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cm~mf : 5 volumes

A U T U A Ç Ã O

Aos.......... ~~---················dias do mês de ............... t~-~~~9.....................de 19......73......
neste Su,,erior Tribunill Militar laço a preser.te aututção.

Cl\ü.k((c.Q!/-!.~. .. ck$..... ,X"'Y~~&v-------


pclo Diretor Gcrol [

MOd. llG
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PROCI_!~ A DO.~/ A.- GERAL
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5 volumes t m.LC!. de __l!.{._ae ·:9 '/,:)


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EMBARGOS
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~ 4 1 G A N r,c ~5--- DALGIO ):1I.BA1Wi. N!EJIDS......Ca;p....Re.f.o.mada....e .... PAULO... REYNAUD


f!~o~AÉ\.~~t~~-'-m:-:-e.;.:~-e~~~-~J:~~ã~~~~~~~~s-~-~~~o~~-r~s~-~~~;~-~~"22., i
'lcj_s o III , 1·---~----?Q9_,______ç_ªp~t_,_____ç_/ç___ .Q_ll.:ª:rt....2.9., .....c.Qm ....ª----Pena ....a.c.es.s.oria ...........de
.,rda do p<\~to e patente nos termos do art 98, inciso I, c/c o
rt 99 tuci o ---do----CP-M·i·····---SlDENI-···GTJBDESo.._··-PfAN--E-J!EL---DR---0LIVBIRA-;fUJ·BENS
m~iW
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DE =-L-~~b~----~~-!.~~~-;~~-'-·a-~9~. A~GUSTO CRUZ ____~____ CELSO GOHES
_,!TAS .. , ua os, conuena os, ca a um, a cinquenta anos e

~~~~~t.~~~~~~u;~~~·~3c~79~~~;;";=;;~o~~~=~~!l~:t~::t:~~f~~ii~
1 .. da ...S.e.rv.iço...do...Exército.,....noo .... tê.rmos----do----ar-t---102-,-·-··-··----·'tudo
do digo Pe11al Militar.

·:~~r~7~~ J~~-~-~-~~~---~~----~-~-~-~-~-~~-~--. ~~~-~-~-~----~~~-~-~~-~~-----~-=--. -~~----~~------. -----~-~-


···········p······----·-········-············-·········································································-························································-...

_dyo gadps : --Dlt'.s....Aug.usto---Sussek-ind·---de- -·Mora-e-s----Reg-o,------Bel:1a:rmindo····Mi··· -


r.fnda Filho Mário Mattos, Lourival Nogueira Lima Tecio Lins e
., ~va , Arth·j \r···::tavi-g-ne····e····rr·íaio--· Moúra·~------- -----·--------------·-· · · ·----------'---------------------------------·---·--------

AUTUACAO -
ztosJ .......... 4.9.~-~----·········--diarJ do med de............ j.unho.......................... de 19---------75--

':mal í)f{Jlitar 1~ a prerJente autuação.

'Pelo Sm '"· Diretor Geral.

.
%~~-f-~ ·.-::!.....ric?. 9 . .:--ª . Vv.~<?..~----· ..
v
..
v v~LUI1B ..- .. Fl.l565
19 7.3......

JUDICIÁRIO JUSTIÇA MILITAR


/

1.a C I R CU N S C R I Ç Ã O J U DI C I Á R I A MILITA R

2.a AUDITOR I A DO EXÉRCITO

N.0 .•.'+7/7~.....

AUDITOR ESCRIVÃO

HEL11Q. SUSSEKI IfD lHI!I'ON GOMftlS GUI MARÃES

GLi.J,_~,Iffi
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............ . .. .. .. ..... ...PERNASETTI
·' .. . ... .. ............ ..... .TEIXEI RA e outros
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AUTUAÇÃO cr,

Aos ~~~~-~-~-~-~-~.. J~?.X .......... dias do mês de ................. ..1.~-rpj,_.r_9.... _................. do ano de

novecentos e ---~-~~.E!J?..~.e.- ... ~ ....~F.~~-- ..L..~;..7..3..J ......................... , nesta cidade do Rio de Janeiro,

meu cartório, autuo o ....?~ ....Y.?.~~~-- ..~.?....P.~-~-~-~-~~~~--_p_;g_~~.ê-~.'?... que adiante se segue ;

~ue, para constar, lavro êste têrmo.


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~lez ssete (17) ~ de janeiro d._ ....r.v de
mil e novec . ~ e setenta c três (1973) , nccta Cidade do Rio
de Janeiro , Ecto.do da Guanal>e.ra ,-rul oeõ.c d·· 2ª /1 di t _..... i.a. do Exér-
C1tO Jo 1 Circunscrição Judiciária Uilitar, reunido, em publ i -
ca audiência, o Conselho pec ial de Justiça, constituído para
processar e ~ulenr o Tcn Cel Gl ajstonv Pc~~nctti Tcixcir~ e o~
tros , presente a totalidade de seus l3embros , onde se achavao os
Srs. Doutoree Helrno de Azevedo Sussc.ti"'d, ·dJ. tor, e Josê .anes
Lei tão, Procurador, -pelo Sr. Presj.den·te do Conselho , Cel Vicen-
te GeJ.atro, foi decl arada aberta e. sesr-ão , às 11 horas.
PROCESSO N2 17/72 - RR. Ten Ccl GL D~TO PLRNA~hTTI
T ,I :EIRA c outros , denunciados COt!lO incu1·.sos nae san-
ções dos arts . 264 , nQ I, e 352 , e. outro... úisposi t i-
vos, c . c . o art. 53 , tudo do C6digo Penal Iilitar.
Apregoados , pelo Sr. Oficial de Justiça , os no!l'!cs
dos acusados, est vom todos pr esentes : Ten Ccl Gladstone Per-
nasetti Teixeira, • comparutndo de seus defenoorcn, Drs . Luiz Car-
los vor ·êa de r·ir-c:mda, Louron o Gilaberte Filho c NerFton Lobo
u Carvalho; C!lp Dálgio lliro.nda l.i b:.ts , cor.xpa.nha.do c'!e ocu de...
ue~sto flussekind d~ OrdB3 Rêgo; 2Q ~en ~2 Paulo
ud ].renfu: da ilv , a.co a.nhaa.o de seu dcfcn ...or, Dr. B
J, rmindo iranda Filho; 32 Sgt Ivan ~.tcl de Oliv .ira, 3
..:>iden:i. Guedcs c Cb J os~ Augusto C ru.z, co p doa de seu de f c
or, Dr. Lourive1 •O aeira Li~a· (Au:o ~ o de fi0~o); 3 ~ t
bens rt1~~ de ouz, acomparuu do de seu defen or, ilr. ··rio
ttos; Cb Cel~o Go. ~de Freitau ilho , acompanhado de s_ d
fensor, Dr. I"á~io de •igueiredo; .elson RibJiro 'lc o ra acom-
pau~ad~ de cu defensor, Dr. Jos ~acheco de r.~újo ( sendo de-
fendido t bém alo Dr. I:eQton Lobc de .rv lho); Iranide..
Ferreira, ucoffipanhado de seu dof nvo~~ ~r. Fu d ardini . st -
v- rcsente o Dr. João Velloso Filho , asoi.Jt nto de acusação .
~02 lida c aprovada, se discussão , e Ata da oeesão anterior.
Inicialmente, em pn.uta, para apreciação pelo Cor.selho, o re n e-
ri ento do Dr. Ioracs Rêgo, de fls ., no qual C solic~t do ue
se re~lize o jul amento em segredo de justiça, pediu a palavra ,
pela ord , aquele advoe do para re~ucrer que tawbéc a u r~cia~
ç-o de s·u pedido fosse procedida e:n sigilo, com o e, o I'i-
nistério Páblico concordou. O Conselho, ep s deliberar, vcnci-
do ·o Dr. uditor, que votou no sentido do ue ore ucrimento
fosse a reciado e decidido em sessão póblica , re olveu acolher
o pedido da defesa, e, e.ssi~ sendo, determinou que a aprvciação
fosse feit~ em c~rátcr sigiloso, . con~equênci do que, mandou •
o Sr. re idente que fosse evacuada a Sala do Concelho, nela pe,!
manecendo ~ cnas ~s peooo s que, de direito, devecscn permane-
cer. Feito isto, na sala pe1· aneccram: o vonselho , Dr. Procu-
r. dor, Dr. _ ~oistente ne a cri r":o, cuo::.udos ·e seus
{Continuação da Ata n2 01 Sess ão de C. E. J . , de 17 a
~
22/~3)
Advogados. Prosseguiram os trabalhos a portas fechadas . Foi l i-
do o requerimento do defensor do Cap Dálgio M1randa Niebus , ma-
téria em apreciação, bem como foi lida a cota do rttnistério Pú-
blico~ que nada tinha a opôr ~ pretensão da defe3a. Consultados
os demais advogados, todos, unanimemente , endossaram o pedido p~
ra que fosse o julgamento realizado em segredo de justiça. Sub-
metendo a matéria ao Conselho , assim se expressou o Exm2 Sr. Dr.
Auditor: "ExmQ Sr. Presidente, Senhores Juí zes, Este Auditor não
pode concordar com o pedido da defesa para que esta sessão de j~
gamento seja procedida em segredo de justiça, porquanto tnl fa t o,
inusitado na Justiça Castrense, não corresponde aos interesses do
Exu ..:·c~ to, que apresentou, atrav~s':- de um ri oroso IP1I, quinze in-
~ao crivo da Justiça I~ilitar, dos quais, soment e dez fo-
ram denunciados, o que demonstra o rigor com que agiram as Auto-
ridades t1il1 t aras; e não atende também aos interesses da Justi-
ça l~ili to.r. po.n].uanto os denunciados estão sujei tos, de acordo
com .o pedido formulado na dendncia e seu aditamento, a elevadas
p nas de reclusão, havendo, portanto, necessidade d que, pelos

-
dPJates pdblicoa, se d~ c onhecimento à Sociedade Civil e railtar
--.
-
ci s razões da a"OJ.icação d:l lei . Ademais, se me afigura qrte tal
~ -- -
p~cedimento, ou seja, o julgamento do feito em segredo de jus-
tiça, v-lola o ri ·~o })rocessual exprC;sso em r..osco Código de ro-
cesso P.c.. ~1 . ili tar - quanto à forma de juleamento nos crimes mi-
litares - o que conetitu1 uma gaiantin doo direitos individuai s ,
poc1endo a.carreto.r tal f ato a nulidade da sessão que ora inici~
mos, por iniciati~d, não das partes, que ~;o poderão alegá-las
e proveito pr6pr1o, mas de qualquer Juiz Su~erior, porquant o
se t~.ta de uma nulidade de direito público. Senhor Preside ~
te, pela sescão pdblica, eis o ceu voto. " Pelo Consel~r, ep6s
deliberar, foi decidido, nos seguintes termos:- "Tratt.-:'ld..- s e de
um pedido u~~me da defesa, com R aquiescência do M. P. , os Juí-
zes 1.1ilitares defere~ o pedido do julgamento em segredo de jus-
tiça, por considerar que os !nteresses da defesa deverão pr va-
lecer, no momento do julgamento, sobre qualquer outra conveniên-
çia que não dac partea. u - Assim, por maioria, vencido o Dr. Au-
ditor, foi decidido que ee r aliza.-;se o julgamento em segredo de
justiça. Continuaram ce trabulLos a portas fechadas , ~om a pre-
sença, ayenas, das pessoas que na sala permanece~m, ap6s ser a
mesma evacuais. Foi dado início ao julgamento propriamente di-
to, com a leitura das peças processuais exigidas per lei . Não
sendo requerido pelns :partes, nem determinado fi lo ·Jonselho , que "
se p~·ocedcsse h leitura de qualquer outra peça do processo, foi
a sessão suspensa para o almoço, às 14 horas . Rer-berta a sessão,
às l5 horas, foi dada a palavra ao Dr. Procurador, ~ue, produzi~
do a acusação, proferiu o seu libelo, discorrendo sobr e o fat ot
(Continuação da Ata n2 01 - Sessão de C. E. J ., de 17

analisando a prova colhida, para, afinal, at'irmando que a dendn-


cia se viu cumpridamente provada, na instrução criminal, pedir a
conder~ção dos acusados, nos tei~oa em que se viram denunciados~
e conforme pedido formulado em suas alegações fir~s de fls .
1346/L441. Finda a acusação do M. P. , f oi suspensa a sessão , hs
18 horas, ficando designado o dia. seguinte hs 10 horas, para ter
prosseguimento a sessão. Aos dezoito (18) dias do oês de janei-
ro do ano de mil e novecentos e setenta e três (1973), hs 10 ho-
ras, foi reaberta a sessão de julgamento dos acusados Ten Cel
Gladstone Pernasetti Teixeird e outros, sendo dada e palavra ao
Dr. Newton Lobo de Carvalho (advogado do Ten Cel Gladstone),que
produziu a defesa de seu const~tuinte , tecendo considerações de
ordem jurídica, pa:ra, a seguir, sendo secundado, na tribuna , pe-
lo Dr. Luiz Carlos Corrê~ de Miranda (também advogado do Ten~ el
Gladstone), que complementou a defesa, para finalizar afirmando
que inexistia crime a !JUnirt devendo seu constituinte ser absol-
vido. Foi suspensa a sessão, hs 13 horas, para o almoço. Rea-
berta a sessão, às 15 horas, !oi dada a palavra no nr. Augusto
~ sekind de Coracs Rêgo (advogado do Cap Niebus), que assim ini-
-
c:... }U sue. defes.."l.: "Es-tes homens foram treinados pera guerr..1, nao
stio hom(\.ns comuns; são especializauos para enf'rentar a guerra re-
volucion.é.ria, existente como atc~ta o Dec. Lei 898/69" •. A seguir,
aborãou o problema, que disse ser rr.ui to impor·~::.nte e que ~c es-
tava tratando n a 1 .tere "' o :Pl~bleL.~ do tóxico . Afirmou que
este problema *!,SsC'lQ'l tamb~"!!l e Chin::.. e foi resolvido por Ilao Tse
Tung com a decapitação sumária, em via p~blica,, dos viciados e
truf'icantes . Acrescentou que o Cel Arioswaldo estava bem ci ente
de tudo que se passava no BIB, o mesmo acontecendo com o Ten Cel
Glads~one, e, a seguir, enfatizou: "Ou aeo todos responsáveis ou
ninguém ê responsável" . Comparou o _Cap Ni ebus ao Tenent e -de My
Lay, e, finalizando, assim se expressou: "V. Ex§s. , jul gando dig.
nam~nte, hão de absolver os acusados ou condená-los a justas pe-
nas. Senhores, Justiça! " - Dada a palavra ao .!>r. Be1armindo A!1-
ranãa Filho (odvogado de Ten Yáranda), disne que a defesa de s eu
constitai~te ac~ita\~, em parte e com rcserras, a dendncia. ~fi r­
mou que houve exngerc neste lP,r, ccmo se infere dos depoimentos
da.o i'JX6p!•!cs v:(timas ~ue conseguiram sobreviver. Continuou , di-
zendo quo o To~ lli~llda obedecia ordens de seus superiores, i n
cucu, do Cap Nicbus, um homem desprepa~do, como bem dizem oa
-
autos. Tecendo outras considerações, prosseguiu na defesa de
seu constituinte, pedindo-lhe justiça. :>aJ.a a .)al•. vra ao Dr. "
Lourival Nogueira Lima, Advogado de Oficio (defensor de Sgt Etel ,
Sgt Guedes e Cb Cruz), disse que seus dcfendentes cumpriram or-
det!l direta do S/2, e, isso dizendo, :9erguntou: 11 ue Sargento ou
Cabo teria. a coragem de representar contro o SÍ2?" Alegou ,
(Continuação da Ata n2 01- Sessao do C.E.J.,

pois, o Dr. Advogado que os seus patrocinados agiram sob coação


irresistivel., de que ti"ata o ar1i. 38, l.etras "a" e ub", do '-i.P.n. ,
estando, assim, isentos de culpabilidade. Prosa~auindo em sua
defesa, teceu consideraçÕes de ordem jurídica, para, afinal, pe-
dir que os Srs. Juizes julgassem improcedente a ação . Para ' o
Sgt Etel e Cb Cruz, pedia Justiça. Fara o Sgt Sideni Guedes ,
a absolvição era a medida de Justiça. Foi suspsnsa a sessão,hs
19 horas e 30 minutos, ficando designado o dia seguinte , para
prosseguimento dos debates . Aos dezenove (19) dias do môa (e
janeiro do ano de mil e novecentos e setenta e três (1973), às
9 homs, foi reaberta a sessão, sendo dada a palav~:a ao Dr. trá-
rio attos (defensor do Sgt Rubens), que, em defesa de seu cons-
tituinte, declarou ter o mesmo agido sob coação irresistível do
Capitão Niebus e todo o Comando do 12 BIB. Pediu Justiça. A se-
guir, dada a palavra ao Dr. Mário de Figueiredo (defensor do Cb
Frei tas), disse que gos·taria do uc;wente produzir l ·defesa. de s eu
constituinte, sem atacar nem acu~ar ninguém. Impressionou- ~c
c o saldo do processo: qua'tro mortos e onze feridos, e, rebus-
<'"-"' .do a prova, viu tão somente a responsa.bil.idaã do Cb Fr i tas
a lesoes. produzidas. Acrescentou que ne.o se poderia :falar em
homicídio oloso; poder-se-ia i"alar em doJ.o pret~;;:rin·tencio!UU ,
pormn não existindo esta :figura no CPr~, resolveu. o IJP pelo h
mic!dio doloso, o que não cabia. Trouxe em abono de sua tea~
a letra 1aH do art . 38, do CP , afirmando que o clim~ e todos
os acusaêos, especialmente o Cb Freitas, ex~ de medo , de pavor,
os quais eram obrigados a atendec es ordens do Cap Niebus , que ,
sem nenhuma dúvida, é um doente ~ental, um doente da vontade, e
que, para pasmo desta defesa, :foi dado como plenar:~ente l't:Sponsé-
vel, contrariando o próprio contexto do laudo. Continuou, em
sua defesa, dizendo que Freitas, na ausência de Niebus, procur~
va minorar o sofrimento dos presos, lclundo-lhes caf~ e jorlu.s.
Finali~ou dizendo :- "Trouxe aos Senhores uma soluçãc jur-!dica.
Saibam V.Exos. separar o joio do trigo, na hora. do veredicto . u _
Dada a pala.v=a ao Dr. Jos~ Pa.cneco de li.r....djo (defensor de Nelson
R. 'oura}, disse que ~altava tipicidade no e uadr amento do deli-
to t no C:PM. 1 se..s,-uir, ocupou a tribull3 o Dr. Newton Lobo de Jar-
valho, para pross guir na defesa de I1elson Ribeiro de I ..our.... , co
ple:It~n·Lune_o o _ue foi di to por seu ant cocssor, afirmando, mais
uma vez, a falt& de tipicidad6 penal, e oc=esccntando que a a.~­
logia ê vedada pela própria Exposição de Motivon do CPM. Pinal-
r ~ntc, ~..~J .... a al. v ...'3 ao l>r. Fua.d v.ardini (defensor oe Iranides ..
Ferreira) , disse que seu connti tuinte ct~mprira ordens sob o im- '
p~rio da coação mo:rol irrcsiotível e "'" ·. ~ão :f!sica. Pedi.e. a a b-
solvição. Foi suspensa a sessão, às 11 horas s 30 minutos, para
o a1moço. Reaberta a sessão, às 13 horas e 30 m~nutos , houve
(Continuação da Ata nQ 01- Sessão de C . E. J . ~ de l7 a

rêplica e tr6plica, tendo o Dr. Procurador e Drs . Advogados rea-


firmado seus pontos de vista, ocasião em que o Dr. Newton Lobo
de Carvalho. em defesa do Ten Cel GL~dst~ne, pediu a desclassi-
ficação do artigo 352, capitulado na dendncia, para o art . 322 ,
do CPU, e, prosseguindo, maia adiant e: afirmou da. existência de
uma u:t!açonaria de Coroneis", à qual pertenceria o a cusado , · o
que foi contestado pelo Sr. Presidente do Conselho, declarando
desconhecer tal instituição, o que foi confirmado pelos demai s
Ju!zes, tamb~m Coroneis. Foi suspensa a sessão, às 18 horas,fi-
cando designado o pr6ximo dia 22 (segunda-feira), as 10 horas,
para prosseguime~to dos trabalhos . Aos vinte ~ doi a (22 ) dias
do mês de janeiro do ano de mil e novecentos e setenta e t rês
(1973), hs 10 horas, reuniu-se o Conselho em sessão secreta , pa-
ra deliberar. }~nda esta, foi dado , em sessão pdblica, o vere-
dicto o. qne chegou o Conselho, nos seguintGs temos :- ttO Conse-
lho Especial de Juctiça da 2D Auditoria do Ex6rcito da lg C J C
resolve considerar provada á acusação para, ·no m~rito, Icondenar,
por uf~midade de votos, . -
como incursos nas sançoes previstas
n J artigos 205, § 2~, 209, § 10, 264, n2 I, e 352, c. c . o art.
53, os acusado : Cap DALGIO MIRANDA NIEBUS h pena de 84 (oi ten-
ta e quatro) anos de reclusão; 2~ Ten R/2 PAULO llliYNAUD miR'lN-
DA DA SILVA à pena de 77 (setenta e sete) anos de reclusão; 3g
Sgt ;RU".BENS MARTINS DE SOlJZA, 32 Sgt IVAN ETEL DE OLIVEIRA , Cabo
JOS~ A -sTO CRUZ, todos h pena de 62 (sessenta e dois) anoe da
l~ecluaão; como ii.lct~:r·sos noo arts . 2~5, § 2~, c 209, § lg , c . c.
o art. 53, o 3Q Sgt SIDENI GUEDES e Cubo CELSO GO!JES DE FREITAS
PILHO h pena de 58 (cinquenta. e oi·to ) anon de reclusão; como
incurso nos artigos 264, n9 I, e 352, c. c. o art. 53, o Ten Cel
GLADSTONE P~~ASETTI TEIXE[RA à pena de 7 (sete) anos do reclu-
são; como :tncursos nas sançÕes previstas no art . 352, c. c o art.
53, os civis NELSON RIBEIRO DE .aOURA, condenado h pena de. 2 (doi e)
ano~ de detenção, e IRANIDES FERREIRA, ~ pena de 1 (um) e.no ae
detenção, tudo do Códi~ Penal Militar. Resolve , ainda, o Con-
so!ho, I>Or ll!l:':O.nimidaüe votos, quanto ao Ten Cal GlaO.stone Perna-
aetti Teixeira., 32 Sgt Geraldo elos~ FerreJ.ra, 30. Sgt Nival do Ama.;.
ro da S:l lva, c, por maioria, quanto ao Cel ArioswaJ.do Tavares Go-·
mes da Silva c 12 Ten Med nrioo Augusto Lopes, considerar que
existem, no .t 1 tos ~ eY~en , indí~ios de erices pelos mes mos
pra.ticaüos, rcme·c~n se, consequêncie., na fo~'IJla do disposto
no artigo 442, do C6digo de Processo Penal Mili t~.r, peças dos a.u.-
t.c"Z tlO r·~. r.i " t(rio P~ ...lico , para fins de direit\> . " - P·~lo Sr. l?re-
..
sidente foi dada voz de prisão aos acusados Ten Cel Gladstone
Pe.rnasctti Teixeira e ci·vis Nolson Ribeiro de 1muoa e lranides
Ferreira, que respondiam ao processo em liberdade, dete~inando
'
(Continuação da Ata n2 01- Sessão de c.z.J., de 17 a
~
22/l/1~
s escoltas que reconduzissem os acusados presos ao xadrez.
Nada mais havendo a tratar, foi encerrada a sesoão, às
17 horas, do dia 22 de janeiro de 1973, do que, para constar,
lavrei a rresente .. te., q..1e vai assinada, foma da lei.
r I) d'(/, a J ~.)..
~ ~'T . ~ . . ~_J' bscreventc Juranenta-
1 '
Eu'
.,. bscrev&
, Escrivão.

4
JUNTADA
Ao~dias do roes da ~-- ~·-····-·do ano de 197~
faço juntada v.: :>en~::V'a·J~-: 3 c:.) c.:.> çumento que
.:,a
E.:J

::t:e~~;;--E~~: f; 3J'-~· CJv2il_~


J c:: nstc:;~l
1

-.ed1~- ~ - ~~ r-
- - - - - - - -- - ------ --------

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':r"'
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Vi.la ...Mili.tar., ....G:s.,./.b..... Ja.n 73


Of nº 0 7= /73-POL Do Comandante da 1ª DE e Gu V M

Ao ExmQ Sr Dr Juiz Auditor da 2ª Audi


teria do Exército da 1ª C J M. -
/}~·l
' l) · Assunto : Apresentação de Oficial
~
!J Ref.: Of nº. 003/MAS, de 8 Jan 73, des
se JU1ZO.

1. Em atenção ao documento acima referenciado, apres ento a V


Exª, o Ten Cel GLADSTONE PERNASSETTI TEIXEIRA, adido a este Coman
do, devidamente acompanhado pelo Ten Cel ARIIMES DE PAULA LOPES,
a fim de ser julgado pelo Conselho Especial de Justiça dessa Au-
ditoria.
2. Aproveito a oportunidade para reiterar a V Exª meus prote~

tos de consideração e apreço.

GEN DIV FRITZ AZEVEDO MANSO


COMANDANTE DA 1ª DE e Gu V M

AL ESTE MENEZES PETTERLE - Coronel


CHEFE DO E M/1ª D E

4
I

..
MINISTÉRIO DO EXÉRCITO
I ~~ - 1~. • u .... - ):: . D.JJ .. C BLD
......................l.0..s....~.Í.i-.I:......i.....'.U. .......L:.!L..:.1__t:.li.L:.L ..Jr.... '- !í!~-.....B.....~. --

.1.i!t,SU3..~./..l!....J.~'.n...t~3-----····--··-
orno . Jo Do ~oc;.. nu~.ntc do lo. J. C C

di to r:.:.,. do ~xér cl. to

Assunto •• pr esen t~ ç~· o ele C fíci a l

,{ef : Rét no .184/1: ol de 28 :Vez 72,

....1ens . ~
..J.1.1'0·._~t ~-O. o·..,~-~:..." , úC
. 1:).
;; <.n 73 •

'I' L (JCO , escol :::.~ ndo o C ~p .D•LGIO '·-r' ') • , . .... "'C""• T""'. .
.,;. ....... ~· .1~ ....-..:a. .li .&..u.UU~ ,
~(

~]ue ser... julgrdo nes-


se , U(li to r..:.~; .

. .. oportnni.à.Pcle • presento meus pro testes ele con.s:..der::-.ç i:o e LI)re.ço •

..
MINISTÉRIO DO EXÉRCITO
I EX - lá D E - li< BDJ:i ll~ F 1>1TZ
1.~/?..~----~-ÇT-~-~"\f'Q .. P.~ -~Nfd~~-.t:-~;I*=':- _ w.;Q;II>~~';Ç_Q ..~.Y1:. fu
11

V ~-~~---}~- ~-~-i.~-~-~-L~-~-t~J. ... ~~~----/73


Oficio n2 01:
-S/1.? Do Comandante do 12/?Q R I

Ao MN Dr Juiz da ?il. .i>uditoria


do I Exé rei to da 1~ CJN.-

Assunto :- l..presentaçêo de Of icial.-

1. De acordo c:>r:::J. a determinação contida no Redi:>grama nº l 84/Pol, de


28 Dez 72, da 1a DE, apresento a V Exa, de vidamente escoltado pelo ?º
Ten lG-547. 244/.t-,, JORGE DE SOUZA GUD1~RbES, o 22 Ten R/2 P11ULO REYN.t!.1
DO HIRPIIIk· DA SILV.h, atualmente preso nesta Unidade.-
?. bo ensejo, reitero e V Exa os meus protestos de consideração e
estima.-

..
MINISTÉRIO DO EXÉRCITO
I Ex 1ª DE 5ª Bda C Bld

3. 0 REGIMENTO DE CARROS DE COMBATE

()f ._, c)_ 5 "/1 Do Co~~!de:nte do 3 ~ec~me~to de Car~ os de :osb~te

cd ::- ...;-"' -_,~


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- \..,... -- - V-r

SiJt do 3 :-: C C c.--r-

"
MINISTÉR IO DO liXE-R.ClT O
PRTI!iEIRO ~RCITO - 1ª D::VISAO E..TiRCITO
....................!::5..~...=ª?_Q:;g~~~g ___p~----º-~Y.~~~~~-~~---~~~º!~-~-~;~-~-~.?
Rio de Janei ro, G:B, 16 Jan 73
OFiCIO Nº039-S/l Do Cel Cmt do 15 2 R C 1\'IEC

Ao E:x:mº Sr Dr Juiz da 2§ .Audito


ria do Exército

Assunto :- A:presen-~ação de J?raça


! Ti' f,'? 'i
\ - - •lJ I

Ref.:- Radiogr&""'la nQ2-:~;2, Cà.e 21


Jan 73, do Exm9 Sr Gen Gmt
da 5ª Bda Cav :Blindada.

Apresent o a V -r;xa escoltado :pelos 3ºS Sargentos ( l G- 032. 369-A- ) J OA


QUIM llE VASCONCELIJOS, ( lG- 223 .229-A- ) LUIZ Cl'l.RIJOS GOHES DE OLI\'-:EIR..<\., lG-
407.008-A-) lELO SEEGIO BARBDSA PII'EIEIED, todos desta Unidade, o 3º Sar
gento RUBl::RS 1kL<\.-11.TINS DE SOUZA, do 22 º 3IJ3-Bs.rra 1Tansa-RJ, qJ:te se encontra
preso nesta O~, conforme solicitação contida em rad iogrB~a de referência.

COM.ái\DANTE
MINISTÉRIO DO EXÉRCITO
I ~x - 1ª DE - ~/1
GRU?O :JE A.>-tTILH.ARIA AN·::IA.,.~~AJ
1º······················································································· ..................... . . . ..l..2.......G:.O.arL.tu..P..Ae) /'"?
-Rio de Janeiro
- ·········-··-................. GB r.~
- .....................J....................... Jan 73

Ofí cio nº. ~/.~./Sec Do CoDandante do 1º G A A Ae

Ao L'IM Sr :Jr Auditor da 2 ª .I...udi


tori a do 2xérci to da 1 ª 'JJI.1
Assunto : J..pre sentação de acusado

Referênc i a : RadioQrama nº 8/Pol,


de 11 Jan 73 , da 1ª DE .-

1. fu. Cllr."l"'ri:.le!lto à order:1 contida no documento de referência,


e.,resento a V. =:xa, deviCI.ar:n.ente escoltado, o 3º Sc:;t SI :J=:rr &LBD-=:S/
(lú-206.069/A), a fim de ser jul~ado no processo a que responde /
nessa Auditoria.
2. Val ho - .::ile da o:portunj dade para apresentar a V. Exa protesto s
de consideração e aprêço.-

I.IÁRIO VITA~ ~~UJ


Coronel , Comandante .-
-· -~-- -- ~-~~~-~-----------~-------~--~~----

MINISTÉRIO DO EXÉRCITO
I Ex - la DE - 5a. Bda Cav Bld
...........?.4~.....!.3.A~M!ijl9.....P.~·-··-~-~AN-~AB.+.A. JU~J~P..AP! ...............~.
R~º---ª~.l.-~~!~-º--'·º~--'-···-~I ...;r.an 73•
oo Comandante do Z4D Batalhão de In -
f'antaria Blindada.
Ao .IM Dr Auditor da za Auditoria do
I Exército da lDr CJM.
Assunto Apresentação de Praça

Rer: Rd ng 05-E/2, de 11 Jan 73, . da


5A Bda Cav Bld.

Em atenção à solicitação contida no documento de refe-


rência, apresento a v. :sxa, o Cabo (lG-720.878-A) - JOSg -
AUGUSTO CRUZ, do 222 BI Mtz, a fim de ser julgado.
Na oportunidade, renovo a V. Exa meus protestos de al-
ta estima e consideração.

4
I
MINISTÉRIO
, DO EXÉRCITO
I .....;c.;:-~.CITO- 1e. DE -5a BDA C BLD
·----·--------------··-------------l-~----:e.A1~_uf:_q ____:r,._o.G:tsrr..~-º-º--------·-------············-······
I-..i o de Janeiro. GB 17 J AN 73.
···············································'···········'·······

Do : C:mt do l º E Log
OF NQ 01 - S2

Ao : Sx~o Sr Dr Ju.iz Audi t or da 2a Audi to-


,
r ia do 3xerci to - li?. CJ H
Assunto : fipresentação de P.:: aça
(FJ..Z)

I - 3m cumpr ir-19nto ;. deterr.J.inação do ~xmo 3r Gen CI!lt da 5C


Eda C :?ld, este ~omar~tic apresenta a V Excie., deVidnmente esco l tado,/
o Cb (1G-720o509-J.) ÇZ LSO GOlES D3 FREI'.:.'AS F IU!O, do 22º BI Ht z , que
se acha recolhido preso nesta OM, ~ disposiçio da Justiça.

II - Na oportunidade, r e i ter o a V Excia os meus protestos I


de consideração e respeito.

Ten Cel Cmt do lQ B log

4
, 11 e1ro de l9'r.:J
0781

sr c t do 3~ Rc c
c torno (F Z) ·pr ent ção
da preso ( ~~LIClT )

to V s , d retorno, co e eseolt
qu o c p eÚso.do 3' S t IVIJ ETEL DE OLIV ~ ,
ou, o s
licito apres tação d es- -ste Ju!zo , llúi, dia n~z.~
T janeiro corr te, ' s 09a00 h r~s, a fim de t r pross g
...
a ""s o s u julgumE..&. . "'"" •

Reit ro V S protestos de est •

roc 171'12

..
, ~7 d Janeiro d 1973
0791
t do 21t-w B I B

: atorno (FAZ) r sentaçno


d preso ( S LICITA )

to n V S retorno;, co e scolt
1
cus do Cb JOSE GUST CRUZ,- licito
a e ... t Ju!.zo, amanhã, di dezoito de Ja-
09:00 horas, ttm d ter prosseguimento
~o , se ... o.

1t ro V Sa prctcstos sti •

Proc 17/72

..
' l.7 Jan 1:.· d 19·,
080/J

Sr d l R C C

: .a tor~ (FAZ) pr senttvf'o


pre~o ( s· LICITA )

pr sen o V , d ret mo, co sma escolta


~
u o co~panhou o cus do Cf.P D .s.LGIO UIRANDA .IEBUS, e soll•
c1 o a presentaçã o m smo ste JUÍzo, amanhã, dia DEZ I~~
d janeiro corr nt , às 09:00 horas, a fim de ter prosseguimen
to a sessão d u julg to .
eitero S prot ~tos de esti •

Proc 17/72
Sr t . 1"' B IDg

.• torno (FAZ) pre~enta &o


pre ( SOL!CIT )

r s to V S • d r rno, c e e celta
u o panhou, o cu... o Cb CELS G S DE l •IT ~ FILHO,
'<

licito , apr s ntaçã do oi,)tc JUÍzo , - 1 dia DE-


' 's Q9l~ hora~, a fim d ter prossA
s u julg nto.

itero V pr ·estos de stl •

Proc 17/72
O 2/~a

Cmt d 1~ G ·A A

: Rotorno (FAZ) Apresentação


d preso ( SOLICI~ )

Apr sento V S , de r terno, c escolta


qu o eo p !1bou, o u do 3" SGT SIDE!il GUEDEG, . solicito
apr sentaç"'"o do es o e - JUÍzo, amanh- di DEZOIT de ja-
neiro c~rrente, ' 09:00 horas, a f de ter prosseguimento
-o d Julo te.

Reitero V Sa pro.téotos de st

Pr 1-7172
..
1 11 · J a..~ 1ro d l9'l3
3/J

Sr. Cmt do 1;~ R c ~

tor!lo (FtkZ) r sent ç-


d pr o ( S LICIT )

p s t , de r torno, com o. escolt


panh u, o cus do 3~ Sgt UBE S lWlTI S DE SOUZA, e
olicito r t ç·o do .ste JUÍzo, N'
dia DE-
zorro d jau 1ro corre t , 'Gs 09:00 hor s , ti de ter prossJi
~o .....a.......·ento s s ~ s ...o d · ou jul cnto.

Reitero Vs prote~tos d st1ma.

D ....

P ·oc 171'/2

4
f
I.

, 11 d 3 oiro 1913
o /.

; '.torno ( · i.Z) pr t ção


pr o ('SOLICiT )

pr t.i · V J:eto1:no 1 com A seolta


ue o ou, o R/2 P U ~YNALD l-1 AND
solicito ;pr s .tação do sm.o a ste JUÍ~o,
-t d1 DEZ·IfO d j 1ro c rr t t ' 09l00 HOR s, a tim d
t r ross guimento se.s ão de ... u Julg ento.
1t ro a V S rotestos t a.

Proc l?/72

4
I' , ..

MINISTÉRIO DO EXÉRCITO
1" EX - }a D E - 5~ BDJi. C 3LD
_________________lt_____ªEhl~;.&.I\'l.'Q.___P.~.... C.J.~.E.RO.S......P.E....CQMB/~TE ................
'.
R._J:Q__,.Q_;3__, _____l..8..... J.AN.....73....................
OF Nt _'ú? _sf.t Bo Comend~mte do lt! R C C

Ao Sr t.uditor d~ 2e Auditoria do Ex ~r­


cito
Assunte - Ji.pr~sentaç zo de ofit'ir-1

Este Comando t)present!l e V Ex~, o· C"p Int (10- 911.386) GBR/.LOO DI


NIZ GVNS/ILVES, escol tendo o Ccp DALG~O .KIRJmDt. NIEBUS , que ser~ jul-
g~do ness~ Ji.uditorie.

N~ oportunià~de ~pres~nto ,_. V ~x~, os meus protestos de consider.c.


-
ç ~@ e t:preqo.
·/Jo
:_- -
. . .~c. ,;._~_Jó' .·. . .~
. --~
· ~~-..J-&4t/
s~ JJ.~ J,R 1
T EN CEL C}IT 00 1 t RCC

I ~ 1
MINISTÉRIO DO EXÉRCITO
I EX - 1;;_ D:S - 12: BDk I NF HI'Z
l.Q/2·º····REGHiEN·TG····DK···HL~:A"il·T:.EilliA-1lREGI HENTO AVAf 11

.. Vila. Mi1i tar..,. GB., .....18... J an 73


Of nL ~ ......,... ...Sl. l-
'JO Do Cmt do 1 º/20 RI

- ,
Ao ==· D1.' Juiz c" a 2::: .l1::ci .L ·~ .)ria do T
_ .ti::el:
c2. to da 1 s. CJl·I
ÃSS1tnto
11.prese.L1ca;;ão de Ofic ial

Ref: tJf ~-li 034-/i'U.S, de 17 Jan 73, d':lSSf!.


Auditoria

1, De acordo dOm a dete:~mi2açãa conticla no docll'H.'1'.to c2..-c2dc: na l~efe -


2 ()- m1..en 1'~-)·-~- ,...., 7 '\ ' -1( ,....,..., ""\- 1::>-'LJ
,-.· - ~~ ,...-- -,,'l'·- r-·
re,-:c1a, apl."'eS21t-O a "('T-.,
... • J... -
~ _:c;_; o
..,
. 2'-~'"'"~-/ _ .. 1 ....... .J .:..) , -·J. ,-u_r___"'.-L.· _,
~--1e o se: ltr- c ::2 . ·_: cll
.., I .J 'UL"'1 -,-,. . r- .
~., 2 - .... ·"- - ·r- ),
T ""\("\
J • ..J...Jv l· 1 ..:"1..-u . 1"-
J •••
D
1 A s -Lv
'~'TD.
l ~-,• , a t·L'!.Q.,_1. .1:1en v e
J... / /

preso nesta Unidade.

2. Ao ensej r:· ~ r~'?.itero a V ::--C. os meus protestos ele co.:.1si deração e es-
tima.

j~mandellt
~------------~--~ - .:---
---- ------- - - --------- ~~~~~~-

MINISTÉRIO DO EXÉRCITO
I Ex 1ª DE 5ª Bda C Bld

3.o REGIMENTO DE CARROS DE COMBATE

Rio de Janeiro, GB, .18 de janeiro de 1973


Do Comandante do 32 Regimento de Carros· de Combate

Ao Senhor Auditor da 2ª Auditori8 da 1ª C J M

Assunto Apresentação de Praça (Faz)

REb~~NCIA: Of!cio n2 078/ja, de 17 Jan 73, da 12


Circunscrição Judici~ria Militar, da 2Q Atlitoria do
Exército, e Rad nQ 3-E2, de 12 Jan 73, da 5ª Bda C
md.

Este Com·: ndo, cumprindo determinoção contida no Radiograma : ·. _


__, .. e O.f!cio constantes da referência, apresento a V Exa devidamente es-
coltado o 32 Sgt 3G-2)8.464/A IVAN ETEL DE OLIVEIF~, a fim de ser julgã
do por essa Auditoria.

RAHOS DE ALENCAR - Ce1


Cmt do 32 R C C ~


I
Rio de Janeiro, GB, 18 de Jan 73
OFÍCIO Nº044-S/l Do Cel Cmt do 152 R C :EEC

Ao ExmQ Sr Dr Juiz da 2ª Audito


ria do Exército

Assu~to :- Apresentação de r~aça


:Presa - (FAZ)
Re:f. :- OfÍcio n2083í Ja de 17 Jan
73.

1. Apresento a V Exa escoltado pelos 3º S Sargentos (lG- 032.369-A)


JCAQUil;! DE VASCONCELLOS, ( l G-223.229 - A- ) LUIZ CARLOS GOi'iTES DE OIJI'V""EIRA
e ( lG-407. 008-A-) rH:r.D S~RG IO BAill30SA PIN11EIRO, todos desta Uni dade, o
3º Sargento RUBENS I<iiARTINS D:E SO"G"ZA, do 229 BIB- Barra ll;1ansa, q_ue se e!!_
contra preso nesta Ok, conforme solicitação cont i da em ofÍcio de refe-
"' .
renc1.a.

2. Aproveito o ensejo para apresentar a V E~a, protestos da mais


distL~ta consideração e elevado aprêço.
MINISTÉRIO DO EXÉRCITO
I Ex - lA r:E - 5a Bda Cav Bld
..........?4~·-···ªA~A~·º····P.ª····-~-~~-~ª-ª·············ª-~~~.P.M.?..~.............
RIO DE JANEIRO GB 18 JAN
- - -······- ······--··--·----··- ····'··········'··············
1'5•
OFiCIO NQ )1D S/1 Do Comandante do Z4D Batalhão de Infan
taria mindada.
Ao Auditor da za Aúditoria
Ml-1 Dr do
Exército da lA CJM.
A ssu n t o Apresentação de Militar.

Ret: Of no 079/ja, de 17 Jan 73, da


za Auditoria do Exército.

Em atenção à solicitação contida no documento de referên -


cia, apresento a v. Exa, devidamente escoltado, o Cabo (lG-., •• ,
720.878-A) - JOSI! AUGUSTO CRUZ, do 22Q BI Mtz, a fim de ser jul -
gado.
Na oportunidade, renovo a v. :s:xa meus protestos de alta I
estima e consideração.

SOO ~~D GUES VIDEIRA


j Resp pfCmdo do 24Q B!B

'

4
MINISTÉRIO DO EXÉRCITO
I Z.~RCITO -1ª Di.- 5il.B:;),\ C BLD
~
1º E..~T.~lliAO LOGISTICO -
··· ·········· ············· ·· ·· ···································· ------ ·-········· ······· ··············· ························· ·······

~.i.9....g,~ ....J..ç;. P:?.J..C..9.., ....9J3..,... J$ J AN 73


OF Nº 03-SZ Do : Cmt do 1 ºB Lo g

Ao : 5xmo Sr Dr J ui z Auditor da zB Audi-


toria do Ex~rcito - 1~ C J M
Assun to Apresentação de pr2ça
(FAZ)

Ref: Of nQ o8l/ja, de 17 J an 73, dessa I


.f..udi to r ia.

I - Em atenção ~ solicitação constante do OfÍ cio citado I


,.
na referencia, este Co~ando apresenta a V Excia, devicame~te escoltado
o Cb (1G-720.509-A) C~LSO GOMLS DJ F~ ITAS FihBO, do 22 Q BI Mt z , que /
se acha recolhido preso nesta OM, ~ disposição da Justiça.

II - Na oportunidade, r0itero a V Sxcia os meus protestos/


de consideração e respeito.

OMAR SC HO.l.illER ~~
Ten Ce l Cmt do l~ ~B Log


I
H

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1

o ../ j

.. ... ..
r
. (.'!:! C! l t t:t que
:1. I
..' . o ·-
~

li ... ) de

jnlrroc. 17/72
18 d janei ro d 1973.
090/~

Sr. Cmt elo ~0/212 R I

Uetorno J A~usodo
Solicitação (faz)

Aprçeento-v~s, d~ rcto~c, a mac~ o~oolt qu


~om

n esta Auditoria., o e.casaã.o 2!.: 1:er:. l\1'2 FAtJI~o -'* :.AOD


D~ . ~ , aolicit ndo que ou~~ .o ~cja no~ nte.apra-
sent do -
E.::;.•c:: Juizo :nw.nnu., :;..:.a 19.,. 5 fi . Or:.le,, p!J.r!! conti-
tlo j 'llctu::err'Go .
ei te"!"O-voe OF r! us :.."'rotestos do ostimr c t.. .. ..sid_.
...
re~ .. o.

ja/proc. l7/72
v91/jn.

!! ~ 1-o:·:.;j. ·
•l ·· rj,e ... e~. o
-úl.:.c1·~9'd ão ( ~·a z)

_ '!"f'!,.. :: •. - r c· •
... t 1
C1 ~ ... . .... . '. ao a ~st e

J • - J._ ' f ' uo j UJ..,:a-

.; -

"'

:Je/nroc.l7/72
18 de jl4"10J.ro J 1973.

--· Cmt do 15ra R C


~,..
c

:..~.eterno do ucu ua.:J


Solici t.wão (faz)

Apresento-vos, de retorno, coo a mcz ~ scoltn ~uo


o troux a eot Audi to ri , o acnsado 32· Sgt RUBtNS R IJiS DE.
~oa .,
solicitanào quo o o scje novnocnte ~Jreacntado
eate Juí·.,.o "t:lc.n1-tã, di 9., \a .., lwr-t:, Jnr-·- c.o,.. tinu:1.ção do jul-
e;".ec .. t~.

-
çao.

3 proc.l7/72
/

, 18 d Junelro de 1913
093/Ja

Clilt do lO G AiJ

: • torno ( FAZ ) e nresenta-


ção d preso (. S LIÔIT ~ ) •

prasentc a V Sa, de r~yorno, co n esma


scolta qu o acompa.r;r.ou, o acusado 9g Sgt SIDU I GUEDES t

solicito a ap n entaçno de mesmo a este Ju!zu, amanhã s


1 DEZENOVE dJaneiro c rrentEJ, às 08:00 hor , a fi d
r prosseg~nto a sessão de seu julgamento.

it·r V Sa rotestos c estim· .

4
f

Proe J.7172
..
16 d Jnn iro d 1973

Cmt d 242 B I B

• Retorno ( F Z ) a .. r c cn ta-
ção u pr so ( ~oLICiT )

pre to Vs , d retorno, m sma


e~col qu o ac p u, o acusado Cb JCS AUGUSf CRUZ,
o11cito ~ r s ntaçqo do esmo a este JuÍzo, ammlhã ,
di DEZE10VB d jémeiro d 197.3, às 08 '00 horus, a fim de
t r prosseguiacnto essão de seu Jul amento.

eitero n pr testow d esttc •

Proc 17/'72

..
------------~~~-=~~----------------------------~~~=-----------------~----=-~========~

18 de Janeiro de 197J.

:e·cor!!c .:1 • ac·. . .:....;.io


Soli~itaçüo (raz)

vor1 ~ úe .,. .to~!"lo, c~!n :::. ! eal'"!!l · ~~olta q ~~


o tr.jl.lX .. u ~,..·t·':."!O --bn '.Ll ,c::r) J) ~ DE FREI-

T .vo.,:;:enh.d.o
...
1·1~':\0 do
'-'·

jU t ..u vnto.
lia·· t ~~'O- ,.".., ..,_._.
t H.

ja/proc.l?/72
MINIST~RIO DO EX~RCITO
1~ BX - 1:: D E - 5D BD/. C 3L D
____________!_~____!_1:~_g_~!0~·:J..9.. . P.P......9..~.FJ\.9.§.....P..;;.....9.9}~?.A'J:F:!...................

I.UQ..,.GJL, I 9 t:::.?:~./ / ..:)?

S/1 Do Comencnnte do lQ R C C

Ao Sr /.uditor d~ za tuditori~ do Exérci-


to
AssuntB - Apr~sentaç~o de Ofi~iEll

Este Comnnào npresent~ D V Exe, o Ccp Cav (ZG- 281.699) t.~ITÔ~JTO I


JOS~ !J:S SOUZ/. /~GUII:li, escolt;;ndo ~ C~p D/.!..GIO t-~IRM·TD/1 tGSBUS , que s~
~
rr julgrdo ness~ ~uditoriP.

Nt! opcrt"G.nic1r-C.e l!prcsento ;: V Exc, os rr.eus protestos ce consid~


...
r&ç ~o e r: preço.

(J
T ~"r
.. CEI CJ.1T DO 1~ RCC

..
MINISTÉRIO DO EXÉRCITO
I EX - 1ª DE - 1ª BDA II~ IY~Z
lº/2J~.... REGIMENTO.....DE .... INFANT-.ARIA···- 111iEGIHE·NTO····-Avà! 11

Vila Militar,. g.B, ... ~ Jan 73.:..


94 - S/1.1 Do Comandante do 1º/2º RI

Ao M.M Dr Juiz da 2ª Auditoria do I


Exército da 1ª Gn1
Assunto : Apresentação de Oficial.-

Ref: Of nº 090/Ja, de 18 Jan 73, dessa


Auditoria.

1. De acordo com a determinação contida no documento citado na re-


ferência, apresento a V Exa o 2º Ten 1G-54?.24lr/A - JORGE DE SOUZA -
GUII'-iARÃES, deste Batalhão, que escolta o 2º Ten R2 PAULO REYNALDO IYII.:_
RANDA DA SILVA, atualmente preso nesta Unidade.-
2. Ao ensejo, reitero a V Exa os meus protestos de consideração e
estima.

4
/

MINISTÉRIO DO EXÉRCITO
I Ex 1!! DE 5ª Bda C Bld

3.0 REGIMENTO DE CARROS DE COMBATE

Rio de J aneiro, GB, Ll._de J ·:·.neiro de 1973


Of nº S{l'o-12. SL1 Do Com nda. nte do 3º .Ret!;irnento de Carros d9 Comb:: - te

Ao Senhor Auditor d2. 2ª Auditori d~ 1 ª C J 1!

Assunto .Apres e nt: çáo de Praça (Faz)

Ref: - Of nQ 091/ja, de 18 J ~n 73, da 1ª CJ~, 2ª


, .
Auc itoria do Exerc~to

Este Comando, cumprindo dete rninaç:::- o contids no o·· Ício em referen-


cia, a!) r esenta a V Exa devid:.mente esco1t-=· do o 3º Sgt 3G-258. 4.6t::-/A IVAN
ETEL DE OL~VZ IRA, a fim de ser ju1gaco p or essa Aud it or i~ .

OSÉ RJI":ms ALEKCAR - CEL


Cmt do 3º R C C ~
MINISTÉRIO DO EX:6:RC1TO
PRIMEIRO EXE~C:TO - lª DIVI SAO ~~:~CITO
-·············l.5..~___g_gJI~HJ;Q____P.~- _QAY.A~~t~J:~LI;..f:.Q~t-J:i-:Z.A.Di1.C.Rm:..-·
Rio de Janeiro, GB, de Jan 73
OFICIO N2049-S/1 Do Cel Cmt do 15º R C 170

Ao Exmº Sr .Dr Juiz da 2ª Audito


ria do Exército.

Assunto :- Apresentaçi:w de ?raça


?resa - (FAZ)
Ref.: - Ofício nQ092/ja de 18 Jan
73.

l. Apresento a V =xa escoltado pelos 3ºS Sargentos (lG-032.369- A- )


JOAQt;TI.: DE VASCOIW::LLOS, ( lG-22 3. 229- .A-) LUIZ C..:~:U.OS GOlliES DE OLrVEIRA
e (:G-407.008-A-) RlLO SERGIO EARBOSA ?I~EEIRO, todos desta Jnidade, o
3 2 Sargento Rl.i&NS 1IARTI!'iS :nz SOUZA, do 22 Q BI:B-Ban"'a Mansa, q_v_e se en-
contra preso nesta 01:, cor.Ior.oe solicitaçao co~tida em ofício de refe-í
rência.
2. Reitero-vos os meus protestos de estima e conside~çao.

CO:J.~D..?.NTE

..
MINISTÉRIO DO EXÉRCITO
I Ex - 1a DE - 5a Bda Cav Bld
.................... ?l.!g BATALHJ.O DE IN FAIUARIA. iji.INAADA..........
R~.-º~.....J..aP..~.~-º-'-··çm..,. .....e.r:L 19 J a.n
73·
oo Comandante do Z4g Batalhão de Infan
tar ia B1 in dada.

Ao J.:M Dr Auditor da za, Auditoria do


Exército da 1a C~1 .
A ssun to: Apresentação de Hili tar

Ref: Of no 079/ ja , de 17 Jan 73 , da


za Auditoria do Exército.

Em atenção à solicitação contida. no doc'tl.'lento de referência,


apresento a VExa, devidamente escoltado, o Cabo (lG-720. 878-A) -
JOS~ AUGUSTO CRUZ, do zzg BI Mtz, a fim de ser julgado.

Na oportunidade, renovo a V Exª meus protestos de a lta esti-


ro~ e distL~ta consideração.

• • t

\ \' ~

...
\


,MINISTÉRIO DO EXÉRCITO
I ...:~•.C 2:TO -1 ~ D.....- 5ll.EI).~ C BD
1: 5A7rtLH:c LOGidTI~O
····-·························-··· ·············-····················· ··························-·········································

I\:1:9.....4~... ~.ª.P.~~:L'.C?.,....9.-;J?..,.. ).} J AN 73


Do : Cmt do 1 Q B LOG

Ao : ~x~o 3r Dr Juiz \uditor da ze Audi-


,
teria do ~xe~cito - 1a C J M
Assunto : .~rre.sencaçã::: de Praça
(F. Z)

Hef: Of nº 095/ja, de 18 Jan 73, dessa/


Auditoria.

I - Zm atenção ~ solicitação do Oficio citado na refer~ncia,


es1:e Comando 2p.resentz.. a V ::zcia, davidamerte escolt a do, o Cb ///
(lG-720.509-!i) :ELSO GC:l€5 D:S FS~ITA3 FIL.i.iO, do ;:>;:>Q :SI Htz, que se /
acha r .acol.tico preso nesta 011, ~ disposiç&o da J ustiça.

II - Na oportunidad8, os ~eus protestos de I


consideração e respelto.

01~ SCtG E.:J~R I: "/~


Ten Gel Cmt do 1~ Log

..
0;36/ja

.L t ( . • :o::. ~.CtUC
u !Jii::B!J3 ,.
:.H.~. -. -~~)t.r Ju H:.-o ,
...... t:~Oli:.;i ·uaçã.o

;ju/j_)l"OO .. l'i/72
19 de janeiro d JL97::J .
097/

R ,torno. : .tc·mudo
oolicit .ç- o (~a" )

:=-\;;t "':'n~, ~'l:t a n:'l.::..~ -c-;Jcol"tn q u


.i:r,_c..,.~:Lto-"<Y"o:;,, e.e
o tro v • a ~st u 11 ·~r.: ~ G 1 c If"rlélo 2"' .-. r,_ 11/2 • ... • 'l"''·!YN..tUD
I . ~n. n· '!L r· s • liei"..; r; ... cue ;, raf.:oo ~jc. n ov -·~nte a~ro-
c:nt'"' o e e t. J ·:(~o; n... ~2 . Culln.:o.- fc.im, à.z 1.2
hort:.-:..• Vf'~ contin.uro::... o o :i·p l_: ~:<mto ..
"!"otcoto ~e ceti ~ e co!ll: 1 d -
...
reçe.o.

jo/proc. l7/72 -
19 de jc.nei:ro a

-~
"'r • " t do 3U R C
'J • (J

..:..\;.;.' . ' . t"" .r:', ·o~ r: QYO


Lt e 'C" ~ -n \ Q d!.J~

'
. - ..
, - '-

.- -~ conside-

..

..

~ proo . l7/72
19 ele ju.u ;tro de 1:;173.

S:.&:>.. Cct do l,Q R C I ec

R<rh~z·J!o il .c n ... ~.e ~>


SOLiuiteção (~az)

Apr~s~nt~4 o~ , ~e ~t~ ~~, ~om ~ ~~aa ~s~o. ~a qu o


rou -- a (:>sta ~·..A.dJ. .;ol·ia, o cuae~o 3 ~ wgii i.J.B.L~J .J .~e- :~.~I :i lJJS
~lsü.uA , ulicl "..~'!dv ,o
· t J u.1""'-! 1 no ró.du di. 22 ~ ...,' tt.,.~.t!l ..t.: -:féi oms,
:p8.1"'B. continuação do u.t.gn t :n'to,
c t;-
tJ.r. .. .

Dr.
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19 de j • 1ro d 1973.
101./jo.

Sr. Cmt do 24n B I B

Re·t :>l"'.O.O ic u c ..1 . ~u:l


S ~lic +~çNo (Pu ?.)

Apr s en to-vos , do ret orno, coe a cesma eaool t·1 q uo o trou;...


xe a e ota Audi t orie. , o · c 1 do Cabo •.Jt)SE i:.lTGUS~:o CRUZ , olicJ. t::;.L,....
do qu nesrno c.;eja novameu"te ap1: A_ent< do a c s ..\ic J ui zo n o '!Jr6xi.-
o Clie 22, c c:uno.e-fe1re 1 l::.s 1 2 ho~1s, pR.A.· con~1n!lf çno do j ulga-
nt o.
Rei·te~"(J...:Vuf> Jl16 ) ~"oto ··üos de ou timo. o aoru:Jiu.~=-ção .

3a/vro .l.7/72
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MINISTÉRIO DO EXÉRCITO
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2- 00 r_, SI LV:~, es~ o1 t.?.r.-.-.c o Ccp D.U.GI O r..:rR:~!f_np._ !IT "SUS, que sere.. ~uls.:.r.:-:- :tes se. _.u . .~i-
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MINISTÉRIO DO EXÉRCITO
I E.."X: - 1~ DE - 1â BL-t> I NF NTZ
?Q 3s-T.t.LKbO DE ETF1~JL'1RI.k E,./L'ORIZF.Dl:
. . .. ...... .. ... ... ........ .. . .. . . . .... .... ..
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1Q/,?Q RBG I~JF)
Es·· ).... ...( .. ········-···
v11é!....KtJJ.t.?..r..,.Q~_, ____ ?.?.....Jf;.n....l973
Do Ce 1 Cmt do Bt 1

Ao }N.Sr Dr Juiz da .?Q .nuditoria oo


do I Ex da lQ C J M.
Assunto .bpresentaç~o ele Üfici a1
Ref:- Of nº
097/ja, de 19 Jan 73,
dessa .huditoria .

1. De acÔrd~ com a determinaçã~ contida nJ cocumento cit ad o na refe -


rência, apresento a V Exa o ?Q Ten lG-547 .244/k - J"ORGE DE. SOUZ~LJ GUW.J;
RbES, deste .oata 1hão, que e sco 1 ta o ?Q Ten R/2 P.AULO HIYl'T..AUD MIRP..ND.& DA
SILVL, atr;&l!:'ente preso nesta Unié'Bde.

2. ~o ensejo, reiterJ a V Exa protestos de consideraçgo e es-


tir::a.


MINISTÉRIO DO EXÉRCITO
I Ex 1ª DE 5ª Bda C Bld

3.0 REGIMENTO DE CARROS DE COMBATE

Of nº. jf.. _S/1

Assunto : __ pr~sen .... aç ~ :) c1e ? r aça ( F2.z)

~s·Le 8J:L'=lncb, cu::.:_)rinc.10 c1•;'-or::lina.ç ~.J c:m'-icl~. nJ OfÍci0 en referencie. ,


ai):t:>es~!'l)·q e. 7 'Sx:t c1evi(::::1PnJ·e e-::cJl'-..,c~.J .J - Q 3:::.1.. -G -253 . ~~.6L!.IA- r.t_t,.:.,. ~:'~L D~/

~~~~~~\~~c~~~~~.~-~~~~~ DO -:Q
~ r----

4
~---------------------------- --- ---~------~----==~===---=========

MINIST~RIO DO EXli:RCITO
:?R:.C:.::El:RO EXERCITO - lª DIVISAO ET-~ RCITO
15º ?2GI12:ff0 DE CAV-4-:.Jill.IA J.,:BCAl\~ Z_w:)(RC:.:EC)
-······---..····---·-·······----..--·------···----
--~·-··-· ········------- --···· ····· ----- --· ····· · -···-- - -· --- ·-···-

Rio de J:;:.neiro, G:B, 22 de Ja::::t 73


OFICIO N205l- SÍ1 Do Cel Cnt do 15 º R C ItEC

Ao Ex:m_Q Sr Dr Juiz da 2 ª .Au_di to ria


do Exército

Assunto:- Apres 2ntaçao de Praça


Presa - (FAZ)
Ref.: - Ofício nQ09Q-;a
_, ..
de 1q- Jan
73.

1. Apresento a V Exa. escoltado pelos 3ºS Sargentos (lG- 032 .369- A- )


JOAQUII.I DE VASCONCELLOS, ( lG-223 . 229- A- ) LUIZ OARLOS GOI•'iES DE OLIVEIRA
c ( J..G- 4 07. 008- A- ) 1TILO SJ:RG IO BA?:.:BOS A :PIEEIRO , todos desta Unidade , o
3º Sarcento RUBEITS rLAR:r:::rs DE SOUZA, do 222 :BIB- Ba.rra Lransa, q_u.e se en
contra preso nesta or, conforme solícitaçao contida em oficio de r efe-
" .
renc1.a.
2. Reitero a V EYa os meus ?rotestos de estima e consideraçao.

COI.!P..lill.Ari'I'E

---
..---~-- - - -- ---- ---~--
- -- --~--~-~--~-~-~-~
~ --
-~-~-~~--~-~
· ---

MINISTÉRIO DO EXÉRCITO
I Ex - 1~ nE - 51 :Bj_a Cav Bli
~---~~--~······· ......_24º :BATALHKO DE ..J.Nlf:ê.N~~IA ..:aLl.@ADA..

~!.!_ cl~-~~~~!.L..~~-L..~~ 22 J 8.D. 73 •


o o Ceaandante de 24º Batalhãe de Infan
taria :B1indada.
-
Ao MM Dr Audi t•r da 2 t Auditoria de
Exércite da 1~ CJM.
A ssu nto : J..~resentaçãe de Mi1itar

Ref: O~ nº
079/ja, de 17 Jan 73, da 2g
Auditeria do Exércite.

Ea atenção à solicitação contida no docua~nto


de referência,
a~resento a V ExA, devidaaente escoltado, o Cabo (lG-720.878-A) -
JOS~ AUGUSTO CRUZ, do 222 BI Mtz, a fim de ser jule!:ado.

Na o.,ortunida.de, renovo a V Exª aeus protestos de alta esti-


ma e distinta consideração.

do :St1
J!INISTÉRIO DO EXÉRCITO
I ~X.~RC:ITC -la D:.:-5~BD.A C BLD
................................. .l.~---~~.. T(~l:J.(.9. ...~Q9J.9.1.'..I.0..9.....................................
~-~-~.... 4.~....!.ª1!-~.i..~.~.L._g~.L ..?.?- J AN 73
Do : Cmt do l Q B Lo~
o

OF NQ 05-82
Ao: ~x mo Sr Dr Juiz Auditor da 2E Audito-
,
ria do Bxerc i to - 1a C J M
Assunto •
• Apresentação de Praça
C?•• Z)

Eef: Of nº 1 02- ja, de 19 Jan 73, dessa I


Aud itoria.

I ~m cu:11p.ri·nento ~- solicit B.;ão constante do Of Ício cite.do


"'
na r e:'erencLs., este Comando apresenta a V ~xcia, dev.5..de.:nente escol ta do
o Cb ,1.r-720.509-.t\) ~:;LSO GOl·1E5 "0.3: Y...ZIT.n5 :?ILI:o, do 22~ B I :1tz, que I
se acha recolt~do preso nes~a OM, ~' 1isposiçao da Justiça. -
:r - Na oportunid3Q3, reitere a V ~Ycia os meus )~otestcs de
ca~siüeraç &o e ~espeito.

~cu..&..u_
OlfJ;..,.
."Q ~rn
.J mt .....-~..~......:,
... · .,... Vi. - --
Ten Cel Cmt do 1 E Log
~----------------------~--------~~=-----------~-- - - -~--~-----=--~~==~~-=~==~=

~f:_ s •
::.f)
- > o '
i:'. ,

.a. -
...: ::- :-1 '""\.
- - - 'I
'· ' I~~

1""\r- ,"'""'",,..,o~-,......., ........ .., ,., -.,r-


__- :.·1 :2 02 - ; , - . 1 - 7- - - 1 -- ~ 7 --- ) - - - ,

- .. .A. -·- -- ·-
,...(

-.. ~ ...., 1; ~,. -Lu


lt,.,) -- --- -- .

r 1"\ ..... f:· C'·'- '·


~ ·- l .
,- • (')

--i )
,22 J 1 1913
105/ s

sr · t do I . • ' rcJ.to

t Co unlc c;( (FAZ) t!a dado


de Prisão ( ·lC llli HA)

d do de Prisão, du s vias.

Co unico a V Bxa que 1 julg w.. to ho~ indo, o


Cel GIJ DEST- I p~ CET'l'I TEI EIRA, !oi co !',.nado a' peno. d s
o (7) anos de roolu ~o, a 1nm.~:;.-o no e~·t 2fh, I, 352 1
co b1r o co o artigo 5... , tudo do
..
Cõ igo Penal l
_i

llt .LI" •
-

cms q 'nci , r .cto a V~~ c E P Sl ,


rddo duas v1 s, p ssado co tra o referido
, enente Coronel,
JJ c1 to qu , apo certiflcaa.o do seu c pr · to por q
dlr ito, s Ja pr" eira tri do 1i iDADO r stituído a este Juízo.
eitero V protc · s de estica oon~id r ão.

..
107/lúlS
, 22 d 3an iro d
~
(:!)
1973

~
Exmo Sr Cmt do I Exorcito

s Co ur~caç-o (F .)
d Prisão ( Ei~C ·
. .Y.C' IW:.dado dJ • Pri No ' s ias.

Connmic V jul ento hoJ, i'1ndo, o Ce-


. p1 tiO>o DÁLGI UR D .. niEBUS do " p · d ~~ ( oit
n quatro) anos de r clusão, eol!tO inet r ... o ~ urtigas 205,
209, § 1', 264 n~ I, 352, co~~~~do oon o artieo 53, tudo
'CPJ .
...
canseque ci , remeto e V ET~ o re p ctivo ~U~> 1m
#
DE PRIS 1.0, soli.;itando que, !'1"1 ira v~.a o smo , apos c rti-
fic do d ~eu ~~rim,n por que~ d dlr ito, soJa d olvida
st .ru!zo.
!.tero a V Exa prot stos dE1 st1ma.

proc 17/12

..
22 d 3a.n lro 1.97.3.
O/

Retorno d colta

r cn o-: oo, e r tomo, c a co l-ta qu.c conduziu


nt Juízo o 2 T n R/2 PAULO At1.D RAND Dll. SI
dat foi condcDBdo pelo Cona lho
1 ai-
do ido Xi · 1 i o o n.nã.o.do d prisão.
rei to.
o 30t r it r voa oa cua prot atos d consL-
-
'~'"'"'·~;no oti •

Dr.

..

pro . 11/72
- 22 de janeiro de 19?3
109

r. ~ t ., do 3 1 ento de Carros
o b t •
: otorno d scolt ~

r n o- , r orno, c lt qu cornp8J'..hou
o 3 o r o nesta !!
ditor •
Infor o-vo , o troro ri ... 0 OX)Jl
dido· c c o, rtu o t r ido cond&,,
o r .... • • o I xar-
cito.
o u rot to,. estima e
-• '

j
22 4 janeiro 197).
110/

Sr . Cmt d 150 d c c

ao-torno escol~

Apre .t oo, d retorno, a. ocola quo conduziu


t J·u ! o. o _3g tmE ~ illTI RS .. SOUZ , qu , nesta
tn 7 foi cond
o ido n a:tdo o co ~ tent
do J>elO Co
..
lho SJ?CCial de Juot1ça, t
n do d pri o nc 1-
\ cumpri nto, o I Ex6rci o.
it ua prot stoe con.-
1d

Dr .

3 I roa. l7/72
• 22 d 3 1ro . 1973
lll/

Sr Cmt do I E- "rc1to

•• unicação (FAZ) c 1anc1 do


d P 1w-o {B.E:IET~)
:xot 1 Mandado d prisão, duas via •

()c ·.n:J.c e V Fxc .t , e jltl~am:=-~Ato h je findo, o ~c T


n/2 P ULt ieYNJ L~ .HR.:l DA .J !L:k, !"oi e:.~ldt::nurlc -' pen'l de ?7 (ae-
ntu e ~e~.~e) &no~, de reel1. S:::o, co...... _.... cure.:. nos nrt!gos 205, § 2~ ,
209, § 1", nt~ I o nrtigo 2~·J e 352 • c~imbinadc- eom o art 53t tudo
CPH.
...
f;.m c~. 1ueue:t , rem to a 1 Exa o I'e..spectivo l-U DADO DE
PRlo~o, ;assa o s vi s, solicito qus, pÓs c rt1f1cada por
q de direito do u c pr1 to, 3a #A p~ 1r vi do -
r · titUÍda a ate Jtt.Ízo.
i tc.;:o"' ' Lxc. px•otestos d.J c~ti •

DR

• roc 17/12

..
22 de janeiro de 1973.
112/3

Sr. Ctllt do 240 B I B

~torno do escol a

Apresento-voa • d r\Jtorno. a cacol ta qu conduzia


e8t Ju!zo o Cabo J OS:C AfJG.:Z:::> ~RUZ , quo, nesta t n 1 t'oi
con enado p lo Conselho cinl de Juoti a ~ tendo sido,
n eq ... neia, exp dido o competent;e n · do ae risão e en-
caainl ado , p~ra e c rimcnto, ao I Ex6rci to •
.o na jo, r 1·t ~vo tlleu.s protestos do oobai-
d rnção st~

Dr.

• 4
iro . 1973
ll3

ar. emt. do lD tal hÃo Lot:!stico

orno de E colt •

, pr sento-vo ., ·~ torno, ~. escolt qu9 compazmou


o bo CELSO. GOMES DE FREl!i:l\S FIL.TiO a fim d4 r julgado ne
te. Auai tor1 •
Inf'o.l o-voft, cru · ros sil1!, qu~ o l·~a.~_daõ de Pri ,.
&do cc= r o Citado eusa~o . ""irtuda do me ter sido conc18
do nest J'!lizot foi remeti~ o !smD. Cir . \ion C~1t . do I Exército.
Uo or..sejo, rc:.d.t~ro-vos oa ma.us p.t·oteato· a estl

P3 .
22 de ~aneiro de 1973.
11 /~

2 Sr. c ndante do I AX6rcito

ND DE PRISÃO
(rco t )

R to v. ~ , r.a oo devidos fino, o incluso mandado


cl
Vi to
p%1 -
o, exp dido co
v r sido cond nndo,
vi , contra o Js:! Sgt SI ENI GUEDES,
a -o de boj , pena de c1 u IP
t oito (58) ano ~ r olu ão, co o incurso ~ sançõoa·do art.
205, § 2G 209 1 § 1 , eic o rt. 53, tudo do C6digo P nal i-
r.
s
l1c1 to provi nc1 do V!J Ex no a nt1do d
titu! e ta Auditori l6 ia do roi'arido andado •
nt c rt1ficadn por qu d direi to• ap6& o s u cumprim nto .

111 Unta a::":o~: •· os oua protea~L ço e

r . ...~- ~ ,J.

3 1 proc. l7/72
"' .
,22 jnnci.r

E S.r Cmt do I E .. •rc to

1 Co uuicaç-o (FAZ) 1 d .:..o


de p.r i são ( El .., •urBA ~

pr1 ão, duns v1 s .

Co c a V Exn qua, e~ ju~bamonto hoje !indo, o Cáto


CE!.cv G . S E FREI .,..S • t oi Cvlliitm.E.dc " "CUa d 5'8 ( c1.n.qu
t oito) an~s do rec ão, ct. o ..í.llcur:;t: r:c -!'t 205 § 2s.1 2 9,
co binncU.~ co o art ~3, ~i.U.&· üo CP •

••zeqw.ma.t::J., r to o 11 .D lnu DE PP.I\,.)71 illle.:XO t

ri.ClOn ,
~uas vi
:r.r-~cir
31 c ooLtc1
do
oue , " c rtific:a ~ d
po<r!
a re tl tuí ste Ju! • -
Reitero o. V -:LXa protestos de esti •

P.._oc 17/'l~

..
ll6/M 8

- E o Sr Cmt do I
.,.
E~ercito

e Comunie ~ão (FAZ) l·tar;.cla.dc.r d


P~·L.1 ( ~ ";Çf!l :cn1~ )

.xo: Um tJI..and.!ido d pr1s... o ~ C3lll uas


Vi S

untco
C V x . u , em Jul to hoje findo , o Jw S
t !V .. ?li~ Dn OLIVEIRA, foi eund~--.nc.do ê. pc..rw. d 62 (ses ...enta
d 1s) anos de re-clus- , como incurs nos ru."t 205 § 2 , 209 § lil
261f. n' I o 352, combinado co o at•t 53, ;uéio <ic C 11. '
, co.n~equ oi , re · to o " exo l· D DE ?RIS"'"i ,
,
d s Via , e ollci o q pos cert1f'1c". o QO u cumpr imento,
Ja a primeira via do mz rest1t:1Íd~ a este JUÍzo.

ae1t rc d V Exa prot st a J


.Pr.oc 1?/'12

4
--- ~

22 d jllll 1ro d 1973.

E o Sr. O andant do I Ex~roi to

i ANDADO DE ..:IliSlO
(remete)

R . to V. Exo, para os d-evidos fins , o i.n-


êl.u o dadD de • riaão, . duas viao, :xpedido contra o Cabo
Josn AUGUSTO CRUZ, victo bav r sido eonde do h pGno de sosneú--
tn dois (62} anos do recluGão, como in~uroo ~os e~o. 205, §
2~, 209, § 19 1 264~ n~ I, e 352, c . c. o ert. 53, tudo do C. P .
olicitando o CUi.:lpl"i nto e a dewlação da uo. l via, dS... '
vid . t certi.ficad ~Jor qu de di -ito .
novo a V. os meus protcctoa d cla~· do
a pr ÇO distinta conai6. ração.

Dr.
·-· --- - -~---------------~--

22 de janeiro de 1973•

.Exm.A· Sr. Comandante do I x€rc:ito

DAUDADO DE PRISÃO
(recete)

Remeto a. V. B.r.o, pára o::; devtdos .fins 1 o in-


~luso mandEdo de prieão. ~ dua~ vias,expcdido co~tra o 32 Sgt
!RUBEns 3'I/.RTINS DE SOUZA, visto haver sido condenado h pena u•
sessenta e dois (62) anos de reclusão , como inourao nos arts.
205, § 20, 209, § 19, 264, n~ I, e 352. c. c. o art. 53, tudo
do CÕd1go Penal Militar. solicitando a. dovo~ução da 11 via ,
devidamente certificada por quem de direi·to, ap6s o seu IIU)D...

primento.
Renovo a V. Ex~. -os f.:leua p rotc.stos de eleva-
do apreço e distinta cor~ideração.

ja/proo v- 17/72
• 22 4a janoiro 1973
119

Sr. lesado V1t11Ânc1 e oapt]l.


~as da SSP/GB...
I . • •

• ·· · te doc:um.entos.
xoa 2 daão Pri • o, om 1t f'ls .

to--vos o.
R dos da Prio!o em anoxo, exJ,odido
contr o c1vis IiELSON RIBEIRO lOURA e IRAiliDES FERREIRA, em vi.rtJi
os amos ·~or ido conden do nosta Auditoria s p9ll&s ele 2
..
( i l 1 ( no. r ctt nte• 8!!2bo!1 eO!.lO incnu- o no rt.
3;2, c/c o rt. 53, tudo o CÓd!go f:tnul lüllt~.
Sollc1to-vo , ou..~oss1m, a r r1titu:J.ção da lCs viaa
Man do , dev idam t cert1f1~adaa o~ quem do direi
to.
... o cn j o, Bpl"'econto-vos os ttGUE p÷~llto de estima
o COj'l!';i(lorQc~o . ·

nr.

"'
22 d janeiro d 197J.
120~3

o Sr. Cocandant do I ôrcito

oo...unico . v. Ex' para os deviaoa 1'1ns,


qu o Consolho ecial d Justiça, desta Autli torta, ~ule ndo
hoj o proc sso n2 17.e que cno .. cuoados o ~on Cel CLADSTON...
ITAB.r.<:tTI ~EIXEI • e outroa, r~oclv u , por unanimidn e de vo-
too, quanto o T n Cel GLADSTO . .saNAS.... TI TEI , Jt! S
G JOS:G FERREI , )Q Sgt ALDO At!ARO DA SILVA , ~ , por
ioria, qus.n:to ao Cel ARIOS J.LDO TAVARES GO!!ES DI: SILVA
1Q Ten rned · ICO AUGUSTO LOPES, considerar que xist , nos
uto ob • indícios e crioeu pel os escoa prati d~,
r tendo- e, c cons u nc1 , ao fama do 41 posto no rti-
GO 442, do C6digo d l'rccosso Pennl i tax 15 pc!(as elo· o.utoo
o I.1n!otC:rio Pdblico, ra fins do direi 'to .
No. ~e3o . r~novo a v. ~ .(')O m .'1 j 1.'0-
tca o d o vndo apreço dietirita consid ro~~

Dr.

j proc.l7/72
c
...c- ; - "'~
- ·- ;

0nr.1'11Yi
...
('~<1~'(\Pf::;

8 l572 í - - --
·· -"~ c •in~ -
.l.1q ~. __ ._,--
1 ?0 l ? J :r--
l ?Lt.

r3.0U fé.

..
23 d j iro
122/j

C munic:J. -o (~n )

O u~oo •
ra b d Vidos fi 1 qu o Con-
1
clho sp 1al d Juat1ç~, d st · Auditoria, constituído p
processar o T n Ce~ GLA TOll P ASET~I ~EIXEIRA
utro , r solv u, so-o d 17 22 do oorr nt 1 o c !W.in-
'!t :
CO~'D~~ , por t:naniml.éindo d voto '·
- T n C GL:J>STONE P · ASETTI TEI I
(7) . os a r clusN , c o incurso nas çÕ s dos nrt1 os 26 ,
u I, 3 52, o b1llB.do co o art. :J 3 , o 06d1.so 111tar;
- Cnp DALGIO DA NIE US pena
( } os d clus-o, como incur...o na eançõ s
~ ZQ~ 09~ § 10, 26 , 0
I, e 352, combinado co o
C6d1 o P lite%1
- 2Sl :1 n B/2 PAULO RE !IUD ~u..NDA · ,ILVA p
1i (71) o r cluo-o, co Q 1.~ '!nmo n.:"lB çÕ
o ortigoo 205. § 2 , 209 1 §~a, 264, n I, 352, co 111a o
• o art. 53, o 06d1 P lllli:tr.u•J
- JG Sgt AN DE OLIVEIRA p na ss nt . oi
(52) oo d r clu""-o' Q o 1nct:roo n.s çÕ ..oo nrtiaos 20:1,
... 22, 209, § lC, 2 , Q I, 352, Cotlbino.do ~o o art. :;;3, o
. 6di o P nal .111to.r1
- 3 Sgt RUBENS RTINS D SOUZA p
doi c ( 62i anoo d ro :; · , o o incuroo nçÕ dos rt1-
eos 205, ~ 20, 209, - , 264, ng I, 352, c bi a.o c o. -
ti 53,
o C6d1 o Pona.l 11 I
- 3 Sgt SID I GUEDES p cinqu nta o1 o (5 )
~a d r c1 -o, co .o in urso gÕ a doo rt • 205, § 2g,
209. § 19, c b1 do co ~ o rt. 53, .do C6ai o PClllll. J
- bo .JOS AUGU :LO CRUZ p d nt o1 {62)
do oficio tl 122./ f d 23/l/73)

Jlu -o, c o ~n u o çÕ do
, 26 nQ I, 352 1 co bi q o c ·o firt.
l i r;
- O bo OEL O ' ;o REIT S I O i u n
(58) oa olu -o, c o incurso çÕe dos art •
2 ' 20 ' o bi do com o art. 53, a.o C6d1go :r- nBl
l1t r;
- 01v11
t nç-o, c o 1ncu
r o BmiRO DE ocr.A
..
ço a
pen d~ doi (2) onD
do art. 3 52, co bina o c
o rt. 53 1 do 06 o P
- 01: 11 IBANID- d (1) no d
-o, c do rt. 352, comb1 do com rt.
53,
R ndo. o C nseJ.ho • p oial J tlça.y
por u n1 1 d '
oto , qu
:i'ElXEIRI~ 3Q Sgt G:EIULDO JOS
DA .. ÜLV!.., , por o.ior.l , qu nto o O l ARIOS ALDO _TAVARES GOtmS
Dll SI!N A 1 T n d CO AUGUS~ú LOPES 1 ct>ns1deror que exi
t , noa autoa ob exo.cc, :!nd!cios de orim 1 p los moaoos prr-
1 do , natcrminando. o consequÃnoin, a cxt ção e d
p çu doa uto ao nis ério ~co, 1àx :fins d direito, na
fon do diopo -to no artigo 4_2, do C6d1 ·o d · PN0'-!.130 ·penal
11 •
~unnto a loi !lro ou public <;!;) &, pNt:.~t ois o,
-
l~tim Interno daa Uni ades. eubord;z.~éles ese fncU to Co-
ando. comG to d tio-ação B Inst~~lição ~fendida
rios, ot Juizo confitl. no el.ewdo entendimento de V.
ndo, xo:Lu 1 nto, o u alto crit rio fetiv cl"'o
di da.
Aprov 1trm · o jo., r novo • o
1 v: do o.p ;o tinta conoide~gão.

Dr. J •• v

..

•17/7

23 de jan0i~o de 1973.
123/ja.

Exm2 Sr.Coms.nt-;_a~te de 5 Bri~da


de Cavalaria Blj:naada
Comunicação (faz)

Conunieo a v. , para oe devidos fins, ue o Conse-


lho epecial de Justiça, desta Auditoria. constituído para pro-
cesV e jttlgar o Ten Cel GLADSTONE P AS TI ~EUEIRA e outros,
resolveu, em sessão de 17 a 22 do corrente, o ae~1nte:
CO-IDENAR, por unanimidade de votos,
/ - Ten Cel GLADSTONE PERNASETTI TEIXRiaA ~ pena de sete(7}
anos d reclusão, como incurào ~ sançÕes dos artigos 264, no I.
1 e 3 52, COtJbinado com o art. 53, do C6d1go Penal 1111 tar;
I
- Cap DAIJGIO !IRANDA IIEBUS 11 pena de oi tenta e quatro
(84) anos de reclusão, como incurso nas san~Õ9s dos artigos 205;
I § 2n, 209, § 12, ·264, nQ I, e 352, cotlbina.do com o art. 53, do

~ \ C6digo Penal rn111tarJ


- 22 Tcn R/2 PAULO BEYNAUD MIRANDA JA SIL'VA k pena de
~
I ect nta e aete (77} anos de reclusão, coco incurso nas sanções
J dos. artigos 205, § 2~, 209, § 1 , 264, nQ I, e 352, combinado
c o art. 53, do C6digo Penal. lli11 tar;
- 312 Sgt IVAll ETEL DE OLIV IRA h pena de sessenta e
dois (62) anos de rec1ueão, como incurso nas sanções doa ·nrti-
oe 205, § 2º , 209, §lA , 264, no I, e .352, combinado com o art.
53, do C6dico 2enal ~il~tar;
- 3g Sgt RUBENS ARTINS DE SOUZA !l p na de sessenta e
i - . . -
dois (62) anos de recLusao, oono incurso naa sançoea dos artigos
205, § 2V~ 209 , § lA, 264, nV I, e 352, combinado com o artigo
I 53, do C6digo Penal litar&
- 30 Sgt SIDENI GUEDES h :pena de cinquenta e oi to {58)
/
l os d · rac1uaão, coco incurso nas aançÕea dos arts . 205, § 2g ,
209, § 10, combinado c o art. 53, do C6digo Penal Iilitar;
I - Cabo JOS~ AUGU~~ J CRUZ à pena de ses~enta e do1s(62)
)&~ J
~ (l
(Continuação do oficio nQ ~23/ja, de 23/l/73)

anos de reclusão, como incurso na~ sanções dos art~. 20~, ~ 20,
209, § 1a, 264, nQ I, e 352, combinado com o art. 53, do Código
J?(!nal ~.!111 tarJ
- Cabo OELSO GOMES DE FREITAS FILHO h pena. de cinquen-
ta e oitó. (58) anos do reclusão, co~o incurso nas sanções ãoa
rts. 205, § 2Q 1 e 209, § lt, combinado com o art. 53, do 06di-
go Penal· LI111 tara
- Civil NELSON RIBEI.Rô DE LIOURA h pena de doia (2) anos
de d tenção, como incurso nas sançÕes do art. 352, combinado oom
o art. 53, do 06digo Penal lali tarJ
- Civil IRANIDES FE.LtREIR;A. h pena do tm (1) ano de deten-
ção, como incurso nas eançõoa do art. 352, oombinado oom o art.
53, do 06d1go P nal ~litar.
Resolveu, ainda, o Conselho Especial de Justiça,
por unanimidade de votos, quanto ao Ten Cel GLADSTONE PERNASETTI
TEIXEIRAt 3 o Sgt GERALDO JOS! FERREIRAt 3!t Sgt NIVALDO Art!ARO DA
SILVA, e, por mai~ria, . quanto ao Oel ARIOSWALDO TAVARES GOMES DA
SlLV~- e 10 T~n f:!ed t:RICO AUGttSTO LOPES, considerar g.ue existem,
noa autoa sob eXBme, indícios de crimes~ peles mesmos praticades ,
dstormir..ru:--d..o, eu cc-nsequênciai e. extração e re1neasa de peças dos
antoe ao Minist6r.J..o PtS.blico. pP..ra fins de direito, fiA fonna. do
ü:'.aposto no artigo 44~, do 06d1go de Processo ~cnal t.ali ·tar.

.
tcatos de elevado a:preço e distinta col"..sic1ernçao.-
Aproveitando o ensejo, renovo a V . E~I oa meus pro-

Dr.

"

ja/proc.l7/72
-
\
(

23 d jan iro d 1973.


124/'-
)

Sr. Dirotor do Instituto :Perolm


ustino
Oo~unioaçâo ( az)

Comunico-vos, p ra os devidos fins, qué o Conselllo


.._
a~ cial do Just1ça, d sta Auditorta, aolveu, o aeao d
17 22 do corrente, o a guint :
CONDEN1iR1 por unnni. idac'l.o de votos,
- NELSOH RIH URO OUM (Re.g. nQ 365. 846) à. pena do do1o
(2) o ao a t ção, co o incurso nas aançõee do art. 352, c
bi do com o a~t. 53, do C6dizo P ml. l !lltar;
- IRANIDES FERP.EIRi (Reg.. n~ 5')3.404) pc'lll.l d.t:J \1! (l)
!lO d detenção, ·~ o 1ncu..."'!"So nrx1 3ançoo~ !:lo ~4:Mi. 35~, oombina-
o com o rt. 53, do 06tU.~o Penal J iJ.1tr.r. ·
Reite~ o oa us
ti •

Dr.

..

3a/pro . 17/72
r:------,.....,.-.=-:--,--- - - - - -- - ---

23 aniro ~973 .
12?/3

S1.•. retor do Inotituto F·~......


oh o
C uni ç-o (f )

COili.mico- o • para os d vidos fL"ltt , qu o Con.o lho


p .1nl ae
Just1ç daat Aud1tor1 , rcaolveu, , d
17 22 do eorreut , o guJ.nt :
COIID rii~R, :por t11 Jl1 iüad a. votos,
- m.:tson EI:tlO "OUn.lí ( eJ!. ~ 2. 939. 108) po d
ois (2) os d ct ng-o, co o incurso naG san9Õe$ do grt. 352,
o bi do com o art. 53$ do 06d1so P :nal f1111tarr
- IRAUI!lES ERREIRI~
(Rec. nn 2.. 031. 962) h pena d (l.)
o d oton~o • como 1nour o nru.:: ançõ a o art. 3;)2 1 o
do co o crt.. 53 11 do C6digo P t~.lit.'lr.
Reite~o- ~a o moua p~oteetos de conaid rnçno
tim •

Dr.

3a/ roo. l.T/72


- . o:=:;:
- -

CONCLUSÃO

Sentença, em separado, com


trin~ a e duas (32) folhas datilografa-
das, entregues com justificável atraso,
considerando-se o número de acusados e
a responsabilidade de sua fundamentação.
Junte-se todo o expediente
existente em Cart6rio, com relação ao
\
} presente processo.
Rio

..
I
r
\

JUNTADA
Aos.J._dias do •oes da ~..do ano de 19~
faço juntada G. : :> F:;ssn:cJ eu' :s C:.:> c':;c- umento cue
se segua~_ __a~ .) [;sj~_/., C.J c:ue :t'~ c onst.. r ~rei
este termo. Eu,~··-··--···~~
JUSTIÇA MILITAR
1.• CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA MIL ITAR
2." AUDITORIA DO EXÉRCITO

Vistos e examinados os presentea autos, etc.


Verifica-se que o Ministério PÚblico Militar, n
peça vestibular de fls. 2 Usque 7, e seu Aditamente de fls. ng
879, faz ligeiro relato da prisão do civil EXPEDITO BOTELHO, I
vulgo 11Caparra", traficante de maconha, recolhido por solicits.
ção do Juiz de Direito de Volta Redonda ao ~uartel do 1a BIB ,
em dezembro do ano de 1971, ocorrência esta que embora de mera
cooperação com as autoridades Judiciárias do local e devida-
mente esclarecida nos autos, veio a deflagrar uma sucessão de
ações e atos delituosos até então de eXistência inédita em uma
Unidade Militar, e quigá na longa crônica da Justiça Cast.renseo
Fela autoria desta sucessão de delitos, descri-
tos na denúncia, peça esta que passa a fazer parte integrante
do Relatório desta Sentença, as au~oridades militares após un
rigoroso e bem elaborado IPM (la Volume) apresentaram ao crivo
da Justiça ltilitar, em seu Relatório de fls. 500, e na Solução
de fls. 560, nada menos de 14 (quatroze) indiciados militares,
dos quais 6 Oficiais e 8 graduados, além de 2 funcionários ci-
vis da PolÍcia Estadual do Estado do Ri~ de Janeiro, fato este
que demonstra wO rigor e O empenho com que se houveram as re-
feridas autoridades no esclarecimento total dos lamentáveis fs
tos, considerando-se ainda as circunstâncias de ter o digno //
Procurador tiilitar na Denúncia acusado de forma definitiva só-
mente os seguintes indiciados, cuja responsabilidade de autoria
ficaram, no I~f, no seu respeitável entender, compravada:
4
I- Ten Cel GLADSTONE ffiRNASETTI TEIXEIRA - incurso nos Arti
gos 264 nQ I e 352 c/c o Art. 53, tudo do CIH;
II- Capitão D.ÁLGIO lflRANDA NIEBUS, 2.!2 Tenente R/2 PAULO REY...
NAUD MIRANDA DA SILVA, 3.\2 Sargento IVAN ETEL DE OLIVEIRA,
3Sl Sargento RUBENS NARTINS DE SOUZA e o ~abo JOS~ AUGUS-
TO CRUZ - incursos nos Artigos 205 § 2~ n~ III e VI, 209
§ .lQ, 264 n.Q I e 352 c/c o Art. 53, tudo do CFH;
. 258
JUSTIÇA MILITAR
1.• CIRCUNSCRIÇÃO J UDICIÁRIA MILITAR
2 .• AUDITORIA DO EXÉRCITO

- *2 *-
III- 3º Sargento SIDE!U GUEDES e Cabo CELSO GOMES DE FREITAS
FILHO - incursos nos Artigos 205 § 2Q nº III e VI, e I I
209 § 1º, c/c o Art. 53, tudo do CÓdigo Penal Militar.
IV- Civis NELSON RIBEIRO DE l-iOURA e IRANIDES FERREIRA - in-
cursos nos Artigos 352 c/c o Art. 53, tudo do CR~o
Tendo aida o Ministério PÚblico, em Aditamento
de fls. 878, atribuido ao Capitão NIEBUS e sua t'Equipe 11 consti.
- tuida pelo 2 2 Ten MIRANDA, Sgt RUBENS, ETEL e Gl.BDES, Cabos //
CRUZ e FREITAS, a responsabilidade penal (Art. 79 do CPM) pela
infração de quatro (4) vezes o art. 205 § 2Q do CFcl, e de por
onze (11) vezes o Art. 209 § lQ do C~t, além dos outros crimes
já especificados na Denúncia.
A denúncia e seu Aditamento foram recebidos pe-
los Despachos de fls. 580 e 886, respectivamente.
A requerimento do Sr. Encarregado do IPM, rati-
ficado pelo Ministério PÚblico, foi decretada, por estar o re-
querimento devidamente fundamentado - Despacho de fls. 573 da-
tado de 22/3172 -,a Prisão Preventiva dos acusados Cap NIEBus,
Ten MIRANDA, Sargen-~os IVA.l~ ETEL, RUBSNS, SIDENI e os Cabos I
CRUZ e FREITAS, respondendo os demais acusados ao Processo em
liberdade até a data do Julgamento - (22-1-73).
Por Mandado de fls. 587 fora~ todos os acusados
citados - Certidão de fls. 588.
A Certidão do sorteio do Conselho Especial de I
Justiça consta de fls. 593, e a do compromisso às fls. 6o8, dan
do-se inicio à 1a sessão do Conselho, como consta de Ata de I
fls. 621, ocasião em que o Dr. Auditor, logo apÓs a abertura da
Sessão pelo Sr. Presidente, solicitou a palaVra para propor ao
Conselho, na forma do disposto no Art. 387 do CPH~, que a ins-/
trução cr~inal do presente feito transcorresse, excepcionalmen
te, em segredo de Justiça, por assim o exigirem o interesse da
ordem e da disciplina militares, e que aos membros da Justiça
Castrense cumpre preservar. Aprovado o proposto (Ata de flso n~
~ 621), passou o Conselho a funcionar em segredo de Justiça, sen-
do a seguir qualificados e interrogados os acusados, todos devi
damente assistidos por seus procuradores e pelo Dr. Advogado-de
Oficio: Ten Cel GLAOSTONE FERl.~ASETTI TEIXEIRA. -fls. 609/11; //
Cap D~Ú.GIO iíiRA1mA :JIEBUS - fls. 612/13v; Ten PAULO REYNAUD MI-
RANDA DA SILVA - fls. 614/16; 3 ~ Sgt IVAii ETEL DE OLI\'EIRA - I/
fls. 617/618; 3Q Sgt RUBENS M~qT INS DE SOUZA- fls. 619/20v; 32
Sgt SIDE"N'I GUEDES - fls. 637; c i vil NELSON RIBEIRO DE HOUR.à - /
258
JUSTIÇA MILITAR
1.• CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA MILITAR
2 .• AUDITORIA DO EXÉRCITO
-*3*-
.flso 639; civil IRANIDES FER..-qEIRA - .fls. 642; Cabo JOSt AUGUS-
TO CRUZ - .fls. 644; Cabo CELSO GOMES DE FREITAS FILHO - .flso /
672.
Dando-se prosseguimento ao Sumário, .foram ouvi-
das as testemunhas numerárias arroladas na Denúncia:
1a )- .fls. 710 - Capitão Amim Elias, con.firma seu depoimento pr
tado no IH1 às .fls. 391 e .faz outras declarações com relã
ção ao Ten Cel GLADSTONE, a quem teria sido comunicado os
.fatos ocorridos no "Arquivo" pelo Cap UIEBUS;
2a)- fls. 713 - Sgt Francisco Leonardo Meto, confirma o depoi-
mento de .fls. 172, e .faz declarações osbre o espacamento
de Soldados a que presenciou no •• Arquivo'';
3a)- fls. 717 -Cabo Eugênio Gonzaga Tomaz, con.firma depmi~ento
de fls. 177 do IPM, e .faz uma narrativa dos espancamentos
a que assistiu, declinando a autoria dos mesmos;
4G )- .fls. 721 - Soldado Luiz Antonio Garcia Novaes, con.firma I
depoimento prestado no IFM às flso 211, e declara que no
dia 12 de janeiro .foi impedido de ingressar no nArqti.:!.Von,
e ainda que um dia antes do falecimento do Soldado Geomar
pôde constatar as lesões por este sofridas;
5B)• .fls. 839 - Geralselia Ribeiro da Silva, irmã do Soldado I
Geomar, confirma depoimento de .fls. 317/21 do IR~ , e faz
um relato da prisão de seu irmão e da tentativa que .fez da
para alertar o Comandante da Unidade, que se encontrava de
férias, Cel Ariosvaldo, bem como o Tenente Médico ltrico ,
sobre o espancamento dos presos que estariam ocorrendo na
Unieade;
6a)- fls. 843 - So!dado Aparecido Die~ Machado, esteve preso no
' n.rquivott de 7 a 13 Jan 1971, confirma o depoimento prestl!
do no I IM às .fls. 77, .faz um r ela. to dos espancamentos a I I V
que assistiu, e dá o nome algoses; é um relato que ajuda a
entender o resultado das 4 (quatro) mortes e dos 11 .feri-/
dos resultantes da atuação da nEq_uipeu do Cap :t\TIEBUS, se-/
cundado pele Ten HIRJ...NDA, no nArquivo"; escla.rece ainda a
testemunr~a te r sido o Soldado Geomar muito espancado na I
parte da manhã do dia 12 de janeiro; e mais, (iue na ausên-
..
ci& dos Ofici~is o Cabo FREITAS não batia e tratava bem os
presos;
7.ª)- .fls. 847 -Soldado José GetÚlio novo Pauferro, confirma d~
poimento do IFH às .fls. 110; dá o nome dos espancadores do
Mod. 258
JUSTIÇA MILITAR
1.• CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA MILITAR
2.• AUDITO.RIA DO EXÉRCITO
-* 4 *-
fal.ecido Sd Geomar e de outros Soldados ; esclarece ainda
que após os interrogatórios no nArquivo" retornava ao xa
drez do Corpo da Guarda, destinado aos presos à diSposi~
ção do S/2;
8a)- fls. 849 - 1~
Sgt Coriolano José Monteiro, Encazregado d
Carpintaria do Batalhão, fez duas palmatórias a pedido d
Capitão NIEBUS, uma delas com modelo fornecido pelo pro-t
prio Oficial.
A segyir f~uvidas as testemunl~s referidas:

I
?

la)- fls. 925 - Ten Cel GlécioL~réy Nunes, informou que na o


casião dos fatos descritos na
Denúncia encontrava-se de fe
rias;
2~ )- fls. 927 - Hajor SilVio Câmara Barra, não deu ordem para
confecção das palmatórias, e tinha conhecimento de
dem do Cel ,P~iosvaldo para tratar bem aos presos.
(Fim do 2u Voltune - fls. 940.)
{352 Volt:me - fls. 979)
3a)- fls. 979 - Cel Ariosvaldo Tavares Gomes da Silva, encontr
va-se de rérias ao tempo dos fatos narrados na Denúncia, I
esta~do no Comando o seu substituto Ten Cel GLbDSTOt~; a-
firma não ter dado nenhuma ordem especÍfica para insta.ura
ção de uma Sindicancia com relação ao problema de maconha
na Unidade antes de entrar em férias, que só posteriormen
te, em Visita ao Quartel, veio a tomar conhecimento de que
existiam averiguações sobre o problema; faz um relato so-
bre a prisão do civil ncaparran na Unidade, do atendimento
da i.rmã do Soldado Geomar, cujo depoimento, em Juizo, com
relação à sua pessoa, confirma.
Sobre os depoimentos prestados no Inquérito, co
relação ass espancamentos ocorriãos no 11 Arquivon do 1º BIB, po
derão ser consultados os dos Soldados:
Hélio Botelho - fls. 44o, que desertou da Unidade fugindo do I
"Arquivo" na n~ite de 31/12/71, apÓs ter si.do espancado pela I
"Equipe" do Cap "N.IE.BUS ;
Célio Ferreira - fls. 104, preso no dia 28/12/71, foi espancado
e assistiu a agressão ao Soldado Geomar e a vários outros;
José Rodrigues Alves -- fls. 116, preso no dia 30/12/71, espane
..
do pela "Zquipen com instrwnentos vários de t orture..;
Luiz Gonzaga Ferreira - fls. llL, preso no dia 31/12/71, espan
cado pela "Equipen; assistiu a agressão de que .foi vítima o So
od. 258 dado Geomar ;
JUSTIÇA MILITAR
1. • CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA MILITAR
2 ." AUDITORIA DO EXÉRCITO

-* 5 *-
Nilson Senhorio Horcato - ~1s. 108, preso em 28/12/71, espanc,ã
do pela nEquipett; assistiu a agressão de que foram vítimas os
Soldados GetÚlio, Gonzaga e Ferreira;
Peri Silvares Henrique - ~ls. 112, preso em 30/12/71, espancad
pela "Equit:e''; assistiu a agressão de que foi vÍtima o Soldado
Geomar;
Sergio Amorim Vieira - flso 102, preso em 30/12/71, assistiu o
espancamento de Geomar e também ~oi agredido pela "Equipe";
Valter Soares Matos - fls. 100, preso no fatÍdico dia 12 de j~
neiro de 1972, assistiu o Cabo CRUZ aplicar choques elétricos
no falecido Soldado Vicente.
Às fls o 285 os Solc.ados Cornélio e Luiz relatam
como, por ordem do Ten MIP~~DA, se desfizeram de uma bolsa e de
um vaco de roupas pertencentes ao Soldado Vicente, e que estvam
man~h.adas de sangue •

. O documento de fls. 288 nos dá noticia de uma I


tentativa de apreensão dos objetos lançados no Rio Paraíba pe-
los Soldados acima referidos.
A seguir, foram ouvidas as testemunhas de de~es

dos acusados:
- Ten MIRANDA: la)- Fls. 1015, 1~ Ten Médico trico Augusto Lo-
pes, procurou explicar as razões do não atendimento aos I
Soldados presos no uArquivo 1' , antes da data de 13 de ja
neiro de 1972, quando ~aleceu o Soldado Geomar;
2a)- fls. 1018, civil Luiz Alberto de AraÚjo, ex-Soldado
do 1~ BIB, depõe sobre o encontro ocorrido entre o Ten //
Cel GLADSTONE, Cap NIEBUS, Ten MIFUU1DA e o depoente, ten
do sido posteriormente procurado pelo Ten· Cel GLADSTOrm
"'
em sua residencia.
- Sgt R~NS e Cb FREITAS:flso 1019, ex-Soldado Valter Soares
de Hatos, estava preso no nArquivor' no dia 12 Jan 72; re
lata os espancamentos que assistiu e que sofreu da ttEqui
pe", com exceção do Sgt RUBENS e do Cabo FREITAS, aos ///
quais considera como seus salvadores;
- Ten Cel GLADSTONE:- ~ls. 1029, Ten Cel Mário Orlando Ribeiro
Sampaio, Encarregado do IR-i, declarou que os indiciados
no Inquérito prestaram declarações livres e espontâneas;
2a)- fls. 1031, 2~ Ten Geraldo de Paiva Arantes, presta
informações sobre a personalidade de seu ex-comandante co
mo cidadão e militar;
M od, 258 3~)- fls. 1034, Cel Rubens Moura Jardim~
JUST I ÇA MILITAR
1.• CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA MILITAR
2 ." AUDITORIA DO EXÉRCITO
-* 6 * -
6or~ecimento dos fatos narrados na Denúncia por ser o /1
Chefe do Estado Maior do Comando que determinou a abertg
ra do I.P.M.;
- Sgt ETE1 e Cabo CRUZ:- fls. 1047, Capitão Álvaro Vitorino de
Pontes, depõe sobre a boa conduta militar de seus ex-co-
mandados. Por ocasião dos fatos narrados na Denúncia, en
centrava-se afastado da Unidade.
2a)- fls. 1049, Sub-~enente Zacarias dos Santos Carvalh~
depõe sobre seus ex-subordinados na 2a Cia do 1~ BIB;
- Sgt SIDENI GUEDES:- le)- fls. 1050, 1~ Sgt Geraldo·José Pe-/
reira, foi quem indicou ao Cap NIEBUS o Sargento GUEDES
para trêbalhar na 2a Seção do lQ BIB, por ser este um e-
lemento excepcional. ~ue soube pelo próprio Sgt GUEDES
que fora designado para funções externas;
~ 2a)- fls. 1052, 22 Sgt Menulfo Nery Bezerra, afirma ter
assistido" o Cap NIEBUS chamar a atenção do Sgt GUEDES, I
porque este abominava violência. ~ue não esteve presente
a qualquer dos fatos narrados na Denúncia;
3a)- fls. 1053, Cabo Alvaro Miranda da Silva, era o m0tQ
rista da Viat~ra que ficava à disposição do Sgt GUEDES ,
para o serviço externo;
- Cap DAlGIO MIRMf-DA NIEBUS:- la)- fls. 1069, Oriel Pereire Vã
lado, civil, Funcionário Municipal, disse que no dia 13
de janeiro de 1972, na Av. Churchill, encontrou o acusa-
do, que estava acompanhado da esposa e lhe disse que es-
tava com pressa pois iria ao escritÓrio de um Advogado I
se encontrar com o Ten Cel GLADSTONE. ~ue o acusado disse
que iria ttaqui, a um escritÓrio de advogadot', não menci.Q.
nando o local, porem o depoente se encontrava conversan-
do com o Capitão na Av. Churc:b.ill ;
2a)- fls. 1071, Cabo Cezar Luiz P. da Fonseca, era o en-
fermeiro, e faz um énteressante relato sobre o que viu I
no 11J:.rquivo" no dia 12/0l/72, e o atendimento que presto
aos presos Geomar, Vicente, Monção e Vanderlei, e o esta-
do f!sico deplorável em que se encontravam, e ainda à in
cisiva negativa do Cap NIEBUS em chamar o Médico da Uni-
dade; ..
3ª)- fls. 1073, Cabo Messias Campos Suhett, disse que ~
sistiu a morte de Geomar no u Arquivot1 ; informa sobre a I
negativa do Dr. !!rico, Hédico da Unidade, em comparecer
ao u Arquivo •; que sabe que o referido Oficial só co:m.par~
od. l58
JUSTIÇA MILITAR
1.• CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA MILITAR
2 .• AUDITORIA 00 EXÉRCITO

- * 7 *
compareceu ao 11
.Arquivon após a morte do Sd Geomar .
ApÓs a inquirição da Última testemunha de defe-
sa, houve por bem o Conselho programar uma vi s i ta informai ao
1 ::2 BIB, acompanhado do ~linistério P&blico e de todos os def'en-
sores dos acusados, especialmente confidados pe~a esse rim, a
qual realizou-se no dia 10 de julho de 1972, tendo ir~cio na I
parte da manhã - 10:00 horaso Os visitantes f oram recebidos p~
lo atual Cmt. da Unidade, Ten Cel João Cassio Martins de Souza
Santos e sua Ofi cialidade, com os quais percorreram, minucios~
mente, t odas as dependências da Unidade, especi almente o uArqu
vo", onde eram interrogados os presos do Sl2 , o xadrez do Corp
da Guarda, a Enfermaria da Unidade e as dependências do Coman-
do . Aqui :fica registrado ~s agradecimentos , não apenas do Conse
lho, como dos Sr s . Advogados e do Ministério PÚblico, pela ma-
nei~a cavalhei resca com que :foram recepcionados na Unidade pelo

seu atual Jomandante.


Gomo se verifica da A~ a de fls. 1075 , o Consol~o
deferi~ o requerimento da ~efesa do Cap NIEBUS, para que este

fosse submetido a exeme de Sanidade l'lental.


Com a Juntada de v~rios documentos, pela def~sa
do Ten Cel GLADSTONE - fls. 107711152, e ainda de requerimento
da defesa do Cap NIEBUS, com Juntada de documentos, encerra-se
o 3Sl Vol:me.

~~ Volucc - fls. 118~)


Juntada da Fá-de-Of.Í cio do ~en Cel GLADS~ ONE e
:Individual Dactiloscópica - fls. 1182/ 1326, e ainda fls. 1332/
1333, síntese da referida Fé-de-OfÍ cio.
Alterações e antecedentes dos demais acusados,
militares e c i vis, ~ap NIE3US - fls . 743; Ten lU~k'IDA - fls . I
773; Sgt ETEL -fls. 791; Sgt RL'lENS -fls . 800; Sgt SIJENI
fls. 807; Cabo CRUZ -fls. 828; Cabo FREITAS - fl s. 832 ; Civis
IRANIDZS -fls. 888, 1013; NELSON RIBSI~O -fls. 1044 e 858 . Ay
tos de Necrópsia e Corpo de nelito procedidos nas vítimas:
Sd Roberto Vicente da Silva, Corpor de Delito - fls. 162 e Ne-
crópsia - fls. 424; Sd Geomar Ribeiro da Silva, Necrópsia - fls
41, Certidão de Óbito -fls . 42; Sd Juar~z Mon~ão Virote, encon
tro do cadáver -fls. 354, Jecrópsia -fls. 355; Sd Yanderlei I
de.Oliveira, localização da ossada desproVida do crânio- fls.
334, localização do crânio - fls. 339.
Mod. 258
JUSTIÇA MILITAR
1.• CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA MILITAR
2 .• AUDITORIA DO EXÉRCITO
* 8 :t:
Autos de Corpo de Delito para const~tação das
lesões corporai~ de que foram vítimas os Sds: 3valdo ~uiz_de I
Lima -fls. 246; Luiz Gonzaga Pereira - flso 247; Nelson SenhQ
rio M~cato - fls. 248; Valter Soares de 1·1atos - flso 249; Jo-
sé GetÚlio Novo Pauferro -fls. 250; Sergio Amoritn Vieira - fls
251; José Rodrigues Alves -fls. 252; Celio Ferreira - flso nQ
253; Feri Silvares Henriques - fls. 254; Aparecido Dias Macha-
1o - fls. 255 e Hélio Botelho Luiz - fls. 54Bo
Auto de Aval•ação dos danos causados ao tt Arqui-
vo:• - fls. 738.
Aberto vista às partes, na forma do disposto no
Art. 427 do CP~~, nada foi requerido, sendo a seguir, por Desp
cho de fls. 1344v, aberto vista dos autos para a apresentação
1as respectivas alegações finais das partes.
f
d::.gno representante do M.P.l-1. apresentou 'as I
O
fls. 134611441 suas alegações escritas, onde transcreve e ana i
sa toda a prova testenunhal colhida no Sumánio, e conclui com
o ped~do de condenação de todos os acusados, de acordo com a I
den~~cia e seu Aditamento, e com as agravantes que menciona às
fls. 141-U.
A seguir, a defesa dos acusados: Cabo FREITAS -
fls • 1451-1.; civil NELSON RIBEIRO DE f.iOURA - fls. 1455; Ten Gel
GLADSTONE - fls • ll~561 civil I~Al'HDES FERREIRA - fls • 1459; re
servar~-se, para com maior amplitude, demonstrarem a inocênci
de seus àefendentes em planário, por ocasião da Sessão do Jul
mento. As fls. 1457, constam as Alegações finais da defesa do
Ten lll&UfDA, que considera não provada a dená~cia e seu ad~ta-/
manto ao térnti.:~o da instrução criminal, esperando a àJsolvição
de seu defendente ou a desclassifictção do delito que lhe foi I
inputado. Às fls. 1460, constam as Alegações Fi~ais apresenta-
das pelo ilustre Dr. Advogado-de-OfÍcio em favor dos acusados I
Sgts ETZL, SIDENI GUEDES e Cabo CRU~, onde se afirma que os acu
sados reconhecem que espanca~am alguns Soldados, sem, contudo ,
terem lhes causado a morte, e assim procederem em c~~primento
de ordens dadas pelo Cap 1U3BUS, seu superior hierári)I::.C"o e S/2
da Unidade; e que o mais será dito em planario, por ocasião do
JU:gamento. Às fls. 1463, Alegações F~~ais do Sgt RUBENS, onde 4

a defesa alega que o acusado c~pria ordens de seus superiores_


hierárqui~os, contra as 'uais não podia se rebelar; prossegue
o 2-lil.stre defensor na análise da denúnci3. oferecida pelo ~1inls
od. 258
tério PÚblico para considerá-la imperfeita, com Vicios de form
JUSTIÇA MILITAR
1." CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA MILITAR
2 .• AUDITORIA DO EXÉRCITO

-*9*-
carece de materialidade do delito, elementos indispensáveis //
que a completam e lhe dá definição legal, e quanto ao mérit~,
pede a absolvição de seu defendente, como medida de Justiçao .
Em requerima~to de flso 1466, a defesa do Cap.
NIEBUS requer a apresentação de suas alegações finais, bem com
as do Ministério PÚblico, sômente após o conhecimento do resul.
tado do :Sxame de Sanidade Hental a que está sendo submetido o
seu defendante no H~x, por dete~ação do :onsalhoo Ouvido o
M.?., às fls. 1469 este se m~~ifesta pelo indeferimento do pe-
dido, porem por Despacho devidamente fundamentado de flso 1471,
o Dr. Auditor deferiu em parte o requerimento da defesa do Cap
NIEBUS, ficando os autos em Cartório aguardando o resultado do
Exame de Sanidade Mental do acusadoo
Às fls. 1477 consta o Au~o de incidente de Exa-
me ~e Sanidade Mental a que foi submetido o acusado Cap Nl3Bus,
o Exame propriamente dito consta às fls. 1495, o Diagnóstico e
Parecer às fls. 1501, e a resposta aos quesitos formulados pel
defesa, às fls. 1502. Com relação ao resultado do referido exa
me de Sanidade Mental, tanto o Ministério Pttblico, fls. 1513,
como a defesa do acusado, Certidão de flso 1513v, cientes, nad
reque!"er3:!1.
Aberto vista dos autos, à defesa do acusado Cap
NIEBUS, para apresentação de Alegações Finais, esta apresentou
as razões escritas de fls. 1515/1522, onde faz uma análise dos
fatos delituosos descritos na Denúncia, para concluir pela res
ponsabilidade de todos os Oficiais e praças da Unidade que de-
les tiru1am conhecimento. Que o seu defendente estava cumprindo
ordens superiores em uma verdadeira nguerra santa11 , em defesa
das instituições, não lhe cabendo a responsabilidade única de
tais fatos, nem admite a autoria dos homicídios ocorridos, nem
que sabe se dolosa ou culposamente ou por meros acidentes, em
uma ação imprevisÍvel. Pede absolviçãoo
Como consta de Ata de fls. 1528, o Conselho reu-
niu-se para tomar conl1ecimento do Laudo de ]lxame de Saniiade //
Hental do acusado, Cap Nl~<~.rms, ocasião em que também estudaram
as alegações finais constantes dos autos, fiãando-se a data do
Julgamento do feito para o dia 10 de j~~eiro de 1973, cientes
as partes.
Como se verifica do Despacho aposto no requeri-/
mento de fls. 1548, a Sessão de Julgamento foi, a pedido da de-
fesa do acusado Cabo FREITAS, adiada para o dia 17 de janeiro
od 258 do corrente ano.
J USTIÇA MILITAR
1.• CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA MILITAR
2. • AUDITORIA DO EXÉRCITO
- * 10 * -
Às fls. 1559 consta o requerimento da defesa do
acusado Cap ~CEBUS, requerendo que, ouvido o Ministério PÚbli-
co e os demais defensores, o Julgamento seja feito em segredo
de justiça, pelos motivos que passa a esclarecer. O H.P. ouvid
sobre o requer~ento da defesa - fls. 1561, não se apos à pre-
tensao da defesa, ficando a decisão a ser proferida pelo Cons~
lho na própria Sessão de Julga~ento já designada, de acordo co
o Despacho de fls. 1559.
Fim do 4º Volumeo

(5º Volume - fls. 1565)


O 5Q volume inicia-se com a Sessão de Julgamento
realizada na data previamente designada de 17 de janeiro de //
1973 (Ata de fls. 1567).
~berta a Sessão pÚblica de julgamento pelo Sr.
Pre~idente, requereu o ilustre Advogado do Cap ~IEBUS que o seu
ped~do de sessão secreta para o julgamento fosse apreciado em
sigilo, com o que concordou o Ministério ~blico. Posto em vota
ção o referido requerimento, foi o mesmo deferido pelo Conselho
venc~do o Dr. Auditor, que se manifestou pelo seu indeferimento
por falta de amparo legal.
Como consta detalhadamente da Ata de fls.. 1567 ,
o requerimento foi apreciado em sigilo, tendo sido endossado o
pedido pela unanimidade dos Srs. defensores, que o ratificaran,
e submetida a materia ao Conselho, o Sr. Dr. Auditor proferiu o
seu voto vencido transcrito integra~ente na Ata dos trabalhos,
fls. 1568, a favor do j~gamento em sessão pÚblica, sendo que I
da referida acentada tambe~ consta a tra~scrição do voto vence-
dor dos Srs. Juizes Hilitares, deferindo o requerimento da def~
sa dos acusados, passando a Sessão de Julgamento a transcorrer
em segredo de justiça.
ApÓs a leitura da denúncia e seu aditamento e
das demais peças de leitura obrigatória do autos, estipuladas
na lei processual militar, foi dada a palavra ao Hinistériq PÚ-
4
I blico, que procedeu a um amplo estudo da prova colhida na ins-/
trução criminal,ppra no final terminar por pedir a condenação
de todos os acusados na forma requerida em suas alegações fina· :
de fls. 1346/1441. 4

A seguir, os ilustres advogados dos acusados, da '


mesma forma que o M.P. já o fizera, dispuzeram do prazo de tres
horas para a apresentação de suas respeitaveis teses de defesa,
na seguinte ordem:
od. 258
JUSTIÇA MILITAR
1.• CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA MILITAR
2. • AUDITORIA DO EXÉRCITO

* ll *
- A defesa do acusado Ten Cel G~~S~ONE, representada
vogados Newton Lobo de Carvalho e Luiz Carlos Correa de Mirfuld
que sustentaram a improcedência da denúncia e consequente
vição do acusado.
- A seguir, com a palavra a defesa do acusado Cap NI8BUS,
mou "estes homens foram treinados para a guerra, não são homens
comuns, são especia:izados para enfrentar a Guerra Revolucioná
ria, existente como atesta o Dec-Lei 898/69u, e passou a desen
volver suas alegações escritas de fls. 1515122, concluindo pel
responsabili1ade do ex-Comandante do 12 BIB, Cel Ariosvaldo,
do então Comandante substituto, Ten Cel GLADSTONE, que
cientes do que ocorria na Unidade, e enfatisou '1 ou são todos I
responsáveis ou ninguem é responsával 11 , e termina pelo pedido
de absolvição dos acusados ou a condenação a penas justas.
- Com a palavra o patrono do acusado Ten ~U~~DA, o Advogado Be
larmino de Miranda Filho afirmou ser em parte verdadeira a de-
núncia, porem que houve exagero no I~1, co~o se infere dos de-
poimentos das prÓpri.s.s vÍti!!!as que conseguiram sobreviver, e I
prossegu:.u a defesa, afirmando que o Ten Hii :.imA obedecia ordem
de seu superior hi~rárquico, o Cap NIE3US, um homem desprepara
co para a função, e prossegu~.u o ilustre advogado desenvolvendo
suas alegações escritas de fls. 1457, para terminar com o pedi
do de Justiça.
- ~ seguir, ocupou a tribuna o digno Dr. Advogado-de-OfÍcio, de (
fensor dos Sargentos ETEL, GUEDES e Cabo CRUZ, que afirmou te-
rem estes graduados cumprido ordens diretas do S/2, contra as
quais não teriam coragem de representar por ser este seu supe-
ricr hierárquico e S/2 da Cnieade, e que estavam sob coação ir
rcsistível e completamente isentos de culpabilidade, terminando
por pedir a absolvição do Sgt GUCDES e Justiça para o Sgt ETEL
e Cabo CRUZ.
- . .n. seguir, com a palavra o il1;.stre Dro l:ario Mattos, de:'ensor
do acusado Sgt RUBENS, alegou ter este agido sob coação irresi
tível do Cap NIEBUS e todo o Comando do lQ BIB, e apÓs desenvo ..
ver suas alegações escritas de flso 1463, conclui po~ pedir Jus
ti~a para o seu àefendente.

- A seguir, assumiu a tribuna de defesa, pelo Cabo FREIT~s, o



ilustre .;.dvogado }.~ário de Figueiredo, dizendo-se impressionado
com o saldo do proces~o, quatro mortos e onze fer~dos, sendo I
~ue com respeito à p~ova dos autos a responsabilidade a ser ~
putada ao seu defeP-dente diz respeito tão somente a lesões le-
ves. Afirma q.i.nda o digno advogado que não se poderl fals.r em
od. 258
JUSTIÇA MILITAR
1.• CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA MILITAR
2." AUDITORIA DO EXÉRCITO
- * 12 * -
em homicidio doloso e sin em dolo preterintencional, porem,
existindo esta figura no CH-1, resolveu-se o M.P. pelo homicidi
doloso, o que não cabia. Afirmou que os acusados e especialmen
te o Cabo FREITAS viviam num cl~a de pavor, obrigados a cum-1
prir as ordens do Cap NI~BUS, se~ dÚvida um doente Mental, e a
presentou ao Conselho a solução JurÍêica_a ser empregada no ca
so, expressa no Art. 38, letra a, do CR-1, e mais, que o Cabo I
FREITAS, na ausência de NIEBUS, procurava minorar o sofrimento
dos presos, levando-lhes café e jornais para forrar o chão da
prisão, e conclue sua defesa pedindo que se separasse o joio do
trigo, na hora do veredito.
- B. seguir, pela defesa do acusado civil NELSON RIBEIRO DE HOU

RA, ocuparaô a tribuna sucessivamente os advogados Drs. José P


checo de Ar&Újo e Ne1~on Lobo de Carvalho, que alegarrun a impr
prieàade da tipicidade do crime atribuído ao seu constituinte
na denúncia, e inexistente no C6digo Penal 11ilitar, acrescentEn
do ainda que a analogia é vedada pela propria Exposição de Moti
vos do CP.K. Pede absolvição.
- Com a palavra o Dr. Fuad vlardini, defensor do acusado civil I
Iranides · Ferreira, afirmou ter seu defendente c~~prido ordens
sob o império de coação moral e fÍsica irresistíveis, e conclue
por pedir a absolVição de seu constituinte.
Com a palavre. o digno representante do Ministé-1
rio PÚblico replicou, procurando demonstrar a improcedência das
principais teses juridicas apresentadas pelos Srs. Advogados, e
terminando pelo pedido de condenação dos acusados na forma de I
suas alegações escritas.
A seguir, ocuparam a tribuna de defesa, para a I
tréplica, sucessivamente todos os ilustres advogados , salientan
do .a defesa de duas teses principais, a primeira quanto à nece
sidade da desclassificaç~o do delito de ho~icidio, de doloso pa
ra culposo, já que este jamais foi querido pu pretendido por 11
~
qualquer dos acusados em razão das agressões, e a segunda tese,
quanto à impropriedade de ser capitulada a ação imputada aos //
acusados Ten Cel GLADSTONE, Cap NIE.HGS, Ten HIRA...iiiDA, 3-º Sgt I
ETEL, Sgt RUBENS, Cabo CRUZ e vivis NELSON e IRaNIDES, no Art.
352 do CFH, pela impossibilidade de se equiparar cadaver a "Ob-
jeto de valor probanten, inexistindo assim qualquer previsibili
dade de enquadramento dos acusados, par& fins de punir a ação I
delituosa a eles L~putada na lei penal militar, que é omissa, o
~ue não ocorre no CÓdigo Penal Comum, em que o crime é previsto
od . 2 58
JUSTIÇA MILITAR
1. • CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA MILITAR
2 ." AUDITORIA DO EXÉRCITO
-* 13 *-
previsto no capÍtulo de desrespeito aos mortos.
Destacou-se também, natréplica, o pedido formu-
lado pela d~fesa do Ten Cel GLADSTO~~, para a desclassificação
do delito a ele imputado na denúncia - Art. 352, para o Art.
322 do CFl·!, em razão de ter sido um sentimento de piedade que
lhe despertare a situação desesperadora em que se encontrava o
Cap NIEBUS, um Oficial, seu subordinado direto, e ainda desta-
ca-se destatréplica a afirmação do Advogado ~r. Ne1~~on Lobo de
Carvalho da existência no Exército de uma '~·fassonaria de Coro-
néisn, à qual pertenceria o acusado, com influência nos desti-
nos desta Instituição, o que foi de imediato e veementemente I
contestado e repelido pelo Sro Presidente do Conselho, e secun
dado por todos os seus membros, por ser tal acertiva, além· je
completamente inverÍdica, ofensiva, tendo o Advogado, Dr. New-
ton Lobo, se desculpado perante o Conselho, explicando que es-
ta não era sua intenção e sim de at:irmar da eXistãncia de uma
solidariedade latente entre os Coronéis na posição de Com~~~
tes de Unidade, como o acusado, L~cidente este que por determ~
naÇão do nr. Auditor, foi tr~scrito na Ata dos Trabalhos.
Concluída a tréplica, passou o Conselho a se re
nir em Sessão Secreta, tendo o ~r. Auditor prestado todos os e
clarecimentos de ordem jurÍdica, solicitados pelos Srs. Juizes
Militares.
É O RELATÓRIO.
ISTO POSTO,
VERIFICA-se i
~ue, como consta do bem elaborado Relatório do Inquérito Poli-
cial ~ilitar, em decorrência do problema do uso de maconha no
interior do Quartel do lQ BIB, foi determinado verbalmente, p~
lo Comandante desta Unidade ao seu S/2, Cap IlÁLGIO EIR.M-.'DA NI~
BUS, que procedesse a uma sindicância para identificação
fican~s e viciados.

~ue a ordem verbal para a reãlização desta sindicância foi da-


da ao S/2 do 1~ BIB pelo acusado Ten Cel GIJ~STO~~, então no
exercício de Conando da Unidade durante as férias regulamenta-
res do Comandante efetivo, Cel Ariosvaldo Tavares Gomes da Si~
va, como se depreende da leitura de seu depo~~evto de fls. nQ 4

979V (III Volume) 11 que antes de o depoente entrar er:t férias no


dia 13, não deu nenhuma ordem especÍfica para instauração de I
uma sindic~~cia com relação ao problema de maconha, na Unidade,
que o depoente tomou conheci~ento da existência de averiguações
od. 258
JUSTIÇA MILITAR
1.• CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA MILITAR
2." AUDITO~\A DO EXÉRCITO
- * l4 * -
co~ relação ao problema de maconha, no Quartel, durante as //
suas férias, quando compareceu ao Q.uartel algumas vezes"o
~ue, para a efetivação desta sindicância, constituiu o S/2, o
Cap )JIEBUS, uma 11Equipe" , composta pelos acusados: 2.2 Ten R/.2
PaULO lET-..l ..tD 1-UR.-...1\TDa DA SIL\'"A, 3 Q Sgt IYAN m1, DE OLIVZIRA , -
3-'! Sgt RU"EENS MARTINS DE SOU:.a, 3.2 Sgt SIDENI Gtn:DES, Cabo JO-
~j AUGUS':'O ~ e Cabo CELSO GO!-:ES DE FRS:iT."l.S FII.EO o

~ue o Ten }CRANDA contou, no dia 13 Jan 72, com o aaxilio, efi
caz, consciente e confesso, dos acusados civis, funcionários I
do Departamento de Policia EstadÚal do Estado do Rio de Janei-
ro, para a tentativa de cremação do corpo do ir~eliz Soldado I
do :i.º BIB Juarez Honção Virote, espancado até a morte, pela I
11
Equipe 11 , no dia anterior (12...01-72) no interior do "b.rquivo",
local para onde eram levados os presos a disposição do S/2, a
finl de serem interrogados, sob torturas, na chamada sindicânci
da maconha.
Que as prisões no 11 ./l...rquivo' tiveram inicio após a prisão do tr
fica."!te, civil ·'Capa.rra' , irmão do Soldado Hélio Botelho, no
mes de dezembro de 1972, na a Unidade a pedido do ExmQ. Sr.
Juiz de Direito local, coQo esclarece o Cel Ariosvaldo em seu
depoimento de fls. 979V·
Que no dia 26 de dezembro de 1971 foi preso no "Arquivou, sendo
posteriorrc.ente interrogado e espallllado pela ri"Equipe 11 do Cap NIE
BUS, o Soldado Helio Botelho, irmão do ciVil n·caparra'• •

~ue a prisão do Sd Eotelho ocasionou uma febril atividade da I


1
:Dquipeu do S/2 no 11 .tl.l"C.uivo", com a prisão sucessiva de jovens
Soldados do lQ 3IB que, interrogados sob as ~ais variadas tort·
r as e espancamentos, além de "confessaremt•, indicavam outros vi
ciados e trafic~~tes, no anseio de se livrarem ou contentarem
seus algoses.
Que, assim, por ordem do S/2, Cap NIEBUS, foram presos irregu-
larmente, sem que suas prisões constassem de Boletim da Unida-
de, os seguintes Soldados no mes de Dezembro de 1971: dia 26
Botelho; dia 28 Senborlilho, Getulio e Ferreira; dia 30 Alves,
Per! e Á~orim; d~a 31 Jonz~ga e Geoma= Ribeiro da Silva que per
maneceu _yreso no •tArqu:.vo··, sofrendo espanca11entos, até a data 4

de sua mort-a - dia 13/01/72 -, ocorrida em ra3ão das lesões re- ·'.,
cgbidas. .. .
~ue no d:.a 31 de dezembr~ de 1971, o Soldado Helio Botel~o, pre
d. 258
JUSTIÇA MILITAR
1.• CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA MILITAR
2.• AUOITOBIA DO EXÉRCITO
- * ~5 * -
11
preso no ·• .A.r~uivo iesde o dia 26, conseguiu fugir, fato este
· · .... ·
que u1sp~.ou, d 4~as ~ros,
" ' a 7t"""'~qu~pe
• • ' com co~sen t ~men
~... , Ja · t o do I
primeiro denunciado, Ten Cel GLADSTOI\lE, a simular a fuga e con.
seQ.uents deserção dos Soldados Xonção e Vanderlei, mortos por
espancamentos no dia 12 de ja."leiro de 1972, no ·•.Arquivo".
~ue no mes de ja."lciro de 1972 as prisões continuaram: dia 6 E-
valdo; dia 7 .t>.parecido, d:!.a 11 Soldados Vand~rlei de Oli v.eira,
Juar,ez l~oncão Virote e Roberto Vicente da Sil"'{ª' os tres Últi
mos bàrbaranente es:Jancados pela "Equipen no dia 12, Vindo a I
fa~ecer no mesmo dia -\ra.nderlei e Honção, tendo Vicenta morrido
no d~a 24 já no HCEx, onde baixara no dia 14, apesar de todos
os esforços desprendidos pela equipe médica daquele noso.::ômio,
em razão dos ferimentos recebidos. ~o dia 12 foi preso, no ''A!:
quivon, o Último Soldado vÍtima da 11Squipe11 , Soares, que pre-/
seng1ou parte dos espanca~entos de seus ca~aradaso
"tue o depo:.tnento de todos os Soldados, que vivos sairam do •• il3.
quiYo 11 , inclusive Helio Botel~o que espontmeam.ente se apresen.
tou ao Cel Sampaio, ~~carregado do IR1, estão relacionados no
11
relatÓrio" dest7. Sentença, e suas declarações, quer no IfM ou
em Juizo, encontram respaldo nos autos de corpo de delito a qu
fora~ submetidos, e aL~da no Auto de ~ecróps~a de seus camara-
das mortos e mesmo na confissão de seus algoses da ':quipe• do
3/2 ]'H~Bus, quer em. Juizo como no IPH.
"(,ue dura'l1.te o curto per~odo de 19 dias, decorrido entre a pri-
são no d~~ 26 de dezembro de 1971 do so:dado Bot9L~o, até a Úl
tima prisão efetuada no dia 12, do Soldado Soares, a "Bqu:.::;lett
do Cap NIEBUS, secundado pelo Ten .UR~IDA e seus Graduados, e~
pancaram e tortur~ram até a morte 4 (quatro) jovens soldados e
produzir~, dolosa~ente, us~do os mes~os, métodos cruéis, le-
sões graves a mais outros 11 (onze) Soldados.
,ue, qu~~to à materialidade dmhomicidios dolosos e qualifica-
do.:., imputados à ''~quipe t,
pelas mortes cr'.léis infringidas .aos
4 Soldados Honção, Vanderlei, Geomar e Vicente, estão devidamente
co~provadas nos autos pelos documentos de fls. 162, 424, 4:, I
42, 354, 355, 334, 339 e ai3da indiretamente pela confissão dos
prÓprios acusados em Juizo:
- fls. 613 ~ap NIEBUS, referindo-se aos cadáveres de Hon- 4

ção e Vand~riei, que recebeu orie~s do Ten Cel GLADSTO!re para


decapitar os dois So!dados, visando a não identificação dos cor
:pos e deixar os caiáveres em lugar d.ista..."lte, q_ue a referida o r
dem ro:. dada na pres3nça do Ten 1\aRLYD.n., pelo ':::'en Cel GlADSTOI~
. 258
JUSTIÇA MILITAR
1.• CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA MILITAR
2 .' AUDITORIA DO EXÉRCITO
* 16 * -
e mais -que não mutilou os cadáveres; que segurou a lanterna
para que o Ten HIRANDA mutilasse um cadaver, que o outro foi I
largado posteriormente à beira de uma estrada. 11
) ue ao ser interrogado, às flso 614, o Ten }URI~A confi~a as
declarações do ~ap NI3BUS em Juizo, quanto às ordens recebidas
do Ten Cel GLADSTJNZ, atribuindo porem a mutilação dos cadáve-
res ao prÓprio Cap :iEBUS,
~ue qua...~to
ao Soldado Geotnar, às fls. 711 a testemun..l'1a Sdo 1-:o-
,
vaes descreve o estado f1sico en que este se encontrava no dia
anterior ao seu raleci~ento, quando na parte da manhã do dia I
12/1/72 foi muito espancado pela 'Equipe·t, vindo a falecer na
mão do Cabo Cezar, Enfermeiro - fls. 107lo
Que quanto à materialidade do homi~Ídio doloso e qualificado ,
pra~icado na agressão ao Sd Vicente, os docunentos juntos aos
autos não deixa'11 qualquer dÚvida, porqua..'lto o hÓbi to ocorreu I
na enfe~aria do HCEx, apesar de todos os socorros médicos que
lhe for&~ prestados, após sua baixa em 14/l/72(não comunicada
ao Comando da Brigada no RelatÓrio Especial nQ 2 - fls. 15).
~ue quanto aos bárbaros espa~c~~entos L~ligidos aos quatro //
Soldados que viera...11 a falacer, é de se notar a total e calculã
da insensibilidade de seus frios executores, que interrogados
no IPM ou em Juizo jamais admitem tê-los agredidoo
Que as lesões corporais do+osas e qualificadas, pelos métodos
empregados pela 1•Equipe 11 , L"rlfligidas aos 11 Soldados sobrevive
tas, estão fa:tamJnte comprov~das nos depoimentos prestados no
I~~ e e~ Juizo, pelos Autos de Corpo de Del ito a que f oram sub
metidos e por suas próprias e impressionantes declarações presL
tadas.
Q.ue a i.l'ltensidade dos espanca.'ncntos ocorrijos no "Arquivon pode
ser aquilatada pelo elevado número de vítimas, 11 vivos e 4 mor
tos, tudo dentro do perÍodo escasso de 19 dias, e pela varieàa
de de métodos utilizados pela rtEq_uipen para este fim criminoso,
que variavam desde a utilização de mão enluvads para socar as
vítimas indefesas e alge~adas, ao uso de cano de ferro, ccoque
elétrico, pa~atórias com dimensões de uc tacape indio, supli-
cio das lati~~as, fls., açoites com cinto NA e fios elétricos , ..
e ainda o ~eQuint~ medieval da prensa m&~ual, confessadamente
~ ~ulzo, a~licada nos pés das vítimas, e segundo info~a a
testemun..."l.a ~ vítima, Sd Aparecido às fls o 80, nsendo voz corre
te que compri:::n.iraru a cabeça do Sd Vicente na re!erida prensan,
od. 258
JUSTIÇA MILITAR
1. • CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA MILITAR
2.• AUOITO.B~ DO EXÉRCITO
-: * ~~ * -
agressão esta que encontra, infelizmente, respaldo no Auto de
Corpo de Delito de fls. 162, a que foi submetido Vicente no /1
HCEx, antes de sua morte ocorrida dias apÓs: '•o Exame direto .s.
pont~ ferida de bordas irregulares de quarenta milimotros, em

vias de cicatrização, sobre tumefaçâo localizada na região pa-


rietal esquerda1• .
ue o depo~ento prestado em Ju~zo pela testemunha Sd Apareci-
do, fls. 8~3, é uma monótona repetição dos relatos de todas as
demais vítimas, que passaram pelo rt Arquivo", e recebera'D. da ·~
quipe:• o mesmo trata.lilento nos 11 interrogatórios 1• .
Que os fatos criminosos ocorridos no interior do u .1\.rquivo'', I I
conwtituiram um segredo fieL~ente guardado po~ todos os elemen
,, tos da nEquipe 11 , que assiru, conscientemente se protegiam e aco
bertavam contra a natural curiosidade de todos os demais milit
res, pelas prisães de seus cama:r'adas no 11 Arquivo", e ainda pel
" ' inti~i1ação contra aqueles que lá foram a charnad~ do Cap NI3BU
ou do Ten l·1IRA.."'DA para fazerem cu~ati vos nos ferido-s, ocasião
em que eram a.'D.eaçados e intimidados para que nada dissessem so
bre o que dentro do ·•.trquivon presenciaram - fls. 718, 72lvo
~ue tal fato, as prisões dos Soldados, era pÚblica e notório,
embora o nome dos presos nijo constassem,megularmente, dos Bole
tins da Unidade, em razão de os mesmos serem escoltados do xa-
drez do t;orpo da Guarda até o uArquivo .. , para os interrogató-1
rios, e de lá voltarem, quando existiu volta para alguns, per-
correndo assim um percurso de 400 metros a descoberto, no inte
rior do ~uartel, porem o que entretanto quase todos os co~pone
tes da Unidade descon~ecia~, era o que se passava no interior 1
do 'Arquivo , sendo as exceções o ~omandante em exercício da U
nidade, o acusado r:'en Cel GL L")STO~-JE, posto a par das diligênci
e dos interrogatórios pelo seu S/2 Cap NIEBUS, e o médico da U
nidade Ten ~rico Augusto Lopes, que ciente pelos seus enfermei
ro e padioleiro do que se passava no interior do re.A.rquivou, de
liberada~ente se omitiram do dever que lhes eram imposto, um I

pelas suas indeclin~veis atribuições de Comando, e o outro pel


seu juramento de Oficial Médico, de darem um fim, um basta, aos
crimes praticados no 11 .i.rc:uivou, o que não fizeram, tornando-se
ass~, por omissão, coniventes e portanto dolosos co-autores I
dos seus subordinados membros da nEquipeu do S/2 Cap NIEBUS. "

~ue de acordo com a doutrina unitária adotada no direito penal


brasileiro, com relação a co-autoria, para a responsabilidade
Mod. 258
penal dos agentes, indiferente se torna a maior ou menor contr·
. '

JUSTIÇA MIL I TAR


1.• CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA MILITAR
2. • AUDITOR LA..,. DO EXÉRCITO
- * l~ * -
contribuição de cada um na consu~ação do delito, a não ser par
a gradação da pena imposta, sendo da mesma forma punida a
são consciente dos agentes, que por devar imposto por lei ou r ;
gulamentos, tinham a obrigação de impedir a consumação o~ con-
tinua~ão dos crimes de cuja existência tiveram conhecimentoo

ue neste sentido a Jurisprudência dos TribQ~ais é mansa e pa-


cÍfica:
- Co-autoria- nA natureza do auxilio é indiferente para a o-/
corrência da co-autoria. Segundo a no~a legal, aquêle que de
qualquer modo concorre para o crime, incide nas penas a este I
cominados·' (S.T.H. -Ap. n~ 36.084- Rel. Min Romeiro Neto).
- Co-autoria- Autoria - Equivalência.- "Não se podendo mais I
distinguir entre part~cipação principal e participação acessó-
ria entre autore3 e cúmplices, todo aquele que atua no sen·tido
de ~ealizar o evento criminoso é responsável por ele integral-
men·teo São perfei ta.mente equivalentes todas as condições que I
concorrem para a realização do evento, de modo que cada qual ,
que ten..~a atividade para a produ.~ão do resultado lesivo, res-/
pende solidariament'3 pelo todou. {~rib. de Just. de .H.Gerais -
Rec nQ 2349 - ?.el. Des. Fu~tado de Kendonça - ac. de 416/57, I
in Rev. Forense, Vol. 176, 1958, pág 374).
- Co-autoria - Cmissão - Chefe de policiamento - u~ co -élutor
de crime, ~or omissão, o chefe de polÍci~ento que assiste à â
ção delituosa de seus subordiuados, sem coibi-la como lhe de-/
ve':. (Rev. Forense, Y. 205, p. 349 ).
- Co-autor!a- Onissão.- 'Fica vi~culado ao crime quem, cor~e
cendo seu rlaneda~entv, omite-se em atitude de aquiescência e
encoruja~ento·. (~rit. de Just. de M.Gerais - Rev. na 245í-
Rel. Jes. Pedro Braga. - ac. de 12/2/58, in Rev. forense, vol.
180, 1958, pág. 336).
- Co-autoria - ' O concurso pode ocorrer, en toda e qualquer ~
fração, mesmo quando exigida determir.ada qualidade pessoal, co
mo nos crimes funcionais, respondendo os partícipes que não a
possuem pele tÍtulo do delito". (Manzini, Diritto Fenale,po445)
e ainda como ensinamos mestres, através de Heleno Cláudio Fra-
goso ao comentar a teoria da co-autoria face aos julgados QO 1'
?re~Ório Excelso e Tribunais Superiores, em sua mãgnifica obra
UJurispn..dêncie. Criminal~· - 'rtolumes I e r::, par&grafos 66/69 '
67, 83 - 2ditora Earsoi - 1973)o
~ue do exposto, a con~ribuição ir-dividual dos acusadosp para a
consünação dos crimes ~ualificados de homicídio e lesões corp~
Mod. 2 5 8 rais, que lhes fore~ imputados na den~cia, encontra-se àevidª
JUSTIÇA MILITAR
1.• CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA MILITAR
2. • AUDITORIA DO EXÉRCITO
- * 19 *
dev~damente co~provada nos autos, nos depoimentvs das testemu-
nhas, dec:arações de co -réus e confissões, no IFN e em Juizo ,
como se verifica das situações:
- Cap I:IEEUS:- Homicidio
-Sd Geomar- fls. 713, 721v, 843v (car.o de ferro), 844v, //
"2.017, 1C19-v; no IlN- 91 (cano de ferro), 103, I
1C4, 107, 110, 113, 115;
-Sd Vanderlei- fls.614, 638, 644, 673, 843v e 224(cano de //
ferro);
-Sd Monção- 644, 717, 718v, 180 e 244;
-Sd \Ticente- 645 e 710V;
- Quanto ao crime de lesões corporais: flso 538,
539, 62ov, 638, 672, 843v (cano de ferro), 847 I I
(cano de ferro), 1019; e ~o IH~ flso 85, 90(cano
de ferro), 102, 104, 108, 109, 110, 114 e 116o
- - Honicidio de
~en MI~~:On.:

-Sd Geomar- fls. 712, 717v, 843v; e no IPM 91(cano de ferro)


1C3, 105, 107, 110, 113, 115, 179;
-sd Vanderlei- 611...., 673 e 843v;
-sd Monção- 717, 639v, 643, 180;
- Sd Vicente- 91;
- Lesões Corpor<lis: flso 540, 6Zo, 843v, 8l.J4v/f
(cano de ferro); no I~! 89- 90(cano de ferro),l02,
104, 106, 109, 114;
- 3~ Sgt RUBENS:- Eonicidios
-Sd C--eomar- 619, 6lo, 717v, 843v; no IFN 83, 103, 107, 110,
111, 112, 113, 115 e 179;
-Sd Vanderlei- 673, 719, 843v;
..Sd 1-:or~ ção-
180;
-3d Vicente- ':'oda a "E quipe 11 f l s. 91;
- Lesões Corporais: fls. 613, 620, 717, 719, I
843v, 844v; no IFN 106, 109, 110, llL~, 116, 375;
4
I
- 3.Q Sgt ETEl:- Homicidio
-Sd Geomar- 618, 717, 719, 843v, 1Cl7, 1Cl9; no IR~ 91, 103,
105, 107, 110, 111, 112, 113, 115 e 179;
-Sd Vanderlei- 644, 673 e 843v;
...
-Sd t-fonção- 717, 719, 180;
-Sd Vicente- toda a 11Equi:çe' fls o 91;
- Lesões Corporais: fls. Ó13, 620~, 843v, 844v ,
8/..t-7, 1ClS; e no IH·i 85, 102, 104, 106, 108, 1C9 ,
od. 258 110, 11l e 11~ ;
\

JUSTIÇA MILITAR
1.• CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA MILITAR
2.• AUDITORIA DO EXÉRCITO
- * 20 *
- 3Q Sgt GQEDES:- nomicidio
-Sd Geomra- 638, 83, 105, 110, 113;
-Sd. Vander1ei- 7ode. a t Equ~pa 11 , 614, 673;
-Sd ~onção- 644, 637v, 638;
-Sd Vicente- Toda a rtEquipeu, 91;
- Lesões Corporais: fls. 44o, 441, 540, 541, 89,
104, e estava no uArquivo" na manhã do dia 12/1/72,
fls. 1C21, durante os interrogatórios;
-Cabo CRUZ:- Homicidios
-Sd Geomar- 717, 719, 843v(cano de ferro), 1017, 1019; e no
IRI fls. 83, 9l(cano de ferro), 103, 105, !07, 110,
111, 112, 115;
-Sd v~~der1ei- 637, 638, 843, 673;
-Sd ~ .onção-717, 718, 719, 843v, 180;
-Sd Vicente- Toda a :'Equipeu fls. 91 e lOO(choque);
+ -Lesões Corporais: f1so 613, 620, 638, 717, 718,
843v, 844v, 847, 1019v, 84, 85, 87, 89, 101, 102, //
104, 106, 108, 110, 114, 116 e 168;
-Cabo FREITAS:- Homicidios
-Sd Geomar- fls. 83, 103, 105, 107, 110, 115, 1791
-Sd Vanderlei- 673, 843;
-Sd Monção- 717, 180;
-Sd Vicente- fls. 91, toda a "EquiFe 11 ;
- Lesões Corporais: fls. 90(cano de ferro e afogã
mente), 102, 104, 110, lll, 139, 180, 620, 673, 441,
843.
Que com relação ao Chefe da "Equipen, o S/2 Cap NIEBUS, verif!.
ca-se ter sido o mesmo, a requerimento da defesa, submetido a
um rigoroso e demorado Exame de Sanidade I·: ental e FÍsica, no I
HCEx, cujo ~audo Pericial figura às fls.
~ue após acurados exames concluiram os Srs• Peritos, respondeu
do a quesitos formulados pela defesa, não ser o referido Ofic~
al um doente merta:, possuir• capacidade plena de entender o c~
r&ter ilÍcito dos fatos, e de determinar-se de acordo com seu
entend!mento.
~ue a simples circunstância da personalidade deste Oficial o I
"
iuabi1itQ para a continuação da carreira militar, é evidente,
porem, data vênia, este mesmo motivo eliminaria um motorista n
teste psicotécnico que viesse a ser submetido no DETR~, para
dirigir coletivos, porem aMbos, perante a lei penal, são plena
d . 25 8
JUSTIÇA MILITAR
1. • CIRCUNSCRIÇÃO JUDIC IÁRIA MIL ITAR
2 . • AUDITQJUA 00 EXÉRCITO
- * C:.L * -
plena~ente imputáveis pelas ações delituosas que venham a exe-
cutar, po!s possuem a responsabilidade plena de seus atos.
~ue em tempo hábil, de acordo com a lei processual militaf, 11
não sofreu qualquer impugnação o refe~ido lauco pericial, quer
pela defesa do acusado como pelo M.F., estando o Conselho de I
pleno acordo com a conclusão a que chegaram os srs. Peritos 11
qua..'lto à responsabilidade criminal do acusado Cap !UEBUS.
C.,ue é de se salientar que toda a '~quipe 11 do S/2 Cap NIZBUS, I
encontrava-se presente no "Arc;.uivo" durante os bárbaros espan-
camentos a· que ~or~ submetidos, na parte da manhã e da taràe
\ ~ ·, do dia 12 de d~eiro, os Soldados Honção, Vanderlei, Geomar e
Vicente.
Que os dois prineiros, na noite do mesmo dia 12 já eram cadáv~
res, e Geomar faleceu no dia imed!ato, 13, em consequência dos
es~ancamentos que quase diariamente era submetido, desde a da-
ta de sua prisão em 31 de dezembro de 1971, tendo o Sd Vicente
falecido a 24 dejaneiro de 1972, já no HCEx.
~ue conforme ir~orma em Juizo a testemuvlla Sd. Aparecido, às I
fls. 845v, na parte da manhã do dia 12 de janeiro o Sd Geomar
também foi espancado no "ARquivo", assim, em nada aprove!ta. a
ausência, na parte da tarde, dos graduados Rubens, Guedes e //
Freitas, deste local, pois quando de lá se retiraram ainda es-
tav~ vivos, porem ~uito feridos, os Soldados Monção, Vanderle~
Vicente e Geomar, e nada fizeram para sustar a continuação dos
espancaoentos que IPes ocasionaram a morte.
~ue, como esclarece a mesma testemunha às fls. 845, os espanca
mantos eram praticados na parte da manhã e na parte da ta~de, e
mais, ''que mesmo não tendo Oficial presente os presos eram es-
pancadosu, o que demonstra a ausência de qualquer coação hierár
quica sotre os graduados que tambem agiam espontaneamente, dan
do vasão aos seus instir.tos crininosos em igualdade coo seus s
periores, Cap ~U:Z::BUS ~ e Ten :HIR.ANDA, e a deliberada passividade
dos demais.
~ue os presos no 11 .~qui-vo 11 , embora necessitando de socorros mé-
dicos e de medicamentos, estes lhes er8m negados pelos merrbros
• da "Equipe' , Oficiais e 3-raduados, que assim procuravam manter
ocultos os espancamentos que lá ocorri2.m; ':este-nunha Sdo apare-
cido - fls. 843: 1 que o médico não tinha permissão para ir ao I
u ..~quivo'· ; e ainda no :::R~ , às fls o 79: "Geomar já nw consepia
permanecer de pé, chorando e gemendo durante a noite, e pedlndo
Mod. 258
..

J USTIÇA MILITAR
1.• CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA MILITAR
2.' AUDITORIA 00 EXÉRCITO
22 -* *-
para chamar o Gabo ?REITAS que dormia numa das dependências da
.E!l.fermaria; que o Cabo FRZIT:".3 n ão atendeu aos gritos de seus
compa.11heiros n •
nque Geomar pediu. ao Cabo ~homaz {o en.fermeiro) muitas vezes ,
para levá-l o para a enfermaria, porque iri a morr er, l imitando -
se o Cabo Thomaz a l evar uns compri-'!lidosu , e a i nda a testemunh.
Cabo enfermeiro Thomaz às f l s . 718:
uque recorda-se de que duas vezes en que fo i ao 11 ..:;rq,uivo", uma
f oi - lhe di t o pelo Cap :nsm;s: rtnada v i , nada sei·', e a outra o
depoent e f o i advertido pel o Cabo CRUZ para que n ã o comentasse
nada do qu e vira no .arquivou, e mais, às f ls. 1071 , a teste!!'lll
n.."la Cabo Er..ferrn.eiro Ce zar: 'chamado pel o : a p :~IEBUS, no die. 12
de janeiro, na pa rte da t arde após a s 18:00 horas , pa ra s o cor -
rer um Soldado (Geomar) no n;l.Tq_ui vo r•, e que constatou estar e.m
estado de coma, depõe:
"qu~ imediatamente ao cons tatar que n ão poderia assuJUir a res -
ponsabilidade do caso , o depoent e s olici t Otr ·-a pr e s ença de tUt I
méài co ao pr Ópri o Cap ..T!E3US; q_ue este l he disse : 11 está doido ?
Você que r me ver f udi do . ?aça o poss í vel n, e ainda que o Cap I
NIEBUS l he d i s s e "se abris se o bico , estaria f udido . 1'e da mes -
ma f orma que o s eu cole ga Ofici al, p r óeedia o ~en Mia~A na ·
timid~; ã.? ias. rarí ss::...-·nas p~5s.;,as adn:.. ~ ~das ?lO "Arquivo •, como
enfer~elro Ncrvaes ~ - fls . - 721v, Q~a tais fàtes não e r am coment~
d.os na Unidado: · que "'l.ão comentóu os fatos que vi".1 no •..uaqui vo '
p

nem .;;,.; - o ':en !fá...:!:.c.::>, porq_um1to hav!a s:..ió a1v9rti do pel o Ten
~aa.I.J. -... d 1.: que ne.da vir~, nada sah:..a solir9 • o ocorrido o
1

~ue; uss·im, 1--..:1~ .intimidação d~ reta à o s ~ah:>s enfermeiros, ou


J:_e"l0 t"er~0r :._,cs.fu aos pouc.)s :::oldãdos que,. uma vez sub"ileti.~o
a interL·.ogató "ios no 11 .-U-:{uivo '~ , era:-:!- le··::...:.os de volta ao xadr9
do S/ 2, no Corpo da Guar~a, os acusados con8egu:.ran o seu inte

t o , ou se ~ ~, ~a~ter o descQ~~eci.~ent:) real de suas at:..vid~des
no Lb.l"qui-v- , ~ti Vi.ia.rtes estas · conhcc::da.3 iatübém pel o Co:nanda"'l
t e em eJ..~ er ... J.·· ,..... ~o.
· d a .,.v.a
r.-.id a'-~.e,
'1 ... en \,#e_ J ....u1.. n,,no·
""'
.""1 ..,
·.. .t.,
("! .... · ' • '~ ae seu
' a t rave;;;.
~""/..., '"'
·- ...,ap _, u _) - ..t:>l
.•~rr',BT-:~ .... s. o ,.12v, e pe1 o ... en .1e!""\ '' ' d-~co ""'r."" ~ ·
LrJ.co, a t ra.-
vés 1e. saus enf3rmeir-os e ;>~i.:>le.i.r0s, ~abo '::'l1omz :'ls. 717118,
~abo Messias fls. 1073, e test3munha infor~ant~ f l s . 839 o

~ue assim prodedendo, todos ~3 denunciados m~2!tares ass~iraw


o risco das mortes ocorrida3 em _r!lzâo das ~;3.V~s .lesões corpo-
rais, que infligi ram ou que , por de:ibeTaàa ~i~são, pe~iti -/•
l
ra:n Que seus subor:ii:.'lndos prati·:!assem· Cv ~1t,r3. os· Soldados !':onção
7a.'1d.erl e.::.., Geomar e Vic~:mte, no .hr~u::v..) o
M od, 258
JU STI Ç A MILITAR
1. • CIRCUNSCRIÇÃO J UDICIÁRIA MILITAR
2. • AUO ITO;JIA DO EXÉRCITO
- * -3 * -
~ue quanto aos c=imes de da."'lo, ...rto 26!-t. n-º I, e de inutiliza-/
~ão de m~teria! probfu!te, art. 352, consiierado co~o tal os c~
dáveres dos Soldados 'fon.~ão e V:mderlei, verifica-se que a ma-
terialidade dest9s atos delituosos enf~ntra-se c~~prida~ente I
comprÕv!ida nos autos, e a sua au"~ori a foi exaustiva.'l"lcnte con-1
fessad~ por todos os acusados, quer no Inquérito como em JJizo,
com exc~ção io Acusado GLWSTO}rE, que após negar, capc:.osa.'llen-
te, set1 con~ecimento das mo-rtes 1.e ~!onç ão e "",~anderle!., a ele I
participadas na noite de 12/1172 por seu S/2 ~HBBUS , e a consg,
quente permissão para a execução do plano de s~nulação de fuga
e posterior destr~ção dos cadáveres,- o acusado G~~S~ONE, pr~
mido pels. evi:iê::l.cia das provas coL1.ida.s no Sumário, tardiamen-
te, atr~v9s de seus dignos defensores na Sessão de Julgamento,
já na tréplica, afu1it~u a prática do crime de cond~scendê~cia
crimi:'losa, por indulgência co!"l seu 3/2, Ca!' NillBUS, qu&"'lto aos
~rimes de dano e destruição de mat3~al probante~

~ue, para a evidência da p~~va de responsabilidade do Ten Cel


G~~STO~~, pel~s fatos delituosos ocorridos no lQ BIB, sob o I
sau eventual Gomando, a tardia confissão .mn planári'J de cri:ne
que evidentemente não cometeu, não pas~a 1e una hábil manobra
da de:~sa na vã tentativa de camuflar uma efetiva co-autoria,
como se verifica da prova testem~al colhida em Juizo:
1- Cabo CRUZ, Interrogatório - :fls. 645; - 11 que tanto o I
Cap NIEBUS como o Ten l·IIR~\IDA disseram ao declara.."lte que haviam
parti~ir&Qo ao ce: GL~)ST01G a morte dos Soldados; que o Cel I
GL..d..Dq:ml:: teria di to que essas dois cadáveres não poderiam 11 apã
recer'', e ainda, 1 que o declara.."Lte se encontrava dentro da ~a­
mionete que saiu com os corpos dos Sds 1-lonção e Vanderlei".

2- Cap NI~Bus, Int9rrogatório .. fls. 613:- ''que recebeu or.


dens do Cel nGL.\~JSTJNE para decapita~ os dois Soldados, visando
a n:o ~dentifi~ação dos corpos, e deixar os cadávergs en lugar
distante: Que a referida or1e!ll foi dada nu presença do Ten ~H-/
RAN'DA pelo Ten Cel GLA.QS~ONEa.

3- ~en :íi':L~!~A,
Interroga"jÓrio -fls. 6::.5v:- ttque no dia
12 de jane::ro foi, ei!l coropa'lh~3. do Cap YI ~Bus, à procura do '.:.'en
Cel GLADSTJN3, narra'Yldo os fatos ocorridos dura.'Ylte a tarde; que
o re~erido :en Gel m~~dou que nós déssemos fim aos corpos; que
na m~~ã do dia 13, novamente o Ten Gel GLADS70~~, junto com o
Cap ~U ~B:JS, mandaraJJ. que eu fosse dar fim no corpo de 1'-~onçâo••.
Que a referida ordem, relativa ao cadáver do Sd Monçâ0, foi c~
od, 258
JUSTIÇA MILITAR
1.• CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA MILITAR
2 .• AUDITORIA DO EXÉRCITO
- * 24 *
CU..'Ilprida pel:::> Ten ~-.IIRA."'ID~-l. CO!Il o auxilio dos funcionári::>s civis
da po:!.i~ia estadual, N:8LSO~I RIBEIRO DE rfOURA e I3A!'JIDE3 FE:.:mE~
Rh, os quais, nos respectivos Interroga~Órios de fls. 639 e 11
642, confessam suas participações delituosas de forma convin-/
cente e definitiva, por encontrare~ as referidas con~issões 11
respaldo nas demais provas dos autoso
.;.ue os Sargentos ETSl e RUBENS, em Juizo às fls. 613 e 620 re~
pectiv~ente, ta~bém confessam as suas participações na retirã
da cri::uinosa dos cadávares dos Sds Non~ão e Vanderlei do "Ar-í
q_uivoa, e o transporte para os locais onde foram deformados, I
com o intento de tornar L~possível suas identificações, e lá â
bandonados, L~sepultos.
~ue, complementando a prova judicial, sobre a imputação de cr1
ne previsto no .."-.rt• 352 do CPH aos acuse.dos GL:.DS<.;?JrrE, NIZBUS,
lfiR.:1NDA, :WT.c";L, RUB3NS, CR"CZ, ~"ZLSON e lRA.iCDSS, consta do Inqué
rito Policial Militar depoimentos, confissões e docuoentos, os
mais esclarecedores, às flso 77, 78, 123, 128, 232, 369, 120,
470/75, 305, 371, 322, 329.
~ot.ue quanto ao crime de dano, produzido no telhado do ''Arquivo 11
do lQ BIB, visando a simulação de fuga dos Soldados }:onção e I
Vanderle:.., e do qual são acasados, como mandw··r~e o Ten ~el GL.AD
':'atJZ e e:cecu~:>res NBBUS, l.URANDA, ETEL, RtJE3NS e CRUZ, verifi-
ca-se que ficou esclarecido dura.11te o prÓprio IPH, e dada sua I
pouca ~e!evância, e~ comparação às demais imputações aos acus~
dos, estes, em Juizo, não procuraram contestá-lo ou negá-lo, a~
sim verifica-se:
- Que a materialidade do delito está comprovada pelo fiUto de
Aval!ação de fls4
- Que a sL~ulação de fuga dos Soldados mortos foi i~spirada n
~uga real do Sd Botalho, do 11 Arquivon, ocorrida em 31112171: -
':'en 1-ITRA...wA - fls. 128: ttque para surpresa geral soubemos
poste~iormente que o Sd Botelho havia se evadido da prisão por
um buraco exis·cente no teto, tendo quebrado telhas de amianto,
conseguindo se evadir do ~uartel 1 •
Que às fls. 136, o Cap ~:EBUS, referindo-se ao encontro que m~
teve com o Ten .:=el GLA!)STONE na no i te do dia 12/1/72? assim se
expressa.: npois na ocasião o Ten Cel GLADS'l'ON.E comandava o Bats, ..
l~ão, pois o Cel -~iosvaldo se encontrava de férias; foi-lhe eu
tão expli~ado os falecimentos dos dois Soliados e sugerido ao I
mesmo a solução já descrita acima (o3 corpos seriam transporta-
d. 258
dos numa Pick-Up para sereM enterrados) , tendo então o Te~ ~sl
JUSTIÇA MIL I TAR
1. • CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA MILITAR
2 .• AUDITORIA DO EXÉRCITO
* 25 *
GLADSTONE concordado e mandado executá-la. Recomendou, entret~~
to, que fosse simulado uma fuga, pois os dois Soldados faleci-/
dos seriam dados como foragidos~
"t.ue às fls o 185 o Ten 1-U?.J..NDA confirma te :r assistido ao encon-/
tro acima descrito, entre o Ten Cel GlADSTONE e o Cap !IIEBUS ,
na noite do dia 12 de janeiro de 1972, em Volta Redonda.
ue com relação às acareações efetuàdas no IH-I - fls o 233, en-/
tre os acusados GLIDS:ONE e N:GBUS; fls. 238 ~ntre GLJOS':'ONE e
.IT~Jm~, já conhecidos os fatos posteriores ocorridos na Instr~
ção Cri~inal, e ainda a admissão em plenário, pela defesa do //
acusado GLADSTON~, do crime de favorecimento aos dois Gficiais,
que naquela confrontaçao o acusavam frontalmente, é de se con-/
cluir que os Oficiais subalternos, ao contrário de seu ex-coma2
dante, falaram a verdade, inclusive sobre o conhecimento que d~
V~"'l ?lO seu Comanda.."l"te dos interrogatÓrios egetuados no 11 Arqui-/
vo o
~ue a ma."ldo do Cap NBB... S o acusado, Sgt RU&::-rs, - flso 85, .a.!:
rombou o telhado do "..u-quivo 11 a fim de simula= a fuga dos Sold-ª.
dos, e a seguir os acusados N:EEUS e CRU: dera"'l tiros para o ar
' gritando que Monção e ifaz1derlei haviam fugido.
Que em continuação desta farsa, urdida para acobertar a morte
dos dois Soldados no "Arquivo'', ocorrida no dia 12 de ja..'leiro ,
no dia i.lllediato - 13/1/72 -, quando po!' término de suas férias
reassumiu o Com~~do efetivo do lQ BIB o Cel Ariosvaldo, foi-lhe
com1mi.cado pelo Cap HIEBUS, na presença do ~en
fuga dos dois presos na noite a.."lte!'ior._ _ _~
~ue a impunidade dos crimes ocorridos no " ..;r quivot era assegur-ª.
da aos d~nais acusados pelo Cap NIEBUS e ~en M:fu~DA, sob a a-/
firmação de que o Ten Cel GLADSTONE seria o Encarragado do IPH,
o que de fato aconteceu.
1 Que, confirmando esta previsão aos demais acusados, verifica-se
que o I tlf do qual foi Encar-re~ado o Ten ~el GLqJ)S'!'ONE, anexado
aos autos às fls. 19 a 71, publica às flso 4o a parte de ~usên­
cia dos Soldados 3elio Botelho, Monção e Vanderlei a partir de
13/1/72 ; às fJ..s. 41 o Laudo de !lecr.ópsia de Geomar dando como
caJSa mortis insuficiên~ia cardio-hepato-renal, respondenjo ne- ..
gativamente ao 4~ q~esito.
~ue a pedido do Ten ~el GLADSTO~~, Encarregado do IR1, fls. 54,
~Rádio Sul Fl~inense Ltda fez a publicidade dos Editais de //

od. 258
chamada a desertores - Honção e Vanderlei -, assil"ll como às de-/
JUSTIÇA MILITAR
1.• CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA MILITAR
2.' AUDITORIA DO EXÉRCITO
* 26 *
demais E,isso~as, R~dio do ~omér~io Ltda - ~ls. 57, e Rádio Si
deTÚrgica ITacional - ns. 55·
Que o depoimento de fls. 69, p~estado pela lavadeira Corina do
S~~tos, perante o Sr. Enca~regado do lnqu~~ito ~en Cel GLA9S~Q
NE, é a confirmação da espera.."lça dos demais acusados na i.L-npu..'1i
dade assegurada pe:o Gap NI~BUS , pois este de,oimanto fo· adre
del"lente forjado pelo Ca.p I:liBBTJS,., como faz prova o depoimento I
da testemunca 2Q Sgt Ubiratan de Oliveira às fls. 326, no IPM
presidido pelo Cel Sampaio.
~ue finalmente, d9monstr~'1do a estreita e íntima ligação exis-
tente entre todos os membros mili tat"es dessa 11 societas celeris 11
e o acusado Ten Ce1 GLADSTO~-JE: posst;.iam todos a mesma assistên
cia jur.Ídica, ~ep!"~sent.ada pelo Advogado D~. :1ewton Lobo de Ca:
valho, com escritório à :. .v. Churchil1 n.Q 6o/1204, desde o dia
13 üe janeiro de 1972, como se verifica do depoimento prestado
em .Tuizo pela testet'lt1!l.b.a de defesa do Cap ?'~3US, fls~ 1069, I
Oriel ''/alado, que afirma ter encontrado o Cap ;rr,~B'LS no dia 13
je janeiro de 1972 na Av. ChurcL!ll, quando este ll:e disse que
estava co"! pressa, pois iria ao escritÓrio de um Advogado cujo
nome o depoente não se recorda, e em cujo escritório i2 se sn-/
centrar com o Ten Cel c:....DSTONE.
~ue efetiv~lente, já nas datas de 26 e 28 de janeiro de 1972, I
sob a responsabilidade do >nesmo cau.s:!ê.ico Dr. :Iet•:tor.. Lobo, erma
i:.:petre.dos no Egrégio S~l: duas ord€ns de Habec.s Corpus - fls.
198 e 195, em favor de todos os membros da "Equi:re" então pre-/
sos no I H. do Cel ;;L~1?...'.:i:O, 3gt ET::I, Sgt R':JBEI-:s, Cabo CRUZ, :;ap
NIEBUS, Ten ~U~J~A , Sgt GU3DES, Cabo FR:ITAS e de vários Sold~
dos v:!timas da 1·.2qu1pe", tambérr detidos pe!o Cel Sampaio por rr.e-
dida pre ven~iva.
~ue por motives não esclarecidos, nos autos~ apes&r de continu~
rem presos todos os pacientes, comv in~or~a o Oficie de fls. n~
42.0 da 3ecretaria do Superior ~ribunal Hilitar, datado de 29 de
fevereiro de 1972, o J...dvogado :r. Ne-trton Lobo de Carvalho rcnuu
ciou ç_,o patroc1nio das mecidas re<;.uerida~ em favor da ••:squ!peh .
""ue desde o i.l icio da ação penal, e já no !R1 Sa.Y'!!paio, o referi,
:o caus:!C.ico I'r. Nevton lobo passou a pa~:::-ocir..ar, ex.clusivaraen-
te, à causa ~o ~en Cel G~F:ST03E, o que demonstra, ~ais uma vez
a estro! ta ligação existe.:.:te entre o ex-Comandante e sua •:;:qU:.-
:pe11 do S/2 do 1º BID.

~ue .alé:" do Ten Cel GLABS'IO::::! e do ~er !!édico D:.C. trico ~u~stc
od. 258
JUST I ÇA MILITAR
1.• CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA MILITAR
2 .:_ A'lPIT~~A f O ; xÉRCITO

Lopes, existe~
indicies vee~entes no autos de que o Cel J~ios­
v~ldo teria, por intermédio do Cap NIEBuS e da testemur.U:a in-/
fo~ante de fls. 839, tom~do conhecimento dos espancamentos o-
corridos no interior do Quartel do 12 BIB, omitindo-se delibe-
rada~ente de to~&r qualquer providência sobre os mesmos. \
~ue da ~es~a forma, eXistem nos autos indicies de crime de viQ
lênc:.a, praticados peles 32 Sargento Gerc.ldo José Ferreira e
Nivaldo Amaro da Si~va, contr~ seus inferio~es hier&rquicos, 1
os Soldados 3ote1Lo, .~orim e rerreira.
ISTO POSTO,
Considere.ndo r..ão existir qualquer d1vida quanto

[\ a morte dos Soldados Geonar, J1onção, Vicente e Vanderlei, do/


lQ EIE, como resultado dos espancementos e torturas a que fora
s~bmetidos qua~do presos da dependência do Quartel denominada
• ~U'L..,UiYOh ;

Consider~~do
que durante o per~cdo de 26/lZ/71
12/1/72, no mesmo ~uartel e local foram bárbaranen~e espancados
e tortur~~os nais onze Soldados, cujas lesões corporais que so
freram foram devíd~ente con9rovadas nos autos ;
Considerc.ndo que não padece de qualquer dÚvida a
autoria direta destes bárbaros crimes, executados que foram pe-
los acusados Cap DÁLGI O ~lRAIID!-.. NIEBUS, S/2 da üniciacl.e e sua uE
quipe'·, composta pelos 2Q ':en R/2 Pb.tJLO REYNAtl) HIP...:JIDA DA SIL-
V.A, e os Graduados Sargentos IV~'T ETEL D~ Cl.IVEIPà, RU:a;3;NS HAR-
'lNS DS · SO':TZA e SI!J:::::NI GT.T2DES, e os Cabos JC$ AUGUSTO CRUZ e
CELSO GO:·SS DE :?R:::.::'lAS :-'II:-:0;

Considerando que com a comprovada aquiescência


do denunciado ':'en Cel GL:..Dsr:c:;::, foi executc.da, pele Cap !'IISBUS
Ten 1-:J:R.I"'~TT).:s., Sargentos ETEL e RUBENS, e Cato ~Ru:.:, a farsa da
fuga dos ~old.ados lfonção e Vanderlei~ que materializou-se no e.r
rcmba"'1er. .to do telhado do chamado ttArq_uivo 11 , e completou-se com
as declarções das deserções dos referidos Soldados, que naquel a
ocasião j~ se encontravam mortos;
Considerando que a comprovada orientação do ex-
Comanda..Tlte ':en Cel o:...:..:;sTO!-:E, os acusados Cap NIEims, ':'en EI&...:r
D.n. e Graduados da nEqu:..pe 11 do S/2, coe o prÓposito de1.ibera.do
de destruirem as proves dos ~o~icidios, procurara~ dar
aos cr.dáv·eres dos Sds l·:onç~o e Vanderlei, cutilando-os
do-os após insepultos e~ lugares e~os e distantes;
Consider~.ndo que por deterrrina.ção do ':'en Cel G-
od. 258
JUSTIÇA MILITAR
1.• CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA MIL ITAR
2 .• AUQITORhi' DO EXÉRCITO
- "' -.:::o * -
GLADSTO:lli e do Gap N.:EB'C'S, o Ter HIR.~~iD ..i. no dia 13 Jan 72 vol-
tou ao local onde .abandonarct, na noite anterior, o cadaver do
So~dado ;~onção, já agora contando com a colaboração espontânea
dos civis NELSON RIEEIRO DE :t.:Ou"'R..;. e Ifu..NIDES FJ.RRSIRA, funcion-
r:i.os da !lelegacia de BarrG.. Hansa, e após colocare:n o cadaver em
veículo de propriedade de ::=tso::, o tra.snporta.rBm para. o local
denor'linado nsubida de ::eneresn onde o cadaver, apÓs ter sido e!"!
bebido em gasolina, foi parcialrc.ente incinerado por estes tres
ac~sados, que visavam, assim~ a destruição efetiva e co~pleta
da prova do homicidio;
Considerando que, desta forna, ficou integralme
te coMprovada a denuncia e seu aditamente, oferecida contra. to
dos os acusados ;
Considerando que tais fatos delituosos, únicos
na .Longa crônica da Justiça l:ilitar, receberam a repulsa unâni-
me dos escalões su;eriores do Exército, que de pÚblico se man~
festara~ sobre os lamentáveis fatos através da Imprensa, o que
demonstra a repercução negativa para as Instituições de tais //
CI'mes, numa sociedade democrática.;
Considerando que foi elevada a intensidade de d
lo co~ que agiram os acusados, graves os resultados dos crLmes
praticados, grende o prejuízo ooral à Instituição a que 9erten-
cem vítimas e acusados, além dos métodos bárbaros que emprega-/
r~, e que revelam a i~sensibilidade dos autores, característi-

cas estas previstas no .Art. 69 do CPH;


Considerando, data. venia, não proceder o pedido
da desclassificação da denúncia, de homicidio doloso para culpo
so, pleiteado pela defesa dos acusados eM plenário, uma vez qu~
a hi~Ótcse do crime preterdoloso não tem cab~~ento, face terem
os acusados procedido em todo o ! 1 inter criminisu de â.."'limo deli-
berado Co"il o empre go de tortura, torr..ando impossível a C:.efesa
das vítimas e impedindo às mesmas qualquer socorros médicos, //
tenco ass~~, na fo~a do disposto ~o Art. 33 do CPM, assumido o

I
risco d~s mortes que ocorreram em razão de suas ações ou ocis-/
sões;
Consider&~co
que todos os acusados são prL~ários
e apresentam bons antecedentes nilitares e civis, até a data a
data da ocorrência dos fatos delituosos narrados na denuncia;
Go..:siderando tu.do isto e o mais que dos autos I I
consta, inclusive ~s razões e:,;critas e, principalmente, as ora.i
Mod. 258
JUSTIÇA MILITAR
1.• CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA MILITAR
2." AUDITORIA 00 EXÉRCITO
* 29 *
das partes na Sessão do J~ga~e~to,
RESO:.VE
o Conselho Especial de Justi.ça, prelL'llinarmente, rejeitar o pe
diG.o de desclassi.:"icação da denu."lcia . para homicidio culpcso, I
p0r maioria de vetes, e por UL"lan~dade tambem rejeitar o raqu
rirnento formulado pela defesa do acusado, Ten Cel GL;~S~ON:, ~~
ra a desclassificação do delito a este inputado na denuncia no
Al'to 352 C:.o C?l: pê.ra o r.rt. 322 do mesMo 'i)ip1ora 1 e

-I ~ctti.&....""to ao :férito, Resolve o Conselho, por unaniTiiidaãe Jo..- _


votos, considerar provada a den~~cia e seu aditamento, para
,
"'
!\
v
~r;.\ -r. -:< ~r rl.~
.z.. ..., ....
R I/../
o Capitão J.~'110 ::rP~DO ~NTSBUS à pena de 84 (oitenta e quatro)/
- ãnos de reclusão; 2Q Tenente 1112 P..:.utif REY:.!..~_t,;"D FIRLU\:>•.;. n;l SIL\'"t.,

~~:~;.1c...~~=-l~~
~- ...
~:e:~~~ta; e~ e!~) ~Tl~S ~~ ~e~l~=ão! 3~ Sarg~r;?;2U
..\ .... .1. ... ::l ....~ ;;uJ7:r.. (3S.. . .:;)c..I'g::mto _ ..'1-t~ -..T.t'..'""' D..:. ~LIVBIR..:.,. e Cabo
_I

JO~ GrmZ~ tod:Js à. pene. de 62 (sessenta e dois) anos de


AUGUS'IO
rccluse.o, co~o inct~sos nos Artigos 205 § 2Q, III, 209 ~ 1~, I
264 nQ I e 352, cíc os .~~ts o 53 e 7~!.. Sargento :;:r::::r:~"'a::=:DES /
e C~bo C:LSO/Grn~s DE FREITAS FILEO ambos às pen~s de 58 (ci~-/
quent~ e oito) anos de reclusão, como incursos nas senºões pre-
..~ist..:s :1os ~tigos 205 § ...:~' ~II\~209 ~ l~~ ... ~~c. o~""igos 5~ e
79; '.r..;nente ~o ...o.-..el Gl...Jo:;)_v!\!2. ffiill· ....SET -I T.... .L_\....1&~ a pe!1a de 1 1
~sete) anos de reclusão, como incurso nos Artigos 264 nQ =e n~
/"

3;.:, ;.,;/c o ~.r:t. 5.3; e os ciYi.s :rr;rso:~ RIW-IRO r:= ~iJT~A e IRJ-J·r-
::::s r:IB.::IRA, respecti":z-ente, às ;·~:las de 2 (dois) a...'1os e 1 I I
(u..-n) anc de rscl. . . s'ão, coi'Iv i:1cursos no Art. 352 c/c o .ri.rt. 53,
tudo "lo 8Ó~igo Pa'1al Hilitar. r--
\Tendo parq, ta."lto, conside::·aco o
dis~pc.J'to .:10 ~·~. 69 do CH:t, fizada a pena base par~ os Oficiais
sub3lter~osaci~a do ~!n~o legal:
-Pelo Art. 205 § 2Q, nn III, 16 X 4 (6l); ~rt. 209 § 1~, 1 ano
e '-+meses X :!.1 (~ ~~); .n.rt. 264 n~ I,. 2 anos e 4 noses: e .n..rt
352, 3 ~~os: tvtal s~ ar.os de reclusão, pena esta definitiva p~
' !

um Oficial Superior, r~so1veu o ~onse:ho reduzir de 7 ~~os ~ p~


na imposta ao referido ~enente, tornando-a definitiva em 77 a-/
ncs de recl1.;.são;
..
+
- S g... RUn~11~5
ui...\ '
- +
i::ig" ...;•.u.......~ : ..:u-t • L.
--r ~ -..r r.o'l'ti' -
...,a b o '"'"R,.
e ,..
.l'J~ ·~ !!.1 -~l.!
.., ,.: ...TI-
?05 ~'" -~, J.' //
12 X 4 (48 anos); u-t. 209 § 1 !:' 1 ano X 11 (11 an.os) ; i:..l't. 2.64
n!o!: 2 ar..os; Ar~. 352~ 1 a.1o, total: 62. a."'los;
od. '258
J USTIÇA MILITAR
1.• CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA MILITAR
2." AUDITORIA DO EXÉRCITO
* 30 *
- Sgt SIDBNI GL"ED!!.S e Cabo :r:::..::':'AS: :..rt. 205 ; 2Q, III, 121~ I
\~.: ....n<..s); n.rt. 209 ~ lQ, 1 ano 4~ 11 11 anos); total 59 anos,
::-eduz.iJo de 12 r1eses por terem apresentado os réus indícios de
:"1. , d , ~ •
arrepe~c~rne~uv, apos ~ prat~ca os crvnes;
- Ten :;el ~L..'illS':?G:,iE, Ofic.:"..al ~onandante, pela int·~~sidade do ::lc
lo, te·; e a pena bas·3 :fi}:ada actma da IlÚnima legal; .árt o 264 n ~
I, 4 ru1os; Art. 352, má~na ~ a~os; ~otal: 7 anos;
- :!ivis 7 :~_.:su.· exerc:.s. fun;âo àe ci1e~~~ e ma:.1do sobre o ~éu I
IR.ti:iE>ES, f·:lac:t.::m<lri:J s1:•. balterno e ties,:.)ersonalis~d:>; Art. 352,
.~""ELSO]' 2 a.."'los de deten~ão, e IRPJ I:J.:s 1 ano de daten~ão, n.cg~'l
do-se a ambos o bane:'i0io da Susl~'3nsão Condi~:.onal da pena pel
grs.vidade do cri1"le, intensidPc.e do do:.o e o !!J.:>do de e:::ecução, 1
fatos estes que não autorizam ú pres,~'1$ão de que não torna~~o a
rle:inqu.:..r f} ;>('
RE30LVE ainda o Cons :;l~1o, por unan:.midade de v o
... ;
tos qua."l.to ao '.!'en :;el GL.ADSTOT~ ?"JRE.-~.sgTTI T~:..I::...L. ;., 3 Q 5gt G2
?~O JOsL ......
"' "')';')RTP
\.\~ ___ ... ,
I" 30 ·-gt rTT~r·
- .J , ..0Q ........
_ ....... ·li~ !l'l,'ll :>n "'•f> ""T-"~T r e po-
~v ~-· ::>-J.. · . .. ,
,.. ma~
.... o
ria q~al'lto ao ...,el rliOS1r•.:""'C TAV_..\aE-3 ~o::....s. DA SIVn/e lQ Ten !:é
d:.~o ~RI80 .rl.~.WTJ~>J .:O LOPEs; considerar t;,ue ·.existem nos autos
exame, indi ~i os de outros c !"i..-n 3 s pelos mes:r:1os :práti cados, r e~e
tendo-se, e~ cor~eq~ência, na for~a i o d~sposto no nrt. !:';? de
Cód:.go de Pruc~sso Penal :filite.r, peça.s dos autos ao H:..nistério
P.~blico Nilitar, para os devi'3.os fins .le direito.

L~"lcem-se os nom~s do~ ré~s no Rol 1os Su:pa~oso

Sala das Sessões dos Conscl~os de Jastiça da 2~


•t...,lld~+.o'Y'
- -
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......, ->..i.-'$ ~1J.d..:
c) .J. ......
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~·'"1.;~~
~··- - ... a ...
.... ' 1
nu cidade jo Rio de Janeiro-Zst~do dn 1u?~abqra, aos 22 (vinte
a dois J di~s do n~s :ie ja.'"leiro do ano de "'lil no,• e c 9nt::>s e setan.
t~ e ~r~s {:97~).

4
L'l ~-:'T~":" Q . 'T.,., ""-.IJ. "" 1 T, ~
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'-' ~ 4---'l.
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... J::V ... , IJu -'1. ~Jo':>--~ e .....
...

-v ~-Z 1
;e~c~do, ~Uê~~o a ~re!~inar, co~
a seg:ünte decl~..raçao de voto: Na preli.
minar da Sessão de Ju:ga"'lento dei o met1.
vo~o no se~~ :co ~e dcnc:assific~r o cri
~
de r'!O!'te irlputado :os re·,:c.s, 1~ .io::.oso I
-
od , 258
' .

JUSTIÇA MILITAR
1.• CIRCUNSCRIÇÃO J UDICIÁRIA MILITAR
2 . • AUDITORIA DO EXÉRCITO
* 3l '!'

-
_J para cul poso , por JU_,gar que, r:.E:o obstan
te a barbari:la.de :las cen;:,s de esJ2a."1Ca"le!."i
tos no)i~t~rrogatÓrios ~ a intençao de ma
tar não ficou pos i t iva~a nem ae ~e afi gu
ro ~ de i~teresse dos reus sob que2qus =
d.os asnectos cor..s"';a..11tes dos a.utos. ~ue::1
t o a hàv~rern assu.."1ido o ris co , me narece•
questão suti l 7 inti ma da co~sciência de 1
ca:la réu, e d~fi cil de pr escrutar para c
dú un o·· oura t odos. O si.mul es fato das
4 - A
pri rreiras mortes tere~ ~erado un certo p
n~~o , como consta dos autos, corrobor a /
meu jul,;a"'lento. ~..ua"lto aos demais cri..ttles
os considerei 1olosos . Ai~da dei o meu v
t o contrá r i o e f ui venci i.o ~ua.:1to a ci ta
ç ãv :lo 1 ~ ~en Hédico : r i co .ri.ugqsto ~pes
co!no pass ! ve! de ju:g~ento, face aos in
di cios cons·';antes dos autos, tendo em Yi
ta que a moção formul ada aos Juizes não
ã.ssociava igua2. prov::..dência quanto aos O
~i c i ais, subalte 1 ~os ou não , que dera~ 1
serviço de O!i ~ia: de Jia nos :!i Zi.S c i ta-;
dos nos au"tios, posA;o qu e , o argUMen:~o d.e
que t iver~ conhecime~t o do que se passava
no l oc , dos espa.~ca~e~tos, ta~bé~ cons i
der. ido para estes. :-c mais votei c o""1
ia.

I I O ::;:: C.t"3\TAl.l-!0 , Ce u:. z ;


Vencido, de acor do com o voto do ~~
Aud or, negue~ a prel ~ni~ar de ser o Cel
.:iosval do Si.lbrtcti.:lo a ~u:ga."'lento , por I
cor.siier a= qu e n~o há ~os a4t~ s prova de
q~e teP~:a contribuido ~ara a urá~i :a ie I

c;~el' ~ão~=~~~
V· D • HE: 1·10 DE P.::.E7~ -.~ 0 S1JS~"~: 1 - Aua~ to r ,
- Venci do q_ua..'1.to a ore: i.L-ni:1ar da e -/
xis ~ê:lcia de L1dicios de - cr i~e praticado
pelo Cel Ar:..osval :io Ta-v-ares C-o!'les d.a Sil -
va, nestes autos : "~"totei contra por consi-
derar que não é inei c ~~ d.a práti ca de qua
quer cr~~e um Ofi cial ~omandante vi sitar
sua Uni dade durante o oerÍ odo em que se I
encontre de fér i as , nãô e~sti~o provas ..
concretas de que te~a s i do inf~rw~do pe-
lo Sub-;o~a..~~ an~e então e~ exercicio, o~
~"elo prÓ.:;>:-l o Cap :;rEB"S"S, do qt<e ocorria
real11en"te no interior do 'J;..rquiv o••, e""l r,ã
zão de ur.lé: .Sindicância que ::~o mâildara I 1
;1"',.,. -'" au""::>.,.. ..,; .... ~ - a o ,...e, .c.l!.r;o~
, . __ .., \,J - y.,.,a,. • .... _ _ ... .....
""" l"='1~o iY>-'-e; r : >
..... ~ ç __ ;.J. -·~ .... ......

od . 258
. ..

JUSTIÇA MILITAR
1.· CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA MILITAR
2." AUDITORIA DO EXÉRCITO

-..
- *
-?
:J-
* -
confiança em seu substitut o legal~ o Sub-
J ....., ona!'ld an-;e
' "" .. GL~,...,sn"-r.
_en rc. . . e ... .~ ' o f a-
_ _........ , assDn
to de ter asseg~a1o qu&~do en féri as, à
irr"ã ia v! t i..TJla Sd G:Eb?vfA..~, que violências
por e:e denunciadas, não poderia~ ocorrer
na sua Unidade, só demonstra a confi ança/
quo deposi tava em se~ substi tuto le~al 1 e
não co-au.tori9. er.1 cri ::ues cuja exi s'tenc~a
desconhecia; porem, ao reassunir o 0omand
efeti vo da Uni:iade, não acobertou seus co
mangados, e~bora f osse por es~es engana1o ,
tr:ndo, _ ao ponto de ter noncado rara 3ncc....
regado do IH~ o prÓprio réu. Ten :e1 GLA!>S
: u:-e! o que Mais urna vez demonstra a sua
inte~ra boa fé, e mais , é o prÓpri:> Ten M
R~';..ND..;;. que declara e·n Juizo, ao ser Interr
gado às fls. 615v (II Vo!. ) : 11 que, com rel
ção ao ~omandante ef etivo da Uniiade, Cel
Ariosval:io o declarante ac~edita que o I
~esmo não tivesse conCe~i~ento dos fatos I
que lá ocorriam, duran~e o pcriodo em que
estege de féria.s 11 1 e wais, Te;.1 Cel G~S~~
NE - Interrogatór~o fls. Ól:. (:LI 7o2.. ) : ••te
nl1o a absoluta certeza de ~~e o ~e: ~~ios­
valdo não t i nha conhecimento das ocorrên-/

c ~ as narra as na
d d en~c~a,
, • ,
em re~açao
N
aos
fat os delituosos que lá se processaram. //
Ora, ninguem ~ais capacitado do que estes
dois réus, para fazerem tais e categÓri cas
1 afirnações da inocê~cia de seu Coma~dante
efetivo. O Cel Ari~svaldo se j ustifi cou//

~~
X\C\.
"
,~plename~te e~ seu depo~~e~to pres~ado e~ I
'{Juizo , as fls. 979, III Vol; e a testemuru1
\. Ha~or Sil!vi o Barra, ouvido em Juizo às fls
929 (II 'T,"ol ; 1 info.:'r!la que ao chegar para I
servir ns. Un~dade, em agos t o de :971, "so2
beque eY~stia uma recomendaç ão da~a pelo
~y Cel ~\riosva~do co~ relasão ao trataMento 1
~~ dos presos, no senti do de tratar bem os 11
-~ presos' •
.Assi:n~ data vên!a. se nara um (!omanr!an
~ t ~
I
te em fer~as, desprov~io de• ~al~ci~ e con- --

fia.l1.te nos seus camaradas 1e farda, e co-/


ma11.dados , a pena for a perda do Com~~do da
~n~iade e a discreta passagem para a Rese~
va, consi dero que o Cel ~iosvaldo j á f oi
punido suficientenente, sendo a consequen-
·)i te excl usão de seu nome pelo :;grégi o Supe-
rior Tribunal Militar, da relação dos que
devem ,., res~onder
.... ...uor ou~ros crimes ainda
nao p~~idos neste Processo, ato da ma~s :~
. //,
di.'1a Justi ça.

