geral e dos recursos utilizados em ativida- Como eu tenho 52 cm ao todo e os demais livros tem 3 cm,
des educativas, bem como da preservação predial, realizou-se uma temos:
dinâmica elencando “atitudes positivas” e “atitudes negativas”, no 52 - 16 = 36 cm de altura de livros de 3 cm
entendimento dos elementos do grupo. Solicitou-se que cada um 36 : 3 = 12 livros de 3 cm
classificasse suas atitudes como positiva ou negativa, atribuindo O total de livros da pilha: 8 + 12 = 20 livros ao todo.
(+4) pontos a cada atitude positiva e (-1) a cada atitude negativa. Resposta: D
Se um jovem classificou como positiva apenas 20 das 50 atitudes
anotadas, o total de pontos atribuídos foi • Potenciação: A potência an do número inteiro a, é definida
(A) 50. como um produto de n fatores iguais. O número a é denominado a
(B) 45. base e o número n é o expoente.an = a x a x a x a x ... x a , a é multi-
(C) 42. plicado por a n vezes. Tenha em mente que:
(D) 36. – Toda potência de base positiva é um número inteiro positivo.
(E) 32. – Toda potência de base negativa e expoente par é um número
inteiro positivo.
Resolução: – Toda potência de base negativa e expoente ímpar é um nú-
50-20=30 atitudes negativas mero inteiro negativo.
20.4=80
30.(-1)=-30 Propriedades da Potenciação
80-30=50 1) Produtos de Potências com bases iguais: Conserva-se a base
Resposta: A e somam-se os expoentes. (–a)3 . (–a)6 = (–a)3+6 = (–a)9
2) Quocientes de Potências com bases iguais: Conserva-se a
• Multiplicação: é uma adição de números/ fatores repetidos. base e subtraem-se os expoentes. (-a)8 : (-a)6 = (-a)8 – 6 = (-a)2
Na multiplicação o produto dos números a e b, pode ser indicado 3) Potência de Potência: Conserva-se a base e multiplicam-se
por a x b, a . b ou ainda ab sem nenhum sinal entre as letras. os expoentes. [(-a)5]2 = (-a)5 . 2 = (-a)10
4) Potência de expoente 1: É sempre igual à base. (-a)1 = -a e
• Divisão: a divisão exata de um número inteiro por outro nú- (+a) = +a
1

mero inteiro, diferente de zero, dividimos o módulo do dividendo 5) Potência de expoente zero e base diferente de zero: É igual
pelo módulo do divisor. a 1. (+a)0 = 1 e (–b)0 = 1

ATENÇÃO:
1) No conjunto Z, a divisão não é comutativa, não é associativa
e não tem a propriedade da existência do elemento neutro.
2) Não existe divisão por zero.
3) Zero dividido por qualquer número inteiro, diferente de zero,
é zero, pois o produto de qualquer número inteiro por zero é igual
a zero.

42
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Conjunto dos números racionais – Q m
Um número racional é o que pode ser escrito na forma n , onde m e n são números inteiros, sendo que n deve ser diferente de zero.
Frequentemente usamos m/n para significar a divisão de m por n.

N C Z C Q (N está contido em Z que está contido em Q)

Subconjuntos:

SÍMBOLO REPRESENTAÇÃO DESCRIÇÃO


* Q* Conjunto dos números racionais não nulos
+ Q+ Conjunto dos números racionais não negativos
*e+ Q*+ Conjunto dos números racionais positivos
- Q_ Conjunto dos números racionais não positivos
*e- Q*_ Conjunto dos números racionais negativos

Representação decimal
Podemos representar um número racional, escrito na forma de fração, em número decimal. Para isso temos duas maneiras possíveis:
1º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, um número finito de algarismos. Decimais Exatos:

2
= 0,4
5

2º) O numeral decimal obtido possui, após a vírgula, infinitos algarismos (nem todos nulos), repetindo-se periodicamente Decimais
Periódicos ou Dízimas Periódicas:

1
= 0,333...
3

Representação Fracionária
É a operação inversa da anterior. Aqui temos duas maneiras possíveis:

1) Transformando o número decimal em uma fração numerador é o número decimal sem a vírgula e o denominador é composto pelo
numeral 1, seguido de tantos zeros quantas forem as casas decimais do número decimal dado. Ex.:
0,035 = 35/1000

2) Através da fração geratriz. Aí temos o caso das dízimas periódicas que podem ser simples ou compostas.
– Simples: o seu período é composto por um mesmo número ou conjunto de números que se repeti infinitamente. Exemplos:

Procedimento: para transformarmos uma dízima periódica simples em fração basta utilizarmos o dígito 9 no denominador para cada
quantos dígitos tiver o período da dízima.

43
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
– Composta: quando a mesma apresenta um ante período que não se repete.

a)

Procedimento: para cada algarismo do período ainda se coloca um algarismo 9 no denominador. Mas, agora, para cada algarismo do
antiperíodo se coloca um algarismo zero, também no denominador.

b)

Procedimento: é o mesmo aplicado ao item “a”, acrescido na frente da parte inteira (fração mista), ao qual transformamos e obtemos
a fração geratriz.

Exemplo:
(PREF. NITERÓI) Simplificando a expressão abaixo

Obtém-se :

(A) ½
(B) 1
(C) 3/2
(D) 2
(E) 3

Resolução:

Resposta: B

44
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Caraterísticas dos números racionaisO módulo e o número Resolução:
oposto são as mesmas dos números inteiros. Somando português e matemática:

Inverso: dado um número racional a/b o inverso desse número


(a/b)–n, é a fração onde o numerador vira denominador e o denomi-
nador numerador (b/a)n.

O que resta gosta de ciências:

Resposta: B
Representação geométrica
• Multiplicação: como todo número racional é uma fração ou
pode ser escrito na forma de uma fração, definimos o produto de
dois números racionais a e c , da mesma forma que o produto de
b d
frações, através de:

Observa-se que entre dois inteiros consecutivos existem infini-


tos números racionais.

Operações • Divisão: a divisão de dois números racionais p e q é a própria


• Soma ou adição: como todo número racional é uma fração operação de multiplicação do número p pelo inverso de q, isto é: p
ou pode ser escrito na forma de uma fração, definimos a adição ÷ q = p × q-1
entre os números racionais a e c , da mesma forma que a soma
de frações, através de: b d

Exemplo:
(PM/SE – SOLDADO 3ªCLASSE – FUNCAB) Numa operação
• Subtração: a subtração de dois números racionais p e q é a policial de rotina, que abordou 800 pessoas, verificou-se que 3/4
própria operação de adição do número p com o oposto de q, isto é: dessas pessoas eram homens e 1/5 deles foram detidos. Já entre as
p – q = p + (–q) mulheres abordadas, 1/8 foram detidas.
Qual o total de pessoas detidas nessa operação policial?
(A) 145
(B) 185
(C) 220
(D) 260
(E) 120
ATENÇÃO: Na adição/subtração se o denominador for igual,
conserva-se os denominadores e efetua-se a operação apresen- Resolução:
tada.

Exemplo:
(PREF. JUNDIAI/SP – AGENTE DE SERVIÇOS OPERACIONAIS
– MAKIYAMA) Na escola onde estudo, ¼ dos alunos tem a língua
portuguesa como disciplina favorita, 9/20 têm a matemática como
favorita e os demais têm ciências como favorita. Sendo assim, qual
fração representa os alunos que têm ciências como disciplina favo-
rita?
(A) 1/4
(B) 3/10
(C) 2/9
(D) 4/5
(E) 3/2

45
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Resposta: A – Quando o sinal de subtração (-) anteceder um parêntese, col-
chetes ou chaves, deveremos eliminar o parêntese, o colchete ou
• Potenciação: é válido as propriedades aplicadas aos núme- chaves, na ordem de resolução, reescrevendo os números internos
ros inteiros. Aqui destacaremos apenas as que se aplicam aos nú- com os seus sinais invertidos.
meros racionais.
Exemplo:
A) Toda potência com expoente negativo de um número racio- (MANAUSPREV – ANALISTA PREVIDENCIÁRIO – ADMINISTRATI-
nal diferente de zero é igual a outra potência que tem a base igual VA – FCC) Considere as expressões numéricas, abaixo.
ao inverso da base anterior e o expoente igual ao oposto do expo- A = 1/2 + 1/4+ 1/8 + 1/16 + 1/32 e
ente anterior. B = 1/3 + 1/9 + 1/27 + 1/81 + 1/243

O valor, aproximado, da soma entre A e B é


(A) 2
(B) 3
(C) 1
(D) 2,5
(E) 1,5
B) Toda potência com expoente ímpar tem o mesmo sinal da
base. Resolução:
Vamos resolver cada expressão separadamente:

C) Toda potência com expoente par é um número positivo.

Expressões numéricas
São todas sentenças matemáticas formadas por números, suas
operações (adições, subtrações, multiplicações, divisões, potencia-
ções e radiciações) e também por símbolos chamados de sinais de Resposta: E
associação, que podem aparecer em uma única expressão.
Múltiplos
Procedimentos Dizemos que um número é múltiplo de outro quando o primei-
1) Operações: ro é resultado da multiplicação entre o segundo e algum número
- Resolvermos primeiros as potenciações e/ou radiciações na natural e o segundo, nesse caso, é divisor do primeiro. O que sig-
ordem que aparecem; nifica que existem dois números, x e y, tal que x é múltiplo de y se
- Depois as multiplicações e/ou divisões; existir algum número natural n tal que:
- Por último as adições e/ou subtrações na ordem que apare- x = y·n
cem.
Se esse número existir, podemos dizer que y é um divisor de x e
2) Símbolos: podemos escrever: x = n/y
- Primeiro, resolvemos os parênteses ( ), até acabarem os cál-
culos dentro dos parênteses, Observações:
-Depois os colchetes [ ]; 1) Todo número natural é múltiplo de si mesmo.
- E por último as chaves { }. 2) Todo número natural é múltiplo de 1.
3) Todo número natural, diferente de zero, tem infinitos múl-
ATENÇÃO: tiplos.
– Quando o sinal de adição (+) anteceder um parêntese, col- 4) O zero é múltiplo de qualquer número natural.
chetes ou chaves, deveremos eliminar o parêntese, o colchete ou 5) Os múltiplos do número 2 são chamados de números pares,
chaves, na ordem de resolução, reescrevendo os números internos e a fórmula geral desses números é 2k (k ∈ N). Os demais são cha-
com os seus sinais originais. mados de números ímpares, e a fórmula geral desses números é 2k
+ 1 (k ∈ N).
6) O mesmo se aplica para os números inteiros, tendo k ∈ Z.

46
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Critérios de divisibilidade
São regras práticas que nos possibilitam dizer se um número
é ou não divisível por outro, sem que seja necessário efetuarmos
a divisão.
No quadro abaixo temos um resumo de alguns dos critérios:

Divisores
Os divisores de um número n, é o conjunto formado por todos
os números que o dividem exatamente. Tomemos como exemplo o
número 12.

Um método para descobrimos os divisores é através da fato-


ração numérica. O número de divisores naturais é igual ao produto
dos expoentes dos fatores primos acrescidos de 1.
Logo o número de divisores de 12 são:

(Fonte: https://www.guiadamatematica.com.br/criterios-de-divisi-
bilidade/ - reeditado) Para sabermos quais são esses 6 divisores basta pegarmos cada
fator da decomposição e seu respectivo expoente natural que varia
Vale ressaltar a divisibilidade por 7: Um número é divisível por de zero até o expoente com o qual o fator se apresenta na decom-
7 quando o último algarismo do número, multiplicado por 2, subtra- posição do número natural.
ído do número sem o algarismo, resulta em um número múltiplo de 12 = 22 . 31 =
7. Neste, o processo será repetido a fim de diminuir a quantidade 22 = 20,21 e 22 ; 31 = 30 e 31, teremos:
de algarismos a serem analisados quanto à divisibilidade por 7. 20 . 30=1
20 . 31=3
Outros critérios 21 . 30=2
Divisibilidade por 12: Um número é divisível por 12 quando é 21 . 31=2.3=6
divisível por 3 e por 4 ao mesmo tempo. 22 . 31=4.3=12
Divisibilidade por 15: Um número é divisível por 15 quando é 22 . 30=4
divisível por 3 e por 5 ao mesmo tempo.
O conjunto de divisores de 12 são: D (12)={1, 2, 3, 4, 6, 12}
Fatoração numérica A soma dos divisores é dada por: 1 + 2 + 3 + 4 + 6 + 12 = 28
Trata-se de decompor o número em fatores primos. Para de-
compormos este número natural em fatores primos, dividimos o Máximo divisor comum (MDC)
mesmo pelo seu menor divisor primo, após pegamos o quociente É o maior número que é divisor comum de todos os números
e dividimos o pelo seu menor divisor, e assim sucessivamente até dados. Para o cálculo do MDC usamos a decomposição em fatores
obtermos o quociente 1. O produto de todos os fatores primos re- primos. Procedemos da seguinte maneira:
presenta o número fatorado. Exemplo: Após decompor em fatores primos, o MDC é o produto dos FA-
TORES COMUNS obtidos, cada um deles elevado ao seu MENOR
EXPOENTE.

47
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplo:
MDC (18,24,42) =

Observe que os fatores comuns entre eles são: 2 e 3, então pegamos os de menores expoentes: 2x3 = 6. Logo o Máximo Divisor Co-
mum entre 18,24 e 42 é 6.

Mínimo múltiplo comum (MMC)


É o menor número positivo que é múltiplo comum de todos os números dados. A técnica para acharmos é a mesma do MDC, apenas
com a seguinte ressalva:
O MMC é o produto dos FATORES COMUNS E NÃO-COMUNS, cada um deles elevado ao SEU MAIOR EXPOENTE.
Pegando o exemplo anterior, teríamos:
MMC (18,24,42) =
Fatores comuns e não-comuns= 2,3 e 7
Com maiores expoentes: 2³x3²x7 = 8x9x7 = 504. Logo o Mínimo Múltiplo Comum entre 18,24 e 42 é 504.

Temos ainda que o produto do MDC e MMC é dado por: MDC (A,B). MMC (A,B)= A.B

Os cálculos desse tipo de problemas, envolvem adições e subtrações, posteriormente as multiplicações e divisões. Depois os pro-
blemas são resolvidos com a utilização dos fundamentos algébricos, isto é, criamos equações matemáticas com valores desconhecidos
(letras). Observe algumas situações que podem ser descritas com utilização da álgebra.
É bom ter mente algumas situações que podemos encontrar:

Exemplos:
(PREF. GUARUJÁ/SP – SEDUC – PROFESSOR DE MATEMÁTICA – CAIPIMES) Sobre 4 amigos, sabe-se que Clodoaldo é 5 centímetros
mais alto que Mônica e 10 centímetros mais baixo que Andreia. Sabe-se também que Andreia é 3 centímetros mais alta que Doralice e que
Doralice não é mais baixa que Clodoaldo. Se Doralice tem 1,70 metros, então é verdade que Mônica tem, de altura:
(A) 1,52 metros.
(B) 1,58 metros.
(C) 1,54 metros.
(D) 1,56 metros.

Resolução:
Escrevendo em forma de equações, temos:
C = M + 0,05 ( I )
C = A – 0,10 ( II )
A = D + 0,03 ( III )
D não é mais baixa que C
Se D = 1,70 , então:

48
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
( III ) A = 1,70 + 0,03 = 1,73 Fração é todo número que pode ser escrito da seguinte forma
( II ) C = 1,73 – 0,10 = 1,63 a/b, com b≠0. Sendo a o numerador e b o denominador. Uma fra-
( I ) 1,63 = M + 0,05 ção é uma divisão em partes iguais. Observe a figura:
M = 1,63 – 0,05 = 1,58 m
Resposta: B

(CEFET – AUXILIAR EM ADMINISTRAÇÃO – CESGRANRIO) Em


três meses, Fernando depositou, ao todo, R$ 1.176,00 em sua ca-
derneta de poupança. Se, no segundo mês, ele depositou R$ 126,00
a mais do que no primeiro e, no terceiro mês, R$ 48,00 a menos do
que no segundo, qual foi o valor depositado no segundo mês? O numerador indica quantas partes tomamos do total que foi
(A) R$ 498,00 dividida a unidade.
(B) R$ 450,00 O denominador indica quantas partes iguais foi dividida a uni-
(C) R$ 402,00 dade.
(D) R$ 334,00 Lê-se: um quarto.
(E) R$ 324,00
Atenção:
Resolução: • Frações com denominadores de 1 a 10: meios, terços, quar-
Primeiro mês = x tos, quintos, sextos, sétimos, oitavos, nonos e décimos.
Segundo mês = x + 126 • Frações com denominadores potências de 10: décimos, cen-
Terceiro mês = x + 126 – 48 = x + 78 tésimos, milésimos, décimos de milésimos, centésimos de milési-
Total = x + x + 126 + x + 78 = 1176 mos etc.
3.x = 1176 – 204 • Denominadores diferentes dos citados anteriormente:
x = 972 / 3 Enuncia-se o numerador e, em seguida, o denominador seguido da
x = R$ 324,00 (1º mês) palavra “avos”.
* No 2º mês: 324 + 126 = R$ 450,00
Resposta: B Tipos de frações
– Frações Próprias: Numerador é menor que o denominador.
(PREFEITURA MUNICIPAL DE RIBEIRÃO PRETO/SP – AGENTE Ex.: 7/15
DE ADMINISTRAÇÃO – VUNESP) Uma loja de materiais elétricos – Frações Impróprias: Numerador é maior ou igual ao denomi-
testou um lote com 360 lâmpadas e constatou que a razão entre o nador. Ex.: 6/7
número de lâmpadas queimadas e o número de lâmpadas boas era – Frações aparentes: Numerador é múltiplo do denominador.
2 / 7. Sabendo-se que, acidentalmente, 10 lâmpadas boas quebra- As mesmas pertencem também ao grupo das frações impróprias.
ram e que lâmpadas queimadas ou quebradas não podem ser ven- Ex.: 6/3
didas, então a razão entre o número de lâmpadas que não podem – Frações mistas: Números compostos de uma parte inteira e
ser vendidas e o número de lâmpadas boas passou a ser de outra fracionária. Podemos transformar uma fração imprópria na
(A) 1 / 4. forma mista e vice e versa. Ex.: 1 1/12 (um inteiro e um doze avos)
(B) 1 / 3. – Frações equivalentes: Duas ou mais frações que apresentam
(C) 2 / 5. a mesma parte da unidade. Ex.: 2/4 = 1/2
(D) 1 / 2. – Frações irredutíveis: Frações onde o numerador e o denomi-
(E) 2 / 3. nador são primos entre si. Ex.: 5/11 ;

Resolução: Operações com frações


Chamemos o número de lâmpadas queimadas de ( Q ) e o nú-
mero de lâmpadas boas de ( B ). Assim: • Adição e Subtração
B + Q = 360 , ou seja, B = 360 – Q ( I ) Com mesmo denominador: Conserva-se o denominador e so-
ma-se ou subtrai-se os numeradores.

, ou seja, 7.Q = 2.B ( II )

Substituindo a equação ( I ) na equação ( II ), temos:


7.Q = 2. (360 – Q)
7.Q = 720 – 2.Q Com denominadores diferentes: é necessário reduzir ao mes-
7.Q + 2.Q = 720 mo denominador através do MMC entre os denominadores. Usa-
9.Q = 720 mos tanto na adição quanto na subtração.
Q = 720 / 9
Q = 80 (queimadas)
Como 10 lâmpadas boas quebraram, temos:
Q’ = 80 + 10 = 90 e B’ = 360 – 90 = 270

Resposta: B O MMC entre os denominadores (3,2) = 6

49
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
• Multiplicação e Divisão
Multiplicação: É produto dos numerados pelos denominadores REGRA DE TRÊS SIMPLES E COMPOSTA
dados. Ex.:
Regra de três simples
Os problemas que envolvem duas grandezas diretamente ou
inversamente proporcionais podem ser resolvidos através de um
processo prático, chamado REGRA DE TRÊS SIMPLES.
• Duas grandezas são DIRETAMENTE PROPORCIONAIS quando
ao aumentarmos/diminuirmos uma a outra também aumenta/di-
minui.
• Duas grandezas são INVERSAMENTE PROPORCIONAIS quan-
do ao aumentarmos uma a outra diminui e vice-versa.

– Divisão: É igual a primeira fração multiplicada pelo inverso da Exemplos:


segunda fração. Ex.: (PM/SP – OFICIAL ADMINISTRATIVO – VUNESP) Em 3 de maio
de 2014, o jornal Folha de S. Paulo publicou a seguinte informação
sobre o número de casos de dengue na cidade de Campinas.

Obs.: Sempre que possível podemos simplificar o resultado da


fração resultante de forma a torna-la irredutível.

Exemplo:
(EBSERH/HUPES – UFBA – TÉCNICO EM INFORMÁTICA – IA-
DES) O suco de três garrafas iguais foi dividido igualmente entre 5
pessoas. Cada uma recebeu

(A)

(B)

(C)

De acordo com essas informações, o número de casos regis-


(D) trados na cidade de Campinas, até 28 de abril de 2014, teve um
aumento em relação ao número de casos registrados em 2007,
aproximadamente, de
(E) (A) 70%.
(B) 65%.
(C) 60%.
Resolução: (D) 55%.
Se cada garrafa contém X litros de suco, e eu tenho 3 garrafas, (E) 50%.
então o total será de 3X litros de suco. Precisamos dividir essa quan-
tidade de suco (em litros) para 5 pessoas, logo teremos: Resolução:
Utilizaremos uma regra de três simples:

ano %
11442 100
Onde x é litros de suco, assim a fração que cada um recebeu de 17136 x
suco é de 3/5 de suco da garrafa.
Resposta: B 11442.x = 17136 . 100
x = 1713600 / 11442 = 149,8% (aproximado)
149,8% – 100% = 49,8%
Aproximando o valor, teremos 50%
Resposta: E

50
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
(PRODAM/AM – AUXILIAR DE MOTORISTA – FUNCAB) Numa Como 0,5 h equivale a 30 minutos, logo o tempo será de 7 ho-
transportadora, 15 caminhões de mesma capacidade transportam ras e 30 minutos.
toda a carga de um galpão em quatro horas. Se três deles quebras- Resposta: D
sem, em quanto tempo os outros caminhões fariam o mesmo tra-
balho? (PREF. CORBÉLIA/PR – CONTADOR – FAUEL) Uma equipe cons-
(A) 3 h 12 min tituída por 20 operários, trabalhando 8 horas por dia durante 60
(B) 5 h dias, realiza o calçamento de uma área igual a 4800 m². Se essa
(C) 5 h 30 min equipe fosse constituída por 15 operários, trabalhando 10 horas
(D) 6 h por dia, durante 80 dias, faria o calçamento de uma área igual a:
(E) 6 h 15 min (A) 4500 m²
(B) 5000 m²
Resolução: (C) 5200 m²
Vamos utilizar uma Regra de Três Simples Inversa, pois, quanto (D) 6000 m²
menos caminhões tivermos, mais horas demorará para transportar (E) 6200 m²
a carga:
Resolução:
caminhões horas
15 4 Operários
horas ↑ dias ↑ área ↑

(15 – 3) x
20 8 60 4800
12.x = 4 . 15 15 10 80 x
x = 60 / 12
x=5h Todas as grandezas são diretamente proporcionais, logo:
Resposta: B

Regra de três composta


Chamamos de REGRA DE TRÊS COMPOSTA, problemas que
envolvem mais de duas grandezas, diretamente ou inversamente
proporcionais.

Exemplos:
(CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO Resposta: D
– FCC) O trabalho de varrição de 6.000 m² de calçada é feita em
um dia de trabalho por 18 varredores trabalhando 5 horas por dia.
Mantendo-se as mesmas proporções, 15 varredores varrerão 7.500 PORCENTAGEM
m² de calçadas, em um dia, trabalhando por dia, o tempo de
(A) 8 horas e 15 minutos. São chamadas de razões centesimais ou taxas percentuais ou
(B) 9 horas. simplesmente de porcentagem, as razões de denominador 100, ou
(C) 7 horas e 45 minutos. seja, que representam a centésima parte de uma grandeza. Costu-
(D) 7 horas e 30 minutos. mam ser indicadas pelo numerador seguido do símbolo %. (Lê-se:
(E) 5 horas e 30 minutos. “por cento”).
Resolução:
Comparando- se cada grandeza com aquela onde está o x.

M² ↑ varredores ↓ horas ↑
6000 18 5 Exemplo:
(CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS/SP – ANA-
7500 15 x LISTA TÉCNICO LEGISLATIVO – DESIGNER GRÁFICO – VUNESP) O
departamento de Contabilidade de uma empresa tem 20 funcio-
Quanto mais a área, mais horas (diretamente proporcionais) nários, sendo que 15% deles são estagiários. O departamento de
Recursos Humanos tem 10 funcionários, sendo 20% estagiários. Em
Quanto menos trabalhadores, mais horas (inversamente pro- relação ao total de funcionários desses dois departamentos, a fra-
porcionais) ção de estagiários é igual a
(A) 1/5.
(B) 1/6.
(C) 2/5.
(D) 2/9.
(E) 3/5.

51
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Resolução:

Resposta: B

Lucro e Prejuízo em porcentagem


É a diferença entre o preço de venda e o preço de custo. Se a diferença for POSITIVA, temos o LUCRO (L), caso seja NEGATIVA, temos
PREJUÍZO (P).

Logo: Lucro (L) = Preço de Venda (V) – Preço de Custo (C).

Exemplo:
(CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – FCC) O preço de venda de um produto, descontado um imposto de 16%
que incide sobre esse mesmo preço, supera o preço de compra em 40%, os quais constituem o lucro líquido do vendedor. Em quantos por
cento, aproximadamente, o preço de venda é superior ao de compra?
(A) 67%.
(B) 61%.
(C) 65%.
(D) 63%.
(E) 69%.

Resolução:
Preço de venda: V
Preço de compra: C
V – 0,16V = 1,4C
0,84V = 1,4C

O preço de venda é 67% superior ao preço de compra.


Resposta: A

Aumento e Desconto em porcentagem


– Aumentar um valor V em p%, equivale a multiplicá-lo por

Logo:

52
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
- Diminuir um valor V em p%, equivale a multiplicá-lo por

Logo:

Fator de multiplicação

É o valor final de , é o que chamamos de fator de multiplicação, muito útil para resolução de cálculos de
porcentagem. O mesmo pode ser um acréscimo ou decréscimo no valor do produto.

Aumentos e Descontos sucessivos em porcentagem


São valores que aumentam ou diminuem sucessivamente. Para efetuar os respectivos descontos ou aumentos, fazemos uso dos fato-
res de multiplicação. Basta multiplicarmos o Valor pelo fator de multiplicação (acréscimo e/ou decréscimo).

Exemplo: Certo produto industrial que custava R$ 5.000,00 sofreu um acréscimo de 30% e, em seguida, um desconto de 20%. Qual o
preço desse produto após esse acréscimo e desconto?

Resolução:
VA = 5000 .(1,3) = 6500 e
VD = 6500 .(0,80) = 5200, podemos, para agilizar os cálculos, juntar tudo em uma única equação:
5000 . 1,3 . 0,8 = 5200
Logo o preço do produto após o acréscimo e desconto é de R$ 5.200,00

JUROS SIMPLES E DESCONTO SIMPLES

Juros simples (ou capitalização simples)


Os juros são determinados tomando como base de cálculo o capital da operação, e o total do juro é devido ao credor (aquele que
empresta) no final da operação. Devemos ter em mente:
– Os juros são representados pela letra J*.
– O dinheiro que se deposita ou se empresta chamamos de capital e é representado pela letra C (capital) ou P(principal) ou VP ou PV
(valor presente) *.
– O tempo de depósito ou de empréstimo é representado pela letra t ou n.*
– A taxa de juros é a razão centesimal que incide sobre um capital durante certo tempo. É representado pela letra i e utilizada para
calcular juros.
*Varia de acordo com a bibliografia estudada.

ATENÇÃO: Devemos sempre relacionar a taxa e o tempo na mesma unidade para efetuarmos os cálculos.

53
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Usamos a seguinte fórmula: O (1+i)t ou (1+i)n é chamado de fator de acumulação de capital.

ATENÇÃO: as unidades de tempo referentes à taxa de juros (i) e


do período (t), tem de ser necessariamente iguais.

Em juros simples:
– O capital cresce linearmente com o tempo;
– O capital cresce a uma progressão aritmética de razão: J=C.i
– A taxa i e o tempo t devem ser expressos na mesma unidade.
– Devemos expressar a taxa i na forma decimal.
– Montante (M) ou FV (valor futuro) é a soma do capital com
os juros, ou seja:
M=C+J
M = C.(1+i.t)
O crescimento do principal (capital) em:
Exemplo: – juros simples é LINEAR, CONSTANTE;
(PRODAM/AM – Assistente – FUNCAB) Qual é o capital que, – juros compostos é EXPONENCIAL, GEOMÉTRICO e, portanto
investido no sistema de juros simples e à taxa mensal de 2,5 %, pro- tem um crescimento muito mais “rápido”;
duzirá um montante de R$ 3.900,00 em oito meses? Observe no gráfico que:
(A) R$ 1.650,00 – O montante após 1º tempo é igual tanto para o regime de
(B) R$ 2.225,00 juros simples como para juros compostos;
(C) R$ 3.250,00 – Antes do 1º tempo o montante seria maior no regime de
(D) R$ 3.460,00 juros simples;
(E) R$ 3.500,00 – Depois do 1º tempo o montante seria maior no regime de
Resolução: juros compostos.
Montante = Capital + juros, ou seja: j = M – C , que fica: j =
3900 – C ( I ) Exemplo:
Agora, é só substituir ( I ) na fórmula do juros simples: (PREF. GUARUJÁ/SP – SEDUC – PROFESSOR DE MATEMÁTICA
– CAIPIMES) Um capital foi aplicado por um período de 3 anos, com
taxa de juros compostos de 10% ao ano. É correto afirmar que essa
aplicação rendeu juros que corresponderam a, exatamente:
(A) 30% do capital aplicado.
(B) 31,20% do capital aplicado.
(C) 32% do capital aplicado.
(D) 33,10% do capital aplicado.

390000 – 100.C = 2,5 . 8 . C Resolução:


– 100.C – 20.C = – 390000 . (– 1)
120.C = 390000
C = 390000 / 120
C = R$ 3250,00
Resposta: C

Juros compostos (capitalização composta)


A taxa de juros incide sobre o capital de cada período. Também
conhecido como “juros sobre juros”.

Usamos a seguinte fórmula: Como, M = C + j , ou seja , j = M – C , temos:


j = 1,331.C – C = 0,331 . C
0,331 = 33,10 / 100 = 33,10%
Resposta: D

54
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Juros Compostos utilizando Logaritmos
Algumas questões que envolvem juros compostos, precisam de conceitos de logaritmos, principalmente aquelas as quais precisamos
achar o tempo/prazo. Normalmente as questões informam os valores do logaritmo, então não é necessário decorar os valores da tabela.

Exemplo:
(FGV-SP) Uma aplicação financeira rende juros de 10% ao ano, compostos anualmente. Utilizando para cálculos a aproximação de ,
pode-se estimar que uma aplicação de R$ 1.000,00 seria resgatada no montante de R$ 1.000.000,00 após:
(A) Mais de um século.
(B) 1 século
(C) 4/5 de século
(D) 2/3 de século
(E) ¾ de século

Resolução:
A fórmula de juros compostos é M = C(1 + i)t e do enunciado temos que M = 1.000.000, C = 1.000, i = 10% = 0,1:
1.000.000 = 1.000(1 + 0,1)t

(agora para calcular t temos que usar logaritmo nos dois lados da equação para pode utilizar a propriedade

, o expoente m passa multiplicando)

t.0,04 = 3

Resposta: E

EQUAÇÕES DE 1° E 2° GRAUS. INEQUAÇÕES DO 1° GRAU. SISTEMAS DE EQUAÇÕES LINEARES

Equação é toda sentença matemática aberta que exprime uma relação de igualdade e uma incógnita ou variável (x, y, z,...).

Equação do 1º grau
As equações do primeiro grau são aquelas que podem ser representadas sob a forma ax + b = 0, em que a e b são constantes reais,
com a diferente de 0, e x é a variável. A resolução desse tipo de equação é fundamentada nas propriedades da igualdade descritas a seguir.
Adicionando um mesmo número a ambos os membros de uma equação, ou subtraindo um mesmo número de ambos os membros,
a igualdade se mantém.
Dividindo ou multiplicando ambos os membros de uma equação por um mesmo número não-nulo, a igualdade se mantém.

• Membros de uma equação


Numa equação a expressão situada à esquerda da igualdade é chamada de 1º membro da equação, e a expressão situada à direita da
igualdade, de 2º membro da equação.

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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
• Resolução de uma equação
Colocamos no primeiro membro os termos que apresentam variável, e no segundo membro os termos que não apresentam variável.
Os termos que mudam de membro têm os sinais trocados.
5x – 8 = 12 + x
5x – x = 12 + 8
4x = 20
X = 20/4
X=5

Ao substituirmos o valor encontrado de x na equação obtemos o seguinte:


5x – 8 = 12 + x
5.5 – 8 = 12 + 5
25 – 8 = 17
17 = 17 ( V)

Quando se passa de um membro para o outro se usa a operação inversa, ou seja, o que está multiplicando passa dividindo e o que está
dividindo passa multiplicando. O que está adicionando passa subtraindo e o que está subtraindo passa adicionando.

Exemplo:
(PRODAM/AM – AUXILIAR DE MOTORISTA – FUNCAB) Um grupo formado por 16 motoristas organizou um churrasco para suas famí-
lias. Na semana do evento, seis deles desistiram de participar. Para manter o churrasco, cada um dos motoristas restantes pagou R$ 57,00
a mais.
O valor total pago por eles, pelo churrasco, foi:
(A) R$ 570,00
(B) R$ 980,50
(C) R$ 1.350,00
(D) R$ 1.480,00
(E) R$ 1.520,00

Resolução:
Vamos chamar de ( x ) o valor para cada motorista. Assim:
16 . x = Total
Total = 10 . (x + 57) (pois 6 desistiram)
Combinando as duas equações, temos:
16.x = 10.x + 570
16.x – 10.x = 570
6.x = 570
x = 570 / 6
x = 95
O valor total é: 16 . 95 = R$ 1520,00.
Resposta: E

Equação do 2º grau
As equações do segundo grau são aquelas que podem ser representadas sob a forma ax² + bx +c = 0, em que a, b e c são constantes
reais, com a diferente de 0, e x é a variável.

• Equação completa e incompleta


1) Quando b ≠ 0 e c ≠ 0, a equação do 2º grau se diz completa.
Ex.: x2 - 7x + 11 = 0= 0 é uma equação completa (a = 1, b = – 7, c = 11).

2) Quando b = 0 ou c = 0 ou b = c = 0, a equação do 2º grau se diz incompleta.


Exs.:
x² - 81 = 0 é uma equação incompleta (b=0).
x² +6x = 0 é uma equação incompleta (c = 0).
2x² = 0 é uma equação incompleta (b = c = 0).

• Resolução da equação
1º) A equação é da forma ax2 + bx = 0 (incompleta)
x2 – 16x = 0 colocamos x em evidência
x . (x – 16) = 0,
x=0
x – 16 = 0
x = 16
Logo, S = {0, 16} e os números 0 e 16 são as raízes da equação.

56
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
2º) A equação é da forma ax2 + c = 0 (incompleta)
x2 – 49= 0 Fatoramos o primeiro membro, que é uma diferença de dois quadrados.
(x + 7) . (x – 7) = 0,
x+7=0 x–7=0
x=–7 x=7

ou

x2 – 49 = 0
x2 = 49
x2 = 49
x = 7, (aplicando a segunda propriedade).
Logo, S = {–7, 7}.

3º) A equação é da forma ax² + bx + c = 0 (completa)


Para resolvê-la usaremos a formula de Bháskara.

Conforme o valor do discriminante Δ existem três possibilidades quanto á natureza da equação dada.

Quando ocorre a última possibilidade é costume dizer-se que não existem raízes reais, pois, de fato, elas não são reais já que não
existe, no conjunto dos números reais, √a quando a < 0.

• Relações entre raízes e coeficientes

Exemplo:
(CÂMARA DE CANITAR/SP – RECEPCIONISTA – INDEC) Qual a equação do 2º grau cujas raízes são 1 e 3/2?
(A) x²-3x+4=0
(B) -3x²-5x+1=0
(C) 3x²+5x+2=0
(D) 2x²-5x+3=0

Resolução:
Como as raízes foram dadas, para saber qual a equação:
x² - Sx +P=0, usando o método da soma e produto; S= duas raízes somadas resultam no valor numérico de b; e P= duas raízes multi-
plicadas resultam no valor de c.

57
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplo:
(SEE/AC – PROFESSOR DE CIÊNCIAS DA NATUREZA MATEMÁ-
TICA E SUAS TECNOLOGIAS – FUNCAB) Determine os valores de
que satisfazem a seguinte inequação:

(A) x > 2
(B) x - 5
Resposta: D (C) x > - 5
(D) x < 2
Inequação do 1º grau (E) x 2
Uma inequação do 1° grau na incógnita x é qualquer expressão
do 1° grau que pode ser escrita numa das seguintes formas: Resolução:
ax + b > 0
ax + b < 0
ax + b ≥ 0
ax + b ≤ 0
Onde a, b são números reais com a ≠ 0

• Resolvendo uma inequação de 1° grau


Uma maneira simples de resolver uma equação do 1° grau é
isolarmos a incógnita x em um dos membros da igualdade. O méto-
do é bem parecido com o das equações. Ex.:
Resolva a inequação -2x + 7 > 0.
Solução:
-2x > -7
Multiplicando por (-1)
2x < 7 Resposta: B
x < 7/2
Portanto a solução da inequação é x < 7/2. Inequação do 2º grau
Chamamos de inequação da 2º toda desigualdade pode ser re-
Atenção: presentada da seguinte forma:
Toda vez que “x” tiver valor negativo, devemos multiplicar por ax2 + bx + c > 0
(-1), isso faz com que o símbolo da desigualdade tenha o seu sen- ax2 + bx + c < 0
tido invertido. ax2 + bx + c ≥ 0
Pode-se resolver qualquer inequação do 1° grau por meio do ax2 + bx + c ≤ 0
estudo do sinal de uma função do 1° grau, com o seguinte proce- Onde a, b e c são números reais com a ≠ 0
dimento:
1. Iguala-se a expressão ax + b a zero; Resolução da inequação
2. Localiza-se a raiz no eixo x; Para resolvermos uma inequação do 2o grau, utilizamos o estu-
3. Estuda-se o sinal conforme o caso. do do sinal. As inequações são representadas pelas desigualdades:
> , ≥ , < , ≤.
Pegando o exemplo anterior temos: Ex.: x2 -3x + 2 > 0
-2x + 7 > 0
-2x + 7 = 0 Resolução:
x = 7/2 x2 -3x + 2 > 0
x ‘ =1, x ‘’ = 2
Como desejamos os valores para os quais a função é maior que
zero devemos fazer um esboço do gráfico e ver para quais valores
de x isso ocorre.

Vemos, que as regiões que tornam positivas a função são: x<1


e x>2. Resposta: { x|R| x<1 ou x>2}

58
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplo:
(VUNESP) O conjunto solução da inequação 9x2 – 6x + 1 ≤ 0, no universo dos números reais é:

(A) ∅

(B) R

(C)

(D)

(E)

Resolução:
Resolvendo por Bháskara:

Fazendo o gráfico, a > 0 parábola voltada para cima:

Resposta: C

SISTEMA DE MEDIDAS DE TEMPO, SISTEMA MÉTRICO DECIMAL (COMPRIMENTO, MASSA E TEMPERATURA)

O sistema métrico decimal é parte integrante do Sistema de Medidas. É adotado no Brasil tendo como unidade fundamental de me-
dida o metro.
O Sistema de Medidas é um conjunto de medidas usado em quase todo o mundo, visando padronizar as formas de medição.

Medidas de comprimento
Os múltiplos do metro são usados para realizar medição em grandes distâncias, enquanto os submúltiplos para realizar medição em
pequenas distâncias.

UNIDADE
MÚLTIPLOS SUBMÚLTIPLOS
FUNDAMENTAL
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
km hm Dam m dm cm mm
1000m 100m 10m 1m 0,1m 0,01m 0,001m

59
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Para transformar basta seguir a tabela seguinte (esta transformação vale para todas as medidas):

Medidas de superfície e área


As unidades de área do sistema métrico correspondem às unidades de comprimento da tabela anterior.
São elas: quilômetro quadrado (km2), hectômetro quadrado (hm2), etc. As mais usadas, na prática, são o quilômetro quadrado, o me-
tro quadrado e o hectômetro quadrado, este muito importante nas atividades rurais com o nome de hectare (ha): 1 hm2 = 1 ha.
No caso das unidades de área, o padrão muda: uma unidade é 100 vezes a menor seguinte e não 10 vezes, como nos comprimentos.
Entretanto, consideramos que o sistema continua decimal, porque 100 = 102. A nomenclatura é a mesma das unidades de comprimento
acrescidas de quadrado.

Vejamos as relações entre algumas essas unidades que não fazem parte do sistema métrico e as do sistema métrico decimal (valores
aproximados):
1 polegada = 25 milímetros
1 milha = 1 609 metros
1 légua = 5 555 metros
1 pé = 30 centímetros

Medidas de Volume e Capacidade


Na prática, são muitos usados o metro cúbico(m3) e o centímetro cúbico(cm3).
Nas unidades de volume, há um novo padrão: cada unidade vale 1000 vezes a unidade menor seguinte. Como 1000 = 103, o sistema
continua sendo decimal. Acrescentamos a nomenclatura cúbico.
A noção de capacidade relaciona-se com a de volume. A unidade fundamental para medir capacidade é o litro (l); 1l equivale a 1 dm3.

Medidas de Massa
O sistema métrico decimal inclui ainda unidades de medidas de massa. A unidade fundamental é o grama(g). Assim as denominamos:
Kg – Quilograma; hg – hectograma; dag – decagrama; g – grama; dg – decigrama; cg – centigrama; mg – miligrama
Dessas unidades, só têm uso prático o quilograma, o grama e o miligrama. No dia-a-dia, usa-se ainda a tonelada (t). Medidas Especiais:
1 Tonelada(t) = 1000 Kg
1 Arroba = 15 Kg
1 Quilate = 0,2 g

Em resumo temos:

Relações importantes

60
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
1 kg = 1l = 1 dm3
1 hm2 = 1 ha = 10.000m2
1 m3 = 1000 l

Exemplos:
(CLIN/RJ - GARI E OPERADOR DE ROÇADEIRA - COSEAC) Uma peça de um determinado tecido tem 30 metros, e para se confeccionar
uma camisa desse tecido são necessários 15 decímetros. Com duas peças desse tecido é possível serem confeccionadas:
(A) 10 camisas
(B) 20 camisas
(C) 40 camisas
(D) 80 camisas

Resolução:
Como eu quero 2 peças desse tecido e 1 peça possui 30 metros logo:
30 . 2 = 60 m. Temos que trabalhar com todas na mesma unidade: 1 m é 10dm assim temos 60m . 10 = 600 dm, como cada camisa
gasta um total de 15 dm, temos então:
600/15 = 40 camisas.
Resposta: C

(CLIN/RJ - GARI E OPERADOR DE ROÇADEIRA - COSEAC) Um veículo tem capacidade para transportar duas toneladas de carga. Se a
carga a ser transportada é de caixas que pesam 4 quilogramas cada uma, o veículo tem capacidade de transportar no máximo:
(A) 50 caixas
(B) 100 caixas
(C) 500 caixas
(D) 1000 caixas

Resolução:
Uma tonelada(ton) é 1000 kg, logo 2 ton. 1000kg= 2000 kg
Cada caixa pesa 4kg
2000 kg/ 4kg = 500 caixas.
Resposta: C

SISTEMA MONETÁRIO BRASILEIRO

O sistema métrico decimal é parte integrante do Sistema de Medidas. É adotado no Brasil tendo como unidade fundamental de me-
dida o metro.
O Sistema de Medidas é um conjunto de medidas usado em quase todo o mundo, visando padronizar as formas de medição.

Medidas de comprimento
Os múltiplos do metro são usados para realizar medição em grandes distâncias, enquanto os submúltiplos para realizar medição em
pequenas distâncias.

UNIDADE
MÚLTIPLOS SUBMÚLTIPLOS
FUNDAMENTAL
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
km hm Dam m dm cm mm
1000m 100m 10m 1m 0,1m 0,01m 0,001m

Para transformar basta seguir a tabela seguinte (esta transformação vale para todas as medidas):

61
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Medidas de superfície e área
As unidades de área do sistema métrico correspondem às unidades de comprimento da tabela anterior.
São elas: quilômetro quadrado (km2), hectômetro quadrado (hm2), etc. As mais usadas, na prática, são o quilômetro quadrado, o me-
tro quadrado e o hectômetro quadrado, este muito importante nas atividades rurais com o nome de hectare (ha): 1 hm2 = 1 ha.
No caso das unidades de área, o padrão muda: uma unidade é 100 vezes a menor seguinte e não 10 vezes, como nos comprimentos.
Entretanto, consideramos que o sistema continua decimal, porque 100 = 102. A nomenclatura é a mesma das unidades de comprimento
acrescidas de quadrado.

Vejamos as relações entre algumas essas unidades que não fazem parte do sistema métrico e as do sistema métrico decimal (valores
aproximados):
1 polegada = 25 milímetros
1 milha = 1 609 metros
1 légua = 5 555 metros
1 pé = 30 centímetros

Medidas de Volume e Capacidade


Na prática, são muitos usados o metro cúbico(m3) e o centímetro cúbico(cm3).
Nas unidades de volume, há um novo padrão: cada unidade vale 1000 vezes a unidade menor seguinte. Como 1000 = 103, o sistema
continua sendo decimal. Acrescentamos a nomenclatura cúbico.
A noção de capacidade relaciona-se com a de volume. A unidade fundamental para medir capacidade é o litro (l); 1l equivale a 1 dm3.

Medidas de Massa
O sistema métrico decimal inclui ainda unidades de medidas de massa. A unidade fundamental é o grama(g). Assim as denominamos:
Kg – Quilograma; hg – hectograma; dag – decagrama; g – grama; dg – decigrama; cg – centigrama; mg – miligrama
Dessas unidades, só têm uso prático o quilograma, o grama e o miligrama. No dia-a-dia, usa-se ainda a tonelada (t). Medidas Especiais:
1 Tonelada(t) = 1000 Kg
1 Arroba = 15 Kg
1 Quilate = 0,2 g

Em resumo temos:

Relações importantes

1 kg = 1l = 1 dm3
1 hm2 = 1 ha = 10.000m2
1 m3 = 1000 l

62
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplos: • Função constante
(CLIN/RJ - GARI E OPERADOR DE ROÇADEIRA - COSEAC) Uma Se a = 0, então y = b, b ∈ R. Desta maneira, por exemplo, se y
peça de um determinado tecido tem 30 metros, e para se confec- = 4 é função constante, pois, para qualquer valor de x, o valor de y
cionar uma camisa desse tecido são necessários 15 decímetros. ou f(x) será sempre 4.
Com duas peças desse tecido é possível serem confeccionadas:
(A) 10 camisas
(B) 20 camisas
(C) 40 camisas
(D) 80 camisas

Resolução:
Como eu quero 2 peças desse tecido e 1 peça possui 30 metros
logo:
30 . 2 = 60 m. Temos que trabalhar com todas na mesma unida- • Função identidade
de: 1 m é 10dm assim temos 60m . 10 = 600 dm, como cada camisa Se a = 1 e b = 0, então y = x. Nesta função, x e y têm sempre
gasta um total de 15 dm, temos então: os mesmos valores. Graficamente temos: A reta y = x ou f(x) = x é
600/15 = 40 camisas. denominada bissetriz dos quadrantes ímpares.
Resposta: C

(CLIN/RJ - GARI E OPERADOR DE ROÇADEIRA - COSEAC) Um


veículo tem capacidade para transportar duas toneladas de carga.
Se a carga a ser transportada é de caixas que pesam 4 quilogramas
cada uma, o veículo tem capacidade de transportar no máximo:
(A) 50 caixas
(B) 100 caixas
(C) 500 caixas
(D) 1000 caixas

Resolução:
Uma tonelada(ton) é 1000 kg, logo 2 ton. 1000kg= 2000 kg Mas, se a = -1 e b = 0, temos então y = -x. A reta determinada
Cada caixa pesa 4kg por esta função é a bissetriz dos quadrantes pares, conforme mos-
2000 kg/ 4kg = 500 caixas. tra o gráfico ao lado. x e y têm valores iguais em módulo, porém
Resposta: C com sinais contrários.

CONJUNTOS E FUNÇÕES (LINEARES, QUADRÁTICAS,


EXPONENCIAIS E LOGARÍTMICAS)

Funções lineares
Chama-se função do 1º grau ou afim a função f: R  R definida
por y = ax + b, com a e b números reais e a 0. a é o coeficiente an-
gular da reta e determina sua inclinação, b é o coeficiente linear da
reta e determina a intersecção da reta com o eixo y.

• Função linear
É a função do 1º grau quando b = 0, a ≠ 0 e a ≠ 1, a e b ∈ R.

• Função afim
É a função do 1º grau quando a ≠ 0, b ≠ 0, a e b ∈ R.

• Função Injetora
Com a ϵ R* e b ϵ R. É a função cujo domínio apresenta elementos distintos e tam-
bém imagens distintas.
Atenção
Usualmente chamamos as funções polinomiais de: 1º grau, 2º
etc, mas o correto seria Função de grau 1,2 etc. Pois o classifica a
função é o seu grau do seu polinômio.

A função do 1º grau pode ser classificada de acordo com seus


gráficos. Considere sempre a forma genérica y = ax + b.

63
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
• Função ímpar
Quando para todo elemento x pertencente ao domínio, temos
f(-x) = -f(x) ∀ x є D(f). Ou seja, os elementos simétricos do domínio
terão imagens simétricas.

• Função Sobrejetora
É quando todos os elementos do domínio forem imagens de
PELO MENOS UM elemento do domínio.

Gráfico da função do 1º grau


A representação geométrica da função do 1º grau é uma reta,
portanto, para determinar o gráfico, é necessário obter dois pontos.
Em particular, procuraremos os pontos em que a reta corta os eixos
x e y.
De modo geral, dada a função f(x) = ax + b, para determinarmos
a intersecção da reta com os eixos, procedemos do seguinte modo:

• Função Bijetora
É uma função que é ao mesmo tempo injetora e sobrejetora.

1º) Igualamos y a zero, então ax + b = 0 ⇒ x = - b/a, no eixo x


encontramos o ponto (-b/a, 0).
2º) Igualamos x a zero, então f(x) = a. 0 + b ⇒ f(x) = b, no eixo y
encontramos o ponto (0, b).
• Função Par • f(x) é crescente se a é um número positivo (a > 0);
Quando para todo elemento x pertencente ao domínio temos • f(x) é decrescente se a é um número negativo (a < 0).
f(x)=f(-x), ∀ x ∈ D(f). Ou seja, os valores simétricos devem possuir
a mesma imagem.

Raiz ou zero da função do 1º grau


A raiz ou zero da função do 1º grau é o valor de x para o qual y =
f(x) = 0. Graficamente, é o ponto em que a reta “corta” o eixo x. Por-
tanto, para determinar a raiz da função, basta a igualarmos a zero:

64
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Estudo de sinal da função do 1º grau Resolução:
Estudar o sinal de uma função do 1º grau é determinar os valo- Para pertencer a uma função polinomial do 1º grau decrescen-
res de x para que y seja positivo, negativo ou zero. te, o primeiro ponto deve estar em uma posição “mais alta” do que
1º) Determinamos a raiz da função, igualando-a a zero: (raiz: o 2º ponto.
x =- b/a) Vamos analisar as alternativas:
2º) Verificamos se a função é crescente (a>0) ou decrescente (a ( A ) os pontos Q e R estão no 1º quadrante, mas Q está em uma
< 0); temos duas possibilidades: posição mais baixa que o ponto R, e, assim, a função é crescente.
( B ) o ponto N está no eixo y abaixo do zero, e o ponto P está no
eixo x à direita do zero, mas N está em uma posição mais baixa que
o ponto P, e, assim, a função é crescente.
( D ) o ponto L está no 3º quadrante e o ponto M está no 1º
quadrante, e L está em uma posição mais baixa do que o ponto M,
sendo, assim, crescente.
( C ) o ponto S está no 2º quadrante e o ponto T está no 4º qua-
drante, e S está em uma posição mais alta do que o ponto T, sendo,
assim, decrescente.
Resposta: C

Equações lineares
As equações do tipo a1x1 + a2x2 + a3x3 + .....+ anxn = b, são equa-
ções lineares, onde a1, a2, a3, ... são os coeficientes; x1, x2, x3,... as
Exemplos: incógnitas e b o termo independente.
(PM/SP – CABO – CETRO) O gráfico abaixo representa o salário Por exemplo, a equação 4x – 3y + 5z = 31 é uma equação line-
bruto (S) de um policial militar em função das horas (h) trabalhadas ar. Os coeficientes são 4, –3 e 5; x, y e z as incógnitas e 31 o termo
em certa cidade. Portanto, o valor que este policial receberá por independente.
186 horas é Para x = 2, y = 4 e z = 7, temos 4.2 – 3.4 + 5.7 = 31, concluímos
que o terno ordenado (2,4,7) é solução da equação linear
4x – 3y + 5z = 31.

Funções quadráticas
Chama-se função do 2º grau ou função quadrática, de domínio
R e contradomínio R, a função:

Com a, b e c reais e a ≠ 0.

(A) R$ 3.487,50. Onde:


(B) R$ 3.506,25. a é o coeficiente de x2
(C) R$ 3.534,00. b é o coeficiente de x
(D) R$ 3.553,00. c é o termo independente

Resolução: Atenção:
Chama-se função completa aquela em que a, b e c não são nu-
los, e função incompleta aquela em que b ou c são nulos.

Raízes da função do 2ºgrau


Analogamente à função do 1º grau, para encontrar as raízes
da função quadrática, devemos igualar f(x) a zero. Teremos então:
ax2 + bx + c = 0

A expressão assim obtida denomina-se equação do 2º grau.


Resposta: A As raízes da equação são determinadas utilizando-se a fórmula de
Bhaskara:
(CBTU/RJ - ASSISTENTE OPERACIONAL - CONDUÇÃO DE VEÍ-
CULOS METROFERROVIÁRIOS – CONSULPLAN) Qual dos pares de
pontos a seguir pertencem a uma função do 1º grau decrescente?
(A) Q(3, 3) e R(5, 5).
(B) N(0, –2) e P(2, 0).
(C) S(–1, 1) e T(1, –1).
(D) L(–2, –3) e M(2, 3).

65
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Δ (letra grega: delta) é chamado de discriminante da equação. Observe que o discriminante terá um valor numérico, do qual temos de
extrair a raiz quadrada. Neste caso, temos três casos a considerar:
Δ > 0 ⇒ duas raízes reais e distintas;
Δ = 0 ⇒ duas raízes reais e iguais;
Δ < 0 ⇒ não existem raízes reais (∄ x ∈ R).

Gráfico da função do 2º grau

• Concavidade da parábola
Graficamente, a função do 2º grau, de domínio r, é representada por uma curva denominada parábola. Dada a função y = ax2 + bx + c,
cujo gráfico é uma parábola, se:

• O termo independente
Na função y = ax2 + bx + c, se x = 0 temos y = c. Os pontos em que x = 0 estão no eixo y, isto significa que o ponto (0, c) é onde a pará-
bola “corta” o eixo y.

• Raízes da função
Considerando os sinais do discriminante (Δ) e do coeficiente de x2, teremos os gráficos que seguem para a função y = ax2 + bx + c.

Vértice da parábola – Máximos e mínimos da função


Observe os vértices nos gráficos:

66
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
O vértice da parábola será:
• o ponto mínimo se a concavidade estiver voltada para cima (a > 0);
• o ponto máximo se a concavidade estiver voltada para baixo (a < 0).
A reta paralela ao eixo y que passa pelo vértice da parábola é chamada de eixo de simetria.

Coordenadas do vértice
As coordenadas do vértice da parábola são dadas por:

Estudo do sinal da função do 2º grau


Estudar o sinal da função quadrática é determinar os valores de x para que y seja: positivo, negativo ou zero. Dada a função f(x) = y =
ax2 + bx + c, para saber os sinais de y, determinamos as raízes (se existirem) e analisamos o valor do discriminante.

Exemplos:
(CBM/MG – OFICIAL BOMBEIRO MILITAR – FUMARC) Duas cidades A e B estão separadas por uma distância d. Considere um ciclista
que parte da cidade A em direção à cidade B. A distância d, em quilômetros, que o ciclista ainda precisa percorrer para chegar ao seu desti-
no em função do tempo t, em horas, é dada pela função . Sendo assim, a velocidade média desenvolvida pelo ciclista em
todo o percurso da cidade A até a cidade B é igual a
(A) 10 Km/h
(B) 20 Km/h
(C) 90 Km/h
(D) 100 Km/h

Resolução:
Vamos calcular a distância total, fazendo t = 0:

Agora, vamos substituir na função:

100 – t² = 0
– t² = – 100 . (– 1)
t² = 100
t= √100=10km/h
Resposta: A

67
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
(IPEM – TÉCNICO EM METROLOGIA E QUALIDADE – VUNESP) A figura ilustra um arco decorativo de parábola AB sobre a porta da
entrada de um salão:

Considere um sistema de coordenadas cartesianas com centro em O, de modo que o eixo vertical (y) passe pelo ponto mais alto do
arco (V), e o horizontal (x) passe pelos dois pontos de apoio desse arco sobre a porta (A e B).
Sabendo-se que a função quadrática que descreve esse arco é f(x) = – x²+ c, e que V = (0; 0,81), pode-se afirmar que a distância , em
metros, é igual a
(A) 2,1.
(B) 1,8.
(C) 1,6.
(D) 1,9.
(E) 1,4.

Resolução:
C=0,81, pois é exatamente a distância de V
F(x)=-x²+0,81
0=-x²+0,81
X²=0,81
X=±0,9
A distância AB é 0,9+0,9=1,8
Resposta: B

(TRANSPETRO – TÉCNICO DE ADMINISTRAÇÃO E CONTROLE JÚNIOR – CESGRANRIO) A raiz da função f(x) = 2x − 8 é também raiz da
função quadrática g(x) = ax²+ bx + c. Se o vértice da parábola, gráfico da função g(x), é o ponto V(−1, −25), a soma a + b + c é igual a:
(A) − 25
(B) − 24
(C) − 23
(D) − 22
(E) – 21
Resolução:
2x-8=0
2x=8
X=4

Lembrando que para encontrar a equação, temos:


(x - 4)(x + 6) = x² + 6x - 4x - 24 = x² + 2x - 24
a=1
b=2
c=-24
a + b + c = 1 + 2 – 24 = -21
Resposta: E

68
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Função exponencial
Antes seria bom revisarmos algumas noções de potencialização e radiciação.
Sejam a e b bases reais e diferentes de zero e m e n expoentes inteiros, temos:

Equação exponencial
A equação exponencial caracteriza-se pela presença da incógnita no expoente. Exemplos:

Para resolver estas equações, além das propriedades de potências, utilizamos a seguinte propriedade:
Se duas potências são iguais, tendo as bases iguais, então os expoentes são iguais: am = an ⇔ m = n, sendo a > 0 e a ≠ 1.

Gráficos da função exponencial


A função exponencial f, de domínio R e contradomínio R, é definida por y = ax, onde a > 0 e a ≠1.

Exemplos:
01. Considere a função y = 3x.
Vamos atribuir valores a x, calcular y e a seguir construir o gráfico:

02. Considerando a função, encontre a função: y = (1/3)x

69
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Observando as funções anteriores, podemos concluir que para y = ax:
• se a > 1, a função exponencial é crescente;
• se 0 < a < 1, a função é decrescente.

Graficamente temos:

Inequação exponencial
A inequação exponencial caracteriza-se pela presença da incógnita no expoente e de um dos sinais de desigualdade: >, <, ≥ ou ≤.
Analisando seus gráficos, temos:

Observando o gráfico, temos que:


• na função crescente, conservamos o sinal da desigualdade para comparar os expoentes:

• na função decrescente, “invertemos” o sinal da desigualdade para comparar os expoentes:

Desde que as bases sejam iguais.

Exemplos:
(CORPO DE BOMBEIROS MILITAR/MT – OFICIAL BOMBEIRO MILITAR – COVEST – UNEMAT) As funções exponenciais são muito
usadas para modelar o crescimento ou o decaimento populacional de uma determinada região em um determinado período de tempo.
A função P(t) = 234(1,023)t modela o comportamento de uma determinada cidade quanto ao seu crescimento populacional em um deter-
minado período de tempo, em que P é a população em milhares de habitantes e t é o número de anos desde 1980.
Qual a taxa média de crescimento populacional anual dessa cidade?
(A) 1,023%
(B) 1,23%
(C) 2,3%
(D) 0,023%
(E) 0,23%

70
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Resolução:

Primeiramente, vamos calcular a população inicial, fazendo t = 0:

Agora, vamos calcular a população após 1 ano, fazendo t = 1:

Por fim, vamos utilizar a Regra de Três Simples:


População----------%
234 --------------- 100
239,382 ------------ x

234.x = 239,382 . 100


x = 23938,2 / 234
x = 102,3%
102,3% = 100% (população já existente) + 2,3% (crescimento)
Resposta: C

(POLÍCIA CIVIL/SP – DESENHISTA TÉCNICO-PERICIAL – VUNESP) Uma população P cresce em função do tempo t (em anos), segundo a
sentença P = 2000.50,1t. Hoje, no instante t = 0, a população é de 2 000 indivíduos. A população será de 50 000 indivíduos daqui a
(A) 20 anos.
(B) 25 anos.
(C) 50 anos.
(D) 15 anos.
(E) 10 anos.

Resolução:

Vamos simplificar as bases (5), sobrando somente os expoentes. Assim:

0,1 . t = 2
t = 2 / 0,1
t = 20 anos
Resposta: A

Função logarítmica
• Logaritmo
O logaritmo de um número b, na base a, onde a e b são positivos e a é diferente de um, é um número x, tal que x é o expoente de a
para se obter b, então:

Onde:
b é chamado de logaritmando
a é chamado de base
x é o logaritmo

OBSERVAÇÕES
– loga a = 1, sendo a > 0 e a ≠ 1
– Nos logaritmos decimais, ou seja, aqueles em que a base é 10, está frequentemente é omitida. Por exemplo: logaritmo de 2 na base
10; notação: log 2

71
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Propriedades decorrentes da definição

• Domínio (condição de existência)


Segundo a definição, o logaritmando e a base devem ser positivos, e a base deve ser diferente de 1. Portanto, sempre que encontra-
mos incógnitas no logaritmando ou na base devemos garantir a existência do logaritmo.

– Propriedades

Logaritmo decimal - característica e mantissa


Normalmente eles são calculados fazendo-se o uso da calculadora e da tabela de logaritmos. Mas fique tranquilo em sua prova as
bancas fornecem os valores dos logaritmos.

Exemplo: Determine log 341.

Resolução:
Sabemos que 341 está entre 100 e 1.000:
102 < 341 < 103
Como a característica é o expoente de menor potência de 10, temos que c = 2.
Consultando a tabela para 341, encontramos m = 0,53275. Logo: log 341 = 2 + 0,53275  log 341 = 2,53275.

Propriedades operatórias dos logaritmos

Cologaritmo
cologa b = - loga b, sendo b> 0, a > 0 e a ≠ 1

Mudança de base
Para resolver questões que envolvam logaritmo com bases diferentes, utilizamos a seguinte expressão:

Função logarítmica
Função logarítmica é a função f, de domínio R*+ e contradomínio R, que associa cada número real e positivo x ao logaritmo de x na
base a, onde a é um número real, positivo e diferente de 1.

72
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Gráfico da função logarítmica
Vamos construir o gráfico de duas funções logarítmicas como exemplo:
A) y = log3 x
Atribuímos valores convenientes a x, calculamos y, conforme mostra a tabela. Localizamos os pontos no plano cartesiano obtendo a
curva que representa a função.

B) y = log1/3 x
Vamos tabelar valores convenientes de x, calculando y. Localizamos os pontos no plano cartesiano, determinando a curva correspon-
dente à função.

Observando as funções anteriores, podemos concluir que para y = logax:


• se a > 1, a função é crescente;
• se 0 < a < 1, a função é decrescente.

Equações logarítmicas
A equação logarítmica caracteriza-se pela presença do sinal de igualdade e da incógnita no logaritmando.
Para resolver uma equação, antes de mais nada devemos estabelecer a condição de existência do logaritmo, determinando os valores
da incógnita para que o logaritmando e a base sejam positivos, e a base diferente de 1.
Inequações logarítmicas
Identificamos as inequações logarítmicas pela presença da incógnita no logaritmando e de um dos sinais de desigualdade: >, <, ≥ ou ≤.
Assim como nas equações, devemos garantir a existência do logaritmo impondo as seguintes condições: o logaritmando e a base de-
vem ser positivos e a base deve ser diferente de 1.
Na resolução de inequações logarítmicas, procuramos obter logaritmos de bases iguais nos dois membros da inequação, para poder
comparar os logaritmandos. Porém, para que não ocorram distorções, devemos verificar se as funções envolvidas são crescentes ou de-
crescentes. A justificativa será feita por meio da análise gráfica de duas funções:

73
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

Na função crescente, os sinais coincidem na comparação dos logaritmandos e, posteriormente, dos respectivos logaritmos; porém,
o mesmo não ocorre na função decrescente. De modo geral, quando resolvemos uma inequação logarítmica, temos de observar o valor
numérico da base pois, sendo os dois membros da inequação compostos por logaritmos de mesma base, para comparar os respectivos
logaritmandos temos dois casos a considerar:
• se a base é um número maior que 1 (função crescente), utilizamos o mesmo sinal da inequação;
• se a base é um número entre zero e 1 (função decrescente), utilizamos o “sinal inverso” da inequação.

Concluindo, dada a função y = loga x e dois números reais x1 e x2:

Exemplos:
(PETROBRAS-GEOFISICO JUNIOR – CESGRANRIO) Se log x representa o logaritmo na base 10 de x, então o valor de n tal que log n =
3 - log 2 é:
(A) 2000
(B) 1000
(C) 500
(D) 100
(E) 10

Resolução:
log n = 3 - log 2
log n + log 2 = 3 * 1
onde 1 = log 10 então:
log (n * 2) = 3 * log 10
log(n*2) = log 10 ^3
2n = 10^3
2n = 1000
n = 1000 / 2
n = 500
Resposta: C

74
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
(MF – ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ESAF) Sabendo-se que log x representa o logaritmo de x na base 10, calcule o valor
da expressão log 20 + log 5.
(A) 5
(B) 4
(C) 1
(D) 2
(E) 3

Resolução:
E = log20 + log5
E = log(2 x 10) + log5
E = log2 + log10 + log5
E = log10 + log (2 x 5)
E = log10 + log10
E = 2 log10
E=2
Resposta: D

Funções trigonométricas
Podemos generalizar e escrever todos os arcos com essa característica na seguinte forma: π/2 + 2kπ, onde k Є Z. E de uma forma geral
abrangendo todos os arcos com mais de uma volta, x + 2kπ.
Estes arcos são representados no plano cartesiano através de funções circulares como: função seno, função cosseno e função tangen-
te.

• Função Seno
É uma função f : R → R que associa a cada número real x o seu seno, então f(x) = sem x. O sinal da função f(x) = sem x é positivo no 1º
e 2º quadrantes, e é negativo quando x pertence ao 3º e 4º quadrantes.

75
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
• Função Cosseno
É uma função f : R → R que associa a cada número real x o seu cosseno, então f(x) = cos x. O sinal da função f(x) = cos x é positivo no
1º e 4º quadrantes, e é negativo quando x pertence ao 2º e 3º quadrantes.

• Função Tangente
É uma função f : R → R que associa a cada número real x a sua tangente, então f(x) = tg x.
Sinais da função tangente:
- Valores positivos nos quadrantes ímpares.
- Valores negativos nos quadrantes pares.
- Crescente em cada valor.

76
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

PROGRESSÕES ARITMÉTICAS E GEOMÉTRICAS

Progressão aritmética (P.A.)


É toda sequência numérica em que cada um de seus termos, a partir do segundo, é igual ao anterior somado a uma constante r, deno-
minada razão da progressão aritmética. Como em qualquer sequência os termos são chamados de a1, a2, a3, a4,.......,an,....

• Cálculo da razão
A razão de uma P.A. é dada pela diferença de um termo qualquer pelo termo imediatamente anterior a ele.
r = a2 – a1 = a3 – a2 = a4 – a3 = a5 – a4 = .......... = an – an – 1

Exemplos:
- (5, 9, 13, 17, 21, 25,......) é uma P.A. onde a1 = 5 e razão r = 4
- (2, 9, 16, 23, 30,.....) é uma P.A. onde a1 = 2 e razão r = 7
- (23, 21, 19, 17, 15,....) é uma P.A. onde a1 = 23 e razão r = - 2.

• Classificação
Uma P.A. é classificada de acordo com a razão.

Se r > 0 ⇒ CRESCENTE. Se r < 0 ⇒ DECRESCENTE. Se r = 0 ⇒ CONSTANTE.

• Fórmula do Termo Geral


Em toda P.A., cada termo é o anterior somado com a razão, então temos:
1° termo: a1
2° termo: a2 = a1 + r
3° termo: a3 = a2 + r = a1 + r + r = a1 + 2r
4° termo: a4 = a3 + r = a1 + 2r + r = a1 + 3r
5° termo: a5 = a4 + r = a1 + 3r + r = a1 + 4r
6° termo: a6 = a5 + r = a1 + 4r + r = a1 + 5r
. . . . . .
. . . . . .
. . . . . .
n° termo é:

77
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

Exemplo:
(PREF. AMPARO/SP – AGENTE ESCOLAR – CONRIO) Descubra o 99º termo da P.A. (45, 48, 51,...)
(A) 339
(B) 337
(C) 333
(D) 331

Resolução:

Resposta: A

Propriedades
1) Numa P.A. a soma dos termos equidistantes dos extremos é igual à soma dos extremos.
2) Numa P.A. com número ímpar de termos, o termo médio é igual à média aritmética entre os extremos.

Exemplo:

3) A sequência (a, b, c) é P.A. se, e somente se, o termo médio é igual à média aritmética entre a e c, isto é:

78
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Soma dos n primeiros termos

Progressão geométrica (P.G.)


É uma sequência onde cada termo é obtido multiplicando o anterior por uma constante. Essa constante é chamada de razão da P.G.
e simbolizada pela letra q.

Cálculo da razão
A razão da P.G. é obtida dividindo um termo por seu antecessor. Assim: (a1, a2, a3, ..., an - 1, an, ...) é P.G. ⇔ an = (an - 1) q, n ≥ 2

Exemplos:

Classificação
Uma P.G. é classificada de acordo com o primeiro termo e a razão.

CRESCENTE DECRESCENTE ALTERNANTE CONSTANTE SINGULAR


a1 > 0 e q > 1 a1 > 0 e 0 < q < 1 Cada termo apresenta sinal contrário q = 1. a1 = 0
ou quando ou quando ao do anterior. Isto ocorre quando. (também é chamada de Esta- ou
a1 < 0 e 0 < q < 1. a1 < 0 e q > 1. q<0 cionária) q = 0.

Fórmula do termo geral


Em toda P.G. cada termo é o anterior multiplicado pela razão, então temos:
1° termo: a1
2° termo: a2 = a1.q
3° termo: a3 = a2.q = a1.q.q = a1q2
4° termo: a4 = a3.q = a1.q2.q = a1.q3
5° termo: a5 = a4.q = a1.q3.q = a1.q4
. . . . .
. . . . .
. . . . .

n° termo é:

79
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

Exemplo:
(TRF 3ª – ANALISTA JUDICIÁRIO - INFORMÁTICA – FCC) Um tabuleiro de xadrez possui 64 casas. Se fosse possível colocar 1 grão de
arroz na primeira casa, 4 grãos na segunda, 16 grãos na terceira, 64 grãos na quarta, 256 na quinta, e assim sucessivamente, o total de
grãos de arroz que deveria ser colocado na 64ª casa desse tabuleiro seria igual a
(A) 264.
(B) 2126.
(C) 266.
(D) 2128.
(E) 2256.

Resolução:
Pelos valores apresentados, é uma PG de razão 4
a64 = ?
a1 = 1
q=4
n = 64

Resposta: B

Propriedades
1) Em qualquer P.G., cada termo, exceto os extremos, é a média geométrica entre o precedente e o consequente.
2) Em toda P.G. finita, o produto dos termos equidistantes dos extremos é igual ao produto dos extremos.

3) Em uma P.G. de número ímpar de termos, o termo médio é a média geométrica entre os extremos.
Em síntese temos:

4) Em uma PG, tomando-se três termos consecutivos, o termo central é a média geométrica dos seus vizinhos.

Soma dos n primeiros termos


A fórmula para calcular a soma de todos os seus termos é dada por:

80
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Produto dos n termos

Temos as seguintes regras para o produto:


1) O produto de n números positivos é sempre positivo.
2) No produto de n números negativos:
a) se n é par: o produto é positivo.
b) se n é ímpar: o produto é negativo.

Soma dos infinitos termos Como podemos notar, .


A soma dos infinitos termos de uma P.G de razão q, com -1 < q
< 1, é dada por: Em todo triângulo a soma dos ângulos internos é igual a 180°.
No triângulo retângulo um ângulo mede 90°, então:
90° + α + β = 180°
α + β = 180° - 90°
α + β = 90°

Quando a soma de dois ângulos é igual a 90°, eles são chama-


dos de Ângulos Complementares. E, neste caso, sempre o seno de
Exemplo: um será igual ao cosseno do outro.
A soma dos elementos da sequência numérica infinita (3; 0,9;
0,09; 0,009; …) é Exemplo:
(A) 3,1 (FUVEST) A uma distância de 40 m, uma torre é vista sob um
(B) 3,9 ângulo , como mostra a figura.
(C) 3,99
(D) 3, 999
(E) 4

Resolução:
Sejam S as somas dos elementos da sequência e S1 a soma da
PG infinita (0,9; 0,09; 0,009;…) de razão q = 0,09/0,9 = 0,1. Assim:
S = 3 + S1
Como -1 < q < 1 podemos aplicar a fórmula da soma de uma PG
infinita para obter S1:
S1 = 0,9/(1 - 0,1) = 0,9/0,9 = 1 → S = 3 + 1 = 4
Resposta: E Sabendo que sen20° = 0,342 e cos20° = 0,940, a altura da torre,
em metros, será aproximadamente:
(A) 14,552
(B) 14,391
RELAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS E O TEOREMA DE (C) 12,552
PITÁGORAS (D) 12,391
(E) 16,552
Trigonometria é a parte da matemática que estuda as relações
existentes entre os lados e os ângulos dos triângulos. resolução:
Observando a figura, nós temos um triângulo retângulo, vamos
No triângulo retângulo chamar os vértices de A, B e C.
Em todo triângulo retângulo os lados recebem nomes espe-
ciais. O maior lado (oposto do ângulo de 90°) é chamado de Hipo-
tenusa e os outros dois lados menores (opostos aos dois ângulos
agudos) são chamados de Catetos. Deles podemos tirar as seguin-
tes relações: seno (sen); cosseno (cos) e tangente.

81
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Como podemos ver h e 40 m são catetos, a relação a ser usada Exemplo:
é a tangente. Porém no enunciado foram dados o sen e o cos. Então, Determine o valor do lado oposto ao ângulo de 60º. Observe
para calcular a tangente, temos que usar a relação fundamental: figura a seguir:

Resposta: A

Valores Notáveis
Considere um triângulo retângulo BAC. Em resumo temos:

Resolução:
Pela lei dos cossenos
x² = 6² + 8² - 2 * 6 * 8 * cos 60º
x² = 36 + 64 – 96 * 1/2
x² = 100 – 48
x² = 52
√x² = √52
x = 2√13

Círculo trigonométrico
O ciclo trigonométrico é uma circunferência orientada de raio
1. A orientação é:

Se dois ângulos são complementares, então o seno de um de-


les é igual ao cosseno do complementar. As tangentes de ângulos
complementares são inversas.

No triângulo qualquer
As relações trigonométricas se restringem somente a situações
que envolvem triângulos retângulos. Essas relações também ocor-
rem nos triângulos obtusos e agudos. Importante sabermos que:
sen x = sen (180º - x)
cos x = - cos (180º - x) Observe que:
Lei (ou teorema) dos senos O cosseno está associado ao eixo A (origem).
A lei dos senos estabelece relações entre as medidas dos lados O seno está associado ao ângulo de 90º (ângulo reto).
com os senos dos ângulos opostos aos lados.
Cada um dos semiplanos situados no círculo trigonométrico é
chamado de quadrante. Os sinais do seno e cosseno variam confor-
me os quadrantes da seguinte forma:

Lei (ou teorema) dos cossenos


Nos casos em que não podemos aplicar a lei dos senos, temos
o recurso da lei dos cossenos. Ela nos permite trabalhar com a me- O círculo trigonométrico pode ser medido em radianos ou em
dida de dois segmentos e a medida de um ângulo. Dessa forma, se graus. Veja os dois círculos em graus e radianos.
dado um triângulo ABC de lados medindo a, b e c, temos:
a² = b² + c² - 2.b.c.cosA
b² = a² + c² - 2.a.c.cosB
c² = a² + b² - 2.a.b.cosC

82
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
3º quadrante: abscissa negativa e ordenada negativa → 180º
< α < 270º.
4º quadrante: abscissa positiva e ordenada negativa → 270º <
α < 360º.

Seno
Observando a figura temos:

Ao arco AB está associado o ângulo α; sendo o triângulo OBC


retângulo, podemos determinar o seno de α:

Observe que BC = OM, portanto podemos substituir BC por


OM, obtendo assim:

Como o ciclo trigonométrico tem raio 1, para qualquer arco α,


temos que:
1≤ sen α ≤ 1

ATENÇÃO:

Arcos côngruos (ou congruentes)


Dois arcos são côngruos (ou congruentes) quando têm a mes-
ma extremidade e diferem entre si apenas pelo número de voltas
inteiras.

Cosseno
Observando a figura temos:

1º quadrante: abscissa positiva e ordenada positiva → 0º < α


< 90º.
2º quadrante: abscissa negativa e ordenada positiva → 90º <
α < 180º.

83
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
O ângulo α está associado ao arco AB. No triângulo retângulo Relações Fundamentais da Trigonometria
OMB, calculamos o cosseno de α:

Como o ciclo trigonométrico tem raio 1, para qualquer arco α,


temos que:
-1≤ cos α ≤ 1

ATENÇÃO:

Tangente
Na figura, traçamos, no ciclo trigonométrico, uma reta paralela
ao eixo dos senos, tangente ao ciclo no ponto A.

Nestas relações, além do senx e cosx, temos: tg (tangente),


cotg (cotangente), sec (secante) e cossec (cossecante).

Relações derivadas
Utilizando as definições de cotangente, secante e cossecante
associadas à relação fundamental da trigonometria, extraímos for-
No triângulo retângulo OAT, temos: mulas que auxiliam na simplificação de expressões trigonométricas.
São elas:

tg² α + 1 = sec² α , sendo α ≠ π/2 + kπ, K Z


1+ cotg² α = cossec² α , sendo α ≠ k.π, K Z

Como o raio é 1, então OA = 1 Redução para o primeiro quadrante


tg α = AT
sen (90º - x) = cos x sen (90º + x) = cos x
cos (90º - x) = sen x cos (90º + x) = - sen x
tg (90º - x) = cotg x tg (90º -x) = - cotg x
Essa reta é chamada de eixo das tangentes. Observe que a tan-
gente de α é obtida prolongando-se o raio OP até interceptar o eixo sen (180º - x) = cos x sen (180º + x) = -sem x
das tangentes. cos (180º - x) = - cos x cos (180º + x) = - cos x
tg (180º - x) = - tg x tg (180º + x) = tg x
ATENÇÃO: sen (270º - x) = - cos x sen (270º + x) = - cos x
cos (270º - x) = - sen x cos (270º + x) = sen x
tg (270º - x) = cotg x tg (270º + x) = - cotg x
sen (360º - x) = sen x
cos (360º - x) = cos x
tg (360º - x) = - tg x

84
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Transformações trigonométricas
As fórmulas a seguir permitem calcular o cosseno, o a tangente da soma e da diferença de dois ângulos.

Exemplo:
(SANEAR – FISCAL - FUNCAB) Sendo cos x =1/2 com 0° < x < 90°, determine o valor da expressão E = sen² x + tg² x.
(A) 9/4
(B) 11/4
(C) 13/4
(D) 15/4
(E) 17/4

Resolução:

Resposta: D

85
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Arcos Duplos Equações e inequações trigonométricas
Utilizado quando as fórmulas do seno, cosseno e tangente do Equação é onde a incógnita é uma função trigonométrica; po-
arco (a + b), fazemos b = a. rém nem todos os arcos satisfazem essas equações. Para determi-
nar esses arcos, recorremos ao ciclo trigonométrico sempre que
necessário.

As inequações se caracterizam pela presença de algum dos si-


nais de desigualdade. Como existem infinitos arcos com essas extre-
midades e no enunciado não é dado um intervalo para x, temos de
dar a solução utilizando uma expressão geral. Assim:
S = {x R | x = π/4 + k.2π ou x = 3π/4 + k.2π, K Z}

Arco Metade O processo para se obter os arcos por simetria, que estão no
Encontramos os valores que mede a/2, conhecendo os valores 2º, 3º ou 4º quadrantes a partir de um arco α do 1º quadrante é o
das funções trigonométricas do arco que mede a. seguinte:
• no 2º quadrante, subtraímos de π, ou seja, o arco será π - α;
• no 3º quadrante, somamos a π e o arco será π + α;
• no 4º quadrante, subtraímos de 2 π e o arco será 2 π - α.

Grande parte das equações trigonométricas é escrita na forma


de equações trigonométricas elementares ou equações trigonomé-
tricas fundamentais, representadas da seguinte forma:
sen x = sen α
Funções trigonométricas de arco que mede a, em função da cos x = cos α
tangente do arco metade tg x = tg α

Já as inequações, temos 6 tipos de relações fundamentais:


- sen x > n (sen x ≥ n)
- sen x < n (sen x ≤ n)
- cos x > n (cos x ≥ n)
- cos x < n (cos x ≤ n)
- tg x > n (tg x ≥ n)
- tg x < n (tg x ≤ n)

Exemplos:
(FGV) Estima-se que, em 2009, a receita mensal de um hotel te-
nha sido dada (em milhares de reais) por R(t)=3000+1500.cos(πt/6),
em que t = 1 representa o mês de janeiro, t = 2 o mês de fevereiro e
assim por diante. A receita de março foi inferior à de fevereiro em:
Transformação da soma em produto (A) R$ 850.000,00
As fórmulas a seguir nos permitirão transformar somas em pro- (B) R$ 800.000,00
dutos. (C) R$ 700.000,00
(D) R$ 750.000,00
(E) R$ 650.000,00

Resolução:

R(t) = 3000 + 1500.cos(30°.t)


No mês de fevereiro: t = 2
R(2) = 3000 + 1500.cos(30°.2)
R(2) = 3000 + 1500. cos60°
R(2) = 3000 + 1500.1/2
R(2) = 3000 + 750 = 3.750

No mês de março: t = 3
R(3) = 3000 + 1500.cos(30°.3)
R(3) = 3000 + 1500.cos90°
R(3) = 3000 + 1500.0
R(3) = 3.000

86
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Logo, a receita em março foi menor em: 3.750 – 3.000 = 750.
No enunciado foi dito que a fórmulas está em milhares de reais, portanto, R$ 750.000,0
Resposta: D

(PC/ES - PERITO CRIMINAL ESPECIAL – CESPE/UNB) Considerando a função f(x) = senx - √3 cosx, em que o ângulo x é medido em graus,
julgue o item seguinte:
f(x) = 0 para algum valor de x tal que 230º < x < 250º.
(certo) (errado)

Resolução:

Sendo , então para f(x) = 0, temos:

Verificando no ciclo quais ângulos tem este valor de tangente:

x = 60° ou x = 240°

Resposta: Certo

GEOMETRIA PLANA E ESPACIAL: PERÍMETRO, ÁREA E VOLUME DE FIGURAS GEOMÉTRICAS

Geometria plana
Aqui nos deteremos a conceitos mais cobrados como perímetro e área das principais figuras planas. O que caracteriza a geometria
plana é o estudo em duas dimensões.

Perímetro
É a soma dos lados de uma figura plana e pode ser representado por P ou 2p, inclusive existem umas fórmulas de geometria que
aparece p que é o semiperímetro (metade do perímetro). Basta observamos a imagem:

87
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Observe que a planta baixa tem a forma de um retângulo.

Exemplo:
(CPTM - Médico do trabalho – MAKIYAMA) Um terreno retangular de perímetro 200m está à venda em uma imobiliária. Sabe-se que
sua largura tem 28m a menos que o seu comprimento. Se o metro quadrado cobrado nesta região é de R$ 50,00, qual será o valor pago
por este terreno?
(A) R$ 10.000,00.
(B) R$ 100.000,00.
(C) R$ 125.000,00.
(D) R$ 115.200,00.
(E) R$ 100.500,00.

Resolução:
O perímetro do retângulo é dado por = 2(b+h);
Pelo enunciado temos que: sua largura tem 28m a menos que o seu comprimento, logo 2 (x + (x-28)) = 2 (2x -28) = 4x – 56. Como ele
já dá o perímetro que é 200, então
200 = 4x -56  4x = 200+56  4x = 256  x = 64
Comprimento = 64, largura = 64 – 28 = 36
Área do retângulo = b.h = 64.36 = 2304 m2
Logo o valor da área é: 2304.50 = 115200
Resposta: D

• Área
É a medida de uma superfície. Usualmente a unidade básica de área é o m2 (metro quadrado). Que equivale à área de um quadrado
de 1 m de lado.

Quando calculamos que a área de uma determinada figura é, por exemplo, 12 m2; isso quer dizer que na superfície desta figura cabem
12 quadrados iguais ao que está acima.

Planta baixa de uma casa com a área total

88
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Para efetuar o cálculo de áreas é necessário sabermos qual a figura plana e sua respectiva fórmula. Vejamos:

(Fonte: https://static.todamateria.com.br/upload/57/97/5797a651dfb37-areas-de-figuras-planas.jpg)

Geometria espacial
Aqui trataremos tanto das figuras tridimensionais e dos sólidos geométricos. O importante é termos em mente todas as figuras planas,
pois a construção espacial se dá através da junção dessas figuras. Vejamos:
Diedros
Sendo dois planos secantes (planos que se cruzam) π e π’, o espaço entre eles é chamado de diedro. A medida de um diedro é feita
em graus, dependendo do ângulo formado entre os planos.

Poliedros
São sólidos geométricos ou figuras geométricas espaciais formadas por três elementos básicos: faces, arestas e vértices. Chamamos
de poliedro o sólido limitado por quatro ou mais polígonos planos, pertencentes a planos diferentes e que têm dois a dois somente uma
aresta em comum. Veja alguns exemplos:

Os polígonos são as faces do poliedro; os lados e os vértices dos polígonos são as arestas e os vértices do poliedro.
Um poliedro é convexo se qualquer reta (não paralela a nenhuma de suas faces) o corta em, no máximo, dois pontos. Ele não possuí
“reentrâncias”. E caso contrário é dito não convexo.

Relação de Euler
Em todo poliedro convexo sendo V o número de vértices, A o número de arestas e F o número de faces, valem as seguintes relações
de Euler:
Poliedro Fechado: V – A + F = 2
Poliedro Aberto: V – A + F = 1

89
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Para calcular o número de arestas de um poliedro temos que Não Poliedros
multiplicar o número de faces F pelo número de lados de cada face
n e dividir por dois. Quando temos mais de um tipo de face, basta
somar os resultados.
A = n.F/2

Poliedros de Platão
Eles satisfazem as seguintes condições:
- todas as faces têm o mesmo número n de arestas;
- todos os ângulos poliédricos têm o mesmo número m de ares-
tas;
- for válida a relação de Euler (V – A + F = 2).

Os sólidos acima são. São considerados não planos pois pos-


suem suas superfícies curvas.
Cilindro: tem duas bases geometricamente iguais definidas por
curvas fechadas em superfície lateral curva.
Cone: tem uma só base definida por uma linha curva fechada e
uma superfície lateral curva.
Esfera: é formada por uma única superfície curva.

Planificações de alguns Sólidos Geométricos

Poliedros Regulares
Um poliedro e dito regular quando:
- suas faces são polígonos regulares congruentes;
- seus ângulos poliédricos são congruentes;

Por essas condições e observações podemos afirmar que todos


os poliedros de Platão são ditos Poliedros Regulares.

Exemplo:
(PUC/RS) Um poliedro convexo tem cinco faces triangulares e
três pentagonais. O número de arestas e o número de vértices des-
te poliedro são, respectivamente:
(A) 30 e 40
(B) 30 e 24
(C) 30 e 8
(D) 15 e 25
(E) 15 e 9

Resolução:
O poliedro tem 5 faces triangulares e 3 faces pentagonais, logo,
tem um total de 8 faces (F = 8). Como cada triângulo tem 3 lados e
o pentágono 5 lados. Temos:

Fonte: https://1.bp.blogspot.com/-WWDbQ-Gh5zU/Wb7iCjR42BI/
AAAAAAAAIR0/kfRXIcIYLu4Iqf7ueIYKl39DU-9Zw24lgCLcBGAs/
s1600/revis%25C3%25A3o%2Bfiguras%2Bgeom%25C3%25A9tri-
cas-page-001.jpg

Resposta: E

90
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Sólidos geométricos PIRÂMIDE: é um sólido geométrico que tem uma base e um
O cálculo do volume de figuras geométricas, podemos pedir vértice superior.
que visualizem a seguinte figura:

a) A figura representa a planificação de um prisma reto;


b) O volume de um prisma reto é igual ao produto da área da
base pela altura do sólido, isto é:
V = Ab. a
Onde a é igual a h (altura do sólido)

c) O cubo e o paralelepípedo retângulo são prismas;


d) O volume do cilindro também se pode calcular da mesma
forma que o volume de um prisma reto.

Área e Volume dos sólidos geométricos


Exemplo:
PRISMA: é um sólido geométrico que possui duas bases iguais Uma pirâmide triangular regular tem aresta da base igual a 8
e paralelas. cm e altura 15 cm. O volume dessa pirâmide, em cm3, é igual a:
(A) 60
(B) 60
(C) 80
(D) 80
(E) 90

Resolução:
Do enunciado a base é um triângulo equilátero. E a fórmula
da área do triângulo equilátero é . A aresta da base é a = 8 cm e h
= 15 cm.
Cálculo da área da base:

Exemplo:
(PREF. JUCÁS/CE – PROFESSOR DE MATEMÁTICA – INSTITUTO
NEO EXITUS) O número de faces de um prisma, em que a base é um Cálculo do volume:
polígono de n lados é:
(A) n + 1.
(B) n + 2.
(C) n.
(D) n – 1.
(E) 2n + 1.

Resolução:
Se a base tem n lados, significa que de cada lado sairá uma face.
Assim, teremos n faces, mais a base inferior, e mais a base su-
perior.
Portanto, n + 2
Resposta: B Resposta: D

91
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
CILINDRO: é um sólido geométrico que tem duas bases iguais, Resolução:
paralelas e circulares. Em um cone equilátero temos que g = 2r. Do enunciado o raio
é 8 cm, então a geratriz é g = 2.8 = 16 cm.
g2 = h2 + r2
162 = h2 + 82
256 = h2 + 64
256 – 64 = h2
h2 = 192

Resposta: D

ESFERA: superfície curva, possui formato de uma bola.

CONE: é um sólido geométrico que tem uma base circular e


vértice superior.

TRONCOS: são cortes feitos nas superfícies de alguns dos sóli-


dos geométricos. São eles:
Exemplo:
Um cone equilátero tem raio igual a 8 cm. A altura desse cone,
em cm, é:

(A)

(B)

(C)

(D)

(E) 8

92
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplo:
(ESCOLA DE SARGENTO DAS ARMAS – COMBATENTE/LOGÍSTICA – TÉCNICA/AVIAÇÃO – EXÉRCITO BRASILEIRO) O volume de um
tronco de pirâmide de 4 dm de altura e cujas áreas das bases são iguais a 36 dm² e 144 dm² vale:
(A) 330 cm³
(B) 720 dm³
(C) 330 m³
(D) 360 dm³
(E) 336 dm³

Resolução:

AB=144 dm²
Ab=36 dm²

Resposta: E

Geometria analítica
Um dos objetivos da Geometria Analítica é determinar a reta que representa uma certa equação ou obter a equação de uma reta
dada, estabelecendo uma relação entre a geometria e a álgebra.

Sistema cartesiano ortogonal (PONTO)


Para representar graficamente um par ordenado de números reais, fixamos um referencial cartesiano ortogonal no plano. A reta x
é o eixo das abscissas e a reta y é o eixo das ordenadas. Como se pode verificar na imagem é o Sistema cartesiano e suas propriedades.

Para determinarmos as coordenadas de um ponto P, traçamos linhas perpendiculares aos eixos x e y.


• xp é a abscissa do ponto P;
• yp é a ordenada do ponto P;
• xp e yp constituem as coordenadas do ponto P.

Mediante a esse conhecimento podemos destacar as formulas que serão uteis ao cálculo.

93
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Distância entre dois pontos de um plano Condição de alinhamento de três pontos
Por meio das coordenadas de dois pontos A e B, podemos lo- Consideremos três pontos de uma mesma reta (colineares),
calizar esses pontos em um sistema cartesiano ortogonal e, com A(x1, y1), B(x2, y2) e C(x3, y3).
isso, determinar a distância d(A, B) entre eles. O triângulo formado
é retângulo, então aplicamos o Teorema de Pitágoras.

Estes pontos estarão alinhados se, e somente se:

Ponto médio de um segmento

Por outro lado, se D ≠ 0, então os pontos A, B e C serão vértices


de um triângulo cuja área é:

onde o valor do determinante é sempre dado em módulo, pois


a área não pode ser um número negativo.

Inclinação de uma reta e Coeficiente angular de uma reta (ou


declividade)
À medida do ângulo α, onde α é o menor ângulo que uma reta
forma com o eixo x, tomado no sentido anti-horário, chamamos de
inclinação da reta r do plano cartesiano.

Baricentro
O baricentro (G) de um triângulo é o ponto de intersecção das
medianas do triângulo. O baricentro divide as medianas na razão
de 2:1.

Já a declividade é dada por: m = tgα

94
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Cálculo do coeficiente angular Com o coeficiente angular, podemos utilizar qualquer um dos
Se a inclinação α nos for desconhecida, podemos calcular o co- dois pontos para determinamos a equação da reta. Temos A(1, 4),
eficiente angular m por meio das coordenadas de dois pontos da m = -3 e Q(x, y)
reta, como podemos verificar na imagem. y - y1 = m.(x - x1) ⇒ y - 4 = -3. (x - 1) ⇒ y - 4 = -3x + 3 ⇒ 3x +
y - 4 - 3 = 0 ⇒ 3x + y - 7 = 0

Equação reduzida da reta


A equação reduzida é obtida quando isolamos y na equação da
reta y - b = mx

Reta

Equação da reta
A equação da reta é determinada pela relação entre as abscis-
sas e as ordenadas. Todos os pontos desta reta obedecem a uma
mesma lei. Temos duas maneiras de determinar esta equação:
– Equação segmentária da reta
1) Um ponto e o coeficiente angular É a equação da reta determinada pelos pontos da reta que in-
terceptam os eixos x e y nos pontos A (a, 0) e B (0,b).
Exemplo:
Consideremos um ponto P(1, 3) e o coeficiente angular m = 2.
Dados P(x1, y1) e Q(x, y), com P ∈ r, Q ∈ r e m a declividade da
reta r, a equação da reta r será:

Equação geral da reta


Toda equação de uma reta pode ser escrita na forma:
ax + by + c = 0
2) Dois pontos: A(x1, y1) e B(x2, y2)
Consideremos os pontos A(1, 4) e B(2, 1). Com essas informa- onde a, b e c são números reais constantes com a e b não si-
ções, podemos determinar o coeficiente angular da reta: multaneamente nulos.

95
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Posições relativas de duas retas C) Retas coincidentes: Se r1 e r2 são coincidentes, as retas cor-
Em relação a sua posição elas podem ser: tam o eixo y no mesmo ponto; portanto, além de terem seus coe-
ficientes angulares iguais, seus coeficientes lineares também serão
A) Retas concorrentes: Se r1 e r2 são concorrentes, então seus iguais.
ângulos formados com o eixo x são diferentes e, como consequên-
cia, seus coeficientes angulares são diferentes.

Intersecção de retas
Duas retas concorrentes, apresentam um ponto de intersecção
P(a, b), em que as coordenadas (a, b) devem satisfazer as equações
de ambas as retas. Para determinarmos as coordenadas de P, basta
resolvermos o sistema constituído pelas equações dessas retas.

B) Retas paralelas: Se r1 e r2 são paralelas, seus ângulos com o Condição de perpendicularismo


eixo x são iguais e, em consequência, seus coeficientes angulares Se duas retas, r1 e r2, são perpendiculares entre si, a seguinte
são iguais (m1 = m2). Entretanto, para que sejam paralelas, é neces- relação deverá ser verdadeira.
sário que seus coeficientes lineares n1 e n2 sejam diferentes

onde m1 e m2 são os coeficientes angulares das retas r1 e r2,


respectivamente.

96
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Distância entre um ponto e uma reta Equação reduzida da circunferência
A distância de um ponto a uma reta é a medida do segmento Dados um ponto P(x, y) qualquer, pertencente a uma circunfe-
perpendicular que liga o ponto à reta. Utilizamos a fórmula a seguir rência de centro O(a,b) e raio r, sabemos que: d(O,P) = r.
para obtermos esta distância.

onde d(P, r) é a distância entre o ponto P(xP, yP) e a reta r .

Exemplo: Equação Geral da circunferência


(UEPA) O comandante de um barco resolveu acompanhar a A equação geral de uma circunferência é obtida através do de-
procissão fluvial do Círio-2002, fazendo o percurso em linha reta. senvolvimento da equação reduzida.
Para tanto, fez uso do sistema de eixos cartesianos para melhor
orientação. O barco seguiu a direção que forma 45° com o sentido
positivo do eixo x, passando pelo ponto de coordenadas (3, 5). Este
trajeto ficou bem definido através da equação:
(A) y = 2x – 1
(B) y = - 3x + 14 Exemplo:
(C) y = x + 2 (VUNESP) A equação da circunferência, com centro no ponto
(D) y = - x + 8 C(2, 1) e que passa pelo ponto P(0, 3), é:
(E) y = 3x – 4 (A) x2 + (y – 3)2 = 0
(B) (x – 2)2 + (y – 1)2 = 4
Resolução: (C) (x – 2)2 + (y – 1)2 = 8
xo = 3, yo = 5 e = 1. As alternativas estão na forma de equação (D) (x – 2)2 + (y – 1)2 = 16
reduzida, então: (E) x2 + (y – 3)2 = 8
y – yo = m(x – xo)
y – 5 = 1.(x – 3) Resolução:
y–5=x–3 Temos que C(2, 1), então a = 2 e b = 1. O raio não foi dado no
y=x–3+5 enunciado.
y=x+2 (x – a)2 + (y – b)2 = r2
Resposta: C (x – 2)2 + (y – 1)2 = r2 (como a circunferência passa pelo ponto P,
basta substituir o x por 0 e o y por 3 para achar a raio.
Circunferência (0 – 2)2 + (3 – 1)2 = r2
É o conjunto dos pontos do plano equidistantes de um ponto (- 2)2 + 22 = r2
fixo O, denominado centro da circunferência. 4 + 4 = r2
A medida da distância de qualquer ponto da circunferência ao r2 = 8
centro O é sempre constante e é denominada raio. (x – 2)2 + (y – 1)2 = 8
Resposta: C

97
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Elipse TEOREMA DE PITÁGORAS
É o conjunto dos pontos de um plano cuja soma das distâncias Em todo triângulo retângulo, o maior lado é chamado de hipo-
a dois pontos fixos do plano é constante. Onde F1 e F2 são focos: tenusa e os outros dois lados são os catetos. Deste triângulo tira-
mos a seguinte relação:

“Em todo triângulo retângulo o quadrado da hipotenusa é igual


à soma dos quadrados dos catetos”.
a2 = b2 + c2

Exemplo:
Um barco partiu de um ponto A e navegou 10 milhas para o
Mesmo que mudemos o eixo maior da elipse do eixo x para oeste chegando a um ponto B, depois 5 milhas para o sul chegando
o eixo y, a relação de Pitágoras (a2 =b2 + c2) continua sendo válida. a um ponto C, depois 13 milhas para o leste chagando a um ponto D
e finalmente 9 milhas para o norte chegando a um ponto E. Onde o
barco parou relativamente ao ponto de partida?
(A) 3 milhas a sudoeste.
(B) 3 milhas a sudeste.
(C) 4 milhas ao sul.
(D) 5 milhas ao norte.
(E) 5 milhas a nordeste.

Resolução:

Equações da elipse
a) Centrada na origem e com o eixo maior na horizontal.

x 2 = 32 + 42
b) Centrada na origem e com o eixo maior na vertical. x2 = 9 + 16
x2 = 25
Resposta: E

ANÁLISE COMBINATÓRIA (PRINCÍPIO FUNDAMENTAL


DA CONTAGEM, PERMUTAÇÕES SIMPLES, ARRANJOS
SIMPLES E COMBINAÇÕES SIMPLES)

A Análise Combinatória é a parte da Matemática que desen-


volve meios para trabalharmos com problemas de contagem. Ve-
jamos eles:

Princípio fundamental de contagem (PFC)


É o total de possibilidades de o evento ocorrer.

98
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
• Princípio multiplicativo: P1. P2. P3. ... .Pn.(regra do “e”). É Arranjo simples
um princípio utilizado em sucessão de escolha, como ordem. Arranjo simples de n elementos tomados p a p, onde n>=1 e p
• Princípio aditivo: P1 + P2 + P3 + ... + Pn. (regra do “ou”). É o é um número natural, é qualquer ordenação de p elementos dentre
princípio utilizado quando podemos escolher uma coisa ou outra. os n elementos, em que cada maneira de tomar os elementos se
diferenciam pela ordem e natureza dos elementos.
Exemplos:
(BNB) Apesar de todos os caminhos levarem a Roma, eles pas- Atenção: Observe que no grupo dos elementos: {1,2,3} um dos
sam por diversos lugares antes. Considerando-se que existem três arranjos formados, com três elementos, 123 é DIFERENTE de 321, e
caminhos a seguir quando se deseja ir da cidade A para a cidade assim sucessivamente.
B, e que existem mais cinco opções da cidade B para Roma, qual a
quantidade de caminhos que se pode tomar para ir de A até Roma, • Sem repetição
passando necessariamente por B? A fórmula para cálculo de arranjo simples é dada por:
(A) Oito.
(B) Dez.
(C) Quinze.
(D) Dezesseis.
(E) Vinte.

Resolução: Onde:
Observe que temos uma sucessão de escolhas: n = Quantidade total de elementos no conjunto.
Primeiro, de A para B e depois de B para Roma. P =Quantidade de elementos por arranjo
1ª possibilidade: 3 (A para B). Exemplo: Uma escola possui 18 professores. Entre eles, serão
Obs.: o número 3 representa a quantidade de escolhas para a escolhidos: um diretor, um vice-diretor e um coordenador pedagó-
primeira opção. gico. Quantas as possibilidades de escolha?
n = 18 (professores)
2ª possibilidade: 5 (B para Roma). p = 3 (cargos de diretor, vice-diretor e coordenador pedagógi-
Temos duas possibilidades: A para B depois B para Roma, logo, co)
uma sucessão de escolhas.
Resultado: 3 . 5 = 15 possibilidades.
Resposta: C.

(PREF. CHAPECÓ/SC – ENGENHEIRO DE TRÂNSITO – IOBV) Em


um restaurante os clientes têm a sua disposição, 6 tipos de carnes, • Com repetição
4 tipos de cereais, 4 tipos de sobremesas e 5 tipos de sucos. Se o Os elementos que compõem o conjunto podem aparecer re-
cliente quiser pedir 1 tipo carne, 1 tipo de cereal, 1 tipo de sobre- petidos em um agrupamento, ou seja, ocorre a repetição de um
mesa e 1 tipo de suco, então o número de opções diferentes com mesmo elemento em um agrupamento.
que ele poderia fazer o seu pedido, é: A fórmula geral para o arranjo com repetição é representada
(A) 19 por:
(B) 480
(C) 420
(D) 90

Resolução:
A questão trata-se de princípio fundamental da contagem, logo Exemplo: Seja P um conjunto com elementos: P = {A,B,C,D},
vamos enumerar todas as possibilidades de fazermos o pedido: tomando os agrupamentos de dois em dois, considerando o arranjo
6 x 4 x 4 x 5 = 480 maneiras. com repetição quantos agrupamentos podemos obter em relação
Resposta: B. ao conjunto P.

Fatorial Resolução:
Sendo n um número natural, chama-se de n! (lê-se: n fatorial) P = {A, B, C, D}
a expressão: n=4
n! = n (n - 1) (n - 2) (n - 3). ... .2 . 1, como n ≥ 2. p=2
A(n,p)=np
Exemplos: A(4,2)=42=16
5! = 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 120.
7! = 7 . 6 . 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 5.040. Permutação
É a TROCA DE POSIÇÃO de elementos de uma sequência. Utili-
ATENÇÃO zamos todos os elementos.

0! = 1 • Sem repetição
1! = 1
Tenha cuidado 2! = 2, pois 2 . 1 = 2. E 3!
Não é igual a 3, pois 3 . 2 . 1 = 6.

99
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Atenção: Todas as questões de permutação simples podem ser
resolvidas pelo princípio fundamental de contagem (PFC).

Exemplo:
(PREF. LAGOA DA CONFUSÃO/TO – ORIENTADOR SOCIAL –
IDECAN) Renato é mais velho que Jorge de forma que a razão entre Exemplo:
o número de anagramas de seus nomes representa a diferença en- (CESPE) Uma mesa circular tem seus 6 lugares, que serão ocu-
tre suas idades. Se Jorge tem 20 anos, a idade de Renato é pados pelos 6 participantes de uma reunião. Nessa situação, o nú-
(A) 24. mero de formas diferentes para se ocupar esses lugares com os par-
(B) 25. ticipantes da reunião é superior a 102.
(C) 26. ( ) Certo
(D) 27. ( ) Errado
(E) 28.
Resolução:
Resolução: É um caso clássico de permutação circular.
Anagramas de RENATO Pc = (6 - 1) ! = 5! = 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 120 possibilidades.
______ Resposta: CERTO.
6.5.4.3.2.1=720
Combinação
Anagramas de JORGE Combinação é uma escolha de um grupo, SEM LEVAR EM CON-
_____ SIDERAÇÃO a ordem dos elementos envolvidos.
5.4.3.2.1=120

Razão dos anagramas: 720/120=6 • Sem repetição


Se Jorge tem 20 anos, Renato tem 20+6=26 anos. Dados n elementos distintos, chama-se de combinação simples
Resposta: C. desses n elementos, tomados p a p, a qualquer agrupamento de p
elementos distintos, escolhidos entre os n elementos dados e que
• Com repetição diferem entre si pela natureza de seus elementos.
Na permutação com elementos repetidos ocorrem permuta-
ções que não mudam o elemento, pois existe troca de elementos Fórmula:
iguais. Por isso, o uso da fórmula é fundamental.

Exemplo:
Exemplo: (CRQ 2ª REGIÃO/MG – AUXILIAR ADMINISTRATIVO – FUN-
(CESPE) Considere que um decorador deva usar 7 faixas colo- DEP) Com 12 fiscais, deve-se fazer um grupo de trabalho com 3
ridas de dimensões iguais, pendurando-as verticalmente na vitri- deles. Como esse grupo deverá ter um coordenador, que pode ser
ne de uma loja para produzir diversas formas. Nessa situação, se 3 qualquer um deles, o número de maneiras distintas possíveis de se
faixas são verdes e indistinguíveis, 3 faixas são amarelas e indistin- fazer esse grupo é:
guíveis e 1 faixa é branca, esse decorador conseguirá produzir, no (A) 4
máximo, 140 formas diferentes com essas faixas. (B) 660
( ) Certo (C) 1 320
( ) Errado (D) 3 960

Resolução: Resolução:
Total: 7 faixas, sendo 3 verdes e 3 amarelas. Como trata-se de Combinação, usamos a fórmula:

Resposta: Certo.

• Circular
A permutação circular é formada por pessoas em um formato
circular. A fórmula é necessária, pois existem algumas permutações
realizadas que são iguais. Usamos sempre quando:
a) Pessoas estão em um formato circular.
b) Pessoas estão sentadas em uma mesa quadrada (retangular)
de 4 lugares.

100
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Onde n = 12 e p = 3

Como cada um deles pode ser o coordenado, e no grupo tem 3 pessoas, logo temos 220 x 3 = 660.
Resposta: B.

As questões que envolvem combinação estão relacionadas a duas coisas:


– Escolha de um grupo ou comissões.
– Escolha de grupo de elementos, sem ordem, ou seja, escolha de grupo de pessoas, coisas, objetos ou frutas.

• Com repetição
É uma escolha de grupos, sem ordem, porém, podemos repetir elementos na hora de escolher.

Exemplo:
Em uma combinação com repetição classe 2 do conjunto {a, b, c}, quantas combinações obtemos?
Utilizando a fórmula da combinação com repetição, verificamos o mesmo resultado sem necessidade de enumerar todas as possibi-
lidades:
n=3ep=2

PROBABILIDADE

PROBABILIDADES
A teoria da probabilidade permite que se calcule a chance de ocorrência de um número em um experimento aleatório.

Elementos da teoria das probabilidades


• Experimentos aleatórios: fenômenos que apresentam resultados imprevisíveis quando repetidos, mesmo que as condições sejam
semelhantes.
• Espaço amostral: é o conjunto U, de todos os resultados possíveis de um experimento aleatório.
• Evento: qualquer subconjunto de um espaço amostral, ou seja, qualquer que seja E Ì U, onde E é o evento e U, o espaço amostral.

Experimento composto
Quando temos dois ou mais experimentos realizados simultaneamente, dizemos que o experimento é composto. Nesse caso, o nú-
mero de elementos do espaço amostral é dado pelo produto dos números de elementos dos espaços amostrais de cada experimento.
n(U) = n(U1).n(U2)

101
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Probabilidade de um evento
Em um espaço amostral U, equiprobabilístico (com elementos que têm chances iguais de ocorrer), com n(U) elementos, o evento E,
com n(E) elementos, onde E Ì U, a probabilidade de ocorrer o evento E, denotado por p(E), é o número real, tal que:

Onde,
n(E) = número de elementos do evento E.
n(S) = número de elementos do espaço amostral S.

Sendo 0 ≤ P(E) ≤ 1 e S um conjunto equiprovável, ou seja, todos os elementos têm a mesma “chance de acontecer.

ATENÇÃO:
As probabilidades podem ser escritas na forma decimal ou representadas em porcentagem.
Assim: 0 ≤ p(E) ≤ 1, onde:
p(∅) = 0 ou p(∅) = 0%
p(U) = 1 ou p(U) = 100%

Exemplo:
(PREF. NITERÓI – AGENTE FAZENDÁRIO – FGV) O quadro a seguir mostra a distribuição das idades dos funcionários de certa repartição
pública:

FAIXA DE IDADES (ANOS) NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS


20 ou menos 2
De 21 a 30 8
De 31 a 40 12
De 41 a 50 14
Mais de 50 4

Escolhendo ao acaso um desses funcionários, a probabilidade de que ele tenha mais de 40 anos é:
(A) 30%;
(B) 35%;
(C) 40%;
(D) 45%;
(E) 55%.

Resolução:
O espaço amostral é a soma de todos os funcionário:
2 + 8 + 12 + 14 + 4 = 40
O número de funcionário que tem mais de 40 anos é: 14 + 4 = 18
Logo a probabilidade é:

Resposta: D

102
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Probabilidade da união de eventos
Para obtermos a probabilidade da união de eventos utilizamos a seguinte expressão:

Quando os eventos forem mutuamente exclusivos, tendo A ∩ B = Ø, utilizamos a seguinte equação:

Probabilidade de um evento complementar


É quando a soma das probabilidades de ocorrer o evento E, e de não ocorrer o evento E (seu complementar, Ē) é 1.

Probabilidade condicional
Quando se impõe uma condição que reduz o espaço amostral, dizemos que se trata de uma probabilidade condicional.
Sejam A e B dois eventos de um espaço amostral U, com p(B) ≠ 0. Chama-se probabilidade de A condicionada a B a probabilidade de
ocorrência do evento A, sabendo-se que já ocorreu ou que vai ocorrer o evento B, ou seja:

Podemos também ler como: a probabilidade de A “dado que” ou “sabendo que” a probabilidade de B.

– Caso forem dois eventos simultâneos (ou sucessivos): para se avaliar a probabilidade de ocorrem dois eventos simultâneos (ou
sucessivos), que é P (A ∩ B), é preciso multiplicar a probabilidade de ocorrer um deles P(B) pela probabilidade de ocorrer o outro, sabendo
que o primeiro já ocorreu P (A | B). Sendo:

– Se dois eventos forem independentes: dois eventos A e B de um espaço amostral S são independentes quando P(A|B) = P(A) ou
P(B|A) = P(B). Sendo os eventos A e B independentes, temos:

P (A ∩ B) = P(A). P(B)

103
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Lei Binomial de probabilidade − Chamadas: informações específicas destinadas a esclarecer
A lei binominal das probabilidades é dada pela fórmula: ou conceituar dados numa parte da tabela. Deverão estar indica-
das no corpo da tabela, em números arábicos entre parênteses, à
esquerda nas casas e à direita na coluna indicadora. Os elementos
complementares devem situar-se no rodapé da tabela, na mesma
ordem em que foram descritos.

Sendo:
n: número de tentativas independentes;
p: probabilidade de ocorrer o evento em cada experimento (su-
cesso);
q: probabilidade de não ocorrer o evento (fracasso); q = 1 - p
k: número de sucessos.

ATENÇÃO:
A lei binomial deve ser aplicada nas seguintes condições:
– O experimento deve ser repetido nas mesmas condições as
n vezes.
– Em cada experimento devem ocorrer os eventos E e .
– A probabilidade do E deve ser constante em todas as n vezes.
– Cada experimento é independente dos demais. Gráficos
Outro modo de apresentar dados estatísticos é sob uma forma
Exemplo: ilustrada, comumente chamada de gráfico. Os gráficos constituem-
Lançando-se um dado 5 vezes, qual a probabilidade de ocorre- -se numa das mais eficientes formas de apresentação de dados.
rem três faces 6? Um gráfico é, essencialmente, uma figura construída a partir de
uma tabela; mas, enquanto a tabela fornece uma ideia mais precisa
Resolução: e possibilita uma inspeção mais rigorosa aos dados, o gráfico é mais
n: número de tentativas ⇒ n = 5 indicado para situações que visem proporcionar uma impressão
k: número de sucessos ⇒ k = 3 mais rápida e maior facilidade de compreensão do comportamento
p: probabilidade de ocorrer face 6 ⇒ p = 1/6 do fenômeno em estudo.
q: probabilidade de não ocorrer face 6 ⇒ q = 1- p ⇒ q = 5/6 Os gráficos e as tabelas se prestam, portanto, a objetivos distin-
tos, de modo que a utilização de uma forma de apresentação não
exclui a outra.
Para a confecção de um gráfico, algumas regras gerais devem
NOÇÕES BÁSICAS DE ESTATÍSTICA, GRÁFICOS E ser observadas:
TABELAS Os gráficos, geralmente, são construídos num sistema de eixos
chamado sistema cartesiano ortogonal. A variável independente é
Tabelas localizada no eixo horizontal (abscissas), enquanto a variável de-
A tabela é a forma não discursiva de apresentar informações, pendente é colocada no eixo vertical (ordenadas). No eixo vertical,
das quais o dado numérico se destaca como informação central. o início da escala deverá ser sempre zero, ponto de encontro dos
Sua finalidade é apresentar os dados de modo ordenado, simples eixos.
e de fácil interpretação, fornecendo o máximo de informação num − Iguais intervalos para as medidas deverão corresponder a
mínimo de espaço. iguais intervalos para as escalas. Exemplo: Se ao intervalo 10-15 kg
corresponde 2 cm na escala, ao intervalo 40-45 kg também deverá
Elementos da tabela corresponder 2 cm, enquanto ao intervalo 40-50 kg corresponderá
Uma tabela estatística é composta de elementos essenciais e 4 cm.
elementos complementares. Os elementos essenciais são: − O gráfico deverá possuir título, fonte, notas e legenda, ou
− Título: é a indicação que precede a tabela contendo a desig- seja, toda a informação necessária à sua compreensão, sem auxílio
nação do fato observado, o local e a época em que foi estudado. do texto.
− Corpo: é o conjunto de linhas e colunas onde estão inseridos − O gráfico deverá possuir formato aproximadamente quadra-
os dados. do para evitar que problemas de escala interfiram na sua correta
− Cabeçalho: é a parte superior da tabela que indica o conteú- interpretação.
do das colunas.
− Coluna indicadora: é a parte da tabela que indica o conteúdo Tipos de Gráficos
das linhas.
• Estereogramas: são gráficos onde as grandezas são repre-
Os elementos complementares são: sentadas por volumes. Geralmente são construídos num sistema
− Fonte: entidade que fornece os dados ou elabora a tabela. de eixos bidimensional, mas podem ser construídos num sistema
− Notas: informações de natureza geral, destinadas a esclare- tridimensional para ilustrar a relação entre três variáveis.
cer o conteúdo das tabelas.

104
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
• Diagramas: são gráficos geométricos de duas dimensões, de
fácil elaboração e grande utilização. Podem ser ainda subdivididos
em: gráficos de colunas, de barras, de linhas ou curvas e de setores.

a) Gráfico de colunas: neste gráfico as grandezas são compa-


radas através de retângulos de mesma largura, dispostos vertical-
mente e com alturas proporcionais às grandezas. A distância entre
os retângulos deve ser, no mínimo, igual a 1/2 e, no máximo, 2/3 da
largura da base dos mesmos.

• Cartogramas: são representações em cartas geográficas (ma-


pas).

b) Gráfico de barras: segue as mesmas instruções que o gráfico


de colunas, tendo a única diferença que os retângulos são dispostos
horizontalmente. É usado quando as inscrições dos retângulos fo-
rem maiores que a base dos mesmos.

• Pictogramas ou gráficos pictóricos: são gráficos puramente


ilustrativos, construídos de modo a ter grande apelo visual, dirigi-
dos a um público muito grande e heterogêneo. Não devem ser uti-
lizados em situações que exijam maior precisão.

105
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
c) Gráfico de linhas ou curvas: neste gráfico os pontos são dis- Exemplo:
postos no plano de acordo com suas coordenadas, e a seguir são li- (PREF. FORTALEZA/CE – PEDAGOGIA – PREF. FORTALEZA) “Es-
gados por segmentos de reta. É muito utilizado em séries históricas tar alfabetizado, neste final de século, supõe saber ler e interpretar
e em séries mistas quando um dos fatores de variação é o tempo, dados apresentados de maneira organizada e construir represen-
como instrumento de comparação. tações, para formular e resolver problemas que impliquem o reco-
lhimento de dados e a análise de informações. Essa característica
da vida contemporânea traz ao currículo de Matemática uma de-
manda em abordar elementos da estatística, da combinatória e da
probabilidade, desde os ciclos iniciais” (BRASIL, 1997).

Observe os gráficos e analise as informações.

d) Gráfico em setores: é recomendado para situações em que


se deseja evidenciar o quanto cada informação representa do total.
A figura consiste num círculo onde o total (100%) representa 360°,
subdividido em tantas partes quanto for necessário à representa-
ção. Essa divisão se faz por meio de uma regra de três simples. Com
o auxílio de um transferidor efetuasse a marcação dos ângulos cor-
respondentes a cada divisão.

A partir das informações contidas nos gráficos, é correto afir-


mar que:
(A) nos dias 03 e 14 choveu a mesma quantidade em Fortaleza
e Florianópolis.
(B) a quantidade de chuva acumulada no mês de março foi
maior em Fortaleza.
(C) Fortaleza teve mais dias em que choveu do que Florianó-
polis.
(D) choveu a mesma quantidade em Fortaleza e Florianópolis.

Resolução:
A única alternativa que contém a informação correta com os
gráficos é a C.
Resposta: C

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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Média Aritmética Exemplo:
Ela se divide em: (CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP – PRO-
GRAMADOR DE COMPUTADOR – FIP) A média semestral de um cur-
• Simples: é a soma de todos os seus elementos, dividida pelo so é dada pela média ponderada de três provas com peso igual a 1
número de elementos n. na primeira prova, peso 2 na segunda prova e peso 3 na terceira.
Para o cálculo: Qual a média de um aluno que tirou 8,0 na primeira, 6,5 na segunda
Se x for a média aritmética dos elementos do conjunto numéri- e 9,0 na terceira?
co A = {x1; x2; x3; ...; xn}, então, por definição: (A) 7,0
(B) 8,0
(C) 7,8
(D) 8,4
(E) 7,2

Resolução:
Na média ponderada multiplicamos o peso da prova pela sua
Exemplo: nota e dividimos pela soma de todos os pesos, assim temos:
(CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS/SP – ANALIS-
TA TÉCNICO LEGISLATIVO – DESIGNER GRÁFICO – VUNESP) Na festa
de seu aniversário em 2014, todos os sete filhos de João estavam
presentes. A idade de João nessa ocasião representava 2 vezes a
média aritmética da idade de seus filhos, e a razão entre a soma das Resposta: B
idades deles e a idade de João valia
(A) 1,5. Média geométrica
(B) 2,0. É definida, para números positivos, como a raiz n-ésima do pro-
(C) 2,5. duto de n elementos de um conjunto de dados.
(D) 3,0.
(E) 3,5.

Resolução:
Foi dado que: J = 2.M
• Aplicações
(I) Como o próprio nome indica, a média geométrica sugere inter-
pretações geométricas. Podemos calcular, por exemplo, o lado de
um quadrado que possui a mesma área de um retângulo, usando a
Foi pedido: definição de média geométrica.

Exemplo:
Na equação ( I ), temos que: A média geométrica entre os números 12, 64, 126 e 345, é
dada por:
G = R4[12 ×64×126×345] = 76,013

Média harmônica
Corresponde a quantidade de números de um conjunto dividi-
dos pela soma do inverso de seus termos. Embora pareça compli-
cado, sua formulação mostra que também é muito simples de ser
calculada:

Resposta: E

• Ponderada: é a soma dos produtos de cada elemento multi-


plicado pelo respectivo peso, dividida pela soma dos pesos.
Para o cálculo

ATENÇÃO: A palavra média, sem especificações (aritmética ou


ponderada), deve ser entendida como média aritmética.

107
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplo:
Na figura abaixo os segmentos AB e DA são tangentes à cir-
cunferência determinada pelos pontos B, C e D. Sabendo-se que os
segmentos AB e CD são paralelos, pode-se afirmar que o lado BC é:
Ou seja, BC é a média geométrica entre AB e CD.
Resposta: B

COMPREENSÃO DE ESTRUTURAS LÓGICAS. LÓGICA


DE ARGUMENTAÇÃO: ANALOGIAS, INFERÊNCIAS,
DEDUÇÕES E CONCLUSÕES. DIAGRAMAS LÓGICOS

RACIOCÍNIO LÓGICO MATEMÁTICO


Este tipo de raciocínio testa sua habilidade de resolver proble-
mas matemáticos, e é uma forma de medir seu domínio das dife-
(A) a média aritmética entre AB e CD. rentes áreas do estudo da Matemática: Aritmética, Álgebra, leitura
(B) a média geométrica entre AB e CD. de tabelas e gráficos, Probabilidade e Geometria etc. Essa parte
(C) a média harmônica entre AB e CD. consiste nos seguintes conteúdos:
(D) o inverso da média aritmética entre AB e CD. - Operação com conjuntos.
(E) o inverso da média harmônica entre AB e CD. - Cálculos com porcentagens.
- Raciocínio lógico envolvendo problemas aritméticos, geomé-
Resolução: tricos e matriciais.
Sendo AB paralela a CD, se traçarmos uma reta perpendicular a - Geometria básica.
AB, esta será perpendicular a CD também. - Álgebra básica e sistemas lineares.
Traçamos então uma reta perpendicular a AB, passando por B e - Calendários.
outra perpendicular a AB passando por D: - Numeração.
- Razões Especiais.
- Análise Combinatória e Probabilidade.
- Progressões Aritmética e Geométrica.

RACIOCÍNIO LÓGICO DEDUTIVO


Este tipo de raciocínio está relacionado ao conteúdo Lógica de
Argumentação.

ORIENTAÇÕES ESPACIAL E TEMPORAL


O raciocínio lógico espacial ou orientação espacial envolvem
figuras, dados e palitos. O raciocínio lógico temporal ou orientação
temporal envolve datas, calendário, ou seja, envolve o tempo.
Sendo BE perpendicular a AB temos que BE irá passar pelo cen- O mais importante é praticar o máximo de questões que envol-
tro da circunferência, ou seja, podemos concluir que o ponto E é vam os conteúdos:
ponto médio de CD. - Lógica sequencial
Agora que ED é metade de CD, podemos dizer que o compri- - Calendários
mento AF vale AB-CD/2.
Aplicamos Pitágoras no triângulo ADF: RACIOCÍNIO VERBAL
Avalia a capacidade de interpretar informação escrita e tirar
conclusões lógicas.
Uma avaliação de raciocínio verbal é um tipo de análise de ha-
bilidade ou aptidão, que pode ser aplicada ao se candidatar a uma
(1) vaga. Raciocínio verbal é parte da capacidade cognitiva ou inteli-
gência geral; é a percepção, aquisição, organização e aplicação do
Aplicamos agora no triângulo ECB: conhecimento por meio da linguagem.
Nos testes de raciocínio verbal, geralmente você recebe um
(2) trecho com informações e precisa avaliar um conjunto de afirma-
ções, selecionando uma das possíveis respostas:
Agora diminuímos a equação (1) da equação (2): A – Verdadeiro (A afirmação é uma consequência lógica das in-
formações ou opiniões contidas no trecho)
B – Falso (A afirmação é logicamente falsa, consideradas as in-
formações ou opiniões contidas no trecho)
Note, no desenho, que os segmentos AD e AB possuem o mes- C – Impossível dizer (Impossível determinar se a afirmação é
mo comprimento, pois são tangentes à circunferência. Vamos então verdadeira ou falsa sem mais informações)
substituir na expressão acima AD = AB:

108
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
ESTRUTURAS LÓGICAS
Precisamos antes de tudo compreender o que são proposições. Chama-se proposição toda sentença declarativa à qual podemos atri-
buir um dos valores lógicos: verdadeiro ou falso, nunca ambos. Trata-se, portanto, de uma sentença fechada.

Elas podem ser:


• Sentença aberta: quando não se pode atribuir um valor lógico verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a proposição!), portanto, não
é considerada frase lógica. São consideradas sentenças abertas:
- Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou ontem? – Fez Sol ontem?
- Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso!
- Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue a televisão.
- Frases sem sentido lógico (expressões vagas, paradoxais, ambíguas, ...): “esta frase é falsa” (expressão paradoxal) – O cachorro do
meu vizinho morreu (expressão ambígua) – 2 + 5+ 1

• Sentença fechada: quando a proposição admitir um ÚNICO valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, nesse caso, será considerada
uma frase, proposição ou sentença lógica.

Proposições simples e compostas


• Proposições simples (ou atômicas): aquela que NÃO contém nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma. As
proposições simples são designadas pelas letras latinas minúsculas p,q,r, s..., chamadas letras proposicionais.

• Proposições compostas (ou moleculares ou estruturas lógicas): aquela formada pela combinação de duas ou mais proposições
simples. As proposições compostas são designadas pelas letras latinas maiúsculas P,Q,R, R..., também chamadas letras proposicionais.

ATENÇÃO: TODAS as proposições compostas são formadas por duas proposições simples.

Proposições Compostas – Conectivos


As proposições compostas são formadas por proposições simples ligadas por conectivos, aos quais formam um valor lógico, que po-
demos vê na tabela a seguir:

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA TABELA VERDADE

Negação ~ Não p

Conjunção ^ peq

Disjunção Inclusiva v p ou q

109
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

Disjunção Exclusiva v Ou p ou q

Condicional → Se p então q

Bicondicional ↔ p se e somente se q

Em síntese temos a tabela verdade das proposições que facilitará na resolução de diversas questões

Exemplo:
(MEC – CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA OS POSTOS 9,10,11 E 16 – CESPE)

A figura acima apresenta as colunas iniciais de uma tabela-verdade, em que P, Q e R representam proposições lógicas, e V e F corres-
pondem, respectivamente, aos valores lógicos verdadeiro e falso.

110
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Com base nessas informações e utilizando os conectivos lógicos usuais, julgue o item subsecutivo.
A última coluna da tabela-verdade referente à proposição lógica P v (Q↔R) quando representada na posição horizontal é igual a

( ) Certo
( ) Errado

Resolução:
P v (Q↔R), montando a tabela verdade temos:

R Q P [P v (Q ↔ R) ]
V V V V V V V V
V V F F V V V V
V F V V V F F V
V F F F F F F V
F V V V V V F F
F V F F F V F F
F F V V V F V F
F F F F V F V F

Resposta: Certo

Proposição
Conjunto de palavras ou símbolos que expressam um pensamento ou uma ideia de sentido completo. Elas transmitem pensamentos,
isto é, afirmam fatos ou exprimem juízos que formamos a respeito de determinados conceitos ou entes.

Valores lógicos
São os valores atribuídos as proposições, podendo ser uma verdade, se a proposição é verdadeira (V), e uma falsidade, se a proposi-
ção é falsa (F). Designamos as letras V e F para abreviarmos os valores lógicos verdade e falsidade respectivamente.
Com isso temos alguns aximos da lógica:
– PRINCÍPIO DA NÃO CONTRADIÇÃO: uma proposição não pode ser verdadeira E falsa ao mesmo tempo.
– PRINCÍPIO DO TERCEIRO EXCLUÍDO: toda proposição OU é verdadeira OU é falsa, verificamos sempre um desses casos, NUNCA
existindo um terceiro caso.

“Toda proposição tem um, e somente um, dos valores, que são: V ou F.”

Classificação de uma proposição


Elas podem ser:
• Sentença aberta: quando não se pode atribuir um valor lógico verdadeiro ou falso para ela (ou valorar a proposição!), portanto, não
é considerada frase lógica. São consideradas sentenças abertas:
- Frases interrogativas: Quando será prova? - Estudou ontem? – Fez Sol ontem?
- Frases exclamativas: Gol! – Que maravilhoso!
- Frase imperativas: Estude e leia com atenção. – Desligue a televisão.
- Frases sem sentido lógico (expressões vagas, paradoxais, ambíguas, ...): “esta frase é falsa” (expressão paradoxal) – O cachorro do
meu vizinho morreu (expressão ambígua) – 2 + 5+ 1

• Sentença fechada: quando a proposição admitir um ÚNICO valor lógico, seja ele verdadeiro ou falso, nesse caso, será considerada
uma frase, proposição ou sentença lógica.

Proposições simples e compostas


• Proposições simples (ou atômicas): aquela que NÃO contém nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma. As
proposições simples são designadas pelas letras latinas minúsculas p,q,r, s..., chamadas letras proposicionais.

Exemplos
r: Thiago é careca.
s: Pedro é professor.

111
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
• Proposições compostas (ou moleculares ou estruturas lógicas): aquela formada pela combinação de duas ou mais proposições
simples. As proposições compostas são designadas pelas letras latinas maiúsculas P,Q,R, R..., também chamadas letras proposicionais.

Exemplo
P: Thiago é careca e Pedro é professor.

ATENÇÃO: TODAS as proposições compostas são formadas por duas proposições simples.

Exemplos:
1. (CESPE/UNB) Na lista de frases apresentadas a seguir:
– “A frase dentro destas aspas é uma mentira.”
– A expressão x + y é positiva.
– O valor de √4 + 3 = 7.
– Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira.
– O que é isto?

Há exatamente:
(A) uma proposição;
(B) duas proposições;
(C) três proposições;
(D) quatro proposições;
(E) todas são proposições.

Resolução:
Analisemos cada alternativa:
(A) “A frase dentro destas aspas é uma mentira”, não podemos atribuir valores lógicos a ela, logo não é uma sentença lógica.
(B) A expressão x + y é positiva, não temos como atribuir valores lógicos, logo não é sentença lógica.
(C) O valor de √4 + 3 = 7; é uma sentença lógica pois podemos atribuir valores lógicos, independente do resultado que tenhamos
(D) Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira, também podemos atribuir valores lógicos (não estamos considerando a quantidade
certa de gols, apenas se podemos atribuir um valor de V ou F a sentença).
(E) O que é isto? - como vemos não podemos atribuir valores lógicos por se tratar de uma frase interrogativa.
Resposta: B.

Conectivos (conectores lógicos)


Para compôr novas proposições, definidas como composta, a partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos. São eles:

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA TABELA VERDADE

Negação ~ Não p

Conjunção ^ peq

Disjunção Inclusiva v p ou q

112
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

Disjunção Exclusiva v Ou p ou q

Condicional → Se p então q

Bicondicional ↔ p se e somente se q

Exemplo:
2. (PC/SP - Delegado de Polícia - VUNESP) Os conectivos ou operadores lógicos são palavras (da linguagem comum) ou símbolos (da
linguagem formal) utilizados para conectar proposições de acordo com regras formais preestabelecidas. Assinale a alternativa que apre-
senta exemplos de conjunção, negação e implicação, respectivamente.
(A) ¬ p, p v q, p ∧ q
(B) p ∧ q, ¬ p, p -> q
(C) p -> q, p v q, ¬ p
(D) p v p, p -> q, ¬ q
(E) p v q, ¬ q, p v q

Resolução:
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta o conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧. A negação é repre-
sentada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma proposição simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implicação é uma
proposição composta do tipo condicional (Se, então) é representada pelo símbolo (→).
Resposta: B.

Tabela Verdade
Quando trabalhamos com as proposições compostas, determinamos o seu valor lógico partindo das proposições simples que a com-
põe. O valor lógico de qualquer proposição composta depende UNICAMENTE dos valores lógicos das proposições simples componentes,
ficando por eles UNIVOCAMENTE determinados.

• Número de linhas de uma Tabela Verdade: depende do número de proposições simples que a integram, sendo dado pelo seguinte
teorema:
“A tabela verdade de uma proposição composta com n* proposições simples componentes contém 2n linhas.”

Exemplo:
3. (CESPE/UNB) Se “A”, “B”, “C” e “D” forem proposições simples e distintas, então o número de linhas da tabela-verdade da propo-
sição (A → B) ↔ (C → D) será igual a:
(A) 2;
(B) 4;
(C) 8;
(D) 16;
(E) 32.

113
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Resolução:
Veja que podemos aplicar a mesma linha do raciocínio acima, então teremos:
Número de linhas = 2n = 24 = 16 linhas.
Resposta D.

Conceitos de Tautologia , Contradição e Contigência


• Tautologia: possui todos os valores lógicos, da tabela verdade (última coluna), V (verdades).
Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma tautologia, então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma tautologia, quaisquer que sejam
as proposições P0, Q0, R0, ...

• Contradição: possui todos os valores lógicos, da tabela verdade (última coluna), F (falsidades). A contradição é a negação da Tauto-
logia e vice versa.
Princípio da substituição: Seja P (p, q, r, ...) é uma contradição, então P (P0; Q0; R0; ...) também é uma contradição, quaisquer que sejam
as proposições P0, Q0, R0, ...

• Contingência: possui valores lógicos V e F ,da tabela verdade (última coluna). Em outros termos a contingência é uma proposição
composta que não é tautologia e nem contradição.

Exemplos:
4. (DPU – ANALISTA – CESPE) Um estudante de direito, com o objetivo de sistematizar o seu estudo, criou sua própria legenda, na qual
identificava, por letras, algumas afirmações relevantes quanto à disciplina estudada e as vinculava por meio de sentenças (proposições).
No seu vocabulário particular constava, por exemplo:
P: Cometeu o crime A.
Q: Cometeu o crime B.
R: Será punido, obrigatoriamente, com a pena de reclusão no regime fechado.
S: Poderá optar pelo pagamento de fiança.

Ao revisar seus escritos, o estudante, apesar de não recordar qual era o crime B, lembrou que ele era inafiançável.
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o item que se segue.
A sentença (P→Q)↔((~Q)→(~P)) será sempre verdadeira, independentemente das valorações de P e Q como verdadeiras ou falsas.
( ) Certo
( ) Errado

Resolução:
Considerando P e Q como V.
(V→V) ↔ ((F)→(F))
(V) ↔ (V) = V
Considerando P e Q como F
(F→F) ↔ ((V)→(V))
(V) ↔ (V) = V
Então concluímos que a afirmação é verdadeira.
Resposta: Certo.

Equivalência
Duas ou mais proposições compostas são equivalentes, quando mesmo possuindo estruturas lógicas diferentes, apresentam a mesma
solução em suas respectivas tabelas verdade.
Se as proposições P(p,q,r,...) e Q(p,q,r,...) são ambas TAUTOLOGIAS, ou então, são CONTRADIÇÕES, então são EQUIVALENTES.

114
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplo:
5. (VUNESP/TJSP) Uma negação lógica para a afirmação “João é rico, ou Maria é pobre” é:
(A) Se João é rico, então Maria é pobre.
(B) João não é rico, e Maria não é pobre.
(C) João é rico, e Maria não é pobre.
(D) Se João não é rico, então Maria não é pobre.
(E) João não é rico, ou Maria não é pobre.

Resolução:
Nesta questão, a proposição a ser negada trata-se da disjunção de duas proposições lógicas simples. Para tal, trocamos o conectivo
por “e” e negamos as proposições “João é rico” e “Maria é pobre”. Vejam como fica:

Resposta: B.

Leis de Morgan
Com elas:
– Negamos que duas dadas proposições são ao mesmo tempo verdadeiras equivalendo a afirmar que pelo menos uma é falsa
– Negamos que uma pelo menos de duas proposições é verdadeira equivalendo a afirmar que ambas são falsas.

ATENÇÃO
As Leis de Morgan exprimem que NEGAÇÃO CONJUNÇÃO em DISJUNÇÃO
transforma: DISJUNÇÃO em CONJUNÇÃO

CONECTIVOS
Para compôr novas proposições, definidas como composta, a partir de outras proposições simples, usam-se os conectivos.

OPERAÇÃO CONECTIVO ESTRUTURA LÓGICA EXEMPLOS


Negação ~ Não p A cadeira não é azul.
Conjunção ^ peq Fernando é médico e Nicolas é Engenheiro.
Disjunção Inclusiva v p ou q Fernando é médico ou Nicolas é Engenheiro.
Disjunção Exclusiva v Ou p ou q Ou Fernando é médico ou João é Engenheiro.
Condicional → Se p então q Se Fernando é médico então Nicolas é Engenheiro.
Bicondicional ↔ p se e somente se q Fernando é médico se e somente se Nicolas é Engenheiro.

Conectivo “não” (~)


Chamamos de negação de uma proposição representada por “não p” cujo valor lógico é verdade (V) quando p é falsa e falsidade (F)
quando p é verdadeira. Assim “não p” tem valor lógico oposto daquele de p. Pela tabela verdade temos:

115
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Conectivo “e” (˄) No primeiro caso, o “ou” é inclusivo,pois pelo menos uma das
Se p e q são duas proposições, a proposição p ˄ q será chamada proposições é verdadeira, podendo ser ambas.
de conjunção. Para a conjunção, tem-se a seguinte tabela-verdade: No caso da segunda, o “ou” é exclusivo, pois somente uma das
proposições poderá ser verdadeiro

Conectivo “Se... então” (→)


Se p e q são duas proposições, a proposição p→q é chamada
subjunção ou condicional. Considere a seguinte subjunção: “Se fizer
sol, então irei à praia”.
1. Podem ocorrer as situações:
2. Fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade)
3. Fez sol e não fui à praia. (Eu menti)
4. Não fez sol e não fui à praia. (Eu disse a verdade)
5. Não fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade, pois eu não dis-
ATENÇÃO: Sentenças interligadas pelo conectivo “e” possuirão se o que faria se não fizesse sol. Assim, poderia ir ou não ir à praia).
o valor verdadeiro somente quando todas as sentenças, ou argu- Temos então sua tabela verdade:
mentos lógicos, tiverem valores verdadeiros.

Conectivo “ou” (v)


Este inclusivo: Elisabete é bonita ou Elisabete é inteligente.
(Nada impede que Elisabete seja bonita e inteligente).

Observe que uma subjunção p→q somente será falsa quando


a primeira proposição, p, for verdadeira e a segunda, q, for falsa.

Conectivo “Se e somente se” (↔)


Conectivo “ou” (v) Se p e q são duas proposições, a proposição p↔q1 é chamada
Este exclusivo: Elisabete é paulista ou Elisabete é carioca. (Se bijunção ou bicondicional, que também pode ser lida como: “p é
Elisabete é paulista, não será carioca e vice-versa). condição necessária e suficiente para q” ou, ainda, “q é condição
necessária e suficiente para p”.
Considere, agora, a seguinte bijunção: “Irei à praia se e somen-
te se fizer sol”. Podem ocorrer as situações:
1. Fez sol e fui à praia. (Eu disse a verdade)
2. Fez sol e não fui à praia. (Eu menti)
3. Não fez sol e fui à praia. (Eu menti)
4. Não fez sol e não fui à praia. (Eu disse a verdade). Sua tabela
verdade:

• Mais sobre o Conectivo “ou”


– “inclusivo”(considera os dois casos)
– “exclusivo”(considera apenas um dos casos)
Exemplos:
R: Paulo é professor ou administrador
S: Maria é jovem ou idosa
No primeiro caso, o “ou” é inclusivo,pois pelo menos uma das
proposições é verdadeira, podendo ser ambas. Observe que uma bicondicional só é verdadeira quando as pro-
No caso da segunda, o “ou” é exclusivo, pois somente uma das posições formadoras são ambas falsas ou ambas verdadeiras.
proposições poderá ser verdadeira
ATENÇÃO: O importante sobre os conectivos é ter em mente a
Ele pode ser “inclusivo”(considera os dois casos) ou “exclusi- tabela de cada um deles, para que assim você possa resolver qual-
vo”(considera apenas um dos casos) quer questão referente ao assunto.

Exemplo: Ordem de precedência dos conectivos:


R: Paulo é professor ou administrador O critério que especifica a ordem de avaliação dos conectivos
S: Maria é jovem ou idosa ou operadores lógicos de uma expressão qualquer. A lógica mate-
mática prioriza as operações de acordo com a ordem listadas:

116
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO

Em resumo:

Exemplo:
(PC/SP - DELEGADO DE POLÍCIA - VUNESP) Os conectivos ou operadores lógicos são palavras (da linguagem comum) ou símbolos (da
linguagem formal) utilizados para conectar proposições de acordo com regras formais preestabelecidas. Assinale a alternativa que apre-
senta exemplos de conjunção, negação e implicação, respectivamente.
(A) ¬ p, p v q, p ∧ q
(B) p ∧ q, ¬ p, p -> q
(C) p -> q, p v q, ¬ p
(D) p v p, p -> q, ¬ q
(E) p v q, ¬ q, p v q

Resolução:
A conjunção é um tipo de proposição composta e apresenta o conectivo “e”, e é representada pelo símbolo ∧. A negação é repre-
sentada pelo símbolo ~ou cantoneira (¬) e pode negar uma proposição simples (por exemplo: ¬ p ) ou composta. Já a implicação é uma
proposição composta do tipo condicional (Se, então) é representada pelo símbolo (→).
Resposta: B

CONTRADIÇÕES
São proposições compostas formadas por duas ou mais proposições onde seu valor lógico é sempre FALSO, independentemente do
valor lógico das proposições simples que a compõem. Vejamos:
A proposição: p ^ ~p é uma contradição, conforme mostra a sua tabela-verdade:

Exemplo:
(PEC-FAZ) Conforme a teoria da lógica proposicional, a proposição ~P ∧ P é:
(A) uma tautologia.
(B) equivalente à proposição ~p ∨ p.
(C) uma contradição.
(D) uma contingência.
(E) uma disjunção.

Resolução:
Montando a tabela teremos que:

P ~p ~p ^p
V F F
V F F
F V F
F V F

Como todos os valores são Falsidades (F) logo estamos diante de uma CONTRADIÇÃO.
Resposta: C

A proposição P(p,q,r,...) implica logicamente a proposição Q(p,q,r,...) quando Q é verdadeira todas as vezes que P é verdadeira. Repre-
sentamos a implicação com o símbolo “⇒”, simbolicamente temos:

117
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...). • Silogismo Disjuntivo

ATENÇÃO: Os símbolos “→” e “⇒” são completamente distin-


tos. O primeiro (“→”) representa a condicional, que é um conec-
tivo. O segundo (“⇒”) representa a relação de implicação lógica
que pode ou não existir entre duas proposições.

Exemplo:

• Modus Ponens

Observe:
- Toda proposição implica uma Tautologia:

• Modus Tollens

- Somente uma contradição implica uma contradição:

Propriedades
• Reflexiva: Tautologias e Implicação Lógica
– P(p,q,r,...) ⇒ P(p,q,r,...)
– Uma proposição complexa implica ela mesma. • Teorema
P(p,q,r,..) ⇒ Q(p,q,r,...) se e somente se P(p,q,r,...) → Q(p,q,r,...)
• Transitiva:
– Se P(p,q,r,...) ⇒ Q(p,q,r,...) e
Q(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...), então
P(p,q,r,...) ⇒ R(p,q,r,...)
– Se P ⇒ Q e Q ⇒ R, então P ⇒ R

Regras de Inferência
• Inferência é o ato ou processo de derivar conclusões lógicas
de proposições conhecidas ou decididamente verdadeiras. Em ou-
tras palavras: é a obtenção de novas proposições a partir de propo-
sições verdadeiras já existentes.

Regras de Inferência obtidas da implicação lógica

118
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Observe que: • Universal afirmativa (Tipo A) – “TODO A é B”
→ indica uma operação lógica entre as proposições. Ex.: das Teremos duas possibilidades.
proposições p e q, dá-se a nova proposição p → q.
⇒ indica uma relação. Ex.: estabelece que a condicional P →
Q é tautológica.

Inferências

• Regra do Silogismo Hipotético

Tais proposições afirmam que o conjunto “A” está contido no


conjunto “B”, ou seja, que todo e qualquer elemento de “A” é tam-
bém elemento de “B”. Observe que “Toda A é B” é diferente de
“Todo B é A”.
Princípio da inconsistência
– Como “p ^ ~p → q” é tautológica, subsiste a implicação lógica • Universal negativa (Tipo E) – “NENHUM A é B”
p ^ ~p ⇒ q Tais proposições afirmam que não há elementos em comum
– Assim, de uma contradição p ^ ~p se deduz qualquer propo- entre os conjuntos “A” e “B”. Observe que “nenhum A é B” é o mes-
sição q. mo que dizer “nenhum B é A”.
Podemos representar esta universal negativa pelo seguinte dia-
A proposição “(p ↔ q) ^ p” implica a proposição “q”, pois a grama (A ∩ B = ø):
condicional “(p ↔ q) ^ p → q” é tautológica.

Lógica de primeira ordem


Existem alguns tipos de argumentos que apresentam proposi-
ções com quantificadores. Numa proposição categórica, é impor-
tante que o sujeito se relacionar com o predicado de forma coeren-
te e que a proposição faça sentido, não importando se é verdadeira
ou falsa.
• Particular afirmativa (Tipo I) - “ALGUM A é B”
Vejamos algumas formas: Podemos ter 4 diferentes situações para representar esta pro-
- Todo A é B. posição:
- Nenhum A é B.
- Algum A é B.
- Algum A não é B.

Onde temos que A e B são os termos ou características dessas


proposições categóricas.

• Classificação de uma proposição categórica de acordo com


o tipo e a relação
Elas podem ser classificadas de acordo com dois critérios fun-
damentais: qualidade e extensão ou quantidade.
– Qualidade: O critério de qualidade classifica uma proposição
categórica em afirmativa ou negativa.
– Extensão: O critério de extensão ou quantidade classifica
uma proposição categórica em universal ou particular. A classifica-
ção dependerá do quantificador que é utilizado na proposição.
Essas proposições Algum A é B estabelecem que o conjunto “A”
tem pelo menos um elemento em comum com o conjunto “B”. Con-
tudo, quando dizemos que Algum A é B, presumimos que nem todo
A é B. Observe “Algum A é B” é o mesmo que “Algum B é A”.

Entre elas existem tipos e relações de acordo com a qualidade


e a extensão, classificam-se em quatro tipos, representados pelas
letras A, E, I e O.

119
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
• Particular negativa (Tipo O) - “ALGUM A não é B” Resolução:
Se a proposição Algum A não é B é verdadeira, temos as três Temos um quantificador particular (alguns) e uma proposição
representações possíveis: do tipo conjunção (conectivo “e”). Pede-se a sua negação.

O quantificador existencial “alguns” pode ser negado, seguindo


o esquema, pelos quantificadores universais (todos ou nenhum).
Logo, podemos descartar as alternativas A e E.
A negação de uma conjunção se faz através de uma disjunção,
em que trocaremos o conectivo “e” pelo conectivo “ou”. Descarta-
mos a alternativa B.
Vamos, então, fazer a negação da frase, não esquecendo de
que a relação que existe é: Algum A é B, deve ser trocado por: Todo
A é não B.
Todos os gatos que são pardos ou os gatos (aqueles) que não
são pardos NÃO miam alto.
Resposta: C

Proposições nessa forma: Algum A não é B estabelecem que o (CBM/RJ - CABO TÉCNICO EM ENFERMAGEM - ND) Dizer que a
conjunto “A” tem pelo menos um elemento que não pertence ao afirmação “todos os professores é psicólogos” e falsa, do ponto de
conjunto “B”. Observe que: Algum A não é B não significa o mesmo vista lógico, equivale a dizer que a seguinte afirmação é verdadeira
que Algum B não é A. (A) Todos os não psicólogos são professores.
(B) Nenhum professor é psicólogo.
• Negação das Proposições Categóricas (C) Nenhum psicólogo é professor.
Ao negarmos uma proposição categórica, devemos observar as (D) Pelo menos um psicólogo não é professor.
seguintes convenções de equivalência: (E) Pelo menos um professor não é psicólogo.
– Ao negarmos uma proposição categórica universal geramos
uma proposição categórica particular. Resolução:
– Pela recíproca de uma negação, ao negarmos uma proposição Se a afirmação é falsa a negação será verdadeira. Logo, a nega-
categórica particular geramos uma proposição categórica universal. ção de um quantificador universal categórico afirmativo se faz atra-
– Negando uma proposição de natureza afirmativa geramos, vés de um quantificador existencial negativo. Logo teremos: Pelo
sempre, uma proposição de natureza negativa; e, pela recíproca, menos um professor não é psicólogo.
negando uma proposição de natureza negativa geramos, sempre, Resposta: E
uma proposição de natureza afirmativa.
• Equivalência entre as proposições
Em síntese: Basta usar o triângulo a seguir e economizar um bom tempo na
resolução de questões.

Exemplo:
Exemplos: (PC/PI - ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL - UESPI) Qual a negação
(DESENVOLVE/SP - CONTADOR - VUNESP) Alguns gatos não lógica da sentença “Todo número natural é maior do que ou igual
são pardos, e aqueles que não são pardos miam alto. a cinco”?
Uma afirmação que corresponde a uma negação lógica da afir- (A) Todo número natural é menor do que cinco.
mação anterior é: (B) Nenhum número natural é menor do que cinco.
(A) Os gatos pardos miam alto ou todos os gatos não são par- (C) Todo número natural é diferente de cinco.
dos. (D) Existe um número natural que é menor do que cinco.
(B) Nenhum gato mia alto e todos os gatos são pardos. (E) Existe um número natural que é diferente de cinco.
(C) Todos os gatos são pardos ou os gatos que não são pardos
não miam alto.
(D) Todos os gatos que miam alto são pardos.
(E) Qualquer animal que mia alto é gato e quase sempre ele é
pardo.

120
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Resolução:
Do enunciado temos um quantificador universal (Todo) e pede-
-se a sua negação.
O quantificador universal todos pode ser negado, seguindo o
esquema abaixo, pelo quantificador algum, pelo menos um, existe
ao menos um, etc. Não se nega um quantificador universal com To-
dos e Nenhum, que também são universais.
Existe pelo menos um elemento co-
mum aos conjuntos A e B.
Podemos ainda representar das seguin-
ALGUM tes formas:
I
AéB

Portanto, já podemos descartar as alternativas que trazem


quantificadores universais (todo e nenhum). Descartamos as alter-
nativas A, B e C.
Seguindo, devemos negar o termo: “maior do que ou igual a
cinco”. Negaremos usando o termo “MENOR do que cinco”.
Obs.: maior ou igual a cinco (compreende o 5, 6, 7...) ao ser
negado passa a ser menor do que cinco (4, 3, 2,...).
Resposta: D

Diagramas lógicos
Os diagramas lógicos são usados na resolução de vários proble-
mas. É uma ferramenta para resolvermos problemas que envolvam
argumentos dedutivos, as quais as premissas deste argumento po-
dem ser formadas por proposições categóricas.
ALGUM
O
A NÃO é B
ATENÇÃO: É bom ter um conhecimento sobre conjuntos para
conseguir resolver questões que envolvam os diagramas lógicos.

Vejamos a tabela abaixo as proposições categóricas:


Perceba-se que, nesta sentença, a aten-
ção está sobre o(s) elemento (s) de A que
TIPO PREPOSIÇÃO DIAGRAMAS não são B (enquanto que, no “Algum A é
B”, a atenção estava sobre os que eram B,
ou seja, na intercessão).
Temos também no segundo caso, a dife-
TODO rença entre conjuntos, que forma o con-
A junto A - B
AéB
Exemplo:
Se um elemento pertence ao conjunto A, (GDF–ANALISTA DE ATIVIDADES CULTURAIS ADMINISTRAÇÃO
então pertence também a B. – IADES) Considere as proposições: “todo cinema é uma casa de
cultura”, “existem teatros que não são cinemas” e “algum teatro é
casa de cultura”. Logo, é correto afirmar que
(A) existem cinemas que não são teatros.
(B) existe teatro que não é casa de cultura.
(C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro.
NENHUM (D) existe casa de cultura que não é cinema.
E
AéB (E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema.

Existe pelo menos um elemento que Resolução:


pertence a A, então não pertence a B, e Vamos chamar de:
vice-versa. Cinema = C
Casa de Cultura = CC

121
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Teatro = T
Analisando as proposições temos:
- Todo cinema é uma casa de cultura

(D) existe casa de cultura que não é cinema. – Errado, a justifi-


cativa é observada no diagrama da alternativa anterior.
(E) todo teatro que não é casa de cultura não é cinema. – Cor-
reta, que podemos observar no diagrama abaixo, uma vez que
- Existem teatros que não são cinemas todo cinema é casa de cultura. Se o teatro não é casa de cultura
também não é cinema.

- Algum teatro é casa de cultura Resposta: E

LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO
Chama-se argumento a afirmação de que um grupo de propo-
sições iniciais redunda em outra proposição final, que será conse-
quência das primeiras. Ou seja, argumento é a relação que associa
um conjunto de proposições P1, P2,... Pn , chamadas premissas do
argumento, a uma proposição Q, chamada de conclusão do argu-
mento.

Visto que na primeira chegamos à conclusão que C = CC


Segundo as afirmativas temos:
(A) existem cinemas que não são teatros- Observando o último
diagrama vimos que não é uma verdade, pois temos que existe
pelo menos um dos cinemas é considerado teatro.

