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Teorema [propriedades operatórias de limites]

Sejam 𝑓 , 𝑔: 𝐷 → 𝑅, 𝑎 ∈ 𝐷 ′ . Se 𝑓 e 𝑔 tem limites no ponto 𝑎 então 𝑓 ± 𝑔, 𝑓 ⋅


𝑓
𝑔, 𝑔 , 𝑓 𝑛 , 𝑛√𝑓 e |𝑓| têm limites no ponto 𝑎 . Além disso,

i. lim (𝑓(𝑥) ± 𝑔(𝑥)) = lim 𝑓 (𝑥 ) ± lim 𝑔(𝑥 )


𝑥→𝑎 𝑥→𝑎 𝑥→𝑎

ii. lim (𝑓(𝑥) ⋅ 𝑔(𝑥 )) = lim 𝑓(𝑥 ) ⋅ lim 𝑔(𝑥 )


𝑥→𝑎 𝑥→𝑎 𝑥→𝑎

iii. lim 𝑓(𝑥)/𝑔(𝑥 ) = lim 𝑓 (𝑥) /lim 𝑔(𝑥 ), desde que lim 𝑔(𝑥 ) ≠ 0.
𝑥→𝑎 𝑥→𝑎 𝑥→𝑎 𝑥→𝑎

𝑛
iv. lim [𝑓 (𝑥 )]𝑛 = (lim 𝑓 (𝑥 ))
𝑥 →𝑎 𝑥→𝑎

v. lim 𝑛√𝑓(𝑥) = 𝑛√ lim 𝑓(𝑥)


𝑥→𝑎 𝑥→𝑎

vi. lim |𝑓(𝑥)| = |𝑎|


𝑥→𝑎

CONTINUIDADE DE UMA FUNÇÃO EM UM NÚMERO

Definição [função contínua] Uma função é dita contínua no ponto 𝑎 do seu


domínio se as seguintes condições são satisfeitas:

i. 𝑓(𝑎) existe

ii. Existe lim 𝑓(𝑥)


𝑥→𝑎

iii. lim 𝑓(𝑥)=𝑓(𝑎)


𝑥→𝑎

Se uma dessas três condições falhar diz-se que 𝑓 é descontinua em 𝑎 .

Definição matemática [função contínua] Sejam 𝑓: 𝐷 ⊂ 𝑅 → 𝑅 e a ∈ 𝐷, 𝑎 ∈ 𝐷′


(𝑎 é um ponto de acumulação de 𝐷). Dizemos que 𝑓 é continua no ponto 𝑎 , se
dado ∀ 𝜖 > 0, ∃ 𝛿 > 0 tal que 𝑥 ∈ 𝐷, 0 < |𝑥 − 𝑎| < 𝛿 ⇒ |𝑓 (𝑥 ) − 𝑓(𝑎)| < 𝜖.
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Exemplo

A função 𝑓(𝑥 ) = |𝑥 | é contínua no ponto 0, pois lim |𝑥 | = 0 = 𝑓 (0).


𝑥→0
3

Exemplo

|𝑥| se 𝑥≠0
A função 𝑔(𝑥 ) = { é descontínua no ponto 0, pois
3 se 𝑥=0
lim 𝑔(𝑥 ) = 0 ≠ 𝑔(0) = 3.
𝑥→0

Analisando o gráfico de uma função, é fácil descobrir quando ela é contínua e


quando não é contínua num ponto 𝑥 = 𝑎.

Nesse ponto, quando a função não é contínua, o gráfico sofre algum tipo de
interrupção.

Diz-se simplesmente que uma função 𝑓 é continua quando a função 𝑓 for


contínua em todos os pontos do seu domínio.

Tipos de Descontinuidade

Existem dois tipos de descontinuidade em um ponto 𝑎.

• Descontinuidade removível: Uma função 𝑓 possui descontinuidade


removível no ponto 𝑎 se lim 𝑓(𝑥) existe porém, lim 𝑓(𝑥) ≠ 𝑓 (𝑎) ou então
𝑥→𝑎 𝑥→𝑎

𝑓(𝑎) não existe.


