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13/12/2021 11:32 UNINTER

TERAPIA BIOENERGÉTICA
AULA 1

Prof.ª Nathalie Pailo Perozin

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CONVERSA INICIAL

Bem-vindo(a) a esta aula!

No decorrer dos conteúdos,


teremos como objetivo conhecer e aprofundar nos fundamentos e
nos conceitos
teóricos da Bioenergética, além de desenvolver a capacidade de realizar a aplicação

prática dessa abordagem terapêutica dentro do contexto das Práticas


Integrativas e Complementares

em Saúde.

Começaremos os estudos pelos


fundamentos da Bioenergética, aprendendo sobre a origem

dessa abordagem e
alguns conceitos básicos referentes à sua visão de homem e de mundo.

TEMA 1 – DA PSICOLOGIA À BIOENERGÉTICA

Veremos a seguir a relação


entre a Bioenergética, a Psicologia Corporal e a Psicologia como um

todo. Para
isso, utilizaremos uma figura, que nos ajudará a compreender essa relação.

Figura
1 – Guarda-chuva da Psicologia

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Fonte: Elaborada pela autora, 2021.

Como pudemos ver, para a


Bioenergética, o guarda-chuva se abre da seguinte forma: dentro da

Psicologia
existem diversas abordagens, uma delas é a Psicologia Corporal; dentro da
Psicologia

Corporal existem três grandes movimentos, que são o reichiano, o pós-reichiano


e o neorreichiano; a

Bioenergética faz parte do movimento neorreichiano.


Veremos mais detalhes de cada um desses

movimentos a seguir.

O movimento reichiano é aquele


que dá origem à abordagem da Psicologia Corporal, que tem

como fundador Wilhelm


Reich. O movimento pós-reichiano mantém como base a teoria inicial de
Reich, porém,
começa a propor pequenas alterações de compreensão da teoria, nomenclaturas e

práticas corporais – tem como principal autor Federico Navarro. Por fim, o
movimento neorreichiano

se enquadra dentro da abordagem corporal devido à visão


de homem e de mundo de ambas ser

compatível, porém, propõe mudanças bem


significativas na teoria, conceitos e práticas corporais.

Podemos ver que


dentro do movimento neorreichiano existem três autores principais: Alexander

Lowen, fundador da Bioenergética, David Boadella, fundador da biossíntese e


Gerda Boyesen,

fundadora da Biodinâmica. Nosso objetivo nesta disciplina é estudar


a primeira delas, a

Bioenergética.

TEMA 2 – A REGULAMENTAÇÃO DA PSICOLOGIA CORPORAL NO


BRASIL

Uma vez que, conforme vimos


acima, a Bioenergética é uma disciplina da Psicologia, como é

possível que um
profissional sem formação em Psicologia trabalhe com essa abordagem? Essa é uma

questão importante de esclarecermos, para que você compreenda a regulamentação dessa


área de

atuação e possa se sentir seguro em sua atuação profissional.

Uma publicação do ano de 2009,


feita pelo Conselho Federal de Psicologia em parceria com os

Conselhos
Regionais de Psicologia, com o título “Ano da Psicoterapia: Textos Geradores”,
traz esse

tema para discussão a partir de textos de diversos autores. A


publicação propõe a reflexão a respeito

da atividade de psicoterapia ser


regulamentada como de uso exclusivo dos psicólogos ou continuar

sendo permitida
também para profissionais de outras áreas de formação.

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Para compreendermos um pouco


mais a situação dessa discussão e nos fortalecermos em nossa

prática
profissional, veremos a seguir algumas reflexões. Conforme Rodrigues (2009, p.
49), “[...] é

necessário ter em mente que o campo das psicoterapias é antigo,


amplo e diversificado. Logo, tratá-

lo como bem exclusivo da Psicologia nos remete


a um equívoco não apenas epistemológico, mas

também de ordem política”.

Ainda de acordo com o autor, o


fazer psicoterapêutico se construiu a partir de diversos campos

de
conhecimento, como a Filosofia, a Medicina, a Sociologia, a História, e outros.
Neubern (2009)

confirma esse entendimento de Rodrigues quando diz que a história


da psicoterapia mostra que esta

é composta por um conjunto de influências


diversas e que, por estar ligada a um campo complexo

do conhecimento, como a
subjetividade, dificilmente pode se constituir como campo exclusivo de
uma
única disciplina, como a Psicologia.

Rodrigues (2009) destaca ainda


que independente da formação acadêmica ou graduação de um

psicoterapeuta, a sua
qualidade profissional será determinada pelo investimento que esse faz em um

processo psicoterapêutico pessoal associado a um processo de supervisão, profundo


e consistente,

que irão pautar sua prática clínica. O autor sugere também que
para melhor controle de qualidade

das práticas psicoterapêuticas sejam criadas formas


de avaliação, fiscalização e orientação ético-

profissional.       

Dutra (2009) complementa esse


tema quando diz que a relação psicoterapêutica dificilmente

será pautada
somente na “técnica” e na “teoria”. A autora defende que “[...] existe uma
dimensão que

é da própria singularidade do psicólogo, uma vez que seu


conhecimento e seu saber, formal e

informal, passam a constituir o seu


modo-de-ser-terapeuta” (Dutra, 2009, p. 63).

Segundo Neubern (2009), é


necessário que a discussão sobre esse tema seja aprofundada em

torno do aspecto
da “formação” do psicoterapeuta. De acordo com o autor, mais importante que o

título em si é o percurso traçado pelo profissional que, compreendendo a


complexidade do campo

de estudo da subjetividade humana, deve extrapolar os


limites disciplinares, buscando articulações

entre disciplinas diferentes.

Outra questão importante a se


considerar para a compreensão desse tema é que devido à

Psicologia Corporal não


ser uma profissão regulamentada no Brasil é possível que o profissional

interessado faça formações independentes na área e tenha exercício livre da


profissão.

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Por fim, o que o Conselho


Regional de Psicologia 8° Região (Quinelato, 2021)
indica é que o

profissional da área da terapia corporal (ou no nosso caso, da


Bioenergética) respeite na divulgação

de seu trabalho o título a ele concedido


pela instituição de ensino responsável. Deve ficar claro para

seus pacientes e
clientes qual é sua formação, sem espaço para dúvidas – propagandas que não

deixam nítidas as informações sobre formação e habilitações de profissionais da


área podem induzir

a sociedade ao erro, o que poderia caracterizar exercício


ilegal da profissão.

TEMA 3 – FUNDAMENTOS DA PSICOLOGIA CORPORAL

Antes de nos aprofundarmos no


estudo específico da Bioenergética, estudaremos sua

fundamentação, passando
pela origem, história, e principais autores da Psicologia Corporal.

3.1 WILHELM REICH E A ORIGEM DA PSICOLOGIA CORPORAL

A história da Psicologia
Corporal começa a partir da teoria desenvolvida por Wilhelm Reich, que

foi
aluno de Sigmund Freud e posteriormente atuou por muitos anos como psicanalista.

Por meio de seus estudos e sua


prática clínica, com o passar do tempo, Reich constatou que o

método utilizado
pela psicanálise, de associação livre de ideias e análise do sintoma
isoladamente,

apresentava limitações. Os pacientes demonstravam resistência à


associação livre de ideias e muitas

vezes as técnicas da psicanálise não se


mostravam suficientes para que os pacientes encontrassem a

cura para seus


desequilíbrios psíquicos.

Reich começou então a fazer


sugestões de modificações na teoria e na técnica da Psicanálise,

porém, suas
ideias geraram controvérsias, até que em um dado momento ele foi considerado

indesejado dentro instituições psicanalíticas (como Sociedades e Associações) e


foi expulso da

maioria delas. Seguiu, então, seu próprio caminho, desenvolvendo


sua própria teoria.

Pode-se dizer que a principal


característica de sua teoria, que a diferia da psicanálise, foi a

inclusão do
corpo e da energia como aspectos essenciais no processo terapêutico.

Uma das primeiras grandes


mudanças realizadas por Reich em suas sessões de atendimento foi

retirar o
paciente do divã (no qual ficava deitado de costas para o terapeuta, sem
contato direto com

ele) e colocá-lo frente a frente com o terapeuta. Com essa


mudança, Reich passou a observar não
apenas o que era dito, mas também as expressões
emocionais e corporais do paciente. Foi dessa
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forma que começou a desenvolver


sua nova abordagem terapêutica, que passou por algumas fases,

conforme veremos
a seguir.

Inicialmente seu método de trabalho


foi chamado de Análise do Caráter, que consistia em

considerar o caráter do
paciente como um todo durante o processo terapêutico, não apenas os

sintomas,
como era feito na psicanálise. Frente a frente com o paciente, Reich observava
as

expressões emocionais desse, indo além do que era apenas dito. Reich começou
a perceber também

que existiam alguns padrões emocionais e comportamentais em


seus pacientes e foi reunindo esses
padrões em tipos de caráter, os quais
chamou de “traços de caráter”.

Para auxiliar na compreensão


do termo “caráter” e seu significado prático no processo

terapêutico, segundo Navarro


(1995), o caráter é a maneira habitual de agir e reagir de um indivíduo,
por
intermédio do seu comportamento. Ou seja, ao compreender os principais traços
de caráter de

um indivíduo, era possível identificar seus padrões emocionais e


comportamentais e direcionar o
projeto terapêutico de forma mais assertiva.

A respeito da formação dos


traços de caráter, esta ocorre desde a fecundação do indivíduo até

sua
puberdade, principalmente, podendo se estender também para a vida adulta. Conforme
as
experiências vivenciadas pelo indivíduo, que podem ser prazerosas ou traumáticas,
esse vai

desenvolvendo sua forma habitual de agir e reagir no mundo. No caso de


experiência negativas, o
indivíduo utiliza mecanismos de defesa naturais para
se proteger, e essa forma de responder aos

acontecimentos, dependendo de sua


frequência e intensidade, vai se cristalizando em seu
comportamento. Ou seja, o
indivíduo perde sua fluidez, sua capacidade de agir e reagir conforme as

situações se apresentam, em vez disso, desenvolve um comportamento rígido e


encouraçado.

Em seguida, o seu trabalho


seguiu para uma nova fase, chamada de Vegetoterapia
Caracteroanalítica. Segundo
Volpi (2019), nessa fase, a Análise do Caráter foi revisada e ampliada por

Reich, deixando de ser uma terapia apenas psicológica, e passando a ser também
biofísica, tendo
como base as reações neurovegetativas. Aqui, Reich desenvolveu
o conceito de “couraças

musculares” – regiões corporais com tensões musculares


crônicas –, e mapeou o corpo em sete
segmentos de couraça. Foi nessa fase que o
aspecto corporal ganhou destaque no trabalho de Reich,

o que depois veio a se


tornar o nome da abordagem que dedica sua origem a ele, a Psicologia
Corporal.

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Por fim, ao se aprofundar nos


estudos referentes à energia – para a qual Reich deu o nome de

“orgone” – a
última fase de seu trabalho foi chamada de Orgonoterapia, que, posteriormente,
consolidou-se como uma ciência natural, denominada Orgonomia (VOLPI, 2019). A
partir de suas

pesquisas e estudos, Reich descobriu a importância da energia


para a saúde do organismo.
Constatou que se um organismo estava bem
energeticamente, ou seja, a circulação e a vibração

energética estavam fluindo


positivamente, esse apresentava maior potencial para a saúde (física e
emocional). Já se um organismo estava com a circulação e a vibração energética
estagnada, ele

apresentava maiores chances de desenvolver desequilíbrios em sua


saúde (física e emocional).

Reich concluiu, então, que os traços


de caráter e as couraças musculares não geravam apenas
rigidez no comportamento
e no corpo do indivíduo, mas também bloqueavam a circulação saudável

de energia
no organismo. A partir desse momento de seu trabalho, a base da teoria e da
prática da
Psicologia Corporal, conforme é seguida até hoje, foi definida e
nela se considera que os aspectos

mente, corpo e energia são inseparáveis na


construção do bem-estar e da saúde de cada indivíduo,
assim como devem fazer
parte do processo terapêutico.

Algumas das principais obras de


Reich, para se aprofundar mais, são A análise do caráter e A
função
do orgasmo.

3.2 FEDERICO NAVARRO, A METODOLOGIA DA VEGETOTERAPIA


CARACTEROANALÍTICA E A
DISSEMINAÇÃO DA PSICOLOGIA CORPORAL NO
BRASIL

Federico Navarro foi um autor


pós-reichiano muito importante, pois foi responsável por

desenvolver a
metodologia de exercícios da Vegetoterapia Caracteroanalítica, os quais têm
como o
objetivo desbloquear as couraças musculares de cada segmento corporal
mapeado por Reich (VOLPI,
2019).

Após Reich definir o conceito


de couraças musculares e mapear os segmentos corporais, optou
por pedir que Ola
Raknes, seu aluno, amigo e colaborador, desenvolvesse para ele os exercícios
para

o desbloqueio deles. Ola Raknes, por sua vez, considerou que seu
conhecimento em anatomia e
fisiologia não eram suficientes para criar tal
metodologia, decidindo juntamente com Reich repassar

essa missão para alguém de


seu confiança. Foi assim que Ola Raknes convidou Federico Navarro para
realizar
essa tarefa (Volpi, 2019).

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Navarro também se destaca na


história da Psicologia Corporal, pois divulgou o trabalho de Reich
mundo afora,
inclusive no Brasil, a partir do ano de 1986 (Volpi, 2019). O autor vinha para
o país

ministrar formações de orgonoterapeutas, além de participar de


congressos e realizar sessões
terapêuticas. Foi também responsável por escrever
algumas obras que organizam a metodologia

reichiana, facilitando aos


profissionais da área e interessados a acessar, compreender e aplicar as
técnicas da abordagem.

Uma curiosidade, inclusive, é


que Navarro foi um dos grandes responsáveis pela formação de

José Henrique
Volpi, um dos diretores do Centro Reichiano em Curitiba, que hoje ministra
formações
em Psicologia Corporal, juntamente com sua esposa Sandra Mara Volpi.
O casal é também

responsável por organizar e promover o Congresso Brasileiro de


Psicoterapias Corporais, que, em
2021, completa sua 25° edição.

Algumas das principais obras


de Navarro são Caracterologia pós-reichiana, Metodologia da
vegetoterapia caractero-analítica e Somatopsicopatologia.

3.3 ALEXANDER LOWEN E A BIOENERGÉTICA

Alexander Lowen foi


responsável pela criação da Bioenergética, abordagem neorreichiana da

Psicologia Corporal. Reich foi professor de Lowen por 12 anos (1940-1952) e seu
terapeuta por três
anos (1942-1945), mas antes de conhecer Reich, Lowen já se
interessava pela relação mente-corpo

devido à sua experiência pessoal com


atividades esportivas (Lowen, 2017).

Segundo Lowen (2017), nos anos


de 1930, ele foi coordenador de esportes em acampamentos
de férias e percebeu
que um programa regular de atividades físicas melhorou não apenas sua saúde,

mas também seu estado mental. De acordo com o autor, outros estudos também
indicavam para ele
que um indivíduo pode influenciar suas atitudes mentais por
meio de um trabalho com o corpo.

Conhecer o trabalho de Reich complementou e


confirmou suas ideias, assim como foi essencial para
ajudá-lo a avançar na
direção de seus objetivos e sua autorrealização.

Apesar de confiar muito no


trabalho de Reich e ter experimentado pessoalmente seus benefícios,
Lowen
sentia que algumas alterações no método eram necessárias e se propôs a seguir
estudando e

aperfeiçoando a abordagem corporal, adequando-a às suas percepções


pessoais.

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A Bioenergética foi
desenvolvida após o falecimento de Reich, a partir de uma união terapêutica

que
Lowen fez com um colega de profissão, John Pierrakos. Segundo o autor, nas
sessões, Lowen
experimentava em si mesmo exercícios corporais, acompanhado por
Pierrakos, e ia avaliando a

melhor forma de executá-los, assim como seus


efeitos e resultados (Lowen, 2017).  Sempre acreditou
na importância de
vivenciar em seu próprio corpo aquilo que fosse aplicar para seus pacientes, e
foi

dessa forma que desenvolveu as posições e os exercícios básicos da


bioenergética (Lowen, 2017).

Reconhecendo também a
importância do processo analítico dentro da sessão terapêutica, Lowen
desenvolveu sua própria teoria em relação aos tipos de caráter e, inclusive, mudou
a nomenclatura

utilizada por Reich e Navarro de “traços de caráter” para


“estruturas de caráter” – no decorrer de
nossos estudos utilizaremos a
nomenclatura definida por Lowen, uma vez que estamos estudando a

abordagem
desenvolvida por ele.

Pode-se dizer que na base de


seu trabalho estão os princípios: da busca pelo relaxamento das
tensões
musculares crônicas; do contato com o chão por meio de exercícios de grounding;
e da

liberação e ampliação da respiração. Mais para frente veremos detalhes dos


exercícios
bioenergéticos, como esses citados anteriormente e outros.

O nome “Bioenergética” foi


definido por Lowen, pois este acredita que além do entendimento de
que o que
acontece com o corpo afeta a mente, os processos energéticos do corpo
determinam o

que acontece tanto na mente como no corpo (Lowen, 2017).

Podemos finalizar esse


sobrevoo pela fundamentação da Psicologia Corporal e da Bioenergética
com uma
frase de Lowen (2017, p. 36), que diz: “A bioenergética é uma técnica
terapêutica que ajuda

o indivíduo a reencontrar-se com o seu corpo e a tirar o


mais alto grau de proveito possível da vida
que há nele”.

Algumas das principais obras


do autor são Bioenergética, O corpo em terapia e Medo da Vida.

TEMA 4 – VISÃO DE HOMEM E DE MUNDO DA PSICOLOGIA


CORPORAL

Seguiremos agora para o estudo


da visão de homem e de mundo da Psicologia Corporal, ou
seja, a forma como essa
abordagem interpreta e compreende o homem, sua relação com o meio, a

sociedade,
o mundo e a realidade na qual ele está inserido. Pode-se dizer que a visão de
homem e

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de mundo de uma abordagem é o que caracteriza essa abordagem e aqueles


métodos e trabalhos
que quiserem se encaixar dentro dela devem compactuar com a
mesma visão, como é o caso da

Bioenergética em relação à Psicologia Corporal.

Quando nos perguntamos, de


forma objetiva, o que diferencia a visão da Psicologia Corporal das
demais
abordagens da Psicologia, a resposta é: sua visão de que mente, corpo e energia
são

inseparáveis e igualmente determinantes na formação e no modo de ser e se


comportar de um
indivíduo. É dessa união que as características do indivíduo se
formam e é também a partir desses

três aspectos que a terapia corporal deve ser


conduzida.

O aspecto mental do indivíduo,


ou sua psique – um termo muito utilizado por psicólogos –
sempre foi o foco da
psicologia. Ao pesquisar no dicionário é possível constatar que “psique” tem

muitos significados, como: mente, intelecto, sentimentos, a parte imaterial do


ser humano, entre
outros. Por muito tempo se acreditou que a mente e o corpo do
indivíduo funcionavam de forma

totalmente independente e o que se apresenta em


um desses aspectos nada tinha a ver com o outro
aspecto. Devido a isso, a
psicologia e a medicina trabalharam também de forma independente,

acreditando
que uma tinha o objetivo único de tratar o corpo, enquanto a outra de tratar a
mente.

Na Psicologia Corporal, esse


conceito foi reavaliado. Como vimos, por meio de seus estudos e
prática
clínica, Reich percebeu que a mente e o corpo estavam diretamente relacionados
e que o que

acontecia com um desses aspectos influenciava o outro.

A partir disso, o aspecto


corporal – ou somático – foi incorporado ao trabalho terapêutico da

abordagem. Na
visão da corporal, todas as experiências vivenciadas por nós, desde a
fecundação e
durante toda nossa vida, geram respostas emocionais e corporais.
Quando passamos por uma

situação positiva, experimentamos emoções positivas,


assim como nosso corpo responde de forma
fluida e expansiva. Já quando passamos
por uma situação negativa, o contrário acontece,

experimentamos emoções
negativas e nosso corpo responde com contrações e contenções,
perdemos a
fluidez.

Dessa forma, as marcas


deixadas em nós por essas experiências impactam tanto a nossa mente,

criando padrões
emocionais e comportamentais, como também nosso corpo, criando padrões
posturais, modo de se movimentar, regiões corporais com excesso ou falta de
tônus, podendo gerar

inclusive doenças físicas. Podemos chamar essas marcas de


“estruturas de caráter” e “couraças
musculares”, como já vimos brevemente e nos
aprofundaremos nos próximos conteúdos.

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Mais adiante, o aspecto


energético foi incorporado na visão de homem e de mundo da

abordagem. A energia
está presente em todo organismo vivo, tudo que há na terra, que possui
qualquer
centelha de vida, possui energia. A energia é responsável por nos manter vivos,
por
possibilitar o movimento, a troca, a vitalidade, a sexualidade, a
reprodução, o trabalho, as emoções, e

muito mais. Um organismo saudável é


aquele com energia circulando e disponível para os processos
de carga e
descarga. É necessário que haja um equilíbrio entre esses aspectos, para que não
haja

excesso ou falta de energia.

Uma das causas de nossos


desequilíbrios físicos e psíquicos é esse excesso de energia, que não é

descarregada conforme deveria, ou a falta de energia, pela incapacidade de


absorvê-la e permitir que
circule no organismo. As couraças musculares são
responsáveis por limitar esse ciclo de carga e

descarga que deveria acontecer


naturalmente, considerando um organismo saudável.

TEMA 5 – AUTORREGULAÇÃO

Finalizaremos esta aula


estudando o conceito de autorregulação, muito utilizado na Psicologia

Corporal
e abordagens relacionadas. O processo de autorregulação consiste na capacidade
de um

organismo em executar as adaptações necessárias em si mesmo para que seu


estado de saúde e vida
seja mantido.

O natural seria que todos os


organismos preservassem essa capacidade de autorregulação
durante toda sua vida,
porém, devido a interferências externas, essa capacidade é afetada e

prejudicada, dando espaço para o desenvolvimento de desequilíbrios e doenças.

Um organismo saudável tem a


capacidade de reagir às situações de vida conforme elas se

apresentam e logo
após retornar ao seu estado natural. Ou seja, se passamos por uma situação de

medo,
por exemplo, nosso organismo deve responder a isso e estar preparado para
reagir conforme
for necessário. Muitas vezes, nesse caso, a reação do organismo
será a retenção da respiração, o

tensionamento de alguns músculos, os olhos e


ouvidos mais atentos, a priorização da racionalização

em vez do emocional, o
aumento dos batimentos cardíacos, entre outras alterações. Isso é normal e

esperado, pois são reações que garantem a sobrevivência. São mecanismos de


defesa que estão
sendo bem aplicados. A questão é que, assim que a situação de
medo se resolver ou se dissipar, o

organismo irá retornar para seu estado


natural, relaxado, fluído, libertando-se de todas as reações

ativadas no
momento do medo.

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Quando perdemos essa


capacidade, as reações geradas pelo nosso mecanismo de defesa ficam
cristalizadas ou encouraçadas em nosso organismo. Ou seja, após uma experiência
de tensão, de

susto, de medo, o organismo retém algumas das alterações ativadas


no organismo e não retorna

totalmente ao seu estado natural. Quanto maior for a


frequência, a intensidade e a relevância das

experiências negativas
vivenciadas, maior é a tendência de um indivíduo adquirir couraças,
caracteriais e musculares.

Existe um conceito
desenvolvido por Reich, chamado de “fórmula do orgasmo” ou “curva
orgástica”,
que é baseado no orgasmo sexual propriamente dito, mas que se aplica na prática
clínica

das abordagens corporais de forma mais abrangente. Essa fórmula


considera que em qualquer

processo de autorregulação o organismo passa por uma


primeira fase, chamada de fase de tensão,
em seguida, alcança uma carga
que leva a curva até seu ápice, após atingir o ápice, inicia-se uma

fase de descarga,
e por fim, alcança-se a fase de relaxamento ou relaxação. Quando
vivenciamos as

experiências de forma saudável, essa curva se completa, mantendo


nosso organismo sempre

autorregulado. Segue a imagem dessa curva para melhor


compreensão.

Figura
2 – Curva orgástica

Fonte: Elaborada pela autora, 2021.