Exemplo:
P1: Todos os cientistas são loucos.
P2: Martiniano é louco.
Q: Martiniano é um cientista.

O exemplo dado pode ser chamado de Silogismo (argumento


formado por duas premissas e a conclusão).
A respeito dos argumentos lógicos, estamos interessados em
verificar se eles são válidos ou inválidos! Então, passemos a enten-
der o que significa um argumento válido e um argumento inválido.
(B) existe teatro que não é casa de cultura. – Errado, pelo mes-
mo princípio acima. Argumentos Válidos
(C) alguma casa de cultura que não é cinema é teatro. – Errado, Dizemos que um argumento é válido (ou ainda legítimo ou bem
a primeira proposição já nos afirma o contrário. O diagrama construído), quando a sua conclusão é uma consequência obrigató-
nos afirma isso ria do seu conjunto de premissas.

122
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplo:
O silogismo...
P1: Todos os homens são pássaros.
P2: Nenhum pássaro é animal.
Q: Portanto, nenhum homem é animal.

... está perfeitamente bem construído, sendo, portanto, um


argumento válido, muito embora a veracidade das premissas e da
conclusão sejam totalmente questionáveis.

ATENÇÃO: O que vale é a CONSTRUÇÃO, E NÃO O SEU CONTE-


ÚDO! Se a construção está perfeita, então o argumento é válido,
independentemente do conteúdo das premissas ou da conclusão! Comparando a conclusão do nosso argumento, temos:
NENHUM homem é animal – com o desenho das premissas
• Como saber se um determinado argumento é mesmo váli- será que podemos dizer que esta conclusão é uma consequência
do? necessária das premissas? Claro que sim! Observemos que o con-
Para se comprovar a validade de um argumento é utilizando junto dos homens está totalmente separado (total dissociação!) do
diagramas de conjuntos (diagramas de Venn). Trata-se de um mé- conjunto dos animais. Resultado: este é um argumento válido!
todo muito útil e que será usado com frequência em questões que
pedem a verificação da validade de um argumento. Vejamos como Argumentos Inválidos
funciona, usando o exemplo acima. Quando se afirma, na premissa Dizemos que um argumento é inválido – também denominado
P1, que “todos os homens são pássaros”, poderemos representar ilegítimo, mal construído, falacioso ou sofisma – quando a verdade
essa frase da seguinte maneira: das premissas não é suficiente para garantir a verdade da conclu-
são.

Exemplo:
P1: Todas as crianças gostam de chocolate.
P2: Patrícia não é criança.
Q: Portanto, Patrícia não gosta de chocolate.

Este é um argumento inválido, falacioso, mal construído, pois


as premissas não garantem (não obrigam) a verdade da conclusão.
Patrícia pode gostar de chocolate mesmo que não seja criança, pois
a primeira premissa não afirmou que somente as crianças gostam
de chocolate.
Utilizando os diagramas de conjuntos para provar a validade
do argumento anterior, provaremos, utilizando-nos do mesmo arti-
fício, que o argumento em análise é inválido. Comecemos pela pri-
meira premissa: “Todas as crianças gostam de chocolate”.
Observem que todos os elementos do conjunto menor (ho-
mens) estão incluídos, ou seja, pertencem ao conjunto maior (dos
pássaros). E será sempre essa a representação gráfica da frase
“Todo A é B”. Dois círculos, um dentro do outro, estando o círculo
menor a representar o grupo de quem se segue à palavra TODO.
Na frase: “Nenhum pássaro é animal”. Observemos que a pa-
lavra-chave desta sentença é NENHUM. E a ideia que ela exprime é
de uma total dissociação entre os dois conjuntos.

Analisemos agora o que diz a segunda premissa: “Patrícia não é


criança”. O que temos que fazer aqui é pegar o diagrama acima (da
primeira premissa) e nele indicar onde poderá estar localizada a Pa-
trícia, obedecendo ao que consta nesta segunda premissa. Vemos
facilmente que a Patrícia só não poderá estar dentro do círculo das
crianças. É a única restrição que faz a segunda premissa! Isto posto,
Será sempre assim a representação gráfica de uma sentença concluímos que Patrícia poderá estar em dois lugares distintos do
“Nenhum A é B”: dois conjuntos separados, sem nenhum ponto em diagrama:
comum. 1º) Fora do conjunto maior;
Tomemos agora as representações gráficas das duas premissas 2º) Dentro do conjunto maior. Vejamos:
vistas acima e as analisemos em conjunto. Teremos:

123
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Em síntese:

Finalmente, passemos à análise da conclusão: “Patrícia não


gosta de chocolate”. Ora, o que nos resta para sabermos se este ar-
gumento é válido ou não, é justamente confirmar se esse resultado
(se esta conclusão) é necessariamente verdadeiro!
- É necessariamente verdadeiro que Patrícia não gosta de cho-
colate? Olhando para o desenho acima, respondemos que não!
Pode ser que ela não goste de chocolate (caso esteja fora do círcu-
lo), mas também pode ser que goste (caso esteja dentro do círculo)!
Enfim, o argumento é inválido, pois as premissas não garantiram a
veracidade da conclusão!

Métodos para validação de um argumento


Aprenderemos a seguir alguns diferentes métodos que nos
possibilitarão afirmar se um argumento é válido ou não!
1º) Utilizando diagramas de conjuntos: esta forma é indicada Exemplo:
quando nas premissas do argumento aparecem as palavras TODO, Diga se o argumento abaixo é válido ou inválido:
ALGUM E NENHUM, ou os seus sinônimos: cada, existe um etc.
2º) Utilizando tabela-verdade: esta forma é mais indicada (p ∧ q) → r
quando não for possível resolver pelo primeiro método, o que ocor- _____~r_______
re quando nas premissas não aparecem as palavras todo, algum e ~p ∨ ~q
nenhum, mas sim, os conectivos “ou” , “e”, “” e “↔”. Baseia-se
na construção da tabela-verdade, destacando-se uma coluna para Resolução:
cada premissa e outra para a conclusão. Este método tem a des- -1ª Pergunta) O argumento apresenta as palavras todo, algum
vantagem de ser mais trabalhoso, principalmente quando envolve ou nenhum?
várias proposições simples. A resposta é não! Logo, descartamos o 1º método e passamos
3º) Utilizando as operações lógicas com os conectivos e consi- à pergunta seguinte.
derando as premissas verdadeiras.
Por este método, fácil e rapidamente demonstraremos a vali- - 2ª Pergunta) O argumento contém no máximo duas proposi-
dade de um argumento. Porém, só devemos utilizá-lo na impossibi- ções simples?
lidade do primeiro método. A resposta também é não! Portanto, descartamos também o
Iniciaremos aqui considerando as premissas como verdades. 2º método.
Daí, por meio das operações lógicas com os conectivos, descobri- - 3ª Pergunta) Há alguma das premissas que seja uma proposi-
remos o valor lógico da conclusão, que deverá resultar também em ção simples ou uma conjunção?
verdade, para que o argumento seja considerado válido. A resposta é sim! A segunda proposição é (~r). Podemos optar
então pelo 3º método? Sim, perfeitamente! Mas caso queiramos
4º) Utilizando as operações lógicas com os conectivos, conside- seguir adiante com uma próxima pergunta, teríamos:
rando premissas verdadeiras e conclusão falsa. - 4ª Pergunta) A conclusão tem a forma de uma proposição
É indicado este caminho quando notarmos que a aplicação do simples ou de uma disjunção ou de uma condicional? A resposta
terceiro método não possibilitará a descoberta do valor lógico da também é sim! Nossa conclusão é uma disjunção! Ou seja, caso
conclusão de maneira direta, mas somente por meio de análises queiramos, poderemos utilizar, opcionalmente, o 4º método!
mais complicadas. Vamos seguir os dois caminhos: resolveremos a questão pelo
3º e pelo 4º métodos.

124
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Resolução pelo 3º Método
Considerando as premissas verdadeiras e testando a conclusão
verdadeira. Teremos:
- 2ª Premissa) ~r é verdade. Logo: r é falsa!
- 1ª Premissa) (p ∧ q)r é verdade. Sabendo que r é falsa,
concluímos que (p ∧ q) tem que ser também falsa. E quando uma
conjunção (e) é falsa? Quando uma das premissas for falsa ou am-
bas forem falsas. Logo, não é possível determinamos os valores
lógicos de p e q. Apesar de inicialmente o 3º método se mostrar
adequado, por meio do mesmo, não poderemos determinar se o
argumento é ou NÃO VÁLIDO. A condicional só será F quando a 1ª for verdadeira e a 2ª falsa,
utilizando isso temos:
Resolução pelo 4º Método O que se quer saber é: Se Maria foi ao cinema, então Fernando
Considerando a conclusão falsa e premissas verdadeiras. Tere- estava estudando. // B → ~E
mos: Iniciando temos:
- Conclusão) ~p v ~q é falso. Logo: p é verdadeiro e q é verda- 4º - Quando chove (F), Maria não vai ao cinema. (F) // A → ~B
deiro! = V – para que o argumento seja válido temos que Quando chove
Agora, passamos a testar as premissas, que são consideradas tem que ser F.
verdadeiras! Teremos: 3º - Quando Cláudio fica em casa (V), Maria vai ao cinema (V).
- 1ª Premissa) (p∧q)r é verdade. Sabendo que p e q são ver- // C → B = V - para que o argumento seja válido temos que Maria
dadeiros, então a primeira parte da condicional acima também é vai ao cinema tem que ser V.
verdadeira. Daí resta que a segunda parte não pode ser falsa. Logo: 2º - Quando Cláudio sai de casa(F), não faz frio (F). // ~C → ~D
r é verdadeiro. = V - para que o argumento seja válido temos que Quando Cláudio
- 2ª Premissa) Sabendo que r é verdadeiro, teremos que ~r é sai de casa tem que ser F.
falso! Opa! A premissa deveria ser verdadeira, e não foi! 5º - Quando Fernando está estudando (V ou F), não chove (V).
// E → ~A = V. – neste caso Quando Fernando está estudando pode
Neste caso, precisaríamos nos lembrar de que o teste, aqui no ser V ou F.
4º método, é diferente do teste do 3º: não havendo a existência si- 1º- Durante a noite(V), faz frio (V). // F → D = V
multânea da conclusão falsa e premissas verdadeiras, teremos que
o argumento é válido! Conclusão: o argumento é válido! Logo nada podemos afirmar sobre a afirmação: Se Maria foi ao
cinema (V), então Fernando estava estudando (V ou F); pois temos
Exemplos: dois valores lógicos para chegarmos à conclusão (V ou F).
(DPU – AGENTE ADMINISTRATIVO – CESPE) Considere que as Resposta: Errado
seguintes proposições sejam verdadeiras.
• Quando chove, Maria não vai ao cinema. (PETROBRAS – TÉCNICO (A) DE EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO
• Quando Cláudio fica em casa, Maria vai ao cinema. JÚNIOR – INFORMÁTICA – CESGRANRIO) Se Esmeralda é uma fada,
• Quando Cláudio sai de casa, não faz frio. então Bongrado é um elfo. Se Bongrado é um elfo, então Monarca
• Quando Fernando está estudando, não chove. é um centauro. Se Monarca é um centauro, então Tristeza é uma
• Durante a noite, faz frio. bruxa.
Ora, sabe-se que Tristeza não é uma bruxa, logo
Tendo como referência as proposições apresentadas, julgue o (A) Esmeralda é uma fada, e Bongrado não é um elfo.
item subsecutivo. (B) Esmeralda não é uma fada, e Monarca não é um centauro.
Se Maria foi ao cinema, então Fernando estava estudando. (C) Bongrado é um elfo, e Monarca é um centauro.
( ) Certo (D) Bongrado é um elfo, e Esmeralda é uma fada
( ) Errado (E) Monarca é um centauro, e Bongrado não é um elfo.

Resolução: Resolução:
A questão trata-se de lógica de argumentação, dadas as pre- Vamos analisar cada frase partindo da afirmativa Trizteza não é
missas chegamos a uma conclusão. Enumerando as premissas: bruxa, considerando ela como (V), precisamos ter como conclusão
A = Chove o valor lógico (V), então:
B = Maria vai ao cinema (4) Se Esmeralda é uma fada(F), então Bongrado é um elfo (F)
C = Cláudio fica em casa →V
D = Faz frio (3) Se Bongrado é um elfo (F), então Monarca é um centauro
E = Fernando está estudando (F) → V
F = É noite (2) Se Monarca é um centauro(F), então Tristeza é uma bruxa(F)
A argumentação parte que a conclusão deve ser (V) →V
Lembramos a tabela verdade da condicional: (1) Tristeza não é uma bruxa (V)

Logo:
Temos que:
Esmeralda não é fada(V)
Bongrado não é elfo (V)
Monarca não é um centauro (V)

125
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Como a conclusão parte da conjunção, o mesmo só será verdadeiro quando todas as afirmativas forem verdadeiras, logo, a única que
contém esse valor lógico é:
Esmeralda não é uma fada, e Monarca não é um centauro.
Resposta: B

LÓGICA MATEMÁTICA QUALITATIVA


Aqui veremos questões que envolvem correlação de elementos, pessoas e objetos fictícios, através de dados fornecidos. Vejamos o
passo a passo:

01. Três homens, Luís, Carlos e Paulo, são casados com Lúcia, Patrícia e Maria, mas não sabemos quem ê casado com quem. Eles tra-
balham com Engenharia, Advocacia e Medicina, mas também não sabemos quem faz o quê. Com base nas dicas abaixo, tente descobrir o
nome de cada marido, a profissão de cada um e o nome de suas esposas.
a) O médico é casado com Maria.
b) Paulo é advogado.
c) Patrícia não é casada com Paulo.
d) Carlos não é médico.

Vamos montar o passo a passo para que você possa compreender como chegar a conclusão da questão.
1º passo – vamos montar uma tabela para facilitar a visualização da resolução, a mesma deve conter as informações prestadas no
enunciado, nas quais podem ser divididas em três grupos: homens, esposas e profissões.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos
Luís
Paulo
Lúcia
Patrícia
Maria

Também criamos abaixo do nome dos homens, o nome das esposas.

2º passo – construir a tabela gabarito.


Essa tabela não servirá apenas como gabarito, mas em alguns casos ela é fundamental para que você enxergue informações que ficam
meio escondidas na tabela principal. Uma tabela complementa a outra, podendo até mesmo que você chegue a conclusões acerca dos
grupos e elementos.
HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS
Carlos
Luís
Paulo

3º passo preenchimento de nossa tabela, com as informações mais óbvias do problema, aquelas que não deixam margem a nenhuma
dúvida. Em nosso exemplo:
- O médico é casado com Maria: marque um “S” na tabela principal na célula comum a “Médico” e “Maria”, e um “N” nas demais
células referentes a esse “S”.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos
Luís
Paulo
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

ATENÇÃO: se o médico é casado com Maria, ele NÃO PODE ser casado com Lúcia e Patrícia, então colocamos “N” no cruzamento
de Medicina e elas. E se Maria é casada com o médico, logo ela NÃO PODE ser casada com o engenheiro e nem com o advogado (logo
colocamos “N” no cruzamento do nome de Maria com essas profissões).
– Paulo é advogado: Vamos preencher as duas tabelas (tabela gabarito e tabela principal) agora.

126
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
– Patrícia não é casada com Paulo: Vamos preencher com “N” na tabela principal
– Carlos não é médico: preenchemos com um “N” na tabela principal a célula comum a Carlos e “médico”.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

Notamos aqui que Luís então é o médico, pois foi a célula que ficou em branco. Podemos também completar a tabela gabarito.
Novamente observamos uma célula vazia no cruzamento de Carlos com Engenharia. Marcamos um “S” nesta célula. E preenchemos
sua tabela gabarito.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N
Maria S N N

HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS


Carlos Engenheiro
Luís Médico
Paulo Advogado

4º passo – após as anotações feitas na tabela principal e na tabela gabarito, vamos procurar informações que levem a novas conclu-
sões, que serão marcadas nessas tabelas.
Observe que Maria é esposa do médico, que se descobriu ser Luís, fato que poderia ser registrado na tabela-gabarito. Mas não vamos
fazer agora, pois essa conclusão só foi facilmente encontrada porque o problema que está sendo analisado é muito simples. Vamos con-
tinuar o raciocínio e fazer as marcações mais tarde. Além disso, sabemos que Patrícia não é casada com Paulo. Como Paulo é o advogado,
podemos concluir que Patrícia não é casada com o advogado.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N
Patrícia N N
Maria S N N

Verificamos, na tabela acima, que Patrícia tem de ser casada com o engenheiro, e Lúcia tem de ser casada com o advogado.

Medicina Engenharia Advocacia Lúcia Patrícia Maria


Carlos N S N
Luís S N N
Paulo N N S N
Lúcia N N S
Patrícia N S N
Maria S N N

127
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Concluímos, então, que Lúcia é casada com o advogado (que é − Luiz não viajou para Fortaleza.
Paulo), Patrícia é casada com o engenheiro (que e Carlos) e Maria é
casada com o médico (que é Luís). Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador
Preenchendo a tabela-gabarito, vemos que o problema está
resolvido: Luiz N N N
Arnaldo N N
HOMENS PROFISSÕES ESPOSAS Mariana N N S N
Carlos Engenheiro Patrícia Paulo N N
Luís Médico Maria
Agora, completando o restante:
Paulo Advogado Lúcia Paulo viajou para Salvador, pois a nenhum dos três viajou. En-
tão, Arnaldo viajou para Fortaleza e Luiz para Goiânia
Exemplo:
(TRT-9ª REGIÃO/PR – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINIS-
TRATIVA – FCC) Luiz, Arnaldo, Mariana e Paulo viajaram em janeiro, Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador
todos para diferentes cidades, que foram Fortaleza, Goiânia, Curi- Luiz N S N N
tiba e Salvador. Com relação às cidades para onde eles viajaram,
Arnaldo S N N N
sabe-se que:
− Luiz e Arnaldo não viajaram para Salvador; Mariana N N S N
− Mariana viajou para Curitiba; Paulo N N N S
− Paulo não viajou para Goiânia;
− Luiz não viajou para Fortaleza. Resposta: B
É correto concluir que, em janeiro, Quantificador
(A) Paulo viajou para Fortaleza. É um termo utilizado para quantificar uma expressão. Os quan-
(B) Luiz viajou para Goiânia. tificadores são utilizados para transformar uma sentença aberta ou
(C) Arnaldo viajou para Goiânia. proposição aberta em uma proposição lógica.
(D) Mariana viajou para Salvador.
(E) Luiz viajou para Curitiba.
QUANTIFICADOR + SENTENÇA ABERTA = SENTENÇA FECHADA
Resolução:
Vamos preencher a tabela: Tipos de quantificadores
− Luiz e Arnaldo não viajaram para Salvador;
• Quantificador universal (∀)
O símbolo ∀ pode ser lido das seguintes formas:
Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador
Luiz N
Arnaldo N
Mariana
Paulo
Exemplo:
− Mariana viajou para Curitiba; Todo homem é mortal.
A conclusão dessa afirmação é: se você é homem, então será
mortal.
Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador Na representação do diagrama lógico, seria:
Luiz N N
Arnaldo N N
Mariana N N S N
Paulo N

− Paulo não viajou para Goiânia;

Fortaleza Goiânia Curitiba Salvador ATENÇÃO: Todo homem é mortal, mas nem todo mortal é ho-
Luiz N N mem.
Arnaldo N N A frase “todo homem é mortal” possui as seguintes conclusões:
1ª) Algum mortal é homem ou algum homem é mortal.
Mariana N N S N 2ª) Se José é homem, então José é mortal.
Paulo N N
A forma “Todo A é B” pode ser escrita na forma: Se A então B.
A forma simbólica da expressão “Todo A é B” é a expressão (∀
(x) (A (x) → B).

128
MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
Observe que a palavra todo representa uma relação de inclusão Resolução:
de conjuntos, por isso está associada ao operador da condicional. A frase “Todo cavalo é um animal” possui as seguintes conclu-
Aplicando temos: sões:
x + 2 = 5 é uma sentença aberta. Agora, se escrevermos da for- – Algum animal é cavalo ou Algum cavalo é um animal.
ma ∀ (x) ∈ N / x + 2 = 5 ( lê-se: para todo pertencente a N temos x – Se é cavalo, então é um animal.
+ 2 = 5), atribuindo qualquer valor a x a sentença será verdadeira? Nesse caso, nossa resposta é toda cabeça de cavalo é cabeça
A resposta é NÃO, pois depois de colocarmos o quantificador, de animal, pois mantém a relação de “está contido” (segunda forma
a frase passa a possuir sujeito e predicado definidos e podemos jul- de conclusão).
gar, logo, é uma proposição lógica. Resposta: B

• Quantificador existencial (∃) (CESPE) Se R é o conjunto dos números reais, então a proposi-
O símbolo ∃ pode ser lido das seguintes formas: ção (∀ x) (x ∈ R) (∃ y) (y ∈ R) (x + y = x) é valorada como V.

Resolução:
Lemos: para todo x pertencente ao conjunto dos números reais
(R) existe um y pertencente ao conjunto dos números dos reais (R)
tal que x + y = x.
– 1º passo: observar os quantificadores.
X está relacionado com o quantificador universal, logo, todos
Exemplo: os valores de x devem satisfazer a propriedade.
“Algum matemático é filósofo.” O diagrama lógico dessa frase Y está relacionado com o quantificador existencial, logo, é ne-
é: cessário pelo menos um valor de x para satisfazer a propriedade.
– 2º passo: observar os conjuntos dos números dos elementos
x e y.
O elemento x pertence ao conjunto dos números reais.
O elemento y pertence ao conjunto os números reais.
– 3º passo: resolver a propriedade (x+ y = x).
A pergunta: existe algum valor real para y tal que x + y = x?
Existe sim! y = 0.
X + 0 = X.
O quantificador existencial tem a função de elemento comum. Como existe pelo menos um valor para y e qualquer valor de
A palavra algum, do ponto de vista lógico, representa termos co- x somado a 0 será igual a x, podemos concluir que o item está cor-
muns, por isso “Algum A é B” possui a seguinte forma simbólica: (∃ reto.
(x)) (A (x) ∧ B). Resposta: CERTO

Aplicando temos:
x + 2 = 5 é uma sentença aberta. Escrevendo da forma (∃ x) ∈
N / x + 2 = 5 (lê-se: existe pelo menos um x pertencente a N tal que x ANOTAÇÕES
+ 2 = 5), atribuindo um valor que, colocado no lugar de x, a sentença
será verdadeira?
A resposta é SIM, pois depois de colocarmos o quantificador, ______________________________________________________
a frase passou a possuir sujeito e predicado definidos e podemos
julgar, logo, é uma proposição lógica. ______________________________________________________

______________________________________________________
ATENÇÃO:
– A palavra todo não permite inversão dos termos: “Todo A é B” ______________________________________________________
é diferente de “Todo B é A”.
– A palavra algum permite a inversão dos termos: “Algum A é ______________________________________________________
B” é a mesma coisa que “Algum B é A”.
______________________________________________________
Forma simbólica dos quantificadores
Todo A é B = (∀ (x) (A (x) → B). ______________________________________________________
Algum A é B = (∃ (x)) (A (x) ∧ B).
______________________________________________________
Nenhum A é B = (~ ∃ (x)) (A (x) ∧ B).
Algum A não é B= (∃ (x)) (A (x) ∧ ~ B). ______________________________________________________
Exemplos: ______________________________________________________
Todo cavalo é um animal. Logo,
(A) Toda cabeça de animal é cabeça de cavalo. ______________________________________________________
(B) Toda cabeça de cavalo é cabeça de animal.
(C) Todo animal é cavalo. ______________________________________________________
(D) Nenhum animal é cavalo.
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MATEMÁTICA E RACIOCÍNIO LÓGICO
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130
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE LONDRINA

reforma agrária, sem intervenção do estado, no norte do Paraná,


O PROCESSO DE COLONIZAÇÃO: A MISSÃO MONTAGU; oferecendo aos trabalhadores sem posses a oportunidade de ad-
A POPULAÇÃO NATIVA; A FUNDAÇÃO DA PARANÁ quirirem os pequenos lotes, já que as modalidades de pagamento
PLANTATION E DA COMPANHIA DE TERRAS NORTE DO eram adequadas às condições de cada comprador. A companhia ex-
PARANÁ; A CHEGADA DOS BRITÂNICOS plicitaria a sua política: “favorecer e dar apoio aos pequenos fazen-
deiros, sem por isso deixar de levar em consideração aqueles que
O norte do Paraná1, uma região de terra roxa, muito fértil, era, dispunham de maiores recursos”.
até poucas décadas, uma extensa floresta. A colonização espontâ- O sistema estimulou muito a concentração da produção – prin-
nea foi marcada pelo arrojo de homens saídos de minas gerais ou cipalmente cafeeira, a explosão demográfica, a expansão de nú-
de São Paulo, que foram chegando à área de Cambará, entre 1904 cleos urbanos e o aparecimento de classes médias rurais. O pro-
e 1908. A faixa entre Cambará e o rio Tibagi – uma linha que repre- jeto de colonização, além disto, trouxe outras inovações, como a
sentaria o futuro percurso da ferrovia são Paulo-Paraná – foi toma- propaganda em larga escala, transporte gratuito para os colonos,
da por grandes propriedades cujos donos, via de regra, as subdivi- posse das terras em quatro anos, alguma assistência técnica e fi-
diam em pequenas parcelas vendidas como lotes urbanos ou rurais. nanceira, levantamento de toda a área e até o mapeamento do solo
Enquanto isso, vastas áreas de terra roxa de domínio estadual, em algumas zonas. Londrina surgiu em 1929, como primeiro pos-
localizadas a oeste do rio Tibagi, permaneciam praticamente inex- to avançado deste projeto inglês. Na tarde do dia 21 de agosto de
ploradas, sofrendo os efeitos de um lento e ineficaz plano de colo- 1929, chegou a primeira expedição da companhia de terras norte
nização do governo. do Paraná ao local denominado patrimônio três bocas, no qual o
Em 1920, percebia-se uma séria frustração nas expectativas de engenheiro dr. Alexandre Razgulaeff fincou o primeiro marco nas
ocupação da área, em virtude da morosidade do estado. Havia falta terras onde surgiria Londrina. O nome da cidade é uma alusão e
de continuidade, recursos financeiros limitados e uma visível inép- uma homenagem as “filhas de Londres”, e foi feita pelo dr. João
cia oficial. O quadro, além disso, já tinha sido agravado com a defla- Domingues Sampaio, um dos primeiros diretores da companhia de
gração da primeira guerra mundial, que não apenas interrompeu o terras norte do paraná. A criação do município ocorreu cinco anos
fluxo de imigrantes como também provocou desconfiança naqueles mais tarde, através do decreto estadual n.º 2.519, assinado pelo in-
que já se encontravam na região. terventor Manoel Ribas, em 3 de dezembro de 1934. Sua instalação
A partir de 1922, o governo estadual começa a conceder terras foi em 10 de dezembro do mesmo ano, data em que se comemora
a empresas privadas de colonização, preferindo usar seus recursos o aniversário da cidade. O primeiro prefeito nomeado foi Joaquim
na construção de escolas e estradas. Vicente de Castro.
Em 1924, inicia-se a história da companhia de terras norte do
Paraná, subsidiária da firma inglesa Paraná Plantations ltd., que deu Companhia de Terras Norte do Paraná2
grande impulso ao processo desenvolvimentista na região norte. Foi um tipo de loteadora que, após comprar terras, derrubou
Naquele ano, atendendo a um convite do governo brasileiro – que parte da floresta, abriu estradas e organizou a divisão desse espaço
sabia do interesse dos ingleses em abrir áreas para o cultivo de al- em lotes urbanos e rurais, que foram vendidos. Antônio Moraes de
godão no exterior – chega a missão Montagu, chefiada por Lord Barros, João Sampaio e Arthur Thomas foram algumas das pessoas
Lovat, técnico em agricultura e reflorestamento. Lord lovat ficou que participaram da organização da Companhia de Terras Norte do
impressionado com a exuberância do solo norte-paranaense e aca- Paraná para o início dos trabalhos
bou adquirindo duas glebas para instalar fazendas e máquinas de
beneficiamento de algodão, com o apoio da “Brazil Plantations Syn-
dicate”, de Londres. LONDRINA, ANOS INICIAIS: A DERRUBADA DA
O empreendimento fracassou, devido aos preços baixos e à fal- FLORESTA; USOS DOS RECURSOS NATURAIS (FLORESTA,
ta de sementes sadias no mercado, obrigando a uma mudança nos ESPIGÕES, RIOS E RIBEIRÕES); A CIDADE JARDIM E
planos. Assim em Londres, foi criada, a Paraná Plantations e sua A EXPERIÊNCIA DA URBANIZAÇÃO DE LONDRINA; O
subsidiária brasileira, a companhia de terras norte do Paraná, que CULTIVO DO CAFÉ; A ESTRADA DE FERRO
transformaria as propriedades do empreendimento frustrado em
projetos imobiliários. Já de início, a companhia concedeu todos os
títulos de propriedade da terra, medida inusitada para as condições A cidade de Londrina é um dos mais importantes centros ur-
da região e mesmo do brasil. Por isso, os conflitos entre colonos banos do sul do Brasil. Apesar de jovem, possui uma história urba-
antigos e os recém-chegados praticamente não existiram na zona nística e arquitetônica peculiar, que a faz distinta das muitas outras
colonizada pelos ingleses. cidades brasileiras criadas no século XX. Ela foi rigorosamente pla-
Porém, a grande novidade introduzida pela companhia e que nejada através de um plano urbanístico elaborado pela Companhia
lhe valeria o “slogan” de “a mais notável obra da colonização que de Terras Norte do Paraná, o que possibilitou o controle de seu
o Brasil já viu” foi a repartição dos terrenos em lotes relativamente
pequenos. Os ingleses promoveram, desta forma, uma verdadeira
1 Disponível em Portal da Prefeitura de Londrina - História da Cidade Acesso em 2 Disponível em Londrina – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)
04.06.2022 Acesso em 04.06.2022

131
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE LONDRINA
crescimento e de sua configuração espacial. Tal planejamento fazia com todas as instalações necessárias ao tráfego, tais como agência
parte de uma estratégia elaborada por essa empresa para a comer- e dependências e serviço comercial, escritório da Residência da Via
cialização de lotes urbanos e rurais em toda a região. permanente, serão ali instalados. O projeto prevê as melhores aco-
Para tomar posse das terras, fez-se necessária a abertura de modações aos serviços da Rede e conforto ao público”
estradas. A única forma de alcançar a região era através de picadas
abertas pelos poucos agricultores que ali habitavam. para contor-
A CAFEICULTURA: O SOLO; OS CURSOS D’ÁGUA;
nar o problema de deslocamento até a região, a Companhia de
AS RIQUEZAS PRODUZIDAS PELA CAFEICULTURA;
Terras Norte do Paraná (CTNP) comprou, em 1928, uma pequena
OS DISTRITOS E A CAFEICULTURA; O PROCESSO DE
companhia ferroviária, denominada São Paulo – Paraná, que pos-
VERTICALIZAÇÃO DA CIDADE
suía um trecho de 18 quilômetros que cortava o território, e que
era denominada “estrada dos fazendeiros de café”, posteriormente
prolongada para alcançar as terras da Companhia. Devido à chegada de mineiros, paulistas, gaúchos, além de es-
A construção de ferrovias era de fundamental importância den- trangeiros como alemães, lituanos e italianos, uma das produções
tro da estratégia de ocupação empreendida pela CTNP, objetivando, que mais se desenvolveu foi a do café. Logo na década de 1950,
além da interligação da região ao restante do país, facilitar o esco- Londrina teve um crescimento econômico impressionante, graças
amento da produção cafeeira até as áreas portuárias. O transporte a este grão.
rodoviário também era importante, sendo que Londrina, de acordo Estima-se que em 1961, a cidade foi responsável por cerca de
com RAZENTE (1984, p.124). 51% do café produzido em todo o mundo. Com isso, Londrina rece-
As cidades criadas pela CTNP são um fruto distante das discus- beu o título de “Capital Mundial do Café”.
sões que ocorriam na Europa, particularmente na Inglaterra. As ci- No entanto, a cidade nunca perdeu a fama e respeito pelo café.
dades norte-paranaenses seriam um produto do debate europeu Atualmente, existem muitas pessoas retomando a tradição do culti-
sobre as cidades e as sociedades industriais. Um dos modelos urba- vo do café e movimentando a cidade novamente em torno do grão.
nísticos mais relevantes do período e que promove esta reflexão é O Café foi de importância indiscutível para o crescimento e de-
o da Cidade-Jardim, de autoria de Ebenezer Howard (1850 - 1928). senvolvimento, tanto econômico como agrícola no Brasil, iniciado
Criado por Ebenezer Howard, o modelo da Cidade-Jardim sur- seu cultivo já no final do século XVIII, nas terras do Vale do Paraíba,
giu no final do século XIX na Inglaterra, transformando-se no pro- no Rio de Janeiro, esta cultura vai seguindo para São Paulo e Minas
duto urbanístico mais bem-sucedido da discussão que se promovia Gerais até descer e descobrir as férteis terras de solo roxo do norte
à época, sobre os prejuízos causados à vida urbana pelo acelerado do Paraná, no final do século XIX. O ciclo cafeeiro foi introduzido no
processo de industrialização nas cidades inglesas. estado como consequência natural da marcha do grão para o oeste
Para a formação das novas cidades, a CTNP adotou diretrizes de São Paulo, veio como um substituto, muito mais viável economi-
bem definidas. Percebe-se que seu objetivo ia muito além da sim- camente, do que a erva mate (1880-1930). Foi um ciclo importante
ples ocupação das terras – foi uma estratégia complexa que envol- então, para o desbravamento, povoamento e desenvolvimento de
via vários setores de atividades, determinando as formas de assen- todo o norte paranaense, que em finais de 1920 já atingia todo o
tamentos humanos, tanto nas áreas rurais como urbanas. norte velho da região. Nele o café trouxe avanços, possibilitou a
A rede de cidades incentivava os produtores rurais a gastar os formação e ampliação de linhas de estradas de ferro, fundou vilas,
rendimentos de sua produção dentro da própria região, reforçan- criou cidades e fez surgir toda uma região antes inexistente. Junta-
do o aspecto de fixação do homem à terra. As distâncias entre os mente com o plantio do grão, a Companhia de Terras Norte do Pa-
núcleos urbanos eram definidas de modo que nenhum colono es- raná foi de suma importância para tal feito, pois ela quem planejou
tivesse a mais de 7 km distante de uma estação ferroviária, o que todo o desbravamento, ampliação e criação de rotas de escoamen-
evitava longos deslocamentos a pé ou a cavalo, além de impedir o to para região. As políticas do café na época e acabou por auxiliar o
isolamento das comunidades. Dessa forma, surgiram ao longo do Paraná, sendo uma opção para os produtores.
leito das estradas as cidades de Londrina e Maringá, e, entre elas, O café foi de extrema importância no crescimento de Londrina.
Nova Dantzig (1930), Rolândia (1932), Arapongas (1935), Apucara- O principal polo brasileiro de café foi no oeste paulista, mas com o
na (1938), Jandaia do Sul (1931) e Mandaguari (1937). investimento mais massivo no norte do Paraná, Londrina se torna a
capital mundial do café.
Estrada de ferro A região é de privilegiadas terras roxas, livres de saúvas, pró-
Inaugurada a 1ª Estação Ferroviária de Londrina em 28 de ju- prias para o café. As frondosas árvores deram lugar a prósperas
lho de 1935, culminou com a chegada do 1º trem (Maria Fumaça) lavouras cafeeiras, as quais foram as responsáveis pelas nascentes
no Município. Tendo um crescente aumento de volume de carga cidades, que brotavam e cresciam como cogumelos, de quinze em
e passageiros a estação já não atendia as necessidades com certo quinze quilômetros. Tudo se deveu ao café (ZORTÉA, 1975, p.107).
conforto. Em 1944, logo após a incorporação da Cia. Ferroviária São
Paulo-Paraná à Rede de Viação Paraná Santa Catarina e que tinha Como começar o cultivo do café em Londrina
como diretor o Cel. Durival de Brito e Silva que levando em consi- - O café do norte do Paraná tem um grande respeito e reconhe-
deração a importância do Norte do Paraná resolveu que se fizesse cimento e já levou o título de melhor do Brasil em diversos anos.
a construção monumental de uma Estação em Londrina. Sendo que Entrar para esse grupo requer muito trabalho e esforço.
a organização do projeto da nova Estação Ferroviária ficou sob a - Para começar o plantio, o local não deve ter recebido cafezais
responsabilidade do Engenheiro Raphael Assumpção, tendo a assi- por pelo menos os últimos cinco anos. O ideal é que o terreno não
natura do projeto arquitetônico do Sr. Euro Brandão. esteja voltado para faces propícias a ventos fortes e frios, pois pode
Como memória justificativa do Orçamento da Estação de 11 de prejudicar o crescimento do café.
agosto de 1945, consta que: “A atual estação de Londrina é suficien- - Terrenos planos costumam fazer com que o momento da co-
te ao movimento de mercadoria e passageiros naquela localidade. lheita seja menos trabalhoso. Além disso, o solo deve ser fértil e
Por este motivo e diante do crescente desenvolvimento daquele bastante drenável, evitando áreas muito erodidas e pedregosas.
próspero município do Norte do Estado, foi organizado o presente
projeto e orçamento de uma nova e ampla estação em alvenaria,

132
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE LONDRINA
- Existem mais de 100 espécies de café no mundo, mas ape- Em 10 de dezembro de 1934, Londrina torna-se município. O
nas três grãos estão entre os mais cultivados e consumidos: Mundo cultivo do café, plantado antes mesmo da chegada da primeira ca-
Novo, Bourbon Vermelho e o café híbrido Catuaí. ravana, estabeleceu o primeiro ciclo econômico.
- O ideal é que você teste a produção dos três, em áreas dife- Em 1961, Londrina foi responsável por cerca de 51% do café
rentes, para perceber qual deles será o mais indicado para a sua produzido no mundo e ganhou o apelido de “Capital Mundial do
terra. Café”. Os fazendeiros, proprietários de terra, construíram casarões
e ficaram conhecidos como os “Barões do Café”, e os grãos do café
A CRISE DA CAFEICULTURA E A LONDRINA eram conhecidos como “Ouro Verde”.
CONTEMPORÂNEA: A GEADA NEGRA; A SUBSTITUIÇÃO
DA CAFEICULTURA PELAS CULTURAS MECANIZADAS; A Geada Negra
ÊXODO RURAL; INDUSTRIALIZAÇÃO; A CRIAÇÃO DA Em 1975 uma grande geada atingiu todo o norte do Paraná,
REGIÃO METROPOLITANA DE LONDRINA arruinando as plantações de café. Enquanto algumas pessoas ini-
ciaram novamente o trabalho com café, outras preferiram investir
em diversos ramos da economia. Após o plantio das mudas de café
O processo de modernização da agricultura no Paraná ocorreu é necessário esperar cerca de 2 anos para iniciar as primeiras co-
entre fins da década de 1960 e início dos anos de 1970. Nesse mo- lheitas, Londrina perdeu o posto de grande produtor de café, mas já
mento, a economia cafeeira estava em crise em função do excesso tinha desenvolvido um grande crescimento urbano com indústrias,
de oferta desse produto no mercado internacional, além da concor- universidades e empresas de prestação de serviços.
rência sofrida com as produções cafeeiras da África e da Colômbia.
Contribuíram ainda para a queda da produção as pragas e altera- Industrialização3
ções climáticas, como a ferrugem e as geadas, que marcaram a crise Na terra em que a madeira brotava gigantesca, derrubar a mata
do café nesse momento. para construir a cidade também fez surgir as primeiras unidades in-
Na década de 1960, quando o mercado cafeeiro dava sinais de dustriais. Eram as serrarias, ainda no início da colonização. Com a
crise, foi criado, pelo Governo Federal, o Grupo Executivo de Racio- evolução da agricultura no pequeno patrimônio, as máquinas para
nalização da Agricultura. Essa iniciativa tinha por objetivos erradicar beneficiar principalmente o café, mas também o arroz e outros pro-
e renovar as plantações de café a fim de racionalizar e tornar sua dutos primários eram atividade industrial que se consolidaria nos
produção mais eficiente. Além disso, também propôs a diversifica- anos do boom da cafeicultura. Era a geração de emprego e riquezas
ção de produtos agrícolas, estimulando, principalmente, a produ- começando a emergir o que seria a futura capital mundial do café.
ção de oleaginosas, bem como a integração dessa produção com o Nos anos seguintes, Londrina presenciou a vinda das indústrias.
setor agroindustrial. Na década de 90, grandes multinacionais se instalaram e houve um
Diante desse cenário de transformações, o processo de mo- avanço no processo de industrialização, mas que não foi o suficiente
dernização agrícola no Estado do Paraná se tornou mais evidente. para tornar o setor forte na cidade. Em 2021, a indústria foi respon-
Houve uma significativa mudança no processo de transformação sável por apenas 16% do PIB – Produto Interno Bruto do município.
técnica para a produção agrícola “através dos seguintes aspectos: Para fortalecer o setor e atrair novas indústrias, a prefeitura
mecanização, eletrificação, irrigação e conservação do solo, uso de tem trabalhado para melhorar a infraestrutura e ampliar a oferta de
fertilizantes e agrotóxicos, além de outros peculiares a certas cultu- áreas para a instalação de empresas.
ras” (MORO, 2000, p. 30). Os futuros empreendimento também devem ocupar a região
Em termos sociais, o aumento do número e utilização de tra- norte de Londrina, onde ficará a Cidade Industrial, que está em
tores, além de outros implementos e insumos agrícolas, eliminou fase implantação. A previsão é que esteja tudo pronto até o final
muitos empregos no campo e engrossou as migrações para as cida- de 2022.
des. Houve nesse momento uma intensificação do êxodo rural, com
uma população excluída se direcionando para cidades de maior
porte na região, para São Paulo, para a região metropolitana de LOCALIZAÇÃO, DIVISÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA,
Curitiba, além das regiões de fronteira. LIMITES E FRONTEIRAS MUNICIPAL
É importante reconhecer que a transferência da população do
campo para a cidade não foi um fenômeno provocado apenas pela
modernização agrícola. A substituição do café por culturas oleagi-
nosas diminuiu significativamente a utilização de mão de obra no
meio rural, já que a soja e o trigo, por exemplo, não eram planta-
ções permanentes, pois estavam inclusas no sistema de rotação de
culturas, além de contarem com um elevado nível de mecanização,
dispensando a utilização de grande quantidade de mão de obra.
A primeira década, após a fundação de Londrina, foi uma fase
de desenvolvimento comercial. Neste período aconteceu um forta-
lecimento da estrutura comercial, quando muitas empresas paulis-
tas se instalaram na região (alimentícia, armarinhos, atacadistas).
O setor industrial limitava-se a ordenar a matéria prima regional
(maquinas de café e cereais), mantendo a dependência em relação
a outros centros urbanos com maior grau de industrialização. As
principais realizações no final dos anos 40 foram: a implantação de Londrina é um município de brasileiro localizado na região nor-
galerias pluviais, construção de escolas, elaboração do plano urba- te do estado do Paraná, a 369 km da capital paranaense, Curitiba.
nístico – o que demonstrou uma preocupação com a ocupação do Importante polo de desenvolvimento regional, Londrina exerce
solo.
3 Disponível em Londrina 87 anos: os olhares voltados para a industrialização |
Londrina | Taroba News Acesso em 04.06.2022

133
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE LONDRINA
grande influência sobre todo o Paraná e região sul. Com uma po- florestais que demonstram a variedade de gêneros e espécies de
pulação de com 497.833 habitantes, Londrina é a segunda cidade vegetação que se encontravam na região.
mais populosa do Paraná e a terceira mais populosa da Região Sul
do Brasil. Clima
Situado entre 23°08’47″ e 23°55’46″ de Latitude Sul e entre Possui Clima Subtropical Úmido Mesotérmico, verões quentes
50°52’23″ e 51°19’11″ a Oeste de Greenwich, o Município de Lon- e geadas pouco frequentes, com tendência de chuvas nos meses
drina ocupa, segundo a Resolução nº 05, de 10 de outubro de 2002, de verão, cujas principais médias anuais são: temperatura superior
do IBGE, 1.650, 809 km², cerca de 1% da área total do Estado do a 22°C, nos meses mais quentes e temperatura inferior a 18°C, nos
Paraná. meses mais frios.

Vegetação
Há poucas áreas remanescentes da formação vegetal natural,
mata pluvial tropical e subtropical. A mata dos Godoy (Reserva
Florestal Estadual) e a Reserva Indígena do Apucaraninha são
formações florestais que demonstram a variedade de gêneros e
espécies de vegetação que haviam na região.

Geologia e Solos
O solo da região é de origem basáltica. No entanto, conforme a
sua localização, em topografia mais plana ou acidentada, apresenta
tipologia diferenciada e fertilidade variável. Os principais tipos de
População
solo da região são: terra roxa estruturadas, litólicos, latossolo ver-
População estimada [2021] ---------- 580.870 pessoas
melho-escuro e podzólico vermelho-amarelo.
População no último censo [2010] ------------ 506.701 pessoas
Londrina faz parte do Terceiro Planalto Paranaense e sua geo-
Densidade demográfica [2010] ------------- 306,52 hab/km²
logia é caracterizada pela Formação de Serra Geral, pertencente ao
Área da unidade territorial [2021] --------- 1.652,569 km²
Grupo São Bento.
Esgotamento sanitário adequado [2010] ---------- 85,2 %
Arborização de vias públicas [2010] --------- 96,3 %
Hidrografia
Urbanização de vias públicas [2010] ---------- 83,1 %
Situada na bacia do rio Tibagi, uma das mais importantes do
População exposta ao risco [2010] -------- Sem dados
estado do Paraná, além disso o Município possui sete microbacias,
Bioma [2019] ---------- Mata Atlântica
sendo a do Ribeirão Cambé a principal por formar o Parque Linear
Sistema Costeiro-Marinho [2019] ---------- Não pertence
Igapó e o Ribeirão Cafezal.
Hierarquia urbana [2018] ---------- Capital Regional B (2B) - Mu-
Além das águas superficiais em abundância, Londrina possui o
nicípio integrante do Arranjo Populacional de Londrina/PR
privilégio de estar situada sobre o Aquífero Guarani que é a princi-
Região de Influência [2018] ---------- Arranjo Populacional de
pal reserva subterrânea de água doce da América do Sul e um dos
Curitiba/PR - Metrópole (1C)
maiores sistemas aquíferos do mundo.
Região intermediária [2021] ------------ Londrina
Região imediata [2021] ---------- Londrina
Mesorregião [2021] ------------ Norte Central Paranaense
Microrregião [2021] ----------- Londrina URBANIZAÇÃO, PRODUÇÃO DO ESPAÇO URBANO,
USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NA EXPANSÃO FÍSICO-
Divisão Administrativa do Município de Londrina TERRITORIAL DE LONDRINA
O município de Londrina é constituído pelo Distrito Sede e pe-
los Distritos do Espírito Santo, Guaravera, Irerê, Lerroville, Maravi- Londrina, já nos anos 50, emergiu no cenário nacional como
lha, Paiquerê , São Luiz e Warta. importante cidade do interior do Brasil. Neste período, apresentou
considerada expansão urbana em razão da produção cafeeira no
ASPECTOS FÍSICO-GEOGRÁFICOS DO MUNICÍPIO norte do Paraná, em especial na cidade de Londrina, o que levou à
(FORMAÇÃO GEOLÓGICA E RELEVO, BACIA intensificação do setor primário de toda região. Nesta década a po-
HIDROGRÁFICA, SOLO, CLIMA E VEGETAÇÃO) pulação passou de 20.000 habitantes para 75.000, sendo que quase
metade se encontrava na área rural. No final desse decênio Londri-
na contava com um complexo urbano que consistia em faculdade,
Ponto mais alto do Município tem uma altitude de 820 – 844 m
colégios, postos de saúde, hospitais, rádios e complexos destinados
e fica próximo a Lerroville, à leste, na estrada em direção à represa.
ao lazer.
Localiza-se em um espigão, não sendo perceptível, uma vez que não
Nos anos 60 surgiram os primeiros conjuntos habitacionais, que
é um morro, mas apenas um ponto demarcado.
se localizavam à distância de 6 a 7 Km do centro da cidade. Esses
O solo da região é de origem basáltica, entretanto, conforme a
centros habitacionais foram edificados pela COHAB e atendiam às
sua localização, em topografia mais plana e acidentada, apresenta
populações mais necessitadas da sociedade londrinense. Outro fato
tipos de solos diferentes, consequentemente, de fertilidade variá-
importante neste período foi a criação do Serviço de Comunicação
vel. A camada de solo é de profundidade variável, indo de várias
Telefônica de Londrina – SERCOMTEL. Em franco desenvolvimen-
dezenas de metros, nos espigões, até menos de um metro, próximo
to, na década de 70, Londrina já contava com 230.000 habitantes e
aos ribeirões, onde, na maioria das vezes, a água flui sobre a super-
uma produção agrícola voltada para o mercado externo. Nesta épo-
fície compacta do basalto. São poucas as áreas remanescentes da
ca criou-se os primeiros centros industriais que visavam o incentivo
formação vegetal natura, no município (mata pluvial tropical e sub-
e a coordenação do desenvolvimento industrial da cidade. Houve
tropical) que recobria a região. A mata dos Godoy (Reserva Flores-
uma ampliação na prestação de serviços como educação, sistema
tal Estadual) e a Reserva Indígena do Apucaraninha são formações

134
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE LONDRINA
de água e esgoto, pavimentação, energia elétrica, comunicação, e Os futuros empreendimento também devem ocupar a região
a criação do Parque Arthur Thomas, a construção da nova Catedral, norte de Londrina, onde ficará a Cidade Industrial, que está em
Ginásio de Esporte Moringão, entre outras obras. fase implantação. A previsão é que esteja tudo pronto até o final
A década de 80 foi marcada pela fase de ação administrativa, de 2022.
quando o poder público demonstrou uma preocupação com o ca- As empresas que devem se instalar lá nos próximos anos per-
pital comercial e desenvolveu ações que incentivaram o planeja- tencem a áreas consideradas chave para o município. São elas: o
mento urbano, tais como a retirada da ferrovia do centro, a criação agronegócio, a tecnologia da informação, a saúde e o vestuário. O
das vias Expressa Norte - Sul e da Avenida Leste-Oeste, bem como principal atrativo da cidade, que faz dela uma região estratégica
a instalação do Terminal Urbano de Transporte Coletivo. Londrina para esses segmentos, é a logística.
se consolidou como Pólo Regional de bens e serviços e se tornou, Os indicadores econômicos demonstram que há um cenário fa-
definitivamente, a terceira mais importante cidade do Sul do Brasil vorável para a vinda de grandes indústrias. Um deles é a geração de
na década de 90, quando foi desenvolvido o primeiro Plano Dire- empregos. Outro chamariz, principalmente para as empresas de TI,
tor. Neste período a cidade apresentava uma estrutura voltada para é a mão de obra qualificada. De de olho na inovação, Londrina deve
áreas residenciais em praticamente todo seu território, destacando inaugurar em breve o Tecnocentro que fica localizado no Parque
a região central em razão do desenvolvimento da construção civil, Tecnológico Francisco Sciarra, tem mais de três mil metros quadra-
refletida em inúmeros edifícios de padrão médio e alto. A região dos e vai abrigar empresas, startups e aceleradoras.
Norte da cidade, que nas décadas anteriores se enquadrava como Outro segmento, que faz parte da indústria, é uma força visível
região rural, revelou-se como maior área residencial da cidade, para os lados e para cima: a construção civil. A floresta de concreto
apresentando uma concentração de conjuntos habitacionais finan- definitivamente substituiu a mata exuberante. O primeiro boom de
ciados pelo BNH. verticalização foi ainda na década de 1970. Londrina era o municí-
Década a década, verifica-se que Londrina teve um crescimen- pio com mais prédios do Brasil, guardadas as devidas proporções
to constante, consolidando-se como principal ponto de referência com o tamanho da cidade.
do Norte do Paraná, bem como exercendo grande influência e atra- Nos anos 2000, uma nova expansão para a charmosa zona sul,
ção regional. com a criação da Gleba Palhano e depois de um recuo entre 2014
A malha urbana segue um padrão ortogonal com ruas de 12 e 2018, hoje crescendo sem parar. A construção civil dá a “cara” da
metros de largura, dispostas nos sentidos LE e NS. As quadras foram metrópole, a segunda maior cidade do Paraná e a quarta do sul do
projetadas com 110 metros de comprimento, divididas em 20 ou País. O setor evoluiu, mesmo com a pandemia e em 2021, gerou
24 lotes. Trata-se de um modelo universal, elaborado provavelmen- 1.578 vagas. Para 2022, as projeções são bastante positivas.
te para facilitar a subdivisão dos lotes urbanos, tornando-os tanto
mais regulares quanto possível. Trabalho e rendimento
Durante muitos anos, Londrina foi reconhecida como a Capital Em 2019, o salário médio mensal era de 2.7 salários mínimos.
Mundial do Café. No entanto, a cidade cresceu e desenvolveu ou- A proporção de pessoas ocupadas em relação à população total
tros talentos, entre eles a tecnologia da informação e comunicação. era de 35.9%. Na comparação com os outros municípios do estado,
Esta nova vocação inspirou várias entidades da sociedade civil e do ocupava as posições 10 de 399 e 25 de 399, respectivamente. Já
setor público a repensarem uma nova identidade para a cidade: na comparação com cidades do país todo, ficava na posição 301
Londrina Cidade Genial. de 5570 e 258 de 5570, respectivamente. Considerando domicílios
com rendimentos mensais de até meio salário mínimo por pessoa,
tinha 28.7% da população nessas condições, o que o colocava na
ESTRUTURA PRODUTIVA DE LONDRINA E
posição 328 de 399 dentre as cidades do estado e na posição 4935
RELAÇÕES CAMPO-CIDADE: - EXTRATIVISMO,
AGRONEGÓCIO, AGRICULTURA FAMILIAR E PRÁTICAS de 5570 dentre as cidades do Brasil.
AGROECOLÓGICAS; INDUSTRIALIZAÇÃO E ATIVIDADES
INDUSTRIAIS; EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA; Salário médio mensal dos trabalhadores formais [2019] --------
COMÉRCIO, SISTEMA FINANCEIRO, REDES DE -- 2,7 salários mínimos
TRANSPORTE, ENERGIA E TELECOMUNICAÇÕES; Pessoal ocupado [2019] ---------- 204.646 pessoas
RELAÇÕES DE TRABALHO E ECONOMIA INFORMAL População ocupada [2019] ---------- 35,9 %
Percentual da população com rendimento nominal mensal per
capita de até 1/2 salário mínimo [2010] -28,7 %
Com a evolução da agricultura4 no pequeno patrimônio, as má-
quinas para beneficiar principalmente o café, mas também o arroz Economia
e outros produtos primários eram atividade industrial que se con- PIB per capita [2019] -------- 37.912,12 R$
solidaria nos anos do boom da cafeicultura. Era a geração de em- Percentual das receitas oriundas de fontes externas [2015] ---
prego e riquezas começando a emergir o que seria a futura capital ------- 48,3 %
mundial do café. Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) [2010]
Nos anos seguintes, Londrina presenciou a vinda das indústrias. ----------- 0,778
Na década de 90, grandes multinacionais se instalaram e houve um Total de receitas realizadas [2017] ------------ 1.885.135,90 R$
avanço no processo de industrialização, mas que não foi o suficiente (×1000)
para tornar o setor forte na cidade. Em 2021, a indústria foi respon- Total de despesas empenhadas [2017] ------------ 1.810.745,58
sável por apenas 16% do PIB – Produto Interno Bruto do município. R$ (×1000)
Para fortalecer o setor e atrair novas indústrias, a prefeitura
tem trabalhado para melhorar a infraestrutura e ampliar a oferta de
áreas para a instalação de empresas.

4 Disponível em Londrina 87 anos: os olhares voltados para a industrialização |


Londrina | Taroba News Acesso em 05.06.2022

135
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE LONDRINA

MOBILIDADE URBANA E ACESSIBILIDADE EM LONDRINA

O Terminal Rodoviário de Londrina José Garcia Villar teve seu partido arquitetônico elaborado arquiteto Oscar Niemeyer, sofrendo
algumas modificações quando da sua construção pelo prefeito de Londrina, Wilson Moreira, em 25 de junho de 1988.
A cobertura da construção é toda feita em zinco. Seu formato é circular, com um jardim interno também circular sem cobertura. No
interior da construção estão localizados guichês para a venda de passagens, lojas de souvenir, farmácias, lanchonetes, caixas eletrônicos
de bancos e outras utilidades. As plataformas de embarque e desembarque ficam na parte mais externa do círculo.
Atualmente é considerada uma das rodoviárias mais funcionais e belas do Brasil, obtendo em 2003 a premiação máxima de melhor
rodoviária entre seus congêneres.

Aeroporto
O Aeroporto de Londrina é um aeroporto que teve suas origens na época do pós-guerra. A base do terminal atual foi construída na
década de 1950, durante o auge do café na região. Nessa época, o aeroporto chegou a ser o terceiro mais movimentado do país, contudo,
hoje ele se encontra entre os 30 mais movimentados do Brasil.
Aeroporto ideal para as operações regionais, ele se encontra a menos de 5 km do centro da cidade, oferecendo uma boa infraestrutura
para a operação de aeronaves de médio porte como Boeings 737 e Fokker 100s.
Os principais destinos diretos a partir do aeroporto de Londrina são Curitiba, São Paulo (Congonhas e Guarulhos), Rio de Janeiro (San-
tos Dumont), Presidente Prudente, Campinas, Ribeirão Preto, Salvador, Foz do Iguaçu, Maringá, Campo Grande, Corumbá, Cuiabá, Sinop,
Alta Floresta, Porto Alegre, Brasília, Goiânia, Vilhena, Ji-Paraná, Rondonópolis, Manaus, Porto Velho, Lábrea e Humaitá.

Trânsito
A cidade tem registrado um grande aumento no número de automóveis, segundo o Detran/PR, entre maio de 2007 e fevereiro de
2008, a frota de veículos de Londrina aumentou de 225.099 para 236.661, ou seja, 43 novos veículos emplacados por dia. Isso sem contar
a intensa movimentaçãoos veículos dos municípios que compõem a Região Metropolitana. O resultado é o aumento dos congestiona-
mentos, principalmente nos horários de pico (entre as 7:00 e 8:00 horas e entre as 17:00 e 19:00 horas). Os trechos mais problemáticos
são a Rua Sergipe, Avenida Higienópolis, Avenida Winston Churchill, Rua Benjamin Constant, Avenida Arcebispo Dom Geraldo Fernandes,
Avenida Madre Leônia Milito. Todavia, todo o quadrilátero central é uma região preocupante.

INDICADOR DEMOGRÁFICO E SOCIAL DE LONDRINA: DINÂMICA POPULACIONAL E ESTRUTURA DEMOGRÁFICA;


MOVIMENTOS POPULACIONAIS E REDES DE MIGRAÇÕES; DIVERSIDADE ÉTNICO-RACIAL E CULTURAL DA
POPULAÇÃO; DESIGUALDADE SOCIAL E RACIAL. POBREZA E EXCLUSÃO SOCIAL

Percentual da população rural e urbana residente no município – 1940 a 2010

136
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE LONDRINA

O rápido crescimento da população urbana no município entre a década de 50 e 60, apresentando um aumento de 126,06% entre
uma década e outra. Já a população rural teve seu maior declínio entre a década de 70 e 80, com uma queda de 46,15% entre os dois
períodos. Para uma análise acerca do crescimento total da população do município é importante articular outras variáveis, como fluxos
migratórios, taxas de natalidade, elevação da expectativa de vida e avanços na medicina.
Enquanto em âmbito nacional a soma da população não-branca corresponde a 52,3%, em Londrina essa somatória resulta em um
percentual de 29,6%, quase um terço da população do município. Apresentar um percentual menor de não-brancos no âmbito municipal
do que no âmbito nacional não exime a sociedade civil e o poder público de refletir sobre a questão do racismo.

A classe de rendimento mais presente entre a população branca, indígena e amarela é a de mais de 1 a 2 salários mínimos, o que
corresponderia a mais de R$ 998 a R$ 1.996 reais em valores atuais. Ao mesmo tempo, entre a população preta e parda o rendimento
mais expressivo em valores atuais corresponde de R$ 499 até R$ 998 reais. Entre a população que possui renda domiciliar per capita de
até R$ 124,75, 43,66% são pardos e 46,1% são brancos.

137
HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE LONDRINA
Marx que incluía um jardim com 187 espécies de plantas nativas.
DINÂMICA AMBIENTAL NO MUNICÍPIO DE LONDRINA: O Lago Norte está situado na Zona Norte de Londrina, próximo ao
RESÍDUOS SÓLIDOS, POLUIÇÃO E DEGRADAÇÃO Terminal Milton Gavetti.
AMBIENTAL; SANEAMENTO E SAÚDE AMBIENTAL;
PARQUES ECOLÓGICOS/UNIDADES DE CONSERVAÇÃO Arthur Thomas – O Parque Estadual Arthur Thomas fica na Rua
E EDUCAÇÃO AMBIENTAL da Natureza, 115, no Jardim Piza, na região sul da cidade.É uma uni-
dade de conservação localizada no perímetro urbano e representa
O saneamento básico e saúde ambiental um dos últimos remanescentes de Mata Atlântica na região norte
Registrava em 2019, praticamente a universalização dos ser- do Paraná.
viços de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto e
destinação adequada do lixo. A cidade ocupa (2020) a 13ª posição Daisaku Ikeda – A Unidade de Conservação Parque Ecológico
no ranking brasileiro de infraestrutura sanitarista. A importância da Dr. Daisaku Ikeda está situada também na região sul da cidade. Fica
infraestrutura sanitarista extrapola questões ambientais e de salu- a, aproximadamente, 12 quilômetros do centro de Londrina, na Ro-
bridade. dovia João Alves da Rocha, estrada para o distrito de Maravilha, às
Vigilância em saúde ambiental é o conjunto de ações e serviços margens do Ribeirão Três Bocas.
que propiciam o conhecimento e a detecção de mudanças nos fa-
tores determinantes e condicionantes do meio ambiente que inter- Jardim Botânico - Oferece um espaço para contemplação, re-
ferem na saúde humana, com a finalidade de recomendar e adotar flexão e educação socioambiental.Há duas opções de trilhas eco-
medidas de promoção à saúde, prevenção e monitoramento dos lógicas, lago, arboreto, pista de caminhada e centro de visitantes,
fatores de riscos relacionados às doenças ou agravos à saúde. espaço voltado à educação ambiental, com equipamentos de au-
diovisual sobre o histórico ambiental da região.

Referências Bibliográficas:
Disponível em Conheça Londrina – LondrinaTur, portal de Lon-
drina e norte do Paraná Acesso em 04.06.2022
RAZENTE, Nestor. Ocupação do espaço urbano de Londrina.
Dissertação de mestrado. Recife: Departamento de Arquitetura e
Território e Ambiente Urbanismo da Universidade Federal de Pernambuco, 1984.
Apresenta 85.2% de domicílios com esgotamento sanitário MORO, D. A. A modernização da agricultura paranaense. In:
adequado, 96.3% de domicílios urbanos em vias públicas com ar- VILLALOBOS, J. U. G. (Org.). Geografia social e agricultura. Maringá:
borização e 83.1% de domicílios urbanos em vias públicas com ur- Programa de Pós-Graduação em Geografia,2000. p. 27-60.
banização adequada (presença de bueiro, calçada, pavimentação e
meio-fio). Quando comparado com os outros municípios do estado,
fica na posição 17 de 399, 118 de 399 e 8 de 399, respectivamente.
Já quando comparado a outras cidades do Brasil, sua posição é 697
de 5570, 685 de 5570 e 19 de 5570, respectivamente.

Parques ecológicos5
O Parque Estadual Mata dos Godoy é um importante remanes-
cente de Floresta Subtropical no município de Londrina, possuindo
uma área de 690,1756 hectares ele foi criado através do Decreto
Estadual nº 5.150 em 5 de junho 1989. A maior parte da área do
Parque pertencia à família Godoy e fazia parte da Fazenda Santa
Helena, que em função da preocupação do Sr. Olavo de Godoy, em
manter a sobrevivência das espécies de fauna e flora da região, pre-
servou esta enorme área de floresta.
Londrina conta com 7.711.227,31 m² de área verde, quase o
dobro de área verde recomendado pela ONU (Organização das Na-
ções Unidas) e 241 (em 2003) praças públicas. As principais praças
são a da Bandeira, a praça Tomi Nakagawa e a praça Rocha Pombo,
na área central da cidade, e a Praça Nishinomiya, próximo ao aero-
porto.
O nome do Lago Igapó, na língua tupi, significa transvasamento
de rios. O Lago foi projetado em 1957, na gestão de Antonio Fer-
nandes Sobrinho, como uma solução para o problema da drenagem
do ribeirão Cambezinho, dificultada por uma barragem natural de
pedra. Inicialmente pensou-se em dinamitar a barragem, mas pre-
valeceu a ideia de formar um lago. O Igapó foi inaugurado em 10
de dezembro de 1959, dia do Jubileu de Prata de Londrina, junta-
mente com a estação de saneamento. Após um período de certo
abandono,[25] foi elaborado um projeto de revitalização do Lago,
na gestão de Dalton Paranaguá, com projeto paisagístico de Burle
5 Disponível em https://blog.londrina.pr.gov.br/?p=24199 Acesso em
05.06.2022

138
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

II – instituir e arrecadar os tributos de sua competência, fixar


LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE LONDRINA e cobrar preços, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da
obrigatoriedade de prestar contas, e publicar balancetes nos pra-
LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE LONDRINA zos fixados em lei;
III – organizar e prestar, diretamente ou sob regime de con-
“P R E Â M B U L O cessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, inclu-
ído o de transporte coletivo de caráter essencial;
Nós, Vereadores, com a participação popular, reunidos em IV – elaborar o orçamento anual, o plano plurianual e as dire-
Legislatura Especial para instituir o ordenamento básico do Muni- trizes orçamentárias, bem como proceder à abertura de créditos
cípio, em consonância com os fundamentos, princípios e objetivos suplementares, especiais e extraordinários;
expressos na Constituição da República Federativa do Brasil e na V – conceder isenções, anistias fiscais e remissão de dívida;
Constituição do Estado do Paraná, promulgamos, sob a proteção VI – dispor sobre obtenção e concessão de empréstimos e
de Deus, a seguinte Lei Orgânica do Município de Londrina. operações de crédito, bem como sobre a forma e os meios de pa-
gamento;
VII – dispor sobre a concessão de auxílios e subvenções;
TÍTULO I
VIII – conceder honrarias;
DO MUNICÍPIO
IX – dispor sobre administração, uso e alienação de seus bens;
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES X – adquirir bens imóveis, inclusive mediante desapropriação
por necessidade e utilidade pública ou interesse social;
Art. 1o O Município de Londrina, pessoa jurídica de Direito XI – elaborar o plano diretor de desenvolvimento integrado;
Público Interno, parte integrante do Estado do Paraná e entidade XII – estabelecer normas de edificação, de loteamento, de
da República Federativa do Brasil, é dotado de autonomia política, arruamento e de zoneamento urbano, bem como as limitações
administrativa e financeira, asseguradas pela Constituição Fede- urbanísticas convenientes à ordenação de seu território;
ral, pela Constituição do Estado e por esta Lei Orgânica. XIII – promover, no que lhe couber, o adequado ordenamento
Art. 2o Todo o poder do Município emana de seu povo, que territorial, mediante planejamento e controle do uso, de parcela-
o exerce por meio de representantes eleitos diretamente, nos ter- mento e da ocupação do solo urbano;
mos da Constituição Federal, da Constituição do Estado e desta XIV – estabelecer as servidões necessárias aos seus serviços;
Lei Orgânica. XV – criar, organizar, fundir, incorporar, desmembrar e supri-
Art. 3o São símbolos do Município de Londrina o Hino, o mir distritos, observada a legislação pertinente;
Brasão e a Bandeira municipais. XVI – criar, organizar e suprimir administrações regionais;
Art. 4o O Município de Londrina organiza-se e rege-se por XVII – integrar consórcio com outros municípios para solução
esta Lei Orgânica e as leis que adotar, observados os princípios das de problemas comuns;
Constituições Federal e Estadual, e tem por objetivos: XVIII – dispor sobre convênios com entidades públicas ou pri-
I – construir uma sociedade livre, justa e solidária; vadas;
II – promover o bem de todos os munícipes, sem preconcei- XIX – proceder à denominação de próprios, vias e logradouros
tos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de públicos;
discriminação; XX – prover a limpeza das vias e logradouros públicos e a re-
III – promover o desenvolvimento municipal de modo a asse- moção e o destino final do lixo domiciliar, hospitalar e industrial, e
gurar a qualidade de vida de sua população e a integração urba- de outros resíduos de qualquer natureza;
no-rural; XXI – ordenar as atividades urbanas, fixando condições e ho-
IV – erradicar a pobreza, o analfabetismo e a marginalização, rários para funcionamento de estabelecimentos industriais, co-
e reduzir as demais desigualdades sociais;
merciais e similares, e das atividades artesanais;
V – garantir, no âmbito de sua competência, a efetividade dos
XXII – dispor sobre o comércio ambulante e a construção e
direitos e garantias fundamentais da pessoa humana e dos direi-
exploração de mercados públicos e feiras livres;
tos sociais previstos na Constituição Federal.
XXIII – criar e organizar parques industriais;
CAPÍTULO II XXIV – dispor sobre o serviço funerário e cemitérios, encarre-
DA COMPETÊNCIA MUNICIPAL gando-se da administração daqueles que forem públicos e fiscali-
zando os pertencentes a entidades privadas;
Art. 5o Ao Município de Londrina compete: XXV – prestar, com a cooperação técnica e financeira da União
I – legislar sobre assuntos de interesse local; e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população;
XXVI – manter programas de educação infantil e de ensino
fundamental, com a cooperação técnica e financeira da União e
do Estado;

139
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
XXVII – realizar programas que visem a conter a evasão esco- CAPÍTULO III
lar e que promovam a alfabetização; DA SOBERANIA POPULAR
XXVIII – promover e incentivar a cultura, o desporto e o lazer;
XXIX – promover e incentivar o artesanato local, assegurando Art. 7o A soberania popular será exercida pelo sufrágio uni-
às entidades representativas da classe espaço para exposição e versal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos,
comercialização de seus produtos; mediante:
XXX – dispor sobre o uso, transporte e armazenamento de I – plebiscito;
substâncias que coloquem em risco a saúde e a segurança da po- II – referendo;
pulação, observadas a legislação e a ação fiscalizadora federais e III – iniciativa popular.
estaduais; Art. 8o Plebiscito ou referendo são consultas formuladas à
XXXI – dispor sobre depósito e destino de animais e merca- população para que esta delibere sobre matéria de acentuada re-
dorias apreendidas em decorrência de transgressão da legislação levância, de natureza legislativa ou administrativa.
municipal; § 1o O plebiscito será convocado com anterioridade e o
XXXII – garantir a defesa civil do ambiente e da qualidade de referendo com posterioridade ao processo legislativo ou ato ad-
vida; ministrativo, cabendo aos eleitores diretamente interessados na
XXXIII – instituir Guarda Municipal destinada à proteção das matéria aprovar ou denegar pelo voto o que lhes tenha sido sub-
instalações, dos bens e serviços municipais, conforme dispuser a metido.
lei; § 2o O plebiscito ou referendo será convocado mediante de-
XXXIV – promover a proteção do patrimônio histórico, cultu- creto‑legislativo proposto por no mínimo um terço dos membros
ral, artístico, turístico e paisagístico local, observadas a legislação da Câmara e aprovado por maioria absoluta dos Vereadores.
e a ação fiscalizadora federais e estaduais; § 3o A tramitação dos projetos de decretos‑legislativos para
XXXV – promover e incentivar o turismo local, como fator de plebiscito ou referendo obedecerá às normas estabelecidas no
desenvolvimento social e econômico; Regimento Interno da Câmara.
XXXVI – fomentar e organizar o abastecimento e o provento § 4o Aprovada a realização de plebiscito ou referendo, o Pre-
de produtos e serviços essenciais à vida humana; sidente da Câmara dela dará ciência à Justiça Eleitoral, que defini-
XXXVII – incentivar a implantação de hortas comunitárias; rá os procedimentos a serem adotados para a realização.
XXXVIII – estabelecer e impor penalidades por infração de § 5o O resultado do plebiscito ou referendo será determina-
suas leis e regulamentos; do pelo voto da maioria simples, independentemente do número
XXXIX – suplementar a legislação federal e a estadual no que de votantes.
lhe couber. § 6o Convocado o plebiscito, o projeto legislativo ou a me-
Art. 6o Ao Município de Londrina compete, em comum com dida administrativa não efetivados, cujas matérias constituam ob-
a União e com o Estado: jeto de consulta popular, terão sustada sua tramitação até que o
I – zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições resultado das urnas seja proclamado.
democráticas, e conservar o patrimônio público; § 7o O referendo pode ser convocado no prazo máximo
II – cuidar da saúde e assistência pública, e da proteção e ga- de 30 (trinta) dias, a contar da promulgação de lei ou adoção de
rantia das pessoas portadoras de deficiência; medida administrativa, que se relacione de maneira direta com a
III – proteger os documentos, as obras e outros bens de valor consulta popular.
artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notá- § 8o O resultado da consulta popular é determinante para a
veis e os sítios arqueológicos; tramitação ou eficácia da matéria consultada, devendo a Câmara
IV – impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de tomar as medidas cabíveis para tanto.
obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cul- § 9o Fica vedada a realização de plebiscito ou referendo nos
tural; seis meses que antecederem a qualquer pleito eleitoral.
V – proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à Art. 9o A iniciativa popular consiste na apresentação de pro-
ciência e à tecnologia; jeto de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de
VI – proteger o ambiente e combater a poluição em qualquer bairros à Câmara Municipal, subscrito por no mínimo 5% (cinco
de suas formas; por cento) do eleitorado do Município.
VII – preservar as florestas, a fauna e a flora; § 1o O projeto de lei de iniciativa popular deverá circunscre-
VIII – fomentar a produção agropecuária e organizar o abas- ver-se a um só assunto.
tecimento alimentar; § 2o O projeto de que trata este artigo não poderá ser re-
IX – promover programas de construção de moradias, de me- jeitado por vício de forma, devendo a comissão competente da
lhoria das condições habitacionais e de saneamento básico; Câmara providenciar a correção de eventuais impropriedades de
X – combater as causas da pobreza e os fatores de marginali- técnica legislativa ou de redação.
zação, promovendo a integração dos setores desfavorecidos; § 3o Cumpridas as exigências para a apresentação, o pro-
XI – registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direi- jeto seguirá a tramitação estabelecida no Regimento Interno da
tos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em Câmara.
seu território;
XII – estabelecer e implantar política de educação para a se- CAPÍTULO IV
gurança do trânsito; DOS DISTRITOS
XIII – organizar os respectivos órgãos e entidades executivos
de trânsito, estabelecendo os limites circunscricionais de suas Art. 10. A criação, a incorporação, a fusão, a supressão e o
atuações. desmembramento de distritos dar-se-á por lei municipal especí-
fica, atendidos os seguintes requisitos: (Redação dada pelo art.
1º da Emenda à Lei Orgânica nº 57, de 20 de dezembro de 2019).

140
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
I – população da área objeto da medida proposta superior a § 2o Fica fixado em 19 o número de Vereadores do Municí-
mil habitantes; pio de Londrina conforme previsto na Resolução nº 21.702, de 2
II – eleitorado não inferior a 20% (vinte por cento) da popula- de abril de 2004, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). (Redação
ção da área objeto da medida proposta; dada pela Emenda à Lei Orgânica n° 45, de 15 de julho de 2009).
III – centro urbano constituído com número de casas superior Anteriormente alterado por: (Emenda a Lei Orgânica n°44, de 8 de
a 60 (sessenta); abril de 2009) e (Emenda a Lei Orgânica n°43, de 29 de dezembro
IV – existência de escola pública e de postos de saúde e po- de 2008);
licial. § 3o A população do Município será aquela existente até 31
§ 1o O projeto de lei de criação, incorporação, fusão ou des- de dezembro do ano anterior à eleição municipal, apurada pelo
membramento de distrito será de iniciativa do Prefeito Municipal órgão federal competente.
ou de qualquer Vereador. § 4o Após a apuração da população do Município, a Câmara
§ 2o O projeto de lei deverá estar acompanhado de certidões promulgará o competente decreto‑legislativo fixando o número
dos órgãos públicos competentes comprovando o atendimen- de vereadores que deverão ser eleitos para a legislatura imediata.
to aos requisitos estabelecidos neste artigo e de representação
subscrita por, no mínimo, 50% (cinqüenta por cento) dos eleitores SEÇÃO II
residentes nas áreas diretamente interessadas. DA INSTALAÇÃO
§ 3o O projeto deverá apresentar a área da unidade proposta
em divisas claras, precisas e contínuas. Art. 14. No dia 1º de janeiro do primeiro ano da legislatura,
§ 4o Atendidas as exigências estabelecidas neste artigo, a às dezoito horas, em sessão solene de instalação, sob a presidên-
tramitação do projeto será precedida de consulta plebiscitária à cia do Vereador mais idoso dentre os presentes, a Câmara Muni-
população diretamente interessada, nos termos do artigo 8o des- cipal reunir-se-á para a posse de seus membros, que prestarão o
ta Lei. seguinte compromisso: “Prometo cumprir a Constituição da Re-
§ 5o A instalação de distrito far-se-á na sua sede perante o pública Federativa do Brasil, a Constituição do Estado do Paraná e
Juiz Eleitoral da Comarca. a Lei Orgânica do Município de Londrina, observar as leis, desem-
§ 6o Não será admitido o desmembramento de distrito penhar com lealdade, moralidade e transparência o mandato que
quando esta medida importar na perda dos requisitos estabeleci- me foi confiado, e trabalhar pelo progresso do Município e pelo
dos neste artigo pelo distrito de origem. bem-estar de seu povo.” Anteriormente alterado por: (Emenda à
§ 7o Poderá haver supressão de distritos pelo não-atendi- Lei Orgânica nº 51, de 18 de dezembro de 2012) e (Emenda à Lei
mento aos requisitos estabelecidos no caput ou por interesse pú- Orgânica nº 38, de 15 de dezembro de 2004).
blico devidamente justificado, medida esta que se dará nos ter- § 1o O Vereador que não tomar posse na sessão prevista nes-
mos dos parágrafos 1o e 2o deste artigo. te artigo deverá fazê-lo no prazo de 15 (quinze) dias, salvo motivo
justo aceito pela Câmara.
CAPÍTULO V § 2o No ato da posse os vereadores deverão estar desincom-
DAS ADMINISTRAÇÕES REGIONAIS patibilizados na forma da lei, e deverão, atédois dias úteis antes
da posse, apresentar ao Departamento de Recursos Humanos da
Art. 11. As administrações regionais serão criadas por lei de Câmara Municipal de Londrina cópia do diploma conferido pela
iniciativa privativa do Prefeito, com o objetivo de descentralizar os Justiça Eleitoral e a declaração pública de seus bens, a qual será
serviços públicos e observando-se os seguintes critérios: renovada ao término do mandato, devendo ser entregue até a
I – projeto administrativo para a região; data da última Sessão Ordinária do período Legislativo. (Redação
II – características culturais, sociais e econômicas da região. dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 53, de 14 de julho de 2016).
§ 3o O Departamento de Recursos Humanos da Câmara Mu-
TÍTULO II nicipal de Londrina comunicará os vereadores, com antecedência
DOS PODERES MUNICIPAIS de vinte dias do prazo fixado no § 2o deste artigo, da obrigatorie-
CAPÍTULO I dade da apresentação da declaração pública de bens atualizada.
DISPOSIÇÕES GERAIS (Redação incluída pela Emenda à Lei Orgânica nº 53, de 14 de
julho de 2016).
Art. 12. São Poderes do Município, independentes e harmô- Art. 15. O Presidente convidará, a seguir, o Prefeito e o Vice-
nicos entre si, o Legislativo e o Executivo. -Prefeito para prestarem o compromisso a que se refere o artigo
43 desta Lei, após o que os declarará empossados.
CAPÍTULO II
DO PODER LEGISLATIVO SEÇÃO III
SEÇÃO I DA MESA DA CÂMARA
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 16. Imediatamente depois da posse, os vereadores deli-
Art. 13. O Poder Legislativo é exercido pela Câmara Munici- berarão, sob a presidência do Vereador mais idoso dentre os pre-
pal, constituída de representantes do povo, eleitos por voto direto sentes e mediante maioria absoluta de votos, se a Sessão Prepara-
e secreto, observadas as seguintes condições de elegibilidade: tória para eleição da Mesa Executiva será instalada em seguida ou
I – ser de nacionalidade brasileira; em prazo que não ultrapasse 48 (quarenta e oito) horas, contadas
II – estar em pleno exercício dos direitos políticos; do início da sessão a que se refere o artigo 14 desta Lei.
III – ter efetivado o alistamento eleitoral; § 1o A eleição dos membros da Mesa far-se-á por meio de
IV – ter domicílio eleitoral na circunscrição do Município; escrutínio público e votação nominal, exigida maioria absoluta de
V – possuir filiação partidária; votos dos membros da Câmara, em primeiro escrutínio, e maio-
VI – ter idade mínima de 18 (dezoito) anos. ria simples, em segundo escrutínio, considerando-se automatica-
§ 1o Cada legislatura terá a duração de 4 (quatro) anos. mente empossados os eleitos.

141
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
§ 2o O mandato da Mesa será por 2 (dois) anos, vedada a XVI – fixar por lei os subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e
recondução para o mesmo cargo na mesma legislatura. dos Secretários Municipais, observado o disposto nos artigos 37,
§ 3o Na hipótese de não haver número suficiente para a XI, 39, § 4o, 150, II, 153, III e 153, 2o, I, da Constituição Federal;
eleição, o Vereador mais idoso dentre os presentes permanecerá XVII – fixar por lei, em cada legislatura para a subseqüente,
na presidência e convocará sessões diárias até que seja eleita a o subsídio dos Vereadores, observados os limites de que trata o
Mesa. artigo 29, VI e VII e o que dispõem os artigos 37, XI, e 39, § 4o, da
§ 4º A eleição para renovação da Mesa realizar-se-á na última Constituição Federal;
sessão ordinária de cada sessão legislativa, observado o proce- XVIII – aprovar créditos suplementares à sua Secretaria, nos
dimento previsto no § 1º, empossando-se os eleitos a partir de termos desta Lei;
1º de janeiro do ano subsequente. (Redação dada pelo art. 2º da XIX – convocar plebiscito ou referendo;
Emenda à Lei Orgânica nº 57, de 20 de dezembro de 2019). XX – solicitar intervenção do Estado no Município em confor-
§ 5o Na composição da Mesa, assegurar-se-á, tanto quanto midade com a Constituição do Estado.
possível, a representação proporcional partidária. § 1o A renúncia de Prefeito ou de Vice-Prefeito submetido a
processo de cassação de mandato terá seus efeitos suspensos até
SEÇÃO IV as deliberações finais daquele.
DAS ATRIBUIÇÕES DA CÂMARA MUNICIPAL § 2o Independentemente da convocação a que se refere o
inciso XIII, poderá qualquer autoridade municipal prestar esclare-
Art. 17. Cabe à Câmara, com a sanção do Prefeito, não exigida cimentos ou solicitar providências legislativas em hora e dia desig-
esta para as matérias de sua competência privativa, dispor sobre nados pela Câmara para ouvi-la.
todas as matérias de competência do Município. § 3º É fixado em quinze dias úteis, prorrogável por igual perí-
Art. 18. Compete privativamente à Câmara Municipal: odo, desde que solicitado e devidamente justificado, o prazo para
I – dar posse ao Prefeito e ao Vice-Prefeito, conhecer de sua que os pedidos de informação de que trata o inciso XIV deste arti-
renúncia ou afastá-los definitivamente do cargo, nos termos es- go sejam atendidos, importando em infração político-administra-
tabelecidos no Regimento Interno e no Código de Ética e Decoro tiva do Prefeito a informação falsa, a recusa ou o não-cumprimen-
Parlamentar; (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica n° 38, de to do prazo. (Redação dada pelo art. 3º da Emenda à Lei Orgânica
15 de dezembro de 2004) nº 57, de 20 de dezembro de 2019).
II – conceder licença ao Prefeito, ao Vice-Prefeito e aos Vere- § 4o Havendo alteração do número de habitantes, apura-
adores; da por órgão federal competente, após a fixação dos subsídios de
III – eleger sua Mesa Executiva e constituir suas comissões; que trata o inciso XVII deste artigo, poderá, por iniciativa da Mesa
IV – elaborar o Regimento Interno; Executiva da Câmara e mediante lei ordinária, ser alterado o valor
V – dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia e dos subsídios dos Vereadores de acordo com os limites estabe-
mudança de sua sede; lecidos no artigo 29, VI, da Constituição Federal, e atendidos os
VI – dispor sobre a criação, transformação ou extinção dos demais dispositivos constitucionais.
cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei
para a fixação da respectiva remuneração, observados os parâme- SEÇÃO V
tros estabelecidos na Lei de Diretrizes Orçamentárias; DA LIMITAÇÃO DE DESPESAS
VII – proceder à tomada de contas do Prefeito, quando não
apresentadas dentro de 60 (sessenta) dias após a abertura da ses- Art. 19. O total das despesas do Poder Legislativo, incluídos
são legislativa; os subsídios dos Vereadores e excluídos os gastos com inativos,
VIII – julgar as contas prestadas anualmente pelo Prefeito; obedecerá aos limites fixados no artigo 29‑A da Constituição Fe-
(Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica n° 46, de 17 de no- deral, relativos ao somatório da receita tributária e das transfe-
vembro de 2009) rências previstas no art. 153, § 5o, e nos arts. 158 e 159 da Carta
IX – apreciar os relatórios anuais do Prefeito e da Mesa da Magna, efetivamente realizado no exercício anterior.
Câmara; § 1o A Câmara Municipal não gastará mais de 70% (setenta
X – fiscalizar os atos do Poder Executivo, incluídos os da admi- por cento) de sua receita com folha de pagamento, incluído o gas-
nistração indireta do Município; to com o subsídio dos Vereadores.
XI – suspender, por meio de decreto-legislativo, no todo ou § 2o Constitui crime de responsabilidade do Presidente da
em parte, a eficácia de lei ou ato normativo declarados inconstitu- Câmara o desrespeito ao parágrafo anterior.
cionais por decisão irrecorrível do Tribunal competente;
XII – sustar, por meio de decreto-legislativo, a eficácia dos SEÇÃO VI
atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder re- DOS VEREADORES
gulamentar ou dos limites de delegação legislativa;
XIII – convocar, por si ou por qualquer de suas comissões, Se-
cretário Municipal ou quaisquer titulares de órgãos diretamente Art. 20. Os Vereadores são invioláveis por suas opiniões,
subordinados ao Prefeito Municipal, para prestarem, pessoalmen- palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do
te, informações sobre assunto previamente determinado, poden- Município.
do estes serem responsabilizados, na forma da lei, em caso de Art. 21. Os Vereadores não poderão:
recusa ou de informações falsas; I – desde a expedição do diploma:
XIV – encaminhar pedidos escritos de informação ao Prefeito a) firmar ou manter contrato com pessoas jurídicas de direito
Municipal; público, autarquias, empresas públicas, fundações, sociedades de
XV – sustar as despesas não autorizadas, na forma do artigo economia mista ou empresas concessionárias de serviço público,
39 desta Lei; salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;

142
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, III – para Vereadora gestante, por 180 (cento e oitenta) dias,
inclusive os de que sejam demissíveis “ad nutum”, nas entidades nos termos da Lei nº 4.928, de 17 de janeiro de 1992, artigo 104
constantes da alínea anterior, observado o disposto no artigo 38 e parágrafos;
da Constituição Federal. IV – a Vereador, a título de licença-paternidade, nos termos
II – desde a posse: fixados na Lei nº 4.928, de 17 de janeiro de 1992, artigo 105;
a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa V – para ocupar cargo de Secretário Municipal ou equivalente
que goze de favor decorrente de contrato com o Município ou em nível estadual ou federal; ou de diretor de autarquia, de em-
nela exercer função remunerada; presa pública, de fundação ou de sociedade de economia mista
b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis “ad nu- em nível municipal, estadual ou federal;
tum” nas entidades referidas no inciso I, alínea a; VI – para ausentar-se do País ou do Município por mais de
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das en- quinze dias; e
tidades a que se refere o inciso I, alínea a; VII – por sete dias consecutivos para guardar luto por faleci-
d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público ele- mento de:
tivo. a) cônjuge ou companheiro;
Art. 22. Perderá o mandato o Vereador: b) pai, mãe, padrasto, madrasta;
I – que infringir qualquer das proibições estabelecidas no ar- c) irmãos;
tigo anterior; d) filhos de qualquer natureza (incluídos os natimortos) e en-
II – cujo procedimento for declarado incompatível com o de- teados;
coro parlamentar; e) menores sob guarda ou tutela;
III – que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, f) netos, bisnetos e avós.
à terça parte das sessões ordinárias da Câmara, salvo licença ou § 1o A licença prevista no inciso I do caput deste artigo so-
missão por esta autorizada; mente será concedida se o requerimento estiver devidamente ins-
IV – que perder ou tiver suspensos os direitos políticos; truído com atestado médico e assinado pelo Vereador solicitante,
V – quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos ou encontrando-se este impossibilitado física ou mentalmente,
na Constituição Federal; por qualquer vereador, cônjuge ou parente até 2º grau.
VI – que sofrer condenação criminal em sentença transitada § 2o Concedida a licença prevista no inciso I do caput des-
em julgado; te artigo, a Câmara Municipal de Londrina, após o 15º (décimo
VII – que residir fora do Município; quinto) dia fará o encaminhamento do licenciado ao Instituto
§ 1o São incompatíveis com o decoro parlamentar, além dos Nacional de Seguro Social (INSS), em cumprimento ao disposto
casos definidos no Código de Ética e Decoro Parlamentar, o abuso na legislação federal relativa à Previdência Social, devendo haver
das prerrogativas que lhe são asseguradas ou a percepção de van- complementação, pelo Legislativo Municipal, da diferença entre o
tagens indevidas. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica n° valor integral do subsídio e o valor pago pelo INSS, observados os
38, de 15 de dezembro de 2004) limites constitucionais e legais quanto à despesa de pessoal.
§ 2o Nos casos dos incisos I, II, VI e VII, a perda do mandato
§ 3o Quando não houver recolhimento previdenciário pela
será decidida pela Câmara, por voto nominal e aberto da maioria
Câmara e o Vereador se licenciar com base no inciso I do caput
absoluta dos membros do Legislativo, mediante provocação da
deste artigo, caberá à Câmara o pagamento integral do respectivo
respectiva Mesa ou de partido político nela representado, obede-
subsídio, observados os limites constitucionais e legais quanto à
cido o processo estabelecido em seu Código de Ética e Decoro Par-
despesa de pessoal.
lamentar e assegurada ampla defesa. (Redação dada pela Emenda
§ 4o Quando houver recolhimento previdenciário pela Câma-
à Lei Orgânica n° 38, de 15 de dezembro de 2004). Anteriormente
ra e o Vereador não preencher o período mínimo de carência exi-
alterado pela (Emenda à Lei Orgânica n° 35, de 12 de junho de
gido pelo INSS e se licenciar com base no inciso I do caput deste
2001).
§ 3o Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será de- artigo, caberá à Câmara o pagamento integral de seu subsídio até
clarada pela Mesa Executiva, de ofício ou por provocação de qual- o preenchimento do período mínimo de carência, caso a licença
quer de seus membros ou partido político nela representado e perdure até esse prazo, quando então aplicar-se-á o disposto na
após os procedimentos relativos à instrução probatória do ato ou parte final do § 2º deste artigo.
fato, assegurada ampla defesa. (Redação dada pela Emenda à Lei § 5o O suplente será convocado no caso de vaga, da licença
Orgânica n° 38, de 15 de dezembro de 2004). prevista no inciso I do caput deste artigo, desde que superior a
§ 4o A renúncia de Vereador submetido a processo de cas- 120 (cento e vinte) dias ininterruptos, e das licenças previstas nos
sação de mandato terá seus efeitos suspensos até as deliberações incisos III e V do caput deste artigo, e deverá tomar posse no prazo
finais daquele. de 15 (quinze) dias, salvo motivo justo aceito pela Câmara.
§ 5o Não perderá o mandato o Vereador em missão de repre- § 6o Na hipótese de investidura em funções previstas no inci-
sentação da Câmara. (Acrescido pela Emenda à Lei Orgânica n° 53, so V do caput deste artigo, o Vereador será considerado automa-
de 14 de julho de 2016). ticamente licenciado, devendo fazer comunicação, por escrito, ao
Art. 23. O Vereador poderá licenciar-se nos seguintes casos: Presidente da Câmara e podendo optar pelo subsídio do mandato.
(Redação de todo o artigo dada pela Emenda à Lei Orgânica n° 53, § 7o O pedido de licença, nas hipóteses dos incisos II e VI do
de 14 de julho de 2016). Anteriormente alterado por: (Emenda à caput deste artigo será solicitado pelo Vereador em requerimento
Lei Orgânica n° 44, de 8 de abril de 2009; (Emenda à Lei Orgânica escrito, efetivando-se após deliberado pelo Plenário da Câmara
n° 43, de 29 de dezembro de 2008; (Emenda à Lei Orgânica n° 41, Municipal de Londrina em discussão e votação únicas, e nas de-
de 8 de abril de 2008 e (Emenda à Lei Orgânica n° 39, de 16 de mais hipóteses, exceto quanto ao disposto no § 6º deste artigo,
novembro de 2005). em requerimento escrito dirigido ao Presidente da Câmara Mu-
I – por motivo de doença devidamente comprovada; nicipal de Londrina, a quem competirá decidir, após a análise do
II – para tratar de interesse particular desde que esse período Departamento de Recursos Humanos da Câmara Municipal, ob-
não ultrapasse 120 (cento e vinte) dias por sessão legislativa; servados os requisitos constitucionais e legais.

143
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
§ 8o Concedidas as licenças previstas neste artigo, o Vereador § 4o As Comissões Processantes serão instauradas para as
fará jus ao subsídio do mandato, exceto com relação às previs- hipóteses previstas nos artigos 22, § 2o, 52, II e 56, § 4o desta Lei
tas nos incisos II e VI do caput deste artigo, neste último caso, na Orgânica e atuarão observando os procedimentos previstos nesta
hipótese de licença para tratar de interesse particular durante a Lei, no Código de Ética e Decoro Parlamentar, no Regimento In-
sessão legislativa anual. terno e subsidiariamente na legislação federal aplicável à espécie.
§ 9o O suplente também será convocado nos casos de afasta- (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica n° 38, de 15 de dezem-
mento de Vereador por determinação do Poder Judiciário e per- bro de 2004).(Vide ADIN nº 1148050-7, que suspendeu os efeitos
manecerá no cargo enquanto perdurar o afastamento, observados deste parágrafo na parte referente aos crimes de responsabilida-
os limites constitucionais e legais quanto à despesa com pessoal. de do chefe do Executivo Municipal).

SEÇÃO VII SEÇÃO IX


DAS REUNIÕES DO PROCESSO LEGISLATIVO

Art. 24. A Câmara Municipal reunir-se-á, anualmente, em Art. 26. O Processo Legislativo compreende:
sua sede, nos períodos de 1º de fevereiro a 15 de julho e de 1o de I – emendas à Lei Orgânica do Município;
agosto a 20 de dezembro. (Redação do ‘caput ‘ dada pela Emenda II – leis ordinárias;
à Lei Orgânica n° 40, de 25 de maio de 2006). III – decretos‑legislativos;
§ 1o A primeira sessão de cada um dos períodos indicados no IV – resoluções.
“caput” deste artigo coincidirá com os dias da semana destinados § 1o Os processos legislativos iniciar-se-ão mediante a apre-
às sessões ordinárias previstas em Regimento Interno. sentação de projetos cuja tramitação obedecerá ao disposto nesta
§ 2o A sessão legislativa não será interrompida sem a apro- Lei e no Regimento Interno da Câmara.
vação do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias. § 2o Os projetos de que trata o parágrafo anterior serão de-
§ 3o A convocação extraordinária da Câmara Municipal po- clarados rejeitados e arquivados quando, em qualquer dos turnos
derá ser feita em caso de urgência e interesse público relevante: a que estiverem sujeitos, não obtiverem o quórum estabelecido
I – pelo seu Presidente ou a requerimento da maioria absolu- para aprovação.
ta de seus membros; § 3o A matéria constante de projetos rejeitados ou preju-
II – pelo Prefeito Municipal; dicados não poderá constituir objeto de novo projeto na mesma
§ 4o Na sessão legislativa extraordinária, a Câmara Municipal sessão legislativa, salvo a reapresentação proposta pela maioria
somente deliberará sobre a matéria para a qual foi convocada. absoluta dos membros da Câmara.
Art. 27. A Lei Orgânica do Município será emendada me-
SEÇÃO VIII diante proposta:
DAS COMISSÕES I – de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara Muni-
cipal;
Art. 25. A Câmara Municipal terá Comissões Permanentes e II – do Prefeito Municipal.
Temporárias, constituídas na forma e com as atribuições previstas § 1o A Lei Orgânica não poderá ser emendada na vigência de
nesta Lei Orgânica, no Regimento Interno ou no ato de que resul- intervenção estadual no Município, estado de defesa ou estado
tar a sua criação. de sítio.
§ 1o Em cada Comissão será assegurada, tanto quanto possí- § 2o A proposta de emenda à Lei Orgânica será discutida e
vel, a representação proporcional dos partidos. votada em dois turnos, com interstício mínimo de dez dias, consi-
§ 2o Compete às Comissões, em razão da matéria de sua derando-se esta aprovada quando obtiver, em ambas as votações,
competência: o voto favorável de dois terços dos membros da Câmara Munici-
I – estudar as proposições submetidas a seu exame, dando- pal.
-lhes parecer e oferecendo-lhes substitutivos ou emendas; § 3o A emenda aprovada nos termos deste artigo será pro-
II – realizar audiências públicas com entidades da sociedade mulgada pela Mesa da Câmara Municipal com o respectivo núme-
civil; ro de ordem.
III – receber petições, reclamações, representações ou quei- § 4o Será nominal a votação de emenda à Lei Orgânica.
xas de qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades Art. 28. A iniciativa das leis cabe a qualquer membro ou
ou entidades públicas; Comissão da Câmara Municipal, ao Prefeito do Município e aos
IV – convocar Secretários Municipais para prestarem informa- cidadãos na forma e nos casos previstos nesta Lei Orgânica.
ções sobre assuntos inerentes às atribuições destes; Art. 29. Compete privativamente ao Prefeito a iniciativa de
V – solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão; leis que disponham sobre:
VI – apreciar programas de obras, planos de desenvolvimento I – criação, extinção ou transformação de cargos, funções ou
e sobre eles emitir parecer. empregos públicos na administração direta, autárquica e funda-
§ 3o As Comissões de Inquérito serão criadas por delibera- cional;
ção da maioria absoluta dos membros da Câmara, mediante re- II – criação, estruturação, atribuições e extinção de secreta-
querimento de um terço dos Vereadores, para apuração de fato rias municipais e de órgãos da administração pública;
determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o III – servidores públicos municipais, seu regime jurídico, pro-
caso, encaminhadas ao Ministério Público para que este promova vimento de cargos, estabilidade, aposentadoria, disponibilidade,
a responsabilização civil ou criminal dos infratores. benefícios, vantagens e reajustes da administração direta, autár-
quica e fundacional do Município, ressalvada a competência da
Câmara;
IV – matéria orçamentária.

144
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
§ 1o O Prefeito Municipal poderá solicitar urgência para apre- § 5o Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no § 4o,
ciação de projetos de sua iniciativa. (Redação dada pela Emenda à que não flui durante o recesso parlamentar, o veto será colocado
Lei Orgânica n° 53, de 14 de julho de 2016). na Ordem do Dia da sessão imediata, suspendendo-se a tramita-
§ 2o Se, no caso do § 1º deste artigo, a Câmara não se ma- ção das demais proposições até a sua votação final.
nifestar sobre a proposição, em até quarenta e cinco dias, sobres- § 6o Rejeitado o veto, o projeto de lei retornará ao Prefeito
tar-se-ão todas as demais deliberações legislativas, com exceção para promulgação.
das que tenham prazo determinado, até que se ultime a votação. § 7o Se a lei não for promulgada pelo Prefeito do Município
(Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica n° 53, de 14 de julho nos casos dos parágrafos 3o e 6o deste artigo, o Presidente da
de 2016). Câmara Municipal a promulgará no prazo de dois dias úteis e, se
§ 3o A apreciação das emendas far-se-á no prazo de dez dias, este não o fizer, caberá ao Vice-Presidente fazê-lo em igual prazo.
observado quanto ao mais o disposto no § 2º deste artigo. (Re- (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica n° 53, de 14 de julho
dação dada pela Emenda à Lei Orgânica n° 53, de 14 de julho de de 2016).
2016). § 8o Quando se tratar de rejeição de veto parcial, a lei pro-
§ 4o O prazo previsto no § 2º deste artigo não corre no perí- mulgada tomará o mesmo número da original.
odo de recesso da Câmara, nem se aplica aos projetos de Códigos, § 9o A publicação de leis, decretos legislativos e resoluções
de Estatutos, de Planos e de Emendas à Lei Orgânica. (Redação dar-se-á no prazo máximo de 15 (quinze) dias após a sua promul-
dada pela Emenda à Lei Orgânica n° 53, de 14 de julho de 2016). gação.
§ 5o Os projetos de lei referentes a Códigos, Estatutos, Planos § 10. Caso não ocorra a publicação de lei promulgada pelo
e de Emenda à Lei Orgânica deverão ser encaminhados à Câmara Prefeito no prazo estabelecido no parágrafo anterior, caberá ao
Municipal no mínimo 90 (noventa) dias antes dos seus períodos Presidente da Câmara determinar obrigatoriamente a sua publi-
de recesso e, em caso contrário, somente serão recebidos e ad- cação em igual prazo.
mitidos para tramitação mediante aprovação de 2/3 (dois terços) § 11. Para cumprimento do disposto no parágrafo anterior,
dos membros da Câmara. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgâ- fica o Executivo Municipal obrigado a suplementar as dotações
nica n° 53, de 14 de julho de 2016). próprias da Câmara, que provisionarão as respectivas despesas
§ 6o A iniciativa privativa de leis do Prefeito não elide o po- consignadas no Orçamento-Programa vigente.
der de alteração da Câmara Municipal, exceto se esta comprome- Art. 32. Os Decretos Legislativos e as Resoluções serão ela-
ter o objetivo principal da matéria. (Redação dada pela Emenda à borados nos termos do Regimento Interno e promulgados pelo
Lei Orgânica n° 53, de 14 de julho de 2016). Presidente da Câmara.
§ 7o Em caso de o Prefeito apresentar à Câmara requerimen- Art. 33. As deliberações da Câmara e de suas comissões
to de interrupção de tramitação ou de retirada de pauta da maté- serão tomadas por maioria de votos, presente a maioria de seus
ria submetida a regime de urgência, o prazo estabelecido no § 2º membros, salvo disposições em contrário nas Constituições Fede-
deste artigo ficará automaticamente suspenso até o deferimento ral e Estadual e nesta Lei Orgânica, que exijam quórum superior
de pedido de retorno à tramitação ou de pedido de retorno da qualificado.
matéria à pauta. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica n° 53,
de 14 de julho de 2016). SEÇÃO X
Art. 30. Não é admitido aumento de despesas previstas: DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E ORÇAMENTÁ-
I – nos projetos de iniciativa exclusiva do Prefeito Municipal, RIA
ressalvadas as emendas ao Projeto de Lei do Orçamento Anual
quando compatíveis com a Lei de Diretrizes Orçamentárias e com Art. 34. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
o Plano Plurianual; operacional e patrimonial do Município e das entidades da Ad-
II – nos projetos sobre organização dos serviços administrati- ministração Direta, Indireta e Fundacional, quanto à legalidade,
vos da Câmara Municipal. à legitimidade, à economicidade, à aplicação das subvenções
Art. 31. Concluída a votação do projeto de lei, o Presidente da e às renúncias de receitas será exercida pela Câmara Municipal
Câmara Municipal o enviará ao Prefeito que, aquiescendo, o san- mediante controle externo e pelo sistema de controle interno de
cionará e encaminhará cópia original da lei à Câmara Municipal cada poder.
no prazo máximo de dois dias úteis após a sanção. (Redação dada § 1o Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pú-
pela Emenda à Lei Orgânica n° 53, de 14 de julho e 2016). blica ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou admi-
§ 1o Se o Prefeito julgar o projeto de lei, no todo ou em nistre dinheiro, bens e valores públicos ou pelos quais o Município
parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á responda, ou que, em nome deste, assuma obrigações de nature-
total ou parcialmente dentro de 15 (quinze) dias úteis, contados za pecuniária. (Renumerado como §1º pela Emenda à Lei Orgânica
da data em que o receber e comunicará ao Presidente da Câmara n° 46, de 17 de novembro de 2009).
Municipal, no prazo de dois dias úteis, as razões do veto.(Redação § 2o As contas relativas a subvenções, financiamentos, em-
dada pela Emenda à Lei Orgânica n° 53, de 14 de julho de 2016). préstimos e auxílios recebidos de municípios ou de outros entes
§ 2o O veto parcial somente abrangerá texto integral de arti- da federação, serão prestadas em separado, aos órgãos de contro-
go, parágrafo, inciso ou alínea. le competentes. (Acrescido pela Emenda à Lei Orgânica n° 46, de
§ 3o Decorrido o prazo de 15 (quinze) dias úteis, o silêncio do 17 de novembro de 2009).
Prefeito importará em sanção tácita. Art. 35. Ao encerrar cada exercício financeiro o Prefeito enca-
§ 4o Comunicado o veto, a Câmara Municipal apreciá-lo-á minhará as contas relativas aos órgãos da Administração Direta,
dentro de 30 (trinta) dias, contados da data do seu recebimen- Indireta e Fundacional do Município: (Redação dada pela Emenda
to, em discussão única e votação nominal aberta, mantendo-se o à Lei Orgânica n° 46, de 17 de novembro de 2009).
veto quando este não obtiver o voto contrário da maioria absoluta
dos membros da Câmara. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgâ-
nica nº 35, de 12 de junho de 2001).

145
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
I - ao Tribunal de Contas do Estado, no prazo por este determi- § 7o O julgamento das contas será em turno único e somente
nado, para emissão de parecer prévio sobre as contas do Prefeito por decisão de dois terços dos membros da Câmara deixará de
do Município e para julgamento das contas dos demais adminis- prevalecer as conclusões do parecer prévio do Tribunal de Con-
tradores municipais; e (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica tas. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica n° 46, de 17 de
n° 46, de 17 de novembro de 2009). novembro de 2009).
II – à Câmara Municipal, até 31 de março do ano subsequen- § 8o A decisão da Câmara será consubstanciada em decreto
te, para cumprimento do disposto no § 3o do artigo 31 da Consti- legislativo a ser baixado pelo seu Presidente. (Redação dada pela
tuição Federal. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica n° 46, Emenda à Lei Orgânica n° 46, de 17 de novembro de 2009).
de 17 de novembro de 2009). § 9o O prazo para julgamento das contas será interrompi-
Parágrafo único. As contas anuais do Poder Legislativo serão do, se assim o decidir o Plenário, no caso de serem necessárias
encaminhadas pelo seu Presidente ao Tribunal de Contas do Es- informações ou esclarecimentos complementares do Tribunal de
tado, no prazo por este determinado, para julgamento. (Redação Contas do Estado. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica n°
dada pela Emenda à Lei Orgânica n° 46, de 17 de novembro de 46, de 17 de novembro de 2009).
2009). Art. 38. (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica n° 46, de 17
Art. 36. A Câmara Municipal, após o recebimento de que de novembro de 2009).
trata o inciso II do artigo anterior, disponibilizará as contas do Mu- Art. 39. A Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara
nicípio para que qualquer cidadão ou entidade apresente, perante Municipal, diante de indícios de despesas não autorizadas, ainda
a Câmara, por escrito e devidamente assinado, questionamento que sob a forma de investimentos não programados ou de sub-
quanto à sua legitimidade. (Redação dada pela Emenda à Lei Or- sídios não aprovados, poderá solicitar à autoridade responsável
gânica n° 46, de 17 de novembro de 2009). que, no prazo de 5 (cinco) dias, preste os esclarecimentos neces-
§ 1o A Comissão de Finanças da Câmara Municipal, julgan- sários.
do cabível o questionamento, o encaminhará para manifestação § 1o Não prestados os esclarecimentos ou considerados es-
do administrador responsável pelas respectivas contas, no prazo tes insuficientes, a Comissão solicitará ao Tribunal de Contas pro-
máximo de 15 (quinze) dias. (Redação dada pela Emenda à Lei nunciamento conclusivo sobre a matéria no prazo de 30 (trinta)
Orgânica n° 46, de 17 de novembro de 2009). dias.
§ 2o Os questionamentos e as manifestações dos administra- § 2o Entendendo o Tribunal de Contas que é irregular a des-
dores responsáveis serão encaminhados ao Tribunal de Contas do pesa, a Comissão, se julgar que o gasto pode causar dano irrepa-
Estado. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica n° 46, de 17 de rável ou grave lesão à economia pública, proporá à Câmara Muni-
novembro de 2009). cipal sua sustação, por meio de decreto‑legislativo.
Art. 37. A Câmara Municipal não poderá, sob pena de nuli- Art. 40. Os Poderes Legislativo e Executivo manterão, de
dade, julgar as contas anuais do Prefeito do Municipal sem o pa- forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:
recer prévio do Tribunal de Contas do Estado. (Redação dada pela I – avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plu-
Emenda à Lei Orgânica n° 46, de 17 de novembro de 2009). rianual e a execução dos programas de governo e dos orçamentos
§ 1o Recebido o parecer prévio, a Câmara terá o prazo má- do Município;
ximo de 120 (cento e vinte) dias, contados de seu recebimento, II – comprovar a legalidade e avaliar os resultados quanto à
para julgamento das contas. (Redação dada pela Emenda à Lei Or- eficácia e à eficiência da gestão orçamentária, financeira e patri-
gânica n° 46, de 17 de novembro de 2009). monial nos órgãos e entidades da Administração Municipal bem
§ 2o O prazo de que trata o parágrafo anterior não corre nos como a aplicação de recursos públicos por entidades de direito
períodos de recesso da Câmara. (Redação dada pela Emenda à Lei privado;
Orgânica n° 46, de 17 de novembro de 2009). III – exercer o controle das operações de crédito, avais e ga-
§ 3o O Presidente da Câmara comunicará o recebimento rantias, bem como dos direitos e haveres do Município;
do parecer prévio ao Plenário e, pessoalmente ou por meio de IV – apoiar o controle externo no exercício de sua missão ins-
publicação em jornal de grande circulação no Município, ao ad- titucional.
ministrador responsável pelas respectivas contas. (Redação dada § 1o Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem co-
pela Emenda à Lei Orgânica n° 46, de 17 de novembro de 2009). nhecimento de quaisquer irregularidades ou ilegalidades, delas
§ 4o O administrador responsável pelas contas terá o prazo darão ciência ao Tribunal de Contas do Estado sob pena de res-
improrrogável de 30 (trinta) dias corridos para se manifestar. (Re- ponsabilidade solidária.
dação dada pela Emenda à Lei Orgânica n° 46, de 17 de novembro § 2o Qualquer munícipe eleitor, partido político, associação
de 2009) ou entidade sindical são partes legítimas para, na forma da lei,
§ 5o Recebida a manifestação ou vencido o prazo para tal, o denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de
julgamento se dará nos termos estabelecidos no Regimento Inter- Contas do Estado.
no da Câmara. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica n° 46,
de 17 de novembro de 2009). CAPÍTULO III
§ 6o Para efeito de julgamento da Câmara e em consonân- DO PODER EXECUTIVO
cia com o disposto nos incisos I a III do artigo 16 da Lei Estadual SEÇÃO I
Complementar no 113/2005, as conclusões do parecer prévio do DO PREFEITO E DO VICE-PREFEITO
Tribunal de Contas serão assim consideradas: (Redação dada pela
Emenda à Lei Orgânica n° 46, de 17 de novembro de 2009). Art. 41. O Poder Executivo é exercido pelo Prefeito Munici-
I – pela aprovação, as contas julgadas regulares ou regulares pal, com o auxílio dos Secretários Municipais.
com ressalvas; (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica n° 46, Art. 42. O Prefeito e o Vice-Prefeito serão eleitos para um
de 17 de novembro de 2009) mandato de quatro anos, em eleição realizada no primeiro domin-
II – pela rejeição, as contas julgadas irregulares. (Redação go de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outu-
dada pela Emenda à Lei Orgânica n° 46, de 17 de novembro de bro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao término do
2009). mandato dos que devam suceder.

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LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
§ 1o Será considerado eleito Prefeito, em primeiro turno, o § 5o Se durante a substituição o Vice-Prefeito ou quem vier a
candidato que, registrado por partido político, obtiver a maioria substituir o Prefeito cometer crimes de responsabilidade ou infra-
absoluta de votos, não computados aqueles em branco e os nulos. ção político-administrativa, ficará este sujeito ao mesmo processo
§ 2o Não se obtendo o quórum especificado no parágrafo de julgamento estabelecido para o Prefeito Municipal mesmo que
anterior, realizar‑se‑á o segundo turno, concorrendo os dois can- tenha cessado a substituição.
didatos mais votados e considerando-se eleito aquele que obtiver § 6o Vagando os cargos de Prefeito e Vice-Prefeito, far-se-á
a maioria dos votos válidos. eleição 90 (noventa) dias depois de aberta a última vaga.
§ 3o Se, antes de se realizar o segundo turno, ocorrer mor- (§7°, e incisos I e II, com eficácia suspensa por meio do De-
te, desistência ou impedimento legal de candidato, convocar-se-á, creto Legislativo n° 247, de 18 de dezembro de 2012, por ter sido
dentre os remanescentes, o de maior votação. declarado inconstitucional em decisão definitiva do Tribunal de
§ 4o Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanes- Justiça do Estado do Paraná, proferida nos autos de Ação Direta
cerem, em segundo lugar, mais de um candidato com a mesma de Inconstitucionalidade no 96.154-4, em 30 de março de 2001)
votação, qualificar-se-á o mais idoso. § 8o Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o
§ 5o A eleição do Prefeito importará na do Vice-Prefeito com período de seus antecessores.
ele registrado. Art. 45. O Prefeito poderá licenciar-se:
§ 6o O Prefeito e quem o houver sucedido ou substituído no I – quando em missão de representação do Município, de-
curso do mandato poderá ser reeleito para um único período sub- vendo no entanto enviar à Câmara relatório circunstanciado dos
seqüente, mas para concorrer a outros cargos, deverá renunciar resultados de sua viagem;
ao respectivo mandato até 6 (seis) meses antes do pleito. II – quando impossibilitado do exercício do cargo por motivo
Art. 43. O Prefeito e o Vice-Prefeito serão empossados em de doença devidamente comprovada;
Sessão Solene da Câmara Municipal no dia primeiro do ano sub- III – para ausentar-se do País ou do Município;
sequente à eleição, imediatamente após a posse dos Vereadores, IV – por sete dias consecutivos para guardar luto por faleci-
e prestarão o seguinte compromisso: “Prometo cumprir a Consti- mento de:
tuição da República Federativa do Brasil, a Constituição do Estado a) cônjuge ou companheiro; (Acrescido pela Emenda à Lei Or-
do Paraná e a Lei Orgânica do Município de Londrina, observar gânica n° 39, de 16 de novembro de 2005);
as leis, desempenhar com lealdade, moralidade e transparência b) pai, mãe, padrasto, madrasta; (Acrescido pela Emenda à Lei
o mandato que me foi confiado, e trabalhar pelo progresso do Orgânica n° 39, de 16 de novembro de 2005);
Município e pelo bem-estar de seu povo”. (Redação alterada pela c) irmãos; (Acrescido pela Emenda à Lei Orgânica n° 39, de 16
Emenda à Lei Orgânica n° 53, de 14 de julho de 2016). de novembro de 2005);
§ 1o Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o d) filhos de qualquer natureza (incluídos os natimortos) e en-
Prefeito ou o Vice-Prefeito, salvo motivo de força maior, não tiver teados; (Acrescido pela Emenda à Lei Orgânica n° 39, de 16 de
assumido o cargo, este será declarado vago. novembro de 2005);
§ 2o Se a Câmara não se reunir na data prevista neste artigo, e) menores sob guarda ou tutela; (Acrescido pela Emenda à
a posse do Prefeito e a do Vice-Prefeito poderá efetivar-se perante Lei Orgânica n° 39, de 16 de novembro de 2005);
o Juízo Eleitoral da Comarca. f) netos, bisnetos e avós. (Acrescido pela Emenda à Lei Orgâ-
§ 3o O Prefeito e o Vice-Prefeito deverão apresentar à Câ- nica n° 39, de 16 de novembro de 2005);
mara Municipal de Londrina, até dois dias úteis antes da posse, a Parágrafo único. O Prefeito e o Vice-Prefeito não poderão,
declaração pública de bens, a qual será renovada ao término do sem licença da Câmara Municipal, ausentar-se do País ou do Mu-
mandato. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica n° 53, de 14 nicípio por mais de 15 (quinze) dias, sob pena de perda do cargo.
de julho de 2016). Art. 46. A título de repouso, fica assegurado ao Prefeito o
§ 4o A Câmara Municipal de Londrina, por meio do Departa- afastamento do cargo por 30 (trinta) dias, durante cada exercício,
mento de Recursos Humanos, comunicará ao Prefeito e ao Vice- mediante comunicação à Câmara com antecedência mínima de
-Prefeito, com antecedência de vinte dias do término do mandato, 10 (dez) dias.
a obrigatoriedade da apresentação da declaração pública de bens Art. 47. Nos casos dos artigos 45, incisos I e II, e 46 desta
atualizada. (Redação incluída pela Emenda à Lei Orgânica n° 53, Lei, o Prefeito terá direito ao subsídio.
de 14 de julho de 2016). Art. 48. Ao Prefeito aplicam-se, desde a posse, as incompa-
Art. 44. Substituirá o Prefeito, em caso de impedimento, e tibilidades previstas no artigo 21 desta Lei.
suceder-lhe-á, em caso de vacância, o Vice-Prefeito do Município.
§ 1o O Vice-Prefeito do Município, além de outras atribui- SEÇÃO II
ções que lhe forem conferidas por lei, auxiliará o Prefeito sempre DAS ATRIBUIÇÕES DO PREFEITO
que por ele convocado para missões especiais.
§ 2o Em caso de impedimento do Vice-Prefeito, ou vacância Art. 49. Compete privativamente ao Prefeito, além de outras
do seu cargo, será chamado ao exercício do cargo de Prefeito o previstas nesta Lei:
Presidente da Câmara Municipal e, na ausência deste, o Vice-Pre- I – representar o Município nas suas relações jurídicas, políti-
sidente. cas e administrativas;
§ 3o Recusando-se o Presidente da Câmara, por qualquer II – nomear e exonerar os ocupantes de cargos comissionados
motivo, a assumir o cargo de Prefeito, renunciará “incontinênti” à a ele vinculados;
sua função de dirigente do Legislativo e será empossado no cargo III – exercer, com a assistência técnica dos seus auxiliares dire-
de Presidente o Vice-Presidente. tos, a direção superior da Administração Municipal;
§ 4o Enquanto o substituto legal não assumir, responderá IV – iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previs-
pelo expediente da Prefeitura o Secretário de Governo do Muni- tos nesta Lei Orgânica;
cípio. V – sancionar as leis e expedir decretos e regulamentos para
sua fiel execução;
VI – vetar projetos de lei, total ou parcialmente;

147
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
VII – dispor sobre a organização e o funcionamento da admi- XXVII – aprovar projetos de edificação e planos de loteamen-
nistração municipal, na forma da lei; to, arruamento e zoneamento urbano para fins urbanos, na forma
VIII – celebrar ou autorizar convênios e outros ajustes entre o da lei, bem como oficializar e regulamentar a utilização dos logra-
Município e outras entidades públicas ou privadas; douros públicos;
IX – decretar situação de emergência e estado de calamidade XXVIII – prover o transporte coletivo urbano e individual de
pública, sendo neste último caso autorizado a abrir créditos extra- passageiros, fixando os locais de estacionamento;
ordinários com o referendo da Câmara; XXIX – fiscalizar os serviços públicos concedidos e permitidos;
X – remeter mensagem e plano de governo à Câmara Mu- XXX – resolver, no prazo de 30 (trinta) dias, sobre requerimen-
nicipal por ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a tos, reclamações ou representações que lhe forem dirigidos;
situação do Município e solicitando as providências que julgar ne- XXXI – fixar e sinalizar os locais de estacionamento de veículos
cessárias; e trânsito em condições especiais, bem como as zonas de Silêncio
XI – encaminhar à Câmara projetos de lei relativos ao, Orça- e Azul;
mento Anual, ao Plano Plurianual e às Diretrizes Orçamentárias XXXII – disciplinar os serviços de carga e descarga, e fixar a
previstos nesta Lei; tonelagem permitida a veículos que circulem em vias públicas mu-
XII – prover cargos e funções públicas e praticar atos adminis- nicipais;
trativos referentes aos servidores municipais, na forma da Consti- XXXIII – autorizar e fiscalizar a fixação de cartazes e anúncios,
tuição da República e desta Lei Orgânica; bem como a utilização de quaisquer outros meios de publicidade
XIII – enviar à Câmara: (Redação dada pela Emenda à Lei Or- e propaganda nos locais sujeitos ao poder de polícia municipal.
gânica n° 49, de 26 de abril de 2012 e Anteriormente alterado pela § 1o O Prefeito poderá, por decreto, delegar as atribuições
(Emenda à Lei Orgânica n° 46, de 17 de novembro de 2009). administrativas que não sejam de natureza exclusiva.
a) até 31 de março do ano subsequente, as contas e § 2o Os titulares de atribuições delegadas terão a responsa-
o balanço geral referentes ao exercício anterior da administração bilidade plena dos atos que praticarem, respondendo o Prefeito,
pública municipal, bem como, até o último dia útil de cada mês, solidariamente, pelos ilícitos eventualmente cometidos.
os balancetes contábeis do mês anterior; e (Redação dada pela § 3o Assinado o convênio ou o ajuste de que trata o inciso VIII
Emenda à Lei Orgânica n° 49, de 26 de abril de 2012). deste artigo, a entidade ou o órgão repassador dele darão ciência
b) mensalmente os relatórios de todas as pro- à Câmara Municipal no prazo máximo de trinta dias, contados da
vidências administrativas tomadas e/ou realizadas e enviadas ao data da sua assinatura. (Acrescido pela Emenda à Lei Orgânica n°
Tribunal de Contas do Estado. (Redação dada pela Emenda à Lei 36, de 9 de outubro de 2001).
Orgânica n° 49, de 26 de abril de 2012).
XIV – solicitar auxílio da polícia do Estado para garantia de SEÇÃO III
cumprimento de seus atos; DA TRANSIÇÃO ADMINISTRATIVA
XV – realizar quaisquer operações de crédito desde que pre-
viamente autorizadas pela Câmara Municipal; Art. 50. Até 30 (trinta) dias antes das eleições municipais,
XVI – superintender a arrecadação dos tributos, preços e ou- o Prefeito Municipal deverá preparar, para entrega ao sucessor e
tras receitas, bem como a guarda e aplicação da receita, autori- para publicação imediata, relatório da situação da Administração
zando despesas e pagamentos dentro das disponibilidades orça- Municipal, que conterá, entre outras, informações atualizadas so-
mentárias; bre:
XVII – aplicar multas previstas em leis e contratos e cancelá- I – dívidas do Município, por credor, com as datas dos respec-
-las quando impostas irregularmente; tivos vencimentos, inclusive das dívidas a longo prazo e encargos
XVIII – expedir decretos, portarias e outros atos administrati- decorrentes de operações de crédito, informando sobre a capaci-
vos relativos a seu cargo, bem como determinar sua publicação; dade de a Administração Municipal realizar operações de crédito
XIX – entregar à Câmara, até o dia vinte de cada mês, os recur- de qualquer natureza;
sos correspondentes às dotações orçamentárias desta, compre- II – medidas necessárias à regularização das contas munici-
endidos os créditos suplementares e especiais; pais perante o Tribunal de Contas, se for o caso;
XX – subscrever ou adquirir ações e realizar ou aumentar ca- III – prestações de contas de convênios celebrados com or-
pital de sociedades de economia mista ou empresas públicas, na ganismos da União e do Estado, bem como do recebimento de
forma da lei; subvenções ou auxílios;
XXI – dispor, a qualquer título, no todo ou em parte, de ações IV – situação dos contratos com concessionárias e permissio-
ou capital que tenha subscrito, adquirido, realizado ou aumenta- nárias de serviços públicos;
do, mediante expressa autorização da Câmara; V – estado dos contratos de obras e serviços em execução ou
XXII– alienar bens imóveis mediante prévia e expressa auto- apenas formalizados, informando sobre o que foi realizado e pago
rização legislativa; e o que há por executar e pagar, com os prazos respectivos;
XXIII – determinar a abertura de sindicância e a instauração VI – transferências a serem recebidas da União e do Estado
de processo administrativo relativos ao Poder Executivo; por força de mandamento constitucional ou de convênios;
XXIV – fixar as tarifas dos serviços públicos concedidos e per- VII – projetos de lei de iniciativa do Poder Executivo em curso
mitidos, e aqueles explorados pelo Município, de acordo com os na Câmara Municipal, para permitir que a nova Administração de-
critérios gerais estabelecidos pela lei pertinente ou em convênio; cida quanto à conveniência de lhes dar prosseguimento, acelerar
XXV – declarar a necessidade, a utilidade pública ou o inte- o seu andamento ou retirá-los;
resse social para fins de desapropriação ou de servidão adminis- VIII – situação dos servidores do Município, seu custo, quanti-
trativa; dade e órgãos em que estão lotados e em exercício.
XXVI – autorizar a execução de serviços públicos e o uso de Art. 51. É vedado ao Prefeito Municipal assumir, por qual-
bens municipais por terceiros; quer forma, compromissos financeiros, para a execução de pro-
gramas ou projetos após o término do seu mandato, não previstos
na legislação orçamentária.

148
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
§ 1o O disposto neste artigo não se aplica aos casos compro- § 4o O Código de Ética e Decoro Parlamentar definirá os ri-
vados de Calamidade Pública. tos processuais de perda de mandato de competência da Câmara,
§ 2o Serão nulos e não produzirão nenhum efeito os empe- assegurados, entre outros requisitos de validade, o contraditório,
nhos e atos praticados em desacordo com este artigo, sem prejuí- a publicidade e a ampla defesa, com os meios e recursos a esta
zo da responsabilidade do Prefeito. inerentes. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica n° 38, de 15
de dezembro de 2004).
SEÇÃO IV Art. 54. A perda de mandato de Prefeito dar-se-á por:
DA RESPONSABILIDADE DO PREFEITO I – cassação nos casos de infração político-administrativa de
que trata o artigo anterior e por infrigência do disposto nos arti-
Art. 52. O Prefeito será processado e julgado: gos 21 e 62 desta Lei, cujo procedimento dar-se-á nos termos dos
I – pelo Tribunal de Justiça do Estado nos crimes comuns e nos parágrafos do artigo anterior;
de responsabilidade, nos termos da legislação federal aplicável; II – condenação criminal em sentença transitada em julgado;
II – pela Câmara Municipal nas infrações político-administra- III – perda ou suspensão dos direitos políticos;
tivas e por infrigência ao disposto nos artigos 21 e 62 desta Lei. IV – decretação da Justiça Eleitoral;
Parágrafo único. Além de outros definidos em legislação V – renúncia por escrito, nos termos do § 1o do artigo 18;
aplicável à espécie, constituem crime de responsabilidade do Pre- VI – não‑comparecimento à posse, nos termos do § 1o do ar-
feito, de acordo com o artigo 29-A da Constituição Federal: tigo 43;
I - o repasse de recursos financeiros à Câmara Municipal que VII – falecimento.
supere o limite constitucional estabelecido; Parágrafo único. Nos casos dos incisos II a VII, a Mesa da Câ-
II - o não-envio dos recursos da Câmara Municipal até o dia mara fará, após os procedimentos relativos à instrução probatória
vinte de cada mês; do ato ou fato e por meio de decreto legislativo, a declaração de
III - o envio dos recursos da Câmara Municipal a menos em extinção do mandato do Prefeito. (Redação dada pela Emenda à
relação à proporção fixada na Lei Orçamentária. Lei Orgânica n° 38, de 15 de dezembro de 2004).
Art. 53. Constituem infrações político-administrativas do Art. 55. O Prefeito, na vigência de seu mandato, não pode
Prefeito: (Vide ADIN nº 1148050-7, que suspendeu os efeitos des- ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas fun-
te artigo na parte referente aos crimes de responsabilidade do ções.
chefe do Executivo Municipal).
I – impedir o funcionamento regular da Câmara; SEÇÃO V
II – impedir o exame de livros, folha de pagamento e outros DOS AUXILIARES DIRETOS DO PREFEITO
documentos constantes de arquivos da Prefeitura, bem como a
verificação de obras e serviços municipais, por comissão de inqué- Art. 56. Os titulares de órgão da administração pública dire-
rito da Câmara ou auditoria regularmente instituídas; ta e indireta do Poder Executivo são os auxiliares diretos do Prefei-
III – desatender, sem motivo justo, às convocações ou aos to Municipal e também responsáveis pela superior administração
pedidos de informações da Câmara quando feitos a tempo e em do Município.
forma regular; § 1o Os auxiliares diretos serão escolhidos dentre os brasilei-
IV – retardar a publicação ou deixar de publicar as leis e os ros maiores de 21 (vinte e um) anos e no exercício pleno de seus
atos sujeitos a essa formalidade; direitos políticos, cujas competências, além das delegadas pelo
V – deixar de apresentar à Câmara, no devido tempo e em Prefeito Municipal, serão fixadas em lei.
forma regular, a proposta da Lei de Diretrizes Orçamentárias, do § 2o Os ocupantes dos cargos mencionados neste artigo fa-
Orçamento-Programa e do Plano Plurianual; rão declaração pública de bens no ato de sua nomeação e exone-
VI – descumprir o orçamento aprovado para o exercício finan- ração.
ceiro; § 3o Aplicam-se aos auxiliares diretos do Prefeito, no que
VII – praticar, contra expressa disposição em lei, ato de sua lhes couber, as incompatibilidades previstas no artigo 21 desta Lei.
competência ou omitir-se na sua prática; § 4o Os auxiliares diretos do Prefeito serão julgados e pro-
VIII – omitir-se ou negligenciar na defesa de bens, rendas, cessados pela Câmara por infração político-administrativa da
direitos ou interesses do Município sujeitos à administração da mesma natureza e conexa com as imputadas ao Prefeito Muni-
Prefeitura; cipal e por infrigência do disposto nos artigos 21 e 62 desta Lei
IX – ausentar-se do País ou do Município por mais de 15 (quin- Orgânica, cujo procedimento dar-se-á nos termos estabelecidos
ze) dias sem autorização da Câmara; no artigo 53 desta Lei.
X – proceder de modo incompatível com a dignidade e o de- § 5o O disposto nos parágrafos 1o, 2o e 3o deste artigo apli-
coro do cargo. ca-se aos demais ocupantes de cargos em comissão da adminis-
§ 1o A denúncia, escrita e assinada, poderá ser feita por tração pública direta e indireta de qualquer dos poderes do Mu-
qualquer Vereador, partido político ou munícipe eleitor e será ad- nicípio.
mitida pela maioria absoluta dos membros da Câmara.
§ 2o No caso de denúncia formulada por Vereador, este não TÍTULO III
participará de qualquer votação relativa à denúncia, especialmen- DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA MUNICIPAL
te daquela do julgamento. CAPÍTULO I
§ 3o A cassação do mandato de Prefeito será decidida pelo DISPOSIÇÕES GERAIS
voto nominal e aberto de pelo menos dois terços dos membros da
Câmara Municipal. Art. 57. A administração pública direta e indireta dos Po-
deres do Município obedecerá aos princípios de legalidade, im-
pessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte:

149
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
I – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e XV – os acréscimos pecuniários percebidos por servidor públi-
autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de eco- co não serão computados nem acumulados para fins de conces-
nomia mista e de fundação, cabendo à lei complementar federal, são de acréscimos ulteriores;
neste último caso, definir as áreas de sua atuação; XVI – o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos
II – dependerão de autorização legislativa a transformação, e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos
fusão, cisão, incorporação, extinção e privatização e, em cada artigos 37, XI, XIV, 39, § 4o, 150, II, 153, III e 153, § 2o, I, da Cons-
caso, a criação de subsidiárias das entidades mencionadas no tituição Federal;
inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em XVII – é vedada a acumulação remunerada de cargos públi-
empresa privada; cos, exceto quando houver compatibilidade de horários, observa-
III – ressalvados os casos especificados na legislação pertinen- do em qualquer caso o disposto no artigo 37, XI, da Constituição
te, as obras, os serviços, as compras e as alienações serão contra- Federal;
tados mediante processo de licitação que assegure igualdade de a) a de dois cargos de professor;
condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabele- b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
çam as obrigações de pagamento, mantidas as condições efeti- c) a de dois cargos privativos de médico;
vas da proposta, nos termos da lei, o qual permitirá as exigências XVIII – a proibição de acumular estende-se a empregos e fun-
de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do ções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, socie-
cumprimento das obrigações; dades de economia mista, suas subsidiárias e sociedades contro-
IV – os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis ladas, direta ou indiretamente, pelo poder público;
aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, XIX – os vencimentos dos servidores municipais devem ser
assim como aos estrangeiros, na forma da lei; pagos até o último dia do mês vencido, corrigindo-se os seus valo-
V – a investidura em cargo ou emprego público depende de res se tal prazo for ultrapassado;
aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e XX – somente a lei poderá instituir vantagens de qualquer na-
títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou tureza aos servidores públicos municipais;
emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações em XXI – são vedadas ao Município a criação ou a manutenção,
cargos em comissão, declarados em lei, de livre nomeação e exo- com recursos públicos, de carteiras especiais de previdência social
neração; para ocupantes de cargos eletivos;
VI – o prazo de validade do concurso público será de até 2 XXII – a administração fazendária e seus servidores fiscais te-
(dois) anos, prorrogável, uma vez, por igual período; rão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedên-
VII – durante o prazo previsto no edital de convocação, res- cia sobre os demais setores administrativos, na forma da lei.
peitado o disposto no item anterior, os aprovados em concurso § 1o A inobservância do disposto nos incisos V e VI deste
público de provas ou de provas e títulos serão convocados, com artigo implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade res-
prioridade sobre novos concursados, para assumir cargo ou em- ponsável, nos termos da lei federal.
prego na carreira; § 2o Os atos de improbidade administrativa importarão na
VIII –as funções de confiança, exercidas exclusivamente por suspensão dos direitos políticos, na perda da função pública, na
servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, indisponibilidade de bens e no ressarcimento do erário, na forma
a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condi- e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
ções e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas § 3o Lei federal disciplinará as formas de participação do
às atribuições de direção, chefia e assessoramento; usuário na administração pública direta e indireta e regulará es-
IX – a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos pecialmente:
para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de I – as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos
sua admissão; em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento
X – a lei estabelecerá os casos de contratações, por tempo ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade
determinado, para atender a necessidade temporária de excep- dos serviços;
cional interesse público. II – o acesso dos usuários a registros administrativos e a infor-
XI –a remuneração dos servidores públicos e os subsídios do mações sobre atos de governo, observado o disposto no artigo 5o,
Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Municipais somente X e XXXIII, da Constituição Federal;
poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a III – a disciplina da representação contra o exercício negligen-
iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, te ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pú-
sempre na mesma data e sem distinção de índices; blica.
XII – a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, § 4o As pessoas jurídicas de direito público e as de direito
funções e empregos públicos da administração direta, autárquica privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos da-
e fundacional, dos membros dos Poderes do Município, dos de- nos que seus agentes, nesta qualidade, causarem a terceiros, as-
tentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os segurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de
proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos dolo ou culpa.
cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de § 5o Lei federal estabelecerá os prazos de prescrição para
qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que cau-
em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal. sem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de res-
XIII – os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo não po- sarcimento.
derão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo; § 6o Lei federal disporá sobre os requisitos e as restrições ao
XIV – é vedada a vinculação ou equiparação de vencimentos ocupante de cargo ou emprego da administração direta e indireta
de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remunera- que possibilite o acesso a informações privilegiadas.
ção de pessoal do serviço público;

150
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
§ 7o A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos a) contra a economia popular, a fé pública, a administração
órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser pública e o patrimônio público; (Acrescido pela Emenda à Lei Or-
ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administra- gânica n° 48, de 2 de março de 2012).
dores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas b) contra o patrimônio privado, o sistema financeiro, o merca-
de desempenho para órgão ou entidade, cabendo à lei federal do de capitais e os previstos na Lei que regula a falência; (Acres-
dispor sobre: cido pela Emenda à Lei Orgânica n° 48, de 2 de março de 2012).
I – o prazo de duração do contrato; c) contra o meio ambiente e a saúde pública; (Acrescido pela
II – os controles e critérios de avaliação de desempenho, di- Emenda à Lei Orgânica n° 48, de 2 de março de 2012).
reitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; d) eleitorais, para os quais a lei comine pena privativa de li-
III – a remuneração do pessoal. berdade; (Acrescido pela Emenda à Lei Orgânica n° 48, de 2 de
§ 8o O disposto no inciso XII deste artigo aplica-se às empre- março de 2012).
sas públicas e às sociedades de economia mista e suas subsidiá- e) de abuso de autoridade, nos casos em que houver con-
rias que receberem recursos da União, do Estado ou do Município denação à perda do cargo ou à inabilitação para o exercício de
para pagamento de despesas ou de custeio em geral. função pública; (Acrescido dada pela Emenda à Lei Orgânica n°
§ 9o É vedada a percepção simultânea de proventos de apo- 48, de 2 de março de 2012).
sentadoria decorrentes do artigo 40 ou dos artigos 42 e 142 da f) de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores; (Acres-
Constituição Federal com a remuneração de cargo, emprego ou cido dada pela Emenda à Lei Orgânica n° 48, de 2 de março de
função pública, ressalvados os cargos acumuláveis previstos na 2012).
Constituição Federal, os cargos eletivos e os cargos em comissão g) de tráfico de entorpecentes e drogas afins, racismo, tor-
declarados em lei de livre nomeação e exoneração. tura, terrorismo e hediondos; (Acrescido dada pela Emenda à Lei
§ 10. A certidão relativa ao exercício de cargo de Prefeito será Orgânica n° 48, de 2 de março de 2012).
fornecida pelo Presidente da Câmara Municipal. h) de redução à condição análoga à de escravo; (Acrescido
Art. 58. Os cargos públicos municipais serão criados por lei, dada pela Emenda à Lei Orgânica n° 48, de 2 de março de 2012).
que fixará as suas denominações, os níveis de vencimento e as i) contra a vida e a dignidade sexual; e (Acrescido dada pela
condições de provimento, indicados os recursos pelos quais cor- Emenda à Lei Orgânica n° 48, de 2 de março de 2012).
rerão as despesas. j) praticados por organização criminosa, quadrilha ou bando.
Parágrafo único. A criação, a denominação e as condições (Acrescido dada pela Emenda à Lei Orgânica n° 48, de 2 de março
de provimento de cargos da Câmara Municipal serão feitos por de 2012).
meio de resolução do Plenário, e far-se-á por lei a fixação da res- IV – os que tiveram suas contas relativas ao exercício de car-
pectiva remuneração, ambos de iniciativa privativa da Mesa. gos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade insanável
Art. 59. Nos cargos em comissão é vedada a nomeação do que configure em ato doloso de improbidade administrativa, e
cônjuge ou parente em linha reta ou colateral até o terceiro grau, por decisão irrecorrível do órgão competente, salvo se esta hou-
respectivamente, do Prefeito, do Vice-Prefeito, dos Secretários ver sido suspensa ou anulada pelo Poder Judiciário, pelo prazo de
Municipais e dos Vereadores. 8 (oito) anos a contar da decisão; (Acrescido dada pela Emenda à
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos Lei Orgânica n° 48, de 2 de março de 2012).
auxiliares diretos do Prefeito, nem aos servidores municipais ad- V – os detentores de cargo na administração pública direta,
mitidos mediante concurso público. indireta ou fundacional, que beneficiarem a si ou a terceiros, pelo
Art. 59-A. Fica vedada a nomeação para funções de secretá- abuso do poder econômico ou político, que forem condenados
rios municipais, ordenadores de despesas, diretores de empresas em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial
municipais, sociedade de economia mista, fundações e autarquias colegiado, para a eleição na qual concorrem ou tenham sido diplo-
municipais, e cargos em comissão, e conselheiros municipais, no mados, pelo prazo de 8 (oito) anos a contar da decisão; (Acrescido
âmbito dos órgãos dos Poderes Executivo e Legislativo do Muni- dada pela Emenda à Lei Orgânica n° 48, de 2 de março de 2012).
cípio de Londrina, de cidadãos enquadrados nas seguintes hipó- VI – os que forem condenados, em decisão transitada em
teses: (Redação do ‘caput’ alterada pela Emenda à Lei Orgânica julgadoou proferida por órgão colegiado da Justiça Eleitoral, por
n° 52, de 24 de março de 2016); Anteriormente (Acrescido pela corrupção eleitoral, por captação ilícita de sufrágio, por doação,
Emenda à Lei Orgânica n° 48, de 2 de março de 2012) . captação ou gastos ilícitos de recursos de campanha ou por con-
I – os agentes políticos que perderam seus cargos eletivos por duta vedada aos agentes públicos em campanhas eleitorais que
infringência a dispositivo da Constituição Federal, da Constituição impliquem cassação do registro ou diploma, pelo prazo de 8(oito)
Estadual ou da Lei Orgânica do Município de Londrina, no período anos a contar da decisão; (Acrescido dada pela Emenda à Lei Or-
remanescente e nos 8 (oito) anos subsequentes ao término do gânica n° 48, de 2 de março de 2012).
mandato para a qual tenham sido eleitos; (Acrescido pela Emenda VII – os agentes políticos que renunciaram a seus mandatos
à Lei Orgânica n° 48, de 2 de março de 2012) desde o oferecimento de representação ou petição capaz de au-
II – os que tenham contra sua pessoa representação julgada torizar a abertura de processo por infringência a dispositivo da
procedente pela Justiça Eleitoral, em decisão transitada em julga- Constituição Federal, da Constituição Estadual e da Lei Orgânica
do ou proferida por órgão colegiado, em processo de apuração de do Município, pelo prazo de 8 (oito) anos a contar da renúncia;
abuso do poder econômico ou político, para a eleição na qual con- (Acrescido dada pela Emenda à Lei Orgânica n° 48, de 2 de março
correm ou tenham sido diplomados, pelo prazo de 8 (oito) anos a de 2012)
contar da decisão; (Acrescido pela Emenda à Lei Orgânica n° 48, VIII – os que forem condenados à suspensão dos direitos po-
de 2 de março de 2012). líticos, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão
III – os que forem condenados, em decisão transitada em jul- judicial colegiado, por ato doloso de improbidade administrativa
gado ou proferida por órgão judicial colegiado, desde a condena- que importe lesão ao patrimônio público e enriquecimento ilícito,
ção até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o cumprimen- desde a condenação ou o trânsito em julgado até o transcurso do
to da pena, pelos crimes: (Acrescido pela Emenda à Lei Orgânica prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento da pena; (Acrescido
n° 48, de 2 de março de 2012). pela Emenda à Lei Orgânica n° 48, de 2 de março de 2012)

151
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
VIII – os que forem condenados à suspensão dos direitos po- § 2o Verificada a violação deste artigo, caberá à Câmara Mu-
líticos, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão nicipal, por meio de decreto legislativo e pela maioria absoluta de
judicial colegiado, por ato doloso de improbidade administrativa seus membros, determinar a suspensão imediata da publicidade.
que importe lesão ao patrimônio público e enriquecimento ilícito, Art. 63. Os Poderes Executivo e Legislativo são obrigados a
desde a condenação ou o trânsito em julgado até o transcurso do atender às requisições judiciais no prazo fixado pela autoridade
prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento da pena; (Acrescido judiciária e a fornecer a qualquer cidadão, para defesa de seus
pela Emenda à Lei Orgânica n° 48, de 2 de março de 2012) direitos e esclarecimentos de situações de seu interesse pessoal,
X – os que forem excluídos do exercício da profissão, por de- no prazo máximo de 20 (vinte) dias - podendo ser prorrogado por
cisão sancionatória do órgão profissional competente, em decor- mais 10 (dez) dias, mediante justificativa expressa, da qual será
rência de infração ético-profissional, pelo prazo de 8 (oito) anos, cientificado o requerente -, certidões de atos, contratos e deci-
salvo se o ato houver sido anulado ou suspenso pelo Poder Judici- sões, sob pena de responsabilidade da autoridade ou servidor
ário; (Acrescido pela Emenda à Lei Orgânica n° 48, de 2 de março que negar ou retardar a sua expedição. (Redação dada pela Emen-
de 2012) da à Lei Orgânica n° 53, de 14 de julho de 2016).
XI – os que forem demitidos do serviço público em decorrên-
cia de processo administrativo ou judicial, pelo prazo de 8 (oito) CAPÍTULO III
anos, contados da decisão, salvo se o ato houver sido suspenso DOS CONSELHOS MUNICIPAIS
ou anulado pelo Poder Judiciário; (Acrescido pela Emenda à Lei
Orgânica n° 48, de 2 de março de 2012) Art. 64. Os Conselhos Municipais constituem-se em organis-
XII – a pessoa física e os dirigentes de pessoas jurídicas res- mos representativos, criados por lei específica, com a finalidade
ponsáveis por doações eleitorais tidas por ilegais por decisão de auxiliar as ações e o planejamento das políticas a serem imple-
transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado mentadas nas áreas de sua competência.
da Justiça Eleitoral pelo prazo de 8 (oito) anos a contar da decisão; § 1o Na composição dos Conselhos Municipais, fica asse-
(Acrescido pela Emenda à Lei Orgânica n° 48, de 2 de março de gurada a representatividade dos Poderes Executivo e Legislativo
2012) e da sociedade civil organizada, limitada esta ao atendimento de
XIII – os magistrados e os membros do Ministério Público que concorrência e objetivos dos Conselhos.
forem aposentados compulsoriamente por decisão sancionatória, § 2o A participação nos Conselhos Municipais será gratuita e
que tenham perdido o cargo por sentença ou que tenham pedido constituirá serviço público relevante.
exoneração ou aposentadoria voluntária na pendência de proces- § 3o Os órgãos e entidades da Administração Pública Mu-
so administrativo disciplinar, pelo prazo de 8 (oito) anos; e (Acres- nicipal ficarão obrigados a prestar as informações necessárias ao
cido pela Emenda à Lei Orgânica n° 48, de 2 de março de 2012) funcionamento desses Conselhos e a fornecer os documentos ad-
XIV – os que forem declarados indignos do oficialato, ou com ministrativos que lhes forem solicitados.
ele incompatíveis, pelo prazo de 8 (oito) anos. (Acrescido pela § 4o O disposto neste artigo não se aplica aos conselhos de
Emenda à Lei Orgânica n° 48, de 2 de março de 2012) empresas públicas, de sociedades de economia mista e de suas
Parágrafo único. A vedação prevista no inciso III não se apli- subsidiárias, cuja constituição e finalidade serão disciplinadas por
ca aos crimes culposos, àqueles definidos por lei como de menor lei federal.
potencial ofensivo, nem aos crimes de ação penal privada, bem § 5o No ato de nomeação e ao término do mandato, os con-
como àqueles que não tiverem enriquecimento ilícito com o ato selheiros municipais farão declaração de seus bens. (Acrescido
administrativo praticado. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgâ- pela Emenda à Lei Orgânica n° 52, de 24 de março de 2016).
nica n° 48, de 2 de março de 2012) § 6o A representatividade do Poder Legislativo Municipal
Art. 60. Os Poderes Executivo e Legislativo publicarão anu- nos conselhos fica restrita à sua função institucional de assesso-
almente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e ramento e colaboração ao Poder Executivo, vedada a participação
empregos públicos. em conselhos e outros órgãos que integrem a estrutura adminis-
trativa do Poder Executivo, de cunho deliberativo e de execução.
CAPÍTULO II (Acrescido pela Emenda à Lei Orgânica n° 53, de 14 de julho de
DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 2016).
§ 7 o Observado o disposto no artigo 59-A desta lei, fica ve-
Art. 61. A publicação das leis e dos atos municipais far-se-á dada a participação em conselhos municipais de profissionais que
na Imprensa Oficial do Município. atuem, direta ou indiretamente, em processos municipais de li-
§ 1o Os atos de efeito externo só terão eficácia após a sua cenciamento, de análise e de aprovação administrativa de empre-
publicação. endimentos ou em atividades cuja natureza exija manifestação do
§ 2o A publicação dos atos não normativos far-se-á mediante respectivo conselho. (Acrescido pela Emenda à Lei Orgânica n° 54,
simples afixação do texto no Quadro de Editais do poder expedi- de 10 de setembro de 2018).
dor.
Art. 62. A publicidade dos atos, programas, obras, serviços CAPÍTULO IV
e campanhas dos órgãos públicos municipais, qualquer que seja o DOS SERVIDORES MUNICIPAIS
veículo de comunicação, somente poderá ter caráter informativo,
educativo ou de orientação social, dela não podendo constar no- Art. 65. O Município de Londrina instituirá conselho de po-
mes, símbolos ou imagens que caracterizem a promoção pessoal lítica de administração e remuneração de pessoal, integrado por
de autoridade ou servidor público. servidores designados pelos respectivos Poderes.
§ 1o Trimestralmente, a administração direta, indireta e fun- § 1o A fixação dos padrões de vencimento e dos demais
dacional publicará, na Imprensa Oficial do Município, relatório das componentes do sistema remuneratório observará:
despesas realizadas com a propaganda e publicidade dos atos, I – a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade
programas, obras, serviços e campanhas, especificando os nomes dos cargos componentes de cada carreira;
dos órgãos veiculadores. II – os requisitos para a investidura;

152
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
III – as peculiaridades dos cargos. I – por invalidez permanente, sendo os proventos proporcio-
§ 2o A lei poderá estabelecer requisitos diferenciados de ad- nais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de acidente
missão quando a natureza do cargo o exigir. em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou
§ 3o Lei municipal poderá estabelecer a relação entre a maior incurável especificada em lei federal;
e a menor remuneração dos servidores públicos, obedecido, em II – compulsoriamente, aos 70 (setenta) anos de idade, com
qualquer caso, o disposto no artigo 57, incisos XI e XII, desta Lei. proventos proporcionais ao tempo de contribuição;
§ 4o O Município disciplinará a aplicação de recursos orça- III – voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de
mentários provenientes da economia com despesas correntes em 10 (dez) anos de efetivo exercício no serviço público e 5 (cinco)
cada órgão, autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvi- anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observa-
mento de programas de qualidade e produtividade, treinamento das as seguintes condições:
e desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionali- a) 60 (sessenta) anos de idade e 35 (trinta e cinco) de con-
zação do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou tribuição, se homem, e 55 (cinqüenta e cinco) anos de idade e 30
prêmio de produtividade. (trinta) de contribuição, se mulher;
§ 5o A remuneração dos servidores públicos municipais or- b) 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 60
ganizados em carreira poderá ser fixada nos termos do parágrafo (sessenta) anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais
4o do artigo 39 da Constituição Federal. ao tempo de contribuição.
Art. 66. São direitos do servidor público municipal: § 2o Os proventos de aposentadoria e as pensões, por oca-
I – vencimentos não inferiores ao salário-mínimo; sião de sua concessão, não poderão exceder a remuneração do
II – garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que respectivo servidor no cargo efetivo em que se deu a aposentado-
percebem remuneração variável; ria ou que serviu de referência para a concessão da pensão.
III – décimo terceiro salário com base na remuneração inte- § 3o Os proventos de aposentadoria, por ocasião de sua con-
gral ou no valor da aposentadoria;
cessão, serão calculados com base na remuneração do servidor
IV – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
no cargo efetivo em que se der a aposentadoria e, na forma da lei,
V – salário-família pago em razão do dependente do trabalha-
corresponderão à totalidade da remuneração.
dor de baixa renda nos termos da lei federal;
§ 4o É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados
VI – duração do trabalho normal não superior a 8 (oito) horas
para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de
diárias e 44 (quarenta e quatro) semanais, facultadas a compen-
que trata este artigo, ressalvados os casos de atividades exercidas
sação de horários e a redução de jornada, mediante acordo ou
exclusivamente sob condições especiais que prejudiquem a saúde
convenção coletiva de trabalho; (Vide Decreto nº 819, de 10 julho
ou a integridade física, definidos em lei federal complementar.
de 2017).
§ 5o Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão
VII - repouso semanal remunerado preferencialmente aos do-
mingos; reduzidos em 5 (cinco) anos em relação ao disposto no parágrafo
VIII – remuneração do serviço extraordinário superior, no mí- 1o, III, “a”, para professor que comprove exclusivamente tempo
nimo, em 50% (cinqüenta por cento) à do normal; de efetivo exercício das funções de magistério na Educação Infan-
IX – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, 1/3 til e no Ensino Fundamental e Médio.
(um terço) a mais do que a remuneração normal; § 6o Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos
X – licença à gestante, sem prejuízo do emprego e dos venci- acumuláveis na forma da Constituição Federal, é vedada a per-
mentos, e com a duração de 120 (cento e vinte) dias; cepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime de pre-
XI – licença-paternidade, nos termos fixados em lei federal; vidência previsto neste artigo.
XII – proteção do mercado de trabalho da mulher mediante § 7o Lei federal disporá sobre a concessão do benefício da
incentivos específicos, nos termos da lei; pensão por morte, que será igual ao valor dos proventos do servi-
XIII – redução dos riscos inerentes ao trabalho por meio de dor falecido ou ao valor dos proventos a que teria direito o servi-
normas de saúde, higiene e segurança; dor em atividade na data de seu falecimento, observado o dispos-
XIV – proibição de diferença de vencimento, de exercício de to no parágrafo 3o desta Lei.
funções e de critérios de admissão por motivo de sexo, idade, cor § 8o Observado o disposto no artigo 57, XII, desta Lei, os pro-
e estado civil; ventos de aposentadoria e as pensões serão revistos na mesma
XV – livre associação profissional ou sindical, nos termos esta- proporção e na mesma data sempre que se modificar a remune-
belecidos no artigo 8o da Constituição Federal; ração dos servidores em atividade, estendidos também aos apo-
XVI – o de greve, que será exercido nos termos e nos limites sentados e aos pensionistas quaisquer benefícios ou vantagens
definidos em lei federal específica; posteriormente concedidos aos servidores em atividade, mesmo
XVII – licença-especial, conforme dispuser a lei, em caso de quando decorrentes da transformação ou reclassificação do cargo
adoção; ou função em que se deu a aposentadoria ou que serviu de refe-
XVIII – assistência e previdência sociais extensivas aos depen- rência para a concessão da pensão, na forma da lei.
dentes e ao cônjuge. § 9o O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal
Art. 67. Aos servidores titulares de cargos efetivos do Muni- será contado para efeito de aposentadoria, e o tempo de serviço
cípio, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime correspondente para efeito de disponibilidade.
de previdência de caráter contributivo, observados critérios que § 10. A lei não poderá estabelecer qualquer forma de conta-
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste ar- gem de tempo de contribuição fictício.
tigo. § 11. Aplica-se o limite fixado no artigo 57, XII, desta Lei, à
§ 1o Os servidores abrangidos pelo regime de previdência soma dos proventos de inatividade, mesmo quando decorrentes
de que trata este artigo serão aposentados, calculados os seus da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de
proventos a partir dos valores fixados na forma do parágrafo 3o outras atividades sujeitas à contribuição para o regime geral de
deste artigo: previdência social, e ao montante resultante da adição de proven-

153
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
tos de inatividade com remuneração do cargo acumulável na for- § 2o É facultado ao servidor público eleito para direção de
ma da Constituição Federal, cargo em comissão declarado em lei sindicato ou associação de classe o afastamento de seu cargo ou
de livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo. emprego sem prejuízo dos vencimentos, vantagens e ascensão
§ 12. Além do disposto neste artigo, o regime de previdên- funcional, na forma que a lei estabelecer.
cia dos servidores públicos municipais titulares de cargo efetivo Art. 73. Nenhum servidor ativo poderá ser diretor ou inte-
observará, no que lhe couberem, os requisitos e critérios fixados grar conselho de empresa fornecedora ou que realize qualquer
para o regime geral da previdência social. modalidade de contrato com o Município, sob pena de demissão
§ 13. Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em co- do serviço público.
missão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, bem Art. 74. É vedada a contratação de serviços de terceiros para
como de outro cargo temporário ou de emprego público, aplica-se a realização de atividades que possam ser regularmente exercidas
o regime geral de previdência social. por servidores públicos municipais.
Art. 68. É facultado ao Município instituir regime de previ- Art. 75. É assegurada, nos termos da lei, a participação pa-
dência complementar para os seus servidores titulares de cargo ritária de servidores públicos municipais na gerência de fundos e
efetivo, obedecido o disposto no artigo 202 da Constituição Fe- entidades para os quais contribuam.
deral. Art. 76. Ao servidor público municipal da administração di-
§ 1o O valor das aposentadorias e pensões a serem con- reta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo
cedidas pelo regime de que trata este artigo, poderá ter o limite aplicam-se as seguintes disposições:
máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de pre- I – tratando-se de mandato eletivo federal ou estadual, ficará
vidência social de que trata o artigo 201 da Constituição Federal. afastado de seu cargo, emprego ou função;
§ 2o Somente mediante sua prévia e expressa opção, o dis- II – investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo,
posto neste artigo poderá ser aplicado ao servidor que tiver in- emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remune-
gressado no serviço público até a data da publicação do ato de ins- ração;
tituição do correspondente regime de previdência complementar. III – investido no mandato de vereador, havendo compatibili-
Art. 69. É vedado o aporte de recursos à entidade de previ- dade de horário, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego
ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não
dência privada pelo Município, suas autarquias, fundações, em-
havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso ante-
presas públicas, sociedades de economia mista e outras entidades
rior;
públicas, salvo na qualidade de patrocinador, situação na qual, em
IV – em qualquer caso que exija o afastamento para o exercí-
hipótese alguma, sua contribuição normal poderá exceder à do
cio de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para
segurado.
todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;
Art. 70. Os recursos provenientes dos descontos compulsó-
V – para efeito de benefício previdenciário, no caso de afas-
rios dos servidores públicos municipais bem como a contrapartida
tamento, os valores serão determinados como se no exercício es-
do Município destinados ao sistema previdenciário deverão ser
tivesse.
recolhidos, mensalmente, à entidade responsável pela prestação Art. 76-A. Todo concurso público será precedido de ampla di-
desse benefício, na forma que a lei dispuser. vulgação e publicidade de suas normas regulamentadoras, regras
Art. 71. São estáveis após 3 (três) anos de efetivo exercício e instruções, em órgão oficial de imprensa e em jornal de grande
os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em vir- circulação no Município. (Acrescido pela Emenda à Lei Orgânica n°
tude de concurso público. 42, de 30 de setembro de 2008).
§ 1o O servidor público estável só perderá o cargo:
I – em virtude de sentença judicial transitada em julgado; CAPÍTULO V
II – mediante processo administrativo em que lhe seja asse- DOS BENS DO MUNICÍPIO
gurada ampla defesa;
III – mediante procedimento de avaliação periódica de de- Art. 77. Constituem bens municipais todas as coisas móveis
sempenho, na forma da lei federal complementar, assegurada e imóveis, semoventes, direitos e ações que, a qualquer título,
ampla defesa. pertençam ou vierem a pertencer ao Município.
§ 2o Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor § 1o Os bens municipais destinar-se-ão prioritariamente ao
estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se es- uso público, assegurado o respeito aos princípios e normas de
tável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização, proteção ao ambiente e ao patrimônio histórico, cultural e arqui-
aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com re- tetônico, e garantindo o interesse social.
muneração proporcional ao tempo de serviço. § 2o Cabe ao Prefeito a administração dos bens municipais,
§ 3o Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o respeitada a competência da Câmara quanto àqueles destinados
servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração pro- a seus serviços.
porcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento Art. 78. A alienação de bens municipais, subordinada à exis-
em outro cargo. tência de interesse público devidamente justificado, obedecerá as
§ 4o Como condição para a aquisição da estabilidade, é obri- normas gerais de licitação, instituídas por lei federal.
gatória a avaliação especial de desempenho por comissão institu- Parágrafo único. A Câmara Municipal só poderá apreciar
ída para essa finalidade. projeto de lei alienando áreas de terras destinadas a serviço públi-
Art. 72. Ao servidor público eleito para cargo de direção ou co local se instruído com parecer dos órgãos municipais afetos às
de representação sindical são assegurados todos os direitos ine- áreas de educação, de assistência social e de saúde.
rentes ao cargo ou emprego a partir do registro da candidatura e Art. 79. A aquisição de bens imóveis pelo Município, por
até um ano após o término do mandato, ainda que nas condições compra ou permuta, dependerá de prévia avaliação e autorização
de suplente, salvo se ocorrer exoneração nos termos da lei. legislativa.
§ 1o São assegurados os mesmos direitos, até um ano após
a eleição, aos candidatos não eleitos.

