You are on page 1of 8

teoria celular é um dos conhecimentos fundamentais da biologia. Agora


universalmente aceita, a teoria celular afirma que todos os seres vivos são compostos
por células, a unidade estrutural e organizacional básica de todos os organismos e que
todas as células vêm de células pré-existentes.

Os três princípios da teoria celular são descritos abaixo:

Todos os organismos vivos são compostos de uma ou mais células;

A célula é a unidade básica de estrutura e organização nos organismos;

As células surgem de células pré-existentes.

Seus idealizadores foram Matthias Jakob Schleiden e Theodor Schwann.[1]

Não existe uma definição de vida universalmente aceita. Alguns biólogos consideram


entidades acelulares, como vírus, organismos vivos,[2] e, portanto, discordam
razoavelmente do primeiro princípio.
História

Microscópio de Robert Hooke

A descoberta da célula só foi possível graças à invenção do microscópio. Durante o


século I d.C., os romanos produziam vidro e testavam diferentes tipos de vidro
transparente, descobrindo que certas lentes postas sob um objeto faziam-no parecer
maior.[3] As lentes foram popularizadas apenas por volta do ano 1280, na Itália, com a
invenção dos óculos, o que provavelmente levou ao uso mais amplo de microscópios
simples. Na época, começaram também as primeiras experiências de combinação de
lentes para aplicação em instrumentos de ampliação de imagens, resultando na criação
do primeiro microscópio composto (duas ou mais lentes).[4]

Em 1665, Robert Hooke usou um microscópio de cerca de 15 centímetros de


comprimento com duas lentes convexas dentro e examinou espécimes sob luz refletida
para as observações em seu livro Micrographia. Hooke também usou um microscópio
mais simples com uma única lente para examinar espécimes com luz direta, o que
permitia uma imagem mais clara.[5]

O aperfeiçoamento do microscópio é atribuído ao holandês Anton van


Leeuwenhoek que, em 1674, construiu um microscópio simples de lente única, com
capacidade de magnificação de cerca de 300 vezes do objeto analisado.[6]

Os microscópios ópticos podem focar em objetos do tamanho de um comprimento de


onda ou maior, restringindo ainda as descobertas com objetos menores do que os
comprimentos de onda da luz visível. O desenvolvimento do microscópio eletrônico na
década de 1920 possibilitou a visualização de objetos menores que comprimentos de
onda ópticos, mais uma vez abrindo novas possibilidades na ciência.[7]

Descoberta das células

Desenho da estrutura da cortiça por Robert Hooke em Micrographia.

Em 1663, o cientista inglês Robert Hooke, utilizando um microscópio rudimentar,


observou uma fatia fina de cortiça, constatando que a cortiça era formada por um grande
número de cavidades preenchidas com ar.[8] Dois anos depois, Hooke publicou a
obra Micrographia, onde descreveu as unidades microscópicas observadas, cunhando o
termo "célula", do latim cella, que significa "pequeno aposento".[7]

Hooke, no entanto, desconhecia a real estrutura e função das células,[9] e o que Hooke
acreditava serem células, eram na verdade paredes celulares vazias de células vegetais
mortas. Com os microscópios de baixa ampliação dessa época, Hooke não conseguiu
ver se havia outros componentes internos nas células que ele observava,[10] logo, suas
observações de células não deram nenhuma indicação do núcleo, nem de outras
organelas encontradas na maioria das células vivas.[5]

Outro cientista que realizou observações microscópicas de células foi Anton van


Leeuwenhoek em 1676. Ele fez uso de um microscópio com lentes aprimoradas que
podiam ampliar objetos em cerca de 300 vezes.[10] Sob esses microscópios,
Leeuwenhoek observou organismos dotados de motilidade que seriam, portanto, vivos.
Ele escreveu muitos outros artigos nos quais descreveu diferentes microorganismos
específicos, os quais chamou de "animálculos", o que incluía protozoários e bactérias.
[7] Mesmo sem muita educação formal, realizou a primeira descrição precisa
dos glóbulos vermelhos e também observou pela primeira vez espermatozoides. Depois
da descoberta, Leeuwenhoek percebeu que o processo de fertilização requer o encontro
do espermatozoide do óvulo. Isso pôs fim à teoria anterior da geração espontânea.
Depois de ler as cartas de Leeuwenhoek, Hooke foi o primeiro a confirmar suas
observações, consideradas improváveis por outros contemporâneos.[5]

As células em tecidos animais foram observadas depois das vegetais, porque os tecidos
eram muito frágeis, dificultando o preparo de fatias finas para estudo. Os biólogos
acreditavam que havia uma unidade fundamental para a vida, mas não tinham certeza do
que era. Apenas cem anos depois que essa unidade fundamental foi conectada à
estrutura celular e à existência de células em animais ou plantas.

Teoria celular

Matthias Jakob Schleiden (1804–1881)

O crédito pelo desenvolvimento da teoria celular costuma ser dado a dois


cientistas: Theodor Schwann e Matthias Jakob Schleiden.

Em 1838, o botânico Matthias Jakob Schleiden sugeriu que cada elemento estrutural das


plantas é composto por células, ou o produto delas.[7] No entanto, Schleiden também
sugeriu que as células eram produzidas por um processo de cristalização dentro de
outras células ou no exterior,[11] o que foi refutado na década de 1850, por Robert
Remak, Rudolf Virchow e Albert Kolliker.[7]
Em 1839, o zoólogo alemão Theodor Schwann publicou a obra Investigações
Microscópicas sobre a Estrutura e Crescimento dos Animais e das Plantas, onde sugeriu
que todos os tecidos animais e vegetais são formados células.[8] Ele se baseou no fato
da presença do núcleo em todos os tipos de células, e na obediência a um processo
básico comum de formação comandado pelo núcleo.