Um dos principais objetivos da


Corporal, assim como da Bioenergética, é restaurar a capacidade,
ou parte da
capacidade, de autorregulação do organismo do paciente. Para isso, é necessário

considerar diversos caminhos, que veremos mais adiante, mas, resumidamente,


entre eles estão: o

trabalho com as estruturas de caráter a partir da análise


verbal (conversa com o paciente), para

amadurecimento emocional e da
personalidade do paciente; aplicação de práticas corporais com o
objetivo de flexibilizar
as couraças musculares e o restabelecer o fluxo energético; estimular o

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paciente a ter mais contato com o seu corpo e sua potência energética; buscar
desenvolver a

liberdade do paciente em lidar com suas emoções e sensações; entre


outros.

NA PRÁTICA

Tivemos
um conteúdo bastante teórico nesta aula, porém, essenciais como base para nossa
prática terapêutica.

A
partir da compreensão a respeito da visão de homem e de mundo da Psicologia
Corporal,

como profissionais da abordagem Bioenergética, devemos ter em mente


que nosso trabalho consiste

sempre em compreendermos e trabalharmos cada


indivíduo/paciente em seus aspectos energéticos,

corporais e mentais. Na
sequência, estudaremos em detalhes cada um desses aspectos e como atuar
de fato
em cada um deles. Neste momento, registrar que o nosso trabalho abrange esses
três fatores

é o primeiro passo.

O
estudo a respeito do conceito de autorregulação é essencial para nossa prática
profissional.

Ao compreendermos que todos os desequilíbrios advêm de um


distanciamento da capacidade de

autorregulação do indivíduo, devemos manter em


mente que um de nossos objetivos profissionais é
proporcionar mais contato com
essa capacidade.

Aprenderemos,
mais adiante, que faremos isso a partir do trabalho verbal (para conhecer mais
a
história do paciente, seus padrões e suas estruturas de caráter) e práticas
corporais e energéticas

(para flexibilização das couraças musculares, melhor


circulação energética e equilíbrio na capacidade

de carga e descarga dela). Esses


três pilares de atuação compreendem também outros aspectos do
indivíduo, como o
ego, as emoções, os comportamentos etc., mas isso veremos com calma mais à

frente.

FINALIZANDO  

Nesta aula, iniciamos nossos


estudos referentes à Terapia Bioenergética.

O primeiro conteúdo abordado


foi a respeito de onde se encontra a Bioenergética dentro da

Psicologia. Vimos
que essa é uma abordagem que faz parte da Psicologia Corporal, neorreichiana e

desenvolvida
por Alexander Lowen.

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Em seguida, estudamos como é


possível um profissional que não é psicólogo trabalhar com a

Bioenergética.
Compreendemos que existem diversas discussões a respeito da regularização da

prática psicoterapêutica no Brasil. Atualmente, essa é uma profissão não regulamentada


no país e,
portanto, é possível fazer formações independentes na área, sendo
importante apenas respeitar o

título dado ao profissional pela instituição de


ensino pela qual se formou e fazer a divulgação

adequada do seu trabalho, sem gerar


dúvidas para os pacientes e clientes que o procuram.

Na sequência, estudamos a
respeito da fundamentação da Bioenergética, passando pela sua

origem, sua
história, conceitos básicos e principais autores, assim como indicações de suas
principais
obras.

Caminhamos, então, o estudo da


visão de homem e de mundo da Psicologia Corporal,
compreendendo que a
característica principal dessa abordagem é a visão de que a mente, o corpo e

a energia
são inseparáveis e determinantes na formação do indivíduo, assim como são
pilares do

processo terapêutico da abordagem.

Finalizando a parte teórica


desta aula, estudamos o conceito de autorregulação e como ele é

fundamental na
teoria e na prática da Psicologia Corporal e da Bioenergética.

Por fim, foram apresentadas as


aplicações práticas dos conteúdos estudados. Como esta aula foi
bastante
teórica, não tivemos um conteúdo tão aprofundado sobre a prática, porém, foi
destacada a

importância desses conhecimentos como base para a prática


terapêutica dentro da abordagem e de

que forma serão úteis para isso.      

REFERÊNCIAS

LOWEN, A. Bioenergética.
São Paulo: Summus, 2017.

NAVARRO, F. Caracterologia
pós-reichiana. São Paulo: Summus, 1995.

QUINELATO,
D. L. L. Dúvida Psicologia Corporal. Mensagem recebida por e-mail em 4 de

fevereiro de 2021.

VOLPI,
J. H. Psicoterapia Corporal – Um trajeto histórico de Wilhelm Reich. 2.
ed. Curitiba:

Centro Reichiano. 2019.

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TERAPIA BIOENERGÉTICA
AULA 2

Prof.ª Nathalie Pailo Perozin

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CONVERSA INICIAL

Nesta aula, vamos nos


aprofundar em mais alguns conceitos da disciplina que pouco a pouco

darão forma
ao entendimento da bioenergética como um todo e nos tornarão aptos para a
aplicação

da terapia bioenergética na prática.

Os conceitos que estudaremos


nesta aula são a respeito da carga energética, fases de

desenvolvimento
emocional e mecanismos de defesa. Esse conhecimento nos dará base para

investigação e análise da história de vida do paciente e de como as


experiências vivenciadas por

estes em cada fase podem impactar em sua vida e


sua saúde.

TEMA 1 – CARGA ENERGÉTICA

Para iniciar esta aula, vamos aprofundar


um pouco mais sobre o conceito de energia e a sua

importância dentro da visão


das abordagens corporais. Segundo Volpi e Volpi (2008), na Psicologia

Corporal
compreende-se o indivíduo como uma unidade de energia que rege e contém em si dois

processos paralelos: o psiquismo (mente) e o soma (corpo). A


seguir, veremos uma figura que deixa

esse conceito mais claro.

Figura
1 – Processos energéticos

Fonte: Lowen, 2017, p. 120.

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Pode-se perceber, portanto,


que a energia é a base responsável pelo estado de saúde do

indivíduo.
Costumamos enxergar cada um desses aspectos do organismo separadamente, como se

fossem independentes um do outro, porém, na visão das abordagens corporais, não


há como separá-

los quando buscamos um estado de saúde integral. Todo trabalho


feito para cada um dos aspectos

separadamente é válido, porém por trás deve ser


mantida a visão do todo.

O primeiro conceito importante de


considerarmos a respeito da energia existente em cada

organismo é o conceito de
carga energética. Segundo a teoria a psicologia corporal, essa carga

começa a se formar desde o momento da concepção e vai se somando a outras forças


energéticas de
vida com o passar do tempo, porém a carga energética dessa
primeira fase é essencial para

determinar as características energéticas basais


do indivíduo.

Segundo Navarro (1996), o encontro


espermatozoide-óvulo é uma junção de duas células, que

pode ocorrer de forma


diferente em cada caso, de acordo com sua densidade energética. Ainda de

acordo
com o autor (Navarro, 1996, p. 17), “a fusão energética é, então, um elemento
basilar para o

crescimento do embrião, assim como é importante o campo


energético no qual irá se desenvolver”.

Visto que o indivíduo é uma unidade


de energia, que dá base para seus aspectos psíquico e

somático, podemos
concluir a importância que a carga, a circulação e a pulsação energética tem em

nossas vidas.

Estudos conduzidos por Reich baseados


em testes de sangue permitiram definir quatro

estruturas de classificação
energética dos indivíduos. Veremos detalhes dessas estruturas no capítulo

a
seguir.

TEMA 2 – ESTRUTURAS ENERGÉTICAS

As estruturas apresentadas a seguir serão


base para a continuação de nossos estudos quando

entrarmos nos conceitos de estruturas


de caráter e couraças musculares. Cada uma dessas estruturas

energéticas
costuma estar presente em estruturas de caráter específicas. Reconhecer isso
pode nos

auxiliar a compreender a situação do paciente e definir o projeto


terapêutico adequadamente.

Antes mesmo de iniciarmos esse


estudo, é importante destacar que Lowen propõe uma visão

mais simplificada das


estruturas energéticas, definindo-as como de subcarga, carga ou sobrecarga.

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Porém, como a teoria reichiana se aprofunda bastante nesse conteúdo, vamos


utilizá-la como base

para o início de nosso estudo.

2.1 ESTRUTURA HIPO-ORGONÓTICA-DESORGONÓTICA

O termo hipo-orgonótico
indica que o indivíduo portador dessa estrutura energética tem

disponível em
seu organismo uma carga energética baixa. Conforme vimos anteriormente, Reich
deu

o nome de orgone para a energia que identificou no interior e no


exterior do organismo, por isso a

união do termo hipo e orgonótico


dá origem a essa estrutura.

Observando um indivíduo com essa


estrutura energética, pode-se perceber que, normalmente,

este não costuma ter


muita disposição para atividades que exijam muito do organismo (seja física ou

mentalmente), muitas vezes é mais quieto e costuma sentir cansaço constante e


facilmente. Em geral,

percebe-se que é um indivíduo com menos energia


circulando e menos energia disponível.

Movimentos mais contidos e menos


expansivos também são indicadores dessa estrutura.

O termo desorgonótico indica


que, mesmo tendo pouca energia, a energia que tem é mal

distribuída. Normalmente
o indivíduo com essa estrutura energética terá a energia mais concentrada
na
cabeça e menos no corpo. Por isso, possui padrões de comportamento mais
racionais – costuma

ser bastante pensante, calculista, não demonstra muito as


emoções, não costuma se relacionar muito

com os outros, é mais reservado.

Quando pensamos em práticas


terapêuticas indicadas para indivíduos com essa estrutura,

podemos considerar aquelas


que o auxiliem a se desligar do racional e a se conectar com suas

emoções.
Podemos considerar também práticas que estimulem um aumento de carga energética,

para que haja mais energia circulando e disponível para uso.

Na teoria da bioenergética, essa


estrutura poderia ser considerada como do tipo de subcarga.

2.2 ESTRUTURA DESORGONÓTICA

Essa estrutura se refere ao


indivíduo que possui uma boa carga energética disponível, porém mal

distribuída.
Ao observar um indivíduo com essa estrutura, pode-se perceber que este costuma
ser

expressivo, tem energia para se movimentar e tem disposição. Porém, não há


harmonia na

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distribuição dessa energia, ou seja, percebe-se que há um excesso


de energia em algumas regiões do

corpo e nos comportamentos relacionados a estas


e pouca energia em outras regiões.

Vamos ver a seguir um exemplo de


como poderia ser o comportamento de um indivíduo com

essa estrutura: pode ser


muito comunicativo, falar bastante e com tom de voz alto, o que indica que

tem energia
na área da boca, que se expressa em um comportamento relacionado a essa área,
no

caso, a comunicação. Por outro lado, esse mesmo indivíduo pode ser muito
distraído e não gostar de
praticar atividades físicas, o que indica baixa energia
na área mental e nas áreas relacionadas a

mobilidade, por exemplo, as pernas e


o tórax, relacionado à respiração.

Ao pensarmos em práticas indicadas para


indivíduos com essa estrutura energética, podemos

considerar aquelas que estimulem


a melhor circulação da energia por todo o corpo, para que haja

uma melhor
distribuição desta. Além disso, podemos considerar também práticas que auxiliem
o

indivíduo a administrar melhor a sua energia, considerando os processos de carga,


circulação e

descarga energética.

Na teoria da bioenergética, essa


estrutura poderia ser considerada como sendo do tipo que varia

entre carga e
subcarga.

2.3 ESTRUTURA HIPERORGONÓTICA-DESORGONÓTICA

O termo hiperorgonótico significa


que o indivíduo com essa estrutura possui uma carga

energética excessiva,
conforme o prefixo hiper indica, e maldistribuída, conforme o termo

desorgonótica
indica.

Ao observar um indivíduo com essa


estrutura energética, pode-se perceber que este costuma ter

energia para
realizar as tarefas do dia a dia (como trabalhar, socializar, se movimentar, estudar),

porém essa disponibilidade energética costuma estar acompanhada de agitação


e/ou ansiedade. O

sofrimento nesse caso decorre da dificuldade do indivíduo em


organizar a energia e descarregar

parte dessa carga energética excessiva.

É possível observar também algumas


tendências de comportamento, por exemplo, dificuldade

em definir limites
saudáveis para si mesmo (muitas vezes se sobrecarrega, não consegue dizer “não”

e não sabe equilibrar os momentos de trabalho com o descanso) ou um


comportamento muito

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rígido e metódico (com autocobrança exagerada) como uma


forma de tentar conter e organizar a

energia. Em geral, o indivíduo com essa


estrutura costuma vivenciar muita tensão e ansiedade.

Quando pensamos em práticas


terapêuticas indicadas para indivíduos com essa estrutura,

podemos considerar
aquelas que auxiliam na circulação e na liberação de energia (descarga), na

expressividade, na capacidade de soltar o que está contido, assim como aquelas


que estimulam a

redução da autocobrança e auxiliam o indivíduo a relaxar.  

Na teoria da bioenergética, essa


estrutura poderia ser considerada como sendo do tipo de

sobrecarga.

2.4 ESTRUTURA HIPERORGONÓTICA

O indivíduo de estrutura hiperorgonótica


tem carga energética bem distribuída, porém em

excesso. Devido a isso, pode-se


observar que essa pessoa costuma ter bastante disposição para as
tarefas do dia
a dia, e o seu corpo, os seus movimentos e sua postura têm aparência harmoniosa.

Porém, o sofrimento da pessoa com essa estrutura vem da dificuldade em


descarregar a energia,
proveniente do medo de se entregar ao amor, à
sexualidade e à vulnerabilidade.

A respeito do comportamento desse


indivíduo, pode-se observar que costuma ser

autoconfiante, realizador, tem


facilidade de comunicação, preza pela sua imagem pessoal e gosta de
chamar
atenção, e pode muitas vezes usar a sedução como forma de se relacionar com o
outro e

com o mundo. Costuma colocar seu foco na realização pessoal e evita se


conectar com as emoções e
situações que possam ativar sua vulnerabilidade.

Com relação às práticas indicadas


para indivíduos com essa estrutura, podemos considerar

aquelas que buscam dissolver


o medo de entrega, estimulam o contato com as emoções e a
vulnerabilidade,
assim como proporcionam descarga energética.

Segundo Volpi (2008), são indicadas


práticas que o estimulem a sair do papel de ator e a se
conectar com o
papel de autor da sua vida. Ou seja, que auxiliem a pessoa a parar de atuar
e se

esforçar para manter uma imagem, e no lugar disso, aprendam a se soltar,


entregar-se e expressar-se
verdadeiramente.

Na teoria da bioenergética, essa


estrutura poderia ser considerada como do tipo de sobrecarga.

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2.5 ESTRUTURA DE CARGA E DISTRIBUIÇÃO ENERGÉTICA EQUILIBRADAS

Além das 4 estruturas


apresentadas acima, podemos considerar uma categoria à parte, que seria
aquela
dos indivíduos com carga, distribuição e circulação energética equilibradas. Esse
indivíduo
seria considerado de “caráter genital”, conceito que veremos mais à
frente.

A seguir, continuaremos nossos


estudos aprendendo a respeito das fases de desenvolvimento
emocional, mais um
dos conceitos essenciais da psicologia corporal para a atuação do terapeuta

bioenergético.

TEMA 3 – DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL

A teoria do desenvolvimento
emocional se refere às etapas de crescimento, maturação e

desenvolvimento que todos


os indivíduos passam, desde o momento da concepção/fecundação até
a
adolescência. Apesar de continuarmos nos desenvolvendo após essa fase, a psicologia
corporal

considera que são as vivências desse período de vida que dão origem aos
traços (ou estruturas) de
caráter. As vivências ocorridas após esse período
podem agravar ou atenuar algum traço adquirido,

mas não serão mais responsáveis


pela formação ou extinção deles.

De acordo com Volpi e Volpi (2008),


o desenvolvimento emocional é objeto de estudo de

diversas teorias psicológicas,


porém o diferencial proposto pela corporal é a concepção de que as
experiências
vivenciadas em cada etapa de desenvolvimento poderão impactar positiva ou
negativamente a circulação da energia no organismo, o que, por sua vez, impactará
o corpo e

psiquismo do indivíduo, deixando marcas que formarão mais tarde o seu


caráter.

Compreender as etapas do
desenvolvimento emocional é essencial para o terapeuta corporal.

Segundo Volpi
e Volpi (2008), é com base na compreensão dessas etapas que se encontra a
criança
interior do paciente, com os bloqueios resultantes das dificuldades
enfrentadas na infância, o que nos

possibilita trabalhar terapeuticamente o


crescimento e a maturação caracterológica do mesmo.

Quando temos o conhecimento das


fases do desenvolvimento e o que elas representam na
formação do caráter do
paciente, nos tornamos capacitados a compreender a origem dos padrões

apresentados
por este (mentais, emocionais, comportamentais, corporais e energéticos) e a definir
um projeto terapêutico adequado para cada caso.

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Veremos no capítulo a seguir o


detalhamento das etapas de desenvolvimento consideradas pela
psicologia corporal
e como as dificuldades vivenciadas em cada uma delas impactarão a formação do

caráter. É importante destacar que, mesmo que alguns indivíduos vivenciem as


mesmas experiências,
não apresentarão exatamente os mesmos comprometimentos,
pois isso irá depender da etapa em

que ocorreu o estresse, sua intensidade, sua


frequência, a resistência de cada organismo ao estresse,
o funcionamento
fisiológico de cada um, entre outros fatores (Volpi; Volpi, 2008).

TEMA 4 – ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL

A psicologia corporal considera 5 etapas


principais de desenvolvimento emocional do indivíduo.

A descrição dessas etapas


foi sistematizada por José Henrique Volpi e Sandra Mara Volpi, do Centro
Reichiano, com base em estudos dos principais autores da abordagem, como Reich,
Lowen, Navarro
e outros. De acordo com Volpi e Volpi (2017, p. 119), “Cada
etapa é caracterizada por fenômenos

específicos que desde o início trazem


consigo, na bagagem genética da célula, valores
biofisiológicos,
emocionais-afetivos e intelectivos”.

Considera-se que todos os seres


humanos passam pelas mesmas etapas de desenvolvimento
emocional, independentemente
de onde vivem, sua cultura ou sua história. A única variação possível

dentro
dessa teoria é a respeito das idades cronológicas correspondentes a cada etapa,
pois pode
haver uma diferença no tempo que cada indivíduo leva para atingir a
maturidade fisiológica e

emocional características de cada fase (Volpi e Volpi,


2008). É importante destacar também que a
transição de uma etapa para outra não
é imediata. Enquanto o indivíduo está entrando em uma nova
etapa, a anterior
ainda está em processo de encerramento, por um tempo ambas caminham em

paralelo.

No conteúdo a seguir utilizaremos em


vários momentos o termo mãe, referindo-nos à

importância da figura
materna no processo do desenvolvimento emocional, porém, considerando
que nem
todos os indivíduos são cuidados diretamente pela mãe biológica (seja por uma
situação

emocional ou profissional da mãe ou por uma adoção, por exemplo), ao


ler esse termo, você pode
substituí-lo, na maior parte das vezes, por cuidador,
o qual, nesse caso, se refere à pessoa mais

próxima à criança, que é responsável


por seus cuidados e pelo acompanhamento de seu
desenvolvimento.

Veremos a seguir o detalhamento de


cada etapa de desenvolvimento.

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4.1 ETAPA DE SUSTENTAÇÃO

A etapa de sustentação ocorre desde


a concepção / fecundação até o 10° dia de vida após o

nascimento. Essa etapa se


caracteriza, principalmente, por ser aquela na qual o bebê está no útero da
mãe,
sendo gestado, e depende da relação mãe-bebê para ser sustentado, tanto física
quanto

emocional e energeticamente.

As emoções vivenciadas nessa fase


pela mãe e pelas pessoas mais próximas serão importantes
para a formação do
caráter do indivíduo. Quanto mais tranquila for a experiência da gestação

(emocionalmente,
fisicamente e socialmente), melhor será para o bebê. Já se a gestação for
conturbada, por emoções e experiências negativas da mãe ou das pessoas e
situações do entorno,

mais comprometimentos isso pode gerar na formação do


caráter do indivíduo que está sendo
gestado.

Algumas das emoções negativas mais


comuns nessa fase são, por exemplo, medo, dúvida,
angústia e incertezas. Isso
pode ocorrer no caso de uma gravidez desejada ou indesejada, quando

pode haver
um agravante que seria o desejo, pensamentos ou tentativas de aborto, que podem
gerar
no bebê um registro emocional de medo e rejeição, por exemplo.

Essa fase é bastante determinante


na formação da estrutura energética do indivíduo e o que vai

determinar esta
estrutura é a qualidade energética dos pais no momento da concepção, assim como
a qualidade energética da mãe, seu corpo e suas emoções durante toda a fase de
gestação.

Os indivíduos com comprometimentos


relevantes nessa fase costumam apresentar estrutura

energética hipo-orgonótica
desorgonótica (ou subcarga) e estrutura de caráter esquizoide. Veremos
mais
detalhes a respeito das estruturas de caráter nas próximas aulas, mas aqui já
podemos começar

a visualizar a relação que existe entre dos conceitos que estão


sendo estudados.

4.2 ETAPA DE INCORPORAÇÃO

A etapa de incorporação ocorre desde o


momento do nascimento até o desmame que,

normalmente, ocorre entre 9 e 18 meses


de vida. Nessa etapa, as experiências mais relevantes na
formação do caráter do
indivíduo são o afeto, a amamentação e o desmame.

A respeito do afeto, é
importante que o bebê tenha momentos de contato com o corpo da mãe,

seja no
momento da amamentação ou em momentos de carinho, e que se sinta também bem-vindo

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e acolhido. Ter experiências positivas nesse sentido constroem registros de


segurança, proteção,
carinho e uma boa relação com o aspecto do toque físico. Situações
de falta de afeto podem gerar

sensações de vazio, falta e carência, que mais


tarde se expressarão na vida do indivíduo.

A respeito da amamentação, o
ideal é que esta ocorra no seio desde o nascimento até a idade
aproximada
indicada anteriormente (9 a 18 meses). Porém, sabemos que nem sempre isso é
possível

e, nesses casos, pode-se contornar a situação dando de mamar para o


bebê na mamadeira, por
exemplo, mas com muito carinho e em um contexto amoroso
e receptivo. É importante também que

a quantidade de leite e a quantidade de


vezes que o bebê mama sejam conduzidas conforme a
demanda do próprio bebê.
Existem muitas linhas de pensamentos que indicam que a mãe controle

ou limite a
amamentação, mas na visão da corporal, o bebê está desenvolvendo sua capacidade
de
autorregulação e solicitará os cuidados dos quais precisar, normalmente por
meio do choro, gemidos

etc. É claro que os pais devem estar atentos para excesso


ou deficiência na amamentação, o
aprendizado a respeito do ritmo da relação
pais-bebê está em formação, mas considerando um

contexto saudável, as demandas


do bebê devem ser respeitadas. Uma amamentação insatisfatória
pode gerar no
indivíduo padrões como a dependência, distúrbios alimentares, insatisfação
constante,

entre outros.

A respeito do desmame, é de
igual importância que este ocorra da forma mais harmoniosa
possível. Um desmame
precoce ou brusco pode ter impactos negativos na formação do caráter do

indivíduo gerando padrões de comportamento como raiva, ruminação das emoções,


ressentimentos,
entre outros.

É importante reforçar novamente a


importância de respeitar os processos de autorregulação do

bebê nessa fase para


que ele desenvolva a confiança em si mesmo e nas necessidades que seu
organismo
indica. Na vida adulta isso resultará em mais independência e capacidade de

autossustentação. Os pais devem buscar um equilíbrio saudável entre atender às


demandas do bebê
e dar limites. Os limites devem ser aplicados com cautela e
amorosidade, mas também são

importantes, pois auxiliam na construção do senso


de realidade do bebê, ou seja, no aprendizado de
que ao fazer parte do mundo e
da sociedade haverá frustrações e nem sempre todas suas

necessidades serão
atendidas.

Os indivíduos com comprometimentos


relevantes nessa fase costumam apresentar estrutura
energética desorgonótica (ou
variável entre carga e subcarga) e estrutura de caráter oral.

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4.3 ETAPA DE PRODUÇÃO

A etapa de produção ocorre desde o momento


do desmame (entre 9 e 18 meses) até o final do

terceiro ano de vida, podendo


variar um pouco de um indivíduo para outro. Essa etapa está
relacionada à
conquista da autonomia por parte da criança e do controle dos esfíncteres.

Nesta fase é bem importante


considerar a forma como os cuidadores irão conduzir essa

conquista de
independência da criança e também o processo de desfralde.