154
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
Art. 80. O uso de bens municipais por terceiros poderá ser § 2o Na área de praça a ser destinada ao setor de segurança
feito mediante concessão, permissão ou autorização conforme o não poderão ser implantados cadeia pública, prisão provisória,
caso e quando houver interesse público devidamente justificado, penitenciária, colônia penal, distrito policial ou outro tipo de edifi-
observada a legislação pertinente. cação que abrigue presos. (Acrescido pela Emenda à Lei Orgânica
§ 1o A concessão de uso dos bens públicos dominiais de uso n° 34, de 3 de abril de 2001)
especial dependerá de lei e de licitação, dispensada esta nos casos Art. 83. Poderão ser cedidos a particulares, para serviços
especificados na lei federal de licitações, e far-se-á mediante con- transitórios, na forma da lei, máquinas e operadores da Prefeitura
trato, sob pena de nulidade do ato. desde que não haja prejuízo para os trabalhos do Município e o
§ 2o A concessão de uso de bens públicos de uso comum interessado recolha ao erário, previamente, a remuneração arbi-
somente será outorgada mediante autorização legislativa. trada e assine respectivo termo de responsabilidade pela conser-
§ 3o A permissão, que poderá incidir sobre qualquer bem vação e devolução dos bens cedidos.
público, será feita a título precário por decreto precedido de li- Parágrafo único. O arbitramento da remuneração devida
citação e, em se tratando de bens imóveis, a permissão somente ao Município e referida neste artigo não poderá ser inferior aos
será concedida mediante autorização legislativa, ficando esta dis- custos reais e deverá ser levado em conta o prazo da autorização.
pensada quando se tratar de áreas públicas de dimensões iguais Art. 84. O Município poderá, nos termos da lei, permitir
ou inferiores a 20,00 m² (vinte metros quadrados). a particulares, a título oneroso ou gratuito, conforme o caso, o
§ 4o A autorização, que poderá incidir sobre qualquer bem uso de subsolo ou de espaço aéreo de logradouros públicos para
público, será feita por portaria para atividades ou usos específi- construção de passagem destinada à segurança ou ao conforto
cos e transitórios, pelo prazo máximo de 90 (noventa) dias, salvo dos transeuntes e usuários ou para outros fins de interesse urba-
quando para o fim de formar canteiro de obras públicas, caso em nístico.
que o prazo corresponderá ao da duração destas. Art. 84-A. Os próprios públicos municipais deverão ser pin-
§ 5º As pessoas físicas, entidades, ONGs, OSCIPs, quaisquer tados com as cores constantes do brasão ou da bandeira do Mu-
tipos de associações ou movimentos estabelecidos ou não ficam nicípio e neles não poderão constar cores, nomes, símbolos ou
proibidos de receber em doação, concessão de direito real de uso, imagens que caracterizem a promoção de partidos políticos ou a
permissão ou autorização os próprios ou imóveis públicos que in- eles se associem. (Acrescido pela Emenda à Lei Orgânica n° 50, de
vadiram, se apropriaram irregularmente ou que tenham se apos- 30 de agosto de 2012).
sado ou esbulhado.(Acrescido pela Emenda à Lei Orgânica n° 56,
de 17 de outubro de 2018). CAPÍTULO VI
§ 6º Desde que cumpram os requisitos legais estabelecidos, DAS OBRAS E DOS SERVIÇOS MUNICIPAIS
as pessoas físicas, entidades, ONGs, OSCIPs, associações ou movi-
mentos poderão receber outro imóvel, diverso daquele elencado Art. 85. As obras e os serviços públicos serão executados de
no parágrafo 5º deste artigo, submetendo-se às mesmas condi- conformidade com o planejamento do desenvolvimento integra-
ções oferecidas a todos, sem a obtenção de quaisquer privilégios do do Município.
ou preferências. (Acrescido pela Emenda à Lei Orgânica n° 56, de Art. 86. Poderá ser convocado plebiscito para as obras de
17 de outubro de 2018). valor elevado ou de que resulte impacto ambiental.
§ 7º Para fins de aplicação do previsto no parágrafo 5º deste Art. 87. Ressalvadas as atividades de planejamento e con-
artigo, deverão ser excetuados os casos que confrontem com o trole, a Administração Municipal poderá desobrigar-se da reali-
disposto na Lei Federal nº 13.465, de 11 de julho de 2017, que dis- zação material de tarefas executivas, recorrendo, sempre que
põe sobre a regularização fundiária urbana e rural, ocorridos até conveniente ao interesse público, à execução indireta mediante
a data de 22 de dezembro de 2016, atendidos os demais critérios concessão ou permissão de serviço público ou de utilidade públi-
da legislação pertinente. (Acrescido pela Emenda à Lei Orgânica n° ca, verificado que a iniciativa privada esteja suficientemente de-
56, de 17 de outubro de 2018). senvolvida e capacitada para o seu desempenho.
Art. 81. A lei definirá os critérios para a concessão e permis- § 1o A concessão de serviço público será outorgada median-
são de bens imóveis de uso comum pertencentes ao Município. te autorização legislativa e contrato precedido de licitação.
Art. 82. São proibidas a doação, a permuta, a venda, a con- § 2o A permissão de serviço público ou de utilidade pública,
cessão de direito real de uso, a permissão de uso e as dações em sempre a título precário, será outorgada por decreto, após licita-
pagamento de qualquer área ou fração destinada a praça no âm- ção.
bito do Município. (Redação mantida pela Emenda à Lei Orgânica § 3o O Município poderá retomar, sem indenização, os ser-
n° 34, de 3 de abril de 2001). viços permitidos ou concedidos desde que executados em des-
§ 1o Não se aplica o disposto no “caput” deste artigo nos conformidade com o ato ou contrato, bem como aqueles que se
seguintes casos: (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica n° 34, revelarem insuficientes para o atendimento aos usuários.
de 3 de abril de 2001) Art. 88. Incumbe ao Município, na forma da lei, diretamen-
I – se a área for destinada aos setores da educação, da saúde te ou sob regime de concessão ou permissão, sempre mediante
ou da segurança, caso este em que o respectivo projeto deverá ser licitação, a prestação de serviços públicos de interesse local, inclu-
instruído com parecer dos órgãos municipais responsáveis pela ídos os de caráter essencial.
respectiva área; (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica n° 34, Parágrafo único. Lei específica disporá sobre:
de 3 de abril de 2001 I – o regime das empresas concessionárias e permissionárias
II – se, decorridos 10 (dez) anos de sua afetação, a área ainda de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua
não tiver sido arborizada nem recebido as benfeitorias próprias de prorrogação, e as condições de caducidade, fiscalização e rescisão
sua destinação. (Redação mantida pela Emenda à Lei Orgânica n° da concessão ou permissão;
34, de 3 de abril de 2001). II – os direitos dos usuários;
III – a política tarifária;
IV – a obrigação de manter serviço adequado;

155
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
V – a obrigação rigorosa de atender aos dispositivos de pro- § 4o Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal
teção ao ambiente; e serão graduados segundo a capacidade econômica do contri-
VI – a vedação de cláusula de exclusividade nos contratos de buinte, facultado à administração tributária, especialmente para
execução dos serviços públicos; conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os
VII – as normas relativas ao gerenciamento dos serviços pú- direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendi-
blicos. mentos e as atividades econômicas do contribuinte.
Art. 89. Os preços públicos, em que se incluem as tarifas, se- § 5o As taxas não poderão ter base de cálculo própria de
rão fixados pelo Prefeito Municipal, visarão à justa remuneração e impostos.
não poderão ser superiores aos praticados pelo mercado.
Art. 90. Sempre que entender necessária a verificação de SEÇÃO I
irregularidades em obras e serviços municipais, poderá a Câmara DAS LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR
Municipal, nos termos da lei, constituir Comissão de Inquérito ou,
por decisão da maioria absoluta dos Vereadores, contratar audi- Art. 93. É vedado ao Município:
toria externa, ficando o Poder Executivo, neste caso, obrigado a I – exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
repassar recursos suplementares para tal fim. II – instituir tratamento desigual entre contribuintes que se
Art. 91. O Município disciplinará por meio de lei os consór- encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção
cios públicos e os convênios de cooperação entre os entes fede- em razão de ocupação profissional ou função por eles exercidas,
rados, autorizando a gestão associada de serviços públicos bem independentemente da denominação jurídica dos rendimentos,
como a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pes- títulos ou direitos;
soal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos. III – Cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da
CAPÍTULO VII vigência da lei que os houver instituído ou aumentado;
DOS TRIBUTOS MUNICIPAIS b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publica-
da a lei que os instituiu ou aumentou.
Art. 92. Compete ao Município instituir os seguintes tribu- IV – utilizar tributo com efeito de confisco;
tos: V – estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens por
I – Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana; meio de tributos intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedá-
II – Imposto sobre a Transmissão “inter vivos”, a qualquer tí- gio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público;
tulo, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão VI – instituir impostos sobre:
física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem a) patrimônio, renda ou serviços da União e do Estado;
como cessão de direitos à sua aquisição; b) templos de qualquer culto;
III – Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza – não com- c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos,
preendidos no artigo 155,II, da Constituição Federal –, definidos inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhado-
em lei federal complementar; res e das instituições de educação e de assistência social sem fins
IV – taxas: lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
a) em razão do exercício do poder de polícia; d) livros, jornais, periódicos e papel destinado a sua im-
b) pela utilização efetiva ou potencial de serviços públicos es- pressão.
pecíficos e divisíveis prestados ao contribuinte ou postos à sua VII – estabelecer diferença tributária entre bens e serviços de
disposição; qualquer natureza em razão de sua procedência ou destino;
V – contribuição de melhoria decorrente de obra pública. VIII – cobrar taxas:
§ 1o Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se a) pelo exercício do direito de petição aos Poderes Públicos
refere o artigo 182, § 4o, II, da Constituição Federal, o imposto em defesa de direitos, contra ilegalidade ou abuso de poder;
previsto no inciso I poderá: b) para a obtenção de certidões em repartições públicas, para
a) ser progressivo em razão do valor do imóvel; defesa de direitos e esclarecimentos de interesse pessoal.
b) ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o IX – instituir isenções de tributos da competência da União e
uso do imóvel. do Estado;
§ 2o O imposto previsto no inciso II: X – conceder qualquer anistia ou remissão que envolva ma-
a) não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incor- téria tributária ou previdenciária senão mediante a edição de lei
porados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital municipal específica.
nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrentes de fu- § 1o A vedação do inciso VI, “a”, é extensiva às autarquias e
são, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público Federal e
nesses casos, a atividade preponderante do adquirente forem a Estadual no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços
compra e a venda desses bens ou direitos, a locação de bens imó- vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.
veis ou o arrendamento mercantil; § 2o As vedações do inciso VI, “a” e do parágrafo anterior
b) incide sobre imóveis situados no território do Município; não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços relacionados
c) não incide sobre compromisso de compra e venda de imó- com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas
veis; aplicáveis a empreendimentos privados ou em que haja contra-
§ 3o Em relação ao imposto previsto no inciso III, cabe à lei prestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem
federal complementar: exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto
I – fixar as suas alíquotas máximas; relativamente ao bem imóvel.
II – excluir da sua incidência a exportação de serviços para o § 3o As vedações expressas no inciso VI, “b” e “c” , compre-
exterior. endem somente o patrimônio, a renda e os serviços relacionados
com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.

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LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
Art. 94. Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de Art. 99. A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá,
cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão re- de forma regionalizada, as diretrizes, os objetivos e as metas da
lativas a impostos, taxas ou contribuições só poderão ser concedi- Administração Pública Municipal Direta, Indireta e Fundacional
dos mediante lei municipal específica, que regule exclusivamente para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as
as matérias enumeradas no artigo anterior ou o correspondente relativas aos programas de duração continuada.
tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no artigo 155, § Parágrafo único. Os planos e programas municipais, regio-
2o, XII, “g”, da Constituição Federal. nais e setoriais serão elaborados em consonância com o Plano
Art. 95. A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação Plurianual e apreciados pela Câmara Municipal.
tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto Art. 100. A Lei de Diretrizes Orçamentárias, de caráter anual,
ou contribuição cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, compreenderá:
assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga I - as metas e prioridades da Administração Pública Municipal
caso não se realize o fato gerador presumido. Direta, Indireta e Fundacional, incluindo as despesas de capital
para o exercício subseqüente;
SEÇÃO II II – orientação na elaboração da Lei Orçamentária Anual;
DA PARTICIPAÇÃO DO MUNICÍPIO NAS RECEITAS TRIBUTÁ- III – as projeções das receitas e despesas para o exercício fi-
RIAS nanceiro subseqüente;
IV – as diretrizes relativas à política de pessoal do Município;
Art. 96. Pertencem ao Município, conforme dispõe o artigo V – os critérios para a distribuição dos recursos para os órgãos
158 da Constituição Federal: dos Poderes do Município;
I – o produto da arrecadação do imposto da União sobre a VI – as orientações para a elaboração da lei orçamentária
renda e os proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, anual;
sobre rendimentos pagos, a qualquer título, pelo Município, pelas VII – os ajustamentos do Plano Plurianual decorrentes de uma
suas autarquias e pelas fundações que institua e mantenha; reavaliação da realidade econômica e social do Município;
II – 50% (cinqüenta por cento) do produto da arrecadação do VIII – as disposições sobre as alterações na legislação tribu-
Imposto da União sobre a propriedade territorial rural, relativa- tária;
mente aos imóveis situados no território do Município; IX – as políticas de aplicação dos agentes financeiros oficiais
III – 50% (cinqüenta por cento) do produto da arrecadação do de fomento, apresentando o plano de prioridades das aplicações
imposto do Estado sobre a propriedade de veículos automotores financeiras e destacando os projetos de maior relevância;
licenciados no território do Município; X – os demonstrativos dos efeitos sobre as receitas e des-
IV – 25% (vinte e cinco por cento) do produto da arrecadação pesas públicas decorrentes da concessão de quaisquer benefícios
do imposto do Estado sobre operações relativas à circulação de de natureza financeira, tributária e creditícia pela Administração
mercadorias e sobre prestação de serviços de transporte interes- Pública Municipal.
tadual e intermunicipal e de comunicação. Art. 101. A Lei Orçamentária Anual compreenderá:
§ 1o As parcelas de receita pertencentes ao Município men- I – o orçamento fiscal referente aos Poderes Municipais, seus
cionadas no inciso IV serão creditadas conforme os seguintes cri- Fundos, Órgãos e Entidades da Administração Direta e Indireta,
térios: inclusive Fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
I – 3/4 (três quartos) no mínimo, na proporção do valor adi- II – o orçamento de investimentos das empresas em que o
cionado nas operações relativas à circulação de mercadorias e nas Município, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital
prestações de serviços, realizadas em seu território; social com direito a voto;
II - até 1/4 (um quarto), de acordo com o que dispuser lei III – o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as
estadual. entidades e os órgãos a ela vinculados, da Administração Direta
§ 2o Cabe a lei complementar federal: ou Indireta, bem como os Fundos e Fundações instituídas e man-
I – definir valor adicionado para fins do disposto no § 1o, in- tidas pelo Poder Público.
ciso I, deste artigo; § 1o O Projeto de Lei Orçamentária será acompanhado de
II – dispor sobre o acompanhamento, pelo Município, do demonstrativo setorizado do efeito sobre as receitas e despesas
cálculo das quotas e da liberação das participações previstas no decorrentes de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefí-
“caput” deste artigo. cios de natureza financeira, tributária e creditícia.
Art. 97. O Município divulgará, até o último dia do mês § 2o A Lei Orçamentária Anual não conterá dispositivo estra-
subseqüente ao da arrecadação, os montantes de cada um dos nho à previsão da receita e à fixação de despesa, não se incluindo
tributos arrecadados e dos recursos recebidos, os valores de ori- na proibição a autorização para abertura de créditos suplementa-
gem tributária entregues e a entregar, e a expressão numérica dos res e a contratação de operações de crédito ainda que por anteci-
critérios de rateio. pação da receita, nos termos da lei.
§ 3o Os orçamentos previstos nos itens I e II deste artigo
CAPÍTULO VIII serão compatibilizados com o plano plurianual e com as diretrizes
DOS ORÇAMENTOS orçamentárias, evidenciando os programas e políticas do governo
municipal.
Art. 98. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: § 4o O Poder Executivo publicará, até 30 (trinta) dias após o
I – o Plano Plurianual; encerramento de cada bimestre, relatório resumido da execução
II – as diretrizes orçamentárias; orçamentária.
III – os orçamentos anuais.

157
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
Art. 102. É obrigatória a inclusão, no orçamento de todos os III – a realização de operações de crédito que excedam o mon-
órgãos da administração pública municipal, de verba necessária tante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas median-
ao pagamento de seus débitos oriundos de sentenças transitadas te créditos suplementares ou especiais, com finalidade precisa,
em julgado, constantes de precatórios judiciários apresentados aprovados pela Câmara Municipal, por maioria absoluta;
até 1o de julho, cujo pagamento se fará até o final do exercício IV – a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou
seguinte, quando terão seus valores atualizados monetariamente. despesa, ressalvadas a repartição do produto de arrecadação dos
§ 1o Fica proibida a designação de casos ou de pessoas nas impostos a que se referem os artigos 158 e 159 da Constituição
dotações orçamentárias e nos créditos adicionais para pagamen- Federal, a destinação de recursos para as ações e serviços públi-
to de precatórios, devendo este ser efetuado exclusivamente na cos de saúde e para manutenção e desenvolvimento do ensino,
ordem cronológica de apresentação, excetuados os de natureza como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2o, 212
alimentícia definidos no § 1o-A do artigo 100 da Constituição Fe- da citada Constituição, e a prestação de garantias às operações de
deral. crédito por antecipação da receita, previstas nos artigos 165, § 8o
§ 2o As dotações orçamentárias e os créditos abertos des- e 167, § 4o da Constituição Federal;
tinados ao pagamento de precatórios serão consignados direta- V – a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia
mente ao Poder Judiciário. autorização legislativa e sem indicação dos recursos correspon-
Art. 103. Os projetos de lei relativos ao Plano Plurianual, às dentes;
Diretrizes Orçamentárias, ao Orçamento Anual e aos créditos adi- VI – a transposição, o remanejamento ou a transferência de
cionais, de iniciativa exclusiva do Prefeito, serão apreciados pela recursos de uma categoria de programação para outra ou de um
Câmara Municipal na forma de seu Regimento Interno e desta Lei órgão para outro sem prévia autorização legislativa;
Orgânica. VII – a concessão ou utilização de créditos ilimitados;
§ 1o Caberá à Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara VIII – a utilização, sem autorização legislativa específica, de
Municipal: recursos dos orçamentos fiscal e da seguridade social para suprir
I – examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos nes- necessidade ou cobrir “déficit” de empresas, fundações e fundos
te artigo e sobre as contas apresentadas anualmente pelo Prefeito do Município, incluídos dos mencionados no artigo 101 desta Lei;
Municipal; IX – a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia
II – examinar e emitir parecer sobre os planos e programas autorização legislativa;
municipais previstos nesta Lei Orgânica, e exercer o acompanha- X – a transferência voluntária de recursos e a concessão de
mento e a fiscalização orçamentária. empréstimos, mesmo por antecipação de receita, pelos governos
§ 2o As emendas serão apresentadas à Comissão competen- federal e estadual, inclusive suas instituições financeiras, para pa-
te, que sobre elas emitirá parecer, sem prejuízo das demais comis- gamento de despesas com pessoal ativo, inativo e pensionistas do
sões da Câmara, e apreciadas em Plenário, na forma regimental. Município.
§ 3o As emendas ao projeto de Lei do Orçamento Anual ou os § 1o Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um
projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso: exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no
I – sejam compatíveis com o Plano Plurianual e com a Lei de plano plurianual ou sem lei que autorize sua inclusão, sob pena
Diretrizes Orçamentárias; de crime de responsabilidade.
II – indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os § 2o Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no
provenientes de anulação de despesa, excluídas as que incidam exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de
sobre: autorização for promulgado nos últimos 4 (quatro) meses daque-
a) dotações para pessoal e seus encargos; le exercício, caso em que, reabertos nos limites dos seus saldos,
b) serviços da dívida; serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro subse-
c) transferências tributárias constitucionais; qüente.
III – sejam relacionadas: § 3o A abertura de créditos extraordinários somente será ad-
a) com a correção de erros ou omissões; mitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei. decorrentes de guerra, comoção interna ou Calamidade Pública.
§ 4o As emendas ao Projeto de Lei de Diretrizes Orçamen- § 4o É permitida a vinculação de receitas próprias geradas
tárias não poderão ser aprovadas quando incompatíveis com o pelos impostos a que se refere o artigo 93 e dos recursos de que
Plano Plurianual. trata o artigo 96 desta Lei, para a prestação de garantia ou con-
§ 5o O Prefeito Municipal poderá enviar mensagem à Câma- tragarantia à União e para pagamento de débitos para com esta.
ra Municipal para propor modificação aos projetos a que se refere Art. 105. Os recursos correspondentes às dotações orça-
este artigo enquanto não iniciada a votação, em Plenário, da parte mentárias, compreendidos os créditos suplementares e especiais,
cuja alteração é proposta. destinados à Câmara Municipal, ser-lhe-ão entregues até o dia
§ 6o Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no vinte de cada mês, na forma de lei complementar federal.
que não contrariarem o disposto neste capítulo, as demais nor- Art. 106. A despesa com pessoal ativo e inativo do Município
mas relativas ao processo legislativo. não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar
§ 7o Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou federal.
rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem des- § 1o A concessão de qualquer vantagem ou aumento de re-
pesa correspondente, poderão ser utilizados, conforme o caso, muneração, a criação de cargos, empregos e funções ou a altera-
mediante créditos adicionais, especiais ou suplementares, com ção de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contra-
prévia e específica autorização legislativa. tação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da
Art. 104. São vedados: administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e
I – o início de programas ou projetos não incluídos na lei or- mantidas pelo Poder Público só poderão ser feitas:
çamentária anual; I – se houver prévia dotação orçamentária suficiente para
II – a realização de despesas ou a assunção de obrigações di- atender às projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela
retas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais; decorrentes;

158
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
II – se houver autorização específica na lei de diretrizes orça- II – disposições sobre o desenvolvimento econômico e a inte-
mentárias, ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de gração da economia municipal à regional;
economia mista. III – promoção social da comunidade e criação de condições
§ 2o Para cumprimento dos limites estabelecidos com base de bem-estar para a população;
neste artigo, durante o prazo fixado em lei complementar federal IV – organização institucional que possibilite a permanente
referida no caput deste artigo, o Município adotará as seguintes planificação das atividades públicas municipais e sua integração
providências: aos planos estadual e nacional.
I – redução em pelo menos 20% (vinte por cento) das despe- Art. 111. O Plano Diretor deverá conter, dentre outras, nor-
sas com cargos em comissão e funções de confiança; mas relativas à:
II – exoneração dos servidores não estáveis. I – delimitação das áreas de preservação natural;
§ 3o Se as medidas adotadas com base no parágrafo ante- II – delimitação das áreas destinadas à habitação popular, que
rior não forem suficientes para assegurar o cumprimento da de- atenderão aos seguintes critérios:
terminação da lei complementar referida neste artigo, o servidor a) serem contíguas à área dotada de rede de abastecimen-
estável poderá perder o cargo desde que ato motivado de cada to de água e energia elétrica;
um dos Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou a b) estarem integralmente situadas acima da cota máxima
unidade administrativa objeto da redução de pessoal. de cheias;
§ 4o O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo III – delimitação de sítios arqueológicos, paleontológicos e
anterior fará jus a indenização correspondente a um mês de re- históricos que deverão ser preservados;
muneração por ano de serviço. IV – delimitação de áreas destinadas à implantação de equi-
§ 5o O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos ante- pamentos para educação, atividades culturais e esportivas, saúde
riores será considerado extinto, vedada a criação de cargo, empre- e lazer da população;
go ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo V – delimitação das áreas destinadas à implantação de ativi-
de 4 (quatro) anos. dades potencialmente poluidoras do ar, do solo e das águas;
§ 6o Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obe- VI – critérios para autorização de parcelamento, desmembra-
decidas na efetivação do disposto no parágrafo 4o. mento ou remembramento do solo para fins urbanos, e de im-
plantação de equipamentos urbanos e comunitários, bem como
TÍTULO IV a sua forma de gestão;
DO DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL VII – delimitação das áreas impróprias para a ocupação urba-
CAPÍTULO I na, por suas características geotécnicas.
DISPOSIÇÕES GERAIS Parágrafo único. As normas municipais de edificação, zone-
amento, loteamento ou para fins urbanos atenderão às peculiari-
Art. 107. O desenvolvimento municipal dar-se-á em conso- dades locais e à legislação federal e estadual pertinentes.
nância com as políticas urbana e rural integradas, estabelecidas Art. 112. Lei específica criará e regulamentará o Conselho
nesta Lei. Superior de Desenvolvimento Municipal – órgão normativo e
Art. 108. Lei específica definirá o sistema, as diretrizes e as consultivo – que terá por finalidade provisionar e avaliar planos,
bases do planejamento do desenvolvimento municipal equilibra- programas, projetos e ações concernentes ao desenvolvimento
do, integrando-o ao planejamento estadual e nacional, a eles se Municipal.
incorporando e com eles se compatibilizando, para atender: Parágrafo único. Fica assegurada a participação de 1/5 (um
I – ao desenvolvimento social e econômico municipal e re- quinto) dos membros dos demais Conselhos Municipais na com-
gional; posição do Conselho de que trata este artigo.
II – à integração urbano-rural;
III – à ordenação territorial; CAPÍTULO II
IV – à definição das prioridades municipais; DA POLÍTICA URBANA
V – à articulação, à integração e à descentralização dos dife-
rentes níveis de governo e das respectivas entidades da adminis- Art. 113. A política urbana, executada pelo Poder Executivo
tração indireta e fundacional com atuação no Município, distri- em conformidade com as diretrizes gerais fixadas nesta Lei, terá
buindo-se adequadamente os recursos financeiros. como objetivo o pleno desenvolvimento das funções sociais da
Art. 109. O estabelecimento de diretrizes e normas relativas cidade e a garantia do bem-estar de sua população.
ao desenvolvimento municipal deverá assegurar: Art. 114. A execução da política urbana está condicionada às
I – a preservação das áreas de exploração agrícola e pecuária, funções sociais da cidade, compreendidas como direito de acesso
e o estímulo a essas atividades primárias; de todo cidadão à moradia, ao transporte, ao saneamento, à ilu-
II – a preservação, a proteção e a recuperação do ambiente minação pública, à energia elétrica, à comunicação, à educação,
natural e cultural; à saúde, ao lazer, à segurança, ao abastecimento de água e gás,
III – a criação de áreas de especial interesse urbanístico, so- assim como à preservação do patrimônio ambiental e cultural.
cial, ambiental, turístico ou de utilização pública. Art. 115. A propriedade urbana cumpre sua função social
Art. 110. O Plano Diretor, instrumento básico da política quando atende às exigências da ordenação da cidade, expressa no
de desenvolvimento municipal, obrigatório e aprovado median- Plano Diretor e compatibilizada com a política urbana.
te lei, abrangerá as funções da vida coletiva em que se incluem Art. 116. As desapropriações de imóveis urbanos serão fei-
habitação, trabalho, circulação e recreação, e, em conjunto, os as- tas com prévia e justa indenização em dinheiro.
pectos físicos, econômicos, sociais e administrativos, atendidos os Art. 117. Para fins de execução da política urbana, o Poder
seguintes pressupostos: Executivo exigirá do proprietário adoção de medidas que visem a
I – disposições sobre o sistema viário urbano e rural, o zonea- direcionar o aproveitamento da propriedade, de forma a assegu-
mento urbano, a edificação e os serviços públicos locais; rar:
I – acesso de todos à moradia;

159
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
II – justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes de X – a organização do produtor e do trabalhador rural;
processo de urbanização; XI – a habitação, a infra-estrutura básica e o saneamento;
III – prevenção e correção das distorções da valorização da XII – o beneficiamento e a transformação industrial de produ-
propriedade; tos da agropecuária;
IV – regularização fundiária e urbanização específica para áre- XIII – a extensão rural em co-participação com os governos
as ocupadas pela população de baixa renda; estadual e federal;
V – adequação do direito de construir às normas urbanísticas; XIV – o investimento em benefícios sociais;
VI – arquitetura compatível com técnicas redutoras do consu- XV – o sistema de seguro agrícola;
mo de energia. XVI – a implantação de programas de renovação genética e de
Art. 118. É facultado ao Município, mediante lei específica produção, escoamento, armazenamento e comercialização, prio-
para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei fede- ritariamente, de produtos básicos.
ral, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou Art. 122. O Programa Integrado de Desenvolvimento Rural
não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob será elaborado e coordenado Conselho de Desenvolvimento Rural
pena, sucessivamente, de: a ser criado nos termos do artigo 64 desta Lei.
I – parcelamento ou edificação compulsórios; Art. 123. Lei específica criará um fundo de apoio a ser apli-
II – imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana cado em ações e programas em benefício ao pequeno produtor e
progressivo no tempo; ao trabalhador rural.
III – desapropriação com pagamento, mediante títulos de dí- Parágrafo único. As ações e programas a que se refere este
vida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Fede- artigo serão estabelecidos pelo Conselho de Desenvolvimento Ru-
ral, com prazo de resgate de até 10 (dez) anos, em parcelas anuais, ral.
iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os Art. 124. O Município adotará a microbacia hidrográfica
juros legais. como unidade de planejamento, ou outro conceito de qualidade
Art. 119. São instrumentos de desenvolvimento urbano, superior que venha a surgir, na execução e estratégia de integra-
além de outros: ção de todas as atividades de manejo dos solos e controle da ero-
I – o Plano Diretor; são no meio rural.
II – os tributos, incluindo-se o imposto progressivo sobre a Art. 125. Nenhuma obra, pública ou privada, poderá ser
propriedade territorial e a contribuição de melhoria decorrente executada sem que se levem em conta as técnicas necessárias e
de obras públicas; suficientes que garantam a preservação do solo, do ar, da água e
III – os institutos jurídicos; da agricultura da zona rural do Município.
IV – a regularização fundiária; Art. 126. É vedada a aplicação de agrotóxicos na área rural
V – a discriminação de terras públicas destinadas, prioritaria- marginal à área urbana, cuja extensão será definida em lei.
mente, a assentamento de população de baixa renda. Parágrafo único. É vedada a aplicação de produtos de alta
Parágrafo único. Lei específica definirá critérios e percentu- toxicidade, em qualquer propriedade agrícola do Município, sem
al de terras públicas do Município, não utilizadas ou subutilizadas, a orientação de profissional habilitado.
destinadas a assentamento de população de baixa renda. Art. 127. O Município incentivará o desenvolvimento e a
aplicação de tecnologia que vise a minimizar os impactos ambien-
CAPÍTULO III tais no incremento da produção e no controle de doenças e pragas
DA POLÍTICA RURAL que afetem a agricultura.
Art. 128. As áreas agricultáveis pertencentes ao Município
Art. 120. A política rural, executada pelo Poder Executivo poderão ser arrendadas para famílias que comprovem tradição
em consonância com as diretrizes gerais fixadas nesta Lei, terá agrícola e não possuam terra, na forma da lei.
como objetivo o desenvolvimento equilibrado do meio rural, sua Art. 129. O Município deverá apoiar a defesa das relações
integração harmônica com o meio urbano, o fomento à produção, de trabalho e a melhoria das condições de vida dos trabalhadores
à preservação de recursos naturais e à melhoria da qualidade de rurais, e especialmente:
vida da população. I – construir e manter creches para os filhos dos trabalhado-
Art. 121. A política rural será executada pelo Programa In- res rurais volantes;
tegrado de Desenvolvimento Rural, aprovado em lei que especi- II – construir abrigos adequados, em locais estratégicos, para
ficará os objetivos e as metas, com desdobramento executivo em o embarque e desembarque dos trabalhadores rurais volantes;
planos operativos, integrando recursos, meios e programas dos III – estabelecer programas profissionalizantes para os traba-
vários organismos de iniciativa privada e dos poderes públicos lhadores rurais;
municipal, estadual e federal, e contemplando, principalmente: IV – cooperar na fiscalização do transporte dos trabalhadores
I – a extensão, para a área rural, dos benefícios sociais exis- rurais, no sentido de que este seja feito com segurança e quali-
tentes nas sedes urbanas; dade.
II – a rede viária, incluídos os carreadores, para atendimento Art. 130. Observada a lei federal, o Município desenvolverá
ao transporte humano e da produção; esforços com o fim de participar do processo de implantação da
III – a proteção, a conservação e a recuperação dos solos e reforma agrária em seu território, por meio:
mananciais; I – do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural, que
IV – a preservação da flora e da fauna; promoverá:
V – a proteção ao ambiente e o combate à poluição; a) cadastramento dos trabalhadores rurais sem terra, poten-
VI – o fomento à produção agropecuária e à organização do ciais beneficiários da reforma agrária;
abastecimento; b) estudos destinados a soluções para a reforma;
VII – a assistência técnica oficial e privada;
VIII – a pesquisa e a tecnologia;
IX – a fiscalização sanitária, ambiental e de uso do solo;

160
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
II – de ações concretas, como a construção de estradas e in- Parágrafo único. Observado o disposto nos incisos I e II
fra-estrutura básica, o atendimento à saúde e à educação, o apoio deste artigo, a instalação das empresas ali mencionadas deverá
e a orientação técnica e a extensão rural, além de outras ações e obedecer à legislação ambiental municipal, estadual e federal
serviços indispensáveis à viabilização dos assentamentos. aplicável à espécie. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica n°
37, de 2 de julho de 2003)
TÍTULO V Art. 135. O Município apoiará e estimulará o cooperativis-
DA ORDEM ECONÔMICA E SOCIAL mo.
Parágrafo único. Fica assegurada a participação das coope-
CAPÍTULO I rativas nos colegiados de âmbito municipal que tratem de assun-
DISPOSIÇÕES GERAIS tos relacionados às atividades por elas desenvolvidas.
Art. 136. Lei específica criará o Sistema Municipal de Defesa
Art. 131. Toda atividade econômica desenvolvida no Muni- ao Consumidor, que terá como objetivos, dentre outros, a promo-
cípio obedecerá aos princípios constitucionais. ção da defesa e da conscientização dos direitos do consumidor,
Art. 132. Ressalvados os casos previstos na Constituição Fe- a adoção de medidas de prevenção e de responsabilização por
deral e na Constituição Estadual, a exploração direta de atividade danos causados, e a ação integrada com a União, o Estado e a
econômica pelo Município só será permitida quando de relevante sociedade.
interesse coletivo, e autorizada por lei que disporá sobre as rela- Art. 137. A ordem social tem como base o primado do ho-
ções da empresa com o Município e a comunidade. mem sobre o trabalho e deste sobre o capital, e como objetivo o
§ 1o Lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, bem-estar e a justiça sociais.
da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que ex-
plorem atividade econômica de produção ou comercialização de CAPÍTULO II
bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: DA SEGURIDADE SOCIAL
I – sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e SEÇÃO I
pela sociedade; DISPOSIÇÕES GERAIS
II – a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas priva-
das, incluídos os direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhis- Art. 138. A seguridade social compreende um conjunto inte-
tas e tributários; grado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade
III – licitação e contratação de obras, serviços, compras e alie- destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência
nações, observados os princípios da administração pública; e à assistência social.
IV – a constituição e o funcionamento dos conselhos de ad- § 1o Compete ao Município, nos termos da lei, organizar a
ministração e fiscal, com a participação de acionistas minoritários; seguridade social com base nos seguintes objetivos:
V – os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabi- I – universalidade da cobertura e do atendimento;
lidade dos administradores. II – uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços
§ 2o As empresas públicas e as sociedades de economia mis- prestados às populações urbanas e rurais;
ta não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do III – seletividade e distributividade na prestação dos benefí-
setor privado. cios e serviços;
Art. 133. O Município dispensará tratamento jurídico dife- IV – irredutibilidade do valor dos benefícios;
renciado, visando a incentivar, por meio da simplificação de suas V – eqüidade na forma de participação no custeio;
obrigações administrativas, tributárias e creditícias, ou pela elimi- VI – diversidade da base de financiamento.
nação ou redução destas por meio de lei, as: VII – caráter democrático e descentralizado da administração
I – microempresas e empresas de pequeno porte, assim defi- mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhado-
nidas em lei federal; res, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos
II – atividades artesanais; colegiados.
III – entidades beneficentes; § 2o A seguridade social será financiada por toda a socie-
IV – organizações de trabalho para pessoas portadoras de de- dade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante
ficiência que não possam ingressar no mercado de trabalho com- recursos provenientes dos orçamentos da União, do Estado e do
petitivo; Município e das contribuições sociais a que se refere o art. 195 da
V – cooperativas que assistam aos trabalhadores. Constituição Federal.
Art. 134. São vedados: (Redação dada pela Emenda à Lei § 3o A receita do Município destinada à seguridade social
Orgânica n° 37, de 2 de julho de 2003) constará do respectivo orçamento.
I – a implantação e o funcionamento, no perímetro urbano
do Município e dos Distritos, de empresas públicas ou privadas SEÇÃO II
cujas atividades sejam voltadas à criação, à engorda ou ao abate DA SAÚDE
de animais e, ainda, de curtumes e atividades afins; e (Redação
dada pela Emenda à Lei Orgânica n° 37, de 2 de julho de 2003) Art. 139. A saúde é direito de todos e dever do Município,
II – a implantação e o funcionamento, em distância inferior a garantido mediante políticas sociais, econômicas e ambientais
quinze quilômetros do perímetro urbano da sede do Município e que visem à redução, à prevenção e à eliminação do risco de do-
em distância inferior a cinco quilômetros dos Distritos, de empre- enças e de outros agravos, e ao acesso universal e igualitário às
sas públicas ou privadas cujas atividades sejam voltadas exclusiva- ações e aos serviços para promoção, proteção e recuperação.
mente ao processamento e ao tratamento de resíduos industriais Art. 140. O direito à saúde implica os seguintes direitos fun-
de outras empresas. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica n° damentais:
37, de 2 de julho de 2003) I – oportunidade de acesso aos meios de produção;
II – condições dignas de trabalho, saneamento, moradia, ali-
mentação, educação, transporte e lazer;

161
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
III – respeito ao ambiente equilibrado e erradicação da polui- Art. 146. A instalação de quaisquer novos serviços públicos
ção ambiental; de Saúde no Município deve ser discutida e aprovada no âmbito
IV – opção quanto ao tamanho da prole; do SUS e do Conselho Municipal de Saúde, levando-se em consi-
V – acesso universal e igualitário de todos os habitantes do deração a demanda, a cobertura, a distribuição geográfica, o grau
Município às ações e aos serviços de promoção e recuperação da de complexidade e a articulação do Sistema.
saúde sem qualquer discriminação. Art. 147. É vedada qualquer cobrança, ao usuário, pela pres-
Art. 141. As ações e os serviços de saúde são de relevância tação de serviços mantidos pelo Poder Público ou contratados
pública e caberá ao Município dispor, nos termos da lei, sobre sua com terceiros - incluídas as entidades filantrópicas e as sem fins
normatização, fiscalização e controle, devendo sua execução ser lucrativos –, referentes às condições explícitas dos referidos con-
feita preferencialmente pelo Poder Público Municipal ou por meio tratos ou convênios.
de terceiros e também por pessoa física ou jurídica de direito pri- Art. 148. Ao Sistema Único de Saúde no Município, compete:
vado. I – a coordenação, o planejamento, a programação, a organi-
Art. 142. As ações e os serviços públicos de saúde integram zação e a administração da rede regionalizada e hierarquizada do
uma rede regionalizada e hierarquizada, e constituem o Sistema Sistema Único de Saúde, em articulação com a sua direção esta-
Único de Saúde, organizado – no Município – com as seguintes dual e nacional;
diretrizes: II – a elaboração e a atualização periódica do Plano Municipal
I – descentralização, com direção única no Município; de Saúde, em termos de prioridades e estratégias municipais, em
II – atendimento integral, com prioridade para as ações pre- consonância com o plano estadual de saúde e de acordo com as
ventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; diretrizes dos Conselhos Municipal e Distritais de Saúde;
III – universalização da assistência de igual qualidade; III – a gestão, a execução, o controle e a avaliação de progra-
IV – integração da comunidade por meio das instâncias cole- mas e projetos para o enfrentamento de prioridades e situações
giadas: Conferências Municipais de Saúde e Conselhos Municipal emergenciais;
e Distritais de Saúde; IV – o desenvolvimento de ações no campo de saúde ocupa-
V – acesso do cidadão a todas as informações da política mu- cional;
nicipal de saúde; V – o desenvolvimento, a formulação e a implantação de me-
VI – utilização do método epidemiológico para o planejamen- didas que garantam ao trabalhador, em seu ambiente de trabalho:
to; a) a proteção contra toda e qualquer condição nociva à saúde
VII – gratuidade do atendimento nos serviços públicos, e da- física e mental;
queles contratados ou conveniados pelos SUS. b) o acesso às informações sobre os riscos de saúde;
Parágrafo único. As Conferências Municipais de Saúde e c) as informações sobre a avaliação de suas condições de saú-
os Conselhos Municipal e Distritais de Saúde, todos de caráter de;
paritário, serão criados por lei, garantindo-se a participação dos d) a avaliação das fontes de risco;
usuários, prestadores de serviços e gestores na sua composição. e) a interdição de máquina, de setor ou de todo o ambiente
Art. 143. O Sistema Único de Saúde no Município será finan- de trabalho quando houver exposição a risco iminente para a vida
ciado com recursos dos orçamentos municipal, estadual, federal e ou a saúde;
da seguridade social, além de outras fontes. f) a intervenção, com poder de polícia, em qualquer empresa
§ 1o Os recursos financeiros do Sistema Único de Saúde no para garantir a saúde e a segurança dos empregados;
Município constituirão um Fundo Municipal de Saúde, vinculado g) a interrupção de suas atividades quando houver risco grave
e administrado pela Secretaria Municipal de Saúde e subordinado ou iminente no local de trabalho, sem prejuízo de quaisquer de
ao planejamento, ao controle e à fiscalização do Conselho Muni- seus direitos e até a eliminação do risco;
cipal de Saúde. h) uma política de prevenção de acidentes e doenças.
§ 2o O Município aplicará, anualmente, em ações e servi- VI – o desenvolvimento, a formulação e a implantação de me-
ços públicos de saúde recursos mínimos derivados da aplicação didas que garantam à mulher:
de percentuais, a serem definidos em lei federal complementar, a) a saúde em todas as fases do seu desenvolvimento;
calculados sobre o produto de arrecadação dos impostos a que b) o atendimento médico para a prática de aborto nos casos
se refere o artigo 156 e os recursos de que tratam os artigos 158 e excludentes de antijuridicidade previstos na legislação penal;
159, I, “b” e § 3o da Constituição Federal. c) o estímulo ao aleitamento materno;
Art. 144. As instituições privadas poderão participar de for- d) a prevenção do câncer ginecológico;
ma complementar do Sistema Único de Saúde, segundo diretrizes e) a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis;
deste e mediante contrato de direito público ou convênio, tendo f) o tratamento das patologias ginecológicas mais comuns;
preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos. g) a assistência ao pré-natal, ao parto e ao puerpério.
Parágrafo único. É vedada a destinação de recursos públi- VII – o desenvolvimento, a formulação e a implantação de
cos para auxílio ou subvenção às instituições privadas com fins medidas que garantam à mulher, ao homem ou ao casal o direito
lucrativos. à auto-regulação da fertilidade, provendo-se meios educacionais,
Art. 145. Para atendimento às necessidades coletivas, urgen- científicos e assistenciais para assegurá-la, vedada qualquer for-
tes e transitórias, decorrentes de situações de perigo iminente, ma coercitiva ou de indução por parte de instituições públicas ou
de Calamidade Pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade privadas;
competente da esfera administrativa correspondente poderá re- VIII – o desenvolvimento, a formulação e a implantação de
quisitar bens e serviços, assim de pessoas naturais como jurídicas, medidas que garantam a prevenção de causas de deficiência e o
assegurada a estas justa indenização. atendimento especializado para os portadores de deficiência;
IX – o desenvolvimento de programas educativos sobre os
malefícios de substâncias capazes de gerar dependência no orga-
nismo humano;

162
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
X – o planejamento, a formulação e a execução de ações de Art. 151. A política de assistência social será executada me-
controle do ambiente e de saneamento básico; diante a elaboração do plano anual e plurianual de ações na área
XI – a participação na elaboração e atualização da proposta social, visando à atuação coletiva, coordenada, descentralizada e
orçamentária de que trata o inciso III do artigo 101 desta Lei Or- articulada com o Plano Diretor.
gânica; Art. 152. O Poder Público Municipal deverá prover progra-
XII – a celebração de consórcios intermunicipais para a for- mas e recursos para o atendimento a pessoas portadoras de defi-
mação do Sistema de Saúde quando houver indicação técnica e ciência, mulheres vítimas de violência, indigentes, toxicômanos –
consenso das partes; que constituem grupos especiais –, e a todo e qualquer segmento
XIII – a garantia do cumprimento das normas legais que dis- ou cidadão vítima de discriminação.
puserem sobre as condições e requisitos que facilitem a remoção Art. 153. Fica assegurada a participação popular, por meio
de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante de representantes comunitários e de entidades afins, na elabora-
– intensificando programas de conscientização sobre a importân- ção de planos, programas e projetos, e na execução e supervisão
cia da doação de órgãos –, pesquisa ou tratamento, bem como a de ações desenvolvidas na área social.
coleta, o processamento e a transformação de sangue e de seus Art. 154. O Município manterá, nos termos da lei:
derivados, vedado todo tipo de comercialização; I – centros ocupacionais e de convivência para menores e ido-
XIV – a normatização e a execução, no âmbito municipal, da sos nas zonas urbana e rural do Município;
política nacional de insumos e equipamentos para a saúde; II – núcleos de atendimento especial ao acolhimento provisó-
XV – a promoção do desenvolvimento de novas tecnologias e rio de mulheres vítimas de violência de qualquer espécie.
a produção de medicamentos, matérias-primas, insumos imuno-
biológicos, preferencialmente por meio da Central de Alimentos e CAPÍTULO III
Medicamentos da Universidade Estadual de Londrina; DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO E LAZER
XVI – o estabelecimento de normas, a fiscalização e o controle SEÇÃO I
de edificações, instalações, estabelecimentos, atividades, proce- DA EDUCAÇÃO
dimentos, produtos, substâncias e equipamentos que interfiram
individual ou coletivamente na saúde do cidadão; Art. 155. O ensino público municipal será ministrado com
XVII – o desenvolvimento de ações de saúde que visem à base nos seguintes princípios:
prevenção, ao controle e ao tratamento dos distúrbios e doenças I – igualdade de condições para o acesso à escola e à perma-
mentais e crônico-degenerativas; nência nela:
XVIII – o desenvolvimento, a formulação e a implantação de II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o
programas que garantam à criança: pensamento, a arte e o saber;
a) a prevenção das doenças próprias da idade; III – pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coe-
b) o acesso à alimentação balanceada com teor protéico-ca- xistência de instituições públicas e privadas de ensino;
lórico adequado; IV – gratuidade do ensino público em estabelecimentos ofi-
c) a redução dos índices de acidentes mais comuns. ciais;
V – valorização dos profissionais do ensino, garantidos, na
SEÇÃO III forma da lei, planos de carreira para o magistério público, com
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL piso salarial profissional e ingresso exclusivamente por concurso
público de provas e títulos;
Art. 149. A assistência social, direito de todos, será prestada VI – gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
visando ao atendimento das necessidades básicas do cidadão e VII – garantia de padrão de qualidade.
será coordenada, executada e supervisionada pelo Poder Executi- Art. 156. O Município, em consonância com o plano nacional
vo dentro dos seguintes objetivos: de educação, articulará o ensino em seus níveis de competência,
I – igualdade da cidadania; visando:
II – reversão do caráter discriminatório da prestação de servi- I – à erradicação do analfabetismo;
ços aos segmentos mais espoliados; II – à universalização do atendimento escolar;
III – rompimento com a ideologia do particularismo e com o III – à melhoria da sua qualidade;
paternalismo; IV – à capacitação para o mercado de trabalho;
IV – proteção à família, à maternidade, à infância, à adoles- V – ao incentivo à iniciação científica e tecnológica;
cência e à velhice; VI – à promoção dos princípios de liberdade, solidariedade
V – promoção da integração e reintegração ao mercado de humana e harmonia com o ambiente natural;
trabalho; VII – à orientação sobre a sexualidade humana;
VI – habilitação e reabilitação do indigente e das pessoas por- VIII – à formação igualitária entre homens e mulheres;
tadoras de deficiências, e promoção de sua integração à vida co- IX – ao estabelecimento e à implantação da política de educa-
munitária; ção para a segurança do trânsito.
VII – superação da violência nas relações coletivas e familia- § 1o O Município organizará, em regime de colaboração com
res, e contra todo e qualquer segmento ou cidadão, em especial a União e o Estado, seu sistema de ensino.
contra a mulher, o menor, o idoso, o negro e o homossexual; § 2o O Município atuará prioritariamente no Ensino Funda-
VIII – priorização das reivindicações populares e comunitárias. mental e na Educação Infantil.
Art. 150. O Poder Executivo manterá estrutura própria para § 3o O Município e o Estado definirão formas de colaboração
prestação de serviços de assistência social, financiada com recur- de modo a assegurar a universalização do ensino obrigatório.
sos da seguridade social, do orçamento próprio do Município e de Art. 157. O dever do Município com a educação será efetiva-
outras fontes. do mediante a garantia de:

163
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
I - Ensino Fundamental obrigatório e gratuito, assegurada, in- Art. 165. O Conselho Municipal de Educação, órgão nor-
clusive, sua oferta gratuita para todos os que a ele não tiverem mativo, consultivo e deliberativo criado e regulamentado por lei,
acesso na idade própria; integra o sistema de municipal ensino.
II - atendimento à Educação Infantil em creches e escolas; Art. 165-A. Ficam vedadas em todas as dependências das
III - atendimento educacional especializado aos portadores de instituições da Rede Municipal de Ensino a adoção, divulgação,
deficiência preferencialmente na rede regular de ensino; realização ou organização de políticas de ensino, currículo escolar,
IV - oferta de ensino regular noturno, adequado às condições disciplina obrigatória, complementar ou facultativa, ou ainda ati-
do educando; vidades culturais que tendam a aplicar a ideologia de gênero e/ou
V - atendimento ao educando na Educação Infantil e no Ensi- o conceito de gênero estipulado pelos Princípios de Yogyakarta.
no Fundamental, mediante programas suplementares de material (Acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 55, de 14 de setembro
didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde; de 2018). (O Decreto Legislativo nº 261, de 17 de dezembro de
§ 1o O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito pú- 2019 suspendeu a eficácia da Emenda à Lei Orgânica nº 55, de 14
blico subjetivo. de setembro de 2018, conforme publicação no Jornal Oficial nº
§ 2o O não-oferecimento do ensino obrigatório e gratuito 3954, de 19 de dezembro de 2019).
pelo Poder Público ou sua oferta irregular pelo Município impor-
tam na responsabilidade da autoridade competente. SEÇÃO II
§ 3o Ao Poder Público Municipal compete recensear os edu- DA CULTURA
candos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, jun-
to com os pais ou responsáveis, pela frequência às aulas. Art. 166. O Município garantirá a todos o pleno exercício
§ 4o A assistência à saúde do educando, referida no inciso V dos direitos culturais e o acesso às fontes da cultura nacional, e
deste artigo, assegurará, obrigatoriamente: apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações
a) exames médicos bimestrais; culturais.
b) vacinação contra moléstias infecto-contagiosas; § 1o O Município protegerá as manifestações das culturas
c) inspeção sanitária nos estabelecimentos de ensino. populares, indígenas e afro-brasileiras, e das de outros grupos
Art. 158. As creches e escolas de Educação Infantil da rede participantes do processo civilizatório nacional.
Municipal de ensino deverão funcionar de forma integrada, a fim § 2o Lei municipal disporá sobre a fixação de datas comemo-
de garantir um processo contínuo de educação básica. rativas de alta significação para os diferentes segmentos étnicos
Art. 159. O ensino religioso, de matrícula facultativa, consti- municipais.
tui disciplina dos horários normais das escolas públicas do Ensino Art. 167. Cabe ao Município promover o desenvolvimento
Fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural religio- cultural da comunidade local, mediante:
sa do Brasil e vedadas quaisquer formas de proselitismo. I - oferecimento de estímulos concretos à promoção e ao cul-
Art. 160. O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as tivo das ciências, artes e letras;
seguintes condições: II - cooperação com a União e o Estado na proteção aos locais
I - cumprimento das normas gerais de educação nacional; e objetos de interesse histórico ou artístico;
II - autorização e avaliação da qualidade pelo Poder Público. III - incentivo à promoção e à divulgação da História, dos valo-
Art. 161. O Município aplicará, anualmente, nunca menos res humanos e das tradições locais.
de 25% (vinte e cinco por cento) da receita resultante de impos- Parágrafo único. É facultado ao Município:
tos, compreendida a proveniente de transferências, na manuten- I - firmar convênio de intercâmbio e cooperação financeira
ção e no desenvolvimento do ensino público municipal. com entidades públicas ou privadas para prestação de orientação
§ 1o Os recursos públicos serão destinados às escolas públi- e assistência na criação e manutenção de bibliotecas públicas em
cas, visando a atender a todas as necessidades exigidas pela uni- seu território;
versalização do ensino, mas cumpridas tais exigências, poderão II - promover, mediante incentivos especiais ou concessão de
ser dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas prêmios e bolsas, atividades e estudos de interesse local , de na-
definidas em lei que: tureza científica ou socioeconômica.
a) comprovem finalidade não-lucrativa e apliquem seus exce- Art. 168. Constituem patrimônio cultural os bens de nature-
dentes financeiros em educação; za material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto,
b) assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola portadores de referência à identidade, à ação e à memória dos
comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao poder público, no diferentes grupos formadores da sociedade, nos quais se incluem:
caso de encerramento de suas atividades. I - as formas de expressão;
§ 2o Os recursos de que trata este artigo poderão ser desti- II - os modos de criar, fazer e viver;
nados a bolsas de estudo para o Ensino Fundamental e Médio, na III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
forma da lei, para os que demonstrarem insuficiência de recursos, IV - as obras, os objetos, os documentos, as edificações e os
quando houver falta de vagas e cursos regulares da rede públi- demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais;
ca na localidade da residência do educando, ficando o Município V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagísti-
obrigado a investir prioritariamente na expansão de sua rede. co, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico ou científico.
Art. 162. O Município poderá celebrar convênios com ins- § 1o Cabe ao Município manter órgão ou serviço de gestão,
tituições para atendimento e ensino de pessoas portadores de preservação e pesquisa relativo ao patrimônio cultural nele exis-
deficiência. tente, por meio da comunidade ou em nome desta.
Art. 163. O Município manterá escolas de Ensino Fundamen- § 2o A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhe-
tal em tempo integral, com orientação e atividades profissionali- cimento de bens e valores culturais.
zantes, prioritariamente nas regiões mais carentes. Art. 169. A política cultural do Município será definida pelo
Art. 164. O Município incentivará a criação de escolas pro- Conselho Municipal de Cultura, órgão normativo, deliberativo,
fissionalizantes nas zonas urbana e rural, garantindo-lhes o acesso consultivo e fiscalizador, a ser criado por lei.
a todos os cidadãos, na forma da lei.

164
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
SEÇÃO III Art. 176. O Município recorrerá, preferencialmente, aos ór-
DO DESPORTO E LAZER gãos de pesquisa estaduais e federais nele sediados para:
I - a promoção da integração intersetorial, por meio da condu-
Art. 170. É dever do Município, nos limites de sua compe- ção de programas integrados e em consonância com as necessida-
tência, fomentar as atividades desportivas em todas as suas mani- des das diversas demandas científicas, tecnológicas e ambientais
festações, como direito de cada um, assegurando: afetas às questões municipais;
I - autonomia às entidades desportivas e associações, quanto II - o desenvolvimento e repasse de novas metodologias e
à sua organização e a seu funcionamento; tecnologias para aprimoramento de suas atividades nas áreas de
II - incentivo à criação de entidades desportivas e recreativas, planejamento, saneamento, transporte, habitação, alimentação,
e de associações afins; do ambiente e outras.
III - destinação de recursos públicos para a promoção priori- Art. 177. O Município criará programas de difusão de tec-
tária do desporto educacional, e, em casos específicos, para a do nologia de fácil alcance comunitário, visando à assimilação e ao
desporto de alto rendimento; estímulo à ciência e à tecnologia.
IV - incentivo a programas de capacitação de recursos huma-
nos, à pesquisa e ao desenvolvimento científico aplicados à ativi- CAPÍTULO V
dade esportiva; DA COMUNICAÇÃO SOCIAL
V - criação de medidas de apoio e valorização ao talento des-
portivo; Art. 178. O Município, dando prioridade à cultura regional,
VI - estímulo à construção, à manutenção, ao aproveitamento estimulará a manifestação do pensamento, a criação, a expres-
de instalações e equipamentos desportivos, à destinação de área são e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo, os
e ao desenvolvimento de planos e programas para atividades des- quais não sofrerão qualquer restrição, observados os princípios da
portivas, nos projetos de urbanização pública, habitacional e nas Constituição Federal.
construções escolares;
VII - equipamentos e instalações adequados à prática de ativi- CAPÍTULO VI
dades físicas e desportivas para os portadores de deficiência; DO AMBIENTE
VIII - proteção e incentivo às manifestações desportivas de
criação nacional. Art. 179. Todos têm direito ao ambiente saudável e ecologi-
Art. 171. O Município incentivará o lazer como forma de pro- camente equilibrado — bem do uso comum do povo e essencial
moção social, proporcionando meios de recreação sadia e cons- à adequada qualidade de vida —, impondo-se ao Poder Público
trutiva à comunidade, mediante: Municipal e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo
I - reserva de espaços verdes ou livres, em forma de parques, para o benefício da atual e das futuras gerações.
bosques, jardins e assemelhados como base física da recreação § 1o Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao
urbana; Poder Público:
II - construção e equipamento de parques infantis, centros de I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e
juventude e de convivência comunal; prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas;
III - aproveitamento e adaptação de rios, vales, colinas, mon- II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio
tanhas, lagos, matas e outros recursos naturais, como locais de genético, biológico e paisagístico, no âmbito do seu território, e
lazer, mantendo suas características e respeitando as normas de fiscalizar as entidades de pesquisa e manipulação genética, bem
proteção ambiental. como manter o banco de germoplasma referente às espécies na-
Art. 172. O Município articulará as atividades de esporte, de tivas animais e vegetais nele existentes;
recreação e de cultura, visando ao desenvolvimento do turismo. III – definir, implantar e manter áreas e seus componentes
representativos de todos os ecossistemas originais do seu espaço
CAPÍTULO IV territorial a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e
DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA a supressão, inclusive dos já existentes, permitidas somente por
meio de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a inte-
Art. 173. O Município promoverá e incentivará o desenvol- gridade dos atributos que justifiquem sua proteção;
vimento científico, a pesquisa, a difusão e a capacitação tecnoló- IV - exigir, para a instalação de obra ou atividade potencial-
gica, por meio de: mente causadora de significativa degradação do ambiente, es-
I - apoio e subvenção, tendo em vista o bem público, e volta- tudo e relatório prévios de impacto ambiental, a que se dará pu-
dos prioritariamente à resolução de problemas e ao desenvolvi- blicidade, garantidos a audiência pública e o plebiscito, na forma
mento municipais; da lei;
II - apoio à formação de recursos humanos nas áreas de ciên- V - garantir a conscientização e a educação ambiental em to-
cia, pesquisa e tecnologia, concedendo, aos que delas se ocupem, dos os níveis de sua responsabilidade;
meios e condições especiais de trabalho. VI - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as
Art. 174. A lei apoiará e estimulará as empresas que invis- práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem
tam em pesquisa, criação de tecnologia adequada ao Município, extinção de espécies ou submetam os animais à crueldade;
formação e aperfeiçoamento de seus recursos humanos ou que VII - proteger o ambiente e combater a poluição em todas as
pratiquem sistemas de remuneração — desvinculada do salário suas formas;
— que assegurem ao empregado participação nos ganhos econô- VIII - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direi-
micos resultantes da produtividade de seu trabalho. tos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em
Art. 175. O Município poderá, mediante lei, criar e manter seu território;
entidade de amparo e fomento à pesquisa científica, tecnológica IX - executar, com a colaboração da União, do Estado e de ou-
e ambiental, dotando-a de recursos necessários à sua efetiva ope- tros órgãos e instituições, programas de recuperação do solo, de
racionalização. reflorestamento e de aproveitamento dos recursos hídricos;

165
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
X - incentivar a arquitetura urbana e o desenvolvimento rural Art. 182. As condutas e atividades lesivas ao ambiente, bem
ecologicamente equilibrados; como a sua reincidência, sujeitarão os infratores a sanções ad-
XI - estimular e promover o reflorestamento ecológico em ministrativas e a multas, na forma da lei, independentemente da
áreas degradadas, visando especialmente à proteção de encos- obrigação de restaurá-lo às suas expensas.
tas, fundos de vale, margens dos rios e dos recursos hídricos, bem Art. 183. Aquele que explorar recursos minerais fica obriga-
como à consecução de índices mínimos de cobertura vegetal; do a recuperar o ambiente degradado de acordo com a solução
XII - controlar e fiscalizar a produção, a estocagem e o manu- técnica exigida por órgão público competente, na forma da lei.
seio de substâncias, o transporte, a comercialização e a utilização Art. 184. Aquele que se utilizar dos recursos ambientais fica
de técnicas, métodos e instalações que comportem risco efetivo obrigado, na forma da lei, a realizar programas de monitoragem a
ou potencial à saudável qualidade de vida e ao ambiente natural serem estabelecidos pelos órgãos competentes.
e de trabalho, incluindo materiais geneticamente alterados pela Art. 185. Os recursos oriundos de multas administrativas e
ação humana e materiais alteradores do patrimônio genético das condenações judiciais por atos lesivos ao ambiente serão destina-
populações animais e vegetais, resíduos químicos e fontes de ra- dos a um fundo gerido pelo Conselho Municipal do Ambiente, na
diatividade; forma da lei.
XIII - requisitar a realização periódica de auditoria no sistema Art. 186. São áreas de proteção permanente:
de controle de poluição e de prevenção de riscos de acidentes I - as de nascentes dos rios e os mananciais;
das instalações e atividades potencial ou efetivamente poluidoras, II - as que abriguem exemplares raros da fauna e da flora,
incluída a avaliação detalhada dos efeitos de sua operação sobre como aquelas que sirvam como local de pouso ou reprodução de
a qualidade física, química e biológica dos recursos ambientais, espécies migratórias;
bem como sobre a saúde dos trabalhadores e de toda a popu- III - as de paisagens notáveis, na forma da lei;
lação, garantindo-se ampla divulgação e acesso da população a IV - os fundos de vale e encostas;
estas informações; V - os lagos.
XIV - estabelecer, controlar e fiscalizar padrões de qualidade
ambiental, considerando os efeitos sinérgicos e cumulativos da CAPÍTULO VII
exposição às fontes de poluição, incluída a absorção de substân- DO SANEAMENTO
cias químicas e elementos biológicos por meio da alimentação;
XV - informar sistemática e amplamente a população sobre os Art. 187. O saneamento básico é dever do Município, impli-
níveis de poluição, a qualidade do ambiente, as situações de risco cando, o seu direito, a garantia inalienável de:
de acidentes e a presença de substâncias potencialmente danosas I - abastecimento de água, em quantidade suficiente para as-
à saúde no ar, na água, no solo e nos alimentos; segurar a adequada higiene e o conforto, e com qualidade compa-
XVI - promover medidas judiciais e administrativas de respon- tível com os padrões de potabilidade;
sabilização direta dos causadores de poluição ou de degradação II - coleta e disposição dos esgotos sanitários, dos resíduos
ambiental, e desencadear medidas reparadoras, na forma da lei; sólidos e drenagem das águas pluviais, de forma a preservar o
XVII - incentivar a integração com a Universidade Estadual de equilíbrio do ambiente e eliminar as ações danosas à saúde;
Londrina, instituições de estudo e pesquisa, associações e entida- III - controle de vetores sob a óptica da proteção à saúde pú-
des da sociedade, nos esforços para garantir e aprimorar o contro- blica.
le da poluição e da degradação e reparação ambientais, incluído o Art. 188. O Município instituirá, isoladamente ou em con-
ambiente de trabalho; junto com o Estado, e com a participação popular, programa de
XVIII - estimular a pesquisa, o desenvolvimento e a utilização saneamento urbano e rural com o objetivo de promover a defesa
de fontes alternativas de energia não poluentes bem como de tec- preventiva da saúde pública, respeitadas a capacidade de suporte
nologias poupadoras de energia; do ambiente aos impactos causados e as diretrizes estabelecidas
XIX - discriminar, por lei: no Plano Diretor municipal.
a) áreas e atividades de significativa potencialidade de degra- § 1o As prioridades e a metodologia das ações de saneamen-
dação ambiental; to deverão nortear-se pela avaliação do quadro sanitário da área
b) critérios para o estudo de Impacto Ambiental e o Relatório a ser beneficiada, devendo ser o objetivo principal das ações a
de Impacto Ambiental; reversão e a melhoria do perfil epidemiológico.
c) licenciamento de obras causadoras de impacto ambiental; § 2o O Município desenvolverá mecanismos institucionais
d) penalidades para empreendimentos já iniciados ou conclu- que compatibilizem as ações de saneamento básico, de habita-
ídos sem licenciamento e sem projeto de recuperação de área de ção, de desenvolvimento urbano, de preservação do ambiente e
degradação. de gestão dos recursos hídricos e buscará integração com outros
XX - inventariar as condições ambientais das áreas sob amea- municípios nos casos que exigirem ações conjuntas.
ça de degradação ou já degradadas. Art. 189. A formulação da política de saneamento básico, a
Art. 180. É dever do Município elaborar e implantar, me- definição de estratégias para sua implementação, o controle e a
diante lei, o Plano Municipal do Ambiente e dos Recursos Natu- fiscalização dos serviços e a avaliação do desempenho das institui-
rais, que contemplará a necessidade de conhecimento das carac- ções públicas serão de responsabilidade do Conselho Municipal
terísticas e recursos dos meios físico e biológico, de diagnóstico de de Saneamento Básico, a ser definido em lei.
sua utilização e definição de diretrizes para o seu melhor aprovei- § 1o Caberá ao Município, consolidado o planejamento das
tamento no processo de desenvolvimento econômico-social. eventuais concessionárias de nível supramunicipal, elaborar o
Art. 181. O Município criará, por lei, o Conselho Municipal seu Plano Plurianual de Saneamento Básico, na forma da lei, cuja
do Ambiente, que auxiliará a Administração Pública Municipal nas aprovação prévia será submetida ao Conselho Municipal de Sane-
questões a este afetas. amento Básico.
§ 2o O Município elaborará e atualizará periodicamente o
Código Sanitário Municipal, com auxílio do Conselho Municipal de
Saneamento Básico.

166
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
Art. 190. A estrutura tarifária a ser estabelecida para co- Art. 200. Lei específica criará o Conselho Municipal de Trans-
brança pelos serviços de saneamento básico deve contemplar os porte Coletivo, com a finalidade de auxiliar a Administração Públi-
critérios de justiça, na perspectiva de distribuição de renda, de ca Municipal nas questões afetas ao transporte coletivo urbano.
eficiência na coibição de desperdícios e de compatibilidade com o Art. 201. A tarifa do transporte coletivo deverá assegurar
poder aquisitivo dos usuários. a qualidade do serviço e será condizente com o poder aquisitivo
Art. 191. Os serviços de coleta, transporte, tratamento e da população.
destino final de resíduos sólidos, líquidos e gasosos, qualquer que Art. 202. Fica assegurado ao cidadão o acesso a todas as
seja o processo tecnológico adotado, deverão ser executados sem informações sobre o sistema de transporte coletivo, que lhe serão
qualquer prejuízo para a saúde humana e o ambiente. prestadas pelo Poder Executivo.
§ 1o A coleta de lixo no Município será seletiva. Art. 203. O Município constituirá, por meio de lei, a Compa-
§ 2o Caberá ao Poder Executivo propiciar: nhia Municipal de Transporte Coletivo.
I – o tratamento e destino final adequados do material orgâ- Art. 204. Todas as linhas de transporte coletivo contarão,
nico; em percentual definido por lei, com ônibus adaptados ao trans-
II – a comercialização dos materiais recicláveis por meio de porte de pessoas portadoras de deficiência.
consórcios intermunicipais e bolsas de resíduos; Art. 205. Fica assegurado o transporte coletivo gratuito aos
III – a destinação final do lixo hospitalar por meio de incine- estudantes da zona rural, aos maiores de 65 (sessenta e cinco)
ração. anos, aos aposentados por invalidez, aos portadores de deficiên-
Art. 192. Para a coleta de lixo ou resíduos, o Município po- cia e aos menores de 6 (seis) anos, nas zonas urbana e rural do
derá exigir, da fonte geradora, nos termos da lei: Município, na forma da lei.
I - prévia seleção; Art. 206. Fica assegurado o pagamento de tarifa diferen-
II - prévio tratamento, quando considerados perigosos para a ciada e/ou isenção integral do transporte coletivo urbano aos
saúde e o ambiente; estudantes do Ensino Fundamental, Médio e Superior, cursinho
III - destino adequado. preparatório e profissionalizante, devidamente matriculados em
Art. 193. É vedado o despejo de resíduos sólidos e líquidos estabelecimentos de ensino. (Redação dada pela Emenda à Lei
a céu aberto em áreas públicas e privadas, e nos corpos d’água. Orgânica n° 47, de 24 de fevereiro de 2012)
Art. 194. As áreas resultantes de aterro sanitário serão des- Parágrafo único. O pagamento de tarifa diferencida e/ou a
tinadas a parques e áreas verdes. isenção integral de que trata o caput deste artigo dar-se-á por
Art. 195. Incumbe ao Município promover a conscientização meio de lei específica. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica
e a educação sanitária em todos os níveis de sua responsabilida- n° 47, de 24 de fevereiro de 2012)
de. Art. 207. O transporte de trabalhadores urbanos e rurais
somente será feito por ônibus, atendidas as normas de segurança
CAPÍTULO VIII estabelecidas por lei.
DA HABITAÇÃO
CAPÍTULO X
Art. 196. A política habitacional do Município, integrada à do DA SEGURANÇA PÚBLICA
Estado e à da União, visará à solução da carência habitacional de
acordo com os seguintes princípios e critérios: Art. 208. A segurança pública, também dever do Município,
I - oferta de lotes urbanizados; direito e responsabilidade de todos será exercida, para a preser-
II - estímulo e incentivo à formação de cooperativas populares vação da ordem pública e incolumidade das pessoas e do patrimô-
de habitação; nio, no âmbito de competência do Município com a participação
III - atendimento, prioritariamente, à família carente que resi- da Guarda Municipal.
da no Município há pelo menos 2 (dois) anos;
IV - formação de programas habitacionais pelo sistema de CAPÍTULO XI
mutirão e autoconstrução; DO ÍNDIO
V - construção de moradias dentro de padrões de segurança,
conforto, saúde e higiene. Art. 209. O Município, no âmbito de sua competência, cola-
Parágrafo único. Fica assegurada a participação popular na borará na proteção das terras, do ambiente e da cultura das comu-
formulação e na execução da política habitacional do Município. nidades indígenas de seu território, proporcionando-lhes, ainda, a
Art. 197. Na construção de casas populares, observar-se-á a assistência à saúde, à educação, à agricultura e a outras atividades
proporcionalidade da área de construção em relação ao número que possibilitem a promoção social dessas comunidades.
de pessoas que a habitarão, conforme a lei. Art. 210. É vedada qualquer forma de deturpação externa
Art. 198. O Município criará mecanismos de apoio à cons- da cultura indígena, de violência e de exploração às suas comuni-
trução de moradias no meio rural para pequenos produtores e dades ou aos seus membros.
trabalhadores rurais, mediante recursos canalizados especifica- Art. 211. O Município garantirá, aos indígenas radicados no
mente para este fim, sejam estes oriundos do próprio Município, Município, o ensino da língua materna e os processos próprios
do Estado ou da União. da aprendizagem, por meio de professores especializados e bilín-
gues.
CAPÍTULO IX
DO TRANSPORTE TÍTULO VI
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 199. O transporte é um direito fundamental do cidadão
e são de responsabilidade do Poder Público Municipal o planeja- Art. 212. É vedado ao Município:
mento, o gerenciamento e a operação dos vários meios de trans-
porte coletivo.

167
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, Art. 220. Com o objetivo de assegurar recursos para o pa-
embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus re- gamento de proventos de aposentadoria e pensões concedidas
presentantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na aos respectivos servidores e seus dependentes, em adição aos
forma da lei, a colaboração de interesse público; recursos dos respectivos tesouros, o Município poderá constituir
II - recusar fé aos documentos públicos; fundos integrados pelos recursos provenientes de contribuições e
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si; por bens, direitos e ativos de qualquer natureza, mediante lei que
IV - alterar os nomes dos próprios públicos municipais que disporá sobre a natureza e a administração desses fundos.
contenham nomes de pessoas, fatos históricos ou geográficos,
salvo para correção ou adequação aos termos da lei; Londrina, 5 de abril de 1990.
V - inscrever símbolos ou nomes de autoridades ou adminis-
tradores em placas indicadoras de obras ou em veículos de pro- ATOS DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
priedade ou a serviço da administração pública direta, indireta ou
fundacional do Município; Art. 1o Aplica-se à Administração Tributária e Financeira do
VI - atribuir nomes de pessoas vivas a bem público de qual- Município o disposto no artigo 34, §§ 1o , 2o, 3o, 4o, 5o, 6o e 7o,
quer natureza pertencente ao Município. e artigo 41, §§ 1o e 2o, do Ato das Disposições Transitórias da
Parágrafo único. O projeto de lei que vise a dar nome de Constituição Federal.
pessoa falecida a próprios, vias, logradouros e outros bens públi- Art. 2o Até a entrada em vigor da lei complementar a que
cos de qualquer natureza deve ser instruído com o “curriculum se refere o artigo 165, § 9o, I e II, da Constituição Federal, serão
vitae” ou os dados biográficos do homenageado e com o atestado obedecidas as seguintes normas:
ou outro documento que lhe comprove o óbito, cabendo aos fa- I - o Projeto do Plano Plurianual, para vigência até o final do
miliares optar pelo nome declarado no registro civil ou pelo nome primeiro exercício financeiro do mandato do Prefeito subsequen-
ou apelido pelo qual o homenageado era conhecido. te, será encaminhado até 4 (quatro) meses antes do encerramen-
Art. 213. Fica assegurada aos servidores inativos e aos pen- to do primeiro exercício financeiro e devolvido para sanção até o
sionistas do Município a participação em Conselho próprio, por encerramento da sessão legislativa;
eles eleito e integrado, com a finalidade de assessorar a Adminis- II - o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias será enca-
tração Pública na condução de uma política de pessoal voltada minhado até 8,5 (oito) meses e meio antes do encerramento do
para essas categorias, observado, no tocante ao seu funciona- exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento
mento, o disposto no artigo 64 desta Lei. do primeiro período da sessão legislativa;
Art. 214. O Município manterá ensino técnico gratuito, por III - o projeto de lei orçamentária do Município será encami-
meio da Fundação de Ensino Técnico de Londrina - Funtel. nhado até 4 (quatro) meses antes do encerramento do exercício
Art. 215. Lei específica criará e regulamentará o Conselho financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão
Municipal de Trânsito para promover, com exclusividade, o envol- legislativa.
vimento da comunidade no processo de orientação e educação do Art. 3o Nos 10 (dez) primeiros anos da promulgação da
trânsito e do tráfego no Município. Emenda Constitucional no 14, de 12 de setembro de 1996, o Mu-
Art. 216. A lei disporá sobre normas de construção e de nicípio destinará não menos de 60% (sessenta por cento) dos re-
adaptação dos logradouros e dos edifícios de uso público, e ade- cursos a que se refere o caput artigo 212 da Constituição Federal à
quação dos veículos de transporte coletivo atualmente existentes, manutenção e ao desenvolvimento do Ensino Fundamental, com
a fim de garantir-lhes o acesso adequado por pessoas portadoras o objetivo de assegurar a universalização de seu atendimento e a
de deficiência. remuneração condigna do magistério.
Art. 217. Toda importância recebida do Estado, pelo Municí- § 1o A distribuição de responsabilidades e recursos entre
pio, a título de indenização ou pagamento de débito, ficará retida, o Estado e o Município a ser concretizada com parte dos recur-
à disposição do Poder Judiciário, para pagamento, a terceiros, de sos definidos neste artigo, na forma do disposto no artigo 211 da
condenações judiciais decorrentes da mesma origem da indeniza- Constituição Federal, será assegurada mediante a criação no âm-
ção e ou do pagamento. bito do Estado de um Fundo de Manutenção e Desenvolvimento
Art. 218. No caso de superveniência de alteração legislati- do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério, de natu-
va municipal que prejudique direito previsto em lei, o Município reza contábil.
assumirá, desde logo, por meio do Poder competente, todos os § 2o O Fundo referido no parágrafo anterior será consti-
encargos necessários para assegurar a integral fruição do direito tuído por, pelo menos, 15% (quinze por cento) dos recursos a
por quem oportunamente o tenha adquirido. que se referem os artigos 155, II, 158, IV e 159, I, “a” e “b”
Art. 219. As leis complementares federais previstas nos ar- , e II da Constituição Federal, e será distribuído entre os mu-
tigos 71, § 1o, III, e 106, § 6o, desta Lei estabelecerão critérios e nicípios do Estado, proporcionalmente ao número de alunos
garantias especiais para a perda do cargo pelo servidor público nas respectivas redes de Ensino Fundamental.
estável que, em decorrência das atribuições de seu cargo efetivo, § 3o O Município ajustará progressivamente, no prazo de 5
desenvolva atividades exclusivas do Estado. (cinco) anos, suas contribuições ao Fundo, de forma a garantir um
Parágrafo único. Na hipótese de insuficiência de desempe- valor por aluno correspondente a um padrão mínimo de qualida-
nho, a perda do cargo somente ocorrerá mediante processo admi- de de ensino, definido nacionalmente.
nistrativo em que sejam assegurados ao servidor o contraditório § 4o Uma proporção não inferior a 60% (sessenta por cento)
e a ampla defesa. dos recursos do Fundo referido no parágrafo 1o será destinada
ao pagamento dos professores do Ensino Fundamental em efetivo
exercício no magistério.
§ 5o Lei Federal disporá sobre a organização do Fundo, a dis-
tribuição proporcional de seus recursos, sua fiscalização e contro-
le, bem como sobre a forma de cálculo do valor mínimo nacional
por aluno.

168
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
Art. 4o A Câmara Municipal criará Comissão Especial com a § 3o O disposto neste artigo não se aplica aos professores de
finalidade específica de apresentar estudos sobre a legislação or- nível superior, nos termos da lei.
dinária dela decorrente. Art. 12. Os vencimentos, a remuneração, as vantagens e os
Art. 5o No prazo de 2 (dois) anos, a contar 1o de janeiro de adicionais, bem como os proventos de aposentadorias que este-
2001, ficam os poderes públicos municipais obrigados a tomar jam sendo percebidos em desacordo com a Constituição Federal e
medidas eficazes para impedir que águas servidas, dejetos e ou- esta Lei Orgânica serão imediatamente reduzidos aos limites delas
tras substâncias poluentes sejam lançados ao Lago Igapó. decorrentes, não se admitindo, neste caso, invocação de direito
Art. 6o O Município, no prazo de 2 (dois) anos, a partir 1o de adquirido ou percepção de excesso a qualquer título.
janeiro de 2001, adotará as medidas administrativas necessárias Art. 13. É assegurada a acumulação de dois cargos ou em-
à identificação e à delimitação de seus imóveis, incluídas as terras pregos privativos de profissionais de saúde, na administração
devolutas. pública direta e indireta, àqueles em exercício destes à data da
Parágrafo único. Do processo de identificação participará promulgação da Constituição Federal de 1988.
comissão técnica da Câmara Municipal. Art. 14. Consideram-se servidores não estáveis, para os fins
Art. 7o A comissão especial suprapartidária criada para re- do artigo 106, § 2o, II, desta Lei, aqueles admitidos na adminis-
ver as doações, vendas, concessões e permutas de imóveis públi- tração direta, autárquica e fundacional sem concurso público de
cos rurais e urbanos, e dações em pagamento concretizadas no provas ou de provas e títulos após o dia 5 de outubro de 1983.
período de 1o de janeiro de 1962 a 31 de dezembro de 2000, de- Art. 15. É assegurada a concessão de aposentadoria e pen-
verá concluir seus trabalhos até 31 de agosto do 2001. são, a qualquer tempo, aos servidores públicos e aos seus depen-
§ 1o No tocante às vendas, permutas e dações em paga- dentes que, até 16 de dezembro de 1998, tenham cumprido os
mento, a revisão será feita com base exclusivamente no critério requisitos para obtenção destes benefícios, com base nos critérios
de legalidade da operação. da legislação então vigente.
§ 2o No caso das doações e concessões, a revisão obedecerá § 1o O servidor de que trata este artigo, que tenha completa-
aos critérios de legalidade, de conveniência do interesse público do as exigências para aposentadoria integral e opte por permane-
e de destinação legal. cer em atividade, fará jus à isenção da contribuição previdenciária
§ 3o Nas hipóteses previstas nos parágrafos anteriores, com- até completar as exigências para aposentadoria de que trata o ar-
provada a ilegalidade ou havendo interesse público, os imóveis tigo 67, § 1o, III, “a”, deste Lei.
reverterão ao patrimônio do Município. § 2o Os proventos da aposentadoria a ser concedida aos
§ 4o Ficam proibidas as alienações, a qualquer título, e ainda servidores públicos referidos no caput, em termos integrais ou
a concessão de direito real de uso e a permissão de uso de qual- proporcionais ao tempo de serviço já exercido até 16 de dezem-
quer área pública de domínio do Município até a conclusão dos bro de 1998, bem como as pensões de seus dependentes, serão
trabalhos da comissão de que trata este artigo. calculados de acordo com a legislação em vigor à época em que
§ 5o Ficam excluídas da proibição de que trata o parágrafo foram atendidas as prescrições nela estabelecidas para a conces-
anterior as alienações, a qualquer título, a concessão de direito são destes benefícios ou nas condições da legislação vigente.
real de uso e a permissão de uso de qualquer área pública de do- Art. 16. Observado o disposto no artigo 40, § 10, da Cons-
tituição Federal, o tempo de serviço considerado pela legislação
mínio do Município quando considerada de interesse público re-
vigente para efeito de aposentadoria, cumprido até que lei disci-
levante pelo voto favorável de 2/3 (dois terços) dos membros da
pline a matéria, será contado como tempo de contribuição.
Câmara Municipal.
Art. 17. Observado o disposto no artigo anterior e ressal-
Art. 8o As entidades que estejam recebendo recursos do
vado o direito de opção à aposentadoria pelas normas por ela
Poder Público Municipal serão submetidas a reexame para a ve-
estabelecidas, é assegurado o direito à aposentadoria voluntária
rificação de sua condição de utilidade pública municipal ou bene-
com proventos calculados de acordo com o artigo 40, § 3o, da
merência, na forma da lei.
Constituição Federal e artigo 66, § 3o, desta Lei, àquele que tenha
Art. 9o Além das disposições previstas nesta Lei, ficam man-
ingressado regularmente em cargo efetivo da Administração Pú-
tidas as demais constantes do Estatuto dos Funcionários Públicos blica, direta, autárquica e fundacional, até a data de 16 de dezem-
do Município de Londrina, do Estatuto do Magistério da Rede Mu- bro de 1998, quando o servidor, cumulativamente:
nicipal de Ensino e de outras leis municipais que versem sobre I – tiver 53 (cinqüenta e três) anos de idade, se homem, e 48
direitos e obrigações dos servidores públicos, vigentes nesta data. (quarenta e oito) anos de idade, se mulher;
Art. 10. As concessões ou permissões de quaisquer ser- II – tiver 5 (cinco) anos de efetivo exercício no cargo em que
viços públicos que atualmente tenham cláusula de exclusividade se dará a aposentadoria;
somente vigorarão até o prazo estipulado para seu término, não III – contar tempo de contribuição igual, no mínimo, à soma
sendo permitida, a partir da promulgação da presente Lei Orgâni- de:
ca, qualquer prorrogação do respectivo prazo. a) 35 (trinta e cinco) anos, se homem, e 30 (trinta) anos, se
Art. 11. Os servidores públicos municipais da Administração mulher; e
Direta, Autárquica ou Fundacional admitidos até a data de pro- b) um período adicional de contribuição equivalente a 25%
mulgação da Constituição Federal de 1998 sem concurso público (vinte por cento) do tempo que, em 16 de dezembro de 1998,
são considerados estáveis no serviço público. faltaria para atingir o limite de tempo constante da alínea anterior.
§ 1o O tempo de serviço dos servidores referidos neste ar- § 1o O servidor de que trata este artigo, desde que atendido
tigo será contado como título quando se submeterem a concurso o disposto em seus incisos I e II, e observado o que dispõe o arti-
para fins de efetivação, na forma da lei. go 16 destes Atos das Disposições Transitórias, pode aposentar-se
§ 2o O disposto neste artigo não se aplica aos ocupantes de com proventos proporcionais ao tempo de contribuição quando
cargos, funções e empregos de confiança ou em comissão, nem atendidas as seguintes condições:
aos que a lei declare de livre exoneração, cujo tempo de serviço I – contar tempo de contribuição igual, no mínimo, à soma de:
não será computado para fins do caput deste artigo, exceto se se a) 30 (trinta) anos, se homem, e 25 (vinte e cinco), se mu-
tratar de servidor. lher; e

169
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
b) um período adicional de contribuição equivalente a 40% Art. 22. O Município promoverá a edição popular desta Lei
(quarenta por cento) do tempo que, na data de 16 de dezembro Orgânica, que será gratuitamente posta à disposição de institui-
de 1998, faltaria para atingir o limite de tempo constante da alí- ções de ensino, sindicatos, associações e outras entidades repre-
nea anterior; sentativas da comunidade.
II – os proventos de aposentadoria proporcional serão equiva-
lentes a 70% (setenta por cento) do valor máximo que o servidor Londrina, 5 de abril de 1990.
poderia obter de acordo com o caput, acrescido de 5% (cinco por
cento) por ano de contribuição que supere a soma a que se refere
o inciso anterior, até o limite de 100% (cem por cento).
§ 2o O professor do Município que, até 16 de dezembro de LEI MUNICIPAL Nº 10.774/2009 - INSTITUIU A
1998, tenha ingressado, regularmente, em cargo efetivo de magis- SECRETARIA MUNICIPAL DE DEFESA SOCIAL
tério e opte por aposentar-se na forma do disposto no caput, terá
o tempo de serviço exercido até a mencionada data contado com LEI Nº 10.774 DE 30 DE SETEMBRO DE 2009
o acréscimo de 17% (dezessete por cento), se homem, e de 20%
(vinte por cento), se mulher, desde que se aposente, exclusiva- Institui a Secretaria Municipal de Defesa Social e dá outras
mente, com tempo de efetivo exercício das funções de magistério. providências.
§ 3o O servidor de que trata este artigo, que, após completar A CÂMARA MUNICIPAL DE LONDRINA, ESTADO DO PARANÁ,
as exigências para aposentadoria estabelecidas no caput, perma- APROVOU E EU, PREFEITO DO MUNICÍPIO DE LONDRINA, SANCIO-
necer em atividade, fará jus à isenção da contribuição previdenci- NO A SEGUINTE LEI:
ária até completar as exigências para aposentadoria contidas no Art. 1º Fica criada e instituída a Secretaria Municipal de De-
artigo 40, § 1o, III, “a”, da Constituição Federal, e artigo 67, § 1o, fesa Social na Estrutura Organizacional da Administração Direta
III, “a”, desta Lei. e Indireta do Município de Londrina, instituída pela Lei 8.834, de
Art. 18. A vedação prevista no artigo 37, § 10, da Constitui- 1º de julho de 2002, órgão auxiliar diretamente subordinado ao
ção Federal, e artigo 57, § 9o, desta Lei não se aplica aos membros Prefeito com as seguintes atribuições:
de poder e aos servidores inativos que até 16 de dezembro de I – estabelecer as políticas, diretrizes e programas de seguran-
1998 tenham ingressado novamente no serviço público por con- ça na área urbana e na área rural, distritos e patrimônios do Muni-
curso de provas ou de provas e títulos, e pelas demais formas pre- cípio de Londrina, estruturando o Plano Municipal de Segurança,
vistas na Constituição Federal, sendo-lhes proibida a percepção com metas e resultados a serem alcançados, em articulação com
de mais de uma aposentadoria pelo regime de previdência a que o Gabinete de Gestão Integrada Municipal - GGI-M;
se refere o artigo 40 da Constituição Federal e o artigo 67 desta II – executar, por meio de seus órgãos, as políticas públicas de
Lei, aplicando-se-lhes, em qualquer hipótese, o limite de que trata interesse da Pasta, coordenando e gerenciando a integração com
o § 11 destes mesmos artigos. as políticas sociais do Município que, direta ou indiretamente, in-
Art. 19. Até que lei discipline o acesso ao salário-família e terfiram nos assuntos de segurança urbana da Cidade;
ao auxílio‑reclusão para os servidores, segurados e seus depen- III – estabelecer relação com os órgãos de segurança estadu-
dentes, estes benefícios serão concedidos apenas àqueles que ais e federal, visando à ação integrada no Município de Londrina,
tenham renda bruta mensal igual ou inferior a R$ 360,00 (trezen- inclusive com planejamento e integração das operações, informa-
tos e sessenta reais), que, até a publicação da lei, serão corrigidos ções e comunicações;
pelos mesmos índices aplicados aos benefícios do regime geral de IV – propor prioridades nas ações preventivas e ostensivas
previdência social. realizadas pelos órgãos de segurança que atuam no Município de
Art. 20. O disposto no artigo 19 e no parágrafo único do Londrina, mediante intercâmbio permanente de informações e
artigo 52 desta Lei passará a vigorar a partir do ano de 2001. gerenciamento;
Art. 21. Até o exercício financeiro de 2004, os recursos míni- V estabelecer ações, convênios e parcerias, quando necessá-
mos aplicados nas ações e serviços públicos de saúde serão equi- rio, com as entidades nacionais ou estrangeiras que exerçam ativi-
valentes a 15% (quinze por cento) do produto da arrecadação dos dades destinadas a estudos e pesquisas de interesse da segurança
impostos a que se refere o artigo 92, incisos I, II e III, desta Lei e os urbana;
recursos de que tratam o artigo 96 desta Lei e os que se referem VI – contribuir para a prevenção e a diminuição da violência
o artigo 159, inciso I, alínea b, e o § 3o da Constituição Federal. e da criminalidade, promovendo a mediação de conflitos e o res-
§ 1o Caso o Município aplique percentual inferior ao espe- peito aos direitos fundamentais dos cidadãos com supervisão de
cificado, deverá elevá-lo gradualmente, até o exercício financeiro procuradores, advogados e estagiários de direito;
de 2004, reduzida a diferença à razão de, pelo menos, 1/5 (um VII – valer-se de dados estatísticos das polícias estaduais, para
quinto) por ano, e a partir de 2000 será de pelo menos 7% (sete o estabelecimento de prioridades das ações de segurança urbana
por cento). municipal;
§ 2o Os recursos destinados às ações e aos serviços públicos VIII – estabelecer os planos e programas da Guarda Munici-
de saúde e os transferidos pela União e pelo Estado para estas pal, visando garantir:
finalidades serão aplicados por meio do Fundo de Saúde, que será a) a proteção das escolas públicas;
acompanhado e fiscalizado por Conselho de Saúde, sem prejuízo b) a proteção do patrimônio público municipal;
do disposto no artigo 74 da Constituição Federal. c) a proteção de parques municipais e áreas de interesse am-
§ 3o Na ausência de lei complementar federal a que se refe- biental;
rem o artigo 198, § 3o, da Constituição Federal, e o artigo 143, § d) a proteção dos agentes públicos no exercício de suas ativi-
2o desta Lei, a partir do exercício financeiro de 2005, aplicar-se-á dades, quando necessário;
o disposto neste artigo. e) a proteção do uso adequado do espaço público e fiscaliza-
ção do comércio ambulante;
f) a proteção de pessoas em situação de risco social;

170
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
g) o apoio à Defesa Civil na prevenção e remoção de mora- XXIV – definir as ações do Centro de Formação em Segurança
dias e pessoas em situação de risco geológico, de intempéries ou Pública, podendo realizar convênios com instituições públicas ou
catástrofes; particulares, para programas de formação e qualificação;
IX – implantar postos fixos e bases móveis da Guarda Muni- XXV – planejar, coordenar e supervisionar as ações relativas
cipal em pontos estratégicos, de acordo com o interesse da segu- às atividades disciplinares e de acompanhamento e avaliação das
rança urbana; atividades da Guarda Municipal de Londrina;
X – promover parcerias com instituições voltadas às áreas de XXVI – subsidiar a definição de padrões para contratação de
serviço social, pesquisa e psicologia, visando ao trabalho com a vigilância privada no âmbito da Administração Municipal, a fim de
Guarda Municipal, na busca de soluções de pequenos conflitos orientar o melhor emprego da Guarda Municipal e da vigilância
sociais que, por sua natureza, possam dar origem à violência e à privada;
criminalidade; XXVII – interagir e articular as ações de segurança com os con-
XI – receber, por intermédio do serviço disque-denúncia, de- selhos comunitários de segurança e com entidades da sociedade;
núncias de vandalismo praticado contra os equipamentos públi- XXVIII – definir o plano de ação da Guarda Municipal, na sua
cos municipais; atuação de proteção ao uso adequado do espaço público e fiscali-
XII – dar suporte e orientar o funcionamento do Observató- zação do comércio ambulante, em articulação com as secretarias
rio da Violência e Criminalidade, com vistas à utilização das infor- e órgãos afins.
mações dos órgãos de segurança pública e demais informações e XXIX – realização de outras atividades correlatas.
estatísticas no planejamento das ações de prevenção, repressão e Parágrafo único A Secretaria Municipal de Defesa Social
reabilitação em favor da segurança na Cidade de Londrina; fornecerá gratuitamente, por meio de convênio ou contrato com
XIII – dar suporte e orientar o sistema de vídeo-monitoramen- órgãos ou profissionais de segurança, um ou mais cursos de capa-
citação e aperfeiçoamento profissional por ano, a todo o efetivo
to no âmbito do Município, na integração dos sistemas setoriais
da Guarda Municipal de Londrina.(Redação acrescida pelo art. 1º
públicos existentes, na sua expansão, no uso compartilhado e na
da Lei nº 11.457, de 22 de dezembro de 2011)
otimização de sua utilização, visando à segurança da Cidade;
Art. 2º Os serviços e os encargos, para o funcionamento da
XIV – dar suporte e orientar os procedimentos para estudo e
Secretaria Municipal de Defesa Social, serão implantados, pro-
implantação do Centro Integrado de Defesa Social da Cidade, arti-
gressivamente, seguindo as necessidades e disponibilidades fi-
culado com os demais órgãos integrantes do Gabinete de Gestão
nanceiras do Município.
Integrada Municipal - GGI - M;
Art. 3º Fica inserido na estrutura da Secretaria Municipal de
XV – orientar e dar suporte ao funcionamento do Gabinete de
Defesa Social, o Departamento da Guarda Civil Municipal de Lon-
Gestão Integrada Municipal - GGI - M;
drina, criado pela Lei Municipal nº 6.543, de 29 de abril de 1996.
XVI – orientar e apoiar as atividades de defesa civil, inclusive Art. 4º Altera a nomenclatura do Departamento da Guarda
nas ações de identificação de áreas de risco, na transferência de Civil de Londrina para Diretoria da Guarda Municipal, diretamente
pessoas e famílias e no atendimento em situação de emergência; subordinada à Secretaria Municipal de Defesa Social.
XVII – definir o plano de ação da Guarda Municipal, para a Art. 5º Fica criada à Guarda Municipal de Londrina, corpo-
proteção de pessoas em situação de risco social, encaminhando e ração uniformizada, organizada, armada e calcada nos princípios
apoiando as ações sociais, em conformidade com os programas e de hierarquia e disciplina, treinada e aparelhada para proteção do
ações integrados com os demais órgãos; patrimônio, bens, serviços, instalações públicas municipais, pro-
XVIII – coordenar, em parceria com a Companhia Municipal teção do meio ambiente e a colaboração na segurança pública,
de Trânsito e Urbanização, o planejamento, a regulamentação, o na forma da lei.
gerenciamento e a fiscalização do trânsito, na área de circunscri- § 1º O cargo de provimento efetivo de Guarda Municipal,
ção do Município, nos termos e condições da legislação aplicável integrante do Quadro Permanente de Pessoal do Município de
à matéria, com a execução de atividades destinadas a garantir a Londrina, diretamente subordinado ao supervisor da Guarda
circulação de pessoas, veículos, animais e mercadorias, no terri- Municipal, terá as seguintes atribuições:(Redação do §1º ao §6º
tório do Município, dentro de condições adequadas de fluidez, acrescida pelo art. 1º da Lei nº 11.457, de 22 de dezembro de
segurança, acessibilidade e qualidade de vida; 2011)
XIX – propor e implantar as políticas de educação para a se- I – fazer rondas por quaisquer meios disponíveis nos períodos
gurança do trânsito, bem como a articulação com o órgão de edu- diurno e noturno, fiscalizando a entrada e a saída, controlando o
cação do Município, para o estabelecimento de encaminhamento acesso de pessoas, veículos e equipamentos dentro das áreas de
metodológico em educação para o trânsito; suas atribuições legais;
XX – realizar parceria com os demais órgãos da administração II – prestar colaboração e orientar o público em geral, quando
municipal, para execução de projetos direcionados à prevenção necessário;
ao uso indevido de drogas, especialmente nas escolas, entidades III – operar equipamentos de comunicações;
comunitárias e áreas públicas; IV – dirigir viaturas, conforme escala de serviço;
XXI – implantar e gerenciar sistema de inteligência para coo- V – fazer manutenção do armamento de 1º escalão;
perar e colaborar com os órgãos públicos responsáveis pela segu- VI – elaborar relatórios de suas atividades;
rança do Município e pela repressão ao tráfico de drogas, através VII – cumprir fielmente as ordens emanadas de seus superio-
do encaminhamento de informações aos demais órgãos; res hierárquicos;
XXII – interagir com os municípios da região metropolitana, VIII – desempenhar atividades relativas ao planejamento, à
para integração de ações e para alcançar os objetivos traçados nas elaboração, à execução e ao gerenciamento das áreas responsá-
instâncias metropolitanas de Segurança Pública de Londrina; veis pela gestão de pessoal, comunicação, estatística, suprimen-
XXIII – gerir os convênios da Prefeitura com o Corpo de Bom- tos, administração financeiro-orçamentária, logística e manuten-
beiros, na Cidade de Londrina, e com os demais organismos da ção da guarda municipal, quando solicitado, além de atuar na
área de segurança pública; atividade de defesa civil; e

171
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
IX – desempenhar outras atividades correlatas, por ordem ex- Art. 10. Os servidores nomeados, para integrar a carreira de
pressa do Prefeito. Guarda Municipal, pertencerão ao Estatuto próprio.
§ 2º Ficam criadas as seguintes funções componentes da Art. 11. A Guarda Municipal atuará em turnos diurno, no-
Guarda Municipal de Londrina, em ordem hierárquica decrescen- turno e finais de semana, feriados e sistema de revezamento de
te: acordo com a legislação vigente.
I – Diretor da Guarda Municipal; Art. 12.(Revogado pelo art. 10 da Lei nº 12.270, de 28 de abril
II – Inspetor da Guarda Municipal; e de 2015).
III - Supervisor da Guarda Municipal. Art. 13. A Secretaria Municipal de Defesa Social compreende
§ 3º As funções serão preenchidas exclusivamente por servi- as seguintes unidades organizacionais: (Redação alterada pelo art.
dores titulares dos cargos públicos efetivos integrantes da Guarda 1º da Lei nº 11.457, de 22 de dezembro de 2011)
Municipal de Londrina. I – (Revogado pelo art. 12, alínea “a” da Lei nº 13.085, de 29
§ 4º As funções serão preenchidas através de função de con- de junho de 2020).
fiança, por designação e dispensa do titular da Secretaria. II – Chefia de Gabinete:
§ 5º As atribuições das funções de Diretor, Inspetor e Super- a) Ouvidoria da Guarda Municipal;
visor da Guarda Municipal, serão regulamentadas por decreto do b) Serviço de Inteligência;
Chefe do Executivo. III – Diretoria Administrativa;
§ 6º As promoções, a carreira e os vencimentos serão regu- a) quatro Gerências; e
lados pelo Plano de Cargos, Carreiras e Salários da Guarda Muni- b) quatro Coordenadorias.
cipal de Londrina. IV – Diretoria da Guarda Municipal;
Art. 6º As atribuições da Guarda Municipal compreendem: a) oito Inspetorias; e
I – vigiar os logradouros públicos; b) vinte e sete Supervisões.
II – guardar os bens, equipamentos e próprios do Município; § 1º Os servidores designados para assumir as funções de di-
III –proteger e defender a população, nos casos de calamida- retoria, gerências e coordenadorias perceberão, no desempenho
de pública; das funções, a gratificação D.A.G. – Designação de Assessoramen-
IV – prestar socorro à população, nos casos de necessidade e to e Gestão.
emergência; § 2º As designações, contidas no parágrafo anterior, serão
V – colaborar, no que for possível, com a Polícia Estadual, e os exercidas, preferencialmente, por servidores com formação es-
demais órgãos de segurança pública, no serviço de segurança do pecífica em segurança pública, cujo perfil psicológico, compor-
Município, seja ele de ordem pessoal ou patrimonial.
tamento, capacidade de liderança e conhecimento cultural asse-
VI – promover a evacuação da população, em caso de perigo
gurem condições de desenvolvimento de relações práticas, para
iminente;
aperfeiçoamento dos serviços.
VII – prevenir a ocorrência de ilícitos penais;
§ 3º Os valores correspondentes à gratificação de que trata
VIII – vigiar e proteger os patrimônios ecológico, cultural, ar-
o § 1º, serão os estabelecidos no Anexo II da Lei nº 9.414, de 1º
quitetônico e ambiental do Município, adotando medidas educa-
de abril de 2004.
tivas e preventivas;
§ 4º Os servidores designados para assumir as funções de
IX – apoiar os serviços de responsabilidade do Município e,
Diretor, Inspetor, Supervisor, Ouvidor da Guarda Municipal e Di-
bem assim, sua ação fiscalizadora no desempenho de atividade
de polícia administrativa, nos termos das constituições federal e retor Administrativo, Gerente e Coordenador, perceberão, no de-
estadual e da Lei Orgânica; e sempenho das funções, a gratificação constante no anexo IV da
X – apoiar outras atividades afins, no âmbito de sua compe- tabela de gratificações de funções de confiança da Lei nº 9.337/04
tência. .(Redação acrescida pelo art. 1º da Lei nº 11.457, de 22 de dezem-
X – orientar, fiscalizar e controlar o trânsito municipal de pe- bro de 2011)
destres e veículos na área de suas atribuições;(Redação alterada Art. 14. Guarda Municipal é o servidor público, já integrado
pelo art. 1º da Lei nº 11.457, de 22 de dezembro de 2011) na função e em condições de executar os serviços atribuídos à
XI – efetuar a segurança de autoridades municipais, quando Corporação.
necessário.(Redação acrescida pelo art. 1º da Lei nº 11.457, de 22 Art. 15. Para a admissão no cargo de Guarda Municipal, de-
de dezembro de 2011) verão ser observados:
Art. 7º O porte de arma será permitido, nos limites do Mu- I – concurso público;
nicípio, aos servidores ocupantes do cargo de Guarda Municipal, II – formação de nível médio;
com a prévia e competente autorização, conforme determina a III – avaliação intelectual;
legislação específica, salvo em casos de viagem que necessite usar IV – avaliação física;
arma, conforme a Lei nº 10.826/2003 e Decreto Lei 5.123/04. V – avaliação psicológica;
Art. 8º O servidor ocupante do cargo de Guarda Municipal VI – investigação de conduta; e
desempenhará as funções típicas de seu cargo, devidamente tra- VII – curso de formação específica de Guarda Municipal.
jado com uniforme específico, e portará os respectivos assessó- Art. 16. Fica instituído o Auxilio Financeiro para o Curso de
rios, conforme disposto em Estatuto próprio. Formação de Guarda Municipal, que poderá ser pago aos candi-
Art. 9º Todos os servidores ocupantes do cargo de guarda datos aprovados nessa fase do Concurso Público, com valores a
municipal, com autorização de Porte de Arma de Fogo, deverão serem regulamentados por Decreto.
ser submetidos, a cada dois anos, ao teste de capacidade psico- Art. 17. Fica criada a gratificação de risco de vida, na base de
lógica e, sempre que estiver envolvido em evento de disparo de trinta por cento do vencimento inicial do cargo de Guarda Munici-
arma de fogo em via pública, com ou sem vítima, deverá apresen- pal, para os servidores ocupantes do cargo de Guarda Municipal,
tar relatório circunstanciado à chefia imediata e à Corregedoria, em atividade, assim definido em decreto, não sendo devida, em
para justificar o motivo da utilização da arma.(Redação alterada casos de afastamentos previstos no Estatuto próprio.
pelo art. 1º da Lei nº 11.457, de 22 de dezembro de 2011)

172
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
DAS ATRIBUIÇÕES XXIII – resolver os casos omissos, bem como esclarecer as dú-
DO SECRETÁRIO MUNICIPAL DE DEFESA SOCIAL vidas suscitadas na execução dos serviços da Pasta, expedindo,
Art. 18. Ao Secretário Municipal de Defesa Social, compete: para tal fim, os atos necessários. Do Corregedor
I – prover a segurança e a tranquilidade públicas, prestando, Art. 19.(Revogado pelo art. 12, alínea “b” da Lei nº 13.085, de
às autoridades competentes e à população, colaboração técnica e 29 de junho de 2020).
científica para uma perfeita ação preventiva e repressiva na ma-
nutenção da ordem; DO CHEFE DE GABINETE
II – garantir, na efetivação das ações de defesa social, o exercí- Art. 20. São atribuições do Chefe de Gabinete, diretamente
cio das liberdades consagradas constitucionalmente; subordinado ao Secretário Municipal de Defesa Social:
III – avocar, para sua análise e decisão, quaisquer assuntos da I – programar, organizar, dirigir, orientar, controlar e coorde-
Secretaria, na forma da legislação vigente; nar as atividades da Secretaria, por delegação do Secretário;
IV – propor ao Chefe do Poder Executivo medidas tendentes a II – promover a administração geral da Secretaria;
melhorar a qualidade dos serviços de defesa social no Município; III – fazer indicações ao Secretário de funcionários que deve-
V – participar, como Presidente, dos órgãos colegiados de rão participar de comissões especiais;
direção superior da Secretaria e de entidades da administração IV – promover a administração geral do gabinete e a assistên-
indireta vinculadas à Pasta; cia ao Secretário no desempenho de suas atribuições e no atendi-
VI – participar, como membro, de órgãos colegiados de dire- mento de compromissos oficiais e particulares;
ção superior, no âmbito da administração pública municipal; V – estudar, instruir e minutar o expediente e a correspon-
VII – baixar quaisquer atos administrativos necessários ao dência do Secretário, bem como, dar encaminhamento à corres-
correto funcionamento da Secretaria Municipal de Defesa Social, pondência oficial recebida, recomendando prioridades para as-
no âmbito de sua competência.(Redação alterada pelo art. 1º da suntos urgentes;
Lei nº 11.457, de 22 de dezembro de 2011) VI – atuar como principal auxiliar do Secretário;
VIII – designar, movimentar, transferir e dispensar servidores, VII – substituir o Secretário nas suas ausências e impedimen-
objetivando o atendimento das necessidades administrativas da tos;
Secretaria, na forma da legislação vigente; VIII – coordenar a agenda de compromissos e representar o
IX – integrar-se com representantes de outras entidades do Secretário, quando designado;
Município, do Estado e da União, para a solução de problemas que IX – programar audiências e recepcionar pessoas que se diri-
afetam a comunidade; jam ao Secretário;
X – promover, em parceria com a sociedade civil, soluções X – promover as medidas necessárias ao provimento de trans-
para problemas e implementar projetos locais voltados à melho- porte ao Secretário;
ria das condições de segurança nas comunidades; XI – cumprir tarefas de caráter reservado ou confidencial de-
XI – elaborar, coordenar e difundir informações relacionadas terminadas pelo Secretário;
com assuntos de interesse da Secretaria; XII – submeter à consideração do Secretário assunto de ur-
XII – promover a integração do Município de Londrina, do Es- gência ou cuja importância mereça tratamento imediato;
tado do Paraná e do Governo Federal com a sociedade organiza- XIII – transmitir ordens e despachos do Secretário às unidades
da, em assuntos referentes à Pasta; da Secretaria;
XIII – conferir honrarias aos servidores da Secretaria, na for- XIV – promover as atividades de imprensa e relações públicas
ma da legislação específica; da Secretaria;
XIV – representar o Município junto a instituições oficiais e XV – Coordenar as ações de inteligência;
privadas, nacionais e internacionais, em assuntos da sua Pasta, XVI – Coordenar as atividades da ouvidoria da Secretaria
respeitada a legislação vigente; XVII – desempenhar outras tarefas compatíveis com a posição
XV – participar, como representante do Município de Lon- e as determinadas pelo Secretário. Do Ouvidor
drina, de reuniões de entidades ligadas à segurança e à defesa
Art. 21. São atribuições da Ouvidoria, diretamente subordi-
interna;
nada ao Chefe de Gabinete da Secretaria de Defesa Social, fisca-
XVI – articular-se com entidades externas e internas, objeti-
lizar, investigar, receber denúncias e reclamações dos cidadãos,
vando a captação de recursos financeiros para aplicação em pro-
auditorar e propor políticas de qualificação e melhorias das ativi-
gramas de interesse da Pasta;
dades desenvolvidas pelos integrantes da Secretaria. Do Serviço
XVII – coordenar operações conjugadas de unidades da es-
de Inteligência.
trutura departamental, integradas ou não a órgãos estaduais e
Parágrafo único Fica criada a função de Ouvidor da Guarda
federais;
Municipal de Londrina, a ser preenchida exclusivamente por ser-
XVIII – aprovar a nomeação para os cargos de chefia e asses-
vidor titular do cargo público efetivo integrante da Guarda Muni-
soramento dos servidores da Secretaria, na forma da legislação
específica; cipal de Londrina, cujas atribuições serão definidas por decreto
XIX - homologar os atos dos órgãos normativos e de controle; do Chefe do Executivo.(Redação acrescida pelo art. 1º da Lei nº
XX – celebrar convênios ou ajustes que objetivem a coopera- 11.457, de 22 de dezembro de 2011)
ção e participação em programas e projetos que envolvam equi- Art. 22. São atribuições do Serviço de Inteligência, direta-
pamentos, obras e treinamento de recursos humanos ligados à mente subordinado ao Chefe de Gabinete da Secretária de Defesa
área de defesa social; Social:
XXI – promover a integração das unidades subordinadas, ob- I – coordenar e integrar as atividades de inteligência de segu-
jetivando o aperfeiçoamento das atividades desenvolvidas; rança pública;
XXII – realizar, em consonância com as diretrizes estabeleci- II – identificar, acompanhar e avaliar as ameaças reais ou po-
das pelo Prefeito Municipal, o relacionamento do Poder Executivo tenciais;
Municipal com os demais poderes do Estado e da União; e III – promover a coleta, busca e análise de dados;

173
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
IV – produzir conhecimentos que subsidiem decisões nos di- VIII – fazer visitas rotineiras às escolas;
versos níveis de gerenciamento da Guarda Municipal e do gover- IX – proporcionar segurança para as escolas; e
no municipal, nas questões pertinentes à segurança pública; X – envolver as escolas e a sociedade na construção da segu-
V – coletar dados para a produção de conhecimento, no cam- rança.
po de segurança pública, para assessorar o comando da Guarda Art. 30. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação,
Municipal e o Secretário Municipal de Defesa Social. revogando-se as disposições em contrário.
Art. 23. Ficam criados e acrescidos no quadro de cargos co- Londrina, 30 de setembro de 2009.
missionados previsto no Anexo IV do Plano de Cargos, Carreiras
e Salários instituído pela Lei nº 9.337, de 19 de janeiro de 2004,
com a nova redação dada pela Lei nº 9.414, de 1º de abril de 2004, LEI MUNICIPAL Nº 10.981/2010 - INSTITUI O ESTATUTO
modificada pela Lei nº 9.690, de 29 de dezembro de 2004, os se- DA GUARDA MUNICIPAL DE LONDRINA
guintes cargos com os respectivos vencimentos e correspondên-
cia aos símbolos: LEI Nº 10.981 DE 10 DE SETEMBRO DE 2010
Institui o Estatuto da Guarda Municipal de Londrina, e dá ou-
tras providências.
Títulos dos Código Nível de Quantitativo
A CÂMARA MUNICIPAL DE LONDRINA, ESTADO DO PARANÁ,
Cargos vencimento
APROVOU E EU, PREFEITO DO MUNICÍPIO, SANCIONO A SEGUIN-
Comissionados
TE LEI:
Secretário DS01P CC01 01 DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Municipal de
Defesa Social CAPÍTULO I
Assessor AE01 CC01 01 DA DESTINAÇÃO E MISSÃO
Executivo CG/
GM I Art. 1º A Guarda Municipal de Londrina é órgão integrante
da Administração Direta do Poder Executivo do Município de Lon-
Parágrafo único. A assessoria prevista no “caput” do artigo, drina, organizada com base na hierarquia e na disciplina, sob a
será ocupada exclusivamente por servidores aposentados que já autoridade suprema do Prefeito Municipal, com a finalidade de
exerceram o cargo de Delegado da Polícia Civil ou Federal, Oficiais proteger seus bens, serviços e instalações, e tem como princípios
da Polícia Militar ou que ocuparam posto de comando das Forças norteadores de suas ações:
Armadas. I - o respeito à dignidade humana;
Art. 24. Pelo menos 20% do efetivo da guarda municipal de- II - o respeito à cidadania;
verá ser ocupado por mulheres. III - o respeito à justiça;
Art. 25. O Regimento Interno bem como os demais atos, ne- IV - o respeito à legalidade democrática;
cessários à execução da presente lei, serão editados por ato do V - o respeito à coisa pública.
Chefe do Poder Executivo, no prazo de cento e vinte dias, conta- Art. 2º Os uniformes, continências, honras, sinais de respei-
dos da data de sua publicação. to, protocolo e cerimonial da Guarda Municipal de Londrina serão
Art. 26. O Executivo encaminhará, no prazo estipulado no ar- determinados por ato do Chefe do Executivo em regulamentos
tigo anterior, Projeto de Lei criando o Estatuto, que conterá o seu Específicos.
regulamento disciplinar, e o Plano de Cargos e Carreiras, próprios Art. 3º A Guarda Municipal de Londrina subordina-se à Secre-
da Guarda Municipal, em conformidade com o disposto no § 8º, taria Municipal de Defesa Social.
art. 144 da Constituição Federal. Art. 4º Compete ao Diretor da Guarda Municipal de Londrina,
Art. 27. A jornada de trabalho da Guarda Municipal deverá dirigir o órgão nos aspectos técnico e operacional.
ser cumprida de forma que haja atendimento 24 horas. Art. 5º Compete à Guarda Municipal de Londrina:
Art. 28. A Guarda Municipal deverá adquirir bafômetros e I - proteger órgãos, entidades, serviços e o patrimônio do Mu-
decibelimetros em quantidade suficiente para atender a deman- nicípio de Londrina;
da. II - exercer a atividade de orientação e proteção dos agentes
Art. 29. A Guarda Municipal obrigatoriamente fará uso de co- públicos e dos usuários dos serviços públicos municipais;
lete a prova de bala, de armamento semi-automático bem como III - prestar serviços de vigilância nos órgãos da administração
de pistola elétrica (arma não-letal paralisante). direta e nas entidades da administração indireta do Município;
Art. 29-A. Fica criado e inserido na estrutura da Guarda Mu- IV - auxiliar nas ações de Defesa Civil sempre que estiverem
nicipal de Londrina o Departamento de Apoio Escolar com as se- em risco bens, serviços e instalações municipais e, em outras situ-
guintes atribuições: (Acrescido pelo art. 1º da Lei nº 11.608, de 4 ações, a critério do Prefeito;
de junho de 2012). V - auxiliar o exercício da fiscalização municipal, sempre que
I – fornecimento de informações aos estudantes sobre álcool, estiverem em risco bens, serviços e instalações municipais e, em
tabaco e drogas afins; outras condições e situações excepcionais, a critério do Prefeito;
II – ensinar aos estudantes, na prática, as formas de dizer não VI - atuar na fiscalização, no controle e na orientação do trân-
às drogas; sito e do tráfego, por determinação expressa do Prefeito;
III – ensinar aos estudantes a tomar decisões acertadas e re- VII - garantir a preservação da segurança e da ordem nos pró-
conhecer as consequências de seus comportamentos; prios municipais sob sua responsabilidade;
IV – trabalhar a auto-estima das crianças, ensinando-as a re- VIII - planejar, coordenar e executar as atividades de preven-
sistir às pressões do dia-a-dia que as envolvem; ção e combate a incêndios nos próprios municipais, como medida
V – desenvolver ações preventivas nas escolas; de primeiro esforço, antecedendo a atuação do Corpo de Bombei-
VI – ministrar palestras sobre segurança, álcool e drogas; ros do Paraná;
VII – proceder a aconselhamentos diversos;

174
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
IX - planejar, coordenar e executar ações de interação com os TÍTULO II
cidadãos; DO REGIME FUNCIONAL E DE TRABALHO
X - promover a realização de cursos, treinamentos, seleções,
seminários e outros eventos, visando o constante aperfeiçoamen- CAPÍTULO I
to, qualificação e promoção de seus integrantes; DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
XI - manter seus planos e ordens permanentemente atuali-
zados, de forma a garantir sempre a qualidade de seus serviços; Art. 10. Esta lei é de aplicação exclusiva aos servidores titula-
XII - assegurar que suas ações estejam sempre fundamenta- res dos cargos públicos efetivos integrantes da estrutura funcional
das no respeito à dignidade humana, à cidadania, à justiça, à lega- da Guarda Municipal de Londrina, e no que couber, especialmen-
lidade democrática e aos direitos humanos; te quanto ao regime disciplinar nela previsto, aos ocupantes do
XIII - atuar de forma preventiva nas áreas de sua circunscri- cargo em comissão de Supervisor, Inspetor e Diretor da Guarda
ção, onde se presuma ser possível a quebra da situação de nor- Municipal de Londrina.
malidade; Parágrafo único. Aos servidores titulares do cargo de Guarda
XIV - atuar com prudência, firmeza e efetividade, na sua área Municipal aplica-se concomitantemente a legislação pertinente
de responsabilidade, visando ao restabelecimento da situação de aos demais servidores públicos efetivos integrantes da estrutura
normalidade, precedendo eventual emprego da Força Pública Es- funcional da Administração direta, especialmente, no que lhes for
tadual; aplicável, o regime jurídico disposto na Lei Municipal nº 4.928, de
XV - manter relacionamento urbano e harmônico com as ins- 17 de janeiro de 1992.
tituições que compõem o Sistema de Defesa Social, promovendo Art. 11. Para os efeitos desta lei, entende-se por servidor a
o intercâmbio e a colaboração recíprocos. pessoa legalmente investida em cargo público ou função pública
integrante da estrutura funcional da Guarda Municipal de Londri-
CAPÍTULO II na e da Secretaria Municipal de Defesa Social.
DOS CONCEITOS BÁSICOS
CAPÍTULO II
Art. 6º Supervisão é a atividade permanentemente desen- DO CURSO DE FORMAÇÃO ESPECÍFICA
volvida em nome da autoridade competente, com o propósito de
apurar e determinar o exato cumprimento de ordens e decisões. Art. 12. Observadas as disposições de ingresso no serviço pú-
Art. 7º Hierarquia é a ordem e a subordinação dos diversos blico, na forma da Lei nº 4.928/92, constitui requisito específico
cargos e funções que constituem a estrutura e a carreira da Guar- para o provimento no cargo de Guarda Municipal, a aprovação
da Municipal e que, conforme a ordem crescente de níveis, inves- em todas as fases do concurso público, bem como no curso de
te de autoridade o cargo mais elevado. formação específico da Guarda Municipal de Londrina.
§ 1º A civilidade é parte integrante da educação dos servi- § 1º O curso de formação a que se refere o caput deste artigo
dores da Guarda Municipal, competindo ao superior hierárquico constituirá a etapa final do concurso para provimento do cargo
tratar os subordinados de modo respeitoso, e ao subordinado, público efetivo de Guarda Municipal, durante o qual o candidato
manter deferência para com seus superiores. aprovado receberá uma bolsa mensal, com valor definido em de-
§ 2º A camaradagem é indispensável à formação e ao convívio creto, de natureza indenizatória e sobre a qual não incidirão quais-
dos integrantes da Guarda Municipal, objetivando o aperfeiçoa- quer descontos, à exceção dos dias de falta ao curso, que serão
mento das relações sociais entre os mesmos. descontados na forma prevista no artigo 146 da Lei nº 4.928/92.
Art. 8º A hierarquia e a disciplina manifestam-se por meio do § 2º Durante o curso de formação serão aplicadas ao candi-
exato cumprimento dos deveres civis e funcionais, em todos os ní- dato as regras dos planejamentos e dos regulamentos da Guarda
veis, escalões, cargos e funções, e constituem a base institucional Municipal de Londrina e da entidade encarregada de ministrar o
da Guarda Municipal de Londrina. curso, se houver, destacadamente, os relativos à avaliação, horá-
§ 1º A hierarquia é a ordenação da autoridade em níveis di- rios, hierarquia, disciplina, direitos e obrigações, mediante a inte-
ferentes, dentro da estrutura da Guarda Municipal de Londrina. gral observância de seus códigos de ética e de disciplina.
§ 2º A disciplina do Guarda Municipal é a exteriorização da § 3º O candidato que, durante o Curso de Formação, tiver a
ética do servidor e manifesta-se pelo exato cumprimento de de- sua conduta julgada inconveniente ou incompatível com os cri-
veres, em todos os escalões e em todos os graus da hierarquia, térios de planejamento e os regulamentos do sistema de ensino
quanto aos seguintes aspectos: será imediatamente desligado e reprovado no concurso, após a
I - pronta obediência às ordens legais; instauração do devido processo legal e observados o contraditório
II - observância às prescrições legais e regulamentares; e a ampla defesa.
III - emprego de toda a capacidade em benefício do serviço; § 4º Reprovado no curso de formação, o candidato será con-
IV - correção de atitudes; siderado reprovado no concurso público, não lhe assistindo ne-
V - colaboração espontânea com a disciplina coletiva e com nhum direito de ingresso no cargo público efetivo de Guarda Mu-
a efetividade dos resultados pretendidos pela Guarda Municipal nicipal.
de Londrina; Art. 13. O candidato, devidamente matriculado e freqüentan-
VI - respeito aos direitos humanos e sua promoção. do o curso de formação, fica desde já sujeito às disposições legais
Art. 9º O princípio da subordinação rege todos os graus da e regulamentares que regem a corporação, com a ressalva de en-
hierarquia da Guarda Municipal de Londrina, conforme o disposto contrar-se em período de formação.
nesta Lei. § 1º Aquele que, no curso de formação, por motivo de ins-
trução ou serviço, venha a sofrer acidente que o invalide perma-
nentemente, deverá ser amparado por seguro de vida oferecido
pela administração municipal, desde que não tenha dado causa
ao acidente.

175
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
§ 2º Aquele que porventura vier a falecer, em decorrência de I - diária;
instrução ou do serviço, deverá ser amparado por seguro de vida II - transporte.
oferecido pela administração municipal, desde que não tenha Art. 19. Os valores das indenizações, assim como as condições
dado causa. para sua concessão, serão estabelecidos em regulamento especí-
fico.
CAPÍTULO III Art. 20. O integrante da Guarda Municipal que, a serviço, se
DO REGIME DE TRABALHO afastar do Município, fará jus a passagem e diária, para cobrir as
SEÇÃO I despesas de pousada, alimentação e locomoção urbana.
DA JORNADA Parágrafo único. A diária será concedida por dia de afasta-
mento, sendo devida pela metade quando o deslocamento não
Art. 14. A jornada de trabalho do Guarda Municipal poderá exigir pernoite fora da sede.
ocorrer em turnos diurnos e noturnos, inclusive em finais de se- Art. 21. O Guarda Municipal que receber diária e não se afas-
mana e feriados, e com carga horária de trinta e seis (36) horas tar da sede, por qualquer motivo, fica obrigado a restituí-la inte-
semanais, de acordo com as especificidades das atividades e das gralmente, no prazo de 5 (cinco) dias a partir do seu recebimento.
necessidades da Guarda Municipal de Londrina. (Redação dada Parágrafo único. Na hipótese de o Guarda Municipal retornar
pelo art. 9º da Lei nº 12.270, de 28 de abril de 2015). à sede em prazo menor do que o previsto para o seu afastamento,
§ 1º O exercício do cargo público de provimento em comissão restituirá as diárias em excesso no prazo previsto neste artigo. Se-
na Guarda Municipal é incompatível com o exercício de outra ati- ção III Das gratificações e dos adicionais
vidade, pública ou privada. Art. 22. Além do vencimento e das vantagens previstas nesta
§ 2º É defeso o exercício simultâneo de cargo em comissão ou lei, serão concedidos aos integrantes da Guarda Municipal as se-
função gratificada e cargo de provimento efetivo. guintes gratificações:
§ 3º Fica vedada a lotação de Guarda Municipal fora da es- I – gratificação pela função de instrutor em programa de aper-
trutura da Secretaria Municipal de Defesa Social bem como a sua feiçoamento profissional;
cessão para outros órgãos ou entidades da Administração Públi- II – gratificação de risco de vida.
ca dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Art. 23. São extensivos aos integrantes da Guarda Municipal
Municípios, exceto os Guardas designados para função de Corre- os adicionais previstos na Lei Municipal 4.928/92.
gedor Adjunto da Guarda Municipal que ficarão cedidos para a
Corregedoria-Geral do Município. (Redação dada pelo art. 2º da SUBSEÇÃO I
Lei nº 13.085, de 29 de junho de 2020). DA GRATIFICAÇÃO PELA FUNÇÃO DE INSTRUTOR EM PRO-
GRAMA DE APERFEIÇOAMENTO PROFISSIONAL
SEÇÃO II
DA FREQÜÊNCIA E DO HORÁRIO Art. 24. O integrante da Guarda Municipal que exercer fun-
ção de instrutor em programa de aperfeiçoamento de interesse
Art. 15. A freqüência será apurada, diariamente, por meio de do Executivo, perceberá gratificação pelo exercício dessa função,
ponto, chamadas de pessoal ou mediante equipamentos de co- na proporção de 3% (três por cento) por hora, calculados sobre o
municação, no início e ao término do horário do serviço. valor de seu vencimento base.
Art. 16. Salvo nos casos expressamente previstos em lei ou Parágrafo único. Para fazer jus à gratificação referida neste
regulamento, é vedado dispensar o servidor de registro de ponto artigo, o integrante da Guarda exercerá a função, sem prejuízo de
ou das demais formas de registro de presença, bem como abonar sua jornada de trabalho.
faltas ao serviço.
Parágrafo único. O ponto ou as demais formas de registro de SUBSEÇÃO II
presença destinam-se a controlar, diariamente, a entrada e a saí- DA GRATIFICAÇÃO DE RISCO DE VIDA
da de serviço da Guarda Municipal em seus respectivos locais de
trabalho. Art. 25. Fica assegurada ao Guarda Municipal, quando no
exercício de suas atribuições, a percepção de Gratificação de Risco
TÍTULO III de Vida, em percentual de 30% (trinta por cento), calculado so-
DOS DIREITOS bre o padrão base de vencimento do cargo ocupado pelo Guarda
Municipal.
CAPÍTULO I Parágrafo único. A gratificação tratada neste artigo é devida
DA REMUNERAÇÃO ao Guarda Municipal que desempenha suas atribuições e esteja
regularmente capacitado para a função, incorporando-se aos ven-
SEÇÃO I cimentos para os devidos fins, inclusive nos proventos de aposen-
DO VENCIMENTO tadoria e por ocasião da pensão por morte.

Art. 17. O vencimento base atribuído aos ocupantes do car- CAPÍTULO II


go de Guarda Municipal é o estabelecido no art. 12 da Lei nº DA CARREIRA DE GUARDA MUNICIPAL
10.774/2009.
Art. 26. Os ocupantes do cargo público efetivo de Guarda
SEÇÃO II Municipal integram o Quadro de Cargos Efetivos dos Servidores
DAS INDENIZAÇÕES Públicos Municipais do Município de Londrina, que será objeto de
lei específica.
Art. 18. Constituem indenizações ao integrante da Guarda
Municipal:

176
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
Art. 27. A Guarda Municipal oferecerá cursos na sua área de CAPÍTULO II
atuação, com o propósito de manter seus integrantes capacitados DAS AÇÕES DISCIPLINARES
e atualizados para o desempenho de suas atividades, de participa-
ção facultativa ou obrigatória, conforme a hipótese. Art. 29. As ações disciplinares relativas aos integrantes da
Guarda Municipal de Londrina serão desenvolvidas pela Correge-
TÍTULO IV doria da Guarda Municipal, que fica subordinada à Corregedoria-
DO REGIME DISCIPLINAR -Geral do Município. (Redação dada pelo art. 3º da Lei nº 13.085,
de 29 de junho de 2020).
CAPÍTULO I Art. 30. (Redação revogada pelo art. 11, alínea “a” da Lei nº
DA ÉTICA DA GUARDA MUNICIPAL DE LONDRINA 13.085, de 29 de junho de 2020).

Art. 28. A honra, o sentimento do dever e a correção de ati- CAPÍTULO III


tudes impõem conduta moral e profissional irrepreensíveis a todo DOS DEVERES DO GUARDA MUNICIPAL
integrante da Guarda Municipal de Londrina, o qual deve obser-
var, além dos demais preceitos desta Lei, os seguintes princípios Art. 31. São deveres dos integrantes da Guarda Municipal de
de ética: Londrina, além da observância aos princípios e garantias estabe-
I - amar a verdade e a responsabilidade como fundamentos lecidos nos demais dispositivos desta Lei:
da dignidade profissional; I - observar e cumprir as leis, os regulamentos, as instruções
II - observar os princípios da Administração Pública, no exercí- e as ordens vigentes;
cio das atribuições que lhe couber em decorrência do cargo; II - manter assiduidade e pontualidade ao serviço;
III - respeitar a dignidade da pessoa humana; III - trajar o uniforme completo e usar corretamente os equi-
IV - cumprir e fazer cumprir as leis, códigos, resoluções, ins- pamentos e acessórios sob sua responsabilidade, zelando pela sua
truções e ordens das autoridades competentes; correta apresentação pessoal em público, e se homem, barbeado
V - ser justo e imparcial na apreciação e avaliação dos atos e com cabelos e bigode aparados, e se mulher, com cabelos pre-
que lhe couber avaliar; sos, não usar batons com cores extravagantes e nem usar jóias ou
VI - zelar pelo seu próprio preparo profissional e incentivar a outros adereços que se destaquem mais que o uniforme, devendo
mesma prática nos companheiros, em prol do cumprimento da ambos se apresentar com os sapatos limpos e polidos;
missão comum; IV - desempenhar com zelo e presteza as atribuições do cargo
VII - praticar a camaradagem e desenvolver o espírito de co- ou função;
operação; V - participar de atividades de formação, aperfeiçoamento ou
VIII - ser discreto e cortês em suas atitudes, maneiras e lingua- especialização sempre que for determinado, e repassar aos seus
gem e observar as normas da boa educação; pares, informações e conhecimentos técnicos proporcionados
IX - abster-se de tratar, fora do âmbito apropriado, de assun- pela Administração Municipal;
tos internos da Guarda Municipal de Londrina ou de matéria sigi- VI - cumprir fielmente as ordens superiores, salvo se manifes-
losa; tamente ilegais;
X - cumprir seus deveres de cidadão; VII - prestar atendimento e esclarecimentos ao público inter-
XI - respeitar as autoridades civis e militares; no e externo, pessoalmente ou por meio das ferramentas de co-
XII - garantir assistência moral e material à família ou contri- municação que lhe forem disponibilizadas;
buir para ela; VIII - operar computadores, utilizando adequadamente os
XIII - preservar e praticar, mesmo fora do serviço ou quando já programas e sistemas de informática postos à sua disposição;
na inatividade remunerada, os preceitos da ética da Guarda Mu- IX - redigir textos, ofícios, relatórios e correspondências, com
nicipal de Londrina; observância das regras gramaticais e das normas de comunicação
XIV - exercitar a proatividade no desempenho profissional; oficial;
XV - abster-se de fazer uso do posto para obter facilidade pes- X - zelar pela guarda, economia e conservação dos materiais e
soal de qualquer natureza ou encaminhar negócios particulares equipamentos de trabalho e do patrimônio público;
ou de terceiros; XI - propor à chefia imediata providências para a consecução
XVI - abster-se do uso de suas designações e posições na plena de suas atividades, inclusive indicando a necessidade de
Guarda Municipal de Londrina: aquisição, substituição, reposição, manutenção e reparo de ma-
a) em atividades liberais, comerciais ou industriais; teriais e equipamentos;
b) para discutir ou provocar discussão pela imprensa a respei- XII - zelar pelo cumprimento das normas de saúde e seguran-
to de assuntos institucionais; ça do trabalho e utilizar adequadamente equipamentos de prote-
c) no exercício de cargo de natureza civil, na iniciativa privada; ção individual e coletivo;
d) em atividades religiosas; XIII - ter iniciativa e contribuir para o bom funcionamento da
e) em circunstâncias prejudiciais à imagem da Guarda Muni- unidade em que estiver desempenhando as suas tarefas;
cipal de Londrina. XIV - manter-se atualizado sobre as normas municipais e so-
Parágrafo único. Os princípios éticos orientarão a conduta do bre a estrutura organizacional da Administração Municipal;
Guarda Municipal e as ações da chefia imediata e mediata para XV - atender às requisições para a defesa do Município, bem
adequá-las às exigências da Instituição, dando-se sempre, entre como às solicitações da Corregedoria-Geral do Município, da Cor-
essas ações, preferência àquelas de cunho educacional. regedoria da Guarda Municipal de Londrina e dos demais órgãos
da Administração Municipal;
XVI - levar ao conhecimento da autoridade superior as irregu-
laridades ou as ilegalidades de que tiver conhecimento em razão
do cargo, da função ou do serviço;
XVII - ser leal às instituições a que servir;

177
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
XVIII - manter conduta profissional compatível com os prin- X - sobrepor ao uniforme, insígnias de sociedades particula-
cípios reguladores da Administração Pública, especialmente os res, entidades religiosas ou políticas ou, ainda, usar indevidamen-
princípios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da te medalhas desportivas, distintivos ou condecorações;
publicidade, da razoabilidade e da eficiência, preservando o sigilo XI - dirigir veículo da Guarda Municipal com negligência, im-
das informações; prudência ou imperícia;
XIX - tratar com zelo e urbanidade o cidadão. XII - ofender a moral e os bons costumes por meio de atos,
palavras ou gestos a servidores ou munícipes;
CAPÍTULO IV XIII - responder por qualquer modo desrespeitoso a servidor
DA DEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DAS INFRAÇÕES DISCIPLI- da Guarda Municipal com função superior, igual ou subordinada,
NARES ou a qualquer pessoa, por qualquer meio;
XIV - deixar de zelar pela economia do material do Município
Art. 32. Entende-se como infração a disciplina qualquer ofen- e pela conservação do que for confiado à sua guarda ou utilização;
sa aos princípios éticos e aos deveres funcionais do Guarda Muni- XV - andar armado, estando em trajes civis, sem o cuidado de
cipal, estabelecidos nesta Lei e na legislação pertinente. ocultar a arma particular, descumprindo o disposto na legislação
Art. 33. As infrações, quanto à sua natureza, classificam-se federal;
em: XVI – disparar arma de fogo por imperícia, imprudência ou
I - leves; negligência;
II - médias; XVII - coagir ou aliciar subordinados com objetivos de nature-
III - graves. za político-partidária.
Art. 34. São infrações disciplinares de natureza leve: Art. 36. São infrações disciplinares de natureza grave, com
I - deixar de comunicar ao superior, tão logo possível, a execu- pena de suspensão de até 30 (trinta) dias:
ção de ordem legal recebida; I - faltar com a verdade;
II - chegar atrasado, sem justo motivo, a ato ou serviço, ou II - desempenhar inadequadamente suas funções, de modo
não apresentar-se convenientemente trajado em serviço, com intencional;
uniforme determinado; III - simular doença para esquivar-se ao cumprimento do de-
III - permutar serviço sem permissão da autoridade compe- ver;
tente; IV - suprimir a identificação do uniforme ou utilizar-se de
IV - deixar o subordinado de cumprimentar superior, unifor- meios ilícitos para dificultar sua identificação;
mizado ou não, neste caso desde que o conheça, ou de prestar-lhe V - deixar de punir o infrator da disciplina;
homenagens ou sinais regulamentares de consideração e respeito, VI - abandonar o serviço para o qual tenha sido designado;
bem como o superior hierárquico, de responder ao cumprimento; VII - usar armamento, munição ou equipamento não autori-
V - usar uniforme incompleto, contrariando as normas res- zado;
pectivas, ou vestuário incompatível com a função, ou, ainda, des- VIII - abrir ou tentar abrir qualquer unidade da administração
curar-se do asseio pessoal; pública municipal sem autorização;
VI - negar-se a receber uniforme, equipamentos ou outros IX - ofender, provocar ou desafiar autoridade ou servidor da
objetos que lhe sejam destinados ou devam ficar em seu poder; Guarda Municipal que exerça função superior, igual ou subordina-
VII - conduzir veículo da instituição sem autorização da uni- da, com palavras, gestos ou ações;
dade competente: X - retirar ou empregar, sem prévia permissão da autoridade
VIII – apresentar-se ao serviço sem a Carteira Funcional, for- competente, qualquer documento, material, objeto ou equipa-
necida pela Corporação; mento do serviço público municipal, para fins particulares;
IX – apresentar-se ao serviço sem a Carteira Nacional de Ha- XI - retirar ou tentar retirar, de local sob a administração da
bilitação quando na escala de motorista ou motociclista, com o Guarda Municipal, objeto, viatura ou animal, sem ordem dos res-
intuito de escusar-se da função. pectivos responsáveis;
Art. 35. São infrações disciplinares de natureza média: XII - deixar de cumprir ou retardar serviço ou ordem legal;
I - deixar de comunicar ao superior imediato ou, na sua au- XIII - descumprir preceitos legais durante a prisão ou a custó-
sência, a outro superior, informação sobre perturbação da ordem dia de preso;
pública, logo que dela tenha conhecimento; XIV - aconselhar ou concorrer para o descumprimento de or-
II - maltratar animais; dem legal de autoridade competente;
III - deixar de dar informações em processos, quando lhe com- XV - dar ordem ilegal ou claramente inexeqüível;
petir; XVI - referir-se depreciativamente em informações, parecer,
IV - deixar de encaminhar documento no prazo legal; despacho, pela imprensa, ou por qualquer meio de divulgação, às
V - encaminhar documento ao superior hierárquico comuni- ordens legais;
cando infração disciplinar inexistente ou instaurar procedimento XVII - determinar a execução de serviço não previsto em or-
administrativo disciplinar sem indícios de fundamento fático; dem de serviço;
VI - desempenhar inadequadamente suas funções, por falta XVIII - (Redação revogada pelo art. 11, alínea “b” da Lei nº
de atenção; 13.085, de 29 de junho de 2020).
VII - afastar-se, momentaneamente, sem justo motivo, do lo- XIX - violar ou deixar de preservar local de crime;
cal em que deva encontrar-se por força de ordens ou disposições XX - publicar ou contribuir para que sejam publicados fatos
legais; ou documentos afetos à Guarda Municipal que possam concorrer
VIII - deixar de apresentar-se, nos prazos estabelecidos, sem para ferir a disciplina ou a hierarquia, ou comprometer a segu-
motivo justificado, nos locais em que deva comparecer; rança;
IX - assumir compromisso da Guarda Municipal que comanda XXI - deixar de assumir a responsabilidade por seus atos ou
ou em que serve, sem estar autorizado; pelos atos praticados por servidor da Guarda Municipal em fun-
ção subordinada, que agir em cumprimento de sua ordem;

178
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
XXII - omitir, em qualquer documento, dados indispensáveis CAPÍTULO V
ao esclarecimento dos fatos; DA RESPONSABILIDADE
XXIII - transportar na viatura que esteja sob seu comando ou
responsabilidade, pessoal ou material, sem autorização da auto- Art. 40. O integrante da Guarda Municipal será responsabi-
ridade competente; lizado civil, penal e administrativamente pelo prejuízo a que der
XXIV - deixar de comunicar ato ou fato irregular de natureza causa contra a Fazenda Pública ou contra terceiros.
grave que presenciar, mesmo quando não lhe couber intervir; Parágrafo único. A responsabilidade pessoal decorre de ação
XXV - faltar, sem motivo justificado, a serviço de que deva to- ou omissão dolosa ou culposa.
mar parte; Art. 41. No caso de indenização à Fazenda Pública, por prejuí-
XXVI – doar, vender, emprestar, locar ou fornecer uniforme da zo causado por dolo, o integrante da Guarda Municipal de Londri-
Corporação para terceiros, sem que o mesmo esteja devidamente na será obrigado a repor, de uma só vez, o valor correspondente
descaracterizado e inútil para o serviço; ao dano causado.
XXVII - conduzir veículo da instituição quando na escala de Parágrafo único. A indenização à Fazenda Pública, por preju-
motorista ou motociclista com a Carteira Nacional de Habilitação ízo causado por culpa, será descontada em parcelas mensais não
vencida; excedentes à décima parte do provento ou da remuneração líqui-
XXVIII – disparar arma de fogo desnecessariamente; dos, em valores atualizados.
Art. 37. São infrações disciplinares de natureza grave, com Art. 42. A responsabilidade administrativa não exime o inte-
pena de suspensão de até 30 (trinta) dias: (Redação dada pelo art. grante da Guarda Municipal de Londrina da responsabilidade civil
4º da Lei nº 13.085, de 29 de junho de 2020). ou penal pelo mesmo fato, assim como o pagamento da indeniza-
I - dificultar ao servidor da Guarda Municipal em função su- ção a que ficar obrigado judicialmente não o exime da pena dis-
bordinada a apresentação de recurso ou o exercício do direito de ciplinar cabível.
petição; Parágrafo único. As responsabilidades civil e administrativa
II - (Redação revogada pelo art. 11, alínea “c” da Lei nº 13.085, serão afastadas no caso de absolvição criminal que dê como pro-
de 29 de junho de 2020). vada a inexistência do fato ou de sua autoria.
III - maltratar pessoa detida, ou sob sua guarda ou responsa- Art. 43. Tratando-se de dano causado a terceiros, a Fazenda
bilidade; Pública promoverá ação regressiva contra o agente causador, na
IV - contribuir para que presos conservem em seu poder ob- forma prevista em lei, nos casos em que este agir com dolo ou
jetos não permitidos; culpa.
V - extraviar ou danificar documentos ou objetos pertencen- Parágrafo único. A obrigação de reparar o dano estende-se
tes à Fazenda Pública Municipal ou sob a responsabilidade do Mu- aos sucessores e contra eles será executada, até o limite da heran-
nicípio; ça recebida, na forma da legislação civil.
VI - usar expressões jocosas ou pejorativas que atentem con-
tra a raça, a religião, o credo ou a orientação sexual; CAPÍTULO VI
VII - praticar usura sob qualquer de suas formas; DAS PENALIDADES DISCIPLINARES E DA SUA APLICAÇÃO
VIII - procurar a parte interessada em ocorrência policial, para SEÇÃO I
obtenção de vantagem indevida; DAS PENALIDADES DISCIPLINARES
IX - deixar de tomar providências para garantir a integridade
física de pessoa detida; Art. 44. São penalidades disciplinares, em ordem de gravida-
X - liberar pessoa detida ou dispensar parte da ocorrência de crescente:
sem atribuição legal; I - advertência;
XI - ameaçar, induzir ou instigar alguém a prestar declarações II - repreensão;
falsas em procedimento penal, civil ou administrativo; III - suspensão de até 30 (trinta) dias consecutivos; (Redação
XII - acumular ilicitamente cargos públicos, se provada à má- dada pelo art. 5º da Lei nº 13.085, de 29 de junho de 2020).
-fé; IV - destituição de cargo em comissão ou de função pública.
XIII - trabalhar em estado de embriaguez ou sob efeito de V - demissão;
substância entorpecente; VI - cassação de aposentadoria.
XIV - (Redação revogada pelo art. 11, alínea “c” da Lei nº Parágrafo único. Conforme a hipótese, o integrante da Guar-
13.085, de 29 de junho de 2020). da Municipal que sofrer punição disciplinar poderá ser submetido
Art. 38. As responsabilidades civil, criminal e administrativa a programa reeducativo.
são independentes entre si e podem ser apuradas de forma con- SEÇÃO II
comitantemente. DA APLICAÇÃO DAS PENALIDADES
Parágrafo único. A instauração de processo na área cível ou
criminal não impede a imposição imediata, na esfera administrati- Art. 45. Na aplicação das penalidades deverão ser considera-
va, de penalidade cabível pela transgressão disciplinar residual ou das a natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que
subjacente no mesmo fato. dela provierem para o serviço público e para a Guarda Municipal,
Art. 39. O julgamento das transgressões deve ser precedido as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes
de exame que considere: funcionais.
I - os antecedentes do transgressor; Art. 46. Não haverá aplicação de penalidade disciplinar quan-
II - as causas que a determinaram; do for reconhecida qualquer causa de justificação.
III - a natureza dos fatos ou dos atos que a envolveram; Parágrafo único. São consideradas causas de justificação:
IV - as conseqüências que dela possam advir. I - ter havido motivo de força maior, plenamente comprovado
e justificado;
II - ter sido cometida a transgressão:

179
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
a) na prática de ação meritória, em estado de necessidade, no § 4º A autoridade que aplicar a pena de suspensão poderá
estrito cumprimento do dever legal, no exercício regular de direito convertê-la em multa, obrigando-se o servidor a permanecer em
e no interesse do serviço ou da segurança urbana; exercício, com direito a metade de seu vencimento. (Redação
b) em legítima defesa própria ou de outrem; acrescida pelo art. 7º da Lei nº 13.085, de 29 de junho de 2020).
c) em obediência a ordem superior, desde que não manifes- § 5º O servidor que permanecer por mais de cinco dias em
tamente ilegal; suspensão não convertida em multa, ficará obrigado a entregar
Art. 47. São consideradas circunstâncias atenuantes: no ato da suspensão, sua identidade funcional, porte de arma,
I - relevância dos serviços prestados; acessórios e qualquer outro item de propriedade da Guarda, não
II - ter o agente confessado a autoria de infração ignorada ou podendo exercer qualquer tipo de atividade na Guarda Municipal
imputada a outrem; enquanto durar a suspensão, nem mesmo utilizar-se do uniforme.
III - ter o infrator procurado diminuir as conseqüências da in- (Redação acrescida pelo art. 7º da Lei nº 13.085, de 29 de junho
fração antes da punição, reparando os danos; de 2020).
IV - ter sido cometida a infração: Art. 52. As penalidades previstas nos incisos I a IV do artigo
a) para evitar mal maior; 44 desta Lei terão seu registro cancelado na ficha individual de
b) em defesa própria de seus direitos ou de outrem, desde registro do Guarda Municipal após o decurso de 5 (cinco) anos de
que não constitua causa de justificação; exercício, se o mesmo não houver, nesse período, praticado nova
c) por motivo de relevante valor social. infração disciplinar.
Art. 48. São consideradas circunstâncias agravantes: § 1º O cancelamento do registro não surtirá efeitos retroati-
I - prática simultânea ou conexão de duas ou mais infrações; vos.
II - reincidência de transgressões; § 2º O Guarda Municipal não será considerado reincidente,
III - conluio de duas ou mais pessoas; para quaisquer efeitos disciplinares, após o decurso do prazo pre-
IV - cometimento da transgressão: visto no caput deste artigo.
a) durante a execução de serviço ou uniformizado; Art. 53. A demissão será aplicada nos seguintes casos:
b) em presença de subordinado; I - crime contra a administração pública;
c) com abuso de autoridade hierárquica ou funcional; II - abandono de cargo ou função;
d) com premeditação; III - desídia no desempenho de cargo ou função;
e) em presença de público ou de seus pares; IV - ato de improbidade;
f) com induzimento de outrem à co-autoria; V - incontinência, má conduta ou mau procedimento;
g) utilizando armamento, equipamento ou veículo da corpo- VI - insubordinação em serviço;
ração. VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou particular, salvo se
Art. 49. A advertência será aplicada em razão de negligência. em legítima defesa ou no estrito cumprimento do dever, nos casos
(Redação dada pelo art. 6º da Lei nº 13.085, de 29 de junho de previstos em lei;
2020). VIII - crimes contra a liberdade sexual e crime de corrupção
Art. 50. A repreensão será aplicada por escrito, nos casos de de menores;
descumprimento de dever funcional previsto em lei, regulamento IX - aplicação irregular de dinheiro público;
X - revelação de segredo do qual se apropriou em razão do
ou norma interna que não justifique a imposição de penalidade
cargo ou função, para lograr proveito próprio ou alheio;
mais grave, conforme a hipótese.
XI - lesão aos cofres públicos;
Art. 51. A suspensão será aplicada nos casos de reincidência
XII - dilapidação do patrimônio público;
específica das faltas punidas com repreensão, bem como nos ca-
XIII - corrupção;
sos de violação das proibições que não constituam infração sujeita
XIV - acumulação ilícita de cargo, emprego ou função pública.
à penalidade de demissão, e não poderá exceder a 90 (noventa)
Art. 54. Além dos casos enumerados no artigo anterior, é
dias consecutivos.
causa de demissão a sentença criminal transitada em julgado que
§ 1º Será punido com suspensão de até 90 (noventa) dias con-
condenar o servidor a mais de dois anos de reclusão.
secutivos aquele que, injustificadamente, recusar-se a ser subme-
Art. 55. Verificada a acumulação ilegal de cargos, empregos
tido à inspeção médica determinada por autoridade competente, ou funções públicas, em processo administrativo disciplinar, se fi-
cessando os efeitos da penalidade uma vez cumprida a determi- car comprovada a boa-fé do Guarda Municipal, o mesmo poderá
nação. optar por um dos cargos.
§ 2º Será punido com suspensão de até 90 (noventa) dias con- § 1º Provada a má-fé, o servidor perderá os cargos que esti-
secutivos aquele que, injustificadamente, deixar de comparecer, ver exercendo no serviço público municipal e restituirá o que tiver
quando comprovadamente convocado, para prestar depoimento percebido indevidamente.
ou declaração perante a Corregedoria-Geral do Município, a Cor- § 2º Sendo um dos cargos, emprego ou função, exercido em
regedoria da Guarda Municipal de Londrina ou perante aquele outra esfera administrativa, esta será comunicada da demissão
que presidir, na forma desta Lei, à sindicância ou ao processo ad- verificada na esfera municipal.
ministrativo disciplinar. Art. 56. Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do
§ 3º A penalidade de suspensão sempre será, na base de 50% inativo que tenha praticado, na situação de atividade, falta puní-
(cinqüenta por cento) do dia de vencimento ou remuneração, na vel com a pena de demissão.
proporção de tantos dias-multa quantos forem os dias de sus- Parágrafo único. Para efeito do disposto neste artigo, ao ato
pensão, ficando o servidor obrigado a entregar no ato da suspen- de cassação da aposentadoria ou da disponibilidade seguir-se-á o
são, sua identidade funcional, porte de arma, armas, acessórios de demissão.
e qualquer outro item de propriedade da Guarda, não podendo Art. 57. A destituição de cargo em comissão ou de função pú-
exercer qualquer tipo de atividade na Guarda Municipal enquanto blica será aplicada nos casos de infração sujeita às penalidades de
durar a suspensão, nem mesmo utilizar-se do uniforme. suspensão e de demissão.