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od. 258
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J~'1V
ATA ~ 02 - SESSÃO DE CONSELHO ESPECIAL DE JCSTlÇA

Aos nove (9) dias do mês de abril do ano de mil e -


r;
novecentos· e setenta e três (1973), nesta Cidade do Rio de Ja-
neiro, Estado da Guanabara, na sede da 20 Auditoria do Exêrci-
J to da lG CircunscriÇão Judiciáiia Militar, reunido , em p6blica
audiência, o Conselho Especial de Justiça, constituído para pro
cessar e julgar o Ten Cel Gladsto~e ~er~~setti Teixeira e ou-
-
tros, presente a maioria de seus membros, ausente ó Sr. Cel Vi-
cente Galatro, onde se àchavac os Srs . Doutores Helmo de Azeve-
do Sussekind, Auditor, e Josõ Manes Leitão , Procurador, pelo Sr.
Cel Augusto Cesar da Fonseca Lessa, que assumi u h Presidência
do Conselho, foi declarada aberta a sessão, hs 12 horas .
PROCESSO Nº 17/72 - RR. Ten Cel GLADSTONE PERNASETTI
TEIXEIRA e outros, denunciadcs como i ncursos nas san-
çÕes dos arts . 264, ~ I, e 352, c outros disposi t i-
vos, c.c. o art. 53, tudo do C6digo Penal ltilitar.
Apresentado o proces so c~ referência , foi lida e
aprovada, sem diocussão, a Ata da sessão anterior. A seguir,
foi lida e assinaaa a Sentença de fls . 1645/1676. tendo o Dr.
Audi ter, com rel;;.ção ac Sr. :.el V:i.cente: ual~ t:!'o, procedido na
folw& do dispoctc no a2t. 438, ~ 12, do C6digo ue ~reces s o P c-
r..al wili tur. Achavat:1-co ::)re:Jen·!;es ao e. to _oe seguintes edvogn-
dv~: .Vr. Luiz Co.rloc Corr~a de 1.i::'8.ndc. ( uefer....c:c r 0.o Ten Cel

--
Gl.;-.dbtonc ! -cri.V.:!.S (:t·Gi T\=:L·:€::lre.); D:r·• .JI~or!tO:!l ~c. Jo a12 Carvalho
( :!~f~.::u:::o:t.• (lo :t·cf -!·:.C:.o ':r t:nor-.te Coronel Gladst-:::-..~ e do civil
iic}.son Ribeiro ãe :.!ou~); Dr. Rela:rmindo Mirnnda ::-ilho ( de-
fensor <lo 2ç J'en '\/2 Pr:..ulo Rcyn::.ud ~:ir._l.nda da SilVR); e Dr.
1

Lcnrivc.l Nogue:i.r~ Lir~a, _A.Yot;ado <1e Oficio (defensor d o 3º Sgt


I van E4;el de Olivc::..ra~ 32 >~gt ,jidcni Guedes e Cb- cTosé Augusto
CrtlZ) ~
Nada mais havendo a tratar, foi encerrada a scssão,às
13 hora s e 30 minutoo, do que, paro consta r, lavrei a presen-
te Ata, que vai assinada, na forca da lei .
Eu, r~ ~~ , , Técnico de Servi-

4 ~ , Eacrivao.

..
INTIMAÇÃO DE SéNTF·~cl\
Certific o q'Je. z.s)J)oh'Jras do -dia q
de- ~ de 1S7 :> , intimei
O Dr. Procurador da sen'ença c!e f s j(/t.J/!G7f>.
Do qJe, rara constar avrd 4 presente

INTI MAC~'J D ~ ~F~J1Fl\lfA


Certifi,qo
dt ~
q~~ à~/JC:~~oras
197_3
(~o, o.a r
intimei o C . 11/J,
J)t. ~ ~~ fvl;_ .ti-~ f ~
~ cla serter.Ç'l f's. I 6 I 6?(. - fP cr.r; I?

ile ~e, para con '-r lc;·,rei ~ p;eseot

INTIMACÃO ~:::: SfNTFI\ICA

Cert ifico que às/3.'..knaras do :l•a ?


c!t ~ d~ 1 191.3' , inymei o
Dt. -i: o~ivcvf (Yo~ 0 ·,u.,u.. _
~· ~~ da serterc;J N' t-s./b o/,
Do
JUNTADA
Aos_!i_dias do aoes da ~do ano de 197_L
faço juntada a~s prssen~es autos do cbcumento que
se segue..L_a~á fls.):Z/.Z Uo c;u
este termo. Eu,~---Pt-,._-~,..----

4
I
1lewton .12o1Jo - ?'flarla l2ücia C odt o
ADVOGADOS
Cais de Santa Hita, 60 • 5.• anda r
Fones; 4~700 • 41627

E~~o. Sr. ~r. :uãitor da 2a. ~unitoria do ~xército

~~4 ... $:

d e l'fi /JJ
J
' 7 ~LSO:l ?IBE::!:PO DB :.10UR.~, nos autos da
arão rye~al a ~ue, com outros co-réus, resDonde nessa ~udito
ria , ven ex'Jor e requerer a 17 • Exa. o aul? se seque:
SuJ-.metido a julgru.-nento nele Colendo I
Conselto Especial de Justi~a, nos dias 17, 18 e 19 do cor-
rente, teve o resultado proclarado em sessão realizada a
22, no cual =icou ciente da ~ua conêenacão à.oena ce dois
(2) anos àe detencão, como incurso do art. 352 do Cod. Penal
I'ili tar.
rontudo, nao tendo sido lina a senten-
ca, onde o Suolicante esoerava lhe foss e conce~ida a susDen
- condicional da pena, ven reauerer a V. =xa . com fulcro
sao
no artigo 443 ' in fine ' e 445 do Cod . orce . Penal Militar,
c-ue lhe seja lida a decisão, no prazo de oito dias, como I
preceituam a~uêles artigos.
O 8unlicante, com a declaracão da dec i
são dêsse Colendo Conselho, foi recolh i do à orisão, eM r a-
zão õo nue entende, co~ a devica vênia, estar sof re ndo cons
trangimento ilegal, UMa vez não ter s i do, nacuela ~rocla~a ­
cão , definida a concessão do 11
sursis " .
Dest ' a rte. reitera o ryedido oara aue
lhe seja l id a a decisão, em todos o s seus ternos, no n razo
da l ei, ~ara eventual o r oposi tura de recurso.

E . deferinento

~io cl.e

..
··eHton Lo:0o de Car
Insc . 6 991
EXMO. SR. DR. J'JIZ AUDITOR DA 2a. AUDI':rORIA MILITAR
EX~RCITO

.....

GLADSTONE PARNASETTI TEIXEIRA,por seu advogado,


nos autos do processo crime a que responde e outros,nesta A~
ditoria,não s~ conformando,data v~nia,com a decisão d@ste C~
lendo Conselho de Justiça,que considerou provada a denúncia
e o condenou a pena de 7 anos de reclusão,quer da mesma ape-
....s--
lar,como de fato apela,ad-cautelam,requerendo outrossim,lhe
seja aberta vista dos autos para apresentar as suas razoes
...
de apelant·e .
Reque r ,outrossim,apÓs o cumprimento das formali
dades legais,sejam os a utos remetidos ao Supremo Tribunal
Militar para a sua ulterior decisão.

Ita Speratur

Rio de Jane~de janeiro de 1973

~~d:L-:::-
Insc,699ih
En~O. SR. DR. JUIZ AUDITOR DA 2a. AUDITORIA MILITAR
~
DO )\ e
EXÉRCITO

NELSON RIBEIRO DE MOURA,por seu advogado,nos au-


tos do processo crime a que responde e outros,nesta Auditoria,
não se conformando,data v~nia,com a decisão dêste Colendo Con -
selho de Justiça,que considerou provada a denúncia e o condenou
a pena de 2 anos de detenção,quer da mesma apelar,como de fato
--==--
apela,ad-c~lam,requerendo outrossim,lhe seja aberta vista /
dos aut)s para apresentar as suas razões de apelante.
Requer,outrossim, apÓs o cumprimento das formali
dades legais,sejam os autos remetidos ao Supremo Tribunal Mili
tar para a sua ulterior decisão.

Ita Speratur

Rio de Janei o 29 de janeiro de 1973

~n---/~
Newton Lobo derc;arvalho
Insc.699l
i
!

MIN ISTÉRIO DO EXÉRCITO


1• DIVISIO DE EXiaci~O
. dCMD.O...Dl ; ~; .:ala..G.~ .P~....CAV.A.J.,.A.J~:tA ....ªg_~AP.A.......

. .Rio...de ..J.ane.1.r .o ,.G..1.,.3.J... Jan 73


Do Cmt da ;~; Bda C Bld

J ÇA
~ = :.;:~ Aud1tor da 2• AuUtoria
0
/. • L-.......-.:~ Assuntt-Rest1 tuição de documento

/ f1'
&>-'-'

e . >~
Bet: ot na 116/MAS, ele 22 Jan 73, dessa
Auditoria.
"2- i. _ ~~ c .Ane:z:o:-1& Via de Mandado de Prisão

p~-~~
N ' ~ A
Em atençao a solicitaçao contida no of'1c1o supra referenciado est.
Comando remete a V ExA a 1• Via do Mandado de Prisão referente ao 3 o
Sargento IVAN fiEL DE OLIVEIRA devidamente qUitada.

4
I

. .,..
1
~ ~

..

PODER .JU DICIARIO

J USTI ÇA M ILI TAR


AUD I TORIA

MAND ADO DE PRISÃO

Ao Exmo. Snr ...... C..Q~~~N.l$.....P.O....ffil.M&.IRO... ~xt~.C.IT.O ................................................ ..

O noutor......JJE.L.M.O. ...D.~...A..~~P..O...SU.:S.S..E.KI:N:P. ......................................................................................................


,
Auditor da 2~Auditoria do Exercito da 1a CJM , usando da atribuiçã o que lhe
confere a Lei e em virtude.d~LD.~.c.i.s.ã:o ...do....Con.s.e.lh.o....E.s.P~tc.i.ªl ... d.e....J.:u.s.tiça ....de~
t~l ..Au.di.t .o.r.iª.,....Pr..o !.ª.r.i .dª.. ··ª~---.s-~.s..são....de.sta....da.t.a..,....M...~... N..D... A...qua ... s.a.j.a... ime~
diata.roEU'"lt.e....re.c.olhi.do ...pr.e.so....o ... 3P.... .S.argento.... IVAN. .. ETE.L...DE.....OLIVE.IR.á.,. ....~.~-~~ -~

visto ter sido ...condana.do....à. . .!H~na.....da....62...(se..s.s.ent.e....e....dais).....an.o.s ...de... .re.clusão


..c.o.mo... i.ncur.s.o...!lo.s...~rls . ....205....§.... 2º.,.... 20.9....§ ... l.g_,._.. 26lt...n~....L .a ...3 52, .... .c/.c...o ..Ar .to
, -
53.,.....t:udo.....do. ....C.o.dig.o ...P.~nªl...M.i.li.t.ªr.. ................................................................................................................. .

o escrev~:4~°FF~·-· · · · · · · · · · · · · · · Escrivão,
Rio de Janeiro,....22......de .... j.ªneiJÕ. m •• • • •• {
- ;_ :

~ ~~~ .. ' : ~--==::::---

CERTIFICO que o presente :~'=~nd'=~do de rri s ; o foi cur:prià.o en


22 d a j~neiro de 1973 •

I

,, .:1. :r...... :::. .,


"--' v~ .L L- ...' \ e~ ,..,le,..,
e·~
.., ~J.go , 23 ce j~n eiro de 1973 .

Mod. 256
- ., .-----

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MINISTÉRIO DO EXÉRCITO

COMANDO DO I EXlRCITO

Ri o de Jane..~.'!;·º·'··g·~·'··J...~. .fiar..?:.~. . .l.9.7 3


Do Comandante do I Ex4rci to

OF NIJoi;CF Ao E:xmQ Sr Dr Auditor da 21 Auditoria

I JUSTIÇA I do Exlrcito da lt CJ.M


Assunto Documento - Encaminha

j~/'L st· Anexo: Um Mandado de Prisão

~ -r· r z - 1_. 7-?


/:;?{-:~~
I

----
1. Devidam cumprido, restituo a V Ex I o Mattdado de
Prisão e~ apenso, expedido por essa Auditoria contra o Ten Cel GLADS
TONE PERNASETTI TEIXEIRA.
2. No ensejo renovo a V Ext meus protestos de distinta/
consideração o

GEN EX SYLVIO COUTO COELHO DA FROTA


' .
COMANDANTE DO I ~CITO

Por delegação

EIRA DE MELLO
CHEFE D ESTADO MAIOR DO I EX
1.• VIA

PODER JUDICIÁRIO

-.JUSTIÇA MILITAR

...... AUDITORIA
J
MANDADO DE PRISÃO

Ao Exmo. Snr. ............................


Comandante do I Exército
....... . ............................. - - - ...............................................
......................................... - - - - - - -

O Doutor .... HE.LM.O... .DE.. AZEVEDO....S.U.SS.E.KILW.....~ ... :":":'....~....~....::-:-....~ ...::-:-.... ~... .-~ ... :~.... ~....-:-:. ... ~....~ ....-:-:....
ª
Auditor da 2 Auditoria do Exército da 1ª 6J~ usando da atribuição que lhe
confere a Lei e em virtude ...d.~....0:.~.G.t.~ª-º- --J~.9. ...G.9.111?..~J.h.9....~l?.P.~.9.;i.9.-J......c1.~.... c!~.~-j;_~_ç-~·'---··
desta Auditoria, proferida em sessão desta data, MANDA que
··················-·······························-·············-·····································-.. ·························· ·· ········· ·········· ···········--·-·-··················································
seja imediatamente preso o Ten Cel GLADSTONE PERNASETTI TEIXEIRA,
- -- --- ----- --------- - -- -- --------

visto ter sido ··········································································-···--·---······························


CONDENADO à pena de sete (7) anos de reclusão, como
··································· ································
incurso no art. 164 nº I e 352, c.c. o art. 53, do C6digo Penal
·······································································---------------------- -------··· ···-··········································································· ········· ·· ··························
Militar. -

o escrev~:~~~~FF~ .............................. Escrivão,

. Rio de Janeiro, .?? ...de.. .... ·Yª l:l.. J "··"i:?. de ~3


E>...

fL~ . . mAÍ4. t~ Oi m G~~~ . ~

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Mod . S:56


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Carimbo da Estação

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INDICAÇÕES DE

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J AN 73 VG
SEGUINTES OF ET PR PTPT CAF DALGIO MIRANDA NIEBUS VG
PAULO REYNAUD MIRANDA DA SILVA VG 32 · SGT IVAN ETEL
22 TEN R/2
DE OLIVEIRA
VG 3g SGT RUBENS MARTINS DE SOUZA VG 32 SGT SIDENI
<( :ii I< GUEDES VG CB JOSEH AUGUSTO CRUZ ET CB CELSO GOMES DE FREITAS
Ir .g ~ FILHO PTVG REF MIL FORAM REC OM ACORDO AUTORIZACAO CONTIDA
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< OF NR 12 E2 VG 29 JAN 73 RM PT MAJ ZIGNAGO DIR P
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EXMO SR. DR. JUIZ AUDITOR DA SEGUNDA AUDITORIA DO ~RCITO

DA PRIMEIRA CIRcmlSCRIÇ!O DA JUSTIÇA 1-íiLITAR.

NELSON RIBEIRO DE HOUBA, bras ileiro, casado, fu.n


cion~rio pÚblico estadual, "Auxiliar de Per{cia" da Secreta-

ria de Segurança do Estado do Rio de Janeiro (doc. junto)vem


- expor para, a final, requerer a V. Exa o seguinte ••

O suplicante, nos autos do processo a que respoD


deram o Tenente-Coronel Gladstone Pernasseti Teixeira e ou-
, ..,... tros, foi condenado a 2 (dois) anos de prisão, estando, pr~
,
I senternente, recolhido no D~cimo Batalhão da Pol!cia Militar
do Estado da Guanabara, sediado em Benfica, numa dependência
situada no 3Q andar, sob a responsabilidade da Delegacia de
Ordem Pol{tica e Social (DOPS) deste Estado, tendo em vista I
fazer jus a prisão especial, conforme o disposto na Lei n~

5.350, de 06 de novembro de 1 967, que estendeu aos funcion~


rios da Pol!cia Civil dos Estados e TerritÓrios Federais, o-
cupantes de cargos de atividade policial, o regime de prisão
especial, estabelecido pela Lei no 4.878, de 03 de dezembro
de 1 965 (does. juntos).

Ocorre, porém, que o suplicante reside com sua fa-


m!lia (esposa e filha). na cidade de Barra Nansa, E. do Rio de
Janeiro, na rua Madre Filooena, nQ 32, aptO 01, onde encontra-
-se do~iciliada, de resto, a maioria de seus familiares , sendo
certo , por razões Óbvias, que o cumprimento de sua pena, nesta
= 2 =

nesta cid~de, vem acarretando, ao suplicante e seus familiares,


grav~ssi~os problemas, de nav~reza sentimental e financeira, em
que pêse a longa distância que os separa.

Ante o exposto, solicita, respeitosamente, a V.Exª


se digne de conceder-lhe o benef~cio de sua transferência para
~
a cidade de Barra Mansa, Estado do Rio de Janeiro, onde podera
cumprir a pena que lhe foi impo~ta pelo EG~GIO CONSELHO ESPE-
CIAL DE JUSTIÇA dessa Segunda Auditoria, devendo, para tanto, o
suplicante ser encaminhado ao DD. Dr. Delegado daquela cidade,
com as recomendações de estilo.

Roga, finalmente, por equidade, a v. Exa que cons-


te do expediente a ser remetido à DELEGACIA DE POLtCIA da~aela I
cidade, a not~cia de que o suplicante faz jus a prisão especi al,
dada a sua qualidade de funcion~rio da Pol!cia Civil, nos exatos
termos da legislação aqui discriminada, a fim de sanar quaisquér
dÚvidas, eventuais, a esse respeito.

NESTES TERMOS

P• DEFERIMENTO.

Janeiro, lQ de fevereiro de 1973 /

/_/!
=

4
-; é eriin - - -- . r:&=-40:..,J"'kt.ltr , .... L -- ... -· .., .• I ,_

ESB~i.l EO RIO OE JM!EIRO


~ECRWmln m: SEGURfl~Cn

...

P OR T A R I A N" 853-TI

O SECRETARIO DE SEGURANÇA, no uso das atribuições que


lhe confereo Inciso I do art. 7" do Decreto 15.330 de 10 de agosto de 1.971 e tendo em
vista o que estabelece o Decreto 15.491 de 21 dezembro de 1.971

.. '/

.... , RESOLVE:
,;;·

,.,

Colocar sob o regir.:e de terepo integral c dedicação exclusiva, baixado peló Decreto· 15.191
de 21 de dezemb!"o de 1.971 e reglllamentado pela Portõria 1.563, dé 23 de dezembro de
1.971, com a gr3tiÍicação percentual do lndice TI ~ 3 previsto na aludida Portaria, a contar
de 12 de J A N E I R O de 1.97 2 o A~.liLIAR

DE PERÍCIA NELSON RIBEIRO DE lYlOuH.A. CLASSE rr .I :' DO Q. P.

Niterói, r
ci,Yf ~ I4 <A~ .1. 1Q

~/1, .~Y~IAA__-
Gen. l:r~T~O TEIXEIRA DA SILVA
Secretário

I
i' ..
•' '
I' I

.·: ,:;,/
ÉSTAD(j•·.QO RIO DE JANEIRO

·.: ... S ~C RETA R I A DE SEGURANÇA PÚBLICA


~ ~
•. ·lf..l!l
1, ' , '
. .. •· • ·. '; DEIJiGAÇIA DE I:QLfCIA ,QE BARRA MANSA
.., .

O BACHAREL JOÃO ARMONDES GONÇALVES, DELE_GA-

DO DE POLÍCIA DO ~nNICfPIO DE BARRA MANSA,I


POR NOMEAÇÃO E DESIGNAÇÃO NA FORMA DA LEI,I
ETC •• -.-·-.-.-.-.-.- • ... - .-.-.-.-.-.-.-·-·. -


s


1
v
,
e, designar e funcienarie desta Delegacia, NELSON IUJ1EI
RO DE MOURA, pnr:a chofiar a S0ÇQê dm Rt.iubos o Futtu (lQsta Dol~&Q
.,
cia, om virtude ela disponsa do JOSE ALVES NOGUEIRA o IV AIR NOGPEI
IlA DB PAIVA, dovo...'lde • mosme indicar sous. auxiiinros bom cemo foJ:
no~r a esta. auteridado, prê.ntu.~rie des ir.&Cliciades quo ·per q,unl-1
quor ~tive pnssaran pola seçãe; apros~qtar · osquema do serviço ai
,
ser deravo.nto · ad•tade, al~ dos E1o~orminQCles pctr esta atttcrid3d.e.
'
c
u
n
p
r
a- so,

Arnendos a.nçn v s
olCilgado
• , , J

:'

<. ' •

...

O Governador do Estado do Rio de Janeiro,

R E S O L V E, usando de atribuição legal, promover, por


• merecimento, na · forma do art. 54, do Decreto- lei n. 0 344, de 28 de
outubro de 1941, o ~LOÁ dk_ ~-uC.t-a,
. !1/ /) r; ) .t1 . f(/ '' .
I' - • ·~ •

~__......t.( '- SA.... "t.. . D cte_ M ol..-Lta_


do Quadro Permanente,
,, t·
. .-
\ _ _ _ ,.
•lLUàO-n...
\.
Ir/..._, / • . ~ c:- ·7 r=-
\..___.
da classe f para a classe 'C::J. , em vaga decorrente da
p r orno ç ão de Q&f» oJ.. do~lo..-~
c_,,\.__
,._·· '1--'V
~'~,fi,
-'--'-,....
_J_ _ _ _ _ __ _ ~--- i
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1 r (./
-/' . ~. oi , , . "
mà.ntida a sua atual l otação-Secretar ia OJ ç ; e91...v1.CVJ-Yêa.. t)J...<- -o-ü. c."'-._
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PALACIO DO GOVÊRNO, em Niterói, t!if de _ ____..
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O Governador do Estado do Rio de Janeiro, (

R E S O L V E, usando de atribuição legal,


.. nomear; de acÔrdo com o arta lQ, item I, . par~grafo Único, da
Lei na 274, de 22 de novembro de 1948, NELSON RIBEIRO DE ~]'· ·
. . , , .
RA para exercer, em carater provisorio, o cargo de Auxiliar ·~

.,. .
de Pericia, c~asse 11 G", do Q.P., em vaga ·decorrente :. da pro~ >·
~
...
ção de Nemesio Ambr~sio da Silva, devendo ter exercÍcio em ·
~

P~l!cia Civil-Secretaria de Seglll'ança PÚblica·; .. --~

aovftRNo, em N~terÓi, o2 d{ A ..
2
PALÁCIO DO
~~ ~ /iq flf, ~.J
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~~ ,: .. . .. ·. ~

• \ ·~ C\ rJ 1
'V 'v\ r.:. e ·r.

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.... _..... - . . ·--

O Governador do Estado do Rio de Janeiro,

PALACIO DO GOVtRNO, em Niterói,....;?-.l:.... de


.........~.~.&a........................ de 19.-~.à.....

. ....

I
CONCLUSÃO
dias do mês d~ ..
Aos __1__ &.
······--·-do ano de 19'1.,L
taço os presentes autos c-:>nc~usos ao Dr. Audi&Gr

/J.gf2Nvt.q ~--·--· =-=========


Do que para ~onstar lavr

__
~s.c::O

. ...

R E C E 8 I ;.v'l E N T O
Aos ~ dias do mê s d e ~- do àno de1973
me foram e ntregu3s 03 Fesentaj ~ v t o 1 pelo Dr.
·-·-··---~-~-h~. ···· . ;. . .... . ... ....... . ,. . ..............._
De -au• para

..
r
'-

JUNTADA
Aos ...1...c._-- _:.J r::~ dg -·-h ~Y..:....:;....do <
r fid t:J·J 19V.-
taço junta da L : I·: a.<;€!) \;:?3 x;;;;"·~.) r.:.. '..líl161. to que . .-;_

se segue .c ____L

- t.rmo. i u,
)

·4-~ . r.v.:::~~fta:t:~~-
·~· : . .c-.::r- . C ·J ()U3 óonst .. r I r f

4
I

..
JUST I ÇA MI L ITAR
1.• CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA MILITAR
2.' A UDITORIA DO EXÉRCITO

DESPACHO

CONSIDERANDO que o réu NELSON RIBEIRO DE T.TOUHA, conde-


nado por este Juízo à. pena de 2 anos de detenção, como in-
curso no art. 352 , c.c. o art. 53, do C.P.M., é funcionário
público estadual lotado na Secretaria de Segurança do Esta-
do do Rio de Janeiro;
CONSIDERANDO que o réu, na condição de funcionário da
Polícia Civil do 'Estado do Rio de Janeiro, ~-vi do dis p os-
to no art. 12 da Lei 5.350, de 6 de novembro de 1967, está
am1•8.rado pelo art·. 40 e resp ectivos parágrafos da Lei nº •••
4.(78, de 3/12/65, que concede o regi~e de Prisão Especial
até o trânsito em julgado da sentença condenat6ria aos fun-
cionários públicos, constituindo-se, assim, um direito o
que ora requer o sentenciado civil;
CONSIDERANDO, ainda, que comprovadamente reside o Su-
plicante na Cidade de Barra mansa, tendo respondido ao pro-
cesso em liberda de e se apresentando a todos os atos proces-
suais real~. dos nesta Auditoria;
RESOLVO, deferindo o pedido da defesa do réu, conceder-
lhe o benefício de prisão especial a que tem direito, para
ser cumprida até o trâ nsito definitivo da sentença condena-
tória, em sala especial da DelegBcia de Polícia da Cidade de
Barr8. mansa, R.J., local este, tamb ém, sujei to à jurisdição
éteste Juízo,
Oficie-se ao Sr. Delegado de Vigilância - Centro, au to-
rizando a transferência do Supl icanta para a Delegacia de
Barra Mansa, com as devidas cautelas lega is, f icando o seu
Titular responsável pel a cust6dia do réu,
Oficie-se, igualmente, ao Sr. Delegado de Polí cia da
Cidade de 'Barrs Mansa,R*J., comunicando esta Decisão.
Rio de Janeiro,GB, 7 de fev ereiro 1973.

..

l od. 2 5 8
..

CERT IDÃO
Certifico que toi providenciado na conformidade
do despacho do :)r ·=>. uditor expedindo-se o-:>

t::::~~~~ ;:;~;~~ ~!Ji;~-~-:ft!Jã: e:_--x_


de 4~~;sc -

..
r

,. . 9 de f v iro 1.973.
189

r. ~e~~do de Vigilância - O ntro

Comunica d cisão, autor1Z4!ldo


tra fcr nci d proao.

C unico-vo qu st Juízo, d rindo o p dido


~.,f s do ouoado WELSO! RIBEIRO DE I.!OURA, C<>;D-d nado, n~sta
Auditoria, pena d doio (2) anos d dot nção , como incurso no
nrt. 352, combi do com o art. 53, do C6digo Penal --illtar,
qu se c recolhido num d p ndência da DOPS, 1tuad no .lR
o.ar do 102 tal. -o da Pol:íc:.t.a ~1 tar, d ate taao, Ded1ado
l3enfi , r solv u conoe r ao mestao o b fic1o d pri ão a-.
p ciâl a que -te di ito, na qu lid de d funcionário Po ic1
Civil, aita ç-u st co .provada. por do.cumento , dita
p · cumprida at6 o tn n.ei to d fini t i o dn a ntonç t6ri ,
em sal op oial da D rm ~
taão do Rio d Jansiro.
' cons qu nc2u, autorizo a tra.nsf rênoia do re-
noio da, co a u
f ri o pr o p
l b 10;
u la D 1 gacia 1 e.ci
itul r mcBt:la rospona v 1 p 1 cu t6-
-
1o. do rlnl.
poi , vossas provid nciao no aontido
d o c eis-o upra, c uni c do oste J u-
i o ef tiva.ç.. o.
No IaJ jo, r itero-vos oa ous prota~to d con-
....
id roçao sti •
4

'

..
• 9 de fevereiro de 1973.
190

Sr. Delegado de Polícia de Barra


nsa
Coouniea decisão, autorizando
transferência de preso

Oo~unico-vos que eat Juízo, deferindo o pedido


d defesa do cusado nELSON RIBEIRO DE moURA, condenado• nesta
Auditoria, pena de dois ( 2) anos d detenção, como i.nc11rso no
rt. 352, combinado com o art. 53, do 06digo Penal Ui ~ar, re-
so1veu conceder ao m smo o beneficio de prisão especial a que
te direito, na qu.alidade de funcio~rio .da Pol:!cia CiVil, si-
tu ção ata COI!lprovada por documentos, i:)O.ra oer di ta pena cum-
p rid até o trânsito definitivo da aentençs condenat6ria, em
sala especial dessa el gacia.
Em consequência, autorizei a transferência do
re~erido preso para essa Delegacia, solicitando a sua reaoção,
co o ofício no 1897 desta data, dirigido ao Sr. Delegado de
Vigi1ância - Centro, deste Estado.
Solicito , poi , vossas providências no sentido
d ser o o uni·oaa.o a est Juízo, qu~do da apresente.ção do proso
s Delcge.cia, ficando o eeu Titular· responsável pelá cuat6-
d1a do r6u.
o ensejo, rei~~ro-voa os cus protestoo de con-
estima. .

Dr. ~~~
... --- ----~--------------------~~----~--- ---- - -

ES T A CO DA GUANA B ARA

SECRETA R IA CE SEGURAN ÇA PÚBLI CA

SUPER INTE N DÊN C IA DE POLfC IA .JU DICIÁRIA

D.V.- SETOR DE CAPT URAS

OFICIO 1926
DV I SC Rio de J a neiro, 29 llC! janeir o c"io 1973

Do De l e g a do d e Vi g ilânc i a
- ,
l1UtLit o:r dn 2a. AL,_clitcrin do Exor·cito c!.a la. CoJ.ll.
Ao Exmo . Sr. Dr. J u iz lte.J®tt~XXXX'~~

Ass . : Fa z co municação de p r 1sao


Re f . : Mdo . n . 0 ••.•••• zJ3.z/.73. ........ / s . c.
P r o c . n . o.........}~/c:?................ (..................V . C . )

' I
., 7-
I - Comuni c o a V. Ex a. que, a...........22.•--•-- .:5.................................... ,
f o i re c ol h i do(a) a es ta De l egaóia , à disposi ç ão dêsse Juizo , o (a )
ac usad o ( a ) ....."7TSQí l --:?
:.'..-.. .-:·?. ...... ~..... JB-,T~O I: QTJ'i'A
:-:~....... ::..= ........:.~.......:-:-............................................................................................................

···································--············--·················--············································· ····················································"································ '


que s e e n c on t r a ...............................Q. QI.+.Q..Q~1~ .<J..J........................................................n o p rocesso de
referên c ia , con fo rme mandado expedi do em .......2.Z.•. l .... 73. ................................. , que,
J· Un t amen t e com o ( a ) acusa d o ( a ) , sera· encam1n n .-5o
· h a d o ......... 30 do Cn r c c- .
....:-.c.........................................
.~.9.~.Q~:~---~-~.P.!-::9..t.P..J., ____ç~-º- ---~-•-~!.-.•.G.9.!:!-t..r.·. ~.-~.-. :: -~ ......................................................................

Respeitosas sauda ç ões

JC;/cfa..
, .
C :;pl ú S:
!1n1. 1 -~-~·· --- ------------ ·-·- - ·------ ---------- ---- ---~----~

/... f rtAUJ r ,QCH.L\


Do ~::ó c!a \ '~:i;:J:::ia •
1
1xD 1
' J.. • -
Crurtw
• 'f .. t~-, 2 ( ~:::l 700.~83

.
)
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COMUNICAÇJI:O DE PRISÃO POR (MANDADO )


:-· --. -~- -~----------------------~ ~~--- - -- - -- -- -

o /

~
E S TACO DA GUANABARA

SECRETAR I A CE SEGURANÇA PÚBLICA

SUPER INTENDÊN C IA DE POLI C IA .JUDICIÁRIA

D. V.-SETO R DE CAP TURAS

OFICIO l~ ~ 2038
DV I SC Ri o de Janeiro , 29 elo j ú!1C? i r .: > à.o 1973

Do Dele ga d o de Vi g i lân c ia
fi ' "t .Jr CLQ
.uUQl o -,
L.Ú • ' "•.t-
..:.L1C l t...:)l" 1• D Cl
" ,.., ,
..) !.QCOI ' Cl't :) c!. o
Ao Exmo . Sr . Dr . J u iz :dlf.:xftk:P::ocklx!x~,:t~~~~}l:

Ass. : Faz comunicação de prisão


Ref. : Mdo. n . 0 ....28.3/73............/ S . C.
Proc. n. 0 ..... }~/.Q...................( ..................V.C. )

I - Comunico a V . Ex a. que, a .............. zz.,.J.~ .73................................. ,


fo i r e c olhido( a) a e s ta Delega c ia , à disposição dêsse Juizo, o (a)
a c usado ( a) .....!.~:.~\~_f_~-~~9.....?~·;~_;:_~~-~~------ ........................................................................................ ................... .
................................................................................................................... ...................................................................................... '
qu e se en c ontra .................... ~-~Q.\t_Q_-9:~_(;................................................................... no processo de
re ferê n c i a, conforme mandado expedido em ..............??.~J.~.7.3............................ , que,
. . . o 8oç a:_) ~..:to Cor·c e::-
J un t amen te com o (a ) acusado ( a) , ser a encam1nbado ..........................................................
;ç:_ç._ ;q~,......~.E?.Y..9.9.~.M-l. ...ç~ a .... ,.!. • .'f ....C.~D.t.r:.~......................... ...............................................................

Respeitosas saudações
~

~-~~-=
~~ -;· _ L',..
-·l ..l ...:J. u •
, .
C J_p l ú S: .......................·.......
.[l.rq. ]_ DELEGADO

Dcp . 1 - -------------------------
i-.f.~AijQ' "; ·:s·~HÃ.................._

0·>!.:-s::ó ó \'i~;;i::-:cia • Cc-n®


Mo:t. 700.183

,., I\ R
COMUNICACAO DE PRISÃO POR (MANDADO ) - FRM • SI • 216 A
_/{ ~ 1_MI
-{}-__) :í. -J.{:L~ 3 ..
EST A DO DA GU AN ABARA

SECRET ARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA

Ofício nº 3 YL?Ujs ~ Em, 15 de fevereiro de 1.973.

Do : Delegado da Delegacia de Vigilância - Centro.

Ao : MM. Dr. Juiz Auditor da 2ª Auditoria do Exército.

Assunto : Comunicação - faz.


Ref. : Of. nº 189/73

,, :MM. Dr. Juiz.

Tendo em vista as determinações de V. Exciao


contidas no ofício de referência, comuni co que o acusado NELSON RI
BEI RO DE MOURA, foi removido para a Delegacia de Polícia do Jo,' Junicí
pio de Barra Mansa, através do ofício nº 3.366 de ontem datado.

Atenciosamente,

Delegado
Mat. 700.183

4
I

tRM- SA - 001- A
ji i i i i i r -- - -- - -- -- - -- -- - - - - - -- --- -- -~- -

MINISTÉRIO DO EX:i!:RCITO
co::;.,r::oo DO I EJéRCITO
......... .:ti o de J ane ir o, GB -.9?~. .:8'.~ Y... ~-~-----~-~?..~---------·· ·········- .
)

Do Comandante do I ExE!rci to
OF N2 /1~ /CF
Ao :Sxm2 Sr Dr ~uditor da 2ª Audito
ria do Ex6rcito d~ 1ª C~

Assunto Restituigão de DocUI:lento


( F AZ )
Anexo: 1 (Um) Mandado de Prisã o

1. Devidamente cumpri do, restitu o a V ExB o ~/':andado

ie Frisão, expedid0 por essa Auditoria, contra o cabo JOS~ AUGUSTO


CRUZ

2. Po ensejo, renovo a V Ext meus protestos de dis
ti~ta consideração.

GEN EX SYLVIO COUTO COELHO DA FROTA


CO:lv'IANDlJfTE DO I EX1IWITO

Por delegação

.wJ. ,...J - "'

O EST\DO I~O~ ~O I EX
1.8 VIA

PODER .JUD I CIÁRIO

JUSTIÇA MILITAR
AUDITORIA

MANDADO DE PRISÃO

Ao Exmo. Snr.......C.omandante....do ... I ....Exêr.ci.to......................................................................

O Doutor.......... -----~-~!.~º----P.~.--A~?.Y.~----~-g~-~~-~-@............................................................................................ .
Auditor da 2ª Auditoria do Exército da 1ª eJM , usando da atribuição que lhe
confere a Lei e em virtude ..d-e.--d-ecisã-o---d-o---Consel-ho----Es:p-e-cial----deJus-t-iça.,- -·····
de_ªt·ª····A!J.Q,;L.t_q_~;L.ª·•----P.:rQf_ª_:r.,t_qª·--·~m... J?.~§.$..ªº····ª-~----ho_j_ª·'·······M ...A...N...D.... A.......qu.e..... s..ej.a ..... .
im_~-ª~-ª-~ª~-~-~-~-~---P.-~~~-º----9. ....9.ªP..<?....~9.ê.~....A.:Y.g_vê*-º----ºRY;6__
,_____~----~----~----~---~----~----~---~----~----~---------·

. . CONDENADO à pena de de sessenta e dois (62) anos de


VIStO ter SidO ........................................................................................................................................................... .. ....................... .
.:r..~_9.1:t?.-.êi9..t.... .Q.9.~.9... JP-:9.Y!'.~.9....l.!9.ê....ª:r.:t.ê.!! .....?.05..,_ ____§_____4_~__,_____4_09., .... §... .l~__ ,_____ ?6.4....n.º. ....I., ...... .
--~-- -).5..?..'-----~-~-g-~-----º-~--ª-~~--~- ---2~..:..~-~-ª-~----ª~---·g§_~_g9. ___ g~P.-ª_:l.____ lft:l..~.-~ª-~-'!.... ~----~----~---~----~----~----::7

oescrev~~4e~:rFcF~.. . . ... .. ...Escrivão,


Jane~o, :~
2
Rio de de.: ;.Ja .~~·""· ·· . : :··de
.;f~ AUó o o ·· ··-..-
·'·= ~=~
·····:····'C.h
.J. ·

Recebi a 2a via deste Mandado de Prisão:


~
I

-- ....·-·-- - .--- Mod. 256


., .1 ESTADO DO RIO DE JANEIRO

J SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA


SUPERINTEND~NCIA DE POLICIA CIVIL
DELEGACIA DE POLICIA DO MUNICIPIO DE BARRA MANSA

Ofício n. 0 79/73 ~, Em 28 de FeverQ 1973

Senhor Auditor,

Face entendimento mantido :pessoalmente com


v. Excia., relativamente ao Oficio nQ 190 de 9 de fevereiro/73,
desta Auditoria, em que encaminha o funcion~rio da Policia Ci-
vil desta Secretaría de Segurança Nelson Ribeiro de Moura, con-
denado à :pena de dois (2) anos de detenção, como incurso no art.
352, combinado com o art. 53 do c. P. Militar, a fim de cumprir
:pena em sala especial desta Delegacia de Policia, estou encami-
nhando a esta respeitável Auditoria cÓpias de pareceres do sign~
tário e do Snr. Delegado Regional invocando razões que nos :pare-
cem justas, sobre a impossibilidade de :permanência do mesmo ne s -
ta dependência :policial.
Outrosim, tomo a liberdade de esclarecer a
v. Excia., que a séde da Delegacia de Policia do Municipio de -
Angra dos Reis, como tenha sido a Última repartição em que o re-
ferido Acusado Nelson Ribeiro de Moura, esteve lotado, nos par~

ce mais condizente com a sua atual situação, visto estár ali m~


nos exposto ou sujeito a qual uer vindita por parte de familia-
res das vitimas, soldados do
nifestada o Sr. Delegado
Regional.


I
e desta Auditoria,
peitoeos protestos apreço.
ifestar r es
. -

A SUA EXCEL"mNCIA DOUTOR HELMO SU SEKIND


M. D. AUDITOR DA 2ao AUDITORIA DO mRCITO
RIO DE JANEIRO (GB)
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~ , , ,
o~ fcr: iJ.irq~ cl'ls v ítiP1":'f . ~ ; 1_,., .-,c~o"' ir~ E·r·:r-o:i 1:o .
I :L- Est~- r..Jl1., t'~i" .Jo· tJ.,lJ - - l1 iE:p oo J-:: - ::r~- ~ cr::!]eci::-.1 pG -
I'C c x ·pr ic1r:: nt o c:'"J pe (;,.'J df1 f'.l'1C icn~r i o , vis i;; J r: ·J.c o 0':' =· ~ o
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c:,;·.ipc-tento [)::']':' t~l c o sntor ~.., D .i\ oJ o? . ::: . , E: e·} i::- •j, J em

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•r c-: n dJ vid; l t~ i · .L· ~·r. ::>~ , :í.·•l r.1'Jl) tc , o


• 01';1 G; fJ:"'!J0 1

pe r i go Vi •ll'l it:J por p::!I'to lr· f -.• i. 1i ::: re ~ (.] o)S Vi t i;-;-,: ;s
(}C Unl'J
. ~

e o pr::Jprio proocup rç6'o nw nifest ::! d: p~ l 0 l:.,r::> ':) ri.o C:::mcnC.an-


tc :1 o 22º 0 .I .H.tz, ju.1to co Sr . D ::: la u~do R<;g:i on:: l, no ~

l e: v::> :: c::Hlclu :-: â' o dv .10CeBf.: i d..'JdEJ L18 sub ~·: r.ter t?l ::>p in ia'c c o ..
i l~!tre tit~ln r desta Regiio , a fi m de q ue S . Si~ . se en-
cor.! o ilu ~t rç 3t:.peri nteT::l.e ate d:J P >J. iri o C i v il, de li
bera mdo ; resp e ito d e ~ r~ ~3es cc i mc e~p or t~s .

c n.c:. "'l.:.nte o

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J. .
0. v 11!:.' f~ ..
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Parecer em separado em uma lauda
datilo&r ufada.

,-
l
ESTADO DO RIO DE JANEIRO

SECRET /1 RI /1: DE SEGURANÇA


DJ-;LJ::G,'..C IA DA ~~ U I WL'J~_ HEGifi:C. ADI."INI::::'J'H:\ TI Vii ~-' O I.I C I A L

P AH E CE R

Mantive contacto pe~ u oal com o Doutor Edal h erto Ba rcel-



los Garcia, DD. Su ~> erintendcnte da Pplícia Ci vil, c:x.:.Jondo- lhe,
à viva voz, além do que consta do douto parecer f i rméido pelo
preclaro, colcc a Doutor Olavo de Almeida Gama, ti t ulD.r da Dele-
gacia de Polícia de Barra Mansa, o problema de LJ.Ue cuida o
,
presente feito, ocasião . cr:1 que cxp o s ei minh a op inião à volta
do que vem õcorrendo com a permanência de Felson Ribeiro de
hl oura ne s te oetor policial, a s severando àquela autorida de que
estou de _plend acordo com a exposição de razoes e:<posta pelo
,
digno companheiro e também êom a solução que _;jrc tend e d&r ao
caso del ineado.
Di s s e, ent~o, ao nosso Sup erin t enden t e qu e desicnaria
o Doutor Olavo de AJme i da Gama pd ra 30r o mr;u emi ·· s ário jtin-
to ao Doutor Elmo Su!'.:fsekind - hon1·.<L cJ,.o au cl i tor C..lL>.e sub ::cr e veu
o expediente que deu causa as t a refas que estamos encetando,
recebendo do eminente chefe, verba l mente, o• apoio de que de-
pendemos.
Nesta linha de c o-nduta a que me submeto, di c nifica- ne
desic;nar o meu cole[;a precedenternç;nte nomeado pa ra, em ten-
do ur.1 contacto com o il u::.: trado representante da Justiça Mi-
litar nominado, solicitar de Sua ExceH?ncia uma solução de-

finitiva para o impasye e xis I: ante e que, at ú aqui, é preval.§.


c ente.
Confio e espero a resolução que se de s eja em torno da
ma téria em pauta.
CDr.!PHA- SE.

3/fovereiro/1973

IMPRENSA OFICIAL - RJ/72


28 da f ~oreiro de l973.
262/ a

Sr. Del~do Pol:!cit\ .. !:\ 01dade


da Ba~TC itlanaa - .Rii

ci i o G~o& üt:l~&'UCia , 1ietemj no (::_là e, :;r,r roG'tivo tle Stlf:!:Urançs do


r,re"" , o '-i vll .~~~011 RI.'BBT."..O W.! ~~YJ.F:.i.. ~ ... ja ~·eu:oVido ~.l:m à De1e-
~cis d J.ngra dos R is, Evtado do Ri·o de Jtin :tro, com a.; -cauto-
l. ..a :n.eceosárias.
no ensejo, rei tflro-vcs 03 1neus ;vro+.estoc de
cro.ncideraçeo e es:ti . •

..

'jd.proc. l7/72
•. 28 d ~ovc~irc de 1973.

Ilra0 ~r. JJ~HCOLINO F.ZE~UlhL D....


Dr.
ffi1~BZ ....S -
DD. D..:lef!ad.O Regional d
Policia, em 1U'lgra doe R is - BJ
Tran~f rônc1a d pr so

A nd no· pond raçõ s das utoridades po!L-


Dclagac1 ...........:a..-.._,• ..:.. .a.anl38- , detcrmin 1 q u , por moti-
rança do preso, o civil irELSON · BEIRO DE rotmA fos-
oe r le aci , coe as cautelas ne asárin t

E r recolhido pr:i ão B!)ecial, por força d


pro . ente, :fancionário Policie Civil, -si d
anecer et~ o tnuwi"to julga.d dr::. 'a.cD. onça que o cond nou
pe do doi (2) noa d ater ao , como incurso a oançõ
ao rt~c;o 352, combinado com o ar.t. 53, do C6digo P nal 11-

o jo, P n: o-voa ot: ~cuo pro eato ~ d
o id ração ti •

pro . 17/72
~- --

)~
MINISTÉRIO DO EXÉRCITO

COMANDO DO I EX!RCITO
--------~~-~----~~-----;~~~-~ -;~-~-(ii~:z~~~::::.4:~·:·:-~s7.3.. ____ _ _
Do Canandante do I Ex~rcito
OF NG aí't.fe /CP
----r
JUSTIÇA Ao Exm11 Sr Auditor da 2A Auditoria
do Ex~rcito da 11 CJ.M
Mandados de Prisão -Restitui
5 (cinco) Mandados de Prisão

amente cumpridos, restituo a V ExA os Man~


dos de Prisão em apenso expedidos por essa Auditoria, contra os se-
,uintes m.·.Lli tares: Cap DALGIO MIRANDA NIEBUS, 2G Ten R/2 PAULO REY-
NAUD MIRANDA DA SILVA, 311 Sgt RUBENS MA.RTTilS DE SOUZA, 32 Sgt SIDE-
NI Cabo CELSO GOMES DE FREITAS FILHO.
GUEDES e
2. No ensejo, renovo a V ExA meus protestos de dis-
tinta consideração.

GEN EX SILVIO COUTO COELHO DA FROTA


COMANDANTE DO I EX!RCITO

Por delegação

GEN BEN osk :BANp%~E MELLO


CHEFE DO:s:ADO MAIOR DO I EX

4
I

..
PODER ..JUDICIÁRIO

.JUSTIÇA MILITAR

SEGUND:. AUDITORIA DO EXÉRCITO~ 1ª CJM

MANDADO DE PRISÃO

Ao Exmo. Snr...... C.Ql~ND..\l~E....D.O... P..RINE.I.B.O ...EXÉ.E.C.I.T.O................................................. .

O Doutor.....m.l.LM.O... r.E... A.ZE.YE.D.O. ...S.U.S.$;$.KI~"'D.........................................................................................................


Auditor da 2aAuditoria do Exffi.cito da 1ª CJM , usando da atribuição que lhe
confere a Lei e em virtude ....da ... D.aci.s.ão... do ...Conse.lho ..:&.s.p a.cial....da ...Justiça ...da
.2~ .. Aud ..E.x... da... l.~ ....C.JM., ...pr.o:feri.da.... em ... sas.são....d().sta....data., ... M...A.... N. ..D... A. .......q.ua .
.saja... im.e.diat.a.m.9nt.e.... re.c.o.lll.l.do...,p.res.o....o ...Capitã.o....D..(WI.O... Mr:a4.NI1~....NIEBDS.., ..

visto ter sido...condenado....à. .l).en.ª....de. ...S~ ....Coit.e.nta . .e. ... .qua.tr.o).... anos ....da ... re.cly.
s.ão.., ....c.om..o.....in.c.u.rs.o.... nos,...A-rt.s......2.0.5.,....§. .. 2 .~,. ... 2.0.9 ...§....1.~., ....26~... n~ ...I....e.... 3.52 ...c/.c ....
o.. A~.~.... 5.3,.... W.49 ....dQ....O.Q.Q.,f,g.o. ...P..~Pªl...Mi...lit.ª.:r.~............................................................................................

oescrev~:~A1,:;;::F~F~. . . . . . . . . . . . . . . . ..Esclivão,
Rio de Janeiro,. . de ..iM~o ·~ 22...... ........
~d'f~~~ ~

Foi cumprido o presente Mandado de P.r!


são, em dO I ?/qrp /197 3, As 11./00
horas.

-- CARLOS ALBERTO }"


Cap resp p/ Dir do P Ex

Mod. 256
PODER JUD ICIÁRIO

.J UST IÇA MI L I TA R
AUDITORIA

MANDADO DE PRISÃO

Ao Exmo. Snr........0.9.mª.P.ª·ª.+:rt.~....9:9....l. ... E.~é..:rc.i:t.o....~....-:o:-•••. ~ ....~....~ ....~.... ~•......................•

O Doutor ........ ~.·~9. . . ?~---~~~~-~----~Y..~.~~~-~~ ...: ....: ....~....: -:...::....~...::...::...: ...:: ...: ....::....: .............
Auditor da 2ª Auditoria do Exército da 1ª OJM , usando da atribuição que lhe
confere a Lei e em virtude ......de ... d.eci.s.ão ....do ...C.ans.elha...Esp.ecial...de ... J.usti.ça.,.
·····ª·~-~-~§....A~.ª~.t~.~~ª.L.PF~.:f.~!.~.ª~·······~~.....~.~-~-~-~9.....ª~ ....~9.ij.~·-'-··· M A N D A...... 9.~.~----~-~
..... ja...im.ediatam.en.t.e ...pr.esc.... o....2.2.... T.en ......R/2....J?.AULO....REYNA.UD... MIRANDA...DA... STL-
....Y.A.,........... 'I'P. ••••""!'!'•••• ~••••~ ••• ~•••• ~••••.r. ... ,..... .f'P'! ••. •. •• wt ... . . ............. ~ . . . .'":"':".... ~....~ ... ~. • .. ~ .. • . ~ . . . ~..•. .., ... , . ,...........""' .•. , . ..................... - ..•. - . .• -

visto ter sido...... .G.Q@:m~A:PQ ....ª···P..~~.... 9:.~....ê.~~-~-~~ª····~····ê..~.~-~---·(.7.7} ....@.C?.ê. ....9,~ ....:r.~çJ,_g-


são, como incurso nas sanções previstas nos arts.205 § 2º 209, §
························································································································································ ·························'-··················'················ ....
.....~~-~....?..?..1...?.º......~.....~..}?.?.~.....~.~-~-~.....9. ....~:r.~.~..... ??...~.....~.?.~?..... ~9. ... ~.~~~-~.?....~.~~-~....r.~~-~~-~~:r;.?.

oescrev!:~l~ff:F~.... . . . . . . ...... .Escrivão,


Rio de J aneiro, .........?.?...de..... ~··
· · · · ...ã.ª ~~J~9......... !2... ..
..//~ .f~ .. . .. ............
DITO R
~ ~ .....
- - -- -=.!:J===--
.. .....

Foi cumprido o presente Mandado de Pr!


são, em ao
I Jcl?J /1913, às 1'100
horas.

CIENTE:

lk: ~ ~~Julq
PAULO 'l'NAU'1miRANDA DA SILVA
22 Ten R/2
Mod. 256
CJ 1." VIA

P ODER

,JUSTIÇA
JUDI CIÀR I O

M ILIT AR
~
AUDITORIA

MANDADO DE PRISÃO

Ao Exmo. Snr....O.Qm.an.d.ant.e.... d.o....I ...Exé.rc.it.o........................................................................ ..

O Doutor..... ~~-~~---_:I?.~----~~~Y.~?.9..... ~~~-~~-~-~---~----~----~---~----":':. . . -::.... ~----~---~----~-----::: ... ~----~-----::...........


Auditor da 21 Auditoria do Ex€rci to da l!! CJ M, usando da atribuição que lhe
confere a Lei e em virtude .....d.e....de.c.isão ... do ...Cons.elho... Esp.e.ci~l.... de... J.us.ti.ça,.
·ª-~-~:!;·ª··--A~_4J.:!i.2.~~f3:.J ....P..~9J.~~-~-ªª···-~-~----~-~-~~ª.9. ... 9:.~.... h.2_j_~.t... M A N D A ______ q_~-~-- __ê_~jª····
imediatamente preso o 32 Sgt RUBENS :&IARTINS DE SOUZA ?............................................
.............................................................................................................................................................................. - - - - - -.

visto ter sidó...O.QN:P~NA.:PQ.J~•...P..~.rn.... 9:~ .......ª.~-ªJ~~nt.ª·- -~ - ...d.9.i.§ ....{6..2J ....anQ.S.... d.~.... r..~ c.l.u-
-~-ª=9.t....9..2.~9. ... J!!-.~-~~-~.9....P.:9.!?.....ª.;r;:t~-~-----?.-º-5.'--- ..§.... .?.~--'·····?.99..J ....§... J.~--'····.?§.4....P.-~..... ±.,..... ~ . . 3.5.?..,_
~.!..~-~ .....'?....~-~~-~-----?}.~----~~-~~----~~---9.·~-~~-e!.?.....:l?..~?~;L.___ ~~;L.-~-~~-~~----·--····----···--------····------···--··---·····---------------····

oescrev~:~:11:;;;::F·F~·· · · · · · · · · · · · Escrivão,
Rio Janeiro,. . j.a~iro ~de de 22 de ......... .... .... . . 1

tf'~d{~~ ~
--~_. .7. -.:_~<.J-~vz::::=--

Foi cumprido o presente Mandado de Pr,!


são, em yiQ I Váv _/1973,às..aQo

I horas.

c
C~~IOS ALBERTO ~~­
Cap resp p/ Dir
Sgt

Mod. 256
.. J 1.a VIA
../1 J I

w
) I

PODER JUDICIÁRIO

.J USTI ÇA M ILIT AR

STi'GUNDAA U DITO R I A DO EXÉRCITO DA 11! CJ1{

MANDADO DE PRISÃO

,
Ao Exmo. Snr....0..~.1:~.NP.A~~---P.O ... P.B.:;i;~l.B.O...~XE.RÇJ.'r..O ....................................................

O Doutor ..... IiEJ:l.10... 1E....:.,.,ZEJED.O....S.USS.EKI11D....................................................................................................... .


Auditor da 2a. Auditoria do Ex~rci to da lll CJM , usando da atribuição que lhe
confere a Lei e em virtude .....de. ...D.e.c.i.s.ªo ...do.... C.ons.~l.b..o .. E.sp~.c.i.ªl....dª.... J.":us.t.i.çfL... .
de..s.t.a ...~~uditol.'.iª., ....P.r.o:fe.r.:l.dª ... ~ro.... s~.s.sS.o ...de.s.ta....da.ta.,... M...:,....N...D... A....qua.... saja ...
imedi.atam.ante....re.colhi.do....pr.a.so....o....3.~...S.argento ...S.IDE.NI ...GUEDES.,.....~.~-~-~~-~-O'!'.~~-

visto ter sido....c.ond.enado.. ..à...pena...de....58....(.cinquent.a ... e....o.ito). ... .anos... de....r.e.c1.1!


são.,.... c.Qm.o...inÇ.ur..s.o....no..."\r.t......20.5....§....2R..e....20.9... .§ ... ~ .~-, ....c/c....o... .C~rt.o .... 53,....tuda .. ./
,
do....C...o.di.go....Pena..l...Mi~ita.r. ............................................................................................................................................ .

oescrev~:~4~· ·~=i~~:. . . .~:. a.~ei . . ..!l. . . . .... .... . .... Escrivão,

Rio de Janeiro,....22......de.......;ianejlla.................... Ç ....~


/.~~~~
Foi cumprido o presente Mandado de
Prisão em ao I Ja Tl /1973, às L!:/
00 horas.

~Ou a, ~u ~~ Ju~.
Carlos _1lberto 7:Crtins Son.-r:e~
Cap resp p/ ~ir do P Sx

Mod. 256
' ,. l .a VIA

P ODER JUDICIÁRIO

.JU ST I ÇA MI L ITA R

SEGUN'D.:\.A UDITORIA DO EXÉRCITO DA 1ª CJM

MANDADO DE PRISÃO

Ao Exmo. Snr........C~1t~_.N:Pl~.N!.E. ...D..O. ...PRI~~IR.O ...EXÉRC!T.O. ............................................. ..

O Doutor.......... HEll10 ...DE... AZEY.EDD...SUSSEKLW....................................................................................................


Auditor da 2ca Auditoria do Exército da 1ª CJM , usando da atribuição que lhe
confere a Lei e em virtude .. de.... De.ci.s.ão....do....Cons.e.lho ...E.spa.c.ial....de.... Justiça ... de§.
~~---;~~-~-~.<?.?;,~-~'----p~g~~-?;~-~~----~~----~-~-~-s.~?.....4~.~-~-~----ª~-~-ª'----~---A ....~ .. .P... A....q~~----ê-~.J-ª----~~-
dia.t.~ent.e.... r.e.colhido...p.r.eso.... o... .c.abo....CELso... G.oHEs....m ...~rTAs....F.1-LHo.,.... -*--·*-
.......................~ ........... ................ ...... ........................ ...... .......................................................... .. ........... .. ......... . ....................... ...... ......... ........... ..

....... ··--······································ ··· ·······················-········ ···················· ·························· .. ···························-·········-···················•············ ························

visto ter sido....condanado...à ...pana.....de....5.8....Ccinquent.a ... e.....o.ito}.... .anos... de... .recl.y


s.ªº·'--··ºº'ªº--_J,n,ç~-~-º-··lJQ... !\r.~.'- .... 2Q5____ §_____2P. ... ~....209....â....l.~_, ____ ç/c....Q ..A~t.~.... 53., ....tv..do ... /
,
do....Cadigo... P.ena.l....Militar................................................................................................................................................ .

oescrev~:~~~~F~F~. . . . . . . ... ... Escrivão,


Rio de Janeiro, ........22... de............. J~.+.'.Q .............................. de 19. --?3
· ~· · ~~·~· . ,, .

Foi cumprido o presenta Mandado de P.ri


são, em 0'0 I ~rp /1973, às li/00
-
horas.

..

Mod. 256
Exmo. 8r. Dr. Auditor da 2! Auditoria do Exército

GLADSTONE PERNASETTI TEIXEIRA, por seu advogado,


vem requerer a V.Excia. se digne conceder- lhe uma c6pma,por
xerox, da respeitavel sentença de fls., a fim de facilitar
ao seu patrono, a interposição do recurso de apelação que
fará ao S.T.M., inconformado com a decisão que o condenouo
Pedindo a juntada da presente aos autos,

E. Deferimento

Lobo de
Insc. .991-GB

JUSTICA MILITAR
.
~ ····Jil

t~ C'RC'
' ~.-~
GOCUMEN-10
I '••' ·•
FROTOCOLADO EM
...... '..,.
· ···- -p
' ,: ~ ,.",1,.., r ~ • u;~ t\R!A MIUTII'
n -; 6
-----·;1 PC..-... !f
.J
j
,

dw 1~.
-
Exmo. Sr. Dr. Jui~ Auditor da 2a. Auditoria do Exercito
,
Circunscriçao Judiciari~ Militar.
'

Celso Gomes de Freitas Filho, por seu advogado abaixo


assinado, não se conformando, dwta: yep~g, com a; respeitrovell
sentença de rls., vem, pela present&, no prazo legal, ~ mesma
apelar, como apelado ~ tem, par~ o egTégio Superior Tribunal~
lit~, requerendo vista dos autos p~a apresenta~ ra~Ões.
"'
Nestes. termo$, pede
de.ferimento.
1973.

adv. - insc. 2.335.

JUSTICA MILITAR

~c~=~~c,~:~·; !-(~
PROTOCOLADO EM
. ~ ~

I
- --~

INTJMAÇAO DE SENTf N''A


Certifico que às) Lf horas do ota /0
dt ~ de 1973 , intimei o
~-~tA ~L-k~ d0-
~ ~da sentença oe f's. j(:; YJjl b 76 .,...---.--,
Do que, para ccnst lõuei a p.r.sen-t .
. '

.d\ ~RN ~-~~,&:::::!:C---'


• a ... cn~ .·.- - , t.l <~ p. csent11 •

..
JUNTADA
AosJ_f)_.dias do toes de ~-dJ ~n0 de 19'73 _
faço Juntada aos presentes autcs d.:> dJcumento que
ee segue~a~á fl·s.E-~ . _
este termo. Eu.~··· ·,c:..~--6
....c:.-~--~~~~:..-
ESCRITÓRIO DE .ADVOCACIA
AUGUSTO SÜSSEKIND DE MORAES REGO
AV. ALMIRANTE BARROSO 90-12•ANDAR SALAS 1214/16
TE LS. 252-09 13 •222-4 812 ·242 -9954
RIO DE vAN E I R O -BR ASI L

Exmo. S~. V~. Audito~ da 2a. Audito~ia do Exé~cito da 1a.Ci~


cun~c~iç~o Judicii~ia Milita~.

- Capit~o VALGIO MIRANVA NIE BUS, no~


auto~ do p~oce~~o a que ~e~ponde pe~ante e~~a Audito~ia e
no qual 6oi condenado à pena de 84 ano~ de ~eclu~ão, como
incu.a.~o na ~anç~o do~ a~tigo~ 205 § 29, 209 § 19, 264 nQ r
e 352, combinado~ com o a~tigo 53, tudo do Código Penal Mi -
lita~, não ~e co n6o~mando, data venia~ com a ~e~peitivel ~~n
tença condenató~ia, com 6undamento no a~tigo 526 e ~eguin -
te~ do Código de P~oce~~o Penal Milita~, vem, no p~azo le -
gal, da me~ma APELAR , como de 6ato apelado tem, pa~a o Eg~~
gio SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR, ob~e~vada~ a~ 6o~malidade~ '
legai~.

Tê~mo~ em que e~pe~a de V. Exa .


deóe~imento.

3
4

JUSTIC ~ r 1\R
. . . 'I 1. C·~cu ··- ~--.., - •. "1 ·1'C A
'S. ,,, v J ,. l .
~RIA~I
. I . ~R
;;JI OOCUMENTO ···~....1 n~-· I
PROTOCOLADO E1.----r--
EXMO. SR. DR. JUIZ AUDITOR DA 2a. AUDITORIA DA la.
~
C.~

RUBENS MARTINS DE SOUZA, nos aQtos do pro-


cesso crime a que responde, perante essa egrégia Auditoria, como
incurso nas penas previstas nos arts. 205 §22,item III; 209 § 12
264 n2 1 e 352 do C6digo Penal Militar, inconformado, data venia,
com a respeit~vel decisão de fls. 1645 .usque 1676, vem dizer a v.
Exa., que pretende recorrer da V. Sentença para o Colendo Supe~
or Tribunal Militar, requerendo, destarte, in opportune tempore,
vista aos respectivos para arrazoar.

Nestes termos
~imento.
Rio

Mário Mattos
:OAB.l2o~&;:

"
~
. ..
) JU S T I ÇA M I L ITAR _.

/ ··r ·-"i.AUDITORIA DJil....o/,.,.~ .f>............

u
Ao Exmo. Sr. Dr. Auditor

c;;~!)/~.!?..c0:.o..~"-:..•ba;xo assinedo, não "conformando com a sentonça


o......

do Conselho de Juet~Militar que .....~'h.d~. P?t....<?. .....~.=.'f/1:,!./!'!l.(l/..J?:/ ;;ç-.( . .!?~

Ô~/'j/6?-j q~s ~ q-,r~~;{t·":;~'IJ);13~'J/:f"?%;!'


@._ç:q/~.~-ÇJ._q_d:-$_.?.f!;~.~t?.7§.:{~.a.~Y..vem da mesma ....;Y~~ . . . . . . .... .... . . para
o Egrégio Supremo Tribunal Militar, requerendo vista dos respectivos autos, para os fins de

direito.

Nestes Têrmos

P. deferimento

J~Mq~ de .. /
I<io de

~~::'::? ....~:::? <

. ... ......... ..02~. ~... ........~

Mod. 262
Ao Exm.o. Sr. Dr. Auditor

~-/~
/( ~-~~~
v
~
<4y
o.C4'.Tcgo~. .:~·. .abaixo ass:ado, não se conformando com a sentença
do Conselho de Justiça Militar que ___t$P?1L~/n. P .....~-::;;./.:..;s'/IJ.k../!:'/...... Ç
... ~.§./!..C..~-----
4Jwt~ -~- - ~?f~.,;;_d ~ q..~~á':7~ij-'1;i'~'j~-~- ~-~
q>?( .f.:..~-~---5:_;1.;..llf.-.?!7~1.~ . ~-vem
pa_____ da mesma ......~~---·························· para

._ o Egrégio Supremo Tribunal Militar, requerendo vista dos respectivos autos, para os fins de

direito.

Nestes Têrmos

P. deferimento

- 4

Mod. 262
~ ~A~~~~~~;AM~;AR
........ ................... ........
~~
.. ..... ~............. ....................
/{

Ao Exmo. Sr. Dr. Auditor

oi,c~')J/-<. :f'..c.qr;_c:.~....abaixo assinodo, não se con!ormando com a oentenç•


do Conselho de Justiça Militar que ...4k:r./..~.-??:t .....t?. ......?!}{. ......Y~~{'.,~- ..~-~Ç_(!._ ? .Z.c::J.. . .
.C::./.t?{!._i(_,,,..-i. . ..~.i .....0:. .....tÇ_dYi~-ª-~5.~.~---: .~.·l. ~. t!2....4.! ...6:.~[~'
~6'9'.- '-I .e- 3;;-.:< o/~ ó .3 ?'7,. <?V <::C? ?. AY· <!!.

%:·:.1(/...q!~ .. @..-1....~_(§.d?...~.4i;. .~~t'.~.vem da mesma ..~~......... ..................... .... para


o Egrégio Supremo Tribunal Milit:l.r, requerendo vista dos respectivos autos, para os fins de

direito.

Nestes Têrmos

P. deferimento

Rio de aneiro, 4 /0...cte........~.& . . . . . ~. de .......... .

~~~~?'
?!. ' · · · · · fl~ .......... fo .....

Mod. 262
JUNTAD A
Ao~dias do roes de -~-_.d..; r n0 d'3 ~973_
faço juntada acs presen~e3 autos do ÔJr-urr•t::nto rue
ae aegue~_a! á flsj..?.& C.:> t.u-"' pa a c.mst"'r ' · rei
este termo. Eu,~~...'\. .AA..A,,..A.A...A-C::;x........c~

..
O Procurado r da J ustiça l>1ilitar , abai xo as -
sinado , vem , nos t~:-mos do artie;o 529 do CÓdi go de Processo Penal Hi
li tar , l_P:ELA..li., como apelado tem , d2, r . Sentença que conde:1cu o Ten I
Cel GLADSTONE P:Sf:NASETTI T"!i:IXEIRA e outros , nos autos do processo de
nÚ1:1ero 17/ 72 ;
P . Def erimento ,

GuE.nabara 9 12 de abril de l9 ~

Procu:-ado r
.--

.
I
I -..

JUNTADA
Aosj.l_dias do 1nes da ~--·do r. no de ·~­
faço juntada~ :::; r-;.:.-:-.,::; ct.. :s C) dJ~mE:rto rue
ee segua~_.a.ó {;3:J].Zf. C.J t._.... ..; pc. a c.:>'1S .~r
1
... rei

este termo. Eu,~_-·ll·--·_-...,...::::::-__..1


~
BELLARMINDO MIRANDA FILHO ) ~~fi.
~~~~,
(ADVOGADO ) ~
Avenida Amaral Peixoto, 370 · sala 323 Niterói · R.J. · Tel: 722-6835

Exce l ent issimo Sen~or Doutor Auditor da 2a . Auditori a do


Sxército da la. C.J .:·1•

. PAULO REYNAUD MIRANDA DA SILVA, não s e confor


! mdo, "data venia" com a respe i tável decis ão do Cons~ -
lho Especial de Justiça, QUe o condenou ao cumprinento I
da pena de 77 (setenta e sete) anos de reclusão, como /
incurso n as sanções previstas nos artigos 205 , § 2º, 209
§ 1º, 264 nº I e 352, c/ c o arti go 53, todos do Códi go I
Penal Iiilitar, na forma do artigo 526, alínea 11 a" do Có-
digo de Processo Penal :•,Iili tar, vem, mui respeitosamente·
a presença de Vossa Exce l ência ape l ar da mesma para Su-
perior I nstância, observando~se os demai s trâmi tes de di
rei to.

T9r mos e::J. que,

Espera D E F E R I M E N T O.

Estado da Guanabarã , en 13 de abril de 1973.

Bffé~~~. Adv. Insc. na O. A.B.


I~t. NQ 1.969 - R.J.

..
Exmg. Sr. Dr. JUIZ AUDITOR DA 2a. AUDITORIA DO EXÉRCITO
CRIÇÍO JUDICIÁRIA MILITAR.

~..s:>~JJ-~

,_- }/ ~ .
~~~-=--­
IRANIDES FERREIRA, por seu advogado in tine assinado,

não se conformando, data vania, com a sentença de tols. ,


vem , pela presente, no prazo legal, da mesma apelar, como
,
apelado tem, para o egregio Supramo Tribunal Militar, re-
quererendo digo requerendo vista dos autos para apresentar
..
razoes.

P. Deferimento.

abrit de 1973.

FUAD WARDINI
Advdg. Insc. ~.~86.
CONCLUSÃO
Ao~ dias do mês de_~__ d'J ["no ae f"'?~

1i;~:• ~~~~-~~-:_:c, or .
Do que para con5tar lavrei es.e •ê r-o_ k ~--
4igtQ., ~~

1
, 66/

O~~iMENTO
os/(, wllas ciõ mê!l d ~ do ~n• •1913
orcnn entroauài ~~ •.. e ~ ... te~ t ;, • pelo a..

k#~~Eu,~

..
VISTA
A~g dias do mês de_~ do en~ ~ ll"7 ..2..
P, e sentes autos com "".; ta aoSOr{
faço os
~--·e;,--~--- -------~-----·Ç.~~
Do que :1~~~q

RECEBIMENTO
Aos 3
tlias do mês de ~ da o no de 1973
me foram en~regu=>3 c:; p.esent"3i uios pelc?Di.

o~-;;·~·º~;;-;~-;;;;;,;···:··e~:---

".- .
JUNTADA
Aos_{_dias do 1oes de ~_do ; . ) d'319'l.L
faço juntada a'Js preseil~es autos do ~Jc-.~mento que
se segue:::_::_a á fr3.j__ _.• C:> c_u3 ~a c_:Jn::;t.. r la1r~
este termo. fu, ~- ______________·_________ _ __ _

4
TITO LÍVIO DE FIGUEIREDO JR.
A D V O GA D O
Ave nida Rio Bronco, 185 - solo 701
T e le fone 2 32 -7253
RI O DE .J ANEI RO

Pelo Apelante - Irunü1es


Egrégio Conselho

Ruzõos de "'!.polucíio

~· Preliminarmente- 6 nulo u senton~c om r ola~ão ao


upclunta, por rl!lnií"ostu controdi~õo, tcmdo em vistu ouc à s fls. 29 Cu

sonten-.u foi-lha fixo da u pene de UM ANO DE RECLUSJtO e b s fls. 30 di-


ú:t pcm foi de D1i ANO DE DE11ENÇãO.

Tul coutrodi~ ü o ó de cup i t ol rolovôncio, -posto 0ue


por cuus~1 üisso í"oi-lho nego elo o lega l diroi to da sus ucns ~ o c o ndic io-
uul du peno, o quo equiv..:tle ter-lhe siuo a:plicu do o sa n~ilo :no is grt'i -
vo, obsoluta:aonto não provisto no dispositivo legol i nvo c o do.
r- o enCiuuclro..m.onto lc ~ul do o:pol o nto é e rrôneo: A

próprio dc..:cisüo, ill.enosprozundo -o, considoru-o "funcionô:r io sub·' l ter


no c closporsonalizudo". Vojumos:
u) O crime pJ.~ovisto no :.lrtigo ;52 se reí"ere õ i nu
tilizu ~u o, soncgu~üo ou doscuminho do autos, docwncnto ou objeto de
valor probunte i~UE TEM SOB SUA GUARDA. OU RECEBE :F~illA EX:A.ME •.

b) Por demais <.lcb::~tido o so b ~goment c nrovoc.lo que


c udúvcr nCo ó uutos, üocur..1 ctlto ou objeto do vn lor ;»robonto.
c) Aindu que o senton~ e se referisse r um destes ob
jctos, ou quo a Lei, d.ovid.c::aento :rtodif'ic:l C.:~ , nu ssnsso t' considor!)J' c o
dúvc;r UlllU destas coisu s, ostú dcfiilitiva:aen to f ar u do G.úv :.at1 çue o o-
pel ...a!lto núo o tinh a sob sua guurdt""~ , t u::auou co o recebeu pura oxo 10 , o
_quo nfío cru suo funcuo. l.''uncionúr io n subultor no c desuorso11o l izt"' c:o "
nüo chcgc a t ..::tnto •
. II- NJ.o quisesse o E . Consc.:lho puni-lo co.m cxccssi
vo c; c1ruconiuno rigor, com muito !!lUis t3ccrto tcr it:l e nÇtuodr oG.o? c~' SO

no \lr tigo :50 do mc..:s;.no Có{!.igo Ponul Milit:lr , o.bsolvon<:o-o o fi n<:: l ,


..
ois que su.u inocCncio ficou sobcjo:nonto prov::J üo no pr ocesso. Diz o
Lei, ar tigo 3 50 do C.P.P.:
TITO LÍ YIO DE FIGUEIREDO JR.
A D VOGAD O
Avenida Rio Branco, 185 - sala 701
Telefon e232 -7253
RIO . DE JAN E I R O

" Auxil i ar D subtro ir-se o~õ o do outor id~de cutor


~c crime . ~ilitrr, o cue ó comino d:) -...on·: üo morto
ou rcclusôo".
pono- dote~üo oté sois meses
III- Ficou t runquil amonte dc:nonstr:.- clo que o ::pol::>ntc
foi u:punnud.o no sou locul üo trabalho por uw.u escol tu ~n.ili to r, com<.: n-
cluC.u pelo toncnte H:iro.nful, juntomeuto cora sou chofo, t odos do ::-:1etr o -
lhuüora, som lhu Qizcrom o fim de tal diligência. Aindo indl.)gou so o
ccl0gado os~av~ ciente cc suu s o iuo, infor~odo que sim.
rv- PUra um funcionário "subultorno á dos personuli-
zaüo n foi u tê ücmais proticur us inclogc~ õos referidos. No C.:o ma is lho
compotiu í'uzcr .
V- So houvesse nr ·:-~ ticado o o to que o :trouxe a jul-
ga.nonto, -:...esmo nu o son<lo o que o E.. Conselho o considero, ter i f1 cu'""a. -

priC~o 'Jrdem superior, ü.evidoraentc collf'"irtnt:\ do e mui to bem demonstrada


com os " .;.,o üorosos urgu.ncntos" quo portcvum os seus "solici~lutcsn.

VI- E quo tudo fosso vorüudo, som "U~' l q_uer elos nr~

gumcntos, u Lei u2;o provô cono crime o prátic o otribuíG.iJ oo onolt,nto,


nüo existe ostu hipótese.
" Não há crime sem lei anterior que o defino., nom
pena som prévia c omina..,üo lugc l".
Art. 1° uo Có~igo Ponul Milit ar.
Assim sondo, os pera soja ucolilido a ·pr cli~ünar ou,
no .rn.órito, soju <luuo proYi:nuuto oo rú cu:r·so puro. rofor·n:.. do dccisf5o o-
poluuu, ubsolvcndo-so o upel~ntc.

4
-
Bubostubclecimcnto

subcstubcle~o, uos Drs. Tito Livio do Figue~re.

do Júnior e José Urubutuu Coelho do Abreu, brusiloiros, cosodos, in~

critos nu O.A.B.-GB sob nú..neros 7.581 e 7.277 os poderes ouc me fo -


r 1.1m con.í'er idos por Irt1nidos

JUSTlCA ~ ,_

... -.,.~~~~ ~ftq-M

.....
~ª Auditoria do Exército da lª CJM
APELANTE: Cabo Celso Gomes de Freitas Filho
APELADA : A Justiça Militar

RAZOES DE APELAÇÃO

pelo Apelante Cabo Celso Gomes de Freita s

--------------
P R E L I M I N A R M E N T E,

há de ser considerada nula toda a instru -


ção processual, eis que inobservado o artigo 403 do CÓdigo de
Processo Penal Militar, "in verbis":
"0 acusado preso assistirá a todos os
termos do processo, inclusive ao sor-
teio do Conselho de Justiça, quando/
Esp~cial (grifos do Apelante)

Ora, sabe - se que o legislador processual /


penal militar adotou a doutrina da interpretação literal,con-
tida no artigo 2º:
"A lei de processo penal militar deve
ser interpretada no sentido literal/
.....
d e suas expressoes ••• "
Por fim, a questão suscitada se relaciona
entre os casos de nulidade contemplados no artigo 500 (alínea
"h"), ainda do estatuto adjet i vo penal militar.

N O M~RITO
-----'
não há como possa prosperar a sentença con
denatÓria, por car@ncia absoluta de suporte fático. ..
)~
Partindo de uma denúncia vasia de forma e
@
de conteúdo, consumou-se a instrução processual sem que re-
sultasse, pe lo menos no que diz respeito ao Apel ante, demon s-
tra da, pela prova, a proced~nc i a da peça acusatÓria inaugural.
Em de f esa do Ape l ante, vem as prÓpri a s ví-
, • , , r
t i mas e os proprlos co-reus, um a malgama exdruxulo, mas por
isso mesmo expressivo , até porque exata mente no dia em que s e
consuma ram os f a tos 12 de janeiro de 1972 - o Ape l ante se
encontra va de folga e seque r compareceu a o quartel.
Até me smo o "pivô" de tudo o Capit ê:o Ni e
bus - o organizador, incentiva dor, orient a dor e e x e cutor de
toda a trama criminosa, à.s fls 135 de cla r a que o Ape l ante não
e sta v a pr e s ente n a s -inquirições do di a 12-1-72, em que ocorr~
r am a s mortes de Monção e Wande rle i e que redundaram "a post~
riori " , n a s morte s de Geomar e Vicente.
Às fls 8 43/845, informa a vÍtima Sd. Apar~
cido:
"que o ca bo Freitas, n a a usência dos oficiais,
não batia e tra t a v a b~m os presos; que o dep~
ente pode .afirmar que o Cb Fre i t a s dormiu uma
no i te no Arqu i vo, fo i quando deu ca fé e bis
co it os a o de po ente, Sd Geoma r e Amori m; que o
Cb Freita s também forneceu ~ornais pa r a o de -
p oent e e outros pr e sos forra ssem o chã o da ce
la"
Às fls 1019v/1 020, e sclare ce a vÍtima Sd /
Walte r Soa r e s de Matos:
"que o Cap Ni ebus man dou conduzir o d epoent e /
pa r a o a rquivo, onde fo i r e cebi do com panca da s ;
o Sgt Rubens e o Cb Fre it a s e vita v am os e span-
camentos do depo ente , dizendo que e ste iria /
contar t ud o a e l e s; que o depeente ficou num /
c an to prot egi do por uma me sa pe lo Cb Fre itas e
Sgt Rubens ; que o àe2oen te conh e ceu o Cb Fre i-
t a s ex atulD.ent e no di a em que foi p r e so no Ar -
qu ivo; qu e o Cb Fre ita s l e vou pa r a o depoent e/
um jorna l par a que forra sse o chã o da c e l a e
s &nduiche e ci earro s, . t:·edindo a o depoente pa r a
que não f al a sse com rela ção a e ssa s coi s a s ~u e •
tinh a l ev a do com r2ais ninguém"
..
A mesma testemunha e vÍtima a' s fls
"que o depoente , se e st á vivo, de ve a grade cer
a o Sgt Rubens e ao Cb Frei t &.s , po rque o cole
ga que ent rou com o depoente era o Sd Vicen-
te que veio a f a lecer; que o depoente não I
viu o Cb Freitas espancar o Sd Vicente"
Em verdade, Egrégio Tribunal , o Ape l ante
....
n a o pa rtici pou dos f atos que efeti vau1en te resultaram as mo_!:
tes ds.s vÍtimas. Apenas , em dias anteriores, estava presen-
te ao "arquivo" quc..ndo foram seviciados algun s pre sos. A
cot a de participação do Ape l ante nestas ocorrências foram I
de somenos importância e &in da a ssim cum)ria ordens superio-
res, e is que lhe fora dito que s e não colcborasse, esta ri a I
incurso nas sanções do art igo 163 do CÓdigo Penal Mi l i t a r
crime de "recusa de ob edi~nc i a" , constante do "CapÍtulo V -
Da Insubordi nação'' o

Sabe - se, outrossim, através exube r ante I


..;rova contida nos auto s, que a s vÍtima s fatais foram pre sas
na manhã de 12 de jane-iro . E é a prÓpri a denÚncia que assim
sustenta:
"Na rncmhã do di a 12 de j anei ro d~ 1972,
a equi pe do Cp Ni ebus espancou os Sd s
I·.!onça:o , ~7ft:nderl ei e Vicente . O espanca
mento fo i r enov ado a partir das 15, 00
ho r ~s , do mesmo dia. Ao anoitecer , os
Sds 1:(onção e Wande rle i já era cad<~va -
re s".
É clRro que es~c~do provado , extr~me de I
dÚvida , que o _i,. ...JelLnte es-:;c.vr,:. de folga nesse tr..~g ico d i a 12
de janeiro de 1972, não r;oé'.e r i a, "data venia'', ser re s lJOnsa-
bilizado pe los atos que r:.aquela date:. s e ;rc~t i caram . Se de o ~
tros at os participou , em ói as ante riores - atos bem mais l e
ve s - ainde.. a ssim ::.t5iu sob o amp<.~ro do a rti go 38 , 2.lÍnea "a ",
do C?IIT:
. ' "sob coação irresistível ou que l he
•• suprime a f acu l dade de c:.gi r se~un -
,
d o a ~ro}rlL . von~a e
.l.. d "

Sabe - se que, nesta h i pÓtese , o as~n~e I


n~o ~ culnado, r esponden do pe lo deli to o agente coator, ine -
qu i vocf..11ente o 1Ja:9 Kiebus, cor-forme o di:;· gtÓsti co const2.nte
..
do exame ps{~u i co de fls 1500/1 501 :
"Pe rson :c· l i dade ps i coprfti c a 2.n ti - soc i al,
isto é, ~orsonal i da de m&l estrutur~da
que p ôde se mC:t.n ifestar no tempo em que
assumiu fu:.1. ç Õe s de mando e i n v-a st i ga -
ções"

Isto posto, es;}era o .Apeh-nte que, a colhi


do es te recurso, ao me smo seja ã ado provi mento p2 ra o f i m de,
r efo rmc;.ndo 8 r. s enten ]2 que o condenou 2. :pana de cinqttent:· e
oi to ano s de r eclusão, o a~:J solva dtl absur da i m}.:rutac]ã o, como /
homenagem aos sagra dos yrincÍ )ios de dire i to e dG

J U S T I Ç A

-,•I

..
BELLARMIND~ADV~:~~NDA FILHO
d!
D
Aveilida Amaral Paixoto, 370 · sala 323 . Niterói · R.J. · Tel: 722-6835 (:!/

F,-cce lel~ tís s i 10


Se'lhor Doutor Auditor de. 22. . _é_udi to ri e do
E-<ército d::1 l e.. C.J.l\:.

Paulo Reynaud Mirrrnda da Silva,j á qu~


l :t.::'ic r-oo o nos a uto s do :processo crime que lhe move C. Ju s ti
çn Eili te.r, por seu b ~_s t M te defens "" r, vem, mui res:p e i to-
s,..,~en t e, dentro do pr,..,zo leg~ l, ~ pr esenç ~ de Vosse. ~Y-ce­

lên ci<: , re 'lller·r a jun t a ~2 de suas r az ões de e.pe le. ç;'~~o ,1ue
seguen em 38 (trin ta e oito) l nudas d::1til ogr ~ f nd2s e de-
vid-:men te nu.merr- de.s, <:1 fim de produzir s eus l eec-.is efei -
tos.

Têrnos em q_ue ,
,
Espera D E F E R I M E N T O.
---- - - -- - - -

"Sst~·do d::'l Gu"'nrb 2.r 2 , eT'l 2 de m2io 1973

~~lho
Advog ~ do In sc . 1 969 . O.A.B.- R.J.

..
BELLARMINDO MIRANDA FILHO
(ADVOGADO)

Avenida Amaral Peixoto, 370 • sala 323 Niterói • RJ. • Tel : 722·6835

RAZOES DE AP~ LAÇÃO.

} elo Apelante Segundo Tenente Rl2

Paulo Reynaud Miranda da Silva.

Excelentíssimos Senhores k inistros!

Eu que 9ese o res}eito e a adniração que devota_


.wo s pelos Excelentíssir.1os Senhore s Co •.1ponentes do Conse -
l ho Es pecial de Justiça, da 2a. Auditoria da la. C .J .IVI . ,
~

entender.1os "data venia 11 , que sua decisão não se coaduna I


cou à prova colhida nêstes autos e ainda, con o texto l e-
g=l, como nessa sequência de ideias, iremos demonstrar:

Eu verdade, o Ape l ante, 2Q Ten. Rl2 , Paulo Rey-


naud Miranda da Silva, na é poca, servindo no l Q BIB, se -
diado en Barra Mansa, R.J., sob o comando do Cap. Dálgiol
Miranda Niebus , particiJ OU das sindicâncias pron ovidas pe
l a 2a. Secção, a fim de a purar o tráfico e consumo de ma-
conha, no interior daquele Batal hão, o que reab~ente exis
tia, como nô-lo diz, às fls. 443, o soldado Hélio Luiz Bo
telho :

" o o o que, na noite da fuga o declarante tomou I


um taxi em Barra Mansa para Volta Redonda; que,
o declarante t inha dinhe iro, resultante de uma
maconha que havia vendido no Natal, antes de I
ser preso; que, o declarante tinha em seu poder
cerca de Cr$ 100,00, sendo que par-te 9l'a-..da seu
pagamento e parte da venda da maconha ; que, etc
••• 8tc ••• etc ••• ; que, o irmão do declarante de
apelido Capara é traf icante de maconha; que, Ca
para normalmente, vendia a maconha por i ntermé-
BELLARMINDO MIRANDA FILHO
(ADVOGADO )

Avenida Amaral Peixoto, 370 - sala 323 Niterói - R.J. - Tel : 722-6835

-II-
intermédio de Paulinho e Henri~ue; ~ue , Pauli-
nho foi preso e H e nri~ue fug i u, sabendo o de -
clarante para Angra dos Reis ; que, por êsse m2
tivo o declarante passou a vender macanha para
seu irmão ; que, o declarante costumava de vez/
em quando fumar maconha, porém não se julga um
viciado; que, o declarante algumas vezes fumou
maconha no interior do quarté~ do 12 BIB, re -
cordanao ter fumado no interior do xadrêz com
o soldado Ferreira, ~uando ambos lá estavam I
presos, isso em novembro de 1971, quando o de-
clarante ficou preso por ter se recusado de le
var o bumbo para uma solenidade na localidade/
de Pirai ; que, naquela ocasião achava-se tam -
- bém preso um soldado da la. Cia., e que o de -
clarante e o soldado Ferreira para disfarçar o
cheiro da maconha, acenderam um pano alegando/
que era para espantar os pernilongos; ~ue, t~

bém fumou na torre, com o soldado Ferreira, e


Aparecido uma vez à noite e outra vez durante/
o dia com Evaldo, Aparecido e Senhorinho, en-
quanto Evaldo esperava; . em baixo, fazendo-se I
de sentinela, que etc ••• etc ••• "

Todavia, a despeit o do Ape l ante t er part i cipa-


do das aludidas sindicâncias, em momento algum têve a /
alimentar-lhe o espírito o de sejo de ceifar a vida de
~uem ~uer ~ue fôsse, tudo não passando de um caso inespe
rado, que acontece por acaso, do qual por fôrça das cir-
cunstâncias participou, pois subordinado como era, segllA
do a letra "a 11 do artigo 32, do Regulamento Disciplinar/
do Exército, devia obediência pronta às ordens de seus
chefes, no caso, Ten. Cel. Gladstone Pernasetti Teixeira
..
e Cap. Dálgio Miranda Niebus.
)1lf~
BELLARMINDO MIRANDA FILHO ~
(ADVOGADO)

Avenida Amaral Peixoto, 370 · sala 323 . Niterói · R.J. • Ter : 722-6835
v
-III-
Infelizmente, da execução de tais ordens, resul
tou o l auent áve l saldo de ~uatro soldados mortos e onze I
fe r i dos, além dos danos materiais causados no ~uartél ~e

a inda, da tentativa de destruição de material probante,ou


seja, de dois, dentre os cadáveres das vítimas.

Daí, a aplicação da pena de 77 (setenta e sete


anos ) de reclusão , o que, dado o excesso revolta a cansei
ência jurídica do mundo civilizado, pois, considerando-se
como uma de.s suas finalidades assegurar ~.: a tran~uilidade I
.social, atingindo a um inocente ou ultrapassando os seus
reais limites, ela perturba a tranquilidade ~ue se propõe
a~ segurar, mui to mais do que perturbou o crime que ela I
pretende puniro

Sôbre o assunto, Edgar de Moura Bitencourt, em/


s eu livro "Crime " , após várias considerações sôbre a pena
culmina por dizer:

"Se existir &a lógica correlação entre o deli-


to e a pena e se é luminoso o ensinamento de I
Cristo de que o delito vem do coração (o ~ue ho
je é admitido pelos sectários do positivismo pe
nal), também a pena deve vir do coração. O cora
ção, segundo uma comúm imaginação, é a sede do
amor. O delito vem do coração, porque não é na-
da mais que uma insuficiência de amor. A pena/
deve vir do coração, porque é uma superabundân-
cia de amor. Se o deliquente não sabe amar, não
há outra coisa a fazer além de ensiná-lo a amar
E não se ensina a amar, senão amando •••

• • • Nesse resumo estravasa-se a bondade ~ue I


não se aparta dos sábios. Parece que os concei-
tos vieram de um romance ou de um poema. Mas /
)1'1{--
BELLARMINDO MIRANDA
(ADVOGADO)
FILHO (?
Avenida Amaral Peixoto, 370 - sala 323 . Niterói - RJ. - Tel: 722-6835

-IV-
são pa~vras de um cientista. E não são divor-
- ciadas de modo algum do verdadeiro rumo que o
Juiz deve tomar. O aplicador da pena não tem o
direito de se conduzir com ódio. Nem haveria I
de ser com ódio que se pudesse obter o reer~

mento dos homess.

Por outro lado, se a pena tem função de defesa


social e se objetiva a redenção da criatura /
que tombou, e para isso a educação se consegue
em clima de sentimento e de fraternidade,-não/
há senão expurgar da própria sociedade essa I
displicência que gera criminosos, por que nem
estes compreenderão a sociedade, nem esta, por
seus juizes, compreenderia aque les."
( Car nelutti)

No caso, Excelentissimos Senhores Ministros, o


Ódio foi o único e verdadeiro condutor de tudo que exis-
te nêste processo, desde o inicio do inqu~rito policial/
militar, at~ a aplicação da pena.

Pois bem, tudo principiou quando, a os 13 dias;


do mes de jane iro do ano próximo passado, o soldado Geo
mar Ribeiro da Silva, mais por falta de assistência m~di

ca que por maus tratos, como deseja fazer crer a den~ -


cia, veio a falecer.

Cabo Enfermeixo, Cezar Luiz Porto da Fonseca ,


às fls. 1.071, diz:
4

" ••• que, o depoe nte era enfermeiro da Unidade/


à ~poca dos fatos narrados na denúncia; que, o
depoente foi chamado pelo Cap. Niebus no dia /
12 do corrente ano, na parte da tarde, após às
BELLARMINDO MIRANDA FILHO
(ADVOGADO )

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-V-
18 horas para prestar socorros a um sol dado ~ue

se encontrava na enfer mari a, ~ue não s abe o no-


me do soldado; ~ue, o soldado se encont rava em
estado de coma; ~ue, ni nguém disse ao depoent e/
e nem o depoente perguntou, por~ue o reieri do /
soldado se encontrava naquele estado; ~ue , o de
poente havia sido soliciatdo para atender um /
sol dado na enfermari a, porém l á chegando fo i en
caminhado para o Ar~uivo, onde se encontrava o
soldado ~ue necessitava de s ocorr o e fo i neste;
local que o depoent e prest ou socorro ao me smo ;
~ue ~uem determinou -~ue o depoente fo s s e ao Ar-
~uivo, foi o comandante da patrulha por ordem/
do Cap. Niebus; ~ue, imediatamente ao constatar
que não podia assumir a responsabilidade do ca-
so, o depoente solicitou a presença de um médi-
c o ao próprio Cap. Niebus, que êste lhe disse :
está doido? você quer me ver fudido? Faça o po~

sivel; que , o depoente apenas praticou uma res-


piração artificial, não podendo precisar por /
f alta de meios se o soldado permanecia vivo •• • "

Nota- se. O Cabo Cezar f oi chamado para socorrer


o soldado na tarde do di a 12, i s t o é, um dia ant es de seu
fal ecimento, e a despe i to de sol i citado , s bmente no di a/
seguinte o Cap. Niebus , pri nci pal r esponsável por t ã o /
tristes acontecimentos, chamou o médico, que vem e diz:

1º Ten. Médico do Exér cit o !rico Augusto Lopes ,


4
às fls. 1 .015:
11
• •• que, durante a manhã do di a 13 de janeiro/
de 1971 foi chamado a comparecer ao Arqui vo , por
..
volta das 11 horas pelo Cap . Ni ebus para pres -
tar socorro a um sol dado que teri a levado um/
BELLARMINDO MIRANDA FILHO
J;%
l
(ADV O GADO )

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v
-VI-
tombo e e s tari a de s acordado ; ~ue , em c ompanhi a/
do Cap. Ni ebus di r i giu-se para o carro do depo-
ente a fim de apanhar o seu est etoscópi o e o /
aparê l ho de pre s são; ~ue l ogo apó s dirigi u-se I
para o Ar~uivo, ~uando o Cap. Niebus lhe diss~/
~ue l á exi st ia um outro sol dado ~ue tamb~m se
encontrava apena s meio pálido , por f alta de sol
~ue, o depoente s e deparou no Ar~uivo com um
sol dado de cor e scura , ~i tado sÔbr e j orna is, e
~ue apre s ent ava na cabeça um f erimento já com /
curativo; ~ue, lá t amb~m s e encontrava um outro
sol dado deitado em uma. cama, pál ido ; que, o de-
poente achou o estado de saúde do soldado Geo -
mar era mais grave e que necessitava internação
urgente, tendo, o depoente, inclusive, solicita
do ao Cap. Niebus para ~ue providenciasse uma /
ambulância ••• etc ••• etc ••• ; que, quanto ao outro
ferido , de cor preta, que apresentava um trauma
tismo craneano, êste do primeiro exame não par~

ceu encontrar-se em estado grave, parecendo ao


depoente que o outro preso ;se encontrava em si-
tuação pior; que, o depoente não providenciou a
transferência desse soldado para a enfermaria ;
que , o depoent e · _Jião provlidenciou a imediata I
transferência dos feridos para a formação sani-
tária, devido a localização desta junto a uma I
via f~rrea e entre duas alamedas que servem pa-
ra a instrução dos soldados; que, no referido I
local não seria possivel ao depoente fazer a ob
servação clínica do traumatizado do crâneo e do
outro que estava em estado grave, preferindo en
tão, esperar a transferencia de ambos para o I
hospital ••• etc • • • etc ••• ; ~ue , o depoent e~ obri
1L(~ .

BELLARMINDC:•• v~:~~NDA FILHO ~


Avenida Amaral Peixoto, 370 - sala 323 Niterói - RJ. - Tel: 722-6835

-VII-
obrigado, em razão de suas funções, a visitar/
os presos recolhidos na prisão comúm, porém se
há outros presos eu outros lugares, o depoente
não é obrigado a saber, porém como mé dico, é;
obrigado a atender, uma vez chama do, a ~ual -
~uer solaa do no lugar em ~ue estiver ••• "

Prossegue o Ten. lrico:

" ••• que , c onst atou o óbito do soldado Geomar I


à s 13 hora s e 40 minutos ; que, o declarante não
t ransferiu ~ediatamente o soldado Geomar para/
o Hospital da Santa Casa da Siderúrgica isj;o às
ll horas , quando manteve com o mesmo o primeiro
cont acto , por~ue após :::ter ·..:fe i to um exame mais I
demorado, o depoente achou que o caso não era(
t ão grave ; que , quer esclarecer ainda que o ou-
tro soldado que se encontrava no Arquivo que I
foi examinado post eriormente pelo Dr. Eros a pe
dido do Cel . Com. Ariosvaldo, não ne cessitava I
de internação ; que, emtretanto êsse referido I
soldado veio a falecer , após no HoC . Ex. ; que ,
que , tomou conhecimento através do laudo de ne-
crópsia que a causa mortis do soldado Geomar I
foi por insuficiência cardio-hepato-renal ••• "

Logo, por cul pa e ~competenc i a do Ten . ~ric o,

o sol dado Geomar ficou nada menos ~ue 2 hor a s e 40 minu -


tos, sem maiores socorros médic os . Ma s, final iza êl e:
4

" • •• que , o - sol dado Vicente não apresentava si


nal nehhum de hemorragia cerebral; que, apre -
sen t ava uma ferida contusa crânaaa com curati-
vo no local • • • etc ••• etc ••• ; ~ue, o soldado Geo
BELLARMINDO MIRANDA FILHO
(ADVOGADO)

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-VIII-
Geomar apresentava o fígado com dois ou três de
dedos abaixo da reborda c ostal; que, o · depoente
já exammnou várias pessoas em estado pior do fi
gado, e que isso não constitui eminencia de mor
te ••• 11

As fls. 77, diz o soldado Aparecido Dias Macha-


do, que:

11
• • • o depoente devido ao que sofreu acredita I
que o soldado Geomar morreu em virtude de espan
camentos, e por falta d.e socorro médico ••• 11

Do acima exposto, como se poude ver, tomou-se /


conhecimento do estado em que se encontrava o soldado Ro-
berto Vicente da Silva, que transferido para o H.C.Ex.
veio a falecer no dia 24 de janairo do ano próximo passa-
'
do.

~udo isso culminou na abertura de inquérito po-


licial militar, a fim de apurar possiveis responsabilida-
des, tendo a presidi-lo um dos acusados, ou seja, o Ten./
Cel.Gladstone Pernase tti Teixeira, até que, dada a insin-
ceridade com que a coisa vinha se processando, dito inqué
rito, por determinação de Sua Excelência o Senhor General
Comandante da 5a. Brigada de Cavalaria Blindada, foi avo-
cado e designado para presidi-lo, o Coronél de Cavalari~

Blindada, Mário Orlando Rih3iro Sampaio.

Era a explosão do óuio que a todos contaminou!.

Transformados, como que por encanto, de acusa


dos em acusadores, em seus depoimentos, por mágua, ódio e
vingança, as vítimas passaram a exagerar os fatos, levan-
do a mais veemente revolta a seus inquiridores, os quais,
..
passaram a ver nos indiciados verdadeiros monstros e a I
f1t{k
BELLARMIND~ :-::~~NDA A D v

Avenida Amaral Peixoto, 370 - sala 323


FILHO
Niterói · RJ. · Tel: 722·6835
'1;!:
-IX-
dar crédi to as men t iras cont ra eles assacadas , coDo ire-
mos demonstrar:

Inicialmente, diz a peseuda vítima, soldado Jo


sé Get úlio Novo Pauferro , às fls. 110, que:

" ••• foi preso em 28 de dezembro de 1971, pel o


sargento Hélio, por· estar envolvido no caso de
maconha, ficando preso no xadrêz do Corpo da
Guarda ; que , foi i nterrogado pelo Cap. Niebus ,
Ten. Miranda, Sarg. Rubem, Sarg. Et e l , Cabo s/
Cruz e Freitas, com cano de ferro na cabeça ,
choques, sôcos e ponta- pés •• • "

Exagêro, farsa e mentira • ••

Levado a exame de l esões corporais, en lQ de /


fevereiro de 1972, os médicos legistas doutores Alfr edo/
Carlos Bele Lisboa e Rubens Peàro Macuco Janini , às f l s .
250 verso, responderam o seguinte:

"José Get"6.lio Novo Pauferro , soldado , sol tei -


ro, s ervindo no lQ BI B, refere que no dia 28
de dezembro de mil n ove cen t os e setenta e um ,
foi deti do na sua Uni dade para averiguação sô-
bre tóxicos, sendo espancado por chutes, sôcos
cano de ferro pe lo pes s oal do S/2 do seu Quar-
tél. O exame direto apura: não se encontra si-
nais de lesões violentas recentes ou vestígios
de ant igas. Os peritos não têm elementos para
4
afirmar se houve lesões em relação ao alegado. "

Onde estão as l e sõe s de que nos dá notícias o


soldado Getúlio? E , sem elas, onde está a prova da mate-
rialidade?
1<{1
BELLARMINDO MIRANDA FILHO )~-
(ADVOGADO)

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-X-
Como, responder o Apelante e seus subordinados
por mais êsse crime?

Pois bem, êle respondeu e por êle foi condenado.

Em seus CONSI D.ERANDOS, diz a Respeitável Senten


ça apelada, que:

"CONSIDERANDO que durante o per:!odo de 26/12/71


a 12/1/72, no mesmo Quarté l e local foram bárba
ramente espancados e torturados mais onze solda
dos , cujas lesões corporais foram devidamente I
co:kprovadas nos autos."

ilias, isso é apenas o início do emaranhado de I


disparates e mentiras contidas nêste processo.

Com rarissimas exceções, os criminosos de ont~

e vitimas de hoje, em seus depoimentos, procuram descre-


ver da maneira mais brutal, hedionda e cruel as cenas /
que presenciarao, m6rmente no que diz respeito aos espan
camentos sofridos pelo soldado Geomar Ribeiro da Silva.

Eles o viram seviciado, torturado através cano


de ferro, palmatória, além de choques elétricos. Toda
via, em seu Laudo de Necr6psia, acostado às fls. 41, os
peritos que o elaboraram afirmam o seguinte:

"Dada como concluida a necr6psia, o corpo foi


devidamente reconstituído, passando-se aos qu~

sitos: PRIMEI RO- Se houve morte? Sim.; SEGUNDO-


Qual a causa da morte? Insuficiência cárdio-he
pato-renal; TERCEIRO- Qual o instrumento ou I
meio que produziu a morte? Não i identificado ;
QUARTO-Se foi produzido por veneno, fôgo, ex-
plosivo, ou por outro meio insidioso ou cruel/
111~
BELLARMIND~•n•:-::~~NDA
Avenida Amaral Peixoto, 370 · sara 323 .
FILHO )
Niterói · R.J. · Tel: 722·6835
@
-XI-
(resposta especificada)- NÃ0. 11

Como se não bastasse, di s o soldado Hélio Bo -


telho Luiz, irmão do traficante de maconha Capara, ãs/
flso 443, o seguinte:

11
••• que, ainda naquel e dia 31 de dezembro, /
ainda no Arquivo , o Cap. Niebus fez o dec lar~

te engolir uma corrente de relógio antigo e


uma pedra, dessas conheci das como ôvo de ari-
g6 ••• 11

Como?~ de se pergunt~,dar crédi to a tamanho/


. . 'isparate?

Acontece, que dos autos não se tem noticias e


nem o soldado Botelho as deu, se dita corrente e pedra ,
foram ou não expelidas e muito nenos, onde ficaram aloj~
das.

IJais ainda, às fls. 78 verso, diz o sol dado /


Aparecido Dias ~achado , que:

" ··· o cabo ToTiás fez um curativo na ca ba ça do


depoente ••• "

~,
procurando demonstrar maior hediondez por/
parte dos acusados prossegue:

11
••• durante o curati vo aplicaram nas canelas /
do depoente f~os de um magnéto de aparêlho te-
lefônico, passaando a dar-lhe violentos cho
ques elétri cos ••• "

Ora, Exce lentissimos Senhores hlinistros, não é ..


preciso ser técnico no assunto para se saber que o corpo
- XII-
hU!!l.ano é condutor de eletri<e.D caaae.

Como poderia concomitantemente o cabo Tomás fa-


zer curativo na ca beça de Aparecido, en~uanto aplicavam -
Lhe cho~ues elétricos?

Enfim, tantas são as inconcluências, tamanhas /


são as mentiras, ~ue nos seri a, em sua totalidade, impos-
s1vel enwnerá-las.

Ivias, para finalizar, às f l s. 104, diz categori-


camente o solda do Célio Fe r reirá , ~ue:

.. "· ·· o Cap. Voltaire também ajudou a espancar /


os soldados Getúlio e Senhorinha, atingindo -os
na bôca ••• "

Note-se, Getúlio é o sol dado já mencionado e cu


jos peritos nada encontraram ~ue pudesse positivar as I
agressões, ~ue mentir osamente afirmara ter sido vitima.

Prosseguindo, robustecendo a asserti va ~ue o/


I. Cap. Voltaire teria participado dos acontecimentos, diz,
I ainda, às fls.l08, o soldado Nilson Senhorinha Marcato
'
~ue:

11
••• f oi espancado pelo Cap. Niebus, Cap. Vol tai
re, Sargo Etel e Cabo Cruz, ~ue f oi espancado /
com cano de ferro n a cabeça ••• 11

Acontece, no entanto, ~ue no decorrer do in~ué ­

rito poli cial militar, de i xou de ficar positivada a parti


cipação dêste Ofici al, o que vem robuste cer a tese ora ex
pedida, de ~ue a s vítimas mentiram, não s6 por ódio ~ue I
nutriam pelos acusados e a i nda, por outro ou outros, ~ue

nada tilLhrun a ver com o ocorrido.


BELLARMINDO MIRANDA
(A DVOG ADO)
FILHO ) %
/:;J
Avenida Amaral Peixoto, 370 · sala 323 . Niterói · RJ. · Tel : 722·6835 (:;;;

-XIII-
Assi~, nespeitáveis Senhores Julgadores, num ex~

me sereno e sensato dos autos, com os espíritos desarma


dos, chegaremos a conclusão de que esses rapazes mentirrun,
não s6 por 6dio, ~as tamb~m pela emoção de que se encontra
vam possuídos.

Sôbre a enoção, em seu livro Lições de Medicina/


Legal, ensina-nos A. Almeida Junior:

"Em grau atenuado, a emoção melhora as percep -


ções; em grau intenso, pode prejudicá-las. 11 E
finaliza por dar o seguinte exemplo:
..
"Num naufrágio célebre, o "Princeza Mal fada" co
lecionei, dia a dia, as notícias da tragédia,de
acôrdo com as declarações dos náufragos; êstes/
viram cardume s de tubarões perseguindo os pass_§;
gairos que nadavam; viram vítimas sem braços ,
sem pernas, rodeados de água ensanguentada. Com
o tempo, não se falou mais em tubarões, e os de
vorados foram reaparecendo."

Logo, que existiam a palmat6ria, o cano de fer-


ro, o magne to de aparêlho telefônico não se pode negar,to
davia, daí até admitir-se que tais objetos eram manejados
com a ferocidade narrada pelas vítimas, vai grande distân
cia.

tlas, argumentar-se-á, tamb~m os acusados confes


saram os atos que lhes foram i mputados.

Indubitàvelmente. Presos, algemados, transferi-


dos a todos os instantes de um para outro quart~l, incm~

nicáveis, olhados por seus inquiridores como verctadairos/ ..


monstros, tiveram a perturbar-lhes a inteligências todos/
161
BELLARMINDO MIRANDA FILHO )~
( ADVOGADO )

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-XIV-
esses fatores, dizendo o que fizaram e não f i zeram, acusan
do-se mú:tua e mentirosamente.

As fls. 89, diz o Sarg . Ivan Etel de Oliveira,um


dos acusados, que:

11
••• assistiu o Cabo Cruz, o Ten. Hiranda e o Ca
Cap. Niebus dar em Apareci do uns gol pes com cano
de ferro ••• "

Enquanto faz tal afirmativa com relação ao Ape -


lante, ou seja, ao Ten. Miranda, o próprio sol dado Apareci
do o desmente, dizendo às fls. 77, que:

"••• inicialmente o depoente foi agre dido à sô-


cos, ponta pés e bofetadas desferidas pelo Ten •
Miranda, Sargo Rubem etc ••• etco••t e a seg~r /
v i olentamente espancado com cano de ferro :pel o
Cap. Niebus, Cabo Cruz ••• etc • •• etc • •• ; que,o Ten
Miranda também e s pancou o de poente, infringindo-
lhe sôco s ••• "

Em momento al gum, o sol dado Apareci do aiz ter s i


do espancado pelo Apelante com cano ae ferro, c ontrariando
assiô, o que foi di to pelo Cabo Cr uz.

Al ém dêsse, também o acusado Sarg. I van Etel de


Oliveira, às fls. 89, diz ter a ssi stido o Apel ante bater /
em Apareci do com um cano de ferro . No entanto , como já fo i
foc alizado acima, a despe i to de em seu depoimento, t er o
• soldado Aparecido descri to em seus mi nimos detalhe s a ma-
neira e por quen foi espancado, nenhuma a l usão fe z , ter o
Apelante lhe batido com cano de fe r ro. Verdaaeira tal afi r
na tiva, e por certo, êle não o teria poupaao .

Sôbre o assunto muito mais poderi a ser di to , no


)~
BELLARMIND~• n •~:~~NDA FILHO (;j)
Avenida Amaral Peixoto, 370 - sala 323 Niterói - R.J. - Tel: 722-6835

-XV-
entanto, deixa o Apelante ae fazê- lo, por acreditar ter
atingido o obj e tivo colimado~ ou seja, o de de sarmar e
acautelar os espíritos de Vossas Excelências, acreditando
~ue, num exame aos autos com a~uela acui dade ~ue lhes é/
peculiar, além_dos disparates, das inconcluências, das I
mentiras apontadas outras haverão de se evidenciar, tir~

do-se, a pecha ae monstros e d8salmaaos ~ue se procuxou /


emprestar ao Ape lante e demais acusados.

Excelentíssimos Senhores Mi nistros !

Penetra na 6rbita das causas excludentes de cul


P~hilidade, adotada não s6 pela Justiça e pel a Lei Penal/
Comúm, como tan1b~m pela Justiça e pela Lei Penal Militar:
- a obediência pronta à ordem,.; superior hierár~uica .

E outro não podia ser o procedimento de nosso /


C6digo, pois não se pode admitir mandas s e como manda o Re
gulamanto Disciplinar do Exército pronta obediência à or-
dens superiores e depois se chamasse seu executor a res -
ponder penalmente, por a~uilo que fez, em cumprimento dà
um devero

Por isso, estatui o nosso C6digo Penal Mi l i tar, 1\


em seu artigo 38, letra "b 11 , que não é culpado quem come- I
te o crime em estrita obediênci a a ordem direta de supe -
rior hiexárquico, em matéria de serviço e ainda, em s eu/
parágrafo 2º afirma que, se a ordem do superior tem por
objeto a prática de ato manifestamente criminoso, ou há
excess o nos a tos ou na forma de execução, é punível tam -
bém o inferior.

Logo, ocorrendo as hip6teses do mencionado pará


~o, ambos, superior e subordinado serão responsáveis j
BELLARMIND~••v~:~~NDA
Avenida Amaral Peixoto, 370 - sala 323 .
FILHO w
Niterói · RJ. - Tel : 722-6835
16]

- XVI-
pelo crime pratica do, de onde se tira a dedução, que para
o superior de responder, digo, que para o superior a obri
gação de responder penalmante pel a ordem crimi nosa é in-
condicionada, enquanto para o inferior é previ sta exeeção,
qual seja o ex~e das condições intel ectuais e materiais/
ão subordinado, a fim de se ver a possi bilidade do êrro I
de apreciação, que consequentemente gera o êrro de direi-
to, de que nos fala Ramagém Badar6, em seu livro 11 DELITOS
SEid: CRihliNALIDADE 11
:

11
Assinale-se de modo indelével que, de modo al-
gum a ação delituosa praticada em obediência à
ordem superior hierárquica, despoja de antijuri
di cidade ou injuridicidade o fato. Por isso 'é
que o superior de que foi emana da a ordem ile
gal . responde pel o evento e pela ação do crime 1
consequente e resultante de sua ordem ilegal. I
Quando, entretanto, a ordem não for manifesta -
mente ilegal, fica excl uída a culpabilidade por
dar-se um êrro de direito por parte do subordi-
nado, que supõe ser a ordem recebida, legal. 11

Isto feito, antes de examinar-mos se no caso em


pauta, ocorreu ou não o êrro de di reito, o qual exclui a
culpabili dade, no afã de trazer aos Excelentíssi mos Senho
res lli nistros maiores subsídios, o que dado a erudi ção I
dos mesmos torna-se desnecessário, mas que, por fé de ofi
cio deve ser feito, vamos analisar de per si, cada um dos
requisitos necessários à configuração da obediência à or-
dem superior hi erárquica.

Inicialmente, não é culpado quem come te o crime


em estrita obediênci a à ordem superior hierárquica. Pois/ ..
bem . Provado está e com riqueza de detalhes, que não s6 o
j5q
BELLARMINDO MIRANDA FILHO ~@
(ADVOGADO) ,

Avenida Amaral Peixoto, 370 • sala 323 Niterói • RJ. · Tel: 722·6835

- XVII-
Ape lante cono seus subordinados obede ciam ordens emanadas
do Cap. Niebus, o qual , di ga-se de passagem, segundo en -
tendimento do Respeitável e Culto Procurador da Justiça /
Militar, Doutor José Manes Leitão, era o S/2 do Batalhão/
t endo demonstrado, não estar preparado para tão importan*3
te comissão. (fls. 569)

Vejamos o que dizem o Apelante e demais acusa -


dos:

As fls. 615 verso, diz o Ten. Miranda ao respOE;


der o 8º quesitm, que:

" ••• no dia 12 de janeiro, fui em companhia do/


Cap. Niebus, a procura do Ten. Gelo Gladstone ,
narrando os fatos ocorridos durante à tarde ; I
que, o referido Ten. Gelo mandou que nós desse-
mos fim aos corpos; que, na manhã do dia 13 no-
vamente o Teno Gelo Gladstone junto com o Cap.
Niebus, mandaram que eu fosse dar fim no corpo/
do sold. Monção; que, tudo que era feito, era
cumprindo ordens do Ten. Gelo Gladstmne e do /
Cap. Niebus; que muitas vezes falou-me para agir
com severidade contra os maconheiros da unidade
pois não podiamos deixar que os mesmos tomassem
conta do Quartél, e que estávamos também segui~

do uma dasr metas da Revoluçãoo 11

Sarg. ~ Etel de Oliveira, fls. 617 verso:

"••• que, foi forçado a participar dos espanca-


mentos pelo Capo Niebus ••• etc •• • etc ••• ; que,em-
bora não quizesse fazer foi obrigado a bater em
soldados pelo Cap. Niebus ••• "
j1s-5
BELLARMIND~•n•~:~~NDA FILHO ?})
Avenida Amaral Peixoto, 370 - sala 323 . Niterói - RJ. - Tel : 722-6835

.=-xyl_I l-
Sargo Rubem Martins de Souza, fls. 619 verso:

"••• que quer declarar que com relação ao sol-


dado Geomar, logo que o mesmo foi preso, o de-
clarante apertou seus pés com uma prensa etc ••
••• ; que, tudo que fazia no Arquivo erª feito/
por ordem superior, emanada do Capo Niebus ••• "

Sarg. Sidini Guedes , f ls. 637 verso:

11
••• que, servia no 12 BIB, em Barra Mansa, na
2a. Secção, sob o comando do Capo Niebus ••• etc
que, não se recorda ter assist i do o Ten. lVIi ran
..
da espancar a soldados ••• etc •• • etc ; que, segu!
guindo ordens do Capo Niebus apertou a prensa/
para fazer pressão nos pés do civil "Capara11 • •

~ José Augusto Cruz , flso 645 verso:

"••• que, fazia espancamentos com a mão, com /


exceção do praticado contra o soldado Apareci-
do, que o dec~arante se utilizou, por ordem do
Cap. Niebus, de cano de ferro; que quer decla-
rar que o que fez, com relação aos fatos des -
critos na denuncia, o fez por ordem do CapoNi~
bus, e em sua presença ••• 11

Cabo Celso Gomes de Freitas Filho, fls. 673:

"• •• q_ue, quer dizer que os atos praticados pe


lo declarante foram resultados de ordens rece-
bidas do Cap. Niebus ••• "

De forma i dênt ica são os depoimentos dos civis


Nelson Ribei ro de Moura e I ranides Ferreira , os quais I
afirmam que procurados pel o Ten. Miranda, êste lhes dis-
BELLARMINDO MIRANDA FILHO
( ADVOG A D O )

Avenida Amaral Peixoto, 370 · sala 323 Niterói · R.J. · lei: 722-6835

-XIX-
disse ~ue tudo seria feito por ordem do chefe, e ~ue eles,
os civis, entendiam como sendo chefe o Cap. Niebus.

Logo, Respeitáveis Senhores Julgadores, provado/


está, em com fartura de detalhes, ~ue o Apelante recebia /
ordens do Cap. Niebus e ainda, ~ue tais ordens errun em ma-
téria de serviço, como deseja o texto frio da lei.

Sôbre o assunto, Gi~~ Ee~o1, em sua magis-


~ itral obra "Direito Penal" , tradução brasil~ira do Profes
sor Paulo José da Costa Junior e do Magistrado Alberto /
Silva Franco, ensina-nos ~ue:

"Por "ordem" deve ser entendida ~ual~uer manifes


tação de vontade ~ue um superior dirige a infe rior hierár-
~uico para ~ue ê ste tenha determinado comportamento, faça
ou de ixe de fazer alguma coisa. Haverá de subsistir uma re
lação de hierár~uia entre duas pessoas e de hierar~uia pú-
blica, não privada."

Exemplificando, diz êle:

"~ bem verdade ~ue a lei fala a propósito de //


obediência 11
pronta", respeitosa, absol uta,mas is
to diz re speito às modalidades com as ~uais a /
obediência deve ser prestada e não atinge os li-
mites aa pr~ria obediência. Dêsse modo se um ofi
cial, cheg~dm de noite a uma cidade e não encon
trando carregadores na estação, ordenar a um sol
dado transportar-lhe a mala para o hotel, o sol-
dado poderá recusar-se a cumprir a ordem por ela
não fazer parte de seu serviço. Trata-se portan-
to de uma ordem formalmente ilicita, não partici
pando das atribuições do ofi cial nem das do sol-
dado, de dar ou de cumprir ordens ~ue escapam à
~~

I .
BELLARMINDO MIRANDA
( ADVOGADO )
FILHO ~
'\ Avenida Amaral Peixoto, 370 · sala 323 Niterói · RJ. · lei: 722·6835
i
-XX-
nat~ria de serviço. Diversamente por seu turno,
se o soldado f§r atendente do oficial, será fo~

çado a exe cutar a ordem, já que faz part·a do se~

viço que ~ obrigado a cumpri r em re l ação ao ofi


cial."

Era o Apelante subordinado imediato do Capo Ni e_


bus. Cogitava-se apurar o tráfico e consumo de maconha /
dentro do quartál, logo, sem quais~uer sombras de d~vidas,

a ordem dada e exe cuta da era em matéria de s erviço o

Resta-nos, portanto, saber se a ordem era ou não


manifestament·a criuinosa. Eis, o ponto crucial da questão.

!;,_as tal apre ciação á muito profunda, pois, con o


já tivenos oportunidade de ver, imperioso se torna, um ex~
me das condições inte lectuais e materiais do subordinado ,
a fin de se constatar ou não se ê l e incorreu em êrro de di
r e i to.

Pois bem, era o Ape l ante um simpl es 2Q Ten. R/2 ,


o qua equivale a dizer, não possuir o mesmo cabedal e expe
riências de colegas out~os oriundos de nossas Aca dêmias Mi
litares, ou mesmo de carreira, dentro do Exárcito.

Com os constantes elogios recebidos:

Fls. 776: "ELOGIO. A lo de abril, foi publicado/


ter sido aprovado o e l ogi o abaixo, feito pelo 1º
Ten. Carl os Albuquerque Vila Nova, Com. da la. /
4
Cia., nos seguintes termos: 2º Ten. Pa~uo Reynau
I.!iranda da Silva. Auxiliar de di cado, desempenha/
as funções de subalterno da Cia. com grande habi
lidade, não medindo esforços para o perf eitp cv~ ..
pri~ento das missões qua lhe são confiadas.Agra-
BELLARMINDO MIRANDA FILHO
(ADVOGADO )

Avenida Amaral Peixoto, 370 - sara 323 Niterói · R.J. - Ter : 722-6835

-XXI-
Agradeço ao Ten. Mi randa, a colaboração presta-
da no período de instrução 68/69, concitando a
trilhar sempre no mesmo caminho. (indiv::...dual) •
Quartél de Barra r..íansa- R .J .- 07 de junho 1969.
Ass. Armenio Pereira Gonçalves. Ad. Com. lº BI B'

Fls. 778: "ELOGIO. A 09 de dezembro fo i publ ica


do ter sido aprovado o elogio abaixo, feito pe-
lo Cap. Carlos Alberto Vila Nova, nos seguinte s
termos: 2Q Ten. Paulo Reynaud Miranda da Silva.
Na oportunidade em que deixo a l a. Ci a . , por m2
tivo de transferência, quero esternar os meus /
mais sinceros agradecimentos ao Teno l1Ii randa pe
lo espirito de cooperação, dedicação ao traba
lho e capacidade profi ssional, demonstrado du -
rante o período em que esteve sob o meu co~ando

desejando que continue sempre com êsse alã, que


o f az8.admirado por seus chefes e subordinados.
Ao Ten. Miranda, o meu mai s prof undo reconheci -
mento. (indivi dual) Quartél de Barra Mansa , em
09 de janeiro de 1970. Ass- Gladstone Pernaset-
ti Teixeira.

Fls. 779- "R3FE~NCIA ELOGIOSA: A 19 de janei ro


foi publicada a seguinte referência elogiosa ,/
feita pelo Senhor Cel. Armenio ?ereira Gonçal -
ve s, Com. do Batalhão. No i t em "PASSAG3!1I DE CO
MA11"DO" referi-me a excepcional colaboração pre~

tada pela equipe mi l i tar do Batalhão, cuja dedi


cação merece os maiores encômi os . ~ara mim é /
muito honroso e grato, como úl timo ato do meu/
comando, louvar dileto anigo e auxiliar, digno/
de @irilla admiração e respeito que ajudou no cu~
.
primento da missão de comandar, emprestando- me
BELLARMINDO MIRANDA FILHO
(A DVOGADO }

Avenida Amaral Peixoto, 370 · sala 323 Niterói · RJ. - lei: 722-6835

-XXII-
seu entusiasmo e eficiência profiss ional. Reconhe
ço .como extremamente difícil cone e i tuar tão devo-
tado companheiro, mas por constituir i mperativo I
de Justiça, faço-o a seguir: 2Q Ten o Rl2 de Infan
taria Paulo Re;y-naud I\Iiranda da Silva. Louvo o 2Q
Ten. Miranda, pe l o alto espírito de colaboração I
que tem demonstrado nas funções de Sub-Com . da la
Cia. Ofici a l conpenetrado de seus deveres, esfor-
çado e compe tente tem com o seu trabalho co l abora
do para a elevação do none desta Uni dade , Sua di~

ereção e operosidade, caract erizam-no como auxili


ar. ( i ndividual). Quartél de Barra Illansa, em 10 I
de julho de 1 970. "

Fls. 784- "A 13 de jane iro foi e logiado _., pelo Snr,
Ten. Ce l. Ariosvaldo Tavares Gomes da Silva, Com.
da Unidade, nos s eguintes termos: Em 07 do corre~

te, Volta Re donda r e ce beu a visita do Exmo. SD. I


Presidente da República, Gen . Ex. Emílio Garras -
tazzu l~Iédici, t endo esta Unidade recebido as r'li s-
sões de proce der a se5urança e a Guarda de Honra .
Pelo brilho com que o l Q BIB, apresentou-se nas I
nissões que l he foram atribuí das, louvo o 2Q Ten.
Mi randa por ter, quando da visita Pre sidencial à
Volta Re donda, contribuído coD o máximo de seus 1

esforços para que a Unidade pudesse cuopri r as I


missões de maneira elogiável. (indivi dual )"

"A 19 de jane iro foi elogiado pelo Ten. Cel , Ari-


• osva ldo Tavares Gomes da Silva, Como da Unidade I
que assim se expressou: louvo o 2Q Ten . liiranda I
pela mane ira cava lhe i resca com que re presentou o
lQ BIB nas Ol impíades da D.Bo, não poupando esfor
..
ços, inclusive nas sua s horas de folga , para ele-
0fJ
BELLARMINDO MIRANDA
{ A D V OGAD O )
FILHO )!fi,
Avenida Amaral Peixoto, 370 · sala 323 Niterói · R.J. · Tel : 722·&835

-XXIII-
elevar cada vez mais alto o nome desta Uni dade
( i ndividual). 11

11
A 24 de março fo i elogiado pelo Ten. Cel . Ari-
osvaldo Tavares Gomes da Silva , Com. da Unidade
no seguinte teor: Em 12 do corrente, Volta Re-
donda recebeu mais uma visita do Exmo . Sr . Pre-
sidente da República, Gel. Ex . Emílio Garrastaz
zu Ivlédice, te.n do esta Uni dade r e cebidos as mis-
sões de segurança fixa no trecho Aero porto-E st~

ção Volta Redonda-Floriano e a segurança normal


pela Rodovia, no itinerário compreendido entre/
Volta Reuonda e Guaratingue tá. Pel o trabalho I
com que o 1 º BIB apresentou-se nessas missões ,
,; .
l ouvo o 2Q Ten. Miranda, por t er quando da visi
ta Presi dencial à Volta Redonda, contribu indo /
com o máxi mo de seus esforços para que o Bata -
lhão puaesse cunprir suas mi ssões de maneira I
elogiável. ( i ndividual) 11

A 18 de junho, foi elogiado pelo Ten. Cel. Ari-


osvaldo Tavares Gomes da Silva, Comandante da/
Unidade, ao assim se expressar: ~ste Comando ao
término da primeira vis ita do EXhlo . Sr . Gen. I
Bda. 'i/al ter Pires de Carvalho e Al buquerque , re
cen tenente nome ado Comandante de Divisão Blinda
da, cuupre o dever de elogiar pe l a excelente /
a presentação do Batalhão. Foi marcante o inte
rêsse demonstrado, tanto nos preparativos e or-
ganização, quanto na apresentação , onde a Unida
de de modo exem}lar, soube ~por-se no conceito
no nôvo Chefe, deixando patente o seu amor ao
trabalho e a sua preocupação em bem servir a p~ ..
tria e ao Exército. Louvo, pois, o 2º Ten . hli -
1 6A
BELLARMINDO MIRANDA
(ADVOGADO)
FILHO ~
Avenida Amaral Peixoto, 370 - sala 323 Niterói - R.J. · Tel: 722-6835

- XXI V-
l.1iranda, que t ão bem soube dar o melhor de si ,
e m be nefício da Uni da de a que perten ce . (indi vi
dual) Qu artél de Barra Mansa, R. J . , 10 de julho
de 1971. Ass- Ar i osva ldo Tava res Gome s da Si lva
Ten. Ce l. Cmt. do lQ BIB. 11

Criou-se no Ape lante uo iwensurável amor por I


seu Batalhão, que o f azia col ocar o dever acima de tudo ,
i wpedindo- o que vi sse nas or dens recebidas qualquer catá-
t er de criminalida de, mesmo porque , as ordens emanadas do
Cap. Niebus não eram no senti do de ce i far a vi da de nin -
guém, mas si~ , usar do máximo r i gôr na apuração de tão I
€:.. aves fatos, os quais colocavam. ei!l jôgo a reputação da
Unidade que o Ape lante, sempre procurou h onrar e di gni fi-
I
car, dando no di zer do Con . Ar i osval do Tavares Gomes da
Silva, " todo o seu amor ao tra balho e a sua preocupação I
em bem servir a Pátria e ao Exército. "

Daí, justificar-se plenamente a tese ora expen-


di da, cons i derando- se, ainda, que não tinha o Apel ante co
nhecimento e realme nte inexis t i a, entre seus super i ore s e
a s vít imas qualquer animosi dade, que pudesse demonstr ar I
ser as ordens por e l e s emanadas manifestamente crlili nos a .

E , tanto é verdade que est ava em jôgo a reputa-


ção do 1 º BIB, que o solda do Hélio Botelho Luiz , já mencD
na do, culmi na por dizer :

" • • • que , fumava maconha durante o serviço, não


4 para fazer mal a ninguém e sim como inspiração,
e como a maconha dá apetite, ajudava a comer a
comida do Quartél; que, a maconha também auxi -
liava o declarante e seus colegas a conversar /
com as prostitutas , nos portões do Quartél; que
BELLARMINDO MIRANDA
(ADVOGADO )
FILHO ~
~
Avenida Amaral Peixoto, 370 - sala 323 Niterói - R.J. - Tel: 122-6835 (JJ/
- XXV-
que, a maconha , também, no inicio em que era
fumada, dava coragem aos soldados, entre os //
quais o declarante, quando se achavam detidos,
para logo após a revista do revolher, abandona
rem o Quartél, de sabre e capacete (fls. 444 )
simulando que estavam de patrulha, passando pa
ra o bairro Lazareto, onde prendiam prostitu -
tas, digo, onde iam ao bar e lá tomavam cacha-
ça, sem pagar, pois o dono do bar tinha medo /
de fecharem seu estabelecimento; que, numa des
sas ocasiões, o sold. Getúlio, que se achava /
detido e que escapara para Lazareto, voltou /
com uma garrafa de cachaça e, segundo soube o
declarante, Getúlio já inteiramente embriagado
agrediu um soldado cujo o nome o declarante /
não se recorda, agressão essa ocorrida no ba -
nheiro da Cia de Getúlio, o qual atacou seu co_
lega com um sabre ••• etc •• • et c ••• ; que, Brucutú
e Alves surpreenderam um casal em relªÇões se-
xuais; que, em seguida arrastaram a mulher pa-
ra os fundos do Quartél, a fim de que o sold •
Vanaerlei também 11 andas se 11 com ela ••• n

tias, se tal nã o fôr o entendimento do s Respei-


t ávei s Senhor es Mi ni stros, tem o Apelante a soc or rer sua
pretensão , a não exigibiliaade de outra conauta, a qual,
em veraade, nã o conseguiu "a comu:nnis opi n io " , mas é con
sagraa.a por no s sos mai s f est e jaa.os e variaa.os Me stre s,c.2_
mo i remos verificar :

Con sti tui en s i namento el ement ar em di reito que,


l egalmente é inadmissí vel em nosso direito penal a analo
gi a. Toaavia, em se tratando ae anal ogia "i n bonam par -
\l ..
tem", o a s sunto é controverti a o, en sejando di ver gênci a s/
I
~;3
BELLARMINDO MIRANDA FILHO )~
&
(ADVOGADO )

Avenida Amaral Peixoto, 370 · sala 323 . Niterói · RJ. · Tel : 722·6835

-XXVI+
doutrinárias , ace ita por uns e re pudiada por outros.

Ela visa dar ao r~u tratamento mais benigno do


que o textificado em l e i, aplicando uma norma semelhante,
a um caso por ela não regulado.

Assim, não encontramos na figura j urídica da


obediência à ordem superior h i erárqu ica, a não exigi bilida
de de outra conduta. No entanto, tal requisito, em nosso I
C6digo Pena l Militar, é econtrado e outra excludente de I
culpabili dade, idêntica, semelhante a que ora estudamos ,/
qual seja, no estado de necessidade.

Por isso, e ainda por entender nossos mai s fes


tejados Mestres, consoante ao ponto de vista expendido por
Garofalo, em sua obra "Cri minologia" , de que:

"Não basta que o Direito Penal seja um reposi-


tório frio e estagnado do absolutismo do ~e c _
nismo-jur!dico. Para que possa cumprir sua mi~

são sovial, necessário é que seja constantemen


te, evolutivamente, uma autêntica expressão I
sintomática de moralidade e consciência social
e um freio e um obstáculo ao que a comunidade/
repudia, como sentimento moral e social. "

l que dentre el e s, Salgado Martins, em seu li-


vro Sistema de Direito Penal Brasil eiro, admiti ndo a analo
gia em "bonam partem", afirma:

" Quando se trata de r econhecer, ad instar /


uma causa l egal de excl u são da i njuri dicidade/
ou da culpabilidade, causa não prevista da l e i ,
nas que se lhe equi pare , atento o reconhe cimen
..
to da liberdade da ação, nos limites em que I
foi exerci da, ou o motivo ético- jurídico que a
I.
BELLARMINDO MIRANDA
(ADVOGADO )
FILHO ~
@
I Avenida Amaral Peixoto, 370 · sara 323 . Niterói · RJ. · Ter: 722·6835
I
I
-XXVII-
inspira, o emprego da anal ogia pode consti tuir
um rect~so lícito de a pl icações ou i ntegração/
da lei penal."

Corroborando com êste pont o de vista, Jiménez I


de As úa, em sua obra 11
HO Exigibilidade de Outra Conduta, I
afirma:

"Se a ordem fôr manifestamente ilegal, poderá/


o exec utor da ordem tornar-se isento de culpa-
bilidade face a teoria da não exigibilidade de
outra c onduta . ..

Comungando com esta argu~entação , temos a cer-


rar fileiras, dentre muitos, Délio Magalhães , em seu livro
Causas de Exclusão de Crime; Souza Neto , O Moti vo e o Dol o
e ainda, Aní bal Bruno , em sua obra Direito Penal.

No caso, é de se perguntar. Poderia o Apel ante,


ante as circunstânci as dos fatos_,. ter outra conduta?

Acreditamos, ~ue não. Não, por~ue, era coman-


dado, obedecia ordens superiores, e nã o lhe assi stia o di-
reito de di scuti-la, ill6rmente quando era fato sabido e no-
tório, ~ue oficiais outros estavam envolvidos no tráfico e
consumo da maconha, e que uma atitude sua de rebeldi a, po-
deria ser interpretada como coni vência com os maconhei ros/
que infestavam o Batalhãoo

Al ém disso, obedecia como já foi dito, sem que


o soubesse, ordens de um homem despreparado , o qual segun-
do parecer médico, era portador de uma personal i dade ps i c~

pática anti-social (fls. 1.501), frio em rel ação ao sofri-


me nto a·l heio, ~ue desde o seu ingresso no AUAN , demonstrou
acentuada agressividade, o que chamou ~at enção dos peritos
/

BELLARMINDO MIRANDA
(ADVOGADO)
FILHO )1?
J1~
Avenida Amaral Peixoto, 370 · sala 323 . Niterói · R.J. · Tel: 722·6835

-XXVIII-
que elaboraram o laudo em estudo, fazendo-os pensar em se
tratar de paciente potencialmente perigoso.

Assim, com relação as mortes e as lesões, não I


lhe era exígivel outra conduta e, no que concerne aos demais
crimes que lhes são imputados, o mesmo f enômeno se repete.

Por derradeiro, em seu livro "A Lógica das Pro


vas", doutrina Mala t esta :

"A pena que atingisse um inocente, perturbaria a


tranquilidade social, mais do que a teria abala-
do o crime particular que se pretendesse punir
porquanto, todos se sentiriam na possibili dade /
de serem, por sua vez, vítimas de um êrro judi
ciário. Lançai na consciência social a dúvida, I
por pequena que seja, da aberração da pena,e es-
ta não será mais a segurança dos honestos, flas a
grande perturbadora daquela mesma tranquilidadel
para cujo restabelecimento fo i instituida; não
será mais a defensora do direito, e sim a fôrça/
i mane que pod~, por sua vez, esmagar o direito/
imbele ."

Mas, se debaldes foram nossos esforços, no senti


do de fazer prosperar a excludente de culpabilidade, resta -
nos analisar sôbre outro ângulo a questão, pugnando, no que
concerne as mortes e lesões atribuídas ao Apelante, para a
desclassificação de dolosas para culposas o


f

A lei é clara e não admite dubi edade de interpre


tação.Em seu artigo 33 e incisos I e II, diz o nosso Código/
Penal Militar que, ct.iz-se o crime, doloso, quando o agente I
quis o resultado ou assumiu o risco de prouuzí-lo; e culposo
J1rqjy
BELLARMINDO MIRANDA FILHO _;1~
(ADVOGADO }

Aveaida Amaral Peixoto, 370 · sala 323 . Niterói · R.J. · lei: 722-6835

-XXIX-
quando o agente, dei xando de empregar a cautela, atenção ou
diligência ordinária, ou especial, a que e stava obri gado em
face das circunstâncias, não prevê o resmltado que podi a I
prever ou,prevendo- o, supõe l evianamente que não se realiza
ria ou que poderia evitá-lo .

No caso, foi o inciso I I do mencionado arti go ,


completamente olvidado pelos Respei távei s Senhores Compone~

tes do Conselho Especial de Justi ça , com exceção do Jui z Co


r onél Augusto Cezar da Fonseca Lessa, que assi m justi f i ca I
seu voto:

". Na prelil:ilinar da- Secção de Jul.ganento dei meu


voto no sentido de desclassificar o crime de I
morte imputa do aos réus, de dloso para culposo,
por julgar que, não obstante as cenas de barba-
ridade dos. espancamentos nos interrogat6rios ,
a intenção de matar não ficou positivada nem se
afigurou de interêsse dos réus sob qaal~uer dos
aspectos constantes dos autoso
Quanto a haver em assumido o risco, me pareceu I
questão sutil, intima da consciência de cada um,
e dificil de pre scrutar para cada um ou para to
doso O simples fato das primeiras mortes terem
gerado um c erto pânico, como consta dos autos ,
corrobora o meu julgamento. "

Fortes razões levaram o Juiz prol ator do Re spei


tável voto em questão a pensar dessa maneira, poi s, apesar/
4
da barbaridade que sem total êxi to s e procur ou revesti r os
acontecimentos, em momento a l gum, encontrou- se nesse proces
so o "animus necandi " , ou seja, a vontade predeterminada de
matar, acontecendo justamente o reverso: ..
101
BELLARMINDO MIRANDA
(ADV O GADO )
FILHO 0(:!;/
Avenida Amaral Peixoto, 370 - sala 323 . Niterói - RJ. - Tel: 722-6835

-XXX-
As fls. 100, di z o sol dado Walter Soares de Ma-
~' que:

n
• • • foi interrogado pelo Ten. Miranda e
pelo/
Sargo Leonardo; perguntado como foi interrogado
r e s pondeu que foi ameaçado e muito aconselhado ;
perguntado quem espancou o depoente disse que I
não foi espancado ••• 11

As ~ fls. 6 19, diz o Sarg. Rubem Martins de Souza,


que:

11
••• quer de clarar com relação ao soldado Geo
mar, logo que o mesmo foi preso, o declarante I
apertou os seus pé s com uma prensa, porém teve/
o cuidado de testar com sua própria pessoa, a /
f im de evitar que os pés do preso fossem quebr~
dos ••• 11

As fls . 1 .072, diz o Cabo Cezar Luiz Porto da


Fon seca, que:

11
•• • o Cabo Cruz e o Teno Miranda ajudaram
ao
depoente a fazer mo soldado Monção a respi ra -
ção artificial ••• "

Para final i zar, poi s muitos são os outros de-


t a lhe s que poderiam ser apontados, ve j amos o que di z o Cap .
Niebus, t i do pelos médi cos que o exami nar am como f r i o em I
relação ao sofrimento alhe i o:

"• • •
que, o Ten. Miranda e s tava muito tr±ste e
pezaroso; eu fiquei com pena dele também, por
ver que ê le também ficaria envolvido ... ..
16~
BELLARMINDO MIRANDA FILHO )~
(ADVOGADO}

Avenida Amaral Peixoto, 370 - sala 323 . Niterói • RJ. - Tel : 722-6835

- XXXI-
Ora, Senhores rli nistros , quizessem os acusa dos
a morte das vitimas e por certo, não teria o Apelante dei-
xado ileso o soldado Walter Soares de Matos, por êle inter
rogado e aconselhado; não teria o Sarg. Rubem Martins de /
Souza, o cuidado de testar com sua própria pessoa a prensa,
antes de apertar os pés do soldado Geomar, para não quebrá-
los; não teriam o Teno Miranda e o Cabo Cruz ajudado a apli
car respiração artificial no soldado Monção, uma das primei
ras vítimas fatais e finalmente, não teria o Apelante fica-
do muito triste e pezaroso.

De t udo i s so, não se querenQo considerar como/


vá~ida a tese inicialmente de fendida, é d2 se tirar a ila-
ção, de que o Apelante e demais acusados apenas quizeram a
conduta da qual resultou o evento, ou seja, o resul tado mor
te.

E, segundo Giuse~ Bettiol, en seu livro Di -


r e ito Penal :

"• ·• o liame psicológico que une um evento ao


sujeito agente pode ser doloào ou culposo; do-
loso quando foi previsto e querido; culposo /
quando o evento não querido, é previsto ou ao
menos era previsivel. 11

E , procurando ser mai s claro em suas pondera-


ções, dá-nos os seguintes exempl os :

11
Se Fulano previu e quis a morte de Beltrano I
• como consequência da própria ação ou omissão
afirma-se que há dolo; ao passo que se Fulano/
quis apenas a conduta da qual derivou a morte/
de Beltrano, prevista ou previsivel, dis-se / ..
que há culpa. "
1~!1
BELLARMINDO MIRANDA FILHO ~~
(ADVOGADO)

Avenida Amaral Peixoto, 370 · sala 323 Niterói · R.J. · Tel: 722-6835

-XXXII-
No caso em exBBe a culpa sal ta- nos aos olhos, /
não se podendo falar em dolo eventual . r,!as, apenas par a ar-
gumentar, vamos admitir haja dúvi das se o Apel ant e agi u com
dolo eventual ou com culpa, e em tal caso há de preva l e cer;
a solução mai s favoráve l ao r~u, deixando assim de integT~

se a figura crimi nol6gica do homicfdio doloso.

3Ôbre o as sunto doutri na Garofalo, em sua já ci


tada obra Crimi nologia:

11
Em nossa função de Promotor de Justiça, mui -
tas vêzes, entre o pedido de condenação legal -
mente exato , mas socialmente uma iniquidade; eE
tre um frigido dogmatismo penal e a consciência
pública, nos casos de moralidade da motivação ,
~a ação ou omissão do réu, acatamos na confi~

ração culposa o que, técnicamente, seria um de-


lito doloso . ..

Entre os doutri nadores pátri os, .2. Mestre Nelson


Hungria , cognomi nado o Carrara brasilei ro , observa que:

11
Certa dificuldade pode surgir, às vêzes , na
prática, para distinguir se se trata de homici
dio com dolo eventual ou de homicidio com eul-
pa consciente, O que deve decidir, em tal caso
são ainda as circunstâncias do fato, de par /
com os motivos do agente. Somente eles poderão
demonstrar que o acusado agiu com perversa ou
e goistica indiferença, consciente de que seu /
ato poderia acarretar a morte da vitima e pDe-
ferindo arriscar-se a produzir tal resúltado ,
ao inv~s de renunciar a prática do ato ( dolo/
eventual ); ou se ag iu apenas levianamente, na
..
inconsiderada persuasão ou esperança de que /
'1't[)
BELLARMINDO MIRANDA
( ADVOGADO)
FILHO f!:::'
(.;]

Avenida Amaral Peixoto, 370 · sala 323 . Niterói · R.J. · lei: 722·6835 0JI
-XXXIII-
não ocorresse o r e s ultado pre v isto como p ossí -
vel (culpa c on sciente ) o Se o fat o , cóm seue ele
mento s sensíveis, ~ equívoco , ou se há d~vida I
i r re dutíve l , ter-se-á , ent ão , de a plicar in du
bio pro r eo , a dmitindo-se a hipótese menos gra-
ve, que~ a culpa consciente ••• 11

Excel entíssimos Senhores Ministros .

Os estudos do autos, leva-nos à convicção de I


que o Apelante, bem como seus subordinados, calcularanrrmãl,

confiaram em que o resultado não se produzi ria, de modo que


a ~~entualidade, inicialmente prevista, se é que isto ocor-
reu, não poude influir plenam nte nos seus espíritos. Não
agiram por maldade, mas por l eviandade ; não refletiram sufi
cientemente.

I
Pe lo menos, é duvi doso, que o Apelante tenha
agido conscientemente de que seu ato poderia acarretar a I
morte de qualquer dos soldados por ê l e i nterrogados, o que
equivale a dizer, tenha agido com dolo eventual .

l o quanto basta, no humilde entendifien t o da de


fesa, para que a dúvida rompa em favor do Apel ante, e a des '
classificação para a culpa se justifique o

Isto no que diz respeito as mortes e as lesões,


porque no que concerne ao s prejuí zos causados à Fazenda Na-
cional, al go se tem a fa l ar:

Inicialmen t e, atr ibuiu-se ao Apel ante a par


-
t i ci
-
pação no arromb am~ nto do telhado do charn.ado 11
Arquivo 11 , de-
pendencia do Quarté l do lQ BIB, reconhenendo-se, no entan
to, que t a l arrombaruento tinha por objetivo, si:;::mlar a fu-
ga dos soldados Uonção e Vancterl ei, na época, já fal ecido s .
<JA
BELLARMINDO MIRANDA FILHO )~
I . (ADVOGADO ) ~
Avenida Amaral Peixoto, 370 - sala 323 . Niterói - RJ. Tel : 722-6835(_o/

-XXXIV-
Ora, se êsse era o objetivo do Apelante e demais
coillpanheiro s, provado está, muito embora materialmente cons-
tatado, atrav~s laudo de avaliação, acostado ~s fls. 738,que
não se configurou a figura delituosa exigida pelo arti go 264
do Código Penal tlilitar, pois não era intenção do Apelante I
c ausar q_ualq_uer dano a Unidade a q_ue pertencia, mas sim·, ocul
tar um outro fato delituoso q_ue cometera.

E, "para a existência e punibilidade do crime d.e


d.ano é essencial a intenção precisa e inconfunct!ve l de preju
di car." (Rev. Tri b. 140/109)

Realmente, segundo os ent endi dos na matéria, em


no~3o Di re ito Penal, Conúm ou Militar, a culpa pelo dano 'é
ba stante restrita, alcançando somente os casos de q_ue o age~

te s u j e ito, a giu com dol o predeterminado de causar prejuízo/


a outrem, o q_ue deixou de ocorrer no caso em pauta.

~ tanto isso é verdade, q_ue o própri o Conse l ho /


~spec i a l de Jus tiça, muito embora tivesse conhecimento atra-
v~s o depoimento do sol dado Hé lio Botelho Luiz, l embrado com
muita propri edade pe los patrônos do Ten . Ce l. Glads tone,q_~

do da realização da Secção de Julgamento, de q_ue o mesoo a


empreender fuga danificara o teLi'lado no mesno "Arq_ui v o", não
cogi tou extrair peças para processá-lo , pois é fato sabido e
no t ório, q_ue:

11
A destruição das grades (ou out ros s i n i lares)
para facilitar a própria fuga do xadrêz não pode s er consid~

rada crime de dano, por ausência do dolo especíbico. " R. T. 1

L1as se assim não fôsse, de maneira i dêntica,nos-


.
so Supremo Tribunal, assim tem dec i uido e as sobras:

" O dano ~ um delito essencialmente doloso, por-


que é o prejuízo intencionalmente causado a ou-
1~
BELLARMIND~ ::-::~~NDA A D v FILHO ~
Avenida Amaral Peixoto, 370 · sala 323 Niterói • R.J. · Tel : 122·6835

-mv-
outrem. Inexistindo a vontade de danificar, car~

ce o crime de seu elemnto moral, deixando de se


configurar o " R.F o 1501444.

"Se o agente não pretendia causar dano, mas ape-


nas exercer um suposto direito, o crime não se I
carc teriza ." R.T. 2791638 .

Assim, face a simplicidade da tese, deixa o Ape-


lante de sublinhar, pletora de jul gados, que corroboram o 1
ponto ãe vista ora expendido.

Por derradeiro, no que concerne a t entativa de


in~ ~il ização de material probante, ~de se conceber que, pre
li~narmente, o f2to não está devidaoente tipificado, uma I

se queira equiparar o corpo humano a pap~l ou objeto, o


não deixa de ser uma aberração jurídica.

Logo, se i nexiste em nosso Código Penal Militar,


texto l egal que corresponda ao fato descrito na denúncia, co~
\
soante ao textificado em seu artigo 1 2, que diz não haver 11
crime sem lei anterior que o defi na, nem pena sem pr~via co- J
minação legal, não há de se falar em punibilidade .

Ademais , no mérito, ~ de se subli nhar, que como


ficou devidamente demonstrado, se o Apelante e seus campa -
nheiros não previram a mor te dos so l dados, ''ipso ao fato "
não poderiam prever o que aconteceu " a posteriori " , e é jus
tamente o não havê- lo podido prever o que separa o caso for
tui ~ o da culpa, e ê ste não é imputável em nossa l ei penal .

Excelentíssimos Senhores Ministros! ..


;'1~
BELLARMINDO MIRANDA
(A D VOGADO)
FILHO ){ J
Avenida Amaral Peixoto, 370 - sala 323 Niterói · R.J. - Tel: 122·683

- Xll.- vi-
~elos fatos expostos e pelas razões que ire
..1os aduzir agora, deve a Respeitável Sentença Apelada ser,
eJ sua totalidade reformada, pois no que concerne as mor-
tes ocorridas, liwitou-se, Sua Excelência o Doutor Juiz /
Auditor prolator da oesma, a descr ever depoiuentos dos /
acusados e tes ~e~unhas, culninando por, sem qualQuer fun-
damentação, i n clusive no fixar a, pena, ente nder que todos \)
os denuncia dos militares asslliniram o risco das mortes re-
gistradas.

Retornou-se, a ssim, aos albore s do Direito Pe -


nal quando se desprezava o nexo subj e tivo e se punia o de
'l
1ito ~U1ica e exclu sivamente por sua ob jetividade, sem se
pre scr utar a vontade do suje ito age nte.

_..,_ letra " c 11 , do artigo 438 de nossa Lei pro -


ce ssual ?ena l Irtilitar, e stabe lece coro. requisito da senten
ç a "a indica ção dos .lJJ.Otivos de fato e de direit o em que /
s e fundar a de cisão." n o caso, empaturrou- se o Resp itável
prola tor da sentença, e m demonstrar a co- a utoria de mili -
t ares outros suj e itos a nôvo processo penal e ainda,na li
ga ção do Ilustrado e Culto causídico Doutor I~ e wton Lobo I I
cou seu consti ~uinte Ten. Cel. Gladstone, esque cendo-se 1

da matária de dire ito, a qual, diga-se de pass agem ,reves_


te-se de sur:1a importância no caso e u julganento.

C o~ relação ao s demais crimes imputados ao Ape_


l ante o mesno f enômeno se verificou, pois no que concerne
ao preju ízo causado ao "Arqui vo", limi tou-se a dizer sô-
4 bre suas autoria e ma teriali dade, ªutHr-~ündo-se à discus-
são levantada em plenário pe los defensores do Ten. Cel. /
Gladstone, corroborada pe los demais, sôbre o dolo que em
c a sos tais, c omo já ficou positivado anteriormente, de ve/ .
ser espe cífico e não genérico.
11 Lf
BELLARMINDO MIRANDA
(ADVOG AD O )
FILHO )~
Avenida Amaral Peixoto, 370 - sala 323 Niterói - R.J. - Tel: 722-683

-XXXVII-
Ademais, consoant8 a gritante falta da tipicidade
do fato narrado na denúncia e capitulado no artigo 352 do /
Código Penal Kilitar, nenhuma alusão se fez, consunando-se,
assi~ , o maior dentre os maiores absuxdos jurídicos.

Finalnente, em relação a pena aplicada ao Ape lan-


te, deixou de se proceder da mesma man eira ~ue se procedetv
com os demais acusados, lir:litando-se o Doutor Auditor, a di
ser ~ue o condenava a 77 (setenta e sete) anos de reclusão,
para cull:.ünar textificando q_ue "CONSIJJERAHDO ser o Ten o Mi-
r a nda ULJ. oficial Rl2, subordinado direto do Cap. Niebus,a a
existência entre os acusados também de um Oficial Superior,
rf 1olveu o Conselho reduzir de sete anos a pena i mposta ao
referido Tenente, tornando-a definitiva er::t 77 anos", o ~ue

"data venia 11 , desculpeiil-nos a ignorância, deixamos de enten


der .

Logo, não sabe o Ape l ante a fundamentação da pena


~ue lhe foi i mposta; desconhece seu "~uantum " com re l ação I
as nortes, lesões, dano e tentativa de destrui ção de mate -
rial probante, o ~ue, segundo Lydio Machado Bandeira :Melo ,
em sua obra "Da Capitulação dos Crimes e da F'ixação das Pe
nas" é de rara precisão ao afirmar:

"A defesa e acusação têm o di reito de saber por


~ue caminhos e com q_ue fun damentos de fato e de di reito o
Juiz chegou à fixação da pena concreta ou definitiva . Es
conder esses cru~inhos é cercear a defesa ou desarmar a acu-
sação,~ dificultar ou i mpossibi l i tar a f~u~damentação dos r e
cursos das partes e o ataq_ue lógico e juxídico às injusti -
ças da sentença . As sentenças penais devem ser de mo tivação
transparentes, para incultirem no povo respeito e admiração
pe la Justiça e confiança na re ti dão e segurança de seus I
j u í zes. 11
-.LXXVIII-
Em s~a, por tudo ~ue foi dito, espera o Apelan-
t e seja reformada a Respeitável Sentença Apelada, não s6 /
por~ue a mesma deixou de atender requisitos penais e pro -
cassuais como a inda, por estar revestmda de grande injusti
Çao

B, destarte, "concessa venia" ~ a melhor solução


sua absolvição, calcada na excludente de culpabilidade, ou
ca so não seja êsse o entendimento dos Excelentíssinos Se -
nhores Ministros, a desclassificação dos crimes de norte e
lesões de dolosos para culposos, capitulando-se o Apelante
nas penas cominadas no artigo 206, parágrafo 22 do Código/
J:'- nal :tiili tar, dado a excepcionalidade de seus anteceden -
tes e ainda, julgados improcedentes os crines de dano e /
tentativa de destrui ção de naterial probante, respectiva -
mente, por inexistir o dolo específico e a tipicidade.

Finalment e, se repudiadas as te ses expendidas, a


unificação das penas ~ nedida que se i mpõe , isto pars. mai-cr.
prestí gio da Justiça tíili tar e efetivação da Lei Processu-
al Penalo

~stado da Guanabara, em 2 de maio de l 973o

Bellarm.indo r.:iranda Filho- Adv o Insc. 1969. R oJ o


~
I
E:(tlC. SR.Or:. JUJZ ·AUDITO:! DA 2a • .l\UOITO~IA DG EXÉ:CITO DA la. &!

~USENS MAR TINS DE SOUZA, nos autos do processo


. ,
cr1me a oue responde e, que tram1ta atraves desse respe1tavel Ju1zo ,
. , ,
havendo interposto recurso de apelaç~o para o e~r~giv Superior Tribu-
nal ~- · itar, vem, na forma legal e, cons o ante o que ~isp;e o artº 510
,
letra b,do ~cdig"' de Pr ocesso Penal h ilitar, apresentar a V.Exa.as i!}_
c-lusas raz;es de recorrente, recuerendo, dat a ven1a, a re~esso d us
• ' , • A
mesmas, junto aos respectivos autos,a egreg1a instancia ad suem.

Nestes termos

feriMento.

P. io

c...,. 12-o-9-

-· 4

JUS tCA ~ \' JT ~R


r"" . Lf.. r lUTAR
_d!j~ ..


----- - ~

,
EXt10. SR.r.~ INISTRO P.ESIDENTE DO EG~EGIO

Brasfliv-Distrito Federal.

nUSENS ~~ ~f?TI NS DE SCUZA, havendo ape I cdo da


:•t:.Sentença do eminente
, Dr.Juiz Auditor da
2a.Auditoria do Exercito, lil.C.J.t:.,vem, na
forma e prazo legais, aduzir suas rvz;es de
rec~rrente, c~nsoante o oue se lhe oferece,
nos seguintes
... termos e fundamentos que,a se
gu1r, expoe: - - - - - - - - - - - - - - -

Efll NEtJTE:; Jl!LG:\DO'! ES:

lmp~e-se, data ven1a, com o devido respeito, a


A

re~~rma da decis~o recorrida de fls. 1645 usoue 1676, 0,ue 1mpos ao ape
lante o cumprimento da exarcebadil pena de sessenta e dois anos de re-
clus~o por infring~ncia delituosa prevista nos arts.2C5 ~ 22, 2C9=1Q,
264 § IQ e 352 c/c.art253 do C~digo Penal ~i I itar, considerando que o
Esr~gio Conselho Permanente de Justiça , em sua alta sabedoria,n~o fez
ao recorrente a soberana e aguardada justiça.
PREL Hd NA"?t:ENTE, acentue-se ser a peça vesti bu-
,.
lar dos respectivos autos, visceralnente, nula,de pleno direito, eiv~
..
• , ' N
da de erro 1nsanavel no que concerne, precisamente, a cl cssificaçao ~
4

fetiva dos delitos, irrogados de ~?do indevido per S.Exa., o i lustre


,
Dr. Procurador, como faci I se pode analisar num liseiro exame dos eu-
,
tos. O extremado libelista, dando vaza ao seu despo-
tic~ e irrer.uieto te~perarento de fiscal da lei,traça e circunsc~e a •
person~l idnde do a::riminado, C'"'J:"O desprez f vel e abomin~vel infrator d.:z
normas :esais, en ~ uadrando-o penalmente e~ delitos- os nais rigor c -
111Y
)y@Fis.2=
INEPTA, por sua natureza, relata o epis~dio ha
,
I vido, cheias dcruanccs mirabolantes c fantas~agoricas com ~ue prete~

de conseguir e conseguiu impressionar a opini~o p~bl ica e o pr;prio/


-.
, .
egregt o Conse I h o de Just i çn, que proc I amou. o repe I ente e inusitado~

ridctu~ da forma mais contradit~ria c nunca dantes vista, em toda a


,
histeria ~i l itar de nossa terra. A forma abusiva com que S .Exa. pin
,
tou o 5eu tetrico quadro sangrento c~m esbanjar de tintas multicolo-
ridas, impressionou, de fa~o, por demais, os doutos componentes da-
,
~ucle egregio Conselho, que , deixando de lado , a doutrina, a le i, os

ensinamentos jurisprudenciais, aferraram-se, del iberada rnente,na des-


crtçao rn;rbida e fria da extensa den~ncia para decidirem, fora do es
p frito da lei, impondo ao apelante a exagerada pena de reclus~o.
C en~uadrarncnto penal,apl icado na for ma qual i-
ficada,em quase todos os dispositivos legais que lhe f oram i mputados
~uer nos parecer, percissa maxima vcnia, inaceit~veis face ~s ctrcuffi
... .
tanc. s emolduradoras com que se efetivou o evento, ficando, deveras,

- abolida, dentro d~s autos, a sua participaç~o direta e resoluta para


o resultado· morte.
,
Clar o esta, que , nem, eventualmente, o acusado
pretendeu o resultado lctâl , o ~ue se infere do instrumento por ele,
utilizado (prensa) na asressao aos soldados v iti ~ado s. Inexistindo,
porconscguinte, a relaç~~ de concausal idade entre a aç~o do mesmo e
a morte das v fti mas pela icp~ssibi I idade fata l do meio empresado n~o
se lhe pode atribuir quatsquer responsabi I idades por ac,uele evento.
. d que ... .d
Aderna is, d tga-se e passagem, a açao exerci a,
data venta, pelo recorrente em toda fase delituosa, v isi velmente, a-
,
vi ltada, enxovalhada e i mposta da maneira mais hosti I, discricionarl
a e arbitr~ria pelo efetivo e decisivo comando do ~anguin~rio ditador
capit;o I!IEB~S, homem da maior confiança do alto comando do Iº BIB ,
... f ~i , man ifestamente , ini ludivel~ente,
exercida so b o impulso crimino
~ ~ ~ue ,
so da "coaçac irresisti vel" de trato o ar tº3 8 , letras a e b do ~odi-
co Penal l:i I itar, e , discutido, tomb~rn, atrav~s do C~d ig o Comum,atr~
v~s de seu artº 18, cue estabelece o seguinte: "Se o crame ~cometi­
do sob coaç;o irresistfvel ou em estrita obedi;ncia ~ ordem, nao ma-
nifestamente i legal, de superior hier~rquico, s~ ~ punfvel o au~ da ..
coaç;o ou da ordem".
" Nenhum juiz, por mais bisonho, se lembraria de
identificar c omo autor punfvel de um crimeA~m
foi, apenas, um instrumento passivo de sua exe


de sua execuç;o".(Conent~rios
de Nelson Hunsria, vol V, pg. IC9).
~h,::un~tdo a cumpr 1r suu m1ssao de mi I i t<Jr , numa
das depend;nc ias im~rovisad<Js daquele batalh;o, palco sacr f lego em
que se desenrolarum t;o tristonhos acontecimentos, Jamais, pensou o
<Jcusado c.ue,no cargo dantes exercido de modesto disciplinador e 1ns
trutor de ffsica, .::~dstrando os j;;ens soldad)s p.::~ra a grandeza da
p~tria, tornando-os fc~tes, desp~ticos, varonfs, h~r~icos, pudesse,
algum dia, servir de mero instrument~ dcs verdadeiros algozes, es-
ql•ec i dos dos mais puros i de a i s de patriotismo, de human i dadc, de a 1-
truismo, de ri litaris~o, a ponto de transforn~rem-no num simples e
repulsivo tftcre nas m~os monstruosas de seus superiores hier;r0ui-
~--------~--------------~----~N~------ ~
cos, reconheci c!amente, nus pessoas do Cap i tao tl i ebus c Tenente f: i -
- .________..--......__ ---- ---- -
............ ---
-.......__. .-.........---.
randa. Acuado, submisso, envolto ~s i legais e estapa
~ -
fJrdias o-dens, que lhe eram transmitidas e, indistintamente, a t o-
d~s, n~o pcderi<J e, isto, era not~rio em toda a equipe, Jamais, re-
cuar à i mperct i •'.:::t c superveniente ordem de comando , sob pena de ser
submetido aos mesmos rigores ffsicos que infringiam ~s anunci.:::tdas c
propalad.:::ts vfti~as, naquela ~uarniç~o mi fitar.
, '
C episodic reinante, os fatos trazidos a lu -
me,d~o-nos a certeza de que n1ngu~m, em sa consci;ncia, se .:::trrisca-
ria a lançar um r~pto de pro\ar a desonestidade dos verdadeiros pr~
, .
pns1tos de que se <Jch.:::tva~ imbuídos os comandados do~ap.NIEBUS,ao se
"
rem convocados para prestarem serviços naquelu dcpendencia carcera-
,

rla, bem afast.::~da do comando central do Iº BIS como ficou demonstra


do. · f.s ordens cocrc i ti v.::~s, emanadus por .:~que I es s~
( ,
periores, eram continuas e persistentes e, a ninguem eru d.::~do o di-
reito de interpelar ou furtar-se ao ass~dio tenaz de desobedec;- las ,
, .
p 1s, alg0 de anormal em represa! 1a 'a
te~iam c~nduta insubordinada ,
... . ,..
pelo n~~ atendi~cnto a dcterminaçuo dada.
Dir-se-ia, cnt;o, cue as pr1me1ras v: tirnas de
fato e de direito, seG d~'·ida alguma, foram os pr~prios comandados,
do Cap. ni:::SUS Gue nao pu1eral7. fugir ac ass~d i o diab~lico e insens f
vel deste cruel ,tirano c peçonhento mi I itar que se rejubi la· 1 a, os -
tcnsi• amente, de ser o S-2 da unidade. Hol7.em de pouca fala , sobret~

do, crrog2ntc em sua conduta pcrsonalfssina, tinha a d<Jr-lhe cr~di­


to desmedido, o alto cor·endo do 12 818 , cue confiav<J nele, cega..~en­
te, como Deus Salvador e Cnipotcnte para apurar t~das as irregularl
dadec surgidas dentro do quartel. Ambicioso por na~ureza , aceitava
~ Fls ••~=

aceitava ?S •11a 1s diffccis encargos para credenciar-se


novos ~ostos, novas graduaç~es.
~~nç;;o de

l~o enta!1to , entrementes a essas cons i dcraç~es,


na~ se apurou e, nem se tem notfcia, ~ual ou r,uais determinaç~es,que
l'1e ft.rGr. i ... postas pe I os comandantes daque I a unidade cor.1 o f i r.. de a-
purar o uso c tr~+icc de subst~ncias entorpecentes dentro ou fora do
citado estabelecin.ento mi I itar, fazendo con oue o tirano N I~BLS, coi·'
seus aut;nticos at~s de sel••ageria, nunca evidenciados e~ toda a sua
..
vida de s~ldad o, pudesse marcar com sansue para senpre a sua folha~

antecedentes criminais, enodoando, denegrindo a sua farda e o bom no


, .
me do Exerc 1to 'loc i onéll •
Jistante de tudo e de todcs, por sua vcz,o seu
c~r.andado, Sgt.P-"3:::/JS I ARTINS DE SCI!ZA, n;o poderiél supor, n~o pode-
...
ria ioasinar o cue se passava de verdadeiro e as escondidas, si lente
~ente, sigi looamcnte, ~meia voz , dentro da saiP secreta. C que crél
trat~~o,
..
discutido pelao altas autor idâdes, supoe-sc que , era, ape -
nas, do conhecincnto do Cap.NIEBUS c, ningu~m Mél is.
,.. -
-~n t ao, a " coaçao " , a " ~r d em 1. I ega I" 1 arre b an h a
va todo o c omé:lndo mi I itar doiºBIB, al~m, de outros oficiais ~i I ita-
res que direta ou indiretanentc, se om itiram, negligentemente no cuB
prir.ento real de suas obri~aç~cs mi fitares, como ficou evidenciado,
, ...
amplamente, dentro dos autos e ne propria decisao recorrida.
Todos, indistintancntc, desde o Chefe da Car -
, ,
pintaria, Ds-t. CC~ICL.\iJC , Te.i'cdico Er:L~C, 8np.Dentista A~'IN ELIAS 1
,
cnferr.1c i r a, I avadc i r a, o propr i o Cc I. A:'. I OS~!ALOC, dever i an f i gurar 1 ab
initio
. , . --
na peçn denunc1ator1a o que nao ocor re u , verdadeiramente,fi-
surando alguns destes,como:po~sfveis infratores da lei penal oi I itar
conforr.1e dec i s;o recorri da, dac:ue I e Egr~g ·o Consc I ho de Justiça.
"-:>Mo ficou patenteado, todos teuiam o :ap.i!IE-
, ...
BUS e, contrarialilentc, nos· regios comprowissos assunidos, perante a
~sido da bandeira de sua instituiç~o, c?o~etia ao u~cl ic :::t É~ICO,valor
. mais n~brc, altrufstico do ~ue o de mi fitar e, c:ual seJa o da presc~
... dn vida humana, o Célp. Af:H~ , dentista e r:1c' d'1co, I h e cor:1pet i ar.·. ,
vaçaL.-
,
honcsta~ente , dever irrcnunciavel de salvar vidas. Todavia, temia~ o
revide nao s~ do Cup.lliE3US e, tamb~m, ainda, do pr~prio Alto Cornan- 4

do . :)e manc i r a , S':S . :~I ~J I ST~CS , cuc o ucusado , di aD_


te de tamanha reprcss~o geral i8plantada dentro dacucle quartcl ,af n~
t':ldo, arredio , inc-=snito, ter.JCroso , n~'"' poderia evitar a sun co-aujc-2.
, ,
r1e nos epis.dios havidos, ainda que ti,esse a inocente-lo este ou~
este ou aquele elemento, b~stando , t;o so~ ente,
como rnenbr~ da e~uipe do :ap.NIEaUS, rec onhecidamen te, por todos e
,
pelos proprios peritcs, c ooo portador de personalidade p si~op~tica
c;ue em o,ua I c.uer momento poder i a se me n i f estar 1 c or.1o se men i festou 1
para tristeza geral e infcl ici dade de t odos.
Ass i m, n;o se pode vislumbrar, t~cnica~ente,
at~ ~ue p0nto, concorrer a co~ SLa aç~o delituosa, para a cons uma -
çao do evento morte, sabendo-se c;"e outros part fci pes ti·•era m ,dir~
tarnente, parte ma•s efetiva nos fatos de que se ocupam os ~utos.

Por tais consi de raç;es, depreende-se cue aa


entidades l egais, anunciadas na f or ma cual ificada, o opl a~ente, es-
, • N • • ,

pel~ada s na peça baste~, sao por demais insubsisécntes, tnapl tca-


"e is, dadas as circunst~ncias apontadas , sor.1ente, recebf veis,em ~I
,
ti r·a analise, en s ua for ma si mples.
, ,
Da mes ma ma neira, tombe m, inaceitavel se tor
na~ aplicaç;o, pelos ~e smos moti vos, dos dc~ais articos, 209 5 1º,
26!;. · • Iº e 352 do mesco di pIo':" a I ega I.
.. , ...
Dessa for ma , na o sera a custa da li ~e rdade c
da honra de um si mples soldado, d f gno , honest o , çue se h;o de corn-
~ensar as fr u streç~es preconcebidas ou n~o , desencadeando sobre e-
le as ondas ~os interesses e dos pPi•ti l~gios inatingfveis. /J. justi..
ça nao ~ a foz das ~spu~as de ~ag~g icos ou eco de int~rjeiç;es polf
ticas.
A bem sentir, S.Exa. o Douto Procurador, de-
verta , ab initio, incluir em sua inicial, os nomes dos verdadeir os
, ~ , . ,
culpados, c; ue s e esconderam ate a0u1 ,, por detras de Inocentes nas-
caras co~c verdadeiros santos.
Destarte, para c;ue uma conduta humana se re-
vista de car~ter de cri r.1e , neccss~r i o se t orna, c omo saI i entou G!.Q
.' A:.N E LEO!~E (De I reato ab i na I c, c ont i nu ato e perr.1anente) cu e c orres
,
p6nda ao tipo deoc~~to na f ornula leg islati •'a ou , por outras pala-
v_ras, C"Ue se ver 1" f"1 rue açu 1. I o c;uc a d ou t r .1 na a I ea.a- d enor.11. na nT ,, r~~~
o ... ::;:_

TAND", expreso;.,., intraduz f •·el l iter alr.1ente, mas , que ?bjet i· ·a o C-=>!.;:.
plcxo dos eie~cntos mater i a is necess~rio~ para caracterizar tod~ fi
gura part ic lar do delito, isto~' aruclcs re qu isitos de ato t f p i -
co, ant ijurfdico e culp~·el (JII:EIJEZ DE t~SL1 :,) . E, no cas::> , -:=altar.. / ..
esses requisitos de tipicidade dffidelit~ntribuidos ao recorrente.
... ,
A narraçao ~f icia!, porconseguinte , e vagc,i=
prec 1 s~ , gl oba I , na"J dcs 1 i cu de todo c.-. co~lp i e;:o para ·1arcur a r.1a -
s~it~de pert i nente ~ es~~c i e , reproduzindo, exatc~cnte , o ti~o,0 mo
Fls. 6~ ~
o tipo, o mo'llento pr~t i co ( \IIZELCTTI,, c foto concreto (I::.Nf':'~.
.:~ ·•na d r:11SSI''C
· r I 1 se b retudo, para os fins ?ena•s
, N , A

essa den i u, porcue nao conter.. as c i rcunstanc i as e Ier.1entarcs c c-


"lC
, ~ ,
molduradoras nao se para a tipicidaclc co.;o pare:: u pr0pr1a defesa.
Esses v fcios prej~diciais ~ clefcsa, fazcc cleJ[
,
r~ ~·n c 1.. , um i n stru~ento desprovido do ~ f ni~o t~cnico para marcar
~nitude do infcio da eç;~ p~blica e, juridicanente , inexiste.
· rar..en t c, a D,....,(.I'"'IA
" cr d a d e 1 .:1~ .... . .., · o d c f orr.1a
t em v '1c 1
... carece de ~ctcriulidade do delito, elementos indispe ns~veis ~ue a
completam c lhe d~ definiç~o.
, ,
E:::::r:JTCS JL'LGADCr:>!:S , nuo hu , sinceramente,pro-
, .
·.ta estre-le de duv 1das a aferi r-se a total responsab i I idade do apc I a.!l
te nos des~echos fata i s que ~iti~ara~ pa r u se~pre aquelas i nfelizes/
cria~uras, contrariamente, ao aue postula S , éxa. C Dr.juiz de Ja.in~
, ,
t~ncia, na formulaç~o de sua peça decis~ria. ~=" fora de duv i da de
que a liberdade na aprcciaç~o do ele~ento de prova, est; , i ndiscuti -
elm 1te, subordinado "a nature=a do fato •ue deva ser dev i darcnte, /
provado. t:.Í':IO BULHCES PED '"'EIRA , doutrinava que : Não r!:_
presente a onipotencia ditatorial do juiz sob
o i mpacto do di$cricionarismo cego e ~limitado
jmporta na mais alta expressão de res ponsabi
dade atribuída ao magistrado, cuja funçao nao
... li . .-
se automatize ou se manieta , como simples espe
ctador na formação da prova, sÚbord i nado ao <r T
t~rio legal para apreci~-le no momento de jul:
gar• ( in ~ev . For ., vol.21 l , pg . 267);
tlo r.1esmo sentido, afir r.1 a ~. ALATESTA , c cr.1 muita
propriedade , . que : wo j uiz não deve deter-se numa prova inferior ,
controvertida, quando seja possfvel , obter uma
prova superior
... a mais perfeita;
. ante ~, justiça
penal, nao se deve, jamats, opor obstaculo a a
prese~tação da melhor prova, porque sempre de:
ve propender-se como para um fim supremo , a pr~
ceder de modo que a certeza subjetiva corres-
po nda o mais possfvel, ~ certeza objetiva~ ( ~a
L~sic~ Del le Prove in CriQin~lc , Toribo , l9!? ,
tor.;o 11 , p~.313) .
fil~LITOS JUfz:::s , clcssc colendo tr i bun~l,afir -
, . . .
rr.e-se q••e a co .. rcçao do julsado c cv•dente, po1s , cor'o cns•na BETTI CL
(lnstituzioni di ~iritto c Procedurn Pene~e , 1966 , pg . 22C).
" A sentença~ fruto e resultado de uma delicada
operação l~gica que o juiz deve manifestar por
escrito e fim de que o resultado , digo, de que
o raciocfnio por ele possa ser controlado sob/
o aspecto de sua irnpecabilidade. K'üurisdiç;o
~ i ntei r a mente, li gada ~motivação. A motiva-
ç;o no que se refere ao fa t o, exi ge que o j u i z


exige que o JUIZ, referindo-sej~·r:~/
colhidas, deva exp imir as raz~es pelas qua1s
' um fato, nos seus elementos objetivos e subj e
tivos essenciais ou acidentais, constitutivo;
ou impeditivos deva ou nio considerar-se pre-
sente. A motivaç;o, quanto ao direito, ex1ge
que o juiz, deva exprimir o porque de uma de-
terminada escolha normativa e interpretativaw.
C urtº 381, inciso I I I do C~digp de ProcessoP~
nfll, cstabe I ece co-,a rec;u ·si to da sentença: u i nd i cuç~::> dos mot i ' 'O S
de f~to c de direito em que se fundar u decis~o c, c.ue , , . '
ser. d U"l .:1 1
c~~stitui for~alidade esscnciul, cuja faltu induz c n nu!idade , artº
56, inciso I~ do ocncionado diplcoa lesai,.
/,f i r.:1a FRANCO COROE I RO (Procedura ?en~d e, 1966"
pg. 16l5) oue: " A motiva~~o da sentença~ exig~ncia . de todas~
legislaçoes m~dernos, onde exerce funç;o de d~
fesa do cidadao contra o arbrtrio do juiz. De
outr.a parte, a motivaç~o constitui,tamb~m, ga-
rantia para o Estado, pois, interessa a este ,
que a sua vontade superior, seja, exatamente , a
plicável ou melhor, aplicada e se administre _;
corretamente, a justiçaw.
~

f fora· de d~vida ,· c og i tar-se a c erca d a i mpr oc~


. d~ncia ou nuo dus ac~saç~es i I f eitas c.uc recaem sobre~odo, tena z men-
te, em relaç~o ao defendendo, ha~a vista os mais vuriudos depoimen-
tos ~ue se constituem em verdadeiros elos acusat~ri os por parte de
qLase todos os ino tiridos pelo encarregado do inc.u~rito, produzidos 6 ·
aindu, no calor da refrega sob o impacto emocional daoueles cuc se
, N

submeteram ao crivo cruel c sanguinario do louco NIEBUS. Entao o que


A ,

se ve, o cuc se observa eu~ in~sitado libelo admocstador e incrini-


- so, o a()e! ante corno os dcoo i s cor..und\ldos , ccr:to
nador, apontando nao I
partfcipe ·ativo das les;es produzidas em tuis v ftimas. De manc1ra I
,
que, embora, nem de leve fosse~ tocadas pelo rec orre nte c, ate, p~r
alguns outros seus colegas, eram , irrernediuvel mente , acusados de te-
ren participado do Qassacre, constituindo-se, dota venia, numc cons-
- , ,
tunte e rotineira açao dos responsaveis pelo in ~uer ito QUe repetian
os ... esmos nor..es d..,s respons~ve i s cr:1 toda tomada de <ipo i 111cnto .
N ,.

Nil~ ha , por assir.1 dizer , un iforr:1ichde nos conce1


tos er,itidos ad ca 1sa ,capazes de segurame~te apontar o apelante co-
, .
mo rcsponsavel d•reto ou indireto nos referidos eventos; de poder a-
firmar-se com convicç~0 que haja participadn del iberadaüente , no ~as- 4

sacre huoano de que tratam os autos . Os fatos descritos na inicial ,


n~o se consLbstancia~, de modo ulgu~, na situcç~o e[, ~ue se achavil o
ape I unte sob ~s ordens do ti r ano ;~I ::B u::; c seu aux i I i ar I ~At:D.\ , den-

tro da fi9ura do DCLC.


~ls.3=
\firma NELSON 1-lut!G:Ir\ (Coment~rios ao C~digo
renal, voi.V, ps.SC e 51)
o seguinte: " Certa dificufdade pode sur
' A , -
gir, as vez~s, na pratica, para distinguirSB
se trata de homicfdio com dolo eventual ou
de homicfdio com culpa consciente. O que de-
ve decidir, em tal caso, s:o ainda as circuns
A -

1-
tancias do f~to, de par ...com os motivos do a-
gente.Somente eles poderao demonstrar que o
acu_s ado agiu cem perversa ou egofstica indi-
ferença, consciente de que seu ato poderia a
carretar a morte da vftima e~preferindo ar :
riscar-se a produzir tal resultado, ao inv~s
de renunciar ~ pr~tica do ato (dolo eventu -
ai); ou se agiu, apenas; levianamente,na in-
considerada· persuas;o ou esperança de que~o
ocorresse o resultado previsto como possfvel
(culpa consciente). Se o fato, com seus ele-
. , , " ,
mentos sens1ve1s, e equivoco, ou se ha duvi-
, .
da irredutf vel, ter-se-~, ent;o, de aplicare
in dubio pro r~o, admitindo-se a hip~tese me
nos grave, que; a culpa consciente". -
... , . ,
Nao se va drzer acur, levianamente, que nao
, .
houve o acontecicento esboçado na denunc ra, pois, acha-se por de -
mais provado dentro dos autos. t:as, o que n;o se pode negar e dei-
,
xar de reconhecer-se, S~S.r':INIST~C~ e ~ue a sentença recorrida,fo-
gc ~s raias do absurdo por ~erir pPincfpios de direito emanados da
pr~pr i a Ie i processua I
i I i tor, no Idada e ca I cada na r.Ja i s absurda e
1.1
.... .... ,
i legal das decisoes com a aplicaçao desmedida c imensuravel de vc~
dadcira pena qu i lom~trica, baseadn na multiplicidade de delitos co
mo soe acontecer neste · ntrincado processo em ~uc s e ve despontar,
a olhos vistos, o ferrete da vrngança, da desforra, colhendo .~ su~

oreza,o ma1s inocente e r.J ois pacato de todos os culpados ~uc su~o~

ta~,asora, a m~is pesada de t0das as condenaç~cs, impostes a ~i li-


, .
tarcs er.1 de I i tos dessa es;:>ec 1 c.
::;;:;rlO atestado fiel de., cuco impulso lcv::Jnta-
N , • ,

9o pelo bastao condenatorrc c, ate certo ponto, injusto, pode-se se


- a~ui !atar ~or alsuns tcstc ~u nhos qu e inocentam o recorrente, tais,
,
í co.-c, o do s oldado .'·/f'.LT:: : SCi\!: :::~ DE r:.\ TGS, fls.ICI9/IC21, clo Te.!.:-
~I~C e do pr~prio Procurador, em sua den~ncia , ao afirmar que o o-
, ...
cusndo no dia 12 de ~aneiro de 1972, sarra de ~ anha do ~uarte! pa-
·ra prestar servi ?J S ao Sap.NIESUS, precisaQente, no dia ec ~ue ~or

reram osso ld a d o s 'l""tC


t.• C1 .,,., ''li"'C"~lTE
..... ~ .. - c • -li'\I
IA~I" .:.J E rli- -E"1 e a
- .. i "v ..1
<10 :nesr:1o r.1esc
"'
..
ano 1 morreu o S .) I dado G~Oi.::\r: ou r:oe I hor, o s o I dado V I.C E:lTE=, rct i:•
fic2ndo-sc, morrer~ cn ~~de janesro cle 1972 •
...
Cre-se, ass 11:1 , c•ue ~c.ra o reco nhec i me nte da
,
para o re~~nheci~cnto da c ulpab i I idade~ neccss;rio c:uc v reu, te-
. "d 'rca c
norma ~~r• tcn,~ tido um cucrcr con-
tr~rio 30 dever no oual s c~ncreti=c 0 fato punf , cl.
, ,
Ser to e cu e j uI 9ar c u ...a das r.1a 1s ar r i scad ~ s
I· a•·cnturas a que se prop~c - hor:&er.1, pr i nc i paI r.cntc , c: uando de seu \0

ridicto , depende a vida de outro hoccm. ~ justiça cuc fa=e~os ~ u-


;·~a just i ';a re; <::ti ' 'C '"'Ue re~ucr hu~•
. Idade , -
c corprcense0 das I i ~ ita-

ç ,.. es ~u~~nas na tarefa de aprecrc.r os ir.pondcr~veis da condutA c


. , .
os · 1stcr1ns do alna.
. (' '
C a culpabi I idade, ainda nos ca-
Jll I=~ S ':)Dre
, . . ,
s~s em cuca prova c nlena c 1nd•spcns:vel, envolvendo u~a valera-
çao do conp-rtarnento humano do p~nto de vista sub~etivo nao
- deixar de ser aproxinativo c cngan':)so. E, p~r 1sso, ~uc toda a te-
pode

or ia da prova, cst~ cloninada pc:o princfpio .i..!:!._slubio pro r~') c pc-


1o p•~.csunç~o da i noc~nc i a d~ acusado~
t~essas condi ç;es, nao h~ por c:ue fazer pros-
per ur essa sentença de na:turcza clrocon i a na, cxccpc i o na I, autent i c~
,
cento , s~icida cuc nao faz, eG síntese, a s onhada justiça ao ape -

IST0 PCSTC, aguarda e confia o recorrente ~ue

os ::JCUTCS e f:CLITGS JUIZES, desse . • Tribunal, pos s u r--eceber a pr~


sente uj:>e I aç~o para o fi .. de ser- __; ,,, sadn ~Pocedente , reforr:wndo-se
ainal, a douta dccis~o · recorrida, fazendo-se, desturte, a salu~are
cos{:ur:;e i r a
r----
u s J T ç A

de 197:.

,
, ar 1 o
ESCRITÓR IO DE ADVOCACI A

9'lewtcm J26bcJ
Av. Churchill n. 0 60 apartamento 1204
Telefones 252-1925 e 252-7472
Exmo. Sr. Ministro Presidente do Superior Tribunal .r.iili tar

r.

O Ten. Cel. GLADSTONE PERNASETTI TEI -


XEIRA, por seus advogados, nos autos do processo cri me a que
responde e outros , na 2a. Auditori a do Exército - GB, vem aduzir
tempestivamente, as suas razões de Apelante, par a a eleva da
aprec·~ção dêsse Egrégio Tribunal, como se seguem:

I t a Spe r atur

Rio de maio de 1973

~~~~~~'
Newton Lobo de Carv

I nsc. 1 786_ Roj'.

JUS11C~ f \L\1 AR _Jill


... )_3
~
r ?:,9~
r )eft--
ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA

rtlewt<Jn J2<Jb<J
Av. Churchi ll n. 0 60 apartamento 1204
Telefones 252-1925 e 252-7472

SÍNTESE DO PROCESSO CRIMI NAL A QUE RESPON


DE O TEN : CEL. GLADSTONE PERNASETTI TEI-
XEI RA E OUTROS, NA 2a. AUDITORI A MILITAR-
r.
GB .

O local Os fatos que ensejaram o procedimento criminal do Ten.


Cel. GLADSTONE PERNASETTI TEIXEIRA, tiveram como palco
o 19 Batalh ão de Infantaria Blindada, cuja sede está I
localizada em Barra Mansa - Estado do Rio de Janeiro .
Comando O 19 B. I. B. estava sob o comando do Cel. ARIOSWALDO
TAVARES GOMES DA SILVA. O Ten. Cel. GLADSTONE PERNASET
TI TEIXEIRA, estava respondendo pelo i omando, por fôr-
ça de férias d o outro oficial.
O fato No dia.26 de d ezembro de 1971, o Cel. ARIOSWALDO, em
gerador visita de cortesia ao Forum de Volta Redonda, teve ci-
ência de que o civil CAPARA, o irmão do soldado BOTE-
LHO, elemento do seu Batalhão, encontrava-se p rêso e
processado por uso ou tráfico de maconha. Tomando in-
teresse no caso e atendendo a sugestão daquele Juizo,
r e solveu a transferência do detido p ara o 19 B .I.B.,en
carregando, EMBORA EM GÔZO DE FÉRIAS, o seu oficial de
informaçÕes Cap . DALGI O MIRA~DA NIEBUS a p roceder uma
sindicância para a purar o uso e tráfico de tóxicos, no
Batalh ão.
A Equipe Em a ç ã o, a EQUIPE d o Cap. Nieb us como ficou conhecido
o g rupo liderado p or êste oficial e composta de mais
um Tenente, 3 Sargentos e 2 Cabos, efetuou a p risão , I
nêste mesmo dia (26.12.71} do Soldado Botel h o. Dois d i
~ ~

as apos isto e , no dia 2 8 d e d ezembro, levaram a efei-


to mais três p risões , as d os soldados Sobrinho, Getúlio
e Ferreira, seg uindo- se outras prisões subsequentes.
O Arquivo Os p resos eram interrogados no "arquivo " edifício si-
t uado no final d a área onde está circunscrito o 19. B.
I. B •. Pelas suas características e con strução, esse
p rédio não é avistado d o Comand o ou do eixo de ativid a
d es do Batalh ão , porque está intercalado por outras I
edificações e ruas que foram o comp lexo de p rédios do
19 B. I. B., distante mais de trezentos metros das insta
..
p---~----

ESCR ITÓRIO DE ADVOCACIA

?tewl"n J2aba
Av. Churchill n.0 60 aparta mento 1204
Telefones 252-1925 e 2 52-747 2

lações principais (Comando - Pavilhão p rincipal - Te-


lefonia, etc) .
'•
Construido e m 1 969 especialmente para o isolamento de
1- pres os subversivos, é composto de um salão e duas ce-
las surdas, além das instalações sanitárias.

