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ELALI, Gleice Azambuja LIMA, Natalya SANTOS, Raisa 255 Profa. Dra. Professora Cristina de Souza Rodrigues dos do Curso de Arquitetura Arquitetaeurbanista, _—_—Estudante de Arquitetura € Urbanismo e do UFRN € Urbanismo, UFRN Programa de ae Pés-graduacao em Arquitetura e Urbanismo, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte CUFRN re O EXERCICIO DA CRIATIVIDADE —_— NO PROJETO: . O QUE DIZEM AS PUBLICAGOES DOCENTES RESUMO, Na formaggo graduada em Arquitetura e Urbanismo, o processo projetual geraimen- te é indicado como uma atividade que exige criatividade do(s) estudante(s) e na qual o professor exerce o importante papel de mediador/faciltador. Nesse campo, a pesquisa ‘em desenvolvimento investiga como professores atuantes ern disciplinas de projeto em ‘cursos de arquitetura e urbanismo brasileiros trabalham a criatividade na elaboracao de propostas desenvolvidas er ambito académico. A pesquisa acontece por meio de mul timétodos, conjugando andlise documental, enquete online e entrevistas. Como um re~ corte desta investigacio maior, esse artigo apresenta os resultados da andl de textos sobre experiéncias didaticas nesse campo publicados entre 2001 e 2016 em trés eventos, brasileiros: 0 Encontro Nacional sobre Ensino de Arquitetura e Urbanismo (ENSEA), 0 Se- minério PROJETAR e Encontro Nacional da Associacdo de Pesquisa e Pés-graduacao em ‘Arquitetura e Urbanismo (ENANPARQ). Embora a criatividade seja ponto focal em apenas 5% dos artigos publicados (122 textos de um total de 2765 trabalhos), o material analisado proporciona um importante quadro geral sobre como o tema é trabalhado, apontando as principais maneiras utlizadas pelos docentes para estimular 0 exercicio da criatividade como parte do processo projetual. PRACTICING CREATIVITY IN ARCHITECTURE DESIGN: WHAT IS SAID IN PROFESSOR-AUTHORED PAPERS ABSTRACT In the undergraduate training in Architecture and Urbanism, the architectural design is usualy indicated as a process that requires the studen(s) to be creative and in which the professor plays the important role of me slator/facitatr. In our field, evelopment research investigates how professors working in design dscplines in architecture and urbanism courses in Bazi deal with creativity inthe elaboration of proposals developed in academic scope. This research uses a mult-metnad approach, combining documentary analysis, online survey land interviews. As a piece of larger research, this article presents the results from the analysis of papers about tlidactc experiences in the feld that were publshed between 2001 and 2016 in three Brazil events: the Tea- ching of Architecture and Urbanism National Conference (ENSEA), the PROJECTAR Seminar and the National Meeting Of the Association of Research and Post graduation Stules in Architecture and Urbanism (ENANPARQ), Aknough creativity isa focal point in only 5% ofthe published articles (122 papers out ofa total of 2765) the ma- terial analyzed provides an important general picture about how the theme is experienced, pointing outthe main ways teachers use ta stimulate the exercise of creaty as part ofthe design process. CA ee ae Cun aa ORCC net wR Cue aace tte eae 256 41. INTRODUGAO Incentivado nas diversas areas do conhecimento, tanto em ambito teérico-con- ceitual quanto aplicado, a criatividade 4 um importante diferencial da espécie humana e que impulsiona seu desenvolvimento. No campo da Arquitetura e do Urbanismo (AU) @ capacidade criativa € encarada como uma importante base para a at'vidade propositiva, sendo percebida como uma caracteristica inerente & prépria profissdo de arquiteto e urbanista, Com base nessa compreensdo, sendo 2 formagao superior um requisito essencial para a atuagao nessa area, os Cursos de Arquitetura e Urbanismo (CAUs) precisam assumir seu papel como Idcus de incentivo 3 criativdade, como indicam, entre outros, Fry, Hetteridge @ Marshal (2013), Keller-Matherss (2071) e Sternberg, Jarvin e Grigorenko (2009). Para compreender-se a atividade criativa, Rhodes (1961), Murdock @ Puccio (1993), Runco e Pagnini (2011) indicam ser fundamental