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Sobre o Autor

Por: KEVEN MADALOZZO

ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE
Todas informações contidas neste guia são provenientes de minhas experiências
pessoais com o aprendizado sobre eletricidade, elétrica automotiva, injeção eletrônica,
física e tudo que compõe meus conhecimentos ao longo de vários anos de estudos e
trabalho. Embora eu tenha me esforçado ao máximo para garantir a precisão e a mais
alta qualidade dessas informações e acredite que todas os fundamentos e conceitos
aqui descritos podem levar o leitor do absoluto zero ao conhecimento de elétrica
automotiva. Cabe ao leitor utilizar e ajustar as informações deste guia de acordo com
sua situação e necessidades.

Todos os nomes de marcas, produtos e serviços mencionados neste guia são


propriedades de seus respectivos donos e são usados somente como referência. Além
disso, em nenhum momento neste guia há a intenção de difamar, desrespeitar, insultar,
humilhar ou menosprezar você leitor ou qualquer outra pessoa, cargo ou instituição.
Caso qualquer escrito seja interpretado dessa maneira, eu gostaria de deixar claro que
não houve intenção nenhuma de minha parte em fazer isso. Caso você acredite que
alguma parte deste guia seja de alguma forma desrespeitosa ou indevida e deva ser
removida ou alterada, pode entrar em contato diretamente comigo através do e-mail
contato@kevenmadalozzo.com.br

DIREITOS AUTORAIS
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sujeito a ações legais.

Elétrica Automotiva Básica – Os fundamentos ©2020


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Sobre o Autor

Sobre o autor
KEVEN MADALOZZO

Meu nome é Keven Madalozzo e há quase 10 anos eu trabalho com Mecânica,


Elétrica e Injeção Eletrônica. Sou apaixonado por Tecnologia, Transformação e Inovação
e isso me rendeu muitas oportunidades na vida, nas quais diversas delas adquiri muito
conhecimento especializado.

Trabalhei bastante tempo apenas com Injeção Eletrônica e sistemas embarcados e


nesta mesma linha do tempo entrei em um projeto de desenvolver uma injeção
eletrônica programável, isso sem dúvida, me forneceu muito conhecimento de como
uma injeção eletrônica trabalha, diagnósticos com osciloscópio, lógica de pensamento
e diagnóstico, linhas de pensamento para otimizar o tempo.

Há 5 anos sou proprietário de meu próprio negócio, realizando meu sonho, hoje
trabalho no Grupo Madalozzo, onde recentemente dei mais um passo em direção aos
meus objetivos e sonhos de vida. Decidi Transformar, transformar vidas, dividir
conhecimento, sempre tive o sonho de modificar o mundo e acredito que tenha dado
os primeiros passos, iniciei meu canal no Youtube onde divido as minhas experiências e
como acredito muito no universo, junto com esses primeiros passos veio um convite
muito especial de me tornar Instrutor Técnico na Escola do Mecânico de minha cidade.

Hoje sigo meu projeto com o canal no Youtube e redes sociais, meu Blog e como
Instrutor Técnico.

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ÍNDICE

Capítulo 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 8


Capítulo 2 A PREPARAÇÃO DA SUA JORNADA........................................................ 12

Capítulo 3 MATÉRIA E ENERGIA ............................................................................. 14


Matéria ................................................................................................................ 15
Molécula .............................................................................................................. 17
O Átomo .............................................................................................................. 19
Constituição do átomo ........................................................................................ 21
Energia ................................................................................................................. 24

Capítulo 4 GRANDEZAS ELÉTRICAS......................................................................... 26


Eletricidade .......................................................................................................... 27
Eletrostática......................................................................................................... 28
Eletrodinâmica..................................................................................................... 32
Principais Grandezas Elétricas ............................................................................. 33
Carga Elétrica .................................................................................................... 34
Tensão elétrica ................................................................................................. 37
Corrente Elétrica............................................................................................... 40
Resistência Elétrica ........................................................................................... 50
Potência Elétrica ............................................................................................... 55
Exercícios ............................................................................................................. 59

Capítulo 5 LEI DE OHM ........................................................................................... 61


Primeira Lei de Ohm ............................................................................................ 62
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Segunda Lei de Ohm ............................................................................................ 67
Resistividade Específica .................................................................................... 70

Capítulo 6 DESCOMPLICANDO OS CONCEITOS ...................................................... 73

Capítulo 7 CIRCUITO ELÉTRICO .............................................................................. 83


Múltiplos e Submúltiplos ..................................................................................... 84
Principais Componentes ...................................................................................... 87
Bateria .............................................................................................................. 88
Resistor ............................................................................................................. 89
Capacitor .......................................................................................................... 93
Fusíveis ............................................................................................................. 96
Interruptores .................................................................................................... 99
Diodo .............................................................................................................. 101
Simbologia ......................................................................................................... 105
Tipos de circuito ................................................................................................ 107
Circuito em Série ............................................................................................ 110
Circuito em Paralelo ....................................................................................... 114
Circuito Misto .................................................................................................... 123
Dimensionamento ............................................................................................. 127
Condutores ..................................................................................................... 128
Fusíveis ........................................................................................................... 133
Ferramentas ...................................................................................................... 135
Exercícios ........................................................................................................... 138

Capítulo 8 INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO ............................................................ 140

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Voltímetro ......................................................................................................... 141
Amperímetro ..................................................................................................... 143
Ohmímetro ........................................................................................................ 145
Multímetro ........................................................................................................ 147
Como fazer medições ..................................................................................... 150
Osciloscópio....................................................................................................... 152
Caneta de Polaridade ........................................................................................ 153

Capítulo 9 CIRCUITOS ELÉTRICOS AUTOMOTIVOS ............................................... 155


Principais Componentes .................................................................................... 156
Relé ................................................................................................................. 157
Comutador de Ignição .................................................................................... 162
Interruptor de Luz de Freio ............................................................................ 165
Interruptor de Luz de Ré................................................................................. 168
Interruptor de pedal de Embreagem ............................................................. 170
Chave de farol................................................................................................. 171
Válvula solenoide ............................................................................................ 174
Circuitos Automotivos ....................................................................................... 175
Norma DIN ...................................................................................................... 177
Sistemas de Iluminação .................................................................................. 178
Sistemas de Refrigeração ............................................................................... 189
Outros Sistemas .............................................................................................. 200

Capítulo 10 SISTEMA DE CARGA E PARTIDA ......................................................... 205


Sistema de Partida ............................................................................................. 206
Bateria ............................................................................................................ 207

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Motor de Partida ............................................................................................ 212
Sistema de Carga ............................................................................................... 222
Alternador....................................................................................................... 223

Capítulo 11 RESULTADO EXERCÍCIOS ................................................................... 239


Capítulo 12 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................... 240

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INTRODUÇÃO

Capítulo 1 INTRODUÇÃO

Seja muito bem vindo, fico muito feliz que tenha decidido iniciar a leitura deste
livro, neste livro encontrará de forma reduzida um pouco do conhecimento que adquiri
durante os anos.

Assim como você eu também já tive a vontade de aprender algo novo, inovar, fazer
a diferença. Neste livro concentrarei os esforços para simplificar o entendimento do
que chamamos de elétrica automotiva.

Comecei trabalhando quando ainda estava estudando com 14 anos de idade,


comecei trabalhando como auxiliar de mecânico em uma oficina e em seguida comecei
meu curso Técnico. Com isso eu só conseguia trabalhar 1 turno na oficina, pois o meu
curso era a tarde e durante a noite eu estava cursando o ensino médio.

Trabalhava pela parte da manhã, ia para o curso na parte da tarde e a noite eu ia


para o ensino médio, foram 2 anos nessa caminhada, quando finalizei o curso comecei
a trabalhar em tempo integral.

Quando comecei trabalhar eu era auxiliar, então ajudava em tudo, lavagem de


peças, limpeza de ferramentas, levava discos de freio para retificar, ia no mercado,
enfim, fazia de tudo o possível. Comecei aprender mecânica como consequência disso,
e sempre desde que comecei gostava muito de ver os mecânicos mais velhos mexendo
no scanner, era tudo muito novo para mim, visualizava os dados do motor na tela do
computador, rotação, temperatura do ar, temperatura da água... Era muito novo pra
mim, pois, nunca havia tido nenhum contato com veículos antes, estava trabalhando
em uma obra com meu pai que na época era mestre de obras, até que vi um anuncio
de um curso de mecânica no jornal, ainda lembro como se fosse ontem, durante o
almoço lendo aquele jornal eu vi o anuncio e pensei:

“Vou trabalhar de mecânico, vou fazer esse curso”. Meu pai me apoiou e foi aí que
tudo começou, então, eu não sabia nada mesmo, nunca havia tido contato.

Aquela paixão por injeção eletrônica tinha sido geminada, quando eu via os
mecânicos através do scanner, solucionando problemas e diagnosticando falhas, aquilo
era o que eu queria. Desde então vinha sempre que possível observando e perguntando
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INTRODUÇÃO

muito, sempre fui muito curioso, como as coisas funcionam e por que funcionam de tal
maneira, isso me proporcionou adquirir muito conhecimento de pessoas altamente
instruídas, como meu curso era Técnico, logo de cara na parte de elétrica veio um
conteúdo muito similar ao de escola, sabe? Bastante teoria, cálculos e mais cálculos e
isso me proporcionou a criar uma forte e sólida base para meus futuros conhecimentos
e empreitadas, aproveitei a quantidade de teoria que vinha adquirindo e comecei a
perguntar, conversar e acompanhar os serviços de injeção eletrônica, como eu
trabalhava das 08:00 ao 12:00 eu sempre chegava 7:20, 7:30, aproveitava para passar
o primeiro café do dia e no horário do almoço eu bombardeava meus colegas e chefe
com perguntas, as vezes penso que posso ter sido até irritante, hoje valorizo muito
quando alguém me pergunta algo, pois, reconheço a vontade e o interesse em adquirir
conhecimento e sinto muito feliz de poder compartilhar, com o tempo, comecei a ser
direcionado para mais serviços de injeção e elétrica, somente serviços simples, até por
questão da minha carga horária, não podia começar e terminar um serviço maior no
mesmo dia, por exemplo.

Lembro ainda que a maior felicidade era quando um carro chegava de guincho sem
funcionar, sério, adorava esse tipo de problema. Antes mesmo de terminar o meu curso
técnico eu acabei saindo daquela empresa e indo para outra por indicação de um
professor do meu curso e nesta empresa, devo muito dos meus conhecimentos de hoje,
assumi um cargo na época de auxiliar de eletricista, trabalhando na época somente com
injeção eletrônica, elétrica e GNV. Uma empresa muito bacana e com muitos recursos
e ferramental, comecei lá ter contato com ferramentas mais precisas de diagnóstico,
esquemas elétricos, osciloscópio, scanners variados, ferramentas especiais.

Lá começou a geminar diversas outras sementinhas, como trabalhava com GNV,


nós instalávamos Kits de conversão GNV, a equipe responsável pela parte mecânica
instalava o cilindro, tubulação, redutora e outras partes. E eu e meu chefe de setor
lidávamos com a instalação da parte elétrica e acerto de mistura do GNV, os kits de GNV
de 5ª geração era como se fosse uma injeção eletrônica a gasolina com injetores e tudo
mais, então era necessário andar com o veículo para analisar o funcionamento do motor
e acertar o mapa de injeção do GNV, ali comecei a pegar gosto por injeções eletrônicas
programáveis, aquela empresa era muito flexível e muito boa de trabalhar,
costumávamos brincar que pegava até avião sem asa pegando fogo ( Brincadeiras à

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INTRODUÇÃO

parte ), o dono era muito gente boa e gostava de projetos especiais também, então
trabalhei em muita coisa bacana, reformamos toda elétrica de fusca, instalamos injeção
eletrônica em veículos antigos, turbinamos veículos, naquela época eu tinha muita
vontade e pessoas instruídas para dividir seu conhecimento comigo, eu aproveitei tudo
que pude e sou muito grato por tudo que aprendi. Fiz muitas amizades boas e participei
de diversos projetos que me proporcionaram o conhecimento em diversas áreas que
tenho hoje.

Quando terminei meu curso comecei a trabalhar em tempo integral e fui


promovido a eletricista, comecei a tirar minha carteira de motorista e com isso veio
maiores responsabilidades, diagnósticos e reparos sozinhos, teste do veículo que até
então não podia dirigir.

Nesta época comecei a comprar ferramentas para fazer algumas coisas em casa,
não ganhava muito, mas era o suficiente para viver e ir adquirindo ferramentas.
Comecei a consertar alguns veículos no sábado e domingo, o que não tinha de
ferramenta meu chefe me emprestava, como disse anteriormente, muito gente boa e
devo muito aquela empresa, os scanners eram o mais caro então sempre pegava
emprestado.

Nessa mesma linha do tempo conheci uma pessoa muito inteligente e entramos
em um projeto juntos, existe uma injeção chamada MegaSquirt que é uma injeção de
código aberto americana com muitos recursos bacanas que quase não existiam nas
injeções nacionais e queríamos torna-la mais compacta e moderna, então começamos
analisar os esquemas elétricos e projetar uma placa nova, com os componentes em
SMD e o mais compacta possível com Bluetooth, foram anos bem corridos e produtivos,
pude aprender muito de eletrônica e como uma injeção realmente trabalha. Montamos
algumas injeções, instalamos e algumas até hoje funcionam, mas o tempo acabou nos
distanciando do projeto e seguimos nosso caminho.

Durante essa jornada, com o conhecimento e a experiência aumentando recebi


propostas de trabalho melhores e com dois corações tive que tomar uma decisão para
seguir em minha trajetória de vida, muito grato por todo aprendizado e oportunidade,
segui minha trajetória para trabalhar somente com injeção eletrônica. E contei esse
trecho de minha vida para vocês, apenas para dizer que isso só foi possível porque havia

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INTRODUÇÃO

construído uma base forte de conhecimento, isso é, os fundamentos, isso me


proporcionou suportar os conhecimentos para até projetar uma injeção eletrônica.

E desejo isso para vocês, que construam uma fundação sólida para apoiar o prédio
da vida de vocês.

Decidi escrever este livro para possibilitar você que não sabe nada sobre elétrica
sair do absoluto zero e aprender elétrica automotiva de uma forma muito completa,
isso é, de uma forma sólida.

Minha vontade mais sincera é que você aprenda os fundamentos aqui descritos
sem decorar nada, sem cobrança alguma e construa uma forte e inabalável fundação
de conhecimentos, para isso, é necessário conhecermos a eletricidade intimamente.

Não se preocupe como aprenderá, em quanto tempo aprenderá ou como


praticará, apenas decida agora, decida que irá aprender elétrica automotiva. E o resto
apenas acontecerá, quando estamos decididos tudo nos possibilita.

Fórmulas decoradas funcionam enquanto lembramos delas. Uma vez que


internalizamos algo o nível de conhecimento é diferente, é como falar português, você
não pensa, apenas faz.

Uma vez que aprenda a andar de bicicleta, jamais esquecemos, podemos passar
anos, talvez um pouco menos de prática, receio, mas é alguns segundos pedalando e..
Pronto. Isso porque você aprendeu a pedalar, não decorou.

O mesmo acontece com tudo em nossa vida, na minha opinião. Por isso neste livro
vou fornecer tudo para que você saia do ABSOLUTO ZERO até conhecer e entender
elétrica automotiva de verdade.

Caso você tenha algum conhecimento, o convido a ler também o livro por completo
e só depois fazer uma avaliação do conteúdo, não limite o potencial dos fundamentos
aqui fornecidos.

Leia o livro até o final e faça uma avaliação, em algum momento de sua leitura cairá
uma ficha, começara a entender tudo que aqui consta de uma forma diferente, se na
primeira leitura não cair a ficha, leia novamente, em algum momento você perceberá.

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A PREPARAÇÃO DA SUA JORNADA

Capítulo 2 A PREPARAÇÃO DA SUA JORNADA

Aqui começa sua verdadeira jornada, no próximo capítulo vai começar a entrar em
um mundo novo e essa será sua jornada. Os esquemas dispostos aqui neste livro não
representaram 1% dos veículos que irá trabalhar, se pensar por esse ângulo.

Os fundamentos e ensinamentos disponíveis aqui vão te possibilitar aprender e


trabalhar em qualquer veículo que quiser.

Gosto da analogia de comparar nossos níveis de conhecimento com um prédio. Por


exemplo, a injeção eletrônica é um andar, a elétrica automotiva é outro andar, injeção
eletrônica avançada é outro andar, injeção programável é outro andar, e assim
sucessivamente.

Os fundamentos do 3º, 4º e do 5º capítulo que formam a eletricidade são a base


para todos esses andares, o fato é que um prédio com muitos andares e uma fundação
pouco estruturada um dia pode cair, com um vento forte ou uma tempestade que virão
no seu dia a dia como problemas difíceis de solucionar, dificuldades técnicas. Uma vez
que temos uma fundação sólida e bem estruturada, podemos ir construindo nossos
andares, um apoiando o outro de forma eficiente. Com uma base forte podemos ter
200 andares acima e a estrutura vai firmar todo esse prédio.

Uma vez que você compreenda os fundamentos da eletricidade, terá o mundo


disponível para você seguir, como a elétrica automotiva, se especializar em algum setor,
aprender injeção... etc.