Ainda p elas suas características e localização , os


ruídos p roduzidos no interior do "arquivo " não são au
díveis no seu exterior.
Os aconte Visando o fim colimado de alto interesse da Unidade
cimentos uma vez que estari am envolvidos no uso de tóxico, of~

ciais do Batalhão, p rocederam-se as dil i gências sob a


liderança do S2 Cap. NI EBUS, obediente tão sómente as
normas ge rais d e hie r arquia .
Nenhum fato ocorrido no " arquivo", foi alardeado e as
diligênc ias sucediam-se com tôda a p arência de regula-
ridade. "A Equipe do Cap. Ni e bus " po r êsse mesmo ofi-
cial selecionada e escolhida, enquadrada pela lidera~

ça, agia em perfeita consonância,convencido cada ele -


mento d a elevada investidura do seu cargo. SÓ mais I
tarde ficou esclarecido que a EQUIPE tinha ordem do
seu chefe de manter o mais absoluto sigilo, não pode~
do extravasar, sob p ena de pun i ç ão, q uais q uer fatos
relativos a missão que procedia.
Havia efetivamente Q~ esp Írito de equipe, justificado
pela consciência do alto sentido das atribui ções a
que estavam encarregados.
Por sua vez, o S2 Cap. Niebus , denotava perfeito equ~

lÍbrio nas suas ativid ades e atos, informando o Co-


mando do andamento das investigações, sem extravasar
quaisquer irregularidades ou sequer aparentar o seu
real procedimento.
A segurança na forma de agir, a posição especial e i m
portante de oficial de informações, de confiança p es-
soal do Cel. Arioswaldo, ao lado do escamoteamento to
• tal de notícias negativas, tiravam ao Comando qua l-
quer possibi lid ade de vislumbrar o procedimento insó-
lito que ocorria no "Ar quivo".
Os p róprios elementos que compunham a equipe do Cap.
Niebus, selecionados por êste oficial, eram de
ESCR ITÓRIO DE ADVOCACIA

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conduta reconhecidamente exemp lar, nao podendo trans-


pirar por suas formações e fÔlha, um p rocedimento in-
I
condizente com a postura militar e a próp~ia tradição
I do 19 B.I. B.
Por outro lado, a p resença pratic~ente diária, do
Cel. ARIOSí·IALDO, no Batalhão, em contacto com o Cap.
NIEBUS , afiançava e garantia o bom andamento daquelas
gestões. E finalmente, os dep oimentos insuspeitos e
unânimes das vítimas, afirmando acreditar no alheame~
to do Ten. Cel. GLADSTONE dos fatos acontecidos e as-
severando a sua ausência no palco desses acontecimen -
tos, excluem, desde logo, a idéia de p articipação ou
de consentimento tácito, nos hediondos atos que, ali
se praticavam.
E assim, nada, nenhum elemento por menor que fosse, I
permitia ao Comando desconf iar do procedi mento crimi-
noso do oficial d e informações.
Acobertado por um manto de falsidade, a Eq uipe do Cap.
Niebus, p raticou os atos q ue resultaram na morte de
quatro soldados e ferimentos e m onze outros.
O p razo Os fatos narrados ocorreram em dezessete (17) dias.Do
d ia 26 de dezembro de 1971, início da instauração da
sindicância, até o dia 12 de janeiro de 1972, data do
falecimento de dois dos soldados mencionados.
Intercalaram-se, nêsse período , os domingos, as fes -
tas natalinas e de fim de ano e os p rimeiros dias do
ano , quando as ativid ades de tôda a Unidade, como de
resto da p róp ria Nação, estão reduzidas ou misturadas
às naturais comemorações da época. Ressalta-se aue
d os soldad os falecidos: r1onção - Handerley - Vicente
e Geomar, sómente êste Último, Geomar, foi preso no
d ia 31 de d ezembro de 1971, enquanto Wanderley foi
~

prêso no dia 11 de janeiro de 1 972, p ela tarde, ves -


pera de sua morte , enq uanto Monção e Vicente, foram
p resos no dia 12 de janeiro, v i ndo a falecer Monção
nêsse mesmo dia: e Vicente, posteriormente, já hosp ita
lizado no H.C.Ex .
Há que se d estacar, nesse sentido, o depoimento do
Cel. Ariosvmld o q ue respondendo a uma suspeita da ..
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irmã d e um dos soldados p resos e q ue lhe fôra procu-


rar em sua casa , resp ondeu a consulente que estives -
se tranq uila por que no 19 B.I. B. não se p raticavam I
arbitrariedade s . Com tal forma de p roceder, a verda-
de é que o Cel. Arioswal d o eliminou urna possib ilida-
de de cessarem as arbi traried a d es q ue vinham ocorre~

do na Unidade, à sombra do conh ecimen to do Comando.


O Cel. Arioswal do, corno é evidente, agiu levado pela
confiança que depos itava no seu S2 ô Cap. Niebus.
E assim, em apenas 17 d ias , de urna epoca incidente 1
de comemorações e festejos que antecedem e p roce dem
os.Últirnos d ias do Ano, de envolta com o intuito de -
liberado de esconder os fatos do resto da oficialida
de e em par t icular do Comando, ocorreram os lamentá-
veis acontecimentos, sob a descu l pa alegada por seus
responsáveis, de aver i guaç ão de atividade criminosa,
no uso e tráfico de tóxicos.
Nenhum outro oficial, além dos do is p rincipais i rnp l i
cados teve ciência das atividades da Equi pe, até o
dia 1 2 de janeiro, data do falecimento dos do is p ri-
meiros soldados.
_ denúncia Na peça acusatória, o Procurador da Justiça Militar
imputa ao Cel. Gladstone a p rática , por co - autoria,
dos crimes de dano, definido no artigo 264 do CÓd.
Penal Militar inciso 1 9 e de destrui ção de objeto de
valor probante, capitulado no artigo 352 do me s mo Ca
derno Penal, entre os crimes defini dos contra a Ad-
ministração da Justiça Militar, ambos comb inados com
o artigo 53 do C.P.M.

..
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- Preâmbulo

O Ínclito Ministro LUIZ ANTÔNIO DA GM1A E SILVA,


na exposição de motivos do p rojeto convertido no CÓdigo de Pro
cesso Penal Militar em vigor, exaltou
" as tradiçÕes liberais da justiça militar brasi -
leira, sem p aralelo, aliás, em qualquer outro
.. 11
pa1s ...
O antigo e douto Procurador Geral da Jus tiça Mi-
litar , Governador ERALDO GUEIROS LEITE , acentuou:
"O Estado sabe como, quando e quanto aplicar os
instrumentos punitivos de que di s põe, de sorte a
não usar de excessos e não incorrer na p rática
de ato injusto " ( "O Inquérito do PC", Rio , 1967,
pg o 38) o

E agora, o eminente Presidente desta Augusta Ca


sa, G- 1eral de Exército ADALBERTO PEREIRA DOS SANTOS, em seu
memorável discurso de posse, assim enfatizou:
- assu-
"As resp onsabilid ades e d ificuldades serao
midas e vencidas , como sempre o foram, porque a
escola da vida e trabalho constituida pe l o nosso
Tribunal é p raticada p or todos, dentro de seu âm
b ito de ação , visand o a b olir o Ódio, a violência,
a intolerância, a hipocrisia, a desigualdade e o
d e sespero , a p ós conseguirmos aboli-los de dentro
d e nossos p róp rios corações "
E mais adiante:
"Tenho p lena consciência das responsabiliã ades a
assumir nesta cerimônia de posse~ res ponsabilid~
de na a p licação da Justiça ; responsabilid ade p e -
rante meus p ares, resp onsabilidade e m face d a na
- e, sobretudo, responsabilid ade ante Deus.
çao
s ã o assim tão amplas e tão g raves as responsab i-
lidades , p or q ue constituimos um Tribunal q ue
atua com ex~rema ind e pendência, completamente in
f ens o ãs p r e ssoes políticas e sociais " .
Tais d eclaracões, corajosas e d ignificante s, t em
e ncontrado amp la ressonân cia d e ntro e fora da mais alta Corte
de Ju s tiça Mil i t ar .


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Nesta , o ilustre Ministro ALCIDES CARNEIRO, ao


reass umir , já n a atu al g estão , afirmou:
"Esta é uma casa ond e se julga sem Ódio , como
se referiu , e m seu d iscurso de p osse , o Minis-
tro ADALBERTO PEREIRA DOS S~~T OS.

Não o d eio ninguém. Não julgo com Ódio " .

..
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Egrég io Trib unal

i Tal preâmbulo, data vênia, se fazia necessa


I· rio dar como realce e começo da defesa do Ten. Cel. GLADSTONE
PERNASETTI TEIXE I RA p orque a p róp ria sentença, logo no início
do seu relatório enfatizou:
tais fatos vieram a d eflagrar uma suce~

são d e ações e atos delituosos até então de


existência inédita em hma Uni d a d e Militar ,e
quiçá na longa crônica d a Justiça Castr ens e.
A es tupefação, d iante do i neditismo dos
atos praticades pela EQUIPE do Cap. Niebus , sensi bi lizou infe-
lizmente e data vênia, o Conselho Especial de Justiça.

Quant_2~ imputaçã~ a<? Ten. Cel. GLADSTONE PERNASETT I TE I XE I RA


Para melho r comp reensão d a p eça acusatór i a
á q ue se destacar dos demai s denunciado s, a fi gura do Ten.
Cel. Glads tone; cuja posição consoante a denúncia é de co- auto
ia, nos atos crimi nosos, p raticados posteriorment e à q uela su-
essão de atos e fatos que c h egaram até a morte de quatro sol -
ados e feri me n tos em outros onze .
Suste nta a acusação que o Apelan te teria I
com a ocultação de do is cadáveres, autorizando a si
ulação da fuga de p resos, p ara justificar o de saparecimento
os dois corpos, vítimas d as atrocidades do s demais co-réus.
De tal envolvi ment o, r esul t ou a sentença,
ra apelada que permissa máxima vênia, está mere cendo r efor ma
rgente , a fim de que seja feita Justiça.
A decisão do Colendo Conselho de Justi ça, I
aceitando a d enún cia nos seus p róp rios termos, po ssivelmente I
arraigado e d e envolta com o desenfreado e d esumano procedime~

o de alguns do s a cus a dos , mas longe d e atender aos d itames d a


lei e da Justiça, colocou inutil os es forç os da defes a. Assim
entendendo, teria o Ape lante sido co-au tor de um crime de ocul
tação ou destruiç ão de cadáver, na forma típ ica contida no TÍ -
tulo 5, Capítulo 2, "dos crimes contra o res peito aos mortos ",
artigo 211 do CÓdigo Penal Comum, assim enunc i ado:
"Des truição, subtração ou ocultação de ca-
...
dáver
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211 - Destruir 1 subtrair ou ocultar cad áver


ou parte dele - pena - reclusão , de um a

t. três anos e multa ... 11


- de
Todavia, trata-se, 11 i n casu 11 , nao crime
omum, mas de crime militar. E ocorre simplesmente que na le-
islação castrense sequer exi ste o capÍtulo de crimes con tra o
aos mortos.
Ora, inexistindo possibili dade de capitula-
no CÓdigo · Penal Hilitar , p r ocurou o Mi n istério PÚblico , n~

uele estatuto, um delito c ujo enunc iado mais se as seme l h asse


quela figura típica do artigo 211 do CÓdigo Penal Comum. E lá,
o TÍtulo 8, "dos crimes contra a a dministração da justiça mi -
itar 11, encontrou o a rtigo 352, com a seguinte red a ç ão:
"Inutilização, sonegação ou des c ami nho de
material p r obante -
art. 352 - Inutilizar, total ou parcialmen-
te, sonegar ou dar des caminho a autos, doe~

mentos ou objeto de valor probant e, que tem


sob guarda ou recebe p ara exame:
pena- detenção, de seis meses a três anos,
se o fato não constitui crime mais grave 11
De fato, tal enunciado, nada tinha a ver I
oro o do artigo 211 do CÓdigo Penal Comum, mas equivalia, nês -
11
e, ao similar capítulo dos crimes contra a administração da
ustiça 11 :
11
a rt . 35 6 - Inutilizar, total ou parcialme n
te, ou dei xar de restituir autos, documento
ou obj eto de valor p r obatório, q ue recebeu
na qual i d ade de advogado ou procurad or : pe-
na - detenção, de seis meses a três anos e
multa ... 11

Isto é o d ireito comp arado, a a p licação da


orma de interp olação. Entretanto, não interessava ao Mi nis té-
io PÚb lico - a despeito da evidência que saltava aos olhos -
dmitir que o delito do artigo 352 do CÓdigo Penal Militar na-
atinha em comum com o artigo 211 d o CÓdigo Penal Comum.
A similitude, a equivalência do artigo 352
aquele estatuto, era com o artigo 356 dêste, circunstância, 1 4
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contudo, q ue não convinha ao Ministério PÚblico entender.


Assim , ainda que se pudesse admitir -e
sómente para argumentar, posto que o Apelante de nada partic~

p ou - tivesse o Apelante anuido ao p ropósito da "equipe do


Cap . Niebus " de ocultar os cadáveres, embora moralmente censu
rável tal comportamento, ~fato seria irrelevante à luz da le
~~lação penal militar, eis que não fora previsto e inserto I
no códig~ punitivo.
Trata-se, portanto, de fato atípico. E
ta~tiE~cidade, sustentada da tribuna de d efesa, como o arca
bouço da tese, importava necessáriamente no reconhecimento da
céleb re fórmula de Fuerbach
"nullum crimen , nulla p oena sine lege"
já afirmada no di r eito romano:
"poena non irrogatur,nisi quae quaque
leg evel q uo alio jure s p ecialiter hic
d elicto i mposita est "
e enfaticamente
rep etida na Exposição d e ~1otivos d o CÓdigo Penal de 194 0 ,
" o p rincip io da legalidade na conceitua
ção formal do crime e na cominaÇao da
p ena"
traduzido no artigo 19 daquele Es
tatuto, de q ue
"Não h á crime sem lei anterior que o de
fina. Não há pena sem p révia cominação
legal "
como , de resto, no Código Penal
Militar, também no artigo 1 9 , tod os consubstanciados nos dis-
p ositivos constitucionais "dos direitos e das garan~ias indi-
vi duais " q ue, desde o advento da Constituição de 1946 e rep e -
tid os na Carta .t-1agna vigente, de que
"ninguém será p r ocessado nem sentencia-
-
do senao pela autoridade competente e
na form a de l e i anterior " ( § 27 do art.
1 41 d a Constituição de 1946}
e, ainda, d e q ue
"a l e i penal reg ulará a individualiza-
ção d a p ena e só r e troagirá quand o ..
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beneficiar o réu " ( § 2~ do mesmo dispos~


tivo)
Ass i m, seguro estava o Apelante de q ue
I jamais poderia ser condenado por um fato que nao cometera e
muito menos ainda por que, se o tivesse cometido, ainda assim
não poderia ser a p enada, por que inexistente no estatuto penal
militar.
A OUTRA ACUSAÇÂO - I MPUTAÇÃO DO CRIME DE DANO
-
Res tava, contudo , outra acusaçao: susten
tava o Ministério PÚblico Militar que o acusado anuira à simu-
lação~e_ fug a dos dois presos que morreram. Ora, simulação de
f~a~ por si só, também não constituiria qualquer crime. Era,
po is , necessário que se lhe encontrasse uma adequação à norma
penal que teria sido violada pelo p roced imento da simulação de
fuga. E tend o em v ista que um dos co-réus , ao receber ordem di
reta de outro co-réu - justamente o tristemente famoso Capitão
Niebu _ ' - que b rou duas fol h as de "brasilit", que comp unham a co
bertura de uma d as d e pendências do q uartel, "encontrou ", assim,
a tip ificação, na fi gura do crime d e d ano , contida no artigo I
264 doCÓdigo Penal Militar, " in verbis":
"Praticar d ano:
1 - em aeronave, hangar, depósito, p is-
ta ou instalações de campo de aviação,
engenho de guerra motomecanizado, viat~

ra em combo io militar, arsenal, dique,


doca, armazem, guartel,alojamento,ou em
qualquer ou tra instalação militar ••• "
Pena - reclusão, de dois a dez anos "
Es quecia-se o honrado representante do
Ministério PÚblico Militar q ue tal comportamento sómente se I
configuraria com o elemento subj etivo, indispensável em tôda
ação criminosa , ou se ja, o dolo, ou seja aind a, a vontade cons
cieptemente dirigida 2 ara um fim injurídico q ue, no caso , se-
ria o de causar dano a fazend a nacional.
Acresce aind a a circunstância de q ue,se
o autor material da que b ra daquelas telhas tivesse agido com
aquele dolo específico , de causar dano, aind a assim, repete- se ,
traE~~-~~-i~d~ uma circunstância incomunicável, ~~_utá~el só-
ment~~ ouem _1-he deu causa, ou seja, a "relação de causalid ade "
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do crime , d e que cuid a expressamente o artigo 29 do CÓdigo Pe-


nal r•Iilitar.
A inexistência , pois, de nexo causal, . en-
tre a ação do co-réu q ue destruiu as telhas e a ~otética anu
ência do acusado à simulação de f uga, constitui, evidentemente,
uma h eresia juríd ica talves sem p reced entes na h istóri a d a ju~
ti ç a castren se.
AI NDA A_!~PUT~ÃO DO CRIME DE DANO
A acusaç ão afirma q ue o Ap elante autori -
zou a remoção e d estruição dos cadáveres , para simular uma fu-
ga , mas n io d iz ao analisar os fatos, q ue o denunciado autor i
zou a -danificaçio do local onde estavam os cadáveres, de onde
se conclui q ue uma coisa não p ode imp licar na outra.
Assim, o Ap elante , "ad - arg umentadum" , mes
mo que tivesse admitido a ocultação e a simulação da fuga não
imp licava em q ue tivesse autorizado o dano e p ela razao sim-
p les Q~ q ue a simulação não h averia de ser feita, necessaria-
mente, p ela danificação do telhado, podendo s er feita de mil
maneiras diferentes.
A denúncia, expressamente diz:
" Insp irados na fuga do Sd.Botelho o Cap .
Niebus e o Ten. !Hranda, devidamente au-
torizados pelo Ten. Cel. Gladstone decidi
ram simular a fuga d e Monção e Wanderley"

" Insensíveis a presença dos cadáveres de


Monçio e Wanderley o Cap. Niebus e o Ten.
Miranda fizeram o Sargento Rubens escalar
o telhado~ danificá-lo, armando assim, o
local, por onde os dois soldados teriam
fugido " .
Ora, no p rimeiro tópico, observa- se que
o M.P. atribui a decisão d os fatos ao Cap . Niebus e ao Ten. Mi-
randa e ao Ten. Cel. Gladstone a autorizaçio.
• No segundo tópico, a decisão e atribuida
ao Cap. Niebus ao Ten. Miranda e ao Sargento Rubens a execuçao -
sem que ocorra qualq uer p arcela de atribuição ao Ten. Cel. Gla
dstone.
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Por conseguinte, a responsabilid ade do Cel.


Gladstone, no crime de dano é meramente conclusiva.
A denúncia, corroborando a p alavra dos co-
reus Cap. Niebus e Ten. Miranda , fala na autorização para reti
rada dos cadáveres e simulação de fuga, mas não fez qualquer
referência a autorização para a danificação.
Na verdade, d os autos emerge que a danifica
ção foi d eterminada pelo Cap . Nie b us ; a execução propriamente
d ita , correu p or conta do Sgt. Rubens, a màndo doCap. Niebus.
Do modo da execução , fizeram p arte tiros e gritos dos acusados
Niebus e Cruz.
- teve a menor
O Ape lante Gladstone nao p art~

cipação, por mais que se lhe q ueira atribuir, na danificação


do t elhado . O que nao pode ocorrer, de nenhum modo, é se con-
cluir, como parece ter ocorrido com o M.P., de q ue quem autor~

zou a s imulação da fuga, autorizou o modo ou meio p ara a reali


zação ~essa simulação, pela razão também simp les de q ue poden-
do a simulação, ocorrer de mil maneiras diferentes, nao pode-
ria aquele q ue supostamente autorizou a simulação, responder I
pelos atos pe ssoais e conscientes dos autores da execução.
Ao invés de danificarem o telhado, poderi-
am os executantes da simulação assassinar a sentinela do Ar-
quivo, h i pótese que seria para demonstrar o absurdo da conclu-
são a que foi levado ~ o M.P.
Ademais, o direito penal repudia o versari
in re illicita, q ue de uma causa, relacione efeitos até o infi-
nito. Não é demais repetir que tanto a denúncia, como a sente~
ça, criam algo que não está nos autos. Imaginam simplesmente I
que se o denunciado Gladstone tivesse autorizado a simulação I
da fuga, autorizou também a danificação do telhado do Arquivo,
obra porém d e pura imaginação, como já se observou.
O CRIME DE DM~O VISTO ISOLADN1ENTE
Crime de - A figura do dano é a do crime autônomo. O elemento
Dano Art. subje tivo da vontade é a intenção de destruir ou
264 do causar prejuizos contra o patrimônio alheio. É ele-
Cod.Penal ment ar que o crime de dano como crime meio , deve I
~ilitar ser assimilado a finali d ade. No caso em estacada,c~

mo ·é Óbvio, fica excluida da vontade dos agentes a


4
inte nção de causar prejuizo à Fazenda Nacional.
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A intenção e ra simular a fuga dos presos, para jus -


tificar a ocultação ou d estruiç ão dos cadáveres.
É a h i p ptese tí p ica d o crime meio q ue d ev e ser a b -
sorvido p elo crime fi m.
Finalmente , a inexistência do nexo causal, leva a
excluir qualq uer h i p ótese a responsabilid ade do Ten.
Cel. Glad stone nêsse sup osto crime d e dano .
A sua concord ância teria sid o a simulação da fuga
d os p resos, para justificar a ocultação ou de strui-
ção do s corpos, segund o o d e p oimento dos co - réus.
Ora , simulação d e fuga é q u e f oi cogitad a. Has não
existe essa figura , assim descri ta no CÓd. Penal Mi
--. .- -:. . ,_
--~ -
litar . Por outro lado, d ando forma a simulação, ag~
r am os agentes por conta p róp ria constituindo a c h a
mada circunstância de caráter pessoal q ue é i ncomu -
nicável.
Tal d anifi c ação d e q ue não c ogitou o Ten. Cel. Gla-
dstone, como é lÓgico, nao l he pode s e r levad o
~

a
conta ou culp a , po is so os seus autores e que res-
pondero.
A Co-auto Vi mos q ue a denún cia sustenta q ue o Ten . Cel. Glad~
ria tone Pernase tti Teixe ira está i ncurso nas p enas
dos artigos 26 4 inciso I (crime de dano) e 352 (in~

tilização de material p robante) ambos do C.P. M. e


ambos combinados com o art. 53 do me s mo Caderno Pe-
nal e q ue trata da co-autoria.
Para começar diremos aue:
A co- autoria tem como p ressup osto a consciên cia e
a vontade de -
cooperaçao na açao criminosa de outrem.
A CO-AUTORIA NA PALAVRA DOS CO-RtUS
A PALAY~ DO-ª._ co- Rtus, Nos AUTOS DO PROCEsso.
Afirmou-se que o ilustre Procurador da Justiça Mil~

tar, b aseou-se, exclusivamente, na palavra dos co- reu s para de


nunciar o Ten. Cel. Gladstone.
Não h á nos autos, além das referências nebulosas,co
l h idas nos dep oimentos dos co-réus Cap. Niebus e Ten. Miranda,
q ualquer alusão ou referência a p articipação do Cel.Gladstone,
nos fatos q ue l he foram i mputados na denúncia.
O parecer, em anexo, da lavra do ilustre professor
..
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Everardo Luna, Catedrático de Direito Penal da Faculdade do Re


cife -UFPE, esgota a matéria, com excelente p ropriedade.
Ressalta d êsse p arecer que a inclusão, no pr~
cesso, do Cel. Gladstone, o b viamente, se r ve de argumento a de -
fesa do Cap. Nieb us. Reconheceu-o o advogado d êste réu q uando
ao fi n al de sua defesa conclui p ela r esp onsabilid ade do ex-Co -
ma ndante do 19 B. I .B . , Cel Arioswaldo e do então Comandante I
substituto, Ten. Cel. Gladstone que estariam cientes do que
ocorria na Unidade e enfatizou "ou são todos responsáveis ou
n inguém é responsável ".
Não resta dúvida q ue com apoio na palavra do
co-reu, poderia ocorrer a denúncia, po rque assim tem entendido
a doutria p rocessual penal, todavia, tanto essa corno a psicol~

g ia judiciária também entendem que o depoimento d o co- réu,deve


ser apreciado com r e s e r va.
O fato é que a denúnc ia é urna h i p ótese e e
possív~l que no curso de urna ação penal, surjam elementos que
criem fé nessa palavra de pouca valia .
Contudo, o que não se admite é q ue a palavra
do co-reu, sem outros elementos, sirva de fund amento para urna
condenação corno no caso dêstes autos.
Desta dorrna, a nalavra do co-réu, deve ser
confrontada com outros elementos de prova existentes no p roce~

so e se assim for vamos verificar que a palavra dos dois co-


réus Capitão Niebus e Ten . Mi randa são absolutamente isoladas
dos demais denunciados e testemunhas no que tange a participa-
ção do Cel. Gladstone, seja nos atos que lhe foram i mputados I
na denúncia, seja nos atos que antecederam a morte dos quatro
soldados e ferimentos nos demais.
Atinge as raias do absurdo admitir-se que um
oficial do Exército, com a alta patente de tenente coronel , corn
urna folha isenta de faltas e pródiga de elogios, fosse acober-
tar oficiais subordinados em crimes de homicídios e as demais
barbari dades de que trata a denúncia sem que existissem fortes
elementos de p r ova para que tal se justificasse.
Fácil, no entanto, é admitir-se que esses
esmos oficiais subordinados, vendo-se na posição desesperado-
ra a que vieram a se encontrar, tenham buscado urna pretensa I
cumplicidade, urna forma de impunidade ou divisão de responsabi
lidade.
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É tal procedimento insólito, mas p róprio e


condizente com os agentes dos atos e fatos de que trata a de-
núncia, excluido o Apelante.
Por outro lado, destaca-se a figura do co-
reu Cap. Niebus, uma per sonalidade psicopática, com elevado
Índice de agressividade, atestado pe lo exame médico a que foi
submetido, com a personalidade do Cel. Gladstone, cuja folha
de serviço e os elogios recebidos no curso de sua vida mili -
tar, não podem ser confrontados, sem relevante _vantagem para
êste Último.
Porque o Cel. Gladstone iria condescender 1
com os co-reus Cap. Niebus e Ten. Hiranda se dêsse favoreci -
mento só lhe poderia advir en0rmes p rejuizos pessoais, para
não falar na defesa das tradições do 19 B.I.B. e da formação
da instituição das Forças Armadas a que po r for ça da sua posi
ção estaria obrigado o Cel. Gladstone?
Que poderiam representar o Cap. Ni ebus e o
Ten. Miranda, para o Cel. Gladstone a ponto de assumir respog
sabilidade e risco imprevisíveis, mas em qualquer hipótese n~
gati vos para êle? A p rópria bar baridade e os atos insólitos
na"existência em uma Unidade Militar e quiçá na longa c r onica
da Justiça Castrense", em boa hora ressaltados no relatório
da sentença, não encontrariam uma explicação plausível,dentro
do bom senso comum, não fôra a pessoa do Cap. Dal gio de Mira~

da Niebus, cuja personalidade ps icopática oferece enorme flan


co a sua explicação.
1500/1501, dos autos, vamos encon-
 fls.
trar o exame psíquico do co -réu Niebus que no s traz bastantes
esclarecimentos:
"seus nexos fativos acham- se alterados em
relação a ambiência social, pela indifereg
ça efetiva com q ue tratava e comentou so-
bre as suas vidas (das vítimas) aparentan-
do frieza em relação ao sentimento alheio"
... "Durante a entrevista não demonstrou
alteração de sua emotividade parecendo que
era um simples relator de um fato . "
E mais adiante diz o laudo:
"Na enfermaria permanece isolado, mas sem ...
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- se
1 apresentar disturbio de conduta, nao pre~

cup ando , a p arentemente e ao contrário dos de


mais doentes, s6bre a soluçio do caso ".
I· E ainda:
"O exame psicológico a que se submeteu por
ocasiio do ing resso na AMAN, chamou-nos a
atençio a sua acentuada agressividade".
E diagnostica o laudo:
PERSONALIDADE PSICOPÁTICA ANTI -SOCIAL, ISTO
É, PERSONALIDADE MAL ESTRUTURADA QUE PODE-
SE MANIFESTAR NO TEMPO EM QUE ASSUMIU FUN-
ÇÕES DE MANDO E I NVEST IGAÇÕES .
" -

Esta aí, no parecer dos médicos que ass ist~


ramo Capitão Dalgio de Miranda Niebus, a explicaçio para todos
esses fatos inéditos e incríveis que abalaram a opi niio públ ica
nacion~l e chegaram a alcançar repercussão internacional.
O Capitio Niebus er~ portador d e uma perso-
nalidade psicopática anti-social, com acentuado Índice de agre~
sividade, sem que ninguém o soubesse. Aparentemente e pelo tra-
balho que desenvolvia, parecia normal, ao ponto de merecer do
seu Comandante , o Cel. ~xioswaldo, ser indicado para o seu ofi-
cial de informações (fls.lSS e 979), função reconhecidamente re
levante no seio de uma Uni dade.
O S2, pela sua p rópria natureza possui pos~
-
çao de destaque na vida militar, chegando-se a dizer que consti
tui "os olhos do Comando".
O momento que desencadeou a anormalidade do
Cap. Niebus, a manifes tação da sua personalidade psicopática,
ocorreu no exato momento que assumiu o mando e encetou o início
das investigações.
Nos 17 dias que ocorreram os fatos de que
trata a denúncia, efetivamente o Cap. Niebus p restava parcial-
mente aos seus comandantes, o que alega teriam sido as suas in-
vestigações. O próprio Cel. Arioswaldo, Comandante da Unidade,
q ue apesar de estar em férias, comparecia ao quartel, em seu de
poimento de fls. 979, declara que "recebeu a visita, em seu ga-
binete, do Cap. Niebus e êste lhe informou que estava p roceden-
do as investigações a respeito do p roblema de maconha no Quar-
tel".
..
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E mais adiante informa: "que numa das vê-


zes que estava no q uartel, em conversa com o Cap. Niebus so-
b re as investigações que êste estava fazendo recomendou muito
cuidado com as referidas investigações~~.
E em outro trecho declara:" que o Cap . Ni~

bus, numa das vezes que conversou com o depoente disse que I
usava a sala do arquivo porque era mais ampla para as invest~

gações". Por outro lado, os fatos que se p assaram


no Arquivo, eram guardados em a bsoluto sigilo pela Equipe do
Cap. Niebus. A ninguém era dado transpirar os fatos que ali I
se passavam . O Capitão Niebus era o S2 do Quartel e o homem
d e confiança do Cel. Arioswaldo.
Prestava informações do andamento das su-
as investigações, mas não esclarecia a torpeza e os crimes I
que p raticava.
A ninguém era dado falar.
VEJAMOS:
Fls. 77 - Depoimento do Sd. APARECIDO DIAS MACHADO:
"que face ao isolamento do ARQUIVO e p ro-
vável que ninguém tenha ouvido os gritos
do depoent e".
Fls. 79180 - "que nêste momento, espontaneamente o de -
clarante diz aue todos êsses fatos sao
desconhecidos do Comando da Unidade, por-
que certa vez sabendo o Cap. Niebus que
o ~a jor Barra estava se encaninhando para
a sala do ARQUIVO, mandou esconder todos
os instrumentos de tortura".
Fls. 80 - "que o depoente sabe com absoluta certeza
que o médico do Batalhão não tinha perrni~
são de entrar nas dependências do "subma-
rino", sendo os atendimentos feitos pelo
Cabo Thomaz, o enfermeiro".
Vale destacar, sôbre o depoimento acima,
a declaração prestada perante o Conselho de Justiça, pelo ca-
bo padioleiro do Quartel, CESAR LUIZ PORTO DA FONSECA, à fls.
1071, o seguinte trecho:
"que o depoente ao constatar, no Arquivo,
que não poderia assumir a responsabilida-
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de d o caso , solicitou a presença de um médi


co ao próp rio Cap. Nieb us, mas êsse lhe dis
se " você está doido? Você q uer me ver fupd!_
do? Faça você mesmo o p ossrvel " .
O mesmo declarante, a fls. 107lv., prosse-
gue:
1
'que não p articipou a nenhum superior hie-
rarq uico porq uanto o Cap. Niebus lhe disse
que se abrisse o bico estaria FUfDIDO " .
E adiante :
"que o dep oente nao tem conhecimento de que
os oficiais soubessem o q ue estava aconte-
cendo no Arquivo.
Essa testemunha do padioleiro "douple " de
enfermeiro tem urna q ualidade q ue realça o seu depoimento.~ que
foi essa testemunh a relacionada e req uisitada pela própria defe
sa do ~ap itão Nieb us.
Mas vamos p rosseguir, demonstrando que os
fatos não só nao eram do éonhecime nto da oficialid ade, como e
p or outro lado , eram sigilosamente guardados pela Eq uipe do
Cap itão Nieb us.
À fls. 177 - Eugênio Gonzaga Tomaz - Cabo enfermeiro
"que foi c h amado ao Arquivo para fazer cura
tivos e lá chegando bateu a porta e de den-
tro perguntaram q uem era, sendo respondido
p elo declarante:- "f o Piter. Em seguida I
a b riram a porta e o Ten. Hiranda disse que
o havia chamado para fazer curativos em al -
guns sold ados q ue brigaram entre si. A fls.
17 8, p rossegue o enfermeiro: "enq uanto fa-
zia os curativos o Ten. Miranda dizia: "ts-
ses caras ficam b rigando um com o outro e
depois se mach ucam" •.. "Que ao sair do Arqu!_
vo recebeu recomendação do Cabo Cruz de que
nada viu e nada soube. Que dois dias após
tornou a ser chamado ao Arquivo e quando lá
chegou foi-lhe feita a mesma pergunta: -
Quem é? E so q uando o declarante respondeu:
É Piter, foi-lhe aberta a p orta".
/
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.?#
F ls . 211 - Sd. Luiz AntÔnio Garcia Novaes
"que o d e poente a p6s ter feito os curativos
nos referidos soldados o Ten . Miranda man-
d ou q ue o mesmo se retirasse dizendo - lhe o
seguin t e: "você nad a viu e não sab e o q ue
11
está se p assand o •

Pela leitu ra do depoimento das testemunhas,


quase tôd as vitimas , é fácil i n ferir q ue as atividades da Equi -
p e d o Ca p itão Niebus eram mantidas no âmb ito restrito dos seus
p r6p rios elemen tos e eventualmente , p assaram os graduados enfer
meiros , p or necessid a d e d e serem feitos curativos.
Quanto a loucura do Cap. Nieb us , q uanto ao
s e u temperamento anormal, q uanto a · frieza da sua conduta, e m re
l a ç ão às suas vítimas , b asta a leitura do depoimento de algumas
d as vitimas , p ara q ue se não tenha q ualq uer dúvid a.
Foi o p róp rio Cap . Nie b us quem selecionou
~

os i n:. ; r umentos d e tortura, c heg and o ao requinte de desenhar I


uma p almatória, que foi afinal confeccionada com cêrca de dois
a uilos de p eso e q ue a o b ater , tinha êle o cuidado de fazê-lo I
d e q uin a , p ara causar maior resultado.
Vejamos o dep oimento do Cabo Cruz à fls . 224
"que Monção e Wanderley foram espancados I
tão violentamente p elo Cap. Nie bus q ue mor-
reram e m p oucas horas, sendo q ue t'Vanderley
a p anhou de uma s6 vez até d esmaiar e morrer
logo depois " ..• Ob servou o depoente q ue
essas violências eram ·Eão maiores quanto
era o conhecimento dos presos sôb re as ati -
vidades de maconha ••• " p ara o Cap. Nieb us
em tais esp ancamentos chegava a imp edir q ue
os p resos tivessem o p ortunidade de confes-
sar q ualquer coisa porque ficavam impossib!
litados até de falar , chegando a demaiar~ ..
"que o Cap. Niebus esp ancou Monção e Wande!:_
ley com cano de ferro e uma palmat6ria que
-
pesava cerca de 2 q uilos e tinha o cab o tão
f .
grosso q ue erai11 necessárias as d uas - os
ma
~ 1 a " ...
p ara segura-
"que p ara maior impacto b atia com o disco ..
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da pa l mató ria , em q uina , agredindo no pe i-


t o, no p lexo, umbigo e pescoço dos p resos.
Será p reciso dizer mais? Será p reciso di-
zer ainda que esse homem estava louco e que a sua loucura era a
pior de tôdas porque era consciente e por que fora do ambiente
de violênc ia , portava-se como homem normal, com tôda a aparen-
cia de regular?
É crivel, senhores Min istros Julgadores I
que se esse homem houvesse de ixado transpirar, ainda que de le-
ve, parte de ssas atividade s , teria o beneplácito d o Comando?
Por outro lado, não e razoável que o Coro-
nel Comandante que nomeara o Cap. Nie bus e tinha nêle tôda con-
fiança ao lado das recomendações (fls.980) q ue dava aos seus
comandados de que não usassem violência, acreditasse que as in~
véstigações estivessem correndo sem maiores percalços?
Igual i déia não deveria ter o Comandante
em exercício, o Te. Cel. Gladstone?
Como advinhar tanta ignomínia? Como admi-
t ir que para inquirir soldados meninos a Equipe do Cap. Niebus
agisse desumanamente, torturando-os até a morte?
Como pois, Senhores Julgadores, dar a ês-
se homem a sua palavra, o mesmo valor da do Ten. Cel. Gladsto-
ne?
Mas compare~~-se ainda, o depoimento do
Cap. Niebus com o do outro co-réu, o do Ten . Miranda (fls. 133
e seguintes) •
Da leitura das declarações do Cap . Niebus
parecera ao leitor desavisado que foi um mero espectador nos
f atos de que trata a denúncia. Segundo as suas palavras, foi o
Ten. Miranda o verdadeiro algÓz, quando as v ítimas uníssonas,
destacam a sua atuação pessoal.
Declarou que comparecia, às vezes, ao Ar-
quivo e que se limitava a assistir as inqui rições, tendo assi~
tido a alguns espancamentos, negando que houvesse praticado os
atos ignominiosos que lhe foram imputados pela unanimidade das
vítimas.
Procurou, o Capitão Niebus, em todo o seu
depoimento transferir a sua responsabilidade, ora para o Coman
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d o , ora para o Ten. Miranda, ora para os demais componentes da


sua equipe. É a tônica do seu depo i mento .
Diante de tão insólito p rocedimento, corno
se admi tir uma Única parcel a de crédito as suas alegações e es
pecial ment e as acusações ao Ten. Cel. Gladstone, êsse oficial
cuja fôl ha de serviço sem qual quer mácula, cujos elogios p ró -
d i gos, lhe asseguram um conceito de absoluta integ ridade ?
Não vamos aqui di scorrer sôbre os elogios
e condecorações que abrilhantam a vida do Ten. Cel. Gladstone,
até por que estão tôdas e las p r e s en tes nos autos, mas não custa
destacar :
1 - Hedal ha de Menç ão Honrosa do Exército concedida
pela Secretaria d o Dep. do Exército dos Es tados
Unidos.
2 - Ordem de .Héri to ~1ili tar concedida pelo Presi den -
te da Repúbl ica.
3 Medalha de 20 anos de serviço.
4 - Medal ha do Mérito - concedida pelo Comt. da For-
ça Interarnericana de Paz .
5 - Medalha de distinção de 2a. CLASSE, concedida pe
lo Presidente da RepÚb lica, por proposta do Mi-
nistro da Justiça.
Também não é d e mais acrescentar que o Ten.
Cel. Gladstone é portador de diploma superior o btido na Facul-
dade de Filosofia, cujo curso foi concluido justamente em de -
zembro de 1971 e que deve ria estar cursando, neste ano de I
1 973, o Último ano da Faculdade de Direito, não fôra t e r sido
atingido tão duramente no seu de stino.
A_ CO - AUTORIA, NOS AUTOS
Já mereceram todos os comentários as pers~
nalidades dos co-réus e os mot ivos q ue os levaram a acusar o
Ten. Cel. Gla dstone, arrastando-o imp iedosamente nesse p roces- -
so sem par na Justiça Milita r.
SÔbre a matéria aliás, aproveita o exube-
rante parecer que está em apenso as present es razões, da lavra
do p rofessor Everar do Luna .
Resta um ligeiro passe io, sôbre os diver -
sos depoimentos dos acusadores do Ten. Cel . Gladstone e do seu
próp rio.
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Primeiramente do depoimento do Ten.Miranda,


a fls. 127 e seguintes, desta camos:
Fls. 128- "No dia 12.1.72, dia em que os Sds. Wander_
ley Vicente e Monção foram detidos... que
na parte da tarde como era quarta- feira, r~

tornamos ao Arquivo entre 15 e 16 horas pa-


ra acabarmos os depoimentos, quando verifi -
camos que os soldados acima não apresenta-
vam bom estado de saúde".
Po i s bem, nêsse mesmo dia, antes das 19 ho -
ras, os soldados ~'landerley e Honção faleceram, vitimas dos es -
pancamentos da Equipe e o soldado Vicente, com os padecimentos
recebidos, ve io a falecer treze dias após, ma lgrado todos os es
forços e atendimentos que lhe foram prestados no H.C.Ex.
Os fatos passaram-se em horas, em uma quar-
ta-feira dia de meio expediente no Quartel e no dia (12) , dia
em que o Ten. Cel. Gladstone deixava o Comando, uma vez que no
dia seguinte, ou seja, dia 13 reassumiria, como de fato reassu-
miu o comando, o Cel. Ar i oswal do, Comandante efetivo do 19 B.I.
B.
Fls. 130 - "Jamais poderíamos pensar que tal desgraça
(a morte dos dos soldados) fosse cair sôbre
nós; "qual a atitude a ser tomada? Ninguém
sabia; ficamos algumas horas sem saber o
que fazer, discutimos o problema, várias
idéias foram levantadas, mas nenhuma trazia
solução. Veio então a idéia, não sei de
quem de escondermos os corpos, tendo tôda a
~uipe concordado. Veio também a idéia de
levarmos ao conhecimento do Ten. Cel. Glads
tone o que foi feito por mim e o Cap.Niebus
em Volta Redonda, quando relatamos os fatos
de que um soldado estava passando mal e ca-
so o mesmo viesse a falecer, ir~amos escon-
der_? corpo, tendo o referido coronel leva-
do um susto q uando então relatamos que o
soldado já estava morto .
Fomos então para o Quartel quando entramos
nos Últimos detalhes, simularíamos uma
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briga entre os 4 soldados detid~, Geomar,


Vicente, Monção e Wander ley quando então
os soldados Wande rley e .r-1onção fugiriam eg
quanto os outros permaneceriam p resos, ne-
gando-se a fugir. Por volta das 24 horas,
mais ou menos, colocamos os corpos na via-
tura, simulamos a fuga e levamos os corpos
em direção a rep resa " .
Dêsse trecho do depoimento do Ten. Miranda
pode-se des tacar, no interesse da de fesa do Cel. Gladstone, as
seguintes afirmativas:
a - A idéia de esconder os c o r pos foi solução
da Equi pe, após horas de confabulação
b - Que a idéia de simulação de fuga também
partiu da Equipe, após o reg resso da casa
do Ce l. Gladstone.
c - Segundo o depoente, a declaração ao Cel. I
Gladstone, foi a da morte de um soldado.
Deeoimento do Caei tão Niebus à fls. 113 e seguintes, separamos
os seguintes trechos:
Fls. 133 - "Que no dia 26.12.71, começaram as investi
gações sôbre o uso e tráfico de tóxicos na
2a. Seção do 19 B. I. B ., com a p risão do ci
vil Capara, irmão do soldado Botelho.
"Foi então constituída uma EQUIPE formada
do Ten . Hiranda, Sargentos Rubens , E tel,C~

bo Cruz e Freitas, tendo - se ini ciado uma


sindicância por ordem verbal do Comandante
do Batalhão, sob a sueervisão do depoente.
"Que por coincidência, nêste dia, o Coman-
dante do Batalhão - Cel. Arioswaldo - com-
pareceu ao Forum para falar com o Juiz q ue
pediu ao mesmo para não conceder a ordem
de H. Corpus, ficando em consequência, Ca-
para, prêso no 19 B.I. B .• Assim sendo, foi
- me dada a ordem pelo Comandante para trans
portar o traficante para o Quartel" .
Diante do exposto é lícito af irmar-se que :
..
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a - Em razão da visita do Cel. Arioswaldo ao


Forum, foi levado prêso para o 19 B.I.B.
um traficante de tóxico, nascendo daÍ uma
sindicância, por ordem verbal dêsse ofici
al e com a supervisão do Cap. Niebus que
de logo nomeou os componentes da sua equ~

pe.
b - O ten. cel. Gladstone não foi incluido em
q ualq uer dos fatos e teve conhecimento I
desses mesmos fatos, posteriormente.
Fls. 136 ••• " foi então reunida a Eq uipe e exposto o
problema a todos. Na ocasião os problemas
foram ventilados e debati dos e chegou-se
a conclusão então, não por ordem minha,
massim por acôrdo entre todos que os cor
pos seriam transportados para serem enter
rados. "
A estória se repete. Entretanto, divergem
os dois co-réus, no que se refere a declaração feita ao Ten.
Cel.Gladstone, porque enquanto o Ten. Miranda afirma que o
Cap . Niebus apenas comunicou a morte de um soldado o Cap. Nie
bus afirma q ue a comunicação abrangeu os dois soldados faleci
dos.
 fls. 185, o Ten. Miranda insiste
"que realmente assisti o Cap. Niebus rel~

tar ao Cel. Gladstone que havia morrido I


um soldado, querendo referir-se a Monção
ou Wanderley ••. "que apesar d e haverem f~

lecido êsses dois soldados sórnente disse


ao Cel. Gladstone que um soldado havia
morrido. "Que realmente assisti e ouvi o
Cap. Niebus relatar ao Cel. Gladstone que
havia planejado simular urna fuga dêsse
soldado que morreu ••• "que não tem dfivida
oue o Cel. Gladstone aprovou com um O.K.o
p lano de simular a fuga e retirar o corpo
do soldado morto da prisão, tudo conforme
lhe estava sendo p roposto pelo Capitão
Niebus " .
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.;o. Telefones 252-1925 e 252-7472 ~
L evidente que um dos co- reus está mentindo.Provavel
ente mentiram os dois,porque o fato é negado pelo Cel.Gladstone
e ALICERÇADO PELO DEPOI~1ENTO DO CAPITÃO A.Tv1H1 ELIAS:
Fls. 710v C~~ITÃO AMIM ELIAS
---~-------

"que era oficial dentista da unidade.Que constatou no Arquivo


a p resença de dois soldados a qae se referiu,de nomes Vicente
e Geomar e em outra sala pode d ivisar duas pessoas dei~tadas

que permaneceram irnóveis.Que Vicente apresentava um ferimento


a altura do pa rietal e Geornar d isse ao depoente~que estava 1
com urna dor na altura d o tornozelo. Que após se retirar desta
sala,se dirigiu ao Cap.Niebus e disse-lhe que a situação dos
soldados deveria ser levada ao conhecimento do Comando e do
méd ico e q ue nêsse momento se encontrava p resente o Ten.Mira~
da.Que acompanhou o Cap.Niebus e o Ten. Miranda até ao telefo -
ne do S2,tendo o Cap.Niebus telefonado para a residencia do
Cel.Gladstone;que êste não se encontrava em sua residência ra
zão pela qual o Cap.Niebus saiu com o Ten.~1iranda ao encontro
- os acornpanhou, que no
de Cel.Gladstone:que o depoente nao dia
seguinte,pela manhã o depoente chamou o Cap. ~ iebus ao seu g~
binete,na Unidade tendo êste dito ao depoente q ue havia trans
mitido ao Cel. Gladstone o ocorrido.
ls . 71 0vl711-
"que conhece o Cel.Gladstone há quatro anos;que corno chefe e
um bom chefe;que o Cel.Gladstone p residiu vários inquéritos I
policiai s rnilitares,inclusive o QUE ENVOLVIA O BISPO DA DIOCE
SE,D.WALYR CALHEIROS E OUTROS SACERDOTES. Que não teve conheci
mente que sob a p residência do Cel. Gladstone tenha ocorrido
qualquer violência ou que tenha permitido q ualquer violência
corno comandante, que r como sub -comandante.
O depoimento acima é d e um oficial alheio a responsabilidade
o p res ente p rocesso, ao contrário dos demais q ue estão irnolica-
os, de urna forma ou de outra, com os fatos.
Das alegações do Cap.~~irn Elias se infere q ue o Cap. Niebus
Ten. Miranda, não poderiam comunicar ao Cel.Gladstone a morte
e qualquer soldado, por que êle mesmo Arnirn constatara apenas a
xistência de dois soldados feridos: Vicente e Geornar, esclare-
endo até mesmo os cuidados que tivera, servindo gêlo para um dos
oldados feridos.Tal circunstância coincide com o depoimento do Cel.
ladstone que afirma terem o Cap.Niebus e Ten.Miranda apenas pedido
uma permissão par a efetuarem a prisão de um civil,de nome Wilson, s~ ..
posto traficante de maconha e envolvido com o pessoal do Quartel.Por
outro lado, o próprio Cap.Niebus,confirrna o depoimento do Cel.Glads_
tone,confessando a permissão para efetuar a tal diligência(fls .236)
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Sem intenção de ridículo, diríamos q ue é o


"Óbvio ululante 11
d o escritor p atrício Ne l son Rodrigues. O Cap .
e o Ten . Miranda ment iram duas vêzes: uma para o Cel .
ladstone e a outra p ara o Capitão Amim.
No relatório q ue se inicia à fls. 500, o
el. Samp aio, Presidente do I.P .M . conclui que "as imp utações
Cel. Gladstone (fls.50 9 ) no q ue se refere a sua apro -
p lano de simulação de fuga dos soldados e con seq uente
cultação dos seus corpos, b aseiam-se nas acusacões dos indici
~os_ C~ N i~b us e Ten . Miranda, cabendo à Justiça aquilatar I
ais acusações, uma ve z q ue foram veementemente contestad as p~

o Cel. Gladstone~

Por ai se ve, que o Cel. Sampaio, encarre -


ado do I.P. M. nao se convenceu das imputações a s sacadas con-
ra o Cel . Gladstone. Na q ualid ade de Pr esidente do I.P. M., a~

istindo pessoalmente ao d e poimento de tod os os indiciados , era


p ess o a melh or indicad a de auferir os fatos.
Preferindo , como p referiu, deixar a cargo
a q uilatar a responsab ilid ade ~o Cel . Gladstone , o
el. Sampaio demonstrou o seu elevado esp írito de justiça e o
scrup ulo d e não den egrir a honra de um oficial sup e rior , p ela
alavra d e dois outros oficiais inferiores, envolvidos em fa -
escab rosidade lhes tirava q ualquer i doneidade.
O I.P. M. em causa, p o d e ser considerado I
a peça de real valor , p elo trab alho e afinco que lhe pr estou
seu Presidente , Cel. Samp aio , dando maior realce a êsse re-
circuns tância louvável d e ter o refe ri do oficial I
e q uisitado a p resenç a d e um rep resentante da Pr ocuradoria da
ustiça Militar.
Por êsse mesmo r elatório, q ue recebeu o as
essoramento d o sig natário d a denúncia , o · ilustre dr . José Ma -
es Leitão , ficou exp resso à fls. 50718, q ue os espancamentos
no Arquivo, não deveriam ser do conhecimento do Coman-

~sseselementos e outros mais ressaltam da


eitura dos autos e nao p odem se r ilididos.
PRES I D~NCIA DO I.P. M. PELO TEN. CEL. GLADSTONE
Por ordem telefônica, emanada do Cel. Ari -
oswaldo, foi o Cel Glads t one encarregado de um I. P . t-1 . para ap~

rar os fatos e responsab ilidades decorr entes do f alecime n t o


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(#
do soldado Geomar. Isto no dia 14.1.72.
Em consequência, o Cel. Gladstone passou a
interrogar os p ossíveis imp licados.
E já no dia 20 de janeiro, receb eu ordem
para p assar a presidência do I.P. M. ao Cel. Sampaio, novo Pre-
sidente do I.P. M. p or determinação sup erior.
Nos quatro ou cinco dias úteis que du rou a
sua gestão , o Cel. Gladstone, além de ouvir diversos depoimen-
tos tomou as seguintes providências que lhe carream absoluta
isenção de ânimos e afirmativa decisão para apurar os fatos:
a - Solicitou, por ofício, ao Diretor do H. c.
Ex. o exame de corpo de delito do soldado
Vicente , b aixado naq uele estab elecimento 1
hospitalar.
b - Solicitou, também p or ofício, ao Diretor I
do H.C.Ex. (ofício n. 04, do I.P. M. de 1 9.
1.72) autorização p ara ouvir o soldado Vi -
cente.
c - No dia 19.1.72 solicitou ao Chefe do Esta -
do Haior da D.B. (Cel . Jardim) que desianas
- J -

se um oficial do E.M . p ara assistir ao in


terrogatório do soldado Vicente.
À fls. 1 0 34 - d e p ondo perante o Cons elho de Justiça, o
Cel. RUBEM MORE IRA JARDIM, Chefe do E. M. do Comando, confirma
que recebeu telefonema do Cel. Gladstone solicitando a p resen-
ça de um rep resentante do Comando da Brigada p ara assistir o
i nterrogatório que êle p retendia fazer ao soldado Vicente que
se encontrava b aixado no H.C.Ex.
Fls . 1 034v. "Que a seguir , o depoente entrou e m conta-
to com o Chefe da Brigada dando conh ecimen
to do telefonema que recebeu do Cel. Glads
tone.
"Que o Comandante da Brigada i nformou ao
d e poen te que já havia decidido avocar o in
quérito tendo nomeado ? ara encarregado do
I.P. M. o Cel. Sampaio q ue iria tomar tô das
as p rovidências à partir daquele momento ".
Tais fatos confir mam as afirmativas q uanto
·a licitude e correção com q ue se portou o Cel. Gladstone, nao
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se lhe podendo imputar qualq uer insinuação d esairosa, até po r -


q ue seu mandato durou menos que urna semana.
Vale ressaltar, todavia, o depo i mento pre~

tado pelo Cel. Sampaio à fls.l 029 1 q u e ratifica a afirmação da


inexistência de qualquer referência de sairosa, com relação ao
Cel. Gladstone.
A PENA I MPOSTA
DÚvida não pode remanescer q uanto a inju~
tiça flag rante da respeitável sentença apelada, apenando d ife-
rentemente os acusados, pelo mesmo fato delituoso, s em ocorrêg
cia de circuns tân cias agravantes, ao menos explícitas no desen
volver da p eça.
Com relação ao Ten. Cel. Gladstone ressal
ta essa injustiça, quiçá nulidade da sentença.
Basta fazer um pequeno g ráfico comparati-
vo para contestação do alegado, além de outros argumentos que
daremva a seguir .
Corno informa a denúncia:
"Insensíveis a presença dos cadáveres de
~1onção e íVanderley o Cap. Niebus e o TeJJ..
Hiranda fizeram o sargento Rubens, escà-
lar o telhado e danif icá-lo , armando as -
sim o local p or onde os dois soldados te
riam fugido" (crime de dano - art. 264 C.
p . M .")
"Hais tarde, cerca de me ia no ite, os cor-
pos de Monção e \'1anderley foram colocados
pelo Cap. Ni ebu s, Ten. Miranda e sgts. I
Etel, Rubens e cabo Cruz em urna viatura e
transportados para Ínvios locais, a fim
de serem destruido s " (art. 352 - crime de
destrui ção de material p robante)
Para o crime de d ano - art. 264 - inciso
I, o Conselho Especial de Sentença, aplicou as seguintes oenas:
Para o Ten. Cel . Gladstone - 4 anos
Para o Cap. Niebus - 2 anos e 4 meses
Para o Ten . Miranda - 2 anos e 4 meses
Para o Sa~gento Rubens - 2 anos

"
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Da leitura d o tóp ico q ue d enunciou os acu-


sados, p elo crime d e d ano - art. 264 inciso I, verifica-se que
o Cap . Nieb us e o Ten. Miranda determinaram q ue o Sargento Ru-
ens escalasse o telh ado p ara danificá-lo.
Não há q ualq uer referência ao Cel. Gladsto
e,como não há qualq uer referência nos depoimentos dos demais
i mp licados relativame nte a danificação, envolvendo o Cel. Glads
ton e.
Para os autores do crime (de dano)o Conse-
lho a p licou duas p enas d iferen tes_ para o Cap. Niebus e Ten. Mi-
ran da q ue teriam mand ado o sargento Rub ens danificar o telh ado,
a p ena de 2 anos e q uatro meses.
Para o Sargento Rubens que danificou o te-
l h a d o , a p ena de 2 anos e para o Cel. Glad stone, que se q uer
foi mencionado no dano e admitindo- se a p enas p ara argumentar
(admitindo-se só para argumentar) q ue estaria implicitamente en
olviào na trama , a pena de 4 anos de reclusão.
~ por assim dizer, de estarrecer.
Sem q ue seq uer esteja p rovado nos autos a
p articip ação d o Cel. Gladstone no crime de dano, e sendo o Réu
p rimário, h ipotético co-autor do crime aue l h e foi imputado, re
ceb e urna p ena maior d o que a recebida pelos autores do crime e
no dÔb ro da pena mínima cominada ao art. 264 inciso I, sem I
quais q uer agravantes examinadas.
Não se trata sómente de flagrante injusti-
ça , mas de nulid a d e d a própria sentença que não obedeceu a qua!
que r critério juríd ico e fugiu a q ualquer teoria relativa a ap~
-
naç ao.
Com relação ao crime de destruição d e mate
rial p rob ante (art. 352) no q ue p ese a heresia da classificação,
a a p enação também foi exemplarmente errada, quiçá constituindo-
se igualmente em nulidade da sentença.
Basta o gráfico abaixo, demonstrativo das
penas , para se inferir afirmativamente:
Para os autores do crime:
Niebus e t·1ir and a - 3 anos de detenção
Para os executantes do crime:
Sargentos Rub ens e Etel e Cabo Cruz - 1 ano de
d etenção.
..
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Para os dois executantes do crime:


civis Nelson e Iranid es - 2 anos e 1 ano de deten
-
çao, respectivamente.
Para o Cel. Glads tone - 3 anos de detenção.
A pena cominada para o artigo 352 do C.P. M.é
de 6 meses a trê s anos de detenção.
Todos os réus são p rimários, mas o Conselho
dec i d iu, a inda desta feita, sem q ualquer técnica ou explicação
apena r os réus di ferentemente e dando ao sup osto co- autor a pe-
na máxima.
A sentença levou 79 d i as p ara ser exarada,en
tretanto , não p rimou pela técnica e o formalismo que determina o
Caderno Proce s sual Penal Militar, especialmente violando o p re-
ceito d os artigos 69 e 75 do CÓdigo Penal Militar.
OUTRAS CONSIDERAÇÕES EM TORNO DA PENA
A sentença, de 32 fol h as , conclui por
11
Condenar o Tenente Coronel Gladsto ne Perna-
setti Tei xéira à pena de 7 (sete) anos de re
clusão, como i n curso nos Artigos 264 n.l e
11
n . 352, c/c com o artigo 53 (fls. 29)
e, à guis a de justificação à q uela do -
sagem condenatória , acrescentar às fls. 30:
"Ten. Cel. Gladstone , Ofici al Comandant e, p~

la intensidade de do l o, teve a p ena b ase fi-


xada acima da mínima lega l a rt. 264 n.I,
4 anos;
art. 352 máxima- 3 ano s ; total: 7 anos ;"
Ora, Egrégio Tr i bunal, sentença c ondenatória
não pode asse~elhar - se a mera ope ração aritmética, até por que e~
ta é ciência exata e aquela o corolário de ciência emi nent ement e
social.
Pena- base é assunto mu ito sério, q uer no am-
b ito da Justiça Comum, que r na Justiça Castrense, nes ta regu la-
mentada pelo art. 77 do diploma sub stantivo. Como séria t ambé m é
a questão de fixação de pena acima da cominação mínima , em se
tratando de p rimário, sem ampla e segura justificação, sem funda
mentação escorreita.
-
Ademais, como no caso do Cel. Gladstone, nao
é possivel a unificação extempo rânea das penas, por q ue resulta I
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e m p rej u izo do Apelante , e se con stitui em infringência do art.


5 99 d o CÓd i go de Processo Penal Militar.
Somam-se penas da mesma espécie e unificam
- se as p enas heterogêneas .
A forma de a penar obedece a um critério I
proce ssual q ue o Conselh o não o b servou , constituindo-se assim
nulid a d e de sentença .
Para não ir mais longe, para se comprovar
o aleg a do e p rovar q ue a sentenç a exorbitou da lei, basta res-
saltar o seu p róp rio conteúdo quando declara:
"consid erando q ue todos os acusados sao
p rimários e apresentam bons antecedentes
militares e civis " . - fls.
E p reciso dizer mais? Poderia o Conselh o
con cluir em uma hip ótese p ela p ena máxima e na outra por pena
n o d ô b ro d a mínima , sem exp licação?
Trata-se, além do mais de uma incongruên-
cia p orq ue , se os d ois fatos estão de tal modo entrelaça~dos I
ao p onto d e constituirem uma unidade normativa, pelo menos uma
unid a d e como fato social , porque o tratamento desigual?
DESFECHO DA DEFESA
Do e xposto se espera q ue o Egrégio Sup eri-
or Tri bunal Militar receba e dê p rovimento a presente apelação ,
p arad eclarar a i mprocedência da d enúncia , com relação ao Ten.
Cel . Gladstone , absolve n do-o , p or ser ato de inteira e humana
J u stiç a .
Resumi d amente sao as seguintes as teses da defesa:
a - Inexistência de co-autoria. Co-autoria in-
comprovada nos autos. Nenhum elemento de
convicç ão nos autos- só a · palavra isolada
dos co-réus Cap. Niebus e Ten. Miranda res
saltando-se os seus dep oimentos d isp ares.
b - Inexistência de nexo causal em relação ao
crime d e d ano. A inexistência, mesmo na
denúncia , d e qualquer referência da p arti-
cip ação d o Cel. Gladstone no c~ime de da-
no. Inadeq uação do crime de dano, pois ten
d o sido , para os demais co-autores , o cri-
me de dano, crime meio, deveria ser
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I
..• assimilado pelo crime fim (ocultação dos
I·' cadáveres)
c - Atipicidade em relação ao artigo 352 do c.
P.M. e os fatos narrados na denúncia. Cadá-
ver não pode ser conside r ado material p ro-
bante.
d - Aplicação erronea da pena. Réu primário.
Faltou à sentença, t écnica e justificação
para uma a p enaçao desor denada, exagerada.
Aplicação de pena maior ao co-autor do que
aos p róprios autores. Unificação extemporâ-
nea das p enas em p r ejuizo do Apelante •.
e - Desclassificação, em relação ao Apelante,
para o crime de que trata o artigo 35D do
C.P. M. se, "ad-argumenta rldum", o Tribunal
entender punível a p art i cipação do Apelante.

Rio de maio d e 1973

Corre a de
Insc. 1 786

..
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DERRADE I RAMENTE

Re~_~_gue_ se impõe

Refere a ata e o confirma o relatório:


" em defesa do Ten. Cel. Gladstone, p~

diu a desclassificação do art. 352, c~


pitulados na denúncia, para o art. 322
do C.P. M. "e prosseguindo mais adiante,
afirmou a existência de uma "Maçonaria
de Coroneis" a qual pertenceria o acu-
sado, com influência no destino desta
Instituição ".
Permissa venia, ocorreram, nas duas hi
póteses , erro na interpretação da fala d a defesa.
Prime iramente, a des classificação su-
geric seria para o artigo 350 do C.P. M. q ue trata do cri-
me de favorecimento pessoal e não p ara o artigo 322 , que d~
ta vênia , está distanciado dos fatos e ainda assim, o pedi-
do não imp licava em reconh ecimento ou confissão do procedi -
mento do defendente, mas de Qma opção oferecida ao Conselho,
n a hipótese d e entender criminosos os atos do Apelante.
Trata-se do ad-argumentandum, q ue faz
parte d a rotina nas alegações forense.
Quanto a segunda anotação~ a defesa te
ria sid o infeliz, levando o insigne Auditor e seus pa res a
uma errada interpretação das suas alegações.
O que se q uis di zer e agora fica defi-
n itivamente esclarecido q uanto a de fesa do Cel. Gladstone é
q ue a "rtaçonaria dos Coroneis ", figura efetivamente inexis-
tente nas Forças Armadas , po rém mencionada por ~nimigos das
instituições, teria sid o considerada pelos co-autores Cap.
Niebus e Ten. Mirand a para justificar a i mplicação do Ten.
Cel. Gladstone, como esp erança desesperada de virem a obter
alguma vantagem.
A afirmação jamais poderia partir do
patrono do Cel. Gladstone :~!Â:orque, admiti-lo, seria me-
nosprezar a sua inteligê ~' ~

~
II
I
I •

O Dr . Newton Lobo, advogado do Ten. Cel. GLADS


I
TONE PBRNASETTI TEIXEIRA, solicita-nos parecer sôbre o p ro-
cesso criminal e a sentença, que cond enou o seu patrocinado
a sete anos de reclusão, como resp onsável pela p rática dos
crimes p revistos nos arts. 264-I e 352 do C6digo Penal Mili-
tar.
Foi- nos entregue, p elo Dr. Nev1ton Lobo, o se-
gui nte material p ara exame e a p r e ciaç ão:
1) - c6p i a da denúnc ia ;
2) - cóp ia da sentença condenat6ria ;
3) - trab alho escrito pe la defesa por ocasião
d a interposição do r ecurso.
Com os f'1rélamentos d o material mencionado, pa~

samos a r esponde r à s doze perguntas formuladas, em


vinte e duas) laudas dat ilog rafadas, q ue constituem o
PARE ::R.

Recife, 18 de abril d e 1973


PARECER

"1) No que tange ao Ten. Cel. GLADSTONE PERNASETTI TEIXEIRA,


está a denúncia, conforme a lei o direito, obedecendo a
t~cnica e o entendimento dos nossos Tribunais? "

R E S P O S T A

O Ten. Cel. GLADSTONE PERNASETTI TEIXEIRA foi denunci


ado pelo Dr. Procurador de Justiça Militar como incurso nos
arts. 264, I e 352, c.c. o art. 53, do CÓdigo Penal Militar.
Vejamos os fatos imputados ao denunciado e as descri-
ções contidas nos arts. mencionados, bem como a possibilidade
de adequação dos fatos à-s descrições para verificarmos se a
denúncia foi lançada corretamente, ou seja, usando as pala-
vras da pergunta, se "está a denúncia conforme a lei e o di-
reito, obedecendo a t~cnica e o entendimento dos nossos Tri-
bunais".
A denúncia, nos itens VIII e IX das capitulações, I
narra os fatos, imputados ao denunciado, desta maneira:
"VIII - no dia 12 de janeiro de 1972, cerca da
meia noite, ap ós o b terem a autorização do acusado
Ten. Cel. GLADSTONE, os acusados Cap . NIEBUS, Ten.
MIRANDA, Sgt. ETEL, Sgt. RUBENS e Cb. CRUZ danifi-
caram o telhado do arquivo do 19 BIB, a fim de si-
mular a fuga dos Sds. MONÇÃO e WANDERLEY, causando
desta forma prejuízos à Fazenda Nacional".
~ IX - os acusados Cap. NIEBUS, Ten. MIRANDA, Sar-
gentos ETEL e RUBENS e Cb. CRUZ, com a autorização
do acusado Ten. Cel. GLADSTONE, retiraram do "Ar-
quivo" os cadáveres dos Sds. MONÇÃO e WANDERLEY,
esquartejando o deste Último e largando os restos
de ambos, nas Estradas do Rio Claro e Angra dos
Reis, a fim de inutilizar material p robante".
o art. 264, I, do CÓdigo Penal Militar, cont~m a se
guinte descrição:
"Art. 264. Praticar dano:
I - em aeronave, hangar, dep ósito, pista ou insta
laç ões d e camp o d e aviação, engenho de guerra mo-
tomecanizada, viatura em comboio militar, arsenal,
..
d i q ue, doca, armaz~m, q uartel, alojamento ou em
qualquer outra instalaç ão militar".
,-

..,.

·.

·.

·.

• r ·.
,~?-]/
(2) ~/li
O art. 352 , doCÓd igo Penal Militar, contém a seguig_(j)
te d escrição :
" Art. 352. Inutilizar, total ou p arcialmente, so-
n eg ar ou dar descaminho a auto s , d ocumento ou ob -
jeto d e valor p robante, que tem sob guarda, ou re
ceb e p ara exame".
Conh ecid os os fatos imp utados e as descrições le-
g ais , ve j amos , a gora, a p ossib ilid ade de a d e q uação d a queles 1
fatos a estas descrições. A d enúncia considerou adeq uado ao
art . 2 64, I, do CÓdigo Penal Militar, o fato narrado no item
VIII d as cap itulaç ões , e ao art. 352, d o CÓdigo referido, o
fato narrado no item I X d as referid as cap itulações . Em amb as
as h i p óteses , teria h avid o uma autorizaç ão d o denunciado: au-
torização para danificar o telh ad o d o " arquivo " do 19 BI B , a
fi m d e simular a fuga dos Sds . HONÇÃO e WANDE RLEY, na p rimei -
ra h i p ótese, e autorização p ara retirar , do "arq uivo", os ca-
d áve r e s d os sold a d os me ncionàdos, a fim d e d estruí - los, na se
g u nda. Estará correta a a d e q uação feita pela denúncia?
Vej amos a i mputaç ão d o d ano. Conforme a narração do
item VIII , d a d enúncia, a a d e q uaç ão está, em a b strato, corre-
ta. Su c e d e, p orém, q ue a narração d o item VIII, q ue é uma con
clusão, uma síntese de todos os fatos narrad os na denún cia, I
n ão corresp onde às p remissas , à análise contid a na p r p ria d e -
n úncia. Com efeito. A denúncia diz q ue o denunciado autorizou
a remoção e d estruição dos cad áveres p ara simular uma fuga, I
mas não diz , ao a n alisar, minuciosamente , o s fatos, q ue o d e-
n u n ciado autorizou a d enificação do local o nde estavam os ca-
d á ver e s. Veja-se que una coisa não imp lica a outra. E isto p~
la s i ngela razão d e q ue a fug a tanto p o d ia ser p raticad a com
d a n ificaç ão d e telh ado e p ared e, como através de chave falsa,
sub orn o d a vi g ilância e mil outras formas de q ue é cap az a
i ma g inaç ão h~man a. Leiam-se , na p arte e rnque a denúncia a n ali -
s a os f a to s , o s tóp icos segu intes , q ue tratam d a matéria em
q uestão :
" Insp irados na fuga do Sd. BOTELHO , o Cap . Nieb us
e o Ten. Mirand a, devi d amente autorizados p elo
Ten. Cel. GLADSTONE, decidiram simular a fug a de
HONÇÃO e l'lANDERLEY (fls. 12 4 e 128 )".
11
I ns ensiveis à p resenç a dos cadáveres de MONÇÃO e
WANDERLEY o Cap . NI EBUS e o Ten. MIRANDA fizeram
o Sg t. RUBENS escal a r o telhad o e d anificá-lo, a~ ..
mando, assim, o local, por onde os d ois sold ados
teriam " fug i d o " "
E verifique -se q ue o p rimeiro tóp ico analisa a auto-
·.

,.
(3)~
rização, pelo denunciado , da simulação da fuga, e que o seg~~~
do analisa o dano, por outros denunciados, do telhado. No p r!
meiro tópico, está a "autorização para a simulação d a fuga" ;
no segundo, a "danificação do telhado": aquela, atribuída, p~
la denúncia, ao denunciado ; esta, atribuída, pela denúncia, a
outros denunciados .
Essa falta de correspondência entre as p remissas
e a conclusão, entre a análise e a síntese, que se observa na
denúncia, observa-se, igualmente, na res pe itável sentença con
denatória. A sentença segue os mesmos caminhos incongruentes
da denúncia. Vejamo s todos os tóp icos em que a sentença anali
sa o fato em ques tão.
"-Fls. 613 Cap. NIEBUS, referindo-se aos cadáve
res de MONÇÃO e \-lANDERLEY, que recebeu ordens
do Ten. Cel. GLADSTONE para decapitar os dois
soldados, visando a não identificação dos cor-
pos e deixar os cadáveres em lugar d istante,que
a referi da ordem foi dada na presença do Ten.M!
RANDA, pelo Ten. Cel. GLADSTONE, e mais - que
não mutilou os cadáveres; q ue segurou a lanter-
na para que o Ten. MI~~DA mutilasse um cadá-
ver, que o outro foi largado posteriormente a
beira de uma estrada.
Que ao ser interrogado, as fls. 614, o Ten.MI-
RANDA confirma as declarações do Cap. NIEBUS em
Juizo, quanto às ordens recebidas do Ten. Cel.
GLADSTONE, atribuindo porém a mutilação dos ca-
dáveres ao p róp rio Cap. NIEBUS" .
Pelo transcrito, verifica- se que o Cap. NIEBUS e o
Ten. MIRANDA afirmam que o Cap. NIEBUS "recebeu ordens do Ten
Cel. GLADSTONE para decapitar os dois soldados, visando a nao -
identificação dos corpos e deixar os cadáveres em lugar dis-
tante". Onde, pois, a ordem, ou autorização, para a danifica-
ção do local em que estavam os soldados? Continuemos a trans-
crição dos tópicos.
"1 - Cabo CRUZ, Interrogatório- fls. 645:
"q ue tanto o Cap. NIEBUS como o Ten. MI RANDA I
disseram ao declarante que haviam participado
ao Te. Cel. GLADSTONE a morte dos Soldados ; que
o Cel. GLADSTONE teria dito que esses dois cad~
4
veres não poderiam "aparecer", e ainda, "que o
declarante se encontrava dentro da camioneta I
·.
que saiu com os corpos dos Sds. MONÇÂO e WANDER
LEY".
Onde a autorização para a danificação? Conti nuemos.

"Que às fls. 136, o Cap. NIEBUS, r éferindo-se ao


encontro que manteve com o Ten. Cel. GLADSTONE
na noite do dia 12.1.72, assim se expressa :
"pois na ocasião o Ten. Cel. GLADSTONE comandava
o Batalhão, pois o Cel. Arioswaldo se encontra-
va de férias ; foi-lhe então explicado os faleci
mentes dos dois soldados e sugerido ao mesmo a
solução já descrita acima (os corpos seriam I
transportados numa Pick-Up para serem enterra-
dos) , tendo então o Ten. Cel GLADSTONE concorda
do e mandado executá- la. Recomendou, entretan-
to, que fosse simulada uma fuga, pois os dois
Soldados falecidos seriam dados como foragidos"
"Que às fls. 185 o Ten. MIRANDA confirma ter as -
sistido ao encontro acima descrito, entre o
Ten. Cel. GLADSTONE e o Cap. NIEBUS, na noite
do dia 12 de janeiro de 1972, em Volta Redonda.
"Que a mando do Cap. NIEBUS o acusado, Sgt. RU-
BENS , -fls. 85, arrombou o telhado do arquivo a
fi m de simular a fuga dos Soldados, e a seguir
os acusados NIEBUS e CRUZ deram ti r os para o
ar, gritando que HONÇÃO e v.JANDERLEY haviam fug!_
do " .
Nos trechos transcritos, fala-se de autorização para
retirada dos cadáveres e simulação de fuga. Nada, porém, qua~
to à autorização para a danificação. O modo de execução da f~
g a simulada foi imaginado por outros denunciados. A execução,
ou seja, a danificação do telhado, esteve a cargo do Sgt. RU-
BENS , a mando do Cap . NIEBUS. Do modo de execução fizeram pa~
te tiros e gritos dos acusados NIEBUS e CRUZ. O denuciado GLA
DSTONE não teve a mínima participação no dano. Sup onhamos, p~
ra argumentar, que o modo de execução da fuga simulada esteja
compreendido na autorização p ara a simulação da fuga, sôbre o
fundamento de q ue quem autoriza algo está, imp licitamente, a~

torizando o modo ou meio para a realização desse algo. Pergu~

temos, agora, o seguinte: se os simulado r es tivessem matado a


sentinela ou um possível vigia do "arquivo 11 , responderia pelo
..
homicídio a pessoa que autorizou a simulação? Claro que não,
p orq ue o Direito Penal rep udia o versari in re illicita, que,
I

(5) ~
d e uma causa , relaciona efeitos até o infinito. Se um p ai or-
d ena ao fil ho q ue va p ara a escola e o fil h o, obedecendo à o~

dem p aterna, caminha para a escola atirando pedras nas p esso-


as e nas casas , é evid ente que o pa i não e resp onsável p elas
p edradas , mas unicamente po r ter mandado o fil ho p ara a esco-
la.
Ob serve-se que a nar~açao dos fatos, na denúncia
e na sentença , segue as pal avras d as p essoas ouvidas em Jui-
zo . Quando c hegam à conclusão, p orém, denúncia e sentença cri
am algo q ue não está contido nos autos . Imaginam , simplesmen-
te, que, se o d enunciado GLADSTONE autorizou a simulação da
fuga, autorizou também a danificação do telhado do " arq uiv o " .
Obra , p orém, de p ura imaginação.
Damos , em síntese , à pergunta de número 1 , a se-
gu inte resp osta:
Por n ão existirem, nos autos do processo, os men~

res ou mínimos elementos de p rova de q ue o denunciado , Ten.


Ce l . GLADSTONE PERNASETTI TEIXE IRA, tenh a p r aticado o crime
de ú _no , somos de parece r q ue tal crime não l h e d everia ser
i mputado na d e núncia, e isto p rincip almen te por q ue, se eleme~

tos p robantes surgissem, no curso do p rocesso , referentes ao


dano imputado , a denúncia seria aditada.
"2) - Poderia o i l ust re d r. Procurador da Justiça Mili-
tar com b ase, exclusivamente, na palavra de do is
co-réus , sem q ualquer outro elemento constituinte
nos autos , d e nunciar o Te~. Cel. GL~~STONE PE RNAS
SETTI TE I XE I RA? "
R E S P O S T A

Pela r espo sta dada à pergunta anterior , vimos q ue


o crime d e d ano não d evia constar rla narração d a denúncia,uma
vez q ue nenhum elemento de p rova existia p ara imputá-lo ao d~

nunciado. Resta-nos verificar, agora , q uanto à possibilid ade


d e d e núncia do fato d e ocultação e d estruição de cadáver , fun
damentada exclusivamente na p alavra de co-réus.
DÚvida não existe, n a doutrina processual p enal,
bem como na p sicologia jud iciária, de que o depoimento do co-
réu deve ser apreciado com re se rva . Para a sua valoração p osi
tiva, exige-se a h armonia entre essa p alavra de pouco mereci -
mento e outras circunstâncias e p rovas existentes no proces-
so. Contudo, como p ont o d e p artida, como fundamento p ara o
..
inicio da a ção p enal, enfim como b ase p ara o o ferecimento de
uma denún cia , parece -nos q ue a p alavra do co-réu não pode ser
(6)

rejeitada em te se. Vejamos. É possível que, no curso de


açao penal , iniciada c om denúnc ia apoiada na pa lavra do co -
reu, surjam e lementos que criem fé nessa palavra de pouca v~

lia. Em tal hipótese, a denúnci a me rec ia o acolhimento, sem


dúvi da nenhuma. Na hipótese contrária, a palav ra do co - réu j
ficando isolada, seca, sem apôio, não terá for ça suficiente
para que faça com que a denúncia seja julgada p rocedente.
Urna coisa é a oalavra do co - réu corno fun damento
para uma denunciaç ão ; outra coisa é a palavra do co - reu corno
fundamento para urna condenação. Lembre - se q ue a denúnc i a e
apenas urna hipótese.
Na resposta à pe rgunta d e numero 3, analisaremos
a palavra do co-réu, bem éorno a p ossi b ilidade de fundamentar
-se urna condenação criminal exclusivamente nela.
Damos, em síntese à per gunta de número 2 , a se-
guinte r espos ta afirmativa:

O dr. Procurador de Justiça Milita r podia, com


base exclus i vamente na palavra de do i s dos co-réus, denunci -
ar c Ten. Cel. GLADSTONE PERNASETTI TEIXEIRA.

"3) - Dentro do espírito dos quesitos formulados ante-


riormente, pode o ilustr e par ecista acrescentar
quaisquer elementos, no interesse do d ireito e
da Justi9a?"
R E S P O S T A

Podemos, sen d Úvida. E os e lementos a acrescen-


tar sao êstes:
19)- urna b r eve análi se da palavra do co-réu, na
parte em q ue interessa à q uestão em estudo, e
29)- uma a r gumentação no sentido de q ue a exclu-
siva palavra do co-réu não é p r ova suficiente para urna conde
naçao c r iminal. Comecemos pela análise.
A palavra do co-réu tem merecido, da p arte das
maiores autoridades do p r o c esso penal e da ps icologia crimi-
nal, as mais severas restrições. Ouçamo- las.
Conhecemos por Hario Pagano, clássico da matéria :
"Pode, também, acontecer que, algumas vezes, os
seus lábios exprimam a verdade, ao apontar o cúrn
plice . Mas na maior pa rte dos casos, essa indica
ção é um instrumento de vingança, de maldade ou
de desespe rada p roteção. Isto q uer dizer que a
..
indicação do co-réu mais vezes falsa que verda-
dei ra. Acontece que na boca do homem-réu se en-
4
(7)
A:@
contra com maior fre q uência a mentira q ue a ver
d ade. Por isso, a indicação do co-réu deve in-
cluir-se entre os indÍcios vagos". (Princip ii
del co d ice p enale e logica d ei, pág.lSS, in I
Prof. Enrico Altavilla, Psmcologia Judiciária,
39 volume, oág. 177, tradução de Fernando de Hi
randa , Coimbra, 195 9).
Vejamos Mittermaier:
"La declaración del cómplice ofrece tamb ién gra-
ves dificultades. El que, según su própía con-
fesión, ha manchado su vida con un crimen, no 1
tiene igual derecho a ser creido en su testimo-
nio que el hombre q ue se ha conservado siempre
puro. Además de esto, es natural que el cómpli-
ce se incline a hacer recaer sobre su coautor
una parte de su p rop ia falta ; tiene, p ues, un
interés directo en declarar de una manera con-
traria a la verdad. Se han visto algunas veces
criminales que, cuando han conocido no poder 1~

b rarse de la. pena, se han esforzado en su de-


sesperación en arrastrar a otros ciudadanos al
abismo d onde ellos mismos caian ; otros designar
como cómp lices a inocentes, con el solo fin de
apartar las sospechas de aquellos que realmente
han tomado p arte en el delito, y hacer la i ns-
trucción más embrollada y dificil, o también I
con la esperanza de alcanzar, complicando a
pe rsonas de alta posición, un tratamiento menos
riguroso" (Tratado d e la p rueba en materia cri-
minal, octava edición, Madrid, 1929, pág.240).
Vejamos Halatesta:
"Isto pôsto, mantendo as noções já dadas, e vo1:_
tando ao q ue dissemos, a espontaneidade, nos li
mites por nós estabelecidos, faz com que tanto
os motivos comuns quanto os específicos de des-
crédito, tornem~se mais fortes no caso de cha-
mamento do cúmplice. Quando, sem que ninguém I
mencione a culpabilidade de TÍcio, o acusado I
vem acusá-lo de cump licidade, tôdas as hipóte -
ses de po ssível mentira encontram mais fácil a- ..
cesso no espírito do juiz ; julgar- se-à mais fá-
cilmente ao influxo de uma inimizade: de uma
(8)

corrup ção, e assim p or diante". (A lÓgica das


p rovas em matéria criminal, Vol.II, tradução
de Alexandre Augusto Correia, São Paulo, 1960
pág. 212).
E , finalmente, Florian :
"L'oggetto e d il contenuto della confessione
ci traggono a considerare uro~punto singolari~

simo della stessa, il quale involge spesso I


un ' indagine assai d elicata: l'accusa di con-
corso , c h e l ' imputato rivolga ad altri (nomi-
na del socio ,_ chiamata di correo). Qui ve ra-
mente l'indagine si esp ande oltre l'ambito I
d ella p~ra confessione, perché talora l'incol
pazione di sé s'intreccia coll'accusa contra
altri , onde la confessione quasi si trasforma
e diventa testimonianza del coimputato. Ha 1
tralasciando q ueste sfumature formali ; é cer-
to c he q ui p ure il giudice é libero nel suo I
a p pezzamento; q uesto, peró, si p alesa oltre
modo arduo .
Anche senza rie~ouare i moniti solenni e le
austere rip ugnanze d ei nostri grandi penalis-
ti e filosofi riformatori, é ben lecito d ire ,
c h e il Ma g istrato non p uó essere oorrivo ad
accogliere per buone simili accuse, s pecial -
mente se avulse e scomp aginate delle restant i
e mergenze processuali o peggio in contrasto
con le stesse.
A ragione , simile fonte di prova, presa isola
tamente é alquanto screditata. Qui l'indagine
dovrá puntare immediatamente sul motivo psico-
logico della relazione, per conoscere se fu
quello generoso di servire la giustizia o se
l'abbia determinata l'odio, la vendetta,l'in!
rnicizia, il rancore, l'interesse della p ro-
pria discol pa, la luzinga del giudice ecc.S'
aggiunga la necessitá di considrare i prece -
d e n ti dei due, e esp ecialmente la personalitá
dell'accusatore ; di p iú l'indole politica o so
ciale o comune del delitto molto varrà ad il-
luminare l'indagine "(Delle prove penali, III
e d izione , Milano, 1961, pág. 312-313) .
(9)

Nos trecho s transcr±tos, queremos salientar


minadas e xpressões. Façamo-lo assim :
"es natural q u e el cómp lice se incline a hacer
recaer sob re su coautor una p arte de su p rop ia
falta " (Hi ttermaier) •
" con la esperanza d e alcanzar , comp licando a
personas de alta po sición , un tratamiento menos
riguroso "(Mittermaier).
"Quando , sem q ue ninguém mencione a cul p ab ilid~
de de TÍcio, o acusado vem acusáõlo de cumplic~
d a de, tôdas as h i póte ses de p ossível mentira en
contram mais fácil acesso no es p írito do juiz"
(Halatesta) .

"sul mot ivo psicologico de lla relazione, per


conoscere se fu que llo generoso d i servire la
g iustizia "(Florian ) .
"special mente la. personalità dell'acc usatore
(Florian) .

Argumentemos, a gora , que a exclusiva palavra do co-


réu n ao é p rova suficiente para uma condenação criminal. Isto
significa que a palavra d o co- réu deve ser confrontad a com ou
tros elementos de p r o va existentes no p rocesso. Dêste modo:
19) - com o depoimento d e tôdas as outras pessoas
ouvid as no p rocesso ;
29) - com a pe r sonalid a de do co-réu ;
39 ) - com o @Otivo d a p róp ri a p alavra do co-reu ;
49) - c om a personalidade do acusado;
59) - com a natureza d a partici pação atrib uíd a ao
acusad o p elo co- reu.
Se confrontarmos a palavra do s dois co-réus (NIEBUS
e ~URANDA) com a p alavra de tôdas as outras pe ssoas ouvid as I
no processo (outros co- réus e tes temunh as) F verificaremos q ue
a palavra dos co-réus está comple tamen te isolad a. Aqui se ap l~
c a a lição de !Vlalatesta :
"Quando, sem que ninguém mencione a culp a b ili-
dade de TÍcio, o acusado vem acusá- lo de cum-
p licid a de, tõdas as hipóteses de possível men-
tira encontram ma$s fácil acesso no esp Írito
do Juiz".
Se confrontarmos a palavra dos dois co-réus com a
sua personali dade, verificaremos q ue amb os revelam g rand e p~

riculosidade p elas circunstâncias em q ue p raticaram os cri-


mes.
(lO)
{l.?ty
J~

Quanto ao Cap. NIEBUS, foi considerado , no


so , como pe rsonalidad e anormal. E ,quanto a ambos, caem em con-
proces-@
tradição, porque enq uanto NI EBUS diz que foi MI RANDA q uem muti
lou os cadáveres , MIRANDA afirma que q uem mutilou os cadáveres
foi NI EBUS. Como merecer fé, p erante a Justiça, a palavra de
p e s soas assim? Aqui se a p lica a liç ão de Mittermaier :
"es natural q ue el cómp lice se incline a hacer
recaer sobre su coautor una p arte de sua p ropia
falta ".
Se conf~ontarmos a p alavra dos dois co-réus com o
motivo que lhes deu ânimo , observaremos, pelos dados de sua
personalidade e p ela contradição em q ue caíram , ao relatar o
nefando crime , q ue essa palavra não merece fé, p orq ue o motivo
q ue a animou não p ode t er sido o motivo generoso de servir a
justiça, de q ue fala Florian:
" sul motivo psicologico della relazione , per co-
nascere se fu q uello gene roso d i servire la. gius
tizia ".
Se confrontarmos a p alavra dos dois - co rréus com a
pe rsonalidade do acusado, que é o Ten. Cel. GL~~STONE, devemos
meditar um p ouco. Pepare-se que NIEBUS e MI RANDA são oficiais
i nfe riores e que GLADSTONE é oficil sup erior. Além d e sup erior
pela patente na h ierarq uia militar, era superior na h i e r arquia
administrativa : GLADSTONE era o comandante do q uartel. Uma pe ~

soa, p ortanto , p o derosa , em relação a NIEBUS e rHRANDA: uma I


p essoa de alta p osição sem dúvi d a. E tanto mais poderosa e de
mais alta p osição por q ue e stamos diante da rigorosa hierarquia
militar. Esse sentime nto de submissão , de confiança, en rela-ç
ç ão ao comandante GLADSTONE, já exis~ia em NIEBUS e MIRANDA
mesmo antes do d e s fecho dos fatos, e q uem o diz é a prppria I
sentença condenatória, no seguinte tóp ico :
"Que a impuni d ade dos crimes ocorridos no "Ar -
quivo" era assegurada aos demais acusados pelo
Cap. NIEBUS e o Ten. MI RANDA , sob a afirmação
de q u e o Ten. Cel. GLADSTONE seria o Encar reg~

do do IPf·1, o que d e f ato aconteceu" .


Aqui se a p lica a outra lição de MITTERMAIER:
" con la esperanza de alcanzar, complicando a
personas de alta posición, un tratamiento me-
nos riguroso " .
Se confrontarmos, por Último, a palavra dos dois
co-réus com a nature za do ato de p articipação, por êles

;
(11)
)~
atr i buido, ao Ten. Cel. GLADSTONE, veremos que só com o
de ab~ndantes elementos outros do p~ocesso
apóio ~
seria possivel acei
tar a verdade d essa p alavra e a reali d ade desse ato. Vejamos.
~ crível, sem q ue existam fortes elementos de p ro-
va , que um oficial do Exército, de alta p atente , com a respon-
sabi lid ade d o comando d e um quartel situado numa cidade como o
Rio de Janeiro, e com uma fol ha funcional isenta de faltas e
p ródiga em elog i o s , ao ter ciência que p essoas foram assassin~
das d entro d e seu quarte l e po r militares sob o s eu comando,
ao invés de d ar pu b licidade ao fato e mand ar a p urar, imediata-
mente, as r espons a b ilid a des concorde em de struir os cadáveres
d as vítimas com o fim d e ocultar os crime s de homicÍdio p rati-
cados? Pro~eger os crimino sos? Mas q ue espécie de amizade se -
ria essa? Huitas vêzes nem um p ai p rotege um filho em condi -
ç ões de tal natureza. Evitar escandalo? Mas evitá-lo, agravan-
do -o? E mesmo q ue existissem elementos fortes e p rob antes de
fato tão insólito , uma tendência dominaria o esp írito de obseE
vador : a suposição de d efron tar uma pe rsonali d ade anormal.
E i s to , p orque só um anormal se comp rome t eria,de
maneira tão g rave , em fatos criminosos alheios.
Percebe- se , facilmente, q ue a palavra dos c o -
réus é isolada, não encontrando a p ôio em nada existente nos au
tos . Pelo contrário, corno vimos acima, muito do q ue existe nos
autos contraria tal p alavra.
Repitamos q ue a palavra d os co-réus está isola-
da, nao encon trando acordo com outros i ndicios. Escutemos Alta
villa :
"Antes de mais n a d a , corno já dissemos, ela -o
na
d eve s er um acto p rocessual isolado, mas deve
estar de acordo com outros indÍcios, q ue a re -
ves tem, por assim dizer, tornand o-a no núcleo
central. E este critério de avaliação da p rova
é tão simples e evidente , q ue nao p recisa de
qualquer coment ário" (op .ci·t. , p ág . l7 9 -18 0).
E como muito do que existe nos autos contraria a
p alavra dos co-réus , ouçamos , por d uas vê zes seguidas , a Alta-
villa:
"Esperança de atenuar a sua resp onsab ilid ade.-
0 acusado, que na esperança de não ser desco ber
to, t enha usado das maiores cautelas , nelas es-
got ando o seu pl ano d e d efesa , uma vez descobeE
to , vendo-se p reso' , sem possib ilid ade de se
(12)

aconselhar,cornnr eendendo que nao pode fugir


confissão, procura,ansiosfu~ente, qu alque r elerne~
to que , ao Menos,atenue a sua responsab ilidade.
Huitas vezes,pensa que , c hamando alguém a com-
p artilhar a responsabilidade, que b ra a sua so -
lidão p rocessual,rnelhorando a sua situação, I
"po r que o novo acusado, p ara se de f ender, p oderá
ter que defendê -lo a e le !mas se algumas veze s
i nventa factos abso l u t amente inexistentes , com
maior frequência aproveita circun stân cias re -
ais ,que não têm i mportância jurídica, p ara cri-
ar urna co-resoonsabilidade" ( op.cit. p á g .l 91 -
19 2) .

11
Acusação contra um i ndivÍduo poderoso. As cro
n icas jud iciárias recordam casos em que se acu
sou urna pessoa p oderosa,na esperança de se sal
var. O arguido obedece a um movi mento i nstinti
vo,análogo ao que faz q uem s e afoga,agarrando
- se ao bom nada do r ,hão oara l he fazer mal ,rnas
para ser conduzido à margem.

Um exemplo esclar ecerá o meu pensamento .


Um camponês,acusado de envenenarnento,na esp~
rança de ser ajudado,acusa o p atrão de o hav e r
instigado: o q ue acontece ? O pat rão p r o cl ama
a sua inocência,rnas,preocupado com a gravid~
de da acusação,não renuncia a exercer o d ire i-
to de nomear em sua de fesa um p erito compet en-
te: este,examinando as vísceras da p resumid a
ví tima,dernonst rou q ue a mo rte ocorreu por cau
sas natuaris.

Quem nao vê que,neste caso,o culp ado f oi salvo


pelo seu c hamament o de co-réu ? (op .cit,. Pág .
11
1 98)
Que a i nc lusão , no p rocesso, do Comandante GLA-
DSTONE, evidenternente,serve de argumento em de fesa do Cap . N!
EBUS e do Ten. tURANDA,reconheceu-o o ilustre advogado d o Cap.
NI EBUS, conforrne o seguinte tÓpico da sen tença:
" A seguir ,corn a palavra a defesa do acusado I
Cap. NI EBUS,afirrnou 11
estes homens foram trei-
nados para a guerra ,não são homens comuns , são ..
especial izados p ara enfrenatr a Guerra Revo lu-
cionária,existe n t e corno atesta o Dec.Lei 8981
69", e passou a desenvo lve r suas alegações es


(13) ~
escritas de fls.l515/22, concluindo pela respo!C
sabilidade do ex-Comandante do 19 BIB,Cel. Ari -
0!3
oswaldo, e do então Comandante substituto,ten.
Cel. GLADSTONE, que estavam cientes do que oco~

ria na Unidade, e enfatisou "ou são todos res -


pensáveis ou niguém é responsável", e termina I
pelo pedido de absolvição dos acusados ou a con
denação a penas justas".
Nesta altura,podemos, em síntese,fazer a segui~
te

C O N C L U S Ã O

A palavra dos co- reus Cap. NIEBUS e Te~.MIRANDA,

por nao encontrar apoio em outros elementos do processo,não p~

de fundamentar a condenação criminal do ~en.Cel. GLADSTONE PER


NASETT I TEIXEIRA.

"4)- O réu foi denunciado corno incurso nas sançoes dos arti
gos n9 264-I ( pena cominada de 2 a 10 anos de reclu -
são) e 352 pena cominada de seis meses a 3 anos de I
detencão)
. , combinados com o art. 53,tudo do Cod. Penal
N.ilitar ."
" Anuncia a sentença,que o réu foi condenado a
pena de 7 anos de reclusão e na sua especificação informa que
pelo primei ro delito foi condenado a 4 anos de reclusão e pelo
segundo delito à 3 anos."

"Isto posto,pergunta-se:

"a)- Sendo cominada ao delito do art.264-I pena de reclusão


e ao delito do art. 352 pena de detenção poderia o co~
selho somar elementos diversos ? ( 4 anos de reclusão+
3 anos de detenção = 7 anos de reclusão)."

R E S P O S T A

De modo nenhum. Não se somam q uantid ades het erogêneas,


.--
p ri ncipalmente quando, da sorna,resulta p rejuízo pa ra o reu. A
soma, opera~a na sentença,de auatro anos de reclusão com três
anos de detenção,com o total de ste anos de reclusão,contraria,
frontalmente, o art.599 do CÓdigo de Processo Penal r1ilitar,que
p rescreve:
"Se imposta cumulativamente penas privativas da
"
liberdade,será executada primeiro a de reclusão
e depois a de detenção" .
O que acontece é que a sentença confundiu soma de penas
com un~ficação de_Eenas, operando uma unificação extemporânea
e
~

prejudicial ao reu. Somam-se ~penas da mesma


A%
espéc~:::ni- ~
ficam-se penas heterogêneas. Escute-se Eduardo Espínola Filho:

"Consistem essas operações na simples adição I


aritmética das p enas quando sejam d a mesma es -
pécie,ou na unificação delas,quando constem de
p e nal i dades heterogêneas, e isso para vários e
feitos ,entre eles, o de serem cumpridas na or-
dem legal ( arts.51 e 56 do CÓdigo Penal) ,deve~

do consignar-se na carta d e guia o início d a I


execução e a data da terminação das várias penas
unificadas" ( CÓdigo de Processo Penal Brasilei
ro Ano tado,quarta edição volume II, Rio de Ja-
neiro,pág.l99).
Em sintese ,damos a seguinte resp osta à pergunta de nu-
mero 4,letra ~ :

A sentença nao p odia somar a pena de quatro anos de re


clusão com a pena de três anos de d etenção p ara um total de se
_te a. _,s de r ec lusão ,j á p orq ue só se p odem somar quantidades ho
mogê neas, já por que a smma e fetuad a gera p rejuízos p ara o réu.

"b) - Tratando-se de réu p rimário , com uma folha de serviço I


excepcional,com elogios e obtidos no curso de sua vida
mi litar,com no~eação p ara cargo no exterior onde teve
relevante dest~que pessoal,com condecorações e elogios
até por entidades estrangeiras,poderia o Conselho fi
xar,para o p rimeiro delito no dobro mínima e p ara o se
gundo delito,máximo da cominação legal ? "

R E S P O S T A

A fixação da p ena, para o segundo crime, ou seja,inutili


zação,sonegação ou de scaminho de material p robante,no máximo I
da cominação legal,viola todos os preceitos legais q ue disci -
plinam a a p licação da p ena. Primeiramente o art. 69 do CÓdigo
Penal IYlilitar :
"Para fixação da p ena privativa de liberdade,o
juiz a p recia a gravidade do crime praticado e a
p ersonalidade do réu ,devendo ter em conta a in-
~

tensidade do dolo ou grau da culpa,a maior ou


..
menor extensão do dano ou p erigo de dano,os mei
os emp re g a d os , o modo de execução,os motivos d~
terminantes , as circunstâncias de temp o e lugar ,
------------------------------~~------------======--=---~-=~==---=-------------------------~-~~

os antecedentes do réu de
b ilid ade,indiferença ou arrependimento após o I
crime".

E depois o art. 75 do referido CÓdigo:


"No concur so de agravantes e atenuantes, a pena -
deve aproximar-se do limite indicado pelas cir -
cnnstâncias preponderantes,entendendo-se corno I
tais as que resultam do s motivos determinantes -
do crirne,da personalidade do agente,e da reinei
dência. Se há equivalência entre urnas e outras,
é corno se não tivessem ocorrido".
Vejamos . A própria sentença dizendo:

"Considerando q ue todos os acusado s sao primári


os e a p resentam bons antecedentes mi litares e ci
vis".
poderia concluir pela pena máxima ? Jamais. Veja-se que a rein-
cidência e a personalidade do agente são consideradas,no art.75
do Cvdigo Penal Mi litar,acirna transcrito,corno preponderantes. E
o condenado GLADSTONE é p rimário e de bons antecedentes.Cornpa -
rando tais circunstâncias p rep onderantes co rn outras circunstâ~
cias, a sentença, no máximo, não podia aplicar,nern seque r,a me -
tade da soma do mínimo com o máximo da cominação legal,isto e
vinte e um meses de detenção. A aplicação justa seria a de qua~

tidade d a pena abaixo da metade da soma referida,corno fez a sen


tença em relação ao crime de dano: q uatro anos de reclusão.Corn
efeito,sendo a sorna do mínimo dois anos) com o máximo da co-
min a ção legal ( de z anos) ,oara o crime de dano, a quantidade de
doze ano3, â ' me tade será seis anos de reclusão, e tendo a 1
sentença fixado quatro anos de reclusão,fixou pena em q uantida-
de inferior à metade da sorna do mínimo com o máximo da cornina -
çao legal.
É urna incong ruência.Se os dois fatos estão de tal modo,
entrelaçados, a p onto de constituirem,senão urna uni dade norrnati
va, pelo menos urna unidade corno fato social, por que o tratamen-
to des i g ual ? Por que a pena do art. 352 é mais leve, q ualitati
va e quantitativarnente, do que a pena do art.264 ? Urna justifi-
cativa de tal natureza é absolutamente inaceitável.
Em síntese,damos a seguinte resposta à p ergunta de núrne
ro 4,letra b :

A pena,para o crime do art.352 do CÓdigo Penal Militar,


devia ser fixada ei"l q uantidade inferior à me tade da sorna legal,
do mesmo modo corno foi para o crime do art.264 do CÓdi go Penal
:~i li tar .
" c)- Em qu alque r h i p ótese nao teria o Conselho de
na base d e cada del ito e na falta de circunstâncias es-
p eciais de aumento d a p ena , trans formá -la em definitiva
ou na existência d e el eme n tos de diminuição, reduz i-la? "

RESPOSTA

A resp osta à per gunta de núme ro 4,letra ~ach a-se con -


ti da nas resp ostas à mesma p ergunta,letras ~ e ~·

"5)- A defesa sustentou a inép cia da d e núncia,pela i nadequa-


ção criminal dos fatos narrados pe la vulneração do art.
19 do Caderno Penal Militar e do p róprio p receito Cons-
titucional que o inspirou.Sustentou ainda p or ocasião I
da audiência de julgamento a inexistência de nexo cau -
sal entre conduta d o réu e o crime do art.2 64 -I C.P. M.
( conduta inad e quada à norma) eis q ue aind a q ue p udesse
ad-argumentado ter o reu con cordado com a decisão já t~
mada p ela equipe d o Ca. NI EBUS de simular a fuga de I
dois p resos p ara justificar a destruição dos corpo s
não p oderia estar comp reendi d o na resp onsabilid a de da -
quêle o ato de terceiros de q ueb rar duas tel h as p ara a
simulação de fuga circun stância que não se comunica)~

"a) - Houve com acêrto , a de fesa ?

"b) - Poderia o Conselho omitir integ ralmente as teses da defe


sa a a p r eciar tão somente,como se tratasse de tese o fa
to de ter a d efesa admitido e tão só para argumentar I
q ue se válida fosse a denúncia, o crime seria o de favo
recimento p essoal art.350 C.P.M. ?

"c) - Poderia a sentença OQitir-se até mesmo quanto a matéria


Constitucional levantada ? "

RESPOSTA

Re s p ondendo ,em b loco, a per gunta de numero 5, 1~

tras ~ ~~e f,dizemos que a defesa , ao argumentar q ue, a ser con-


siderado p r ovado , o fato , êste não se adequaria ao a rt .352 do I
CÓdigo Penal ~1i litar ,m as ao art. 35 0 ( favorecimento pes soal)do
referido CÓdigo,houve-s e com p leno acêrt o.Evidentemente q ue sim.
Trata-se do a d - argumentandum, q ue faz p arte d a rotina nas aleg~

çõe s forenses.
(1 7}

Pouco, feliz ,portanto, o seguinte tóp ico da sentenç a :


"com exceção do Acusado GLADSTONE, q ue a po s ne -
gar,capciosamente,seu conhecimento d as mortes de
MONÇÃO e VANDERLEY, a e le particip adas na noite
d e 12-01-72 por seu Sl2 NI EBUS, e a consequente
p ermissão para a exe c uç ão do p lano d e simulaç ão-
de fuga e posterior de struiç ão d os cadaveres, o
acus ado GLADSTONE,premido p ela evidência d as prQ
vas colhidas no Sumário,tardiamente,através de
seus dignos de fe nsores na Sessão de Ju l gamento ,
já na tréplica,admitiu a p rática do crime de con
descendênc ia criminosa,por indulg ência com s eu I
Sl2,ca p. NIE BUS , qu anto aos crimes de d ano e des
truição de material p rob a n te " .

A respos ta negativa à p e r gunta de núme~o 4,letras b e ~ ,e stá

implicitament~ contida n a resposta antecedente.

Em síntese;
A de fesa houve-s e com acerto,porque a cláusula a d - argumentan
dum não impl ica em acei tar o conteúdo da argumentaç ão.

"6) - No mgFito,pode ria ser imputado ao Ten.Cel. GLADSTONE PER


NASETT I TEIXEIRA em co - autoria o delito d o art.26 4 -I do
C.P. M. ? Porq uê ?

RESPOSTJI._

Vimos , ao analisar a imp utaç ão do crime de dano ao Ten.


Cel. GLADSTONE PERNASETI TEIXE I RA , na resp osta à pe rgunta de -
núme r o 1 , que , conforme o material q ue nos foi dado para estudo
(cóp ias da denúncia ,sentenç a e trab al ho escrito pela de fesa I
p recedendo as r azões d e apelação) ,não existe a menor p rova de
que o Ten. Cel. GLADSTONE tenha p raticado o referido crime. Ag~

ra,mesmo que se considerasse a palavra d e d ois co - reus,que a -


firmaram ter GLADSTONE a conselhado a simulação de fug a , como i m
p licitamente d iz endo q ue GLADSTONE também p raticou o crime de
d ano,mesmo ass i m a imputação teria de ser j u l g a da improcedente .
E isto por que,como já vimos, a p alavra isolada de co-réus não
é p rova suficiente para uma condenação criminal.
Eá um outro a s p écto,porém a considerar , no crime de da
no. Pelo CÓdi go Penal de 1940 , em vigor, o a gente que q uis pa~
t ici pa r de crime menos g rave, r esponde pelo crime mais g rave
devendo a p ena a p licável se r a do crime mais g rav e , com d i mi -
nuição. O prece ito está no a rt . 48,parágrafo único:
(18)

"Se o agente quis parti cip ar de crime menos


a nena é diminuida de Qm terço até a metade, na- o
pode ndo, p orém,se r infer ior ao minimo da cominada
ao crime cometido".

Trata- se de um p receito que acolhe a r es ponsab il ~daàe I


objetiva, o versari in re illicita,contr ár i o, portanto, a um di-
reito penal fundamentado na culp abilidade. Di ante da procedên -
cia da crítica, o CÓdigo Penal de 1969 despr ezou- o.E,o que im -
porta para a matéria em questão,tal preceito não f az par te do
CÓdigo Penal Mi litar. Pelo CÓdigo Penal de l 940,para argumentar,
se ficasse aprovado a ue o Ten.Cel. GLADSTONE quis a simul ação,
mas não quis o dano, a pena a ser apl i cada não seri a a da simu-
lação com ocultação e destruição de cadáve r ,mas a do c rime de I
dano, diminuida de um terço até metade,mas nunca i n f e rior ao
nínimo da cominada ao crime cometi do. Mas,pelo CÓdigo Penal Mi -
litar,bem como pe lo CÓdigo Penal de 1969, o agente só r esponde
pe lo que q u i s ou causou culposamente,jamais po r ato alheio.
Em síntese, r es pondemos à pergunta de número 6, dêste mo
do:

No mérito,o Ten.Cel . GLADSTONE PERNASETTI TEIXEIRA -o


na
pode ser considerado res ponsável,em co- autoria,pelo c r ime pre -
visto no art. 264-I do CÓdigo Penal Militar.

"7) - No entendimento de V.Exa.,além do recurso da a pelação I


poderá a sentença ser atacada por Habeas - Co r pus ? Por -
- quê ? E se a resposta for positiva,esclarecer qual os
pontos suscetíveis e qual a fundamentação.Ainda em caso
positivo,se negado p r ov i mento ao H. C., no entendimento
de V.Exa.,caberá Recur so de Habeas-Co r pus ao Supremo
Tribunal Feder al ? Porquê ? "

RESPOSTA

Afirmamos q ue a sentença condenat~ria pode se r atacada por


Habeas-Corpus,porque nela p odem ser apontadas nulida -
des. Vejamos. Primeiramente,quanto ao crime de dano. A
denúncia,como já vimos, não tem apôio de nenhuma prova,
e a sentença condenatória igualmente. Pensarnos,mesmo
que p oderia ter cabido Habeas-Corpus contra o próprio~
recebimento da denúncia, e assim Pensamos po rque nos p~

recem corretas as seguintes palavras do Ministro Orozim


bo Nonato,em julgamento de Habeas-Corpus no Supremo I
Tribunal Federal:
"Há falta de justa causa q ue
são do H. C. q uando o fato nem mesmo em tese cons
titui crime , ou quando , configur~do uma infração
p enal , resulta de p ura criação mental da acusa -
ção" Revista Forense,l50l393).
O CÓdigo d e Processo Penal r1ilitar,em boa hora,tornou exp ressa
a condição de indicies de autoria , para a apresentação da denún
cia,conforme o seu art.30:

"A d enúncia d eve ser a p resentada semp re que hou -


ver:
a)- p rova de fato que, em tese,constitua crime i
b)- Indicies de autoria".
Assim, a a p resentação da denúncia,no caso e m questão, nao obede
ce ao p receito d o art.3 0, acima transcrito. Conclusão: falta, a
el~ust? causa.
Em segundo lugar, q uanto a scbma das pe nas de reclu
sao e d etenção. A sentença condenatória, ao a p licar a pena de
tr ês no s de d etenç ão p ara , imediatamente,convertê-la em três a
nos de reclusão,violou frontalmente o art.352 do Código Penal I
Hilitar, que comina ,para o crimé nele descrito, a p ena de deten
-
ç ao.
Negado o Hab eas-Corpus,cabe recurso ordinário p~

ra o Supremo Tribunal Fed eral , conforme o art . 119,II,~ da Cons


tituicão
>
do Brasil :

"Art. 119-Comp ete ao Supremo Tribunal Federal :

II - julg ar em r e curso ordinário:

c)- os h abeas - corp us decididos em única ou últi-


ma instância p elos trib unais federais ou tri bu -
nais de justiç a dos Estados,se denegatória a d e-
I • cisão,não pode ndo o recurso ser sub stituido p or
p e dido originário".
O recurso ordinário será p rocessad o conforme os arts.2 89,290 e
291 d o Regimento Interno do Supr emo Tribunal Federal. Prazo ~­
4

ra i ~terpos icão : cinco d ias.

"8) - Em caso de eventual malog ro do recurso de a p elação no I


Sup erior Trib unal Federal qu al Re curso, no entendimento
de V.Exa., p ara o Sup remo Trib unal Federal. Caberia Re-
curso ext raordinário p ara o S.T.F. ? "
( 20)

R E S P O S T A

Em caso de eventual malogro do recurso de a pelação,cabe


Ha b eas-Corp us p ara o Sup remo Trib unal Federal,conforme o art. n .
119 ,I , g da Constituiç ão d o Brasil:

" Art.ll 9 - Compete ao Sup remo Tribunal Federal:

I - Proce ssar e julgar origináriamente

h)- o h a beas-corp us,quando o coator ou o pacien-


te fôr Trib unal,autoridade ou funcionário cujos
atos estejam sujeitos diretamente à Jurisdição I
do Sup remo Tribunal Federal ou se tratar de cri
me sujeito à mesma jurisdição em única instân -
cia".
Como vimos,em todo$ o desenvolvimento dêste trabal ho,vários a~

tigo t de lei federal fôram intrep retados de maneira duvidosa. No


c a so de malogro da a p elação,também p ode caber recurso extraordi
nário,nos têrmos do art.ll 9 ,III,letra ª' da Constituição do Br~
sil, desd e q ue fi q ue comprovad a,nos terraos do art.305 do Regi -
mento Interno do Sup remo Tri bunal Fede ral, a divergência entre
a interp retação d ada p elo Tribunal, que julgou a a pelação,e a
interp retação que tenha sido dada,à lei federal,por outro Tribu
nal ou p elo Sup remo Trib unal Federal.

"9 )- A sentença foi proferida 79 d ias apos a p roclamação do


julgamento e da p risão , do réu. Foi o ato lícito ? In
fringiu o p receito do art.443 do C.P. M. ? "

RESPOST ~.

Na verdade,se a sentença não fôr lida na sessaao em I


q ue se p roclamar o julgamento,deverá sê- lo no prazo de oito di
as,conforme o art. 443 do CÓdigo de Processo Penal:
"Se a sentença ou decisão não fôr lida na sessão
e m q ue se p roclamar o resultado do julgamento,s~
-lo-á p elo auditor em pÚbl i ca audi ência,dentro I
d o prazo d e oito dias, e dela ficarão,desde logo
intimados o rep resentante do Ministério PÚblico, ...
~

o reu e seu defensor, se presentes".


Tendo a leitura sido feita setenta e nove dias
( 21} W;
após@
procla~mação do julgamento, o preceito do art. 443 não foi a p li-
cado.Sucede,porém,que o art. 445 e 446 do CÓdigo de Processo Pe
nal preceituan:

"Art. 445- " /1_ intimação da sentença condenatória


será feita,se não o tiver sido nos têrmos do art.
443:

a}-ao defensor de ofício ou dativo;


b} -ao réu, p essoalmente ,se estiver preso;
c)-ao defensor constituido nelo réu".

"Art.446- 11
A intimação da sentença condenató ria
e réu sõlto ou revel far-se-á após a prisão,e I
bem assim ao seu defensor ou .advogado que nomear
por ocasião da intimação, e ao rep resentan te do
Ministério PÚblico".

Como c verifica,quando a intimação nao é feita conforme o art.


443 ,pode sê-lo conforme p art.445 do CÓdigo de Processo Penal I
l'1ili tar.

"1 0 )- àendeu a sentença os preceitos dos arts,438 e 440 do Ca


derno Processo Penal _tilitar ? 11

R E S P O S T A

O art. 43 8 do CÓdigo de Processo Penal indica o conteú-


do formalda sentença. O art.440 do referido CÓdigo indica o I
conteúdo material da sentença,uma vez q ue chama,para dentro de
si, o disposto no art. 69 e parágrafos do CÓdigo Penal.
O q ue vimos acima,principalmente q uando analisamos a fi
xaçao da pena,leva-nos a afirmar que tudo quanto está contido I
no art.440 do CÓdigo de Processo Penal foi contrariado pela sen
tença condenatória.

11
11)- Para a leitura de sentença,não foram intimados os Réu s,
que nao a assistiram,inclus ive. Tal fato constitue nuli
dade ? 11

R E S P O S T A ..

A resposta desta p ergunta acha-se contida na resposta a


p ergunta de núnero 12.
" 12)- Queira o ilust re p are c i s ta acrescentar o q ue me l h or l he
convir, no interesse do Direito e d a Justiça 11

R E S P O S T A

A nosso ver, o fundfu~e ntal , na q uestão em exame,e o se-


gu inte :

O Ten. Cel. GLADSTONE PEFNASETTI TEI XE I RA deve se r a b -


solvido , p orque a p alavra i so lada d e d ois co-réus não p ode ser
consid erada p r ova suficiente para a condenação criminal.

~s t e, o nosso p arecer .

Recife , 18 de O..~~~ e. de 197 3


r

ESCR ITÓR IO DE ADVOCACIA

?'leuJt()n J2()b()
Av. Churc hill n.0 60 apart amento 1204
Telefones 252-1 925 e 252-7472

Exmo. Sr. Dr. Auditor da 2a. Auditoria Do Exército da la.C.J.l1-L

NELSON RIBEIRO DE MOURA, por seu advoga-


do, nos autos do processo crime a que responde e outro nessa Au-
ditoria, vem apresentar as suas razões de Apelante , p edindo o en
caminhamento à Superior Instância , pa ra final decisão.

E. deferimento

Rio de

de Ca alh o
Insc. 6 991 --~

Egrégio Tribunal
O Apelante foi cond enado a pena de dois
anos d e reclusão, pela i mpu tação de que trata o art. 352 do CÓdi
go Penal Brasileiro , negando a sentença condenatória o b enefício
da suspensão condicional da pena p ela gravidade do crime , inten-
sidade do d olo e o modo de execução.

I
Resumidamente, os fatos que envolveram o

I. Apelante podem ser assim des critos:


O Ape lante foi procurado p elo Tenente Miran
da, na Delegacia de Polícia local, Barra Ma nsa, que lhe convocou
para fazer um " serviço " .
~ curso da d iligência, à caminho do local
onde se encontrava o corpo d o soldado Monção , é que o Ten. Mi ~an

da comunicou a finali dade d a sua p resença e requis i ç ão , ou seja,


" d ar serviço no corp o de um traficante de tóx ico ".

"'D('1
:De
o-i c(
o( '
.,.
{'
ESCR ITÓRIO DE ADVOCACIA

rtlewton J2obo
Av. Churchill n. 0 60 apar tamento 1204
Telefo nes 252-1925 e 252-74 72

Sem outros d etalhes , o depoimento do Apelan-


te, esclarece que entre os diversos métodos expostos pelo Ten. Mi
randa, o Apelante optou pela cremaçao p or ser o mais humano.
O crime , em tese , imputado ao Apelante é o
expresso no art. 211 do CÓd. Penal Brasileiro, assim enunciado:
"Destruição, subt ração ou ocultação de cadá-
ver
art. 211- Destruir, subtrair ou ocultar ca
dáve r ou p arte dêle: pena - reclusão de Qm
a três anos e multa .•.
-
Contudo, trata-se " in casu ", nao de erime co
mum, mas de crime militar e ocorre, simplesmente que na legisla-
ção castrense , se~~er__existe o cap Ítulo de crimes contra o_ res-
~ito aos mortos.
Ora, inexistindo possibilidade de
capitulação no CÓdigo Penal Militar, orocurou o M.P. nêsse Esta
tuto 4m del ito cujo enunciado mais se assemelhas se àqu~la fi gu-
ra típica do art. 211 do CÓd. Penal Comum. E lá, no Titulo 8
"dos crimes contra a administração d a justiça militar" encon-
trou, o d r . Procurador da Justiça Mi litar , o artigo 352, com a
seguinte redação:
Ementa: Inutilização, soneqação ou dar de s-
caminho a autos, documentos ou o b je
to de valor p robante, que tem sob
guarda ou recebe para exame: pena -
detenção de seis meses a três anos,
se o fato não constitui crime mais
grave . (grifo nosso)
Realmente, tal enunciado nada tinha a ver
com o art. 211 do CÓd. Penal Comum, mas equivalia ao seu Simi-
lar, contido no Capítulo "dos crimes contra a administração da
justiça".
Art. 356 - "Inutilizar'· total ou parcialmen-
te , ou deixar de restituir autos , documen-
~os ou objeto de valor probanSEio, que rec~

ber na qualidade de advogado ou procurador:


pena - detenção de seis meses a três anos
e multa
Pode-se assim, concluir, sem sombra de
3
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?teuJion J2obo
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dúvida que o dr. Procurador da Justiça Mi litar, para sup rir a


lacuna do CÓdigo Penal Militar , resolveu aplicar, por exten-
são interpretativa a imputação do artigo 211 do CÓdigo Comum
como e quivalente ao art. 352 do CÓdigo Penal Mi litar.
Tal interp retação encontra reforço se ana
lizarmos a pena imposta para a inutilização de material pro-
bante tanto no Caderno Penal Comum (art.356), como no C.P. M.
(art.352) que é de 6 meses à três anos de detenção, enquanto
qu e a pena para o crime de destruição de cadáver (art.211 do
CÓdigo Comum) e de reclusão de um a três anos e multa.
Além do mais , os artigos gue tratam da I
inutilização de material p rob ante , estão contidos no Capitulo
" contra a administração da justiça" - em ambos os Cadernos Pe
nais enquanto o art. 211, do CÓd. Penal Comum, que fala em
destruição de cadáver está contido no "capítulo de crimes con
tra o respeito aos mortos 11 •
O insigne p rofessor Ramagem Badaró, que é
também membro da Procuradoria da Justiça Militar, autor da I
Única Ób ra existente que interpreta o código p enal militar vi
gente, refere-se comparativamente ao artigo 356 do Cod.Comum ,
quando trata d a inteligência do art. 352 do C.P. M.
Trata-se , portanto de fato atipico.E de
tal atip icid ade, sustentada da tribuna de defesa, como arca-
bouço da tese , imp ortava necessariamente no reconhecimento da
celeb re fórmula de Feurbach
" nulum crime, nula poena sine lege"
já afirmada no direito romano:
"poena non irrogatur , nisi quae quaque le
ge vel q uo alio pure specialiter huic de
licto imposite est ".
traduzido no a r tigo 19 do C.P. M. :
"Art.l9 - Não há crime sem lei anterior I
que o defina, nem pena sem prévia comina
ção legal " .
Dest'arte, destruição ou ocultação de ca-
d áver, e~bora censurável moralmente, tal comportamento é irre
-
levante a' luz da legislaçao p enal militar, eis ~e so ~ pre- -
visto na legislação comum.
- ema-
Ademais , para o Apelante, a sua açao
..
na diretamente d e uma ordem militar, inexcusável frente tôdas
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as circunstâncias. Os fatos ocorreram em Barra Mansa, Cidade do


Estado do Rio, onde estásediado o 19 Bõi.B., sendo inegável a
influência e pres tÍgio desta Unidade, perante o aparelho paliei
al local.
O Apelante, mero funcionário, lotado na fun-
ção de perito criminal, com instrução meramente p rimária, não
foi consultado, mas recebeu ordem de co-réu Ten. Miranda, para
auxiliá-lo na prestação de um serviço ordenado p elo Chefe da
Equipe.
Haveria, segundo foi informado ao Apelante,
no curso da diligência, i nter esse de ocultar um cadáver, sem
outros comentários ou esclarecimentos.
Para o APelante , tratava-se de um fato deci
dido cuja consumação é que lhe estava faltando o seu auxílio.
Na errada compreensão do Apelante o "servi -
ço " nao podei:±a ser recusado, naauela altura dos acontecimen-
tos ~ ~e lhe foi esclarecido. Na verdade seriam irnprevisíyeis as
consequências para o Apelante se recusasse atender as ordens re
ceb idas, após ser inteirado do fato.
Tratava-se de coaçãoirresis~lve1 a que -
nao
p oderia se opor, urna vez que o Apelante , só pode ser classific~
do a b aixo do homem médio , para auern foram as leis criadas.
Por outro lado, optando pela queima do cadá-
ver, entre as diversas soluções que foram apresentadas ao Ape -
lante, é certo que tenha escolhido a forma mais humana, uma vez
q ue a cremação está se tornando, até mesmo entr e nós brasilei-
ros, um costume, p ela introdução recente da cremação no Estado
de São Paulo.
Urna coisa é inegável:
O Apelante agiu compelido poro~~m emanada
por agente superior, sem meios aparentes de
recusar a empreitada, inexistindo de sua pa~

te q ualquer ato que caracterize Índice de pe


riculosidade ou que o caracterize corno crirni
noso habitual, capaz de voltar a delinquir.
Primário, sem circunstâncias agravantes, não
se justifica , na hip ótese da condenação a aplicação da sua pena
acima do mínimo e muito menos que se lhe exclua o beneficio da
suspensão condicional da pena. ..
ESCRITÓRI O DE ADVOCACI A

rtlewton J2obo
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Ressalta ademais, a desigualdade de trata-


mento p ara os acusados. Para o outro réu civil - Iranides
foi a p licada a p ena de um ano de detenção e data vênia, a ex-
p licação dada na sentença para justificar essa diferença é ab-
surda e pode ser considerada estranha no desate e compreensão
da controvérsia.
Refere- se a sentença que 11 Nelson exercia a
funcão de chefia e mando sôbre o réu Irani
des, funcionário sub alterno e despersonali
sado 11 •
Ora, a chefia e mando so eram assim consi-
derados na Delegacia de Policia , enquanto no caso em tela , I
ambos os réus obedecjsm sem diferença de posição, ~ ordens
militares.
Entretanto, melhor dizendo, o Apelante Ne!_
son nao era c hefe do outro acusado Iranides, nem mesmo na Dele
gaci ~ de Polici a, isto se interessasse na aplicação da pena .
Nesta conformid ade, o Apelante está conven
cido que o Superior Trib unal Militar, na sua exp ressão máxima,
h á q ue fazer justiça p ara o Ap elante, excluindo-o do processo
pelo reconhecimento da atip icidade do s atos p raticados pelo I
Ape lante perante o CÓdigo Penal Militar e ainda que aceite os
fatos tip icos , reconheça em favor d o Ape lante ter agido por I
coação irresistivel e finalmente se recusada a dirimente de
criminalid ade , desclassifiq ue o delito p ara o crime p revisto I
no artigo 351 do C.P . M. q ue trata fo favorecimento real.
Afinal e em Última análise, com a conàen~
-
çao áo Apelant e o a ue se admite também, ad-argumentadum, seja-
lhe concedido a susoensao condicional da pena, - p or ser ato da
mais lidima e cristalina

Justiça

de ;;;!~dy~~3
~on de
Rio

Lob o Carvalho
Insc. 6 99 1 - ?(._.,
JUSTIC'\ MILITAR
, 1.• C!RCUWiCR'ÇÃO Ji$,'
~·~àT COCUMEUTO t .• -· ···:);---
f!AOTOC~ADO EM :::) I .
;:::m3
JI I
EscRIT ÓRIO D E .ADvocACIA
AUGUSTO SÜSSEKIND DE M OHAES P-EG O
AV. ALMIRANTE BARRO S O 90-12•ANOAR SA LAS 1214/16
TELS. 252-0913•222- 4812 242-995 4
RIO DE vANE I RO- B RASlL

í"~O APELANTE

Capitio DALGIO MIRA ND A NIE BUS

E GRt G I O

SUPERIOR

T RI B UNAL

t~ILI T AR

A respeitãvel se nt ença a pelada, pro-


latada co m grande cuidado e riqueza de detalhes, com rela -
çao ao ora Apel a nte, no entanto, merece e deve, data venia,
ser reformada, pelos motivo s e fatos que pa ssam a ser expo~
tos nest e recurso de apelaçio.

O apêlo ora interposto abordarã vãrios as-


pectos jur1dicos, demonstrativos de, em relaçio ao ora Ap e -
l ante, haver necessidade de ser reformada, pelo menos em
parte, a respeitãvel decisio recorrida, ressaltando, no en -
tanto, a defesa a maneira com que a mesma foi prolatada e o
cuidado do nobre Dr . Audito r em procurar acertar e apresen-
tar um trabal ho que se reconhece f e ito com zêlo e cuidado.

Para isso, este apelo serã dividido nos se -


guintes pontos a sere m examinados e debatidos
I - unificaçio de penas ;
li - crime continuado ;
EsCRITÓRIO DE ADVOCACIA
AUGUSTO SÜSSEKIND DE MORAES REGO
AV. ALM IRANTE BARROSO 90-12!ANDAR SA LAS 12. 14/16
TE L S. 25 2-0 913 · 2 22- 4812 · 242-9954
R I O DE uANEIRO-BRASLL

III - crime culposo pelas mortes e nao dolo so ;


IV - inimputabilidade do Apelan te ;
V - ausência de prova válida para uma conde-
na çao ;
VI - síntese do apêlo.

U N IFICAÇ~O DE PENAS

Ante s de examinar o pro cesso e estudar os po~


tos de direito que a defesa, com a devida venia, entende que
a respeit á vel deci são não agiu com o acêrto esperado, o Ap e-
lante tem a discutir uma que s tão de s um a importância.

Admitindo, para di scutir, tão somente, que a


respeitáv e l sentença apelada fosse totalmente certa em todas
as suas considerações, em todos os seus e nqu adramentos e em '
todas as di s po sições legais que geraram a aplica bilid ade de
apenação, ad mitindo-se, por ta nt o, total me nt e perfeita a de ci -;
são recorrida, e evidente que ela pecou porque omitwu uma de-
terminação que o no sso CÕdigo Penal Militar es tabelece como •
básico e indispensável.

Trata-se da UNIFICAÇAO DE PE NAS e o CÕdigo Penal


Militar obriga o Julgador, na concorrência de vã rios crimes,
ã unificação das pen as, porqu e entende, taxativamente, que o
mã x i mo de um a c o n de nação s õ pode s e r de TRI 1H A ANOS .

Diz o artigo 79 :

"Qu a ndo o agente, medi ante uma so


ou mais de uma ação ou omissão
pratica doi s ou mais cri mes idên -
ticos ou não, as penas privativa s
de 1 i b e r d a d e OEVEt~ s e r un i f i c a d as 11 •

E o artigo co nti nua estudando det al he s que não interessam no J


mo mento.

A finalidade des se artigo, na s ua parte pri-


meira, aci ma mencionada, e de que a unifi cação não fica a cr i
(()

~
E SCRITÓRIO DE ADVOCACIA
AUGUS TO SÜSSEKIND DE MORAESHEGO
AV. ALMIRANTE BARROSO 90-12•ANDAR SALAS 1214/16
TELS. 252-:09 13·222-4 8 12·242-9954
R I O DE J A N E I R O - 8 RA S I L

~êrio do Julgador, porque, então, o legislador usaria a


expressão correspondente ã condicional : poderiam, faculta-
vam, enfim, uma expressão que des se amplitude da a pli ca bil l
dade ou não desse dispositivo.

No cas o do artigo, na parte cit ada, o legi~


lador determina taxativamente ao Julgador que DEVE unificar
as penas, quer dizer, impõe a obrig at oriedade de ssa unifica
çao.

E a razao desse pen sa me nto está amplamente•


aonsubstanciado no artigo 81, em que, no caput , o legisla -
dor determina, obrigatõriamente, que o mãximo da pena sõ
pode ir ati TRI NTA ANOS, nos c rime s de reclu são e de quin ze
nos de detenção, enquanto que no § lQ já dá ao Julgador um
arb1trio no sentido de poder ou não diminuir a pena unifi ca - I
da de um sexto a um quarto.

Quer dizer, data venia, a unifi cação e a ~~


aplicação do mãximo da pena ati trinta anos, são imperativo s j
taxativos da lei, eoquanto que a redução ou diminuição de f
um sexto a um quarto, fica a critério do Julgador, faculta- /
tivamente.

Face ã clare za meridiana dos textos legais,


artigos 79 e 81, a defesa do ora Apelante, entende, com o
máximo respeito e com todo o acat amento, a admitir - se per -
feita e inalterável a decisão apel ada, dever á, no entanto,
ser acres cida e, portanto, reformada, para a unificação das
penas e essa sõ poderá ir ao máximo de trinta ano s , ficando
ainda esse Excelso Pretõrio, na forma do § lQ do cita do ar-
tigo 81, com o direito de optar, se assim entender, pela
diminuição dessa pena unificada de um sexto a um quarto,de~
tro do princ1pio que está patente no processo de que houve
uma unidade de ação ou um crime continuado, tudo de acôrdo
com a premissa aceita, para discutir, de que a respeitável
sentença apelada esteja absolutamente certa, ã exceção da
unificação da pena.

Por todos esses motivos, o Apelante espera


que, no caso desse Excelso Pretõrio entender não aceitar as
demais teses levantadas neste apelo, seja reformada a res -
peitável sentença apelada, para decretar a unificação das •
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AUGUSTO SÜSSEKIND DE MORAES HEGO
AV. ALMIRANTE BARROSO 90-122ANDAR SALAS 12\4/\6
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R I O O E J A N E I RO - 8 RA SI L

na forma do artigo 81, que essa unificação nao ul -


trapasse de trinta anos e, de acôrdo com o § 19 do me s mo ar-
tigo, em se tratando de unidade de açao ou crime continuado,
que o Excelso Pretõrio reduza esta pena de trinta anos de
um sexto a um quarto, dentro dos princípio s adotados pelo
atual CÕdigo Penal Militar.

II

CRIME CONTINUADO

De qualquer maneira que esse Excelso Pretõrio •


considere o fato descrito na denúncia, e evidente, admitind~
se para discutir como verdadeira a acusação, que não se tra -
tariam de crimes autônomos e diferente s e s im de um todo,com
U~d finalidade única e, portanto, teriamos a figura do cri me
continuado.

A leitura des sa denúncia, bem como da respeitá-


vel sentença a pelada, positiva que toda a ação atribuída ao
Apelante e, admitindo-se para di sc utir fosse verdadeira, te-
ria então um carãter de fato único, com um a finalidade tam-
bem única, modalidades essas que caracteriza m a figura do
crime continuado e, assim, de acôrdo co m as di s po s içõe s co n-
tidas no artigo 80 do Cõdigo Penal Militar, a prãtica de
dois ou mais crimes, da me s ma especie, pela s condições de
tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes ,devem
os subsequentes ser considerados como continuação do c rime.

Assim sendo, permis sa maxima venia, de qualquer


modo que o Excelso Pretõrio entenda a respon sabi lidade do
Apelante, no caso dos autos, evidentemente, terã que aplicar
a regra relativa ao crime continuado, poi s que, a admitir-se
a responsabilidade do mesmo Apelante e de acôrdo co m as pe -
ças citadas, teriamos a figura de ssa modalidade que gera ap~
nações diferentes, tudo de acôrdo com as regras do s artigos
acima citados, sobretudo, o mencionado artigo 80.

Esse ponto o Apelante es pera que seja re con he c i ..


do pelo Excelso Pretõrio, qualquer que seja a interpretação
quanto ã sua alegada responsabilidade, caso entendam os Digno s
Julgadores, ser ele responsãvel.
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AV. AL MI RANTE SARRO S O 9 0-1 2•ANDAR S A L A S 12 14 / 16
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R IO DE JANE I RO-BRASI L

III

CRI ME CULPOSO PEL AS MORTES E NAO DOLOSO

A admitir- s e como verdadeira a a cusaçao de que


o Apel ante participou das al e gada s torturas e de que s ua
ação tivesse, de qualquer maneira, concorrido para as mortes
dos soldados, e evidente, co mo s e pas s ar á a demonstrar, de
que em tal caso, não se poderia ad mitir a aceitação do crime
dolo so e s im, nesse ponto, do crime culposo.

O Apel ante discutiu no processo a te s e acima re


ferida, fato que gerou a aceitação por parte de um dos digno s
membros do Colendo Conselho Especial de Ju s tiça da 2a. Audi -
toria do Exercito, o ilustre Coronel AUGUSTO CES AR DA FO NSE -
CP LESSA, que vasou o seu voto ven c ido nos seguinte s têrmo s :
11
Na preliminar de sessao de jul-
gamento dei o meu voto no senti-
do de de sc lassificar o crime de
morte imputado ao s r é us , de dolo
so para culpo s o, por julgar que,
não ob s tante a barbaridade das
cen as de espancamento no s inter -
rogat õ rios, a int e nção de matar
não ficou po s itivada, nem se me
afigurou de intere ss e dos reu s ,
sob qualqu e r do s as pecto s con s-
tantes do s auto s . Quant o a have
rem ass umido o ri sco , me par ec eu
que s tão s util, intima de can s ei -
-encia de cada reu, e difícil de
pre s crutar pa ra cada um ou para
todo s . o simpl es fato da s pri -
4
meira s morte s terem gerado um
certo pâ nico, como con s ta do s au
to s , corrobora meu julgamen t o 11

A que s tão, aqui, DIGNOS JULGADOR ES, e de que a ..


prõpria Procuradoria reconhe ceu, como não poderia deixar de
fazê-lo, e a prõpria decisão re corrida men ciona, de que os
réus não queriam a morte de ningu ém, fato ess e comprovado p~
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~. necessidade de tratamento pedido por varias ve zes


eles próprios para as vítima s .
por

O que a respeitável se ntença proclamou, de acôr


do com a própria Acusação, é de que os réu s teriam assumido
o risco pela maneira como batiam, ou pe rmitiam que batessem
nas suas vítimas. Entenderam, a re s peitá vel se ntença apela-
da e a Procuradoria, de que essas morte s deveriam ser previ ~
tas e que os réus assumiram o risco pelo mal que fizeram.

Cab e , neste ponto, uma parte di sc utid a pela no-


bre Procuradoria e que estã comprovada pelo s exames cadavéri
cos. Em uma demonstração de cultura o nobre Procurador que
fez a acusação, salientou que essas morte s, em sua maioria ,
foram em razão de s índrome de es mag ament o e, po s itivando a
sua cultura e os seus conhecimentos especializado s , o ilu s -
tr~ órgão do Minist é rio P~bli c o esclareceu, o que a li ãs e
verdade, que a síndrome de esmagamento, co nhecida no mundo
moderno a partir do final da ~ltim a grande guerra mundi al, é
a resultante das pancada s seguidas dada s em par tes aparente-
mente sem grande risco, ma s que, pela continuidade, provocam
um trauma que leva o paciente a uma parali zaçã o dos rins e,
como consequência, as vítima s vêe m a falecer porque nao exp~
lem mais as urinas, estando as s uas be c higa s totalmente se-
cas, fato este comprovado no proc esso.

A magnífica lição da Procuradoria ve m trazer o


elemento perfeito e indiscutível da tese da defe sa , isto é ,
de que os réus não poderiam prev e r esse final e, portanto,não
assumiram o risco.

Mais ainda, DIG NOS JULGADORES, admitindo-se co-


mo valida toda a acusação e, portanto, a pala vra de toda s as
testemunhas do proce sso , verificar-se- a que enfermeiros pre ~
tavam, muito antes do s óbitos, socor ros aos es panc ados , por
solicitação dos próprio s espancadores, fato esse de tal na t~
reza que gerou a determinação do próprio Colendo Conselho E~
pecial, qu e determinou a extração de peças para o proces sa -
menta do Oficial Medico que se omitiu e não prestou a assis -
tência devida ãs vítima s e nem tomou outra s medid as da s ua
obrigação.
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AUGUSTO SÜSSEKIND DE MORAES REGO
AV. ALMIRANTE BARROSO 90-12•AN DAR SA L AS 1214/16
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RIO DE J ANEIRO-BRAS IL

Verifica-se, assim, que os reu s fora m surpree ndi


dos por mortes que não poderiam aquilatar que ocorresse m, co -
mo bem salientou a prõpria Procuradoria, uma ve z que se trat~
va de um fato recentemente descoberto e que não ser ia do do -
nhe ci mento publico, acrescido ainda de que os reus esta vam
sempre interrogando os so ldado s , ma s ess es tinham uma assis -
t~ n cia m ~dica. Poderia ser insuficient e, ma s no crit~rio de!
ses reus, essa assist~ n c ia garantia a vida do s espancados.

Mais ainda, DIG NOS JULGADORES, tanto ~ verdadei -


ra a tese da defesa que toda s as teste munh as ouvidas, saleie n
tara m que as pr i meiras morte s geraram pâ nico entre os acusa -
do s, fato i nd iscutfvel de que e les não previam o efeito le -
tal. Se o previssem, ja mais poderiam entrar em pâ nico, eis
que a surpr~sa, para êles, foi o e vento morte, absolutamente
in experado.

Diz o artigo 33 do CÕdigo Penal Militar


11
Diz- se o crime :
I - doloso, quando o agente quiz
o resultado ou assumiu o ri s
co de produzi-lo;
II - CULPOSO, quando o agente,del
xando de empregar a cautela,
atenção ou dilig ê ncia ordin~
ria, ou especial, a que esta
va obrigado em face da s ci r -
cunstâncias NAO PREV[ O RE-
SULTADO QU E PODIA PREVER ou,
PREVE NDO-O, SUPOE LEVIA NAMEN
TE QU E NAO SE REALIZARIA ou
que poderia evitã-lo 11 •

Ora, DIGNO S JULGADORES, admitindo -s e co mo verda


deira tôda a acusação, se os r ~us ignoravam o que era si ndr!
me de esmagamento, con hecimeto aliãs que atinge pouquf ssi mas
pessoas, e se haviam tomado as provid~ncia s para que esses
espancamentos fosse m cercados de garantias de trata mento m ~­
dico, para evitar finalidades trãgicas, ~evide nt e, como diz
o voto vencido, que se riam bãrbaros, ma s a figura penal do '
cri me doloso deixa de existir, porque o agente não podia pr~
E S CRIT ÓRIO DE .ADVOCA CIA
AUGUST O SÜSSE KIND DE M ORAE SHEGO
AV. A L M IRAN TE BARROSO 90·12!ANOAR SA L A S 1214/16
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RI O D E ..JANEI RO -BR ASI L


prever o resultado letal, ou, prevendo,-o, co mo diz a lei,su-
punha levianame nte qu e ele não se realizaria ou que pode ri a
evitã-lo com a presença do medico.

Os textos leg a i s são claros e pre cisos e, evide~


temente, nao e po ssível, como mui to bem disse o brilh ant e vo -
to vendido, ao Julgador, entrar na qu estão sutil da co nsciên -
c i a de cada r éu , par a ad mitir que esse réu poderia prever o
re s ultado .

Com todo o respeito e com toda a serenidade , a


admitir-se, co mo fez a re spe it ãvel sentença apelada, o cri me
doloso, e julgar por impressão pessoal e não por elemento po -
s itivo.

Aqui, DIG NOS JULGADORES, hã necessidade de um r~


paro mui to especial. Um a das questões mais serias no j ul ga -
mf to e a frieza do Julgador, qu e não traduz uma falta de se~
timento s , mas sim uma sere nida de perfeita, para que ele nunca
po ssa errar, dentro daquele velho prin cí pi o que ve m desde os
latinos do~ dubio pro reo, consa gr ado por VON HERI NG naqee -
la frase lapid ar : de qu e ma i s va l e absolver ce m cri min oso s
do que co ndenar um inocente. Proce s sos desta natureza levam
ao Julg ador, pe la repercu ssão do s fatos e pela gravidade das
ações, muitas ve zes , a toldar essa sere nidade e e ntão o me s mo
de cide, honesta men te, mas levado pelo coração, levado pela
vontad e de reparação e , e ntão, a decisão abandona a proverbial
serenidade e vem pelo impacto do se nti mento.

Da ta ve ni a, esse foi o gra nd e mal des s a se nt e nça .


A ma ioria do Col endo Co nsel ho Especial de Justiça sofre u o i~
pa cto da s dec l a r ações das testemunhas, sõ vi a na s ua frente
a viol ência do s es pan ca men tos no Qu artel e, por isso, concessa
venia, abandonou o texto claro e positivo da lei para, por
ilação, por uma impressão absolutamente pessoal, t r ansfor ma -
rem o crime essencialmente c ulpo so em um cri me doloso. Lamen
tãvel foi o result ado, dol orosas foram as co nsequê nci as, mas
a Justiç a , permi ssa maxi ma venia, deverã manter aquele equill
brio de hoje co mo de amanh ã, qu e serã se mpre o apa nãgio e a
garantia da bo a Justiça.

o
nQ l i do artigo 33 e taxativo, de mod o verda -
deiramen te impressionante : so e doloso o cri me quando o
ag e nte poderia prever o re su l ta do e, alem do mai s , mes mo pr e -
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RIO DE .JA NE I R O-BRASIL

prevendo-o, nao poderia supor, levianamente, que o mesmo se


realiza sse, ou que poderia evitã-lo. As disposiçõe s trans -
critas demonstram ã saciedade o c uidado do legislador para
afastar a responsabilidade mai s grave na duvida quanto ao
ato do agente.

Por todos esses motivo s, a ad mi tir - se a respon-


sabilidade do Apelante, mo concernente ãs mortes, de modo in
discutível e fora das paixões e da s dores, o que existe e
um crime culposo e nunca a figura do cri me doloso, uma vez
que ele não assumiu qualquer ri sco.

Data venia, assumiria o risco se atirasse co m


uma arma, se usasse uma faca e com ela ferisse uma da s suas
vmtimas, enfim, ato que jamais poderia trazer ao espírito do
Julgador aquele m1nimo de duvida, quanto ã previsibilidade 1

ou nao.

Por essas razoes, e aguardando os doutos su pl e-


men tos dessa magnífica Casa de Justiça, o Apelante espera
que, a admitir-se a sua responsabilidade, no que di z respei -
to aos crimes de morte imputados, sejam eles considerados co
mo crimes culposos e nunca como dolo s os.

IV

I NI MPUTABILIDADE DO ACU SADO

O laudo apresentado pelos M ~dicos do Ex~rcito ,


em 18 de setembro de 1972, afirma, no tópico qu e determina 1

como DIAGNasrrco, o seguinte


11
301.7- Personalidade psicopã -
tica anti-social 11

e dã no tópico que determina como pare cer o seguinte esclare


cimento
11
l ncap az de f initivamente para
o serv iço do Ex~rcito. Pode P!O
ver os meio s de su bsi stência.
fJ ã o ~ a 1 i e nado 11 •
-------·---
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RIO DE uANO:IRO-BRASlL

Ante s, o laudo faz um longo exame da per so n al id~


de do Apelante, finalizando, no tõpico que determina co mo EXA
ME PSIQUICO, afirmando o seguinte :

Suas respostas de notam coerê ncia e


11

rev e lam se r po ss uidor de nívem inte


lectual normal. Seus nexos afetivos
acham-se alterados em relação ã am-
biência social, pela indiferença afe
tiva com que tratava e comentou so-
bre as s ua s vítima s, a pare nt an do frie
za em relação ao sofri mento alheio.
Du rante a entrevista nao demonstrou
nenhuma a lteraç ão de s ua emo ti vidad e,
par ecendo que era um simples relator
de um fato. Na enfermaria perman e-
ce isolado, ma s se m apresentar dis -
turbios de conduta, nao se preocupa~
do, aparentemente e ao contrãrio do s
demai s doentes, sobre a solução de
seu caso. No exame psicológico a
que se s ubm eteu por ocasião do in -
gr esso na AMAN, so li citado por no s,
chamou-nos atenção a acentuada agre~
si vidade, o que no s faz pensar em s e
tratar de paciente poten cial me nte p~
rigoso 11 •

Verificarão assim V. Exas., DIG NOS JULBADORES


que tõdas as descrições contidas ne ste laudo tradu ze m, co mo
ele prõprio recon hece, tratar-se de uma · personalidade p s icop~
tica e, no entanto, apesar di sso, em uma simplicida de impres-
sionante, finaliza por concluir que o me s mo e responsãvel pe -
nalmente.

A defesa, no julgamen to oral, examinou essa que ~


tão, salientando que o doente mental , como o prõprio laudo r~
conhece, pod e ter o mais perfei to nexo de concordâ ncia co m o
mun do exterior, de screver todos os fatos com a maior clareza,
assim como s er lúcido e inteligente. A inimputabilidade re -
sulta da doença que, apesar do agente ter a noção do bem e do
mal, corta a sua vontade, obrigando-o ao ca minho daquilo que
ele sabe ser errado.
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AUGUSTO SÜSSEKIND DE MOHAESHEGO
AV. ALM IRANTE BARROSO 90·12! ANOAR SALAS 1214/16
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RIO DE .JA NEIRO-BRASIL

(~ Citou, então, a de fesa do Ap elante a questão co-


nhe cidíssi ma dos necrõfilo s que, muito embora reconheçam o
mal que praticam, não conseguem vencer a força imperiosa que
domina o seu sentimento e a sua vontade e vão se mpr e ã práti -
ca daquilo que depoi s os hor roriza. De tal modo a força do
mal e violenta, que o suicí di o dos ne c rÕfilos e quase que ro-
tineira, levados pela impossibilidade de evitare m o cri me e
pelo arrependimento e nôjo do ato que praticaram.

~~ o
c a s o do s n e c r õ f i 1 os a f o r ç a d o ma l e tão v i o -
lenta que o agente te m nôjo do ato que praticou, mas por essa
força estranha que domina a sua vontade, eles praticam o ato.

No caso em tela, o Apelante, pela descrição minu


ciosa do laudo e pelas suas premissas, apresenta uma persona-
lidade psicopãtica, que não se coaduna com a conclusão final
de que o Apel ante e um indivíduo normal e como tal penalmen te
responsável. Ou êle e inimputável ou te m a s ua respon sa bil l
dade atenuada.

Entretanto, o Colendo Conselho Especial de Justl


ça aceitou o laudo pela sua conclusão final, dentro do ponto
de vista de que o que interessa e a co nclusão e não os dem ais
pontos de apreciação do laudo.

Discordando, data venia, de sse ponto de vista, a


defesa procurou um medico especializado que pudesse dar luz
perfeita ã questão e, omitindo os nomes de pessoas figurantes
no laudo, entregou o mes mo ao conhecido psiquiatra afeito a
laudos e estudos especializados, Capitão - de- Mar - e-Guerra Medl
co Dr. ALBINO SARTORI JU NIB R, o qu a l enviou ao advogado s ign~
tãrio desta a inclusa carta, em que afir ma o seguinte

Em atenção ã solici tação de V. Sa.


11

cumpre-me informar apõs leitura do


Proce sso, que as primis sas do laudo es
tão em contradiç ã o com as conclusões.
(Anãli se do ps icopata e do ini mputável,
demonstrando que há relação entre am-
bos, ou seja, que o psicopata ou e ..
ini mpu tável ou tem atenuada a respon s~
bilidade do agente incriminado).
Concluimos, no entanto, como Medico
especializado que, sõ podemos emitir
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AUGUSTO SÜSSEKIND DE MORAESHEGO
AV: ALMIRANTE BARROSO 90-122AN DAR SALAS 1214 /1 6
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uma opinião {laudo etc.), conclusiva


apõs exame direto do paciente.
Face as co ntradições do laudo an~
xo, somente o exame direto do pacie~
te possibilitará, uma co nclusão ".

Verifica - se, assim, que o Dr. SARTORI não adml


tiu a hipõtese de um psicopata ter plena responsabilidade '
nos seus atos. No entanto, não qui z emitir uma opinião s~
bre a per sona lidade do Apelante, por entender, mui judicio -
samente, que como médico especializado, sõ poderia concluir
apos um exame direto na pe ssoa do agente.

Pelas afirmações de ssa carta é indiscutível que


o laudo do proce ss o estã falho, uma vez que as premis sas tr~
duzem uma personalidade psico pática, que poder ã ser total ou
parcial, ma s nun ca demonstrariam que o agente f6sse um indi -
vr~uo perfeitamente re s pon sá ve l , s ujei t o, por ém, ao e xame
direto, para que a duvida não pud esse pairar.

Face ao exposto, perm issa maxima venia, entende


a defesa haver nece ssi dade de novo laudo, nomeando- se peri -
tos de alto gabarito ou de si gnando uma entidade especializa -
da para es sa perícia, a fim de que o Excelso Pretõrio pud es-
se decidir, nes se ponto, com plena e total certeza.

Se, no entanto, no s eu alto saber, os Digno s Jul


gadores dec idirem da desneces s idade des sa medida, pelos têr -
mos iniciai s do laudo e pela per so nalidade ali de scrita, de-
verão, concessa venia, considerar o ora Apelan t e como inimp~
tãvel e, portanto, isento de apen ação , aplicando - se ou não a
medida de se gurança, tudo dentro do mel hor entendimento do s
Cultos Julgadores.

AUS r NCIA DE PROVA VALIDA PARA UMA CONDE NAÇAO

O Excelso Pret õrio vai apreciar e julgar um do s


casos mais discutidos e certa men te de maior gravid ade em t6-
da a sua histõria. t o f ruto de uma é po ca e é o fr uto de
idéias . Na fase congestionada, ator do ante da é po ca atual ,
o homem nao sa be onde estã a verdade e, então, estã perman e~
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AUG USTO SÜSSERIND DE MORAES HEGO
AV. ALM I RANTE BARROSO 9 0-1 22ANDAR S ALAS 12 14 / 16
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R IO DE .J ANE I R O -BRA S IL

(S}
permanentemente em estado de vigília e de guerra. O pavor o
domina e, acicatado por esse pavor, ele vai para a violência,
a violência gera novas violências e, depois, o clima normal
continua da pavor e violência, de temor e brutalidade e quan -
do chega a uma fase jã ninguém pode dizer quem não tem pavor
ou que m nao tem a razão.

Por isso é que essa defesa di ss e e o repete : V.


Exas., DIG NOS JULGADOR ES, não e s tão julgando um ca s o, estão
julgando uma época. Em ra zão das violên c ias havidas por par -
te de elementos que pretendiam de rrubar a ordem donstituída ,
forçaram que os agentes de s egurança t ambém f oss em obrigado s
a agir da mesma maneira, em ato de legí t ima defesa. Depois,
transformou-se tudo em uma verdadeir a guerra, de tal ordem
que as no s sas lei s , vieram colocando-a co mo exis t ente, usando
ate a expressao guerra revolucionãria, levando com que subver
sivos e agentes fossem obrigados a se degladiarem como inimi -
go~ em guerra real.

Essa defesa nao estã f azendo crítica, estã ape -


nas relatando os fatos, porque eles são reai s e do conhecimen
to de todos. Todos os dias os jornai s relat am ess es ac onte -
cimentos, demonstrativos de que quando a lei criou a palavra
guerra revolucionãria é porque ela existia no País e, portan -
to, os homens da lei, tinh a m a nece ss id ade de agir e m como se
estivessem em uma guerra contra um País e s trangeiro . Criou -
se, então, o clima da neces s idade da defesa e os réu s , notad ~
mente o Capitão ora Apelante, jovem, patriota enraizado, sen -
tiu que teria que tomar uma posição nesta guerra e, daí, t ôda
a sua atitude , em que não vi s ava ferir ou prejudicar ninguém,
mas sim defender as instituiçõe s e o seu País. Ele estava na
guerra, nessa guerra reconhe cida pela lei e pa s sou a agir im -
bu{do desse espírito, dessa necessidade de lutar para sobrevi
ver e para defender as instituições e o regime .

A prova eviden t e de tudo isso e de que no Quar -


tel, em que se desenrolaram os fatos, toda a oficialidade es-
tava ao par de tudo e havia um local próprio, com aparelhamen
to também próprio, para se apurar fatos de suma gravidade, c~
mo era a questão dos tóxicos, forma antiga de abater o ânimo 4

de qualquer povo. Aliãs, os pronunciamentos do Governo nesse


sentido sempre foram claros, pela necessidade de se combater
os tóxicos, que vinham como uma arma para enfraquecerem are -
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AUGUS T O SÜS SEKIND D E MORAESP~ G O
AV. ALMIRA NTE B A RROSO 90· 12•AN D AR SA L AS 12 14/16
T E L S . 252 - 091 3 •222· 4 8 12 • 2 42 · 995 4
~ - R IO DE .JA N E IRO- BR A SIL

~ s 1 ste n cia interna do País, atingindo grandes massas e ate


as Forças Armada s, co mo o caso do s autos, para que, apõs, na
socapa, pudesse o inimigo se i nfil trar e dominar a situação.

A defesa pede venia para recordar o que se pa s -


sou e o que se passa no maio r pa ís demogrãfico do mund o, que
e a China, em que dur ante anos e anos viveu total mente subj~
gada, porque o povo estava, perman e ntemente, tomado pelos tõ
xi cos que as grandes nações infiltravam, para poderem se lo-
cupletarem com vantagens as mais absurda s . Co m o advento da
revolução maoista e a to mada do poder, a primeira solução d~s
se governo, foi aca bar co m o vício de qualquer maneira e,ate
hoje, nas grandes conce ntrações de populações nas cidades chl
nesas, tanto os viciados de tõxicos, como aqueles que vendem
o maldito produto, tê m uma sõ pena, que a justiçada em praça
p~bli ca : o de~olamento.

Então, o que se ve, no maior país do mundo em 1


popul ação, par a poder man ter a luta contra o vício, sõ existe
um a puniç ão, tanto para o vendedor co mo para o vi c iado, que e
a mort e e essa e produ zi da em p~b lico, para que toda a popul~
ção sinta o impacto e tenha medo de ser apan hado, também, em
estado capaz de sofrer a pena capital.

No caso dos autos, o Ap elante estava dentro da


sistemãtica usual e i mbu ído da necessidade e da grandeza do
seu tra balh o, pois que lutava por sua Pãtria e na defe s a das
instituições que entendia serem perfeitas. Chamado para pro -
ceder, por determinação dos seus chefes, ã apur~ção de atos •
de s uma gravidade, que era a questão dos tõxicos, foi lhe da -
do pelo co mando, no pr õprio Quartel, um local para ess as apu -
rações e mais ainda, com aparelhos para produzir choques e ou
tros meios de conseguir uma apuração total.

tevidente que os fatos de s critos pelas te s temu -


nhas, bem como pelas vitimas, qua s e todo s ligado s ao vic io e
possivelmente ã subversão, trouxeram um colorido diferente do
verdadeiro, transformando o que existe em uma total comprova-
ção de bãrbaros crimes.

A defesa não tem elementos para demonstrar a de s ...


continuidade dessa prova, mas a l Õgica comprova que ess es
elementos, quer dizer essas testemunhas e essas vitima s , lan -
çaram uma ofensiva estudada envolvendo todos os reu s , numa von
EscRITÓRIO DE .ADvocACIA
AUGUSTO SÜSSEKIND DE MORAES REGO
AV. ALMIRANTE BARROS O 90-12•ANDAR S ALAS 1214 /16
T EL S. 252-0913·222-4812·242-99 54
RIO DE JA N E I RO-BRA S IL

vontade, e por nao dizer preparada, para que os reus sofres -


sem uma pena cujo impacto devia estarrecer, co mo estarreceu,
o País.

O Apelante não foi o autor dessas agr ess oes,mas


nao tem elementos para poder tra zer ao julgamento, ã exceção
da boa lÕgica e do bom sentido.

O princípio de direi to é de que o ônus da prova


cabe a quem alega e de sde a velha Roma que o princípio é de
que cabe ã Acusação co mprovar o qu e assevera e a defesa ape -
nas tem que trazer a duvid a e não co mprovar a inocência do
seu constituinte. A prova do s auto s tradu z uma preparação ,
elementos foram industriado s para qu e se positivasse que to-
dos os acusados e, notadamente, o Apelante, tivesse m passado
todo o mes descrito na denun cia vivendo exclusivamente espa~
cando, num delírio de drãculas .

DIGNOS JULGADORES, e preciso, data venia, de


que a serenidade e a calma possam dar a este processo o ver -
dadeiro caminho da verdade e como consequê ncia a absolvição
do Apelante, pois que o mesmo agiu por ordem, dentro daquilo
que haviam criado na sua consciência e que essa ba r baridade
que as testemunhas relatam não refletem a verdade e mais não
- do que elementos preparados para impressionar os Julgad~
sao
res e lançar na opinião a figura do Exército Brasileiro como
uma reunião de faciooras, cuja unica finalidade é fazer o
mal matando, ferindo ou espancando.

VI

SfNTESE DO APÊ LO

A prova dos autos nao trãz aquela certeza que


poderia autorizar a condenação do ora Apelante em qualquer
dos fatos descritos na denuncia .

Conforme comprova o parecer do ilustre Capitão


...
de ~lar e Guerra f1édico Dr. ALBINO SARTORI JUNIOR o laudo ap.!:_e
sentado é inaceitável, porque retrata a figura de um psicop~ ..
ta e, no entanto, conflita essa tese com a conclusão final,
em que considera o Apelante como um indivíduo normal. Opa-
recer ora apresentado demonstra esse ponto e como o ilustre
EscRITÓRIO DE .ADvocACIA
AUGUSTO SÜSSEKIND DE MORAESHEGO
AV. A LMIR A NTE BARROSO 90- 122ANDAR S A L AS 1214/16
TELS. 252-09 13·222-48 12·242-9954
R I O DE .JA NE I RO-BRAS I L

Mid ico nao examinou o Apel a nte, entende que so um exame pod ~
rã constatar se o me s mo i inimputãvel ou não, mas que, evi -
dentemente, as premissas do laudo estão em fr anca contra di -
çao com a conclusão final.

Ora, DIGNOS JULGADOR ES, a ini mp utabilidade do


Apelante decorre das afirmativas do laudo em debate, que afl r
ma ser o Apelan te um psicopata e, portan to, não pode res pon -
der, nos têrmos legais, como um indivíduo comum. Essa ini m-
putabilidade só poderã ser a purada convenientemente co m um
novo laudo e o Excelso Pret ório certamente irã exigir um no -
vo exame midi co, para de terminar a responsabili dade ou não '
do Apelant e.

Admi tin do -se a respon sa bilidade do Ap elante e


positivada a su~ ação criminosa, que ê contestada, então se
trataria de cri me culposo, quanto ãs mo rtes, e continuado,e~
cl fdos os crimes dos artigos 264 e 352 do Código Penal Mili
tar, por não terem aplicação no caso vertente.

De qu alquer modo, porêm, que se possa examinar


o presen te proces so e mesmo que, data venia, por entendimen -
to que a defesa não julga ca bível, considere o Excel so Pretó
rio perfeita tôda a res peitãvel s entença apelada, face aos
têrmos imperiosos da lei, determinada nos artigos 79 e 81 do
Código Penal ~ili tar, deverã dar provimento a este apelo e
determinar a unificação das pena s, para condenar, então, o
Apelante, no mãx i mo, ã pena de trintaanos e essa pena unifi - \
cada reduzida de um quarto a um sexto, na forma do § 19 do '
a r ti g o 81 do Có di g o Penal i1 i l i ta r.

Assi m o fazendo, este Excel s o Pretório,ma is uma


vez, comprovará a s ua grande za moral, decidindo de acôrdo com
a lei, em obediência ao direito expresso e, por isso, fazen-
do, como sempre, a costumeira e esperada JUSTIÇA, dando pro -
vimento ao apêlo.

I T A S P E R A T U R


tiu de Janeiro, ~ - de maio 73

JUSTICA MILITAR c_ ~ ~ ~~
rupi!~ AVGUSTU' suss~ NO
1.• CIR.J '"":!. , .'l D ~OR
-.:. -. . , . .,.
. v=~=~~}t1l] Ad v . Insc. nQ .
MINISTli:RIO DA MARINHA

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:;-elo
~·sn . ::.:ss sob s1-~a supe:rvisao .
Icfo:;:'ül2 ç_t.e 0 Sd foi detido ]O~ ªle f~rente as ~e~tes

.:o r2.ara) ' .!.'L~C €2teva r::.~êso . o Sd


vul
-
conar: 'a:Jte ~oi e·r:..sr->r1o . __lér: disso , dois tenertes ests r iau e~volvi
dos t::n::1béo e, e ......, t~c... o ' -""
J..
c i- ·""
-
o.,,...,~ ;:) a e~~i~~ ~e=er i. d? acira .
':>
- .._c;.: 1...\o

o deteroinou que fôsse fe i ta sin di cância;


02 so~dsdos c.,enunciados m: s:.:s _""~ei t()s dever:..ar.;. ser prêsos i~1de::_Je'"ldentes
o::.· deu e s·'-· ·J s tid 03 a :_r;ter··o_:::'='to~i , os . Essg s p:."'isoe s na o ser:..at.! :?Ubli - -
c-ecJes cu: Bolet:....,, tendo er.. v:..sta s_'J.e a ·ü~dicâ~:Jcia

~uan~o
. .
lSS" " 1
e~e , o e o , con a a~u~a ~e civis,
..
Contim;.pr:co do B:::~:::e (e S_ n~_dade I:ental , r;>rocecEda em
Capitão 'Q =~é~citc. -

(;- .,.-:-0-"'('""
. ..r.. ..i.. .... c;: OU
-
0
.....
O S.r:r'-
u l.: co·,tr,-,leva u·;.a u- Ôc3 de Frr:o" m1n:;: favala ao l_s
d0 oo qu~rtel) . 2ª de ~;0s-::e elas c or: fi ssoe s, seria aberto I B : regular-
~.ntarnente e indicados todos os envolvidos .

~n fins de dezeEbro de 1971 o Soldado


foi o ~!rirJ.eiro
a ser ouvido e decunciou outros que por sua vez fizeram outras denúnc ias.
Diz q_ue comparecia ao local dos interrogatórios por 30 ou 40 minutos d~
ranJ~e o dia, e ç_t~e assist i u a el[;.l.1ns i nterrogatór ios, nas zeralneote /
.
(luan d o c!1ecava l a' as aec-. 1_eras-oes
... ·'
Ja es t ·ava"'l s e ndo b2 t idas a Daquu
, . 1a e
• Os envolvidos era~ in-
q_uir:.d ;)S no ~ :\rg_ui v c.-,, qt~e na rea :.iélsde era o xadrez de :_;rê sos polí ticos,
e a:;:ós a inç_t~i::oição erar2 =:.evacos ao :::ad:..~ez do Corpo da Guarda, =.ica ndo
sob a responsabilidede do oficia l de dia.
Em 11 de janeiro de 1972 foraa 1)rêsos oais três sol dados. Em
12 de janeiro de 1972, foram interrogados e êle ~1resenciou o interroga-
tório. Diz q_ue os soldados ao sel~em interrogados 'Japan~1avam", não forn~
cendo detalbes sôbre isso. ~ tBrde elo oesr::o dia, o Ten o procu l~ou
d_, 'pndo q_t:e soldç;do ( urr. dos três 'C:le:Jcio~ados acima) est8va ma
chucado na cebeça. Constat:ou o f-:- to e c:1amou o enfermeiro ~1ara faze :_"' C,..._
r~tivo. De~ois :~e cocunicavao que mais um soldado estava yassando ·oal
( o Sd ) : n estavc cw. estc:do de cona, -=J.eio des:.:'alec i do" . Saiu e
foi :fcocul~al. . o der.tist2, ::-·or.-_l-s ê:;-ce -'.:'in'1a conzul-tório eu :Ba~~ra 1-ansa e
o r=édico talvez estivesse em :Volta ~edonda. Falou coo êle e voltou para
j~ tin~a faleciao e
r.....:.~e o Sd estava ew estado a:'arentener~te bom. O Sà ti-
'
~111a
-'='
_._e_ , • .,
CC.t.QO ·caL b EC
I , ( O T en

r 'J). C dentista e:ra:l:i n01.1 o Sc1 e v1u • ,... -.


qt~e e~e e s _,0ava '+...uOt:', 1Je:.:. c_s
...
C!O O '"'1 • :0:;-3ao, reso2.ven.1m :::'slsr cor..' o
J.:e:e:.."'clnt.., .1~ :·reseo:·:: do Car .
do Cel. S~d- - no c2rr-o do '::en ' .-.r>nrt--,a"'~'P."~
'-"- .... ___ uv f ~'"'+t:J
1
..; :> ........ , :~-,~QC'lr·-"'("0
.:-
- ~ c:, d (.. .. c:.::u. o
e dere= ci~~cie p ~:e ?o oco~~i~o. O disse q~c o jeito e r-e
sumir co~~ ns cn:~;-os, ~~c .rr2_:.~e se:"i2 una ver.;;cn~~a
tevs-r.1 mol~tos -::-_e3..J.os". "h~2~1io :::'a laveu com o
, o ex- Cb
es
-
( q_t.:e crc ir.!::'o:.--ocn::~e) ~"::u"ou 80 lado dêles, de cerro, :~o i s queri a fe.lar
com c. Ca11 . , sendo testent~nha elo encontro (na noite de 12 de j a -
nei: •a-y. O cet: orCl e o ~)are que os corpos fic1 sser.1 i:.. .::e conhe
f'!í~.reis, e q_ue O!:-' solf:dcs ::::rêsos ::ôssem bospitalizados no Clia se~).ünte:
di2 se~uinte o Cey. ree:::ar;;.inou os outros e disse c.;,ue estavc:r:.1 ben,
r.1as se:.":.a nel'~ol. . c'1aC:E;r' o r.écJ i co . ~ste os e:::ec.ioou e disse c.:.t~e o Sd
estava beo e Qpe o se rü: inter nado no B:C:Sx - "sinal de c.:.ue 4

o Sd tini:<:> cond i çÕes a:re ser ::cenovido" (sic ) .

- 2 -
Cont:i.nae 20 o ::e:::~s
de Sen:!.dade ::ent~ü, '::roced i c1o ec
Cqpit~ c de ~~~ rc :i. to .

Ec 13 de ja~ e:i.Tc , r o O!!l.U n i c ou a o


, ~ue ~esse cia r e asunia o C~"c do ~tl . tlc (Ca~ ) =oi uandaào
211 :S.io , a o HC:C::, i'3r8 sa beT o gpe era ;.,•r ec3iso pa r a :i.n-: c rne :" o So . no
eia 14 àe jan ei~ c êle ~rou~e o Sd para o HC=x, d e a~bu lânc i a ,
ueà:i.ante of ício do • An~es ce traze ~ o Sd sos
, q_ue o Sd tinha fa l eci c.' o .
r esolveu abr:~ i nqu é r i to (n~ o sa
be o _ue ê:!_e resolvet: sôbre os cor _.,os, :::or q_ue êle falou com o
). . :.:1e (C a:: • ) deu parte da mo~te dos soldado s . r o d i a 13
ou 14. foi fe i to rela t ório pel o , dizend o ~ue o oc orrido f oi
res~ltado de bri ga entre os sold2dos . ~le disse ~ue os outros sol deàos ,
cujos corpos t i úlJem de s2 pareciél os, t i nl!eo fugi dos e que os sol C:edos
e tinham ficados fe ~i dos .
Diz qu e :~ecebeu o:"derr: , !_)a ra j unta mente com o Te n
tornar os cor ::os dos sold8clos Bor to s, j_r l"econhecíve i s ( em 12/13 Jan) .
O corpo do Sd foi de c8gi taào pe l o Ten e o d o Sd
f-o i ceixado i n t acto na estreda c1u e liga Ba rra Eansa a Angr a
:;>ar a q_ue vol-
......r tasse ao local e surr.isse ooo o cor::~ o. N~ o qu i s v- olta r j unto c om Ten
, :;oi s e stav-a u.1a i s :;r eucupado ew. s oc orrer ou outr os doi s d olda -
dos, q_ue e i nd"' e stavar:l v iv-os .
Diz ÇLu e s e ntiu- se revoltad o pel o ~ue tinba d e faz er , ma s ~ue
e::a 1..;ma ordem e t i n'-'lc que cum.~•r il". I nfort:'.a tano ~m que nã o sabe :;>or~ve /
não se rec:.1sou ela pr i"GJ.e iZ'a ve z - "!12~"2 1 1-:e e::::llic·:r , não se i " .
Con·:.:;a c:ue ao s aber do r:_ue esta va s e ndo f e i to com os soldado s ,
senti u - se c:1 ocad o e c ou "sent:.mento de uêd o ". Acre scer.ta q:.: e , quando sou
bc c:a -'o:::'te dos soldaõor:; , "~:..•erJ:ou o Ten e c :. sse ; "Yar2os f a l a r
logo com o Coronel ; nã o q_ue r o s ber de ;~r oblemas " e '2_ue se setJti u muit o
t::."istes pelos soJ.dados . :J:::.z g_:.1e o Ten e stava a f l i to e pe sar oso :
11
Bu :fi que i coo. :_e na C:ê l e tao."bén , p or v er q_ue ê les tan~o ém :::~c aria envol,
vido".
O informante ele :Jada se r_l.~ei::a; cl :i.s esta coo. a conc:i.ê ncia , /
d:i.:o, d i z esta f:..sic"' . . . ente ber:, r.:as cou "draw:a de CO""JSc i ência, com a
consci ê.r;cia )esaêla ". r.:~ o se ac:1a c'oente e cliz: "de::oois ·_-:..~e eu··toco um
pouco no assunto, er:tro Uul _Jouco em de:::'r essã o 11 •
~·:-: =c::n-::::-':1-:S :::::::.~ o:.: s : - ~~atu ral de I~ite r o i, RJ. =~ascido de

-~r-to no:"ual, a ter··:o Fão sa·oe il1fo::."'1:-;r se tzve icter:!.ci a ou coDvuls~ es


1 o pos-D'"' ta =-.. :Ue senvol vinento psi c ow otor . l i n;. na c er. : Eã o ss be i nfor o.a r

("c: c' o ·'-~e _:'r-i n: e, - oca ,,~ l..t


-...-'a l "'
·~ v .... / •

CO!ill'lic<:: _Õe s . Ao.i gà.Jlerto ia , aerois dos lC anos, ""


se~ OOd)~lc~çc~s . ~le
Cord_:::.r:.-e·:;s ão -:::2r·e (e ~:-~:Ldr.de ::tO . --'ce::::.., ~=-:·ocediC:~· er.1
c~~~~8o co :::::xército.

no·--c3._;:..e . ,..-p r-
.... ;;~ .. ret..<::.nenco, í·l8S nao se recorda de Geàjcação I
aos l~ 1 .::t:J::::o I, .~~
.L -'- .J

q_~ ,_-,smJ J. P.efere ur::t "eles..:aio 11 cor:: lS/?O anos (c:c:1a c.:.ue decorrente ele
r--',-.~-"'!:1)
e .:.r
J c.:, -c
·re~
• -. . . ale-(''r..;as
o.~. - o -- ' C"'"'~n-ls~
l/ ....., L.~ L..! - on~
\,.;. ..:::: '
MCI.l
..L ,J.J •

:::scol..:.::...:...::_ c"e: ioic:L~cla com 4 ou 5 f"tJos . s:el"tlinou o Cv:-:..''30 .:3inasial coT:.l


15 anos e o col-::.;ie.l aos J9 A~1 os, na :::::sco2.e ::?::.."e~}aratóri:; ce C2detes, e2
:-"r-..:o Ale.c;re. Dr::po:.s ::'oi ~-·E.re a ..AIL4IT, s.s iod o ele lá aos 21 anso . l~unca
n
re;::etit'. ano. Rs::'e:..,e c!ifilct1ld de ew Ir:~lês e Descritiva. Vido Sexua l :
começ;ou a se 1-sh1rb8r aotes ros 10 ::>nos, int9rror.1;:enclo a pr2tica oastn.E,
batóri(! ccn 13/14 anos. '.:'eve l€: relação se~ual corJ 15 anos, com proble-
Y~o refere problemas ~as relaç~es se-

prig
ci)::::men~e na escola ~l::'ir.6r::..a . I:r!.nca teve mni -:a facilidr.:de de comunicação
Jesrw no .;:..ná:"'io . ::·e)oi s ;ue ::.. r:gre ssou D8 vide nili ta r, tJ.ell:orou o :cel.ê,
cionec....ento con es-~-re.n·,os, ç_v.e se tornm.1 fácil. "ega c:ue tivesse "?erio..::
elos de :.solE-c:ento". Con su2 far.1Ília tinha n1a ior f ecilielaàe em relaciona!_
r , Conte q_t.e sue r:'elbol" lenbrança "eral!l. os i.Tateis em PetrÓ:_:>olis 11 , q_ua,!l
c1o ~·assea""a coffi o ~}a:. . ::2o ssce qual a sua pior recordação. Seus jogos -
pref e:~idos erau :::\"tebal , n2taçãc e vôlei.
Ficot:. em case dos :~ais até os 16 anos. I:antin~1a bom relacic
~'18fúe1.1to cc1!1 os rx:::is, ruelbo:~ con o pai, que é mu ito ca l tr.o. ~ o me i s velho
r'le 3 :fill:os; -'Jem 2 irm2s.

Casou-se aos 22 an0s (sua espôsa estava com. 20 anos) . Diz I


c:_11e e-..~a "rasoevslr-et:te mul3::eren~o". Te--1 bom relac::.on2c.eo~o con a es::_1ôsa,
soo toà os os a s:)sctos e sente-oe berJ colll sva fanília. Tem c1 ois fill:.os ,
com 2 e 7 anos.
AIT'.:'::c~.:;D~:Jr:!:~S ?~~:IJI..c~J.ES: - Pa i vivo, tem séri o problena de
coraçeo (sic).
r:ãe viva, sstiC.áveJ. ~ mui te nervosa; ounca ::êz trata"':lento de
. · ' + . Tl'
:1s:..r_u2.a "r::.co • ...!at:l.L' l.. 'l a na t erna;. ac11a , s_ue uo peren t e d e seu avo #o,e l_ ou co.

O tio-avô oater!:1o f:-lzj_a uso de bebidas alcoolicas. Fauília paterna: ne-


ga cases de interesse l~siq_uiátr:..co.
I:TFOE.:AÇÕ:SS D.A s:::::~30RA (I:ãe do Cap
) - Diz r:!_u e o Ce p f c:. <L::'ilh o ç_ue nen os causou proble-
~
---
-, - ~ t'l 'DlC. . '1 O, Ob €Ctle
~ .
Tia·~ • ...:.ra TJUJ.. .;o l1 ve • Quan t o soube do acontecido, sen tiu-se
.J...

'J,lj;~ada , :""'ois seQ:'}re ensinou os filhos a re~)ei ter os superiores e os


... rnestres. C0nta C},-:.1e seu l'iJ..l1o, no g i násio , recebeu urJ. e1ozio: houve una
"'
brica e!:1t~e coJeeas, êle c1 2. sse c_;_--.1e ti:-l~e ;resenciaào , mas nao acusou /
. , u-
n l nguem . lZ ~~e se~
, • .J._
8 O.U 2.. L• O b OT:l. ' sempre tomou conhecimento do
que se yassava eo. case, nas (l1.:e "as àtit-:.1des" e:!:'é.:J. ge :~ a lnente -tor.J.a àas I
rol~ ela .

- 4 -
Info.rme g_ue seu fil.bo seorre foi obeclien te, tÍD.i do introver
~o. ~edia pa~e sair àe casa, pois ela não gostava ~ue êle f icasse fo
-
re de ca~a. ~elacionava-se be, com outras crianças, cas Dreferia ficar
ent.re os auultos. Gostava de ::'t~teb8 :.. e de b:..~ i r:.cer com avi oes e carros.
H·~:~ca bouve probleD.es de t:rigas e~tre êle e os i rmaos ou ov.tras c±'±an-
ças. J.~cbava-o r.rmito Fldt~lto: dava o::·iniÕes, gostava de esta.r entre pe~
soas adultas . Gostava de leitt~ras Da is adiaotac1a para sua ideàe. 11
Nãô
e.r~ de fale~ muit o" , nas oão se isolava de ot~tr as criaoças, oeu.1 er.1 casa.
Diz q_:..:e ~1uoca o c!e i~on "nu1to na !'ua", nem de i Yava outras c:::"iBn ça s ew.
cesa. tle t i n.ha amigos: cois ou três ma :.. s un i dos.
Depois de i r para a Escola ~repa.ratória de Cadetes f ic ou /
mais extrove:::"t ido. c::'e,re '90UC8S !:lamorac1as , nas a inf orQante sa·be Que no
Sul ê~ e foi "meic levado 11 ,
_.:-~-;:c-::;D~:T,.,::r:· C'r:t!Tl(') COII ;, r:·:'oS::.A:·~T:C: - Gestação : 11 tt:co nor
,
na 1 11 • ?esc:::ou TJt:j_to bem durante a gravidez, e desejava q c-.. ..; cnr.a ~1 o e - - - ~ "$ • _ _ ...,.

o :~riuo.::;êntto de tr~c::: f'il 11os. "Pa.r~o: no1·nal , a termo , em casa (com pe~
t; _,~a .• Te+_ í c ia ceo-r.2tal, 8e1!1 com:~licZ~çãoes . ?êso ao t"lascer 3,200Ye;
Alir.lt::~ta:2o: sem ~"~:::..~oblel~le.s. Deser•volvine:rto ~siC01"10tor: '3n1Jstentaçãc da
Ca 1"c('a •
t.J .....
,.: J..~ cea~o
J •
Sr:>"'+"".,.,. ,..,,l· -: ~ cec'lo • ...<'-' ca1"' Pr· ~e' · ~os 7 m,....c:::es '"7
\... -- ... • - ;.J ~ ..... - • J.t,.., \,.,: ~ln<-~-
..L:J --......,
t.. - - ~ • ._, -- - - •

~inha:.::s-os 6 meses. "Je,.,mbula;·ec: eos ll 1:-~eses. I·inc;t~8.:en: ::'al01..1 os lºs


monoss-:.!s'1jos a:2 t es êle 1 a co cJe ic"'ee: )alav-:-css e f.rases 2ntes Je 2 anos
V3ci.t~::-ç2 -:-. -qcr.., 2D-:iveriólica . F8o '?abe info2.~nar, cor"1 ce,~teza, sôore og
trn~.

-:r.?. ,. ., . : - Sa ran!po com 5/6 e~ os. C2 ta r:· ora com 6 a nos . Cor:_u e-
lucbe 8C'S 2 s::::os . Cs.:cur ..'b? aos 9 enos. _\ni;SCI...,lectomie aoR 9/lC' acos.. ?.e

ciou or.:: 8s-'-·1e'"'9 aos~ a nos, o·o Instit1.1to s Ru,..la~"irl..,éles en JTitsroi, re


onr~e o :::"e·tirou poucos ne:>c:es a ~"Ós~ achou c.J.'.e não havia necPssif!gr1 e )Ois

àe conti.rmar lá. Com 5/6 -:-nos it-,.=-.. 8sc:oi- no 1º ano lir i!lt;l~ i o, e:.l ~ru;::o e_ê.
col~:::- . Tel'1TI.i:':IO"J o -=:;inásir. coo. l:J anos. Desce criança CJ..ueri a ser a,-i adoi' ,
talve~ por ter mn~:-o 'l:)QT.1 relaci~"'na12le~t'J con ue tio, !J.Ue era aviado.r. D,.ê.

vidn~:ro~la,as v i suFl des~stiu fesse ie~is, ~esolveoeo eot~o ir para ó


E:xé!.:t_to. -=-assou :1ara a Sscola "Pre~··sratória em 14º luear entre 3000 can
didatcs, e os 16 anos. Escolheu ?ô:::--t-o .AJ e:::!'e onde ·"i cem C't:::..~ante 3 a~ os é
sexua l • .
c:<ô~:-re a vir. . ., sexna 2. Cle se~1 ::?ilbo, }Op.co ssbe j n::orm.~:c. Sabe c~;.1e ~le teve
rl
no . J1..1 •. e r.:_us -"A t
vra aner L•O , r.:as n2o sabe o CJ.:.~e -::'oi.
1J.ll18 uOell-;'8
C" ,
~ez
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lhos, 1"'e,?.C'~r.v:.a-se ber:1 coe c,s :::..~'Jrs; é nüto ::>pe~ado AC filho oais
-
fi
V§..
J.ho.

- 5 -
]'"'1-',;:::_r:'Ll::''::'-;::: 0 ~ O .....,,._.,....:.2 de S~:ü __ C,€ -·e•:-'.:...,1, ;}J:'OCeclido em.
Ca ~li+~ c n:: E:::ército. -

a ol~v.ns casos c~e


rr. - "Ja r- .j € 2:'v· s .. - rt ~:;ecisa:.., o ti o oe ~ oença.

~io-cvô ~3te~nc alcool<:tra,


o -r~~c~~~c ~A 13ª En~e~ -r~~

'lo ·-c~ .... , ante C'.!e encon-'.:r~ re-:;cl'"'~ - r~ ::c~C"" , à c1~s:~osi:ã o da Jus-'-iça --::.:::.1
eu.: ::r-=Gen:·a (os :-e:L':..t:-s rooeanos, Sobre ,. , ..... ~ ;:->ersonelidc.de, avra-.l- -

vez '2 ex8ne s :"'~siqu iátr::c os e el elile:1tos subsié'~ ~ri os, c.on statemos o s~
cuin-:c:
rrata-c..,e

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vê:::es os ln~erro:~~o: lOS, ~ao


t , • ,..,

::1 ....

~~a das ~f~i~cs t Diz ~ue liQitou- se a cum)rir o~dens, coo~erando no ~e­
.... 2_"'~·cecimento Jos co:.~ "'~S as -rí+.:oas, ~o:.· se:..~ bom uoJcorista e :::ese~a::- 1
+·.,:.:."ar quc_e ., .
lt:'l:>l'eSS"" ,.., ~ 'J,t:e :·ucJesse -1anc11ar o nor11e e o conce i -cc r:_uo a u-1 '

nidcde csfruta no ~ ocal. Se...,tiu- se re_m§:ned" com os :f-: tos e


e
se não :_--ens.:va como c:1e::'e de ::'ar1.Ília c:_1..1e é em ~sce de sv.a :função, decl.§.
rou ":_c; se tives::e que :;e•Jser em sua família jamais poderia ser o:.'icia i
de informa çÕes. Tu do nos ~oi dito e~ estado de clareza de consciência ,
co.1 vocahc. ~á:::':Lo ade quado , set_ ü~ter.':v.]çÕes e da :1nneira cais f::-ia e~J f~
ce dJ c,r' vid:-de elos acontecimentos e dos ac·J.saçÕes . Co~1side2:'3-se culQa-
do de algu.~a cais·-: ::_)O:.., de:..xar de ter tomado al._3ur.1:l ;;:~itude , li18S ao tles-
mo tempo, considera-se inocente ~o:~ ~oba.:::- que estova cump::.~i~do az ordens
::legaàas s~:"~eri•J2.es . ::1 "1.1 -:3 , tr'3ta-sc de :Jecien-;;e l'6.cido , c::-icnt.'1d::. /

........ ~o 1 .
:; a_o)::::!..c.;_u .
:...c:>Lence ~
, noo :: _"rese::c:::ao
J d J.sv~1JJ.Os
. +--' J •
,.. .I
senzc:erce:0 . . lYOs. .l.. •

Seus nexcs afe~i~os achao- se cl

st~a etwti vicaàe , :'9.:·::cet'}c1 o _ue e :r e. ur2 si:-upl: c l"c2.a to,.. de ur.1
. . _-8
-:o isc ac1o , 2° sef:l a.._1re·3e:1tar c'istú!'bios de

~!o, ~o c?::::~;:·'~: , 8:~a:~::·:n~:·"~,-~_:: o):~~:~~:~: 0 d~:e"::n~;,,~'" {


c ore (i·_: ·-.:: ,
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~o~~2msote , sobre~udo ~e!o €2tendimento ~c ~~ :r ae;sn -

de~;C'c :1 a jt:sta c<=t:sa?

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te ±itl o e ::rnh~ado plen~ ca)ecidsde de
~ -='·;ici:_Y~;?cc,

et:.-: : !.:.,.:;er o c::.:~~ te~ :..l:f.f' i to d8 s ,_e ·:-w:.e. s , ou detc:l"''Jin'}:r- ~ c:


êle ecêrdo co'Gl :sse e -:-:s .:.~ iw.eP-.L.·"l?
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J.idar1 3 .. al estrtrG'..1::'8d2 que pÔc.'.e se "~C. .:. .::et:'.J- r no tcr.:;_Jo


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ir;;.~<.::ü i de ._;o:.: i.ns·:in·~os e i.w;:;t J sos, coGlo no caso f2

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:;ces ~c de C]_t·e , l1ar2 ·P· ._si:.' à 2."e~:._>o~1S'Dilid:-de , procura
~ Js ti~:.c :.:~r se:.; ~·roceé:.it:er:J::o cow:.? ·efesa d~s i. rs-~it" i-

Q Sin'! .

~r Os ?E :."i tos ;ensam ter re spo·:c "' c:,) o s--c.~lcicnte.

:J.io 0e J::ne:.rc, GB ., c.,. l8 de setr3m.bro C: e l97 3 .

I"":: j or -.. ér1 i co


"Peri to

T~, . ., •
EC'.l.CC
... - ,
RAZÕES DE APELA~ÃO

Pelos apelantes
3.Q Sargento S IDENI GUEDE.S
3.a sargento IVAN ET~L DE OLIV~ I RA

Cabo JOSE AUGUSTO C~UZ

,
Egregio SUPERIOR TRffiUNAL MILITAR;

1. A honrada sentença condenatÓria duplamente .apelada,


, ,
assim pelos acusados como pelo Ministrio Publico Militar, o
que indica inconformação de parte-à -parte com o seu veredic-
to a_ despeito da extensão do decisÓrio e sua exaustiva

funda mentação conouanto possa. parecer generosa, ao do~


to Procurador, na aplicação doo penas aos acusados, não se
mostra, todavia, p2ra os mesmos, na realidade, nem justa
nem juridica - permissa vênia máxima.

