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Direito Penal OAB CEISC
Direito Penal OAB CEISC
Direito Penal
Direito Penal
Prof. Arnaldo Quaresma
Prof. Nidal Ahmad
1ª Fase | 36º Exame de Ordem
Direito Penal
Queridos alunos,
Com carinho,
Equipe 1ª Fase Ceisc ♥
@prof.nidal
@profarnaldoquaresma
1ª Fase | 36º Exame de Ordem
Direito Penal
Abolitio criminis
Retroatividade da lei
penal mais benéfica
Novatio legis in
mellius
Princípios
Lei incriminadora
Irretroatividade da lei
penal mais gravosa
Novatio legis in
pejus
Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em
virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.
1ª Fase | 36º Exame de Ordem
Direito Penal
Cessam todos
os efeitos
penais
Permanecem
Efeitos os efeitos
extrapenais
Extinção da
punibilidade
A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda
que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.
Súmula 711 do STF. A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime
permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.
2. Tempo do Crime
Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o
momento do resultado.
3. Lugar do Crime
Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte,
bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
L UGAR
U BIQUIDADE
T EMPO
A TIVIDADE
4. Territorialidade
Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao
crime cometido no território nacional.
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações
e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se
encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade
privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou
embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território
nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.
5. Crimes Omissivos
Exemplo:
Omissão de socorro
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança
abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente
perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública.
1ª Fase | 36º Exame de Ordem
Direito Penal
A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado.
Relevância da omissão
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o
resultado. O dever de agir incumbe a quem:
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.
Lei
Garantidor
6.3 Efeitos
• Jamais o sujeito responderá por tentativa;
• Responde pelos atos até então praticados;
• Se não for eficaz o arrependimento, ou seja, se o resultado se produzir, o sujeito
responderá pelo delito na modalidade consumada.
7. Arrependimento Posterior
1ª Fase | 36º Exame de Ordem
Direito Penal
Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída
a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será
reduzida de um a dois terços.
7.1 Requisitos
8. Crime Impossível
Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade
do objeto, é impossível consumar-se o crime.
Instrumento
Ineficácia absoluta do
meio
Modo de execução
Crime impossível
O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por
crime culposo, se previsto em lei.
• Trata-se de erro sobre o elemento constitutivo do tipo, ou seja, sobre as expressões que
contam no tipo penal;
• O sujeito pratica a conduta sem saber que está praticando um crime, sob uma falsa
percepção da realidade.
Falsa percepção
da realidade fática
9.1.1. Efeitos
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência
da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência.
O sujeito sabe o
que faz
Erro sobre a
Erro de proibição
ilicitudade do fato
Supõe ser
permitido, quando,
na verdade, era
proibido
9.2.1. Efeitos
Evitável Inevitável
O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram,
neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente
queria praticar o crime.
Pretende atingir
Erro na Atinge pessoa
determinada
identificação diversa
pessoa
Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a
pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o
crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código. No caso de ser
também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste
Código.
Fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente ou erro na execução do crime, sobrevém
resultado diverso do pretendido, o agente responde por culpa, se o fato é previsto como crime
culposo; se ocorre também o resultado pretendido, aplica-se a regra do art. 70 deste Código.
• Responde pelo resultado que produziu na modalidade culposa, desde que tenha previsão
legal;
• Se houver resultado duplo, ou seja, atinge a pessoa pretendida e outra pessoa, incide o
concurso formal de crimes.
Fato
Ilícito Culpável Crime
típico
Estado de
necessidade
Legítima defesa
Exclusão da
ilicitude
Art. 23 do CP
Estrito
cumprimento de
um dever legal
Exercício regular
de um direito
Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que
não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo
sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo.
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida
de um a dois terços.