Em relação ao desfralde, é
importante que não seja exigido da criança extrema limpeza e
controle das
necessidades fisiológicas básicas antes do tempo, além também de não expor a
criança

a punições caso não consiga conter os excrementos, por exemplo. Cada


criança tem um tempo para
desenvolver o controle dos esfíncteres, e apressar
esse processo pode gerar tensão emocional, além

de estimular contrações
musculares antes que essa capacidade muscular tenha alcançado seu pleno
desenvolvimento. Exigências excessivas a esse respeito podem, posteriormente,
dar origem a

comportamentos muito rígidos, de autoexigência, perfeccionismo,


assim como rigidez corporal.

A respeito da conquista da
autonomia e independência da criança, é necessário um equilíbrio
entre
liberdade – para se expressar espontaneamente e desenvolver seus gostos,
opiniões e tomadas

de decisão – e limites. A repressão extrema da autoexpressão


da criança pode gerar sensações de

submissão e frustração, assim como padrões


de autopunição. Porém, a falta de limites também não é
benéfica, pois a criança
não tem capacidade de se autogerir completamente nessa fase, sendo o

adulto
responsável por dar essa base e oferecer um “contorno” para a criança.

Os indivíduos com comprometimentos


relevantes nessa fase costumam ter estrutura energética

hiperorgonótica
desorgonótica (de sobrecarga) e estrutura de caráter masoquista ou psicopático,

porém com ressalvas para este segundo que, de acordo com Lowen (2017), recebe influências

também de fixações das fases de incorporação e de identificação.

4.4 ETAPA DE IDENTIFICAÇÃO

A etapa de identificação inicia a


partir dos 4 anos e vai até os 5 ou 6 anos, aproximadamente.

Esta etapa está


relacionada à descoberta dos genitais, à percepção das diferenças entre o corpo
do

menino e da menina, e a identificação com o gênero ao qual o indivíduo


pertence. Ocorre nessa fase

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também uma maior independência da criança, que busca


ficar longe dos pais em alguns momentos,
gosta de brincar sozinha e começa a se
relacionar mais com o meio social onde está inserida.

As situações que podem gerar


comprometimentos nessa fase estão relacionadas às repressões
ou punições a
respeito do desenvolvimento sexual da criança e também na sua busca por

independência e socialização.

A respeito da sexualidade, é
importante que a descoberta dos genitais e da energia sexual por

parte da
criança seja respeitada. Não há malícia ou erotismo nesta fase, mas a criança começa
a

perceber que a região dos genitais gera prazer, e pode, inclusive, buscar
movimentos de
masturbação para estimular a região. Segundo Volpi e Volpi (2008),
esse comportamento deve ser

encarado com naturalidade e não deve ser punido. O


que os pais ou cuidadores podem fazer é

direcionar a criança a respeito de não


ser adequado fazer isso em locais públicos, entre outros

cuidados, no sentido
de proteger a própria criança. Comprometimentos nesse sentido podem gerar
nos
indivíduos a necessidade extrema de autoafirmação e/ou de controle, formas que
encontra para

redirecionar a energia sexual que foi reprimida.

A respeito da independência e socialização,


é importante que os pais respeitem essa busca da

criança, deixando que ela


desenvolva seu senso de autonomia e amplie seu campo social. Muitas

vezes os
pais sofrem com a quebra da simbiose entre eles e a criança, mas devem
compreender a
importância dessa quebra. Devem apoiar a criança nesse movimento,
estando presentes para

conduzi-la de forma segura nesse processo. Forçar a


continuidade da simbiose pode gerar indivíduos

com dificuldade de exercer sua


autonomia e independência, mantendo-os presos aos pais e sem

capacidade de
gerar seus próprios vínculos amorosos, sexuais, profissionais, entre outros.

 Os indivíduos com comprometimentos


relevantes nessa fase costumam ter estrutura energética
hiperorgonótica (de
sobrecarga) e estrutura de caráter rígida.

4.5 FORMAÇÃO DO CARÁTER

A etapa de formação do caráter


ocorre dos 5 anos até a puberdade e podemos considerar esta é

uma extensão da etapa


de identificação, pois está relacionada ainda ao processo do desenvolvimento

da
sexualidade e da independência. Porém agora o reconhecimento da individualidade
e o
desenvolvimento da sexualidade se concretizam ainda mais.

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Tendo identificado seu órgão


genital e seu gênero, a criança passa a se identificar com o genitor

do mesmo
sexo. O menino vai se espelhar no pai e a menina na mãe. Começarão a construir
os
comportamentos que consideram adequados e inerentes àquele gênero com o qual
se identificam.

A masturbação poderá ficar mais


evidente nesta fase, devendo ser conduzida da mesma forma
abordada
anteriormente.

A socialização e a individualidade
ganham mais destaque nessa fase também, a criança começa a

receber mais
influências externas, da escola, dos amiguinhos, do meio e da sociedade onde
vive.

Ao final dessa fase, a estrutura de


caráter básica do indivíduo, que o acompanhará em sua vida

adulta, se forma. Dependendo


dos comprometimentos ocorridos em cada fase, este poderá ser um

indivíduo mais
ou menos saudável. Reich definia os indivíduos totalmente autorregulados como
de
“caráter genital” e aqueles com bloqueios e fixações decorrentes das fases
de desenvolvimento de

“neuróticos”. Veremos esses conceitos nas próximas aulas,


quando estudarmos cada uma das

estruturas de caráter.

TEMA 5 – MECANISMOS DE DEFESA

Para finalizar a parte teórica desta aula,


estudaremos a respeito dos mecanismos de defesa. Este

é um conceito bastante
importante nas abordagens corporais e utilizaremos como base para nosso
estudo
a visão de Alexander Lowen sobre o tema.

Segundo Lowen (2017), o coração é o


órgão mais sensível do nosso corpo, que reage emitindo

ondas de ansiedade a
qualquer alteração em sua atividade normal, portanto as defesas se constroem,

desde o início de nossas vidas, com o objetivo de proteger nosso coração de


todo e qualquer perigo

que possa ocorrer. O autor destaca que, com o tempo, essas


defesas formam barreiras contra
qualquer risco de o coração ser tocado.

Veremos a seguir uma figura que


demonstra as camadas de defesa que se formam entorno do

coração.

Figura
2 – Camadas de defesa

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De
acordo com Lowen (2017), a primeira camada, do ego, é a mais aparente na
personalidade e

se refere às defesas psíquicas. Os padrões típicos de defesa


dessa camada são: negar, desconfiar,

culpar, projetar e/ou racionalizar e


intelectualizar. O autor destaca que algumas abordagens
terapêuticas se concentram
nessa primeira camada e utilizam para isso o trabalho verbal, porém, pela

ótica
da corporal, apesar de esta prática levar o paciente à conscientização das suas
defesas egoicas,

não liberará as tensões musculares ou os sentimentos


reprimidos e, com isso, alguma outra defesa

do ego continuará atuando. Considerando


uma situação ideal, na qual o ego atuasse a favor do
indivíduo e não contra ele,
os padrões negativos apresentados acima dariam lugar para padrões

positivos e
funcionais do ego, como autopercepção, autodomínio e assertividade.

A segunda camada, de defesa


muscular, se refere às tensões musculares, ou couraças musculares,

que
apoiam e justificam as defesas do ego ao mesmo tempo em que impedem que os
sentimentos

reprimidos apareçam (Lowen, 2017). É o trabalho terapêutico nessa


camada que possibilita o mais
profundo crescimento do indivíduo, pois ela é o
elo de ligação entre a primeira e a terceira camada. É

com base nas emoções e nos


pensamentos advindos da prática corporal que poderemos explorar

como cada
defesa atua e qual sua origem (quais sentimentos desperta e por que havia sido
preciso

reprimi-los). Considerando essa camada em um estado de saúde, as


tensões musculares, antes
limitantes, dariam lugar para uma ação corporal e
muscular eficaz, harmônica e graciosa (Lowen,

2017).

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Ainda de acordo com o autor, a


terceira camada, emocional, se refere às emoções reprimidas,

como raiva,
medo, tristeza e dor. Um dos principais objetivos das terapias corporais ou não
verbais é

liberar esses sentimentos reprimidos. Para que a expressão desses


sentimentos ocorra de forma

saudável e não destrutiva e para que possa ser


integrada ao ego do indivíduo, o ideal é que ocorra
em um contexto terapêutico,
no qual poderá ser trabalhada após sua liberação. Descarregar tais

sentimentos
disponibiliza a energia necessária para o processo de mudança. O autor destaca,
mais

uma vez, a importância de trabalhar as 3 camadas para se obter um


resultado permanente – os

efeitos catárticos provenientes da liberação dos


sentimentos deixarão a primeira e segunda camada
inoperantes por um tempo, mas sem
o trabalho com as demais camadas logo elas restabelecerão

suas defesas. Considerando


essa camada em um estado de saúde, as emoções negativas como

medo, dor,
tristeza e raiva coexistiram com as emoções positivas como prazer, alegria e
contentamento, a diferença seria que a expressão dessas emoções não estaria
bloqueada e ocorreria

conforme as situações vivenciadas as ativassem


genuinamente. (Lowen, 2017).

A quarta camada, do coração,


se refere aos sentimentos de amar e ser amado. Enquanto as

outras camadas atuam


de forma defensiva em torno do coração, essas capacidades ficam

parcialmente
bloqueadas, rígidas, congeladas. Considerando uma situação ideal, na qual as
três

primeiras camadas deixassem de executar uma função defensiva e passassem a


ter uma ação
funcional, todos os impulsos do indivíduo fluiriam do coração, suas
reações emocionais seriam

genuínas e não reprimidas, seus movimentos fluidos e


graciosos, suas decisões corretas e harmônicas

(Lowen, 2017).

Podemos concluir então, que o objetivo


da terapia bioenergética, é trabalhar nas três primeiras

camadas de defesa, de
forma a flexibilizá-las, para que o coração possa vibrar e comandar os
impulsos
do indivíduo, proporcionando para este mais saúde e felicidade. Apesar de não
ser possível

alcançarmos completamente o cenário ideal apresentado, Lowen


(2017) defende que o coração deve

sentir felicidade ao ganhar mais liberdade,


mesmo que esta não seja total.

NA PRÁTICA

Veremos a seguir como


utilizar na prática os conteúdos estudados nesta aula.

Conforme vimos, na
visão da psicologia corporal, o indivíduo é uma unidade energética que

contém e
rege outros dois aspectos, corpo e mente. Sempre que formos trabalhar com a

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bioenergética,
precisamos ter isso em mente: precisamos enxergar o nosso paciente como essa
unidade energia-corpo-mente. Ao avaliar um distúrbio em qualquer um desses
aspectos, precisamos

considerar que os demais aspectos também estão impactando e/ou


sendo impactados pelo distúrbio

identificado.

Ao atender um
paciente com algum desequilíbrio físico, por exemplo, é necessário ter o olhar

voltado também para seu emocional e sua energia. Assim como, ao atender um
paciente com algum
desequilíbrio emocional, o olhar deve estar voltado também
para o corpo e a energia. E assim segue.

Conhecer os tipos
de carga energética e os possíveis comportamentos atrelados a elas nos

ajudam a ter um olhar mais abrangente a respeito do estado de saúde do


paciente. Ao atender

alguém, além de considerar o que a pessoa fala ou o


problema que ela apresenta, o terapeuta deve

observar qual é o seu


comportamento em geral e a qualidade energética da pessoa, ou seja, deve
observar quanta energia ela tem disponível e como está a circulação dessa
energia. Essa informação,

junto aos demais conceitos que estudaremos, ajudará o


terapeuta a compreender as estruturas de

caráter do indivíduo, suas couraças musculares


e o projeto terapêutico adequado para ele.

O conhecimento a
respeito das fases de desenvolvimento é igualmente importante. Ao atender

um
paciente, é interessante que o terapeuta possa conhecer um pouco mais sobre a
história deste,
dentro do possível. As marcas deixadas em cada fase do
desenvolvimento serão determinantes na

formação da estrutura energética,


estrutura de caráter e couraças musculares do indivíduo. Ao

conhecer essas
informações, o terapeuta tem dicas de qual é o perfil do paciente e qual é o
caminho

terapêutico mais adequado.

É muito importante
reforçar aqui que, ao identificar traumas na história do paciente, o terapeuta

não deve encarar os responsáveis por esses traumas como culpados, muito menos apontá-los
como
culpados para o paciente. Isso é muito importante! O terapeuta deve,
inclusive, ser muito cuidadoso

para conduzir esse tema com o paciente, para que


não pareça que está buscando culpados. Caso o

paciente pergunte o porquê de


perguntas sobre o tema ou ele próprio comece a culpar as pessoas, o
terapeuta
pode explicar, por exemplo, que os acontecimentos ocorridos durante as fases do

desenvolvimento são importantes e podem deixar marcas sim, porém nossos


cuidadores não são

perfeitos e isso é comum na vida de todos nós. Pode


complementar dizendo também que são

informações importantes para que ele


conheça mais sobre a vida do paciente e possa auxiliá-lo ainda
melhor.
Estimular o paciente a apontar culpados por seus problemas não ajudará no seu

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autodesenvolvimento e na sua recuperação, podendo até mesmo prejudicá-la, gerando


mais mágoas,
ressentimentos e emoções negativas.

A respeito dos
mecanismos de defesa, pudemos compreender sua função e a forma pela qual se
apresentam – divididos em 4 camadas. Para nossa atuação prática como terapeutas,
precisamos ter

em mente a importância de trabalhar, sempre que possível, com


todas as camadas de defesa, para

que possa ocorrer uma transformação genuína e


permanente na vida do paciente. Lowen (2017)

destaca que o trabalho corporal é


a base da terapia bioenergética, pois é por meio dele que teremos
informações profundas
e genuínas a respeito dos sentimentos reprimidos e as razões pelas quais

estes
foram reprimidos (que é uma ação do ego).

Nas
próximas aulas nos aprofundaremos nos conceitos a respeito das couraças
musculares,

segmentos de couraça e práticas corporais, que darão base para a


realização deste trabalho.

É importante
destacar que, dependendo da situação de trabalho, podemos ou não conseguir

trabalhar com todas essas camadas. Em um contexto de atendimento individual e


dedicado, a
probabilidade de conseguirmos realizar esse trabalho completo é
maior. Já em um contexto de

trabalho em grupo, costumamos ficar mais limitados,


pois não temos a oportunidade de nos

aprofundar na situação de vida de cada


indivíduo. De toda forma, em ambos os contextos a

bioenergética pode ser


aplicada e trará benefícios, é importante apenas saber dessa diferença de
cenário e avaliar como conduzir o trabalho em cada caso.

No caso dos
grupos, é importante ter mais cautela com as práticas a serem aplicadas e temas
a
serem trabalhados. Como você não terá a possibilidade de dar assistência para
cada um dos

participantes individualmente caso estes acessem dores profundas, o


indicado é trabalhar com

práticas e temas mais suaves, reflexivos, de


relaxamento, entre outros. Você pode focar em práticas
que trabalhem, por
exemplo, a vitalidade, a respiração, a circulação de energia, a liberação de

tensões, a percepção do corpo e das sensações, entre outros.

FINALIZANDO

Iniciamos esta aula estudando a


respeito do conceito de carga energética. Aprendemos que o

indivíduo é uma
unidade energética, que rege e contém em si outros dois aspectos, corpo e
mente.

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Na psicologia corporal, teremos sempre a visão do indivíduo como essa


unidade energia-corpo-

mente.

Estudamos também as possíveis


cargas energéticas e como elas impactam no comportamento

do indivíduo. Ao final
de cada estrutura, vimos quais práticas são mais indicadas para cada estrutura.

Em seguida, estudamos as fases do


desenvolvimento emocional, compreendendo a idade
cronológica e as experiências
mais relevantes de cada fase.  Vimos também exemplos de experiências

positivas
e negativas que podem ocorrer em cada fase e quais marcas negativas estas podem
gerar.

Este conhecimento é muito importante para o terapeuta corporal, pois


dará base para compreender

os desequilíbrios do paciente (energéticos,


corporais e emocionais).

Encerramos a teoria estudando a


respeito dos mecanismos de defesa. Com o objetivo de
proteger o coração de
qualquer alteração que possa gerar ansiedade, se formam entorno deste três

camadas defensivas, do ego, muscular e emocional. Vimos que um dos objetivos da


terapia

bioenergética é trabalhar na flexibilização destas três camadas para


que essas funções (ego,

músculo/corpo e emoções) atuem de forma equilibrada e a


favor do indivíduo.

Por fim, foram apresentadas as


aplicações práticas do conhecimento adquirido na aula de hoje,
ou seja, como utilizar
esses conhecimentos no momento de um atendimento.

REFERÊNCIAS

LOWEN, A. Bioenergética.
São Paulo: Summus, 2017.

NAVARRO, F. Somatopsicopatologia.
São Paulo: Summus, 1996.

VOLPI, J. H. Caracterologia
pós-reichiana. Curitiba: Centro Reichiano, 2008.

VOLPI, J. H.; VOLPI, S.


M. Crescer é uma aventura! Desenvolvimento emocional segundo a
Psicologia Corporal. Curitiba: Centro Reichiano, 2008.

_____. Etapas do
desenvolvimento emocional – Apostila do curso de Especialização em
Psicologia Corporal. Curitiba: Centro Reichiano, 2017.

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TERAPIA BIOENERGÉTICA
AULA 3

Prof.ª Nathalie Pailo Perozin

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CONVERSA INICIAL

Bem-vindos(as), alunos(as)!
Nesta aula, estudaremos as estruturas de caráter básicas propostas

por
Alexander Lowen, que são cinco: esquizoide, oral, psicopática, masoquista e
rígida.

Essas estruturas se formam de


acordo com as experiências negativas vivenciadas pelo indivíduo

no decorrer do
seu desenvolvimento e correspondem aos comprometimentos que este apresenta no

âmbito psíquico.

As estruturas de caráter se
manifestam a partir da maneira habitual de agir e reagir do indivíduo,

por intermédio do seu comportamento, como já vimos anteriormente, segundo Navarro


(1995).

Esse conhecimento é a base


para o aspecto analítico do nosso trabalho como terapeutas da

abordagem
Bioenergética. É a partir dele que poderemos elaborar o diagnóstico psíquico do
paciente e, juntamente às observações a respeito do corpo e da energia, definir
o projeto terapêutico

adequado.

Volpi e Volpi (2003) chamam a


atenção para o fato de que o trabalho com a caracterologia faz

sentido apenas se
for utilizado como instrumento de mudança na vida de um paciente, mas não se

for entendido ou usado como mero instrumento de classificação. Essa afirmação é


bem importante

para que sejamos capazes de realizar um bom trabalho.

A teoria nos dá base para


compreendermos os padrões do paciente, mas devemos sempre ter

em mente que cada


indivíduo é totalmente único e sua singularidade deve ser respeitada. Cada caso

demanda um projeto terapêutico personalizado. A seguir estudaremos as cinco estruturas


e suas

principais características.

TEMA 1 – ESTRUTURA DE CARÁTER ESQUIZOIDE

Veremos a seguir como a


estrutura de caráter esquizoide se apresenta nos quesitos: origem,

características emocionais e comportamentais, características corporais e


características energéticas.

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1.1 ORIGEM

Essa estrutura se desenvolve


na primeira etapa do desenvolvimento, a etapa de sustentação, que

compreende o
período que vai da concepção até os primeiros 10 dias de vida, conforme vimos
na
última aula.

As experiências que podem


gerar traumas nessa etapa estão relacionadas, principalmente, às

emoções
negativas ou sofrimentos da mãe, geralmente, relacionadas à rejeição que sente
pelo bebê

de alguma forma. Essas experiências geram insegurança no bebê quanto à


sua sobrevivência e

sensação de que é rejeitado, que poderá perdurar por toda


sua vida.

De acordo com Lowen (2017), a


rejeição pode gerar a sensação de que qualquer tentativa de

autoafirmação por
parte do indivíduo resultará em sua aniquilação. Falta a este qualquer
sentimento

positivo de segurança e alegria.

A forma que a criança encontra


para sobreviver é a dissociação do seu corpo e da realidade,
além do
encarceramento de seus sentimentos de fúria derivados da rejeição que recebeu.

1.2 CARACTERÍSTICAS EMOCIONAIS E COMPORTAMENTAIS

Os indivíduos dessa estrutura costumam


apresentar racionalização excessiva e buscam resolver

tudo a partir do
intelecto. A intelectualização é a forma que encontra para manter sua unidade
corpo-mente, a qual sente que está por um fio de se fragmentar.

Têm dificuldade de estabelecer


relações interpessoais, que lhe geram tensão, assim como de

estabelecer contato
físico. Lowen (1977) aponta a dificuldade de se entregar à ternura que o mundo

externo oferece devido ao medo de que isso origine uma inundação emocional que
traga à tona o

desejo de destruição do objeto que o ameaçava e magoava


originalmente. Porém, o autor destaca
que, apesar de parecer ser uma pessoa
fria e odiosa, o ódio não envolve o seu coração, apenas seu

sistema muscular.

Apresenta cisão com a


realidade e seu senso de si mesmo e seu ego são fracos, falta unidade no

funcionamento de sua personalidade. Pode apresentar cisão entre seus


pensamentos, sentimentos,

comportamentos e expressões corporais relacionadas a


estes.

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Devido à experiência de
rejeição no início de sua vida, pode sentir que não é digno de sua

existência.
Costuma acreditar que pode existir se não gerar demandas, se não tiver
necessidades

(Volpi; Volpi, 2003). Distúrbios emocionais como medos excessivos


ou síndrome do pânico indicam a

presença dessa estrutura de caráter. Caso perca


o controle de suas emoções, que estão encarceradas

no centro do seu corpo, pode


ser agressivo e violento, pois não dá conta de segurar seus impulsos.

1.3 CARACTERÍSTICAS CORPORAIS

Os principais pontos de tensão


corporal estão localizados no pescoço, nos ombros, no diafragma

e nas
articulações. Pode haver uma cisão corporal nos pontos de conexão da cabeça com
o pescoço,

do quadril com a coluna e da parte inferior com a parte superior do


corpo (na altura da cintura).

As extremidades do corpo
(rosto, mãos, genitais e pés) costumam ser frias e a circulação

sanguínea
reduzida, o que confere a essas regiões uma tonalidade de pele mais pálida, com

aparência de pouca vitalidade.

Costuma apresentar falta de


conexão e ausência de identificação com seu corpo, como se este

fosse algo
alheio a sua existência como indivíduo. Pode ter uma aparência de
“desconjuntado”, como
se as partes do corpo não combinassem entre si. Há uma
falta de unidade corporal. As pernas e pés

parecem desconectados do chão.

Segundo Lowen (2017), as


tensões musculares desse indivíduo têm a função de garantir a

unidade da sua personalidade,


evitando que as extremidades do corpo se inundem de sentimentos e

energia e que
ocorra uma fragmentação. Devido a isso, o padrão de contenção muscular presente

nessa estrutura de caráter é chamado por Lowen de “holding together”, ou


seja, unir, conter, manter

junto.

A respiração costuma ser


concentrada no tórax e o abdômen é contraído. Ao inspirar, costuma

recolher o
abdômen e, ao expirar, costuma relaxar o abdômen, que é um padrão respiratório

contrário ao de uma respiração natural e saudável.

Os movimentos em geral são


mecânicos, como se fossem conduzidos pelo racional. Lowen

(1977) destaca que o


rosto pode ter o aspecto de uma máscara – passa a sensação de vazio na testa

e
falta de expressão nos olhos. O autor também indica que o indivíduo é monótono
pela inabilidade

em se mover de modo unitário – falta expressão emocional.

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Algumas características
emocionais apresentadas acima derivam da impossibilidade de que o

indivíduo tem
de confiar em seu sistema motor e, com isso, depende de uma sensibilidade

exacerbada para evitar o perigo e alcançar êxito no mundo material (Lowem, 1977).

Distúrbios de saúde física


relacionados ao segmento ocular (que compreende as regiões dos

olhos, nariz,
ouvidos, pele e sistema nervoso) e é o mais impactado nessa fase de
desenvolvimento

indicam a presença dessa estrutura.

1.4 CARACTERÍSTICAS ENERGÉTICAS

O desenvolvimento do indivíduo
em um útero frio faz com que a energia das extremidades se

retire para o
centro, sendo, assim, o sistema periférico se esfria (Lowen, 1977). Com isso, o
autor

destaca que o centro vital do indivíduo é sensível e energético, mas seu


sistema motor de descarga é

contraído.

Tensões musculares se
desenvolvem com a função de defesa, mantendo a energia contida no

centro. Como
vimos anteriormente, o objetivo destas é manter a unidade da personalidade.