180
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
§ 1º Constatada a hipótese de que trata este artigo, a exone- CAPÍTULO IX
ração efetuada nos termos da lei será convertida em destituição DA APURAÇÃO SUMÁRIA (REDAÇÃO DOS ARTIGOS 66 A 88
de cargo em comissão ou de função pública. REVOGADA PELO ART. 11, ALÍNEA “E” DA LEI Nº 13.085, DE
§ 2º Sendo o servidor detentor de cargo público efetivo, a 29 DE JUNHO DE 2020).
aplicação da penalidade de destituição do cargo em comissão ou
de função pública não impedirá a aplicação das penalidades de Art. 66. (Redação dos artigos 66 a 88 revogada pelo art. 11,
suspensão ou de demissão. alínea “e” da Lei nº 13.085, de 29 de junho de 2020).
Art. 58. A demissão ou a destituição de cargo em comissão ou Art. 67. (Redação dos artigos 66 a 88 revogada pelo art. 11,
de função pública, nos casos dos incisos IV, IX, XI, XII, XIII e XIV do alínea “e” da Lei nº 13.085, de 29 de junho de 2020).
artigo 53 desta lei, implicará ressarcimento ao erário municipal, Art. 68. (Redação dos artigos 66 a 88 revogada pelo art. 11,
sem prejuízo da ação penal cabível. alínea “e” da Lei nº 13.085, de 29 de junho de 2020).
Art. 59. A demissão de detentor de cargo de provimento efe- Art. 69.(Redação dos artigos 66 a 88 revogada pelo art. 11,
tivo ou a destituição de exercente de cargo em comissão ou de alínea “e” da Lei nº 13.085, de 29 de junho de 2020).
função pública constituem causas que incompatibilizam o ex-inte-
grante da Guarda Municipal de Londrina para nova investidura em SEÇÃO II
cargo público municipal pelo prazo de 5 (cinco) anos. DA SINDICÂNCIA
Art. 60. Considera-se desidiosa a conduta reveladora de negli-
gência no desempenho das atribuições e a transgressão habitual Art. 70. (Redação dos artigos 66 a 88 revogada pelo art. 11,
dos deveres de assiduidade e pontualidade. alínea “e” da Lei nº 13.085, de 29 de junho de 2020).
Art. 61. Considera-se abandono de cargo a ausência ao servi- Art. 71. (Redação dos artigos 66 a 88 revogada pelo art. 11,
ço, sem justa causa, por trinta dias consecutivos. (Redação dada alínea “e” da Lei nº 13.085, de 29 de junho de 2020).
pelo art. 8º da Lei nº 13.085, de 29 de junho de 2020). Art. 72. (Redação dos artigos 66 a 88 revogada pelo art. 11,
Parágrafo único. Será ainda demitido o servidor que durante alínea “e” da Lei nº 13.085, de 29 de junho de 2020).
o período de doze meses faltar ao serviço sessenta dias, interpo- Art. 73. (Redação dos artigos 66 a 88 revogada pelo art. 11,
ladamente, sem justa causa. (Redação dada pelo art.8º da Lei nº alínea “e” da Lei nº 13.085, de 29 de junho de 2020).
13.085, de 29 de junho de 2020).
CAPÍTULO III
CAPÍTULO VII DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR (REDAÇÃO
DA COMPETÊNCIA PARA A APLICAÇÃO DAS PENAS DISCIPLI- REVOGADA PELO ART. 11, ALÍNEA “E” DA LEI Nº 13.085, DE
NARES 29 DE JUNHO DE 2020).

Art. 62. (Redação do caput, dos incisos e dos parágrafos re- Art. 74. (Redação dos artigos 66 a 88 revogada pelo art. 11,
vogadas pelo art. 11, alínea “d” da Lei nº 13.085, de 29 de junho alínea “e” da Lei nº 13.085, de 29 de junho de 2020).
de 2020). Art. 75.(Redação dos artigos 66 a 88 revogada pelo art. 11,
Art. 63. O ato de imposição da penalidade mencionará sem- alínea “e” da Lei nº 13.085, de 29 de junho de 2020).
pre o fundamento legal e a causa da sanção disciplinar. Art. 76. (Redação dos artigos 66 a 88 revogada pelo art. 11,
Art. 64. Constarão da ficha individual de registro do servidor alínea “e” da Lei nº 13.085, de 29 de junho de 2020).
todas as penalidades que lhe forem impostas, bem como as refe- Art. 77.(Redação dos artigos 66 a 88 revogada pelo art. 11,
rências elogiosas. alínea “e” da Lei nº 13.085, de 29 de junho de 2020).
Art. 78. (Redação dos artigos 66 a 88 revogada pelo art. 11,
CAPÍTULO VIII alínea “e” da Lei nº 13.085, de 29 de junho de 2020).
DA PRESCRIÇÃO DA AÇÃO DISCIPLINAR Art. 79. (Redação dos artigos 66 a 88 revogada pelo art. 11,
alínea “e” da Lei nº 13.085, de 29 de junho de 2020).
Art. 65. A ação disciplinar prescreverá: Art. 80. (Redação dos artigos 66 a 88 revogada pelo art. 11,
I - em 5 (cinco) anos, no caso de infrações puníveis com de- alínea “e” da Lei nº 13.085, de 29 de junho de 2020).
missão, cassação de aposentadoria ou de disponibilidade e desti- Art. 81.(Redação dos artigos 66 a 88 revogada pelo art. 11,
tuição de cargo em comissão ou de função pública. alínea “e” da Lei nº 13.085, de 29 de junho de 2020).
II - em 2 (dois) anos, no caso de infrações sujeitas à pena de Art. 82. (Redação dos artigos 66 a 88 revogada pelo art. 11,
suspensão. alínea “e” da Lei nº 13.085, de 29 de junho de 2020).
III – em 2 (dois) anos, no caso de infrações sujeitas às penas Art. 83. (Redação dos artigos 66 a 88 revogada pelo art. 11,
de advertência e de repreensão. (Redação dada pelo art. 9º da Lei alínea “e” da Lei nº 13.085, de 29 de junho de 2020).
nº 13.085, de 29 de junho de 2020). Art. 84. (Redação dos artigos 66 a 88 revogada pelo art. 11,
§ 1º O prazo da prescrição inicia-se no dia em que a autori- alínea “e” da Lei nº 13.085, de 29 de junho de 2020).
dade responsável pela apuração da infração disciplinar tomar co- Art. 85. (Redação dos artigos 66 a 88 revogada pelo art. 11,
nhecimento de sua ocorrência. (Redação dada pelo art. 9º da Lei alínea “e” da Lei nº 13.085, de 29 de junho de 2020).
nº 13.085, de 29 de junho de 2020). Art. 86. (Redação dos artigos 66 a 88 revogada pelo art. 11,
§ 2º Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se alínea “e” da Lei nº 13.085, de 29 de junho de 2020).
às infrações disciplinares que correspondam a fatos nela tipifica- Art. 87. (Redação dos artigos 66 a 88 revogada pelo art. 11,
dos. alínea “e” da Lei nº 13.085, de 29 de junho de 2020).
§ 3º abertura da sindicância ou a instauração de processo ad- Art. 88. (Redação dos artigos 66 a 88 revogada pelo art. 11,
ministrativo disciplinar interrompem a prescrição. alínea “e” da Lei nº 13.085, de 29 de junho de 2020).
§ 4º Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a
fluir novamente a partir da data do ato que a interromper.

181
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
CAPÍTULO X CAPÍTULO XII
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS DA REVISÃO EM MATÉRIA DISCIPLINAR (REDAÇÃO DOS
ARTIGOS 90 A 116 REVOGADA PELO ART. 11, ALÍNEA “G” DA
Art. 89. O Guarda Municipal que responder a processo admi- LEI Nº 13.085, DE 29 DE JUNHO DE 2020).
nistrativo disciplinar só poderá ser exonerado a pedido ou aposen-
tado voluntariamente, após a conclusão do feito e o cumprimento Art. 110. (Redação dos artigos 90 a 116 revogada pelo art. 11,
da penalidade. (Redação dada pelo art. 10 da Lei nº 13.085, de 29 alínea “g” da Lei nº 13.085, de 29 de junho de 2020).
de junho de 2020). Art. 111. (Redação dos artigos 90 a 116 revogada pelo art. 11,
Parágrafo único. Quando o ato atribuído ao servidor for de- alínea “g” da Lei nº 13.085, de 29 de junho de 2020).
finido como crime de ação pública incondicionada, o Diretor da Art. 112. (Redação dos artigos 90 a 116 revogada pelo art. 11,
Guarda Municipal de Londrina, ou quem tomar conhecimento alínea “g” da Lei nº 13.085, de 29 de junho de 2020).
do fato, dará imediato conhecimento à Corregedoria da Guarda Art. 113. (Redação dos artigos 90 a 116 revogada pelo art. 11,
Municipal de Londrina, que providenciará a devida comunicação alínea “g” da Lei nº 13.085, de 29 de junho de 2020).
à autoridade competente, para as providências cabíveis. (Redação Art. 114. (Redação dos artigos 90 a 116 revogada pelo art. 11,
revogada pelo art. 11, alínea “f” da Lei nº 13.085, de 29 de junho alínea “g” da Lei nº 13.085, de 29 de junho de 2020).
de 2020). Art. 115. (Redação dos artigos 90 a 116 revogada pelo art. 11,
Art. 90. (Redação dos artigos 90 a 116 revogada pelo art. 11, alínea “g” da Lei nº 13.085, de 29 de junho de 2020).
alínea “g” da Lei nº 13.085, de 29 de junho de 2020). Art. 116.(Redação dos artigos 90 a 116 revogada pelo art. 11,
Art. 91. (Redação dos artigos 90 a 116 revogada pelo art. 11, alínea “g” da Lei nº 13.085, de 29 de junho de 2020).
alínea “g” da Lei nº 13.085, de 29 de junho de 2020).
Art. 92. (Redação dos artigos 90 a 116 revogada pelo art. 11, TÍTULO V
alínea “g” da Lei nº 13.085, de 29 de junho de 2020). DAS RECOMPENSAS DOS SERVIDORES DA GUARDA MUNI-
Art. 93.(Redação dos artigos 90 a 116 revogada pelo art. 11, CIPAL
alínea “g” da Lei nº 13.085, de 29 de junho de 2020).
Art. 94. (Redação dos artigos 90 a 116 revogada pelo art. 11, Art. 117. As recompensas constituem-se em reconhecimento
alínea “g” da Lei nº 13.085, de 29 de junho de 2020). aos bons serviços, atos meritórios e trabalhos relevantes presta-
Art. 95. (Redação dos artigos 90 a 116 revogada pelo art. 11, dos pelo integrante da Guarda Municipal.
alínea “g” da Lei nº 13.085, de 29 de junho de 2020). Art. 118. São recompensas da Guarda Municipal:
Art. 96. (Redação dos artigos 90 a 116 revogada pelo art. 11, I - condecoração por serviços prestados;
alínea “g” da Lei nº 13.085, de 29 de junho de 2020). II - elogio;
Art. 97. (Redação dos artigos 90 a 116 revogada pelo art. 11, III - nota meritória;
alínea “g” da Lei nº 13.085, de 29 de junho de 2020). IV - referência elogiosa;
Art. 98. (Redação dos artigos 90 a 116 revogada pelo art. 11, V - dispensa do serviço.
alínea “g” da Lei nº 13.085, de 29 de junho de 2020). § 1º A condecoração constitui-se em referência honrosa e in-
Art. 99.(Redação dos artigos 90 a 116 revogada pelo art. 11, sígnia conferidas ao integrante da Guarda Municipal de Londrina
alínea “g” da Lei nº 13.085, de 29 de junho de 2020). por sua atuação relevante em intervenção de destaque na pre-
Art. 100. (Redação dos artigos 90 a 116 revogada pelo art. 11, servação da vida, da integridade física e do patrimônio público,
alínea “g” da Lei nº 13.085, de 29 de junho de 2020). sendo formalizada com a devida publicação no Jornal Oficial do
Art. 101. (Redação dos artigos 90 a 116 revogada pelo art. 11, Município e registro na respectiva Ficha Individual.
alínea “g” da Lei nº 13.085, de 29 de junho de 2020). § 2º Elogio é o reconhecimento formal da Guarda Municipal
Art. 102.(Redação dos artigos 90 a 116 revogada pelo art. 11, de Londrina às qualidades morais e profissionais do Guarda Mu-
alínea “g” da Lei nº 13.085, de 29 de junho de 2020). nicipal reveladas em atos ou fatos de grande repercussão interna
Art. 103. (Redação dos artigos 90 a 116 revogada pelo art. 11, ou externa, que mereçam destaque especial ao agente que contri-
alínea “g” da Lei nº 13.085, de 29 de junho de 2020). buiu para a elevação do nome da instituição, com a devida publici-
dade no Jornal Oficial do Município e registro na Ficha Individual.
CAPÍTULO XI § 3º Nota meritória é o reconhecimento da Guarda Municipal
DO RECURSO EM MATÉRIA DISCIPLINAR (REDAÇÃO DOS de Londrina à participação de Guarda Municipal em ocorrência
ARTIGOS 90 A 116 REVOGADA PELO ART. 11, ALÍNEA “G” DA ou fato que demonstre suas qualidades, tais como a iniciativa, a
LEI Nº 13.085, DE 29 DE JUNHO DE 2020). coragem, a dedicação, o altruísmo ou o seu conhecimento profis-
sional, com publicidade interna e registro na Ficha Individual.
Art. 104.(Redação dos artigos 90 a 116 revogada pelo art. 11, § 4º Referência elogiosa é o registro na Ficha Individual de ci-
alínea “g” da Lei nº 13.085, de 29 de junho de 2020). tações ou informações de pessoas, autoridades ou entidades, que
Art. 105. (Redação dos artigos 90 a 116 revogada pelo art. 11, realcem os serviços prestados por Guarda Municipal, podendo ser
alínea “g” da Lei nº 13.085, de 29 de junho de 2020). transformada em Nota Meritória ou Elogio, a critério do Diretor
Art. 106.(Redação dos artigos 90 a 116 revogada pelo art. 11, da Guarda Municipal.
alínea “g” da Lei nº 13.085, de 29 de junho de 2020). § 5º Dispensa do serviço é a concessão ao Guarda Municipal
Art. 107.(Redação dos artigos 90 a 116 revogada pelo art. 11, de descanso adicional, além do previsto em escala, como recom-
alínea “g” da Lei nº 13.085, de 29 de junho de 2020). pensa por ato praticado ou por término de trabalho relevante. Po-
Art. 108. (Redação dos artigos 90 a 116 revogada pelo art. 11, derá ser concedida isolada ou concomitante com as recompensas
alínea “g” da Lei nº 13.085, de 29 de junho de 2020). dos incisos I a IV deste artigo, conforme regulamento.
Art. 109. (Redação dos artigos 90 a 116 revogada pelo art. 11, Art. 119. As recompensas previstas no artigo anterior serão
alínea “g” da Lei nº 13.085, de 29 de junho de 2020). conferidas:
I - pelo Prefeito e pelo Secretário Municipal de Defesa Social,
nos casos dos incisos I e II;

182
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
II - pelo Diretor da Guarda Municipal de Londrina nos casos TÍTULO VII
dos incisos III a V; DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

TÍTULO VI Art. 122. Até que sejam preenchidos todos os cargos públicos
DO CONTROLE E DA AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO DO efetivos de Guarda Municipal de Londrina previstos no Anexo Úni-
GUARDA MUNICIPAL co desta Lei, o provimento dos cargos para Supervisor, Inspetor,
Diretor, Ouvidor e Corregedor da Guarda Municipal de Londrina,
Art. 120. O comportamento dos ocupantes do cargo públi- se dará por comissionamento de livre escolha e iniciativa do Pre-
co efetivo de Guarda Municipal será permanentemente aferido feito Municipal.
e registrado em seus assentamentos funcionais, para os fins de Art. 123. O porte de armas pelos ocupantes dos cargos de
seu controle, avaliação e designação para as atividades rotineiras, Guarda Municipal, de Supervisor, de Inspetor e de Diretor da
para as missões especiais, para a avaliação de sua permanência no Guarda Municipal de Londrina, será autorizada pelos órgãos com-
serviço público e para a sua progressão na carreira. petentes e obedecerá a critérios e procedimentos fixados na legis-
Parágrafo único. Para os fins do disposto no caput e sem lação própria, os quais deverão constar de regulamento específico
prejuízo das disposições complementares estabelecidas no regu- em âmbito municipal.
lamento desta lei, os comportamentos dos Guardas Municipais Parágrafo único. Para a utilização de arma por Guarda Muni-
terão as seguintes classificações: cipal, Supervisor, Inspetor ou Diretor da Guarda Municipal de Lon-
I - ao ingressar na instituição, o servidor terá sua conduta clas- drina, quando nomeados em cargos de comissão, é indispensável
sificada, de ofício, no conceito “bom”; a freqüência e aprovação em curso específico de capacitação e
II - a cada período de 60 (sessenta) meses, se não tiver sofrido avaliação sócio-psicológica, conforme previsto em legislação es-
qualquer punição disciplinar, a conduta do servidor será classifica- pecífica.
da no conceito “ótimo”; Art. 124. O Executivo buscará a cooperação com outras esfe-
III - a cada período de 48 (quarenta e oito) meses, se não tiver ras de governo, visando a compartilhar institucionalmente infor-
atingido 4 (quatro) pontos negativos, a conduta do servidor será mações relevantes à segurança pública, bem como para dotar o
classificada no conceito “muito bom”; Município dos instrumentos necessários para interagir, de forma
IV - a cada período de 36 (trinta e seis) meses, se tiver atin- suplementar, na área de segurança pública.
gido até 4 (quatro) pontos negativos, a conduta do servidor será Art. 125. A Guarda Municipal de Londrina terá a sua implan-
classificada no conceito “bom”; tação gradativa, assegurando-se o treinamento e qualificação dos
V - a cada período de 24 (vinte e quatro) meses, se tiver atin- seus profissionais de forma permanente.
gido até 8 (oito) pontos negativos, a conduta do servidor será clas- Art. 126. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação,
sificada no conceito “satisfatório”; revogadas as disposições em contrário.
VI - a cada período de 12 (doze) meses, tiver atingido pontu-
ação superior a 8 (oito) pontos negativos, a conduta do servidor Londrina, 10 de setembro de 2010.
será classificada no conceito “insatisfatória”.
Art. 121. Exclusivamente para os fins do artigo anterior, e sem
prejuízo da aplicação das penalidades devidas na hipótese de co-
metimento de infração, serão levadas à compensação as condutas LEI 4928/1992 - DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DO
positivas e as negativas atribuídas ao Guarda Municipal, conforme REGIME JURÍDICO ÚNICO DOS SERVIDORES PÚBLICOS
a seguinte gradação: CIVIS DO MUNICÍPIO DE LONDRINA
I - recompensas:
a) nota meritória - 1 (um) ponto positivo; LEI Nº 4.928, DE 17 DE JANEIRO DE 1992
b) elogio - 2 (dois) pontos positivos; Dispõe sobre o Estatuto do Regime Jurídico Único dos Servi-
c) condecoração - 4 (quatro) pontos positivos; dores Públicos Civis do Município de Londrina - PR.
II - penas disciplinares: A CÂMARA MUNICIPAL DE LONDRINA, ESTADO DO PARANÁ,
a) advertência - 1 (um) ponto negativo; DECRETOU E EU, PREFEITO DO MUNICÍPIO, SANCIONO A SEGUIN-
b) repreensão - 2 (dois) pontos negativos; TE LEI:
c) suspensão: - até 30 dias: 3,0 (três) pontos negativos; - de 31 TÍTULO I
a 90 dias: 4,0 (quatro) pontos negativos. DO ESTATUTO DO REGIME JURÍDICO ÚNICO
§ 1º Não serão objeto de compensação as transgressões que CAPÍTULO ÚNICO - DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
violem os princípios norteadores das ações da Guarda Municipal
ou afetem o seu prestígio, ou que constituam crime. Art. 1º Esta Lei institui o Estatuto do Regime Jurídico Único
§ 2º As compensações serão realizadas de ofício para a classi- dos Servidores Públicos Civis da Administração Direta, Autárquica
ficação da conduta do Guarda Municipal. e Fundacional dos Poderes Executivo e Legislativo do Município
§ 3º É vedada ao Guarda Municipal que estiver classificado de Londrina.
no comportamento insatisfatório a progressão profissional, bem Art. 2º Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmen-
como a participação em cursos ou em atividades consideradas es- te investida em cargo público.
peciais pelo Secretário Municipal de Defesa Social. Art. 3º Os servidores dos poderes Executivo e Legislativo te-
rão tratamento uniforme no que se refere à concessão de índices
de reajuste, a antecipações de reajustes e de outros tratamentos
remuneratórios, ressalvadas as políticas de encarreiramento e
movimentação de pessoal.

183
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
Art. 4º Os cargos públicos, acessíveis a todas as pessoas de III. o fundamento legal, bem como a indicação do vencimento
nacionalidade brasileira, ou aos estrangeiros na forma da lei, que do cargo;
atendam as condições e preencham os requisitos legais, são cria- IV. a indicação de acumulação lícita de cargo, emprego ou fun-
dos por Lei, em número certo, com denominação própria e venci- ção, na esfera municipal, estadual ou federal, quando for o caso.
mento específico pago pelos cofres públicos, para provimento em Art. 13. São formas de provimento de cargo público:
caráter efetivo ou em comissão. (Redação dada pelo art. 1º da Lei I. nomeação;
nº 10.134, de 27 de dezembro de 2006) II. promoção;
Art. 5º Nenhum servidor poderá desempenhar atribuições ou III.(revogado pelo art. 20 da Lei nº 10.134, de 27 de dezembro
assumir responsabilidades diversas daquelas inerentes ao cargo de 2006).
do qual é titular, ressalvados os casos previstos neste Estatuto. IV. aproveitamento;
Art. 6º Os direitos e garantias expressos neste Estatuto não V. (revogado pelo art. 6º da Lei 13.322, de 27 de dezembro
excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ele de 2021).
adotados, ou dos oriundos das Constituições Federal e Estadual, VI. recondução;
assim como da Lei Orgânica do Município de Londrina. VII. reintegração;
Art. 7º É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os VIII. reversão.
casos previstos em Lei.
SEÇÃO II - DA NOMEAÇÃO
TÍTULO II
DO PROVIMENTO, DAS MUTAÇÕES FUNCIONAIS DO COMIS- Art. 14. Nomeação é o ato de investidura em cargo público.
SIONAMENTO E DA VACÂNCIA DOS CARGOS PÚBLICOS Art. 15. A nomeação far-se-á:
CAPÍTULO I - DO PROVIMENTO I. em caráter efetivo, quando decorrente da aprovação de
SEÇÃO I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS candidatos em concurso público, para provimento de cargo isola-
do ou de carreira, obedecidos a ordem de classificação e o prazo
Art. 8º São condições e requisitos básicos para ingresso no de sua validade.
serviço público: II. em comissão, quando se tratar de cargo de confiança de-
I. nacionalidade brasileira, ou estrangeira, nesse caso atendi- clarado em Lei de livre nomeação e exoneração.
dos os requisitos de lei específica; (Redação dada pelo art. 2º da Art. 16. A nomeação só se dará após perícia que atestar a ap-
Lei nº 10.134, de 27 de dezembro de 2006) tidão física e mental para o exercício do cargo público. (Redação
II. gozo dos direitos políticos; dada pelo art. 7º da Lei 13.322, de 27 de dezembro de 2021)
III. quitação com as obrigações militares;
IV. quitação com as obrigações eleitorais; SEÇÃO III - DO CONCURSO PÚBLICO
V. idade mínima de dezoito anos;
VI. nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo; Art. 17. Concurso Público, consubstanciado em processo de
VII. habilitação legal para o exercício do cargo; recrutamento e seleção, é o certame de natureza competitiva e
VIII. não ter sido demitido do serviço público municipal, esta- classificatória entre candidatos, aberto ao público em geral, aten-
dual ou federal, em período inferior a cinco anos; (Redação dada didas as condições e os requisitos básicos prescritos em Lei ou
pelo art. 2º da Lei nº 10.134, de 27 de dezembro de 2006) Regulamento, e as regras e instruções estabelecidas em edital
IX. aprovação prévia em concurso público, para cargos de pro- próprio.
vimento efetivo isolados ou de carreira; Art. 18. Todo concurso público será precedido de ampla divul-
X. aptidão física e mental compatíveis com o exercício do car- gação e publicidade de suas normas regulamentadoras, regras e
go; instruções, em órgão oficial de imprensa ou em jornal de grande
XI. boa conduta. circulação no município, condicionadas ao cumprimento dos se-
Parágrafo único. A natureza do cargo, suas atribuições, res- guintes fatores:
ponsabilidades e ou condições do serviço podem justificar a exi- I. previsão de suporte orçamentário;
gência do atendimento de outras normas prescritas em Lei. II. existência de cargos vagos;
Art. 9º Fica reservada, para provimento de pessoas portado- III. necessidade administrativa, devidamente demonstrada e
ras de deficiência ou de limitação sensorial, a cota de cinco por justificada.
cento dos cargos públicos da Administração Direta e Indireta, Art. 19. O concurso público terá validade de um ano, podendo
cujas atribuições e responsabilidades sejam compatíveis com a ser prorrogado, uma única vez, por até igual período.
deficiência ou limitação sensorial de que são portadoras. Parágrafo único. Não se abrirá novo concurso para um mes-
Parágrafo único. Lei específica disciplinará o assunto e defi- mo cargo enquanto houver candidato aprovado em concurso an-
nirá os critérios de admissão para as pessoas de que trata este terior, com os prazos, inicial e prorrogado, ainda não expirados.
artigo. Art. 20. Os concursos públicos praticados pela Administração
Art. 10. O provimento dos cargos far-se-á mediante ato da au- Direta, Autárquica ou Fundacional serão supervisionados pelo
toridade máxima de cada Poder. Chefe do Poder Executivo e pelo Presidente da Câmara Municipal,
Art. 11. Excetuados os casos de acumulações lícitas, previstos respectivamente, no âmbito de seus poderes.
na Constituição Federal, devidamente verificados e comprovados Art. 21. O concurso público será de provas ou de provas e tí-
pelo órgão competente, não poderá o servidor, sem prejuízo da tulos, realizado em uma ou mais etapas, conforme dispuser a Lei
remuneração de seu cargo, ser provido em outro. ou Regulamento.
Art. 12. O decreto de provimento deverá necessariamente § 1º As provas de concurso público serão realizadas, sob uma
conter as seguintes indicações, sob pena de nulidade do ato: ou mais das seguintes modalidades, observadas, em cada caso, as
I. o nome completo do servidor; peculiaridades do cargo a ser preenchido:
II. a denominação do cargo vago e demais elementos de sua I. escrita;
identificação; II. oral;

184
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
III. prática; § 1º O prazo fixado neste artigo poderá ser prorrogado até o
IV. prático-oral. máximo de trinta dias, a requerimento do interessado.
§ 2º Nos concursos para provimento de cargos de nível supe- § 2º Em se tratando de servidor em licença ou afastado por
rior ou de qualquer profissão ou ofício que dependam de titulação qualquer outro motivo legal, o prazo será contado a partir do pri-
específica, exigir-se-á a prova de títulos. meiro dia útil subseqüente ao término do impedimento.
§ 3º Nos concursos de ingresso aos quadros do serviço pú- § 3º Excetua-se do disposto no parágrafo anterior a licença
blico municipal de que tratam os artigos anteriores - SEÇÃO III - para tratar de assuntos particulares, cujo prazo para a posse dar-
serão considerados apenas os escores obtidos pelos candidatos -se-á na forma do “caput” deste artigo.
nas provas de conhecimento e de títulos, vedada a atribuição de § 4º Será tornado sem efeito o ato de provimento, se a posse
qualquer peso ou nota a entrevistas que possam ocorrer durante não ocorrer nos prazos legalmente estabelecidos.
o processo seletivo classificatório. (Redação acrescida pelo art. 1º Art. 26. Após tomar posse e antes de entrar em exercício, o
da Lei nº 6.144, de 19 de maio de 1995). servidor apresentará, ao órgão de pessoal, os elementos neces-
Art. 22. A realização de concursos públicos da Administração sários à abertura de seu cadastro de assentamentos funcional e
Direta constitui encargo exclusivo da Secretaria de Recursos Hu- financeiro.
manos, com envolvimento das repartições competentes e forma-
ção de comissão, com membros designados por ato administra- SEÇÃO V - DO EXERCÍCIO
tivo.
Art. 23. A investidura em cargo público ocorre com a nomea- Art. 27. Exercício é o ato pelo qual o servidor assume as atri-
ção e se completa com a posse e o exercício. buições e responsabilidades do cargo.
§ 1º O início, a interrupção e o reinicio do exercício serão re-
SEÇÃO IV - DA POSSE gistrados no assentamento funcional do servidor.
§ 2º O início, e as alterações verificadas serão comunicados
Art. 24. Posse é a aceitação expressa das atribuições e res- ao órgão de pessoal, pelo chefe da unidade administrativa ou do
ponsabilidades do cargo, com o compromisso de bem servir, for- serviço em que estiver lotado o servidor.
malizada com a lavratura de termo firmado pelo empossado e Art. 28. É competente para dar exercício, a autoridade a que
pela autoridade que presidir o ato. for o servidor diretamente subordinado.
§ 1º São autoridades competentes para dar posse: Art. 29. O exercício terá início no prazo de sete dias, contados
I. O prefeito; do primeiro dia útil subseqüente ao da data da posse.
II. O Presidente da Câmara Municipal; § 1º O prazo previsto no “caput” deste artigo poderá ser pror-
III. O Secretário de unidade administrativa; rogado por mais sete dias, a juízo da autoridade competente.
IV. O Dirigente superior de autarquia pública; § 2º O servidor que deva ter exercício em outra localidade,
V. O Dirigente superior de fundação pública. terá trinta dias de prazo para fazê-lo.
§ 2º A autoridade que der posse confirmará, sob pena de res- Art. 30. A promoção ou o acesso não interrompem o tempo
ponsabilidade, o atendimento das condições e a satisfação dos de exercício, que é contado no novo posicionamento na carreira a
requisitos básicos para esse fim. partir da data da publicação do respectivo ato.
§ 3º Salvo menção expressa do regime de acumulação remu- Art. 31. No caso de servidor legalmente afastado, o prazo para
nerada lícita, no ato da posse, ninguém poderá ser empossado entrar em exercício em novo cargo será contado da data em que
sem apresentar declaração quanto ao exercício ou não de outro voltar ao serviço.
cargo, emprego ou função em administração direta, autárquica ou Art. 32. O servidor deverá ter exercício na unidade adminis-
fundacional, ou em empresas públicas ou sociedades de econo- trativa em cuja lotação houver vaga.
mia mista das esferas de governo dos municípios, estados, territó- Art. 33. Nenhum servidor poderá ter exercício em unidade
rios, Distrito Federal ou da União. administrativa diferente daquela em que estiver lotado, salvo os
§ 4º A posse em cargo comissionado determina o concomi- casos expressamente permitidos por este Estatuto.
tante afastamento do servidor do cargo de provimento efetivo, Art. 34. O servidor que não entrar em exercício dentro do pra-
isolado ou de carreira de que for titular ou para o qual se encontre zo legal será exonerado do cargo.
designado em regime de substituição eventual ou temporária. Art. 35. Os efeitos funcionais e financeiros só serão considera-
§ 5º Havendo acumulação de cargos comissionados, o direito dos e devidos a partir do exercício do cargo.
à percepção incidirá sobre apenas um, resguardada a opção pela
remuneração mais vantajosa. SUBSEÇÃO ÚNICA - DAS JORNADAS, HORÁRIOS E REGIMES
§ 6º A posse de servidor que tiver sido nomeado para outro DE TRABALHO
cargo, em regime de acumulação remunerada lícita, decorrente
de aprovação em concurso público, dependerá de perícia que Art. 36. Compete ao Município de Londrina, em legislação
ateste a aptidão física e mental para o exercício do cargo público. específica, disciplinar, dentro dos limites constitucionais, do direi-
(Redação dada pelo art. 8º da Lei 13.322, de 27 de dezembro de to administrativo e do direito comparado, os assuntos que dizem
2021) respeito a jornadas, horários e regimes de trabalho de seus ser-
§ 7º A posse de servidor que tiver sido nomeado para outro vidores.
cargo, decorrente de processo de promoção, independerá de exa-
me médico, desde que se encontre em pleno exercício do cargo.
(Acrescido pelo art. 1º da Lei nº 11.119, de 21 de fevereiro de
2011).
Art. 25. A posse deverá ocorrer no prazo de trinta dias, conta-
dos a partir do primeiro dia útil subseqüente à data de publicação
do ato de provimento.

185
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
SEÇÃO VI - DO ESTÁGIO PROBATÓRIO § 2º Ao servidor será dado conhecimento de todo o conteúdo
da avaliação, mediante termo de ciência constante em seu formu-
Art. 37. O servidor nomeado para o cargo de provimento efe- lário de avaliação e, no caso de se recusar a assiná-lo, a ocorrência
tivo ficará sujeito a estágio probatório por período de três anos de será registrada em campo próprio do mesmo formulário, assinado
efetivo exercício, durante o qual sua aptidão e capacidade serão por duas testemunhas da recusa. (Redação dada pelo art. 2º da
objeto de avaliação para o desempenho do cargo, observados os Lei nº 10.814, de 7 de dezembro de 2009).
seguintes requisitos: (Redação do ‘caput’ dada pelo art. 3º da Lei § 3º Após a ciência ou recusa previstas no parágrafo anterior,
nº 10.134, de 27 de dezembro de 2006). o formulário deverá ser imediatamente encaminhado ao órgão de
I. disciplina; pessoal, que procederá às diligências de costume. (Redação dada
II. assiduidade; pelo art. 2º da Lei nº 10.814, de 7 de dezembro de 2009).
III. eficiência; § 4º Constatado, parecer contrário à permanência do servidor
IV. pontualidade; no estágio, procederá à notificação do mesmo para, querendo,
V. responsabilidade; apresentar defesa no prazo de cinco dias. (Redação dada pelo art.
VI. idoneidade moral. 2º da Lei nº 10.814, de 7 de dezembro de 2009).
§ 1º Ao servidor em estágio probatório não serão concedidas § 5º Apresentada a defesa ou encerrado o prazo acima, o ór-
ou autorizadas as licenças e afastamentos previstos nos artigos gão de pessoal encaminhará o parecer e a defesa à autoridade
83, III, 84, III e IV, e 90, VII e X. (Redação acrescida pelo art. 1º da máxima do respectivo Poder, que decidirá sobre a exoneração ou
Lei nº 10.814, de 7 de dezembro de 2009). manutenção do servidor, considerando-se as avaliações semes-
§ 2º O estágio probatório ficará suspenso durante as licenças trais do servidor e conforme regulamento específico. (Redação
e os afastamentos previstos nos artigos, 65, incisos II a IV,VI, VIII dada pelo art. 2º da Lei nº 10.814, de 7 de dezembro de 2009).
a XVIII, 84, inciso II, 88, e, 90, incisos I a VI, VIII e IX, casos em § 6º Transcorrido o prazo a que alude o artigo 37, e não ha-
que não haverá o cômputo do período de licença ou afastamento vendo a exoneração, fica automaticamente ratificada a nomea-
como de efetivo exercício, para fins de estágio probatório.(Reda- ção. (Acrescido pelo art. 2º da Lei nº 10.814, de 7 de dezembro
ção acrescida pelo art. 1º da Lei nº 10.814, de 7 de dezembro de de 2009).
2009). § 7º A apuração dos fatores mencionados no art. 37 deverá
§ 3º Suspender-se-á, também, o estágio probatório do ser- processar-se de modo que a exoneração, se ocorrer, possa ser fei-
vidor que vier a exercer função gratificada, na forma dos artigos ta antes de findo o período do estágio probatório. (Acrescido pelo
65, inciso V, 84, inciso II, 177 e 178, quando for evidenciada in- art. 2º da Lei nº 10.814, de 7 de dezembro de 2009).
compatibilidade integral desse exercício com as atribuições típi-
cas do respectivo cargo de provimento efetivo, através de regular SEÇÃO VII - DA RECONDUÇÃO
processo administrativo. (Redação acrescida pelo art. 1º da Lei nº
10.814, de 7 de dezembro de 2009). Art. 39. Recondução é o retorno do servidor ao cargo ante-
§ 4º Ocorrendo a situação acima, órgão de gestão de pesso- riormente ocupado.
al competente, notificará o servidor para, querendo, apresentar § 1º A recondução decorrerá de:
resposta no prazo de cinco dias, após o que será relatado e en- a) inabilitação em provimento de um novo cargo;
caminhado ao titular do órgão para decisão em trinta dias. (Re- b) reintegração do anterior ocupante do cargo.
dação acrescida pelo art. 1º da Lei nº 10.814, de 7 de dezembro § 2º Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor
de 2009). será aproveitado em outro de atribuições e vencimentos compatí-
§ 5º O estágio probatório, suspenso na forma dos parágrafos veis com o anteriormente ocupado.
anteriores, será retomado a partir do término do impedimento,
e os dias de suspensão serão desconsiderados como de efetivo SEÇÃO VIII - DA REINTEGRAÇÃO
exercício para o cômputo do período integral do estágio proba-
tório, devendo ser acrescidos à previsão inicial de término.(Reda- Art. 40. Reintegração é a reinvestidura do servidor no cargo
ção acrescida pelo art. 1º da Lei nº 10.814, de 7 de dezembro de anteriormente ocupado ou no cargo resultante de sua transfor-
2009). mação, quando invalidada a sua demissão por decisão administra-
Art. 38. O servidor em estágio probatório será avaliado se- tiva ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens, devida-
mestralmente por comissão instituída para essa finalidade, com mente corrigidas com os acréscimos de Lei.
base em sistema estabelecido pelo órgão de pessoal competente § 1º Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor será
através de regulamento específico. (Redação dada pelo art. 2º da aproveitado em outro, de igual natureza e vencimento, ou posto
Lei nº 10.814, de 7 de dezembro de 2009). em disponibilidade remunerada, até seu adequado reaproveita-
§ 1º Nos 6 (seis) meses que antecedem o fim do período do mento em outro cargo.
estágio probatório, o servidor será submetido à avaliação espe- § 2º Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupan-
cial de desempenho, realizada por comissão constituída para essa te será reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indeniza-
finalidade, considerando-se, para todos os fins, as avaliações re- ção, ou aproveitado em outro cargo ou, ainda, posto em disponi-
alizadas na forma do caput deste artigo, e que será homologada bilidade remunerada.
pelo titular do órgão, com base em todas as avaliações semestrais
do servidor e de acordo com o que dispuser regulamento específi- SEÇÃO IX - DA REVERSÃO
co, que concluirá pela manutenção do servidor no cargo e conse-
qüente aquisição de estabilidade ou, ainda, pela não permanência Art. 41. Reversão é o retorno à atividade de servidor aposen-
do servidor e regular exoneração. (Redação dada pelo art. 2º da tado por invalidez quando, por perícia em saúde, forem declara-
Lei nº 10.814, de 7 de dezembro de 2009). dos insubsistentes os motivos da aposentadoria. (Redação dada
pelo art. 9º da Lei 13.322, de 27 de dezembro de 2021)

186
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
Art. 42. A reversão far-se-á, de preferência, no mesmo cargo § 2° A remoção a pedido sempre dependerá da manifestação
ou naquele em que se tenha transformado ou, ainda, em cargo de expressa da autoridade máxima do órgão sobre a conveniência.
vencimento equivalente ao do anteriormente ocupado, atendido (Acrescido pelo art. 6º da Lei nº 10.134, de 27 de dezembro de
o requisito de habilitação profissional. 2006).
§ 1º Não poderá reverter o aposentado que já tiver completa- Art. 49. A permuta será processada mediante requerimento
do setenta anos de idade. dos interessados e com a anuência das autoridades máximas dos
§ 2º Se o laudo não for favorável à reversão, poderá ser reali- órgãos aos quais os servidores se encontram lotados. (Redação al-
zada nova perícia, depois de decorridos, no mínimo, 90 (noventa) terada pelo art. 7º da Lei nº 10.134, de 27 de dezembro de 2006).
dias. (Redação dada pelo art. 10 da Lei 13.322, de 27 de dezembro Art. 50. A remoção para localidade distinta da residência do
de 2021) servidor não ocorrerá de ofício.
§ 3º Será tornada sem efeito a reversão de ofício e cassada a
aposentadoria do servidor que, declarado apto para retornar ao SEÇÃO II - DA SUBSTITUIÇÃO
trabalho, mediante perícia, não entrar em exercício dentro do pra-
zo de 30 (trinta) dias. (Redação dada pelo art. 10 da Lei 13.322, de Art. 51. Haverá substituição no impedimento legal e temporá-
27 de dezembro de 2021) rio de ocupante de cargo em comissão e de servidor investido em
função gratificada. (Redação dada pelo art. 1º da Lei nº 5.797, de
SEÇÃO X - DA DISPONIBILIDADE E DO APROVEITAMENTO 21 de junho de 1994).
Art. 52. Ressalvados os cargos em comissão, a substituição
Art. 43. Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o recairá sempre em servidor estável e dependerá da expedição de
servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração pro- ato da autoridade competente.
porcional ao tempo de serviço, até seu aproveitamento na forma § 1º O substituto exercerá o cargo ou a função gratificada en-
da Lei. (Redação dada pelo art. 5º da Lei nº 10.134, de 27 de de- quanto durar o impedimento do substituído.(Redação dada pelo
zembro de 2006). art. 2º da Lei nº 5.797, de 21 de junho de 1994).
Art. 44. O retorno à atividade de servidor em disponibilidade § 2º O servidor que exercer cargo comissionado ou função
far-se-á mediante aproveitamento obrigatório, no prazo máximo gratificada, em substituição, por período igual ou superior a trinta
de doze meses em cargo de atribuições e vencimentos compatí- dias, terá direito a perceber, durante o tempo em que esta vigorar,
veis com o anteriormente ocupado. além das vantagens pessoais a que fizer jus, o seguinte: (Redação
Parágrafo único. O órgão de pessoal determinará o imediato dada pelo art. 2º da Lei nº 5.797, de 21 de junho de 1994).
aproveitamento do servidor em disponibilidade em vaga que vier I. em se tratando de substituição em cargo comissionado: o
a ocorrer nos órgãos ou entidades da Administração Pública Mu- valor correspondente ao cargo e as vantagens pecuniárias a ele
nicipal. inerentes; (Redação dada pelo art. 2º da Lei nº 5.797, de 21 de
Art. 45. Havendo mais de um concorrente à mesma vaga terá junho de 1994).
preferência o de maior tempo de disponibilidade, e, no caso de II. em se tratando de substituição de servidor investido em
empate, o mais antigo no serviço público. função gratificada: a remuneração correspondente ao seu cargo
Art. 46. Será tornado sem efeito o aproveitamento e extinta de carreira, mais o valor da função gratificada do substituído.(Re-
a disponibilidade se o servidor não entrar em exercício, salvo em dação dada pelo art. 2º da Lei nº 5.797, de 21 de junho de 1994).
caso de doença comprovada por perícia, ou ainda, por alguma ou- § 3º Na hipótese prevista no inciso I do parágrafo anterior,
tra razão, devidamente comprovada, que possa suficientemente o substituto perderá, durante o tempo de substituição, o venci-
justificar a não ocorrência do exercício no prazo fixado ou de lei. mento e demais vantagens inerentes a seu cargo, se por este não
(Redação dada pelo art. 11 da Lei 13.322, de 27 de dezembro de optar.(Redação dada pelo art. 2º da Lei nº 5.797, de 21 de junho
2021) de 1994).
§ 1º A hipótese prevista neste artigo configurará abandono de
cargo, apurado mediante processo administrativo na forma desta SEÇÃO III - DA REABILITAÇÃO FUNCIONAL
Lei.
§ 2º Nos casos de extinção de órgão ou entidade, os servido- Art. 53. Reabilitação funcional é o conjunto de medidas que
res estáveis que não puderem ser redistribuídos, na forma deste visa o aproveitamento do potencial laborativo residual do servi-
artigo, serão colocados em disponibilidade até seu aproveitamen- dor efetivo portador de restrições de saúde (física, mental e sen-
to. sorial), em atividades laborativas compatíveis com as mesmas,
Art. 47. Não será aberto concurso para o preenchimento de efetivada por ato administrativo, e dar-se-á por: (Redação de todo
cargo público enquanto houver em disponibilidade funcionário o artigo dada pelo art. 12 da Lei 13.322, de 27 de dezembro de
capacitado de igual categoria à do cargo a ser provido. 2021)
I. readequação funcional; ou
CAPÍTULO II - DAS MOVIMENTAÇÕES FUNCIONAIS II. readaptação funcional.
SEÇÃO I - DA REMOÇÃO E DA PERMUTA § 1º A readequação funcional é o procedimento que consiste
em limitar as atribuições das funções do cargo efetivo ocupado
Art. 48. A remoção, a pedido ou de ofício, será feita: pelo servidor, em decorrência de restrições de saúde verificadas
I. de um para outro órgão; em perícia.
II. de uma para outra unidade de serviço pertencente ao mes- § 2º A readaptação funcional do servidor público, ocupante
mo órgão. de cargo efetivo, consiste no exercício de cargo cujas atribuições
§ 1° A remoção de ofício será efetuada pelo critério de conve- e responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que te-
niência e oportunidade, através de ato específico, atendendo-se o nha sofrido em sua capacidade física ou mental, verificadas em
princípio da motivação. (Acrescido pelo art. 6º da Lei nº 10.134, perícia, enquanto permanecer nesta condição, desde que possua
de 27 de dezembro de 2006). a habilitação e o nível de escolaridade exigidos para o cargo de
destino, mantida a remuneração do cargo de origem.

187
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
§ 3º Para atendimento ao disposto no parágrafo anterior, o II. de ofício:
novo cargo deverá, obrigatoriamente, possuir mesmo nível de es- a) quando se tratar de cargo em comissão;
colaridade e natureza do cargo de origem. b) quando não satisfeitas as condições do estágio probatório;
§ 4º Para atendimento das medidas que tratam o caput deste c) quando o servidor não entrar em exercício no prazo legal.
artigo, sempre que necessário, o servidor licenciado deverá aten- Art. 61. A vaga ocorrerá na data:
der à convocação do órgão responsável pelo processo de reabili- I. do falecimento;
tação funcional, sob pena de suspensão da licença e penalidade II. imediata àquela em que o servidor completar setenta anos
disciplinar. de idade;
§ 5º Se constatado por perícia de saúde, incapacidade para o III. da publicação do ato, nos demais casos.
serviço público, o servidor será aposentado. Art. 62. A vacância do cargo em comissão dar-se-á nas hipóte-
ses previstas nos incisos I, V e VI do artigo 60, bem como:
CAPÍTULO III - DO COMISSIONAMENTO a) a pedido do titular;
b) em virtude de nomeação para um novo cargo em comis-
Art. 54. Os cargos de provimento em comissão se destinam a são;
atender encargos de comando e assessoramento superiores dos c) por deficiência física, mental ou limitação sensorial incapa-
níveis de primeiro e segundo escalão de autoridades da Admi- citantes, adquiridas no exercício da função.
nistração Pública Municipal, providos mediante livre escolha do Art. 63. A vacância da função de chefia e de assessoramento
Chefe dos Poderes Legislativo e Executivo, entre as pessoas que dar-se-á:
reunam condições e satisfaçam os requisitos legais e necessários I. a pedido do servidor;
para a investidura no serviço público. II. a critério da autoridade competente;
Parágrafo único. Os cargos de que trata este artigo serão III. quando o servidor designado não assumir o seu exercício
exercidos, preferencialmente, por servidores estáveis ocupantes dentro do prazo legal estabelecido;
de cargos de carreira técnica ou profissional, quando for o caso. IV. por disponibilidade;
Art. 55. Os ocupantes de cargos em comissão serão remune- V. por exoneração.
rados na forma de Lei. (Redação dada pelo art. 8º da Lei nº 10.134, VI. por demissão;
de 27 de dezembro de 2006). (Já alterado pelas leis: nº 8.005, de VII. por aposentadoria;
20 de dezembro de 1999; nº 8.126, de 11 de abril de 2000, e nº VIII. por falecimento;
9.886, de 27 de dezembro de 2005). IX. por nomeação em cargo de provimento em comissão;
Art. 56. O servidor efetivo, quando investido em cargo de pro- X. por designação para outra função gratificada de valor infe-
vimento em comissão, poderá optar em receber o valor do ven- rior, equivalente ou superior;
cimento equivalente a este cargo ou em receber o valor do ven- XI. por impedimento de Lei;
cimento equivalente ao cargo efetivo já ocupado. (Redação dada XII. por deficiência física, mental ou limitação sensorial inca-
pelo art. 9º da Lei nº 10.134, de 27 de dezembro de 2006). pacitantes, adquiridas no exercício da função;
Art. 57. Recaindo a escolha em servidor de órgão público que XIII. por perda da confiança no servidor, em decorrência de
não pertença à esfera de governo do Município de Londrina, o ato falta grave cometida.
de nomeação será precedido da necessária autorização expressa
da autoridade competente do órgão a que se encontra subordina- TÍTULO IV - DOS DIREITOS DE ORDEM GERAL
do o escolhido. (Redação dada pelo art. 1º da Lei nº 12.804, de 12 CAPÍTULO I - DO TEMPO DE SERVIÇO
de dezembro de 2018).
Parágrafo único: O ônus da cessão será definido no ato au- Art. 64. A apuração do tempo de serviço será feita em dias.
torizativo, e poderá ficar a cargo do cedente, ou do cessionário, § 1º O número de dias será convertido em anos, considerados
conforme o caso. (Redação dada pelo art. 1º da Lei nº 12.804, de de 365 dias.
12 de dezembro de 2018). § 2º - (Revogado pelo art. 1º da Lei nº 7.113, de 13 de agosto
Art. 58. A posse em cargo comissionado determina o conco- de 1997).
mitante afastamento do servidor estável do cargo de provimento § 3º Será computado o tempo de serviço averbado na ficha
efetivo, isolado ou de carreira, de que for titular. funcional do servidor. (Redação dada pelo art. 10 da Lei nº 10.134,
Art. 59.(Revogado pelo art. 7º da Lei nº 7.299, de 30 de de- de 27 de dezembro de 2006). (Anteriormente alterado pelo art. 1º
zembro de 1997). da Lei nº 5.693, de 9 de março de 1994).
Art. 65. Será considerado de efetivo exercício, o período de
CAPÍTULO IV afastamento do servidor das funções do cargo, ressalvadas às
SEÇÃO ÚNICA - DA VACÂNCIA exceções previstas neste estatuto, em virtude de: (Redação do
‘caput’ alterada pelo art. 3º da Lei nº 10.814, de 7 de dezembro
Art. 60. A vacância do cargo público decorrerá de: de 2009).
I. exoneração; I. férias;
II. demissão; II. casamento;
III. promoção; III. nascimento de filho;
IV. (revogado pelo art. 21 da Lei nº 10.134, de 27 de dezembro IV. luto;
de 2006). V. exercício de outro cargo ou função da Administração Direta
V. aposentadoria; ou Indireta do Município, inclusive de suas fundações, empresas
VI. falecimento; públicas e sociedades de economia mista ou da Câmara Munici-
VII. (revogado pelo art. 13 da Lei 13.322, de 27 de dezembro pal;
de 2021) VI. exercício de cargo ou função não compreendidos na esfera
Parágrafo único. Dar-se-á exoneração: municipal de governo;
I. a pedido; VII. júri e outros serviços obrigatórios por Lei;

188
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
VIII. licença para tratamento de saúde; IV. na forma do artigo 169, § 4°, da Constituição Federal. (Re-
IX. licença por motivo de acidente em serviço ou quando aco- dação acrescida pelo art. 13 da Lei nº 10.134, de 27 de dezembro
metido de doença profissional; de 2006).
X. licença à gestante; § 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor
XI. licença por motivo de doença em pessoa da família, até estável ou a exoneração do servidor em estágio probatório, será
noventa dias por qüinqüênio; ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga reconduzido ao
XII. licença para atender obrigações concernentes ao serviço cargo de origem sem direito à indenização, aproveitado em outro
militar; cargo ou posto em disponibilidade. (Redação dada pelo art. 13 da
XIII. licença compulsória; Lei nº 10.134, de 27 de dezembro de 2006).
XIV. licença-prêmio;
XV. licença para tratar de assuntos particulares, até trinta dias CAPÍTULO III - DO SERVIDOR ESTUDANTE (VIDE DECRETO Nº
por qüinqüênio; 1746, DE 26 DE DEZEMBRO DE 2018).
XVI. faltas abonadas;
XVII. faltas não justificadas, até sessenta dias por qüinqüênio; Art. 71. Ao servidor estudante poderão ser concedidos tur-
XVIII. representação classista. nos especiais de trabalho que possibilitem a freqüência a exames
Art. 66. Para efeito de disponibilidade, computar-se-á, in- finais e de admissão ou a realização de estágios obrigatórios, me-
tegralmente: (Redação do ‘caput’ alterada pelo art. 11 da Lei nº diante comprovação para a indispensável reposição do horário.
10.134, de 27 de dezembro de 2006). § 1° O servidor que participar de exame admissional para in-
I. o tempo de serviço público federal, estadual ou municipal; gresso em cursos de graduação superior ou pós-graduação, será
II. o período de serviço ativo nas forças armadas, contando-se dispensado da freqüência ao serviço, nos dias da realização das
em dobro o tempo correspondente a operações de guerra de que provas, sendo esses dias considerados de efetivo exercício.(Reda-
o servidor tenha efetivamente participado; ção acrescida pelo inciso II do art. 1º da Lei nº 6.201, de 26 de
III. o período de trabalho prestado a instituição de caráter pri- junho de 1995).
vado que tiver sido transformado em estabelecimento de serviço § 2° Para concessão da dispensa, de que trata o parágra-
público; fo anterior, o servidor deverá requerê-la, anexando documento
IV. o tempo em que o servidor esteve em disponibilidade ou comprobatório da inscrição e dos dias da realização do exame.
aposentado. (Redação acrescida pelo inciso II do art. 1º da Lei nº 6.201, de 26
Parágrafo único. O servidor colocado, sem ônus para o Muni- de junho de 1995).
cípio, à disposição de órgão desvinculado da Administração Dire-
ta, Indireta ou Fundacional, e da Câmara, terá computado o tem- CAPÍTULO IV - DA PETIÇÃO
po de serviço exclusivamente para os efeitos deste artigo.
Art. 67. Para efeito de aposentadoria, será observado o se- Art. 72. É assegurado ao servidor o direito de requerer ou re-
guinte critério: (Redação dada pelo art. 12 da Lei nº 10.134, de 27 presentar.
de dezembro de 2006). Parágrafo único. O requerimento deverá ser decidido no pra-
I. até 15/12/1998, computar-se-á o tempo de efetivo exer- zo de trinta dias, prorrogável por igual período, mediante justi-
cício de serviço público; e (Redação dada pelo art. 12 da Lei nº ficativa. (Redação dada pelo art. 14 da Lei nº 10.134, de 27 de
10.134, de 27 de dezembro de 2006). dezembro de 2006).
II. a partir de 16/12/1998, o tempo de contribuição previden- Art. 73. O servidor poderá recorrer à autoridade imediata-
ciária ao Regime que o servidor se encontra vinculado. (Redação mente superior e, sucessivamente, em escala ascendente, das
dada pelo art. 12 da Lei nº 10.134, de 27 de dezembro de 2006). decisões com as quais não se conforme.
Art. 68. É vedada a acumulação de tempo de serviço prestado § 1º Os recursos deverão ser interpostos perante a autorida-
concomitantemente em dois ou mais cargos ou funções públicas de que tenha proferido a decisão, devendo ser acompanhadas das
de autarquias, fundações, sociedades de economia mista, em- razões e documentos que os fundamentem.
presas públicas e instituições de caráter privado que tenham sido § 2º Os recursos, quando cabíveis, terão efeitos devolutivo e
transformadas em estabelecimentos de serviço público. suspensivo. O que for provido retroagirá, nos seus efeitos, à data
Art. 69. O tempo de serviço será computado à vista de docu- do ato impugnado.
mento hábil, passado pelo órgão competente. § 3º A autoridade recorrida poderá reformar a sua decisão,
em face do recurso apresentado, caso em que deixará de ser en-
CAPÍTULO II - DA ESTABILIDADE caminhado à instância superior.
§ 4º Os recursos serão decididos no prazo de sessenta dias,
Art. 70. São estáveis, após três anos de efetivo exercício, os improrrogável.
servidores nomeados em virtude de concurso público. (Redação Art. 74. O direito de pleitear na esfera administrativa prescre-
dada pelo art. 13 da Lei nº 10.134, de 27 de dezembro de 2006). verá em cinco anos. (Redação dada pelo art. 15 da Lei nº 10.134,
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: (Redação de 27 de dezembro de 2006).
dada pelo art. 13 da Lei nº 10.134, de 27 de dezembro de 2006). I - (Revogado pelo art. 15 da Lei nº 10.134, de 27 de dezembro
I. em virtude de sentença judicial transitada em julgado; (Re- de 2006).
dação acrescida pelo art. 13 da Lei nº 10.134, de 27 de dezembro II - (Revogado pelo art. 15 da Lei nº 10.134, de 27 de dezem-
de 2006). bro de 2006).
II. mediante processo administrativo em que lhe seja asse- Art. 75. O prazo de prescrição contar-se-á da data da publica-
gurada ampla defesa; (Redação acrescida pelo art. 13 da Lei nº ção do ato impugnado. Quando este for de natureza reservada, da
10.134, de 27 de dezembro de 2006). data em que o interessado dele tiver ciência.
III. mediante procedimento de avaliação periódica de desem- Art. 76. Os recursos, quando cabíveis, interrompem a prescri-
penho, assegurada a ampla defesa; (Redação acrescida pelo art. ção até duas vezes.
13 da Lei nº 10.134, de 27 de dezembro de 2006).

189
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
Parágrafo único. A prescrição interrompida começará a cor- I. dia(s) útil(eis), consecutivos ou não, ou período de tempo
rer a partir da data da publicação do despacho denegatório ou da referente a paralisação das atividades burocráticas, técnicas ou
data em que o interessado dele tiver ciência. braçais da Administração, em caso de motivo de força maior em
Art. 77. A contagem dos prazos estabelecidos no artigo 74 face de acontecimento inevitável em relação à vontade da Admi-
será feita a partir da data do recebimento da solicitação, no pro- nistração ou do servidor, e para a realização do qual os mesmos
tocolo. não tenham concorrido, direta ou indiretamente;
Art. 78. Para o exercício do direito de petição, é assegurada a II - (Revogado pelo art. 22 da Lei nº 10.134, de 27 de dezem-
vista do processo ou documento, na repartição, ao servidor ou ao bro de 2006).
procurador por ele constituído.
CAPÍTULO VI - DOS AFASTAMENTOS (VIDE DECRETO Nº
CAPÍTULO V - DAS CONCESSÕES 1746, DE 26 DE DEZEMBRO DE 2018).

Art. 79. Mediante solicitação anterior ou posterior ao fato, Art. 81. Dar-se-á o afastamento do servidor sempre que o
devidamente instruído e documentado, o servidor terá o direito exercício do cargo se mostre incompatível com o cumprimento de
de ausentar-se do serviço, sem prejuízo de qualquer ordem ou obrigações, encargos ou determinações legais, ou, ainda, nos ca-
natureza, nos seguintes casos: (Redação alterada pelo art. 1º da sos e condições previstos neste Estatuto.
Lei nº 7.299, de 30 de dezembro de 1997). Art. 82. O afastamento do servidor, a critério da Administra-
I. sete dias consecutivos, contados da data do fato, em caso ção, com ou sem prejuízo do efetivo exercício e da respectiva re-
de luto por falecimento de: muneração, só será permitido nos casos previstos neste Estatuto
a) cônjuge ou companheiro; e com determinação da finalidade e do prazo certo.
b) pai, mãe, padrasto, madrasta; Art. 83. Dar-se-á o afastamento do servidor, sem prejuízo do
c) irmãos; efetivo exercício e da respectiva remuneração, nos seguintes ca-
d) filhos de qualquer natureza (inclusive natimortos), entea- sos:
dos; I. Inquérito ou processo que lhe é movido, por motivo de in-
e) menores sob guarda ou tutela; teresse à segurança nacional;
f) netos, bisnetos e avós; II. Participação em congressos e certames culturais, técnicos
II. o restante do dia em que ocorrer o fato e o dia do sepulta- ou científicos de comprovado interesse do Município, ou, ainda,
mento, em caso de falecimento de : em missão ou representação oficiais de governo que se relacio-
a) bisavós; nem com as atribuições e responsabilidades do cargo, seja em
b) sobrinhos; território nacional ou estrangeiro desde que para tanto haja auto-
c) tios; rização prévia e expressa do Chefe do Poder Executivo;
d) primos; III. Estudo, aperfeiçoamento, especialização ou pós-gradua-
e) sogros; ção na área de atuação do servidor.
f) genros ou noras; IV. Participação, na qualidade de atleta, em provas de com-
g) cunhados; petições esportivas oficiais, dentro ou fora do País, mediante con-
III. sete dias úteis consecutivos, contados da data do fato, em vocação do servidor, por requisição do órgão ou entidade oficial
razão de núpcias; promotora ou participante do evento, para representar o Municí-
IV. um dia, em razão de alistamento e doação voluntária de pio, Estado ou a União;
sangue; Parágrafo único. Não serão concedidos exoneração ou licen-
V. os dias necessários, consecutivos ou não, em razão de alis- ça para o trato de assuntos particulares, ressalvada a hipótese de
tamento e de exame de seleção para o serviço militar obrigatório, ressarcimento das despesas havidas por conta dos cofres públi-
convocação das reservas das forças armadas para manobra ou cos, nos casos previstos no inciso III, pelo prazo de dois anos, a
exercício de apresentação e/ou do Dia do Reservista; contar do retorno.
VI. o(s) dia(s) útil(eis) necessário(s), consecutivos ou não, ou Art. 84. Poderá ainda ocorrer o afastamento do servidor sem
período de tempo, em caso de arrolamento ou convocação como prejuízo do efetivo exercício, nas seguintes hipóteses:
testemunha, parte, ou ainda representação/procuração, assistên- I. Convocação do Reservista das Forças Armadas, em caso de
cia dos pais ou dos responsáveis por menor, em processo traba- manutenção da ordem interna ou participação em guerra, com
lhista ou ação cível; remuneração paga pela Administração que, por sua vez, deverá
VII. o(s) dia(s) útil(eis) necessário(s), consecutivos ou não, ou ressarcir-se junto à União;
período de tempo, em caso de convocação pelo Poder Judiciário; II. Exercício de cargo em comissão ou função de confiança
VIII. o(s) dia(s) útil(eis), consecutivos ou não, ou período de pertencentes às esferas de governo do Município, de outros Mu-
tempo, relacionados com as jornadas diária, semanal e mensal nicípios, dos Estados e da União;
normais de trabalho, em caso de servidor em trânsito à disposição III. Exercício em órgãos ou entidades com os quais o Municí-
da administração ou em missão oficial; pio mantenha convênio, que reger-se-á pelas normas neste esta-
IX. os pontos facultativos. belecidas, desde que as mesmas não resultem direta ou indire-
Art. 80. Mediante documento administrativo, para registro tamente em prejuízo funcional ou remuneratório ou, ainda, em
do fato, serão justificadas e abonadas, para os efeitos de percep- relação ao regime jurídico de trabalho.
ção do vencimento ou remuneração, as ausências ao serviço que IV. requisição de órgãos pertencentes às esferas de governo
ocorrerem com base nos seguintes casos: do Município, de outros Municípios, do Estado e da União, em
casos de comprovada necessidade.

190
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e IV, o ônus da IV. licença para atender a obrigações concernentes ao Serviço
remuneração será do órgão ou entidade cessionária, salvo nos Militar;
casos em que a cessão venha a ocorrer entre órgãos da Adminis- V. licença para atividade política;
tração Direta, Indireta e Fundacional de quaisquer dos Poderes do VI. licença por motivo de doença em pessoa da família;
Município de Londrina, ou quando objetivar atender interesse do VII. licença para tratar de interesses particulares;
Município. (Redação do parágrafo único dada pelo art. 1º da Lei nº VIII. licença-prêmio;
5.374, de 26 de abril de 1993). IX. licença para o desempenho de mandato classista;
Art. 85. O afastamento não excederá: X. licença por motivo de acompanhamento do cônjuge ou
I. de dois anos nos casos previstos no inciso III do artigo 83 e companheiro.
III do artigo 84; § 1º A licença prevista no inciso VI será precedida de atestado
II. de quatro anos na hipótese prevista no inciso IV do artigo ou exame médico e comprovação do parentesco.
83 ficando interrompida, neste caso, a contagem de tempo para § 2º O servidor não poderá permanecer em licença da mesma
efeito de estágio probatório. espécie por período superior a vinte e quatro meses, salvo os ca-
Parágrafo único. Observados os prazos previstos neste artigo, sos dos incisos I, II, IX, e X deste artigo.
nos demais casos o afastamento perdurará enquanto persistir a § 3º É vedado o exercício de atividade remunerada durante
causa, devendo, em todas as hipóteses, haver a comprovação do o período de licença previsto nos incisos I, II, III, V, VI e IX deste
motivo alegado. artigo.
Art. 86. O afastamento só será concedido a servidor estável, Art. 91. A licença concedida dentro de sessenta dias do tér-
à exceção das hipóteses previstas nos incisos I, II e IV do artigo 83 mino de outra da mesma espécie será considerada como prorro-
e I e II do artigo 84. gação.
Parágrafo único. Somente depois de decorrido igual período
de tempo poderá ser concedido novo afastamento ao servidor, SEÇÃO II - DA LICENÇA PARA TRATAMENTO DA PRÓPRIA
nos casos previstos nos incisos III do artigo 83, e III e IV do artigo SAÚDE E POR ACIDENTE EM SERVIÇO
84.
Art. 87. Ao servidor ocupante de cargo de provimento efetivo Art. 92. Será concedida ao servidor licença para tratamento
aplicam-se as seguintes disposições, quando investido em man- de saúde, a pedido ou de ofício, com base em perícia, sem preju-
dato eletivo: ízo da remuneração a que fizer jus. (Redação dada pelo art. 14 da
I. Tratando-se de mandato eletivo federal ou estadual, ficará Lei 13.322, de 27 de dezembro de 2021)
afastado de seu cargo; § 1º As perícias serão efetuadas com a presença do servidor,
II. Investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, ou com o acompanhamento deste, em tempo real, pelos meios
sendo-lhe facultado optar pela remuneração mais vantajosa; tecnológicos disponíveis e aceitáveis no exercício da profissão do
III. Investido em mandato de vereador, havendo compatibili- perito e em regulamentação específica. (Redação dada pelo art.
dade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo sem preju- 14 da Lei 13.322, de 27 de dezembro de 2021)
ízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibili- § 2º Quando necessário, a perícia médica poderá ser realiza-
dade, será aplicada a norma do inciso anterior; da na localidade onde se encontrar internado o servidor.
IV. Em qualquer caso que exija o afastamento para o exercí- Art. 93. O servidor não poderá permanecer em licença para
cio de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para tratamento de saúde por prazo superior a vinte e quatro meses,
todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento. exceto os casos considerados recuperáveis, em que, a critério de
Art. 88. Será também considerado afastado, o servidor: perícia, esse prazo poderá ser prorrogado. (Redação dada pelo
I. preso em flagrante delito; art. 15 da Lei 13.322, de 27 de dezembro de 2021)
II.(Revogado pelo art. 23 da Lei nº 10.134, de 27 de dezembro Parágrafo único. Expirado o prazo do presente artigo, o servi-
de 2006). dor será submetido à nova perícia, e sendo julgado inválido para o
III. suspenso disciplinarmente. serviço público, não podendo ser readaptado na forma do art. 53,
Parágrafo único. O período do afastamento, em razão das hi- parágrafos 2º e 3º, será aposentado. (Redação dada pelo art. 15
póteses previstas neste artigo, não será considerado para quais- da Lei 13.322, de 27 de dezembro de 2021)
quer efeitos. Art. 94. Os critérios de aposentadoria imediata do servidor,
por invalidez, são de competência única e exclusiva de perícia.
Art. 89. A critério da Administração, poderá o servidor ser (Redação dada pelo art. 16 da Lei 13.322, de 27 de dezembro de
afastado sem prejuízo da remuneração e do efetivo exercício, 2021)
quando: Parágrafo único. Na hipótese de que trata este artigo, a perí-
I. suspenso no decorrer de sindicância ou processo adminis- cia será feita por uma junta de, pelo menos, três médicos.
trativo; (revogado pelo art. 17 da Lei 13.322, de 27 de dezembro de
II. indiciado ou denunciado por crime contra a Administração 2021)
Pública. Art. 95. No processamento das licenças para tratamento de
saúde, será observado o devido sigilo sobre os laudos e atestados,
CAPÍTULO VII - DAS LICENÇAS em consonância com o que estabelece o código de ética médica.
SEÇÃO I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 96. Considerado apto em perícia, o servidor reassumirá
o exercício sob pena de serem computados como faltas os dias
Art. 90. Conceder-se-á ao servidor: de ausência. (Redação dada pelo art. 18 da Lei 13.322, de 27 de
I. licença para tratamento da própria saúde e por acidente dezembro de 2021)
em serviço;
II. licença compulsória, nos casos previstos nesta Lei.
III. licença à gestante, à adotante e licença-paternidade;

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LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
Art. 97. No curso da licença, poderá o servidor requerer nova § 1º A licença poderá ter início no primeiro dia do nono mês
perícia, caso se julgue em condições de reassumir o exercício ou de gestação, salvo antecipação por prescrição médica.
com direito à aposentadoria, resguardando-se a decisão da junta § 2º No caso de nascimento prematuro, a licença terá início a
médica oficial no pronunciamento concernente ao caso. (Redação partir do parto.
dada pelo art. 19 da Lei 13.322, de 27 de dezembro de 2021) § 3º No caso de natimorto, comprovado por certidão de óbi-
Art. 98. Será licenciado, com remuneração integral, o servidor to, a servidora terá direito a 120 (cento e vinte) dias de repouso
acidentado em serviço. remunerado, sem necessidade de perícia. (Redação dada pelo art.
Art. 99. Configura acidente em serviço o dano físico ou men- 21 da Lei 13.322, de 27 de dezembro de 2021)
tal sofrido pelo servidor e que se relacione, mediata ou imediata- § 4º No caso de aborto, atestado por perícia, a servidora terá
mente, com o exercício do cargo. direito a 30 (trinta) dias de repouso remunerado. (Redação dada
Parágrafo único. Equipara-se ao acidente em serviço o dano: pelo art. 21 da Lei 13.322, de 27 de dezembro de 2021)
I. decorrente de agressão física sofrida e não provocada pelo Art. 105. Pelo nascimento ou adoção de filho, o servidor terá
servidor no exercício do cargo; direito à licença-paternidade de cinco dias consecutivos.
II. por acidente sofrido em viagem e estada a serviço ou no Art. 106. Para amamentar o próprio filho até idade de seis
percurso da residência para o trabalho e vice-versa; meses, a servidora terá direito, durante a jornada de trabalho, a
III. doença profissional. uma hora, que poderá ser parcelada em dois períodos de meia
Art. 100. Quando inexistirem meios ou recursos adequados hora.
em Instituição Pública, o servidor acidentado em serviço e que § 1º O período mencionado no “caput” deste artigo poderá
necessite de atendimento especializado poderá ser tratado por ser prorrogado a critério médico.
conta dos cofres públicos, em instituição privada, mediante auto- § 2º Quando se tratar de jornada reduzida de um só turno, o
rização do Prefeito, fundamentada em proposta do sistema peri- descanso especial de que trata o “caput” deste artigo será conce-
cial do Município. dido pela metade, no início ou no final do expediente, a critério
Art. 101. A prova do acidente será feita ao sistema pericial ofi- da servidora.
cial do Município mediante emissão de comunicação de acidente Art. 107. À servidora que adotar ou obtiver guarda judicial de
do trabalho, no prazo de dois dias úteis, prorrogável quando as criança de até doze anos de idade incompletos serão concedidos
circunstâncias o exigirem. 180 (cento e oitenta) dias de licença remunerada, para assistência
da criança. (Redação dada pelo art. 1º da Lei nº 11.795, de 26 de
SEÇÃO III - DA LICENÇA COMPULSÓRIA dezembro de 2012).
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo se estende
Art. 102. O servidor acometido de patologias incompatíveis às servidoras que já estão no gozo do benefício ali tratado. (Re-
com o serviço, conforme apurado em perícia, será compulsoria- dação dada pelo art. 1º da Lei nº 11.795, de 26 de dezembro de
mente licenciado. (Redação de todo o artigo dada pelo art. 20 da 2012).
Lei 13.322, de 27 de dezembro de 2021)
§ 1º Poderá ser realizada nova perícia de saúde, na hipótese SEÇÃO V - DA LICENÇA PARA ATENDER A OBRIGAÇÕES CON-
de o servidor não concordar com a licença compulsória. CERNENTES AO SERVIÇO MILITAR
§ 2º Conceder-se-á, também, licença por interdição declarada
pela autoridade sanitária competente, por motivo de pessoa coa- Art. 108. Ao servidor que for convocado para o serviço militar
bitante da residência do servidor, mediante perícia. será concedida licença sem remuneração.
§ 3º A licença por motivo de tuberculose ativa, alienação § 1º A licença será concedida à vista de documento oficial que
mental, neoplasia maligna, pênfigo foliáceo, cegueira, lepra, pa- comprove a incorporação.
ralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de § 2º Ao servidor desincorporado será concedido o prazo de
Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, esta- até trinta dias, para que reassuma o exercício do cargo.
dos avançados de Paget e síndrome da imunodeficiência adquiri- § 3º A licença de que trata este artigo será também concedida
da (AIDS) será concedida quando a perícia não concluir pela con- ao servidor que houver feito Curso de Formação de Oficiais da
cessão imediata da aposentadoria. Reserva das Forças Armadas durante os estágios prescritos pelos
Art. 103. O servidor que for considerado, a juízo da autorida- Regulamentos Militares.
de sanitária competente ou do órgão de saúde do Município, sus-
peito de ser portador de doença transmissível, ou outra moléstia SEÇÃO VI - DA LICENÇA PARA ATIVIDADE POLÍTICA
incompatível com o trabalho, deverá ser afastado.
§ 1º Resultando positiva a suspeita, o servidor será licenciado Art. 109. O servidor terá direito à licença sem remuneração
para tratamento de saúde, incluídos na licença os dias em que durante o período entre a sua escolha, em convenção partidária,
esteve afastado. como candidato a cargo eletivo, e a véspera do registro de sua
§ 2º Não sendo procedente a suspeita, o servidor deverá reas- candidatura perante a Justiça Eleitoral.
sumir imediatamente o seu cargo, considerando-se como efetivo § 1º A partir do registro da candidatura e até o dia seguinte
exercício, para todos os efeitos legais, o período de afastamento. ao da eleição, o servidor fará jus à licença, como se em efetivo
exercício estivesse, sem prejuízo de sua remuneração, mediante
SEÇÃO IV - DA LICENÇA À GESTANTE, À ADOTANTE E DA comunicação, por escrito, do afastamento.
LICENÇA-PATERNIDADE § 2º O disposto neste artigo não se aplica aos ocupantes de
cargo em comissão.
Art. 104. Será concedida licença à servidora gestante, por
cento e oitenta dias consecutivos, sem prejuízo da remuneração.
(Redação do ‘caput’ dada pelo art. 1º da Lei nº 10.022, de 10 de
agosto de 2006).

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LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
SEÇÃO VII - DA LICENÇA POR MOTIVO DE DOENÇA EM PES- Art. 113. A licença poderá ser cassada, a juízo da autoridade
SOA DA FAMÍLIA máxima de cada Poder, quando o interesse do serviço o exigir.
Parágrafo único. Cassada a licença, o servidor terá até trinta
Art. 110. O servidor poderá obter licença, por motivo de do- dias para reassumir o exercício, após divulgação pública do ato.
ença que acometer o cônjuge, companheiro, enteados, filhos, pai, Art. 114. Ao servidor ocupante de cargo em comissão, não
mãe, padrasto, madrastas, irmãos ou dependente que viva a suas se concederá, nessa qualidade, licença para tratar de interesses
expensas e conste do seu assentamento funcional, mediante com- particulares.
provação por perícia, provando, em todos os casos, ser indispen- Art. 115. Não será concedida licença para tratar de interesses
sável sua assistência pessoal e não podendo ser prestada simul- particulares a servidor em estágio probatório.
taneamente com o exercício do cargo. (Redação do “caput” dada
pelo art. 22 da Lei 13.322, de 27 de dezembro de 2021) SEÇÃO IX - DA LICENÇA-PRÊMIO
§ 1º Provar-se-á a doença mediante atestado ou laudo mé-
dico. Art. 116. Após cada quinquênio ininterrupto de exercício no
§ 2º A licença de que trata este artigo será concedida com Município, o servidor ocupante de cargo de provimento efetivo
remuneração integral, no caso do cônjuge, companheiro, filhos e fará jus a três meses de licença-prêmio com a remuneração do
enteados solteiros ou inválidos, e, nos demais casos, na seguinte cargo. (Redação dada pelo art. 1º da Lei nº 12.650, de 12 de ja-
forma: neiro de 2018). e anteriormetne (Redação dada pelo art. 1º da
I. com remuneração integral até três meses; Lei nº 12.380, de 18 de dezembro de 2015). (Redação do ‘caput’
II. com redução de um terço, quando exceder de três meses e alterada anteriormente pelo art. 1º da Lei nº 8.730, de 02 de abril
prolongar-se até seis meses; de 2002; (Redação do ‘caput’ alterada anteriormente pelo art. 3º
III. com redução de dois terços, quando exceder de seis meses da Lei nº 7.299, de 30 de dezembro de 1997); (Redação do ‘caput’
e prolongar-se até doze meses. alterada anteriormente pelo art. 1º da Lei nº 6.810, de 15 de ou-
IV. sem vencimento a partir do décimo-terceiro mês, até o tubro de 1996);
máximo de dois anos. § 1º Não se concederá licença-prêmio ao servidor que, no pe-
§ 3º Quando a pessoa da família se encontrar em tratamento ríodo aquisitivo:
fora do Município, será admitido atestado ou laudo médico emiti- I. sofrer penalidade disciplinar de suspensão;
do por profissionais da localidade onde estiver. II. afastar-se do cargo em virtude de:
a) licença por motivo de doença em pessoa da família, sem
SEÇÃO VIII - DA LICENÇA PARA TRATAR DE INTERESSES PAR- remuneração;
TICULARES b) licença para tratar de interesses particulares, a exceção do
previsto no inciso XV do artigo 65 desta Lei. (Redação dada pelo
Art. 111. A critério da Administração, poderá ser concedida art. 1º da Lei nº 12.380, de 18 de dezembro de 2015).
ao servidor, ocupante de cargo efetivo, licença para trato de as- § 2º As faltas injustificadas ao serviço retardarão a concessão
suntos particulares, sem remuneração, pelo prazo máximo de um da licença prevista neste artigo, na proporção de um mês para
ano. (Redação dada pelo art. 1º da Lei nº 8.561, de 01 de outubro cada falta.
de 2001). (Anteriormente alterado pela Lei nº 7.299, de 30 de de- § 3º O servidor poderá optar pelo gozo integral da licença-
zembro de 1997). -prêmio ou usufruí-la em períodos nunca inferiores a quinze dias,
§ 1º O requerente aguardará em exercício a publicação do ato com anuência da Administração. (Redação dada pelo art. 2º da
de concessão da licença sob pena de demissão por abandono de Lei nº 11.414, de 05 dezembro de 2011). (Redação mantida pelo
cargo. (Redação dada pelo art. 1º da Lei nº 8.561, de 01 de outu- art. 1º da Lei nº 8.174, de 26 de maio de 2000); (Redação mantida
bro de 2001). pelo art. 1º da Lei nº 8.100, de 31 de março de 2000) ; (Alterada
§ 2º Não se concederá licença para trato de assuntos particu- anteriormente pelo art. 3º da Lei nº 7.299, de 30 de dezembro de
lares ao servidor que esteja respondendo a sindicância, processo 1997);
administrativo ou, a qualquer título, esteja ainda obrigado à inde- § 4º O servidor deverá aguardar em exercício a concessão da
nização ou à devolução aos cofres públicos. (Redação dada pelo vantagem.
art. 1º da Lei nº 8.561, de 01 de outubro de 2001). § 5º É vedado o exercício do cargo durante o período de frui-
§ 3º O servidor poderá desistir da licença a qualquer tempo e ção.
reassumir o exercício de suas atividades a critério da autoridade § 6º O direito a licença-prêmio não tem prazo para ser exer-
competente. (Redação mantida pelo art. 1º da Lei nº 8.561, de 01 citado.
de outubro de 2001). (Anteriormente alterado pela Lei nº 7.299, § 7º O disposto neste artigo aplica-se aos servidores efetivos
de 30 de dezembro de 1997). quando ocupantes de cargo em comissão. (Redação dada pelo art.
§ 4º Os integrantes do Quadro Especial do Magistério não po- 1º da Lei nº 12.650, de 12 de janeiro de 2018). e anteriormente
derão reassumir no período de recesso escolar. (Redação mantida (Parágrafo acrescido pelo art. 3º da Lei nº 7.299, de 30 de dezem-
pelo art. 1º da Lei nº 8.561, de 01 de outubro de 2001). (Anterior- bro de 1997);
mente alterado pela Lei nº 7.299, de 30 de dezembro de 1997). § 8º Excepcionalmente, fará jus à licença prêmio de forma
§ 5º Poderá ser concedida prorrogação da licença, a critério proporcional, à razão de 1/60 (um sessenta avos) por mês com-
da Administração, uma única vez, por até igual período (Redação pleto de efetivo exercício, quando do falecimento ou da aposen-
dada pelo art. 1º da Lei nº 8.561, de 1º de outubro de 2001). tadoria. (Redação dada pelo art. 1º da Lei nº 12.380, de 18 de
§ 6º (Excluído pelo art. 1º da Lei nº 8.561, de 01 de outubro dezembro de 2015); (Acrescido anteriormente pela Lei nº 11.170,
de 2001) (Anteriormente acrescido pela Lei nº 7.299, de 30 de de 8 de abril de 2011)
dezembro de 1997). Art. 117. A licença-prêmio para o servidor efetivo, ocupante
Art. 112. Só poderá ser concedida nova licença para o trato de de cargo em comissão ou em exercício de função gratificada, so-
interesses particulares depois de decorridos dois anos do término mente será concedida com as vantagens do cargo ou função, nos
da anterior. seguintes casos:

193
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
I. após dois anos de exercício, quando ocupante de cargo em I. com remuneração, por período integral, até o máximo de
comissão; nove dirigentes; e (Redação dada pelo art. 7º da Lei nº 6.881, de
II. após seis meses de exercício, quando no desempenho de 22 de novembro de 1996).
função gratificada. II. com remuneração e carga horária reduzida, desde que o
Art. 118. É facultado ao servidor converter a licença - prêmio servidor faça parte da diretoria da entidade;
em pecúnia, total ou parcialmente. (Redação alterada pelo inciso III. sem remuneração nos demais casos.
II do art. 1º da Lei nº 8.730, de 2 de abril de 2002); (anteriormente § 2º A licença terá duração igual à do mandato.
mantida pelo art. 2º da Lei nº 8.174, de 26 de maio de 2000, e § 3º O servidor efetivo ocupante de cargo em comissão ou
pelo art. 2º da Lei nº 8.100, de 31 de março de 2000 e alterada função gratificada deverá desincompatibilizar-se do cargo ou fun-
inicialmente pelo art. 4º da Lei nº 7.299, de 30 de dezembro de ção, quando empossar-se no mandato de que trata este artigo.
1997). § 4º O período da licença concedida nos termos deste artigo
§ 1º A licença convertida em pecúnia será paga em parcelas será computado como de trabalho efetivo.
anuais não superiores a dezoito dias cada uma. (Redação alterada
pelo inciso II do art. 1º da Lei nº 8.730, de 2 de abril de 2002); (an- SEÇÃO XI - DA LICENÇA POR MOTIVO DE ACOMPANHAMEN-
teriormente mantida pelo art. 2º da Lei nº 8.174, de 26 de maio TO DO CÔNJUGE OU COMPANHEIRO
de 2000, e pelo art. 2º da Lei nº 8.100, de 31 de março de 2000
e alterada inicialmente pelo art. 4º da Lei nº 7.299, de 30 de de- Art. 122. Poderá ser concedida licença ao servidor estável,
zembro de 1997). para acompanhar o cônjuge ou companheiro que for deslocado
§ 2º A retribuição da licença convertida em pecúnia far-se-á para outro ponto do Estado, do território nacional ou do exterior.
com base na remuneração percebida à data do pagamento. (Re- § 1º A licença será concedida sem remuneração e pelo prazo
dação alterada pelo inciso II do art. 1º da Lei nº 8.730, de 2 de abril de até doze meses, prorrogável uma única vez, no máximo por até
de 2002); (anteriormente mantida pelo art. 2º da Lei nº 8.174, de igual período, findo o qual o servidor deve reassumir o exercício
26 de maio de 2000, e pelo art. 2º da Lei nº 8.100, de 31 de março do seu cargo. (Redação dada pelo art. 5º da Lei nº 7.299, de 30 de
de 2000 e alterada inicialmente pelo art. 4º da Lei nº 7.299, de 30 dezembro de 1997).
de dezembro de 1997). § 2º O tempo de licença por motivo de acompanhamento do
§ 3º O saldo remanescente de licença convertida em pecúnia cônjuge não será computado para nenhum efeito.
inferior a dezoito dias deverá ser usufruído em um único período.
(Redação dada pelo inciso II do art. 1º da Lei nº 8.730, de 2 de CAPÍTULO IX - DAS FÉRIAS
abril de 2002).
§ 4º O servidor só poderá converter em pecúnia novo qüi- Art. 123. Todo servidor fará jus, anualmente, ao gozo de um
nqüênio após a quitação integral do anterior. (Redação alterada período de trinta dias de férias, com direito a todas as vantagens,
pelo inciso II do art. 1º da Lei nº 8.730, de 2 de abril de 2002). como se em exercício estivesse.
§ 5º Excepcionalmente, aos casos de falecimento ou aposen- Parágrafo único. O período aquisitivo será de doze meses de
tadoria, a licença prêmio, de trata o parágrafo 8º do art. 116 desta efetivo exercício, contínuos ou não.
Lei, será convertida em pecúnia e em pagamento único, desconta- Art. 124. A concessão observará a escala organizada anual-
dos os dias de faltas injustificadas ao serviço, referente ao perío- mente, pela chefia imediata, podendo ser alterada por autoridade
do aquisitivo, na proporção de um mês para cada falta. (Redação superior.
dada pelo art. 2º da Lei nº 12.380, de 18 de dezembro de 2015); Art. 125. As férias somente poderão ser interrompidas por
(Acrescido anteriormente pela Lei nº 11.170, de 8 de abril de 2011 motivo de calamidade pública ou comoção interna.
com efeitos retroativos a seis meses da sua publicação) Art. 126. É permitida a acumulação de férias de no máximo
§ 6º Excepcionalmente, a licença prêmio, a que fizer jus, po- dois períodos.
derá ser convertida em pecúnia, integralmente, quando for diag- Art. 127. Em casos excepcionais, a critério da Administração,
nosticado que o servidor, ou qualquer de seus dependentes, é as férias poderão ser gozadas em dois períodos de quinze dias
portador do vírus da imunodeficiência humana (HIV), está aco- cada um.
metido de neoplasia maligna (câncer) ou estiver em estágio ter- Parágrafo único. (Revogado pelo art. 1º da Lei nº 7.113, de 13
minal, em razão de doença grave. (Acrescido pelo art. 4º da Lei nº de agosto de 1997).
12.342, de 19 de outubro de 2015), Art. 128. O servidor receberá, até o início da fruição, o pa-
§ 7º Os procedimentos necessários à concessão integral da gamento da remuneração correspondente ao período de férias,
licença prêmio em pecúnia de que trata o § 6º deste artigo, serão acrescida de um terço.
regulamentados pelo Executivo Municipal. (Acrescido pelo art. 4º § 1º A antecipação da remuneração das férias de que trata o
da Lei nº 12.342, de 19 de outubro de 2015) “caput” deste artigo, a critério do servidor, poderá ser desconta-
Art. 119. Será pago à família do servidor falecido o valor cor- da em dez parcelas mensais e consecutivas a contar do mês sub-
respondente à licença - prêmio a que faz jus, ainda não concedida. seqüente ao do seu retorno, não incidindo sobre elas quaisquer
Art. 120. O número de servidores em gozo simultâneo de li- juros ou correção. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 7.240, de 26
cença-prêmio não poderá ser superior a um terço da lotação da de novembro de 1997), cuja eficácia foi suspensa pelo Decreto
respectiva unidade administrativa, órgão ou entidade. Legislativo nº 237/2010.
§ 2º No caso de o servidor exercer função gratificada ou ocu-
SEÇÃO X - DA LICENÇA PARA O DESEMPENHO DE MANDATO par cargo em comissão, a respectiva vantagem será considerada
CLASSISTA no cálculo do adicional de que trata este artigo. (Renumerado
para § 2º, conforme art. 1º da Lei nº 7.240, de 26 de novembro
Art. 121. É assegurado ao servidor o direito à licença com ou de 1997). cuja eficácia foi suspensa pelo Decreto Legislativo nº
sem remuneração, em tempo integral ou meio período, para o de- 237/2010.
sempenho de mandato sindical representativo da categoria.
§ 1º Dar-se-á licença a critério da Administração:

194
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
Parágrafo único. No caso de o servidor exercer função grati- § 3º (Revogado pelo art. 16 da Lei nº 10.134, de 27 de dezem-
ficada ou ocupar cargo em comissão, a respectiva vantagem será bro de 2006).
considerada no cálculo do adicional de que trata este artigo. (vide § 4º (Revogado pelo art. 16 da Lei nº 10.134, de 27 de dezem-
ADIN nº 544267-3/TJPR) bro de 2006) ;(Anteriormente alterado pela Lei nº 6.201, de 26 de
Art. 129. O servidor em regime de acumulação lícita percebe- junho de 1995).
rá o adicional calculado sobre a remuneração do cargo, cujo perí- § 5º (Revogado pelo art. 16 da Lei nº 10.134, de 27 de dezem-
odo aquisitivo lhe garanta o gozo das férias. bro de 2006).
Parágrafo único. O adicional de férias será devido em função § 6º (Revogado pelo art. 16 da Lei nº 10.134, de 27 de dezem-
de cada cargo exercido pelo servidor. bro de 2006).
Art. 130. O servidor que opera direta e permanentemente § 7º (Revogado pelo art. 16 da Lei nº 10.134, de 27 de dezem-
com Raios X ou substâncias radioativas gozará, obrigatoriamente, bro de 2006).
vinte dias consecutivos de férias, por semestre de atividade pro- Art. 137.(Revogado pelo art. 24 da Lei nº 10.134, de 27 de
fissional, proibida, em qualquer hipótese, a acumulação ou con- dezembro de 2006).
versão em dinheiro. Art. 138.(Revogado pelo art. 25 da Lei nº 10.134, de 27 de
Parágrafo único. Na hipótese prevista neste artigo, o adicional dezembro de 2006).
de um terço da remuneração correspondente ao período de férias Art. 139. Nos casos em que a aposentadoria tenha sido con-
será pago uma única vez. cedida por motivo de invalidez, o aposentado poderá ser subme-
Art. 131. Será permitida a conversão de dez dias de férias em tido à perícia, para efeito de reversão ao serviço. (Redação dada
pecúnia mediante requerimento do servidor apresentado trinta pelo art. 23 da Lei 13.322, de 27 de dezembro de 2021)
dias antes do início daquelas. (Redação dada pelo art. 6º da Lei
7.299, de 30 de dezembro de 1997) . TÍTULO V - DOS DIREITOS DE ORDEM PECUNIÁRIA
Parágrafo único. É vedada a conversão total do período de CAPÍTULO I - DO VENCIMENTO E DA REMUNERAÇÃO
férias em dinheiro. SEÇÃO ÚNICA - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 132. No cálculo do abono pecuniário que trata o artigo
anterior, será considerado o valor do adicional de férias previsto Art. 140. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício
no art. 128. de cargo público, com valor fixado em lei, reajustado periodica-
Art. 133. É permitido levar em conta de férias as faltas volun- mente de modo a preservar o seu valor aquisitivo.
tárias ao serviço, até quinze dias, por período aquisitivo. Parágrafo único. Os vencimentos não serão, em hipótese al-
Parágrafo único. Nos casos de faltas sucessivas, os dias inter- guma, inferiores ao salário mínimo.
calados, compreendendo domingos, feriados e aqueles em que Art. 141. Remuneração é o vencimento do cargo, acrescido
não haja expediente serão igualmente computados. das vantagens pecuniárias, permanentes ou temporárias, estabe-
Art. 134. À família do servidor que vier a falecer após adquiri- lecidas em lei.
do o direito a férias, será paga a remuneração relativa ao período Art. 142. O pagamento de qualquer vantagem de ordem pe-
não-fruído. cuniária observará o princípio da proporcionalidade entre seu va-
Art. 135. Em caso de aposentadoria ou exoneração, será devi- lor integral e o período de efetivo exercício para sua aquisição,
da ao funcionário a remuneração correspondente ao período de respeitando-se os prazos e carências previstos em lei, quando
férias cujo direito tenha adquirido. houver.
Parágrafo único. Nas hipóteses previstas neste artigo e no ar- Art. 143. A periodicidade do pagamento do vencimento, da
tigo anterior, será paga a remuneração relativa ao período incom- remuneração, do provento e da pensão dos servidores será men-
pleto de férias. sal, devendo, ocorrer, impreterivelmente, até o último dia útil do
respectivo mês trabalhado.
CAPÍTULO X - DAS APOSENTADORIAS E DOS PROVENTOS Art. 144. Os vencimentos dos cargos públicos são irredutíveis,
não podendo, porém, ser superiores à soma dos valores percebi-
Art. 136. O Plano de Seguridade Social do Servidor Público dos como remuneração, em espécie, a qualquer título, pelo Pre-
do Município será regulado conforme as disposições previstas em feito do Município.
Lei e na Constituição Federal. (Redação dada pelo art. 16 da Lei nº Parágrafo único. A vedação do “caput” deste artigo se aplica
10.134, de 27 de dezembro de 2006). individualmente em relação a cada cargo quando houver acumu-
I - (Revogado pelo art. 16 da Lei nº 10.134, de 27 de dezembro lação constitucionalmente permitida pelo art. 37, inciso XVI, da
de 2006). Constituição da República.
II - (Revogado pelo art. 16 da Lei nº 10.134, de 27 de dezem- Art. 145. (Revogado pelo art. 26 da Lei nº 10.134, de 27 de
bro de 2006). dezembro de 2006).
III - (Revogado pelo art. 16 da Lei nº 10.134, de 27 de dezem- Art. 146. O servidor perderá a parcela do vencimento mensal
bro de 2006). correspondente a:
a) (Revogado pelo art. 16 da Lei nº 10.134, de 27 de dezembro I. atrasos injustificáveis;
de 2006). II. saídas antecipadas injustificáveis;
b) (Revogado pelo art. 16 da Lei nº 10.134, de 27 de dezem- III. ausências sem prévia autorização;
bro de 2006). IV. meias-faltas injustificáveis;
c) (Revogado pelo art. 16 da Lei nº 10.134, de 27 de dezembro V. faltas injustificáveis.
de 2006). § 1º A remuneração mensal só sofrerá descontos quando a
§ 1º (Revogado pelo art. 16 da Lei nº 10.134, de 27 de dezem- somatória dos atrasos injustificáveis, na forma de regulamento,
bro de 2006). no mês, ultrapassar o limite máximo de trinta minutos.
§ 2º (Revogado pelo art. 16 da Lei nº 10.134, de 27 de dezem-
bro de 2006).

195
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
§ 2º No caso de faltas sucessivas, os dias intercalados, com- Art. 151. As vantagens pecuniárias não serão computadas,
preendendo domingos, feriados e aqueles em que não haja expe- nem acumuladas, para efeito de concessão de quaisquer outros
diente, serão computados para efeito de desconto no vencimento. acréscimos pecuniários ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico
§ 3º Para os efeitos de descontos, a jornada mensal de venci- fundamento.
mento deve ser reduzida, em espécie, a valores correspondentes
a minuto, hora e dia, conforme o caso, devendo, processar-se, na CAPÍTULO II - DAS INDENIZAÇÕES
mesma proporção do período de tempo a ser descontado. SEÇÃO ÚNICA - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 147. Salvo por imposição legal, ou mandado judicial, ne-
nhum outro desconto, além dos permitidos pelo artigo anterior, Art. 152. Constituem indenizações ao servidor:
incidirá sobre o vencimento, provento ou pensão. I. diárias;
Parágrafo único. O servidor, mediante manifestação expressa, II. ajuda de custo;
poderá autorizar, bem como desautorizar, a feitura de descontos III. transporte.
em sua remuneração ou provento a favor da Fazenda Pública Mu- Art. 153. As condições para a concessão das vantagens previs-
nicipal e de entidade sindical, associação classista e recreativa, tas nesta seção serão estabelecidas em regulamento.
companhias de seguro, cooperativas e convênios. Art. 154. A concessão de ajuda de custo impede a concessão
Art. 148. Independentemente do fato que lhes tenha dado de diária e vice-versa.
origem, as reposições, os ressarcimentos e as indenizações verifi- Art. 155. Os valores da ajuda de custo e das diárias serão fixa-
car-se-ão em obediência às normas seguintes: dos pela autoridade máxima de cada Poder.
I. pelo servidor, a favor do erário público, em valores reais
com os acréscimos de lei, quando, de alguma forma, tenha con- SUBSEÇÃO I - DAS DIÁRIAS
corrido para tanto;
II. pelo servidor, a favor de erário público, em valores reais Art. 156. O servidor que, a serviço, se afastar da sede do Mu-
sem os acréscimos de lei, quando nem direta ou indiretamente nicípio em caráter eventual ou transitório para outro ponto do
tenha dado origem ao fato da reparação. território nacional ou mesmo dentro do próprio Município fará
III. pelo erário público, a favor do servidor, em valores reais jus a passagens e diárias, para cobrir as despesas de locomoção,
com os acréscimos de lei, quando a reparação tenha se originado alimentação e pousada.
e seja da responsabilidade da própria Entidade pública; § 1º A diária será concedida por dia de afastamento, sendo
IV. pelo erário público, a favor do servidor, em valores reais devida pela metade quando o deslocamento não exigir pernoite
sem os acréscimos de lei, quando a existência da reparação seja fora da sede do Município, residência, domicílio ou do local de
atribuída ao próprio servidor; trabalho do servidor.
V. estrita obediência à decisão judicial transitada e passada § 2º Nos casos em que o exercício do cargo tenha como exi-
em julgado. gência o deslocamento permanente para fora da sede do Municí-
§ 1º Nas hipóteses previstas pelos incisos I e II, deste artigo, pio, residência, domicílio ou do local de trabalho, é assegurado ao
as reparações serão consignadas em parcelas mensais sucessivas, servidor o direito à percepção das diárias correspondentes.
não excedentes à décima segunda parte do bruto da remuneração Art. 157. O servidor que receber diárias e, por qualquer mo-
ou provento. tivo, não se afastar da sede do Município, residência, domicílio ou
§ 2º Não caberá o desconto parcelado quando, por qualquer do local de trabalho, para dar cumprimento à missão a ele atribu-
motivo, for suspensa a remuneração. ída, fica obrigado a restituí-las integralmente, no prazo de vinte e
§ 3º As reparações pelo erário público obedecerão às formas quatro horas.
e aos prazos de lei, de conformidade com as instâncias adminis- Parágrafo único. Na hipótese de o servidor retornar à sede
trativas do Poder Executivo Municipal e do Poder Judiciário, con- do Município, residência, domicílio ou local de trabalho, em prazo
forme o caso. menor de que o previsto para o seu afastamento, deverá restituir
§ 4º As reparações não eximem a autoridade ou o servidor de as diárias recebidas em excesso, em igual prazo.
responder pelo ato nas esferas administrativa, cível ou criminal.
§ 5º A não quitação do débito no prazo máximo de sessenta SUBSEÇÃO II - DA AJUDA DE CUSTO
dias implicará a sua inscrição em dívida ativa. (Redação dada pelo
art. 17 da Lei nº 10.134, de 27 de dezembro de 2006). Art. 158. A ajuda de custo destina-se à compensação das des-
Art. 149. A revisão geral da remuneração dos servidores pú- pesas de transporte e instalação do servidor que, no interesse do
blicos far-se-á através de lei, sem distinção de índices e sempre na serviço, passa a ter exercício em nova sede, com mudança de re-
mesma data. sidência em caráter permanente ou por determinado período de
Art. 150. Juntamente com o vencimento básico, podem ser tempo.
pagas ao servidor as seguintes vantagens pecuniárias: Art. 159. A ajuda de custo é calculada sobre a remuneração
I. indenizações; do servidor, não podendo exceder a importância correspondente
II. auxílios; a três meses da respectiva remuneração.
III. gratificações; Art. 160. Não será concedida ajuda de custo ao servidor que
IV. adicionais; se afastar do cargo ou reassumi-lo em virtude de mandato eletivo.
V. abonos. Art. 161. O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de custo
§ 1º As indenizações e os auxílios não se incorporam ao ven- quando, injustificadamente, não se apresentar na nova sede.
cimento ou ao provento para qualquer efeito. Parágrafo único. Não haverá obrigação de restituir a ajuda de
§ 2º As gratificações, os adicionais e os abonos incorporam-se custo nos casos de exoneração de ofício ou de retorno por motivo
ao vencimento ou provento, nos casos e condições indicados em de doença comprovada.
lei.
§ 3º As indenizações e o auxílio transporte não ficam sujeitos
à contribuição previdenciária.

196
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
SUBSEÇÃO III - DO TRANSPORTE § 3º Por invalidez entende-se a incapacidade total e perma-
nente para o trabalho.
Art. 162. Conceder-se-á indenização de transporte ao ser- § 4º Ao pai e à mãe equiparam-se o padrasto, a madrasta e,
vidor que realizar despesas com a utilização de meio próprio de na falta destes, os representantes legais dos incapazes.
locomoção para a execução de serviços externos, por força das § 5º O casamento ou a emancipação econômica do filho de
atribuições próprias do cargo, conforme regulamento. qualquer condição ou do dependente econômico fazem cessar o
direito à percepção da cota do salário-família, independentemen-
CAPÍTULO III - DOS AUXÍLIOS te dos limites de idade e das condições deste artigo.
SEÇÃO ÚNICA - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 167. Quando pai e mãe forem servidores e viverem em
comum, o salário-família será pago apenas ao pai.
Art. 163. Serão concedidos ao servidor os seguintes auxílios § 1º Se não viverem em comum, será pago ao que tiver os
pecuniários: dependentes sob sua guarda.
I. Auxílio para diferença de caixa; § 2º Se ambos os tiverem, será pago a um e a outro, de acordo
II. Auxílio salário-família; com a distribuição dos dependentes.
III. Auxílio-transporte; Art. 168. Ocorrendo o falecimento do servidor, o salário-famí-
IV. Auxílio-funeral. lia continuará a ser pago a seus beneficiários.
Art. 169. O servidor é obrigado a comunicar ao órgão de pes-
SUBSEÇÃO I - DO AUXÍLIO PARA DIFERENÇA DE CAIXA soal, dentro de quinze dias, contados da ocorrência, qualquer al-
teração que se verifique na situação dos dependentes, e da qual
Art. 164. Aos servidores que, por designação, paguem ou re- decorra modificação no pagamento do salário-família.
cebam em moeda corrente, é devido o auxílio para diferença de Parágrafo único. A inobservância desta obrigação implicará a
caixa, a razão de cinco por cento sobre os seus vencimentos. responsabilidade do servidor e a devolução das quantias recebi-
Parágrafo único. O auxílio será devido, mensalmente, en- das indevidamente.
quanto o servidor estiver, efetivamente, executando serviços de Art. 170. É vedada a percepção do salário-família por depen-
pagamento ou recebimento. dente em relação ao qual aquele já esteja sendo pago, quer pela
Administração direta, indireta ou fundacional do Município, quer
SUBSEÇÃO II - DO AUXÍLIO SALÁRIO-FAMÍLIA pela Câmara Municipal.
Art. 171. O valor do salário-família será igual a cinco por cen-
Art. 165. Salário-Família é o auxílio pecuniário concedido ao to do menor vencimento pago pela prefeitura, devendo ocorrer a
servidor ativo, inativo ou em disponibilidade, como contribuição partir da data em que for protocolado o requerimento.
ao custeio das despesas de manutenção de sua família ou depen- § 1º Nenhum desconto incidirá sobre o salário-família, nem
dentes econômicos. este está sujeito a qualquer tributo e nem servirá de base a qual-
Parágrafo único. Para efeito do disposto no ‘caput’ deste ar- quer contribuição ainda que para fins previdenciários.
tigo, serão contemplados os servidores cuja remuneração bruta § 2º A vantagem prevista nesta subseção não será paga ao
não exceda o teto praticado pela União. (Parágrafo único acresci- servidor que estiver em gozo de licença sem remuneração.
do pelo art. 1º da Lei nº 7.994, de 17 de dezembro de 1999). Art. 172. Todo aquele que, por ação ou omissão, der causa a
Art. 166. O salário-família será pago ao servidor: pagamento indevido de salário-família, ficará obrigado à sua resti-
I. pelo cônjuge ou companheiro que viva comprovadamente tuição, sem prejuízo das demais cominações legais.
em sua companhia, não exerça atividade remunerada e nem te-
nha renda própria. SUBSEÇÃO III - DO AUXÍLIO-TRANSPORTE
II. pelo cônjuge ou companheiro inválido mentalmente inca-
paz ou quando deficiente físico que não exerça atividade remune- Art. 173. O auxílio-transporte será devido ao servidor nos
rada e nem tenha renda própria; deslocamentos da residência para o trabalho e do trabalho para a
III. por filho menor de dezoito anos que não exerça atividade residência, na forma estabelecida em regulamento.
remunerada e nem tenha renda própria.
IV. por filha solteira, menor de vinte e um anos, que não exer- SUBSEÇÃO IV - DO AUXÍLIO-FUNERAL
ça atividade remunerada e nem tenha renda própria;
V. por filha ou filho inválido ou mentalmente incapaz, sem Art. 174. (Revogado tacitamente pela Lei nº 8.016, de 27 de
renda própria, sem limite de idade; dezembro de 1999)
VI. por filha ou filho deficiente físico, que não exerça atividade Art. 175.(Revogado tacitamente pela Lei nº 8.016, de 27 de
remunerada e nem tenha renda própria, sem limite de idade; dezembro de 1999)
VII. por filho estudante até vinte e quatro anos de idade;
VIII. por menor de vinte e um anos que, mediante autorização CAPÍTULO IV - DAS GRATIFICAÇÕES
judicial, viva na companhia e a expensas do servidor; SEÇÃO ÚNICA - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
IX. pela mãe ou pai inválido, mentalmente incapaz ou defi-
ciente físico, que não exerça atividade remunerada, não tenha Art. 176. Além do vencimento básico e das vantagens previs-
renda própria e que viva a expensas do servidor. tas nesta Lei, serão deferidas, aos servidores, as seguintes gratifi-
§ 1º Para efeito deste artigo, considera-se renda própria ou cações:
atividade remunerada o recebimento mensal de importância igual I. pelo exercício de chefia e assessoramento.
ou superior ao valor do salário-mínimo vigente, a qualquer título. II. pela execução ou colaboração em trabalho de natureza téc-
§ 2º Compreendem-se nos incisos III, IV, V e VI os filhos de nica ou científica;
qualquer condição, legítimos, legitimados e adotivos, a eles equi- III. pelo encargo de membro de banca ou comissão exami-
parados os enteados. nadora de concurso público e monitoria em cursos de natureza
técnico-administrativa.

197
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
Parágrafo único. Excetuada a gratificação a que se refere ao SUBSEÇÃO I - DO ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO
inciso I, as demais não são incorporáveis aos vencimentos e aos
proventos de aposentadoria. Art. 184 O adicional por tempo de serviço será concedido aos
servidores ocupantes de cargos de provimento efetivo à razão de
SUBSEÇÃO I - DA FUNÇÃO GRATIFICADA um por cento, não cumulativo, para cada ano, contínuo ou não, de
efetivo exercício sob o regime estatutário. (Redação dada pelo art.
Art. 177. Ao servidor investido em função de chefia ou asses- 1º da Lei nº 12.650, de 12 de janeiro de 2018). e anteriormente
soramento que não justifique a criação de cargo, é devida uma (Redação dada pelo art. 1º da Lei nº 6.804, de 9 de outubro de
gratificação pelo seu exercício. 1996, vigente a partir de 1º de janeiro de 1997).
§ 1º A nomenclatura, o símbolo, a tabela de valores respecti- § 1º O pagamento do adicional por tempo de serviço incidirá
vos, assim como os demais elementos identificadores das gratifi- somente sobre o vencimento básico do servidor efetivo, à exceção
cações e dos cargos comissionados serão estabelecidos e discipli- dos valores pagos em decorrência da aplicação do disposto neste
nados por legislação específica. artigo. (Redação dada pelo art. 1º da Lei nº 12.650, de 12 de janei-
§ 2º O desempenho de função gratificada será atribuído ao ro de 2018). e anteriormente (Redação dada pelo art. 2º da Lei nº
servidor titular de cargo de provimento efetivo, mediante ato ex- 7.113, de 13 de agosto de 1997).
presso emanado da autoridade competente. (Redação dada pelo § 2º Na concessão do adicional por tempo de serviço, descon-
art. 4º da Lei nº 10.814, de 7 de dezembro de 2009). siderar-se-á o tempo de ex-servidor, seja no regime estatutário, da
§ 3º O valor da gratificação constitui vantagem acessória aos Consolidação das Leis do Trabalho, da Contratação Temporária ou
vencimentos e será percebido cumulativamente com estes. em quaisquer outras formas. (Redação dada pelo art. 1º da Lei nº
§ 4º A gratificação de chefia ou de assessoramento só será 6.804, de 9 de outubro de 1996, vigente a partir de 1º de janeiro
considerada, para efeito de cálculo de remuneração de hora extra, de 1997).
desde que o servidor esteja no seu exercício por período contínuo § 3º Ao servidor que tiver completado ou venha a completar
de, no mínimo, seis meses. 25 anos de serviço público municipal local, sob qualquer regime,
Art. 178. O servidor não perderá a remuneração da gratifica- a razão prevista no “caput” deste artigo, será, excepcionalmente
ção quando do impedimento de seu exercício em decorrência de neste anuênio, de 17,666% (dezessete vírgula seiscentos e ses-
concessões, afastamentos, licenças e demais casos com previsão senta e seis por cento), a qual será agregada ao adicional já con-
em Lei em que haja a garantia da contagem do tempo de serviço cedido, retornando à razão de 1% (um por cento) nos anuênios
e da percepção da remuneração. subseqüentes. (Redação dada pelo art. 1º da Lei nº 6.804, de 9 de
Art. 179. (Revogado pelo art. 7º da Lei nº 7.299, de 30 de de- outubro de 1996, vigente a partir de 1º de janeiro de 1997).
zembro de 1997). § 4º (REVOGADO pelo art. 2º da Lei nº 12.650, de 12 de ja-
neiro de 2018). e anteriormente (Redação dada pelo art. 1º da Lei
SUBSEÇÃO II - DA GRATIFICAÇÃO PELA EXECUÇÃO OU nº 6.804, de 9 de outubro de 1996, vigente partir de 1º de janeiro
COLABORAÇÃO EM TRABALHO DE NATUREZA TÉCNICA OU de 1997).
CIENTÍFICA § 5º O acréscimo pecuniário de que trata o § 3º deste artigo
não será concedido a servidores que estejam percebendo ou ve-
Art. 180.(Revogado pelo art. 1º da Lei nº 7.643, de 07 de ja- nham a perceber, por força de determinação judicial ou adminis-
neiro de 1999). trativa, vantagens sob o mesmo título ou idêntico fundamento.
(Redação dada pelo art. 1º da Lei nº 6.804, de 9 de outubro de
SUBSEÇÃO III - DA GRATIFICAÇÃO PELO ENCARGO DE MEM- 1996, vigente a partir de 1º de janeiro de 1997).
BRO DE BANCA OU COMISSÃO EXAMINADORA DE CON- § 6º O servidor que optar pelos vencimentos relativos ao
CURSO PÚBLICO E MONITORIA EM CURSOS DE NATUREZA cargo em comissão, terá resguardada a contagem do tempo para
TÉCNICO-ADMINISTRATIVA concessão do adicional de tempo de serviço, vedada acumulação
do recebimento enquanto estiver ocupando o cargo em comissão.
Art. 181. A gratificação pelo encargo de membro de banca (Redação acrescida pelo art. 1º da Lei nº 12.650, de 12 de janeiro
ou comissão examinadora de concurso público e pelo exercício da de 2018).
função de monitor de cursos de natureza técnico-administrativa § 7º No caso de opção pelo vencimento equivalente ao cargo
e de docente/tutor em cursos semipresenciais ou integralmente efetivo já ocupado, fica resguardado o recebimento do adicional
on-line será fixada no próprio ato que designar o servidor. (Reda- de que trata este artigo. (Redação acrescida pelo art. 1º da Lei nº
ção dada pelo art. 7º da Lei nº 12.771, de 9 de outubro de 2018). 12.650, de 12 de janeiro de 2018).

CAPÍTULO V - DOS ADICIONAIS SUBSEÇÃO II - DOS ADICIONAIS DE INSALUBRIDADE OU


SEÇÃO ÚNICA - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS PERICULOSIDADE

Art. 182. Os adicionais são vantagens pecuniárias concedidas Art. 185. Os servidores que trabalhem com habitualidade em
aos servidores em razão do tempo de exercício ou em face da na- ambientes ou funções insalubres ou perigosas, fazem jus a um
tureza peculiar das atribuições do cargo, assim como relativas ao adicional, que corresponderá:
local ou condições de trabalho. I. no caso de insalubridade, a dez por cento, vinte por cento
Art. 183. Conceder-se-ão aos servidores os seguintes adicio- ou quarenta por cento do vencimento fixado na Tabela 1, Referên-
nais: cia I, Nível 1, constante do Anexo IV - Tabela de Vencimentos, Sub-
I. por tempo de serviço; sídios e Gratificações, da Lei nº 9.337, de 19 de janeiro de 2004,
II. de periculosidade ou insalubridade; conforme o grau definido em perícia. (Redação dada pelo art. 1º
III. por serviços extraordinários; da Lei nº 12.343, de 19 de outubro de 2015).
IV. noturno. II. no caso de periculosidade, a trinta por cento do vencimen-
to.

198
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
§ 1º O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubridade § 4º O abono de natal será pago em duas parcelas, a primeira
ou de periculosidade deverá optar por um deles, não sendo per- entre os meses de fevereiro e novembro, e a segunda até o dia
mitida a acumulação. vinte de dezembro de cada ano.
§ 2º O direito ao adicional de insalubridade ou periculosidade § 5º O pagamento de cada parcela far-se-á com base na remu-
cessa com a eliminação das condições ou dos riscos que derem neração do mês em que for efetuado.
causa à sua concessão. § 6º A segunda parcela será calculada com base na remune-
Art. 186. Haverá permanente controle das atividades, em ração em vigor no mês de dezembro, abatida a importância da
operações ou locais considerados insalubres ou perigosos. primeira parcela pelo valor pago.
Parágrafo único. A servidora gestante ou lactante, enquanto § 7º Para fins do cálculo da remuneração de que trata o § 1º
durar a gestação e a lactação, exercerá suas atividades em local deste artigo, serão computados o vencimento do cargo e as van-
salubre e em serviço não perigoso. tagens permanentes devidas em dezembro do ano corresponden-
Art. 187. Os adicionais de insalubridade ou periculosidade te, acrescida da média das vantagens pecuniárias temporárias, a
não poderão ser inferiores aos previstos na legislação federal re- qualquer título, recebidas pelo servidor nos meses de dezembro
guladora da matéria, prevalecendo esta quando mais vantajosa, do ano anterior até novembro do ano correspondente. (Parágrafo
independentemente de qualquer ato do Legislativo ou do Execu- acrescido pelo art. 1º da Lei nº 11.433, de 14 de dezembro de
tivo Municipal. 2011).
Art. 192. Caso o servidor deixe o serviço público municipal, a
SUBSEÇÃO III - DO ADICIONAL POR SERVIÇO EXTRAORDI- gratificação natalina ser-lhe-á paga proporcionalmente ao núme-
NÁRIO ro de meses de exercício no ano, com base na remuneração do
mês em que ocorrer o fato.
Art. 188. O serviço extraordinário será remunerado com Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos ocupan-
acréscimo de cinqüenta por cento em relação à hora normal de tes de cargos em comissão.
trabalho. Art. 193. É facultado ao servidor, por ocasião do gozo de suas
§ 1º O cálculo da hora extraordinária será obtido dividindo-se férias regulamentares, receber o abono de Natal, referente à pri-
a remuneração mensal do servidor pelo total de horas de trabalho meira parcela, desde que o requeira, no mês de janeiro do corres-
normal a que está sujeito no mês. pondente ano.
§ 2º Será considerado extraordinário, o serviço prestado no
período que anteceder ou exceder a jornada normal do servidor, SEÇÃO II - DOS DEMAIS ABONOS
segundo as normas estabelecidas nesta Lei e em regulamentação
específica. Art. 194. É permitida a concessão de outros abonos, desde
§ 3º Excetua-se do disposto no parágrafo anterior o serviço que estabelecidos por Lei, Federal ou local, que poderão ser in-
excedente prestado por servidor ocupante de cargo em comissão. corporados aos respectivos vencimentos, segundo o que dispuser
Art. 189. Somente será permitido serviço extraordinário para a legislação que os instituir.
atender a situações excepcionais e temporárias, respeitado o limi-
te máximo de duas horas diárias. CAPÍTULO VII - DAS ACUMULAÇÕES REMUNERADAS
§ 1º O serviço extraordinário previsto neste artigo será pre- SEÇÃO ÚNICA - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
cedido de convocação prévia expressa, pela chefia imediata que
justificará o fato. Art. 195. Resguardados os casos expressos na constituição
§ 2º O serviço extraordinário realizado no horário previsto no Federal, é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos,
art. 190 será acrescido do percentual relativo ao serviço noturno, exceto:
em função de cada hora extra. a) a de dois cargos privativos de professor;
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico
SUBSEÇÃO IV - DO ADICIONAL NOTURNO e;
Art. 190. O serviço noturno, prestado em horário compreen- c) a de dois cargos privativos de médico.
dido entre vinte e duas horas de um dia e cinco horas do dia se- Parágrafo único. Em qualquer dos casos, a acumulação so-
guinte, terá o valor/hora acrescido de mais vinte por cento, com- mente é permitida quando houver compatibilidade de horários.
putando-se cada hora como de cinqüenta e dois minutos e trinta Art. 196. A proibição de acumular estende-se a empregos e
segundos. funções e abrange autarquias, fundações instituídas e mantidas
pelo Poder Público, empresas públicas e sociedades de economia
CAPÍTULO VI - DOS ABONOS PECUNIÁRIOS mista.
SEÇÃO I - DO ABONO DE NATAL Art. 197. O servidor aposentado, quando no exercício de man-
Art. 191. O abono de natal será pago, anualmente, a todo ser- dato eletivo ou de cargo em comissão ou quando contratado para
vidor municipal, ativo ou inativo, independentemente da remune- prestação de serviços públicos, perceberá a remuneração dessa
ração a que fizer jus. atividade cumulativamente com os proventos de aposentadoria.
§ 1º O abono de Natal corresponderá a um doze avos, por Art. 198. Verificada, em processo administrativo, mediante o
mês de efetivo exercício, da remuneração devida em dezembro exercício de ampla defesa e do contraditório, a existência de acu-
do ano correspondente. mulação ilícita, o servidor será obrigado a optar pela remuneração
§ 2º A fração igual ou superior a quinze dias de exercício será de um dos cargos, no prazo improrrogável de quinze dias a contar
tomada como mês integral, para efeito do parágrafo anterior. do recebimento da comunicação. Se não o fizer nesse prazo, será
§ 3º O abono de Natal dos inativos e pensionistas será pago suspenso o pagamento de um dos cargos e o caso será encami-
de acordo com os proventos que perceberem na data deste pa- nhado para apuração em processo administrativo disciplinar. (Re-
gamento. dação dada pelo art. 1º da Lei nº 11.525, de 28 de março de 2012).
Parágrafo único. (Revogado pelo art. 3º da Lei nº 11.525, de
28 de março de 2012).

199
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
Art. 199. As acumulações serão objeto de exame e parecer, XVI. manter conduta funcional honesta, compatível com a
em cada caso, para efeito de nomeação em cargo ou função públi- dignidade da função pública e com a moralidade administrativa;
ca, e sempre que houver interesse da administração. (Acrescido pelo art. 2º da Lei nº 11.525, de 28 de março de 2012).
Art. 200. Ressalvado o caso de substituição, o servidor não XVII. atender com presteza e satisfatoriamente: (Acrescido
pode exercer, simultaneamente, mais de uma função de chefia, pelo art. 2º da Lei nº 11.525, de 28 de março de 2012).
bem como receber, cumulativamente, vantagens pecuniárias da a) ao público em geral, prestando as informações requeridas,
mesma natureza. exceto as protegidas por sigilo; e (Acrescido pelo art. 2º da Lei nº
Art. 201. Não se compreende na proibição de acumular, nem 11.525, de 28 de março de 2012).
está sujeita a quaisquer limites, a percepção: b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito
I. conjunta, de pensões civis ou militares; ou esclarecimento de situações de interesse pessoal. (Acrescido
II. de pensões com vencimento básico ou remuneração. pelo art. 2º da Lei nº 11.525, de 28 de março de 2012).
III. de pensões com vencimento básico de disponibilidade ou
proventos de aposentadoria ou reforma; SEÇÃO II - DAS PROIBIÇÕES
IV. de proventos resultantes de cargos legalmente acumulá-
veis; e Art. 203. Ao servidor é proibido:
V. de proventos com vencimento básico ou remuneração, nos I - (Revogado pelo art. 1º da Lei nº 5.057, de 11 de junho de
casos de acumulação lícita. 1992);
II. retirar, sem prévia permissão da autoridade competente,
TÍTULO VI - DO REGIME DISCIPLINAR qualquer documento ou objeto da repartição;
CAPÍTULO I - DOS DEVERES, DAS PROIBIÇÕES E DAS RES- III. entreter-se, durante as horas de trabalho, em atividades
PONSABILIDADES estranhas ao serviço; (Redação dada pelo art. 1º da Lei nº 11.525,
SEÇÃO I - DOS DEVERES de 28 de março de 2012);
IV. exercer atividades particulares no horário de trabalho;
Art. 202. São deveres do servidor: V. promover manifestações de apreço ou desapreço dentro
I. ser assíduo e pontual; da repartição ou tornar-se solidário com elas;
II. cumprir as ordens superiores, representando quando fo- VI. exercer comércio entre os companheiros de serviço e pro-
rem manifestamente ilegais; mover listas de donativos dentro da repartição.
III. desempenhar com zelo e presteza os trabalhos de que for VII. empregar material do serviço público em serviço parti-
incumbido; cular;
IV. guardar sigilo sobre os assuntos da repartição e sobre VIII. coagir ou aliciar subordinados ou companheiros de tra-
despachos, decisões e providências, nos termos das normas que balho com objetivos de natureza política ou partidária.
regulamentam o direito de acesso à informação; (Redação dada Art. 204. É proibido, ainda, ao servidor:
pelo art. 1º da Lei nº 12.825, de 26 de dezembro de 2018). I. fazer contratos de natureza comercial e industrial com o
V. representar aos superiores sobre todas as irregularidades Município, por si ou como representante de outrem;
de que tiver conhecimento no exercício de suas funções; II. exercer funções de direção ou de gerência de empresas
VI. tratar com urbanidade os companheiros de serviço e as bancárias, industriais ou de sociedades comerciais que mante-
partes, atendendo-os sem preferências pessoais; nham relações comerciais ou administrativas com o Município,
VII. (Revogado pelo art. 3º da Lei nº 11.525, de 28 de março sejam por este subvencionadas ou estejam diretamente relacio-
de 2012). nadas com a finalidade da repartição ou serviço em que esteja
VIII. manter espírito de cooperação e solidariedade com os lotado;
companheiros de trabalho. III. exercer emprego ou função em empresas, estabelecimen-
IX. zelar pela economia do material sob sua guarda e utili- tos ou instituições que tenham relação com o Município, em ma-
zação e pela conservação do patrimônio público; (Redação dada téria que se relaciona com a finalidade da repartição ou serviço
pelo art. 1º da Lei nº 11.525, de 28 de março de 2012); em que esteja lotado;
X. apresentar-se convenientemente trajado em serviço ou IV. comerciar ou ter parte em sociedades comerciais, nas con-
com uniforme confeccionado a expensas do Município, quando dições mencionadas no item II deste artigo, podendo, em qual-
por este exigido; quer caso, ser acionista, quotista ou comanditário;
XI. atender, prontamente, com preferência sobre qualquer V. praticar atos de sabotagem contra o serviço público;
outro serviço, às requisições de papéis, documentos, informações VI. praticar a usura em qualquer de suas formas;
ou providências que lhe forem feitas pelas autoridades judiciárias VII. constituir-se procurador de partes ou servir de intermedi-
ou administrativas para defesa dos interesses do Município, em ário perante qualquer repartição pública, exceto quando se tratar
juízo ou administrativamente; (Redação dada pelo art. 54 da Lei de interesse de parente até segundo grau;
nº 10.564, de 11 de novembro de 2008). VIII. solicitar ou receber de terceiros qualquer vantagem, por
XII. estar em dia com as leis, os regulamentos, os regimentos, trabalhos realizados na repartição ou pela promessa de realizá-
as instruções e as ordens de serviços que digam respeito às fun- -los; (Redação dada pelo art. 1º da Lei nº 11.525, de 28 de março
ções por ele exercidas; de 2012);
XIII. submeter-se à perícia de saúde que for determinada pela IX. valer-se de sua qualidade de servidor, para desempenhar
autoridade competente; (Redação dada pelo art. 24 da Lei 13.322, atividades estranhas às funções ou para lograr, direta ou indireta-
de 27 de dezembro de 2021) mente, qualquer proveito.
XIV. freqüentar cursos instituídos para aperfeiçoamento ou X. ofender a dignidade ou o decoro de colega de trabalho ou
especialização. particular ou propalar tais ofensas; (Acrescido pelo art. 2º da Lei
XV. prestar serviços extraordinários, quando regularmente nº 11.525, de 28 de março de 2012);
convocado, executando os que lhe competirem.

200
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
XI. opor resistência injustificada ao andamento de documen- VI. cassação da aposentadoria ou da disponibilidade.
to ou processo ou à execução de serviço; (Acrescido pelo art. 2º Parágrafo único. Todas as penas disciplinares serão aplicadas
da Lei nº 11.525, de 28 de março de 2012); por escrito, por ato emanado de autoridade competente, nos ter-
XII. proceder de forma desidiosa; (Acrescido pelo art. 2º da mos do disposto no art. 219 desta Lei. (Parágrafo único acrescido
Lei nº 11.525, de 28 de março de 2012); pelo art. 2º da Lei nº 11.525, de 28 de março de 2012).
XIII. dar preferência ao andamento de documentos ou pro- Art. 211. Na aplicação das penas disciplinares, serão consi-
cessos, a fim de atender interesse pessoal; (Acrescido pelo art. 2º deradas a natureza e a gravidade da infração, os danos que dela
da Lei nº 11.525, de 28 de março de 2012); provierem para o serviço público e os antecedentes funcionais,
XIV. proferir ameaça, em serviço ou em razão deste; e (Acres- considerados os últimos 5 (cinco) anos. (Redação dada pelo art.
cido pelo art. 2º da Lei nº 11.525, de 28 de março de 2012); 1º da Lei nº 11.525, de 28 de março de 2012).
XV. recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando soli- Art. 212. A pena de advertência será aplicada em razão de
citado. (Acrescido pelo art. 2º da Lei nº 11.525, de 28 de março negligência. (Redação dada pelo art. 1º da Lei nº 11.525, de 28 de
de 2012); março de 2012).
Parágrafo único. Não está compreendida na proibição dos Art. 213. A pena de repreensão será aplicada nos casos de
itens II e III a participação em sociedades nas quais o Município falta de cumprimento dos deveres e de reincidência em falta que
seja acionista, bem assim na direção ou gerência de cooperativas tenha resultado na pena de advertência. (Redação dada pelo art.
e associações de classe, ou como seu sócio. 1º da Lei nº 11.525, de 28 de março de 2012).
Art. 214. A pena de suspensão, que não excederá de trinta
SEÇÃO III - DAS RESPONSABILIDADES dias, será aplicada em caso de falta grave, de infração às proibi-
SUBSEÇÃO I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
ções e de reincidência em falta punida com a repreensão.
§ 1º o servidor suspenso perderá todas as vantagens e os di-
Art. 205. O servidor é responsável por todos os prejuízos que,
reitos decorrentes do exercício do cargo, exceto quando a pena
nessa qualidade, causar à Fazenda Municipal, por dolo ou culpa
for convertida em multa.
devidamente apurados.
Parágrafo único. Caracteriza especialmente a responsabilida- § 2º A autoridade que aplicar a pena de suspensão poderá
de: convertê-la em multa, obrigando-se o servidor a permanecer em
I. pela sonegação de valores e objetos confiados à sua guarda, exercício, com direito à metade de seu vencimento.
ou por não prestar contas, ou não as tomar, na forma e no prazo Art. 215. A pena de demissão será aplicada por motivo de:
estabelecidos nas leis, regulamentos, regimentos, instruções e or- I. crime contra a administração pública;
dens de serviço; II. abandono de cargo;
II. pelas faltas, danos, avarias e quaisquer outros prejuízos III. incontinência, má conduta ou mau procedimento, em
que sofrerem os bens e os materiais sob sua guarda ou sujeitos a serviço ou em razão deste. (Redação dada pelo art. 1º da Lei nº
seu exame ou fiscalização; 11.525, de 28 de março de 2012).
III. pela falta ou inexatidão das necessárias averbações nas IV. insubordinação grave em serviço;
notas de despachos, guias e outros documentos da receita, ou V. ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo
que tenham com eles relação; em legítima defesa, própria ou de outrem; (Redação dada pelo
IV. por qualquer erro de cálculo, redução ou omissão contra art. 1º da Lei nº 11.525, de 28 de março de 2012).
a Fazenda Pública. VI. aplicação indevida dos dinheiros públicos;
Art. 206. O servidor será obrigado a repor, de uma só vez, a VII. lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio mu-
importância do prejuízo causado à Fazenda Municipal em virtude nicipal;
de alcance, desfalque, omissão ou remissão. VIII. revelação de segredo confiado em razão do cargo ou fun-
Art. 207. Excetuando-se os casos incluídos no artigo anterior, ção, desde que o faça dolosamente e com prejuízo para o Municí-
a importância da indenização poderá ser liquidada mediante des- pio ou particulares;
conto em folha, parceladamente. IX. recebimento ou solicitação de propinas, comissões ou van-
Parágrafo único. Por erro de cálculo ou redução contra a Fa- tagens de qualquer espécie, diretamente ou por intermédio de
zenda Municipal, não tendo havido má-fé, será aplicada a pena de outrem, ainda que fora de suas funções, mas em razão delas;
repreensão e, na reincidência, a de suspensão. X. solicitação, por empréstimo, de dinheiro ou quaisquer va-
Art. 208. Em se tratando de danos causados a terceiros, res- lores a pessoas que tratem de interesses ou o tenham na reparti-
ponderá o servidor perante a Fazenda Municipal, em ação regres-
ção ou estejam sujeitos à sua fiscalização;
siva, proposta depois de transitar em julgado a decisão judicial
XI. exercício de advocacia administrativa.
que houver condenado a fazenda ao ressarcimento dos prejuízos.
XII. acumulação ilícita de cargos, empregos ou funções públi-
Art. 209. A responsabilidade administrativa não exime o ser-
cas. (Acrescido pelo art. 2º da Lei nº 11.525, de 28 de março de
vidor da de natureza civil ou criminal, que no caso couber, nem
o pagamento de indenização a que ficar obrigado, na forma dos 2012);
artigos 206 e 207, o exime de pena disciplinar em que incorrer. § 1º Considera-se abandono de cargo, a ausência ao serviço,
sem justa causa, por trinta dias consecutivos.
SUBSEÇÃO II - DAS PENALIDADES § 2º Será, ainda, demitido, o servidor que, durante o período
de doze meses, faltar ao serviço sessenta dias, interpoladamente,
Art. 210. São penas disciplinares: sem justa causa.
I. advertência; Art. 216. Não poderá ser aplicada ao servidor, pela mesma
II. repreensão; infração, mais de uma pena disciplinar.
III. suspensão; § 1º A infração mais grave absorve as demais. (Parágrafo úni-
IV. multa; co transformado em 1º pelo art. 1º da Lei nº 11.525, de 28 de
V. demissão; março de 2012).

201
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
§ 2º Para efeito de reincidência, serão consideradas as penali- Parágrafo único. O prazo de prescrição inicia-se no dia em
dades aplicadas nos últimos 5 (cinco) anos. (Acrescido pelo art. 1º que a autoridade responsável pela apuração da infração discipli-
da Lei nº 11.525, de 28 de março de 2012). nar tomar conhecimento de sua ocorrência e interrompe-se pelo
Art. 217. O ato de demissão mencionará sempre a causa da despacho decisório de instauração de processo administrativo
penalidade e seu fundamento legal. disciplinar. (Redação dada pelo art. 2º da Lei nº 12.825, de 26 de
Art. 218. Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade dezembro de 2018) e anteriormente (Redação dada pelo art. 19
se ficar provado que o servidor: da Lei nº 10.134, de 27 de dezembro de 2006).
I. praticou, quando em atividade, falta grave para a qual é co- Art. 224. Deverão constar do assentamento individual do ser-
minada nesta lei a pena de demissão; vidor, todas as penalidades que lhe forem impostas.
II. aceitou ilegalmente cargo ou função pública;
III. praticou a usura, em qualquer de suas formas; SUBSEÇÃO III - DA SUSPENSÃO PREVENTIVA
IV. perdeu a nacionalidade brasileira.
V. declarado apto para retornar ao trabalho, mediante perí- Art. 225. A suspensão preventiva até trinta dias, prorrogável
cia, em caso de aposentadoria por invalidez, não entrar em exercí- por mais sessenta dias, poderá ser ordenada pelo Prefeito ou pelo
cio dentro do prazo de 30 (trinta) dias. (Redação dada pelo art. 25 Presidente da Câmara, em despacho motivado, desde que o afas-
da Lei 13.322, de 27 de dezembro de 2021) tamento do servidor seja necessário para que este não venha in-
Art. 219. São competentes para a aplicação das penalidades: fluir indevidamente na tramitação da sindicância ou do processo
I - o Prefeito do Município e o Presidente da Câmara Munici- administrativo.(Redação dada pelo art. 98 da Lei nº 9.864, de 20
pal, em qualquer caso, e, privativamente, nos casos de demissão de dezembro de 2005).
de cargo, emprego ou função e de cassação de aposentadoria ou Art. 226. O servidor terá direito:
disponibilidade; (Redação dada pelo art. 98 da Lei nº 9.864, de 20 I. à contagem do tempo de serviço público relativo ao período
de dezembro de 2005). em que tenha estado suspenso, quando do processo não houver
II - o Corregedor-Geral do Município, em todos os casos, salvo resultado pena disciplinar ou esta se limitar à advertência ou re-
nos de competência privativa do Prefeito do Município ou do Pre- preensão;
sidente da Câmara; (Redação dada pelo art. 18 da Lei nº 10.134, II. à contagem e à remuneração do período de afastamento
de 27 de dezembro de 2006). (Anteriormente alterado pelo art. 98 que exceder do prazo de suspensão disciplinar efetivamente apli-
da Lei nº 9.864, de 20 de dezembro de 2005). cada;
III - os titulares de unidades organizacionais, incluídas as as- III. à contagem do período de suspensão preventiva e ao pa-
sessorias, da Câmara Municipal, em todos os casos, salvo nos de gamento do vencimento e de todas as vantagens do exercício,
competência privativa do Presidente; e (Redação dada pelo art. 98 desde que reconhecida a sua inocência.
da Lei nº 9.864, de 20 de dezembro de 2005). Art. 226-A. O servidor somente poderá ser exonerado a pe-
IV - (Revogado pelo art. 3º da Lei nº 11.525, de 28 de março dido após a conclusão definitiva de processo administrativo disci-
de 2012). (Anteriormente alterado pelo art. 98 da Lei nº 9.864, de plinar ou de sindicância que apura suposta lesão ao erário, desde
20 de dezembro de 2005) que, neste caso, ao final da apuração não seja indicada a instaura-
Art. 220. Não pode ser delegada a competência para a aplica- ção de processo. (Incluído pelo art. 3º da Lei nº 12.825, de 26 de
ção de pena disciplinar. dezembro de 2018).
Art. 221. As penas disciplinares terão somente os efeitos de-
clarados em lei. TÍTULO VII - DO PROCESSO ADMINISTRATIVO
Art. 222. A mesma autoridade que aplicar a penalidade ou a (aplicável aos servidores do Legistativo) (Aos servidores do
autoridade superior poderá torná-la sem efeito. Poder Executivo aplica-se o previsto na Lei nº 9.864, de 20 de de-
Parágrafo único. Aos servidores da administração direta e zembro de 2005.
indireta do Poder Executivo aplica-se regulamentação específica
constante da Lei que instituiu a forma de apuração disciplinar pela CAPÍTULO I - DA APURAÇÃO DE IRREGULARIDADE
Corregedoria-Geral. (Acrescido pelo art. 98 da Lei nº 9.864, de 20
de dezembro de 2005). Art. 227. A autoridade que tiver ciência ou notícia de irregula-
Art. 223. Prescreverá a punibilidade: (Redação dada pelo art. ridade no serviço público deverá determinar sua imediata apura-
19 da Lei nº 10.134, de 27 de dezembro de 2006). ção. (Redação dada pela Lei nº 5.622, de 15 de dezembro de 1993,
I. das faltas sujeitas às penas de demissão, de cassação de com efeitos retroativos à 1º de janeiro de 1993).
aposentadoria e de disponibilidade, em quatro anos; (Redação § 1º A apuração poderá ser efetuada:
dada pelo art. 19 da Lei nº 10.134, de 27 de dezembro de 2006). I. de modo sumário, se o caso for passível de penalidade pre-
II. das faltas sujeitas às penas de advertência, repreensão, em vista nos incisos I a IV, do art. 210, quando a irregularidade for
dois anos; (Redação dada pelo art. 2º da Lei nº 12.825, de 26 de confessada, documentalmente provada ou manifestamente evi-
dezembro de 2018) e anteriormente (Redação dada pelo art. 19 dente; (Redação dada pela Lei nº 5.622, de 15 de dezembro de
da Lei nº 10.134, de 27 de dezembro de 2006). 1993, com efeitos retroativos à 1º de janeiro de 1993).
III. da falta também prevista em lei como infração penal, no II. mediante sindicância, nos casos dos incisos I a IV do art.
mesmo prazo correspondente à prescrição da punibilidade desta. 210, excluídas as condições previstas no inciso anterior; (Redação
(Redação dada pelo art. 19 da Lei nº 10.134, de 27 de dezembro dada pela Lei nº 5.622, de 15 de dezembro de 1993, com efeitos
de 2006). retroativos à 1º de janeiro de 1993).
IV. (Revogado pelo art. 19 da Lei nº 10.134, de 27 de dezem- III. mediante sindicância e processo administrativo, aquela
bro de 2006). como condição preliminar para este, nos casos dos incisos V e VI
do art. 210; (Redação dada pela Lei nº 5.622, de 15 de dezembro
de 1993, com efeitos retroativos à 1º de janeiro de 1993).

202
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
IV. por meio de processo administrativo, independentemen- Art. 236. O processo será instaurado mediante portaria que
te de sindicância, quando a irregularidade passível de penalidade especifique claramente as faltas que estão sendo imputadas ao
prevista nos itens V e VI do art. 210 for confessada, documental- servidor e designe a autoridade processante.
mente provada ou manifestamente evidente. (Redação dada pela Parágrafo único. Quando a notícia da irregularidade houver
Lei nº 5.622, de 15 de dezembro de 1993, com efeitos retroativos sido dada por documento escrito, este acompanhará a portaria.
à 1º de janeiro de 1993). Art. 237. O processo administrativo será realizado por comis-
§ 2º Na apuração da irregularidade, serão assegurados ao são composta de três servidores estáveis.
acusado o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos § 1º A autoridade indicará, no ato da designação, um dos ser-
a ela inerentes. (Redação dada pela Lei nº 5.622, de 15 de dezem- vidores para dirigir, como presidente, os trabalhos da comissão.
bro de 1993, com efeitos retroativos à 1º de janeiro de 1993). § 2º o presidente designará um servidor para secretariá-la,
§ 3º A instauração do processo administrativo ocorrerá quan- que poderá ser um dos membros da comissão.
do se tratar de servidor estável. (Acrescido pela Lei nº 5.622, de Art. 238. Não poderá fazer parte da comissão processante ou
15 de dezembro de 1993, com efeitos retroativos à 1º de janeiro de sindicância, mesmo na qualidade de secretário, parente con-
de 1993). sangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau,
do denunciante ou denunciado, bem como os subordinados des-
CAPÍTULO II - DA SINDICÂNCIA tes.
Parágrafo único. Ao servidor designado incumbirá comunicar,
Art. 228. A sindicância será instaurada por ordem do Prefeito desde logo, à autoridade competente, o impedimento que hou-
ou do Presidente da Câmara, do Secretário Geral ou do titular do ver, de acordo com este artigo.
órgão a que estiver subordinado o servidor, podendo constituir-se Art. 239. A comissão processante será constituída de servido-
em peça ou fase do processo administrativo respectivo. res de categoria funcional igual ou superior ao do indiciado.
Art. 229. A sindicância será cometida a comissão composta de Art. 240. A autoridade processante, sempre que necessário,
três servidores estáveis, de condição hierárquica nunca inferior à dedicará todo o tempo aos trabalhos do processo, ficando seus
do indiciado. membros, em tal caso, dispensados dos serviços da repartição du-
§ 1º Ao designar a comissão, a autoridade indicará, dentre rante o curso das diligências e da elaboração do relatório.
seus membros, o respectivo presidente.
§ 2º O presidente da comissão designará o membro que irá CAPÍTULO IV - DOS ATOS E TERMOS PROCESSUAIS
secretariá-la.
Art. 230. A comissão, sempre que necessário, dedicará todo Art. 241. O processo administrativo deverá ser iniciado den-
o tempo aos trabalhos de sindicância, ficando seus membros em tro do prazo de três dias, contados da designação dos membros
tal caso, dispensados do serviço na repartição durante o curso das da comissão, e concluído no de sessenta dias, a contar da data de
diligências e da elaboração do relatório. seu início.
Art. 231. A sindicância deverá ser iniciada dentro do prazo de Parágrafo único. A autoridade que determinou a instauração
três dias, contados da designação da comissão, e concluída no de do processo poderá prorrogar-lhe o prazo, no máximo, até trinta
trinta dias do seu início, prorrogável por mais trinta, à vista de dias, por despacho, em representação circunstanciada que lhe fi-
representação motivada de seus membros. zer o presidente da comissão.
Art. 232. A comissão procederá às seguintes diligências: Art. 242. Instalada a comissão em local que ofereça condições
I. ouvirá testemunhas, para esclarecimento dos fatos referi- adequadas ao seu funcionamento, procederá o secretário à au-
dos na portaria de designação, e o acusado, se julgar necessário tuação da portaria e demais peças preexistentes, compondo os
para esclarecimento dos membros ou a bem de sua defesa, per- autos segundo uma ordenação cronológica crescente.
mitindo-lhe juntada de documentos e indicação de provas; e Art. 243. O processo administrativo será iniciado com a cita-
II. colherá as demais provas que houver, concluindo pela pro- ção do indiciado, sob pena de nulidade.
cedência ou não da argüição feita contra o servidor. § 1º A citação do indiciado será feita pessoalmente, com pra-
Parágrafo único. Como ato preliminar ou no decorrer da sin- zo mínimo de quarenta e oito horas com relação à audiência ini-
dicância, poderá a comissão sindicante representar a autoridade cial, devendo estar acompanhada de extrato da portaria que lhe
competente, pedindo a suspensão preventiva do indiciado. permita conhecer o motivo do processo.
Art. 233. Ultimada a sindicância, a comissão remeterá a auto- § 2º Achando-se o indiciado ausente do lugar, será citado por
ridade que a instaurou, relatório no qual indicará o seguinte: via postal, em carta registrada, juntando-se aos autos o compro-
I. se houve procedência ou não da argüição feita contra o ser- vante de registro da correspondência.
vidor; § 3º Não sendo encontrado o indiciado ou ignorando-se o seu
II. em caso de procedência, quais os dispositivos violados. paradeiro, a citação se fará com prazo de quinze dias, por edital
Parágrafo único. O relatório não deverá propor qualquer me- publicado três vezes seguidas, em órgão oficial de imprensa do
dida, excetuada a abertura de processo administrativo, limitando- Município.
-se a responder aos quesitos do artigo anterior. § 4º O prazo a que se refere o parágrafo anterior será contado
Art. 234. Decorridos os prazos previstos no artigo 231, sem da primeira publicação, certificando o secretário, no processo, das
que tenha sido apresentado relatório, a autoridade competente datas em que as publicações foram feitas.
promoverá a responsabilidade dos membros da comissão. Art. 244. Encerrada a citação, sem que tenha o acusado se
dignado manifestar-se sobre o processo, será considerado revel,
CAPÍTULO III - DA INSTAURAÇÃO DO PROCESSO designando-lhe o presidente um servidor efetivo para acompa-
nhá-lo e apresentar a competente defesa escrita.
Art. 235. São autoridades para instaurar o processo adminis- § 1º A designação referida neste artigo cairá sempre que pos-
trativo as previstas no artigo 228. sível, em diplomado em Direito.

203
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
§ 2º O servidor designado não poderá se escusar da incum- Art. 257. O defensor terá intervenção limitada à que é per-
bência, sem motivo justo, sob pena de repreensão, a ser aplicada mitida nesta lei ao próprio indiciado, podendo representá-lo em
pela autoridade competente. qualquer ato processual, salvo naqueles em que a comissão pro-
Art. 245. A convocação do denunciante e de testemunhas de- cessante julgar conveniente a presença do indiciado.
verá ser feita pessoalmente, contra recibo, mediante intimação Art. 258. Ainda na fase de instrução do processo, a comissão
pelo menos quarenta e oito horas antes de sua audiência. poderá promover acareações, juntada de documentos, diligências
§ 1º Se o denunciante ou testemunhas, sendo servidores pú- e perícias, visando reunir provas quanto à culpabilidade ou ino-
blicos, se negarem a atender à intimação, o fato será comunicado cência do indiciado.
imediatamente aos seus respectivos chefes, ficando passíveis de Art. 259. Encerrada a instrução, a comissão mandará dentro
responsabilidade funcional. de quarenta e oito horas, citar o acusado para que ele, no prazo
§ 2º Quando for desconhecido o paradeiro de alguma teste- de dez dias, apresente defesa escrita.
munha, o presidente solicitará, à autoridade policial, informações § 1º A citação do acusado revel deverá ser feita por edital úni-
necessárias à notificação. co, publicado em órgão oficial de imprensa do Município.
Art. 246. Quando a testemunha recusar-se a depor perante a § 2º Durante o prazo de defesa, terá o indiciado vista dos au-
comissão, e não pertencendo ela ao serviço público, o presidente tos em presença do secretário ou de um dos membros da comis-
solicitará à autoridade policial a providência cabível, a fim de que são, no local de processo.
seja ouvida perante aquela autoridade. Art. 260. Decorrido o prazo previsto no artigo anterior sem
Parágrafo único. O Presidente encaminhará, neste caso, à au- que tenha sido apresentada defesa, será esta produzida por de-
toridade policial, deduzida por itens, a matéria de fato sobre a fensor de ofício, ao qual se consignará novo prazo.
qual deva ser ouvida o denunciante ou a testemunha. Art. 261. Esgotado o prazo de defesa, a comissão apresentará
Art. 247. O servidor que tiver de se deslocar para fora de sua o seu relatório dentro de dez dias.
sede de exercício para servir no processo, fará jus ao ressarcimen- § 1º Nesse relatório, a comissão apreciará, em relação a cada
to das despesas feitas com viagem e permanência no local. indiciado, separadamente, as irregularidades de que foram acu-
Art. 248. Como ato preliminar ou no decorrer do processo, sados, as provas colhidas e as razões de defesa propondo, então,
poderá a comissão processante representar a autoridade compe- a absolvição ou a punição, e indicando, neste caso, a pena que
tente, pedindo a suspensão preventiva do indiciado. couber.
Art. 249. Iniciada a fase de instrução processual, no caso em
§ 2º Deverá também a comissão, em seu relatório, sugerir
que haja denunciante, vítima, indiciado e testemunhas, a Comis-
quaisquer outras providências que lhe pareçam de interesse do
são os ouvirá na seguinte ordem:
serviço público.
I. denunciante;
Art. 262. Apresentado o relatório, a comissão ficará à disposi-
II. vítima;
ção da autoridade que tiver mandado instaurar o inquérito, para a
III. indiciado;
prestação de qualquer esclarecimento julgado necessário, dissol-
IV. testemunhas, começando pelas de acusação.
vendo-se dez dias após a data em que for proferido o julgamento.
Art. 250. Dentro do prazo de cinco dias, contados da audiên-
Art. 263. Recebido o relatório da comissão, acompanhado do
cia, poderá o indiciado requerer a prova de seu interesse, apresen-
processo, a autoridade que tiver determinado a sua instauração
tando rol de no máximo dez testemunhas, que serão notificadas.
Parágrafo único. Durante a produção de prova, será lícito ao deverá proferir o julgamento dentro do prazo de vinte dias.
indiciado providenciar a substituição de testemunhas ou proce- § 1º As diligências que se fizerem necessárias deverão ser
der à indicação de outras, em razão da ausência das inicialmente determinadas e realizadas dentro do prazo máximo mencionado
arroladas. neste artigo.
Art. 251. O indiciado não assistirá à inquirição do denuncian- § 2º Se o processo não for julgado no prazo indicado neste
te. Antes, porém, de prestar as próprias declarações, ser-lhe-ão artigo, o indiciado, caso esteja suspenso, reassumirá automatica-
lidas, pelo secretário, as que houver aquele prestado. mente o seu cargo ou função, e aguardará em exercício o julga-
Art. 252. É permitido ao indiciado reperguntar às testemu- mento.
nhas por intermédio do presidente, que poderá indeferir as reper- Art. 264. Quando escaparem à sua alçada as penalidades e
guntas que não tiverem conexão com a falta. providências que lhe pareçam cabíveis, a autoridade que deter-
Parágrafo único. A defesa poderá exigir que seja consignado minou a instauração do processo administrativo deverá propô-las,
no termo o indeferimento providenciado, inclusive a repergunta justificadamente, dentro do prazo marcado para julgamento, à
recusada pela presidência. autoridade competente.
Art. 253. No caso de testemunhas analfabetas, o termo será § 1º Na hipótese deste artigo, o prazo para julgamento será
assinado a rogo, tomando-se destas a impressão digital, no local de quinze dias.
reservado à assinatura. § 2º A autoridade julgadora determinará a expedição dos
Art. 254. Os menores de dezoito anos servirão como infor- atos decorrentes do julgamento e as providências necessárias à
mantes, devendo ser assistidos, no ato de inquirição, pelos seus sua execução.
responsáveis. § 3º As decisões serão publicadas dentro do prazo de oito
Parágrafo único. Os informantes de que trata este artigo se- dias.
rão intimados na pessoa de seus responsáveis. Art. 265. Quando ao servidor se imputar crime, praticado na
Art. 255. É permitido à comissão tomar conhecimento de ar- esfera administrativa, a autoridade que determinou a instauração
güições novas que surgirem contra o indiciado, caso em que este do processo administrativo providenciará, para que se instaure,
terá direito de produzir contra elas as provas que tiver. simultaneamente, o inquérito policial.
Art. 256. O presidente da comissão poderá denegar o requeri- Art. 266. As autoridades administrativas e policiais se auxi-
mento manifestamente protelatório ou de nenhum interesse para liarão para que o processo administrativo e o inquérito policial se
o esclarecimento do fato, fundamentando a sua decisão. concluam dentro dos prazos.