“Você não consegue fazer manobras avançadas de bicicleta se não souber ao menos
pedalar”

Indico o leitor que, após terminar o capítulo 3º, releia-o antes de passar ao
próximo, faça isso também com o 4º e o 5º. Sempre que precisar, volte neste livro e
releia o que precisa até que esteja internalizado em você esses conhecimentos, desejo
a você que o fogo pelo conhecimento permaneça aceso por toda sua vida e que este
livro possa ajudar a alcançar seus objetivos.

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A PREPARAÇÃO DA SUA JORNADA

Para compreendermos elétrica automotiva de verdade, precisamos entender


alguns conceitos, pois, nem se quer enxergamos essa tal de elétrica. Não é mesmo?

Sabemos que a luz é elétrica e ilumina, mas compreendemos como funciona?

Para entendermos estes conceitos será necessário paciência nos primeiros


capítulos, pois vamos entrar na raiz da elétrica automotiva, entender como funciona
desde os átomos, literalmente.

Albert Einstein disse uma vez que estamos rodeados de energia e sempre está em
movimento, e ele não estava errado.

A eletricidade é um fenômeno que ainda não conseguimos enxergar, por muito


tempo existiu teorias que nem podiam ser comprovadas, hoje, conseguimos apenar
compreender os conceitos e comprová-los graças a grandes nomes da Física que
veremos durante o livro.

Nos primeiros capítulos vamos voltar as aulas do ensino médio e rever com
bastante detalhes focados para maximizar nosso entendimento sobre a elétrica
automotiva, então, caso o leitor possua já conhecimentos de elétricas e queira pular
esses capítulos, eu não aconselho.

Pois pode haver algum detalhe que ajude o leitor a internalizar os conhecimentos
de uma forma mais fácil, agora que você decidiu aprender elétrica automotiva, peço
que vá até o final, e se precisar vá novamente e depois faça uma avaliação criteriosa
dos conceitos que aprendeu.

Agora, comece sua jornada aprendendo sobre a base de tudo o que conhecemos
em....

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M ATÉRIA E ENERGIA

Capítulo 3 MATÉRIA E ENERGIA

O Universo conhecido manifesta-se basicamente através de duas formas:


matéria e energia.

Esses dois aspectos, embora diferentes, pertencem à mesma realidade.

Tudo o que está a nossa volta manifesta-se nessas formas, começaremos com a ....

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M ATÉRIA E ENERGIA

MATÉRIA

Basicamente: Matéria é tudo aquilo tem massa e ocupa um lugar no espaço.

Alguns exemplos de matéria:

As árvores A água A borracha

A matéria é constituída de porções limitadas que recebem o nome de Corpos


Simples ou Corpos Compostos, esses corpos são compostos de moléculas e/ou
átomos.

Os Corpos Simples são aqueles formados por um único átomo.

São também chamados de elementos.

São exemplos de elementos:

Ouro Oxigênio Cobre Hidrogênio

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M ATÉRIA E ENERGIA

Os Corpos Compostos são aqueles formados por uma combinação de dois ou


mais elementos (átomos).

São exemplos de Corpos Compostos:

Água Sal de cozinha Solução de bateria

A Matéria possui algumas propriedades, não focaremos nelas agora neste instante,
mas quero lhe apresentar superficialmente a alguns desses conceitos, são eles:

Propriedades da Matéria:

• Massa: Medida da quantidade de Matéria de um corpo.


• Inércia: Resistência que um corpo oferece a qualquer tentativa de variação
do seu estado de movimento ou repouso.
• Propriedade Magnética: Capacidade que uma substância tem de atrair
pedaços de ferro (Fe) e níquel (Ni).
• Condutibilidade: Capacidade da matéria conduzir a corrente elétrica.

Cuidado:

Existem coisas com as quais temos contato na vida diária que não ocupam
lugar no espaço, não sendo, portanto, matéria.
Exemplos desses fenômenos são o som, o calor e a eletricidade.

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M ATÉRIA E ENERGIA

MOLÉCULA

Meu objetivo é tornar possível um aprendizado descomplicado sobre a elétrica


para você, e para isso é fundamental que dominemos a compreensão da teoria sobre
Matéria e Energia.

Por este motivo, neste capítulo estudaremos o arranjo físico das partículas que
compõem as moléculas e os átomos e a maneira como essas partículas se comportam.

Entendendo isso, será muito mais fácil compreender os fenômenos que formam a
Eletricidade.

_____________________________________________________________________

Molécula é um grupo de átomos, iguais ou diferentes, que se mantêm


unidos e que não podem ser separados sem afetar ou destruir as propriedades
das substâncias. Molécula é a menor partícula em que se pode dividir uma
substância de modo que ela mantenha as características da substância que a
originou.

_____________________________________________________________________

Tomemos como exemplo uma gota de água, que presumo, todos conhecemos sua
composição (H2O) .

Se esta gota de água for dividida continuamente, até cada vez mais tornar-se
menor, chegaremos à menor partícula que conserva as características da água, ou
seja, a molécula de água.

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M ATÉRIA E ENERGIA

Veja a representação de uma molécula de água:

Basicamente a molécula é formada por átomos.

Observe a água:

H2O, onde:

H2= 2 átomos de hidrogênio

O = 1 átomo de oxigênio

As moléculas se formam porque, na natureza, todos os elementos que compõem


a matéria tendem a procurar um equilíbrio elétrico. (Veremos sobre este equilíbrio
adiante).

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M ATÉRIA E ENERGIA

O ÁTOMO

Os animais, as plantas, as rochas, as águas dos rios, lagos e oceanos e tudo o que
nos cerca é composto de átomos, até mesmo nós seres humanos.

O átomo é a menor partícula em que se pode dividir um elemento e que, ainda


assim, conserva as propriedades físicas e químicas desse elemento.

O átomo é uma unidade básica de matéria e também, fundamental, formando toda


a matéria que nos cerca, toda matéria é composta por moléculas e como consequência
por átomos.

Agora que você já conhece a formação básica da matéria, posso lhe passar mais
um conceito universal da natureza, você já ouviu falar que?:

“NA NATUREZA, NADA SE PERDE, NADA SE CRIA, TUDO SE TRANSFORMA”

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M ATÉRIA E ENERGIA

Gosto muito dessa lei da natureza, vejamos pela matéria agora, pegamos um motor
a combustão interna a gasolina, sabemos que para o funcionamento do mesmo,
necessitamos basicamente de gasolina e oxigênio para entrar em funcionamento, após
a queima, nossa mistura de AR/COMBUSTÍVEL gera ENERGIA, e após isso deixa de ser
gasolina e oxigênio e se torna uma série de outros gases, que são dispensados pelo
escapamento.

E isso se aplica a tudo, pense agora comigo, quando você cozinha em casa, o gás
de cozinha após a queima, se torna o que?!

Quando acendemos o carvão na churrasqueira, ele gera calor e depois?!

Tome outros exemplos e reflita sobre isso por um instante.

Uma curiosidade:

Os átomos são tão pequenos que, se forem colocados 100 milhões deles um ao lado
do outro, formarão uma reta de apenas 1 cm de comprimento.

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M ATÉRIA E ENERGIA

CONSTITUIÇÃO DO ÁTOMO

Entender a estrutura de um átomo é uma chave fundamental para compreender


a eletricidade, veremos a seguir que a partir de sua “construção” é possível
observarmos nossos primeiros “Insides” da energia e da eletricidade.

O átomo é formado de numerosas partículas. Todavia, estudaremos somente


aquelas que mais interessam à teoria eletroeletrônica.

O átomo é formado por uma parte central chamada núcleo e uma parte periférica
denominada eletrosfera.

Dentro do átomo, temos algumas outras partículas consideradas subatômicas.

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M ATÉRIA E ENERGIA

As 3 que mais nos interessam são:

Elétrons

•São partículas que tem carga negativa e que ficam


girando em torno do núcleo na eletrosfera.

Prótons

•São partículas que tem carga positiva e que ficam no


interior do núcleo.

Neutrons

•São partículas que tem carga neutra e que ficam no


interior do núcleo.

Os átomos tendem a “viver” em equilíbrio elétrico (como citado anteriormente),


ou seja, por exemplo:

Se possuímos 10 Prótons, para alcançarmos o equilíbrio elétrico é necessário


possuirmos 10 Elétrons.

Nesse caso acima temos um átomo eletricamente NEUTRO.

Pegamos outro caso como exemplo:

Se possuímos 10 Prótons e possuímos 15 Elétrons.

Logo, temos um desequilíbrio elétrico, e como temos mais elétrons que prótons,
a carga elétrica desse átomo é negativa.

Se possuímos 10 Prótons e possuímos 5 Elétrons.

Logo, temos um desequilíbrio elétrico, e como temos menos elétrons que


prótons, a carga elétrica desse átomo é positiva.

Os átomos sempre buscaram o equilíbrio elétrico, seja repondo elétrons


faltantes, ou cedendo elétrons excedentes.
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M ATÉRIA E ENERGIA

O átomo tem diversas “camadas” na eletrosfera, e os elétrons que se


movimentam se encontram na última camada, e pela facilidade de movimentação
são considerados “Elétrons livres” e essa última camada é chamada de camada de
valência.
Cada átomo possui uma particularidade, alguns átomos podem ter 7 camadas,
outros 1, outros 2...

Essas camadas são: K, L, M, N, O, P e Q.

Observação:

Os prótons ficam dentro do núcleo do átomo, logo os principais responsáveis


pela eletricidade são os Elétrons, que estão “livres” na eletrosfera e conseguem se
movimentar entre um átomo e outro, criando desequilíbrio energético e cargas
positivas e negativas. Então o átomo sempre vai ter o mesmo número de Prótons, o
que vai modificar sua carga elétrica é o número de Elétrons.

Já está dando para ter uma ideia de como possuímos positivo e negativo em uma
bateria, não é mesmo?!

Agora veremos um pouco sobre energia que também está presente em nosso dia
a dia em....
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M ATÉRIA E ENERGIA

ENERGIA

Tudo no universo é feito de matéria e energia.

A curiosidade natural do homem, o leva a explorar o ambiente que o cerca,


observando, analisando, realizando experiências, procurando saber o porquê das
coisas. Nesta atividade, exploradora e investigativa, o homem adquire conhecimentos.
Muitos desses conhecimentos são usados para melhoria de sua vida.

O homem aprendeu a utilizar o fogo como fonte de luz e calor, a água para mover
uma roda, o vapor de água para movimentar máquinas, o vento para movimentar o
moinho e barcos a vela, dessa maneira atingiu um conhecimento tecnológico.

Por outro lado, essa curiosidade natural o leva a sistematizar os conhecimentos


adquiridos, procurando saber como e por que acontecem, fazer comparações e
analogias, estabelecer relações de causa e efeito, que lhe permitam fazer previsões.
Neste caso ele adquire um conhecimento científico dos fatos.

Então, podemos definir que:

“A energia é a capacidade de causar mudança ou produzir trabalho “

Existem diversas formas de energia, alguns exemplos:

• Energia mecânica
• Energia térmica
• Energia Elétrica
• Energia Luminosa
• Energia Sonora

A lei que se aplica a matéria que vimos anteriormente se aplica também a


energia.

“A lei da conservação da energia é fundamental. Ela diz que a energia não se perde,
nem pode ser destruída, ela se transforma.”

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M ATÉRIA E ENERGIA

Exemplo:

A energia que chega do sol aquece a água. (Transforma energia luminosa em


energia térmica)

Este aquecimento provoca o transporte de vapor para atmosfera, formando as


nuvens.

A água ao retornar para a superfície (Energia cinética), forma os lagos e rios que
posteriormente serão represados

A água ao cair pelo vertedouro movimenta as pás da turbina do gerador.


(Transforma energia mecânica em energia elétrica)

Focaremos aqui na forma de energia elétrica e no próximo capítulo daremos o


primeiro passo rumo ao entendimento da eletricidade e seus fundamentos, e acredito
veemente que o fator mais importante para dominar qualquer conhecimento é
entender seus princípios, fundamentos e conceitos.

“Não podemos fazer manobras avançadas de bicicletas, se não soubermos ao


menos pedalar corretamente”

Então esses primeiros capítulos dirigirão seu aprendizado para sua vida, acredito
convictamente que, uma vez que você compreenda os princípios neste livro
disponibilizado e coloque em prática, não haverá problemas futuros que você não terá
capacidade de solucionar. Leia novamente este capítulo antes de ir ao próximo,
“masterize” a matéria, molécula e o átomo.

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GRANDEZAS ELÉTRICAS

Capítulo 4 GRANDEZAS ELÉTRICAS

Neste capítulo abordaremos os princípios sobre a eletricidade que você precisa


saber para compreendê-la, a eletricidade tem diversas grandezas que basicamente são
aquelas características que podem ser medidas e possibilitam que tenhamos
características baseadas em informações numéricas e/ou geométricas.

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ELETRICIDADE

A eletricidade é um fenômeno físico resultante da combinação de uma força


chamada tensão elétrica e do movimento de partículas (elétrons) denominado corrente
elétrica. Mas o que seria tensão e corrente elétrica? Para compreendermos melhor
essas grandezas, vamos estudar sobre os princípios da eletrostática.

Guarde bem esses nomes Sublinhados em Negrito. Veremos eles logo a seguir!

A eletricidade é uma forma de energia que faz parte da constituição da matéria.


Existe, portanto, em todos os corpos. O estudo da eletricidade é organizado em dois
campos: a eletrostática e a eletrodinâmica.

Curiosidade:

O termo “eletricidade” provém da palavra grega élektron, que significa


âmbar. A eletricidade foi descoberta pelo filósofo grego Tales de Mileto, que ao
esfregar um âmbar em um pedaço de pele de carneiro, observou que pedaços
de palha e fragmentos de madeira começaram a ser atraídos pelo próprio
âmbar.

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ELETROSTÁTICA

A eletrostática é um ramo da física que estuda o comportamento e os fenômenos


relacionados às cargas elétricas em repouso. E o que seriam essas cargas elétricas?

Todos os elementos existentes em nosso meio são constituídos por partículas


denominadas átomos.

Esses átomos como vimos anteriormente são divididos basicamente em duas


partes:

Núcleo e Eletrosfera.

O núcleo é a parte estática do átomo, que contém os chamados prótons (cargas


positivas) e os nêutrons (cargas neutras).

A eletrosfera é a parte dinâmica do átomo, que contém os elétrons (cargas


negativas).
Os elétrons ficam em orbitais ao redor do núcleo como se fossem planetas ao redor do
Sol.

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GRANDEZAS ELÉTRICAS

Agora que já sabemos quais são as cargas elétricas e onde elas se encontram,
vamos conhecer um pouco sobre seus princípios e comportamentos, a que chamamos
de princípio da atração e repulsão.

__________________________________________________________________

(A) Princípio da atração – Ocorre entre cargas de sinais opostos. Esse


princípio evidencia que cargas elétricas de sinais contrários se atraem.

(B) Princípio de repulsão – Ocorre entre cargas de sinais iguais. Dentro desse
princípio, cargas elétricas de mesmo sinal se repelem.

“Os opostos se atraem.”

Em certo ponto de vista é uma teoria muito verdadeira, não acha?!

_____________________________________________________________________

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Curiosidade:

Se você passar o pente várias vezes no seu cabelo e aproximá-lo de


pequenos pedaços de papel, o pente funcionará como um ímã. Esse movimento,
que se chama eletrização por atrito, ocorre porque o atrito de um corpo com
outro faz com que um dos corpos perca elétrons, deixando-os com carga de
sinais opostos, ocasionando o princípio da atração.

Agora você deve estar se perguntando: se cargas de sinais contrários se atraem,


como os elétrons e os prótons podem ficar separados no átomo?

Bem, vamos tentar esclarecer melhor essa questão.

Como vimos, os prótons ficam no núcleo, parte do átomo que se mantém imóvel,
enquanto os elétrons estão em movimento ao seu redor.

Essa movimentação do elétron ao redor do núcleo gera forças centrífugas que


tendem a afastar o elétron de seu núcleo, porém a força de atração existente entre
elétron e próton faz com que o elétron mantenha sua trajetória em torno do núcleo.

Veja uma ilustração desse contexto:

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ELETRODINÂMICA

A eletrodinâmica é a parte da física responsável pelo estudo do comportamento


das cargas elétricas em movimento.

Para entendermos o movimento que acontece com a energia elétrica, precisamos


relembrar o conceito de elétrons livres:

Elétrons livres são os elétrons mais distantes do núcleo do átomo, que se


concentram na parte externa do átomo de forma desordenada.

Quando esses elétrons livres recebem a carga de um gerador, se organizam e


formam através dessa organização uma corrente elétrica que acontece em virtude da
influência de uma força elétrica responsável por este movimento.

A eletrodinâmica estuda o comportamento de toda carga elétrica em movimento


e você poderá compreender isso de forma mais clara nas principais grandezas elétricas

Veremos agora então os fundamentos da eletricidade e suas principais grandezas


em.....

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PRINCIPAIS GRANDEZAS ELÉTRICAS

Estudaremos neste capítulo os fundamentos e as principais grandezas elétricas


para que possamos entender a eletricidade como um todo. Os elétrons, conforme
mencionei anteriormente, são a chave para eletricidade.