De acordo com as estruturas


energética vistas na última aula, esse indivíduo se enquadraria na

estrutura
hipoorgonótica desorgonótica, ou conforme nomenclatura utilizada por Lowen, de

subcarga.

TEMA 2 – ESTRUTURA DE CARÁTER ORAL

Veremos a seguir o mesmo


detalhamento a respeito da estrutura de caráter oral (origem,

características emocionais e comportamentais, características corporais e


características energéticas).

Essa estrutura costuma estar presente na


maioria das pessoas em certo grau – em algumas mais

presente e determinante de
sua personalidade, em outras mais amena.

2.1 ORIGEM

Essa estrutura se desenvolve


na segunda etapa do desenvolvimento emocional, a etapa de

incorporação que, conforme


vimos, compreende o período que vai desde o nascimento até

aproximadamente o 18°
mês de vida.

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As experiências que podem


gerar traumas nesta etapa estão relacionadas a falta de afeto e

toque físico,
amamentação precária e desmame brusco. A principal sensação originada desses

comprometimentos é de privação.

Segundo Lowen (1977), o caráter


oral se desenvolve quando a necessidade de ter a mãe é

reprimida antes que as


necessidades orais sejam satisfeitas. Essa situação provoca um conflito

inconsciente entre a necessidade, de um lado, e o medo do desapontamento, do


outro.

2.2 CARACTERÍSTICAS EMOCIONAIS E COMPORTAMENTAIS

O indivíduo com essa estrutura


de caráter apresenta um conflito básico entre dependência e

independência. Ele
acredita que se for dependente mantém o seu direito de necessitar e solicitar
apoio
– se mantém preso à necessidade de receber àquilo do que foi privado. Porém, em
alguns

casos, pode desenvolver uma independência prematura, pois se sente


responsável por garantir a si
mesmo aquilo que não recebe de fora.

Costuma ser carente e busca


excessivamente por atenção, pode falar bastante a respeito de si
mesmo. Tem
necessidade de aprovação e apoio, mas, em contrapartida, não compreende os
desejos

e necessidades dos outros. Exige receber, mas não sabe dar (Volpi;
Volpi, 2003).

Tem uma postura passiva, falta-lhe


agressividade e força de vontade, encontra dificuldade para
assumir uma posição
frente a qualquer questão da vida. Espera ser sustentado pelos outros e, por

isso, revolta-se contra a necessidade de trabalhar (Volpi; Volpi, 2003).

A depressão é uma
característica muito comum ao indivíduo que apresenta essa estrutura. Pode
variar entre momento de elação e logo em seguida de depressão. Carrega
sentimentos de abandono,

privação, desapontamento, solidão e injustiça (Volpi;


Volpi, 2003). A insatisfação recorrente também
pode ser um padrão. Pode ser
hostil, simulando a fantasiando de ter capacidade de

autossustentação. Em
situações desfavoráveis, é irritadiço.

2.3 CARACTERÍSTICAS CORPORAIS

Há fraqueza muscular
generalizada, que pode dar a sensação de que o indivíduo passou por um

amadurecimento corporal forçado (Volpi; Volpi, 2003). Se cansa rapidamente e


sente que lhe falta

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força. As pernas não oferecem um suporte estável para o


corpo e o contato com o chão é precário. O

abdômen e as costas também são


fracos, deixando a função de sustentação a desejar.

O padrão de contenção muscular


presente nesta estrutura de caráter é chamado por Lowen de

“holding on”,
que representa a busca por segurar-se nos outros (Volpi; Volpi, 2003).

A respiração costuma ser fraca


e superficial, o que faz sentindo considerando que apresenta falta
de
vitalidade na região torácica. Os principais pontos de tensão corporal se
apresentam geralmente

na região da boca, mandíbula, cabeça, pescoço e tórax


(Volpi; Volpi, 2003).

O segmento corporal oral (que


compreende a região da boca e entorno) e torácico (que
compreender a região do
tórax, escápula e entorno) são os mais impactados nessa fase de

desenvolvimento.
Distúrbios de saúde física nessas regiões indicam a presença dessa estrutura.

2.4 CARACTERÍSTICAS ENERGÉTICAS

Segundo Lowen (1977), o


caráter oral é um organismo subcarregado no qual há energia

suficiente para
garantir as funções vitais, porém não em quantidade que permita carregar de
modo
completo o sistema muscular.

O autor indica que o corte


prematuro com a mãe na fase de incorporação pode gerar, além da

falta e vazio
emocional, esse padrão de carga energética reduzida (Lowen, 1977).

De acordo com as estruturas


energética vistas na última aula, esse indivíduo se enquadraria na

estrutura
desorgonótica, ou conforme a teoria Bioenergética, seu estado energético pode
variar entre
carga e subcarga.

TEMA 3 – ESTRUTURA DE CARÁTER PSICOPÁTICA

Veremos a seguir o mesmo


detalhamento a respeito da estrutura de caráter psicopática (origem,
características emocionais e comportamentais, características corporais e
características energéticas).

3.1 ORIGEM

Essa estrutura se desenvolve


na terceira etapa do desenvolvimento emocional, a etapa de
produção que,
conforme vimos, compreende o período que vai desde o desmame (entre 9 e 18
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meses) até o final do terceiro ano de vida.

Nesta fase, podem se formar


duas estruturas de caráter, a psicopática e a masoquista, porém,

veremos cada
uma delas separadamente. Focando agora na estrutura psicopática, os
comprometimentos ocorrem quando o genitor do sexo oposto adota uma postura invasiva
e/ou
sedutora, gerando uma situação de submissão da criança.

3.2 CARACTERÍSTICAS EMOCIONAIS E COMPORTAMENTAIS

O indivíduo com essa estrutura


de caráter adota um comportamento controlador, manipulador e
sedutor, uma vez
que já se viu no papel de vítima desses comportamentos e tem medo de ser

controlado
ou usado novamente. Acredita que para ser independente precisa dominar os outros.

Nega seus sentimentos como forma


de negação também de suas necessidades. Manipula para
que os outros precisem
dele e, dessa forma, não precise expressar suas próprias necessidades, mas

no
fundo também depende do outro. Lowen (2017) aponta que todo psicopata tem
fixação na fase
oral (que vimos acima).

O ego, que normalmente teria a


função de apoiar as tentativas do corpo de encontrar prazer,
nesse caso,
volta-se contra o corpo e os sentimentos, com o intuito de construir e proteger
sua

imagem (Lowen, 2017). O investimento na imagem pessoal é muito presente.

A ideia de perda de controle


representa o risco de perda do amor. Compensa esse medo por
meio da afirmação de
si mesmo e do seu valor e se vê acima dos outros e dos seus próprios

sentimentos (Volpi; Volpi, 2003).

Suas vontades, desejos e


interesses, assim como o controle e o poder motivam suas ações (Volpi;
Volpi,
2003). Acredita que precisa vencer sempre, pois a derrota o coloca em posição
de vítima

(Lowen, 2017).

3.3 CARACTERÍSTICAS CORPORAIS

Segundo Volpi e Volpi (2003),


o corpo costuma ser mais desenvolvido na parte superior. Essa

cisão entre a
parte superior e inferior do corpo se apresenta devido a um bloqueio na área do
diafragma que impede a fluidez energética e dos sentimentos pelo corpo todo.

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Essas características são


origem a um padrão de contensão que é chamado por Lowen de

“holding up”,
ou seja, segurar em cima, conter em cima (Volpi; Volpi, 2003). A cabeça, os
ombros e o
diafragma são tensos. O peito é estufado/inflado. O olhar é atento,
desconfiado e controlador (Volpi;

Volpi, 2003).

3.4 CARACTERÍSTICAS ENERGÉTICAS

A energia se concentra na
parte superior do corpo e sua circulação para a parte inferior é
bloqueada. A
projeção desta é direcionada para fora (para controlar o externo) e nunca para
o centro

(a fim de não acessar suas próprias vulnerabilidades).

De acordo com as estruturas


energética vistas na última aula, esse indivíduo se enquadraria na

estrutura
hiperorgonótica desorgonótica, ou conforme a teoria Bioenergética, na estrutura
de
sobrecarga. Devido ao padrão de controle, a energia fica acumulada e não é
descarregada, o que

exigiria entrega aos sentimentos e ao amor.

TEMA 4 – ESTRUTURA DE CARÁTER MASOQUISTA

Veremos a seguir o mesmo


detalhamento a respeito da estrutura de caráter masoquista (origem,

características emocionais e comportamentais, características corporais e


características energéticas).

4.1 ORIGEM

Essa estrutura se desenvolve


na terceira etapa do desenvolvimento emocional, a etapa de

produção, assim como


a estrutura psicopática, vista acima. No caso do masoquismo, o período que
essa
etapa compreende vai desde os 18 meses até o final do terceiro ano de vida.

Nesta fase, as experiências


que geram traumas estão relacionadas ao desfralde, à alimentação e

à conquista
da independência e autonomia da criança. Alguns exemplos de situações que geram
esses traumas são: forçar a alimentação, apressar o desfralde e o controle dos esfíncteres,
exigir que a

criança evacue em um momento pré-determinado, usar palavras de


desaprovação e desvalorização
da criança, entre outros.

A independência e autonomia da
criança é suprimida por pais que exigem obediência às regras.
Segundo Lowen
(1977, p. 203), “Atenção às necessidades materiais da criança junto com
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desconsideração por seus sentimentos ternos ou necessidades espirituais criam


um problema
masoquista”. A principal sensação originada desses comprometimentos
é de humilhação.

4.2 CARACTERÍSTICAS EMOCIONAIS E COMPORTAMENTAIS

Costuma apresentar muitos


sentimentos negativos em relação a si mesmo e a vida, expressando-

os por meio
de autodepreciação, lamentações e reclamações. Tem profundos sentimentos de
desamparo, desespero, sofrimento e infelicidade.

Pode ter comportamentos


provocativos e apresenta profunda desconfiança. Uma vez que sua
mãe usou seu
amor e sua simpatia para humilhá-lo, não confia nas expressões de ternura dos
outros.

Reclama de tensão interior,


como se fosse explodir, mas não consegue descarregar. Manifesta

muita ansiedade
devido à contenção interna. Apresenta variação de estados de ansiedade com
estados de abatimento.

Tem uma agressividade contida,


que não pôde ser expressa, pois precisava “se comportar”. O

esforço para o
bloqueio da agressividade gera também um bloqueio da expressão de ternura.
Ambivalência, incerteza e conflitos internos são bem presentes.

Busca situações de desprazer e


as reverte em prazer. Isso ocorre, pois um desprazer intenso
eleva a tensão
interna a tal ponto que o indivíduo não consegue mais reprimir nada. Como o
padrão

do masoquista é de contenção, quando a energia e as emoções que estavam


contidas ultrapassam
essa barreira, a pessoa experiencia um relaxamento, uma
descarga, que é sentida como prazer (e de

fato o é). Além disso, o relaxamento


alcançado dessa forma exime o masoquista de ter que relaxar
por si mesmo, ele
relaxa sem ser responsável por isso.

Se sobrecarrega para agradar


os outros e busca aprovação do outro constantemente. Procura

chamar atenção
para si pelo sofrimento e não pelas suas qualidade e conquistas pessoais.

4.3 CARACTERÍSTICAS CORPORAIS

O corpo carrega um padrão de


contenção, segundo Volpi e Volpi (2003), é denso e entroncado.
Percebe-se
tensão na área do pescoço, garganta e trapézio, assim como na área do diafragma,

abdômen e pelve.

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A musculatura é bem
desenvolvida, mas não oferece uma mobilidade ágil e funcional. Tem um

aspecto
denso e pesado, como se fosse a força esmagadora de um gorila – se desenvolve
com a
função de reter e não de possibilitar o movimento natural (Lowen, 1977).

O rosto pode ter uma expressão


de desagrado e desprezo. A voz costuma ter um tom de

gemido, condizente com as


lamentações. Isso ocorre devido à tensão acentuada no pescoço e
garganta.

Os pés têm os arcos


contraídos, gerando uma deficiência no contato com o chão e falta de

estabilidade. As tensões corporais aparecem também como forma de oferecer estrutura


e
sustentação considerando essa falta de estabilidade das pernas e pés.

Os músculos dos glúteos e


assoalho pélvico costumam ser contraídos e o quadril projetado para
frente. O
abdômen tem o aspecto de ser “chupado” para dentro.

O aspecto do corpo como um


todo é de que o indivíduo carrega peso e sofrimento nas costas. O

padrão de
contensão característica dessa estrutura é chamado por Lowen de “holding in”,
ou seja,

reter, conter (Volpi; Volpi, 2003).

4.4 CARACTERÍSTICAS ENERGÉTICAS

A energia é alta, porém


contida e voltada para dentro. Se concentra na parte central do corpo,

sendo
deficiente na região dos membros (pernas e braços), que teriam o papel de descarregar
a

energia para o externo.

A forma que o masoquista


encontra de descarregar energia é por padrão de “espremê-la” para

fora. No caso
da sexualidade, por exemplo, pode contrair as pernas e pelve para que a energia
se
descarregue. E no caso de atividades corriqueiras, busca descarregar se
esforçando além dos seus

limites – trabalha com as vísceras, não com o coração


(Lowen, 1977).

De acordo com as estruturas


energética vistas na última aula, esse indivíduo se enquadraria na

estrutura
hiperorgonótica desorgonótica, ou conforme a teoria Bioenergética, na estrutura
de

sobrecarga.

TEMA 5 – ESTRUTURA DE CARÁTER RÍGIDA

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Esta é a última das cinco


estruturas básicas de caráter descritas pela Bioenergética, a estrutura de
caráter rígida. Dentro desta, podemos considerar três subtipos caracterológicos
que são chamadas

de: fálico-narcisista, histérico e compulsivo.


Para facilitar o estudo, consideraremos apenas a estrutura

de base, mas caso


queiram saber mais detalhes dos subtipos, podem estudá-los no livro O corpo
em

terapia, indicado na primeira apostila.

Veremos a seguir o mesmo


detalhamento a respeito da estrutura de caráter rígida (origem,

características emocionais e comportamentais, características corporais e


características energéticas).

5.1 ORIGEM

Essa estrutura se desenvolve


na quarta etapa do desenvolvimento emocional, a etapa de

identificação, que compreende


o período que vai dos 4 anos de idade até o final dos 6 anos,

aproximadamente.

As experiências que geram


traumas nessa fase estão relacionadas a repressões ou punições a

respeito do
desenvolvimento sexual da criança e na sua busca por independência e socialização.

Segundo Lowen (1977), o trauma


relevante nesse período é uma frustração na busca da
gratificação erótica,
sobretudo genital. Como vimos na última aula, é um período que a criança

descobre os genitais e o prazer atrelado a eles, ainda que não tenha


compreensão de sua função

sexual, como terá mais para frente em sua vida adulta.


A rejeição do prazer sexual é considerada pela

criança uma traição de sua ânsia


de amar, pois o prazer erótico, a sexualidade e o amor são
sinônimos em sua
mentalidade infantil (Lowen, 1977).

Existe também um trauma


relacionado à questão edipiana, que não estudaremos a fundo neste

momento, mas
que está relacionada à busca da criança por aproximação do progenitor do sexo

oposto seguida da rejeição da criança por parte deste (o que é um processo


natural do

desenvolvimento, que precisa apenas ser bem conduzido para reduzir


os comprometimentos). A
principal sensação originada desses comprometimentos é
de traição.

5.2 CARACTERÍSTICAS EMOCIONAIS E COMPORTAMENTAIS

O indivíduo de estrutura
rígida recorre à performance como forma de se proteger da sensação

interna de desvalorização. Essa performance pode estar relacionada ao


poder, conquistas, sedução ou

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extrema organização e autocobrança, dependendo do


subtipo mais presente em sua formação.

Tem medo de se entregar e ser


traído, tem dificuldade de conectar o coração (sentimentos) e a

sexualidade.
Usa a razão e a performance em detrimento dos sentimentos.

Pode ser insensível aos


sentimentos dos outros, costuma ser arrogante e distante (Volpi; Volpi,

2003).
Seu comportamento expressa rigidez e inflexibilidade, assim como seu corpo, que
veremos
mais à frente. Costuma ser competitivo, ambicioso, orgulhoso e agressivo.
Vê a passividade como

vulnerabilidade e teme perder sua liberdade se for


vulnerável.

Está sempre alerta para que


não seja enganado ou usado, a rigidez tem como função impedir

que se entregue. Tem


bastante conexão com a realidade, mas essa ênfase tem como função de se

defender contra os impulsos de ceder e se entregar (Lowen, 1977).

5.3 CARACTERÍSTICAS CORPORAIS

O corpo costuma ser


proporcional e apresenta harmonia entre as partes. Dependendo do nível

de tensão
e rigidez, pode apresentar mais ou menos coordenação e graciosidade em seus

movimentos, assim como a personalidade pode ser mais ou menos ativa e


vibrante (Lowen, 1977).

A cabeça costuma ser erguida e


coluna ereta. O pescoço é tenso e a mandíbula retida (Volpi;

Volpi, 2003). Os
músculos longos e a parte posterior do corpo são as áreas que apresentam mais
tensão, aparentando uma armadura. Esse padrão mantém uma atitude de
desconfiança e retém o

impulso de se abrir para o mundo (Volpi;


Volpi, 2003). Devido a isso, o padrão de contensão

característico dessa
estrutura é chamado de “holding back”.

5.4 CARACTERÍSTICAS ENERGÉTICAS

A energia é alta e se
concentra nas áreas periféricas do corpo, o que permite ter contato com a
realidade e testar a mesma. Porém, apesar de chegar até as extremidades, é
contida por elas,

limitando a expressão dos sentimentos.

De acordo com as estruturas


energética vistas na última aula, esse indivíduo se enquadraria na

estrutura
hiperorgonótica, ou conforme a teoria Bioenergética, na estrutura de sobrecarga.

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Para finalizar a apresentação


das estruturas de caráter, é importante destacar que Reich trazia o

conceito de
uma estrutura de caráter que ele denominava de “caráter genital”. O indivíduo
de caráter

genital seria aquele que não teve nenhum comprometimento em seu


desenvolvimento, ou seja, um
indivíduo totalmente maduro, saudável e
autorregulado.

Porém, consideramos que esse


caráter é apenas uma referência para o trabalho terapêutico, uma

vez que não


existem pessoas nesse estado perfeito de saúde mental, física, emocional e
energética.

Termos em mente o caráter genital é útil como base de onde


gostaríamos de chegar por meio da

terapia corporal e bioenergética.

NA PRÁTICA

O conhecimento a respeito das


estruturas de caráter é essencial no trabalho com a
Bioenergética. É a partir
da identificação dessas estruturas no paciente que teremos base para

direcionar
nosso trabalho com ele. O reconhecimento das estruturas pode acontecer de
diversas

formas, veremos brevemente cada uma delas a seguir.

Um dos fatores que pode nos


indicar qual é a ou as estruturas mais presentes no indivíduo são

informações
sobre sua história de vida. Pode acontecer durante um atendimento do paciente
contar
espontaneamente algo sobre sua história – algo sobre seu nascimento, a
relação com os pais ou

cuidadores, exigências que tinha em casa, entre outros.

Esse tipo de informação é um


indicativo de quais estruturas o paciente pode apresentar. Não é

regra que uma


experiência de vida gere uma estrutura, mas há uma possibilidade, que pode ser

investigada. Essa investigação pode ser a partir de perguntas sobre o tema para
aprofundar mais ou
pode ocorrer naturalmente conforme o contato com o paciente
for prosseguindo. Podemos observar

em outras coisas que ele conta, no seu


comportamento, no seu corpo ou no seu padrão energético

se nossa suspeita se
confirma.

Outro fator que pode indicar a


presença de alguma estrutura é o comportamento do paciente.

Às vezes ele não


relata muitas coisas diretamente, mas com o contato constante, podemos
identificar
alguns padrões. Por exemplo, se o paciente evita contato, se é
muito racional, se é dependente, se

não consegue se autossustentar, se tenta


controlar e manipular, se costuma se queixar demais, se

busca demonstrar poder


e não gosta de estar vulnerável, entre outros.

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Cada um desses padrões de


comportamento indicam a presença de uma estrutura específica,

como vimos acima.


Podemos confirmar as suspeitas prosseguindo o contato com o paciente e

tentando
aprofundar mais na conversa, saber da sua história, assim como observando seu
corpo e

sua energia.

Outro fato indicativo das


estruturas é o corpo. Como vimos acima, cada estrutura de caráter
costuma ser
acompanhada de características corporais. É importante observar o formato do
corpo do

paciente, sua postura, forma de se movimentar, suas expressões etc.

A partir da identificação de
algumas características corporais, podemos buscar mais informações

do paciente
a fim de confirmar nossas percepções. Uma opção é comentar que percebe algo no

corpo e perguntar como o paciente se sente a respeito daquilo, por exemplo: me


parece que seu
pescoço está tenso, você percebe isso? É sempre assim? Quando
você acha que essa tensão se

agrava? Você busca controlar as situações? E assim


em diante.

Por fim, podemos observar o


fator energético, que também dará indicações da presença de

estruturas de
caráter específicas. Se percebemos que existe uma energia baixa, cansaço, falta
de

vitalidade, podemos desconfiar da presença de uma estrutura esquizoide ou


oral.

Se percebemos bastante
energia, porém que é retida de alguma forma, podemos suspeitar da

presença de
uma estrutura psicopática, masoquista ou rígida. Com base nisso, podemos buscar
nos
aprofundar nos demais fatores vistos acima – história de vida,
comportamento e corpo.

A compreensão do paciente virá


sempre desse conjunto de fatores. Como essa é a principal

característica das
abordagens corporais, a complementariedade entre mente, corpo e energia.

Qualquer informação que tivermos a respeito de um desses aspectos pode nos


indicar a presença de

estruturas específicas, que podemos confirmar a partir da


continuidade de contato com o paciente e
aprofundamento na sua história.

A identificação dessas
características pessoais e estruturas será a base para definirmos o projeto
terapêutico que trabalharemos para cada paciente. Cada
situação de atendimento pedirá uma

condução terapêutica específica. Por


exemplo, no caso de um paciente hospitalizado ou de uma

terapia em grupo,
talvez não tenhamos a oportunidade de continuar o contato e nos aprofundar na
história dos indivíduos, nesse caso, podemos definir um projeto terapêutico
mais pontual e

abrangente, como relaxamento, alívio de tensões, circulação de


energia e vitalidade.

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Já no caso de pacientes que


atendemos periodicamente e individualmente, podemos estipular
um projeto
terapêutico mais direcionado às características profundas desse paciente, que
com o

tempo pode promover uma grande evolução e amadurecimento de sua estrutura


de caráter.

Veremos mais a frente maiores detalhes a respeito do projeto


terapêutico.

Antes de finalizarmos, é
importante reforçar que a maioria das pessoas apresenta traços de

todas as
estruturas de caráter, ou pelo menos da maioria delas. Muito dificilmente
encontraremos um
indivíduo de caráter puro. O que pode acontecer é o indivíduo
apresentar uma das estruturas mais

destacada, predominante, mas provavelmente


terá traços mais suaves de outras estruturas também.

Não existe uma regra ou um


padrão de como as estruturas de apresentam e se comportam,

cada pessoa terá uma


combinação única de traços e características que formará sua unicidade e

pedirá
um projeto terapêutico personalizado. Não devemos usar esse conhecimento para
classificação das pessoas, mas, sim, como direcionadores de como poderemos
auxiliar cada

indivíduo.

FINALIZANDO

Nesta aula, estudamos as


características de cada uma das cinco estruturas de caráter básicas

definidas
pela Bioenergéticas. Pudemos ver que cada estrutura possui características
únicas quanto à

sua origem e padrões emocionais, comportamentais, corporais e


energéticos.

As estruturas de caráter
estudadas foram: esquizoide, oral, psicopática, masoquista e rígida –
sendo que
esta última pode ser subdividida em fálico-narcisista, histérica e compulsiva.

Por fim, estudamos como esse


conhecimento é essencial para a prática terapêutica e como

podemos aplicá-lo no
momento de um atendimento – seja este individual, em grupo ou hospitalar,

por
exemplo. Identificar as características de cada paciente nos guiará para
definirmos o projeto

terapêutico mais adequado para cada caso.

REFERÊNCIAS

LOWEN, A. Bioenergética.
São Paulo: Summus, 2017.

_____. O corpo em
terapia: a abordagem bioenergética. São Paulo: Summus, 1977.

https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 16/17
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NAVARRO, F. Caracterologia
pós-reichiana. São Paulo: Summus, 1995.