• Descontinuidade essencial: Uma função 𝑓 possui descontinuidade
essencial no ponto 𝑎 quando não existe lim 𝑓(𝑥).
𝑥→𝑎
4

Exemplo

|𝑥| se 𝑥≠0
i. A função 𝑔(𝑥) = { possui descontinuidade removível
3 se 𝑥=0
no ponto 𝑎 = 0.
ii. A função
3+𝑥 se 𝑥≤1
ℎ(𝑥 ) = {
3−𝑥 se 𝑥>1

possui descontinuidade essencial no ponto 𝑎 = 1.

Vamos investigar a continuidade no ponto 1. Calculemos os limites laterais

lim ℎ(𝑥) = lim (3 + 𝑥) = 4


𝑥→1− 𝑥→1−

lim ℎ(𝑥) = lim (3 − 𝑥) = 2


𝑥→1+ 𝑥→1+

Como lim− ℎ(𝑥 ) ≠ lim+ ℎ(𝑥), e então não existe lim ℎ(𝑥). Logo, ℎ possui
𝑥→1 𝑥→1 𝑥→1

descontinuidade essencial no ponto 1.


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Teorema [propriedades das funções contínuas]

Sejam 𝑓 , 𝑔 funções contínuas em um ponto 𝑎 então

i. 𝑓 + 𝑔 é contínua em 𝑎;
ii. 𝑓 − 𝑔 é contínua em 𝑎;
iii. 𝑓 ⋅ 𝑔 é contínua em 𝑎;
iv. 𝑓/𝑔 é contínua em 𝑎; desde que 𝑔(𝑎) ≠ 0.

Prova: i. Como 𝑓 e 𝑔 são contínuas no ponto a, segue que

lim 𝑓(𝑥 ) = 𝑓(𝑎) e lim 𝑔(𝑥 ) = 𝑔(𝑎) . Logo, pela propriedade do limite da soma,
𝑥→𝑎 𝑥→𝑎

temos:

lim [𝑓 (𝑥) + 𝑔(𝑥)] = lim 𝑓 (𝑥 ) + lim 𝑔(𝑥 ) = 𝑓 (𝑎) + 𝑔(𝑎).


𝑥→𝑎 𝑥→𝑎 𝑥→𝑎

As provas de ii, iii e iv são similares. ∎

Teorema
Uma função polinomial é contínua em qualquer número real 𝑎.
Prova: Considere a função polinomial f definida por

𝑓 (𝑥) = 𝑎𝑛 𝑥 𝑛 + 𝑎𝑛−1 𝑥 𝑛−1 + ⋯ + 𝑎1 𝑥 + 𝑎0 , 𝑎𝑛 ≠ 0

em que 𝑎𝑛 , 𝑎𝑛−1 , ⋯ , 𝑎1 , 𝑎0 são números reais, 𝑎𝑛 ≠ 0 𝑒 𝑛 for um número inteiro


não-negativo. Através de sucessivas aplicações das propriedades operatórias
de limite, tem-se que

lim 𝑓(𝑥) = lim (𝑎𝑛 𝑥 𝑛 + 𝑎𝑛−1 𝑥 𝑛−1 + ⋯ + 𝑎1 𝑥 + 𝑎0 )


𝑥→𝑎 𝑥→𝑎
= lim 𝑎𝑛 𝑥 𝑛 + lim 𝑎𝑛−1 𝑥 𝑛−1 + ⋯ + lim 𝑎1 𝑥 + lim 𝑎0
𝑥→𝑎 𝑥→𝑎 𝑥→𝑎 𝑥→𝑎
= 𝑎𝑛 lim 𝑥 𝑛 + 𝑎𝑛−1 lim 𝑥 𝑛−1 + ⋯ + 𝑎1 lim 𝑥 + lim 𝑎0
𝑥→𝑎 𝑥→𝑎 𝑥→𝑎 𝑥→𝑎
= 𝑎𝑛 𝑎𝑛 + 𝑎𝑛−1 𝑎𝑛−1 + ⋯ + 𝑎1 𝑎 + 𝑎0
= 𝑓(𝑎)


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Teorema

Uma função racional é contínua em todos os pontos do seu domínio.