Grandeza elétrica é tudo aquilo que pode ser medido, contado e pesado. Existem
diversas grandezas elétricas, mas veremos aqui as que são fundamentais, conhecidas
também como básicas. São elas:

• Tensão Elétrica
• Corrente Elétrica
• Resistência Elétrica
• Potência Elétrica

E para compreendermos estas grandezas elétricas precisamos antes entender a


carga elétrica de um corpo energizado positivamente ou negativamente.

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CARGA ELÉTRICA

Sabemos que a matéria é constituída por átomos e estes por sua vez são
constituídos por elétrons, prótons, nêutrons e outros.

Qualquer corpo em seu estado normal possui um número igual de elétrons e


prótons (corpo neutro).

Os elétrons e os prótons são cargas elétricas e pelo princípio das cargas sabe-se
que cargas iguais se repelem e cargas diferentes se atraem.

++++-++++-+++++-++ -----+-----++----------+-- ++--++--


+ Prótons do que -- Mesma quantidade de
Elétrons + Elétrons do que Prótons Prótons/Elétrons
CORPO A CORPO B CORPO C

Dizemos que:

O corpo A está carregado eletricamente com carga positiva, ou seja, ele possui
potencial positivo.

O corpo B está eletricamente com carga negativa, ou seja, ele possui potencial
negativo.

O corpo C está neutro, ou seja, ele não possui potencial.

Obs.: Em termos práticos uma pequena quantidade de elétrons é insignificante


por isso adotaremos a unidade Coulomb que representa 625000000000000000
(6,25.1018) elétrons. (Não foque nesses dados, apenas capte o “Feeling” da coisa.)

Então, quando um corpo está carregado eletricamente, nós possuímos uma certa
quantidade de elétrons neste corpo.

Quando nós temos 2 corpos carregados diferentemente, como é o caso do Corpo


A e do Corpo B nós podemos afirmar que há uma Diferencia de potencial.

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O corpo A possui 3 elétrons.

O corpo B possui 24 elétrons.

Logo, nos possuímos uma diferença de potencial de 21 elétrons entre um corpo e


outro.

Lembra que disse que os elétrons eram a chave da eletricidade? Pois bem...

Vejamos este diagrama simples:

Possuímos o Corpo A, que


busca elétrons para se
equilibrar E possuímos o
++++-++++-+++++-++ -----+-----++----------+----
Corpo B que necessita se
“livrar” de elétrons para se
equilibrar.
CORPO A CORPO B

Para fins teóricos, vamos imaginar então que este nosso diagrama, seja uma
bateria:

Onde possuímos os Polos Positivo e Negativo da bateria.

++++-++++-+++++-++ -----+-----++----------+----

Positivo Negativo

Considerando que esta bateria esteja carregada nós teremos:

O polo negativo da bateria está carregado negativamente, com excesso de


elétrons.

O polo positivo está carregado positivamente, com falta de elétrons, logo


possuímos uma diferença de potencial entre os polos.

E como os elétrons vão circular? Simples, o nome já é bem indicativo:

Circulação se dá através de um Circuito.

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Consideremos um circuito quando nós temos uma fonte de energia (Nossa


bateria no caso), condutores elétricos e consumidor(es).

Vejamos este Circuito Básico:

++++-++++-+++++- -----+-----++---------
++ -+----

Positivo Negativo

Temos nosso Circuito básico, 2 fios elétricos e uma lâmpada, que serão ligadas no
positivo da bateria e no negativo, vejamos o que acontece quando conectamos esses
cabos elétricos:

-----+--++------+---
++++--+---++--+-++
-

Positivo Negativo

Então , quando conectamos esses cabos elétricos, os elétrons começam a fluir,


circular pelos condutores, passam por dentro da lâmpada (consumidor), os elétrons
circulando por essa lâmpada, geram energia luminosa e os elétrons acabam no
positivo da bateria, buscando sempre equilibrar a diferença de potencial, quando
todos elétrons em excesso saírem do negativo e se equilibrar, então nossa bateria vai
estar descarregada, e o corpo carregado eletricamente neutro.

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TENSÃO ELÉTRICA

Tensão elétrica representada por (E).

Agora você já sabe o que são cargas, para que servem e como os elétrons circulam
tornando possível a eletricidade, vamos estudar as grandezas elétricas que formam este
fenômeno Eletricidade.

Tensão elétrica pode ser compreendida


como a força que faz com que a corrente elétrica
flua através de um condutor.
É a diferença de potencial (E) entre dois
pontos distintos causada pela falta ou excesso
de elétrons.

Sua unidade de medida é o volt (V), em


homenagem ao físico Italiano Alessandro Volta.
(1745 – 1827)

Existem basicamente dois tipos de tensão elétrica: a tensão contínua, mais usual
em automóveis e aparelhos eletrônicos; e a tensão alternada, encontrada geralmente
em residências e indústrias. Pilhas, baterias e tomadas de uso doméstico estão entre os
exemplos de fontes de tensão.

No exemplo da bateria, temos dois polos: um positivo e um negativo.

No material que constitui o polo positivo existem átomos com elétrons a menos,
gerando uma carga positiva;
E no material que constitui o polo negativo temos átomos com excesso de elétrons,
tornando uma carga negativa.
Dessa forma, obtemos uma diferença de potencial entre esses dois pontos que é
medida em Volt. A tensão nominal da bateria automotiva é de 12v e é Tensão
Contínua.

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É importante lembrar que os elétrons são partículas negativas e são eles que se
movimentam.

No polo Negativo No polo Positivo da


da bateria nós bateria nós temos
temos Excesso de excesso de prótons e
elétrons, o que falta de elétrons, o
torna o Borne que torna o Borne
carregado carregado
Eletricamente Eletricamente
Negativo Positivo.

Diferença de Potencial ou D.D.P é a diferença de elétrons entre um ponto e outro.

Quando ligamos um consumidor a


esta bateria que está com uma
Diferença de Potencial causada pelo
excesso de elétrons no polo negativo da
bateria, essa D.D.P faz com que os
elétrons circulem através do circuito:

Condutor Negativo>;
Lâmpada>;
Condutor Positivo.

Esta circulação de elétrons só é


possível, porque os átomos buscam o
equilíbrio, como vimos anteriormente,
então essa D.D.P faz com que os
elétrons circulem para o polo Positivo,
onde está faltando Elétrons até que o
número de elétrons seja igual nos dois
polos da bateria;

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Conforme os elétrons circulam do


polo Negativo para o Positivo, a D.D.P
vai diminuindo.
Sabemos que a D.D.P é uma Tensão
Elétrica e é medida em Volts.

A tensão Nominal da Bateria


automotiva é 12V.

Logo, no exemplo acima, antes de


ligarmos nossa lâmpada na bateria, ela
estava totalmente carregada, ou seja,
com 12V.

E quando ligamos a lâmpada a ela, e


os elétrons circulando acenderam ela,
conforme os elétrons iam para o
positivo, a nossa D.D.P ia diminuindo e
com isso nossa Tensão também.

Quando não há diferença de


elétrons entre um polo e outro, não há
D.D.P e logo a tensão elétrica é = 0V.

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CORRENTE ELÉTRICA

Corrente elétrica representada por (I).

A corrente elétrica é o fluxo ordenado de


elétrons em um condutor quando este é
submetido a uma Diferença de Potencial elétrico
(Tensão)

Sua unidade de medida é o ampere (A), em


homenagem ao físico francês Andre Marie
Ampare.
(1775 - 1836)

Da mesma forma que a tensão, essa grandeza elétrica também pode ser dividida
em corrente contínua e corrente alternada. Mas como nosso foco é mais voltado para
a área automotiva, vamos trabalhar mais com tensão e corrente contínua.

(A corrente elétrica é o fluxo ordenado de elétrons em um condutor,


quando este é submetido a uma D.D.P)

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Neste exemplo temos o CORPO


A e CORPO B.

CORPO A:
Com excesso de elétrons/Falta de
prótons;

CORPO B:
Com falta de elétrons/Excesso de
prótons.

A corrente elétrica significa o


fluxo ordenado de elétrons em um
condutor quando este é submetido a
uma Diferença de Potencial Elétrico.

Condutor: Fios Azul e Vermelho


e a Lâmpada.

Diferença de Potencial Elétrico:


A tensão causada pela diferença de
elétrons entre os corpos, 12 volts
por exemplo.

Esse movimento ordenado de


elétrons do Corpo A para o Corpo B
é denominado Corrente Elétrica (I) e
é medido em amperes (A).

Pode-se afirmar que existe tensão sem corrente, mas nunca existirá
corrente sem tensão. Isso acontece porque a tensão orienta as cargas
elétricas.

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Vejamos este condutor, e nele os elétrons desordenadamente, quando aplicamos


uma D.D.P neste condutor, alinhamos os elétrons em uma Corrente Elétrica
Ordenada.

Por isso só existe corrente elétrica quando submetida uma D.D.P.

A tensão elétrica orienta os elétrons a circularem pelo condutor / consumidor.

A corrente elétrica medida em ampere é basicamente a quantidade de


elétrons que estão circulando ordenadamente pelo condutor/consumidor,
quanto mais elétrons circulando, maior a corrente elétrica (amperes).

Curiosidade:

Você tem ideia de quantos elétrons formam 1 ampere?


1 Ampere equivale a 1 Coulomb. (1C/seg. = 1A).

1 Coulomb: 625000000000000000 Elétrons.

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S ENTIDO R EAL X S ENTIDO C ONVENCIONAL

Um circuito elétrico tende a circular os elétrons do polo Negativo da bateria para o


polo Positivo a fim de equilibrar a carga elétrica dele, certo?

Esta é o SENTIDO REAL da corrente elétrica. Mas também existe o SENTIDO


CONVENCIONAL da corrente elétrica.

O Sentido Convencional da corrente é do Positivo para o Negativo, este fato se dá


porque antes da ciência estudar a fundo os elétrons e seu funcionamento, já se
acreditava na teoria das cargas positivas e todos circuitos e teorias eram escritos com a
corrente elétrica fluindo do positivo para o negativo.

Então poderemos ver em alguns circuitos técnicos e artigos o SENTIDO


CONVENCIONAL da corrente.

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C ORRENTE C ONTINUA (CC / DC )

Como vimos anteriormente, existem 2 formas de corrente:

• Corrente Continua.
• Corrente Alternada.

Na elétrica automotiva vamos ver constantemente corrente contínua e em alguns


casos vamos encontrar corrente alternada.

Corrente Continua é o Fluxo Ordenado de Elétrons num único Sentido


mediante uma Diferença de Potencial (Tensão).

Quando a corrente não altera seu sentido, ela é sempre Positiva ou sempre
Negativa.

Se expressarmos um gráfico da Corrente Continua em relação ao tempo, teremos


sempre a mesma polaridade, ou seja, Positivo ou Negativo:

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No gráfico anterior, temos 12v constantemente ao longo do tempo, sempre na


mesma polaridade, positivo, o que significa que é Corrente Continua e também
podemos considerar que a Tensão é Continua também.

A Bateria do automóvel é um acumulador de energia que fornece Corrente /


Tensão Contínua, com tensão nominal de 12v.

Vamos Imaginar agora, que pegamos uma bateria 12V de automóvel e ligamos uma
lâmpada a ela, e analisemos o gráfico expressado pela expressão da Tensão desta
bateria em relação ao tempo:

Ainda assim, é considerada uma Corrente/Tensão continua, pois os elétrons


seguem ordenados no fluxo da corrente mantendo sempre a mesma polaridade ( + ), o
que aconteceu neste caso , é que a DDP ( Diferença de Potencial ) está diminuindo com
a descarga da bateria, como já vimos anteriormente no exemplo do Circuito da
Lâmpada.

Conheça alguns outros exemplos de Corrente Continua:

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Ainda é Corrente Continua, pois sempre temos a mesma Polaridade, está pegando
a coisa? Especificamente este gráfico expressa uma ONDA QUADRADA. Que é utilizado
nos sistemas de alimentação PWM, que veremos mais à frente.

Acima, um gráfico de uma Corrente Continua Pulsante.

Esta forma de onda na corrente contínua é mais rara, mas ela é encontrada em um
sensor de injeção eletrônica que creio que já deva ter ouvido falar sobre: Sonda
Lambda.

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C ORRENTE ALTERNADA (CA / AC )

A Corrente Alternada é uma corrente elétrica cujo sentido varia ao longo do


tempo, ao contrário da corrente contínua cujo sentido permanece constante ao longo
do tempo.

Isso Significa que ao longo do Tempo a Corrente alternada está sempre mudando
a polaridade da tensão, horas positiva, horas negativa.

Por ser uma forma de transmissão de energia mais eficiente, normalmente a AC é


o tipo de corrente que chega nas residências.

Esta é a forma mais comum da onda de Corrente Alternada: Onda Senoidal

Pelo gráfico conseguimos observar que em um meio-ciclo é positivo e no próximo


meio ciclo é negativo, ou seja, alterando o sentido da corrente (Através dos Elétrons) a
cada meio ciclo, já deu para notar a diferença pra Corrente Continua, né?

Basicamente é que a Corrente Contínua mantém sua Polaridade, enquanto a


Alternada altera sua polaridade ao longo do tempo.
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Desculpe bater tanto o martelo nesta questão, mas quero que entre nos próximos
capítulos entendendo muito bem esses fundamentos.

Uma vez compreendido, nada mais o impedira de alcançar grandes feitos no quer
que queira alcançar, lembrando que a Elétrica Automotiva é a BASE SÓLIDA para
compreender, quem sabe futuramente o sistema de Injeção Eletrônica.

Quando temos uma lâmpada ligada a uma Rede Alternada, isso significa que nos 2
terminais das lâmpadas temos nos 2 terminais, constantemente alterações na
polaridade, quando 1 terminal está positivo, o outro está negativo.

Onda Senoidal com meios ciclos positivos em vermelho e meios ciclos


negativos em azul.

Se pegarmos o exemplo anterior da lâmpada, temos 2 fases alternadas ligadas aos


terminais da lâmpada, teremos algo muito próximo a isso:
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2 Fases Alternadas, como percebe, uma fase interpola a outra, praticamente


“preenchendo as lacunas”.

Se separarmos por polaridade, veremos que em tempo Integral basicamente,


temos Positivo e Negativo, mas alternando entre os 2 terminais as polaridades
formando sempre uma D.D.P.

Existem componentes no veículo que trabalham com tensão alternada e os


veremos mais à frente.

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RESISTÊNCIA ELÉTRICA

Resistência elétrica representada por (R).

Resistência elétrica é a capacidade de toda e


qualquer matéria se opor a passagem de
Corrente Elétrica mesmo quando existe uma
Tensão Elétrica aplicada.

Sua unidade de medida é o ohm (Ω), em


homenagem ao físico alemão George Simon
Ohm.
(1789 – 1854)

O conceito de resistência elétrica nada mais é que a oposição à passagem de


corrente elétrica através de um condutor ou componente.

Quando uma corrente elétrica é estabelecida em um condutor, um número muito


elevado de elétrons livres passa a se deslocar neste condutor.

Neste movimento, os elétrons colidem entre si e também contra os átomos que


constituem o próprio condutor, portanto, os elétrons encontram certa dificuldade para
se deslocar, isto é, existe uma Resistência à passagem da corrente no condutor.

Gosto muito de representar a resistência elétrica de duas maneiras que são bem
simples de compreender:

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E essa ao lado é uma delas,


exemplifica de forma muito
simples o que acontece com
estas grandezas e mostra como
umas está ligada a outra.

Tensão, Corrente e Resistência.

Coloquialmente falando:

Tensão elétrica é a força que


“empurra” a Corrente Elétrica
através do condutor e a
Resistência Elétrica se opõem a
esta Corrente Elétrica,
diminuindo o fluxo dela.

Gosto muito deste exemplo também. Consideramos da seguinte forma:

Tubo Preto Condutor, por exemplo: Fio.


Ω Azul Resistência / Consumidor elétrico, por exemplo: Lâmpada.
Elétrons Corrente Elétrica
Patrola Tensão Elétrica.

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Literalmente, temos nossa Patrola, empurrando os Elétrons através do Tubo Preto


e no meio deste tubo, temos uma Resistência, restringindo a passagem desses elétrons
e controlando o Fluxo de elétrons, com isso, controlando a Corrente Elétrica.

Todo material apresenta alguma Resistência elétrica e é correto dizer também que
todo circuito que alimentamos com uma D.D.P oferece uma resistência elétrica
também.

Caso o nosso circuito possua resistência próximo de 0 Ω (por exemplo um fio) e


ligarmos este circuito a uma fonte de tensão, a bateria por exemplo, provocaremos o
famoso “curto-circuito”. Que nada mais é que ligar diretamente o polo positivo da
bateria ao polo negativo, como a resistência é muito baixa, praticamente zero, os
elétrons se movem com muita facilidade e acaba gerando uma corrente muito alta,
podendo danificar o condutor e até mesmo a bateria.

O valor da resistência de um condutor ou componente é proporcional ao quanto o


material se opõem a passagem de elétrons por ele.

Veremos isso em ....

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M ATERIAIS C ONDUTORES E I SOLANTES

Você já percebeu que em nosso meio existem alguns tipos de materiais que
conduzem bem eletricidade e outros não?

Saberia explicar por que isso acontece?

Bem, esses componentes da eletricidade são chamados de condutores e isolantes.

_____________________________________________________________________

Os condutores, como o próprio nome sugere, transportam facilmente a


eletricidade de um ponto a outro.