analisar os quatro ele- mentos (quatro “Ps) que interatuam para a soluc3o de uma questéo-problema de natureza cientifica, artistica ou cotidiana: a Pessoa (o individuo em questdo ¢ seu potencial para atuar na situagéo), 0 Produto (resultado obtido), 0 Processo {(procedimentos realizados) ¢ a Pressao ambiental (contexto fsico e social em que a atividade acontece, considerando o local, outras pessoas presentes e o cendrio sociocultural), Assim, diante de uma problemética que desperta sua atengo, a motiva ou interessa, a pessoa, sinteticamente: (i) identifica, qualifica e compreende a solicitaso; (i) analisa as exigéncias e disponibilidades contextuais, inclusive suas préprias competéncias para enfrentamento da questdo; (ii) atua sobre a situagao, utilizando seu background (habilidades, conhecimentos e experiéncias anteriores) cu investindo em modes de adquirir as competéncias necessarias no prazo dispo- nivel para conclusio da tarefa. Partindo desse entendimento geral, varios pesquisadores que se dedicam ao es- tudo da atividade criadora apontam a educaco como de seus mais importantes fundamentos (ALENCAR, 1995; ALENCAR, FLEITH, 2003, KELLER-MATHERS, 2011; OSTROWER, 2005; WEISBERG, 1986), justamente devido ao seu papel na amplia- G0 (quantitat'va e qualitativa) do background das pessoas e grupos, faciltando a transposigao de informagdes entre areas de conhecimento. Em dirego oposta, rmesmo reconhecendo 0 papel do ensino para o desenvolvimento da habilidade criadora, outros autores (LUBART, 2007; KIM, 2010; PRIETO, SOTO, VIDAL, 2013) alertam que, em algumas situagSes a escolarizac30 pode diffcultar a criatividade, pois ela costuma valorizar atividades ligadas ao pensamento corvergente (vokiado para a solugdo ‘correta’ de problemas, preciso de resukados, trabalho em silen- Cio, conformismo}, desestimulando o pensamento divergente (como a curiosidade genérica e a busca independente por diferentes modos de entender e/ou resolver uma mesma questo) 237 Varios estudos (ALENCAR, FLEITH, 2070; STENBERG, JARVIN, GRIGORENKO, 2009) ressaltam 2 importéncia do professor para o desenvolvimento do potencial riativo do aluuno, tanto no sentido positive (por tornar-se exemplo, ou diante da valorizago e socializago de novas ideias) quanto de modo negative (quando hd excesso de criticas ou postura muito rigida). No campo da arquitetura e urbanismo, autores como Corong-Martinez (2000) Stevens (2003) e Lawson (2011) destacam a importancia da habilidade criativa para a formaco e o posterior desempenho profissional, sobretudo no que diz respeito a0 desenvolvimento das atividades propositivas (principal caracteristica da érea de AU), indicando ser fundamental incentivar a realizagdo de pesauisas que relacionem criatividade e projeto. Especificamente com relagdo & proposi¢ao projetual, Akin (1990) e Akin @ Akin (1996) comentam que a busca pela resolugao de problemas inicialmente exige um quadro de referéncias consistente (que envolve 0 conhecimento do problema trabalhado e de solugdes que possam aplicar-se a ele) o qual delimita um conjunto de "regras’ para enfretamento da questo, mas que, parte importante do proceso criativo se relaciona a modos de enfrentar ou violar (total ou parcialmente) estas normas de modo a reconfigurar-se o problema e definir um novo padrao, o que abre mais possibilidades para o surgimento de solugSes inovadoras. Diante da importéncia do tema, esté em andamento um projeto de pesquisa que investiga como os docentes que lecionam disciplinas de projeto de arquitetura em AUs brasileiros entendem o papel da criatividade no processo projetual e que recursos utiliza para fomenté-la (ELALI, 2015). O tema foi tratado em pesqui- sas anteriores da proponente (FLALI, 2011, 2013; VELOSO, ELALI, 2014), as quais detectaram que, embora docentes e discentes no campo da AU reconhegam e valorizem a atividade criadora, a vida académica dificuta seu desenvolimento, sendo preciso encontrar maneiras para estimulé-la, mas sem que essa procura assuma o status de nova exigéncia Como um recorte dessa investiga¢ao maior, esse artige é derivado da revisdo de literatura sobre a criatividade no campo