Prova: Se 𝑓 é uma função racional ela é definida como o quociente de funções
polinomiais. Assim, 𝑓 pode ser definida por

𝑔(𝑥)
𝑓 (𝑥 ) =
ℎ(𝑥)

em que 𝑔 e ℎ são funções polinomiais e o domínio de 𝑓 consistem em todos os


números, exceto aqueles para os quais ℎ(𝑥 ) = 0.

Se 𝑎 for qualquer número no domínio de 𝑓 então ℎ(𝑎) ≠ 0. Assim, pela


propriedade de limite do quociente temos

lim 𝑔(𝑥) 𝑔(𝑎)


𝑥→𝑎
lim 𝑓 (𝑥 ) = = = 𝑓 (𝑎 ).
𝑥→𝑎 lim ℎ(𝑥) ℎ(𝑎)
𝑥→𝑎

Exemplo

Determine os números nos quais a função

𝑥3 + 1
𝑓 (𝑥 ) =
𝑥2 − 9

é contínua.

Solução: O domínio de 𝑓 é 𝐷(𝑓) = 𝑅 − {−3,3}. Como 𝑓 é uma função racional


segue do teorema anterior que 𝑓 é contínua em todos os números reais, exceto
3 e −3.

Teorema [limite da função raiz n-esima]

Se 𝑛 for um inteiro positivo e 𝑓 (𝑥 ) = 𝑛√𝑥 então

i. Se 𝑛 for ímpar, 𝑓 será contínua em qualquer número real;


ii. Se 𝑛 for par, 𝑓 será contínua em todo número positivo.
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Teorema [limite da função composta]

Se lim 𝑔(𝑥 ) = 𝑏 e se a função 𝑓 for contínua em 𝑏 então


𝑥→𝑎

lim (𝑓 ∘ 𝑔)(𝑥) = 𝑓(𝑏)


𝑥→𝑎

Ou, equivalentemente,

lim 𝑓(𝑔(𝑥 )) = 𝑓 (lim 𝑔(𝑥)) .


𝑥→𝑎 𝑥→𝑎

Teorema

Se a função 𝑔 for contínua em 𝑎 e a função 𝑓 for contínua em 𝑔(𝑎), então a


função composta 𝑓 ∘ 𝑔 é contínua em 𝑎.

Prova: Como 𝑔 é contínua em 𝑎, tem-se

lim 𝑔(𝑥 ) = 𝑔(𝑎).


𝑥→𝑎

Como 𝑓 é contínua em 𝑔(𝑎), podemos aplicar o teorema anterior à função


composta 𝑓 ∘ 𝑔, obtendo

lim (𝑓 ∘ 𝑔)(𝑥 ) = lim 𝑓(𝑔(𝑥 ))


𝑥→𝑎 𝑥→𝑎

= 𝑓 (lim 𝑔(𝑥))
𝑥→𝑎
= 𝑓(𝑔(𝑎))
= (𝑓 ∘ 𝑔)(𝑎)

O que prova que 𝑓 ∘ 𝑔 é contínua em 𝑎. ∎

CONTINUIDADE NOS INTERVALOS LIMITADOS

Definição [continuidade em um intervalo aberto] Dizemos que uma função é


contínua em um intervalo aberto se e somente se ela for contínua em todos os
números do intervalo aberto.

Definição [função contínua à direita de um número] Uma função é dita


contínua à direita do ponto 𝑎 do seu domínio se as seguintes condições são
satisfeitas:

i. 𝑓(𝑎) existe
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ii. Existe lim+ 𝑓(𝑥)


𝑥→𝑎

iii. lim 𝑓(𝑥)=𝑓(𝑎)


𝑥→𝑎 +

Definição [função contínua à esquerda de um número] Uma função é dita


contínua à esquerda do ponto 𝑎 do seu domínio se as seguintes condições são
satisfeitas:

i. 𝑓(𝑎) existe

ii. Existe lim− 𝑓(𝑥)


𝑥→𝑎

iii. lim 𝑓(𝑥)=𝑓(𝑎)


𝑥→𝑎 −

Definição [continuidade em um intervalo semiaberto à esquerda] Dizemos


que uma função é contínua em um intervalo semiaberto à esquerda (𝑎, 𝑏] se e
somente se ela for contínua em no intervalo aberto (𝑎, 𝑏) e for contínua à
esquerda do ponto 𝑏.