204
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
Art. 267. Quando o ato atribuído ao servidor for considerado Art. 279. Julgada procedente a revisão, a Administração de-
criminoso, serão remetidas, à autoridade competente, cópias au- terminará a redução ou o cancelamento da pena, restabelecendo
tenticadas das peças essenciais do processo. os direitos por ela atingidos.
Art. 268. O servidor só poderá ser exonerado a pedido após a
conclusão definitiva do processo administrativo a que estiver res- TÍTULO VIII - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
pondendo e desde que reconhecida sua inocência.
Art. 269. No caso de abandono de cargo ou função, instaura- Art. 280. Os servidores terão direito à progressão anual, de-
do o processo e feita a citação, comparecendo o indiciado e to- vendo esta ocorrer no mês de janeiro, conforme critérios estabe-
madas as suas declarações, terá ele o prazo de cinco dias, para lecidos em legislação específica.
oferecer defesa ou requerer a produção de provas que tiver, que Art. 281. O dia 28 de outubro será consagrado ao servidor
só podem versar sobre força maior ou coação ilegal. municipal, sendo facultativo o ponto nessa data.
Parágrafo único. Não comparecendo o indiciado, o processo Art. 282. Serão contados em dias corridos os prazos previstos
prosseguirá à sua revelia, sendo designado pelo presidente um neste Estatuto, exceto quando haja disposição expressa em con-
servidor efetivo para acompanhá-lo e produzir-lhe a defesa. trário.
Parágrafo único. Na contagem dos prazos, será excluído o dia
CAPÍTULO V - DA REVISÃO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO inicial e incluído o dia do vencimento. Se esse dia incidir em sá-
bado, domingo, feriado ou em outro cujo ponto seja facultativo,
Art. 270. Dar-se-á revisão dos processos findos, mediante re- o prazo será considerado prorrogado até o primeiro dia útil se-
curso do punido: guinte.
I. quando a decisão for contrária ao texto expresso de lei ou Art. 283. São isentos de taxas os requerimentos e outros pa-
recurso do punido; péis que, na ordem administrativa, interessem ao servidor público
II. quando a decisão se fundar em depoimento, exames ou municipal efetivo, ativo ou inativo, comissionado ou celetista. (Re-
documentos comprovadamente falsos ou errados; dação dada pelo art. 1º da Lei nº 11.876, de 15 de julho de 2013).
III. quando, após a decisão, se descobrirem novas provas da Parágrafo único. Incluir-se-á dentre as hipóteses previstas no
“caput” deste artigo a solicitação de inscrição para concurso pú-
inocência do punido ou de circunstância que autorize pena mais
blico. (Redação dada pelo art. 1º da Lei nº 11.876, de 15 de julho
branda.
de 2013).
Parágrafo único. Os pedidos que não se fundarem nos casos
Art. 284. Por motivo de convicção filosófica, religiosa ou po-
enumerados serão indeferidos “in limine”.
lítica, nenhum servidor poderá ser privado de qualquer de seus
Art. 271. A revisão, que poderá verificar-se a qualquer tempo, direitos, nem sofrer alteração em sua vida funcional, salvo se a
não autoriza a agravação da pena. invocar para eximir-se de obrigação legal.
§ 1º O pedido será sempre dirigido à autoridade que aplicou a Art. 285. O servidor somente poderá ser colocado à dispo-
pena, ou à que a tiver confirmado em grau de recurso. sição de órgão não pertencente à esfera municipal de governo,
§ 2º Não será admissível a reiteração do pedido, salvo se fun- mediante sua anuência expressa.
dado em novas provas. Parágrafo único. No caso previsto neste artigo, o servidor po-
Art. 272. A revisão poderá ser pedida pelo próprio punido, ou derá, a qualquer momento, solicitar o retorno ou ser reconvocado
por qualquer pessoa, quando se tratar de servidor falecido, desa- pela Administração.
parecido ou incapacitado de requerer. Art. 286. Os servidores pertencentes às esferas de governo de
Art. 273. Não constitui fundamento para revisão a simples outros municípios, dos Estados ou da União, serão colocados, por
alegação de injustiça da penalidade. tempo determinado, à disposição do Município mediante termo
Art. 274. Deferido o pedido, a mesma autoridade administra- de convênio. (Redação dada pelo art. 1º da Lei nº 12.804, de 12
tiva designará comissão composta de três servidores efetivos, de de dezembro de 2018).
categoria funcional igual ou superior à do punido, indicando quem Parágrafo único. Para o estabelecimento do convênio de que
deva servir de presidente para processar a revisão. trata o caput deste artigo, será observado o interesse público, a
§ 1º Será impedido de funcionar na revisão quem tiver com- necessidade do serviço e a compatibilidade do cargo de provi-
posto a comissão de processo administrativo. mento efetivo na unidade, com as atribuições a serem exercidas
§ 2º O presidente designará um servidor para secretariá-la, no Município. (Redação dada pelo art. 1º da Lei nº 12.804, de 12
que poderá ser um dos membros da comissão. de dezembro de 2018).
Art. 275. Ao processo de revisão será apensado o processo Art. 287. A jornada de trabalho do servidor público municipal
administrativo ou sua cópia, marcando o presidente o prazo de não excederá a quarenta horas semanais, resguardando-se as jor-
cinco dias para que o requerente junte as provas que tiver ou indi- nadas inferiores, que serão disciplinadas em legislação específica.
que as que pretenda produzir. Art. 288. É vedado ao servidor prestar serviços sob a chefia
Art. 276. Concluída a instrução do processo, será aberta vista imediata de cônjuge ou parente até segundo grau, salvo em cargo
de livre escolha, não podendo exceder de dois o seu número.
ao requerente, perante o secretário ou um dos membros da co-
Art. 289. Ao servidor público são assegurados, nos termos da
missão, no lugar do processo, pelo prazo de dez dias para apresen-
Constituição Federal, o direito à livre associação sindical e os se-
tação de alegações.
guintes direitos, entre outros, dela decorrentes:
Art. 277. Decorrido esse prazo, ainda que sem alegações, será
I. de ser representado pelo sindicato, inclusive como substi-
o processo, com relatório fundamentado da comissão, encami- tuto processual;
nhado, dentro de quinze dias, à autoridade competente para o II. de inamovibilidade do dirigente sindical, até um ano após o
julgamento. final do mandato, exceto se a pedido;
Art. 278. Será de vinte dias o prazo para esse julgamento, sem III. de descontar em folha, sem ônus para a entidade sindical a
prejuízo das diligências que a autoridade entenda necessárias ao que for filiado, o valor das mensalidades e contribuições definidas
melhor esclarecimento do processo. em assembléia geral da categoria.

205
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
Art. 290. O direito de greve será exercido nos termos e nos Art. 295. (Revogado pelo art. 3º da Lei nº 5.736, de 22 de
limites definidos em lei federal. abril de 1994). (Redação dada anteriormetne pelo art. 1º da Lei nº
Art. 291. Consideram-se da família do servidor, além do côn- 5.122, de 20 de julho de 1992);
juge e filhos, quaisquer pessoas que vivam a suas expensas e Parágrafo único. (Revogado pelo art. 3º da Lei nº 5.736, de 22
constem do seu assentamento individual. de abril de 1994).
Parágrafo único. Equipara-se ao cônjuge a companheira ou Art. 296. (Revogado pelo art. 27 da Lei nº 10.134, de 27 de
companheiro que comprove união estável como entidade familiar. dezembro de 2006).
Art. 292. É instituída a comissão permanente de negociação, Art. 297. O saque dos saldos das contas do Fundo de Garantia
composta por representantes da Administração Municipal, do por Tempo de Serviço em nome dos servidores regidos pela CLT,
Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Londrina, estes submetidos ao regime estatutário, em decorrência desta lei, ocor-
eleitos em Assembléia Geral e cuja função é manter um processo rerá na forma que dispuser a Lei Federal.
contínuo e periódico de discussão e negociação de todas as ques- Art. 298. Lei Municipal instituirá o Plano de Seguridade So-
tões referentes à qualidade do serviço público e às relações de cial do Servidor, com base nos preceitos contidos no artigo 194 da
trabalho entre os servidores públicos e a administração municipal, Constituição Federal da República.
inclusive na regulamentação do regime jurídico único, observan- Art. 299. Até a data da entrada em vigor da lei de que trata o
do-se como princípios: artigo anterior, o servidor público transposto para o novo regime
I. a liberdade de organização sindical, nos termos do art. 8º da contribuirá para fins previdenciários, nas mesmas bases e percen-
Constituição Federal e demais disposições legais sobre a matéria; tuais anteriormente praticados em relação à Previdência Social
II. a existência de um sistema articulado de negociação para Urbana (INSS), descontados diretamente da Folha de Pagamento.
tratar dos interesses individuais e coletivos dos servidores; § 1º O disposto no “caput” deste artigo aplica-se à Adminis-
III. a transparência administrativa e o acesso às informações tração direta, Autárquica ou Fundacional dos Poderes do Municí-
necessárias, mormente sobre o crescimento da arrecadação e fi- pio.
nanças públicas em geral. § 2º O montante das contribuições de que trata este artigo
Art. 293. Fica o Executivo Municipal autorizado a celebrar será depositado em conta especial de poupança, cuja gerência e
com o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais Acordo Cole- administração caberão à Caixa de Assistência e Pensões dos Servi-
tivo de Trabalho, estabelecendo novas condições de trabalho e de dores Públicos Municipais de Londrina - CAPSML.
remuneração, mediante o referendo do Poder Legislativo, quando Art. 300. Com a aprovação desta lei, o início da contagem do
necessário. período aquisitivo para efeito de percepção de adicional por tem-
po de serviço e licença-prêmio dos servidores celetistas transpos-
TÍTULO IX - DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS tos, dar-se-á a partir da data do último aniversário de admissão
dos mesmos.
Art. 294. Ficam submetidos ao regime instituído por esta Lei, § 1º Para efeito de não-coincidência de percepção de qüin-
na qualidade de servidores públicos, os servidores da Adminis- qüênios no mesmo exercício, pelos servidores celetistas trans-
tração Direta, Autárquica ou Fundacional dos Poderes do Muni- postos, e visando ao equilíbrio financeiro da Administração Mu-
cípio, regidos pela Lei nº 2.692, de 20 de novembro de 1976, Lei nicipal, será concedida uma primeira licença-prêmio proporcional
nº 3.964, de 19 de maio de 1987 e pela Consolidação das Leis do quando o servidor completar cinco anos, ou um de seus múltiplos,
Trabalho, pertencentes ao Quadro Permanente de Empregos. (Re- de serviço municipal, contados da data de admissão. (Acrescido
dação dada pelo art. 1º da Lei nº 5.736, de 22 de abril de 1994); pelo art. 6º da Lei nº 5.182, de 25 de setembro de 1992).
(Redação dada anteriormente pelo art. 1º da Lei nº 5.122, de 20 § 2º o cálculo da proporcionalidade referida no parágrafo an-
de julho de 1992). terior será feito com base no anexo V desta Lei. (Acrescido pelo
§ 1º - Os servidores que não tenham adquirido estabilidade art. 6º da Lei nº 5.182, de 25 de setembro de 1992).
pelo Artigo 19 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, Art. 301. Os adicionais por tempo de serviço, até agora con-
a ela farão jus após dois anos de efetivo exercício, contados da cedidos à razão de cinco por cento por quinquênio, ficam automa-
data de admissão. (Redação dada pelo art. 1º da Lei nº 5.736, de ticamente transformados para um por cento por ano de exercício.
22 de abril de 1994); (Redação dada anteriormente pelo art. 1º da Parágrafo único. Ao servidor que já possua a remuneração
Lei nº 5.122, de 20 de julho de 1992). integrada com adicionais por tempo de serviço concedidos e capi-
§ 2º A mudança para o Regime Jurídico Único não implicará talizados na forma da legislação anterior, fica mantida essa forma
em prejuízo para o servidor, sendo nulos os atos que contrariem de cômputo, agregando-se os novos anuênios a partir do final do
este preceito. (Redação dada pelo art. 1º da Lei nº 5.736, de 22 de período sobre o qual foi concedido o último qüinqüênio.
abril de 1994). (Redação dada anteriormente pelo art. 1º da Lei nº Art. 302. As férias não gozadas até a vigência deste estatuto,
5.122, de 20 de julho de 1992). superiores a dois períodos, serão contadas em dobro para efeito
§ 3º Os servidores em funções do Magistério reger-se-ão pe- de aposentadoria.
las normas estabelecidas nesta Lei, ressalvadas as especificidades Art. 303. Ficam excluídos do regime desta Lei os servidores
da categoria, previstas na Lei nº 3.964, de 19 de maio de 1987. vinculados ao SERCOMTEL - Serviço de Comunicações Telefônicas
(Redação dada pelo art. 1º da Lei nº 5.736, de 22 de abril de 1994). de Londrina -, que continuarão submetidos a regime jurídico pró-
§ 4º - (Excluído pelo art. 1º da Lei nº 5.736, de 22 de abril de prio.
1994); (Redação dada anteriormente pelo art. 1º da Lei nº 5.122, Art. 304. Esta lei entrará em vigor na data de sua publica-
de 20 de julho de 1992). ção, revogadas as disposições em contrário, em especial, a Lei nº
§ 5º - (Excluído pelo art. 1º da Lei nº 5.736, de 22 de abril de 2.692, de 20 de novembro de 1976.
1994); (Redação dada anteriormente pelo art. 1º da Lei nº 5.122, Londrina, 17 de Janeiro de 1.992.
de 20 de julho de 1992).
§ 6º - (Excluído pelo art. 1º da Lei nº 5.736, de 22 de abril de
1994); (Redação dada anteriormente pelo art. 1º da Lei nº 5.122,
de 20 de julho de 1992).

206
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
a) manter os cabelos presos para trás, rente ao couro cabelu-
DECRETO MUNICIPAL Nº 570/2011 - INSTITUI O do, deixando a testa e as orelhas descobertas; se compridos, de-
REGULAMENTO DE ASSEIO PESSOAL, UNIFORMES, vem ser totalmente presos em forma de coque, na parte de trás
CONTINÊNCIAS, HONRAS, SINAIS DE RESPEITO, da cabeça, logo acima da nuca, devendo ser utilizada uma rede
PROTOCOLO E CERIMONIAL DA GUARDA MUNICIPAL da cor dos cabelos ou preta para fixá-los, além de gel ou spray fi-
DE LONDRINA xador; acessórios poderão ser utilizados, para melhor fixação dos
cabelos, devendo ser da cor dos mesmos e sem detalhes;
DECRETO Nº 570 DE 10 DE JUNHO DE 2011 b) é permitido o uso de pulseira, anel e óculos de sol, sendo
este, do mesmo padrão masculino, desde que discretos;
SÚMULA: Institui o regulamento de asseio pessoal, unifor- c) manter as unhas curtas, sendo permitido o uso de esmalte,
mes, continências, honras, sinais de respeito, protocolo e cerimo- desde que de tons claros;
nial da Guarda Municipal de Londrina. d) usar maquiagem com cores suaves e discretas;
e) gargantilha, corrente ou colar não devem ser utilizados, so-
O PREFEITO DO MUNICÍPIO DE LONDRINA, ESTADO DO PARA- brepondo-se ao uniforme; e
NÁ, no uso de suas atribuições legais e em conformidade com o f) os brincos devem ser pequenos e discretos, devendo ser
disposto no art. 2º e art. 31, inciso III da lei municipal nº 10.981, utilizados nos lóbulos da orelha, sem elementos pendulares ou
de 10 de setembro de 2010, e art. 8º da lei municipal nº 10.774, argolas.
de 30 de setembro de 2009, § 2º. As guardas femininas, quando no exercício da função
de ciclista e motociclista, poderão utilizar trança única, cen-
DECRETA: tralizada na parte de trás da cabeça, devido ao uso do capacete.
Art. 1º Fica criado o regulamento de asseio pessoal, unifor- § 3º. Não é permitido o uso de piercing, quando uniformiza-
mes, continências, honras, sinais de respeito, protocolo e cerimo- do.
nial da Guarda Municipal de Londrina. § 4º. São proibidas tatuagens que fiquem aparentes, quando
fardado.
LIVRO I
DO ASSEIO PESSOAL LIVRO II
DO UNIFORME
Art. 2º. O guarda municipal deverá apresentar-se ao serviço
com o uniforme limpo, devidamente passado, em perfeito estado, Art. 3.º O uso dos uniformes pelos Integrantes do cargo de
com coturnos limpos e a fivela do cinto devidamente lustrada. A Guarda Municipal são disciplinados pelo presente regulamento.
camisa será usada por dentro das calças. Parágrafo único. Os símbolos, insígnias, distintivos e identifi-
§ 1º. Os guardas municipais deverão se apresentar da seguin- cação da Guarda Municipal serão regulamentados por portaria do
te maneira: Secretário Municipal de Defesa Social.
I - quando do sexo masculino: Art. 4.º É dever de todo integrante da Guarda:
a) manter o cabelo aparado à máquina ou tesoura, acertando I - utilizar o uniforme, peças complementares, insígnias, iden-
gradualmente de baixo para cima, mantendo bem nítidos os con- tificação e distintivos da Guarda Municipal de Londrina, manten-
tornos junto às orelhas e pescoço; O padrão estabelecido para o do as suas características;
corte de cabelo na parte lateral e traseira será o corte número 3; II - zelar pela limpeza do uniforme, dos calçados e demais pe-
Na parte superior da cabeça, o cabelo deverá ser desbastado o ças, mantendo o brilho dos metais;
suficiente para harmonizar-se com o resto do corte e com o uso da III - apresentar-se com o uniforme completo, devidamente
cobertura; O padrão estabelecido para o corte de cabelo na parte asseado;
superior será o corte número 4; § 1º. Quando no uso da jaqueta que compõe o uniforme, de-
b) é vedado o uso de barba, salvo para disfarçar deformidade verão ser utilizados, por cima desta, a biriba de identificação com
física, desde que haja parecer médico e o Guarda tenha o seu re- a tipagem sanguínea, as luvas de graduação e o braçal, para os
querimento deferido pelo Diretor e Secretário Municipal de Defe- grupamentos que o utilizam.
sa Social e conste de sua identidade funcional; § 2º. O colete à prova de balas deverá ser utilizado, ostensiva-
c) as costeletas poderão ter o comprimento até a altura cor- mente, quando com uniforme operacional e, veladamente, quan-
respondente à metade do pavilhão auricular; do com agasalhos e jaquetas, não sendo permitido que o velcro da
d) é permitido o uso do bigode, desde que discreto, aparado, capa do colete ultrapasse a área de fixação.
não ultrapassando as comissuras labiais, com prévia autorização § 3º. É permitido o uso de luvas, desde que na cor preta, em
do comando, via requerimento; dias frios ou em operações em que se justifique o uso de luvas
e) manter as unhas curtas; táticas.
f) é permitido o uso de corrente, desde que não sobreponha- § 4º. São considerados uniformes, conforme composições,
se ao uniforme; as peças fornecidas pela corporação ou previamente autorizadas
g) é vedado o uso de brincos, pulseiras e anéis, ressalvada pelo Diretor da Guarda Municipal.
aliança; e § 5º. O uso de uniformes, considerando a tropa como um
h) é permitido o uso de óculos de sol nas cores de armação todo ou fração de tropa, deverá ser padronizado de modo que
preta e marrom escuro com lentes escuras, desde que discretos, e seus integrantes estejam adotando o mesmo tipo de fardamento,
são vedados os que possuam lentes espelhadas. conforme regulamentação interna.
II - quando do sexo feminino: Art. 5º. O cinto de guarnição é equipamento integrante do
uniforme, sendo obrigatório o seu uso, e deverá ser composto por
todos os equipamentos fornecidos pela Guarda Municipal.
§ 1º. Serão permitidos, além dos equipamentos fornecidos
pela corporação:

207
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
I - lanterna; Parágrafo único - As prescrições desta parte do regulamento
II - canivete de pequeno porte; aplicam-se às situações diárias da vida dos integrantes da Guarda
III - conjunto de porta-celular e porta-carteira para perna, na Municipal, estando este de serviço ou não, no interior de sua Uni-
cor preta. dade ou em sociedade, nas cerimônias e solenidades de natureza
§ 2º. É vedado o porte de quaisquer tipos de acessórios letais cívica ou militar.
ou não letais não fornecidos pela corporação, salvo se devidamen-
te autorizado pelo Secretário Municipal de Defesa Social ou pelo TÍTULO II
Diretor da Guarda Municipal: DOS SINAIS DE RESPEITO E DA CONTINÊNCIA
Art. 6º. É expressamente proibido: CAPÍTULO I
I - alterar a composição e as características do uniforme, bem DISPOSIÇÕES GERAIS
como suprimir ou adicionar peças, insígnias, distintivos, tarjas,
medalhas, prendedores e etc., não autorizados ou não previstos Art. 11. Para efeito de uniformidade de entendimento, são as
na legislação vigente; seguintes, as definições das expressões e termos abaixo, constan-
II - usar o uniforme incompleto, faltando algum adereço bási- tes do Regulamento de Continências, Honras e Sinais de Respeito
co, como: cobertura, identificação, cordão alamar, apito, etc.; da Guarda Municipal.
III - vestir peças de uniformes desabotoadas, abertas, em de- I - “superior”: Guarda Municipal de cargo ou função que tem
salinho ou em desacordo com o determinado; precedência hierárquica mais elevada;
IV - comparecer a qualquer lugar incompatível com o decoro II - “pares”: Guardas Municipais cujos cargos ou funções estão
da carreira, bem como participar de reuniões e manifestações de situados no mesmo grau hierárquico;
caráter político-partidário, ou de atividades estranhas à carreira III - “subordinado”: Guarda Municipal de cargo ou função si-
de Guarda Municipal uniformizado; tuado em nível hierárquico inferior.
V - usar uniforme ou partes dele nas folgas, férias e licenças; Art. 12. Todo integrante da Guarda Municipal, em decorrên-
VI - uso de qualquer peça do uniforme da Guarda Municipal cia de sua condição, obrigações, deveres, direitos e prerrogativas,
de Londrina por pessoas que não pertençam à carreira de Guarda deve tratar sempre:
Municipal de Londrina, bem como a doação de peças de uniforme I - com respeito e consideração os seus superiores hierárqui-
que contenham as características e a sua identificação. cos, como tributo à autoridade de que se acham investidos por lei;
Art. 7º. Poderá ser restringido ou dispensado o uso de unifor- II - com afeição e camaradagem os seus pares;
me, EPI (Equipamento de Proteção Individual), equipamentos e III - com bondade, dignidade e urbanidade os seus subordi-
acessórios aos integrantes da Carreira da Guarda Municipal, nas nados.
seguintes hipóteses: § 1º Todas as formas de saudação, os sinais de respeito e a
I - no desempenho de atividades administrativas e operacio- correção de atitudes caracterizam, em todas as circunstâncias de
nais, conforme autorização do Diretor e através de requerimento; tempo e lugar, o espírito de disciplina e de apreço existentes entre
II - quando à disposição de outros órgãos ou entidades, para os integrantes da Guarda Municipal.
exercício de atividades estranhas à carreira de Guarda Municipal; § 2º As demonstrações de respeito, cordialidade e conside-
III - quando estiver respondendo a procedimento disciplinar ração devidas entre os integrantes da Guarda Municipal também
devido a comportamento inadequado (embriaguez, uso de subs- são prestadas à população em geral.
tâncias ilícitas, atos libidinosos, furto, etc.); Art. 13. O integrante da Guarda Municipal manifesta respeito
IV - por recomendação da saúde ocupacional e/ou perícia e apreço aos seus superiores, pares e subordinados:
médica; I - pela continência;
V - como medida preventiva para proteção do Guarda Muni- II - dirigindo-se a eles ou atendendo-os, de modo disciplina-
cipal, decoro da classe ou do interesse público. do;
VI - em treinamentos. III - observando a precedência hierárquica;
Art. 8º. As especificações e composições dos uniformes de IV - por outras demonstrações de deferência.
cada grupamento serão definidos gradualmente, de acordo com § 1º Os sinais de respeito regulamentares e de apreço, entre
a disponibilidade, através de portaria do Secretário Municipal de os integrantes da Guarda Municipal, constituem reflexos adqui-
Defesa Social. ridos, mediante cuidadosa instrução e continuada exigência, ca-
Art. 9º. Os casos omissos e controversos serão resolvidos con- racterizando-se antes pela espontaneidade e cordialidade do que
forme determinação do Secretário. pela simples obrigação imposta pela disciplina e hierarquia.
§ 2º A espontaneidade e a correção dos sinais de respeito são
LIVRO III índices seguros do grau de disciplina da corporação Guarda Mu-
DA CONTINÊNCIA, DO PROTOCOLO E DOS CERIMONIAIS nicipal e da educação moral e profissional dos seus componentes.
TÍTULO I
DA FINALIDADE CAPÍTULO II
DA CONTINÊNCIA
Art. 10. Esta parte do regulamento tem por finalidade:
I - estabelecer as honras, as continências e os sinais de respei- Art. 14. A continência é a saudação prestada pelo integrante
to que os integrantes da Guarda Municipal prestam a determina- da Guarda Municipal e pode ser individual ou da tropa.
dos símbolos nacionais e às autoridades civis; § 1º A continência é impessoal, visa à autoridade e não à pes-
II - regular as normas de apresentação e de procedimentos soa.
dos integrantes da Guarda Municipal, bem como as formas de tra- § 2º A continência parte sempre do integrante da Guarda Mu-
tamento e a precedência entre os mesmos; nicipal de menor precedência hierárquica, em igualdade de posto
III - fixar as honras da Guarda Municipal. ou graduação, sendo que, quando ocorrer dúvida sobre qual seja
o de menor precedência, esta deve ser executada simultanea-
mente.

208
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
§ 3º Todo integrante da Guarda Municipal deve, obrigatoria- Art. 21. O superior, qualquer que seja o posto ou graduação,
mente, retribuir a continência que lhe é prestada; se uniformiza- tem, por dever, de corresponder à continência que lhe é feita; por
do, presta continência individual; se em trajes civis, a responde essa forma, dá aos camaradas e subordinados uma prova de con-
com um movimento de cabeça ou com um cumprimento verbal. sideração e do mútuo respeito que deve existir entre os membros
Art. 15. Têm direito à continência: da Guarda Municipal.
I - a Bandeira Nacional: Parágrafo único. A continência individual é devida a qualquer
a) ao ser hasteada ou arriada diariamente ou em cerimônia hora do dia ou da noite e não pode ser dispensada, constituindo
cívica ou militar; prova de disciplina, que o integrante da Guarda Municipal é obri-
b) por ocasião da cerimônia de incorporação ou desincorpo- gado a prestar aos superiores.
ração nas formaturas; Art. 22. São elementos essenciais da continência individual,
c) quando conduzida por tropa em marcha, desfile ou cortejo, variáveis conforme a situação dos executantes:
acompanhada por guarda ou por organização civil em cerimônia I - atitude: postura marcial e comportamento respeitoso e
cívica; adequado às circunstâncias e ao ambiente;
II - o Presidente da República; II - gesto: conjunto de movimento do corpo, braços e mãos,
III - o Governador do Estado; com ou sem armas;
IV - o Prefeito do Município de Londrina; III - duração: o tempo durante o qual o integrante da Guarda
V - o Vice-Prefeito do Município de Londrina; Municipal assume a atitude e executa o gesto acima referido.
VI - o Secretário de Defesa Social de Londrina;
VII - o Diretor da Guarda Municipal de Londrina; SEÇÃO II
VIII - os Inspetores e os Supervisores da Guarda Municipal de FORMAS DIVERSAS DA CONTINÊNCIA
Londrina, quando uniformizados ou mesmo em trajes civis; neste
último caso, quando for obrigatório o seu reconhecimento, em Art. 23. O integrante da Guarda Municipal, desarmado ou ar-
função do cargo que exerce ou quando identificados; mado, faz a continência individual da seguinte forma:
IX - a Tropa formada; I - Subordinado parado e superior deslocando:
Art. 16. Na Guarda Municipal, os graus de hierarquia, para a) posição de sentido, frente voltada para a direção perpendi-
efeito de continência e de sinais de respeito, bem como para uma cular à do deslocamento do superior;
clara definição do círculo dos pares onde está situado cada mem- b) com cobertura: em movimento enérgico, leva a mão di-
bro da Instituição, têm a seguinte configuração: reita ao lado da cobertura, tocando com a falangeta do indicador
I - QUADRO HIERÁRQUICO a borda da pala, um pouco adiante do botão da jugular, ou lugar
a) Prefeito Municipal correspondente, se a cobertura não tiver pala ou jugular; a mão
b) Secretário de Defesa Social no prolongamento do antebraço, com a palma voltada para o ros-
c) Diretor to e com os dedos unidos e distendidos; o braço sensivelmente
d) Inspetor horizontal, formando um ângulo de 45º com a linha dos ombros;
e) Supervisor olhar franco e naturalmente voltado para o superior. Para desfazer
f) Guardas Municipais a continência, baixa a mão em movimento enérgico voltando à
Art. 17. O aperto de mão, entre os integrantes da Guarda Mu- posição de sentido;
nicipal, é uma forma de cumprimento praticada entre superiores c) sem cobertura: em movimento enérgico, leva a mão direita
e subordinados, que contribui para desenvolver o espírito de cor- ao lado direito da fronte, procedendo similarmente ao descrito na
po, a camaradagem e a confiança, virtudes estas que constituem letra b, no que couber;
apanágio dos membros da Guarda Municipal. d) a continência é feita quando o superior atinge a distância
Parágrafo único. Por se tratar de Corporação mista, é proibido de três passos do subordinado e desfeita quando o superior ultra-
o beijo na face como forma de cumprimento entre os integrantes passa o subordinado de um passo;
da Guarda Municipal, estando ambos uniformizados. e) o superior, para responder à saudação do subordinado,
Art. 18. O integrante da Guarda Municipal deve responder leva a mão à pala, encara-o francamente e, em seguida, retoma
com saudação semelhante quando, ao cumprimentar o superior, a atitude anterior;
este, além de retribuir a continência, fizer uma saudação verbal. II - Subordinado deslocando-se e superior parado ou deslo-
cando-se em sentido contrário:
SEÇÃO I a) se está se deslocando em passo normal, o subordinado
DO PROCEDIMENTO NORMAL mantém o passo e direção do deslocamento;
b) se em acelerado ou correndo, toma o passo normal, não
Art. 19. A continência individual é a forma de saudação que cessa o movimento normal do braço esquerdo;
o integrante da Guarda Municipal isolado, isto é, não sendo parte c) a continência é feita a três passos do superior, como pres-
da tropa comandada, quando uniformizado, com ou sem cobertu- crito no inciso I, letras b e c, encarando-o com movimento vivo de
ra, deve aos símbolos, às autoridades e à tropa formada, confor- cabeça;
me estabelecido no Art. 15. d) ao passar por este, o subordinado volta a olhar em frente
§ 1º Para efeito de continência, considera-se tropa a que tiver e desfaz a continência;
um efetivo mínimo de duas pessoas devidamente comandado. III - No caso de subordinado e superior deslocando-se em di-
§ 2º Para saudar os civis, o integrante da Guarda Municipal reções convergentes, o subordinado dá precedência de passagem
uniformizado cumprimenta-os pelo aperto de mão ou com aceno ao superior e faz a continência, como prescreve o inciso I, letras b
de cabeça. e c, sem tomar a posição de sentido;
Art. 20. A continência individual é, ainda, a forma pela qual os IV - Subordinado, deslocando-se, alcança e ultrapassa o supe-
integrantes da Guarda Municipal se saúdam mutuamente ou pela rior que se desloca no mesmo sentido:
qual o superior responde à saudação de subordinado.

209
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
a) o subordinado, ao chegar ao lado do superior, faz-lhe a con- I - Tropa em deslocamento e o Guarda Municipal parado:
tinência, como prescrito no inciso I, letras b e c, e o encara com a) Guarda Municipal a pé: qualquer que seja seu posto ou
vivo movimento de cabeça; graduação, volta-se para a tropa, toma posição de “Sentido” e
b) após um passo, volta a olhar em frente e desfaz a conti- permanece nessa atitude durante a passagem da tropa, fazendo
nência; a continência individual para a Bandeira Nacional e, se for mais
V - Subordinado, deslocando-se, é alcançado e ultrapassado antigo do que o Comandante da tropa, corresponde à continência
por superior que se desloca no mesmo sentido: o subordinado, ao que lhe é prestada; caso contrário, faz a continência individual ao
ser alcançado pelo superior, faz-lhe a continência, como prescrito Comandante da tropa e a todos aqueles que estiverem no coman-
no inciso I, letras b e c, desfazendo-a, depois que o superior tiver do de frações constituídas que lhe sejam hierarquicamente iguais
se afastado um passo; ou superiores;
VI - O integrante da Guarda Municipal, quando tiver as duas b) Guarda Municipal em viatura estacionada - desembarca e
mãos ocupadas, faz a continência individual, tomando a posição procede de acordo com o estipulado na alínea anterior;
de sentido, frente voltada para a direção perpendicular à do des-
II - Tropa em deslocamento e Guarda Municipal em movimen-
locamento do superior, sendo que, quando apenas uma das mãos
to, a pé ou em veículo: o Guarda Municipal, sendo superior hie-
estiver ocupada, a mão direita deve estar livre para executar a
rárquico ao Comandante da tropa, sem parar, corresponde à con-
continência; o integrante da Guarda Municipal em deslocamento,
tinência que lhe é prestada; caso contrário, para, faz a continência
quando não puder corresponder à continência por estar com as
mãos ocupadas, faz vivo movimento de cabeça; individual ao Comandante da tropa, e a todos os Comandantes
VII - Os integrantes da Guarda Municipal compondo guarnição de frações constituídas, que lhe sejam hierarquicamente iguais ou
de viatura, estando com veículo parado, tanto o condutor como o superiores; para o cumprimento à Bandeira Nacional, o Guarda
passageiro fazem a continência individual sem se levantarem e, Municipal, a pé, para e faz a continência individual; se no interior
estando com o veículo em movimento, somente o passageiro faz de veículo, faz a continência individual, sem desembarcar;
a continência individual. III - Tropa parada e Guarda Municipal em movimento: proce-
Art. 24. Todo integrante da Guarda Municipal faz alto para a de como descrito no item anterior, parando apenas para o cum-
continência à Bandeira Nacional, ao Presidente da República e ao primento à Bandeira Nacional.
Prefeito do Município. Art. 29. Os integrantes da Guarda Municipal, ao entrarem na
§ 1º Quando o Hino Nacional for tocado em cerimônia religio- Unidade da Guarda Municipal, apresentam-se ao Secretário
sa, o integrante da Guarda Municipal, participante da cerimônia, de Defesa Social, Diretor, Inspetor ou Supervisor, solicitando auto-
não faz a continência individual, permanecendo em atitude de rização para tratar do assunto que motivou sua ida àquela Unida-
respeito. de. Terminada a missão, ou o fim que ali o levou, deve, antes de se
§ 2º Quando o Hino Nacional for cantado, a tropa ou inte- retirar, ir despedir-se daquela autoridade.
grante da Guarda Municipal presente não faz a continência, nem Art. 30. Se o integrante da Guarda Municipal está em bicicleta
durante a sua introdução, permanecendo em “Sentido” até o final ou motocicleta, deverá passar pelo superior em marcha modera-
de sua execução. da, não presta a continência, concentrando a atenção na condu-
§ 3º Quando o Hino Nacional for tocado em cerimônia à Ban- ção do veículo.
deira o integrante da Guarda Municipal volta-se para a Bandeira Art. 31. Quando o integrante da Guarda Municipal entra em
e faz a continência. um recinto público, percorre com o olhar o local, para verificar se
§ 4º Quando o Hino Nacional for tocado em cerimônia militar há algum superior presente; se houver, este, do lugar em que está,
ou cívica, realizada em ambiente aberto ou fechado, o integrante faz-lhe a continência;
da Guarda Municipal volta-se para o principal local da cerimônia I - Quando um superior entra em um recinto público, o subor-
e faz a continência. dinado que aí está levanta-se ao avistá-lo e faz-lhe a continência;
Art. 25. Ao fazer a continência para a Bandeira Nacional inte-
II - Quando se encontrarem, integrantes da Guarda Munici-
grante de tropa parada, todo integrante da Guarda Municipal, que
pal, em reuniões sociais, festas institucionais e competições es-
se desloca faz alto, vira-se para ela e faz a continência individual,
portivas, devem apresentar-se, mutuamente, declinando posto e
retomando, em seguida, o seu deslocamento; a autoridade, pas-
nome, partindo a apresentação do menos graduado;
sando em revista à tropa, observa o mesmo procedimento.
Art. 26. O Secretário de Defesa Social, o Diretor, os Inspetores III - Seja qual for o caráter - oficial ou particular - da solenida-
e os Supervisores têm, diariamente, direito à continência parada, de ou reunião, deve o integrante da Guarda Municipal, obrigato-
na primeira vez que forem encontrados por seus Guardas Munici- riamente, apresentar-se ao superior de maior hierarquia presente
pais subordinados, no interior de suas Unidades. no local;
IV - Quando dois ou mais integrantes da Guarda Municipal,
SEÇÃO III em grupo, encontram-se com outros membros da Guarda Muni-
DO PROCEDIMENTO EM OUTRAS SITUAÇÕES cipal, todos fazem a continência individual, como se estivessem
isolados.
Art. 27. Quando em trajes civis, o integrante da Guarda Muni- V - O integrante da Guarda Municipal fardado, normalmente,
cipal faz as seguintes saudações: descobre-se ao entrar em um recinto coberto, observando:
a) Se descoberto, volta-se para a direção da Bandeira Nacio- a) O integrante da Guarda Municipal fardado descobre-se,
nal, se o Hino Nacional estiver sendo executado em honra desta, ainda, nos cortejos fúnebres ou religiosos e ao entrar em templos
toma posição de “Sentido”, e assim se mantém até os acordes fi- ou participar de atos em que este procedimento seja usual;
nais do Hino; b) Estas prescrições não se aplicam aos integrantes da Guarda
b) Se estiver de chapéu ou boné, descobre-se e toma posição Municipal em serviço de patrulhamento, escolta ou guarda;
de “Sentido”, e assim se mantém até o acordes finais do Hino. VI - Nas dependências da Unidade ou repartição em que tra-
Art. 28. O integrante da Guarda Municipal isolado presta con- balha, o integrante da Guarda Municipal faz a continência ao Se-
tinência à tropa da seguinte forma: cretário de Defesa Social, Diretor, Inspetor ou Supervisor, quando

210
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
estiverem todos juntos, deve-se cumprimentar primeiramente o XI - mesmo estando de folga e em trajes civis, os integrantes
de maior grau hierárquico, somente a primeira vez que os encon- da Guarda Municipal são obrigados a cumprimentar os seus su-
trar. Fora dessas dependências, procederá como no caso geral, periores;
isto é, cumprimenta o superior todas as vezes que o encontrar; Parágrafo único. Havendo dificuldades para aproximar-se dos
VII - O integrante da Guarda Municipal, acompanhando, em superiores hierárquicos, o cumprimento deve ser feito mediante
serviço ou não, um superior, faz a continência ao superior que en- um movimento de cabeça.
contrar, embora este seja de posto inferior ao daquele a quem
acompanha; SEÇÃO V
VIII - Todo integrante da Guarda Municipal deve, dentro do DA APRESENTAÇÃO
estabelecido no presente Regulamento, levantar-se e tomar posi-
ção de “Sentido”, sempre que por ele passar um superior ou uma Art. 33. O integrante da Guarda Municipal, para se apresen-
tropa, embora seu comandante seja de posto inferior ao seu; tar a um superior, aproxima-se deste até a distância do aperto
IX - Nos veículos de passageiros, ao entrar um superior, o su- de mão; toma posição de “Sentido”, faz a continência individual,
bordinado levanta-se ao avistá-lo ou passar este por ele, faz-lhe a como prescrita neste Regulamento, e diz, em voz claramente audí-
continência e, correspondida esta, senta-se novamente; se o su- vel, seu grau hierárquico e nome de guerra, desfaz a continência,
perior, não achar lugar, cede-lhe o seu. Caso precisar sentar-se ao permanecendo na posição de “Sentido”, até que lhe seja autori-
lado de um superior, deve solicitar-lhe a permissão. zado a tomar a posição de “Descansar” ou de ficar “À vontade”.
§ 1º Se o superior estiver em sua sala de trabalho ou outro
SEÇÃO IV local coberto, o integrante da Guarda Municipal tira a cobertura
DA PRECEDÊNCIA ENTRE OS INTEGRANTES DA GUARDA com a mão direita. Em se tratando de boina, empunha a com a
MUNICIPAL mão esquerda, de tal modo que sua copa fique para fora e sua
parte anterior voltada para frente. Em seguida, faz a continência
Art. 32. É indispensável que a subordinação seja rigorosamen- individual e procede à apresentação, devendo permanecer em pé,
te mantida em todos os graus da hierarquia da Guarda Municipal. até que o superior o autorize a ocupar lugar sentado.
Ter-se-á, pois, na devida conta que: § 2º O integrante da Guarda Municipal não se curva ao cum-
I - é considerado superior aquele que exerce função ou cargo primentar ou responder ao cumprimento.
de chefia sobre o outro; Art. 34. Para se retirar da presença de um superior, o inte-
II - em igualdade de cargo e função, é considerado superior grante da Guarda Municipal toma posição de “Sentido”, fazlhe a
aquele que contar maior antiguidade no cargo ou função; continência, idêntica à da apresentação, e pede licença para se
III - a antiguidade de cada cargo ou função é contada a partir retirar; concedida a licença, retira-se normalmente e, depois de
da data da respectiva promoção ou nomeação; no caso de se igual fazerem “Meia Volta”, rompem a marcha com o pé esquerdo.
data, fica a critério do Secretário de Defesa Social e do Diretor Art. 35. Em ação de serviço e nas relações oficiosas, não é
da GML, através da competente ordem de serviço, estabelecer a permitido o tratamento íntimo entre os integrantes da Guarda
ordem de precedência; Municipal de qualquer posto.
IV - se encontra um superior numa escada, o integrante da
Guarda Municipal cede-lhe o melhor lugar e saúda-o; os Guardas CAPITULO III
Municipais fazem alto, com a frente voltada para o superior; se DA CONTINÊNCIA DA TROPA
o local de circulação for estreito, o subordinado franqueia a pas- SEÇÃO I
sagem ao superior faz alto e permanece de frente para ele; na DISPOSIÇÕES GERAIS
entrada de uma porta, o subordinado franqueia-a ao superior; se
estiver fechada, abre-a, dando passagem ao superior e torna a Art. 36. Continência de tropa é o sinal de respeito que o in-
fechá-la depois; tegrante da Guarda Municipal não isolado, isto é, fazendo parte
V - em local público, onde não estiver sendo realizada sole- de tropa comandada que, estando de serviço de guarda, executa
nidade cívico-militar, bem como em reuniões sociais, o integran- para saudar ou para prestar honras à Bandeira Nacional, ao Hino
te da Guarda Municipal cumprimenta, tão logo lhe seja possível, Nacional, à outra tropa e às autoridades especificadas neste Re-
seus superiores hierárquicos; havendo dificuldades para aproxi- gulamento.
mar-se dos superiores hierárquicos, o cumprimento deve ser feito
mediante um movimento de cabeça; SEÇÃO II
VI - para falar, a um superior, o integrante da Guarda Munici- DA CONTINÊNCIA DA TROPA A PÉ FIRME
pal emprega sempre o tratamento “Senhor”;
VII - para falar, formalmente, ao Prefeito do Município e aos Art. 37. A tropa parada, à passagem de outra tropa, volta-se
Secretários Municipais, o tratamento é “Vossa Excelência”, “Se- para ela e toma a posição de sentido.
nhor Prefeito” ou “Senhor Secretário”, conforme o caso. Nas re- Parágrafo único. Se a tropa que passa conduz Bandeira, ou
lações correntes de serviço, no entanto, é admitido o tratamento se seu Comandante for de posto superior ao do Comandante da
de “Senhor”; tropa parada, esta lhe presta a continência indicada no Art. 36;
VIII - para falar formalmente, ao Diretor, Inspetor ou Supervi- quando, do mesmo posto e a tropa que passa não conduz Bandei-
sor, o tratamento é “Senhor Diretor”, “Senhor Inspetor”, “Senhor ra, apenas os Comandantes fazem a continência.
supervisor”, conforme o caso; nas relações correntes de serviço, é Art. 38. A tropa motorizada presta continência da seguinte
admitido o tratamento de “Diretor”, “Inspetor” ou “Supervisor”; forma:
IX - para falar a um subordinado, o superior emprega o trata- I - estando o pessoal embarcado, o Comandante faz a con-
mento de “você”; tinência, permanecendo na posição em que se encontra nessa
X - todo integrante da Guarda Municipal, quando for cha- ocasião, se não for possível tomar a posição em pé no veículo; os
mado por um superior, deve atendê-lo o mais depressa possível, demais conservam-se sentados olhando à frente;
apressando o passo, quando em deslocamento;

211
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
II - estando o pessoal desembarcado, procede da mesma ma- IV - Os Guardas Municipais que integram a “testa” do grupa-
neira como na tropa a pé firme, formando à frente das viaturas. mento não fazem a continência individual e não encaram a Ban-
Parágrafo único. Quando o pessoal estiver embarcado e os deira ou a autoridade;
motores das viaturas desligados, o comandante desembarca para V - Os componentes da Guarda-Bandeira não fazem à conti-
prestar a continência; os demais procedem como no item I. nência nem olham para o lado;
VI - O comandante do desfile motorizado faz a continência
SEÇÃO III individual e encara a Bandeira e a autoridade; os demais encar-
DA CONTINÊNCIA DA TROPA EM DESLOCAMENTO regados das viaturas integrantes do desfile fazem a continência
individual e não encaram a autoridade;
Art. 39. A tropa em deslocamento faz continência aos sím- VII - a dez passos depois do homenageado, os mesmos ele-
bolos, às autoridades e à outra tropa formada, relacionados nos mentos que comandaram “Olhar à Direita (Esquerda)! coman-
itens I a IX do Art. 15, executando os seguintes comandos: dam: “Olhar “Frente!”;
I - “Sentido!” - “Olhar à Direita (Esquerda)!”, à distância de VIII - a Bandeira Nacional e as demais voltam à posição de
aproximadamente dez passos da autoridade ou da Bandeira, logo Ombro Arma;
que a “testa” do pelotão tenha ultrapassado aproximadamente IX - os Guardas Municipais desfazem a continência;
dez passos, a autoridade ou a Bandeira, seu Comandante, inde- X - o Comandante do desfile motorizado olha em frente e des-
pendente de ordem superior, comanda “Pelotão Olhar “Frente!”. faz a continência individual, sendo seguido pelos demais encarre-
§ 1º Durante a execução da continência, são observadas as gados de viaturas;
seguintes prescrições: Art. 44. A autoridade em homenagem à qual é realizado o
a) a Bandeira não é desfraldada, exceto para outra Bandeira; a desfile responde às continências prestadas pelos Comandantes da
Guarda-Bandeira não olha para a direita (esquerda); tropa que desfila; os demais Guardas Municipais que assistem ao
b) o estandarte não é abatido, exceto para a Bandeira Nacio- desfile fazem continência apenas à passagem da Bandeira.
nal, o Hino Nacional ou o Prefeito do Município;
c) o Comandante de viaturas faz a continência sentado sem SEÇÃO V
olhar para a direita (esquerda); ALTO NA CONTINÊNCIA
d) condutores, porta - símbolos, os homens da coluna da di-
reita (esquerda) e os da fileira da frente (Testa) não olham para a Art. 45. Toda tropa faz alto para a continência ao Hino Nacio-
direita (esquerda) e, se, sentados, não se levantam. nal executado nas condições do inciso I do Art. 15 e na mesma
Art. 40. Na continência a outra tropa, procede-se da seguinte formação em que marchava.
forma:
I - se as duas tropas não conduzem a Bandeira Nacional, a CAPÍTULO IV
continência é iniciada pela tropa cujo Comandante for de menor DO PREITO DA TROPA
hierarquia; caso sejam de igual hierarquia, as continências são si-
multâneas; Art. 46. Preito da Tropa são honras, de grande realce, presta-
II - se apenas uma tropa conduz a Bandeira Nacional, a con- das diretamente pela tropa e exteriorizadas por meio de:
tinência é prestada à Bandeira, independente da hierarquia dos I - Honras de Gala;
respectivos Comandantes; II - Honras Fúnebres.
III - se as duas tropas conduzem a Bandeira Nacional, a conti-
nência é simultânea, independente da hierarquia dos respectivos SEÇÃO I
Comandantes. DAS HONRAS DE GALA
Art. 41. A tropa em deslocamento faz alto para a continência
ao Hino Nacional, quando executados em solenidades militar ou Art. 47. Honras de Gala são homenagens, prestadas direta-
cívica. mente pela tropa, a uma alta autoridade civil ou militar, integrante
da Guarda Municipal, de acordo com sua hierarquia. Consistem
SEÇÃO IV em:
DA CONTINÊNCIA DA TROPA EM DESFILE I - Guarda de Honra;
II - Escolta de Honras.
Art. 42. Desfile é a passagem da tropa diante da Bandeira Na- Art. 48. Têm direito à Guarda e à Escolta de Honra:
cional ou da maior autoridade presente a uma cerimônia, a fim de I - o Presidente da República;
lhe prestar homenagem e, ao mesmo tempo, facultar-lhe a possi- II - os Ministros de Estado;
bilidade da apreciação e julgamento sobre seu grau de instrução e III - o Governador do Estado;
sua apresentação em marcha. IV - o Prefeito do Município.
Art. 43. A tropa em desfile faz a continência à Bandeira ou à
maior autoridade presente à cerimônia, obedecendo às seguintes SUBSEÇÃO I
prescrições: DAS GUARDAS DE HONRAS
I - a dez passos aquém do homenageado, o Comandante do
grupamento comanda “Sentido”! - Olhar à Direita (Esquerda)!”; Art. 49. Guarda de Honra é a tropa especialmente postada
II - A Bandeira Nacional é desfraldada e as outras Bandeiras para prestar homenagem às autoridades referidas no Art. 48 do
são abatidas; presente Regulamento.
III - Os Comandantes de fração encaram a Bandeira ou a au- Parágrafo único. A Guarda de Honra pode formar a qualquer
toridade, fazem a continência individual e encaram a Bandeira ou hora do dia ou da noite.
a autoridade; Art. 50. A Guarda de Honra conduz Bandeira, forma em linha,
dando a direita para o lado de onde vem a autoridade que se ho-
menageia.

212
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
Art. 51. A Guarda de Honra só faz continência à Bandeira, ao Parágrafo único. A Guarda Fúnebre toma apenas a posição de
Hino Nacional e às autoridades hierarquicamente superiores ao “Sentido” para a continência às autoridades de posto superior ao
homenageado; para as autoridades de posto superior do seu Co- do seu Comandante.
mandante ou à passagem de tropa, toma posição de “Sentido”. Art. 59. A Guarda Fúnebre posta-se no trajeto a ser percorrido
Art. 52. A autoridade que é recebida por Guarda de Honra, pelo féretro, de preferência, na vizinhança da casa mortuária ou
após lhe ser prestada a continência, passa revista à Tropa Forma- da necrópole, com a sua direita voltada para o lado de onde virá o
da, acompanhada do Comandante da Guarda de Honra. cortejo e, em local que, prestando-se à formatura, não interrompa
§ 1º Os acompanhantes da autoridade homenageada deslo- o trânsito público.
cam-se diretamente para o local de onde é assistido o desfile da Art. 60. A Guarda Fúnebre, quando tiver a sua direita alcan-
Guarda de Honra. çada pelo féretro, executa o “Apresentar Armas”; durante a con-
§ 2º A autoridade homenageada pode dispensar o desfile da tinência.
Guarda de Honra. Art. 61. A constituição da Guarda Fúnebre será regulamen-
§ 3º Salvo determinação em contrário, a Guarda de Honra não tada por instruções do Diretor, Inspetor ou Supervisor da Guarda
forma na retirada do homenageado. Municipal.

SUBSEÇÃO II SUBSEÇÃO II
DAS ESCOLTAS DE HONRAS DAS ESCOLTAS FÚNEBRES

Art. 53. Escolta de Honra é a tropa motorizada, destinada a Art. 62. Escolta Fúnebre é a tropa destinada ao acompanha-
acompanhar as autoridades referidas no Art. 48 deste Regula- mento dos despojos mortais do Prefeito do Município e dos inte-
mento. grantes da Guarda Municipal falecidos, quando no serviço ativo.
Art. 63. A Escolta Fúnebre procede em regra durante o acom-
SEÇÃO II panhamento, como a Escolta de Honra; quando parada, só toma
DAS HONRAS FÚNEBRES posição de “Sentido” para prestar continência às autoridades de
posto superior ao de seu Comandante.
Art. 54. Honras Fúnebres são homenagens póstumas, pres- Parágrafo único. A Escolta Fúnebre destinada a acompanhar
tadas diretamente pela tropa, aos despojos mortais de uma alta os despojos mortais de integrantes da Guarda Municipal forma
autoridade ou de um integrante da Guarda Municipal da ativa, de a pé, descoberta, e ladeia o féretro do portão do cemitério ao
acordo com a posição hierárquica que ocupa. Consistem em: túmulo.
I - Guarda Fúnebre;
II - Escolta Fúnebre; CAPITULO V
III - Salvas Fúnebres. DA BANDEIRA NACIONAL
§ 1º As honras fúnebres são prestadas aos restos mortais: SEÇÃO I
a) do Prefeito do Município; DISPOSIÇÕES GERAIS
b) dos integrantes da Guarda Municipal.
§ 2º Excepcionalmente, o Prefeito do Município de Londrina Art. 64. A Bandeira Nacional é hasteada no mastro principal
ou o Secretario de Defesa social podem determinar que sejam da Unidade da Guarda Municipal, diariamente, às 08h00, e arria-
prestadas Honras Fúnebres a insigne personalidade falecida, bem da às 18h00 ou ao pôr- do- sol.
como o acompanhamento por tropa. § 1º No dia 19 de novembro, Dia da Bandeira, o hasteamento
Art. 55. As Honras Fúnebres aos integrantes da Guarda Muni- é realizado às 12h00.
cipal da ativa são, em princípio, prestadas por tropa da Unidade a § 2º Quando permanecer hasteada durante a noite, a Bandei-
que pertencia o falecido. ra Nacional deve ser iluminada.
Art. 56. O ataúde, depois de fechado, até o início do ato de Art. 65. Nos dias de Luto Nacional e no dia de Finados, a Ban-
inumação, será coberto com a Bandeira do Município de Londrina. deira é mantida a meio mastro.
§ 1º Quando necessário, deverá, a Bandeira do Município de § 1º Por ocasião do hasteamento, a Bandeira vai até o topo
Londrina, ser fixada ao ataúde, para evitar que esvoace durante os do mastro, descendo em seguida até a posição a meio mastro; por
deslocamentos do cortejo. ocasião do arriamento, a Bandeira sobe ao topo do mastro, sendo
§ 2º Antes do sepultamento, deverá, a Bandeira, ser retirada em seguida arriada.
do ataúde e dobrada. § 2º Nos dias, referidos neste artigo, todas as demais Bandei-
Art. 57. As Honras Fúnebres não são prestadas: ras permanecem , também, a meio mastro.
I - quando o extinto, com direito às homenagens, as houver Art. 66. Quando várias bandeiras são hasteadas ou arriadas
dispensado em vida ou quando essa dispensa partir da própria simultaneamente, a Bandeira Nacional é a primeira a atingir o
família; topo e a última a dele descer, sendo posicionada na parte central
II - nos dias de Festa Nacional; do dispositivo.
III - no caso de perturbação da ordem pública;
IV - quando a comunicação do falecimento chegar tardiamen- SEÇÃO II
te. DA INCORPORAÇÃO E DESINCORPORAÇÃO DA BANDEIRA

SUBSEÇÃO I Art. 67. Incorporação é o ato solene do recebimento da Ban-


DAS GUARDA FÚNEBRES deira, pela tropa, obedecendo às seguintes normas:
I - a tropa recebe a Bandeira em qualquer formação; o Porta -
Art. 58. Guarda Fúnebre é a tropa especialmente postada Bandeira, acompanhado de sua Guarda, vai buscar a Bandeira no
para render honras aos despojos mortais de integrantes da Guar- local em que esta estiver guardada;
da Municipal da ativa e de altas autoridades civis.

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LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
II - o Comandante da tropa, verificando que a Guarda-Ban-
deira está pronta, comanda “Sentido !” e “Sinal para a Bandeira!”; DECRETO MUNICIPAL Nº 494/2012 - APROVA O
III - a Guarda-Bandeira desloca-se para a frente da tropa, po- REGIMENTO INTERNO DA SECRETARIA MUNICIPAL DE
sicionando-se a uma distância aproximada de 30 passos do lugar DEFESA SOCIAL
que vai ocupar da formatura;
IV - nessa posição, a Bandeira desfraldada recebe a continên- DECRETO Nº 494, DE 27 DE ABRIL DE 2012
cia prevista e se incorpora à tropa.
Art. 68. Desincorporação é o ato solene da retirada da Ban- SÚMULA: Aprova o Regimento Interno da Secretaria Munici-
deira da formatura, obedecendo às seguintes normas: pal de Defesa Social.
I - com a tropa na posição de “Sentido” , o Comandante da
tropa manda executar o toque de “Sinal para a Bandeira”; O PREFEITO DO MUNICÍPIO DE LONDRINA, ESTADO DO PA-
II - a Bandeira, acompanhada de sua Guarda, deslocase, po- RANÁ, no uso de suas atribuições legais e em consonância com
sicionando-se 30 passos distante da tropa e de frente para ela; disposto no artigo 34, da Lei nº 8.834, de 1 de julho de 2002,
III - nessa posição, a Bandeira desfraldada recebe a continên-
cia prevista; DECRETA:
IV - terminada a continência, o Porta-Bandeira retira-se com Art. 1º Fica aprovado o Regimento Interno da Secretaria Mu-
a Guarda. nicipal de Defesa Social, que com este ato se institui, fixado nos
Parágrafo único. Tanto para a incorporação como para desin- termos da Lei nº 8.834, de 1 de julho de 2002, e suas alterações.
corporação da Bandeira, as continências previstas serão regula- Art. 2º Este decreto entra em vigor na data de sua publicação,
mentadas por ordem interna do Secretário de Defesa Social, Dire- revogando-se as disposições em contrário, especialmente, o De-
tor,Inspetor ou Supervisor da Guarda Municipal. creto nº 160, de 8 de fevereiro de 2012.
Londrina, 27 de abril de 2012. Homero Barbosa Neto - Prefei-
CAPITULO VI to do Município, Dirceu Sodré - Secretário Municipal de Governo.
DA FORMATURA DIÁRIA Fábio Cesar Reali Lemos - Secretário Municipal de Gestão Pública,
Jefferson Dias Chaves - Secretário Municipal de Defesa Social
Art. 69. Será realizada diariamente na sede da Guarda Muni-
cipal, em horário a ser determinado, uma formatura geral com o REGIMENTO INTERNO
efetivo de serviço onde será aferido o grau de disciplina e com- TÍTULO I
portamento do efetivo e serão passadas as determinações e di- DA FINALIDADE E COMPETÊNCIA
retrizes do Comando, sendo composta, sempre que possível, das
seguintes fases: Art. 1º A Secretaria Municipal de Defesa Social tem por finali-
I - entrada em forma, por grupamento, de acordo com os mol- dade a proteção dos bens, serviços, instalações do Município e o
des militares; apoio aos segmentos da Administração Direta e Indireta do Muni-
II - apresentação dos grupamentos à autoridade de maior cípio e demais órgãos federais e estaduais de segurança pública.
grau hierárquico presente; Art. 2º À Secretaria Municipal de Defesa Social, diretamente
III - revista pessoal dos guardas; subordinada ao Prefeito Municipal, compete:
IV - leitura do Boletim Interno (opcional); I. Estabelecer as políticas, diretrizes e programas de seguran-
V - palavras da autoridade de maior grau hierárquico (opcio- ça nas áreas urbana e rural, distritos e patrimônios do Município
nal); de Londrina, estruturando o Plano Municipal de Segurança, com
§ 1º. Após a formatura, o efetivo deverá, por grupamento, metas e resultados a serem alcançados, em articulação com o Ga-
deslocar-se para o local das suas atividades. binete de Gestão Integrada Municipal - GGI-M;
§ 2º. A formatura constante desta sessão poderá ser dispen- II. Executar, por meio de seus órgãos, as políticas públicas de
sada a critério da Diretoria da Guarda Municipal ou autoridade de interesse da Pasta, coordenando e gerenciando a integração com
maior grau. as políticas sociais do Município que, direta ou indiretamente, in-
terfiram nos assuntos de segurança urbana da cidade;
LIVRO IV III. Estabelecer relação com os órgãos de segurança estaduais
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS e federais, visando à ação integrada no Município de Londrina,
inclusive com planejamento e integração das operações, informa-
Art. 70. Fica sujeito às penas previstas na Lei 10.981/10, o ções e comunicações;
Guarda Municipal que descumprir o previsto neste decreto. IV. Propor prioridades nas ações preventivas e ostensivas re-
Art. 71. Este decreto entra em vigor na data de sua publica- alizadas pelos órgãos de segurança que atuam no Município de
ção, revogadas as disposições contrárias. Londrina, mediante intercâmbio permanente de informações e
gerenciamento;
Londrina, 10 de junho de 2011. Homero Barbosa Neto - V. Estabelecer ações, convênios e parcerias, quando necessá-
Prefeito do Município, Marco Antônio Cito - Secretário de Go- rio, com as entidades nacionais ou estrangeiras que exerçam ativi-
verno, Joaquim Antônio de Melo - Secretário Municipal de Defesa dades destinadas a estudos e pesquisas de interesse da segurança
Social. urbana;
VI. Contribuir para a prevenção e a diminuição da violência
e da criminalidade, promovendo a mediação de conflitos e o res-
peito aos direitos fundamentais dos cidadãos com supervisão de
procuradores, advogados e estagiários de direito;
VII. Valer-se de dados estatísticos das polícias estaduais, para
o estabelecimento de prioridades das ações de segurança urbana
municipal;

214
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
VIII. Estabelecer os planos e programas da Guarda Municipal, XXI. Implantar e gerenciar sistema de inteligência para coope-
visando garantir: rar e colaborar com os órgãos públicos responsáveis pela seguran-
a. A proteção das escolas públicas; ça do Município e pela repressão ao tráfico de drogas, através do
b. A proteção do patrimônio público municipal; encaminhamento de informações aos demais órgãos;
c. A proteção de parques municipais e áreas de interesse am- XXII. Interagir com os municípios da região metropolitana,
biental; para integração de ações e para alcançar os objetivos traçados
d. A proteção dos agentes públicos, no exercício de suas ativi- nas instâncias metropolitanas de Segurança Pública de Londrina;
dades, quando necessário; XXIII. Gerir os convênios da Prefeitura com o Corpo de Bom-
e. A proteção do uso adequado do espaço público e fiscaliza- beiros, na cidade de Londrina, e com os demais organismos da
ção do comércio ambulante área de segurança pública;
f. A proteção de pessoas em situação de risco social; XXIV. Definir as ações do Centro de Formação em Segurança
g. O apoio à Defesa Civil na prevenção e remoção de mora- Pública, podendo realizar convênios com instituições públicas ou
dias e pessoas em situação de risco geológico, de intempéries ou particulares, para programas de formação e qualificação;
catástrofes; XXV. Planejar, coordenar e supervisionar as ações relativas
IX. Implantar postos fixos e bases móveis da Guarda Munici- às atividades disciplinares e de acompanhamento e avaliação das
pal em pontos estratégicos, de acordo com o interesse da segu- atividades da Guarda Municipal de Londrina;
rança urbana; XXVI. Interagir e articular as ações de segurança com os con-
X. Promover parcerias com instituições voltadas às áreas de selhos comunitários de segurança e com entidades da sociedade;
serviço social, pesquisa e psicologia, visando ao trabalho com a XXVII. Definir o plano de ação da Guarda Municipal, na sua
Guarda Municipal, na busca de soluções de pequenos conflitos atuação de proteção ao uso adequado do espaço público e fiscali-
sociais que, por sua natureza, possam dar origem à violência e à zação do comércio ambulante, em articulação com as secretarias
criminalidade; e órgãos afins;
XI. Receber, por intermédio do serviço disque-denúncia, de- XXVIII. Realizar outras atividades correlatas.
núncias de vandalismo praticado contra os equipamentos públi-
cos municipais; TÍTULO II
XII. Dar suporte e orientar o funcionamento do Observatório DA ORGANIZAÇÃO
da Violência e Criminalidade, com vistas à utilização das informa-
ções dos órgãos de segurança pública e demais informações e es- Art. 3º A Secretaria Municipal de Defesa Social é constituída
tatísticas no planejamento das ações de prevenção, repressão e das seguintes unidades organizacionais:
reabilitação em favor da segurança na cidade de Londrina; I. Corregedoria da Guarda Municipal
XIII. Dar suporte e orientar o sistema de vídeo-monitoramen- II. Chefia de Gabinete:
to no âmbito do Município, na integração dos sistemas setoriais a. Ouvidoria da Guarda Municipal;
públicos existentes, na sua expansão, no uso compartilhado e na b. Serviço de Inteligência;
otimização de sua utilização, visando à segurança da cidade; III. Diretoria Administrativa:
XIV. Dar suporte e orientar os procedimentos para estudo e f. Gerência Orçamentária e Financeira.
implantação do Centro Integrado de Defesa Social da Cidade, arti- i. Coordenadoria de controle de empenhos e pagamentos.
culado com os demais órgãos integrantes do Gabinete de Gestão g. Gerência de atividades administrativas.
Integrada Municipal - GGI - M; i. Coordenadoria de acompanhamento e controle administra-
XV. Orientar e dar suporte ao funcionamento do Gabinete de tivo.
Gestão Integrada Municipal - GGI - M; h. Gerência de licitações e contratos.
XVI. Orientar e apoiar as atividades de defesa civil, inclusive i. Coordenadoria de solicitação de materiais e serviços
nas ações de identificação de áreas de risco, na transferência de ii. Coordenadoria de aquisição e acompanhamento de licita-
pessoas e famílias e no atendimento em situação de emergência; ções.
XVII. Definir o plano de ação da Guarda Municipal, para a i. Gerência de convênios, projetos e parcerias.
proteção de pessoas em situação de risco social, encaminhando e IV. Diretoria da Guarda Municipal:
apoiando as ações sociais, em conformidade com os programas e Unidades Operacionais da Guarda Municipal:
ações integrados com os demais órgãos; a) Inspetoria Geral;
XVIII. Coordenar, em parceria com a Companhia Municipal b) Inspetoria Grupos Especiais;
de Trânsito e Urbanização, o planejamento, a regulamentação, o i. Supervisão Grupo Especial de Pronto Emprego (GEPE);
gerenciamento e a fiscalização do trânsito, na área de circunscri- ii. Supervisão Grupo Tático de Apoio e Motos (GTAM);
ção do Município, nos termos e condições da legislação aplicável c) Inspetoria Guarda Municipal Escolar Comunitária (GMEC) e
à matéria, com a execução de atividades destinadas a garantir a Grupo de Comunicação e Monitoramento (GCOM);
circulação de pessoas, veículos, animais e mercadorias, no terri- i. Supervisão Grupo de Comunicação e Monitoramento
tório do Município, dentro de condições adequadas de fluidez, (GCOM)-A;
segurança, acessibilidade e qualidade de vida; ii. Supervisão Grupo de Comunicação e Monitoramento
XIX. Propor e implantar as políticas de educação para a segu- (GCOM)-B;
rança do trânsito, bem como a articulação com o órgão de edu- iii. Supervisão Grupo de Comunicação e Monitoramento
cação do Município, para o encaminhamento metodológico em (GCOM)-C;
educação para o trânsito; iv. Supervisão Grupo de Comunicação e Monitoramento
XX. Realizar parceria com os demais órgãos da Administração (GCOM)-D;
Municipal, para execução de projetos direcionados à prevenção v. Supervisão da Guarda Municipal Escolar e Comunitária
ao uso indevido de drogas, especialmente nas escolas, entidades (GMEC);
comunitárias e áreas públicas; c) Inspetoria Guarda Municipal Urbana Comunitária (GMUC)
e Guarda Municipal Ambiental e Comunitária (GMAC)-A;

215
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
d) Inspetoria Guarda Municipal Urbana Comunitária (GMUC) V. Estudar, instruir e minutar o expediente e a correspondên-
e Guarda Municipal Ambiental e Comunitária (GMAC), B; cia do Secretário, bem como dar encaminhamento à correspon-
i. Supervisão da Guarda Municipal Ambiental e Comunitária dência oficial recebida, recomendando prioridades para assuntos
(GMAC)-A; urgentes;
ii. Supervisão da Guarda Municipal Ambiental e Comunitária VI. Atuar como principal auxiliar do Secretário;
(GMAC)-B; VII. Substituir o Secretário nas suas ausências e impedimen-
iii. Supervisão da Guarda Municipal Urbana e Comunitária tos;
(GMUC)-A; VIII. Coordenar a agenda de compromissos e representar o
iv. Supervisão da Guarda Municipal Urbana e Comunitária Secretário, quando designado;
(GMUC) -B; IX. Programar audiências e recepcionar pessoas que se diri-
v. Supervisão da Guarda Municipal Urbana e Comunitária jam ao Secretário;
(GMUC) -C; X. Promover as medidas necessárias ao provimento de trans-
vi. Supervisão da Guarda Municipal Urbana e Comunitária porte ao Secretário;
(GMUC) -D; XI. Cumprir tarefas de caráter reservado ou confidencial de-
vii. Supervisão da Guarda Municipal Urbana e Comunitária terminadas pelo Secretário;
(GMUC) -E; XII. Submeter à consideração do Secretário assunto de urgên-
viii. Supervisão da Guarda Municipal Urbana e Comunitária cia ou cuja importância mereça tratamento imediato;
(GMUC) - F; XIII. Transmitir ordens e despachos do Secretário às unidades
f. Inspetoria da Guarda Municipal Patrimonial GMP; da Secretaria;
i. Supervisão da Guarda Municipal Patrimonial (GMP) - A; XIV. Promover as atividades de imprensa e relações públicas
ii. Supervisão da Guarda municipal Patrimonial (GMP) - B; da Secretaria;
iii. Supervisão da Guarda Municipal Patrimonial (GMP) - C; XV. Coordenar as ações de inteligência;
iv. Supervisão da Guarda Municipal Patrimonial (GMP) - D; XVI. Coordenar as atividades da ouvidoria da Secretaria;
g. Inspetoria Noturna, A; XVII. Desempenhar outras tarefas compatíveis com a posição
h. Inspetoria Noturna, B. e as determinadas pelo Secretário.
Unidades Administrativas da Guarda Municipal:
i) Supervisão de Gestão de Pessoas; CAPÍTULO III
j) Supervisão de Geoprocessamento e Estatística; DA OUVIDORIA DA GUARDA MUNICIPAL
k) Supervisão de Operações e Eventos;
l) Supervisão de Patrimônio e Almoxarifado; Art. 6º São atribuições da Ouvidoria, diretamente subordina-
m) Supervisão de Frota; da ao Chefe de Gabinete:
n) Supervisão de Comunicação; I. Ouvir e receber denúncias, críticas, elogios, sugestões, re-
o) Supervisão de Aperfeiçoamento e Ensino; clamações da população, referentes aos atos praticados por Guar-
p) Supervisão de Tecnologia de Segurança das Municipais;
§ 1º Os servidores designados para assumir as funções de II. Propor ao Diretor da Guarda Municipal de Londrina: pro-
ouvidoria, diretorias, gerências, coordenadorias, inspetorias e su- vidências pertinentes e necessárias ao aperfeiçoamento dos ser-
pervisões, perceberão, no desempenho das funções, a gratifica- viços prestados a população pela Guarda Municipal, bem como
ção D.A.G. - Designação de Assessoramento e Gestão, conforme medidas de aprimoramento para a organização e funcionamento
disposto na Lei 10.774/09, alterado pela Lei 11.457/12. das atividades desenvolvidas, visando ao adequado atendimento
à sociedade e a imagem da Guarda Municipal;
TÍTULO III III. Recomendar aos órgãos da Administração Direta, através
DAS ATRIBUIÇÕES DAS UNIDADES do Secretário de Defesa Social, a adoção de mecanismos que vi-
CAPÍTULO I sem à regularização dos serviços prestados pela Guarda Municipal
DA CORREGEDORIA DA GUARDA MUNICIPAL de Londrina;
IV. Dar conhecimento, sempre que solicitado, ao Chefe de Ga-
Art. 4º São atribuições da Corregedoria, diretamente subor- binete da Secretaria Municipal de Defesa Social, das denúncias e
dinada ao Secretário Municipal de Defesa Social, controlar, inspe- reclamações recebidas;
cionar e apurar infrações disciplinares praticadas por servidores V. Possibilitar a realização e execução de auditoria interna
ocupantes do cargo de Guarda Municipal, em conformidade com decorrente de denúncia ou reclamação efetuada no âmbito da
o Regulamento Geral e Estatuto da Guarda Municipal. Guarda Municipal, para investigar todo e qualquer ato lesivo ao
patrimônio público, levantando documentação, para exame e ve-
CAPÍTULO II rificação da correção e exatidão dos atos e fatos sujeitos ao regis-
DA CHEFIA DE GABINETE tro e apuração;
VI. Atuar, por determinação do Secretário Municipal de De-
Art. 5º São atribuições da Chefia de Gabinete, diretamente fesa Social, pelo Chefe de Gabinete da SMDS e/ou pelo Diretor
subordinada ao Secretário Municipal de Defesa Social: da Guarda Municipal como mediador em conflitos de interesses
I. Programar, organizar, dirigir, orientar, controlar e coordenar e divergências internas, em atendimento às normas internas e à
as atividades da Secretaria, por delegação do Secretário; legislação vigente.
II. Promover a administração geral da Secretaria; VII. Emitir pareceres sobre questões que lhe apresentarem.
III. Fazer indicações ao Secretário de funcionários que deve-
rão participar de comissões especiais;
IV. Promover a administração geral do gabinete e a assistência
ao Secretário, no desempenho de suas atribuições e no atendi-
mento de compromissos oficiais e particulares;

216
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
CAPÍTULO IV XV. Fundamentar o acompanhamento, a avaliação e ou con-
DO SERVIÇO DE INTELIGÊNCIA trole das atividades de sua área de atuação, proporcionando in-
formações que indiquem os objetivos, metas e resultados;
Art. 7º São atribuições do Serviço de Inteligência, diretamente XVI. Participar, em interação com outros profissionais, de
subordinado ao Chefe de Gabinete da Secretaria de Defesa Social: análises de situações problemas apresentados por sua área, pro-
I. Coordenar e integrar as atividades de inteligência de segu- curando identificar soluções racionais e econômicas para o Mu-
rança pública; nicípio;
II. Identificar, acompanhar e avaliar as ameaças reais ou po- XVII. Examinar decretos, portarias, resoluções, convênios e
tenciais; outros de igual relevância, conferindo, efetuando registro, obser-
III. Promover a coleta, a busca e a análise de dados; vando prazos, datas e posições financeiras, adotando providên-
IV. Produzir conhecimentos que subsidiem decisões nos di- cias de interesse da organização;
versos níveis de gerenciamento da Guarda Municipal e do gover- XVIII. Efetuar contatos com pessoas de outras Secretarias e de
no municipal, nas questões pertinentes à segurança pública; fora da Instituição, para referendar e operacionalizar programas e
V. Coletar dados para a produção de conhecimento, no campo agendas, prestar informações rotineiras sobre o conteúdo da le-
de segurança pública, para assessorar o comando da Guarda Mu- gislação e suas implicações;
nicipal e o Secretário Municipal de Defesa Social. XIX. Preencher mapas dados, formulários e relatórios admi-
Parágrafo único. As atividades desenvolvidas pelo serviço de nistrativos preestabelecidos, referentes às atividades rotineiras da
inteligência deverão guardar estrita relação com as atribuições da Diretoria;
Secretaria de Defesa Social e da Guarda Municipal. XX. Proporcionar suporte administrativo e financeiro às uni-
dades organizacionais da Secretaria Municipal de Defesa Social;
CAPÍTULO V XXI. Manter registro e acompanhamento do quadro de pes-
DA DIRETORIA ADMINISTRATIVA soal da Diretoria
XXII. Planejar, organizar e promover a formação e capacitação
Art. 8º À Diretoria Administrativa, diretamente subordinada continuada da equipe subordinada a ela, de acordo com a deman-
ao Secretário de Defesa Social, compete: da detectada;
I. Dirigir o órgão no aspecto técnico-administrativo; XXIII. Acompanhar e responder pela execução orçamentária
II. Planejar, organizar, dirigir e controlar sistemas, programas da secretaria e fundos a ela vinculados;
e projetos administrativos que envolvem recursos humanos, fi- XXIV. Monitorar e orientar a operacionalização da aplicação
nanceiros, materiais, mercadológicos e de produção. dos recursos próprios e de convênios;
III. Diagnosticar condições ambientais internas e externas à XXV. Assessorar e acompanhar a elaboração de prestações de
instituição, visando à sugestão e definição de estratégias de ação contas do órgão;
administrativa; XXVI. Promover o recebimento, sistematização, envio e ar-
IV. Participar da fixação da política geral e específica da insti- quivo da documentação da secretaria, leis, decretos, portarias e
tuição, compreendendo direção, assessoramento, planejamento, demais documentos oficiais;
coordenação e execução. XXVII. Executar outras atividades afins, no âmbito de sua
V. Estabelecer processos e procedimentos gerais para os tra- competência que forem atribuídas pelo seu superior.
balhos relativos à administração.
VI. Participar dos estudos de organização e métodos dos ser- SEÇÃO I
viços administrativos e operacionais; DA GERÊNCIA ORÇAMENTARIA FINANCEIRA
VII. Assessorar as negociações com outras entidades, dentro
das políticas da Instituição; Art. 9º À Gerência Orçamentária Financeira, diretamente su-
VIII. Emitir pareceres fundamentados técnica e legalmente, bordinada à Diretoria Administrativa, compete:
com fins de orientar despachos decisórios na área administrativa; I. Executar e avaliar as atividades orçamentárias e financeiras
IX. Analisar a estrutura organizacional, para estabelecer ou da Secretaria Municipal de Defesa Social;
recomendar processos, métodos e rotinas de trabalhos que asse- II. Elaborar e encaminhar o Plano Plurianual do órgão (PPA), a
gurem uma maior e mais eficiente produtividade aliada à minimi- Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual
zação de custos. (LOA), o cronograma anual de desembolso e o relatório da execu-
X. Elaborar pareceres, relatórios, planos, projetos e outros, ção orçamentária;
em que se exija a aplicação de conhecimentos inerentes às técni- III. Acompanhar o orçamento e controlar os gastos da Secre-
cas de administração. taria, visando à prestação contínua de seus serviços bem como as
XI. Realizar pesquisas, estudos, análises, interpretação, plane- prestações de contas junto ao TCE-PR;
jamento, implantação, coordenação e controle dos trabalhos em IV. Viabilizar suporte financeiro para ações da SMDS;
todas as áreas da Administração. V. Justificar despesas não previstas ou valores acima do pre-
XII. Desenvolver estudos, pesquisas, análises e interpretação visto pela SMDS;
da legislação econômica, fiscal, orçamentária, de pessoal, encar- VI. Monitorar o processo de liquidação, pagamento e saldos
gos, etc; das contas afetas à SMDS;
XIII. Analisar processos, emitindo pronunciamento e parece- VII. Controlar a execução orçamentária, conforme desembol-
res relacionados com sua área de atuação, que requeiram estudos so previsto, e solicitar as alterações necessárias;
e pesquisas para melhor fundamentação; VIII. Controlar os empenhos e liberações efetuados em cada
XIV. Desenvolver cálculos, pesquisas, estudos e propostas exercício;
para a criação e alteração de programas, projetos e atividades que IX. Receber requerimentos da guarda municipal, defesa civil,
atendam as necessidades apontadas no serviço que lhe seja afeto, para verificar a disponibilidade de compra de materiais e serviços.
ou a demanda solicitada pelo seu responsável direto; X. Executar outras atividades afins, no âmbito de sua compe-
tência, que forem atribuídas pelo seu superior.

217
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
SUBSEÇÃO I II. Atender pedidos de informações e pareceres, na área de
DA COORDENADORIA DE CONTROLE DE EMPENHOS E PA- sua atuação;
GAMENTOS III. Coordenar o serviço de recepção de documentos da se-
cretaria;
Art. 10. Compete à Coordenadoria de Controle de Empenhos IV. Realizar o acompanhamento sistemático dos processos
e Pagamentos, subordinada à Gerência Orçamentária Financeira: constantes do Sistema Integrado de Processos (SIP) no âmbito de
I. Coordenar os empenhos e liberações efetuados em cada sua competência;
exercício; V. Coordenar, manualizar e atualizar arquivos e sistemas ad-
II. Estabelecer e gerir sistema estratégico de compras e con- ministrativos;
tratos; VI. Atender ao público em geral, averiguando suas necessi-
III. Proferir despachos em processos de sua competência; dades para orientá-los ou encaminhá-los às pessoas ou setores
IV. Estabelecer e gerir sistema estratégico de compras e con- competentes;
tratos; VII. Efetuar lançamentos em livros, consultando dados em ta-
V. Conceber, implantar e gerir sistema integrado de processos belas, gráficos e demais demonstrativos, a fim de atender às ne-
(SIP) e de atendimento, garantindo acesso rápido e eficiente da cessidades do setor, sob orientação do seu Gerente;
população às informações e/ou serviços que pleiteia; VIII. Emitir listagens e relatórios, quando solicitado;
VI. Executar outras atividades afins, no âmbito de sua compe- IX. Coordenar e atualizar arquivos administrativos em ordem
tência, que forem atribuídas pelo seu superior. preestabelecida;
X. Receber, controlar e enviar correspondências, correio ele-
SEÇÃO II trônico e outros, por meio de malote e protocolo, providenciando
DA GERÊNCIA ADMINISTRATIVA os registros necessários;
XI. Executar outras atividades afins, no âmbito de sua compe-
Art. 11. À Gerência Administrativa, diretamente subordinada tência, que forem atribuídas pelo seu superior.
à Diretoria Administrativa, compete:
I. Elaborar instrumentos de acompanhamento e avaliação das SEÇÃO III
atividades organizacionais, visando à otimização dos recursos dis- DA GERÊNCIA DE LICITAÇÕES E CONTRATOS
poníveis;
II. Elaborar e apresentar relatórios e pareceres na área de sua Art. 13. À Gerência de Licitações e Contratos, diretamente su-
competência; bordinada à Diretoria Administrativa, compete:
III. Estabelecer critérios e padrões para o gerenciamento de I. Proporcionar suporte administrativo e financeiro às unida-
impressão, bem como controlar as cotas e as atividades de im- des organizacionais do da secretaria municipal;
pressão; II. Realizar orçamentos de compras e serviços para a Secre-
IV. Elaborar e digitar correspondência e demais atos adminis- taria;
trativos de sua área de trabalho; III. Elaborar termos de referência de materiais, equipamen-
V. Acompanhar e controlar a movimentação de pessoal, pro- tos, obras e serviços para o desencadeamento das licitações;
cesso, registros e cargos, de acordo com a legislação em vigor; IV. Gerenciar o recebimento dos objetos advindos dos con-
VI. Realizar o acompanhamento sistemático dos processos tratos, convênios, atas de registro e licitações encaminhados à
constantes do Sistema Integrado de Processos (SIP) no âmbito de Secretaria;
sua competência; V. Conferir as notas fiscais e suas conformidades com as notas
VII. Providenciar a manutenção de equipamentos, mobiliários de empenho;
e bens imóveis de sua área de atuação, mantendo-os em estado VI. Atestar o recebimento dos materiais nas notas fiscais, en-
adequado para utilização; caminhando-as para pagamento;
VIII. Recepcionar e dar encaminhamento aos cartões pontos/ VII. Encaminhar aos fornecedores as notas de empenho
atestados médicos dos servidores lotados na diretoria; oriundas dos procedimentos de compras desencadeados;
IX. Encaminhar protocolos de solicitação de férias, licença VIII. Notificar os fornecedores de entregas não efetuadas ou
prêmio, promoções e assuntos relacionados com Gestão de Re- em atraso;
cursos Humanos dos servidores da diretoria; IX. Executar e controlar, junto ao setor de Almoxarifado da
X. Realizar planos de viagens, possibilitando que os servidores Secretaria, o processo de compras e estoques;
participem de cursos e congressos. X. Executar outras atividades afins, no âmbito de sua compe-
XI. Preenchimento e encaminhamento de comunicado de Aci- tência, que forem atribuídas pelo seu superior.
dente de Trabalho dos servidores da diretoria;
XII. Redigir CI, cartas, ofícios e outros, segundo padrões pre- SUBSEÇÃO I
estabelecidos; DA COORDENADORIA DE SOLICITAÇÃO DE MATERAIS E
XIII. Executar outras atividades afins, no âmbito de sua com- SERVIÇOS
petência, que forem atribuídas pelo seu superior.
Art. 14. Compete à Coordenadoria de Solicitação de Materiais
SUBSEÇÃO I e Serviços, subordinada à Gerência de Licitações e Contratos:
DA COORDENADORIA DE ACOMPANHAMENTO E CONTROLE I. Auxiliar no recebimento dos objetos advindos dos contra-
ADMINISTRATIVO tos, convênios, atas de registro e licitações encaminhados à Se-
cretaria;
Art. 12. Compete à Coordenadoria de Acompanhamento e II. Proferir despachos em processos de sua competência;
Controle Administrativo, subordinada à Gerência Administrativa: III. Acompanhar e levantar demandas de materiais/serviços
I. Acompanhar e manter atualizado o cadastro dos motoris- da SMDS;
tas, guardas e servidores sob a responsabilidade do órgão;

218
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
IV. Executar outras atividades afins, no âmbito de sua compe- IV. Estabelecer processos, procedimentos e métodos gerais
tência, que forem atribuídas pelo seu superior. para a Guarda Municipal;
V. Elaborar pareceres, relatórios, planos, projetos e outros,
SUBSEÇÃO II em que se exija a aplicação de conhecimentos inerentes à área de
DA COORDENADORIA DE AQUISIÇÃO E ACOMPANHAMEN- atuação da Guarda Municipal;
TO DE LICITAÇÕES VI. Diagnosticar condições ambientais internas e externas à
instituição, visando à sugestão e definição de estratégias de ações
Art. 15. Compete à Coordenadoria de Solicitação de Aquisição administrativas e operacionais no âmbito da Guarda Municipal;
e Acompanhamento de Licitações, subordinada à Gerência de Li- VII. Escalar, distribuir, movimentar, manter registro e acompa-
citações e Contratos: nhamento do quadro de pessoal da Guarda Municipal, auxiliado
I. Coordenar novas formas de organização (reestruturação, por seus Inspetores e Supervisores, de acordo com as necessida-
reformas) e de realização dos serviços, visando à sua contínua des da segurança pública;
melhoria e à redução de custos; VIII. Representar o órgão em reuniões e eventos;
II. Proferir despachos em processos de sua competência; IX. Responder às entidades públicas e privadas nas solicita-
III. Acompanhar os trabalhos atinentes à unidade, visando ções feitas à Guarda Municipal;
cumprir metas e prazos relacionados às licitações; X. Promover a integração do órgão e realizar operações con-
IV. Executar outras atividades afins, no âmbito de sua compe- juntas com outras instituições;
tência, que forem atribuídas pelo seu superior. XI. Elaborar instrumentos de acompanhamento e avaliação
das atividades organizacionais, visando à otimização dos recursos
SEÇÃO IV disponíveis;
DA GERÊNCIA DE CONVÊNIOS, PROJETOS E PARCERIAS: XII. Aplicar as penalidades disciplinares, quando se tratar de
suspensão por até 30 (trinta) dias ou multa equivalente, e nos ca-
Art. 16. À Gerência de Convênios, Projetos e Parcerias, direta- sos de advertência e de repreensão;
mente subordinada à Diretoria Administrativa, compete: XIII. Cumprir outras atribuições definidas na legislação da Se-
I. Acompanhar os processos licitatórios referentes a Convê- cretaria Municipal de Defesa Social (Lei 10774/09) e do Estatuto
nios, Projetos e Parcerias; da Guarda Municipal (Lei 10.981/2010);
II. Gerenciar convênios, formar parcerias, elaborar processos XIV. Planejar, organizar e promover a formação e capacitação
de dispensa e inexigibilidade de licitação relacionada às compras continuada da equipe subordinada a ela, de acordo com a deman-
de materiais, equipamentos e contratação de serviços e obras, da detectada;
bem como as alienações; XV. Executar outras atividades afins, no âmbito de sua compe-
III. Acompanhar e responder pela execução orçamentária da tência, que forem atribuídas pelo seu superior.
Secretaria e fundos a ela vinculados;
IV. Elaborar e monitorar planilhas de custos das despesas e SEÇÃO I
dos serviços executados pelo órgão; DA INSPETORIA GERAL
V. Emitir e Controlar Notas de Empenhos referentes a contra-
partidas de Convênios, Projetos e Parcerias; Art. 18. Compete à Inspetoria Geral, diretamente subordina-
VI. Administrar os procedimentos relativos a despesas da da à Diretoria da Guarda Municipal:
SMDS; I. Auxiliar o diretor da Guarda Municipal, coordenando e su-
VII. Dar suporte a todas as atividades desenvolvidas no âmbi- pervisionando as demais unidades operacionais da Guarda Mu-
to da Secretaria Municipal de Defesa Social, em especial, quanto nicipal
à disponibilização de serviços, materiais e equipamentos de tra- II. Exercer as atribuições inerentes às Inspetorias.
balho; III. Executar outras atividades afins, no âmbito de sua compe-
VIII. Executar, acompanhar e controlar os convênios, contra- tência, que forem atribuídas pelo seu superior.
tos de fornecedores e serviços;
IX. Operacionalizar a aplicação dos recursos próprios e de SEÇÃO II
convênios; DA INSPETORIA DE GRUPOS ESPECIAIS
X. Elaborar e digitar a correspondência e demais atos admi-
nistrativos de sua área de trabalho; Art. 19. Compete à Inspetoria de Grupos Especiais, direta-
XI. Executar outras atividades afins, no âmbito de sua compe- mente subordinada à Diretoria da Guarda Municipal:
tência, que forem atribuídas pelo seu superior. I. Exercer a atividade de Inspetoria, no âmbito dos Grupos Es-
peciais da Guarda Municipal.
CAPÍTULO VI II. Auxiliar outras inspetorias, quando necessário.
DA DIRETORIA DA GUARDA MUNICIPAL III. Executar outras atividades afins, no âmbito de sua compe-
tência, que forem atribuídas pelo seu superior.
Art. 17. À Diretoria da Guarda Municipal, diretamente subor-
dinada ao Secretário Municipal de Defesa Social, compete: SUBSEÇÃO I
I. Dirigir o órgão no aspecto técnico-operacional; DA SUPERVISÃO DO GRUPO ESPECIAL DE PRONTO EMPRE-
II. Planejar, organizar, dirigir e controlar sistemas, programas GO (GEPE)
e projetos que envolvam recursos humanos, logísticos, operacio-
nais, técnicos e de aperfeiçoamento no âmbito da Guarda Muni- Art. 20. Compete à Supervisão GEPE, diretamente subordina-
cipal; da à Inspetoria de Grupos Especiais:
III. Participar da fixação da política geral e específica da insti- I. Exercer a atividade de supervisão no âmbito do GEPE.
tuição, compreendendo direção, assessoramento, planejamento, II. Auxiliar outras supervisões, quando necessário.
coordenação e execução;

219
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
III. Executar outras atividades afins, no âmbito de sua compe- SUBSEÇÃO IV
tência, que forem atribuídas pelo seu superior. DA SUPERVISÃO DO GRUPO DE COMUNICAÇÃO E MONITO-
RAMENTO (GCOM) D
SUBSEÇÃO II
DA SUPERVISÃO DO GRUPO TÁTICO DE APOIO E MOTOS Art. 26. Compete à Supervisão GCOM D, diretamente subor-
(GTAM) dinada à Inspetoria GMEC e GCOM:
I. Exercer a atividade de supervisão no âmbito do GCOM, no
Art. 21. Compete à Supervisão GTAM, diretamente subordi- período noturno, em dias alternados com a supervisão GCOM C.
nada a Inspetoria Grupos Especiais: II. Auxiliar outras supervisões, quando necessário.
I. Exercer a atividade de supervisão no âmbito do GTAM. III. Executar outras atividades afins, no âmbito de sua compe-
II. Auxiliar outras supervisões, quando necessário. tência, que forem atribuídas pelo seu superior.
III. Executar outras atividades afins, no âmbito de sua compe-
tência, que forem atribuídas pelo seu superior. SUBSEÇÃO V
DA SUPERVISÃO DA GUARDA MUNICIPAL ESCOLAR E CO-
SEÇÃO III MUNITÁRIA (GMEC)
DA INSPETORIA DA GUARDA MUNICIPAL ESCOLAR COMU-
NITARIA (GMEC) E GRUPO DE COMUNICAÇÃO E MONITORA- Art. 27. Compete à Supervisão GMEC, diretamente subordi-
MENTO (GCOM) nada à Inspetoria GMEC e GCOM:
I. Exercer a atividade de supervisão no âmbito do GMEC.
Art. 22. Competem à Inspetoria GMEC e GCOM, diretamente II. Auxiliar outras supervisões, quando necessário.
subordinada à Diretoria da Guarda Municipal: III. Executar outras atividades afins, no âmbito de sua compe-
I. Exercer a atividade de inspetoria no âmbito do GMEC e tência, que forem atribuídas pelo seu superior.
GCOM
II. Auxiliar outras inspetorias, quando necessário. SEÇÃO IV
III. Executar outras atividades afins, no âmbito de sua compe- DA INSPETORIA DA GUARDA MUNICIPAL URBANA COMUNI-
tência, que forem atribuídas pelo seu superior. TÁRIA (GMUC) E GUARDA MUNICIPAL AMBIENTAL E COMU-
NITÁRIA (GMAC) A
SUBSEÇÃO I
DA SUPERVISÃO DO GRUPO DE COMUNICAÇÃO E MONITO- Art. 28. Compete à Inspetoria GMUC e GMAC, diretamente
RAMENTO (GCOM) A subordinada à Diretoria da Guarda Municipal:
I. Exercer a atividade de inspetoria no âmbito do GMUC e
Art. 23. Compete à Supervisão GCOM A, diretamente subor- GMAC, em dias alternados com a Inspetoria GMUC e GMAC B.
dinada à Inspetoria GMEC e GCOM: II. Auxiliar outras inspetorias, quando necessário.
I. Exercer a atividade de supervisão, no âmbito do GCOM, no III. Executar outras atividades afins, no âmbito de sua compe-
período diurno, em dias alternados com a supervisão GCOM B. tência, que forem atribuídas pelo seu superior.
II. Auxiliar outras supervisões, quando necessário.
III. Executar outras atividades afins, no âmbito de sua compe- SEÇÃO V
tência, que forem atribuídas pelo seu superior. DA INSPETORIA DA GUARDA MUNICIPAL URBANA COMUNI-
TÁRIA (GMUC) E GUARDA MUNICIPAL AMBIENTAL E
SUBSEÇÃO II COMUNITÁRIA (GMAC) B
DA SUPERVISÃO DO GRUPO DE COMUNICAÇÃO E MONITO-
RAMENTO (GCOM) B Art. 29. Compete à Inspetoria GMUC e GMAC, diretamente
subordinada à Diretoria da Guarda Municipal:
Art. 24. Compete à Supervisão GCOM B, diretamente subordi- I. Exercer a atividade de inspetoria no âmbito do GMUC e
nada à Inspetoria GMEC e GCOM: GMAC, em dias alternados com a Inspetoria GMUC e GMAC A.
I. Exercer a atividade de supervisão no âmbito do GCOM, no II. Substituir o inspetor de outro grupamento, quando neces-
período diurno, em dias alternados com a supervisão GCOM A. sário.
II. Auxiliar outras supervisões, quando necessário. III. Executar outras atividades afins, no âmbito de sua compe-
III. Executar outras atividades afins, no âmbito de sua compe- tência, que forem atribuídas pelo seu superior.
tência, que forem atribuídas pelo seu superior.
SUBSEÇÃO I
SUBSEÇÃO III DA SUPERVISÃO DA GUARDA MUNICIPAL AMBIENTAL E
DA SUPERVISÃO DO GRUPO DE COMUNICAÇÃO E MONITO- COMUNITÁRIA (GMAC) A
RAMENTO (GCOM) C
Art. 30. Compete à Supervisão GMAC A, diretamente subordi-
Art. 25. Compete à Supervisão GCOM C, diretamente subordi- nada às Inspetorias GMUC e GMAC A e B:
nada à Inspetoria GMEC e GCOM: I. Exercer a atividade de supervisão no âmbito do GMAC, em
I. Exercer a atividade de supervisão no âmbito do GCOM, no dias alternados com a Supervisão GMAC B.
período noturno, em dias alternados com a supervisão GCOM D. II. Auxiliar outras supervisões, quando necessário.
II. Auxiliar outras supervisões, quando necessário. III. Executar outras atividades afins, no âmbito de sua compe-
III. Executar outras atividades afins, no âmbito de sua compe- tência que forem atribuídas pelo seu superior.
tência, que forem atribuídas pelo seu superior.

220
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
SUBSEÇÃO II SUBSEÇÃO VII
DA SUPERVISÃO DA GUARDA MUNICIPAL AMBIENTAL E DA SUPERVISÃO DA GUARDA MUNICIPAL URBANA E COMU-
COMUNITÁRIA (GMAC) B NITÁRIA (GMUC) E

Art. 31. Compete à Supervisão GMAC B, diretamente subordi- Art. 36. Compete à Supervisão GMUC E, diretamente subordi-
nada às Inspetorias GMUC e GMAC A e B: nada às Inspetorias GMUC e GMAC A e B:
I. Exercer a atividade de supervisão no âmbito do GMAC, em I. Exercer a atividade de supervisão no âmbito do GMUC, no
dias alternados com a supervisão GMAC A. período noturno, em dias alternados com a Supervisão GMUC F.
II. Auxiliar outras supervisões, quando necessário. II. Auxiliar outras supervisões, quando necessário.
III. Executar outras atividades afins, no âmbito de sua compe- III. Executar outras atividades afins, no âmbito de sua compe-
tência, que forem atribuídas pelo seu superior. tência, que forem atribuídas pelo seu superior.

SUBSEÇÃO III SUBSEÇÃO VIII


DA SUPERVISÃO DA GUARDA MUNICIPAL URBANA E COMU- DA SUPERVISÃO DA GUARDA MUNICIPAL URBANA E COMU-
NITÁRIA (GMUC) A NITÁRIA (GMUC) F

Art. 32. Compete à Supervisão GMUC A, diretamente subordi- Art. 37. Compete à Supervisão GMUC F, diretamente subordi-
nada às Inspetorias GMUC e GMAC A e B: nada às Inspetorias GMUC e GMAC A e B:
I. Exercer a atividade de supervisão no âmbito do GMUC, no I. Exercer a atividade de supervisão no âmbito do GMUC, no
período diurno, em subárea distinta da Supervisão GMUC B, e em período noturno, em dias alternados com a Supervisão GMUC E.
dias alternados com a Supervisão GMUC C e D. II. Auxiliar outras supervisões, quando necessário.
II. Auxiliar outras supervisões, quando necessário. III. Executar outras atividades afins, no âmbito de sua compe-
III. Executar outras atividades afins, no âmbito de sua compe- tência, que forem atribuídas pelo seu superior.
tência, que forem atribuídas pelo seu superior.
SEÇÃO VI
SUBSEÇÃO IV DA INSPETORIA DA GUARDA MUNICIPAL PATRIMONIAL
DA SUPERVISÃO DA GUARDA MUNICIPAL URBANA E COMU- (GMP)
NITÁRIA (GMUC) B
Art. 38. Compete à Inspetoria GMP, diretamente subordinada
Art. 33. Compete à Supervisão GMUC B, diretamente subordi- à Diretoria da Guarda Municipal:
nada às Inspetorias GMUC e GMAC A e B: I. Exercer a atividade de inspetoria no âmbito do GMP.
I. Exercer a atividade de supervisão no âmbito do GMUC, no II. Auxiliar outras inspetorias, quando necessário.
período diurno, em subárea distinta da Supervisão GMUC A, e em III. Executar outras atividades afins, no âmbito de sua compe-
dias alternados com a Supervisão GMUC C e D. tência, que forem atribuídas pelo seu superior.
II. Auxiliar outras supervisões, quando necessário.
III. Executar outras atividades afins, no âmbito de sua compe- SUBSEÇÃO I
tência, que forem atribuídas pelo seu superior. DA SUPERVISÃO DA GUARDA MUNICIPAL PATRIMONIAL
(GMP) A
SUBSEÇÃO V
DA SUPERVISÃO DA GUARDA MUNICIPAL URBANA E COMU- Art. 39. Compete à Supervisão GMP A, diretamente subordi-
NITÁRIA (GMUC) C nada à Inspetoria GMP:
I. Exercer a atividade de supervisão no âmbito do GMP, no
Art. 34. Compete à Supervisão GMUC, C, diretamente subor- período diurno, em dias alternados com a Supervisão GMP B
dinada às Inspetorias GMUC e GMAC A e B: II. Auxiliar outras supervisões, quando necessário.
I. Exercer a atividade de supervisão no âmbito do GMUC, no III. Executar outras atividades afins, no âmbito de sua compe-
período diurno, em subárea distinta da Supervisão GMUC D, e em tência, que forem atribuídas pelo seu superior.
dias alternados com a Supervisão GMUC A e B.
II. Auxiliar outras supervisões, quando necessário. SUBSEÇÃO II
III. Executar outras atividades afins, no âmbito de sua compe- DA SUPERVISÃO DA GUARDA MUNICIPAL PATRIMONIAL
tência, que forem atribuídas pelo seu superior. (GMP) B

SUBSEÇÃO VI Art. 40. Compete à Supervisão GMP, B, diretamente subordi-


DA SUPERVISÃO DA GUARDA MUNICIPAL URBANA E COMU- nada à Inspetoria GMP:
NITÁRIA (GMUC) D I. Exercer a atividade de Supervisão no âmbito do GMP, no
período diurno, em dias alternados com a supervisão GMP, A
Art. 35. Compete à Supervisão GMUC D, diretamente subordi- II. Auxiliar outras supervisões, quando necessário.
nada às Inspetorias GMUC e GMAC A e B: III. Executar outras atividades afins, no âmbito de sua compe-
I. Exercer a atividade de supervisão no âmbito do GMUC, no tência, que forem atribuídas pelo seu superior.
período diurno, em subárea distinta da Supervisão GMUC C, e em
dias alternados com a Supervisão GMUC A e B.
II. Auxiliar outras supervisões, quando necessário.
III. Executar outras atividades afins, no âmbito de sua compe-
tência, que forem atribuídas pelo seu superior.

221
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
SUBSEÇÃO III IV. Recepcionar e encaminhar protocolos de solicitação de fé-
DA SUPERVISÃO DA GUARDA MUNICIPAL PATRIMONIAL rias, licença-prêmio, promoções e demais assuntos relacionados
(GMP) C no âmbito da Guarda Municipal.
V. Executar outras atividades afins, no âmbito de sua compe-
Art. 41. Compete à Supervisão GMP C, diretamente subordi- tência, que forem atribuídas pelo seu superior.
nada à Inspetoria GMP:
I. Exercer a atividade de supervisão no âmbito do GMP, no SUBSEÇÃO II
período noturno, em dias alternados com a Supervisão GMP D. DA SUPERVISÃO DE GEOPROCESSAMENTO E ESTATÍSTICA
II. Auxiliar outras supervisões, quando necessário.
III. Executar outras atividades afins, no âmbito de sua compe- Art. 46. Compete à Supervisão de Geoprocessamento e Esta-
tência, que forem atribuídas pelo seu superior. tística, diretamente subordinada à Diretoria da Guarda Municipal:
I. Realizar o levantamento estatístico das ações e atuações da
SUBSEÇÃO IV Guarda Municipal, por meio dos boletins de ocorrência e outros
DA SUPERVISÃO DA GUARDA MUNICIPAL PATRIMONIAL documentos, visando orientar a atuação dos setores operacionais.
(GMP) D II. Mapear as áreas de atuação da Guarda Municipal, regis-
trando frequência de ocorrências, níveis de criminalidade, pro-
Art. 42. Compete à Supervisão GMP D, diretamente subordi- blemas apresentados no âmbito da Segurança Pública bem como
nada à Inspetoria GMP: aferindo resultados e eficiência da atuação da Guarda Municipal.
I. Exercer a atividade de supervisão no âmbito do GMP, no III. Mapear todos os bens e instalações, para orientar as equi-
período noturno, em dias alternados com a Supervisão GMP C pes de patrulhamento, quanto às áreas de responsabilidade da
II. Auxiliar outras supervisões, quando necessário. Guarda Municipal.
III. Executar outras atividades afins, no âmbito de sua compe- IV. Auxiliar as demais unidades da Guarda Municipal, na ela-
tência, que forem atribuídas pelo seu superior. boração de um planejamento estratégico de ação, com base em
estatísticas e elementos técnicos.
SEÇÃO VII V. Executar outras atividades afins, no âmbito de sua compe-
DA INSPETORIA NOTURNA A tência, que forem atribuídas pelo seu superior.

Art. 43. Compete à Inspetoria Noturna A, diretamente subor- SUBSEÇÃO III


dinada à Diretoria da Guarda Municipal: DA SUPERVISÃO DE OPERAÇÕES E EVENTOS
I. Exercer a atividade de inspetoria no âmbito da Guarda Mu-
nicipal, no período noturno, em dias alternados com a Inspetoria Art. 47. Compete à Supervisão de Operações e Eventos, dire-
Noturna B tamente subordinada à Diretoria da Guarda Municipal:
II. Auxiliar outras inspetorias, quando necessário. I. Organizar Operações e Ações, com vistas a proteção de ser-
III. Executar outras atividades afins, no âmbito de sua compe- viços, eventos, solenidades e demais atividades executadas pelo
tência, que forem atribuídas pelo seu superior. município, ou realizados em espaço físico que se insira no concei-
to de bens, instalações e logradouros públicos de responsabilida-
SEÇÃO VIII de municipal.
DA INSPETORIA NOTURNA B II. Acompanhar o cronograma de eventos e atividades de ou-
tras secretarias que possam, direta ou indiretamente, estar rela-
Art. 44. Compete à Inspetoria Noturna B, diretamente subor- cionadas com as atribuições da Guarda Municipal.
dinada à Diretoria da Guarda Municipal: III. Oferecer suporte logístico e operacional aos guardas muni-
I. Exercer a atividade de inspetoria no âmbito da Guarda Mu- cipais que irão participar das ações, operações, eventos e demais
nicipal, no período noturno, em dias alternados com a Inspetoria atividades previstas no inciso I deste artigo.
Noturna A IV. Dar suporte e orientação ao Diretor da Guarda Municipal,
II. Auxiliar outras inspetorias, quando necessário. quando da emissão de ordens de serviço aos guardas municipais.
III. Executar outras atividades afins, no âmbito de sua compe- V. Executar outras atividades afins, no âmbito de sua compe-
tência, que forem atribuídas pelo seu superior. tência, que forem atribuídas pelo seu superior.

SEÇÃO IX SUBSEÇÃO IV
DAS SUPERVISÕES ADMINISTRATIVAS DA SUPERVISÃO DE PATRIMÔNIO E ALMOXARIFADO
SUBSEÇÃO I
DA SUPERVISÃO DE GESTÃO DE PESSOAS Art. 48. Compete à Supervisão de Patrimônio e Almoxarifado,
diretamente subordinada à Diretoria da Guarda Municipal:
Art. 45. Compete à Supervisão de Gestão de Pessoas, direta- I. Efetuar recebimento, entrada e saída, distribuir e estabele-
mente subordinada à Diretoria da Guarda Municipal: cer procedimentos e cadastro em sistema informatizado de todos
I. Escalar, distribuir, movimentar, manter registro e acompa- os materiais permanentes e de consumo do órgão;
nhamento do quadro de pessoal, das funções e dos cargos da II. Acompanhar e manter atualizado o cadastro dos bens
Guarda Municipal; acautelados sob a responsabilidade da Guarda Municipal;
II. Confeccionar, recepcionar e dar encaminhamento aos car- III. Normatizar, controlar e supervisionar o uso, manutenção e
tões de ponto, requerimentos, boletins de frequência, avaliação conservação do patrimônio da Secretaria.
de estágio probatório dos Guardas Municipais;
III. Recepcionar e encaminhar atestados médicos, solicitar pe-
rícia, fazer o preenchimento e encaminhamento de comunicado
de Acidente de Trabalho;

222
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
IV. Fiscalizar os procedimentos estabelecidos, no que se re- IV. Responder as dúvidas da população acerca das atividades
fere à utilização dos bens, por meio da orientação, do controle da Guarda Municipal, ressalvados os assuntos privativo do Secre-
técnico de procedimentos adotados e da ação corretiva sobre as tário Municipal de Defesa Social;
irregularidades identificadas e, em caso de dano ao patrimônio, V. Administrar a área da Secretaria Municipal de Defesa Social
auxiliar a Corregedoria da Guarda Municipal na apuração da res- no Portal da Prefeitura do Município de Londrina;
ponsabilização, a fim de sanar toda e qualquer avaria. VI. Criar artes, layouts, placas, banners, folders, panfletos,
V. Disponibilizar planilhas para fins de controle, fiscalização e cartilhas e outros meios de comunicação visual, visando à publi-
preservação dos bens da Secretaria. cidade, orientação, informação, instrução e ensino, tanto para o
VI. Executar outras atividades afins, no âmbito de sua compe- público interno quanto para o público externo;
tência, que forem atribuídas pelo seu superior. VII. Fazer contato com os veículos de comunicação social, re-
passando informações relativas às atividades da Guarda Munici-
SUBSEÇÃO V pal, ressalvados os assuntos privativos do Secretário Municipal de
DA SUPERVISÃO DE FROTA Defesa Social.
VIII. Executar outras atividades afins, no âmbito de sua com-
Art. 49. Compete à Supervisão de Frota, diretamente subordi- petência, que forem atribuídas pelo seu superior.
nada à Diretoria da Guarda Municipal:
I. Acompanhar e manter atualizado o cadastro dos motoristas SUBSEÇÃO VII
sob a responsabilidade da Guarda Municipal; DA SUPERVISÃO DE APERFEIÇOAMENTO E ENSINO
II. Normatizar, controlar e supervisionar o uso, manutenção e
conservação da frota de veículos. Art. 51. Compete à Supervisão de Aperfeiçoamento e Ensino,
III. Fiscalizar os procedimentos estabelecidos, no que se refe- diretamente subordinada à Diretoria da Guarda Municipal:
re à utilização dos veículos da frota, por meio da orientação, do I. Planejar, organizar, coordenar, executar e promover a for-
controle técnico de procedimentos adotados e da ação corretiva mação, capacitação, treinamentos, reciclagem e demais proces-
sobre as irregularidades identificadas e, em caso de dano ao patri- sos educacionais e de aprimoramento inicial e continuado de to-
mônio, auxiliar a Corregedoria da Guarda Municipal na apuração dos os servidores da Guarda Municipal;
da responsabilização, a fim de sanar toda e qualquer avaria. II. Executar outras atividades afins, no âmbito de sua compe-
IV. Disponibilizar planilhas para fins de controle, fiscalização e tência, que forem atribuídas pelo seu superior.
preservação da frota de veículos.
V. Estabelecer critérios para a utilização dos veículos da frota, SUBSEÇÃO VIII
através de instruções normativas. DA SUPERVISÃO DE TECNOLOGIA DE SEGURANÇA
VI. Disponibilizar guias para o abastecimento e o controle do
consumo de combustíveis dos veículos. Art. 52. Compete à Supervisão de Tecnologia de Segurança,
VII. Disponibilizar planilhas para fins de controle do consumo diretamente subordinada à Diretoria da Guarda Municipal:
e abastecimento de combustíveis. I. Desenvolver em conjunto com a Diretoria de Tecnologia
VIII. Controlar o uso e autorizar o abastecimento de combus- de Informação, ou isoladamente, em casos que não necessite de
tível dos veículos grande capacidade técnica, programas, softwares e demais siste-
IX. Implantar o Cadastro de Veículos e Condutores de Veículos mas de gerenciamento e administrativos voltados à prestação dos
e manter, permanentemente, atualizados os registros, em decor- serviços da Guarda Municipal e à Segurança Pública em geral.
rência das suas ocorrências. II. Realizar pesquisas, estudos relativos a novas tecnologias,
X. Planejar e apontar a realização da manutenção preventi- sistemas, equipamentos, armamentos letais e não letais, voltados
va dos veículos e acessórios, assim como dar encaminhamento à atuação operacional da Guarda Municipal.
as manutenções corretivas e solicitar seu recolhimento, caso seja III. Realizar pesquisas, estudos e modos de implantação de
necessário, até que seja regularizado. tecnologias voltadas à segurança da informação.
XI. Fazer inspeção periódica dos veículos, mantendo o contro- IV. Executar outras atividades afins, no âmbito de sua compe-
le do estado de conservação. tência, que forem atribuídas pelo seu superior.
XII. Executar outras atividades afins, no âmbito de sua compe-
tência, que forem atribuídas pelo seu superior. TÍTULO IV
DA COMPETÊNCIA PESSOAL
SUBSEÇÃO VI CAPÍTULO I
DA SUPERVISÃO DE COMUNICAÇÃO DO TITULAR DA PASTA

Art. 50. Compete à Supervisão de Comunicação, diretamente Art. 53. Ao titular da pasta, compete:
subordinada à Diretoria da Guarda Municipal: I. prover a segurança e a tranquilidade públicas, prestando,
I. Receber, cadastrar, controlar e arquivar correspondências, às autoridades competentes e à população, colaboração técnica e
correio eletrônico, notícias e outros referentes à Guarda Munici- científica, para uma perfeita ação preventiva e repressiva na ma-
pal, através de malote e protocolo, providenciando os registros nutenção da ordem;
necessários; II. garantir, na efetivação das ações de defesa social, o exercí-
II. Promover o recebimento, cadastro, envio e arquivamento cio das liberdades consagradas constitucionalmente;
da documentação da Guarda Municipal, abrangendo CIs, Ofícios, III. avocar, para sua análise e decisão, quaisquer assuntos da
Leis, Decretos, Portarias e demais documentos oficiais; Secretaria, na forma da legislação vigente;
III. Confeccionar Boletim Interno, informativos e documentos IV. propor ao Chefe do Poder Executivo medidas tendentes a
diversos, visando comunicar os Guardas Municipais dos procedi- melhorar a qualidade dos serviços de defesa social no Município;
mentos, mudanças de atividades e demais informações que lhes
possam interessar.

223
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
V. participar, como Presidente, dos órgãos colegiados de dire- V. estudar, instruir e minutar o expediente e a correspondên-
ção superior da Secretaria e de entidades da administração indi- cia do Secretário, bem como dar encaminhamento à correspon-
reta vinculadas à Pasta; dência oficial recebida, recomendando prioridades para assuntos
VI. participar, como membro, de órgãos colegiados de direção urgentes;
superior, no âmbito da administração pública municipal; VI. atuar como principal auxiliar do Secretário;
VII. baixar quaisquer atos administrativos necessários ao cor- VII. substituir o Secretário nas suas ausências e impedimen-
reto funcionamento da Secretaria Municipal de Defesa Social, no tos;
âmbito de sua competência. VIII. coordenar a agenda de compromissos e representar o
VIII. designar, movimentar, transferir e dispensar servidores, Secretário, quando designado;
objetivando o atendimento das necessidades administrativas da IX. programar audiências e recepcionar pessoas que se diri-
Secretaria, na forma da legislação vigente; jam ao Secretário;
IX. integrar-se com representantes de outras entidades do X. promover as medidas necessárias ao provimento de trans-
Município, do Estado e da União, para a solução de problemas porte ao Secretário;
que afetam a comunidade; XI. cumprir tarefas de caráter reservado ou confidencial de-
X. promover, em parceria com a sociedade civil, soluções para terminadas pelo Secretário;
problemas e implementar projetos locais voltados à melhoria das XII. submeter à consideração do Secretário assunto de urgên-
condições de segurança nas comunidades; cia ou cuja importância mereça tratamento imediato;
XI. elaborar, coordenar e difundir informações relacionadas XIII. transmitir ordens e despachos do Secretário às unidades
com assuntos de interesse da Secretaria; da Secretaria;
XII. promover a integração do Município de Londrina, do Esta- XIV. promover as atividades de imprensa e relações públicas
do do Paraná e do Governo Federal com a sociedade organizada, da Secretaria;
em assuntos referentes à Pasta; XV. Coordenar as ações de inteligência;
XIII. conferir honrarias aos servidores da Secretaria, na forma XVI. Coordenar as atividades da ouvidoria da Secretaria
da legislação específica; XVII. desempenhar outras tarefas compatíveis com a posição
XIV. representar o Município junto a instituições oficiais e pri- e as determinadas pelo Secretário.
vadas, nacionais e internacionais, em assuntos da sua Pasta, res-
peitada a legislação vigente; CAPÍTULO III
XV. participar, como representante do Município de Londrina, DOS DIRETORES
de reuniões de entidades ligadas à segurança e à defesa interna;
XVI. articular-se com entidades externas e internas, objeti- Art. 55. Aos Diretores, competem:
vando a captação de recursos financeiros para aplicação em pro- I. Cumprir e fazer cumprir atos administrativos e/ou operacio-
gramas de interesse da Pasta; nais emanados de seu superior;
XVII. coordenar operações conjugadas de unidades da estru- II. Proferir despachos interlocutórios em processos de sua
tura departamental, integradas ou não a órgãos estaduais e fede- atribuição e decisórios em processo de sua alçada;
rais; III. Reunir periodicamente os responsáveis pelas unidades
XVIII. aprovar a nomeação para os cargos de chefia e asses- subordinadas, a fim de discutir, assentar e adotar medidas que
soramento dos servidores da Secretaria, na forma da legislação propiciem a eficiência e o bom funcionamento dos serviços admi-
específica; nistrativos e/ou operacionais da diretoria;
XIX. homologar os atos dos órgãos normativos e de controle; IV. Sugerir a designação ou dispensa de ocupantes de cargos
XX. celebrar convênios ou ajustes que objetivem a coopera- de chefia sob sua responsabilidade;
ção e participação em programas e projetos que envolvam equi- V. Supervisionar, controlar, dirigir e orientar os serviços admi-
pamentos, obras e treinamento de recursos humanos ligados à nistrativos e/ou operacionais bem como os assuntos de compe-
área de defesa social; tência das unidades que lhes são subordinadas;
XXI. promover a integração das unidades subordinadas, obje- VI. Assessorar a Secretária e o Chefe de Gabinete em assuntos
tivando o aperfeiçoamento das atividades desenvolvidas; relacionados à administração geral;
XXII. realizar, em consonância com as diretrizes estabelecidas VII. Executar outras atividades afins, no âmbito de sua com-
pelo Prefeito Municipal, o relacionamento do Poder Executivo petência, que forem atribuídas pelo seu superior
Municipal com os demais poderes do Estado e da União; e
XXIII. resolver os casos omissos, bem como esclarecer as dúvi- SEÇÃO I
das suscitadas na execução dos serviços da Pasta, expedindo, para DAS GERÊNCIAS
tal fim, os atos necessários.
Art. 56. Aos Grentes, competem:
CAPÍTULO II I. Cumprir e fazer cumprir as normas de Segurança e Medicina
DO CHEFE DE GABINETE do Trabalho, instruindo seus servidores, quanto às precauções, no
sentido de evitar acidentes de trabalho ou doenças ocupacionais;
Art. 54. Ao Chefe de Gabinete, compete: II. Dirigir, orientar e fiscalizar as atividades desenvolvidas pe-
I. programar, organizar, dirigir, orientar, controlar e coordenar las unidades administrativas que lhes são subordinadas;
as atividades da Secretaria, por delegação do Secretário; III. Realizar estudos e sugerir medidas, visando ao aprimora-
II. promover a administração geral da Secretaria; mento das atividades que lhes são afetas;
III. fazer indicações ao Secretário de funcionários que deverão IV. Proferir despachos interlocutórios em processos de sua
participar de comissões especiais; competência;
IV. promover a administração geral do gabinete e a assistência V. Realizar a avaliação de merecimento funcional dos servi-
ao Secretário, no desempenho de suas atribuições e no atendi- dores lotados na unidade administrativa, conforme legislação em
mento de compromissos oficiais e particulares; vigor;

224
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
VI. Requisitar, receber e controlar o material necessário ao XII. Acionar as autoridades competentes para cada tipo de
desenvolvimento das unidades sob sua subordinação; ocorrência (SIATE, SAMU, Furtos e Roubos e IML);
VII. Zelar pela conservação dos bens patrimoniais móveis e XIII. Ser relações públicas da Guarda Municipal, através do
imóveis destinados à execução dos respectivos serviços, sugerin- bom e pronto atendimento à sociedade, de forma educada e cor-
do sua manutenção, quando necessário; dial;
VIII. Elaborar a proposta orçamentária da sua unidade admi- XIV. Exigir o uso correto dos equipamentos, dos armamentos
nistrativa; e das técnicas de imobilização e de condução de presos, de modo
IX. Cumprir e fazer cumprir as determinações emanadas de a preservar a integridade física do cidadão;
seu superior; XV. Buscar soluções dos problemas apresentados pelos super-
X. Executar outras atividades afins, no âmbito de sua compe- visores e guardas municipais;
tência, que forem atribuídas pelo seu superior. XVI. Representar o Diretor da Guarda Municipal de Londrina,
quando solicitado por este;
SUBSEÇÃO I XVII. Buscar o aperfeiçoamento individual e o progresso da
DOS COORDENADORES instituição Guarda Municipal de Londrina;
XVIII. Acumular funções atribuídas ao cargo de supervisor ou
Art. 57. Aos Coordenadores, competem: a cargo superior, mediante delegação.
I. Cumprir e fazer cumprir atos administrativos de seus supe- XIX. Cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e me-
riores; dicina do trabalho, instruindo seus servidores, quanto às precau-
II. Coordenar, em conjunto com a gerência, os trabalhos ati- ções, no sentido de evitar acidentes de trabalho ou doenças ocu-
nentes à unidade, visando à operacionalização das atividades; pacionais;
III. Proceder a estudos e sugerir medidas visando ao aprimo- XX. Dirigir, orientar e fiscalizar as atividades desenvolvidas pe-
ramento das atividades que lhe são afetas; las unidades que lhes são subordinadas;
IV. Proferir despachos interlocutórios em processo de sua XXI. Realizar estudos e sugerir medidas, visando ao aprimora-
competência; mento das atividades que lhes são afetas;
V. Executar outras atividades afins, no âmbito de sua compe- XXII. Proferir despachos interlocutórios em processos de sua
tência que forem atribuídas pelo seu superior. competência;
XXIII. Realizar a avaliação de merecimento funcional dos ser-
SEÇÃO II vidores lotados na unidade administrativa;
DOS INSPETORES XXIV. Requisitar, receber e controlar o material necessário ao
desenvolvimento das unidades sob sua subordinação;
Art. 58. Aos Inspetores, competem: XXV. Zelar pela conservação dos bens patrimoniais, móveis e
I. Substituir o Diretor da Guarda Municipal nas suas ausências imóveis, destinados à execução dos respectivos serviços, sugerin-
e impedimentos; do sua manutenção, quando necessário;
II. Analisar as solicitações dos órgãos públicos e privados re- XXVI. Cumprir outras atribuições definidas na legislação da
lativos à presença da Guarda Municipal de Londrina, repassando Secretaria de Defesa Social (Lei 10774/09) e no estatuto da Guar-
ao Diretor da Guarda um parecer quanto à possibilidade do aten- da Municipal (Lei 10981/2010).
dimento; XXVII. Executar outras atividades afins, no âmbito de sua
III. Velar pela postura e compostura de seus subordinados, competência, que forem atribuídas pelo seu superior.
dentro da Sede da GM e, principalmente, durante o patrulhamen-
to, seja ele fixo, motorizado, a pé ou por meio de qualquer outra SUBSEÇÃO I
modalidade; DOS SUPERVISORES OPERACIONAIS
IV. Verificar se todos os guardas municipais estão em condi-
ções físicas de trabalhar, bem como, verificar a apresentação pes- Art. 59. Aos supervisores operacionais, competem:
soal de cada um sob seu comando direto (farda limpa e passada, I. Velar pela postura e compostura de seus subordinados,
cabelo e barba cortados e coturno limpo); dentro da sede da Guarda Municipal e, principalmente, durante
V. Supervisionar e orientar o preenchimento de documentos o patrulhamento, seja ele fixo, motorizado, a pé ou por meio de
referentes à ocorrência, tais como: Boletim de Ocorrências, Auto qualquer outra modalidade;
de Resistência à Prisão (se houver), Diário de Bordo, entre outros; II. Verificar se todos os guardas municipais estão em condi-
VI. Verificar com a equipe que saiu de serviço quais ocorrên- ções físicas de trabalhar, bem como, verificar a apresentação pes-
cias de maior gravidade ocorreram no turno passado; soal de cada um sob seu comandado direto (farda limpa e passa-
VII. Relatar as ocorrências relevantes do dia e os desvios de da, cabelo e barba cortados e coturno limpo);
conduta dos supervisores ou dos guardas ao Diretor da Guarda III. Supervisionar e orientar o preenchimento de documentos
Municipal de Londrina; referentes à ocorrência, tais como: Boletim de Ocorrências, Auto
VIII. Fiscalizar se todo armamento, equipamento e material, de Resistência à Prisão (se houver), Diário de bordo entre outros;
disponível para equipe, estão em condições seguras de uso e lim- IV. Verificar, com a equipe que saiu de serviço, quais ocorrên-
pos; cias de maior gravidade ocorreram no turno passado;
IX. Sempre que possível, estar à frente da equipe no atendi- V. Relatar as ocorrências relevantes do dia e os desvios de
mento de ocorrências, para que todas as decisões sejam tomadas conduta dos guardas ao inspetor imediato;
de forma coerente; VI. Fiscalizar se todo armamento, equipamento e material,
X. Orientar seus subordinados para que evitem o uso de força disponível para equipe, estão em condições seguras de uso e lim-
desnecessária; pos;
XI. Providenciar, quando necessário, o isolamento dos locais VII. Sempre que possível, quando na ausência do inspetor
de crime e arrolar testemunhas; imediato, estar à frente da equipe no atendimento de ocorrências,
para que todas as decisões sejam tomadas de forma coerente;

225
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
VIII. Orientar seus subordinados para que evitem o uso de for- XXXIII. Cumprir e fazer cumprir atos administrativos de seus
ça desnecessária; superiores;
IX. Colher todas as informações necessárias para atendimen- XXXIV. Coordenar, em conjunto com a Inspetoria, os trabalhos
to da ocorrência da forma mais segura e informar as demais via- atinentes à unidade, visando à operacionalização das atividades;
turas da GM; XXXV. Proceder a estudos e sugerir medidas, visando ao apri-
X. Providenciar, quando necessário, o isolamento dos locais moramento das atividades que lhe são afetas;
de crime e arrolar testemunhas; XXXVI. Proferir despachos interlocutórios em processo de sua
XI. Acionar as autoridades competentes para cada tipo de competência;
ocorrência (SIATE, SAMU, Furtos e Roubos e IML); XXXVII. Executar outras atividades afins, no âmbito de sua
XII. Ser relações públicas da GM, através do bom e pronto competência, que forem atribuídas pelo seu superior.
atendimento à sociedade, de forma educada e cordial;
XIII. Exigir o uso correto dos equipamentos, dos armamentos SUBSEÇÃO I
e das técnicas de imobilização e de condução de presos, de modo DOS SUPERVISORES ADMINISTRATIVOS
a preservar a integridade física do cidadão;
XIV. Buscar soluções dos problemas apresentados pelos guar- Art. 60. Aos supervisores administrativos, competem:
das municipais; I. Exercer atividades de planejamento, administração, gestão
XV. Buscar o aperfeiçoamento individual e o progresso da ins- e aperfeiçoamento relativos às áreas de pessoal, de materiais,
tituição Guarda Municipal de Londrina; patrimônio, de frota, de instrução e ensino, de relações públicas,
XVI. Acumular funções atribuídas ao cargo de guarda munici- geoprocessamento, estatística, e outras de interesse da Guarda
pal ou a cargo superior, mediante delegação; Municipal;
XVII. Comandar o grupamento que lhe for destinado, fazendo II. Atender pedidos de informações e pareceres, bem como
cumprir todas as orientações do comando, de acordo com as leis, confeccionar CIs e Ofícios na área de sua atuação;
regulamentos e demais normas aplicáveis; III. Coordenar, manualizar e emitir listagens e relatórios,
XVIII. Gerir o efetivo sob sua supervisão de maneira a execu- quando solicitados;
tar as ordens determinadas por seus superiores e para atender IV. Atualizar arquivos e sistemas;
situações emergenciais; V. Executar outras atividades afins, no âmbito de sua compe-
XIX. Ter, sob controle, o pessoal, materiais, viaturas, arma- tência, que forem atribuídas pelo seu superior.
mento e os serviços administrativos da inspetoria;
XX. Cumprir o regime de escalas de serviço na execução das SEÇÃO III
atividades; DOS DEMAIS SERVIDORES
XXI. Elaborar relatório diário, ao fim do dia de serviço, deta-
lhando todas as ocorrências e alterações na execução dos traba- Art. 61. Aos demais servidores, competem:
lhos; I. Acatar e executar as ordens verbais ou por escrito de seus
XXII. Relatar e comunicar ao superior imediato ou mediato, superiores ou de quem suas vezes fizer;
quando da ausência daquele, todas as ocorrências, irregularida- II. Cumprir os horários ordinários de trabalho e os extraordi-
des e infrações que envolvam os integrantes da Guarda Municipal; nários que lhes forem determinados;
XXIII. Relacionar-se com as autoridades de sua área de atri- III. Manter em asseio e ordem o local de trabalho, os móveis,
buição, mantendo estreita colaboração, para bem desenvolver as utensílios, máquinas ou aparelhos sob sua guarda e responsabili-
atividades da corporação; dade, sugerindo sua manutenção, quando necessário;
XXIV. Supervisionar o cumprimento do horário de trabalho, IV. Permanecer nos locais de trabalho nas horas de expedien-
postura, asseio e apresentação pessoal dos seus subordinados, te, ausentando-se somente com justa causa e mediante autoriza-
quando na execução dos serviços prestados; ção do chefe imediato;
XXV. Avaliar o desempenho profissional dos guardas munici- V. Tratar o público e seus colegas com respeito e urbanidade;
pais sob seu comando; VI. Em se tratando de servidor ocupante de cargo de Guarda
XXVI. Encaminhar ao setor competente, dentro dos prazos Municipal, cumprir a legislação específica da categoria, indepen-
estabelecidos, a documentação exigida, tais como atestados, bo- dentemente de estar ou não lotado na Diretoria da Guarda Mu-
letins de ocorrência, dentre outros; nicipal;
XXVII. Assistir os subordinados, em casos de prisões, encami- VII. Executar outras atividades afins, no âmbito de sua com-
nhamentos e demais ocorrências; petência, que forem atribuídas pelo seu superior.
XXVIII. Manter ambiente saudável de harmonia e camarada-
gem, para o melhor desempenho profissional; CAPÍTULO IV
XXIX. Manter organizados, limpos e conservados os materiais, DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
veículos, equipamentos e locais de trabalho, que estão sob sua
responsabilidade, informando imediatamente, ao superior, even- Art. 62. As unidades organizacionais que compõem a Secreta-
tuais danos ou desaparecimentos; ria Municipal de Defesa Social atuarão de forma integrada, sob a
XXX. Elaborar e manter atualizado o plano de chamada de seu orientação e direção do titular da pasta
grupamento, para eventuais casos de acionamento emergencial
dos guardas;
XXXI. Repassar ao efetivo sob seu comando todos os comuni- LEI FEDERAL 13.022/2014 - INSTITUI O ESTATUTO
cados do comando; NACIONAL DAS GUARDAS MUNICIPAIS DO BRASIL
XXXII. Cumprir outras atribuições definidas na legislação da
Secretaria de Defesa Social (Lei 10774/09) e no estatuto da Guar- LEI Nº 13.022, DE 8 DE AGOSTO DE 2014.
da Municipal (Lei 10981/2010);
Dispõe sobre o Estatuto Geral das Guardas Municipais.

226
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na- X - estabelecer parcerias com os órgãos estaduais e da União,
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: ou de Municípios vizinhos, por meio da celebração de convênios
ou consórcios, com vistas ao desenvolvimento de ações preventivas
CAPÍTULO I integradas;
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES XI - articular-se com os órgãos municipais de políticas sociais,
visando à adoção de ações interdisciplinares de segurança no Mu-
Art. 1º Esta Lei institui normas gerais para as guardas munici- nicípio;
pais, disciplinando o § 8º do art. 144 da Constituição Federal. XII - integrar-se com os demais órgãos de poder de polícia ad-
Art. 2º Incumbe às guardas municipais, instituições de caráter ministrativa, visando a contribuir para a normatização e a fiscaliza-
civil, uniformizadas e armadas conforme previsto em lei, a função ção das posturas e ordenamento urbano municipal;
de proteção municipal preventiva, ressalvadas as competências da XIII - garantir o atendimento de ocorrências emergenciais, ou
União, dos Estados e do Distrito Federal. prestá-lo direta e imediatamente quando deparar-se com elas;
XIV - encaminhar ao delegado de polícia, diante de flagrante
CAPÍTULO II delito, o autor da infração, preservando o local do crime, quando
DOS PRINCÍPIOS possível e sempre que necessário;
XV - contribuir no estudo de impacto na segurança local, con-
Art. 3º São princípios mínimos de atuação das guardas muni- forme plano diretor municipal, por ocasião da construção de em-
cipais: preendimentos de grande porte;
I - proteção dos direitos humanos fundamentais, do exercício XVI - desenvolver ações de prevenção primária à violência, iso-
da cidadania e das liberdades públicas; ladamente ou em conjunto com os demais órgãos da própria muni-
II - preservação da vida, redução do sofrimento e diminuição cipalidade, de outros Municípios ou das esferas estadual e federal;
das perdas; XVII - auxiliar na segurança de grandes eventos e na proteção
III - patrulhamento preventivo; de autoridades e dignatários; e
IV - compromisso com a evolução social da comunidade; e XVIII - atuar mediante ações preventivas na segurança escolar,
V - uso progressivo da força. zelando pelo entorno e participando de ações educativas com o cor-
po discente e docente das unidades de ensino municipal, de forma
CAPÍTULO III a colaborar com a implantação da cultura de paz na comunidade
DAS COMPETÊNCIAS local.
Parágrafo único. No exercício de suas competências, a guarda
Art. 4º É competência geral das guardas municipais a proteção municipal poderá colaborar ou atuar conjuntamente com órgãos de
de bens, serviços, logradouros públicos municipais e instalações do segurança pública da União, dos Estados e do Distrito Federal ou de
Município. congêneres de Municípios vizinhos e, nas hipóteses previstas nos
Parágrafo único. Os bens mencionados no caput abrangem os incisos XIII e XIV deste artigo, diante do comparecimento de órgão
de uso comum, os de uso especial e os dominiais. descrito nos incisos do caput do art. 144 da Constituição Federal ,
Art. 5º São competências específicas das guardas municipais, deverá a guarda municipal prestar todo o apoio à continuidade do
respeitadas as competências dos órgãos federais e estaduais: atendimento.
I - zelar pelos bens, equipamentos e prédios públicos do Mu-
nicípio; CAPÍTULO IV
II - prevenir e inibir, pela presença e vigilância, bem como coi- DA CRIAÇÃO
bir, infrações penais ou administrativas e atos infracionais que aten-
tem contra os bens, serviços e instalações municipais; Art. 6º O Município pode criar, por lei, sua guarda municipal.
III - atuar, preventiva e permanentemente, no território do Mu- Parágrafo único. A guarda municipal é subordinada ao chefe do
nicípio, para a proteção sistêmica da população que utiliza os bens, Poder Executivo municipal.
serviços e instalações municipais; Art. 7º As guardas municipais não poderão ter efetivo superior
IV - colaborar, de forma integrada com os órgãos de segurança a:
pública, em ações conjuntas que contribuam com a paz social; I - 0,4% (quatro décimos por cento) da população, em Municí-
V - colaborar com a pacificação de conflitos que seus integran- pios com até 50.000 (cinquenta mil) habitantes;
tes presenciarem, atentando para o respeito aos direitos funda- II - 0,3% (três décimos por cento) da população, em Municípios
mentais das pessoas; com mais de 50.000 (cinquenta mil) e menos de 500.000 (quinhen-
VI - exercer as competências de trânsito que lhes forem confe- tos mil) habitantes, desde que o efetivo não seja inferior ao dispos-
ridas, nas vias e logradouros municipais, nos termos da Lei nº 9.503, to no inciso I;
de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro), ou de III - 0,2% (dois décimos por cento) da população, em Municí-
forma concorrente, mediante convênio celebrado com órgão de pios com mais de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, desde que o
trânsito estadual ou municipal; efetivo não seja inferior ao disposto no inciso II.
VII - proteger o patrimônio ecológico, histórico, cultural, ar- Parágrafo único. Se houver redução da população referida em
quitetônico e ambiental do Município, inclusive adotando medidas censo ou estimativa oficial da Fundação Instituto Brasileiro de Ge-
educativas e preventivas; ografia e Estatística (IBGE), é garantida a preservação do efetivo
VIII - cooperar com os demais órgãos de defesa civil em suas existente, o qual deverá ser ajustado à variação populacional, nos
atividades; termos de lei municipal.
IX - interagir com a sociedade civil para discussão de soluções Art. 8º Municípios limítrofes podem, mediante consórcio pú-
de problemas e projetos locais voltados à melhoria das condições blico, utilizar, reciprocamente, os serviços da guarda municipal de
de segurança das comunidades; maneira compartilhada.

227
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
Art. 9º A guarda municipal é formada por servidores públicos § 1º O Poder Executivo municipal poderá criar órgão colegiado
integrantes de carreira única e plano de cargos e salários, conforme para exercer o controle social das atividades de segurança do Mu-
disposto em lei municipal. nicípio, analisar a alocação e aplicação dos recursos públicos e mo-
nitorar os objetivos e metas da política municipal de segurança e,
CAPÍTULO V posteriormente, a adequação e eventual necessidade de adaptação
DAS EXIGÊNCIAS PARA INVESTIDURA das medidas adotadas face aos resultados obtidos.
§ 2º Os corregedores e ouvidores terão mandato cuja perda
Art. 10. São requisitos básicos para investidura em cargo públi- será decidida pela maioria absoluta da Câmara Municipal, fundada
co na guarda municipal: em razão relevante e específica prevista em lei municipal.
I - nacionalidade brasileira; Art. 14. Para efeito do disposto no inciso I do caput do art. 13,
II - gozo dos direitos políticos; a guarda municipal terá código de conduta próprio, conforme dis-
III - quitação com as obrigações militares e eleitorais; puser lei municipal.
IV - nível médio completo de escolaridade; Parágrafo único. As guardas municipais não podem ficar sujei-
V - idade mínima de 18 (dezoito) anos; tas a regulamentos disciplinares de natureza militar.
VI - aptidão física, mental e psicológica; e
VII - idoneidade moral comprovada por investigação social e CAPÍTULO VIII
certidões expedidas perante o Poder Judiciário estadual, federal e DAS PRERROGATIVAS
distrital.
Parágrafo único. Outros requisitos poderão ser estabelecidos Art. 15. Os cargos em comissão das guardas municipais deve-
em lei municipal. rão ser providos por membros efetivos do quadro de carreira do
órgão ou entidade.
CAPÍTULO VI § 1º Nos primeiros 4 (quatro) anos de funcionamento, a guarda
DA CAPACITAÇÃO municipal poderá ser dirigida por profissional estranho a seus qua-
dros, preferencialmente com experiência ou formação na área de
Art. 11. O exercício das atribuições dos cargos da guarda muni- segurança ou defesa social, atendido o disposto no caput .
cipal requer capacitação específica, com matriz curricular compatí- § 2º Para ocupação dos cargos em todos os níveis da carreira da
vel com suas atividades. guarda municipal, deverá ser observado o percentual mínimo para
Parágrafo único. Para fins do disposto no caput , poderá ser o sexo feminino, definido em lei municipal.
adaptada a matriz curricular nacional para formação em segurança § 3º Deverá ser garantida a progressão funcional da carreira em
pública, elaborada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública todos os níveis.
(Senasp) do Ministério da Justiça. Art. 16. Aos guardas municipais é autorizado o porte de arma
Art. 12. É facultada ao Município a criação de órgão de for- de fogo, conforme previsto em lei.
mação, treinamento e aperfeiçoamento dos integrantes da guarda Parágrafo único. Suspende-se o direito ao porte de arma de
municipal, tendo como princípios norteadores os mencionados no fogo em razão de restrição médica, decisão judicial ou justificativa
art. 3º . da adoção da medida pelo respectivo dirigente.
§ 1º Os Municípios poderão firmar convênios ou consorciar-se, Art. 17. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) des-
visando ao atendimento do disposto no caput deste artigo. tinará linha telefônica de número 153 e faixa exclusiva de frequên-
§ 2º O Estado poderá, mediante convênio com os Municípios cia de rádio aos Municípios que possuam guarda municipal.
interessados, manter órgão de formação e aperfeiçoamento centra- Art. 18. É assegurado ao guarda municipal o recolhimento à
lizado, em cujo conselho gestor seja assegurada a participação dos cela, isoladamente dos demais presos, quando sujeito à prisão an-
Municípios conveniados. tes de condenação definitiva.
§ 3º O órgão referido no § 2º não pode ser o mesmo destinado
a formação, treinamento ou aperfeiçoamento de forças militares. CAPÍTULO IX
DAS VEDAÇÕES
CAPÍTULO VII
DO CONTROLE Art. 19. A estrutura hierárquica da guarda municipal não pode
utilizar denominação idêntica à das forças militares, quanto aos pos-
Art. 13. O funcionamento das guardas municipais será acom- tos e graduações, títulos, uniformes, distintivos e condecorações.
panhado por órgãos próprios, permanentes, autônomos e com atri-
buições de fiscalização, investigação e auditoria, mediante: CAPÍTULO X
I - controle interno, exercido por corregedoria, naquelas com DA REPRESENTATIVIDADE
efetivo superior a 50 (cinquenta) servidores da guarda e em todas
as que utilizam arma de fogo, para apurar as infrações disciplinares Art. 20. É reconhecida a representatividade das guardas mu-
atribuídas aos integrantes de seu quadro; e nicipais no Conselho Nacional de Segurança Pública, no Conselho
II - controle externo, exercido por ouvidoria, independente em Nacional das Guardas Municipais e, no interesse dos Municípios,
relação à direção da respectiva guarda, qualquer que seja o número no Conselho Nacional de Secretários e Gestores Municipais de Se-
de servidores da guarda municipal, para receber, examinar e enca- gurança Pública.
minhar reclamações, sugestões, elogios e denúncias acerca da con- CAPÍTULO XI
duta de seus dirigentes e integrantes e das atividades do órgão, pro- DISPOSIÇÕES DIVERSAS E TRANSITÓRIAS
por soluções, oferecer recomendações e informar os resultados aos
interessados, garantindo-lhes orientação, informação e resposta. Art. 21. As guardas municipais utilizarão uniforme e equipa-
mentos padronizados, preferencialmente, na cor azul-marinho.

228
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
Art. 22. Aplica-se esta Lei a todas as guardas municipais exis- I - respeito ao ordenamento jurídico e aos direitos e garantias
tentes na data de sua publicação, a cujas disposições devem adap- individuais e coletivos;
tar-se no prazo de 2 (dois) anos. II - proteção, valorização e reconhecimento dos profissionais
Parágrafo único. É assegurada a utilização de outras denomina- de segurança pública;
ções consagradas pelo uso, como guarda civil, guarda civil munici- III - proteção dos direitos humanos, respeito aos direitos fun-
pal, guarda metropolitana e guarda civil metropolitana. damentais e promoção da cidadania e da dignidade da pessoa hu-
Art. 23. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. mana;
IV - eficiência na prevenção e no controle das infrações penais;
V - eficiência na repressão e na apuração das infrações penais;
LEI FEDERAL 13.675/2018 - DISCIPLINA A VI - eficiência na prevenção e na redução de riscos em situa-
ORGANIZAÇÃO E O FUNCIONAMENTO DOS ÓRGÃOS ções de emergência e desastres que afetam a vida, o patrimônio e
RESPONSÁVEIS PELA SEGURANÇA PÚBLICA, CRIA o meio ambiente;
A POLÍTICA NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA VII - participação e controle social;
E DEFESA SOCIAL (PNSPDS) E INSTITUI O SISTEMA VIII - resolução pacífica de conflitos;
ÚNICO DE SEGURANÇA PÚBLICA (SUSP) IX - uso comedido e proporcional da força;
X - proteção da vida, do patrimônio e do meio ambiente;
LEI Nº 13.675, DE 11 DE JUNHO DE 2018. XI - publicidade das informações não sigilosas;
XII - promoção da produção de conhecimento sobre segurança
Disciplina a organização e o funcionamento dos órgãos res- pública;
ponsáveis pela segurança pública, nos termos do § 7º do art. 144 XIII - otimização dos recursos materiais, humanos e financeiros
da Constituição Federal; cria a Política Nacional de Segurança Pú- das instituições;
blica e Defesa Social (PNSPDS); institui o Sistema Único de Segu- XIV - simplicidade, informalidade, economia procedimental e
rança Pública (Susp); altera a Lei Complementar nº 79, de 7 de celeridade no serviço prestado à sociedade;
janeiro de 1994, a Lei nº 10.201, de 14 de fevereiro de 2001, e a Lei XV - relação harmônica e colaborativa entre os Poderes;
nº 11.530, de 24 de outubro de 2007; e revoga dispositivos da Lei XVI - transparência, responsabilização e prestação de contas.
nº 12.681, de 4 de julho de 2012.
SEÇÃO III
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na- DAS DIRETRIZES
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 5º São diretrizes da PNSPDS:
CAPÍTULO I I - atendimento imediato ao cidadão;
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES II - planejamento estratégico e sistêmico;
III - fortalecimento das ações de prevenção e resolução pacífica
Art. 1º Esta Lei institui o Sistema Único de Segurança Pública de conflitos, priorizando políticas de redução da letalidade violenta,
(Susp) e cria a Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social com ênfase para os grupos vulneráveis;
(PNSPDS), com a finalidade de preservação da ordem pública e da IV - atuação integrada entre a União, os Estados, o Distrito
incolumidade das pessoas e do patrimônio, por meio de atuação Federal e os Municípios em ações de segurança pública e políticas
conjunta, coordenada, sistêmica e integrada dos órgãos de seguran- transversais para a preservação da vida, do meio ambiente e da dig-
ça pública e defesa social da União, dos Estados, do Distrito Federal nidade da pessoa humana;
e dos Municípios, em articulação com a sociedade. V - coordenação, cooperação e colaboração dos órgãos e insti-
Art. 2º A segurança pública é dever do Estado e responsabilida- tuições de segurança pública nas fases de planejamento, execução,
de de todos, compreendendo a União, os Estados, o Distrito Federal monitoramento e avaliação das ações, respeitando-se as respecti-
e os Munícipios, no âmbito das competências e atribuições legais vas atribuições legais e promovendo-se a racionalização de meios
de cada um. com base nas melhores práticas;
VI - formação e capacitação continuada e qualificada dos pro-
CAPÍTULO II fissionais de segurança pública, em consonância com a matriz cur-
DA POLÍTICA NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA ricular nacional;
SOCIAL (PNSPDS) VII - fortalecimento das instituições de segurança pública por
SEÇÃO I meio de investimentos e do desenvolvimento de projetos estrutu-
DA COMPETÊNCIA PARA ESTABELECIMENTO DAS POLÍTICAS rantes e de inovação tecnológica;
DE SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA SOCIAL VIII - sistematização e compartilhamento das informações de
segurança pública, prisionais e sobre drogas, em âmbito nacional;
Art. 3º Compete à União estabelecer a Política Nacional de Se- IX - atuação com base em pesquisas, estudos e diagnósticos
gurança Pública e Defesa Social (PNSPDS) e aos Estados, ao Distrito em áreas de interesse da segurança pública;
Federal e aos Municípios estabelecer suas respectivas políticas, ob- X - atendimento prioritário, qualificado e humanizado às pes-
servadas as diretrizes da política nacional, especialmente para aná- soas em situação de vulnerabilidade;
lise e enfrentamento dos riscos à harmonia da convivência social, XI - padronização de estruturas, de capacitação, de tecnologia
com destaque às situações de emergência e aos crimes interesta- e de equipamentos de interesse da segurança pública;
duais e transnacionais. XII - ênfase nas ações de policiamento de proximidade, com
foco na resolução de problemas;
SEÇÃO II XIII - modernização do sistema e da legislação de acordo com
DOS PRINCÍPIOS a evolução social;
XIV - participação social nas questões de segurança pública;
Art. 4º São princípios da PNSPDS:

229
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
XV - integração entre os Poderes Legislativo, Executivo e Judici- XIII - fomentar o aperfeiçoamento dos regimes de cumprimen-
ário no aprimoramento e na aplicação da legislação penal; to de pena restritiva de liberdade em relação à gravidade dos cri-
XVI - colaboração do Poder Judiciário, do Ministério Público mes cometidos;
e da Defensoria Pública na elaboração de estratégias e metas para XIV - (VETADO);
alcançar os objetivos desta Política; XV - racionalizar e humanizar o sistema penitenciário e outros
XVII - fomento de políticas públicas voltadas à reinserção social ambientes de encarceramento;
dos egressos do sistema prisional; XVI - fomentar estudos, pesquisas e publicações sobre a políti-
XVIII - (VETADO); ca de enfrentamento às drogas e de redução de danos relacionados
XIX - incentivo ao desenvolvimento de programas e projetos aos seus usuários e aos grupos sociais com os quais convivem;
com foco na promoção da cultura de paz, na segurança comunitária XVII - fomentar ações permanentes para o combate ao crime
e na integração das políticas de segurança com as políticas sociais organizado e à corrupção;
existentes em outros órgãos e entidades não pertencentes ao siste- XVIII - estabelecer mecanismos de monitoramento e de avalia-
ma de segurança pública; ção das ações implementadas;
XX - distribuição do efetivo de acordo com critérios técnicos; XIX - promover uma relação colaborativa entre os órgãos de se-
XXI - deontologia policial e de bombeiro militar comuns, res- gurança pública e os integrantes do sistema judiciário para a cons-
peitados os regimes jurídicos e as peculiaridades de cada institui- trução das estratégias e o desenvolvimento das ações necessárias
ção; ao alcance das metas estabelecidas;
XXII - unidade de registro de ocorrência policial; XX - estimular a concessão de medidas protetivas em favor de
XXIII - uso de sistema integrado de informações e dados ele- pessoas em situação de vulnerabilidade;
trônicos; XXI - estimular a criação de mecanismos de proteção dos agen-
XXIV – (VETADO); tes públicos que compõem o sistema nacional de segurança pública
XXV - incentivo à designação de servidores da carreira para e de seus familiares;
os cargos de chefia, levando em consideração a graduação, a capa- XXII - estimular e incentivar a elaboração, a execução e o moni-
citação, o mérito e a experiência do servidor na atividade policial toramento de ações nas áreas de valorização profissional, de saúde,
específica; de qualidade de vida e de segurança dos servidores que compõem
XXVI - celebração de termo de parceria e protocolos com agên- o sistema nacional de segurança pública;
cias de vigilância privada, respeitada a lei de licitações. XXIII - priorizar políticas de redução da letalidade violenta;
XXIV - fortalecer os mecanismos de investigação de crimes he-
SEÇÃO IV diondos e de homicídios;
DOS OBJETIVOS XXV - fortalecer as ações de fiscalização de armas de fogo e
munições, com vistas à redução da violência armada;
Art. 6º São objetivos da PNSPDS: XXVI - fortalecer as ações de prevenção e repressão aos crimes
I - fomentar a integração em ações estratégicas e operacionais, cibernéticos.
em atividades de inteligência de segurança pública e em gerencia- Parágrafo único. Os objetivos estabelecidos direcionarão a for-
mento de crises e incidentes; mulação do Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social,
II - apoiar as ações de manutenção da ordem pública e da inco- documento que estabelecerá as estratégias, as metas, os indicado-
lumidade das pessoas, do patrimônio, do meio ambiente e de bens res e as ações para o alcance desses objetivos.
e direitos;
III - incentivar medidas para a modernização de equipamentos, SEÇÃO V
da investigação e da perícia e para a padronização de tecnologia dos DAS ESTRATÉGIAS
órgãos e das instituições de segurança pública;
IV - estimular e apoiar a realização de ações de prevenção à Art. 7º A PNSPDS será implementada por estratégias que garan-
violência e à criminalidade, com prioridade para aquelas relacio- tam integração, coordenação e cooperação federativa, interopera-
nadas à letalidade da população jovem negra, das mulheres e de bilidade, liderança situacional, modernização da gestão das institui-
outros grupos vulneráveis; ções de segurança pública, valorização e proteção dos profissionais,
V - promover a participação social nos Conselhos de segurança complementaridade, dotação de recursos humanos, diagnóstico
pública; dos problemas a serem enfrentados, excelência técnica, avaliação
VI - estimular a produção e a publicação de estudos e diagnós- continuada dos resultados e garantia da regularidade orçamentária
ticos para a formulação e a avaliação de políticas públicas; para execução de planos e programas de segurança pública.
VII - promover a interoperabilidade dos sistemas de segurança
pública; SEÇÃO VI
VIII - incentivar e ampliar as ações de prevenção, controle e DOS MEIOS E INSTRUMENTOS
fiscalização para a repressão aos crimes transfronteiriços;
IX - estimular o intercâmbio de informações de inteligência de Art. 8º São meios e instrumentos para a implementação da
segurança pública com instituições estrangeiras congêneres; PNSPDS:
X - integrar e compartilhar as informações de segurança públi- I - os planos de segurança pública e defesa social;
ca, prisionais e sobre drogas; II - o Sistema Nacional de Informações e de Gestão de Seguran-
XI - estimular a padronização da formação, da capacitação e ça Pública e Defesa Social, que inclui:
da qualificação dos profissionais de segurança pública, respeitadas a) o Sistema Nacional de Acompanhamento e Avaliação das
as especificidades e as diversidades regionais, em consonância com Políticas de Segurança Pública e Defesa Social (Sinaped);
esta Política, nos âmbitos federal, estadual, distrital e municipal; b) o Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública,
XII - fomentar o aperfeiçoamento da aplicação e do cumpri- Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e Munições, de Material
mento de medidas restritivas de direito e de penas alternativas à Genético, de Digitais e de Drogas (Sinesp); (Redação dada pela Lei
prisão; nº 13.756, de 2018)

230
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
c) o Sistema Integrado de Educação e Valorização Profissional IV - compartilhamento de informações, inclusive com o Siste-
(Sievap); ma Brasileiro de Inteligência (Sisbin);
d) a Rede Nacional de Altos Estudos em Segurança Pública (Re- V - intercâmbio de conhecimentos técnicos e científicos;
naesp); VI - integração das informações e dos dados de segurança pú-
e) o Programa Nacional de Qualidade de Vida para Profissio- blica por meio do Sinesp.
nais de Segurança Pública (Pró-Vida); § 1º O Susp será coordenado pelo Ministério Extraordinário da
III - (VETADO); Segurança Pública.
IV - o Plano Nacional de Enfrentamento de Homicídios de Jo- § 2º As operações combinadas, planejadas e desencadeadas
vens; em equipe poderão ser ostensivas, investigativas, de inteligência ou
V - os mecanismos formados por órgãos de prevenção e con- mistas, e contar com a participação de órgãos integrantes do Susp
trole de atos ilícitos contra a Administração Pública e referentes a e, nos limites de suas competências, com o Sisbin e outros órgãos
ocultação ou dissimulação de bens, direitos e valores. dos sistemas federal, estadual, distrital ou municipal, não necessa-
riamente vinculados diretamente aos órgãos de segurança pública
CAPÍTULO III e defesa social, especialmente quando se tratar de enfrentamento
DO SISTEMA ÚNICO DE SEGURANÇA PÚBLICA a organizações criminosas.
SEÇÃO I § 3º O planejamento e a coordenação das operações referidas
DA COMP OSIÇÃO DO SISTEMA no § 2º deste artigo serão exercidos conjuntamente pelos partici-
pantes.
Art. 9º É instituído o Sistema Único de Segurança Pública § 4º O compartilhamento de informações será feito preferen-
(Susp), que tem como órgão central o Ministério Extraordinário da cialmente por meio eletrônico, com acesso recíproco aos bancos de
Segurança Pública e é integrado pelos órgãos de que trata o art. dados, nos termos estabelecidos pelo Ministério Extraordinário da
144 da Constituição Federal , pelos agentes penitenciários, pelas Segurança Pública.
guardas municipais e pelos demais integrantes estratégicos e ope- § 5º O intercâmbio de conhecimentos técnicos e científicos
racionais, que atuarão nos limites de suas competências, de forma para qualificação dos profissionais de segurança pública e defesa
cooperativa, sistêmica e harmônica. social dar-se-á, entre outras formas, pela reciprocidade na abertura
§ 1º São integrantes estratégicos do Susp: de vagas nos cursos de especialização, aperfeiçoamento e estudos
I - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, por estratégicos, respeitadas as peculiaridades e o regime jurídico de
intermédio dos respectivos Poderes Executivos; cada instituição, e observada, sempre que possível, a matriz curri-
II - os Conselhos de Segurança Pública e Defesa Social dos três cular nacional.
entes federados. Art. 11. O Ministério Extraordinário da Segurança Pública fi-
§ 2º São integrantes operacionais do Susp: xará, anualmente, metas de excelência no âmbito das respectivas
I - polícia federal; competências, visando à prevenção e à repressão das infrações pe-
II - polícia rodoviária federal; nais e administrativas e à prevenção dos desastres, e utilizará indi-
III – (VETADO); cadores públicos que demonstrem de forma objetiva os resultados
IV - polícias civis; pretendidos.
V - polícias militares; Art. 12 . A aferição anual de metas deverá observar os seguin-
VI - corpos de bombeiros militares; tes parâmetros:
VII - guardas municipais; I - as atividades de polícia judiciária e de apuração das infra-
VIII - órgãos do sistema penitenciário; ções penais serão aferidas, entre outros fatores, pelos índices de
IX - (VETADO); elucidação dos delitos, a partir dos registros de ocorrências poli-
X - institutos oficiais de criminalística, medicina legal e identi- ciais, especialmente os de crimes dolosos com resultado em morte
ficação; e de roubo, pela identificação, prisão dos autores e cumprimento
XI - Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp); de mandados de prisão de condenados a crimes com penas de re-
XII - secretarias estaduais de segurança pública ou congêneres; clusão, e pela recuperação do produto de crime em determinada
XIII - Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec); circunscrição;
XIV - Secretaria Nacional de Política Sobre Drogas (Senad); II - as atividades periciais serão aferidas mediante critérios
XV - agentes de trânsito; técnicos emitidos pelo órgão responsável pela coordenação das
XVI - guarda portuária. perícias oficiais, considerando os laudos periciais e o resultado na
§ 3º (VETADO). produção qualificada das provas relevantes à instrução criminal;
§ 4º Os sistemas estaduais, distrital e municipais serão res- III - as atividades de polícia ostensiva e de preservação da
ponsáveis pela implementação dos respectivos programas, ações ordem pública serão aferidas, entre outros fatores, pela maior ou
e projetos de segurança pública, com liberdade de organização e menor incidência de infrações penais e administrativas em deter-
funcionamento, respeitado o disposto nesta Lei. minada área, seguindo os parâmetros do Sinesp;
IV - as atividades dos corpos de bombeiros militares serão afe-
SEÇÃO II ridas, entre outros fatores, pelas ações de prevenção, preparação
DO FUNCIONAMENTO para emergências e desastres, índices de tempo de resposta aos
desastres e de recuperação de locais atingidos, considerando-se
Art. 10. A integração e a coordenação dos órgãos integrantes áreas determinadas;
do Susp dar-se-ão nos limites das respectivas competências, por V - a eficiência do sistema prisional será aferida com base nos
meio de: seguintes fatores, entre outros:
I - operações com planejamento e execução integrados; a) o número de vagas ofertadas no sistema;
II - estratégias comuns para atuação na prevenção e no contro- b) a relação existente entre o número de presos e a quantidade
le qualificado de infrações penais; de vagas ofertadas;
III - aceitação mútua de registro de ocorrência policial; c) o índice de reiteração criminal dos egressos;

231
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
d) a quantidade de presos condenados atendidos de acordo CAPÍTULO IV
com os parâmetros estabelecidos pelos incisos do caput deste arti- DOS CONSELHOS DE SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA SOCIAL
go, com observância de critérios objetivos e transparentes. SEÇÃO I
§ 1º A aferição considerará aspectos relativos à estrutura de DA COMPOSIÇÃO
trabalho físico e de equipamentos, bem como de efetivo.
§ 2º A aferição de que trata o inciso I do caput deste artigo de- Art. 19. A estrutura formal do Susp dar-se-á pela formação de
verá distinguir as autorias definidas em razão de prisão em flagrante Conselhos permanentes a serem criados na forma do art. 21 desta
das autorias resultantes de diligências investigatórias. Lei.
Art. 13. O Ministério Extraordinário da Segurança Pública, res- Art. 20. Serão criados Conselhos de Segurança Pública e Defesa
ponsável pela gestão do Susp, deverá orientar e acompanhar as Social, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
atividades dos órgãos integrados ao Sistema, além de promover as Municípios, mediante proposta dos chefes dos Poderes Executivos,
seguintes ações: encaminhadas aos respectivos Poderes Legislativos.
I - apoiar os programas de aparelhamento e modernização dos § 1º O Conselho Nacional de Segurança Pública e Defesa So-
órgãos de segurança pública e defesa social do País; cial, com atribuições, funcionamento e composição estabelecidos
II - implementar, manter e expandir, observadas as restrições em regulamento, terá a participação de representantes da União,
previstas em lei quanto a sigilo, o Sistema Nacional de Informações dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
e de Gestão de Segurança Pública e Defesa Social; § 2º Os Conselhos de Segurança Pública e Defesa Social con-
III - efetivar o intercâmbio de experiências técnicas e opera- gregarão representantes com poder de decisão dentro de suas
cionais entre os órgãos policiais federais, estaduais, distrital e as estruturas governamentais e terão natureza de colegiado, com
guardas municipais; competência consultiva, sugestiva e de acompanhamento social
IV - valorizar a autonomia técnica, científica e funcional dos das atividades de segurança pública e defesa social, respeitadas as
institutos oficiais de criminalística, medicina legal e identificação, instâncias decisórias e as normas de organização da Administração
garantindo-lhes condições plenas para o exercício de suas funções; Pública.
V - promover a qualificação profissional dos integrantes da se- § 3º Os Conselhos de Segurança Pública e Defesa Social exerce-
gurança pública e defesa social, especialmente nas dimensões ope- rão o acompanhamento das instituições referidas no § 2º do art. 9º
racional, ética e técnico-científica; desta Lei e poderão recomendar providências legais às autoridades
VI - realizar estudos e pesquisas nacionais e consolidar dados e competentes.
informações estatísticas sobre criminalidade e vitimização; § 4º O acompanhamento de que trata o § 3º deste artigo con-
VII - coordenar as atividades de inteligência da segurança pú- siderará, entre outros, os seguintes aspectos:
blica e defesa social integradas ao Sisbin; I - as condições de trabalho, a valorização e o respeito pela
VIII - desenvolver a doutrina de inteligência policial. integridade física e moral dos seus integrantes;
Art. 14. É de responsabilidade do Ministério Extraordinário da II - o atingimento das metas previstas nesta Lei;
Segurança Pública: III - o resultado célere na apuração das denúncias em tramita-
I - disponibilizar sistema padronizado, inf­ormatizado e seguro
ção nas respectivas corregedorias;
que permita o intercâmbio de informações entre os integrantes do
IV - o grau de confiabilidade e aceitabilidade do órgão pela
Susp;
população por ele atendida.
II - apoiar e avaliar periodicamente a infraestrutura tecnológica
§ 5º Caberá aos Conselhos propor diretrizes para as políticas
e a segurança dos processos, das redes e dos sistemas;
públicas de segurança pública e defesa social, com vistas à preven-
III - estabelecer cronograma para adequação dos integrantes
ção e à repressão da violência e da criminalidade.
do Susp às normas e aos procedimentos de funcionamento do Sis-
§ 6º A organização, o funcionamento e as demais competên-
tema.
cias dos Conselhos serão regulamentados por ato do Poder Executi-
Art. 15. A União poderá apoiar os Estados, o Distrito Federal
e os Municípios, quando não dispuserem de condições técnicas e vo, nos limites estabelecidos por esta Lei.
operacionais necessárias à implementação do Susp. § 7º Os Conselhos Estaduais, Distrital e Municipais de Segu-
Art. 16. Os órgãos integrantes do Susp poderão atuar em vias rança Pública e Defesa Social, que contarão também com represen-
urbanas, rodovias, terminais rodoviários, ferrovias e hidrovias fe- tantes da sociedade civil organizada e de representantes dos traba-
derais, estaduais, distrital ou municipais, portos e aeroportos, no lhadores, poderão ser descentralizados ou congregados por região
âmbito das respectivas competências, em efetiva integração com o para melhor atuação e intercâmbio comunitário.
órgão cujo local de atuação esteja sob sua circunscrição, ressalvado
o sigilo das investigações policiais. SEÇÃO II
Art. 17. Regulamento disciplinará os critérios de aplicação de DOS CONSELHEIROS
recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP) e do Fun-
do Penitenciário Nacional (Funpen), respeitando-se a atribuição Art. 21. Os Conselhos serão compostos por:
constitucional dos órgãos que integram o Susp, os aspectos geográ- I - representantes de cada órgão ou entidade integrante do
ficos, populacionais e socioeconômicos dos entes federados, bem Susp;
como o estabelecimento de metas e resultados a serem alcançados. II - representante do Poder Judiciário;
Art. 18. As aquisições de bens e serviços para os órgãos inte- III - representante do Ministério Público;
grantes do Susp terão por objetivo a eficácia de suas atividades e IV - representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB);
obedecerão a critérios técnicos de qualidade, modernidade, efici- V - representante da Defensoria Pública;
ência e resistência, observadas as normas de licitação e contratos. VI - representantes de entidades e organizações da sociedade
Parágrafo único. (VETADO). cuja finalidade esteja relacionada com políticas de segurança públi-
ca e defesa social;
VII - representantes de entidades de profissionais de seguran-
ça pública.

