You are on page 1of 9

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMIÁRIDO / CAMPUS ANGICOS

ANÁLISE E EXPRESSÃO TEXTUAL


Profa. Dra. Maria das Neves

TEXTO E TEXTUALIDADE; ESTRATÉGIAS DE PRODUÇÃO TEXTUAL:


ESCRITA E INTERTEXTUALIDADE11

Arielly Vitoria Ferreira De Medeiros; Jadson De Melo Cunha; Jobielson Ragnar


De Souza Da Silva; Jusselio Almeida De Oliveira Junior; Lívia Beatriz Do
Nascimento Dias; Marcus Vinycius Ramos Fernandes22

11 Trabalho de pesquisa apresentado em SEMINÁRIO pela turma BCT/noturno/2022.1- UFERSA


Angicos, orientado pela Profa. Dra. Maria das Neves Pereira, do Componente Curricular Análise e
Expressão Textual.

2² Alunos do Curso de Bacharelado em Ciências e Tecnologia (BCT).


RESUMO
O trabalho teve como base o estudo do assunto "Texto e textualidade; Estratégias
de produção textual", com o objetivo principal de estudar e abordar o tema "Escrita
e intertextualidade". O tema estudado, chamamos de intertextualidade, a ligação
que ocorre entre dois textos diferentes, quando um faz referência a outro que já
existia, inspirando-se em sua forma ou mensagem para criar um novo discurso. Ela
pode ocorrer de modo explícito (facilmente percebida) ou implícito (com mais
dificuldade de ser percebida). Além disso, há tipos diferentes de intertextualidade.
Em nosso trabalho, abordamos essas características e definições que são envoltas
no tema, ditando também as diferentes características e alguns exemplos sobre
elas. Pesquisamos em diferentes sites, além do livro que recebemos como base de
estudo, para uma maior ampliação de informações. Concluímos a pesquisa
elaborando um esquema explicativo e didático do tema.

Palavras-chave: intertextualidade; modelo; escrita.

INTRODUÇÃO

Na língua é importante as estratégias de produção textual. A escrita e


intertextualidade, é um elemento de escrita. Ela possui como propósito resgatar
modelos e parâmetros já estabelecidos em outros textos. Realizamos esse trabalho
para que possamos exercitar nossos conhecimentos e aprendizados da aula de
Análise e Expressão textual, da UFERSA, tendo como base o livro “Ler e escrever”
da autora Ingedore Villaça Koch.
Este trabalho se divide em: resumo, introdução, desenvolvimento: onde
serão mostrados os tipos de texto em que a escrita e intertextualidade é dividida,
Considerações finais: falará dos resultados do trabalho, e por fim, referências.

1. BREVE INTRODUÇÃO SOBRE A ESCRITA E EXECUTAR O FATOR


PRAGMÁTICO INTERTEXTUAL

É importante destacar que o elemento na intertextualidade não está


presente apenas no trabalho de escritores ou produtores de conteúdo, ele também
ocorre em: Músicas; E-mails; Mensagens Pessoais e Publicações Jornalísticas.
A grande vantagem da intertextualidade é que, quando usada de forma
estratégica e inteligente, ela consegue enriquecer o texto, uma vez que permite
explicar determinado assunto de forma completa.

1.1 DEFINIÇÃO DE INTERTEXTUALIDADE


O princípio da Intertextualização é que todo texto remete sempre a outro(s),
como se fosse uma “resposta” ao que foi dito ou ao que será dito, a
Intertextualização se encontra na base de constituição de toda e qualquer palavra.
De acordo com o livro “Ler e escrever” da autora Ingedore Villaça Koch.
Basicamente a Intertextualização remete a outros textos que já foram
produzidos, e que fazem parte da memória social dos leitores. Ela é muito utilizada
em publicidades, no humor, em canções populares, bem como na leitura também,
pois o produtor utiliza para a manipulação dos textos/imagens alheio.

1.2 MODOS DE CONSTITUIÇÃO DA INTERTEXTUALIDADE

A intertextualidade pode ser dividida em duas categorias, são elas:


não-explícita e explícita. Na intertextualidade não-explícita por ela não pode ser
notada pelo leitor no texto, essa modalidade é difícil de identificar. Isso significa que
a intertextualidade implícita não estabelece uma relação direta com o texto fonte, e
não traz elementos nítidos que ajudem no seu reconhecimento. Já na
intertextualidade explícita como o nome sugere, os leitores não têm dificuldade
para identificar os elementos, e fazer uma relação rápida com o texto fonte. Nesse
caso, não surge a necessidade de conhecimento prévio, para entender o elemento
intertextual
É muito comum em matérias jornalísticas, cartas de leitores publicadas em
jornais ou revistas, artigos científicos, resenhas, processos jurídicos, dentre outras
produções, a explicitação da fonte dos textos a que o escritor faz referência. Na
atividade escrita, sempre recorremos, de forma consciente ou não, a outros textos,
dependendo dos conhecimentos de textos armazenados na nossa memória e
ativados na ocasião da produção do texto.
Para que obtenha êxito em seu intento, indicar a fonte é um recurso
importante utilizado pelo autor para situar o leitor em relação ao texto posto para
que obtenha êxito em seu intento. No entanto, como já foi dito, o escritor tem a
opção de não explicitar a fonte, porque pressupõe que o texto de origem faça parte
do repertório do leitor.