da AU, entendendo-se que esse tipo de pesquisa "serve para apresentar o que tem sido realizado sobre um tépico especi fico, fazer uma anélise critica, mapear avangos, mites e projegdes futuras, tornan- do-se eixo estruturante de um estudo" (ALVES, BETRABET-GULWADI, 2008, p. 343), ‘Abase do estudo foram os artigos publicados nos anais de trés grandes eventos brasileiros que mantém interfaces com 0 campo de projeto de arquitetura 2 oco- rrem bienalmente: o Encontro Nacional sobre Ensino de Arquitetura e Urbanismo (ENSEA - promovido pela Associago Brasileira de Escolas de Arquitetura, ABEA, a partir de 1990), 0 Seminario PROJETAR (realizado a partir de 2003) e 0 Encontro da Associagio Nacional de Pesquisa e Pés-graduago em Arquitetura e Urbanismo 258 (ENANPARQ - organizado pela Associag’o Nacional de Pesquisa e Pés-graduagio em Arquitetura e Urbanismo, ANPARQ, a partir da década de 1990). Como recorte temporal foi estabelecido o periodo entre 2001 ¢ 2016, totalizando 15 anos de atividades, condiggo que se justifica por corresponder @ uma abordagern mais recente do tema, ¢ em fungio da existéncia de material de pesquisa disponibilt zado on line, respectivamente nas plataformas digitais: www.abea.org br (colegio: *cadernos ABEA"), www grupoprojetarufm.br/ (coleggo: Anais dos Seminérios PROJETAR); www.anpara.org br/ENANPARQ. 2. METODO Para a elaboracio desse artigo recorreurse & anélise documental, tendo como universo de pesquisa os textos digitais fornecidos aos participantes das diversas edigées de cada evento na forma de anais (em CDs, pendrives) e posteriormente divulgados na internet. Partindo desse universo foi recortado o grupo de publi cages realizadas entre 2001 e 2016, e, dentre elas, o subgrupo daauelas rela- cionadas & criatividade. Os textos foram localizados por meio do recurso ‘busca, com a procura dos termos criar, criagSo, criad* (criador, criadora) e/ou criativ* (criativo/a, criatividade e similares), no titulo, resumo ou palavras-chave dos artigos. ‘Apés uma etapa exploratéria inicial que localizou 122 artigos que atendiam as exigéncias iniciais, foram selecionados 65 textos para comporem 0 corpus de pesquisa (leitura integral, os quais esto relacionados & atividade didatica nesse campo. A anélise das informacdes aconteceu por meio da andlise tematica de contetido (BARDIN, 2006), contemplando as etapas: (1) compilagao do material (2) exploracao inicial; (3) identificagdo e categorizaco do material (temas em debate, tipo de experiéncia realizads, etc) (4) analise do significado dos resultados obtidos, 3. RESULTADOS Iniciais Inicialmente ver'ficou-se que, entre 2001 2016, os eventos escolhidos publcaram um total de 2765 trabalhos completos, dentre os quais em apenas 122 (4,4%) a ‘tematica criagdo/criatividade figurou no titulo, palavras-chave ou resumno (Figuras 1 2). Obviamente isso nd impede que o assunto tenha sido tratado em outros trabalhos (como verificamas na leitura informal de alguns textos no seleciona- dos), no entanto, nestes tikimos a atividade criativa nao era tratada como foco, ou seja, os autores ndo consideraram o tema importante a ponto de figurar entre os indexadores textuais ou em sua verséo condensada 1 quantiade total de artigos puble-cades nos nals dos tes dente eles, a quantidade ‘3 atvdade eritiva. Figura 2. Abordagem de atidades eventos fem Fungo do do total de artigos) Considerando a quantidade total de publicagées nota-se que, embora o ENSEA seja 0 evento temporalmente mais extenso (acontece desde a década de 1990), foi o que menos publicou (283 textos completos), enquanto 0 ENANPARQ, que é 0 mais recente, mostra-se o mais produtivo (1418 trabalhos). No entanto, ao averi- guar-se a quantidade de artigos que tratam de temas ligados 8 atividade criativa a situago se inverte: 0 PROJETAR € 0 que apresenta mais publicagdes nesse campo (66), seguido pelo ENSEA (42) e pelo ENANPARQ (24). Analisada em termos rek vos, essa inversdo numérica evidencia que a tengo & atividade criativa est’ mais presente no ENSEA (em 14,89 dos textos), sendo menor nos demais (5,3% no PROJETAR; 1,7% no ENANPARQ). Tal situagdo se explica em fungao das préprias