1ª Fase | 36º Exame de Ordem
Direito Penal
- Ação humana
Se salvar de - Evento da
Fato típico situação de natureza
perigo - Comportamento
animal
Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele
injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
Repelir uma
Atual ou
Fato típico injusta
iminente
agressão
Critério de proporcionalidade:
• Meio necessário e suficiente para fazer cessar a agressão;
• Uso moderado desse meio.
Fato
Ilícito Culpável Crime
típico
Imputabilidade
Enfermidade mental
Inimputabilidade
Embriaguez completa
e acidental
Falta de potencial
Causas excludentes consciência da Erro de proibição
ilicitude
Coação moral
irresistível
Inexigibilidade de
conduta diversa
Obediência
hierárquica
1ª Fase | 36º Exame de Ordem
Direito Penal
É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou
retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Internação
Medida de
segurança
Tratamento
ambulatorial
Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua internação (art. 26). Se, todavia, o fato previsto
como crime for punível com detenção, poderá o juiz submetê-lo a tratamento ambulatorial.
É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força
maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito
do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Obediência hierárquica
• Figura do superior hierárquico que, por meio de uma ordem não
manifestamente ilegal, faz com que o subordinado pratique um fato típico
e ilícito;
• O subordinado será isento de pena e somente o superior hierárquico
responderá pelo delito.
• Coação física irresistível: o coator emprega força física sobre o coagido e retira a sua
vontade. O fato é atípico.
13.1 Conceito
• 2 ou mais pessoas contribuem para prática de um crime.
Autor Partícipe
• Quem executa a ação descrita no • Quem contribui de qualquer modo
verbo nuclear do tipo. para a prática delituosa, sem
executar a ação descrita no verbo
nuclear do tipo.
• Induz, instiga ou auxilia o autor.
• É acessória a conduta do autor - o
autor precisa, ao menos, tentar
praticar o delito.
1ª Fase | 36º Exame de Ordem
Direito Penal
Pluralidade de condutas
Identidade de infrações
• Teoria monista - Todos respondem pelas penas cominadas ao delito
13.3 Punibilidade
Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida
de sua culpabilidade.
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena
deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais
grave.
13.7 Participação
• Deve ser antes ou durante a execução do delito;
• Se a participação for posterior, pode responder por outro delito (ex: favorecimento real).
1ª Fase | 36º Exame de Ordem
Direito Penal
Pluralidade de crimes
Pluralidade de
Concurso material condutas
Sistema de cúmula
material (penas
somadas)
Concurso de crimes
Pluralidade de crimes
Pena depende se
perfeito ou imperfeito
Pluralidade de crimes
Pluralidade de
condutas
Exasperação da pena
Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos
ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No
caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela.
1ª Fase | 36º Exame de Ordem
Direito Penal
Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou
não, aplicasse-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas
aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto,
cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios
autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.
Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da
mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes,
devem os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro, aplicasse-lhe a pena de um
só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um
sexto a dois terços.
Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou
grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta
social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena
de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as
regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código.
Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste
Código.
15.1 Conceito
Trata-se de um instituto de política criminal, tendo por fim a suspensão da execução da
pena privativa de liberdade, evitando o recolhimento ao cárcere do condenado não reincidente
condenado à pena não superior a 02 anos (ou a 04 anos, na hipótese de sursis etário ou
humanitário), mediante o cumprimento de determinadas condições, fixadas pelo juiz, durante o
período de prova.
15.2 Requisitos
a) Pena privativa de liberdade
Quanto à qualidade da pena, somente a pena privativa de liberdade, seja reclusão, seja
detenção, admite a suspensão condicional da execução da pena.
1ª Fase | 36º Exame de Ordem
Direito Penal
Não cabe “sursis” em relação à pena restritiva de direitos e à pena de multa. É o que se
extrai do artigo 80 do Código Penal, segundo o qual “a suspensão não se estende às penas
restritivas de direitos nem à multa”.