VOLPI, J. H.; VOLPI, S.


M. Reich: a análise bioenergética. Curitiba: Centro Reichiano, 2003.

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TERAPIA BIOENERGÉTICA
AULA 4

Prof.ª Nathalie Pailo Perozin

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CONVERSA INICIAL

Bem-vindos(as). Nesta aula, vamos


nos aprofundar no aspecto corporal da abordagem.

Primeiramente, vamos lembrar


os conceitos que vimos a respeito desse tema anteriormente.

Iniciamos pelo estudo da


origem da abordagem e a percepção de Reich sobre a importância do

corpo como
parte do processo terapêutico.

Em seguida, estudamos a visão


de homem e de mundo da abordagem, na qual vimos que o

corpo responde às
experiências vivenciadas durante o nosso desenvolvimento e dependendo destas

experiências serem positivas ou negativas marcas ficam gravadas no corpo na


forma de couraças

musculares – o que impacta não apenas o corpo como também


nossas emoções, comportamentos e

qualidade energética.

Vimos, também, que nossos


mecanismos de defesa são compostos por algumas camadas, entre

as quais a camada
de defesa corporal é a mais importante de ser trabalhada, pois é ela que
permite a

real transformação das demais camadas (emocional e ego).

Por fim, estudamos cada uma


das estruturas de caráter e quais são as características corporais

mais comuns
nos indivíduos que apresentam cada uma das estruturas.

Nesta aula, estudaremos mais a


fundo o conceito e o processo de formação das couraças

musculares, passando por


um breve estudo do sistema nervoso; conheceremos os sete segmentos

corporais
nos quais as couraças se formam; além disso, iremos nos aprofundar no estudo de
alguns

aspectos importantes na prática da terapia Bioenergética relacionados ao


corpo – respiração e

grounding.

TEMA 1 – SISTEMA NERVOSO

Iniciaremos por um breve


estudo a respeito do envolvimento do sistema nervoso no processo de

formação
das couraças musculares. Inclusive, é devido à relação íntima do sistema
nervoso

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autônomo (ou vegetativo) com os processos emocionais que Reich


denominou a segunda fase de

seu trabalho de Vegetoterapia Caracteroanalítica


(Volpi; Volpi, 2003).

Segundo Volpi e Volpi (2003),


o sistema nervoso é responsável pela integração do organismo

com o ambiente,
pois detecta os estímulos (externos e nternos) e, a partir destes, desencadeia

respostas musculares e glandulares no organismo. Conforme vimos até aqui, as


couraças se formam

a partir dessa integração do indivíduo com o meio; por isso


a importância de compreender a relação

do sistema nervoso nesse processo.

A autorregulação também é
impactada por esse sistema. Veremos na figura a seguir como
ocorre essa
relação.

Figura
1 – Sistema nervoso

Fonte:
Perozin, 2021.

Como podemos ver na figura, o


sistema nervoso é divido em Somático, que controla as

atividades voluntárias do
organismo, e Autônomo ou Vegetativo, que controla as atividades

involuntárias
do organismo. Nós estudaremos especialmente o SNA, pois é ele que controla
funções

vitais que interferem diretamente na saúde e capacidade de


autorregulação do organismo, como:

respiração, circulação do sangue,


temperatura corporal, digestão, entre outros.

O SNA é, por sua vez, divido


em Simpático e Parassimpático. O SNA Simpático é ativado por

situações de
estresse e perigo e tem como função preparar o organismo para a ação ou fuga –
a

respiração aumenta, os músculos se contraem, entre outros. No caso da


corporal, como temos visto,

em situações de trauma. o organismo se contrai e,


dependendo da intensidade, frequência e

relevância das experiências, essas


contrações podem se tornar crônicas. O sistema Simpático é o

responsável por
executar essas contrações.

O SNA Parassimpático é ativado


em situações de relaxamento e tem como função colocar o

corpo em estado de
repouso – respiração lenta, músculos relaxados, entre outros. No caso da

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corporal, quando as experiências de vida são prazerosas e tranquilas, esse é o


sistema responsável

pela função de expansão.

Segundo Volpi e Volpi (2003),


quando a atividade de um desses sistemas aumenta, a atividade

do outro reduz. É
dessa forma que o organismo se equilibra, ou seja, funciona de acordo com sua

capacidade de autorregulação. Já se o estado biológico estiver alterado em uma


ou outra direção

(expansão ou contração), uma perturbação no organismo será


inevitável.

Chegamos então na conclusão de


que: a ausência de pulsação entre contração e expansão é o

que representa a
couraça (Volpi; Volpi, 2003). A seguir, estudaremos esse tema mais
profundamente.

TEMA 2 – COURAÇA MUSCULAR

Sobre couraça muscular,


podemos dizer de forma simplificada que esta corresponde ao

enrijecimento
crônicos dos músculos de uma região do corpo, que ocorrem devido às situações

aversivas vivenciadas pelo indivíduo durante seu desenvolvimento.

Fazendo uma relação com o SNA


Simpático, segundo Volpi e Volpi (2003), quando ocorre uma

situação aversiva,
esse sistema contrai a musculatura do indivíduo, com o objetivo de

proteção/defesa. Essa contração se mantém até que o ambiente propicie


relaxamento e, quando isso

não ocorre, ou quando as contrações ocorrem


repetidamente, a musculatura permanece num estado

de tensão. Essa rigidez


crônica, conforme vimos acima, é o que chamamos de couraça muscular.

Apesar de a couraça afetar a


maleabilidade da musculatura, não é apenas nessa estrutura que ela

atua, pois
também impede ou reduz a circulação energética no organismo. Segundo Volpi e
Volpi

(2003), para compensar esse bloqueio, o corpo adota novas formas e


posturas – e é devido a isso que

conseguimos perceber indícios da estrutura do


caráter do indivíduo ao observar o seu corpo.

O estado corporal pode ser


relacionado ao caráter do indivíduo, pois o comportamento é

sempre uma
manifestação muscular, ou seja, toda couraça psíquica (caráter) possui um
equivalente
somático (muscular) (Volpi; Volpi, 2003). Quando ocorre o
enrijecimento dos músculos, há também o

enrijecimento das atitudes caracteriais


(as excitações e sensações emocionais ficam bloqueadas).

Lowen (2017) também aborda


esse tema destacando que todas as experiências de vida de um

indivíduo ficam
registradas tanto em sua personalidade como ficam também estruturadas no seu

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corpo.

Pela observação da forma, da


postura e do comportamento corporal do indivíduo, é possível

fazermos a relação
com seu comportamento caracterial. As couraças geram uma redução na

sensibilidade, na fluidez e na vitalidade do organismo como um todo. Alguns dos


fatores que podem

ser observados para fazer essa relação são: o jeito de falar,


entonação e impostação da voz; a

maneira de gesticular; o jeito de se mover e


caminhar; pontos de rigidez ou de flacidez corporal;
pontos de dor; entre
outros.

A identificação das couraças


musculares e o trabalho com estas é essencial dentro da

Bioenergética, uma vez


que, de acordo com Lowen (2017), crescer como indivíduo demanda um

compromisso
com o corpo e apenas por intermédio deste é possível experimentar a vida e a

existência. Segundo o autor (2017, p. 99), “o eu não pode divorciar-se do corpo


e a autopercepção

não pode separar-se da consciência corporal”.

Antes de finalizarmos esse


capítulo, é válido ressaltar que podem existir tipos diferentes de

couraças
musculares. As couraças crônicas, das quais estamos falando aqui, são formadas
no início da

vida, ou seja, durante as fases do desenvolvimento (da concepção


até puberdade). Já as couraças que

podemos chamar de “flexíveis” são aquelas


que surgem continuamente, no dia a dia, conforme

vamos vivenciando experiências


negativas; porém, essas podem ser desfeitas com muito mais

facilidade (Volpi;
Volpi, 2003).

Seguiremos, agora, para o


estudo dos segmentos corporais, nos quais as couraças musculares

estão
dispostas.

TEMA 3 – SEGMENTOS CORPORAIS

De acordo com as descobertas


de Reich, as couraças musculares estão dispostas em sete

segmentos corporais,
aos quais ele chamou de “segmentos de couraças”. Cada um desses segmentos

se
apresenta no formato de um “cinturão”, que compromete todas as estruturas da
região, como

tecidos, órgãos e músculos.

Veremos abaixo uma figura com


a disposição de cada um dos segmentos, que são: ocular, oral,

cervical,
torácico, diafragmático, abdominal e pélvico. Em seguida, estudaremos cada um
dos

segmentos, considerando suas características, sistemas e órgãos que compõe cada


um deles.

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Figura
2 – Segmentos de couraça

Créditos:
procurator/Shutterstock.

3.1 SEGMENTO OCULAR

O primeiro segmento, ou
segmento ocular, corresponde ao nível dos telerreceptores, sendo
composto pelos
olhos, ouvidos, nariz e pele. É através destes sistemas que percebemos e nos

relacionamos com a realidade fora de nós (Vopi; Volpi, 2003).

A couraça muscular nesse


segmento é muito presente na estrutura de caráter Esquizoide, pois

afeta a
percepção, a clareza da realidade e a capacidade de contato e afeto do
indivíduo com o
mundo externo – estas são características do indivíduo com essa
estrutura, como vimos
anteriormente. Porém, pode ser encontrada em outras
estruturas caracteriais também.

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Ao atender a um paciente com


comprometimento neste segmento, será possível perceber

alterações nesta região


corporal, seja no quesito comportamental ou físico. Veremos a seguir
alguns
padrões que podemos observar relacionados a cada segmento.

Referente a região dos olhos,


alguns dos padrões podem ser:

Olhos
arregalados, tensos, fechados, caídos, apertados ou sem vida;
Facilidade
ou dificuldade em fazer contato visual com as pessoas, com o terapeuta e com o

mundo ao redor;
Maneira
de olhar – se é fixa, variante, tensa ou relaxada;

Entre
outros.

Referente aos ouvidos, podemos


observar se há dificuldade de prestar atenção, de focar no que
está sendo dito,
de absorver a informação que escuta, de manter a atenção na conversa, entre
outros.

Referente ao nariz, podemos


observar se a respiração da pessoa é profunda ou curta – no
sentido de quanto à
vontade ela fica para inspirar o ar do mundo/ entrar em contato com o mundo

através da respiração, entre outros.

Referente à pele, podemos


observar a facilidade ou dificuldade de tocar e ser tocado, a postura
corporal
no sentido de ser convidativa à proximidade ou não, entre outros.

Outro impacto possível das


couraças ocorre na saúde física do indivíduo, o que vamos chamar

de biopatias.
No caso da couraça ocular, algumas delas são: erros de refração (como miopia,
astigmatismo ou hipermetropia), rinite, sinusite, enxaqueca, alergias e
urticárias na pele, entre outros

(Volpi; Volpi, 2003).

No caso de alguns segmentos,


podemos observar também a relação com distúrbios psíquicos.

Tratando-se do
segmento ocular, esses distúrbios são aqueles relativos à deficiência na
percepção da
realidade em algum grau, como: psicose, síndrome do pânico,
anorexia e esquizofrenia.

3.2 SEGMENTO ORAL

O segundo segmento, ou
segmento oral, é composto principalmente pela boca (e estruturas

relacionadas –
lábios, língua, dentes etc.), incluindo também a mandíbula. Os comprometimentos

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nessa região costumam estar relacionados à fase de amamentação e desmame, como


já vimos
anteriormente.

A couraça muscular nesse


segmento é muito presente na estrutura de caráter oral. Ela afeta a
capacidade
de independência, autossustentação e autoconfiança do indivíduo.

Referente aos padrões que


podem ser observados nessa região para identificação da presença

de couraça,
alguns são:

Expressão
dos lábios (apertados, tensos, contidos ou projetados para fora, soltos, com
aparência de bico);

Expressões
faciais na área da boca (movimentos contidos ao falar – abre pouco a boca – ou
movimentação extrema – movimenta bastante a boca, faz careta etc.);

Disposição
dos dentes (bem distribuídos, projetados para fora ou para dentro, encavalados etc.
– hoje em dia, com o uso comum de aparelhos, é mais difícil identificar esses
padrões);

Tensão
na mandíbula (constante ou pontualmente); 
Entre
outros.

As biopatias mais comuns


relacionadas a esse segmento são: bruxismo, ATM (disfunção da

articulação
temporomandibular) e problemas ortodônticos (Volpi; Volpi, 2003).

Os distúrbios psíquicos mais


comuns são: depressão e bulimia.

3.3 SEGMENTO CERVICAL

O terceiro segmento, ou
segmento cervical, é composto pelo pescoço, garganta e parte superior

do
trapézio.

Deste segmento em diante, não


teremos relação específica com uma estrutura de caráter, pois

esse padrão de
couraça pode se apresentar em diversas estruturas.

A couraça neste segmento afeta


a capacidade de relaxamento e entrega, costuma representar
uma busca excessiva
por controle (externo ou interno) e autoconservação.

Referente aos padrões que


podem ser observados nessa região para identificação da presença
de couraça,
alguns são:

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Movimentação
da cabeça e do pescoço (pode-se perceber se a movimentação é livre, fluida,

ampla ou contida, tensa, limitada);


Posição
do pescoço (se é caído para frente, contido para trás, esticado, encurtado etc.);

Características
da voz (entonação, impostação etc.);
Facilidade
de fala e expressão, entre outros.

As biopatias mais comuns


relacionadas a esse segmento são: torcicolo, artrose cervical,

problemas na
tireoide, problemas relacionados a voz e fala, entre outros.

Já os distúrbios psíquicos
podem variar de acordo com a estrutura de caráter, não sendo

possível nesse caso


definir distúrbios específicos.

3.4 SEGMENTO TORÁCICO

O quarto segmento, ou segmento


torácico, é composto por toda área do peitoral e coluna
torácica, incluindo
coração, pulmão e membros superiores. Esta região está relacionada também com

a
glândula do timo, responsável pela imunidade do organismo (condição de difere
de indivíduo para
indivíduo, assim como as impressões digitais) (Volpi; Volpi,
2003).

A presença de couraça neste


segmento afeta a capacidade de entrega e abertura do indivíduo

para o mundo, assim


como tem relação com sua individualidade, autoconfiança e defesa.

Referente aos padrões que


podem ser observados nessa região para identificação da presença

de couraça,
alguns são:

Postura
peitoral (peito projetada para frente, estufado ou projetado para dentro,
fechado);
Movimentação
com a respiração (observar se o tórax se movimenta com a entrada e saída de ar

– muitas vezes fica rígido, não se movimenta);


Posição
dos ombros (caídos/fechados ou bem-posicionados);

Movimentação
dos braços (se é livre, fluida, contida, exagerada);
Entre
outros.

As biopatias mais comuns


referentes a esse segmento estão relacionadas a problemas:

respiratórios, de
coração, de pulmão, na coluna torácica, nos ombros, nos membros superiores,
entre
outros.

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Os distúrbios psíquicos podem


variar de acordo com a estrutura de caráter, não sendo possível
nesse caso
definir distúrbios específicos.

3.5 SEGMENTO DIAFRAGMÁTICO

O quinto segmento, ou segmento


diafragmático, é composto pelo diafragma – músculo muito

importante no processo
respiratório.

A presença de couraça neste


segmento afeta a integração da parte superior e inferior do corpo,

gerando uma
cisão, e está relacionada também com a capacidade de entrega, confiança,
relaxamento
e autoaceitação do indivíduo (por possibilitar essa integração do
corpo como um todo).

Referente aos padrões que


podem ser observados nessa região para identificação da presença

de couraça,
alguns são:

Amplitude
da respiração (se é ampla e profunda ou curta e contida);
Movimentação
do tórax e abdômen com a respiração (quanto mais as duas áreas se

movimentarem,
mais solto o diafragma está; quanto menos se movimentarem, mais rígido
está);

Integração
da parte inferior e superior do corpo (às vezes, é possível perceber a cisão);
Liberdade
de movimento de rotação do tronco (se o corpo é mais retilíneo, sem liberdade
de

movimento de rotação, indica rigidez na região), entre outros.

As biopatias mais comuns


referentes a esse segmento estão relacionadas a problemas

respiratórios e na região
central da coluna (conexão da torácica com a lombar), entre outros.

Os distúrbios psíquicos podem


variar de acordo com a estrutura de caráter, não sendo possível,
nesse caso,
definir distúrbios específicos.

3.6 SEGMENTO ABDOMINAL

O sexto segmento, ou segmento


abdominal, é composto por toda região do abdômen, órgãos
abdominais, coluna
lombar e função dos esfíncteres.

A presença de couraça neste


segmento está relacionada a comportamentos de retenção, que

podem se expressar
na forma de:

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Controle;

Mesquinhes;
Compulsividade
(especialmente por limpeza e organização);
Tensão
na região;

Dificuldade
em relaxar;
Constipação
intestinal;

Entre
outros. 

Referente aos padrões que podem ser


observados nessa região para identificação da presença

de couraça, alguns são:

Movimentação
do abdômen com a respiração (se há liberdade de movimentação ou se fica
rígido
e contraído);

Formato
do abdômen (encolhido, rígido ou flácido, projetado para fora);
Capacidade
de sustentação do corpo (se há tônus na região ou não);

Mobilidade
e tônus da coluna lombar (se é rígida ou móvel, se tem dor ou não, se tem
hérnia

ou não etc. – abdômen está diretamente ligado à sustentação da lombar);


Entre
outros.

As biopatias mais comuns


referentes a esse segmento estão relacionadas a problemas

intestinais, nos
órgãos abdominais, na coluna lombar, no controle dos esfíncteres (que podem ser

tensos demais ou soltos demais), entre outros.

Os distúrbios psíquicos podem


variar de acordo com a estrutura de caráter, não sendo possível

nesse caso
definir distúrbios específicos

3.7 SEGMENTO PÉLVICO

O sétimo e último segmento, ou


segmento pélvico, é composto por toda região pélvica, que

inclui: quadril,
últimas vertebras da lombar, sacro, assoalho pélvico, sistema reprodutor,
genitais e se

estende também às pernas e pés.

A presença de couraça neste


segmento afeta a relação do indivíduo com sua sexualidade, a

confiança em sua
capacidade de autossustentação e estrutura pessoal, o contato com a realidade,
a
sensação de segurança e a capacidade de ação no mundo.

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Referente aos padrões que


podem ser observados nessa região para identificação da presença
de couraça,
alguns são:

Posição
do quadril e dos glúteos (projetado para frente ou para trás);
Mobilidade
da região (limitada ou ampla);

Presença
ou não de tensão na região (rigidez, tensão ou flacidez, falta de tônus);
firmeza do

contato das penas e pés com o chão;

Formato
e posição das pernas e joelhos (joelhos bem-posicionados, com desvio para
dentro ou
para fora, pernas muito fechadas ou muito abertas/ distantes);

Formato
e contato dos pés com o chão (peito do pé arcado, pés chatos, distribuição do
peso);

Entre
outros.

As biopatias mais comuns


referentes a esse segmento estão relacionadas ao sistema reprodutor

(masculino
e feminino), sexualidade (como ejaculação precoce, frigidez, falta de libido),
incontinência
urinária (por falta de tônus no assoalho pélvico), dores e
problemas articulares e musculares na

região como um todo, entre outros.

Os distúrbios psíquicos podem


variar de acordo com a estrutura de caráter, não sendo possível

nesse caso
definir distúrbios específicos

TEMA 4 – RESPIRAÇÃO

Falaremos agora a respeito de


uma das funções corporais considerada de extrema importância

pela Bioenergética:
a respiração. Segundo Lowen (1985), uma boa respiração é essencial para uma
saúde vibrante, pois é através dela que conseguimos o oxigênio que mantém aceso
o fogo do nosso

metabolismo, o que nos assegura da energia que precisamos.

Os distúrbios de respiração
podem se apresentar tanto na função de inspiração como de

expiração. No caso da
inspiração, podem estar relacionados ao medo de entrar em contato com o

mundo,
ou seja, a pessoa inspira superficialmente para se proteger do mundo. Esse
padrão
respiratório prejudica a vitalidade, uma vez que a oxigenação é
reduzida. No caso da expiração,

podem estar relacionadas ao medo de se


entregar, a uma sensação de insegurança, ao medo de

entrar em contato com as


sensações e sentimentos, entre outros. Esse padrão respiratório prejudica a

capacidade de relaxar e se entregar, uma vez que mantém uma porcentagem de ar


sempre retida.

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Alterações na respiração são


muito comuns e costumam ser encontradas na maioria das pessoas

em algum grau,
pois esta é uma das primeiras funções corporais impactadas quando vivenciamos
qualquer situação de tensão – como medo, tristeza, susto, raiva, entre outras.
Podemos observar em

nós mesmos esse processo. No momento que nos deparamos com


uma situação aversiva,

imediatamente retemos a respiração, tensionando a


musculatura da região e reduzindo a mobilidade

de todas as áreas corporais


envolvidas nesta função. Como já vimos anteriormente, quando essas
tensões são
muito intensas ou repetitivas, podem se tornar crônicas, dando origem à
couraças.

Dito isso, as práticas respiratórias


utilizadas pela Bioenergética não têm como objetivo estimular

a capacidade, a
profundidade ou a percepção/consciência da respiração, mas sim promover a

liberação das couraças que impedem a respiração de acontecer na sua forma


natural (Lowen, 1985).

A respiração natural, quando


estamos em nosso estado relaxado, envolve em algum grau todos

os músculos do
corpo, principalmente aqueles da região do tronco. Ao entrar, o ar expande os

pulmões (expandindo também o tórax), o diafragma contrai e desce para permitir


esse movimento, o
abdômen se estende e a pelve se move levemente para trás e
para baixo. Ao sair o ar, toda essa

movimentação ocorre novamente, no sentido


oposto – pelve se move para frente e para cima,

abdômen relaxa, diafragma sobe,


pulmões esvaziam, tórax relaxa. A garganta, a boca e o nariz
também têm
participação importante nesse processo, uma vez que a tensão em uma dessas
áreas

reduz a capacidade respiratória (Lowen, 1985).

Em conteúdo posterior,
abordaremos as práticas corporais, na qual veremos exercícios de

respiração com
essa função de liberação das couraças e promoção de uma respiração natural.

TEMA 5 – GROUNDING

Outro aspecto de extrema


importância na Bioenergética é o grounding. Este termo foi criado por

Lowen e se refere tanto a uma qualidade do indivíduo como a um dos exercícios


da Bioenergética.

Referente ao grounding
como qualidade, o indivíduo com um bom grounding é aquele que tem

a
sensação de contato dos pés com o chão bem desenvolvida e está em contato com
as realidades
básicas de sua existência, ou seja, está firmemente plantado no
chão, ciente de sua sexualidade e

orientado para o prazer. Essas qualidades


faltam às pessoas que estão “em suspenso”, ou seja, com

seu grounding
comprometido (Lowen, 1985).

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Por sua vez, o grounding


como exercício tem como objetivo aumentar a qualidade de grounding

do
indivíduo, ou seja, busca aumentar a conexão dos pés com o chão, a sensação de
base e estrutura

pessoais, a capacidade de autossustentação, entre outros. De


acordo com Lowen (1985), o resultado
imediato do grounding é um aumento
no senso de segurança do indivíduo, uma vez que sente o

chão sob si e seus pés


apoiados nele.

Quando o indivíduo está “em


suspenso”, tem medo de cair, de relaxar, de se soltar e se entregar.

Porém, se
o indivíduo tem um bom grounding, sente-se confiante de que, independentemente
do

que ocorra, será capaz de dar conta e se sustentar. A qualidade de grounding


é importante também
para as funções de prazer e descarga relacionadas à sexualidade,
assim como a capacidade de entrar

em contato com os sentimentos e sensações.

Nos tempos atuais, é comum


darmos mais valor e atenção para as atividades da metade superior

do corpo, que
são muitas vezes consideradas mais “elevadas”, como pensamento, fala,
organização,

comunicação, consciência, controle, entre outros. Fazemos isso em detrimento


das funções na
metade inferior do corpo, que podem ser relacionadas com funções
de natureza mais animal, como

sexualidade, defecação e locomoção. Porém, Lowen


(1985) destaca que é na nossa natureza animal

que residem as qualidades de


ritmo e graça, e quando nos negligenciamos essa região, perdemos em

grande
parte essas qualidades.

Veremos, posteriormente,
alguns exercícios para ativar e desenvolver a qualidade de grounding.

NA PRÁTICA

A compreensão a respeito do
processo de formação das couraças e como estas se apresentam
no corpo, a partir
dos segmentos de couraça, é essencial para o aspecto corporal de nossa atuação

com a Bioenergética.