ca- racteristicas dos eventos, 0 primeiro atuando no Ambito das escolas de graduacao e do ensino, enquanto os demais atingem um puiblico mais ample notadament de pés-graduago, no qual pesquisa tem maior interesse (sobretudo no caso do ENANPARQ), caracteristica que influencia o tipo de enfoque trabalhado nos seus encontros e as publicacées. Em termos gerais sobressai a maior incidéncia da tematica no ENSEA e entre os anos de 2005 e 2010, o que podemos associar ao periodo posterior 3 elaboragao dos Projetos Pedagégicos de muitos cursos de graduagao (por exigéncia do MEC © conforme indicagées da ABEA), situagdo que possibilitou o afloramento de temas dessa natureza, Outro aspecto a destacar 6 0 aumento da preocupacao com a criatividade no PROJETAR no final do perfodo analisado, o que é assaciével ao fato da tematica do evento em 2015 ter sido “originalidade, criatividade e inovacao no projeto contemporéneo", atraindo, assim, os autores interessados, ENSEA PROETAR ENANPARO, SUBTOTAL No ‘Artigos] criar™ | Artigas | rar” | artigos ] rian” | artigos | Crit” 2oora2005| 37 ~—~=SSCYCaSSC ws Ee mew) ms 5 | 59 ~~ | me 1s | 1890-0 TOTAL wi a2) toes 56 [ass 2a [ayes aaa (2). Artigos que utllzaram as palavras ear, cago, crativ® em seu Ul, palavras chave ou resumo Pa Figura 3, Nuvem de pala criaga partir dos tus dos 122 ‘ries localizados Os termos pesquisados (criar, criagao, criad, criativ') foram localzados predom- nantemente nos resumos dos textos publicados (em 101 dos 122 trabalhos, ou seja, 82,758), e menos em seus titulos (46/122; 37,7%) e palavras-chave (25/122; 20,49), Considerando especificamente 0 conjunto dos titulos, apesar da grande muliplicidade de palavras detectadas, a preocupagio dos autores voltou-se para as expressées arquitetura, projeto, curso de arquitetura e urbanismo (CAU), en- sino, criatividade, experiéncia, projeto pedagégico (PP), espacos, estudo, aprendi- zagem, criar, criagdo, estudantes e pedagégico, conforme representado na Figura 3. Evidencia-se af uma importante conexéo da pesquisa em criatividade com a atividade educativa no campo de projeto (ensino, PP, CAL, estudo, aprendizagem, estudante, pedagégico) que merece aprofundamento. Sob esse ponto de vista, a leitura dos resumos dos 122 trabalnos localizados mostrou que 65 textos tratavam especificamente do relato de experiéncias acadé- micas que valorizam o fomento a atwvidade criativa come alicerce para projeto de arquitetura e urbanisrno. Em fungSo dessa constatag3o, na continuidade do artigo se optou por tratar este conjunto como corpus de pesquisa e fazer sua lettura integral (evitando a defini¢gio de um plano amostrall, centrando o texto nos modos de trabalhar a criatividade nos cursos de graduacao, de acordo com as indicagdes dos docentes em suas publicagSes eA rguitetura Gestudantes les) ig arean— D mot ih camr argue eReS 8 = anal = criatividade aprendizagem copes atividads fy ic oii E ogddaouo: Pl vyuoul 261 Experiéncias de fomento a criatividade discente Aprofundando-se a andlise em dirego ao tipo de atividade que embasa estes 65 textos (Figura 4), verificou-se que mais da metade deles (36/65) esto relacionados 3 atividade em sala de aula (que denominamos "ensino" em sua acepgo mais tradicional), seguidos por pesquisa aplicada (14) e a praxis projetual genérica (9) A discusséo teérica (por si) e as atividades de extensao figuram minoritariamente (respectivamente 4 e 2 menges). Figura 4, Atidede que serve come base para as aividades Felatadas nos textos 40 20 fensino pesquisa prética teoria_extensfo fo Dades da pesquis Analisando os trabalhos com base nos parametros de Rhodes (1961) observa-se que, em sua maior parte, os artigos anal'sados colocam o foco da argumentagdo no processo de criacaio em termos do método utilizado pare obté-lo, Os textos que discutem as caracter’sticas do produto final (ou seja, 0 projeto em si) ou que se detém nas caracteristicas da pessoa que cria (‘sto 0 estudante) somam menos de 10% do total. Apenas 02 dos textos fzeram alguma referéncia ao contexto de criagdo no que se refere ase preocuparem com a pressdo do ambiente sécio-fisico que suporta a atividade. A