A lei não faz ressalva no sentido de que a condenação deva ser por crime praticado no
curso da suspensão condicional da pena. Logo, não se mostra relevante se o crime foi praticado
antes ou depois ao início da suspensão condicional da pena. Basta que tenha havido sentença
condenatória transitada em julgado pela prática de crime doloso, independentemente de quando
foi praticado.
Todavia, se a nova condenação se referir somente à pena de multa, não haverá revogação
do benefício. Com efeito, se a condenação anterior à pena de multa, mesmo por crime doloso,
não impede a concessão do sursis (CP, art. 77, § 1º), também não pode ser causa de revogação
do benefício.
II. frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não efetua, sem motivo
justificado, a reparação do dano.
Trata-se da hipótese de o condenado solvente criar embaraços para frustrar a execução
da pena de multa que obstem a cobrança da multa, não efetuando o seu pagamento.
III. descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código.
Como ocorre na hipótese da reparação do dano, somente o descumprimento injustificado
a prestação de serviços à comunidade ou da limitação de fim de semana ensejará a revogação
do benefício.
b) Revogação facultativa
Incidindo uma causa de revogação facultativa do “sursis” ficará a critério do juiz revogar
ou não o benefício.
As hipóteses de revogação facultativa estão previstas no art. 81, § 1º, do Código Penal.
Nesse caso, o juiz não está obrigado a revogar o benefício, podendo optar por advertir
novamente o sentenciado, prorrogar o período de prova até o máximo ou exacerbar as condições
impostas, conforme dispõe o artigo 81, § 3º, do Código Penal.
São duas as hipóteses de revogação facultativa:
I. o condenado deixa de cumprir qualquer outra condição imposta.
Na hipótese de revogação facultativa, a decisão fica sujeita à discricionariedade do juiz,
que, em vez de revogar a suspensão, poderá prorrogar o período de prova. Aqui a lei refere-se
às condições legais previstas para o sursis especial (CP, art. 78, § 2º) e às condições judiciais
que houverem sido determinadas (CP, art. 79).
II. condenação irrecorrível, por crime culposo ou contravenção, à pena privativa de
liberdade e restritiva de direitos.
1ª Fase | 36º Exame de Ordem
Direito Penal
1.1.1 Homicídio
• Bicomum
• Livre execução
• A depender da forma, pode ser qualificado
• Crime material: exige resultado
Matar alguém.
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
Qualquer
Sujeito ativo
pessoa
Crime
bicomum
Sujeito Qualquer
Passivo pessoa
1.1.3 Infanticídio
Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após.
Pena - detenção, de dois a seis anos.
Sujeito Próprio
passivo: filho
1ª Fase | 36º Exame de Ordem
Direito Penal
Sujeito
Mãe
ativo:
Elemento Influência do
estado puerperal
subjetivo: (perícia)
Marco inicial: início do parto (eliminação da vida humana após o início do parto).
Antes do início do parto: aborto.
2. Lesão Corporal
• Não tem intenção de matar nem assume o risco. A intenção é lesionar a vítima.
Regra geral: dolosa.
Simples: caput.
1ª Fase | 36º Exame de Ordem
Direito Penal
2.1.1 Culposa
Não varia de acordo com a intensidade, sempre será culposa (se agindo com negligência,
imprudência ou imperícia).
§ 6° Se a lesão é culposa:
Pena - detenção, de dois meses a um ano.
2.1.2 Grave
§ 1º Se resulta:
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;
II - perigo de vida;
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;
IV - aceleração de parto:
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
2.1.3 Gravíssima
§ 2° Se resulta:
I - Incapacidade permanente para o trabalho;II - enfermidade incurável;
III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
IV - deformidade permanente;
V - aborto:
Pena - reclusão, de dois a oito anos.Seguida de morte:
§9º Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou
com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações
domésticas, de coabitação ou de hospitalidade:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos.
§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da
Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança
Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro
ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição, a pena é aumentada de
um a dois terços.