232
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
§ 1º Os representantes das entidades e organizações referidas Parágrafo único. A primeira avaliação do Plano Nacional de
nos incisos VI e VII do caput deste artigo serão eleitos por meio de Segurança Pública e Defesa Social realizar-se-á no segundo ano de
processo aberto a todas as entidades e organizações cuja finalidade vigência desta Lei, cabendo ao Poder Legislativo Federal acompa-
seja relacionada com as políticas de segurança pública, conforme nhá-la.
convocação pública e critérios objetivos previamente definidos pe-
los Conselhos. SEÇÃO II
§ 2º Cada conselheiro terá 1 (um) suplente, que substituirá o DAS DIRETRIZES GERAIS
titular em sua ausência.
§ 3º Os mandatos eletivos dos membros referidos nos incisos Art. 24. Os agentes públicos deverão observar as seguintes di-
VI e VII do caput deste artigo e a designação dos demais membros retrizes na elaboração e na execução dos planos:
terão a duração de 2 (dois) anos, permitida apenas uma recondução I - adotar estratégias de articulação entre órgãos públicos, en-
ou reeleição. tidades privadas, corporações policiais e organismos internacionais,
§ 4º Na ausência de representantes dos órgãos ou entidades a fim de implantar parcerias para a execução de políticas de segu-
referidos no caput deste artigo, aplica-se o disposto no § 7º do art. rança pública e defesa social;
20 desta Lei. II - realizar a integração de programas, ações, atividades e pro-
jetos dos órgãos e entidades públicas e privadas nas áreas de saúde,
CAPÍTULO V planejamento familiar, educação, trabalho, assistência social, pre-
DA FORMULAÇÃO DOS PLANOS DE SEGURANÇA PÚBLICA E vidência social, cultura, desporto e lazer, visando à prevenção da
DEFESA SOCIAL criminalidade e à prevenção de desastres;
SEÇÃO I III - viabilizar ampla participação social na formulação, na im-
DOS PLANOS plementação e na avaliação das políticas de segurança pública e
defesa social;
Art. 22. A União instituirá Plano Nacional de Segurança Pública IV - desenvolver programas, ações, atividades e projetos ar-
e Defesa Social, destinado a articular as ações do poder público, ticulados com os estabelecimentos de ensino, com a sociedade e
com a finalidade de: com a família para a prevenção da criminalidade e a prevenção de
I - promover a melhora da qualidade da gestão das políticas desastres;
sobre segurança pública e defesa social; V - incentivar a inclusão das disciplinas de prevenção da vio-
II - contribuir para a organização dos Conselhos de Segurança lência e de prevenção de desastres nos conteúdos curriculares dos
Pública e Defesa Social; diversos níveis de ensino;
III - assegurar a produção de conhecimento no tema, a defini- VI - ampliar as alternativas de inserção econômica e social dos
ção de metas e a avaliação dos resultados das políticas de seguran- egressos do sistema prisional, promovendo programas que priori-
ça pública e defesa social; zem a melhoria de sua escolarização e a qualificação profissional;
IV - priorizar ações preventivas e fiscalizatórias de segurança VII - garantir a efetividade dos programas, ações, atividades e
projetos das políticas de segurança pública e defesa social;
interna nas divisas, fronteiras, portos e aeroportos.
VIII - promover o monitoramento e a avaliação das políticas de
§ 1º As políticas públicas de segurança não se restringem aos
segurança pública e defesa social;
integrantes do Susp, pois devem considerar um contexto social
IX - fomentar a criação de grupos de estudos formados por
amplo, com abrangência de outras áreas do serviço público, como
agentes públicos dos órgãos integrantes do Susp, professores e pes-
educação, saúde, lazer e cultura, respeitadas as atribuições e as fi-
quisadores, para produção de conhecimento e reflexão sobre o fe-
nalidades de cada área do serviço público.
nômeno da criminalidade, com o apoio e a coordenação dos órgãos
§ 2º O Plano de que trata o caput deste artigo terá duração de
públicos de cada unidade da Federação;
10 (dez) anos a contar de sua publicação.
X - fomentar a harmonização e o trabalho conjunto dos inte-
§ 3º As ações de prevenção à criminalidade devem ser consi- grantes do Susp;
deradas prioritárias na elaboração do Plano de que trata o caput XI - garantir o planejamento e a execução de políticas de segu-
deste artigo. rança pública e defesa social;
§ 4º A União, por intermédio do Ministério Extraordinário da XII - fomentar estudos de planejamento urbano para que me-
Segurança Pública, deverá elaborar os objetivos, as ações estraté- didas de prevenção da criminalidade façam parte do plano diretor
gicas, as metas, as prioridades, os indicadores e as formas de fi- das cidades, de forma a estimular, entre outras ações, o reforço na
nanciamento e gestão das Políticas de Segurança Pública e Defesa iluminação pública e a verificação de pessoas e de famílias em situ-
Social. ação de risco social e criminal.
§ 5º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão,
com base no Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, SEÇÃO III
elaborar e implantar seus planos correspondentes em até 2 (dois) DAS METAS PARA ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DAS
anos a partir da publicação do documento nacional, sob pena de POLÍTICAS DE SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA SOCIAL
não poderem receber recursos da União para a execução de progra-
mas ou ações de segurança pública e defesa social. Art. 25. Os integrantes do Susp fixarão, anualmente, metas de
§ 6º O poder público deverá dar ampla divulgação ao conteúdo excelência no âmbito das respectivas competências, visando à pre-
das Políticas e dos Planos de segurança pública e defesa social. venção e à repressão de infrações penais e administrativas e à pre-
Art. 23. A União, em articulação com os Estados, o Distrito venção de desastres, que tenham como finalidade:
Federal e os Municípios, realizará avaliações anuais sobre a imple- I - planejar, pactuar, implementar, coordenar e supervisionar
mentação do Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, as atividades de educação gerencial, técnica e operacional, em coo-
com o objetivo de verificar o cumprimento das metas estabelecidas peração com as unidades da Federação;
e elaborar recomendações aos gestores e operadores das políticas II - apoiar e promover educação qualificada, continuada e in-
públicas. tegrada;

233
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
III - identificar e propor novas metodologias e técnicas de edu- Art. 28. As autoridades, os gestores, as entidades e os órgãos
cação voltadas ao aprimoramento de suas atividades; envolvidos com a segurança pública e defesa social têm o dever de
IV - identificar e propor mecanismos de valorização profissio- colaborar com o processo de avaliação, facilitando o acesso às suas
nal; instalações, à documentação e a todos os elementos necessários ao
V - apoiar e promover o sistema de saúde para os profissionais seu efetivo cumprimento.
de segurança pública e defesa social; Art. 29. O processo de avaliação das políticas de segurança pú-
VI - apoiar e promover o sistema habitacional para os profissio- blica e defesa social deverá contar com a participação de represen-
nais de segurança pública e defesa social. tantes dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, do Ministério
Público, da Defensoria Pública e dos Conselhos de Segurança Públi-
SEÇÃO IV ca e Defesa Social, observados os parâmetros estabelecidos nesta
DA COOPERAÇÃO, DA INTEGRAÇÃO E DO FUNCIONAMENTO Lei.
HARMÔNICO DOS MEMBROS DO SUSP Art. 30. Cabe ao Poder Legislativo acompanhar as avaliações
do respectivo ente federado.
Art. 26. É instituído, no âmbito do Susp, o Sistema Nacional de Art. 31. O Sinaped assegurará, na metodologia a ser empre-
Acompanhamento e Avaliação das Políticas de Segurança Pública e gada:
Defesa Social (Sinaped), com os seguintes objetivos: I - a realização da autoavaliação dos gestores e das corpora-
I - contribuir para organização e integração dos membros do ções;
Susp, dos projetos das políticas de segurança pública e defesa social II - a avaliação institucional externa, contemplando a análise
e dos respectivos diagnósticos, planos de ação, resultados e avalia- global e integrada das instalações físicas, relações institucionais,
ções; compromisso social, atividades e finalidades das corporações;
II - assegurar o conhecimento sobre os programas, ações e III - a análise global e integrada dos diagnósticos, estruturas,
atividades e promover a melhora da qualidade da gestão dos pro- compromissos, finalidades e resultados das políticas de segurança
gramas, ações, atividades e projetos de segurança pública e defesa pública e defesa social;
social; IV - o caráter público de todos os procedimentos, dados e re-
III - garantir que as políticas de segurança pública e defesa so- sultados dos processos de avaliação.
cial abranjam, no mínimo, o adequado diagnóstico, a gestão e os re- Art. 32. A avaliação dos objetivos e das metas do Plano Na-
sultados das políticas e dos programas de prevenção e de controle cional de Segurança Pública e Defesa Social será coordenada por
da violência, com o objetivo de verificar: comissão permanente e realizada por comissões temporárias, essas
a) a compatibilidade da forma de processamento do plane- compostas, no mínimo, por 3 (três) membros, na forma do regula-
jamento orçamentário e de sua execução com as necessidades do mento próprio.
respectivo sistema de segurança pública e defesa social; Parágrafo único. É vedado à comissão permanente designar
b) a eficácia da utilização dos recursos públicos; avaliadores que sejam titulares ou servidores dos órgãos gestores
c) a manutenção do fluxo financeiro, consideradas as neces- avaliados, caso:
sidades operacionais dos programas, as normas de referência e as I - tenham relação de parentesco até terceiro grau com titula-
condições previstas nos instrumentos jurídicos celebrados entre os res ou servidores dos órgãos gestores avaliados;
entes federados, os órgãos gestores e os integrantes do Susp; II - estejam respondendo a processo criminal ou administra-
d) a implementação dos demais compromissos assumidos por tivo.
ocasião da celebração dos instrumentos jurídicos relativos à efetiva-
ção das políticas de segurança pública e defesa social; CAPÍTULO VI
e) a articulação interinstitucional e intersetorial das políticas. DO CONTROLE E DA TRANSPARÊNCIA
Art. 27. Ao final da avaliação do Plano Nacional de Segurança SEÇÃO I
Pública e Defesa Social, será elaborado relatório com o histórico e a DO CONTROLE INTERNO
caracterização do trabalho, as recomendações e os prazos para que
elas sejam cumpridas, além de outros elementos a serem definidos Art. 33. Aos órgãos de correição, dotados de autonomia no
em regulamento. exercício de suas competências, caberá o gerenciamento e a reali-
§ 1º Os resultados da avaliação das políticas serão utilizados zação dos processos e procedimentos de apuração de responsabili-
para: dade funcional, por meio de sindicância e processo administrativo
I - planejar as metas e eleger as prioridades para execução e disciplinar, e a proposição de subsídios para o aperfeiçoamento das
financiamento; atividades dos órgãos de segurança pública e defesa social.
II - reestruturar ou ampliar os programas de prevenção e con-
trole; SEÇÃO II
III - adequar os objetivos e a natureza dos programas, ações e DO ACOMPANHAMENTO PÚBLICO DA ATIVIDADE POLICIAL
projetos;
IV - celebrar instrumentos de cooperação com vistas à corre- Art. 34. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
ção de problemas constatados na avaliação; deverão instituir órgãos de ouvidoria dotados de autonomia e inde-
V - aumentar o financiamento para fortalecer o sistema de se- pendência no exercício de suas atribuições.
gurança pública e defesa social; Parágrafo único. À ouvidoria competirá o recebimento e trata-
VI - melhorar e ampliar a capacitação dos operadores do Susp. mento de representações, elogios e sugestões de qualquer pessoa
§ 2º O relatório da avaliação deverá ser encaminhado aos res- sobre as ações e atividades dos profissionais e membros integran-
pectivos Conselhos de Segurança Pública e Defesa Social. tes do Susp, devendo encaminhá-los ao órgão com atribuição para
as providências legais e a resposta ao requerente.

234
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
SEÇÃO III III - apoiar e promover educação qualificada, continuada e in-
DA TRANSPARÊNCIA E DA INTEGRAÇÃO DE DADOS E INFOR- tegrada;
MAÇÕES IV - identificar e propor mecanismos de valorização profissio-
nal.
Art. 35. É instituído o Sistema Nacional de Informações de Se- § 1º O Sievap é constituído, entre outros, pelos seguintes pro-
gurança Pública, Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e Muni- gramas:
ções, de Material Genético, de Digitais e de Drogas (Sinesp), com a I - matriz curricular nacional;
finalidade de armazenar, tratar e integrar dados e informações para II - Rede Nacional de Altos Estudos em Segurança Pública (Re-
auxiliar na formulação, implementação, execução, acompanhamen- naesp);
to e avaliação das políticas relacionadas com: III - Rede Nacional de Educação a Distância em Segurança Pú-
I - segurança pública e defesa social; blica (Rede EaD-Senasp);
II - sistema prisional e execução penal; IV - programa nacional de qualidade de vida para segurança
III - rastreabilidade de armas e munições; pública e defesa social.
IV - banco de dados de perfil genético e digitais; § 2º Os órgãos integrantes do Susp terão acesso às ações de
V - enfrentamento do tráfico de drogas ilícitas. educação do Sievap, conforme política definida pelo Ministério Ex-
Art. 36. O Sinesp tem por objetivos: traordinário da Segurança Pública.
I - proceder à coleta, análise, atualização, sistematização, inte- Art. 39. A matriz curricular nacional constitui-se em referen-
gração e interpretação de dados e informações relativos às políticas cial teórico, metodológico e avaliativo para as ações de educação
de segurança pública e defesa social;
aos profissionais de segurança pública e defesa social e deverá ser
II - disponibilizar estudos, estatísticas, indicadores e outras in-
observada nas atividades formativas de ingresso, aperfeiçoamento,
formações para auxiliar na formulação, implementação, execução,
atualização, capacitação e especialização na área de segurança pú-
monitoramento e avaliação de políticas públicas;
blica e defesa social, nas modalidades presencial e a distância, res-
III - promover a integração das redes e sistemas de dados e
informações de segurança pública e defesa social, criminais, do sis- peitados o regime jurídico e as peculiaridades de cada instituição.
tema prisional e sobre drogas; § 1º A matriz curricular é pautada nos direitos humanos, nos
IV - garantir a interoperabilidade dos sistemas de dados e in- princípios da andragogia e nas teorias que enfocam o processo de
formações, conforme os padrões definidos pelo conselho gestor. construção do conhecimento.
Parágrafo único. O Sinesp adotará os padrões de integridade, § 2º Os programas de educação deverão estar em consonância
disponibilidade, confidencialidade, confiabilidade e tempestividade com os princípios da matriz curricular nacional.
dos sistemas informatizados do governo federal. Art. 40. A Renaesp, integrada por instituições de ensino su-
Art. 37. Integram o Sinesp todos os entes federados, por inter- perior, observadas as normas de licitação e contratos, tem como
médio de órgãos criados ou designados para esse fim. objetivo:
§ 1º Os dados e as informações de que trata esta Lei deverão I - promover cursos de graduação, extensão e pós-graduação
ser padronizados e categorizados e serão fornecidos e atualizados em segurança pública e defesa social;
pelos integrantes do Sinesp. II - fomentar a integração entre as ações dos profissionais, em
§ 2º O integrante que deixar de fornecer ou atualizar seus conformidade com as políticas nacionais de segurança pública e de-
dados e informações no Sinesp poderá não receber recursos nem fesa social;
celebrar parcerias com a União para financiamento de programas, III - promover a compreensão do fenômeno da violência;
projetos ou ações de segurança pública e defesa social e do sistema IV - difundir a cidadania, os direitos humanos e a educação
prisional, na forma do regulamento. para a paz;
§ 3º O Ministério Extraordinário da Segurança Pública é au- V - articular o conhecimento prático dos profissionais de segu-
torizado a celebrar convênios com órgãos do Poder Executivo que rança pública e defesa social com os conhecimentos acadêmicos;
não integrem o Susp, com o Poder Judiciário e com o Ministério VI - difundir e reforçar a construção de cultura de segurança
Público, para compatibilização de sistemas de informação e inte- pública e defesa social fundada nos paradigmas da contemporanei-
gração de dados, ressalvadas as vedações constitucionais de sigilo e dade, da inteligência, da informação e do exercício de atribuições
desde que o objeto fundamental dos acordos seja a prevenção e a estratégicas, técnicas e científicas;
repressão da violência. VII - incentivar produção técnico-científica que contribua para
§ 4º A omissão no fornecimento das informações legais implica
as atividades desenvolvidas pelo Susp.
responsabilidade administrativa do agente público.
Art. 41. A Rede EaD-Senasp é escola virtual destinada aos pro-
fissionais de segurança pública e defesa social e tem como objetivo
CAPÍTULO VII
viabilizar o acesso aos processos de aprendizagem, independente-
DA CAPACITAÇÃO E DA VALORIZAÇÃO DO PROFISSIONAL EM
SEGURANÇA PÚBLICA E DEFESA SOCIAL mente das limitações geográficas e sociais existentes, com o pro-
SEÇÃO I pósito de democratizar a educação em segurança pública e defesa
DO SISTEMA INTEGRADO DE EDUCAÇÃO E VALORIZAÇÃO social.
PROFISSIONAL (SIEVAP)

Art. 38. É instituído o Sistema Integrado de Educação e Valori-


zação Profissional (Sievap), com a finalidade de:
I - planejar, pactuar, implementar, coordenar e supervisionar
as atividades de educação gerencial, técnica e operacional, em coo-
peração com as unidades da Federação;
II - identificar e propor novas metodologias e técnicas de edu-
cação voltadas ao aprimoramento de suas atividades;

235
LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
SEÇÃO II
DO PROGRAMA NACIONAL DE QUALIDADE DE VIDA PARA
ANOTAÇÕES
PROFISSIONAIS DE SEGURANÇA PÚBLICA (PRÓ-VIDA)
______________________________________________________
Art. 42. O Programa Nacional de Qualidade de Vida para Profis-
sionais de Segurança Pública (Pró-Vida) tem por objetivo elaborar, ______________________________________________________
implementar, apoiar, monitorar e avaliar, entre outros, os projetos
de programas de atenção psicossocial e de saúde no trabalho dos ______________________________________________________
profissionais de segurança pública e defesa social, bem como a inte- ______________________________________________________
gração sistêmica das unidades de saúde dos órgãos que compõem
o Susp. ______________________________________________________

CAPÍTULO VIII ______________________________________________________


DISPOSIÇÕES FINAIS
______________________________________________________
Art. 43. Os documentos de identificação funcional dos profis-
sionais da área de segurança pública e defesa social serão padro- ______________________________________________________
nizados mediante ato do Ministro de Estado Extraordinário da Se- ______________________________________________________
gurança Pública e terão fé pública e validade em todo o território
nacional. ______________________________________________________
Art. 44. (VETADO).
Art. 45. Deverão ser realizadas conferências a cada 5 (cinco) ______________________________________________________
anos para debater as diretrizes dos planos nacional, estaduais e mu-
nicipais de segurança pública e defesa social. ______________________________________________________
Art. 46. O art. 3º da Lei Complementar nº 79, de 7 de janeiro de
1994 , passa a vigorar com as seguintes alterações: ______________________________________________________
“Art. 3º ........................................................................
______________________________________________________
......................................................................................
§ 1º (VETADO). ______________________________________________________
......................................................................................
§ 4º Os entes federados integrantes do Sistema Nacional de ______________________________________________________
Informações de Segurança Pública, Prisionais, de Rastreabilidade de
Armas e Munições, de Material Genético, de Digitais e de Drogas ______________________________________________________
(Sinesp) que deixarem de fornecer ou atualizar seus dados no Siste-
ma não poderão receber recursos do Funpen. ______________________________________________________
............................................................................” (NR)
Art. 47. O inciso II do § 3º e o § 5º do art. 4º da Lei nº 10.201, de ______________________________________________________
14 de fevereiro de 2001 , passam a vigorar com a seguinte redação: ______________________________________________________
“Art. 4º ..........................................................................
........................................................................................ ______________________________________________________
§ 3º ................................................................................
........................................................................................ ______________________________________________________
II - os integrantes do Sistema Nacional de Informações de Se-
gurança Pública, Prisionais, de Rastreabilidade de Armas e Muni- ______________________________________________________
ções, de Material Genético, de Digitais e de Drogas (Sinesp) que
cumprirem os prazos estabelecidos pelo órgão competente para o _____________________________________________________
fornecimento de dados e informações ao Sistema;
_____________________________________________________
.......................................................................................
§ 5º (VETADO) ______________________________________________________
.............................................................................” (NR)
Art. 48. O § 2º do art. 9º da Lei nº 11.530, de 24 de outubro de ______________________________________________________
2007 , passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 9º .......................................................................... ______________________________________________________
........................................................................................
§ 2º Os entes federados integrantes do Sistema Nacional de ______________________________________________________
Informações de Segurança Pública, Prisionais, de Rastreabilidade de
Armas e Munições, de Material Genético, de Digitais e de Drogas ______________________________________________________
(Sinesp) que deixarem de fornecer ou de atualizar seus dados e in- ______________________________________________________
formações no Sistema não poderão receber recursos do Pronasci.”
(NR) ______________________________________________________
Art. 49. Revogam-se os arts. 1º a 8º da Lei nº 12.681, de 4 de
julho de 2012. ______________________________________________________
Art. 50. Esta Lei entra em vigor após decorridos 30 (trinta) dias
de sua publicação oficial. ______________________________________________________

236
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Proteção do domicílio do indivíduo:


DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS (ARTIGOS 5º XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo
A 17 DA CF) penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagran-
te delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia,
— Direitos e deveres individuais e coletivos por determinação judicial; (Vide Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência).
Os direitos e deveres individuais e coletivos são todos aqueles
previstos nos incisos do art. 5º da Constituição Federal. Proteção do sigilo das comunicações:
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qual- telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no úl-
quer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros re- timo caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei es-
sidentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à tabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: penal; (Vide Lei nº 9.296, de 1996).

Princípio da igualdade entre homens e mulheres: Liberdade de profissão:


I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profis-
termos desta Constituição; são, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;

Princípio da legalidade e liberdade de ação: Acesso à informação:


II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguar-
coisa senão em virtude de lei; dado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;

Vedação de práticas de tortura física e moral, tratamento de- Liberdade de locomoção, direito de ir e vir:
sumano e degradante: XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz,
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desu- podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permane-
mano ou degradante; cer ou dele sair com seus bens;

Liberdade de manifestação do pensamento e vedação do ano- Direito de reunião:


nimato, visando coibir abusos e não responsabilização pela veicu- XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em lo-
lação de ideias e práticas prejudiciais: cais abertos ao público, independentemente de autorização, desde
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o ano- que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o
nimato; mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade com-
petente;
Direito de resposta e indenização:
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, Liberdade de associação:
além da indenização por dano material, moral ou à imagem; XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada
a de caráter paramilitar;
Liberdade religiosa e de consciência: XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de coope-
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo rativas independem de autorização, sendo vedada a interferência
assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na for- estatal em seu funcionamento;
ma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvi-
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência das ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-
religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva; -se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença re- XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a perma-
ligiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para necer associado;
eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir XXI - as entidades associativas, quando expressamente auto-
prestação alternativa, fixada em lei; rizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou
extrajudicialmente;
Liberdade de expressão e proibição de censura:
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, cientí- Direito de propriedade e sua função social:
fica e de comunicação, independentemente de censura ou licença; XXII - é garantido o direito de propriedade;
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
Proteção à imagem, honra e intimidade da pessoa humana:
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a
imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano
material ou moral decorrente de sua violação;

237
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Intervenção do Estado na propriedade: Segurança jurídica:
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico
por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, me- perfeito e a coisa julgada;
diante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos
previstos nesta Constituição; Direito adquirido é aquele incorporado ao patrimônio jurídico
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade com- de seu titular e cujo exercício não pode mais ser retirado ou tolhido.
petente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao pro- Ato jurídico perfeito é a situação ou direito consumado e defi-
prietário indenização ulterior, se houver dano; nitivamente exercido, sem nulidades perante a lei vigente.
Coisa julgada é a matéria submetida a julgamento, cuja sen-
Pequena propriedade rural: tença transitou em julgado e não cabe mais recurso, não podendo,
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, des- portanto, ser modificada.
de que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para
pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dis- Tribunal de exceção:
pondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento; XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
O juízo ou tribunal de exceção seria aquele criado exclusiva-
Direitos autorais: mente para o julgamento de um fato específico já acontecido, onde
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, os julgadores são escolhidos arbitrariamente. A Constituição veda
publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdei- tal prática, pois todos os casos devem se submeter a julgamento
ros pelo tempo que a lei fixar; dos juízos e tribunais já existentes, conforme suas competências
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: pré-fixadas.
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e
à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades Tribunal do Júri:
desportivas; XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das que lhe der a lei, assegurados:
obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intér- a) a plenitude de defesa;
pretes e às respectivas representações sindicais e associativas; b) o sigilo das votações;
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais pri- c) a soberania dos veredictos;
vilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às cria- d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra
ções industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas a vida;
e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o
desenvolvimento tecnológico e econômico do País; Princípio da legalidade, da anterioridade e da retroatividade
da lei penal:
Direito de herança: XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena
XXX - é garantido o direito de herança; sem prévia cominação legal;
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos
brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal Princípio da não discriminação:
do “de cujus”; XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direi-
tos e liberdades fundamentais;
Direito do consumidor:
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do con- Crimes inafiançáveis, imprescritíveis e insuscetíveis de graça
sumidor; e anistia:
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e impres-
Direito de informação, petição e obtenção de certidão junto critível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
aos órgãos públicos: XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos infor- graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecen-
mações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, tes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hedion-
que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, dos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que,
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da podendo evitá-los, se omitirem; (Regulamento).
sociedade e do Estado; (Regulamento) (Vide Lei nº 12.527, de 2011). XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do paga- grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e
mento de taxas: o Estado Democrático.
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direi- • Crimes inafiançáveis e imprescritíveis: Racismo e ação de
tos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; grupos armados contra a ordem constitucional e o Estado Demo-
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa crático;
de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; • Crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça e anistia: Prá-
tica de Tortura, Tráfico de drogas e entorpecentes, terrorismo e cri-
Princípio da proteção judiciária ou da inafastabilidade do con- mes hediondos.
trole jurisdicional:
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão Princípio da intranscendência da pena:
ou ameaça a direito; XLV – nenhuma pena passará da pessoa do condenado, poden-
do a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de
bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles
executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;

238
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Individualização da pena: Ação Privada Subsidiária da Pública:
XLVI – a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre LIX – será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se
outras, as seguintes: esta não for intentada no prazo legal;
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens; A publicidade dos atos processuais e o segredo de Justiça:
c) multa; LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais
d) prestação social alternativa; quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
e) suspensão ou interdição de direitos;
Legalidade da prisão:
Proibição de penas: LXI – ninguém será preso senão em flagrante delito ou por or-
XLVII – não haverá penas: dem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente,
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente mi-
art. 84, XIX; litar, definidos em lei;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados; Comunicabilidade da prisão:
d) de banimento; LXII – a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre
e) cruéis. serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família
do preso ou à pessoa por ele indicada;
Estabelecimentos para cumprimento de pena:
XLVIII – a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, Informação ao preso:
de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; LXIII – o preso será informado de seus direitos, entre os quais o
Respeito à Integridade Física e Moral dos Presos: de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da famí-
XLIX – é assegurado aos presos o respeito à integridade física lia e de advogado;
e moral;
Identificação dos responsáveis pela prisão:
Direito de permanência e amamentação dos filhos pela LXIV – o preso tem direito à identificação dos responsáveis por
presidiária mulher: sua prisão ou por seu interrogatório policial;
L – às presidiárias serão asseguradas condições para que pos-
sam permanecer com seus filhos durante o período de amamenta- Relaxamento da prisão ilegal:
ção; LXV – a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autori-
dade judiciária;
Extradição:
LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, Garantia da liberdade provisória:
em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de LXVI – ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a
comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e dro- lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;
gas afins, na forma da lei;
LII – não será concedida extradição de estrangeiro por crime Prisão civil:
político ou de opinião; LXVII – não haverá prisão civil por dívida, salvo a do respon-
sável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação
Direito ao julgamento pela autoridade competente alimentícia e a do depositário infiel;
LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela au-
toridade competente; Habeas corpus:
LXVIII – conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer
Devido Processo Legal: ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberda-
LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o de de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
devido processo legal;
Mandado de Segurança:
Contraditório e a ampla defesa: LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger di-
LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos reito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas
acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
com os meios e recursos a ela inerentes; autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atri-
buições do Poder Público;
Provas ilícitas: LXX – o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado
LVI – são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por por:
meios ilícitos;
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
Presunção de inocência: b) organização sindical, entidade de classe ou associação legal-
LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em jul- mente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em
gado de sentença penal condenatória; defesa dos interesses de seus membros ou associados;

Identificação criminal:
LVIII – o civilmente identificado não será submetido a identifi-
cação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei; (Regulamento).

239
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Mandado de Injunção: Por fim, mas não menos importante, vale registrar a incidência
LXXI – conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta subsidiária do disposto no Código de Processo Civil, conforme de-
de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e termina o artigo 19 da Lei nº 7.347, de 1985.
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à naciona-
lidade, à soberania e à cidadania; Conceito
A ação civil pública é a ação constitucional adequada para a
Habeas data: instauração de processo civil destinado à obtenção de tutela jurisdi-
LXXII – conceder-se-á habeas data: cional em defesa do patrimônio público, de bens e direitos de valor
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à artístico, estético, histórico, turístico, paisagístico, do meio ambien-
pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados te, da ordem econômica, dos consumidores, da ordem urbanística,
de entidades governamentais ou de caráter público; do patrimônio social, da honra e da dignidade humana de grupos
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo raciais, étnicos ou religiosos, e de qualquer outro direito difuso ou
por processo sigiloso, judicial ou administrativo; coletivo, mediante o acionamento por parte do Ministério Público,
da Defensoria Pública, da União, de Estado-membro, do Distrito Fe-
Ação Popular: deral, de Município, de autarquia, de fundação pública, de empre-
LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação sa pública, de sociedade de economia mista ou de associação civil
popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de regularmente constituída há pelo menos um ano e com finalidade
entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, institucional de “proteção ao patrimônio público e social, ao meio
ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência,
autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus aos direitos de grupos raciais, étnicos ou religiosos ou ao patrimô-
da sucumbência; nio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico”, nos termos
do artigo 5º, inciso V, alínea “b”, da Lei nº 7.347, de 1985, com a
Ação Popular versus Ação Civil Pública redação conferida pela Lei nº 13.004, de 2014.
O cotejo analítico dos preceitos constitucionais e das leis de re-
gência da ação popular e da ação civil pública revela a existência de Natureza jurídica
similitude em relação ao escopo de ambos os institutos: defesa do À vista dos artigos 3º e 11 da Lei nº 7.347, de 1985, tem-se que
patrimônio público em geral, em prol da coletividade. Há, todavia, a ação civil pública conduz à instauração de processo civil cognitivo
uma importante diferença em relação ao objeto das referidas ações de natureza condenatória. A condenação pode ser tanto pecuniária
constitucionais: a ação civil pública enseja a proteção da coletivi- quanto em obrigação de fazer ou de não fazer, conforme o caso.
dade relacionada a direitos do consumidor, o que não é admissível A eventual condenação pecuniária deve ser revertida em prol
na ação popular1. do Fundo previsto no artigo 13 da Lei nº 7.347, de 1985, com a pos-
Outras importantes diferenças residem na legitimidade ativa terior aplicação dos recursos financeiros em prol da reconstituição
e na legitimidade passiva: enquanto a ação popular é exclusiva do dos bens lesados.
cidadão, a ação civil pública pode ser movida pelo Ministério Públi- Além da condenação em dinheiro, a ação civil pública enseja a
co, pela Defensoria Pública, por pessoa jurídica de direito público e imposição de obrigação de fazer e de não fazer, com possibilidade
até mesmo por associação civil constituída há pelo menos um ano, de execução específica e de imposição de multa diária, até mes-
cujas finalidades institucionais sejam transindividuais. mo de ofício pelo juiz. E mais, tanto a execução específica quanto
Quanto ao polo passivo, a ação popular é movida em face de a multa diária podem ser determinadas liminarmente, mediante
pessoa jurídica lesada, dos respectivos administradores, agentes decisão interlocutória proferida in limine litis no processo da ação
públicos e dos terceiros beneficiados pela lesão ao patrimônio pú- civil pública.
blico em geral. Em contraposição, a ação civil pública tem como alvo
qualquer pessoa, natural ou jurídica, de direito público ou privado. Ação civil pública repressiva e preventiva
Em virtude das diferenças apontadas, a propositura de uma À luz dos artigos 11 e 12 da Lei nº 7.347, de 1985, tem-se que a
ação não impede a veiculação da outra, porquanto não há identi- ação civil pública pode ser repressiva e preventiva, já que admissí-
dade das ações. Por consequência, não há litispendência; tanto que vel diante da ocorrência de lesão e também em caso de ameaça ao
o proêmio do artigo 1º da Lei nº 7.347, de 1985, revela que a pro- patrimônio público em geral, ao meio ambiente, aos consumidores,
positura da ação civil pública se dá “sem prejuízo da ação popular”. à ordem econômica, à ordem urbanística, ao patrimônio social, à
Na verdade, há apenas prevenção, por força de conexão, para que honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos.
ambas as ações sejam processadas no mesmo juízo. Daí a possibilidade do acionamento da ação civil pública tanto
antes quanto depois da consumação da lesão a interesses difusos
Ação Civil Pública ou coletivos.
Legislação de regência
A ação civil pública está consagrada no artigo 129, inciso III, Ministério Público
da Constituição de 1988. Além das linhas mestras estampadas no Em primeiro lugar, o Ministério Público tem legitimidade ativa
dispositivo constitucional de regência, a ação civil pública também para ajuizar a ação civil pública. É o principal legitimado ativo, à vis-
segue o disposto na Lei nº 7.347, de 1985, na Lei nº 8.078, de 1990 ta do artigo 129, inciso III, da Constituição brasileira, e dos artigos
– Código de Defesa do Consumidor, na Lei nº 8.437, de 1992, na Lei 5º, inciso I, 6º e 7º, todos da Lei nº 7.347, de 1985.
nº 8.884, de 1994 (revogada pela Lei nº 12.529, de 2011), na Lei nº Não obstante, o Ministério Público não é o único legitimado ati-
11.448, de 2007, na Lei nº 12.966, de 2014 e na Lei nº 13.004, de vo, como bem revela o § 1º do artigo 129 da Constituição de 1988.
2014. Sem dúvida, além da legitimidade ativa do Ministério Público, o dis-
positivo constitucional assegura a igual legitimidade ativa em favor
1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
dos autorizados por força de lei.
http://www.dpd.ufv.br/wp-content/uploads/DAS-A%C3%87%C3%95ES-CONS-
TITUCIONAIS-BERNARDO-PIMENTEL-SOUZA-SEGUNDA-EDI%C3%87%-
C3%83O-2018.docx.pdf

240
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Daí a constitucionalidade da Lei nº 8.884, de 1994 (revogada pela Lei nº 12.529, de 2011), e da Lei nº 11.448, de 2007, que conferiram
legitimidade ativa em prol da Defensoria Pública, da União, dos Estados, dos Municípios, do Distrito Federal, das autarquias, das empresas
públicas, das fundações públicas, das sociedades de economia mista e também das associações com finalidades institucionais compatíveis
com os objetos da ação civil pública.
Na eventualidade do ajuizamento da ação civil pública por algum dos outros legitimados ativos acima indicados, o Ministério Público
deve intimado, para que possa intervir no processo na qualidade de fiscal da lei. De fato, se o Ministério Público não for o autor da ação
civil pública, há a necessidade da intimação destinada à atuação ministerial como custos legis.
Por fim, em caso de desistência infundada ou abandono da ação civil pública movida por associação legitimada, o Ministério Público
deve patrocinar a causa, quando deixa de atuar como fiscal da lei e assume a autoria no processo.

Proteção dos direitos e interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos


À vista do artigo 129, inciso III, da Constituição de 1988, dos artigos 1º, inciso IV, e 21, da Lei nº 7.347, de 1985, e dos artigos 81,
parágrafo único, incisos I, II e III, e 90, da Lei nº 8.078, de 1990, a ação civil pública é admissível para a proteção dos direitos e interesses
difusos, coletivos e individuais homogêneos.
Difusos são os direitos e interesses indivisíveis e de pessoas indeterminadas. À evidência, são os direitos e interesses com maior grau
de indeterminação das pessoas atingidas pela lesão ao patrimônio público em sentido amplo.
Os direitos e interesses coletivos são igualmente indivisíveis e de pessoas indeterminadas, mas são passíveis de identificação. Com
efeito, os direitos e os interesses coletivos são indivisíveis, mas de pessoas determináveis.
Já os direitos e interesses individuais homogêneos são divisíveis e de pessoas determinadas. É a homogeneidade dos direitos e inte-
resses comuns de vários indivíduos que explica a admissibilidade da ação civil pública.
Não obstante, à vista do parágrafo único do artigo 1º da Lei nº 7.347, acrescentado pela Medida Provisória nº 2.180-35, de 2001, nem
todos os direitos individuais homogêneos são passíveis de defesa mediante ação civil pública, porquanto o dispositivo veda o emprego da
ação civil pública para a defesa de direitos individuais homogêneos referentes a tributos, contribuições previdenciárias e fundos institucio-
nais, como o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço.
Por fim, vale anotar que a restrição imposta por força da Medida Provisória nº 2.180-35, de 2001, é de constitucionalidade duvidosa,
à luz dos artigos 62 e 129, inciso III, da Constituição brasileira.

Atenção!

De acordo com decisão do STF. Plenário. RE 643978/SE, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 9/10/2019 (repercussão
geral – Tema 850) (Info 955): “O Ministério Público tem legitimidade para a propositura de ação civil pública em defesa de direitos
sociais relacionados ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS)”.2

No entanto, em provas e concursos, deve se ter cuidado caso seja cobrada a mera transcrição literal da redação do art. 1º, pa-
rágrafo único, da Lei nº 7.347/85:
Art. 1º (...) Parágrafo único. Não será cabível ação civil pública para veicular pretensões que envolvam tributos, contribuições
previdenciárias, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço FGTS ou outros fundos de natureza institucional cujos beneficiários podem
ser individualmente determinados. (Incluído pela Medida provisória nº 2.180-35/2001).
Controle difuso de constitucionalidade em processo de ação civil pública
Tal como se ocorre no processo de mandado de segurança, também há lugar para controle judicial de constitucionalidade pelo juiz
competente para processar e julgar ação civil pública, quando o julgamento do pedido depender de prévia análise de compatibilidade de
alguma norma jurídica em relação à Constituição. Trata-se de controle difuso de constitucionalidade, incidenter tantum, de alguma causa
de pedir veiculada na ação civil pública, para o posterior julgamento do pedido, o que é juridicamente possível.
Não obstante, o pedido principal não pode ser a declaração da inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público, por-
quanto a ação civil pública não substitui a ação direta de inconstitucionalidade nem a ação de arguição de descumprimento de preceito
constitucional.
Sem dúvida, o controle da constitucionalidade em processo de ação civil pública só pode se dar de forma incidental, como causa de
pedir de algum caso concreto. Com efeito, a declaração da inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público só pode ser
veiculada como questão prejudicial em relação ao pedido.
Ademais, o julgamento proferido no processo da ação civil pública só alcança as pessoas insertas na área territorial da competência
do juízo no qual a sentença foi prolatada, tendo em vista o disposto no artigo 16 da Lei nº 7.347, de 1985, com a redação conferida pela
Lei nº 9.494, de 1997.

Assistência Judiciária:
LXXIV – o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos;

Indenização por erro judiciário:


LXXV – o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença;

Gratuidade de serviços públicos:


LXXVI – são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei: (Vide Lei nº 7.844, de 1989)
a) o registro civil de nascimento;
b) a certidão de óbito;
2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=751245465

241
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
LXXVII – são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas Parágrafo único. Todo brasileiro em situação de vulnerabilida-
data, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidada- de social terá direito a uma renda básica familiar, garantida pelo
nia (Regulamento). poder público em programa permanente de transferência de renda,
cujas normas e requisitos de acesso serão determinados em lei, ob-
Princípio da Celeridade Processual: servada a legislação fiscal e orçamentária (Incluído pela Emenda
LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e administrativo, são asse- Constitucional nº 114, de 2021)
gurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a
celeridade de sua tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucional Do direito ao trabalho
nº 45, de 2004). Os direitos relativos aos trabalhadores podem ser de duas or-
LXXIX - é assegurado, nos termos da lei, o direito à proteção dos dens:
dados pessoais, inclusive nos meios digitais. (Incluído pela Emenda - Direitos individuais, previstos no art. 7º, CF;
Constitucional nº 115, de 2022) - Direitos coletivos dos trabalhadores, previstos nos arts. 9º a
11, CF.
Aplicabilidade das normas de direitos e garantias fundamen-
tais: Os direitos individuais dos trabalhadores são aqueles destina-
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamen- dos a proteger a relação de trabalho contra uma profunda desigual-
tais têm aplicação imediata. dade, de modo a compatibilizar a função laboral com a dignidade e
Assim, todas as normas relativas aos direitos e garantias funda- o bem-estar do trabalhador que é a parte hipossuficiente da relação
mentais são autoaplicáveis. trabalhista.
Rol é exemplificativo: Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não outros que visem à melhoria de sua condição social:
excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela ado-
tados, ou dos tratados internacionais em que a República Federati- Proteção contra despedida arbitrária ou sem justa causa:
va do Brasil seja parte.
I – relação de emprego protegida contra despedida arbitrária
O rol dos direitos elencados no art. 5º da CF/88 não é taxativo,
ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá
mas sim exemplificativo. Os direitos e garantias ali expressos não
indenização compensatória, dentre outros direitos;
excluem outros de caráter constitucional, decorrentes de princípios
constitucionais, do regime democrático, ou de tratados internacio-
Seguro-Desemprego:
nais.
II – seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
Tratados e Convenções Internacionais de Direitos Humanos
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos hu- Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS):
manos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, III – fundo de garantia do tempo de serviço;
em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos mem-
bros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído pela Salário mínimo:
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Atos aprovados na forma IV – salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado,
deste parágrafo: DLG nº 186, de 2008, DEC 6.949, de 2009, DLG 261, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua fa-
de 2015, DEC 9.522, de 2018). mília com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário,
Com a Emenda Constitucional n° 45 de 2004, as normas de higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos
tratados internacionais sobre direitos humanos passaram a ser re- que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação
conhecidas como normas de hierarquia constitucional, porém, so- para qualquer fim;
mente se aprovadas pelas duas casas do Congresso por 3/5 de seus
membros em dois turnos de votação. Piso salarial:
V – piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do
Submissão à Jurisdição do Tribunal Penal Internacional: trabalho;
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Inter-
nacional a cuja criação tenha manifestado adesão. (Incluído pela Irredutibilidadade do salário:
Emenda Constitucional nº 45, de 2004). VI – irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção
O Brasil se submeteu expressamente à jurisdição do Tribunal ou acordo coletivo;
Penal Internacional, também conhecido por Corte ou Tribunal de
Haia, instituído pelo Estatuto de Roma e ratificado em 20 de junho Proteção aos que percebem remuneração variável:
de 2002 pelo Brasil. A Emenda Constitucional n° 45/2004, deu a VII – garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que
esta adesão força constitucional. O objetivo do TPI é identificar e percebem remuneração variável;
punir autores de crimes contra a humanidade.
— Direitos sociais Décimo Terceiro Salário ou Gratificação Natalina:
Os chamados Direitos Sociais são aqueles que visam garantir VIII – décimo terceiro salário com base na remuneração inte-
qualidade de vida, a melhoria de suas condições e o desenvolvi- gral ou no valor da aposentadoria;
mento da personalidade. São meios de se atender ao princípio basi-
lar da dignidade humana e estão previstos no art. 6º, CF. Remuneração superior por trabalho noturno:
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previ- Proteção do salário contra retenção dolosa:
dência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência X – proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua
aos desamparados, na forma desta Constituição (Redação dada retenção dolosa;
pela Emenda Constitucional nº 90, de 2015).

242
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Participação nos lucros: Reconhecimento das convenções e acordos coletivos de tra-
XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da re- balho:
muneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empre- XXVI – reconhecimento das convenções e acordos coletivos de
sa, conforme definido em lei; trabalho;

Salário-família: Proteção em face da automação:


XII – salário-família pago em razão do dependente do trabalha- XXVII – proteção em face da automação, na forma da lei;
dor de baixa renda nos termos da lei; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998). Seguro contra acidentes de trabalho:
XXVIII – seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empre-
Jornada de Trabalho: gador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando
XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas incorrer em dolo ou culpa;
diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de
horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção Ação trabalhista nos prazos prescricionais:
coletiva de trabalho; (Vide Decreto-Lei nº 5.452, de 1943). XXIX – ação, quanto aos créditos resultantes das relações de
trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalha-
Jornada especial para turnos ininterruptos de revezamento: dores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do
XIV – jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos contrato de trabalho; (Redação dada pela Emenda Constitucional
ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva; nº 28, de 2000).

Repouso (ou descanso) semanal remunerado (DSR): Não discriminação:


XV – repouso semanal remunerado, preferencialmente aos do- XXX – proibição de diferença de salários, de exercício de fun-
mingos; ções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou
estado civil;
Pagamentos de horas extras: XXXI – proibição de qualquer discriminação no tocante a salário
XVI – remuneração do serviço extraordinário superior, no mí- e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência;
nimo, em cinqüenta por cento à do normal; (Vide Del 5.452, art. 59
§ 1º). Proibição de distinção do trabalho:
XXXII – proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e
Férias remuneradas: intelectual ou entre os profissionais respectivos;
XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um
terço a mais do que o salário normal; Trabalho do menor:
XXXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a
Licença à gestante: menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis
XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salá- anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; (Re-
rio, com a duração de cento e vinte dias; dação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998).
• De 14 a 16 anos: Só pode trabalhar na condição de aprendiz.
Licença-paternidade: • De 16 a 18 anos: É vedado o exercício de trabalho noturno,
XIX – licença-paternidade, nos termos fixados em lei; perigoso ou insalubre.
• A partir de 18 anos: Trabalho normal.
Proteção da mulher no mercado de trabalho:
XX – proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante Igualdade ao trabalhador avulso:
incentivos específicos, nos termos da lei; XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo
empregatício permanente e o trabalhador avulso
Aviso Prévio:
XXI – aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no Empregados domésticos:
mínimo de trinta dias, nos termos da lei; Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalha-
dores domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X,
Redução dos riscos do trabalho: XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII
XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de e, atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a sim-
normas de saúde, higiene e segurança; plificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e
acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiarida-
Adicional por atividades penosas, insalubres ou perigosas: des, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como
XXIII – adicional de remuneração para as atividades penosas, a sua integração à previdência social (Redação dada pela Emenda
insalubres ou perigosas, na forma da lei; Constitucional nº 72, de 2013).

Aposentadoria: Os Direitos Coletivos dos Trabalhadores “são aqueles exerci-


XXIV – aposentadoria; dos pelos trabalhadores, coletivamente ou no interesse de uma co-
letividade” (LENZA, 2019, p. 2038) e compreendem:
Assistência aos filhos pequenos: Liberdade de Associação Profissional Sindical: prerrogativa
XXV – assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o dos trabalhadores para defesa de seus interesses profissionais e
nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; econômicos.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006).

243
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Direito de Greve: direito de abstenção coletiva e simultânea Naturalização
do trabalho, de modo organizado para defesa de interesses dos A naturalização é um meio derivado, de aquisição secundária
trabalhadores. Importante mencionar que serviços considerados da nacionalidade brasileira, permitida ao estrangeiro ou apátrida
essenciais e inadiáveis à sociedade não podem ser paralisados to- que preencher determinados requisitos.
talmente para o exercício do direito de greve. Ademais, o STF (2017) Também chamado de heimatlos, o apátrida é aquele que não
entende que servidores que atuam diretamente na área de segu- possui nenhuma nacionalidade, já o polipátrida é aquele que tem
rança pública não podem entrar em greve em nenhuma hipótese. mais de uma nacionalidade.
Direito de Participação Laboral: assegura a participação dos A Lei nº 13.445/2017, que institui a Lei de Migração trata de
trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos diversas questões acerca da nacionalidade e do processo de natu-
em que interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de ralização, sendo vedada a diferenciação arbitrária entre brasileiros
discussão. natos e naturalizados.
Direito de Representação na Empresa: Nos termos do art. 11, § 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros
CF: nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.
a eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de
promover-lhes o entendimento direto com os empregadores. Portugueses:
Aos portugueses com residência permanente no país serão
— Direitos de nacionalidade atribuídos os mesmos direitos dos brasileiros, desde que haja re-
A nacionalidade é a condição de sujeito natural do Estado, que ciprocidade.
pode participar dos atos pertinentes à nação. A atribuição da nacio-
nalidade se dá por dois critérios: Art. 12
Jus solis: será brasileiro todo aquele nascido em território na- § 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se
cional; houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os
Jus sanguinis: será brasileiro todo filho de nacional, mesmo direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Cons-
nascido no exterior. tituição (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº
O Brasil adota, em regra, o critério do jus solis, mitigado por cri- 3, de 1994).
térios do jus sanguinis. O art. 12 da Constituição Federal elenca os
direitos da nacionalidade, dividindo os brasileiros em dois grandes Perda da Nacionalidade:
grupos: os brasileiros natos e os naturalizados. § 4º Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em
Art. 12 São brasileiros: virtude de atividade nociva ao interesse nacional;
I - natos: II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:(Redação
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994).
pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país; a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei es-
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasilei- trangeira; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de
ra, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federa- 1994).
tiva do Brasil; b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe bra- brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para
sileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira com- permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis;
petente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994).
optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela
nacionalidade brasileira; (Redação dada pela Emenda Constitucio- Extradição, repatriação, deportação e expulsão
nal nº 54, de 2007). A extradição, repatriação, deportação e expulsão são medidas
II - naturalizados: do Estado soberano para enviar uma pessoa que se encontra refu-
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, giada em seu território a outro Estado estrangeiro.
exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas resi- Segundo o Ministério da Justiça (2021), a extradição é um ato
dência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; de cooperação internacional que consiste na entrega de uma pes-
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na Re- soa, acusada ou condenada por um ou mais crimes, ao país que
pública Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e a reclama. Não haverá extradição de brasileiro nato. Também não
sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade bra- será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de
sileira (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, opinião.
de 1994). Repatriação é medida administrativa consistente no processo
de devolução voluntária de uma pessoa ao seu local de origem ou
Cargos privativos do brasileiro nato: (art. 12, § 3º, CF) de cidadania, por estar impedida de permanecer em território bra-
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos: sileiro após determinado período.
I - de Presidente e Vice-Presidente da República; A deportação será aplicada nas hipóteses de entrada ou esta-
II - de Presidente da Câmara dos Deputados; da irregular de estrangeiros no território nacional e a repatriação
III - de Presidente do Senado Federal; ocorre quando o clandestino é impedido de ingressar em território
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; nacional pela fiscalização fronteiriça e aeroportuária brasileira.
V - da carreira diplomática; A expulsão consiste em medida administrativa de retirada com-
VI - de oficial das Forças Armadas. pulsória de migrante ou visitante do território nacional, conjugada
VII - de Ministro de Estado da Defesa (Incluído pela Emenda com o impedimento de reingresso por prazo determinado, configu-
Constitucional nº 23, de 1999). rado pela prática de crimes em território brasileiro.
O banimento, que é a entrega de um brasileiro para julgamento
no exterior, prática comum na época da ditadura militar, é vedado
pela Constituição.

244
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
— Direitos políticos Inelegibilidades:
Os Direitos Políticos visam assegurar a participação do cidadão A Constituição não menciona exaustivamente todas hipó-
na vida política e estrutural de seu Estado, garantindo-lhe o acesso teses de inelegibilidade, apenas fixa algumas. Em regra:
à condução da coisa pública. Abrangem o poder que qualquer ci- § 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
dadão tem na condução dos destinos de sua coletividade, de uma
forma direta ou indireta, ou seja, sendo eleito ou elegendo repre- Há também a inelegibilidade derivada do casamento ou do pa-
sentantes junto aos poderes públicos. rentesco com o Presidente da República, com os Governadores de
Cidadania e nacionalidade são conceitos distintos, logo nacio- Estado e do Distrito Federal e com os Prefeitos, ou com quem os
nal é diferente de cidadão. A condição de nacional é um pressupos- haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito.
to para a de cidadão. A cidadania em sentido estrito é o status de
nacional acrescido dos direitos políticos, isto é, o poder participar §7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o côn-
do processo governamental, sobretudo pelo voto. juge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou
Nos termos do art. 14 da Constituição Federal a soberania po- por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado
pular é exercida pelo sufrágio (voto) universal, direto e secreto, com ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja
valor igual para todos. Ademais, estabelece também os instrumen- substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já
tos de participação semidireta pelo povo. titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
Plebiscito: manifestação popular do eleitorado que decide
acerca de uma determinada questão. Assim, em termos práticos, é Quanto à Reeleição e desincompatibilização, a Emenda Consti-
feita uma pergunta à qual responde o eleitor. É uma consulta prévia tucional nº 16 trouxe a possibilidade de reeleição para o chefe dos
à elaboração da lei. Poderes Executivos federal, estadual, distrital e municipal. Ao con-
Referendo: manifestação popular, em que o eleitor aprova ou trário do sistema americano de reeleição, que permite apenas a re-
rejeita uma atitude governamental, normalmente uma lei ou proje- condução por um período somente, no Brasil, após o período de um
to de lei já existente. mandato, o governante pode voltar a se candidatar para o posto.
Iniciativa Popular: é o direito de uma parcela da população (1%
do eleitorado) apresentar ao Poder Legislativo um projeto de lei § 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do
que deverá ser examinado e votado. Os eleitores também podem Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substi-
usar deste instrumento em nível estadual e municipal. tuído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único
período subsequente. (Redação dada pela Emenda Constitucional
Alistamento eleitoral (direitos políticos ativos): nº 16, de 1997).
Consiste na capacidade de votar, participar de plebiscito e re- § 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da Repú-
ferendo, subscrever projeto de lei de iniciativa popular e de propor blica, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos
ação popular e se dá através do alistamento eleitoral, obrigatório devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do
para os maiores de dezoito anos e facultativo para os maiores de pleito.
dezesseis e menores de dezoito, para os analfabetos e para os maio-
res de setenta anos. Por sua vez, o militar é elegível, se cumpridos alguns requisitos:
São inalistáveis os estrangeiros e os conscritos durante serviço § 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes con-
militar obrigatório, ou seja, aqueles que se alistaram no exército e dições:
foram convocados a prestar serviço militar. I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se
da atividade;
Elegibilidade eleitoral (direitos políticos passivos): II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela
Os direitos políticos passivos consistem na possibilidade de ser autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato
votado, ou seja, na elegibilidade que é a capacidade eleitoral passi- da diplomação, para a inatividade.
va consistente na possibilidade de o cidadão pleitear determinados
mandatos políticos, mediante eleição popular, desde que preenchi- O Mandato Eletivo pode ser impugnado:
dos os devidos requisitos. § 10 O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Jus-
tiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação,
§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei: instruída a ação com provas de abuso do poder econômico,
I - a nacionalidade brasileira; corrupção ou fraude;
II - o pleno exercício dos direitos políticos;
III - o alistamento eleitoral; § 11 A ação de impugnação de mandato tramitará em
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; segredo de justiça, respondendo o autor, na forma da lei, se
V - a filiação partidária; Regulamento. temerária ou de manifesta má-fé.
VI - a idade mínima de: § 12. Serão realizadas concomitantemente às eleições
a) 35 anos para Presidente e Vice-Presidente da República e municipais as consultas populares sobre questões locais apro-
Senador; vadas pelas Câmaras Municipais e encaminhadas à Justiça
b) 30 para Governador e Vice-Governador de Estado e do Dis- Eleitoral até 90 (noventa) dias antes da data das eleições, ob-
trito Federal; servados os limites operacionais relativos ao número de que-
c) 21 anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distri- sitos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 111, de 2021)
tal, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; § 13. As manifestações favoráveis e contrárias às ques-
d) 18 anos para Vereador. tões submetidas às consultas populares nos termos do § 12
ocorrerão durante as campanhas eleitorais, sem a utilização
de propaganda gratuita no rádio e na televisão. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 111, de 2021)

245
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Suspensão e Perda dos Direitos Políticos Administração Pública Direta e Indireta
A perda e a suspensão dos direitos políticos podem-se dar, A administração direta é a administração centralizada, defini-
respectivamente, de forma definitiva ou temporária. Ocorrerá a da como o conjunto de órgãos administrativos subordinados dire-
perda quando houver cancelamento da naturalização por sentença tamente ao Poder Executivo de cada entidade. Ex.: Ministérios, as
transitada em julgado, no caso de recusa em cumprir obrigação a Forças Armadas, a Receita Federal, os próprios Poderes Executivo,
todos imposta ou prestação alternativa (é o caso do serviço militar Legislativo, Judiciário etc.
obrigatório). Por sua vez, a suspensão dos direitos políticos se dá Por sua vez, a administração indireta é a descentralizada, com-
enquanto persistirem os motivos desta, ou seja, enquanto não re- posta por entidades personalizadas de prestação de serviço ou ex-
toma a capacidade civil, o indivíduo terá seus direitos políticos sus- ploração de atividades econômicas, mas vinculadas aos Poderes
pensos; readquirindo-a, alcançará, novamente o status de cidadão. Executivos da entidade pública. Ex.: Autarquias: Agência Nacional
Também são passíveis de suspensão os condenados criminalmente de Aviação Civil – ANAC, Instituto Nacional de Colonização e Refor-
(com sentença transitado em julgado). Cumprida a pena, readqui- ma Agrária – INCRA e outras agências reguladoras, Universidade Fe-
rem os direitos políticos; no caso de improbidade administrativa, a deral de Alfenas – UNIFAL-MG e outras universidades federais, Cen-
suspensão será, da mesma forma, temporária. tros e Institutos Federais de Educação Tecnológica, Banco Central
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja do Brasil – BACEN; Conselho Federal de Medicina e outros Conse-
perda ou suspensão só se dará nos casos de: lhos Profissionais etc; Empresas Públicas: BNDES, Caixa Econômica
I - cancelamento da naturalização por sentença transita- Federal, Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos etc; Sociedades
da em julgado; de economia mista: Petrobrás, Banco do Brasil etc; Fundações pú-
II - incapacidade civil absoluta; blicas: Funai, Funasa, IBGE etc.
III - condenação criminal transitada em julgado, enquan-
to durarem seus efeitos; Princípios Específicos da Administração Pública
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou pres- Legalidade: todo o ato administrativo deve ser antecedido de
tação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII lei;
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, Impessoalidade: todos atos e provimentos administrativos não
§ 4º. são imputáveis ao agente político que o realiza, mas sim ao órgão
ou entidade pública em nome da qual atuou.
— Partidos Políticos Moralidade: impõe a obediência à lei, não só no que ela tem de
Partidos políticos são associações de pessoas de ideologia e in- formal, mas como na sua teleologia. Não bastará ao administrador
teresses comuns, com a finalidade de exercer o poder a partir da o estrito cumprimento da legalidade, devendo ele, no exercício de
vontade popular, determinando o governo e a orientação política sua função pública, respeitar os princípios éticos de razoabilidade
nacional. Juridicamente, são verdadeiras instituições, pessoas jurí- e justiça.
dicas de direito privado, constituídas na forma da lei civil, perante Publicidade: todos os atos administrativos devem ser públicos,
o Registro Civil de Pessoas Jurídicas e que gozam de imunidade e vedado o sigilo e o segredo, salvo em hipóteses restritas que envol-
autonomia para gerir sua organização interna. vam a segurança nacional.
No Brasil, o pluralismo político é um dos fundamentos da Repú- Eficiência: trazido pela Emenda Constitucional nº 19, este prin-
blica, e diferente de outras nações aqui não foi instituído o dualis- cípio estabelece que os atos administrativos devem cumprir os seus
mo. (direita e esquerda ou democratas e republicanos). Os partidos propósitos de forma eficaz.
políticos têm liberdade de organização partidária, sendo livres a
criação, fusão, incorporação e a sua extinção, observados o caráter Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer
nacional, a proibição de subordinação e recebimento de recursos dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-
financeiros de entidades ou governo estrangeiros, a vedação da uti- cípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, mo-
lização de organização paramilitar, além do dever de prestar contas ralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte (Redação
à Justiça Eleitoral e do funcionamento parlamentar de acordo com dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998):
a lei. I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos
De acordo com a Lei das Eleições, coligações partidárias são brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim
permitidas. como aos estrangeiros, na forma da lei; (Redação dada pela Emen-
Os partidos políticos, uma vez devidamente constituídos e re- da Constitucional nº 19, de 1998);
gistrados no TSE, têm direito a recursos do fundo partidário e aces-
so gratuito ao rádio e à televisão para fins de propaganda eleitoral. — Servidores públicos
Concurso Público:
A investidura em cargo ou emprego público só se pode dar por
DA ADMINISTRAÇÃO E DOS SERVIDORES PÚBLICOS meio de concurso público. Enquanto não há a posse, os aprovados
(ARTIGOS 37 A 41 DA CF) têm apenas uma expectativa de direito. Não há direito adquirido
em relação ao cargo pela simples aprovação em concurso público.
— Disposições gerais
A administração pública consiste no conjunto de meios institu- Art. 37.
cionais, materiais, financeiros e humanos do Estado, preordenado II - a investidura em cargo ou emprego público depende de
à realização de seus serviços, visando a satisfação das necessidades aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e
coletivas. títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou
A função administrativa é institucionalmente imputada a diver- emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para
sas entidades governamentais autônomas, expressas no art. 37 da cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exone-
Constituição Federal. ração (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998);
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois
anos, prorrogável uma vez, por igual período;

246
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convo- XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e em-
cação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de pro- pregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI
vas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursa- e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
dos para assumir cargo ou emprego, na carreira; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998);
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por ser- XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos,
vidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a se- exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em
rem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e qualquer caso o disposto no inciso XI (Redação dada pela Emenda
percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atri- Constitucional nº 19, de 1998):
buições de direção, chefia e assessoramento (Redação dada pela a) a de dois cargos de professor; (Redação dada pela Emenda
Emenda Constitucional nº 19, de 1998); Constitucional nº 19, de 1998);
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre asso- b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico
ciação sindical; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998);
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de
definidos em lei específica (Redação dada pela Emenda Constitucio- saúde, com profissões regulamentadas; (Redação dada pela Emen-
nal nº 19, de 1998); da Constitucional nº 34, de 2001);
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções
para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de
sua admissão; economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo de- ou indiretamente, pelo poder público (Redação dada pela Emenda
terminado para atender a necessidade temporária de excepcional Constitucional nº 19, de 1998); XVIII - a administração fazendária e
interesse público; seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de competência
e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos,
O art. 37 da Constituição Federal estabelece ainda as regras na forma da lei;
quanto a valores, limitações e formas de recebimento de remunera-
ção e subsídios dos servidores públicos, bem como condições sobre E também a criação de autarquias e instituição de empresas
acúmulo de cargos e funções: públicas, fundações e sociedades de economia mista:

Art. 37. Art. 37.


X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e
trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de econo-
lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegu- mia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último
rada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de caso, definir as áreas de sua atuação (Redação dada pela Emenda
índices (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Constitucional nº 19, de 1998);
(Regulamento); XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a cria-
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, fun- ção de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior,
ções e empregos públicos da administração direta, autárquica e assim como a participação de qualquer delas em empresa privada;
fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de Todas as obras, serviços e compras da Administração, nos ter-
mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pen- mos do que preceitua o art. 37 da Constituição, deverão ser contra-
sões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente tadas por meio de licitação pública.
ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra na-
tureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Art. 37.
Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras,
nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito serviços, compras e alienações serão contratados mediante pro-
Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Exe- cesso de licitação pública que assegure igualdade de condições a
cutivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações
do Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do Tribunal de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos ter-
de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos mos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação
por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supre- técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das
mo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este obrigações (Regulamento).
limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos
Defensores Públicos (Redação dada pela Emenda Constitucional nº O referido art. 37, CF dispõe ainda sobre as informações na Ad-
41, 19.12.2003); ministração Pública:
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do
Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Execu- Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funciona-
tivo; mento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas,
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer es- terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e
pécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de
serviço público (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio (In-
de 1998); cluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003);
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público
não serão computados nem acumulados para fins de concessão de
acréscimos ulteriores; (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998);

247
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e cam- § 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às
panhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, infor- sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem
mativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municí-
símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de auto- pios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral
ridades ou servidores públicos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998).
§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a § 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de apo-
nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos sentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a re-
da lei. muneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos
administração pública direta e indireta, regulando especialmente e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exo-
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998): neração. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) (Vide
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos Emenda Constitucional nº 20, de 1998);
em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento § 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remunera-
ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade tórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as parcelas de
dos serviços (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998); caráter indenizatório previstas em lei (Incluído pela Emenda Consti-
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a infor- tucional nº 47, de 2005).
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo,
mações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e
fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito,
XXXIII; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Vide
mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgânica, como
Lei nº 12.527, de 2011);
limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respecti-
III - a disciplina da representação contra o exercício negligente vo Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco
ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública. centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998). Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos
subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores (In-
Improbidade Administrativa cluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005).
A improbidade administrativa é espécie de ilegalidade pratica- § 13. O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser rea-
da pelo servidor, qualificada pela finalidade de atribuir situação de daptado para exercício de cargo cujas atribuições e responsabilida-
vantagem a si ou a outrem. A Lei nº 8.429/92, chamada de Lei de des sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua
Improbidade Administrativa, disciplina este dispositivo constitucio- capacidade física ou mental, enquanto permanecer nesta condição,
nal, previsto no art. 37, §4º. desde que possua a habilitação e o nível de escolaridade exigidos
para o cargo de destino, mantida a remuneração do cargo de ori-
Art. 37. gem (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019).
§ 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a sus- § 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo
pensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponi- de contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública,
bilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o rom-
previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. pimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição. (In-
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos pra- cluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
ticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos § 15. É vedada a complementação de aposentadorias de servi-
ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento. dores públicos e de pensões por morte a seus dependentes que não
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito pri- seja decorrente do disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou que não
vado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seja prevista em lei que extinga regime próprio de previdência social
seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019).
direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. § 16. Os órgãos e entidades da administração pública, indi-
§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante vidual ou conjuntamente, devem realizar avaliação das políticas
públicas, inclusive com divulgação do objeto a ser avaliado e dos
de cargo ou emprego da administração direta e indireta que possi-
resultados alcançados, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Cons-
bilite o acesso a informações privilegiadas (Incluído pela Emenda
titucional nº 109, de 2021)
Constitucional nº 19, de 1998).
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos Regime Jurídico dos Servidores Públicos
órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser O regime jurídico dos servidores públicos é o conjunto de princípios
ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administra- e regras destinadas à regulação das relações funcionais da administração
dores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de pública e seus agentes. Pode ser geral, aplicável a todos os servidores de
desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre uma determinada pessoa política (da Administração Pública Federal, Es-
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Regulamen- tadual, Municipal, por exemplo) ou específico, como é o caso de algumas
to) (Vigência) : carreiras, como a Magistratura, Ministério Público etc.
I - o prazo de duração do contrato (Incluído pela Emenda Cons- O Regime Jurídico dos Servidores Públicos da União é estatu-
titucional nº 19, de 1998) tário e regido pela Lei nº 8.112 de 1990. Nas esferas distrital, es-
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, di- taduais e municipais podem ser adotados estatutos próprios, des-
reitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes (Incluído pela de compatíveis com os preceitos da Constituição Federal e da Lei
Emenda Constitucional nº 19, de 1998); 8.112/90.
III - a remuneração do pessoal (Incluído pela Emenda Constitu- No regime estatutário não há relação contratual empregatícia.
cional nº 19, de 1998); A Constituição Federal prevê todo o regime jurídico dos Servi-
dores Públicos, com sistema remuneratório, regime previdenciário
e regra geral de aposentadoria, nos termos do art. 40, CF.

248
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
A estabilidade é uma das garantias do serviço público, prevista O rol dos órgãos de Segurança Pública é taxativo e os entes
constitucionalmente. É adquirida pelo funcionário concursado após federativos não podem criar novos órgãos, além dos elencados na
três anos de efetivo exercício da função pública e impede que ele Constituição.
seja desvinculado do serviço público arbitrariamente, a não ser por Embora não esteja previsto no rol do art. 144, as Guardas Mu-
sentença transitada em julgado ou decisão administrativa em que nicipais visam a proteção do patrimônio público e sua criação nos
lhe foi dado amplo direito de defesa, aposentadoria compulsória, municípios está autorizada no § 8º do referido dispositivo.
exoneração a pedido ou morte:
§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais des-
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os ser- tinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme
vidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de dispuser a lei.
concurso público (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
de 1998). Polícia Federal
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo (Redação A polícia federal faz parte da estrutura básica do Ministério da
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998): Justiça e é órgão permanente, organizado e mantido pela União.
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado (Incluí-
do pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998); § 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanen-
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegu- te, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira,
rada ampla defesa (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de destina-se a: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998); 1998)
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desem- I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou
penho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998); entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras in-
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor frações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacio-
estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se es- nal e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;
tável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com re- afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazen-
muneração proporcional ao tempo de serviço (Redação dada pela dária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de compe-
Emenda Constitucional nº 19, de 1998); tência;
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o ser- III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de
vidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração propor- fronteiras; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
cional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em 1998)
outro cargo (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária
1998); da União.
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obriga-
tória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída São cargos de Carreira da Polícia Federal o Delegado de Polícia
para essa finalidade (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de Federal, o Perito Criminal Federal, o Escrivão de Polícia Federal, o
1998). Papiloscopista Policial Federal e o Agente de Polícia Federal.

DA SEGURANÇA PÚBLICA (144 DA CF) Polícia Rodoviária Federal


§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organi-
zado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se,
— Segurança pública na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais.
A segurança pública é o poder-dever do Estado na sua auto- (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
defesa e das instituições democráticas que visa garantir a ordem
e a proteção de todos os cidadãos, com a prevalência do interesse Compete à Polícia Rodoviária Federal realizar atividades de
público. natureza policial envolvendo fiscalização, patrulhamento e policia-
A segurança pública busca a defesa do Estado e das Instituições mento ostensivo, atendimento e socorro às vítimas de acidentes ro-
Democráticas  para preservar a ordem constitucional em momen- doviários e demais atribuições relacionadas com a área operacional
tos de crise, internamente, contra lesões ou ameaças de direitos de do Departamento de Polícia Rodoviária Federal.
seus cidadãos e arbitrariedades do próprio poder público, inclusive,
e externamente contra atentados à soberania nacional. Polícia Ferroviária Federal
§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organi-
— Organização da segurança pública zado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se,
Nos termos do art. 144, CF a Segurança Pública está organizada na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias federais.
nos seguintes órgãos: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
— Polícia Federal;
— Polícia Rodoviária Federal; Polícias Civis
— Polícia Ferroviária Federal; § 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de car-
— Polícias Civis; reira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções
— Polícias militares e corpos de bombeiros militares; de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as mi-
— Polícias penais federal, estaduais e distrital. litares.

249
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
Polícias militares e corpos de bombeiros militares 2. (FUNDATEC – 2021) Conforme o Art. 5º da Constituição da
§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preser- República Federativa do Brasil de 1988, assinale a alternativa IN-
vação da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além CORRETA.
das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades (A) É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o ano-
de defesa civil. nimato.
(B) É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo,
§ 6º As polícias militares e os corpos de bombeiros militares, além da indenização por dano material, moral ou à imagem.
forças auxiliares e reserva do Exército subordinam-se, juntamente (C) É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão,
com as polícias civis e as polícias penais estaduais e distrital, aos independentemente das qualificações profissionais que a lei
Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios (Re- estabelecer.
dação dada pela Emenda Constitucional nº 104, de 2019). (D) É assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência
religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva.
Polícias penais federal, estaduais e distrital (E) É plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a
§ 5º-A. Às polícias penais, vinculadas ao órgão administrador de caráter paramilitar.
do sistema penal da unidade federativa a que pertencem, cabe a se-
gurança dos estabelecimentos penais. (Redação dada pela Emenda 3. (FGV – 2021) Conforme disposto na Constituição Federal é
Constitucional nº 104, de 2019). direito dos trabalhadores urbanos e rurais o décimo terceiro salário,
que será baseado:
Os serviços relacionados à segurança pública devem ser pres- (A) na remuneração integral ou no valor da aposentadoria.
tados com eficiência. (B) no valor suplementar do bônus de participação do lucro.
(C) na alíquota de encargos previdenciários do período vigente.
§7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos ór- (D) no maior salário mínimo do país ou conforme for estipulado
gãos responsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir a no estatuto da empresa.
eficiência de suas atividades. (E) no salário completo ou no valor pago de imposto sobre a
renda retido na fonte.
§ 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos ór-
gãos relacionados neste artigo será fixada na forma do § 4º do art.
4. (FGV – 2021) Ingrid nasceu no território da Bélgica à época
39. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
em que seu pai, brasileiro, ali atuava em uma indústria privada de
§ 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem
conectores eletrônicos. Sua mãe era belga. Considerando que In-
pública e da incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas vias
grid foi registrada apenas perante o órgão competente belga, não
públicas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014).
perante uma repartição brasileira, ela é considerada:
I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de trân-
(A) estrangeira, somente lhe restando a opção de se naturalizar
sito, além de outras atividades previstas em lei, que assegurem ao brasileira, na forma da lei;
cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente; e (Incluído pela (B) brasileira nata, já que seu pai era brasileiro e se encontrava
Emenda Constitucional nº 82, de 2014) em território belga a trabalho;
II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos (C) brasileira nata, pois a ordem constitucional brasileira adota,
Municípios, aos respectivos órgãos ou entidades executivos e seus em caráter conjunto, os modelos do jus soli e do jus sanguinis;
agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na forma da lei. (In- (D) estrangeira, mas, caso venha a residir no território brasilei-
cluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014). ro e opte, a qualquer tempo, após atingir a maioridade, pela
nacionalidade brasileira, adquiri-la-á em caráter nato;
EXERCÍCIOS (E) estrangeira, mas pode adquirir a nacionalidade brasileira,
em caráter nato, caso o requeira, em território belga, perante
repartição consular brasileira, no ano seguinte à maioridade.
1. (OBJETIVA – 2021) De acordo com a Constituição Federal,
todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 5. (VUNESP – 2021) É um cargo público privativo de brasileiro
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a nato:
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à seguran- (A) de Procurador Geral da República.
ça e à propriedade, nos seguintes termos, entre outros: (B) de Ministro do Tribunal de Contas da União.
I. É vedada a expressão da atividade intelectual, artística, cien- (C) de Presidente da Câmara dos Deputados.
tífica e de comunicação, independentemente de censura ou licença. (D) de Presidente do Superior Tribunal de Justiça.
II. É assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o (E) de Senador da República.
sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional.
III. É relativo o caráter de inviolabilidade do sigilo da corres- 6. (FUNDEP – 2021) De acordo com a Constituição da República
pondência e das comunicações telefônicas, uma vez que, poderá
Federativa do Brasil, encontra-se entre as condições de elegibilida-
ser mitigado por ordem judicial para fins de instrução processual
de a idade mínima de
penal e, nos casos de investigação criminal, por determinação do
(A) trinta anos para Presidente e Vice-Presidente da República
delegado responsável pela investigação.
e Senador.
Está(ão) CORRETO(S):
(B) vinte e um anos para Governador e Vice-Governador de es-
(A) Somente o item I.
tado e do Distrito Federal.
(B) Somente o item II.
(C) dezoito anos para Deputado Federal e Deputado Estadual
(C) Somente os itens I e III.
(D) Somente os itens II e III. ou Distrital.
(E) Todos os itens. (D) dezoito anos para Vereador.

250
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
7. (FGV – 2021) Maria, Promotora de Justiça, que ingressara (A) condição para a aquisição da estabilidade a avaliação es-
na carreira do Ministério Público do Estado Alfa há cinco anos, em pecial de desempenho por comissão instituída para essa fina-
razão de sua elevada expertise na área dos direitos humanos, foi lidade.
convidada pelo Governador do Estado a ocupar o cargo de Secretá- (B) vedada a invalidação da demissão de servidor estável por
ria Estadual de Direitos Humanos. sentença judicial, pois não pode o Poder Judiciário intervir em
À luz da sistemática constitucional, Maria: ato da administração pública.
(A) não pode exercer qualquer outra função pública, incluindo (C) que em caso de extinção do cargo, o servidor estável será
a de Secretária de Estado, salvo uma de magistério; demitido.
(B) pode ocupar o cargo de Secretária de Estado, desde que (D) inadmissível que o servidor conteste o resultado da avalia-
haja aquiescência expressa do Procurador-Geral de Justiça; ção periódica de desempenho.
(C) pode ocupar o cargo de Secretária de Estado, independen- (E) o processo administrativo meio inviável para proceder a de-
temente da aquiescência de qualquer órgão do Ministério Pú- missão de servidor público estável.
blico;
(D) não pode exercer outra função pública, incluindo a de Se- 11. (MPM – 2021) É CORRETO AFIRMAR, EXCETO:
cretária de Estado, salvo se for temporariamente afastada do (A) A lei formal goza de presunção de constitucionalidade até
cargo de Promotora de Justiça; declaração em sentido contrário.
(E) pode ocupar o cargo de Secretária de Estado, desde que (B) O Superior Tribunal Militar pode realizar o controle concen-
haja compatibilidade de horários com o cargo de Promotora de trado de constitucionalidade.
Justiça e a soma das remunerações não ultrapasse o teto. (C) As polícias penais federal, estaduais e distrital integram o
sistema constitucional de segurança pública.
8. (UFPel-CES – 2021) Considerando as normas constitucionais (D) Ao militar são proibidas a sindicalização e a greve.
sobre servidores públicos, é correto afirmar que
(A) o servidor vinculado a regime próprio de previdência social 12. (CESPE/CEBRASPE – 2021) Às polícias penais compete a
será aposentado compulsoriamente, com proventos proporcio- (A) segurança dos estabelecimentos penais.
nais ao tempo de contribuição, aos 65 anos de idade. (B) prevenção e repressão do tráfico ilícito de entorpecentes e
(B) em decorrência do direito a privacidade, é vedada a publi- drogas afins.
cação dos valores da remuneração dos servidores públicos. (C) polícia judiciária e a apuração de infrações penais.
(C) a remuneração dos servidores públicos organizados em car- (D) execução de atividades de defesa civil.
reira será fixada, exclusivamente, por subsídio. (E) polícia ostensiva e a preservação da ordem pública.
(D) lei complementar de competência exclusiva da União esta-
belecerá a relação entre a maior e a menor remuneração dos 13. (FUNDATEC – 2021) De acordo com a Constituição Federal,
servidores públicos de todos os entes federados. a polícia federal é instituída por lei como órgão permanente, orga-
(E) a fixação dos padrões de vencimento e dos demais compo- nizado e mantido pela União e estruturado em carreira, e destina-se
nentes do sistema remuneratório observará as peculiaridades a, EXCETO:
do cargo. (A) Apurar infrações penais contra a ordem política e social ou
em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de
9. (FUNDATEC – 2021) Em relação aos princípios constitucionais suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como
que regem a administração pública(conforme artigo 37 da Consti- outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual
tuição Federal vigente), analise as assertivas a seguir: ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dis-
• O Princípio da __________ exige que a atividade administra- puser em lei.
tiva seja desenvolvida de modo leal e que assegure a toda a comu- (B) Prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e dro-
nidade a obtenção de vantagens justas. gas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação
• As ações do administrador público são plenamente vincula- fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de
das ao que estabelecem as normas vigentes, ou seja, ele somente competência.
pode fazer o que a lei autoriza ou determina. Diferente do gestor (C) Exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de
privado, que pode fazer tudo o que a lei não proíbe. Esse é o Prin- fronteiras.
cípio da __________. (D) Garantir a segurança de todos os estabelecimentos penais
• O Princípio da __________ exige que os atos estatais sejam existentes em território nacional.
levados ao conhecimento de todos, ressalvadas hipóteses em que (E) Exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária
se justificar o sigilo. da União.

Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamen- 14. (FCC – 2021) A ruptura da segurança pública, conforme pre-
te, as lacunas dos trechos acima. visão constitucional,
(A) Eficiência – Impessoalidade – Transparência (A) não autoriza a decretação do Estado de Defesa, mas permi-
(B) Eficiência – Legalidade – Transparência te a restrição de alguns direitos fundamentais.
(C) Moralidade – Impessoalidade – Publicidade (B) autoriza a decretação do Estado de Defesa.
(D) Moralidade – Impessoalidade – Transparência (C) autoriza a decretação do Estado de Defesa, com tão-somen-
(E) Moralidade – Legalidade – Publicidade te a restrição da mobilidade urbana, se necessário.
(D) não autoriza a decretação do Estado de Defesa.
10. (UFPel-CES – 2021) De acordo com o art. 41 da Constituição (E) autoriza o Estado de Defesa, desde que não haja qualquer
Federal, são estáveis após três anos de exercício, os servidores no- restrição a direitos fundamentais.
meados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso
público, sendo

251
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
15. (PM-MT – 2021) A respeito dos órgãos responsáveis pela
segurança pública previstos na Constituição Federal de 1988, mar-
ANOTAÇÕES
que V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas. ______________________________________________________
( ) As polícias federal e rodoviária federal exercem, com exclusi-
vidade, as funções de polícia judiciária da União. ______________________________________________________
( ) A polícia rodoviária dos Estados e os agentes de trânsito dos
Municípios, desde que estruturados em carreiras, na forma da lei, ______________________________________________________
integram os órgãos de segurança pública.
( ) As polícias militares e os corpos de bombeiros militares, for- ______________________________________________________
ças auxiliares e reserva do Exército, subordinam-se aos Governado-
______________________________________________________
res dos Estados e do Distrito Federal.
( ) Às polícias penais, vinculadas ao órgão administrador do sis- ______________________________________________________
tema penal da unidade federativa a que pertencem, cabe a segu-
rança dos estabelecimentos penais. Assinale a sequência correta. ______________________________________________________
(A) F, F, V, V
(B) V, V, F, V ______________________________________________________
(C) F, V, V, F
(D) V, F, F, V ______________________________________________________
(E) F, F, V, F
______________________________________________________

GABARITO ______________________________________________________

______________________________________________________
1 B
______________________________________________________
2 C
______________________________________________________
3 A
4 D ______________________________________________________
5 C ______________________________________________________
6 D
______________________________________________________
7 A
8 E ______________________________________________________
9 E ______________________________________________________
10 A
______________________________________________________
11 B
______________________________________________________
12 A
13 D ______________________________________________________
14 B ______________________________________________________
15 A
_____________________________________________________

_____________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

252
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Explicita-se que, mesmo que o ente que se encontre distribuin-


ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DO ESTADO do suas atribuições e detenha controle sobre as atividades ou ser-
viços transferidos, não existe relação de hierarquia entre a pessoa
Administração direta e indireta que transfere e a que acolhe as atribuições.
A princípio, infere-se que Administração Direta é correspon-
dente aos órgãos que compõem a estrutura das pessoas federativas Criação, extinção e capacidade processual dos órgãos públicos
que executam a atividade administrativa de maneira centralizada. O Os arts. 48, XI e 61, § 1º da CFB/1988 dispõem que a criação
vocábulo “Administração Direta” possui sentido abrangente vindo a e a extinção de órgãos da administração pública dependem de lei
compreender todos os órgãos e agentes dos entes federados, tanto de iniciativa privativa do chefe do Executivo a quem compete, de
os que fazem parte do Poder Executivo, do Poder Legislativo ou do forma privada, e por meio de decreto, dispor sobre a organização
Poder Judiciário, que são os responsáveis por praticar a atividade e funcionamento desses órgãos públicos, quando não ensejar au-
administrativa de maneira centralizada. mento de despesas nem criação ou extinção de órgãos públicos
Já a Administração Indireta, é equivalente às pessoas jurídicas (art. 84, VI, b, CF/1988). Desta forma, para que haja a criação e ex-
criadas pelos entes federados, que possuem ligação com as Admi- tinção de órgãos, existe a necessidade de lei, no entanto, para dis-
nistrações Diretas, cujo fulcro é praticar a função administrativa de por sobre a organização e o funcionamento, denota-se que poderá
maneira descentralizada. ser utilizado ato normativo inferior à lei, que se trata do decreto.
Tendo o Estado a convicção de que atividades podem ser exer- Caso o Poder Executivo Federal desejar criar um Ministério a mais,
cidas de forma mais eficaz por entidade autônoma e com persona- o presidente da República deverá encaminhar projeto de lei ao Con-
lidade jurídica própria, o Estado transfere tais atribuições a particu- gresso Nacional. Porém, caso esse órgão seja criado, sua estrutu-
lares e, ainda pode criar outras pessoas jurídicas, de direito público ração interna deverá ser feita por decreto. Na realidade, todos os
ou de direito privado para esta finalidade. Optando pela segunda regimentos internos dos ministérios são realizados por intermédio
opção, as novas entidades passarão a compor a Administração Indi- de decreto, pelo fato de tal ato se tratar de organização interna do
reta do ente que as criou e, por possuírem como destino a execução órgão. Vejamos:
especializado de certas atividades, são consideradas como sendo
manifestação da descentralização por serviço, funcional ou técnica, ÓRGÃO — é criado por meio de lei.
de modo geral. ORGANIZAÇÃO INTERNA — pode ser feita por DECRETO, des-
de que não provoque aumento de despesas, bem como a criação
Desconcentração e Descentralização ou a extinção de outros órgãos.
Consiste a desconcentração administrativa na distribuição in- ÓRGÃOS DE CONTROLE — Trata-se dos prepostos a fiscalizar e
terna de competências, na esfera da mesma pessoa jurídica. Assim controlar a atividade de outros órgãos e agentes”. Exemplo: Tribu-
sendo, na desconcentração administrativa, o trabalho é distribuído nal de Contas da União.
entre os órgãos que integram a mesma instituição, fato que ocorre
de forma diferente na descentralização administrativa, que impõe Pessoas administrativas
a distribuição de competência para outra pessoa, física ou jurídica. Explicita-se que as entidades administrativas são a própria Ad-
Ocorre a desconcentração administrativa tanto na administra- ministração Indireta, composta de forma taxativa pelas autarquias,
ção direta como na administração indireta de todos os entes fede- fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia
rativos do Estado. Pode-se citar a título de exemplo de desconcen- mista.
tração administrativa no âmbito da Administração Direta da União, De forma contrária às pessoas políticas, tais entidades, nao são
os vários ministérios e a Casa Civil da Presidência da República; em reguladas pelo Direito Administrativo, não detendo poder político
âmbito estadual, o Ministério Público e as secretarias estaduais, e encontram-se vinculadas à entidade política que as criou. Não
dentre outros; no âmbito municipal, as secretarias municipais e existe hierarquia entre as entidades da Administração Pública in-
as câmaras municipais; na administração indireta federal, as várias direta e os entes federativos que as criou. Ocorre, nesse sentido,
agências do Banco do Brasil que são sociedade de economia mista, uma vinculação administrativa em tais situações, de maneira que os
ou do INSS com localização em todos os Estados da Federação. entes federativos somente conseguem manter-se no controle se as
Ocorre que a desconcentração enseja a existência de vários entidades da Administração Indireta estiverem desempenhando as
órgãos, sejam eles órgãos da Administração Direta ou das pessoas funções para as quais foram criadas de forma correta.
jurídicas da Administração Indireta, e devido ao fato desses órgãos
estarem dispostos de forma interna, segundo uma relação de su- Pessoas políticas
bordinação de hierarquia, entende-se que a desconcentração admi- As pessoas políticas são os entes federativos previstos na Cons-
nistrativa está diretamente relacionada ao princípio da hierarquia. tituição Federal. São eles a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Registra-se que na descentralização administrativa, ao invés Municípios. Denota-se que tais pessoas ou entes, são regidos pelo
de executar suas atividades administrativas por si mesmo, o Estado Direito Constitucional, vindo a deter uma parcela do poder político.
transfere a execução dessas atividades para particulares e, ainda a
outras pessoas jurídicas, de direito público ou privado.

253
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Por esse motivo, afirma-se que tais entes são autônomos, vindo a Observação importante: todas as empresas estatais, sejam
se organizar de forma particular para alcançar as finalidades aven- prestadoras de serviços públicos ou exploradoras de atividade eco-
çadas na Constituição Federal. nômica, possuem personalidade jurídica de direito privado.
Assim sendo, não se confunde autonomia com soberania, pois,
ao passo que a autonomia consiste na possibilidade de cada um dos O que diferencia as empresas estatais exploradoras de ativida-
entes federativos organizar-se de forma interna, elaborando suas de econômica das empresas estatais prestadoras de serviço público
leis e exercendo as competências que a eles são determinadas pela é a atividade que exercem. Assim, sendo ela prestadora de serviço
Constituição Federal, a soberania nada mais é do que uma caracte- público, a atividade desempenhada é regida pelo direito público,
rística que se encontra presente somente no âmbito da República nos ditames do artigo 175 da Constituição Federal que determina
Federativa do Brasil, que é formada pelos referidos entes federati- que “incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou
vos. sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação,
a prestação de serviços públicos.” Já se for exploradora de atividade
Autarquias econômica, como maneira de evitar que o princípio da livre con-
As autarquias são pessoas jurídicas de direito público interno, corrência reste-se prejudicado, as referidas atividades deverão ser
criadas por lei específica para a execução de atividades especiais e reguladas pelo direito privado, nos ditames do artigo 173 da Consti-
típicas da Administração Pública como um todo. Com as autarquias, tuição Federal, que assim determina:
a impressão que se tem, é a de que o Estado veio a descentralizar Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a
determinadas atividades para entidades eivadas de maior especia- exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será per-
lização. mitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional
As autarquias são especializadas em sua área de atuação, dan- ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. § 1º A
do a ideia de que os serviços por elas prestados são feitos de forma lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da socieda-
mais eficaz e venham com isso, a atingir de maneira contundente a de de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade
sua finalidade, que é o bem comum da coletividade como um todo. econômica de produção ou comercialização de bens ou de presta-
Por esse motivo, aduz-se que as autarquias são um serviço público ção de serviços, dispondo sobre:
descentralizado. Assim, devido ao fato de prestarem esse serviço I – sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela
público especializado, as autarquias acabam por se assemelhar em sociedade;
tudo o que lhes é possível, ao entidade estatal a que estiverem ser- II – a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas priva-
vindo. Assim sendo, as autarquias se encontram sujeitas ao mesmo das, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, tra-
regime jurídico que o Estado. Nos dizeres de Hely Lopes Meirelles, balhistas e tributários;
as autarquias são uma “longa manus” do Estado, ou seja, são exe- III – licitação e contratação de obras, serviços, compras e alie-
cutoras de ordens determinadas pelo respectivo ente da Federação nações, observados os princípios da Administração Pública;
a que estão vinculadas. IV – a constituição e o funcionamento dos conselhos de Admi-
As autarquias são criadas por lei específica, que de forma obri- nistração e fiscal, com a participação de acionistas minoritários;
gacional deverá ser de iniciativa do Chefe do Poder Executivo do V – os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabili-
ente federativo a que estiver vinculada. Explicita-se também que dade dos administradores
a função administrativa, mesmo que esteja sendo exercida tipica-
mente pelo Poder Executivo, pode vir a ser desempenhada, em re- Vejamos em síntese, algumas características em comum das
gime totalmente atípico pelos demais Poderes da República. Em tais empresas públicas e das sociedades de economia mista:
situações, infere-se que é possível que sejam criadas autarquias no • Devem realizar concurso público para admissão de seus em-
âmbito do Poder Legislativo e do Poder Judiciário, oportunidade na pregados;
qual a iniciativa para a lei destinada à sua criação, deverá, obriga- • Não estão alcançadas pela exigência de obedecer ao teto
toriamente, segundo os parâmetros legais, ser feita pelo respectivo constitucional;
Poder. • Estão sujeitas ao controle efetuado pelos Tribunais de Contas,
bem como ao controle do Poder Legislativo;
Empresas Públicas • Não estão sujeitas à falência;
Sociedades de Economia Mista • Devem obedecer às normas de licitação e contrato adminis-
São a parte da Administração Indireta mais voltada para o di- trativo no que se refere às suas atividades-meio;
reito privado, sendo também chamadas pela maioria doutrinária de • Devem obedecer à vedação à acumulação de cargos prevista
empresas estatais. constitucionalmente;
Tanto a empresas públicas, quanto as sociedades de economia • Não podem exigir aprovação prévia, por parte do Poder Legis-
mista, no que se refere à sua área de atuação, podem ser divididas lativo, para nomeação ou exoneração de seus diretores.
entre prestadoras diversas de serviço público e plenamente atuan-
tes na atividade econômica de modo geral. Assim sendo, obtemos Fundações e outras entidades privadas delegatárias
dois tipos de empresas públicas e dois tipos de sociedades de eco- Identifica-se no processo de criação das fundações privadas,
nomia mista. duas características que se encontram presentes de forma contun-
Ressalta-se que ao passo que as empresas estatais explorado- dente, sendo elas a doação patrimonial por parte de um instituidor
ras de atividade econômica estão sob a égide, no plano constitu- e a impossibilidade de terem finalidade lucrativa.
cional, pelo art. 173, sendo que a sua atividade se encontra regida O Decreto 200/1967 e a Constituição Federal Brasileira de 1988
pelo direito privado de maneira prioritária, as empresas estatais conceituam Fundação Pública como sendo um ente de direito pre-
prestadoras de serviço público são reguladas, pelo mesmo diploma dominantemente de direito privado, sendo que a Constituição Fe-
legal, pelo art. 175, de maneira que sua atividade é regida de forma deral dá à Fundação o mesmo tratamento oferecido às Sociedades
exclusiva e prioritária pelo direito público. de Economia Mista e às Empresas Públicas, que permite autoriza-
ção da criação, por lei e não a criação direta por lei, como no caso
das autarquias.

254
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Entretanto, a doutrina majoritária e o STF aduzem que a Fun- Art. 3º A qualificação instituída por esta Lei, observado em
dação Pública poderá ser criada de forma direta por meio de lei qualquer caso, o princípio da universalização dos serviços, no res-
específica, adquirindo, desta forma, personalidade jurídica de direi- pectivo âmbito de atuação das Organizações, somente será conferi-
to público, vindo a criar uma Autarquia Fundacional ou Fundação da às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujos
Autárquica. objetivos sociais tenham pelo menos uma das seguintes finalidades:
I – promoção da assistência social;
Observação importante: a autarquia é definida como serviço II – promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio
personificado, ao passo que uma autarquia fundacional é conceitu- histórico e artístico;
ada como sendo um patrimônio de forma personificada destinado III – promoção gratuita da educação, observando-se a forma
a uma finalidade específica de interesse social. complementar de participação das organizações de que trata esta
Lei;
Vejamos como o Código Civil determina: IV – promoção gratuita da saúde, observando-se a forma com-
Art. 41 - São pessoas jurídicas de direito público interno:(...) plementar de participação das organizações de que trata esta Lei;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; V – promoção da segurança alimentar e nutricional;
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei. VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e
No condizente à Constituição, denota-se que esta não faz dis- promoção do desenvolvimento sustentável; VII – promoção do vo-
tinção entre as Fundações de direito público ou de direito privado. luntariado;
O termo Fundação Pública é utilizado para diferenciar as fundações VIII – promoção do desenvolvimento econômico e social e com-
da iniciativa privada, sem que haja qualquer tipo de ligação com a bate à pobreza;
Administração Pública. IX – experimentação, não lucrativa, de novos modelos sociopro-
No entanto, determinadas distinções poderão ser feitas, como dutivos e de sistemas alternativos de produção, comércio, emprego
por exemplo, a imunidade tributária recíproca que é destinada so- e crédito;
mente às entidades de direito público como um todo. Registra-se X – promoção de direitos estabelecidos, construção de novos
que o foro de ambas é na Justiça Federal. direitos e assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar;
XI – promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos hu-
Delegação Social manos, da democracia e de outros valores universais;
Organizações sociais XII – estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias al-
As organizações sociais são entidades privadas que recebem ternativas, produção e divulgação de informações e conhecimentos
o atributo de Organização Social. Várias são as entidades criadas técnicos e científicos que digam respeito às atividades mencionadas
por particulares sob a forma de associação ou fundação que de- neste artigo.
sempenham atividades de interesse público sem fins lucrativos. Ao A lei das Oscips apresenta um rol de entidades que não podem
passo que algumas existem e conseguem se manter sem nenhuma receber a qualificação. Vejamos:
ligação com o Estado, existem outras que buscam se aproximar do Art. 2º Não são passíveis de qualificação como Organizações
Estado com o fito de receber verbas públicas ou bens públicos com da Sociedade Civil de Interesse Público, ainda que se dediquem de
o objetivo de continuarem a desempenhar sua atividade social. Nos qualquer forma às atividades descritas no art. 3º desta Lei:
parâmetros da Lei 9.637/1998, o Poder Executivo Federal poderá I – as sociedades comerciais;
constituir como Organizações Sociais pessoas jurídicas de direito II – os sindicatos, as associações de classe ou de representação
privado, que não sejam de fins lucrativos, cujas atividades sejam de categoria profissional;
dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tec- III – as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação
nológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à de credos, cultos, práticas e visões devocionais e confessionais;
saúde, atendidos os requisitos da lei. Ressalte-se que as entidades IV – as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas
privadas que vierem a atuar nessas áreas poderão receber a quali- fundações;
ficação de OSs. V – as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar
Lembremos que a Lei 9.637/1998 teve como fulcro transferir os bens ou serviços a um círculo restrito de associados ou sócios;
serviços que não são exclusivos do Estado para o setor privado, por VI – as entidades e empresas que comercializam planos de saú-
intermédio da absorção de órgãos públicos, vindo a substituí-los de e assemelhados;
por entidades privadas. Tal fenômeno é conhecido como publiciza- VII – as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas
ção. Com a publicização, quando um órgão público é extinto, logo, mantenedoras;
outra entidade de direito privado o substitui no serviço anterior- VIII – as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gra-
mente prestado. Denota-se que o vínculo com o poder público para tuito e suas mantenedoras;
que seja feita a qualificação da entidade como organização social é IX – as Organizações Sociais;
estabelecido com a celebração de contrato de gestão. Outrossim, as X – as cooperativas;
Organizações Sociais podem receber recursos orçamentários, utili-
zação de bens públicos e servidores públicos. Por fim, registre-se que o vínculo de união entre a entidade
e o Estado é denominado termo de parceria e que para a qualifi-
Organizações da sociedade civil de interesse público cação de uma entidade como Oscip, é exigido que esta tenha sido
São conceituadas como pessoas jurídicas de direito privado, constituída e se encontre em funcionamento regular há, pelo me-
sem fins lucrativos, nas quais os objetivos sociais e normas estatu- nos, três anos nos termos do art. 1º, com redação dada pela Lei n.
tárias devem obedecer aos requisitos determinados pelo art. 3º da 13.019/2014. O Tribunal de Contas da União tem entendido que
Lei n. 9.790/1999. Denota-se que a qualificação é de competência o vínculo firmado pelo termo de parceria por órgãos ou entidades
do Ministério da Justiça e o seu âmbito de atuação é parecido com da Administração Pública com Organizações da Sociedade Civil de
o da OS, entretanto, é mais amplo. Vejamos: Interesse Público não é demandante de processo de licitação. De
acordo com o que preceitua o art. 23 do Decreto n. 3.100/1999,
deverá haver a realização de concurso de projetos pelo órgão es-

255
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
tatal interessado em construir parceria com Oscips para que venha conceituada professora afirma que o regime jurídico aplicado às en-
a obter bens e serviços para a realização de atividades, eventos, tidades que integram o Terceiro Setor é de direito privado, podendo
consultorias, cooperação técnica e assessoria. ser modificado de maneira parcial por normas de direito público.

Entidades de utilidade pública


O Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado trouxe em EXERCÍCIOS
seu bojo, dentre várias diretrizes, a publicização dos serviços esta-
tais não exclusivos, ou seja, a transferência destes serviços para o 1. A Administração Direta é correspondente aos órgãos que
setor público não estatal, o denominado Terceiro Setor. compõem a estrutura das pessoas federativas que executam a ati-
Podemos incluir entre as entidades que compõem o Terceiro vidade administrativa de maneira centralizada. O vocábulo “Admi-
Setor, aquelas que são declaradas como sendo de utilidade pública, nistração Direta” possui sentido abrangente vindo a compreender
os serviços sociais autônomos, como SESI, SESC, SENAI, por exem- todos os órgãos e agentes dos entes federados, tanto os que fazem
plo, as organizações sociais (OS) e as organizações da sociedade civil parte do Poder Executivo, do Poder Legislativo ou do Poder Judiciá-
de interesse público (OSCIP). rio, que são os responsáveis por praticar a atividade administrativa
É importante explicitar que o crescimento do terceiro setor de maneira centralizada.
está diretamente ligado à aplicação do princípio da subsidiarieda- ( ) Certo.
de na esfera da Administração Pública. Por meio do princípio da ( ) Errado.
subsidiariedade, cabe de forma primária aos indivíduos e às orga-
nizações civis o atendimento dos interesses individuais e coletivos. 2. Tendo o Estado a convicção de que atividades podem ser
Assim sendo, o Estado atua apenas de forma subsidiária nas de- exercidas de forma mais eficaz por entidade autônoma e com per-
mandas que, devido à sua própria natureza e complexidade, não sonalidade jurídica própria, o Estado transfere tais atribuições a
puderam ser atendidas de maneira primária pela sociedade. Dessa particulares e, ainda pode criar outras pessoas jurídicas, de direito
maneira, o limite de ação do Estado se encontraria na autossufici- público ou de direito privado para esta finalidade.
ência da sociedade. ( ) Certo.
Em relação ao Terceiro Setor, o Plano Diretor do Aparelho do ( ) Errado.
Estado previa de forma explícita a publicização de serviços públicos
estatais que não são exclusivos. A expressão publicização significa 3. Consiste a desconcentração administrativa na distribuição in-
a transferência, do Estado para o Terceiro Setor, ou seja um setor terna de competências, na esfera da mesma pessoa jurídica. Assim
público não estatal, da execução de serviços que não são exclusivos sendo, na desconcentração administrativa, o trabalho é distribuído
do Estado, vindo a estabelecer um sistema de parceria entre o Es- entre os órgãos que integram a mesma instituição, fato que ocorre
tado e a sociedade para o seu financiamento e controle, como um de forma diferente na descentralização administrativa, que impõe
todo. Tal parceria foi posteriormente modernizada com as leis que a distribuição de competência para outra pessoa, física ou jurídica.
instituíram as organizações sociais e as organizações da sociedade ( ) Certo.
civil de interesse público. ( ) Errado.
O termo publicização também é atribuído a um segundo sen-
tido adotado por algumas correntes doutrinárias, que corresponde 4 . A desconcentração enseja a existência de vários órgãos, se-
à transformação de entidades públicas em entidades privadas sem jam eles órgãos da Administração Direta ou das pessoas jurídicas da
fins lucrativos. Administração Indireta, e devido ao fato desses órgãos estarem dis-
No que condizente às características das entidades que com- postos de forma interna, segundo uma relação de subordinação de
põem o Terceiro Setor, a ilustre Maria Sylvia Zanella Di Pietro enten- hierarquia, entende-se que a desconcentração administrativa está
de que todas elas possuem os mesmos traços, sendo eles: diretamente relacionada ao princípio da hierarquia.
( ) Certo.
1. Não são criadas pelo Estado, ainda que algumas delas te- ( ) Errado.
nham sido autorizadas por lei;
2. Em regra, desempenham atividade privada de interesse pú- 5. As autarquias são pessoas jurídicas de direito público in-
blico (serviços sociais não exclusivos do Estado); terno, criadas por lei específica para a execução de atividades es-
3. Recebem algum tipo de incentivo do Poder Público; peciais e típicas da Administração Pública como um todo. Com as
4. Muitas possuem algum vínculo com o Poder Público e, por autarquias, a impressão que se tem, é a de que o Estado veio a
isso, são obrigadas a prestar contas dos recursos públicos à Admi- descentralizar determinadas atividades para entidades eivadas de
nistração maior especialização.
5. Pública e ao Tribunal de Contas; ( ) Certo.
6. Possuem regime jurídico de direito privado, porém derroga- ( ) Errado.
do parcialmente por normas direito público;
Assim, estas entidades integram o Terceiro Setor pelo fato de 6. Tanto a empresas públicas, quanto as sociedades de econo-
não se enquadrarem inteiramente como entidades privadas e tam- mia mista, no que se refere à sua área de atuação, podem ser divi-
bém porque não integram a Administração Pública Direta ou Indi- didas entre prestadoras diversas de serviço público e plenamente
reta. atuantes na atividade econômica de modo geral. Assim sendo, ob-
Convém mencionar que, como as entidades do Terceiro Setor temos dois tipos de empresas públicas e dois tipos de sociedades
são constituídas sob a forma de pessoa jurídica de direito privado, de economia mista.
seu regime jurídico, normalmente, via regra geral, é de direito pri- ( ) Certo.
vado. Acontece que pelo fato de estas gozarem normalmente de ( ) Errado.
algum incentivo do setor público, também podem lhes ser aplicá-
veis algumas normas de direito público. Esse é o motivo pelo qual a

256
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
7. Todas as empresas estatais, sejam prestadoras de serviços 15. O Tribunal de Contas da União tem entendido que o vínculo
públicos ou exploradoras de atividade econômica, possuem perso- firmado pelo termo de parceria por órgãos ou entidades da Admi-
nalidade jurídica de direito público. nistração Pública com Organizações da Sociedade Civil de Interesse
( ) Certo Público não é demandante de processo de licitação.
( ) Errado. ( ) Certo.
( ) Errado.
8. O Decreto 200/1967 e a Constituição Federal Brasileira de
1988 conceituam Fundação Pública como sendo um ente de direito 16. Podemos incluir entre as entidades que compõem o Ter-
predominantemente de direito privado, sendo que a Constituição ceiro Setor, aquelas que são declaradas como sendo de utilidade
Federal dá à Fundação o mesmo tratamento oferecido às Socieda- pública, os serviços sociais autônomos, como SESI, SESC, SENAI, por
des de Economia Mista e às Empresas Públicas, que permite autori- exemplo, as organizações sociais (OS) e as organizações da socieda-
zação da criação, por lei e não a criação direta por lei, como no caso de civil de interesse público (OSCIP).
das sociedades de economia mista. ( ) Certo.
( ) Certo. ( ) Errado.
( ) Errado.
17. Por meio do princípio da subsidiariedade, cabe de forma
9. A autarquia é definida como serviço despersonificado, ao primária aos indivíduos e às organizações civis o atendimento dos
passo que uma autarquia fundacional é conceituada como sendo interesses individuais e coletivos. Assim sendo, o Estado atua ape-
um patrimônio de forma personificada destinado a uma finalidade nas de forma subsidiária nas demandas que, devido à sua própria
específica de interesse social. natureza e complexidade, não puderam ser atendidas de maneira
( ) Certo. primária pela sociedade.
( ) Errado.
( ) Certo.
10. Várias são as entidades criadas por particulares sob a forma ( ) Errado.
de associação ou fundação que desempenham atividades de inte-
resse privado sem fins lucrativos. Ao passo que algumas existem e 18. A expressão publicização significa a transferência, do Es-
conseguem se manter sem nenhuma ligação com o Estado, existem tado para o Terceiro Setor, ou seja um setor público não estatal,
outras que buscam se aproximar do Estado com o fito de receber da execução de serviços que não são exclusivos do Estado, vindo a
verbas públicas ou bens públicos com o objetivo de continuarem a estabelecer um sistema de parceria entre o Estado e a sociedade
desempenhar sua atividade social. para o seu financiamento e controle, como um todo
( ) Certo. ( ) Certo.
( ) Errado. ( ) Errado.

11. A Lei 9.637/1998 teve como fulcro transferir os serviços que 19. O termo publicização também é atribuído a um segundo
não são exclusivos do Estado para o setor privado, por intermédio sentido adotado por algumas correntes doutrinárias, que corres-
da absorção de órgãos públicos, vindo a substituí-los por entidades ponde à transformação de entidades públicas em entidades priva-
privadas. Tal fenômeno é conhecido como publicização. das sem fins lucrativos.
( ) Certo. ( ) Certo.
( ) Errado. ( ) Errado.

12. Com o fenômeno da publicização, quando um órgão públi- 20. As entidades de utilidade pública integram o Terceiro Se-
co é extinto, logo, outra entidade de direito privado o substitui no tor pelo fato de não se enquadrarem inteiramente como entidades
serviço anteriormente prestado. privadas e também porque não integram a Administração Pública
( ) Certo. Direta ou Indireta.
( ) Errado. ( ) Certo.
( ) Errado.
13. As organizações da sociedade civil de interesse público,
são conceituadas como pessoas jurídicas de direito privado, sem
fins lucrativos, nas quais os objetivos sociais e normas estatutárias
devem obedecer aos requisitos determinados pelo art. 3º da Lei
n. 9.790/1999. Denota-se que a qualificação é de competência do
Ministério da Justiça e o seu âmbito de atuação é parecido com o da
OS, entretanto, é mais amplo.
( ) Certo.
( ) Errado.

14. O vínculo de união entre a entidade e o Estado é denomi-


nado termo de parceria e que para a qualificação de uma entidade
como Oscip, é exigido que esta tenha sido constituída e se encontre
em funcionamento regular há, pelo menos, três anos nos termos do
art. 1º, com redação dada pela Lei n. 13.019/2014.
( ) Certo.
( ) Errado.

257
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
______________________________________________________
GABARITO
______________________________________________________

1 CERTO ______________________________________________________
2 CERTO ______________________________________________________
3 CERTO
______________________________________________________
4 CERTO
______________________________________________________
5 CERTO
6 ERRADO ______________________________________________________
7 ERRADO ______________________________________________________
8 ERRADO
______________________________________________________
9 ERRADO
10 ERRADO ______________________________________________________
11 CERTO ______________________________________________________
12 CERTO
______________________________________________________
13 CERTO
______________________________________________________
14 CERTO
15 CERTO ______________________________________________________
16 CERTO ______________________________________________________
17 CERTO
______________________________________________________
18 CERTO
19 CERTO ______________________________________________________

20 CERTO ______________________________________________________

______________________________________________________
ANOTAÇÕES ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

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258
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

TÍTULOS I, II, III, IV E VIII DA PARTE GERAL DO CÓDIGO Regime Fechado Regime Semiaberto Regime Aberto
PENAL A execução da
pena acontece
TÍTULOS I em casa de
albergado ou
Pena Privativa de Liberdade, Aplicação da Pena Privativa de estabelecimento
Liberdade, Penas Restritivas de Direito, Pena de Multa e Limite A execução da adequado.
das Penas pena acontece em Baseia-se na
A pena no Brasil tem uma finalidade mista, isto é, retributiva e estabelecimento autodisciplina
preventiva. A finalidade retributiva (teoria absoluta) coloca a pena de segurança e sendo de
como um castigo. Já a teoria relativa tem como objetivo evitar no- máxima ou média. responsabilidade
vas infrações penais. Dentro da teoria relativa existe a prevenção Exige exame A execução da pena do condenado,
geral e a prevenção especial. criminológico. acontece em colônia quem deverá
• Prevenção geral (direcionada à sociedade): negativa = intimi- Há trabalho no agrícola, industrial trabalhar,
dação pela pena; positiva = demonstra a vigência da lei penal. período diurno ou estabelecimento frequentar
• Prevenção especial (direcionada ao condenado): negativa = (em comum similar. curso ou exercer
evita a reincidência; positiva = busca a ressocialização. dentro do Trabalho comum outra atividade
estabelecimento) durante o dia, sendo autorizada (fora
Espécies de penas: privativa de liberdade; restritiva de direitos; e isolamento possível, também, o e sem vigilância),
multa. durante o repouso trabalho externo e a devendo
Dentro da pena privativa de liberdade, existe a possibilidade noturno. frequência a cursos. permanecer
da reclusão ou detenção. A reclusão pode ser cumprida no regi- Obs.: trabalho recolhido durante
me fechado, semiaberto ou aberto. Já a detenção só pode iniciar-se externo é o período noturno
nos regimes semiaberto ou aberto, podendo regredir para regime admissível em e nos dias de
fechado. serviços/obras folga.
públicas. Regredirá de
regime, se praticar
crime doloso,
frustrar os fins da
execução ou não
pagar a multa.

• Condenado a pena superior a 8 anos começa em regime fe-


chado.
• Condenado, não reincidente, a pena superior a 4 anos e não
exceda a 8 anos, poderá cumpri-la em regime semiaberto.
• Condenado, não reincidente, a pena igual ou inferior a 4 anos
pode cumpri-la em regime aberto. O reincidente, neste caso, pode
iniciar o cumprimento no regime semiaberto.
• O art. 59 do CP é usado para definir o início do cumprimento
da pena.
• O condenado por crime contra a Administração Pública terá a
progressão condicionada à reparação do dano.

Regime Especial = Prisão da mulher

Em caso de superveniência de doença mental, o condenado a


quem sobrevém doença mental deve ser recolhido a hospital de
custódia e tratamento psiquiátrico.
O tempo de prisão provisória, prisão administrativa e interna-
ção computam-se na pena privativa de liberdade e na medida de
segurança, de acordo com o instituto da detração.

259
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
As penas restritivas de direitos dividem-se em: ▪ Circunstâncias Judiciais
• Prestação pecuniária: pagamento em dinheiro à vítima ou Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à
entidade (pública ou privada social) de 1 a 360 salários-mínimos. O conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circuns-
valor pago será deduzido de eventual indenização, se coincidentes tâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento
os beneficiários. A prestação não precisa ser em dinheiro. da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para
• Perda de bens e valores: pagamento ao Fundo Penitenciário reprovação e prevenção do crime:
Nacional, tendo como teto o montante do prejuízo causado ou do I - as penas aplicáveis dentre as cominadas;
provento obtido (o que for maior). II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos;
• Prestação de serviços à comunidade: aplica-se a condena- III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liber-
ções superiores a 6 meses de privação de liberdade. As tarefas de- dade;
vem ser cumpridas em 1h por dia de condenação. Se a pena for IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por
superior a 1 ano, o condenado pode cumprir a pena substitutiva em outra espécie de pena, se cabível.
menor tempo, nunca inferior à metade da pena fixada.
• Interdição temporária de direitos: proibição de exercer ati- ▪ Agravantes e Atenuantes
vidade pública ou profissão que dependa de autorização do poder Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quan-
público, suspensão para dirigir, proibição de frequentar determina- do não constituem ou qualificam o crime:
dos lugares, proibição de inscrever-se em exame público. I - a reincidência;
• Limitação de fim de semana: permanecer aos sábados do- II - ter o agente cometido o crime:
mingos por 5h em casa de albergado. a) por motivo fútil ou torpe;
b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impu-
As penas restritivas de direito são autônomas e substitutivas. nidade ou vantagem de outro crime;
Para conseguir substituir a pena privativa de liberdade imposta por c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro
uma pena restritiva de direitos, o condenado precisa reunir os se- recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido;
guintes requisitos: d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro
— A pena não pode ser superior a 4 anos; meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum;
— Sem violência ou grave ameaça; e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
— Não reincidência em crime doloso específico; f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações
— O art. 59 do CP ser favorável a essa conversão. domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência
contra a mulher na forma da lei específica;
Obs.: o crime culposo pode ser substituído independentemen- g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo,
te da quantidade de pena. ofício, ministério ou profissão;
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mu-
Condenação igual ou inferior a 1 ano recebe em substituição 1 lher grávida;
multa ou 1 restritiva de direitos. Condenação superior a 1 ano rece- i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da auto-
be em substituição 1 multa + 1 restritiva de direitos ou 2 restritivas ridade;
de direitos. j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer
Em caso de descumprimento injustificado da restrição imposta, calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido; l
a pena restritiva de direitos é reconvertida em privativa de liberda- ) em estado de embriaguez preordenada.
de. Será deduzido o tempo cumprido, mas ficará em privação de
liberdade por pelo menos 30 dias. Agravantes no caso de concurso de pessoas
A pena de multa dirige-se ao Fundo Penitenciário, tem como Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que:
valor de 1/30 de salário-mínimo a 5 salários-mínimos, durante de I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a ati-
10 a 360 dias. Após o trânsito em julgado, a pena de multa deve ser vidade dos demais agentes;
paga em 10 dias. Todavia, o juiz pode considerar o parcelamento. A II - coage ou induz outrem à execução material do crime;
execução da multa ocorre perante o juiz da execução penal e é con- III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à
siderada dívida de valor (aplicadas normas da dívida ativa). Como a sua autoridade ou não-punível em virtude de condição ou qualidade
multa é uma pena, se sobrevém ao condenado doença mental, será pessoal;
suspensa a execução. IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou pro-
A multa pode ser aumentada até o TRIPLO, se o juiz considerar messa de recompensa.
que, em virtude da situação econômica do réu, é ineficaz, mesmo
que aplicada no patamar máximo. Reincidência
Na fixação da pena privativa de liberdade utilizamos o método Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete
trifásico, no qual, primeiro o juiz avalia as circunstâncias judiciais novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País
(art. 59), depois agravantes e atenuantes (art. 61 a 67) e no fim ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior.
causas de aumento e diminuição de pena (frações legais). Obs.: em Art. 64 - Para efeito de reincidência:
concurso de causas de aumento e diminuição de pena previstas na I - não prevalece a condenação anterior, se entre a data do
parte especial do código, pode o juiz limitar-se a um aumento ou a cumprimento ou extinção da pena e a infração posterior tiver de-
uma diminuição, prevalecendo a causa que mais aumente ou mais corrido período de tempo superior a 5 (cinco) anos, computado o
diminua. período de prova da suspensão ou do livramento condicional, se não
ocorrer revogação;
II - não se consideram os crimes militares próprios e políticos.

260
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
Circunstâncias atenuantes Os requisitos objetivos são: condenado a pena privativa de li-
Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: berdade igual ou superior a 2 anos, reparação do dano, cumprimen-
I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou to de 1/3 da pena ou ½ da pena em caso de reincidente em crime
maior de 70 (setenta) anos, na data da sentença; doloso ou 2/3 da pena em caso de condenado não reincidente em
II - o desconhecimento da lei; III - ter o agente: crime hediondo. Os requisitos subjetivos se baseiam no seu bom
a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou comportamento (não ter cometido falta grave nos últimos 12 me-
moral; ses, bom desempenho no trabalho) e aptidão para prover a própria
b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, subsistência pelo trabalho honesto.
logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as consequências, ou A revogação é obrigatória em caso de condenação irrecorrível
ter, antes do julgamento, reparado o dano; à pena privativa de liberdade. E, facultativa, em caso de condena-
c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cum- ção irrecorrível por crime ou contravenção, à pena não privativa de
primento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de liberdade, bem como o descumprimento das condições impostas.
violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima; Atente-se que o Pacote Anticrime alterou o instituto do Livra-
d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a au- mento Condicional, de maneira que agora exige-se o NÃO COMETI-
toria do crime; MENTO DE FALTA GRAVE NOS ÚLTIMOS 12 MESES PARA A CONCES-
e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, SÃO DO BENEFÍCIO.
se não o provocou.
Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada em razão de cir- Efeitos da Condenação
cunstância relevante, anterior ou posterior ao crime, embora não Quanto aos efeitos da condenação genéricos, exige-se:
prevista expressamente em lei. • Indenização de danos;
• Perda em favor da União dos instrumentos ilícitos utilizados
Concurso de circunstâncias agravantes e atenuantes no crime e o produto do crime (ou equivalente).
Art. 67 - No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve •Se a pena máxima for superior a 6 anos de reclusão, pode ser
aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias preponderan- decretada a perda dos bens correspondentes à diferença entre o
tes, entendendo-se como tais as que resultam dos motivos deter- valor do patrimônio do condenado e aquele que seja compatível
minantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência. com o seu rendimento lícito.

Com o Pacote Anticrime, o tempo de cumprimento da pena Quanto aos efeitos específicos (dependem de motivação),
privativa de liberdade não pode ser superior a 40 anos. Inclusive, pode ocorrer:
quando o agente for condenado a penas privativas de liberdade • Perda do cargo se a pena é igual ou superior a 1 ano, nos cri-
cuja soma ultrapasse 40 anos, devem elas serem unificadas para mes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com
atender este limite. E, sobrevindo condenação por fato posterior ao a Administração, ou, a pena é superior a 4 anos, nos demais casos.
início do cumprimento, deve ser feita nova unificação, desprezado • A incapacidade para o exercício do poder familiar, da tutela
o período de pena já cumprido. ou da curatela nos crimes dolosos sujeitos à pena de reclusão co-
metidos contra outrem igualmente titular do mesmo poder fami-
Suspensão Condicional da Pena liar, contra filho, filha ou outro descendente ou contra tutelado ou
Sursis é a suspensão condicional da pena privativa de liberda- curatelado.
de, na qual o réu se submete durante o período de prova (lapso • A inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como
temporal) à fiscalização e ao cumprimento de condições judicial- meio para a prática de crime doloso.
mente estabelecidas. Cuida-se de execução mitigada da pena pri-
vativa de liberdade, uma vez que, o condenado cumpre a pena que Reabilitação
lhe foi imposta, mas de forma menos gravosa. A reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2 (dois) anos
Os requisitos objetivos são: pena privativa de liberdade aplica- do dia em que for extinta, de qualquer modo, a pena ou terminar
da na sentença não superior a 2 anos. Os requisitos subjetivos são: sua execução, computando-se o período de prova da suspensão
não seja caso de pena substituída por restritiva de direitos, o réu e o do livramento condicional, se não sobrevier revogação, desde
não seja reincidente em doloso, a culpabilidade, os antecedentes, a que o condenado:
conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos I - tenha tido domicílio no País no prazo acima referido (2 anos);
e as circunstâncias do crime autorizem a concessão do benefício. II - tenha dado, durante esse tempo, demonstração efetiva e
O período de prova dura de 2 a 4 anos, salvo se tratar de sursis constante de bom comportamento público e privado;
etário ou humanitário, pois neste caso, o prazo dura de 4 a 6 anos. III - tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou demonstre
A revogação é obrigatória (art. 81 do Código Penal) em caso a absoluta impossibilidade de o fazer, até o dia do pedido, ou exi-
de superveniência de condenação irrecorrível pela prática de crime ba documento que comprove a renúncia da vítima ou novação da
doloso, não reparação do dano e descumprimento das condições dívida.
do sursis (condições do primeiro ano). A revogação é facultativa
(art. 81, § 1º, CP) em caso de superveniência de condenação irre- Medidas de Segurança
corrível pela prática de contravenção penal ou crime culposo, bem O inimputável recebe medida de segurança. Se for extinta a sua
como o cumprimento de qualquer condição judicial. punibilidade, ex. prescreveu, não será imposta medida de seguran-
ça, pois não deixa de ser uma restrição na liberdade do indivíduo.
Livramento Condicional A medida de segurança tem como prazo máximo 40 anos, as-
É o benefício que permite ao condenado à pena privativa de sim como já dito para os crimes em geral. O que determina o perí-
liberdade superior a 2 anos a liberdade antecipada, condicional e odo de internação ou tratamento ambulatorial é a periculosidade
precária, desde que cumprida parte da reprimenda imposta e sejam do agente. O prazo mínimo varia de 1 a 3 anos. A perícia deve ser
observados os demais requisitos legais. Considera-se a última etapa realizada nesse lapso e repetida de ano a ano, bem como sempre
da execução, com liberdade responsável e reinserção social. que o juiz da execução entender necessário.

261
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
A desinternação, ou a liberação, será sempre condicional de- Princípio da individualização da pena
vendo ser restabelecida a situação anterior se o agente, antes do As pessoas são diferentes, os crimes por mais que se enqua-
decurso de 1 (um) ano, pratica fato indicativo de persistência de sua drem em um tipo penal, ocorrem de maneira distinta. Assim, a in-
periculosidade. dividualização da pena busca se adequar à individualidade de cada
O Código Penal divide a medida de segurança em duas espé- um, em 3 fases:
cies: • Legislativa: o legislador ao pensar no crime e nas penas em
abstrato precisa ter proporcionalidade para adequar a cominação
Internação em hospital Tratamento ambulatorial de punições à gravidade dos crimes;
de custódia e tratamento (se há previsão de detenção
psiquiátrico no crime) • Judicial: o juiz ao realizar a dosimetria da pena precisa ade-
quar o tipo penal abstrato ao caso concreto;
• Administrativa: na execução da pena as decisões do juiz da
Princípio da Legalidade
execução precisam ser pautadas na individualidade de cada um.
Nenhum fato pode ser considerado crime e nenhuma pena
criminal pode ser aplicada sem que antes da ocorrência deste fato
Princípio da intranscendência da pena
exista uma lei definindo-o como crime e cominando-lhe a sanção
Este princípio impede que a pena ultrapasse a pessoa do infra-
correspondente (nullum crimen sine praevia lege). Ou seja, a lei
tor, ex. não se estende aos familiares. Todavia, a obrigação de repa-
precisa existir antes da conduta, para que seja atendido o princípio
rar o dano e a decretação do perdimento de bens podem ser atribu-
da legalidade.
ídas aos sucessores, mas somente até o limite do valor da herança.

Isso ocorre porque tecnicamente o bem é do infrator, os sucessores
Princípio da Reserva Legal
vão utilizar o dinheiro do infrator para realizarem o pagamento.
Somente a lei em sentido estrito, emanada do Poder Legislati-
Multa é espécie de pena, portanto, não pode ser executada em
vo, pode definir condutas criminosas e estabelecer sanções penais.
face dos herdeiros. Com a morte do infrator extingue-se a punibili-
Todavia, de acordo com posicionamento do STF, norma não incrimi-
dade, não podendo ser executada a pena de multa.
nadora (mais benéfica ao réu) pode ser editada por medida provi-
sória. Outro entendimento interessante do STF é no sentido de que
Princípio da limitação das penas ou da humanidade
no Direito Penal cabe interpretação extensiva, uma vez que, nesse
De acordo com a Constituição Federal, são proibidas as seguin-
caso a previsão legal encontra-se implícita.
tes penas:
• Morte (salvo em caso de guerra declarada);
Princípio da Taxatividade
• Perpétua;
Significa a proibição de editar leis vagas, com conteúdo impre-
• Trabalho forçado;
ciso. Ou seja, ao dizer que a lei penal precisa respeitar a taxativida-
• Banimento;
de enseja-se a ideia de que a lei tem que estabelecer precisamente
• Cruéis.
a conduta que está sendo criminalizada. No Direito Penal não resta
Esse ditame consiste em cláusula pétrea, não podendo ser
espaço para palavras não ditas.
suprimido por emenda constitucional. Ademais, em razões dessas
proibições, outras normas desdobram-se – ex. o limite de cumpri-
Princípio da anterioridade da lei penal
mento de pena é de 40 anos, para que o condenado não fique para
Em uma linguagem simples, a lei que tipifica uma conduta pre-
sempre preso; o trabalho do preso sempre é remunerado.
cisa ser anterior à conduta.
Na data do fato a conduta já precisa ser considerada crime,
Princípio da Presunção de Inocência ou presunção de não cul-
mesmo porque como veremos adiante, no Direito Penal a lei não
pabilidade
retroage para prejudicar o réu, só para beneficiá-lo.
Arrisco dizer que é um dos princípios mais controversos no STF.
Ou seja, a anterioridade culmina no princípio da irretroativida-
Em linhas gerais, significa que nenhuma pessoa pode ser conside-
de da lei penal. Somente quando a lei penal beneficia o réu, estabe-
rada culpada antes do trânsito em julgado da sentença penal con-
lecendo uma sanção menos grave para o crime ou quando deixa de
denatória.
considerar a conduta como criminosa, haverá a retroatividade da lei
Tal princípio está relacionado ao in dubio pro reo, pois enquan-
penal, alcançando fatos ocorridos antes da sua vigência.
to existir dúvidas, o juiz deve decidir a favor do réu. Outra implica-
• 1º fato;
ção relacionada é o fato de que o acusador possui a obrigação de
• Depois lei;
provar a culpa do réu. Ou seja, o réu é inocente até que o acusador
• A lei volta para ser aplicada aos fatos anteriores a ela.
prove sua culpa e a decisão se torne definitiva.
Exceções: utiliza-se o princípio in dubio pro societate no caso
Por outro lado, o princípio da irretroatividade determina que se
de recebimento de denúncia ou queixa; na decisão de pronúncia.
a lei penal não beneficia o réu, não retroagirá. E você pode estar se
Não é uma exceção, faz parte da regra: prisões cautelares não
perguntando, caso uma nova lei deixar de considerar uma conduta
ofendem a presunção de inocência, pois servem para garantir que o
como crime o que acontece? Abolitio criminis. Nesse caso, a lei pe-
processo penal tenha seu regular trâmite.
nal, por ser mais benéfica ao réu, retroagirá.
Obs.: Prisão como cumprimento de pena não se confunde com
No caso das leis temporárias, a lei continua a produzir efeitos
prisão cautelar!
mesmo após o fim da sua vigência, caso contrário, causaria impu-
• Processos criminais em curso e IP não podem ser considera-
nidade. Não gera abolitio criminis, mas sim uma situação de ultra-
dos maus antecedentes;
tividade da lei. A lei não está mais vigente, porque só abrangia um
• Não há necessidade de condenação penal transitada em jul-
período determinado, mas para os fatos praticados no período que
gado para que o preso sofra regressão de regime;
estava vigente há punição.

262
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
• A descoberta da prática de crime pelo acusado beneficiado A teoria finalista da conduta foi adotada pelo Código Penal,
com a suspensão condicional do processo enseja revogação do be- pois como veremos adiante o erro constitutivo do tipo penal exclui
nefício, sem a necessidade do trânsito em julgado da sentença con- o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.
denatória do crime novo. Isso demonstra que o dolo e a culpa se inserem na conduta.
A conduta humana pode ser uma ação ou omissão. Há também
▪ Vedações constitucionais aplicáveis a crimes graves o crime omissivo impróprio, no qual a ele é imputado o resulta-
do, em razão do descumprimento do dever de vigilância, de acordo
Não recebem com a TEORIA NATURALÍSTICO-NORMATIVA.
Imprescritível Inafiançável anistia, graça, Perceba a diferença:
indulto • Crime comissivo = relação de causalidade física ou natural
que enseja resultado naturalístico, ex. eu mato alguém.
Racismo; Ação de • Crime comissivo por omissão (omissivo impróprio) = relação
Racismo e
grupos armados de causalidade normativa, o descumprimento de um dever leva ao
Ação de grupos
civis ou militares resultado naturalístico, ex. uma babá fica no Instagram e não vê a
armados civis Hediondos e
contra a ordem criança engolir produtos de limpeza – se tivesse agido teria evitado
ou militares equiparados
constitucional o resultado.
contra a ordem (terrorismo, tráfico
e o Estado
constitucional e tortura).
Democrático;
e o Estado O dever de agir incumbe a quem?
Hediondos e
Democrático.
equiparados (TTT). A quem tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou
vigilância, ex. os pais.
▪ Menoridade Penal A quem tenha assumido a responsabilidade de impedir o
A menoridade penal até os 18 anos consta expressamente na resultado, ex. por contrato.
CF. Alguns consideram cláusula pétrea, outros entendem que uma
emenda constitucional poderia diminuir a idade. De toda forma, A quem com o seu comportamento anterior, criou o risco
atualmente, os menores de 18 anos não respondem penalmente, da ocorrência do resultado (norma de ingerência), ex. trote de
estando sujeitos ao ECA. faculdade.

Quanto ao resultado naturalístico, é considerado como mu-


TÍTULO II dança do mundo real provocado pela conduta do agente. Nos cri-
DO CRIME mes materiais exige-se um resultado naturalístico para a consuma-
ção, ex. o homicídio tem como resultado naturalístico um corpo
Conceito sem vida.
O crime, para a teoria tripartida, é fato típico, ilícito e culpável. Nos crimes formais, o resultado naturalístico pode ocorrer, mas
Alguns, entendem que a culpabilidade não é elemento do crime (te- a sua ocorrência é irrelevante para o Direito Penal, ex. auferir de
oria bipartida). fato vantagem no crime de corrupção passiva é mero exaurimento.
Já os crimes de mera conduta são crimes em que não há um
Classificações resultado naturalístico, ex. invasão de domicílio – nada muda no
• Crime comum: qualquer pessoa pode cometê-lo. mundo exterior.
• Crime próprio: exige determinadas qualidades do sujeito. Mas não confunda! O resultado normativo/jurídico ocorre em
• Crime de mão própria: só pode ser praticado pela pessoa. todo e qualquer crime, isto é, lesão ao bem jurídico tutelado pela
Não cabe coautoria. norma penal.
• Crime material: se consuma com o resultado. O nexo de causalidade consiste no vínculo que une a conduta
• Crime formal: se consuma independente da ocorrência do do agente ao resultado naturalístico ocorrido no mundo exterior.
resultado. No Brasil adotamos a Teoria da Equivalência dos Antecedentes
• Crime de mera conduta: não há previsão de resultado natu- (conditio sine qua non), que considera causa do crime toda conduta
ralístico. sem a qual o resultado não teria ocorrido.
Por algum tempo a teoria da equivalência dos antecedentes foi
Fato Típico e Teoria do Tipo criticada, no sentido de até onde vai a sua extensão?! Em resposta
O fato típico divide-se em elementos: a isso, ficou definido que como filtro o dolo. Ou seja, só será consi-
• Conduta humana; derada causa a conduta que é indispensável ao resultado e que foi
• Resultado naturalístico; querida pelo agente. Assim, toda conduta que leva ao resultado do
• Nexo de causalidade; crime deve ser punida, desde que haja dolo ou culpa.
• Tipicidade.
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime,
▪ Teorias que explicam a conduta somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a
ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.
Teoria Causal- Teoria Finalista (Hans
Teoria Social Em contraposição a essa teoria, existe a Teoria da Causalidade
Naturalística Welzel)
Adequada, adotada parcialmente pelo sistema brasileiro. Trata-se
Conduta é ação de hipótese de concausa superveniente relativamente independen-
Conduta como Ação humana
voluntária (dolosa ou te que, por si só, produz o resultado.
movimento voluntária com
culposa) destinada a
corporal. relevância social.
uma finalidade.

263
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
Mas pera... O que é uma concausa? Circunstância que atua pa- Crime Doloso
ralelamente à conduta do agente em relação ao resultado. As con- • Dolo direto = vontade livre e consciente de praticar o crime.
causas absolutamente independentes são aquelas que não se jun- • Dolo eventual = assunção do risco produzido pela conduta.
tam à conduta do agente para produzir o resultado, e podem ser: Perceba que no dolo eventual existe consciência de que a con-
• Preexistentes: Já tinham colocado veneno no chá do meu de- duta pode gerar um resultado criminoso, e mesmo diante da proba-
safeto quando eu vou matá-lo. bilidade de dar algo errado, o agente assume esse risco.
• Concomitantes: Atiro no meu desafeto, mas o teto cai e mata
ele.
Vontade de praticar a conduta
• Supervenientes: Dou veneno ao meu desafeto, mas antes de
Dolo genérico descrita no tipo penal sem
fazer efeito alguém o mata.
nenhuma outra finalidade
Consequência em todas as hipóteses de concausa absoluta- Dolo específico O agente pratica a conduta típica
mente independente:O agente só responde por tentativa, porque (especial fim de agir) por alguma razão especial.
o resultado se deu por causa absolutamente independente. Se sub- Dolo direto de primeiro A vontade é direcionada para a
trair a conduta do agente, o resultado teria ocorrido de qualquer grau produção do resultado.
jeito (teoria da equivalência dos antecedentes).
Até aí fácil né? Mas agora vem o pulo do gato! Existem as con- O agente possui uma vontade,
causas relativamente independentes, que se unem a outras cir- mas sabe que para atingir
cunstâncias para produzir o resultado. sua finalidade existem
• Preexistente: O agente provoca hemofilia no seu desafeto, efeitos colaterais que irão
Dolo direto de
já sabendo de sua doença, que vem a óbito por perda excessiva de necessariamente lesar outros bens
segundo grau (dolo
sangue. Sem sua conduta o resultado não teria ocorrido e ele teve jurídicos.
de consequências
dolo, logo, o agente responde pelo resultado (homicídio consuma- Ex. dolo direto de primeiro grau é
necessárias)
do), conforme a teoria da equivalência dos antecedentes. atingir o Presidente, dolo direto de
• Concomitante: Doses de veneno se unem e levam a óbito segundo grau é atingir o motorista
a vítima. Sem sua conduta o resultado não teria ocorrido e existe do Presidente, ao colocar uma
dolo, logo, o agente responde pelo resultado (homicídio consuma- bomba no carro.
do), conforme a teoria da equivalência dos antecedentes. Ocorre quando o agente,
acreditando ter alcançado seu
• Superveniente: Aqui tudo muda, pois é utilizada a teoria da objetivo, pratica nova conduta,
causalidade adequada. Se a concausa não é um desdobramento na- Dolo geral, por erro
com finalidade diversa, mas depois
tural da conduta, o agente só responde por tentativa, ex. eu dou um sucessivo, aberratio
se constata que esta última foi
tiro no agente, mas ele morre em um acidente fatal dentro da am- causae (erro de relação
a que efetivamente causou o
bulância. Todavia, se a concausa é um desdobramento da conduta de causalidade)
resultado. Ex. enforco e depois
do agente, ele responde pelo resultado, ex. infecção generalizada atiro no lago, e a vítima morre de
gerada pelo ferimento do tiro (homicídio consumado). afogamento.
Agora vem a cereja do bolo, com a Teoria da Imputação Ob- O dolo antecedente é o que se
jetiva (Roxin). Em linhas gerais, nessa visão, só ocorre imputação dá antes do início da execução. O
ao agente que criou ou aumentou um risco proibido pelo Direito, dolo atual é o que está presente
desde que esse risco tenha ligação com o resultado. Ex. Eu causo durante a execução. O dolo
Dolo antecedente,
um incêndio na casa do meu desafeto, serei imputada pelo incên- subsequente ocorre quando
atual e subsequente
dio, não pela morte de alguém que entrou na casa para salvar bens. o agente inicia a conduta com
Explicando melhor, para a teoria da imputação objetiva, a im- finalidade lícita, mas altera o seu
putação só pode ocorrer quando o agente tiver dado causa ao fato ânimo e passa a agir de forma
(causalidade física), mas, ao mesmo tempo, haja uma relação de ilícita.
causalidade normativa, isto é, criação de um risco não permitido
para o bem jurídico que se pretende tutelar. Crime Culposo
No crime culposo, a conduta do agente viola um dever de cui-
Criar ou aumentar um risco + O risco deve ser proibido pelo dado:
Direito + O risco deve ser criado no resultado • Negligência: o agente deixa de fazer algo que deveria.
• Imprudência: o agente se excede no que faz.
Por fim, a tipicidade consiste na subsunção – adequação da • Imperícia: O agente desconhece uma regra técnica profissio-
conduta do agente a uma previsão típica. Algumas vezes é necessá- nal, ex. o médico dá um diagnóstico errado ao paciente que vem a
rio usar mais de um tipo penal para fazer a subsunção (conjugação receber alta e falecer.
de artigos).
Ainda dentro do fato típico, vamos analisar dolo e culpa. Com o ▪ Requisitos do crime culposo
finalismo (Hans Welzel), o dolo e a culpa, que são elementos subje- a) Conduta Voluntária: o fim da conduta pode ser lícito ou ilíci-
tivos, foram transportados da culpabilidade para o fato típico (con- to, mas quando ilícito não é o mesmo que se produziu (a finalidade
duta). Assim, a conduta passou a ser definida como ação humana não é do resultado).
dirigida a um fim. b) Violação de um dever objetivo de cuidado: negligência, im-
prudência, imperícia.
c) Resultado naturalístico involuntário (não querido).
d) Nexo causal.

264
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
e) Tipicidade: o fato deve estar previsto como crime culposo ▪ Erro de tipo acidental
expressamente. Aqui o erro ocorre na execução ou há um desvio no nexo causal
f) Previsibilidade objetiva: o homem médio seria capaz de pre- da conduta com o resultado.
ver o resultado. • Erro sobre a pessoa: O agente pratica o ato contra pessoa
diversa da pessoa visada, por confundi-la com o seu alvo, que nem
Culpa Consciente Culpa Inconsciente está no local dos fatos. Consequência: o agente responde como se
tivesse praticado o crime contra a pessoa visada (teoria da equiva-
O agente prevê o resultado O agente não prevê que o lência).
como possível, mas acredita resultado possa ocorrer. • Erro sobre o nexo causal: o resultado é alcançado mediante
sinceramente que este não irá Só tem a previsibilidade um nexo causal diferente daquele que planejou.
ocorrer. objetiva, mas não subjetiva. a) Erro sobre o nexo causal em sentido estrito: com um ato o
agente produz o resultado, apesar do nexo causal ser diferente, ex.
Culpa Própria Culpa Imprópria eu disparo contra o meu desafeto, mas ele morre afogado ao cair na
O agente quer o resultado, piscina. Consequência: o agente responde pelo o que efetivamente
mas acha que está amparado ocorreu (morte por afogamento).
O agente não quer o resultado por uma excludente de b) Dolo geral/aberratio causae/dolo geral ou sucessivo: O agen-
criminoso. ilicitude ou culpabilidade. te acredita que já ocorreu o resultado pretendido, então, pratica
Consequência: exclui o dolo, outro ato (+ de 1 ato). Ao final verifica-se que o último ato foi o que
mas imputa culpa. provocou o resultado. Consequência: o agente responde pelo nexo
causal efetivamente ocorrido, não pelo pretendido.
Não existe no Direito Penal brasileiro compensação de culpas,
de maneira que cada um deve responder pelo o que fez. Outro pon- • Erro na execução (aberratio ictus): é o famoso erro de pon-
to interessante é que o crime preterdoloso é uma espécie de crime taria, no qual a pessoa visada e a de fato acertada estão no mesmo
qualificado pelo resultado. No delito preterdoloso, o resultado que local.
qualifica o crime é culposo: Dolo na conduta inicial e culpa no resul- a) Erro sobre a execução com unidade simples (aberratio ictus
tado que ocorreu. de resultado único): O agente somente atinge a pessoa diversa da
O crime material consumado exige conduta + resultado natura- pretendida. Consequência: responde como se tivesse atingido a
lístico + nexo de causalidade + tipicidade. Nos crimes tentados, por pessoa visada.
não haver consumação (resultado naturalístico), não estarão pre- b) Erro sobre a execução com unidade complexa (aberratio
sentes resultado e nexo de causalidade. Eventualmente, a tentativa ictus de resultado duplo): O agente atinge a vítima pretendida, e,
pode provocar resultado naturalístico e nexo causal, mas diverso do também, a vítima não pretendida. Consequência: responde pelos
pretendido pelo agente no momento da prática criminosa. dois crimes em concurso formal.
Na adequação típica mediata, o agente não pratica exatamen-
te a conduta descrita no tipo penal, mas em razão de uma outra • Erro sobre o crime ou resultado diverso do pretendido (aber-
norma que estende subjetiva ou objetivamente o alcance do tipo ratio delicti ou aberratio criminis): o agente pretendia cometer um
penal, ele deve responder pelo crime. Ex. O agente inicia a execução crime, mas por acidente ou erro na execução acaba cometendo ou-
penal, mas em razão a circunstâncias alheias à vontade do agente o tro (relação pessoa x coisa ou coisa x pessoa).
resultado pretendido (consumação) não ocorre – o agente é punido a) Com unidade simples: O agente atinge apenas o resultado
pelo crime, mas de forma tentada. não pretendido. Ex. uma pessoa é visada, mas uma coisa é atin-
gida – responde pelo dolo em relação a pessoa, na forma tentada
Crime Preterdoloso (tentativa de homicídio, tentativa de lesão corporal). Ex. Uma coisa
O crime preterdoloso é uma espécie de crime qualificado pelo é visada, mas a pessoa é atingida – responde apenas pelo resultado
resultado. No delito preterdoloso, o resultado que qualifica o crime ocorrido em relação à pessoa, de forma culposa (homicídio culposo,
é culposo: Dolo na conduta inicial e culpa no resultado que ocorreu. lesão corporal culposa).
Como consequência, o crime preterdoloso não admite tentativa, já b) Com unidade complexa: O agente atinge tanto a pessoa
que o resultado é involuntário. quanto a coisa. Consequência: responde pelos dois crimes em con-
curso formal.
Erro de Tipo
• Erro sobre o objeto (Error in objecto): imagine que o agente
▪ Erro de tipo essencial deseja furtar uma valiosa obra de arte, mas acaba subtraindo um
O agente desconhece algum dos elementos do tipo penal. Ou quadro de pequeno valor, por confundir-se. Consequência: o agen-
seja, há uma representação errônea da realidade, na qual o agente te responde pelo o que efetivamente fez.
acredita não se verificar a presença de um dos elementos essenciais
que compõe o tipo penal. Quem nunca pegou a coisa de alguém ▪ Erro determinado por terceiro
pensando que era sua?! Cometeu furto? Não, pois faltou você saber O agente erra porque alguém o induz a isso, de maneira que o
que a coisa era alheia. O erro de tipo exclui o dolo e a culpa (se foi autor mediato (quem provocou o erro) será punido. O autor ime-
um erro perdoável/escusável) ou exclui o dolo e o agente só respon- diato (quem realiza) é mero instrumento, e só responderá caso ficar
de por culpa, se prevista (no caso de erro inescusável). demonstrada alguma forma de culpa.
Outros exemplos: não sabe que o agente é funcionário público,
em desacato; não sabe que é garantidor em crime comissivo por Iter Criminis
omissão; erro sobre o elemento normativo, ex. justa causa. Iter Criminis significa caminho percorrido pelo crime. A cogita-
Não restam mais dúvidas, certo? Erro de tipo é erro sobre a ção (fase interna) não é punida – ninguém pode ser punido pelos
existência fática de um dos elementos que compõe o tipo penal. seus pensamentos. Os atos preparatórios, em regra, também, não
são punidos.