2 Em verdade, ee a material idade dos fatos 1ncr1mina-


dos na denuncia resultou induvidosamente comprovada, nao se -
pode dizer o mesmo no que tange à sua a utoria, posto que a
prova apresenta-se um tanto obscurecida pelo tumulto de el~
,
vado numero de testemunhas oue foram ouvidas desde mesmo a
fase da sindicância que precedeu ao inquérito policial mil1
tar e até a instrução criminal, em juizo, principalmente se
se considerar que no conjunto probatÓrio foi dado grande re
levo à palavra dos prÓprios indiciado~, e ofendidos.

3· De fato, ouvido~ como testemunhas, apesar do vicio

- de origem dos seus depoimentos nada imparciais - pois como


, ,
e natural e facil de compreender, tinham como ainda agora
teem, interêsse no resultado da ação penal, por Õbvias ra -
zÕes - os ofendid~não trouxeram aos autos da ação penal ~
um contingente de informaçÕes serenas e escoimadas de quai~
quer dÓ.vidas.

4. · Entanto, a sua palavra aparece na honrada sentença


apelada com o prestÍgio de prova irrecusável, capaz de este
....
ar a decisão cond€netoria, como de fato a conteceu e se ve
invocada noe seus fundementos.

5· E'verdade oue ninguem de bÔa-fé poderia obscure cer


a realidadE f;tica a través da palavra até certo ponto verd~ ..
de i ra de alguns dos acusados, ao admitir a imputação e mbo-
ra em parte da de nÚncia, por ocasião do interrogatÓrio em
juizo, mas também não é s~ rejeitada a retratação de certo
modo contida na E. suas palavras, pois que isto se afiguraria
injuridico, parcial e sobremodo injusto s e da s mesmas se re
~
culp~
- 2 -

retirasse, unicamente, caracterizadores elementos de


lidade dos acusados.

6. Nada obstante, o apelante SIDENI GUEDES admitiu,tão


sÕmente, "que uma vez espancou o Sd. Senborinho",recordando
,
se, "mas sem ue.a.r qualquer instrumento e alem disso segundo
ordem do Cap. NIEBUS" (fls. 637/638) e que "deu um tapa no
Sd. MONÇÃO".

7• ~na verdade, na fase do IPM nenhum dos 11 (onze)


soldados tidos como ofendidos, por ocasião da famigerada si~
dicância, fizeram-lhe acusaçÕeE graves, capazes de o ;ligar
aos tristes fatos narrados na peça de iniciação da ação pe-
nal, assim, v.g., JOSE GETULIO NOVO PAUFERRO que afirmou
(sic) "que o Sgt. GU!!:DES também não bateu no depoente" (fls.
110 e 847) reforçando essa afirmação o Sd. APA~CIDO quando
asseverou (fl.77) e repetiu no sumário (fl.843) "que duran
te o _perÍodo de seis dias em que esteve no "Arquivo", não
viu o Sgt. GUEDES bater em ~inguém , o mesmo afirmando o Sd •
11
..
SF~ORI~~O (fl.l08). Tambem se harmoniza com o dito de
tais ofendidos o. depoimento da testemunha Cb.Enf. Eugênio
Gonzaga Tomaz que afirmou (sic) ter assi s tido a vários es -
pancamentos e fez oHestão de acentuar que não viu o Sgt • • •
GU.E..DE.S em nenhuma oportunidade no "Arquivo" (fls.717 v.)
muito embora tenha declinado a autoria dos mesmos - segun-
do o refere a pr6pria sentença apelada (fl. 1647)• Por
i gua l, a testemunha 3g Sgt. Leonardo Neto (fl.713) - que
dactilografava ~?depoimentos dos soldados presos, d lese
ter visto muitos dêles apanh ando mas não se r e corda dos
nomes das pe s soas que procediam a esse e~pan c amento e que
embora o Sgt. GUEDES foi por ele deponete visto no 11 Arqu1
vo", noo pode precisar se este graduado espancava soldados,
acrescentand o, aliás, ( sic) "que não viu oualquer dos ac~
sados maltratar qualquer prêso, alem do que ja referiu no
seu depoimento 11 (fl. 713). Também não discrepa no seu depo.Í,
me nte a testemunha Sd. Luiz Antonio Garcia Novaes que "t r!!_
tava dos soldados que se encontravam na prisão da Unid ade
e nas suas idas ao "Arquivo" não ae:sitiu ne nhum preso a.p~
,
a pa nhar ne m ninguem bat er (fls.721).

8. E assim o afirmam as testemunhas e ofe ndidos porque,


na realidade, o apelante SIDENI ia poucas veses ao "Arquivo"
e quando o fazia era na parte da manhã, pois além de nao
"'
e atar de acÔrdo com os "métodos violentos" empregados pelo
cap. NI.E.BUS, para obter 11under dures s" "confissÕes 11 dos
presos, tinha função exte rna, passando todos os expeáientes
d a tarde fora do Quartel.
- 3 -

9· As testemunhas que arrolou - Sgts. Menulfo Nery Be-


zerra e Geraldo Jose Pereira - ieso o comprovam porque o prl
meiro teve ocasião de presenciar sério desentendimento entre
o apelante e o Cap. Niebus, precisamente porque o Sgt. GUE-
DES abominava a violência dos processos adotados pelo Cap.
Nlebus. Tambem a testemunha Cb. Alvaro Miranda da Silva
que era o motorieta da viatura porta à disposição do Sgt.
-
GUED~S, asseverou aue o mesmo nao ie ao Quartel na parte da

tarde (fl~. 1050, 1052 e 1053).

10. Ora, de tão someno ~ importância essa participação


do apelante Sgt, GUEDES, ~s ofensas fÍsicas que admitiu no
seu interrogatÓrio, à fls. citad~s. tê-las praticado,contra '
I
os prêsos Monção, Senhorinbo e Aparecido e atente a sua na- 1
turesa, não dariam causa eficiente das lesÕes corporais gr~ 1\J
ves nem a morte do Sd. Juarez Monção Virote, como foi deci-
dido na honrada sentença cond€natÓria duplamente apelada.

11. Ademais, a prova das viol.ências fÍsicas que teriam


"'
s_Jo pratic~das pelo apelante SIDENI GU~ES pão é pacÍfica,
pelo menos no que diz respeito a alguns ofendidos •

12. Contudo, se isto ocorreu - e principalmente com r~


-
laçao aos apelantes Sgt. IVAN ETEL e Cb JOSE AUGUSTO CRUZ,
gue teriam participado ativa e constantemente doe espanca -
mentos de prêsos, em obediência à ordera direta do Cap.Niebus,
não seria possivel negar-se a relação de causa e efeito, à
vista de suas declar~çÕes ao ensejo dos interrogatÓrios re~
pectivos (fls. 617 e 645), mas também é inegável que se ad-
mitida a prova dêeses espancamentos e torturas, a morte dos
desditosos soldados ha aue ser considerada como acidental
- - -
na execuçao dos metodos de tortura cuja pratica era ordena-
da pelo Cap Niebus.

Na realidade, os inferiores graduados ora apelan-


tes infl1giqm torturas fisicas aos soldados que vieram a
falecer, mas que não os levaria necessãria e inevitavelmente
a morte - principalmente porque esta não era o fim visado,.
nem o resultado pretendido. Devem, portanto, responder por
culºa - já aue o evento morte é também previsto como fato
culposo (art, 206 do c.P.M.) -à vista do disposto no ~ lQ,
do art ·37 - "êrro quanto ao bem jurÍdico", eie aue a vida
como precÍpuo bem 1urÍdico tutel~do, não eetava ne linha de
ação átingirem-na os apelantes.

14. A desclassificaç~o, pois, para o art. 206 do CÓdi-


go ~enal Militar, impÕe-se,data venia, como solução juridica ,
/
~~~~--~--- -----------------------------------------------~--~~~~~~~--~~----~~~

- 4 -

delito este praticado em concurso com-o previsto no art.209,


~ lQ - segundo a regra do art. 79 - tudo do c.P.M., e se ac~
so mantida a condenação dos apelantes, que o seja às penas
cominadas nos s-eus limites mÍnimos previst os naqueles dis-
positivos - critério, aliás, adotado na dosimétrica da pe na
imposta na sentença apelada, que, de re s to, não se afastou
das regras expressas no art.69 do c.P.M. que disciplinam o
arbi trio judicial_ i•a bem da efetiv.idade da individua.lisa-
ção, dentro da indeterminação relativa da pena" - como obs~r
va o eminente ROBERTO LYaA (in "Comentários ao CÓdigo Pena.l 11
Vol. II, pag. 180)
, ,
15. Alias, convem acentuar que a douta sentença apela-
da não logrou a unanimidade dos ilustres membro do Conselho
E:.special de Justiça ~quo, pois que o .ID:nibente Juia - Cel.
AUGUSTO CESAR DA FONSECA LESSA - em seu Judicioso voto ven-
~ dava pela desclassificação do bomÍcidio doloso para o
culposo, pelos motivos de fato e de direitm expostos no ·seu
bem lançado voto que - com a devida vênia - ora se aã ota CQ
.. !I #""
w argument o nas razoes deste apelo.

16 . Se os apelantes espancaram os soldados prêeos, o


f izeram por determinação de seu su-perior hierarquico, o Cap.
oálgio Miranda. Niebus que exercia as funçÕes de 11 S/2 11 a que
se atribÚi autorid9de quase arbitrária nas unidades milita-
res.

17. Inegável, sem dÚvida, a coação moral que o referi-


do superior hierárquico exercia sÔbre os apelados que, soa
os efeitos psicolÓgicos que lhes causaram não sÓ a ordem
terminante do cap. Niebus, com a sua autoridade de S/2,mas
também a sua presença -em pessoa.- no "Arquivo 11 (fls.714,
717 e 715) onde eram submetidos os desventurados soldados
vitimados, às atrocidades de u~inauisição cujos métodos
ordenados pelo mencionado Oficial S/2 e por êle prÓprio po~
tos em prática para extorquir "confissÕes", rivalisava.m com
os usados na Idade Média, tal como se o aludido S/2 pretende~
,
se superar em crueldade o abominavel Frei Tomas de Torquema-
da, ch9mado na Hespanha de 11 inquisidor-geral de fé",de tri§.
te historia. do ''Tribunal do Santo OfÍcio" •••

18. A coação mor3l irresistivel está patente nos pro-


prios fundamentos da honrada sentença apelada, quando se re- ..
fere (sic) 11 a intimidação feita ao Cabo Enfermeiro", ou pe-
lo "terror 11 imposto aos pouco e soldados 11 , pondo-se, assim em
:'" '·· # -

evidencia tal estad o peicologico que caracterisa a coaçao mo-


ral - vis compulsiva - pela supressão da vontade livre, da
liberdade de ~rc6ntra a vontade do coator
- 5 - &!5
(?
19. Quanto ao imputado crime de dano e pelo qual tambem
se viram condenados os apelantes IVAN ETEL DE OLIVEIRA e
JOSE AUGUSTO CRUZ, a honrada sentença apelada não deu - data
venia - a exata solução jurÍdica e nem foi justa, exacerban-
do a pena imposta para um pretenso delito que, atentas as
circunstâncias em que se verificou o dano de valor quase sem
expressão econÔmica - Cr.# 46.80 - (fl. 738 - auto de avali~
ção) - tudo indica que aos seus autores faltou a intenção de
cauEar prejuizo à propriedade alheia, no caso, à Fazenda Naci2,
nal, pois o suposto delito, assim se apresenta sem o seu el~
..
mento subjectivo que e o dolo especifico.

20. Assim é a lição de EUZEBIO GOMES (Tratado de derecho


penal, vol lV, pag. 390) como por igual o entendimento de
EMILIO DIAZ (El éodigo penal para la Republica Argentina,
nt1003); CÁLON (Derecho Penal- Parte Especial,II,pg.24)
e outros renomados tratadistas, todos eles acordes na afir-
mação da necessidade do animue nocendi que é da essência do
de li to.

21.
..
Portanto, assim desfigurado o delito de dano)e de
ser julgada improcedente a imputação da denÚncia, mas se não
A
~ate o elevado entendimento do Eg. Tribunal, que sejam excul

pados os apelantes porque teriam praticado o dano rompendo t~


lhas ::~ e amianto da cobertura do "Arquivo", indubitàvelmente
por ordem de superior hierarquico - os co-reus cel Gladstone
e Cap. Niebus (fls. 124 e 128) - diz o "relatorio" de fls.
512/513.
22.
.. ~

Por u ltimo, no que resptS i t a a incriminada co - autoria


a~'ibuida aos apelantes pela suposta violação da norma. penal

de que trata o art. 352, do C.P.M., gritante é - data venia


o desacêrto da honrada sentença apelada, pois o fato incri-
minado não encontra adequação nem no art. 352 do c.P.M. nam
em qualquer outro dispositivo penalÓgico militar e é sem
S01Lbra de dÚvida absurdo inominável o pretends r-se equipa-
re.r "cadaver 11 a objeto de v a lo r probante e muito menos que
os apelantes tivessem recEbi.do semelhante "objeto" "para
exame" e o inut1lizaE-,sef( 1 destruissett, descaminhaesel<rou coi-
sa que o valha, fal ta.ndo, a e sim, t 1p1c idade.

23. Enta.nto, se o Eg. Tribunal der~ no seu alto entend!.


-
mente pela tipic1dade - qus, data venia - nao atinamoe,se-
..
quer, aonde encontrá-la na hipÓtese vertente, mals uma vez
- /
este.rao os a,pelantes sob a egide do art. 38 e suas ali.asas
!L e l2. do c.~ tal a exuberância da prova. da coação ~1
irresistivel e da estrita obed1enc1a
,
a ordem Q€ superior hi-
erarquico.
24.
- 6 -
~
~
Dando provimento a este apêlo, com o fim no
-
mo colimado, o ~grégio Superior Tribuna l Militar tera fe 1
to a costumeira e autêntica

JUSTIÇA.

,
ADV êDE OFICIO

..
. VI S ~ , g
1_dias do mês de ?VJ ~...do ano de VJ1'_
Aos ........

~~~J,~ e[~~ ~~y;;:;;3:1J,J~


Doqued?i~r~
..

I
SGREGIO SUPE ~ IOR TRIBUNAL MILITAR

Pel o 1'·~ . P.

" ••• Ten Cel GlJ..DSTONE P~RNi~SETTI TEIXEIRA, Cap DlfLGIO


NIRliNDA NIEBUS, 2º Ten R/2 PAULO REYNAUD MI R.1.1.NDA SIL-
VA, 3º Sargento IVAN ETEL DE OLIVEIRA, 3º Sargento RU
BENS MARTI NS DE SOUZA, 3º Sargento SIDENI GDEDES,Ca'bo
JOS~ AUGUSTO C~UZ, Cabo CELSO GOMES D~ FREITAS FILHO,
Civil NELSON RIBEIRO DE MOD~ e Civil IRANIDES FERREI
RA, foram denunciados
, na 2ª Auditoria do Exército da
lª c~, pela pratica dos atos delituosos abaixo tran~
critos :" "••• Em meados do mês de dezembro do ano de
1971, a policia de Volta Redonda prendeu e lavrou um
auto de prisão em flagrante contra o traficante de m~
conha EXPEDITO BOTELHO LUIZ, vulgo CAPARA. Conduzido
..
a presença do Doutor Juiz de Dir~o daquela cidade,CA
P~~ disse ter recebido maus tratos na policia de Vol
ta Redonda, o qü.e levou aquela autoridade judiciária,
apÓs obter a autorização do Comando, a transferi-lo I
para a cadeia do 1º BIB, evitando, assim, o relaxamen
to da prisão de tão perigoso individuo. C~PlRA apon-
tou corno traficante de maconha o seu irmão Soldado HE
LIO BOTELHO LUIZ. Desses fatos, nasceu uma sindicân-
cia promovida pela 2ª Secção do lQ BIB, naquela época
chefiada pelo acusado Cap Nil:BUS, com a fi:r:alidade de
,
apurar o trafico e consumo de maconha no interior da-
quele Batalhão. Procedendo a sindicância, o Cap NIE-
BUS mandou prender o Bd BOTELHO (irmão de CAPARA), no
dia 26 de dezembro de 1971, seguindo-se-lhe a prisão/ ·
dos Sds SENHORI~~O, GETULIO e FE33EIRA, no dia 28 do
me·smo mês. Inquiridos ::çela "equipe do Cap NIEBUS",
constituida pelos acusados Cap NI3BUS, Ten MI 3ANDA, I
Sargentos ETEL, RUBENS e GUEDES e Cabos CRUZ e FREI-/
~S, os soldados presos BOTELHO, SENHORINHO, GETULIOe
FERREIRA apontaram outros soldados envolvidos no trá-
fico e no vicio da maconha, o que ensejou novas pri-/ ..
sões, a saber: no dia 30 de dezembro, os Sds ALVES, I
PL!.:RI e AMORIM; no dia 31, os Sds GONZAGA e GEOHAR; no
dia 06 de janeiro de 1972, o Sd EVl~LDO; no dia 11 de
~

Fls.-2-
mente, no dia 12 de janeiro de 1972, o Sd SOARES. Os
:w
janeiro, os Sds VANDERLEI, HONÇÃO e "': ' ICZNTE, e, final

soldados detidos eram interrogados e mantidos presos/


numa dependência conhecida como "ARQUIVO", que é um I
pavilhão afastado dos demais, que compõem o complexo/
de edificações do 1º B.I.B. 1 No dia 31 de dezembro de
1971, ocorreu um fato importante no desenrolar daque-
les tristes acontecimentos - o Sd BOTELHO, apesar de
ferido, arrombou o teto do arquivo e conseguiu fugir.
Os soldados presos eram barbaramente espancados pela/
"equiJ;e" do Cap NIEBUS 11 • ' Os acusa.dos confessaram às/
fls. 125, 119, 81, 75, 158 e 131 que us avam para es-/
pancar os presos: CANO DE FERRO (Cap NIEBUS, Ten ~I-/
RANDA e Cb CRUZ); APÊRTO DOS P~S NUMA Frm:NSA (Sgts RU
BENS e GUEDES); SURRAS COH CINTO 11 NA 11 ( Sgts ETEL e RU
BENS) CHOQUES ELÉTRICOS, SOCOS, T1FAS E PONTA-PÉSeram
aplicados por tÔda a equipe, sendo que o Cb CRUZ, che
gava ao requinte de calçar uma luva para socar os Sds
presos. Desses espancamentos brutais, resultou o sal
do de onze feridos e quatro soldados mortos. ' Na ma-/
nhã do dia 12 de janeiro de 1972, a equipe do Cap NIE
BUS espancou os Sds MONÇ~O, VANDERLEI e YICENTE. O e~
pancamento foi renovado a partir das 1500 horas, do
mesmo dia. Ao anoitecer, os Sds MONÇ~O e VANDERLEI I
., ,
Ja eram cadaveres. ' I nspirados na fuga do Sd BOTELHO,
o Cap NI~BUS e o Ten MIRANDA, devidamente autorizados
pelo Ten Cel GLADSTONE, decidiram simular a fuga de
MONÇÃO e VANDERLEI (fls.l24 e 128). Insensiveis à pr~
sença dos cadáveres de MONÇÃO e VANDERLE I o Cap NIE-/
BUS e o Ten MIRANDA fizeram o Sgt RUBENS escalar o t~
,
lhado e danifica-lo, armando, assim, o local, por on-
de os dois soldados teriam "fugido 11 • Mais tarde, ce1:
ca da meia noite, os corpos de MONÇKO e VANDERLEI fo-
ram colocados pelo Cap NIEBUS, Ten MI 3ANDA, Sargentos
ETEL e RUBENS e Cabo CRUZ na viatura EB-21-3906 do lQ
BIB e transportados para invios locais, a fim de se-/
rem destruidos. O corpo de VANDERLEI, apÓs ser deca-

, ~ -
pitado e . ter amputado as mãos pelo Cap NIEBUS e pelo/
Ten MIRANDA, foi largado proximo a represa de Sao Jo-
ão Marcos, sendo que a cabeça e as mãos foram atira-/
das cerca de 10 km distante do corpo (fls. 78). O co.r
..
po de MONÇÃO foi largado numa ravi na à margem da es-/
trada que liga Rio Claro à Angra dos Reis (fls.78,123
e 128). Cumprida aquela faina macabra, a equipe do I

«
/'7
------- ------------------------------------~------------------------=-~=========

fls.-3-
Cap NI3BUS regreseou ao quartel, onde chegou as ' 500 h.
Às 10 horas daquele mesmo dia 13 de janeiro , segundo/
o depoimento do acusado Ten M I~\NJA , de fls.2 32, o I
acusado Ten Cel GLADSTONE mandou-o que fosse melhor I
ocultar o corJ;o de MONÇãO. O Ten MI RANDA pediu aqOCi-
lio ao Auxiliar de Perito Criminal NELSON RIB~IRO MOU
RA, Chefe da Secção de Roubos e Furtos da Delegacia I
de Barra Mansa , fazendo ambos uma viagem de reconheci
mento ao local onde estava deposi tado o corpo de MON-
ç.::o. Na mesma tarde, o Ten !H :.:l-NDA e o J.Olicial ~L-/
SON, agora acompanhados pelo Auxiliar de Fi scal de -/
Censura I3ANI DES FER3E IFÃ voltaram ao ci tado loca l, I
desta feita na Rural vJILLYS, chapa RJ I A-2318. Em cu-
jo interior trnn sportaram o corpo de 110NÇ.ãO para a E~
trada de ~nanal; já em são Paulo, depositaram o cor-
po de MONÇ1l:O num lugar chamado "Subida de Meneres" e,
apÓs embebê-lo com gasolina , atearam-lhe fogo (fls. -
305, 371, 470 usque 475). Naquele me smo dia 13 de j a
neiro, o Sd GEO~~R, qu~ vinha sendo violentamente es -
pancado desde o dia de sua prisão (31 de dezembro) , I
não resistiu e morreu. ' Nã o mais seria possivel à equi
pe do Cap NIEBUS ocultar essa morte. O cadáver de -/
GEQ!.L~R foi necropsiado às fls. 33; a certidão de Óbi-
to acha-se às fls. 34. A remoção do cadaver de GEO-/
MAR implicou no conhecimento do estado em que se ach~
va o Sd VICENT3, logo transferido para o HCEx, onde,/
não resistindo às lesões recebidas, morreu no dia 24
, '
de janeiro. O laudo da necropsia encontra-se as fls.
413. Os demais soldados presos e es .ancados f oram -/
submetidos a' exame de corpo de delito, achando-se os
respectivos laudos às fls. 237 usgue 238 e fls. 537.
Os restos mortais de MONÇÃO foram encontrados pela po
llcia de BANANAL (fls. 342 ) e submetido à exame necro~
cÓpico (fls. 345). A ossada que restava do infeliz I
Sd VANDE~LEI foi encontrada pela polÍcia de RIO CLARO
e se encontra no Instituto de Criminalistica da Secr~
,
taria de Segurança Publica do Estado do Rio de Janei-
ro (fls.322). Pelo acima exposto e pelo que mais cons
ta dos autos, ve r ~ fica-se que: I - Os i nd ~ ci ados Cap.
I I:SBUS, Ten ~~IR,..}TJH , Sgt ET~L, Sgt RUBENS, Sgt GU~DES
e ~B CRUZ, durante a ma~hã do dia 12 de janeiro de -/
1972, no ".arquivo" do 1º BIB , er.1 Barra Mansa , -espane~
ram violent amente os Sds JUA3.3Z MONÇ:iO VIRTOTI: , VAN-/
/
~;
F1s.-4- DE3LEI :JE OLIV_,IRA e ROBZRTO VI CENTE DA SILVA.
de do mesmo dia , os ci tados acusados , excetuados os I
Sargentos RUBENS e GU3DES , vol taram a espancar os r e-
feridos soliados (fls. 127, 159 e 171) . Em v i rtude I
dos espancamentos recebidos na manhã e tarde dodi a 12
de janeiro de 1972, os Sds MONÇÃO e VANDE3LEI morre-/
ram naque l e mesmo dia. O Sd VI CENTE morreu no dia 24
de janei ro, no HCEx; II - os i ndici ados Cap NI EBUS, I
Ten MI~~NDA , Sargentos ET3L, RUBENS e Cabos C~UZ e -/
~~ITAS, no peri odo de 31 de dezembro de 1971 a 12 de
janeiro de 1972, espancaram o Sol dado GE~ffi~ ~I3EI30/
DA SI LVA que morreu no dia 13 de janeir o de 1972, em
virtude dos ferimentosre cebidos . III - os indici ados /
Cap Nic";BUS , Ten HI3ANDá , Sargentos ETEL e ~UBENS , Ca-
bos C~UZ e F3EITAS, naquel e mesmo local, e s pancaram I
os Sds AP-.R3C I JO , GONZAGA , FER3EI1A , GETULIO , AMORIMe
SENHORI NHO , causando-lhe s as lesões descri tas nos au-
tos de exame de corpo de deli to de f l s . 246 , 238, 244,
241 , 242 e 239, respecti vament e. Os fatos ocorreram/
no periodo de 28 de dezembro de 1971 a 12 de janeiro/
1972. IV - os acusados Sargentos RUB3NS e ET3L e Ca-
bo cquz, naque l e mesmo local, no p9rl' odo de 30 de de -
zembro a 12 de janeiro de 1972 , espancaram os Sds PE-
RI e EV-.LDO , causando - lhe s as lesõe s descri tas nos - /
laudos de fls. 245 e 237. V - os a cusados Cap NI EBU3
f
Sgt 3T~L e Cb C3UZ , no mesmo per1odo e local , espancã
ram o Sd ALVES, causando-lhe as le sõe s descritas no 1
auto de fls. 243. VI - o acusado CB CRUZ , no dia 12/
de janeiro de 1972 , no "Arqui vo 11 do 10 BI B espancou o
Sd SO-lTIS , causando-l he as lesões corporais descri tas
no laudo de fls. 240. VII - o acusado Sgt GUEu3S no
per{odo de 28 de dezembro de 1971 a 12 de j aneiro de
1972, confor:ne confessa as ' fls. 367, espancou o Sd SE
~~O~I1~0 , concorrendo para causar- lhe as lesões des-/
critas no l~do de fls. 239. VI II - no dia 12 de ja-
,
neiro de 1972 , cerca de me i a noi te , apos obterem a ag
tori zação do acusado Ten Cel GLADSTONE , os acusados I
f Cap NIJ.:BUS, Ten MI3..t\NDA, Sgt ET3:L , Sgt RUBENS e Cb -/
CRUZ danificaram e telhado do arq_uivo do 1º BIB, a - /
fim de simular a fuga dos Sds HONÇltO e VAN )ERLE I, cau-
sando desta 1i'or:ma pre juizos à Fazenda r~acional. IX - /
os acusados Cap r;:"'BUS , Ten MI3AND.i , Sargentos EI'31 e
fls.-5-
.
RTJBENS e Cb CRUZ , com a autorização do acusado Ten Cel
GLADSTONE, re t iraram do "Arquivo" os cadáveres dos Sds/
MONÇãO e VANDERLEI, esquartejando o deste Último e la.r
gando os restos de ambos, nas 3stradas de Rio Claro e
Angra dos 3.eis, a fim de inuti liza r material probante.
X - os acusados Ten MI RANDA e Civis NELSON e IRONIDES/
removeram o cadaver de MONÇãO para a Estrada de Bana-/
nal, no ~stado de São Paulo, onde tentaram destruir o
,
referido material probante, ateando-lhe fogo, apos em-
bebê-lo com gasolina'!. •"

Às fls. 1.433, esses tristes fatos foram assim alinhados:

"• •• 1. O marginal 11 CAPA?.Art foi prêso, pouco antes do I


Natal de 1971, pela policia de Volta Redonda. A pedido
do MN Doutor Juiz daquela Comarca, é transferido para/
a prisão do lº BIB, onde confessa o tráfico e uso de
() maconha, em áreas sujeita à administração militar,apon
tando os soldados implicados no nefando comercio. 2.É
i~staurada, no dia 26 de dezembro de 1971, uma sindi-/
cancia sob as ordens do Cap NIEBUS, o S-2 daquela Uni-
dade. Para proceder a essa sindicância, o Cap NIEBUS/
conta com o auxilio de sua "equipe", constituída pelos
acusados Ten MI~ANDA, Sargentos RUBENS,ETEL e G~DES e
pelos Cabos CRUZ e FREITAS. 3. Nesse mesmo dia 26 -/
, A ,
de dezembro de 1971, e preso seu braço direito no tra-
fico da maconha, seu prÓprio irmão, o Soldadoi HELIO I
BOTZLHO LUIZ, o qual, submetido aos espancamentos já I
descritos, aponta outros soldados, como componentes da
rede do tr~fico. 4. No dia 28 de dezembro de 197l,são
presos os soldados SENHORINHO, G:d:TULI O e FERREIRA, to-
dos eles espancados pela equipe sindicante, a fim de
,
conressarem o trafico ou o uso da maconha. 5. No dia
30 de dezembro de 1971, são presos os soldados ALVES ,
PERI e AMORIM, todos igualmente espancados, com a mes-
ma finalidade. 6. No dia 31 de dezembro de 1971, são/
presos os soldados GONZAGA e GEOMAR; detidos e violen-
t amente seviciados. A cela normal do lQ BIB, fica no
Corpo da Guarda. Todavia, o Cap NIEBUS precisava de um
local, onde os gritos de suas vitimas não fossem escu- ~
tados, porisso que transformou o predio do arquivo nu-
ma prisão. Conforme se ar c h ~clarecido
a nos autos,
o referido predio encontra~em afastado das demais/
/~
~ ?/
z
Fls.6-
~ ~~
construçoes, notadamente do Corpo da Guarda e do Coman
do daquela Unidade. No dia 31 de dezembro de 1971, sg
bindo num mÓvel existente no arquivo, o Sol ..iado BOTE-/
LHO consegue escapar, rom~endo o teto de telhas de ami
anto, daquela prisão improvisada. Tal fuga constitui/
uma modalidade especial de deserção o Nada foi feito,/
administrativamente, quanto à deserção de BOTELHO, ex-
ceto refor~ar-se o arquivo, a fim de i mpedir novas fu-
gas. As sevicias continuaram. Observamos a insensibi
lidade dos acusados, que sequer respeitaram a época na
talina. 7. Wo dia 06 de janeiro de 1972, é preso o -1
soldado EViil.DO, submetido a sevicias. 8. No dia 07 de
janeiro de 1972, e" preso o soldado APARECIDO, imediat~
mente submetido a espancamentos, conforme bem relatado
acima. 9. No dia 11 de janeiro de 1972, são presos os
soldados VANDERLEI, MONÇ~O e VICENTE, os quais recebe-
ram a dose inicial de espancamentos, reforçada de for-
ma mortal no dia seguinte. 10. No dia 12 de janeiro I
, , I
de 1972, e preso o Soldado SOAR~S, tambem seviciado,
o ainda que de maneira menos int~nsiva. Naquele dia 12/
de janeiro de 1972, os Sol dados VANDERLEY e t-!ONÇÃO fo-
ram submetidos a brutal espan~amento, de que resultou/
a ~orte de ambos, ao anoitecer daqDele dia. Houve, en
tão, uma espécie de conselho entre os acusados, fican-
do resol vido que o Comando deveria ser avisado. Aliás ,
o Cap NI3BUS, que impedia a todo transe a entrada do I
médico do Batalhão no arquivo, mandou chamar o Enermei
ro de Dia ao Batal hão, o Cb CESA~ LUIZ, para exami nar/
os feridos. ~ fora de dÚvida que o Cap Dent AMIN dete~
minou ao Ca~ NIEBUS que cientificasse o Ten Cel GLADS-
TON3 da morte de MONÇ~O e VAN~ZRLEY, bem como do esta-
do em que se encontrava os demais soliados fe~idos. - /
ApÓs exami~ar os feridos, o Enfermeiro, Cabo CESAR LU-
IZ pediu que fossem buscar o Hédico , ao que o Cap IHE-
BUS retrucou:
" ••• está doido? voce quer me ver fudido?
Faça o possive l 11 (fls. 1071)
O Cap NI3BUS ameaçou inclusive o Cabo CESAR LUIZ, for-
çando-o a calar-se (fls. 1071). Contudo, o Cap NIEBUS
mandou que procurassem o Cap Dent AMIN, o qual compar~
ceu a"' sala do arquivo, examinando os feridos e consta-
t~ndQ~orte~e ' ois sold~s. S fora de dÚvida q~e
o Cap AMIN determ~nou ao Cap NIEBUS que comunicasse ao
Conando o que estava ocor~ conforme consta dos ay

/-~
Fls.-7-
tos:

" ••• que a situação dos soldados deve-


ria ser lev&da ao conhecimento do Co-
,
mando e do Hedico; ••• que acompan_hou o
Cap NIEBUS e o Ten ~ I?~NDA at~ o tel~
fone do S-2, tendo o Cap NIEBUS tele-
fonado para a residencia do Cel GLADS
TONE; que este não se encontrava em
sua residencia, razão pela qual o Cap
NIEBUS saiu com o Ten MIRA~IDA ao en-
contro do Ten Cel. GLADSTO:t-TE ••• 11 (fls
710/v).
" ••• que o depoente assistiu ao Cap -/
AMIN determinar ao Cap NI EBUS que co-
municasse os f atos aos seus superiores ••
(fls. l 072).

o Julgados e processados , pelo Colando Conselho ~speci

al de Justiça, fo r~m assim condenados:

"• •• o Capitão D~LGIO HI RAi'TDA NIEBUS à pena de


84 (oitenta e quatro, anos de reclusão; 2º -/
Tenente R/2 PAULO REYNAUD MIAANDú. SI LVA à pe-
na de 77 (setenta e sete) anos de reclusão;3º
Sargento RUB3NS M~RTINS DE SOUZA, 3º Sargento
IVAN 3TEL DE OLI VEIRA e Cabo JOSE AUGUSTO CRUZ
todos à pena de 62 (sessenta e dois) anos de
reclusão, como incursos nos Artigos 205 § 2º,
III, 209 § 1º, 264 nº I e 352, c/c os Arts 5S
e 79; 3º Sargento SI DENI GUED3S e Cabo CELSO/
GONES :!:>E FREITAS FILHO ambos às penas de 58 /
(cinquenta. e oito) anos de reclusão, como in-
cursos nas sanções previstas nos Artigos 205/
§ 2º, III, 209 § 10, c/c os Artigos 53 e 79; /
Tenente Coronel GLADSTON~ PERNASETTI TEIXEIRA
à pena de 7(sete) anos de reclusão, c~mo in-/
curso nos Artigos 264 nº I e nº 352, c/c o -1
Art. 53; e os civis NELSON RIBEI30 DE MOURA e
IRANIDES FErh~ IRA, respectivamente, às penas/
de 2 (dois / anos e 1 (um) ano de rec lusão, CQ

~
~
-----~~~------~------------------------~~~~----~~~--~~----~=--

~
/&f ·
Fls.-8- mo incursos no Art. 352 c/c o Art. 53, tudo
do CÓdigo Penal M~litar. Tendo para tanto,
considerado o disposto no Art. 69 do CPM, I
fixado a pena base para os Oficiais subal-/
,
ternos aci ma do mínimo legal:
-Pelo Art. 205 § 20, nº rii, 16 X 4 (64);/
Art. 209 § 19, 1 ano e 4 me ses X 11 (14a 8m);
Art. 26t1- nQ r, 2 anos e 4 meses; e Art.352,
3 anos: total 84 anos de reclusão, pena e~
ta definitiva para o Cap Nr3BUS, Chefe da I
"Equipe" do S/2;
- Considerando ser o Ten MIRliNDA UJ11 Oficial
R/2, subordinado direto do Cap NrEBUS, e a/
existênci a entre os acusados também de um I
Oficial Superior, resolveu o Conselho resu-
zir de 7 anos a pena imposta ao referido f~
nente, tornando-a definita em 77 anos de re
o clusão;
- S~t RUBENS, Sgt IV-"tN 3TEL e Cá bO CRUZ: -/
Art. 205 § 20, III, 12 X 4 (48 anos ); Art.-
209 § 10, 1 ano X 11 (11 anos); Art. 264 I
no r, 2 anos; Art. 352, 1 ano, total: 62 - /
anos;
- Sgt SIDENI GUED3S e Cabo FREITAS: Art.205
§ 2º, rii, 12 X 4 (48 anos); Art. 209 § lQ,
1 ano X ll (ll anos); total 59 anos, redu-
zido de 12 meses por terem apresentado os
, , ,
reus i ndícios de arrependi mento, apos a pra
tica dos crimes;
- Ten Cel GLADSTONE, Ofici al Comandante, r~
la intensidade do dolo, teve a pena base fi
xada acima da minima lega l ; Art. 264 nº I ,/
4 anos; Art. 352, máxima 3 anos; total 7 I
anos;
- Civis, NELSON exercla função de chefi a e/
mar..do sobre o réu I 3ANI DES, f unc ionário su-
balterno e despersonalisado; Art. 352, NEL-
SON 2 anos de detençã o e IR...D. _n.:::>ES 1 ano de
detenção, negando-se a ambos o benefi cio da
suspensão Condicional da pena pela gravida- •
de do crime, intens i dade do dolo e o modo I
de execução, fatos estes que não autori zam/
a presunção de que nã~narão a delinquir ••• "
~
~
\
Fls.-9- (fls. 1673/1674). ~·
,
O H.P. e os reus apelaram da r sentença, passan1o o pri-
meiro a mostrar a rocedenci~ da r. sentença recorrida, alinhag
do o monumental elenco das provas trazidas aos autos.

a) da prova testemunhal:

Contundente, caudalosa e insuspeita emerge dos autos a


prova testen~al.

q_ue DES~RI'OU do lQ BIB, na noite de 31 Dez para/


11 • • •

01 Jan, pelos motivos que passa declarar: no dia I


26 Dez 71, domi"lgo, foi preso, as ' 1330 hs , ern sua re
sidência ns Bairro do ~UC.nLI?T L, em VOLTA ~DON:UA,/
por o:-d.era do Ce.p NI3BUS; freso pela patrulha comand.ê:_
da pelo Sgt MOZART , foi levado para o FELESP, onde/
ficou até as 2100 hs, quando foi transferido para o
ARqUIVO, pelo Sgt NIV-aLDO e Cb FrtEITAS, e lá ficando
o o res~o da noite; que, pela manhã , no iia 27, l evaram
-
cafe, pa:-a o declarante o qual nao o tomou porque es-
tava passando mal do estômago; que, não apanhoa nos/
dias 27 e 28, segundo soube mais tarde porque esta-/
vam procurando provas, contra ele, decorrente das d~
clarações de FER-iEI~ e S~~lliO~INHO; pela manhã do dia
29 chegaram ao !.rquivo os Sgt GU3D3S e NIVALDO. GUE
DES mandou o declarante subir em duas lati.D.has de -/
massa de tomate , posição em que permaneceu por 20 mi
nutos, ao mesmo ter.1po e1:1 que NI VALDO batia no decla-
ran~e, por ordem do Sgt GUED3S, que tinha as mãos fg_
ridas como se tivesse esmurrado alguém. Que, NIVAL-
DO aplicava unas cuteladas nos ombros do declarante{
os q~ais incharam; que, nessa altura dos aconteciroen
tos lá chegaram o Cap HIEBUS e Ten HI3Al'i!DA , o Sgt RU
BENS, Cb CrtUZ e Cb FREI'I'..;S; que, ainda sÔbre as lati
nhas, o declarante levou um cano de ferro na cabeça,
dado pelo I'en MIRA~mA , em consequência o declarante/
4 acabou por cair no chão ; que , em seguida passou a I
ser agredido pelo Ten MI~KD!:.. com o cano de ferro , I
Caf N:~BUS a socos , Cb CRUZ a socos, enquanto que o
Sgt NIVALDO dava "telefones" e chineladas na face do
declarante; que, naque2.e mes'"lO ~9 , mais tarde , -I ..
;/
~
Fls.-2-

trouxeram o Sd FERREIRA, que foi violentamente


cado na frente do declarante, pelo Cap NIEBUS, Ten I
MIRANDA, Sgts RUBENS, NIVALDO, GUEDES e Cb CRUZ e -/
FREITAS, enquanto que NIEBUS, também aplicou socos e
•t telefones" no declarante. No dia 30 pela manhã, D.Q.
vamente, o declarante e o Sd FERREIRA foram espanca-
dos a socos pelo Cap NIEBUS, Sgts RUBENS e NIVALDO e
Cbs CRUZ e FREITAS e pelo Ten MIRANDA com o cano de
ferro, prolongando-se pela tarde esse mesmo espanca-
mento; que, pela manhã do dia 31 Dez, o declarante I
com um calção de fÍsica, FERREIRA com uma sunga ver-
melha e GETULIO com farda de instrução voltaram a -/
apanhar, sendo que desta vez o Cb CRUZ deu uns "tel~
fones" no declarante em GETULIO e FERREIRA, enquanto
- ,
o Cabo FREITAS dava-lhes socos; mais tarde, ja tendo
GETULIO sido retirado lá chegaram o Sgt, digo, Cap I
NIEBUS, os Sgts GERALDO e NIVALDO que passaram a dar
{
socos no declarante e em FERREIRA; que, o declarante
'
J se encontrava algemado numa cadeira com as mãos para
trás, e que enquanto levava os socos o Sgt RUBENS d~
va-lhe ponta-pé; que, naquele dia 31 Dez, ainda no I
ARQUIVO o Cap NIEBUS fez o declarante engulir uma co~
, .
rente grossa de relogio de bolso ant~go e uma pedra,
dessas conhecidas como "ovo de arigÓ"; que, ainda n~
quele dia 31 o declarante foi levado para o PELESP I
onde foi amarrado, digo, algemado numa cadeira, sen-
,
I. do a seguir submetido a choques eletricos, de um mag
, ,
I
neto; que, para tambem levar choques eletricos, sen-
taram o Sd FERREIRA no colo do declarante; que, essa
cena foi assistida pelo Ten MIRANDA, Sgt RUBENS, GUE
DES e ETEL, Cbs CRUZ e FREITAS e pelo Sd GETULIO, es
te esperando sua vez de levar choque, o que acabou I
não ocorrendo. Que esclarecendo melhor, o declarante
tomou choque com o Sd FERREIRA, assistido pelo sold~
do GETULIO, ainda no ARQUIVO. Depois de levado para/
'
o PELESP o declarante tomou choque sozinho. Que, o
declarante foi levado de volta ao ARQUIVO, onde não/
,
apanhou e de onde fugiu algumas horas depois, isto e,
cerca das 1930 hs; •••" " ••• que, na noite da fuga o
declarante tomou um taxi em BARRA MANSA para VOLTA I
REDONDA; que, ~ declarante tinha dinheiro, resultan-
te de uma maconha que havia vendido no natal, antes/
de ser preso; que o declarante tinha em seu poder -/
cerca de 100,00 (cem cruzeiros) ~ sendo que parte era

-~
~ f
o
Fls.-3-
)/á
de seu pagamento e parte da venda da maconha; que, em
VOLTA REDONDA o declarante foi procurar APARECIDO o
qual se encontrava na casa de uma namorada; que, o d~
clarante pediu ao APARECIDO uma bereta 7,6, que com I
ele havia deixado; que, foram buscar essa bereta na
casa de um amigo de APARECIDO de nome MAZINHO; que, o
declarante, logo depois de preso entregou ao Cap NIE-
BUS um revolver HO calibre 38, nada sabendo do desti-
no do referido revolver, enquanto que a automática I
7,6, acha-se na residencia da mãe do declarante, den-
tro de um sofá-cama em seu quarto; que, o declarante/
fugiu para a casa de seu primo FRANCISCO MARTINS, na
cidade de SANTOS; que, naquela cidade, o declarante I
trabalhou no Parque de Diversões ITAMARATY na praia I
do GONZAGA, mais tarde trabalhando num outro Parque I
de Diversões, de nome ORI)U{, na mesma praia; ••• "
" ••• que, o irmão do declarante, de apelido CAPARA é I
que é o traficante de maconha; que, CAPARA, normalmen
te, vendia maconha por intermédio de PAULINHO e HENRI
QUE; que, PAULINHO foi preso e HENRIQUE fugiu, saben-
do o declarante para ANGRA DOS REIS; que, por esse mQ
tivo, o declarante passou a vender maconha para seu I
irmão; que, o declarante costuma de vez em quando fu-
mar maconha; porém não se julga um viciado; que, o I
declarante algumas vezes fumou maconha no interior do
Quartel do 10 BIB, reeordando-se de ter fumado no in-
terior do xadres com o Sd FERREIRA quando ambos lá e~
r. tavam presos, isso em novembro de 1971, quando o decl~
rante ficou preso por ter se recusado a levar o bumbo
para uma solenidade na localidade de FIRA!; que, na-/
N ,
quela ocasiao, achava-se preso, tambem um soldado da
1ª Cia e que, o declarante e o Sd FERREIRA, para dis-
farçarem o cheiro da maconha, acenderam um pano alegan
do que era para espantar os pernilongos; que, também/
fumou na torre, com os soldados FERREIRA, e APARECIDO
uma vez à noite e outra vez durante o dia com EVALDO,
APARECIDO e SENHORINHO, cerca de meia hora ant es do /
4
Batalhão iniciar uwa marcha para RIALTO; que, nesse I
dia, o declarante subiu na torre para fumar com SENHQ
RINHO, enquanto APARECIDO e EVALDO esperavam embaixo,
fazendo-se de sentinelas; que, logo, que o declarante
e SENHORINHO de sceram da torre, para lá subiram APARE
CIDO e EVALDO a fim de fumarem maconha também; que fi
zeram a marcha ainda sob o / maconha que du-/

,~zz.,
Fls.-lf.- rou cer de uma hora, poque a maconha não era
qualidade; ••• " (fls.440/443).

'
A testemunha NILSON SENHORINHO MORCATO confessou as fls.
108/109 dos autos:

" ••• Perguntado quando foi prêso, respondeu que foi


no dia 28 de dezembro de 19?1; perguntado por quem/
foi prêso, respondeu que foi pelo Sgt ETEL; pergun-
tado porque foi prêso, respondeu que foi por estar/
envolvido no caso de maconha; perguntado onde ficou
prêso, respondeu que foi no xadrês do Corpo~ Guar-
da; perguntado por quem foi interrogado, respondeu
que foi pelo Cap NIEBUS, Ten MIRANDA e Cabo CRUZ; I
perguntado como foi interrogado, respondeu que foi/
por meio de espancamento e torturas; perguntado -/
quem espancou o depoente, respondeu que foi o Cap I
NIEBUS, Cap VOLTAIRE, Sgt ETEL e Cabo CRUZ; pergun-
tado como o depoente foi espancado, respondeu que I
o A
foi com cano de ferro na cabeça, aparelho de choque
e sôco no Ôlho; perguntado quais os ferimentos re-/
sultantes dos espancamentos, respondeu que resulta-
ram derrame de sangue no Ôlho esquerdo e inchação n
nas pernas; perguntado quem o depoente viu ser inte~
rogado, respondeu que viu os Sd GETULIO, GONZAGA e/
FERREI3A; perguntado quem estava interrogando, res-
pondeu que eram o Cap NIEBUS e Ten MIW1NDA; pergun-
tado se viu alguém ser espancado e por quem e como,
respondeu que viu os Sd GETULI O, GONZAGA e FEBLBEIRA
serem espancados pelo Cap NIEBUS, Cap VOLTAIRE, Ten
MIRANDA, Sgt ET3L, Sgt RUBENS e Cb CRUZ, com a pren
,
sa, cano de ferro na cabeça, choque eletrico, palma
tÓria, cinto NA e sôcos; perguntado se viu alguém I
ferido e como, respondeu que viu o Sd FERREIRA com/
A

a orelha toda roxa de tapas que levou, Sd AMORIM -1


com a cabeça machucada, Sd APARECIDO com um machucª
do na cabeça e as costas tôda machucada, Sd PERI -/
,
com machucado no peito do pe e tornozelo produzidos
pela prensa; perguntado se viu alguém, ou se soube/
da morte de alguém, respondeu que soube das mortes/
dos Sd GEOMAR e Vicente por meio de comentários de
outros soldados no xadrêz. •••" (fls. 108/109)
7

~ ~ /
JOSl!i GETULIO NOVO PAUFERRO as fls 110 111, confessou que.:.
}~~
Fls.-5'- • ••• Perguntado quando foi prêso, respondeu que
prêso no dia 28 de dezembro de 1971. Perguntado I
róiW '

por quem foi prêso, respondeu que foi pelo Sgt BE-l
LIO. Perguntado por que foi prêso, respondeu que -1
foi por estar envolvido no caso da maconha. Pergun-
tado onde ficou prêso, respondeu que foi no xadrêsl
do Corpo da Guarda. Perguntado por quem foi inter-
rogado, respondeu que foi pelo Cap NIEBUS, Ten MI-l
nANDa, Sgt RUBENS, Sgt ETEL, Cb CRUZ, Cb FREITAS, I
Sgt GUEDES e Sgt GERALDO. Perguntado como foi inte~
rogado, respondeu que foi com torturas. Perguntado
quem espancou o depoente, respondeu que foi o Cap I
NIEBUS, Sgt RUBENS, Sgt ETEL, Cb CRUZ e Cb FREITAS.
Perguntado como foi espancado, respondeu que com o/
cano na cabeça choques, sôcos e ponta-pés. Pergun-
tado quais os ferimentos resultantes dos espancamen
tos, respondeu que deu algumas feridinhas na cabeça
e algumas marcas no corpo. Perguntado quem o depo-
ente viu ser interrogado, respondeu que viu os Sds.
FERREIRA, AMORIM, GONZAGA, GEOMAR e SENHORINHO. PEl!
GUNTADO quem estava interrogando, respondeu que -/
eram o Cap NIEBUS, Ten MIRANDA; Sgt ETEL, Sgt RU- I
BENS, Sgt GERALDO, Cb CRUZ e Cb FREirAS. Perguntado
,
se viu alguem ser espancado e por quem e como, res-
pondeu o seguinte: Sds FERREIRA, AMORillf, GONZAGA, /
GEOMAR e SENHORINHO; o Sd FERREIRA foi agredido pe-
lo Cap NIEBUS, com cano, ponta~ps e sôcos: Sgt RU-
BENS, com cinto NA, sôcos e ponta-pés; Sgt ETEL com
sôcos; Cb CRUZ com cinto NA, com cano de ferro na I
.. ,
cabeça, com socos, ponta-pes, choques e ainda colo-
cou a prensa no joelho do Sd FERREIRA e tapas nas I
orelhas; o Sd AMORIM foi agredido pelo Sgt RUBENS /
com cinto NA, ponta-pés e sôcos e pelo Cb FREITAS I
com uma correa.. bateu nas costas a nas nadegas
, ale'm/
de vários sôcos; que o Sd GONZAGA foi colocado em
cima de duas latinhas para tomar choque e o Sd FER-
REIRA foi mandado segurar a mão do Sd GONZAGA; que,
o Sd GEOMAR foi interrogado pelo Sgt RUBENS e pelo
A A
Cb CRUZ, sendo por eles agredido com cinto NA, socos
e tapas no ouvido, sendo auxiliados nesta tortura I
pelo Sgt ETEL; que, o Sd SENHORINHO foi interrogado
pelo Cb CRUZ com sôcos e cano de ferro, pelo Sgt -/ 4

ETEL com sôcos e pelo Sgt RUBENS, com sôcos e pont~


pés; disse ainda que lembrava-se de ter sido espan-
cado na bÔca pelo Cap VOLTA!~ que o mesmo também

~
~
t\lb~
Fls.-6- havia espancado o Sd SENHORINHO da 2ª Cia; perguntado
se viu alguém ferido e como, o declarante respondeu I
1J
que viu o Sd AMORIM ferido na perna esquerda com cin-
to NA e com um ferimento na cabeça produzido pelo ca-
no de ferro e também viu os Sds APARECIDO com muitos/
ferimentos nas costas e o Sd PERI com alguns ferimen-
tos nas pernas; perguntado se viu alguém morrer ou se
,
soube da morte de alguem, respondeu que sim, que, SOB
be da morte dos soldados GEOMAR e VICENTE. •••" (Fls.
110/111 dos autos)

Perante o Conselho Especial de Justiça, a testemunha JOSt I


GETrt1IO NOVO PAUFERRO declarou que:

" ••• confirma o depoimento que prestou no IPM, as ' fls.


110/113, e que foi lido nesta assentada; que o depoe~
te esteve preso no xadrez do Corpo da Guarda e que -/
era levado ao Arquivo a fim de lá ser interrogado, -/
findo o que, retornava ao xadrez do Corpo da Guarda;/
que não pernoitou nenhuma vez no Arquivo; que perman~
I A
ceu preso ate a data de sua transferencia para o REC-
MEC. Data a palavra ao Dr Procurador, perguntado, re~
,
pondeu que no curso do interrogatorio sofreu ferimen-
to na cabeça e marcas no corpo; na cabeça em conse- I
quência de pancada com cano de ferro usado pelo Cap./
NIEBUS, para a agressão; que as marcas no corpo foram
produzidas por canadas, socos, chutes, desferidos pe-
las seguintes pessoas: Cap Niebus, Cb Cruz, Sgt Ru- I
bens, Sgt Etel, Cb Freitas; que o Ten Miranda não ba-
teu no depoente ••• " " ••• que todas as vezes em que foi
, ,
ao Arquivo de la saiu ferido, apos ter apanhado; que
retornava dos interrogatÓrios e não recebia qualquer/
A , , ...,

assistencia medica; que parece ao depoente, porem nao


tem certeza, que so, passou a terassistencia medica
, -I
,
apos a morte do Sd Geomar; que o xadrez estava sob a
responsabilidade do S/2, porém que o Oficial de Dia I
às v~zes ia ao xadrez; que o xadrez onde estava o de-
poente se destinava sÓ para presos do S/2, isto é,Sol
, ,
dados envolvidos em casos de toxicos; que la no Corpo
da Guarda existiam mais dois xadrezes; que o depoente
tem conhecimento de que o Oficial de Dia deve compar~
cer ao xadrez e ver a lista de presos; /
que o depoente
não comunicou a nenhum dos ofici s de dia que compa-
recia ao xadrez o que porquanto achava que
~'\
Fls.-7- nada adiantava; que o Oficial de Dia as
....
vêzes:L$
versava com o depoente e via que o mesmo estava ~
chucado; que o Ten Biano e o Ten Calichio convers~
ram com o depoente no xadrez onde se encontrava e
viram que o depoente se encontrava ferido; que quan
do conversou com os dois oficiais acima referidos/
no xadrez, o depoente estava uniformizado; que a I
marca de seu ferimento na cabeça era visÍvel ••• " I
" ••• foi ouvido em conjunto com alguns soldados, t~
is como Senhorinha e outros; que enquanto o depoen
,
era espancado, os outros so+dados presos que la se
encontravam também o eram; que o depoente foi in-/
terrogado pelo Cap Niebus, Ten Miranda, Sgt Rubens,
Sgt Etel, Sgt Geraldo, Cb Freitas, Cb Cruz e Cap I
Voltaire; que a maioria das vêses os espancamentos
ocorreram na presença do Cap Niebus e que o Ten M!
randa também lá se encontrava; que na ausência do/
Cap Niebus lá se encontrava o Ten Miranda; que to-
das as vêzes que foi interrogado, o foi na presen-
ça dos oficiais ••• " " ••• esteve preso no mesmo xa-/
drez com o Sd Aparecido; que depois da morte de -/
Geomar, passaram a levar café, refrescos, leite, ~
biscoitos para os Soldados presos; que antes da -/
morte de Sd Geomar, o depoente não se recorda de I
ter o Cb Freitas levado café e biscoitos para os I
presos; ••• " " ••• que o depoente em razão dos espan-
camentos sofridos foi internado para tratamento no
HCEx, no Pavilhão de Neuropsiquiatria; que apÓs o
espancamento sofrido na cabeça, o depoente passou
a ter problema de memÓria, amnesia, porém não de I
forma total; que a lesão que recebeu na cabeça e a
que se referiu no seu depoimento foi produzida por
cano de ferro usada pelo Cap NIEBUS ••• " (fls. 847,
847v/848).

A testemunha CELIO FERREIRA declarou às fls. 104/105 que:

4
"•••foi prêso no dia 28 de dezembro de 1971; per-/
guntado porque foi prêso, respondeu que foi prêso/
pelo Cmt da Guarda; perguntado porque foi prêso, I
respondeu que foi prêso por estar envolvido no prQ
blema de tÓxico e, digo, de maconha; perguntado on 4

de ficou prêso, respondeu que ficou ~o xadrês do I


Corpo da Guarda; tendo dormido uma oite, algemado
no Pavilhão do Arquivo, junto d1 AMORIM; pergun
/
f
--

---- - - - ~----------------~-~----~~==~~~=====

Fls.-8-
tado como foi interrogado, o declarante respondeu
que foi interrogado sendo espancado; perguntado I
quem espancou o depoente, respondeu que foi o Cap
NIEBUS, Ten MIRANDA, Sgt ETEL, Sgt RUBENS, Cb - I
CRUZ e Cb FREITAS; perguntado como foi espancado,
o declarante respondeu que foi espancado com um I
cano de ferro, sôcos, cinto NA, choque elétrico e
colocaram a prensa no joelho direito do declaran-
te; perguntado quais os ferimento resultantes dos
espancanen~os, respondeu que o espancamento ocae/
sionou uma ferida no braço direito além de dÔres/
de cabeça e dÔres musculares por todo o corpo;pe~
guntado quem o depoente viu ser interrogado, res-
pondeu que presenciou o interrogatÓrio dos Sds SE
NHORINHO, GETULIO, GONZAGA, AMORIM e GEOMAR; per-
guntado quem estava interrogando, o declarante -/
respondeu que era o Cap NIEBUS' Ten MIRANDA, Sgt.
RUBENS, Sgt ETEL, Sgt GERALDO e Cb FREITAS; per-/
. ,
guntado se v~u alguem ser espancado e por quem e
como, respondeu que sim; o Sd APARECIDO com feri-
mento na cabeça; Sd AMORIM com ferimento na cabe-
ça e na perna; Sd SENHORINHO com o Ôlho esquerdo/
com derrame em consequência de um sôco desferido/
pelo Cb CRUZ; disse ainda que o Cap VOLTAIRE tam-
#
bem ajudou a espancar os Sds GETULIO e SENHORINHO;
atingindo-os na bÔca; perguntado se viu alguém -/
morrer ou se soube da morte de alguém, respondeu/
que soube, por meio de comentários, das mortes -/
dos Sds GEOMAR e VICENTE ••• " (fls. 104/105).

A testemunha LUIZ GONZAGA PEnEIRA declarou:

" ••• Perguntado quando foi prêso, respondeu que -/


foi no dia 31 de dezembro de 1971; perguntado por
quem foi prêso, respondeu que foi pela patrulha I
de Volta Redonda, comandada pelo Sgt HELIO; per-/
gunt ado porque foi prêso, respondeu que foi por I
estar envolvido no problema da maconha; pergunta~
do ónde ficou prêso, respondeu que inicialmente I
no xadrês da Unidade e posteriormente na sala do
Arquivo; perguntado por quem foi interrogado, re~
pondeu que foi pelo Cap NIEBUS, Te MIRANDA, Sgts
ETEL, RUBENS, LEONARDO, GUEDES Cabos Cruz e - /

-
~\o

Fls.-9-
FREITAS; pertuntado como foi interrogado, respo~yg
que foi com espancamento e torturas; perguntado - I
quem espancou o depoente, respondeu que foram o Cap
NIEBUS, Ten MIRANDA, SGTs ETEL e RUBENS e Cabos -/
CRUZ e FREITAS; perguntado como o depoente foi es-/
pancado, respondeu que foi com sôcos, cano de ferro
cinto NA e choques elétricos; perguntado quais os I
ferimentos resultantes dos espancamentos, respondeu
que sofreu apenas uma ferida na cabeça; perguntado/
quem o depoente viu ser interrogado, respondeu que
viu os Sd GETULIO, FERREIRA, AMORIM, GEOMAR e SENHQ
RINHO; perguntado quem estava interrogando, r espon-
deu que eram o Cap NIEBUS, Ten MIRANDA, Sgts ETEL,/
RUBENS, GUEDES e Cabos CRUZ e FREITAS; perguntado I
,
se viu alguem ser espancado e por quem e como, res-
pondeu que viu os Sd FERREIRA, GEOMAR, AMORIM, SE-/
NHORINHO e GETULIO pelo Cap NI EBUS, Ten MIRANDA, - /
Sgts ETEL, RUBENS e Cabos CRUZ e FREITAS, com pane~
A ,
das de cano de ferro na cabeça, socos nos rins e r~
gado, nas costas com um Cinto NA onde batiam nas -/
mãos, nas costas e nas nádegas e choques aplicados/
nas canelas e nos punhos; perguntado se viu alguém/
ferido e como, respondeu que viu os Sd AMORIM ferido ne_
na perna esquerda, na cabeça e vergões nas costas,/
Sd GEOMAR com o corpo chego de vergões, ~ assim- cômo/
,
tambem os Sd FERREIRA, GETULIO e ALVES, Sd SENHORI-
NHO com o corpo cheio de vergÕes e o Ôlho esque rdo/
inchado e inflamado, Sd PER! com pequenos f erimen-/
tos nas pernas e vergões no corpo, Sd APARECIDO com
as mãos inchadas, vergões pelo corpo e uma f erida I
na cabeça; perguntado se viu alguém, ou se soube da
,
morte de alguem, respondeu que soube das mortes dos
Sd GEOMAR e VICENTE ••• " (fls. 114/115).

A testemunha JOSE RODRIGUES ALVES à s fls. 116/117 dos au-/


tos declarou que:
A

" ••• foi preso no dia 30 de dezembro de 1971; pergug


tado por que foi prêso, respondeu que foi prêso - I
quando se apresentou no Quartel, sendo recolhido p~
A
lo Cmt da Guarda; perguntado por que foi preso, re~ ..
pendeu que era porque estava envolvido no problema/
da maconha; perguntado onde fico prêso, respondeu/
que ficou na cela incomunicáv do Corpo da Guarda;
~~

Fls . -lO- perguntado por que foi interrogado, respondeu


~~w
~ue ~
foi pelo Ten MIRANDA, Sgt GUEDES e pelo Sgt RU- /
BENS ; perguntado como foi interrogado, respondeu/
que fo i com torturas; perguntado, quem o espancou
respondeu que foi o Cap NIEBUS, Sgt ETEL e Cb - /
CRUZ ; perguntado como o declaeante foi espancado,
respondeu que foi algemado numa cadeira, com os I
,
pes na prensa. sendo apertada pelo Sgt ETEL, o Cb-
CRUZ dava choque elétrico nas pernas do depoente/
sendo a manivela rodada pelo Sgt RUBENS enquanto/
o Cap NIEBUS dava sôcos e com o cano de ferro na/
cabeça e nas pe r nas do depoente; perguntado quais
os fer i mentos resultantes dos espancamentos, res-
' ,
pendeu que somente dores no peito do pe, nas per-
nas costas e na barriga além das marcas das alge-
mas; perguntado quem o depoente viu ser interrog~
do, respondeu que não, pois foi levado para o AR-
QUIVO onde prestou depoimento sendo posteriormente
levado de volta ao xadrês; perguntado quem estava
o interrogando, respondeu que foram o Ten MIRANDA,/
,
Sgt GUEDES e Sgt RUBENS; perguntado se viu alguem
ser espancado e por quem e como, respondeu que - /
não viu ninguém ser espancado porque não ficou -/
prêso no SUBMARINO; perguntado se viu alguém feri
do e como , o declarante respondeu que viu o Sd -/
APARECIDO ferido nas costas, o Sd AMORI ~1 ferido /
na cabeça, no pulso e na perna e o Sd SENHORINHO/
ferido no Ôlho esquerdo; perguntado se viu alguém
,
ou se soube da morte de alguem, o depoente respon
deu que sim por meio de comentários dentro do xa-
drês e pelo pessoal da guarda que o Sd GEOMAR e o
Sd VICENTE haviam falecido e que os Sds VANDERLEI,
MONÇl'tO e BOTELHO , haviam fugido •• • " (fls.ll6/117).

Em suas declarações de fls.ll2/113, a testemunha PERY SIL


VARES HENRIQUE confessa que :

" •• • foi prêso no dia 30 de dezembro de 1971; que,


~ A
f oi preso pelo Sgt RUBENS; que, foi preso por es-
t ar envolvido com o problema de maconha; pergunt a
do onde ficou prêso, respondeu que ficou no xadrês
do Corpo da Guarda; perguntado por quem foi interr ...

rogado , o declarante respondeu que foi pelo Cap I


NIEBUS, Ten MIRANDA, Sgt GUEDES, S RUBENS, Sgt/
ETEL , Cb CRUZ e tado como foi /
~
h~
F1s.-11-
interrogado, o declarante diz que foi interrogado.
a base de espancamento (torturado); perguntado-/
~
quem o espancou, declarou que foi o Sgt RUBENS, I
Sgt ETEL e Cabo CRUZ; perguntado como o depoente/ _.·
foi espancado, declarou que; com um cano de ferro
com cinto NA, com um cinto de couro, com choque I
elétrico, com uma prensa onde o declarante tinha/
os pés apertados; perguntado quais os ferimentos/
resultantes dos espancamentos, declarou que produ
ziu ferimento nos pés, pulso, canela, contusões I
nas costas, coxas, braços, galos na cabeça e dois
cortes na testa; perguntado quem o depoente viu I
ser interrogado, respondeu que viu os Sds AMORIM,
GEOMAR, APARECIDO e LUIZ; perguntado quem estava/
interrogando, respondeu que era o Ten MIRANDA,Sgt
RUBENS, Sgt ETEL, Cb CRUZ e Cb FREITAS; perguntado
,
se viu alguem ser espancado e por quem e como,re~
pondeu que sim, viu os Sds GEOMAR, AMORL~, APARE-
o CIDO, LUIZ, pelos Sgt RUBENS, Sgt ETEL, Cb CRUZ,/
com cinto, cano de ferro e com choque elétrico; I
perguntado se viu alguém ferido e como, respondeu
que sim: o Sd AMORIM, com ferimentos na cabeça,/
,
pulso, coxa esquerda e pes; Sd APARECIDO, com fe-
rimento na mão, nas costas e no peito; Sd SENHORl
NHO, com contusão na cabeça e Ôlho esquerdo e con
tusões generalizadas; perguntado se viu alguém,ou
se soube da morte de alguém, respondeu que soube/
da morte do Sd GEOMAR e do Sd VICENTE, por inter-
~

medio de soldados que estava de guarnição ••• '1 Fls


112/113).

' fls 102/103 que:


SERGIO AMORIM VIEIRA, confessou as

" ••• foi prêso em 30 de dezembro de 1971; que foi/


,.
preso pelo comandante da Patrulha de Volta Redon-
da, 32 Sgt NIVALDO; perguntado porque foi prêso,/
respondeu que foi por faltar ao serviço do dia O~
digo 24 de dezembro de 1971 e depois por ser en-/
volvido no caso da maconha; perguntado onde ficou
,. ~

preso respondeu que ficou no xadrez do Corpo da I


Guarda e posteriormente levado para o ARQUIVO; -/
perguntado por quem foi interroga~spondeu o
declarante que foi interrogado ::~Cap NIEBUS, I
Ten MIRANDA, Sgt ETEL, Sgt-R~~Cb CRUZ e Cb

~~

\~~
}I~
Fls.-12-
FREITAS; perguntado como foi interrogado responde~
que foi espancado pelo Cap NIEBUS, Ten MIRANDA, Sgt
ETEL, Sgt RUBENS, Sgt NIVALDO, Cb CRUZ e Cb FREITAS;
perguntado como foi o depoente espancado respondeu
,
que com um cano de ferro, palmatoria, choque, cor-
raiada com cinto NA, tapas, sôcos, e algemadas na
cabeça, declarou ainda o depoente que estêve alge-
mado durante vários dias; perguntado quais os feri
mentos resultantes dos espancamentos respondeu que
foram causados um corte na cabeça, algumas marcas/
nas pernas , corte no braço esquerdo e alguns cor-/
, .
tes no peito dos pes ocas1onados pela prensa; per-
guntado quem o depoente viu ser interrogado, res-/
pondeu que assistiu o interrogatÓrio dos soldados/
GEOMAR, PERI, GONZAGA, EVALDO, APARECIDO, LUIZ - /
e GETULIO; perguntado quem estava interrogando os
referidos soldados respondeu que eram o Cap NIEBUS
Ten MIRANDA, Sgt ETEL, Sgt RUBENS, Cb CRUZ e Cb -/
o FREITAS; perguntado se viu alguém ser espancado e
por quem e como, respondeu que presenciou os Sds I
GEOMAR, PERI, GONZAGA, EVALDO, APARECIDO, LUIZ e /
GETULIO semem espancados pelo Cap NIEBUS, Ten MI-/
RANDA, Sgt ETEL, Sgt RUBENS, Cb CRUZ e Cb FREITAS/
com cano de ferro, choque, cinto NA, prensa, sôcos
e palmatÓria; perguntado se viu alguém ferido e CQ
mo, respondeu que siml viu o Sd APARECIDO ferido I
no braço esquerdo, o Sd SENHORINHO no Ôlho esquer-
do, Sd GEOMAR no peito, nas costas, na cabeça e -/
nas pernas, o Sd PERI encontrava-se ferido na cane
la e nos pés e o Sd EVALDO nas pernas, nas costas/
e no braço esquerdo; perguntado se viu alguém ou I
,
se soube da morte de alguem, respondeu que sim por
meio de comentários no xadrês de que os Sds GEOMAR
e VICENTE haviam falecido ••• " (fls. 102/103).

A testemunha EVALDO LUIZ LIMA declarou:

" ••• Perguntado quando foi prêso, respondeu que foi


no dia seis de janeiro de 1972; perguntado por que
foi prêso, respondeu que foi pela Patrulha de Vol-
t a Redonda, comandada pelo Sgt ISMAEL; perguntado/
..
por que foi prêso, respondeu que fo· por estar en-
envolvido no problema da maconha• perguntado onde/
-- - - - - - --~~~~~~~~~~~~--~-~---~~~~~~~~~--~-~~~

Fls. l 3-
~ A
ficou preso, respondeu que ficou tres dias no arqu!
vo e o restante no xadrêz; perguntado por quem foi
interrogado, respondeu que foi pelo Ten MIRANDA,Sgt
RUBENS e ETEL e Cabos CRUZ e FREITAS; perguntado CQ
mo foi interrogado, respondeu que foi com tortura;/
perguntado quem espancou o depoente, respondeu que/
foram os Sgts RUBENS e ETEL e Cabo CRUZ; perguntado
como o depoente foi espancado, respondeu que foi -/
com o cinto NA, sôcos, tapas, choque, cano e palma-
tÓria ; perguntado quais os ferimentos resultantes I
dos espancamentos, respondeu que ficou com marcas I
pelo corpo, dores musculares, inchações, ferimentos
no cotovelo esquerdo; perguntado quem o depoente -/
viu ser interrogado, respondeu que viu os Sd APARE-
CIDO, GEOMAR, AMORIM e LUIZ; perguntado quem estava
interrogando, respondeu que eram o Cap NIEBUS, Sgts
RUBENS, ETEL e Cabo CRUZ; perguntado se viu alguém/
o ser espancado e por quem e como, respondeu que viu/
os Sds APARECIDO, GEOMAR, AMORIM e ~UIZ pelo Cap NIE
BUS , Ten MIRANDA, Sgts RUBENS e ETEL e Cabos FREI-/
; ~

TAS e CRUZ, com palmatoria, cano de ferro, socos, -


chutes , cinto NA e choque; perguntado se viu alguém
ferido e como, respondeu que viu o Sd AMORIM com f~
rimento na cabeça, no pulso e na perna, Sd APARECI-
DO com as costas machucadas, ferimentos na mão e na
cabeça, Sd GEOMAR com marcas no corpo, ferimentos,/
inchações e passando mal, Sd FERI com ferimentos no
, A

pe e na canela, Sd SENHORINHO, com o olho machucado


e Sd LUIZ com marcas pelo corpo; perguntado se viu/
,
alguem, ,
ou se soube da morte de alguem, respondeu I
qu.e soube das mortes dos Sd tiEOMAR e VICENTE atra-I
, ,
ves de comentarias dos soldados da Guarda ••• " (fls.
106/ 107).

...
A testemunha APARECIDO DIAS MACHADO deê~arou as fls 77/80,
4 que:

" ••• mais ou menos no dia sete de janeiro de 1972, o


depoente, logo apÓs a parada foi conduzido prêso p~
ra a sala do Arquivo onde se achavam o Ten MIRANDA, ..
os sargentos ETEL, RUBENS, e os cabos CRUZ e Frei-/
t~s; que naquela sala o d~ epoent~i interrogado I
sobre o uso de maconha; que, o eclarante negou es-
~_.;
t/~
Fls.-14-

circunstancia,
A
passando entao
-
a ser agredido; que,
o depoente descreve sua prisão e espancamento, co-
mo segue: que, o depoente foi chamado a' sua Compa-
nhia onde foi prêso pelo Ten PAULO CESAR, a pedido
do Ten MIBANDA, que o conduziu prêso na direção do
Arquivo; que, no trajeto, o Ten MIRANDA perguntou/
ao depoente se era, por ali, no interior do Quar-/
A

tel, que ele fumava maconha; que, o depoente negou


A '
veementemente esse fato; que, chegando a porta do
Arquivo, o Ten MIRANDA foi dizendo para os outros/
, ,
que la se encontravam: "olha quem e que eu trouxe-
o APARECIDO"; que, ato continuo o depoente foi em.:-
purrado para dentro da sala" onde foram-lhe mete11
do o cacête"; que, inicia]Jnente, o depoente foi -/
agredido a sôcos, ponta-pés, bofetadas, desferidas/
pelos Ten MI RANDA, Sgts RUBENS e ETEL e cabos CRUZ
E FREITAS; que os torturadores do declarante fize-
o ram uma rodinha, em cujo meio foi colocado, para I
melhor ser espancado; que, após mais de meia hora/
de pancada, foi ordenado ao declarante que tirasse
tÔda a roupa; que, apÓs ficar desnudo o depoente I
foi algemado, sentado numa cadeira, com as mãos al
gemadas por trás do espaldar, e a seguir violenta-
mente espancado com um cano de ferro, pelo Cap NIE
BUS, que lá chegara e pelo Cabo CRUZ; que, na sexta
A
feira em que foi pr eso o de poente foi espancado pel
lo Ten MIRANDA, Sgts ETEL e RUBENS e cabos CRUZ e /
FREITAS; que , algemado conforme já descreveu, o I
declarante foi espancado pelo Cabo CRUZ, com o ca-
no de ferro; que, o Cabo CRUZ agredia o declarante
nas regiões claviculares, isto é, em cima dos om-/
bros, e nas coxas; que, o Cabo CRUZ também pressiQ
nou os escrotos do depoente com o cano de ferro, I
contra o assento da cadeira; que, face ao isolamen
to do Arquivo é provável que ninguém tenha ouvido/
os gritos do depoente; que, depois de meia hora -/
nessa tortura algemada, o depoente foi levado para
a prisão conhecida por "SUBMARINO"; que, uma das I
celas do 11 SUBMARINO", o depoente foi, novamente, es
pancado da seguinte maneira: foi-lhe ordenado que/
apoiasse as mãos ao alto na parede / endo em segui,
da o cabo CRUZ desferido murro no{ rins do depoen
te; / -
/
f"' -t/
Fls.-15'-
que, em seguida o mesmo cabo CRUZ passou a
o depoente no peito e nas costas com o cano de fer-
ro; que, o Ten MIRANDA também espancou o depoente,/
infringindo-lhe sÔcos; que, em seguida, o depoente/
foi espancado a gol~es de cinto NA, pelos Sargentos
ETEL e RUBENS; que, pararam de espancar o depoente/
naquela sexta-feira, porque êle foi ferido na cabe-
ça pela fivela do cinto NA; que até hoje permanece/
a marca dêsse ferimento; que, o cabo TOMAZ rêz um I
curativo na cabeça do depoente; que, durante o cur~
tivo aplicaram nas canelas do depoente os fios de I
um magneto de aparêlho telefÔnico, passando a dar-/
lhe violentos choques elétricos; que, o curativo e
os choques el~tricos ocorreram na sala do Arquivo I
para onde fizeram o depoente retornar apÓs o espan-
camento na cela do"SUBMARINO"; que, apÓs o curativo
e os choques, o depoente voltou a ser trancado na I
cela do "SUBMARINO", onde permaneceu sem vêr os se-
,
o us torturadores, sabado e domingo, exceto o sargen-
to RUBENS, que levava comida para o declarante; que
na segunda feira, dia dez de janeiro de 1972, desde
~ A
cedo voltaram a espancar o depoente; que, nesse dia,
o depoente foi espancado a sôcos e ponta-pés pelo rt
Cap NIEBUS, Ten MIRANDA, pelos Sgts ETEL e RUBENS e
Cabos CRUZ e FREITAS, isto pela manhã, porque na -/
tarde daquêle dia dez, o depoente voltou a ser es-/
pancado pelas mesmas pessôas, ocasião em que o Cap.
NIEBUS usou uma palmatÓria, aplicando-a na cabeça,/
nos ombros e no peito do depoente; que, nêsse dia,o
Cap NIEBUS também usou um cano de ferro, o mesmo -1
usado pelo Cabo CRUZ, para espancar o depoente, nos
ombros e no peito; que, já quase desmaiando, o dep~
,
ente pediu agua, tendo o Cap NIEBUS e os demais to~
turadores acima citados, trazido uma lata de 20 qui
,
los cheia de agua e nela mergulhado a cabeça do de~
poente, al~' segurando-a por varias
, ,..
vezes ate, quase I
afogá-lo; que, já rastejando o depoente disse que I
queria vomitar e em meio a zombaria dos outros foi/
se arrastando até a privada da cela onde começou a
vomitar, devido a quantidade de água ingerida; que,
na terça-feira seguinte o depoente foi novamente e~
,
pancado, sendo que o cabo CRUZ usava u~a palmatoria,
enquanto que o Cap NIEBUS o cano de{ferro; que, o I
depoente já tinha os peitos in9 ~os, tendo levado/
/.,?/ /

/~
Fls.l6-

uma pancada do Cap NIEBUS acima do cotovelo


do o que lhe ocasionou um ferimento; que êsse espan
camento foi ministrado na sala do Arquivo, onde já/
se encontrava desmaiado e todo arrebentado o Sd GEO
MAR; que, em virtude do ferimento do cotovelo esque~
do do pararam o espancamento tendo o Cap NIEBUS man
dado chamar o Cabo TO}ffiZ, tendo vindo em seu lugar/
fazer o curativo no depoente o Sd NOVAES, que esta -
va de padioleiro de dia; que, naqueles dois dias I
.... ,
nao so o depoente, mais os soldados GEOMAR e AMORIM
e EVALDO também foram violentamente espancados, a I
ponto de GEOMAR já não conseguir permanecer de pé,/
chorando e gemendo, durante a noite e pedindo para/
chamar o cabo FREITAS que dormia numa das dependên-
cias do SUBMARINO; que, o cabo FREITAS não atendeu/
aos gritos de seus companheiros; que, na quarta fei
ra, o Ten MIRANDA, Sgt ETEL e Cabo CRUZ voltaram a
bater no depoente com uma palmatÓria; que, GEOMAR I
pediu ao cabo TOMAZ muitas vêzes para levá-lo para/
a enfermaria, porque ~r~a morrer, limitando-se o c~
bo TOMAZ a levar uns comprimidos; que, nêste momen-
to e espontâneamente o declarante diz que todos ês-
ses fatos são desconhecidos do comando da Unidade,/
mesmo porque o Comandante estava de férias e certa/
vêz, sabendo o Cap NIEBUS que o major BARRA estava/
se encaminhando para a sala do Arquivo, mandou es-/
,
I• conder todos os instrument os de tortura, isto e, a
I , ,
palmatoria, o cano; que, a pos tanta tortura o depo-
ente assinou as declarações que lhe foram apreeent~
,
das, assim como assinaria qualquer coisa; que, alem
, ,
dos objetos de torturas ja mencionados, os ja cita-
dos torturadores empregavam uma prensa manual, para
comprimir os pés dos soldados PERI e AMORIM, segun-
do êste disseram ao depoente, sendo voz corrente -/
que comprimiram a cabeça do Sd VICENTE na referida/
prensa; que, o soldado VICENTE foi espancado, vári-
as vêzes, sendo que uma vêz na frente do depoente,/
pelo Sgt ETEL e pelo Cabo CRUZ, êste usanuo uma pal
,
matoria que produziu feridas mais ou menos redondas
nos ombros, nas costas, nos peitos e nas coxas do I
Sd VICENTE; que, o depoente sabe com absoluta certe
za qu.e o médico do Batalhão não ~a permissão de/
entrar nas dependências do SUBMÊRINO, sendo o aten-

~
~z-
-/
------ - ------------------------------------~--~-------------=-=~~~===========

Fls.-17- dimento feito pelo cabo TOMAZ, enfermeiro, que


\/.
po~
sua vez e por qualquer motivo desconhecido do depQ
ente, não atendia aos pedidos que lhe eram feitos/
pelo Sd GEOMAR para baixar a enfermaria; que, o d~
poente, devido ao que sofreu, acredita que o Sd -/
GEOMAR morreu em virtude dos espancamentos e por I
~
falta do socorro medico; , a morte do Sd I
que, apos
GEOMAR, os espancadores passaram a bajular o depo-
ente e seus colegas, fazendo servir leite na refei
ção e prometendo futuras visitas de seus familiá-/
res, passeios a outras partes do Quartel, recomen-
dando que se fÔssem chamados pelo Cel SAMPAIO que/
negassem haver sofrido qualquer espancamento e a-/
firmassem sempre a mesma coisa; que, essa recomen-
dação era feita pelo Cap NIEBUS, Ten MIRANDA, Sgt.
ETEL, Sgt RUBENS, Cabo CRUZ e Cabo FREITAS; que, I
sugeriram ao depoente se utilizar de um acidente I
que sofreu num automóvel em fins de outubro do ano
passado para justificar os feriment os cujas marcas
persistem em seu corpo ••• " (fls. 77/80 dos aut os).

Perante o Conselho Especial de Justiça, a testemunha APAA


RECIDO DIAS MACHADO declarou que:

11
confirma o depoimento que prestou perante o EB
•••

carregado do Inquérito, e que consta de fls 77/81,


lida na presente assentada; que a certeza de que o
médico não tinha permissão para ir ao arquivo veio
ao depoente pelo fato de ter visto o Cap NIEBUS d~
clarar que naquele local, o Arquivo, só teriam pe~
missão para ingressar o pessoal do S/2; que disse/
em seu depoimento que o Comando não tinha conheci-
mento dos fa t os que ocorriam, porquanto o Cel Ari-
,
osvaldo se encontrava de ferias; , a morte I
que apos
do Sd G30MAR, o de poente lembra-se de que o Cel -/
,
Ariosvaldo chegou ate a porta do xadrez da Unidade;
que não tem conhecimento de que o referido Oficial
tenha ido ao Arquivo, enquanto esteve o depoente I
, _..
~ .
preso; que tambem nao ~ do conhec~mento do depoen-
te que o Ten Cel Gladstone tenha comparecido ao A~
quivo durante o tempo em que o depoente esteve pr~
so; que o Ten Med Dr Érico nunca esteve no Arquivo ••• "
" ••• perguntado, respondeu que o de poente foi espaB
cado com palmatÓria e cinto NA na stas; que lhe
foi éxibida uma palmatÓria, te · o depoente deel~
/

I
,q
&-
--- -~- -- · ----------------~--~-~~~~~~~-----~~ ......
(
\)~

)/j}
Fls . -18-
- dim~
declarado que fÔra espancado com uma d" .. igual
,
sao, porem de cor preta; que o depoente esteve pre?.
so durante seis dias no Arquivo; que o depoente viu
serem espancados os Sds Geomar, Evaldo, Monção, Vag
darlei, Amorim, Luiz, Peri, Soares, sendo que este/
Último sÓ levou uns tapas, tendo sido retirado do
local pelo Cabo Freitas; que não sabe o motivo pelo
qual o Cb Freitas retirou o Sd Soares; que espanca-
ram o Sd Geomar o Cap Niebus, Cb Cruz, Sgt Etel deu
uns tapas nele, Sgt Rubens e Cb Freitas e Ten Mirag
da; que durante o perÍodo de seis dias em que este-
ve no arquivo não viu o Sgt Guedes bater em ninguém;
que espancaram Evaldo os seguintes: Sgt Etel, : Sgt Ry
bens , Cb Cruz, Cb Freitas e o Ten Miranja; que es-/
pancaram Monção os seguintes: ou melhor, o depoente
não ~ssistiu à seção que deram no Sd Monção, pois I
esta ocorreu na Sala ao lado, da Instrução, porém I
viu quando o trouzeram de volta para a cela no Ar-/
o quivo; este já estava um molambo e o depoente viu I
quando o Cb Cruz continuou a agredi-lo com a palma-
tÓria; que no dia 12 de janeiro, pela manhã, o depo
ente viu o Cb Cruz espancar o Sd Vanderlei, e depo-
is o Ten Hiranda, Sgt Etel, Sgt Rubens, Cb Freitas/
e o Cap Niebus; que Amorim foi espancado por todos/
que se encontravam no arquivo, tendo inclusive so-/
frido um ataque de epilepsia; que foram os seguin-/
tes os que espancaram Amorim: Cap Niebus, Ten Miran
da, Sgt Etel , Sgt Rubens, Cb Freitas e Cb Cruz; que
o Sd Luiz foi, digo, que não tinha nada com o assun
to relacionado à maconha, apanhou das seguintes pe~
soa~: Ten Miranda, Sgt Etel, Sgt Rubens, Cb Cruz e
Cb Freitas; que não assistiu ao espancamento do Sd/
Peri, pois este cessou com a entrada do depoente no
Ar quivo; que o Sd Geomar foi espancado com um cano/
de ferro pelo Cap Niebus, Cabo Cruz; que não havia/
local para batida, era aonde pegasse; que os presos
que lá estavam já se encontravam 11 fedendot'; quando/
desmaiavam, eram reanimados a pancadas e choques -/
, A
eletricos; que durante t res ou quatro dias, o depo-
,
ente ficou sem receber comida; que a agua, bebia a
que existia num chuveiro dentro da cela do Arquivo; ..
,
que numa das vezes, apos ter sido espancado violen-
tamente pelo Cap Niebus, com ferro e a -/
palmatÓria, o depoente pediu
-=-~~-- --- - -

Fls.l9-

bus mandado vir uma lata de vinte quilos, cheia dá-


gua, tendo o depoente sido obrigado a beber como -/
cachorro, ocasião em que sua cabeça foi empurrada I
para dentro da lata e segurada, o que fez com que o
depoente bebesse muita água; que isso ocorreu três/
ou quatro vêzes; que o depoente vomitou a água que/
bebera e se arrastou para sua cela; que quem disse/
. ,
para o depoente que ele 1a beber agua como cachorro
foi o Cap Niebus ••• " "::"; ••·quê ..: o: depoente esteve du-/
,
rante seis dias preso no Arquivo; que no setimo dia
subiu para a cela do Corpo da Guarda, continuando I
preso, onde permaneceu por mais vinte dias, apÓs o
que, o depoente foi transferido para o Rec Mec, on-
de ficou preso apeüas uma noite; que durante os se-
is dias que esteve preso no Arquivo, só recebeu - I
curativos pelo Cb Tomaz e Sd Novaes; que o Cb Tomaz
ia constantemente ao Arquivo, na parte da ma~hã, -/
prestando auxilio aos soldados Geomar, Amorim, Eva1
c do e o depoente e inclusive Luiz, auxilio este que
consistia em passar algodão com mercÚrio; que o de~
poente e o Sd Geomar imploravam ao Cb Tomaz para que
remédios fossem levados ao Arquivo; que o referido/
Cabo nunca disse ao depoente que levava ao conheci-
mento do médico da Unidade a situação dos presos; I
,
que apos ser transferido para a cela recebeu curati
vos feitos pelo enfermeiro Cb Tomaz e também o Sd I
Novaes; que o Ten Érico examinou o depoente quando/
se encontrava na cela; que o Ten ~rico na parte da/
manhã, ia diàriamente na cela, e algumas vêzes à -/
tarde; que o ·recebimento de assistência médica no
xadrez, ocorreu apÓs a morte do soldado Geomar; que
o depoente teve oportunidade de dizer ao Ten Érico/
que no arquivo ainda se encontravam Monção e Wande~
ley, mas já havia um boato de que ambos já haviam/
fugido; que o depoente descreveu para o tenente Ér!
4
co o que tinha ocorrido consigo e com o Soldado Geo
mar, com relação aos espancamentos; que o referido/
I•
oficial ficou muito triste, chorou, ao saber do fato,
pois gostava do soldado Geomar ••• "" ••• que o Ten Mi-
I
I
randa para espancar o depoente usou os punhos, o c~
I no de ferro, para lhe bater nas nádegas, e a palma-
,
toria; que foi espancado no prime dia, digo, que
durante três dias seguidos lev tapas do refe-
~

rido Tenente que também lhe bateu com palmatÓria;


\A~
, ,
que alem da palmatoria que lhe foi exibida, exis-
,
tia tambem uma outra, em tamanho menor; que o Ten
Miranda se utilizou da palmatÓria de tamanho me-/
nor; que também o Ten Miranda bateu nos rins do I
depoente com o cano de ferro; que os espancamentos
ocorreram na parte da manhã, nã·o estando presente
o Cap Niebus ••• !l :: !li·o ;que foi espancado pelo Sgt I
Etel com cinto NA e as palmatÓrias grande e pequ~
na, assim como com os punhos; que foi espancado I
pelo Cb Cruz por todos os meios: cano de ferro, I
cinto NA, punhos, joelhadas, inclusive apertou os
os escrotos do depoente com cano de ferro; que -/
foi mais afetado pelos espancamentos nas costas e
no peito ••• " " ••• que durante a sua prisão no Ar-/
quivo permaneceu durante três a quatro dias sem I
comer; que o depoente sabe que os alimentos não
lhe eram entregues, mas não sabe afirmar quem deu
o essa ordem, e sim supÔr que a mesma teria partido
do Cap Niebus; que o Sgt Rubens, contrariando es-
,
sa ordem, levou alimento ao depoente, no sabado e
domingo; que uma noite, o Cb Freitas deu ao depo-
ente e ao Sd Geomar um saco de biscoito e café; I
que o Sgt Rubens espancou o depoente nas costas I
com cinto NA, no primeiro dia em que foi preso,em
conjunto com o Sgt Etel; que outra vez que o de-/
poente foi colocado no meio de uma roda para apa-
nhar, o Sgt Rubens também se encontrava presente.:."
" ••• que os espancamentos eram praticados na parte
da manhã e na parte da tarde; que mesmo não tendo
oficiais presentes os presos eram espancados; que
o depoente pode afirmar que o Cb Freitas dormiu I
uma noite no Arquivo, foi quando deu café e bis-/
coito ao depoente, Sd Geomar e ao Amorim; que o I
Cb Freitas também forneceu jornais para que o de-
4
podente e outros presos forrassem o chão da cela;
que o Sd Geomar já se encontr~va preso quando o I
I
depoente chegou ao Arquivo; que viu o Sd Geomar I
I.
ser espancado na segunda feita, na terça feira, I
I
na quarta feira à tarde, sendo que neste dia, o I
I depoente subiu para a cela, no dia 12 de janeiro;
que no dia 12 de janeiro o Sd G~a~ foi muito e~
pancado, na parte da manhã; ••• " (fls.8lt-3/843v a 1
===~
~-~---- --- - -- --

Fls.-21-
844/844v, 847/847v.)
-.
A testemunha VALTER SOARES DE MATOS declarou as fls. 100 e
101, que:

" ••• Perguntado quando foi prêso, respondeu que foi/


no dia 12 de janeiro de 1972; perguntado por quem I
foi prêso, respondeu que foi pelo Cap NIEBUS; per-/
gun:ado por que foi prêso, respondeu que foi prêso/
por estar envolvido no problema de maconha; pergun-
tado onde ficou preso, respondeu que foi na cela do
Corpo da Guarda; perguntado por quem foi interroga-
do, respondeu que foi pelo Ten MIRANDA e Sgt LEONAR
DO; perguntado como foi interrogado, respondeu que/
foi ameaçado e muito aconselhado; perguntado quem I
espancou o depoente, respondeu que não foi espanca-
do; perguntado como o depoente foi espancado, vol-/
tou a responder que não foi espancado; perguntado I
qual os , digo, quais os ferimentos resultantes dos
o espancamentos, respondeu que nenhum, pois o mesmo I
não foi espancado; perguntado quem o depoente viu I
'
ser iBpenrogado, respondeu que foi interrogado sozi
nho; perguntado quem estava interrogando, respondeu
que eram o Ten MIRANDA e o Sgt LEONARDO; perguntado
. ,
se v1u alguem ser espancado e por quem e como, res-
pondeu que viu o Sd VICENTE tomar choque dado pelo/
Cb CRUZ; perguntado se viu alguém ferido e como re~
I • pendeu que viu o Sd APARECIDO com as costas tôda a~
ranhada e um machucado na cabeça; perguntado se viu
,
alguem, ,
ou se soube da morte de alguem, respondeu I
que soube da morte do Sd GEOMAR, por intermédio de/
comentários no xadrêz; voltado a ser perguntado por
quem o depoente foi espancado e como, respondeu que
levou uns sôcos desferidos pelo Cabo CRUZ ••• " (fls.
100/101 ) .

A testemunha VALTER SOARES DE MATOS, perante o Conselho Es


pecial de Justiça, declarou:

" ••• que o depoente esteve preso nas dependências do


Arquivo, no dia 12 de janeiro; que foi acusado como ...
viciado em maconha; que foi apresentado ao Cap Nie-
/
bus, ao chegar ao Arquivo; que o ap Niebus pergun-
tou se o depoente a, tendo recebido -/
Fls.-22-
resposta negativa, mandou conduzir o depoente a uma
sala no Arquivo, tendo sido recebido com pancadas;/
que estas pancadas foram desferidas pelo Cb CRUZ, I
Sgt Etel e Cap Niebus; que o Sgt Rubens e o Cb Frei
tas evitavam os espancamentos do depoente, dizendo/
que o depoente iria cont ar tudo a eles, que o depo-
ente ficou no canto, protegido por uma mesa, pelo I
Cb Freitas e Sgt Rubens; que o depoente esteve pre-
,
so no Arquivo de sete horas ate as quatro e meia da
tarde, quando então foi transferido para o Corpo I
da Guarda; que o Sgt Rubens nesse dia, por volta de
oito horas da manhã, apÓs certificar de que o depo-
ente não iria mais apanhar, se retirou do Arquivo;/
que o depoente esteve preso na mesma cela do Sd Geo
mar; que Geomar disse que bavia sido espancado pelo
Cb Cruz, Sgt Etel e Cap Niebus ••• " " ••• que o depoen
te conheceu o Cb Freitas exatamente no dia em que I
foi preso no Arquivo; que antes conhecia o referido
o graduado, de vista, da Unidade; que o Cb Freitas 1~
vou para o depoente um jornal para que forrasse o é
chão da cela em que se encontrava, um sanduiche e I
cigarro; que o Cb Freitas pediu ao depoente para -/
que não falasse, com relação a essas coisas que ele
tinha levado, a mais ninguém; que não sabe quem deu
a ordem para espancamento dos presos no Arquivo;que
o Cb Freitas demonstrava receio com relação ao tra-
tamento que deu ao depoente, caso outras pessoas vi
essem a tomar conhecimento desse fato; que o depoen
te desconfia que deve, digo, que o depoente se está
vivo, deve agradecer aos dois Sgt Rubens e Cb Frei-
tas), porque o colega que entrou com o depoent e era
o Sd Vicente que veio a falecer; que o depoente não
viu o Cb Freitas espancar o Sd Vicente ••• " •• ••• que
no Arquivo encontravam-se presos, presos também, os
Sds. Geomar, Vicente, Vanderlei e Aparecido; que I
quando o depoente foi espancado no arquivo, o Cap I
Niebus ainda não se encontrava presente ; que quando
este chegou, o Cb Cruz disse: "Capitão, já demos u-
ma sova nele"; que o Capitão levou o depoente para/
prestar depoimento; que durante o depoimento, levou
bolos com palmatÓria, desferidos peld/
Cap Niebus; I
que apÓs o depoimento, não apanho mais, foi levado
pelo Cb Freitas para o Corpo Guarda; que o Cb
:0
Fls.-23-
,
Cruz e o Sgt Etel soe spancaram o depoente uma
\7~
vez~
·
antes de ter prestado o depoimento a que se referiu,
perante o Cap Niebus; que o espancamento que sofreu
,
foi produzido por palmatoria, chute, sodo, cabeçada;
que o corpo do depoente sangrou muito pouco, porém/
ficou muito dolorido por dentro; que os peitos, as/
coxas e as costas do depoente sangraram; que os fe-
rimentos não deixaram cicatrizes; que o depoente -/
foi submetido a exame de corpo de delito no HCEx; I
que o depoente foi submetido a exame de corpo de d~
lito no HCEx; que o depoente prestou depoimento no
IPM presidido pelo Cel Sampaio ••• " " ••• que o depo-
ente apanhou durante vinte ou trinta minutos; que
quem batia no depoente era o Sgt Etel, Cb Cruz; que
o Sgt Rubens permaneceu pouco tempo junto ao depoen
te, apÓs tê-lo tirado do cacete; que o Sgt Rubens,/
depois de fazer a entrega do depoimento prestado p~
lo Sd Geomar, retirou-se do Arquivo; que o depoente
o sÓ viu o Sgt Rubens conversando com o Sd Geomar;que
o depoente foi muito bem tratado quando prestou de-
poimento perante o Cel Sampaio, não sofrendo qualquer
coação; que o depoente reconhece a sua assinattu,a I
is fls. 100/101, correspondente ao depoimento que I
prestou no IPM presidido pelo Cel Sampaio ••• " (fls.
10l9v, 1020/120v).

A testemunha AMIM ELIAS declarou:

" ••• que segundo se recorda no dia 12 de janeiro Úl-


timo cerca das 1930 hs o Cap NIEBUS apareceu no con
, '
sultorio do declarante a Av Joaquim Leite nº 150,sa
la 409, Barra Mansa, pedindo-lhe, com alta demonstra
ção de nervosismo, que fÔsse ao Quartel examinar,di
go, para olhar a cabeça de um soldado que estava -/
sangrando e ver se poderia fazer estancar a hemorr~
. , t
g~a; que, apos a sa~da do Cap NIEBUS, o declarante
I
terminou de atender seus clientes, rumando para o I
Quartel, onde o Cap NIEBUS deu ingresso do declarag
te no Arquivo; que, naquela repartição, onde o de-/
clarante chegou cerca~s 2030 hs, tendo oportunida-
de de ver o Cb enfermeiro CEZAR LUIZ fazendo um cur~
/1
tivo na cabeça de um soldado, que era o Sd VICENTE;
,
que, o declarante recusou-se pr star socorros medi-
cas a VICENTE, limitando-se / indicar um socorro de


~~~--- ---·- -·-- ~ -~---~--------------~~~~~~~~~-~~~~~-- ----
- ---
--

Fls.24-
A ' H ,
urgencia, no caso a aplicaçao de um anti-hemorragi-
co; que, ao lado de VICENTE, encontrava-se GEOMAR,/
com um hematoma em uma das pernas, tendo o declaran
te igualmente aconselhado como medida de emergência
a aplicação de um saco com gêlo; que, o declarante/
determinou ao Cap NIEBUS que levasse tudo aquilo ao
conhecimento do Comandante ao mesmo tempo que provi
,
denciasse socorro medico adequado para ambos os sol
dados; que, tanto o Cap NIEBUS quanto o Ten MIRANDA
disseram ao declarante que iriam tomar essas provi-
dências, retirando-se o declarante; que, aparente-/
mente, o Sd GEOMAR não estava gravemente ferido, I
A
tanto que ele e, quem pediu ao declarante a aplica-I
ção do gêlo; que, antes de retirar-se do Quartel o
declarante teve oportunidade de ver que o Cap NIE-/
BUS e o Ten MIRANDA saíram de carro; que, no dia s~
guinte dia 13 de janeiro de 1972 o declarante nada/
o falou ao Comandante porque admitia que o Cap NIEBUS
tivesse feito tal comunicação, só tomando conheci-/
mento que GEOMAR havia falecido na manhã do dia 14/
de janeiro de 1972; que o declarante indagou ao Cap
NIEBUS se havia comunicado aqueles fatos ao Cmt eao
Médico Ten ~RICO tendo NIEBUS dito que sim ••• " lfls
391/392).

Perante o Conselho Permanente de Justiça, a testemunha -/


AMIH ELIAS declarou:

" ••• que confirma o depoimento que prestou perante o


,
Encarregado do Inquerito, ' fls. 391/
e que consta as
392, e que lhe foi lido na presente assentada ••• "
" ••• que constatou no Arquivo a presen~a dos dois -/
soldados a que se referiu, de nomes Vicente e Geo-/
A

mar ••• " " ••• que no Arquivo, em outra sala, pode di
visar dois soldados, ou melhor duas pessoas deitadas
que não puderam ser identificadas pelo depoente, e
- , ,
que tambem não foram examinadas; que os dois indivi
duos permaneceram imÓveis, sem mexer; que não se r~
corda da cor dos mesmos; que Vicente apresentava um
ferimento a' altura do parietal, lado esquerdo, com ..
bastante sangramento; que Geomar d" e ao depoente/
que estava com uma dor na


;y
Fls. -25'-
)~
diu ao depoente que lhe arranjasse um saco de gelo,
no que foi atendido; que o depoente não pÔde cons-/
tatar qualquer outra lesão, olhando para o Sd Geo-/
mar; que apÓs se retirar da sala onde se encontra-/
vam os dois soldados, o depoente se dirigiu ao Cap.
Niebus e disse que a situação dos soldados deveria/
ser levada ao conhecimento do Comando e do médico;/
que nesse momento também se encontrava presente o I
Ten Miranda e o Cb Cruz; que o depoente acompanhou/
o Cap Niebus e o Ten Miranda até o telefone do S/2,
tendo o Cap Niebus telefonado para a residência do/
Ten Cel Gladstone; que este não se encontrava em -/
sua residência, razão pela qual o Cap Niebus saiu I
com o Ten Miranda ao encontro do Ten Cel Gladstone;
que o depoente não os acompanhou, tendo voltado ao
seu consultÓrio ••• " " ••• que no dia seguinte, pela/
manhã, o depoente chamou o Cap Niebus ao seu gabin~
te, na Unidade, tendo este dito ao depoente que ha-
o via transmitido ao Ten Cel Gladstone o ocorrido ••• "
~

" ••• que no momento em que chegou ao Arquivo, la se


encontravam as seguintes pessoas: Cb Enfermeiro Ce-
sar Luiz, prestando socorro ao Sd Vicente; Cap Nie-
bus; Sgt Etel; Sd Geomar; que o depoente não é médi
co; que assim sendo não examinou o Sd Vicente e o I
Sd Geomar; que assim sendo, contatou apenas que Vi-
cente tinha um ferimento na cabeça e Geomar tinha I
dor no tornozelo; que Vicente se encontrava num es~
tado sonolento, e o depoente perguntou apenas se -1
êle estava melhorando, e ele respondeu que estava I
melhor; que Geomar apenas se dirigiu ao depoente p~
ra pedir gelo; que o Cap Niebus nada relatou ao de-
poente sÔbre os fatos ali ocorridos; que a bolsa de
gelo foi providenciada pelo prÓprio depoente, sem I
que houvesse qualquer impedimento ; que Vicente se/
encontrava deitado, e o Sd Geomar recostado contra/
a parede; que o depoente é oficial mais antigo do I
que o Cap Niebus; que o Cap Niebus, no gabi nete,não
~

disse ao depoente se o medico teria ido visitar os


feridos por determinação do Comandante ou do prÓprio
,
Cap Niebus; que o depoente sabe apenas que o medico
foi visitar os feridos, juntamente com o Cap Niebus; ..
, , ,
que o medico a que se referiu acima o oficial me-
dico da Unidade, de nome Dr. tri Augusto Lopes; I
Fls.26-

que na ocasião dos fatos, o depoente era o oficial


dentista, na Unidade; que não era do conhecimento/
do depoente de que existiam presos no Arquivo; que
tinha conhecimento do problema de maconha, por~m I
pensava que o mesmo se referia a civis e no âmbito
da cidade de Barra Mansa; que não tinha conhecimeg
to do problema de maconha no seio da Unidade; que/
as partes relativas a segurança e serviço secreto/
não constam dos boletins; que ~s vêzes, é do conh~
cimento do depoente, o Cel Ariosvaldo, embora de I
, .
fer1as, comparecia a' Unidade, estando no Comando o
Ten Cel Gladstone ••• " (fls. 710v/711, 7llv).

A testemunha GERALSELIA RIBEIRO W{ SILVA declarou:

" ••• que é irmã do Sd GEOMAR RIBEIRO DA SILVA, que/


morreu no dia 13 de janeiro de 1972, em decorrên-/
o cia do espancamento que sofreu, ao que sabe a depQ
ente, ministrado pelo Cap NIEBUS e outros milita-/
res; que, no dia 30 de abril de 1972, seu irmão -/
deixou o emprêgo na Cia SiderÚrgica Nacional,a fim
de apresentar-se no lO BIB; seu irmão, não tinha I
necessidade de servir segundo lhe disseram uma vez
que havia excesso de contingente; que, seu irmão I
;
tinha verdadeira "loucura 11 para servir ao Exercito,
motivo pelo qual insistiu e foi incorporado; que,a
I. vontade de servir e o orgulho que sentia em ser -/
soldado eram tanto, que GEOMAR exibia sua farda -/
aos seus familitares; que, no dia 31 de dezembro I
de 1971, cêrca das 1030 hs da manhã, apareceu na I
casa da dàpoente uma Pick-Up do PELESP, com uma p~
trulha, a qual prendeu seu irmão; que, no dia 02 I
de janeiro de 1972, por não receber qualquer noti-
cia de seu irmão a depoente conseguia que o Ten Dr
~RICO m~dico do 10 BIB, a levasse à casa do Cap -/
Niebus; que, naquele domingo dia 02 de janeiro, a/
depoente chegou na casa do Cap NIEBUS com o Dr ~R I
co, cêrca de 1315Hs, de lá saindo o Dr gRICO, cêr-
ca de 30 minutos depois, enquanto que a depoente I
continou a palestrar com o Cap NIEBUS; que o Cap - •
NIEBUS concordou permitir que a decl a te se aci~
tasse com seu irmão, desde que el zesse o seguin
te: "Dizesse a GEOMAR que demais membros/


Fls.-27-
de sua familia não mais queriam saber dêle
êle havia manchado o nome de sua familia. Enfim,
a declarante nada poderia lhe dizer de carinhoso/
só palavras brutas"; que, a depoente a fim de ver
seu irmão concordou, tendo então o Cap NIEBUS te-
lefonado para o Oficial de Dia, dando-lhe instru-
ções a respeito; que, a declarante, naquele mesmo
dia 02, compareceu ao Quartel acistando-se com seu
irmão na presença do Oficial de Dia; que, a depo-
ente nada disse a seu irmão de forma áspera; que/
o Oficial de Dia era o Ten CALICHIO, o qual, in-/
clusive interrogou GEOMAR, tendo êste~spondido I
ao Ten CALICHIO que nada fêz de errado dizendo--/
lhe inclusive: "Que se houvesse feito alguma coi-
sa de errado eu diria ao Senhor, porque apesar do
senhor ser superior a mim aqui dentro o senhor I
tem sido meu amigo"; que, depois dêsse dia 02 a I
declarante sÓ viu seu irmão depois de morto, con-
o tudo no dia 08 de janeiro foi com sua mãe a casa/
do Cel ARIOSVALDO, a quem pediram para intervir I
no caso; que, o Cel ARIOSVALDO, naquela oportuni-
dade, tranquilizou a depoente e a sua mãe; que, I
finalmente, no dia 13 de janeiro, digo, no dia 11
de janeiro a depoente voltou ao Quartel não cons~
guindo avistar-se com seu irmão; que, por isso -/
mesmo, naquela mesma noite, digo, que, a declaran
te se recorda que na noite ante~ior , isto é, no/
dia 10 de janeiro telefonou para a residência do/
Cap NIEBUS; que, a declarante achava-se em compa-
nhia de sua irmã quando~zia aquele telefonema e
eram cerca de 2100 hs; que, o Cap NIEBUS inistiu/
que a depoente levasse sua irmã ~ara casa e vol-/
tasse para se encontrar com êle alegando que que-
ria dar noticias de seu irmão, convite ~ste que a
depoente achou desapropriado pelo que resolveu não
atender tentando avistar-se no dia seguinte dia I
11 de janeiro com seu irmão conforme já declarou/
acima; que, finalmente, no dia 13 de janeiro cêr-
ca de a200 hs telefonaram do Quartel digo, do - I
Quartel foi um mensageiro à casa da declarante -1
avisar da morte de seu irmão GEOMAR; que, o men~~ ..
geiro foi o Ten CALICHIO, porque segundo êste di~
sera ninqu~m queria ser o porta~a noticia;que
a mãe da declarante achava-s~turando; que, o/

~
I

Fls.-28-
\~
Ten CALICHIO chamou-a ao portão da residência tenl }
a depoente atendido imediatamente a êsse chamado in
clusive com o pressentimento de que seu irmão havia
falecido, tendo esclamado - "Ten CALICHIO, mataram/
meu irmão?" a~ que o citado oficial respondeu que:/
"não, apenas ele teve um colapso cardÍaco, mas evi-
te contar isso a sua mãe agora e vamos para o Bata-
lhão"; que, o Ten CALICHIO dissera a depoente que
o Comandante do Batalhão desejava conversar com ela;
que, a depoente disse que necessitava ser acompanh~
da pelo seu pai uma vez que já eram cerca de 2200 I
hs; que, acordou o seu pai e comunicou-lhe a morte/
de GEOMAR solicitando por sua vêz que o mesmo nada
... ...
dissesse a sua mae; que, enquanto se preparava jun-
tamente com o seu pai para comparecerem ao Batalhão,
a mãe da depoente procurou saber noticias de seu fi
lho, GEOMAR, conversando com o Ten CALICHIO, que prQ
curava disfarçar o verdadeiro motivo de sua presen-
o ça al!; que, em seguida a depoente e seu pai entra-
ram na viatura e se dirigiram para a Batalhão; que,
no Batalhão, foram recebidos pelo Maj BARRA e fica-
ram aguardando a chegada do Comandante; que, devido
a demora da chegada do Comandante dirigiram-se, a I
depoente, seu pai e o Ten CALICHIO para a Santa Ca-
sa; que, nêsse local avistou-se com o Cel ARIOSVAL-
DO e o Ten Médico; que, o Cel ARIOSVALDO dirigindo-
se a depoente dissera: nMinha filha, me lembro bem
de voce:A
voceA foi muito esclarecida"; que, depois I
de algum tempo de espera a depoente foi conduzida a
, .
seu pedido, a' sala de necrops1a, acompanhada de seu
pai e alguns oficiais do Batalhão, inclusive o Co-/
mandante, local onde se achava estendido em uma me-
,
sa de marmore -
o corpo de seu irmao fardado e cober-
to com um lençol; que, descobriu o corpo constaban-
, A
do ao abrir a tunica que, ele estava bastante mach~
cado com ematomas, equimÓses e diversos ferimentos/
pelo tórax, pulsos, palmas das mãos e com as unhas/
aparentando terem sido perfuradas; que, a depoente/
revoltou-se por estar ao seu irmão com a farda ten-
A ,
do declarado que ele deveria ter morrido"nu como ha
via nascido" e que era uma hipocrisia terem vistido
-
o irmao inclusive calçando coturnos apos , sua morte;
"

que, , dirigiu-se ao Dr EROS, que via , procedido


. a
necropsia, e disse-lhe "0 ~o tambem adenu a hi

· /f
Fls.-29-

pocrisia? O Senhor foi comprado? O Senhor não vê/


que o meu i~ão foi visivelmente espancado e afi~
ma que a sua morte foi causada por insuficiência/
hepato-renal?" que, o Dr EROS respondeu que o seu
irmão estava muito machucado mas que apresentava/
o rins, o fÍgado e o coração muito inchado; que,/
o seu constante aborrecimento poderia ter sido a/
causa de uma paixão, nada mais dizendo; que, foi
providenciado então um traje civil com o qual GEO
MAR foi vestido e mais tarde enterrado; que, no I
dia 15 de janeiro chegou à casa da depoente um ci
dadão inteiramente desconhecido da sua famÍlia -/
que se identificou como sendo o Bispo DOM VALDIR/
CALHEIROS; que, o referido Bispo disse a depoente
, ,
e seus familiates, haver sabido atraves dos fieis
de sua igreja que havia morrido um soldado e vi-/
,.. ;
nha perguntar que providencias a familia iria to-
o mar; que, diante disso, a depoente fêz um relato/
de todos êsses fatos a DOM VALDIR, o qual voltou/
à casa da depoente alguns dias mais tarde, mos- I
trando-lhe um relatÓrio, dizendo-lhe que o havia/
" , ~ ,
remetido a varias autoridade publicas e eslesias~-
tica; que , o referido Bispo fêz inclusive questão
de rezar a missa de 7Q dia do irmão da depoente ,I
o que ocorreu no dia 19 de janeiro de 1972; que,/
inclusive o Bispo DON VALDIR pediu permissio ao
, ...
pai da depeente para leva-la ao Rio de Janeiro, a
,
sede do CNBB; que, naquele mesmo dia 19 o referi-
do Bispo, fazendo-se acompanhar de uma madre; le ~
vou a depoente ao CNBB no Rio de Janeiro, em cuja
, .
sede, no CATETE, fo~ mostrado a depoente, de lon-
ge, um GENERAL que também lá estava dizendo que
era o GENERAL MURICI; que, na CNBB, a depoente fa
leu com DOM IVO, que ouviu a descrição da depoen-
te, confortando-a e perguntando muito pela sua -/
mãe; que, DOM IVO, inclusive, demonstrou um in- I
terêsse de forma muito diferente da maneira como/
vinha sendo feita por DOM VALDIR; que, houve uma/
reunião da qual DOM VALDIR nem a depoente tomaram
parte; que, apÓs a reuniiaoregressaram a BARRA -/ ..
MENSA; que, a depoente agora
nião nada tinha há vêr com o e seu irmão e
Fls.-30-
e que DOM VALDIR sabendo da referida reunião aprovei
tou a oportunidade para levar a depoente e o fato ao
conhecimento da CNBB; que, DOM VALDIR advertiu a de-
podente nada deveria falar sôbre essa viagem, isto I
porque se ela falasse, inclusive, os assassinos de
seu irmão não seriam punidos, motivo pelo qual a de-
poente se calou sÔbre o assunto até a presente data ••• "
(fls.317/321 ) .

Perante o Conselho Especial de Justiça, a testemunha GERAL-


SELIA RIBEIRO DA SILVA declarou:

' fls. I
" ••• que confirma o depoimento que prestou, as
317/321, perante o Encarregado do IPM, em 23 de fe-/
vereiro do corrente ano; que ao se avistar com o seu
irmão no dia 2 de janeiro, não notou que o mesmo ti-
vesse sido espancado; que pediu a interferência do I
Ten Med Dr Érico, a quem conhecia, para $e avistar I
o A
com o Cap Niebus, em sua residencia; nesta oportu~-
dade, o referido oficial, Dr frico, disse à depoente
que tinha assistido a chegada ao Quartel de seu ir- /
mão , por ocasião de sua prisão, e que também disse I
ao Cap Niebus o seguinte: 11 êsse rapaz não, êsse rapaz
eu conheço muito, 'um rapaz de fam{lia"; que no dia
11 de janeiro, a depoente esteve com o Ten Énico, na
Unidade, quando solicitou que fosse ver seu irmão; I
que a depoente disse inclusive que tinha um mau pre~
sentimento, qom relação a seu irmão; que quer escla-
recer ainda que a mãe do depoente esteve com o refe-
rido oficial, no dia 7 do mesmo mês, na residência I
deste, tendo ouvido dele o seguinte: "seu filho con-
,
fessou, mas e muito corajoso"; que nesta oportunida-
de, a mãe do de poente pediu para que o referido ofi-
cial, Ten Med Dr Érico, fosse visitar o seu filho, I
tendo êste respondiio que iria, pois esta era uma de
suas funções; perguntada se pode esclarecer a expre~
são usada pelo Cel Ariosvaldo, a que se refere em -/
seu depoimento "você foi muito esclarecida", responà
deu que quando, acompanhada de sua genitora, esteve/
na casa do Cel Ariosvaldo, quando este se encontrava
de férias, foram pelo mesmo tranquilizadas, tendo I
o referido Comandante dito que lá, n~ BIB, não se ba
tia em ninguém; que era his:Ó:~~ta questão de es~
pancamento; que tal fato er~ tra as leis militares


Fls.-3~ -
" ••• que posteriormente soube pelo Ten Érico que o
Cap Niebus não permitia que êle fosse visitar os/
presos; que certa vez, o irmão da depoente, Sd -/
Geomar, chegou muito nervoso em sua residência, I
dizendo que fÔra dispensado do serviço apÓs ter I
sido obrigado, por um Capitão e um Tenente, a tran~
portar envolvido num lençol o corpo de um civil,/
civil esse que teria sido preso quando pregava P.2.
peis de propaganda de uma firma comercial; que -/
tal fato foi relatado à mãe da depoente, pelo sd/
Geomar, e ocorreu em fins de dezembro de 1971; -/
disse mais ainda que seu irmão, digo, disse mais/
ainda seu irmão que tal fato sÓ era do conhecimento
dêle, de um Tenente e de um Capitão, não declaran
do, entr etanto, os seus nomes; que a depoente atri
bui a viol~ncia com que foi tratado seu irmão ao/
conhecimento por parte de seu irmão do fato acima r~
o latado e de outros que êle tivesse conhecimento;/
que a não ser o fato já relatado com relação ao I
telefonema que deu para o Cap Niebus, não houve I
qualquer proposta direta do referido oficial para
encontrar com a depoente: que tomou conhecimento da
morte de seu irmão, às 22 horas do di a 13, sendo/
que posteriormente veio s saber que o mesmo havia
falecido às 13 horas e 4o minutos, do mesmo dia;/
que viu o corpo de seu irmão, na Santa Casa de Mi
sericÓrdia de Barra Mansa, às 23 horas e 30 minu-
tos , aproximadamente, do mesmo dia; que nessa -/
oportunidade o Cel Ariosvaldo l isse à sepoente -/
que seu irmão deveria ser enterrado às 8 horas da
manhã, em Barra Mansa mesmo, com o que não conco~
dou a depoente, tendo o enterro ocorrido as ' 17 hQ
ras do dia seguinte, em Volta Redonda;que o Cel I
Ariosvaldo ofereceu para a familia da depoente uma
,
pick-up para leva-los -.
ao enterro do 1rmao que tam
4
bém f~i recusada pela fam{lia; que o referido Co-
mandante ouviu. da depoente e de seus familiares I
tudo o que quiseram dizer de cabeça baixa, trans-
mitindo apenas que seu irmão teria morrido espan-
cado por seus companheiros de cela, hipÓtese que/
foi de pronto refutada pela depoente; que ainda I
quer declarar que o Cel Ariosvaldo "' 1 sse ao pai I
da depoente que o Sd sido espancado/
------- ----------------------------------~~------------------------~-===-=~~--

0\

Fls.-32- \~
e morto pelos Sds Monção e Vanderlei que haviam
. ,
fug1do; que a esta conversa, a depoente tambem se
,
encontra.va presente; que diante do cada ver do ir_
mão da depoente, ainda na Santa Casa, a depoen-
te . quando se dirigia ao Cel Ariosvaldo, este ou-
via de cabeça baixa, chorando; a depoente suspen
deu sua cabeça perguntando por que êle não a en-
carava, e o referido oficial nada dizia, conting
ando a chorar; que o Cel Ariosvaldo não foi ao I
sepultamento do irmão da depoente; que comparec~
ram a paisana ao enterro de seu irmão os seguin-
tes militares: Ten Calichio e muitos soldados -/
cujos nomes não se recorda; que representando o
Comando do BIB não foi ninguém. Perguntada por I
que não recorreu ao Cmt Gladstone que na ocasião
comandava a Unidade, Respondeu que não o fez, -/
por conhecê-lo sÓ de nome, e que as referências/
o que tinha notÍcia não eram muito boas ••• " " ••• /
que no dia 2 de janeiro, quando compareceu a' U~
dade, foi levada a' presença do Oficial de Dia que
. , ....
era o Ten Cal1chio; que ate aquela data nao conhe
cia o referido oficial; que apÓs a data do dia 2,
só esteve com o Ten Calichio quando este foi a -/
"
sua residencia comunicar o falecimento de seu ir-
meo; que em nenhuma das vezes
"' A
que esteve com o r~
ferido oficial, êste lhe disse que tinha conheci-
mento do que estava ocorrendo com o seu irmão ou com
os demais presos; que fora a expressão usada pelo
~rico "seu filho é muito corajoso", dita à mãe da
depoente, este nada mais disse que denotasse o -1
seu conhecimento dos fatos ocorridos com o seu i~
mão; que a depoente esteve na casa do Cel Arios-/
valdo no dia 8 de janeiro, no dia seguinte a' visi
ta que fizera ao Ten ~rico; que foi o referido -/
Tenente quem sugeriu a ida da depoente e sua mãe/
às casa do Cel Ariosvaldo; que o referido Ten Éri
co não disse à depoente qual o tipo de conversa I
que deveria ter com o Cem Ariosvaldo, nem pediu I
que o seu nome fosse omitido; que no dia 11 de j~
neiro, a depoente dirigiu-se ao qua rtel da Unidade,
tendo sido recebida pelo Cap Niebust/ éom quem con
versou sÔbre seu 1rmão; que o retet1do oficial lhe
disse que seu i rmao havia fum~maconha três ou I

~
\i)

Fls.-33- quatro vêzes e que a pena lhe seria aplicada de


acordo com o seu grau de culpa; que a depoente/
~~
solicitou permissão para se avistar com o seu I
irmão e lhe foi negada pelo referido Capitão, I
que disse que também não tinha permitido que -/
,
uma outra pessoa que no momento tambem solicit~
ra se avistar com o Sd Peri; que nessa ocasião/
o Cap Niebus disse que talvez na prÓxima semana
pudesse dar permissão para visita aos presos; I
que a famÍlia da depoente não requereu qualquer
medida judicial com relação à incomunicabilidade
da prisão em que se encontrava o seu irmão, po~
que confiava na palavra do Cel Ariosvaldo que I
dissera que seu irmaão estava preso apenas para
averiguações e que não estava apanhando; que o
Cap Niebus também disse à depoente que ninguém/
estava batendo em seu irmão; que a afirmação do
Cel Ariosvaldo de que ninguém batia em seu ir-/
mão, que tal fato era contra as leis, foi feita
o de forma positiva, ficando a depoente e sua ge-
nitora tranquilas a êsse respeito ••• " "··· que
por ocasião da prisão de seu irmão, no dia 31 i
; .
de àezembro, por uma patrulha do Exerc1to, a de
poente não se encontrava em sua residência; que
, - ,
apos a morte de seu irmao, a depoente so conve~
sou, pelo telefone, com o Cap Niebus; que oca-/
sionalmente, no dia 2, quando procurava se diri
gir ao BIB, pediu a informação a um graduado, I
tendo êste lhe dado as informações necessárias;
que ao entrar hoje nesta Auditoria reconheceu I
o referido graduado entre os acusados presentes;
solicitada a identificar esse graduado, assim o
fez, apontando o Cb FHllTAS; que a conversa que
manteve com o seu irmão, no dia 2 de janeiro, I
foi assistida, ao que se lembra a depoente, pe-
lo oficial de dia; que nessa ocasião, seu irmão
-
disse a' depoente que dissesse a sua mae que ele
~
nun
ca tinha feito nada de errado, nem fumado maco-
nha; que êles poderiam matá-lo de pancada que
êle não diria nada; que inclusive ele queria /-
ser acareado com quem o havia acusado; que no I
dia 3, Geomar, seu irmão, mandou um bilhete para
sua mãe dizendo que esta não se ~r~ocupasse, I
porque a seu lado tinha ciais, sargentos
e outros graduados; que ainda conserva/
~\

Fls.-34-
\~
esse bilhete em seu poder; que a depoente não tem
certeza se nesse bilhete era mencionado qualquer I
nome; que o referido bilhete foi entregue à mãe do
depoente por um soldado que se encontrava muito - /
,
nervoso e que apos fazer a entrega retirou-se rapi
damente ••• " " ••• que durante as visitas que f e z a'
,
Unidade, so eneontrou com um parente de presos, do
,
preso Pe ri, que ja mencionou; que 1urante a conve~
sa que manteve com o parente do Sd Peri, não houve
qualquer menção ao tratamento a que estariam rece-
,
bendo os presos; que a depoente ja tinha buutdo ry
,
mores por parte de soldados que j a havia dado bai-
xa, de que na Unidade ocorriam maus tratos com re-
lação aos soldados presos; que com relação aos ru-
mores, ouviu citações com relação ao Cabo Cruz, - /
Sgt Rubens e Cap Niebus, desde o tempo em que este
(

era Tenente ••• '' (fl s. 839v/84lv).


o
Em suas declarações de fls 172, 173, 174, 175 e 176, a -/
testemunha?3Q Sargento FaANCISCO LEONARDO NETO,declarou:

" ••• que no dia 12 de janeiro de 1972, foi determi-


nado pelo Cap DALGIO Mi rtANDA NI~BUS, S/2, que o d~
poente se dirigisse da 2ª Seção, em que trabalhava
sob sua chefia naquela OH, para o arquivo da Unid~
de, a fim de datilografar um têrmo de clarações, I
ou seja, servir de escrivão nas declarações dos -/
f "' ,
soldados que al~ se encontravam presos. La chegan
do , o depoente instalou a máquina de escrever na/
sala de instrução ao lado do arquivo e logo apÓs I
conduzido pelo Cb FREITAS, do Pelotão Especial da-
quela Unidade penetrou na referida sala o Sd VAL-/
mER SOARES DE MATOS, da 1ª Cia, que foi ouvido pe-
lo Cap S/2 que se achava presente. Disse ainda -/
, - ...
que logo apos esta inquiriçao, foi conduzido a me~
ma sala de instrução, o Sd GEOMAR RIBEIRO DA SILVA,
que, pelo que pÔde notar, caminhava com bastante I
dificuldade, porém não apresentava escoriações a I
vista, pois se encontrava com o uniforme de instrg
ção e sÓ pÔde notar que suas mãos estavam ligeira-
..
mente inchadas. Disse ainda que ter. ~nadas estas/
inquirições do S/2 (Cap NIEBUS), is ou menos por
volta de 1830 a 1900 hs, parte s quais já haviam
Fls .-35-
sido manuscritas pelos seus auxiliares, foi
liberado, indo para sua residência; que, no dia se-
guinte, por volta de 0700 hs, foi para o Quartel -/
atender ao expedient e normal e lá chegando, notou I
que o S/2 (Cap NIEBUS), de uniforme de passeio, es-
tava bastante nervoso, e que por cêrca de duas vê-/
zes entrou e saiu da sala de Seção de Informações I
sem diEigir ao depoente qualquer palavra, e que na
I A
ultima vez, dirigiu-se para o seu carro que se en-
contrava estacionado no páteo não sendo mais visto/
pelo depoente; que, precisamente às 1100 horas, o I
2Q Sgt UBIRATAN, procurou o depoente na 2ª Seção e
perguntou pelo Cap NI~BUS, tendo êste respondido -/
que não sabia, ao que o Sgt UBIRATAN disse - "o Cap
está me esperando às 1130 horas na casa dêle para I
irmos ao Rio, estou atrazado". Declarou ainda o d~
poente que, logo apÓs o almÔço, voltou para a Seção
e, aproximadamente às 1430 hs, foi procurado pelo I
lQ Sgt GERALDO JOSE PEREIRA, que se apresentou por/
o término de férias naquêle dias, dizendo que o depo-
ente procurasse o Cap NIEBUS, que, quando o depoen-
te ~he c respondeu que não sabia do Capitão, o Sgt G~
RALDO disse: "o Capitão está no Rio de Janeiro. Foi
ao HCE falar com um Dr QUIRINO. Procure o telefone
e ligue para lá"; que, o depoente procurou telefo-/
nar não logrando encontrar o Capitão, tendo o Sgt I
GERALDO dito na ocasião que o Sg GEOMAR morrera. I
, , ,(
Disse ainda que apos isso o 1º Ten Medico Dr ~rico,
deu conhecimento ao Maj BARRA do que tinha aconteci
do a êste comunicou ao Maj ALBUQUERQUE, pois tanto/
o Cmt como o Sub-Cmt efetivo não estavam presentes.
Disse ainda que cabe ressaltar que por ocasião do I
depoimento de GEOMAR, encontravam-se na sala de in!
trução, além do depoente, o Cap NIEBUS, Ten MIRANDA,
Sgt ETEL, Sgt RUBENS, Cb FREITAS e Cb CRUZ; disse /
ainda que um soldado da 1ª Cia de nome VANDERLEI, I
que não foi inquirido, se achava fazendo a limpeza/
4
da sala. Disse ainda que com relação aos fatos an-
teriores, declara que no dia 3 de janeiro, teve co-
nhecimento de que um soldado da 2ª Cia, de nome BO-
TELHO, havia fugido da prisão onde se encontrava. I
Disse que o primeiro soldado a ser ouv·do, foi o Sd
SENHORINHO, na sala da Seção de Inf mações a êste/
apresen~ava um forte ho esquerdo. Que
-- -- - - ---- - ---------------------~~~~~~~~~~~~~~~~

Fls.-36-

,
o soldado GETULIO, tambem foi ouvido na sala acima
citada, mas os outros o foram na sala de instrução;
que na primeira vez que recebeu ordens para ir ao
arquivo servir de escrivão, encontrou os Sds ALVES,
FERREIRA, GEOMAR sendo espancados. Que retirou-se
imediatamente e ficou aguardando ordens do S/2(Cap
NIEBUS), na sala de instrução ao lado. Disse ainã
da que de outra vêz, também encontrou os Sds AMORIM
e APARECIDO nas mesmas condições dos outros (sendo
espancados), quando o depoente procedeu da mesma I
# , A
maneira, retirando-se de la, so que desta vez, em
companhia do soldado EVALDO, que já tinha sido in-
quirido pelo S/2 (C~p NIEBUS) e dirigiu-se para o/
,
lado de fora, onde ficaram conversando. Disse que
após isto, evitava ao máximo ir à sala do arquivo/
da Unidade, pois as cenas lhe causavam repugnância
e apÓs o depoimento do Sd APARECIDO, sÓ voltou à -/
o quele local por ocasião do depoimento do GEOMAR. I
Disse que quanto ao Sd ROBERTO VICENTE DA SILVA,só
ficou sabendo de sua prisão no dia 13 à noite, quan
do o mesmo foi removido para a Enfermaria, onde o
depoente notou que estava bastante machucado na c~
beça e pernas e, na madrugada dêste dia, precisa-/
mente às 0330 hs, confeccionou por ordem do S/2 e
do S/1 do lO BIB, um oficio, baixando-o ao Hospi-/
, ,
tal Central do Exercito, ja com conhecimento do eo
mandante; disse ainda que, quanto à sua situação I
particular esclarece que: Pertence ao efetivo da I
antiga Cia QG/DB e passou à disposição do 10 BIB I
em fins de março de 1971, por motivo de doença na
famÍlia (seu pai), apÓs sindicância procedida por/
determinação do ExmQ Sr Gen TASSO VILLAR DE AQUINO,
na época Cmt da Divisão Blindada; que, ao apresen-
tar-se no lQ BIB, foi determinado pelo Sr Cel Cmt,
que trabalhasse na 2ª Seção daquela OM, como dati-
4 lÓgrafo; que, dai até o mês de julho ou agÔsto, o
depoente trabalhou sob a chefia do 1º Ten FRAGOSO/
e lQ Sgt EDIL; que, em agÔsto mais ou menos, o Cap
NIEBUS, assumiu a chefia da Seção de Informações e
algumas semanas após, por motivo que o depoente -/
desconhece, digo, desconhecia na ép , o Cap NIE-
BUS, afastou mlQ Sgt EDIL de su funções naquela
Seção e disse que '
trabalhar somen-
Fls . -37-

te na parte burocrática na Seção e que êle iria es-


colher uma equipe que o apoiaria nas Operações de I
Informações da Unidade •. _· Soube, posteriormente, pe-
lo Sgt EDIL que o Cap NIEBUS havia dito que "não P.Q
deria trabalhar com dois cavalheiros" e que EDIL -/
discordava de seus métodos de trabalho. Disse que
o Cap NIEBUS escolheu entre os graduados da Unidade
os que mais lhe convinham, passando com êles a pla-
nejar e efetuar as diligências noturnas e diurnas I
na área do lQ BIB. Declarou que, ainda no dia 13 I
de Janeiro, ficou sabendo por intermédio dos Sgts I
RUBENS e ETEL, que os Sds VANDERLEI e MONÇlO (sendo
que o Último, o depoente também não tinha conheci-/
mento da sua prisão), haviam se evadido do Quartel.
Disse ainda que, como o inquérito para apurar a mo~
te do Sd GEOMAR, havia sido avocado pela 5ª Bda C I
Bld, o Cap NIEBUS perguntou ao depoente se o mesmo/
o conhecia o Cel SAMPAIO, dada a condições de ter o I
declarante servido no Rio de Janeiro; que, o depo-/
ente respondeu negativamente e notou que o Cap NIE-
BUS continuava ainda ne~voso, procurando aparentar/
uma calma inexistent e. Disse ainda o depoente, que
chamado à 2ª Seção pelo Cap NIEBUS para bater uns I
depoimentos que estavam em um rascunho. Segundo -/
apurou o depoente, êstes depoimentos foram feitos I
pelo Cap NEEBUS para servirem de declarações no IPM
que seria feito pelo Ten Cel GLADSTONE. Disse ainda
o depoente, ao lhe serem mostradas as fÔlhas 28, 29
30, 38, 39, 4o, 41, 42, 43 e 44 do IPM feito pelo I
Ten Cel GLADSTONE, que o textos eram idênticos aos/
dos depoiment os que êle havia batido, sendo que os
constantes do IPM, deveriam ter sido datilografados
por outra pessôa. Disse que, no dia 20 de Janeiro,
o depoente tomou conhecimento aqtravés de um Sargeg
to da Unidade, seu particular amigo (Sgt ISMAEL), I
que o Bispo DOH VALDIR CALHEIROS DE NOVAES, Bispo /
da Diocése de Barra Mansa, digo, Barra do Pirai e
Volta Redonda, havia feito questão de celebrar a mi~
sa de 7Q ·d ia na data. anterior, em sufrágio da alma/
de GEOMAR e que no seu sermão, declarou o seguinte:
"meus irmãos, quando uma criaturéV'morre nermalmente
/
nõs aceitamos, mas da maneira e morreu o jovem -/
GEOMAR, custamos a aceitar ~~Agora pensem o que qui
Fls.-38-

zerem". Disse ainda o de poente que nêste mesmo dia


estava se preparando para apresentar-se no 24º BIB-
(GB) para fins de CFS-Requalificação, o que fêz no
dia seguinte, e que desta data até a present e, não/
teve mais vinculo com o lQ BIB e nenhum de seus fa-
militares. Esclarece ainda, que trabalhava sob as
ordens do Cap NI~BUS, dada as suas condições de seu
subordinado e a sua delicada situação de estar à -/
disposição do 10 BIB, por necessidade, mas que não/
f ,
concordava, 1ntimamente, com seus metmdos de traba-
lho, tanto é que trabalhava inteiramente nos servi-
, . ,..
ços burocrat1cos da 2e Seçao ••• "

A testemunha ERANCISCO LEONARDO NETO, perante o Conselho /


Especial de Justiça, declarou:

' fls.-
" ••• que confirma o · depoimento que prestou, as
() 172/176, no inqu~rito policial militar, em todos os
seus termos, o qual lhe foi lido na presente assen-
tada; que logo apÓs a data de 10 de janeiro de 1972
o depoente passou a datilografar os depoimento tom~
dos no Arquivo e Sala de Instrução ••• " " ••• que nun-
ca teve qualquer animosidade contra e Cap Niebus; I
. , ...
que v1u presos serem espancados, porem nao se reco~
da dos nomes das pessoas que procediam a esse espan
camento; que a tes t emunha não tem medo de declarar/
nada que saiba na frente dos acusados; que viu o Sd
Geomar apanhar; que existiam muitas pessoas na sala
que não pode precisar quem bateu em Ueomar; que na/
sala se encontravam as seguintes pessoas: Cap Nie - /
bus, Ten Miranda, Sgts Etel e Rubens, Cb Cruz; que
o Sd Geomar foi agredido a socos; que o agressor -/
não usava qualquer instrumento na agressão; que o I
espancamento durou cerca de um ou dois minutos; que
esta foi a única vez a que o depoente assistiu o Sd
Geomar ser espancado; que não viu o Sd Valt er Soa-/
res a panhar; que viu o Sd Aparecido apanhar, no me~
mo dia do Sd Geoma r; que na . sala também se encon-/
travam as mesmas pessoas já citadas; que com relação
,
a o interrogatorio a que foram submetidos os Sds Se-
.
nhor inha, Aparecido, Alves, Ferr&Lta, Amorim, de -/
uma forma gera l, todos se decl~amam viciados em m~

(~
Fls.39-

conha; que quando o depoente começou a tomar decla-


rações, os referidos, digo, tomar declarações dos I
referidos soldados, as mesmas eram espontâneas; que
enquanto tomou as referidas declarações, não houve/
qualquer violência; que as mesmas continuaram a ser
espontâneas; que viu os Sds Amorim, Alves, Ferreira
serem espancados, juntamente com Geomar e Senhori-l
nho, no mesmo dia; que o Sd GetÚlio e Senhorinho fQ
ram ouvidos na 2ª Seção; que o de poente não se lem-
bra de haverem sido os mesmo espancados; que viu o,
digo, que o Cb Freitas e o Sgt Guedes também se en-
contravam na sala, quando os soldados eram espanca-
dos, porém não pode precisar se estes graduados espan
caram os soldados; que a entrada do depoente na sa-
,
la onde se realizavam os interrogatorios dos solda-
dos foi muito rápida; que por esta razão não pode I
precisar com certeza quem batia em quem; que o depQ
ente se encontrava na 2ª Seção, porque se consider~
va um elemento de confiança do Ten Cel Glecio; que/
o Ten Cel Glecio tinha servido oito ou nove anos no
Batalhão, tinha sido promovido· e estava aguardando/
classificação; que dada a experiência do Ten Cel -/
Glécio, ele atuava em todas as Seções do Estado M~
or; que no dia 21 de janeiro, o depoente se apreseu
tou ao 240 BIB até 10 de março, quando regressou d~
finitivamente ao 10 BIB, por término de curso; que/
a informação que recebeu sobre Dom Va ldir Calheiros
lhe foi prestada pelo Sgt Ismael, porquanto este ha
via comparecido à missa; que no dia em que viu os I
soldados serem espancados, sobre uma mesa do arqui-
, .
vo se encont rava um cano de ferro e uma palmator~a;
que não tem conhecimento de que com os mesmos propÓ
sitos eram usados uma prensa, cintos NA e fios de I
magneto; que melhor esclarece que quando o depoente
chegou ao Arquivo, recoda-se que viu um soldado com
uns fios de telefone amarrado nas pernas, e parece/
que era o Sd Amorim; que assistiu à inquirição do
Sd GetÚlio; que quem o inquiriu foi o Cap Niebus; I
que na quela ocasião, o Sd GetÚlio não sofreu qualquer
sevicia; que porém o SY2 achou que Getulio não est~ ..
va falando a verdade; que o mesmo fo~uvido poste-
.
r1ormente - ~e/nesta
na Sa la de Instruç~o; / segunda I
vez Getulio tomou uns empurrÕ~ que também não se
\
Fls.*4o-
recorda de quem bateu; que não houve mais nada a-
\11
lém dos empurrães e dos tapas; que não se lembra/
se viu o Sd GetÚlio levar choque elétrico, bolo I
palmatÓria, canada de ferro; que não viu o Sd Apâ
recido receber uma canada de ferro; que não comu-
nicou estes fatos ao Ten Cel Glécio, porque este/
se encontrava de férias, fora da Guarnição; que
não levou estes fatos ao conhecimento de qualquer
outro oficial ••• " " ••• em fins de março e princÍ-
pios de abril de 1971; que o depoente trabalhava/
na parte administrativa; que naquela ocasião, o I
Cap Niebus não servia na 2ª Seção; que o depoente
tomou dois~depoimentos de soldados presos no Ar-/
quivo no mes de janeiro de 1972, não podendo pre-
..
cisar os dias; que na primeira vez ~oi para tomar
o depoimento do Sd Alves ou Ferreira; que esteve/
durante quinze ou vinte minutos nesta primeira i-
da ao Arquivo;·que o Soldado apresentava aspecto/
o de haver sido espancado, pois apresentava ligei-/
ros ferimentos e arranhaduras; que o Soldado não/
se queixou, nem de dores, nem de mais nada; que I
.... '
o depoimento foi espontaneo; que o depoente as v~

zes chegava ao local dos depoimentos para copiar/


e datilografar os manuscritos que depois eram li-
dos, pelo depoente, aos soldados; que na segunda/
vez que foi ao ~rquivo, lá esteve cerca de meia I
hora; que foi datilografar as declarações de al-/
guns soldados ; que alguns soldados aparentavam -/
cansaço, outros não; que os soldados se apresentâ
vam em uniforme de instrução; que o depoente não/
podia verificar se tinham ou não escoriações; que
. -
antes do Cap Niebus assum~r a' 2ª Seçao, o depoente
também sergiu de datilÓgrafo de depoimentos de -/
acusados; que entretanto referidos depoimentos -/
eram tomados na 2ª Seção que fica localizada no I
Pavilhão de Comando do Batalhão; que as duas visi
tas que o depoente efetuou ao Batalhão, ou melhor
ao Arquivo, ocorreram na parte da tarde, aproximâ
damente às 14 horas; que nessa ocasião das visitas
efetuadas pelo depoente, parece que o Cel Arios-/
waldo se encontrava de férias; que se o Ten Cel -
Gladstone se encontrava nesses mome na Unida-
de o depoente não pepanou; que o de ter le-
vado ao seu depoimento o incid n ocorrido na I
Fls.-41-

missa rezada por Dom Waldir Calheiros, foi ter sddo


interpelado peloS/2 da Divisão Blindada sÔbre a si-
tuação na área do 10 BIB; ••• " " ••• que o depoente ds_
tilografava os depoimentos; que quem fazia as inqui
riçÕes eram sempre ou o Ten Miranda ou Cap Niebus;/
que tomou depoimento dos seguintes soldados, ou me-
lhor dos soldados a que se referiu; que os espanca-
mentos dos soldados a que se referiu ocorreram ant~
~

riormente a tomada dos depoiment os; que confirma I


que foi entregue ao depoente o rascunho do depoimen
to do Sd Geomar para ser datilografado, pelo Sgt I
, N

Rubens; que apos a entrega, o Sgt Rubens nao se re-


tirou, imediatament e da sala, porém su.a permanência
foi por pouco tempo, não podendo precisar; que na I
tomada dos depoimentos sempre estavam presentes ou/
o Cap Niebus ou o Ten Miranda; que os Sargentos tam
bém costumavam estar presente na sala, porém que às
A , o

vezes um sa~a e f1cavam os outros; que fora das ocs_


o siões a que se referiu, não viu qu~lquer dos acusa-
dos maltratar qualquer preso; que não teve conheci-
mento,
.
nem por ouvir diser, de qualquer
,
maltrato a
preso, no lO BIB, fora dos que ja se referiu em seu
depoimento ••• " (fls. 713/715).

A testemunha EUGfNIO GONZAGA TOMAZ, declarou às fls. 177/-


181, que:

" ••• no dia 6 de Janeiro que foi chamado pela 1ª vez


,
ao arquivo, a fim de socorrer os soldados que la se
encontravam prêsos. Disse. que foi chamado por um
soldado, que não se recorda quem seja, dizendo que
o Ten MIRANDA e estava chamando ao qrquivo, e que
levasse o material de curativos e lDs socorros para
fazer um curativo nêle (Ten MIRANDA). Declarou que
apanhou a caixa de papelão e colocou na mesma água/
oxigenada, mercÚrio, esparadrapo, atadura de gaze ,
metiolate, tesoura, algodão e pomada salicilâda ten
do em seguida se dirigido ao arquivo. Lá chegando I
,
bateu a' porta e varias . reco-
vozes dentre as qua~s
nheceu a do Ten MI3ARDAj perguntaram quem era, tendo
..
o declarante respondido - é o "PITE~ apelido êste
recebido durante um curso no mato "to pelo decla-
rante. Em seguida foi aberta a ta, ocasião em
Fls.-42-
,
que o Ten MIRANDA escondeu-se atras da porta e man-
dou que o declarante entrasse, tendo os demais que
, f
la se encontravam formado um semi-c~rculo e fizeram
uma recepção a tapas e empurrões dados por brinca-/
deira, perguntando quantas vêzes o declarante havia
fumado. Em seguida o Ten MI RANDA disse ao depoente/
que o havia chamado para fazer uns curativos em al-
guns soldados que haviam brigado entre si. Disse I
ainda que se encontravam no arquivo os seguinte ele
mentos: Ten MIRANDA, Sgt ETEL, Sgt RUBENS, Cabo -/
CRUZ e Cabo F~ITAS e que 1á se encontravam prêsos/
os Sd APARECIDO, GEOMAR e outros que não se recorda
dos nomes e que não conhece a maioria pelo nome. - /
Disse que fêz curativos no Sd APARECIDO que se encon
trava bastante machucado; o Sd APARECIDO estava com
arranhões muitas marcas roxas pelo corpo e cortes I
que estavam sangrando e que enquanto fazia os refe-
ridos curativos ouvia o Ten MIRANDA dizendo: - "ês-
ses caras ficam brigando um com outro depois se machu
cam11 • Declarou que apÓs os curativos no Sd o Sgt I
ETEL e o Cb CRUZ pediram ao declarante que desse -/
uma massagem em suas mãos, ocasião em que o decla-/
rante despertou sua atenção lara a hipÓtese de que/
ali houvera espancamentos dos Sds, reforçando a ob-
servação inicial do depoente que quando lá chegou nQ
teu que todos estavam suando muito e ofegantes. ~e­
clarou que ao se retirar do arquivo recebeu recomen
dações do Cb CRUZ no sentido de que ''nada viu e de/
nada sabe". Que dois dias apÓs (dia 8 de Janeiro),/
voltou a ser chamado pelo cabo CRUZ por telefone, I
A •
para que fosse novamente ao arqu~vo levando o mate-
rial de curativos. O declarante preparou o dito m~
terial e ao sair da enfermaria encontrou-se com o I
Dr Médico Ten ~RICO, quando êste perguntou onde ia/
o declarante, tendo o mesmo respondido que ia ao a~
quivo para fazer curativos nos soldados que se encon
A
travam presos, disse a i nda o decla~ante que perguntou
~.. , A A
ao Dr se ele queria ir ate o arquivo para ver os pr~
sos, tendo o doutor respondido que não, que não queria
, , ~

se meter nisso se o depoente ja tinha ido la que fo~


..
se e que se houvesse algo de grave o informasse. I
Prosseguiu então o depoente rumando /para o arquivo/
e que ,guando lá chegou foi-lhe
,f ... - ...... ... _,
ita a mesma pergun

4
1 Fls. -43-

"Quem é?" - e o declarante respondeu- é o 11 PITER",


ocasião em que lhe foi aberta a porta tendo õ décl~
1
penetrado no arquivo onde se encontravam o Ten MI-1
RANDA, Sgt ETEL, Sgt RUBENS, Cabo CRUZ e Cb FREITAS
e os prêsos APARECIDO, GEOMAR, PERY, AMORIM e outros
que o declarante não se recorda, tendo o declarante
feito . curativos nos Sds APARECIDO, GEOMAR, PERY e /
AMORIM sendo que os APARECIDO estava mais machucado
do que da primeira vezo Disse o declarante, que I
quando lá chegou viu o Sd GEOMAR sentado no chão -/
vestindo ~Õmente calção, com o Sgt RUBENS tomando I
nota do depoimento do referido soldado enquanto o I
Sgt ETEL, Cb CRUZ e Cb FREITAS espancavam o referi-
do soldado, com sôcos, cinto NA e ponta pés. Quan-
do o depoente chegou o Ten MIRANDA deu ordens para/
,
parasse o interrogatorio de GEOMAR, e, dirigindo-se
,
para o declarante disse que "(!nquanto nos descansa-
mos, tomando um cafezinho e bebendo uma água mine~/
ral gelaiinha, pois estamos muito cansados, suando/
, ,..
muito e aqui esta muito calor, o "PITER" vai fazen-
do os curativos nos meninos", e que enquanto o de-/
~ ,
clarante fazia os curativos ninguem batia em ninguem.
Terminado os curativos disse o declarante ter feito
mais massagens nas mãos dos Sgt ETEL e Cb CRUZ, tendo
nesta ocasião chegado ao recinto o Cap NIEBUS, que/
ao ver o declarante perguntou o que o mesmo estava/
fazendo ali, tendo o Ten MIRANDA dito que foi êle I
quem mandou chamá-lo para fazer um curativo nêle, I
tendo o Cap NIEBUS visto os soldados com os curati-
vos e se dirigido para o interior da cela em compa-
nhia do Ten MIRANDA, tendo o declarante ouvido grl-
tos de dor vindos do interior da cela, tendo em se-
guida visto quando o Cap NIEBUS saiu da cela sorrin
do permanecendo lá o Ten M~RANDA, .indo o declarante
tomar um cafezinho em companhia da equipe, ocasião/
4 em que o Cb FREITAS disse para o declarante dar uma
Olhada no APARECIDO, pois o mesmo estava se queixan-
do de estar urinando sangue, tendo o depoente obti-
do a confirmação do APARECIDO de que realmente uri-
nara sangue e pedira para que o declarante trouxes- ..
, A
se remedio para ele. O depoente ao~ se retirar para
ir buscar o remédio encontrou-s~m o Dr e comuni-
cou ao mesmo o que estav~ecendo. 0 Dr ~RICO I

~ ~
Fls.-44-

perguntou se tinha alguém com machucado grave tendo


o depoente dito que não, a não ser o caso do APARE-
CIDO, tendooDr perguntado: 11 é ?" e prosseguiu o seu
caminho, tendo o declarante ido atrás do Dr e per-/
guntado o que achava de dar uns comprimidos de uro-
tropina para o mesmo, tendo então o Dr dito que sim
não tendo comparecido ao arquivo. No dia 12 de ja-
neiro, ao sair da enfermaria, o depoente encontrou
o Cap NIEBUS que perguntou-lhe se já tinha ido ver/
os presos,
A
ao que o depoente respondeu que nao,
-
ten
do em seguida preparado seu material e se deslocado
para o arquivo, e depoente fêz curativos nos sold~
dos GEOHAR e APARECIDO, que estavam bastante machu-
cados. Disse o depoente que enquanto fazia curati-
vo na cabeça do APARECIDO, o mesmo levava choque do
magneto, que era acionado pelo Cabo F~ITAS. Em se-
guida o depoente foi para a sala de instrução onde/
o se encontravam, o Sd GEOMAR, já fardado prestando I
declarações ao Sgt RUBENS e o Sd MONçno, escoriado na
sala de meios, sendo espancado pelo Ten MIRANDA, -/
Sgt ETEL, Cb CRUZ e Cb FREITAS e que o depoente fi-
cou esperando sentado numa mesinha. Disse que, em
seguida, chegou o Cap NIEBUS que passou a espancar/
o Sd MONÇlO com o cano e a palmatÓria preta com ViQ
lência atingindo os ombros, a região umbilical e os
peitorais, tendo o Sd MONÇlO desmaiado. Foi solici
tada a intervenção do depoente para reanimar o Sd I
MONÇãO tendo sido o mesmo levado para o chuveiro on
de foi banhado durante algum tempo conseguinio reani
má-lo. Disse o depoente que aconselhou MONÇlO a -/
contar tudo que sabia, para que o mesmo não apanha~
se mais, e que MONÇãO passou a relatar o que sabia,
enquanto o Cb CRUZ fazia as anotações, tendo em se-
guida o depoente se retirado. Disse ter visto o Sd
VANJERLEI chegar prêso ao arquivo, não tendo mais I
visto apÓs êste dia o referido soldado. Disse o d~
poente que no dia 13 foi outra vez chamado ao arqui
vo, por volta das 1000 horas pelo Ten ~RICO; disse/
ainda que ao entrar viu o Dr atendendo aos Sds GEO-
MAR e VICENTE que estavam bastante machucados, sen- •
do que o Sd GEOMAR parecia estar em piores condi-/-
ções , inclusive vomitando muito liquido escuro,
que cheirava mal; que o u que o depoente -/
ry

Fls .-45- fÔsse preparar a ambulância. Ao sair do


aproximadamente as
ar::~
"" 1030 horas encontrou o Cap NI~
BUS que lhe fezA
a mesma recomendaçao,
-
indo o depo2
ente para o parque de viaturas onde tomou as pro-
vidências e voltou à enfermaria para onde também/
se encaminhava o Dr ~RICO; que o Dr separou 2 am-
pÔlas de Coraton e mandou que fÔssem misturadas I
no sôro para e aplicação no Sd GEOMAR; que ao ten
tar aplicar o sôro não conseguiu achar uma veia I
que permitisse tal aplicação e que geomar vomita-
va muito; e que saiu em busca do Dr tRICO para CQ
municar êsse fato; que encontrou o Dr ~RICO tro-/
cando de roupa (farda para traje civil) e que o I
mesmo, ciente da impossibilidade de aplicação do/
sôro na veia mandou que o depoente voltasse e fi-
zesse aplicação de uma injeção de "Coraton" e uma
de 11 Espasmoflex" no mÚsculo de GEOMAR, o que foi/
feito; que o Sd GEOMAR, aproximadamente cinco mi-
nutos apÓs as aplicações veio a falecer na sua pr~
o sença; que imediatamente saiu do arquivo para com~
nicar o fato ao Dr ~RICO tendo encontrado o Cb -/
FREITAS nas proximidades, do rancho tendo dito a/
êle que o Sd GEOMAR havia falecido. Que encon- I
trou o Dr ÉRICO ainda terminando de se: ·arrumar p.§!;.
ra sair, tendo comunicado que o Sd havia falecido;
que o Dr ~RICO falou que haviam feito tudo para I
salvar o Sd GEOMAR mas, infelizmente não tinha si
do possÍvel; que em seguida, o Dr ~RICO mandou -/
que o depoente entrasse em seu carro e dirigiram-
,
se para o arquivo onde o medico passou a examinar
o Sd GEOMAR apl~cando-lhe, finalmente, umas gÔtas
I H
de eter nos olhos para verificar sua reaçao, ten-
do, assim, constatado que êle estava realmente -/
morto; que, por volta das 1800 horas, foram toma-
das providências para retirar o corpo de GEOMAR I
do Arquivo, indo inicialmente para a sala de ins-
trução e, mais tarde, para a Santa Casa a fim de
,
ser autopsiado; que apos a retirada do corpo o Dr
~RICO saiu do arquivo, não sendo mais visto pelo/
, '
depoente ate o momento de chegar a Santa "Casa, on
de o encont rou; que o depoente acompanhou o corpo
A ,

dentro da ambulancia ate a Santa Casa ,/


de onde re-
gressou. para continuar a tratar do/ soldado VICEN-
TE que já se encontrava maria; que passou


-------- -~~~~---~------------~~~~~~~~~~-~~-~~"--'-

Fls.46 -
A , ~

toda a noite com o Sd VICiNTE atendendo-o ate as


0500 ou 0600 horas do dia 14, quando foi embarc~
do em uma ambulância da Prefeitura para ser remo
~

vido para o HCEx; que acompanhou o Sd VICENTE a


GB onde chegou por vo+ta de 0800 horas, juntamente
com o Cap NIEBUS que havia se deslocado em seu I
, .
carro; que apos 1nstalado o Sd VICENTE em uma en
fermaria voltou o depoente à Barra Mansa em com-
panhia do Sd padioleiro e o motorista da ambulan
cia enquanto o Cap NIEBUS também regressava em I
seu carro ••• " (fls.l77/181).

Perante o Conselho Especial de Justiça, a testemunha EU


GENIO GONZAGA TOMAZ, declarou:

" ••• que confirma o depoimento que prestou no in-


, '
querito, as fls. 177/182, em todos os seus ter-/
o mos, ••• " " ••• que participo realmente ao oficial
médico Dr ~rico Augusto Lopes e que, digo, que um
soldado preso no Arquivo estava urinando sangue~
e que outros soldados também se encontravam feri
,
dos, porem o referido oficial se negava a ir ao
Arquivo ••• 1! 'J..... que assistiu ··nas suas idas ao I
Arquivo espancamentos em soldados; que assistiu/
ao espancamento do Sd Geomar pelo Sgt Etel, Cb I
Cruz, Ten Miranda; que viu o Sd Monção ser espan
cado pelo Cap Niebus, Sgt Etel, Ch Freitas, Ten I
Miranda, Cb Cruz; que não é do conhecimento do I
depoente, nem por ouvir dizer, que o Cap Niebus/
tenha ameaçado, de alguma forma, o Ten Érico;que
a primeira vez que participou ao Ten Érico, ou I
melhor, convidou-o para ver os presos no Arquivo,
o referido oficial disse que "não queria se meter
nisso"; que como o depoente já estava indo ao Ar-
quivo que continuasse a ir; que êle Ten Érico sÓ
iria se fosse solicitada a sua presença; que uma
vez que foi fazer curativos nos presos, no Arqui-
vo, assistiu quando o Sgt Rubens colocou os presos
,
no corredor; que o Sargento estava com a palmato-
ria menor na mão e determinou que o depoente can- ..
, .
tasse um~mus1cas para que os P- sos dansassem, e
enquanto o depoente cant~presos dansavam;

, ?Y'?/
--- ·- - - -

'IJ~

"
Fls.-4?* \/(/
que o depoente viu no Arquivo os seguintes instru-
mentos: duas palmatÓrias, Cinto NA, telefone de mâ
,
nivela de campanha, fio eletrico e um cano de fer-
ro; que viu o Sr Capitão usando o cano, palmatÓria;
que viu o Cap Niebus usando palmatÓria no Sd Mon-/
çãoÍ que o cano, o depoente não se lembra em quem/
que o telefone era usado para dar choque nos presos;
que assistiu os seguintes presos levarem choque: I
Geomar, Monção, Âparecido e outro que o depoente I
não se lembra; que viu se utilizar do telefone com
o fim de aplicar choque o Cb Freitas, Cb Cruz, não s
se recordando de outros; que o depoente cantou as
,
seguintes musicas para os presos dansarem: Dendeca,
samba de Oswaldo Nunes; Olêlê Olalá Pega no Ganzê;
que não sabe informar se o Cb Cruz era temido ou I
não, porqu~nto o depoente servia na Enfermaria e o
Cb Cruz era do Pelotão Especial; que viu o Cb Cruz
o bater com a mão, fora o telefone que utilizou; que
uma das vêzes em que foi dar assistência ao Arqui-
vo, recebeu ordens do Cb Cruz para dar uma rodada
na manivela do Telefone, e assim o fez; que entre-
tanto os fios estavam ligados nas pernas do Sd Mon
ção que levou um choque ••• " " ••• que recorda-se de
que duas vêzes em que foi ao Arquivo, uma foi-lhe/
dito pelo Cap Niebus: "nada vi, nada sei"; e a ou-
tra, o depoente foi advertido pelo Cb Cruz para -/
que o depoente não comentasse nada do que ocorria,
no Arquivo; que os fatos a que se referiu ocorre-/
ram durante o expediente do Quartel; que as jane-/
las e as portas do Arquivo eram fechadas de forma
que os ruidos ali produzidos não eram ouvidos do I
,
exterior, porem era do conhecimento geral das pra-
, .
ças que comentavam que la no Arqu1vo encontravam-se
presos; que quer informar que relatou ao Dr ~dirco
os espancamentos que presenciou dentro do Arquivo,
,
inclusive disse ao referido medico que fosse ver
,
os soldados que la se encontravam, pois havia al-
guns bastante feridos; o depoente não notou nenh~
ma reação no referido oficial; que recomentou que
o depoente continuasse indo no arquivo e que se I
houvesse ferimen t os graves, que rticipasse a êle;
que o depoente não sabe afi ~; o Comandante ou
o Subcomandante, durante ~ per1odo em que 0 de-

~

Fls.-48-

poente frequentava o Arquivo, se encontrava na Uni


,
dade, porem acredita que sim, porque tal fato oco~
ria durante o expediente ••• " " ••• que assistiu ao
Cap Niebus bater no Sd Monção, com a palmatÓria - /
preta, nos ombros, nas coxas, nas nádegas, no pei-
to; que não se recorda a data em que ocorreu o espan
camento; que o depoente não sabe informar se o Sd
Monção prestou depoimento apÓs ter sido espancado/
porquanto o depoente retirou-se do Arquivo, porém/
tem a esclarecer que, antes de ser espancado, o Sd
Monção prestou depoimento; que a cena de dansa dos
presos a que se referiu no seu depoimento, foi an-
tes,digo, foi dias antes do espancamento do Sd Mon
,.. . ,
çao a que acima se refer1u; que apos o espancamento
do Sd Monção, a que aci ma se referiu, não teve opo~
nunidade de estar com o referido Soldado; que as I
pancadas deixavam marcas avermelhadas; que não viu
nenhuma pancada ser dada na cabeça do Sd Monção, I
o nem nos testículos do referido Soldado; que quando
participou ao Dr trico que nã_o encontrava uma veia
para aplicar a injeção no Sd Geomar, nesta oportu-
nidade j~ tinha comparecido ao Arquivo, neste dia,
pois o depoente o viu tomando a pulsação do Sd GeQ
mar; que no momento em que Geomar Faleceu o Ten ~­
rico não se encontrava no Arquivo; que o Sd Geomar
morreu nas mãos do depoente ••• " " ••• que o depoente
soube da prisão de Geomar pelo prÓprio Dr Érico; I
que não viu ninguém comentar dentro da Unidade que
q Sd Geomar se encontrava naquele estado de saÚde/
porém sabia-se que e l e estava preso, no Arquivo; I
porém o Dr Érico sabia que ele estava preso;que o/
A
depoen~e era companheiro de infancia do Sd Geomar;

que tem conhecimento de que o pai do Geomar comprou


um carro que era de pripriedade do Dr Érico; que o
depoente, digo, que o Ten Érico sÓ foi ao Arquivo/
no dia em que ocorreu o falecimento do Sd Geomar,/
por ter sido solicitado, hão sabendo o depoente -/
por quem ••• " " ••• que viu o Sd Geomar ser espanca-
do pelo Sgt Etel com cinto NA e socos; que o Cb - /
Cruz desferiu socos e palmatÓria na mão de Geomar;
..
que os socos eram desferidos nas costas e no peito;
que o Sd Monção foi espancado Sgt Etel com SQ
cos e cinto NA, no costas, nas pe~nas/
e nas coxas; que o ancou o Sd Monçao - /


Fls.-49 -

com socos ••• " ( fls.~l7/719).

A testemunha LUIZ ANTONI O GARC I A NOVAES declarou:

" ••• que foi chamado pela 1ª- vez para ir ao arqui-
vo, no dia 10 de Janeiro, pelo Ten MIRANDA. Che - /
gando ao arquivo, encontrou o Sd APARECIDO, sent~
do no chão, também com muitos ferimen t os e o Sd I
GEOMAR estirado no chã o, também com muitos feri-/
mentos e o Sd AMORIM com as mãos inchadas e com I
ferimento na cabeça. Disse o depoente que apÓs I
ter feito os curativos nos referidos soldados, o
Ten MIRANDA mandou que o mesmo retirasse, dizendo-
lhe o seguinte: "você nada viu e não sabe o que e.2_
tá se passando". Após isto , o depoente retirou-
se para a enfermaria a fim de continuar seu servi
ço de padioleiro de Dia. Dissse o depoente que no
o dia 12 de Janeiro, foi novamente chamado ao arqui
vo, para onde levou a caixa de curativos, mas não
chegou a entrar, tendo feito a entrega da ca ixa I
ao Ten MIRANDA, que em seguida mandou o depoente/
retirar-se. Disse ainda o depoente que na tarde/
do dia 10 de Janeiro, viu o Sgt RUBENS apertar um
algodão embebido em éter nas narinas dos Soldados
APARECIDO, AMORIM e GEOMAR. Disse o depoente que
nada mais viu, pois ~ogo depois da morte do Sol -
dado GEOMAR, a pancadaria terminou e o depoente/
foi incumbido pelo Dr ÉRICO de ir diàriamente à
prisão para fazer curativos nos soldados f eridos .
-
. ... do Batalhao e, que to-
Disse ainda que na pr1sao
mou conheBimento do espancamento que se processava
no arquivo, pois a medida que fazia os curativos,
,
as vitimas iam relatando como tinham surgido os f~
rimentos. Disse ainda o depoente que no domingo/
apÓs a morte de GEOMAR, foi chamado em casa pelo
Ten MIHANDA e pelo Sgt GUEDES, que conduzira a' casa
pelo Ten MI3ANDA e pel o Sg,digo foi chamado em casa
pelo Ten MIRANDA e pelo Sgt GUEDES, que o conduzi-
ra à casa do Cap NIEBUS. Lá chegando o Cap NIEBUS
disse ao depoente que se o mesmo fÔsse chamado pa-
..
ra depÔr, deveria dizer que nunca tinha ido ao ar-
quivo, e que somente fizera algun curativos nSE I
soldados AMO::UH e APARZCI.90. Ma ou ainda que o d~
Fls. 50-
poente dizesse que os ferimentos existentes no s
dado AMORD.f, era proveniente de uma queda durante I
uma partida de futebol de salão, e os do APARZCIDO/
eram provenientes de um furÚnculo, Disse ainda o I
depoente que antes de vir para a Guanabara , onde I
seria ouvido pelo encarregado do IPM, o Ten MIRANDA
levou-o para o Pelotão Especial e disse que não pr~
cisava preocupar-se pois estava tudo tranquilo e o
Cap que estava presente, disse que já havia provi-/
denciado tudo para que ninguém fieasse prêso, tendo
inclusive providenciado um pedido de Habeas-Corpus,
caso o encarregado do IPM prendesse os elementos -/
suspeitos no Quartel ••• " (fls. 211/212).

A testemunha LUIZ ANTONIO GARCIA NOVAES perante ao Conselho


Especial de Justiça,declarou:

que confirma o depoimento prestado, as


11 • • • ' fls. 211/
,
o 212, no inquerito, em todos os seus termos e que lhe
foi lido na presente assentada; ••• " " ••• que não sabe
~

informar quem estava precisando de cuidados medicas,


no dia 12 de janeiro, quando foi impedido o seu in-/
gresso no Arquivo; que em dia que não sabe precisar/
fez um curativo no braço do Aparecido e também pas-/
sou metiolate nas costas do Sd Geomar que estavam bem
feridas e nas pernas; que isso ocorreu no Arquivo, I
quando foi chamado, para êsse fim, pelo Ten Miranda;
que não viu o Sd Monção ferido no arquivo; que só -/
viu o Sd Van 1erlei, no dia em que este foi preso à I
noite; queviu o Sd Vicente, na Enfermaria da Unidade,
antes de este ser transferido para o HEEx; que apÓs
ter ido à casa do Cap NIEBUS, conforme consta do seu
,
depoimento, so prestou um depoimento que foi ao BEC
MEC; que não foi ameaçado pelo Cap Niebus quando est~
ve em sua residência; apenas este lhe disse que fica~
"" ,
se tranquilo quando fosse depor, que ja estava tudo
legalizado~clusive com um pedido de Habeas-Corpus,

para que ninguém ficasse detido; que às suas idas ao


Arquivo não assistiu ninguém apanhar nem ninguém ba-
ter; que o depoente viu e constatou os ferimentos I
de Geomar, um dia antes que veio este a falecer; que
o Sd Geomar apresentava tos na late-
ral das duas coxas, nas costas, e ·tas outras mos-
~~s ~de pancada pelos bra9os e · o; que as pernas I
Fls.-51-

digo, que os ferimentos nas pernas se encontravam de


cor preta e todos esfolados; que não apresentava fe-
rimentos na cabeça; que o Sd Geomar pediu ao depoen-
te que lhe tirasse a sua pressão; que o ferimento da
coxa tinha feitio retangular que pegava de fora a
fora da coxa ••• " " ••• que tais fatos não eram comenta
dos na Unidade; que não comentou sobre os fatos que
viu no Arquivo, nem com o Ten Médico, porquanto ha-/
via sido advertido pelo Ten Miranda de que nada vi-
ra, nada sabia sÔbre o ocorrido; que tinha amizade I
com o Sd Geomar desde que este incorporou na Unidade;
que eram amigos; que não conhecia, como não conhece,
os parentes de Geomar ••• " " ••• que durante o trajeto
da casa do de poente à casa do Cap Niebus, não ocorreu
qualquer coação; apenas o Ten Miranda e o Sgt Guedes
disseram ao depoente que ficasse tranquilo, porque I
nada sabia ou pouco sabia e que nada ia acontecer; I
() que ~hegando à casa do Capitão Niebus, o Ten Miranda
disse ao mesmo que o depoente era o Sd Novaes que ha
via feito alguns curativos em alguns dos soldados que
se encontravam feridos no Arquivo; que o depoente i~
gressou na casa do Cap Niebus e com êle começou a -/
conversar; que o depoente não sabe informar se o Cap
Niebus já o aguardava ou não sabia de sua ida; que a
' ,
ida do depoente a casa do Cap Niebus foi logo apos a
morte do Sd Geomar ••• " (fls. 721/72lv)

O )Q Sargento CORIOLANO JOSE MONTEIRO, perante ao Conse-/


lho Especial de Justiça, declarou:

11
que não foi ouvido no IPM, instaurado para apu-1
•••

raros fatos ocorridos no lQ BIB ••• " " ••• que o depQ
ente é encarregado da carpintaria do Batalhão; que
a padido do Cap Niebus, o civil Luiz Natividade que
trabalha sob as ordens do depoente, confeccionou du-
, ,., ' ,
as palmatorias; que com relaçao a palmatoria que ne~
te ato lhe foi exibida sÓ tomou conhecimento da mes-
ma quando foi ao Arquivo para desmontá-lo, por ordem
do Cap Niebus; que a pedido do Cap Niebus foi feita/
pelo referido carpinteiro uma palmatÓria que quebrou; ..
que a referida palmatÓria foi entregue Ten Miranda;
que o Cap Niebus veio ao depoente dizer que a -
paimat~ria pequena havia quebrada


Fls.-52-
,
fosse feita uma outra; que esta outra foi pelo pro-

I
prio Cap Niebus desenhada num pedaço de madeira e
mostrada ao carpinteiro do depoente; que o depoente
foi ao Almoxarifado e quando de lá regressou, soube
pelo Sr. Luiz Natividade que já tinha sido confec-1
,
cionada a nova palmatoria e entregue ao Cap Niebus,
ou melhor e levada pelo Cap Niebus ; que o depoente
, . ,
pode esclarecer que a palmator1a que ora lhe e exi-
, , ,
bida e uma replica da palmatoria grande confeccion~
da pelo carpinteiro Luiz; que para confeccionar a I
,
palmatoria, o depoente se dirigiu ao Maj Barra que
é o s~, chefe do depoente, para a permissão para I
confeccionar a palmatÓria; que o Maj Barra disse ao
depoente que só daria permissão com autorização do
Comando da Unidade; que o depoente voltou para a -1
carpintaria tendo sido procurado pelo Sr. Cap Nie-1
bus que queria saber se a palmatória já estava pron
ta; que o Sr. Cap Niebus disse ao depoente que ti-/
c nha ordem de todo o mundo para confeccionar a palma
tÓria, inclusive mandou que o depoente procurasse I
jacarandá, tendo o depoente que, digo, ponderado que
, ,
o material e caro, dificil de ser encontrado; que o
Cap Niebus disse que queria de jacarandá porque é I
duro como ferro e não quebrava com facilidade; que
o depoente não disse ao Cap Niebus a conversa que I
tivera com o Maj Barra, porquanto este Capitão lhe/
dissera que tinha ordem de todo o mundo; que o de-/
podente não pode esclarecer com relação à espessura
da palmatÓria confeccionada pelo carpinteiro, por-/
quanto se retirou no momento em que o Capitão conve~
sava com o seu carpinteiro; que o depoente não gua~
dou o desenho original confeccionado pelo Cap Niebus;
que o depoente não teve oportunidade de ver o dese-
nho confeccionado pelo Cap Niebus; que o de poente,/
salvo engano, pode afirmar que a palmatória foi con
feccionada em ipê; que o depoente não se recorda de
ter falado com outras ~essoas que a palmatória pe-/
quena havia quebrado; que o depoente quer esclare-/
cer que a permissão para confeccionar a palmatória
se refere a palmatória de tamanho pequeno que veio
a quebrar; que a palmatÓria grande foi confecciona-
da sem que fosse pedida autorixação ~aj Barra, I
uma vez que o Cap Niebus disse q~ tinha permis-


~
\:x.o

Fls.-53-
são de todo o mundo, inclusive o Cel tinha auto~7J
do, segundo disse, para comprar jacarandá; que o Cap
Niebus disse que a palmatÓria pequena quebrou por -/
. , ..,
ser multo fragil, nao entrando em detalhes; que a o~
dem para desmontar o arquivo foi dada pelo Cap Nie-/
bus no mês de janeiro; que o depoente retirou do Ar-
quivo todo o madeiramento lá existente e colocou-ib I
na carpintaria; que o depoente disse ao Cap Niebus I
que para executar o serviço de desmonte do Arquivo I
,
teria que levar as seus soldados para la; que o Cap.
disse que então ia retirar o seu pessoal de lá, e -/
que assim o fez, porquanto o depoente constatou que/
não havia presos no Arquivo; que o depoente desmontou
as prateleiras de madeira que lá existiam; que o de-
poente não recebeu a encomenda para confecç~õ :::de qua1_
,
quer cadeira especial ••• " " ••• que como ja esclareceu
anteriormente, o depoente falou com o seu Chefe que/
é o s/4, Maj Barra, e voltou para a carpintaria; que
o não tinha mandado confeccionar ainda a palmatÓria; I
que o cap Niebus foi ao depoente e disse que tinha I
ordem de todo o mundo para fazer a palmatÓria ••• "
,
" ••• que o depoente chefia a Seção de Carpintaria ha
quatro anos; que durante todo esse tempo, o depoente
não se recorda de ter recebido qualquer ordem para I
confeccionar instrumentos iguais a este, ou seja;pal
, ,
matoria, nem soube de ninguem que tivesse confeccio-
nado em sua seção, sem sua ordem; que o depoente re-
cebeu ordem do Cap Niebus pa~a fazer a palmatÓria, I
não sabendo se seria ou não empregada contra os pre-
sos ••• " n ••• que a or9,em dada pelo Cap Niebus foi or-
dem verbal •••• " fls. 849/850.

A testemunha CORNÉLIO SOARES ROSENBURG declarou:

" ••• que no dia 25 de corrente fÔra chamado pelo TEN .


MIRANDA, na ocasião Comandante do Pelotão Especial,/
que lhe deu a missão de fazer desaparecer um saco de
estÔpa, cujo conteÚdo não tinha conhecimento, e uma/
bÔlsa de feira, que se encontravam no i nterior de -/
seu automÓvel; disse-lhe ainda o TEN MIRANDA , que es-.
colhesse um soldado de confiança para auxilia-lo;que •
foi até o "quiosque" do Pelotão e cha o Sd 406
LUIZ CESAR DE OLIVEIRA, que o acom ou sem nada -/
perguntar; que recebeu as ch~ o carro do TEN MI-

,o/
Fls.-5~-
MIRANDA e partiu para Volta Redonda, às imediações do
Drink Bar Beira-Rio, às margens do Rio ParaÍba, mas I
como chovia e o estado da estrada não era dos melho-/
) ,
res, alem de perceber a presença de civis nas proximi
dades, rumou para a Rodovia Presidente Dutra, procu-/
rando um rio, para atirar o material que recebera;que
não encontrando um lugar adequado, voltou para Barra/
Mansa, detendo-se nas proximidades da ponte Nilo Peçª
nha, por volta das 1500 horas, onde, juntamente com
CESAR, desembarcou e, apÓs verificar se não havia nin
guém por perto, atirou o material ao rio; que, apÓs/
isto, voltou para o quartel, onde se apresentou ao -/
TEN MIRANDA, tendo relatado a execução da missão, sen
do então liberado pelo TEN MIRANDA. Perguntado se to-
mou conhecimento do material contido no saco, respon-
deu que sim, pois havia parado num lugar êrmo da RodQ
via Presidente Dutra para coloca~ a bolsa no saco,as-
sim como uma pedra pesada, para afundar ràpidamente;/
perguntado o que havia no interior do saco e da bolsa
respondeu que se lembra de ter visto um (1) uniforme/
de passeio de soldado, cuja jaqueta êetava manchada I
de sangue, um (1) uniforme de instrução, sem o cadar-
ço de identificação, uma camisa branca de meia-manga,
suja, carimbada, com o nome "Sd Vicente" no peito,um/
(1) lençol, uma (1) colcha e 1 (uma) fronha, manchad~s
de sangue, 1 (um) par de coturnos e um (t) rÔlo de fi
os que julga ser de telefone ••• " " •• .que alguns dias/
depois, percebendo a gravidade do fato, procurou, jun
tamente com CESAR, o TEN CALLICCHIO, atual Comandante
do Felotão Especial, a quem narrou todo o fato. o•"
fls. 285, dos autos.-
..
As fls. 285/286, a testemunha LUIZ CESAR DE OLIVEIRA, declª
r ou:

" ••• que no dia 25 do corrente fÔra procurado pelo Sd.


BDSENBURG, que lhe dissera que o TEN MIRANDA o estava
chamando; que acompanhou o Sd ROSENBURG na direção do
PC, e viu o TEN MIRANDA prÓximo ao seu carro, que es-
tava estacionado nas imediações; que o TEN MIRANDA -/
..
lhe disse para acompanhar ROSENBURG, disendo ainda as
seguintes palavras "Você não viu nada, hein! ••• ";que
entrou no carro e, apÓs saírem d~ ROS~NBURG/

cYb
-~- -- --·--~-------------------~~-~~~-~~--~~-~~ ......

Fls.-55-
lhe disse que o TEN MIRANDA mandara que êles fi
zessem desaparecer com um material que estava I
dentro do carro; que seguiram para Volta Redonda,
, ...
ate as proximidades do Drink Bar Baira-Rio, mas
,
como chovia e havia muita lama, alem de civis I
por perto, partiram para a Rodovia Presidente I
Dutra, a' procura de um rio, onde atirariam o m~

terial; não encontrando um bom lugar, resolve-/


ram voltar para Barra Mansa, até a ponte Nilo/
~

Peçanha, que se encontra abandonada ha anos, o~

de atiraram o saco com o material no rio Parai-


ba; que, depois disto, voltaram para o quartel,
onde se apresentaram ao TEN MIRANDA, dando con-
ta da missão, o qual não fêz comantários, tendo
os liberado. Perguntado se sabia o que havia I
jogado ao rio, respondeu que sim, pois havia p~
,.
rado num local ermo da Rodovia Presidente Dutra
para colocar dentro do saco a bolsa e uma pedra
grande, e tiveram a curiosidade de verificar o
material, constatando que se tratava de peças I
de uniforme, sendo 1 (um) uniforme de passeio I
para soldado, 1 uniforme de instrução sem o ca-
darço de identificação, 1 (uma) camiseta branca
com a inscrição ''Sd Vicente", 1 lençol, 1 col-/
cha, 1 fronha, 1 par de coturnos e um rÔlo de I
fios. Perguntado se percebeu manchas de sangue
naquele material, respondeu que sim, porém não/
pode precisar em quais peças ••• 1 ' "· •• que, algum
tempo depois do acontecido, percebendo a gravi-
dade da situação, procurou, juntamente com RO-/
SENBl~G, o TEN CALICCHIO, atual Comandante do
Pelotão Especial, a acima • • • "
Fls.-56-

Em suas declarações de fls. 326, dos autos, a tes-


temunha UBIRATAN DE OLIVEIRA, confessou que:

" ••• estando de serviço foi chamado pelo CAP NIE


BUS qtie disse ao depoente estar em maus lençÓis;
....
que, havia fugido tres presos os quais haviam I
trocado de roupa numa casa do bairro LAZARETO,/
porém, o local exato não era conhacido; em se-/
guida, o Cap NIEBUS disse ao depoente que preci
, ...

sando de uma testemunha era necessario ir a casa


de dona CORINA, lavadeira do Batalhão, a fim de
convidá-la a prestar um depoimento falso, como/
se na casa dela é que os soldados haviam troca-
o do de roupa; que com essa declaração de Dona CO
RINA ficaria atendida a necessidade da testemu-
nha; a seguir o Cap NIEBUS orientou o depoente/
no sentido de instruir Dona CORINA pela forma I
pela qual ela deveria prestar o depoimento; man
dou o Cap NIEBUS que o declarante instruisse dQ
I

I. na CORINA no sentido de dizer que foi procurada,


I

em sua residência, por um soldado crioulo alto,


~
sem precisar o nome e que esse soldado
.
ter~a p~

dido a dona CORINA uma roupa para pÔr no lugar/


da farda que estaria usando a fim de ir a um ba!
le. Seguindo as ordens do Cap o declarante prQ
curou a dona CORINA, atendeu, veio ao Batalhão,
e prestou o depoimento dentro daquela orienta-/
ção; que, inclusive o Cap NIEBUS mandou assegu-
rar a Dona CORINA que estaria a sua disposição/
para qualquer favor que ela precisasse
____,••• " (fls ..
326, dos autos.
----- ~~- ----~--------------~-~-~--~-~-~~~~~~~'----- ......
~----=-
-- ~ ----
- -
-

b) da confissão

, ..
Os reus, a exceção do Ten Cel GLADSTONE, confessa-
ram os crimes.

Às fls.47/48/49, temos a confissão do acusado Cap.


DÁLGIO MIRANDA NIEBUS.

" ••• que no dia 12 de janeiro foram detidos os Sd


n. 460 - VANDERLEI DE OLIVEIRA e 441 - ROBERTO /
VICENTE DA SILVA, ambos da 1ª Cia e 577 JUAREZ /
MONÇlO VIROTE da 2ª Cia por terem sido denuncia-
dos como viciados em maconha nos depoimentos dos
Sd que já ti~~m sido inquiridos pela 2ª Secção,
cicando os mesmos presos juBtamente com o Sd n.
349 - GEOMAR RIBEIRO DA SILVA, o qual se encon-/
trava detido desde o dia 31 de dezembro de 1971,
no Pavilhão da Sala de Instrução e Arquivo do Ba
talhão, local destinado a prêsos à dispo da 2ª I
o Secção. ApÓs o jantar, iniciaram-se as inquiri-
ções dos 4 soldados supra-citados, pelo S/2,pois
tinha o mesmo informes da Policia de Volta Redon
da que os soldados n. 577 - MONÇ~O e 460 VANDER-
LEI estavam envolvidos com traficantes civis pe-
rigosos e que, provavelmente, também faziam traª
fico de maconha. Durante as iõquirições os 4 -/
,
soldados confessaram que eram viciados, porem os
Sd MONÇlO e VANDERLEI negaram que fÔssem trafi-/
cantes, tendo sido feita, nesta ocasião, a toma-
da de depoimento de GEOMAR. Por volta das 2230/
heras, foram encerrados os trabalhos de inquiri-
ção e uma equipe constituÍda pelo depoente e ma-
..
is 3 homens, dirigiu-se a cidade de Volta Redon-
da com a finalidade de efetuar a prisão, em fla-
grante, do traficante "WILSON", Fiscal de Via-/
ção Agulhas Negras, pois um elemento da Secção I
de Informações iria comprar Cr$ 100,00 de "maco-
4
nha" do referido traficante, armadilha que tinha
sido arquitetada anteriormente, como não logras-
se êxito o referido ardil, a equipe regressou ao
lQ BIB, mais ou menos à 01.30 horas do dia 13 -/
Jan. Foi então procurado o Cabo CRUZ do PeloEsp,
um elemento da 2ª Se cção, que tinha ficado nas I
imediações da Sala de I~strução c as chaves da
mesma por ocasião da saída da e ipe para a dili
':4/
...:
\
}~
gência, o qual estava no PC do Pel Esp dormindo,
aliás, cumprindo ordens do depoente, que mandou/
o aludido Cabo aproveitar aquêle espaço de tempo
e repousar. Logo após, o depoent e e sua equipe/
se dirigiram à Sala de Instrução a fim de verifi
car se t udo estava em ordem e ao abrir a referi-
da Sala e acender as luzes, constatou a falta de
2 prêsos do 4 que lá estavam e ao perguntar aos/
Sd GEOMAR e VICENTE o que havia acontecido êstes
declararam que os Soldados MONÇlO e VANDERLEI -/
queriam obrigá-los a fugir, com medo de serem d~
nunciados, uma vez que ambos eram traficantes de
maconha e sabiam que o Sd GEOMAR disto tinha co-
nhecimento, pois ja havia comprado varias vezesI
, , A

dêles; disse também sa ber da ligação dos fugiti


vos com os traficantes civis "DENGO" e o Fiscal/
de Linha JK-249 de nome "WILSON", ambos da cida-
de de Volta Redonda. Por este motivos travaram/
o violenta luta corporal, havendo a seguir a fuga/
dos Soldados MONÇÃO e VANDERLEI pelo Alçapão que
dá acesso ao fÔrro da Sala de Instrução do Bata-
lhão, quebrando o telhado e tomando rumo ignora-
do. Observou então o depoente que os soldados I
GEOMAR e VIC ~NTE apresentavam várias escoriações
porém ambos estavam falando e aparentemente em I
boas condições de saÚde. A seguir, por volta de
0230 horas, o depoente reuniu a Equipe da 2ª Se-
ção e efetuou novas diligencias para a captura I
dos evadidos, as quais não lograram êxito, regre~
sando o de poente ao quartel, com sua equipe, por
volta das 0700 horas do dia 13 de janeiro. ApÓs
liberar os homens de sua equipe, para tomar café
participou a fuga ao Comandante do Batalhão, fa-
zendo um relato verbal suscinto do ocorrido. As "
lO 00 horas retornou ao local onde se encontra-/
vam os soldados presos e como o Sd GEOMAR se - I
...
queixasse de dores na barriga, comunicou imedia-
tamente ao Dr ÉRICO AUGUSTO LOPES, lQ Tenente Mé
dico do Batalhão, que o examinou demoradamente,/
bem como ao Sd VICENTE, prestando-lhes tÔda a a~
sistência médica de urgência, decidindo por in-/ 4

ternár · o Soldado GEOMAR, vindo o mes o a falecer


enquanto estava sendo providenci _ sua hospita-
~
lização. Posteriormente, por medidas de
ção, o Soldado VICENTE embora não apresentasse I
nenhum sintoma de gravidade, foi removido para o
Hospital Central do ~xército, no dia 14, pela ma
nhã. Perguntado desde quando os soldados n. 460
V!NDERLEI, 349 - GEOMAR, ambos da lt Cia, 577
MONÇlO da 2ª Cia e 441 - VICENTE, também da 1ª
Cia, se encontravam detidos para averigaações, I
respondeu que o Sd GEOMAR se encontrava detido I
desde o dia 31 de dezembro e que, os demais, fo-
ram detidos no dia 12 do corrente mês. Pergunta-
do qual o motivo destas detenções, respondeu que,
pelo fato de os soldados supra-citados estarem I
envoltidos com problemas de entorpecentes e que,
segundo investigações já procedidas, os mesmos I
tinham ligações com outros elementos do quartel/
e ainda com traficantes existentes nas cidades I
de Barra Mansa e Volta Redonda. Perguntado qua-
o is os elementos que contava para o auxiliar o d~
poente nos interrogatÓrios, respondeu que eram I
êles, o 21 Tenente R/2 Paulo Rey!laud Miranda da
Silva, Oficial posto à disposição da 2ª Secção,/
3Q Sargento Ivan Etel de Oliveira, 3Q Sgt Rubens
Martins de Souza, e Cabo José Augusto Cruz da 2ª
Cia, todos ~ disposição da 2ª Secção para auxili
ar nas averiguações sÔbre o problema de entorpe-
centes. Perguntado se os soldados detidos rece-
,.
beram maus tratos durante os interrogatorios,re~
pendeu que não; apenas ficaram confinados sem -/
contáto com o meio exterior (incomunicável)o Pe~
guntado qual era a técnica usada nos diversos I
,
interrogatorios para apurar a veracidade dos fa-
tos, respondeu que procurava o depoente, median-
, ,
te ardis, confundi-los e joga-los, uns cont ra os
outrow, na afirmativas de declarações, uma vez I
que, o depoente notou durante as inquiriçÕes que
os mesmos tinham receio do que lhe pudesse acon-
tecer, delatando ou narrando fa.tos, de elementos
implicados no vicio e trá fico da maconha. Per-/
guntado se tomou dàclarações, por escrito, dos I
quatro soldados que se encontravam confinados na
Sala de Instrução, na noite de 12 para 13 do co~
rente mês, respon.leu que apenas»>Dou depoimento
do Sd GEOMAR, e que dos dema~~o chegou a to-/
~/
. %;
/

mar depoimentos escritos, uma vez que se encon-
,
travam numa fase preliminar de interrogatorio.-
Perguntado quais os três homens que efetuaram a
diligencia que visava a prisão do traficante -/
"WILSON", Fical da Viação Agulhas Negras, res-/
'- pondeu que foram o 2º Tenente MI RANDA e os Sar-
gentos ETEL e RUBENS. Perguntado quantos e ~u~
is os elementos da 2ª Secção que viram e ouvi-/
ram as declarações dos Sd GEOHAR e VICENTE por
~ A
ocasiao do retorno ao quartel, por volta de Q30
horas, apÓs a malograda diligência, respondeu I
que, além do depoente, os seus auxiliares 2~ -/
Ten Miranda, Sgt Etel e Rubens e o Cabo Cruz. I
Perguntado como foram encontrados os Sd GEOMAR/
e VICENTE no interior da Sala no que diz respei

-
to ao seu estado fisico, respondeu que êles se/
.
encontravam com pequenas escor~açoes, , am
porem,
bos estavam falando e andando e bom estado de
o lucidez. Perguntado o motivo dessas escoriações
apresentadas nos soldados GEOMAR e VICENTE, re~
pon~eu que os mesmo declaram terem sido preveni

entes de violenta luta corporal com os soldados


,
que se evadiram e que queriam obriga-los a fugi
ram ••• " (fls. 47, ~8 e 49 dos autos).
• • • que no dia 26 de dezembro de 1971, começa-/
11
~ A ,, ,
ram as investigaçoes sobre uso e trafico de to-
xico pela 2ª Seção do 10 BIB com a prisão do -/
traficante civil EXPEDITO BOTELHO, vulgo HKAPA-
BA", pelo fato dêle ser irmão do soldado BOTE-/
LHO do Batalfuão. Em seguida o referido soldado
foi detido e apÓs inquirições preliminares, foi
o fato levado ao conhecimento do Cmt do Batalhão,
isto é, que o soldado BOTELHO era maconheiro e/
vendia a "maconha" dentro do Quartel, inclusive
com a participação do SGT JONAS, fato que até I
hoje não foi comprovado. Eoi então constituída
4
uma equipe para apurar o problema da maconha com
os seguintes elementos: Ten MI RANDA, 30 Sgt RU
BENS, 3º Sgt ETEL, Cabos CRUZ e FREITAS, tendo/
se iniciado uma sindicância por ordem verbal do
Cmt do Batalhão, sob a supervisão do depoente./
O Sd BOTELHO foi colocado na cela existente no/
Pavilhão da Sala de Instrução ~uivo, porém,
.. como o traficante KAPARA, ~o foi transfe
ferido para o Quartel, pois ao ser levado à
ça do Juiz se queixou dos meus tratos da Policia e
... ... ,
este ia concedeP "Habeas-Corpus " , porem, por coin-
;.. "
cidencia, neste dia o Cmt do Batalhão compareceu I
ao Forum para falar com o JUIZ e então pediu ao -1
mesmo para não conceder a ordem de "Habeas-Corpus"
ficando em consequência o KAPARA prêso no BIB. As-
sim sendo foi me dada a ordem pelo Cmt para trans-
portar o referido traficante para o Quartel, tendo
então o depoente mandado a equipe já citada trans-
, ,
porta-lo, o que foi feito. Como so existem duas c~
las no Pavilhão do Arquivo do Batalhão, o Sd BOTE-
LHO que se enc ont rava na cela desocupada, foi tran~
,
portado para a outra, na qual existia o mimiografo
do Batalhão e mÓveis. O depoente não presenciou o
transporte de KAPARA para o Quartel, o que foi fei
to pelo Ten MI RANDA e sua equipe, porém soube dis-
so quando lhe foi comu~cado pelo mesmo a fuga do
referido soldado, no dia 2 ov. 3 de janeiro, pela I
o manhã. O soldado deve ter fugido pelo buraco de
ventilação existente no teto, tendo conseguido al-
, ,
ca nça-lo subindo nos moveis que existiam na cela e
ao galgar o forro quebrou o telhado, pois no mesmo
dia tal fato foi verificado e apÓs dar ciência ao
cmt do Batalhão do ocorrido foi providênciado pelo
depoente a colocação de grades .· nos buracos bem CQ
mo a retirada do mimiÓgrafo e dos mÓveis da celao1
A ausência do soldado BOTELHO foi portanto, parti-
cipada ao Cmt do Batalhão e da Companhia. Dêste I
,
dia ate o dia 12 de janeiro, foram feitas as inqui
rições nos demais soldados maconheiros e durante I
algumas delas, pois quem dirigia as mesmas era o I
Ten MI 3ANDA, o depoente quando podia comparecia -/
no local das inquiriçÕes e presenciou algumas vê-/
zes os soldados maconheiros sofrerem meus tratos I
fÍsicos, bem como choques elétricos. ~stes méto-/
#
dos e processos, digo, processos de interrogatori-
os eram de meu conhecimento e várias vêzes fui ao/
Pavilhão da Sala de Instrução e também ajudei a in
, , , , I
terroga-los. Os soldados so permaneciam la ate -
prestarem depoimentos por escrito, aos quais sem-/
4
pre que podia presenciava, pois disso eram então I
,.
trazidos para o xadres do Corpo da Guarda e a par-
tir dai tinham um melhor trata~ inclusive as-

/4
sistência médica. Por minha solicitação
mando do Batalhão foram feitas palestras sÔbre/
,
toxicos a' tropa e os Comandantes de Companhias,
nas formaturas ventilavam o assunto. O Sd GEO-
MAR permaneceu até o dia 12 de janeiro no Arqui
vo do Batalhão, pois foi para lá por volta do I
dia 5 dêste mesmo m~s. No dia 12 de Janeiro fo
ram pr~sos os Sd VANDERLEI, MONÇ~O e VICENTE, /
se encontrando apenas no Arquivo os Sd GEOMAR e
FERREIRA. À tarde d~ste mesmo dia o depoente I
lá compareceu e juntamente com o Ten MIRANDA, I
Sgt RUBENS, Sgt ETEL e Cabo CRUZ foram feitas /
inquirições nos mesmos, bem como os depoimentos
de GEOMAR e FERREIRA, aste Último sainda de lá/
naquele dia para o xadr~s da Guarda. Nesta oc~
sião os Sd VhNDERLEI e MONÇ~O apanharam bastan-
te, o Sd GEOMAR eu não vi nêste dia apanhar, PQ
is o mesmo se encontrava bastante escoriado, PQ
o rem estava falando e andando. Durante tôda a I
tarde os Sd VANDERLEI, MONÇ~O e VICENTEapanharam
bastante como já foi dito e levaram choques elé
tricos, tendo todos êles confessado que eram ma
conheiros, porém o depoente tinha informes da I
Policia de Volta Redonda que os Sd MONÇÃO e VAN
DERLEI Talvez tivessem ligação com os trafican-
tes civis 11 DENGO", e o Fiscal "WILSON". Por vol
ta das 1730 horas o Sd VIC~NTE levou uma panca-
da na cabeça da qual saiu muito sangue tendo em
"'
consequencia o depoente mandado chamar o padiolei
ro da dia, ocasião em que permaneceu no Arquivo
o Ten MIRANDA e o Cb CRUZ, pois o RUBENS tinha/
ido à rua e o ETEL tinha ido descansar. Nesta/
oportunidade eu sai e fui localizar o Cb enfer-
meiro em sua residência, CESAR LUIZ o qual com-
pareceu ao Quartel trazido pela patrulha, indo/
socorrer o Sd VICENTE. Quando retornei cêrca I
das 1830 horas, foi -me comunicado pelo Ten MI-/
RANDA que haviam falecido os Sd MONÇ~O e VANDER
LEI. O Sd VICENTE tinha recebido curativos na I
cabeça pela Cb CEZAR LUIZ e os Sd VANDERLEI e /
MONÇlO, o enfermeiro de dia nada pÔde fazer. O ..
Sd GEOMAR pediu para sair da cela e ficou no co~
redor juntamente com o S~ VICEN7:' A porta do/
corredor foi fechada e la de~oi colocado I

A
-----------------------------------------------~~--------~~~~----~--~~~

um ventilador, porque o Sd VICENTE estava c::~


ta de ar. Os dois soldados mortos ficaram então/
na sala do Arquivo que estava vazia, pois eu ti-/
nha conseguido dois dias antes mudar o Arquivo do
Batalhão para o local do antigo armazém, por ordem
do Comandante. Foi então reunida a equipe e ex-/
posto o problema a todos, antes porém 6ezar Luiz/
foi embora como se nada tivesse acontecido. Na I
ocasião as soluções para o problema foram ventil~
das e debatidas, chegou-se a conclusão então, não
por ordem minha mas sim por acÔrdo entre todos, I
que os corpos seriam transportados nt~a Pick-Up I
para serem enterrados. Por volta das 2200 horas/
o depoente e o Ten rURANDb. §airam no carro do Úl-
timo e foram procurar o Ten Cel GLADSTO!ffi para -/
dar conhecimento ao mesmo do ocorrido, o que foi/
feito, tendo sido encontrado o Ten Cel nas imedi~
ções do Bairro São João numa casa aonde se encon-
trava jogando buraco, pois na ocasião o Ten Cel -
GLADSTONE comandava o Batalhão, pois o Cel ARIOS-
VALDO se encontrava de férias; foi-lhe então ex-/
plicado os falecimentos dos dois soldados e suge-
rido ao mesmo a solução já descrita acima, tendo/
então o Ten Cel GLADSTONE concordado e mandado -/
executá-la. Recomendou entretanto que fÔsse si~
lada uma fuga, pois os dois soldados falecidos se
riam da J os como foragidos. Por volta da 0130 ho-
ras do dia 13, o depoente saiu dirigindo uma Pick-
Up, tendo na boleia o I'en HIRANDA e atrás os cor-
pos e os Sgt RUB3NS, E~L e o Cb CRUZ. "Por suge.§.
tão do MI3ANDA que conhece bem a represa de São I
João Marcos fomos para lá tendo sido deixado nes-
ta região o corpo do Sd VANDZRLEI, num ponto que/
eu não conseguirei identificar, pois não conheço/
o caminha, tendo sido durante todo o percur so ori
entado pelo MIRANDA que conhece bem a região. O
corpo do soldado não foi enterrado tendo sido ap~
4 nas colocado nt~ buraco que já existia e coberto/
com mato. Antes porém o MI3ANDA com minha ajuda/
cortou a cabeça do referido soldado e seus dedos/
tendo sido a mesma jogada em outro lugar que tam-
bém não conseguirei identificar, pois a represa I
possui uma intrincada rêde de estradas de terra./
Já amanhecia e chegamos por volta s 0600 horas/
na Estrada de Angra dos Reis, foi deixado o


----~-·~~------------------------------------~~~--~~~~~~~~~----~---

C\

\7JJ
outro corpo, do Sd MONÇlO a beira da estrada, num
bambual. Lembro que êste bambual fica depois da
entrada de Rio Claro para quem vai de Barra Nansa
para Angra dos ~eis. Retornamos ao Quartel por I
volta das 0730 hras e depoms de tomar café parti-
cipei a fuga ao Cel ARIOSVALDO antes porém falei/
com o Ten Cel GLADSTONE dando-lhe ciência do que/
foi feito. Disse-lhe também que o Sd VICENTE ne-
cessitava de socorro médico tendo o Cel mandado I
leva r o Dr ~RICO, médico do Batalhão, ao Arquivo/
para providenciar socorro". O depoente e ntão pr,g
curou o médico da Unidade e solicitou o compareci
mento do mesmo ao Pavilhão a fim de examinar os I
Sd GEOMAR e VIC~NTE, embora o Sd VICENTE aparen-/
teme nte apresen t ava pior estado, pois GEOMAR por
volta das 1030 horas estava andando e falando em-
bora reclamasse de dÔres na barriga e estivesse I
bem escoriado. O Dr ~RICO lá chegando examinou os
o dois soldados porém se deteve no Sd GEOMAR e apÓs
algum tempo afirmou que o mesmo precisava ser in-
, A -
ternado porem que ele tinha condiçoes de ser remo
vido para o HCE, embora seu caso fÔsse grave êle/
não estava em estado desesperador, presumindo que
o mesmo não corria perigo de vida. Fol então dito
ao Dr que participasse ao Cel a necessidade de ig
ternação do Sd GEOMAn e o depoente ajudou a tomar
as providências para a remoção do Sd GEOMAR, pro-
videnciando para que a ambulância do Batalhão fi-
casse em condiçÕes de fazer o transporte do refe-
rido soldado; o Cb TOMAZ enfermeiro ficou encarr~
A
gado de providenciar a ambulancia, avisar pel,di-
go, avisado pelo depoente e pelo Dr da situação./
Por volta das 1130 horas o de noente deu conheci-/
mento ao Ten Cel GLADSTONE da situação dos Sd GEO
MAR e VICENTE e pediu autorixação ao mesmo para ir
a' Guanabara a fim de tratar de assunto particular
e também procurar o Dr QUIRI NO, mdico do HCE e ami
go do depoente, a fim de tomar conhecimento do que
era necessário para a internação dos dois soldados
no HCE. O depoente esteve na casa do Dr QUIRINO/
A , '
com sua esposa, de la saindo as 2130 horas e se I

L
/-v
dirigindo para o Quartel do lQ BIB aonde chegou por
volta de 2330 horas, tomando conhecimento que o Sd
GEOMAR havia falecido. O depoente foi ao Rio e dei
xou os dois soldados entregues aos cuidados médicos
do Dr ~RICO, pelos motivos que já foram citados uma
vêz que segundo afirmativa do Dr ambos os soldados/
poderiam ser remotivos no dia seguinte. O depoente
soube posteriormente que o faleci ,·ílento do Sd GEOMAR
se deu as 1340 horas, segundo perte de falecimento/
dada pelo Dr ÉRICO, porém que o mesmo não se encon-
trava no Quartel naquela ocasião, o que de fato foi
comprovado posteriormente mediante uma declaração I
fornecida pelo agência do INPS de Barra Mansa, na I
qual consta que o referido Dr cumpriu horário de -/
trabalho entre 1330 horas e 1500 horas de cujo doeu
mento o depoente solicita seja anexado aos presen-/
tes autos. Por volta das 0000 horas do dia 13 o d~
poente tomou conhecimento através do Ten MIRANDA -/
que o mesmo tinha retirado o corpo do Sd MONÇ~O dei
xado na beira da Estrada de Angra dos Reis e o le-/
vado para outro local perto da cidade de Bananalo I

Perguntado se tem fatos a alegar ou provas que jus-
tifiquem a sua inocência, respondeu que foi~ pri-/
meira vêz que o depoente desempenhou as funções de/
Oficial de Informações e pelo tempo de aproximada-/
men~e seis mêses. "Nunca houve de minha parte in-/
tensão de matar qualquer soldado" ••• " (fls. 133,134
135, 136, 137 e 138 dos autos).

" ••• Na ocasião as soluções para o problema foram -/


ventiladas e debatidas, chegou-se a conclusão então,
não por ordem minha mas sim por acÔrdo entre todos /
que os corpos seriam transportados numa Pick-Up pa-
ra serem enterrados. Por volta das 2200 hs o depoen
te e o Ten MI~NDA saíram no carro do Último e fo-I
ram procurar o Ten Cel Inf GLADSTONE para dar conhe
cimento ao mesmo do ocorrido e que foi feito, tendo
sido encontrado o Ten Cel nas imediações do bairro/
São João numa ca sa aonde se encontrava jogando bura
co, pois na ocasião o Ten Cel Inf GLADSTONE comand~
va o Batalhão, pois o Cel ARIOSVALDO se encontrava/
de férias; foi-lhe então explicado os falecimentos/
dos dois s oldados e sugerido ao mesmo a solução já
descri t a acima, tendo então o.T~Inf GLADSTONE
concordado e mandado executar~__entou §tit~étan-
r'YJ

to que fÔsse simulada uma fuga, pois os dois


~
sol-~
I. dados falecidos seriam dados como foragidos". Vol
I tando a ratificar as suas declarações, o Cap NIE-
I
BUS disse que chegou dirigindo o carro do Ten MI-
I
RANDA até a casa onde lhe disseram que estavam o
Ten Cel Inf GLADSTONE; lá batendo, e sendo atendi
do pediu para chamar o Ten Cel GLADSTONE vindo ês
, A
te ate onde se encontrava; que, ele NIEBUS com a
chegada do Ten Cel GLADSTON~ chamou o Ten MIRANDA
que se encontrava junto de sau carro que acabara/
de fechar; que, então, já com o Ten MI RANDA compon
do o grupo êle NIEBUS, declarou ao Ten Cel GLASS-
TONE, o seguinte:" Cel, hoje a tarde foram presos
' h

, '
os ultimes homens, digo, "Cel, hoje a t~rde foram
presos os três Últimos homens, e dois deles apa-/
nharam muito e devido a isso vieram a falecer". I
Que o Cel ficou pensativo ocasião em que êle NIE-
BUS voltou a dizer no frante do Ten HIRANDA: "Cel
a solução agora é desaparecer com êsses corpos",/
o ao que o .Cel retru, digo, continuando êle NIEBUS,
a falar "Cel, o melhor ~ dizer que houve uma bri-
ga fictÍcia entre os prêsos e que os dois soldados
mortos haviam fugido" ao que o Cel então lembrou/
, ,
que para desenvolver essa ideia seria necessario
simular uma fuga, o que realmente foi feito con-/
,
forme ja descrito em seus depoimentos anteriores.
Que, naquêle momento, o Ten Cel GLADSTONE pergun-
tou ao depoente por todos os detalhes daquêle fa-
to, a saber, quem havia visto a morte dos dois -/
soldados, como ela havia ocorrido de fato, e tudo
o mais que êle NIEBUS no momento não se recorda./
Que NIEBUS não mencionou o nome dos dois soldados
mortos ao Ten Cel GLADSTO~~, porém se tratava dos
soldados MONÇP.O e VA~~~RLEI. Que no meio da con-
versa entre êle NIEBUS e o Ten Cel GLADSTONE apa-
receu o ex-cabo ALB~RTO, atual informante do GLADS
TONE, digo, atual informante do Batalhão, para fa
4
lar com êle NIBBUS. Que, o Ten MirtANDA dirigiu-se
, "
para receber o ex-cabo ALBERTO, porem este se - I
A '
aproximou tendo ele NIEBUS dito a aquele ex-cabo,
mais ou menos o seguinte: que estava tratando de/
um assunto muito importante com o Ten Cel, que êle
~assasse posteriormente no Batalh~ara falar :om
ele, NIEBUSo Que a chegada do ~~abo ALB~RTO nao

~
~

impediu que o Ten MI RANDA ouvisse tÔda aconve~Jj


que êle, NIEBUS ouvisse,digo, manteve com o Ten -
Cel GLADSTONE, conforme relatado acima. Dado a I
palavra ao Ten Cel GLADSTONE para declarar o que/
entender, por ~le foi dito o seguinte: que na noi
te do dia 12 foi procurado de fato pelo Cap NIE-/
BUS entre 2200 e 2300 hs na casa do Sr Zico, onde
me encontrava jogando buraco com outros companhei
ros civis. Que, ao ser chamado ao portão da casa
do Sr ZICO encontrei o Cap NIEBUS que queria fa-/
lar comigo. A comunicação dêle para comigo foi
a seguinte: Que êle Cap NIEBUS e o Ten MIRANDA -
iriam efetuar uma diligência para ver se conseguia
apanhar em flagrante umá tal de WILSON que pelos/
depoiment os dos soldados implicados na maconha ap~
recia como traficante e viciado. Pediu nêste mo-
mento a minha permi ssão para efetuar tal diligância
e eu a concedi. Que pedi nêste momento mais alguns
esclarecimentos e ~ste diálogo não durou mais de
o que quatro a cinco minutos. 2les partiram e eu I
regressei novamente ao inte rior da casa do Sr ZI-
co, e continuei a jogar buraco. Na manhã do dia/
13 o Cap NIEBUS participou ao Cel ARIOSVALDO, Co-
mandante do Batalhão, que na madrugada de 12 para
12 de janeiro, tinha havido a fuga de dois solda-
dos. Recordo-me que o Sr Cel ARIOSVALDO ao rece-
ber tal participação ficou muito aborrecido uma vez
que, na apuração do problema da maconha dentro da
Unidade, já havia ocorrido uma outra fuga do Sd I
BOTELHO. Determinou, o Sr Cel ARIOSVALDO que pro-
cedesse as diligencias necessarias para captura I
A ,

dos dois soldados foragidos. cêrca das 1000 e I


1100 hs me desloquei para o Estado da Guanabara I
juntamente com o Cel ARIOSVb.LDO com destino a 5ª I
Bda C Bld, a fim de fazer apresentação: êle reas-
sumindo o Comando e eu deixando de res ponder pelo
Comando do Batalhão. Acredito que a informação I
dada pelo Cap NIEBUS no presente depoimento com I
relação a noite do dia 12 da casa do Sr zrco, se-
ja uma confusão ou uma inverdade que queira demon~
trar no presente IPM que eu ten::ã~ partici-
pação nos fatos ocorridos e que~d, digo, e

~
(~
' I

\7@
que estão sendo a purados. Nada mais tenho a de c la-
rar a não ser que o encarregado do inquérito me fa-
ça perguntas. Perguntado ao Cap NIEBUS a declarar,
por ele foi dito o seguinte: Que, alguns dias antes
o Sgt RUBENS trouxera ao seu conhecimento a existêg
cia de um traficante de maconha de nome WILSON, ou
melhor, trouxera ao conhecimento dêle, NIEBUS, que/
,
seria facil prender o traficante de maconha de nome
1:1ILSON, fical da emprêsa dos Ônibus 249 - Volta Re-
donda - Barra Mansa, mediante o árdil de êle WILSON
digo, de êle RUBZNS simular uma compra de maconha I
A A
com o referido traficante, num valor de cerca de cem
, "'
cruzeiros, ideia que pareceu boa a ele, NIEBUS, mo-
tivo pelo qual, efetivamente, participou-a a pediu
a necessária autorização ao Ten Cel GLADSTO~~, tudo
conforme o prÓprio Ten Cel GLADSTONE acaba de rel~
"
tar, exceto que a conversa sobre "
este asstmto ocor
reu no dia 11 ou na manhã do dia 12 de janeiro, a~
,
o sim como ocorreu den .. ro do Quartel, logo apos o al
môço, não recebendo a aprovação do Ten Cel GLADSTO
"" . , .
NE{ o qual alegou que esse assunto era mals proprl o
,
da policia, "
motivo relo qual ele, NIEBUS, disse ao
Ten Cel GLADSTONE que efetuaria a diligência para/
prender o WILSON com a particiração da polÍcia atra
vés do delegado Dr JACQUES, digo, Dr JAQUES com c/
qual êle, NIEBUS, costumava trocar informações ••• "
(fls.233,234,235 e 236 dos autos).

Perante o Conselho Especial de Justiça o acusado, Cap DAL-


GIO MIFANDA NIEBUS confessou:

" ••• que o declarante presenciou algumas vêzes os - 1


soldados presos no ARQUIVO serem espancados; quer I
acrescentar que, com relação ao Sd Geomar, o decla -
rante nunca pre senciou espancament o no mesmo; com I
relaçao aos outros tres soldados que Vleram a fale-
- A •

cef, presenciou o espancament o dos mesmos, porém - /


o declarante jamais participou do espancamento dos
referidos soldados; que recebeu ordens do Ten Cel I
Gladstone, para nas quarta s-feiras, dia em que não/
~

havia expediente a tarde, presenciasse o interroga-


tÓrio dos soldados presos, em decorrênc ia da sindi-
cância verbal, determinada pelo~riosvaldo; ao
-- ---- --- -~~~

\~@
2º quesito:- que co~~eceu o Sd GEOMAR, porque êste
estava prêso há mais tempo; com relação aos outros
soldados, os conheceu só no dia 12 de janeiro do I
corrente ano (1972 ); que, com exceção da testemunha
cabo Eugenio Gonzaga Tomaz, o qual puniu várias vi
zes quando ~ ste serviu sob as ordens de declarante,
nada tem a opor cont ra as demais testemunhas arro-
ladas na denúncia; ao 3º quesito:- que conhece al-
guns detalhes da prova apurada, no inque r ito, con-
tra o declarante ; que houve coação moral e psicolQ
gica para que o declarante declarasse que havia b~
A .
tido em tres dos quatro soldados que vieram a fale
cer; ao 4º quisito:- que presenciou os soldados I
serem espancados com fios elétricos, cintos e cano
de ferro, não sabendo se os me smos foram apreendi-
dos. P. se entre os instrumentos a que se referiu/
existia uma palmatÓria, declarou que não se lembr~
va; ao 5º quisito:- que recebeu ordens do Cel Glad~
u tone para deca pitar os dois soldados, visando a -/
não identificação dos corpos, e deixar os cadáve res
em lugar dis t ante; que a referida or dem foi dada I
na presença do Ten M I ~ANDA, pelo Ten Cel Gladstone;
que apena s presenciou em a lgumas situações espaneª
mente s de preso; que não participou do referido e~
pancamento; quer ainda esclarecer que não mutilou/
os cadáveres; que segurou a lanterna para que o -/
Ten Miranda mutilasse um cadáver; que o outro foi/
largado posteriormente à beira de uma estrada, quan
do o declarante regressava ao quartel; ao 6Q quisi
to:- que atribui a acusação de espancament o que -/
, ,
lhe e feita na denuncia ao fat o de ter assistido a
alguns espancamentos e ser o oficial mais graduado
no momento; que participaram dos espancamentos as-
sistidos pelo declarante, os segui nte s: Sgt Et el,l
Sgt Rubem, Cb Cruz, Cb Freitas; que o Ten Miranda/
sempre fi cava no Arquivo, local onde eram inquiri-
4 dos os presos, porém, na presença do decla rante, I
ntmca espancou qualquer preso; que os referidos / -
elementos faziam parte da equipe de apuração, desig
nada pelo Ten Cel Gladstone; ••• 11 (fls.612/613).

O 2º Ten R/2 PAULO REYNAUD MIRANDA DA SILVA confessou:


.;

" ••• que tudo come.ou com a prisão~ada pela Po


lfcia de Barra Mansa ou Volta ~edonda não sei bem,
do trafican~e e fugitivo da Penitenciária de Belo/
Horizonte conhecido por KAPAR~ . Soubemos então que
o referido elemento que foi entregue ao Batalhão I
por pedido do Dr Juiz de Direito tinha um irmão I
que era s oldado (BOTELHO). No dia 23 du 24 de Dez/
prÓximo passado recebi uma chamada em minha casa I
A A
em Barra Mansa para que fosse com urgencia ao Bat~
lhão. Lá chegando o Oficial de Dia falou-me para/
...
comparecer a Delegacia de Volta Redonda. Na Dele -
gacia encontrei o Cap NI3BUS, o Sgt RUBENS e o Cb.
CRUZ quando recebi ordens de transportar o trafi-/
,
cante acima mencionado deixando-o incomunicavel na
Uniiade. Posteriormente soubemos das ligações do
traficante com seu irmão o Soldado BOTELHO, ocasi-
ão em que foi efetuada a sua prisão. Nos interro-
gatórios do Sd BOTELHO (traficante que vendia maca
o nha no Quartel), começamos a saber que existia na
Unidade grande quantidade de soldados viciados e I
alguns traficantes. Foram efetuadas várias prisões
den~re as quais as dos soldados GEOMAR, APARECIDO, AMC
AMORIM, MONÇ~O, VANDERLEI, VICENTE, GONZAGA, PERI,
GETULIO, EVALDO, SOARES, ALVES, SENHORINHO, FERREI
RA, BOTELHO e out ros envolvidos. Os soldados eram/
em principio prêsos no xadrês sendo transportados /
posteriormente para o Arquivo do Batalhão, onde I
eram inquiridos sendo então tomados seus depoimen-
tos. A grande maioria em principio negava qualquer
tipo de relação com viciados e traficantes, ocasi-
ão em que se fazia necessário uso de violência para
se conseguir suas confissões. A bem da verdade d~
ve declarar que todos os componentes da equipe (Cap
NIEBUS, Ten MIRANDAf Sgt ETEL, Sgt RUBENS, Cb CRUZ
e Cb FREITAS) eram empregados nêstes atos de violên
cia, sendo que o Sgt GU3:DES também componente da I
equipe pouca s vêzes comparecia ao Arquivo porque ti
nha missões a cumprir na rua. No dia 31 de dezembro
rui ao Quartel por volta das 21.30 hs para abaste-
cer o meu carro quando o Oficia l de Hia me disse que
um soldado que estava de Guarda nos fundos do Quartel ..
vira um elemento pulando o muro de dentro para fora
do aquartelamento, mas como na revi não tinha ha
vido faltas não bouve motivo par reocupação. Ne~
!-

~
t -··
ta ocasião, devo dizer que não tinha a chave
Seção, local onde ficavam guardadas as chaves do I
Arquivo, onde se encontrava o Soldado BOT3LHO. -/
Não dei importância ao fato voltando para casa on-
de passei a noite de 31 para lO de Janeiro. Para/
surprêza geral soubemos posteriormente que o Sd BO
TELHO havia se evadido da prisão por um buraco - I
existente no teto, tendo quebrado telhas de amianto
conseguindo se evadir do quartel. Imediatamente o
fato foi levado ao conhecimento do Comando do Bata
lhão e os elementos da 2ª Seção efetuaram diligên-
cias para prender o fugitivo o que não conseguiram.
Deixamos permanentemente na casa do Soldado BOTELHO
um elemento da equipe na esperança que o mesmo lá
aparecesse, sendo então efetuada a prisão pelo Cb
FREITAS de um civil que o encontrando lá pensou I
~ A ~

que ele fosse tambem viciado em entorpecente; o


elemento civil queria comprar de KAPARA tendo in-
clusive procurado em várias árvores e nos caibros
G existentes na varanda da casa a maconha, como não
encontraswe disse que voltaria mais tarde, tendo/
então recebido voz de prisão do refe r ido cabo e le
vado ao Quartel onde foi inquirido sendo posterio~
mente liberado. Nos de poi men ' os tomados pode-se I
constatar que os soldados inquiridos fumavam maco-
nha dent ro do Quartel, principalmente quando de ser
viço o que prova a gravidade do fato. Estávamos I
chegando ao final das inquirições restando -apenas/
tomarmos os depoimentos dos soldados GEOMAR, VAN-
D~RL3I , MONÇ~O e VICENTE isso no dia 12 de Janeiro
de 1972, dia em que os soldados VANDERLEI, MONÇkO
,
e VICENT3 foram detidos. Devo declarar tambem que
aproximadamente seis dias o soldado GEOMAR não era
espancado. TÔda a equipe se encontrava no Arquivo/
fazendo as acareações t endo o Sgt RUBENS saido na
hora do almÔço para cumprir uma missão a mando do
Cap NIEBUS, Na parte da tarde, como era 4ª Feira,/
retornamos ao Arquivo entre 1500 e 1600 horas para
acabarmos com os depoimentos, quando verificamos que
os Sd acima citados não aparentavam bom estado de
saÚde, sendo então providenciado um padioleiro para
visitá-los, como o Sd VICENTE t~cor~e na cl
----------~------------------------------------~------------~===-~=============

,
beça e o referido padioleiro nao tinha pratica p
dar pontos mandamos buscar o cabo C~SAR LUIZ elemen
to mais capacitado. Lá chegando o referido cabo I
preparou todo material de emergência passando então
a socorrer os soldados enquanto o Cap NIEBUS saia I
para chamar o médico. Devo declarar que enquanto I
atendia o Soldado VICENTE o cabo CESAR LUIZ verifi-
cou que o estado de saÚde de MONÇÃO inspirava maia-
res cuidados tendo feito na ocasião uma aplicação I
de coramina e com respiração artificial tentava fa-
zer o soldado se recuperar. Tudo foi inÚtil vindo/
o soldado a falecer na mi nha presença, do Sgt ETEL,
do Cb CRUZ e do referido enfermeiro. As atenções I
foram voltadas então para o soldado VANDERLEI preo-
cupados que estávamos que algo de ruim viesse acon-
tecer e também porque o soldado VICENTE apaeentemeg
,
te so tinha a preocupar o corte na cabeça. Foi quan
do recebi um telefonema do Cap NIEBUS que disse não
,
ter encontrado ainda o medico e querendo saber como
o estavam os soldados, tendo então o depoente relata-
do que o so]dado MONÇÃO havia falecido e que VAN-1
DERLE I estava mal, tendo o Cap falado que iria ime-
,
diatamente para o Quartel. Logo apos novo telefon~
ma desta vêz. do Sgt RUBENS querendo falar com o Cap
,., "
tendo o depoente atendido e manddando que ele fosse
imediatamente para a Unidade. Chegando ao Quartel
o Cap NIEBUS constatou que o Sol dado VANDERLEI tam-
bém havia falecido. Todos ficamos atÔnitos com ~ I
situação jamais poderÍamos pensar que tal desgraça/
fÔsse cair sÔbre nós, procurávamos fazer um traba - /
lho honesto sem dia e hora e como resultado jaziam/
sois corpos em nossa frente. Qual a atitude a ser/
tomada? Ninguém sabia, quando chegou então o Sgt - /
RUBENS tendo tomado ciência do ocorrido, passando I
então a ter conhecimento do fato o Cap NI~BUS, tenl
MI RANDA , Sgt ETEL, Sgt RUB.~NS, Cb CRUZ e Cb CESAR I
LUIZ. Ficamos algumas horas sem saber o que fazer,
discutiamos o problema , várias idéias foram levan-/
tadas mas nenhuma tra zia solução; quando achamos por
bem dis -oensar o Cb CESAR LUIZ apÓs o mesmo t er socor
4

rido os soldados G:;j!OHAR e VICi:NTE que d. iam sentir-


/
falta de ar sendo então providenciado ventilador
o

e colocado para ambos. Veio então a idéia


de quem de escon 1er os corpos tendo tôda a equipe/
não'l~~
concordado (Cap NIEBUS, Ten MI RANDA, Sgt ETEL, Sgt
RUBENS e Cb CRUZ). Veio também a idéia de levarmos
ao conhecimento do Cel GLADSTONE, o que foi feito/
por mim e pelo Cap NIEBUS em Volta Redonda, quando
relatamos o fato dizendo que um soldado estava pa~
sando mal caso o mesmo ·viesse a falecer iriamos e~
conder o corpo tendo o referido Coronel tomado um/
susto, quando então relatamos que o soldado já ha-
via falecido. Fomos então para o Quartel quando I
entremos nos Últimos detalhes, simulariamos uma -/
briga entre os quatro soldados detidos GEOl~AR, VI -
CENTE, MONÇ~O e VANDEREEI quando então os soldados
VANDERLEI e MONÇlO fugiriam enquanto os outros pe~
maneceriam prêsos ne gando-se a fugir. Por volta I
das 2400 horas mais ou menos, colocamos os corpos/
BB viatura, simulamos a fuga e levamos os corpos/-

em direção à Represa de São João Marcos, no Munici


o pio de Rio Claro. Antes porém, o depoente e o Cb.
CRUZ ingeriram uma garrafa de conhaque uma vez que
a sua formaç ão não lhe permi tia fazer aquilo a san
gue frio. Que na realidade por alguém foi lembra-
do que deveriam ser coriados a cabeça e as pontas/
dos dedos dos cadáveres. Que por isso o depoente/
e o Cap NIEBUS cortaram a cabeça e as pontas dos I
dedos do Sd VARDERLEI. Desatinados como estavam,/
todavia só tiveram condiçÕes para cortar os dedos/
de uma das mãos do corpo do referido soldado e que
já não tiveram mais a necessária coragem para fa-/
zer o mesmo no corpo do soldado MONÇ~O mais tarde/
atirado na estrada que liga Barra Mansa a Angra -/
dos R66 de onde aproximadamente às 1400 horas foi/
pelo depoente transladado para o caminho de Bana-/
nal, Estado de São Paulo, tendo o depoente regres-
sado ao Quartel por volta das 0700 horas e saido I
posteriormente para cumprir tal missão. Por volta
das 1000 horas eu e o Cap NIEBUS fomos ver os sol-
dados GEOMAR e VICENTE, tendo o soldado GEOMAR -/
realmente se queixado de dores na barriga e o sol-
dado VICENTE de dÔres na cabeça. O Cap NIEBUS foi/
, ..
chamar o medico que consultou os soldado~ apromima
damente durante 30 minutos, achando o soldado/
GEOMAR inspirava maiores cu.idados e veria s er in
1i@ í!M.d O1f Dili!S í.i o c~m queuo-Ca.p !fit:S -~ mandou que o/
~~--- ----~~-~------------------------~~--~=====

médico falasse com o Sub-Crnt para que fÔsse


denciada a sua internação. Cono o Cap NIEBUS vie~
se ao Rio para tratar de assuntos particulares, me
retirei. do Quartel ciente que os referidos solda-/
dos estavam engregues aos cuidados médicos. Devo/
dizer que presenciei o médico da Unidade falar ao/
Cap NIE~US que os soldados necessitavam de intern~
ção por~m não corriam perigo de vida. Aproximada-
mente ~s 190.0 horas cheguei ao Batalhão, quando -/
fui chamado pelo Sr Cel ARIOSVALDO Para que fÔsse/
ao Arquivo juntamente com o médico da Unidade e -1
trouxesse o.Sd VICENTE que a i nda se encontrava lá/
para a enfermaria, o que foi feito pelo depoente,/
pelo médico da Uni i ade e pelo Cb FREITAS . Posteri
ormente, o referido Cel, determinou que eu fosse ....
a'
procura do dono da funerária local e que o mesmo I
fÔsse levado a sua presença. Chegando ao Quartel/
o Sr TUNICO foi cientificado pelo Comandante que I
um soldado havia falecido, e que o mesmo não sabia
as atitudes que deveriam ser tomadas, tendo o Sr I
,
TUNICO explicado que o normal seria chamar o medico
legista da 5ª Região, t endo sido travado contato I
com o referido Dr que mandou levar o corpo para a/
Santa Casa onde foi efetuada a necrÓpsia. Soube I
também que por ocasião da morte do Sd GEOMAR , o Cb
TO:t-1AZ estava. prestando s ocorro ao mesmo por deter-
minação do Dr ~RICO, tendo o Sd GEOMAR falecido nos
braços do Cb TOMAZ e do Cb FREITAS. Que o referido
soldado faleceu aproximadamente as ' 1330 horas, que,
quando o Dr chegou a Unidade, so be do fato e deu
conhecimento do mesmo, através parte ao Sub-Cmt I
por volta de 1530 horas. Declara o depoente que o
Sd SOARES confessou tudo sem que fêsse preciso qual
quer ato de v~ olência ou ameaça. Declara ainda que
o Cel GLADST01~ fÔra cientificado da morte do sol-
dado MONÇãO e do soldado VANDERLEI tendo concorda-
do com a id~ia de sumir com os corpos ••• " (fls .l27
I • 128, 129, 130, 131, 132, dos autos).

" ••• que, efetivamente o declarante juntamente com


oa policiais NELSINHO e um outro cujo vulgo seria
NOCA ou LOCA, dirigiram-se à zona de ~IO CLARO, na
rural de um mecânico, cuja oficina r· a na entrada
de Barra Mansa a' al tura do Km 110 Estrada Rio-

0
\11 "
, A
'~
São Paulo e cujo o dono chama-se JOSÉ; que, efeti-
vamente, na area de RIO CLARO os tres apanharam o
corfO que havia sido deixado, o co~po do Sd MONÇÃO;
,
que, conforme ja relatou anteriormente o declaran-
te, o Cap NIEBUS, os Sgts ETEL e RUB~NS e o Cabo /
CRUZ lá deixaram o corpo do Sd MONÇ~O às 0500 hs I
da madrugada do gia 13 de Janeiro; que, como o co~
po de MONÇãO houvesse ficado exposto, por ordem do
Ten Cel GLADSTONE, conforme declarou na ecareação/
com o mesmo, o depoente dirigiu-se a' aquele local,
sÓ que desta vêz em companhia dos dois policiais I
supra-citados, com a camionete aludida, apanhada I
pelo declarante na referida oficina, onde deixara o
seu carro; que, apÓs apanharem o corpo de MONÇÃO I
....
dirigiram-se os tres para a estrada de BANANAL onde
chegaram mais ou menos as 1500 hs e lá depositaram
o corpo de MONÇÃO, sÔbre o qual jogaram gasolina,/
tocando fogo em seguida; que, a rural era dirigida

o pelo policial NELSINHO; que, a gasolina fÔra adqui


' ~ .... --
rida a sa1da de Barra Mansa; que, sobre este assun
to nada mais tem a declare.r, a não ser o retorno a
Barra Mansa, a devolução da rural à oficina de JO-
st e a salda do declarante de lá com o seu automó-
vel para almoçar num restaurante perto da delega-/
cia em companhia do policial NOCA ou LOCA, uma vêz
que NELSINHO havia sido chamado a' delegacia. Que,
, .
nunca tomou "bolinha", porem, usava um medicamento
chamado TEMIRAN, que é um moderador de apetite; que
ganhara de 20 a 40 caixas dêsse produto do Dr BEL-
, , A A

CHIOR, medico de Barra r-~ansa, ha cerca de oi to me-


ses; que, apÓs comusumir essas amostras, o decla-/
rante passou adquiri-la algumas vêzes nas farmáci-
as locais; que, realmente entregou hum mil e qua-/
trocentos cru zeiros aos Sgts UBIRArAN e MELLO para
que trouxessem WHISKY de FOZ DO IGUAÇU, o que não/
aconteceu, não recebendo, inclusive, o declarante/
todo aquele dinheiro e sim cêrca de novecentos e I
cinquenta cruzeiros; que, à época dessa viagem, -/
UBI3ATAN achava-se em férias, enquanto que MELLO I
conseguira uma licença, para desconto em férias; I
A ,

que, anteriormente, esses dois sargentos ja haviam ..


ido a FOZ de IGU ÇU para busca.r WHISKY J: o Cap.
PAIVA, de quem o deçmarante adquiriu s duas ga~
rafas da citada bebida ••• " (fls.241, 42 dos autos).

~~
~~
~~-------~----------------------------------------~--~~~~--~~--~~----~----

O acusado 2Q Ten R/2 PAULO REYNADD MIRANDA DA


sou às fls. 614/615, que:

" ••• que se encontrava no lQ BIB, servindo na equipe


do Cap Niebus; que no dia 12, o declarante, junta-/
mente com o Cap Niebus, na parte da ma~hã, esteve I
no Arquivo, onde ocorria a inquirição dos soldados/
presos; que o declarante passou a inquirir o Sd Soares
não tomando conheciment o da inquirição dos demais I
soldados; que na parte da tarde, o declarante foi I
ao arquivo e constatou que três soldados Monção, -1
Vanderlei e Vicente - estavam machucados, sendo que
o Vicente tinha um talho na cabeça; que quando che-
gou na parte da tarde, já os encontrou nessa situa-
ção, não tendo ~ssistido ao espancamento dos mesmos;
que os Sds Monção e Van.:lerlei vieram a falecer na I
mesma tarde, tendo o fato sido presenciado pelo de-
clarante; que tomou conhecimento do espancamento -1
(

dos soldados presos, inclusige tendo participado de


o alguns espancamentos, tais como: Aparecido, Amorim,
Getulio, Gonzaga, não se recordando de outros; que
não participou do espaücamento de nenhum dos sold~
dos que vieram a falecer; ••• " " ••• que para ser sin
cero conheceu três dos acusados que vieram a fale-
,
cer, no proprio dia de seus falecimentos; que conhe
ce as pessoas arroladas na denúncia, com exceção I
da Srª Geralzelia, nada tendo a opôr contra as me~
mas; ••• " " ••• que quando iniciou o seu trabalho na I
... , ,
2ª Seçao, la se encontravam varios objetos destina
dos a espancamentos, tais como: telefone para dar
choques e um cano de ferro; que desconhece qualquer
outro objeto e não sabe se os mesmos foram apreen-
didos; ••• " " ••• que quem procedeu à mutilação do ca
dáver de Vanderlei foi o Cap Niebus; que o Cap Ni~
bus disse ao declarante que se êste não tinha cor~
' N A
gem para proceder a mutilaçao, ele, eap Niebus, man
daria outro fazer; que o declarante se deslocou até
a viatura, e quando regressou, o corpo já se encon-
trava coberto de folhas e terra, desconhecendo as
- -
mutilaçoes procedidas; que, com relaçao ao cadaver,
do Sd M0 nção, recebeu ordens do Cap Niebus e incl~
..
sive do Ten Cel Gladstone para que vo+tasse ao lo-
cal onde o mesmo havia sido colocadoy~ra ~irá-lo
dali, pois não se encontrava bem~ dido; que o
declarante se dirigiu a' cidade de Barra Mansa,
encontrou o perito Nelson, tendo relatado o fato, I
tendo o mesmo acompanhado o declarante ao local on-
de se encontrava o cadáver; que novamente voltaram/
a cidade de Barra Mansa, onde pegaram um outro ci-/
vil, de nome Iranides, a ai então, pegaram o corpo/
e o transportaram para a estrada do Bananal, onde o
civil Iranides colocou gasolina sÔbre o mesmo e at~
ou fogo; que foi Nelson quem trouxe o bojão de gasQ
lina que f oi entregue no local ao civil Iranides p~
ra que o cadáver fosse cremado; que com relação aos
espancamentos, inclusive recebeu ordens do Cap Nie-
bus para ir juntamente com o Sgt Guedes à s a la dos/
interroga tÓrios que era no ar1uivo, para espancar I
os soldados, isso porque o declarante, na opinião I
do Capitão, não tinha~ coragem e precisava ir lá p~
ra aprender a bó.ter; ••• 11 11 • • • que nor malmente pegava
os depoimentos dos pre s os, em conjunto com o Sgt -/
Leonardo; que enquanto se enc ontrava no l ocal dos I
interrogatÓrios, não havia excesso de espancamentos,
o que somente ocor ria com a presença do Cap Niebus;
que o Cap Niebus, depois que chegava, tomava conta/
de tudo; o de poente, digo, o dec larante ficava par~
do olhando, i nte rferindo alguma s vêzes para que o I
Capitão não prosseguisse no espancamento; que os -1
elementos da equipe que batiam eram os seguinte s, -
, .
alem do declarante e do Cap N1ebus : Sgt Etel, Sgt -
Rubem, Cb Cruz, Cb Freitas; que nunca presenciou o/
Sgt Guedes tomar parte nos espancamentos; que quer/
decl arar que os referidos espancamentos não poderi-
am dar os resultados que· ocorreram; que não sabe a/
que atribuir os resultados; que normalmente batiam/
com as mãos; que o cano de ferro que lá exist ia era
mais para amedrontar; que o declarante não usou o I
refer ido cano de f erro; ••• " (fls. 614/615) •

O acusado, 3º Sargento RUB~NS


• fls. 83
MARTINS DE SOUZA, as
84, 85 e 86, declarou:

11
que o declarante t eve oportunidade de auxiliar
•••

a inquirição dos seguintes elementos GEOMAR, PERY,


FER3EIRA, G3TULIO, EVALDO e APARECIDO , s do poà
de-se recordar; que, Cabo, I
não se recordando se o cabo CRUZ o FREITAS
~

"
espancar GEOMAR, na base de tapas e socos;
' CJl}\o
que,
·
.

I
ação do declarante limitou-se a apertar os pés de
~
I
GEOMAR, no que foi ajudado pelo Sargento GDEDDS,/
;
I
que tambem se achava presente; que, a bem da ver-
dade, o declarante informa haver antes colocado I
, . , .
seus propr~os pes na prensa e nela fe1to uma marca,
a fim de que ao apertar os pés de GSOMAR não ex-/
cedesse, provocando até uma fratura; que, também/
auxiliou a interrogar o Sd PERY, nas duas vezes que
êle esteve pr~so, limitando-se, contudo, a dar- I
lhe uns cascudos, e umas rasteiras; que, também/
auxiliou a interrogar o Sd FERREIRA, quando se -/
achava presente tÔda a equipe, a saber o Cap NIE-
BUS, o Ten MIRANDA, o Sgt ETEL, o Sgt GUEDES e os
Cabos CRUZ e FREITAS; que tÔda a equipe surrou o/
Sd FERREIRA, na base dos tapas e dos sôcos; que I
o cabo CRUZ tem a mania de calçar uma luva escura
na mão esquerda, visto ser canhoto, para bater; I
que, no interrogatÓri o do Sd GETULIO, o depoente/
o além de apertar os pés na prensa, usando de pre-/
caução para não ferir, usou o cinto NA; que, o d~
clarante em EVALDO deu uns tapas, não se recordag
,
do quem se achava presente; que no interrogatorio
do Sd APARECIDO, achava-se presente tÔda a equipe
já mencionada; que, APARECIDO foi agredido a ta-/
pas e a sôcos; que o cabo CRUZ utili zou-se de um/
cano de ferro e de uma palmatÓria; que, tudo isso
aconteceu, pensa o defoente, por fatalidade, por-
que achava-se para entrar em férias, o que não -/
ocorreu porque o Cap NIEBUS requisitou o depoente;
que o depoente nunca esteve presente por ocasião do
interrogatÓrio do Sd VICENTE; que o de poente recQ
nhece que errou, porém nunca concorreu diretamente
para causar lesões ou morte em quem quer que seja
e que tudo que fazia era atender as ordens do ch~
fe da equipe, o Cap NIEBUS; que, o Sd VICENTE foi
,.
preso no dia 12 do corrente; que naquele dia o d~
poente estava tomando o de poimento do Sd GEOMAR e
naquela ocasião niguém agredia GEOMAR; que apÓs I
ter tomado o depoimento do Sd GEOMAR, o Cap NIEBUS
determinou que o de poente fÔsse à rua, resolver I
o problema de um rapaz, qe cujo nome não se reco~
da, no momento, mas que poderá fornecer portuna-
...
mente, que se achava preso na polici ivil, por
G\~\o
haver agredido a uma "piranha"; que o .,Cap NIEB; ; ( J
mandou que o depoente fosse fazer uma sindicân-/
cia a fim de apurar tudo sÔbre a prisão do rapaz
e se o mesmo fÔra agredido pela policia, bem co-
mo se .. a tal "piranha" era ladra; que apÓs essas/
diligencias o depoente regressou ao ~uartel, de
onde saiu com a equipe, a fim de prend'er o maco-
nheiro NILSON, em flagrante; que, os Cabos CRUZ/
e FREITAS e o Sgt GUEDES não tomaram parte nessa
missão, a qual não logrou êxito, porque WILSON I
não foi encontrado; que, o depoente ao regressar
ao quartel com o Cap NIEBUS, e Ten MIRANDA e o I
Sgt ETEL, teve ocasião de com os me smos constatar
a fuga dos presos Sds MONÇÃO e WANDERLEY; que, /
por todos esses fatos o depoente nao teve contato
A -

,
com o Sd VICENTE; que, tambem, nunca teve contaQ
to com MONÇlO e WANDERLEI; que, levou comida para
os presos no sábado e domingo, dias 8 e 9 de janeiro
evitando que os me smos ficassem sem comer naqueles
dias; que, de um modo geral sempre lhe repugnava
tais espancament os, quando os mesmos negavam ao/
ponto de excesso; que o Sgt ETEL quase sempre usava
as mãos, porque tem muita fÔrça nos braços, para
espancar , exceto algumas vezes que usava um fio I
elétrico; que usavam palmatÓria cs Cap NIEBUS,os /
Cabos CRUZ e FREITAS , sendo que êste Último,segun
do viu o depoente, batia nas mãos, enquanto os dQ
is primeiros batiam nas várias partes do corpo; I
que se recorda de que o Cabo CRUZ era quem usava
o cano de ferro, para bater nas coxas dos indici~
dos; que, não tomou parte na prisão e nos inte rrQ
gatÓrios dos soldados GIC3NTE, WANDERLEY e MONÇÃO ;
que, no dia em que o Cap NIEBUS determinou ao depoeg
te que fizesse as diligências para apurar as cau sas
da prisão dos já referidos elementos com a "pira-
.,
nha", o declarante telefonou de Volta Redonda, Ja
à noite, para o Cmt de seu Pelotão, o Ten MI RANDA,
conforme pode ser comprovado na ficha do quartel
que registra as chamadas telefÔnicas, no dia 12 I
para 13; que, sendo atendido - pelo Ten M RANDA , I
por este lhe foi ordenado que fosse par o quartel;
,
que ja tendo chegado em Barra Mansa, quando se di-
rigia para o ponto de Ônibus, a fim de chegar ao I
I ..,
quartel, passou o Cap NIEBUS, em seu carro, dando/
uma carona ao depoente; que durante o trajeto, o
Cap NIEBUS disse ao declarante que MONÇÃO e WANDER
LEY haviam morrido, sem entrar em outros detalhes;
que, chegando ao quartel foram até a sala do arqui
vo onde se achavam os cadáveres de MONÇ!O e WANDER
LEY, guardados pelo Sgt ETEL; que, recebeu ordens/
do Cap NIEBUS para subir ao telhado pelo alçapão I
do fÔrro e arrombar o telhado, a fim de simular a/
fuga daqueles dois soldados; que, o declarante cum
priu as ordens do Cap NIEBUS; que, em seguida, o I
Cap NIEBUS e o Cabo CRUZ deram uns tiros para o ar,
gritando que MONÇÃO e WANDERLEY haviam fugido; que,
mais tarde, também, por ordem do Cap NIEBUS, os -/
corpos fo r am colocados no interior de uma pick-up,
a ~mal foi conduzida pelo Cap NIEBUS, para os la-/
o "
dos da represa; que, como o declarante se encontrava
na parte de trás do veiculo não conseguiu digulgar,
isto é, distinguir bem o caminho que estava sendo I
,
percorrido, porem percebeu quando passavam pelo en-
trocamento das estradas de LIDICE/RIO CLARO, toman
do a pick-up a direção de LÍDICE, onde seguiram por
um caminho de terra batida, segundo pensa o depoen
te, por cêrca de duas horas; que, o Cap NIEBUS pa-
rou o veiculo em um local êrmo, à beira de um rio,
onde o Cap NIEBUS pretendia atirar os corpos, no I
que foi obstado pela presença de alguns pescadores;
que, face a presença daquelas pessoas, o Cap NIEBUS
fêz a pick-up retornar por uns trinta minutos, pa-
A

rando num local ermo, desconhecido do depaente; que,


naquele local, o depoente e o Sgt ETEL enterraram/
o WANDERLEY; que, em seguida, o Cap NIEBUS e o Ten
MIRANDA cortaram a cabeça, digo, que antes de o d~
poente e o Sgt ETEL procederam ao sepultamento de/
WANDERLEY, o Cap NIEBUS e o Ten MIRANDA cortaram a
cabeça e as mãos do cadáver do WANDERLEY; que, en-
tão, a cabeça e as mãos do cadaver do WAND~RLEY fQ
raro colocadas na pick-up, onde ainda se achava o I
cadaver do MONÇÃO; que, então, o Cap NIEBUS dirigiu
a pick-up de volta, por cêrca de vi minutos,quan
do pararam o veiculo, num local co letamente des-
,
conhecido do declarante e la o Cap NIEBUS e o
ETEL jogaram a cabeça e as mãos do WANDERLEY,
mato; que, preseeguiram a viagem de volta por mais
i' ;
vinte minutos na terra, ate pega rem o asfalto; que
depois de voltarem a pegar o asfalto, o corpo do
MONÇkO foi atirado na beira da estrada, numa vala,
pelo Sgt ETEL e pelo Cabo CRUZ; que ao sairem da
estrada de terra onde foram atirados a cabeça e as
mãos do WANDERLEY, o Cap NIEBUS deve ter tomado a
; " ~
estrada contraria a direçao de Barra Mansa , porque
apÓs o cadaver de MONÇlO TER sido ati rado na beira
na estrada, o Cap NIEBUS manobrou a pick-up, regre~
sando ao quartel ••• " (fls. 83/86 dos autos).

Perante o Conselho Especial de Justiça o acusado 3Q Sargen


to RUBENS MARTINS DE SOUZA, declarou:

" ••• que o declarante bateu no Soldado de nome Apa-


o recido, assim como no Soljado Evaldo, não s e reco~
... dando se "tocoun ou não em outros soldados; quer I
declarar que com relação ao Sd GEOMAR, logo que o/
mesmo foi preso, o declarant e apertou os seus pés/
;
com uma presnsa, porem teve o cuidado de testar, com
a sua prÓpria pessoa, a presna, a f im de evitar que
os pés do preso fo s sem quebrados; que na ocasião, en
centrava-se presente umá dos dois ofic i ais, ou o Cap
Niebus ou o Ten Miranda, não se r ecordando o decla-
rante qual dêles; que tudo que se fazia no Arquivo
era feito por ordem superior, emanada do Cap Niebuz;
" ••• que no Arquivo tinha uma pr enss~ um cano de fe~
ro, una palmatÓria; que algumas pessoas u s aram os
referidos instrumentos para os espancamento s , não
se recordando o declarante o nome das mesmas; n~" I
" ••• que :r::articipou do trans porte dos corpos dos sol
dados Monção e Vanderlei; que a s sim que chegou ao
local onde o Cap Niebus que o corpo poderia perma-
necer, os cadáveres dos dois soldados foram retir~
dos da viatura; que o Cap Niebus e o Te n Miranda
,
permaneceram junto ao cadaver do Sd Vanderlei; que
por estar escuro, o decl arante não pÔde divi sar - /

;
- -
qual dos dois procedeu a" amputaçao das maos e da
I A

cabeça do cadaver; que a~ referidas ~eça anatomi-


~as
....
for~m
., "=·
colocadas dentro dum saco e , /. i rada~ num
,.. • - \ -
.:
local aproximadamente dez quilÔmetros do
I que no dia em que faleceram dois soldados, no pavi
1- lhão do arquivo, isto é, no dia 12 de janeiro, o I
declarante ouviu uma conversa entre o Cap Amin e o
Cap Niebus no sentido de levarem o fato ao co~~eci
mento do 6omandante, não sabendo precisar se refe-
riam ao Cel Ariosvaldo ou ao Ten Cel Gladstone,que
no momento comandava a Uni dade; ••• " " ••• que todos/
os elemento s da equipe do Cap Niebus participaram/
dos espancamen os ocorridos no Arquivo; que assis-
tiu ao Ten Miranda espancar presos, não se recordag
do com que instrumento; que o Cap Niebus também -/
participava dos referidos espancamentos, não se r~
cordando se o mesmo usava qualquer intrumento para
êsse fim; que também o Sgt Etel, Sgt Guedes, Cb -/
Cruz, Cb Freitas participaram dos espancamentos; ••• "
(fls. 619/620, do s autos).

' fls.l83/
O acusado 30 Sargento SIDENI GUEDES, declarou as
:t À que:

" ••• em algumas ocasiÕes dera uns tapas em alguns I


soldados, os quais não se recorda o nome, queem al
guns dêles não havia tocado; que, nunca usou os -/
instrumentos de tortura, existentes no arquivo, t~
is como, palmatória, choque, ca.no, prensa. Disse/
ainda que no dia da morte do soldado GEOM1R chegou
ao Quartel as 1730 horas, digo, chegou ao Quartel/
às 0730 horas, e J irigiu-se ao refeitÓrio de Sar-/
gentes para tomar caf~, quando o Sgt SANTANA, em I
tom de brincadeira, disse ao depoente o seguinte:-
"o S/2 está mal 11 , fugiram mais dois s oldados à noi
te passada''· Logo em seguida o depoente dirigiu-se
para o PELESP onde se encontravam, o Ten MIRANDA e
o Cb CRUZ que confirmaram a noticia da fuga. Em I
seguida o depoente dirigiu-se para a sala de ins-/
trução e viu uma mesa e uma cadeira que na sua con
cepção tinham possibilitado a fuga dos referidos I
soldados (MONÇÃO e VANDERLEI) pelo alçapão. Em se-
guida o depoente dirigiu-se para o arquivo onde se
encontravam os soldados GEOMAR e VICENTE, ambos -/
..
bastante machucados. ~isse ainda o depoente que I
nessa ocasião se encontravam no arquivo ap NIE-
BUS o Dr t3ICO, Cb TOMAZ e o Cb FFEIT ; que o Cap
NIE~US saiu logo em seguida dizendo iria para

~
o Rio de Janeiro. Nesta ocasião o Dr ~RICO
a comentar com o depoent e que havia nec essidade de
uma internação urgente para o soldado GEOMAR; que,
em seguida saiu para cumpr ir uma missão externa e
regr essou ao Quartel horas depois; que, por volta/
das 1400 hor as , quando se preparava para sair nova
mente do Quartel, com destino a Muriqui, foi chamado
ao arquivo pelo Dr ~RICO, que o noticiou do faleci
mento do soldado GEOMAR; que saiu novamente à rua/
com a fina lidade de localizar os elementos da 2ª I
Seção, para lhes participar o ocorrido e levá-los/
para o Quartel, Disse aijda o depoente que quando
localizou o Ten MI RANDA êle estava em um bar pró-/
..
ximo a Delegacia, tomando uma cerveja e relatou o
fato da morte do soldado G30MAR tendo o mesmo, sem
querer, contado o defoente a verdade s3bre os s ol-
dados VANDERLEI e MONÇÃO, inclusive recome ndando I
ao depoente que devia fingir ignorância dos fatos/
quando na presença do Cap NISBUS, digo, Cap NIEBUS;
o que, e ssa conversa se desenrrolou nos f undos do -1
bar, estando presente o depoente, o Ten MIRANDA e o
Cb CRUZ; Disse ainda o depoente que o Sgt HUBENS
lhe confidenciou o seguinte: "que estava revoltado,
por ter particir;ado no sumiç o dos corpos ". Disse I
ainda o depoente que o Sgt RUBENS não estava no Quar
tel, pois se enc ont r~va cumprindo uma missão exter-
na e que quando o mesmo telefonou para o Quartel, I
foi chamado e se viu obrigado a participar do ti sumi
ço 11 dado aos corpos dos soldados MONÇÃO e VANDERLEI ••• 11
(fls. 183/ 184 dos aut os ).

" ••• que cêrca de dois anos atras estando o declaran


...
te de Sargento de ,ia, quando pa ssava pelas proximi
dades do Pelotão Especial, teve sua atenção voltada
para um aglomerada de mi litares que se encontravam
, ~

ali; que, dirigiu-se para aquele local e viu no in-


1 terior do aloj amento do PELESP dois soldado s, dos I
quai s não se recorda os nomes, estavam despidos e o
Cap NIEBUS e o Ex-Ten R/2 C~SAR, incitando-os a bri
garem e a praticarem atos libidinosos que consistia
em um chupar o 11 membro" do outro; que, soube por OJd
vir dizer que êsses mesmos soldados foram impelidos
a comerem baratas, lagart iKass e outros insetos; que,
A '
esses soldados pertenciam a Cia -. l era co-/
mandada pelo Cap NIEBUS; que , a I
com o que presenciara, retirou- se do local;
logo assim que começou a trabalhar na 2ª Seção em
~

cum~rimento a um Fedido de Busca se apresentou na

Unidade um operário da Cia SiderÚrgica Barbará -/


I~ que foi interrogado pelo Cap NI EBUS QUE o espancou
na minha presença no Arquivo, lá, permanecendo -/
ate" o dia seguinte, quando foi liberado. Por oc~
sião da liberação, o dito civil tava com uma man-
cha de sangue nas costas da camisa, ocas i onada I
pelas pancadas de sua cabeça de encontro a parede;
que, a camisa suja foi lavada pelo dito civil em/
minha presença no banheiro dos cabos e soldados I
da Cia de Comando. Disse ainda que juntamente com
o Sgt RUBENS, revistaram a casa dêste civil, em com_
• A
panh~a de sua esposa, nada encontrando que o com-

prometesse ••• " (fls. 324 dos autos).

Perante o Conselho Especial de Justiça o acusado 3º Sar-


gento SIDENI GUEDES declarou:

" ••• que fresenciou alguns espancament os ocorridos


,
no Arquivo, porem que durante a parte da tarde nun
ca permaneceu no Quartel; que o motivo das saidas
do declarante, na parte da tarde, prendia-se ao I
s erviço de natureza politica que executava na regi
ão; que com relação à morte do Sd Geomar tem a es-
clarecer que, ao parti ci par a mesma ao Ten Miranda,
,
soube pe lo referido oficial a verdadeira histeria
da morte dos dois soldados que supostamente tinham
fugido do Quartel; que o Ten Miranda nesta ocasião
recomendou ao declarante que nada di ssesse ao Cap
Niebus sÔbre esta verdadeira versão que acabara de
revelar; que assistiu a espancamentos de soldados,
-
ocorridos na parte da manha, no arquivo; que la, se
encontravam e participavam do s espancamentos as s~
guintes pessoas: Cap Niebus, Cabo Cruz, inclusive
"
o proprio declarante que uma vez espancou o Sd Se-
nhori~ho; que não se recorda de ter asistido ao Ten
Miranda espancar soldados; que se recorda de ter I
dado uns tapas no Sd Monção; que para os espanca-/
, .
mentes eram usados: prensa de ferro, choque eletr1,
co, palmatÓria, cano de ferro; que tem certeza que
viu o Cap HIEBUS usando o cano de ferro para espan
car um dos soldados; que foi exibida ao ~cusado uma
, /
palmatoria, cuja juntada aos autos fa · solici tada


/t
pelo MP, tendo o acusado dito que a referida pa
matéri a era em tudo semelhante, com exceção da -/
cor, a que era usada no Arquivo; que, seguindo O.!:
dens do Cap Niebus, apertou a prensa para faze r I
pressão nos pés do civi l Capara, porém que neste/
momento êste recebeu um chqque e pÔde retirar o I
,
pe da prensa; o Cap Ni ebus chamou a atenção do d~
clarante e pessoa l mente f oi apertar o pé do referi
do civil na prensa; ••• " 11 • • • que sÓ admite ter dª-
do uns tapas no Sd Monçã o, na manhã do dia l2 , sem
usar qualquer instrumento; ••• n " ••• que durante o/
pouco tempo que passava no Arquivo, só chamava a
,.,
atenção do declarante a violencia com que agi am o
Cap Niebus e o Cb Cruz; ••• " (fls. 637/6380.

O acusado 30 Sargento I VAN ~TEL DE OLiiffi i RA decl arou:


,.,
" ••• que, o Sd BOTZLHO f oi preso em casa , segundo se
recorda o depoente; que, o de~oente nã o agrediu de 1
o forma alguma o Sd BOT~LHO, tendo o mesmo aconse lha-
do que deveria confessa r prontamente; que, teve - I
oportuni dade de assisti r o pri meiro inte rrogatÓri o/
do Sd BOTELHO no PC do Pelotão Especial , quando re-
parou que aque1e s ol dado t i nha a lgumas escoriaçõe s
,., ,
pelo corpo; que , naquel e i nterrogatori o , procedêdo
pelo Ten MIRANDA , Cabo CRUZ e se nã o falha a memó-
ria o Sgt GU3DES e o Sgt RUBENS; que , o Sd BOTELHO
negou que traficava maco~ha moti vo pe l o qua l f oram
lhe dados alguns choques com um magneto de aparê -/
lho telefÔnico, além de t apas e alguns sôcos, ser-
vindo-se o cabo CRUZ da luva preta na mão esquerda
que, apesar de haver di to que não agrediu o Sd BO-
T~LHO, nêsse dia, Uni camente porque integrava aqu~
la equipe viu- se compeli do a dar umas duas voltas/
na manivela do magneto; que , a~Ós 7sse dia não viu
mais o Sd BOTELHO; que, mai s t a rde soube da fuga do
Sd BOTELHO quando se achava de se rviço, ••• ~ 11 o • • que,
nos vários interrogatÓrios do Sd APAREC I DO ~ decl a -
rante fazendo parte da equipe contitui da pelo Cap/
NIEBUS, Ten MIRANDh , pelo declarante, Sgt BUBENS, /
Sgt GUEDES e cabos C3UZ e FREI TAS , foram aplicados
sôcos, choques el étricos no Sd AFARECIJO , restri n- ..
gindo o declarante a d:r uns tapas no APA~DO e/
a dar umas carreada s nele ; que, assisti~~cabo - /
C'!:UJZ, o Ten MinAND.h. e o Cap NIEBUS dape APAR~C IDO

l
uns golpes com um cano de ferro, isto quando se can-
savam de dar com a mã o; que, agora lamenta mas, efe-
tivament e, por ordem do Cap N I~BUS manteve, auxilia-
do pel o Cabo F3EITAS, a cabeça de APAR~C IDO dentro I
d'água, numa lata de banha de 20 qui l os; que o Cap I
,
NI3BUS marcava no relogio o tempo em que a cabeça de
J.~PAREC IDO deveria ficar submersa e que variavc:, de 30

segundos a 1 minuto e que a i ngestão de água provo-/


cou vÔmitos no APARECIDO; ••• " " ••• que, relativamente
ao Sd GZOMAR o declarante limitousse a dar uns bolos
de palmatÓria nas mãos e nas nádegas, além de umas I
,
correadas com o fio eletrico do magneto do telefone;
que, GEOMA~ apanhou, apanhou na cabeça, nos ombros,/
nas costas, nas coxas com a pa+matÓria e com um cano
de ferro alternadamen ~ e manejado ora pelo Cap NI3BUS,
era pelo Ten MI RANDA, ora pelo Cb CRUZ, ora pelo Cb.
FREITAS; que, q Sd VICENTE também foi interrogado I
da mesma forma porém o declarante limitou-se a dar-/

o lhe uns tapas; que, agindo o declarante por ordem, I


digo, sob uma chefia, não tinha nada de pessoal con-
tra com quem quer que seja, parecendo-lhe naquela -/
oportt.midade tudo normal e tudo feito em razão dos I
serviços de i nve stigação por isso não s e recorda em
quais dos soldados detidos empregou o fi o de telefo-
,
ne para dar umas especie de carreadas; que, o Sd ~10N
ç1W morreu, segundo disseram ao depoente, devido a I
um problema cardiaco ; que, o soldado VANDE3LE I morreu
por um mal que o impedia de urinar e que êsse mal - /
era agravado pela sêde que o VANDERLEI tinha e que I
;
bebia agua e sua barriga ia inchando; que, o Cap NIE
BUS e o Ten MI RANDA fizeram simular a guga de MONÇlO
e VAND~RLEI; que, o telhado foi arrebentado pe lo Sgt
RUBENS, por ordem do Cap NIEBUS, a fim de parecer -/
que MONÇÃO e VANDERLEI Fugiram pelo referido telhado
que, o declarante e o Sgt R1ffiENS e o Cb CRUZ, por or
I.
dem do Cap NIEBUS e do Ten MI 3ANDA e juntamente com/
êsses dois, retiraram os corpos de MONÇ~O e VANDER-/
LE[, levando-os até a represa, onde os enterraram; I
••• " (fls. 89/91, dos autos ).

" ••• que no primeiro inquérito (do lQ BIB) o seu depoi ..


mento doi ditado pe lo Capitão NI EBUS, sendo datilo-/
grafado pelo Sgt L~ONARD O e que procedeu ~ ~mesma m~
neira em relação aos depoimentos dos de ·s i mplica-

/~
~~
\f(J)
dos. Quando ficaram sabendo que o presidente do in-
quérito seria outro, o Capitão NIEBUS percebeu que/
o declarante estava abatido e disse - lhe para não fi
car assim e que se o declarante dissesse digo, di-/
, ,
zesse a verdade, seria o unico responsavel, pois os
demais negariam tudo. Quando viemos para a Guanab~
ra, disse ainda o declarante, que o Cap NI3BUS dis-
se que continuassemos negando, que o Encarregado do
inquérito, não podi a nos manter deti1os e que êle I
(Cap N I ~BUS) iria pedir o Habeas-Corpus. Com rela-
ção, as luvas disse que um día estava na sala de -/
instrução, não se lembrando se estava tÔda a equipe,
que o Cap NI EBUS disse que tinha que comprar uma 1~
vas para operações, poi s talvez mais tarde êle (Cap
NI~BUS) fÔsse precisar das mesmas. Foi quando o Cap
NIEBUS dirigiu-se ao Cabo THOMAZ para saber o prêço,
não sabendo entretanto o referido cabo informar exa
tamente o preço, dizendo que custava mais ou menos/
Cr$10,DO (dez cruzeiros • Que, o Cabo THOMAZ pergun
tou ao Cap NIEBUS qual a côr das referidas l uvas, I
tendo Cap NI3BUS respondido que não sabia as côres/
que tinham essas luvas, sen ! o informado pelo Cabo I
THOHAZ que as luvas existiam mas cores branca e ver
melha, tendo o Cap NIEBUS mandado que fÔssern compra
das as vermelhas, pois essa côr era mais parecida I
com sangue. Disse ainda o declarante que não sabe I
se as referidas luvas foram compradas, pois nunca I
chegou as ver. Ainda com relação a compra das lu-/
vas, disse o declarante que não está bem lembrado,/
mas um dia o Cap NIEBUS, disse que queria as l uvas,
pois iria ter instruções com uma pessoa, que o de-/
clarante não sabe quem seja, sÔbre a maneira de co-
mo se abria um cadáver. Com relação ao Soldado Bo-
telho, o que sabe é que no dia de sua fuga, estava/
de Sgt de Dia, e se encontrava no Corpo da Guarda,/
quando entre 1930 hssas e 2000 hs foi informado por
um soldado que não se rec orda bem que seja, mas que
tem uma pequena lembrança de que seja um soldado do
cassino dos oficiais, que lá nos fundos do Quartel/
haviam dado um tiro, ocasião em que para lá se diri
giu, ja, encontrando la, perto do Arquivo, o OficialI
de Dia (Ten MAGALHãES) , tendo então perguntado ao I
mesmo o que tinha havido, sendo informado /~ elo ref~
rido Tenente, que tinha s ~ ido uma pesso pelo muro,
e que as sentinelas do Paiol e dos Fundos,
que esta pessoa tinha saido de tráz do Arq·Jivo, OC-ª.
sião em que o Oficial de Dia (Ten MAGALHÃES), levan
tou a hipÓtese se não teria sido algum prêso, tendo
então o declarante juntamente com o Oficial de Dia/
( TZN MAGALHRES) se dirigido para o Arquivo para ver
se não havia nenhuma alteração, ocasião em que o -1
Ten M..\.GALHÃES, for~ou as portas externas, para ve-
rificar se tinha alguma delas aberta, sendo então I
notado pelo Ten MAGhLHãES, que segundo lhe parecia/
um dos basculhantes estava aberto e que tinha visto
o mesmo fechado. Nessa verificação o declarante -/
perguntou ao Ten MAGALHÃES se êle tinha as chaves I
do Arquivo, tendo o referido Tenente respondido ne-
gativamente, dizendo que talvez estivesse com o Ten
MIR~NDA que se encontrava a usente do Quartel naquê-
le momento. Disse o declarante, que na hora da re-
vista do recolher o Ten Mifu\ NDA chegou ao Quartel I
de carro, acompanhado de uma mulher, ocasião em que
c o Ten MAGALHÃES dirigiu-se ao Ten MIRANDA relatandQ
o do ocorrido, tendo o Ten MI~~NDA chamado os sold~
dos que esta vam de sentinela naquele setor, para sg_
ber o que tinham visto, tendo o Ten MI3ANDA mandado
que fÔssem anotados os números dos referidos solda-
dos não se recordando entretanto quem o fêz. Logo/
,
em seguida o Ten ~!RANDA se dirigiu de carro ate em
frente ao ca ssino dos oficiais, não sabendo o decl~
rante se o Ten MIRANDA foi verificar se realmente I
" tinha fugido do Arquivo, pois nem mesmo o d~
alguem
clarante sabia se tinha alguém prêso naquêle local,
porque depois que deixou o PC do Pelotão ~special I
não ficou sabendo para onde tinham levado o Sd BOTE
LHO, ficando em dÚvida quem po l eria ser que fugira.
SÓ ficando esclarecida essa dÚvida no primeiro dia/
Útil, que segundo se recorda o decla r ante, foi uma/
I.
segunda-feira, dia 03 de Janeiro de 1972, que vol-/
4
tou ao Arquivo, enfontrando lá o Cb F~EITAS e post~
riormente chegou o Sgt GU~DES. Verificaram então I
se tudo estava bem, quando abriram a cela e chamaram
pelo Sd BOT ~LHO, pois a referida cela estava escura
devido a falta de luz, é que o declarante ficou sa-
bendo q'Je tinha sido o soldado BOTELHO qu~ havia fg
gido. Que, o Cabo FREITAS e o Sgt GUEDE/ aisseram/
,
que um armaria que la" estava, centrava no/
..
rugar. e so, emcpstado a parede, embaixo do alçapão.
Mais tarde chegaram ao Arquivo o Ten MIRANDA e o Cap
NIEBUS, ocasião em que foi mostrado por onde o Sd BO
TELHO tinha saido. Disse ainda o declarante que ~/­
apÓs o rancho dirigiu-se juntamente com o Adjunto p~
ra o Pavilhão de Comando, por volta das 1900 hs, po-
is tinha pedido ao mesmo para falar com o oficial de
Dia e pedir-lhe permissão para ir em casa tendo em I
vista a passagem de ano, tendo o Adjunto o mesmo, di
go, lá chegando avistaram-se com o Oficial de Dia (/
(Ten MAGALHãES), ocasião em que o Adjunto expÔs ao I
Oficial de Dia o pedido do declarante, tendo o Ofici
al de Dia (Ten MAGALHÃES) concordado em que o decla-
...
rante fosse em casa, dando para isso o prazo de quig
ze minutos, em virtude de ser dia de festa e querer/
que todos os Sargentos de serviço estivessem em con-
diçÕes de serem empregados. Declarou ainda, que - I
quan<to ao que o Cabo CRUZ lhe disse quando o declaran
te perguntou pelo Sd BOTELHO, disse o referido Cabo/
que quanto a êsse problema não era para se preocupar
pois o Cap NIEBUS iria telefonar para o Delegado de
Policia, se assim o Cap NIEBUS fêz não fi cou sabendo,
pois não perguntou mais nada. Isso o Cb CRUZ havia/
dito ao declarante quando ambos se dirigiBB para o I
Arquivo, não se lembrando bem, mas parece ao declarag
te, que um dia, não se - mas parece ao declarante que
o Cap NIEBUS, havia dito a êle (Cb CRUZ) que êste a~
sunto não era para ser comentado. Disse ainda o :ie-
clarante, que u~ dia, não se recordando qual seja, I
viu o Cap NIEBUS, conversando com o Delegado de Foli
cia de VOLTA ~DONDA, não sabendo entretanto o decl~
rante, qual o assunto tratado, pois êle (Cap NIEBUSI
e o Delegado) se dirigiram para o estacionamento de/
carros e quando chegaram a altura de uma quadra de I
voleibol, o Capitão NIZBUS cha.mou o declarante, ten-
do neste moment o interrompido a conversação com o de
legado, e disse ao declarante que o esperasse no Pa-
vilhão de Comando, tendo o declarante se dirigido p~
ra aquêle local e permanecido bastante t e~po. Mais/
-
tarde, quando o Cap NIEBUS voltou, disse que nao pr~
..
cisava mais do declarante, não sabendo para /-
que havia sido chamado ••• " (fls.273/27
"!:\
\1}
Perante o Conselho Especial de Justi ça, o acusado, 30 Sa~
gento IVl•N ETEL DE OLIVEI~ declarou:

" ••• que foi chamado pelm Cap NIEBUS para participar
dos interrogatÓrios dos soldados presos; que duran-
te os interrogatÓrios ocorreram, em parte, espanca-
mentos de soldados; que foi forçado a participar -/
,
dos espancamentos pe l o Cap NI EBUS; que so tomou pa~
te no espancamento do Sd Geomar, entre os quatro -/
que vieram a falecer; que não se recorda de ter to-
mado parte em e spa.ncamento de outros soldados; ••• "
'' ••• que a acusaç;o ~verdadeira em parte sim, em-/
parte não; que embora nã o quisesse fazer, foi obri-
gado pelo Cap Niebus; que se encontrava dentro da I
viatura que transportou os corpos dos Sds Monção e
Vanderlei; que não a ssistiu à mutilação do cadá;rer/
do Sd Monção, digo , Sd Vanderlei; ••• " (fls.617/618 , ;

O acusado,Cabo C.::LSO GOMES DE FR.:i:I Tr1S FILHO declarou:

" ••• que entrou para a 2ª Seção, quando foi chamado/


pelo Capitão NISBUS, para prender o soldado BOT3LHO
juntamente com o Sgt N: VALDO , em finais de Jezmebro.
Voltou da diligência sem obter êxito, mas ao chegar
ao Quartel soube da prisão do soliado BOT~LHO. Dias
apÓs a prisão do soldado BOTELHO , o Cap NIEBUS cha-
mou-me e mandou que eu fÔs se para o Arquivo , a fim
,
de auxi l i ar no interrogatorio que estava sendo fei-
to a outros soldados. Chegando ao .&:rquivo encontrei
,
o soldado BOTELHO a l gemado , com os braços para tras
de uma cadeira, e apanhando do Sgt RUBBNS e do Cabo
CRUZ, o Sd FERR3I RA estava no corredor do Arquivo,/
, A
de pe sobre duas latas de massa de tomate cumprindo
castigo por Jeterminação do Ten M irti~NDA . A partir I
A I

deste dia, varies soldados foram interrogados, den-


tre êles lembro-me dos soldados AMORIM , GETULIO, I
GONZAGA, SOARES, VICENTE , ALVES, PERI , GEOHAR , APA -
RECIDO, MONÇRO , VANDEnLEI e LUIZ, por todos os ele -
, ,
mentos daeqüipe. D~ rante os interrogatorios usava-
mos da violência , cada um batendo da maneira que - /
achava conveniente para obter a informação desejada.
A. A , 4
rresenciei este clima de violenc~a ate o ia 12 -/
por volta das 1500 horas, quando fui ~~nsado pe-
lo Cap NI~BUS para resolver proble ~articulares,

4
'
somente
\1~-
regressando ao Quartel no dia 13 pela manha.
Até êste dia 12, quase que diàriamente os présionei-
ros eram bastante espancados pela equtpe, que u sava/
,
cano de ferro, prensa, palmatoria, choque, fios, cig
to NA, cinto de couro, tudo visando obter, através I
do castigo fisico as informa ~ Ões desejadas. Nestas I
ocasiões, o Cap N: 3BUS e o Cb CRUZ destavavam-se pe-
la maneira brutal como batiam nas suas vitimas, o 1-
,
Cap com o cano de ferro e a palmatoria e o Cb CRUZ I
com a luva pr~ta na mão esquerda. O Cap batia em -/
"
todas as partes do corpo e era frequente fazer comen
tários de satisfação enquanto batia. De inicio o de
poente disse que batia com as mãos, mas apÓs tê-las/
machucado, resolver usar a palmatoria. , , I
Usou tambem
cinto de couro, o cinto NA, 1eu alguns choques, usou
A • ,
a prensa uma vez e deu um banho de agua salgada , jun
tamente com Ten KIRANDA, por ordem do Cap NI3BUS,nos
ferim~ntos dos prisioneiros. Disse ainda Q depoente
que alguns prisioneiros gritavam, mas nunca pensou I
,
na possibilidade de alguem vir a saber o que estava
se passando, pois estavam ali com ordens do Capitão/
S/2, e portanto aquilo deveria ser do conhecimento I
dos demais oficiais da Unidade; tanto que certa vez,
o Ten PAULO CESAR, Cmt da 2ª Cia, estava no Arquivo/
e viu um soldado apanhando do Cb CRUZ. Outra vêz o/
Ten CALICHIO levou um prisioneiro para o Arquivo e I
deu-lhe uns tapas, entregando-o em seguida ao Ten Ml
RANDA, que não quiz que o referido Tenente permanece~
se no local. Na manhão do dia 12 de Jane i ro, estavam
prêsos os soldados GEOMAR, UICZNTE, MONÇF-0 e VANDER-
L3I. Disse ainda o depoehte que o soldado GEOMA~ e~
tava bastante machucado, mal podendo se levantar, o
soldado VICENTS estava aparentemente bem, o soldado/
MONÇ~O nesta ocasião apaP~ou bastante, tendo inclusi
ve fingido um desmaio para não apanhar mais, o Sd VAN
DERLEI tinha apanhado pouco , tendo inclusive saido I
do Arquivo para apanhar uma lata no Pelotão Especial,
4
a mando do Cap NIEBUS, lata esta que serviria para I
colocar a cabeça dos prisioneiros dentro d'água, o I
qne foi feito no sol.i ado 1'\.Fl~AAREC IDO pelo depoente e
pelo Sgt ~TEL. Jeclarou ainda o depoente, que apÓs /
..
a tortura com a lata d'água, o Cap NI~BUS e o Ten HI _
r maneira
para dar choques. Disse o ocasião
. ~~

pedi u licença ao Cap NIEBUS , digo, pediu disp~~


ao Cap NI3BUS para tratar de problemas particula-
res, no que foi atendido pelo mesmo, que lhe recQ
mendou que se apresentasse no Quartel, no dia se-
guinte (13 de Janeiro). Disse ainda o depoente que
..
ao afastar-se do Arquivo, as 1500 horas do dia 12
de Janeiro, os prisioneiros estavam vivos, sendo/
que os Sd GEOMAR e !"-10NÇP.:O apresentavam os corpos/
iastante ca~tigados, mas ntmca lhe passou pela c~
beça, que os mesmo estavam correndo . risco de visa.
Quando o depoente voltou ao Quartel na manhão do dia
13 de Janeiro, encontrou o Sgt RUBENS e o Cb CRUZ
deitados no alojamento do Pelotão Especialt com I
roupas paisanas e sujas de lama. Os referidos e-
lementos disseram ao depoente, que MONÇÃO e VA~IDEE
LZI haviam fugido e que êles haviam passado a noi
te inteira procurando os fugitivos. Depois o de-
poente f oi para o Arquivo, v~r se encontrava o -1
Cap NI~BUS ou o Ten MIRANDA 'j para vêr se tinham /
alguma ordem. Chegando ao Arquivo, o depoente encon
trou um ventilador ligado no chão e deitados em I
colchÕes, os soldados GEOMAR e VICENTE, ambos apr~
sentavam-se muito mal, o Sd VICENTE com a cabeça
inchada e cheio de esparadrapo, o Sd GEOMAR todo I
ferido pelo corpo ••• " " ••• Disse o depoente que mais
tarde, quando encontrou o Ten M I ~NDA , êste lhe I
disse que: 11 êste corpo não podia aparecer, se eu/
soubesse tinha dado um sumiço nêle para evitar tô
da essa confusão" ••• " (fls. 139/142 dos autos).

O acusado, Cabo CELSO GOMES D3 FREIT~S FILHO, perante o


Conselho Especial de Justiça, declarou:

" ••• que sabe, por ouvir dizer, que os instrumentos


e objetos que existiam no Arquivo foram apreendidos;
que no Arquivo tinham os seguintes objetos: uma -/
palmatoria quase identica a que lhe foi exibida, I
, A

, , A

porem a que la existia era de cor preta; um apare-


lho de militar jestinado a dar choques, digo, um I
aparelho de radio militar destinado a dar choques;
uinto NA; que também existia uma prensa que foi -/
usada por ordem do Cap Niebus para apertar os pés/
dos soldados presos; um cano de ferro (um~aço)/
que também era usado como os para


espancamento; que o Cabo Cruz usou o cano de ferro
\ff
contra o Sd Aparecido, assim como o Cap Niebus, pQ
rém não pode precisar contra quem, porquanto o re-
ferido Capitão usava contra vários soldados presos;
que o Ten Miranda tambem , usou o cano de ferro, nao-
podendo se lembrar cont ra quem foi usado; que o Sgt
Rubens usou a Prensa para apertar o pé de um solda
do, porém antes de o fazer testou no seu frÓprio I
, ,
pe a fim de evitar a fratura do pe do soldado; que
o apare lho de choques foi usado entre outras,digo,
foi usado por , entre outras pessoas que não se re-
corda, pelo Cb Cruz; que o declarante participou I
,
do espancamento de ~~uns soldados, porem tem cert~
za de que nã_o p~r_ticipou do espancamento do Sd GeQ
I. mar, Sd Vicente, Sd Vanderlei e Sd Monção; ••• "
" ••• que- a a cu saçã o é verdadeira, e m pa r te , pois -I
participou do e s pancame nto de a l guns soldados; que
a acusação deixa de ser verdadeira quando afirma I
que o declarante participou, digo, o declarante e2
J pancou o Sd Geomar, pois tal fato não ocorreu; ••• "
" ••• que embora não possa afirmar com certeza, no I
dia 12 de janeiro, pela manhã, os Sds Nonção, VandeL
lei, Vicente encontravam- se numa sala sendo i nter -
rogados pelo Cap Nie bus, Ten 1'-1i randa e Sgt Etel e
Sgt Rubens e Cb Cruz; que o declarante se encontra-
va numa sala ao lado com o Sd Soares, o qual foi in
terrogado sem uso de viol~ncia; ••• '' (f~s .672/6 73).

O acusado, Cabo JOSE AUGUSTO CRUZ, declarou:

11
que, devidamente autorizado pelo Ca.p NIEBUS foi
•••

ouvir os in.j iciados APl~RECIDO, GONZAGlt e EVALDO; -/


que, o de poente já tinha exato con.hecim9nto de que/
" ,.,
esses tres elementos eram viciados em maconha, moti
vo pelo qual causou aborregirnento ao de poente a ne-
,. ,. '
gativa daqueles tres; que, unicamente para obter d~
dos necessários a erradicação do tráfi co da maconha
~

na a rea do lQ BIB, o depoente deu ttns tapas, uns bQ


los de palmatÓri a e bateu com o cano de ferro no -/
Af1ARECIDO e deu uns tapas no GONZAGA e no l!:VALDO o
que levou à obtenção da confissã o d~sses elementos;
disse ainda o deroente que o Sd GEOMAR _ ap~ mui -
to de todos os elementos da equipe, p r~almente/
do Cap NIEBUS, que julgava sempre que interroga-
dos estavam mentindo. Na tarde do dia 12 de Ja~1/];
ro, os soldados HONÇlrO, VAND~RI.2:I e VICENTE estavam
" partir das 1500 horas, o Cap NIEBUS e
inteiros. A
sua equipe "baixaram o pau" nos soldados HONÇirO,VAN
DER~I e ~ICENTE. Disse ainda o depoente que Sgt I
GUEDES e o cabo FREITAS, que haviam batido nos ref~
ridos soldados pela manhã , não o fizeram à tarde,on
de houve uma verdadeira intensiva de pau. Disse o
depoente, que nesta ocasião, o soldado VANDERLEI -/
foi o mais visado, tendo apanhado de ferro e palma-
tÓria do Cap NIEBUS, de palma tÓria p~quena do Sgt I
ETEL, de corda do prÓprio depoente e de pau e palro~
tÓria do Ten MI RANDA. O Sd MONÇãO também apanhou /
bastante, sendo qu e do Cap NIEBUS apanhou de palma-
, Ao ~

teria, do Sgt E~EL levou socos e do depoente, tambem


levou uns tapas. O Sd VICENTE também apanhou bas-/
tante, tendo sua cabeça sido arrebentada pelo Cap I
NIEBUS, que batis com a palmatÓria de lado. O depo-
ente disse ainda que utilizou o magneto do aparelho "'

o telefanico no refe rido soldado e que alertou o Cap/


NI~BUS algumas vêzes, pO LS o mesmo se excedia e ba-
tia muito perto do coração e na barriga. Disse ain
, Ao

da que varias vezes alertara o Cap NIEBUS dizendo:


"capitão, cuidado com o bÔbo e com o umbigo", ao que
o Capitão respondia: "não tem problema, o umbigo já
; ...
esta para dentro". Numa das batidas com a palmato-
ria, o Capitão NIEBUS abriu a cabeça do soldado VI-
CENTE, momento êste em que o Capitão resolveu parar
a pancadaria, e mandou que o depoente chamasse o /-
padioleiro para fazer um curativo na cabeça do sol-
dado VICENTE. Disse o depoente, que apÓs ter sido I
feito o curativo no VICENTE pelo cabo C~ SAR LUIZ, nQ
tou que o soldado HONÇÃO estava com falta de ar, en
tão chamou o enfermeiro ( Cabo CESAR LUIZ), que mini~
"
trou-lhe algumas massagens, tentando reanima-lo. O
referido soldado não resistiu e veio a falecer. Em
seguida, declarou o depoente, que o soldado VANDER-
LEI, começou a reclamar de dores e que n~o conseguia
levantar-se, foi quando o depoente juntamente com o
Sgt ETEL, levou o Sd VANDERLEI para a sala do Arqui
vo, onde o cabo CESAR LUIZ aplicou-lhe umas injeções
e tentou reanimá-lo através de massagens. O mesmo/
não resistiu e veio a falecer. ApÓs a mor. e dos dQ
is soldados, o Sgt ETEL permaneceu na a do arqui
vo c om o Ten M I ~4NDA, que o Cap.-
NIZBUS. Disse o depoente que nesta conversa
cutida qual ser ·a a me lhor linha de ação, e que ao I
final da mesma o Cap NI EBUS e o Ten MIRANDA sairam I
para falar oom o Sub-Cmt, Ten Cel GLADSTONE; disse I
ainda o depoente, que quando os oficiais voltaram, I
disseram que a ordem do homem (Ten Cel GLADSTONE)era
dar um sumiço nos corpos e dizer que os mesmo haviam
fugido. Em seguida, o depoente juntamente com o Ten
MIRANDA, foram providenciar a Pick-Up, que seria apª
nhada mais tarde, no parque, pelo Cap NI EBUS. Em s~
guida, o depoente e o Ten l1IRANDA, saíram para procJd..
rar uma pá e picareta, para ente r rar os corpos, e -/
uma machadinha para cortar a cabeça e as mãos dos -/
soldados. Por sugestão do Ten MIRANDA, seguiram pa-
ra um local desconhecido para o depoente, e perto de
A
uma represa, pararam a Fick-Up. Quando a viatura p~
rou, o Cap NI3BUS e o Ten MIRANDA saltaram e ~ercor­
reram o terreno com lanterna, quando o Ten MI W~NDA I
disse que o local não era bom. O Cap NIEBUS voltou/
com a ~iatura e encontrou um l ugar melhor, tÔda esta
manobra indicada pelo Ten HIAANDA. Disse ainda o d.§.
poente que foi destacado para guarnecer à frente,cêr
ca de 30 metros da viatura. O Cap NIEBUS, Ten MIRAN
DA, Sgt E~EL e Sgt RUBENS, retiraram um corpo da vi~
A •
tura e o levaram para enterrar. Neste momento, dls-
se o depoente, que os elementos da equipe devem ter/
cortado a cabeça e as mãos do corpo, pois quando vol
tou para a viatura, havia um corpo (MONÇÃO) e um em-
brulho com os pedaço s do corpo do V!NDERLEI. Na pi~
ta de terra, o Cap NIEBUS parou a Pick-Up e mandou I
o Sgt ETEL jogar o embrulho no mato. Em seguida, -/
quando chegaram novamente ao asfalto, jogaram o cor-
po do MONÇÃO numa vala prÓxi ma da estrada. Disse -/
ainda o declarante, que no regresso ao Quartel ouviu
uma batida na Pick-Dp e barulho de vidro quebrado, I
tendo em seguida a viatura parado. Disse o depoente
que por não estar se sentindo bem, não se preocupou/
em saber o que era, mas viu quando o Cap N I ~BUS exa-
minou a frente da viatura e perguntou ao Ten HI 3.ANDA
se dava para continuar, ao que o mesmo respondeu que
sim. Em seguida continuamos a viagem de volta ao -/
Quartel onde chegamos por volta de 0700 hor da ma-
nhã. Chegando ao arquivo, encontramos GEOMAR I
\1(JJ
passando mal e o Cap NIEBUS não topou dizer que GEO
MAR havia fugido também. Por volta das 1430 horas,
o Sgt GU3DES chamou o de poente em casa e ambos ruma
raro para o Quartel. Disse o depoente que no caminho,
o Sgt GUEDES falou da morte do soldado GEOMAR e que o
mesmo não sabia da morte de MONÇÃO e VANDERLEI, pois
, -
na ves; era ausentara-se do ~artel para cumprir uma
missão externa. Disse o depoente, que quando chegou
ao Quartel, soube pelo Cabo TOMAZ de tudo que se -/
passara com o soldado GEOMAR. Disse ainda o depoente,
que no caminho para o Quartel, pararam na delegacia
e encontraram o Ten MI~\NDA, que lhes disse que não
se preocupassem com o cara da estrada, pois a barra
estava limpa. Disse que o Ten MI RANDA, juntamente
,
com elementos da Policia, haviam levado o corpo de
MONÇ~O para os lados de BANANAL e o queimaram. No
dia seguinte apÓs a morte de GEOMAR, o Cap NI EBUS/
reuniu a e quipe e disse que não haveria problema, /
pois iriam arrumar tudo. Di sse ainda o Cap NIEBUS
J que seria aberto um inquérito e quem iria presidir
o inquerito seria o Ten Cel GLADSTONE. Disse o d~
poente que não foi interrogado pe lo Ten Cel GLADS-
TONE, e o restante da equipe ou sejam, dois ofici-
ais e 2 Sargentos, levaram as declarações por escri
to para o Ten Cel, e enquanto conversavam o Ten FÉ
LIX batia os depoimentos. Todos êsses depoimentos
f oram montados pelo Cap NI EBUS e Ten ~I RA~~A , que/
inclusive forjaram o depoimento de uma tal de dona
CORINA, tudo visando provar a fuga dos prisioneiros.
Disse ainda o depoente que tudo foi arranjado para
ligrarem-se da auditoria, onde com as 11 }:-eixadas"do
...
Cap NIEBUS, tudo seria resolvido satisfatoriamente.
Disse ainda o depoente, que o Cap NIEBUS sÓ temia/
que o Major BARRA tomasse conhecimento dos fatos,/
pois êste era "fÔgo 1na roupa". Disse ainda que al-
guns oficiais de Dia iam, quando de serviço, ao ar-
quivo para darem Qns cascudos nos prisioneiros. O
Ten CALIQUIO entrou no arquivo e chutou um sol1ado
e me mandou bater no mesmo. O Ten PAULO CESAR,t~m­
bém foi ao arquivo e me viu batendo e11 soldados. I
,
Disse ainda o depoente, que no domingo apos a morte
de HONÇÃO, VANDERLE I e GEOMAR, o Cap NIEBU reuniu
tôda a equipe em sua casa, para orientar a todos nós,
;
de como seria feito o inquerito mandado instaurar pe-
lo Comando do 10 BIB. :Jisse a i nda que uma noi te, não
se r ecorda quando, foram à 2~ Seção do Batalhão, onde
o Cap NIEBUS fêz o depoimento do Sgt ETEL e Sgt RU- /
BENS, os quais foram batidos à máquina pelo Sgt LEO-/
N! RDO, enquanto o Te n M I ~NDA f azia o seu baseado nos
depoimentos do Cap NI EBUS ••• " (fl s.l67/17l dos au~ os ).

O acusado, Cabo JOSE AUGUSTO C3US,diante do Conselho Especi


al de Justiça, declarou:

" ••• que, ao t empo dos fatos, encontrava - se na sala do


arquivo; que quanto à morte dos soldados que ocorreu/
no Arquivo, o de~larant e se encontrava presente na -/
ocasião; que também assis tiu à maior parte do espane~
mento dos soldados ocorrido no Arquivo; que assistiu/
ao espancamento do Sd Honção; que participou o Cap - /
NIEBUS; que o Sd Monção foi agredido de forma mai s -/
violenta pelo Cap Niebus, com um cana de ferro , vi ndo
a perder os sentidos; que recebeu massagem para vol-/
tar a si, aplicada pelo Cabo Tomás, enfermeiro; que I
quando o Sd ~onção chegou a:x:> Arquivo recebeu "aqv.ela/
recepção"; pescoções do Sgt Guedes e socos do Cap Ni§.
bus; que quando interrogado , o Sd Vanderlei começou a
mentir, sendo na ocasião espancado pelo Ca~ Niebus, I
Ten Miranda; que o Cap Niebus bati a com qualquer coi -
sa que tivesse na mão , inc l usive cano de ferro , no -/
corpo do Sd Vanderlei , pri ncipalmente na região do - /
pescoço, em cima do bobo (coraçã o) e no umbigo; que
alertado pelo declarante, o Cap Niebus disse que não/
tinha problema, ~orque o unbigo estava para dentro; I
que o Sgt Etel leu a~enas UTias pancadas na perna do I
Sd Vanderlei , tendo o Cap Ni ebus tomado conta 'da fun -
ção, se emplgado com a coisa , não deixando mais nin- /
guém fazer (espancamento); que exibida uma palmatÓria
junta aos autos , foi dito pelo acusado no local , isto
, , ,
e, no Arquivo, existia uma palmatoria que so divergia
da que lhe foi mostra da pela cor que era preta ; que o
declarante viu o Sd Geomar machucado, porém não viu I
quem produziu os referidos feri mentos; que o pr5prio/
declarante apenas aplicou uns dez bolos com uma palma
, , I
to~ia ~equena que la se encontrava; que / declarante
assistiu ao espancamento do Sd Vicente fei
to pelo Cap Niebus, co~ uma palmatór · · a
l

\#j(j)
que lhe foi mostrada , inclu sive o Ca.p deu-lhe uma "
"seção" pequena porém violenta; que foi o declarant e
quem retirou os Sds Honçã o e VE..nderlei da sala onde
se encontravam, reanimando-os , mesmo antes da chegada
do enfermeiro; que participou dos espancamentos ocoK
ridos no Arquivo , inclusive batendo em três e l ementos,
de nomes Aparecido, Gonzaga e Evaldo; que fazia os
espancamentos ,ocorridos no Arqu~vo, digo , que fazia
os espancamentos com a mã o, com exce ção do pratica-
do contra o Sd Apare cido, que o declarante se utili
zou, por ordem do ca~ Niebus, do cano de ferro, com
o qual lhe aplicou duas batidas no _eito; que usou/
apenas uma luga na mão esquerda para socar o Sd Gon
zaga e 3:valdo; que com a 11orte do Sd I·~onção e Sd -/
Vanderlei, foi tomada providência de simular uma fuga
de presos para se dar sumiço ao cadáver, isto é, p~
ra retirar os cadáveres de dentro da Unilade; que I
tanto o Cap Niebus como o Ten Miranda disseram ao I
declarante que haviam partici~ado ao Cel Gladstone/
o
,.. , -
a morte dos soldados; que o Cel Gladstone teria di to
que esses dois cadaveres nao poderiam "a:;;.arecer"; que
tudo isso foi tido, digo, foi dito ao declarante p~
los referidos oficiais; que o declarante se encontr~
va dentro da camionete que saiu com os corpos dos
'
Sds Honção e Vanderlei; que não assistiu a mutilação
,
do cadaver de um dos soldados , porquanto permaneceu

-
na estrada, assim não pode afirmar quem foi o autor
~ ,
da referida mutilaçao; ••• " " •• • que a denuncia e ver-
dadeira no que se refere a espancamentos de alguns I
, ....,
soldados , porem nao e verdadeira quanto a morte dos
soldados, que apenas presenciou; que a;enas se enco~
,
trava na viatura que transportou os cadaveres ••• 11
(fls. 644/645 dos autos).

O acusado NELSON RIBEIRO DE MOERA, confessou:

" ••• que por volta das 1000 hs da manhã de um dia de


4
Janeiro o qual o depoente não se recorda foi procu-
rado em sua residência pe lo Ten HIRANDA a fim de ay
xiliar em um "serviço" para o qual o "CHEFE" havia/
determinado ; que, por se tra.tar de um elemento bas-
..
t&nte conhecido e ser um oficial do 3xérci não he
si tou. o depoente en fene trE;r no carr~~n 1-U::tll_N-
da passando a dirigi-lo apos a expli~o . do citado

,4 .
\~@
Oficial de que teriam que se deslocar para RIO CLA~O
e que o Tenente não tinha Carteira de Habilitação; I
que, d1..: rante a viagem o Ten ~!IRAND-· lhe dissera, digo
lhe perguntara se conhecia alguém na Policia de RIO/
CLARO, pois teria o depoente que perguntar naquela I
Delegacia se havia~arecido por lá algum cadáver;que,
em RIO CLARO o deJ:..oente avistou-se em uma praça em I
...
frente a Delegacia com um elemento conhecido, da Po-
,
licia local, ao qual perguntou se havia existido ap~
recimento de algum corpo naquela região; que, o cita
do elemento informou ao depoente que nada de anormal
..
nesse sentido havia sido constatado; que, apos , essa I
resposta o depoente em companhia do Ten HIRANDA re-/
tornaram à ~strada para ANGRA DOS ~IS sendo, nessa/
ocasião, sido cientificado pe lo referido oficial da/
realidade da missão que lhe fÔra i mposta , isto é, o/
Ten MIRANDA dissera ao de;oente que, na realidade , I
existia um cadáver na Estrada _I.:ara ANGRA DOS REIS o
qual não poderia aparecer de jeito nenhum }:Ois êsse/
o fato, caso constatado, iria dar uma tremenda confu-/
são; que, o de~oente se recorda ter o Ten MI~~ND I
ter feito referência a uma violenta luta corporal - /
que teria tido lugar no Quartel do 10 BIB entre macQ
nheiros que se achavam prêsos 1=ara averiguações; que
em determinado local da Estrada , indicado pelo Ten.
MIRANDA, o de~oente constatou a existência de um ca-
,
daver de um cidadão moreno vestido apenas com um cal
ção e que apresentava inÚmeras contusões e ferimen-/
, ,
tos por todo o corpo; que, o cadaver estava em decu-
bito dorsal com os pulsos atados com uma gaze e num/
barranco com cêrca de um metro e meio de desnível do
leito da 3strada; que , o de_I.:oente desceu do carro p~
ra olhar de perto e pÔde, nessa ocasião, perceber -/
que se tratava de um militar pelas caracteristicas I
do corte de cabelo; que, nessa ocasião o Ten MI 5ANDA
disse que aquele individuo havia falecido em conse-/
quência "do pau" e que por essa razão não poderia -/
4
aparecer; que, o Ten MI~NDA perguntou ao de poent e o
, ,
que aconteceria caso a Policia encontrasse o cadaver
ao que o depoente respondeu dizendo que seria o mesmo
fotografado, iriam tirar as impressões digitais e - /
4
&brirem inquérito para determinar a identidade do - /
/1
morto e as circunstâncias de seu faleci~ · to; que, I
com essa in:Çormação o Ten ~IR--NDA d~ que se tor-
nava necessario voltar a BA~'!i.t.. :t-11~Nsjl}(, consultar o I

' ~/
- -----------------------------------------------~--------~~----------------~--

..
"CHEFE"; que, no regres s o a B.•RRA M-\NSA o Ten MI RJ N
DA lhe confessara já terem naquela madrugada, deixa
do um outro cadáver prÓximo a RE?3ESA DE SÃO JOÃO I
~ ,
MARCOS ao que o depoente disse que esse tambem iria
ser encontrado e identific ado; que, o Ten MI RANDA I
disse que isso não iria acontecer uma vez que o ci-
,
tado cadaver havia sido decapitado e tivera seus d~
dos amputados para dificultar ~ma possivel identifi
cação; que, chegando ~ BA::ffi.A MANSA o Ten MirtANDA -/
propÔs torcarem de carro , deixando o seu Volkswagen
na oficina mecânica do Sr JOS3 e retirando de lá - /
por empr~stimo, uma Rural 'ilillis, o que de fato foi
feito; que, em seguida dirigiu-se ao Quartel do lQI
BIB com o depoente ao volante; que, a Rural foi a-/
bastecida na bomba de gasolina daquela Unidade, en-
quanto o Ten MilANDA se dirigia para consultar o -I
,
"C:F:BFE"; que, apos uns dez minutos, aproximadamente
o Ten MI 3AND.b. regressou à viatura. informando que o/
o "CHZFE" estava em reunião e que êles mesmos teriam/
que re s olver o probl ema; que, em seguida o Ten MI-/
'-=t~NDA foi buscar uma metralhadora I NA e emba rcou na
RURAL; que, dirigiram-se para um bar prÓximo à Dele
gacia onde estacionaram e tomaram, o Ten MI3ANDii. -/
uma cerveja e o depoente uma água mineral, despe sa /
essa que foi paga pelo depoente uma vêz que o Ten I
Mi qANDA não tinha diP~eir o na ocasião tendo, inclu-
sige, trocado com o dono do bar um cheque no valôrl
de Cr$100,00 (cem cruzeiros); que, nessa ocasião -1
apa receu no bar o civil I rtANI DES FERB3IRA, vulgo I
"LOCA", que f oi convidado pelo depoente e pelo Ten/
M I~ANDA para au~iliar na futura empreitada; que, -/
tendo em vista a gravidade da situação e dos f a tos/
narrados pelo Ten MIRANDA surgiu a idéia de retira-
rem o corpo daquele local, t ransportarem para um o,g
tro mais escondido e fazer desaparecer dêle quais-/
quer possib~lidades de identificação, sendo que fi-
cou assentado que o melhor seria a des truição, sen-
do que, destruição pelo fogo; que, em seguida o de-
poente apanhou na dàlegacia um camburão vazio e um/
saco de aniagem que seriam necessarios" para a execg
ção do plano; que, em seguida o depoente, ai~ na ..
direção da Rural seguiu, juntamente com o J~n-1-HRAN
DA e I~NIDES para a rodovia que liga a 31 CLARO,/
tendo no percUPso parado."-em u.m â
fim de comprarem cinco litros de gasolina que foram
colocados no camburão; que, ao chegarem ao local on
de se encontrava o cadáver o depoente juntamente -/
com IRANI JES envolve ram o corpo com o saco de ania-
gem e carregaram o corpo, ajudados pelo Ten MI RANDA
deJ.•Osi tando-o no porta malas de Rural; que, o depo-
ente lembra-se de ter o Ten MIRANDA se utilizado de
uma toalha azul, de banho, para cobrir o corpo que/
fÔra depositado na Rural; que, além dos ferimentos/
já citados o depoente afi rma não t er notado qual- I
quer vestÍgio de castração do cadáver, nem mesmo -/
qualquer outro feriment o que tivesse sido produzido
por ins trumento perfurante ou cortante; que , em se-
guida deslocaram-se pela rodovia até uma estrada -/
não pavimentada que conduz à BANANAL; que, em um de
terminado ponto o de poente estacionou a viatura deZ
onde foi reti rado o corpo e conduzido para um bambJ:!
al prÓximo onde foi del-'Osi tado a uma distância de I
aproxi madamente dez metros da Est rada; que, nês se I
o momento o depoente despejou o conteÚdo do camburão/
no cadáver e retirou-se para a Rural onde ficou - I
agua:ard.ando o regresso de seus companheiros; que, I
dessa forma, não pode afirmar s e foi o Ten till=\..~NDA/
ou IRüNI DZS quem acendeu o fogo; que, com a volta I
do Ten MI "3.ANDA e do I RAN IJES regressaram à BARRA -· I
Hf' NSA , diri gindo-se ao bar vizinho à Jelegacia onde,
o Oficial e o "LOCA" permaneceram t omando uma cerv~
ja , enquanto o de poente se diri gia a sua repartição;
minutos mais tarde o de . ~·o
. ente , digo, que, cêrca de/
quarenta mi nutos mais tarde, o depoente f oi chamado
para conduzi r a :::tural de volta a ofi cina do Sr JOSÉ
o que f oi feito em companhia s omente do Ten IV:IRANDA;
que, apos a entrega da Rural regressa r am outra vez I
, h

~ Del egacia, agora no carro do Ten MI RANDA; que, cê~


ca da s 2000 hs dêsse mesmo dia o Ten MI'ic-!.NDA.yol tou/
à Delegaci a tendo indagado ao depoente onde residia
o médico legista e qual o enderêç o de u~a casa fun~
rária explicando ne ssa ocasião que havia falecido I
um soldado no Quartel; que, o de poente deu as info~
maç ões soli citada s e que o Ten MI RANDA retirou-se;/
que, apÓs o seu regres so de BAN·~BAL o depoente pro- ..
curou cientifi car o seu Chefe, Dr HAURiCIO
te dos f atos nos quais havia tomado pa r v•
Dr f.11lURicro dissera ao def oente que erra -
\1;
do e que deveria manter segrêdo sÔb~e os fatos havi-
dos uma vez que 1sto era do 2nteresse somente da area
" • • A ' '

mili tar; que, no dia seguinte a êsses acontecimentos


o de~oente foi procurado pelo Cap NI3BUS , cêrca d a s /
1300 horas, o qual perguntava se conhecia o Dr EROS,
,
medico l egista; que, o depoente resfondeu que sim e /
que era seu amigo; que, o Cap NI3BUS insinuara clara
....
mente ao depoente se ele poderia conversar com o Dr.
E~OS no sentido de "maneirar" o laudo cadavérico que
iria ser realizado com relação ao cadáv er do sol dado
falecido no ~arte l ; que, o de~oente negou-se diante
dessa proposta justificando que conhecia perfeitameg
te o caráter e a honestidade do Jr E~OS e que o cit~
do facultativo não toparia a citada proposta; que, o
Cap NI .&BUS insistiu então em s aber se haveria outra/
pessoa conhecida do de:oente, que pude sse fazer tal/
pedido ao que o de;oente disse não conh ~ ce r, tendo I
então o Cap NIEBUS se r etirado da Delegacia; que, I
uns quatro ou cinco dia s depois o Cap NIZBUS vol~ou/
à Delegacia, cêrca das 1630 hs com uma cÓpia , digo, I
com o laudo cadavérico a ssinado pel o Dr iROS e ~elo/
Dr J OSE ~ARLOS F~~NCO F~rtiA , perguntando ao depoente
s e o teôr do me smo " estava bom" ao que o depoente - /
respondeu que para a finalidade desejada ~e l o c~pi-/
tão, "não estava bom"; que, o deJ:oent~ se recorda ai
que o Cap N I~BUS e stava bastante agi tado e nervoso I
tendo decl arado que ainda teria que reconhecer a fir
ma daquele documento a fL~ de que o me smo fÔsse ane -
xado aos autos do inquérito que ha.via sido instaura-
do no Quartel; que, em se gui da o Cap NI 3BUS retirou-
se da Delegacia; ••• n (fls. 380/384) o

Pe rante o Conselho Especial de Justiça,o acusado N3LSON I


~IBZ IRO DE MOURA confessou:

" ••• que se encontrava em sua residência , em Barra-/


4 Mansa; que teve notÍcia primeiramente por inter~édio
do Ten lH:-anda que aproxi madamente às 10 horas da ma
nhã, do dia que não se recorda, no mês de janeiro, I
procurou o declarant8 em sua residência ara uma d~­
ligência que havi a sido determinada ao refer· o ofi- 4

cial, pelo seu chefe (do oficial ; que a cpm)Panhou o


I'en !1iranda que informou ao declara~ocorrência

-v
de uma fuga de presos da Unidade (lQ BIB), que se
\~
~irigiram para Rio Claro; que nessa localidade in

formaram o declarante que não havia aparecido nin


guém ferido nem nenhum corpo; q· e na saida de Rio
Claro, o Ten Miranda disse que iria colocar o de-
clarante a par do ocor~ido, isto é, que realmente
havia um cadáver na estrada que liga Barra Mansa/
a Angra dos Reis; que o Ten Miranda , sempre man-/
,
dando que o declarante dirigisse o automovel, le~
vou- o ate, o local onde se encontrava o cadaver; , I
que se tratava do corpo d e urn cidadão de cor bran
ca, trajando apenas um calção; que pÔde constatar
,
que o cadaver se encontrava todo arrebentado, toà
do cheio de equimoses; que o Ten Miranda se refe-
riu ao cadáver com a seguinte expressão; 11 aquele I
cara não pode aparecer"; que o declarante fez ver
,
ao Ten Miranda que se a policia encontrasse o ca-
dáver, o mesmo seria postenormente identificado;/
que o Ten Hiranda disse que o "cara 11 não poderia/
,
aparecer de jeito nenhum, pois implicaria o 3xer-
cito Brasileiro; que a seguir o Ten Miranda dis-
se ao declarante que o acompanhasse ao Quartel do
lQ BIB; que antes de chegarem a Barra Mansa, o -1
Ten Miranda trocou de carro numa oficina mecânica,
sempre mandando o declarante dirigir o referido I
veiculo; que já no interior do Quartel, o carro I
foi abastecido de gasolina, recebendo o declaran-
te ordens do Ten !~iranda para que aguardasse no I
local; que o Ten Mi randa Voltou dez minutos apÓs/
dizendo que o Chefe se encontrava em reunião, po-
rém que o serviço teria que ser feito e que não I
admitia mais recuos; que dito isso o 'l:en Miranda/
determinou que o declarante tocasse o carro até I
uma outra dependência do Quartel, onde o Ten Miranda
apanhou uma metralhadora INA e um pente sobressa-
lente; que o Ten Miranda disse para o declar&nte/
, .. f
que fosse ate a Delegac ia de Pollcia, onde decidi
ram o que fazer com o cadáver; que entre outras I
modalidades que foram sugeridas pelo Ten Miranda/
para dar sumiço ao cadáver, o declarante achou -/
,
que a mais humana seria tocar fogo no cadaver;que
di to isso, o Ten "fl.~iranda chamou para partieipar I
/
desta função um outro rapaz que chegava ocasi-
ão de nome Iranides; que o declarante
,
do o estado em que se encontrava o cadaver, apanhou
um saco de estopa e aro latão com bocal, ~ara colo- /
car gasolina que foi apanhada num posto da estrada;
que no local onde se encontrava o cadáver, os três/
pegaram o mesmo e colocaram na Rural e se dirigiram
para uma estrada que fica situada já no municÍpio I
de Bananal, no Estado de São Paulo; que o Ten 'Hiran
da determinou o lugar onde foi colocado o cadáver I
,..
no chao, a" margem da estrada a uns dez metros, de- I
termi~ando que o declarante jogasse gasolina em ci-

ma do cadáver; que feito isso, o declarante voltou/


para a Rural, não ~odendo determinar se foi o Ten I
Miranda ou o civil Iranides quem tocou fogo no cadá
ver; que o declarante na volta ficou na Delegacia,/
por volta das 20 horas, do mesmo dia; que na mesma/
noite ainda foi procurado pelo Ten Miranda que soli
citou um mddico legista, porque teria morrido um I
soldado no Quartel; que o Ten Miranda tinha esclare
cido o declarante com relação a uma briga violenta/
que teria ocorrido no interior do xadrêz, entre ma-
• ,
conheiros; que a vista do cadaver, o declarante de-
duziu que a morte teria sido v~olenta, devido o co~
,
po estar coberto de equimoses; ••• " " ••• que e verda-
deira a acusação contra sua pessoa; •• ," (fls.639/ -
640 dos autos.)

O acusado IRANID3S FERR3IRA declarou:

" ••• que, efetivamente, achando-se em certo dia de j~


neiro, na Delegacia de BiRRA 1-iANSA, foi procurado I
pelo :'en MI3ANDA, que chamou o d depoente ara fazer
um serviço; que, tratando-se do Ten M I~NDA, o qaal
goza~a da mais alta consideração naquela Delegac i a,
~

o depoente concordou em aco~panha-lo sem receber nª


quele momento qualquer explicação, sÔbre o serviço/
que ia fazer; que, o de~oente entrou no carro, uma/
Rural V.Jyllis, que tinha o per i to N3LS I NHO, ao volan
te; que, o Ten HIR'~l\TDA portava uma metralhadora INA,
que, no caminho foi explicado ao d.e.oente que por I
ordem do "CH.:::FE" teriam que dar sumiço a um cadáver,
4
enquanto que o Ten :t-HRtl:tm.d. com a metralhadora na mão
1

dizia"que o serviço tinha que ser feito gora de -/


qualquer maneira e que não podia recua
garam na Estrada de ~IO CLARO,aonde esteva o cadá-
... ,
ver de um ho~em de cor, ja meio podre, inteiramen-
te desconhecido do depoente; que, embrulharam o c~
d~ver nuns panos e o puseram no carro, o qual ha - /
via permanecido com o capot levantado, para parecer
que se achava enguiçado; que, arÓs isso levaram o/
carro para a Estrada de &\NANAL, onde ao chegar, I
colocaram o cadáver num mato, jogaram gasolina e I
tacaram fogo, regressando em seguida para BAR1A -/
HANSA, onde o declarante ficou com o Ten MI R.I\NDA I
num Bar, enquanto que NELS I NHO foi para a Delegacia,
segundo suõe o declarante ••• " (fls. 315, dos autos)

Perante o Conselho Especial de Justiça, o acusado I~NIDES


FERBEI&~, confessou que:

' ,
" ••• que a epoca se encontrava na Delegacia de ~oll.-
,
cia de Barra Mansa; que foi chamado pelo Ten Miran-
da que se encontrava num Bar, ao l ado da Delegacia,
que convidou o declarante para fazer um serviço,não
explicando em que consistia ê sse serviço; que entrou
na camionete com o Ten Miranda que mandou que o Sr/
Nelson a dirig isse; que nomeio do caminho o Ten Mi-
randa que portava u~a metra l hadora INA disse o ser-
, ... ,
viço e este: temos que apanhar um cadaver na estra-
da e levá-lo para outro local e destrui -lo para que
não possa ser iden· ificado , e mais que não podiam~
is recuar ~ois era ordem do Chefe; que não disse -/
,
quem era o Chefe à quem se referia; que apos apan~a
r em o cadáver na estrada de Rio Claro , o mesmo foi/
transportado }.;ara a estrada de Bananal e colocado I
em determinado local, escol hi do pelo Tenente; o ca -
dáver foi retirado do carro e colocado no meio do I
bambual, onde o Sr Nelson colocou gasolina em cima/
do cadáver , tendo o Ten !1ira.nda , que ;ortava ainda/
,
a metralhadora, isto e, que conservava a me t ralhadQ
ra. na mão, di to parél. o declarante: "ateia fog o", -1
tendo o fogo envolvido o cadáver; que o de~oente -/
não co~hecia a ;essoa, cujo cadáver foi cremado;que
se tratava de Ul!la pessoa , que segundo o Ten Niranda,
não ~oderia ser i dentificado, porque iria i m?licar/
, ,
o Exercito Bras ileiro; que se t ratava de ~ cadaver
'"·
de pessoa escura que a:t=-re sentava sir~ai s de violência,
,
equ.imoses e que ja se encontrava em e tado de decom
c,rn

posição; que a~Ós os fatos descr itos ,


·cfi
regressa~am ~
Fls.
para a delegacia de Barra Hansa; que não recebeu/
,
qualquer pagamento pelo auxilio prestado; ••• "
\.
" ••• que a acusação é verdadeira; o • • ' 1 (fls. 642/ -
643 dos autos.)

c) dos exames periciais

I ) - NecrÓpsias:

Encontram-se nos autos os laudos dos exames necropsi-


, ,
a is efetuados nos cadaveres das vitimas do furor homicija -
I
dos acusados: Sd VICENrE, às fls 162 e 424; Sd GEO~hlR, às fl s
41 e 42; Sd :MONç:o, às fls. 354/355 e o Sd V-'~NDERLEY , às f l s.
334/339.

II) - Lesões corporais:

~ Os soldados espancados também foram sub~etidos a exa-


me de corpo de delito , cujos l audos se encontram às fls: Sd I
EV~~~O - fls. 246; Sd GONZAGA - fls. 247; Sd S3NHORI~lli0 - fls
248; Sd S6AHES - fls. 249; Sd GETÚLI O - fls. 250; Sd A~ORIM -
fls. 251; Sd à L\~S - fls. 252; Sd F3R~I3A - fls. 253; Sd PE;
3I - fls. 2~~; Sd APAR2CIDO - fls. 255 e o Sd BOTiLHO às fls.
548.

III) - Dos danos:

Os danos causados no Arquivo , para simulaçio da fuga


'
dos Sds v~~NJE3lEY e ~,:ONÇ10, foram periciados e avaliados as
fls. 738.
<SG-HEGIC S. T . 1:.
Alegaram os acusados que as vitimas sobreviventes não
apresen~avam sinais de lesões graves, a desfeito de terem s i
do espancadas com ceno de ferro.

É de se reco:•2dar que, esses exames foram feitos indi


;
retamente , muitos dias apos os espancamentos.

Quando o Sd G30MAR morreu1 conforme já o dissemos, os


acusados não ma..i..s conseguiram ocultar os se·u.s crimes e trans ..
ferindo-os para as celas normais e tratando-os a ":fão-de- lei
,
te", como declarou o Sd .nP... :ECID~ ~o disso, por o:-de~ do/
Cel A3IOSVdLD0 , que havia reass~omando do 1º BIB, as
Vlft.lmas passa~am
.
a contar com asslstencia ,
medi ca.

O Cel Ariosvaldo determinou a i nstauração de um I?MJ


nomeando Encarregado o acusado Ten Cel GLADSTONE.

Tratou o Tefi Cel GL DSTONE de simular um IPM, incl y


sive fazendo apelos, pelos autos-falantes de Barra Mansa, I
"para o retorno dos Sds. V.1:1.NDSRLEY e :MONÇÃ0 11 a despeito de
haver determinado a destruição dos cadáveres daqueles sol-/
dados, conforme declarações do Cap NIEBUS e do Ten MI~tNDA.

Verifica-se a tremenda insensibi lidade dos acusados,


seu profundo despreso pela vida humana, sua imensa covardia,
procurando uns atirar a responsabilidade sobre outros.

No Exército, vezes sem conta, ouve-se enaltecer a I


figura de Tiradentes. Os acusados imi tam o Silvério dos -1
Reis.

O desafogo com que lançou mão de inusitados recursos,


- ,
para fugirem a responsabilidade de seus atos, dao uma pali-
da visão do que fariam, se presos por inimigos, houvessem que
Oftar pela morte ou pela traiçã o •••

O ilustrado defensor do acusado Ten Cel GLADSTONE I


exaltou-lhe a figura, mostrando os inumeros cursos feitos I
pelo referi do acusado, na vida civi l.

Pena que o Ten Cel GLADSTOl'lE não houves se aprendido


a Comandar.

Procuraram, em vão, o 'fen Cel GLADSTOli!E e o policia.l


NSLSON RIBEIRO DE MOU3A escapar às sanções, alegando , inclu-
sive, que não deveriam ser condenados às penas do artigo 352,
,.,. ~

do CPH, vez que cadaver nao e "objeto de val or probante''•

Dizem que o fato é típico do artigo 211, do CÓdigo I


Penal Comum - destruição de cadáveres.

É parecem pretender uma exclusão de responsabil idade


penal, com a exdrÚXula tese de que sendo o crime comum1 por I
ele não poderia ser res~onsabili zado o ~r em servi ço.

~
~- --~ - --~----------------------------------------~~~----~~~~~~~----~---

,(

Fls. \~ r
Data venia, labora em equ1voco o ilustre defensor de
\~· ~
bos.

?ara tanto , bastaria lembrarmo.-nos de que, antes do CÓ


digo de 1970, os militares que pnaticavam alguns crimes, dentre
os quais, o de contrabando, ainda que em serviço, ainda que em/
transporte militar, eram apenados pela Justiç a Comun. Impunes(
jamais ficariam.

Releva notar, contudo, que a destruição dos cadáveres I


dos Sds VA:NDE:::\LEY e NONÇÃO foi realizada, com a fina l idade de I
destruirem um cor?O de delito e assim escaparem à ação da Justi
ça.

Por outro lado, ao lhe ser comunicado pelos Cap NI EBUS/


e Ten MI RANDA, da existenci a dos dois cadáveres, naquela depen-
dencia do quartel, é obvio que o Ten Cel GLADSTOI\TE, na qualida-
da de Co~andante da Unidade, passou a tê-los sob sua guarda e I
l)sponsabilidade, conscientement e.

Dai po:::-que entendeu o Col endo Conselho que o Ten Cel -/


GLADBTO~ffi é co-autor dos homicidios praticados contra os Sds -1
GEOMAR e VIC3NTE, aos quais deixou à propria sorte, a.r;esar de I
sabê -los mor ibundos , na in~erna l sala do arquivo.

Data venia, houvesse o Ten Cel GLAD STO~ffi se dedicado m~


nos às ocupações civis e mais à arte de comandar e, por certo,/
os fatos ocorridos no lQ BIB não chegariam à gravidade alcança-
da, como relatado nestes autos.

Agisse 1 naquele comando, com o mesmo denodo com que se e.2_


trebucha em s ua defesa, e, por certo, quamro soldados nao teri-
am s i do assassinados barbaramente.

Nota-se, ainia, que o Colendo Conselho, não aplicou a


pena acce ssÓ.ria de demissão do cargo eu função no acusado o poli
cial W~LSON RIB3IRO DE MOURA, um dos autores da cremação do ca-
dáver do Sd MONÇ~O.

Pede o ~ .?. a decreta ção dessa pena accessÓria, demitin


I •
do o Au~iliar-de -Peri to NELSON RI BEIRO DE MOT.JRt;., dos quadros da ..
Secretaria de Segurança do Estado do ~neiro, ainda que
a legue , às fls. 1845 ter agido:
\ (\tA,lp

Fls. \ "4d.wmais 1 para o Apelante, a sua açã o emana dire


,
mente de uma ordem militar, inexcusavel, fren~e to-
_@
das as circunstancias. Os fatos ocorreram em Ba rra
Hansa, cidade do 'Rio de Janeiro, onde está sediado/
o 1º BIB, sendo inegável a influência e prestigio I
desta Unidade, perante o ar;arelho polici al local"o

A defesa do T~n
Cel GLADSTOffii.: e a do policial NELSON RI
,
BEIRO DE HOlf-1A esta mui t o bem re:presentada pelo mesmo advogado.

Porém, crimes tão bem provados e tão monstruosos quão I


os narrados nos autos, não podem ser justificados e nem exp lic~
dos , por um advogado, ainda que seja ele do elevado gabarito -/
profissi onal do defensor de GLADSTONE e MOTJRA.
,
Ora, MOIDL~ declarou que so acompanhou o Ten MIRANDA:

" ••• a fim de auxiliar em um serviço, para o qual o/


"CHEFE" havia determinado"(fls. 380 •

Quando foi in~errogado, MOl~ declarou a mesma causa - /


(fls. 639).

Os autos escl arecem de forma insofismável que NI EBUS e


l~Iq!. . NDA participaram a morte de MONÇitO e VANDEnLEY e os ferime.n
tos em lliCE~TT3 e GEOM..ti..R ao Ten Cel GLAJSTONE e este autorizou I
dar sumi ço aos cadaveres.

Já em meio a ação penal, MOURA passa a ter defes a comum


com GLADSTONE.

E o ilustre de f ensor - e isso é que é heresia - inventa


e insere a expressão- "CHZFE DA EQUIPE", cono se a ordem de -/
destruir os cadáveres de liONÇ~O e v:..NDERLEY f osse produto da d~
ci são do Car: IE3BUS.

As sim, o apelante MOURA confessa, mais uma vez , sua -/


fria partic i~ aç ão na macabra destruiçã o do cadaver do Soldado I
MONÇ~ O, (fls. 1846).

S, segundo elE) , as me sma.s fl s. 1846 , o Ten l·HRANDA ter-


l he-ia ê.}.:::>esentado " ••• DI~r..:;-qsJ. . S SOLUÇ03S'~. o" pa!.'a a destruição/
do cadave::' de :~oNç;o.

dat.a v~e~L~l~
E , --~-~~ · a , da forma a mais vista pelo -/
')
Fls. " termina ele justificando que o;tou pela queima do
ver:
11
certo que tenha escolhido a forma mais hum~
••• é
na , uma vez que a cremação está se tornando , até/
,
mesmo entre nos brasile~ros, UD costu~e, pela in-
trodução recente da crenação no Estado de São Pa~
lo" (fls. 1846) .
,
Sem comentarias, Senhores Hinistros do SUJ:erior Trib~

nal Hi:.itar.

O ilustre defensor do Cap NI :BUS , as' ~ls. 1848, ali-/


;
nha varias teses de dire ito, as quais por certo serão melhor/
ar;reciadas 1-or essa Egregia CÔrte, parecendo contudo ao ~1? S§.
re~ as mesmas inteiramente im~rocedente s, not8da~ente à con-/
...
ce r nente a ir:im:~utab:.lidade do Ca:p NIEBUS, o que confli ta ViQ
lentamente com o laudo de exame de sanidade mental de fls.

Por outro lado, gosta.ria o MP de saber,t.L~


qual processoI
r- C~G (MD) Jr ALBIKO SARTORI JUNIOR efetuou a leitura (fls. -
1864) •••

A defesa do ~en t~!i randa (fls. 1738) procura invalidar


a cor.denação, i nvestindo contra as declarações das v itimas , di
zendo serem estas produto de odio.
,
~o
HP seria impossível trazer aos autos a s declaraç ões
dos mortos, porém, as necrÓpsias ai estão.

E não falta a confissão do MIRANDA.

O ilustre ~efensor do Sgt RUB~NS qualifica a atitude


do !f? como de "despÓtico e irreq:.liet.o ternperamento de fiscal
da Lei ••• " (fls. 1777) e que a denuncia é
,
Ir. .epta, J:Or sua natureza, relata o episodio ha-
11
,
vido, cheia de nuances mirabolantes e fan tamasgQ
ricas ••• " (fls. 1778), o que constata, flagrant~
mente, com a leitura da peça acusatÓria.

Assim, são ss demais razões impoten-/


tes, rerante a grandeza das provas. 4
--- --- -----~------------------------------------~--------~~~~--~------~~--

'\
Fls. "
Senhores Hi ni s tros:

Recorreu o MP, para devolver a essa Al ta Corte, inte -


gralmente, o presente processo , ce r t o de que sua decisão esp~
lhará o ho~ror, a tristesa e a repugnância que o tortura cau-
sam nos asplritos bem f ormadoso

Procurador da Justiça Militar

26-Sábado ~ ,
27-domingo _~
DevÔ. -ido · o/J5173.
~

'
..
JUNT~DA
,.
DU. O. S~. D': . JUIZ AUD I TO:; DA 2a. AUD I TC21 A DO E XE~~ I TO DA I a. C JL.

RUB ENS t.A':TI NS DE SOUZA , nos autos do pr.2_


. ,
cesso cr1 me n q ue rcspon d c, nesse respe1tave I J u1zo
' .
, c oMo 1ncurso n~

pe s prev ist E!s nos artiso s 2C5: ~Q~ 2C9 J JQ ,- 25( ~ 12 e 35~ c / c.,
, '
urtº 53 do ~ ':l,..l i Sl"l Pen '"'' ; i I i tnr, ve::,, a ;:>rescnçC" de . .'.Ex a. , contr ~pon-
' I N

~r QS respcitC' - eis r~z cs do i lustre Doutor ~rocurador , dizer o cuc


se scaue :
I• Cue , nc .... bst.:::nte o esfcrç-:> c{ i s,)end i elo PQ.
I~ Procur~dcri -, c. suas extensas r~z;cs cspelh.:::~das ~s f ~lhas I ore
n ,
I ~9 , dos Pespcct i vos m1tos, u verd~de e c;uc nao c or se sue d i-Fundi r ,
ne , C'"'nvencer, upesar ci;Js Swus bri lhcntcs consider~ç';cs, t('\da 'll:l::l
, , ,.
sc.r i c de C"'ncc i tcs i n.::cc i tavc i s c rcí)url i a·'c i s co 1 cue pretende Ii
::! i r, manif:e~t{.'
, "'
ente, as inetccavcis ruzocs 0~erccidcs ud I

pc i .:Jpc I <1nte;

'2.
,
recorrente, na trejet'"'ria tortuosa por carinhos dantes pc~c-rridcs ,

cr.1 su..:J in i c i .::; cor.1 r i ~uez.:J -!c de ta: hcs 'n "~~ntr de
. . , ,
1 .prcss 1 ncp s obre. c-ne 1r a o :::r-. c:: i- Conse! h 1 e rJc cspcl... ~r-~e ':'-IC nt_•.
A N
. r~c .~ e acurcclo c~tudn na instanc i a od ~ueb , h.::o de rcf!~tir-sc .:::~s

u inoccntt- 'as burras dos


tr i bu;1- i s de me-do i r..ci"'cc i d-;

3.
nnur u c na,., ~enhu· o cun he da ''Crcss i il i I h .,.,ç,., R& L'S r a j uVrus -c :. Ex
..
BELLARMINDO MIRANDA FILHO
(ADVOGADO )

Avenida Amaral Peixoto, 370 - sala 323 Niterói - R.J. - Tel : 722-6835

Excelentíssimo Senhor Doutor Auditor da 2a. Auditoria do


Exército.

PAULO REYN AUD MIRANDA DA SILVA , já


qualificado nos autos do processo crime que lhe move o
Procurador da Justiça Iliili tar, por seu advoge.do infra -
assinPdo, vem, mui re speitosamen t e a pr esença de Vossa
~xce lênci a, dentro do pre zo leg~l, apresentar suas Ra-
z~es de Apel~do, ~ fim de produzir seus lGg~is ef eitos.

M"
. . . ernos em que,
:;:::spera DEFERI MENTO .

Estado da Guanabara, em 8/6/973.

1.969- R.J.
BELLARMINDO MIRANDA FILHO
(ADVOG A DO)

Avenida Amaral Peixoto, 370 • sala 323 Niterói • R.J. · Tel : 122·6835

RAZÕES DO APELADO.

Pelo Apelado 2º Ten. R/2 de Inf.


Paulo Re;rn,aud Miranda da Silva.

Colendo Tribunal.

Elabora em grande equívoco o Respeitá


vel e Culto Procurador da Justiça Militar, ao afirmar em
r~as razÕes de apelante e apelado, que a defesa do Tenen-
te Miranda procurou invalidar a condenação, investindo I
contra as declarações das vítimas, ·dizendo serem estas p:ro
duto do odio.

Realmente, falou-se e provou-se a exis


tência do odio que a todos contaminou, sem, contudo, ser
êste o único objetivo da defesa, pois, em verdade, o que
se deseja é evitar sejam também os Respeitáveis Senhores/
Ministros por êle contaminados como o foi o Ministério PÚ
blico, fato êste exteriorizado através seus atos contidos
no processo e ainda, consumado de uma vez por todas, qu~
do na parte final de suas razões, afirma que:

"Recorreu o M.P., para devolver a es-


sa Alta Corte, integralmente, o pre-
sente processo, certo de que sua de-
cisão espelhará o horror, a tristeza/ '
e a repugnância que a tortura causam/
nos espíritos bem formados."

Do enunciado chega-se prefeitamente a


conclusão, que insatisfeito com o montante da pena, a quà ,
em sua totalidade atinge a soma astronômica de nada menos
..
BELLARMINDO MIRANDA FILHO
( AD V OG ADO)

Avenida Amaral Peixoto, 37D • sala 323 Niterói · R.J. • Tel : 122·6835

-II-
~ue ~uatrocentos e setenta e três anos de prisão, deseja I
mais o Representante do Ministério PÚblico, muito mais e /
mais ainda ! ...
E, por ~ue ?

Naturalmente, por desconhecer ou fin-


gir desconhecer os ensinamentos miniàtrados por E«ga~ de '
Moura Bitencourt, já mencionados em razões anteriores a es
tas.

Inegl:tvelmente, porque nunca foi obriga


do a uma internação, mais ou menos longa num cárcere ,e ~ae
no dizer do Mestre Roberto Lira deveria ser obrigatória ./
aos promotores.

"Um dia de prisão, diz êle, bastaria I


ao promotor público para moderar os li
belos, pois avaliaria no próprio corpo
e na própria alma, o ~ue representam I
10 , 20, 30 anos de cárcere. O promotor
público ~ue visita as prisões, intei _
rando-se dos sofrimentos e das priva-
ções dos sentenciados, diminui a comba
tividade, por~ue perde a convicção. Pe
.lo menos, não afirmará ~ue a pena reg~
nera. O promotor público foi morrendo/
em mim, aos poucos, desde ~ue passei a
fazer das prisões o meu laboratório e
dos presos os meus livros prediletos./
Oê promotores deviam ser obrigados a I
internação, mais ou menos longa num I
,
cárcere. Apr enderiam, de ciência pro-
pria, a avali a r ~s consequências de /
seus libelos, temperando, consciente-
mente, a medida penal."

(Extraído do livro " Os Grandes Processos do Júri ', de 4

Carlos Araujo Lima.)


BELLARMINDO MIRANDA FILHO
(ADVOGADO)

Avenida Amaral Peixoto, 370 · sala 323 Niterõi • R.J. • Tel: 722·6835

-III-
Não foi portanto nosso desejo invalidar
todo um processado, estribando-nos para isso, no odio, que
natura~ente as vítimas nutriam pelos acusados. Não 1 • • •

Aspiravamos e desejamos ainda, afastar/


dos espíritos de Vossas Excelências, a paixão e o ddio, por
entend~-los inimigos do raciocínio, para que possam, com
aquela seBenidade tão necessária aos soldados da lei, exami
nar as teses aqui expendidas.

Senhores Ministros.

No afã, no desejo sempre ardente de con


da~ar e condenar bem, no que concerne a barbaridade, por I
êle, o apelante, descrita na denuncia e em suas razões, a~
se:>~ra 11 se:e-lhe impossível trazer aos autos as declarações/ 1
dos mortos, porém, as necrópsias aí estão."

Verdade. Mas os laudos falam por eles •


E, o que dizem os laudos ?

Vejamos:

Às f ls.41, do Soldado Geomar Ribeiro da


Silva, que:
"Sua morte não f oi produzida por veneno, :1
fôgo, explosivo, ou por outro meio insi 1
dioso ou cruel. 11 J

l
Logo, onde a barbaridade, ~crueldade ,
senão nas mentes doentias das vítimas e na mentalidade con.:.
taminada do Ministério PÚblico ?

Às fls .424, do Soldado Roberto Vicente/


da Silva, que:

I "Sua morte não foi ocasionada por vene-
no, substância anestésica e nem asfixia,·
mas sim, por ação contundente e doença,
com complicações . "
..
QUanto aos memais, impossível e desne -
- ----~ ----------------------------------~~~~--------------------~-=-====----=-=

BELLARMINDO MIRANDA FILHO


(AD V OGAD O)

Avenida Amaral Peixoto, 370 · sala 323 Niterói • R.J. · Tel : 722-6835

-IV-
cessário quaisquer conentários a respeito, poi s em sã /
con sciênci a, jamais poderiem ser l evados em consideração,
d2.do ao estado que seus corpos f oram encontrados, o:pós vá
rios dias da morte.

ainda, robustecendo o ponto de vis


~,

ta da defesa, é bastante uma vista d'olhos nos l audos de


lesões corporais, os quais vêm evidenciar os exagêros en-
contr&dos nas declarações das vítimas. Senã o, vejamos:

"Não foram encontra das pelos médicos/


legistas que exami naram a v í tima José
Jetúl~o Novo Paufe rro (fls.250) si -
nais de lesões novas ou vestí gios de
ru1tigas. Os peritos não têm elementos
para afirmar se houve lesões em rela-
ção ao alega do • "

Prosseguindo, no que concerne aos de


mais l audos, depreede-se perf eit8ment e o segu.inte:

Tais l audo s são uní ssonos em afirmar


11

que as l esões encontradas não foram /


de natureza a produzir enoômodo de /
saúde que inabilitem os paciente s pa-
ra o seEViço ativo por mais de trinta
dias; não resultaram mutilações, de-
formidades ou privações permanentes I
do uso de alguns órgãos ou membros I
que privem para sempre os of endi dos I
de exercerem os seus trabalhos e ain-
da, que tais lesões por suas nature -
zas e sedes, não pode ria~ ser causa I
eficiente de mor tes."
-·-
Mas, afi rma-se: "E não falta a conf'is
são do Miranda."
Indub i tàvelmente , el a existe, mas de
que maneira foi consegui da ?
..
BELLARMINDO MIRANDA FILHO
(ADVOGADO)

Avenida Amaral Peixoto, 370 · sala 323 Niterói • R.J. • Tel: 722-6835

-V-
Repita-se. Prêso, incomunicável, tran~
ferido a todos os instantes de um para o outro quartél, al
gemada, olhado pelos seus inquiridores como um verdadeiro/
monstro, além da emoção que se encontrava possuído, têve a
perturbar-lhe o espírito e a inteligência todos êsses fat~
res, afirmando o que fizera e o que não fizera. Eis, a pr2_
va:

"Fls.789 verso- PRISÃO- A 28 de janei-


ro, foi publicado em boletim reservado
nº 002/72, desta Unidade, que por de-
terminação do Sr. Cel. Chefe do E.M. /
da 5a. Bda. c. Bda., deslocou-se on-
tem às 20,00 horas, para o Estado da
Guanabara, conduzido pelo Major Sylvio
Câmara Barra, que o apresentou no 24º
BIB, ficando prêso e incomunicável."

senhores Ministros.

Eis aí, sem mágoas e sem paixões ave


racidade dos fatos, visto que, a materia de direito já foi
por demais analisada e discutida, estando agora nas mãos /
de vossas Excelências para a palavra final.

Resta-nos, portanto, apelar para o bom


senso de Vossas Excelências, parA. os homens de bem que são,
no sentido de que vejam no apelado, não o Silveri o dos Reis
como deseja Õ Ministério PÚblico, mas sim, por maiores de
feitos que êle possa ter, qua não matou numa orgia, não ~
tou por dinheiro, não tentou subverter a' ordem, mas tudo/
que possa ter feito, o fêz, por lhe parecer sinceramente /
ser em defesa do Exército e da Pátria sempre amada, em obe
diência à ordem superior hierárquica, infeli smente, emana
das de superiores comprovadamente despreparados.

J Q: ~ T I Q A. ..
~o da Guanaba~ 8/6/973.
~i8fr~'&aruho- dvo
ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA
AUGUSTO SÜSSEKIND DE MORAESHEGO
AV. ALMIRANTE BARROS O 90- 12 !ANDAR SALAS 1214/1 6
TE L S. 2 5 2-0 913 • 222-4812·242- 9954
RIO DE ..JANEIRO-B RAS IL

PELO APELADO

Capitão DALGIO DE MIRA NDA NIEBUS

EGR t GI O

S UP E R I OR

T R I B U :~ A L

~1 I L I T A R

O digno representante do .1 inistêrio


Publico apela da respeitável sentença declarando que o faz
para devolver ao Excelso Pretõrio o estudo total do proce s -
so e nada se refere, no s eu apêlo, co ntra o ora Apelado no
sentido prõpriamente do recurso que interpõs.

Assim, data venia, o Ape la do nada pode ou tem


a aduzir, mantendo o seu pedido de reforma da respeitável
sentença condenatõria de primeira instância, nos têrmos do
recur so de apelação que apresentou.

Desta forma, não tendo objeto, pois, o apêlo


da ilu st rada Procuradoria, espera sej a o mesmo negado, tudo
por s er de direito e, sobretudo, de

J u s T I ç A
TITO LÍVIO DE FIGUEIREDO JR .
ADVOGADO
Avenida Rio Branco, 185 - sala 701
Telefone 2 32 -7253
R lO DE .JANELRO

lf.xm.o. Sr. Pr. J u iz J.,u(:.i tor Ü~! 2 ~•. Aud i tol' i:: do E -
xúrcito

I:r·clllidcs Ferrcir:J , nos · ::utos Gio nroccsso tl ouc ro~


no - ~tlo junt :. 1 ner:.tc corn o Ton. Co1. Gluüstono Po·: ?.lU ~.:; soti Toixoü··: c ou -
t nos, f'u cv ,: ouulu--.fío do 1·5.. P . üo fls. 1 .881 a 1. 9GB no) os +A: vo:n o -
pruscmtt~r s u.us
;.:;. uz õos úc A lClndo , d.izo:ndo o segui c te:
I- Reporto-se u os ter.mos ê.o suo t11)c;lr ,., 2o de f'ls .
1. 730/1.731 que rospon<.lom por uutocipad1o a o çuo disse o 1I. P.

II- Cumpre closto.car o, u.e em NENhu~1 MOivft{;:t-fiO o }linis-


tório Ptíblico so ro.fcro uo apelac:o, nuG.:.1 d iz qul~nto c o :rosuitodo ~:.o

ju1gt.~mouto oa :r-ol u,..,ilo uo mos.mo. Scaur..:r :pediu a conf.irrn.o.'!5o c~n sonten


~u, isto 6 fundomcntul.

III~· Su be s. Exu. quo uJ o hó mo ti v o nem no r ·:: con-


dcmu~Go úo opolu clo; C..c q_ualqu or fo:r:.1a cinúl f'oi i~ogoli c:.t.tlc o nog;::\r

c io.s.
rv- Assim sondo, nodu tontlo sido v leP1.> do co u tr:J

o c.pu~i..ut~o, n.Hb tem olo o respondcn, csnGl<.HH.1o o -r,>rovi ··.ea to do sun


up0la~no, rotro roforida .
Hio úc J a neiro , 7 de junho uc 197.3

• I 4

Advogado - lnsc. 7 .581 - O. A . 6.

JU<1Tin TAR

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1~~: - J!.IA:ti..t;a r ~6 Li..ca 1 ~CVL
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..d: T, er.. \.,e,._ _of'..e ()erJU!4 eA--
_;'-<..C!.C./.J,. J..t..{.. -1 é: LX.e.{/l.(l
.. e Q..t.
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vem o A?el~o ~eque~e~ o de.<Jef'..~~~nhcnerv:O ~il


dc.<Ja.~~ado 'TI.emo/l...in..L de .~
1998, en6o11.a 1880 a o .<Jeu c.u.:f.oll. i...n./.J.Wta em
wi:.u.l.a.tz. a9suel.e rnernoll.i.c.l.., de Q.pe ../.a.ç;_o d.o ;wpo
Sa.be-/.Je -true memol<..v.d., noo 1 :l0ae .<Je~ jwda.do /

e::o.-1 au.1:.o.<J : l(,Uaa.do /.o;l. •~t..Lado, de.ai:.i..r..a- /.Je ex.cl•!4Lva..:zen.f..e a' diA;&t.i..bui..çao
- I
1
...
e ?.-'Úl.e o/.J i...ú.v.Ji:.r..e.<J j»J.n~ll.e/.J d2 .ae~u.nd.C! .i..n/.J.tarz.ci..c..
,
é, memt.Jil.i..a..l_ e ne.<Jrno açu.ela peça, 9ruandD /.Je

apel.c.~_;;_o a/.J-.1 Ü'": i....:tconlor.lT!a.d..o C:.Jm a ll.o /.Jerd:.e,:..ça., <í(U€1'... da me.1r.za ape Lcuz. 1

.Alo .......,_,v
,.,. "·' ;.v1.e~erL-ce1 ' o ' '":JJ'.A.4.<.e/VJJ
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.,,', '-. ,.co ruJ.;.J
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e~:t::::.. .i..;<.co nt? mnac..o ~a .a enJ:.e nç.a. . o co n..-..IUJ.ll.-!..01 co •v.J o a.rti:. e

''O /117> e o/.J -;. ;uA c.I .Jel..c..~an d::... 14 .ac-.,éen.':l1 -' 1
pSf-ócmrlo o , ~~~ü.,e iA:J a ru.l/.J.-I:I'..GA. c. /'w ce -
..fe,..,_ci....r ric 11.. .ae.1.-f:.tzn:;c. ~20Jh.ll....i.;Jr:_1 JL Ji;;'?.-
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v~ni..a/z., ,-J./..4 WAtJ ..a.- -: ·.J./..J:/:.: e-n ,..,,wce/.J/.Ja ,rJe.na.l.: ou /.le oJn.;f_vl'".mc. com. a.
.... ".J e...:!...zrt-;..c. e c' ela ,.;;_;; ~..:.,-e '.r:., ou, COIT'.O rw ,011..€/.J en..te. CG.4o1 e.r:-> 'r-'·.. c. o/.J

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nao e 1 '0-:.~ :_ve!.. e CJ"l/J:C..:t.!'..L ve,._/a.c'e.U..a h::. .. .:z/.J.U... >U....!~ca., c a.1•e !_ai'.., -1em.

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~ai., :J p€c!.:f,., au ~v lendo /,u6uwJ.. c!. . , /''~el:...-
{7'> - ,
ruw wnh.ece11. do I!.CCY<./.Jo .i.n:te.lz.1'JO/.Jl.o r;e/..o .'1 i:.c.o 40 pou 11.e

pl.e.:...te.i.a c 11.epll.:nv.. d~ /.Jcrú.e ?.:.czt 11


C:Jn.,..'.Á..-t:_.; 4.:..n.z c&ua non" 1~
lt.a 4 e o.peL::./'...,

No
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e i.fl..:!.ei_/:..c.n;e~e i...n.-:Ju.64i.4i:..erd:.e a. "apel.açao" c!.o

Or... ~ IWCUI'..c.dor..1 a.l.;,., de mcU.rLo/.J::z1 con..tA.aclu:.t;nia, J...n.coc:.enl:.e e !:.endenci.o-


~a. or.. exe.r·rz?l.o : a/..i...r..:na, ~ !.i.A 1885, ~...:.~.e ''o ~P{'i..:tv.-o . l-n.i.n, o 9JUG.i. com-
0

,""c.-..eceu c.' -1a.lc:. du cut..q/.<..i...vo1 ex.a.r!i..nand.o 04 ,l.ell.i..tLM e CJM-éc.J:.cndo da moll.-


i:.e ~e rloi.4 /.JOJ.dcci.JO..ó". O~ta, o/J cui.o~ derr>.o'1./.i.bt.a.rn1 ;_ 4f7ciec!a.rle7 cp-e o Cc-
..
i..i:....o ~.i.J?. encon:t.Mu. a.?erw.A cb.U ...;ol.dad..tJ4 ~ell...i.do4 c doLJ oui.M-d i.n..ell. -
1

me4. Jam.al..A m;..;llmOu a~u.el.e Capi..i;;; - ou 7JU.:r..l.(i,Uell. ot.d,;...c. pe4AOC.. IW4 a:.:.
..to/.J - C! exi.4i.;"l.CÚ. de dv w 40 J.dcc!.o-1 f1UJ,..f.o4.
'
'aiA ad.i..a.ni:.eJ M ,t..LJ 199Lt, a.f-uuna o nll. fi)~'...ciC::

~ta.d:;tt tp.e ":..r...a:t.ou o 7er. Ce.l ~J.ad4i.on.e de 4~7'l'..i...:::A u.rn .? 0·'~ l...nc.l.u.4i_ve ,!..a-
11
;;e.d.t:J c.. :-el..o-ó pel..o/.J a..:._to - ,"a.lan,te4 de f!CJ'JU! ,tJa..'?Aa1 1
'X:./l.a. '"ei.or..rw do4 Sol-
c.do.-J '1__ ,.,.tfett..le.;. e ftbn.~" a de-ó 1eilo de. h.rye.~ d.e:tetuni..r..aci.JO c de-1fAu.Ld!.o
CJ .:~ I J

do4 ex'~v e ·'i..e4 da't:.:..el.e-1 .~ol.do..do.,.J1 co n/n,;.r'e ....'ecla..r..a';_;e-d elo Cap 1'1i_ebU/.J e
_, - -
Q1J I en 1 r!
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11
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C!.(.i.A:''~?.a:t.i...va e -v i..c!u4a1 cl..c, ..1 c.I e ru:.;
-
coll.ll..e.4100Mell.. a
'
,
I

ven..dad.e, q,.u'!f'.d.o 4e -1rÓe ~!e1 tendo ll.eCA4umu!..o o :orzan..rlc da Un:_d(1_de., w

-~e CJL:.€1 i..:vJ.tc.WI.Ou o ~f'FA11 e .6 uem c!.ei.ei1J7li..n.ou a cLi v'J.rra~ de i.zxi:.o-11 pel.a.-ó
;

€1'llL:J40IW../.J d e ttiJ'"'.'.i..o, de clwma 1.en::O dtM 4oill.ado4 n!le 4U/ru.rJu:z i!.ol'...c:ri.t:!o4l.


; , 1'f I • O

Jn....,·e!Udi...ca :tar.,6em c.. 4L!-1i:.eni.a.-:M J


de o !-!?el.a.do "havell..
I
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1
ei.ellJ7li..n.ad.o a d.e4-
:úw.J...~o rltM c::_d;_vell.e..ó dactt...el.e4 4o.Ldc.dcM 1~ ~nr..o em J...occl a.i.;;w:. c!.o/J au
~ A ,
i.o-1 h.à /.J€ÇU€1l.. f
c. ~te e '!.e 1.c.:.a. . .i:.e "'~e4mo o (_a/' Ni_eÓU/.J e o 7 e"l. fn.uw.nd.a j::_
r,'Ul..i..4 apJtZ21'"..a.m i:al: a.1 erta/.J di.A4er....a..z - e ai..."t.!.a a1fd- wo e ve11..dad.e o.ue
del'...cm ci...er..ci..a ao pel.ad.o da ll.e4olu-:-~ j;_ i.omc:.da. peLa 4u.a. e.:,p.i_/,e1 de
'}'

;
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C ~ 0 /l.Oc.wtad.olz. ch.c.'.a ai:..c ao exce440 de, ex.-
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i.n.ex.,~ucdveL co~&c. o l'pEl.ak, men.o41"Jtte;;wz. 11o4 ~-
rneM4 avtAo4 ,-elio.d pe.l.o 11..e(.e ~ acu...óc.do, ru:L vi..c!a. ci..vi..l", aCAe4 cent~
do, e.n(-a:I:.J... CI):r..e~-:.e : "lfena <6-ue o T et1. C,el ';Lar'4:lone ~ h.ouve4/.1e apll..eruli..-
do a comc.nd.QA." (;U..4 1995). ,u.e atd.o1z.i kde i:..ern um 'J~tUHnoi.ott, de4p11.e,'~C!.Il.C!-
I .. ..._~(VJ
d.o 1::K!JUI.. C!.-~ ..Le.l.a4 f-'-'·" ~ I
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ai:.~ a,LaP'!ad.U!t da. h.on/UJ. de !1f'l mi.J.Lfu/L
"7

pa/'..a ri.J.jj~.'Z. cue o 1,-.ela.d.o nao teJw. apt..eru!i..do a co~? o~ el..o;;i...o4, C,..j
ri !.Ati.n._-:;;e4, 04 :tf..:tul.o4 e ~ C:Jrl... .eCO/l.IJ.Ç0€41 po!t e,li..ci..; nc.U:z. de co nan..do e
~

e.4:ta..o compMvo..c1o4 no4 au

' /)4 1?95 e tte/e;u.r..d.o - 4 e co4 d.e(eMo


Ai.nda <v1
tt~4 do fl,,.,elcd:!o1 4~ten;t,.,_ o .wCLI.I'...ad.oli..: ":;i..i)e"'! é6Le o f..a;b-' ~ :fl,,.,i..co ri:J
~7 ::1:1 dr..1 ':_,;d../~ 0er..a.-L Co ' !!Tl"• " rle,lt:Ma dn . pe/ru:lo 7...: ;0 di.A4 e i.A~o,
m.a. 1, .rJi.m1 lh" e, .!r:: d.,J..e:....:.O co ·zp..'L.w..d.o1 o ;&.to C};...JZ.e4pon.d.z 7i...ú a.' ,~vuz. do
de . !...'....':;; al..:.d.i 1o no 2/,_·ti..p 211 da lc:.;; i.A/..a.';_._:;_v ?en..a.l c..;,.,um, C...Üwc.u. i/.J..-t;,_~,
;
"VOiw€"'11 i..rJLe. Lev U:.e, po4i:..o 'Íl.:...e -
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1.€. 'Z 'Jen:J.. ..j(!f(! w: v.<..u. C:Jrrzi..rw.~ . Le.9c..!., di....ó.~ ),;;.i_;..:;.o con.:I....J!:..a nc. C:JM.t.A..:6...t.i.. -
;au e r...epeii...da no 1
r.o" , ...Lo corl.i_;..o
1
" cc/:J.-&-:..eMe, ,xv.. ece CO''LÜ..rULC!.It ..denr'va de4
CDn..h.ec.:!o c!.o i..l'lAeçui_cd.o Y. . . ccuz.a..r/o,...
ém 4e;u.i..c!.o., :tar. b~m na (J;l.iu:. 7?95, o fi,_ ~r..oc::
r..ado. ~. . M4~;yu,t...a. t<u..e "e.ue "~.deu o ~olen.c!o (on..:Je.Uw 'líu.e o Ten. Ce-~ t;l..a.I:ú:to-
, ,
nc e co - a.u.i..:...'ll. rliJ,j f.JJmi~Üi..o .., ?r...a;ti...carl..v4 co~ O..d ~ol.d..r!...r:/{)4 yeo.'l'.an.. e !'~
1

c ente; ao4 /uai.A ' ;

ri e..i.x.ou a ,..;11.0,-J:z..i.a. ,jo,..:t.e, a e4,.A. de 4ah e- l..o...-J rton...L6wu!o..a1


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nc.o e, ver-da-
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ow o . 1 "'~€ l..m:io ~o C.Oê.A.eci.c.. c...,u.ela c:....7..ev..r.4i:..;1.ci...a - da c.~..-!..;n.ci..a.
de clou ,f.e_-•J...d.o4 rw 1s:..J.C.II..i:.el. - o CJc.le vei...o a 4aÓett 4vrnervf:.e ru:::... f'l!.a..l?ft.;. /.Jer'.t.i..n
..J.eI d··,,
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,
H(Lx., ruJ "".i..oo A pl'..ova e ex.:..:..Óel'...aJ'!Z:.e rte44e 4er...:ti.do ..
1 :a.i./.J arli...xn;te1 ch.e;a.. o !Jr... ~>wCl.J../l..aCLor,_ a. um ou-
hw exce4/.JO odi..o4o1 a mo4f:.JUJ..It ..-1eu de..dpr...e;o..r.JJ 1--wz.a. {.un~;;e4 n.o /~i~ wi..o
>~li_co 1!1i.....Li...tve ~ evuar.do M4.i..m 4f..IA.te-d.a: 11
~i../.J.. je., rw..11u..ele C,J7zo..r"...dn1 CtJm.

1
o ~c/.J,IltJ r e1wc~o com <;:..Le 4e e,ji:.Jz.ebuch.a. en 4ua d.e/-e4a., c, po,... cetti.o, qi.I..CdA.o
4ul.d..fo4 .;;o ie!Úalr.. 4i..do c.-ó4M~ i.ft..ad.J..d Óa;..ba./uJ.rLen..te" (,'IA 1995). !IaLe a-
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fis. . . .Cn;/:..o ,x,de de4C(!It um L-uLi...vf.d...:.Q, I'Y.I.JUJ.. ad.c;;ui..lti..tt rw:fu ued.ad.e, 4,UC ul.o Lh.e
f.c...:.-:.0...-z 0..-1 a/:.ll..i...~u..ic4 /Xl..ll...C!., de Ott.f.ll.n mt,rlo, nrlnt.lA:..-.l".
/o enceiLUUt.. .1u.a. "a.pe.!.ar~", cheç.a a .óer.. pa-
.t;ii.co o DIL 0McL!.l!l:JMII. : c..l..rvw q;t..:.e a i:.o11..twz.a 1Le1 ;~n.a J~ e~rJ./'»..r.M /
, ,
bem ,lor11:->.ado~ e o J1pel..ado iambern. na.o a c 1lWVa e j..ar.zai.A a?Mvou. .fll.Lrli.-
cd..o, po,~.,;m, /.Je :t.orJW. o OIL ~Mcwr.:::.rl::Jil, na::_,;uel..a p<ML;.;_o .~'a.l.óa de d.orw
da v~ ~c.c'.e e de crl.ffo5- l.e9-cl., de~~lo i:.oda /.Jua mal.d.ad.e i..n.cL~:!:.J..n;ta.-
,
me vte1 aie ~ob11..e o pelado ~u.e rw.da ieve c: V(?lt c.om M t.o.-z.:f:.u./'L.C~ e M

m~. M..ie~ a çu.e aJ.ud.e e )J-U€ ~;;..; de.1cn.i.2M 'W/.J C'..i.d.t ..óo
,tc.~w, e..ór er..a. o . .1 -:.l.ad.J <w:ue n.c.o .1ej.a ~eq.u.e1:.
.2C''I~U:!a a "
a1Jel.c..J-:co
- 11
do f)n l - - _/
Mc...vw.a.OIZ, -
nc..o ~e CJnlt'2.Ce~lo ria ne~f?'la e1

c.oniu:.ci..d.o o ltecu/'i./.JO i..rv"f..eP..1JV/.Jio pe.W o-..c. . .pel..ar1o1 .1e )_},_e cl; pMviJne;?..i:J
pan.a., ll..ef.o/t7~'' er.z pa;"..:te, a ~erde"l.ça p-wl_a.:!:.cAa1 ..óe/.c o . ,nel..at:!v a.b-
4vl.v..i.d.o, como de cli.Aedo e r/.e

PP•

..
Pelo direi to dos apelados:

- 3g Sargento SIDENI GUEDES


3g Sargento IVAN ETEL DE OLIVEIRA
,
Cabo JOSE AUGUSTO CRUZ

,
EG~SGIO SUP~RIO~ TRIBUNAL MILITAR;

1. Nas razÕes do seu apêlo a essa Colenda Instância, o


,
douto representante do Mlnisterio Publico Militar cingiu-se,
tão sõmente - pelo menos no que se refere a pretensa culpa-
bilidade dos ora apelados- a transcrever,ipse litteris, os
têrmos de peça de instauração da ação penal; a reportar-se,
reproduz~ndo, trechos de suas alegaçÕes escritas e da prova
testemunhal, concluindo com a afirmativa (eic) de que recor
reu "para devolver a essa Alta Corte, integralmente, o
presente processo , certo de que sua decisão espelhará o
horror, e tristesa e a repugnância que ~tortura causa nos
€ piritas bem formados» (cfr. fls. 1.880 usgue 1·998).

2. sem novos argumentos, portanto, que devessem ser r~


~

futados pelos apelados, estes,por sua vez, reportam-se as


suas alegaçÕes escritas, às fls. 1460 e seguintes, sustent~
,
das oralmerite ao ensejo do julgamento em plenario e,por de~
radeiro,àsc1 razÕes de apelante' às fls. 1.873 a 1.878, supli-
cando-se que a argumentação expendida nas aludidas peças de
defesa sejam por esse Colendo Colegiado consideradas como
integrantes destas razÕes.

3· Concluindo, suplicam os apelantes-apelados:


a) absolvição por deficiência da prova de a~
teria em todos os fatos imputados;
b) se confirmada a senten2a condenatória,que
o seja por desclassificaçao para delitos cul-
posos;
c) em qualquer das hipÓteses, que a pena aca-
so imgosta seja reduzida aos seus justos liml
tes minimos cominados ex- vi le&ls;
d) ainda em qualauer caso, que seja corrigido
o êrro de apenação da hon~ada sentença apela-
qa que somou penas de especies diferentes com
obvio prejuizo para os apelantes eis que_pre-
~aleceu como definitiva a pena de reclusao q/
e mais grave, tudo ao arrepio do art. 599 do
C.P.P.!-í.
..
Confiam os apelantes-apelados na alta sab:doria do
Colendo SUP~~IO~ T~IBUNAL MILITA~ por certo fara a ost~
meira e lÍdima JUSTIÇA. nho
· 236 - J· H31 - D_, I.PSIL J:: e. C1. 11 03 - 9 1 2 3Q Q1Q93QP A~K

P'1(!.0 s -. D_, . ATJDITO.!.~ 2A P:tii)I'l' t?X 1 A C]i . -


u

11 ......... /DSJ

'G .J.A ri .A.. -...u::.fus ILP E'I I.ADO I 1.A•. I D 8$ 1'""' El ... .L~J~ I .:.<. fYA. ?r.l S::)S - - --
1

0., • .I.. CC.c'I'A Grn L4.~.,:1.F~S DL:' - S ·cr-:r1' !\_·, I '\ ST1••

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..
Dias 9 e 10/6/73 - sábado e domingo.

CE R T I DÃO

.. CERTIFICO, para os devidos fins, que, em 11/6/73,


.decorreu o prazo legal, não tendo os advogados do acu-
sado NELSON RIBEIRO DE MOURA oferecido as razÕes de a-
pelado,·não obstante, para esse fim, haverem sido devi-
damente notificados.
Do que, para constar, lavrei esta Certidão e dou

Rio de Janeiro, 13 de junho de 1973.

A ~~~
Es~
\

CONCLUSAO
A•ilttiae ao mes de ~ do atte mo '9?3
faço oe preeentea aut~~ &e Dr. Aa..cMtot

/-1~
oo
s~~-- - ---------·--- ------· --
que para constar lavre'
~ --

-·~-~-- ---!-\----..,.._-~

~ -S>-__.. ~~ ~
;;;$;/~~ 'C,LJ k~ ~
~~~ '

~
(

)~
--

2.o AUDITORIA DO ~X~ RêrTO DA 1.• C.J.M,


REfvlESSA
Acs) 3__ 6<!.~; d.:> ~ês d-~ f~~4'>_ _
__
1
ano d<3
autos ao
E:r;.3.. ______
....

S!·. D:nric~ G:: ·,-1 d:1 S cc• :.;.:u.: i ;. co


do
f.:.p rc,rn ;; ~-""d;~~--p·;·;;~ :,·':s

· · · ·- ~~~·
Superior Tribund fvi:litar
lavre i · ta -..têrmo.
Escriv2.o.
- ···----- --·---
'

. .»
o2L) ll-
(
l_l'*_f':_s_r: R V :\ ~
JUSTIÇA MILITAR
1.• CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÂRIA MILITAR
2.' AUDITORIA DO EXÉRCITO

RIO DE JANEIRO, GU 13 de jUnhO de 197) •


N. • ...7.?..~/.J..~ Do Auditor

Ao Sr. Diretor Geral da Secretaria


do Superior Tribunal Militar
Assunto Remessa de autos (faz)

Anexo: Processo nQ 17/72, em cinco


(5) volumes)
Observação: Em segredo de Justiça

Pelo portador do presente, Sr. Milton Go-


mes Guimarães, Escrivão titular deste Juízo, remeto-vos o
processo n2 17/72, em cinco volumes, que correu neste Juí-
zo em segredo de justiça , e sobe a esse Egrégio Tribunal,
em grau de apelação das partes.
No ensejo, reitero-vos meus protestos de
consideração e estima.

::.C')
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Q) Dr.
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Mod. 257 ja ..
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auPI!RIOflt TltlaUNAL MILt'tAR ~---.Jt----­


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----- I

- I

I
---

------------- - - - - - - -----

- ------- ---------------

------- ------ -
SER VI ÇO PÚBL I CO FEDERAL

N~ 445/73 9 7 3
(
AP E L AÇ ~ O
N~ 39.872
ESTADO DA GUANABARA

RELATOR Sr. Mi nistro Dr. Nelson Sampaio


REVISOR Sr. Ministro Alm. Figueiredo Costa
APELANTES: A PROCURADORIA MILITAR DA 2ª AUDITORIA DO EXERCI-
TO DA Iª ·CJM; Capitão DALGIO MIRANDA NIEBUS, conde
nado a oitenta e quatro anos de reclusão;2~ TenR/2
PAULO REYNAUD MIRANDA DA SILVA, condenado a seten-
ta e sete anos de reclusão; Sargentos RUBENS MAR-
TINS DE SOUZA e IVAN ETEL DE OLIVEIRA, Cabo JOSE
AUGUSTO CRUZ, condenados a sessenta e dois anos de

I
reclusão, incursos nos arts 205, § 2~, I I I; 209, §
I •

1~, 264, n. I, e 352, c/c os arts 53 e 79; Sargen-


to SIDENI GUEDES e o Cabo CELSO DE FREITAS FILHO,
condenados a cinauenta e oito ano s de reclu s ão, tn
l
cursos nos arts 205, § 2~, 111; 209, § 1~, c/c os
arts. 53 e 79; Ten Cel GLADSTONE P-ERNASETTI TEIXEl
RA, condenado a s ete anos de reclusão, incurso nos
arts. 264 , n. e 352 , c/c o art . 53; e os CIVIS

NELSON RIBEIRO DE MOURA e IRANIDES FERREIRA, conde-


nados, respectivament e , a dois anos e um ano de r~

ctl.usão, incursos no art 352 c/c o art 53, t udo do


CPM.
APELADA A Sentença do Conselho Especial de Justiça da 2ª
Auditoria do Exército da Iª CJM, de 22 de Janetro
de 1973.

. ................ ..
M. .;. - FRocuRAooRJA- G E RAL oA .;usTiçA MILI T AR Ape I ação n2 39.872 2.

Apelam: I) Procuradoria Mi fitar da 2ª Auditoria


do Exé r c ito da 'ª CJM, nos termos de suas razões de fls.l880/
/1998; 2) Capitão Dalgio Miranda Ni ebus, i dem de fls. 1. 848/
/43; 3) 2~ Ten R/2 Paulo Reynaud Miranda da Silva, idem de
fls. 1.738/1.775: 4) Sargento Rub ens Martins de Souza, idern de
fls. 1.777/784: 5) Sargento Ivan Etel de OI iveira, idem de
fls. 1.873/1.878; 6) Sargento Sideni Guedes, idem de flsJ872/
/1.878: 7) Cabo Cel so Gomes de Freitas Filho, idem de fls.
1.733/1.736; 8) Ten Cel Glastone Pernasetti Teixeira, idem de
fls. 1.787/1.818; 9) c ivi I Nelson Ribeiro de Moura, idem de
fls. 1.843/47 e 10) ci vi I l ranides Ferreira, idem defl s.l730/
/31, pondo sob a censura desse -ESTM, a respeitável sentençade
fls. 1.645/1.676.
Sem embargo , o exame dos autos l eva-me às conclu-
sões que se seguem.
Como se verifica da peça inaugural de fls. 2 us-
que 7, resume-se a matéria fática posta à colação nas ações
transitivas que produziram a morte de quatro so l dados -Vande~

lei, Monção , Geomar e Vi cente e l esões corporais em outros o~

ze, todos servindo no I~ B. t.B. corno efeito de torturas -s ofri


das no int erior daquele Batalhão, pela chamada "equipe" da 2ª
Seção.
Tais fatos teriam ocorrido no curso de sindicân-
Ci a realizada pela 2ª Secção do I~ 8.1.8., para fins da apu-
ração de t r áf i co e consumo de maconha, no interior do quartel.
Como denunciados foram arrolados o Capitão Niebu$
oficial chefe daquela 2ª Seção; o 2~ Ten R/2 Miranda, Sargen-
tos Etel, Rubens e Guedes e Cabos Cruz e Freitas, todos, sob
o comando do primeiro, formando a "equipe" de trabalho à apu-
ração do referido tráfico e consumo de maconha na dita un1-

dade.
Além desses, foram denunciados o então SubCrnt Ten
Cel Gladstone, que teria, ao saber do fato, autorizado que a
..
M. .J. - FF>ocuRAooRIA-GERAL oA JusTIÇA MILI TARApe I ação nº 39.872

equ 1pe ocultasse os cadáveres dos soldados Monção e Vanderlei,


b em como, os civ i s perito-criminal Nelson e o fiscal lranides,
que ter i am aux ili ado o Ten Miranda a transportar e cremar o
corpo do so l dado Monção, no luga r denominado 0
Subida de Mene-
res", a fim de destruir a prova do delito.
I nstaurado inq~érito policial militar, neste far-
tamente ficou apurada a material idade não só dos eventos le-
tais ( morte dos soldados Vanderlei, Monção, Geomar e Vicen-
te), como das lesões corporais sofridas por onze outros solda-
dos, todos vítimas no interior do chamado "arquivo" (depend3n-
cia apropriada à tomada de . depoimentos pela 2ª Seção, e situa-
da em local ermo do 2º B.I.B.), atribuindo-se a autoria daque-
1es I amentáve i s atos_, aos componentes da chamada ,.equipe,. do
Capitão Niebus.
Oferecida a peça libelo de fls. 2/7 e recebida a-
~ravés de despacho de fls. 580, operou-se o contraditório ju-
d i cial, sendo ouv i das as testemunhas arroladas pela acusação
o...:.
e defesa, além das referidas ao curso ~sumário.

De tudo, resultou o decisório recorrido de fls.


1.645/1.676 que após, _profunda análise do campo probatório I

conclu i u pe l a condenação -de I) Capitão Niebus, à sanctio de


84 anos de rec l usão; 2) 2º Ten Miranda, idem, 77 anos de re-
c l usão; 3) Sargento Rubens, idem 62 anos de reclusão; 4)Sarge~
to I van, i dem 62 anos de reclusão; 5) Cabo Cruz, idem 62 anos
de reclusão, estes cinco, incursos todos nos artigos 205, §
2º, I 11 , 209 § Iº I 264 nº I e 352, c/c os arts. 53 e 79 do
CPM; 6 ) Sargento Sideni, idem a 58 anos de reclusão; 7) Cabo
Fre i tas, idem a 58 anos de reclusão, ambos tncursos nos arti--
gos 205 § 2º, I I I , 209 § Iº, c/c os artigos 53 e 79 .
I 8) Ten
Ce l Gl adstone, idem a 7 anos de reclusão, tncurso nos artigos
264 nº I e 352 , c/c o art. 53 do CPM; 9) civi I Nelson Ribei-
r o de Moura, i dem à pena de 2 anos de reclusão, e IO)civil Ira
ni des Ferrei r a, idem à pena de I ano de reclusão, os dois úl-
M. J. - FRocuRAooRIA-GERAL oA JusTiçA MILITAR Ape I ação n9 39.872 4.

t i mos, incursos no art. 352, c/c o art. 53, tudo do CPM.


Salvo melhor juízo, alguns reparos merece. a res-
peitável sentença apelada.
Assim é que, se por um lado, de absoluta precisão/
se apresenta a análise feita pela sentença recorrida da cadeia
causal ligando os resultados letais e as lesões corporais so-
fridas pelos ditos soldados, às ações transitivas dos componen-
tes da "equipe" do Cap. Niebus, (vide, principalmente, o conteú
do de fls. 1.663/1.664 da sentença), de outro, entendo não ter
sido, na dosagem penal, respeitado o disposto no art. 81 do CPN
Ainda que a leitura do encadeamento dos fatos~
tra-jus provoque repulsa e revolta àqueles que manuseaam os au-
tos, impossivel é se afastar do império da lei e transformar em
letra morta uma disposição normativa.
Ergo, se o processo narra, no que concerne aos Ap~

lbntes militares Capitão Niebus, Ten Miranda, Sargentos Rubens,


Ivan e Sideni e Cabos Cruz e Freitas, a existência de concurso/
material ou real, há que se aplicar, como guantum punitivo, a
acumulação material de penas, como de fato fez o decisório ape-
I ado.
De tal acumulação material de penas, o resultado é
uma unificação penal, materializada pela soma de cada um dos d~

I itos praticados.
Entrementes, se a nossa legislação adotou, dentre
os sistemas pun i t ivos a plicáveis ao concurso real, o da acumu-
l ação ma t er i al, determinou o legislador expressamente, a limi-
tação da pena unificada e consequente. Fixou, pois, para a dur~

ção desse cúmulo, • m termo estabelecido em trinta anos, no caso


de reclusão, in verbis:
"Art. 81-A pena unificada não pode ultra-
passar de trinta anos, se é de re
,
clusão, ou de qu1nze anos, se e
de detenção."
..

jv0
----~-------------------------------------------------------~--- ~----

M. J. - FF\ocuRAooRrA- GERAL oA JusTIÇA MILITAR Ape I ação nº 39.872 5.

logo, o reparo que opino deva ser feito, an casu ,


no que tange às condenações dos Apelantes, Capitão Niebus,Ten Mi
randa,Sàrgentos Rubens, Ivan e Sideni e Cabos Cruz e Freitas, é
a diminuição da dosagem punitiva para trinta anos de reclusão,
ex vi do disposto no artigo 81 do CPM antes reproduzido.
lamentável é que todos venham a ter penas IgUaiS 1

pots, igualadas em 30 anos. Porém, é o máximo possfvel dentro da


unificação das penas resultantes do acúmulo determinado pelo re-
conhecimento do concurso material.
Concernentemente ao Ap elante Ten Cel Gladstone Per-
nasetti Teixeira, tenho para mim, à identidade, deva ser repara-
da a sentença recorrida.
Se razão assiste à sentença recorrida, escudando-se
na prova dos autos, quando reconheceu ter o Apelante Ten Cel //
Gladstone, ao tomar conhecimento da morte dos soldados Monção
e Vanderlei, anuído na ocultação dos ca~áveres, contudo,isto não
autoriza a adequação do fato nas disposições típicas dos artigos
264, inciso I e 352 do CPM.
Realmente, para ocultar os cadáveres das vítimas,
diz o processo, o Capitão Niebus e o Ten Miranda, auxi fiados p~

los Sargentos Rubens, Ivan e Cabo Cruz, danificaram o telhado do


•arquivo", simulando a fuga dos soldados falecidos.
Ora, sabença geral é ser o delito de dano uma inju-
ridicidade que, em sua modalidade doloso~ requer a exist~ncia do
animus específico, o que não se pode constatar na hipótese, no
que concerne ao acusado Ten Cel Gladstone.
Impossível é a aceitação da culpabilidade presumj_
da, o que é desprezada pela legislação vigente.
Pari-passu, não comungo, também da subs unção dos f~
tos atribuídos ao dito acusado, no preceito primário incrimina-
dor do art. 352 do CPM.
A modalidade delituosa prevista naquela disposição/
legal ex•ge que a inutilização total ou parcial, a sonegação ou
..
M. J. - FfiocuRAooRIA-GERAL oA JusT içA MILIT A R Ape I ação n~ 39.872

o descaminho ocorra em "objeto de valor probante", que o age~

te tenha sob sua detenção, por força de guarda ou recebimento


para exame.
No caso, não me ocorre que o Ten Cel Gladstone ti-
vess e sob sua guarda os cadáveres dos so ldados Monção e Van-
derlei, ou os recebido para exame (?). Isto sem entrar no méri
to da classificação daquele elemento materia do delito, como
"objeto de valor probante".
Assim, ao que me parece, a capitulação que se ade-
qua aos ditos fatos, renovada ven1a, encontra guarida no favo-
recimento pessoal,previsto no art. 350 do CPM, isto face ·a im-
possibi lidade,a esta altura de inovar o conteúdo acusatório da
peça inaugural,pois, se de outra forma exposta na denúncia a
questão de fato, talvez fosse a capitulação legal outra.
No que tange aos acusados civis Nelson Ribeiro de
k~ura e lranides Ferreira,condenados como autores do de I i to
descrito no art. 352 do CPM,igualmente, o raciocínio ac1ma en-
contra pJena adaptação.
Nenhum dos dois tinha a guarda do cadáver crema-
do ou o recebera para exame,ainda aue se aceite aquele como
"objeto de valor probante".
Portanto, inexistindo a guarda ou detenção do obj~
to destruído,torna-se o comportamento dos civis incompleto pa-
ra configurar a i licitude típica, antijurídica e culpável do
artigo 352 do CPM invocado.
Houve sim, e está provado,um favorecimento pesso-
ai por parte daaueles civis e,como tal, devem ser apenados
com base no prece i to secundário sancionador do art. 350 do CP~

Em resumo, ante a tudo exposto opino pelo provime~

to, em earte , aos apelos dos acusados, para o fim de: I) fi-
• xar o guantum pun i t ivo em 30 anos de reclusão, ex VI do dis-
posto no art. 81 do CPM, quanto a condenação de: Capitão Oalgio
Mi randa Ni ebus , 22 Ten R/2 Paulo Reynaud Miranda da Silva,Sar-
M. J. - FRocuRAooRIA- GERAL oA JusTiçA MILITAR Ape 1ação nº 39.872 7.

gentos Rubens Martins de Souza, e t van Etel, e Cabo José Augu~

to Cruz, incursos nos artigos 205, § 22 inciso I 11, 209, § Iº,


e 264, inciso I c/c os artigos 53 e 79, tudo do CPM;Sargento Sl
deni Guedes e Cabo Celso Gomes de Freitas Fi lho, •ncursos no s
artigos 205, § 2º inciso 111 e 209, § 12, c/c os artigos 53 e
79 do CPM; 2) desélassificar para o previsto no art. 350 do CPN
com a diminuição da respectiva pena, a condenação imposta ao
Ten Cel Gladstone Pernasetti Teixeira e civis Nelson Ribeirode
Moura e lranides Ferreira e 3) considerar sem objeto o recurso
do órgão do MPM, já que, como diz, apenas recorreu objetivandoa
devolução integral da matéria a esse ESTM.
Assim me pronuncio.
Que melhor decida essa C0rte Excelsa, cujos arestos
são vivos e costumeiros exemplos da perfeita distribuição de
Justiça.

HO~

h.p.
..
outol
à

SUPERIOR TfliBUNAL Ui~TAR


SECAETAF:4A
-- - RECEBIMENT() ------~----

-Aos ·- ----~ ------ dias do mês d9 ~ cfe t8 J-j -


•esta S c.:. c rota r i '~• roc: ::;.i OS{;reeGntes autoa coln o
-~u~ro
- ~~- -- - --- -(...- ."'"1 º-~-.~:--~--~
-.; ...~
·, - ir;. ·; . '· ·
n-·-:·---fo---------.::;i~t7,>
---- - --=·----=--
~ ~~-
·----= d•..,que
Oiiciai-Jud~~i!lric, , ., _::. _~:.··----- ·----·---- ---· ··· ~--~-.··; ·;~.~~~. a~

--- ----

---- ------~ -----------------


I ........ . -
I
S UP E RIO R T R 1_8 U N A L M I L I TA R
SECilE.TARIA

l-
I

,-
I ----- _ _ _j
--- CONCLUSÃO

t-.os.....~- dias do mêJ) ge --------·-···~--- j;.) aoo de 19 ..1.d...-: ~"'


~

n es ta Secretaria. faço çs pr ec entes &atos conclusos ao ~


. Exm . Sr . Ministro ~ ...._/!J..i<:....... ~J;:~. ~-~ ..... f.
d e que- l av..r o_ ê s te_ t j;_rJJ0 . ~.-. : .~~-- .. ~--~..~.fo-:;l
C f i c i a 1 J u cH o i.{~ :r i o , p :. .:. ::.: . , ~- ::: 8 t 0 r - Ce r <:Ü • e s c r e v i .
·-
) ~ !"..

r- - -
1

-----
----------- - --
~~----- -----

SU~IIftiO'l 'JRiBUNAl MILITAR


SI:CRET Af ·::A
REr,e·BiiVJENTO
- Aos ~1~-- dias do mês de--=-~ de 19 l ~ - . -
nesta S e.c r a t o r i a, roccb1 d;-pr~;;nte. autos Glta • ·

l~,,r~-
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Tec. Sêrv. Jud.. pelu Dir&tc;·-do-.:-,e,·viço esc.-eví.
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EsCRITÓRIO DE ADVOCACIA
AUGUS TO SÜSSEKIND DE MORAESHE GO
A V . AL M IRAN TE BARROS O S0·1 2 • ANDAR S A L AS 1214/ 16
TE L S . 2 5 2 - 0 913 · 2. 22- 48 12 · 242-9954
RIO DE JANEIRO -BR AS IL

AJf.
f Exmo. Sr. Mi nistro Relator da Apelação n9 39.872 - Es tado da

.r;;,~ /Jc) (;3


Guanabara.

tJ ~(;.;..Jf O'
f(2v-/íf;M~A)
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AUGUSTO SUSSEKIND DE MORAES REGO, ad -


vogado cons tituído do Capitão de Infan t a r ia DALGIO MIRANDA NIE
BUS, nos autos da Apelação n9 39.872, pede venia a V. Exa . pa -
ra expor e requerer o seguinte :

1. O processo em causa tram i tou na 2a. Audito r ia


do Ex€rcito da la . Circunscrição Judiciiria Militar em segredo
de justiça e, neste Egrégio Tribuna l , continua sendo mant i da a
mesma situação, razão pela qua l as p artes não podem ter conhe -
cimento do que vai ocorrendo.

2. Por e s se motivo, € evi dent e que s o terão c onhe


cimento os interessados quando da ocasi ã o do julgamento,mui t a s
vezes em situação difÍcil para que o advogado possa compare c er
a essa fase tão important e do proc e ss o, notadament e porque o
Suplicante quer fazer us o da palavra no plenário de julgamento ,
face às teses que apresenta na defe sa do s eu cons tituin t e.

3. Nestas condiçõe s , reque r a V. Exa. s e di gne


mandar I NTI MAR o Suplicante, em tempo hábi l , para que pos sa
comparecer à sessão de julgamento e produz ir a defesa oral,deg
• t r o do princípio cons titucional da amp l a defesa .

Têrmos em que e s pe ra de V. Exa.


deferimen t o .
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REGO
' .

: 3 ~bÜ 17. t. 3 ~::: 05122

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LGü""RIVA:... :rccrJ2IR LI:·íA, Advogado-de-Cficio de
2ª .::ntrância da Justiça Ivíili tar, com exercício na 2~ Audi-
,
tor i z do ~xerc i t= da 1~ Ç.J,H. -nomeado defensor dos 3ar-
ger.Lt-..s SID3.~I ~tdD!!:S e I'.,.lr ET.::L D:::: -LIV ...JIRA e de Cb. JJS -
i:..UfJ.USTO CRUZ, condenados _:1cr sentença ·o ..;g. Consel-10 <>sp.§.
c i.al de Z"ustiça da .: cima r·er:.c::.ona.da Auãi tor l a e sendo ape-
la..n.te s e apelados - que::-·endo sustentar :)raLuente suas ra.-
z;es d9 apelar:'ão perante esse Cclendo Tr ibunal, re(j_ue r a
Vossa ~xcelêncie, com funaPmento no art. 153, § l 5 ,da Con~
ti tuição Federal e na. co:-formidade de di.spc s tc no art. 47,
al.[~ea 'ª'
da .Lei de Orzar_.:.. zação Judiciá r ia Eilitar (D.C. n,.
l.CC2/69), :rue se à.ig!le ~rossa · ~xcelencia de rn~ndar not i i'i -
car o üefensor q_ue es-ca s:.1bscreve, por te l egrama ou comun~
caç ~o telefÔnica e com a ó.ev:..da an-ceceõ:inci.::: ~art. 228 e
3et. s §~,do c.P • .P.J'.'.l.) da Jes:..g::.~.-.3o d.:; ..:lia eu1 que ser: jul
~ada por esse Cclendo Tribu~al c referido recurso de apel~
çao.
Termos en que pede e esper3. deferimento.

