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INTRODUÇÃO A PROJETO E

DIMENSIONAMENTO DE
ATERRO SANITÁRIO

Ministrante: Eng. Civil Danillo Rocha Figueiredo


prismaengcontato@gmail.com
TEMA I:
 Introdução à Geotecnia de Aterros Sanitários
 Situação atual dos resíduos sólidos no Brasil e no mundo

TEMA II:
 Formas de disposição
 Gestão dos resíduos sólidos
 Definição e Características dos resíduos sólidos

TEMA III:
 Estudos geológicos e geotécnicos para implantação de Aterros Sanitários
 Investigação geotécnica do subsolo (métodos diretos, indiretos e semidiretos)

TEMA III:
 Projeto e Dimensionamento de Aterro Sanitário
GEOTECNIA

 OBJETIVO – minimizar o impacto no meio ambiente pela contenção, coleta e


tratamento de contaminantes líquidos e sólidos;

 APLICAÇÕES:
1. Comportamento geotécnico dos solos a partir de misturas de novos materiais;
2. Investigação e remediação de áreas degradadas;
3. Transporte de contaminantes;
4. Geotecnia de aterros sanitários.
DIFERENCIAIS DA GEOTECNIA

 Compreensão da problemática dos resíduos sólidos;

 Necessidade de projetos e crescimento do mercado;

 Falta de profissionais habilitados na área;

 Entendimento de que o projeto vai muito além da engenharia.


GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URMABOS
(RSU)
 RSU representam uma das principais preocupações ambientais contemporâneas;
CONSEQUÊNCIAS DE UMA MÁ GESTÃO
DE RSU
 Poluição do ar: causada por material particulado;

 Odores;

 Proliferação de doenças; por vetores associados aos resíduos;

 Poluição da água: Devido a contaminação do lixiviado

 Degradação do solo.
GESTÃO EM PAÍSES DE PRIMEIRO
MUNDO

1. Estratégias para uma melhor gestão de RSU

2. Aplicação de várias formas de tratamento antes do descarte final;

3. Combinação de fatores adquiridos ao longo do tempo.


1 – ESTRATÉGIAS PARA UMA MELHOR GESTÃO
DE RSU
2 - APLICAÇÃO DE VÁRIAS FORMAS DE TRATAMENTO
ANTES DO DESCARTE FINAL

 Compostagem;

 Reciclagem;

 Incineração;
COMPOSTAGEM

 É um processo biológico de decomposição de matéria orgânica, contido


em restos de origem animal e/ou vegetal

 O resultado final é um produto que pode ser aplicado ao solo para


melhorar suas características, – sem causar danos – ao meio ambiente.

 Mais de 50% dos resíduos gerados no Brasil são orgânicos –responsáveis


pela geração de gás e chorume nos aterros.

 Condições necessárias: Presença de microrganismos, Umidade, Aeração


suficiente.
RECICLAGEM

 É uma operação que facilita o reuso, o reaproveitamento e a reciclagem dos


materiais presentes no lixo;

 Consiste em coletar separadamente os materiais recicláveis presentes no lixo


após o descarte seletivo realizado pela população.

 Os materiais coletados são: papel, papelão, metal, vidro, plástico, ferro, pilhas,
baterias e outros.
REQUISITOS PARA COLETA SELETIVA E
RECICLAGEM

1. Separação seletiva dos diferentes produtos antes do encaminhamento


para o processo de reciclagem;

2. Estrutura e apoio da administração municipal;

3. Cooperação da população;

4. Disponibilidade de uma logística adequada.


INCINERAMENTO COM REAPROVEITAMENTO
ENERGÉTICO
INCINERAMENTO COM REAPROVEITAMENTO
ENERGÉTICO

 Processo de decomposição térmica;

 Redução de peso, do volume e das características de periculosidade dos


resíduos através da combustão controlada;

 Problemas ambientais: liberação de dioxinas e furanos – necessidade de


filtros.
3 – COMBINAÇÃO DE FATORES ADQUIRIDOS AO LONGO
DO TEMPO

 Boas condições de vida para a população;

 Longo período de investimento em infraestrutura urbana;

 Dedicação da população em participar da gestão de RSU;

 Alto nível de educação;

 Fiscalização efetiva;

 Cumprimento das leis.