inquietacdo com a andlise de situag6es de ensino talvez explaue a énfase destes trabalhos na busca por metodos que as alicercem. Por outro lado, isso também indica a dificuldade dos CAUs e de seus professores em entenderem as particularidades dos seus alunos enquanto pessoas que se predis- pdem & atividade criadora e, menos ainda proporcionarem a eles uma ambiéncia criativa que os estimule a pensar e atuar criativamente, Em termos de seus interesses, os artigos geralmente desenvolvem-se a partir da jungo de trés tipos de enquadramento da questao: ()— apresentagSo da criatividade como um conceito genérico, tendo como base a literatura proveniente das ciéncias humanas ¢ sociais, como Gardner (1995), Maturana (2010), Morin (2070), Piaget (2013) e Vigotski (2003); (i) direcionamento dos achados anteriores para o processo de criag4o de um produto (elemento de design), tendo como principals referéncias autores como 22 Boutinet (2002), Hertzberg (1991), Lawson (2011), e Schon (2000), ou a obra de arquitetos renomados, com destaque para expoentes como Le Corbusier, Frank Lloyd Wright, Renzo Piano, Frank Gehry, Grupo Archigram, Jean Nouvel, Mies van der Rohe, Oscar Niemeyer, Peter Eisenman, Santiago Calatrava. (ii) descrigao de uma experiéncia didética especttica, entendida como diferen- ciada da prética anterior vigente na academia, quer respaldada diretamente pela literatura quer entendida como uma experiéncia inéaita por si Sinteticamente subdividimos as téticas pedagégicas apresentadas nos textos em seis grandes categorias, delimitadas em fungdo da postura docente com relagdo a0 processo projetual Ampliar © repertério (background) do estudante sobre edificagSes preexis- tentes - em geral os trabalhos enquadrados nessa categoria incitam e/ou instrumentalizam o aluno a realizar: estudos de refer€ncia utilizando fontes se- cundarias (recursos bibliograficos ou internet) e focalizando aspectos formais, funcionais ou programaticos de projetos ou edificios executados; avaliacdo presencial de edificagées para gerac3o de informagGes primarias, através de visitas técnica ou avalacao pés-ocupacao (APO) investigacao da obra de proje- tistas consagrados (como os indicados anteriormente) por meio de revisdo de literatura, elaborago de rnaquetes de obras ic6nicas e similares) Expandir a compreensdo de técnicas/sistemas construtivos - nesse caso, 0 foco da proposta metodoligica esté na ampliago de conhecimentos sobre um tipo espectico de edificagio e na exploragao de detalhes inerentes a ele (em madeira, em aco, concreto, etc), 0 que envalve construc3o de modelos, montagem/desmontagem de elementos construtives (em protétipos ou tamanno real) e/ou visitag3o a fabricas/usinas/manufaturas, além de estudo bibliogréfico direcionado Explorar analogias, desde a estilizagdo de elementos do mundo natural até compreender e definir mais claramente elementos de propostas utépicas (cartoons, histéria em quadrinhos)e fazer a reinterpretagdo de textos lterérios {textos classicos, poesia, letra de musica) e obras artisticas. Explorar os sentidos humans (visdo, auidigao, olfato, tato, paladar) como ele- mentos para leitura e proposigo espacial ~ geralmente envolvendo proposta didatica de cunho nitidamente fenomenolégico e a leitura de expoentes nesse campo, como Merleau-Ponty (2011), Heidgger (2006) e Pallasmaa (2011), Cultivar diferentes modos de representagac de ideias ~ desde técnicas manuais de desenho e elaboracgo de maquetes (croquis, colagem, dobradura, etc) até 0 uso de tecnologia de ponta (programas computaciona’s que permitem a reproducao de formas complexas, modelagem digital, e similares). 263 Adotar um método para a elaboragdo da proposta projetual - treinamento dos estudantes para utiizaggo de um conjunto de ferramentas, muitas vezes, importadas de outros campos de conhecimento, notadamente do campo de design de produtos, das engenharias ou administragao de empresas, tais, come jogos (felacionados ao processo projetual ou a aspectos/elementos, espectficos, como conforto ambiental ou estrutura), diagramas (lineares, de 5 REFERENCIAS AKIN, 0. 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