Theodor Schwann (1810–1882)

As conclusões de Schleiden e Schwann são consideradas a formulação oficial do que


hoje é conhecido como "teoria celular". Este foi um grande avanço no campo da
biologia, uma vez que pouco se sabia sobre a estrutura animal até este ponto em
comparação com as plantas.

A partir dessas conclusões sobre plantas e animais, dois dos três princípios da teoria
celular foram postulados.

1. Todos os organismos vivos são compostos de uma ou mais células.

2. A célula é a unidade mais básica da vida.

Em 1855, o alemão Rudolf Virchow adicionou o terceiro princípio à teoria celular. Ele


resumiu esta ideia numa frase em latim: "Omnis cellula ex cellula", que se traduz em:

3. Todas as células surgem apenas de células pré-existentes.

Esse princípio já havia sido proposto em 1852 por Robert Remak, com base em suas
observações sobre a divisão celular. Foi sugerido que Virchow plagiou Remak e não lhe
deu os créditos.[12] Uma vez que este princípio foi adicionado, a teoria clássica da
célula estava completa.

Teoria celular moderna

A teoria celular moderna adicionou vários pontos ao que tinha sido anteriormente
proposto por Schwann, Schleiden e Virchow.[13] Assim, ela postula que:

Todos os seres vivos são formados por uma ou mais células;[14]

A célula é a unidade funcional e estrutural de todos os seres vivos;[14]

Todas as células provêm de células pré-existentes, através da divisão celular;[14]

As células contêm as informações de hereditariedade (DNA), que são transmitidas de


célula a célula;[15]

Todas as células têm basicamente a mesma composição química;[15]

Todo o fluxo de energia da vida (metabolismo e bioquímica) ocorre dentro das células.
[15]

Importância

A teoria celular, foi uma das mais importantes generalizações da história da biologia.
Ficou claro que, apesar das diferenças quanto à forma e função, todos os seres vivos têm
em comum o facto de serem formados por células. Portanto, para a plena compreensão
do fenómeno da vida, é preciso conhecer as células.

Tipos de células
Célula procariótica

As células podem ser subdivididas nas seguintes subcategorias:

Célula eucariótica animal

Células procarióticas

Procariontes possuem células relativamente pequenas rodeadas por uma membrana


plasmática, com uma parede celular característica que pode diferir em composição
dependendo do organismo específico, possuem também cromatina e ribossomos. Podem
possuir flagelos e cílios para locomoção. Os procariotos não têm um núcleo circunscrito
por carioteca, sendo essa a principal diferença para células eucariontes. Não possuem
organelas membranosas, tais como Complexo de Golgi e Retículo Endoplasmático.

Células eucarióticas

As células eucarióticas também são circundadas por uma membrana plasmática, mas,


por outro lado, possuem núcleos delimitados por um envelope nuclear. As células
eucarióticas contêm organelas membranosas, como
(mitocôndrias, cloroplastos, lisossomos, retículo endoplasmático, vacúolos, Retículo
endoplasmático liso e rugoso e Complexo de Golgi ). As células eucariontes estão
presentes em protozoários, animais e vegetais.

Ver também

Célula

Referências

↑ Amabis, José Mariano; Martho, Gilberto Rodrigues (1996). Biologia das células. 1.


origem da vida, citologia, histologia, embriologia 1a ed. São Paulo: Editora Moderna.
pp. 9846–9947
↑ Villarreal, Luis P. «Are Viruses Alive?». Scientific American (em inglês). Consultado
em 5 de outubro de 2020

↑ «Microscope history». optimaxonline.com. Consultado em 5 de outubro de 2020

↑ «A Célula (História do Microscópio)». www.invivo.fiocruz.br. Consultado em 5 de


outubro de 2020

↑ Ir para:a b c Gest, H. (2004). The discovery of microorganisms by Robert Hooke and


Antoni van Leeuwenhoek, Fellows of The Royal Society. Notes and Records of the
Royal Society, 58(2), 187–201. doi:10.1098/rsnr.2004.0055 

↑ Teles, Valérya C.; Andreani, Larissa; Valadares, Leonardo F. «Uso de Microscopia de


Luz e Eletrônica como Técnicas de Análise Morfológica» (PDF). Embrapa. ISSN 2177-
4420. Consultado em 5 de outubro de 2020

↑ Ir para:a b c d e Mazzarello, P. (1999). A unifying concept: the history of cell theory.


Nature Cell Biology, 1(1), E13–E15. doi:10.1038/8964 

↑ Ir para:a b «A Célula (Teoria Celular)». Fiocruz

↑ Inwood, Stephen (2003). The Man who Knew Too Much: The Strange and Inventive
Life of Robert Hooke, 1635-1703. London: Pan. ISBN 9780330488297

↑ Ir para:a b Becker, Wayne M.; Kleinsmith, Lewis J.; Hardin, Jeff (2003). The World
of the Cell 5 ed. [S.l.]: Benjamin/Cummings Publishing
Company. ISBN 9780805348545

↑ Schleiden, MJ (1839). Contributions to Phytogenesis. [S.l.: s.n.]

↑ https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1646803

↑ «Teoria celular moderna». www.ehow.com.br. Consultado em 5 de outubro de 2020

↑ Ir para:a b c Wolfe, Stephen L. (1972). Biology of the Cell (em inglês). [S.l.]:


Wadsworth Publishing Company

↑ Ir para:a b c B. A., Biology; A. S., Nursing. «Cell Theory: A Core Principle of


Biology». ThoughtCo (em inglês). Consultado em 5 de outubro de 2020

You might also like