ATERRO SANITÁRIO: TECNOLOGIA
FINITA
FORMAS DE DISPOSIÇÃO:
LIXÕES
A mais praticada é justamente a pior: os lixões:
 Depósitos de lixo a céu aberto, popularmente conhecidos como
vazadouros, lixeiras ou lixões;

 Área de disposição final de resíduos sólidos sem nenhuma preparação


anterior do solo;

 Não há sistema de coleta e tratamento de efluentes líquidos: o


chorume;

 Presença local de animais, crianças e adultos;

 Consequências negativas ao meio ambiente, sociedade e saúde.


FORMAS DE DISPOSIÇÃO: ATERRO
CONTROLADO

Categoria intermediária entre o lixão e aterro sanitário;


 Objetivo de “amenizar” os impactos dos depósitos a céu aberto;

 Normalmente, é uma célula próxima ao lixão, que foi remediada, recebendo


cobertura de grama e argila.

 O processo minimiza o mau cheiro e o impacto visual, além de evitar a


proliferação de animais;

 Pode haver coleta de chorume e queima de gás, mas não há tratamento


destes efluentes.
FORMAS DE DISPOSIÇÃO: ATERRO
SANITÁRIO

Obra de engenharia: disposição adequada dos RSU;


 Operação do aterro sanitário – evita danos à saúde pública e ao meio
ambiente;

 PASSOSIMPORTANTES:
i. Escolha da área,
ii. Preparação do terreno (impermeabilização do solo),
iii. Operação (captação de chorume e gás),
iv. Cobertura diária do lixo,
v. Determinação de vida útil e recuperação da área após o seu encerramento.
POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS
SÓLIDOS: Lei 12.305/2010

Estão sujeitas à observância desta Lei:

 Pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, responsáveis, direta


ou indiretamente, pela geração de resíduos sólidos;

 Pessoas que desenvolvam ações relacionadas à gestão integrada ou ao


gerenciamento de resíduos sólidos.
GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS
SÓLIDOS: SEGREGAÇÃO

 Separação dos resíduos por classe, conforme norma ABNT


NBR 10.004, identificando-os no momento de sua geração;

 Evitar a mistura de resíduos incompatíveis, preservar a


qualidade dos resíduos com potencial de recuperação e
reciclagem, e diminuir o volume de resíduos perigosos a
serem destinados.

 A participação de catadores na segregação informal do lixo, seja


nas ruas ou nos vazadouros e aterros, é o ponto mais agudo e
visível da relação do lixo com a questão social;
GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS
SÓLIDOS: ACONDICIONAMENTO

 Surgimento espontâneo de pontos de acumulação de lixo domiciliar a céu


aberto, expostos indevidamente ou espalhados nos logradouros, prejudicando
o ambiente e trazendo riscos à saúde pública.
GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS
SÓLIDOS: ACONDICIONAMENTO

 Acondicionar os resíduos sólidos domiciliares significa prepará-los para a coleta


de forma sanitariamente adequada, compatível com o tipo e a quantidade de
resíduos;

 A qualidade da operação de coleta e transporte de lixo depende da forma


adequada do seu acondicionamento, armazenamento e da disposição dos
recipientes no local, dia e horários estabelecidos pelo órgão de limpeza urbana
para a coleta. A população tem, portanto, participação decisiva nesta
operação.

 A importância do acondicionamento adequado está em: evitar acidentes; evitar a


proliferação de vetores; minimizar o impacto visual e olfativo; facilitar a realização
da etapa da coleta.
GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS
SÓLIDOS: ARMAZENAMENTO

 Contenção temporária de resíduos em


área específica, durante o aguardo da
coleta externa, para a destinação visando
ao tratamento ou à disposição final.

 Deve ter identificação na porta e os sacos


de resíduos devem permanecer dentro • Local de fácil acesso à coleta externa;
dos contêineres devidamente • Piso e paredes revestidos de material liso,
identificados. impermeável, lavável e de fácil higienização;
• Tela de proteção contra roedores e vetores;
• Pontos de iluminação de água e canaletas de
escoamento de águas servidas direcionadas
para a rede de esgoto.
GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS
SÓLIDOS: TRANSPORTE

 Coletar o lixo significa recolher o lixo acondicionado por quem o produz


para encaminhá-lo, mediante transporte adequado, a uma possível
estação de transferência, a um eventual tratamento e à disposição final;

 A coleta e o transporte do lixo domiciliar produzido em imóveis


residenciais, em estabelecimentos públicos e no pequeno comércio
são, em geral, efetuados pelo órgão municipal encarregado da limpeza
urbana;