Do Rio de Janeiro para 3rasi l i a, em 20 de ago~

to de 1.973.
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ESCRITÓRIO DE ÂDVOCACIA
.I AUGUSTO S Ü SSEKIND DE MORAESHEGO
AV. ALMI RANTE BARROS O 90· J2!ANOAR SALAS 1214/1 6
TE LS. 2 5 2 - 0 9 13·22 2- 4 812 · 242-9954
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Exmo. Sr.

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AUGU STO S~SSE K I ND DE MORAE S REG O, na


qualid ade de advog ado do Capitão - de - Infantaria DA LGIO DE MI -
PANDA · NIE BUS, nos autos da apelação nQ 39.872, pede venia a
Exa. para expor e requerer o seguin te :

1. O pro cesso em causa, pelas s uas condições


própri as, corre em se gredo de Ju st iça, se gredo este, no e n ta~
to, que, data venia, nao e co m referência ãs defesa s, qu e tê m
amplitude para poder examinar o pro cess o, pa ra poder c umprir
a sua missão, dentro do prin ci pio do artigo 153, § 15, da Cons
tituição Federal.

2. Como nao foi po ssivel ao Requerente ter c onh~


cimen to dos têrmo s do par ecer emitido pela douta Pro c uradoria
Geral da Ju st iça 1-l ilitar quanto ã apelação e m foco, apenas
sendo informado de que dito pare cer jã foi apresentado, o Re -
querent e te m necessidade de examinã - lo, para poder produzir a
defes a oral no julgamento a ser rea liza do por êste Excelso Pre
tõrio .

3. Ne stas condiçõ es , requer vi sta do s autos para


poder tomar con he ci mento do aludido parece r, para os de vido s
fins e efeitos de direito.

Têrmos e m qu e espera de V. Exa.


4
defe rimento.
c:;oi.!?
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Rt:F; Apelação nº -------------- )v'í) ' 'J


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1º Circu~scrição Judiciaria do Estado da G~nJ ara
Auusados:: GLA:JSTONE PEllACET TEIXEIRA E 00 TROS I V
L

IRANIDES FERREIRA, brasileiro, casado,comer-


ciante e domiciliado em Bar:ra nansa-Est8do do Rio de Janeiro, a'
Rua Niteroi nº 20- Bairro BÔa Sorte, ven, mui respeitosamente,
por seu advogado constituído, expor para afinal requerer a V.Exa .
o seguinte:-

j Que, o Supte, foi condenado, por sentença de


22 de jan. p.p. a" pena de 12(doze) m;ses de detenção , po r infração
v ,
,do art. 352 c/c o art. 53, ambos do Codigo Penal ~ilitar, sem que
que lhe fosse concedido o "SURSIS", ou seja a suspensão condicional
, ,
da pena, enbora se tratando de reu primaria, com bons antefedentes
,
que 1· ' e assegurada de conformidade com nossa sistematica proces-
sual penal;
Que o Supte;, como os demPiS sentenciados , -
inclusive o DD. RepresentPnte do Ministério PÚblico, apelaram da/
..
Douta Sentença do E, Conselho de Justiça Militar , contrariando a-
quela decisão, uma vez que o apenado, no caso apelante jamais pod~
ria estar incursso n2s penas do art . 352 do CPI-! e, sim, nas do art.
,
211 do Codigo Penal Br asi leiro ;
,
Ocorre, po rem, que apesar de ter o N.P. apel-ª
do da Douta Sentença de fls . , encontra-se o a~elante prêso há qua-
se ll(onze) mêses, quando em 22 de jan. u . vindouro fluirá o prazo
, .
condena~orio, cumprindo dest'arte a pena constante do "veredictum"
de fls., ficando sujeirto a permanecer prêso na Carceragem ~speci­
al da Delegacia de Vigilância da Secretaria de Segurança PÚblica
,
da GB., apresentando uma conduta carceraria irrepreensivel, uma
vez que , dP parte dos outros apelados , talvêz não exista i nteres
se ~2 solução inediata do recurso de apelaç?o , o que viria a pre-
judlcar o apelante , quando o mesmo , no curso da ação penal mili-
,
tar , sempre atendeu a chamadas po r teleé;rama, para os demais atos
processuais , aos que comparecia de imediato 8~uela Auditoria ; •
Acresce, a i nda, que os autos da PpelaçBo se encon
,
t ram nesse Excelso Pretor i o ~H li tar, aguardando julgpmen to do recurso ,
devendo entrar em recesso em jan . p . v . e, sÓ em rnPrço serã o inic i 8dos/
,
)S trabalhos judiciarios, estando o sentenciado sujei t o a permPnecer -
- , , .
preso, quando jP en janeiro p . v . sua ]ena estara curnpr1da, favorecendo
ao réu o previsto no art . 591 do CÓdigo de Processo Penal Yilitar c/c.
o pre•ris to no art . 603 e 618 6.o mesmo diploma legal, es t2ndo , ainda , -
ampar8do pelo dispôsto no art . 603 do C. Processo Penal •
"In finibus" e, pelo acima expôsto , a f i m de r es-
guardar seu direito e tendo cumprido a pena que l he foi imposta, tra- /
l fr • , •

tando-se de preso pr1rnar1o , de bons e sem outros antecedentes c r imi- -


, .
n8is , registrando exemplar procedimento carcerar1o, requer a V. Exa. na
~ualidade de Relator do presente recurso que determine seu livr?.mento,
,. ,., ,. , ,. ,
uma vez que , existindo a P~elaçao , a competenc i a e desse Pretori o
Castrense, V. Excia. determina r ao SR. JUIZ AUDITOR da 2a. Audi
~odendo
, ,
toria de Exercito que ex~eça o co~petente alvara de soltura em favor -
do Recorrente, quando em janeiro de 1 974 estará cumprida a pena, i m-/
posta ao sentenciado, permanecendo ~ disposiçeo de V. Excia. e dê sse E.
Superior Tribunal Militar para qualquer ?to processual ou poss i vel e-
ventua_idade •

Têrmos el:l que ,


Pede defer i mento •
Rio de Janeiro , GB., 21 de dezembro de 1 973 .

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NILSON G. DE QUE I ROZ-ADifOGADO
-·~ C) _,.. Insc . n~ 14. 337- 0AB
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INSTITU1'0 P ERE IR A F.d U STINO

ATESTADO DE ANTECEDENTES No 00 129 ~i


_I Registro Geral Ko

_1 tS~,; quç. "\US arquivos deste lnsfitute, IP.P~~fiDES FERREIRA. ..... - • -··,
:-:-:-: -:- :- :-:-: -·: - :- :-:-:-:-:-:-:-:- : - : -: - :-:-:

REGISTRA OS nHTECED~LrS féK~IS COKTA~íES MO VERSO.

.
Observação:· A validade deste da~t.:mento é. trzr.~itoria ( Art. 135 • Dec. 11.610 lb
26.2.1965 ) e só será plena co:r: a aresenlã~ã~ simultanea de documento de
tdenlidada onde conste ldentico 11° de f,egistrc Geral,
. '

Kíl~rói 26 de nGir~mbr o de 1972

Graf. Sec. S(guran ça

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ANiECEnEI!1 ES l'fHftiS
Data ~ 11; .•~~de ~'iJti~o Julgam'nto
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05/05/72 Art ~ 352 c/c
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ESTADO DA GUANABARA

S EC RETARI A DE SEGURANÇA PÚB LI CA


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~i<., des ta De l e.:;acia, o inte·. "'0 IP......~Ti íJ~S FE::l?...ZI.P-..t , lJ:r<::si J. e.~ro~
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ria irrepree nsi vel.

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VISIL~~riA CE~TRO 3UANABAPA ONDE CON T INUA PRESO FACE CUMPRIM ENTO
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Aos ......f.L dias do mês de········ · · ·-~· · ~o


1:1 ,,(.) rJ·e i 2- ..f.. .. ~::-
nesta Secretaria, faço os presentes autos conclusos a0
Exm. Sr . Ministro ..~ ...../tt.-Y......~~---···-~/2-~·-··········--
_do_qu.e~av.:ro êste tãrmo. f.l" :. ~••....{!!:r?.~..-~...~/f"-
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Of i cial Jud\ctârio , pelo : r •- iretor - Geral, escrevi.
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SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR
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---&--C.~'m .i q de •• •••·· --
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Rec• b i lstes autos • - faço _c o n c I u s ~o AC) l::xm.• Sr. t


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Mimfstro - ~17/~ -~
~:~. s.~r;;;~~ ~ -~-

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S U P E R I O R T R I 8 U N l l_ M _tl LT-A R _
::;ECRETARIA
_ C O__lLC I lJ S Ã O'----------~

_ Ao:~-~-:di,~s do mês de ~ --~ano de 19 ~í'-


n ,_.a .... c(· .. '· .cr la, faço os pres,n tes autos con 1
~ - c ~os ao Exm.o
~- ~i -' ., :v .. ... '-:::c/fl..ç:_ ....~~---·~-~-..::=> -
do •:·-- - - 1 r0 t:::::: ·~-3 termo . Eu t2.u'.~<...d.L.ó .J&>? ~~:;;~--~~-···;··--
- -- et.e. --·-·~.}~
Téc. Serv . Jud .• pelo Sr . Diretor -Geral, escr~vi. (f .,.

I ntime - se e publi que - se VISTA aos Drs Ad"'i.Q.


gados .Je:'esa no dia l O de j-_:nho corrente , impror.

SUPEKIOR TRIBtJNAL M I ti-TA R-


~ _ S Ê <,; ,-.: ;: T A R I A
RECt:BIM :~ NT )

Aos-Y- dias _do mês de ............~:............... d o-ano-cte- 19 .~.'/..__


ne.s.i.a_S...ecretaria, me 1~-all; e n trep ~ cs p l --~e nt. e s ar~ t ·S
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- -p ' " c----;-•:--,,---, SUPERIOR- TRIBUNAL MILITAR
---- V t __s__y_ A
EM 6" de ~ de 19..2!{
- - - - - - - - -I•- Ab;o vist -:1 ao.5 rbu ~~?F; ;];#=?= ,_
----~- Eu t:h.vv~ e4a s./L..J~ &~
- -------~--
ot: .,Jud., pelo Sr. Oiretor~Geral, escrevi.
___J__:......,:_.:..,:_:._ _ _ _ _~~---:::-~--~~~
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-- --- ~~ ~/ ~~~- ~~Co<A- /h-'0 _.h,G<A-:Q
Pt< r~~ ô~ ~ ~-~ú ~o2-L
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/~~ a-t-[).f Sãr-.~ ~~~~, .3"""~ ?A-de. u c: :~: -

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- - - --- --- ~
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CONCLUSÃO.

Aos ){dias do mês de . -~ . · do ano de 19 f _ f.. .


---+---'--=--=--- nesta Sscretar ia. faço--os---prJJ~ntes-au-tos concl sos ao Exm--.----------------
Sr. Ministro o/J~ d.t-:1~:-d---~ ~..............__
f<tc . .
ao q\4! lo. tro esta termo . Eu~ . ~~Ir-; ÚA.- St-w
T6o. Serv . Jud .• pelo Sr. Dueto~ esorevi. & - -----------

~--------------------------------------------------·- ~

- - - - -...- 1
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J- L' . T t~ J

~os .A.~- dias d ) ,,,és de=d~-- . ____ de 19--=-l__L__,


Y_ __ __
nesta ~ec·n~t-.:ria, ~';-.:ço j mLdd ao .3 p. -3.JG ;~ts..> r.nt-,s, do(t)
----------~--~~-------------------

doc·J.nentu(8) que se s~g · B( r-:1} ( .J q' J? l.c: ,-r .J €.~-!1':7 t~rmo,

_______ Eu..... W-~~-___@-~---~-b. -~-~~. --~·w--=-------


Tec. ::-:·:u . , f;,.nJ.. pi!l-.) Di:.~i:Jr-de- ·.,cr'li ;o ~.:..,;;·e vi,
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I RESEHV AD]fl
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JUSTIÇA MILITAR
1.• CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA MILITAR
2.• AUDITORIA DO EXÊRCITO

RIO DE JANEIRO, GB f 13 de jUnhO de 1973.


N .· ....7.J_9/j_~ Do Auditor

<J\-1 ~o () . Exm2 Sr. Gen Ex ADALBERTO PEREIRA


.f.)$-- ~ ~LÀ~ DOS SANTOS - DD Ministro Presiden-
/~ _ te do Superior Tribunal Milí tar
~ ~ ~..,r r~ Assunto Comunicação (faz)

I'~ ~ .1/tt~~ 9~ .., ~/


·]J_~ ~~ ~ ~ _/1. fl/ln,J--~r · I / ~
pVVI'~ ~ ~ _jj-:'1_6-e ~~c~
/J:!./'rd-bC~~~.J?-L~ CJV< - .4 /
V'r~~ ~c/? ~~~.~~, 7

z~w-~ 5#/-/r~~ Tenho a honra de comunicar a V.Ex! que,


por minha determinação, nesta data, o Sr. Milton Gomes Guima-
' ães, Escrivão deste Juízo, deslocou-se, por via a~rea, a es-
sa Capital Federal, com a missão de transportar os autos do
processo n2 17/72, que sobe, em grau de recurso de apelação
das partes, a essa Egrégia Corte, fazendo a entrega dos mes-
mos, pessoalmente, ao Sr. Diretor Geral da Secretaria.
Senhor Presidente, solícito venia a
V.Ex!i como o "pater familíae 11 da Justiça Castrense, para emi-
tir as seguintes considerações sobre o processo nº 17/72:
1) Trata-se do chamado "processo das torturas",
pois, desta forma, foram mortos quatro soldados do Ex~rcíto
Brasileiro, tamb~m, impropriamente, conhecido por "processo
de Barra Mansa 11 , em razão do local em que ocorreram os fatos
delituosos~

2) Embora não tivessem os delitos qualquer mo-


tivação política, este Juízo foi, em tempo, devidamente aler-
tado pelas autoridades de segurança do I Ex~rcito que elemen-
tos comuno-subversivos, no Brasil e no Exterior, iriam, ignO-
miniosamente, através da instrução criminal e do julgamento
do processo, comprovar a existência de torturas no País, como
4
i nstituição oficial, e, assim, indiretamente, confirmar a in-
fame campanha de difamação movida no Exterior contra a nossa
Pátria.
Mod. 257
I R E s E l-\ v A r")Ü\
Continuação do Ofício n2 730/ja, de 13/6/73

·. .
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1
3) Por proposta deste Juízo, a instrução cr1.m1.na
correu em segredo de justiça e o julgamento, a requerimen-
to da defesa dos acusados - contra o meu voto - também foi
realizado em segredo de justiça;
4) A leitura da Sentença foi feita, como determi-
na a lei, em sessão pública, porém dada a discreção com
que foi realizada, muitos dias ap6s a sessão de julgamen-
to, sua repercussão foi nenhuma, e a ela s6 estavam pre-
sentes alguns dos procuradores dos acusados, embora todos
estivessem devidamente notificados.
Finalmente, esclareço que somente foram
dadas c6pias da Sentença aos Exm2 s Srs. Ministros da Jus-
tiça e do Exército, que a requereram, e alguns dos procu-
radores dos acusados, apesar de inúmeros pedidos da Im-
prensa nacional e estrangeira os quais foram sistematica-
mente negados.
são estas as consideraçÕes que, com a
devida venia, transmito a V. Exª, no momento em que os
autos do processo nº 17/72 são entregues à guarda dessa
Corte de Justiça, na certeza de que, assim procedendo, es-
tou colaborando com os elevados prop6sitos das autoridades
encarregadas pela segurança nacional.
Renovo a V.Exª meus protestos de respei-
tosa estima e elevado apreço •


I

..
OFfCIO Nl:? 1-'f /OPJ-Pres. B~ASfLIA - DISTRITO FEDERAL
14 do junho da 197A

SENHOR MINISTROs

Em atendimento à solicitação contida no of!cio n9

;~~/R, de 27 de maio Último, encaminho a V. Ex cÓpia da apela-


ç~o interposta pelo Ministério rúLlico, contra a condonaçõo da
IRANIDES FERREIRA a um ano de detenção, a fim do inotruir Rocuroo
de Habeas Corpus n2 52 390.

2. Informo, outrossim,. que a Apelação n2 39 872, refJ!


rente ao recorrente, encontra- ao em . faso do julgamento, com e da-
ta do moamo marcada para o dia 17 do corrente mês. Anexo ao pre-
sente, segue o parecer da Procuradoria Geral da Justiça Militar ,
em relação a essa Apelação, de na 445/73.
Aproveito a oportunidade para apresentar a V. Exa.
meus protestos de estima o conaideraç~~.

1AMEDE

AO EXMO. SR. MINISTRO XAVIER DE ALBUQUERQUE ..


DO. RELATOR DO RECURSO DE HABEAS CORPUS NQ 52 390
SUPREMO TRIBUNAL FEDERA~
N E S T A

i jsn ••
Of. nQ 3)) /R

A fim de instruir o julgamento do Recur


so de Habeas Corpus nQ 52 390 - Habeas Corpus nQ 31 174 desse
Tribunal - recorrente IRANIDES FERREIRA, solicito a v. Exa.
remeter cÓpia da apelação interposta pelo Ministério PÚblico,
contra a condenação do recorrente a um ano de detenção, assim
como informações atualizadas sobre o andamento da Apelação nQ
39 872.
Aproveito a oportunidade para apresen
tar a v. Ex a. os protestos de minha elevada consideração.
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(V)
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Ministro-Relator
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...- • f'"-

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A Sua Excelência o Senhor ..


General-de-Exército JURANDYR DE BIZARRIA MAMEDE
Presidente do Superior Tribunal Militar
.-=-Espécie: 1/Íé/ t1 NQ 3 3 ,/#
Do: 5/~f:'Lúc,< 7-f'é4r.é&~~-e~
Para:q-4'@ ~ .&/4~~u&~de::
I . L -
Entregue po r ~a» ~ /~
Recebido por:~~~~~~?~~
Data.- ~ 6'-79 Horas: / t ; ó c.7

01. 3.3) /!1 em 3) de maio de 1974

REFERh:NCIA:
8eabeas,Corpus n.O 52 459
/2aciente(s): IRANIDES FERREI RA

--
<.9-mr:' - (s): Raymundo Gomes das Chagas

cSenhor Presidente,

dé fim de instruir o julgamento do processo em referência, soli-


cito a Vossa excelência, com a urgência pOS$ÍDel, as necessárias informações sobre o alegado
na petição cuja cópia acompanha o presente.

dépr:oveíto a oportunidade para apresentar a Vossa excelência


os protestos de m inha devada consideração.

03650
Mi nistro-Relator
-- -·"": . ,.. . ); ,, :,..-~, ! n
P f,_.
I\'-"
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' ; '.,_,.'
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'
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J !-- -

A Sua Excelência o Senhor


General-de-Exército JURANDYR DE BIZARRIA MAMEDE
Superior Tribunal Militar
RAY,'.~U;'-!DO GO.'/.ES DAS CHAGAS
·,
c p; ~I l 7 : 1)17
='_:JCdlt:..r• ;~,-;;:~.-. .. - lii ~ 1·J1
ZC . '..I - 1. -·.:.:~=1 He-rnc:.

1~:c. o. ;3J.•

II.I :i' n.n.

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r~ ~C'
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( •.: /c <:.:.:rt . ).JJ "'\
õ.o vü'
"i , ... .
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Lil tt9:c (:processo r.0 17/72).


3. r= cst.~c uroc~sso fir~l~ ~:·;..:: · ::
- 1:f'"tvo o ·c!.~::-'os ~~c~~--~ ~ ~:t-e>:~
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nas o·::::ci l <:n ·~e~; ou vr,_r· ii..vt~i~ c12 L1.ois o o:i.tc:-1t.é:•. c o-1.1.:.t
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s: r :Lt•t. tn nJ.. J· · i_l :. ;-:t::... •


- 2-

5. O paciente lli.ic iou o Cl.:rrn:;rrim~"nto da pena iF ·;>o_~

ta, de UEJ. <"no de d~ter.~e.o_ ( repe te - se ), no r:·esno di~


à.8. i mposição ou condene.ç~o, ou seja: em ?2 de j a--
n e iro d2 197 3, s:__9.~n c luiu___::!_ll_ 22 d8_j_aneirc d~~
fluente, o que é compro vRd o pel o c:._ue se deduz da e.-
pensa ~~ D:2CLARAÇÃV' ( do e . 2 ) •
O mesmo clOC\l..Ulen to nº
2 comprova, ademe.is, que
I.
I. I
I

o pac iente, apesar de cnm:pr ida a penal i dade i :m:po s -


t a, p erma11ece :Dr eso até esta data .
II . P or conseguinte, t erm:Ln.adP a :pena em 22 de ja-
neiro de~ 1974, como r eal mente terii!inou, o pa.ciente
já está com qv..at:r.o incompl e tos 1neses (falt8IH1o t ão -
- meranente quatro dias pe.re. os qy.atro meses) de ~)r i
-
s ao, AL~~J.J
~ ~
DO TE1iiPO DE PRIS.'\..0 CONCR}~'E IZA:S{) NA SimT3N
ÇA DA DOUTA E CI T·ADA AUDIC~OR IA ( I 1'BT·,i 2).
r
o. Ex:.1.uricla a T.'!L~ • . In s ·t§.nc i a de p rimeiro g r .:nl "ex
Vl• l_egls
• ff , e l• s que lllt,e
• .>..
r posua ape J.açr-;.o
.L ~
por 8.2i1b as 2s
parte s , ficou o :n.~ . Dr. Ju.tz-~.Al)_ctitor impossibil:i.ta-
do d e orden aT' a sol tu.ra d o pc.ciente ~ mas, rei t erad§_
mente, já demonstrara a sua me1.hor boa-vonte.cle parE'!.
por e::.11 lib erdade o p aciente.
7. Dia.nte de tal situe.çao e sendo éja cm:nl) etêncj_s,
exc l usiva competência., ü.o Ev.~ég io Superior ~ r:l.o~me. J.
~1I ilitar decidir a lib e r tação, sem a :Í..1'1 t erfe rên ci8. da
Suprema Corte 7 o pac i entG l)EDIU E REPEDIU }.( u.2;LB . A
QU.AN'l 'O .AO PRHJURO POST1.JLA-
..,.,..,l~T
j'>J.i~ .·~ O ' 4101
J' -
P.,..,G
-~ ~ 1-.~DO
_, C.:OB
.... . A ALEGAÇÃO DE H.AV}~R ·RECURSO
DO J.ITNISTÉRIO PÚBLICO ; E QUJ..NJ; O ]._ SEGlJNDA :.-:-~ O STtH. A-
ÇÃO s HÁ SIL:E:NCIO A RESPEITO~ UI•Lt\ V!<~Z QUE li[EI. ~ A JI(.~
PR3NSJl.. OF ICIAL HEl\.i ourr~O IO~ IO DE I NF OPJi:Ji.ÇÃO J)Efu\.l.I
QUALQUEq NOTÍC I A.
I. Consequente men te~ a autoridade c oatora não é a
de prime ira i nstânc i a, ma s, d.m .~.r . s o Egrégio Su.::~e-
rior Tr j.bu.11.al Milit ar.
II. Daí , a com:pcta:nc j_a d es s e Pretória Exc elso parH
ju.lear s originar ü unc:mtc, o 11 wri t 11 ora. impetrado .
8. Ao denegar o ped i do r efe rido no ncaput" do i -
tem anterior, o E.S.T.l.l. n8o i ndicou q_ualq_l,_C i~ dis-p5.2.
si ti vo 1 ege.l q_úe o a utori;;;E'.sse a neea:r a pronte. l i-
b ert aç~o do paciente, supondo-se, por~m, que o t e-
n}1a feito com fl...m da:c:ento n 2.s d:.s:poc i ç Õ.,:;s elo
artir; o
591 do CÓdit: o de P.rocesso h::n81 :t.:ilitar, e, talvez,
t a.mbém, n e,s dj~;::_p o s iç Õe s cont idas n o art . 5 27 à o ci-
\ '
- 3- ~\

taclo Di 2:) l oma J.Jegal, já que, o pri~·!e j. ro 1 f:.v.toriz8 7 é:"~o


rele.tor, a quP. :!JOnha o recorrente em l:l.berclr~de, · 8e
j3 tiver sofrido rris2o por tcDpo igual (no caso, o
t CJ11l)0 J2.· ' e~+~
v"<~ :0uito
·- al~rn)
__ ...., •• a .. o d"
c• u~na"
c- ... .:. - c.. q u~
·'-' I~ol· con -
U.cnado, mas, isto, se não há rGcurso do rin i stério
p -t.l.:-Jlico; e o sec;1.J.ndo - g_ue, no ~1..1.al, a veneranda
j_nst â:ncia ':'atl que:r.1 • n[:o se de'l.reré. t er apoiado, por
1

absolut2.lllente il1condice!1te, n.e. es}•écie ~, é o c.ue


condiciona a fàculdade ele apela r e.o pr8- rBcolhin!en -
' . ~
to do réu a prlS80.
9.
~
Ora, 3xcelso Pret6~io: 'I'ratct-se da· -· A]?ele.ç:<:.o
-
nQ 39.872, ele q_ue é reL>.tor o e:rn.inente },~in.istro lT~!J
SOH :3.?.?-BOSP_ ~.ü.PAIO, que,
FOI JU:SGLDA Nl'~ 0 :3

-, ..........
QU:3 TiliU~SCO.i.ti.lERAT-~ '1'0:003 OS :?H.AZOS LEGAIS Qr:::, 1,; _0:.,.!, , --

DO 5 E'3~_U'I:90 ~~~0-~Ó :SJ.~ ( ~U.G lWS P:2~ü~IT.:...r,: A ?::VJ~C:U.~­


Z!d) SUCBSSIVOS .PRAL:0S JJ3 J..1ES.1-. TOJ~!~RAH·0I.!L
10 o A regra do mencione.do a:r"Gigo 591, çv. .~n -:i.o i:nt0r
posto recv. :cso te.r.i'.Jém pcl o Pin istéT:!.o :!:-'V.-,)lico, neve

ree:un:.. o cujo
jnlg22r.ento o relator possa prevê q_ne se j 2. realizado
dentro d o prazo reg1..üc.r ou, pelo ;··1 eno s 1 dentro de
espr:.qo razo á\rol e nÊ!o qyüJldo se não sa.be ~ es f e e: e
da com~lexidnde da matéria discut ide, coreo no c eso
da in5.igit8.08. apC! laÇQO S1.rJ.~-39.E':72/72, q_Ue O ~X2.D.e e
o j1..üga.mento dema.."1d8.m tempo lonr:; í cuo e iL'l}Jrcvisto, a
ronto de, como ocorreu com o paciente , o recorrente
vir H terJL.iner~ tot2.ln~ ents , 2. p ene. irr:::~osta. en pri-
mei·co tSran, pe l a. jJlstê.nc i a 11 a q1.w 11 , e per.r.'~:::_ecer_ig
defi:r:.id2.rr.2ntr; ne.. ~Jrisf::o , sem s~n t8n.ç~t::_1J.r.~)::-~r, co-
mo se estivesse sob élcc~eto de ~~ i s~o 'reve~tiv~ ou
.
-orisã.o decor~ente de f12r-rârlcÜ]
-= --:---'--- .•
11. -4',-..r~·'·l
0 ...lJ::_; c · O rprl·1-,,.,....,.,l
t; ·- de. Tu~~~c--'·i c:::J.. do Estac:o da Gua
~-.{c
J..) \.d.J .... t.J.. ..._ . (J

nabara~ atr·avés de sua Prime j.ra C2.r:tara Crir!:inal, no


--o 28.641, de que foi rel~tor o emi
11 habeas-cor!_:•US 11 1.!.-

n ente Desembargador V..oil.:?0'1~ D:S c,·~s;.2:=10 Cj~UOO, en u-


-
nfu.!.Íi!le decise.o proferida e1~t 30-7-73 (::pág . 59, item
41 , do apenso ao Dilrio do Justiç~-GB de 7 - 3 -7 4),j~ ..
,
dicios?J'lente con.ced~u a libe:rh~cê:o d~ :r·cu oue se D. -
- 4-
<J;Jf
te:..~ sem ur11o. si tug.r·2'o def_ir:ticl~ c: c_?r: o processo }x:r':'
_1i se.do. c·J::J qualc...uer culna ~o r- "!_)::-:rto do réu. t a l
co1no se ve:-·ific2. c:1~ :ct:1é··~~o PC "02.ciet1te .
12 . Também o Egrécio Tribu..Da l i•'edcr~: 1 de Rccu.rc.o s,
p or SIJ.a Secunda Turma, em d ecisão editada nos auto s
do. 11
habeas-corpus~t nº
3.175 , de q_ue foi relator' o
eminente l'.:inistro AT.:..A.RlLIO B:Sl'U!~r.;r:n, cu 26- 10-7 3, a E_
sim prole.tor a enenta. ~ concedendo a ordem:
"Reclusão. :.rJarP..ç2:o d2. :9e:ne.. Se
oentenr:a
. ·---'-

de. ::nte s c11.JP- t enh2. 1.l~.L9 r o ~~2-n. ~~.::.


to d8. F.r..,el?.ç?:o do l.:inistério P-S.1•.) J.j_-
c o, C8.be d.ctcr!'!tinar a solt11re. do réu,.
sem prej1xízo de n ove. pri são no futu-

II ro, pare satisfaç2.o de


da pena que resultar do eventual :pro
vimento do recu.rso ." ( Gr i famos ).
co::r::plemento

(P~G• 2.501, D.J., 22-4-74).


1. AÍ, temos reais um c aso de réu oue se e!'lcontra-
va em situação p l enamente idé-!ntj.ca a do pe.cientc.
I I. A d eneee.ç ão ela ordem ora u~petra.da :=:eri.::.'. 1 e;.:i -~
timar a desigualdade entre r~us de sitkaç~o :Ldênti-
ca, o que viria a poster~ar o precei~o do § 1 º do
art. 153 da Constituição de. He~n).blica.
- '
E, se nao fo sse por causa do s nove outTos rcus
(v. item 3) , a a:!.)elaç ã o te riE: ·sido jtügads. <::.ntc s da
termin ação da pena cominada ao paciente; donde se
conclui que El. u ene estf. TlHSSBJ!do dBClUe~r.~_este,
o q_ue é v edad o pelo mesi!lO a rti::;o c o:nst itnciona l s é' O
proclamRr que ''a :oena não podercf P8 ss8.r d a ·pc ssoa
·--~
c1o réu\1 .
,
13. E, finalmente·1 vale re.ssa.ltar Ql.le o estc.c.l.o so-
cio--econômico- finé.Jlceiro do pac i ente é dos Tl'lais Ei-
~er8.veis ~ d.os me i s 1 arr.ent8ve i s, con:forr:.e a na~rrE.t i
va q1.1.e se vê em su:1 a:oensa c a.:r:'ta ( do c. 3) 1 cliri; i d2.
a o c ausídico-ii~J.petra.nte, pe.ra o que, este, pede, a
Vossas Exce lências, Senhores :[2rréri tos Kinistros,:mui
especial atenç ~o.
14. 11
K~OSITIS'~ i re q_uer a concessa.o de. orden. -
I TA S'P:S:?Nl'FR 1
Tiio-GB, 20 de D~ io d~ 197 ~. ..
/

HAYJ .. t..i:i·::.':".()_ U.0! ..~3 21L 8 c:~AGi'.. S


Advoe~~o, _ 0~~ . 1 2544
.......
.

/

PODER .JUDICIÁRIO

SUPR E MO TRIBUNAL FED E RAL

A S1:.a -:xce~ êr c ia o C":e.~±or

Suuerior , !'i buna, ~Ti~ i tar

N n '3

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1---- ------- ----- ---

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!2018
/' · I~-1·\ 3nbf
(JY

SUPERIOR TRIBUNAL MI L I TAR ·


. '( . ·, ; .. ·-.:. .-
. ...
· A·Pt:U\"ÇAO- Nº 39.872 - Est.da Guanabara
~'a.~
,• . ·~:--.. ·
-
..>\-j
...
EMENTA - Crimes previstos nos
arts. 209 § 2º, inciso III,
209, 11 caput 11 c/c os arts.53 e
79 e 324 e 350 do C. P . Mili-
tar .d e,vi_çiam;mte comprovados p~
··- . ...... · ~a. aut~ria,e materialidade.
..· ....
'-:.·
.:
"';
·......
~ :At~gaç~o da exist~ncia de ex-
cludentes de criminalidade da:;
letras a e b do art. 38 do C.
P.M., sem amparo na prova dos
autos.
Nega-se p~ovime~to ao apelo
do I"Unisterio Publico, dando-
se, em parte, ao da defesa.

Relator Min. Dr. Nelson Sampaio.


Revisor Min. Alm. Figueiredo Costa.
Apelantes: A Procuradoria Militar da 2ª Auditoria do Exército da 1ª
CJM; Capit~o DALGIO MIRANDA NIEBUS, condenado a oitenta
e quatro anos de reclus~o; 2º Ten. R/2 PAULO REYNAUD MI-
randa da Silva, condenado a setenta e sete anos de recl~
s~o; Sargentos RUBENS MARTINS DE SOUZA e IVAN ETEL DE 0=
LIVEIRA, Cabo JOS~ A~GUSTO CRUZ, condenados a sessenta e
dois anos de reclus~o, incursos nos arts. 205, § 2º III,
209, § lQ, 264, n. I, e 352, c/c os arts. 53 e 79;Sarge~
to Sideni Guedes e o Cabo Celso GOMES DE FREITAS FILHO ,
condenados a cinquenta e oito anos de reclus~o, incursos
nos arts. 205, § 2º, III; 209, § 19, c/c os arts.53 e 79,
Ten.Cel GLADSTONE PERNASETTI TEIXEIRA, condenado a sete
anos de reclus~o, incurso nos arts. 264, n . I e 352, c/c
o art. 53; e os civis NELSON RIBEIRO DE MOURA e IRANIDES
FERREIRA, condenados, respectivamente, a dois anos e um
ano de reclus~o, incursos no art. 352 c/c o art. 53, tu-
do do CPM.
Apela.da A Sentença do Conselho Especial de Justiça da 2ª Audito -
ria do Exercito da 1ª CJM, de 22 de janeiro de 1973.
Advogados Drs. Luiz Carlos Correia de Miranda, Newton Lobo de Car~
valho, Mario de Figueiredo, Augusto Sussekind Moraes Re-
go, Mario Mattos, Lourival Nogueira Lima, Bellarmindo Mi
r anda , F Q, Fuad '. Jardi ni, Ti to Li v ia de Figueiredo Junior-
e Jose Urubatan Coelho de Abreu.

Vistos e examinados os presentes autos, d~les se verifi-


ca que o Dr. Procurador Militar junto a 2ª Auditoria do Exército da
• 1ª Circunscri~~o Judici~ria Militar, ofereceu den~ncia contra o Capi
~i a D~LGIO MIRANDA NIEBUS, 29 Ten. R/2 PAULO REYNAUD MIRANDA DA SIL-
VA, 3Q Sgt. IVAN ETEL DE OLIVEIRA, 3º Sgt RUBENS MARTINS DE SOUZA e
o Cabo JOS~ AUGUSTO CRUZ, como incursos nos arts. 205 § 2º, incisos 4

III e VI, art. 209 § 1º, art. 264, inciso I, e art. 352 C/c o art.
,
53, do Codigo Penal Mili~ar; 39 Sgt. SIDENI GUEDES e o Cabo CELSO GO
MES DE FREITAS FILHO, como incursos nos arts. 205, § 2º, incisos III
e VI e 209 § lQ c/c o art. 53, do mesmo C6digo; Ten~Cel. GLADSTONE
Mod. 12
r !!Jt ~
jtth (3 fls.

PERNASETTI TEIXEIRA, como incurso nos arts. 264 inciso 1 I e 352 c/c
~ art. 53 do dito :6di~o e, finalmente, os civis NELSON RIBEIRO DE
t10URA e IRANIDES FERREIRA, como incursos no art. 352 c/c o art. 53,
do mencionado c6digo.
A denÚncia foi oferecida com base no Inquérito Polici-
al Militar instaurado para apurar os ' fatos delituosos descritos na
denÚncia, sendo dele encarregado inicialmente o denunciado Ten.Cel.
Gladstone Pernasetti Teixeira, que foi substituído pelo Cel. Mario
Orlando Ribeiro Sampaio, tendo sido ouvidos os denunciados e proce-
didas várias acareaçÕes, ouvidos grande nÚmero de testemunhas, sen-
d~ de assinalar que estio juntos aos autos a necr6psia do soldado
Geomar Ribeiro da Silva, fls. 42, necr6psia do soldado Wanderley de
Oliveira, fls. 355, aut6p si a do soldado Roberto Vi c ente da Silva ,fls.
424 e fotografias dos restos mortais queimados do soldado Juarez
Monçio Virote, fls. 483/484.
Também foram juntados aos autos os exames de corpo de
delito dos soldados Evaldo Luiz Lima, fls.246, soldado Luiz Gonza-
~a Pereira, fls. 247, soldado Nelson Senhorinha Marcato, fls. 248,
soldado llalter Soares de Matos, fls.249, soldadoç~osé Getulio Novo
P~uferro, fls. 250, soldado Sergio Amorim Vieira, fls. 251, soldado
José Rodrigues Alves, fls. 252, soldado Celio Ferreira, fls. 253,
soldado Pery Silvares Henrique, fls. 254, soldado Aparecido Dias Ma
chado, fls. 255, e soldado Helio Botelho Luiz, fls. 548.
Às fls. 288 se encontra o auto de apreensio do materi-
. ,
al encontrado sob a ponte "Nilo Peçanha", no rio Para~ba, o auto
-
de apreensao de material de fls. 289, o laudo de arrombamento de
fls. 296 e o laudo de avaliação dos danos sofridos na sala de Ins-
trução e Arquivo da Unidade, sendo o dano avaliado em ~ 46,80, bem
como, foram traz~das aos autos as alteraçÕes militares de todos os
denunciados.
,
A denuncia foi recebida pelo despacho do Dr. Auditor
de fls. 573, que acolhendo representaçio do Dr. Procurador Militar
decretou a prisio preventiva dos denunciados, pelo despacho de fls.
568/571 e, sendo os mesmos devidamente citados, foram qualificados
e interrogados: Ten. Cel. Gladstone Pernasetti Teixeira, fls. 609,
Capitio Dálgio Miranda Niebus, fls. 612, 2º Ten. R/2 Paulo Reynaud
Miranda da Silva, fls. 614, 3º Sgt. Ivan Etel de Oliveira, fls.617,
3 Sgt. Rub ens Martins de Souza, fls. 619, 39 Sgt. Sideni Guedes,
fls. 637, civil Ne lson Ribeiro de Moura, fls. 639, civil Iranides
4
Ferreira, fls. 642, Cabo José Augusto Cruz, fls. 644 e o Cabo Cel-
·so Gomes de Freitas Filho, fls. 672.
Ofereceu o Ministério PÚbli co o aditamento a denÚncia
de fls. 878, sem apontar, no entanto, outros denunciados, _aditamen-
to que foi recebido pelo despacho de fls. 886.
Procedeu-se a instrução criminal ouvindo-se as testemu
nhas arroladas pelo Ministério PÚblico ou sejam, CAP. AMIN ELIAS,
fls 3
fls. 710, 3º Sgt. Francisco Leonardo Neto, fls. 713, Càbo Eugenio
Gonzaga Tomaz, fls. 717, soldado Luiz Antonio Garcia Novais, fls.
721, Geralselia Ribeiro da Silva, fls. 839, soldado Aparecido Dias
Machado, fls. 844, soldado José Getulio Novo Pauferro, fls. 847 e
1º Sgt. Coriolano José Monteiro, fls. 849.
Também foram ouvidas testemunhas de defesa apresenta-
das pelos denunciados Cap. Dalgio Miranda Niebus, Ten.Cel.Gladsta-
ne Pernasetti Teixeira, Sgt. Ivan Etel de Oliveira, Sgt.Sideni Gu~
des e Cabo José Augusto Cruz, depoimentos que se encontram de fls •
....
1.019 as fls. 1 . 053.
O denunciado Ten.Cel. Gladstone Pernasetti Teixeira
pediu a juntada aos autos de vários documentos, que se encontram~
fls. 1.077 às fls. 1.152.
Encerrada a formação da culpa, ofereceram as partes ~
legaçÕes finais, requereu, fls. 1.466, o patrono do denunciado Dal
gio Miranda Niebus que fÔsse trazido aos autos o exame de sanidade
a que fora submetido par· determinação do Conselho de Justiça,o que
foi deferido pelo despacho de fls. 1.471, encontrando-se às fls •••
1.495, do 4º volume, o exame de sanidade mental do referido denun-
ciado.
Oferecendo alegaçÕes finais, o Dr. Procurador Militar
depois de longo exame da prova do processa, fls. 1.346 às fls.l441,
concluindo por pedir a condenação de todos os denunciados nos ter-
mos da den~ncia e ~o aditamento de fls. 878, nos quais estão indi-
cados os dispositivos da lei penal militar que foram infringidas.
A defesa dos. denunciados ofereceram alegaçÕes finais,
,
sendo, em s~ntese, os seus fundamentos por ordem das juntadas das
mesmas aos autos:
Fls. 1.455 - Civil Nelson Ribeiro de Moura - Nega a
autoria do delito que lhe é imputado, reservando-se para a plená-
rio de julgamento;
F.ls. 1.456 - Ten.Cel. Gladstone Pernasetti Teixeira·-
Diz que não resultou provada a acusação, protestando sustentar as
-
razoes de defesa, por ocasião da audiência de julgamento, pedindo
a absolvição;
Fls. 1.457 - 2º Ten. R/2 - Paulo Reynaud Miranda da
S~lva - A den~ncia não ficou provada em sua totalidade, não tendo
tido a intenção de "ceifar a vida de quem quer que fÔsse 11
e que a
4
• melhor solução seria a absolvição, pelas razÕes que seriam expos-
tas quando da realização dos debates orais;
Fls. 1.459 - Civil Iranides Ferreira - A den~ncia não
ficou provada, tendo agido por irrestÍvel coação, reservando-se p~ ..
ra sustentar a tese por ocasião da sessão de julgamento;
Fls. 1.460 - 3Q Sgt. Ivan Etel de Oliveir a, 3Q Sgt .S i
deni Guedes e Cabo José Augusto Cruz - Inexistência de co-autoria
-
e muito embora houvessem reconhecido que a acusaçao era
nb
}i ~
fls.4
,verdadeira
em parte sim, em parte não, agiram por ordem do denunciado Cap. Ni~
bus, em estrita obediência a ordem direta de superior hierárquico,
não tendo, portanto, a denÚncia, procedência;
Fls. 1.463 - 3Q Sgt Rub ens Martins de Souza - A denÚn-
cia é inepta, pois agiu em cumprimento de determinaçÕes superiores,
sendo a narração dos fatos vaga, imprecisa. Inexiste~provas como
infrator do preceito legal que lhe é imputado, concluindo por pedir
a absolvição .
Fls. 1.515 - Capitão Dalgio Miranda Niebus - Ofereceu
suas alegaçÕes finais, por seu patrono, depois de junto aos autos
o exame de sanidade mental -, alegando falta de provas de ter inci-
tado ou mandado matar, estando tudo nebuloso e confuso; se houves-
se responsabilidade de sua parte, el~ estaria dividida com toda a
Unidade, não tendo ficado provada autoria das mortes. Cumpriu or-
dens de seu superior, reservando-se para o plenário de julgamento,
concluindo por pedir a absolvição.
Fls. 1.454 - Cabo Celso Gomes de Freitas Filho - A de-
fesa se reservou para o plenário, quando demonstraria não ter sido
culpado pela prática dos crimes nos quais foi denunciado.
S~bmetidos os denunciados a julgamento, na sessão de
17 de janeiro de 1973, requereu o Dr. Mora es Rego , patrono do de-
nunciado Cap. Dalgio Mir anda Niebus fÔsse o julgamento realizado em
sessão secreta, o que foi deferido pela maioria do Conselho de Jus-
tiça, contra o voto do Dr. Auditor e com a concord~ncia do Mini sté-
rio PÚblico, como se vê da ata de fls. 1.567, em cuja assentada fo -
ram r ealizados os debates, proferindo o Conselho Especial de Justi-
ça o seu veredictum e cuja sentença que se encontra às fls.l . 645 às
fls. 1.676, proferido por unanimidade de votos, havendo divergência
apenas quanto a natureza do delito e quanto as providências determi
nadas pemo Conselho de Justiça, na parte final da sentença, assim
decidindo:
~ a) CONDENA R:
o Capitão Dalgio Mi randa Niebus à pena de 84 (oite~
ta e quatro) anos de reclusão; 2º Tenente R/2 Paulo Reynaud Miranda
da Silva a pena de 77 (set enta e sete) anos de reclusão; 3º Sargen-
to Rubens Martins de Souza, 3º Sargento Ivan Et e l de Oliveira e Ca -
b~ José Augusto Cruz, todos a pena de 62 (sessenta e dois) anos de
' reclusão, como incursos nos arts. 205 § 2º, III, 209 § 1º, 264 nº I
e 352, c/c os arts. 53 e 79; 3Q Sargento Sideni Guedes e Cabo Cel -
so Gomes de Freitas Filho ambos as penas de 58 (cinquenta e oito) ~

nos de reciusão, como incursos nas sançÕes previstas nos arts •••
205 § 2º, III, 209 § 1º, c/c os arts. 53 e 79; Tenente Coronel Gla-
dstone Pernasetti Teixeira a pena de 7 (sete) anos de reclusão, co -
mo incurso nos arts. 264 nº I e no art. 352, c/c o art. 53; e os ci
vis Nelson Ribeiro de Moura e Iranides Ferreira, respectivamente,
as penas de 2 (dois) e 1 (um) ano de reclusão, como inc~rso
) r:l-!W
~~
Fls.5
no
art. 352 c/c 0 art. 53, tudo do C~digo Penal Militar. Tendo para
tanto, considerado o disposto no art. 69 do CPM, fixado a pena ba-
se para os Oficiais subalternos acima do minimo legal:
Pelo art. 205 § 22, nº III, 16 x 4; art. 209 § lQ, 1
ano e 4 meses x 11 (14a. e 8ms.); art. 264 nº I, 2 anos e 4 meses;
e art.352, 3 anos: total 84 a n os de reclusão, pena esta definitiva
para o Cap. Niebus, Chefe da 11 Equipe" do S/2;
Considerando ser o Ten. Miranda um Oficial R/2, subo~
dinado direto do Cap. Niebus, e a existência entre os acusados t am
bém de um Oficial Superior, resolveu o Conselho reduzir de 7 anos
a pena imposta ao referido Tenente, tornando-a definitiva em 77 a-
nos de reclusão;
Sgt. Ru b eas, Sgt. Ivan Etel e Cabo Cruz: art. 205 §
2º III, l2x4 (48 anos); art. 209 § 1º, 1 ano x 11 (11 anos);art~~
n. I, 2 anos; art.352, 1 ano, total: 62 anos;
Sgt Sideni Guedes e Cabo Freitas: art.205 § 22, III,
12 x 4 (48anos); art.209 § lQ, 1 ano x 11 (11 anos); total 59 ano~
reduzido de 12 meses por terem apresentado os réus indicias de ar-
rependimento, ap~s a prática dos crimes;
Ten.Cel. Gladstone, Oficial Comandan te, pela intensi-
dade do dolo, teve a pena base fixada acima do minimo legal; art.
264 I, 4 anos; art.352, máxima 3 anos; total: 7 anos;
Civil Nelson exercia função de chefia e mando sobre o
Réu Iranides, funcionário subalterno e despersonalizado; art. 352,
Nelson 2 anos de detenção, e Iranides 1 ano de detenção, negando-
se a ambos o beneficio da Suspensão Condicional da pena pela gravi
dade do crime, intensidade do dolo e o modo de execução, fatos es-
tes que não autorizam a presunção de que não tornarão a delinquir.
Resolveu, ainda, o Conselho, por unanimidade de votos
quanto ao Ten.Cel. Gladstone Pernasetti Teixeira, 3º Sgt Geraldo
José Ferreira, 3Q Sgt. Nival Amaro da Silva e por maioria quanto
ao Cel. Ariosvaldo Tavares da Silva e 1º Ten. Médico Eurico Augus-
to Lopes, considerar que existem nos autos sob exame, indicias de
outros crimes pelos mesmos praticados, remetendo-se, em consequên -
cia, na forma do disposto no art. 442 do C~digo de Processo Penal
M~ litar, peças dos autos ao Ministério PÚblico, para os devidos /
fins de direito.
Da sentença apelaram os condenados Ten.Cel. Gladstone
Pernasetti Teixeira, fls. 1.680, Nelson Ribeiro de Mour·a, fls.lb8l,
Celso Gomes de Freitas Filho, fls.l.717, Cap. Dalgio Miranda Nie-
..
bus, fls. 1.719, 3º Sgt Rubens Martins de Souza, fls. 1.720,3º Sgt.
Ivan Etel de Oliveira, fls. 1.721, 3º Sgt Sideni Guedes, fls.l.722,
Cabo José Augusto Cruz, fls. 1.723, o Dr. Procurador Militar, fls.
1.725, 2º Ten. Paulo Reynaud Mi ran d a d a s ilva, fls. 1.727,Civil I -
~
ranides Ferreira, flso 1.728.
- !
PJt
o Dr. Procurador Militar, nas longas razoes do
Fls. 6

recurso
de fls. 1.880 as fls. 1.998, conclui: "Recorreu o t-1P, para devolver
a essa Alta Corte, integralmente, o presente processo, certo de que
sua decisão espelhará o horror, a tristeza e a repugnância que a
tortura causam nos espiritos bem formados".
As razÕes dos recursos de apelação dos condenados, sus-
tentam, em sintese, na ordem de apresentação, o seguinte:
l) Iranides Ferreira, fls. 1.730, alega, preliminarmen
te a nulidade da sentença, uma vez que lhe foi aplicada a pena de 1
ano de reclusão, quando é de detenção; não existe tipicidade no cri
me que lhe é atribuido, art. 352, quando o caso teria com mais ace~
to, enquadrado no art. 350 do CPM. Espero provimento ao recurso,p~
ra absolvê-lo;
2) Cabo Celso Gomes de Freitas, fls. 1.733, alega como
preliminar a nulidade da instrução criminal, pela inobservância do
art. 403 do CPPM, in-fine, que determina a presença do acusado pre-
so ao sorteio do Conselho de Justiça e, no mérito, agiu com amparo
no art . 38, alinea ~do CPM, ou seja, sob coação irresistivel, . res
pendendo pelo crime o agente coator, no caso, o Cap. Niebus .
Pede a reforma da sentença, para absolvê-lo.
3) 2º Ten. R/2 - Paulo Reynaud Miranda da Silva, fls ••
1.738, sustenta a) agiu em obediência a ordem superior, estrita obe
diência que não caracteriza crime; b) os crimes são culposos e não
dolosos; conclui por pedir a absolvição pela excludente do estrito
cumprimento do dever legal ou o reconhecimento de homicidio culposo
e lesÕes culposas e não dolosas e, se repudiadas as teses, se impÕe
a unificação das penas.
4) 3º Sgt. Rubens Martins de Souza, fls. 1.777, susten-
ta a inépcia da denÚncia pelo errôneo enquadramento penal ou seja,
falta de tipicidade e também que agiu no cumprimento de ordens sup~
,
riores . Falta de provas, que levam a duvida quanto a responsabili-
dade do apelante e na dÚvida, deve ser aplicado o velho brocardo -
indubio ~ ~' esperando, assim, a reforma da sentença;
5) Ten. Cel. Gladstone Pernasetti Teixeira, fls. 1.787,
assinalando que os fatos o~orreram durante os 17 dias em que exer-
ceu o Comando da Unidade. Não estão tipificados os crimes que lhe
-
·ao
,
atribu1dos e nos quais veio a ser condenado, sendo o crime de
dano, no caso, crime meio. Que a pena foi mal individualizada e
4
que a condenação não pode subsistir, pois está baseada apenas na p~
lavra de co-réus, juntando para abonar as suas teses parecer de i-
lustre professor de direito, concluindo por pedir a absolvição;
6) Nelson Ribeiro de Moura, fls. 1.843, sustenta que se
crime houvesse seria o do art. 211 do CÓdigo Penal Comum, inexis-
tente na Lei Penal Militar . Quanto ao art. 352 em que foi condena
do, não existe tipicidade e no mérito agiu - . . ,
por coaçao 1rres1st1vel;
cfl ~
Fls. 7
7) Cap. Dalgio Miranda Niebus, fls. 1848, /sust~nta o
seu patrono, a existência de crimes culposos e não dol~sos; crime
continuado; ausência de prova válida para uma condenação; crime con
tinuado; inimputabilidade do apelante e, afinal, que as penas que
foram impostas ao apelante sejam unificadas na forma do art. 81 do
CPM, com aplicação de seu § l~ ou seja, com a .diminuição da pena de
l/6 a 1/4.
Desenvolve longas consideraçÕes em favor das tes e s ofe
recidas, conclue por pedir o provimento do apelo;
8) 3Q Sgt. Sideni Guedes, 3Q Sgt. Ivan Etel de Olivei -
ra e Cabo José Augusto Cruz, fls. 1.873, arg~em a e xistência de cri
me culposo e não doloso; que falta tipicidade do art . 352, do CPM e
que agiram em virtude de coação moral irresist{vel, esperando o pr~
vimento do apêlo.
As fls. 2.000, 2.001, 2 o003, 2 . 008, 2 . 009, 2 . 010 e
2.014 se encontram as contra-razÕes dos acusados, como apelados.
A Procuradoria Geral da Justiça Militar, repres e ntada
pelo Dr. Milton Menezes da Costa Filho, ass i nala que a sentença ap~

nas merece um reparo, atendendo a exi stência do concurso material ou


re_l no que tange as condenaçÕes impostas aos apelantes Cap.Niebu~
Ten. Miranda, Sgt. Rubens, Ivan e Sideni e Cabo Cruz e Freitas, é a
diminuição da dosagem punitiva para trinta anos de r e clusão, ex - v i
do disposto no art. 81, do CPM, lamentando, porém, que todos venham
, , , .
a ter penas iguais, pois, igualadas em 30 anos, "porem, e o max1.mo
, (I

poss1.vel pelo reconhecimento do concurso material.


Quanto aos apelantes Ten . Cel. Gladstone Pernasetti Tei
xeira e os civis Nelson Ribeiro de Moura e Iranides Ferreira, ente~

de não tipificados os crimes dos arts. 264, inciso I, e 352, do CPM,


,
estando provado, porem, nos fatos a eles atribuidos o favorecimento
pessoal e, como tal, devem ser apenados com base no art . 350 do ci-
tado CÓdigo.
Concluindo o parecer, opina pelo provimento, em parte,
dos apelos dos acusados, para o fim: 1) fixar o "quantum" punitivo
em 30 anos de reclusão, ex- vi do disposto no art. 81, do CPM, quan -
to a condenação do Cap. Dalgio Miranda Niebus, 2º Ten . R/2 Pl}ulo Rey
naud Miranda da Silva, Sgt. Rubens Martins de Souza e Ivan Etel de
O. iveira, Sideni Guedes, Cabos José Augusto Cruz e Celso Gomes de
• Freitas Filho; 2) desclassificar para o crime previsto no art . 350
4
do CPM , com a diminuição da respectiva pena, a condenação imposta
ao Ten.Cel. Gladstone Pernasetti Teixeira, civis Nelson Ribeiro de
Moura e Iranides ferreira; 3) considerar sem objeto o recurso do ÓE
gão do MPM, Já que, como diz, apenas recorreu objetivando a devolu-
ção integral da matéria ao Tribunal.
, Isto posto:

CONSIDERANDO que, a sentença apelada examinando com pro-


r !$f
fls.B
fundidade a prova das autos, assim decidiu: )t~
"f. Q ~ D f. !! ~ !i
a Capitão DALGIO MIRANDO NIEBUS à pena 1de 84 (oitenta e
quatro) anos de reclusão; 2º Tenente R/2 PAULO REVNAUD
MIRANDA DA SILVA à pena de 77 (setenta e sete) anos de
reclusão; 39 Sargento RUBENS MARTINS DE SOUZA, 3º Sar-
gento IVAN ETEL DE OLIVEIRA e Cabo JOS~ AUGUSTO CRUZ,t~
das à pena de 62 (sessenta e dai~ ) anos de reclusãa,c~
mo incursos nas arts. 205 § 2º, III, 209 § 1º, 264 nº I
e 352, c/c as arts. 53 e 79; 3º Sargento SIDENI GUEDES
e Cabo CELSO GOMES DE FREITAS FILHO ambas às penas de
58 (cinquenta e oito) anos de reclusão, cama incursas
nas sançÕes previstas nos arts. 205, § 29, III, 209 §
19. c/c os arts. 53 e 79; Tenente Coronel GLADSTONE PER
NASETTI TEIXEIRA à pena de 7 (sete) anos de reclusãa,c~
mo incursa nos arts. 264 nº I e nº 352, c/c o art. 53;
e as civis NELSON RIBEIRO DE MOURA e IRANIDES FERREIRA,
respectivamente, às penas de 2 (doiE) anos e 1 (um) ano
de reclusão, como incursas na art. 352 c/c o art. 53,tu
do da CÓdigo Penal Militar . Tenda para tanto, conside-
rado o disposto no art. 69 do CPM, fixada a pena base
para as Oficiais subalternos acima do mÍnimo legal:
-Pela Art. 205 § 29, n9 III, 16 x 4 (64); Art.209 § 1~
1 ano e 4 meses x 11 (14a. Bm.); art. 264 nº I, 2 anos
e 4 meses; e art. 352, 3 anos: total 84 anos de rec1u -
são, pena esta definitiva para o Cap. NIEBUS , Chefe da
"Equipe 11 da S/2;
- Considerando ser o Ten. MIRANDA um Oficial R/2, suboE
dinado direto do Cap. NIEBUS, e a existência entre os
acusados também de um Oficial Superior, resolveu o Con-
selho reduzir de 7 anos a pena imposta ao referido Te-
nente, tornando-a definitiva em 77 anos de reclusão;
- Sgt RUBENS, Sgt IVAN ETEL e Cabo CRUZ: Art. 205 § 29,
III, 12 x 4 (48 anos); art. 209 § 19, 1 ano x 11 (11 a-
nos); art. 264 nº I, 2 anos; art. 352, 1 ano, total: 62
anos;
- Sgt SIDENI GUEDES e Cabo FREITAS: Art. 205 § 22, III,
12 x 4 (48 anos); art. 209 § 1º, 1 ano x 11 (11 anos);
total 59 anos, reduzido de 12 meses par terem apresent~
do os réus indicias de arrependimento, apÓs a prática
dos crimes;
- Ten Cel Gladstone, Oficial Comandante, pela intenaida
de do dolo, teve a pena base fixada acima da mÍnima le-
gal; art. 264 nº I, 4 anos; art. 352, máxima 3 anos; to
tal: 7 anos;
(;
Fls. 9
- Civis, ~elson exercia funç~o ~e
. 0~ande
chef1a e sobre
0 ::-éu IP;rtro::s, f .... 'lciorá::-io s . . . balterno el despersoneliza

do; a::::t. 352, ·J::LSOL 2 enos de detenção, e IRA~JID:::S l _ê.


no de detenção, negando-se e e~bos o benefÍcio de s~s­
pens~o Condicione! de pena pela graJidade do crime, in-
tensidade do dolo e o nado de execução, fatos estes que
não autoriza~ a presunção de que não tornarão a delin-
quir."
CDr!SIOE'=U'NDO que, dÚvide não pode existir de pertenc e r a
autoria e co-a~toria dos crimes i~p~tados na denÚncia aos epelante~
que as confessaraQ ~Lando inqLeridos e rei'lquiridos, como se pode
verificar das declaraç~es de fls. 133, Cap. 9algio ~ iranda ~ ie bus,
fls.l27/125, 2º Ten.?/2 naulo Reynaud r1 iranda da Silva, fls.87/270,
3 Q S g t • ~-..~ b e r s f·l a r ti n s d e "ou z a , f 1 s • 8 9/4 3 8 , 3 º S g t • I v a n Ete 1 d e
Oliveira, fls. 139/281, Cabo Celso Go~es de Freitas Filho, fls.l67, ,-
Cabo José rugusto Cruz e fls. 183/324 3º sgt. Side'li Guedes; J
COrJSIDE 0 P~II10 que, rnesl'lo quando interrogados e'l J u Ízo, fls •
.; o9 '
f 1 s • 612 , f 1 s • 614 ' f 1 s • 61 7 ' f 1 s • 619 ' f 1 s • 6 3 7 ' f 1 s o 6 3 9 ' f 1 s • 6 4 2,
fls.644 e fls.672, não negaram os apelantes a eutoria e co-autoria
ct a crimes praticados;
COt-JSIDE~P~JDO
que, provada ta"lbé,., está e materialid ade do ,
deJi~~ co~o se apLra da necrÓpsia do soldado Geo~ar Ribeiro da Sil
'a , 4"ls.42, do soldado ''enderley de Oliveira, fls.355, aLtÓpsia do
sol~tado Roberto •licen~e da Silva, .cls.424, fotografias dos restos
nortais quei~ados do soldado Juarez Vo nção Virote, fls.483/484, co-
~o, também, os exa~es de corpo de delito dos soldados Evaldo Luiz
IiMa, fls.246, Luiz Gonzaga Pereira, fls.247, soldado Nelson Senho-
rin~o ~~arcato, fls.248, soldado !alter Soares de r1atos, fls.249 , sol:_
d&do Jos~ Get~li~ Novo PaLfe::-::-o, fls. 250, soldado Sergio Amo - i,., Vi
eira, ~ls.25J, SQldado José Rodrigues Qlves, fls. 2S2, soldado Ce-
lio Ferreira, fls. 25~, sal~~rlo Pery "ilvares He'lriq e, fls.25á,sol:_
dadr nrarecido ~ias Pachado, fls. 255 e soldado We1io Botelho Luiz,
fls. 548;
~r,'"I9::RAf 1 'l0 q ... e,
err face da robusta prova dns autos dns
crines de hr,.,irÍdins e les~es corporeis, os ratronos dos apelantes
. 'a autor1a
se apega~, pa::-e ~ug1r .
e 'a co-autoria dos rlelitos, ,
a va-
-ias teses, tais como, a existência de crimes culposos e não dolo-
sos, obe~iância e arde~ superior, coação irresistível e a inimputa-
hilidade penal do apelante Dalgio Miranda Niebus, a que alud em os
arts. 33, inciso II, 3Q, letras a e~ e 48, todos do CÓdigo Penal
r-1ili tar;
Cnr 1SIDERAIIIOQ que, pgra ar-;Jumentar, Qesf"'lo que fÔsse possi
vel afastar da ~rova dos autos a eYistência do dolo direto, não fu -
giriam os apelantes do dolo eventual (art. 33, inciso !),porquanto ,
os homicÍdios resultaran das les~es sofridas pelas vÍtimas,causadas
pelas torturas que lhes foram infringidas, sendo evidente que os a-
jJfJ?
. ~ fls . lQ
cusados assumiram o risco do resultado morte;
CONSIDERANDO que, quanto as a l egadas t e ses j arg~idas pela
defesa dos apelantes, "coação irresistivel" e "estrita obediência a
ordem direta de superior hierárquico", são repelidas pelo que dis-
pÕe os arts. 38 § 2º e 40 do CÓdigo Penal Mil i tar e, no que tange a
alegada inimputabilidade do Cap . Niebus, o exame de sanidade de fl~
1.871/1872,a afasta;
CONSIDERANDO que, quanto aos apelantes Cap. Dalgio ~ ira~
da Niebus, 2º Ten. R/2 Paulo Reynaud Miranda da Silva, Sgt. Rubens
,
Martins de Souza, Sgt. Ivan Etal de Oliveira e Cabo Jose Augusto
Cruz, não estão tipificados os crimes dos arts . 264, I e 352 do CP~
sendo que quanto ao crime de dano do art.264, I, r e sultante do ar -
rombamento do teto do 11
Arquivo 11
, onde eram l e vados a efeitos os de -
litos, arrombamento feito para simular a fuga das v i timas so l dados
Monção e ~anderley , tal infração constitui u crime me i o para o fim
almejado, de se desfazer dos cadáveres dos referidos sold a dos;
CONSIDERANDO que, não ~ poss!vel atribuir ao Ten . Cel.Gla
dstone Pernasetti Teixeira o crime do art . 264, I, do CPM, para o
qual não concorreu de qualquer modo (art.53 do CPM) e, quanto ao
t ime do art. 352, basta a sua simples leitura para se verificar a

-
inexistência de qualquer tipicidade , tendo em vista
~
tuosos que lhes sao atribuLdos na denuncia;
,
,
os fatos d e li -

CONSIDERANDO, porem, que o Ten.Cel.Gladstone Pernasetti


Teixeira, que exercia·o Comando da Unidade, por ocasião dos grav!~
simos fatos delituosos que os autos nos dão noticia, teve um com -
portamento eivado de omissÕes que permitiram o retardamento dos es
clarecimentos dos delitos ocorridos na Unidade, face ao que dispÕe
o § 2º do art.29 do CPM, caracterizando-se, assim, o crime defini -
do no art . 350 do dito CÓdigo;
CONSIDERANDO, ainda, que o Ten.Cel . Gladstone, no exer -
cÍcio do Comando da Unidade, por fÔrça do que dispÕe o art. 241 do
CÓdigo de Processo Penal Militar, era o responsável pela custÓdia
dos presos e, em consequência, pela integridade fÍsica e moral dos
detidos que vieram a ser vitimados, fugindo por esse comportamento
ao cumprimento do seu dever, infringindo o art . 324 do CÓdigo Pe-
nal Militar;
CONSIDERANDO que, os civis Nelson Ribeiro de Moura e I-
ranides Ferreira, foram denunciados como incursos no art.352 do Ca
P.M., sendo clara a falta de tipicidade deste delito, diante dos
fatos delituosos que lhe foram imputados e da prova dos autos,sen-
do, certo, por~m, a existência do crime do art . 350 do aludid o CÓdi
go, favorecimento pessoal, como s~stenta a Procuradoria Ge ral; ...
CONSIDERANDO que, as penas a serem aplicadas têem que a
tender aos artso 79, concurso material de infraçÕes e ao art.69 do
CÓdigo Penal Militar, dada a gravidade dos crimes, a intensidade
do dolo e o modc de sua execução revelada pela prática de torturas
r
I ~
~ fls. ll.

~Le levara~ as vfti~as a norte; I


cmJSIDERAfJDD, arinal, que os resr-onsáve~s pelos grav i ssi
~os ca~~s delituosos desc:::-itos na denÚrcia já estão punidos , não se
;'""s .... i4";::endo novo InqLé:::-i-1-o Oolicial r,ilita:::- par2. apurar fatos que
~ /

teria~ sido prê.ticados ~elo Cel.Ariosvaldo - avare~ da Silva,Ten.CeL


Gladston Pernas~ttl· Te1xe1ra,
· · / lº Ten. r1 e' d 1co
· r:- •
~urlco A ugus t o L opes /,

3º Sgt. Geraldo José Fe:::-=ei:::-e/ e 3º Sg~. ~ivaldo Amaro da Silva; co-


mo entendeu e sentença, se~ porén os indicar;
ACORDt\f·J os ''inistros do Superior Tribunal f'·~ilitar , por"~
i/(
~aioriê. de vo~os, da:::- provimento , em parte , ao s apelos do Cap. DPL-
GI(1 I TO~q~~ '.IE8~S a 2º Ten. 'i/2 P.;l.2LD REY\IAUD ruRMJJA DA SILVA~ pa
'
re, :::-e4"o:::-ranco a sentença apelada; condena-los, cada u~ , a pena de1
67 anos e 8 ~eses de recJLsão , co~o incursos nos ar~s . 205 v 2Q in-
ciso III e 209 , "cap ... t" , c/c o art. 79, todos do CÓdigo Penal Mili -
tar.
A pena i~posta foi assi~ individualizada· ra=a os 4 ~o­

nirÍrlios fixada a pena base em 16 anos , ~enos 64 anos de reclusão ,


ecrescida de 3 anos e 8 meses, metade da pena fixada para os ll de -
lõ . . os de ,esces corporais, totalizando 6 7 anos e 8 meses de reclu- /
sao .
Dar , em parte , provimento aos apelos dos 3ºs.Sgts~Rubens
~a:::-~irs

Au;-sto Cruz e Celso


ten~a
Go~es ---
de Souza, Ivan ~ tei de Oliveira, Sideni Guedes e Cabos ~ose
de Freitas Filho para , refor~ando

condenar, cada Ln , a pena ce 50 aros e 9 ~eses de re


a~elada,
a sen-

cl1 s2.o, cano incu:::-sos nos arts. 205 § 2º , inciso III, e art . 209 "ca
p'..!t", c/c os arts. 53 e 79, todos do CÓdigo Penal r1 ili tar;
- _y
A pena ar~~a i~posta foi assin individualizada : pena ba-
se para os 4 ho~~cÍoics - 12 anos, temos 48 anos de reclus ão e 6
neses pena ~ase para 11 delitos de les Ões corporais ou sejam, 66
~ eses, is~~ 5 anos e 6 ~eses, que se aplica pela metade face
é, a
re;}ra do ar:. . 79 do CPfl , 2 anos e 8 meses , totalizando 50 anos e 9
~ese2 de recl-san.
Aplica= ao Capitão ~algio ~i=anda Niebus e 2º Ten. oj2 ,
Paulo Reynaud '1i~arda da Silva , a ~ena acessÓria da perda do posto
e pa.l;en~e , nos termos do art . 98 , inciso I, c/c o art . 99 do co:1 ..
Aplicar aos 39s . Sgts . Rubens Martins de Souza, Ivan Et el
oa Oliveira, Sideni Guedes e aos Cabos Jocé Augusto Cr~z e Celso Go
Me- de Freit2s ~ilha, a pene acessÓria de exclusão do serviço do ~-
, .
xerc1~n, nos te~nos do art. 102 , do CP~ ••

Dar , e~ pa:::-te, provimento ao apelo co Ten. Cel . Gladsto-


na Pernasetti Teixeira ~ara condené-lo , por des~lessificaçãn , a pe-
..
na de 10 ~eses de deten~ão , cc~o incJrso ~ os arts . 324 e 35n , de cá
digo IJenel rlilitar, c/c o e.rt. 79 do mesr-o CÓdigo , fixada e,..., 5 me-
ses de detenção a pena base para cada infração , sen causas de aumen
to ou di~inui~ãa • .

Fls. 12

Da:-, eíil parte, provii;lento aos apelos dos civis 'Jelson Ri-
bsi:-o de r•cura e Iranides Fa:-reira para, .:eformando a se'lter.ça a-
pe:ad~, coílde'lar, =ada ~~, a pena de 4 meses de dete'lção, ~OíilO in
cursos no art. 35~, do C6di:o Penal ~ilitar.
Qua'lto a unir-icação das pe~as, deverá ser apreciada na fa
se de execução, face ao que dispÕe o art. 516, letra Q, do CPP rl ,
per maioria de votos;
Tornar se~ efeito, a providência determinada na parte fi-
~al da sentença, no sentid: de serem remetidas peças dos autos ao
~i'lisL~rio =~~lico, na corma do disposto ro art. 442, do C8~ ~ .
'\iegar provimerto ao apelo do f'inistério r~blico, por -~"a2.­
ta de objeto.

rli'l. Tan.Brig. ArToando Perdigão.

~/ /1

~/(_~:sq. ~~~-~,... -1~.-:~~


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,,i i. Jr. nlcides Jieira Carreira.

f1i n. !U ;"']. Esq.

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Jr• 1 to r r~ e ;1 e z e s da Costa
f·~ i ~ ilha, no imp~m3nto do
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Procuracor-:eral. ·~
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Declaro, • dnlo e~m Dett:I=J do Tri~unal
lomada em e ·1 11ão cle 10 "• )un!ro "- 1070
f Ata dá as.•
Sess5o) .• de ac6r.~!} Cf'J art. 58
c1o R. L .que oi•) s:-~ f-.7~n~~~ror-t> ..r.~.:~T
~(. a..~~~ ·---~-?.J.:~-/=d:k..........···········---~-
fc,tQfft votoi vencea~r~ Q GUD, e3 ~:... (,:-) Ml-
....
~·-· ··--·····----- -·--·-·-·--·-···· ·· ····· - ---~-------- -···-· ····-- · -"'·"' · ····· · · · ···· · · --- · ··

______......,____________
nlatro (s) ·--·· ______
~ - --·- ----
.·-·-

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S U P E R I O R T R I B U N A L M I L!l TA R
..
...-.·. .·.... ,.
~,
'

APELA ~A o ~º . ·:i9;. a1·2_·-..-·:.·· · . .,


•.;.>
~~

.. •
1. O presente Processo encerra, sem dÚvida, fatos singulares,
jamais ocorridos, em qualquer F or~a Armada, some n te poss!veis pelas
violentas distorç~es no comportamento dos seus autores, face ~s rea
.....
lidades do momento vivido, desenvo l vendo uma verdadeira perversao
ideolÓgica de suas atitudes, evidenciando pe r sonalidades com acen
. ·•
tuados traços de sadi~mo. Ineg~vel ~ a ~ua repe r cuss~o, pois, nas
Forças Armadas, no que concerne. a sua din~mica funcional ou ~ sua
"P-·. .
estrutura disciplinar, ou ainda na salvaguar~a . . dos objetivos revol~
I .. • ·:.l .....,... f.- . ' .. \.... .J • • ·- ,. .. ' • • - I - ,..,

ciona r ios g u e jamais visaTarn AO com b ate a s~bversao insid i osa de to


nica ideolÓgica ou à corrupç~o destrutiva de costumes, a i n staura-
ç~o do terror, como filho bastardo do Poder, e sempre a serviço de
todas as d i taduras de esquerda ou de d i reita.

..... ' .....


Por isso mesmo, dando continuidade de açao a consecuçao dos
c jetivos firmados desde 1922, consagrados vitoriosamente em 1964,
os 3 Governos Revolucion~rios, timb r aram em afirmar pelas suas ati
tudes e comportamento um regime democr~tico, com as restri ç~ es de
\ correntes das aç~es ideolÓgicas da esquerda que ~isavam à sua des
truiç~o, garantindo assim, quer pela Co n stituiç~o de 67, quer pela
de 69, decorrente da Emenda Co n stit u cional nº 1, respectivamente,em
seus art 150/151 e 153/154, - quase idênticos em sua forma e espÍ
rito - os Direitos e Garantias Individuais a todos os brasileiros e
estrangeiros residentes no Pa!s, de modo que tenham preservadas a
vida, a liberdade, a segurança e a propriedade .

Diz mesmo ilustre jurista brasileiro que:

" entre nós as demasias na s medidas de proteç~o do


Estado avultam hoje, pelo cli ma que se en t e n de
existir, de permanente ameaça ~ normalidade insti
tucional sob os aspectos de guerrapsicolÓgica e
guerra revolucion~ria . .•. " e ai n da " A Segurança
Nacional só tem sentido enquanto se ref l ete nas
suas consequências, como u m fator de tranquilidade
e paz para todos ..• " Assevera q u e " A Segurança
n~o existe como uma abstraç~o, isto ~' por si e pa
r a si, porém como i n st rum e nto pa r a o bem co l etivo~
E es te, na sua abra n gê nci a de toda a co letivid ade,
diz n~o apenas co m ~q uele s que governam e co m os
que o apoiam, sen~o t a mbém com os que contestam o
Gover n o, mas nem por isso deixam de se r sujeitos a
tiv os do dir e ito a legalidade . Pa ra e l es, a parti
cipaç~o n o bem co le tiv o se traduz no di r eit o de
contestar dentro da lei e do excedendo verem as
..
s ua s responsabilidades ap ur a das e punidas co m es
trita obe d iê n cia às n o rmas legais ... "

S TM 13
~
ft!
~\>
- 2 -

SUPERIOR TRIBUNAL MIL!ITAR

Incompreensível as s im é a sequência que nos dão notÍcias, mui


tos P rocessos aqui estudados e julgados, das alegaçÕes continuadas
.. da existência de torturas, como meio de violência exercida pelos r~
presentantes do Poder PolÍtico em sua forma subalterna - certamen
te a mais odiosa - porque coloca seres humanos a merc~ de outros,
sem capacidade de esboçar o menor gesto de defesa quer de sua inte
gridade fÍsica, quer de sua personalidade espiritual. t sabido que
as Sociedades "equilibradas ou primitivas" repelem ou mesmo repu.9.
na~ o seu emprego, muito embora conhecida a sua legalidade na Anti
g~idade - em Roma, como na Grécia contra os escravos - na Igreja da
Idade Média com o Processo Inquisitorial, para desaparecer com o
advento do Estado Nacional, nos séculos XVI I I e XIX, até ressurgir
com os Estados Totalitári os, na primeira metade do século XIX, em
forma mais hedionda e abominável, pois l evada a efeito na clandesti
nidade ou semi-clandestinidade, chegou até ao genocÍdio como se ve
rificou com a exterminação de grupos étnicos, culturais ou religi~
sos, por meio de açÕes diversa s visando à destrui ç ão fÍsica ou men
tL~ de suas vítimas. Realmente, agora, até mesmo a mente é violen
tada com o narco análise - psicanálise sob narcose - quando se quer
obter a confissão de uma parte que se recusa a fazê - la.

" ApÓs ter abolido a tortura, os juristas têm afirma


do o direito à integridade corporal. Hoje o técni~
co pode, com drogas, violar a integridade mental".
No curso dos Últimos anos, médicos psiquiátricos -
muitas vezes mesmo militares - "têm transgredido
as regras deontolÓgicas e deslizado insensivelmen-
te, do ato terap~utico ao inquérito policial e são
tornados os novos inquisidores dos tempos moder
nos", escrevem J Lauret e DE La Sierra em sua nota
vel obra "La Torture et Les Pouvoirs".

Não obstante a Declaração Universal de Direitos do Homem, con


sagrada pelas NaçÕes Unidas,, e da qual também somos signatários, co
mo quase todas as NaçÕes do Mundo Ocidental, haveria essa forma su
til de indignificar o Homem, ao surgir generalisadamente com violê~
cia inaudita na Guerra Revolucionária, seja nas açÕes terr o Distas
ou de guerrilhas, seja nas açÕes de repressão, através de instrumen
, - . .
t s policiais ou orgaos espec1a1s de segurança.

O que se pode afirmar é como diz eminente analista psico-soci-


al francês:

"que nesta 2ª metade do século XX, tortura - se como


jamais se torturou em toda a histÓria da humanida -
de. O mal, acrescenta, gangrena todos os Estados ,
e para fu~ir ao círculo vicioso da guerra revoluci
..
onária, ja em extensão planetária, dos dissÍdios
polÍticos na luta pelo Poder, aplicam- se métodos
terroristas gerando o contraterrorismo, com
. , ('
todo
seu corteJo de horrores. Dal so haver uma soluçao
-

STM 13
_$
- 3 -

S U P E R I O R T R I B U N A L M I L!l TA R

para superar esse quadro de verdadeira degradação


humana: Condenar o te rr ori smo, com o mesmo vigor
com que se co n dena a to r tura".

2. Lamentável e incrível, pois, o ocorrido no lQ BIB. Um j~


vem Capitão, apÓs forma r e doutr i na r uma equ i pe de subordinados ,
para a execução de torturas, sob pretext o de rep r essão à gue r ra re
volucionária, exacerbando atitudes criminosas, infringentes de d i~
positivos constitucionais e legais, ce rt amente divergente do pens~
menta governamental e malgrado a exi stê ncia de uma cadeia hierár
quica de oficiai s supe r iores e capitães responsáveis, que alegavam
omissivamente, i gnorar as suas açÕes, se atira desvairadamente coD
tra seus prÓprios companhei r os, procura n do arranca r- lhes a qual
quer preço confissÕes que comp r ovassem participação dos mesmos no
tráfico de maconha no i nterior e fora do quartel; vai mais além,
martiriza - os até a mort e , sendo dois deles, no espaço de 14 dias e
dois outros (VANDERLEI e MONÇÃO) em apenas 24 horas. Onze soldados
fo~am ainda severamente seviciados no decorrer dos interrogatórios
inquisitoriais, tudo isso em um Quartel , onde a hierarquia impoe
responsabilidade definida em todos os escalÕes de comando, além de
assistência médica permanente, com encargos funcionais inarredá
veis perfeitamente definidos em regulamentos militares.
~

Mais ainda, apavorado com o desenlace que ce r tame nte nao pr~

curara, mas de que assumira o risco em seu delÍrio torturante, o


Capitão e sua equ i pe, ignorando qualque r resquÍcio das virtudes mi
litares que presidiram a sua formação profissional - feitos compr~
vados nos Autos (fls 61 3, 615 e 645) e acolhidas pela Sentença do
CJM - não trepidam em profanar os cadáveres de seus companheiros
tão vi lmente massacrados, para fazer desaparecer a prova material
de seus nefa ndos crimes, alegando tê-lo fe i to com o conhecimento
do comandante interino do Batalhão, negando assim às famÍlias o Úl
timo consolo de velar e sepultar de mane i ra cri stã os seus e ntes
queridos entregues ao serviço da Pátria. Em tudo isso é de notar,
como se verificou no IPM, pelas declaraçÕes das testemu nhas, a au
t :ncia continuada e covarde do médico da Unidade, em atender aos
seus camaradas feridos, além da omissão do comandante efetivo que
procura se inocentar, com a alegação inaceitável de encontrar-se
em férias, quando diariamente ia ao quartel, conversava com o Capi
tão Chefe da Equipe e certamente não poderia deixar de estar a par
da evolução dos acontecimentos, negando entretanto que fosse cien
..
te da ação criminal em curso, embora esta pudesse ser evitada se
tivesse agido, consoante a sua responsabilidade funcional permaneD
te, em face da denúncia que lhe foi levada pela irmã de um dos sol

STM 13
~~
/fiJ
... 4 -

SUPERIOR TRIBUNAL MIL!ITAR

dados, no dia 8 Jan 72, ou 6 dias antes da morte - Sd GEO MA R RIBEI


RO DA SILVA.

3. Não podem compreender, os que já comandaram, que a ocorrên


cia tenha tido continuidade e assim delongada no tempo, com a omis
são dos comandantes efetivo e interino, sem que assistência efeti
va tenha sido prestada às vÍtimas, quer pelos Cmt de Subunidades a
que pertenciam os soldados presos, quer pelo oficial - de - dia e con
cretizada ainda sistematicame nte a ausência nos eventos do médico
, ~

da Unidade. Na verdade os deveres rec1procos dos diversos escaloes


hierárquicos, conforme preceitua o Regulamento Interno dos Servi
ços Gerais (R-1), em forma clara e bastante explÍcita, não deixam
qua lqu er dÚvida sobre o comportamento omisso, incompatível com os
deveres profissionais a que o militar está sujeito, sob juramento
prestado perante a Bandeira do Brasil.

a) COMANDANTE
Art 76 - O Comandante do Cor po é resp onsável pela sua
administração, instrução e disciplina; cum
pre- lhe, além dos encargos que lhe são taxa
tivamente atribuÍdos pelos diversos regula
mentos, quer quanto à instrução e disciplina,
,
quer quanto às relaçÕes com os diversos or
~

gaos de comando e serviços, que r finalmente,


quanto à admi ni stração propriamente dita, as
atribuiçÕes e deveres seguintes:
•••••••••••••• o •••••••••••••••••••••••••••••

3) esforçar- se para gue os seus subordinados


façam do cumprimento do dever civil e mi -
litar um verdadeiro culto, e exigir que
pautem sua conduta pelas normas da mais
severa moral, compelindo-os a satisfaze-
., .
rem seus com promis sos morais e pec un1ar1-
~' inclusive de ass i stência à famÍlia, e
punindo- os se se most r arem recalcitrantes
na satisfação de tais compromissos.

4) imprimir a todos os seus atos, como exem-


plo, a máxima correção, pontualidade e
justiça;

5) velar para gue os ofici a is sob o seu co - ..


mando sirvam , em t udo e por tudo, de exem
plo aos subordinados;

STM 13
g
- 5 -
S U P E R I O R T R I B U N A L M I Lll TA R

28) comunicar imediatamente 'a autoridade supe-


rior qualquer fato grave ocorrido no Corpo,
solicitando-lhe intervenção se não estiver
em suas atribuiçÕes providenciar a respei
to;

b) SUBCOMANDANTE
Art. 77 - O Subcomandante é o auxiliar e substituto ime
diato do Comandante do Corpo, seu intermediá-
rio na expedição de todas as ordens relativas
à disciplina, instrução e serviços gerais, cu
ja execução cumpre-lhe fiscalizar.
t o Chefe do Estado-Maior do Corpd e o res
ponsável pela coordenação dos seus elementos ,
a fim de poder informar seu Comandante, quanto
a execução de suas decisÕes.

Art. 78 - ••••o•••••••o•••••o•••••••••••••••••••••••••••

2) levar ao co nhecimento do Comandante, verbal


mente ou por escrito, depois de convenient~
,., .
mente apuradas, todas as ocorrenc~as que
~

nao lhe caiba resolver;


3) dar conhecimento ao Comandante de todas as
ocorrências e fatos a res peito dos quais ha
ja providenciado por iniciativa prÓpria;

c) MtDICO
Art 113 - O médico Chefe da Formação Sanitária Regimen -
tal dirige o Serviço de SaÚde do Corpo, secun
, , .
dado pelos auxiliares respectivos, e e o un~co
responsável, perante o Comandante, pelo estado
sanitário do pessoal do Corpo e condiçÕes hi
giênicas do Quartel.

Art 114 - Ao médico incumbe, além dos deveres e atribui-


ç~es de nature za técnica e funcional que lhe
são impostas pelos Regulamentos do Serviço de
SaÚde, o seg uint e :

- 3) visitar frequentemente, acompanhado pelos


seus auxiliares, as dependências do quartel,
apresentando ao Comandante as sugestÕes que
julgar necessárias à melhoria das condiçÕes
higiênicas;

STM 13
- 6 -

S U P E R I O R T R I B U N A L M I L!l TA R

4) visitar pessoalmente ou por intermédio de um


, .
auxiliar, uma vez por semana, no m1n1 mo, os
oficiais e praças do Corpo, em tratamento no
hospital, quando na mesma Guarnição.

8) providenciar ••ex-ofÍcio", para ser feito o


exame de corp o de delito e lavrado o respec
tivo auto, da acordo com as prescriçÕes do
CÓdig o de Justiça Militar, quando baixar ao
hospital ou enfermaria, ferido ou doente
que auto ri ze a suspeita de crim e;
.......... . .. ............................. .
14) dar, ao subcomandante, parte diária de to-
das as oco rrências referentes ao serviço a
seu cargo, assi nalando o movimento de ho -
mens doentes, em obs ervação, convalescentes
e baixados, faze ndo acompanhá-l a da ma t éria
que deva ser publicada em boletim, devida -
mente redigida e sob forma de proposta.

SERVIÇO DE SA~DE

Art. 362 - O funcionamento do Serviço é regido pelas disp~


siçoes do R-174 e do R- 58, no capÍtulo referen
te aos Serviços de SaÚde nos Corpos de Tropa, e
por este re gulamento.

SERVIÇO INTERNO
Art. 375 Ao médico de serviço compete, além das suas a -
tribuiçÕes normais e outras que lhe forem dadas
pelo médico-chefe, o seguinte :
1) permanecer no quartel, depois de encerrado o
expediente do Corpo, sempre gue o serviço e-
xigir, ou por motivo de forç a mai or, a juízo
do comandante;
" c ia
2) prestar os socorros médicos de urgen aos
4 militares do Corpo;
3) atender aos casos urgentes, fora das horas
de expediente;
4) providenciar sobre a assistência indispen sá-
vel exigida pelos doentes em estado grave ,
seja no quartel, seja durante o seu transpor
te para o hospital;

STM 13
- 7 -
SUPERIOR TRIBUNAL M IL!ITAR

d) DO COMANDAN TE DE SUBUNIDADE IN CORPORADA

Art. 188 - Ao comandante de subunidade, além dos encar


gos que l h e são particularmente atribuÍdos
em outros regulamentos, compete:

1) educar militarmente seus comandados, ori


entando-os no s entido da compenetração
do dever e inspirando-se sempre na justi
ça, tanto para punir como para recompen-
sar;
........................................
6) considerar a su bunidade como um a famÍlia,
de que deve ser o chefe enérgico e justo
e interessar-se para que a todos os seus
membro s se faça inteira justiça;

10) ze l a r pela saÚde de seus comandados e es


forçar-se para que as praças adquiram e
cultivem hábitos salutares de higiene fÍ
sica e moral, aconselhando-os freque nt~

mente, nes s e sentido;

11) interessar - se pelos seus comandados, qua..Q


do enfermos, levando-lhes o con for to de
s ua visita sempre que possível, e pre~
tando-lhes a neces sá ri a assistência mo
ral e material;
• • • a • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • o •

18) acompanhar com solicitude os processos


em gue estejam envolvidos seus comandados,
esforçando-se para gue não lhes faltem
os r ec ur sos leg ais de d efesa , nem sejam
aqueles retardados;

38) participar ao comandante da Unidade as


ocor rência s havid as na subunidade cuja s
providê ncia s a respeito escapem às s uas
atribuiçÕes, assim como as que, por s ua
importância, convenha levar a o seu conhe ..
cimento, embora sobre e l as tenha provi -
denciado;

STM 13
- 8 -
S U P E R I O R T R I B U N A L 1\1 I L!l TA R

e) DO OFICIAL - DE-DIA
Art. 236 - O oficial-de - dia é um representante do Coman-
dante e · tem como principal atribuiç~es, além
de outras previstas no R-3;
•••••••o•o•••••o•••••••••••••••••••••••••••••

3) verificar, ao assumir o serviço, em compa


' nhia de seu antecessor, respeitadas as res
triç~es do § 1º deste artigo, se todas
as
dependências do quartel estão em ordem, e
assegurar- se da presen ça de todos os pre-
sos e detidos nos lugares onde devem perma
necer; após estas providências, ambos de ve
,.,.
rao se apresentar ao subcomandante;
4) participar ao subcomandante todas as ocor
rências extraordinárias hav idas depois do
seu Último encontro com essa autoridade ,
mencionando -as, ainda, na parte diária; se
antes de fazê-lo ao subcomandante encon
trar o Comandante do Corpo, prestar-lhe - á
as mesmas informaçÕes, sem que isso o exo -
nere daquela atribuição;
e O e e e e e e e • e e e e • e e e e • e e e e e O e e e e e e e e O e e D e e e e

12) inspecionar freqUente mente, respeitadas as


restriç~es do § 1º deste artigo, as depen-
dências do quartel, verificando se estão
sendo regularmente cumpridas as ordens em
vigor, e tomando as providências que nao
exijam a intervenção de autoridade supe-
rio r;
• • • o • • • • • • • • o • • • • • • • o • • o • o • • • • • • • • • • o • • • • •

14) dar conhecimento imediato ao subcomandan-


te, ou ao comandante, quando não possa fa
zê-lo ao primeiro, de todas as ocorrências
que exigirem pronta intervenção do comando;
.................. ... .....................
17) conservar em seu pode r , durante a noite, a
partir das 21 ho ras, as chaves das prisoes
e de todas as en tradas do quartel, menos a
..
do portão principal que ficará com o c oman
dante da guarda;

STM 13
fdf '
- 9 -

S U P E R I O R T R I B U N A L M I Lll TA R

o • o • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •• ••••••••••••••

23) impedir a saÍda de animais, viaturas ou outro


material, sem ordem da autoridade competente,
salvo nos casos de instru ção ou se rviço no r
,
mal, fazendo constar da parte diária as sa1
das extraordinárias e bem assim o regresso ,
menc ionando as horas;
.................... ..... ........... .........
26) fazer registrar pelo adjunto e assinar , no
respectivo livro de partes, todas as ocorrên-
cias havidas no serviço , inclusive saÍda ou
antrada de tropa por motivo que nao seja de
instruçao ou serviço normal;
.............................................
35) assistir ao recebimento de todo material que
entre no quar tel, fora das horas de expedien-
te, e, a qualquer hora , a distrib ui ção de ví
veres e forragem;

§ l Q, Qua ndo nã o se acharem presentes os ofi


ciais responsáveis por qualquer depe~
dência do Corpo, o oficial - de - dia, como
repre se ntante do Comandante, tem autori
dade para intervir nessa dependência ,
se mpre que se t o rnar nece ss ária a repre~
são de irregularidades q ue afetem a ar
dem, a higiene e a disciplina; se, p~

rém, achar - se presente o responsável di


reto ou o o f icial seu substituto even
t ual , a intervenç ão do of i cial -de-di a
só deverá efetivar - se quando sol1citada.

Como se · vê, a responsabilidade perfeitamente definida, em todos


o~ escalÕes de Comando e Serviço, se cumprida - no de sempe nho dos en
cargos f uncionais, abandonando s ubordinado s a sa nh a de um desvairado
q u e empregava todo s os instrumento s de tortura para atingir o seu
f im, isto ~' a confiss~o - jamais permitiria que as açÕes delituo sas
se estendesse m por 15 dias, em uma sequência verdadeiramente macabra
que pode bem caracteri za r sem dÚvida o "crime do séc ul o" em Unidades

Militares.

STM 13
- 10 -
~
S U P E R I O R T R I B U N A L M I L~l TA R

4. Para melhor aprec ia ção das t eses juridicas apresentadas pelas


ApelaçÕes da Defesa e da Procuradoria de 1ª instância, da caracteri-
zação pouco explicita e mesmo em alguns incisos, carentes de funda
menta legal na De núncia , passemos a enumerar sinteticamente os ilici
tos pena is verificados em face das provas constantes dos Autos in
clusive das inquiriçÕes levadas a efeito no bem elaborado IPM e na
instrução criminal procedida na 2ª Auditoria do Exército da 1ª CJM,
conforme se pode inferir do Anexo 1.

- Cel ARIOSVALDO TAVARES GO MES DA SILVA

- Por omissão e falta de exação no cumprimento de


seus deveres funcionais, deixou de tomar as me
didas oportunas, seja alertando o comandante in
terino, seja reassumindo o comando imediatamen-
te, logo que foi cientificado do que ocorria no
no Quartel. Não foi o paciente incluido na De-
núncia da Procuradoria da 1ª instância, ainda
que indiciado por provas insofismáveis de sua
falta de exação no cumprimento de seu dever fun
cional no IP M procedido pelo Cel Mario Orlando
Ribeiro Sampaio (Ver fls 317/321)( Depoimento
de Geralsélia Ri beiro da Silva), Fls 217 e 979/
981.

- Ten Cel GLADSTONE PERNASETTI TEI XE IRA

- Por ter se omitido com evidente tolerância e


negligência no e x ercicio do Comando, deixando
que em uma Unidade sob sua responsabilidade i -
mediata, se cometessem atos criminosos consta~

tes da Denúncia (Fls 878) causando a morte de


4 soldados e sevÍcias em 11 outro s . Além disso
cientificado por 2 subordinados, responsá v eis
dolosos, pelas mortes de 2 soldados (MONÇÃO e
VANDERLEI) sugeriu ou pelo menos aquiesceu na
realiza ção de mais uma ação criminosa, visando
à destruição e vilipêndio dos dois cadáveres ,
no sentido do desaparecimento da prova materi
~

al c riminal. Deixou ainda, nessa ocasiao, de


comparecer às dependências em que se verifica-
ram os Óbitos, o que evidencia a sua conivência
ou a sua insensibilidade continuada em apurar 4

as sevÍcias ocorridas e determinar o atendimen


to médico de seus outros subordinados, também

STM 13
- ll -
S U P E R I O R T R I B U N A L M I Lll TA R

vÍtimas da sanha cruel e desumana do Capitão


DALGIO MIRANDA NIEBUS e a maioria de seu gr~
po. Além disso deixou de publicar em BI da
Unidade a detenção de seus subordinados, na
forma regulamentar, procurando ignorar, em
todo o seu tempo de comando efetivo, o trat~
menta torturante que lhes era infligido (fls
169, 18 5, 232, 391, 612, 613 , 614 e 979) .
Foi denunciado como incurso no art 264, inci
so I e 352 c/c art 53, tudo do CPM.
Os indÍ cios de falsidade ideolÓgica co mina
dos no art 312 do CPM e constantes de folhas
abaixo enumeradas, visa ndo a acobertar os
culpados do IPM de que foi inicialmente en
carregado, merecem apuraçao mais cuidadosa
(fls 69, 1 71, 1 75 , 326, 613, 615, 619 , 620,
637/638, 644/646, 1 01 5/1017 e 1019/1020) pa
ra sua e lu cidaçã o, caracterizando se for o
caso, a sua culpabilidade penal.

- Cap DALGIO MIRANDA NIEBUS

- Por ter sido mediante açÕes individuais e


func ionais o principal responsável pelas mo~
tes, com torturas, dos solda dos GEOMAR RIBEl
RO DA SILVA, JUAREZ MONÇÃO VIROTE, VANDERLEI
DE OLIVEIRA e ROBER TO VICENTE DA SILVA , em
consequência das lesÕes corporais sofridas
(Ver f ls 1663 e 1664 o nde se especifi cam as
folhas dos depoimentos de acusação).
- Por ter ficado provado que foi o principal
culpado, no perÍodo de 28 Dez 71 a 1 2 Ja n 72,
no mesmo quartel e diri gi ndo o me smo Grupo
de subordinados, com alternâncias indivi du-
ais, pelas bárbaras sevfc ia s . e espancamentos
impostos a ll o utro s soldados - SlRGIO AMO-
RIM VIEIRA, ClLIO FERREIRA, EVA LD O LUIZ LI-
MA, NELSON SENHORINHO MARCATO, JOSl GETdLIO
NOVO PAUFERRO, PERY SILVARES HENRIQUE, LUIZ
GONZAGA PEREIRA, JOSl RODRIGUES ALVES, VAL- ..
TER SOARES DE MATOS, APARECIDO DIAS MACHADO
e HlLIO BO TEL HO LUI Z - prod uz indo-lhes le-
sÕes corporais graves e leves (Ver folhas
1663 e 1664 ond e se espec ificam os depoime_Q
tos quanto aos crimes de lesÕes corporais
STM 13
- 12 -
S U P E R I O R T R I 8 U N A L M I L!l TA R

no IPM e na Instrução Criminal);


- Por ter sido, conforme exuberantemente provado
nos Autos, o principal responsável pela encena
ção falsa da fuga dos Soldados MONÇ~O E VANDER
LEI, já assassinados, com a anuência eventual
do Ten Cel GLADSTONE, conforme assinalam os de
poimentos de fls 52, 57, 60, 62, 85, 91, 1 30 ,
136 e 169 do IP M e fls 613, 645 e 738 da Audito
ria. No sentido de fazer desaparecer os respeE
tivos cadáveres, mandou arrombar o teto e telha
do de dependência do quartel, denominado ARQUl
VO, onde as vÍtimas haviam sido seviciadas tam
bém pelos Ten MIRANDA, Sgt RUBENS, ETEL e Cabo
CRUZ e Sgt GUEDES e Cb FREITAS, estes dois Últi
mos quanto ao Sd MONÇ~O, conduzindo-as em campa
nhia dos Sgt RUBENS, ETEL e Cb CRUZ para fora
do mesmo, depositando o corpo do Sd VANDERLEI,
apÓs esquartejá-l o , na área do Rio Claro e do
Sd MO N Ç~O, á margem da estrada que liga Barra
Mansa a Angra dos Reis, tendo antes sido provi
denciado a oficialização de suas ausências para
justificar posteriormente a deserção (Depoimen -
to de fls 40 ) .
- Por tudo isso foi denunciado noi art 205, § 2º
inciso III e VI, art 209 § 1 º , art 264 inciso I
e art 352, tudo c/c com art 53 do CPM.

2º Ten R/2 PAULO REYNAUD MIRANDA DA SILVA


- Por ter sido mediante açÕes individuais e fun -
cionais, responsável pelas mortes, com torturas,
dos Soldados GEO MAR RIBEIRO DA SILVA, JUAREZ MON
Ç~O VIROTE, VANDERLE I DE OLIVEIRA e ROBERTO VI -
CENTE DA SILVA (Depoimentos de fls 91, 103, 105,
107, 110, 113, 115, 175, 617, 639v, 643, 673,
712, 717v e 843v).
- Por ter ficado comprovada a sua culpabilidade
nas lesÕes corporais sofridas pelos outros 11
soldados acima citados (Depoimentos de fls 89,
90, 102, 104, 106, 109, 114, 540, 620, 843v e ..
844v).

STM 13
- 13 -

S U P E R I O R T R I 8 U N A L M I L!l TA R

- Por ter participado como dirigente e executante


da farsa destinada a ocultar a morte dos Solda
• dos MONÇÃO e VANDERLE I, mandando arrombar o te
to e o telhado da dependência denominada ARQUl
VO (Depoimentos de fls 1 30, 1 36, 169, 613, 645,
e 738).

- Por ter participado diretamente, em companhia


do Cap NIEBU S e outro~ do vilipêndio e esquart~
jamento do cadáver do so ldado VANDERLEI em com
panhia dos civis IRANIDES FERBEIRA E NELSON RI-
BE IR O DE MOURA, da incineração do corpo do sol
dado MONÇÃO, à margem da estrada para Bananal
(Depoimentos de fls 83/86, 89/92, 127/132, 136,
1 70, 224, 382, 613, 639/641 e 642/643).
Pelo acima exposto foi denunciado por infrigir
os números do art 205, § 2º nº III e VI, art
209 § 1º, art 264 inciso I e art 352, c/c a rt
53, tudo do CPM.

- 3º Sgt RUBENS MARTINS DE SOUZA, IVAN ETEL DE OLIVEIRA e


Cabo JOSL AUGUSTO CRUZ
- Por ter ficado provado contra o s mesmos, as se
~

guintes acusaçoes:

- morte dos So ldados GEOMAR RIBEIRO DA SILVA ,


ROBER TO VICENTE DA SILV A, JUAREZ MONÇÃO VIRQ
TE e VANDERLEI DE OLIVEIRA em decorrência de
torturas e espancamentos dos quais particip~
ram individualmente, como membros do Grupo
do Cap NIEBUS (Depoimentos de fls 77/81, 83/
86, 89/92, 100/103, 1 06/107, 110/115, 136 '
168, 177/182, 216, 617, 619, 644/646, 716,
843, 1017 e 1019).
- le sÕes corporais provocadas no s 11 so ldados
mencionados, que estiveram se ndo interrogados
(Depoimentos de fls 77/81, 83/92, 102/117,1 68 ,
222 , 271, 398, 441, 644/646, 672, 843, 845 '
847 e 1019).
- participaçÕes na s açÕes de vilipêndio e des
4

truição de cadáver do soldado VANDERLEI (De-


poimentos de f1s 83/86, 89/92 e 1 36) .

STM 13
- 14 -
S U P E R I O R T R I 8 U N A L M I L!l TA R

incorreram assim, segundo a Denúncia, nos art


205 § 2º, inciso III e VI; 209 § 1º, 264, nº
1 e 352, c/c com art 53, tudo do CPM.

3º Sgt SIDENI GUEDES

- Por ter ficado provado contra o mesmo as se-


~

guintes acusaçoes:

- morte do Soldado MONÇÃO, em decorrência de


torturas e espancamentos dos quais partici-
pou individualmente, ou como membro do Gru
po do Cap NIEBUS (Depoimentos de fls 168 ,
637 e 644) .

lesÕes corporais provocadas em 3 so ldados


(FERREIRA, SENHORINHO e BOTELHO)(Depoimentos
de fls 83/86, 378, 441, 449, 540 e 637).

Incorreu assim no art 205 § 2º nº III e VI e


209 § 1º, c/c o art 53, tudo do CPM.

Cabo CELSO GOMES DE FREITAS FILHO

- Por ter ficado provada a sua participação no


espancamento dos soldados MO NÇÃO, GEO MAR e
VANDERLEI, causa eficie nte de s ua s mortes.

- Por ter ficada comprovada a inda sua c ulpabili


dade nas lesÕes corporais sofridas pelos sol-
dados APARECIDO, FERREIRA, AMOR IM, GONZAGA ,
GET~LIO e BOTELHO.

Incorreu assim no art 205 § 2º nº III e VI e


§ 1º, c/ art 53, tudo do CPM.

, .
5. Isso posto, a se r~e horripilante dos crimes mencionados susci
ta, a lé m de um aspecto sÓcio -polÍtico, pela s ua repercussão, na s For
ças Armadas e na Sociedade Brasileira, dado o se u espÍrito tradicion~
li ta cristão e a o brigato riedade constituciona l do Serviço Militar
(Art 92 da Constituição Federal de 67, mod ificada pela Emenda nº 1 de
17 Out 69 ), uma conotação j urÍdica par ticu lar em face do que di spÕe o
art 79 do CPM, com a figura do concurso de c rime s , reper c utin do nas
alegaçÕes da defesa ao solicitar a un i ficação das pena s e a sua maxi
mi zação em face ainda da disposição dos art 58 e 81 do CPM, e do pará
grafo 11 do art 1 53 da Constituição da RepÚblica Federativa do Brasil ,
ratificada pela Emenda Constitucional nº 1 de 17 Out 69, além da im
perfeita definição jurÍdica de a l g umas das imputaçÕes criminais, esp~
cifica dos na Denúncia de fls 2 e 7 .

STM 13
- 15 -
S U P E R I O R T R I B U N A L M I L!l TA R

Realmente:

5.1 - "Ex vi legis", não é possÍvel imputar a qualquer dos acu


sados a infração penal do a r t 352 do CPM, tal a dive r si
dade de tipicidade de que se reveste a sua expressão 1~
teral, no que concerne aos delitos consumados : vilipê~
dia e destruição de cadáveres. ImpÕe-se assim a desc l as
sificação para cominaçÕes que melhor tipif i quem os ilÍ
citas penais verificados.

Aliás, outro não foi o proceder do ilust r e Relator, com a anuên


cia do eminente Revisor, ao adotar o proced i mento acima mencionado ,
isto é, desclassificar o crime do Ten Cel Gladstone Pernasetti Tei
xeira dos art 264 e 352 para os ar t 324 e 350, tudo do CPM. Não há
também como negar a sua coautoria nos crimes de vilipêndio e destrui
ção de cadáveres, já reconhecidas na Sentença de 1ª instância, bem
como da sua omissão continuada , negligência e tolerância permanen -
t~s em seus deveres func i onais, descumprindo a sua missão de coman
do - a causa principal dos eventos ocorridos - fazendo-o por esses
motivos incorrer, pe l os menos, nos art 196, 322 e 324, além do art
350, já citado, tudo do CPM.

Cumpre ressaltar que a desclassificação, sem agravação da pena


vem sendo adotada por este Egrégio Tribunal, por convicção firmada
da tipicidade do delito, nos crimes do Dec - Lei nº 898/69 cuja pr~
cessualÍstica deva ser feita pelo CPPM, sem agravação da pena, para
~ ,
na o ferir o princ1pio basilar do co n traditÓrio processual. Podem
ser citadas:

- Apelação nº 39 511/SP, de 13 Nov 72.


- Apelação nº 39 409/BA - AcÓrdão de 6 Nov 73
- Apelação nº 39 833/DF - AcÓrdão de 18 Fev 74

O prÓprio STM reconhece tal procedimento, como se vê nos Recur


sos Criminais nº 1 176/GB, motivador do AcÓrdão de 4 Dez 73/1ª tur
ma ao desclassificar do art 27 para o art 14, tudo do De c - Lei 898/
( 9, ainda que em decisão anterior no AcÓrdão de 20 Ago 73, ao jul
gar o Recurso Ordinário nº 1 154/BA, te nh a condicionado tal desclas
sificação á estrita observância do art 437 do CPPM e art 72 (letra
~) do citado DL, com nova definição jurÍdica do feito pelo Ministé-
rio PÚblico.
~

Sem embargo do art 29 e 437 do CPPM, n ao vejo como legar a esta


Suprema Instância de crimes militares no uso da mesma faculdade de
Suprema Corte no que concerne aos crimes de segurança nacional, ado
tar idêntico procedimento em se tratando daqueles crimes .

STM 13
S U P E R I O R T R I 8 U N A L M I Lll TA R
y
Finalmente, quanto ao aspecto considerado é de ressalvar
\)
- 16 -

que, ·
embora o CPM silencie sobre a perfeita definição jurÍdica do crime
de profanação e destruição de cadáveres, o certo é que a figura p~
nal prevista no CÓdigo Penal Comum, foi cometida por militares que
por esta condição particular não deixam de ser cidadãos e por isso
estar enquadrados neste Último CÓdigo, por infração de delitos nele
constantes e não considerados crimes militares. Assim é notÓrio que
a infringência dos art 211 e 212 do CÓdigo Penal Comum é meridiana e
por isso mesmo não pode deixar de ser ignorada, cabendo à Justiça Co
mum a sua apreciaçao.

5.2- Suscita a Apelação de Defesa de um dos réus (fls 1778) a


irresponsabilidade do mesmo em face do art 38 do CPM. Labora certa
,
mente em equ~voco, pois no art 2º deste artigo se diz textualmen t e
que:
"se a ordem superior tem por objeto a p rática de ato
manifestante criminoso, ou há excesso nos atos ou
na forma de execução, é p unível também o inferior".

Tal dispositivo penal é uma limitação à hierarquia que nao p~


de sobrepor-se aos ditames da Lei. t a norma tra dicio nal do Direito
Constitucional Brasileiro, organizando as F orças Armadas sob a base
da hierarquia e da disciplina, dentro dos limites da Lei. Ma is uma
vez a Emenda Constitucional nº 1 à Constituição de 67, em seus art
90 e 91, revigora tal imposição, fundamen ta l para a. preservação de
um Governo Democrático. Não pode ria assim qualquer dos participantes
dos hediondos crimes praticados, obedecer a ordens ilegais para come
ter delitos previstos nos CÓdigos Penal Militar e CÓdigo Penal Comum,
e por eles responderem segundo o seu grau de responsabilidade funci~

nal, ex vi do ar t 53, § 4º e 5º, daquele CÓdigo, como militares que


~

sao.

5.3 - Suscita a ilustrada Defesa de um dos acusados (fls 1851 )


a existência de um crime continuado, uma vez que na o se trata de cri
mes aut6nomos e dif~rentes e sim de um todo, pleiteando por isso a
unificação de pe nas de acordo com as regra s do art 79 e 80 do CPM.

Quanto ao primeiro aspecto - crime continuado - em face de po~

tos de vista juridicamente controversos, da tipicidade desses crimes


quando ocorreram pluralidade de açÕes e pluralidade de agentes, con
tínuos no tempo, atenho -me ao entendimento firmado pelo ilustre Mi
nistro Amaral dos San tos (H abeas Corpus n º 46 454, pub lica do na Re
vista Trimestral de Jurisprudência - vol 49) considerando a inadmis- ..
s ibilidade de crime conti nu ado quando ocorrem complexidade de açoes
e vÍtimas diversas n os dolosos contra a vida. Aliás, julgo ser esta

STM 13
# - 17 -

S U P E R I O R T R I 8 U N A L M I L!l TA R

a interpretação do CÓdigo Penal (art 51), como Lei Geral ao ser apll
cada na penalização de delitos sucessivos, nas condiçÕes acima meneio
nadas, tipificando um concurso de crimes, o mesmo ocorrendo interpre -
tativamente com o CPM - legislação especial - ao dizer em seu parágra
fo Único do art 79:
"Não há c~ime continuado quando se trata de fatos o -
fensivos de bens jurÍdicos inerentes à pessoa, salvo
se as açÕes são dirigidas contra a mesma vÍtima".
Evidentemente, no caso considerado, em cada vÍtima se consumou o
crime continuado, ainda que persista, no todo, a figura de crime per -
manente pois a execução foi incessante, por um perÍodo mais ou menos
dilatado, em que se verificou a consumaçao. Na verdade nesse perÍodo,
a ação do agente ou agentes foi constante, criando um estado ininter
rupto de deliqu~ncia na sucessão do tempo contra a totalidade das ví
timas.
Aliás tal é também o conceito firmado pelo ilustre Des. Batista
de Oliveira, exarado no AcÓrdão de 13 Mar 53, ao julgar Habeas Cor-
pus impetrado ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais, quando diz:
"Crime permanente é o de execução incessante, ininter
rupta e contínua, como é o delito de cárcere privado
ou o de rapto violento que exigem da parte do age~
te, ação constante, necessária para a duração carac
terística de sua existência".
Há como se vê a habitualidade criminosa e permanente do momento
consumativo, sem solução de continuidade.

5.4 - "Ex vi" do art 79 e 80 do CPM impÕe-se assim a unificação


das penas impostas aos réus, em se tratando de pluralidade de age~
tes e de açÕes com o mesmo desÍgni o, dada a natureza comprovada do
delito. De outro lado, limitando os art 58 e 81 do CPM, a duração da
pena de reclusão a 30 anos, não se poderia, em verdade, por todos os
crimes praticados em simultaneidade, ultrapassar esse máximo, tese
também acolhida pelo ilustre Sub Procurador-Geral, em Parecer as fls
2019 e 2025 ainda que não sustentada pelo Procurador-Geral em suas
alegaçÕes orais finais perante o Tribunal Pleno.

O eminente Ministro Djacir Falcão, também reafirmou implicita-


mente tal interpretação no Supremo Tribunal Federal ao despachar o
kgravo de Instrumento nº 59 502, que indeferiu Recurso Extraordiná -
rio ao acentuar:
"Se é certo que o art 55 do CÓdigo Penal estatui
que embora o agente condenado a uma ou várias pe-
nas detentiva~ qu§ ultrapass e m 30 anos, a duração
de sua execuçao nao pode ser superior a esse limi -
te. Entretanto é necessário que a privaçao da l i -
berdade não seja interrompida, resultando as p~
..
nas de concurso de crimes".

l exatamente o caso defrontado e a simples circunstância do art


~

55 do CP, mencionar "penas" e não "pena", como se faz no CPM, nao

STM 13
~ 18 -
SUPERIOR TRIBUNAL MIL!ITAR

pode, a meu juÍzo caracterizar uma exceção, pre vista somente na Lei
de Segurança Nacional (Dec - Lei nº 898/69) para enfrentar situação de
emergência, de natureza excepcional, visando ao resguardo das Ins
tituiçÕes, com a criação das penas de morte e prisao perpétua. Seria
inÓcua, portanto, a injurÍdica a condenação superior a 30 anos, nas
circunstâncias ocorridas no caso em julgamento, uma vez que a dura
ção não pode ultrapassar este perÍodo.
- , . ~
Acredito nao ser, assim, poss1vel procurar sobrepor- se a Lei Ge
ral uma Lei Especial (CPM) dando - se interpretaçÕes diversas à maximi
zação de pe _n as em seu guantum , punitivo e muito menos ainda, pela
flagrante inconstitucionalidade, por contrariar dispositivos da Lei
Magna (§ 11 do art 153) no referente à inBdmissibilidade, " da pena
de morte, de prisão perpétua, de banimento ou confisco, salvo nos c~
sos de guerra externa, psicolÓgica adve r sa, ou re v oluc i onária, nos
termos que a Lei determina".

Sem dÚvida adotada a penalização cumulativa, como no caso ver


t nte, cominar- se - ia de fato, uma sentença de prisão perpétua, dada
a idade dos deliquentes e a vida média do br asileiro ( 70% não ultra
passam 50 a 60 anos). Ademais in fine esta tem sido a nor ma, como
v erdadeira tradição do Direito Penal Brasileiro, em tempo de paz, fi
xada em todas as ConstituiçÕes Republicanas anteriores ( Constituição
de 24 Jan 67, § 11 do art 150; Constituição de 18 Set 46, § 31 do
art 141; Constituição de 16 Jul 34, § 29 do art 113; Constituição de
1891, § 20 e 21, abolindo a pena de galés, de banimento e de morte)
e por isso mesmo a prÓpria Lei de Segurança Nacional (Dec Lei 8 98
de 17 Set 69 ) outorgada em conjuntura interna ameaçadora, quando a
subversão se maximizava em suas manifestaçÕes espÚrias . e perigosas ,
previu a possibilidade da substitu i ção da pena de prisão perpétua ,
evidentemente de caráter intimidativo e pela primeira vez constante
de instrumento penal em tempo de paz, pela de reclusão por 30 anos
(art 51).
5.5 - Do exposto ac i ma pode- se concluir, em resumo:

5.5.1 - ImpÕe-se a desclassifica ção do art 352, por fal -


ta de tipicidade do CP M, para os a rt 211 e 212 do CÓdigo
Penal, no que concerne aos crimes de de struição e vili
pêndio de cadáveres levadas a efeito pelos Cap D~LGI O MI
RANDA NIEBUS, 2º Ten R/2 PAU LO REYNAUD MIRANDA DA SILVA,
3º Sgt RUBENS MARTINS DE SOUZA, Cabo JOSl AUG USTO CRUZ e
civÍs IRANIDES FERREIRA e NE LSON RIBEIRO DE MOURA, com a ..
anuência ou conivência do Ten Cel GLA DSTO NE PERNASETTI
TEIXEIRA .

STM 13
S U P E R I O R T R I B U N A L M I L!l TA R
* - 19 -

- do art 352 e 264 para os art 196, 315, 322 e 324 do CPM
combinado com o § 2º do art 29, do Ten Cel GLADSTONE PER -
NASETTI TEIXEIRA, por s ua evidente omissao e c onsequente
tolerância e negligência no exercicio do Comando, sem a
qual não se poderiam ter ver i f i cados os r esultados crimi-
nosos levados a efeito pela ação do Cap NIE BUS e seus su
bordinados, sem exacerbação da penalização imposta pel a
Sentença do CJ.

5.5.2 - O crime consumado foi de natureza pe rmanente , em


bora continuado em cada caso, uma vez que os agentes pe~
maneceram em estado de deliquência, violando ininterrup t~
mente durante 15 dias o CPM e o CP, impondo - se, assim, a
unificação das penas cominadas aos acusados, tendo em vis
ta os art 79 e 80 do CPM e em se tratando de crimes da
mesma espécie, sendo a pena Única a soma de todas aplica-
das.

5.5.3 - Consoante o estabelecido nos ar t 58 e 81 do CPM e


o art 153, § 11º da Constituição Federal de 67, o guantum
punitivo da pena unificada não poderá ultrapassar de 30
anos, se de rec lusão, e de 1 5 anos se de detenção, pelo
que a pena unificada, com base no art 79 do CPM, deve r á
ser reduzida aquele gu a ntum , ainda que se nivelem açoes -
e responsabilidades hierárquicas diversas, ao arrepio do
CPM, mas obedecido preceito constitucional tradic i onal.

5.5.4 - Para o s réus condenados ao máximumpu nitiv o, partl


cipantes ainda das cominaçÕes penais previstas nos art
211 e 212 do CP é evidente não ter objeto em face do art
55 do mesmo CP e dos art 58 e 81 do CPM, a instauração de
novo processo judicial na J u s ti ça Comum, face á econo mi a
p r ocessual que não deve ser desprezada.

6. Isto posto:
Considerando que ficaram devidamente comprovadas as mortes,
por violência, dos soldados JUAREZ MONÇÃO VIROTE, GEOMAR RIBEIRO
DA SILVA, ROBERTO VICENTE DA SILVA e VANDERLEI DE OLIVEIRA, do 1 º
BIB com torturas praticadas diretamente pelo Capitão DALGIO MIRANDA
NIEBUS, 2º Ten R/2 PAULO REYNAUD MIRANDA DA SILVA, 3º Sgt IVAN ETEL
DE OLIVEIRA, RUB ENS MARTINS DE SOUZA e Cb JOS l AUGUSTO CRUZ e com a ...
responsabilidade imediata ou mediata do Ten Cel GLADSTONE PERNASET-
TI TEIXEIRA, Comandante da Unidade;

STM 13
;J~
./V)_v 20 -

S U P E R I O R T R I 8 U N A l. M I L!l TA R

Considerando que o Cabo CELSO GOMES DE FREITAS FI LHO, participou


dos espancamentos e torturas dos so l dados JUAREZ MONÇÃO VI80TE, GEO -
MAR RI BEIRO DA SI LVA e VANDERLEI DE OLIVEIRA, causadora s de suas mor
tes e ainda das sevfcias praticadas co ntra os soldados APARECIDO ,
FERREIRA, AMORIM, GONZAGA, GE TÚL I O e BOTELHO ;

Considerando que o 3Q Sgt SI DENI GUEDES participou das violênci


as p r aticadas contra o soldado JUAREZ MONÇÃO VIROTE, causando - lhe a
morte e ainda dos espancamentos dos soldados SENHOR I NHO, BOTELHO e
FERREIRA;

Considerando que somente com ev i de nte omissao do ex e rcÍcio f un


cional do Ten Cel GLADSTONE PERNASETTI TE I XE I RA, tais fatos se veri
ficaram, agravados pela sua pa r tic i pação final na farsa das fugas
dos soldados JUAREZ MONÇÃO V I ~OTE e VANDERLEI DE OL I VEIRA, já mo r
tos, inclusive com a pr oclamação de edi tais mandados publ icar no rá
dio e televisão de Barra Mansa e que não poderiam deixar de ser de
3U conhecimento prévio;

Considerando que é atribuida ao Ten Cel GLADS TONE PERNASETT I


TEIXEIRA, senão a iniciativa e orientação, pelo menos a conivência
nas açÕes motivadoras de vilipêndio e destrui ç ão dos cadáveres dos
soldados JUAREZ MONÇÃO VIROTE e VANDERLEI DE OL I VEIRA, levada a
efeito pelo Cap D~LG I O MI RANDA NIEBUS com a par t icipação do 2Q Ten
R/2 PAULO REYN~UD MIRANDA DA SILVA, 3Q Sgt IVAN ETEL DE OLIVEIRA ,
RUBENS MARTINS DE .S OUZA, Cabo JOSl AUGUSTO CRUZ e ainda os civis
NELSON RIBEIRO DE MOURA e I RAN I DES FERR EIRA, quanto ao Último solda
do;
Considerando que todos os acusados são primá r ios e apresentam
bons antecede ntes mil i tares, sendo mesmo releva ntes no caso do Ten
Cel GLADSTONE PERNASETTI TEIXEIRA, que por isso mesmo ingressou na
Ordem do Mérito Militar e foi condecorado com a Medalha de Distin
ção 2ª Classe, Medalha Militar de Pr ata, Medalha do Mérito Faibras,
além de 61 elogios individuais, .. pela sua capacidade de trabalho ,
'sp Írito de liderança, senso de respo nsabilidade, lealdade, dedica -
ção a Carreira das Armas 11 (Dec l aração do Aj u dant e- Geral do I Exérci
to em 17 Jul 72);

Considerando que o Comandante efetivo da Unidade, . ainda que em


férias, mesmo depois de receber, em tem po, a denÚncia de uma i rmã
do Soldado GEOMAR RIBEIRO DA SILVA, deixou de tomar as medidas cabÍ
veis , que a s ua responsabilidade de chefe militar, lhe impunha, pa
ra minorar ou evitar essa série horrenda de crimes;

STM 13
--~-
~ --~-~- ~ = -- -- -- -~-- - - --
~ - -- ~
- ~~=

~ - 21 -
S U P E R I O R T R I B U N A L M I L~l T A R

Considerando que a tolerância e a negligência são formas de ir


responsabilidade ou cumplicidade, incompatíveis com o dever funcio
nal principalmente em se tratando de militares no exercÍcio de co
mando, acarretando por isso mesmo sançÕes penais nas deliquências
consequentes verificadas;

Considerando que o médico 1º Ten tRICO AUGUSTO LOPES, esquivou-


se de cumprimento de seu dever profissional, deixando de tomar pr~

vidências junto aos seus superiores, no sentido de evitar o prosse-


guimento da chacina que se processava pelo Capitão D4LGIO MIRANDA
NIEBUS e sua equipe , não tendo ainda prestado os seus serviços pr~
fissionais aos feridos, delegando-os aos enfermeiros, seus subordi-
nados, incapazes de enfrentar situação tão grave de perigo de vida
dos soldados citados;

Considerando que o Capitão VOLTAIRE ANTONIO DE CARVALHO, 2º Ten


PEDRO MIGUEL CALICHIO, 1º Sgt GERALDO JOSt PEREIRA, 3º Sgt NIVALDO
'~ ARO DA SILVA, violaram o dever militar, agredindo companheiros
indefesos, conforme se infere do IPM realizado e ainda a notÓria au
sência dos respectivos Cmt de subunidades na defesa e salvaguarda
de seus subordinados, pelos quais deviam obrigatoriamente se intere~

sar para ~ue sempre lhes fosse feita a devida justiça, consoante dis
positivos regulamentares vigentes;

Considerando que a ação do grupo criminoso em ação coletiva, se


diversifica, não só pelo grau de responsabilidade de cada um, con
soante a sua posição hierárquica e funcional, como também na execu
ção fÍsica dos delitos, atingindo a totalidade ou apenas alguns dos
pacientes, consoante as provas dos Autos, n~o podendo assim deixar
de ser considerado o § 1º do art ~3 do CPM, na fixação da culpabili
dade de cada réu;

Considerando que tais crimes, pela infâmia dequeserevestiram ,


atentam até contra a Lei Magna e os mais sagrados deveres militares
e humanos, evidenciando um estado paranÓico de verdadeiro delÍrio ,
~ rientando uma filosofia malsã, capaz de abalar os alicerces de
~

qualquer PaÍs democrático, na obsessão de dominar a subversão, na o


trepidando , para isso, em cometer crime . mais grave como se consti-
tue a tortura brutal e permanente, em busca de confissÕes que permi
tissem o esclarecimento dos fatos constatados - entrada de maconha
no Quartel;

Considerando a insensibilidade de seus autores na prática do


crime cometido, além dos métodos bárbaros aplicados, caracterizados
no CPM em diversos dispositivos e no prÓprio CPC;

STM 13
~2-
S U P E R I O R T R I B U N A L M I L!l TA R

- Considerando que tais delitos jamais verificados na histÓria


de qualquer das 3 Forças Militares do Brasil, abala ram não só o
Exército, em todos os seus escalÕes, como a prÓpria Sociedade Bra
sileira, pela obrigatoriedade constitucional do Serviço Militar,
garantia permanente da soberania nacional no espaço de sua deter
minaçao e de sua forma democrática de Governo baseada em virtudes
cÍvicas que os tempos consagraram como nosso patrimÔnio mais va
lioso - fraternidade cristã, espÍrito lib eral, dignificação huma
na;
...
Considerando que cabe a Justiça Militar a salvaguarda do com
portamento ético e da dignidade das Forças Armadas, ao lado da
prevenção e penalização das açÕes subversivas, terroristas e cor
ruptoras que busquem infirmar os propÓsitos revolucionários, de
maneira a transformar o Brasil em uma Grande Nação onde possa ser
realidade o respeito devido á lib erdade e às garantias dos direi
tos individuais, na forma constitucional vigente (Art 153);

7. VOTO no sentido de:


7. 1 - Preliminarmente, por falta de essencialidade jurÍdica, co~
siderar sem objeto o recurso do Ministé rio PÚblico Militar,
já que recorreu como declara visando à devolução integral
da matéria penal a este Egrégio Tribunal.

7.2 - No mérito dar provimento, em parte, ao Apelo da Defesa ,


para condenar:

7.2.1 - Ten Cel GLADSTONE PERNASETTI TEIXEIRA, por descla~

sificação ·. à pena de 2 anos e 7 meses de detenção,


como incurso nos artigos 196, 322, 324, 350, c/c
com o § 2º do art 29, tudo do CPM, fixadas as penas
bases e acréscimos da seguinte forma:
Art 196 - 1 ano acrescida de 6 meses consoante o §
2º do mesmo artigo;

Art 322 - 3 meses


Art 324 - 5 meses

Art 350 - 5 meses .

7.2.2 1 Cap D4LGIO MIRANDA NIEBU S, a pena de 76 anos e 10


meses de reclusã o , como inc ur so nos artigos 205 ,
§ 2º, incisos III e IV - homicÍdio doloso, com
..
I
torturas, dos soldados GEO MAR RIBEIRO DA SILVA
) JUAREZ MONÇÃO VIROTE, VANDERLEI DE OLIVEIRA e RO -
BERTO VICENTE DA SILVA e Art 209, § 1º - sevÍcias

STM 13
f): 23 -

S UP E RI O R TR I BU N AL MILJI TAR

continuadas contra os soldadas H~LIO BOTELHO LUIZ ,


NI LSON SENHORIN HO MARCA TO, JOSÉ GETdL I O NOVO PAUF E~
RO, StRGIO AMORIM VIE I RA, CtL I O FERREIRA, EVALDO
LUIZ LIMA, PERY SILVARES HENRIQUE, LUIZ GONZAGA PE -
REIRA, JOSÉ RODR I GUES ALV ES, VA LTER SOARES DE MA TOS
e APAREC I DO DI AS MACHADO - c/c Ar t 79 e 80, tudo da
CPM, fixadas as penas bases da seguinte forma :
Art 205, § 29, in cisos
III e I V •• •. . . 1 6 anos x 4 = 64 anos
Art 209, § 19 •••.•••• . . •• la 2m xll = 12a e 10m
76a e 10m

- " Ex vi" do art 81 do CPM, f ixar em def i ni tiva a pena


unifica da em 30 anos de r eclusão.

7.2.3 29 Ten R/2 PAULO REYNAUD MI RANDA DA SILVA, à pena de


63 anos de reclusão, como incurso nas art 205, § 29 ,
inciso III e IV - homicÍdio doloso, com torturas dos
soldados GEOMAR RIBEIRO DA SILVA, J UAREZ MONÇÃO VIROTE,
j VANDER LEI DE OLIVEIRA e ROBERTO VICENTE DA SILVA e art
209, § 19 - sevicias continuadas contra as saldadas
HtLIO BOTE LHO LUIZ, NI LSO N SENHORINHO MARCATO, JOSÉ Gf
TdLIO NOVO PAUFERRO, SÉRGIO AMORIM VI EIRA, CÉL I O FER-
REIRA, EVALDO LUIZ LIMA, PERY SILVARES HENR I QUE, LUIZ
GONZAGA PEREIRA, JOSÉ RODRIGUES ALVES, VALTER SOARES
DE MATOS e APAREC I DO DI AS MAC HADO, c/c art 79 e 80, t~
~do do CPM, fixadas as penas bases da seguinte forma :

Art 205, § 29, inciso


III e IV o • • • • • • • • • 13a X 4 = 52 anos
Art 209, § 19 . . . . . . . . . . .. . .
la X 11 = 11 anos
63 anos
- "Ex vi" do art 81 do CPM, fixar em def i nitivo a pe na
unificada em 30 anos de r e clusão .
7.2.4 ~ ~9 Sgt RUBENS MAR TINS DE SOUZA e IVAN~ETE L DE OLIVEIRA,
a pena de 56 a nos e 3 meses de reclusao, cada um, coma

I
incur so na s art 205, § 29, inciso III e IV - homicÍdio

I
dolosa, com torturas, das sol dadas GEOMAR RIBEIRO DA
SILVA, JUAREZ MONÇÃO VIROTE, VANDERLEI DE OLIVEIRA e
ROBERTO VICENTE DA SILVA e art 209 , § 1 9 - sevícias
continuadas contra as saldadas H ~LIO BOTELHO LU I Z, NI~SON
SENHORINHO MARCATO, JOS~ GETdLIO NOVO PAUFERRO, StRGIO
AMORIM VIEIRA, CÉLIO FERR EIRA , EVALDO LUIZ LIMA, PE RY
SILVARES HENRIQUE, LUIZ GONZAGA PEREIRA, JOSÉ RODRIGUES
ALVES, VALTER SOARES DE MATOS e APARECIDO DIAS MACHADO ,
STM 13
\_
~
;:lf/r- 24 -

SUPERIOR TRIBUNAL MIL!ITAR

c/c art 79 e 80, tudo do CPM, fixadas as penas ba


ses da seguinte forma:
Art 205, § 2º incisos
III e IV •••..• 12a x 4 = 48a
Art 209, § 1º ••••..•••. 9m x 11 = Ba 3m
= 56a 3 meses
- "Ex vi" do art 81 do CPM, fixar em definitivo a
pena unificada em 30 anos de reclusão a cada um.

Cabo JOSt AUGUSTO CRUZ, à pena de 53 anos e 6 meses

--
de reclusão, como incurso nos art 205, § 2º, inci-
sos III e IV - homicÍdio doloso, com torturas, dos
soldados GEOMAR RIBEIRO DA SILVA, JUAREZ MONÇÃO VI -
ROTE, VANDERLEI DE OLIVEIRA e ROBERTO VI CENTE DA
SILVA e art 209, § 1º - sev{cias conti nuadas contra
os soldados HtL IO BOTELHO LUIZ , NILSON SENHOR I NHO
MAR CATO, JOSl GET~LIO NO VO PAUFERRO, StRGIO AMORIM
VIE IRA, CtLIO FERREIRA, EVALDO LUIZ LI MA , PERY Sih
VARES HENRIQUE, LUIZ GONZAGA PER EI RA, JOSt RODR I-
GUES ALVES, VALTER SOARES DE MA TOS e APARECIDO DIAS
MACHADO, c/c art 79 e 80, tudo do CPM, fixadas as pe-
nas bases da seguinte forma:
Art 205, § 2º, incisos
III e IV •.••... 12 a x 4 = 48a
Art 209, § 1º ••••..... .. 6 m x 11 = 5a 6 m
= 53a 6 meses
- "Ex vi'' do art 81 do CPM, fixar em definitivo a pena
unificada em 30 anos de reclusão.

7.2.6 Cabo CELSO GOMES DE FREITAS FILHO, à pena de 37 anos


e__......,_,
6 meses de reclusão,
______.,
como incurso nos art 205, § 2º,
incisos III e IV - homicÍdio ~oloso, com torturas ,
dos soldados GEOMAR RIBEIRO DA SILVA, JUAREZ MONÇÃO
VIROTE e VANDERLE I DE OLIVEIRA e art 209, § 1º - seví
cias continuadas contra os soldados HtLIO BO TELHO L~
IZ, JOSt GET~LIO NOVO PAUFERRO, StRGIO AMORIM VIEIRA,
CtLIO FERREIRA, LUIZ GONZAGA PEREIRA e APARE CID O DIAS
MACHADO, c/c art 79 e 80, tudo do CPM, fixadas as pe-
nas bases da seguinte forma:
..
Art 205, § 2º, incisos
III e IV • • . . . . . . 12a X 3 = 36a
Art 209, § 1º .••..•.••••. 3m X 6 = la 6m
= 37a 6 meses
STM 13
J!J;f
- 25
S U P E R I O R T R I B U N A L M I L~l TA R

"Ex vi" do art 81 do CP M, fixar em definitivo a pena uni


ficada em 30 anos de reclu são.
7.2.7 - 3º Sgt SIDENI GUEDES à pena de 14 anos e 3 meses de reclu
são, como incurso nos art 205, § 2º, incisos III e I V, ho -
micÍdio doloso, com torturas do Sd JUAREJ MONÇ~O VIROTE e
art 209, § 1 º - sevÍcias continuadas contra os so idados Cl
LIO FERREIRA , NILSON SENHORINHO MARCATO e Hl LIO BOTELHO
LUIZ, c/ art 79 e 80, tudo do CPM, fixadas as penas bases
da seguinte forma:
Art 205, § 2º, incisos
III e IV . .. .. . . .. 12a X 1 = 12a
Art 209, § 1 º •••••••• o " ••• 9m X 3 = 2a 3m

= 14a 3 meses
, .
7 .2.8 - Aplicar penas acessorlas:
a) Nos termos do art 98, inciso I, c/cart 99 do CPM, ao
Ten Cel GLADSTONE PERNASETTI TEIXEIRA, Cap D~ L GIO MIRAN
DA NI EBUS e 2º Ten R/2 PAULO REYNAUD MIRANDA DA SIL VA ,
da perda do posto e patente.
b) Nos termos do art 102 do CPM aos 3 º Sgt RUBENS MAR TINS
DE SOUZA, ~VAN ETEL DE OLIVEIRA, SIDENI GUEDES e aos
Cabos JOSl AUGUSTO CRUZ e CELSO GOMES FREITAS FILHO,
de exclusão do Serviço do Exército.

7.2.9 - Considerando que existem nos Autos indÍcios de outros cri


mes praticados pelos Cel ARIOSVALDO TAVARES GO MES DA SIL
VA, Ten Cel GLADSTONE PERNASETTI TEIXEIRA, Cap VOLTAIRE
ANTONIO DE CARVALHO, 1º Ten Médico Dr lRICO AUGUSTO LOPES,
1º Sgt GERALDO JOSl PERE I RA e 3º Sgt NIVALDO AMARO DA SI~
VA, remeter ao Procurador Geral da Justiça Militar cÓpia
dos documentos respectivos, para o procedimento legal ca
bÍvel, na forma do disposto no art 442, do CÓdigo de Pr~
cesso Penal Militar e inciso XXI, Art 40 da Lei de Organi
zação Judiciária Mi litar (Dec Lei 10D3, de 21 de outubro
de 1969).

7.2.10 - Em face dos crimes previstos nos art 211 e 212 do CÓdigo
... Penal, cometidos pelo Te n Cel GLADSTONE PERNASETTI TEIXEl
RA, civis IRANIDES FERRE I RA e NE LSON RIBEIRO DE MOURA ,
remeter ao Ministério PÚblico, na forma do art 40, inciso
.
XXI da Lei de Organização Judiciária Militar , as peças

STM 13
S U P E R I O R T R I B U N A L M ll!l TA R
f - 26 -

respe ctivas dos Autos pa ra as medidas legai s cabÍveis.


Deixo de adotar igual proced i men t o em relação ao Cap DA L
GIO MIRANDA NIEBU S, 2º Ten R/2 PA ULO REYNAUD MI RANDA DA
SILVA e 3º Sgt RUBENS MART I NS DE SOUZA, I VAN ETEL DE OLI
VEIRA e Cabo JOSt AUGUSTO CRUZ, por já t ere m sido apena-
dos no máximo legal de reclusã o pre vist o no art 81 do
CPM e não ter assim objeto qualquer process o contra eles
instaurado .

l o VO TO.

JO RDAO RAMO S

...

STM 13
APELAÇÃO Nº 39.872

A N E X O 1

L~ uad r o nº 1 - Ten Cel GLADSTONE PERNASETTI TE I XEIRA


Quadro nº 2 - Cap DALGIO DE MIRANDA NIEB US
Quadro nº 3 - 2º Ten R/2 PAULO REYNAUD MIRANDA DA SILVA
Quadro nº 4 - 3º Sgt RUBENS MART INS DE SOUZA
• Quadro nº 5 3Q Sgt IVAN ETEL DE OLIVEIRA

Quadro nº 6 - Cabo JOSÉ AUGUSTO CRUZ


Quadro nº 7 - Cabo CELSO GOMES DE FRE I TAS FILHO
Quadro nº 8 - 3Q Sgt SIDENI GUEDES
Quadro nº 9 - Civil NELSON RIBEIRO DE MOURA
Quadro nº 10 - Civil IRANIDES FERREIRA
Quadro nº 11 - Ce1 ARIOSVALDO TAVARES GO ME S DH SIL VA
Quadro nº 12 - Cap VO LTAIRE ANTONIO DE CARVA LHO
Quadro nº 13- 1º Ten Med ERICO AUGUSTO LOPES
Quadro nº 1 4- 2º Ten PED RO MIGUEL CAL I CHIO
Quadro nº 15 - 1º Sgt GERALDO JO SÉ PEREIRA
Quadro nº 16 - 3º Sgt NIVALDO AMARO DA SILVA
Quadro nº 17 - Cabo TOMAZ.

* * * *

4
(
Q..~- i .
APELAÇÃO Nº JS.
i

~
. "

ACUSADO TESTEMUN HA VfTIMA NATUR EZA DO DELITO OB S :

Ten Coronel Cap NIEBUS (IPM) To mou conheci mento da morte d o Sd MONÇÃO e IFl s 132 ,
GLA DSTON E VAN~ERLEI, tendo concordado com a idéi~ de e
su mlr com os corpos e que recomendou Sl mu- 1 85 136
PERNASE TT I lar a fuga dos mesmos pois seriam dados co
TEIXEI RA mo fo~agidos.
C~p NIEBUS (Aud) Declarou ter recebido ordem do acusado para
decap i tar os dois soldados mortos, visando
a não identificação dos mortos e deixar os
cadaveres em lugar distante. I Fls 613
Ca p NI EBUS (Aud) Dec l arou que t odos os atos p raticados pmr
ele f oram com consentimento e determinação
ou do Ce l ARIOSVALDO ou Ten Cel GLADSTONE IFls 613
Ten MIRANDA ( I PM) Tomou conhecimento da morte do Sd MONÇÃO e IFl 132
VANDERLEI, tendo concordado com a idéia de s e
sumir com os corpos. 185
Ten MIRANDA (Aud) Dec l arou ter recebido ordens do ac u sado pa
ra dar fim aos corpos dos soldados mortos- r 1 s 615
Ten MI RANDA (IPM) Dec l arou que o acusado sabedor que o corpo
de um do s so l dados mortos não havia sido
bem esco n dido, ma n dou que o depoente( Ten
Mira nda) f osse escondê-lo be m, Fls 239
3º Sgt FR ANCISCO Di sse q ue f o i chamado pelo Cap NIEBUS para
LEONARDO NETO datilog r afar a l g un s depoimentos qu e esta-
vam em r ascunho e que serv i riam para rn IPM

~
do qual o Ten Ce l Gladstone era o Encarre-
gado. Posteriorme n te ident i ficou o texto
das declaraçÕes co mo sendo o mes mo do exis
tente no referido I PM, apenas sen d o dati l o ~
gra f o por o u tra pe ssoa Fls 175
Ca bo CRUZ Cap NIEBUS disse que não gaveria prob l ema

~
no s um iço dos cor pos porque o Ten Cel Gla-
dstone ser i a o Enca r regado do IPM; disse
aue 2 ofic i a i s e 2 sara e ntos da " Equipe "
• APELAÇÃO Nº 39,
!
~/
.- Fl s 2

\.
ACUSADO _r TESTEMUNHA VÍTIMA ( NATUR EZA DO DEL ITO i, 085 :

Ten Coronel Cb CR UZ já levaram as declaraçÕes prontas, co n-


GL AD STDNE feccionadas pelo Cap Niebus e Ten Miran-
da, as qua i s e ra m datilografadas pelo Ten
PERNASETTI Fe l ix Fls 170/171
TEI XEIRA

.
v ~
~

~~
~~

..
APELAÇ~O Nº 39.q· G.-2
--·
,.,
...!..,.... • ':. "

ACUSADO TES TEMUNHA VÍTIMA NATUREZA DO DELITO '\ OBS:

Capitão DÁLGIO Ten Miranda (Aud) Sd VANDERLEI - Morte Mutilação do cadáver Fls 615
Ten MIRANDA (IPM) Sd VANDERLEI - Morte Esquartejamento do cadáver Fls 127/132
MIRANDA NIEBUS Cb CRUZ (Aud) Sd VANDERLEI - Morte Espancamento Fls 644/646
Cb CRUZ (IPM) Sd VANDERLEI - Morte Espanca mento Fl s 1 68/224
Sgt RUBENS (IPM) Sd VANDERLEI - Morte Esquartejame nto do ca dáver Fl s 83/86
Sgt ETEL (I PM) Sd VANDERLE I - Morte Ocu l tame nt o do cadáver Fl s 89/92
Sd APARECIDO(Aud) Sd VANDERLEI - Morte Espanca mento Fls 843
Cap NIEBUS (IPM) Sd VANDERLEI - Morte Esquartejamento do cadáver Fls 136

Cb Cruz (Aud) Sd MONÇÃO - Morte Espancamento com socos Fls 644/646


Cb CRUZ (IPM) Sd MONÇÃO - Morte Espancamento Fls 168,124
Cb TOMAZ (Aud) Sd MONÇÃO - Morte Espancamento com palmatÓria Fls 716 ·
Cb TOMAZ (IPM) Sd MONÇÃO - Mort e Espanca mento Fls 180
Cap NIEBUS (IPM) Sd MONÇÃO - Morte Oc ul t a mento do cadáver Fls 136
Sgt RUBENS (IPM) Sd MONÇÃO - Morte Ocultamento do cadáver no mato Fls 83/86
Sg t ETEL (IPM) Sd MONÇÃO - Morte Ocultamento do cadáver Fls 89/92
Ten MIRANDA (IPM) Sd MONÇÃO - Morte Ocultamento do cadáver Fls 127/132

Cb CRUZ (Aud) Sd VICENTE - Morte Espancamento com palmatÓria Fls 644/646


Cb CRUZ (IPM) Sd VICENTE - Morte Espancamento Fls 168
Ten ~RICO (Aud) Sd GEOMAR - Morte A vÍti ma J antes de falecer declarou ao de
poente ter sido espancado pelo acusaso - Fls 1017
Ten ~RICO (IPM) Sd GEOMAR - Morte Idem Fls 216
Sgt ETEL (IPM) Sd GEOMAR - Morte Espancamento c/ cano de ferro, palmatória Fls 89/92
C b C RUZ ('I P M) Sd GEOMAR - Morte Espancamento Fls 168
Sd APARECIDO(Aud) Sd GEOMAR - Morte Espancamento Fl s 843
Sd SOARES (Aud) Sd GEOMAR - Morte Espanca mento Fl s 1 019
Sd AMORIM (IPM) Sd GEOMAR - Morte Espancamento com çano de ferro Fl s 1 02/103
Sd EVALDO (IPM Sd GEOMAR - Morte Espancamento, cinto NA, socos, palmatória Fls 1 06/107
Sd GETÚLIO (IPM) Sd GEDMAR - Morte Espancamento c/ cano de ferro, ponta-pé Fls 110/111
Sd GONZAGA (IPM) Sd GEOMAR - Morte Idem Fls 114/11 5

Sd APARECIDO (Aud) Sd APARE CIDO Espa ncamento c/ cano de ferro, palmatória Fl s 843/844
Sd APARECIDO(IPM) Sd APARECIDO Idem Fls 77/81
Sgt RUBENS (IPM) Sd APARECIDO Espa nca mento Fls 83/86
Sot ETEL ( I PM) Sd APARECIDO Esoancamento e chooue Fls 8_9/92 \

~~
~
...
APELAÇÃO Nº 7
- ~

~
,
__,...., _, .- F1s 2

ACUSADO I TESTEMUNHA VÍTIMA { NA TUREZ A DO DELITO r OBS:


Capitão DÁLGIO Sd AMO RIM (IPM) Sd APARECIDO Es pancamento com fer i mentos 1s 102/1 03
Sd EVALDO (I PM) Sd APARECIDO Es pa ncame nto c/ c i nto NA, socos,pa1 ma t Ória F1s 106/1 07
MI RANDA NIEBUS
'
Sd GETÚ LIO (Aud) Sd GETÚLIO Espancame nto - F1s 847
Sd GETÚLIO (I PM) Sd GETÚLIO Espa ncame nto c/ cano de ferro, choqu e ,soco F1s 110/111
Sd AMO RIM (IPM) Sd GETÚ LIO Espancame nto Fls 102/1 0 3
Sd SENHORI NH O(IPM) Sd GET ÚL I O Espancamento c/ cinto NA, soco, ·choque Fls 108/109
Sd GONZAGA (IPM) Sd GETÚLIO Espancame n to c/ cano de ferro, cinto NA Fl s 114/115
Sgt PER EIRA (I PM) Sd GETÚLI O Espancamento com c a no de ferro Fls 409
Sd APARECID O(Aud) Sd AMOR I M Espancame nt o F1s 843
Sd AMORIM (IPM) Sd AMORIM Espancamento com lesÕes corporais F1 s 1 02/103
Sd EVALDO (IPM) Sd AMOR I M Espancamento c/ cin t o NA, socos,palmatÓria F1s 1 06/107
Sd GET ÚLIO (IPM) Sd AMOR I M Espancamento c/ cano de f erro, ponta-pé F1s 110/111
Sd GONZAGA (IPM) Sd AMORIM Espa nca mento c/ ca no de ferro , c i nto NA Fls 114/115
Sd AMORIM (I PM) Sd GONZAGA Espa nca me nto Fls 102(103
Sd SENHORINHO(IPM) Sd GONZAGA Espanca me nt o com cinto NA, soco, choq ue Fl s 1 08/109
Sd GETÚ LIO ( IP M) Sd GONZAGA Espanca mento c/ ca no de f e rro, ponta-pé Fls 11 0/111
Sd GO NZAGA(IP M) Sd GO NZAGA I dem F1s 11 4/115
' Sd SENHORINHO(IPM) Sd SENHORINHO
- Espanca mento c/ ca no de fe rr o, choque , soco F1s 1 08/109
Sd GETÚLIO (IPM) Sd SENHORINHO I de m Fls 11 0/111
Sd GONZAGA ( I PM) Sd SENHORINHO Es pa n ca mento, c/ can o de fe r ro , choque F1s 114/1 15
Sd FERRE I RA (IPM) Sd FERREIRA Es pa nca mento c/ ca no de fer r o, cho que, t apa F1s 104/1 05
S d SEN HOR I NHO(IPM) Sd FERR EI RA Idem Fls 108/109
Sd GETÚ LIO (IPM) Sd FERREIRA Espancamen t o c/ cano de f erro, soco, F1s 110/111
Sd GONZAGA ( I PM) Sd FERREIRA Ide m Fl s 114/115
Sgt RUBENS ( I PM) Sd FERREIRA Es pa ncamento F1s 83/86
Sd BOTELHO (IPM) Sd FERREIRA Espa ncamento Fls 441
Sd AMORIM ( I PM) Sd LU IZ Es pancam e nto Fls 1 02/103
Sd EVALD O ( I PM) Sd LUIZ Espancame n to com cinto NA,socos, pa1 matÓria Fls 106/107
Sg t RUBENS (IPM) Sd BOTELHO Es pancamento F1 s 271
Sd BOTE LHO ( I PM) Sd BO TEL HO Es pa nca me nto co m socos Fl s 440/449
....,. ~>

~~~
..
APEL AÇÃO Nº 3 r
I F1 s 3
- - \
~

ACUSADO .{ ' TESTEMUNHA VÍTIMA ( NATUR EZA DO DELITO OBS :

Ca pitão DÁLGI O Sd SOA RES (A u d ) Sd SOARES Es pa nca men t o F1s 1019


MIRAN DA NIEB US Sd AMORIM (IPM) Sd PERI Es pa nca men t o co m feri men t os F1s 1 02/1 03
Sd AM ORIM (I PM) Sd EVAL DO Es panca me nto c/ f erime n tos nas p er nas e
braços F1 s 1 02/1 03
Sd ALVES (I PM) Sd ALVE S Espancamen t o c/ cano de fe r r o , cho que,
cinto NA, pre nsa F1s 11 6/ 11 7

~~ /~ ~ .~

6
APELAÇÃO Nº 39 : nr
G.-3
'-------~----------------------------~~------------------------------~-
I '
.o t

ACUSADO TESTEMUNHA I VÍTIMA NATUREZA DO DELITO OBS:

2º Ten R/2 Cap NIEBU S (Aud) Sd VANDER LEI - Morte Esquartejamento Fls 61 3
PAULO REYNAUD Cap NIEBUS (IPM) Sd VANDER LEI - Morte Esquartejamento Fl s 136
Cb CR UZ (Aud) Sd VANDER LEI - Mor t e Espancame nto Fl s 644/646
MIRANDA DA SIL Cb CRU Z (IPM) Sd VANDERLEI - Morte Espa ncamento com palmatÓria Fls 168
VA Sd APARECIDO (Aud) Sd VANDERLE I - Morte Espancamento Fls 843
Sgt RUBENS (IPM Sd VAND ERLE I - Morte Esquar t e j a men to do cadáver Fls 83/86
Ten MIRANDA (IPM) Sd VANDERLEI - Morte Confirmou o esquartej amento Fls 127/132
Sgt ETE L (IPM) Sd VANDERLEI - Morte Ocu l tamento do cadáver Fls 89/92
Cap NIE BUS (Aud) Sd MONÇÃO - Morte Ocultamento do cadáver Fls 613
Ca p NIEBUS (IPM) Sd MONÇÃO - Morte Ocultamento do cadáver Fls 136
Civ NE LS ON (Aud) Sd MONÇÃO - Morte Determinou e auxi lio u a cremação da vÍtima Fls 639/641
Ci v NELSON (IPM) Sd MONÇÃO - Morte O d eclaran te em co mpanhia do civi l IRANI-
DES e acusado atearam fogo na vÍtima Fl s 382
Civ IR ANI DES (Aud)ISd MONÇÃO- Morte Determinou e a uxiliou na cremaçao da vÍtim~ " 642/6 43
Ci v IRANIDES (IPM) Sd MONÇÃO - Morte O declarante em compa nhia do acusa do e do
civil Nelso n atearam fogo no cadáver do Sd iFls 382
Cb TOM AZ (Aud) Sd MONÇÃO - Morte Espancame nto Fls 716
Cb TOMAZ (IPM) Sd MONÇÃO - Morte Espanca mento Fls 180
Cb CR UZ ( I PM) Sd MONÇÃO - Morte Cremação do c adáver Fl s 170/224
Ten MI RANDA ( I PM) Sd MONÇÃO - Morte Con firm a ter cremado o cadáver da vÍtima Fls 127/132
e 241
Sg t ETEL (IPM) Sd MONÇÃ O - Morte Ocu l tamen to do cadáver Fls 89/92
• Cb TOMA Z (Aud) Sd GEOMAR - Morte Espancamento Fls 716
Sd APARECIDO (Aud ) Sd GEOMAR - Morte Espancame nto Fls 843
Sd AMORIM (I PM) Sd GE OMAR - Mor te Espancamento Fls 102/103
Sd EVA LDO ( IP M Sd GEOMAR - Morte Espancamento c/ socos , cinto NA,palmatÓria Fl s 106/10 7
Sd GON ZAGA ( IPM ) Sd GEOMAR - Morte Es pancamento c/ cano de ferro, socos Fls 114/115
Sgt ETE L (IPM) Sd GEOMAR - Mo r te Es pa ncamento c/ choq ue e cinto NA Fls 89/92
Sd APARECIDO (Aud) Sd APAR ECI DO Espanca me nto c/ ca no de f erro, pal matÓria IFls
844
Sd APARECIDO (IPM) Sd APARECIDO Espa n ca me nt o c/ soco s, ponta-pé Fls
77/81
Ten MIR ANDA (Au d ) Sd APARECIDO Espancame nto Fls
614
Sd AMORIM (IPM) Sd APARECIDO Espanca ment o com feri mentos IFls
102/103
Sd EVALDO (IPM) Sd APAR ECIDO Espanca me nto c/ ta pas, cinto NA, palmatÓri~Fl s 106/107
~

9<:~~
~~
..
APELAÇÃO Nº 39 n

Fls 2
- '

__.,
~
( {
ACUSADO TESTE MUNH A V!TIMA NA TUREZ A DO DELI TO c OBS:
\

2º Ten R/2 Sgt RU BENS ( I PM) Sd APA RECIDO Espa nca ment o c/ t a pas , socos, pal matória Fl s 83/86
SGT ETEL (IPM) Sd APAREC I DO Espa nca me nto c/ ch oq u e, socos, c i nto NA Fls 89/92
PAU LO REYNA UD
MIRAN DA DA Sd AMOR I M ( I PM) Sd AMORIM Espanca mento co m l esÕes cor porais Fls 1 02/1 03
SILVA S d EVALDO (IPM) Sd AM OR IM Espa nca men t o c/ socos, cinto NA,palmatÓria Fls 1 06/lOí
Sd GONZAGA (IPM) Sd AMDRIM Es pa nc a mento c/ cano de fer r o, c ho qu e. Fls 11 4/11 5
Te n MIRANDA (Aud) Sd AMO RIM Es pa ncame nt o Fls 61 4
Sd APARECIDO(Au d ) Sd AMORI M Es pa nca men t o Fls 843
Sd AMORIM (IPM) Sd GETÚL I O Es panca mento Fls 102/1 03
Sd SENHOR I NHD(IPM) Sd GE TÚLIO Es panca mento, pre nsa , ci n to NA, palmatÓria Fls 108/lOS
Sd GONZ AGA ( I PM) Sd GE TÚLIO Es pa nca men to , cano de f erro, c i nto NA Fl s 114/115
Te n MIRANDA (A ud ) Sd GETÚLI O Espa nca ment o Fls 614
Sd AMORIM (IPM) Sd GONZAGA Es pa nca men t o Fls 1 02/103
Sd SENHOR I NHO (IPM )Sd GONZA GA Es pa nca me nt o , prensa, c i nt o NA, pal matória F1 s 108/10 C:
Sd GONZAGA (IPM) Sd GONZAG A Es panca mento c/ ferime nto, ca no de f erro F1 s 114/115
Te n MIRANDA ( Au d ) Sd GONZAGA Es pa ncamen t o Fl s 61 4
6
Sd AMORIM ( I PM ) Sd EVA LD O Es pan c a ment o c/ f eri mentos pernas, braços F1 s '1 0 2/1 0 ~
Sd APAREC I DO(Aud) Sd EVA LDO Es pancame nto Fls 8 43
Sd AM ORIM ( IP M) Sd LUIZ Es panca me nt o F1s 102/10:
Sd EVALDO ( I PM) Sd LU I Z Es pancam en to c/ c i nto NA, socos, pa1 matÓria F1 s 106/1 0í
Sd APA REC I DO(Au d ) S d LUIZ Es pa nca me nt o Fls 8 43
Sd FER REI RA (IPM) Sd FERREIRA Es pa nca me nto c om fe r i men t os F1 s 1 04/10:
Sd SENHORIN HO(lP M) Sd FERRE I RA Espancamento , pre ns a , c i nto NA, pal matÓria F1s 1 08/loc
Sd GO NZAGA (IPM) Sd FERREIRA . Es pancam e nto c/ c a no f e r r o , c in to NA F1 s 114/11:
Sgt"RU BEN S (IPM)
Cb FR EI TAS (IP M)
Sd
Sd
FERREIRA
FE RRE I RA
. ' Es panca ment o c/ ta pas e socos
Ficou de castig o s ob re 2 l atas de E .Tom a t E
F1 s
Fls
83/86
1 39/14~
Sd BOTELHO (IPM) Sd FERRE I RA Es panca mento co m c an o de f e r r o F1s 441
Sd AMO RIM (IPM) S d PE RI Espa ncamen t o co m fe r i me ntos F1s 1 02/10
Sd GONZ AGA (IPM) Sd SENHORINH O Espancame nto c7 ca no de f e rro, c hoque F1s 11 4/115
-sD lrOT EL HD Cf PM )_ :i d BOT ELHO Espa nca me nto co m ca no de fer r o Fls 44~/ 44
So t NIVALDO lPM) Sd BOT ELHO Chi nel ada no rost o Fls 54 0 ..,
~~ 11

~ ~--S)
..
Q_- ~
APELAÇÃO Nº 39.87~
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ACUSADO TESTEMUN HA VÍTIMA NATUREZA DO DELI TO OBS:

3º Sgt RUBENS Sd AMORIM (IPM) Sd GEOMAR - Morte Espancamento Fl s 102/103


Sd EVALDO (IPM) Sd GEOMAR - Morte Es pancamento c/ soc os, cinto NA, pa1matÓritF1s 106/107
MARTIN S DE SOU
Sd GETULIO (IPM) Sd GEOMAR - Morte Espancamento c/ socos, ponta -pé, c into NA Fls 110/111
ZA Sd PERI (IPM) Sd GEOMAR - Morte Espancamento c/ choque eletrico, cinto NA Fls 112/113
Sgt RUBENS (IPM) Sd GEOMAR - Morte Espancamento, aperto de pé Fls 83/86
Sgt RUBENS (Aud) Sd GEOMAR - Mor te Espancamento Fls 619
Sd GONZAGA (IPM) Sd GEOMAR - Morte Espancamento c/ c boqu e elétrico, socos IFls 114[115
S d APARECI DO -( A-ud) Sd VANDERLEI - Morte Espancamento Fls 843
Sgt RUBEN S (IPM) Sd VANDERLEI - Morte Auxi liou enterrar o cadáver Fls 83/86
Sgt ETE L (IPM) Sd VANDERLEI - Morte Ocultamento do cadáver Fl s 89/92
Cap NIEB US (IPM) Sd VANDERLEI - Morte Ocultamento do cadáver Fls 136
Cap NIEBUS (IPM) Sd MONÇÃO - Mor te Oc ultamento do cadáver IFls 136
Sqt ET EL (IPM) Sd MONÇÃO - Morte Ocultamento do cadáver Fl s 89/92
Sgt RUBENS (Aud) Sd APAR EC I DO Espancamento Fl s 619
Sgt RU BE NS (IPM) Sd APAREC I DO Espa ncamento c/ soc os e tapas Fl s 83/86
Sd APAR ECIDO (Aud) Sd APARECIDO Es pancamento co m ci n to NA Fls 845
Sd APARECIDO (IPM) Sd APAREC I DO Es pancamento com socos e ponta-pé Fl s 77/81
Sgt ETEL (IPM) Sd APARECIDO Espancame nto c/ choque elétrico e socos Fls 89/92
Sd AMORIM (IPM) Sd APAR ECIDO Espancamento co m fe rime n tos Fls 1 02/103
Sd EVALDO (IPM) Sd APARECIDO Espancamento c/ cinto NA, pa 1matÓria,socos Fl s 1 06/107
Sd PERI (IPM) Sd APARECIDO Espancamento c/ ferimentos na cabeça Fl s 112/113
Sgt RUBE:NS (A ud) Sd EVALDO Espancamento Fls 61 9
Sgt RUB ENS ( I PM) Sd EVALDO Espancamento co m tapas Fls 83/86
Sd APARECIDO (Aud) Sd EVALDO Espancamento Fls 843
Sd AMORIM ( I PM) Sd EVA LD O Espancamen t o c/ ferimento s nas per nas/braçoi Fls 1 02/103
Sd EVALDO tiPM) Sd EVALDO Espancame nt o c/ socos, cinto NA,palmatÓria Fls 1 06/107
Sd GE TÚ LIO (Aud) Sd GETÚLIO Espancamento Fls 847
Sd GETÚLIO (IPM) Sd GETÚLIO Espancamen t o c/ choque elétrico, chu t e I Fl s 11 0/111
Sd AMORIM (IPM) Sd GETÚ LI O Espancamento Fl s 1 02/103
Sd SEN HO RINHO(IPM) Sd GETÚ LIO Espancamento c/ prensa, choque, palmatÓria Fl s 108/109
Sd GONZAGA (IPM) Sd GETÚL I O Espancament o c/ choque, cano de ferro Fl s 114/115
Sgt RUBENS (IPM) Sd GETÚLIO Espancamen to co m c i nto NA Fl s 83/86

/' ~

5<__~
..
APELAÇÃO Nº :! ~

I Fls 2
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ACUSADO r TESTEMU NHA V!TIMA i . NATUREZA DO DELITO OBS:
'
3º Sgt RUBENS Sgt NIVALDO (IPM) Sd AMORIM Espancamento Fls 398
Sd AMORIM (IPM) Sd AMORIM Espancamento com lesÕes corporais Fls 1 02/103
MARTINS DE Sd EVA LDO (IPM) Sd AMORIM Espancamento c/ cinto NA, socos,palmatÓria Fl s 106/107
SOUZA Sd GETlJLIO (IPM) Sd AMORIM Espancamento c/ cinto NA, socos , ponta-pé Fls 11 0/11 1
Sd PERI (IPM) Sd AMORIM Espancamento c/ ferimento na cabeça Fls 112/113
Sd GONZAGA (IPM) Sd AMORIM Es pancamento c/ choque e cano de ferro F1s 114/115
Sd APARE CIDO (Aud) Sd AMORIM Espancamento F1 s 843
I

Sd AMORIM (IPM) Sd GONZAGA Espancamento · Fls 102/103


Sd SENHORINHO ( I PM) Sd GONZAGA Espancamento c/ prensa, choque, palmatÓria Fl s 108/109
' Sd GETÚLIO (IPM) Sd GONZAGA Espancamento c/ cinto NA, soco s ,ponta - pé Fl s 110/111
Sd GONZAGA ( I PM) Sd GONZAGA Espancamento c/ cano de ferro, chque,socos F1 s 11 4/11 5
Sd APARECIDO (Aud) Sd LUIZ Espancamento Fls 843
Sd AMORIM (IPM) Sd LUIZ Espancamento Fls 1 02/103
Sd EVALDO (IPM) Sd LU IZ Espancamento c/ palmatÓria, c i nto NA,socos F1 s 106/107
Sd PERI (IPM) Sd LU I Z Espa ncamen t o com fer i mentos na cabeça Fl s 112/113
Sd FERREIRA (IPM) Sd FERRE I RA Espancamen t o com ferimentos '- l s 104/105
Sd SENHORINHO(IPM) Sd FERREIRA Espancamento c/ choque, cinto NA,palmatÓria ._ls 108/109
Sd GE TÚLIO (IPM) Sd FERREIRA Espanca mento c/ cinto NA, socos, ponta-pé lr-ls 110/111
Sd GONZAGA (IPM) Sd FERREIRA Espancamen t o c/ cano de ferro, cinto NA ·'- ls 114/115
Sgt RUBENS (IPM) Sd FERREIRA Espancamento c/ socos, ponta-pé ._ls 83/86
Sd BOT ELHO (I PM) Sd FERREIRA Espancamen t o ._ls 441
Sd AMORIM (IPM) Sd PERI Espancamento com ferimentos '- l s 102/103
Sd PER I (IPM) Sd PERI Espancamento c/ cano de ferro, choque, prel"$8 1- ls 112/113
Sgt RUBENS (IPM) Sd PERI Espa ncamento c/ cascudo ._ ls 83I 86 I
I
1

Sd GETÚL I O (IPM) Sd SENHORIN HO Espanca mento c/ c into NA, socos,ponta-pé ls 110/111 I


Sd GONZAGA (IPM) Sd SENHORIN HO Espancamento c/ cano de ferro, choque ls 114/115 1

Cb FREITAS TI PM) Sd BOTELHO Espancamento ls 139/143


Sd BOTE LHO ( I PM) Sd BO TE LHO Espanca mento ls 441
Sd ALVES ( I PM) S d ALV ES Espancamento c/ tortura, prensa Fls 116/117
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6
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APELAÇÃO Nº .;. t
3 g _.:,,_ . -
u- ,... • t ~
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ACUSADO TESTEMUNHA VfTIMA NATUREZA DO DELITO OBS :

3º Sgt IVAN Ten Med lRICO(Aud) Sd CEOMAR - Morte A vÍtima antes de falecer declarou ao de -
poente ter sido espancado pelo acusado Fls 101 7
ETEL DE OLI- Te n Med 'rico(IPM) Sd CEOMAR - Morte Idem Fls 216
VEIRA Sgt ETEL (Aud) Sd CEOMAR - Morte Espancamento Fls 617
Sgt ETEL (IPM) Sd CEOMAR - Morte Espancamento e palmatÓria Fls 89/92
Cb TOMAZ (Au d) Sd CEOMAR - Morte Espanca mento com cinto NA Fls 716/719
Cb TOMAZ (IPM) Sd GEOMAR - Morte Espancamento c/ socos e cinto NA Fls 179
Sd APARECIDO (Aud) Sd CEOMAR - Morte Espancamento Fls 843
Sd SOARES (Aud) Sd GEOMAR - Morte Espancamento Fls 1019
Sd AMORIM (IPM) Sd GEOMAR - Morte Espancamento violento Fls 102/103
Sd EVALDO (IPM) Sd GEOMAR - Morte Espancamento Fl s 106/107
S d CE TL1 L I O (I P M) Sd GEOMAR - Morte Espancamento com socos Fls 110/111
Sd PERI (IPM) Sd GEOMAR - Morte Espancamento c/ cinto NA, cano de ferro Fl s 112/113
Sd CONZACA (IPM) Sd GEOMAR - Morte Espancamento c/ oano de ferro, choque Fls 114/115
Cb TOMAZ (Aud) Sd MONÇÃO - Morte Espa ncamento com cinto NA Fls 716
Cb TOMAZ (IPM$ Sd MONÇÃO - Morte Espancamento Fls 180
Sgt RUB ENS (IPM) Sd MONÇÃO - Morte Ocultamento do cadáver no mato Fls 83/86
Sgt ETE L (IPM$ Sd MONÇÃO - Morte Idem Fls 89/92
Cap NIEBUS (IPM) Sd MONÇÃO - Morte Idem Fls 136
Cb CRUZ (8ud) Sd VANDERLEI - Morte Espancamento Fl s 644/646
Cb CRUZ (IPM) Sd VANDERLEI - Morte Espancamento com palmatÓria Fls 168
Sgt RUBENS (IPM) Sd VANDERLEI - Morte Aux ili ou a enterrar o cadáver Fl s 83/86
Sgt ETEL (IPM) Sd VANDERL EI - Morte Ocultamento do cadáver Fls 89/92
Cap NIEBUS (IPM) Sd VANDERLEI - Morte Idem Fls 136
Sd APARECIDO (Aud) Sd VANDERLEI - Morte Espancamento Fls 843

Sgt ETEL (IPM)


6d APARECIDO ( I PM)
I Sd
Sd
VICEN TE - Morte
VICEN TE - Morte
Espancamento
Espancamento com palmatÓria
F1s 89/92
Fls 77/81
Sd APARECIDO(Aud) Sd APARECIDO Espancamento Fls 843
Sd APARECIDO (IMP) Sd APARECIDO Espancamento c/ palmatÓria, choque Fls 77/81
Sd AMORIM (IPM) Sd APARECIDO Espancamento com ferimentos Fls 102/103
Sd EVALDO (IPM) Sd APARECIDO Espancamento c/ cin to NA, palmatÓria Fls 106/107
Sd PERI (IPM) Sd APAREC IDO Espa ncamento c/ cinto NA, cano de ferro Fls 112/113
/7

..
~~ :
APELAÇ~O Nº 39.ri
F1s 2
"-
I
'
( ~
ACUSAD O TESTEMUNHA VÍTIMA NATUREZA DO DELITO OBS:
'
3º Sgt IVAN Sgt RUBENS (IPM) Sd APARECIDO Espancamento Fls 83/86
Sgt ETEL (IPM) Sd APARECIDO Espancamento e conque Fls 89/92
ETEL DE OLI - Cb FREITAS (IPM) Sd APARECIDO Espancamento Fls 139/143
VEIRA
Sd GETÚLIO (Aud) Sd GETÚLIO Espancamento Fls 847
Sd GETÚLIO (IPM) Sd GETÚLIO Espancamento c/ cano de ferro , choqu e ,soco Fl s 110/111
Sd AMORIM ( I PM) Sd GETÚLIO Espancamento Fls 102/103
Sd SENHORINHO(IPM) Sd GETÚ LIO Espancamento c/ cano de ferro, choque, soco Fls 108/109
Sd GONZAGA (IPM) Sd GETÚLIO Espancamento c/ cano de ferro , c i nto NA Fls 114/115
Sd AMORIM (IPM) Sd AMORIM Espancamento com l esÕes corporais Fls 102/103
Sd EVALDO (IPM) Sd AMORI M Espancamento c/ cinto NA, soco , palmatória F1s 106/107
Sd GETÚLIO ( I PM) Sd AMORIM Es pa ncamento com socos Fls 110/ 111
Sd PERI (IPM) Sd AMORIM Espancamento c/ cint o NA, cano de ferro Fl s 112/113
Sd GONZAGA (IPM) Sd AMORIM Idem Fls 114/115
Sd APAREC I DO(Aud) Sd AMORIM Espancamento Fls 843
Sd AMORIM (IPM) Sd GONZAGA Espancamento F1s 102/103
Sd SENHOR I NHO (IPM) Sd GONZAGA Espancamento c/ cano de ferro, choque, soco Fls 108/ 1 09
Sd GETÚLIO (IPM) Sd GONZAGA Espancamento com socos Fls 110/111
Sd GONZAGA (IPM) Sd GONZAGA Espancamento c/ cinto NA , cano de ferro Fls 11 4/115
Sd EVALDO ( I PM) Sd EVALDO Espancamento c/ cinto NA e pa l matÓria ' Fls 106/107
Sd APARECIDO(Aud) Sd EVALDO Espancamento Fls 843
Sd FERREIRA (IPM) Sd FERREIRA Espancamento c/ cano de ferro , c hoqu e Fls 104/105
Sd SENHORINHO(IPM) Sd FERBEIRA Idem Fls 108/109
Sd GETÚLIO ( I PM) Sd FERREIRA '
Espancame nto com socos Fls 110/111
Sd GONZAGA ( I PM~ Sd FERRE I RA Espancament o c/ cano de ferro e ci nto NA Fls 114/115
Sgt RUBENS (IPM Sd FERREIRA Espancame nto I Fls 83/86
Sd AMORIM (IPM) Sd LUIZ Espancame nto Fls 102/103
Sd EVALDO (IPM) Sd LUIZ Espancamento c/ cinto NA, soco, palmatÓric Fls 106/107.
Sd PERI (IPM) Sd LUIZ Espancamento c/ cinto NA, choque, C ferro Fls 112/113
Sd APARECIDO (Au d) Sd LUIZ Bspancamento Fls 843
Sd AMOR I M \IPM) Sd PERI E ~pancamento com fer i me ntos Fls :J2!1~
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~
. /.-'

~
APELAÇÃO Nº J ':1-.,, 2
-
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ACUSADO TEST01UNHA VÍTIMA ( NATUREZA DO DEL I TO <-· 085 :

39 Sgt IVAN Sd PERI ( I PM) Sd PERI Espancamento com socos, prensa, chque
'· F1s 112/11 3
ETE L DE OLI- Sd SEN HORINHO(IPM) Sd SEN HORINHO Espancamento c/ cano de ferro, choque, soco F1 s 108/1 09
VEIRA Sd GETÚ LI O (IPM) Sd SENHOR I NHO Espancamento com socos F1s 112/113
Sd GONZAGA (IPM Sd SEN HORINHO Espancamento c/ cano de ferro, ci n to NA F1s 114/115
Sd ALVES (IPM) Sd ALVES Espancamento c/ cano de ferro, prensa F1s 11 6/117
Sd SOARES (Aud) Sd SOARE S Espancamento F1s 1019

//.
.~
~
6
Q.-6 ~·-
APELAÇÃO Nº 3' .__:!. __
--------~ ~~
- - ~----------------~------------------~ ~

AC USADO TESTEMUNHA VÍTIMA NATUREZA DO DEL ITO OBS:


Cabo JOSt AU.: Cb TO MAZ ( Aud) Sd GEOMAR - Mor t e Es panca mento Fls 716
Cb TOMA Z (IPM) Sd GEOMAR - Morte Es panca~ento c/ socos e cinto NA Fls 179
CUSTO CRUZ Ten ÉRICO (A ud ) Sd GEOMAR - Morte A vÍt i ma antes de falecer , de clarou ao de-1
poente ter sido espancado pe l o ac u sa do F1 s 1017
Ten tRICO (I PM ) Sd GEOMAR - Morte Idem Fl s 216
Sd SOARES (Aud) Sd GEOMAR - Morte Espa ncament o Fl s 1019
Sd APARECIDO(Aud) Sd GEOM AR - Morte Es pancamento Fls 843
Cb CR UZ (Aud) Sd GEOMAR - Morte Es pancamento com palmat ór i a Fl s 64 4/6 46
Sd AMORIM (IPM) Sd GEOMAR - Morte Espancamento com cano de fer r o Fls 1 02/103
Sd EVA LDO (I PM) Sd GEOMAR - Morte Es pancamento c/ cinto NA, tapas, s oc os Fls 106/1 0 7
Sd GET ÚLIO (IP M) Sd GEOMAR - Morte Espanca men to c/ cano de fer ro, ci nto NA Fls 110/ 111
Sd PERI ( IPM ) Sd GEOM AR - Morte Es pancamento c/ cano de ferro , choq ue Fls 11 2/1 1 3
Sd GONZAGA (IPM) Sd GEOMAR - Morte Espa ncamento c/ cano de fer ro , c into NA Fls 114/115
Sgt RU BENS (IPM) Sd GEOMAR - Morte Ocu ltou o cadáver no mato Fls 83/86
Sgt ETEL (IPM) Sd GEOMAR - Morte Espancamento c/ cinto NA e ch oque Fls 89/92
-
Cb TO MAZ (A ud ) Sd MONÇÃO - Morte Espanca mento Fls 716
Cb TOMAZ (IPM ) Sd MONÇÃO - Morte Espancamento Fl s 1 80
Sgt ETEL (IPM9 Sd MONÇÃO - Morte Ocu ltamento do cadáver Fls 89/92
Cap NI EBUS (IPM) Sd MONÇÃO - Morte Oculta ment o do cadáver Fl s 136
Cb CRUZ (IPM ) Sd MONÇÃO - Morte Espa nc amento com tapas Fl s 1 68
Sd APAR ECIDO(Au d) Sd VAND ERL EI - Morte Espancamento Fls 843
Sgt ETEL (IPM) Sd VANDE RLE I - Morte Oculta me nto do cadá ve r Fls 89/92
Ca p NIEBU S (IPM ) Sd VANDERLEI - Morte Ocultamento do cadáver Fl s 13 6
Cb CRUZ (IPM ) Sd VANDERLEI - Morte Espa nc a ment o com cor da Fls 168
Sd APARECIDO(IPM ) Sd VICENTE - Morte Espan camento, viopentas pancada,pa lmatÓria Fl s 77/81
Sd SOARES (IPM) Sd VICENTE - Morte Espanca mento c/ c hoque Fls 100/ 101
c b CR UZ (IPM) Sd VICENTE - Morte Espa ncam ento co m choque Fl s 168
15
Cb CRUZ (Aud) Sd APARECIDO Espanca ment o Fls 644/646
Sd CRUZ (IMP) Sd APARECIDO Espancamento c/ pal matÓria Fl s 87/88 e
1 68
Sd APA REC IDO (Aud) Sd APARE CIDO Espancamento co m cinto NA Fl s 845
Sd APARECIDO (IMP9 Sd APARECIDO Es panc a me nto co m cinto NA Fls 77/8 1
Cb FREI TA S (Aud) Sd APARECIDO Espancamento co m cano de ferro Fl ~ ~

~~ 1:
APE LAl,ÁO Nº 39 ~·

Fl s 2
-
. '-,l ,,
t -- ' .f"",.
(
l
ACUSADO TESTEMUNHA ViTIMA NATUREZA DO DELITO OSS:
Cabo JOS~ AU- Sd AMORIM (IPM) Sd APARECIDO Es panca mento co m fe rimentos Fls 102/103
Sd EVALDO (IPM) Sd APAR ECIDO Es panca me nto c/ t apas, s o cos , pa l matÓria Fls 106/1 07
GUSTO CRUZ
Sd PER! (IPM) Sd AP AREC I DO Es pa nca men to c/ ferime nto na cabeça Fls 112/113
Sgt RUBENS (IPM) Sd AP AREC I DO Es panc a men to Fl s 83/86
Sgt ETEL (IP M) Sd AP ARECIDO Es panca men to c/ socos e c hoq u e Fls· 89/92

Cb CRUZ (f\u d ~ Sd GONZAGA Es pan ca me nto Fls 644/646
Cb CR UZ (IP.M Sd GONZ AGA Espa nca ment o co m tapas Fl s 87/88
Sd AMOR I M (IPM) Sd GO NZAGA Es pa nca men t o Fls 102/1 03
Sd SENHOR I NHO(IPM) Sd GONZAGA Espa ncamen t o, prensa, cinto NA , pal matÓria Fls 1 08/109
Sd GETÚLIO PPM~ Sd GONZAGA Es pancamen t o c/ cano de ferro , c hoques Fls 110/111
Sd GONZAGA IPM Sd GONZAGA Espanca me nt o c/ cano de ferro , ci nto NA Fls 114/115
Cb CRUZ
Cb CRUZ
~Aud~
IPM
Sd EVALDO
Sd EVALDO
Espanca me nto
Espancam e nto c/ tapas
Fls 644/646
Fls 87/88 e
1 68
Sd APARECIDO(Au d ) Sd EVALDO Es pa ncam e nto Fls 843
Sd AMOR I M ( I PM) Sd EVALDO Es pan c a me nt o c/ f eri me nto b raç os e pernas Fls 102/1 03
Sd EVALDO ( I PM) Sd EVALDO Es pan c a mento c/ cinto NA, ta pas, palm a t Ór ia Fls 1 06/10 7
Sd GETÚLIO ~ Au d ) Sd GET ÚLI O Espan camento Fls 84 7
Sd GET ÚL IO IPM) Sd GETÚLIO Es pa nc a ment o, ch oq u e, pon t a -p é , c hu t e Fls 11 0/ 111
Sd AMORIM ( IPM) Sd GE TÚ LI O Espa nca me nt o Fls 1 02/103
Sd SENHORINHO(IPM) Sd GET ÚLI O Es pa nc a men t o , prensa, socos , pa l matÓria Fls 1 08/1 09
Sd GO NZAGA (IPM) Sd GET ÚLIO Es pa nca ment o c/ cano de ferro , s oco s F1s 114/11 5
Sd BOTELHO (IPM) Sd GE TÚLIO Espanca me nt o Fls 441
Sd AMORIM (IPM) Sd AMORIM Es panca men t o co m lesÕes corporais Fls 102/103
Sd EVALDO (IPM) Sd AMORIM Espancamento c/ cinto NA, tapas, pa l matÓria Fls 1 06/107
Sd GETÚLIO (IPM) Sd AMORIM Es panca mento c/ cano de fe r ro, cinto•NA Fls 110/11 1
Sd PER! (IPM) Sd AMORIM Feri me n to na cabeça Fls 112/11 3
Sd GONZAGA ( I PM) Sd AMORIM Espanca mento c/ cano de ferro, soco , ch o q u e Fl s 114/1 1 5
Sgt NIVALDO (IPM) Sd AMORIM Espa nca men t o Fls 398
Sd APARECIDO (Au d ) Sd AMORIM Espa nc a mento Fls 843

. Sd AMORIM ~IPM~
Sd EVAL DO IPM
S d LU IZ
Sd LU I Z
Es pa nc a ment o
Es oa nca me nto . c i nto NA socos pal ma t Ór i a
Fls 1 02/1 03 1
Fl s 106/#07

~~
APELAÇÃO Nº 3 S' ,n
-- Fls 3
..
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J
r "'·~\,._-

( <
J
ACUSADO TESTEMUNH A VfTIMA NATURE ZA DO DELITO OBS:

Cabo J OSl AU - Sd PERI (IPM) Sd LU IZ Feri mento na cabeça ls 112/113


CUS TO CR UZ Sd APARECIDO(Aud) S d LUIZ Es pa nc ame nto -1 s 843
Sd FERREIRA (IPM) Sd FERREIRA Es pancamento com feri me ntos Fls 104/105
Sd SENHORINHO (IPM IJ Sd FERREIRA Espancamento, pren sa, cho que, socos Fls 1 08/1 09
Sd GET ÚLI O (IPM) Sd FERREIRA Espanca mento, cinto NA , pa lmatÓria, socos Fls 11 0/lll
Sd GONZAGA (IPM) Sd FER REIRA Espancamen to c/ cano de ferro, cinto NA F1s ll 4/ll5
Sgt RUBE NS (IPM) Sd FERREIRA Espa nca mento, so co s Fl s 83/86
Sd BOTE LHO (IPM) Sd FERREIRA Espancamento Fls 441
Sd FERREIRA (IPM) Sd SENH ORINHO Espanca mento c/ feri mento olho esquerdo Fl s 1 04/105
Sd SENHORINHO(IPM) Sd SENH ORIN HO Es panca me nto na ca beça , choque, socos Fls 108/1 09
Sd GETÚLIO (I P M) Sd SENHORINHO Es pancame nto, ci nto NA, cano de fer ro F1s 110/111 1

Sd GONZAGA (I PM) Sd SENHORINH O Es panc a me nto c/ cano de ferro, c hoque F1s 114/115
Sd AMORIM (I PM) Sd PERI Es pan ca mento co m fe rimentos Fls 102/103
S d PERI ( IP M) Sd PERI Espancamento c/ ca no ferro, c hoq ue, s,ocos Fls 112/113

'
Sgt ETEL ( I PM) Sd BOTELHO Espancamento, socos com luvas F1s 89/92
Cb FREITAS (IPM) Sd BO TE LHO Espa ncame n to Fls 139/143
Cb CRUZ ( I PM) Sd BOTE LH O Espancame nto socos Fl s 222
Sgt RUBENS (IPM) Sd BOTELHO Espa ncamento ' Fls 271
Sd BO TE LHO (IPM) Sd BOTELH O Espancamento com soc o s F1s 440/447
Sd ALVES (IPM) Sd AL.VE S Espancamento c/ tor tura s, choq ues Fl s 116/117
Sd SOARES (A ud ) Sd SOAR ES Espanca mento Fl s l 01 9

//
.c.--~ .h'

..
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, ..
..........

G--7
APELAÇ~O Nº 39~ct : 2
-
I
i
.
' I "
ACUSADO TESTEMUNHA VÍTIMA NATUREZA DO DELITO OBS:

Cabo CELSO GOME S Cb CRUZ (IPM) Sd MONÇÃO - mor te Espancamento F1s 167/1 71
DE FREITAS FI- Cb TOMAZ (IPM) Sd MONÇÃO - mor te Idem 11
1 77/181
LH O Cb TOMAZ (Auditoria) Sd MONÇÃO - mor t e Id em 11
717/720
Cb CRUZ (IPM) Sd VANDER LEI - mort e Espancamento Fls 167/171
Sd APARECIDO (Aud) Sd VANDERLEI - morte Idem 11
843/846
Sgt ETEL (IPM) Sd GEOMAR - mo rte Espancamento na cabeça , ombro, Fls 89/92
costas e coxa
. Sd EVALDO (IPM Sd GEOMAR - morte Idem 11
106/107
Sd AMORIM (IPM) Sd GE OMAR - mort e Espancamento com ca no d e ferro 11
102/ 103
e ci nto NA
Sd GONZAGA (I PM) Sd Geomar - morte Idem 11
114/115
Cb TOMAZ (I PM Sd GEO MAR - morte Espancamento com sÓcos e cinto 11
177/181
NA
Sd APARECIDO (A u d) Sd GEO MA R - morte Idem 11
843/846
Cb CRUZ (IPM Sd VI CENTE - mo rt e Espancamento F1s 167/ 171
Sgt ETEL (IPM Sd APARE CID O Socos e ch oqu es elét r icos - le
~ - F1s 89/92
soes corporais
Sd EVALDO (IPM) Sd APARECIDO Idem 11
106/107
Cb TOMAZ (IPM) Sd APARECIDO Idem 11
177/181
Sd AMORIM (IPM Sd APARECIDO Ide m 11
102/103
O prÓprio (IPM) Sd APARECIDO I dem 11
77/82
- - --

~~
..
. ~

APELAÇÃO f~ .872 Fls II


11 I
"' .......
. I
h.._ 3ADO TESTEMUNHA VfTrMA (
NATUREZA DO DELITO (" OBS :
l

Cabo CELSO GO MES Sd GO NZAGA ( IPM) Sd FERREIRA Violentamente espancado Fl s 114/115


DE FREI TAS O pr Óprio (IPM) Sd FERREIRA Idem 11
104/105
FI LHO Sd BOTELHO (IPM) Sd FERREIRA Idem 11
440/447
Sg t RUBENS (IPM) Sd FERREIRA Idem 11
83/86
Sd APARECI DO (Aud) Sd EVALDO Espanc a mento Fls 843/ 846
Sd AMORIM (IPM) Sd EVALDO Espancamento com cano de ferro 11
1 02/103
Sd EVALDO (I PM) Sd AMORIM Espa ncame nto com palmatÓria Fls 106/1 07
Sd GONZAGA ( I PM) Sd AMORIM Espancamento 11
114/115
Sd APARECIDO (Aud Sd AMORIM Idem 11
843/ 846
Sd GETÚ LIO (IPM Sd AMORIM Idem 11
110/ 111
O pr Óprio (IP M) Sd AMORIM Idem 11
102/ 103

Sd EVA LDO (IPM) Sd GONZAGA Espancamento com palmatÓria Fls 1 06/ 107
Sd APARECIDO (Aud) Sq GONZAGA Espancamento 11
843/ 846
Sd AMORI M (I PM) Sd GONZAGA I dem 11
1 02/ 103
O p r Óprio (IPM) Sd GONZAGA Idem 11
114/ 115
'
Sd AMORIM (IPM) Sd GETÚLIO Espancamento Fls 102/103
Sd GO NZAGA ( IPM) Sd GE TÚ LIO Idem 11
11 4/115
Sd BOTELHO (IPM) Sd GE TÚLIO Idem 11
44 0/4 47
O pr Óprio (IPM) Sd GETÚ LIO Idem 11
110/ 111
O pr Óprio (Audito r ia) Sd GETÚLIO Idem 11
84 7/ 848
Sd GONZAGA (IPM) Sd SENHORINHO Espancamento F1s 114/ 11 5
O prÓprio (IPM) Sd BO TELHO Espancamento Fls 44 0/4 4 7
//

~~
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G.· g
AP.EL AÇÃO Nc .'J . ·"' r'2
- -.. . -
I
--.;;:_o

I r
ACUSADO TESTEMUNHA VfTIMA NATUREZA DO DELITO 0851

3Q Sgt SIDENI I Sgt RUBENS (IPM ) Sd GEOMAR - Morte Auxiliar aper t a r os pés c om pre nsa Fl s 83/86
GUE DES f-Cb CR UZ (IPM) Sd MONÇAO - Mor te Espancamentos Fl s 16 8
I

v Cb CRUZ (Au d Sd MONÇÃO - Morte Espancamentos Fls 644


Sgt GUEDES (A u d) Sd MONÇÃO - Morte Es pa ncamento s Fls 637
1
Cb CR UZ (IP M) Sd VANDERLEI - Morte Espancamentos Fls 16 8
Cb CR UZ (IPM) Sd VIC EN TE - Morte Espa nca me n tos Fls 168
Sgt RU BENS (IPM) Sd FE RREIRA Es pa nc a me ntos Fls 83/86
Sd BOTELHO (I PM ) Sd FE'RREI RA Espa ncamen tos Fls 441
Sgt ETEL (IPM) Sd APARECIDO Espal}camentos Fl s 89/92
Sgt GUED ES (IPM ) Sd SENH OR I NHO Espa nca me nt os Fls 378 I
Sgt GU EDES (Au d) Sd SEN HOR INH O Espancamentos Fls 637
Sgt ET EL (IPM) Sd BOT ELH O Espancament os Fls 449
Sgt NIVALDO (I PM) Sd BO tELHO Deu umas cu te ladas Fls 540

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--

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!3.: : . ~
APELAÇÃO Nº 3~.e/2
r
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-
c '
ACUSADO TESTEMUNHA VÍTIMA NATUREZA DO DELITO OBS:

Civil NELSON Ten MIRANDA (IPM) Sd MONÇÃO - Morte Auxiliar na cremação da vÍti ma Fls 241
RIB EIRO DE MOU Ten MIRANDA(Aud) Sd MONÇÃO - Morte Auxiliou na cre mação da vít i ma Fls 615
RA Civ IRANIDES (IPM Sd MONÇÃO - Morte O declara nt e, em co mpanhia do ac u sado, e

referido soldado.
.
do Ten Miranda, atearam fogo no cadaver do
Fl s 315
Civ IRANIDES(Aud) Sd MONÇÃ O - Mor t e Auxiliou na cremação da vÍtima Fls 642/643
Civ NE LSON (A u d) Sd MONÇÃO - Morte Co nfessa que a u xiliou na cr e mação da vÍtim Fls 642/643

. .
I

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v
6
~
APE LAÇÃO N º ~ 2::._ .:..L.,. , ,G.-10
-··
~

- ~

c -
ACUSADO TESTEMUN HA VÍTIMA NATUREZA DO DEL ITO OBS:

Civil IRANIDES Ten MIRANDA (IPM) Sd MONÇÃO - Morte Auxiliou na cremação da vÍtima Fls 170/224
FERREIRA (NOCA Ten MIRANDA (Aud) Sd MONÇÃO - Morte Colocou gasolina sobre o cadaver e coloco u
fogo Fls 615
Civ NELSON (IPM) Sd MONÇÃO - Morte O declarante, em companh i a do acusado e
Ten Miranda colocaram fogo no cadaver da
vÍtima Fl s 382
Civ NELSON (Aud) Sd MONÇÃO - Morte Auxiliou na c r emação do cadaver da vÍtima Fl s 639/641
Civ IRANIDES (Aud) Sd MONÇÃO - Morte Ateou fogo no cadaver da vÍtima Fls 642/643

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APELA ÇAO 1\
0
372
Gl-11
------.-----~=-=-~====--
- ./

. 'I "~ ,
ACUSADO TESTEMUNHA VÍTIMA NATUREZA DO DELITO OB s:

Cel ARI OSVALDO I TCel GLADSTONE ~Aud)


1
Declarou que o Cel Ariosvaldo comparecia
diariamente ao quartel, quando e m férias,
Fls 609,611
TAVARES GOM ES e que o Cap S/2 mantinha ligação direta
DA SILVA com o mesmo
Cap NIEBUS (Aud) Declarou que todos os atos praticados por
ele f oram com consentimento e determinação
ou do Cel Ar i osvaldo ou TCel Gladstone IFls 613
Cap NIEBUS (8ud) Dec l arou que o Cel Oriosvaldo comparecia
diariamente ao quartel, quando em férias e
que levava ao conhecimento do Cel todas as
detençÕes e nome dos presos IFl s 613
~----------------------+--------------------------+-----------------------------------------------------;-------------_,
Cap AMIN (Aud) Declarou que o acusado, mesmo de férias
comparec i a à Unidade Fls 711

Srtª GERALSEL I A Declarou que no dia 08 Jan 72, esteve, jun


ta mente com sua mãe, na casa do acusado,-
RIBE I RO DA SIL VA quando o mesmo estava de férias, tendo o
(irmã do Sd GEOMAR) acusado lhes dito para ficar tranquilas e
(ldu.d)
que no BIB não se batia e m ninguém e que
era estaria esta questão de espancamento e
que tal fato era contra as Leis Militares IFls 839/842
Srtª GERALSELIA Disse que no dia 8 Jan 72 (5 dias antes da
RIBEIRO DA SILVA morte de se u irmão) foi com sua mãe a casa
(IPM) do Cel Ariosvaldo a q uem pediram para in-
tervir no caso, tendo o Ce l naquela oportu
nidade tranquiliza d o a declarante e sua mãE

Ce l ARIOSVALDO Foi procurado e m sua residência pela irmã


de um soldado da Unidade que veio a fale-
cer, dizendo que estava muito preocupada
porque seu irmão estava detido no Quartel,
acusado de uso e tráfigo de macon ha, tendo

~
o acusado lhe dito que tinha conhecim~nto
dessas acusaçÕes; mas que por estar em

/~~
..
APELA ÇÃO Nº . J~.87 ~·
Fls 2
(c

ACUSADO TESTEMUNH A VÍTIMA NATUREZ A DO DELITO OBS


Ce l ARIOSVA LDO Férias, deveria procurar o Cmt em e ~ erci-
cio para lhe comunicar e ssa apreens ao. Fls 980
TAVARE S GOMES
DA SILVA

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' v
.. ·~
-
APELAÇAD Nº o
3~ lJ - I
G..-12
'
I -
I ACUSADO TESTEMUNHA VÍTIMA NATUREZA DO DELITO r• 085 :
. '
Ca p VOLTAIRE Sd FE RREI RA (IPM) Sd GETÚLIO Espancamento, at ing indo-o na cabeça F1s 104/105
ANTONIO DE CAR Sd SENHDRINHO (IPM) Sd GETÚLIO Espancame nto Fls 108/109
VALHO Sd GETÚLIO (IPM) Sd GETÚLIO Espancamento na boca Fls 11 0/111
Sd FERREIRA · ( IP M, Sd SENHORINHO Espancamento, at i ngindo - o a boca Fls 104/105
Sd SENHDRINHO (IPM) Sd SENHOR I NHO Espancamento Fls 108/109
Sd GE TÚLIO (IPM) Sd SENHORINHO Espancamento Fls 1 10/111
Sgt ETEL (I PM) Sd SENHORINHO E5 fregou as mãos nos láb io s da ' Ítima Fls 438
Sd SENHDR INHO (IPM) Sd GONZAGA Esp ancam ento Fls 108/10 9
I

Sd SENHORINHO (IPM) Sd FE RREIRA Espancamento Fls 108/ 109

....

v ..,

..
~
- -----

APELAÇÃO 11r..__~? G:t3


...J, • ...f .

/ {·"

ACUSADO TESTEMUNHA VÍTIMA NATUREZA DO DELITO OBS

1º Ten Medico Cb TOMAZ (IPM) Quatro dias antes da morte do Sd GEOMAR, o


declarante foi chamado para fazer curativo
LRICO AUGUSTO nos Sds presos, tendo perguntado se o Ten

LOPES Lrico desejava ir até o ARQUIVO para ver
os presos, o acusado respondeu que não,que
não queria se meter nisso, e só fosse in-
formado a respeito em caso de gravidade. IFls 177/182
Cb TOMAZ (IPM) Reenquirido confirma que o Ten Lrico sabia
da existência de soldados feridos no Arqu!
vo. Fls 375
Cb TOMAZ (Aud) Disse ter participado ao acusado que um
soldado, que se encontrava preso no "ARQUI
VO " estava urinando sangue e que outros -
soldados tambem se _encontravam ferido s ,
tendo o acusado se negado a ir ao Arquivo IFl s 716
Disse que quando o Sd GEOMAR morreu o Ten
Érico não se encontrava no Arquivo e que o
acusado era ami~o da vitima (Sd GEOMAR),
que o acusado so compareceu no Arquivo
após a morte do Sd GEOMAR I Fls 719
GERALSELIA RIBEIRO Declarou que no dia 7 Jan 72, sua mãe es-
DA SI LVA (irmã do teve na casa do acusado e solicitou que
Sd GEOMAR) fosse visitar seu filho, (Sd Geomar) que
se encontrava preso no quartel, tendo o
mesmo respondido afirmativamente uma vez
que esta era sua função. No dia l l Jan 72,
a depoente esteve na Unidade e solicitou
ao acusado que fosse visitar seu irmão. ' Fls 839/842
Sd APARECIDO (Aud) Disse que o acusado nunca esteve no " Arqu!
vo " . Fls 843

0 /
~cr.~/

..
~

Q_-14 ~
APELA Ç ~ O N ~ 3 9.8 .
,-- ·--
' t·· V]
I
ACUSAD O TESTEMUNH A VÍTIMA NA TUR EZ A DO DELITO OBS :
-
2Q Ten PEDRO Cb FREITAS ( I PM9 Um sol dado Deu umas tapa s F1 s 140
MIGUEL CA-
LI CCH I O

I
'

~
I
,.

4 ~'
A p EL A ç Ao N º 3 9 • &. I ~ ' . G_ ·- 15
... ~ --

-
.,t ' -...

ACUSADO TESTEMUNHA V!TIMA NATUR EZA Do DELITO OB S:

lº Sgt GERALDO Sgt PER EIRA Sd BOTELHO Deu uma tapa. Fls 536
JOS L PEREIRA
'

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.
\

• oi

~
~
..
APELAÇÃO Nº •.J9.872 ..
Gl-16
-~

-· ~

r -u.W:

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i

A.CUSADO TESTEMUNHA VfTIMA NATUR EZA DO DELITO OBS:

3Q Sg t NIVALDO Sd AMORIM (IPM) Sd AMORIM Es pancamento com lesÕes corporais Fl s 102/1 03


AMARO DA SILVA Sd BO TELHO (IPM) Sd FERR EIRA Espancamento Fls 440/447

Sd BO TELH O ( IPM) Sd BO TELHO Espancamento com c u te l adas Fl s 440/447


Sg t ETEL (I MP) Sd BO TELHO Espancame n to Fls 449
Cb CRUZ (IPM) Sd BO TE LHO Es pancamento Fls 450
Sgt NIVALDO (IPM) Sd BO TEL HO Es pancamento Fls 539
Sgt GU EDES (IPM) Sd BO TE LHO Esp ancamento com s ocos Fls 541

~
..
~
APE LAÇÃO Nº •;;9 . 872 ~
Q_-16
"• - - ("
"'
I

ACUSADO TESTEMUNH A VÍTIMA NATUREZA DO DELITO OBS:

3º Sgt NIVALDO Sd AMORIM (IPM) Sd AMORIM Espancame nto com lesÕes cor porais Fls 102/1 03
AMARO DA SILVA Sd BO TELHO (IPM) Sd FERREIRA Espancame nt o Fls 440/447
'
Sd BOTELHO (IPM) Sd BOTELHO Espancamen t o com c u te l adas Fls 440/447
Sgt ETEL (IMP) Sd BOTELHO Espancamento Fls 449
Cb CRUZ (IPM) Sd BOTELHO Espancamento Fls 450
Sgt NIVALDO (IPM) Sd BOTELHO Espancame nto Fls 539
Sgt GUED ES (IPM) Sd BOTELHO Espancamento com soc os Fls 541

~
..
~
APELAÇÃO Nº . tU2
G.-17
- .
{'
,
-
'
ACUSADO TESTEMUNHA VfTIMA NATUREZA DO DELITO OBS:
!
:
Cabo TOMAZ Cb TOMAZ ((IPM) Sd MONÇÃO - Morte Dec l arou ter dado umas vo l tas no magneto
que estava ligado aos pés da vÍtima 8ls 375
Cb TOMAZ (Aud) Sd MONÇÃO - Mort e Idem Fls 718

~
~
S U PERIOR TRI B UNAL MI LITAR

VOTO VEi~CipO UA AfEI.AÇ:\0 Ffl 39 . 872


HINISTRO DR. tiALDENAR TORRES DA COSTa

VEKCIDO, apenas, quanto à unificação das penas e, nos pre -


cises termos do artigo 79, conbin.ado com o artigo 81 do c.F.H.

.. -
Trata-se de redação que alterou a do Codi go Penal Militar
de 19kl que r~c· co&itava de fiY-ar o limite maximo d~ pena UD~fica-
da.
filiàs, es~a redação não encontra s~ilar, nem no Codigo Pe
n2.1 e 1940, nem no afrovado pelo D.L. n2 1004 de 21/10/69 cam as
~ mo(=~ ações da Lei n2 6.016 de 31/12/973.
ReaJnente, o Codigo Penal de 1940, pelo art i go 51 estabe-
: , ci~- a. aplicação cumulativa das pena~ ral ativas a nais de -um cri-
In€, recome!'~.ando, porem, que pri oeiro a execução de. pn~ de recl u-
...._ z~o ~ C.epois a de detenç2.o, quando não eram identicas.
E quanto à r1.u ração , d5.spun.'1a no artigo 55 que a r:z .s~a fl..ão

T _
podia , em caso al~ ~er superior ~ ;~ ar~s.
O Cod~go_ Penal, ob~eto co D. L. 1004 e Lei 6.016 õB~be le ce
:-...0 f,i~tigo G7 Q.Ue ''as penas priv&.J._,i:vas de li~erdade, aplicadas CU!!!"~
1~ t i:•.ra::::e!lte un!.fj.cam-se do modo seguinte:
I - se si~ ~~ ~csma e specie a pena Única t a soma
c.e toda s.
I l - se je espec i 3S ~ifzrer-tes , a pe1m Úni ca é a de
reclusão , aumentada ds >netade da pena de detenção, ou se ~1ouver I
mais de U!lla, da metade C.a soné. das renas de detenção.''
Corno o r&z~a o Codigo Penal anter i or no ar t igo 55, o ~ovo
Co digo Pe r.z.l e e ~1t~'ll' em v~gor, no § Único do art;igo 67 estabelece

"sal vo o caso de crine praticar1o depois de inicia -


:lc ~ ::!"-:~":rinet:to da pe::1a , a duração da recl usão não poderá
ul tra.rassar de 30 ano s e a de detenção de 15 anos 11
Como se vê, o atual C F M não r e 11roduziu a redação do novo
C.P. mas, ao inves de "d.J.ração 11 da pena, referiu-se B. pena unificª-
da .
Com isso criou a duvida. que assaltou a Eminente maioria, I
quando não aplicou o artigo 81 do C.P.H., co:wo se evidencia do Ve-
Mod. 12 ..
S UPERIOR TRIBUN AL M ILIT A R

(Cont. Voto Vencido na apelação no 39.872) fls. 2

nerando Acórdão mas tão somente o artigo 79 que ao reconendar a uni-


ficação das penas determina que seja ela a soma de todas.
Assim e até que seja àe outro modo interpretado o artigo I
81 do C.P., sen correspondencia no Codigo Penal, parece que ao Juiz,
ou Tribunal l·fili tar, por ocasião da unificação das penas, deverá, I
com obediencia aquele dispositivo, fixar o limite máximo de 30 anos,
qua~do a soms das penas ~trapassar, evidentemente, aquele máximo.
E isso precisa ser determinado, para que possa o condenado/
gozar do livramento condicior~l porque, segundo o § lQ do item III
do artigo 89 do C.P.H.
"no caso de condenação por infrações penais em con-
curso deve ter-se em conta a pena unificada.''
Dir-se-á que o problema da unificação das penas, nesses ca -
sos, devia correr à conta do Juiz executor da sentença.
lias, força é convir que entre os Recursos estabelecidos, em
lei! se encontra o estabelecido no arti go 516 letra O ou seja da d~
cisao ou sentença que decidiu sobre a unificação das penas .
E se cabe esse recurso é claro que pode o Tribunal unificar
ou P.ão as penas e em tratando do assunto terá que atender ás dispo-
siçÕes legais e entre estas se encontra o artigo 81, pel o qual dis-
pos a lei q'..le rr a per..a. unificada não pode ultrapassar de trinta a-
nos".
I'i.dema:.s, o C.P .J.!. atual em seu artigo 58 dispõe que "o mini,
mo da pena de reclusão é de um ano e o maximo de trinta anos" en-
quanto pelo artigo 69 do revogado Codigo se estabeleceu que "a dtU'ã,
ção das pen~s privativas de liberdade não pode , em caso algum , ser
superior a trinta anos".
Torna-se, pois , evidente que, em um mesmo processo, a s pe-
nas privativas da liberdade (reclusão) não podem ultrapassar trinta
anos, )ela. unificação, conforme dispoem os artigos 79 e 81 do atual
C .P .1•1 ••
O novo Codigo Penal a ser posto em vigor tor!18. mais clar o I
esse entendimento qt".anào no § unico do artigo 67 fixa que: "Salvo
o caso de crime praticado dej?ois de iniciado o c~1primento da pena,
a duração da reclusão não poderá ultrapassar de trinta anos e a de

M o d . 12 4
S UPERIOR TRIBUNAL M ILITAR

(Cont. Voto Vencido na a pelação nº 39.872) fls. 3

detenção de quinze anos" •


r~Tesse particular, estou com o lÚcido parecer da ProcnrE.do-
ria Gera l, na parte em que reconhece que a sentença não aplicou o I
dispo s to no art. 81 do C.P.M., o que deve ser feito por este Tribu-
P.a.l, uma vez que, como assinalado e comprovado dos autos, foi moti-
vo da apelação da defesa, o que também está fixado no voto vencido
do Eminent e Ministro General Rodrigo Octavio.

f


I

M od. 12 ..
------~-~ _. __. . . ..-.....-.~--- . .----"!• _,----r--·

-------.-R~E CEBI MENTO - -~----

Aos )-J- dia.s-- ~ mês G~---~~d~ 197);


nesta Secretaria do S:r: .. : ::..!:_ T rlbunal Militar, (
recebi os present.:>s a'..lt:-::; c:-n o
----
do-Cue lavrei este târ;:;;;:~ E :'·-~~a::::~~=::.._
-~ ----·-·-------' Té -
. --
--Direto~e..-Serviço escr.evi~

-- --- ----------

----- --- - C-E---R-T-1-D-A-o- -


C e r t i fi c 0 que QA
-- ~ . -..:............ · · ··· ·· ··' ~e ~;-j-·f·~ ·_1- · ;c::_~-'. do
=-~ mês de
~ com:.J~'i'"' ~.
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-- pro e.:s.:> c .· , . ..., ---' p:3:: 1iJ


~a a- · " ~- -:-"'::>
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com~ ..R. ~.:. .)...Q~_:t{pP~ --~--- ~ - ~~.
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da 2 ~ ~!J ~ r ~--;----..................._____ c..:-.;... Dr. Aud1tor
___.._ - --- ------~~-----/·--- .....:.......:~~~.d--C?.....R~_JC!. c.:~ M .
_,lkasíli.\,__a_L__de ~w~ . -
- Eu· _ ....t·-------..~de 197 5""
pel~ o· t - - ~ • Téc. Serv, J~d: ___
e or de Serv!ça escrevi.
..

- ------------
- - - t

--
- Aos .!U_dhs d~mês - de \0(".1.--:::-v::::-- de .
197 fJ nesta "Secr"et :. : ' , ;· • J: ) a r-~mf'ssa · dá ·
Có;Jia do acór,~ã), (:C .; ..................c.:."? ;._,;,_ j Orca~ -
~-~~&. ~...F.1.:q.rl~.-~~~-~. . . . .
~~~.:;){~.?J.P.~~----=-- -7 ==·----·---:..-:..-:.~-----------
doe,~o J :,~: o õ3te ter;n.>. ~·\.: . ..~ ------- ---~

-~--------............
Diretor de Serviço escrevi:- v

-------- -
----- --

-~- - - _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _S_UP
--=
E.:....: OR TRIBUHAL.-Mud~-Afit------·_·_'·_ _ _ _ __
R.:..::.I

J lJ N T.A DA
JUSTIÇA MILITAR
1.• CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA MILIT AR
2 .• AUD ITORIA DO EXÉRCITO

RIO DE JANEIRO, GB - 25 de 'Tlarço de 1975 1

N. 0
499............ .
•••
Do Audito r

Ao Sr. Diretor- Geral da Secretaria


Do Superior Tribuna l Nilitar.
Assu nto: Encamin~a documento~.