Reputação
Calúnia e
Honra objetiva social do
difamação
indivíduo
Bem jurídico:
honra
Imagem pessoal
Honra subjetiva perante ele Injúria
mesmo
3.1.1 Calúnia
1ª Fase | 36º Exame de Ordem
Direito Penal
Imputação falsa de fato definido como crime. Tem certeza de que está imputando um
crime a um inocente. O fato precisa ser um CRIME. Via de regra, cabe exceção da verdade.
3.1.2 Injúria
Imputação de uma qualidade negativa.
3.1.3 Difamação
Imputação de um fato ofensivo à reputação do indivíduo (que não é crime). Pode ser
contravenção penal. Via de rega, não cabe exceção da verdade.
3.3 Retratação
Parágrafo único - Nos casos em que o querelado tenha praticado a calúnia ou a difamação
utilizando-se de meios de comunicação, a retratação dar-se-á, se assimdesejar o ofendido, pelos
mesmos meios em que se praticou a ofensa.
Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando,no caso
do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal.
4.1 Furto
• Ação nuclear é subtrair;
• Agente não tem a posse anterior do bem.
4.3 Roubo
Ação nuclear é subtrair.
• Meios executórios: violência, grave ameaça ou violência imprópria;
• Violência imprópria: emprega meio para incapacitar a possibilidade de resistência davítima.
4.4 Estelionato
Fraude com intuito de induzir a vítima em erro, fazendo com que apropria vítima entregue
a vantagem indevida.
Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo
alguémem erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez contos de réis.
1ª Fase | 36º Exame de Ordem
Direito Penal
§ 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma de fogo de uso restrito
ou proibido, aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste artigo.
§ 3º Se da violência resulta:
I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e multa;II – morte,
a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa.
Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante ação penal pública
incondicionada.
1ª Fase | 36º Exame de Ordem
Direito Penal
A pena é aumentada:
I – de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2 (duas) ou mais pessoas;II - de
metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge,
companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tiver
autoridade sobre ela;
IV - de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é praticado:
a) mediante concurso de 2 (dois) ou mais agentes;
b) para controlar o comportamento social ou sexual da vítima.
5.2 Estupro
Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou
permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso:
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. Constranger alguém a ter conjunção carnal ou ato
libidinoso diverso.
Qualquer
Sujeito ativo
pessoa
Crime
bicomum
Sujeito Qualquer
Passivo pessoa
• Tipo penal misto alternativo: mesmo que faça duas condutas, haverá apenas um crime.
• Pode-se falar em crime de estupro mesmo que não haja contato físico.
Sujeito Qualquer
passivo pessoa
5.2.1 Qualificado
Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: Pena -
reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.
• Ter conjunção carnal ou praticar ato libidinoso diverso com menor de 14 anos (ainda que
não haja violência, ainda que haja o consentimento da vítima).
§ 1º Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por
enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato,
ouque, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência.
Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir
oufazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar
direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a três
anos, e multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis, se o documento é particular.
Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302.
Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.
Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem
remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
7.3 Prevaricação
1) FGV - 2022 - OAB - XXXIV Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase – Q59
Após ter sido exonerado do cargo em comissão que ocupava há mais de dez anos, Lúcio, abatido com a
perda financeira que iria sofrer, vai a um bar situado na porta da repartição estadual em que trabalhava e
começa a beber para tentar esquecer os problemas financeiros que viria a encontrar. Duas horas depois,
completamente embriagado, na saída do trabalho, encontra seu chefe Plínio, que fora o responsável por
sua exoneração. Assim, com a intenção de causar a morte de Plínio, resolve empurrá-lo na direção de
um ônibus que trafegava pela rua, vindo a vítima efetivamente a ser atropelada. Levado para o hospital
totalmente consciente, mas com uma lesão significativa na perna a justificar o recebimento de
analgésicos, Plinio vem a falecer, reconhecendo o auto de necropsia que a causa da morte foi unicamente
envenenamento, decorrente de erro na medicação que lhe fora ministrada ao chegar ao hospital, já que
o remédio estaria fora de validade e sequer seria adequado no tratamento da perna da vítima. Lúcio foi
denunciado, perante o Tribunal do Júri, pela prática do crime de homicídio consumado, imputando a
denúncia a agravante da embriaguez preordenada. Confirmados os fatos, no momento das alegações
finais da primeira fase do procedimento do Tribunal do Júri, sob o ponto de vista técnico, a defesa deverá
pleitear:
A) o afastamento da agravante da embriaguez, ainda que adequada a pronúncia pelo crime de homicídio
consumado. Não pode responder por homicídio consumado
B) o afastamento, na pronúncia, da forma consumada do crime, bem como o afastamento da agravante
da embriaguez. Responde por homicídio tentado
C) o afastamento, na pronúncia, da forma consumada do crime, ainda que possível a manutenção da
agravante da embriaguez.Não se embriagou para criar coragem de matar a vítima, não é embriaguez preordenada
D) a desclassificação para o crime de lesão corporal seguida de morte, bem como o afastamento da
agravante da embriaguez. Agente tem o dolo de lesão, não tem a intenção de matar
Não foi a conduta de Lúcio que gerou o resultado morte, o resultado foi gerado por envenenamento por
medicamento inadequado - quebra do nexo causal
2) FGV - 2021 - OAB - XXXIII Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase – Q61
João e Carlos procuram Paulo para que, juntos, pratiquem um crime de roubo de carga. Apesar de se
recusar a acompanhá-los na ação delituosa, Paulo oferece a garagem de sua casa para a guarda da
carga roubada, conduta que seria fundamental na empreitada criminosa, já que João e Carlos não teriam
outro local para esconder os bens subtraídos. Apenas por terem conseguido o acordo com Paulo, João e
Carlos operam a subtração. Ao chegarem à casa de Paulo, este lhes informa que a garagem estava
ocupada naquele momento e não poderia mais ser utilizada. Assim, o trio que dividiria os lucros procura
o vizinho Pedro e, após contarem o ocorrido, pedem a garagem emprestada por um tempo, proposta que
é aceita por Pedro. Sendo todos os fatos apurados e recuperada a carga na garagem de Pedro, as
famílias de Paulo e Pedro procuram um(a) advogado(a) para saber acerca da situação jurídica deles.
Na ocasião da assistência jurídica, o(a) advogado(a) deverá esclarecer que:
A) ambos poderão ser responsabilizados pelo crime de roubo majorado.
B) Paulo poderá ser responsabilizado pelo crime de roubo majorado, enquanto Pedro, apenas pelo crime
de receptação. Receptação o sujeito tem vantagem patrimonial, recebe grana para isso
C) Paulo poderá ser responsabilizado pelo crime de roubo majorado, enquanto Pedro, apenas pelo crime
de favorecimento real. Favorecimento não recebe dinheiro ou vantagem patrimonial, presta auxílio
D) Pedro e Paulo poderão ser responsabilizados pelo crime de favorecimento real. art. 349 CP
Conduta de Paulo foi determinante para a efetivação do crime de roubo, sendo responsável Paulo, João e
Carlos
3) FGV - 2021 - OAB - XXXIII Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase – Q63
Vitor foi condenado pela prática de um crime de lesão corporal leve no contexto da violência doméstica e
familiar contra a mulher, sendo aplicada pena privativa de liberdade de três meses de detenção, a ser
cumprida em regime aberto, já que era primário e de bons antecedentes. Considerando a natureza do
delito, o juiz deixou de substituir a pena privativa de liberdade por restritiva de direitos e não aplicou
qualquer outro dispositivo legal que impedisse o recolhimento do autor ao cárcere. No momento da
apelação, a defesa técnica de Vitor, de acordo com a legislação brasileira,
A) não poderá requerer a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, mas poderá
pleitear a suspensão condicional da pena, que, inclusive, admite que seja fixada prestação de serviços à
comunidade e limitação de final de semana por espaço de tempo. SURSIS PODE
B) não poderá requerer a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, mas poderá
pleitear a suspensão condicional da pena, que não admite que seja fixada como condição o cumprimento
de prestação de serviços à comunidade.