A partir deste conhecimento,


somos capazes de identificar no corpo do paciente formatos,

posturas e comportamentos
que nos auxiliarão na compreensão do perfil do paciente e na

elaboração do
projeto terapêutico adequado.

Porém, é importante destacar


que, ao identificar um padrão corporal, não devemos “carimbar” o

paciente,
acreditando que conhecemos e sabemos tudo a seu respeito. Os padrões corporais
são
indicativos de estruturas de caráter, de comportamentos específicos, de
doenças e distúrbios

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específicos, mas isso somente poderá ser confirmado a


partir de uma troca mais profunda com o

paciente e identificação de outros


indicativos que confirmem as suspeitas – como, por exemplo,

história de vida,
relato de emoções, pensamentos e comportamentos, histórico médico de doenças e

distúrbios psíquicos, entre outros.

As informações corporais a
respeito do paciente podem ser construídas através da observação
(ao olhar o
corpo, os movimentos, a postura do paciente), através de informações médicas
(dores,

doenças, tratamentos já realizados ou em andamento), mas também a partir


da aplicação de práticas

corporais.

No início de um processo
terapêutico, não temos muitas informações sobre o paciente, então

podemos
começar com práticas básicas, como, por exemplo, de respiração e grounding.
A partir da
execução dessas práticas, podemos observar como o paciente as executa
(se tem facilidade ou

dificuldade para fazer o exercício, se consegue se


entregar ou se é resistente etc.) e as sensações e

pensamentos que relata após


a prática – para isso, devemos perguntar a ele quais foram as

sensações e
pensamentos ao final das práticas.

No caso das sensações e


pensamentos, podemos receber diversos tipos de retorno dos

pacientes. Alguns
dizem que não sentiram nada e/ou não pensaram em nada. Esse tipo de retorno
pode indicar que não há couraças na região, mas também podem indicar exatamente
o contrário,

que há uma resistência em entrar em contato com a região, emoções


e pensamentos relacionadas a

ela. Aos poucos, com o treino e a prática, vocês


conseguirão identificar cada caso. As demais
percepções e informações que você
tem sobre o paciente também podem ajudar nisso.

Por exemplo, se você percebe


que o tórax do paciente é estufado e rígido, não se movimenta
com os exercícios
de respiração, mas ele fala que não sente nada com os exercícios, você pode

imaginar que isso é uma resistência. Já se você percebe que a região do tórax
tem mobilidade, a

postura da região está adequada e o paciente se aprofunda nos


exercícios respiratórios, você pode

imaginar que a região está livre de


couraças ou, se as tem, é em grau baixo.

É mais comum que um paciente


sem couraças em determinada região diga que a sensação com
os exercícios foi
agradável do que diga que não sentiu nada. Enfim, são critérios de observação
que

você construirá na prática, estes são apenas alguns exemplos.

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Já no caso de pacientes que


relatam sensações, emoções, pensamentos e lembranças, você pode
relacionar
essas informações relatadas com outras informações que já tenha coletado, a fim
de

compor, cada vez em mais detalhes, o seu entendimento a respeito do perfil


do paciente. Lembrando

que, na Bioenergética, nossa compreensão a respeito do


paciente terá sempre três componentes:
mente/psique – corpo – energia. A partir
de todo conteúdo já estudado, você vai se tornando cada

vez mais habilitado


para fazer a relação entre todos estes aspectos.

É interessante que, no momento


de um atendimento, especialmente no caso de um atendimento

individual, você
tenha em mãos um mapa corporal, para que possa fazer anotações de suas

percepções a respeito do corpo do paciente (formas, postura, tensões, dores,


flacidez etc.) e, com o

andamento do processo terapêutico, possa relacionar


essas anotações com as demais informações
coletadas, validando suas percepções
iniciais.

FINALIZANDO

Nesta aula, estudamos a


relação do sistema nervoso e suas subdivisões com a formação das

couraças
musculares. Aprendemos que o Sistema Nervoso Autônomo ou Vegetativo, dividido
em

SNA Simpático e Parassimpático é responsável, respectivamente, pelas funções


de contração e de
expansão do organismo. Quando as contrações são muito
intensas ou frequentes, adotam um estado

crônico, o que dá origem às couraças


musculares.

Estudamos também o conceito de


couraças musculares e como elas interferem na saúde do

indivíduo como um todo,


podendo comprometer o corpo, o caráter e a circulação energética. Mais

uma vez
se faz essencial destacarmos a interligação destes três aspectos do organismo.

Na sequência, vimos que as


couraças estão dispostas em sete segmentos corporais, chamados

de segmentos de
couraça. Estudamos detalhadamente como um deles e como impactam as
emoções, os
comportamentos, o corpo, a saúde física e a saúde psíquica. Os sete segmentos
que

vimos são: ocular, oral, cervical, torácico, diafragmático, abdominal e


pélvico.

Finalizamos os estudos nos


aprofundando em dois pilares importantes da Bioenergética: a

respiração e o grounding.
Independente das características individuais de cada indivíduo, esses pilares

devem sempre receber nossa atenção no processo e no projeto terapêutico.

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REFERÊNCIAS

LOWEN, A. Bioenergética.
São Paulo: Summus, 2017.

LOWEN, A.; LOWEN, L. Exercícios


de bioenergética: o caminho para uma saúde vibrante. São

Paulo:
Ágora, 1985.

VOLPI, J. H.; VOLPI, S.


M. Reich: da vegetoterapia à descoberta da energia orgone. Curitiba:

Centro Reichiano, 2003.

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TERAPIA BIOENERGÉTICA
AULA 5

Prof.ª Nathalie Pailo Perozin

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CONVERSA INICIAL

Bem-vindo(a) a esta aula!


Nela, estudaremos algumas práticas corporais, que podem ser

aplicadas em
atendimentos individuais, hospitalares ou em grupo.

Os exercícios adequados para


cada caso devem ser definidos pelo terapeuta, de acordo com a

necessidade de
cada paciente ou modelo de atendimento.

As práticas estão separadas em


5 categorias: relaxamento, respiração, grounding, aplicadas às

estruturas
de caráter e para flexibilização das couraças musculares.

Veremos nesta apostila apenas


algumas opções de exercícios em cada uma dessas categorias,

porém indico que


para aprofundamento leiam o livro “Exercícios de Bioenergética”, de Alexander

Lowen e Leslie Lowen.

TEMA 1 – RELAXAMENTO

Os exercícios de relaxamento são


muito indicados como início das práticas corporais. Eles têm

como objetivo
auxiliar o paciente a se conectar com o momento presente, se desligar das

preocupações, pensamentos e atividades do dia a dia, se conectar consigo mesmo,


perceber como

está seu corpo, entre outros. Podem ser também utilizados como
práticas corporais por si só no caso

de pacientes que precisam ou tem


dificuldade de relaxar.

Abaixo veremos algumas opções


de práticas de relaxamento.

1.1 RELAXAMENTO POR PARTES DO CORPO

Com o paciente deitado de barriga para


cima, pernas esticadas e soltas, braços esticados e soltos

ao lado do corpo,
olhos fechados, peça que ele solte o peso do corpo na cama (maca, tapete etc).

Peça que imagine que está realmente soltando todo o peso, sem precisar fazer
esforço nenhum para
segurar o corpo, como se estivesse “derretendo”. Peça que
deixe a respiração fluindo naturalmente,

leve, sem forçar e sem segurar.

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Você guiará um relaxamento das


partes do corpo, uma a uma, e o paciente deve ir

acompanhando sua voz, levando


a atenção dele à essas partes do corpo e relaxando cada uma delas.

Não é
necessário mexer o corpo, o relaxamento deve ser apenas a partir da atenção que
será

direcionada a cada parte, porém caso o paciente movimente tudo bem,


observe e só interfira se

considerar necessário.

Guie o relaxamento de cada parte do


corpo, começando pelos pés. Por exemplo: “leve sua

atenção para as partes que


vou falando e relaxe” - pés, tornozelos, panturrilhas, coxas, glúteos,

quadril,
abdômen, lombar, diafragma, tórax, escapulas, ombros, braços, mãos, dedos,
pescoço, boca,
mandíbula, língua, olhos, sobrancelhas, testa e couro cabeludo.
Fique observando o paciente

enquanto guia o exercício, para perceber quais


áreas estão mais tensas ou mais relaxadas, para ir

conhecendo o corpo deste


paciente.

Ao final da prática peça que ele se


mantenha dessa forma e observe a sensação do corpo, como

está se sentindo, o
que mudou, se está melhor etc. Pergunte se teve algum pensamento ou emoção

que
queira compartilhar.

Peça que ele vá se movimentando aos


poucos, fazendo o que o corpo pedir, mexendo mãos e

pés, espreguiçando,
retomando os movimentos aos poucos e abrindo os olhos.

Um fator importante é: caso o


paciente não possa realizar essa prática na posição indicada acima

aplique da
mesma forma, na posição que for possível para ele. As vezes em uma situação de

internamento, o paciente não tem liberdade de movimento, mas isso não impede
que a prática seja

realizada. Faça as adaptações necessárias.

1.2 AUTOMASSAGEM

Com o paciente deitado de barriga para


cima, explique que farão uma prática de automassagem.

Guie o paciente para que


massageie seu próprio corpo, cada parte de uma vez, iniciando pelos pés.

Você
pode indicar que o paciente vá percebendo qual tipo de toque cada parte do
corpo está

pedindo – se é um toque mais firme, apertando pontos de dor, ou se é


um toque mais suave, como

um carinho – pode pedir que ele vá observando onde


está mais tenso, mais dolorido etc.

Ao finalizar a massagem, você pode


perguntar ao paciente quais foram as sensações, os
pensamentos, se percebeu dor
ou tensão em alguma parte específica do corpo etc. Essas perguntas

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são
importantes pois podem nos trazer mais informações sobre o paciente ou mesmo
temas para

serem trabalhados em terapia – verbal ou corporal.

A prática de automassagem é interessante


não apenas para relaxamento, mas também estimular

que o paciente faça contato e


perceba seu próprio corpo. Muitas vezes nos desconectamos do nosso

corpo,
ficamos muito focados na mente, nos pensamentos, e esquecemos que somos formados
por

mente, corpo e energia. Essa prática traz essa sensação de unidade, de


integração.

Em situações hospitalares ou em
pacientes com limitações físicas que não consigam fazer a

massagem em si mesmo,
o mais indicado é simplificarmos a prática, pedindo que façam massagem

nas
áreas que alcançam ou optarmos por outras práticas.

1.3 CAMINHADA PELA SALA

Nesta prática você deve pedir ao paciente


que caminhe pela sala. Se preferir, pode colocar

alguma música suave e


agradável para essa caminhada.

Indique que ele busque caminhar


tranquilamente e vá direcionando para que leve a atenção

para algumas partes do


corpo. Primeiro que perceba o toque dos pés com o chão, perceba a pressão,

o
movimento. Depois vá guiando para que perceba outras partes do corpo, como está
a sensação e

como se movimentam. É importante também indicar que busque relaxar


os ombros, o pescoço, o

abdome e respire naturalmente.

Ao finalizar a prática, você pode


perguntar ao paciente quais foram as sensações, os

pensamentos, se percebeu dor


ou tensão em alguma parte específica do corpo etc.

TEMA 2 – RESPIRAÇÃO

A respiração, como vimos anteriormente,


é um aspecto muito importante do trabalho com a

Bioenergética.

O objetivo principal das práticas


de respiração é flexibilizar as couraças corporais que impedem

que a respiração
ocorra de forma natural. Nossa busca não é estimular a capacidade, profundidade

ou consciência respiratória, mas sim restabelecer seu movimento natural.

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Essas práticas são interessantes


também para o início das práticas corporais, pois a atenção na

respiração ajuda
a relaxar e a focar, além de que uma respiração mais relaxada e natural
facilita o

contato do indivíduo consigo mesmo e com seu corpo.

Veremos a seguir algumas


opções de práticas de respiração.

2.1 RESPIRAÇÃO ABDOMINAL

Esta prática pode ser feita com o


paciente sentado confortavelmente ou deitado de barriga para

cima, pernas
dobradas e joelho com 20cm de distância, pés apoiados no colchão (tapete, maca
etc).

Peça que coloque uma das mãos no tórax e outra no abdômen.

O paciente deve respirar naturalmente,


observando a movimentação do tórax e do abdômen
com a entrada e saída do ar. O
pescoço deve estar reto, para não apertar a garganta. Ao soltar o ar,

deve soltar
pela boca.

Fazer essa respiração algumas


vezes, o tempo e as repetições podem ser decididos caso a caso.

Observe o
paciente e como está a execução do exercício, se necessário, você pode fazer
algumas

indicações, como por exemplo: pedir que movimente mais o abdômen – expandindo
quando o ar

entra e relaxando quando o ar saí; pedir que movimente de forma


mais harmônica o tórax e o

abdômen; indicar que relaxe a garganta; entre


outros.

Ao finalizar o exercício pergunte


as sensações e pensamentos do paciente.

Figura
1 – Respiração abdominal

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Crédito:
Dityazemli/Shutterstock.

2.2 EXPIRAÇÃO

O foco desse exercício será na


expiração, ou de acordo com Lowen (1985), em quão plenamente

o paciente
consegue deixar o ar sair de seus pulmões.

Sentado ou deitado de barriga para


cima, pernas dobradas e joelho com 20cm de distância, pés

apoiados no colchão
(tapete, maca etc), o paciente deve respirar normalmente e ao soltar o ar deve
emitir um som de “ah”, moderadamente alto, pelo maior tempo que aguentar, sem
forçar – não

forçar é muito importante, pois do contrário trará mais tensão do


que relaxamento.

Ao finalizar o exercício pergunte


as sensações e pensamentos do paciente.

Esta prática tem como objetivo estimular


a capacidade do paciente se de relaxar e se entregar,
além de trazer
informações importantes para o terapeuta a respeito destas capacidades do
paciente.

2.3 BALANÇO DA PELVE

Nesta prática Lowen (1985) indica


que seja feita uma movimentação da pelve junto da
respiração. O paciente deve
estar deitado de barriga para cima, pernas dobradas e joelho com 20cm

de
distância, pés apoiados no colchão (tapete, maca etc).

Ao inspirar o paciente deve girar a


pelve levemente para baixo, ou seja, os glúteos irão
pressionar levemente o
chão. Nesse movimento o abdômen ganha espaço e pode se expandir mais.

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Figura
2 – Inspiração com movimento da pelve para baixo

Crédito:
Jefferson Schnaider.

Ao expirar o quadril deve girar


para cima, na direção do abdômen, ou seja, os glúteos se

afastaram levemente no
chão. Nesse movimento o abdômen perde espaço e o umbigo ficará mais
recolhido,
na direção das costas. Ao expirar, de preferência soltar o ar pela boca.

Figura
3 – Expiração com movimento da pelve para cima

Crédito:
Jefferson Schnaider.

Ao finalizar o exercício pergunte


as sensações e pensamentos do paciente.

O objetivo dessa prática é expandir


a respiração, aumentar a consciência de toda movimentação
corporal que ocorre
com a respiração e criar uma unidade corporal. Ao realizar essa respiração a

maioria dos segmentos corporais é envolvida - pélvico, abdominal, diafragmático,


torácico, cervical e
oral.

TEMA 3 – GROUNDING

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O grounding, como vimos anteriormente,


pode ser considerando tanto uma qualidade que o
indivíduo possui, como uma
prática corporal dentro da Bioenergética - com o objetivo de alcançar

essa
qualidade de “estar grounded”.

 Neste capítulo veremos algumas


opções de exercícios de grounding, que, de forma simplificada,
tem como
objetivo estimular o contato dos pés com o chão, trabalhando a conexão do
indivíduo

com está estrutura que compõe a sua base corporal – pés, pernas e
pelve. De um ponto de vista mais
abrangente, esse contato com a base influencia
também o contato do indivíduo com a realidade, sua

capacidade de
autossustentação, sensação de segurança, entre outros.

Estas práticas são muito


importantes no trabalho terapêutico Bioenergético como um todo, pois

mantém o
paciente mais estruturado fisicamente e emocionalmente. Em contexto terapêutico
é
muito comum que os pacientes estejam vulneráveis, que sejam trabalhados temas
difíceis, que

possam ocorrer instabilidade emocionais, então as práticas de grounding


são muito bem-vindas para
ajudar nesse contexto.

O terapeuta deve avaliar em cada


caso qual tipo de exercício de grounding aplicará e em qual

momento.
Podemos começar os trabalhos corporais pelo grounding, finalizar ou
aplicar em ambos os
momentos. Por exemplo, se você sentir que o paciente está
muito suscetível no começo da terapia

pode aplicar no início, antes das demais


práticas corporais. Se você sente que o paciente está bem,
porém nas práticas
serão trabalhados temas delicados, pode aplicar ao final.

Veremos abaixo algumas opções de


práticas de grounding.

3.1 GROUNDING BÁSICO

Nesse exercício o paciente deve


estar de pé, com os pés bem apoiados no chão e distância de
20cm entre eles. Primeiramente,
peça que ele observe seu próprio corpo nessa posição, que distribua

bem o peso
nos pés, deixe sua coluna ereta e o corpo alinhado, relaxe os ombros e o
pescoço e deixe
a respiração fluir de forma leve e solta, sem contrair o
abdômen. Os braços devem estar soltos ao

lado do corpo.

Em seguida, peça que alinhe bem os


pés, deixando as laterais externas dos pés paralelas, como
se passasse uma
linha reta nessas laterais - com isso, pode ser que os dedos fiquem levemente

voltados para dentro. Depois, que faça uma leve flexão dos joelhos, mantendo
todo o restante da

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posição conforme já estava. Os joelhos devem estar bem


alinhados com os pés, sem cair para dentro

ou forçar para fora. Vocês


perceberão que pode haver variações disso de uma pessoa para outra –
algumas tem
os joelhos mais para dentro e outras mais para fora – peça que façam um esforço
para

alinhar o máximo possível, sem que sintam dor.

O paciente deve permanecer nessa


posição em torno de 1 a 3 minutos. Enquanto ele mantém a
posição, peça que vá
percebendo o contato dos pés com o chão, a ativação dos músculos das penas

e do
quadril, que perceba a presença dessa base e essa estrutura em seu corpo –
composta pela
pelve, pernas e pés. Podem ocorrer tremores / vibrações nesta
posição, indique para o paciente que

deixe acontecer, sem controlar.

O objetivo dessa prática é conectar


o paciente com essa base, trabalhando a ideia de estrutura,
segurança,
autossustentação, contato com o chão, com a realidade etc.

3.2 GROUNDING COM TRONCO PARA FRENTE

O paciente deve estar de pé, com os


pés bem apoiados no chão e distância de 25cm entre eles.
As laterais externas
dos pés devem estar paralelas, como se passasse uma linha reta nessas laterais

com isso, pode ser que os dedos fiquem levemente voltados para dentro. Joelho
levemente
flexionados.

Mantendo essa posição das pernas,


inclinar o tronco para frente, tocando o chão com os dedos

das mãos. Todo o


peso deve estar nas pernas e não nas mãos. O tronco, o pescoço, a cabeça e os
braços devem estar bem relaxados à frente. Se necessário, devido ao
alongamento, os calcanhares

podem estar levemente levantados.

A respiração deve continuar


acontecendo de forma lenta e profunda pela boca. Após alcançar

essa posição,
esticar um pouco as pernas de forma a alongar os músculos posteriores da coxa –
os
joelhos não devem esticar ao ponto de ficarem rígidos ou travados.

O paciente deve permanecer nessa


posição em torno de 1 minuto e depois retornar lentamente

desenrolando a
coluna.

Figura 4 – Grounding
com tronco para frente

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13/12/2021 11:35 UNINTER

Crédito:
Jefferson Schnaider.

É importante que essa prática seja


aplicada apenas em pacientes que tenham mobilidade

suficiente para executar


essa posição. Em casos de pacientes com problemas na coluna, no quadril,
entre
outros, é necessário avaliar caso a caso e se necessário aplicar outro tipo de
exercício de

grounding.

O objetivo dessa prática é


estimular a qualidade de grounding, mas também de vibração. Ao

executar
esse exercício é comum que o paciente sinta uma vibração nas pernas, que podem
se
espalhar pelo corpo todo. De acordo com Lowen (1985), a atividade vibratória
é involuntária, não está

sob o controle do ego, e por isso, é responsável pelas


ações espontâneas e liberação emocional.
Segundo o autor (1985, p.18), “Um
corpo vitalizado vibra e pulsa”.

3.3 GROUNDING SENTADO OU DEITADO

Para pacientes que não tem a


possibilidade de ficar de pé, seja por estarem acamados ou por

alguma limitação
física permanente, podemos trabalhar o grounding na posição sentada ou
deitada.
O objetivo será o mesmo do “grounding básico”, apresentado
acima, o que muda é a posição.

Na posição sentada, o paciente deve


deixar a coluna ereta, sentar sobre os ísquios, pernas

dobradas (90°) e pés


apoiados completamente no chão, com distancia de 20cm entre eles – os
joelhos
devem acompanhar essa abertura dos pés, ou seja, não devem estar soltos para
dentro ou

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13/12/2021 11:35 UNINTER

para fora. Nessa posição, peça que o paciente se conecte com a


sensação dos pés tocando o chão,

com a posição das pernas e pelve, percebendo


essa estrutura.

Figura 5 – Grounding sentado

Crédito: APword/Shutterstock.

Na posição deitada, o paciente deve


estar de barriga para cima, coluna ereta, braços ao lado do

corpo. As pernas
devem estar dobradas e os pés apoiados no colchão (tapete, maca etc), com 20cm
entre eles. Os joelhos devem acompanhar essa abertura, sem cair para fora ou
para dentro. Nessa

posição, peça que o paciente se conecte com a sensação dos


pés tocando o apoio, com a posição

das pernas e pelve, percebendo essa


estrutura.

Figura 6 – Grounding deitado 

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13/12/2021 11:35 UNINTER

Crédito: Avilika/shutterstock.

TEMA 4 – PRÁTICAS APLICADAS ÀS ESTRUTURAS DE CARÁTER

Além das práticas básicas vistas acima,


podemos aplicar práticas específicas com o objetivo de
trabalhar a
flexibilização e o amadurecimento das estruturas de caráter. Conforme vimos

anteriormente,
cada estrutura de caráter determina características específicas de
comportamento,

corpo e energia do indivíduo.

Esse tipo de trabalho é mais indicado


para atendimentos individuais, nos quais temos a

possibilidade de conhecer mais


profundamente o paciente. Além disso, a frequência e a continuidade

dos
atendimentos são essenciais para alcançarmos bons resultados.

Referente aos conceitos de


flexibilização e amadurecimento, veremos o detalhamento abaixo.

Quando pensamos em flexibilização, estamos


considerando as couraças musculares
características de cada estrutura de
caráter. Nesse caso, as práticas terão o objetivo de movimentar

essas áreas
encouraçadas, trazendo mobilidade, e circulação energética para a região. Esse
trabalho é

positivo, e necessário, pois o indivíduo encouraçado realmente


perdeu o contato com certas partes

do seu corpo e a liberdade de movimento. Ao


trabalharmos essa flexibilização começamos a devolver
para ele uma capacidade e
vitalidade que havia perdido.

Quanto pensamos em amadurecimento,


estamos considerando que ao apresentar um
comportamento e um corpo encouraçados,
o indivíduo perde parte de sua capacidade de

amadurecer. Devido às couraças,


continua repetindo padrões de sua infância na sua vida adulta.

Carrega e atua
no mundo de acordo com medos, traumas, inseguranças, padrões emocionais e
comportamentais que foram adotados anos atrás.

Ao realizar as práticas corporais, além


da flexibilização dos segmentos corporais, o paciente
entrará em contato com
emoções e memórias que deram origem àquelas couraças. Ao realizar as

práticas,
pode relatar emoções e sensações como agonia, tristeza, medo, vontade de
chorar, entre

outros. Pode também relatar lembranças de algum acontecimento em


sua vida.

É a partir desse conteúdo que


emerge e da recuperação da mobilidade e vitalidade perdidas que

será possível
alcançar o amadurecimento. Nesse caso, o terapeuta deve conduzir a terapia de
forma

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13/12/2021 11:35 UNINTER

que o paciente perceba essas relações e compreenda seus padrões, para que
haja possibilidade de

mudança.

Veremos abaixo uma breve


explicação de como fazer a escolha das práticas adequadas para

cada indivíduo
de acordo com sua estrutura de caráter.