265
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
A partir do início da execução do crime, o agente sofre punição. Arrependimento Posterior
Caso complete o que é dito pelo tipo penal, o crime estará consu- É uma causa de diminuição de pena para o crime já consuma-
mado; caso não se consume por circunstâncias alheias à vontade do do, desde que:
agente, pune-se a tentativa. 1. Crime praticado sem violência ou grave ameaça à pessoa,
ou culposo;
Tentativa 2. O juiz ainda não recebeu a denúncia ou queixa;
O crime material consumado exige conduta + resultado natura- 3. O agente reparou o dano ou restituiu a coisa voluntariamen-
lístico + nexo de causalidade + tipicidade. Nos crimes tentados, por te.
não haver consumação (resultado naturalístico), não estarão pre- — A diminuição é de 1/3 a 2/3, a depender da celeridade e
sentes resultado e nexo de causalidade. Eventualmente, a tentativa voluntariedade do ato.
pode provocar resultado naturalístico e nexo causal, mas diverso do — O arrependimento posterior se comunica aos demais agen-
pretendido pelo agente no momento da prática criminosa. tes.
Na adequação típica mediata, o agente não pratica exatamen- — Se a vítima se recusar a receber a reparação mesmo assim o
te a conduta descrita no tipo penal, mas em razão de uma outra agente terá a diminuição de pena.
norma que estende subjetiva ou objetivamente o alcance do tipo
penal, ele deve responder pelo crime. Ex. O agente inicia a execução Crime Impossível (tentativa inidônea)
penal, mas em razão a circunstâncias alheias à vontade do agente o Embora o agente inicie a execução do delito, jamais o crime se
resultado pretendido (consumação) não ocorre – o agente é punido consumará.
pelo crime, mas de forma tentada. Por quê? O meio utilizado é completamente ineficaz ou o obje-
O CP adotou a teoria dualística/realista/objetiva da punibi- to material do crime é impróprio para aquele crime.
lidade da tentativa. Assim, a pena do crime tentado é a pena do Ex. Ineficácia absoluta do meio = arma que não dispara.
crime consumado com diminuição de 1/3 a 2/3 (varia de acordo o Ex. Absoluta impropriedade do objeto = atirar em corpo sem
quanto chegou perto do resultado). Isso ocorre porque o desvalor vida.
do resultado para a sociedade é menor. O CP adotou a teoria objetiva da punibilidade do crime impos-
— Tentativa branca ou incruenta = o agente não atinge o bem sível, ou seja, não é punido (atipicidade).
que pretendia lesar; Câmeras e dispositivos de segurança em estabelecimentos co-
— Tentativa vermelha ou cruenta = o agente atinge o bem que merciais não tornam o crime impossível.
pretendia lesar;
— Tentativa perfeita = o agente completa os atos de execução; Ilicitude
— Tentativa imperfeita = o agente não esgota os meios de exe- Estado de Necessidade, Legítima Defesa, Estrito Cumprimento
cução. de Dever Legal, Exercício Regular de Direito.
A ilicitude, também conhecida como antijuridicidade, nos traz
▪ Crimes que não admitem tentativa a ideia de que a conduta está em desacordo com o Direito.
• Culposo (é involuntário); Presente o fato típico, presume-se que o fato é ilícito. Assim, o
• Preterdoloso (o resultado é involuntário); ônus da prova passa a ser do acusado, ou seja, o acusado é quem
• Unissubsistente (um ato só); vai precisar comprovar a existência de uma excludente de ilicitude.
• Omissivo puro (não dá para tentar se omitir); As excludentes da ilicitude podem ser genéricas (incidem em
• Perigo abstrato (só de gerar o perigo o crime se consuma); todos os crimes) ou específicas (próprias de alguns crimes).
• Contravenção (a lei quis assim); Causas genéricas = estado de necessidade; legítima defesa;
• De atentado/empreendimento (a tentativa já gera consuma- exercício regular de direito; estrito cumprimento do dever legal.
ção); Causa supralegal de exclusão da ilicitude = consentimento do
• Habitual (atos isolados são indiferentes penais). ofendido nos crimes contra bens disponíveis.

Desistência Voluntária e Arrependimento Eficaz a) Estado de Necessidade:


Ambas afastam a tipicidade do dolo inicial e o agente só res- Art. 24 – Considera-se em estado de necessidade quem pratica
ponde pelo o que fez (danos que efetivamente causou). o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vonta-
• Na desistência voluntária, o agente voluntariamente desiste de, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo
de dar sequência aos atos executórios iniciados, mesmo podendo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.
fazê-lo (fórmula de Frank). O resultado não se consuma por desis- § 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o
tência do agente. dever legal de enfrentar o perigo.
• No arrependimento eficaz, o agente pratica todos os atos de § 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ame-
execução, mas após isto se arrepende e adota medidas que impe- açado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços.
dem a consumação. De acordo com a TEORIA UNITÁRIA, o bem jurídico protegido
deve ser de valor igual ou superior ao sacrificado. Ex. vida x vida. Se
Atenção: se o resultado, ainda assim, vier a ocorrer, o agente compromete um bem de maior valor para salvar um bem de menor
responde pelo crime com uma atenuante genérica. valor incide uma causa de diminuição de pena (-1/3 a 2/3).
Atenção: se o crime for cometido em concurso de pessoas e
somente um deles realiza a conduta de desistência voluntária ou Requisitos:
arrependimento eficaz, esta circunstância se comunica aos demais. — Perigo a um bem jurídico próprio ou de terceiro;
Motivo: Trata-se de exclusão da tipicidade, o crime não foi come- — Conduta do agente na qual ele sacrifica o bem alheio para
tido, respondendo todos apenas pelos atos praticados até então. salvar o próprio ou do terceiro;
— A situação de perigo não pode ter sido criada voluntaria-
mente pelo agente;
— O perigo tem que estar ocorrendo (atual);

266
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
— O agente não pode ter o dever jurídico de impedir o resulta- c) Estrito Cumprimento do Dever Legal:
do, ex. bombeiro; O agente comete um fato típico, em razão de um dever legal.
— A conduta do agente precisa ser inevitável (o bem jurídico só Mas não confunda! Quando um policial numa troca de tiros mata
pode ser salvo se ele agir); um bandido não age em estrito cumprimento de dever legal, mas
— A conduta do agente precisa ser proporcional (salvar bem de em LD, pois não existe o dever legal de matar, mas sim injusta agres-
valor igual ou maior). são.
• O estrito cumprimento do dever legal se comunica aos de-
Estado de Estado de Estado de Estado de mais agentes.
necessidade necessidade necessidade necessidade • Particular também pode estar amparado pelo estrito cumpri-
agressivo defensivo real putativo mento do dever legal.

Quando a d) Exercício Regular de Direito:


situação de O agente age no legítimo exercício de um direito seu (previsto
perigo não em lei). Ex. lutas desportivas.
existe de fato,
O agente
apenas na EXCESSO PÚNIVEL: EM TODAS AS EXCLUDENTES DE ILICUTDE,
prejudica o
O agente imaginação do EVENTUAL EXCESSO SERÁ PUNIDO, SEJA ELE DOLOSO OU CULPO-
bem jurídico
sacrifica o agente. SO!
de terceiro
bem jurídico Consequência:
que não O perigo
de quem se o erro é Culpabilidade: Imputabilidade Penal, Potencial Consciência
produziu o existe.
provocou o escusável, da Ilicitude, Exigibilidade de Conduta Diversa
perigo.
perigo. exclui dolo e O último elemento da análise analítica do crime é a culpabili-
Obs. o agente
culpa; se o erro dade. Lembre-se, para a teoria tripartida o crime é fato típico, anti-
precisa
é inescusável, jurídico e culpável. Para a teoria bipartida a culpabilidade é pressu-
indenizar.
exclui o dolo, posto para a aplicação da pena.
mas responde A culpabilidade é o juízo de reprovabilidade, e divide-se nas
por culpa, se seguintes teorias:
prevista. • Teoria Psicológica: Os causalistas acreditavam que o agente
era culpável se imputável no momento do crime e se havia agido
• Estado de necessidade recíproco é possível, se nenhum deles com dolo ou culpa.
provocou o perigo. • Teoria normativa (psicológico-normativa): Além de imputá-
• O estado de necessidade se comunica a todos os agentes. vel e com dolo ou culpa o agente tinha que estar consciente da ilici-
tude e ser exigível conduta diversa.
b) Legítima Defesa: • Teoria extremada da culpabilidade (normativa pura): Se coa-
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando mode- duna com a teoria finalista, pois dolo e culpa transportaram-se para
radamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou a tipicidade (dolo subjetivo). Para essa teoria, os elementos da cul-
iminente, a direito seu ou de outrem. pabilidade são: imputabilidade + potencial consciência da ilicitude
Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput (dolo normativo) + exigibilidade de conduta diversa.
deste artigo, considera-se também em legítima defesa o agente de • Teoria limitada da culpabilidade: A teoria normativa pura se
segurança pública que repele agressão ou risco de agressão a víti- divide em teoria extremada e teoria limitada. O que as diferencia é
ma mantida refém durante a prática de crimes. o tratamento dado ao erro sobre as causas de justificação (exclusão
O agente pratica um fato para repelir uma agressão injusta, atu- da ilicitude), isto é, descriminantes putativas. A teoria extremada
al ou iminente (prestes a ocorrer), contra direito próprio ou alheio. defende que todo erro que recaia sobre uma causa de justificação
Ex. o dono de um animal bravo utiliza o animal como instrumento seja equiparado ao ERRO DE PROIBIÇÃO. A teoria limitada divide
de agressão contra outrem – o agente poderá se defender. o erro sobre pressuposto fático da causa de justificação e o erro
• Cabe LD contra agressão de inimputável; sobre a existência ou limites jurídicos de uma causa de justificação.
• Ainda que possa fugir, o agente pode escolher ficar e repelir a No primeiro caso (erro de fato) aplicam-se as regras do erro de tipo,
agressão (no estado de necessidade não); que aqui passa a se chamar erro de tipo permissivo. No segundo
• Os meios utilizados devem ser suficientes e necessários para caso (erro sobre a ilicitude da conduta) aplicam-se as regras do erro
repelir a injusta agressão (proporcionalidade); de proibição.
• Na LD putativa, o agente pensa que está sendo agredido.
Consequência: se o erro é escusável, exclui dolo e culpa; se o erro Obs.: O CP adota a teoria normativa pura limitada, ou seja, se-
é inescusável, exclui o dolo, mas responde por culpa, se prevista. para o erro de tipo do erro de proibição.
• É possível que ocorra LD sucessiva, ex. A agride B, B repele a
agressão de forma excessiva, A passa ter o direito de agir em LD em ▪ Elementos da culpabilidade:
razão do excesso (agressão injusta). 1. Imputabilidade Penal: Capacidade de entender o caráter ilí-
• Se o bem é indisponível, a vontade do dono (consentimento) cito da conduta e autodeterminar-se conforme o Direito. Na ausên-
é indiferente para a atuação da LD de terceiro. cia de qualquer desses elementos será inimputável, de acordo com
• Não cabe LD real em face de LD real, porque falta injusta o critério biopsicológico.
agressão. Por outro lado, pode ter LD putativa (agressão injusta) O CP também adota o critério biológico, pois os menores de 18
sucedida por LD real (repelir agressão injusta). anos são inimputáveis.
Lembre-se que a imputabilidade penal deve ser aferida no mo-
mento que ocorreu o fato criminoso.

267
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
Lembre-se, também, que em crime permanente só cessa a con- Concurso de Pessoas
duta quando a vítima é liberada (ex. sequestro), logo, a idade do O concurso de pessoas consiste na colaboração de dois ou mais
agente vai ser analisada até que realmente cesse a conduta, com a agentes para a prática de um delito ou contravenção penal. De acor-
libertação da vítima/apreensão do agente. do com a teoria monista (unitária), todos respondem pelo mesmo
O ordenamento jurídico prevê a completa inimputabilidade, crime, na medida de sua culpabilidade. Ex. 3 amigos furtam uma
que exclui a culpabilidade e impõe medida de segurança (sentença casa, todos respondem pelo crime de furto, mas o juiz vai valorar a
absolutória imprópria); bem como, prevê a semi-imputabilidade, conduta de cada um de acordo com a individualidade dos agentes.
que enseja medida de segurança (sentença absolutória imprópria)
ou sentença condenatória com causa de diminuição de pena (-1/3 Concurso de pessoas
a 2/3). Concurso de pessoas eventual
necessário
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo O tipo penal não exige a O tipo penal exige que a
da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter presença de mais de uma conduta seja praticada por
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimen- pessoa. mais de uma pessoa.
to.
Redução de pena ▪ Requisitos do concurso de pessoas:
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, — Pluralidade de agentes: Se um imputável determina que um
se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por de- inimputável realize um crime não existe concurso de pessoas, mas
senvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramen- sim autoria mediata (o mandante é o autor do crime e o inimputá-
te capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de vel instrumento).
acordo com esse entendimento. Nos crimes plurissubjetivos (concurso de pessoas necessário),
se um dos colaboradores não é culpável, mesmo assim haverá cri-
Atenção me.
— Os índios podem ser imputáveis (integrados à sociedade), Nos crimes eventualmente plurissubjetivos (concurso de pes-
semi-imputáveis (parcialmente integrados à sociedade) ou inimpu- soas eventual) não é necessário que todos os agentes sejam cul-
táveis (não integrados). páveis, basta um deles para qualificar o crime, ex. o concurso de
— A conduta do sonâmbulo é atípica, pois falta conduta (dolo/ pessoas qualifica o furto, logo, se um é imputável, não importa se os
culpa). demais são inimputáveis, pois o furto estará qualificado.
— A embriaguez acidental gera inimputabilidade (isenção de Nesses casos que tem inimputáveis, mas eu considero o con-
pena), desde que decorrente de caso fortuito ou força maior + com- curso para tipificar ou qualificar o crime a doutrina os denomina de
pleta + retirar totalmente a capacidade de discernimento do agen- concurso impróprio/aparente.
te. Obs. se for parcial (retirar parcialmente a capacidade de discer- — Relevância da colaboração: A participação do agente deve
nimento do agente) a pena será reduzida. ser relevante para a produção do resultado. Ou seja, a colabora-
ção que em nada contribui para o resultado é um indiferente penal.
• Nos casos de embriaguez não se aplica medida de segurança, Além disso, a colaboração deve ser prévia ou concomitante à exe-
pois o agente não é doente mental. cução. A colaboração posterior à execução enseja crime autônomo,
• A embriaguez voluntária e culposa não exclui a imputabili- salvo o ajuste tenha ocorrido previamente.
dade! — Vínculo subjetivo (concurso de vontades): Ajuste ou adesão
• A lei de drogas exclui a imputabilidade do inebriado patoló- de um à conduta do outro. Caso não haja vínculo subjetivo entre os
gico. agentes haverá autoria colateral, e não coautoria.
— A embriaguez preordenada (se embriaga para cometer cri- — Unidade de crime (identidade de infração): todos respon-
me) não retira a imputabilidade do agente, pelo contrário, trata-se dem pelo mesmo crime.
de circunstância agravante da pena. — Existência de fato punível: a colaboração só é punível se o
crime for, pelo menos, tentado (princípio da exterioridade – exige o
2. Potencial consciência da ilicitude: neste elemento da impu- início da execução).
tabilidade, é verificado se a pessoa tinha a possibilidade de conhe- • Na autoria mediata por inimputabilidade do agente não basta
cer o caráter ilícito do fato, de acordo com as suas características que o executor seja inimputável, ele deve ser um instrumento do
(não como parâmetro o homem médio). mandante (não ter o mínimo discernimento).
Quando o agente age acreditando que sua conduta não é pe- • Na autoria mediata por erro do executor, quem pratica a con-
nalmente ilícita comete erro de proibição. duta é induzido a erro pelo mandante (erro de tipo ou erro de proi-
bição), ex. médico determina que enfermeira aplique uma injeção
3. Exigibilidade de conduta diversa: É verificado se o agente tóxica no paciente alegando que é um medicamento normal.
podia agir de outro modo. Caso comprovado que não dava para • Na autoria mediata por coação do executor existe coação mo-
agir de outra maneira, no caso concreto, a culpabilidade é excluída ral irresistível, a culpabilidade é apenas do coator, não do coagido
(isenção de pena). Ex. coação moral irresistível – uma pessoa coage (inexigibilidade de conduta diversa).
outra a praticar determinado crime, sob ameaça de lhe fazer algum • Para ter autoria mediata em crime próprio, o autor mediato
mal grave. Obs. se a coação é física exclui a tipicidade pela falta de (mandante) precisa reunir as condições especiais exigidas pelo tipo
conduta. Obs. se podia resistir a coação, recebe apenas uma ate- penal. Se o mandante não reúne as condições do crime próprio há
nuante genérica. Ex. obediência hierárquica – funcionário público autoria por determinação, punindo quem exerce sobre a conduta
cumpre ordem não manifestamente ilegal emanada pelo seu su- domínio equiparado à figura da autoria (autor da determinação da
perior (isenção de pena). Obs. se a ordem é manifestamente ilegal conduta/responsável pela sua ocorrência).
comete crime.

268
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
• Nos crimes de mão própria não se admite autoria mediata, Conforme a teoria da acessoriedade, o partícipe é punido mes-
porque o crime não pode ser realizado por interposta pessoa. To- mo que sua conduta seja considerada acessória em relação ao au-
davia, pode ter a figura do autor por determinação (pune quem de- tor. Vejamos:
terminou o crime).
Teoria da
Autor é quem pratica a conduta descrita no núcleo do tipo pe- Teoria da Teoria da Teoria da
acessoriedade
nal, todos os demais que de alguma forma prestarem colaboração acessoriedade acessoriedade hiperaces-
limitada
serão partícipes. Essa teoria foi adotada pelo Código Penal e é de- mínima máxima soriedade
(adotada)
nominada de teoria objetivo-formal.
No entanto, atente-se para a teoria do domínio do fato (nos Exige que
Exige que
crimes dolosos), criada por Hans Welzel e desenvolvida por Claus a conduta
A conduta O partícipe o fato
Roxin: o autor é todo aquele que possui domínio da conduta cri- principal seja
principal só só é punido principal
minosa, seja ele executor ou não. O importante, para essa teoria, típica e ilícita.
precisa ser se o fato seja típico,
é que tenha o poder de decidir sobre o rumo da prática delituosa, Recorda que
típica para a principal for ilícito,
o cabeça do crime. O partícipe, por sua vez, é quem contribui, mas as excludentes
punição do típico, ilícito e culpável e
sem poder de direção. Ou seja, o controle da situação (quem pode de ilicitude se
partícipe. culpável. o autor seja
intervir a qualquer momento para fazer cessar a conduta) é o crité- comunicam?!
punido.
rio utilizado para definir o autor. Ahá!
A coautoria é espécie de concurso de pessoas na qual duas ou
mais pessoas praticam a conduta descrita no núcleo do tipo penal. — A lei admite a redução da pena de 1/6 a 1/3 se a participação
Na coautoria funcional, os agentes realizam condutas diversas que é de menor importância.
se somam para produzir o resultado. Na coautoria material (direta) — A doutrina admite participação nos crimes comissivos por
todos realizam a mesma conduta. omissão, quando o partícipe devia e podia evitar o resultado.
— Participação inócua não se pune, ex. eu emprestei a arma
• Cabe coautoria em crimes próprios (todos reúnem as condi- para o agente, mas ele matou com o uso de veneno.
ções ou pelo menos tem ciência que um deles as possui), mas não — Participação em cadeia é possível, ex. eu empresto a arma
cabe coautoria em crime de mão própria (só participação). para A, para este emprestar para B e matar a vítima. Eu e A somos
• Nos crimes omissivos não cabe coautoria, só participação. partícipes de B.
• Nos crimes culposos cabe coautoria, mas não participação.
• Na autoria mediata não há concurso entre autor mediato e Comunicam-se: Não se comunicam:
autor imediato, respondendo apenas o autor mediato, que se valeu
de alguém sem culpabilidade para a execução do delito. Entretan- Elementares do crime Circunstâncias subjetivas
to, é possível coautoria e participação na autoria mediata (vários (caracteriza o crime) e (influencia a pena de acordo
mandantes). circunstâncias objetivas com a pessoa do agente) e
• Na coação física irresistível, o coator é autor direto. (influencia a pena de acordo condições de caráter pessoal
• Existe autoria mediata de crime próprio, mas não de crime com o fato). (relativas à pessoa do agente).
de mão própria.
Preste atenção, circunstâncias e condições de caráter pessoal
Participação é modalidade de concurso de pessoas, na qual o não se comunicam. Por outro lado, as circunstâncias de caráter real
agente colabora para a prática delituosa, mas não pratica a conduta ou objetivas (se referem ao fato), se comunicam, sob uma condi-
descrita no núcleo do tipo penal. ção: é necessário que a circunstância tenha entrado na esfera de
conhecimento dos demais agentes. Ex. A informa o seu partícipe
que usará emboscada para matar, ambos respondem por essa qua-
Participação Moral Participação Material lificadora.
Instiga (reafirma a ideia) ou Presta auxílio fornecendo obje- Outro ponto interessante é que elementares sempre se comu-
induz (cria a ideia) em outrem. to ou condições para a fuga nicam, sejam objetivas ou subjetivas, desde que tenham entrado na
(cumplicidade). esfera de conhecimento do partícipe.
Para fechar com chave de ouro vale abordar a autoria colateral.
Pela teoria da adequação típica mediata, o partícipe mesmo O que é isso? Não se confunde com o concurso de pessoas, pois não
sem praticar a conduta descrita no núcleo do tipo pode ser punido, existe acordo de vontades. Imagine que 2 pessoas atiram na mesma
uma vez que, as normas de extensão da adequação típica possibili- vítima, mas os peritos não conseguem identificar quem efetuou o
tam o raio de aplicação do tipo penal. Ou seja, soma o art. do crime disparo fatal. O resultado desta autoria incerta é que ambos res-
+ o art. 29 do CP = o resultado é conseguir punir o partícipe. pondem de forma tentada.
Outra figura curiosa é a cooperação dolosamente distinta, que
consiste em participação em crime menos grave (desvio subjetivo
de conduta). Ambos os agentes decidem praticar determinado cri-
me, mas durante a execução um deles decide praticar outro crime,
mais grave. Aquele que escolheu praticar somente o crime inicial
só responderá por este, salvo ficar comprovado que podia prever a
ocorrência do crime mais grave. Neste último caso, a pena do crime
inicial é aumentada até a metade.

269
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
Obs.: No concurso de multidão criminosa, quem lidera o crime É interessante que recentemente o STJ entendeu que o sim-
terá pena agravada e quem adere a conduta tem a pena atenuada. ples fato do condutor do automóvel estar embriagado não gera a
Há concurso de pessoas, pois existe vínculo subjetivo, no sentido presunção de que tenha havido dolo eventual, no caso de acidente
de que um adere a conduta do outro, mesmo que de forma tácita. de trânsito com o resultado morte. O STF, no mesmo sentido, con-
siderou que não havia homicídio doloso na conduta de um homem
que entregou o seu carro a uma mulher embriagada para que esta
TÍTULOS I, II E XI DA PARTE ESPECIAL dirigisse o veículo, mesmo tendo havido acidente por causa da em-
DO CÓDIGO PENAL briaguez, resultando a morte da mulher condutora.
Por outro lado, já foi reconhecido o dolo eventual por estar diri-
Os crimes contra a pessoa protegem os bens jurídicos vida e gindo na contramão embriagado, uma vez que, o condutor assumiu
integridade física da pessoa, encontram-se entre os artigos 121 ao o risco de causar lesões/morte de outrem. Inclusive, a tentativa é
154 do Código Penal. A jurisprudência é vasta sobre tais tipos pe- compatível com o dolo eventual.
nais e muitas vezes repleta de polêmicas, como, por exemplo, no Quanto a qualificadora do motivo fútil, o STJ não a enquadra
caso do aborto. nos casos de racha. Todavia, aplica-se a qualificadora do meio cruel
no caso de reiteração de golpes na vítima. Ademais, a qualificadora
Homicídio do motivo fútil é compatível com o homicídio praticado com dolo
• O homicídio simples consiste em matar alguém. eventual. Mas a qualificadora da traição/emboscada/dissimulação
• O homicídio privilegiado recebe causa de diminuição de pena não é compatível com dolo eventual, pois exige-se um planejamen-
de 1/6 a 1/3, desde que o motivo seja de relevante valor moral ou to do crime que o dolo eventual não proporciona.
social (ex. matou o estuprador da filha); sob domínio de violenta A qualificadora do feminicídio é compatível com o motivo tor-
emoção logo após injusta provocação da vítima (ex. matou o aman- pe, pois está solidificado nos tribunais superiores o entendimento
te da esposa ao pegá-los no flagra). que o feminicídio é uma qualificadora objetiva que combina com
• O homicídio é qualificado e recebe pena-base maior nos ca- as qualificadoras subjetivas (motivo do crime), bem como com o
sos de paga ou promessa de recompensa ou outro motivo torpe homicídio privilegiado.
(ex. matar por dinheiro); emprego de veneno, fogo, explosivo, as- Por fim, lembre-se que a jurisprudência considera que algumas
fixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel (ex. queimar a pes- situações merecem a extinção da punibilidade pelo perdão judicial,
soa viva), ou de que possa resultar perigo comum (ex. incendiar um quando o homicídio é culposo e o agente já sofreu suficientemente
prédio para matar seu desafeto); traição, emboscada, dissimulação as consequências do crime. Exemplo: pai atropela o filho.
ou outro recurso que dificulte a defesa do ofendido (ex. mata-lo em Ainda sobre o homicídio culposo, a causa de aumento não é
rua sem saída); para assegurar a execução, ocultação, impunidade afastada se o agente deixa de prestar socorro em caso de morte
ou vantagem de outro crime (ex. matar a testemunha de um crime). instantânea da vítima, salvo se o óbito realmente for evidente.

Obs.: O feminicídio é uma espécie de homicídio qualificado, no ▪ Homicídio simples


qual o agente mata a mulher por razões da condição de sexo fe- Art. 121. Matar alguém:
minino, isto é, no contexto de violência doméstica ou familiar, ou, Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
menosprezo/discriminação à condição de mulher.
• Caso de diminuição de pena
Causas de Causas de § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de rele-
Causas de aumento vante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção,
aumento do aumento do
do feminicídio logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir
homicídio culposo homicídio doloso
a pena de um sexto a um terço.
Ocorrer durante a
gestação ou nos 3 ▪ Homicídio qualificado
Vítima menor de
meses posteriores § 2° Se o homicídio é cometido:
14 anos ou maior
ao parto; contra I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro
de 60 anos; crime
menor de 14 anos motivo torpe;
Se ocorrer a praticado por
ou maior de 60 anos II - por motivo fútil;
inobservância milícia privada,
ou pessoa portadora III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura
de regra técnica sob o pretexto
de deficiência/ ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo
profissional; deixar de prestação
doença degenerativa; comum;
de prestar socorro. de serviço
na presença de IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou ou-
de segurança
ascendente ou tro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido;
ou grupo de
descendente; V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou
extermínio.
descumprindo vantagem de outro crime:
medida protetiva. Pena - reclusão, de doze a trinta anos.

Obs.: O homicídio contra autoridade da Segurança Pública, no ▪ Feminicídio


exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino:
companheiro ou parente até 3º grau qualifica o homicídio. VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144
da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da For-
ça Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em
decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente
consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição:

270
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
VIII - (VETADO): Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. (Redação
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. dada pela Lei nº 13.968, de 2019)
§ 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino § 1º Se da automutilação ou da tentativa de suicídio resulta le-
quando o crime envolve: são corporal de natureza grave ou gravíssima, nos termos dos §§ 1º
I - violência doméstica e familiar; e 2º do art. 129 deste Código: (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019)
II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher. Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. (Incluído pela Lei nº
13.968, de 2019)
▪ Homicídio culposo § 2º Se o suicídio se consuma ou se da automutilação resulta
§ 3º Se o homicídio é culposo: morte:(Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019)
Pena - detenção, de um a três anos. Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. (Incluído pela Lei nº
13.968, de 2019)
▪ Aumento de pena § 3º A pena é duplicada: (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019)
§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um ter- I - se o crime é praticado por motivo egoístico, torpe ou fútil;
ço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profis- (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019)
são, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa,
à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge a capacidade de resistência. (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019)
para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é § 4º A pena é aumentada até o dobro se a conduta é realizada
aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa por meio da rede de computadores, de rede social ou transmitida
menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. em tempo real. (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019)
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de § 5º Aumenta-se a pena em metade se o agente é líder ou co-
aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio ordenador de grupo ou de rede virtual. (Incluído pela Lei nº 13.968,
agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desneces- de 2019)
sária. § 6º Se o crime de que trata o § 1º deste artigo resulta em le-
§ 6oA pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o são corporal de natureza gravíssima e é cometido contra menor de
crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação 14 (quatorze) anos ou contra quem, por enfermidade ou deficiência
de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio. mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato,
§ 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência,
metade se o crime for praticado: responde o agente pelo crime descrito no § 2º do art. 129 deste
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao par- Código. (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019)
to; § 7º Se o crime de que trata o § 2º deste artigo é cometido
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (ses- contra menor de 14 (quatorze) anos ou contra quem não tem o ne-
senta) anos, com deficiência ou portadora de doenças degenerati- cessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer
vas que acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade física outra causa, não pode oferecer resistência, responde o agente pelo
ou mental; crime de homicídio, nos termos do art. 121 deste Código.
III - na presença física ou virtual de descendente ou de ascen-
dente da vítima; O crime consiste em colocar a ideia ou incentivar a ideia do
IV - em descumprimento das medidas protetivas de urgência suicídio ou automutilação, bem como prestar auxílio material (ex.
previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 22 da Lei nº 11.340, de emprestar a faca). As penas são diferentes, a depender do resultado
7 de agosto de 2006. do crime.
• Lesão corporal de natureza grave ou gravíssima: Reclusão de
Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a automuti- 1 a 3 anos;
lação • Resultado morte: Reclusão de 2 a 6 anos.
Este crime sofreu alteração com o Pacote Anticrime, em razão
do episódio da “Baleia Azul”, jogo desenvolvido entre jovens, no Ademais, as penas são duplicadas se o crime é praticado por
qual incitava-se a automutilação e o suicídio. motivo egoístico, torpe ou fútil (motivo banal), bem como se a ví-
tima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade
▪ Antes do Pacote Anticrime de resistência. No mesmo sentido, a pena é aumentada até o do-
Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe bro se a conduta é realizada por meio da internet (ex. jogo baleia
auxílio para que o faça: azul). Ademais, aumenta-se a pena em metade se o agente é o líder
Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou (quem manda).
reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão Se o resultado é lesão corporal de natureza gravíssima e é co-
corporal de natureza grave. metido contra menor de 14 (quatorze) anos ou contra quem, por
Parágrafo único - A pena é duplicada: enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discerni-
mento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não
Aumento de pena pode oferecer resistência, responde o agente pelo crime de Lesão
I - se o crime é praticado por motivo egoístico; Corporal qualificada como gravíssima.
II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, Se o resultado é a morte e o crime é cometido contra menor
a capacidade de resistência. de 14 (quatorze) anos ou contra quem não tem o necessário discer-
nimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa,
Após o Pacote Anticrime não pode oferecer resistência, responde o agente pelo crime de
Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a praticar homicídio.
automutilação ou prestar-lhe auxílio material para que o faça: (Re-
dação dada pela Lei nº 13.968, de 2019)

271
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
Infanticídio ▪ Aborto necessário
Consiste em matar o filho sob influência dos hormônios (esta- I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
do puerperal), durante o parto ou logo após.
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio ▪ Aborto no caso de gravidez resultante de estupro
filho, durante o parto ou logo após: II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de
Pena - detenção, de dois a seis anos. consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu represen-
tante legal.
Aborto
O Código Penal divide o aborto em: Lesão Corporal
▪ Aborto provocado pela gestante ou com o seu consentimen- Consiste em ofender a integridade corporal ou saúde de ou-
to: Consiste em provocar o aborto em si mesma, ex. mediante chás. trem. A pena é aumentada em caso de violência doméstica, como
Ou, consentir que alguém o provoque, ex. ir em uma clínica abor- forma de prestígio à Lei Maria da Penha. Ademais, qualifica o crime
tiva. a depender do resultado das lesões:

▪ Aborto provocado por terceiro: No aborto provocado por Qualificadora de natureza


terceiro, pode existir ou não o consentimento da gestante. No pri- Qualificadora de natureza grave
gravíssima
meiro caso perceba que cada um vai responder por um crime, a
gestante por consentir, o terceiro por abortar. Incapacidade para as ocupações
Incapacidade permanente
habituais por mais de 30 dias,
para o trabalho, ex. não
É considerado aborto sem o consentimento da gestante se ela ex. passar roupa.
consegue mais trabalhar.
é menor de 14 anos, sofre de problemas mentais, se o consenti- Perigo de vida, ex. correu risco
Enfermidade incurável, ex.
mento é obtido mediante fraude/grave ameaça/violência. na cirurgia.
adquire deficiência mental.
Tanto no aborto com ou sem o consentimento da gestante exis- Debilidade permanente de
Deformidade permanente,
te causa de aumento de pena se ela morre ou sofre lesão corporal membro, sentido ou função, ex.
ex. rosto queimado.
grave. não consegue escrever como
Aborto.
▪ Aborto necessário: Não se pune o aborto praticado por médi- antes.
Perda de membro, sentido
co caso não haja outro meio se salvar a vida da gestante. Aceleração do parto, ex. nasce
ou função, ex. fica cego.
prematuro.
▪ Aborto no caso de gravidez resultante de estupro: Não se
pune o aborto praticado por médico se a gravidez resulta de estu- No caso de lesão corporal seguida de morte, a morte é culposa
pro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou seu e a lesão corporal dolosa. A morte qualifica a lesão corporal. Ex.
representante legal, no caso de incapacidade. João tem a intenção de espancar seu desafeto, que acaba falecen-
do.
A grande polêmica do aborto circunda na questão da interrup- A lesão corporal é privilegiada se o agente comete o crime im-
ção da gravidez no primeiro trimestre. O STF já decidiu que não há pelido por motivo de relevante valor moral ou social (ex. espanca
crime se existe o consentimento da gestante ou trata-se de auto- o estuprador de sua filha); sob o domínio de violenta emoção logo
aborto. A Suprema Corte fundamentou que a criminalização, nessa após injusta provocação da vítima (ex. espanca o amante da esposa
hipótese, viola os direitos fundamentais da mulher e o princípio da ao pegá-los no flagra). Resultado: O juiz pode diminuir a pena, ou,
proporcionalidade. não sendo grave a lesão, o juiz pode substituir a pena de detenção
por multa. No mesmo sentido, se a lesão não é grave e as lesões
▪ Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento são recíprocas, o juiz pode substituir a pena de detenção por multa.
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que ou- São causas de aumento:
trem lho provoque: • Na lesão corporal culposa – inobservância de regra técnica
Pena - detenção, de um a três anos. profissional, deixar de prestar socorro.
• Na lesão corporal dolosa – vítima menor de 14 anos ou maior
▪ Aborto provocado por terceiro de 60 anos, praticado por milícia privada ou grupo de extermínio.
Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante:
Pena - reclusão, de três a dez anos. Obs.: Causar lesão contra autoridade de segurança pública no
Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante: exercício de função ou em decorrência dela, bem como contra pa-
Pena - reclusão, de um a quatro anos. rente até 3º grau dessas pessoas enseja causa de aumento.
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a ges-
tante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou débil mental, Bem como no homicídio culposo, a lesão corporal culposa pos-
ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou sibilita a aplicação do perdão judicial e a isenção da pena. Ex. ma-
violência chucou o filho sem querer.
A lesão corporal praticada contra o cônjuge, ascendente, des-
▪ Forma qualificada cendente e irmão, com quem conviva ou tenha convivido, ou, pre-
Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são valecendo-se das relações domésticas enseja aumento na pena do
aumentadas de um terço, se, em consequência do aborto ou dos crime qualificado por lesão grave ou gravíssima. Ademais, aumenta
meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal a pena o crime de lesão corporal em âmbito doméstico se a vítima
de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas cau- é portadora de deficiência.
sas, lhe sobrevém a morte.
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico:

272
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
A jurisprudência caminha no sentido que a qualificadora da § 11.Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será aumentada
deformidade permanente não é afastada em razão de posterior ci- de um terço se o crime for cometido contra pessoa portadora de
rurgia plástica reparadora. Ademais, perda de dois dentes configura deficiência.
lesão grave, uma vez que, ocasiona debilidade permanente (dificul- § 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente
dade para mastigar). descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes
do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no
Lesão corporal exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge,
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão
Pena - detenção, de três meses a um ano. dessa condição, a pena é aumentada de um a dois terços.

Lesão corporal de natureza grave Periclitação da vida e da saúde


§ 1º Se resulta: • Perigo de contágio venéreo: Consiste em expor outrem por
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta meio de relações sexuais a contágio de moléstia venérea, quando
dias; sabe ou deve saber que está contaminado. Ex. João sabe que tem
II - perigo de vida; AIDS, mas insiste em ter relações sexuais com a sua esposa de ma-
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; neira desprotegida.
IV - aceleração de parto: Se a intenção do agente é transmitir a moléstia venérea o crime
Pena - reclusão, de um a cinco anos. qualifica-se, isto é, possui uma pena mais severa.
§ 2° Se resulta: Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qual-
I - Incapacidade permanente para o trabalho; quer ato libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que sabe ou
II - enfermidade incurável; deve saber que está contaminado:
III perda ou inutilização do membro, sentido ou função; Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
IV - deformidade permanente; § 1º - Se é intenção do agente transmitir a moléstia:
V - aborto: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Pena - reclusão, de dois a oito anos. § 2º - Somente se procede mediante representação.

Lesão corporal seguida de morte • Perigo de contágio de moléstia grave: consiste em praticar
§ 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o ato capaz de produzir contágio, tendo o dolo se transmitir a outrem
agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo: a moléstia (doença) de que está contaminado. Ex. sabendo que es-
Pena - reclusão, de quatro a doze anos. tou com coronavírus espirro na face do meu desafeto.
Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia
Diminuição de pena grave de que está contaminado, ato capaz de produzir o contágio:
§ 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de rele- Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
vante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção,
logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir • Perigo para a vida ou saúde de outrem: consiste em expor
a pena de um sexto a um terço. a vida ou saúde de outrem a perigo direto e iminente. A pena é
aumentada se o perigo ocorre em transporte de pessoas. Ex. trans-
Substituição da pena portar crianças de uma creche sem que o automóvel respeite as
§ 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a normas de segurança.
pena de detenção pela de multa, de duzentos mil réis a dois contos Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e
de réis: iminente:
I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior; Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui
II - se as lesões são recíprocas. crime mais grave.
Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um terço
Lesão corporal culposa se a exposição da vida ou da saúde de outrem a perigo decorre do
§ 6° Se a lesão é culposa: transporte de pessoas para a prestação de serviços em estabeleci-
Pena - detenção, de dois meses a um ano. mentos de qualquer natureza, em desacordo com as normas legais.

Aumento de pena • Abandono de incapaz: Abandonar a pessoa que está sob o


§ 7oAumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer seu cuidado/guarda/vigilância/autoridade incapaz de se defender
das hipóteses dos §§ 4o e 6o do art. 121 deste Código. dos riscos do abandono. Ex. deixo meu sobrinho menor de idade
§ 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121. em uma viela perigosa. Eventual lesão corporal ou morte qualificam
o crime. Aumenta a pena se o abandono ocorrer em local ermo,
Violência Doméstica entre parentes próximos/tutor/curador, se a vítima é maior de 60
§ 9oSe a lesão for praticada contra ascendente, descendente, anos.
irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda,
convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domés- vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defen-
ticas, de coabitação ou de hospitalidade: der-se dos riscos resultantes do abandono:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. Pena - detenção, de seis meses a três anos.
§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo, se as cir- § 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave:
cunstâncias são as indicadas no § 9o deste artigo, aumenta-se a Pena - reclusão, de um a cinco anos.
pena em 1/3 (um terço). § 2º - Se resulta a morte:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.

273
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
Aumento de pena Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua
§ 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tra-
terço: tamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados
I - se o abandono ocorre em lugar ermo; indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequa-
II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, do, quer abusando de meios de correção ou disciplina:
tutor ou curador da vítima. Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa.
III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos § 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
• Exposição de abandono de recém nascido: consiste em ex- § 2º - Se resulta a morte:
por/abandonar o recém nascido para ocultar desonra própria. Ex. Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
tenho um filho fora do casamento e o abandono para o meu esposo § 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado
não saber. Eventual lesão corporal ou morte do recém-nascido qua- contra pessoa menor de 14 (catorze) anos.
lificam o crime.
Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar de- ▪ Rixa: Consiste em participar da rixa, salvo se a intenção do
sonra própria: agente é separar a briga. Qualifica o crime eventual lesão corporal
Pena - detenção, de seis meses a dois anos. grave ou morte.
§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - detenção, de um a três anos. Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar os contendores:
§ 2º - Se resulta a morte: Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.
Pena - detenção, de dois a seis anos. Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão corporal de natu-
reza grave, aplica-se, pelo fato da participação na rixa, a pena de
• Omissão de socorro: crime omissivo, no sentido de deixar de detenção, de seis meses a dois anos.
prestar assistência quando possível fazê-lo a criança abandonado,
pessoa inválida ou ferida, ao desamparo, em grave ou iminente pe- ▪ Crimes contra a honra
rigo. Se não for possível o socorro direto, o agente deve, pelo me- • Calúnia: Atribuir a outrem um fato criminoso que o sabe fal-
nos, pedir socorro à autoridade pública, para não cometer o crime so. Ex. Eu digo que Juquinha subtraiu o relógio de Joana enquanto
de omissão de socorro. A lesão corporal grave e a morte aumentam ela dormia, mesmo sabendo que isso não é verdade.
a pena. Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato de-
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo finido como crime:
sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou § 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputa-
não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública: ção, a propala ou divulga.
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. § 2º - É punível a calúnia contra os mortos.
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omis- Para se livrar do crime de calúnia o agente pode provar que re-
são resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta almente está certo no fato criminal que contou. Esse é o instituto da
a morte. exceção da verdade, mas que não pode ser usado em alguns casos:
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o
• Condicionamento de atendimento médico-hospitalar emer- ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível;
gencial: exigir garantia, bem como preenchimento de formulários II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº
administrativos, como condição para o atendimento médico hos- I do art. 141 (contra o Presidente da República, ou contra chefe de
pitalar emergencial. Ex. chego no PS infartando e me mandam dar governo estrangeiro);
uma garantia financeira para que ocorra o meu atendimento. Au- III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido
mentam a pena eventual morte ou lesão corporal grave. foi absolvido por sentença irrecorrível.
Art. 135-A.Exigir cheque-caução, nota promissória ou qualquer
garantia, bem como o preenchimento prévio de formulários admi- • Difamação: Atribuir a outrem um fato desabonador. Ex. Eu
nistrativos, como condição para o atendimento médico-hospitalar digo que Joana se prostitui nas horas vagas.
emergencial: Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. reputação:
Parágrafo único.A pena é aumentada até o dobro se da negati- Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
va de atendimento resulta lesão corporal de natureza grave, e até o Exceção da verdade
triplo se resulta a morte. Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite se
o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício
• Maus tratos: Expor a perigo de vida/saúde uma pessoa que de suas funções.
está sob sua autoridade/guarda/vigilância, tendo como finalidade Motivo: é do interesse da Administração Pública saber sobre a
educação, ensino, tratamento, custódia, privando-a de alimentação conduta dos seus funcionários.
ou cuidados indispensáveis, sujeitando-a a trabalho excessivo ou
inadequado, abusando dos meios de correção e disciplina. Ex. pai • Injúria: É o famoso xingar outrem. Ex. palavrões.
espanca o filho com a intenção de educá-lo. Caso ocorra lesão cor- Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o de-
poral grave ou morte da vítima a pena é aumentada, bem como se coro:
ela possui menos de 14 anos de idade. Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Não cabe exceção da verdade. Mas o juiz pode deixar de aplicar
a pena se o ofendido provocou a injúria ou no caso de retorsão ime-
diata que consista em outra injúria (um injuria o outro).

274
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
Obs.: A injúria possui duas qualificadoras: 1) se há violência/ Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
vias de fato, ex. puxão de orelha para dizer que Juquinha é burro;
2) Injúria racial, ex. dizer que Juquinha é um macaco em razão da Aumento de pena
sua cor. § 1º - As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro, quan-
do, para a execução do crime, se reúnem mais de três pessoas, ou
Em qualquer dos 3 crimes a pena é aumentada quando prati- há emprego de armas.
cado contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo § 2º - Além das penas cominadas, aplicam-se as corresponden-
estrangeiro; contra funcionário público, em razão de suas funções; tes à violência.
na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação § 3º - Não se compreendem na disposição deste artigo:
da calúnia, da difamação ou da injúria; contra pessoa maior de 60 I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do
(sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no caso de injú- paciente ou de seu representante legal, se justificada por iminente
ria (neste caso qualifica). Se o crime é cometido mediante paga ou perigo de vida;
promessa de recompensa, aplica-se a pena em dobro. II - a coação exercida para impedir suicídio.
Existe a exclusão do crime de injúria ou difamação se:
I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte • Ameaça: Ameaçar alguém de lhe causar mal injusto e grave.
ou por seu procurador (ex. discussões nas sessões de julgamento); Ex. vou te matar.
II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou cientí- Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou
fica, salvo quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar (ex. qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave:
crítica de um especialista no assunto); Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público, Parágrafo único - Somente se procede mediante representa-
em apreciação ou informação que preste no cumprimento de dever ção.
do ofício (ex. avaliação de funcionário).
• Sequestro e cárcere privado: Consiste em privar alguém da
Todavia, nos casos dos nº I e III, responde pela injúria ou pela sua liberdade. Ex. Juquinha prende Maria no quarto por dias. Qua-
difamação quem lhe dá publicidade. lifica o crime se a vítima é maior de 60 anos ou menor de 18 anos,
parente, o modus operandi é a internação da vítima, se dura mais
Por fim, cabe retratação, isto é, o agente antes da sentença se de 15 dias, se há fins libidinosos, resulta grave sofrimento físico ou
retrata cabalmente da calúnia ou difamação. A consequência é que moral.
ficará isento de pena. Outra opção para evitar a responsabilização Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro
criminal é se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, di- ou cárcere privado:
famação ou injúria, quem se julga ofendido pode pedir explicações Pena - reclusão, de um a três anos.
em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as § 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos:
dá satisfatórias, responde pela ofensa. I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou compa-
Quanto ao entendimento dos tribunais, algumas decisões me- nheiro do agente ou maior de 60 (sessenta) anos;
recem destaque: II - se o crime é praticado mediante internação da vítima em
• Em uma única carta pode estar configurado o crime de calú- casa de saúde ou hospital;
nia, difamação e injúria. III - se a privação da liberdade dura mais de quinze dias.
• Configura difamação edição e publicação de vídeo que faz IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos;
parecer que a vítima está falando mal de negros e pobres. V – se o crime é praticado com fins libidinosos.
• A esposa tem legitimidade para propor queixa-crime contra § 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natu-
autor de postagem que sugere relação extraconjugal do marido reza da detenção, grave sofrimento físico ou moral:
com outro homem. Pena - reclusão, de dois a oito anos.
• Deputado que em entrevista afirma que determinada depu-
tada não merece ser estuprada pratica, em tese, crime de injúria. • Redução à condição análoga a de escravo: consiste em sub-
• Não deve ser punido deputado federal que profere palavras meter alguém a trabalhos forçados ou jornada exaustiva, condições
injuriosas contra adversário político que também o ofendeu ime- degradantes de trabalho, restringindo a sua locomoção em razão de
diatamente antes. dívida contraída. Responde pela mesma pena quem cerceia o meio
• O advogado não comete calúnia se não ficar provada a sua de transporte para reter a vítima no local de trabalho, mantém vi-
intenção de ofender a honra, ainda que contra magistrado. gilância ou se apodera de documentos da vítima com o fim retê-la.
Aumenta a pena se existe motivo de preconceito ou se é contra
Crimes contra a liberdade pessoal criança/adolescente.
• Constrangimento ilegal: Consiste em constranger alguém
mediante violência ou grave ameaça, ou depois de reduzir a sua Obs.: Não é requisito para a configuração do crime a restrição
capacidade de resistência, para não fazer o que a lei permite ou da liberdade de locomoção dos trabalhadores.
a fazer o que ela não mandar. Além da pena do constrangimento,
é aplicada a pena da violência. Exceções: intervenção médica ou Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer
cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou seu representante submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer
legal, se justificada por iminente perigo de vida, e no caso de impe- sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringin-
dimento de suicídio. Aumento de pena: reunião de mais de 3 pes- do, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída
soas ou emprego de arma. com o empregador ou preposto:
Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena cor-
ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, respondente à violência.
a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a
fazer o que ela não manda:

275
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem: Em recente decisão, o STJ entendeu que configura o crime de
I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do violação de domicílio o ingresso e permanência, sem autorização,
trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho; em gabinete de delegado de polícia, embora faça parte de um pré-
II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apo- dio/repartição pública.
dera de documentos ou objetos pessoais do trabalhador, com o fim
de retê-lo no local de trabalho. Crimes contra a inviolabilidade de correspondências
§ 2o A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido: • Violação de correspondência: Devassar indevidamente o
I – contra criança ou adolescente; conteúdo de correspondência fechada, dirigida a outrem.
II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou • Sonegação ou destruição de correspondência: Se apossa in-
origem. devidamente de correspondência alheia, embora não fechada e, no
todo ou em parte, a sonega ou destrói.
•Tráfico de Pessoas: Consiste em agenciar/ aliciar/recrutar/ • Violação de comunicação telegráfica, radioelétrica ou tele-
transportar/transferir/comprar/alojar/acolher, mediante violência, fônica: Quem indevidamente divulga, transmite a outrem ou utiliza
grave ameaça, coação, fraude ou abuso uma pessoa tendo a finali- abusivamente comunicação telegráfica ou radioelétrica dirigida a
dade de remover partes do corpo, submetê-la a trabalho em con- terceiro, ou conversação telefônica entre outras pessoas;
dições análogas a de escravo, submetê-la a servidão, adoção ilegal
ou exploração sexual. Aumenta a pena se o crime é cometido por Quem impede a comunicação ou a conversação referidas no
funcionário público; contra criança/adolescente/idoso/deficiente; número anterior;
se há retirada do território nacional; se prevalece da relação que Quem instala ou utiliza estação ou aparelho radioelétrico.
tem com a vítima. A pena é diminuída caso o agente seja primário e • Correspondência comercial:Abusar da condição de sócio ou
não integre organização criminosa. empregado de estabelecimento comercial ou industrial para, no
todo ou em parte, desviar, sonegar, subtrair ou suprimir correspon-
Art. 149-A.Agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, dência, ou revelar a estranho seu conteúdo.
comprar, alojar ou acolher pessoa, mediante grave ameaça, violên-
cia, coação, fraude ou abuso, com a finalidade de: Obs.:As penas aumentam-se de metade, se há dano para ou-
I - remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo; trem. Se o agente comete o crime, com abuso de função em serviço
II - submetê-la a trabalho em condições análogas à de escravo; postal, telegráfico, radioelétrico ou telefônico o crime qualifica-se.
III - submetê-la a qualquer tipo de servidão;
IV - adoção ilegal; ou Crimes contra a inviolabilidade dos segredos
V - exploração sexual.
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. Violação do segredo
§ 1o A pena é aumentada de um terço até a metade se: Divulgação de segredo
profissional
I - o crime for cometido por funcionário público no exercício de
suas funções ou a pretexto de exercê-las; Divulgar alguém, sem justa
II - o crime for cometido contra criança, adolescente ou pessoa causa, conteúdo de documento
idosa ou com deficiência; particular ou de correspondência
III - o agente se prevalecer de relações de parentesco, domés- confidencial, de que é Revelar alguém, sem justa
ticas, de coabitação, de hospitalidade, de dependência econômica, destinatário ou detentor, e cuja causa, segredo, de que
de autoridade ou de superioridade hierárquica inerente ao exercício divulgação possa produzir dano tem ciência em razão de
de emprego, cargo ou função; ou a outrem. função, ministério, ofício ou
IV - a vítima do tráfico de pessoas for retirada do território na- Qualifica divulgar, sem justa profissão, e cuja revelação
cional. causa, informações sigilosas ou possa produzir dano a
§ 2o A pena é reduzida de um a dois terços se o agente for pri- reservadas, assim definidas em outrem.
mário e não integrar organização criminosa. lei, contidas ou não nos sistemas
de informações ou banco de
Crimes contra a inviolabilidade do domicílio - Violação de do- dados da Administração Pública.
micílio
Entrar ou permanecer em casa alheia, de maneira clandestina/ Por fim, configura o crime de invasão de dispositivo informáti-
astuciosa, contra a vontade de quem de direito (ex. proprietário). co o indivíduo que invade dispositivo informático alheio, conectado
Qualifica quando o crime é cometido no período da noite, lugar ou não à rede de computadores, mediante violação indevida de me-
ermo, mediante violência ou arma, 2 ou mais pessoas. Aumenta canismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir
se o agente é funcionário público. Não configura o crime se é caso dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titu-
de prisão em flagrante ou efetuar prisão/diligências durante o dia. lar do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem
ilícita. Ex. Hacker. Na mesma pena incorre quem produz, oferece,
distribui, vende ou difunde dispositivo ou programa de computador
É casa Não é casa
com o intuito de permitir a prática da conduta. Aumenta-se a pena
I - qualquer compartimento de um sexto a um terço se da invasão resulta prejuízo econômico.
habitado; I - hospedaria, estalagem ou Qualifica o crime se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de
II - aposento ocupado de habita- qualquer outra habitação comunicações eletrônicas privadas, segredos comerciais ou indus-
ção coletiva; coletiva, enquanto aberta; triais, informações sigilosas, assim definidas em lei, ou o controle
III - compartimento não aberto II - taverna, casa de jogo e ou- remoto não autorizado do dispositivo invadido. Nesse último caso,
ao público, onde alguém exerce tras do mesmo gênero. aumenta-se a pena de um a dois terços se houver divulgação, co-
profissão ou atividade. mercialização ou transmissão a terceiro, a qualquer título, dos da-
dos ou informações obtidas.

276
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
Obs.: Aumenta-se a pena de um terço à metade se o crime for I – aumenta-se de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime
praticado contra: Presidente da República, governadores e prefei- é praticado mediante a utilização de servidor mantido fora do ter-
tos; Presidente do Supremo Tribunal Federal; Presidente da Câmara ritório nacional
dos Deputados, do Senado Federal, de Assembleia Legislativa de II – aumenta-se de 1/3 (um terço) ao dobro, se o crime é prati-
Estado, da Câmara Legislativa do Distrito Federal ou de Câmara Mu- cado contra idoso ou vulnerável.
nicipal; ou dirigente máximo da administração direta e indireta fe- A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração for de
deral, estadual, municipal ou do Distrito Federal. veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado
ou para o exterior.
CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a subtração
for de semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou
Em primeiro lugar, é importante conhecer as alterações que o dividido em partes no local da subtração.
Pacote Anticrime fez nos crimes contra o patrimônio: A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa,
• No crime de roubo, a pena passou a ser aumentada de 1/3 se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que,
até 1/2 se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem
ARMA BRANCA. Ademais, a pena aumenta-se de 2/3 se a violên- ou emprego.
cia ou ameaça é exercida com emprego de ARMA DE FOGO. Por
fim, aplica-se a pena em DOBRO se a violência ou grave ameaça é ▪ Furto privilegiado
exercida com emprego de ARMA DE FOGO DE USO RESTRITO OU Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada,
PROIBIDO. o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminu-
• O crime de estelionato passou a ter como regra de Ação Pe- í-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa. Obs.
nal Pública Condicionada a Representação. Exceção: Será de Ação outros crimes patrimoniais sem violência/grave ameaça, também,
penal pública INCONDICIONADA quando a vítima for: I - a Admi- recebem o benefício.
nistração Pública, direta ou indireta; II - criança ou adolescente; III
- pessoa com deficiência mental; ou IV - maior de 70 anos de idade ▪ Furto de Coisa Comum
ou incapaz. Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para si
• A pena do crime de concussão também mudou: De Reclusão, ou para outrem, a quem legitimamente a detém, a coisa comum:
de 2 a 8 anos, e multa, passou para Reclusão, de 2 a 12 anos, e mul- Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
ta. Essa é uma novatio legis in pejus, logo, não retroage. § 1º - Somente se procede mediante representação.
§ 2º - Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo
Furto valor não excede a quota a que tem direito o agente.
Consiste na subtração de bem alheio, sem violência nem grave
ameaça. Atente-se para a novidade legislativa de 2021:
§ 4º-B. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: multa, se o furto mediante fraude é cometido por meio de disposi-
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. tivo eletrônico ou informático, conectado ou não à rede de compu-
tadores, com ou sem a violação de mecanismo de segurança ou a
— Causa de aumento utilização de programa malicioso, ou por qualquer outro meio frau-
A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante dulento análogo. (Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021)
o repouso noturno. Ex. enquanto os moradores da casa estavam Ex. quando o furto mediante fraude ocorre em ambiente vir-
dormindo o agente furta o lar. tual.

— Qualificadoras § 4º-C. A pena prevista no § 4º-B deste artigo, considerada a re-


A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é levância do resultado gravoso: (Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021)
cometido: I – aumenta-se de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração é praticado mediante a utilização de servidor mantido fora do terri-
da coisa; tório nacional; (Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021)
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou II – aumenta-se de 1/3 (um terço) ao dobro, se o crime é pra-
destreza; ticado contra idoso ou vulnerável. (Incluído pela Lei nº 14.155, de
III - com emprego de chave falsa; 2021)
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
Atente-se que são causas de aumento: servidor mantido fora
A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, do país; praticado contra idoso ou vulnerável.
se houver emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause A mudança legislativa teve como escopo reprimir os crimes de
perigo comum. alta tecnologia, pois atualmente é muito comum que o furto (sub-
A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa, se tração de dinheiro) ocorra por meio de dispositivo eletrônico ou
o furto mediante fraude é cometido por meio de dispositivo eletrô- informático.
nico ou informático, conectado ou não à rede de computadores, As causas de aumento se justificam por dois motivos:
com ou sem a violação de mecanismo de segurança ou a utilização • É mais difícil de investigar e punir servidor mantido fora do
de programa malicioso, ou por qualquer outro meio fraudulento país;
análogo. • É mais repugnante quando cometido contra idoso ou vulne-
A pena prevista no § 4º-B deste artigo, considerada a relevância rável.
do resultado gravoso:

277
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
Roubo § 3ºSe o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da
É a subtração de bens alheios violenta, com grave ameaça ou vítima, e essa condição é necessária para a obtenção da vantagem
reduzindo a possibilidade de resistência da vítima (ex. boa noite econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além
cinderela). da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as
penas previstas no art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente.
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem,
mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê- ▪ Extorsão mediante sequestro
-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência: Art. 159 - Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate:
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída Pena - reclusão, de oito a quinze anos.
a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim § 1º Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se
de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si o sequestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta)
ou para terceiro. anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha.
Pena - reclusão, de doze a vinte anos.
— Causa de aumento § 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
§ 2ºA pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade: Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas; § 3º - Se resulta a morte:
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.
agente conhece tal circunstância. § 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser
o denunciar à autoridade, facilitando a libertação do sequestrado,
transportado para outro Estado ou para o exterior;
terá sua pena reduzida de um a dois terços.
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo
sua liberdade.
▪ Extorsão indireta
VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de aces-
sórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando
montagem ou emprego. da situação de alguém, documento que pode dar causa a procedi-
VII - se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego mento criminal contra a vítima ou contra terceiro:
de arma branca; Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
§ 2º-AA pena aumenta-se de 2/3 (dois terços):
I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma Usurpação
de fogo; Dentro do capítulo usurpação estão inseridos os seguintes cri-
II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o mes:
emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo co- • Alteração de limites: suprimir ou deslocar tapume, marco, ou
mum. qualquer outro sinal indicativo de linha divisória, para apropriar-se,
no todo ou em parte, de coisa imóvel alheia.
— Qualificadora • Usurpação de águas: desviar ou represar, em proveito próprio
§ 2º-B.Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego ou de outrem, águas alheias.
de arma de fogo de uso restrito ou proibido, aplica-se em dobro a • Esbulho possessório: invadir, com violência a pessoa ou grave
pena prevista no caput deste artigo. ameaça, ou mediante concurso de mais de duas pessoas, terreno
§ 3º Se da violência resulta: ou edifício alheio, para o fim de esbulho possessório. Obs. Se a pro-
I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 priedade é particular, e não há emprego de violência, somente se
(dezoito) anos, e multa; procede mediante queixa.
II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, • Supressão ou alteração de marca em animais: Suprimir ou
e multa. alterar, indevidamente, em gado ou rebanho alheio, marca ou sinal
indicativo de propriedade.
Extorsão e Extorsão mediante sequestro
Os dois tipos penais não se confundem. Na extorsão, constran- Dano
ge-se alguém, de forma violenta ou com grave ameaça, para obter No crime de dano, os verbos núcleos do tipo são 3 - Destruir,
vantagem econômica. Na extorsão, mediante sequestro, seques-
inutilizar ou deteriorar (coisa alheia). Ademais, em 4 situações o cri-
tra-se a pessoa para obter qualquer vantagem, como condição ou
me é qualificado:
preço do resgate.
• com violência à pessoa ou grave ameaça;
• com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato
▪ Extorsão
Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave não constitui crime mais grave;
ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida • contra o patrimônio da União, de Estado, do Distrito Federal,
vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer de Município ou de autarquia, fundação pública, empresa pública,
alguma coisa: sociedade de economia mista ou empresa concessionária de servi-
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. ços públicos;
§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com • por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a víti-
emprego de arma, aumenta-se a pena de um terço até metade. ma (somente se procede mediante queixa).
§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o dis-
posto no § 3º do artigo anterior. No mesmo capítulo, o Código Penal traz mais algumas figuras
típicas:

278
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
Introdução ou abandono de animais em propriedade alheia Apropriação de coisa
(somente se procede mediante queixa) havida por erro, caso Apropriação Apropriação
Art. 164 - Introduzir ou deixar animais em propriedade alheia, fortuito ou força de tesouro de coisa achada
sem consentimento de quem de direito, desde que o fato resulte da natureza
prejuízo:
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, ou multa. II - quem acha coi-
sa alheia perdida
Dano em coisa de valor artístico, arqueológico ou histórico I - quem acha te- e dela se apropria,
Art. 165 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa tombada pela Art. 169 - Apropriar- souro em prédio total ou parcial-
autoridade competente em virtude de valor artístico, arqueológico -se alguém de coisa alheio e se apro- mente, deixando
ou histórico: alheia vinda ao seu pria, no todo ou de restituí-la ao
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. poder por erro, caso em parte, da quo- dono ou legítimo
fortuito ou força da ta a que tem direi- possuidor ou de
Alteração de local especialmente protegido natureza. to o proprietário entregá-la à autori-
Art. 166 - Alterar, sem licença da autoridade competente, o as- do prédio. dade competente,
pecto de local especialmente protegido por lei: dentro no prazo de
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. quinze dias.

Apropriação indébita Estelionato e outras fraudes


O agente apropria-se de coisa alheia, valendo-se da posse ou O estelionato caracteriza-se por obter, para si ou para outrem,
detenção que tem dela. Ex. o motoboy que ia levar a sua pizza por vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo al-
delivery, aproveita para apropriar-se dela. A pena é aumentada de guém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio
um terço, quando o agente recebeu a coisa: em depósito neces- fraudulento.
sário; na qualidade de tutor, curador, síndico (atual administrador Após o Pacote Anticrime a ação passou a ser pública condicio-
judicial), liquidatário, inventariante, testamenteiro ou depositário nada à representação, salvo: se a vítima for a Administração Públi-
judicial; em razão de ofício, emprego ou profissão. ca, criança ou adolescente, pessoa com deficiência mental, maior
Atenção: O STF, já decidiu que ressarcimento em acordo homo- de 70 anos de idade ou incapaz.
logado no juízo cível é fundamento válido para trancar a ação penal. O Código Penal determina que deve incorrer na mesma pena
Obs. a apropriação indébita previdenciária (forma qualificada) do estelionato quem comete:
caracteriza-se por deixar de repassar à previdência social as con- • Disposição de coisa alheia como própria;
tribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou • Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria;
convencional, independente de dolo específico. • Defraudação do penhor;
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem deixar de: • Fraude na entrega de coisa;
I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância • Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro;
destinada à previdência social que tenha sido descontada de paga- • Fraude no pagamento por meio de cheque.
mento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do público;
II – recolher contribuições devidas à previdência social que te- Estelionato contra idoso
nham integrado despesas contábeis ou custos relativos à venda de
produtos ou à prestação de serviços; § 4ºAplica-se a pena em dobro se o crime for cometido
III - pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas contra idoso.
cotas ou valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela pre- § 5º Somente se procede mediante representação, salvo
vidência social. se a vítima for:
§ 2o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, I - a Administração Pública, direta ou indireta;
declara, confessa e efetua o pagamento das contribuições, impor- II - criança ou adolescente;
tâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência III - pessoa com deficiência mental; ou
social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da IV - maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz.
ação fiscal.
§ 3o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar so- A Lei nº 14.155/2021 introduziu os seguintes crimes no Código
mente a de multa se o agente for primário e de bons antecedentes, Penal (art. 171):
desde que: Fraude eletrônica
I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de ofe- § 2º-A. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e
recida a denúncia, o pagamento da contribuição social previdenciá- multa, se a fraude é cometida com a utilização de informações for-
ria, inclusive acessórios; ou necidas pela vítima ou por terceiro induzido a erro por meio de re-
II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja des sociais, contatos telefônicos ou envio de correio eletrônico frau-
igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, admi- dulento, ou por qualquer outro meio fraudulento análogo. (Incluído
nistrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas pela Lei nº 14.155, de 2021)
execuções fiscais. § 2º-B. A pena prevista no § 2º-A deste artigo, considerada a
§ 4oA faculdade prevista no § 3o deste artigo não se aplica aos relevância do resultado gravoso, aumenta-se de 1/3 (um terço) a
casos de parcelamento de contribuições cujo valor, inclusive dos 2/3 (dois terços), se o crime é praticado mediante a utilização de
acessórios, seja superior àquele estabelecido, administrativamente, servidor mantido fora do território nacional. (Incluído pela Lei nº
como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. 14.155, de 2021)
§ 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido
em detrimento de entidade de direito público ou de instituto de eco-
nomia popular, assistência social ou beneficência.

279
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
A Fraude eletrônica consiste em crime digital, que ocorre com Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
a utilização de informações fornecidas pela vítima ou por terceiro, § 1º - Alterar em obra que lhe é encomendada a qualidade ou
induzido a erro, por meio de redes sociais, contatos telefônicos ou o peso de metal ou substituir, no mesmo caso, pedra verdadeira por
envio de correio eletrônico fraudulento etc. falsa ou por outra de menor valor; vender pedra falsa por verdadei-
Essa novidade legislativa visa acompanhar a realidade virtual ra; vender, como precioso, metal de ou outra qualidade:
que vivemos atualmente, pois os crimes cibernéticos estão cada dia Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
mais comuns no Brasil. Todos os dias acompanhamos nos jornais § 2º - É aplicável o disposto no art. 155, § 2º.
uma nova fraude (do WhatsApp, do e-mail, do aplicativo tal etc.).
Em razão da dificuldade causada na investigação, a pena sofre Outras fraudes
aumento se o crime é praticado com o uso de servidor mantido fora Art. 176 - Tomar refeição em restaurante, alojar-se em hotel
do Brasil. Outra causa de aumento é o crime ser cometido contra as ou utilizar-se de meio de transporte sem dispor de recursos para
seguintes pessoas: efetuar o pagamento:
• Entidade de direito público Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.
• Instituto de economia popular Parágrafo único - Somente se procede mediante representação,
• Instituto de assistência social ou beneficiária e o juiz pode, conforme as circunstâncias, deixar de aplicar a pena.

Estelionato contra idoso ou vulnerável (Redação dada pela Lei Fraudes e abusos na fundação ou administração de sociedade
nº 14.155, de 2021) por ações
§ 4º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) ao dobro, se o crime Art. 177 - Promover a fundação de sociedade por ações, fazen-
é cometido contra idoso ou vulnerável, considerada a relevância do do, em prospecto ou em comunicação ao público ou à assembleia,
resultado gravoso. (Redação dada pela Lei nº 14.155, de 2021) afirmação falsa sobre a constituição da sociedade, ou ocultando
O crime de estelionato contra idoso ou vulnerável, consiste, na fraudulentamente fato a ela relativo:
verdade, em uma derivação da fraude eletrônica. No entanto, neste Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, se o fato não
caso, considerada a relevância do resultado gravoso a pena sofre constitui crime contra a economia popular.
aumento. § 1º - Incorrem na mesma pena, se o fato não constitui crime
Ex. um idoso ou pessoa com deficiência mental é induzido em contra a economia popular: (Vide Lei nº 1.521, de 1951)
erro, por outrem, na rede social, a transferir montante em dinhei- I - o diretor, o gerente ou o fiscal de sociedade por ações, que,
ro. em prospecto, relatório, parecer, balanço ou comunicação ao pú-
A pena será aumentada de 1/3 até o dobro, a depender das blico ou à assembleia, faz afirmação falsa sobre as condições eco-
peculiaridades do caso concreto. nômicas da sociedade, ou oculta fraudulentamente, no todo ou em
O Código Penal, inclusive, se preocupa em tipificar algumas ou- parte, fato a elas relativo;
tras fraudes, menos incidentes em prova: II - o diretor, o gerente ou o fiscal que promove, por qualquer
artifício, falsa cotação das ações ou de outros títulos da sociedade;
Duplicata simulada III - o diretor ou o gerente que toma empréstimo à sociedade ou
Art. 172 - Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não usa, em proveito próprio ou de terceiro, dos bens ou haveres sociais,
corresponda à mercadoria vendida, em quantidade ou qualida- sem prévia autorização da assembleia geral;
de, ou ao serviço prestado. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de IV - o diretor ou o gerente que compra ou vende, por conta da
27.12.1990) sociedade, ações por ela emitidas, salvo quando a lei o permite;
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.(Reda- V - o diretor ou o gerente que, como garantia de crédito social,
ção dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990) aceita em penhor ou em caução ações da própria sociedade;
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrerá aquêle que falsi- VI - o diretor ou o gerente que, na falta de balanço, em desa-
ficar ou adulterar a escrituração do Livro de Registro de Duplicatas. cordo com este, ou mediante balanço falso, distribui lucros ou divi-
(Incluído pela Lei nº 5.474. de 1968) dendos fictícios;
VII - o diretor, o gerente ou o fiscal que, por interposta pessoa,
Abuso de incapazes ou conluiado com acionista, consegue a aprovação de conta ou pa-
Art. 173 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, de necessida- recer;
de, paixão ou inexperiência de menor, ou da alienação ou debilidade VIII - o liquidante, nos casos dos ns. I, II, III, IV, V e VII;
mental de outrem, induzindo qualquer deles à prática de ato susce- IX - o representante da sociedade anônima estrangeira, autori-
tível de produzir efeito jurídico, em prejuízo próprio ou de terceiro: zada a funcionar no País, que pratica os atos mencionados nos ns. I
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. e II, ou dá falsa informação ao Governo.
§ 2º - Incorre na pena de detenção, de seis meses a dois anos,
Induzimento à especulação e multa, o acionista que, a fim de obter vantagem para si ou para
Art. 174 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, da inexperiên- outrem, negocia o voto nas deliberações de assembleia geral.
cia ou da simplicidade ou inferioridade mental de outrem, induzin-
do-o à prática de jogo ou aposta, ou à especulação com títulos ou Emissão irregular de conhecimento de depósito ou «warrant»
mercadorias, sabendo ou devendo saber que a operação é ruinosa: Art. 178 - Emitir conhecimento de depósito ou warrant, em de-
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. sacordo com disposição legal:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Fraude no comércio
Art. 175 - Enganar, no exercício de atividade comercial, o adqui- Fraude à execução
rente ou consumidor: Art. 179 - Fraudar execução, alienando, desviando, destruindo
I - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsifi- ou danificando bens, ou simulando dívidas:
cada ou deteriorada; Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
II - entregando uma mercadoria por outra: Parágrafo único - Somente se procede mediante queixa.

280
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
Alguns pontos merecem atenção: I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando
• Adulterar o sistema de medição de energia elétrica para pagar haja emprego de grave ameaça ou violência à pessoa;
menos que o devido é estelionato (e não furto mediante fraude); II - ao estranho que participa do crime.
• Uso de processo judicial para obter lucro é figura atípica; III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou
• É justificável a exasperação da pena-base em caso de confian- superior a 60 (sessenta) anos.
ça da vítima no autor do crime de estelionato;
• O delito de estelionato não é absorvido pelo roubo de talão CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
de cheque.
Neste ponto algumas informações são essenciais:
Receptação • A elementar do crime de peculato se comunica aos coautores
Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito e partícipes estranhos ao serviço público;
próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir • Consuma-se o crime de PECULATO-DESVIO no momento em
para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte. Perceba que o funcionário efetivamente desvia o dinheiro, valor ou outro
que no crime de receptação, o agente tem contato com um bem bem móvel, em proveito próprio ou de terceiro, ainda que NÃO ob-
obtido por meio de crime anterior, ex. objeto furtado. tenha a vantagem indevida;
• Configura o crime de CONCUSSÃO a conduta do funcionário
▪ Receptação Qualificada público que, fora do exercício de sua função, mas em razão dela,
§ 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em exige o pagamento de uma verba indevida (“taxa de urgência), para
depósito, desmontar, montar, remontar, vender, expor à venda, ou a aprovação de uma obra que sabe irregular;
de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exer- • O EXCESSO DE EXAÇÃO – funcionário exige tributo ou con-
cício de atividade comercial ou industrial, coisa que deve saber ser tribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando
produto de crime: devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei
Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa. NÃO autoriza;
§ 2º - Equipara-se à atividade comercial, para efeito do pará- • O crime de CORRUPÇÃO PASSIVA possui natureza FORMAL e
grafo anterior, qualquer forma de comércio irregular ou clandesti- independe de resultado, NÃO se exigindo a prática de ato de ofício;
no, inclusive o exercício em residência. • Para o STJ, ao contrário do que ocorre no peculato culposo, a
§ 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela reparação do dano antes do recebimento da denúncia NÃO exclui
desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a o crime de peculato doloso, diante da ausência de previsão legal,
oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso: mas pode configurar arrependimento posterior (v. HC 239127/RS);
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas as • Nos crimes contra a Administração Pública não incide o prin-
penas. cípio da insignificância.
§ 4º - A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isento
de pena o autor do crime de que proveio a coisa. Peculato-Apropriação e Peculato-Desvio
§ 5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, pode o Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qual-
juiz, tendo em consideração as circunstâncias, deixar de aplicar a quer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse
pena. Na receptação dolosa aplica-se o disposto no § 2º do art. 155. em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio.
§ 6oTratando-se de bens do patrimônio da União, de Estado, do Obs. É peculato-furto, se o funcionário público, embora não
Distrito Federal, de Município ou de autarquia, fundação pública, tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre
para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se
empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa conces-
de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.
sionária de serviços públicos, aplica-se em dobro a pena prevista no
caput deste artigo. Ex. receptação de bens do correio.
Peculato Culposo
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de
▪ Receptação de Animal
outrem:
Art. 180-A.Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter
Pena - detenção, de três meses a um ano.
em depósito ou vender, com a finalidade de produção ou de comer-
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se
cialização, semovente domesticável de produção, ainda que abatido
precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é
ou dividido em partes, que deve saber ser produto de crime: posterior, reduz de metade a pena imposta.
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
Peculato mediante erro de outrem
Nos crimes patrimoniais existem causas de isenção de pena, Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que,
e causas que a ação deixa de ser pública incondicionada, para ser no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem:
tratada como ação penal pública condicionada à representação: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes
previstos neste título, em prejuízo:
I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo
ou ilegítimo, seja civil ou natural.
Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o
crime previsto neste título é cometido em prejuízo:
I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;
II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;
III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.
Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:

281
NOÇÕES DE DIREITO PENAL

Modificação ou alteração • Violação de sigilo funcional: Revelar fato de que tem ciência
Inserção de dados falsos em razão do cargo e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-
não autorizada de sistema de
em sistema de informações -lhe a revelação.
informações
Por fim, é importante conhecer a descrição de quem é funcio-
Art. 313-B. Modificar ou nário público, para as leis penais:
Art. 313-A. Inserir ou faci- alterar, o funcionário, sistema Funcionário público
litar, o funcionário autorizado, de informações ou programa Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos pe-
a inserção de dados falsos, de informática sem autoriza- nais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce
alterar ou excluir indevida- ção ou solicitação de autorida- cargo, emprego ou função pública.
mente dados corretos nos de competente: § 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, em-
sistemas informatizados ou Pena – detenção, de 3 prego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para
bancos de dados da Adminis- (três) meses a 2 (dois) anos, e empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a
tração Pública com o fim de multa. execução de atividade típica da Administração Pública.(Incluído
obter vantagem indevida para Parágrafo único. As penas pela Lei nº 9.983, de 2000)
si ou para outrem ou para são aumentadas de um terço § 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores
causar dano: Pena – reclusão, até a metade se da modifica- dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em
de 2 (dois) a 12 (doze) anos, ção ou alteração resulta dano comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da
e multa. para a Administração Pública administração direta, sociedade de economia mista, empresa públi-
ou para o administrado. ca ou fundação instituída pelo poder público.
Quanto aos crimes praticados por particular contra a Adminis-
tração temos: usurpação de função pública; resistência; desobedi-
• Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento: ência; desacato; tráfico de influência; corrupção ativa; descaminho;
Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a guarda contrabando; impedimento, perturbação ou fraude de concorrên-
em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente. cia; inutilização de edital ou sinal; subtração de inutilização de livro
• Emprego irregular de verbas ou rendas pública: Dar às ver- ou documento; sonegação de contribuição previdenciária.
bas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei. Aqui é importante memorizar que resistência, desobediência e
• Concussão: Exigir, para si ou para outrem, direta ou indire- desacato não se confundem:
tamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em Resistência
razão dela, vantagem indevida. Obs. é crime formal, se consuma Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência
com a exigência da vantagem indevida. ou ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe
• Excesso de exação: Se o funcionário exige tributo ou contri- esteja prestando auxílio:
buição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devi- Pena - detenção, de dois meses a dois anos.
do, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não § 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa:
autoriza. Pena - reclusão, de um a três anos.
• Corrupção passiva: Solicitar ou receber, para si ou para ou- § 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das cor-
trem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de respondentes à violência.
assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar pro- Desobediência
messa de tal vantagem. Obs. configura corrupção passiva receber Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público:
propina sob o disfarce de doações eleitorais. Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.
• Facilitação de contrabando ou descaminho: Facilitar, com in- Desacato
fração de dever funcional, a prática de contrabando ou descaminho. Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função
• Prevaricação: Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ou em razão dela:
ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
satisfazer interesse ou sentimento pessoal. Obs. Deixar o Diretor de O tráfico de influência consiste em: Solicitar, exigir, cobrar ou
Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever de vedar obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem,
ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no
permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente ex- exercício da função (qualquer funcionário público). A pena é au-
terno. mentada da metade, se o agente alega ou insinua que a vantagem é
• Condescendência criminosa: Deixar o funcionário, por indul- também destinada ao funcionário.
gência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no É importante conhecer a literalidade do crime de corrupção
exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o ativa:
fato ao conhecimento da autoridade competente. Corrupção ativa
• Advocacia administrativa: Patrocinar, direta ou indiretamen- Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcio-
te, interesse privado perante a administração pública, valendo-se nário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato
da qualidade de funcionário. de ofício:
• Violência arbitrária: Praticar violência, no exercício de função Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
ou a pretexto de exercê-la. Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em ra-
• Abandono de função: Abandonar cargo público, fora dos ca- zão da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato
sos permitidos em lei. de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional.
• Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado: De acordo com o STJ, a inépcia da denúncia de corrupção ativa
Entrar no exercício de função pública antes de satisfeitas as exi- não induz, por si só, o trancamento da ação penal de corrupção
gências legais, ou continuar a exercê-la, sem autorização, depois passiva. Os dois crimes estão em tipos penais autônomos, e um não
de saber oficialmente que foi exonerado, removido, substituído ou pressupõe o outro.
suspenso.

282
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
Ademais, o CP elenca os crimes praticados por particular contra Por fim, vale diferenciar patrocínio infiel de patrocínio simultâ-
a Administração Pública Estrangeira:Corrupção ativa em transação neo ou tergiversação:
comercial internacional; Tráfico de influência em transação comer-
cial internacional. E, também, estabelece os crimes contra a Admi- Patrocínio infiel
nistração da Justiça: Patrocínio simultâneo ou
Art. 355 - Trair, na
• Reingresso de estrangeiro expulso; tergiversação
qualidade de advogado ou
• Denunciação caluniosa; Parágrafo único - Incorre
procurador, o dever profissio-
• Comunicação falsa de crime ou contravenção; na pena deste artigo o advo-
nal, prejudicando interesse,
• Auto-acusação falsa; gado ou procurador judicial
cujo patrocínio, em juízo, lhe
• Falso Testemunho ou falsa perícia; que defende na mesma causa,
é confiado:
• Coação no Curso do Processo; simultânea ou sucessivamente,
Pena - detenção, de seis
• Exercício arbitrário das próprias razões; partes contrárias.
meses a três anos, e multa.
• Fraude processual;
• Favorecimento pessoal;
• Favorecimento real;
• Fuga de pessoa presa ou submetida a medida de segurança;
• Evasão mediante violência contra a pessoa; EXERCÍCIOS
• Arrebatamento de preso;
• Motim de presos;
1. (UNIFAL-MG - 2021 - UNIFAL-MG - MÉDICO – PEDIATRIA)
• Patrocínio infiel;
João Paulo, devidamente aprovado dentro do número de vagas
• Patrocínio simultâneo ou tergiversação;
ofertadas no Edital do concurso para o cargo de médico, técnico-
• Sonegação de papel ou objeto de valor probatório;
-administrativo em educação, realizado pela Universidade Federal
• Exploração de prestígio;
de Alfenas, já convocado para a posse a ser realizada em 10 (dez)
• Violência ou fraude em arrematação judicial;
dias, recebe do Diretor do campus responsável pelo espaço físico da
• Desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão
Universidade, uma oferta da melhor sala disponível dentre as exis-
de direitos.
tentes para os médicos, desde que ele emita atestados médicos em
favor do Diretor, quando esse precisar faltar ao trabalho sem justifi-
Aqui, o mais importante é ter em mente que denunciação ca-
cativa. João Paulo, que ainda não entrou em exercício na função de
luniosa exige dolo direto do agente. Ou seja, o agente saiba que a
médico, aceita a promessa do Diretor do campus. Nesse caso, João
pessoa é inocente:
Paulo incorreu naquele momento:
(A) Em crime de corrupção passiva, uma vez que, ainda que
Art. 339. Dar causa à instauração de inquérito policial, de pro-
João Paulo não estivesse no exercício da função, aceitou vanta-
cedimento investigatório criminal, de processo judicial, de processo
gem em razão dela, condição suficiente para a configuração do
administrativo disciplinar, de inquérito civil ou de ação de improbi-
crime de corrupção passiva.
dade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime, infração
(B) Em crime de falsidade de atestado médico, considerando
ético-disciplinar ou ato ímprobo de que o sabe inocente:
que a mera promessa do atestado falso já configura a efetiva-
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
ção da infração penal.
§ 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve
(C) Em tentativa de falsidade de atestado médico, porque não
de anonimato ou de nome suposto.
houve a concretização do ato ilícito, mas ainda sim João Paulo
§ 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prá-
está sujeito a uma punição mais branda.
tica de contravenção.
(D) Em nenhuma infração penal, haja vista que João Paulo ain-
Ademais, tanto no falso testemunho como na falsa perícia: O
da não havia assumido a função de médico na Universidade, e
fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que
a mera conversa entre ele e o Diretor não configura ato ilícito.
ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.
É importante saber diferenciar o favorecimento real do favo-
2. (CESPE / CEBRASPE - 2021 - TCE-RJ - ANALISTA DE CONTROLE
recimento pessoal:
EXTERNO - ESPECIALIDADE: DIREITO) Com relação aos crimes con-
• Exemplo de favorecimento real: um amigo do criminoso guar-
tra a administração pública, julgue o item subsequente: A oposição
da em sua casa o proveito do crime (um objeto furtado).
manifestada pelo indivíduo, mediante resistência passiva, sem o
• Exemplo de favorecimento pessoal: um amigo do criminoso
uso da violência, contra ordem emanada por autoridades policiais
esconde o foragido em sua casa. Se quem presta o auxílio é ascen-
que pretendessem levá-lo à delegacia, sem que houvesse flagrante,
dente, descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica isento de
é suficiente para caracterizar o delito de resistência.
pena.
( ) CERTO
( ) ERRADO

3. (CESPE / CEBRASPE - 2021 - TCE-RJ - ANALISTA DE CONTROLE


EXTERNO - ESPECIALIDADE: DIREITO) Com relação aos crimes con-
tra a administração pública, julgue o item subsequente: Servidor
público que, violando dever funcional, facilite a prática de contra-
bando responderá como partícipe pela prática desse crime.
( ) CERTO
( ) ERRADO

283
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
4. (CESPE - 2020 - MPE-CE - PROMOTOR DE JUSTIÇA DE EN- 7. (AV MOREIRA - 2020 - PREFEITURA DE NOSSA SENHORA DE
TRÂNCIA INICIAL) Acerca do delito de homicídio doloso, assinale a NAZARÉ - PI - PROCURADOR MUNICIPAL) Marque a alternativa em
opção correta. que o princípio constitucional do direito penal NÃO corresponde ao
(A) Constitui forma privilegiada desse crime o seu cometimen- seu conceito.
to por agente impelido por motivo de relevante valor social ou (A) Princípio da Individualização da Pena: Qualquer que seja
moral, ou sob influência de violenta emoção provocada por ato a pena aplicada, ela estará restrita à liberdade, ao patrimônio
injusto da vítima. e à pessoa do condenado. A exceção é o uso do patrimônio
(B) A qualificadora do feminicídio, caso envolva violência do- transferido em herança para quitar obrigação de decretação de
méstica, menosprezo ou discriminação à condição de mulher, perdimento de bens e de reparação de dano.
não é incompatível com a presença da qualificadora da moti- (B) Princípio da Irretroatividade: Enquanto as leis em geral go-
vação torpe. zam de retroatividade mínima – alcançam obrigações vencidas
(C) A prática desse crime contra autoridade ou agente das for- não pagas e por vencer –, a lei definidora de crime não retroage
ças de segurança pública é causa de aumento de pena. senão para beneficiar o réu.
(D) É possível a aplicação do privilégio ao homicídio qualificado (C) Princípio da Legalidade: A norma basilar do Direito Penal é
independentemente de as circunstâncias qualificadoras serem a não existência de crime sem lei anterior que o defina. Isto é,
de ordem subjetiva ou objetiva. para que uma conduta seja considerada um delito, é preciso
(E) Constitui forma qualificada desse crime o seu cometimento que seu dispositivo e sua hipótese de incidência estejam pre-
por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de vistos em um documento escrito que superou todas as etapas
segurança, ou por grupo de extermínio. do processo legislativo.
(D) Princípio da Presunção da Inocência: Ninguém será consi-
5. (IBFC - 2020 - EBSERH – ADVOGADO) O atual Código de Di- derado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal
reito Penal, recepcionado pela Constituição de 1988, inicia a Parte condenatória.
Especial tratando dos crimes contra a pessoa. Sobre eles, assinale a (E) Princípio da Responsabilidade Pessoal: Qualquer que seja
alternativa incorreta. a pena aplicada, ela estará restrita à liberdade, ao patrimônio
(A) Também é crime se a lesão corporal for praticada contra e à pessoa do condenado. A exceção é o uso do patrimônio
ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou transferido em herança para quitar obrigação de decretação de
com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecen- perdimento de bens e de reparação de dano.
do-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de
hospitalidade 8. (FGV - 2019 - MPE-RJ - ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO –
(B) Trata-se de homicídio qualificado aquele cometido contra a PROCESSUAL) Renato, Bruno e Diego praticaram diferentes crimes
mulher por razões da condição do sexo feminino de roubo com emprego de armas brancas. Renato, no ano de 2017,
(C) É crime o aborto de feto com anencefalia foi condenado definitivamente pelo crime de roubo majorado pelo
(D) É crime contra a pessoa praticar, com o fim de transmitir a emprego de arma, pois, em 2015, teria, com grave ameaça exercida
outrem moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de com emprego de faca, subtraído um celular. Bruno foi condenado,
produzir contágio em primeira instância, em março de 2018, também pelo crime de
(E) É crime abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guar- roubo majorado pelo emprego de arma, já que teria utilizado um
da, vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de canivete para ameaçar a vítima e subtrair sua bolsa. A decisão ain-
defender-se dos riscos resultantes do abandono da está pendente de confirmação diante de recurso do Ministério
Público, apenas. Diego, por sua vez, responde à ação penal pela su-
6. (CESPE / CEBRASPE - 2019 - TJ-BA - JUIZ LEIGO) Márcio e Pe- posta prática de crime de roubo majorado pelo emprego de arma,
dro eram amigos havia anos. Tendo descoberto que Pedro estava que seria um martelo, por fatos que teriam ocorrido em fevereiro
saindo com a sua ex-esposa, Márcio planejou matar Pedro durante de 2018, estando o processo ainda em fase de instrução probatória.
uma pescaria que fariam juntos. Durante uma tempestade, em al- Ocorre que, em abril de 2018, entrou em vigor lei alterando o art.
to-mar, Márcio aproveitou-se de um deslize de Pedro para de fato 157 do CP, sendo revogado o inciso I do parágrafo 2º, e passando
matá-lo. Logo após a conduta, Márcio percebeu que na canoa onde a prever que apenas o crime de roubo com emprego de arma de
estavam só havia um colete salva-vidas e que, em razão disso, a fogo funcionaria como causa de aumento de pena. Considerando
eliminação de Pedro foi sua única chance de sobreviver. A canoa apenas as informações expostas e que a inovação legislativa não
afundou e Márcio sobreviveu ao naufrágio. Nessa situação hipoté- teria inconstitucionalidades, as novas previsões:
tica, Márcio (A) seriam aplicáveis a Diego, que ainda não possui sentença
(A) cometeu crime de homicídio qualificado. condenatória em seu desfavor, com base no princípio da re-
(B) não cometeu crime, porque agiu em legítima defesa da troatividade da lei penal benéfica, mas não seriam aplicáveis a
honra. Renato e Bruno;
(C) cometeu crime, mas sua conduta será justificada pelo esta- (B) não seriam aplicáveis a Renato, que já possui condenação
do de necessidade putativo. com trânsito em julgado, aplicando-se o princípio da irretro-
(D) não cometeu crime, porque agiu em estado de necessida- atividade da lei penal, mas deveriam ser aplicadas a Bruno e
de. Diego;
(E) cometeu crime, mas sua pena será diminuída porque agiu (C) não seriam aplicáveis a Renato, Bruno nem a Diego, já que
em estado de necessidade. os fatos imputados teriam ocorrido antes de sua entrada em
vigor, aplicando-se o princípio da irretroatividade da lei penal;
(D) seriam aplicáveis a Renato, Bruno e Diego, em razão do
princípio da retroatividade da lei penal mais benéfica;
(E) seriam aplicáveis apenas a Bruno e Diego, mas não a Rena-
to, diante do princípio do tempus regit actum.

284
NOÇÕES DE DIREITO PENAL
9. (VUNESP - 2018 - PC-SP - INVESTIGADOR DE POLÍCIA) Segun- 13. (MPE-GO - 2019 - MPE-GO - PROMOTOR DE JUSTIÇA – RE-
do o disposto na Declaração Universal dos Direitos Humanos, “Se APLICAÇÃO) A clássica frase a seguir inaugurou uma nova fase na
depois da perpetração do delito a lei dispuser a imposição de pena dogmática jurídico-penal: « O caminho correto só pode ser deixar
mais leve, o delinquente será por isso beneficiado.” Essa norma de as decisões valorativas político-criminais introduzirem-se no siste-
direito penal é representada pelo Princípio ma de direito penal” . Assinale a alternativa em que consta o autor
(A) da Individualização da Pena. da referida afirmação, bem como o sistema jurídico-penal a que se
(B) da Legalidade. refere:
(C) da Norma Penal em Branco. (A) Edmund Mezger - neokantismo penal
(D) da Presunção da Inocência. (B) Claus Roxin - funcionalismo teleológico racional
(E) da Retroatividade. (C) Günther Jakobs - funcionalismo sistêmico radical
(D) Hans Welzel - finalismo penal
10. (CESPE - 2019 - TJ-DFT - TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E
DE REGISTROS – REMOÇÃO) Acerca das regras de territorialidade e 14. (INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - PERITO OFICIAL CRIMI-
de extraterritorialidade da lei penal, assinale a opção correta. NAL - ÁREA 8) O agente que pratica o fato para salvar de perigo atu-
(A) Crime de genocídio praticado fora do território brasileiro al, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo
poderá ser julgado no Brasil quando cometido contra povo alie- evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias,
nígena por estrangeiro domiciliado no Brasil. não era razoável exigir-se, age amparado por qual causa excludente
(B) O brasileiro que praticar crime em território estrangeiro po- de ilicitude?
derá ser punido, devendo ser aplicada ao fato a lei penal brasi- (A) Legítima defesa.
leira, ainda que o agente não mais ingresse no Brasil. (B) Estado de necessidade.
(C) Crime contra a administração pública nacional praticado no (C) Estrito cumprimento de dever legal.
exterior ficará sujeito à lei brasileira quando o agente criminoso (D) Exercício regular de direito.
que estava a serviço da administração regressar ao Brasil. (E) Consentimento do ofendido.
(D) Crime praticado em embarcação de propriedade de gover-
no estrangeiro, quando se encontrar em mar territorial brasilei- 15. (VUNESP - 2019 - TJ-AL - NOTÁRIO E REGISTRADOR – RE-
ro, ficará sujeito à lei penal brasileira. MOÇÃO) No tocante ao concurso do pessoas, é correto afirmar que
(E) Crime praticado em aeronave brasileira de propriedade pri- (A) se entende por participe aquele que pratica a conduta des-
vada em território estrangeiro não se sujeita à lei penal brasi- crita no verbo núcleo do tipo penal.
leira, mesmo que não seja julgado no exterior. (B) quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas
penas para este cominadas, na medida de sua culpabilidade.
11. (CONSULPLAN - 2019 - TJ-MG - TITULAR DE SERVIÇOS DE (C) a participação de menor Importância conduz à exclusão da
NOTAS E DE REGISTROS – REMOÇÃO) A norma penal incriminadora culpabilidade.
é formada basicamente por dois preceitos: o preceito primário (ou (D) se algum dos agentes quis participar de crime menos grave,
preceptum juris), em que se prevê a conduta abstrata que a socie- responderá por este ainda que fosse previsível o resultado mais
dade pretende punir, o preceito secundário (ou sanctio juris), em grave.
que se fixa a sanção penal correspondente. As normas que necessi-
tam de complementação no preceito secundário, por não trazerem
a cominação da pena correspondente à prática da conduta típica GABARITO
são chamadas de normas penais:
(A) Explicativas.
(B) Em branco homogêneas.
1 A
(C) Em branco heterogêneas.
(D) Imperfeitas (ou incompletas strictu sensu). 2 ERRADO
3 ERRADO
12. (FGV - 2012 - PC-MA - DELEGADO DE POLÍCIA) Ocorrido um
fato criminoso, às vezes duas ou mais normas se apresentam para 4 B
regulá-lo, surgindo o chamado conflito aparente de normas. A res- 5 C
peito de tal questão, assinale a afirmativa incorreta.
6 A
(A) A pluralidade de fatos e a pluralidade de normas são pressu-
postos do conflito, que aparentemente com eles se identificam. 7 A
(B) O princípio da subsidiariedade atua como “soldado de re- 8 D
serva”, aplicando a norma subsidiária menos grave quando im-
possível a aplicação da norma principal mais grave. 9 E
(C) A questão da progressão criminosa e do crime progressivo é 10 A
resolvida pelo princípio da absorção ou consunção. 11 D
(D) Na progressão criminosa, o agente inicialmente pretender
praticar um crime menos grave, e, depois, resolve progredir 12 A
para o mais grave. 13 B
(E) No crime progressivo, o sujeito, para alcançar o crime queri-
do, passa necessariamente por outro menos grave que aquele 14 B
desejado. 15 B

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NOÇÕES DE DIREITO PENAL

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NOÇÕES DE DIREITO
PROCESSUAL PENAL

nham ouvido sua leitura na presença deste (art. 304, §3º, CPP). Na
PRISÃO EM FLAGRANTE (ART. 301 A 310 DO CÓDIGO falta ou no impedimento do escrivão, qualquer pessoa designada
DE PROCESSO PENAL) pela autoridade lavrará o auto, depois de prestado o compromisso
legal (art. 305, CPP);
F) Em até vinte e quatro horas após a realização da prisão, será
Prisão em flagrante encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em flagrante, e
A prisão em flagrante consiste numa medida de autodefesa da caso o autuado não informe o nome de seu advogado, será enca-
sociedade, caracterizada pela privação da liberdade de locomoção minhada cópia integral deste auto para a Defensoria Pública (art.
daquele que é surpreendido em situação de flagrância, indepen- 306, §1º, CPP);
dentemente de prévia autorização judicial. A própria Constituição E) No mesmo
Federal autoriza a prisão em flagrante, em seu art. 5º, LXI, o qual prazo de vinte e quatro horas, será entregue ao preso, median-
afirma que “ninguém será preso senão em flagrante delito...” te recibo, a nota de culpa, assinada pela autoridade, com o motivo
A expressão “flagrante” deriva do latim “flagrare”, que signifi- da prisão, o nome do condutor e o das testemunhas (art. 306, §2º,
ca “queimar”, “arder”. Isso serve para demonstrar que o delito em CPP);
flagrante é o delito que está “ardendo”, “queimando”, “que acaba F) Ao receber o auto de prisão em flagrante, juntamente com
de acontecer”. o próprio detido, haverá a audiência de custódia (Res. 213/2015,
Por isso, qualquer do povo poderá, e as autoridades policiais e CNJ) e, posteriormente, o juiz deverá fundamentadamente poderá
seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em relaxar a prisão ilegal, ou converter a prisão em flagrante em pre-
flagrante delito. ventiva (quando presentes os requisitos do art. 312, do Código de
Processo Penal, e quando se revelarem inadequadas as medidas
Funções da prisão em flagrante cautelares diversas da prisão), ou conceder liberdade provisória
São elas: com ou sem fiança (art. 310, CPP);
A) Evitar a fuga do infrator; G) Se o juiz verificar pelo auto que o agente praticou o fato
B) Auxiliar na colheita de elementos probatórios; em estado de necessidade, legítima defesa, estrito cumprimento
C) Impedir a consumação ou o exaurimento do delito. do dever legal, ou exercício regular de um direito (todos previstos
no art. 23, do Código Penal), poderá, fundamentadamente, conce-
Procedimento do flagrante der ao acusado liberdade provisória, mediante termo de compare-
O procedimento da prisão em flagrante está essencialmente cimento a todos os atos processuais, sob pena de revogação (art.
descrito entre os art. 304 e 310, do Código de Processo Penal: 310, parágrafo único, CPP).
A) Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta Não havendo autoridade no lugar em que se tiver efetuado a
o condutor e colherá, desde logo, sua assinatura, entregando a este prisão, o preso será apresentado à prisão do lugar mais próximo
cópia do termo e recibo de entrega do preso (art. 304, caput, pri- (art. 308, CPP).
meira parte, CPP); Por fim, se o réu se livrar solto, deverá ser posto em liberdade,
B) Em seguida, procederá a autoridade competente à oitiva das depois de lavrado o “APF” (auto de prisão em flagrante) (art. 309,
testemunhas que o acompanharem e ao interrogatório do acusado CPP).
sobre a imputação que lhe é feita, colhendo, após cada oitiva, suas
respectivas assinaturas, lavrando a autoridade, ao final, o auto (art. Espécies/modalidades de flagrante.
304, caput, parte final, CPP); Vejamos a classificação feita pela doutrina:
C) A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontrem se- A) Flagrante obrigatório. É aquele que se aplica às autoridades
rão comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério policiais e seus agentes, que têm o dever de efetuar a prisão em
Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada (art. 306, flagrante;
caput, CPP); B) Flagrante facultativo. É aquele efetuado por qualquer pes-
D) Resultando das respostas às perguntas feitas ao acusado soa do povo, embora não seja o indivíduo obrigado a prender em
fundada suspeita contra o conduzido, a autoridade mandará reco- flagrante, caso isso ameace sua segurança e sua integridade;
lhê-lo à prisão, exceto no caso de livrar-se solto ou de prestar fian- C) Flagrante próprio (ou flagrante perfeito) (ou flagrante ver-
ça, e prosseguirá nos atos do processo ou inquérito se para isso for dadeiro). É aquele que ocorre se o agente é preso quando está co-
competente (se não o for, enviará os autos à autoridade que o seja) metendo a infração ou acaba de cometê-la. Sua previsão está nos
(art. 304, §1º, CPP); incisos I e II, do art. 302, do Código de Processo Penal;
E) A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de D) Flagrante impróprio (ou flagrante imperfeito) (ou “quase
prisão em flagrante, mas, nesse caso, com o condutor deverão as- flagrante”). É aquele que o ocorre se o agente é perseguido, logo
siná-lo ao menos duas pessoas que tenham testemunhado a apre- após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em
sentação do preso à autoridade (art. 304, §2º, CPP). Quando o acu- situação que se faça presumir ser ele autor da infração. Sua pre-
sado se recusar a assinar, não souber ou não puder fazê-lo, o auto visão está no terceiro inciso, do art. 302, do Diploma Processual
de prisão em flagrante será assinado por duas testemunhas que te- Penal.

287
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
Vale lembrar que não há um prazo pré-determinado para esta CAPÍTULO II
perseguição, desde que ela seja contínua, ininterrupta. Assim, pode DA PRISÃO EM FLAGRANTE
um agente ser perseguido por vinte e quatro horas após a prática
delitiva, p. ex., e ainda assim ser autuado em flagrante; Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e
E) Flagrante presumido (ou flagrante ficto). É aquele que ocor- seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em
re se o agente é encontrado, logo depois do crime, com instrumen- flagrante delito.
tos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele o autor da Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:
infração. Sua previsão está no art. 302, IV, CPP; I - está cometendo a infração penal;
F) Flagrante preparado (ou “crime de ensaio”) (ou delito puta- II - acaba de cometê-la;
tivo por obra do agente provocador). A autoridade policial instiga o III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou
indivíduo a cometer o crime, apenas para prendê-lo em flagrante. por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da
O entendimento jurisprudencial, contudo, é no sentido de que esta infração;
espécie de flagrante não é válida, por se tratar de crime impossível. IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, obje-
Neste sentido, há até mesmo a Súmula nº 145, do Supremo Tribu- tos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração.
nal Federal, segundo a qual não há crime quando a preparação do Art. 303. Nas infrações permanentes, entende-se o agente em
flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação; flagrante delito enquanto não cessar a permanência.
G) Flagrante esperado. Aqui, a autoridade policial sabe que Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, ou-
o delito vai acontecer, independentemente de instigá-lo ou não, virá esta o condutor e colherá, desde logo, sua assinatura, entre-
e, portanto, se limita a esperar o início da prática do delito, para gando a este cópia do termo e recibo de entrega do preso. Em se-
efetuar a prisão em flagrante. Trata-se de modalidade de flagrante guida, procederá à oitiva das testemunhas que o acompanharem
perfeitamente válida, apesar de entendimento minoritário que o e ao interrogatório do acusado sobre a imputação que lhe é feita,
considera inválido pelos mesmos motivos do flagrante preparado; colhendo, após cada oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando,
H) Flagrante forjado (ou flagrante fabricado) (ou flagrante ma- a autoridade, afinal, o auto.
quiado). É o flagrante “plantado” pela autoridade policial (ex.: a au- § 1o Resultando das respostas fundada a suspeita contra o con-
toridade policial coloca drogas nos objetos pessoais do investigado duzido, a autoridade mandará recolhê-lo à prisão, exceto no caso
somente para prendê-lo em flagrante). de livrar-se solto ou de prestar fiança, e prosseguirá nos atos do
I) Flagrante prorrogado (ou “ação controlada”) (ou flagrante inquérito ou processo, se para isso for competente; se não o for,
protelado). A autoridade policial retarda sua intervenção, para que enviará os autos à autoridade que o seja.
o faça no momento mais oportuno sob o ponto de vista da colheita § 2o A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de
de provas. Sua legalidade depende de previsão legal. Atualmente, prisão em flagrante; mas, nesse caso, com o condutor, deverão as-
encontra-se na Lei nº 12.850/13 (“Nova Lei das Organizações Crimi- siná-lo pelo menos duas pessoas que hajam testemunhado a apre-
nosas”) e na Lei nº 11.343/06 (“Lei de Drogas”). sentação do preso à autoridade.
Na Lei nº 12.850/13, em seu art. 3º, III, a ação controlada é per- § 3o Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou não
mitida em qualquer fase da persecução penal, porém ao contrário puder fazê-lo, o auto de prisão em flagrante será assinado por duas
do previsto pela revogada Lei nº 9.034/95, devem ser observados testemunhas, que tenham ouvido sua leitura na presença deste.
alguns requisitos para o procedimento, tais como: comunicar sigilo- § 4º Da lavratura do auto de prisão em flagrante deverá cons-
samente a ação ao juiz competente que, se for o caso, estabelecerá tar a informação sobre a existência de filhos, respectivas idades e
os limites desta e comunicará ao Ministério Público; até o encer- se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual
ramento da diligência, o acesso aos autos será restrito ao juiz, ao responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa.
Ministério Público e ao delegado de polícia, como forma de garantir (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
o êxito das investigações e ao término da diligência, elaborar-se-á Art. 305. Na falta ou no impedimento do escrivão, qualquer
auto circunstanciado acerca da ação controlada. Outrossim, na Lei pessoa designada pela autoridade lavrará o auto, depois de presta-
nº 11.343/06, em seu art. 53, II, a ação controlada é possível, desde do o compromisso legal.
que haja autorização judicial, ouvido o Ministério Público. Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre
serão comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministé-
Apresentação espontânea do acusado rio Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada.
Antes de tal diploma normativo, o art. 317, CPP, previa que a § 1o Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da pri-
apresentação espontânea do acusado à autoridade não impediria são, será encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em fla-
a decretação da prisão preventiva. Ou seja, a prisão em flagrante grante e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado,
não era possível (já que não havia flagrante: foi o agente quem se cópia integral para a Defensoria Pública.
apresentou à autoridade policial, e não a autoridade policial que foi § 2o No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante recibo,
no encalço do agente), o que não obstava, contudo, a decretação a nota de culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da prisão,
de prisão preventiva. o nome do condutor e os das testemunhas.
Com a Lei nº 12.403/11, tal dispositivo foi suprimido, causando Art. 307. Quando o fato for praticado em presença da auto-
alguma divergência doutrinária acerca da possibilidade de se pren- ridade, ou contra esta, no exercício de suas funções, constarão do
der em flagrante ou não em caso de livre apresentação por parte do auto a narração deste fato, a voz de prisão, as declarações que fizer
acusado. Apesar de inexistir qualquer entendimento doutrinário/ o preso e os depoimentos das testemunhas, sendo tudo assinado
jurisprudencial consolidado, até agora tem prevalecido a ideia de pela autoridade, pelo preso e pelas testemunhas e remetido imedia-
que a apresentação espontânea continua impedindo a prisão em tamente ao juiz a quem couber tomar conhecimento do fato delitu-
flagrante. oso, se não o for a autoridade que houver presidido o auto.
Art. 308. Não havendo autoridade no lugar em que se tiver
efetuado a prisão, o preso será logo apresentado à do lugar mais
próximo.

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NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
Art. 309. Se o réu se livrar solto, deverá ser posto em liberdade, III – os integrantes das guardas municipais das capitais dos
depois de lavrado o auto de prisão em flagrante. Estados e dos Municípios com mais de 500.000 (quinhentos mil)
Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo habitantes, nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei;
máximo de até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da pri- (Vide ADIN 5538) (Vide ADIN 5948)
são, o juiz deverá promover audiência de custódia com a presença IV - os integrantes das guardas municipais dos Municípios com
do acusado, seu advogado constituído ou membro da Defensoria mais de 50.000 (cinqüenta mil) e menos de 500.000 (quinhentos
Pública e o membro do Ministério Público, e, nessa audiência, o juiz mil) habitantes, quando em serviço; (Redação dada pela Lei nº
deverá, fundamentadamente: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 10.867, de 2004) (Vide ADIN 5538) (Vide ADIN 5948)
2019) V – os agentes operacionais da Agência Brasileira de Inteligên-
I - relaxar a prisão ilegal; ou cia e os agentes do Departamento de Segurança do Gabinete de
II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando pre- Segurança Institucional da Presidência da República; (Vide Decreto
sentes os requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se reve- nº 9.685, de 2019)
larem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas VI – os integrantes dos órgãos policiais referidos no art. 51, IV,
da prisão; ou e no art. 52, XIII, da Constituição Federal;
III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. VII – os integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas
§ 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o prisionais, os integrantes das escoltas de presos e as guardas por-
agente praticou o fato em qualquer das condições constantes dos tuárias;
incisos I, II ou III do caput do art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 VIII – as empresas de segurança privada e de transporte de va-
de dezembro de 1940 (Código Penal), poderá, fundamentadamen- lores constituídas, nos termos desta Lei;
te, conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de IX – para os integrantes das entidades de desporto legalmente
comparecimento obrigatório a todos os atos processuais, sob pena constituídas, cujas atividades esportivas demandem o uso de armas
de revogação. (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 13.964, de fogo, na forma do regulamento desta Lei, observando-se, no que
de 2019) couber, a legislação ambiental.
§ 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou que integra X - integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita Federal
organização criminosa armada ou milícia, ou que porta arma de do Brasil e de Auditoria-Fiscal do Trabalho, cargos de Auditor-Fiscal
fogo de uso restrito, deverá denegar a liberdade provisória, com e Analista Tributário. (Redação dada pela Lei nº 11.501, de 2007)
ou sem medidas cautelares. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) XI - os tribunais do Poder Judiciário descritos no art. 92 da
§ 3º A autoridade que deu causa, sem motivação idônea, à não Constituição Federal e os Ministérios Públicos da União e dos Es-
realização da audiência de custódia no prazo estabelecido no caput tados, para uso exclusivo de servidores de seus quadros pessoais
deste artigo responderá administrativa, civil e penalmente pela que efetivamente estejam no exercício de funções de segurança, na
omissão. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) forma de regulamento a ser emitido pelo Conselho Nacional de Jus-
§ 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o decurso tiça - CNJ e pelo Conselho Nacional do Ministério Público - CNMP.
do prazo estabelecido no caput deste artigo, a não realização de (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
audiência de custódia sem motivação idônea ensejará também a § 1o As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI do caput
ilegalidade da prisão, a ser relaxada pela autoridade competente, deste artigo terão direito de portar arma de fogo de propriedade
sem prejuízo da possibilidade de imediata decretação de prisão pre- particular ou fornecida pela respectiva corporação ou instituição,
ventiva. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) mesmo fora de serviço, nos termos do regulamento desta Lei, com
validade em âmbito nacional para aquelas constantes dos incisos I,
II, V e VI. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 1o-A (Revogado pela Lei nº 11.706, de 2008)
LEI Nº 10.826, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2003 (ESTATUTO § 1º-B. Os integrantes do quadro efetivo de agentes e guardas
DO DESARMAMENTO): DO PORTE (ART. 6º AO 11); prisionais poderão portar arma de fogo de propriedade particular
DOS CRIMES E DAS PENAS (ART.12 AO 21) ou fornecida pela respectiva corporação ou instituição, mesmo
fora de serviço, desde que estejam: (Incluído pela Lei nº 12.993,
LEI N° 10.826, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2003. de 2014)
I - submetidos a regime de dedicação exclusiva; (Incluído pela
Dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de Lei nº 12.993, de 2014)
fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas – Sinarm, de- II - sujeitos à formação funcional, nos termos do regulamento;
fine crimes e dá outras providências. e (Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014)
III - subordinados a mecanismos de fiscalização e de controle
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na- interno. (Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014)
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: § 1º-C. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014)
§ 2o A autorização para o porte de arma de fogo aos integran-
CAPÍTULO III tes das instituições descritas nos incisos V, VI, VII e X do caput deste
DO PORTE artigo está condicionada à comprovação do requisito a que se refe-
re o inciso III do caput do art. 4o desta Lei nas condições estabele-
Art. 6o É proibido o porte de arma de fogo em todo o território cidas no regulamento desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706,
nacional, salvo para os casos previstos em legislação própria e para: de 2008)
I – os integrantes das Forças Armadas;
II - os integrantes de órgãos referidos nos incisos I, II, III, IV e V
do caput do art. 144 da Constituição Federal e os da Força Nacional
de Segurança Pública (FNSP); (Redação dada pela Lei nº 13.500, de
2017)

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NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
§ 3o A autorização para o porte de arma de fogo das guardas competente, sendo o certificado de registro e a autorização de por-
municipais está condicionada à formação funcional de seus inte- te expedidos pela Polícia Federal em nome da instituição. (Incluído
grantes em estabelecimentos de ensino de atividade policial, à pela Lei nº 12.694, de 2012)
existência de mecanismos de fiscalização e de controle interno, nas § 1o A autorização para o porte de arma de fogo de que trata
condições estabelecidas no regulamento desta Lei, observada a su- este artigo independe do pagamento de taxa. (Incluído pela Lei nº
pervisão do Ministério da Justiça. (Redação dada pela Lei nº 10.884, 12.694, de 2012)
de 2004) § 2o O presidente do tribunal ou o chefe do Ministério Público
§ 4o Os integrantes das Forças Armadas, das polícias federais e designará os servidores de seus quadros pessoais no exercício de
estaduais e do Distrito Federal, bem como os militares dos Estados funções de segurança que poderão portar arma de fogo, respeita-
e do Distrito Federal, ao exercerem o direito descrito no art. 4o, do o limite máximo de 50% (cinquenta por cento) do número de
ficam dispensados do cumprimento do disposto nos incisos I, II e III servidores que exerçam funções de segurança. (Incluído pela Lei nº
do mesmo artigo, na forma do regulamento desta Lei. 12.694, de 2012)
§ 5o Aos residentes em áreas rurais, maiores de 25 (vinte e cin- § 3o O porte de arma pelos servidores das instituições de que
co) anos que comprovem depender do emprego de arma de fogo trata este artigo fica condicionado à apresentação de documenta-
para prover sua subsistência alimentar familiar será concedido pela ção comprobatória do preenchimento dos requisitos constantes do
Polícia Federal o porte de arma de fogo, na categoria caçador para art. 4o desta Lei, bem como à formação funcional em estabeleci-
subsistência, de uma arma de uso permitido, de tiro simples, com mentos de ensino de atividade policial e à existência de mecanis-
mos de fiscalização e de controle interno, nas condições estabeleci-
1 (um) ou 2 (dois) canos, de alma lisa e de calibre igual ou inferior a
das no regulamento desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
16 (dezesseis), desde que o interessado comprove a efetiva neces-
§ 4o A listagem dos servidores das instituições de que trata
sidade em requerimento ao qual deverão ser anexados os seguin-
este artigo deverá ser atualizada semestralmente no Sinarm. (Inclu-
tes documentos: (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
ído pela Lei nº 12.694, de 2012)
I - documento de identificação pessoal; (Incluído pela Lei nº § 5o As instituições de que trata este artigo são obrigadas a re-
11.706, de 2008) gistrar ocorrência policial e a comunicar à Polícia Federal eventual
II - comprovante de residência em área rural; e (Incluído pela perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de armas de fogo,
Lei nº 11.706, de 2008) acessórios e munições que estejam sob sua guarda, nas primeiras
III - atestado de bons antecedentes. (Incluído pela Lei nº 24 (vinte e quatro) horas depois de ocorrido o fato. (Incluído pela
11.706, de 2008) Lei nº 12.694, de 2012)
§ 6o O caçador para subsistência que der outro uso à sua arma Art. 8o As armas de fogo utilizadas em entidades desportivas
de fogo, independentemente de outras tipificações penais, respon- legalmente constituídas devem obedecer às condições de uso e de
derá, conforme o caso, por porte ilegal ou por disparo de arma de armazenagem estabelecidas pelo órgão competente, respondendo
fogo de uso permitido. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) o possuidor ou o autorizado a portar a arma pela sua guarda na
§ 7o Aos integrantes das guardas municipais dos Municípios forma do regulamento desta Lei.
que integram regiões metropolitanas será autorizado porte de Art. 9o Compete ao Ministério da Justiça a autorização do por-
arma de fogo, quando em serviço. (Incluído pela Lei nº 11.706, de te de arma para os responsáveis pela segurança de cidadãos estran-
2008) geiros em visita ou sediados no Brasil e, ao Comando do Exército,
Art. 7o As armas de fogo utilizadas pelos empregados das nos termos do regulamento desta Lei, o registro e a concessão de
empresas de segurança privada e de transporte de valores, cons- porte de trânsito de arma de fogo para colecionadores, atiradores
tituídas na forma da lei, serão de propriedade, responsabilidade e e caçadores e de representantes estrangeiros em competição inter-
guarda das respectivas empresas, somente podendo ser utilizadas nacional oficial de tiro realizada no território nacional.
quando em serviço, devendo essas observar as condições de uso e Art. 10. A autorização para o porte de arma de fogo de uso per-
de armazenagem estabelecidas pelo órgão competente, sendo o mitido, em todo o território nacional, é de competência da Polícia
certificado de registro e a autorização de porte expedidos pela Po- Federal e somente será concedida após autorização do Sinarm.
lícia Federal em nome da empresa. § 1o A autorização prevista neste artigo poderá ser concedida
§ 1o O proprietário ou diretor responsável de empresa de se- com eficácia temporária e territorial limitada, nos termos de atos
gurança privada e de transporte de valores responderá pelo crime regulamentares, e dependerá de o requerente:
I – demonstrar a sua efetiva necessidade por exercício de ati-
previsto no parágrafo único do art. 13 desta Lei, sem prejuízo das
vidade profissional de risco ou de ameaça à sua integridade física;
demais sanções administrativas e civis, se deixar de registrar ocor-
II – atender às exigências previstas no art. 4o desta Lei;
rência policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo
III – apresentar documentação de propriedade de arma de
ou outras formas de extravio de armas de fogo, acessórios e muni-
fogo, bem como o seu devido registro no órgão competente.
ções que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro) § 2o A autorização de porte de arma de fogo, prevista neste
horas depois de ocorrido o fato. artigo, perderá automaticamente sua eficácia caso o portador dela
§ 2o A empresa de segurança e de transporte de valores de- seja detido ou abordado em estado de embriaguez ou sob efeito de
verá apresentar documentação comprobatória do preenchimento substâncias químicas ou alucinógenas.
dos requisitos constantes do art. 4o desta Lei quanto aos emprega- Art. 11. Fica instituída a cobrança de taxas, nos valores cons-
dos que portarão arma de fogo. tantes do Anexo desta Lei, pela prestação de serviços relativos:
§ 3o A listagem dos empregados das empresas referidas neste I – ao registro de arma de fogo;
artigo deverá ser atualizada semestralmente junto ao Sinarm. II – à renovação de registro de arma de fogo;
Art. 7o-A. As armas de fogo utilizadas pelos servidores das III – à expedição de segunda via de registro de arma de fogo;
instituições descritas no inciso XI do art. 6o serão de propriedade, IV – à expedição de porte federal de arma de fogo;
responsabilidade e guarda das respectivas instituições, somente V – à renovação de porte de arma de fogo;
podendo ser utilizadas quando em serviço, devendo estas observar VI – à expedição de segunda via de porte federal de arma de
as condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão fogo.

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NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
§ 1o Os valores arrecadados destinam-se ao custeio e à manu- Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito
tenção das atividades do Sinarm, da Polícia Federal e do Comando Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter
do Exército, no âmbito de suas respectivas responsabilidades. em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, empres-
§ 2o São isentas do pagamento das taxas previstas neste artigo tar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma
as pessoas e as instituições a que se referem os incisos I a VII e X de fogo, acessório ou munição de uso restrito, sem autorização e
e o § 5o do art. 6o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de em desacordo com determinação legal ou regulamentar: (Redação
2008) dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 11-A. O Ministério da Justiça disciplinará a forma e as con- Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
dições do credenciamento de profissionais pela Polícia Federal para § 1º Nas mesmas penas incorre quem: (Redação dada pela Lei
comprovação da aptidão psicológica e da capacidade técnica para nº 13.964, de 2019)
o manuseio de arma de fogo. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de
§ 1o Na comprovação da aptidão psicológica, o valor cobrado identificação de arma de fogo ou artefato;
pelo psicólogo não poderá exceder ao valor médio dos honorários II – modificar as características de arma de fogo, de forma a
profissionais para realização de avaliação psicológica constante do torná-la equivalente a arma de fogo de uso proibido ou restrito ou
item 1.16 da tabela do Conselho Federal de Psicologia. (Incluído para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir a erro autorida-
pela Lei nº 11.706, de 2008) de policial, perito ou juiz;
§ 2o Na comprovação da capacidade técnica, o valor cobrado III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo
pelo instrutor de armamento e tiro não poderá exceder R$ 80,00 ou incendiário, sem autorização ou em desacordo com determina-
(oitenta reais), acrescido do custo da munição. (Incluído pela Lei nº ção legal ou regulamentar;
11.706, de 2008) IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de
§ 3o A cobrança de valores superiores aos previstos nos §§ 1o e fogo com numeração, marca ou qualquer outro sinal de identifica-
2o deste artigo implicará o descredenciamento do profissional pela ção raspado, suprimido ou adulterado;
Polícia Federal. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente,
arma de fogo, acessório, munição ou explosivo a criança ou ado-
CAPÍTULO IV lescente; e
DOS CRIMES E DAS PENAS VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou
adulterar, de qualquer forma, munição ou explosivo.
Posse irregular de arma de fogo de uso permitido
§ 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º deste artigo
Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, aces-
envolverem arma de fogo de uso proibido, a pena é de reclusão, de
sório ou munição, de uso permitido, em desacordo com determina-
4 (quatro) a 12 (doze) anos. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
ção legal ou regulamentar, no interior de sua residência ou depen-
Comércio ilegal de arma de fogo
dência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o
Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocul-
titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa:
tar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, adulterar,
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito
Omissão de cautela
próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial,
Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impe-
dir que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa portadora de defici- arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização ou em desa-
ência mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse cordo com determinação legal ou regulamentar:
ou que seja de sua propriedade: Pena - reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa. dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou § 1º Equipara-se à atividade comercial ou industrial, para efei-
diretor responsável de empresa de segurança e transporte de valo- to deste artigo, qualquer forma de prestação de serviços, fabrica-
res que deixarem de registrar ocorrência policial e de comunicar à ção ou comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em
Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de residência. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
arma de fogo, acessório ou munição que estejam sob sua guarda, § 2º Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de
nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois de ocorrido o fato. fogo, acessório ou munição, sem autorização ou em desacordo com
Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido a determinação legal ou regulamentar, a agente policial disfarçado,
Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em de- quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta cri-
pósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, minal preexistente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, Tráfico internacional de arma de fogo
acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização e em de- Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do
sacordo com determinação legal ou regulamentar: território nacional, a qualquer título, de arma de fogo, acessório ou
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. munição, sem autorização da autoridade competente:
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável, Pena - reclusão, de 8 (oito) a 16 (dezesseis) anos, e multa. (Re-
salvo quando a arma de fogo estiver registrada em nome do agen- dação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
te. (Vide Adin 3.112-1) Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende ou en-
Disparo de arma de fogo trega arma de fogo, acessório ou munição, em operação de impor-
Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar tação, sem autorização da autoridade competente, a agente poli-
habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a cial disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis
ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a prática de conduta criminal preexistente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
de outro crime: 2019)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é aumen-
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável. tada da metade se a arma de fogo, acessório ou munição forem de
(Vide Adin 3.112-1) uso proibido ou restrito.

291
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a TÍTULO II
pena é aumentada da metade se: (Redação dada pela Lei nº 13.964, DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER
de 2019) CAPÍTULO I
I - forem praticados por integrante dos órgãos e empresas refe- DISPOSIÇÕES GERAIS
ridas nos arts. 6º, 7º e 8º desta Lei; ou (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019) Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica
II - o agente for reincidente específico em crimes dessa nature- e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no
za. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psi-
Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são insuscetí- cológico e dano moral ou patrimonial: (Vide Lei complementar nº
veis de liberdade provisória. (Vide Adin 3.112-1) 150, de 2015)
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o
espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo
LEI Nº 11.340 DE 07 DE AGOSTO DE 2006 (LEI “MARIA familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;
DA PENHA”): ART. 1º AO 8º II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade
formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados,
LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006 unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor
Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente
contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da Constituição de coabitação.
Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo
Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana independem de orientação sexual.
para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher; dis- Art. 6º A violência doméstica e familiar contra a mulher consti-
põe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar tui uma das formas de violação dos direitos humanos.
contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Pe-
nal e a Lei de Execução Penal; e dá outras providências. CAPÍTULO II
DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na- E FAMILIAR CONTRA A MULHER
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a
TÍTULO I mulher, entre outras:
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES I - a violência física, entendida como qualquer conduta que
ofenda sua integridade ou saúde corporal;
Art. 1º Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a vio- II - a violência psicológica, entendida como qualquer condu-
lência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8º do ta que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima ou
art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que
de Todas as Formas de Violência contra a Mulher, da Convenção vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças
Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, ma-
a Mulher e de outros tratados internacionais ratificados pela Re- nipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz,
pública Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos Juizados de insulto, chantagem, violação de sua intimidade, ridicularização, ex-
Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; e estabelece medi- ploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio
das de assistência e proteção às mulheres em situação de violência que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação;
doméstica e familiar. (Redação dada pela Lei nº 13.772, de 2018)
Art. 2º Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que
orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e reli- a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexu-
gião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, al não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da
sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo,
sem violência, preservar sua saúde física e mental e seu aperfeiçoa- a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contra-
mento moral, intelectual e social. ceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à
Art. 3º Serão asseguradas às mulheres as condições para o prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipula-
exercício efetivo dos direitos à vida, à segurança, à saúde, à alimen- ção; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e
tação, à educação, à cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao es- reprodutivos;
porte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer condu-
ao respeito e à convivência familiar e comunitária. ta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total
§ 1º O poder público desenvolverá políticas que visem garantir de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais,
os direitos humanos das mulheres no âmbito das relações domésti- bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os desti-
cas e familiares no sentido de resguardá-las de toda forma de negli- nados a satisfazer suas necessidades;
gência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que
§ 2º Cabe à família, à sociedade e ao poder público criar as con- configure calúnia, difamação ou injúria.
dições necessárias para o efetivo exercício dos direitos enunciados
no caput.
Art. 4º Na interpretação desta Lei, serão considerados os fins
sociais a que ela se destina e, especialmente, as condições pecu-
liares das mulheres em situação de violência doméstica e familiar.

292
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
TÍTULO III O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a
DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR seguinte Lei:
CAPÍTULO I
DAS MEDIDAS INTEGRADAS DE PREVENÇÃO CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 8º A política pública que visa coibir a violência doméstica
e familiar contra a mulher far-se-á por meio de um conjunto arti- Art. 1º Esta Lei define os crimes de abuso de autoridade, come-
culado de ações da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos tidos por agente público, servidor ou não, que, no exercício de suas
Municípios e de ações não-governamentais, tendo por diretrizes: funções ou a pretexto de exercê-las, abuse do poder que lhe tenha
I - a integração operacional do Poder Judiciário, do Ministério sido atribuído.
Público e da Defensoria Pública com as áreas de segurança pública, § 1º As condutas descritas nesta Lei constituem crime de abuso
assistência social, saúde, educação, trabalho e habitação; de autoridade quando praticadas pelo agente com a finalidade es-
II - a promoção de estudos e pesquisas, estatísticas e outras pecífica de prejudicar outrem ou beneficiar a si mesmo ou a tercei-
informações relevantes, com a perspectiva de gênero e de raça ou ro, ou, ainda, por mero capricho ou satisfação pessoal.
etnia, concernentes às causas, às conseqüências e à freqüência da § 2º A divergência na interpretação de lei ou na avaliação de
violência doméstica e familiar contra a mulher, para a sistematiza- fatos e provas não configura abuso de autoridade.
ção de dados, a serem unificados nacionalmente, e a avaliação pe-
riódica dos resultados das medidas adotadas; CAPÍTULO II
III - o respeito, nos meios de comunicação social, dos valores DOS SUJEITOS DO CRIME
éticos e sociais da pessoa e da família, de forma a coibir os papéis
estereotipados que legitimem ou exacerbem a violência doméstica Art. 2º É sujeito ativo do crime de abuso de autoridade qual-
e familiar, de acordo com o estabelecido no inciso III do art. 1º , no quer agente público, servidor ou não, da administração direta, indi-
inciso IV do art. 3º e no inciso IV do art. 221 da Constituição Federal reta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
; do Distrito Federal, dos Municípios e de Território, compreendendo,
IV - a implementação de atendimento policial especializado mas não se limitando a:
para as mulheres, em particular nas Delegacias de Atendimento à I - servidores públicos e militares ou pessoas a eles equipara-
Mulher; das;
V - a promoção e a realização de campanhas educativas de pre- II - membros do Poder Legislativo;
venção da violência doméstica e familiar contra a mulher, voltadas III - membros do Poder Executivo;
ao público escolar e à sociedade em geral, e a difusão desta Lei e IV - membros do Poder Judiciário;
dos instrumentos de proteção aos direitos humanos das mulheres; V - membros do Ministério Público;
VI - a celebração de convênios, protocolos, ajustes, termos ou VI - membros dos tribunais ou conselhos de contas.
outros instrumentos de promoção de parceria entre órgãos gover- Parágrafo único. Reputa-se agente público, para os efeitos des-
namentais ou entre estes e entidades não-governamentais, tendo ta Lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem
por objetivo a implementação de programas de erradicação da vio- remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou
lência doméstica e familiar contra a mulher; qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo,
VII - a capacitação permanente das Polícias Civil e Militar, da emprego ou função em órgão ou entidade abrangidos pelo caput
Guarda Municipal, do Corpo de Bombeiros e dos profissionais per- deste artigo.
tencentes aos órgãos e às áreas enunciados no inciso I quanto às CAPÍTULO III
questões de gênero e de raça ou etnia; DA AÇÃO PENAL
VIII - a promoção de programas educacionais que disseminem
valores éticos de irrestrito respeito à dignidade da pessoa humana Art. 3º (VETADO).
com a perspectiva de gênero e de raça ou etnia; Art. 3º Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública
IX - o destaque, nos currículos escolares de todos os níveis de incondicionada. (Promulgação partes vetadas)
ensino, para os conteúdos relativos aos direitos humanos, à equida- § 1º Será admitida ação privada se a ação penal pública não
de de gênero e de raça ou etnia e ao problema da violência domés- for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar
tica e familiar contra a mulher. a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em
todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, inter-
por recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante,
LEI Nº 13.869, DE 5 DE SETEMBRO DE 2019 (LEI DE retomar a ação como parte principal.
ABUSO DE AUTORIDADE) § 2º A ação privada subsidiária será exercida no prazo de 6
(seis) meses, contado da data em que se esgotar o prazo para ofe-
LEI Nº 13.869, DE 5 DE SETEMBRO DE 2019 recimento da denúncia.

Dispõe sobre os crimes de abuso de autoridade; altera a Lei nº


7.960, de 21 de dezembro de 1989, a Lei nº 9.296, de 24 de julho
de 1996, a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, e a Lei nº 8.906, de
4 de julho de 1994; e revoga a Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de
1965, e dispositivos do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
1940 (Código Penal).

293
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
CAPÍTULO IV Art. 10. Decretar a condução coercitiva de testemunha ou in-
DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO E DAS PENAS RESTRITIVAS vestigado manifestamente descabida ou sem prévia intimação de
DE DIREITOS comparecimento ao juízo:
Seção I Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Dos Efeitos da Condenação Art. 11. (VETADO).
Art. 12. Deixar injustificadamente de comunicar prisão em fla-
Art. 4º São efeitos da condenação: grante à autoridade judiciária no prazo legal:
I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
crime, devendo o juiz, a requerimento do ofendido, fixar na senten- Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:
ça o valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, I - deixa de comunicar, imediatamente, a execução de prisão
considerando os prejuízos por ele sofridos; temporária ou preventiva à autoridade judiciária que a decretou;
II - a inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou função II - deixa de comunicar, imediatamente, a prisão de qualquer
pública, pelo período de 1 (um) a 5 (cinco) anos; pessoa e o local onde se encontra à sua família ou à pessoa por ela
III - a perda do cargo, do mandato ou da função pública. indicada;
Parágrafo único. Os efeitos previstos nos incisos II e III do caput III - deixa de entregar ao preso, no prazo de 24 (vinte e quatro)
deste artigo são condicionados à ocorrência de reincidência em cri- horas, a nota de culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da
me de abuso de autoridade e não são automáticos, devendo ser prisão e os nomes do condutor e das testemunhas;
declarados motivadamente na sentença. IV - prolonga a execução de pena privativa de liberdade, de pri-
são temporária, de prisão preventiva, de medida de segurança ou
Seção II
de internação, deixando, sem motivo justo e excepcionalíssimo, de
Das Penas Restritivas de Direitos
executar o alvará de soltura imediatamente após recebido ou de
promover a soltura do preso quando esgotado o prazo judicial ou
Art. 5º As penas restritivas de direitos substitutivas das privati-
vas de liberdade previstas nesta Lei são: legal.
I - prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas; Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência,
II - suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato, grave ameaça ou redução de sua capacidade de resistência, a:
pelo prazo de 1 (um) a 6 (seis) meses, com a perda dos vencimentos I - exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à curiosidade
e das vantagens; pública;
III - (VETADO). II - submeter-se a situação vexatória ou a constrangimento não
Parágrafo único. As penas restritivas de direitos podem ser apli- autorizado em lei;
cadas autônoma ou cumulativamente. III - (VETADO).
III - produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro: (Pro-
CAPÍTULO V mulgação partes vetadas)
DAS SANÇÕES DE NATUREZA CIVIL E ADMINISTRATIVA Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, sem
prejuízo da pena cominada à violência.
Art. 6º As penas previstas nesta Lei serão aplicadas indepen- Art. 14. (VETADO).
dentemente das sanções de natureza civil ou administrativa cabí- Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça de prisão, pessoa
veis. que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, deva guar-
Parágrafo único. As notícias de crimes previstos nesta Lei que dar segredo ou resguardar sigilo:
descreverem falta funcional serão informadas à autoridade compe- Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
tente com vistas à apuração. Parágrafo único. (VETADO).
Art. 7º As responsabilidades civil e administrativa são inde- Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem prossegue com
pendentes da criminal, não se podendo mais questionar sobre a o interrogatório: (Promulgação partes vetadas)
existência ou a autoria do fato quando essas questões tenham sido I - de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao silêncio;
decididas no juízo criminal. ou
Art. 8º Faz coisa julgada em âmbito cível, assim como no ad- II - de pessoa que tenha optado por ser assistida por advogado
ministrativo-disciplinar, a sentença penal que reconhecer ter sido ou defensor público, sem a presença de seu patrono.
o ato praticado em estado de necessidade, em legítima defesa, em
estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de di-
Violência Institucional (Incluído pela Lei nº 14.321, de 2022)
reito.
Art. 15-A. Submeter a vítima de infração penal ou a testemunha
CAPÍTULO VI
de crimes violentos a procedimentos desnecessários, repetitivos ou
DOS CRIMES E DAS PENAS
invasivos, que a leve a reviver, sem estrita necessidade: (Incluído
Art. 9º Decretar medida de privação da liberdade em manifes- pela Lei nº 14.321, de 2022)
ta desconformidade com as hipóteses legais: (Promulgação partes I - a situação de violência; ou (Incluído pela Lei nº 14.321,
vetadas) de 2022)
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. II - outras situações potencialmente geradoras de sofrimento
Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judiciária ou estigmatização: (Incluído pela Lei nº 14.321, de 2022)
que, dentro de prazo razoável, deixar de: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. (In-
I - relaxar a prisão manifestamente ilegal; cluído pela Lei nº 14.321, de 2022)
II - substituir a prisão preventiva por medida cautelar diversa ou § 1º Se o agente público permitir que terceiro intimide a víti-
de conceder liberdade provisória, quando manifestamente cabível; ma de crimes violentos, gerando indevida revitimização, aplica-se a
III - deferir liminar ou ordem de habeas corpus, quando mani- pena aumentada de 2/3 (dois terços). (Incluído pela Lei nº 14.321,
festamente cabível.’ de 2022)

294
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
§ 2º Se o agente público intimidar a vítima de crimes violentos, Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem pratica a condu-
gerando indevida revitimização, aplica-se a pena em dobro. (Inclu- ta com o intuito de:
ído pela Lei nº 14.321, de 2022) I - eximir-se de responsabilidade civil ou administrativa por ex-
Art. 16. Deixar de identificar-se ou identificar-se falsamente ao cesso praticado no curso de diligência;
preso por ocasião de sua captura ou quando deva fazê-lo durante II - omitir dados ou informações ou divulgar dados ou informa-
sua detenção ou prisão: (Promulgação partes vetadas) ções incompletos para desviar o curso da investigação, da diligência
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. ou do processo.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, como respon- Art. 24. Constranger, sob violência ou grave ameaça, funcio-
sável por interrogatório em sede de procedimento investigatório de nário ou empregado de instituição hospitalar pública ou privada a
infração penal, deixa de identificar-se ao preso ou atribui a si mes- admitir para tratamento pessoa cujo óbito já tenha ocorrido, com
mo falsa identidade, cargo ou função. o fim de alterar local ou momento de crime, prejudicando sua apu-
Art. 17. (VETADO). ração:
Art. 18. Submeter o preso a interrogatório policial durante o Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, além da
período de repouso noturno, salvo se capturado em flagrante delito pena correspondente à violência.
ou se ele, devidamente assistido, consentir em prestar declarações: Art. 25. Proceder à obtenção de prova, em procedimento de
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. investigação ou fiscalização, por meio manifestamente ilícito:
Art. 19. Impedir ou retardar, injustificadamente, o envio de plei- Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
to de preso à autoridade judiciária competente para a apreciação Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem faz uso de pro-
da legalidade de sua prisão ou das circunstâncias de sua custódia: va, em desfavor do investigado ou fiscalizado, com prévio conheci-
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. mento de sua ilicitude.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena o magistrado que, Art. 26. (VETADO).
ciente do impedimento ou da demora, deixa de tomar as providên- Art. 27.Requisitar instauração ou instaurar procedimento in-
cias tendentes a saná-lo ou, não sendo competente para decidir vestigatório de infração penal ou administrativa, em desfavor de
sobre a prisão, deixa de enviar o pedido à autoridade judiciária que alguém, à falta de qualquer indício da prática de crime, de ilícito
o seja. funcional ou de infração administrativa: (Vide ADIN 6234) (Vide
Art. 20. (VETADO). ADIN 6240)
Art. 20. Impedir, sem justa causa, a entrevista pessoal e reser- Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Não há crime quando se tratar de sindicância
vada do preso com seu advogado: (Promulgação partes vetadas)
ou investigação preliminar sumária, devidamente justificada.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 28. Divulgar gravação ou trecho de gravação sem relação
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem impede o preso,
com a prova que se pretenda produzir, expondo a intimidade ou
o réu solto ou o investigado de entrevistar-se pessoal e reservada-
a vida privada ou ferindo a honra ou a imagem do investigado ou
mente com seu advogado ou defensor, por prazo razoável, antes de
acusado:
audiência judicial, e de sentar-se ao seu lado e com ele comunicar-
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
-se durante a audiência, salvo no curso de interrogatório ou no caso
Art. 29.Prestar informação falsa sobre procedimento judicial,
de audiência realizada por videoconferência.
policial, fiscal ou administrativo com o fim de prejudicar interesse
Art. 21. Manter presos de ambos os sexos na mesma cela ou de investigado:(Vide ADIN 6234)(Vide ADIN 6240)
espaço de confinamento: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Parágrafo único. (VETADO).
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem mantém, na Art. 30. (VETADO).
mesma cela, criança ou adolescente na companhia de maior de Art. 30. Dar início ou proceder à persecução penal, civil ou ad-
idade ou em ambiente inadequado, observado o disposto na Lei ministrativa sem justa causa fundamentada ou contra quem sabe
nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adoles- inocente: (Promulgação partes vetadas)
cente). Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina ou astuciosamente, ou Art. 31.Estender injustificadamente a investigação, procras-
à revelia da vontade do ocupante, imóvel alheio ou suas dependên- tinando-a em prejuízo do investigado ou fiscalizado: (Vide ADIN
cias, ou nele permanecer nas mesmas condições, sem determina- 6234) (Vide ADIN 6240)
ção judicial ou fora das condições estabelecidas em lei: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, inexistindo
§ 1º Incorre na mesma pena, na forma prevista no caput deste prazo para execução ou conclusão de procedimento, o estende de
artigo, quem: forma imotivada, procrastinando-o em prejuízo do investigado ou
I - coage alguém, mediante violência ou grave ameaça, a fran- do fiscalizado.
quear-lhe o acesso a imóvel ou suas dependências; Art. 32. (VETADO).
II - (VETADO); Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou advogado aces-
III - cumpre mandado de busca e apreensão domiciliar após as so aos autos de investigação preliminar, ao termo circunstanciado,
21h (vinte e uma horas) ou antes das 5h (cinco horas). ao inquérito ou a qualquer outro procedimento investigatório de
§ 2º Não haverá crime se o ingresso for para prestar socorro, infração penal, civil ou administrativa, assim como impedir a ob-
ou quando houver fundados indícios que indiquem a necessidade tenção de cópias, ressalvado o acesso a peças relativas a diligências
do ingresso em razão de situação de flagrante delito ou de desastre. em curso, ou que indiquem a realização de diligências futuras, cujo
Art. 23. Inovar artificiosamente, no curso de diligência, de in- sigilo seja imprescindível: (Promulgação partes vetadas)
vestigação ou de processo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
com o fim de eximir-se de responsabilidade ou de responsabilizar Art. 33. Exigir informação ou cumprimento de obrigação, inclu-
criminalmente alguém ou agravar-lhe a responsabilidade: sive o dever de fazer ou de não fazer, sem expresso amparo legal:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

295
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se utiliza de car- “Art. 227-A Os efeitos da condenação prevista no inciso I do
go ou função pública ou invoca a condição de agente público para caput do art. 92 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940
se eximir de obrigação legal ou para obter vantagem ou privilégio (Código Penal), para os crimes previstos nesta Lei, praticados por
indevido. servidores públicos com abuso de autoridade, são condicionados à
Art. 34. (VETADO). ocorrência de reincidência.
Art. 35. (VETADO). Parágrafo único. A perda do cargo, do mandato ou da função,
Art. 36. Decretar, em processo judicial, a indisponibilidade de nesse caso, independerá da pena aplicada na reincidência.”
ativos financeiros em quantia que extrapole exacerbadamente o va- Art. 43. (VETADO).
lor estimado para a satisfação da dívida da parte e, ante a demons- Art. 43. A Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994, passa a vigorar
tração, pela parte, da excessividade da medida, deixar de corrigi-la: acrescida do seguinte art. 7º-B: (Promulgação partes vetadas)
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. ‘Art. 7º-B Constitui crime violar direito ou prerrogativa de advo-
Art. 37. Demorar demasiada e injustificadamente no exame de gado previstos nos incisos II, III, IV e V do caput do art. 7º desta Lei:
processo de que tenha requerido vista em órgão colegiado, com o Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.’”
intuito de procrastinar seu andamento ou retardar o julgamento: Art. 44. Revogam-se a Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de 1965,
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. e o § 2º do art. 150 e o art. 350, ambos do Decreto-Lei nº 2.848, de
Art. 38. (VETADO). 7 de dezembro de 1940 (Código Penal).
Art. 38. Antecipar o responsável pelas investigações, por meio Art. 45. Esta Lei entra em vigor após decorridos 120 (cento e
de comunicação, inclusive rede social, atribuição de culpa, antes de vinte) dias de sua publicação oficial.
concluídas as apurações e formalizada a acusação: (Promulgação
partes vetadas)
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990 (ESTATUTO
DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE): DISPOSIÇÕES
CAPÍTULO VII PRELIMINARES (ART. 1º AO 6º), DA PRÁTICA DE ATO
DO PROCEDIMENTO INFRACIONAL (ART. 103 AO 109), DO CONSELHO
TUTELAR (ART. 131 AO 137) E DOS CRIMES (ART. 225
Art. 39. Aplicam-se ao processo e ao julgamento dos delitos AO 244B)
previstos nesta Lei, no que couber, as disposições do Decreto-Lei nº
3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), e da Lei LEI FEDERAL Nº 8.069/90 – DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DA
nº 9.099, de 26 de setembro de 1995.
CRIANÇA E DO ADOLESCENTE;
CAPÍTULO VIII
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é uma lei federal
DISPOSIÇÕES FINAIS
(8.069 promulgada em julho de 1990), que trata sobre os direitos
das crianças e adolescentes em todo o Brasil.
Art. 40. O art. 2º da Lei nº 7.960, de 21 de dezembro de 1989,
Trata-se de um ramo do direito especializado, dividido em par-
passa a vigorar com a seguinte redação:
tes geral e especial, onde a primeira traça, como as demais codifica-
“Art.2º ........................................................................................
ções existentes, os princípios norteadores do Estatuto. Já a segunda
...............
.................................................................................................... parte estrutura a política de atendimento, medidas, conselho tute-
.................... lar, acesso jurisdicional e apuração de atos infracionais.
§ 4º-A O mandado de prisão conterá necessariamente o perí- A partir do Estatuto, crianças e adolescentes brasileiros, sem
odo de duração da prisão temporária estabelecido no caput deste distinção de raça, cor ou classe social, passaram a ser reconhecidos
artigo, bem como o dia em que o preso deverá ser libertado. como sujeitos de direitos e deveres, considerados como pessoas
.................................................................................................... em desenvolvimento a quem se deve prioridade absoluta do Es-
..................... tado.
§ 7º Decorrido o prazo contido no mandado de prisão, a au- O objetivo estatutário é a proteção dos menores de 18 anos,
toridade responsável pela custódia deverá, independentemente de proporcionando a eles um desenvolvimento físico, mental, moral e
nova ordem da autoridade judicial, pôr imediatamente o preso em social condizentes com os princípios constitucionais da liberdade e
liberdade, salvo se já tiver sido comunicada da prorrogação da pri- da dignidade, preparando para a vida adulta em sociedade.
são temporária ou da decretação da prisão preventiva. O ECA estabelece direitos à vida, à saúde, à alimentação, à
§ 8º Inclui-se o dia do cumprimento do mandado de prisão no educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao
cômputo do prazo de prisão temporária.” (NR) respeito, à liberdade, à convivência familiar e comunitária para me-
Art. 41. O art. 10 da Lei nº 9.296, de 24 de julho de 1996, passa ninos e meninas, e também aborda questões de políticas de aten-
a vigorar com a seguinte redação: dimento, medidas protetivas ou medidas socioeducativas, entre
“Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunica- outras providências. Trata-se de direitos diretamente relacionados
ções telefônicas, de informática ou telemática, promover escuta à Constituição da República de 1988.
ambiental ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial Para o Estatuto, considera-se criança a pessoa de até doze
ou com objetivos não autorizados em lei: anos de idade incompletos, e adolescente aquela compreendida
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. entre doze e dezoito anos. Entretanto, aplica-se o estatuto, excep-
Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judicial cionalmente, às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade,
que determina a execução de conduta prevista no caput deste arti- em situações que serão aqui demonstradas.
go com objetivo não autorizado em lei.” (NR) Dispõe, ainda, que nenhuma criança ou adolescente será ob-
Art. 42. A Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da jeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração,
Criança e do Adolescente), passa a vigorar acrescida do seguinte violência, crueldade e opressão, por qualquer pessoa que seja, de-
art. 227-A: vendo ser punido qualquer ação ou omissão que atente aos seus

296
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
direitos fundamentais. Ainda, no seu artigo 7º, disciplina que a 7. Expedir notificações em casos de sua competência.
criança e o adolescente têm direito à proteção à vida e à saúde, 8. Requisitar certidões de nascimento e de óbito de crianças e
mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam adolescentes, quando necessário.
o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condi- 9. Assessorar o Poder Executivo local na elaboração da pro-
ções dignas de existência. posta orçamentaria para planos e programas de atendimento dos
As medidas protetivas adotadas pelo ECA são para salvaguar- direitos da criança e do adolescente.
dar a família natural ou a família substituta, sendo está ultima pela 10. Entrar na Justiça, em nome das pessoas e das famílias, para
guarda, tutela ou adoção. A guarda obriga a prestação de assis- que estas se defendam de programas de rádio e televisão que con-
tência material, moral e educacional, a tutela pressupõe todos os trariem princípios constitucionais bem como de propaganda de
deveres da guarda e pode ser conferida a pessoa de até 21 anos produtos, práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde e ao
incompletos, já a adoção atribui condição de filho, com mesmos meio ambiente.
direito e deveres, inclusive sucessórios. 11. Levar ao Ministério Público casos que demandam ações ju-
A instituição familiar é a base da sociedade, sendo indispensá- diciais de perda ou suspensão do pátrio poder.
vel à organização social, conforme preceitua o art. 226 da CR/88. 12. Fiscalizar as entidades governamentais e não-governamen-
Não sendo regra, mas os adolescentes correm maior risco quando tais que executem programas de proteção e socioeducativos.
fazem parte de famílias desestruturadas ou violentas.
Cabe aos pais o dever de sustento, guarda e educação dos fi- Considerando que todos têm o dever de zelar pela dignidade
lhos, não constituindo motivo de escusa a falta ou a carência de
da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer trata-
recursos materiais, sob pena da perda ou a suspensão do pátrio
mento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constran-
poder.
gedor, havendo suspeita ou confirmação de maus-tratos contra
Caso a família natural, comunidade formada pelos pais ou
alguma criança ou adolescente, serão obrigatoriamente comunica-
qualquer deles e seus descendentes, descumpra qualquer de suas
obrigações, a criança ou adolescente serão colocados em família dos ao Conselho Tutelar para providências cabíveis.
substituta mediante guarda, tutela ou adoção. Ainda com toda proteção às crianças e aos adolescentes, a de-
Toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado linquência é uma realidade social, principalmente nas grandes cida-
no seio da sua família e, excepcionalmente, em família substituta, des, sem previsão de término, fazendo com que tenha tratamento
assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente livre diferenciado dos crimes praticados por agentes imputáveis.
da presença de pessoas dependentes de substâncias entorpecen- Os crimes praticados por adolescentes entre 12 e 18 anos
tes. incompletos são denominados atos infracionais passíveis de apli-
Por tal razão que a responsabilidade dos pais é enorme no de- cação de medidas socioeducativas. Os dispositivos do Estatuto da
senvolvimento familiar e dos filhos, cujo objetivo é manter ao má- Criança e do Adolescente disciplinam situações nas quais tanto o
ximo a estabilidade emocional, econômica e social. responsável, quanto o menor devem ser instados a modificarem
A perda de valores sociais, ao longo do tempo, também são fa- atitudes, definindo sanções para os casos mais graves.
tores que interferem diretamente no desenvolvimento das crianças Nas hipóteses do menor cometer ato infracional, cuja conduta
e adolescentes, visto que não permanecem exclusivamente inseri- sempre estará descrita como crime ou contravenção penal para os
dos na entidade familiar. imputáveis, poderão sofrer sanções específicas aquelas descritas
Por isso é dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou no estatuto como medidas socioeducativas.
violação dos direitos das crianças e dos adolescentes. Tanto que Os menores de 18 anos são penalmente inimputáveis, mas res-
cabe a sociedade, família e ao poder público proibir a venda e co- pondem pela prática de ato infracional cuja sanção será desde a
mercialização à criança e ao adolescente de armas, munições e adoção de medida protetiva de encaminhamento aos pais ou res-
explosivos, bebida alcoólicas, drogas, fotos de artifício, revistas de ponsável, orientação, apoio e acompanhamento, matricula e frequ-
conteúdo adulto e bilhetes lotéricos ou equivalentes. ência em estabelecimento de ensino, inclusão em programa de au-
Cada município deverá haver, no mínimo, um Conselho Tutelar xílio à família, encaminhamento a tratamento médico, psicológico
composto de cinco membros, escolhidos pela comunidade local, re- ou psiquiátrico, abrigo, tratamento toxicológico e, até, colocação
gularmente eleitos e empossados, encarregado pela sociedade de em família substituta.
zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente. Já o adolescente entre 12 e 18 anos incompletos (inimputáveis)
O Conselho Tutelar é uma das entidades públicas competen-
que pratica algum ato infracional, além das medidas protetivas já
tes a salvaguardar os direitos das crianças e dos adolescentes nas
descritas, a autoridade competente poderá aplicar medida socioe-
hipóteses em que haja desrespeito, inclusive com relação a seus
ducativa de acordo com a capacidade do ofensor, circunstâncias do
pais e responsáveis, bem como aos direitos e deveres previstos na
fato e a gravidade da infração, são elas:
legislação do ECA e na Constituição. São deveres dos Conselheiros
Tutelares: 1) Advertências – admoestação verbal, reduzida a termo e assi-
1. Atender crianças e adolescentes e aplicar medidas de pro- nada pelos adolescentes e genitores sob os riscos do envolvimento
teção. em atos infracionais e sua reiteração,
2. Atender e aconselhar os pais ou responsável e aplicar medi- 2) Obrigação de reparar o dano – caso o ato infracional seja
das pertinentes previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente. passível de reparação patrimonial, compensando o prejuízo da ví-
3. Promover a execução de suas decisões, podendo requisitar tima,
serviços públicos e entrar na Justiça quando alguém, injustificada- 3) Prestação de serviços à comunidade – tem por objetivo
mente, descumprir suas decisões. conscientizar o menor infrator sobre valores e solidariedade social,
4. Levar ao conhecimento do Ministério Público fatos que o 4) Liberdade assistida – medida de grande eficácia para o en-
Estatuto tenha como infração administrativa ou penal. fretamento da prática de atos infracionais, na medida em que atua
5. Encaminhar à Justiça os casos que a ela são pertinentes. juntamente com a família e o controle por profissionais (psicólogos
6. Tomar providências para que sejam cumpridas as medidas e assistentes sociais) do Juizado da Infância e Juventude,
sócio-educativas aplicadas pela Justiça a adolescentes infratores.