C) não poderá requerer a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos e nem a
suspensão condicional da pena, mas poderá pleitear que o regime aberto seja cumprido em prisão
domiciliar com tornozeleira eletrônica.
D) poderá requerer a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, que, contudo,
não poderá ser apenas de prestação pecuniária por expressa vedação legal.
4) FGV - 2021 - OAB - XXXII Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase – Q58
João, em 17/06/2015, foi condenado pela prática de crime militar próprio. Após cumprir a pena respectiva,
João, em 30/02/2018, veio a praticar um crime de roubo com violência real, sendo denunciado pelo órgão
ministerial. No curso da instrução criminal, João reparou o dano causado à vítima, bem como, quando
interrogado, admitiu a prática do delito. No momento da sentença condenatória, o magistrado reconheceu
a agravante da reincidência, não reconhecendo atenuantes da pena e nem causas de aumento e de
diminuição da reprimenda penal. Considerando as informações expostas, em sede de apelação, o
advogado de João poderá requerer
A) o reconhecimento da atenuante da confissão e da causa de diminuição de pena do arrependimento
posterior, mas não o afastamento da agravante da reincidência.
B) o reconhecimento das atenuantes da reparação do dano e da confissão, mas não o afastamento da
agravante da reincidência.
C) o reconhecimento das atenuantes da confissão e da reparação do dano e o afastamento da agravante
da reincidência.
D) o reconhecimento da atenuante da confissão e da causa de diminuição de pena do arrependimento
posterior, bem como o afastamento da agravante da reincidência.
Art. 64 CP - Para os crimes militar próprio não gera reincidência no cometimento de outro crime
5) FGV - 2021 - OAB - XXXII Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase – Q62
Paulo e Júlia viajaram para Portugal, em novembro de 2019, em comemoração ao aniversário de um ano
de casamento. Na cidade de Lisboa, dentro do quarto do hotel, por ciúmes da esposa que teria olhado
para terceira pessoa durante o jantar, Paulo veio a agredi-la, causando-lhe lesões leves reconhecidas no
laudo próprio. Com a intervenção de funcionários do hotel que ouviram os gritos da vítima, Paulo acabou
encaminhado para Delegacia, sendo liberado mediante o pagamento de fiança e autorizado seu retorno
ao Brasil. Paulo, na semana seguinte, retornou para o Brasil, sem que houvesse qualquer ação penal em
seu desfavor em Portugal, enquanto Júlia permaneceu em Lisboa. Ciente de que o fato já era do
conhecimento das autoridades brasileiras e preocupado com sua situação jurídica no país, Paulo procura
você, na condição de advogado(a), para obter sua orientação. Considerando apenas as informações
narradas, você, como advogado(a), deve esclarecer que a lei brasileira
A) não poderá ser aplicada, tendo em vista que houve prisão em flagrante em Portugal e em razão da
vedação do bis in idem.
B) poderá ser aplicada diante do retorno de Paulo ao Brasil, independentemente do retorno de Júlia e de
sua manifestação de vontade sobre o interesse de ver o autor responsabilizado criminalmente.
C) poderá ser aplicada, desde que Júlia retorne ao país e ofereça representação no prazo decadencial
de seis meses. Maria da Penha- Lesão Corporal é de Ação Penal Pública Incondicionada
D) poderá ser aplicada, ainda que Paulo venha a ser denunciado e absolvido pela justiça de Portugal.