4.1 PRÁTICAS ESTRUTURA DE CARÁTER ESQUIZOIDE

Conforme vimos em conteúdos anteriores, uma


das couraças que os indivíduos de estrutura

Esquizoide costumam apresentar é no


segmento ocular. Em suas características emocionais e

comportamentais,
costumamos encontrar a racionalização excessiva e déficit de contato com a
realidade.

Dito isso, podemos pensar em


práticas para trabalhar estes dois aspectos: corpo e mente

(emocional e
comportamental).

Para trabalhar o corpo, ou nesse


caso, o segmento ocular, podemos aplicar práticas de

flexibilização da região
dos olhos.

Para trabalhar a racionalização,


podemos aplicar práticas de relaxamento, nas quais o paciente se

desligue da
mente e entre em contato com seu corpo e suas sensações,

Para trabalhar o contato com a


realidade podemos aplicar práticas de foco (através do segmento

ocular) e grounding,
por exemplo.

4.2 PRÁTICAS ESTRUTURA DE CARÁTER ORAL

O indivíduo com estrutura de caráter oral costuma


apresentar couraça muscular no segmento

oral (além de outros segmentos). Em


suas características emocionais e comportamentais, podemos

identificar a dificuldade
em acessar sua capacidade de autossustentação e independência.

Para trabalhar o corpo, ou nesse


caso, o segmento oral, podemos aplicar práticas de

flexibilização da região da
boca e entorno (mandíbula, língua etc).

Para trabalhar a autossustentação,


podemos aplicar práticas que estimulem a sensação de “estar

sobre as próprias
pernas”, como o grounding.

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Para trabalhar a independência,


podemos aplicar práticas de autoexpressão que exijam que a

pessoa “se coloque”,


se imponha, tome decisões, dê limites, usem a própria voz etc.

4.3 PRÁTICAS ESTRUTURA DE CARÁTER PSICOPÁTICA

O indivíduo com estrutura de


caráter psicopática costuma apresentar couraça muscular no
segmento
diafragmático (além de outros segmentos). Em suas características emocionais e

comportamentais, podemos identificar a manipulação e a dificuldade de entrega.

Para trabalhar o corpo, ou nesse


caso, o segmento diafragmático, podemos aplicar práticas de

flexibilização da
região do diafragma, como práticas de respiração.

Para trabalhar a manipulação e


dificuldade de entrega podemos aplicar exercícios de

relaxamento e de vibração.
Ambos exigem que a busca por controle seja abandonada e que
indivíduo se
entregue.

4.4 PRÁTICAS ESTRUTURA DE CARÁTER MASOQUISTA

O indivíduo com estrutura de caráter


masoquista costuma apresentar couraça muscular no

segmento cervical (além de


outros segmentos). Em suas características emocionais e

comportamentais,
podemos identificar a dificuldade em descarregar, mantendo uma agressividade
reprimida.

Para trabalhar o corpo, ou nesse


caso, o segmento cervical, podemos aplicar práticas de

flexibilização da região
do pescoço, trapézio e garganta, buscando especialmente soltar e relaxar.

Para trabalhar o padrão de


contenção, podemos aplicar exercícios com o objetivo de descarregar

- como
bater os braços, bater as pernas (espernear), soltar a voz, entre outros. Porém,
é importante

destacar que esse tipo de prática exige cautela.

Não devemos aplicar práticas muito


fortes, que possam desestabilizar o paciente, sem a

segurança de que ele está


preparado para dar conta dos conteúdos e da movimentação corporal e
emocional
que a práticas pode ocasionar. Falaremos mais disso ao final desta aula, no
capítulo “Na

prática”.

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 4.5 PRÁTICAS ESTRUTURA DE CARÁTER RÍGIDA

O indivíduo com estrutura de


caráter rígida costuma apresentar couraças bem espalhadas pelo

corpo, devido a
rigidez generalizada, porém destacaremos aqui o segmento pélvico. Em suas

características emocionais e comportamentais, podemos identificar a


inflexibilidade e a dificuldade

em se mostrar vulnerável.

Para trabalhar o corpo, ou nesse


caso, o segmento pélvico, podemos aplicar práticas de vibração
e flexibilização
da região do quadril - como balançar o quadril para os lados, para frente e
para trás.

Para trabalhar a inflexibilidade e


medo de ser vulnerável os exercícios de vibração, relaxamento e
respiração são
interessantes, pois ajudam a soltar a rigidez generalizada e o medo da entrega.

TEMA 5 – PRÁTICAS PARA FLEXIBILIZAÇÃO DAS COURAÇAS


MUSCULARES

Por fim, uma outra forma de trabalharmos


as práticas corporais é com o objetivo específico de

flexibilização das
couraças musculares. Esse tipo de trabalho pode ser interessante no caso de
atendimentos em hospitais ou em grupos, nos quais o terapeuta não tem a
possibilidade de fazer um

atendimento contínuo e personalizado. As informações


que ele tem sobre o paciente costumam ser

mais superficiais e pontuais.

No caso de pacientes
hospitalizados, podemos aplicar práticas de acordo com os pontos de

tensão que
observamos no corpo do paciente, doenças que este apresenta ou dores que relata.

No caso de grupos, podemos decidir


como organizar as práticas. Podemos trabalhar práticas

voltadas para um ou dois


segmentos por encontro. Podemos trabalhar no mesmo encontro uma
prática para
cada segmento, com o objetivo de soltar o corpo como um todo. Podemos observar
o

que o grupo precisa naquele dia e focar em práticas com esse objetivo, como
por exemplo,

relaxamento, respiração, grounding, vitalidade etc.

Veremos a seguir pelo menos um


exemplo de prática para cada segmento. Escolhemos, para

esta aula, práticas


simples e de fácil aplicação, porém indicamos a leitura do livro “Exercícios de
Bioenergética”, de Alexander e Leslie Lowen, para conhecer outras opções e se
aprofundar na

abordagem.

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5.1 SEGMENTO OCULAR

Lowen (1985) indica práticas de


movimentação ocular, para estimular o contato com os outros,
com o mundo ao
nosso redor, nossas sensações e sentimentos.

Primeiramente, o paciente pode


fazer movimentos laterais com os olhos. Sem movimentar a

cabeça, deve olhar


para o lado direito, o máximo que conseguir, e depois olhar para o lado
esquerdo,

o máximo que conseguir. Pode repetir esse movimento algumas vezes.


Enquanto realiza a prática

deve piscar naturalmente  , sem tensionar os olhos


ou o olhar.

Em seguida, pode fazer movimentos


para cima e para baixo, seguindo a mesma lógica do
primeiro exercício.

Por fim, pode fazer movimentos


circulares com os olhos, começando por uma das laterais,
depois para cima,
depois para baixo e depois para o outro lado. Pode fazer duas vezes para um
lado

e depois duas vezes para o outro.

5.2 SEGMENTO ORAL

Para trabalhar a região da boca, podemos


começar as práticas indicando que o paciente relaxe a
mandíbula, desencoste os
dentes, relaxe a língua e os lábios. Em seguida, pode realizar movimentos

de
“bico” com os lábios, como querendo alcançar alguma coisa com os lábios, para
movimentar os

músculos dessa região. Por fim, pode passar a língua por dentro
da boca, passando pelas bochechas,

céu da boca, lábios, dentes etc – essa


prática vai estimular e ao mesmo tempo relaxar toda a
musculatura da língua e
boca.

5.3 SEGMENTO CERVICAL

Para movimentar e relaxar os


músculos do pescoço, o paciente pode fazer movimentos de giro

da cabeça (como
quando queremos dizer “não”). Primeiro para um lado e depois lentamente para o

outro. Deve fazer esse movimento de forma relaxada, sem tensionar a


musculatura. Girar até onde for
possível, de forma confortável e em uma
velocidade que não dê tontura.

É possível também indicar que faça


automassagem na região do pescoço.

5.4 SEGMENTO TORÁCICO


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Para trabalhar esse segmento


podemos utilizar práticas de respiração, de movimentação de
braços e ombros e
de movimentação de tórax.

Uma prática interessante, com o


paciente deitado de barriga para cima, é pedir que coloque os
braços levemente
afastados do corpo, em diagonal, e gire as mãos para cima. Ao fazer esse giro
das

mãos, ocorre uma abertura dos ombros, o que acaba gerando uma abertura do
peito. O paciente

deve permanecer nessa posição por alguns minutos, respirar


naturalmente e perceber a sensação da

região.

Figura 7 – Abertura do peito


deitado

Crédito: Point
Fr/Shutterstock.

Outra opção de prática, agora com


os braços, é realizar movimentos diversos, como balançar os

braços para frente


e para trás, abrir os braços ao lado do corpo, alongar cruzando em frente ao
corpo

ou esticando para trás. O objetivo nesse caso é movimentar a região,


ativar os músculos e a
circulação de energia.

5.5 SEGMENTO DIAFRAGMÁTICO

Para trabalhar esse segmento as


práticas de respiração são muito indicadas. Você pode pedir

que o paciente se
concentre na respiração e faça uma contagem do tempo de inspiração e expiração.
Pode começar com 3 tempos, depois aumentar para 4 ou 5 tempos. Você pode
começar contando e

depois pedir que ele mantenha a contagem mentalmente.


Enquanto realiza a respiração, ele deve

observar a movimentação do tórax e do


abdômen e buscar expandir ainda mais essa movimentação

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– quando inspira o tórax


expande, o diafragma desce e o abdômen expande / quando expira o

abdômen
relaxa, o diafragma sobe e o tórax relaxa.

5.6 SEGMENTO ABDOMINAL

Na posição de “grounding
básico” pedir que o paciente solte o abdômen – deixe expandir para

frente
mesmo. Deve manter essa posição por 1 ou 2 minutos e seguir respirando
naturalmente. Você

e o paciente devem observar se ele conseguiu soltar bem o


abdômen e ao final ele pode relatar

como foi a sensação.

Outra prática possível é a torção


da cintura. Sentado em uma cadeira ou no chão com as pernas
cruzadas, o
paciente deve colocar a mão direita no joelho esquerdo e deixar o tronco girar
junto,

olhando para trás. Manter essa posição por 30segundos ou 1 minutos e


seguir respirando

naturalmente. Depois deve repetir o exercício para o outro


lado. Essa prática tem como objetivo

soltar a musculatura da cintura e do


abdômen como um todo.

Figura 8 – Torção da cintura


na cadeira

Crédito:
Osashimi/Shutterstock.

5.7 SEGMENTO PÉLVICO

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Para trabalhar o segmento pélvico


podemos aplicar práticas voltadas para o quadril, pernas e

pés.

No caso do quadril, podemos pedir


que o paciente fique em pé, com distância de 20cm entre os

pés, e faça balanços


do quadril. Primeiro de um lado para outro, algumas vezes. Depois para frente e
para trás, algumas vezes. Depois movimentos circulares, 2 ou 3 voltas para um
lado, depois para o

outro.

Para pernas, podemos trabalhar


exercícios de grounding. E para os pés podemos indicar que o

paciente
faça uma automassagem. E ao ficar em pé ou ao caminhar leve sua atenção para os
pés,

perceba o toque com o chão, a sensação da pele, a pressão, os movimentos


etc.

NA PRÁTICA

Veremos neste capítulo algumas


considerações importantes para o momento da aplicação das
práticas corporais ou
exercícios de bioenergética. Essas indicações são válidas para todos os tipos
de

atendimento e muito importantes de termos em mente durante nosso trabalho


com a abordagem.

Ao aplicarmos uma prática


corporal sempre devemos perguntar ao final dela qual foi a sensação

e os
pensamentos do paciente. Referente às sensações, devemos buscar informações
sobre como ele

sentiu seu corpo durante a prática: se teve alguma dor, se foi confortável
ou desconfortável,
agradável ou desagradável, se mudou ou piorou algo etc. Quanto
aos pensamentos, devemos buscar

entender se teve pensamento positivos ou negativos,


se foi agradável ou se queria que acabasse

logo, se teve alguma lembrança do


passado etc.

Qualquer informação que o


paciente trouxer sobre suas sensações e pensamentos é relevante.

Dependendo do
que ele disser podemos explorar mais, perguntar mais detalhes, fazer relações
com

o que já conhecemos a respeito dele etc.

Outro ponto importante ao


aplicarmos as práticas é sempre avaliar a condição física e emocional
do
paciente. Devemos ter cautela ao escolher as práticas para não prejudicar o
paciente fisicamente

ou desestabilizá-lo emocionalmente.   Devemos respeitar seu


momento, suas limitações etc. É

importante lembrar que estamos a serviço do


paciente em primeiro lugar, não estamos a serviço de

nós mesmos ou da técnica


em si, então devemos sempre ponderar como devemos conduzir o
tratamento, de
acordo com as condições do paciente.

https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 19/22
13/12/2021 11:35 UNINTER

Se o paciente tiver em um
momento delicado, seja física ou emocionalmente, devemos escolher

práticas mais
suaves, relaxantes, que proporcionem bem-estar. Práticas mais intensas devem
ser

aplicadas apenas nos casos que avaliarmos como estáveis e nos quais
tenhamos a possibilidade de

fazer um acompanhamento posterior.

Referente às repetições e
tempo de duração das práticas aplicadas, devemos avaliar caso a caso.
Como
citado acima, tudo vai depender da situação do paciente e possibilidade de
acompanhamento

do terapeuta. Mesmo em casos mais sensíveis, nos quais seja


possível aplicar apenas práticas simples

e com curta duração, também teremos


benefício.

Outro ponto importante de atenção,


é a possibilidade de as práticas corporais levarem o

indivíduo a entrar em
contato com emoções e lembranças importantes e, por isso, muitas vezes,
desestabilizadoras.

Lembrando o que vimos anteriormente,


as estruturas de caráter e as couraças musculares são
mecanismos de defesa que
tem como função manter o indivíduo funcional (funcionando no mundo)

mesmo
diante das dificuldades e traumas vivenciados. Portanto, devemos ter cautela ao
mobilizar as

couraças, pois isso pode desestabilizar o paciente.

Por isso, conforme já vimos em


outros momentos, a indicação é que exercícios mais intensos

sejam trabalhados
apenas com pacientes que conhecemos mais profundamente e com os quais
tenhamos
possibilidade de acompanhamento. No caso de pacientes mais pontuais, que não

tenhamos contato constante, o ideal é aplicarmos exercícios mais leves e


genéricos, como de

respiração, relaxamento, grounding, circulação da


energia (vitalidade) etc.

Para finalizar, é importante


destacar que as práticas corporais podem ser trabalhadas com

diversos
objetivos, como por exemplo: relaxamento, movimentação do corpo em geral,
circulação da
energia, aumento da vitalidade, estímulo da expressão corporal e
emocional, flexibilização e

amadurecimento das estruturas de caráter, entre


outros.

O objetivo a ser definido pelo


terapeuta dependerá de sua proposta de trabalho, assim como da

necessidade e
possibilidades de cada paciente e cada situação.

FINALIZANDO

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13/12/2021 11:35 UNINTER

Nesta aula vimos conteúdos bem


práticos do trabalho com a terapia Bioenergética e aplicação
das práticas
corporais da abordagem.

Começamos pelas práticas de


relaxamento, que são bastante indicadas no início do trabalho

corporal para estimular


o paciente a se conectar com o presente, perceber suas sensações e seu

corpo,
se desligar das preocupações do dia a dia, entre outros.

Em seguida estudamos práticas de


respiração, que são consideradas de extrema importância

pela Bioenergética,
pois tem como objetivo flexibilizar as couraças corporais que impedem que a
respiração ocorra de forma natural. Vimos também as práticas de grounding.
Esse termo grounding

pode ser utilizado tanto para definir uma


qualidade do indivíduo como um tipo de prática corporal

da abordagem. O
objetivo do trabalho com o grounding é estimular o contato dos pés com o
chão, a

sensação de base, a capacidade de autossustentação e o contato com a


realidade. Esses exercícios
podem ser aplicados no início ou ao final das
práticas corporais, dependendo de cada situação.

Entramos então no estudo das práticas


corporais aplicadas às estruturas de caráter. Nesse caso,
escolhemos as
práticas de acordo com a estrutura de caráter do paciente, com o objetivo de

flexibilização das couraças e amadurecimento emocional. Esse modelo de trabalho


é indicado para

atendimentos individuais, nos quais temos conhecimento mais


aprofundado sobre o paciente e o
contato é mais frequente. Cada estrutura de
caráter necessita de práticas diferentes e nesse capítulo

exploramos como fazer


a escolha das práticas adequadas.

Por fim, vimos as práticas


corporais com o objetivo de flexibilização das couraças musculares.

Foram
apresentadas algumas opções de exercícios para flexibilização de cada um dos
segmentos

corporais. Esse tipo de trabalho pode ser realizado tanto em


atendimentos individuais como em

grupos, dependendo do objetivo do terapeuta e


da necessidade do(s) paciente(s).

No capítulo voltada à prática,


estudamos alguns pontos de atenção no momento de aplicação
das práticas
corporais. Precisamos sempre respeitar as condições e limitações do paciente,

adaptando nosso trabalho conforme for necessário. Devemos lembrar que, em


primeiro lugar, nosso

trabalho está a serviço do paciente, não de nós mesmos ou


da técnica que estamos utilizando.

REFERÊNCIAS

https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 21/22
13/12/2021 11:35 UNINTER

LOWEN, A; LOWEN, L. Exercícios


de bioenergética: o caminho para uma saúde vibrante. São

Paulo: Ágora,
1985.

https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 22/22
13/12/2021 11:36 UNINTER

TERAPIA BIOENERGÉTICA
AULA 6

Prof.ª Nathalie Pailo Perozin

https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/17
13/12/2021 11:36 UNINTER

CONVERSA INICIAL

Nesta aula, estudaremos como


definir e elaborar o projeto terapêutico adequado para cada

paciente ou
situação de trabalho. Como temos visto nas últimas aulas, o campo de atuação da

Bioenergética é bastante amplo e a abordagem pode ser aplicada em diversas


situações. Para
escolher sua forma de trabalho, você pode considerar o tipo de atendimento
e o objetivo do

atendimento.

Quando falamos em tipo de


atendimento, estamos falando da situação, do contexto, que pode

ser, por
exemplo, atendimento individual, trabalho em grupo, atendimento em hospitais,
em clínicas

ou em casas de repouso, entre outros.

Quando falamos em objetivo,


podemos considerar algumas opções, como flexibilização e

amadurecimento das
estruturas de caráter, flexibilização das couraças musculares, relaxamento,
conexão consigo mesmo (sensações, corpo, emoções), contato com as emoções, circulação

energética, vitalidade, estimular a autoexpressão, entre outros.

Segundo Lowen (2017, p. 36),


“A bioenergética é uma técnica terapêutica que ajuda o indivíduo

a
reencontrar-se com o seu corpo e a tirar o mais alto grau de proveito possível
da vida que há nele”.

Ainda de acordo com o autor, o fluxo dos sentimentos, das


sensações, da autoexpressão e do

movimento denotam um corpo e uma mente


saudáveis.

Veremos abaixo alguns


direcionamentos para definir o projeto terapêutico adequado à cada

situação.
Esse conteúdo é essencial, pois agora, com todo conhecimento teórico, vocês
precisam

estar preparados para a prática.

TEMA 1 – PROJETO TERAPÊUTICO

Para iniciar este conteúdo,


faremos uma breve definição do que é projeto terapêutico, termo que

utilizamos diversas vezes nas aulas anteriores. O projeto terapêutico consiste


nas definições feitas

https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/17
13/12/2021 11:36 UNINTER

pelo terapeuta a respeito de como conduzirá o processo


terapêutico de um determinado paciente ou

grupo com o qual está trabalhando.

Essas definições vão depender


de diversos aspectos e variar de acordo com as necessidades e

limitações de
cada indivíduo ou situação de trabalho. O objetivo final de um projeto
terapêutico é

estabelecer qual caminho será seguido durante os atendimentos


para alcançar um objetivo específico

pré-estabelecido.

Para elaborar um bom projeto


terapêutico é necessário ter, primeiramente, conhecimento

teórico da abordagem.
Esse conhecimento será a base para a realização de um bom trabalho com a
Bioenergética.

Em seguida, é importante
também ter o máximo de conhecimento possível do paciente, do

grupo ou do
contexto de atuação. Esse conhecimento normalmente é construído aos poucos,

conforme o contato do terapeuta com o contexto de trabalho. Veremos nos


próximos temas mais

detalhes sobre cada tipo de atendimento e como definir um


projeto terapêutico em casa caso.

Alguns aspectos importantes de


considerarmos para definição do projeto adequado são:

conhecer o ambiente de
trabalho no qual o trabalho será realizado (consultório, hospital, clínica etc.);

se o trabalho for em um contexto com superiores e/ou equipe, conhecer as


premissas da

organização, limitações, restrições, etc.; conhecer e/ou


estabelecer o modelo de atendimento

(individual, grupo, etc.); conhecer as


informações básicas a respeito dos indivíduos que serão

atendidos (estado de
saúde, estado emocional, necessidades, limitações, etc.).

A partir desse momento, com


esses conhecimentos e informações básicas em mãos, o restante

do projeto será
definido caso a caso, com a aplicação dos conhecimentos adquiridos sobre a

abordagem (premissas, visão de homem e de mundo, fases do desenvolvimento,


carga energética,

mecanismos de defesa, autorregulação, estruturas de caráter,


segmentos corporais, couraças

musculares, práticas corporais, entre outros).

Veremos, a seguir, indicações


de como elaborar o projeto terapêutico em diferentes situações de

atendimento.

TEMA 2 – ATENDIMENTO INDIVIDUAL

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13/12/2021 11:36 UNINTER

O projeto terapêutico no
contexto do atendimento individual pode ser muito diverso. Podemos

optar por
realizar, por exemplo, desde um trabalho leve, simples, voltado para o
bem-estar do

indivíduo em geral, até um trabalho bem profundo voltado para


amadurecimento das estruturas de

caráter.

Veremos a seguir alguns


detalhes de cada modelo de atendimento.

2.1 PROMOÇÃO DE BEM-ESTAR

Neste modelo, o processo


terapêutico pode ser de curta, média ou longa duração – podendo

ocorrer em um
atendimento único, pontual, ou em atendimentos frequentes. O que vai definir
isso é

o contexto de trabalho ou o desejo do paciente.

Em hospitais, por exemplo,


pode ser que você tenha a oportunidade de trabalhar com aquele

paciente apenas
uma vez. No contexto de atendimentos individuais em consultório, pode ser que o

paciente tenha interesse em fazer 1 ou 2 sessões, devido a uma necessidade


pontual, ou que queira

fazer um trabalho contínuo. Isso vai depender de cada


caso. O terapeuta pode até indicar a

continuidade das sessões, por perceber o


benefício para o paciente, mas não existe a definição de
um tempo adequado de
terapia.

Os trabalhos realizados nesse


caso serão mais genéricos, por exemplo, conexão do paciente com

seu corpo, suas


sensações e percepções; de relaxamento; de respiração; de circulação
energética; de

liberação de tensões etc. Para isso, podemos usar as práticas


corporais da abordagem.

2.2 AMADURECIMENTO DAS ESTRUTURAS DE CARÁTER

Esse modelo normalmente prevê


um trabalho de longa duração, com encontros semanais

durante alguns meses ou


até anos. Assim como no modelo 1, a duração da terapia vai depender do

desejo
do paciente, mas nesse caso o terapeuta pode ser mais incisivo na indicação de
continuidade

da terapia.

Nunca devemos forçar o


paciente a prosseguir ou fazer algum tipo de previsão negativa caso o

paciente
pare, deixando-o com medo de parar, mas podemos, sim, informar qual é nossa
indicação,

ainda assim deixando a cargo do paciente resolver se continuará ou


não.

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Os motivos de desistência
podem ser muito diversos e precisamos respeitar isso. É importante

lembrar
aqui, mais uma vez, que a terapia tem como objetivo único de auxiliar o
paciente. Se o

paciente sente que quer dar uma pausa, trocar de terapeuta, ou


está sem condições financeiras de

continuar, entre outros, devemos respeitar


seu direito de autonomia. Nosso papel é ser um parceiro

do paciente em seu
processo de autodesenvolvimento, não uma carga ou uma ameaça.

Esse modelo de atendimento


costuma ocorrer em consultório particular, com atendimentos de
50min a 1h30,
uma vez na semana. O interessante desse modelo é a oportunidade que temos de

explorar a abordagem de forma mais completa, nos aprofundando na conexão com o


paciente e

fazendo uma anamnese e projeto terapêutico bem detalhado e minucioso.