Observação:

(𝑎, 𝑏] = (𝑎, 𝑏) ∪ {𝑏}

Definição [continuidade em um intervalo semiaberto à direita] Dizemos que


uma função é contínua em um intervalo semiaberto à direita [𝑎, 𝑏) se e somente
se ela for contínua em no intervalo aberto (𝑎, 𝑏) e for contínua à direita do ponto
𝑎.

Observação:

[𝑎, 𝑏[ = (𝑎, 𝑏) ∪ {𝑎}

Definição [continuidade em um intervalo fechado] Dizemos que uma função


é contínua em um intervalo fechado [𝑎, 𝑏] se e somente se ela for contínua em
no intervalo aberto (𝑎, 𝑏), for contínua à esquerda do ponto 𝑏 e for contínua à
direita do ponto 𝑎.
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Observação:

[𝑎, 𝑏] = (𝑎, 𝑏) ∪ {𝑎} ∪ {𝑏}

Exemplo

A função ℎ(𝑥 ) = √9 − 𝑥 2 é contínua no intervalo fechado [−3,3].

Solução:

A função ℎ é a função composta 𝑓 ∘ 𝑔 em que 𝑓(𝑥 ) = √𝑥 e 𝑔 (𝑥 ) = 9 − 𝑥 2.


Como 𝑔 é uma função polinomial ela é contínua em todo número real. Além
disso, 𝑓 é contínua em todo número positivo pelo Teorema da raiz n-esima.
Logo, pelo Teorema da continuidade da função composta, ℎ é contínua em
todo número 𝑥 para o qual 𝑔(𝑥 ) > 0, isto é, 9 − 𝑥 2 > 0. Logo ℎ é contínua no
intervalo aberto (−3,3). Resta verificar a continuidade à direita de -3 e a
continuidade à esquerda de 3.

lim ℎ(𝑥) = lim √9 − 𝑥 2


𝑥→−3+ 𝑥→−3+

= lim +(9 − 𝑥 2 )
√𝑥→−3
= 0
= ℎ(−3)

Assim ℎ é contínua à direita de -3.


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lim ℎ(𝑥) = lim √9 − 𝑥 2


𝑥→3− 𝑥→3−

= lim− (9 − 𝑥 2 )
√𝑥→3
= 0
= ℎ(3)

Assim, ℎ é contínua à esquerda de 3.

Portanto ℎ é contínua no intervalo fechado [−3,3].

CONTINUIDADE NOS INTERVALOS ILIMITADOS


Definição Dizemos que 𝑓 é contínua na semirreta (𝑎, ∞) se f for contínua em
todos os pontos dessa semirreta.

Definição Dizemos que 𝑓 é contínua na semirreta [𝑎, ∞[ se f for contínua em


todos os pontos da semirreta (𝑎, ∞) e for contínua a direita do ponto 𝑎.

[𝑎, ∞[ = (𝑎, ∞) ∪ {𝑎}

Definição Dizemos que 𝑓 é contínua na semirreta (−∞, 𝑎) se f for contínua em


todos os pontos dessa semirreta.

Definição Dizemos que 𝑓 é contínua na semirreta ]−∞, 𝑎] se f for contínua em


todos os pontos da semirreta(−∞, 𝑎) e for contínua a esquerda do ponto 𝑎.

]−∞, 𝑎] = (−∞, 𝑎) ∪ {𝑎}

Exemplo

Seja 𝑓 (𝑥 ) = √𝑥 2 − 9
Verifique se f e continua ou descontinua nos seguintes conjuntos
i) [−3,3]
ii) (−∞, −3)
iii) (−∞, 3)
iv) [−5,5]
v) [3, ∞[

Inicialmente calcula-se o domínio da função


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𝐷(𝑓) = {𝑥 ∈ 𝑅 , 𝑥 2 − 9 ≥ 0}

𝐷 (𝑓) = {𝑥 ∈ 𝑅 , (𝑥 − 3)(𝑥 + 3) ≥ 0}
Para definir o domínio devemos resolver a inequação
(𝑥 − 3)(𝑥 + 3) ≥ 0
Para resolver essa desigualdade, devemos olhar para as funções 𝑔(𝑥 ) = 𝑥 + 3
e ℎ(𝑥 ) = 𝑥 − 3 separadamente e fazer o estudo do sinal de ambas as funções
Tirando as raízes das funções e fazendo o estudo de sinais temos:

------------------ +++++++++++++++++++++++++++++++
-3
------------------------------------------------------+++++++++++
3
++++++++ --------------------------------- +++++++++++
-3 3

A inequação produto é válida se e somente se,

𝑥 ∈ ]−∞, −3] ∪ [3, +∞[

O domínio da função é 𝐷 (𝑓) = 𝑅 − (−3,3).

i. 𝑓 é descontínua no intervalo (−3,3).


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ii. 𝑓 é contínua na semirreta (−∞, −3)

seja 𝑎 ∈ (−∞, −3)

lim √𝑥 2 − 9 = √ lim (𝑥 2 − 9) = √𝑎2 − 9 = 𝑓(𝑎).


𝑥 →𝑎 𝑥 →𝑎

iii. 𝑓 é descontínua em (−∞, 3), pois (−3,3) ⊂ (−∞, 3).

iv. Como 𝑓 é descontínua no intervalo (−3,3) pois (−3,3) ⊂ [−5,5].

v. 𝑓 é contínua na semirreta [3, ∞[ pois 𝑓 é contínua em (3, ∞) . Além

disso, 𝑓 é contínua à direita de 3. Pois

lim 𝑓(𝑥 ) = lim+ √𝑥 2 − 9 = 0 = 𝑓(3).


𝑥 →3+ 𝑥→3

Teorema do Confronto (Teorema do sanduíche)

Sejam 𝑓, 𝑔, ℎ: 𝐷 → 𝑅, 𝑎 ∈ 𝐷 ′ . Se para todo 𝑥 ∈ 𝐷, 𝑥 ≠ 𝑎,


𝑓 (𝑥) ≤ 𝑔(𝑥 ) ≤ ℎ(𝑥)
e lim 𝑓(𝑥) = lim ℎ(𝑥 ) = 𝐿 então lim 𝑔(𝑥 ) = 𝐿.
𝑥→𝑎 𝑥→𝑎 𝑥→𝑎

Prova:

Dado ∀𝜖 > 0, existe 𝛿1 > 0 tal que 𝑥 ∈ 𝐷, 0 < |𝑥 − 𝑎| < 𝛿1 então |𝑓 (𝑥 ) − 𝐿| < 𝜖.

Dado ∀𝜖 > 0, existe 𝛿2 > 0 tal que 𝑥 ∈ 𝐷, 0 < |𝑥 − 𝑎| < 𝛿2 então |ℎ(𝑥 ) − 𝐿| < 𝜖.

Então:

0 < |𝑥 − 𝑎| < 𝛿1 ⇒ 𝐿 − 𝜖 < 𝑓 (𝑥 ) < 𝐿 + 𝜖.

0 < |𝑥 − 𝑎| < 𝛿2 ⇒ 𝐿 − 𝜖 < ℎ(𝑥) < 𝐿 + 𝜖.

Considere 𝛿 = min{𝛿1 , 𝛿2 } então

𝐿−𝜖 < 𝑓(𝑥) < 𝐿+𝜖


Dado ∀𝜖 > 0, ∀ 𝑥 ∈ 𝐷, 0 < |𝑥 − 𝑎| < 𝛿 ⇒ {
𝐿−𝜖 < ℎ(𝑥) < 𝐿+𝜖

⇒ 𝐿 − 𝜖 < 𝑓 (𝑥 ) ≤ 𝑔 (𝑥 ) ≤ ℎ( 𝑥 ) < 𝐿 + 𝜖

Daqui, lim 𝑔(𝑥 ) = 𝐿. ∎


𝑥→𝑎
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Exemplo

Dado |𝑔(𝑥 ) − 2| ≤ 3(𝑥 − 1)2 para todo 𝑥 ∈ 𝑅. Encontre se existir lim 𝑔(𝑥 ).
𝑥→1

Solução: Como |𝑔(𝑥 ) − 2| ≤ 3(𝑥 − 1)2 para todo 𝑥, segue que

−3(𝑥 − 1)2 < 𝑔 (𝑥 ) − 2 < 3(𝑥 − 1 )2



−3(𝑥 − 1)2 + 2 < 𝑔(𝑥) < 3(𝑥 − 1)2 + 2

Sejam 𝑓(𝑥) = −3(𝑥 − 1)2 + 2 e ℎ ( 𝑥 ) = 3(𝑥 − 1 )2 + 2

lim 𝑓(𝑥 ) = 2 e lim ℎ(𝑥 ) = 2. Pelo teorema do confronto lim 𝑔(𝑥 ) = 2.