6) FGV - 2020 - OAB - XXXI Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase – Q59
Maria, em uma loja de departamento, apresentou roupas no valor de R$ 1.200 (mil e duzentos reais) ao
caixa, buscando efetuar o pagamento por meio de um cheque de terceira pessoa, inclusive assinando
como se fosse a titular da conta. Na ocasião, não foi exigido qualquer documento de identidade. Todavia,
o caixa da loja desconfiou do seu nervosismo no preenchimento do cheque, apesar da assinatura perfeita,
e consultou o banco sacado, constatando que aquele documento constava como furtado. Assim, Maria
foi presa em flagrante naquele momento e, posteriormente, denunciada pelos crimes de estelionato e
falsificação de documento público, em concurso material. Confirmados os fatos, o advogado de Maria, no
momento das alegações finais, sob o ponto de vista técnico, deverá buscar o reconhecimento
A) do concurso formal entre os crimes de estelionato consumado e falsificação de documento público.
B) do concurso formal entre os crimes de estelionato tentado e falsificação de documento particular.
C) de crime único de estelionato, na forma consumada, afastando-se o concurso de crimes.
D) de crime único de estelionato, na forma tentada, afastando-se o concurso de crimes.
7) FGV - 2019 - OAB - XXX Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase – Q61
Regina dá à luz seu primeiro filho, Davi. Logo após realizado o parto, ela, sob influência do estado
puerperal, comparece ao berçário da maternidade, no intuito de matar Davi. No entanto, pensando tratar-
se de seu filho, ela, com uma corda, asfixia Bruno, filho recém-nascido do casal Marta e Rogério,
causando-lhe a morte. Descobertos os fatos, Regina é denunciada pelo crime de homicídio qualificado
pela asfixia com causa de aumento de pena pela idade da vítima.
Diante dos fatos acima narrados, o(a) advogado(a) de Regina, em alegações finais da primeira fase do
procedimento do Tribunal do Júri, deverá requerer
A) o afastamento da qualificadora, devendo Regina responder pelo crime de homicídio simples com causa
de aumento, diante do erro de tipo.
B) a desclassificação para o crime de infanticídio, diante do erro sobre a pessoa, não podendo ser
reconhecida a agravante pelo fato de quem se pretendia atingir ser descendente da agente.
C) a desclassificação para o crime de infanticídio, diante do erro na execução (aberratio ictus), podendo
ser reconhecida a agravante de o crime ser contra descendente, já que são consideradas as
características de quem se pretendia atingir.
D) a desclassificação para o crime de infanticídio, diante do erro sobre a pessoa, podendo ser reconhecida
a agravante de o crime ser contra descendente, já que são consideradas as características de quem se
pretendia atingir. bis in idem - o fato de matar o filho já integra o tipo penal de infanticídio
8) FGV - 2018 - OAB - XXVI Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase – Q63
Cadu, com o objetivo de matar toda uma família de inimigos, pratica, durante cinco dias consecutivos,
crimes de homicídio doloso, cada dia causando a morte de cada um dos cinco integrantes da família,
sempre com o mesmo modus operandi e no mesmo local. Os fatos, porém, foram descobertos, e o autor,
denunciado pelos cinco crimes de homicídio, em concurso material.
Com base nas informações expostas e nas previsões do Código Penal, provada a autoria delitiva em
relação a todos os delitos, o advogado de Cadu:
A) não poderá buscar o reconhecimento da continuidade delitiva, tendo em vista que os crimes foram
praticados com violência à pessoa, somente cabendo reconhecimento do concurso material.
B) não poderá buscar o reconhecimento de continuidade delitiva, tendo em vista que os crimes foram
praticados com violência à pessoa, podendo, porém, o advogado pleitear o reconhecimento do concurso
formal de delitos.
C) poderá buscar o reconhecimento da continuidade delitiva, mesmo sendo o delito praticado com
violência contra a pessoa, cabendo, apenas, aplicação da regra de exasperação da pena de 1/6 a 2/3.
D) poderá buscar o reconhecimento da continuidade delitiva, mas, diante da violência contra a pessoa e
da diversidade de vítimas, a pena mais grave poderá ser aumentada em até o triplo.