1.3 TIPOS DE INTERTEXTUALIDADE


De acordo com Netto (2014) e os estudos de linguística textual, podemos
analisar a divisão da intertextualidade em oito tipos diferentes sendo elas:

1.3.1 ALUSÃO/REFERÊNCIA

Nesse tipo, é feita uma sugestão ou insinuação acerca de um lugar, personagem


ou acontecimento, por exemplo:
A mais bonita de todas era sem dúvida Helena - a minha filha e não a outra.
(Faz alusão a Helena de Tróia, a mulher mais bonita do mundo)
1.3.2 BRICOLAGEM

Ela representa situações onde um texto é criado, a partir de fragmentos de


outros textos, além disso é possível abusar da criatividade e mudar cores, sentidos
e modelos, oferecendo uma nova interpretação do material.
Um exemplo de Bricolagem que podemos citar é o filme: Shrek, ao abordar
diferentes contos de fadas, mesmo que de forma irônica.

1.3.3 CITAÇÃO

A citação é um tipo de intertextualidade que ocorre na reprodução parcial


do texto fonte, por meio da transcrição exata das palavras utilizadas pelo citado,
seguido da sua identificação. Neste contexto, a citação tem o objetivo principal de
trazer confiabilidade ao texto que está sendo produzido, a partir de uma referência
conhecida. Como mostra no exemplo abaixo uma ocasião que ocorre citação:

Segundo Bechara (2015, p.276), "o verbo se diz pronominal quando o


pronome oblíquo se refere ao pronome reto".

1.3.4 EPÍGRAFE

Ela se caracteriza por uma escrita introdutória, um pré-texto que serve para
resumir o pensamento de um autor. Ou seja, o autor utiliza uma passagem de um
texto fonte para dar início ao novo texto, correlacionando o primeiro com a sua
nova criação. Com isso, é possível utilizar o pensamento de outra pessoa, para
organizar a sua própria tese. Dessa forma, é possível oferecer um conteúdo de
qualidade. Além disso, a epígrafe prepara o leitor para o que será abordado. Com
pode-se notar no exemplo abaixo é utilizado uma passagem de um texto de outra
pessoa para abranger ou dar início ao seu texto

"Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a


sua própria produção ou a sua construção." (Paulo Freire)

1.3.5 PARÁFRASE

Já na paráfrase, o escritor reinventa um texto existente, reproduzindo o


mesmo em outros termos, mas sem perder a ideia inicial.
A paráfrase é diferente da citação, pois ela reafirma ideias do texto fonte,
mas sem utilizar o texto. Ou seja, é a recriação do texto, mantendo a mesma ideia
e com outras palavras. No exemplo a seguir mostrará um verso da canção do exílio
de Gonçalves Dias, com a utilização da Paráfrase feita por Carlos Drummond de
Andrade.

Texto Original

“Minha terra tem palmeiras


Onde canta o sabiá,
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá. ”

(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”)

Paráfrase

“Meus olhos brasileiros se fecham saudosos


Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’.
Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’?
Eu tão esquecido de minha terra...
Ai terra que tem palmeiras
Onde canta o sabiá! ”

(Carlos Drummond de Andrade, “Europa, França e Bahia”)


1.3.6 PARÓDIA

Utilizada com o propósito de subverter a temática do texto original, a


paródia visa fazer uma crítica, ou estimular a reflexão sobre determinado assunto.
Na paródia são utilizadas a ironia, ou seja, uma forma de expressão que consiste
em dizer o contrário do que se quer expressar; e a sátira, que ridiculariza um tema,
para fazer uma crítica ao mesmo.
A paródia parece geralmente, em forma de crítica irônica de caráter
humorístico, esse recurso é muito utilizado pelos programas humorísticos
No exemplo a seguir mostra o texto “Meus oito anos” de Casimiro de Abreu
e após a paródia dele feita pelo poeta Oswald de Andrade.

Texto Original

“Oh! que saudades que tenho


Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais! ”

(Casimiro de Abreu, “Meus oito anos”)

Paródia
“Oh que saudades que eu tenho
Da aurora de minha vida
Das horas
De minha infância
Que os anos não trazem mais
Naquele quintal de terra!
Da rua de Santo Antônio
Debaixo da bananeira
Sem nenhum laranjais”
(Oswald de Andrade)

1.3.7 PASTICHE
Ela consiste na imitação do estilo de outros autores, mesclando assim,
vários estilos em uma única obra. A pastiche não tem o propósito de criticar ou
satirizar, mas sim de ser uma imitação direta ao estilo de outro autor. Portanto, a
pastiche não pode ser associada à paródia.
Abaixo pode-se ver um exemplo de pastiche feito por Manuel Bandeira.