𝑥→1 𝑥→1 𝑥→1

Exemplo

Use o teorema do confronto para provar que lim sin 𝑥 = 0.


𝑥→0

Solução: Observe que o valor absoluto do seno de um arco é menor ou igual


ao valor absoluto do arco. Em outras palavras

∀ 𝑥 ∈ 𝑅, | sin 𝑥 | ≤ |𝑥|

O semicírculo tem raio igual a um (círculo trigonométrico), enquanto que | sin 𝑥|


é o comprimento do segmento vertical, |𝑥 | é o comprimento do arco. Dessa
forma, se 𝑥 ∈ 𝑅,

0 ≤ |𝑠𝑖𝑛𝑥 | ≤ |𝑥 |.

Como lim |𝑥 | = 0 e lim 0 = 0, obtemos lim |sin 𝑥 | = 0. ⇔ lim sin 𝑥 = 0


𝑥→0 𝑥→0 𝑥→0 𝑥→0
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Exemplo

1
Use o teorema do confronto para provar que lim |𝑥 sin (𝑥)| = 0.
𝑥→0

Solução: Como −1 ≤ sin 𝑥 ≤ 1, ∀𝑥 então

1
0 ≤ |sin ( )| ≤ 1, se 𝑥 ≠ 0
𝑥

Logo, se 𝑥 ≠ 0

1 1
|𝑥 ⋅ sin ( )| = |𝑥 | |sin ( )| ≤ |𝑥|
𝑥 𝑥

Assim,

1
0 ≤ |x ⋅ sin ( )| ≤ |𝑥|
𝑥
1
Como lim |𝑥 | = 0 e lim 0 = 0, obtemos lim | 𝑥 sin ( )| = 0.
𝑥→0 𝑥→0 𝑥→0 𝑥

Observe o gráfico da função, a função não está definida no zero


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Exemplo

Mostre que lim cos 𝑥 = 1.


𝑥→0

Neste caso, usamos o fato de que, para qualquer 𝑥 ∈ 𝑅,

1 ≤ cos 𝑥 ≤ 1 − |𝑥|

Fazendo 𝑓 (𝑥 ) = 1, 𝑔(𝑥) = cos 𝑥 e ℎ(𝑥 ) = 1 − |𝑥 |.

Como lim 1 − |𝑥 | = 1 e lim 1 = 1, obtemos lim cos 𝑥 = 1.


𝑥→0 𝑥→0 𝑥→0

Limite trigonométrico fundamental

sin 𝑥
lim =1
𝑥→0 𝑥

Prova: A figura abaixo representa a situação em que o arco 𝑥, que liga 𝑂até 𝐶 é
positivo.

Neste caso, 𝑥 é positivo o comprimento do segmento 𝑂𝐵 é a tangente do arco


𝑥, enquanto que o comprimento do segmento 𝐴𝐶 é o seno de x. Portanto, se x
está próximo de zero com x>0, temos

sin 𝑥 ≤ 𝑥 ≤ 𝑡𝑔𝑥

Analogamente, a figura abaixo representa a situação em que o arco 𝑥, que liga


𝑂 até 𝐷 é negativo.
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Neste caso, 𝑥 é negativo o comprimento do segmento 𝑂𝐸 é a tangente do arco


𝑥, enquanto que o comprimento do segmento 𝐴𝐷 é o seno de 𝑥. Portanto, se 𝑥
está próximo de zero com 𝑥 < 0, temos

sin 𝑥 ≥ 𝑥 ≥ 𝑡𝑔𝑥

Resumindo, se 𝑥 está próximo de zero

sin 𝑥
sin 𝑥 ≤ 𝑥 ≤ se 𝑥 > 0
{ 𝑐𝑜𝑠𝑥
sin 𝑥
sin 𝑥 ≥ 𝑥 ≥ 𝑠e 𝑥 < 0
cos 𝑥
1
Multiplicando ambas inequações por sin 𝑥, obtemos