Esses materiais possuem átomos com elétrons livres em sua última camada,
chamada de camada de valência.

Esses elétrons se desprendem do átomo com muita facilidade, tornando o átomo


um excelente condutor.

Como exemplo, podemos citar os seguintes metais:

Cobre Prata Ouro

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Por outro lado, os isolantes têm como função impedir que a eletricidade flua de
um ponto a outro.

Os isolantes são materiais que possuem átomos com elétrons fortemente ligados
ao seu núcleo, dificultando assim o seu deslocamento.

Como exemplo, podemos citar os seguintes materiais:

Borracha Plástico Resina

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POTÊNCIA ELÉTRICA

Potência elétrica representada por (P).

Potência Elétrica é a quantidade de energia


liberada por um componente durante um intervalo
de tempo, em outros termos é a capacidade de
realizar trabalho.

Sua unidade de medida é o watt (W), em


homenagem ao engenheiro britânico James Watt.
(1736 – 1819)

Assim, quanto mais energia for transformada em um menor intervalo de tempo,


maior será a potência do aparelho.

Por exemplo, uma lâmpada de 12v 60w tem maior potência que uma lâmpada de
30w, e a tendência dessa lâmpada de 60w é gerar maior luminosidade.

Daqui para a frente começara a notar que as grandezas estão realmente atreladas
uma as outras.

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Matematicamente, podemos calcular a potência de um componente usando as


seguintes fórmulas:

P = E*I

P = R*I²

P = E²/R

Onde:
P é a potência elétrica expressa em watts (W);
V é a tensão elétrica expressa em volts (V);
R é a resistência elétrica expressa em ohms (Ω);
I é a corrente elétrica expressa em ampères (A);
_____________________________________________________________________

Agora que você já conhece um pouco mais sobre as grandezas elétricas, podemos
atribuir mais alguns valores ao nosso exemplo da lâmpada.

Para isso, vamos considerar uma fonte de tensão (bateria) de 12v.

Digamos que a corrente que circula pelo nosso circuito seja de 2 A e a resistência
da lâmpada seja de 6 Ω.

Qual seria a potência dissipada pela lâmpada?


Como temos uma fonte de 12 V, basta empregarmos qualquer das fórmulas
disponíveis acima, de acordo com as informações disponíveis, veja diversos exemplos:

Formula 1: P= E*I Formula 2: P= R*I² Formula 3: P= E²/R


P=E*I P= R*I² P= E²/R
P = 12v * 2a P= 6*(2*2) P= (12*12)/6
P = 24 W P= 6*4 P= 144/6
P= 24W P= 24W

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GRANDEZAS ELÉTRICAS

Acredito que tenha percebido, que todas grandezas elétricas estão interligadas, e
que podemos calcular elas com base nas informações que temos sobre o circuito,
certo?

Utilizamos 3 formulas diferentes para calcular a potência do circuito, neste caso, a


lâmpada e você pode utilizar estas formulas de maneiras diferente também, varia-las,
não foque em decorar nada apenas observe , as 3 formulas acima, vamos criar
variações para ela e verá que a matemática é fiel e que as grandezas estão fielmente
atreladas uma a outra.

_____________________________________________________________________
VARIAÇÕES FORMULA 1

Formula 1a: P= E*I Formula 1b: I= P/E Formula 1c: E= P/I


P=E*I I= P/E E= P/I
P = 12v * 2a I= 24/12 E= 24/2
P = 24 W I= 2A E= 12V

VARIAÇÕES FORMULA 2

Formula 2a: P= R*I² Formula 2b: R= P/I² Formula 2c: I²= P/R
P= R*I² R= P/I² I²= P/R
P= 6*(2*2) R= 24/(2*2) I²= 24/6
P= 6*4 R= 24/4 I²= 4
P= 24W R= 6 Ω I= √4
I= 2A

VARIAÇÕES FORMULA 3

Formula 3a: P= E²/R Formula 3b: R= E²/P Formula 3c: E²= P*R
P= E²/R R= E²/P E²= P*R
P= (12V*12V)/6 R= (12V*12V)/24 E²= 24*6
P= 144/6 R= 144/24 E²= 144
P= 24W R= 6 Ω E= √144
E= 12V

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GRANDEZAS ELÉTRICAS

Novamente, não foque em decorar fórmula nenhuma, apenas expandi essas


fórmulas para que quando precise e quando achar que é a hora esteja a sua disposição
para seu entendimento.

Até aqui você obteve várias informações, aprendeu importantes conceitos e até
já aplicou alguns cálculos.

Então, para que tudo seja internalizado, vamos rever tudo o que vimos?

Acompanhe! Você aprendeu que eletricidade é o resultado da combinação de


uma força chamada tensão elétrica e do movimento de partículas (elétrons)
denominada corrente elétrica.
Você sabe agora que a eletrostática estuda o comportamento e os fenômenos
relacionados às cargas elétricas em repouso. Conheceu o que são cargas elétricas e os
princípios da atração (cargas de sinais contrários se atraem) e repulsão (cargas de
sinais contrários se repelem).

E, por fim, conheceu as principais grandezas elétricas, as características de cada


uma e até mesmo algumas fórmulas, não é mesmo?

Conseguiu perceber que cada grandeza está fielmente atrelada a outra? Que é
impossível alterar uma grandeza sem necessariamente mexer com a outra?

Veremos mais a fundo essa amarração das grandezas elétricas em um Circuito no


próximo capítulo!

Agora, alguns exercícios para você praticar o que vimos até agora.
Vamos praticar um pouco para internalizar seu conhecimento e a relação
corrente/potência, de modo que comece a germinar a clareza e o entendimento dos
conceitos da eletricidade estudados até agora.

Lembre-se, entender a lógica é o mais importante de tudo.

Os resultados encontram-se no final do livro identificados para facilitar a


correção.

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GRANDEZAS ELÉTRICAS

EXERCÍCIOS
Exercicios (Capitulo 4)

Questão 1: Questão 3:

Neste circuito, há uma Bateria de 12V e Neste circuito, há uma Bateria de 12V e
uma lâmpada de 60w ligada, agora, qual uma lâmpada de 80w ligada, agora, qual
a corrente circulando neste circuito? a corrente circulando neste circuito?

(a) 5 A (a) 6 A
(b) 0,2 A (b) 6,66 A
(c) 720 A (c) 8 A
(d) 6 A (d) 12 A
Questão 2: Questão 4:

Neste circuito, há uma Bateria de 12V e Neste circuito, há uma Bateria de 12V e
uma lâmpada de potência desconhecida uma lâmpada de potência desconhecida
ligada, sabemos que a corrente que está ligada, sabemos que a corrente que está
circulando no circuito é de 4 A, então, circulando no circuito é de 10 A, então,
qual a potência da lâmpada? qual a potência da lâmpada?

(a) 3 W (a) 1,2 W


(b) 48 W (b) 2 W
(c) 8 W (c) 22 W
(d) 16 W (d) 120 W

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GRANDEZAS ELÉTRICAS

Questão 5: Questão 7:

Neste circuito, há uma Bateria de 12V e


Expressando Tensão neste gráfico uma lâmpada de 80w ligada, agora, qual
de tempo podemos ver o gráfico de a resistência elétrica da lâmpada?
Tensão elétrica, por este gráfico,
podemos concluir que a Corrente é ... (a) 1,8 Ω
(b) 6,66 Ω
(a) Corrente Continua (c) 0,15 Ω
(b) Corrente Alternada (d) 0,5 Ω

Questão 6: Questão 8:

Expressando Tensão neste gráfico de Neste circuito, há uma Bateria de 12V e


tempo podemos ver o gráfico de Tensão uma lâmpada de potência desconhecida
elétrica, por este gráfico, podemos ligada, sabemos que a corrente que está
concluir que a Corrente é ... circulando no circuito é de 10 A, então,
qual a potência e resistência da lâmpada?
(a) Corrente Continua
(b) Corrente Alternada (a) 1,2 W
(b) 12 W / 1,2 Ω
(c) 120 W / 1,2 Ω
(d) 120 W / 10 Ω

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LEI DE OHM

Capítulo 5 LEI DE OHM

Aperte o Cinto, chegamos ao Capítulo 5, e acredito sinceramente que já deve ter


caído uma ou duas fichas em relação a elétrica automotiva e sentido a sensação de
entender o Porquê das coisas, o que é muito saudável.

Nunca gostei muito de escrever no Ensino Médio, era necessário 1 caderno para
cada matéria e me lembro que eu tinha 2 para as 9 matérias, por quê realmente eu só
copiava o que achava fundamental para a matéria e sempre fui muito bom com as
exatas.

Na matemática nunca gostei de decorar formulas, por que o que decoramos,


quando não praticamos diariamente , nós esquecemos, eu gostava de pegar formulas e
entende-las, desenvolver formulas similares que levassem ao mesmo resultado,
formulas mais difíceis, as vezes mais fáceis, mas sempre levando ao resultado
pretendido e o que aprendi com isso, foi que quando eu aprendia o Porquê das coisas
, era muito fácil pra mim resolver problemas diversos, pois sabemos que o que
aprendemos na aula, nunca cai na prova , não é mesmo?!

Na prática, significa que o que aprender aqui, não verá necessariamente no mesmo
formato no dia a dia de trabalho, então é fundamental que você entenda os “Porquês”
e não decore Fórmulas.

Desejo do fundo do meu coração que o método que expresso aqui , desperte seu
interesse mais genuíno e lhe proporcione grandes conhecimentos inestimáveis, ao
variar aquelas formulas, espero que o leitor tenha admirado cada uma delas e analisado
as maravilhas que elas proporcionam, talvez não seja na primeira leitura, talvez nem na
segunda, mas quando o leitor notar vai cair uma grande ficha e tudo ficara muito claro,
claro como água, suave como uma boa música para os ouvidos.

Agora, embarque no Capítulo 5 e desfrute do conhecimento nele encontrado.

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LEI DE OHM

PRIMEIRA LEI DE OHM

Criada pelo nosso querido Sr. Ohm, as leis de ohm são leis que regem a eletricidade
em função da resistência.

A primeira lei de Ohm:

“A intensidade da corrente elétrica que percorre um condutor é diretamente


proporcional à diferença de potencial e inversamente proporcional à resistência
elétrica do circuito.”

Simplificando:

A intensidade da corrente elétrica: Corrente em amperes.

Diretamente proporcional à D.D.P: Quanto maior a D.D.P, maior a corrente.

Inversamente proporcional à Resistência: Quanto maior a Resistência, menor a


corrente.

Isso, alterando somente uma das grandezas, por exemplo, novamente:

Diretamente proporcional à D.D.P: Quanto maior a D.D.P, maior a corrente,


desde que a resistência se mantenha igual.

Inversamente proporcional à Resistência: Quanto maior a Resistência, menor a


corrente, desde que, a D.D.P se mantenha igual.

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LEI DE OHM

Fórmula da 1ª Lei de Ohm:

E = R*I
• E = Tensão Elétrica
• R = Resistência Elétrica
• I = Corrente Elétrica

Assim, fica mais fácil de entender a fórmula, e assim como a fórmula de potência
que vimos anteriormente, esta fórmula tem variações e com este triangulo fica muito
fácil o entendimento:

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LEI DE OHM

Conheça as variações da fórmula da lei de ohm:

Se quiser calcular a tensão:

Como a tensão está na parte de cima do


triangulo, então multiplicamos as partes
inferiores para obter a tensão.

Fórmula:

E = R*I

Se quiser calcular a resistência:

Como a resistência está na parte de


baixo do triangulo, então dividimos a tensão
elétrica pela intensidade do circuito, como a
imagem ao lado.

Fórmula:

R = E/I

Se quiser calcular a corrente:

Como a corrente está na parte de baixo


do triangulo, então dividimos a tensão
elétrica pela resistência, como a imagem ao
lado.

Fórmula:

I = E/R

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LEI DE OHM

Veja este circuito acima, temos uma bateria com tensão de 12 volts, um circuito
com um componente de resistência de 10 Ω.

A corrente do circuito é de 1,20 amperes, e é possível calculá-la a partir da fórmula


de ohm:

I = E/R
I = 12V/10 Ω
I = 1,2 A

Agora vamos analisar a seguinte informação:

Diretamente proporcional à D.D.P: Quanto maior a D.D.P, maior a corrente,


desde que a resistência se mantenha igual.

Pegamos o circuito acima como exemplo, se aumentarmos a D.D.P para 24v por
exemplo:

I = E/R
I = 24V/10 Ω
I = 2,4 A
Temos aumento de corrente proporcional ao aumento da D.D.P, dobramos a
tensão e obtivemos o dobro da corrente elétrica como resultado.

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LEI DE OHM

Pegamos esta agora:

Inversamente proporcional à Resistência: Quanto maior a Resistência, menor a


corrente, desde que, a D.D.P se mantenha igual.

Pegamos o circuito acima como exemplo, se aumentarmos a resistência para 20Ω


por exemplo:

I = E/R
I = 12V/20 Ω
I = 0,6 A

Temos uma queda na corrente do circuito, inversamente proporcional à


Resistência, dobramos a resistência, obtemos a metade da corrente.

_____________________________________________________________________

A primeira Lei de ohm é basicamente isso, bem simples, bem intuitivo, não vou
aprofundar nada mais, pois não existe necessidade, agora vamos a segunda lei na
próxima página....

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LEI DE OHM

SEGUNDA LEI DE OHM

A segunda lei de Ohm diz:

“A resistência elétrica de um condutor é diretamente proporcional à sua resistividade


e ao seu comprimento, e inversamente proporcional à sua área de seção transversal.”

_____________________________________________________________________

A resistividade é uma resistividade específica que cada material possui, ou seja,


cada material tem um coeficiente de resistividade.

A seção transversal, é mais conhecido como bitola, diâmetro ou grossura de um


cabo elétrico, por exemplo:

Exemplos de seção transversais:

0,5mm² - 0,75mm² - 1,0mm² - 1,50mm² - 2,50mm² - 4mm² - 6mm² - ETC

Quanto maior a seção transversal, mais grosso o cabo elétrico.

_____________________________________________________________________

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LEI DE OHM

Agora analisamos a segunda Lei de ohm:

A primeira parte:

“A resistência elétrica de um condutor é diretamente proporcional à sua


resistividade e ao seu comprimento....”

Basicamente, significa que quanto mais comprido o cabo elétrico, por exemplo,
maior será a resistência deste cabo elétrico, e que quanto maior a resistividade do
material deste condutor, maior a resistência do condutor também.

Vamos agora focar no comprimento deste cabo elétrico, veja a imagem a seguir:

Quanto maior o
comprimento do
condutor, maior será sua
Resistência Elétrica.

A = Diâmetro do Condutor
R = Resistência Teorica

Acima, conseguimos notar que há 3 condutores com o mesmo diâmetro ( A ) e a


medida que aumentamos este condutor, aumentamos sua resistência
proporcionalmente ao comprimento do mesmo.

Comprimento 1 = 1 Ω
Comprimento 2 = 2 Ω
Comprimento 3 = 3 Ω

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LEI DE OHM

Vejamos esta parte agora:

“...e inversamente proporcional à sua área de seção transversal.”

Básicamente, inversamente proporcional à sua área de seção transversal significa


que quanto maior a seção transversal, menor a resistência do condutor:

Quanto menor a seção


transversal do condutor,
maior será sua Resistência
Elétrica.

A = Diâmetro do Condutor
R = Resistência Teorica

Acima, conseguimos notar que há 3 condutores :


O primeiro com diametro (A) tem resistência (R).

O segundo com diametro (2 vezes o A) tem resistência ( Metade de R).

O terceiro com diametro (3 vezes o A) tem resistência ( Um terço de R)


_____________________________________________________________________

Agora vamos analisar a segunda parte:

“A resistência elétrica de um condutor é diretamente proporcional à sua


resistividade e ao seu comprimento....”

Para compreendermos isto, precisamos primeiro compreender o que é


resistividade de um condutor:

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LEI DE OHM

RESISTIVIDADE ESPECÍFICA

A maior parte dos condutores elétricos existentes, e quando digo isso, me refiro
aos cabos elétricos que utilizamos para alimentar e interligar circuitos, são constituídos
de cobre basicamente.

E você saberia dizer o porquê deste fato?


Cada material possui um índice de resistividade especifica que influencia diretamente
na resistência elétrica do condutor em função de seu comprimento e diâmetro:

MATERIAL Resistividade à
20ºC (Ω x m / mm²)

0,0158

0,0162

0,024

0,029

0,067

0,115

0,22

Nesta tabela coloquei alguns condutores em ordem de melhor desempenho para


uso na corrente elétrica, isso é: Menor Resistência Elétrica.

Para utilizar a fórmula, multiplicamos a resistividade pelo comprimento e


dividimos pela área da secção reta do condutor.

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LEI DE OHM

Por exemplo:

Um condutor de 10 metros de chumbo com seção de 0,5mm² terá uma resistência


de:

Resistência do condutor = (ResistividadeEspecifica x m / mm²)


Resistência do condutor = (0,22 x 10 / 0,5)
Resistência do condutor = 4,4 Ω

Este mesmo condutor com 10 metros e seção de 0,5mm² em cobre:

Resistência do condutor = (ResistividadeEspecifica x m / mm²)


Resistência do condutor = (0,22 x 10 / 0,5)
Resistência do condutor = 0,081 Ω

É notável a diferença de desempenho do Chumbo para o Cobre em termos de


resistência elétrica, o cobre é muito superior, por isso é muito utilizado na confecção
de cabos elétricos.