 O lixo dos "grandes geradores“ (estabelecimentos que produz em mais


que 120 litros de lixo por dia) deve ser coletado por empresas
particulares, cadastradas e autorizadas pela prefeitura.
DEFINIÇÃO E CARACTERÍSITCAS
DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

 RESÍDUOS SÓLIDOS – ABNT NBR 10.004:

“Resíduos nos estados sólido e semissólido, que resultam de atividades


de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de
serviços e de varrição.
CLASSIFICAÇÃO QUANTOA NATUREZA E
ORIGEM

• Lixo doméstico ou residencial

• Lixo comercial

• Lixo público

• Lixo domiciliar especial, Ex: entulho de obra

• Lixo de fontes especiais, Ex: industrial, radioativo...


CARACTERÍSTICAS

QUÍMICAS: BIOLÓGICAS:
FÍSICAS:

 Composição gravimétrica;  Microorganismos;


 Poder calorífico;
 Geração per capita;  Agentes patogênicos.
 Potencial Hidrogeniônico (pH);
 Peso específico;  Composição química;
 Teor de umidade;
 Relação Carbono/Nitrogênio
 Comprensividade;
 Composição Granulométrica;
 Permeabilidade;
 Temperatura
ESTUDOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS
PARA A IMPLANTAÇÃO DE ATERRO
SANITÁRIO

Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto:


 Deverá conter a descrição dos recursos ambientais e suas interações,
caracterizando as condições ambientais antes da implantação do projeto e
contemplar os meios FÍSICO.

MEIO FÍSICO – componente que recebe ou deflagra impactos e processos,


em resposta à interação com determinado empreendimento.
INVESTIGAÇÃO GEOTÉCNICA DO
SUBSOLO
 Ferramenta do diagnóstico ambiental
OBJETIVOS DA INVESTIGAÇÃO
GEOTÉCNICA

 Determinar a profundidade e espessura das camadas do subsolo;

 Descrição do solo de cada camada: consistência, cor e outras características


perceptíveis;

 Determinação da profundidade do nível do lençol freático;


CLASSIFICAÇÃO DOS MÉTODOS DE
INVESTIGAÇÃO

 DIRETOS

 INDIRETOS

 SEMIDIRETOS
MÉTODOS DIRETOS

 Permitem a observação direta do subsolo ou através de amostras coletadas


(solo, água, gás) ao longo de uma perfuração ou a medição direta de
propriedades in situ – escavações, sondagens e ensaios de campo.

1. POÇOS DE MONITORAMENTOS
2. TRADOS
3. SPT (Sondagem de Simples Reconhecimento dos Solos)
4. Investigação Geotécnica para implantação de aterro RCC
MÉTODOS INDIRETOS

 As propriedades são estimadas indiretamente pela observação a distância


ou pela medida de outras grandezas do solo (sem contato com o material
sondado).

 MÉTODOS GEOFÍSICOS – conjunto de procedimentos, baseados em


propriedades físicas dos materiais para o estudo de alvos geológicos de
interesse.
a) Métodos elétricos (eletrorresistividade)
b) Métodos eletromagnéticos.
MÉTODOS SEMIDIRETOS

 Ensaios realizados, em geral, nos furos de sondagem, destinados a medir


diretamente propriedades específicas do solo. São considerados métodos
semidiretos de prospecção porque não há coleta de amostras.

EXEMPLO:
o Ensaio de penetração estática de cone (CPT) – NBR12069/1991;
PROJETO E DIMENSIONAMENO
DE ATERRO SANITÁRIO

 Impermeabilização;  Drenagem de gás;

 Drenagem de chorume;  Camadas de cobertura;

 Drenagem superficial;  Encerramento e remediação.


NORMAS ABNT UTILIZADAS EM
PORJETOS
NORMAS ABNT UTILIZADAS EM PORJETOS
IMPERMEABILIZAÇÃO

NBR 8419/92
5.1.6.4 Impermeabilização
5.1.6.4.1 Deve se prevista uma impermeabilização do aterro sanitário, quando
solicitado pelo OECPPA.

5.1.6.4.2 No caso de ser necessária impermeabilização, deve ser indicado:


a) O tipo de impermeabilização adotado;
b) Os materiais empregados, com suas especificações e características segundo
as correspondentes normas brasileiras.