Anexo : - CÓpia de b.cÓrdão, co:r:. 70 fls.


- 5 Bmbargos, co~ total de 20
fls.

Sncaninho a v. ~., devidaMente cumprido , o Acé1


dgo proferido na npelação n2 39.872, bem c o~o o s Embargos inter-/
postos contra o mesmo pela defesa dos acusados DÁf.GIO YIRJ.LIDA Nig
BTJ s; P!J)LO REYN.AUD EIRANDA DA SIL\rA, SI~~NI GlJEJ:-J 5, I]Ai'i ZTIT vE
JLII/I;IR):, JQ_~ AUGUSTO CRT.JZ~ RUB~HS EARTINS DE SOUZA·, e CELOO GO-
HES DE FREITAS FIU:o·.
!Jo ensejo, renovo a V. Sª . os meus protestos df:l
estima e consideração .

8IPERIOII TR IBu-lll lllllft


PROTOOOLO N.~ I 'l Q. <C
}

M od. 2 57
APELAÇKO Nº 3~ .872 -

EME NTA - Crimes previstos nos


arts. 2C9 § 2º, inciso III ,
2C9, ~c aput" c/c os arts.53 e
79 e 324 e 350 de Cod.P. lvitLt-
~ devidamente comprovados pe
la autoria e materialidade. -
Alegação da existência de ex-
cludentes de criminalidade ~
letras a e b do art. 38 do C.
P.r·1., sãm amparo na prova dos
autos.
Nega-se provimento ao apelo
do Min ist~rio P~ blico, dando-
as , em parte, ao da defesa.

Relator tUn. Dr. Nelson Sampaio.


Revisor : Min . Alm. Figueiredo Costa.
Apelantes; A Procuradoria Militar da 2ª Auditoria do Ex,rçito da 1ª
CJM~ Capitão DALGIO MIRANDA NIEB US , condenado ~ oitenta
e quatro anos de reclusão; 2Q Ten. R/2 PAULO AEYNAUD MI-
randa da Silva, condenado a s etenta a sete anos de reclu
são; Sargentos RUBENS MARTINS DE SOUZA e IVAN ETEL DE O~
LIVEI RA, Cabo JOS~ AUGUSTO CRUZ, condenados a sessenta e
dois anos de reclusão, incursos nos arts. 205, § 2Q III,
20~, § 10, 264, n. I, e 352, c/ c os arts. 53 e 79;Sarge~
to Sideni Guedes e o Cabo Celso GOMES DE FREITAS fiLHO 7
condenados a ciryquenta e oito a~os de reclusio, incursos
nos arts. 205, § 22, III; 2ü9, ~ 1 2, c/c os arts.53 e 79,
Ten.Cel GLADSTONE PERNASETTI TEIXEIRA, condenado a sete
anos de reclusão, incurso nos arts. 264, n. I e 35 2, c/c
o a rt . 53; e os civis NELSON RIBEI RO DE MOURA e I RAN IDES
FE RREinA , condenados, respectivamente, a dois anos e um
ano de reclu são, incursos no art. 352 c/c o art. 53, tu-
do de CPf.,.
Apelada :A Sentença do Conselho Especial de Justiça dá22 Audito-
ria do Exercito da 1ª CJM, de 22 de janeiro da 1973.
Advogados : Drs. Luiz C~rlos Correia de Miranda, Newton Lobo de Car-
valho, Mario de Figueiredo, Augusto Sussakind Moraes Re-
go, Mario Mattos , Lourival Nogueira Lima, Bellarmindo Mi
randa , FQ, fuad Wardini, Tito Livio de Figueiredo Junior-
e Jose Urubatan Coelho da Abreu.

Vistos e examinados os presentes autos, dêles se verifi-


: ue o Dr. Procurador Militar junto·a 2ª Auditoria do Ex,rcito da
.... Circunscrição Judiciária Militar , -ofereceu denÚncia contra o Cap.!_
tio DiLGIO MIRANDA NIE8US, 29 Ten. R/2 PAULO RE YNAUD MIRANDA DA SIL-
1 _ ~A~ 39 Sgt. IVAN ETEL DE OLIVEIRA, 3D Sgt RUBENS MARTINS DE SOUZA e
o Cabo JOS~ AUGUSTO CRUZ, como incursos nos arts. 205 § 2º, incisos ...
III a VI, art. 209 § 1 º , art. 264, i nciso I, e art. 352 C/c o art.
53, do C~digo Penal Militar; 3º Sgt . SIDENI GUEDES e o Cabo CELSO GO
MES DE FREITAS fiLHO, como incursos nos arts. 205 , § 22, incisos III
e VI a 209 § lQ c/c o art . 53, do mesmo C~digo; Ten.Cel. GLADSTONE
. ~r> _

,. n/.1~~
'
JJt:H~~ASê:TTI
TEIXEI HA, como incurso nos arts. 264 inciso e
I 152 cff'~(
0 art. 53 do dica CÓdigo e, fin almente, os civis NELSON RIBEIRO
MOUHA e I :<AN IDCS fEi1HEIHA, como incursos no art. 352 c/c o art. 5J,
do mencionado CÓdigo. .
A den~ncia foi oferecida com base no lnqu~rito Polici-
al ~li li ta r instaurado para a purar os fatos dali tuosos desc·rt tos na
denÚncia, sendo dela encarregado inicialmente. o denunciado Ten.Cel.
Gladstone Pernasatti Toixeira, que foi substituído pelo Cal. Mario
Orlando Ribeiro Sampaio, · tendo sido ouvido~ os denunciados e proce-
. ,
didas várias acareaçÕes, ouvidos grande numero de testemunhas, ean-
do de assinalar que estão juntos aos autos a necrÓpsia do soldado
Caomar nibeiro da Silva, f ls. 42, necrÓpsia do soldado Wanderley de
Oliveira, fls. 355, autÓpsia do soldado Roberto Vicente da ·~lve,l'ls.
424 e fotografias dos restos mortais queimados do soldado Juarez
Monção Virote, fls. 483/484.
Também foram juntados aos au t os os exames de corpo de
delito do s soldados Evaldo Luiz lima, fls.246, soldado luiz Gonza-
ga Pereira, fls. 247, soldado Nelson Senhorinha Marcato, fls. 248,
soldado Walter Soares de Matos, fls.249, soldado ·José Getulio · Novo
Paufarro, fls. 250, soldado Sorgio Amorim Vieira, fls. 251, soldado
J c : Rodrig ues Alves, fls. 252, soldado Celio ferreira, fla. 253,
soldado Pery Silvares Henrique, fls. 254, soldado A.parecido Oias MJ!
chado, fls. 2~5, e GOldado Holio Botelho Luiz, fls. 548 • .
. '
As fls. ' 288 se' encontrão auto de apreensão . do. materi-
al encontrado sob a ponte "rJilo . . Peçanha"
. , no rio Paraiba, o auto
de apreensão de material ds· fÍs. 2B9~ o laud·o de arrombamento de
fls. 296 e o laudo da avaliação dos danos sofridos na sala de Ins..
truçio e Arquiv o da Unidade, sendo o dano avaliado em €~ 46,80, bem
como, foram trazidas aos autos as alteraçÕes militares de todos os
denunciados.
, -
A denuncia foi recebida pe lo despacho do Dr. Auditor
de fls. 51J, que acolhendo rep resentação do Dr. P~ocuredor Militar
decretou a prisão pr eventiva dos denunciados, pelo despacho de fla,
~~/571 o , sendo os mesmos devidamente citados, foram qualificados
e interrogados: Ton. Cal. Gladstone Pernasstti Teixeira, fla. 6ú9,
Capitão O~lgio Mi randa Nie bus , fls. 612, 2º Ten. H/2 Paulo Reynaud
Mi~Qnda da Silva, f~s . 614, 39 Sgt. Ivan Etel de Oliveira, fls.617,

J• ~ubens Martins do Souza, fls. 619, 3º Sgt • . Sideni Guedes,


fls . 637, civil Nelson Ribeiro de Moura, fls. 639, civil lranides
ferreira, fls. 642 , Cabo José Augusto Cruz, fls. 644 e o Cabo Ce~­
s~ Gomas de Freitas filho, flG. 672. ..
Ofer eceu o Ministério PÚblico o aditamento a denúncia
de fls . 878, sem apontar , no entanto, outros denunciado&, aditamen-
to que foi recebido pelo desp a cho de fls . 886.
Procedew- se a instrução criQinal ouvindo-se as t&atemu
nhas arroladas pelo M inist~ rio P~b lico ou sejam, CAP.
-
Amim Elias,
"

! / .
o .
• • • • J

u-~~hl~ o

t '
r

fls. 71U, 3º Sgt. Francisco Leonardo Neto, fls. 713, Cabo


Gonzaga Tomaz, fls . 717, soldado Luiz Antonio Garcia Novais, fls.
t 721, Geralselia ~ ibairo da Silva, fls. 839, soldado Aparecido Dias
~~chado, fls . 844, soldado José Getulio Novo Pauferro, fle. 847 a
l

12 Sgt. Coriolano Jos~ Monteiro, fls. 849.


Também for am ouv idas testemunhas de defesa apresenta-
das polos denunciados Cap. Oalgio Miranda Niebus, Tan.Cel.Sladsto-
ne Pernasetti Teixeira, Sgt . Ivan ~tel de Oliveira, Sgt.Sideni Gu~
das e Cabo Jos~ Augusto Cruz , depoimentos que •e encontr~m de fls.
1.015 às fls . 1.053.
ú denunciado Ten.Cel. Gladstone Pernasetti Teixeira
pedi u a juntada aos autos da vários documentos, que se encontram~
fls. 1.077 àsfls. 1 .1 52.
Encerrada a form ação da culpa, ofereceram aa parte& ~
legaçÕes finais, requereu, fl s. 1.466, o patrono do denunciado Oa!
gio Miranda Niebus que r&sse trazido aos autos o exame de sanidade
a que for a s ubme~i do por determinação do Conselho de Justiçe,o que
foi deferido pelo despacho da fls..
1.471 , encontrando~sa 'as fls •••
1.495, do 42 volume, o exame de sanidade mental do referido dsnun-
c.. .Jdo.
Oferecendo alegaçÕes finais, o Dr. Procurador Militar
depois de longG exame , da prova do H~oteaso, fls . 1.346 às fls.l44~
~' - ''\ ~I l
" '
,\. ._, "'

concluindo por pedi r a condena ç aó de todos os denunciados nos ter-


mos da denÚncia e d~ aditamento de fls. 878, nos quais estão indi-
cados os dispositivos da lei penal militar que foram infringidos.
A defase dos denunc iados ofereceram alegaçÕes finais,
,
sendo, em s~ ntese, os s e us fund amentos por ordem das juntadas das
mesmas aos autos:
Fls. 1.455 - Civil Nelson Ribeiro de M ou~a - Naga a
,
autoria do delito que lhe á imputado, reservando-se para o plena-
rio de julgamento;
Fls. 1.456 - Ten.Cel. Gladstone Pe rnasetti Teixeira -
diz que não resultou prov ada a acusação, p rotestando sustentar as
razÕes· d~ defesa, por ocasião da audiêrl'Cia de julgamerto, pedindo
a absolvição;
fls. 1.457- 2~ Ten. R/2 - Paulo Reynaud Miranda · de
cr ~ - A denÚncia não ficou provada em sua totalidade, não tendo
1 2'
tido a intenção de ucsifar a vida de quem quer que fÔssen e que e
melhor solução seria a absolvição, pelas razÕes que seriam e~poe­
taa quando da realização dos debates orais;
..
Fls. 1.459 - Civil Iranides ferreira - A denúncia não
ficou provada, tendo agido por irrest !vel coação, reservando-se p~
ra sustentar a tese po r oc as~ão oa sessão de julgamento;
fls . 1 . 46G - 3º Sgt . Ivan Etel de Oliveira, JQ Sgt.S!
deni Guedes a Cabo José Aug us to Cruz - Inexistência de .c o-autoria
.
ll

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,.._

j~A~~ o

--
.• 0.. - ~~n 1.,. o
e muito embora houvessem reconhecido que a acuaaçao era
...
b
verdadgr
em parte sim, em parte não, agiram por ordem do denunciado Cap. Ni~
bus, em estrita obediência a ordem direta de superior hierárquico,
não tendo, portanto, a denÚncia, procedência;
. ,
fls. 1.463 - 3S Sgt Rubens Martins da S~uza - A denun-
cia é inepta, pois agiu em cumprimento de determinaçÕes superioras,
sendo a narração dos fatos vaga, improcisa. lna~m. proves como
infrator do precsito legal que lhe é imputado, concluindo por pedir
a absolvição.
fls. 1.515 - Capitio Dalgio Miranda Niebus - Ofereceu
suas alagaçÕes finaisJ por seu patrono, depois de junto aos autos
o exame de sanidade mental -, alegando fal~a de provas de ter inci-
tado ou nandado matar, estando tudo nebuloso e confuso; se houves-
, se responsabilidade de sua parta, ela estaria dividida com toda a
Unidade, não tenda ficado pro.vada autoria das mortes·. Cumpriu or-
dens de seu superior, reserv~ndo-se para o plenário da · julgamento,
concluindo por pedir a absolvição.
fls. 1.454 - Cabo Celso Gomes de rraitas rilho - A de-
,
fesa sa reservou para o plenario, quando demonstrar~a nao ter eido
. -
-~~pado pela prática dos crimes nos quais foi denunciado.
Submat,idos os denunciados a julgamento, na sessão de
17 de janeiro dp 1~73, requereu o Dr. Moraes Rego, patrono do de-
.._ ~ \ '
nunciado Ca{J. Õal'l;}'í'õ r<lir'ah~h N~e.b.U.s- 1 fÔsse o julgamento realizado em
sessão secreta, o qua foi deferido pela ma~oria do Conselho de Jus.
tiçe, contra. o vota dó Dr. Auài to r a com a concordância do f-tinisté.-
rio PÚblico, como s e vê da ata da fls. 1.567, em cuja aasentede fo-
ram realizados os debates, proferindo o Conselho Especial de Justi-
ça o seu veradictum e cuja sentença que sa encontra às fls.l.645 à•
fls. 1.676, proferido por unanimidade de votos~ havendo divergência
apenas qu.a nto a natureza do dali to a quanto as providências dete:rmi
nadas pelo Conselho de Justiça, na parte final da sentença~ assim
-
decidindo:
a) CONDENAR:
o Capitão Dalgio f'liranda Uiebus à pana da 84 (oi te!!.
ta e quatro) anos de reclusão; 29 Tenénte R/2 Paulo Reynaud Miranda
da Silva a pena de 77 (sat.enta e sete) anos de roclusãoJ JQ Sargen-
to !f•Jbens Martins da Souza, JQ Sargento Ivan Etel de Oliveira e ta-
bt' .osé Augusto Cruz, todos a pena de 62 (sessenta· e dois) anca da
reclusão, come incursos nos arts.----20.5 § 2~, III, 209 § lg, 264 no I
e J52, c/c os arts. 53 e 79; }Q Sargento Sideni Guedes e Cabo Cel-
..
so Gomas de Freitas filho amboo aa penas de 58 (cinquenta e oito) a
nos de reclusão, como incursos nas sançÕes previstas nos e.rts •••
-
205 § 20, III, 205 ; 1º, c/c os arts. 5J e 79; Tenente Coronel Gla-
dstone Pernasotti T~ix e ira a pana de 7 (sete) anos de reclusão, co-
mo incur s o nos at t s. 264 nu ! e no ~rt. 352, c/c ~ art. 53; e os c!
vis Nelson Riboiro de Moura e Iranides ferreira, respectivamente;

..
o

,~,..n AR

t~~C-~
u c..,_.S.\' \
as penes de 2 (dois) e l (um) ano de reclusão, como incursos
art. 352 c/c o art. 53, tudo do CÓdigo Penal Militar. Tendo
tanto, considerado o disposto no art. 69 do CPM, fixado a pena ba-
se pera os Oficiais subalternos acima do m!nimo legal:
Pele art. 205 § 22, nº !II, 16 x 4; art. 209. § 1º, 1
~

ano e 4 meses x 11 (14a. a 8ma.); art. 264 na I, 2 anos e 4 meses;


e art.352, 3 anos: total 84 anos de reclusão, pena esta definitiva
para o Cap. Niebus, Chefs da "Equipe" do S/2;
Considerando ser o Ten. r·hranda um Oficial R/2, subo~
dinedo direto do Cap. r·J iebus, e a existência entre os acusados t~
bém de um Oficial S~perior, resolveu o Conselho reduzir de 7 anos
a pane imposta ao referido Tenente, tornando-a definitiva em 77 a-
n.os de reclusão;
Sgt. Rubens, Sgt. Ivan Etel e Cabo Cruz: art. 205 §
c 2Q III, 14x4 (48 anos); art. 209 § 1º, 1 ano x 11 (11 anos);art~~
n. I, 2 anos; art.352, 1 ano, total: 62 anos;
Sgt Sideni Guedes e Cabo Freitas: art.205 § 2g, III,
' 12 x 4 (4Banos); art.2G9 § 1~, 1 ano x 11 (11 anos); total 59 ano~
rsduzid~ de 12 mesas por terem apresentado os réus indÍcios de ar-
rependimento, apÓs a prática dos crimes;
Ten.Cel. Gladstone, Oficial Comandante, pela intensi-
dade do dolo, teve a pena base fixada acima do mÍnimo legal; art.
264 I, 4 anos; ar~·~~~:~ -!,' ~áxi~~\ ~ ," a:no~:'t~,t~tal: 7 anos;
Civil Ne~son exercia funçao de chefia e mando sobre o
Réu Iranides, funcionário subalterno e despersonalizado; art. 352,
Nelaon 2 anos de dete~~ão, e Iranides 1 ano de detenção, negando-
se a ambos o benef!cio da Suspensão Condicional da pena pela grav!
dada dri crima, i~tensidade do dolo e o modo de execução, fat~s ea-
,. . _, ,._ ...
tes que nao autor1zam a presunçao de que nao tornarao a delinquir.
Resolveu, ainda, o Conselho, por unanimidade de votos
quanto ao Tan.Cel. Gladstone Pernasetti Teixeira, 3Q 5gt Geraldo
Joaé ferreira, 3r2 Sgt. Niv al Amaro da Silva e par mai-oria quanto
ao Cel. ARioavaldo Tavares da_Silva e 1º Ten. Médico Eurico Augus-
to Lopes, considerar que e~istem nos autos sob exame, ind!cios de
outro& crimes pelos mesmos praticados, remetendo-se, em consequên.-
cia, na forma do disp.osto no art. 442 do CÓdigo de Processo Penal
Militar, peças dos autos ao Ministério PÚblico, para os devidos /
~~ fin· ~e direito.
Oa sentença apelaram os condenados Tan.Cel. Gladstone
ernaaetti Teixeira, fls. 1.680, Nelson Ribeiro de t·1 oura, fla.l.D8l,
telso Gomes de freitas filho, fls.l.717, Cap. Dalgio Miranda Nie-
bua, fls. 1.719, J9 Sgt Rubens Martins de Souza, fls. 1.720,3º Sg~ ..
Ivan Etel de Oliveira, fls. 1.721, JQ Sgt Sideni Guedes, fls.l.722,
~

Cabo Jose A~gusto Cruz, fls . 1.723 , o Dr~ Procurador Militar, fls.
1.725, 2a Tan. Paulo Reynaud Miranda da Silva, fls. 1 .727,Civil 1-


I •
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o
nlf/:
ranides Ferreira, fls. 1.728.
O Dr. ~rocurador Militar, nas longas razOas do rec4f
de fls. 1.80C as fls. 1 . 998, conclui: ".-1ecorreu o f1P, para devolver
a assa Alta Corte, integralmente, o prosente procGsso, certo de que
sua decisão espelhará o horror, a tristoza e a ro~ugnância que a
tortura causam nos espÍritos bem formados".
As razÕes uos recursos de apelação dos condenados, sus-
,
tentam, em s1ntese, -
na ordem de apresentaçao, . t e;
o segu1n
1) Iranides Ferreira, fls. 1 . 73G, alega, preliminarmen
te a nulidade da sentença, uma vez que lhe foi aplicada a pena de 1
ano de reclusão, quando é ée detenção; não existe tipicidade no cri
me que lhe é atripu!do, art. 352, quando o caso teria com mais ace~
to, enquadrado no arto 350 do CPM. Espero provimento ao recurso,p~
ra absolvê-lo;
2) Cabo Celso Gomes de Freitas, fls. 1.733, alega como
preliminar a nulidade da instrução criminal, pela inobservância do
art. 403 do :PPM, in-fine: que determina a presenç~ do acusado pre-
' -, so ao sorteio do Conselho de Jus tiça e, no mérito, agiu com amparo
no art. 38, al!noa ~de CPM, ou seja, sob coação irresistivel , re~
pendendo pelo crime o agente coator, no caso, o Cap. Niebus.
Pede a reforma da sentença, para absolv~-lo.
3) 2a Ten. R/2 - Paulo Reyn aud Miranda da Silva, fls ••
1.733, sustenta -a) agiu em obediência a ordc~ superior, estrita ob~
..
diência que nã~ 9~a~t,er.~~~ ,rr~~~-~ ~~) ~os crimes são culposos e não
dolosos; conclui por pedi~ a aõsclviçao ~ela excludente do estrito
cumprimento do do~er legal ou o reconhecimento de homic!dio culposo
e lesÕes culposas e não dolosas e, se repudiadas as teses, se impÕa
a unificação das penas.
4) 3Q Sgt. Rubens Martins de Souza, fls. 1.777, susten-
ta a inépcia da denÚncia pelo errônso enquadramento penal ou seja,
falta de tipicidade e també~ que agiu no cumprimento de ordens sup~
riores. falta de provas, que levam a dÚvida quanto a responsabili-
dade do apelante a na dÚvida, deve ser aplicado o valho brocardo -
indubio ~ ~, espe~ando, assim, a reforma da sentença;
5) Ten. Cel ." Gladstone Pernasetti Teixeira, fls. 1.787,
assinalando que os fatos ocorreram dur ante os 17 dias em que exer-
ceu o Comando da Unidade. Não estão t ipi f icadO$ os crimes que lhe
- . ,
_ sao atr1bu1doo e nos quais veio a ser condenado, sendo o crime de
L o, no casa, crime meio . Que a pena foi mal individualizada e
que a condenação não pode subsisti~, pois está baseada apenas na pa
lavra de co-r~us, juntando para abonar as suas tese$ parecer de i-
-
lustre professor de direito, concluindo · por pedir a absolvição;
6 ) Nel son Ribeiro de Moura, fls. 1.843, sustenta que se 4

crime houvesse seria o do art. 211 do CÓdiço Penal Comum, inexis-


tente na Lei Penal Milit ar. Quanto ao art. 352 em que foi conden~
do, não existe tipicidade e no mérito agiu -
po r coaçao irresistível;

..
..

-
,.~~~.~~
. L~ ~::..,V.V-
o

'
seu patrono, a existência de crimes culposos e não dolosos; crime
continuado; ausência de pro va válida par a uma condenação; crime con

tinuado; inimputabilidade do apelante e, af inal, que as penas que
foram impostas ao apelante sejam unificadas na f orma do art. 81 do
~r:M, com aplicação de seu § lll- ou seja, com a di minuição da pena de
1/6 a 1/4.
Desenvolve longas con sideraçÕe s em favor das teses ofe
• recidas, conclue por pedir o provimento do apelo;
8) 3º Sgt. Sideni Guedes, 3º Sgt. Ivan Etel de Olivei-
o ra e Cabo José Augusto Cruz, fl s. 1. 873, arg~em ·a existência de cri
me culposo e não doi oso; que falta tipicidads do ar t. 352, do CPM e
que agiram em virtude de coação moral irresistível, esperando o pr~
vimento do apêlc.
As fls. 2.000, 2.001, 2. 003, 2. 008, 2.009, 2.010 e
o
2.014 se encont ram as contra-razÕes dos ac usados , como apelados.
A Procuradoria Geral da Justi ç a Mili tar, represen t ada
pela Or. Milton Menez e s da Costa filho, assinala que a sentença ap~
nas merece um reparo, atendendo a existência do concurso material ou
real no que tange as condenaçÕes ·impostas aos apelantes Cap. Niebus,
Ten. Miranda, Sgt. Rubens, Ivan e Sideni e Cabo Cr uz e freitas, é a
01 nuiçio da dosagem puniti v a para tririta anos de reclus;o, ex-vi
do di$posto ~ art. 81, do CPM, lamentando, po rém, que todos venham ,
-"." \ p.D'is,
a ter penas iguaJes, ' ' ~ ' ' , ,
ig !).ate~s , ef1!~ 3tl anos, nporem , e o
, .
max1.mo
pa ss!vel pelo reconhecimento do concurso ' ~aterial~·
q·uanto aós apelantes Ten. Cel. Gladstone Pernasetti Tei
xeira e os c iv is Nelson Ribeiro de Moura e Iranidss Ferreira, ente~
de não tipif i cados os crimes dos arts. 264 , inciso I, e 352, do CPM,
estando provado, porém, nos fatos a eles atribuídos o favorecimento
pessoal e, como tal, devem ser apenados com base no art. 350 do ci-
, .
tado Codl.go.
Concluindo o parecer, opina pelo provimento, em parte,
dos a pelos dos acusados, para o fim: 1) fixar o "quantum" punitivo
em 30 anos de reclusão, ex-vi do disposto no art. 81, do CPM, quan-
to a condenação do Cap. Dalgio fUranda Niebus, 2º Ten. R/2 Pau lo Rst.
naud Mi randa da Silva, Sgt. Rubens Marti n s de Souza e Ivan Etel de
Oliveira, Sideni Guedes, Cabos José Augusto Cruz e Celso Gomes de
Freitas Filho; 2 ) desclassificar para o crime previsto no art. 350
do f , , com a diminuiç ã o da respectiva pena, a condenação imposta

- JO Ten.Cel. Gladsto ne Pernasetti Teixeira, civis Nelson Ribeiro de


~au ra e Iranides ferreira; 3) considerar sem objeto o recurso do ÓL
-
gao do MPM, ja, que , como di z , apenas recorreu objetivando a de volu- ..
ção integral da matéria ao Tribunal.
Isto posto:
CONSIDERANDO que, a sentença a pe lada examinando com pro-
b

1

o

~~~~: ~~
...,., C.:. ,;;,._. :l .,.. ·-'
o
- ·. fls.e,
(oiten~
fundidade a prova dos autos, assim decidiu~

"C O :J D E N ~ R
---~----
• 0 Capit~o DALG I O MI~ANDC ~ IEB US ~ pena de 84
quatro) ano s de reclus8o; 2º Temente R/2 PA ULO REnJAU D
Ml~ANDA DA SILVA ~ pe na de 77 (setenta e set e) anos de
. '
=eclusio; }2 Sar~ento 1U9E NS ~A~ TI ~S DE SOUZA, 39 Sar-
0ento I V.O.~~ ETEL DE OLIVEI Rf\ e Cabo JOS{ .~UGUS TO CRUZ,t.E,
" dos à pena do 62 ( so soenta o dois ) anos de reclusão,c~
mo incursos nos arts . 20 5 § 2~, III, 209 § lQ, 264 n2 I
e 352, c/c os arts. 53 G 79 ; 39 Sargento 5IDENI GUEDES
• e Cabo CE LSO GOt-1ES DE FiiEITAS FILHO arilbos às penas de
58 {ciriquenta e oi~o) anos de raclus;o, como incursos
nas ssnçÕee ~re vi st as noG a=ts. 2G 5, ~ 2º, III, 209 §
1º• c/c os arts. 53 e 79; TEnente Coronel GLADSTONE PER
• NA SETTI TEIXEIRA à pena de 7 (sete) anos da reclusão ,c~
mo i ncurso no s arts. 264 nu I e nJ 352, c / c o art . 53;
e os civis M EL SO~ RIBEI~O ~E MOU~A e IRA NIDES fE RnEI RA ,
respectivamentat às penas da 2 (doiE) anos e 1 (um) ano
de reclusão, como incursos no art. 352 c/ c o art. 53,t~
do do CÓdi go Penal Mi l itar. Tendo p ara tanto, conside-
rado o disposto no art. 69 do CPM, fixada a pena base
para os Oficiais subalternos acima do m! nimo l egal:
Pelo
., Art. 205 § 2a, n2 III , 16 x 4 (64); Art.209 § 1~
1
1 ano · !!,' 4,mGsês ...~'\,.J.l (1{1-!Ç\. ~8r.1.); art. 264 n O I, 2 anos
' - . ' l '( . •

e 4 meses; o a rt. 352; J anos: to tal 84 anos do reclu -


sio, pena esta defini tiva para o Cap . NIEBUS, Chefe da
"E qui;Je" do S/2;
- Considerando ser o Ten . Fl iR AfJDA um Oficial R/2, subq..t
dinado direto do Cap . NIEBUS, c a existincia entre os
,
acusados tambem de um Oficiol Suporior, resolveu o Con-
selho reduzir de 7 anos a pena imposta ao referido Ta-
neote, tornando-a definitiva om 77 anos óe reclusão;
- Sgt fWBEf'JS, 5gt IVA fJ ETEL a Cabo cnuz: Art. 205 § 2 9,
III , 12 X 4 (43 anos); art. 209 § 1 2, 1 ano X 11 (11 a-
nos); art. 264 nrJ I, 2 anos; art . 352, 1 ano, total: 62
anos;
- Sgt SIDENI GUEDES e Cabo f RE ITAS: Art. 205 § 29, 111,
12 x 4 (48 anos); art . 2C9 § 1º, 1 ano x 11 {11 anos);
total 59 anoe, r e duzido de 12 meses por terem apresent~
do os rÓus ind!cios de arrepe ndimen to, opÓs a p rática
dos crimos;
- Tem Cal Gladst.one, Oficial Comandante , p ~;.: ... a intensidJ!
de do dolo, teve a pena baae fixad a acima da mÍnima le- •
ga l; art . 264 n~ I, 4 a nos ; art . 352, máxima 3 anos; to
tal: 7 anos ;


~"'ei

1~~-~'--- /}~~
• .v_; S!:.tW1C..
~ }.f)
fls. t~
Civis, Nelson exe rcia função de chefia e mando sobrr- ~§1 .
o réu I AANIDES, funcionário s~balte rno e despersonaliz I

do; art. 352, NE LSON 2 anos de detenção, e I RANIDES 1 ~


no do detemç:Jo , r.ogando-s e a a;ilbu s o beneficio da Sus-
pens;o Condicional ~a pena p~ la grav idade do c r i me , in-
tensidade do dolo e o modo de 8Xec ução, fatos estGs que
não autorizam a presunção de que não tornarão a delin-
quir. "
CONSIDERANDO q~e, d~vida n~ o pod 8 existir do pertencer a
autoria e co-autoria dos crimes imputados na denÚnci3 aos apelan t e~
que os confessaram quando inqueridos e reinquiridos, como se pode
ver i ficar das ·coclc:-raçÕes de fls . 133 , Cap. Dalgio f'li randa Niebue,
f ls.l27/185, 2º TPn.R/2 Paulo Reynaud Mi r3ndo da Silva , fls . B?/270,
)Q Sgt . Ruben s Hartins de Souza, fls . 09/438 , 3 9 Sgt . Ivan Etcl de
Oliveira, fls. 139/281 , Cabo Celso Gomes da Freitas f ilho, fls . l67,
Cabo Jos~ ~uausto Cruz o fls . 183/324 3Q sgt . Sideni Guedes;
CONSIDERAr~DO que, mesMo quanuc intEJ rr ogados em Ju! zo, fls.
609 , f ls. 612, fls. 614, fl s. 617, fls . 619, fls.637 , fls . 639 , fls. 644
fls.644 a fl s. 672 , n~o negaram os apelantes a autoria e co-autoria
dos crimes pr oticados;
CONSIDEnANDO que, p rova da também es tá a mate ri al idade daj
d i ttP, como se apura da noc r Ópsia do soldado Geomar íU beiro da Sil
va. fls . 42 , oo soldado ldanderley de Oliveira, fls .3 55 , autÓpsia do
..
soldado Roberto \Fi c..e~nt,e~;,da Si 1 v a, fls . 4?41 fotografias dos restos
~
"' ' , ' ! ~ ~
r \ \ , 't ~- \
mortais queimados do soldado Juàr'ez rionçao ·~Ji rote , fls . 483/484. , co-
mo, tar.1bám, os exames .de C(!_~po de del i to dos soldados Evaldo Luiz
Lima, fls . 246, Luiz Gon zaga Pereira , fls. 247 , soldado Nelson Senho-
rinha ffJ arcato, fls. 2·~8, soldado Hal tm r Soares de Hatos, fls. 249, so.!,
dado José GetÚlio tJovo Pauferro, fl s. 25 0 , soldado 3ergio Amoriíil Vi
eira, fls . 251, soldado José Rod rig ues Alvos, fls . 252, soldado Ce-
lio ferrei ra, fls . 253, soldado Pery Silvares Henrique, fls.254,sol
dado Aparecido ~ias Hachado, fls. 2~5 o s oldado He lio Botolho Luiz,
fls. 548;
CONSIDERANDO que , em face da ro busta prova dos autos dos
crimes de homic!dios a les~es corporais, os patronos dos apelantes
se apegam, para fug1r .. '
a outor~a ..
e 'a co~a uto ria dos del itos, a va- ,
rias teses, tai s como, a oxist~ncia de crimes culposos e n;o dolo-
9os. obediência a ordem superior, coação irresistível e a inimputa-
~- .dada penal do apelante Dalgio Miranda Niebus, a que aludem os
arts. JJ, inciso II, 3º, letras ~ e b e 46 , todos do CÓdi go Pen al
tUlitar;
CONSIDERANDO que , para argumentar , mesmo que fÔss~ poss!
val afastar da pro va dos autos a existência do dolo direto, não fu- ..
giriam os apelantes do dolo evEJntual (art. 33, inciso !),porquanto,
os homic!dios resultaram das lesÕes sofri das pelas v!t i mas,causadas
pelas torturas que lhes foram infringidas, sendo evidente qu e os ~ · ·
..

..
o

t~~c,_~~
~ .!..i- S ~nV 1(.
(J

;J ..
cusados assumiram o risco do resultado morte;
CotJSIDERAND_O que, quanto as ala gad as teses argfHdas pela
defesa dos apelantes, "coaçio irresistível" e "estrita obedi;ncia a
ordem direta da superior hierárquico", são repelidas pelo que dis-
p~e os arts. 38 § 2º e 40 do C6digo Penal Militar e, no que tange a
- -alegada inimputabilidade do Cap. Niebus, o exame de sanidade de fl~
1.871/1872,a afasta;
CONSIDERANDO que, quanto aos apelantes Cap. Dalgio Mira!!
da Ni ebus , 2º Ten. R/2 Paulo Reynaud Mirand a da Silva, Sgt. Rubens
Martins de Souza, Sgt. Ivan Etel de Oliveira e Cabo José Augusto
Cruz, não estão tipificados os crimes dos arts. 264, I e 352 do CP~
.
sendo que quanto ao crime de dano do art.264, I, resultante do ar-
rombamento do· teto do "Arquivo 1' , onde eram levados a efeitos os de-
litos, arrombamento feito para simular a fuga das vitimas soldados
Monçao ~ Wanderley , tal infraçio constituiu crime meio para o fim
almejado, de se desfazer dos cadáveres dos referidos soldados;
CONSIDERANDO que, nãe é possfvel atribuir ao Tan.Cel.Gla
dstone Pernasetti Teixeira o crime do art. 264, I, do CPM, para o
qual não concorreu de qualquer modo (art.53 do CPM) e, quanto ao
crime do art. 352, basta a sua simples leitura para se verificar a
inexistincia de qualquer tipicidade, tendo em vista os fatos deli-
tuosos que lhes são atribufdos na denÚncia;
CONSIDERANDO, porém, que o Ten.Cel.Gladstone Pernasetti
Teixeira, que"\-exercia o 1 Çqm~nq_Ç2 . d~ , Unidade, por ocasião dos gravÍJ!
. -(., """ ,.
simos fatos delituosos que os autos nos dao not~cia, teve um com-
portamento eivado de omissÕes que permitiram O retardamento dos SE_
clarecimentos dos delitos ocorridos na Unid ade, face ao qu e diap~e
o § 29 do art.29 do CPM, caracterizando-se, assim, o crime defini-
do no art. 350 do dito CÓdigo;
CONSIDERANDO, ainda, que o Ten.Cel. Gladstone, no exer-
c{cio do Comando da Unidade, por f5rça do que dispÕe o art. 241 do
CÓdigo de Processo Penal Militar, era o responsável pela custÓdia
doa presos e, em consequincia, pela integridade f{sica e moral dos
detidos que vieram a ser vitimados, fugindo por esse comportamento
ao cumprimento do seu dever, infringindo o art. 324 do CÓdigo Pe-
nal Militar;
CONSIDERANDO que, os civis Nelson Ribeiro da Moura e I-
ranides ferreira, foram denunciados como incursos no art.352 do c.
~.M., sendo clara a falta de tipicidade deste delito, diante dos
fatos delituosos que lhe foram imputados e da prov a dos autos,sen-
I.
do, certo, por~m, a existincia do crime do art.350 do aludido CÓdi
go, favorecimento pessoal, como sustenta a Procuradoria Geral; ..
CONSIDERANDO que, as .penas a serem aplicadas têem que a
tender aos arts. 79, concurso material de infraç~es e ao art.$9 do
CÓdigo Penal Militar, dada a gravidade dos crimes, a intensidade
do dolo e o modo de sua execução revelada pela prática de torturas

..

·•'-•. AR

.
'
que levaram as v!tiDas a mo~te;
n.f t ~.
CONSIDERANDO, afinal, que os responsáveis pelos grav!s _
mos fatos delituosos descritos na denú ncia já estão pu nidos, não se
jus ti ficando novo Inqusri to Policial f1ili tar para apurar fatos que
t~riam sido praticados pelo Cel.Ariosvaldo Tavares da Silva,Terr.CeL

Gladstono Per nasetti Teixeira, !9 Ten. M ~dico Eurico Aug usto Lopes,
,
}Q Sgt. Garaldo Jose ferreira e 3U Sgt. nival do Amaro da Silva, co-
m~ entendeu a sentença, som por~m os indicar;
ACORDA~ os Ministros do Superior Tribunal Militar, por
maio ria de votos, dar proviment~ , em par te, aos ap elos do Cap. DAL-
GIO r-HRANDA NIEBU5 e 2Q Ten . R/2 PAULO REYi'JAUO HIHANDt1 DA SILVA, P.!l
,
· ra, reformandc a sentença apolada, condena-los, cada um, a pena de
61 anos e 8 meses de reclus~o, como incursos n~s arts. 205 § 29 in-
ciso 111 e 209 , "caput " , c/c o art. 79, todos do CÓdigo Penal f·'1ili-
tar.
A pena imposta foi assim individualizada: para os 4 ho-
micldios fixada a pena buse em 16 anos, temos 64 anos de reclusão,
acrescida d e J anos e 8 meses, metade da· p ona fixada para os 11 de-
litos de lesÕes corporais, totalizando 67 anos e O meses de reclu-
sao.
Dar, em pa rte, provimento aos apelos dos 3Ds.Sgts.Aubens
Martins de Souza, Ivan Etel de Oliveira , Sideni Guedes e Cabos José
\

Augusto Cruz ~.\~-~1,~e~ ,Gam_~~>~~ f;rr,~\~f'. F. i ~ho p ara, reformando a sen-


tença apelada, condenar, cada um, a peQa de 50 anos e 9 meses de r~
clusão, como incurs~s nos arts. 20~ § 2Q, inciso III, e art.209 "ca
put", c/c os ar ta. 53 a 79, todos do CÓdigo Penal fi i l i ta r;
A pena acina i mp ost a f oi a ssim individualizada: pena ba-
se para os 4 homicÍdios - 12 anoo, tomas 48 anos do reolusão e 6
moses pena base para 11 deli tos de lesÕ es corporais ou sejam, 66
meses, isto é, 5 anos a 6 mes es , que se aplica pela metade face a
regra do art. 79 do CPr1, 2 anos e 8 meses, totalizando 50 anos e 9
meses de reclusão.
Apli car ao Capit;o Dalgi o Miranda Niebus e 22 Ten. R/2,
Paulo Raynaud ~ iranda da Silva, a pena ac essÓ r ia da perda do posto
a patente, nos termos do art. 98, inciso I, c/c o art. 99 do CPH ••
Ap licar aos 39s. Sgts . Rubens Martins de Souza, Ivan Etel
d~ Oliveira, Sideni Guedes e aos Cabos José Augusto Cruz e Celso G2
w, de rreitas filho, a pena acessÓ ria de exclus5o do ser· ~ ~o do E-
x~rcito, nos termos do art. 102, do CPM ••
Dar, em parto, provimento ao apelo do Tsn . Cel. Gladsto-
ne Pernasetti Teixeira para condená-lo, por desclassificação, a pe-
/ ..
na de 10 Qeses de detenção, como incurso nos arts. 324 e 350, do cá
digo Penal Militar, c/c o a rt. 79 do mesmo C6digo, fixada em 5 me-
s es de detenção a pona base para cada infração, sem causas da aume~
to ou diminuição.
) __,
•.. •

.
..
o

..


o

.......
. ) nc:·
·.ato.

7/&)~A~
•• ~o..JV.
"

o,
Dar, em parte, provimento aos apelos dos civis
~
::::~~
Ribeiro de·Moura e Iranides ferreira para, reformando a sentenç~ u1 ·
apelada, condenar, cada um, a pena de 4 meses de detençio, como
incursos no art. 35C, do C6digo Penal ~i litar.
Quanto a unificação das penas, deverá ser apreciada
na fase de sxecuçãc, face ac que dispÕe o art . 516, letra Q, do
CPPM, por maioria de votos;
Tornar se~ efeito, a providênci a determinada na parte
final da sentença, ~o sentido de serem remetidas peças dos autos
ao Mtnistério PÚblica, na fo~~a do disposto no a~t. 442 , do CPPM.
Negar. provimen to ao apelo do M inist~rio PÚblico, por
falta de objeto.
Superior Tribunal ~ lilitsr , 21 ce jwnho do 1974.

As. rv1.:. 11s.


Ge11.E~. Jurandir de Bizarria ~ amade, Presidente.
Or. Nelson Bar bosa Sampai o, r elator.
Alm. Es q . ~-Jald ar.~ar de Figuei rodo Cos ta .
Dr . Alci d os ~ieira Carneiro.
Alm . Esq. Syl"Jio f1outinhc. .
Dr . Wa ldomar. Torres da Casta. Vencido com voto em se-
parado.
~~· 8qarfl i ~ 3~\çado . Ve~ ~i do; condeno C8lso Gome~ de
• • ' ' • . _ ,, \ - \ . ·' .. -l.~' ........'< • ' • '
Frei tas Filho a dGze anos g · 'nt'và ~98E at> reclusão, senco doze p~
lo art. 205, e, nove meses pelo art . 2b9; q~anto ~quelss condena-
dos as pensa superi c r es a 30 anos, unifico-as , e fixo-as em 30 a-
nos.
Gen.Ex. ~ug usto Fragoso.
Ten. Brig. Carlos A. H. de o. Sagpaic .
Dr. Jacy Guinar~8S Pinhei ro.
Alm.Esq. Hélio :1. d 3 Azevejo Leite.
Gen.Ex. Rod rig o O ct ~vi o J. Ranos . Com voto em separa-
do.
Ten.Brig. Hon6rio Magalhães.
Dr. Milton Me nezes ~a Costa Filho, no i mp edimento do
Procurador-Geral.
Carimbo:
Declaro, de acÔrdo com Decis&o do Tribunal tomada em
sessão de 10 de junho de 1970 (Ata da 35 ª S ess~o) e de ac8rdo e/o
art. 56 do R.I. que o Sr.Min.Ten.Brig.~rmando Perdigio foi voto
~ encedor. BrasÍlia em 25 de outub ro de 1974 . As. Cid Augusto ~i­
beiro de Moura, Secret~rio do Tri bunal, em exerc{cio •

. \F -r_ r - ......

~.
-
~-~·
~-..,: - .-
·--:--·.~ -==-~

.ifj, ·: ' •
:. •
;

•. •
--
.
.,
o

I

.
\

S U P E R I O R T R I 8 U N A L M I L!l TA R

APELAÇÃO Nº 39.872
D- r· . .J

1. O presente Processo encerra, sem dÚvida, fatos si~gulares,


..
'-
jamais ocorrid os, em qualquer F o r ça Armada, s oment e po ss Íveis pelas
violentas di s torçÕ es no comportamento dos seus autores, face às rea
lidades do momento vivido, desenvolvendo u ma verdadeira perversao
ideolÓgica de suas atitudes, evidenciando perso nalid a des com acen
tuados traços de s~dismo. Ineg ável é a sua repercussão, pois, nas
Forças Armadas, no ~ue concerne a sua di n~mica funcional o u ~ sua
estrutura disciplinar, o u ainda na salvag uarda dos objetivos revol~

ci on~ rios gue jamais vi saram no combate ~ subvers~o insidiosa de t3

c nica ideolÓgica ou ~ corrupçao destrutiva de costumes, a instaura-


cão do terror, como fil ho bastardo do Poder, e sempre a serviço de
.,
., todas as ditaduras de esquerda ou de direi ta •
:..
' ~
Por isso mesmo, dando continuidade de açao a c o nsec uçao dos
objetivo s firmados desde 19 22, consagrados vitoriosamente em 1964,
os 3 Governos Revolucion~rios, timbraram em afir mar pelas suas ati
- tL ;s e compor tamento um regime democrático, com as restri ÇÕes de
correntes das açÕes ideolÓgicas da esquerda que visavam ~ sua dss
tru i çao, gara..Qt~.,.n ~. :f':~f s ~m ~... ;.,qu~ ~ , P.~l~ <FD ~,s ti tu i ç ão de 6 7, q u e r pela
de 69, decorrente da Emenda Constituciona~ nº 1, r espectivame nt e ,em
seus art 150/151 · e 153/154, - qu~se idênticos em s ua forma e espÍ
ri to - os Direi tÓ~~: ·G arantia s Individuais a todos os brasileiro s e
estrangei ros residsnt~s no País, de modo que tenham preservadas a
vida, a liberdade, a seguranç a e a p ro priedad e.

Diz mesmo ilustre jurista brasileiro que:


11
entre nó s as demasias na s medidas de proteção do
Estado avultam hoje, pelo clima q ue se entende
Bxistir, de permanente ameaça ~ normalidade insti
tucional sob os aspectos de guer r apsicolÓgica e
guerra revo l uci onária •. • , 11 e ainda 11 A Segurança
Nacional só tem sentido enquanto se re f lete nas
s uas con sequê n c i a s , como um f a tor de tr a nquilid ade
e paz para todos •• • " Assevera que 11 A Segurança
não existe como uma a bstração, i sto é, po r si e p~
ra si, po rém como i nst r ume nt o para o bem coletivr·
E este, na sua abrangência de toda a coletivida~,
.) diz não apenas c om ~q uele s que governam e co m os
/ que o apoiam, senão também com os que c ontesta~ o
Governo, mas nem por isso deixam de se r sujeitB ~
ti vos do direito a lega l idade. Para eles, a rrt~
cipação no b em coletivo se traduz no di r eito de
contestar den tr o da lei e do excedendo verem as ..
suas responsabilidades a puradas e punidas co' es
trita ob ediência ~s n orma s legais ... "

r,,·· '

- -- - --- - --- - --

••


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o
•'


I

(
S U P E R I O R T R I B I; N A L M I L!l T A R

te -8 mais odiosa- porque coloca se re s humanos a mercê de Óutros,


sem capacidade de esboçar o menor gesto de defesa quer de sua inte
gridade ffs ica, quer de sua pers onalidade espiritual. l sabido que
as Sociedades "equilibradas ou primitivas" repel em ou mesmo repu.9.
nam o seu emprego, muito embora conhecida a sua legalidade na Anti
g~idade -
.
em Roma, càmo na Grécia contra os escravos - na Igreja da
Idade Mé dia com o Processo Inquisitorial , para desaparecer com o
advento do Estado Nacional, nos sécu lo s XV I II s XIX, até ressurgir
com os Estados To t a litários, na primeira metade do século XIX, em
forma mais hediond a e abominável, pois l evada a efei to na clandesti
nidade ou semi-clandestinidade, chegou até ao genocÍdio como se ve
\ rificou com a exterminação d e grupos étnicos, culturai s ou religi~
'
sos, por meio de açÕes diversas visando à destr uição fÍsica ou men
tal de suas vÍtimas. Realmente, agora, até mesmo a mente é violen
tada com o narco análise - psicanálise sob narcose - quando se quer
obt-~ a confissão de uma parte que se recu sa a fazê - la.

" ApÓs ter abolido a tortura, os juri stas têm af i rma


do o direito ~ integri~a~e corporal. Hoje o técni~
rra P!?~~' CO:,m 9,'\:P'§las, · ~.~~lar a integridade mental".
l'ílo ·curso' do-s ullim·o ~ anos, 1 médicos psiquiátricos -
mui tas vezes mesmo · militares - "tem transgredido
as regras deontolÓgicas e deslizado insensivelmen-
te; do ato terap~utico ao inquérito policial e são
tornadÕs os novos inquisidore3 dos tempos moder
nos", escrevem J Lauret e DE La Sierra em sua nota
vel obra "La Torture et Le s Pouvoirs".

Não obstante a Declaração Universal de Di re i tos do Home m, con


sagrada pel as NaçÕes Unidas, e da qual também so mo s signatários, co
mo quase todas as NaçÕes do Mundo Ocidental, haveria essa forma su
til de indignificar o Homem, ao surgir generalisadamente com violê~
c~a inaudita na Guerra Revolucionária, seja nas açÕes te r roD i stas
ou de guer r ilhas, seja nas açÕes de repressão, através de instrumen
tos policiais ou Órgãos especiais de segurança.
O que se pode afirmar é como diz eminente analista psico - soci -
... , ....
al fr ce s:
"que nesta 2ª metade do século XX, tortura-se como
jamais se torturou em toda a histÓria da humanida-
de. O mal, acrescenta, gangrena todos os Estados ,
e para fu~ir ao círculo vicioso da guerra revoluci
onária, jà em extensão planetária, dos dissÍdios
polÍtic os na luta pelo Poder, ap licam- se métodos
terroristas gerando o contraterrorismo, com todo
seu cortejo de horrores. Daí sÓ haver uma solução

S TM 13
'

..
.. .

..

~ ~ v/ffvtc /)~
' r:;y .J


S U P E R I O R T R I B U N A L M I L!l T A R

pa r a superar esse quadro de ve rdadeira degradaçao~ /f


hu ma na: Co n denar o terrorismo, c om o me s mo vigor
com qu e se condena a tortura".

2. Lamentável e incrÍvel , pois, o ocorrido no 1º BI B. Um j~


vem Capitão, após formar e dou t ri nar uma equipe de subordinados ,
para a execução de tortura s, sob pre te xt o de repressão à guerra re
vo~ucionária, exace r band o at i t udes crimino sas , infringentes de di~
positi vos constitucionais e legais, ce rtamente divergente do pens~

menta gov ernamental ~ malgrad o a existência de uma cadeia hierár


quica de o f iciai s superiores e capitãe s re sponsáv e is, que alega va m
omissivamente, ignorar as su a s açÕes, se atira desvai rada mente co~
tra seus prÓprios companheiros, procuran do arran car-lhes a qual:_
e quer preço confissÕes que co mpro vassem participação dos mesmos no
t rá f ico de mac onha no i nterior e fora do quartel; vai ma is além,
martiriza-os até a m0rte, sendo doi s deles, no espaço de 14 dias e
\
"
dois outros (VANDERLEI e MONÇÃO) em apenas 24 horas. On ze soldados
f ora m ainda severamente sevic ia dos no decorrer dos interrogatÓr ios
inquisitori ais, tud o isso em um Quartel, on de a hierarquia impÕe
~esponsab ilid ade def inida em todos os escalÕes de comando, além de
ass _ tê n cia mé dica permanente, com encargos fu nc ionais inar r edá
veis perfeitamente definidos em regulamentos milit a res.
' ' ,. .
Mais ai nda , ~p~vo~ado co ~ 'o: de~eni~~~ que certamente não pr~
curara, mas de que assum i ra o risco em se u de lÍrio tortura nte, o
Capitão e sua equipe, ignorando qualq ue r resqu Ício das virtudes mi
~' ,...
lita rss que presidiram a s ua for maça o profi ss io na l ~ fe i t os co mp r~
vados nos Autos (fls 613, 615 e 645) e acolhidas pela Sente nça do
CJM - não tr epi da m em profanar os cadáveres de seus com pa nheiro s
t ã o vilmente massac r ados, para fazer desaparecer a prova materi al
de s eus nefandos crimes, alegando tê-lo feito co m o conhecimento
do comandante interino do Batalhão, ne gando ass im às famÍlias o Úl
tim o consolo de velar e sep ul ta r de maneira cristã os seus en tes
querid os entregues ao serviç o da Pátria. Em t udo is so é de notar ,
-
como se verificou no IP M, pel as declaraçÕes das t~ste mun has, a au
sê ncia continuada e covarde do médic o da Un ida de, em ate nd er aos
seus camaradas feridos, além da omissã o do co ma nd a nte efe tivo que
procl _1 se inocentar, com a a legaç ão inace itá vel de encontrar-se
m férias, quando diariamente ia ao quartel, conversava c om o Capl
~o Chefe da Equipe e certamente não poderia deixar de estar a par
da evolução dos aconteci mentos, neg a ndo entreta nto que fosse cien
te da açã o crimi na l em c urso, embora es ta pu des s e ser evita da se ..
tivesse agido, consoante a sua respon sa bilidade f un cional permane~
te ~ em fa ce da de núncia que l he foi l evada pela i rmã de um dos sol
..
.. .

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ireter

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_ .1./i?.ETO.l L ... SC:RVIÇO
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S U P E R I O R T R I B U N A L M I L?l TA R

dados, no dia 8 Jan 72, ou 6 dia s antes da morte - Sd GEOMAR RIBEI


RO DA SILVA.
-~
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-.:1
3. Não podem compreender, os que já comandaram, que a ocorrên
cia tenha tido continuidade e assim delongada no tempo, com a omis
• são do s comandantes efetivo e interino, sem que a ssistê ncia efeti
va tenha sido prestada às vÍtimas, quer pelo s Cmt de Subu nidades a
que perten c iam os sol dados presos, quer pe l o oficial-de- dia e con
cretizada ainda sistematicamente a ausência nos ev e nto s do méd i co
da Un i da d e • Na v e r d à.d e os de v e r e s r e c Í p r o c o s do s di v e r s o s e s c a 1 Õe s
hierárquicos, co nfor me preceit ua o Regulamento Interno dos Servi
ços Gerais (R-1), em form a cl ara e bastante ex plÍci ta, não deixam
·qualquer dÚvida sobre o comportamento omisso, incompatível com os
devere s profi ss ion a i s a que o mil ita r e stá s uje i to, so b juramento
prestado perante a Bandeira do Bra sil.
' \
a) COMANDANTE
r-,. Art 76 - O Comandante do Co r po é respon sáv el pela su a
r admi ni stração, instrução e di s cip l ina; cu m

·, - .c - . ,,
pre-lhe, além dos encargos que lhe s ão
tivamente at r ib uÍdos pelos diversos
(Tlento,. p. ~ d-uer ,~·L,I~n.~o ·à i nstrução e
taxa
regula
disciplin~,
..... \ '"X '\ , ....i .

qu er quanto as r elaçÕes co m os div ers os Ór


' -
gaos de comando e s ervi ços, quer finalmente,
quanto à a dmini stração propr i amente dit a , as
~tribuiçÕes e deve re s se guintes :
••••• 1111 •••••••• o •••••••••••••••••• • ••••••••••

3) esforçar- se para qu e os s eu s subordinados


façam do cumprimento do dever civ i l e mi-
litar um ve rd adei ro culto, e exigi r gue
pautem sua conduta pelas normas da mais
s evera moral, compelindo - os a satisfaze-
r em seus comp r omiss os morais e pecu niári -
~' inclu s ive de assistência à famÍlia , e
punindo-os se se mo st rare m recalcitrantes
na satisfação de tais compromissos .

4) i mprimi r a tod os os se us atos, como exem-


plo, a má xima correção, pontualidade e
justiça;

5) velar para gue os oficiais sob o se u co- ..


mando sirvam , em tudo e por tudo, de exem
p l o aos su bordinados;

..... . ..... . .. .. . ...... . .................


STM 13
• •
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S U P E R I O R T R I 8 U N A L M I L?l TA R
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28) comunicar imediatame~te 'à autoridade supt:l
~~~ 1
rior qua lq u er fato g r ave ~corrid~ no Cor po,
' so l icitando-lhe intervençao s e nao estive r
em suas atribuiçÕes providenciar a respei
to;

b) SUBCOMANDANTE

Art. 77 O Subcomandan t e é o auxiliar e substit uto ime


d i ato do Comanda nte do Corpo, seu intermediá-
'rio na ex pedição de todas as o rd ens re lativas
à disciplina, instrução e serviços gerais, cu
ja execuç ão cumpre-l he f i s c al i zar.

o
t
o Chefe do Estado - Maior do Corpd e o res
po nsável pela coordenação dos s eus elementos ,
a fim de poder in f o r mar seu Co manda nte, qu an to
a execuç ã o de suas dec i sÕes.

Art. 78 -
~
....: -
...... . ••• •o• ••••••o•••••o • •o o eo •• • •• •••••• • • • • • • • • ••

2) le va r ao co nhecimen to do Comandante, verbal


mente ou por escrito, depo i s de c onveniente
.... ment e apuradas, todas as ocorre" nc l. as que
~

nao lhe caiba res qlve r ;


.
\'-..~~ dª"r . @.d.f1~e,c:(.rr):e ~.:t-'Cl \ ~o Comandan te de todas a s
1
- '
oco rrê ncias e fatos a respeito dos quai s ha
ja providenciado por i niciat i va prÓpria;
'\::-.
c) MtD IC O
Art 113 - O médico Chefe da Fo r mação Sani t á ri a Regimen-
t al dirige o Serviço de SaÚde do Corpo, secu n
;
.. , .
dado pelos a uxi liares re specti vos, e e o unlco
responsável, perante o Coma ndante, pelo estado
s anit á ri o do pess oal do Corpo e condiçÕes hi
gi ênicas do Quartel.

Art 114 - Ao mé dic o incumbe, alé m dos ~ everes e atribui-


çÕes de natureza técni c a e funcional que lhe
são impos t a s pelos Regulamentos do Serviço de
J
SaÚde, o seguinte:
·I

3) visitar frequentemente, acompa nhado pelos


seus a ux iliar es , as dependênc i as do quar t el,
apresentando a o Comandante as s ugestÕes qu e
julga r ne ce ssá ri as à melhoria da s condi çÕes
higiên i cas;

STM13

.cO

---

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·' .
,, . ""'CÍ.:S

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S U P E R I O R T R I B U N A L M I L!l TA R

o 4) visitar
auxiliar, uma v e z por semana, no mÍnimo, os
oficiais e praças do Corpo, em tratamento no
hospital, quando na mesma Guarnição~

8) providenciar "ex-ofÍcio", para ser feito o


• exame de corpo de delito e lavrado o respec
tivo auto, de acordo c om as presc r içÕes do
CÓdigo de Justiça Mil itar, quando baixar ao
hos pital ou enfermaria, ferido ou doente
que autorize a suspeita de crime;
••••••••••••• •• " •••••••••• o ••••••••••••••••

14) dar, ao subcomandante, parte di~ria de to-


das as ocorrências referentes ao serviço a
seu ca rgo, ass inal a nd o o mov imento de ho-
.\
mens doentes, em observação, conva lescente s
e baixado s, fazendo acompanhá-la da matéria
··-

que deva ser publicada em boletim, devida-
mente redigida e sob forma de proposta.
•·.
SERVIÇO DE SA~DE • I

Art. 362- a funcionàmentG do ' sarviço é reg i do pe l as di SPQ


,,. ''"~s1 i çÕes-,:d'~ R-1 '(\'\ ·~~\ do R-58, no capÍtulo referen
te aos Serviços de Sa~~e nos Corpos de Tr opa, e
po~ este regulamento.

SERV I,.ÇO INTERNO

Art. 375 Ao médico de serviç o compete, além das suas a -


tribuiçÕes normais e outras que lhe forem dadas
pelo médico-chefe, o seg uinte:

1) permanecer no guartel, depois de encerrado o


expediente do Corpo, s empre gue o serviço e-
xigir, ou por motivo de força maior, a juízo
do comandante;
2) prestar os so corros médicos de urgê ncia aos
~..... t...,
mil i tares do Corpo;
.: J
' 3) atender aos casos ur gen t es, fora das horas
de expediente;
--
4) providenciar sobre a assistência indispen sá- ..
vel exi~i d a pelos doentes em e s tado grave ,
seja no quartel, seja durante o se u tran spor
te para o ho spi tal;

STM 13

---·- ---- ·- - - ----- - -- -


\,
\\
\
\ ,)
'"'
.......
S U P E R I O R T R I B U N A L M I Lll TA R :...
.... .
\ -
d) DO COMANDANTE DE SUB UNID ADE INCORPORADA
--~
Art. 188 - Ao c oma ndante de subunidade, além dos encar
gos que l he são pa rt icularm e nte atr~buÍdo s
em outros regulamentos, comp ete:

1) educar mi litarme nte seus comandados, ori


en ta ndo - o s no sentido da compenetração
do dever e inspirando-se sempr e na justi
ça, tant o para punir com o para recompen-
sar;
. . ....... ...... ...................... .. .
6) considerar a subunida de como uma famÍlia,

de que deve ser o chefe enérgico e justo
e interessar-se para q ue a todos os se us
\ ,,.
., membros se faça int e ira justiça;
............ ..... ............... ..... ...
1 0) zelar oela saÚde de s eus co ma ndados e es
força r -se pa r a q ue as praças adquiram e
cultivem hábitos sa lutares de higiene fÍ
~ i, .•
sica e moral, ac on sel hand o- o s freq u ent~

·' 11 . mente, nesse


... sentido;
I'{
11) interessar- s e pelos se u s comandados, quan
do e nfermo s, leva ndo-lhe s o c onforto de
sua v i s it a sempre que possÍvel, e pre~

tan d o-l hes a necessá ria ass i stência mo


ral e materia l ;
l • • • o • • • • • o • • • • o • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • o •

18 ) acompanhar com sol i citude o s processo s


e m gue estejam envolvidos seus comandado s ,
esforçando-se para gu e não lh es faltem
os rec u rsos leq ais de defesa, nem sejam
aqueles retardados;
• • • •••••••• o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
,
38) participar a o comandante da Unidade as
i .::.j ocorrências havida s n a su buni da de cujas
I

providências a respe ito escapem às s uas


a tr i bui ç Ões, a s s i m como as que, por sua
importância, co nv e nh a levar ao se u conh~
cimento, embora sobre ela s tenha prov i - ..
de nciado;

STM 13

- - ·--·---- - - -·- ·--· --·.


I
.

S U P E R I O R T R I B U N A L 1\11 L!l T A R \ ,J
,J
-1-1tj
Com~
.'...J

e) DO OFICIAL-D E- DIA
Art. 236 - O oficial-de-dia é um representant e do
• dante e tem como pri ncipal atribuiçÕ es , além
de outras prev is tas no R- 3 ;
e oo oooooo o•~,.••o• •• •••••••••• ••••••••••••••••

3) verificar, ao assumir o se r viç o, em campa


· nhia de seu a n tecessor, r espeitada s a s res
tri çÕ es do § 1º deste artigo, s e todas a s
dependências do quartel estão em orde m, e
as segurar- se d a pr esença de tod o s os pre-
sos e detidos nos l u ga res onde dev e m perma
necer; apÓs estas p ro v ide nc i as, ambos deve
r a o se apresenta r ao s ubco manda nte;

4) particip ar ao s ubc oman dan te todas a s ocor


rên ci as extraord iná ri as havidas depois do
seu Úl timo encontro com essa au t ori dad e
men c i o na n do-as, ainda, na parte d iária ; se
antes de fazê-lo ao subcoma n da nte encon

..' -- trar o Com andante do Corpo, prestar-lhe- á


as mesmas informaçÕe s , sem que isso o exo-
' ne r e'-daq u e 1 a' . ~tri.pu i ç ão ;
.. ' ....~~ ~\ - . ......._,,' "" ~.. ~·'" ~ '
• o • • • • • • ~ • • • • • • • • o\. . • o • . • o • . • • • • • • o .• o••..
12 ) inspecionar fregeentemente, r espeitada s a s
re stri çÕes do § 1º dest e a rti go, as dep en-
dênc i as do quar t el, ve rificando se e stão
sendo regularmente cump r idas as orde ns em
~

v ig o r, e tomando as p r ov i d ências que nao


exijam a int e rv en ção de a utoridade supe-
rio r;
o • • o • • • • o • • • o • • • • • • • o • • o • o • • • • • • • • • • o • • • • •

14) dar conhecimento i mediato a o subc om a nda n-


te, ou ao c om an dan te , qua n do não possa f~
zê-lo ao primeiro, de tódas a s ocorrênci a s
que ex i girem p ron ta i ntervenção do comando;
• • • • o • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • o • • • • • • • • • • •

17 ) conservar em se u po der, durante a noi te, a


partir das 21 h o ras, as chaves das pri s oes
e de todas as ent r adas do qua r tel, menos a
/ do portão p r in c ip a l qu e fica rá com o coman ..
dante da guarda;

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"1 -.,
/~
-iak
S U P E R I O R T R I B U N A L M I Lll TA R
v
·'
h;rff)
~ (

.. . ... ... ....... .·


• 23) impedir a saÍda de animais, viaturas ou outro
ma te rial, sem ordem da autoridade comp~tente,
salvo no s c aso s d e instrução ou serviço no r
mal, fazendo constar da parte diár ia as
das extr aordin~r i as e bem assi m o regresso ,
menc i onando as horas;
.. ············· · ·····~~~~··· ····· ···· ·· · ··· ··· ·· ··

26) fazer registrar pelo a djunto e assi nar , no


respectivo livro de partes, t odas as ocorrên -
c i as havidas no serviço, inclusiv e saÍda ou
e n trada de tropa por motivo que na o seja de
~

instruçao ou serviço normal;


.•..:..,
' 00000000 0 0 00 0 0 000fiOOOitOCt0 0 000000 00000000 0 000 0

35) assistir ao recebimento de to do mater i al que


entre n o quartel, fora das ho ras de e x pedie n-
,
te, e, a qualque r hora, a distrib uição de Vl
veres e forragem;

§ 1 ~. Quando não se acharem presentes o s ofi


ciai6 re~9Ms~veis por q ua l que r depe_Q
'
dência do L.orpo, o ofi ci al - de - dia , como
representante do Comandante, tem autori
dade para intervi r nessa d e pe ndênc i a ,
sempre que se turnar necessária a re p re~
são de irregularidades que afetem a or
dem, a higiene e a discip li na; se, p~

rém, achar-se presente o re sp onsável di


reto ou o oficial seu subst ituto eve n
tual, a in ter venção do oficial-de - di~
s6 deverá efetivar- se quando solicitada.
,..
Como se ve, a re sponsabili J ade pe rf eitamen te ~efinida, em todos
o~ escalÕe s de Comando e Serviço, se cumprida - no desempe n ho do s e_Q
cargrs funcionais, abandonan do sub o rdinad os a sa nh a de um desvairado
,.,1 ~ qu e .,.,, pregava todo s os instrumento s de tortura pa r a atingir o se u
.>
.. Pim, isto ~' a confi ssio - jamais permitiria q ue as açÕes d elituosas
se estendessem por 15 dias, em uma sequência verdadeirame nt e maca b ra
que · pode bem caracterizar se m dÚvida o "crime do sécu l o" e m Unid ades
..
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ApelaçÕes da Defesa e da Procuradoria de I ª instância, da caracteri-


za ção pouco explÍcita e mesmo em alguns incisos, ca re nte s de funda
menta legal na Den~ncia, passemos a enumerar sintet i came nte os ilÍci
_ :os pe nais ver ific ados em face das provas constant es dos Autos in
cl usiv e das inquiriçÕes lev adas a efeito n o bem elaborado IPM e na
inst r ução criminal procedida na 2ª Au di tor ia do Exé r c i to da 1 ª CJM,
co nforme se pode in f erir do Anexo 1.

- Cel ARIOSVAbDO TA VARES GOMES DA SI LVA

- Po r omissão e fa lta de exaçã o n o cumprimento de


seus deve res fun cionais , deixou de tom ar as me
didas oportunas, seja ale r tando o coma nd ante in
terino, seja reassumindo o comando imediatamen-
te, l ogo que foi cientificado do qu e ocorria no
no Quartel. Não foi o pacient e incl uÍ d o na De -
n~ncia da Procurad o ria da I ª in stânci a, ainda
r- que i ndiciado por provas in sofismáveis de sua
, falta de e xação n o cumprimento d e seu dev er fu n
cional no IPM procedido pelo Cel Mario Orlando
-.
•·. ~ Ribeiro Sampa io (V e r fls 317/321)( Depoimen to
de G e rals~lia R~~~iro da Silva), Fls 217 e 979/
981, I;
·.. ,.

- Ten Cel GLADSTONE PERNASETTI TEIXEIRA

- Por ter se omitido com ev id ente tolerância e


negl i gência no exercÍ cio do Comando, deixando
que em uma Unidade sob sua res ponsabilidade i -
mediata, se co met essem a to s c rimi nosos const a~

tes da Den~n c ia (Fls 878) causando a mort e de


4 so l daQos e sev{ci a s em 11 outros. Além disso
c i entificado por 2 s u bordinados, responsáveis
dolosos, pelas mortes de 2 sol dados (MONCAO e
VANDER LEI) sugeri u ou pel o ~enos aqu i e s ce u na
realização de mais u ma ação cri minosa, vi sando
à destruição e vilipêndio dos dois cadáveres ,
no se nt id o do d esa pa rec im ento d a prova mater i
a l c ri mi nal . Deixou ainda, nessa ocasiao, de
comparecer às dependênci as em que se verifica -
r am os Óbi t os, o que evidencia a sua conivência
ou a sua in se n s ibil idad e continuada em apurar
as sev{cias ocorridas e determ i nar o ate ndi me n
to médico de seus ou tros s u bordinados, também

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vÍtimas da sanha cruel e desumana do Capitão


DALGIO MIRANDA NIEBLJS e a maiória de seu gr~
po. Além disso deixou de publicar em BJ da

-- Unidade a detenção de seus subord ina?os, na


forma regulamentar, procurando ignorar, em
todo o seu tempo de comando efetivo, o trata
menta torturante que lhe s era infligido (fls
169, 185, 232, 391, 612, 613, 614 e 979).

Foi denunciado como i ncurso no art 264, inci


so I e 352 c/c art 53, tudo do CPM.

Os indÍcios de falsidade ideolÓgica comi na


dos no art 312 do CP M e constantes de folhas
abaixo enumeradRs, visando a acobertar os
c ulpados do IPM de que foi inicialmente en
carregado, merecem apuraçao mais cuidadosa
(fls 69, 171, 175, 326 , 613, 615, 619, 620,
,).._ ,

I •
637/638, 644/646 , 1015/1017 e 1019/1020) pa
ra sua elucidação, caracter i zando se for o
caso, a sua cu l pabilidade penal.

- Cap D~LGIO MIRANDA ~IEBUS


' . "'\~' . \\
\.
_, ' 0e ~
- Por ter sido m~~iant açoes individuais e
funciona is o principal responsável pelas mo~
tes, com torturas, dos soldados GEOMAR RIBEI
~ ' RO DA SILVA , JUAREZ MONCAO VIROTE, VANDERLEI
DE OLIVEIRA e ROBERTO VICENTE DA SI LVA , em
consequ~ncia das les~es c or pora i s sofridas
(Ver fls 1 663 e 1 664 onde se especificam as
folhas dos depo i mentos de acusação).

- Por ter f i cado provado que foi o principal


culpado, no perÍodo de 2B·Dez 71 a 1 2 Jan 72,
no mesmo quartel e dirigindo o mesmo Grupo
de s ubordinados, com alternâncias i nd ividu-
ais, pelas bárbaras sevfc ia s e espancamentos
impostos a 11 outr os soldados - StRGIO AMO-
RIM VIEIRA, CtLIO FERREIR~, EVALDO LUIZ LI-
MA, NEL SON SE NHORINH O MARCATO, JOSt GETÚLIO
NOVO PALJFERRO , PERY SI LVARES HENRIQUE, LUIZ
GONZAGA PEREIRA, JOSl RODRIG UES ALVES, VAL- ..
TER SOARES DE MATOS, APARECIDO DIAS MACHADO
e HtLIO BOTELHO LUIZ - prod uzi ndo- l he s le -
sÕes corpora i s graves e l e ve s (Ver folhas
1663 e 1664 onde se especificam os depoimen
tos quanto aos crimes de lesÕe s c orporais
STM 13
\ .
\~. /
SUPE RI O R T RI 8 UN AL M I L!l TA R
·, ·.\1\
\ \


no IPM e na In str uçã o Crimin al) ;
• . -.... Por ter sido, conforme exub eranteme nte provado
• nos Autos, o principal responsável pe l a encena
ção f alsa da fuga dos Soldad o s MONÇ~O ~ VANDER
LEI, já as sas sinados, com a anue" ncl. a eventual
do Ten Cel GLADS TONE, confo r me assinalam os de
poimentos de fls 52, 57, 60 , 62, 85, 91, 130 ,
136 e 1 69 do I PM e fls 613 , 645 e 738 da Audito
: ria. No sentido de fazer desaparecer os resp eE
tivos cadáveres, mandou arrombar o teto e telha
do de dependência do quartel, denomi nado AROUl
VO, onde as v!timas haviam s ido sev i ciadas tam
bém pelos Ten MIRANDA, Sgt RUBENS, ETEL e Cabo
CRUZ e Sgt GUEDES e Cb FREITAS, estes dois Últi
mos quanto ao Sd MON Ç~O, conduzindo - as em campa
nhia do s Sgt RUBENS, ETE L e Cb CRUZ pa r a fora
) - ' do mesmo, depositando o co rp o do Sd VANDERLEI,
após esqua r tejá-lo , na área do Rio Claro e do
Sd MONÇ~O, á margem da estrada que liga Ba rr a
··... Mansa a Angr a dos Re is, tendo antes sido prov i
~~~ciado , a\oficia~ i~asão de suas aus ên c i as para
·, · · -' ~ •• :t<t :r'l ~· (
justificar pos ~pàri'nr m~nte a d ese r ça o Depoi men-
_to de fls 40) .

Po r tudo isso foi denunciado nos art 205, § 2º


" ci so III e VI , art 209 § 1º, art 264 inciso I
in
e a r t 352, t u do c/c com art 53 do CPM .

2º Ten R/2 PAULO REYNAUD MIRANDA DA SILV A


- Por ter sido mediante açÕes i n d i vi d uais e f un-
cio nai s, re spo nsável pelas mortes, com to rtur as,
d os So ldado s GEOMAR RIBEIRO DA SILVA, JU AREZ MON
C~O VIROTE, VANDERLEI DE OLIV EIRA e ROB ER TO VI-
CEI\ITE DA SI LVA (Depoime n tos .de fls 91, 1 03, 1 05,
107, 110, 113, 115, 1 75 , 61 7, 639v , 643, 673,
712, 717v e 843v ) .
- Por ter ficad o comp r ov a da a sua c ul pabilidade
nas lesÕes corpora i s sofridas pelos out ros 11
solda dos aci ma ci t a do s ( Depo im entos de f l s 89,
90 , 102, 104, 106, 1 0 9 , 114, 5 40 , 62 0, 843v e
844v).

STM !3
S U P E R I O R T R I 8 U N A L M l L!l TA R

- Por te r pa r ticipado como dirigente e executant e


da farsa destinada a ocultar a morte dos Solda
dos MONÇÃO e VANDERL EI, mandando arrombar o te
to e o telhado da dependênc i a denominada ARQUl
VO (D e poi mentos de fls 1 30, 1 36, 169, 613, 6 45,
e 738).

- Po r ter partic i pado diretamente, em companhia


do Cap NIEBUS e outro~ do vi li pêndi o e esquart~
jamento do cadáver do soldado VANDERLE I em c o m
panhia dos civis IRANIDES FERHE I RA E NELSON RI -
BEIRO DE MOURA, da incineraçã o do c orpo do so l
dado MONÇÃO, à margem da estrada para Bananal
( Depoimentos de f l s 83/86, 89/92, 127/132, 13 6,
170, 224, 382, 613, 639/641 e 642/643).

Pelo acima exposto foi den unciado por infrigir


os número s do ar t 205, § 2º nº III e VI , art
;- . 209 § 1º, art 26 4 inciso I e art 352, c /c art
53, tudo do CPM.

·. - 3º Sgt RUBENS MART INS DE SOUZA, IVAN ETEL DE OLIVEIR A e


CC?-,bo JúS.l AUGUSTO CRUZ.. ._
.. l. ) •

""" ~ .. ~ , .. \1. \. •'


- Por ter ficado ', provado c o nt ra os mes mos , as se
~

guintes acusaçoes:

- morte dos Soldados GEOMAR RIBE I RO DA SILVA ,


"'ROBER TO VIC[NTE DA SILVA, JUAREZ MONÇÃ O VIRQ
TE e VANDERLEI DE OLIVEIRA em dec orrência de
torturas e espanc a me ntos dos quais p a rti cip~
ram individualmente, como membros do Gru po
do Cap NIEBUS (Depoime ntos de fls 77/81, 83/
86, 89/92, 100/103, 106/107, 110/115, 136 '
168, 1 77/1 82, 216, 617, 619, 644/646, 716 ,
843, 1017 e 101 9).
lesÕes c or pora i s provocadas nos 11 so ldado s
mencionados, que estiveram s en do i nterrogados
(De po i mentos de fls 77/81, 83/92, 1 02/1 1 7, 1 68,
./"",
I • • 222, 271, 398, 4L~ l , 644/6LJ.6, 672, 843, 845 ,
847 e 101 9).
- participaçÕes nas açÕes de vilipêndio e des ..
truição de cadáver do s oldado VANDERLEI (De -
poimentos de f l s 83/86, 89/92 e 136).

STM 13
• •

o ..

•·

~ ,,, ~ :T ~ ..

tdé~ c· ~ ,..

(IM;~~' :f~
__ .v.t 1.1.::. -~ 1 )

_,
SUPERIOR TRIBUNAL MIL!ITAR

incorreram ass im, segundo a DenÚncia, nos art


205 § 2º, inciso III e VI; 209 § 1º, 264, nº
1 e 352, c/c com art 53, tudo do CPM.

3º Sgt SIDENI GUEDES

Por ter ficadq provado contra o mesmo as se-


~

guintes acusaç oes:

morte do So ldado MONÇÃO, em decorrência de


o
torturas e espancamentos dos quais partici-
pou individualmente, ou como membro do Gru
po do Cap NIEBUS (Depoimentos de fls 168 ,
637 e 644).
o
- lesÕes corporais provocadas em 3 soldados
(FERREIRA, SENHORINHO e BOTELHO)(Depo i mentos
( de fls 83/86, 378, 441, 449, . 540 e 637).

Incorreu assim no art 205 § 2º nº III e VI e


209 § lQ, c/c o art 53, tudo do CPMo

Cabo CELSO GOMES DE FREITAS FILHO

- Por. ter ficado provada a sua participação no


~ , ·', '. espa nc am.€t:Jto cloiPI'I.~ G+..da dos MONÇÃO, GEOMAR e
VANDERLEI , cau~a efi~e nt e de s uas mortes~
- Por ter ficada comprovada ainda s ua culpabill
~dade na s lesÕes corporais sofridas pelos sol -
dad os APARECIDO, FERREIRA, AMORIM, GONZAGA ,
GETÚLIO e BOTELHO.

Incorreu assim no a rt 205 § 2º nº III e VI e


'
§ 1º, c/ art 53, tudo do CPMo

, .
5. Isso posto, a ser1e horripil a nte dos crimes mencionados susci
t~, além de um aspecto sÓcio -polÍtico, pela sua repercussão, nas For
ças Armadas e na Soc i edade Brasileira, dado o seu espÍrito tradicion~
lista cristão e a obrigatori e dade constit uc ional do Serviço Militar
(Art 92 da Co ns ti tuição Federal de 67, modificada pela Emenda nº 1 de
i ? Ou t ~ 9 ) , uma conotação jurÍdica particular em face do qu e dispÕe o
'
I
~~~ 79 do CPM, com a f i gura do concurso de crimes, repercutindo nas
gaçÕes da defesa ao so li c itar a un ificação das penas e a s ua max i
m_ ... ação em face a ind a da disposição dos art 58 e 81 do CPM, e do par.§.
~rafo 11 do art 1 53 da Cons t ituição da RepÚblica Federativa do Bra si l, ...
ratificada pela Emenda Constit ucional nº 1 de 17 Out 69, a lém da im
perfeita definição jurÍdica de alg um as das imputaçÕes criminais, esp~
cificados na Denúncia de fls 2 e 7.

STM 13
\

S U P E R I O R T R I B U N A L M I L:l TA R
''

Realmente:

r '· . 5.1 - "Ex vi legis", nao é possível imputar a qualquer dos acu
sados a infração pena l do art 352 do CP M, tal a di versi
dade de tipicidade de que se reveste a sua expressão li
teral, no que concerne aos delitos consu mados: v i lipên
c dio e destruição de cad á ver e s. ImpÕe-se assim a desclas
sif i cação para cominaçÕes que me lhor tipifiquem os ilÍ
citas penais verific a dos •
.
Aliás, outro não foi o proceder do ilustre Relator, com a anuên
cia do eminente Revisor, ao adot a r o procedimento acima mencionado ,
isto é, desclassificar o crime do Ten Cel Gladstone Pernasetti Tei
o xeira dos a r t 264 e 352 para os art 324 e 350, tudo do CPM. Não há
também como negar a sua coautoria nos c r imes de vilipêndio e destrui
c ção de cadáveres, já reconhecidas na Sentença de 1ª instância, bem
como da sua omissão continuada , negligência e tolersncia permanen-
tes em seus deveres funcionais, descumprindo a sua missão de coman
do - a causa principal dos eventos ocorridos fazendo-o por esses
mr ~ ivos incorrer, pelos menos, nos art 196, 322 e 324, al~m do art
•·. ·' citado, tudo do CPM.
35ú, Ja

Cumpre r~5sa.+ 'lar que a c;l.esclassi fi caç ã o, sem agravação da pena


' \,..;. \ '-, ' ~ ~ - ; \ ' \ ~ \, f" lt\ ... -

vem sendo adotada por este Egrsc}i ~ T r~buna l , por conv i cçao firmada
• I
da tipicidade do qelito, nos c_rimes do De cclei n º 898/69 cuja pr..e_
cessualÍstica deva . ser · f~i fa pelo CPPM, sem agravação da pena, para
não ferir o princÍpio b as i lar do contradit Ório proce s sual. Podem
ser citadas:

- Apelação nº 39 511/SP, de 13 No v 72.


' - Apelação nº 39 409/BA - Ac Órdão de 6 No v 73
- Apelação nº 39 833/DF - AcÓr dso de 1 8 Fev 74
O prÓprio STM reconhece tal procedimento, como se vê nos Recur
sos Criminais nº 1 176/GG, motivador do AcÓrdão de 4 Dez 73/1ª tu~
ma ao desclassificar do art 27 para o art 14, tudo do Dec - Lei 898/
69, ainda que em decisão anterior no AcÓrdão de 20 Ago 73, ao ju!
gar o Recurso Ordinário nº 1 154/BA, tenha condicionado ta l desclas
~if" - ação á estrita observância do art 437 do CPPM e art 72 (l e tra
~) d o citado DL, com nova definição jurÍdica do feito pelo Ministé-
rio PLÍblico.
~

Sem embargo do art 29 e 437 do CPPM , nao vejo como l egar a esta
Suprema Instância de crimes militares no uso da mesma faculdade de
..
Suprema Corte no que concerne aos crimes de segurança nacional, ado
tar i dêntico procedimento em se tratando daqueles crimes.

STM 13
\

S U P E R I O R T R I B U N A L M I L!l T 1\ 11

Finalmente, quanto ao aspecto considerado ~ de ressalvar que ,


.. , .. embora o CPM silencie sobre a pe r feita dGfiniç~o jurÍdica do crime
o
de profanaç~o e destruiç~o de cad~veres, o corto 6 que a figura p~
na: prevista no C6digo Penal Comum, foi cometida por milita~es que
por esta condiç~o particular n~o deixam de sor c idad~os e por isso
estar enquadrados neste Último CÓdigo, por infraç~o de delitos nele
c
constantes e n~o considerados c rime3 milit ~res. Assim ~ not6rio que
a infring~ncia dos art 211 e 21 2 do C6digo Penal Comum ~ mer i diana e
por isso mesmo nao ~odo de i xar de ser ignorada, cabendo ~ J ustiça Co
mum a sua aprB ci açao.
,
5.2 - Suscita a ApB l aç~o de Defosa do um dos r e u s (fls 1778) a
irresponsab il idade do mesmo e m face do art 38 do CPM. Labora certa
o
"
mentB em equlvoco, rois no art 2º deste artigo se diz tex t u a lmente
r- .
que:
" se a ordem surerior tom por objeto a prÉi.tica de ato
\
manifostantn criminoso, ou hã excesso nos ato s ou
na forma de G><ecuç3o, é. punÍ\/el t ambém o in ferior 11 •

:
8 uma li mitação 8. hierarquia qu e n ~o p~
Tal dispo s i tivo penal
de sobrep or- se aos ditamos da Loi. l a norma tr~dicional do Direito
- Co t i tucional Brasileiro, o rganizando as Forças Armadas sob a base
d a hierarquia e da cki.scirline, dent::o dos limitas rla Lei. Mais uma
vo z a Emenda Cà.(ls t i t_uc·i o nal nº ~ ~ Cpns~t~tu i çfío de 6 7, em seus art
90 e 91, revigoJta' t~1> ·i~Jlo~-i'ção ;·r:Jridz-:imbnt~l rara a preservaç2lo de
um Gove!'no Democrá tico. r~ão poçie ria assim qua lquer dos ra rtici pa nte s
dos hediondos crimes rraticarl~i, ohed8cor a ordens ilegais para comQ
ter delitos rrevistos n os C6digos Jlenal Mi litar e C6digo P en al Comum,
e po r eles re sponderem segu n do o seu gr a u cio resp on sabili dade funci~

na 1 , ex v i do a r t 5 3 , § L~º e 5 º, rl a q u c 1 o CÓdi g o , c o mo mi 1 i ta r e s quo


sao .

5.3 - Suscita a ilustrada De fesa de um dos acusa do s (fls 1851 )


a ·existência de u m cri me conti nu aci_'2_, uma vez que nao se trata rle c ri
me s aut~nomos e diferentBs e sim de um todo, plei t ea nd o por is so a
unifica ç~ o rle penas de ac ordo com as reoras do ar t 79 e 80 do CPM.

Quanto a o primeiro aspecto - crime c ontinuado - em fa ce de po~

tos de vista j u riclicnmente controverso s, da tipicidade desses crimes


r-'
' . r· o c orreram pluralidade de açÕes o pluraliciade de agentes, con
~Í n u o s no temro, atenho-me ao entendimento firmado pelo il u stre Mi
,~istro Amaral dos Santos (H a bea s Corpus nº L~6 1~51~ , publicado na Re
vista Trimestral de JLJrisprud~ncia - vol 49) considerando a inadm i s-
sibilid ade rl e crime continuado quando ocorrem complexidade de -
açoos
e vÍti mas dive r sas no s d o l osos contra a vida. Aliás, j u lgo ser esta
\
r
\\ .....)
\
\
\'
S U P E f'! I O R T R I B lJ N A L M I L!l T A fl

a interpretaç ã o do CÓdigo Penal (art 51 ) , co mo Lei Geral ao se r apli


cada na penalização de delit os sucessivos, nas condiçÕes acima meneio
o J
nadAs, tipificancl~ um concurso de c rim es, o mesmo oco rrendo inter pre -
tativamente com o CPÍ'-'1 - legislação especial - ao dizer em seu parâg:ra
fo Único do art 79 :
"1\ião h fí crime continuado quando se trata de fatos o-
fensivos de be ns jurldi co s inerentes à pessoa , salvo
so as açÕes sÕ.o cHrigidas contra a mesma vÍtim a".
Evidentemente , no caso considerado, em cada vÍtima se consumou o
crime contil}uado, ainda que persista, no tono, a figura de crim~_Eer­

man ent e pois a execuÇão foi inces sante, por um perÍodo mais ou menos
dilatado, em que se verificou a consumaçao. Na verdade nesse perÍodo,
a ação do agente OLI agentes fo i con~tante, criando um es tado inin to r
rupto de deliqu~ncia na s ucessã o do tempo contra a t otalidade das vi
o

t imas.
A li ~s tal ~ t am b~ m o conceito fir mad o pelo ilustre Oes. Batista
' \ de Olivei~a, exarado no Ac 6rcião de 13 Mar 53, ao julgar Habeas Cor-
pus i mpetra do ao Trihunal de Justiça cl8 Minas Ge r ais, quando diz :
;- °Cri me perman e nte é o de ex ecuç ão i ncessan te , ininter
rurta e contí nua , como é o de l ito de cárcere priva do
o u o d e r 8 p t o 11 i o l c n t o q LI o e >e i g mn cl a p n -r t e d o a g e _Q
te, ação const ante, necessária para a duraçã o carac
tcn Í s t:L c a de sua O)<is t Ônci8".
Há como se \tê a ,t-Jabi tual i rlade crim.J_noéR e permanente do mom ento
~. ' - - ' ' ' '" ~ \ t•
c o n s u ma t i v o , s em s o lu ç ã ll cl e c o n t i n u i d c:t rl El •

5 • t~ - " Ex v i " do a r t 7 9 e 8 O rl o CP M impÕe- s e as s i m a u n i f i c a ç:: ã o


('

das penas imposta s .aos reLJs, em so tratando de pluralida de de age~

tes e de açÕes com O ma3 mO docÍ~nio, da da a natureza comprovada do


delito. De ou t ro lado, l i mitando os art. 58 e Al d o CPM, a duração da
pena de reclusão a 30 anos 9 n~o sn pod n ri a, em verdade, por to dos o s
crimes praticado s em simultanl-JidadG, ult.ra[laSSBI' esse mnximo, teS8
tam b~maco lhi da pelo iltJ stre Sub fl roc urador- Geral, em Par ecer as fl s
2019 e 2025 ainda qu e não s ustent ada [lelo Procurador- Geral em s ua s
a iegaçÕ es orais finais perante o Tribunal Ple no .

O eminente Mini str o Djacir Falcão, tamb ~ m reafirmou implicita-


ment e tal interpreta ção no S!lpr.emo Trihunal Federal ao despachar o
Agravo de Instrum ento nº 59 502 , ~tJ G in def eriu Rec ur so Extr ao rdin ~ ­
rio q acent uar:
11
Se é ce rto que o art 55 do CÓdigo Pe nal esta tu i
quo embora o a gen to co nden a do a um a ou várias p~­
nas ciGtentiva.ê qu_ê ul t.:capassom 30 anos, a _9uraçao
rle sua execuçaQ_~3n pn~~~s~ peri or a esse limi-
tea Entre tantn 8 noceGSélri o q u G a privaçao da li-
berdade não seja in t errompida, resultando as p~ .
nas cJG concurso do crimes 11 •

l exat ame nte o caso dofrontado o a si mpl es circunstância do art


~

55 do CP, mencionar "p enas" e não ".P~", com o se faz no CPM, n ao


\
\ _r·
\ '\ ·'
S U P e R I O R I R I B U N A L M I L!I T 1\ R •

pode, a meu juÍzo caracterizar uma - exceção, prevista somente na Lei


de Segurança Nacional (Dec -Lei nº 898/69) para enfrentar situação de
emerg~ncia, de natureza excepcional, vi sando ao resgunrdo das Ins
\it~içÕes, com a criação da s pena s de mor to e prisao perpétua . Se ria
inÓc ua, portanto, a injurÍdica a condenação super ior a 30 anos, nas
circunstâncias ocorridas no caso em julgamento, uma vez que a dura
e
ção não pode ultrapassar este pe r Íodo.

Acredito não ser, assim, possÍvel procurar sobrepor-se à Lei Ge


ral uma Lei Especial, (CPM) dando-se interpre t açÕes diversas à maximi
zação de pe_nas em se~ guantum , puni ti v o e mui to menos ainda, pela
·flagrante inconstitucionali dade, por contrariar dispositivos da Lei
Magna (§ 11 do art 153) no referente à in 8.d missibilidade, " da pena
de morte, de prisão perpétua, de banimento ou confisco, salvo nos ca
sos de guerra externa, psicolÓgica advorsa, ou revolucionária, nos
(
\
termos que a Lei determina".
'
Sem d~vida ado t ada a penalização cumulativa, como no caso ver
tente, cominar-se- i a de fato, uma sentença de prisão perpétua, dada
J idade dos deliquentes e a vida média do brasileiro (70% não ultra
-pss m 50 a 60 anos). Ademais in fine esta te m sido a norma, como
verdadeira tradição do Direito Penal Brasil e iro, em tempo de paz, fi
xada em todas ~ ~~n-~ 1s.~ tuiçÕe0R~publ~ca'l?.~s anter iores (Constituição
de 24 Jan 67, § 11 do art 150;' êo~s tituiçao de 18 Set 46, § 31 do
\
art 141; Constituição de 16 Jul 34, § 29 do art 113; Constituição de
1891, § 20 e 21, abplindo a pena de gal~s, d ~ banimento e de mo rte)
e por isso mesmo a prÓ~tia Loi de Segurança Nacional (Dec Lei 898 ,
de 17 Set 69) ou torgada _e m conj u ntura interna ameaçadora, quando a
subversão se maximizava em sua s manifestaçÕes esp~rias . e perigosas ,
.. previu a possibilidade da substituição da pena de prisão perpétua ,
evidentemente de caráter intimidati vo e pela primeira vez co nstante
de instrumento penal em tempo de pa z , pela de reclusão por 30 anos
(àrt 51).
5.5 - Do exposto ac ima pode-s e concluir, em resumo:
5.5.1 - Impoe-se a desclas s ificação d~ art 352, por fa l-
ta de tipicidade do CPM , para os a rt 211 e 212 do CÓdigo
Penal, no que conc erne aos cri mes de destr u ição e vili
p~ndio de cadáveres l evadas a. efeito pelos Cap D~LGIO MI
RANDA NIEBU S, 2º Ten R/2 PAULO REYNAUD MI RA NDA DA SILVA,
3º Sgt RUBENS MARTINS DE SOUZA, Cabo J O S~ AUGUSTO CRU Z e
civÍs IRANIDES FERREIRA e NEL SON RIBEIRO DE MO URA, com a
..
an u ~nci a ou c oniv~ncia do Ton Cel GLADSTO NE PER NASETT I
.TEIXEIRA.

'·· ·-~
S U P E fl I O rl T R I B U N A L M ll'l T fi R
'\
,
\\ I
.. '
./......

- do art 352 e 264 para os art 196, 315 , 322 e 324 do CP M


,.~.J ·
combinado cem o § 29 d~ ar t 29, do Ten Cel GLADSTONE PER-
~

NASETTI TEIXETRA , por sua evidente omissao e consequente


tol erâ ncia e negligencia no exer cÍci o do Comando, -s em a
qual n ão se poderiam t e ~ veriFic ados os res ultad os crim i-
nosos le va dos a efeito pe la ação do Cap NI EOU S e seus su
bordinados, sem exacerbaç5o da penalizaç~o imp osta pela
Sente nça do CJ.

5. 5. 2 - O 'crime consumado foi de na tu reza perman ente , em


bora continuado em r.ada caso, Uflla vo z que os agentes pe~

maneceram em ostarlo de deliquência, violando ininte rrupta


mente durante 15 dias o CflM e o c r, impondo-se, assim, a
_!:!_n ificaçã~§..?_Pen~ cominadas aos acusa d os, tendo em vis
ta os art 79 o 80 do CPM e e m se tratando de crimes da
mesma esp~cie, sendo a pena ~n i ca a soma de todas aplica-
das.
·'
5.5 . 3 - Consoante o estabe l ec ido nos art 58 e 81 do CPM e
o art 153, § 119 da Consti tui ção Federal de 6 7, o quantum
'·•
punit i vo da pens ounific ada não poderá ultrapassar ele 30
.. ~

a nos, so cie reclus'a.o, e dA , 16 anos so de d8tençã o, pelo


. ' . .. '
que a penà \ tmi fi"é"'n âà , com.;.b'c;ls e no art 79 do CPM , de verá
s e r r e cJ u z.i da ·o .Qol] u e .le ~ n tu m , ai n d n q u e s e n i v e l e m a ç o os
e resrons a biiidaocte's hier ár quic-as rlivor sa s, ao a rrepi o elo
CPM, mas obe decido preceito const it ucjoonal tra dici o na l .

5.5.4- Para os r6us condenados ao m~xim um punitivo, pa r t ]:_


' ' o o

cipantes a inda elas ~ominaçÕes penais previstas no s art


211 e 212 do CP ~ evidente não t er obj e t o e m face do art
55 do me s mo Cr P. dos a., t 58 e 81 do CP r~ , a instau r ação de
novo processo judicial na JLJstiça Comum, face ~ economia
processual que não eleve ser rlespr oz ada .

6. Isto posto:
Conside rando ~u e ficaram devi damonte comprovadas as mor te s ,
~ v i o 1 ê i1 c i a , d o s s o 1 da d o s J lJ A 1\ E Z MONÇAO \/I ROTE , _Gl.Q MA_B_ RI BEI ll O
DA SILVA, ROr3ERTO VIr:E NTE DA SI L\JA e 1/AI\IIIE_BLEI DE OLIVE IRA, do 1º
BIB com torturas rra tic ad a s dire ta mente pelo Capi t~o D~LGIO MIRANDA
NlEBUS, 2º Ten R/2 1'1/l.ULO REYNAUO MIR/\NDA DA SILVA, 39 Sgt IVA N ETEL
DE OLIVEiflA, RUBENS MAilTINS OE SOUZA e Cb JOSÉ AUGUS TO CRUZ e com a ..
responsabilidacie imediata ou mediatft el o Ten Cel GLADS TONE PER NASET -
TI TEIXEI RA, Coma n dante dn llniciado;

STM 13
' \ ..
'\ /
\1 )
s- U P E 11 I O R T R I 8 U N At r.11 L~l T t. fl \ .·
\ .•
; ·, l \
I

Consideran do que o Cabo CELSO GOMF.S DE FREITAS FI LHO, partic i pou


dos espancamentos e torturas dos soldados J UAREZ MONCAO VIROTE, gE0-
~1 AR RJ. El E I RO DA S I L VA e VA~Q.~ 0.!:-X ~ DE OLI VEI R1\ , causa r. o r os de suas rn o r
tes e ainda das sevicias prnticadas contra os soldados APA REC IDO ,
FE F{REI RA, AMORI M, GO~JZAGA, GETL1Li: O e E10TELHO ;

Considerando que o 3º Sgt SIOENI GUEOES part i c ipou das violênci


as praticadas contra o soldado JlJ/\f(EZ ~101\~ç_[o_ \/IRDTE, causa nd o-lhe a
mo r te G a inda dos espancamentos dos s o 1 cl a ri os SE N~ 1Cl RI NHO, B OTE LHO e
FE RREI fiA;

Co nsiderando que somente com evide nte omissAo do exercÍcio fun


ci onal do Ten Cel GLADSTONE rERNf\SETTI TEI XEIRA, t ais fato s se ver1
ficaram, agravado s pela sua [lRrt.icirnção final na farsél das fugas
dos soldados JUAREZ fVlONÇÃO VIíWTC e Vf\NDERLE_f_ DE OLIVEIRA, já mor
.,
'' tos, i nc lusive com a proclamE~ção do ecH tc:üs mandados publicar no r<Í
r
dia e televisão de Barra MElnsA e que n~o poderiAm deixa r de se r de
/> •

/- seu conhecimento prevlo;

f \ Considerando que ~ atribuída ao Ten Col GLADSTClNE PERNASE TTI


.,~ ' Tf VEI RA, senão a iniciativa o oriontElção, pelo mo nos a conivência
nas a ç Õe s mo ti v a do r as d e \t .i 1 i pê n cl i o 8 ci e s t r 11i ç 8 o do s c a dá" e r e s cl o s
soldados JUAR.EZ ijilNCÃO VTROTE e ~L0.JlD.f~LEf. OE OLI\/EIRA, levada a
efeito pelo Cap D~LG!O MIRANDA NIEnlJS com a pa r ticipação do 2º Ton
R/2 PlWLO REYN/\ UD MÍnANDA DI\ SILVA, 3º SÇJt 1\lf\N [ TEL DE OLIVEIRA ,
RUBENS MARTINS DE ·sOU7.1\, Cabo JOSl f\UCLJSTO Cf(lJZ e ainda os civis
NELSON RIBEIRO DE MOURA o IRANIDC~ FEhREIRA, quanto ao ~ltimo solda
do;
. " .
Considerando que todos os acus Ados sElo prlmctrlos e
~

3.present.am
I ·

bons antecedentes militares, sendo mesmo relnvantes no caso do Ten


Cel GLADSTONE PE RNASETTI TEIXEIRA, quo por isso mesmo ingressou na
o·rdem do Mérito Militar e foi con decorado com a Medalha de D.istin
ç~o iª
Classe, Medalha Militar de nrata, Medalha do M6rito Faibras,
~lÓ m de 61 elogios in.d.i\/iduais," noh1 s ua cRpacià<=tele de trabalho ,
espÍrito de liderElnça, senso do ra sn onsnhilidade, lealdade, dedica-
ç~o a Ca rreira das Armas'' (Declarnç~o do Ajudante-Geral do I E x~ rci
to~~ 17 Jul 72);

Considerando que o r:omanrlant e efetivo da Uni dad e, . ai nda que em


~

f~rias, mesmo depoi s d6 recebnr, em tompo, a den~nci a de uma irma


do S o 1 cl a do r, EOM0Jl RI GEI RO DA SI l. Vf\ , do i x ou cJ e tom <tr as m8 r.l idas c a b Í
vei s, que a s ua resronsabilidarle de ch ofe militar, lhe impu nha, p~ 4

ra minorar ou evitar essa série ho ~ ronda de crimes;

sni t3
SUP E RI O R T RI BU N AL M I L!J T A R

Considerando que a tolerância e a negligência são formas de ir


responsabilidade ou cumplicidade, incompatí veis com o deve r func i o
nal principalmente em se tratando de militares no exercÍc io de co
mando, acarretando por is so mesmo sançoes penais nas deliquências
consequentes verificadas;

Considerando que o médico 19 Ten lRICO AUGUSTO LOPES, esquivou-


se de cumprimento de s eu dever p rofissio na l , de ix a nd o de tomar pr~
vi d ê ncias junto aos seus superiores, no sentid o de ev itar o prosse-
gu imento da chacina ~ue se processava pelo Cap itão D~LG I O MIRA NDA
NIEBUS e .sua equipe , não tendo ainda prestado os seus serv iços pr~
fiss ionais aos ferido s, delega n do - os aos enfermei r os, seu s su bordi -
nados, incapazes de enfrentar situação t ão grave de perigo de vid a
dos soldados citados ;

\ •. Considerando que o Capitão VOLTAIRE ANTONIO DE CARVA LHO, 2º Ten


P EDRO MIGUE L CALICHIO, 1 º Sgt GERAL DO JOSl PERE IRA, 3º Sg t NI VAL DO
AMARO DA SILVA, violaram o dever militar, agredindo companhei ros
indefesos, conforme se infere do I PM re a li zado e ainda a no t Ória au
s' c ia dos respecti vos Cmt de s ubuni dades na defesa e salvagu ard a
de se us subordinados, pelos quais deviam obrigatoriamente se i n tere~

sar para ~ue sempre lhes fosse feita a devida justiça, consoa nte dis
• t \ ~
positivos regul am en ta~es vigent~s;
1 .·
\ ..
~ ~ ~
o
Considerando que ·a açao do grupo crimi~o so em açao coletiva, se
dive rsifica , não só pe~p ~rau de responsabilidade de cada um, con
soante a sua posição hierárquic~ e funcion a l, como também na exec u
r---' ~ ,
çao flsica dos delitos, atingindo a totalidade ou apenas alguns dos
pacien tes, consoante as provas dos Autos, não podendo ass i m deixar
de ser considerado o § 1º do art 53 do CPM, na fixação da cu l pabil~
dade de cada réu;

Considerando que tais crimes, pela infâmia dequeserevestiram


~tentam até contra a Lei Mag na e os mais sagrados de ve res militares
e humanos, evidenciando um estado pa ran Óico de ve~dadeiro delÍrio ,
orientando uma filosofia malsã, capaz de ab a lar os · a licer ces de
qua'1uer País democrático, na obsessão de domi~a r a subversão,
~

na o
--
,.1 ~ . •• tr8~~dan~o, para isso, em cometer crime.
tue a tortura brutal e perma nente, em busca de confissÕes que permi
mais grave como se consti-

tisssm o esclarecimento dos fatos constatados - entrada de maconha


no Quartel;
Considerando a insensibilidade de seus autores na prática do
crime cometido, além· do s mét od os bá rbaros aplicados, caracterizados
n o CPM em diversos dispositivos e no p r Óprio CPC;

-- _._.. __ .. - - - - --
_,__. - - -- -
STM 13
·. \
\ .--'
S UP r:: P. : O P. T I< I B U ~J A L C\i 11.~1 T 1\ n
'i\ ;

Considerando rJlle tais cielitos jRmais verificndos na histÓria


de qualquer das 3 Forças Militures co Brasil, abalnram não só o
E-xército, em -todos os seus cscalÕr:s, com o R prÓpri_a Sociodade Bra
siloira, pela obri9atoriedade constituci~nul rln Sorviço Militar,
g2Tontia permanente da soborania nacional no espaço de sua detor
mim1ção e de sua forma domorrâ tica elo Governo basm1dn em virtudos
çfvicas rJUG os tompns consagrnram como nosso patrim~nio mais va
lioso - frate~nirlade crist~, e spf rito llbo~al, dignificação huma
na ;

Consicierando que cabe 'a Just.içR Militar a salvngu<uda do com


portamonto ~tico o da dignidnrlc cins Forças Armadas, ao lado dn
rnevenção e penali:'acão ci as nçÕes subversivas, ttJ:rroristas e c or
:r.uptoras que busquom infirmnr os rnopÓsitos rovolu r.io nários, do
r .,, maneira a tTa nsformar o Drasil em u ma Grande Naç~o onde possa ser
\
roaliciade o ~espeito devido-~ J iberdado o ~s garRntias dos direi
tos inciividuais, nn forma consti~·rrcionnl vigente (f\rt 153);

7o VOTO no sentido dA!

.,
7ol - ~~~l~m~n<'\rmonte, por fal tn do essencialiclade jurfd i ca, co n
side_~C"l-::- sor1 ohjoto o ror:urso. ~o ~1inistério PÚhlico r-1ili tar,
. 0 \ ' 1\ •-- "'
Ja que 'r~~:0!:' C:'JII· c.~n-~ (lec;J-;:l_,.rF.\ r\~i'sanrlo a devoluç;ao intcgrnl
rv

ria mat~ria penal o oste ' Cgr~~io \Trihu nal.

7o2- ~O- ~lérit.n dar pro\limento, em parto, <lO Apelo da Defesa,


pera conrlona::-:

7.2.1 - Ton Ce l CLADSTDNE PEnNASETTI TEIXEinA, por desclas


sificação 8 pona de 2 unos e 7 meses cie detenção,
como incurso nos arti~os 196, 322, 324, 350, c/c
r:orn o § 2º rio Rrt 29, turlo do CPM, fixacias as renas
hases e acrôscimos dn segt1ini-e forma:

Art 196 - 1 Rno acroscida do 6 moses consoa n te o §


2!J cio mosmn artigo;

Art 322 - 3 me sos

f\rt 324 - 5 mese s

Art 35 0 5 moses.

7•2• 2 - Ca p Df\ L GI O f~ I RA ~lf) A NI EB lJ S , a pena de 7 6 a no s e 1 O


me ses de reclusão, como incurso nos artigos 205 ,
§ 20, .i nci sos I II e IV - homicÍdio cioloso, com
..
torturas, elos soldados l.EO~!l_fl fUOEHW DA SI LVA,
JlJiiREZ MO N_L0_~ VIfiOTE, \/A_I2'1!Cn~_çJ DE OLI\JEIRA e RD-
fl t nT O \11 C[ NT E D1\ SI I. VA e f\ l' t 2 O9 , § lfl - s evf ci as

SlL~t::l
SUPEr. I O r. T nI8 U ~J fi I. f.lllil T 1\ r!

continllarlas
Nr i.S m l ---
SEN-·-----
HORHIH..ll
_. f'1i\f<Cf\TO.~ JOSÉ -GFTlÍLIO
- - - . NOVO PAUFER
RO, S[RGIO I:.~_!líl_~-~ 1/IEIRI\, r.[LiO f_f~J3§:.0}fl, Flif\LQ_f"!__
u::;:z LHíl\, DF.f3.I SILiiAPES HENI,H)I JE , _q~IZ [;OI\IZ/\G/\ PE-
ilE Tf1A, .lCSl FWDf<tC' 'JE '-l ~~~ :~_CS. \/{\L TER SO/\,lES DE r l~ TOS
o Dr{}_ RE c I[) o_ DI 1\ s f\1/\ c f 1/\ Dn ·- c I r 1\ r t 7 9 8 oo' t LI cl n ri :J
Cf!r J, fi)(:::IQSS <18 pon?IS ba se s r ia SGÇ]LJ.Ínte fOL'ffi:?l :

o f\~t 205, § 2º, inc:i.s o s


.I I I o I 1/ • • • • • • J 6 C\ no s x f~ = 6 4 a no s
Art 700, § lº •.•..••• ..• • Ja 2m x.ll = 1 ~a 8 1 Om

7621 E1 10m

- "E '~ v i r cio C\ r t O1 do CP ~i , .fixa r o m dA f in i ti \1 C!. a p e m1


unif icEldC\ em 3[1 unos de rer. J. u s8o .

7•2 •3 - 2 C1 T n n R/ 2 r 1\ l JI. ll fl F: " ~I/\ lJ D H I F1 f\ NDf\ Df\ S I L V1\ , 8 p e na de


6 3 <'t n n s dn r 8 cl L1s·?í o , c: o mo i n cu r ~j CJ no s 8 r t 2 O5 , § 2 º
,· . i n c i s o I I T. n I \I - h o mi c i ri .i o cl n l o s o , c o m t o r t. u r zt s dos
' so1rl arlns f~Jl-~Ar~ fliOEHW D/\ SIU/1\! lLJflrE:::: !.!..Q.rJCA_Q VHlOTE,
1/f\rmF.:ra.:::~ [)[ OI.JIIEifU\ e rm1Cí1TO 1/TCEI\ITE DI\ SILV.l\ e <nt
209, 5 1 º - so\t{c.i.as co nt immcln s contra os sold21rlos
HÊI.IO .QnTC LHQ LlliZ, fJCLS[JN ~UIIIll_rli!:l.ti ~~ n~fl C /\TO, JDSl L,.E;_
TÚL I O Nll-~(Íl fJ 1\ LJ F r.n~O, S Lr.~; I,O ,!'J" nr. H~. VI E I r.r1 , Cll.l: O f I_fl-
11 E I RA , E 1/ f\ L DO
--- - -- ·- L lJ I Z . . . Hlf\", ~
." rt
-- m:
- -
· S ::LI/I\ 11 E S H0.111 H! lJ E , UJI Z
GO~JZM-;í\ íE11E:In_/\, JO~f:. f"WDF~-;:r,u~s B_~ IJES_, Vl\LTE íl S OA R_E~
DF: rll.'\l[lS d _A_~~fl~ CTI?_f! DT/\S ~11\C'Hfl, [)(], c / c etrt 79 G 8 n, til_

rln r ln r.rr1, f.l.X :-Lrinf; <1s [Jt'n<ls ll <tc;o;> ch SElQl l i nte form il:
1\rt 205, § 2 !1, inciso
III 8 IV •••• • ••• ft. 13a x f~ = 52 anos
Art 20?, § 1º .•••• . ..•. • •.• la x 11 = 11 an os
G3 etnos

f L~~r~~.Q.fj.n it i\/o a
11
- Ex 11i " rJo art 0 1 r.lo CfJ M, pena
unificorl a om 3 0 onns cio rAclus~o.

7.2.4- 3º SÇJ~ 11Uf3EW3 M/\íi:-:CNS DE SOlJZf\ o I\/f\N ETEL DE DLIVE II1A,


r::6 an os 8 .J~ moses ri o roc l u sa
...n pon o ri o :;::o ~ o , cn. d a um, como

. I
i n c li r s o n o s C\ r t 2 n5 , ~ 2 º, i n r, i s n :C I I o IV - h o mí c Í ri i o
doloso, corn to"Ct li i'Z"~s, dos so1d:v-Jos r, EQ~1 A_fl RIEJEIRO Dl\
S I L V1\ , J lJ f\ 11 E Z MCl ~ L:~ f"!. \I I 11 OTE , ~J~_fl_l_DE f<!_! .l DE OL I VE I R1\ e
ROn Ern O VT C f NTE Df\ SI l. \//\ e a r t 2 O? , § 1 !1 - s e 11 { c i as
~ILLIO .Q_OT EL_HO L_lJIZ,
/
cont inuorlr-'lr:; contrz.1 os s o1rlacin s NILSON
4

-SOffJOfFfiiHO
-·- --- - - -·-
r1f\11 C:/\IO, .lOSF -CETlÍL.IO
- -- --·- NOVO iliHJFERf<O, SÉnr,IO
_AJ"lDr. ·~ ~1. \f1EIF1/\, Ctl..IO f.~.fl.QfiF1A_, f:l{~b.flQ. LUIZ LHi f\, flEf1V
S 1 L 1/ {\ n! r; ll E ~In I CllJ E , UJ f~ r, ONZ {I[~ f\ f1 E íl E I Rf\ , J OS É· nO DRi: r; l J E S
~-LJ'~~' 1/f\LT r==l1 f~IJ/\íiÇ~ DE ~11\Tos e '\rf\11ECIDO nJ.As JVI.f\C:Hf\Dn,
ST.1 11
,1/-c''Y I
f1y, Jirl
'' / I

\
;
\ ,1
S U P E rt I O R T 11 I B U N A l t11l~l õ fi f1 \
' .....

r./ r. ar t 7 9 e fJ n , tudo ri n r. f1 ~1 , fi y a das as penas b a


ses da sequin to form~:

1\'!:t 205, ~" 29 Í'lCÍSOS


III e IV (I o o o a o 12a X L~
= t~Ba
1\rt 209, ~ 1º n o o n o o o o n ~ 9m X 11 = Ba 3 m

= 56 8 3 meses
- "Ex vi" cio Drt 81 do CPM , fixRr em definitivo a

..
penR unificnrln om 30 a'lns de roc lusão a cada um •

7.2.5 - l.abo JOSÉ AUGUSTO CRUZ, 8 pen8. de 53 anos e 6 meses


de :--oclusão, corno incurso nos art 2Cl5, § 2Q, inci~
sos IJI o TV - homicÍcii o clnloso, com torturas, dos
s o 1 ri <1 rl o s GE_!l_r:!_A.G_ rlT OE HW DA S I L \1 A, J Uf\ RE Z MONC: ACl VI -
RnTE, ~f\_f\~DE~LF;;_ DE OL1VEiriA e flOEJEfiTO VICENTE DI\
SILVf\ o Grt 209, § lQ - sevicias conUmtDrias contra
os so lrlados HLU:O .[3_Q_TF:U.LQ LlJIZ, NILSClN .§_f NHllRi:_ilFQ _
MA 11 Cf\ TO , J Of; [ Cr T lÍl_I_Q rJO VO PAU F E R RO, S f RGI O 1\ MO RI_!!
VI F: Irlf\ , C ÉL T Cl F r Cr·~ T_(l_J:l, E VBL[).Q LU I Z L I i"l/\ , PER Y S ~h_
\1 M'l E S HDJfl I [! LJ E , ~ T:J_ GO1\1Z/\ [, f\ fl E RE J. f1 A, J OS l RCl DRI -
GLJCS ALVÇ~, VALTE R S0Af1ES DE ~1 /\TClS EJ APARECIDO DIAS
r~11r~J'\DO, c/c Eli.:-t 79 8 00, tudo rio CPM, fixadas e1s JlO-·

n21.s basos c18 sngt'tint.e fo':rmrt :

Art 205, § 2º, inr.isos


III 8 ~ \1 oo()oeoo 12 a X 4 = t~Ba

1\rt ?.09, § .lº o ó ~ ~ o o o o o r o -6 m )( 11 = 5a 6 m


= 5321 f, mnses

- "Ex vi" cio art 81 do l.PM, fi~ar~m definitivo a [lena


urifi_ cada om 30 anos rle ror1usão"

7.2.6 - Cab o CELSO ~OMES DE FflE I TAS FJLHO , ~ p ona de 37 Rnos


P. 6 mosos de recltJsão, como incurs o nos art 205, § 2º,
incisos I I I o JV - ho mic{ciio rlnloso, com torturas ,
rins solr1adns _f,_Eor~.l\!}_ fUilEJ.f10 DA SILVA, JUAREZ MO~~ÇÃO

V I fl OTE 8 S:..
~ QNfi RL E :f_ DF: OL I \I r I fl !\ e a r t ~ n9 , § 1Q - s o v :L
cias continuArias r.ontrR os so.l.r:laclos HÉU:O GOT_ELHQ. LU
/
IZ, JOSl _GET0 t.:_I_Q N0\/0 fJAliFEfmn, SÊRGICl _0~DRH1 VIEJ:ílA,
ClLIO fE~REIJL~, bg~~ GONZAGA rEREJflA e AP~flCCID~ DIAS
MA CHi\ DO 9 c/ c <L r t 7 9 o OO, t lJCI o do Cfl M , f i )~a da s 21 s p e-
nEls baso s da so~uintFJ forma:

Art 2 05, § 2º, inr.i. sns


III o IV •••••••• 12a X 3 = 36a
A:- t 209, § 1º • ••••••••••• 3m X 6 = la 6m

= 37a 6 mesas
STr.11::l
.{'/~:~I
·>':1</
,//.r " .
'\ .J.--' 8~ - ~
S UI"' F. R lO 11 T f! I D li N 11 L r11 L11 TA r.
'··,., ~( ;?
11
"Ex 11i do nrt. fH do ['f1M, fixnr em definitivo a pena u n i
ficad~ em 30 anoF de rocJus~o.

7. 2 • 7 - 3 º Sgt S "[[')E NI r, lJ [ Df S , :1 p o na ri o 1 !~ anos C1 3 mos EJ s de r EJ c 1 u


sã o , c o n10 ~ n c l1 r s o no s ~r t 2 O5 , § 2 º , i n c ü~ os I I I e I \/ , h o-
mic.iclio cioloso, com t.n:r:-turas do Sd JLJ/\IlE.Z i:'!_Q_f!Ç_ÃQ VIROTE e
Rrt 2Cl9, § 1º - sovÍr:ie1s contim1::1ciC1s contr<t ns soJ~dacio:, C[
LIO F E f1íiEIRI\, Nil.Sllfll SD.Ifl0f1HII-ICJ Mf\RCATO. e 1-!tLIO BCJT ELI-10
---- -- -- - - - -----
L lJ I Z , c/ a r t
7 9 e OCl , t.u do ri o C P rJJ , f i_ x a ri as rt s fl o na s b :-, s e s
da seguinto forma:

Art 205, §' 2rl , inr:isos


'OI 8 H/ • •••••••• 12R x 1 = 12a

X 3 = 2a 3m

= lL~CI 3 mEJses
\, " .
7.2.0 - Ap l icar [l8nas ar:ossor1as:

8) No s termos do art 98, incis o I, c/c art 99 elo CPM, ao


Tnn CGl Gl/\DSTONE [lfflNASETTI TE IXEtllA, f<tp D~LGIO MJil/\N
Of\. ru I E OtJ :-; n 2 r! T EJ n ll /2 f1 t\ l JL O R ':: Y/\) f\ LJ D MI ll ANDA OA S I L V1'. ,
rlq [lOrda do pnGtO A [lRtonte.

b) ~Jns te:;;mos cio ~ut 102 éiCJ C[l~1 r~os 3Q Sgt RLJOENS r1ARTHIS
DE SOUZI\, II/MJ ETEL DE Oli:\IEH.f'. , SI DE NI r,ur::DFS t: aos
Cabos JOSl f\LJCLJSTO Cf\UZ G CELSO GOfviES Fr.CI Tf\S FILHO,
de e~clus~o do Sorviço do Ex6rcitn.

7 •2 •9 - C o n si de r o. n do lJ u e e >ci s tem nos f\ u t Cl s in d .Í c i os d e ou t r os c r j_


mes p:r:-u.ti carlos pelos Col f\RIOS\IALDO Tf\\/1\f(ES [;OMES Df\ SII _
Vf\, Ten Cel Gl.ADSTONE PEilNASETTI T[IXEinA, Cnp \/DL TI\IílE
/\~JTONIO fiE r.f\ll\/f\LfiO, lrl Tt:n M8ciir.n Dr lf1ICO f\IJGlJSTO LOnEs,
l º S g t GE nf\ LDn .l nS F [J E fi E FU\ r: 3 n S Qt ~11 \i 1\ L DO 1\ MA RO DA SI J:.
VA, remete r ao fJrocu?aclor Coral rl<1 Jtr st5 ça r'lili tar cÓpia
cios documentos )~es[J P.CbiJ OG; [J:::trR n procerlimonto lRgu.l c51_
hfvsl, na forma rln dispost o no art 44~, cio C6digo ciB PrQ
cesso Pe11al r-1ili tar o inciso XXI, 1\r·t t~ll da Le i de OrÇJanl:_
z acão Jucl ici~rio. fvlil:i.ta'C' (Doe Lei HJ03, rle 21 rle ou t ubro
de l969L

7 • 2 •l O - Em f a c e ri os c r .i m8 s iH 8 11 i s t C1 s n o s Rr t 211 EJ 212 do CÓdigo


Penal, cometidos pAln Ton Cel GLADSTONE PEilNI\SETT I T E IXEl
nA, civis IflANIDES fEflRCTRI\ o NELSO~J íll:AE:no DE MOLJI\A,
:r:-emeter ao M~nist~rin n~hlico, na forma do art 40, inciso ..
XXI ria l8l elo []j:-gnni.zFtc]RO ]lldir:iária rhlitar, as peçns

STf.~ 13
:resrertivas dos Autos para as medi das .legrüs cabÍveis .
Deixo cl'J aciot.s:r iguo.l rroceriirre'lto em r2 lnção ao Cap DÂL
I . G10 r·1IIl/HID!\ NIEBlJS, 2º Ton R/ 2 P/\lJLO RF.:Yr·J'I llll /"1 IRA ND0. D!\
SILVA e 3Q Sgt RUDENS MAR T I NS DE SOUZA, IVAN ETE L DE OL I
VEHIA o Cabo JOE'l f\LJGUSTO CRUZ , rnr j:i tf::rom si clo arena -
elos no m-'iximo leq<ü cie rP. clusão rrevisto no a rt 81 el o
CPM o não t. e r as s i m o h j 8 {·.o q u R 1 q · 1e r p ~-o c e E' s o c o n t r a e 1 e s
1
instaurar o"

l o \1 OT O.

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1
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. STr.1 13
APELAÇÃO NP 39.072

A N E X O l

·Quadro nº l - Ten Cal GLAD3TONE PERN.L\S ET TI


TCIXEIP.A
Quadro nº 2 - Cap DALGIO DF.: ~H RAN[)A
rn EEJLJ s
Quadro nº 3 - ")O Tcn R/2 P.IHJLO REYNAIJD
~URANO!\ DA SI L\/ A
~-

Quadro nº 4 - 3Q Sgt RU8EN S MARTTNS DE


SOUZA
o
Quadro nº 5 - 3º S~t I\/ AN CTEL DE DL I \/EIRA
Quadro nº 6 - Cabo' JOSÉ AUGUSTO r:RUZ
Quadro nº 7 - Cabo CELSO r;OMES DE FREITAS FILHO
Quadro nº 8 - 3º Sgt STDENI [;lJEDES
Quadro /Tllº 9 - Civ il NELSON fUfJCJRO DE
MOURA
;.. Quadro nº l 0- Ci1Jil IRANTDE S FE RflE I RA
' Quadro n Q 11 - Cal AR! OSVALDO Tf\ \1 Af( ES COMES og
SIL\/A
Quadro nº 12 - Car VfJLTAIRE ANTONIO DE
CARVALHO
Quadro nº 13- 1Q Ten f~ed ERICn AUGUSTO
LOPES
1dro nº 14- 2º Ten PEDflO fVJIGliEL CAL I CHIO
Quadro nº 15 - lº Sgt GER/\L[)O JOSÉ PE RE IFU',
Quadro nº 16 - 3Q Sgt NIVfiLDO AfliJA RO DA SILVA
Quadro nº 17 - Cabo TOMf\1.
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AP EL.1ÇAO Nº :~5'_& 2
I

AC US ADO
I
I TE ST EMUN HA
I
VfTIMA
-~ r--I
'---j NATUREZA DO DELITO
,J, I
I 085:
. ,

~----------------
Te n Co r ont:~ Cap NIEBUS ( I PI"!) Tomou con hecim e nto da morte do Sd ~o~ç~o e IFls 132 ,
VANDERLEI , tendo concordado com a Ldela de 185 e 13 6
CLADSTONE
s u mir c om os c or po s e que r e comendo u simu -
PERNAS ETTI lar a fuga dos mesmos pois seri am dados co
mo foTagidos .
TEIXEIRA
Cap NIEBUS (Aud) Declar o u ter recebido ordem do ccusad o para
·'" decapitar os dois soldados murtos, visa~do
a nã~ ident if icação dos mortos e deixc r os
cadaveres em lugar di s. tante. I Fls 613
Cap NIEBUS (Aud) Declarou que todos os atos prat lcad o s PIDE
I' , . !ele foram corr: consentimento e de termln2çao
1
o u ~o Ce l AR I OS VALDO ou Ten Cel CLADSTUNE fls 613
- -- -<---------!
Ten MI RANDA (IP M) Tomou conhecimento da morte do Sd MO~ÇAO e ~ 1 ~ 1 ~ 2
VAN~EflLEI, tendo co ncordado co m a i déia de r _v ~5 e
1'/ sum1r com os corp o s.
1
Ten MIRANDA (Aud) Declar ou ter recebido ordens do acu sa do pa
r2. dar _fim 3os corpos dos soldados morto::>- !Fls 6 1 5

T e n ~E Rf\.N DA (I ç: 11 ) Declarou que o ac usado sabedor qu e o corpo


_;;:;.,- de um·dos solda d os mortos não hav i a sido
bem escondido, mandou q u e o depo ente( Te n
Mi randa) fosse esc ond~ -l o be m, ris 239
-{ -! • ~ --i
3 º Sgt FRA NC I SCO Disse que f o i chamad o pelo Cap NIEBUS para
da t i l og r afar alguns depoimen tos que esta-
LEONARDO NETO
vam em rasc u nh o e que serviricrr: para ~ IPM
do qual o Ten Ce l Cladstcne era o Encar~e­ ~~~
/~
gado . Posteriormente identificou o texto
das declaraçÕes como sendo o mesmo do exi~ .
tente no referido I PM. apenas se nd o datilo 1
grafo por out ra p e sso~ . - ~ ls 175
• -- J

j_
~
Ca b o CRUZ Cap NICBUS diss e que não gaveri a prob l e ma

l
!

·
_., no sumiço d os corpos porque o Ten Cel Cla-
d s to n e s e r i a o E n c a r re g a do do I P i"I ; . di s se
__g_u§__2_ of ic ia i s e 2 saroantos da 11 Eouipe"

~~
..
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#'
APELHx ~O NQ 3~ . 3 7 ~
' -

. -
ACUS /-\0 0
l

_ , TESTEMUNHA _ _ _v_r_•_t:_r·i_A_ _ _.t.:_


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- ~-------------------------------

Nr.ruR;;:zr. oo DEu: r o
!

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~ --,
J. ,, .
Fls 2

--~'-__o_s_s_~--~
Te n Co r onel Cb CRUZ já leva ra m a s d ec laraçÕ e s p ront a s, con -
CLA DS TONE feccio nadas pelo Cap Nieb us e Te n Mi ra n-
da, as q uais eram da t ilografad a s p el o Te n
PEHNA SETT I
Felix IFls 170/171
TEI XEIRA I '

l I
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\ APL_~c~o
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Nº :~9. 7~ ~ c t..~,
9

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ACUSADO TESTEMUNHA VfTIMA NATUREZA Dó DELITO

Capitão DÁ LGIO Ten Miranda (Aud) Sd VAND ERLEI - Morte ~ru t


i l ação do cadáver
MIRANDA NI EBUS Ten MIRANDA (IPM) Sd VANDER LE I - fvlo r. teEs quart e jamento do cadáver
Cb CRUZ ( Aud) Sd VAND ERLEI - Mo r t e Espan c a ment o
Cb CIIUZ (lPM) Sd VANDERLEI - Mo rte Espancament o '·
Sgt IIUBENS (I PM) Sd V 1~N DE R LE I - Me rte Esqua rte jam en to do ca dáve r
Sgt ETE L ( I PM) Sd VAND ERLE I - Morte Oc ul ta men t e do cadáver
Sd APARECIDO(Aud) Sd VANDE.RLCI - ~lorte I Espe.nce.iõi e nto
Cap NI EOUS (IPM) Sd VANDERLE.I - Morte Esquartejamento do cadáver
.
Cb Cr uz (Aud) Sd MONÇ~O - Morte Espance.mentc com socos
Cb CRUZ (IPM) Sd MDNCAO - Morte Espancamento
" -
C b T Dr'1 A Z ( P, u d ) Sd MONÇ~O - Morte Espancamento com palmatÓria
C b T Dr~ AZ ( I P M) Sd MONCAO - Morte Espancamento
Ca p NI E BUS ( I P ~1 ) Sd MONt~o - Morte Ocultamente do cadáver
Sgt RUOENS (IPM ) Sd NONÇ~O - Morte Ocultamente do cadáver no mato
Sgt ETEL (IPM) Sd MDNÇ~ O - Mcrle Oculte.mento do cadáver
Ten MIRANDA (IPM) I
s d MOi'\J ç J\0 - r'i o r te Ocultamente do cadáver
-
Cb CIIUZ (Aud) Sd VICENT E - Morte Es pancc,ment o com palmatória
Cb CRUZ (I Pf'1 ) Sd VIC ENTE - Morte I Es;=:ai.c2tme nto
Te n l RICO (Aud) Sd GEOMAR - Morte A vÍti~a J antes de f a lec8r declarou ao
.~

poente ter sido esoancado pelo acuscso


Ten LRICO (IPM) Id
Sgt ETEL (IPM)
C b CRU Z ('I P 1''1 )
Sd APARECIDO(Aud)
Sd SOARES (1\ud)
S d M1 ORI M ( I P ~1 )
Sd EVALDO (IPrl
Sd GETÚLIO (I PM)
Sd· GONZAGA ( I PM)

A
I l~p , ,r .. •
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,',r '· __ ACAO N!: ~ 972
F1s 2
... ' ' ___,/ r ··' -J .-' ' .
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ACU SAD O

Capitão DÁ IO
I TESTEr-1UN HA

Sd Af'lORH~ ( IPM) Sd APARECIDO


VÍTir~A i !
..
NATUREZA DO DELITO
Espancamento com f erimentos
'
r1s 102/103
085:

Sd EVALDO (IPM) Sd APARE CIDO Espancamento c/ cinto NA, socos,palmat6ria F1s 106/107
MIRANDA NIEBUS
Sd GETÚLIO (Au d ) Sd GETÚLIO Es pancamento ·. F1s 847
Sd GETÚ LIO ( I PM) Sd GETÚLIO Espancamento c/ cano de ferro, choque, soco F1s 110/111
S d !\[~ ORI fVl ( I Pr~ ) Sd GETÚLIO Espancame nto F1s 102/103
Sd SENHORINHO(IPM) Sd GETÚ LIO Espancamento c/ cinto NA, soco, ·choque F1s 108/109
Sd GONZACA ( I PM) Sd GETÚLIO Espancamento c/ canc de ferro, cinto NA F1s 114/11~
Sgt PEREIRA (I~ Sd G~·~ÚLIO Espancamento cem cano de ferro F1s 409
. J ._ __

Sd
Sd
APARECIDO(Aud) ISd
AMORIM (IPM) Sd
A~GRIM
Ar(CRII'~
Espancamento
Espancamento cc~ 1esces corporais
F1 s
F1s
I 843
102/103
I Sd EVALDO (IPM) Sd At"(CRII"1 Espancame~to c/ cinto NA, socos,pa1mat6ria j F1s 106/1071
I Sd GE TÚLIO (IP~'l) Sd Ar·lOfHM Espancamento c/ cano de ferro, ponta-pé Fls 110/1111
Sd
Sd
Sd
Sd
GONZAGA (IP M)
.0. I' 1ORHl ( I P jv1 )
SENHORINHO(IPf1)i Sd
GETÚLI O ( I P ~n
Sd
~ Sd

Sd
AMORIM
CG1\l L ACA
GÓfJZAGA
C~N Z ACA
_j Espar.camento c/ ca no ce ferro, cinto NA
ls pa,<camento
Espancamento com cinto NA, soco, choque
Espancamento c/ cano de ferre, por.ta-p6
F1 s
1
f ls
F1s
F1s
114/11~

102jlu31
108/1091
110/111
Sd GONZAGA(IPM) 1Sd
,I
GONZAGA Ide~ , F1s 114/1151
Sd SENH9RINHD(IPM)I sd ·sOJHORINHO Espancamento c/ cano de ferro, choque, socai Fls 108/1091
Sd GETÚLIO (IPM) Sd SENHORINHO Idem · F1s 110/1111
Sd GONZAGA ( I PM) Sd SEMHORINHO · Espancamento, c/ cano de ferro , cho q ue F1s 114/1 15 1
i I
1
Sd FERREIRA (IPM) Sd FE RRE IRA Espancamento c/ c ~no de fer~c, c hoque, tapa F1 s l04/1CJ5i
Sd SENHOR I NHD(IPM) Sd FERREIRA Idem F1s 108/109;
Sd GETÚLIO ( I P r-1) Sd FERRCIRA Espar.camento c/ cano de fe~ro, soco, F1s 110/111
Sd GONZt~GA (IPM) Sd FERREIRA Id e m F1s 114/115
Sgt RUBENS (I p ~1) 5d FERREIRA Espancamento F1s 83/86
Sd BOTELHO ( I P r~) Sd FERREIRA Espancamento Fls 4L(1
S d· M10R IM (I PM) Sd LUI Z Espancamento . F1s 102/103 j
Sd EVALDO (I P~l) Sd LUI Z Espanca mento co m c into NA;socos,pa1mat6ria F1s 106/107
S g t RU6 ENS ( I P r-1 ) Sd BOTELHO I
~
~

F1 s 271
~~
Espancamento
Sd BOTELHO (IPM) Sd BOTELHO Espan c amento com socos F1s L!.40/44
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APE LAC:ÃO NQ I )q ~
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F1s 3

ACU~~ ~'
TESTErfJUrJHA
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V:i T::: r.; A
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N~TUA:zn CO DEL~TO ,~~~1 UBS~]
,Ca pitão DÁLCIO ! SrJ SOARES (Aud) ___l S d
I S OP, F. E S J E s p a n c a rr. e n to !i-1 s 1019 !
MIRANDA NIEBUS , Sd AMOR IM (I PM )
I S d PERI I Espancamen to com fe rim8ntos !F 1s 102/1D3j_
-
-----~
S d Ar~ ORH 1 ( I P M) Sd EVALDO _j ~spancamento c/ fe~imentos
ora ço s
nas pernas e I
IFls 1C2/103
I
1
1-- - - -- - -- - - ----<:----
Sd ALVES (I PM) j Sd A~ VES I E~p~ilcamen pransa
to c/ c ano da f er:-o,
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Clr.t..o flA: c h o li u e '
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s 116/11 7.
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APE AO NQ -.;.;---
·9. 872
r G o3
1
..
ACUSADO -~ TESTE·MUNHA VÍTIMA r NATURECA DO OELITD OBS:
2º Ten R/L. Cap NIEBUS (Aud) r:;d VAND ERLEI
~~
----
- Morte Esquartejamento Fls 613
PAU LO REYNAUD Cap NIEBUS (IPM) ~~d VAND ERLEI Morta :=squ a rtejamento Fls 136
Cb CRUZ (/\ud) !S d VAND ERLEI - Mor te Espancament o Fls 64 4/646
~1I RANDA DA S I L Cb CRUZ (IPM ) Sd VANDERLE I - Mo rte Espancamento com pa lm a tÓria F1s 168
VA Sd APAR ECI DO (Aud) !I Sd VAf~:J E ,~LEI - Mo r te Cspancament ::~ F1s 843
Sgt RUa EN S (IPM Sd VAND ER LEI - M ~rte Esquartejame~to d o ca dáver
Te n f1 I RANDA ( I f3 ~1 ) j S d VA~~D E F< LE I
Fls 83/86
- Mo rLe Confirmou o G3qua r tejamont o Fls 127/ l32
Sgt ET EL (!PM) Sd VA~DE R LEI - Mo rt9 Ocultamento do cadáver Fls 89/9 2
1 - - - - - - - - - ---, ;)' I -------
;-
Cap NIE8US (Aud) lsd~JNC~ O- Mo~te I Ocu1ta~ento do ca~~ve ~· lrls 613
Cap NI EBUS (IPf'l) 1 S-1 ·~1, N(:;s:o - ~·lorte Oc u lta~e~to do ca~aver
Civ NE LSO N (Aud) ' I - Fls 13 6
S d Jl~ J NÇ ·1 O - ~I o r te
Ci. v NE LSO N ( IP M) II
S d ~fi(O N!~ ÃO - 1\'; o r te
D 9t a r~in ou a aux il io~ a cremaç;o da v Í t i. ~a Fls
O dec la rant e em som~a ~ hia do civil I~Afli­
639/641

Civ IRMJ DES (r'\ud) ISd 'r1DN·CÃO - ~b rte


DCS a acusado atearam fogo na vÍtima F1s 382
~ e tarm in ou e aux iliou na c~amaç~o da v { t i. m~ " 6 L!- 2 / 6 4 3
c.- lV E1iiN DES (!P~) ;::; d ;f,JONÇ~o - ~b:-te
r· -
'I I
O declarante sm co~ pa nhia do acusado 3 do
, civil Ne!s ~n atsa~a m fo~o no cad~ vsr d ~1 ' j I F 1 3 I 38 2
Cb TOMAZ (Aud) ; sd .v;o~~ç~o - !'LL'te C span samen~ o i F ls 71ó
Cb 1DMAZ (IPM) s
1 d / í'W 1'J Cf\ o - r·: o r t e E s ~3ncament o 1-r 1 s
Cb CRUZ (IPM )
Te~ MI R~ NDA (~rM)
I .
. .· -
s â r- 10 ~ ~. J
S:::l.I';Jr~ÇP. O
ç- - r o r t e
- l'oo rt3
C ra ma~ ~o do cad~var
IConfi;~a ce r cremado o cad~ver da _,.
\lltlr;;a
-
1

I F ls
F'1s
180
170/224
1:27/13 2
S g t CTE L ( I P f'1 ) ISd ·-~J[I~'ÇÃO
f-

- f·1orte Oc~1tamento do cad~ver


I
I r-
e
1 .-..
24 1
89/92
-------- --------------------~~ ·~ - I' .:.. "'
-------~-
Cb TIJ ii!IZ (..':\ ud) l=.:;d C ~U~AR - r1orte E_spancametlto
Sd APARECIC'J (A~.!d) Sd :::;:::Jf,.L\R - r- 1 orte Es pancament o jFl s 716
1
F1s 843
Sd .. . íO~Ií'l (IPI"l ) jsd GE. LH·1AR - ~í orLa C:spancamento _
Fls 1 02/1 03
Sd EVALDO (IPM ISd GEOMAR - Mort e Esp ancament o c/ socos, cinto ~A,~a1~at~ria IF1s 106/107
S d CO~~ Z AGA ( I PM) 1Sd GEm'1 P, R - r' :n t e F: s p a n c ame n to c/ cano d 2 f 2 r r :J , s a c :J s Fl s
Sgt ETE L (I ;Jf'1 ) · !Sd GE~riAR - !'~arte [spance:mento c/ choque e cint:J I'JA IFls 114/115
89/92
~-
c/ ca no de f err:J, ~a1matoria
- . I I
I Sd APARlCIDO (Aud) Sd APARECIDO Espanca mento Fls 844
Sd APARECIDO (I~M) Sd APARECIDO Es pancamen t o c/ socos, ponta - pé Fls 77/8 1
Te n MIRANDA (Aud) Sd APARECIDO Es pancam e nt o Fls 614
Sd f'.I"10Rir1 (IP~1) Sd 1\P/\R-ECIDO Espa ncament o com ferimentos jFls 102/1CJ 3
Sd EV ALDO (IPM) \Sd APAnEC!DO j[spancamento c/ tapas , cinto NA, pa1mat5ribFls 1 0 6/107
-- -~- - I
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I

APEL" 1o NQ,~J.B~2
\ Fls 2
'

2º Te n R/2
ACUSADO
' '
I
I Sgt
TESTEr1UNHA

RUBENS (IPM)
l Sd APARECIDO
VfTHlA NATUREZA DO DELITO
Es pa ncamento c/ t a pas, socos, palmatÓ ria
~·~-~-:--l
085:

Fls 83/;J6
1

SG T ET EL (IPM) Sd APARECIDO E_s pancamento c/ c hoque, secos, cinto NA Fls 89/92


PAULO liEYNAUD
l
f~ I
RA NDA
SILVA
DA
I SdSd E\JALDO
AMORIM (IPM)
'(IPIVJ)
Sd AMORif'l
Sd AMORH'l
Espancam ento com l esões corporais
Espancamento c/ s ocos, c into NA,pa l matÓria
I Fls
Fls
102/103
lOó/10
Sd GONZAGA (IPr--1) Sd AMORifvl Espancamento c/ cano de f er ro, choque . Fls 114/115
Ten MIRANDA (Aud) Sd Af'~ORif"' Espancamento Fls 614
Sd APARECIDO(Au d ) S d M~OR Ir~ Espancamento Fls 843

~E T~L I O
4

S d AMOR H1( I P r~ ) Sd Espan~amento F1s 102/l0:5j


Sd SENHORINHU(IPM) Sd f:;ETULIO Espancamento, prensa, cinto NA, palmat6ria Fls l08/10S'I
Sd GONZAGA (IPM) Sd ~ETÚLID Espa nc afílento. car.o de ferro, cint o NA Fls 114/115!
Te n MIRANDA (Aud )

S d A1'10 R H~ ( I PM) j Sd '-:GETÚLIO

S d GON Z.i G.14.


Sd SENHlJRif'.JHC ( I P~'I)S d 'i,6D.NZ.ÀGA
Sd GONZAGA (IPM) Sd~~ONZACA I
espa ncament o

Es o a n c ame n to
F1 s 614

Espancam e nto, prensa, c.i.nto NA, palmatÓri c.


Espanc:::.manto c/ fe:Lirr,ento , car,o de ferro J
1

I Fls1 s-llCB/10SI
F
- - -·'
O I 1 :;i
2

Fls 11.4/1151
U

Te n rn RANDA ( Au d ) S d /tO ~J ZAGA Espancamento F1 s 614 ,


J6 ! - ---------------
Sd Ai10RIM (IP r1) I Sd(EV0~DD
S d AP.IH\i.C I OO( .~u a) j ,Sd EVAI:- DO
I Espancam ento
E spa.-l c ame nto
c/ fe rlmen tos pernas, braços 1 F1s 1CL./103I
F1 s 8 43 .
1

----:: '1-----..
S d AI"! OR I ~1 ( I P M) S d; 'LU I 2 . E s p a n c ame n t o F l s 1 O2/ 1 C3l
1
Sd E\J ,'l,L DO (IiJíi) Sd LUIZ' !! Espc:ncamento c/ cinto fJA, sccos,pa1rr:sLÓri:::.j F1s 1 Có/1Díl
' Sd APARECIDO(Aud) Sd LUIZ Espance.mento I ~-ls 8 43 ·
. ___, ---. .
Sd FERREIRA (IP ~l) I Sd FERREihA Esp2 n c~men to com ferimentos Fls 104/10~
Sd SENHOR!NHD(lPM) Sd FERREIRA Espanc2mento, prensa ? cinto NA,pa 1matéria F 1 s 1 o8 I 1 oS;
Sd GONZAGA (IPM) Sd FERREIRA Espancamento c/ cano fe~~o, cinto NA F1s 114/11,~
Sgt'RUBENS (IPM)
Cb FREITAS (IP M)
Sd
Sd
FERREIRA
FERREIRA
.. Esp a ncam e nto c/ tapas e socos
Ficou de castigo sobke 2 1a~as de _E.Toma t el'
Fl s 83/86
Fls 139/14
Sd BDTELiiD (IPM) Sd FERREIRA Espancamento com canc de fer~o F1s 441
_Sd AMORIM (IPM) ! Sd PERI I Esr:Jancamento c om ferimentos I ~-ls lDlllD~
~d GONZAGA (IPilll _j~~~hDRHlHfJ ) Fls lld~Z ~
::id on I Hl 1 1'1) I .:!0 801 ELHU
S o t ~I I If ALDO ( I P r~ ) S d 8 OTE LHO
) Esoancamenco
J Espancc:mcnr.o
Ch i n 81 s da no
c/ cano de 1-e:L ro, c hoque
com Cena de fE.:!:'rO
":'o s to
l Fls Li)~
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F l s 5 4 O -~
11
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-l '~- 11 Gl. C>~
~- J.---r-____,
APELAÇÃO Nº . 9 . pl'"' ....
r----

ACUSAD O .
NATUREZ A DO DE LITO OBS :
3º Sgt R U BEI~ S Es pancament o F1s 102/103
MARTINS DE SOU Es pancamento c/ socos, cinto NA, palmatÓritF1s 106/107
• ,I Espancamen t o c/ socos, p 8nta - pé~ cinto N,; Fls 110/111
ZA Es panca ment o c/ choque e letr i co, cinto NA F1s
I 112/11 3
Espancamen t o, aperto de pé Fls 83/86
I Esp anc a ment o F1s 619
<
, Ju
I
uLu•-•n•l - •·•uL·u:!
••
1, Espancamento c/ cbaoue e létrico, socos IFls 114/115
Espancamento Fls 8 L~3
Auxil i ou enterrar o cadáver F1s 83/86
Ocultamento do cadáver Fls 89/92
Oc ultament o do c adáver Fls 136
Cap NI EBUS (IPM) Sd.MONÇAO - M8rt e ~cultament o do cadáver Fls 13 6
, Sot ET EL (IPM) Sd"MONÇAO - Morte Oc ultament o do cadáver Fls 89/92
i S gt RUBENS (A u d) Sd"f\;JJ1RECIDO Espancamento lls 619
Sgt nUBENS (IPM)1 Sd ~APAnECIDO Es pancamento c/ 38cos e tapas Fls
S d AP ARE CI DO ( Au' d ) S d/ AP ARECI DO 83/86
espancamento com cinto NA Fls 845
Sd APARECIDO (IPM) Sd APARECIDO Espancamen t o com socos e ponta - pé Fls
Sgt ETEL (IPM ) . Sd APAR ECID O 77/8 1
Espanca ment o c/ cho'q ue elétrico e socos Fls 89/92
S d AMO RH1 ( I P M) S d_J P1\ RECI DO Espancamento com feriment8s F1s
Sd EVALDO (IPM) Sd APARECIDO. 102/10 3
Espancamen t o c/ cinto NA , palmatÓria,socos,Fls 106/107
Sd PERI (IPM ) gd~ ÁPARECIDO Espancamento c/ ferimentos na cabeça Fls 112/11 3
Sgt RUBC:NS (Aud) Sd EVALDO Espa ncamento
Sgt RUBEN S (IPM) Sd EVALDO Fls 619
Es pancamento com tapas IFls 83/86
Sd APARECIDO (Aud) Sd EVALDO Es pan c a mento
So 'AM ORI M ( I PM) F1s 843
Sd EVALDO Espancament o c/ fer i mentos nas pernas/braço,F1s 102/10 3
·s d EVALDO 'ér P M) Sd EVALDO Espancamento c/ socos, cinto NA,palmatÓria F1s 106/107
Sd GETÚLIO (Aud) Sd GETÚLIO Espancamen t o
Sd GETÚLIO (IPM) Sd GETÚLIO Fls 847
Espancamento c/ choque el é tri co, chute Fls 110/111
Sd AMOR I M (IPM ) Sd GETÚLIO Es pancament o
Sd SENHORINHO( I PM) Sd GETÚ LIO Fls 102/1 03
Espancam e nto c/ pr ensa, ch8 q ue, palmatÓ r ia Fls 108/109
Sd GONZAG A (IPM) Sd GETÚ LI O Espancame nt o c/ choque , cano de ferr o
S gt RUB E~l S ( I P M) Sd GETÚ LIO 11s 114/115
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Espancamen t o com cinto NA Fls 83/86
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ACUS ADO TESTEMUNHA V!TIMA NATUREZA DO DELITO OBS:
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13º Sgt RUBEN;- Sgt NIVALD O (IPM ) Sd AMORIM 'Espancame nt o Fls 398
Sd AMORIM (IPM) Sd P.MORIM Espancame nt o c om l es~es corporais Fls 102/1 03
MARTINS DE Sd EVALDO (IPM) Sd P.MORIM Espa nca ment o c/ cinto NA, socos,palmatÓria F1s 106/107
SOUZA Sd GETÚLIO (IPr1) Sd AMO RIM Espanca ment o c/ cinto NA, socos,ponta- pé F1s 110/111
Sd PER ! (IPM) Sd AMOR IM Espancamento c/ ferimento na cabeça F1s 112/113
Sd GO~J?ACA (IP M) Sd AMO~H1 Espancamento c/ c h oque e cano de f e r ro Fls 114/ 115
Sd AP AR EC I DO (Aud) s.c1 AMO!\ IM [sp ancamento Fls 843
Sd AMORIM (IPM) Sd ~ONZAGA Esparocarnento . . IFls 102/1 03
~ d S E NHO~INHO (IPM) Sd GONZAG A Espancamento c/ prensa , choque, palmatÓria F1s 108/10 9
Sd GETd LIO (IPM) Sd GONZAGA Es pan cament o c/ cinto NA, soc os,ponla-pé 11s 110/111
Sd GONZAGA ( I P~ ) Sd GONZAGA Espancamen to c/ cano de ferro, ch que, socos Fls 114/1 15
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Sd APAREC I DO (Aud) Sd LUIZ \Espancamento F1 s 843


S d 1\t'i OR li~ ( I P M) Sd LUIZ !Espancam en t o F1s 102/103
S d E VA!___ DO ( I P f"' ) Sd LU I Z !Espancamento c/ p::~lmatÓr i a, c in t o NA,::;or::os 11s lD:S/107
ISd 1-JER I (IPM) Sd LUIZ Espa ncamento c om ferimentos na cab e ça F1s 112/113
~.d FLr\REE, A (IP;·l) " S cl F E. RI~ EI ll A Espancamento com ferim ent os ~1s 104/105
Sd 5ENHO~!NHO(lPM) Sd IER?.EIRA Espancamento c/ cnoqu e, cinto NA, pa1mat Ória 1 s lDB / 109
5 d GE TÚL I O ( I r f1 ) Stl FERRE.I RA Es pa nca mento c/ cinto NA, socos, ponta -pé Fls 110/1 11
Sd CONZ/\CA (IP~1) Sd FERREIR A Esponca men to c/ ca nn de ferro, cinto NA ~ 1s 11 4/11 5
Sgt RUBE.NS (IPM) :Sd FERR EIRA E.sparrcamento c/ 30c os , ponta- pé b-1s 8.5/86
S d BDTELI IO (!fiM) Sd FEF\REIRA Es pa nca mento 1s LJ Lrl

S d AMURI M ( I P ~1 ) Sd PER I espancamento c om ferime n t os ~ 1 s 10 2/1 03


Sd PERI ( IPM ) Sd PER! Espancamento c/ c a no de ferro, choque,prema - 1 s 112/113
Sgt RUBENS (IPM) .I Sd PE R! Espa nc ame nto c/ cascu do 1 s 83/86
Sd GETÚ LIO (IPM) Sd SEN HDRI NHO espa nc a men to c/ c into NA, socos,p onL a- pé ~1s 110/1 11
Sd GONZAGA (IPr1) Sd SENI-lDRHJHD Espancamen to c/ cano de fer.ro, choque -1s 114/1 15
Cb FnEI TAS (IP~1) Sd BO TEL HO E.spa nc a mento ls-139/l 4 3
Sd OOTELHO (I PM ) S d BOTE LHO Es pancamento l--1 s 441

Sd ALVES (!PiVJ) Sd ALVES Es pa nca menta c/ tortu ra , prensa F1 s 1 16/1_1 ~ ~


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OBS:

º Ten Med lRICO(Aud) I Sd GEOMAR - Mor te


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3 Sgt I V,... lf .A vftima antes de falec e r de c larou a o de-
ETEL DE OLI - poente ter s i do espanca do pelo acusado · Fls 1 017
Ten Me d 'rico(IPM) Sd CEOMAR - Mo rte Idem Fls 216
VEIRA Sgt ET EL (Aud) Sd GE UMAR - Morte Espancam ento Fls 617
Sgt ETEL (IPM ) Sd GEOMAn - Morte Espancamento e palmatória F1s 89/9 2
Cb T ur1 AZ ( P. u d ) Sd GEOMAn - Mo rte Espancamento com c in to NA rls 716/71 9
Cb TOM AZ ( I P~1 ) Sd CEOi'1AR - rlorte Espan c ame nto c/ socos e cint o ~A Fls 17 9
Sd APARECIDO (Aud) Sd GEOMAR - Mo rte Espancamento íls 34 3
S::l SOARE S (f\ud) Sd CEOMAR - Mo rte Espancamento ·
Is d A~1 o RI r1 ( I Pr-1 ) Sd GEmlAfl - ~brte Espanc a mento violen t o·
Fls
Fls
101 9
102/103
~d EVALDO (IPIVJ) Sd GEOMAR - ~orte Esp a nc amento Fls lGG/107
ISd GET ÔL IO (IPM) . Sd GEOMAR - Morte Espancamento com socos Fls 110/11 1
Sd f.J ERI (IP~1) Sd GEOí 1AR - í·1 o r t e Espanc~m e nto c/ ~i n t o NA, cano de ferro Fls 112/113
! Sd GONZAGA (I PM) Sd C[ Of 1AR - 1"1 o r t e Espanc am ento c/ oan~ jo fe r r 8, choque íls 114/115
1
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C b TOf1A Z (Aud) Sd M O NÇ~O - Morte Esp a nc2mento com cinto NA : FJs 716
Cb Tm1AZ (IP r1 $ S d f-lnJ~~~~O - ~l arLe E s p a n c ;:_Hn e n t o ' Fl s l:JO
S g t RUGEr~ S ( I Pí"l ) Sd MONÇ 3 0 - MorLe C! c u 1 la me n Lo do c a dá v e r o ma to
11 1 r ls 83/86
Sg t ETEL (IP~1$ S d f'l CNÇ~O - 1'1 o r t e Idem : Fls 89/92
Cap NIEGUS (IP~l) Sd ~10NÇAO - ~1o rte Idem : r ls 13.6
~ CGUZ (-~-~d) Sd VAND ERL EI - Marte Esp an c a ment o Fls 644/646
Cb CRUL (IP~1) Sd VANDERL EI - Morle Es~ancamento com palrna t6ri a Fl:::: 1 69
.-.ÇJ t RU GEN:J (IPIVJ) S d VA~j';lRI. EI - r1orLd Auxiliou ~ e nter r ar o cadáv er Fls 83/86
Sg t ETEL (I[J~1) Sd VAflf)ERL EI- r·- 1arte Oc ultamen te· do cad~ve r
Cc.p NIE BUS ( I PM) Fl s 89 /9 2
Sd V.:\NDERl. EI - r1o r Le Ide m Fls 1..56
Sd APAR ECIDO (Aud) Sd VAND ERLEI - Morte Esp a nc ame nto r ls 843
-
=- gt ElEL (IPM) I Sd VICEN TE - Morte Espan ca ment o Fls 89/92
Sd APARECIDO (IPM) Sd VI CE NTE - Ma rte Espa ncamento com pa lmatÓria Fls 77/81
Sd APAREC ID O(Aud) Sd APARECIDO Espancame nto
Sd APARECIDO (Ir1P) , Fl s 843
Sd APARE CIDO Espancamento c/ palrnato r ia , c ho que 1
Fls 77/81
Sd AMORIM ( IPM ) Sd APARECIDO Espanca mento com feri men t os Fls 102/103
Sd EVALDO (IflM) Sd APAR ECI DO Espancamen t o c/ cinlo NA , palmat Óri a Fls 106/l 7
Sd PERI (IP~1) Sd ,'\ PARECIDO Espancamento c/ cin t o NA , ca no d e ferra Fls 112/1 1
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ACUSADO ... . _ TESTE'MU NHA VfTI MA t~ NATUREZA 00 DELITO
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3º Sgt I VAf\1 Sgt RUBENS (IPM) Sd APAR ECIDO Espancame nto Fls 83/86
Sgt ETEL ( I PM) Sd APARECIDO E~pancamento e conq ue Fls 89/92
ETEL DE OLI-
Cb FREITAS ( IPM) Sd APAREC I DO e spancament o Fls 139/143
VEIRA
Sd GEfÚLIO (Aud) Sd GETÚ LI O Espanca mento F1s 847
Sd GE TÚLIO ( I PM) Sd GETÚ LI O Espancam e nt o c/ cano de ferr o , choq u e, soco F1 s 11 0/11 1
Sd AMOH I M (IPM) Sd GET ÚLIO Espancam en t o F1s 102/103
Sd SENHORINHO(IPM ) Sd GETÚLIO Espanca ment o c/ cano de ferro, c hoque, soco F1s 108/109
Sd GONZAGA (I P r1) Sd GETÚ LIO Espancam en t o c/ cano de ferro , c i nto NA lls 114/115
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Sd Ar10RH1 ( I P i'1 ) Sd f\ r•l ~ RI M fspancame nto com lesÕes corporais I 1s 102/103
Sd lVALDO (IPM) Sd AI\1ÚR I M Espancame nto c/ cinto ~A, soco, pa1m::1tÓria F1 s 1 06/1Cl7
Sd ClTÚIIO ( I P ~1) Sd AHURI M Espanccmento com socos F1s 110/111
Sd PERI (IPM) Sd Ai'-10 RH1 espancamento c/ cinto NA, cano de ferro f'1s 112/113
Sd GONZAGA (IP~1) Sd fl.1~1 QRH1 Idem r1s 114/115
Sd APAREC IDO(Aud) Sd A1"1eRH1 Espancamen t o r1s 84 3
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Sd AI'IORH'I (I Pf'-1) Sd CO~-~ Z,'\ CA Espancamento lls 1 02/10 3
Sd 'j[NHCRINHO ( I P f'-1) Sd GO,NZ.D.C A Espancamento c/ cano de ferro , choqu e , s oc c Fls 1 08/109
Sd GETÚL ID (IPn) 'S d CCINLACA lspancamen t o com soéos F1s 110/111
Sd GOfJZACA (IPM) Sd GOOZP.G A Espa nca ment o c/ cinto NA, can o de f e rro Fls 11 4/115
Sd E1JALDO (Iflr1) Sd EVÀ LDO Espancamen t o c/ cinto NA e pa1maL6ria 11s 106/107
Sd A~ARECiüO (f\ud) Sd E'JALDO Esp2n cu~e nt o F1s 8 43
Sd FERREIRA (IPM) Sd FlRREIRA fspancamento c/ cano de ferro, choque F1s 104/105
Sd SENHORINHO( I PM) Sd FERHEIRI\ Idem Fls 108/109
Sd GETÚLIO (IP~1 ) Sd FERREIRA Espancament o com socos Fls 110/111
Sd GO NZl\G A (IPM) Sd FERREIRA Espancamento c/ cano de ferro e cinto NA Fls 11li/115
I Sgt RUBENS (IPM) Sd FERREIRA Espancamento F1s ~D/86

Sd Ar-'10 lU M ( I P M) Sd LUIZ Espancamento F1s 102/103


Sd EVAL DO ( I P ~1 ) Sd LUIZ Espancamen to c/ cinto NA, soco, pal matÓric F1s 106/107
Sd PLRI (I P ~1 ) Sd LUI Z Espancam e nto c/ cinto NA, choque, C ferro Fls 112/113
Sd APARECIDO ( Au d) Sd LU I Z Bspancam en to F1s 843 ,
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Sd AIVlCJHIM (IPI111) I Sd PERI Espancamento com ferimentos
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ACUSADO"-' . V1T1MA 5· NATUREZA DO DEL!TO , •• OBS~

3td Sgt I VAN


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S d P ERI ( I [-! í'1) IS d P E RI ! l s pa n c ame nt o c o m s o c o s , p r e n s a , c hq u e F1s 11 2/1 1 3
ETEL DE OLI- -
Sd SENHORINHO( I PM) Sd SEN HOR I I\IHO Espan c ame nt o c/ cano de fer ro, choque , s o co F1s 108/109
VC I RA Sd GETÚLIO ( I PM) Sd S E I~HDRI NHO espanca ment o co m s oco s
I
F1 s 112/113 1
Sd GONZAGA ( I PM Sd SENHORII~f!O Espancame nt o c/ cano de fer r o, cinto NA F1 s 114/ 1 1 5
Sd ALVES (I PM) I Sd ALVES Es pancam e nto c/ can o de f e r ro , p rensa F1 s 116/1 1 7
-

I Sd SOARCS (Aud) j s d so~-RE s I Espa nca me nt o F1s 101 9


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ACU SADO _,.. TE STniUNHA VÍTI MA NATU REZA DO DE LI TO \ OBS :


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Cabo J OSt. AU_: Cb TOMA Z ( Au d ) Sd CEOM AR - Mo r t e Es pa nc am e nto


Cb TOMA Z ( I PM ) Fl s 716
CUS TO CR UZ Sd GEOMAR - Mo rte Es pa ncam ento c/ socos e c i nt o NA F1s 1 79
Te n ÉR I CO ( Aud) Sd CEOMAR - Mo rte A vÍtima antes d e f a l e cer , decl ar o u ao de- J
poe nt e te r sido e s pancado pel o ac usad o F1 s 1 01 7
Te n ÉRICO ( IPM ) Sd CEOMAR - Morte I dem F1s 21 6
Sd SOAf\ ES ( Au d) Sd GEO MAR - Morte Espa nc am ento
S d AP ARECI DO(A u d ) F1 s 1 019
Sd GEOMAR - Morte l s pancamento F1s 8 L! 3
l
l I' Cb CR UZ ( Au d) S d GECM AR - Mo rte Es pan c a mo n t o c om pa l matÓ ri a
Sd MWR I M (IPM) F1s 644/6 4 6
Sd CC~MÃR - Mo rte Espancamento com can o d e ferro F1s 102/103
S d EVAL DO ( I P~1 ) Sd GEO MA R - Mo r t e Espancamento c/ c i nto ~A, tapas, socos
Sd GETÚLIO (IPM) Sd CEOM AR - Mo rt e r1s 106/107
~spancamento c/ cano da ferro, cinto NA 1
F1 s 110/111
S u iJERI (IPM) SJ GEJWI AR - í'~ort e Espancament o c/ can o de fer~o, cho qu e
S d CON Zf\ GA ( I P rí )
11 s 112/113
'S d c?OMAR - Mort e Espa ncame nt o c/ c a no de ferro, c i n to NA Fl s 114/ 115
Sg t RU 3E NS (IPf"1 ) Sd GEOMAR - Mort e Ocu ltou o cad~ v er no ma to
Sgt ETEL ( I PM) Fl s 83/86
Sd CEOMA R - Morte Espanc a mento c/ c i n t o NA e chuqua
I jFl s 89/92
Icb r u,., Az ( nu d ) - - Sd ~ONÇ~ O - Mo r t e lspancamanto
-,
l ls 71 6
Cb TOtlAZ ( IPf1) Sd f10:'JÇ AO- i'1o r te [spancame'lto
S g t ETE L ( I ~ 11·1 9 Fls 18J
S d r1uNÇ~O - f'-1 o r t e Ocultamento do c ad~ver
Ca p NI EBUS (IPM) Fls 89/ 92
Sj MO ~ Ç~O - Mo r te O c~l t a m ento do cadáv e r F1 s 136
C b C RUZ ( I P 1'1 ) Sd ~ONÇAO - Mo rte Espa ncam ento com ta pas Fl s 168
S d AP AR[C I OO( /I u d ) S d · \.IMWERl.. EI - ~-1orLe Espanca me'lto Fls 843
Sgt CIE L ( I [J f"1 ) sd VA1\J!J l RLE I - 1·1 cn t e ncu l ~amento rlo cad~ver 1
Ca p rJ I l8 US ( I P r1) Sd VA NnER LEI - Morte Ocultamento do c3dáver i''"" 1 ~c SG I 9 2
Cb CRUZ (I P ~n 1 1 s 136
Sd VA ND ERLEI - Mor te Espancamento com co r da Fl s ló8
1
S d APAR ECIDO(IPM) Sd VI CEN TE - Mor te Espa nca men t o, vi ope nt as pancad a, p alm atÓ~ia l1Fl s 77/8 1
Sd SLJA RE S ( I PM ) Sd VICENT E - Mor te Espa nca me n t o c / ch oq ue F1 s 1 00/101
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1
,Cb CR UZ ( IP I'1) Sd VIC ENT E - Mo r te [spanc a me nt o co m ch oqu e Fls 1 68
I
Cb CI\UZ (Aud )
S d CRUZ ( Ir-1 P )
I Sd
Sd
APA RECIDO
APP.RCCIDO
Espan c amen t o Fl s 644/646
Espanca me n t o c/ palmatÓria Fl s 87/88 e
Sd AfJAREC I DO (Au d ) Sd APAI\ECIDO 168
Esp anc a ment o co m c i nt o NA Fls 845
Sd APAR EC IDO ( IMP 9 Sd AP P.RECI DO Esp an camento co m c i nt o NA Fl s 77/8 1
Cb FR EI íi-\ S (rlu d) Sd
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f1CUSADO TESTEr'1!!NW\ vír:r·1A ~JAT!!REZA DO DEl.:!TO


Cabo JO Sl '"..)- Sd ,o:, MO RI M ( I P t~ ) . Sd APARECI DO Espancamento com ferimentos F1s
Sd E'VALDO (IPM) Sd APA RE CIDO Es pancament o c/ tapas, soc os, palmatÓria í1s
CUSTO CRUZ
Sd PERI (IPM) Sd APAREC IDO espan cam e nto c/ fer i mento na cabeça F1s
Sgt RUBENS (IPM) Sd APARECIDO Espancamen t o I
F1s
Sgt ETEL (IPM) Sd APARECIDO Es panc amento c/ socos e choque F1s
"
Cb
Cb
CR UZ (Aud)
CRUZ (IPM)
Sd GONZAGA ~camento F1s 6L~ 4 / 646
Sd
Sd
AMORIM (IP M)
SCNHOR INH O(IPM)
Sd
Sd
Sd
GONZAGA
GONZAGA
GOf~ZAGA
IEs pancamen to com tapas
Es panc amento .
Esp anc a mento, prensa , ~into NA, pa l matÓria
F1s
IF1s
Fls
8 7/ 88
10 2/10 3
1 08/109
Sd GET ÚLI O (IPM) Sd GJI\I ZAGA Espancamento c/ sano de ferro, choques F1s 110/ 111
Sd GONZ AGA (IPM) Sd CONZAGA Espancamento c/ can o de ferro , cinto NA F1s 114/115
Cb CRUZ (Aud) Sd EV/:l.LDO
Cb CRUZ (IPM) Sd EVALDO
Es pancamento
Espanca mento c/ tapas
644/5LJ6 IF1 s
F1s 87/ 88 e
Sd APAREC I DO( Aud) 168
Sd EVALDO Es pancamento Fls 84 3
Sd IIMORIM (IPM) Sd EVA LDO Espancamento c/ ferimento bra ços e p e rnas F1s 102/10 3
Sd EVALDO (IPM) Sd EVP.L DO Espanca me nt o c/ cin~o NA , t apas,palmatÓria ,F1 s 106/ 107
~-------------------~----------------------

'I Sd GETÚLIO (Aud)


Sd GET ÚL IO (IP M)
Sd
Sd
GETÚLIO
.GETÚLIO
Espancamen to
Espancamen to, choqu e , pon ta -pé, chute
Sd AM ORIM (IPM) Sd GETÚ LI O Espanc ame nto
Sd SEN HORINHO(IPM) ,Sd GETÚLIO Espancamento , p r ens a ~ soc os, pal matÓria
Sd GONZ/\GA (IPM) Sd GET ÚLIO Es panc ame nto c/ cano de fe r r o, socos
Sd BOTELHO (IPM) Sd GETÚLIO Espancame nt o
S d AMORIM (IPM) Sd AIV10RIM ~Espancamento com le sÕes corporais
Sd EVALDO (IPM) Sd AMOR IM Es pan c am en to c/ ci nto NA , tapas,~almatÓria
S d GE TÚLIO (IPM) Sd f\MO RIM !Espancamento c/ cano de fer ro, cinto•NA
Sd PC RI ( I Pt~) Sd IIM ORIM 'Feriment o na cab eç a
Sd GO NZA GA (IP M) Sd AIVIO RIM Espancamento c/ cano de fe r ro, soco,choqu e
Sgt NI VALDO (IPM) Sd AMD RIM Espancamento
S d f\PARCCIDO (A ud) Sd /~MDR I M Esp ancamento
Sd AMORIM (IP~1)
Sd EVA LDO (IPM)
I, Sd LUIZ
Sd LUI Z
IEs pa ncamento
Es pan ca me nt o, cint..9 NA, socos. oalmatÓria

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T-ESTEMUNHA VfTIMA NATUREZA DO DEL ITO


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Cabo JOSt P. - Sd PER ! (IPM) Sd LUIZ Ferimento na cabe ç a t ls 112/113


CUSTO CRUZ Sd APAR ECIDO(Aud) Sd LUIZ · Espancamento ls 843

Sd FERREIRA (IPM) Sd FERREIRA Espancamento com ferimentos Fls 104/105


Sd SENHORINHO (IPM Sd FEf1REIRA Espancamento, prensa, choque, s ocos F l s 108/109
Sd GETÚLI O (IPM) Sd FERREIRA Espancamento, c into NA, palm a tÓria, socos Fls 110/111
Sd GONZAGA (IPM) Sd FERREIRA Espancamento c/ cano de ferro, cinto NA F l s l14/ 115
Sg t RUBENS (IPM) Sd FERREIRA Espancamento, socos

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Fls 83/86
I Sd BOTELHO (IPM)
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FERRtiRA Espancamento Fls 441

Sd FERRCIRA ( I PM) Sd Sl:NHOR!NHO Espancamento c/ ferimento olho esquerdo F1s 1 04/10 5


Sd SENHOR I NHO(IPM) Sd SENHORINHO Espancamento na cabeça, cho que, socos F1s 108/109
Sd GETÚLIO (IPM ) .Éd SENHORINHO Espanc amento, cinto NA, can o de ferro Fl s llD/111
Sd GONZAGA (IPM) S d SENHORIN HO Es p a ncamento c/ cano de ferro, · chaque F1s 11Ll/115

S d A1'-1ORH-1 ( I PM) Sd PERI Esp ancam ento com ferimento s Fls 102/ 103
Sd PERI (IPM) ,sd PE RI Espancamento c/ ca no ferro, choque, socos Fls 112/113
/
I-
/
Sgt ETE L (IPM) · , {Jd BOT ELHO Espancamento , sacos c om luvas Fl s 89/92
Cb FREITAS (IPM) Sd BOTELHO Espancamento · F1s 139/ 143
Cb CRUZ (IPM) Sd BOTELHO Espancamento , socos Fls 222
Sgt RUBENS (IPM) Sd BOTELHO Espancamento Fls 27 1
Sd BOTELHO (IPM) ~ Sd BO TELHO Espan c amento com socos Fls 440/447

Sd ALVES (IPM) Sd ALVES Espa ncamento c/ torturas, choques Fls 11 6/ 1 17

S.d·· SOARES (Aud) -5d SOARES Es pan cam ento Fl s l019

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_.. APE LAÇÃO Nº 39 . 8 72

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ACUSA DO T ESTU~ UNHA VÍ TIM A NATU REZA DO DELI TO

Cabo CELSO GOMES Cb CRUZ (IPM) Sd MONÇ ÃO - morte Espancamento \


.
'
DE FREI TA S FI- Cb TO MAZ (IP~~) Sd MON ÇÃ O - morte Idem
LH O Cb TOMAZ ( Aud itor i a) Sd M ONÇ ~ O - morte I d em
Cb CR UZ ( I PM) Sd VANOE RLEI - morte Es pa ncamento
'
Sd APARECID O (A u d ) ~
Sd VAND ERLEI - mo r t e Ide m
Sgt ETEL (IP M) ISd GEOMA R- mort e Espa ncamen t o na cabeç a , omb r o ,
,. c os ta s e coxa
Sd EVALDO (I PM rSd GEO MA R - morte Ide m
' :
S d AMO RIr1 ( I P r~ ) . ~j ,. ~d GEO MA R - mo tt e Esp Gnc a mento com cano de ferr o

I
I
e cinto NA
Sd GO NZAGA (I PM) ''-:é' Sd Ge omar - morte Idem
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Cb T Dr~AZ (I PM .;-_ · " S d GEOMAR - mo r t e Espancamento com sÓcos e cinto
.
. ~ -4 .
NA
Sd APARECIDO (Aud) iSd GEO MAR- morie Idem
Cb CRU Z (I P f~ Sd VICENTE - mo rte Espancamento
Sgt ETEL (IP M Sd APARECIDO S~cos e choques elétricos - 1~
soes corporais
Sd EVALDO (IPM) Sd APAR ECIDO Idem
Cb TOMAZ (IP~) s ·d APAREC I DO Idem
Sd AMORIM (IPM Sd APARECIDO Idem.
Ó prÓprio ( I PM) Sd APAREC I DO Idem
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APELACAO ~J 3'
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ACUSADO
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I . TESTEMUNHA VÍTIMA
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OBS:
I
I
Cabo CELSO GOMES Sd GONZAGA (IPM) Sd FERREIRA Violentamente espancado Fls 114/115
DE FREITAS O prÓprio (IPM) Sd FERREIRA Idem 11
104/105
-
FILHO Sd BOTELHO (IPM) Sd FER RE IRA I dem li
440/447
'
' Sgt RUBENS (IPM) ; Sd FERREI RA Idem 11
83/86
I
Sd APARECIDO (Àud) S,d
., EVALDO Espancamento Fls 843/846
Sd AMORIM (IPM) 9d EVALDO [spancamento com cano de ferro 11
102/103
-
Sd EVALDO (I I-M) Sd M10 RIM Espancamento com palmatÓria F1s 106/ 107
(1 , -
Sd GONZ.AGA (IPM) Sd AMORIM Espancamento 11
114/115
Sd APARECIDO (Aud Sd MWRIM Idem " 84 3/8 46
Sd GETÚLIO (I P~1 Sd MWRIM Idem " 110/111
O própr io (IPM) 5'd AMORIM ldam 11
102/103

Sd EVALDO (IPM) Sd
. GOrJZAGA Espancamento com palmatÓria Fls 106/107
Sd APARECIDO (Aud) Sq GONZAGA Espa:-~camento
11
843/846
S d At'l ORIM ( I P ~1 ) Stl GONZAGA Idem " 102/103
O prÓprio (IPM)
r

- Sd GONZAGA Idem " 114/115


Sd AMORIM (IPM) Sd GETÚLIO Espa ncamento Fls 102/103

. Sd GONZAGA (IPM)
Sd BO TE LHO (IPM)
Sd
Sd
GETÚ LI O
GETÚLIO
I de m
Idem
11

11
11 4/115
440/447
O prÓprio ( I PM) Sd GETÚLIO Idem ti
110/111
- O prÓprio (Auditoria) Sd GETÚLIO Idem 11
84 7/848
I
I
Sd GONZAGA (IPM) Sd SE NHORINHO Espancamento F1s 114/115
' I
O prÓprio (IPM) Sd BOTELHO Espancamento Fl s 440/44 7 '~l
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ACUSl-\G o
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I TESTU~ UNHA VfTIMA
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N.C. TUR EZ A DO DEL IT O


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G3S:
Civil NEL 3D f~
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Te n f'ii RA NDP.
(I Pr·'l) Sd MONÇ~O - Mort e -aoda vÍtima Fls 241
RlBE.IRO D= 1\IOU Ten MIRANLA(Aud) S~ MONÇ~O - ho rte
- ão da vÍt i ma Fls 615
RA Civ IRAI\JIDES (IPMjSd MONÇÃO - MorLe
cmpanhia do acusa do, e
.
do Ten Ml ran c~, aL earam fcoo no c ad a vsr do
r e ferido soldado.
j
Fls 31 5
Civ IP.ANIDES(P.ud) ISd r'iGNÇÂO - Morte Au xiliou na crema ç ~o de vfti~2 Fls 6 4 2 / 643
Civ fJl LS llN (l\ud) Sd r1 0 f'iÇÃO - r~orte Con íessa ~uE auxi lio u nc. crem a ç2o cc. vÍti mc.. Fls 64::: / 64:5

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APELACÃIJ Nº 3<~). 8'/2 \'··=- .......> ~ '!:~-

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C8S:
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c i v i 1 I RAN1 Dt:: s 1 T.:, n ri I RAf,J DA ( J P r'l ! Sd MCNÇAO - Morte I
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Auxllicu na cLemsçao da
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V l t i ~a -~~~s ~~~/2241
F Eii:1E.IR.~ (NUCri,, Ten i11Rt'lr'JDA (Aud) Sd iifJNÇAO - horLe Colocou ga2o l in3 s cjre o c2c~ver e colocou
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- Fls 615
' In deGlar3~te, em c~~panhia do acusado e
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Ter. r.iranca calcca :-2.!11 fog o r.o cadavcr da
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Ci v r~ E I_ ~~ OI'J (A u d)
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Cel ARI GSJA LDO TCel CLADS TUNC(Au d j D e cl~rou que o Cel Aric s v~l d o ccmpa recla
Fl s 6G9 ,6 ll
TAVARES COMCS dlari amc nte ao q~ar tol, quan dc_sm f~rias,
e que o Ca p S/~ man tinh a l iga ç~o di reta
GA SILVA com o me3 r.l0
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Cap Nll O U~ ~Au d) Dec lc~o u que tod o s cs atos p ratlcados por
e l e f Qra m ce m co ~s e nt i me nt c e dg~ermin~ç~o
ou d~ Col Ariosvaldo c ~ TCe! Gla~stcns IFls 61J
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Cap rJ~ E2 U S (Aud) I-'~ e- c -
l ',..· -.- c u c, u
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Af'i ARL Gí4. SI L VP. j~~ _BO TE L HG ( I p 1~ ) Sd FERREIRA -----~ Csp~-camer.to ~~ 4~C/447!
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Se 81JTELt"'LJ (IPi"') Sd l3CiTCLh0 !Espenc2me~t~ cc~ c ~telEd3~ IFls ~4 C/44t
Sgt Elt.L (HiP) Sd 8Ll1 eLh U j Espancawsnto Fls 449
Cb CRUZ (IPf~) Sd 8C1 T~LHO Esp ~r.came~ to Fls 45C
Is 9t rHIJ ALDO. (Ii=lH) i S.:: ,'I
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V.!. l-l' N~TU REZA DD DEL!TO
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I co::
Cb TDMAZ ((IPM ) Sd MONÇ~O - Morte Declarou ter dado umas voltas no mag neto
que est av a ligad o aos p8s da vÍt i ~a EJls 375
Cb Tm'lAZ (Au d) Sd MON ÇÃ O - Morte Idem Fls 718
-------~ ~:---------------------------------

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S U PERI OR T RIBUNAL M ILI TAR

'· VOTO V37~CTDO FA AfEL.4.Ç:.~O F~ '39 872_ I

VS!'CIDO, a;>e11as, quanto à unificação das fena< e, ms pJe- ~/


cisos term-.)s do arl~igo 79~ cor::cL·Ja0o com o artigo 81 do C~F.H. ~
Trata-se de re .J.aç~o ~u? cJ.terou a (~.o Godigo Penal Militar
de 1944 que n.5'c ·.:cogj_ tava de fi:mr o li.tr:.i te maximo d8. pena. unifica-

·. da,
41 .. ...
1t. ias, essa. redaçao neo enco~tra sinilar, nem no Co<!igo P!t
H

nal rie 1940, nem no .: q:rovado .::elo D.L. nº 1.00/..j. de 2J./l0/69 C(lm e.s
~·~·
n;.OV.l. ...
.. ).C"açoes d e. L e:~.• n~
n / A1~
":1.v ~
.... ..:: o.e Ãl/1
:.; 4''1-~­
';'{:) .
Re~lr>:ente, o Codigo Pen::~l de 1940, )eJo ar!;i€0 51 estabe-
lecia a. a.p1it.:at;ãc c"..--.mu1a t.i~:~ ~ias :·;;n2..~ ;~.=.Jr.. :~i"!'13 a t!!e.is à.e 11m cri-
de reclu-

::s.srna
.
t.'!UO

O Codi;;o Penal, objete d~ Del. 1004 e LGi t.OlG es~beloce

, . ,
a I'ena u ~·u~~s e a s:>ma
C.e todas.
,_,-, :I~ ~-:::f~~~;: l'-·~ -~~,e ~~
, . ,
e a
...-::: ~ - l·o c ("'T''"'l.," "l"1C .... d·~
• II - .::>-... .• <::: •::-· _,_ .... __ • .L-~ ... ···~·~) , .......... ~........ _ ·.:.. ~

- ~ cu se ho:1ver
reclusão, aumentao ·.1 :h:. 'iletade d:::. -·iJen.a C..e rl•.::. 7-c:r..ç-Üo . I
mais de uma, da metade Ja son:;. d.~s ~ ~~~nas d~ detenção.''
Come o fs.zi:J. o Co 8:~..;:o Penal .:-.nt.srl:)r z;..:: crtigc 55, o no ...To
Co digo Pcr..al a. cnt=-a1· em "'l :.:cr, 11c § Único co ar:.~ zo 67 estn'belcce
que
":salvo o easo d'~ crille ~:-.::. ticacl.o depois de inicia-
não porlerá
ultre.passar de 30 aniiS e a à.a d~tenc_;ão ne 15 a.nos"
Como se vê, o a -'::'.lal C F H nS:o re f'r<.H·1 uzi:l a- redação do novo
C,P . mas, ao inves à.c "d.:trélcâo" da r:-·en.a"'' reft::!:ri;.~ -se?.. pena unificQ.
~

d
Com isso cri~u. a duvida qu..e assaJto-..: a Eninonte mai0ria, I
quand8 não apli~ou o ~r t.i go 81 do C.? .:-1., cc::no se e-.;id.enc~_:·, ~~ n Ve-

Mod. 12
SUPER IOR TRIBUNAL MI LIT A R

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S·?.ja. ê:s outro mo dc interpretado o t.rt:tbo I
81 do C .i'.,
ou Tribv..nal
~ · :::t,.):;::._._-. ~
c om o b el1.3U(!:::.=·
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71. -.I.C-.•.E-l!'::'••
•"':to ~ 1.- (:)
--'J ~ '"""!
-5~n f-,n,='s,
..... ~
•.• t:<.Al.ffi(
l"l ' . ,,

E isso .i.n·ec"':. :;;~:. S<?J' rleterr.J.i·r.-.r.C:o, i>El' F.i ;;u,.? :J)t)s sa. o cond~>ri3..-''o/
_ _ ..f"
gozar do l::.vr&n:e:Jt~" -:>')~(j_c ior:::l l 1>:)2"\jl.·,~ } segundo ;.~ § 1º ·"5o i te"T: l.l..L
d o art~co G~ do C.F.~.
11
:"!.o ca. so fio

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~ -+-.t:o - t~Ci l'' ~ ') S -:. ~l.,-C
-J·"b"""~~"c·•
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O 1)0"'TG Cni;j g:o F':ll~:.~.l e. s~r ~)osJ:0 er, "'.7i §:or t0rr..a. ms.is claro I
es.~ e:1tendimento c._,_.._ando no § -...,. r-.i·~;o (l-:· :?I'-(~i('O G7 f i xa qt:.'::: "31;Jxo
o caso de crir.J.e pTs. t.ic.:tr~- > (e:_;oj s d·:: ,i }1 i ciae.•J r: cn;-;lp:":!.men~o da :;Jcna,
d<:·

Mod. 12
"SUPERIOR TR IBU NAL M ILITAR

I (Cont. Voto Venc5.dc


I·.,
I

letenção de quinze ano s 11 •


~ess~ particular, nstou co~ c J~c~~o pa~ecer d~ Proc~r~do-
:rià. GerE~l, na parti':' em .:ue reeo:{ e·:;c
I
I

nal, l:JD.B. vez q_ue, C'Y'PO a~-:;sir~.R 1.;:1.do (; c ·::m!f•J'0 1 t Bdo do s auto s , fo i D.ot2.-
c~Ilel"'
Q.Ç a...0
. ~~ U.e
.::~ fe Se, ,,~ · -r·
..c-, ta' ~ -~ .... r, ,.
V
0 ~;.c'J.
..!!.-
. La. r, 0 q_~.c: J •••m:-./-
l..c<:L• .. ...:.H\ 6 '--"..~.,-~0
no vo t 0 vencido
do Eminente Nini s ·i;ro Cf.:!~·Jel'al l~cd1~~-PJ Oc ta v 5.o . .