O ouro também é um excelente condutor, amplamente utilizado em circuitos de


precisão, já viu algum conector banhado a ouro?

Mas porque, já que o ouro tem resistência maior


que o Cobre ou a Prata?

Isso se dá pelo fato de o Ouro apresentar


excelente resistência a oxidação e interferência.

A Prata oxida com muito mais facilidade que o Ouro, por isso é utilizado Ouro em
alguns terminais de contato, a fim de evitar problemas por mau-contato, interferência
e oxidação.

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LEI DE OHM

Cabo de Cobre normal / Cabo de Cobre Oxidado

E lógico, por questões de custo, não é amplamente utilizado Prata nem Ouro na
confecção de cabos elétricos em escala.

Alguns Cabos elétricos possuem prata na sua composição, tornando sua condução
e seu desempenho superior.

E é comum também ver cabos de comunicação utilizando ouro na sua composição


e em terminais, por exemplo: Cabos de áudio e vídeo, comunicação, precisão etc.

Curiosidade:

É muito comum ver cobre oxidado também quando aquece de mais por
excesso de corrente elétrica ou por mau contato em emendas.

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DESCOM PLICANDO OS CONCEITOS

Capítulo 6 DESCOMPLICANDO OS CONCEITOS

Neste breve capítulo focarei em descomplicar e simplificar os conceitos que


aprendemos até agora, para que fique de mais fácil digestão possível para o leitor.

First things first, é uma expressão que adoro muito, que se traduzirmos ao pé da
letra significa “ Primeiras coisas primeiro ”.

A base da eletricidade é o elétron, o elétron é uma parte de um átomo que não é


visível aos olhos humanos e os átomos formam tudo que conhecemos.

Tudo é feito de átomos, cabos elétricos são feitos de átomos, lâmpadas são feitas
de átomos, bateria é feita de átomos, tudo, tudo que conhecemos são feitos de átomos.

E alguns destes átomos tem facilidade de liberar esses elétrons para circulação e
esses elétrons têm capacidade de gerar energia quando entram em movimento.

Os elétrons tendem a entrar em movimento, quando atraídos para um lugar onde


possua menor número de elétrons como se fosse a gravidade puxando tudo para o
centro da terra, e essa corrente de elétrons, forma a corrente elétrica, gerando energia
elétrica.

Para descomplicar as grandezas


elétricas e a lei de ohm, neste capítulo
vamos imaginar o elétron como se
fosse água, isso mesmo, água.
A água tem um funcionamento
muito parecido com a energia elétrica,
e gosto muito de utilizar as analogias
que mostrarei a você agora.

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DESCOM PLICANDO OS CONCEITOS

TENSÃO ELÉTRICA:

“Tensão elétrica pode ser compreendida como a força que faz com que a corrente
elétrica flua através de um condutor. É a diferença de potencial (E) entre dois pontos
distintos causada pela falta ou excesso de elétrons.”

Para nossa analogia:

• As duas caixas de água, são os dois polos da bateria, positivo e negativo;


• A água são elétrons, a carga;
• O condutor elétrico é a tubulação que está interligando os dois polos;
• O registro é um consumidor, uma resistência, por exemplo uma lâmpada;
• O movimento da água é a corrente elétrica.;
• A pressão de água é força que a água chega no registro.

A caixa da esquerda, está com excesso de água, logo a tendência quando abrirmos
o registro e deixarmos a água passar pelo registro é que a água vá até o outro
reservatório até equilibrar os níveis dos dois reservatórios.

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DESCOM PLICANDO OS CONCEITOS

Depois disso, nada mais acontece. A água permanece parada.

Após aberto o registro, como previsto os dois reservatórios equilibraram seu nível,
e depois disso, nada.

Quanto maior a diferença de nível nos reservatórios, maior será a força da água.

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DESCOM PLICANDO OS CONCEITOS

Quanto mais alto a caixa de água, maior a tensão elétrica, quanto mais alto a caixa
de água estiver, com mais força a água vai descer.

A água da caixa da
esquerda vai descer com mais
força do que a água da caixa da
direita.

Isto é efeito da gravidade,


maior a altura, maior a força.

Isto é como a tensão


elétrica, quanto maior a
diferença entre uma caixa e
outra, isto é, quanto mais
elétrons de diferença entre
um ponto e outro, maior a
tensão elétrica.

Uma caixa de água de


10000 litros tem mais força de
que uma caixa de 1000 litros.

Pense em uma onda no


mar, o que tem mais força ,
uma onda de 1 metro ou uma
onda de 2,5 metros de altura?

Vamos deixar definido assim então:

Água = Carga (elétrons)

Pressão da água = Tensão Elétrica

Fluxo de água = Corrente Elétrica

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DESCOM PLICANDO OS CONCEITOS

Pensemos então em uma caixa de água conectada a uma residência:

• Quanto mais água tivermos na caixa de água, maior a pressão de água na


residência;
• Quanto mais alto a caixa de água estiver, maior a pressão de água na residência;

• Conforme utilizamos a água da caixa de água, a carga de água da caixa vai


diminuir e com isso vai diminuir a pressão de água na residência, nas torneiras
por exemplo.

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DESCOM PLICANDO OS CONCEITOS

CORRENTE ELÉTRICA:

“A corrente elétrica é o fluxo ordenado de elétrons em um condutor quando este é


submetido a uma Diferença de Potencial elétrico (Tensão)”

De forma análoga, a corrente pode ser descrita como sendo a água que flui através
da tubulação do tanque. Então compreendemos que quanto maior a pressão, maior
será o fluxo ou quanto maior o fluxo, maios será a pressão. (Lei de Ohm).

Digamos agora que os dois tanques possuem a mesma carga (quantidade de água).

No entanto, a tubulação conectada a uma caixa é mais estreita que a outra,


conforme a figura acima.

No início, quando for medido, veremos a mesma quantidade de pressão no final de


cada tubulação, porém, quando abrirmos as torneiras e permitimos que a água comece
e afluir, a taxa de fluxo de água no tanque com a tubulação mais estreita será menor do
que a taxa de fluxo da água no tanque com a tubulação mais larga.

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DESCOM PLICANDO OS CONCEITOS

Em termos elétricos , a corrente através da tubulação mais estreita será menor que
a corrente através da tubulação mais larga e se quisermos que o fluxo seja o mesmo
através de ambas as tubulações temos que aumentar a quantidade de água ( carga ) no
tanque com a tubulação mais estreita ou diminuir a quantidade de água no tanque com
tubulação mais larga conforme o próximo exemplo:

(Tensão e corrente não calculados, ilustração apenas para demonstração)

Agora que temos uma carga de água menor no reservatório com tubulação mais
larga, temos também uma pressão menor na linha, com isso, o fluxo de água também
é menor, ficando neste exemplo com a mesma corrente que o outro reservatório com
tubulação menor, porém, com uma carga de água maior.

Diminuindo a quantidade de água e a pressão (tensão) no tanque com a tubulação


mais larga empurraremos menos água através da tubulação e isso é de forma análoga
o mesmo que acontece quando temos um aumento na tensão que automaticamente
causa um aumento na corrente.

Aqui já podemos concluir que a tensão é diretamente proporcional a Corrente e


isto foi uma das premissas para a Lei de Ohm que vimos no capítulo anterior.

E adiantando brevemente, poderíamos comparar também a largura dos tubos


conectados aos reservatórios de água como a resistência elétrica, quanto maior a
resistência, menor a corrente e vice-versa.

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DESCOM PLICANDO OS CONCEITOS

RESISTÊNCIA ELÉTRICA:

“Resistência elétrica é a capacidade de toda e qualquer matéria se opor a passagem


de Corrente Elétrica mesmo quando existe uma Tensão Elétrica aplicada.”

Pegando o mesmo exemplo que pegamos anteriormente para exemplificar a


corrente:

Vamos analisar, agora com outros olhos.

Usando a lógica é muito claro que neste caso quando abrirmos as torneiras de
ambas tubulações, não será possível ter o mesmo tanto de água fluindo na tubulação
estreita quanto haverá na larga, mesmo os dois possuindo a mesma pressão (tensão).

O nome que damos a isto é Resistência.

Explicando melhor, a tubulação estreita “resiste” mais ao fluxo de água do que a


tubulação larga, mesmo que esta água esteja na mesma pressão que o tanque com
tubulação mais larga.
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DESCOM PLICANDO OS CONCEITOS

A resistência, no caso a tubulação na nossa analogia, vai limitar o fluxo de água,


para aumentarmos este fluxo, ou aumentamos a largura da tubulação (Diminuímos a
resistência) ou aumentamos a pressão (Tensão).

Neste exemplo ao lado,


temos dois reservatórios
com a mesma carga de
água, com a mesma
largura de tubulação de
saída, mas neste segundo
reservatório, no final da
tubulação há uma
resistência, que está
diminuindo o fluxo de
água do reservatório.

Em uma caixa de água, se instalarmos um redutor de largura na tubulação,


diminuiremos o fluxo de água que sai desta caixa de água.

Com a tensão constante, a corrente aumenta a medida que a resistência diminui o


que equivale a dizer que a resistência é inversamente proporcional a corrente, como
vimos também no Capitulo 5, na primeira Lei de Ohm.

E para finalizar na próxima página analisaremos uma simulação que exemplifica


isso muito bem seguindo a fórmula de ohm, com exemplos e calculos para
comprovação, acredito que quando lidamos com números, que podem ser calculados
e válidados, aprendemos e compreendemos com muito mais facilidade, por isso sempre
que fizer um calculo ou ver uma informação, se tiver dúvidas, comprove, use a fórmula
de Ohm, prova real, etc.

Veja na próxima página a ilustração:

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DESCOM PLICANDO OS CONCEITOS

Ambos reservatórios com tensão de 1 Volt.

Reservatório 1 : 1 Volt, 1 Ohm Reservatório 2 : 1 Volt, 2 Ohm

I = E/R I = E/R
I = 1/1 I = 1/2
I = 1A I = 0,5A
Creio que dispensa comentários. A imagem e a fórmula falam por si próprios.

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CIRCUITO ELÉTRICO

Capítulo 7 CIRCUITO ELÉTRICO

Creio que após o capitulo passado, as analogias assemelhando a água à energia


elétrica tenham clarificado, tornado mais nitido a percepção da elétrica automotiva.

Sei que foi bastante coisa até aqui, apenas para compreender os fundamentos da
eletricidade, mas acredite, é fundamental para um conhecimento sólido e neste
capitulo entramos com o pé direito , conheceremos alguns componentes em geral.
Focarei em fornecer uma visão geral sobre circuitos elétricos para amplificar e solidificar
nosso conhecimento já adquirido.

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CIRCUITO ELÉTRICO

MÚLTIPLOS E SUBMÚLTIPLOS

Quando falamos em volts, amperes, ohms, watts fica fácil pronunciar quando
dizemos:

Um Ohm, doze volts, 10 amperes, 100 ohms, 1 ampere etc.

Mas haverá casos em que teremos resistência de dez mil ohms, um milhão de
ohms, de 0,100 amperes, 0,150 volts. E quando acontece isso, fica um pouco mais
complicado de realizarmos a leitura, por isso existem os múltiplos e submúltiplos, que
são como se fossem dúzias, dezenas, centenas e milhares.

Vou apresentar os Múltiplos e Submúltiplos de uma maneira bem simples e muito


fácil de compreender:

Múltiplos Submúltiplos
Prefixo Símbolo Multiplicador Prefixo Símbolo Multiplicador
Hecto H X100 Centi c X0,01
Quilo K X1000 Mili m X0,001
Mega M X100000 Micro µ X0,000001
Giga G X1000000000 Nano n X0,0000000001

Certo, alguns desses com certeza você já viu, por exemplo 1 Kg de carne ou 50
Centímetros.

O que significa 1 kg de carne? O que significa 50 Centímetros?

De acordo com nossa tabela acima, 1 1 metro = 1 metro


Quilograma, significa x1000 gramas, ou 1 Centí = x0,01, ou seja, são necessários
seja: 100 Centímetros para formar 1 metro:

1 Quilograma: 1000 gramas. 1 Centímetro = 0,01 Metros


5 Centímetros = 0,05 Metros
62 Centímetros = 0,62 Metros
99 Centímetros = 0,99 Metros

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CIRCUITO ELÉTRICO

Bem simples não? Veremos bastante na elétrica automotiva alguns desses


múltiplos e submúltiplos, por exemplo:

Milivolt, Miliamperes, Quilo Ohm, estas são as mais utilizadas na elétrica


automotiva, vai ser muito mais fácil pronunciar, por exemplo, 120 milivolts, ao invés de:
0,120 volts.

Os múltiplos que mais nos interessaram são os que citei acima, no restante não
precisamos focar, até por que existe muitos outros múltiplos e submúltiplos, já viu
alguma criança discutindo sobre quem é mais algo? “Eu sou Mega vezes mais forte que
você “. Ou algo parecido, então, temos até o Zetta e o Yotta que representam 1
Sextilhão e 1 Septilhão.

Caso tenha interesse em conhecer todos múltiplos e submúltiplos pesquise sobre


o assunto. Agora para você se familiarizar com o emprego dos mesmos na prática,
montei esta tabela com as grandezas e seus respectivos múltiplos e submúltiplos, com
nomes e simbologia:

UNIDADES ELÉTRICAS – MÚLTIPLOS E SUBMÚLTIPLOS


GRANDEZA NOME SÍMBOLO RELAÇÃO
TENSÃO Microvolt µV 0,000001 V
Milivolt mV 0,001 V
Volt V 1V
Quilovolt kV 1000 V

CORRENTE Microampère µA 0,000001 A


Miliampere mA 0,001 A
Ampère A 1A
Quilo Ampère kA 1000 A

Resistência Ohm Ω 1Ω
Quilo Ohm KΩ 1000 Ω
Megaohm MΩ 1.000.000 Ω

Potência Watt W 1W
Quilowatt KW 1000 W
Megawatt MW 1.000.000 W
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Gosto de utilizar esta analogia:

Milivolt por exemplo.

0,001v está na casa dos milhares, por isso Mili.

0,999v está na casa dos milhares, temos 999 Milivolts.

Milivolts, miliamperes e quilo ohm, isto você verá bastante, mas fique tranquilo, é
tudo muito simples e intuitivo.

Agora que você já sabe os múltiplos e submúltiplos, vamos começar estudar alguns
componentes que fazem parte do circuito elétrico...

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PRINCIPAIS COMPONENTES

Podemos definir um circuito elétrico, quando há um caminho capaz de circular a


corrente elétrica.

Acredito que esta simples definição resume o conceito de Circuito elétrico. Onde
há um caminho que possa circular corrente elétrica, considero um circuito elétrico, por
exemplo, uma bateria, 2 condutores e uma lâmpada.

Dependendo o efeito desejado, o circuito elétrico pode fazer a eletricidade assumir


as mais diversas formas: Luz, som, calor, movimento etc.

Vamos conhecer alguns componentes que fazem parte de nosso circuito elétrico e
que podem fazer parte de sistemas mais complexos:

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BATERIA

Há diversos tipos de baterias, vamos focar apenas nas automotivas aqui.

Uma bateria automotiva basicamente é composta por uma carcaça de plástico,


placas de chumbo e outros materiais internamente e uma solução química.

Esta bateria quando carregada, tem seus elétrons concentrados no polo negativo
da bateria criando uma D.D.P. Através desta solução química a bateria é capaz de
acumular muitos elétrons no polo negativo da mesma e liberá-los quando necessário.

Podemos definir a bateria automotiva como sendo um dispositivo de


armazenamento de energia, que tem a capacidade de transformar energia química em
energia elétrica quando conectada a um circuito.

Ao contrário do que seria obvio supor, as baterias não são depósitos de energia
elétrica, e sim de energia química, até que um circuito seja conectado em seus polos.

A principal função da
bateria automotiva é
fornecer corrente suficiente
para o motor de partida por o
motor em funcionamento.

A tensão nominal de uma


bateria automotiva é de 12,6
volts, para fins de facilitar o
enteendimento aqui nas
lições , tomaremos como
exemplos 12v.

Em um capitulo especifico de
baterias, veremos todas
caracteristicas delas em
detalhes para você
compreender 100% uma
bateria automotiva..

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RESISTOR

Vimos anteriormente que a resistência elétrica é a dificuldade que a corrente


elétrica encontra em transpor um condutor ou um dispositivo elétrico qualquer.

Os resistores são componentes que têm por finalidade limitar a Corrente elétrica
em um circuito.

Estes componentes podem possuir valores de resistência fixo ou valores de


resistência variáveis:

R ESISTOR DE V ALOR FIXO

Como o próprio nome sugere, os resistores de valores fixos mantêm sempre o valor
de resistência quando submetidos às condições normais de trabalho.

Dentre alguns dos principais modelos de resistor fixo, podemos citar: os resistores
de filme e resistores SMD.

Resistores de Filme Resistores SMD


De filme, são resistores bem comuns SMD, são dispositivos de montagem em
mas amplamente utilizados até hoje. superfície, tamanho reduzido e muito
presente em projetos atuais eletrônicos.

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Nos resistores de fio e SMD, geralmente o valor de resistência vem gravado no seu
próprio corpo, já os resistores de filme possuem algumas faixas coloridas em sua
superfície que identificam o seu valor de resistência.