 Depende das condições geológicas – geotécnicas e hidrogeológicas da área


de implantação do aterro e suas adjacências.
DRENAGEM DE CHORUME

NBR 13896/97

5.2.2 O sistema de drenagem para a coleta e a remoção de líquido percolado do


aterro deve ser:
a) Instalado imediatamente acima da impermeabilização;
b) Dimensionado de forma a evitar a formação de uma lâmina de líquido
percolado superior a 30cm sobre a impermeabilização;
c) Construído de material quimicamente resistente ao resíduo e ao líquido
percolado, e suficientemente resistente a pressões originárias da estrutura total
do aterro e dos equipamentos utilizados em sua operação;
d) Projetado e operado de forma a não sofrer obstruções durante o período de
vida útil e pós-fechamento do aterro.
DRENAGEM DE CHORUME

A vazão de percolados em aterros depende de vários fatores, dentre eles:

 Pluviometria local,
 Grau de compactação das células de lixo,
 Tipologia do lixo,
 Material de cobertura, etc.

 Geralmente consiste em uma camada de material granular de alta


permeabilidade, como brita, protegida por uma camada de filtração,
geralmente de areia ou geotêxtil.
DRENAGEM SUPERFICIAL
NBR 8419/92
5.1.6.1 Sistema de drenagem superficial

5.1.6.1.1 Deve ser previsto sistema de drenagem das águas superficiais que tendam a escoar para a área
do aterro sanitário, bem como das águas que se precipitam diretamente sobre essa área.

NBR 13896/97

3.9 Rede de drenagem subsuperficial


Sistema de captação e remoção do líquido que percola através do resíduo.

3.10 Rede de drenagem superficial


Sistema de captação e desvio das águas de escoamento superficial das áreas externa e interna do aterro.
DRENAGEM DE GÁS

NBR 8419/92
5.1.6.5 Sistema de drenagem de gás

5.1.6.5.1 Deve ser previsto um sistema para a drenagem de gás, que pode ser
integrado ao sistema de drenagem de líquido percolado.

5.1.6.5.2 Deve ser apresentada uma descrição de todos os elementos


constituintes do sistema citado em 5.1.6.5.1, com indicação:
a) Da disposição em planta desses elementos, em escala não inferior a 1:2000;
b) Das dimensões desses elementos;
c) Dos materiais utilizados com suas especificações;
d) Dos cortes e detalhes necessários à perfeita visualização do sistema.
Layout de implantação
CAMADAS DE COBERTURA
CAMADAS DE COBERTURA

NBR 8419/92
5.1.7.2 Preparo do local de disposição
5.1.7.3.5 Deve ser indicada a espessura das camadas de resíduos sólidos, a
espessura das camadas de cobertura e os taludes formados.

5.1.7.4 Empréstimo de material para cobertura


Devem ser indicados os locais de empréstimo de material para cobertura e as
quantidades previstas de utilização desses materiais.
ENCERRAMENTO DOS ATERROS
ENCERRAMENTO DOS ATERROS

NBR 8419/92

5.1.7.6 Plano de encerramento do aterro e cuidados posteriores


Deve ser apresentado um plano, indicando como e quando o aterro sanitário será
dado como encerrado, assim como os cuidados que serão mantidos após o
encerramento das atividades, tais como monitoramento e controle de vetores.

5.1.8 Uso futuro da área do aterro sanitário


Deve ser apresentado um plano de uso futuro da área do aterro sanitário.
ENCERRAMENTO DOS ATERROS

NBR 13896/97

5.8.3 Atividade após o encerramento do aterro


5.8.3.1 Monitoramento das águas subterrâneas, por um período de 20 anos após
o fechamento da instalação.
Nota: Este período pode ser reduzido, uma vez constatado o término da geração
de líquido percolado, ou então estendido caso se acredite ser insuficiente.

5.8.3.2 Manutenção dos sistemas de drenagem e de detecção de vazamento


de líquido percolado até o término da sua geração.

5.8.3.3 Manutenção da cobertura de modo a corrigir rachaduras ou erosão.


ENCERRAMENTO DOS ATERROS

5.8.3.4 Manutenção do sistema de tratamento de líquido percolado, se


existente, até o término da geração desse líquido ou até que esse líquido
(influente no sistema) atenda aos padrões legais de emissão.

5.8.3.5 Manutenção do sistema de coleta de gases (se existente) até que seja
comprovado o término de sua geração.

5.8.3.6 Pode ser exigido do responsável pela área a manutenção do isolamento


do local, caso exista risco de acidente para pessoas ou animais com acesso a
ela.

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