S U PERIOR TR IBUNAL MILiTAR


Diretoria dJ Legislação Juri:sprudêncb o Datilografia
êONF~RE COM O" ?~ · •'. ·

--~~é:~,;;·· · · · · · · · · · · · · · · - I
lb=~(/~~
i=~:::.:=::=====:=::· ·.·· ·: .-=:-:~: :. .

rv.c:p. 12 '
"'•

c •

4
I

r •
JUSTIÇA MILITAR
1. a CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA MILITAR
2.a AUDITORIA DO EXERCITO

CERTIFICO que, dando


\ -
ctH~l...,rirr en to ao L':resente ac6rdão,
~
i::.1timei o Drc Advogado BELLARMINDO MI RANDA FILHO, do q_ual
ficou bem ciênte do têor do ven$rando ac6rdão, cor~orme se
vê de sua assinaturao O referjdo ~verdade e dou f~g Rio de

• CERTIFICO, ainda, q11e de.ndo cutrprjmento ao venerando I


- -
ac6rdao, inti~ei os acusados, Capitao \ DALGIO biTRA tiDA NIEBUS,
2Q Ten,RI2-'PAULO REYNAUD MIRANDA .!?! SILVA e os~J..; Sargentos
' 1.Y!!i ETEL DE. OLIVEIRA ,'RUBENS MARTINS DE SOUZA, 'SIDNEI GUEDES
e os Cabos ~CELSO GOnffiS DE FREITAS FILHO~ ' JOS~ AUGUSTO CRUZ,
:-:c~ndo todos bem ciêntes do inteiro têor do :presente ac6roão
confoY""le se v-ê de s:..-as e.ssil:a -ruras. O referj à. o é verdade e I
d ...r'll' de 1.975. +++++~+++++++++
~u,~~~~~~~~~~~~~~~~~ 1º Substi tuto de Oficial

CERTI FICO , também, que dando cumurir;:.gnto 90 pref'ente //


ac6rd?:o, inti""ei os acu ct.l='·dos Ten-Oel. ~LADSTONE PERNASETTI /
' - ---:---· - -
TEIXEIRA e os civis IRANIDES FERREIRA ~ NELSON RIBEIRO~~
!.IOURA, ficando todos bem ciê:1te de toõo o inteiro têor do /
--
rresente ac6rdão, confor:1e se vê de suas gssinatures. O refe-
e dou f~. Rio de J ~ neiro, 21 de carço de 1975~

-
J:2R.~J::'IJO,

do eo5r..:;ao, .
fil:al-en~e, ç_ue ·"Emdo cucpri -1ento ao veneran-
; nti-: ei os Drs. Advogados ' rllà..RIO :MATTOS, \NI WTON /
LO:BO ~ TITO LIYIO DE F!GUE!H.EDO JU~TlOR, 'LOUR!VJ.. L NOQUEIRA LIN'A
"AUC'rUSTO SUSSE!fiND DE ~TOR.A IS REGO e' LUIZ CORREIA DE 1TIRAND/ ;
ficando tod os berr ciênte do inteiro têor do presente acórdão,
coY"..fOl"' e se 'rê de S'l:~s ass::n.e.. ture.s. O referido é vsrdaâ.e e /
dou

1 Eu, .de !·:~~~ de1 ! · ~:~:t:~:~:·~:-~;;_=·-

Mod, 258

..
SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR
CERTIFiCO -q:,;e, pat:a os fins cte dirtito, foi expedid~cópia
.. do apórcfl-:> proferido nos pnss:1tes autos à autoridade
judiciária competente, com Oficio n.o g O} _D J, desta data
-d~ _que lavro o presente termo.
ia. 28 de

erv. Juci. pe\Q Diretor-de-Serviço

Aos Z, 8 ______dias do m-3:,; dJ .........C~-~-_,;:;;__de


19_li__ , nesta Se c r e ta r ia , f.:l-;o a r arr:essa da
- - - - - - - cópia do acórdão .......~.::_~.................-• ao Sr. ~-~
o:::-1 _ o ç ; ; - r.. -~ ---x-.~-('\__o;;-_,._....~ ,....;.. ~,...-.
\.ü.~..':::"-\.>---···~~~--~.. --~~~---~----~::::~~-- '-r-;-------
~ c · ~ -~ -
............................................. ~...............~.................-....------ ~ :----=.======-- -
do t"' ;z este te,mo--Et~=··-- .. ····-·· . -··-···· ·---·-
-- ---=---~-----·•""'"""'"""""'"""'""'""''-"""' éc. Serv. Jud., P-elo
Diretor Geral, escrevi - - -

SUPERIOR TRIBUNAL MILFfAR


~C f! R T_l D Ã O

"
CE R T I DÃ O
Certifico para os devido~iBB ~ue,__so~ n~t~e~n~e~s~t~aL________________
m~e~

data, fiz .i untada do ex_pediente de _fls •__2110/22·1 6 ei]LViL ____


tude do ac~ulo de serv~ço existente na Se ão de Execuçâ
~=o______________

de AcÓrdãos e De cisões desta_DiJ.ü.são de~r_oces_so Judkiá._-___________


rio, do que, par a cQnstar, lavrei ~resent e .~c retayia_____ _

do s;werior Tr. unal Hilitar._,_e m_28_ de_mai_o de_l92-5, Eu_,_ __


!_ __ ~ ,T_e c • .Tudiciário, _pela Direto..ra_da D_i:y:-'-·=-- - - -
e._screvi.

-----~-------------------------------- - --
- - - ----------'

--..------ - - - -
SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR
JUrJTAD- A

Aºs-~ dias cJ.;J mâ::!..!.:;. . . .d:.=.~--


!: ~~:...:...::;~:::.__--d:=.:e::__:_::t9} S, _ _ _ _ _ _ _ _ __
nesta Secr-st&ria, f.::ç:J j -.ml~·d!:~ ·~·_ ..;:; ;: ,9sento> :1:..:t-.Js, da( s)

docum~nto(~) q:.Je se s·;;;:_;d-< ;:~, JJ c1J.:; lu..rr-..> este !~rmo .__

_ E~--=-a~ú.QLk:L_QA2S ..5.2.0-Y..bq. -~--~. . . . . . . .


Têc. Serv. Jud.. pelo Diretor-de- ~srviçjJ escrevi.
EscRITÓRIO DE .ADvocACIA
AUGUSTO SÜSSEKThTD DE MORAES HEGO
A V . ALM I RANTE BARRO S O 9 0 - t 2•ANDAR SALAS 12 14 / 16
TE LS. 25 2 -0913·222-48 12·242-9954
R IO DE v ANE I R O -BRAS I L

EXMO. SR . MI NISTRO PRESIDE NTE DO EGRtGIO SUPERIOR TRIBUNAL MILI-


'TA R.

J

DALGIO MIRANDA NIEBUS, Capitão de Infantaria,


Reformado 1 do Exerc i to Brasileiro,
- nos autos da Apelação nQ 39.782, -
não se conformando, data venia, com os termms e conclusão do
Venenando Acór dão de 21 de junho de 1974, vem, com fundamento
nos a r t i gos 538 e seguintes do C.P.P.M.,
E M B A R G A R, como de fato embargado tem,
oferecendo, no prazo l egal, os inclusos embargos de nulidade e
i nfr i ngentes ao Venerando Julgado.

O ora Embargante fundamenta o presente recur-


so na forma dos brilhantes votos 1encidos e, na forma da lei
pr ocessual cast r ense, a matéria a ser discutida e a levantada
e aceita pela divergência, ressalvado, oportune tempore, os de
mais recursos cabíveis.

Termos em que espera de V. Exa.

Deferimento.

Adv. i nsc.
81PEBIOI TIIIIIIIL .-Jl111 ..
ESCRITÓRIO DE ADVOCACLA.
AUGUSTO SÜSSEKIND DE MORAES HEGO
AV. ALMIRANTE BARROSO 90-12•ANDAR SALAS 1214/16
TELS . 252-0913•222-4812 242-9954
RIO DE JANEIRO-BRASIL

P O R E M B A R G OS de Nulidade e Infringentes ao
~ e nerando Acórdão de 21 de junho de 1974 .

Com~ E M B A R G A N T E,

D I z
o Capitão de Infantaria, Reformado, do Exerci
to Brasilei~o, DALGIO MI RANDA NIEBUS, neste
e no s melhores termos de direito,
E. s. N.

P R O V A R A

Que foi denunciado perante a 2a. Auditoria de


Guerra da la. C.J.M., com optros, como incurso nas sanções dos
artigos 205, § 29, inciso III e VI; 209, § lQ; 264, inciso I,
e 352, c/c o art. 53, todos do Código Penal Militar, sob a ale
gação da prãtica de detitos em dezembro de 1971 e janeiro de
1972 na 2a. Seção do lQ B. I. B. (Primei r o Batalhão da Infant!
ri a Blindada), sediado em Barra Mansa, Estado do Rio de Janei-
ro.

11

Qae apõs o processamento naquela Auditoria ,


pela respeitãv e l sentença de fls. 1645 usque 1676 foi condena d
do ã pena de 84 (oit enta e quatro) anos de reclusão, nos ter-
mos da peça ve st ibular .

III

. Q~e, inconformado, o ora EMBARGANTE usou do


recurso de APELAÇAO, sustentando as seguintes teses em suas ra ..
zoes:
a) unificação das penas;
b) crime continuado ;
ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA
AUGUSTO SÜSSEKIND DE MORAESHEGO
AV. ALMIRANTE BARROSO S0·12!ANOAR S ALAS 1214/16
TELS. 252-0913 • 222·4812·242-9954
RIO DE 0AN E I RO-BRASIL

c) crime culposo pelas mortes e nao doloso;


d) inimpu tabilidade do então Apelante, hoje
EMBARG JlN TE;
e) ausência de prova vãlida para uma condena-
çao.

IV

Que, no entanto, o Venerando Acórdão Embarga-


do, POR MAIORIA~ VOTOS, deu apenas provimento EM PARTE ao
apelo para reduzir a pena imposta a 67 (sessenta e sete) anos/
e 8 (oito) meses de reclusão, como incurso na sanção dos arti-
gos ~05, § 29, in c i so III, e 209, caput, c/c o art. 79, todos/
do Código Penal Militar, relegando , ã ~ la. instância a aprecia-
ção da UNIFICAÇ~O DAS PENAS
face ao que dispõe o art. 516, le-
11

tra Q, do C.P.P:M, por maioria de


votos ..

v
Que, ass im, esse e o único ponto divergente I
que autori za a interposição dos presentes EMBARGOS, uma vez
que os ilustres Drs. AMARrLIO LOPES SALGADO e WALDEMAR TORRES
DA COSTA e General do Exercito RODRIGO OCTAVIO JORD~O RAMOS,os
quais sustentavam que ê irrespondivel que a UNIFICAÇ~O DAS PE-
NAS ê taxativa na lei penal militar e que o próprio mencionado
art. 516, letra Q, do C.P.P.M., dando direito ao reexame pelo
Tribunal em caso de UNIFICAÇ~O, jamais poderia relegar ã ins -
tância inferior o que ela, Instância Superior, irã apreciar em
re curso .

VI
4
Que, por todos esses motivos e de ~cordo com
os brilhantes VOTOS VENCIDOS, sustentando PERMISSA MAXIMA VE-
NIA, transcrevendo as considerações finais" do conciso, objeti-
vo e lógico VOTO do ilustre Ministro WALDEMAR TORRES DA COSTA: 4
EscRITÓRio DE .ADvocACIA
AUGUS TO SÜSSEKIND DE MORAES HEGO
AV. AL MI RANTE BARROSO 90-122 ANDAR SALAS 1214/ 16
T ELS . 2 5 2 -0913•222-4812·242-9954
R IO DE .JANE I RO-BRASIL

"Dir-se-i que o problema da unifica-


ção das penas, nesses casos, devia
correr ã conta do Juiz executor da
sentença .
Mas, força é convir que entre os
Recursos estabelecidos, em lei, se
encontra o estabelecido no artigo I
516 letra Q ou seja da decisão ou
sentença que decidiu sobre a unifica
ção das penas.
E se cabe esse recurso e claro que
pode o Tribunal unificar ou nao as
penas e em tratando do assunto terã
que atender ãs disposições legais e
entre estas se encontra o artigo 81,
pelo qual dispas a lei que "a pena
unificada não pode ultrapassar de I
trinta anos".
Ademais, o C.P. M. atual em seu ar-
tigo 58 dispõe que "o mfnimo da pena
de reclusão é de um ano e o miximo I
de tr i nta anos" enquanto R& ~ o artigo
69 do revogado Código se estabeleceu
que "a duração das penas privativas
de liberdade não pode, em caso algum,
ser superior a trinta anos".

Torna-se, pois, evidente que, em


um mesmo processo, as penas privati-
vas da liberdade (reclusão) não po-
dem ultrapassar trinta anos, pela u-
nificação, conforme dispõem os arti-
• gos 79 e 81 do atual C. P. M•.
O novo Código Penal a ser posto em
vigor torna ma i s claro esse entendi~
menta quando no § único do artigo 67
fixa que: "Salvo o caso de crime pr!
t i cado depois de iniciado o cumpri -
menta da pena, a duração da reclusão
não poderá ultrapassar de trinta anos
EsCRITÓRIO DE ADVOCACIA
AUGUSTO SÜSSEKIND DE MORAESHEGO
AV. ALM I RANTE BARROSO 90· 12!ANDAR S .•U AS 1214/1 6
TELS. 252-0913·222· 4812 242·9954
RIO DE JANEIRO-BRASIL

e a de detençio de quinze anos".


Nesse particular, estou com o lucido
parecer da Procuradoria Geral, na par-
te em que reconhece que q sentença nio
aplicou o disposto no art. 81 do C.P.M.,
o que deve ser feito por este Tribunal,
uma vez que, como assinalado e comprov~
do dos autos, foi motivo da apelaçio da
defesa, o que também estã fixado no vo-
to vencido do Eminente Ministro General
Rodrigo Octãvio."

espera sejam estes EMBARGOS recebidos, admitidos e providos,p~


ra o fim de serem U N I F I C A O A S AS P E NAS na
forma da lei e nos precisos termos do recurso de apelação in -
terposto pelo ora EMBARGANTE, praticando, como sempre, este I
EXCELSO PRETORIO ato de respeito ã l~i~ o ao Direito e necessã -
ria e esperada

8IPEBIOI lR ti~IIL lllllll

PROTOMlLO N."----
f'la. N."_ _ __
Em_•.____• •_
13ellacmin.do Oveicanda 8ilho
Avenida A maral Peixoto, 370 - Sala 416

I
j N i te r 6 i - R . J . - Te I : 71 8 - 7 71 9

8xcelentíssiao Senhor Ministro Preei~ente no Superior Tri-


bunal Militar.

Paulo Reynaud Miran~a ~ Silva, 22 Tes. R/2 ,


já qualifica~o nos autos ~a Apelaç~o Criainal, n2 39.872 ,
por seu a~voga~o infra-~seina~o, vea, aui respeitosamente/
a presença ~e Vossa Excelência, ~entro ~o prazo legal , e
nos termos ~o § Único ~o artigo 539 ~o Có~igo ~e Processo/
Pen~l Militar, oferecer os presentes

E K B A R GO S infringentes, pelos aotivos/


~

e razoes seguintes:

1. O embargante apelou da respeitável senten-


ç~ ~e 13 Instância que o condenou ao cumpriaento ~a pen~ /
~e 77 anos ;e reclus;o, como incurso nos artigos 205, §22,
III, 209, § 12, 264, I e 352, c/c os artigoa 53 e 79, to-
~os ~o Có~igo Penal Militar, sob o fun1au.ento de que fica-

ra prova~a a nenuncia bem coao, seu a~itaaento.

2. O embarg~nte, poréa, enten~eu, prelia.inar


aente, existir em eeu favor a exclu~ente ~e cria.inal.i0a1e/
Aas letras a e b ~o artigo 38 ' do Có~igo Penal Militar ou
- - -
em su~ ausênci~, ~ Aescl~ssific~ção ~e homicf~.ios e lesÕes
~olos~s para culposas coao ain~a, inexistir os crimes pre-

vistos nos artigos 352 e 264, n~ I por falta ne tipici~a -


• ~e, culminan1o em pleitear, caso fossem repeli~as as te -
ses expen~i4a s, ~ unificaçqo 1as penas, n~ cosfora.iAade I
Aos artigos 81, 79 e 58, to~os ~o mes~o Diplo~~ Legal.
'

3. No julgamento ·da -
~pelaçao
A ,
por este Bgreg.io ..

/
!J3ellarmindo .:Jvíiranda {filho
Avenida Amaral Peixoto, 370- Sala 416
Niterói - R . J . - Te I : 77 8- 7 77 9
I

Superior Tribun~l Militar o acór~~o Iavorável em p~rte ao


emb~r~nte, não IOi unânime, haven~o ~ivergências entre os
Egrégios_Senhores Ninistros, r-;o só no q ue concerne_a ~
-
Iicaçao ffas penas como ainna, em relaçB.o a quantiffade elas-
aesaas, ~an~o ensejo assim, aos presentes embargos.

E X P OS I T I S

O emba.rgq.nte espera que Voss~ Excelência receba


os presentes embargos, processan~o-os e submeten~o o caso
a nôvo julgamento, por êste Egrégio Superior Tribunal Mili
t~r, !3. Iim ~e que lhe seja feita melhor JUSTIÇA.

Têrmos em que,
Espera Deferimento.

Rio 0e J~neiro, em 17 r.e março ~e 1975.

Insc. 1.969- O.A.B.- R.J.

JUSTJCf\ MJUTAR
~\ 1.• CIRCU,.~:~:1:Çl~
~"JDjCJA~ MLif'IB __
~j~ COCUMENTO tt• _ __ Y r /_~L-
~---------f-1110-.TOCOI.ADO E ~)
I I _L· ,J

81'PERI08 TfiiBUWil Jlllll


PROTOCOLO N."' ]1- 2 3
I
Fla. N." .2/$
1
.f

1ncurso nas penas Drevis


. -
~as
.J..
nos a rc1gos .J ' z--rzo-, ns. 111
-~~v c 'v1 1; "' "C"Ie>
kU~J ro,{é
~~~ ,t n - 1 e 3,..2
0
~ ,1' t em I 1 S
..
-,
,
c/c.ai~ -L.S3 do C:'[.; ., te ndo ~pelado da respe it avel clecisao , profer i-
da pela 2a . Auditoria do E~~rcito , I G . CJr:. , vem , tefrlr cst i vamente , -:;o!!.
soan t c o i I ustrado parecei~ de -F I s. , opoP os present es em b_a r
\

) _o;........;;..
..,c'- s_,_;,;.._.;n;.;.l_f r i n s e n t c s d o J u 9 a d ®, pelos segu 1n -
tes motivos e fun<Jar,;ent os , C"ue , a segu~r·, expoe :
, ,
n:E:-: I TO ;--::ES I DEl'ln::, ~ me;~ i tor i a serten<s:a de Pf" I -
,.. . .
mcJPa 1nstanc1a , concessa ven i o ,
n~o pode prosperar , quando se apura a inaplicabi lidado e a i lesa ll
" .
. ~
dado intcrpretattva, quan to as sonçocs pun1 t1 vas coninadas co nos -
-
,
mo , ea carl:lter doloso , CUJa r.>ena i >;1posta, atin se o absur·do ue 63 a
nos .:!c reclus;;o.
-- A i'I:Jor , accn t uc -s e ,~pe s ar das circunstanc i as
A

de
d1~ ast i c i dade do ;;onentos0 caso co\: suas n~d:;ura i s repePcuss;:;es den -
tro !as forças ar~adas , era de esperar-se , no entanto , rue , ac 1 i "é!

da noürc=e e das ;->~Íx;;es, da sran:leza e da intanGibilida<:lc do ~em


no te da ~r~~~~ia instituiç;o,~reveleccsse e garant ia uni latera l de
I f . I d • e açao,
"'
caoa partlctoe er. sua veraa e 1r amparado pelo 6ireito e pc -
J
la.nasn itude de nossa Constitu iç~ o .

I ndependentc do dever• , estar i a o do cuereP . "' or-


·,e·t, Sll:->re'l'!a, cmanade de supel" i or h i eP~r·<;u i co , nas c i rcunst~nc i as o
cor r i das , ::crtes ou erP aclas , tinha ; c;uc se:- acat adas set.J c;ua'Íisc uel"
,. . ,. I .
out~as al t e rnati vas , sob ~ena de serios rtscos o u represa t as de
ur' -;;f Jcct~c cn·curcc i do , dom i nado pe I o ~di o e,n sue co nstatadu r ,ent e / 4

,
sangu1nar1a c doent i a , inpfantando a li, verdadeiro t emor a os seus
co .• andados e;n sues r· e i tet~ udas u\'a I anchcs tcPt"or i stas .
=~=

~ conceituaçao dolosa , asst·,, intcrpretQdF ~elo E-


!!H'CSJO CcnsC;!ho , cm sua alta so''er'anie , n~o ~oclcr·ia ser> anulisada ,
d a .;.:1J
soo
'
os aspec t os f a .Jr,.
'-"cn• <1 , c 1-: 1 cos ::lo evento c cbs cvcntua i s c na
,
turais i· ~ulsos de cada membro desse r es. ·o .:onse I :10 , ~"'uanJo cstF 011
jogo, ou ce I !lo,.. ,
te do nao Guc;~eP r::un:;JPÍr as ordens r;ttc lhe cPar;l ministradas.
tJ~o podeP ié:1P 1 de -for>r.1a alsu ..1a , os er.:i ncntes julaa-
clol•es , perscrub:w o for• o f 1t i 1:10 de ::a da uni , . 'reju I gando , i ndu" i do -
,
sa ente, o int~it, cri inoso e inplacavel de cad~ um , apl i cando- se
• J ,..
acu t, encao, o a~ i o .1a ou a ...a,._
' ..... ·I ::"'\ n·I 11
.c.. cJ U.:'
a •I 0 f)r'O '"
r eU 1 !)Oi"' '
QC~a I• S a

laPcleada nos corrcspondentc3 autos .


,
Er.: ultir:1a , '•.
nn.:1lise , os cl'lmcs dc.r.inid0s na sa)JF de
·-isao , dando- os .;;orno :'dolosos" , col:;por ·car- i a,.~ , plena:>lente , sua dcs -
c I ass i .f-' i caç~o ~ai' a .:;uI 1)0sos , ct. bora , fossei. conet i Jos sob o i :;pu I -
so •
c u. w coaçuo
,.,. • •
1 rPcs 1 s 1..-1
J.. r
ve I
Porconscguintc , o n;o :;tendi 1 ;cnto as prcr;~ ogat 1 1·as
... .
, ,
d~ I i ne<:Jdas, ~tPuvcs dQ t(':;.c det:cnc' i c'n , cõlJ ccusa ., e de: se JCEI" :::ot:lo

nc·:' i 'a i t rePÍosa, bcn da ~ustiça , ;:; uni·~ i caç~o da~ penas nos pP~
<1


C ISOS
...._
cC!'' lJO S
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CiOS ur~s •
.J 7r..; C I • O uPt •.() I CC
I \.;•"1
... O",• • C0'0 , u I .luS
, i.:enCI2_
.
1 1

nado no lucido
, ~~~--------~-
::lurcccr do c inen ..ce :.in. ','aldcr.lar~ Tori•es ela .:osta ,
e SCLI voto vcnc i do , 'c ·::-1 s . , pot• sup,•euo r.1ed i cla de dire ito , cs;>c-
r un .'o- se , ass i ... , soj ar.. , os ?r>cscntcs tr.1bar:,os, roce~ i dos e pr-eces -

sados na for•r;,a d.:~ lei , con o conscguentc ~·tfgar.te nto favor~"cl oo


t: .l.Jtc. de acordo C:Oi'l as di ~i" i ::es I eaa i s .
/
P . c!e·fcr i ..lento.
:-, . I
., I O C.C J.,ne i "O , ~: c' o-[ ..:-;,ço do ano r le 1~75.
~ L {,~,.. C \._
.A - -- / : - : -- - - - - - - -

::~rio ::a-ttos \.
= 1209(') J
8JPERIOI TRIBitWA1 ~1Uil

PROTOOOLO N.<> 1r2J


4 Fia. N.0 ~s

..
~~~~~~~~~~-------------~-~~-~·~-~- ·
-~ -- -~- -- -- --- -----

d
EXM2 SR. MINISTRO PRESIDENTE DO E GR ~GIO SUPERiOR TRIBUNAL MILITAR.
o

O Advogado-~-Offcio, ao final assinado, defensor

-
nomeado dos Apelantes 32 Sgt' SIDENI GUEDES, 32 Sgt ' IVAN ETEL DE

1\ OLIVEIRA e Cabo ' JOSt AUGUSTO CRUZ - nos autos da Apelação n2 •••
n2 39.782-Estado da Guanabara - inconformado, data ve nia com
os termos e conclusÕes do V.AcÓrd~o desse Egrégio Tribunal que,
I
I
por maioria de votos, deu provimento, em parte, ao seu apelo I
,
vem, no pra%o legal e fundado nos artigos 538, 539 parágrafo u-
'
nico e 540, do CÓdigo de Processo Penal Militar, oferecer EM-
BARGOS INFRINGENTES DO JULGADO, pelos motivos e fundamentos a
seguir expostos:

I• Condenados que foram os EMBARGANTES, por Se nten-


ça do MM. Conselho Especial de Justiça, da 2~ Auditoria do E-
xército da Iª CJM, às penas, respectivamente, de cinquenta e oi-
to (58) anos de reclusão e sessenta e dois (62) anos de reclusão,
...
"como incursos nas sançoes previ s tas" nos arts . 205, § 22, 111;
209, § 12 e 205, § 22, I I I ; 209, § I -,
o. 264, n2 I e 352, combina-

dos com os artigos 53 e 79, tudo do CÓdigo Penal Militar, apela-


ram, inconformados, para esse Egrégio Tribunal, sendo, por maio-
ria de votos e em parte, providas suas sÚplicas.

2. Em consequência - conquanto confirmada por unan•-


i


midade de votos a Sentença condenatória de I ª instância - tive-
ram suas penas redu%idas, indistintamente, para cinquenta (50)
anos e nove (9) mêses de reclusão, além da pena aces sÓria de ex-
------·
clusão do serviço do Exército, ~-ll do disposto no artigo 102,
do CPM, deixando, todavia, essa Colenda Superior Instância
ainda por maioria de votos - de apreciar o seu pedido de unifi-
...
caçao das penas, ~-~ legis, mantido, como foi, o veredictum
condenatÓrio, fundando-se o V. AcÓrdão (sic) "face ao que dispÕe
o art. 516, letra 2r do CPPM";
2

3. Vencidos, quefuram, em seus votos, os Eminentes


Ministros Doutores AMAR f LI O LOPES SALGADO e \'/ALDEMAR TORRES
DA COSTA e General-de-Exército RODRIGO OCTAVIO JORDÃO RAMOS ,
~ bem entenderam Suas Excelências - fundados nos precisos ter-
mos dos arts. 58, 79 e 81, do CPM, além do que preconiza o
art. 153, § 11~, da Constituição Federal, de 24.01.67, manti-
da pela Emenda Constitucional nº I, de 17.10.69- (sic) "que
impÕe-se assim a unificação das penas impostas aos réus, em
se tratando de pluralidade de agentes e de açÕes com o mesmo
des(gnio, dada a natureza comprovada do delito", pois "seria
inÓcuo, portanto, e injurÍdica a condenação superior a trinta
(30) anos, nas circunstâncias ocorridas no caso em julgamento,
uma vez que a duraçao nao po d e u I trapassar esse per1odo"
N ... , - as-
'- \ Sim concluÍu o Eminente Ministro General-de-Exército RODRIGO
...
OCTAVIO, no seu excelente _..,;.,;;;...;.,;,;;,...;...;;;;..;.
voto vencido, em separado, as pags.
18 (fls. 2103 dos autos), com idêntico entendimento do Exmº Sr.
Ministro Dr. WALDEMAR TORRES DA COSTA, através brilhante e In-
cisivo~ vencido em separado (fls.2141 usgue 2143) os quais,
permissa venia maxima, adotamos como integrantes das razÕes des-
tes EMBARGOS, no que tange à unificação das penas impostas;

4. Do voto vencido do Eminente Ministro General-de-


Exército RODRIGO OCTAVIO é, ainda, a justa e jurÍdica redução
da pena imposta, ao EMBARGANTE - Sgt SIDENI GUEDES- para o
qual, entende Sua Excelência que a pena a impor deve ser fixa-
da em 14 (catorze) anos e três (3) mêses de ~eclusão, como bem
demonstrado está à fl.25 do voto vencido em separado (fl.2111
dos autos) o envolvimento desse EMBARGANTE nas incriminaçÕes de
que está sendo alvo, pois, na realidade, muito menor do que a
dos demais implicados, sob qualquer aspecto do ilÍcito penal
que lhes está sendo imputado, foi a participação do Sgt SIDENI•


I
Pelos motivos expostos, confiam e esperam os EM-
BARGANTES que sejam seus EMBARGOS recebidos, admitidos e julga-
dos provados para o fim de serem unificadas~ penas que lhes
vr foram impostas, bem como reduzida seja a do Sgt SIDENI GUEDES, ./

para 14 (catorze anos e 3 (três) mêses de reclusão, na confor-


midade do~ vencido do Exm~ Sr. General-de-Exército RODRIGO
OCTAVIO, pois do contrário seria injusto - ~ venia - Impor-
-se-lhe pena igual à dos demais EMBARGANTES, notadamente à de
3

seus superiores hierárquicos, como s alientado foi, com indis-


cutfvel propriedade, no mencionado ~ vencido.

JUST IÇA, pois.

Do Rio de Janeiro, para Brasfl ia,


de t975.
\

SIIPERIOi TR IIII-JIIl ..UII


PROTOMt.O N.o 17-fN
Fie. N." 21(

'
Em...l_• 94.-.J
-
• • .:b---


ADVOGADOS

,··

EXMO . SR. MINISTRO - PRESIDENTE DO E. S.T.M ..

CELSO GOMES DE FREITAS FILHO, por seu


Advogado abaixo assinado (doc. junto), com fundamento 1

no s arts. 538 e seguintes do CÕdigo de Processo Penal 1

Milit a r, vem opor EMBARGOS INFRINGERTES DO JULGADO, fa-


ce ao V. acõrdão
.
proferido
.
nos autos da Apelação 39.872-
Est . da Guanabara, no prazo legal, juntando suas inclu-
sas razõ es, nos termos do art . 543 do diploma legal ci-
tado, prosseguindo-se nos demais termos da lei .

P. Deferimento.

Rio 24 de 1975.

II PEBJOI lR1BltNlL DlU RI


~ IN.~ /1- :ZO ,
I
FIL N.0 .:t/') ~
Em.l_ü ~.R_ _'+~ ~
·---------==,-~ __ 1

..
ADVOGADOS

EM DEFESA DO JOVEM
CELSO GOMES DE FREITAS FILHO

Egrégio Tribunal

Duas sao as questões que ensejam o


reexame da matéria nos Embargos opostos.

1 . A primeira delas corresponde a uni


ficação das penas, objeto dos votos vencidos dos
eminentes Ministros Amarílio Lopes Salgado, Rodrigo
Octãvio Jordão Ramos ~ e Waldemar Torres da Costa.
O voto vencido de fls. 2141/2143 ,
da lavra do eminente Ministro Waldemar Torres da Cos
ta, analisa, de forma clara e indiscutível, o fato
de as penas, face aos expressos dispositivos do CÕdi
go Penal Militar, nao poderem exceder a 30 anos de
reclusão.
Entendimento que nao se faz atra-
ves de processo hermenêutica, mas, tão-somente, em
cumprimento de expressas determinações da lei.
Consoante o art. 58 do C.P.M. o
mãximo da pena de reclusão e de 30 anos. 0 art. 79 I

determina a unificação no caso de concurso de crimes-


hipõtese dos autos - ressalvando, expressamente, o
disposto no jã aludido art. 58, ambos do C.P.M .. De
igual modo, o art. 81 do mesmo diploma reitera o mes
ADVOGADOS

• 2 •

mo limite de 30 anos para a pena de reclusão unificada.


Ora, contraditoriamente, o V. acõrdão
efetuou o cãlculo da ~ena invocando as regras do art. 1

79 do C.P.M., praticando porem, data venia, operação i~


completa, posto que deixou de observar a regra do art.
58, expressamente contida na norma invocada.
Ressalte-se que a prõpria douta e
vi g i 1 ante Procurado r i a Gera 1 da J us ti ç a Mi 1 i ta r j ã assim
opinara quando de seu Parecer escrito, constante de fls.
2019 e 2025, através do brilhante Sub-Procurador-Geral.
TamQem o voto vencido do eminente Mi-
nistro Rodrigo Octãvio Jordão Ramos, claramente assina-
la a impossibilidade de as penas excederem a trinta
anos, propondo a fixação definitiva neste limite, ape -
sar dos cãlculos de indi+idualização divergentes do Acõr
dão vencedor.
Assim sendo, esta a primeira materia 1

suscetível de apreciação nos Embargos ora propostos


quando, como uma preliminar, fixar-se-ã o limite mãximo
das penas unificadas, nos termos da 1e i, em trinta anos
de reclusão.

2 . A segunda questão oposta diante da dl


vergência do V. Acõrdão embargado, consiste no fato de
o eminente Ministro Amarílio Lopes Salgado ter condena-
do o jovem ora Embargante, Cabo CELSO GOMES DE FREITAS
FILHO, ã pena de 12 anos e 9 meses de reclusão, sendo 1

aquela pelo art. 205 e esta pelo art. 209 do C.P.M ..


Em verdade, a situação de CELSO mere-
ce destaque, distoando da maioria dos demais reus .


ADVOGADOS

• 3 •

Os autos estão a demonstrar que a sua part i c i pação nos


fatos, não pod e se r encarada da mesma maneira dos ou -
tros.
A po sição hierarquicamente inferior
em r e l ação aos demais, a s ua pouca idade e a r azão fun
dame ntal de não esta r abso lu tamente provado que ten ha
a s ua açao contribuído para a morte das quatro vítimas.
Jã se viu que estã conforme o direi-
to e e jUSta a Uni ficaçãO daS penaS nO limite mãximO I
de trinta ano s . Observe-se, pois, que seria de todo i~
ju sto que o Emb ar. ga nt e recebesse
.
a mesma pena dos ou -
tros r eus muito mais r esponsãveis e cul pãveis .
Por i sto que o § l Q do ar t . 81 esta-
b e l~e a r eduç ão facultativa da pena de um sexto a um
quarto, no caso de unid ade de ação ou omissão, oportu-
nidad e em qu e se poderã estabelecer a dosimetria ade -
qu ada em face da maior ou menor participação de cada
um dos ac usados .
As próprias vít im as chegam a fazer
r est r~ ções quanto ã co ndu ta do ora Embargante Cabo
FREITAS, afirmando que graças a e l e continuaram vivos'
e destacando, inclusive, certos cuidados que mereceram
do mes mo quando mont ava gua rd a aos pri sio neiros .
Ademais, fato inteiramente pro vado '
no processo, na noite de 11 para 12 de janeiro de 1972,
noite em que foram dados como fugitivos as duas primei
ra s vitim as fatais, o Embargante nem sequer esta va no
Quartel, poi s fora dormir em casa.

..
- -- ~~-- ----~--~------------------------~

ADVOGADOS

. 4 .

O próprio Dr. Procurador que funcionou


no julgamento, consoante se vê da Ata, nem chegou a indi
car a pena pedida para o Embargante, deixando a fixação '
ao critêrio do Conselho de Justiça, numa comprovação de
qae atê o Mini stêrio Publico reconheceu a sua menor cul-
pabilidade.
A sensibilidade do voto vencido do emi
ne nt e Mini stro Amar1lio Lopes Salgado, fixando a pena do
Embargante em 12 anos e 9 meses, retrata magnificamente'
a diferença da posição do jovem CELSO GOMES FREITAS FILHO
diante dos demais .
Pleiteia a defesa o prevalecimento do
preciso voto ven cido, acrescentando que a divergência do
voto do Mini st ro Rodrigo Octãvio, que fixou a pena do
Embargante em 30 anos e 6 meses, embora .articulando cer-
ca de 13 anos menos que a decisão majoritãria, na prãti-
ca, re s ult a ria na injustiça do quantum unificado igual
a de todos os demais.
O voto vencido que estabeleceu a pena
de 12 anos e 9 meses de reclusão, sem duvida, ê o que
melhor atende ã realid ade do processo e indica, com seg~
rança, a mais precisa pol1tica criminal .
Junta-se ã presente, publicação do Bo-
letim Interno nQ 167, de 5.9.74, do Pres1dio do Exêrcito,
onde na 4a. Parte - Justiça e Disciplina - consigna-se •
"Elo gio de Interno-Aprovação'', nos termos seguintes:

"Ap~tovo o e..togio a.ba.ix.o, t)oJtmu.ta.-


do pe..to Cm~. da. Cia.. E~e~. Gd
"Louvo o in~e.Jtno Cb. CELSO GOMES
VE FREITAS FILHO, que a.pe~a.Jt de
•I e.~~a.Jt ã di~po~iç~o da. Fi~ea..tiza.
ç~o Admini~~Jta.~iva., mui~o ~em
~-

ADVOGADOS

• 5 •

eolabo~ado com Comando, ~~~


e~~e

balhando apõ~ o ~ê~mino do expe-


dien~e, em ~ua ea~a, em de~~ime~

~o da~ ho~a~ de laze~. Toda~ a~'

veze~ em que ê ~oliei~ado, de


mo~ á~~a boa von~ade e al~a noç~o
de ~e~pon~ilidade, no ~~a~o com
o ma~e~ial a ~i eonáiado.
Exeelen~e da~ilÓg~aáo, ~e~~~a­
balho~ ~e de~~aeam pela eo~~eç~o
e ap~e~entaç~o~ Valho-me da opa~
~unidade pa~a eonei~a~ o in~e~­

no FREITAS a continua~ :', p~oeedeJ.E:_


do com a me~ma exaç~o de a~i~u(­
de~ e, também, pa~a ag~adee~-lo'
pela eoope~aç~o de~in~e~e~~ada ã
Cia. E~ e~. Gd. " .
( INDIVIDUAL) 11 •

O pro vi mento dos Embargos nos termos '


do voto vencido que fixou a pena do jovem CELSO em 12
anos e 9 meses, res ul ta de critério correto, atendida a
s ua rea l posição dentro do processo, alem de correspon-
de r ã ma i s acertada politica crimina ~ , forma pela qual
se rea l iza e se cons uma a

4

Em consequênc5.a susper:da~ se o {ies,_:;on··:o dê Indenização >1e lV7o:l:E


diat e pe~tir de lQ de_ setem1:0 Qe J9"4o

Qabos e· Sd
Func • .Civis
Civis

._s_o_._M_A_ _ _......_2_.d-ll__._t._ _- __ j _·j~-


- .
4ª. PARTE - JlJSTICA E DISCIPLINA
l ..

..... ~ ...--
~'l!I-Hd~: ·:·:O :..·~-:; .PUN:1·ç~f; -r/: PTTi~h.m
-
.. ,~- .....-·.~-----· - ·--- ... ·--····....
~ ~;: +. ,,
I:'.,, ........
L

--~ID.~:ràtt~ rJiA"à.~Cr~1~A"SJ? ~I1~~ ·~~ .


rti~:jor· I.riri:tC ~ ..
l
:t:2y-

PROCURAÇÃO « AD-JUDICIA»
~
J
.... ç~~$.9. ...GQ~$....P..:{!;... f.~. ;:J:.';I;'.b.~ ...f.l.L.H.O.,.... b.r.as.i.l.e ir.o.,....s.oJ..teir.o.#o................
.. ÇêJ:?.9... 9.9.... ~~-~_;-_çJt.9.., .... ª.t"tJ.ª.+.m~.nt~... ~~Ç.9.}:..l:l.~ªº···ªº···~.+.g§J:.gJ.9...ªº· ··E·~-~f: ...............
..~~.:t::.~.!. ........................................................................................................................................................................

pelo presente instrumento de procuração, nomea....... e constitue........ seu........ bastaate


procurador .......... o........ advogado .... ~~.S:.~.<?.... ~~.~.~... ~ ... ~~-~Y.~!.... !?.!.~~.~.~.~.~!.~.L .. ~.~.~.~~~.!.... .
....com...e.s.critÕ.ri.o...nes.ta ...cidade..,:.. regul.a.rmente. .. inscr:ito... na ...OAB... .sob .... .
....9. ...~.9...l.9..~.l~.~·'··~~ªP.R ...~~Y.~.~N~. /. ... P.~.~ê.t.}:..~.:h~9..,....ç.ª·ª·ªªº·'····ç-º-I.l:l... g§ç;~;:;i,..t.9.+..i.9..
...~~~.~~....~.~9.~~~..~ ....::~~~~~-~.~~~~--·~-~-~-~-;:~-~9. ...~.~...9~....~S??. .. 5?. ...~'l. ..~.?..~.!?.~.~....·...~...... .
ILÍDIO MOURA, português , solteiro, com escritório nesta cidade
.. .. .. ... ... .............. ........... .... ............. .. .... .... .......... .. ...... .. .. ...... .... ....... ..... ... . .. ............... . ............. . . .. . .... . .......... ........ .......... 1..

regularmente inscrito na OAB sob o n9 20.408

a quem conf ................ amplos poderes para o fôro em geral, com a cláusula ad-judícia,
em qualquer Juizo, Instância ou Tribunal, podendo propor contra quem de díreito
as ações competentes e defende-.......... ...... nas contrárias, seguindo umas e outras, até
final decisão, usando os recursos legais e acompanhando-os, conferindo-Ih ............, ainda,
poderes especiais para confessar, desistir, transigir, firmar compromissos ou acôrdos,
receber e dar quitação, agindo em conjunto ou separadamente, podendo ainda substa-
belecer esta em outrem, com ou sem reservas de iguais poder.es, dando tudo por
bom, firme e valioso.. ~ .t.. ..~.~.I?.~.9.!ê:l:m~.P..t~.'- .P.g.+.-ª. .. 9.P9.+.....:rgç)..u;:s.o.s ....cab.iv.e.i.s......... .
~~...Y..:....~~§;-.4.ª9. ... Pf9.f.~.~ .:h99. ...P..?~·... ll.P~Jê:Ç.ª-9....n9. ... ~.~..,.8.7..2.,.... p.e.lo... E.•....S ...T... M•..•........

.........................................................B~9...9~ ...J.?m.~.:h~9..t...JA.. 9g ... ê.~.t.~mP.~9. ...gg ..J.~7.4..~ ............... .

DJVJ-o~
(CELSO~
M fwJM &~
SOE FREITAS FILHO

~FfCIO
I . Ore. C ARMEH CO ~ l "
t A it EL IA O
Df NOTAS

A u ro~ IZ Aoo s
Ll:J!Z C\t !~OS .''I:SE1RO
' . ;~:__ ~fr'i/1 ····n.t~:.-.. :,J:·ri3
t r''fnt::,..- ..
"$ ~,..· • t;· · -, ... ~.. \ :J -. 3 S~\i\ i'O~ :.
0cs~ :~ ..c~ :·. ~;.. ~.:_·r-:a ;
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- 5-l;f PER 1-0 R T n. I fLU-N A-L- M_ll.! I ·~ R
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-_ t ~f/'- Og dt... -;Jivf.A ~~.;;

L MILIT~R -----
CRFTA~_!A

R E C E 8 I M E iJ T O
AosQ_~---···dias do mês d~ ..... ~ -- .... . ....................... de 19}S
- - -nesta S e c r e t a r i a , r e c e b i Cbs prê:=: e n te s aut o s com o
------~----h~::::: ........ .. ~ .................... d_o_ q;.J_e _ __
lavro êtte !armo Eu· ~'"""' _. -~ -- ··::?!?.d:z:,...~-
Téc~erv. Jud., pelv C !--to.r-de-S3rVIço escr-ev1. - - ~ --
___ J

- ----+---

lEm__j_J..de................~~---···.......................de 191.~j-·
PRO.CURAD.O~IA GERAL-DA JUSTIÇA MlbHAR
V I 5 T A
I

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~ - ~~·=-~::::::::~::~~~~:~J:~~:7~~~:=~~~':=
-- -<:HEFE-IlA SEÇÃO JUDICIARIA
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- -------------------------

1- - - - - ---------------------------------------
1
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PROCURAOO~A - GERAL DA JUS,TIÇA


SEÇ.Ã.O J UD I C L/-.R IA

Q( - JU NTADA

4
t
•• ,_
.

PROCU RADORIA GERAL DA .JUSTIÇA MILITAR

BRASJLIA , O F

N9 411/75

--------
E MB A A G O S

N9 39 8?2

ESTADO DO RIO DE JANEIRO

RELATOR: Sr. Ministro Or. Jacy G. Pinheiro

3EVISOA: Sr. Ministro Alm. Helio Leite



EMBARGANTES: ·DALGIO MIAA~lDA NIEBUS 1 Cap. Reformado e PAULO AE'ttJAUO
.:' ' ... ,• ' ·, . . ,. ····"./~; .•.

~1IAANDA DA SILVA, 21! Ten. R/2, condenados, cada um



a sessenta e sete anos e oi to meses de reclusão, incut

sos nos arts 205, § 22, inciso III, e 209, caput, c/c

#
o art. ?9, com a pena acessaria de parda do post o e P,!

tente, nos têrmos do art. 96, inciso I, c/c o art. 99 1

tudo do CPM ; SIDENI l.lJEOES, IVAN ETEL DE OLIVEIRA, !!d,

BENS MARTINS DE SUJZA 1 39s sargentos, JOei AUWSTO CRJZ

e CELSO GO.IES DE FREITAS FILHO, Cabos, condenados, cada

----
um, a cinquenta anos e nove meses de reclusão, incursos

nos arts. 53 e ?9 1 com a pena acessaria de exclusao


# ...
do

Serviço do Exército, nos têrmos do art. 102, tudo do


"
CÓdigo Penal Militar.
('

..
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
Embergos nR 39 8?2

EMBARG.t\00: O ACÓrdão do Superior Tribunal Militar, de 21 de junho

de 1974.

EGU!GIO TRIB.JNAL

A Defesa dos acusados DÂLGIO MIRANDA NIEBUS, PAULO AEY


-
NAUD UIRANDA DA SILVA, SIDENI a.JEOES, IVAN ETEL OE OLIVEIRA, JD~

AUaJSTO CFUZ, FUBENS MARTINS DE SOUZA e CELSO GeMES DE FREITAS FilJ-10

~pÕan embargos ~nulidade, infringentes do julgatkJ, ao v. ACÓrdão

proferido pelo Egrégio SUPERIOR TPJ:BUNAL MILITAR ( fls. 20?3/2085 ) ,

com fundement.o no art. 538, do CPPM e baseados nos votos vencidos dos

eminentes Ministros Gen de Ex ROORIGO (X;TÁVID JOR01tO RAMOS, DA. WALD~

MAR TORPES DA COSTA e DA. AMAR:ÍUO LOPES SALGADO.

/ Pretende a ilustrada Defesa o seguinte: -

- unificação das penas desde a sua aplicação para todos

os Embargantes;

- redução de pena para os acusados SIOENI G..IEOES e CE!:

90 GCJAES DE FREITAS FIUiO, de acordo com os votos


'
respectivamente, dos Ministros, Gen Ex RODRIGO OCTÂ
-
VID e AMAR:fUO SALGADO.

A si tu ação do processo apÓs a decisão do STM, com os

~votos vencidos, ensojou a oposição ~recurso de embargos e o parecer



·--·
~
------ --~------------------------------~------~----------------------·------------~

SERVI ÇO PÜBLICO FEDERAL


Embargos n" ::B 872

da
.,--
Procuradoria Geral, data venia do seu anterior pronunciamento
-
es

cri to às fls. 2019 /2Q25, mantêot-se coerente com c exposto no plenário

manifestando-se, assim, de acordo com os votos da maioria.

Com efeito.

. ...
Ao examinar-se a pos1çao individual de cada um dos E!
bargantes resulta o seguinta l -

Na primeira instancia, JXlr sentença do Conselho Espe -

cial de Justiça da 2! Aud do Ex, da 1! C..N, de 22 Jan 73 1 como incu!:

sos nos artigos 205 1 § 29, item III, 209, § 1º, 264, I e 352, c/c os

artigos 53 e ?9, do CPM foram condenados:

- D~U~IO MIRANDA NIEBJS a 84 anos de reclusão;

- PAULO AEYNAUD MIRANDA DA SILVA a 77 anos de


,.
reclu
-
sao;

- RUBENS MARTINS DE SOUZA, IVAN ETEL DE OLIVEIRA e

JO~ AUGJSTO CRUZ :a 62 anos de reclusão;

- SIDENI aJEDES e CELSO DE FAEITAS FIUiO a 58 anos de

reclusão.

O EgnÍgio SJPEAIOR TAIBJNPL MILITAR resolveu alt~ar,


..
por maioria, a apenaçao anterio:rmeate imposta, concluindo pala infr~

ção, dos artigos 205, § 29, inciso In e 209, " caput ", c/c o art.
,-

SERVI ÇO PÚBLI CO FEDE RAL


Embargos n2 39 872

79, do CPM, condenando:

- DALG.W MIAAt-c'OA NIEB.JS e PAULO fEYNAUD MIRANDA

DA SILVA a 67 anos e 8 ~peses de reclusão

- RJBENS MARTINS DE SOUZA, IVAN ETEL DE OLIVEIRA

SIOENI 9JEOES, .JJsf AUa.JSTO CFUZ e CELSO GCJ..,ES

DE FREITAS, por co-autoria e concurso de crimes,

( artigos 53 e 79 1 do CPf.JI ) a 9J anos e nove

( 9 ) meses de reclusão.

Não s e confonnaram com essa decisão, em parte, em-

bora mantendo a condenação 1 os emimentes Ministros GEN EX AODfUGO OCTÁ


-
VIO, DA. WALDEMAA TOAFES DA COSTA e OR. AMAA1UO SALGADO, os quais su~

tentaram os votos seguintes: -

A) - Min Gsn Ex ROORISO OCTÁVIO - aumentava as penas 1

aplicadas a:

DALGIO NIEBUS para 76 anos e 10 meses;

PAULO AEYNAUD para 63 anos i

RJBENS DE SOUZA e IVAA DE CI..IVEIAA para 56 anos

e 3 meses;

..DOC AUaJSTO CFl.JZ para 53 anos e 6 meses;

CELSO DE FREITAS FIIJ-tO reduzia para 37 anos e 6 m~


SERVIÇO PÚ BLICO FEDERAL

Embargos n2 ~ 872
5 •

ses, unificando-as, para 30 anos, dentro do limite

previsto no art. 81, do CPM;

SIDENI QJEOES reduzia a pena para 14 anos a 3 meses.

8) - Min DA. WALDEMAA TOffiES DA COSTA '60rifir:mava as I'JBFJE\s

impostas pela Tuma e acoltlidas pela maioria, uni f!,

cando-as, FXJrém, para 3J anos no limite previsto no

art. 81, do CPM;

c) Mi.n DR. AMARfL.Io SALGADO diminuía a pena de CELSO

. Gt:lAES FIUiO para 12 anos e 9 meses f uni ficando para

3J anos quanto aos demais.

Com apoio nesses três votos vencidos, a Defesa opÕe

os presentes embargos sustentando a unificação das penas, nesta fase

aplicatóriaf a a redüção obtida quanto aos acusados CELSO DE FREITAS

Fiu-tO e SIDENI G.JEOES.

Não obstante os fundamentos constantes dos votos

vencidos de fls. 2086/2111 e 2141/43, elaborados com acentuada erudi

çB.o, não merecem data vania, prosperar, porque decidiu bem o PretÓria

Excefso ao deixar a uni fi cação das penas para a fase executÓria da

sentença, quando, então f em Último caso, se denegada, caberá recurso

em sentido astri to para a Superior Instancia, ex-vi do art. 516, letra

u o ", do CPFM •
•I
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL Embargas n2 39 8?2

A interpretação da lei, an sentido emplo, deve

ser entendida como sua adaptaçao aos casos concretos, a fim de

que, por essa fonna, se obtenha uma justa aplicação, segundo e

pensamento do legislador.

Como toda expressão verbal do pensamento, a '

lei precisa ser interpretada, sobretudo, quando deixa o seu cou


teudo margem à duvidas, como no presente caso.

Apesar de não ser obscuro o que encerra o art.

81, do CPM, quanto ao fato de não poder ultrapassar a pena uni fi-
,
cada o limite de 30 anos, se é de reclusão, ou de 15 anos, se e

de detenção, trata-se, no " sub judies " de diferenciar-se a apl!,

cEÇão da pena de sua duração.

oa! ensiner ANIBAL BFUNO que an certos casos

dev~se sutDeter a lei ao processo interpretativo sistemático


'
processo lÓgico, que obedece a regras e preceitos, cujo conteudo

constitui a Hennenêutica, ou ciência da interpretação. ( " Direi to

Penal ", ed. 1956 - p. 206 Tomo I ) •

O art. 79, do CPM ao tratar sobre o concurso '

--
de crimes manda uni ficar ~ pe'!_as privativas de liberdade.

O CFM/44 que seguiu a orientação do cádigo PJ:,

nal comum quanto à aplicação da pena, despresando o Projeto Alcâ,u

tara Machado que alÊin de distinguir e criminoso primário do reiu

..
SERVIÇO P0BLICO fEDERAL
Embargos ne 33 8?2

cindente l genérico ou especÍfico ) , dividia os delinquentes em

quatro categorias: ocasionais, por tendenaia, reincidentes e habi

tuais, também manteve o critério sobre o concurso material e o fo:nnel

( artigo 66, §§ 12 e 22, CPM/44 ).

Igualmente, ne seu art. EB, declarava que a duração

das penas privativas de liberdade não pede, em caso algum, ser su~

rior a trinta anos.

O atual CPY/69 equiparou o concurso fonnal ao mat,2

rial e adotou os princ!pios do Projeto JlJ.cântare Machado quanto


..
as

categorias de delinquentes, introduzindo a unificação das penas no

texto que trata sobre o concurso de crimes. ( Art. 79 ).

No mesmo sentido, o Projeto ainda não em vigor que

deu origem ao DL n2 1.004/69 ( CÓdigo Penal Brasileiro ) repetia o

taxto do art. 79, do CPM/fB, porém, o DL 6.016/73 a1 terou-lhe a red_ã

çao, preferindo manter a do CÓdigo Penal Comum atual ( art. 51, § 22 )

e no ~t .. 6?, que deu causa aos fundamentos insertos no voto vencido

do adnente i.ün OR. WALDEMAR TORRES DA COSTA, refere-se ao modo de uni

fical'-se as penas privativas de liberdade.

A inovação introduzida no CÓdigo Penal Brasileiro

que foi encaminhado à aprovação do Congresso encontra-se no parágrafo

Único do art. 67, quando declara que " salvo o caso de crime praticado

depois de iniciado o cumprimento da pena, a ·duração da reclusão


..
nao

..
~---------------~~--~~-~- ~-~-- ~-~-~--~~-

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL Embargas n 2 39 8?2

poderá ultrapassar de trinta anos e a de detenção de quinze anos " ( c.Q

DIGO PENAL Quadro Comparativo - Senado Federal - Subsecretaria de E~

çÕes Técnicas - páginas 39 - 248 - 326 - 3?0 e 388).

Assim, hâ que se dintinguir a aplicação da pena

prevista no art. ?9, do CRA, de referencia ao concurso de crimes, onde

a lei manda unificá-las e dita a maneira do procedimen-to, da sua dura


-
ção que é exposta no art. 81, do mesmo diploma substantivo penal castren.

se.

O nosso CÓdigo, no art. ?9, ao determinar a unific~


,...
çao das penas privativas de liberdade, no concurso de crimes, quer seja

material ou formal, agia no sentido de evitar o risco de soluçÕes inju,!

tas ou excessivamente rigorosas, ora evoluindo para o extremo oposto r

ao aceitar o critério da absorção das penas mais leves pelas mais

ves, ora atendendo à acumulação material das penas. ( Ob. cit. pág .....

388 - Exposição de Motivos do Min ALFREDO BUZAID - que deu origem à Lei

n9 6.016/73 ) •

Dizemos isso porque o Projeto anterior norteava-se

na direção do CPM/69, mas o critérl_o foi alterado, no atual Projeto da

CP Comi.JRI e confinaa-se na referida Exposição de Motivos quando expÕe -

in verbis:

n A fÓnnula q tantos crimes - tantas penas A

deve ser reservada para as hipÓteses de


,.

SERVIÇO POBLICO FEDERAL


Embergos nº 39 872

reiteração da vontade criminosa ou quando '

os crimes concorrentes, ainda que resultan-

tes de liDa sÓ ação objetiva, representei~ 1112

mantos perfei temente autônomos no processo'

intelecto-volitivo de agente. oa! a retifi-

cação feita nos artigos 65, 66 e 67, suprj;,

mindo-se o § 52 do art. 121 e o § 22 do art

133, casos de homiCÍdio e lesão culposos

com multiplicidade de VÍtimas, que passem

a ser resolvidos pela regra geral do cou

curso fonnal ".

Vimos, anterionnente, quais as alteraçÕes introduziBas

nos artigos 65, 66 e 67 1 do Projeto antigo, sendo que se consubs


-
tancia, sobretudo, na exclusão da unificação das penas privativas

de liberdade do corpo do dispositivo que trata sobre o concurso 1

de crimes, passando aquela a figurar em norma autônoma - art. 67 -

a fim de evitar a dÚVida que os artigos ?9 e 81 CPM/69 estão a

produzir no Direi to Penal Militar.

Adanais,, o fato do CPM alertar, no caso, de livramento

condicional, no seu art. 89, § 15!, que o juiz deve ter " an conta

a pena unificada u, interpretamos, data venia, que em sendo um be


-
nef!cio que a lei concede ao sentenc~ado, a sua concessão fica a
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
Embargas n 2 ~ 872

merecer do magistrado um exame mais atenta, incluindo-se en

tre os preSsupostas exigidas no " caput " do dispa si tiva, an

apreço ( art. 89 ) •

Da! o próprio CPPM incluir, no art. 516, l e tra "a"

o cabimento do recurso em sentido estrito da decisão sobre ~

11
nificaçãa das penas, do que se valeu o R. ACÓrdão a quo " para

não aplicá-la, deixando para a fase executória.

Para finalizar, basta am raciocÍnio lÓgico e cbeg~

mos à conclusão de que ao mandar unificar as penas, no art.

?9, o CPM quis avi ter uma exacerbação exagerada e di teu as

nonnas de procedimento, declarando, afinal, a exemplo do CPM

anterior ( 1944 - art. 69 ) que a sua duração não pode ul tr~

passar de 30 anos, se é de reclusão, ou de 1 5 anos, se é de

detenção.

Observa-se que a 1 ei é clara ao usar a expressão

" ultrapassar e o que ultrapassa é a duração da pena " e

jamais a sua " dosagem u, porque esta se encontra regulada no

art. 79 e na art. ao, do CPM.

Repetimos que para evitar essa dÚvida, o atual Pf'2.

jeta DL 1.004/69, ( CP Comum ) , com as alteraçÕes introduzidas

pela. DL 6.016/73, estabeleceu no parágrafo Único do art. 67,

bem c1 aro n gue a duração da reclusão não poderá ul trapaasar n


I
daquele prazo al! fixado. ( grifanos ) •

..
SERVIÇO POBLICO FEDERAL
Embargos n Q 33 872

. ..
Dessa fonna, agiu com acerto o R. Acordao, ora

embargado, quando deixou para a fase da execução a uni fi cação das

penas privativas de liberdade impostas aos Embargandos, mesmo por,

que, se a lei diz que a duração não pode ultrapassar dos 3J anos,

no " sub judice • nenhum prejuizo tem os acusados pela dosagem da

pena fixada de acordo com gravidade e a extensão dos delitos prat;t


cados.

Isto posto, a Procuradoria Geral opina no senti

do de ser negado provimento ao_ recurso de embargos opostos pelos

réus, em suas razões de fls. 2218/22 - 2223/24 - 2225/26 - 2227/29,

inclusive quanto à manutenção das penas impostas a SIDENI GJEOES e

CELSO GCL1ES Fiu-tO, pelo voto da maioria.

~ o parecer.

BrasÍlia, DF /I de junho de 1975

~~~~
DE~ PESSOA I
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Procurador Geral do Ministério PÚblico da União

junto à JUstiça ~~litar

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PROCURADORIA G~_RAL.. DA_ J .-

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OF!CIO NA ) O 2 S /DPJ B R A S I L I A - DF

SEGREDO DE JUSTIÇA EH, ~ .:J de junho de 19?5'.

SEllliOR DOUTOR AUDITOR:

Tenho a honra de encaminhar a Vossa Excelência,


para oB fins previ~tos ho art ~? do CPPM, cÓpia do PARECER
da Procuradoria Geral da Justiça l·t ilitar, exarado nos autos de
IDffiARGOS nD 39 872, r~fcrentes a DALGIO lflF.AliDA NIEBUS e OU-

TROS .
A~roveito a oportunidade para apresentar a
Vossa x~elência os prot o3tos de estima e consideração .

11.0 EXhO SR DR AUDITOR DA 2 11 AUDITCRIA DO • ffiCITO DA 1 1 CJl-i

ESTAOO DO RIO DE J!dEIRO


t1SB/
v' -
JUSTIÇA MILIT A R
1.• CIRCUNS CRIÇÃO JUDICIÂRIA MILITAR
2.• AUDITORIA DO EXÉRCITO

RIO DE J ANEIRO, GB l4 de julhO cie 1975


N.· ......lll)...... Do Auditor

Ao Sr. Diretor-Geral da Secretaria d.o

Superior Tri.lnmal Militar.


Assu nto 1 Encaminha documento.
Anems Parecer da PG.TK, em 11 fls.

,.

Beati tuo a V. s•., ap&s C\lilll)rido o que preoeitua o Art. 547


do CPPK, a c~pia do Parecer da POJJI, emrado nos autos de Embargos nt 39 872,
referente• a DtLGio ~ lUEBOS e outros.
No easejo, renovo a v. s•. os maus protestos da estima e

eonsidera~o.

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CERTIDÃO

Certifico que,nesta data,dei intimei· os Dr s. Lourival


Nogueira Lima, l-1a.rio 1-~ttos e Augusto Sus sekind de l.oraes /
Bego, do arece r da Procuradoria Geral da Justiça Nilitar,
exarados nos embargos n2 39 872. Do que para constaT lavrei
a presente certidã o.
Rio de Janei ro, julho de 1975'

Cf.dTIDÃO

Certifico, para os f i ns de direito, que decor-


prazo legal sem que o Dr. Lourivàl Nogueira Lima
impugnasse os Emb, digo , o Pa recer da Procuradoria Geral
da Justiça Vdlitar, exarado nos embargos nº 39 872. Do
que para constar lavrei a presente ce rtidão.-
Rio de Janeiro , 10 de julho de 1~75'
---

CerUfioo, q,_, nesta data, intiMi o Dr. llellarllindo


:liraDda filho, do Par.oer da Prooumdoria Geral da Jurii9& Mil!.
tar, e:mradoanoa embargos n• 39 872.
a presente o.rtidão.
Rio de Janeiro, 11 a. julho derL975

4
I

...
Clflario cJJ'lattos e /1ires da fl?.osa
ADVOGADOS

EXMO. SENHOR MINISTRO 'PRESIDENTE DO EGRÉGIO SUPERIOR lRIBUNAl MILITAR.


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RUBENS MARTINS DE SOUZA, achando-se incurso em


diver sos delitos, capitulados no C~digo Penal _Militar, tendo ofereci-
do, data venia, Embargos Infringentes do Julgado, face ao voto venci-
do no julgamento da apelaç~o de nº 39872,vem, com amparo no que esta-
belece o art. 547 do CPPM, impugnando o douto parecer da I lustradaPr2
,
curadoria, de fls. , pedir venia aos eminentes Mini stros desse Pret2
rio Excel so para que sejam, efet ivamente, sustentados e ~ final pro -
clamados em todos os seus fundamentos, por justiça e por direito, os
embargos, dantes, interpostos pelo Suplicante:

HONRADOS MINISTROS, não pode prosperar,data ve-


• • , • • N
n1a, as respe1tave1s argu1çoes expendidas pelo nobre Procurador Geral
do Minist~rio P~blico da União, ao longo de seu extenso arrazoa do com
que visa a obstar e impedir a pretens~o ensejada pelo embargante,quan
to ~·unificaç~o das pen~, ali~s, defendida pelos demais c~-r~us com
...__...
invulgar brilho, diga-se de passagem.
A tese implfcita com que se apega o i lustre Re-
sentante do M.P~blico, nenhuma re sson~ncia encontra nas diretrizes le'
gais, quando cristalinos se ~ham os legftimos direitos do embargante.

S.Exa., diversificando, inteiramente, a seu bel


N ~ ~

prazer, a interpretaçao do texto legal, procura dar enfase personal1~

sima aos di s postos nos arts.79 e 80 do CPM, pretendendo chegar ~ con-


clus~o uni lateral, pessoal de que" a lei ~ c lar a ao usar a expressão,
ultrapassar e o que ultrapassa~ a duraç~o da pena e jamais a sua do-
sagem". ..
Apoi a-se, ainda,no projeto DL. 1004/69(CP.,com as
introduç~es ditadas pelo DL.6016/73, em seu par~grafo ~nico,do art.67,
para tentar invalidar as aspiraç~es do defendendo, ~nica forma encon -
trada pelo douto e probo parece ri sta, representante do Órg~o P~blico.
Rua o. Manuel, 14 - to - SI 4 - fel. 221·1438


----- - --------------------------------------~----~~~~"~~--~~~~----~~----~~--

cJJ'lario Cl1tattos e fJires da fl?osa


ADVOGADOS

Na sua verberaç~o erudita, tenta con vencer os fn-


clitos Ministros, sustentando a ve rs~o de que" a dur aç~o n~o pode ui-
, ,
trapassar dos 30 anos",quando assente esta, atraves dos embargos ofer~

cidos,com base no : voto venc ido daquele eminente Mini stro, qu e a dosa-
gem da pena, fora mal aplicada pelo juizo a guo,tanto que mereceu, por
parte de alguns, melhor adequaç~o no quantum da pena, que, jamais, po-
deria ultrapassar aquele teto.

Ademai s, a reduç~o da pena ~ fator reconhecido e


se enquadra, perfeitamente, no espfrito da lei, sendo fato incontrove~
so, daf, ~ aplicabi I idade e aceitabi I idade dos Embargos interpostps a
essa Superior Instância, garantidos at~ por suprema imposiç~o do disci
plinado pelo art~SI6, letra 2 do CPPM.

EX POSITIS, espera o defendendo seJa a sustenta -


çao recebida para afinalserem os Embargos oferecidos, julgados proce r.
dentes por esse ColenBo Tribunal, como inteira medida de justiça e de
direito.

U S T Ç A

Rio

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Mario
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Rua O. Manuel, 14 - f.o - S/ 4 - Tel. 221-7438


EsCRITÓRIO DE .ADVOCACIA
AUGUSTO SÜSSEKIND DE MORAES P-EGO
AV. ALM IRANTE BARROSO 90-12•ANDAR SALAS 12 14/1 6
TELS 252-0913·222-48 12 242-9954
RIO DE .JAN E IRO-BRASIL
~

~. SR. MI NISTRO RELATOR DOS EMBARGOS NA APELAÇÃO N9 39.872

Capitão Reformado DALG I O MIRANDA


NIEBUS, nos a utos dos embargos de nul idade e infringentes ao
Venerando Julgado opostos na Apelação n9 39.872, tendo sido in
timado para se manifestar sobre a impugnação apresentada pela
ilustre Procuradoria Geral da Justiça Mil itar, vem, mui respei
tosamente, por seu advogado, no prazo l e g al, SUSTENTANDO os
seus e mb argos, expor na forma abaixo.

O Dr. Procurador Geral, na assentada de


julgamento da apelação, discordando do parecer da Proc uradoria
Geral elaborado pelo Dr. MILTO N MENEZE S DA COSTA FILHO, que
sustentava a necessidade do provime n to do apelo do ora Embar -
gante para o fi m exclusivo de ser unifica da a pena na forma
expressa do artigo 81 do CÓdigo Penal Mili tar, de fe ndeu a tese
da não aplicabilidade dos incisos 79 a 81 do mesmo Diploma Le -
gal, sob a alegação de que o novo CÓdigo Penal Comum não adota
ra essa medida.

Tal argumento, data venia, nao tem q ual-


quer fundamentação jurÍdica, porque os CÓdigos são diferentes
e uma lei só é revogada por outra quando é expressa essa revo -
gaçao. Além do mais, ad argumentandum, a Lei Penal não tem
efeito retroativo e, assim, mesmo que se pudesse, por absurdo,
admitir a tese esposada à Última hora pela douta Procuradoria,
4
não teria cabimento, pois, seria admitir a retroatividade em
direito penal, assunto inteiramente desprezado pelos nos sos
tribunais e pelas nossas leis.
~-~---~~~~~-~~-~~------~---~-~~0 __ -- ---~ -- - ---~-- --- ~ - - -------

EsCPJTÓRIO DE .ADvocACIA
AUGUSTO SÜSSEKIND DE MORAESP~GO
AV. ALMIRANTE BARROSO 90· 12•ANDAR SALAS 1214/16
TEL S. 252-0913 • 222-4812 · 242-9954
RIO DE JANEIRO - BRAS I L

~o O Eg régio SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR,


secreta , por maioria de votos, entendeu q u e a aplicabi -
l idade da unificação ficaria a cargo da primeira instância, c~
em

mo juiz executor da sentença , face ao preceito do artigo 516


letra " o ", do CÓdi go de Processo Penal Militar, que autoriza
recurso e m sentido est r ito para o não conhecimento da unifica-
ção d e penas .

Os brilh antes votos vencidos sustentam


notadamente o do Ministro WA LDEMAR TORRES DA COSTA, o seguin -
te :

" Dir- se-á que o problema da uni-


f i cação das penas, nesses casos,
devia correr à conta do Juiz exe
cutor da sentença .
Mas, força é con v ir que entre os
recursos estabelecidos, em lei ,
se encontra o estabelecido no ar
tigo 516 letra ~ ou seja da deci
sao ou sentença que decidiu so-
bre a unificação das penas .
E se cabe esse recurso é claro
que pode o Trib unal unificar ou
-
nao as penas e em tratando do as
sunto terá que atender às dispo-
sições legais e entre estas se
e n contra o artigo 81, pelo qual
dis p as a lei que " a pena unific~

da não pode ultrapassar de trin-


ta anos ".
Ademais, o C. P. M. atual em seu
artigo 58 dispe que o 11
mÍnimo da
pena de reclusão é de um ano e o
máximo d e trinta anos 11 enquanto
pelo artigo 69 do revo g ado Códi -
go se estabeleceu que 11
a duração
das penas privati v as de liberda-
de não p o de, em caso al g um, ser
superior a trinta anes l! . ..
Torna-se, pois, eviden te que , em
um mesmo processo , as penas pri-
vativas da liberdade (reclusão )
EscRITÓRIO DE .ADvocACIA
AUGUSTO SÜSSE KIND DE MORAES REGO
AV. A L MIRANTE BARROSO 90·12•ANDAR SALAS 12 14/ 16
T ELS. 252 - 09 13 • 222·4812·242·99 54
R I O DE .JAN E I R O-BRASIL

nao podem ultrapassar trinta anos,


pela unificação, conforme dispõem
os artigos 79 e 81 do atual C.P.M.
O novo CÓdi go Penal a ser posto em
vigor torna mais claro esse enten-
dimento quando no § Único do arti -
go 67 fixa que : "Salvo o caso de
crime praticado depois de iniciado
o cumprimento da pena, a duração 1

da reclusão não poderá ultrapassar


de trinta anos e a de detenção de
quinze anos 11

Nesse particular, estou com o lÚci


do parecer da Procuradoria Geral ,
na parte em que reconhece que a
sentença não aplicou o disposto no
art. 81 do C.P.M., o que deve ser
feito por este Tribunal, uma vez
que, como assinalado e comprovado
nos autos, foi motivo da apelação
da defesa, o que também está fixa-
do no voto vencido do eminente Mi -
nistro General Rodrigo Octávio 11 •

Impu gnando os embargos, a nobre Procurado-


ria foge ao debate e insiste no seu ponto de vista anterior , ou
seja, na cautela da aplicação da unificação da pena.

O estudo de S. Exa. é bem feito, é teórico,


é subjetivo, mas, data venia, é ilegal e não tem apoio em qual -
quer decisão. Trata- se, apenas, de discussão teórica e que S.
Exa. procura carrear para o processo impressões pessoais, demon~
trativas de sua cultura, mas que nao abalam sequer o disposto na
lei, que é taxativa.

Assim, no pofito real dos embargos, ou se -


Ja , que a aplicação da medida deve caber ao Egrégio SUPERIOR TRI
BUNAL MILITAR, S. Exa. abandonou completamente, sem trazer um só
elemento a seu favor.

DIGNOS JULGADORES - a questão dos embargos


é simplÍssima : V. Exas ., segundo os próprios termos do Venera~
do AcÓrdão, têm o dire ito de rever e decidir sobre a unificação
da pena, quando, de modo contrário, decidir a primeira instância~
ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA
AUGUSTO SÜSSEKIND DE M ORAES H EGO
AV. ALM I RANTE BARROS O 90-12!ANDAR SALAS 1214/1 6
TE L S. 252-0 913 · 222-4812·242- 9954
R I O DE vANE I RO- B RASIL

Logo, permissa max1ma ven ia, se o Egrégio Tribunal pode re v er,


também pode, expontâneamente, examinar o caso, notadamente quan-
do o assunto da unificação não sofre qualquer impugnação.

A nobre Procuradoria não contesta o direi -


to à unificação, o brilhante parecer do Dr. MILTON MENEZ ES DA
COSTA FILHO é taxativo, razões pelas quais, até por uma medida '
de ECONOMIA PROCESSUAL, caberia, como cabe, data ven1a, a este
Excelso Pretório decretar a unificação.

Os crimes atribuÍdos ao Embargante são to -


dos da mesma ocasião e em concurso, razão pela qual a unificação
é obrigatória.

Por todos esses motivos e pelos doutos su-


plementos desse Excelso Pretório, espera o Embargante o recebi -
mento e provimento dos embargos, pana o fim de ser unificada a
pena que lhe foi imposta, na forma expressa do artigo 81 do Códi
go Penal Militar, tudo por ser de direito e da mais necessária

J u s T I ç A

Do Rio de Jane i ro para

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P,ellarmindo O!Ciranda 3ilho
Avenida Amaral Peixoto, 370- Sala 4 76
. Niter6i- R . J . - Te/ : 718 - 7719

ç~ ~e proce~er ~e tal maneira e


se o assunto foi m~ ain~a,

,tivo ~rgui~o qu~n~o ~~ apel~ç;o pelo ora embargante, n;o I


se justifica a omissão ~o Excelso Pretório, como muito bem
ficou esclqreci~o no voto lúci~o e seasato ~o Ministro Wa!
~eme. r Torres A~ Costa.

~~emais, é
se convir que tao frágil/ ~e -
é a argumentação ~a impugnação, que seu ilustre autor a I
procura robustecer no nôvo có~igo Penal Comum, o qual nem
-
siquer entrou em execuçao, como se a lei puAesse retroagir
em prejuízo ~o acusaAo.

Entrementes, reconhece ainAa o ~igno Pr~


curaAor Geral que, como to~a interpretaçao verbal Ao pensa- -
mento, a lei precisa ser interpretaõa e que, no caso em pa~
ta seu conteú·~o ~eixa margem à .:túvi.:ta. Logo .. se êsse é seu
pensamento , por que nao ~irimi-la em favor .:to embargante?

F~ce ao exposto e ~inAa, mais os ~outos/


suplementos ~os Senhores Ministros, espe~ o embargante o I
recebimento e provimento .:tos embargos, para o fim Ae serem
,., ,
unifica~~s ~s pen~s impostas, nao so por ser ~e Aireito co-

mo t~mbém rt~ m~is cristalina

Justiça.

Rio Ae Janeiro,l4 .:te julho ~e 1975.


M za. ,,@&"~ ,
Bellarmin.:to MiranAa filho- Artvo~.

Insc. Nº 1.969- R.J. N


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SUPERIOR T RIB UNAL MILITAR
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CERTIDÃO
e~~ilfiiC'O...! pari OI devidos fms. que os presentes auto!_ P!fi
ffiãfl~@@fâff\ tl@(iih~ Diratorla de Serviço Judiciário durante o
·~Nu~ ~~ ~
fl§rrªª~ dê~"!;(.,;;:.";;,.=,,,,,...~...........-.~·-·····-·······································-··-··-·---
' ). ,

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eraiU~ ~ de q,r
., do que. para constar. lavrei a presente~
de 197 t>- -

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-~' :_ ta-~

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- - -- ----- -- -

SUPERIOR TRIBUNAL lLl-.\R


RE-E-EBIME-NT-0 E CCNOt..U - IJ

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fcr1 .,i ê• > a..i•"<> e--q;;;·. . ~~ ~m.• ~.
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Téc. Serv. Jud., pelo Diretcr.Geral

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S U P lo.:.
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1 Aoe!?-e -·- r' LP. G ci:_) :·:(l c': --~~ .. ~:.) ~n, do__l!J.J....~-
4- n9lfta '"'· c3~-.~;c, f .,_ •1 · - ·.- •·r·~· )-:.•--·v a u tos

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Oficial J•Jirit~~· i0 . r·--).,· ~ 1;,~:.- · .. ·.··r:• l ('r:cre i.


• • - ., •• . , \ I 8 -···"-·~~"!'""'':5!-"'"---------,.;;;;;;1-'

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-------
-- - - - - - - -

SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR


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ne··•a ''e-
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-
" •·t ····
:.! •- do(s)_
Ji!...!__

E·J__~ oún ~b--~~-=t~-- ....


-1 -?c. ....c.·,... r•t. . iud.. r::·-?.1~
t· Oirot~r-6~- Serviço ascrevi.

------------,
-- - - - - - - - - - -
ADVOGADOS
I

'
EXMO. SR. MINISTRO DOUTOR JACY GUIMARÃES PINHEIRO
DD. MINISTRO-RELATOR DOS EMBARGOS N9 39.872

r~~.
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~{L..&~ t0; .A-Lé?UU. ~ rvta~ f&~
~ --G /~ ~~/}-e XL-e

J-/~12-4----
FILHO, por
seu Advogado abaixo assinado, nos autos dos
Embargos em epígrafe, vem dizer a V.Exa. que por
um equívoco da 2a . Auditoria do Exército da la.
C. J .M. deixou de ser intimado para ciência do P~
recer da dout~ Procuradoria Geral da Justiça
Militar , razão porque ficou impedido, contra a
sua vontade, de sustentar os Embargos oferecidos,
na conformidade da lei processual penal militar.

Conforme V.Exa. haverá de ver ifi-


C'"..i car nos autos, por um lapso da Auditoria o signa
C>"')
·-
r.: ·-
-.s tário deixou de ser intimado, motivo pelo qual
-J
~~· ..,_..,,..1
não pÔde cumprir · a indispensável disposição da
-· . '
. I
lei adjetiva •
- ' -'
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o-. I i
SL A fim de evitar a nulidade do fei
--....-- '
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1--- .)
L!.)
(J)
·N c to, requer a V. Exa . seja determinado a remessa '
c:·· c=
r- i ~......: das necessárias peças do processo para a 2a. Au-
,-
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-t:.;.
ditoria do Exército da la. C.J .M., no sentido de
.:=:'J
c...r.:>
o, ser complementada a providência faltante.
-
Deferimento.

..
l ADVOGADOS

EXMO . SR. MI NISTR O DO UT OR J ACY GUIMARÃES PINHEIRO


DD. MINI STRO RE LATO R DOS EMBARGOS Nº 39.872

CEL SO GO MES DE FREITAS FILHO, por seu Adv ogado


abaixo assinado, nos autos dos Embargos em e~Ígrafe, vem dizer
a V. Exa., em aditamento à pe t ição datada de 15 de agôsto Últi
mo e em cumprimen to ao R. despacho ali e xarado, que peetende -
ter VISTA dos sutos a fim de dar cumprimento ao disposto no -
art. 547 do CPPM, pelo pra zo de cinco dias.

Ocorre que todos os demais Embargante s tiveram


acesso as peças remetidas par a a Auditoria a g uo , para o efei-
to da s uste ntação dos Embargos, notadamente em rela ç ão ao Pare
cer da PGJM. Por um equÍvoco, o Sr . Escrivão deixou de notifi
car o signatário, o que constituiu, embora i nvoluntariamente,
cer ceamento de defe s a e descumprimento da lei.
N
r:-- A providên cia necessária de fazer bai xa rem as
(.0
-3 peç~s aludidas , acarretará uma excessiva demora para todos, e~
p e ~~a 1 me n t e q u a n do o s r é u s e s tão p r e s o s , r a z ã o p e 1 a q u a 1 , p a r a
••
_,_,·
-·1
I (Á.
~
r.::::)

co ~ ibu i r com a ad mi ni stra Çã o da Justiç a, o Re querente pede


""'::·-
SLVI S~J-A d o p r o c e s s o pa r a q u e , na S e c r e ta r i a d e s t e Tr i b u na 1 , p o s s a
~ --
~ re~~cher a fase processual mencionada.
r_ ~
·- (L

P. deferimento.

. Bra sÍ lia, 3~-setembro de 1 975 .

..
-- - --- --------

4
r
- - ~ .:_____~_ _!,._____:._.,.,..------;------

--------- -~------

----------------------- -----

SUPE F~L:;-R Tr::!BUNAL t~lL! AR I

w r_._t
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J .'· ~\

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- c_,:·-··~-~~·~~~~--~-~~ev. .-
Tdc_ ~ . . :, \
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• :~d., fJ . .~iC"· L':r~tcr- . . !j ... ~ :Js-vJ~~o e~cre ·.'l .

c2tJ~í~

-----~---------- oU- ~ ~r---------

- - - - - - --
------
·- - - - - ----------- - - - - - - - - - - - - - -- - --
ADVOGADOS

Exmo . Sr. Minis t ro Doutor JACY GUIMARÃES PI NHEIRO


DD . MINISTRO - RELATOR DOS EMBARGOS N9 39.872.

CELSO GOMES DE FRE I TAS FI LHO, por seu


advogado infra- assinado, na conformidade do art. 547 , ~ o

C .P.P.M., vem dizer a V. Exa., o seguinte:

O douto Parecer de fls. 2240 e segs.,


nada de novo trouxe para a discussão da~u sa, a l ém da diver
gência nascida na própria Procuradoria Geral.

O Parecer constante de fls. 2019/2025


havia concluÍdo energicamente pel a unificação das penas,
com fundamentação inespondÍve l . O Embargante pede venla pa-
ra subscrever integralmente aquele acertado e preciso enten
d imento.

Nesta oport unidade, o eminente Procura


dor Geral, ~ivergindQ do judicioso Parecer exarado por seu
nobre substituto, procurou sustentar~ descabimento da uni -
ficaç~o preten. ida, valendo - se de legislação que não está
em vigor. Inteligente e hábil argumentação. Mas o certo é
que o Dec. Lei 1.004/69, que se~viu de base a S.Exa., ainda
se encontra submetido ao Congresso Naciona l , para apresent~

ção de emendas e sugestões.

Cl aro está, pois, que nenhuma razão as


siste à Procuradoria Geral, nesta oportunidade, representa -
da por seu ilustre Chefe, uma vez que o argumento de q u e
a unificação deve ser pretendida no Juízo ~quo, se reveste
de formalismo incomportável quando se trata de liberdade.
4
ADVOGADOS

2/

Basta dizer que os fatos poderiam ser d i~


cutidos em hábeas córpus, que até de ofício poderia ser con -
e edido por este Eg. Tribunal.

Fazer retornar à Primeira Instância a d i s


cussão da matéria é, data venia, burocracia injustificável,
em matéria penal.

Quanto ao mérito das razoes invocadas pe -


lo Embargante, relativamente aos seguros votos vencidos, o
Parecer questionado não enfrentou; S.Exa., tão somente,e s~

--------
cintamente, opinou pelo nao proviment o.

Assim sendo, os fundamentos aduzidos n o


recurso permanecem inalterados, não havendo o que contradi -
tar na promoção do Ministério PÚbl ico que, repita - se, dei -
xou inteiramente de lado, como se concordasse com todos o s
seus termos.

- ra
Finalmente, o Embargante reporta-se as
zões dos embargos e às do Parecer de f l s. 2019/2025, a fim
de que seja o mesmo provido, nos termos do douto voto venci -
do que fixou a pena a ser-lhe aplicada em doze (12) anos e
Ln
crfl ove( 9) meses que, por si só, já é excessiva.
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SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR
---- -- SECRErAR-tA
CONCLUSÃO

lo;_}2,2. ...d1as do mês


de ... -----~~----: ~o
... _ano de 19.. ?~
- -nesta Secrt~taria, !"aço oe prásen"tes autos concl sos ao Exm~
- -$r- MUJ.istn> __ fb!._k!.'!t.Q ~-- ·- - -- -
cio que 1;:..ao t:sta termo . Eu - - --------------~.) ~ m.:i!-te<-fe...
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T6o. Serv . Jud., pelo Sr. Diretor-Geral, escrevi.

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U ~E R I O R T R f B_U NA L MIL l-f A-R- -
s ,E C !-'t E T ~ f.! I A
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_o_s __JOj__ dias do m':)s de --~~~~-.... ~j.;,_ srt.:~ .;c-. , -:~ -}s_ _
- + -A
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~r"•~n~c • -~~t;;-;
-:-----_--r·-- _-- -- _do q1:1.-. lavro
te termo. Eu --~u.-c?<.4 ~ ...~t::J~---~·.--JV"-­
Otioi&l Judiciário . pelo J"-.r ;~i rato r - <?.er(l.l, escVevi .

I. r .
. -
SUPERIOR- TRIBUNAL MILITAR
_ _ _ _ 11 - - v s l f-=
1 'ú- l--
Em, ~q de ~- de 19~
vis·.~ ~50~~
4

---- Abro ao /[}A-- - : 1-·


Eu ~ at&.s ~h? l]fta. j?-- -
--' ~ (j
Of. Jud., pelo Sr. Diretor~or~~· escrevi. ___ _ _ __.
=


. .. J .. -
PROCUIAOORIA GER-Al OA J IJ ~T I:;~IlJT~
- - - s_tçAO: J.U [)..! C-LÍ-._LL A r: •. ,.. f·
-~ I • I') •

RE c 1: ! I m EN T o
Recebi da Secreteria doSup~rlor
Trltiünef

,Mi. ~=:---t;E:ii'~, ~~9:·~~p


- --- -
d~ m•: de. . ~ ~. . . ~
~

-
1 ~-~ ~
c.HeFEi>Asi.cÀo:~ .

-- --I~Rfl~Wffl~ - crut nft lll~r :LMlUIAl.-- - - - - - -


- - - - - - --1-·- - - .. -,. • . "'· I Â
0 A 1 A

- - - - - - --1 PROCURADORIA - GERAL DA JUSTIÇA


. SEÇAO JU D I C IARIA

-~~~--~~~~----~~~·J UN~A-6-A~---~~~~~~~---------~
PROCU RADOR IA GERAL DA JUSTIÇA MILITAR

Nº 411/75 BRASfLIA, O F

Nº 39 B72
ES~ )~ DO Rir !P JAN2I~O

R2:ATO~: Sr. :~istro ~r. Jacy G. Pinheiro


--~-nSOR: Sr. 1•inistro .lmo Helio Lei te
'1efo:f'Jnado e PAt::.:,o

~~~~--~~~~~~A~S~I~L~V~A 9 2: ~en ~12, con~ena


dos, cana un, a sessenta e sete anos e oito
meses de r~clusão, incursos nos arts. 205 ,
h 2º, ~~ci3o III, e ~09, caput, c;c o art ••••
79, com a pena acess ó ~is de perda do posto e
~atente, nos têrmos ào art. 98, inciso I
'
c/c o art. 99, t-udo do CPF; SID~iNI G'"JEJ:::S
'
I 'iA L E'l'EL DE vLIVI'..IRA' HCB:.:-l~·s : .:ARTI~~s DE sou
ZA, 32s sargentos, JO~~ ·:GCSTO CRUZ e CELSO
Cabos, conde~ados ,
cada um, a cin~uenta aY.lOS e nove meses de re
ch.1.são, inc1·. rsos nos arts. 205 , :J 2º, inciso
III e 209, caput, c/c os arts. 53 e 79, com a
pena acessór~a ~e exclvRão do ~erviço do
Ex8rcito 7
nos têrr.os do art. 102, tudo do
CÓã.igo - ena1 ~ .ili tar.

Er :::BAB.JADO: O • cÓrà.~ o do ..)uperior ...:ri ouna1 l i1i tar, de


21 de junho de 1974·.

...
..
Emoargos nº 39 872

Preliminamer-.te, esta :PGJI: insurze-se ,


data venia, quente a ü1ntada de cÓ~ia de ~ cont~e -razões
~ ~mhar~·o.:s opostos _:-e::!..os ré1.1s reste Processo ensejando uma
oport1Inid~de para nova man~fes~a~ão dos 3robarsantes extempo
ran_êa_, de certo, o q_ue contraria o :'l"'iYJci:::-io evrresso no
art. 153, § 16, da ~1enda Constitucional nº 1/69.

.uanto ao merito, observa- se ~ue outro


armsado - ~el S'"' Gomes de 1"~-..cpi -:as ~lho - tat: bé::.. se inconfor
ma no~ o ~ocisÓrio do ST · e p~e~enue a uni=ica~ão das ~enas
q_ue lhe ::ora:n in:.postas pelo CEJ, da 2 J.. _.ud do Ex, da lg
C.J • -:. •

Os ::o:esiDos argur:J.en tos que nos levaram


-a
cont~ariar os Embargos arresentados pelos demais acvsados ,
no rarecer de =lso 2240/2250, são a~ui ratificados.

Em abono aos 3es~os e ~stendendo

aos derrais Embar~antes, citares como ilua~ração o decisÓrio


r:in. BILLC
do ST"'", proferido ~ Rec. ~· nº 79.226, ~·
l'I .. ':[OJ e.m 5.11.74 e pü.b. no :JJU, de 14- 3- 75,
-
cuja ementa
é a seguinte:
11
Pena. Unificação. Crime continuado.
Decisão, aue ao unificar as penas
,.
i~postas re~n~u os crimes e~ tres
gn~~os. ~re~ensão ao reconhecimen-
~o de v~ só crime continuado. Ine
xistencia de dissiiio ou de negati
va de vigencia do 3 22, do art. 51,
do J.F •• Interpretação, av~ndo mui
to razoavel da lei.
)ecisão : Não se conheceu. Unânime
11
1ª Turma •

..
'Embargos nQ 39 872

:.,.o caso, em especie, o ST'hi, acompanhando


a sentença, reuniu os crimes em dois grupos, para o Embargag
te, considerando-os çont inuado e aplicando as penas dentro
dessa orientação.

Agora os Embargantes pretend em seja r eco


~~ecido, para efeito de unificação, a existencia de~um~----~s~o~'
crime continuado, e, dessa forma, que venha a prevalecer, na
fase de jul&,"B.mento, o disposto no art. 81, do C.P.r.I ••

Hão tem cabimento a pretensão dos Embar


gantes, como já acentuado anteriormente, ressaltanC.o-se aqui
o que }.;reserva o art. 8Q, parágrafo único do C"H~'l, quando de
clara q_ue:
11
l'Tão há crime continuado quando se
trata de fatos ofensivos de bens
jurÍdicos inerentes à pessoa
~
salvo se as açoes ou emissoes - '
su
cessivas são dirigidas contra a
mesma 11

várias foram as vÍtimas, não se podendo ,

-
pois, atender a pretensão dos Embargantes.

E' o parecer.

, DF 30 de se~bro de 1975

41nr:;do-:-;
aã.or-Geral da Justiça I·:ili tar

MS/
-....

-------- PRO€l:HMDORI-A-GE-RAL 9A-dl:JSTI~A-MJLI+AR-w--------­


sEçAo JUDICIARIA
REM ESSA
- - - - - - -1-- - - -F-a-ç-o- re"Trre s-s-a-dos -presentes---a-ut-o~---------~
à Secretar ia do Superit:L· ~i~itar •os
- - - --1--... :?.'C.....dTãSao mês de -···r·'- ·-····· ·----··.. e 1d~~t----------·

~-------------1-::{ · ..~.!2.........f:'-_çe:~i·rf·t~;.~x-õ~!i:"~;r.;/
l': - '-.itr~
.. ...-...-...-t-- - - - - - - - - -.
'h-

... E ·...; .~ ..• ;: . I ~

< L :: c a .,.___..._,.,:.._;~ ~j--,.·


~~
..
r------------it----

1 - - - - - - - - - - - - -- -1---'A:.:.:o::..:s:.... .:3fJ ~d_i_a::o ... . ::.5sae ~ do an~ _,:i=e=--..:;:"""'9__,__S_ _-+---


nes·~r. Sac r t <> l' ia , lll ft rc. a m entre-gu€s os prf:~~F:n1.-:. a u t•:: ,
cem o........._..J._____~h----~--.. .................... - ..- - --..........._____do qut: la vrv
---------~~----=-..........__..Ar.mo~.Eut.kw'~ pt.?2 s~q -
Serv. Jud . , pelo Sr. Di ret-:' r-Ge r al. escr evi.

.. SUP ERIOR TR I BUNA L MIL ITAR


-------------~E C f~~Ê-.~~~~~·~:41-At-----------­

C C N ,; L U S .:. O

#t-os ) - àia• do mês cl~ d o ano (~ 19..... f-0

tE',!~· " iJ $V ~!Zv.L·~'---


-- ---~~ --LJ#~ ú ~~~ .
-----~~U<- ~~- ~~~-'-
----:;-::~--=-==-=-=-·=....-=·=
----= ~ C..---~ t $ ~~ ~ k fo t}~ k;_._.__
-------l:------'--'---'-..:........:......:.:.:.....:. .~ f~<~ • ti?-~~ ~--tL ~~
~-~ "-d~.J _.~~~----=..::::~~..Ao~
/ ú :;v~ 1/.4:-.-J~ o4Lú ' ::......=;....,,-
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:---:-............,..--.....,._....--·~~:.:.. . .~s-~
- - ...s ~~ f__1__M,.k..._ _d_t!-:$.J2..é.___ _
,~·-z ·In· - ~ /J . A~ ~- -~ - . ~ (,1'7:[
- - -- ~l.J'~ c~ ,U!$...U.._
o~ I . ~----=--
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' tú.-b........__
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SUPE-R ~ 9-R
- - "R. ·1::: C
-T--R
st:c ~-< .-:. TP.r<.l
~
ly~~:4 l:-
8 l 1\·1 t:. N T O
....
i\li-t-ti-T-A R- __;:_.----
-------"----

_-+ A.c.s~ J.;? ... __ dias_cio.-lllÊ.s-de .....=.... _f?..~............d-e- a-no--d-e-!4- __i_.,f_ __


f n~st a Secreta r i a lllft íL•r SI:' 6\i t r t'-f l1 f:s (·:, pr;:- ~ " nt ~:o a utos ·____
- 1 ~.;.~;;_. ~-Ç!:·~ - ----~~~- ......... ··- _____ à v ~'.le l a'lr o
ê.,.~ - -t.;;.. -'!v - tt" -~ ~ - ~h? ~~:--f- ~·
Te c. Serv . .; ~.::_._' P_~_l_
o Sr...:. ~ .. ~I .· _ .; r. . . ~! . •, ' ' c i ()
- -·-... . ... .. .- --~ ..- ( ..

T R I B u_N A_1.'----'-!....!..
M I L I T A._._R_ _
S ~ .(_; ~~ [' I /', .. I A

n s ta Se~ .J.:L_ 2.3 r .... ..: ~-~::· ... -~- . 1 ~ .. ..:3 D~·!l-.~1 :z :; s e." Exm. 0

.. 1-~i
--s- L-- ~ ~~ .. t~=:=.. . .... ... ._
ào q U<l :a v~, -.::; -..:::.......:.._ r.h . ~_piO.$ Sú-vfr; ~~v;.l(~~:...=:-------------
Téc. Se r-v. Jud. I pelo Sr. ú ir etor- ... _!· a :t es c,.e • · O

~ s·U P E R I O H T RI 8 U N AL M I L.J_T__A_R_ .____


S ~ C K ~ T _A R .. 1 ~ . .
R Tc
E t B_l__M_ ~ ·N o ·. ':,
Aos_:W ~ias do m~~ de:_______é~~_:
--·
__ d·o . ~no . .d e '19 _.. __lf___
nesta Sec re t a r i a • me fo,ram ~n t regu~s o s pr eSient e s aut os
-com o.--..---~--~~~·..__:_: .. ... d~ que- l avro

::.~6 t ~•.m_o. __!F;·~ ~~~- ~;5. r ~~-;-~Ú F


~ -- --- --- - ··.·.- -
S U P E R I O R T R ,-8 U N A L - M 1-L I T A R-~
SECRETARIA
_f O~CLUSAO
Aos W __dias do mês de______ _!Z_~____ do ano de 19 :? $
·-- - ·-·-~

---------------------- - . \ . -- -- - - - - - - -

~--------

---------------
..

-
./lI
SUPERIOR TRIBUNAb MILITAR _ ,/ 1
AT Ac-~ A_ . 9 ; ~ ~ ~ ~ [ S ~ '" [' ( c- XT rl fi. Orl DI f,J.\ R I .'J ) 1 0'1 .ll Dc= ~JO\_!:: r•18 R.o:·; ,9E/ l 975
- T! _1 "··.C,... t t. .L " 1:1 • • / -: I · .-
PRESIUL['JC~t.\ ?~. i":~ ;\LLSTRO TOJEf\JTE-1:3RIQjíV 1 Ri 8~8 -~~ ~b§~
TO HU[ T Dr. OL. :. 1}::.: l R,'-\ S M1 PAI O• . I _
.-·:tl·/-'-- -----
PROCURAD OP. GU\ AL. DO Ml1\j:srtR IO PÚBLICO DA UfHÂO, /JW ~ !' O À JUS-
TI ÇA MI LIT AR: QR RUY DC LI MA-PE SSOA. I jV
SECRETÁRIO DO TRIBUNAL PLENO: DR CLfiUDIO ROSIE:RE~j
Compareceram os Ministros Alcides Vi eira Carnsiro, Sylvio M o~
teirc Moutinho, Waldema r Torres da Cesta, Jurandyr de Bi zarri
a Mamede , f~ fllarfli o Lo pes Salgad o, ~Jelson Ba;sb'Jsa Sarr.p=:::tj c,, Sy-:
seno Sarmento, Augusto Fragoso, Jacy Guimaraes P i n heirc 1 rl ~lio
Ramos de Azeve dcJ L~ite, Rodrigo Oct~vio Jord~n Ramos, Hun6rio
Pinto Pereira de Magalh~Es Neto, Faber Cintra e Oct~vio Jos~
Sampaio Fernandes.
Às 13.30 horas , havendo nÚmero legal, foi aberta a Sessno.
~ ~da e sem debat e, foi aprovada a Ata da Sess~o anterior4
,I

Processo julgado em Sess~o secreta, no dia 7.XI.75 -6a.feira:


EMBAR GOS

39 .872 - Ri o ~e Janeiro. Relator Ministro J~~y Cuimar~es Pi-


nheiro. Revisor Ministro H~lio L e ito~ EMBARGANTES: -
D/-\ LGIO MIRANDA rHEBUS, Cap. llefuJ:'madc eP~\Ui_O REY-
NAUD MIRMJDA DA SILVA, 2º Teno R/2, • :; r.~denados, cada
um, a sessenta e ~ete anos e oito ~ases da reclus~o,
inc:urs:Js nos arts. 205, § 2 º- ~ inc::iso III e 209,caput
c/c o a~t. 79, com a pena acess6~ia de perda de pos
t n e patente, nos termos do art . 98, inciso I, cj c o
art 99, tudo do CPM; SIDE NI GUEDES, IVAN.ETEL DE OLI
VEIRA, RUBENS MARTINS DE SOUZA, 3ºs Sgts. JOS~ 3UGU~
TO CRUZ e CELSO GOMES DE FREITAS FILHO, Cabos, conde
nados, cada um, a cinquenta anos e nove meees de r i
clus~o, incursos nos arts. 205, § 2º, inciso III e
0n0 ---··..L. __ ! _____ --• __ ,....::7 _ -';'OI'-'"• r 11 t- L- n L J n • n UOtl'

tenÇa do Conselho-Especial de Justiça da Auditoria~


da lOa. CJM, de 3.8.1971, que absolveu JOÃO XAVIER
DE LACERDA e JOÃO BATISTA DE LIM A, dos cr{mes pre -
vistos nos arts. 23, 28 parágrafo Único, 42 e 46;JD
S~ BENTO DA -SILVA e GILBERTO TELMO SIDNEY MARQUES ~
(Revel), dos crimes previstos nos arts. 23, 28 pará
grafo Único e 46 ; WALDEMAR RODRIGUES DE MENEZES i
JOS~ SALES DE OLIVEIRA(Revel), do crime previsto no
art ~ 23; FRANCISCO WILLAN DE MONTENEGRO MEDEIROS,CAR
LOS THOMOSKENKO SOARES DE SALES (Revel) e ANTONIIT
~~IDIAO NETO, dos crimes previstos nos arts 23 e
46, tudo do DL 898/69. (.JULGAME_~T_O_Q1__SESSAO SECRETA)
HABEAS-CORPUS
31.487 - sio ·Paulo . Relator Ministro Sampaio Fernandes. Paci
ente: MOACIR DE OLIVEIRA,alegando que se encontra
preso ilegalmente e incomunicável, sem que a pris~o
tenha sido comunicad~ à _autoridade judiciária comp~

..
SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR
Sessão_____2J.~----- de_ O( .... ~~---P:9.Y..~-~E.~2____________________________ de 19 .7..5..~..

Embargos
································------·--------------··-····-····························
º 39.872
"···············- - - ---- 75)
1to no
Voto vencido dos Snrs. Ministros. - pa-
RAf~ DA
os ofereci dos por DALGIO MI- .VA ,
RANDA NI EBUS, PAULO REYNAUD l>'IIRANDA DA SILVA , :L DE
GDr-'lES
IVAN ETEL DE OLIVEIRA, RUBENS MARTINS DE SOUZA e t ) anos,
~ I CPM;
----------~---+-
J_OS_~__A
_U
_G
_U
_S_TO CRUZ que pretendem a unificaçao t 14 a

I ·
d as penas, P or ~nca b ~ve~s
' · · ~ .go com
en_ f ace d o que dispoe nQ

I<in. N.B • .Sa-rnpaid o art.519 e seu parágrafo único do CPPM , ressal- 2 99 .'
Cel1o
vado aos embargantes o direito de requererem pe-lTEL HO
ts pe-
--------------+r ~an
~ t~
e~o~J~
uiz~ da execução a uni ficação das penas \
Recebeu, em parte, os embargos oferecidos por ~ a ~ os
SIDENI GUEDES E C:8LSO GOMES DE FREITAS FILHO pa-~ses
I
--~------------------------------------- -------~'~- meses
l ra reduzir a pena cue lhes foi imposta para 22 l5d.
l anos e 7 meses de reclusão. .l..51I..."
' RU -
/ acolhiam os Embar os para unificaçã o de pe n a s deVE I RA,
CRUZ e
..in. a. Salgado DALGIO NIAAN.JA NJ3BUS, PAULO REYNAUD Iv1Ifu.NDA DA do Ser
11 ·,L T. Costa SILVA, IVAN ETEL DE OLIVEIRA , RUBENS 11A...iiT INS DE
ci os
tBouzA.e JOS~ AUGUSTO c::.=mz. J LTAI RE
'\ J OS ~ fJ E-
- ~-

PE REIR A, re meter ao Procurador- Ge ral da Justi


ça Militar cÓ pia dos documentos r8 sp ectivos ~
para o pro c ediment o legal cab!vel, na forma
do dis posto no P. rt 442 do CPPM 8 do .inc t ~ o XXI
do Art 40 da Le i de Organ i zaç ão Judici á ria f"'_~.
litar (Dec Lei n º 1003, de 21 Out 69), visto
'não terem ainda s id o julgados pelos crimes s~
metidos, deixando de fazer o mesmo em r elaça o
ao Cel ARIOS WA LDO TAVA RE S GO MES DA SILVA , Ten
Cel GL ADSTON E PE R~ A S ETTI TEI XEIR A, l º Ten M~­
dico ~RIC O AUG USTO LO PES em face do AcÓrdão
do Su perior Tribunal Militar e do Art 153 , §
3 º da Constit uição Federal de 1 967, modi f ica-
·da pela Em enda Const i tucional n º 1 de 17 de
outubro de 1969.
Igual proce dime nto deverá ser adotado em
r e lação a o Cap DALGI O MI RAN DA NI EB US, 2G Ten
R/2 PAU LO REY NAUD MI RANDA DA SILVA , 3º Sgt RQ
BENS MAR THJ S DE SOUZA, I VAfiJ .ETE L DE OL I VEI RA ,
Cabo JOS~ AUGUST O CRUZ, ci vis IR ANIDES FERR EI
RA e NELS ON RIB EI RO DE MOUR A, de acordo com
os mesmos d is ~os itiv o s l egais.

..
SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR EMBARGOS N9 39.872-EST.R.DE JANEIRO.

EMBARGOS - são rejeitados,


no tocante à unificação das penas,
pela inoportunidade e ilegalidade do
pedido. são providos, em parte, pa-
ra reduzir a de dois embargantes ,
cuja participação foi de importância
inferior à dos demais, neste monstru
oso processo de Barra Mansa.

RELATOR MIN. DR . JACY GUIMARÃES PINHEIRO

REVISOR MIN. ALM. ESQ. H~LIO RAMOS DE AZEVEDO LEITE

EMBARGANTES: DÁLGIO MIRANDA NIEBUS, Cap. Reformado e PAULO REY


NAUD MI~DA DA SILVA, 29 Ten. R/2,condenados, c~
da um, a sessenta e se.t.e-.anos e oito meses dê re-
clusão, incursos nos arts. 205, § 29, inciso III,
e 209, caput, c/c o art. 79, com a pena acessória
de perda do posto e patente, nos têrrnos do art.
98, inciso I, c/c o art. 99, tudo do CPM; SIDENI
GUEDES, IVAN ~TEL DE OLIVEIRA, RUBENS MARTINS DE
SOUZA, 39s sargentos, JOSÉ AUGUSTO CRUZ e CELSO
GOMES DE FREITAS FILHO, Cabos, condenados,cada um,
a cinquenta anos e nove meses de reclusão, incur~
sos nos arts. 205, § 29, inciso III e 209, caput, '
c/c os arts. 53 e 79, com a pena acessória de ex-
clusão do Serviço do Exército, nos têrrnos do art.' •
102, tudo do CÓdigo Penal Militar.

EMBARGADO O Acórdão do Superior Tribunal Militar, de 21 de


junho de 1974.

Vistos, relatados e discutidos estes autos, ACOR-


DAM os Srs. Ministros em, por unanimidade, acolher os embargos
opostos por CELSO _~OMES DE FREITAS FILHO e SIDENI GUEDES para,
por maioria, reduzir a·pena a eles imposta para 12 anos e 9 me-
ses de reclusão, incursos nos arts. 205, § 29, III e 209, 11
Ca-
put .. , com a pena acessória de exclusão do Exército, nos termos
do art. 102, tudo do CPM; e, por maioria, quanto aos demais,que
pretendiam a unificação de penas, rejeitar os embargos opostos.
Consoante vemos nas razões dos embargantes, todos
pretendem ·a unificação das penas, nos termos do art. 81 do CPM,
sendo que CELSO GOMES DE FREITAS FILHO também pede a diminui-

Mod. 12
...
SUPERIOR TRIBUNAL MILI TAR (EMBARGOS N9 39.872 - Cont.) -2-

ção da s ua (fs. 2 •.218/2 •.272 e 2.275/2.278) , o que também pede


SIDENI GUEDES.
Sem sombra de dúvida, nesta instância , é uma te-
me ridade a prime ira pretensão, eis que a carnificina , descrita
na peça de abertura da ação penal , é um somatório de bárbaros
crimes, todos autônomos (fs . 2/7, I), contra várias e diferen-
tes vítimas.
Como magistralmente e xpuseram os pareceres da
ilustrada Procuradoria- Geral , da lavra do titular, dr. · Ruy de
Lima Pessoa, às fs . 2 . 240/2. 250 e 2.280/2.282, os quai s pas -
sam a fazer parte de sta decisão:

"Não tem cabimento a pretensão dos


embargantes, como já acentuado an-
teriormente , ressaltando-se aqui o
que preserva o art. 80 , parágrafo
Único do CPM, quando declara que:
-Não há crime continuado quando se
trata. de fatos ofensivos de bens
jurídicos inerentes à pessoa, sal-
vo se as açoes ou omissões suces-
sivas são dirigidas contra a mesma
vítima " (f . 2.282).

Ora, pelo que está , n ao se trata dessa ficção ju


rídica, a que tecnicamente se chama " delictum continuatum" ,. o u
seja , quando a pluralidade de açoes forma um só todo ("-j.uris-
ti sches Ganzes "). e se considera somente um crime ("·nur ein
Verbrechen" ), segundo entendimento da Escola Alemã, pois que
as ofensas foram praticadas contra vários ofendidos.
Logo , face ao disposto no § 19, do art . 81, do
me ncionado código , a tese da unificação, com o seu possível re
sultado (redução f acul tativ a ), não vem à hipótese. Aliás, nem
uma coisa nem outra.
Gratia argume·n tandi, se se devessem unificar tais
penas, no caso, chegar-se-ia à operação teratológica de se igua
larem penas diferentes, por cometimentos diferentes,com maior,
me nor ou pequena intensidade, a um só nivel : 30 anos de reclu-

Mod. 12
SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR (EMBARGOS N9 39.872 .- Cont .) -3-

sao (art . 81, do CPM), o que constituiria uma iniqüidade, um


clamoroso absurdo , um v erdadeiro prêmio para tamanha demonstra
ção de .a utêntica monomania sanguinária !
Diz- se e apregoa-se , através dos tempos: O DI-
REITO ~ BOM SENSO .
Eis a espécie .
Dir-se-á que a pretensão, em causa , deverá ser
ple iteada no juízo e x ecutor da sentença . Aceita-se. t sempre
uma pretensão , tanto assim que a let. 11
0 ", do art. 516,do CPPM,
na negativa , ensejaria o recurso propriamente dito.
Agora, o que nao se pode é misturar alhos com bu
galhos ou se tomar a nuvem por Juno , sob a argumentação de que .
quem pode o mais , pode o menos, em se admitindo , como recurso
estrito, o recurso de embargos !
o Direito é uma ciência subjetiv a , mas nao chega
àquela versatilidade que se e n contra no maravilhoso 11
Baú de
~ssos ", d e Pedro Na v a , quando elastece e estiliza os anexins :

"Em terra de cego , quem tem um olho


é rei. Em terra de rei , quem tem um
olho é cego. Em terra de olho , quem
... • 11
tem um cego e re1 ••.

t: o que se quer.
Quanto à diminuição das penas impostas aos embar
g a ntes SIDENI GUEDES e CELSO GOMES DE FREITAS FILHO, impÕe-se
pela s u a menor participação no drama shakespeariano, macabro,
infernal, que teve , por palco, uma das Unidades do nosso Exér-
cito , cuja crueldade e frieza de sentimentos, ultrapassaram,de
muito , a sentença , "ad terrorem", de Da. Maria I a Louca , de
Portugal, no processo conhecido dos Inconfidentes !
Não há mais o que se argüir nem se lamentar.
Basta !

Superior Tribunal Militar ,? de novembro de 1975.

GAB/MP / CRK.

Mod. 12 ..
SUPERIOR TRIBU N AL MILITAR (EMBARGOS N9 39.872 - Cont.) -4-

r~ A~~ ..
MIN. TE~~G . DO AR CARLO HUET DE OLI
VEIRA SAMPAIO-PRESIDENTE.

r- ~;:;;;, ~_,~v
MIN. DR. JACY GUIMARÃES NHEIRO - ~~·. r \

AI _:_I.r 0 -·~(V" ~IÀ/v-~ ._)


~-~R. ALCIDES VI RA CARNEIRO.
1

/~. . . /
~t6-<Jc~~
MIN. ALM. ESQ. s1ivio MONTEIRo MOUTINHO.

MIN . GEN. EDE.

MIN.DR.~
C/-7 1~ ·

'

Mod. 12 ..
SUPERIOR TRI BUNAL M ILIT AR (EMBARGOS N9 39 . 872 - Cont .) -5-

~z~.- c._, .o:~::.,. ~ ~fCé'-""..: .-. é~,..~;:~ #~ ~,· -~/.--~.


-t~~~d~, 1~-;::;::z ~x-r~~~'"' _
~~ c.. . ~'i1-~e--t. :?'? ,tez--, ..
/
-9- ~~J_, ... {{ ~a. ~J-2.1 *
~
MI N. GEN. ~~ SO.
'/

MI N. ALM.

MIN.
cioo? 'N
4-. RAMOS - VEN-

-:JF~ floa.R4f!._~
MI N. T~N. BRIG. DO AR H~RIO PINTO PEREIRA DE
MAGALHAES NETO . .

_c:;-ak~
(
MI N. ~· DO AR FABER CINTRA .

"FUI PRESENTE"

Mod. 12 ..
SUPERIOR TRI BUNAL MILIT AR

VOTO DO MINISTRO GEN EX RODRIGO OCTAVIO JORD~O RAMOS, NOS Er-18AR


GOS N2 39.872

Apreciados devidamente os presentes Embargos " ex-vi'' do


Voto constantes das fls 2086/2140 é oportuno ressaltar:

Considerando que consoante estabelece o parágrafo Único


do art 8 0 do CPM, c/c os art 79 e 81, do mesmo instrumento legal,
além de um concurso de crimes ocorreu um crime continuado - visto
as açÕes sucessivas de sevÍcias e torturas serem dirigidas contra
as mesmas víti mas e pelos mesmos agentes - impondo-se assim a uni
ficação de penas;

- Considerando que conforme estipula o art 81 do CPM, a


pena unificada não pode ultrapassar de 30 anos, se de reclusão e
15 anos se de detenção, em concordância com o art 58 do mesmo di
ploma legal que limita a 30 anos a pena de reclusão;

- Considerando que examinadas as Provas dos Autos ficou


constatada a culpabilidade dos acusados proporcionalmente "'as
-
a ç oes praticadas merecendo, por isso, dosagem diversa nas penas a
serem a plicadas, consoante estabelece o § 1º do art 53 do CPM;

- Considerando que a desigualdade nas sançÕes aplicadas


aos agentes executores, decorre de imperativo legal {art 81), ain
da que as suas culpabilidades sejam diversas;

- Considerando que é manifesta e evidente a falta de tipici


dada do art 352 do CPM, em que foram enquadrados o Cap DALGIO MI
RANDA NIEBUS, 2º Ten R/2 PAULO REYNAUD MIRANDA DA SILVA, 3º Sgt
RUBENS MARTINS DE SOUZA, Cabo JOSt AUGUSTO CRUZ e civis IRANIDES
FERREIRA e NELSON RIBEIRO DE MOURA, com a possÍvel anuência ou c~
. "' . do Ten Cel GLADSTONE PERNASETTI TEI XEIRA, no que concer
n1venc1a
ne aos crimes de destruição a vilipêndio de cadáveres;

- Considerando que os art 211 e 212 do CÓdigo Penal Comum,


bem tipificam esse ato criminoso, cabendo, assim, à Justiça Comum
a sua apreciação ;

Mod . 12
~---------------------===~----~~~==~---=------------------~-----------~

II

SUPERIOR T RIBU NAL MI LITAR

Continuação do Voto do Min Gen Ex Rodri go Octávio Jordão Ramos


no s Embar gos nº 39.872

- Considerando que a tolerância ou negligência são for


ma s de irresponsabilidades ou cumpl icidade, incompatíveis com o
dever funcional, máx i me em se tratando de militares no exercÍcio
de Comando, tornando-se assim passíveis das sançÕ es pena is nas
deliquênci as verificadas, tal como sucedeu com os Cel AR I OSWALDO
TAVARES GOMES DA SILVA - ainda que em férias (mas permanentemen-
te no Quartel e alertado por denúncia da irmã de um dos soldados
a ssassinado s ), Ten Cel GLADSTONE PERNAS ETTI TEI XEI RA e Cmt de
Subunidade s ;

- Considerando que o médico da Unidade, 1º Ten ~ RICO AU


GUSTO LOPES, esquivou-se de cumprir o seu dever profissional e
militar, deixando de socorrer os seviciado s e não tomando junto
a os superiores as providências exigidas para que cessasse a cha
cina que se processava pelo Cap DALGIO MIRANDA NIEBUS e sua aqui
pe;

- Considerando que os Cap VOLTAIRE ANTONIO DE CARVA LHO ,


2º Ten PEDRO MIGUEL CALICHO, 1º Sgt GERALDO JOS~ PEREIRA, 3Q
Sgt NIVALDO AMARO DA SILVA, violaram o dever militar e inci diram
em delitos penais, conforme s~ infere do IPM, agredindo ca mara
das indefeso s a quem deviam p rot eção e resguardo ;

- Considerando que uma apreciação mais mi nuc iosa dos Au


tos, evidenciou que o Cabo CELSO GOMES DE FREITAS FILHO, foi acu
sado pelo Encarregado do IPM, confirmado po steriorment e na Aud i
toria, por mais de uma testemunha, de ter espancado, dos mortos
ap e nas o Soldado GEOMAR e ainda os Soldados APAREC ID O DIAS r~ACH~
DO, LUIZ GONZAGA PEREIRA, C~LIO FERREIRA, JOSt GET0LIO NOVO PAU
FERRO, S~RGIO AMORIM VIEIRA e H~LIO BOTELHO LUIZ;

- Considerando que tai s crimes, pela i nfâmia de que se


revestiram atentam co ntra a Lei Magna e os mais sagrados deveres
humanos - violando ainda a Declaração Universal dos Direitos do
Homem e os Direitos e Garantias Individuais, constant es do art
153 da Constituição Federal - evidenciando um estado paranoico
de verdadeiro delÍrio, capaz de, em sua continu i dade, aba l ar os
alicerces de qualquer Nação democrática;
Mod. 12 •
III

SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR

Continuação do Voto do Min Gen Ex Rodrigo Octávio Jordão Ramos


nos Embargos nº 39.872

- Considerando que cabe ~ Justiça Militar a salvaguarda do


comportamento ético e da dignidade das Forças Armadas,
VOTO NO SENTIDO DE ACOLHER PARCI ALMENTE OS EMBARGOS:

a) - para reduzir as penas unificadas do Cap DALGIO MIRAN


DA NIEBUS, 2Q Ten R/2 PAULO REYNAUD MIRANDA DA SILVA,
3Q Sgt RUBENS MARTINS DE SOUZA, 3º Sgt IVAN ETEL DE
OLIVEIRA, Cabo JOS~ AUGUSTO CRUZ e Cabo CELSO GOMES
DE FREITAS FILHO ~ pena unificada de 30 (trinta)anos,
de acordo com o art 81, par~grafo ~nico e 58 do CPM;

b) - reduzir a pena do 3º Sgt SIDENI GUEDES para 14 ano s e


3 meses de reclusão, como incurso no artigo 205, § 2º,
incisos III e IV, homicÍdio doloso, com torturas no
,
Soldado Juarez Monção Virote e Art 209, § 1º - sevl.
cias continuadas contra os Soldados Célio Ferreira
Nilson Senhorinha Marcato e Hélio Botelho Luiz, c/c
Art 79 e 80, tudo do CPM, fixadas as penas bases da
seguinte forma:
Art 205, § 2º, incisos III e IV •• 12a x 1 = 12 anos
Art 209, § 1º • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 7m x 3 = la e 9m
13 a e 10 meses
Redução pala Última parte do
Art 79 .•...........•.•..•.....• 10m 15dias
12a 11m 15 dias

c) - Reduzir a pena ao Cabo CELSO GOMES DE FREITAS FILHO


para 13 anos e 6 meses, como incurso no Art 205 § 2º,
incisos III e IV homicÍdio dolo s o ao Soldado Geomar
Ribeiro da Silva e Art 209, § 1º - sevÍcias continua
das contra os Soldados Hélio Botelho Luiz, José Getú
lia Novo Pauferro, Sérgio Amorim Vieira, Célio Ferrei
ra, Luiz Gonzaga Pereira e Aparecido Dias Machado ,
c/c o Art 79 e 80, tudo do CPM, fixadas as penas ba
ses da seguinte forma:

Mod. 12
IV

S U P ERIOR T R I BUNA L MI LIT AR

Continuação do Voto do Min Gen Ex Rodrigo Octávio Jordão Ramos,


nos Embargos nº 39.872

Art 205, § 2º, incisos III e IV •••• l2 anos


Art 209, § 1º····· 3 meses x 6 = la e 6 meses
SOMA ••••••• 13a e 6 meses
Redução pela Última parte
do Ar t 7 9 •••••••••••••••••••••• 9 meses
TOTAL •••• 12 ano s e 9 meses
- Desprezando as agrava~tes do art 70, letra a e b e
Art 72 inciso I.

d) - Aplicar as penas ace s sória s :


1) Nos termos do Art 98, inciso I, c/c o Art 99 do
CPM, ao Cap DALG!O MIRANDA NIEBUS e 2º Ten R/2
PAULO REYNAUD MIRANDA DA SILVA, da perda do po s to
e patente.

2) Nos termos do Art 102 do CPM aos 3º Sgt RUBENS


MARTINS DE SOUZA, IVAN ETEL DE OLIVEIRA, SIDENI
GUEDES e aos Cabos JOSl AUGUSTO CRUZ e CELSO GO
MES FREITAS FILHO, de expulsão do Serviço Ativo
do Exército.

3) Considerando que existem nos Autos indÍ c ios de o~


tros crimes praticados pelo Cap VOLTAIRE ANTONIO
DE CARVALHO a 1º Sgt GERALDO JOSl PEREIRA, reme
ter ao Procurador-Geral da Justiça Militar cÓpia
dos documentos re s pectivo s , para o proc edimento
legal cabÍvel, na forma do di s po s to no Art 442 do
CPPM e do inciso XXI do Art 40 da Lei de Organi z~
ção Judiçiária Militar (Dec Le i nº 1003, de 21
Out 69), vis to não terem ainda s ido julgados p~
los crimes cometido s , deixando de f az er o mesmo
em relação ao Cel ARIOSWALDO TAVARES GOM ES DA SIL
VA, Ten Cel GLADSTONE PERNASETTI TEIX EIRA, 1º Ten
4
I
Médico lRICO AUGUSTO LOPES em face do AcÓrdão do
Superior Tribunal Militar e do Art 153 - § 3º da
Constituição Federal de 1967, modificada pela
Emenda Constitucional nº 1 de 17 de outubro de
M~d. 12 4
1969.
v

SUPERIOR TRIBUNAL MILIT AR

Continuação do Voto do Min Gen Ex Rodrigo Octávio Jordão Ramos,


nos Embargos nº 39.872

Igual procedimento deverá ser adotado em r~


lação ao Cap DALGIO MIRANDA NI EBUS, 2º Ten R/2
PAULO REYNAUD MIRANDA DA SILVA, 3Q Sgt RUB ENS MAR
TINS DE SOUZA, IVAN ETEL DE OLIVEIRA e Cabo JOSt
AUGUSTO CRUZ civis IRANIDES FERREIRA e NELSO N RI
BEIRO DE f\10URA, de acordo com os mesmos dispo si ti
vos legais, referentes aos artigos 211 e 212 do
CÓdigo Penal Comum.

t o VOTO.

Bras!lia,DF, 07 de novembro de 1975

. w~JORDllo RAMOS

Mod. i 2 ..
- - -~------------------

------~R_ ~_M
_E 5 S A

-----
---------.....··-------··········-·- ..------- /""

--:;:;---- - - - - - - - - - - - - - -- - --------------- --
~Gt: ~~~J'B.'t.li\Lf\'L MtUTAR
SE~~trll:· ~SSQ-JUf)ICIARJO -------
--=-=-----=-=-
R --==~c___:C=E~B t M E N T O _ __
~os_!i__ctJOS do mês ce CiÚ.~I!UA.d-r-0 de 19) .t"'
- - - - - -rresto Seaêtano, receb1 n presentes autos JfJ)JI .•
----------~:?' ~~e t~rmo. Eo, ~~
--.::::....;.~-~~~-L--~, Ttc. Jud••

-------~ --~-~--------

SE SUPERIOR TRIBUNAL MILIT~R'1: ··~


~~E1MIA • DIY1SAO DE PROCESSO JUDrCI~
C E R LLD A-0- ~-----
~ERTtFICO
'\...1__..
que cos ?-
1
d· d d 4~"' e -"' ~A
•os o m&s e .-..--v ???v-z.-0
-

- <;:I ~.19 '7-\J- ~Oí In-f ·c;J - -


-· - .- _I ,.,.,gr.:~ Q o presente processo e comunica·
Cd. dec.~oc- do TribunQI C:Qm o ,{?0(
OI /v rv"
<.:v-· 1>. IA.vditor do L S 4u~ ~ x .

- : ?;t 8fos~~çrn~~ ~e 19+~


~~u, ~ <?~,?;~~Téc. J.ud'---- - - - -

..
-----
------
.~
/
t/
-------

·---~--SI::JPERIGR TRIBUf\I-Af:-t\.I\H1IL-+fTJ?A~RL__-----------­
SECRETARIA - DIVISÃO LE f.~OCESSO. Jl)DJCIARiOJ
- - - - - - -- - - - - - - -

do que lavro este


Jt l s' l6c. Jud.

SUPERIOR TRIBUr-Jf,L MILITAR


-----~~-------
SECRETARIA - DIVISAO DE PROCESSO JUDICIARIO
;:.JUNT,A,D~ 'vf-.
fy.os ·f dícs do mês de ~ _..o de 1~_1_"-"
laço juntado a estes oti do (s) do~u ~) q_ue se
legu~~ Q~1ark~~~-~-~~~-------------
__iL;..fl.. ,r., 7'-; Téc. Jgcl..

- ~ ------------------- - - - - - - ------ - - - - -

-----------------
--- --------'


I

--,- --'"''---------- ---- - -- - --

- --- - -------
JUSTIÇA MILITAR
l.a CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA MILITAR
2 .• AUDITORIA DO EXÉRCITO

RIO DE JANEIRO, 31 de maio de 1976


N.o 778 Do Auditor

Ao Sr. Diretor Geral da Secretaria do Superior


Tribunal Militar.
Assunto : Encaminha documentos.
Anexo: CÓpia de Acórdão e RazÕes de Recursos.

Encaminho a v.s•., depois de cumprido o que determina


- o art. 537 do CPPt.I, o acórdão proferido nos autos dos Flnbargos na Apelação nll
39 872, referente a DALGIO I-!IRAUDA NIEBUS e outros, bem como as razÕes dos :re
cursos interpostos pelos Drs. AUGUSTO SUSSEKIND DE :.í.ORAES R:.GO, BmJ.ARJ.ITNDO *
~!.IRANDA FILHO, Ir.~URIVAL NOGUEIRA LIMA. E MAIUO MATTOS.

No ensejo, renovo a v.s~. os meus protestos de elevada

consideração e estima.

-7 ;.,.; 2 " (._,; :;)


jlll( f.~. -)L, 7...~
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..., J

tm :.r. :.. co- \-

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1- ,..
. . . . .i. . "-"'
r ~, 1 ~ r:,; (-
"l.: 1.-- . ..... " ;.

~~- /
DR ALFREDO DUQUE mmfÁRí!ES
.Juiz Auditor

MOD. 257
SRC1l
4
I

...
9 3 • 72 - Cont.)

ão (f • .21 /2.27 2. 27 5/2. 27 J , o qu d


ID I D S.
dúvi , n at ins oi , é
... te-
ir -
ao, i qu
.. carnificin , d scrita
n l, tório d b .. rb ro
• 2/7, I), contra vári difar n-
I •
tr .pu o d
11. tr p cur r 1, 1 vr do titul r, dr. Ruy d
2.2 0/2.282, o qui pa-
faz r rt

-o t cab nto do
argante , corao j ... ntu do n-
t io ente, re 1 ndo-s aqui
pr rva o rt. 80,
único do CP!, quando qu :
-Nao há crime continua o do ae
r t d f to of n ivo d b
jurídico in rente 1-
o s aço ou - uc
iv ão dirigida eontr
v!tim (f. 2.282).

Or , tá, n o s tr t d
lo qu ficção j~
ri ia , t enio nte chama "delictur.l continu c u, ou
ja, qu o plur li aço s fo -
õ todo t~juris-
tisch cri ( n\lr in
rb to ü col , pai
contr v io
o 19, rt. 'l, do
cion do c .. iq a unificação, c o u lvl r
ult o (r duç o tiV ) 1 0 V .. hipót • l i .. ,
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ou i.ntcnoi d , só niv 1 30 os à r clu-

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SUPE RIOR TRIBUNAL MILITAR

VOTO DO MIN ISTRO GEN EX RODRIGO OCTAVIO JORD~O RA MOS, NO S Er-íB.C. P

GOS NQ 39.872

Apre ciados devidamente or presentes Embargos " ex -v i 11


do
Voto constante s das fls 2086/214b é oportuno ressaltar:

- Considerando que consoa nte estabelece o parágrafo Únic o


do art 80 do CPM, c/c os art 79 e 81, do mesmo instru mento leg~l ,
alé m de um concurso de cri me s ocorreu um crime continuado - vist~
as açoes sucessivas de sevÍcias e torturas serem dirigi da s cont~ a
as mesmas vÍtimas e pelos mesmos agentes - impondo-se assi m a uni
ficaç ão de penas;

- Considerando que confor me estipula o art 81 do CPM, a


pena unif icada não pode ultrapassar.de 30 anos, se de rec lusão e
15 anos se de detenção, em · concordância com o art 58 do mesmo di
plaNa legal que limita. a 30 anos a pena de reclusão;

- Considerando que examinadas as Provas dos Aut os f ic oL


...
c on statada a . Gulpabi lidade dos acusados proporcional mente as
-
açoes praticadas me recendo, por isso, dosagem diversa nas penas a
serem apl icadas, consoante estabelece o § lQ do art 53 do CPM;

- Considerando que a desigualdade nas sançoes -


aplicaca s
aos agentes executores, decorre de imperativo legal (art 81), ai n
da que as suas culpabilida des sej am diversas;

Considerando que é manifesta e evidente a falta de tipic~


da de do art 352 do CPt~, em que foram enquadrados o Cap DALGI O .n
R ~ NDA NI EBUS 1 2º Ten R/2 PAU~Q REYNAUD MIRANDA DA
SlLVA, 3Q c- ~
~uBENS MARTINS OE SOUZA, Cab o ~OS~ AU GUST O CRUZ e civis IRAN:DES
FERR EIRA e NELSON RIBEIRO DE MOURA, c om a possfvel anuência ou =~
nivên cia do Ten Cel GLADSTO NE PERNASETTI TEIXEIRA, no que con ce~
ne aos crimes de destruição e vili pê ndio de cadá veres;

- Considerando que os art 211 e 212 do C6digo Penal ~c .. ~


...
bem tipif icam esse ato criminoso, cabendo; assim, a Jus tiça Cc mJ
a sue a preciação;
SUPERIOR T R IBUNAL MIL IT A R
Divisão de Ac: órd3 o e Jurispr udência

i ~?Di~~r-!lo.'-t.!:h~:".'"
CONFE ;,E COM O O i:IGINAL

~ ·___

..
li

SUPERIOR TRIBUNAL MILIYAR

Continuaç~ odo Voto do Min Gen Ex Rodrigo Oct&vio Jord~o Ramos


nos Embargos nº 39.872

- Considerando que a tolerância ou negligência s~o for


mas de irresp onsabilidades ou cumplicidade, incompatíveis c om o
dever funcional, máxime em se tratando de militaresi no exercÍcic
ce Comando, tor nando-se assim passíveis das sançÕes penais nas
deliquência s verificadas, tal como sucedeu com os Cel ARIOSWALDO
TAVAR ES GOM ES DA SILVA - ainda que em férias (mas perma nentemen-
te no Quart el e alertado por denúncia da irm~ de um . dos sol dados
assa ssi nados), Ten Cal GLADSTONE PERNASETTI -TEIXEIRA e Cmt de
Su b uni da de s ; .

- Consi derando que o médico da Unidade , 1º Ten ~RIC O AU


CUSTO LOPES, esqui vou-se de cumprir o seu dever profissional e
militar, deixando de socorrer os seviciados e nio tomando ju nto
aos s upe riores as providências. exigidas para que cessasse a c ha
cina que se processava · pelo Cap DALGIO MIRANDA NIEBUS e sua equi
pe;

Corisidera nd o que os Cap VdLTAIRE ANTONIO DE CAR VA LHO


2º Ten PEDRO MIGUEL CALICHO, 1º Sgt GERALDO JOSt PEREIRA, 3º
Sgt NIVA LDO AMARO DA SILVA, violaram o dever militar e inci dira~
em delitos penais, conforme s~ infere do IP M, agredindo c amara
aas indefeso s a quem deviam proteção e resguardo;

- Co nsiderando que uma apreciaç~o mais minuciosa dos Au


tos, evidenciou que o Cabo CELSO CO MES DE FREITAS FIL HO, foi acu
sado pelo E n carr~gado do IP M, confirmado posteriormente na Audi
toria, por mais de uma testemunha, de ter espancado , dos mortos
apenas o Soldado GEO MAR e ai nda os Soldados APARECIDO DIAS ~AC h~
DO, LUIZ GONZAG A PE REIRA , CtLIO FERREIRA , JOSt . GETÚLIO NOVO PAL
FE RRO, S~ RG IO AMORIM VI EI RA e H~ LIO BOTELHO LUIZ;

- Cona!dorando que tai s crimes , pela inf ~mia de que se


r ave stiram atentam contra a Lei Magna e os mais sagrados d3 ye ~ 23
hunanos - vi ola ndo ai nda a Declaração Universal dos Dire i tos d8
~o~ e m e os Direitos e Garant ias I ndividuais, tonsta ntes do 2rt
15 3 da Consti tu ição Federal - evidenciando um estado p8~a noicQ
C3 verdad eiro delÍrio, capaz de , em sua contin~l dade, a bol a \ os
2li cerces de qualquer Nação democrática;
1/od 12
..
SUPERIOR Tr.IJUNAL MIL J1AR
Divis ã o de A c ê.rd.:io c Ju ri s prud.ncla
CONFhE (.QM O OIJGJNAl

0 ~--. ~~ ~ ~
~ Diretor de Di'fi.aão

4
I

..
III

SUPER IOR TRIBUNAL MILITAR

Cont i nuação do Voto do Min Gen · Ex Rodrigo Octávio Jordão Ramos ,


ncs Embarqos nº 39.872

- Considerando que cabe~ Justiça Militar a .s alvaguar da do


comportamen to ético e da dignidade das Forças Armadas ,
:'
VOTO NO SENTIDO DE ACOLHER PARCIALMENTE OS EMBARGOS:

a) - para reduzir as penas unificadas do Cap DALGIO M IR A~


DA NI EBUS, 2º Ten R/2 PAULO ·REYNAUD MIRA NDA DA SIL VA,
39 Sgt RUBENS MAR~INS·DE SOUZA, 3Q Sgt IVA N ETEL DE
OLIVEIRA, Ca~o JOSt AUGUSTO CRUZ e _Cabo CELSO GO MES
DE FREITAS FILflO ~ pena unificada de 30 (trinta ) a no s ,
de acordo com o art 81, parágrafo ~nico e 58 do CP M;
\
b) - reduzir a pena do 39 Sgt SIDE NI GUEDES para 14 anos a
3 mes-es de reclusão, como incurso no artigo 205, § 2 ') -'
incisos II I e I V, homic.Ídio doloso , c'om torturas na
I
Soldado Juarez Monção Virote e Art 209, § 1º - se u ~

c ias continuadas contra os ~oldados Célio Ferreira


Nil son Senhorinha Marca to 8 Hélio. Botelho Luiz, c/ c
Art 79 e 80' tudo do CPfv1, fixadas as pe·n as bases ca
seguinte forma:
\
Art 205, § 2º, incisos III e I IJ ... 12a X 1 = 12 an os
Art 209, § 1º .·...................... 7m x 3 e 9í:1= la
13 a e 10 meses
Redução pela Última parte do
Art 79 .••• \.•• •..••• •.•..•.••••• 10m 15dias
12a llm 15 dias

c) -Reduzir a , pena ao Cabo CELSO GOMES DE FREITAS F! L!-iO


para 13 anos e 6 mese s , co mo incurso .no Ar t 205 § 2~.
inciso s I I I e IV homi cÍdio doloso ~o Sol dado Geo m2:
Ribeiro da Sil va e Art 209 ; § 1º - s~vÍcia s c onti~u ~
das contra os S6ldados Hélio Botelho Luiz, José
li o Novo Pauferro, Sérgio Amorim Vieira~ Célio F :~=~~
ra , Luiz Gonz~ga Pereira e Apar~ ci do Dias ~a cha do ,
c/c o Ar_t .79 e 80, - ~~.:Jdo do ..C_Prvt, fixadas a s penns
s e s da seguinte fo.:J;nia: :
I
..
SUPERIOR Tr!ISUNAL MILITAR
Divisão de Acórdão e Jurisprudên cia
CONFEKE COM O ORIGINAL

-/~·····~·····~·
'$! Diretor de Divisão --
I
IV
\~ ,{
SU?C:RIOR TRI B UNAL MILITAR

Conti nu ação do Voto do Min Gen Ex Rodrigo Octávio Jordão


\J\ ' Ra mo s ,
no s Embargos nº 39.872

Art 205, § 29, incisos III e IV •••• l2 anos


Art 209, § 1~ • • ••• J rnaees x 6 = la o 6 meses
SOMA ••••••• 13a.' e 6 me se s
Redução pela Última parte
do Art 79 •••• • •••••••••• • •••••• 9 meses
TOTAL ..... 12 anos e 9 mes es
- Desprezando as agravantes do art 70, letra a e b e
Art 72 inciso I.

d) - ·Aplicar as penas ac,ssÓrias:


1) Nos termos do Art 98 , inciso I, c/c o Art 99 do
CPM, ao Cap DALGIO MIRANDA NIEB US e 2º Te n R/2
PAULO REYNAUD MIRANDA DA SILVA, · da perda do pos to '
e patente.

2) Nos termos do Art 102 do CPM aos 3º Sgt RUB ENS


MARTI NS DE SOUiA, IVAN ETEL DE OLIVEIRA, SIDE NI
GU EDES e aos Cabos JOS~ AUGUSTO CRUZ e CELSO GO
MES FREITAS FILHO, de expul~ão do Ser viço Ati vo· ·
do Exército.

3) Considerando que exi stem no s Autos indÍcios de . ou


tros crimes prati cad os pelo Cap VOLTA~RE AN T O N I ~
..
DE CARVALHO e 1º Sgt GERALDO JOS~ PEREI RA, rema
ter ao Proc u rador-Geral da Justiça Mili t ar c Ópia
dos doc umentos r e$pec t, ~vo~, para o procedimento
l~ g~l g~ b !v~l, n~ t~ rmd d6 di e~a~to n o Art 442 ~a
CPPM e do inciso XXI do Art 40 da Lei de Organi z~
ção Judiciária Militar (De c Lei nº 1003 , de 2:
Out 69), visto nãb terem ainda sido jul ga dos pe
los crimes cometidos, deixando 'de f ez er o mes"'::
e m relação a o Cel ARIO~W ALDO TAVAR ES GO MES DA SIL
VA, Ten Cel GLADSTO NE PERNASETTI TEI XEI RA, lQ Tcn
i
I Mé dico lRICO AUGUSTO LOPES em f ac e do AcÓrdão àc
Sup e rio r Trib unal Militar e do Art 15 3 - § 3º Ga
Co nstituição federal da 1967, modif i cade pelé
Eme nda Co nstitucional nº 1 de 17 de out ub ro cc··
rv:::.::: 12
19 69.
SUPERIOR TRIBUNAL MIL ITAR
Divisão de Acórdão e Jurisp rudência
CONFHE COM O O RI GINAL

~ -~;; n~--~-- ·· · -·-·-

..
-
v

SUPER IOR TRIBUNAL M ILITAR

Co ntinuação do Voto do Min Gen Ex Rodrigo Octávio Jordão Ra mos,


no s Embargos nº 39.872

Igual procedimento deverá ser adotado em r~


lação ao Cap DALG~ O MIRANDA NI EB~S, Jº Ten . R/2
PAULO REY NAU D MIRAN DA DA SIL VA, 3Q Sgt RUB ENS MA~
TI NS DE SOUZA, IVAN ETEL DE OLI VEI RA e Cabo JOSl
AUGUSTO CRU Z civis IRANIDES FERREI RA e NELS ON RI
BEIRO DE MOURA, de acordo com os mesmos dis po sit i
vos legais, referentes aos a~tigos 211 e 212 do
CÓdigo Penal Comum.

t o VOTO.

Bras!lia,DF, 07 de novembro de 1975

ll~f/J_/~ -
Ministr'e~ -r.ft~ O ~érir?JORDAO RAf10S

...,
__

..
..· . .. . .
,.


\

SUPERIOr! T~IJUNAL MILITAR


- Di-visão do Ac6rd~o c Ju_rispru~~ncia
CONFLE l..OM O Oi\IGINAL

~-'_;,__ ~Di~~·., .


I

..
I ' ..JUSTIÇA MILITAR
1 .a CIRCUNSCRIÇÃO ..JUDICIÁRIA MILITAR
2,a AUGUTORIA DO EX~RCITO

_c __ E__ EL_T __ l __ D__ Ã__ Q_


mmmmmmmmmmmmrnmmmmrnmmmmmm

CERTIFICO que, dando cumprimento ao venerando 11


acórdão, intimei em suas próprias pessôas os acusados 11
Capitão Reformado DALOIO MIRANDA NIEBUS,~9 Ten.R/2 -
PAULO REYNAUD MIRANDA DA SILVA, '132 Sargentos:- SIDENI I I
GUEDES, IVAN ETEL DE OLIVEIRA~ RUBENS MARTINS DE SOUZA v
e os Cabos:- Josm AUGUSTO CRUZ i CELSO GOMES 1m FREITAS
·PILHQ, de todo o teôr do presente acórdão, dos quais , fi-
caram bem ciêntes conforme se vê de suas assinaturas~
CERTIFICO, ainda, que intimei os Dr. TECIO LINS I
J ~
E SILVA, MARIO MATTOS e LOURIVAL NOGUEIRA LIMA, advogados
respectivamente dos acusados:- ca•o CELSO GOMES DE PREI-
TAS FILHO, 3Q SargentosSIDENI GUEDES e IVAN ETEL DE OLI-
VEIRA e Cabo JOSE AUGUSTO DA CRUZ, de todo o têor do ve-
nerando acórdão, conforme se vê de suas assinaturas.
CERTIFICO, finalmente, qu~ me dirigi aos respecti-
vos escritórios dos Drs. Advogados AUGUSTO SUSSEKIND DE
MORAES REOO e BERLAMINDO MIRANDA FILHO, dos quais não foi
possivel os encontra-los, deixando porém uma not1t1oagão
para cada um com os seus respectivos auxiliares, para 11
que os mesmos compareça a esta Auditoria, a fim de tornar
ciencia do acórdão, em que são seus constituintes o Capi-
1"

tão Reformado DALOI.O MIRANDA NIEBU~ e 29 Ten. R/2 - PAULO


REYNAUD MIRANDA DA SILVA. O referido é verdade e dou fé~

•I

Mod. 258
0E1~IFICO, para os devidos fD1s, que decorreu o prazo
l!ie;al ser.1 c;_ue os defensores do Sargento SID!:.IJ.~I G1.T.!!ID1S e Cabo C'87SO GO-
In<.S DE F'l..JITAS interpuzesse q_ualc.c<.:.er recfurso. Do que, ,P,.,ra constar, la-
vrei a presente certidão.-

Ri c de Je.neiro; 28 de mai:~

~"' ~ A.lt.ou.. l ·~ ·.\.,


Zs~
f

.. ""'

..
Aviso n9 de 1976

Senhor Ministro- Presidente

Referindo- me ao Ofício n9 573/Pres.-DPJ, de

23 de setembro do ano findo, tenho a honra de comunicar aVos

sa Excelência que , conforme parecer da Consultoria Jurídica

deste Ministério , que aprovei, não há razão para ser atendi

do o pedido feito pelo extinto Conselho Penitenciário Fe-

deral, relativamente ao processo a que responde, na Justiça

Militar , PAULO REYNAUD MIRANDA DA SILVA.

Aproveito a oportunidade para renovar a Vos

sa Excelência protestos de alta estima e consideração .

_
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t:.r.) A Sua Excelência o Senhor
L.'")
r . Ten. Brig. CARLOS ALBERTO HUET DE OLIVEIRA SAMPAIO
Ministro-Presidente do Superior Tribunal---Militar
~
BRASÍLIA,DF.~
CONSULTORIA JURÍDICA
PAP~CER NQ 29/76

PROCESSO MJ .. 57 685/75
CJ . 204/75
Interessado . Superior Tribunal IIili
tar.
Objeto .. Graça requerida em fé:vor
de Paulo Reynaud Miranda
da Silva.

Ementa: - :·I ão cabe ao


Ministério da Justiça encaminhar o3 re
querimentos de indulto e comutação de
pena, quando o preso estiver recolj;.ido
a presÍdio militar ( CÓdigo de Proces
so Penal Hilitar, arts. 643/650).

Senhor Consultor JurÍdico

Conforme se vê do exame deste expedie~


te, o Tenente PAULO REYNAUD MIRANDA DA SILVA foi prQ
cessado em segredo de Justiça pela 2ª Auditoria do
Exército (Estado do Rio de Janeiro), tendo sido cou
denado à pena de 67 anos e 8 meses de reclusão, por
infração dos artigos 205, § 2Q, 209, § lQ, 264, nL :. r
e 352, c/c. o artigo ~3.do CÓdigo Penal Militar ( fls
23).

..
2/
, .
Recorreu dessa decisão para o egreg1o
Superior Tribunal Militar, que a manteve por maiorià
de votos (fls. 1), ensejando ao réu recurso de emba~
gos, que se encontram pendentes de julgamento por
aquela alta Corte.

Antes de terminar esse julgamento pela


Justiça castrense, a mãe do réu dirigiu um pedido de
gr~ça ao Excelentíssiamo Senhor Presidente da RepÚbli
( ca, que se veA as
'
fls. 3 do processo em apenso (CPF-
184/75), sÚplica e·ss.a. processada no Departamento F§.
deral de Justiça, Órgão deste Hinistério, que o remg_
. ., .
teu para o extinto Conselho Pen1tenc1ar1o Federal, p~
ra o parecer de praxe.

O Presidente daquele Conselho na certa


inciente de que o processo pendia de recurso no p~

tório máximo da Justiça Militar, dirigiu um Óficio ao


seu Hinistro-Presidente, o Senhor Tenente Brigadeiro
CARLOS ALBERTO HUET DE OLIVEIRA SAMPAIO, solicitando
vista dos autos para melhor opinar.

o magistrado em tela teve dÚvida em


atender ao pedido, tendo em vista o caráter secreto
do processo-crime, e não querendo tratar do assunto
diretamente com o Presidente do Conselho Penitenciá -
rio Federal , dirigiu o ofÍcio de fls. 1 ao eminente
titular desta Pasta da Justiça, solicitando manife~

tasse o interesse do Hinistério no assunto, ratifica!l

4
do ou não o pedido de vista feito por aquele ,
orgao,-
I
que nos pertencia.

..
~------------~~--------------------------------------~- -- -~-~~--~~----~-----------

3/

t o que nos cumpre ten·,:ar aclarar no


presente parecer.

II

Pedidos de vista de prü..:essos-crimes ,


,
tais como o presente, são de rotina, Q~ venia, so
que normalmente são tratados diretamer te entre o Con_
selho Penitenciário e os juÍzes de execução penal.

InEelizmente, o compreensível açodamea


to de uma mãe, ao dirigir pedido de g~aça ao CheEe
da Nação, antes da sentença condenatória de seu filho
passar em julgado , :deucausa a que o Senhor Preside!l
te do Conselho Penitenciário Federal ·.:ambém se adian_
tasse aos ratos, dirigindo o pedido de vista dos au
tos ao prÓprio Presidente do Superior Tribunal Mil i
tar, quando a causa ainda estava pendénte de recurso.

Daí a natural perplexidade manifestada


pelo Senhor Hinistro-Presidente do S.T.H, ao eminen.
te Hinistro da Justiça , pois sua Excelência não tem
obrigação de estar Eamiliarizado, e n~v.n lhe cabe i~

so , com os incidentes da execução penLl, geralmente a


cargo de juÍzes inferiores.

I
Esse , a nosso ver, o equ1voco origin~

dor de todos os outros, e que nos esfc.rçaremos para


con jurar.

ti-I
O indulto e a comutaçãc de penas, p~
4/

previstos no artigo 81, XXII da Constituição, são,por


derinição, concedidos pelo Chefe da Nação aos condena · \
dos , o que faz pressupor a existência de sentença i
\
transitada em julgado.

E~quanto pender recurso, tal nao- ,


sera
possível, por motivos. que não vem ao caso enumerar,e~
tre outros por representar a hipÓtese interEerência
direta do Executivo em causa ainda sujeita à decisão
do Poder Judiciário; além disso, a absolvição intere~
sa muito mais ao réu do que o perdão, pois o limpa
completamente da mancha deixada pelo delito, enquanto
o se~~do apenas o livra do sofrimento da pena.

Isso posto, bastaria ao Conselho Peni


-
-------.- ·-· -- ----
______________
- -- para poupar-
tenciário ser informado da circunstância
se de maiores diligências , pois essa simples prelimi
·"-----
nar é suficiente para o seu parecer, certamente dando
por prejudicado o pedido.

~ o que proporemos, a ·s egÜir, seja C.Q.


---------------- ------------·------------
municado ao Conselho Penitenciário,
- ------ ----- ~ - -·--'
--~-.
, .
.,..,_ ___
juntamente
outros dados que reputamos ute1s ao parecer que
com

ali
será emitido.

IV

OUtro equÍvoco grave, data venia, que


consideramos perdurar no processo, diz respeito ao
tratamento dado ao caso pelo Departamento Federal de
Justiça e o extinto Conselho Penitenciário Federal.
5/

Com efeito, verifi~amos do processo


a..'Ylexo, iniciado no primeiro daqUf.~ les Órgãos e protQ
colizado no segundo sob o n2 CPF ""' 184/75, que em am
bos se pretendeu dar tratamento a c:' caso segundo as
n orrnas previstas no CÓdigo de Processo Penal (Decreto
lei nQ 3. 869, de 3 de outubro de J. 941). (V. fls. 2,
oj. nQ 455, de 2-3-75, da Divisão de Justiça e das
fl. 24/28).

Ora, o crime comet:i.do pelo agraciando


,
e de natureza militar, e como tal os incidentes de
-
execuçao da pena terão de ser regidos pelo código de /
Processo Penal Hili tar_, baixado pelo Decreto-lei n2
1.002 , de 21 de outubro àe 1969, cujos artigos
643/650 tratam pormenorizadamente do indulto e comuta
ção de penas impostas pela Justiçc-1 Hili tar, de manei
ra bem diferente, alias, da que é prevista na legisl~

ção ordinária.

Assim , bastaria ser atendida essa pec:!:!


liaridade para se ver, de logo, que a senhora mãe do
beneficiári·o não poderia substituÍ-lo no pedido de
graça, po1s na Justiça Militar somente o condenado P2.
de f'ãzê-lo, pessoalmente, conforme. se vê do artigo
643 do C.P.P.M.:

"Art. 643. O indulto e a comutação da


pena são concedidos pelo Presidente. da RepÚ
blica e poderão ser requeridos ao Presidente-
da RepÚblica pelo condenado ou, se não souber
escrever, por procurador ou~essoa a seu r2.
go.

' '\\ - 4
6/

o Tenente REYNAUD evidentemente não es


tará na exceção ali prévista, razão pela qual pedido
de comutação formulado por outrem, ainda que seja sua
progenitora, não poderá ser considerado, impondo - se
sua rejeição liminar.

• A • ~
Outra c1rcunstanc1a nao cogitada pelos
Órgãos citados deste Hinistério, . atendidas as pec:!:!
liaridades da legislação castrense, é de que o inte
ressado está recolhido a um presÍdio militar (docum~
to de fls. 23), o que exclui desde logo qualquer ing~

j+-__r_,ê.n-_c~1-·a__d_o_M_,i,....n_1_·s--;;te-::-'-::r:-i-:o:--d-a-:-J-:-u-:s_t_i-:::ç-;a:-::-:n:-~-- assunto,
tendo em
\ \QSta o artigo 646 do citado CÓdigo de Processo Penal
Militar :

"Art. 646, Em se tratando de condenado


militar ou assemelhado, recolhido a presÍdio
militar, a petição será encaminhada ao Hinis
tério a que pertencer o condenado, por inte;
médio do comandante, ou autoridade equivale~
te, sob cuja administração estiver o presí
di o.
Parágrafo único. A autoridade militar
que encaminhar o pedido fará o relatório de
que trata o artigo 645."

vê-se daÍ que, em tese, não haverá se {


quer necessidade de parecer do Conselho Penitenciário
pois o relatório do comandante do presÍdio militar S:!;!
bstituirá a manifestação do Órgão colegiado, e o pedi
do será levado ao Chefe da Nação pelo Ministério do
Exército.

\. Somente na hipótese do militar ser

..
7/

transferido para presÍdio civil é que haverá oportuni


. ., .
da de para o parecer do Cor.·se lho Pen~ tenc~ar~o, e nes
se caso o pedido será levc:.do ao Presidente da RepÚbli
ca por intermédio do Hini~, tro da Justiça ( art. 644
do C.P.P.M. ) .

~
Em suma: o pedido de indulto foi as si
( ------=,._
nado por quem não tinha qualidade para fazê-lo; é in

ça processar o seu encaminhamento, e sim ao Minist~


rio do Exército, por estar o indultando recolhido a
presÍdio militar.
--
- v

Finalmente, cumpre salientar a circun~

tância de, enquanto se pro,: :essava a presente duvida,


ter sido extinto o Conselho Penitenciário Federal,que
tinha entre as suas atribuições apreciar os pedidos
• I
de indulto e comutação de penas impostas por JU~zes

ou tribunais federais.

Isso foi feito por meio do Decreto nQ


76.387/75 , que deu nova estrutura ao Hinistério da
Justiça e transferiu ao Con selho Penitenciário do Es
tado onde se der o fato de ~.ituoso a competência para
opinar nos crimes julgados pela Justiça Federal, Elei
toral ou Militar.

No caso pre :.-::ente, por exemplo, se o


• I
- - - ·- - ·------------------~~-~--~---~-~--~~-=-~ .......
iiiiiõiiiiiiiiii

8/

preso ror ruturamente transferido para prisão civil,


,
competente para apreciar pedido de indulto sera do
Conselho Penitenciário do Estado do Rio de Janeiro.
•, A • •,
AlJ.as, no presente caso, s.m.j., essa competen'CJ.a Ja
é daquele colegiado estadual, ainda que seja para ~

pelir o pedido , se acaso concordar com as razões e~

postas no presente parecer, tendo em vista o art. 72


do diploma citado:

"Art. 72. O Conselho Penitenciário F~


deral passa a denominar-se Conselho Peniteli
ciário do Distrito Federal, cujos membros s~
rão de livre nomeação do Goveraador do Distri
to Federal, obdecida a legislação Pertinente."

VI

CO N CLUSÃO

A •
Em vista do exposto, pedimos venJ.a pa-
ra s ugerir as seguintes providências no presente prQ
--'
cesso , na hipÓtese de este parecer obter aprovação s~
perior:

a) preliminarmente, seja o presente \


processo e ncaminhado à Secretaria-Geral, Órgão
que coordena, neste Ministério, a pÕlÍtica de
con cessão de indulto e comutação de penas;

b) Seja respondido ao Senhor Ministro


do Superior Tribunal Militar que o Ministério
da Justiça não vê razões para que seja atendi
4
I
da a solicitação do Senhor Presidente do exti~
to Conselho Penitenciário Federal, a fls. 3,
9/
.....
por extemporanea;

c) S~ja al~ o Senhor Diretor-G~


ral do D.F.J ., no sentido de mandar processar
os pedidos d~ indulto e comutação de pena, o-
riundos de Jnstiça Militar,-· na forma da legi..§.._
lação que lhe é prÓpria, ou-seja, o CÓdigo de
Processo Pen-. QMill tar (Decreto-lei

1;e Ninistériv, a pediaos de presos recÕlhidos


a presÍdios militares;
n2
1.002, de 21/ 10/69), não da.l'ldo seguimento, nes l
d) Se ja o processo em apenso devolvido
ao Conselho ~'eni tenciário 'do Distrito Federal,
Órgão que sucedeu ao ·c onselho Penitenciário Fe
deral, e atualmente sob a égide do Governo do
Distrito Federal, para decidir como lhe par~
cer de direi to.

S .m. j.

Bras]lia, 9 de fevereiro de 1976

rffiLIO FONSECA
12 Curador do Ministério PÚblico
do Distrito Federal
Servindo na Consultoria JurÍdica

nas.

"'
. .. .
I
,

~~ ~ ~~~~Jf~
;;:::~ y~~ - ?<-V
~k~~~· ~
· ~:k· .· · · .·
/t?· P~- .~/
Tfisa./_L_--

·· '

. '

.
4
I

I
SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR
- - - - - - - - - - - -S'E€RRARIA • DIVIS.AO-DE-PR::CESSO_ J_U=D=IC=IA..::..R::....:IO:::.___ _ _ _ _ _ _ .
_ _C E R T I D A O_ ~__):_ _ _ _ __
CERTIFICO, pcrro O$ fins de direito, QUe no 010 -· - -
------------------~~~ , t~ansltou ~"' J.;ic:::~é;-·::'1:__________.:....
o acórdão prok;!Ço nos presentes outos,A f $6a.-
- '~ /Ja, r<. -tJ-/~.·~ •7l0VT-C-.rç PÇs ~
-~~--------~~fif&-_~~U:..~FI'~.S F?
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Of !cio naÜ~~2J293-DPJ BRASfLIA, Df


Em 16 da março de l 978

SENHOR AUDITOR1

Tenho a ho_nra de comunicar a V .Exa., para


os devidos fins, qua em data da 16 de fevereiro do cno em
curso, transitou em julgado o acÓrdã~ proferido nos autos
do Recur3o Extraordinário nQ 86 _948, no S Tf (Proc 17/72. ,
dessa Auditoria), referanta a DALGIO _MlRANDA NIE6US.
Aproveito a oportunidade para apresentar
o V.Exa. meus protestos da estima e consideração.

A BARRETO,

AO EXHO SR DR AUDITOR DA 21 AUDITORIA DO EXfRCITO DA li CJK.


RIO DE JA~~lRO - RJ
, , -
An•xo' Reldtorio e acordao do STf.

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v:.. ~l~::-:o n~ .~~ ~c1CIÃ:Uo
ca;<iü"O cpe a ~-
-" ,_e rotoçópia 6
,oprod"çó<> f'- 1 êo orili.;..nal . quo me toi

~
lia.JS" do~--:- de 19..22
ap .-.~~do . nou f6.

- ----= ~~· da iD.iY_i.S!.o


lDl;rBl.CX ~.....,_, ~c-­
d-':Z. .... .....-e
/
3

..
OF!CIO 1s-u1 11189 /DPJ BRAS:tLIA - DF
EM 11 JUN '19

SEBHOR CHEFE

T nho honra d comunicar a V. Exa. , para oa


t1n d di ito, q , 16 d r y, reiro do ano p . pa.asado ,
t itou córdão proferido pelo Eg~gio Supre-
julgado o
Tribunal Federal nos utos do Recurso Extraordinário no
86.948, terentes ao p1 - Reformado DALGIO MnwmA NIJ
BUS.
Apro ito a oportunidade p.res ntar a V.
• eus protesto d eat consideraC!ão .

/
I~/ FERREIRABARRETO
DIRETOR-GERAL

AO o•. SR.
GEH. DIV. S~GIO DE ARY PIRE9
• CHEF.t!! DE GABINETE DO EXMO. SR . MINISTRO DE ESTADO DO
CITO.
INISTiRIO DO EXtRCITO -

1 Relatório e Acórdão do Rec . Extraordinário no 86.948 e


bargos no 39 . 872.
.;.;.;.......-... Acórdão doa

..
22.11.77

RECURSO EXTRAORDINÁRIO CRIMINAL N9 86.948 -RIO DE JANEIRO

RECORRENTE DÃLGIO MIRANDA NIEBUS

RECORRIDO MINIST~RIO PÚBLICO MILITAR DA UNIÃO

EMENTA:- O acórdão recorrido cingiu-se a


considerar que a matéria re-f eren-
te a unificação de penas constitui
incidente da execução, a ser apre -
ciada pelo juízo competente.
Arg~ição de negativa de vigên-
cia dos arts. 58, 79 e 81, do Cód.
Penal Militar. Sua inocorrência.
Recurso extraordinário nao co-
nhecido.

A C 6 R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos,


acordam os Ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal
Federal, na conformidade da ata do julgamento e das notas
taquigráficas, por unanimidade de votos, não conhecer do
recurso.
Brasília, em 22 de novembro de 1977.
(
~~7 CL --<'-- \ ~
"-z;-ç
~
"'- ·c.1/r · -c~.-
/
DJACI FALCÃO PRESIDENTE E RELATOR
~UPERIOR TRIBUI\IAL l~tiLII Ah
DIVISÃO DE PROCESSO JUDICIÁRIO
Certifico que a presente fotocópia ,
reprodução fiel do original, que me foi
apresentado. Dou fé.
Br ilia. ~ 7 de ~ de 19.2.L..
~ J-? eJ4...- 1.- J.c'"á <:::_______ _
Diretor da Di visão.} - -~ ~

4
I

..
f
E
OF!CIO c) f-o f' /l 326/DPJ BRASÍLIA - DF t
l
~
EM 20 DE JU1m0 1979o J
l.. I
t
I
SENHOR JUIZ AUDITOR:

Tenho a hunra de comunicar a V ~ Ex a. qua,


'-
,
em data da 07/06/79, transitou em julgado o AÓÓrdão profsrido

no Recurso Extraordin~rio Cri~inal nQ 87 519- Apelaç~o ng


39 872- (Processo nQ 17/72 1 dessa Juizo), no ~upremo Tribuna l

Federal, referentG a lVAN ETEL D~ ULIVEIRA e JOS~ AUGUSTO


CRUZ.
Aproveito a oportunidade para apresen-
tar a V.Exa. meus pro testos de estima a cons ideração.

EXM2 ;;JR.

DR. JUIZ AUDITOR


Zll AUDI TORif\ · oA EX~HCITO OA l G CJr-1.

RIO DE J MJ EI RO • fiJ •
AnG xa D not35 t ~Gui~r~ficoa o oc6rd; o da STf •
..f.,, "'
EM/ t.mam .

-. -"'!'--
SUPERIOR
DIVI.':.~O nE P~2 . ,-~·.~r 1~ 7 LJ :.:.: i '·? 'O
C13- ·: j, i. c d q 'e G )' ." ,j::: ·'·" ·. e J o .. c c óp i a f>
re prcr)·· ··,; u 1 ~ .,J c,CJ c r it:,.Ltcd , q ·l a me f oi
apr e:::~o:Lh<:!c.:c . l'c 'l 1 é .

Brasília, .2-J de ~--?-o de 19.?2..


---------~~-·--~--- ~~--~~..
Di.r"tor da Divise",.,. - ..:-.;,e-~
í.
OFlCIO lU J_ 1 t/9 /1359/DP~ BRASÍLIA - DF •
EM 25/ 06/ 19?9.

SENHOR Dm.ErORa

Tenho a honra de comunicar a V. Exa. 1 para 08


fins de direito, que, em 07 de junho do corrente mês, transi
tou em julgado o Acórdão proferido pelo Egrégio Supremo Tri-
bunal Federal nos autos do Recurso Extraordinário nQ 87 519 1
referentes ao JD Sargento do Exército ·IVAN ETEL DE OLIVEIRA.
Aproveito a oportunidade para reiterar a v.
Exa. 08 meus portestos de estima e consideração.

FERREIAA BARRETO
DIRETOR-GERAL

AO I«MO. SR . GENERAL DIRETOR DE MOVIMENTAÇÃO DO EXtliCITO


SETOR MILITAR URBANO - QUARTEL GENERAL -
NESTA-

ANEXOS a Relatório e Acórdão do Rec. Extraordinário ng 87 519


e Acórdão dos Embargos nD 39 872.

e s/ ...
SUPERIOR TRIBUNAL fvílllTAR
DIVISÃO DE PROCESSO JUDlCIÁlUO
Certifico que a presente totooôpia é
r•produção f i e l do original. que me foi
&presenta~ o . Dou fé.

Br~a ilia, J.J de ~ de 1921...


-~~~~~(i!-
0
iretor da Divisãq ...... ..c....:..- ~ ..

4
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..
I
I

24. o~t .1979. PRII.:EIRA

IVAF ETEL DE OI..I VZ IR!~ E OLJTR O

TIECORRIDA ! JTTSf"ITÇJ·
rL .L · 1.
eJ.
"' ~TT
1.--1- __. I ·.L'TI ..:1..!-1.
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r,: 1T T
- PEITA - A
I\A JUSTIÇA I.:ILI T.iill - ?EDI:JO DI: ffiHl'ICli.
ÇÃO CO~'.-: DASE HO Ar~T . 58 :DO CP:.: •
...
nega vigencia ao art . 53 do
C:?l:~ a decisão que rele ga para a f ase
à.e execução pedido de unificação de pQ
nas [ unJaclo neste dispositivo legal.
Razoabilià.o.à.e da i nterpret<:;.çÕ.o da-
da pelo Trib"Lmal "a quo' ' aos arts . 58
~
c.o "'F--
'"' Li e ç;l6
~ .
, l e1:;ra "O·'! , do c:.JF!.í .
:rri:Cr. não conheci cio.

A C ÓR DÃO

Vistos, re latados e discuti dos


;;.utos, acordm.: os T.: L"listros c~<:- Prime ira :'ur!na <lo
Trib.mal I'edcral, :nr~ conforr;d.da<ie da o.t:'l do juJ..c;o.r.c:::to
,
das netas to.;uigra ficas, por U:.'1.a'1.inida::ie :;.e voto::: , c :--.1
-c
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con!lecer do

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;-:J DIVISÃO ••- ~l'lor,L 1'/.~L('fAR '
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q -, PRC-~E'.f"0 '"'D!C:J).R!O
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apresen taC:o -
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D. c o ori€,.J..ué.1
ou t á. '
qu .. c pia '
e me foi

/J:~i-~:~s- de ,$--../..,
~~--~ ~ _do 19-li
D.i. r pf.or d~-·-·:-·u:-~··---~~
DlVlseo "'-·~---.....

-
-

OFiCIO Na 11/2_ / 1387/DPJ BRASÍ1IA - DF -


EM 27/ 06/ 1979

SENHOR DIRETOR:

Tenho a honra de comunicar a V. Exa., para os


fins de direito, que, em 27 de maio de 1976, transitou em
julgado o AcÓrdão proferido nos autos dos Embargos 3L. 872,
na parte referente ao 3a S&rgento do Exército SIDFRI GUEDES.
Aproveito a oportunidade para ,reiterar a v.
Exa. os meus protestos de estjma e considoracão.

AO EX.MO. SR. GENERAL DIREI'OR DE MOVIMENTAÇÃO DO EX:rnCITO


SErOR MILITAR URBANO - QUARTEL GENERAL -
NESTA -

e s/

..
CERTIDÃO

1 - - -- - - - - - - - 'C.ERTJ:EI.C__Q~------Pa.ra_ o_s______Li ns de di rei to, q11 e, n.e~s'--lt.c.a:.----------


1--------------~~, foi comv~ado- ao ~~nn.Sr. Gen_era.~l~Duj~r~e~-~----------

1-------------~t~~de t1ovi~a~ão do Exército4,~c~owm~o~O~fklu'c~l~·a~-----------

I--------~~~~2~13BJ~P~, -que_o_Aco~'~~d~a~-uo~pLr~o~f~e~P~j~d~o~nuousL-_ _ __ _ _ _ _ __

1--------------~Pur~esffiLt~~tus de Emha~- ~·~LDá~r~~~i~t~.a~u~e~m~J~·,~,,Ljeã~----------

l - - - - - - -- --"'-o..,.._nª--.da ta de_ 2-'l ___d__e_maio de l 97~,-----na pa rt.e r ..,e-..._______ ~~-----------


1

I nte ao }R_a~ffiLto_dQ Exército STDENI~U~E~n~EwS~·----------

I , _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ __ _ _ _•

[ _ _ _ _ _ _ _ __ _ _ __ _ . . ,
I

t ----58PERI9R-T-Rt~ttif:\·&-------------------------------­

SECRETARIA - D/VI:~~ - li :RO~ 550 JUD/? 0

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---- ~-10o6·.1JJot
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lqço reme5so dos pr~tS.;nr"" ' cutos ao Arquivo.

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==~~~~~~~D~~~v.~~~~.C~~~~~--------------~

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AD V OCACIA

JOSÉ M OUR A RCCHA

Exmo . Sr. Ministro Presidente do Superior Tribunal Militar.

'-'') W..r 7:~--) <_, '


(J

1 &
'/" / r j·
j -fo~Vk-- /Y ~-:

RUBENS MARTINS DE SOUZA vem requerer a


juntada do anexo instrumento de Mandato aos autos da Apelação n9
39 , 872 , para que se produzam os efeitos l egais, bem como pedir vis
t a pelo prazo de Cl nCO dias, do respectivo precesso.

Pede deferimento.

BrasÍlia,

~~------------
SUPERIOR TRIBUNAL .ViLITAR

PROTOCOLO N.· .... :~.~J............ .


FLS. N.•
- ~········ · ··-······ ·······-...

Em .. Q~_de...~...... del~~...\_

..
LSCS " E OIF. SERRA D OURAD A o SALA 111 c F ONES 25-5558 o 25-5233 c CEP 7 0.0 0 0 o SRA S i LI A
_j
o· D F
... -.

P R O C U R A Ç Ã O

RUBENS MARTINS DE SOUZA, brasileiro, casado , ex -


militar, atualmente recâlhido no Instituto Presídio Hélio Go
mes, por este instrumento particular de procuração , nomeia e
constitui seu bastante Procurador o Dr. JOSB MOURA ROCHA, bra
sileiro, casado , Advogado regularmente inscrito na OAB/DF sob
o n 9 1 . 150, com escritório em Brasília, DF,no Edifício Serra
Dourada, sala 111, com os poderes da cláusula ad juditia pa-
ra o foro em geral até superior instância e, especialmente '
para representar o outorgante na Apelação n 9 39.872 do Egré -
gio Superior Tribunal Militar,podendo tudo fazer para o bom-
desempenho do presente mandato, inclusive, substabelecer.

Rio de Janeiro, 7 de junho de 1977.

4
<

MINISTÉRIO DO EXÉRCITq
GABINETE DO M I NIST~o

Ofício n• 4,;;;/-AjG/Sec Brasi.Lia, DF, O9 Fev 81


Do Ajuqante - Geral do Gabinete do
Minjstro do Exército
Ao Sr ~hefe do Gabinete da Dire -
tor:a de Cadastro e Avaliação
Assunto: Re stitui ç ã o d e processo
(faz)
Anexo: - PO nR 6~1/él-DCA
- AutJs do processo em 5 (ci~
co) volumes.

Restituo - vos o expediente constante do anexo, refe!~nte ao


ex- 29 Ten R/2 PAULO REYNAUD MIRANDA DA SILVA, após ter sido ~ibe -
rado por este Gabinete.

DCft ..__ R E IÔ~N O


PRLI i<.'
Cj I og ..--1.!·
o.J-!:/.1_
DA':'l\ :. .. _)_....···_·.
DESTINO :

..
SUPERIOR T RI B UNAL M I L I TAR

OF f CIO r~ Q /§f /9 ID0::/008/ ,EDOC BRAS!LIA, DF.,


Em 29 de janeiro de 1981

SENHOR DIRETQq:

Em atendimen~o ao telex ng 26 DCA/5, de 26 do


,.
co::-rente mes, - ~-
reme t o a 'J· • - A ws autos do proc e sso nº 17I 72
(Apelação n9 39.877', 1 em 5 volumes, referentes ao ex-2Q Ten
R/2 PAULO REYNA~ . O
MIRANDA DA SILVA e outros.
Solicito a V. 5ª sua especial gentileza no sen
tir~... de ma-;,-dãr restituir os referidos autos a est3 Secreta-
. - r
r-~a 1 tao logo seja poss~vel.

Neste ensejo, apresento a V. 5ª os meus prote~

tos de consideração e apreço.

MEx - DGP - DCFf


PROTOCOLO
..._(Ó Lj I -.?/__
...
tm 3V. o l.:.._i' I' - DEST. ;s; s--
.1:\0 !Li'-10 SR '
DIRETO~ DE CADASTRO E AVALIAÇiO DO MINIST~RIO DO EX~RCITO
QUARTEL GENERAL DO EXÉRCITO - SETOR MILITAR URBANO
N ::. S T A

JAPG

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