Esses resistores podem possuir quatro ou cinco faixas. No caso dos resistores com
quatro faixas, as duas primeiras identificam o valor da resistência, a terceira faixa indica
o fator multiplicador pelo qual o valor identificado nas primeiras faixas terá de ser
multiplicado, e por fim a quarta faixa indica o valor de tolerância deste resistor.

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Peguemos este resistor ao lado para


efetuar a leitura.

1ª faixa = marrom
2ª faixa = preta
3ª faixa = laranja
4ª faixa = dourado

1ª faixa marrom = 1

2ª faixa preta = 10

3ª faixa laranja = faixa multiplicativa,


laranja = x1000, então 10 x 1000 =
10000, ou 10k.

4ª faixa dourado = 5 % tolerância pra +


ou -.

Estes são alguns exemplos dos resistores de valor fixo, agora veremos resistores de
valor variavel:

R ESISTOR DE V ALOR VARÍAVEL

Os resistores de valor variável nada mais são que resistências em que você pode
ajustar seu valor.

Nos rádios mais antigos, por exemplo, o botão que controlava seu volume nada
mais era que um potenciômetro (Resistor de valor variável).

À medida que se ajustava a resistência desse componente, o volume do rádio


aumentava ou diminuía.

O potenciômetro é um exemplo de Resistor de Valor Variável:

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Na grande maioria das vezes, não se


trabalha diretamente com esses tipos de
componentes no cotidiano de uma
oficina, mas é importante saber que eles
existem e como funcionam.

O potenciômetro tem 3 pinos, e 2 pistas


resistivas internas.

Por exemplo, um potenciômetro de 10k.

Ele tem de 0 a 10k de resistência entre o


pino da esquerda e o do meio.

E tem também de 0 a 10k de resistência


entre o pino da direita e o do meio.

Quando giramos para esquerda


aumentamos a resistência de um lado e
diminuímos do outro.

Devido a este fato, os potenciômetros são


utilizados também para regular Tensão
elétrica, veremos isto em mais detalhes
um pouco mais a frente.

Outro exemplo de Resistor de valor variável é o ....

.... Trimpot.

Tem o mesmo funcionamento do


potenciômetro, mas este tem a intenção
de regular menos, como uma peça de
calibragem, por exemplo.

Não foi desenvolvido para uma


frequência muito grande de ajuste.

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CAPACITOR

O capacitor é mais um componente elétrico que você poderá encontrar nos


automóveis. Ele está presente em várias peças do veículo, como, por exemplo, nas
centrais de injeção, relés, kits de alarme, som e até mesmo nos sistemas de ignição de
alguns carros. Os capacitores podem ser fabricados por diversos tipos de material,
além de possuírem formas e tamanhos variados.

Conheça na figura abaixo alguns dos modelos de capacitores mais comuns:

Capacitor Ceramico Capacitor eletrolítico

Os capacitores ou condensadores, como também são conhecidos, são


componentes que têm a função de armazenar energia elétrica. Eles são constituídos
basicamente por duas placas condutoras separadas por um material isolante, ao qual
damos o nome de dielétrico.

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O funcionamento do capacitor é bem simples.

Quando ligamos um capacitor a uma fonte de tensão, ele se carregará até atingir o
mesmo valor de tensão da fonte.

Ao ligar os terminais de um capacitor a uma bateria, por exemplo, os elétrons


(cargas negativas) de uma das placas são atraídos para o terminal positivo da bateria, e
os elétrons da outra placa são repelidos pelo terminal negativo da bateria. Dessa forma,
cria-se uma diferença de potencial (tensão) nos terminais do capacitor.

Esse movimento de cargas é o que chamamos de corrente de carga do capacitor.


Isso ocorre porque as placas do capacitor são de material condutor, ou seja, possuem
elétrons livres em seu material constituinte.

Essa corrente permanece até o instante em que a tensão nos terminais do


capacitor seja igual à da fonte. Nesse instante, dizemos que o capacitor está
carregado, e não há mais corrente no circuito.

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_____________________________________________________________________

A quantidade de carga que um capacitor consegue armazenar está diretamente


ligada a alguns fatores, tais como:

a) área das placas condutoras: quanto maior for essa área, maior a quantidade de
cargas que o capacitor pode concentrar;
b) distância entre as placas: quanto mais próximas as placas estiverem, maior será a
sua carga;
c) e, por fim, o tipo de dielétrico que constitui o capacitor.

A essa quantidade de carga elétrica que um capacitor consegue armazenar damos


o nome de capacitância. Sua unidade de medida é o farad, representado pela letra F.

_____________________________________________________________________

Como já mencionado anteriormente, os capacitores estão em diversas partes de


um veículo, mas nem sempre nos damos conta de que ele está ali, às vezes nem
imaginamos que ele exista.

Os capacitores são muito empregados para suprimir ruídos, controlar quedas e


picos de tensão, por exemplo, podemos ter uma queda de tensão brusca por algum
motivo em um curtíssimo período de tempo, e o capacitor que está carregado, irá
liberar a energia dela para o circuito, compensando essa queda de energia.

Os capacitores têm especificações como a energia que é capaz de acumular, em


Farad, e a tensão máxima de trabalho, por exemplo:

Capacitor cerâmico de 10nf (nanoFarad) x 50v.

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FUSÍVEIS

Fusíveis são utilizados acredito que em todo e qualquer circuito elétrico e é um


componente de segurança, como se fosse um disjuntor que utilizamos em nossas casas.

Um fusível tem a função de proteger um circuito de sobrecorrente. Como assim?

Por exemplo, temos um circuito de uma lâmpada de farol de 60w x 12v, pela lei de
ohm sabemos que este circuito consumirá 5 A, então, vamos supor que há um fusível
de 10 A para proteção do sistema.

Caso a corrente deste circuito passe de 10 A, o fusível se rompe, interrompendo a


condução de energia elétrica para este circuito.

Diversas situações podem acontecer, por exemplo, uma lâmpada entrar em curto,
um cabo entrar em curto por exemplo. E estas situações poderiam provocar um
incêndio se não houvesse componentes de segurança para interromper estes circuitos
em caso de emergência.

Existem alguns tipos de fusíveis, mas os mais comuns no meio automotivo, são os
fusíveis lâmina:

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Basicamente, a corrente elétrica entra por um dos terminais do fusível, passa por
aquele condutor calibrado ao meio, que é calibrado para suportar uma certa corrente
e vai até o outro terminal, seguindo seu circuito normalmente.

Os fusíveis lâmina tem três tamanhos, mini, padrão e maxi. E a corrente de


proteção deles são identificadas por uma escrita na parte superior deles e também
pela cor da carcaça do fusível:

Cor dos Fusíveis

Ampères Mini Padrão Maxi

2A Cinza Cinza -
3A Violeta Violeta -
4A Rosa Rosa -
5A Bronze Bronze -
7,5 A Marrom Marrom -
10 A Vermelho Vermelho -
15 A Azul Azul -
20 A Amarelo Amarelo Amarelo
25 A Incolor Incolor -
30 A Verde Verde Verde
40 A - - Laranja
50 A - - Vermelho
60 A - - Azul
70 A - - Bronze
80 A - - Incolor

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É importante, quando substituir um fusível queimado, procurar o manual para


aplicar o fusível certo, pois se o circuito utiliza um fusível de 10 A, colocar um de 15 A
por que está queimando o fusível não é a solução correta, pode acarretar em diversos
outros problemas, como aquecimento do cabo elétrico, sobrecarga dos componentes
do circuito, etc.

Aplicar o fusível correto é muito importante para o sistema de proteção ter


eficiência máxima.

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INTERRUPTORES

Interruptores são componentes que, como o próprio nome já sugere,


interrompem.

Interruptores são utilizados para interromperem circuitos elétricos, no nosso caso,


utilizamos interruptores para interromperem circuitos que necessitamos facilidade em
desligar e ligar algum componente, por exemplo, o botão que acionamos para ligar o
farol do veículo, o botão que pressionamos na direção para buzinar, o botão que
pressionamos para levantar ou baixar o vidro elétrico.

Neste exemplo ao lado,


temos nosso circuito com uma
bateria 12v, condutores positivo
e negativo e um interruptor
instalado no condutor positivo,
fazendo uma “ponte”.

Literalmente, nosso condutor


positivo foi interrompido por
este interruptor, que quando
aberto, faz com que o circuito
não circule eletricidade.

Neste exemplo, o
interruptor foi pressionado,
fechando o circuito e deixando
a corrente circular
normalmente.

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Exemplo de um interruptor simples, com 2 terminais, idêntico


ao que está no exemplo acima, quando o interruptor está para um
lado, o interruptor está aberto, ou seja, não circula eletricidade por
seus pinos e quando está por outro lado, permite circular corrente
entre seus pinos.

Interruptor simples 2 posições Interruptor simples 2 posições sem trava,


ou seja, funciona similar a uma
campainha, no momento que você para
de pressionar ele para de conduzir.

Interruptor duplo sem trava. Interruptor NA/NF 2 posições (Chave


Caça)
Existem diversos tipos de interruptores, desde os mais simples, como os do s
exemplos acima, até alguns mais complexos que veremos nos capítulos mais à frente.

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DIODO

O diodo é um componente que funciona como uma válvula elétrica, permite o fluxo
da corrente elétrica em apenas um sentido.

O diodo é um semicondutor com


dois terminais que conduz corrente
elétrica em somente um sentido.
Ele só permite a passagem de
corrente quando está diretamente
polarizado.

Seu sentido de condução é marcado


por uma listra cinza em seu corpo, de
forma que a corrente deve fluir do lado
preto para a listra cinza. Portanto, o
terminal negativo da fonte deve estar
ligado ao lado da listra cinza do diodo e o
terminal positivo ao lado preto do diodo
para que ele esteja diretamente
polarizado.

Quando o diodo está inversamente


polarizado, isso é ligado ao contrário, ele
se comporta como uma oposição a
passagem de corrente, por esse motivo
ele pode ser utilizado para evitar
correntes reversas em circuitos
eletrônicos.

Existem diversos tipos de diodos, por exemplo: Diodo de Sinal, Diodo Retificador,
Diodo Zener, Fotodiodo, Diodo Túnel, SCR, Diodo Emissor de Luz etc.

Nessa jornada focaremos nos tipos mais comuns e de maior utilização na elétrica
automotiva, vamos compreender o funcionamento de um diodo semicondutor:

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Diodos são bem parecidos com válvulas:

Observe a aplicação de um diodo Observe neste exemplo, que a


em um circuto com uma lâmpada, o polaridade da bateria esta invertida e por
diodo está permitindo a circulação de esse motivo o diodo se torna um
corrente, pois esta polarizado bloqueio a passagem elétrica.
corretamente.

O diodo é bastante utilizado para retificar ondas alternadas em contínuas, pois


consegue permitir somente um sentido de corrente.

O diodo não é uma válvula perfeita, ele gasta um pouco de energia para trabalhar
e quando a corrente flui através do diodo, alguma potência é dissipada em forma de
calor, isso é percebido através de uma queda de tensão de até 0,7V, dependendo o
modelo do diodo.

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Além disso o diodo possui uma tensão máxima de trabalho e corrente também,
devendo atentar-se a essas especificações. Se a tensão aplicada no diodo for maior que
a suportada, o diodo pode acabar não bloqueando a corrente e conduzindo em
qualquer sentido.

Conheceremos agora alguns tipos de diodos semicondutores, os mais comuns:

DIODO RETIFICADOR

Ânodo é o terminal Positivo e Cátodo é o terminal negativo.

São utilizados na retificação de corrente alternada, proteção de circuitos etc.;

São diodos que tem a característica de suportar maiores correntes elétricas;

São diodos considerados mais lentos, portanto não são adequados para tarefas de
rápida comutação.

Exemplo de diodo retificador: 1N4004, 1N4001, 1N4005 etc.

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DIODO DE SINAL:

Ânodo é o terminal Positivo e Cátodo é o terminal negativo.

São utilizados para ativação de circuitos eletrônicos, servindo como dispositivo de


segurança também e outras aplicações;

São diodos que tem a característica de suportar menores correntes elétricas;

São diodos considerados mais rápidos, podendo executar tarefas com alta velocidade.

Exemplo de diodo retificador: 1N4148

DIODO EMISSOR DE LUZ:

O famoso LED é um diodo semicondutor, por


esse motivo ele só funciona quando alimentado no
sentido correto.

Quando energizado emite luz visível.

É importante se atentar a tensão de trabalho


do LED, que em muitos casos é na casa de 3V, 5V,
devendo nesse caso ser ligado com um resistor para
controlar a tensão nele.

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SIMBOLOGIA

Agora que já sabemos o que é eletricidade, sabemos o que é tensão elétrica,


corrente elétrica, resistência elétrica e também já conhecemos alguns componentes
elétricos, precisamos também saber como identificar esses componentes em um
circuito...

Para isso, existe a simbologia, que nada mais é que, símbolos que representam
esses componentes em um esquema ou circuito.

Em muitos casos as montadoras usam seus próprios símbolos, por isso mostrarei a
você os mais comuns e os mais conhecidos. Vou aproveitar esta deixa para introduzir a
simbologia de alguns componentes automotivos que veremos nos próximos capítulos,
então, pode ser que alguns componentes não farão muito sentido para você neste
momento, não se preocupe, o momento certo vai chegar.

Símbolo Componente
Condutor elétrico (fio)
Conexão (emenda nó), significa que os
fios estão emendados neste ponto.
Cruzamento de condutores, apenas se
cruzam no esquema ou circuito, mas não
estão conectados um ao outro.
Cruzamento de condutores, como uma
ponte, verá bastante também, os
condutores não estão conectados um ao
outro.
Chave (Interruptor) elétrico aberto

Chave (Interruptor) elétrico fechado

Resistor fixo / Resistência fixa

Resistor variável

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Capacitor

Lâmpada

Fusível

Diodo

GND (terra), negativo, aterramento,


massa.

Alimentação, bateria, positivo.

Motor de corrente contínua.

Relé Automotivo de 4 pinos.

Exemplo utilizado de 40 A.

Estes são alguns exemplos dos componentes mais conhecidos, veremos alguns
componentes que não estão nesta lista, mas veremos a simbologia destes na própria
apresentação do componente.

A simbologia é bem simples e serve para nos guiarmos nos circuitos e esquemas
elétricos.

A partir de agora utilizarei diagramas com mais simbologia e menos desenhos,


agora que já tens conhecimento suficiente para interpretar um diagrama um pouco
mais técnico, isso vai fazer com que você vá se acostumando com diagramas e
esquemas.

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TIPOS DE CIRCUITO

Conhecemos alguns componentes de forma individuais e quando começamos a


associar componentes em um circuito eles tem algumas características dependendo da
forma como são dispostos, podemos considerar basicamente três tipos de circuitos:

Circuito em série;
Circuito em paralelo;
Circuito misto.

_____________________________________________________________________

O circuito em série tem uma característica quando ligamos 2 ou mais


componentes, ligamos um componente atrás do outro, formando uma série
literalmente:

É um componente ligado após o outro, desse modo, existe um único caminho para
a corrente elétrica que sai do polo negativo da fonte, passa através dos primeiros
componentes (LAMPADA2), passa pelo seguinte (LAMPADA1) e assim por diante até
chegar ao polo positivo da fonte.

O terminal da lâmpada 1 vai ligado no positivo da bateria. O terminal 2 da lâmpada


1 vai ligado no terminal 1 da lâmpada 2, o terminal 2 da lâmpada 2 vai ligado no negativo
da bateria.

Este circuito tem uma característica que se uma destas lâmpadas estiverem com
circuito aberto (queimada), a corrente para de circular no circuito, pois o circuito estará
aberto.

_____________________________________________________________________
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O circuito em paralelo, não liga um componente atrás do outro, ele liga os dois
paralelamente um ao lado do outro, os dois terminais 1 das lâmpadas no positivo, e os
dois terminais 2 das lâmpadas no negativo:

Neste circuito, caso uma das lâmpadas esteja queimada, a outra lâmpada
funcionara independentemente da outra, pois a corrente circula individualmente em
cada lâmpada.

_____________________________________________________________________

Os circuitos mistos, são circuitos que tem tanto ligações em série, quanto ligações
em paralelo:

Neste caso, se a lâmpada 3 ou 2 queimarem, ambas param de funcionar, pois a


corrente precisa passar pela lâmpada 2 para chegar à lâmpada 3, e a corrente precisa
passar pela lâmpada 3 para chegar ao positivo da bateria.

E a lâmpada 1 está independente do circuito das lâmpadas 2 e 3, mesmo que


utilizando a mesma alimentação.

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As associações em série e paralelo tem características de Tensão, Corrente e


resistência quando associamos.

Em série essas grandezas se associam de uma forma e em paralelo elas se associam


de outra forma.

Um circuito formado de 2 ou mais componentes, tem resistências individuais em


cada componente e uma resistência do circuito como um todo, essa resistência do
circuito será chamada de Resistência equivalente (Re).

Veremos essas associações mais detalhadamente a seguir...

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CIRCUITO EM SÉRIE

Circuitos em série como já vimos anteriormente são quando ligamos um


componente atrás do outro.

Num circuito em série, todos os componentes somam os valores de suas


resistências como se fossem uma única resistência (resistência equivalente).

Logo, a corrente total do circuito é igual em todas as resistências, pois há apenas


um único caminho para ela percorrer.