297
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
5) Semiliberdade – medida de média extremidade, uma vez Consideram, ainda, que o estatuto, que deveria proteger e
que exigem dos adolescentes infratores o trabalho e estudo duran- educar a criança e o adolescente, na prática, acaba deixando-os
te o dia, mas restringe sua liberdade no período noturno, mediante sem nenhum tipo de punição ou mesmo ressocialização, bem como
recolhimento em entidade especializada é utilizado por grupos criminosos para livrar-se de responsabilida-
6) Internação por tempo indeterminado – medida mais extre- des criminais fazendo com que adolescentes assumam a culpa.
ma do Estatuto da Criança e do Adolescente devido à privação total Cabe ao Estado zelas para que as crianças e adolescentes se
da liberdade. Aplicada em casos mais graves e em caráter excep- desenvolvam em condições sociais que favoreçam a integridade
cional. física, liberdade e dignidade. Contudo, não se pode atribuir tal res-
ponsabilidade apenas a uma suposta inaplicabilidade do estatuto
Antes da sentença, a internação somente pode ser determina- da criança e do adolescente, uma vez que estes nada mais são do
da pelo prazo máximo de 45 dias, mediante decisão fundamentada que o produto da entidade familiar e da sociedade, as quais têm
baseada em fortes indícios de autoria e materialidade do ato infra- importância fundamental no comportamento dos mesmos.1
cional. Últimas alterações no ECA
Nessa vertente, as entidades que desenvolvem programas de
internação têm a obrigação de: As mais recentes:
1) Observar os direitos e garantias de que são titulares os ado- São quatro os pontos modificados no ECA durante a atual ad-
lescentes; ministração:
2) Não restringir nenhum direito que não tenha sido objeto de - A instituição da Semana Nacional de Prevenção da Gravidez
restrição na decisão de internação, na Adolescência, na lei nº 13.798, de 3 de janeiro de 2019;
3) Preservar a identidade e oferecer ambiente de respeito e - A criação do Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas - na
dignidade ao adolescente, lei nº 13.812, de 16 de março 2019;
4) Diligenciar no sentido do restabelecimento e da preservação - A mudança na idade mínima para que uma criança ou adoles-
dos vínculos familiares, cente possa viajar sem os pais ou responsáveis e sem autorização
5) Oferecer instalações físicas em condições adequadas, e toda judicial, passando de 12 para 16 anos - na mesma lei nº 13.812;
infraestrutura e cuidados médicos e educacionais, inclusive na área - A mudança na lei sobre a reeleição dos conselheiros tutelares,
que agora podem ser reeleitos por vários mandatos consecutivos,
de lazer e atividades culturais e desportivas.
em vez de apenas uma vez - lei 13.824, de 9 de maio 2019.
6) Reavaliar periodicamente cada caso, com intervalo máximo
de seis meses, dando ciência dos resultados à autoridade compe-
Lei nº 13.509/17, publicada em 22 de novembro de 2017 al-
tente.
tera o ECA ao estabelecer novos prazos e procedimentos para o
trâmite dos processos de adoção, além de prever novas hipóteses
Uma vez aplicada as medidas socioeducativas podem ser im- de destituição do poder familiar, de apadrinhamento afetivo e dis-
plementadas até que sejam completados 18 anos de idade. Contu- ciplinar a entrega voluntária de crianças e adolescentes à adoção.
do, o cumprimento pode chegar aos 21 anos de idade nos casos de
internação, nos termos do art. 121, §5º do ECA. Lei Federal nº 13.431/2017 – Lei da Escuta Protegida
Assim como no sistema penal tradicional, as sanções previstas Esta lei estabelece novas diretrizes para o atendimento de
no Estatuto da Criança e do Adolescente apresentam preocupação crianças ou adolescentes vítimas ou testemunhas de violências,
com a reeducação e a ressocialização dos menores infratores. e que frequentemente são expostos a condutas profissionais não
Antes de iniciado o procedimento de apuração do ato infra- qualificadas, sendo obrigados a relatar por várias vezes, ou para
cional, o representante do Ministério Público poderá conceder o pessoas diferentes, violências sofridas, revivendo desnecessaria-
perdão (remissão), como forma de exclusão do processo, se atendi- mente seu drama.
do às circunstâncias e consequências do fato, contexto social, per- Denominada “Lei da Escuta Protegida”, essa lei tem como ob-
sonalidade do adolescente e sua maior ou menor participação no jetivo a proteção de crianças e adolescentes após a revelação da
ato infracional. violência sofrida, promovendo uma escuta única nos serviços de
Por fim, o Estatuto da Criança e do Adolescente institui medi- atendimento e criando um protocolo de atendimento a ser adota-
das aplicáveis aos pais ou responsáveis de encaminhamento a pro- do por todos os órgãos do Sistema de Garantia de Direitos.
grama de proteção a família, inclusão em programa de orientação
a alcoólatras e toxicômanos, encaminhamento a tratamento psi- Lei 13.436, de 12 de abril de 2017 - Garantia do direito a acom-
cológico ou psiquiátrico, encaminhamento a cursos ou programas panhamento e orientação à mãe com relação à amamentação
de orientação, obrigação de matricular e acompanhar o aproveita- Esta lei introduziu no artigo 10 do ECA uma responsabilidade
mento escolar do menor, advertência, perda da guarda, destituição adicional para os hospitais e demais estabelecimentos de atenção
da tutela e até suspensão ou destituição do pátrio poder. à saúde de gestantes, públicos e particulares: daqui em diante eles
O importante é observar que as crianças e os adolescentes não estão obrigados a acompanhar a prática do processo de amamen-
podem ser considerados autênticas propriedades de seus genito- tação, prestando orientações quanto à técnica adequada, enquan-
to a mãe permanecer na unidade hospitalar.
res, visto que são titulas de direitos humanos como quaisquer pes-
soas, dotados de direitos e deveres como demonstrado.
A implantação integral do ECA sofre grande resistência de par-
te da sociedade brasileira, que o considera excessivamente pater-
nalista em relação aos atos infracionais cometidos por crianças e
adolescentes, uma vez que os atos infracionais estão ficando cada
vez mais violentos e reiterados.

1 Fonte: www.ambito-juridico.com.br – Texto adaptado de Cláudia Mara de Al-


meida Rabelo Viegas / Cesar Leandro de Almeida Rabelo

298
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
Lei 13.438, de 26 de abril de 2017 – Protocolo de Avaliação de O ECA estabelece direitos à vida, à saúde, à alimentação, à
riscos para o desenvolvimento psíquico das crianças educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao
Esta lei determina que o Sistema Único de Saúde (SUS) será respeito, à liberdade, à convivência familiar e comunitária para me-
obrigado a adotar protocolo com padrões para a avaliação de riscos ninos e meninas, e também aborda questões de políticas de aten-
ao desenvolvimento psíquico de crianças de até 18 meses de ida- dimento, medidas protetivas ou medidas socioeducativas, entre
de. A lei estabelece que crianças de até 18 meses de idade façam outras providências. Trata-se de direitos diretamente relacionados
acompanhamento através de protocolo ou outro instrumento de à Constituição da República de 1988.
detecção de risco. Esse acompanhamento se dará em consulta pe-
diátrica. Por meio de exames poderá ser detectado precocemente, Dispõe a Lei 8.069/1990 que nenhuma criança ou adolescente
por exemplo, o transtorno do espectro autista, o que permitirá um será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, ex-
melhor acompanhamento no desenvolvimento futuro da criança. ploração, violência, crueldade e opressão, por qualquer pessoa que
seja, devendo ser punido qualquer ação ou omissão que atente aos
Lei nº 13.440, de 8 de maio de 2017 – Aumento na penali- seus direitos fundamentais.
zação de crimes de exploração sexual de crianças e adolescentes
Esta lei promoveu a inclusão de mais uma penalidade no artigo LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990
244-A do ECA. A pena previa reclusão de quatro a dez anos e multa
nos crimes de exploração sexual de crianças e adolescentes. Agora Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá ou-
o texto está acrescido de perda de bens e que os valores advindos tras providências.
dessas práticas serão revertidos em favor do Fundo dos Direitos
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso Na-
da Criança e do Adolescente da unidade da Federação (Estado ou
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Distrito Federal) em que foi cometido o crime.
Lei nº 13.441, de 8 de maio de 2017 - Prevê a infiltração de
TÍTULO I
agentes de polícia na internet com o fim de investigar crimes con- DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
tra a dignidade sexual de criança e de adolescente
Esta lei prevê a infiltração policial virtual no combate aos crimes Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao
contra a dignidade sexual de vulneráveis. A nova lei acrescentou ao adolescente.
ECA os artigos 190-A a 190-E e normatizou a investigação em meio Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa
cibernético. até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre
doze e dezoito anos de idade.
Revogação do artigo 248 que versava sobre trabalho domés- Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excep-
tico de adolescentes cionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um
Foi revogado o artigo 248 do ECA que possibilitava a regu- anos de idade.
larização da guarda de adolescentes para o serviço doméstico. A Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos
Constituição Brasileira proíbe o trabalho infantil, mas este artigo fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da prote-
estabelecia prazo de cinco dias para que o responsável, ou novo ção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou
guardião, apresentasse à Vara de Justiça de sua cidade ou comarca por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de
o adolescente trazido de outra localidade para prestação de serviço lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e
doméstico, o que, segundo os autores do projeto de lei que resul- social, em condições de liberdade e de dignidade.
tou na revogação do artigo, abria espaço para a regularização do Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se
trabalho infantil ilegal. a todas as crianças e adolescentes, sem discriminação de nasci-
mento, situação familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião ou
Lei 13.306 de 2016 publicada no dia 04 de julho, alterou o Es- crença, deficiência, condição pessoal de desenvolvimento e apren-
tatuto da Criança e do Adolescente fixando em cinco anos a idade dizagem, condição econômica, ambiente social, região e local de
máxima para o atendimento na educação infantil.2 moradia ou outra condição que diferencie as pessoas, as famílias ou
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é uma lei federal a comunidade em que vivem.(incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
(8.069 promulgada em julho de 1990), que trata sobre os direitos Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em
geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a
das crianças e adolescentes em todo o Brasil.
efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação,
Trata-se de um ramo do direito especializado, dividido em par-
à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
tes geral e especial, onde a primeira traça, como as demais codifica-
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e co-
ções existentes, os princípios norteadores do Estatuto. Já a segunda
munitária.
parte estrutura a política de atendimento, medidas, conselho tute- Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:
lar, acesso jurisdicional e apuração de atos infracionais. a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer cir-
Na presente Lei estão dispostos os procedimentos de adoção cunstâncias;
(Livro I, capítulo V), a aplicação de medidas socioeducativas (Livro b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de re-
II, capítulo II), do Conselho Tutelar (Livro II, capítulo V), e também levância pública;
dos crimes cometidos contra crianças e adolescentes. c) preferência na formulação e na execução das políticas so-
O objetivo estatutário é a proteção dos menores de 18 anos, ciais públicas;
proporcionando a eles um desenvolvimento físico, mental, moral e d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas rela-
social condizentes com os princípios constitucionais da liberdade e cionadas com a proteção à infância e à juventude.
da dignidade, preparando para a vida adulta em sociedade.

2 Fonte: www.equipeagoraeupasso.com.br/www.g1.globo.com

299
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qual- Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar,
quer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, serão exigidos os seguintes requisitos:
crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, I - reconhecida idoneidade moral;
por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais. II - idade superior a vinte e um anos;
Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins III - residir no município.
sociais a que ela se dirige, as exigências do bem comum, os direitos Art. 134. Lei municipal ou distrital disporá sobre o local, dia e
e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar da criança e horário de funcionamento do Conselho Tutelar, inclusive quanto à
do adolescente como pessoas em desenvolvimento. remuneração dos respectivos membros, aos quais é assegurado o
direito a: (Redação dada pela Lei nº 12.696, de 2012)
PARTE ESPECIAL I - cobertura previdenciária; (Incluído pela Lei nº 12.696, de
TÍTULO III 2012)
DA PRÁTICA DE ATO INFRACIONAL II - gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas de 1/3
CAPÍTULO I (um terço) do valor da remuneração mensal; (Incluído pela Lei nº
DISPOSIÇÕES GERAIS 12.696, de 2012)
III - licença-maternidade; (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como IV - licença-paternidade; (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
crime ou contravenção penal. V - gratificação natalina. (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito Parágrafo único. Constará da lei orçamentária municipal e da
anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei. do Distrito Federal previsão dos recursos necessários ao funciona-
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser considera- mento do Conselho Tutelar e à remuneração e formação continu-
da a idade do adolescente à data do fato. ada dos conselheiros tutelares. (Redação dada pela Lei nº 12.696,
Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança corresponde- de 2012)
rão as medidas previstas no art. 101. Art. 135. O exercício efetivo da função de conselheiro consti-
tuirá serviço público relevante e estabelecerá presunção de idonei-
CAPÍTULO II dade moral. (Redação dada pela Lei nº 12.696, de 2012)
DOS DIREITOS INDIVIDUAIS
CAPÍTULO II
Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade
DAS ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO
senão em flagrante de ato infracional ou por ordem escrita e fun-
damentada da autoridade judiciária competente.
Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar:
Parágrafo único. O adolescente tem direito à identificação dos
I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas
responsáveis pela sua apreensão, devendo ser informado acerca de
nos arts. 98 e 105, aplicando as medidas previstas no art. 101, I a
seus direitos.
VII;
Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local onde
II - atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as
se encontra recolhido serão incontinenti comunicados à autoridade
medidas previstas no art. 129, I a VII;
judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por
ele indicada. III - promover a execução de suas decisões, podendo para tan-
Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob pena de res- to:
ponsabilidade, a possibilidade de liberação imediata. a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação,
Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser determina- serviço social, previdência, trabalho e segurança;
da pelo prazo máximo de quarenta e cinco dias. b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de des-
Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada e basear- cumprimento injustificado de suas deliberações.
-se em indícios suficientes de autoria e materialidade, demonstrada IV - encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que cons-
a necessidade imperiosa da medida. titua infração administrativa ou penal contra os direitos da criança
Art. 109. O adolescente civilmente identificado não será sub- ou adolescente;
metido a identificação compulsória pelos órgãos policiais, de prote- V - encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua compe-
ção e judiciais, salvo para efeito de confrontação, havendo dúvida tência;
fundada. VI - providenciar a medida estabelecida pela autoridade judi-
ciária, dentre as previstas no art. 101, de I a VI, para o adolescente
TÍTULO V autor de ato infracional;
DO CONSELHO TUTELAR VII - expedir notificações;
CAPÍTULO I VIII - requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança
DISPOSIÇÕES GERAIS ou adolescente quando necessário;
IX - assessorar o Poder Executivo local na elaboração da pro-
Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, posta orçamentária para planos e programas de atendimento dos
não jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumpri- direitos da criança e do adolescente;
mento dos direitos da criança e do adolescente, definidos nesta Lei. X - representar, em nome da pessoa e da família, contra a viola-
Art. 132. Em cada Município e em cada Região Administrati- ção dos direitos previstos no art. 220, § 3º, inciso II, da Constituição
va do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1 (um) Conselho Tutelar Federal;
como órgão integrante da administração pública local, composto XI - representar ao Ministério Público para efeito das ações de
de 5 (cinco) membros, escolhidos pela população local para manda- perda ou suspensão do poder familiar, após esgotadas as possibili-
to de 4 (quatro) anos, permitida recondução por novos processos dades de manutenção da criança ou do adolescente junto à família
de escolha.(Redação dada pela Lei nº 13.824, de 2019) natural. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

300
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
XII - promover e incentivar, na comunidade e nos grupos profis- Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à
sionais, ações de divulgação e treinamento para o reconhecimento apreensão sem observância das formalidades legais.
de sintomas de maus-tratos em crianças e adolescentes. (Incluído Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela apre-
pela Lei nº 13.046, de 2014) ensão de criança ou adolescente de fazer imediata comunicação
Parágrafo único. Se, no exercício de suas atribuições, o Conse- à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à
lho Tutelar entender necessário o afastamento do convívio familiar, pessoa por ele indicada:
comunicará incontinenti o fato ao Ministério Público, prestando- Pena - detenção de seis meses a dois anos.
-lhe informações sobre os motivos de tal entendimento e as provi- Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade,
dências tomadas para a orientação, o apoio e a promoção social da guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento:
família. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Art. 137. As decisões do Conselho Tutelar somente poderão ser Art. 233. (Revogado pela Lei nº 9.455, de 7.4.1997:
revistas pela autoridade judiciária a pedido de quem tenha legítimo Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de
interesse. ordenar a imediata liberação de criança ou adolescente, tão logo
tenha conhecimento da ilegalidade da apreensão:
TÍTULO VII Pena - detenção de seis meses a dois anos.
DOS CRIMES E DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta
CAPÍTULO I Lei em benefício de adolescente privado de liberdade:
DOS CRIMES Pena - detenção de seis meses a dois anos.
SEÇÃO I Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade judiciá-
DISPOSIÇÕES GERAIS ria, membro do Conselho Tutelar ou representante do Ministério
Público no exercício de função prevista nesta Lei:
Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados contra Pena - detenção de seis meses a dois anos.
a criança e o adolescente, por ação ou omissão, sem prejuízo do Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o
disposto na legislação penal. tem sob sua guarda em virtude de lei ou ordem judicial, com o fim
Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as normas de colocação em lar substituto:
da Parte Geral do Código Penal e, quanto ao processo, as pertinen- Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa.
tes ao Código de Processo Penal. Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a
Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pública in- terceiro, mediante paga ou recompensa:
condicionada Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa.
Art. 227-AOs efeitos da condenação prevista no inciso I do Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece ou
caput do art. 92 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 efetiva a paga ou recompensa.
(Código Penal), para os crimes previstos nesta Lei, praticados por Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao
servidores públicos com abuso de autoridade, são condicionados envio de criança ou adolescente para o exterior com inobservância
à ocorrência de reincidência.(Incluído pela Lei nº 13.869. de 2019) das formalidades legais ou com o fito de obter lucro:
Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa.
Parágrafo único.A perda do cargo, do mandato ou da função,
Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave ameaça ou
nesse caso, independerá da pena aplicada na reincidência.(Incluído
fraude: (Incluído pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003)
pela Lei nº 13.869. de 2019)
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena corres-
pondente à violência.
SEÇÃO II
Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou re-
DOS CRIMES EM ESPÉCIE
gistrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou pornográfi-
ca, envolvendo criança ou adolescente: (Redação dada pela Lei nº
Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de es-
11.829, de 2008)
tabelecimento de atenção à saúde de gestante de manter registro Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Reda-
das atividades desenvolvidas, na forma e prazo referidos no art. 10 ção dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
desta Lei, bem como de fornecer à parturiente ou a seu responsá- § 1o Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, recruta,
vel, por ocasião da alta médica, declaração de nascimento, onde coage, ou de qualquer modo intermedeia a participação de criança
constem as intercorrências do parto e do desenvolvimento do ne- ou adolescente nas cenas referidas no caput deste artigo, ou ainda
onato: quem com esses contracena. (Redação dada pela Lei nº 11.829, de
Pena - detenção de seis meses a dois anos. 2008)
Parágrafo único. Se o crime é culposo: § 2o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa. o crime: (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabe- I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de
lecimento de atenção à saúde de gestante de identificar correta- exercê-la; (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
mente o neonato e a parturiente, por ocasião do parto, bem como II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou
deixar de proceder aos exames referidos no art. 10 desta Lei: de hospitalidade; ou (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena - detenção de seis meses a dois anos. III – prevalecendo-se de relações de parentesco consanguíneo
Parágrafo único. Se o crime é culposo: ou afim até o terceiro grau, ou por adoção, de tutor, curador, pre-
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa. ceptor, empregador da vítima ou de quem, a qualquer outro título,
Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, tenha autoridade sobre ela, ou com seu consentimento. (Incluído
procedendo à sua apreensão sem estar em flagrante de ato infra- pela Lei nº 11.829, de 2008)
cional ou inexistindo ordem escrita da autoridade judiciária com-
petente:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.

301
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou ou- Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, ex-
tro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica põe à venda, disponibiliza, distribui, publica ou divulga por qual-
envolvendo criança ou adolescente: (Redação dada pela Lei nº quer meio, adquire, possui ou armazena o material produzido na
11.829, de 2008) forma do caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Reda- Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qual-
ção dada pela Lei nº 11.829, de 2008) quer meio de comunicação, criança, com o fim de com ela praticar
Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distri- ato libidinoso:(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
buir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluído
sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro pela Lei nº 11.829, de 2008)
registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica en- Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído
volvendo criança ou adolescente: (Incluído pela Lei nº 11.829, de pela Lei nº 11.829, de 2008)
2008) I – facilita ou induz o acesso à criança de material contendo
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído cena de sexo explícito ou pornográfica com o fim de com ela prati-
pela Lei nº 11.829, de 2008) car ato libidinoso;(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei nº II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo com o
11.829, de 2008) fim de induzir criança a se exibir de forma pornográfica ou sexual-
I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento das mente explícita.(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste artigo; Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expres-
(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) são “cena de sexo explícito ou pornográfica” compreende qualquer
II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de compu- situação que envolva criança ou adolescente em atividades sexuais
tadores às fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de
artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) uma criança ou adolescente para fins primordialmente sexuais(In-
§ 2o As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1o deste cluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
artigo são puníveis quando o responsável legal pela prestação do Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entre-
gar, de qualquer forma, a criança ou adolescente arma, munição
serviço, oficialmente notificado, deixa de desabilitar o acesso ao
ou explosivo:
conteúdo ilícito de que trata o caput deste artigo. (Incluído pela Lei
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos. (Redação dada pela
nº 11.829, de 2008)
Lei nº 10.764, de 12.11.2003)
Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio,
Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda
fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de
que gratuitamente, de qualquer forma, a criança ou a adolescente,
sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente:
bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros produtos cujos com-
(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
ponentes possam causar dependência física ou psíquica: (Redação
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído
dada pela Lei nº 13.106, de 2015)
pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato
§ 1o A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de pe- não constitui crime mais grave. (Redação dada pela Lei nº 13.106,
quena quantidade o material a que se refere o caput deste artigo. de 2015)
(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entre-
§ 2o Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a fi- gar, de qualquer forma, a criança ou adolescente fogos de estampi-
nalidade de comunicar às autoridades competentes a ocorrência do ou de artifício, exceto aqueles que, pelo seu reduzido potencial,
das condutas descritas nos arts. 240, 241, 241-A e 241-C desta Lei, sejam incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de uti-
quando a comunicação for feita por: (Incluído pela Lei nº 11.829, lização indevida:
de 2008) Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa.
I – agente público no exercício de suas funções; (Incluído pela Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais defi-
Lei nº 11.829, de 2008) nidos no caput do art. 2o desta Lei, à prostituição ou à exploração
II – membro de entidade, legalmente constituída, que inclua, sexual: (Incluído pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000)
entre suas finalidades institucionais, o recebimento, o processa- Pena – reclusão de quatro a dez anos e multa, além da per-
mento e o encaminhamento de notícia dos crimes referidos neste da de bens e valores utilizados na prática criminosa em favor do
parágrafo;(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente da unidade da Fe-
III – representante legal e funcionários responsáveis de prove- deração (Estado ou Distrito Federal) em que foi cometido o crime,
dor de acesso ou serviço prestado por meio de rede de computado- ressalvado o direito de terceiro de boa-fé. (Redação dada pela Lei
res, até o recebimento do material relativo à notícia feita à autori- nº 13.440, de 2017)
dade policial, ao Ministério Público ou ao Poder Judiciário. (Incluído § 1o Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o gerente ou
pela Lei nº 11.829, de 2008) o responsável pelo local em que se verifique a submissão de criança
§ 3o As pessoas referidas no § 2o deste artigo deverão manter ou adolescente às práticas referidas no caput deste artigo. (Incluído
sob sigilo o material ilícito referido. (Incluído pela Lei nº 11.829, de pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000)
2008) § 2o Constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da
Art. 241-C. Simular a participação de criança ou adolescente licença de localização e de funcionamento do estabelecimento. (In-
em cena de sexo explícito ou pornográfica por meio de adultera- cluído pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000)
ção, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18
outra forma de representação visual: (Incluído pela Lei nº 11.829, (dezoito) anos, com ele praticando infração penal ou induzindo-o a
de 2008) praticá-la:(Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluído Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.(Incluído pela Lei
pela Lei nº 11.829, de 2008) nº 12.015, de 2009)

302
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
§ 1o Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem Art. 86-A. As vagas de estacionamento regulamentado de que
pratica as condutas ali tipificadas utilizando-se de quaisquer meios trata o inciso XVII do art. 181 desta Lei deverão ser sinalizadas com
eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da internet. (Incluído pela as respectivas placas indicativas de destinação e com placas infor-
Lei nº 12.015, de 2009) mando os dados sobre a infração por estacionamento indevido. (In-
§ 2o As penas previstas no caput deste artigo são aumenta- cluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
das de um terço no caso de a infração cometida ou induzida estar Art. 87. Os sinais de trânsito classificam-se em:
incluída no rol do art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990. I - verticais;
(Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) II - horizontais;
III - dispositivos de sinalização auxiliar;
IV - luminosos;
LEI Nº 9.503, DE 23 DE SETEMBRO DE 1997 - INSTITUI O V - sonoros;
CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO: ARTIGOS 80 A 88; VI - gestos do agente de trânsito e do condutor.
ART. 161 A 255 Art. 88. Nenhuma via pavimentada poderá ser entregue após
sua construção, ou reaberta ao trânsito após a realização de obras
LEI Nº 9.503, DE 23 DE SETEMBRO DE 1997 ou de manutenção, enquanto não estiver devidamente sinalizada,
vertical e horizontalmente, de forma a garantir as condições ade-
quadas de segurança na circulação.
Institui o Código de Trânsito Brasileiro.
Parágrafo único. Nas vias ou trechos de vias em obras deverá
ser afixada sinalização específica e adequada.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO XV
DAS INFRAÇÕES
CAPÍTULO VII
DA SINALIZAÇÃO DE TRÂNSITO Art. 161.Constitui infração de trânsito a inobservância de qual-
quer preceito deste Código ou da legislação complementar, e o
Art. 80. Sempre que necessário, será colocada ao longo da via, infrator sujeita-se às penalidades e às medidas administrativas in-
sinalização prevista neste Código e em legislação complementar, dicadas em cada artigo deste Capítulo e às punições previstas no
destinada a condutores e pedestres, vedada a utilização de qual- Capítulo XIX deste Código
quer outra. Parágrafo único. (Revogado).” (NR)
§ 1º A sinalização será colocada em posição e condições que a Art. 162. Dirigir veículo:
tornem perfeitamente visível e legível durante o dia e a noite, em I - sem possuir Carteira Nacional de Habilitação, Permissão para
distância compatível com a segurança do trânsito, conforme nor- Dirigir ou Autorização para Conduzir Ciclomotor: (Redação dada
mas e especificações do CONTRAN. pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 2º O CONTRAN poderá autorizar, em caráter experimental e Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei nº 13.281, de
por período prefixado, a utilização de sinalização não prevista neste 2016) (Vigência)
Código. Penalidade - multa (três vezes); (Redação dada pela Lei nº
§ 3º A responsabilidade pela instalação da sinalização nas vias 13.281, de 2016) (Vigência)
internas pertencentes aos condomínios constituídos por unidades Medida administrativa - retenção do veículo até a apresenta-
autônomas e nas vias e áreas de estacionamento de estabelecimen- ção de condutor habilitado; (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)
tos privados de uso coletivo é de seu proprietário. (Incluído pela Lei (Vigência)
nº 13.281, de 2016) (Vigência) II - com Carteira Nacional de Habilitação, Permissão para Dirigir
Art. 81. Nas vias públicas e nos imóveis é proibido colocar luzes, ou Autorização para Conduzir Ciclomotor cassada ou com suspen-
publicidade, inscrições, vegetação e mobiliário que possam gerar são do direito de dirigir: (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016)
confusão, interferir na visibilidade da sinalização e comprometer a (Vigência)
segurança do trânsito. Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei nº 13.281, de
2016) (Vigência)
Art. 82. É proibido afixar sobre a sinalização de trânsito e res-
Penalidade - multa (três vezes); (Redação dada pela Lei nº
pectivos suportes, ou junto a ambos, qualquer tipo de publicidade,
13.281, de 2016) (Vigência)
inscrições, legendas e símbolos que não se relacionem com a men-
Medida administrativa - recolhimento do documento de habili-
sagem da sinalização.
tação e retenção do veículo até a apresentação de condutor habili-
Art. 83. A afixação de publicidade ou de quaisquer legendas tado; (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
ou símbolos ao longo das vias condiciona-se à prévia aprovação do III - com Carteira Nacional de Habilitação ou Permissão para
órgão ou entidade com circunscrição sobre a via. Dirigir de categoria diferente da do veículo que esteja conduzindo:
Art. 84. O órgão ou entidade de trânsito com circunscrição so- (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência)
bre a via poderá retirar ou determinar a imediata retirada de qual- Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei nº 13.281, de
quer elemento que prejudique a visibilidade da sinalização viária 2016) (Vigência)
e a segurança do trânsito, com ônus para quem o tenha colocado. Penalidade - multa (duas vezes); (Redação dada pela Lei nº
Art. 85. Os locais destinados pelo órgão ou entidade de trânsito 13.281, de 2016) (Vigência)
com circunscrição sobre a via à travessia de pedestres deverão ser Medida administrativa - retenção do veículo até a apresenta-
sinalizados com faixas pintadas ou demarcadas no leito da via. ção de condutor habilitado; (Redação dada pela Lei nº 13.281, de
Art. 86. Os locais destinados a postos de gasolina, oficinas, es- 2016) (Vigência)
tacionamentos ou garagens de uso coletivo deverão ter suas entra- IV - (VETADO)
das e saídas devidamente identificadas, na forma regulamentada V - com validade da Carteira Nacional de Habilitação vencida há
pelo CONTRAN. mais de trinta dias:

303
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
Infração - gravíssima; Parágrafo único. Incorre na mesma penalidade o condutor que
Penalidade - multa; exerce atividade remunerada ao veículo e não comprova a realiza-
Medida administrativa - recolhimento da Carteira Nacional de ção de exame toxicológico periódico exigido pelo § 2º do art. 148-A
Habilitação e retenção do veículo até a apresentação de condutor deste Código por ocasião da renovação do documento de habilita-
habilitado; ção nas categorias C, D ou E.
VI - sem usar lentes corretoras de visão, aparelho auxiliar de Art. 166. Confiar ou entregar a direção de veículo a pessoa que,
audição, de prótese física ou as adaptações do veículo impostas por mesmo habilitada, por seu estado físico ou psíquico, não estiver em
ocasião da concessão ou da renovação da licença para conduzir: condições de dirigi-lo com segurança:
Infração - gravíssima; Infração - gravíssima;
Penalidade - multa; Penalidade - multa.
Medida administrativa - retenção do veículo até o saneamento Art. 167. Deixar o condutor ou passageiro de usar o cinto de
da irregularidade ou apresentação de condutor habilitado. segurança, conforme previsto no art. 65:
Art. 163. Entregar a direção do veículo a pessoa nas condições Infração - grave;
previstas no artigo anterior: Penalidade - multa;
Infração - as mesmas previstas no artigo anterior; Medida administrativa - retenção do veículo até colocação do
Penalidade - as mesmas previstas no artigo anterior; cinto pelo infrator.
Medida administrativa - a mesma prevista no inciso III do artigo Art. 168. Transportar crianças em veículo automotor sem ob-
anterior. servância das normas de segurança especiais estabelecidas neste
Art. 164. Permitir que pessoa nas condições referidas nos inci- Código:
sos do art. 162 tome posse do veículo automotor e passe a condu- Infração - gravíssima;
zi-lo na via: Penalidade - multa;
Infração - as mesmas previstas nos incisos do art. 162; Medida administrativa - retenção do veículo até que a irregula-
ridade seja sanada.
Penalidade - as mesmas previstas no art. 162;
Art. 169. Dirigir sem atenção ou sem os cuidados indispensá-
Medida administrativa - a mesma prevista no inciso III do art.
veis à segurança:
162.
Infração - leve;
Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra
Penalidade - multa.
substância psicoativa que determine dependência: (Redação dada
Art. 170. Dirigir ameaçando os pedestres que estejam atraves-
pela Lei nº 11.705, de 2008)
sando a via pública, ou os demais veículos:
Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei nº 11.705, de
Infração - gravíssima;
2008)
Penalidade - multa e suspensão do direito de dirigir;
Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir
Medida administrativa - retenção do veículo e recolhimento do
por 12 (doze) meses. (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012) documento de habilitação.
Medida administrativa - recolhimento do documento de habi- Art. 171. Usar o veículo para arremessar, sobre os pedestres ou
litação e retenção do veículo, observado o disposto no § 4o do art. veículos, água ou detritos:
270 da Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997 - do Código de Infração - média;
Trânsito Brasileiro. (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012) Penalidade - multa.
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput Art. 172. Atirar do veículo ou abandonar na via objetos ou subs-
em caso de reincidência no período de até 12 (doze) meses. (Reda- tâncias:
ção dada pela Lei nº 12.760, de 2012) Infração - média;
Art. 165-A. Recusar-se a ser submetido a teste, exame clínico, Penalidade - multa.
perícia ou outro procedimento que permita certificar influência de Art. 173. Disputar corrida: (Redação dada pela Lei nº 12.971,
álcool ou outra substância psicoativa, na forma estabelecida pelo de 2014) (Vigência)
art. 277: (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) Infração - gravíssima;
Infração - gravíssima; (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vi- Penalidade - multa (dez vezes), suspensão do direito de dirigir
gência) e apreensão do veículo; (Redação dada pela Lei nº 12.971, de 2014)
Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir (Vigência)
por 12 (doze) meses; (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigên- Medida administrativa - recolhimento do documento de habili-
cia) tação e remoção do veículo.
Medida administrativa - recolhimento do documento de habi- Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput
litação e retenção do veículo, observado o disposto no § 4º do art. em caso de reincidência no período de 12 (doze) meses da infração
270. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) anterior. (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput Art. 174. Promover, na via, competição, eventos organizados,
em caso de reincidência no período de até 12 (doze) meses (Incluí- exibição e demonstração de perícia em manobra de veículo, ou
do pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) deles participar, como condutor, sem permissão da autoridade de
“Art. 165-B.Conduzir veículo para o qual seja exigida habilita- trânsito com circunscrição sobre a via: (Redação dada pela Lei nº
ção nas categorias C, D ou E sem realizar o exame toxicológico pre- 12.971, de 2014) (Vigência)
visto no § 2º do art. 148-A deste Código, após 30 (trinta) dias do Infração - gravíssima;
vencimento do prazo estabelecido: Penalidade - multa (dez vezes), suspensão do direito de dirigir
Infração - gravíssima; e apreensão do veículo; (Redação dada pela Lei nº 12.971, de 2014)
Penalidade - multa (cinco vezes) e suspensão do direito de diri- (Vigência)
gir por 3 (três) meses, condicionado o levantamento da suspensão à Medida administrativa - recolhimento do documento de habili-
inclusão no Renach de resultado negativo em novo exame. tação e remoção do veículo.

304
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
§ 1o As penalidades são aplicáveis aos promotores e aos condu- Medida administrativa - remoção do veículo;
tores participantes. (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência) II - afastado da guia da calçada (meio-fio) de cinqüenta centí-
§ 2o Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso de metros a um metro:
reincidência no período de 12 (doze) meses da infração anterior. Infração - leve;
Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência) Penalidade - multa;
Art. 175. Utilizar-se de veículo para demonstrar ou exibir mano- Medida administrativa - remoção do veículo;
bra perigosa, mediante arrancada brusca, derrapagem ou frenagem III - afastado da guia da calçada (meio-fio) a mais de um metro:
com deslizamento ou arrastamento de pneus: (Redação dada pela Infração - grave;
Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência) Penalidade - multa;
Infração - gravíssima; Medida administrativa - remoção do veículo;
Penalidade - multa (dez vezes), suspensão do direito de dirigir IV - em desacordo com as posições estabelecidas neste Código:
e apreensão do veículo; (Redação dada pela Lei nº 12.971, de 2014) Infração - média;
(Vigência) Penalidade - multa;
Medida administrativa - recolhimento do documento de habili- Medida administrativa - remoção do veículo;
tação e remoção do veículo. V - na pista de rolamento das estradas, das rodovias, das vias
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput de trânsito rápido e das vias dotadas de acostamento:
em caso de reincidência no período de 12 (doze) meses da infração Infração - gravíssima;
anterior. (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência) Penalidade - multa;
Art. 176. Deixar o condutor envolvido em acidente com vítima: Medida administrativa - remoção do veículo;
I - de prestar ou providenciar socorro à vítima, podendo fazê-lo; VI - junto ou sobre hidrantes de incêndio, registro de água ou
II - de adotar providências, podendo fazê-lo, no sentido de evi- tampas de poços de visita de galerias subterrâneas, desde que devi-
tar perigo para o trânsito no local; damente identificados, conforme especificação do CONTRAN:
III - de preservar o local, de forma a facilitar os trabalhos da Infração - média;
polícia e da perícia; Penalidade - multa;
IV - de adotar providências para remover o veículo do local, Medida administrativa - remoção do veículo;
quando determinadas por policial ou agente da autoridade de trân- VII - nos acostamentos, salvo motivo de força maior:
sito; Infração - leve;
V - de identificar-se ao policial e de lhe prestar informações ne- Penalidade - multa;
cessárias à confecção do boletim de ocorrência: Medida administrativa - remoção do veículo;
Infração - gravíssima; VIII - no passeio ou sobre faixa destinada a pedestre, sobre ci-
Penalidade - multa (cinco vezes) e suspensão do direito de di- clovia ou ciclofaixa, bem como nas ilhas, refúgios, ao lado ou sobre
rigir; canteiros centrais, divisores de pista de rolamento, marcas de cana-
Medida administrativa - recolhimento do documento de habi- lização, gramados ou jardim público:
litação. Infração - grave;
Art. 177. Deixar o condutor de prestar socorro à vítima de aci- Penalidade - multa;
dente de trânsito quando solicitado pela autoridade e seus agentes: Medida administrativa - remoção do veículo;
Infração - grave; IX - onde houver guia de calçada (meio-fio) rebaixada destinada
Penalidade - multa. à entrada ou saída de veículos:
Art. 178. Deixar o condutor, envolvido em acidente sem víti- Infração - média;
ma, de adotar providências para remover o veículo do local, quan- Penalidade - multa;
do necessária tal medida para assegurar a segurança e a fluidez do Medida administrativa - remoção do veículo;
trânsito: X - impedindo a movimentação de outro veículo:
Infração - média; Infração - média;
Penalidade - multa. Penalidade - multa;
Art. 179. Fazer ou deixar que se faça reparo em veículo na via Medida administrativa - remoção do veículo;
pública, salvo nos casos de impedimento absoluto de sua remoção XI - ao lado de outro veículo em fila dupla:
e em que o veículo esteja devidamente sinalizado: Infração - grave;
I - em pista de rolamento de rodovias e vias de trânsito rápido: Penalidade - multa;
Infração - grave; Medida administrativa - remoção do veículo;
Penalidade - multa; XII - na área de cruzamento de vias, prejudicando a circulação
Medida administrativa - remoção do veículo; de veículos e pedestres:
II - nas demais vias: Infração - grave;
Infração - leve; Penalidade - multa;
Penalidade - multa. Medida administrativa - remoção do veículo;
Art. 180. Ter seu veículo imobilizado na via por falta de com- XIII - onde houver sinalização horizontal delimitadora de ponto
bustível: de embarque ou desembarque de passageiros de transporte coleti-
Infração - média; vo ou, na inexistência desta sinalização, no intervalo compreendido
Penalidade - multa; entre dez metros antes e depois do marco do ponto:
Medida administrativa - remoção do veículo. Infração - média;
Art. 181. Estacionar o veículo: Penalidade - multa;
I - nas esquinas e a menos de cinco metros do bordo do alinha- Medida administrativa - remoção do veículo;
mento da via transversal: XIV - nos viadutos, pontes e túneis:
Infração - média; Infração - grave;
Penalidade - multa; Penalidade - multa;

305
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
Medida administrativa - remoção do veículo; Penalidade - multa;
XV - na contramão de direção: VII - na área de cruzamento de vias, prejudicando a circulação
Infração - média; de veículos e pedestres:
Penalidade - multa; Infração - média;
XVI - em aclive ou declive, não estando devidamente freado e Penalidade - multa;
sem calço de segurança, quando se tratar de veículo com peso bru- VIII - nos viadutos, pontes e túneis:
to total superior a três mil e quinhentos quilogramas: Infração - média;
Infração - grave; Penalidade - multa;
Penalidade - multa; IX - na contramão de direção:
Medida administrativa - remoção do veículo; Infração - média;
XVII - em desacordo com as condições regulamentadas espe- Penalidade - multa;
cificamente pela sinalização (placa - Estacionamento Regulamenta- X - em local e horário proibidos especificamente pela sinaliza-
do): ção (placa - Proibido Parar):
Infração - grave; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) Infração - média;
(Vigência) Penalidade - multa.
Penalidade - multa; XI - sobre ciclovia ou ciclofaixa:
Medida administrativa - remoção do veículo; Infração - grave;
XVIII - em locais e horários proibidos especificamente pela sina- Penalidade - multa.” (NR)
lização (placa - Proibido Estacionar): Art. 183. Parar o veículo sobre a faixa de pedestres na mudança
Infração - média; de sinal luminoso:
Penalidade - multa; Infração - média;
Medida administrativa - remoção do veículo; Penalidade - multa.
XIX - em locais e horários de estacionamento e parada proibi- Art. 184. Transitar com o veículo:
dos pela sinalização (placa - Proibido Parar e Estacionar): I - na faixa ou pista da direita, regulamentada como de circula-
Infração - grave; ção exclusiva para determinado tipo de veículo, exceto para acesso
Penalidade - multa; a imóveis lindeiros ou conversões à direita:
Medida administrativa - remoção do veículo. Infração - leve;
XX - nas vagas reservadas às pessoas com deficiência ou ido- Penalidade - multa;
sos, sem credencial que comprove tal condição: (Incluído pela Lei II - na faixa ou pista da esquerda regulamentada como de circu-
nº 13.281, de 2016) (Vigência) lação exclusiva para determinado tipo de veículo:
Infração - gravíssima; (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vi- Infração - grave;
gência) Penalidade - multa.
Penalidade - multa; (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vi- III - na faixa ou via de trânsito exclusivo, regulamentada com
gência) circulação destinada aos veículos de transporte público coletivo de
Medida administrativa - remoção do veículo. (Incluído pela Lei passageiros, salvo casos de força maior e com autorização do poder
nº 13.281, de 2016) (Vigência) público competente: (Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015)
§ 1º Nos casos previstos neste artigo, a autoridade de trânsito Infração - gravíssima; (Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015)
aplicará a penalidade preferencialmente após a remoção do veícu- Penalidade - multa e apreensão do veículo; (Incluído pela Lei
lo. nº 13.154, de 2015)
§ 2º No caso previsto no inciso XVI é proibido abandonar o cal- Medida Administrativa - remoção do veículo. (Incluído pela Lei
ço de segurança na via. nº 13.154, de 2015)
Art. 182. Parar o veículo: Art. 185. Quando o veículo estiver em movimento, deixar de
I - nas esquinas e a menos de cinco metros do bordo do alinha- conservá-lo:
mento da via transversal: I - na faixa a ele destinada pela sinalização de regulamentação,
Infração - média; exceto em situações de emergência;
Penalidade - multa; II - nas faixas da direita, os veículos lentos e de maior porte:
II - afastado da guia da calçada (meio-fio) de cinqüenta centí- Infração - média;
metros a um metro: Penalidade - multa.
Infração - leve; Art. 186. Transitar pela contramão de direção em:
Penalidade - multa; I - vias com duplo sentido de circulação, exceto para ultrapassar
III - afastado da guia da calçada (meio-fio) a mais de um metro: outro veículo e apenas pelo tempo necessário, respeitada a prefe-
Infração - média; rência do veículo que transitar em sentido contrário:
Penalidade - multa; Infração - grave;
IV - em desacordo com as posições estabelecidas neste Código: Penalidade - multa;
Infração - leve; II - vias com sinalização de regulamentação de sentido único
Penalidade - multa; de circulação:
V - na pista de rolamento das estradas, das rodovias, das vias Infração - gravíssima;
de trânsito rápido e das demais vias dotadas de acostamento: Penalidade - multa.
Infração - grave; Art. 187. Transitar em locais e horários não permitidos pela re-
Penalidade - multa; gulamentação estabelecida pela autoridade competente:
VI - no passeio ou sobre faixa destinada a pedestres, nas ilhas, I - para todos os tipos de veículos:
refúgios, canteiros centrais e divisores de pista de rolamento e mar- Infração - média;
cas de canalização: Penalidade - multa;
Infração - leve; II - (Revogado pela Lei nº 9.602, de 1998)

306
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
Art. 188. Transitar ao lado de outro veículo, interrompendo ou Infração - média;
perturbando o trânsito: Penalidade - multa.
Infração - média; Art. 200. Ultrapassar pela direita veículo de transporte coletivo
Penalidade - multa. ou de escolares, parado para embarque ou desembarque de passa-
Art. 189. Deixar de dar passagem aos veículos precedidos de geiros, salvo quando houver refúgio de segurança para o pedestre:
batedores, de socorro de incêndio e salvamento, de polícia, de ope- Infração - gravíssima;
ração e fiscalização de trânsito e às ambulâncias, quando em servi- Penalidade - multa.
ço de urgência e devidamente identificados por dispositivos regula- Art. 201. Deixar de guardar a distância lateral de um metro e
mentados de alarme sonoro e iluminação vermelha intermitentes: cinquenta centímetros ao passar ou ultrapassar bicicleta:
Infração - gravíssima; Infração - média;
Penalidade - multa. Penalidade - multa.
Art. 190. Seguir veículo em serviço de urgência, estando este Art. 202. Ultrapassar outro veículo:
com prioridade de passagem devidamente identificada por dispo- I - pelo acostamento;
sitivos regulamentares de alarme sonoro e iluminação vermelha II - em interseções e passagens de nível;
intermitentes: Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei nº 12.971, de
Infração - grave; 2014) (Vigência)
Penalidade - multa. Penalidade - multa (cinco vezes). (Redação dada pela Lei nº
Art. 191. Forçar passagem entre veículos que, transitando em 12.971, de 2014) (Vigência)
sentidos opostos, estejam na iminência de passar um pelo outro ao Art. 203. Ultrapassar pela contramão outro veículo:
realizar operação de ultrapassagem: I - nas curvas, aclives e declives, sem visibilidade suficiente;
Infração - gravíssima; II - nas faixas de pedestre;
Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir. III - nas pontes, viadutos ou túneis;
(Redação dada pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência) IV - parado em fila junto a sinais luminosos, porteiras, cancelas,
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput cruzamentos ou qualquer outro impedimento à livre circulação;
em caso de reincidência no período de até 12 (doze) meses da infra- V - onde houver marcação viária longitudinal de divisão de flu-
ção anterior. (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência) xos opostos do tipo linha dupla contínua ou simples contínua ama-
Art. 192. Deixar de guardar distância de segurança lateral e rela:
frontal entre o seu veículo e os demais, bem como em relação ao Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei nº 12.971, de
bordo da pista, considerando-se, no momento, a velocidade, as 2014) (Vigência)
condições climáticas do local da circulação e do veículo: Penalidade - multa (cinco vezes). (Redação dada pela Lei nº
Infração - grave; 12.971, de 2014) (Vigência)
Penalidade - multa. Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput
Art. 193. Transitar com o veículo em calçadas, passeios, passa-
em caso de reincidência no período de até 12 (doze) meses da infra-
relas, ciclovias, ciclofaixas, ilhas, refúgios, ajardinamentos, cantei-
ção anterior. (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
ros centrais e divisores de pista de rolamento, acostamentos, mar-
Art. 204. Deixar de parar o veículo no acostamento à direita,
cas de canalização, gramados e jardins públicos:
para aguardar a oportunidade de cruzar a pista ou entrar à esquer-
Infração - gravíssima;
da, onde não houver local apropriado para operação de retorno:
Penalidade - multa (três vezes).
Infração - grave;
Art. 194. Transitar em marcha à ré, salvo na distância necessária
Penalidade - multa.
a pequenas manobras e de forma a não causar riscos à segurança:
Art. 205. Ultrapassar veículo em movimento que integre corte-
Infração - grave;
Penalidade - multa. jo, préstito, desfile e formações militares, salvo com autorização da
Art. 195. Desobedecer às ordens emanadas da autoridade autoridade de trânsito ou de seus agentes:
competente de trânsito ou de seus agentes: Infração - leve;
Infração - grave; Penalidade - multa.
Penalidade - multa. Art. 206. Executar operação de retorno:
Art. 196. Deixar de indicar com antecedência, mediante gesto I - em locais proibidos pela sinalização;
regulamentar de braço ou luz indicadora de direção do veículo, o II - nas curvas, aclives, declives, pontes, viadutos e túneis;
início da marcha, a realização da manobra de parar o veículo, a mu- III - passando por cima de calçada, passeio, ilhas, ajardinamen-
dança de direção ou de faixa de circulação: to ou canteiros de divisões de pista de rolamento, refúgios e faixas
Infração - grave; de pedestres e nas de veículos não motorizados;
Penalidade - multa. IV - nas interseções, entrando na contramão de direção da via
Art. 197. Deixar de deslocar, com antecedência, o veículo para transversal;
a faixa mais à esquerda ou mais à direita, dentro da respectiva mão V - com prejuízo da livre circulação ou da segurança, ainda que
de direção, quando for manobrar para um desses lados: em locais permitidos:
Infração - média; Infração - gravíssima;
Penalidade - multa. Penalidade - multa.
Art. 198. Deixar de dar passagem pela esquerda, quando soli- Art. 207. Executar operação de conversão à direita ou à esquer-
citado: da em locais proibidos pela sinalização:
Infração - média; Infração - grave;
Penalidade - multa. Penalidade - multa.
Art. 199. Ultrapassar pela direita, salvo quando o veículo da Art. 208.Avançar o sinal vermelho do semáforo ou o de parada
frente estiver colocado na faixa apropriada e der sinal de que vai obrigatória, exceto onde houver sinalização que permita a livre con-
entrar à esquerda: versão à direita prevista no art. 44-A deste Código

307
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
Infração - gravíssima; Art. 216. Entrar ou sair de áreas lindeiras sem estar adequada-
Penalidade - multa. mente posicionado para ingresso na via e sem as precauções com a
Art.209. Transpor, sem autorização, bloqueio viário com ou segurança de pedestres e de outros veículos:
sem sinalização ou dispositivos auxiliares, ou deixar de adentrar as Infração - média;
áreas destinadas à pesagem de veículos: (Redação dada pela Lei nº Penalidade - multa.
14.157, de 2021) Art. 217. Entrar ou sair de fila de veículos estacionados sem dar
Infração - grave; preferência de passagem a pedestres e a outros veículos:
Penalidade - multa. Infração - média;
Art. 209-A.Evadir-se da cobrança pelo uso de rodovias e vias Penalidade - multa.
urbanas para não efetuar o seu pagamento, ou deixar de efetuá-lo Art. 218. Transitar em velocidade superior à máxima permitida
na forma estabelecida: (Incluído pela Lei nº 14.157, de 2021) para o local, medida por instrumento ou equipamento hábil, em ro-
Infração – grave; dovias, vias de trânsito rápido, vias arteriais e demais vias: (Redação
Penalidade – multa. dada pela Lei nº 11.334, de 2006)
Art. 210. Transpor, sem autorização, bloqueio viário policial: I - quando a velocidade for superior à máxima em até 20% (vin-
Infração - gravíssima; te por cento): (Redação dada pela Lei nº 11.334, de 2006)
Penalidade - multa, apreensão do veículo e suspensão do di- Infração - média; (Redação dada pela Lei nº 11.334, de 2006)
reito de dirigir; Penalidade - multa; (Redação dada pela Lei nº 11.334, de 2006)
Medida administrativa - remoção do veículo e recolhimento do II - quando a velocidade for superior à máxima em mais de 20%
documento de habilitação. (vinte por cento) até 50% (cinquenta por cento): (Redação dada
Art. 211. Ultrapassar veículos em fila, parados em razão de pela Lei nº 11.334, de 2006)
sinal luminoso, cancela, bloqueio viário parcial ou qualquer outro Infração - grave; (Redação dada pela Lei nº 11.334, de 2006)
obstáculo, com exceção dos veículos não motorizados: Penalidade - multa; (Redação dada pela Lei nº 11.334, de 2006)
Infração - grave; III - quando a velocidade for superior à máxima em mais de
Penalidade - multa. 50% (cinquenta por cento): (Incluído pela Lei nº 11.334, de 2006)
Parágrafo único. (VETADO).”(NR) Infração - gravíssima;
Penalidade - multa (três vezes) e suspensão do direito de diri-
Art. 212. Deixar de parar o veículo antes de transpor linha fér-
gir.” (NR)
rea:
Art. 219. Transitar com o veículo em velocidade inferior à me-
Infração - gravíssima;
tade da velocidade máxima estabelecida para a via, retardando ou
Penalidade - multa.
obstruindo o trânsito, a menos que as condições de tráfego e me-
Art. 213. Deixar de parar o veículo sempre que a respectiva teorológicas não o permitam, salvo se estiver na faixa da direita:
marcha for interceptada: Infração - média;
I - por agrupamento de pessoas, como préstitos, passeatas, Penalidade - multa.
desfiles e outros: Art. 220. Deixar de reduzir a velocidade do veículo de forma
Infração - gravíssima; compatível com a segurança do trânsito:
Penalidade - multa. I - quando se aproximar de passeatas, aglomerações, cortejos,
II - por agrupamento de veículos, como cortejos, formações mi- préstitos e desfiles:
litares e outros: Infração - gravíssima;
Infração - grave; Penalidade - multa;
Penalidade - multa. II - nos locais onde o trânsito esteja sendo controlado pelo
Art. 214. Deixar de dar preferência de passagem a pedestre e a agente da autoridade de trânsito, mediante sinais sonoros ou ges-
veículo não motorizado: tos;
I - que se encontre na faixa a ele destinada; III - ao aproximar-se da guia da calçada (meio-fio) ou acosta-
II - que não haja concluído a travessia mesmo que ocorra sinal mento;
verde para o veículo; IV - ao aproximar-se de ou passar por interseção não sinalizada;
III - portadores de deficiência física, crianças, idosos e gestan- V - nas vias rurais cuja faixa de domínio não esteja cercada;
tes: VI - nos trechos em curva de pequeno raio;
Infração - gravíssima; VII - ao aproximar-se de locais sinalizados com advertência de
Penalidade - multa. obras ou trabalhadores na pista;
IV - quando houver iniciado a travessia mesmo que não haja VIII - sob chuva, neblina, cerração ou ventos fortes;
sinalização a ele destinada; IX - quando houver má visibilidade;
V - que esteja atravessando a via transversal para onde se dirige X - quando o pavimento se apresentar escorregadio, defeituoso
o veículo: ou avariado;
Infração - grave; XI - à aproximação de animais na pista;
XII - em declive;
Penalidade - multa.
Infração - grave;
Art. 215. Deixar de dar preferência de passagem:
Penalidade - multa;
I - em interseção não sinalizada:
XIII - ao ultrapassar ciclista:
a) a veículo que estiver circulando por rodovia ou rotatória;
Infração - gravíssima;
b) a veículo que vier da direita; Penalidade - multa;
II - nas interseções com sinalização de regulamentação de Dê XIV - nas proximidades de escolas, hospitais, estações de em-
a Preferência: barque e desembarque de passageiros ou onde haja intensa movi-
Infração - grave; mentação de pedestres:
Penalidade - multa. Infração - gravíssima;

308
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
Penalidade - multa. I - com o lacre, a inscrição do chassi, o selo, a placa ou qualquer
Art. 221. Portar no veículo placas de identificação em desacor- outro elemento de identificação do veículo violado ou falsificado;
do com as especificações e modelos estabelecidos pelo CONTRAN: II - transportando passageiros em compartimento de carga, sal-
Infração - média; vo por motivo de força maior, com permissão da autoridade compe-
Penalidade - multa; tente e na forma estabelecida pelo CONTRAN;
Medida administrativa - retenção do veículo para regularização III - com dispositivo anti-radar;
e apreensão das placas irregulares. IV - sem qualquer uma das placas de identificação;
Parágrafo único. Incide na mesma penalidade aquele que con- V - que não esteja registrado e devidamente licenciado;
fecciona, distribui ou coloca, em veículo próprio ou de terceiros, VI - com qualquer uma das placas de identificação sem condi-
placas de identificação não autorizadas pela regulamentação. ções de legibilidade e visibilidade:
Art. 222. Deixar de manter ligado, nas situações de atendimen- Infração - gravíssima;
to de emergência, o sistema de iluminação vermelha intermitente Penalidade - multa e apreensão do veículo;
dos veículos de polícia, de socorro de incêndio e salvamento, de Medida administrativa - remoção do veículo;
fiscalização de trânsito e das ambulâncias, ainda que parados: VII - com a cor ou característica alterada;
Infração - média; VIII - sem ter sido submetido à inspeção de segurança veicular,
Penalidade - multa. quando obrigatória;
Art. 223. Transitar com o farol desregulado ou com o facho de IX - sem equipamento obrigatório ou estando este ineficiente
luz alta de forma a perturbar a visão de outro condutor: ou inoperante;
Infração - grave; X - com equipamento obrigatório em desacordo com o estabe-
Penalidade - multa; lecido pelo CONTRAN;
Medida administrativa - retenção do veículo para regulariza- XI - com descarga livre ou silenciador de motor de explosão
ção. defeituoso, deficiente ou inoperante;
Art. 224. Fazer uso do facho de luz alta dos faróis em vias provi- XII - com equipamento ou acessório proibido;
das de iluminação pública: XIII - com o equipamento do sistema de iluminação e de sina-
Infração - leve; lização alterados;
Penalidade - multa. XIV - com registrador instantâneo inalterável de velocidade e
Art. 225. Deixar de sinalizar a via, de forma a prevenir os de- tempo viciado ou defeituoso, quando houver exigência desse apa-
mais condutores e, à noite, não manter acesas as luzes externas relho;
ou omitir-se quanto a providências necessárias para tornar visível XV - com inscrições, adesivos, legendas e símbolos de caráter
o local, quando: publicitário afixados ou pintados no pára-brisa e em toda a exten-
I - tiver de remover o veículo da pista de rolamento ou perma- são da parte traseira do veículo, excetuadas as hipóteses previstas
necer no acostamento; neste Código;
II - a carga for derramada sobre a via e não puder ser retirada XVI - com vidros total ou parcialmente cobertos por películas
imediatamente: refletivas ou não, painéis decorativos ou pinturas;
Infração - grave; XVII - com cortinas ou persianas fechadas, não autorizadas pela
Penalidade - multa. legislação;
Art. 226. Deixar de retirar todo e qualquer objeto que tenha XVIII - em mau estado de conservação, comprometendo a se-
sido utilizado para sinalização temporária da via: gurança, ou reprovado na avaliação de inspeção de segurança e de
Infração - média; emissão de poluentes e ruído, prevista no art. 104;
Penalidade - multa. XIX - sem acionar o limpador de pára-brisa sob chuva:
Art. 227. Usar buzina: Infração - grave;
I - em situação que não a de simples toque breve como adver- Penalidade - multa;
tência ao pedestre ou a condutores de outros veículos; Medida administrativa - retenção do veículo para regulariza-
II - prolongada e sucessivamente a qualquer pretexto; ção;
III - entre as vinte e duas e as seis horas; XX - sem portar a autorização para condução de escolares, na
IV - em locais e horários proibidos pela sinalização; forma estabelecida no art. 136:
V - em desacordo com os padrões e frequências estabelecidas Infração – gravíssima; (Redação dada pela Lei nº 13.855, de
pelo CONTRAN: 2019) (Vigência)
Infração - leve; Penalidade – multa (cinco vezes); (Redação dada pela Lei nº
Penalidade - multa. 13.855, de 2019) (Vigência)
Art. 228. Usar no veículo equipamento com som em volume ou Medida administrativa – remoção do veículo; (Incluído pela Lei
frequência que não sejam autorizados pelo CONTRAN: nº 13.855, de 2019) (Vigência)
Infração - grave; XXI - de carga, com falta de inscrição da tara e demais inscrições
Penalidade - multa; previstas neste Código;
Medida administrativa - retenção do veículo para regulariza- XXII - com defeito no sistema de iluminação, de sinalização ou
ção. com lâmpadas queimadas:
Art. 229. Usar indevidamente no veículo aparelho de alarme Infração - média;
ou que produza sons e ruído que perturbem o sossego público, em Penalidade - multa.
desacordo com normas fixadas pelo CONTRAN: XXIII - em desacordo com as condições estabelecidas no art.
Infração - média; 67-C, relativamente ao tempo de permanência do condutor ao vo-
Penalidade - multa e apreensão do veículo; lante e aos intervalos para descanso, quando se tratar de veículo de
Medida administrativa - remoção do veículo. transporte de carga ou coletivo de passageiros: (Redação dada pela
Art. 230. Conduzir o veículo: Lei nº 13.103, de 2015) (Vigência)

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NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
Infração - média; (Redação dada pela Lei nº 13.103, de 2015) Infração - grave;
(Vigência) Penalidade - multa e apreensão do veículo;
Penalidade - multa; (Redação dada pela Lei nº 13.103, de 2015) Medida administrativa - remoção do veículo;
(Vigência) VII - com lotação excedente;
Medida administrativa - retenção do veículo para cumprimento VIII - efetuando transporte remunerado de pessoas ou bens,
do tempo de descanso aplicável. (Redação dada pela Lei nº 13.103, quando não for licenciado para esse fim, salvo casos de força maior
de 2015) (Vigência) ou com permissão da autoridade competente:
XXIV- (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.619, de 2012) (Vigên- Infração – gravíssima; (Redação dada pela Lei nº 13.855, de
cia) 2019) (Vigência)
§ 1o Se o condutor cometeu infração igual nos últimos 12 Penalidade – multa; (Redação dada pela Lei nº 13.855, de
(doze) meses, será convertida, automaticamente, a penalidade dis- 2019) (Vigência)
posta no inciso XXIII em infração grave. (Incluído pela Lei nº 13.103, Medida administrativa – remoção do veículo; (Redação dada
de 2015) (Vigência) pela Lei nº 13.855, de 2019) (Vigência)
§ 2o Em se tratando de condutor estrangeiro, a liberação do IX - desligado ou desengrenado, em declive:
veículo fica condicionada ao pagamento ou ao depósito, judicial ou Infração - média;
administrativo, da multa. (Incluído pela Lei nº 13.103, de 2015) (Vi- Penalidade - multa;
gência) Medida administrativa - retenção do veículo;
Art. 231. Transitar com o veículo: X - excedendo a capacidade máxima de tração:
I - danificando a via, suas instalações e equipamentos; Infração - de média a gravíssima, a depender da relação entre
II - derramando, lançando ou arrastando sobre a via: o excesso de peso apurado e a capacidade máxima de tração, a ser
a) carga que esteja transportando; regulamentada pelo CONTRAN;
b) combustível ou lubrificante que esteja utilizando; Penalidade - multa;
c) qualquer objeto que possa acarretar risco de acidente: Medida Administrativa - retenção do veículo e transbordo de
Infração - gravíssima; carga excedente.
Penalidade - multa; Parágrafo único. Sem prejuízo das multas previstas nos incisos
Medida administrativa - retenção do veículo para regulariza- V e X, o veículo que transitar com excesso de peso ou excedendo à
ção; capacidade máxima de tração, não computado o percentual tolera-
III - produzindo fumaça, gases ou partículas em níveis superio- do na forma do disposto na legislação, somente poderá continuar
res aos fixados pelo CONTRAN; viagem após descarregar o que exceder, segundo critérios estabele-
IV - com suas dimensões ou de sua carga superiores aos limites cidos na referida legislação complementar.
estabelecidos legalmente ou pela sinalização, sem autorização: Art. 232. Conduzir veículo sem os documentos de porte obriga-
Infração - grave; tório referidos neste Código:
Penalidade - multa; Infração - leve;
Medida administrativa - retenção do veículo para regulariza- Penalidade - multa;
ção; Medida administrativa - retenção do veículo até a apresenta-
V - com excesso de peso, admitido percentual de tolerância ção do documento.
quando aferido por equipamento, na forma a ser estabelecida pelo Art. 233. Deixar de efetuar o registro de veículo no prazo de
CONTRAN: trinta dias, junto ao órgão executivo de trânsito, ocorridas as hipó-
Infração - média; teses previstas no art. 123:
Penalidade - multa acrescida a cada duzentos quilogramas ou Infração - média;
fração de excesso de peso apurado, constante na seguinte tabela: Penalidade - multa;
a) até 600 kg (seiscentos quilogramas) - R$ 5,32 (cinco reais e Medida administrativa - remoção do veículo.” (NR)
trinta e dois centavos); (Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) Art. 233-A.(VETADO).
(Vigência) Art. 234. Falsificar ou adulterar documento de habilitação e de
b) de 601 (seiscentos e um) a 800 kg (oitocentos quilogramas) identificação do veículo:
- R$ 10,64 (dez reais e sessenta e quatro centavos); (Redação dada Infração - gravíssima;
pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) Penalidade - multa e apreensão do veículo;
c) de 801 (oitocentos e um) a 1.000 kg (mil quilogramas) - R$ Medida administrativa - remoção do veículo.
21,28 (vinte e um reais e vinte e oito centavos); (Redação dada pela Art. 235. Conduzir pessoas, animais ou carga nas partes exter-
Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) nas do veículo, salvo nos casos devidamente autorizados:
d) de 1.001 (mil e um) a 3.000 kg (três mil quilogramas) - R$ Infração - grave;
31,92 (trinta e um reais e noventa e dois centavos); (Redação dada Penalidade - multa;
pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) Medida administrativa - retenção do veículo para transbordo.
e) de 3.001 (três mil e um) a 5.000 kg (cinco mil quilogramas) Art. 236. Rebocar outro veículo com cabo flexível ou corda, sal-
- R$ 42,56 (quarenta e dois reais e cinquenta e seis centavos); (Re- vo em casos de emergência:
dação dada pela Lei nº 13.281, de 2016) (Vigência) Infração - média;
f) acima de 5.001 kg (cinco mil e um quilogramas) - R$ 53,20 Penalidade - multa.
(cinquenta e três reais e vinte centavos); (Redação dada pela Lei nº Art. 237. Transitar com o veículo em desacordo com as espe-
13.281, de 2016) (Vigência) cificações, e com falta de inscrição e simbologia necessárias à sua
Medida administrativa - retenção do veículo e transbordo da identificação, quando exigidas pela legislação:
carga excedente; Infração - grave;
VI - em desacordo com a autorização especial, expedida pela Penalidade - multa;
autoridade competente para transitar com dimensões excedentes, Medida administrativa - retenção do veículo para regulariza-
ou quando a mesma estiver vencida: ção.

310
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
Art. 238. Recusar-se a entregar à autoridade de trânsito ou a X - com a utilização de capacete de segurança sem viseira ou
seus agentes, mediante recibo, os documentos de habilitação, de óculos de proteção ou com viseira ou óculos de proteção em desa-
registro, de licenciamento de veículo e outros exigidos por lei, para cordo com a regulamentação do Contran;
averiguação de sua autenticidade: XI - transportando passageiro com o capacete de segurança uti-
Infração - gravíssima; lizado na forma prevista no inciso X do caput deste artigo:
Penalidade - multa e apreensão do veículo; Infração - média;
Medida administrativa - remoção do veículo. Penalidade - multa;
Art. 239. Retirar do local veículo legalmente retido para regu- Medida administrativa - retenção do veículo até regularização;
larização, sem permissão da autoridade competente ou de seus XII – (VETADO).
agentes: § 1º Para ciclos aplica-se o disposto nos incisos III, VII e VIII,
Infração - gravíssima; além de:
Penalidade - multa e apreensão do veículo; a) conduzir passageiro fora da garupa ou do assento especial a
Medida administrativa - remoção do veículo. ele destinado;
Art. 240. Deixar o responsável de promover a baixa do registro b) transitar em vias de trânsito rápido ou rodovias, salvo onde
de veículo irrecuperável ou definitivamente desmontado: houver acostamento ou faixas de rolamento próprias;
Infração - grave; c) transportar crianças que não tenham, nas circunstâncias,
Penalidade - multa; condições de cuidar de sua própria segurança.
Medida administrativa - Recolhimento do Certificado de Regis- § 2º Aplica-se aos ciclomotores o disposto na alínea b do pará-
tro e do Certificado de Licenciamento Anual. grafo anterior:
Art. 241. Deixar de atualizar o cadastro de registro do veículo Infração - média;
ou de habilitação do condutor: Penalidade - multa.
Infração - leve; § 3o A restrição imposta pelo inciso VI do caput deste artigo
Penalidade - multa. não se aplica às motocicletas e motonetas que tracionem semi-re-
Art. 242. Fazer falsa declaração de domicílio para fins de regis- boques especialmente projetados para esse fim e devidamente ho-
tro, licenciamento ou habilitação: mologados pelo órgão competente. (Incluído pela Lei nº 10.517, de
Infração - gravíssima; 2002)
Penalidade - multa. Art. 245. Utilizar a via para depósito de mercadorias, materiais
Art. 243. Deixar a empresa seguradora de comunicar ao órgão ou equipamentos, sem autorização do órgão ou entidade de trânsi-
executivo de trânsito competente a ocorrência de perda total do to com circunscrição sobre a via:
veículo e de lhe devolver as respectivas placas e documentos: Infração - grave;
Infração - grave; Penalidade - multa;
Penalidade - multa; Medida administrativa - remoção da mercadoria ou do mate-
Medida administrativa - Recolhimento das placas e dos docu- rial.
mentos. Parágrafo único. A penalidade e a medida administrativa incidi-
Art. 244. Conduzir motocicleta, motoneta ou ciclomotor: rão sobre a pessoa física ou jurídica responsável.
I - sem usar capacete de segurança ou vestuário de acordo com Art. 246. Deixar de sinalizar qualquer obstáculo à livre circula-
as normas e as especificações aprovadas pelo Contran; ção, à segurança de veículo e pedestres, tanto no leito da via terres-
II - transportando passageiro sem o capacete de segurança, na tre como na calçada, ou obstaculizar a via indevidamente:
forma estabelecida no inciso anterior, ou fora do assento suplemen- Infração - gravíssima;
tar colocado atrás do condutor ou em carro lateral; Penalidade - multa, agravada em até cinco vezes, a critério da
III - fazendo malabarismo ou equilibrando-se apenas em uma autoridade de trânsito, conforme o risco à segurança.
roda; Parágrafo único. A penalidade será aplicada à pessoa física ou
IV - (revogado); jurídica responsável pela obstrução, devendo a autoridade com cir-
V - transportando criança menor de 10 (dez) anos de idade ou cunscrição sobre a via providenciar a sinalização de emergência, às
que não tenha, nas circunstâncias, condições de cuidar da própria expensas do responsável, ou, se possível, promover a desobstrução.
segurança: Art. 247. Deixar de conduzir pelo bordo da pista de rolamento,
Infração - gravíssima; em fila única, os veículos de tração ou propulsão humana e os de
Penalidade - multa e suspensão do direito de dirigir; tração animal, sempre que não houver acostamento ou faixa a eles
Medida administrativa - retenção do veículo até regularização e destinados:
recolhimento do documento de habilitação; Infração - média;
VI - rebocando outro veículo; Penalidade - multa.
VII - sem segurar o guidom com ambas as mãos, salvo eventu- Art. 248. Transportar em veículo destinado ao transporte de
almente para indicação de manobras; passageiros carga excedente em desacordo com o estabelecido no
VIII – transportando carga incompatível com suas especifica- art. 109:
ções ou em desacordo com o previsto no § 2o do art. 139-A desta Infração - grave;
Lei; (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009) Penalidade - multa;
IX – efetuando transporte remunerado de mercadorias em de- Medida administrativa - retenção para o transbordo.
sacordo com o previsto no art. 139-A desta Lei ou com as normas Art. 249. Deixar de manter acesas, à noite, as luzes de posição,
que regem a atividade profissional dos mototaxistas: (Incluído pela quando o veículo estiver parado, para fins de embarque ou desem-
Lei nº 12.009, de 2009) barque de passageiros e carga ou descarga de mercadorias:
Infração – grave; (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009) Infração - média;
Penalidade – multa; (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009) Penalidade - multa.
Medida administrativa – apreensão do veículo para regulariza- Art. 250. Quando o veículo estiver em movimento:
ção. (Incluído pela Lei nº 12.009, de 2009)[ I - deixar de manter acesa a luz baixa:

311
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
b)de dia, em túneis e sob chuva, neblina ou cerração; § 2º Aplica-se em dobro a multa em caso de reincidência no
c)de dia, no caso de veículos de transporte coletivo de passa- período de 12 (doze) meses. (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)
geiros em circulação em faixas ou pistas a eles destinadas; § 3º As penalidades são aplicáveis a pessoas físicas ou jurídicas
d)de dia, no caso de motocicletas, motonetas e ciclomotores; que incorram na infração, devendo a autoridade com circunscrição
e)de dia, em rodovias de pista simples situadas fora dos perí- sobre a via restabelecer de imediato, se possível, as condições de
metros urbanos, no caso de veículos desprovidos de luzes de roda- normalidade para a circulação na via. (Incluído pela Lei nº 13.281,
gem diurna; de 2016)
II - (revogado); Art. 254. É proibido ao pedestre:
III - deixar de manter a placa traseira iluminada, à noite; I - permanecer ou andar nas pistas de rolamento, exceto para
Infração - média; cruzá-las onde for permitido;
Penalidade - multa. II - cruzar pistas de rolamento nos viadutos, pontes, ou túneis,
Art. 251. Utilizar as luzes do veículo: salvo onde exista permissão;
I - o pisca-alerta, exceto em imobilizações ou situações de III - atravessar a via dentro das áreas de cruzamento, salvo
emergência; quando houver sinalização para esse fim;
II - baixa e alta de forma intermitente, exceto nas seguintes si- IV - utilizar-se da via em agrupamentos capazes de perturbar o
tuações: trânsito, ou para a prática de qualquer folguedo, esporte, desfiles e
a) a curtos intervalos, quando for conveniente advertir a outro similares, salvo em casos especiais e com a devida licença da auto-
condutor que se tem o propósito de ultrapassá-lo; ridade competente;
b) em imobilizações ou situação de emergência, como adver- V - andar fora da faixa própria, passarela, passagem aérea ou
tência, utilizando pisca-alerta; subterrânea;
c) quando a sinalização de regulamentação da via determinar VI - desobedecer à sinalização de trânsito específica;
o uso do pisca-alerta: Infração - leve;
Infração - média; Penalidade - multa, em 50% (cinquenta por cento) do valor da
Penalidade - multa. infração de natureza leve.
Art. 252. Dirigir o veículo: VII - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)
I - com o braço do lado de fora; § 1º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)
II - transportando pessoas, animais ou volume à sua esquerda § 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)
ou entre os braços e pernas; § 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016)
III - com incapacidade física ou mental temporária que compro- Art. 255. Conduzir bicicleta em passeios onde não seja permiti-
meta a segurança do trânsito; da a circulação desta, ou de forma agressiva, em desacordo com o
IV - usando calçado que não se firme nos pés ou que compro- disposto no parágrafo único do art. 59:
meta a utilização dos pedais; Infração - média;
V - com apenas uma das mãos, exceto quando deva fazer sinais Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção da bicicleta, mediante recibo
regulamentares de braço, mudar a marcha do veículo, ou acionar
para o pagamento da multa.
equipamentos e acessórios do veículo;
VI - utilizando-se de fones nos ouvidos conectados a aparelha-
gem sonora ou de telefone celular; LEI Nº 11.343/06 E SUAS ALTERAÇÕES (SISTEMA
Infração - média; NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS -
Penalidade - multa. SISNAD)
VII - realizando a cobrança de tarifa com o veículo em movi-
mento: (Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015)
A presente lei regula os meios de combate às drogas. O diplo-
Infração - média; (Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015) ma disciplina os crimes de tráfico, associação para tráfico e seu fi-
Penalidade - multa. (Incluído pela Lei nº 13.154, de 2015) nanciamento dentre outros delitos. A Lei dispões sobre os meios
Parágrafo único. A hipótese prevista no inciso V caracterizar-se- de prevenção e tratamentos dos dependentes químicos e o proce-
-á como infração gravíssima no caso de o condutor estar segurando dimento para apuração e julgamento dos crimes de drogas, além
ou manuseando telefone celular. (Incluído pela Lei nº 13.281, de de revogar expressamente as Leis 6.368/76 e 10.409/02, que atual-
2016) (Vigência) mente cuidam do assunto.
Art. 253. Bloquear a via com veículo: A referida, traz o aumento de pena para traficantes e financia-
Infração - gravíssima; dores do tráfico, o tratamento diferenciado para usuários e o proce-
Penalidade - multa e apreensão do veículo; dimento especial para o processamento de tais agentes.
Medida administrativa - remoção do veículo.
Art. 253-A. Usar qualquer veículo para, deliberadamente, inter- LEI Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006
romper, restringir ou perturbar a circulação na via sem autorização
do órgão ou entidade de trânsito com circunscrição sobre ela: (In- Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas
cluído pela Lei nº 13. 281, de 2016) - Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso indevido,
Infração - gravíssima; (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas;
Penalidade - multa (vinte vezes) e suspensão do direito de diri- estabelece normas para repressão à produção não autorizada e
gir por 12 (doze) meses; (Incluído pela Lei nº 13.281, de 2016) ao tráfico ilícito de drogas; define crimes e dá outras providên-
Medida administrativa - remoção do veículo. (Incluído pela Lei cias.
nº 13.281, de 2016)
§ 1º Aplica-se a multa agravada em 60 (sessenta) vezes aos
organizadores da conduta prevista no caput. (Incluído pela Lei nº
13.281, de 2016)

312
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na- V - a promoção da responsabilidade compartilhada entre Esta-
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: do e Sociedade, reconhecendo a importância da participação social
nas atividades do Sisnad;
TÍTULO I VI - o reconhecimento da intersetorialidade dos fatores corre-
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES lacionados com o uso indevido de drogas, com a sua produção não
autorizada e o seu tráfico ilícito;
Art. 1º Esta Lei institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas VII - a integração das estratégias nacionais e internacionais de
sobre Drogas - Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários
indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não auto-
drogas; estabelece normas para repressão à produção não autoriza- rizada e ao seu tráfico ilícito;
da e ao tráfico ilícito de drogas e define crimes. VIII - a articulação com os órgãos do Ministério Público e dos
Parágrafo único. Para fins desta Lei, consideram-se como dro- Poderes Legislativo e Judiciário visando à cooperação mútua nas
gas as substâncias ou os produtos capazes de causar dependência, atividades do Sisnad;
assim especificados em lei ou relacionados em listas atualizadas pe- IX - a adoção de abordagem multidisciplinar que reconheça
riodicamente pelo Poder Executivo da União. a interdependência e a natureza complementar das atividades de
Art. 2º Ficam proibidas, em todo o território nacional, as dro- prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários
gas, bem como o plantio, a cultura, a colheita e a exploração de e dependentes de drogas, repressão da produção não autorizada e
vegetais e substratos dos quais possam ser extraídas ou produzidas do tráfico ilícito de drogas;
drogas, ressalvada a hipótese de autorização legal ou regulamentar, X - a observância do equilíbrio entre as atividades de prevenção
bem como o que estabelece a Convenção de Viena, das Nações Uni- do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e depen-
das, sobre Substâncias Psicotrópicas, de 1971, a respeito de plantas dentes de drogas e de repressão à sua produção não autorizada e
de uso estritamente ritualístico-religioso. ao seu tráfico ilícito, visando a garantir a estabilidade e o bem-estar
Parágrafo único. Pode a União autorizar o plantio, a cultura e social;
a colheita dos vegetais referidos no caput deste artigo, exclusiva- XI - a observância às orientações e normas emanadas do Con-
mente para fins medicinais ou científicos, em local e prazo prede- selho Nacional Antidrogas - Conad.
terminados, mediante fiscalização, respeitadas as ressalvas supra- Art. 5º O Sisnad tem os seguintes objetivos:
mencionadas. I - contribuir para a inclusão social do cidadão, visando a tor-
ná-lo menos vulnerável a assumir comportamentos de risco para o
TÍTULO II uso indevido de drogas, seu tráfico ilícito e outros comportamentos
DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE correlacionados;
DROGAS II - promover a construção e a socialização do conhecimento
sobre drogas no país;
Art. 3º O Sisnad tem a finalidade de articular, integrar, organizar III - promover a integração entre as políticas de prevenção do
e coordenar as atividades relacionadas com: uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependen-
tes de drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao
I - a prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção social
tráfico ilícito e as políticas públicas setoriais dos órgãos do Poder
de usuários e dependentes de drogas;
Executivo da União, Distrito Federal, Estados e Municípios;
II - a repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito
IV - assegurar as condições para a coordenação, a integração e
de drogas.
a articulação das atividades de que trata o art. 3º desta Lei.
§ 1º Entende-se por Sisnad o conjunto ordenado de princípios,
regras, critérios e recursos materiais e humanos que envolvem as
CAPÍTULO II
políticas, planos, programas, ações e projetos sobre drogas, incluin-
DA COMPOSIÇÃO E DA ORGANIZAÇÃO D O SISTEMA NACIO-
do-se nele, por adesão, os Sistemas de Políticas Públicas sobre Dro-
NAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS
gas dos Estados, Distrito Federal e Municípios. (Incluído pela Lei nº CAPÍTULO II
13.840, de 2019) (REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 13.840, DE 2019)
§ 2º O Sisnad atuará em articulação com o Sistema Único de DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE
Saúde - SUS, e com o Sistema Único de Assistência Social - SUAS. DROGAS
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) SEÇÃO I
(INCLUÍDO PELA LEI Nº 13.840, DE 2019)
CAPÍTULO I DA COMPOSIÇÃO DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚ-
DOS PRINCÍPIOS E DOS OBJETIVOS DO SIS TEMA NACIONAL BLICAS SOBRE DROGAS
DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS
Art. 6º (VETADO)
Art. 4º São princípios do Sisnad: Art. 7º A organização do Sisnad assegura a orientação central e
I - o respeito aos direitos fundamentais da pessoa humana, es- a execução descentralizada das atividades realizadas em seu âmbi-
pecialmente quanto à sua autonomia e à sua liberdade; to, nas esferas federal, distrital, estadual e municipal e se constitui
II - o respeito à diversidade e às especificidades populacionais matéria definida no regulamento desta Lei.
existentes; Art. 7º-A. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
III - a promoção dos valores éticos, culturais e de cidadania do Art. 8º (VETADO)
povo brasileiro, reconhecendo-os como fatores de proteção para o
uso indevido de drogas e outros comportamentos correlacionados;
IV - a promoção de consensos nacionais, de ampla participação
social, para o estabelecimento dos fundamentos e estratégias do
Sisnad;

313
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
SEÇÃO II III - priorizar programas, ações, atividades e projetos articula-
(INCLUÍDO PELA LEI Nº 13.840, DE 2019) dos com os estabelecimentos de ensino, com a sociedade e com
DAS COMPETÊNCIAS a família para a prevenção do uso de drogas; (Incluído pela Lei nº
13.840, de 2019)
Art. 8º-A. Compete à União: (Incluído pela Lei nº 13.840, de IV - ampliar as alternativas de inserção social e econômica do
2019) usuário ou dependente de drogas, promovendo programas que
I - formular e coordenar a execução da Política Nacional sobre priorizem a melhoria de sua escolarização e a qualificação profissio-
Drogas; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) nal; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
II - elaborar o Plano Nacional de Políticas sobre Drogas, em V - promover o acesso do usuário ou dependente de drogas a
parceria com Estados, Distrito Federal, Municípios e a sociedade; todos os serviços públicos; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) VI - estabelecer diretrizes para garantir a efetividade dos pro-
III - coordenar o Sisnad; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) gramas, ações e projetos das políticas sobre drogas; (Incluído pela
IV - estabelecer diretrizes sobre a organização e funcionamento Lei nº 13.840, de 2019)
do Sisnad e suas normas de referência; (Incluído pela Lei nº 13.840, VII - fomentar a criação de serviço de atendimento telefônico
de 2019) com orientações e informações para apoio aos usuários ou depen-
V - elaborar objetivos, ações estratégicas, metas, prioridades, dentes de drogas; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
indicadores e definir formas de financiamento e gestão das políticas VIII - articular programas, ações e projetos de incentivo ao em-
sobre drogas; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) prego, renda e capacitação para o trabalho, com objetivo de pro-
VI – (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) mover a inserção profissional da pessoa que haja cumprido o plano
VII – (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) individual de atendimento nas fases de tratamento ou acolhimento;
VIII - promover a integração das políticas sobre drogas com (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; (Incluído pela Lei nº IX - promover formas coletivas de organização para o trabalho,
13.840, de 2019) redes de economia solidária e o cooperativismo, como forma de
IX - financiar, com Estados, Distrito Federal e Municípios, a exe- promover autonomia ao usuário ou dependente de drogas egresso
cução das políticas sobre drogas, observadas as obrigações dos in- de tratamento ou acolhimento, observando-se as especificidades
tegrantes do Sisnad; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) regionais; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
X - estabelecer formas de colaboração com Estados, Distrito X - propor a formulação de políticas públicas que conduzam à
Federal e Municípios para a execução das políticas sobre drogas; efetivação das diretrizes e princípios previstos no art. 22; (Incluído
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) pela Lei nº 13.840, de 2019)
XI - garantir publicidade de dados e informações sobre repasses XI - articular as instâncias de saúde, assistência social e de jus-
de recursos para financiamento das políticas sobre drogas; (Incluído tiça no enfrentamento ao abuso de drogas; e (Incluído pela Lei nº
pela Lei nº 13.840, de 2019) 13.840, de 2019)
XII - sistematizar e divulgar os dados estatísticos nacionais de XII - promover estudos e avaliação dos resultados das políticas
prevenção, tratamento, acolhimento, reinserção social e econômica sobre drogas. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
e repressão ao tráfico ilícito de drogas; (Incluído pela Lei nº 13.840, § 1º O plano de que trata o caput terá duração de 5 (cinco) anos
de 2019) a contar de sua aprovação.
XIII - adotar medidas de enfretamento aos crimes transfrontei- § 2º O poder público deverá dar a mais ampla divulgação ao
riços; e (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) conteúdo do Plano Nacional de Políticas sobre Drogas.
XIV - estabelecer uma política nacional de controle de frontei-
ras, visando a coibir o ingresso de drogas no País. (Incluído pela Lei SEÇÃO II
nº 13.840, de 2019) (INCLUÍDO PELA LEI Nº 13.840, DE 2019)
Art. 8º-B . (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) DOS CONSELHOS DE POLÍTICAS SOBRE DROGAS
Art. 8º-C. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
Art. 8º-E. Os conselhos de políticas sobre drogas, constituídos
CAPÍTULO II-A por Estados, Distrito Federal e Municípios, terão os seguintes obje-
(INCLUÍDO PELA LEI Nº 13.840, DE 2019) tivos: (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
DA FORMULAÇÃO DAS POLÍTICAS SOBRE DROGAS I - auxiliar na elaboração de políticas sobre drogas; (Incluído
SEÇÃO I pela Lei nº 13.840, de 2019)
(INCLUÍDO PELA LEI Nº 13.840, DE 2019) II - colaborar com os órgãos governamentais no planejamento
DO PLANO NACIONAL DE POLÍTICAS SOBRE DROGAS e na execução das políticas sobre drogas, visando à efetividade das
políticas sobre drogas; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
Art. 8º-D. São objetivos do Plano Nacional de Políticas sobre III - propor a celebração de instrumentos de cooperação, vi-
Drogas, dentre outros: (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) sando à elaboração de programas, ações, atividades e projetos
I - promover a interdisciplinaridade e integração dos progra- voltados à prevenção, tratamento, acolhimento, reinserção social e
mas, ações, atividades e projetos dos órgãos e entidades públicas e econômica e repressão ao tráfico ilícito de drogas; (Incluído pela Lei
privadas nas áreas de saúde, educação, trabalho, assistência social, nº 13.840, de 2019)
previdência social, habitação, cultura, desporto e lazer, visando à IV - promover a realização de estudos, com o objetivo de sub-
prevenção do uso de drogas, atenção e reinserção social dos usu- sidiar o planejamento das políticas sobre drogas; (Incluído pela Lei
ários ou dependentes de drogas; (Incluído pela Lei nº 13.840, de nº 13.840, de 2019)
2019) V - propor políticas públicas que permitam a integração e a par-
II - viabilizar a ampla participação social na formulação, imple- ticipação do usuário ou dependente de drogas no processo social,
mentação e avaliação das políticas sobre drogas; (Incluído pela Lei econômico, político e cultural no respectivo ente federado; e (Inclu-
nº 13.840, de 2019) ído pela Lei nº 13.840, de 2019)

314
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
VI - desenvolver outras atividades relacionadas às políticas so- IV - o compartilhamento de responsabilidades e a colabora-
bre drogas em consonância com o Sisnad e com os respectivos pla- ção mútua com as instituições do setor privado e com os diversos
nos. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) segmentos sociais, incluindo usuários e dependentes de drogas e
respectivos familiares, por meio do estabelecimento de parcerias;
SEÇÃO III V - a adoção de estratégias preventivas diferenciadas e adequa-
(INCLUÍDO PELA LEI Nº 13.840, DE 2019) das às especificidades socioculturais das diversas populações, bem
DOS MEMBROS DOS CONSELHOS DE POLÍTICAS SOBRE DRO- como das diferentes drogas utilizadas;
GAS VI - o reconhecimento do “não-uso”, do “retardamento do uso”
e da redução de riscos como resultados desejáveis das atividades
Art. 8º-F. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) de natureza preventiva, quando da definição dos objetivos a serem
CAPÍTULO III alcançados;
(VETADO) VII - o tratamento especial dirigido às parcelas mais vulnerá-
veis da população, levando em consideração as suas necessidades
Art. 9º (VETADO) específicas;
Art. 10. (VETADO) VIII - a articulação entre os serviços e organizações que atuam
Art. 11. (VETADO) em atividades de prevenção do uso indevido de drogas e a rede de
Art. 12. (VETADO) atenção a usuários e dependentes de drogas e respectivos familia-
Art. 13. (VETADO) res;
Art. 14. (VETADO) IX - o investimento em alternativas esportivas, culturais, artísti-
cas, profissionais, entre outras, como forma de inclusão social e de
CAPÍTULO IV melhoria da qualidade de vida;
(REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 13.840, DE 2019) X - o estabelecimento de políticas de formação continuada na
DO ACOMPANHAMENTO E DA AVALIAÇÃO DAS POLÍTICAS área da prevenção do uso indevido de drogas para profissionais de
SOBRE DROGAS educação nos 3 (três) níveis de ensino;
XI - a implantação de projetos pedagógicos de prevenção do
Art. 15. (VETADO) uso indevido de drogas, nas instituições de ensino público e pri-
Art. 16. As instituições com atuação nas áreas da atenção à saú- vado, alinhados às Diretrizes Curriculares Nacionais e aos conheci-
de e da assistência social que atendam usuários ou dependentes mentos relacionados a drogas;
de drogas devem comunicar ao órgão competente do respectivo XII - a observância das orientações e normas emanadas do Co-
sistema municipal de saúde os casos atendidos e os óbitos ocorri- nad;
dos, preservando a identidade das pessoas, conforme orientações XIII - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social
emanadas da União. de políticas setoriais específicas.
Art. 17. Os dados estatísticos nacionais de repressão ao tráfico Parágrafo único. As atividades de prevenção do uso indevido
ilícito de drogas integrarão sistema de informações do Poder Exe- de drogas dirigidas à criança e ao adolescente deverão estar em
cutivo. consonância com as diretrizes emanadas pelo Conselho Nacional
dos Direitos da Criança e do Adolescente - Conanda.
TÍTULO III
DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO DO USO INDEVIDO, ATEN- SEÇÃO II
ÇÃO E REINSERÇÃO SOCIAL DE USUÁRIOS E DEPENDENTES DE
(INCLUÍDO PELA LEI Nº 13.840, DE 2019)
DROGAS
DA SEMANA NACIONAL DE POLÍTICAS SOBRE DROGAS
CAPÍTULO I
DA PREVENÇÃO
Art. 19-A. Fica instituída a Semana Nacional de Políticas sobre
SEÇÃO I
Drogas, comemorada anualmente, na quarta semana de junho. (In-
(INCLUÍDO PELA LEI Nº 13.840, DE 2019)
cluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
DAS DIRETRIZES
§ 1º No período de que trata o caput , serão intensificadas as
ações de: (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
Art. 18. Constituem atividades de prevenção do uso indevido
de drogas, para efeito desta Lei, aquelas direcionadas para a redu- I - difusão de informações sobre os problemas decorrentes do
ção dos fatores de vulnerabilidade e risco e para a promoção e o uso de drogas; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
fortalecimento dos fatores de proteção. II - promoção de eventos para o debate público sobre as políti-
Art. 19. As atividades de prevenção do uso indevido de drogas cas sobre drogas; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
devem observar os seguintes princípios e diretrizes: III - difusão de boas práticas de prevenção, tratamento, aco-
I - o reconhecimento do uso indevido de drogas como fator de lhimento e reinserção social e econômica de usuários de drogas;
interferência na qualidade de vida do indivíduo e na sua relação (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
com a comunidade à qual pertence; IV - divulgação de iniciativas, ações e campanhas de prevenção
II - a adoção de conceitos objetivos e de fundamentação cien- do uso indevido de drogas; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
tífica como forma de orientar as ações dos serviços públicos comu- V - mobilização da comunidade para a participação nas ações
nitários e privados e de evitar preconceitos e estigmatização das de prevenção e enfrentamento às drogas; (Incluído pela Lei nº
pessoas e dos serviços que as atendam; 13.840, de 2019)
III - o fortalecimento da autonomia e da responsabilidade indi- VI - mobilização dos sistemas de ensino previstos na Lei nº
vidual em relação ao uso indevido de drogas; 9.394, de 20 de dezembro de 1996 - Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional , na realização de atividades de prevenção ao
uso de drogas. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

315
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
CAPÍTULO II SEÇÃO IV
(REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 13.840, DE 2019) (INCLUÍDO PELA LEI Nº 13.840, DE 2019)
DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO, TRATAMENTO, ACOLHI- DO TRATAMENTO DO USUÁRIO OU DEPENDENTE DE DROGAS
MENTO E DE REINSERÇÃO SOCIAL E ECONÔMICA DE USUÁ-
RIOS OU DEPENDENTES DE DROGAS Art. 23. As redes dos serviços de saúde da União, dos Estados,
SEÇÃO I do Distrito Federal, dos Municípios desenvolverão programas de
(INCLUÍDO PELA LEI Nº 13.840, DE 2019) atenção ao usuário e ao dependente de drogas, respeitadas as dire-
DISPOSIÇÕES GERAIS trizes do Ministério da Saúde e os princípios explicitados no art. 22
desta Lei, obrigatória a previsão orçamentária adequada.
Art. 20. Constituem atividades de atenção ao usuário e de- Art. 23-A. O tratamento do usuário ou dependente de drogas
pendente de drogas e respectivos familiares, para efeito desta Lei, deverá ser ordenado em uma rede de atenção à saúde, com prio-
aquelas que visem à melhoria da qualidade de vida e à redução dos ridade para as modalidades de tratamento ambulatorial, incluindo
riscos e dos danos associados ao uso de drogas. excepcionalmente formas de internação em unidades de saúde e
Art. 21. Constituem atividades de reinserção social do usuário hospitais gerais nos termos de normas dispostas pela União e arti-
ou do dependente de drogas e respectivos familiares, para efeito culadas com os serviços de assistência social e em etapas que per-
desta Lei, aquelas direcionadas para sua integração ou reintegração mitam: (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
em redes sociais. I - articular a atenção com ações preventivas que atinjam toda
Art. 22. As atividades de atenção e as de reinserção social do a população; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
usuário e do dependente de drogas e respectivos familiares devem II - orientar-se por protocolos técnicos predefinidos, baseados
observar os seguintes princípios e diretrizes: em evidências científicas, oferecendo atendimento individualizado
I - respeito ao usuário e ao dependente de drogas, indepen- ao usuário ou dependente de drogas com abordagem preventiva
dentemente de quaisquer condições, observados os direitos fun- e, sempre que indicado, ambulatorial; (Incluído pela Lei nº 13.840,
damentais da pessoa humana, os princípios e diretrizes do Sistema de 2019)
Único de Saúde e da Política Nacional de Assistência Social; III - preparar para a reinserção social e econômica, respeitando
II - a adoção de estratégias diferenciadas de atenção e reinser- as habilidades e projetos individuais por meio de programas que
ção social do usuário e do dependente de drogas e respectivos fa- articulem educação, capacitação para o trabalho, esporte, cultura
miliares que considerem as suas peculiaridades socioculturais; e acompanhamento individualizado; e (Incluído pela Lei nº 13.840,
III - definição de projeto terapêutico individualizado, orientado de 2019)
para a inclusão social e para a redução de riscos e de danos sociais IV - acompanhar os resultados pelo SUS, Suas e Sisnad, de for-
e à saúde; ma articulada. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
IV - atenção ao usuário ou dependente de drogas e aos respec- § 1º Caberá à União dispor sobre os protocolos técnicos de tra-
tivos familiares, sempre que possível, de forma multidisciplinar e tamento, em âmbito nacional. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
por equipes multiprofissionais; § 2º A internação de dependentes de drogas somente será re-
V - observância das orientações e normas emanadas do Conad; alizada em unidades de saúde ou hospitais gerais, dotados de equi-
VI - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social de pes multidisciplinares e deverá ser obrigatoriamente autorizada por
políticas setoriais específicas. médico devidamente registrado no Conselho Regional de Medicina
VII - estímulo à capacitação técnica e profissional; (Incluído - CRM do Estado onde se localize o estabelecimento no qual se dará
pela Lei nº 13.840, de 2019) a internação. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
VIII - efetivação de políticas de reinserção social voltadas à § 3º São considerados 2 (dois) tipos de internação: (Incluído
educação continuada e ao trabalho; (Incluído pela Lei nº 13.840, pela Lei nº 13.840, de 2019)
de 2019) I - internação voluntária: aquela que se dá com o consentimen-
IX - observância do plano individual de atendimento na forma to do dependente de drogas; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
do art. 23-B desta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) II - internação involuntária: aquela que se dá, sem o consenti-
X - orientação adequada ao usuário ou dependente de drogas mento do dependente, a pedido de familiar ou do responsável legal
quanto às consequências lesivas do uso de drogas, ainda que oca- ou, na absoluta falta deste, de servidor público da área de saúde, da
sional. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) assistência social ou dos órgãos públicos integrantes do Sisnad, com
exceção de servidores da área de segurança pública, que constate a
SEÇÃO II existência de motivos que justifiquem a medida. (Incluído pela Lei
(INCLUÍDO PELA LEI Nº 13.840, DE 2019) nº 13.840, de 2019)
DA EDUCAÇÃO NA REINSERÇÃO SOCIAL E ECONÔMICA § 4º A internação voluntária: (Incluído pela Lei nº 13.840, de
2019)
Art. 22-A. As pessoas atendidas por órgãos integrantes do Sis- I - deverá ser precedida de declaração escrita da pessoa solici-
nad terão atendimento nos programas de educação profissional e tante de que optou por este regime de tratamento; (Incluído pela
tecnológica, educação de jovens e adultos e alfabetização. (Incluído Lei nº 13.840, de 2019)
pela Lei nº 13.840, de 2019) II - seu término dar-se-á por determinação do médico respon-
sável ou por solicitação escrita da pessoa que deseja interromper o
SEÇÃO III tratamento. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
(INCLUÍDO PELA LEI Nº 13.840, DE 2019) § 5º A internação involuntária: (Incluído pela Lei nº 13.840, de
DO TRABALHO NA REINSERÇÃO SOCIAL E ECONÔMICA 2019)
I - deve ser realizada após a formalização da decisão por médi-
Art. 22-B. (VETADO). co responsável; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

316
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
II - será indicada depois da avaliação sobre o tipo de droga uti- I - os resultados da avaliação multidisciplinar; (Incluído pela Lei
lizada, o padrão de uso e na hipótese comprovada da impossibili- nº 13.840, de 2019)
dade de utilização de outras alternativas terapêuticas previstas na II - os objetivos declarados pelo atendido; (Incluído pela Lei nº
rede de atenção à saúde; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) 13.840, de 2019)
III - perdurará apenas pelo tempo necessário à desintoxicação, III - a previsão de suas atividades de integração social ou capa-
no prazo máximo de 90 (noventa) dias, tendo seu término deter- citação profissional; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
minado pelo médico responsável; (Incluído pela Lei nº 13.840, de IV - atividades de integração e apoio à família; (Incluído pela Lei
2019) nº 13.840, de 2019)
IV - a família ou o representante legal poderá, a qualquer tem- V - formas de participação da família para efetivo cumprimento
po, requerer ao médico a interrupção do tratamento. (Incluído pela do plano individual; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
Lei nº 13.840, de 2019) VI - designação do projeto terapêutico mais adequado para o
§ 6º A internação, em qualquer de suas modalidades, só será cumprimento do previsto no plano; e (Incluído pela Lei nº 13.840,
indicada quando os recursos extra-hospitalares se mostrarem insu- de 2019)
ficientes. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) VII - as medidas específicas de atenção à saúde do atendido.
§ 7º Todas as internações e altas de que trata esta Lei deverão (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
ser informadas, em, no máximo, de 72 (setenta e duas) horas, ao
§ 6º O PIA será elaborado no prazo de até 30 (trinta) dias da
Ministério Público, à Defensoria Pública e a outros órgãos de fis-
data do ingresso no atendimento. (Incluído pela Lei nº 13.840, de
calização, por meio de sistema informatizado único, na forma do
2019)
regulamento desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
§ 7º As informações produzidas na avaliação e as registradas no
§ 8º É garantido o sigilo das informações disponíveis no sistema
referido no § 7º e o acesso será permitido apenas às pessoas auto- plano individual de atendimento são consideradas sigilosas. (Incluí-
rizadas a conhecê-las, sob pena de responsabilidade. (Incluído pela do pela Lei nº 13.840, de 2019)
Lei nº 13.840, de 2019) Art. 24. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
§ 9º É vedada a realização de qualquer modalidade de interna- poderão conceder benefícios às instituições privadas que desenvol-
ção nas comunidades terapêuticas acolhedoras. (Incluído pela Lei verem programas de reinserção no mercado de trabalho, do usu-
nº 13.840, de 2019) ário e do dependente de drogas encaminhados por órgão oficial.
§ 10. O planejamento e a execução do projeto terapêutico indi- Art. 25. As instituições da sociedade civil, sem fins lucrativos,
vidual deverão observar, no que couber, o previsto na Lei nº 10.216, com atuação nas áreas da atenção à saúde e da assistência social,
de 6 de abril de 2001 , que dispõe sobre a proteção e os direitos das que atendam usuários ou dependentes de drogas poderão receber
pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo recursos do Funad, condicionados à sua disponibilidade orçamen-
assistencial em saúde mental. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) tária e financeira.
Art. 26. O usuário e o dependente de drogas que, em razão da
SEÇÃO V prática de infração penal, estiverem cumprindo pena privativa de
(INCLUÍDO PELA LEI Nº 13.840, DE 2019) liberdade ou submetidos a medida de segurança, têm garantidos os
DO PLANO INDIVIDUAL DE ATENDIMENTO serviços de atenção à sua saúde, definidos pelo respectivo sistema
penitenciário.
Art. 23-B . O atendimento ao usuário ou dependente de dro-
gas na rede de atenção à saúde dependerá de: (Incluído pela Lei nº SEÇÃO VI
13.840, de 2019) (INCLUÍDO PELA LEI Nº 13.840, DE 2019)
I - avaliação prévia por equipe técnica multidisciplinar e multis- DO ACOLHIMENTO EM COMUNIDADE TERAPÊUTICA ACOLHE-
setorial; e (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) DORA
II - elaboração de um Plano Individual de Atendimento - PIA.
(Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) Art. 26-A. O acolhimento do usuário ou dependente de drogas
§ 1º A avaliação prévia da equipe técnica subsidiará a elabo- na comunidade terapêutica acolhedora caracteriza-se por: (Incluído
ração e execução do projeto terapêutico individual a ser adotado,
pela Lei nº 13.840, de 2019)
levantando no mínimo: (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
I - oferta de projetos terapêuticos ao usuário ou dependente
I - o tipo de droga e o padrão de seu uso; e (Incluído pela Lei nº
de drogas que visam à abstinência; (Incluído pela Lei nº 13.840, de
13.840, de 2019)
2019)
II - o risco à saúde física e mental do usuário ou dependente de
drogas ou das pessoas com as quais convive. (Incluído pela Lei nº II - adesão e permanência voluntária, formalizadas por escrito,
13.840, de 2019) entendida como uma etapa transitória para a reinserção social e
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) econômica do usuário ou dependente de drogas; (Incluído pela Lei
§ 3º O PIA deverá contemplar a participação dos familiares ou nº 13.840, de 2019)
responsáveis, os quais têm o dever de contribuir com o processo, III - ambiente residencial, propício à formação de vínculos, com
sendo esses, no caso de crianças e adolescentes, passíveis de res- a convivência entre os pares, atividades práticas de valor educativo
ponsabilização civil, administrativa e criminal, nos termos da Lei nº e a promoção do desenvolvimento pessoal, vocacionada para aco-
8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescen- lhimento ao usuário ou dependente de drogas em vulnerabilidade
te . (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) social; (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
§ 4º O PIA será inicialmente elaborado sob a responsabilidade IV - avaliação médica prévia; (Incluído pela Lei nº 13.840, de
da equipe técnica do primeiro projeto terapêutico que atender o 2019)
usuário ou dependente de drogas e será atualizado ao longo das di- V - elaboração de plano individual de atendimento na forma do
versas fases do atendimento. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) art. 23-B desta Lei; e (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
§ 5º Constarão do plano individual, no mínimo: (Incluído pela VI - vedação de isolamento físico do usuário ou dependente de
Lei nº 13.840, de 2019) drogas. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)

317
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
§ 1º Não são elegíveis para o acolhimento as pessoas com com- TÍTULO IV
prometimentos biológicos e psicológicos de natureza grave que me- DA REPRESSÃO À PRODUÇÃO NÃO AUTORIZADA E AO TRÁFI-
reçam atenção médico-hospitalar contínua ou de emergência, caso CO ILÍCITO DE DROGAS
em que deverão ser encaminhadas à rede de saúde. (Incluído pela CAPÍTULO I
Lei nº 13.840, de 2019) DISPOSIÇÕES GERAIS
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) Art. 31. É indispensável a licença prévia da autoridade compe-
§ 4º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) tente para produzir, extrair, fabricar, transformar, preparar, possuir,
§ 5º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) manter em depósito, importar, exportar, reexportar, remeter, trans-
portar, expor, oferecer, vender, comprar, trocar, ceder ou adquirir,
CAPÍTULO III para qualquer fim, drogas ou matéria-prima destinada à sua prepa-
DOS CRIMES E DAS PENAS ração, observadas as demais exigências legais.
Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente destruí-
Art. 27. As penas previstas neste Capítulo poderão ser aplica- das pelo delegado de polícia na forma do art. 50-A, que recolherá
das isolada ou cumulativamente, bem como substituídas a qual- quantidade suficiente para exame pericial, de tudo lavrando auto
quer tempo, ouvidos o Ministério Público e o defensor. de levantamento das condições encontradas, com a delimitação do
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar local, asseguradas as medidas necessárias para a preservação da
ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização prova. (Redação dada pela Lei nº 12.961, de 2014)
ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será § 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.961, de 2014)
submetido às seguintes penas: § 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.961, de 2014)
I - advertência sobre os efeitos das drogas; § 3º Em caso de ser utilizada a queimada para destruir a plan-
II - prestação de serviços à comunidade; tação, observar-se-á, além das cautelas necessárias à proteção ao
III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso meio ambiente, o disposto no Decreto nº 2.661, de 8 de julho de
educativo. 1998, no que couber, dispensada a autorização prévia do órgão pró-
§ 1º Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo prio do Sistema Nacional do Meio Ambiente - Sisnama.
pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação § 4º As glebas cultivadas com plantações ilícitas serão expro-
de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar priadas, conforme o disposto no art. 243 da Constituição Federal,
dependência física ou psíquica. de acordo com a legislação em vigor.
§ 2º Para determinar se a droga destinava-se a consumo pes-
soal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância apre- CAPÍTULO II
endida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às DOS CRIMES
circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos ante-
cedentes do agente. Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fa-
§ 3º As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo bricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito,
serão aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco) meses. transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar
§ 4º Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem auto-
e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 10 rização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
(dez) meses. Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de
§ 5º A prestação de serviços à comunidade será cumprida em 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.
programas comunitários, entidades educacionais ou assistenciais, § 1º Nas mesmas penas incorre quem:
hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende,
fins lucrativos, que se ocupem, preferencialmente, da prevenção do expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz
consumo ou da recuperação de usuários e dependentes de drogas. consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou
§ 6º Para garantia do cumprimento das medidas educativas a em desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-
que se refere o caput, nos incisos I, II e III, a que injustificadamente -prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de dro-
se recuse o agente, poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a: gas;
I - admoestação verbal; II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em de-
II - multa. sacordo com determinação legal ou regulamentar, de plantas que
§ 7º O juiz determinará ao Poder Público que coloque à dispo- se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas;
sição do infrator, gratuitamente, estabelecimento de saúde, prefe- III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a pro-
rencialmente ambulatorial, para tratamento especializado. priedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente
Art. 29. Na imposição da medida educativa a que se refere o que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autori-
inciso II do § 6º do art. 28, o juiz, atendendo à reprovabilidade da zação ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar,
conduta, fixará o número de dias-multa, em quantidade nunca in- para o tráfico ilícito de drogas.
ferior a 40 (quarenta) nem superior a 100 (cem), atribuindo depois IV - vende ou entrega drogas ou matéria-prima, insumo ou
a cada um, segundo a capacidade econômica do agente, o valor de produto químico destinado à preparação de drogas, sem autoriza-
um trinta avos até 3 (três) vezes o valor do maior salário mínimo. ção ou em desacordo com a determinação legal ou regulamentar,
Parágrafo único. Os valores decorrentes da imposição da multa a agente policial disfarçado, quando presentes elementos probató-
a que se refere o § 6º do art. 28 serão creditados à conta do Fundo rios razoáveis de conduta criminal preexistente. (Incluído pela Lei
Nacional Antidrogas. nº 13.964, de 2019)
Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e a execução § 2º Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de dro-
das penas, observado, no tocante à interrupção do prazo, o dispos- ga: (Vide ADI nº 4.274)
to nos arts. 107 e seguintes do Código Penal. Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 (cem)
a 300 (trezentos) dias-multa.

318
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
§ 3º Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou imedia-
pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem: ções de estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, de
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento sedes de entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas, espor-
de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa, sem pre- tivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos
juízo das penas previstas no art. 28. onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza,
§ 4º Nos delitos definidos no caput e no § 1º deste artigo, as de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de rein-
penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a serção social, de unidades militares ou policiais ou em transportes
conversão em penas restritivas de direitos , desde que o agente seja públicos;
primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades cri- IV - o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça,
minosas nem integre organização criminosa. (Vide Resolução nº 5, emprego de arma de fogo, ou qualquer processo de intimidação
de 2012) difusa ou coletiva;
Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre
distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, estes e o Distrito Federal;
ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescen-
qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou te ou a quem tenha, por qualquer motivo, diminuída ou suprimida
transformação de drogas, sem autorização ou em desacordo com a capacidade de entendimento e determinação;
determinação legal ou regulamentar: VII - o agente financiar ou custear a prática do crime.
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de Art. 41. O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente
1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois mil) dias-multa. com a investigação policial e o processo criminal na identificação
Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de dos demais co-autores ou partícipes do crime e na recuperação to-
tal ou parcial do produto do crime, no caso de condenação, terá
praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos
pena reduzida de um terço a dois terços.
arts. 33, caput e § 1º , e 34 desta Lei:
Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, com prepon-
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700
derância sobre o previsto no art. 59 do Código Penal, a natureza
(setecentos) a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa.
e a quantidade da substância ou do produto, a personalidade e a
Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste artigo in- conduta social do agente.
corre quem se associa para a prática reiterada do crime definido no Art. 43. Na fixação da multa a que se referem os arts. 33 a 39
art. 36 desta Lei. desta Lei, o juiz, atendendo ao que dispõe o art. 42 desta Lei, deter-
Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes minará o número de dias-multa, atribuindo a cada um, segundo as
previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 desta Lei: condições econômicas dos acusados, valor não inferior a um trinta
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento de avos nem superior a 5 (cinco) vezes o maior salário-mínimo.
1.500 (mil e quinhentos) a 4.000 (quatro mil) dias-multa. Parágrafo único. As multas, que em caso de concurso de crimes
Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organização serão impostas sempre cumulativamente, podem ser aumentadas
ou associação destinados à prática de qualquer dos crimes previstos até o décuplo se, em virtude da situação econômica do acusado,
nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 desta Lei: considerá-las o juiz ineficazes, ainda que aplicadas no máximo.
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamento de 300 Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 a 37
(trezentos) a 700 (setecentos) dias-multa. desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, indulto,
Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem anistia e liberdade provisória, vedada a conversão de suas penas
que delas necessite o paciente, ou fazê-lo em doses excessivas ou em restritivas de direitos.
em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste artigo,
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento dar-se-á o livramento condicional após o cumprimento de dois ter-
de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) dias-multa. ços da pena, vedada sua concessão ao reincidente específico.
Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação ao Conselho Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da dependên-
Federal da categoria profissional a que pertença o agente. cia, ou sob o efeito, proveniente de caso fortuito ou força maior, de
Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após o consumo de droga, era, ao tempo da ação ou da omissão, qualquer que tenha
drogas, expondo a dano potencial a incolumidade de outrem: sido a infração penal praticada, inteiramente incapaz de entender
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além da o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
apreensão do veículo, cassação da habilitação respectiva ou proi- entendimento.
bição de obtê-la, pelo mesmo prazo da pena privativa de liberda- Parágrafo único. Quando absolver o agente, reconhecendo, por
força pericial, que este apresentava, à época do fato previsto neste
de aplicada, e pagamento de 200 (duzentos) a 400 (quatrocentos)
artigo, as condições referidas no caput deste artigo, poderá deter-
dias-multa.
minar o juiz, na sentença, o seu encaminhamento para tratamento
Parágrafo único. As penas de prisão e multa, aplicadas cumu-
médico adequado.
lativamente com as demais, serão de 4 (quatro) a 6 (seis) anos e de
Art. 46. As penas podem ser reduzidas de um terço a dois ter-
400 (quatrocentos) a 600 (seiscentos) dias-multa, se o veículo refe- ços se, por força das circunstâncias previstas no art. 45 desta Lei, o
rido no caput deste artigo for de transporte coletivo de passageiros. agente não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capa-
Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são au- cidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
mentadas de um sexto a dois terços, se: acordo com esse entendimento.
I - a natureza, a procedência da substância ou do produto apre- Art. 47. Na sentença condenatória, o juiz, com base em avalia-
endido e as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalida- ção que ateste a necessidade de encaminhamento do agente para
de do delito; tratamento, realizada por profissional de saúde com competência
II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública específica na forma da lei, determinará que a tal se proceda, obser-
ou no desempenho de missão de educação, poder familiar, guarda vado o disposto no art. 26 desta Lei.
ou vigilância;

319
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
CAPÍTULO III Art. 50-A. A destruição das drogas apreendidas sem a ocorrên-
DO PROCEDIMENTO PENAL cia de prisão em flagrante será feita por incineração, no prazo máxi-
mo de 30 (trinta) dias contados da data da apreensão, guardando-
Art. 48. O procedimento relativo aos processos por crimes de- -se amostra necessária à realização do laudo definitivo. (Redação
finidos neste Título rege-se pelo disposto neste Capítulo, aplicando- dada pela Lei nº 13.840, de 2019)
-se, subsidiariamente, as disposições do Código de Processo Penal e Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trin-
da Lei de Execução Penal. ta) dias, se o indiciado estiver preso, e de 90 (noventa) dias, quando
§ 1º O agente de qualquer das condutas previstas no art. 28 solto.
desta Lei, salvo se houver concurso com os crimes previstos nos Parágrafo único. Os prazos a que se refere este artigo podem
arts. 33 a 37 desta Lei, será processado e julgado na forma dos arts. ser duplicados pelo juiz, ouvido o Ministério Público, mediante pe-
60 e seguintes da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, que dido justificado da autoridade de polícia judiciária.
dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais. Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, a
§ 2º Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não autoridade de polícia judiciária, remetendo os autos do inquérito
se imporá prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser ime- ao juízo:
diatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste, I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justificando
assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se termo as razões que a levaram à classificação do delito, indicando a quan-
circunstanciado e providenciando-se as requisições dos exames e tidade e natureza da substância ou do produto apreendido, o local
perícias necessários. e as condições em que se desenvolveu a ação criminosa, as circuns-
§ 3º Se ausente a autoridade judicial, as providências previstas tâncias da prisão, a conduta, a qualificação e os antecedentes do
no § 2º deste artigo serão tomadas de imediato pela autoridade po- agente; ou
licial, no local em que se encontrar, vedada a detenção do agente. II - requererá sua devolução para a realização de diligências ne-
cessárias.
§ 4º Concluídos os procedimentos de que trata o § 2º deste Parágrafo único. A remessa dos autos far-se-á sem prejuízo de
artigo, o agente será submetido a exame de corpo de delito, se o diligências complementares:
requerer ou se a autoridade de polícia judiciária entender conve- I - necessárias ou úteis à plena elucidação do fato, cujo resul-
niente, e em seguida liberado. tado deverá ser encaminhado ao juízo competente até 3 (três) dias
§ 5º Para os fins do disposto no art. 76 da Lei nº 9.099, de 1995, antes da audiência de instrução e julgamento;
que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais, o Ministério Públi- II - necessárias ou úteis à indicação dos bens, direitos e valores
co poderá propor a aplicação imediata de pena prevista no art. 28 de que seja titular o agente, ou que figurem em seu nome, cujo
desta Lei, a ser especificada na proposta. resultado deverá ser encaminhado ao juízo competente até 3 (três)
Art. 49. Tratando-se de condutas tipificadas nos arts. 33, caput dias antes da audiência de instrução e julgamento.
e § 1º , e 34 a 37 desta Lei, o juiz, sempre que as circunstâncias o re- Art. 53. Em qualquer fase da persecução criminal relativa aos
comendem, empregará os instrumentos protetivos de colaborado- crimes previstos nesta Lei, são permitidos, além dos previstos em
res e testemunhas previstos na Lei nº 9.807, de 13 de julho de 1999. lei, mediante autorização judicial e ouvido o Ministério Público, os
seguintes procedimentos investigatórios:
SEÇÃO I I - a infiltração por agentes de polícia, em tarefas de investiga-
DA INVESTIGAÇÃO ção, constituída pelos órgãos especializados pertinentes;
II - a não-atuação policial sobre os portadores de drogas, seus
Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de polícia precursores químicos ou outros produtos utilizados em sua produ-
judiciária fará, imediatamente, comunicação ao juiz competente, ção, que se encontrem no território brasileiro, com a finalidade de
remetendo-lhe cópia do auto lavrado, do qual será dada vista ao identificar e responsabilizar maior número de integrantes de ope-
órgão do Ministério Público, em 24 (vinte e quatro) horas. rações de tráfico e distribuição, sem prejuízo da ação penal cabível.
§ 1º Para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante e Parágrafo único. Na hipótese do inciso II deste artigo, a autori-
estabelecimento da materialidade do delito, é suficiente o laudo de zação será concedida desde que sejam conhecidos o itinerário pro-
constatação da natureza e quantidade da droga, firmado por perito vável e a identificação dos agentes do delito ou de colaboradores.
oficial ou, na falta deste, por pessoa idônea.
§ 2º O perito que subscrever o laudo a que se refere o § 1º des- SEÇÃO II
te artigo não ficará impedido de participar da elaboração do laudo DA INSTRUÇÃO CRIMINAL
definitivo.
§ 3º Recebida cópia do auto de prisão em flagrante, o juiz, no Art. 54. Recebidos em juízo os autos do inquérito policial, de
prazo de 10 (dez) dias, certificará a regularidade formal do laudo Comissão Parlamentar de Inquérito ou peças de informação, dar-se-
de constatação e determinará a destruição das drogas apreendidas, -á vista ao Ministério Público para, no prazo de 10 (dez) dias, adotar
guardando-se amostra necessária à realização do laudo definitivo. uma das seguintes providências:
(Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014) I - requerer o arquivamento;
§ 4º A destruição das drogas será executada pelo delegado de II - requisitar as diligências que entender necessárias;
polícia competente no prazo de 15 (quinze) dias na presença do III - oferecer denúncia, arrolar até 5 (cinco) testemunhas e re-
Ministério Público e da autoridade sanitária. (Incluído pela Lei nº querer as demais provas que entender pertinentes.
12.961, de 2014) Art. 55. Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a notificação do
§ 5º O local será vistoriado antes e depois de efetivada a des- acusado para oferecer defesa prévia, por escrito, no prazo de 10
truição das drogas referida no § 3º , sendo lavrado auto circunstan- (dez) dias.
ciado pelo delegado de polícia, certificando-se neste a destruição
total delas. (Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014)

320
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
§ 1º Na resposta, consistente em defesa preliminar e exceções, § 3º Na hipótese do art. 366 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de
o acusado poderá argüir preliminares e invocar todas as razões de outubro de 1941 - Código de Processo Penal , o juiz poderá deter-
defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas minar a prática de atos necessários à conservação dos bens, direitos
que pretende produzir e, até o número de 5 (cinco), arrolar teste- ou valores. (Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019)
munhas. § 4º A ordem de apreensão ou sequestro de bens, direitos ou
§ 2º As exceções serão processadas em apartado, nos termos valores poderá ser suspensa pelo juiz, ouvido o Ministério Público,
dos arts. 95 a 113 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 quando a sua execução imediata puder comprometer as investiga-
- Código de Processo Penal. ções. (Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019)
§ 3º Se a resposta não for apresentada no prazo, o juiz nomeará § 5º Decretadas quaisquer das medidas previstas no caput des-
defensor para oferecê-la em 10 (dez) dias, concedendo-lhe vista dos te artigo, o juiz facultará ao acusado que, no prazo de 5 (cinco) dias,
autos no ato de nomeação. apresente provas, ou requeira a produção delas, acerca da origem
§ 4º Apresentada a defesa, o juiz decidirá em 5 (cinco) dias. lícita do bem ou do valor objeto da decisão, exceto no caso de veí-
§ 5º Se entender imprescindível, o juiz, no prazo máximo de culo apreendido em transporte de droga ilícita. (Incluído pela Lei nº
10 (dez) dias, determinará a apresentação do preso, realização de 14.322, de 2022)
diligências, exames e perícias. § 6º Provada a origem lícita do bem ou do valor, o juiz decidirá
Art. 56. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e hora para a por sua liberação, exceto no caso de veículo apreendido em trans-
audiência de instrução e julgamento, ordenará a citação pessoal do porte de droga ilícita, cuja destinação observará o disposto nos arts.
acusado, a intimação do Ministério Público, do assistente, se for o 61 e 62 desta Lei, ressalvado o direito de terceiro de boa-fé. (Incluí-
caso, e requisitará os laudos periciais. do pela Lei nº 14.322, de 2022)
§ 1º Tratando-se de condutas tipificadas como infração do dis- Art. 60-A. Se as medidas assecuratórias de que trata o art. 60
posto nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 a 37 desta Lei, o juiz, ao rece- desta Lei recaírem sobre moeda estrangeira, títulos, valores mobi-
ber a denúncia, poderá decretar o afastamento cautelar do denun- liários ou cheques emitidos como ordem de pagamento, será de-
ciado de suas atividades, se for funcionário público, comunicando
terminada, imediatamente, a sua conversão em moeda nacional.
ao órgão respectivo.
(Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)
§ 2º A audiência a que se refere o caput deste artigo será rea-
§ 1º A moeda estrangeira apreendida em espécie deve ser en-
lizada dentro dos 30 (trinta) dias seguintes ao recebimento da de-
caminhada a instituição financeira, ou equiparada, para alienação
núncia, salvo se determinada a realização de avaliação para atestar
na forma prevista pelo Conselho Monetário Nacional. (Incluído pela
dependência de drogas, quando se realizará em 90 (noventa) dias.
Lei nº 13.886, de 2019)
Art. 57. Na audiência de instrução e julgamento, após o inter-
§ 2º Na hipótese de impossibilidade da alienação a que se re-
rogatório do acusado e a inquirição das testemunhas, será dada a
fere o § 1º deste artigo, a moeda estrangeira será custodiada pela
palavra, sucessivamente, ao representante do Ministério Público e
instituição financeira até decisão sobre o seu destino. (Incluído pela
ao defensor do acusado, para sustentação oral, pelo prazo de 20
(vinte) minutos para cada um, prorrogável por mais 10 (dez), a cri- Lei nº 13.886, de 2019)
tério do juiz. § 3º Após a decisão sobre o destino da moeda estrangeira a
Parágrafo único. Após proceder ao interrogatório, o juiz indaga- que se refere o § 2º deste artigo, caso seja verificada a inexistência
rá das partes se restou algum fato para ser esclarecido, formulando de valor de mercado, seus espécimes poderão ser destruídos ou
as perguntas correspondentes se o entender pertinente e relevan- doados à representação diplomática do país de origem. (Incluído
te. pela Lei nº 13.886, de 2019)
Art. 58. Encerrados os debates, proferirá o juiz sentença de § 4º Os valores relativos às apreensões feitas antes da data
imediato, ou o fará em 10 (dez) dias, ordenando que os autos para de entrada em vigor da Medida Provisória nº 885, de 17 de junho
isso lhe sejam conclusos. de 2019, e que estejam custodiados nas dependências do Banco
§ 1º (Revogado pela Lei nº 12.961, de 2014) Central do Brasil devem ser transferidos à Caixa Econômica Federal,
§ 2º (Revogado pela Lei nº 12.961, de 2014) no prazo de 360 (trezentos e sessenta) dias, para que se proceda à
Art. 59. Nos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 alienação ou custódia, de acordo com o previsto nesta Lei. (Incluído
a 37 desta Lei, o réu não poderá apelar sem recolher-se à prisão, pela Lei nº 13.886, de 2019)
salvo se for primário e de bons antecedentes, assim reconhecido na Art. 61. A apreensão de veículos, embarcações, aeronaves e
sentença condenatória. quaisquer outros meios de transporte e dos maquinários, utensí-
lios, instrumentos e objetos de qualquer natureza utilizados para a
CAPÍTULO IV prática, habitual ou não, dos crimes definidos nesta Lei será imedia-
DA APREENSÃO, ARRECADAÇÃO E DESTINAÇÃO DE BENS DO tamente comunicada pela autoridade de polícia judiciária responsá-
ACUSADO vel pela investigação ao juízo competente. (Redação dada pela Lei
nº 14.322, de 2022)
Art. 60. O juiz, a requerimento do Ministério Público ou do as- § 1º O juiz, no prazo de 30 (trinta) dias contado da comunicação
sistente de acusação, ou mediante representação da autoridade de de que trata o caput , determinará a alienação dos bens apreendi-
polícia judiciária, poderá decretar, no curso do inquérito ou da ação dos, excetuadas as armas, que serão recolhidas na forma da legisla-
penal, a apreensão e outras medidas assecuratórias nos casos em ção específica. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
que haja suspeita de que os bens, direitos ou valores sejam produ- § 2º A alienação será realizada em autos apartados, dos quais
to do crime ou constituam proveito dos crimes previstos nesta Lei, constará a exposição sucinta do nexo de instrumentalidade entre o
procedendo-se na forma dos arts. 125 e seguintes do Decreto-Lei nº delito e os bens apreendidos, a descrição e especificação dos obje-
3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal . (Reda- tos, as informações sobre quem os tiver sob custódia e o local em
ção dada pela Lei nº 13.840, de 2019) que se encontrem. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019)
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019)

321
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
§ 3º O juiz determinará a avaliação dos bens apreendidos, que § 3º O órgão responsável pela utilização do bem deverá enviar
será realizada por oficial de justiça, no prazo de 5 (cinco) dias a con- ao juiz periodicamente, ou a qualquer momento quando por este
tar da autuação, ou, caso sejam necessários conhecimentos espe- solicitado, informações sobre seu estado de conservação. (Redação
cializados, por avaliador nomeado pelo juiz, em prazo não superior dada pela Lei nº 13.840, de 2019)
a 10 (dez) dias. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) § 4º Quando a autorização judicial recair sobre veículos, em-
§ 4º Feita a avaliação, o juiz intimará o órgão gestor do Funad, barcações ou aeronaves, o juiz ordenará à autoridade ou ao órgão
o Ministério Público e o interessado para se manifestarem no prazo de registro e controle a expedição de certificado provisório de regis-
de 5 (cinco) dias e, dirimidas eventuais divergências, homologará o tro e licenciamento em favor do órgão ao qual tenha deferido o uso
valor atribuído aos bens. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) ou custódia, ficando este livre do pagamento de multas, encargos
§ 5º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) e tributos anteriores à decisão de utilização do bem até o trânsito
§ 6º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.886, de 2019) em julgado da decisão que decretar o seu perdimento em favor da
§ 7º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.886, de 2019) União. (Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019)
§ 8º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.886, de 2019) § 5º Na hipótese de levantamento, se houver indicação de que
§ 9º O Ministério Público deve fiscalizar o cumprimento da re- os bens utilizados na forma deste artigo sofreram depreciação su-
gra estipulada no § 1º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.886, de perior àquela esperada em razão do transcurso do tempo e do uso,
2019) poderá o interessado requerer nova avaliação judicial. (Redação
§ 10. Aplica-se a todos os tipos de bens confiscados a regra dada pela Lei nº 13.840, de 2019)
estabelecida no § 1º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.886, de § 6º Constatada a depreciação de que trata o § 5º, o ente fe-
2019) derado ou a entidade que utilizou o bem indenizará o detentor ou
§ 11. Os bens móveis e imóveis devem ser vendidos por meio proprietário dos bens. (Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019)
de hasta pública, preferencialmente por meio eletrônico, assegu- § 7º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019)
rada a venda pelo maior lance, por preço não inferior a 50% (cin- § 8º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019)
quenta por cento) do valor da avaliação judicial. (Incluído pela Lei § 9º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019)
nº 13.886, de 2019) § 10. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019)
§ 12. O juiz ordenará às secretarias de fazenda e aos órgãos de § 11. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019)
registro e controle que efetuem as averbações necessárias, tão logo Art. 62-A. O depósito, em dinheiro, de valores referentes ao
tenha conhecimento da apreensão. (Incluído pela Lei nº 13.886, de produto da alienação ou a numerários apreendidos ou que tenham
2019) sido convertidos deve ser efetuado na Caixa Econômica Federal, por
§ 13. Na alienação de veículos, embarcações ou aeronaves, a meio de documento de arrecadação destinado a essa finalidade.
autoridade de trânsito ou o órgão congênere competente para o re- (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)
gistro, bem como as secretarias de fazenda, devem proceder à regu- § 1º Os depósitos a que se refere o caput deste artigo devem
larização dos bens no prazo de 30 (trinta) dias, ficando o arrematan- ser transferidos, pela Caixa Econômica Federal, para a conta única
te isento do pagamento de multas, encargos e tributos anteriores, do Tesouro Nacional, independentemente de qualquer formalida-
sem prejuízo de execução fiscal em relação ao antigo proprietário. de, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, contado do momento da
(Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019) realização do depósito, onde ficarão à disposição do Funad. (Incluí-
§ 14. Eventuais multas, encargos ou tributos pendentes de do pela Lei nº 13.886, de 2019)
pagamento não podem ser cobrados do arrematante ou do órgão § 2º Na hipótese de absolvição do acusado em decisão judicial,
público alienante como condição para regularização dos bens. (In- o valor do depósito será devolvido a ele pela Caixa Econômica Fede-
cluído pela Lei nº 13.886, de 2019) ral no prazo de até 3 (três) dias úteis, acrescido de juros, na forma
§ 15. Na hipótese de que trata o § 13 deste artigo, a autorida- estabelecida pelo § 4º do art. 39 da Lei nº 9.250, de 26 de dezembro
de de trânsito ou o órgão congênere competente para o registro de 1995. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)
poderá emitir novos identificadores dos bens. (Incluído pela Lei nº § 3º Na hipótese de decretação do seu perdimento em favor da
13.886, de 2019) União, o valor do depósito será transformado em pagamento defi-
Art. 62. Comprovado o interesse público na utilização de quais- nitivo, respeitados os direitos de eventuais lesados e de terceiros de
quer dos bens de que trata o art. 61, os órgãos de polícia judiciária, boa-fé. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)
militar e rodoviária poderão deles fazer uso, sob sua responsabili- § 4º Os valores devolvidos pela Caixa Econômica Federal, por
dade e com o objetivo de sua conservação, mediante autorização decisão judicial, devem ser efetuados como anulação de receita do
judicial, ouvido o Ministério Público e garantida a prévia avaliação Funad no exercício em que ocorrer a devolução. (Incluído pela Lei
dos respectivos bens. (Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019) nº 13.886, de 2019)
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.886, de 2019) § 5º A Caixa Econômica Federal deve manter o controle dos
§ 1º-A. O juízo deve cientificar o órgão gestor do Funad para valores depositados ou devolvidos. (Incluído pela Lei nº 13.886, de
que, em 10 (dez) dias, avalie a existência do interesse público men- 2019)
cionado no caput deste artigo e indique o órgão que deve receber o Art. 63. Ao proferir a sentença, o juiz decidirá sobre: (Redação
bem. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019) dada pela Lei nº 13.840, de 2019)
§ 1º-B. Têm prioridade, para os fins do § 1º-A deste artigo, os I - o perdimento do produto, bem, direito ou valor apreendido
órgãos de segurança pública que participaram das ações de investi- ou objeto de medidas assecuratórias; e (Incluído pela Lei nº 13.840,
gação ou repressão ao crime que deu causa à medida. (Incluído pela de 2019)
Lei nº 13.886, de 2019) II - o levantamento dos valores depositados em conta remune-
§ 2º A autorização judicial de uso de bens deverá conter a des- rada e a liberação dos bens utilizados nos termos do art. 62. (Inclu-
crição do bem e a respectiva avaliação e indicar o órgão responsável ído pela Lei nº 13.840, de 2019)
por sua utilização. (Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019)

322
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
§ 1º Os bens, direitos ou valores apreendidos em decorrência II – incorporação ao patrimônio de órgão da administração
dos crimes tipificados nesta Lei ou objeto de medidas assecurató- pública, observadas as finalidades do Funad; (Incluído pela Lei nº
rias, após decretado seu perdimento em favor da União, serão re- 13.886, de 2019)
vertidos diretamente ao Funad. (Redação dada pela Lei nº 13.840, III – destruição; ou (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)
de 2019) IV – inutilização. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)
§ 2º O juiz remeterá ao órgão gestor do Funad relação dos bens, § 1º A alienação por meio de licitação deve ser realizada na
direitos e valores declarados perdidos, indicando o local em que se modalidade leilão, para bens móveis e imóveis, independentemen-
encontram e a entidade ou o órgão em cujo poder estejam, para os te do valor de avaliação, isolado ou global, de bem ou de lotes, as-
fins de sua destinação nos termos da legislação vigente. (Redação segurada a venda pelo maior lance, por preço não inferior a 50%
dada pela Lei nº 13.840, de 2019) (cinquenta por cento) do valor da avaliação. (Incluído pela Lei nº
§ 3º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.886, de 2019) 13.886, de 2019)
§ 4º Transitada em julgado a sentença condenatória, o juiz do § 2º O edital do leilão a que se refere o § 1º deste artigo será
processo, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, reme- amplamente divulgado em jornais de grande circulação e em sítios
terá à Senad relação dos bens, direitos e valores declarados perdi- eletrônicos oficiais, principalmente no Município em que será rea-
dos em favor da União, indicando, quanto aos bens, o local em que lizado, dispensada a publicação em diário oficial. (Incluído pela Lei
se encontram e a entidade ou o órgão em cujo poder estejam, para nº 13.886, de 2019)
os fins de sua destinação nos termos da legislação vigente. § 3º Nas alienações realizadas por meio de sistema eletrônico
§ 4º-A. Antes de encaminhar os bens ao órgão gestor do Funad, da administração pública, a publicidade dada pelo sistema substi-
o juíz deve: (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019) tuirá a publicação em diário oficial e em jornais de grande circula-
I – ordenar às secretarias de fazenda e aos órgãos de registro e ção. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)
controle que efetuem as averbações necessárias, caso não tenham
§ 4º Na alienação de imóveis, o arrematante fica livre do pa-
sido realizadas quando da apreensão; e (Incluído pela Lei nº 13.886,
gamento de encargos e tributos anteriores, sem prejuízo de exe-
de 2019)
cução fiscal em relação ao antigo proprietário. (Incluído pela Lei nº
II – determinar, no caso de imóveis, o registro de propriedade
13.886, de 2019)
em favor da União no cartório de registro de imóveis competente,
nos termos do caput e do parágrafo único do art. 243 da Constitui- § 5º Na alienação de veículos, embarcações ou aeronaves de-
ção Federal, afastada a responsabilidade de terceiros prevista no verão ser observadas as disposições dos §§ 13 e 15 do art. 61 desta
inciso VI do caput do art. 134 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro Lei. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)
de 1966 (Código Tributário Nacional), bem como determinar à Se- § 6º Aplica-se às alienações de que trata este artigo a proibição
cretaria de Coordenação e Governança do Patrimônio da União a relativa à cobrança de multas, encargos ou tributos prevista no § 14
incorporação e entrega do imóvel, tornando-o livre e desembara- do art. 61 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)
çado de quaisquer ônus para sua destinação. (Incluído pela Lei nº § 7º A Senad, do Ministério da Justiça e Segurança Pública,
13.886, de 2019) pode celebrar convênios ou instrumentos congêneres com órgãos e
§ 5º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municí-
§ 6º Na hipótese do inciso II do caput , decorridos 360 (tre- pios, bem como com comunidades terapêuticas acolhedoras, a fim
zentos e sessenta) dias do trânsito em julgado e do conhecimento de dar imediato cumprimento ao estabelecido neste artigo. (Incluí-
da sentença pelo interessado, os bens apreendidos, os que tenham do pela Lei nº 13.886, de 2019)
sido objeto de medidas assecuratórias ou os valores depositados § 8º Observados os procedimentos licitatórios previstos em lei,
que não forem reclamados serão revertidos ao Funad. (Incluído fica autorizada a contratação da iniciativa privada para a execução
pela Lei nº 13.840, de 2019) das ações de avaliação, de administração e de alienação dos bens a
Art. 63-A. Nenhum pedido de restituição será conhecido sem que se refere esta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)
o comparecimento pessoal do acusado, podendo o juiz determinar Art. 63-D. Compete ao Ministério da Justiça e Segurança Públi-
a prática de atos necessários à conservação de bens, direitos ou ca regulamentar os procedimentos relativos à administração, à pre-
valores. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) servação e à destinação dos recursos provenientes de delitos e atos
Art. 63-B. O juiz determinará a liberação total ou parcial dos ilícitos e estabelecer os valores abaixo dos quais se deve proceder à
bens, direitos e objeto de medidas assecuratórias quando compro- sua destruição ou inutilização. (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)
vada a licitude de sua origem, mantendo-se a constrição dos bens, Art. 63-E. O produto da alienação dos bens apreendidos ou
direitos e valores necessários e suficientes à reparação dos danos e confiscados será revertido integralmente ao Funad, nos termos do
ao pagamento de prestações pecuniárias, multas e custas decorren- parágrafo único do art. 243 da Constituição Federal, vedada a sub-
tes da infração penal. (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
-rogação sobre o valor da arrematação para saldar eventuais mul-
Art. 63-C. Compete à Senad, do Ministério da Justiça e Segu-
tas, encargos ou tributos pendentes de pagamento. (Incluído pela
rança Pública, proceder à destinação dos bens apreendidos e não
Lei nº 13.886, de 2019)
leiloados em caráter cautelar, cujo perdimento seja decretado em
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo não prejudica
favor da União, por meio das seguintes modalidades: (Incluído pela
Lei nº 13.886, de 2019) o ajuizamento de execução fiscal em relação aos antigos devedores.
I – alienação, mediante: (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019) (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)
a) licitação; (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019) Art. 63-F. Na hipótese de condenação por infrações às quais
b) doação com encargo a entidades ou órgãos públicos, bem esta Lei comine pena máxima superior a 6 (seis) anos de reclusão,
como a comunidades terapêuticas acolhedoras que contribuam poderá ser decretada a perda, como produto ou proveito do crime,
para o alcance das finalidades do Funad; ou (Incluído pela Lei nº dos bens correspondentes à diferença entre o valor do patrimônio
13.886, de 2019) do condenado e aquele compatível com o seu rendimento lícito.
c) venda direta, observado o disposto no inciso II do caput do (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)
art. 24 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993; (Incluído pela Lei
nº 13.886, de 2019)

323
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
§ 1º A decretação da perda prevista no caput deste artigo fica Art. 67. A liberação dos recursos previstos na Lei nº 7.560, de
condicionada à existência de elementos probatórios que indiquem 19 de dezembro de 1986, em favor de Estados e do Distrito Federal,
conduta criminosa habitual, reiterada ou profissional do condena- dependerá de sua adesão e respeito às diretrizes básicas contidas
do ou sua vinculação a organização criminosa. (Incluído pela Lei nº nos convênios firmados e do fornecimento de dados necessários à
13.886, de 2019) atualização do sistema previsto no art. 17 desta Lei, pelas respecti-
§ 2º Para efeito da perda prevista no caput deste artigo, enten- vas polícias judiciárias.
de-se por patrimônio do condenado todos os bens: (Incluído pela Art. 67-A. Os gestores e entidades que recebam recursos pú-
Lei nº 13.886, de 2019) blicos para execução das políticas sobre drogas deverão garantir o
I – de sua titularidade, ou sobre os quais tenha domínio e be- acesso às suas instalações, à documentação e a todos os elementos
nefício direto ou indireto, na data da infração penal, ou recebidos necessários à efetiva fiscalização pelos órgãos competentes. (Inclu-
posteriormente; e (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019) ído pela Lei nº 13.840, de 2019)
II – transferidos a terceiros a título gratuito ou mediante con- Art. 68. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
traprestação irrisória, a partir do início da atividade criminal. (Inclu- poderão criar estímulos fiscais e outros, destinados às pessoas fí-
ído pela Lei nº 13.886, de 2019) sicas e jurídicas que colaborem na prevenção do uso indevido de
§ 3º O condenado poderá demonstrar a inexistência da incom- drogas, atenção e reinserção social de usuários e dependentes e na
patibilidade ou a procedência lícita do patrimônio. (Incluído pela Lei repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas.
nº 13.886, de 2019) Art. 69. No caso de falência ou liquidação extrajudicial de em-
Art. 64. A União, por intermédio da Senad, poderá firmar con- presas ou estabelecimentos hospitalares, de pesquisa, de ensino,
vênio com os Estados, com o Distrito Federal e com organismos ou congêneres, assim como nos serviços de saúde que produzirem,
orientados para a prevenção do uso indevido de drogas, a atenção venderem, adquirirem, consumirem, prescreverem ou fornecerem
e a reinserção social de usuários ou dependentes e a atuação na drogas ou de qualquer outro em que existam essas substâncias ou
repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, produtos, incumbe ao juízo perante o qual tramite o feito:
com vistas na liberação de equipamentos e de recursos por ela arre- I - determinar, imediatamente à ciência da falência ou liquida-
cadados, para a implantação e execução de programas relacionados ção, sejam lacradas suas instalações;
à questão das drogas. II - ordenar à autoridade sanitária competente a urgente ado-
ção das medidas necessárias ao recebimento e guarda, em depósi-
TÍTULO V to, das drogas arrecadadas;
III - dar ciência ao órgão do Ministério Público, para acompa-
DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
nhar o feito.
§ 1º Da licitação para alienação de substâncias ou produtos não
Art. 65. De conformidade com os princípios da não-intervenção
proscritos referidos no inciso II do caput deste artigo, só podem par-
em assuntos internos, da igualdade jurídica e do respeito à integri-
ticipar pessoas jurídicas regularmente habilitadas na área de saúde
dade territorial dos Estados e às leis e aos regulamentos nacionais
ou de pesquisa científica que comprovem a destinação lícita a ser
em vigor, e observado o espírito das Convenções das Nações Unidas
dada ao produto a ser arrematado.
e outros instrumentos jurídicos internacionais relacionados à ques-
§ 2º Ressalvada a hipótese de que trata o § 3º deste artigo, o
tão das drogas, de que o Brasil é parte, o governo brasileiro pres-
produto não arrematado será, ato contínuo à hasta pública, destru-
tará, quando solicitado, cooperação a outros países e organismos ído pela autoridade sanitária, na presença dos Conselhos Estaduais
internacionais e, quando necessário, deles solicitará a colaboração, sobre Drogas e do Ministério Público.
nas áreas de: § 3º Figurando entre o praceado e não arrematadas especiali-
I - intercâmbio de informações sobre legislações, experiências, dades farmacêuticas em condições de emprego terapêutico, ficarão
projetos e programas voltados para atividades de prevenção do uso elas depositadas sob a guarda do Ministério da Saúde, que as desti-
indevido, de atenção e de reinserção social de usuários e depen- nará à rede pública de saúde.
dentes de drogas; Art. 70. O processo e o julgamento dos crimes previstos nos
II - intercâmbio de inteligência policial sobre produção e tráfico arts. 33 a 37 desta Lei, se caracterizado ilícito transnacional, são da
de drogas e delitos conexos, em especial o tráfico de armas, a lava- competência da Justiça Federal.
gem de dinheiro e o desvio de precursores químicos; Parágrafo único. Os crimes praticados nos Municípios que não
III - intercâmbio de informações policiais e judiciais sobre pro- sejam sede de vara federal serão processados e julgados na vara
dutores e traficantes de drogas e seus precursores químicos. federal da circunscrição respectiva.
Art. 71. (VETADO)
TÍTULO V-A Art. 72. Encerrado o processo criminal ou arquivado o inquéri-
(INCLUÍDO PELA LEI Nº 13.840, DE 2019) to policial, o juiz, de ofício, mediante representação da autoridade
DO FINANCIAMENTO DAS POLÍTICAS SOBRE DROGAS de polícia judiciária, ou a requerimento do Ministério Público, de-
terminará a destruição das amostras guardadas para contraprova,
Art. 65-A . (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019) certificando nos autos. (Redação dada pela Lei nº 13.840, de 2019)
Art. 73. A União poderá estabelecer convênios com os Estados
e o com o Distrito Federal, visando à prevenção e repressão do trá-
TÍTULO VI fico ilícito e do uso indevido de drogas, e com os Municípios, com o
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS objetivo de prevenir o uso indevido delas e de possibilitar a atenção
e reinserção social de usuários e dependentes de drogas. (Redação
Art. 66. Para fins do disposto no parágrafo único do art. 1º des- dada pela Lei nº 12.219, de 2010)
ta Lei, até que seja atualizada a terminologia da lista mencionada Art. 74. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco) dias após
no preceito, denominam-se drogas substâncias entorpecentes, psi- a sua publicação.
cotrópicas, precursoras e outras sob controle especial, da Portaria Art. 75. Revogam-se a Lei nº 6.368, de 21 de outubro de 1976,
SVS/MS nº 344, de 12 de maio de 1998. e a Lei nº 10.409, de 11 de janeiro de 2002

324
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
5. Conforme o Código de Trânsito Brasileiro, a sinalização terá a
EXERCÍCIOS seguinte ordem de prevalência:
(A) os sinais luminosos sobre as ordens do agente de trânsito.
(B) as indicações dos sinais sobre as demais normas de trânsito.
1. Em cumprimento a mandado de busca e apreensão regu- (C) os sinais horizontais e verticais sobre as indicações do se-
larmente expedido por juiz competente, agentes da polícia civil lo- máforo.
calizaram 19 gramas de crack no telhado de banheiro externo do (D) as normas de circulação sobre as ordens do agente de trân-
imóvel, quantidade que permitiu o fracionamento em cem pedras, sito.
além de um estilete, duas balanças de precisão, mais de R$800,00 (E) os gestos do condutor sobre as indicações do semáforo.
em dinheiro em notas trocadas e anotações contábeis rústicas.
Os dois ocupantes do imóvel, que vinham sendo monitorados, 6. Acerca das infrações à legislação de trânsito brasileira, pre-
foram denunciados pela conduta estampada no Art. 33, caput, da vistas no Código de Trânsito Brasileiro (Lei n.º 9.503/1997), assinale
Lei nº 11.343/06. No curso do processo, a defesa técnica dos im- a alternativa correta.
putados requereu a realização de perícia de dependência química. (A) Dirigir veículo com Carteira Nacional de Habilitação ou Per-
Diante do quadro narrado, quanto ao exame solicitado, é cor- missão para Dirigir de categoria diferente da do veículo que
reto afirmar que esteja conduzindo constitui infração grave, punível com multa.
(A) deve ser deferido, pois a produção da prova é direito abso- (B) Dirigir veículo com validade da Carteira Nacional de Habi-
luto das partes. litação vencida há mais de trinta dias constitui infração leve,
(B) deve ser deferido, sob pena de cerceamento de defesa, punível com multa.
diante do direito à prova da parte. (C) Dirigir veículo sem possuir Carteira Nacional de Habilitação,
(C) deve ser deferido, pois o exame constitui prova obrigatória Permissão para Dirigir ou Autorização para Conduzir Ciclomo-
para comprovação da materialidade. tor constitui infração gravíssima, punível com multa.
(D) deve ser indeferido, diante da discricionariedade judicial e (D) Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra subs-
desnecessidade da prova. tância psicoativa que determine dependência constitui infra-
(E) deve ser indeferido, diante do não cabimento da espécie de ção grave, punível com multa e suspensão do direito de dirigir
prova ao fato imputado. por doze meses.
(E) Dirigir veículo com Carteira Nacional de Habilitação, Permis-
2. De acordo com o Estatuto da Criança e o Adolescente, o pra- são para Dirigir ou Autorização para Conduzir Ciclomotor cas-
zo para conclusão do procedimento de apuração de ato infracional, sada ou com suspensão do direito de dirigir constitui infração
estando o adolescente internado provisoriamente, será de média, punível com advertência.
(A) 15 (quinze) dias, prorrogáveis por igual período.
(B) 30 (trinta) dias, prorrogáveis por igual período. 7. Segundo a Lei nº 11.340, de 07/08/2006, Capítulo II – Das
(C) 30 (trinta) dias, improrrogáveis. Formas de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, Art. 7º,
(D) 45 (quarenta e cinco) dias, improrrogáveis. acerca das formas de violência doméstica e familiar contra a mu-
(E) 90 (noventa) dias, improrrogáveis. lher, entre outras, marque V para as afirmativas verdadeiras e F
para as falsas.
3. Consoante o ECA, nas comarcas em que não haja conselho ( ) A violência física entendida como qualquer conduta que
tutelar instalado, as atribuições desse órgão serão desempenhadas ofenda sua integridade ou saúde corporal.
(A) pelo MP. ( ) A violência psicológica, mas não qualquer conduta. As que
(B) pelo delegado de polícia. causem diminuição da autoestima, mediante ameaça, constrangi-
(C) pela autoridade judiciária. mento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante,
(D) pelo conselho municipal dos direitos da criança e do ado- perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, explo-
lescente. ração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que
(E) pela DP. lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação.
( ) A violência sexual entendida como qualquer conduta que a
4. Assinale a alternativa que corretamente contempla um crime constranja a participar de relação sexual não desejada, que a induza
previsto na Lei nº 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente). a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade,
(A) Descumprir, dolosa ou culposamente, os deveres inerentes ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e repro-
ao poder familiar ou decorrente de tutela ou guarda, bem as- dutivos.
sim determinação da autoridade judiciária ou Conselho Tutelar. ( ) A violência patrimonial entendida como qualquer conduta
(B) Hospedar criança ou adolescente desacompanhado dos que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de
pais ou responsável, ou sem autorização escrita desses ou da seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais,
autoridade judiciária, em hotel, pensão, motel ou congênere. bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os desti-
(C) Anunciar peças teatrais, filmes ou quaisquer representa- nados a satisfazer suas necessidades.
ções ou espetáculos, sem indicar os limites de idade a que não ( ) A violência moral entendida como qualquer conduta que
se recomendem. configure calúnia, difamação ou injúria.
(D) Deixar a autoridade policial responsável pela apreensão de A sequência está correta em
criança ou adolescente de fazer imediata comunicação à au- (A) V, F, F, V, V.
toridade judiciária competente e à família do apreendido ou à (B) V, V, V, F, F.
pessoa por ele indicada. (C) V, F, V, F, V.
(D) V, F, V, V, V.

325
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
8. Em relação à Lei n.º 13.869/2019 e a seus dispositivos, que se
referem aos crimes abuso de autoridade, assinale a opção correta. GABARITO
(A) A prática de crime de abuso de autoridade pressupõe vín-
culo estatutário do agente ativo com a administração pública.
(B) Alguns dos delitos previstos nessa lei processam-se median-
1 D
te ação penal pública condicionada à representação.
(C) Um dos efeitos da condenação pela prática de abuso de au- 2 D
toridade é a perda do cargo público, que deverá ser fundamen- 3 C
tada e pode ser aplicada em caso de reincidência, ainda que
não específica. 4 D
(D) Sem prejuízo das disposições do Código Penal, essa lei ad- 5 B
mite a substituição das penas privativas de liberdade por res-
6 C
tritivas de direitos, entre as quais a suspensão do exercício do
cargo, da função ou do mandato por prazo determinado. 7 A
(E) A configuração dos crimes de abuso de autoridade exige 8 D
elemento subjetivo específico ou, então, na modalidade culpo-
sa, negligência, imprudência ou imperícia no desempenho da 9 C
função pública. 10 E

9. Eventual irregularidade na informação acerca do direito de


permanecer em silêncio ao sujeito capturado em flagrante delito ANOTAÇÕES
é causa de:
(A) inexistência do ato jurídico;
(B) nulidade absoluta; ______________________________________________________
(C) nulidade relativa;
(D) anulabilidade; ______________________________________________________
(E) irregularidade.
______________________________________________________
10. Determinada guarnição policial militar recebeu a notícia de
que, durante a realização de festa em uma casa em bairro residen- ______________________________________________________
cial, o vizinho, insatisfeito com o barulho, teria entrado em calorosa ______________________________________________________
discussão, sendo visto com arma de fogo em sua cintura, no jardim
da sua residência. Os militares procederam ao local e, mencionan- ______________________________________________________
do o motivo do acionamento, pediram para fazer uma busca na
residência, o que foi autorizado de forma consciente pelo seu úni- ______________________________________________________
co morador. Os policiais imediatamente encontraram uma pistola
.380, devidamente municiada, na gaveta de móvel na sala de estar. ______________________________________________________
Indagado sobre a propriedade da arma e sobre o fato de es-
tar circulando com a pistola na cintura em seu jardim, o morador ______________________________________________________
admitiu ter se enervado com a festa do vizinho, apresentando, na
______________________________________________________
sequência, um certificado de registro de arma de fogo, vencido há
dois anos, bem como o registro de atirador desportivo. ______________________________________________________
Diante da situação, tendo como provada a manutenção da
arma de fogo no interior da residência, bem como a circulação ar- ______________________________________________________
mada no jardim do imóvel, é correto afirmar que o sujeito
(A) deve responder por porte de arma de fogo. ______________________________________________________
(B) deve responder por posse de arma de fogo.
(C) deve responder por porte e posse de arma de fogo, em con- ______________________________________________________
curso material.
(D) deve responder por porte e posse de arma de fogo, em con- ______________________________________________________
curso formal. ______________________________________________________
(E) deve ter a arma de fogo apreendida, com aplicação de mul-
ta, sem responder por crime. ______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

______________________________________________________

326

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