"Quis gravar “amor”


no tronco de um velho freixo:
“Marília”, escrevi."
(Manuel Bandeira)

1.3.8 TRADUÇÃO
Por fim, a tradução é um tipo de intertextualidade que consiste na
passagem de um texto de um idioma para outro. As traduções são consideradas
um tipo de intertextualidade, visto que, no processo de passagem do texto podem
ocorrer interpretações diversas, uso de novas expressões, e adequação à
realidade no idioma. Abaixo podemos ver o exemplo de tradução no trecho do texto
de Edgar Allan Poe.

Nós amamos com um amor que era mais do que amor.


"We loved with a love that was more than love." (Edgar Allan Poe)

1.4 INTERTEXTUALIDADE E GÊNEROS TEXTUAIS

Anteriormente vimos o conceito de intertextualidade, dos níveis de


manifestação explícita e implícita e no plano da escrita além dos tipos de
intertextualidade, recorrendo a gêneros textuais para exemplificação e não poderia
ser diferente já que nós comunicamos por meio de gêneros textuais e estes
encontram-se configurados em textos.
Pode-se chamar a atenção para a intertextualidade na produção de
gêneros escritos, trataremos da intertextualidade intergêneros, um fenômeno que
ocorre quando um escritor produz um gênero em um formato diferente do que é
esperado, dependendo do propósito que tem em mente, como mencionamos.
Pode se usar também o conhecimento meta genérico nessas ocasiões que
pode trazer um efeito muito mais intenso no leitor pelo inusitado que carrega,
solicitando do produtor um domínio muito bom dos gêneros em questão, a fim de
que obtenha, com a “transmutação”, o objetivo pretendido, KOCH. “Ler e
escrever” (2006).

1.5 INTERTEXTUALIDADE E COERÊNCIA

Recontextualização é quando fazemos um texto com novo sentido, em relação a


textos já existentes. Em alguns casos, essa Recontextualização passa
despercebida, pois os sentidos originais não estão distantes do novo sentido, em
outras ocasiões, a mudança é perceptível. Temos como exemplo a imagem a
seguir:

Aqui temos uma Recontextualização da história dos três porquinhos, com um


toque de atualidade na fala, "mas o Lobo Mau conseguiu uma ordem de despejo",
assim como informa o enunciado.

1.6 INTERTEXTUALIDADE NO ENSINO DA PRODUÇÃO ESCRITA

De acordo com a autora, dependendo do sentido em que ocorra, a


Intertextualidade pode gerar sentidos não intencionados pelo autor ou, de outro
modo, apenas sentidos intencionados pelos leitores. Ou seja, é inegável que as
reconstruções de textos evidenciam o conhecimento de diferentes textos por parte
do escritor, e do leitor.
2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Para a construção do artigo, tivemos como finalidade observar através de


um material relacionado a estratégias de produção textual na escrita e
intertextualidade, visto isso a elaboração escolhida foi a pesquisa bibliográfica, que
segundo a SCIELO (2007), “a pesquisa bibliográfica é um procedimento
metodológico que é elaborado com base em livros, artigos científicos, revistas,
teses acadêmicas, assim enriquecendo e melhorando a pesquisa”.
O método para a construção do artigo teve como finalidade observar o
material do livro: Ler e escrever da autora Koch, o grupo se organizou para fazer
na UFERSA em horários que não tivesse aulas para nenhum componente e
utilizamos o modelo proposto pela professora Maria das Neves,

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Portanto podemos notar que a relação entre escrita e intertextualidade é


usada em todos os tipos de cultura (imagem, escrita, cinema, etc.) e para que o
leitor possa perceber esse diálogo entre textos, ele deve ter uma noção cultural
muito ampla. Sendo assim, a intertextualidade é um tema que apresenta
características específicas sendo utilizada especialmente pelas pessoas que atuam
na área de produção textual.

4. REFERÊNCIAS

DIANA, Daniela. Intertextualidade. Todamateria, 2016. Disponível em:


<https://www.todamateria.com.br/intertextualidade/amp/>. Acesso em: 21/10/2022

KOCH, Ingedore Villaça. Ler e escrever: estratégias de produção textual. São


Paulo: Contexto, 2006, pp. 101-130

LIMA, Telma Cristiane Sasso de; MIOTO, Regina Célia Tamaso. Procedimentos
metodológicos na construção do conhecimento científico: a pesquisa
bibliográfica. Revista Katálysis, 2007. v. 10, p. 37-45

NETTO, Rubens. Conheça 8 tipos de intertextualidade e descubra como aplicar em


suas produções. Hubify, 2014. Disponível em: <https://hubify.com.br/marketing-de-
conteudo/tipos-de-intertextualidade/>. Acesso em: 21/10/2022

You might also like