Já a tensão se divide de acordo com a resistência de cada componente, porém a


soma das tensões de todos os componentes deve ser igual à tensão da fonte.

Circuito em série:

• Corrente igual em todo o circuito.


• A soma das tensões de todos componentes é a tensão total do circuito.
• A resistência total do circuito é a soma de todas resistências.

Este circuito também é chamado de dependente porque, se houver falha ou


se qualquer um dos componentes for retirado do circuito, a circulação de
corrente elétrica não vai ocorrer.

_____________________________________________________________________

Neste circuito temos 3 resistências: R1 com 10 Ω, R2 com 5 Ω e R3 com 3 Ω.


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Quando os resistores ou resistências são associadas em série uma com a outra, isso
é, fazendo um único caminho de corrente elétrica, o valor da resistência do circuito é a
soma das resistências de todos componentes.

Logo a resistência deste circuito é: 10 + 5 + 3 = 18 Ω

A Tensão desta bateria é de 5V, logo a corrente do circuito é:

I = E/R
I = 5V/18 Ω
I = 0,277 A ou 277 miliamperes.

Esta é a corrente total do circuito , em qualquer ponto do circuito vamos ter essa
corrente, tanto entre o R1 e R2, entre o R2 e o R3, entre o R3 e o negativo, enfim,
qualquer ponto do circuito vai ter esta corrente elétrica pois ela está circulando em um
único caminho por essas 3 resistências.

Já a tensão elétrica, é diferente, temos uma tensão de 5v na bateria, mas em cada


resistor teremos uma tensão diferente, pois a resistência individual deles é diferente
uma da outra, e conseguimos calcular essa tensão que cada resistor vai receber.

Isto se chama queda de tensão, quando ligamos componentes em série com


resistências diferentes, cada componente vai receber uma tensão no circuito.

Como sabemos o valor das resistências, e já calculamos o valor da corrente elétrica


que é igual para todo circuito, vamos então calcular a tensão em cada resistor:

Resistor 1 Resistor 2 Resistor 3

E = I*R E = I*R E = I*R


E = 0,277 A * 10 Ω E = 0,277 A * 5 Ω E = 0,277 A * 3 Ω
E = 2,77V E = 1,38V E = 0,83V

No circuito em série, somamos as tensões também, logo a soma destas 3 tensões


tem que formar a nossa tensão da bateria:

2,77V + 1,38V + 0,83V = 4,98V, arredondando = 5V.

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Quando calculamos com apenas 2 ou 3 casas após a virgula, é normal ter uma
pequena margem de erro.

Acima, a simulação do nosso circuito, com os dados muito próximos de nosso


cálculo.

Se associarmos 2 baterias de 12 v em série, teremos então: Soma das tensões e


corrente igual em todo o circuito.

Por exemplo:

Se tivermos 2 baterias de 12v e de 60 amperes e ligarmos elas em série, teremos


então uma grande bateria de 24v e 60 amperes.

Veja o exemplo:

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Ligamos um terminal positivo de uma bateria no negativo de outra, e com isso


temos a soma das tensões e a corrente permanece a mesma em todo o circuito, sempre
que ligarmos componentes em série, devemos conectar um terminal positivo de um
componente ao negativo do outro, para manter o sentido da corrente.

Sabemos que os elétrons vão do negativo para o positivo, então,

Ficaria mais ou menos assim:

Elétrons > Negativo bateria 1 >> Positivo bateria 1 >> Negativo bateria 2 >> Positivo
bateria 2

A maioria das camionetas e caminhões que utilizam sistema 24v, utilizam 2 baterias
em série.

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CIRCUITO EM PARALELO

Circuitos em paralelo como já vimos anteriormente são quando ligamos um


componente ao lado do outro.

Nesse tipo de circuito, temos algumas mudanças em relação ao circuito em série.


No circuito em paralelo, por exemplo, a tensão é a mesma da fonte para todos os
componentes;
A corrente, por sua vez, se divide para cada componente de acordo com o valor da
resistência de cada componente.

Circuito em paralelo:

• Tensão igual para todos componentes.


• A soma das correntes de todos componentes é a corrente total do circuito.
• A resistência total do circuito se divide.

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Num circuito em paralelo, todos componentes são alimentados


independentemente um do outro, neste caso a corrente circula por 3 caminhos
diferentes.

Circula do negativo da bateria entre o R1, R2 e R3 até o positivo.

Caso algum destes componentes estraguem por exemplo, não compromete os


outros, pois a corrente circula individualmente em cada um deles.

A característica deste circuito é que a tensão é igual em todos componentes, há


uma intensidade de corrente elétrica em cada componente e a soma dessas correntes
é a corrente total do circuito.

Vamos calcular a corrente individual de cada resistor e averiguar nosso exemplo


acima:

Resistor 1 Resistor 2 Resistor 3

I = E/R I = E/R I = E/R


I = 5V / 10 Ω I = 5V / 5 Ω I = 5V / 3 Ω
I = 0,50 A I=1A I = 1,66 A

Estas são as correntes individuais em cada resistor, agora para saber a corrente
total do circuito, basta somar as 3:

0,50 + 1 + 1,66: 3,16 A.

Nosso exemplo/simulador está marcando 3,17 A, logo nosso cálculo está correto.

Mais uma vez:

Quando associamos em paralelo, a tensão permanece, e se soma a corrente


elétrica. Por exemplo, ao associarmos 2 baterias de 60 amperes como vimos
anteriormente, em paralelo:

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Associadas em paralelo, mantemos a tensão do circuito e o detalhe aqui é que


como são 2 baterias de 60 amperes, é como se tivéssemos agora uma grande bateria
de 12v e 120 A.

“Tensão igual para todos componentes; A soma das correntes de todos


componentes é a corrente total do circuito.”

Logo:

2 baterias de 12v: 12V


2 baterias de 60ah: 120ah

_____________________________________________________________________

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A SSOCIAÇÃO DE RESISTORES EM PARALELO

Separei esta parte, pois diferentemente da associação de resistores em série, a


associação em paralelo é um pouco diferente o funcionamento.

Na associação em série, o valor total da resistência do circuito é a soma da


resistência de todos componentes. Isso acontece basicamente pois a corrente circula
por um único caminho e tende a ser menor, já que a cada componente a tensão sofre
uma queda.

Na associação em paralelo, a tensão se mantém igual em todos pontos e a corrente


é diferente em cada componente e a corrente do circuito é a soma da corrente de todos
componentes.

Logo que sabemos que a corrente e a resistência estão fielmente e


proporcionalmente interligadas, a corrente do circuito inteiro é maior que a de um
único componente, logo sabemos que a resistência do circuito inteiro é menor que dos
componentes individuais.

Por exemplo:

Resistor 1 = 10 Ω: I = E/R: I = 5V/10 Ω: I = 0,50 A

Resistor 2 = 10 Ω: I = E/R: I = 5V/10 Ω: I = 0,50 A

A corrente do circuito inteiro é a soma da corrente de todos componentes:

0,50 A + 0,50 A = 1 A

Sabendo que a corrente de todo o circuito é 1 A e a tensão é 5V.


Podemos calcular a resistência do circuito inteiro:

R = E/I
R = 5V / 1 A
R=5Ω

Isso acontece, pois a corrente tem mais facilidade em “passar” por dois resistores de
10Ω do que por um só, logo, com isso, a resistência dos dois resistores em paralelo é
menor.

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E em série, é justamente o contrário, pois a corrente vai passar por um resistor,


depois pelo outro, aumentando sua dificuldade e com isso a resistência do circuito.

Veja o exemplo abaixo:

2 resistores individuais de 10 Ω e como calculamos acima, a resistência deste


circuito como um todo será de 5 Ω, vejamos o exemplo disso na prática:

Exatamente como definimos nos cálculos acima, então podemos definir que:

R1 = 10 Ω
R2 = 10 Ω
R1+R2 = 5 Ω

E confirmamos isso através da Lei de Ohm.

Agora veremos como podemos calcular isso, da maneira mais simples possível:

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Quando temos circuitos com apenas 2 componentes, igual o exemplo acima:

Re (Resistência equivalente) = ( R1*R2 )


( R1+R2 )

Re (Resistência equivalente) = ( R1*R2 )


( R1+R2 )
Re = (10*10)
(10+10)
Re = 100
20
Re = 5 Ω

Assim funciona, com qualquer valor de resistência entre dois componentes.

_____________________________________________________________________

Quando temos mais de 2 componentes:

R1 = 10 Ω R2 = 10 Ω R3 = 10 Ω

Existe uma fórmula que pode causar um pouco de dificuldades caso não tenha
familiaridade com a regra de 3, caso o leitor não possua afinidade com a regra de 3, não
se preocupe com isso neste momento, apenas foque entender o conceito, o porquê da
soma de 3 resistências, serem menor de que apenas uma só..

Vejamos agora a fórmula:

Re = 1 = 1 + 1 + 1.......
Re R1 R2 R3......

Vamos calcular o nosso exemplo acima com 3 resistores de 10 Ω:

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Re = 1 = 1 + 1 + 1.......
Re R1 R2 R3......
1 = 1 + 1 + 1
Re 10 10 10
1 = 3
Re 10
3Re = 10
Re = 10
3
Re = 3,333 Ω

Como disse, caso o leitor não tenha afinidade, esta fórmula pode causar um pouco
de confusão, minha intenção aqui não é nos desviarmos para uma aula de matemática,
então, caso o leitor deseje, pode aprender facilmente com conteúdo sobre a regra de
3.

Vamos calcular a corrente deste circuito com 3 resistores de 10:

Corrente individual:

I=E/R
I = 5V / 10 Ω
I = 0,5 A

Corrente do circuito:

0,50 A + 0,50 A + 0,50 A

Corrente do circuito: 1,50 A

Agora calculamos a resistência deste circuito como um todo (Resistência


equivalente) pela lei de Ohm:

R=E/I
R = 5V / 1,50 A
R = 3,33 Ω

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Veja o circuito montado:

Exatamente como calculamos acima, a corrente percorre 3 caminhos diferente, e


antes de chegar à fonte, esses caminhos se somam, aumentando a corrente total do
circuito.

Experimente com outros valores, teste, faça a prova real e se necessário faça os
testes na sua própria bancada em casa.

Pode parecer que não para algumas pessoas, inclusive eu, por um breve tempo
acreditei também que testes em bancada em relação a isso, poderia não ser a melhor
opção, mas um teste em bancada prático disso que vimos neste capítulo é bem
esclarecedor.

_____________________________________________________________________

A associação em paralelo de resistências é a mais complexa de calcular, porém, é


fácil compreender que associando em paralelo, a corrente tem diversos lugares para
circular, com isso, no geral, é menos resistência para ela passar, portanto: Menor
resistência equivalente.

Deixarei as fórmulas na próxima página para que fique de fácil acesso:

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Fórmulas Associação em paralelo:

Corrente Total:

•I: I1+I2+I3......

Resistência Equivalente (mais de 2 componentes):

•1 = 1 + 1 + 1 + ........
Re R1 R2 R3 ........

Resistência Equivalente (apenas 2 componentes):

•Re = (R1 * R2)


(R1 + R2);

_____________________________________________________________________

Além da associação em série e em paralelo, temos também a associação Mista, que


nada mais é que alguns componentes em série e outros em paralelo e/ou vice-versa.

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CIRCUITO MISTO

Um circuito misto é formado por componentes ligados em série e componentes


ligados em paralelo e a sua associação é bem simples, através dos cálculos que
aprendemos é possível fazer todo cálculo do circuito.

Pegamos o exemplo:

Vamos a resolução:

R1 e R2 com 12 Ω e 10 Ω respectivamente, estão associados em paralelo;


R3 com 5 Ω.

Esta é uma característica da associação mista, temos o R1+R2 em paralelo


formando 1 grupo (paralelo) e temos o R3 em série com o grupo do R1+R2.

Pelo que já vimos, a corrente do R3 e do grupo (R1+R2) vão ser iguais, pois é
somente um caminho para a corrente circular, somente a tensão vai ser diferente.
Para calcular a corrente do circuito, precisamos definir a resistência do circuito, o
R3 está em série com (R1+R2), logo a resistência equivalente do circuito é:

Re= R3 + (R1+R2)

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Primeiro calculamos a resistência de R1+R2 utilizando a fórmula de associação de


2 componentes em paralelo:

Re = (R1*R2) Re = (12*10) Re = (120) Re = 5,45 Ω


(R1+R2) (12+10) (22)

Logo a resistência equivalente do circuito inteiro é:

Re= R3 + (R1+R2)
Re= 5 Ω + 5,45 Ω
Re= 10,45 Ω

Com isso, podemos calcular a corrente do circuito:

I= E/R
I = 5v/10,45 Ω
I = 0,478 A / 478 Miliamperes

Temos 478 miliamperes de corrente no circuito inteiro, e obviamente, temos


corrente diferente circulando pelo R1 e R2, sendo que a soma dessas duas correntes é
a corrente total do circuito ( 478 Miliamperes ), para calcular essa corrente individual
em cada resistor , precisamos calcular a tensão em cada componente (R3 e (R1+R2)),
entre R3 e (R1+R2) vamos ter tensão diferente pois é uma associação em série, e temos
corrente igual ( 478 Miliamperes ) e entre R1 e R2 vamos ter mesma tensão (? V) e
vamos ter também corrente diferente em cada um, vamos aos cálculos:

Para calcular a intensidade individual de cada resistor, precisamos a tensão do


grupo (R1+R2):
E= R*I
E= 5,45 Ω * 0,478 A
E= 2,60 V

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Agora vamos calcular a corrente individual de cara Resistor R1 e R2:

Resistor 1 Resistor 2
I= E/R I= E/R
I= 2,60 V / 12 Ω I= 2,60 V / 10 Ω
I= 0,216 A I= 0,26 A

Já calculamos a corrente total do circuito (478 Miliamperes), agora vamos conferir


se nossos cálculos estão corretos:

Corrente circuito = I1+I2 = 0,216 A + 0,26 A = 0,476 A.

Como calculamos com apenas 2 casas decimais, consideramos essas diferenças


como tolerância.

Agora vamos calcular a tensão no R3:

E= R*I
E= 5 V * 0,478 A
E= 2,39 V

Tensão total do circuito = V1 + V2 = 2,60 V + 2,39 V = 4,99V.

Compare os dados que calculamos com a imagem acima, e reflita um pouco sobre
os dados que obtivemos.

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Simule com outros valores, seja criativo, teste, ateste e descubra a mágica do
entendimento, em algum momento a ficha vai cair de uma forma tão forte que vai sentir
como se, literalmente, uma “onda de elétrons” chocasse dentro de nós.

Quando nós temos um circuito, com condutores, consumidores e fusíveis,


precisamos dimensionar os componentes para comportar a corrente elétrica de forma
adequada e proteger o circuito.
Para isso nós levamos em considerações alguns aspectos que discutiremos em....

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DIMENSIONAMENTO

Quando realizamos a instalação de algum sistema, componente ou consumidor,


precisamos dimensionar corretamente os componentes deste sistema, como por
exemplo:

Fusível:

De modo a proteger o circuito de sobrecargas e também de suportar a corrente do


circuito elétrico e não romper seu circuito com a corrente normal de funcionamento.
Outro ponto que deve ser levado em consideração é uma tolerância, pois a maioria dos
consumidores pode ter um aumento da corrente elétrica em função da tensão de
funcionamento, temperatura de funcionamento e etc..

Condutores:

De modo a comportar a corrente elétrica para que não gere aquecimento excessivo
no condutor e afete sua resistência.

Para que a queda de tensão no circuito em função do condutor não seja excessiva.

Estudamos que condutores tem resistência e estudamos que ela pode ser
calculada.

Estudamos que quando temos resistências associadas em série, possuímos a


mesma corrente em todo o circuito e temos tensões diferentes em cada componente,
logo, sabendo que um condutor é uma resistência, é correto afirmar que existira uma
tensão no condutor e uma tensão no consumidor.

E esta tensão no condutor, representa a queda de tensão do circuito no


consumidor.

Por exemplo:

Temos uma bateria de 12,6 V, uma lâmpada de 90 W e condutores de 1,5mm². A


tensão que chegará na lâmpada não será 12,6 V.

Conseguimos calcular essa queda de tensão, e veremos isso em .....

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CONDUTORES

Como vimos anteriormente, os condutores têm uma resistência, que seguem


alguns parâmetros como: Comprimento, diâmetro (seção transversal), etc.

E esta resistência do condutor, acaba gerando uma queda de tensão que diminui a
potência da Lâmpada.

Vamos ver um exemplo, para isso considere:

Alimentação bateria = 12v


Consumidor = 150 W
Condutor = 5m cabo 1mm² cobre.
Re =?
Queda de tensão após o condutor =?

Primeiramente, iremos calcular a resistência do condutor:

Resistência do condutor = (ResistividadeEspecifica x m / mm²)


Resistência do condutor = (0,016 x 5 / 1)
Resistência do condutor = 0,08 Ω

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Agora, vamos calcular a resistência do consumidor:

R= E²/P
R= (12*12)/150
R= 144/150
R= 0.96 Ω

Com esses dados já conseguimos calcular a resistência equivalente do circuito (


Resistência do condutor + Resistência do consumidor ), a corrente do circuito inteiro
(associação em série a corrente é igual em todo circuito) e a tensão em cada
componente ( associação em série tem tensão diferente em cada componente do
circuito).