𝑥 1
1 ≤ ≤
sin 𝑥 cos 𝑥
𝑥 1
Fazendo 𝑓 (𝑥 ) = 1, 𝑔(𝑥) = e ℎ (𝑥 ) =
sin 𝑥 cos 𝑥

1
Como lim 𝑓 (𝑥 ) = lim 1 = 1 e lim ℎ(𝑥 ) = lim cos 𝑥 = 1
𝑥 →0 𝑥 →0 𝑥 →0 𝑥 →0

𝑥
Segue que lim 𝑔(𝑥 ) = lim sin 𝑥 = 1.
𝑥 →0 𝑥 →0

Portanto

1 sin 𝑥
lim 𝑥 = lim = 1.
𝑥 →0 𝑥 →0 𝑥
sin 𝑥


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Observação

sin(2𝑥)
lim =1
𝑥 →0 2𝑥

Faça 𝑢 = 2𝑥 quando 𝑥 → 0 então 𝑢 → 0, portanto

sin(2𝑥) sin(𝑢)
lim = lim =1
𝑥 →0 2𝑥 𝑢 →0 𝑢

Exemplo

Calcule, se existir,

sin(2𝑥)
lim
𝑥 →0 𝑥

Temos:

2 sin(2𝑥) sin(2𝑥) sin(2𝑥)


lim = lim (2 ) = lim 2 lim = 2 .1 = 2.
𝑥 →0 2𝑥 𝑥 →0 (2𝑥) 𝑥 →0 𝑥 →0 2𝑥

Exemplo

Calcule, se existir

𝑥
lim
𝑥 →0 sin 𝑥

Temos:

𝑥 1
=
sin 𝑥 sin 𝑥
𝑥

usando o limite do quociente e o limite trigonométrico fundamental, obtemos

𝑥
lim =1
𝑥 →0 sin 𝑥
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Exemplo

Calcule, se existir,

sin(2𝑥)
lim
𝑥 →0 sin(5𝑥)

Para usar o limite trigonométrico fundamental usa-se o seguinte artifício

sin(2𝑥)
sin(2𝑥) 2( )
2𝑥
=
sin(5𝑥) sin(5𝑥)
5( )
5𝑥

Agora aplica-se o limite do quociente

sin(2𝑥)
sin(2𝑥) lim 2 ( 2𝑥 ) 2
𝑥→0
lim = = .
𝑥→0 sin (5𝑥) sin(5𝑥)
lim 5 ( ) 5
𝑥→0 5𝑥

Teorema

A função seno é contínua em zero, isto é, lim sin 𝑥 = sin 0 = 0.


𝑥 →0

Prova :

Devemos verificar três condições

i. sin 0 = 0
sin 𝑥 sin 𝑥
ii. lim sin 𝑥 = lim . 𝑥 = lim lim 𝑥 = 1 . 0 = 0.
𝑥 →0 𝑥 →0 𝑥 𝑥 →0 𝑥 𝑥 →0

iii. lim sin 𝑥 = 0 = sin 0


𝑥 →0

Teorema

A função cosseno é contínua em zero, isto é, lim cos 𝑥 = cos 0 = 1.


𝑥 →0

Prova :

Devemos verificar três condições

i. cos 0 = 1;
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ii. lim cos 𝑥 = lim √1 − sin2 𝑥 = √ lim (1 − sin2 𝑥) = √lim 1 − lim sin2 𝑥 =
𝑥 →0 𝑥 →0 𝑥→0 𝑥→0 𝑥→0

1.
iii. lim cos 𝑥 = 1 = cos 0
𝑥 →0

Para o cálculo do limite usa-se a identidade trigonométrica

𝑠𝑖𝑛2 𝑥 + 𝑐𝑜𝑠 2 𝑥 = 1

Próximo de zero no círculo trigonométrico o cosseno é positivo, portanto

cos 𝑥 = √1 − 𝑠𝑖𝑛2 𝑥.

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