Os primeiros atendimentos nesse


contexto são, normalmente, mais verbais. Vamos explorar

juntamente com o
paciente qual é sua queixa principal, o que o fez buscar a terapia, como é sua
vida

atualmente, com quem se relaciona, com o que trabalha, se tem ou teve


alguma doença, se toma

alguma medicação etc.

Aos poucos, podemos nos


aprofundar também em sua história de vida, que nos dará base para

reconhecer
sua estrutura ou traços de caráter, suas couraças musculares, sua carga
energética etc.

Essa conversa a respeito da


história de vida costuma vir conforme as sessões vão acontecendo, o

paciente
comenta algo sobre sua história, o terapeuta vai aprofundando e assim segue.
Pode

acontecer também de aplicarmos um questionário, mas é mais raro, pois pode


deixar a conversa

seca, como se fosse uma análise de respostas x diagnóstico ou


como se fosse uma consulta médica.

Veremos mais a frente tipos de conteúdo que


podemos explorar na anamnese.

Outro ponto importante é a


observação do terapeuta a respeito do corpo, comportamento,

postura e
movimentos do paciente. Enquanto conversam, é possível extrair algumas
informações

nesse sentido, o que depois auxiliará a identificar a estrutura ou


traços de caráter e definir o projeto

terapêutico.

No caso desse trabalho, com


enfoque no amadurecimento das estruturas de caráter,

precisaremos ter bastante


conhecimento das características de cada estrutura, conforme vimos em

conteúdos
anteriores: origem, emoções, comportamentos, corpo e energia. A partir da
compreensão

dos padrões do indivíduo, podemos definir que tipo de trabalho


precisamos realizar, tanto no

quesito verbal como corporal.

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Para quem tem interesse em


realizar esse tipo de trabalho, indico um mergulho bastante

profundo na
abordagem, com a leitura dos livros já indicados em outras aulas, realização de
terapia

individual dentro da abordagem e supervisão com um terapeuta


experiente. Esse tipo de trabalho é

bastante complexo e delicado e, por isso, é


importante ter bastante embasamento e estudo para

atuar dessa maneira.

Segundo Lowen (2017), nosso


foco principal como terapeutas é auxiliar a pessoa e a forma como

estão seus
relacionamentos imediatos – com seu corpo, com as pessoas, com o trabalho, com
suas
emoções etc. Em segundo plano, está o conhecimento do caráter dessa
pessoa, que nos ajuda a

compreender a ela e seus problemas. De acordo com o


autor, o bom terapeuta bioenergético se
movimenta entre esses dois enfoques sem
perder de vista nem um nem outro.

Podemos constatar nessa


afirmação aquilo que já falamos algumas vezes: estamos

primeiramente a serviço
do paciente, não de nós mesmos ou da técnica em si. A técnica nos dá base
para
conduzir nosso trabalho, mas não deve reduzir ou delimitar a existência de cada
indivíduo, sem

considerar com suas especificidades.

TEMA 3 – ATENDIMENTO HOSPITALAR

Neste tema, veremos alguns


detalhes a respeito do atendimento e projeto terapêutico de
pacientes em
situação hospitalar – que podemos estender também: clínicas, casas de repouso,
internação
domiciliar, entre outros.

Nessa situação, normalmente


temos menos privacidade com o paciente e este costuma estar
com condições
físicas mais limitadas, por isso, esse tipo de atendimento requer atenção
especial em

alguns quesitos.

É muito provável que nesse


contexto nossos atendimentos sejam mais pontuais, mais rápidos e
mais simples.
Pode acontecer também de serem atendimentos individuais ou em grupo, no caso de

quartos com mais de uma paciente ou em salas de convívio entre os pacientes com
internações de
longa duração.

O objetivo principal desse


modelo de atendimento por ser promover bem-estar geral ou auxiliar

no processo
de tratamento e recuperação de um estado de saúde específico. Veremos abaixo
detalhes de cada um desses modelos.

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3.1 PROMOÇÃO DE BEM-ESTAR

Neste modelo de atendimento, seja


para pacientes individuais ou grupos, nosso objetivo
principal é melhorar o
estado geral do paciente. Estar em situação de internamento, seja por doenças
pontuais,
graves ou crônicas pode ser muito desestabilizador emocional, física e
energeticamente.

Nosso objetivo é restabelecer um pouco dessa vitalidade que


fica reduzida nessas situações. Isso
pode, inclusive, auxiliar na recuperação
do paciente.

Podemos definir nosso projeto


terapêutico de acordo com cada caso, pensando em objetivos
mais específicos,
como auxiliar o paciente a relaxar e se desligar da preocupação com seu estado
de

saúde; se desconectar da situação de internamento por um momento; promover a


percepção e a
conexão consigo mesmo, seu corpo e suas sensações; promover uma
respiração consciente, leve e

relaxada; entre outros.

É importante compreendermos
nossa possibilidade de atuação nesses casos. Por serem
atendimentos normalmente
mais rápidos (por exemplo, de 15 minutos) as práticas serão realmente

mais
simples e pontuais, mas ainda assim de grande valia.

3.2 AUXÍLIO PARA ESTADOS DE SAÚDE ESPECÍFICOS

Neste modelo de atendimento, o


objetivo do projeto terapêutico é auxiliar o paciente em algum
estado de saúde
específico, como doenças, cirurgias, dores etc. Devemos definir práticas
específicas

para a necessidade de cada paciente e situação. Veremos alguns


exemplos abaixo.

No caso de uma cirurgia, se o


paciente ficar alguns dias no hospital (antes ou depois da cirurgia),

podemos
aplicar práticas de relaxamento e respiração leve. O objetivo nesse caso seria
ajudar ele a se
desligar do ambiente do hospital e das preocupações, assim como
promover a conexão com o

próprio corpo e com a respiração, que é essencial para


a vitalidade do organismo e circulação
energética. Estar relaxado e com uma
respiração saudável pode auxiliar em sua recuperação.

No caso de uma doença


específica, por exemplo, câncer de colo de útero ou de próstata, ambos

localizados na região do segmento pélvico, podemos aplicar práticas de conexão


com essa região do
corpo, para que o paciente perceba a região, faça circular a
energia, se possível fazer movimentos

com a região para soltar tensões etc.

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Podemos dizer que, em geral,


nossa buscar nesses casos é proporcionar mais vitalidade para a
região
necessária, para que a capacidade de autorregulação esteja potencializada na
região.

Esse tipo de trabalho requer


bastante cuidado e sutileza. É necessário identificar o estado
emocional do
paciente, se ele consegue lidar com o assunto, qual o estado de saúde física,
suas
possibilidades e limitações de movimento etc. Caso você perceba que as
opções de trabalho são

limitadas, aplique práticas genéricas, como as que vimos


anteriormente, de promoção do bem-estar.

TEMA 4 – TRABALHOS EM GRUPO

Veremos agora algumas


indicações para o projeto terapêutico de atendimento em grupo. Para
definir o
projeto terapêutico adequado, você deve avaliar:

O
ambiente onde este será aplicado (sala particular, hospital, clínica, casa de
repouso etc.).

O
perfil dos participantes (idade, escolaridade, gênero, como chegaram até este
grupo etc.).
O
estado de saúde emocional e física dos participantes (tem situações que
conhecemos cada

um deles e situações que não conhecemos).


O
contexto no qual a terapia será aplicada (grupo particular que você organizou e
as pessoas se

inscreveram, grupos de pessoas com bom estado de saúde, grupo de


pessoas com alguma
doença específica, grupo de pacientes de um hospital, grupo
de pessoas que estão lá contra a

vontade – como no caso de adictos, por exemplo,


que fazem parte de alguma instituição de
recuperação).

O
tamanho do grupo (pode ser bem pequeno – 4 pessoas, por exemplo – ou bem grande
– 30
pessoas ou mais).

A frequência
e/ou continuidade de trabalho com o mesmo grupo (se haverá mais
oportunidades
de contato com o grupo ou não).

Entre
outros.

Cada uma dessas informações


auxiliará na definição do tipo de projeto terapêutico que será
adotado. É
necessário conhecer as possibilidades, limitações e necessidades de cada grupo
para

encontrar o melhor projeto para cada cenário.

Novamente, podemos definir


dois modelos principais de projeto neste caso. Um para promoção

de bem-estar em
geral e outro mais aprofundado. Veremos abaixo alguns detalhes de atenção para

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cada
um deles.

4.1 PROMOÇÃO DE BEM-ESTAR

Esse tipo de trabalho é


adequado especialmente para grupos grandes, nos quais não
conhecemos
profundamente os participantes e não há uma continuidade garantida dos
encontros.

Pode ser uma situação de atendimento que contemple todas essas alternativas
acima ou apenas uma
delas. Veremos abaixo o porquê de eles serem os três pontos
principais de atenção.

Os grupos grandes não nos


permitem atenção personalizada para cada um dos participantes se

houver
necessidade. Se aplicarmos práticas profundas, com risco de desestabilizar os
indivíduos, não
temos condições de dar suporte para cada um que precisar.

O fato de não termos muito


conhecimento sobre os participantes faz com que não conheçamos

o “terreno onde
estamos pisando”. Não sabemos quais são as condições emocionais e físicas de
cada
um, se darão conta de certos assuntos ou práticas trabalhadas, se um ou
mais participantes vierem a

precisar de nossa atenção não temos base sobre sua


história para auxiliar de forma rápida – exigiria
atenção dedicada por um tempo
mais longo – não sabemos como essa pessoa ficará após as

práticas, entre
outros.

E, por fim, o fato de não haver


continuidade nos encontros traz a contraindicação de
trabalharmos temas e
emoções muito profundas, pois depois as pessoas não terão acompanhamento

para
elaborar o conteúdo trabalhado.

Devido a isso, em grupos desse


perfil o mais indicado é definirmos um projeto terapêutico mais

simples,
genérico, que traga benefícios para todos, mas sem o risco de desestabilizar os
participantes.
As práticas podem ser voltadas para a promoção do bem-estar,
relaxamento, respiração, contato com

o corpo e as sensações, entre outros.

4.2 MODELO 2 – APROFUNDADO

Já esse modelo pode ser


aplicado em grupos pequenos, nos quais tenhamos conhecimentos
mais detalhados
de cada um dos participantes e haja uma continuidade dos encontros.

Os motivos estão relacionados às


mesmas questões apresentadas acima, porém no sentido
contrário. Em grupos
pequenos, conseguimos dar atenção individualizada se necessário – pode ser
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inclusive que o projeto inclua um momento para elaboração dos conteúdos


emergidos por cada um
dos participantes. O fato de conhecermos cada um dos
indivíduos facilita sabermos até onde

podemos ir, que tipo de trabalho é


adequado para cada um deles, qual a probabilidade de todos
conseguirem lidar
com os assuntos e práticas trabalhadas etc. Por fim, a continuidade dos
encontros

permite que o terapeuta faça um acompanhamento de cada um dos


participantes e como estes têm
lidado com os resultados do trabalho.

Em um grupo com esse perfil, é


possível trabalharmos temas mais delicados e práticas mais

intensas. Ainda
assim, devemos avaliar se consideramos realmente necessário aplicar práticas
desse
tipo, colocando a saúde e o bem-estar do paciente sempre em primeiro
lugar.

No caso desse tipo de trabalho,


volto a indicar que vocês, como terapeutas, se aprofundem

muito no conhecimento
da abordagem, na terapia pessoal de vocês e supervisão. Essa atitude é
responsável para com vocês mesmos, como profissionais, como para com os seus
pacientes.

Lowen (1985) traz algumas


reflexões importantes a respeito dos trabalhos com grupos. Ele
destaca que o
papel do condutor da atividade (terapeuta) é duplo. Ele deve dirigir
adequadamente o

grupo e concomitantemente interpretar para cada participante o


significado de suas experiências
corporais. É importante que se mantenha sempre
atento a tudo que está acontecendo e se possível
realize as práticas junto com
os participantes – isso o auxiliará a corrigir os exercícios, posições etc. O

autor ressalta também que é interessante explicar para os participantes o


propósito de cada exercício
e o objetivo global do trabalho corporal.

TEMA 5 – ANAMNESE

O conceito de anamnese,
aplicado ao contexto da Psicologia Corporal, consiste na obtenção de

informações importantes a respeito do paciente, por meio de uma conversa com ele
e de
observações do terapeuta, que posteriormente irão auxiliar na condução da
terapia e definição do

projeto terapêutico.

Veremos neste tema que tipo de


informações são interessantes coletarmos para uma boa
anamnese. Considerando as
situações diferentes de atendimento, veremos as sugestões separadas

em:
atendimento individual, atendimento hospitalar e trabalhos em grupo.

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As informações listadas abaixo


são sugestões, podendo variar de acordo com a preferência de

cada terapeuta e
necessidade de cada situação.

5.1 ANAMNESE – ATENDIMENTO INDIVIDUAL

Iniciamos o preenchimento da
anamnese pelas informações que nos são passadas diretamente
pelo paciente. O
preenchimento desses campos normalmente ocorre conforme a terapia vai

caminhando, não costumamos expor o paciente a um questionário a fim de


preencher todos os
campos. Devemos fazer as perguntas necessárias conforme os
temas forem surgindo ou conforme

identificarmos que são relevantes.

1. Dados pessoais: nome completo, idade, data de nascimento,


profissão, escolaridade,
religião, estado civil, cidade e estado onde mora e
dados para contato (telefone e e-mail).

2. Queixa principal: motivo da consulta.

3. Fases do desenvolvimento: relatos na gestação,


amamentação, infância e adolescência.

4. Aspectos familiares: informações sobre pais, irmãos,


filhos, cônjuge (seja relacionamento

sério ou não).

5. Aspectos sexuais: relatos relevantes a respeito da


sexualidade – experiências, traumas,

abusos etc.

6. Doenças físicas: anteriores ou atuais.

7. Transtorno psíquicos: anterior ou atuais.

8. Medicamentos: que está tomando no momento.

Em
seguida, podemos fazer anotações de acordo com nossas percepções como
terapeutas.

Nesses casos, não é o paciente que nos passará as informações


diretamente, mas nós é que

identificaremos padrões.

9. Padrões corporais: postura, movimentos, tensões –


podemos fazer anotações de cada
um dos segmentos corporais, se encontramos algo
nos segmentos e o que.

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10. Carga energética: nossa percepção a respeito da


qualidade energética do paciente – se
é hipo ou hiperorgonótica, se circulando
ou se está bloqueada etc.

11. Estrutura de caráter: nossa percepção a respeito da


estrutura ou traços de caráter
presentes no paciente.

12. Projeto
terapêutico: nossas anotações a respeito do projeto terapêutico que

planejamos
seguir com o paciente.

Ao final da anamnese, podemos


reservar uma parte para ir fazendo anotações dos atendimentos

realizados,
práticas aplicadas, mudanças e resultados observados etc. Essa parte é bastante

importante para acompanharmos a evolução do paciente e inclusive informarmos


terceiros a respeito
da condução dos atendimentos caso necessário – como no caso
de um médico que acompanhe o

paciente, no caso de um processo judiciário etc.

5.2 ANAMNESE – ATENDIMENTO HOSPITALAR

Nesse caso, o hospital já


costuma ter um prontuário do paciente com informações gerais e você

como
terapeuta provavelmente deverá preencher esse prontuário quando realizar seus
atendimentos. De qualquer forma, veremos abaixo alguns pontos importantes para
preencher. No

caso de precisar fazer um preenchimento resumido no prontuário


hospitalar, você pode manter

algumas anotações pessoais mais completas se


quiser.

1. Dados pessoais: idem 5.1

2. Queixa principal: razão principal do trabalho que você está


realizando.

3. Doenças físicas: anteriores e atuais – motivo pelo qual


está no hospital e recebendo

atendimento terapêutico.

4. Transtorno psíquicos: anterior ou atuais

5. Medicamentos: que está tomando no momento

6. Observações gerais sobre padrões do paciente: corporais,


energéticos e emocionais.

7. Estrutura de caráter: sua percepção a respeito da


estrutura ou traços de caráter

presentes no paciente.
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8. Projeto terapêutico: suas anotações a respeito do


projeto terapêutico que planeja seguir

com o paciente.

9.
Acompanhamento dos atendimentos: anotações dos procedimentos e práticas

aplicados, mudanças e resultados observados.

5.3 ANAMNESE – TRABALHOS EM GRUPO

No caso dos grupos, não


faremos exatamente uma anamnese, pois não faremos o diagnóstico

detalhado de
cada indivíduo ou do grupo como um todo. Mas é importante termos um documento

de controle e acompanhamento do trabalho realizado.

Abaixo, seguem sugestões dos


campos que podemos preencher.

1. Nome do grupo: definir um nome para cada grupo, pode ser


por número, por contexto

de atendimento, por objetivo etc.

2. Número de participantes: se for um grupo pontual colocar


o número exato, se for um
grupo contínuo colocar o número aproximado (pois pode
variar de um dia para outro).

3. Objetivo do trabalho: definir qual o objetivo de


trabalho com aquele grupo ou em cada
dia de atendimento.

4. Práticas realizadas: anotar quais práticas foram


aplicadas.

5. Retorno dos participantes: anotar retorno dado pelos


participantes ou ocorrências
durante as práticas.

6.
Percepções do terapeuta: anotar suas percepções do grupo durante as práticas –
grupo

como um todo ou participantes específicos.

Essas anotações são


interessantes para ter um histórico do nosso trabalho, como: resultados

alcançados, percepção das práticas que foram mais positivas e outras menos etc.
Esse

acompanhamento nos ajuda a evoluir como terapeutas.

NA PRÁTICA

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Veremos agora algumas


observações finais a respeito de nossa prática como terapeutas da

abordagem
Bioenergética. São observações pontuais, porém de grande relevância para uma
atuação

profissionais terapêutica de qualidade.

O primeiro ponto a ser


destacado se refere à importância de buscarmos equilíbrio entre diversos
fatores para exercer nosso trabalho da melhor forma possível, respeitando a nós
mesmos, o paciente

e o entorno. Alguns desses fatores, como temos visto durante


as aulas, são: o que o paciente precisa;

o que ele consegue realizar (seja por


questões físicas ou emocionais); os limites do paciente; os seus

limites como
terapeuta; a técnica ou as técnicas que iremos adotar; o ambiente de trabalho
no qual
estamos inseridos; entre outros. Uma atuação que alcance esse
equilíbrio se torna mais benéfica para

nós mesmos, como terapeutas, e para os


demais envolvidos.

O segundo ponto importante se


refere ao diagnóstico (do caráter, das couraças, dados da

história de vida etc.).


Devemos sempre lembrar que este ocorre por meio de uma construção

conjunta
entre o terapeuta e o paciente, e deve ser sempre revisado conforme novas
informações e
percepções surjam no decorrer dos atendimentos. O projeto
terapêutico deve ser revisado também,

conforme a necessidade.

O terceiro ponto a destacar é


referente às práticas corporais da abordagem. O terapeuta, como

condutor no
processo terapêutico, deve sempre auxiliar o paciente, ou os participantes de
um grupo,

a graduar o esforço exercido por estes na execução das práticas


corporais. O objetivo principal das

práticas corporais da Bioenergética é o


sentir e não o desempenhar. Não é relevante quanto perfeito,
amplo, repetitivo
seja o exercício, o mais importante é que o paciente perceba seu próprio corpo,

suas sensações, emoções e pensamentos e respeite seus limites. Seu papel como
terapeuta será de

atentá-lo para isso caso perceba que ele está focado no desempenho
da prática.

O quarto ponto se refere à


importância de, dentro do possível, o paciente utilizar roupas

confortáveis
para as práticas da abordagem. Quando mais livre seu corpo estiver para se
movimentar,
sentir, perceber, melhor será o resultado. Quando a situação
permitir, indique que o paciente utilize

roupas elásticas, soltas, confortáveis


– como as que costumamos utilizar na academia, por exemplo.

O quinto ponto se refere a


nós, terapeutas. Conforme comentamos nesta aula, em alguns

momentos é muito
importante que, se possível, o terapeuta da abordagem Bioenergética faça sua

terapia individual dentro da abordagem com um terapeuta experiente. Isso


auxiliará em sua atuação
profissional, assim como em seu próprio processo de
autoconhecimento e autodesenvolvimento.

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A supervisão também é bastante


importante se quisermos realizar um trabalho especializado

dentro desta
abordagem. Caso não tenhamos possibilidade de realizar a terapia e a
supervisão, o

indicado é que nossa atuação seja voltada para práticas mais


simples e genéricas, que não

apresentem risco de desestabilizar ou prejudicar o


paciente – esta é uma atitude de responsabilidade
para com nós mesmos e para
com nossos pacientes.

O sexto ponto se refere à


atuação de vocês como profissionais formados em Práticas Integrativas

e
Complementares em Saúde. Durante o curso, vocês estudaram diversas linhas de
trabalho, como

florais, constelações, acupuntura, entre outras.

Muitos se identificam mais com


uma linha de trabalho específica, outros com diversas linhas. É

importante
destacar que essa interdisciplinaridade é muito interessante no processo
terapêutico.
Cada linha de trabalho traz benefícios diferentes no processo de
tratamento dos pacientes e podem

ser utilizadas concomitantemente.

Independentemente de vocês
escolherem trabalhar com uma linha ou várias, caso o paciente

esteja recebendo
também outros tratamentos, é importante respeitar e, se for o caso, até indicar
que

ele conte com essa interdisciplinaridade.

Por fim, o sétimo e último


ponto de destaque, que é muito importante, é que na maioria de

nossas aulas
falamos sempre a respeito das necessidades e limitações das situações externas
(pacientes, ambiente de trabalho etc.), porém, não podemos deixar de destacar a
importância de nós,

como profissionais, decidirmos em qual contexto ou qual


tipo de trabalho gostaríamos de realizar.

Quanto mais clareza tivermos a


respeito de qual trabalho gostamos de realizar, quais linhas de

atuação
acreditamos mais, o que faz sentido para nós, melhor conseguiremos realizar
esse trabalho.

Desta forma, nossa atuação trará muitos benefícios para nossos


pacientes, assim como para nós
mesmos.

FINALIZANDO

Nesta aula, estudamos a


respeito da definição e elaboração do projeto terapêutico de acordo

com cada
paciente, situação de trabalho e objetivo terapêutico.

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Vimos inicialmente a definição


de projeto terapêutico, como elaborar este e quais aspectos
considerar para
essa elaboração. Alguns pontos importantes são: ter conhecimento teórico da

abordagem, conhecer o paciente ou grupo que atenderemos, conhecer o ambiente de


trabalho,

entre outros.

Em seguida, estudamos aspectos


importantes para definição do projeto terapêutico de um

atendimento individual.
Vimos especificamente dois modelos de atendimento. Um deles simples,
voltado
para promoção do bem-estar, conexão com o corpo, relaxamento etc. E outro mais
complexo

e profundo, envolvendo a identificação da estrutura de caráter e


couraças musculares do indivíduo,

com aprofundamento em sua história de vida e


projeto terapêutico voltado para amadurecimento

desses padrões.

Na sequência, vimos aspectos


importante para um projeto terapêutico de pacientes em situação
hospitalar (ou
clínicas, casa de repouso etc.). Dividimos os tipos de atendimento em dois
modelos

também. Um deles voltado para a promoção de bem-estar em geral e outro


voltado para estados de

saúde específicos.

O último modelo de atendimento


estudado foi no contexto de trabalhos em grupo. Neste caso,

vimos dois modelos


divididos em: projeto terapêutico mais simples, indicado para grupos maiores,
com os quais temos menos contato e menos conhecimentos dos participantes; e
projeto terapêutico

mais aprofundado, indicado para grupos menores, com os


quais temos mais contato e conhecemos

mais profundamente os participantes.

A seguir, vimos o conceito e dicas


de como elaborar uma anamnese nos contextos dos

atendimentos individuais,
hospitalares e em grupo. Para cada um desses contextos, foram

apresentadas
sugestões de campos para serem preenchidos no documento de anamnese.

Finalizamos nossa aula com


algumas observações a respeito da nossa atuação com a abordagem
Bioenergética.

Agradeço a atenção de todos


até aqui e os parabenizo, novamente, pela formação à qual estão

se dedicando.
Desejo muito sucesso na vida profissional de vocês e muita vitalidade!

REFERÊNCIAS

https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 16/17
13/12/2021 11:36 UNINTER

LOWEN, A. Bioenergética.
São Paulo: Summus, 2017.

LOWEN, A; LOWEN, L. Exercícios


de bioenergética: o caminho para uma saúde vibrante. São

Paulo: Ágora,
1985.

https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 17/17

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