Calculando a queda de tensão após o condutor, conseguimos ver que a potência


efetiva do consumidor vai ser menor:

Resistência equivalente: Corrente do circuito:


Re= R1+R2 I= E/R
Re= 0,08 + 0,96 I= 12v/1,04 Ω
Re= 1,04 Ω I= 11,53 A

Tensão nos componentes:

Condutor: Consumidor:
E= R*I E= R*I
E= 0,08*11,53 A E= 0,96*11,53 A
E= 0,92 V E= 11,07 V

Após esse cálculo, conseguimos afirmar os seguintes fatos:

• O condutor “consome” 0.92 V, com isso este condutor gera uma queda de
tensão no circuito de 0.92V;
• Esta queda de tensão, diminui a potência efetiva do consumidor, pois ele
tem 150W a 12V, como ele está sendo alimentado por 11.07V a potência
efetiva é menor, veremos;
• A corrente elétrica no condutor gera calor e quanto maior a queda de tensão
no condutor, maior o calor gerado.
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Potência Efetiva =

P = E*I
P = 11.07 V * 11.50 A
P = 127 W

Alimentação bateria = 12v


Consumidor = 150 W
Condutor = 5m cabo 1mm² cobre.
Re = 1,04 Ω
Queda de tensão após o condutor = 0,92V

A potência efetiva deste consumidor é de 127 W, isso acontece porque o condutor


está mal dimensionado para o consumidor, gerando uma queda de tensão acima do
aceitável que é de 4% da tensão de alimentação.

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Sempre haverá queda de tensão, é inevitável, porém podemos minimizar isso, e


claro, você não precisara ficar fazendo cálculos e cálculos a fim de escolher um
condutor, vou disponibilizar 2 formas de facilitar seu trabalho no fim deste capítulo,
vamos simular este mesmo circuito com outro condutor:

Alimentação bateria = 12v


Consumidor = 150 W
Condutor = 5m cabo 4mm² cobre.
Re =?
Queda de tensão após o condutor =?

Resistência do condutor: Resistência do consumidor:


(ResistividadeEspecifica x m / mm²) R= E²/P
Resistência do condutor = (0,016 x 5 / 4) R= (12*12) / 150
Resistência do condutor = 0,02 Ω R= 144/150
R= 0.96 Ω

Resistência equivalente: Corrente do circuito:


Re= R1+R2 I= E/R
Re= 0,02 + 0,96 I= 12v/0,98 Ω
Re= 0,98 Ω I= 12,24 A

Tensão nos componentes:


Condutor = Consumidor =
E= R*I E= R*I
E= 0,02*12,24 A E= 0,96*12,24 A
E= 0,24 V E= 11,75 V

Potência Efetiva: Queda de tensão:


P = 11.75 V * 12.24 A E= 0,24 V
P = 143.82 W 0,24 V = 2% de 12V

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Isto já é bem aceitável, a queda de tensão do condutor vai depender da carga do


consumidor, por exemplo se tivéssemos um consumidor de 24w, a queda seria muito
menor.

Mas não se preocupe em decorar essas fórmulas, cálculos e tudo mais, apenas
entenda que dimensionar o condutor de acordo com a carga que ele vai trabalhar é
importante, no fim do capitulo você vai ter 2 ferramentas que facilitaram seu trabalho
ao extremo, mas aconselho que antes que utilize as ferramentas, entenda este
conceito que apresentei acima.

_____________________________________________________________________

Curiosidade:

Qual a corrente de um curto-circuito?


Pegamos por exemplo nosso condutor do exemplo acima: 4mm² e 5m comprimento,
a resistência dele é: 0.02 Ω

I= E/R
I= 12 V / 0.02 Ω
I= 600 A

É uma corrente bem alta, e por isso, muito perigoso o curto-circuito, com essa
corrente é muito fácil danificar algum componente, condutor, bateria etc.

_____________________________________________________________________

Queda de tensão aceitável:


(Até 4% do valor da tensão)
12V 0,48V
13,5V 0,54V
14,5V 0,58V

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FUSÍVEIS

Os fusíveis precisam ser corretamente dimensionados para que protejam o circuito


contra surtos de sobrecorrente originadas por curto-circuito ou por alteração de
resistência de algum componente.

É muito comum algum componente se desgastar, diminuindo a resistência dele,


diminuindo a resistência acaba aumentando a corrente proporcionalmente, como já
vimos na Lei de Ohm.

Outro detalhe que precisamos levar em consideração em um automóvel também,


é que, quando o veículo está ligado, nós temos uma tensão maior no sistema, pois o
alternador do veículo está carregando a bateria.

Veremos sobre o alternador nos próximos capítulos, mas de antemão, alguns


sistemas podem chegar até 14.5 V quando em funcionamento.

Esse aumento de tensão elétrica, aumenta a corrente elétrica proporcionalmente:

Pegamos o mesmo consumidor do exemplo acima:

Corrente do circuito: Corrente do circuito:


I= E/R I= E/R
I= 12v/0,98 Ω I= 14,5v/0,98 Ω
I= 12,24 A I= 14,79 A

Veja, como a corrente aumenta quando o veículo está ligado. Então precisamos
levar isso em consideração na hora de dimensionar um fusível.

O Fusível mais próximo para este circuito, seria o de 15 A.

Mas ainda precisamos levar em consideração algumas outras coisinhas, um


consumidor quando ligado, tem a tendência de ter um pico de corrente quando
acionado e depois estabilizar, isso acontece pois é como se precisássemos mais
corrente para dar a “partida” no consumidor, por exemplo um motor elétrico, quando
está parado precisa muito mais corrente para entrar em funcionamento, do que quando
já está em funcionamento.

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É como dar a primeira pedalada da bicicleta, é mais difícil do que pedalar depois
que já está em movimento, certo?

Para isso, adotamos uma tolerância na hora de dimensionar um fusível, que é de:

• Dimensionamento do fusível = Carga + 30% para consumidores em geral.

• Dimensionamento do fusível = Carga + 50% para motores elétricos.

Consumidores em geral: Motor elétrico:


AFusível = 14,79 A + 30% AFusível = 14,79 A + 50%
AFusível = 19,23 A AFusível = 22,18 A
O fusível mais próximo é o de 20 A. O fusível mais próximo é o de 20
também, mas neste caso usaremos o de
25 A.

Sempre utilizamos o mais próximo acima de nossa corrente e não abaixo dela.

Existem outras formas de proteção, como protetores térmicos, estes, quando


interrompem o circuito, após esfriar novamente ele volta a conduzir a corrente
elétrica.

Em alguns sistemas pode usar-se também diodos para controlar o sentido da


corrente em forma de proteção também.

Mas basicamente a proteção do sistema é bem simples, basta adequar


corretamente condutor/consumidor/proteção.

Agora vou lhe mostrar algumas ferramentas para auxiliar seu dia a dia em....

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FERRAMENTAS

Decorar fórmulas e cálculos complexos, não vão ajudar você no dia a dia, acredito
que já está vibrando em sua cabeça que entender os conceitos é o importante de
verdade e o que vai levar você ao próximo nível.

Isso não significa que você não precisa compreender a queda de tensão, ou a
potência relativa, mas você precisa compreender que se aplicar um condutor errado,
além de aquecer demasiadamente o condutor, podendo facilitar um incêndio, uma
lâmpada de 60w por exemplo, vai ter somente 50w de utilidade.

Então, uma coisa que me ajudou muito no dia a dia e ainda ajuda hoje, são duas
coisas que separei para você:

Esta tabela vai lhe dar um norte bem rápido, para ela é bem intuitiva, mas como o
intuito deste treinamento é guiar o leitor até seus primeiros passos:

Distância da carga é o comprimento do fio positivo + o comprimento do fio


negativo do consumidor.

Desde a bateria até o consumidor.

Caso o negativo que irá fazer a ligação é no chassis, considere o comprimento do


condutor negativo = 0,50 M.

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Basta saber a corrente que seu sistema vai operar, e a distância da carga e utilizar
esta tabela como base para escolha de seu condutor.

Desenvolvi esta tabela seguindo o máximo de queda de tensão de 4,3% da tensão


nominal.

Para Lâmpadas elétricas, considerar sempre a próxima medida disponível, de modo


aumentar sua eficiência luminosa (potência efetiva).

Caso precise uma alimentação com queda menor, aconselho a considerar uma
distância maior ou calcular a queda de tensão do seu circuito.

Outra ferramenta que vai facilitar muito seu trabalho, é um aplicativo que você
pode baixar no seu celular, que é o Eletrodroid.

Utilizo muito ele, ele tem muitas funções, você pode baixar diretamente na Play
store ou na Appstore da Apple.

Ele tem muitas funções, aconselho você a baixar e “fuçar” nele, testando todas
funções e calculadoras, tem muitos recursos interessantes, veja alguns deles:

Calculadora de autonomia Calculadora de potência Calculadora de queda de


de baterias tensão

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Código Resistores Calculadora Associação Recursos diversos


Resistores

Vou disponibilizar um link para baixar a tabela de dimensionamento de condutores


em alta definição para você poder imprimir se quiser, para baixar é bem simples, basta
fazer um cadastro, rápido e grátis:

https://kevenmadalozzo.com.br/tabela-dimensionamento-de-condutores-eletricos/

Chegando ao fim de mais um capítulo e tenho certeza que está cada vez mais
caindo as fichas, e se ainda não caiu, no instante em que cair, será um momento
magnifico, aguarde por ele, em algum momento até o fim deste livro você entenderá o
que digo, se precisar releia, releia até que você pense, era isso então?!

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EXERCÍCIOS

Vamos exercitar o que aprendemos até agora, como já viram anteriormente, os


resultados constam no fim do livro.

Exercicios (Capitulo 7)

Questão 1: Questão 3:

Estes dois resistores R1 e R2, estão Neste circuito, há uma Tensão de 12V e
associados, qual a resistência dois consumidores de 1 e 0.80 Ω
equivalente deste circuito? respectivamente, qual a corrente do
circuito?
(a) 5 Ω
(b) 20 Ω (a) 6 A
(c) 100 Ω (b) 6,66 A
(d) 0 Ω (c) 21,6 A
(d) 12 A

Questão 2: Questão 4:

Neste circuito, há uma Tensão de 12v e 3


Considere uma Tensão de 10 V aplicada consumidores de 1, 0.80 e 1 Ω
neste circuito, qual a corrente do respectivamente, qual a corrente do
circuito? circuito?

(a) 3 A (a) 21,6 A


(b) 2 A (b) 8 A
(c) 0,5 A (c) 18,66 A
(d) 1 A (d) 4,28 A

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Questão 5: Questão 7:

Temos esses 2 consumidores ligados a Neste circuito há uma lâmpada de 60w,


uma bateria de 12V, qual o fusível mais uma tensão de 12 V e um condutor de
indicado para proteção do sistema? 1,50mm² de cobre com 6 metros (total
positivo+negativo), qual a tensão que
(a) 30 A chega na lâmpada?
(b) 40 A
(c) 25 A (a) 11.57 V
(d) 80 A (b) 12 V
(c) 11.68 V
(d) 11.54 V
Questão 6: Questão 8:

Neste circuito, há 3 consumidores com


Associamos essas duas baterias de 12 V suas resistências respectivas no próprio
da seguinte forma acima, qual a tensão circuito, qual a resistência equivalente
entre o condutor azul e vermelho? do circuito?

(a) 24 V (a) 1,44 Ω


(b) 12 V (b) 1,80 Ω
(c) (c) 2,80 Ω
(d) (d) 0,64 Ω

Chegamos ao fim de mais um capítulo e estou muito feliz que chegou até aqui,
pouquíssimas pessoas leem os livros que começam até o final, se chegou até aqui tem
uma grande chance de se tornar um ótimo profissional.

Todas essas grandezas: Corrente elétrica, Tensão Elétrica, Resistência elétrica


existem no nosso dia a dia de trabalho e podem ser calculadas como já vimos até aqui,
mas existem instrumentos para medir essas grandezas também e veremos elas no.....

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INSTRUM ENTOS DE M EDIÇÃO

Capítulo 8 INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO

Essas grandezas que vimos até agora podem ser medidas por instrumentos que
facilitam nosso trabalho e entendimento, existem instrumentos para medir:

• Corrente elétrica (Amperes)


• Tensão elétrica (Volts)
• Resistência elétrica (Ohms)

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INSTRUM ENTOS DE M EDIÇÃO

VOLTÍMETRO

Essa é de longe a mais comum e provavelmente o mais conhecido instrumento de


medição, o nome já é bem intuitivo e acredito que já tenha percebido que o voltímetro
mede Volts.

Um voltímetro é um aparelho de medição de


tensão ou D.D.P de um circuito elétrico.

Ele pode ser apresentado em 2 formas:

• Analógica;
• Digital.

Ao lado um voltímetro analógico que utiliza


um sistema que move o ponteiro conforme a
D.D.P lida no circuito.

Ao lado um voltímetro digital que utiliza um


sistema de conversão analógica/digital e expressa
a tensão elétrica em algum visor digital.

Um voltímetro existe limites de operação, por exemplo, tensão máxima de leitura


etc.

Por isso devemos nos atentar nas especificações dos instrumentos antes de realizar
a medição.

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INSTRUM ENTOS DE M EDIÇÃO

Exemplo de aplicação:

O voltímetro é ligado em paralelo com o circuito para efetuar a medição,


cuidado para não ligar em série com o circuito, pois pode acabar
danificando o instrumento.

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INSTRUM ENTOS DE M EDIÇÃO

AMPERÍMETRO

Um instrumento utilizado para realizar a medição de intensidade de corrente


elétrica que passa através da seção transversal de um condutor.

Um amperímetro é um aparelho de medição


de corrente elétrica de um circuito elétrico.

Ele pode ser apresentado em 2 formas:

• Analógica
• Digital.

Ao lado um amperímetro analógico que utiliza


um ponteiro para expressar a corrente em
Amperes medida no circuito.

Ao lado um amperímetro digital que utiliza um


sistema de conversão analógica/digital e expressa
a corrente elétrica em algum visor digital em
Amperes.

Um amperímetro existe limites de operação, por exemplo, corrente máxima de


leitura etc.

Por isso devemos nos atentar nas especificações dos instrumentos antes de realizar
a medição.

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Exemplo de aplicação:

O amperímetro é ligado em série com o circuito para efetuar a medição,


cuidado para não ligar em paralelo com o circuito, pois pode acabar
queimando o instrumento.

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OHMÍMETRO

Um instrumento utilizado para realizar a medição de resistência elétrica de um


componente ou circuito.

Um ohmímetro é um aparelho de medição de


resistência elétrica.

Ele pode ser apresentado em 2 formas:

• Analógica
• Digital.

Ao lado um ohmímetro analógico que utiliza


um ponteiro para expressar a resistência em
Ohms medida no circuito.

Ao lado um ohmímetro digital que utiliza um


sistema de conversão analógica/digital e expressa
a resistência elétrica em algum visor digital em
Ohms.

Um ohmímetro existe limites de operação e escalas de operação, por exemplo:


Até 200 Ohms, de 201 Ohms até 10 KOhm etc. Para que a medida fique o mais precisa
possível.

Por isso devemos nos atentar nas especificações dos instrumentos antes de
realizar a medição.

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Exemplo de aplicação:

O ohmímetro é ligado em paralelo com o componente, condutor ou


resistor a ser medido, os cabos que utilizamos para fazer a medição
também possuem resistência e devemos aferi-los e subtrair da medição, a
fim de obter a resistência apenas do componente que medimos.

Observação:

Para realizar a medição da resistência de algum componente, condutor ou


resistor, o mesmo deve estar desligado do sistema que trabalha, pois senão, o
ohmímetro pode acabar medindo a Resistência equivalente do circuito em que está
conectado.

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MULTÍMETRO

De longe, o mais conhecido e mais utilizado instrumento de medição dos dias


atuais, o multímetro é um instrumento que se compõe de vários instrumentos juntos,
o mais simples e mais comum multímetro, é composto de pelo menos:

Voltímetro, Amperímetro e Ohmímetro.

Este simples multímetro realiza as 3 funções dos instrumentos que vimos


anteriormente e conta ainda com uma função de continuidade, que é basicamente
uma medição de resistência, que emite um aviso sonoro quando há continuidade no
circuito que está medindo. Vamos conhecer as funções mais detalhadamente:

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Mede tensão contínua elétrica em 5 escalas diferentes:

Quanto maior a escala, menor será a


precisão de leitura:

Escala de 1000 V: Para leituras até 1kV


Escala de 200 V: Para leituras até 200 V
Escala de 20 V: Para leituras até 20 V
Escala de 2000mV: Para leituras até 2 V
Escala de 200mV: Para leituras até 0.2 V

Cada multímetro vai oferecer suas próprias


escalas, basta saber o que vai medir e decidir a
escala adequada.

A mais utilizada no ramo automotivo é a escala


de 20 V

Mede corrente elétrica em 5 escalas diferentes:

Quanto maior a escala, menor será a


precisão de leitura:

Escala de 10 A: Para leituras até 10 A


Escala de 200 mA: Para leituras até 200 mA
Escala de 20 mA: Para leituras até 20 mA
Escala de 2000 µA: Para leituras até 2000 µA
Escala de 200 µA: Para leituras até 200 µA

Cada multímetro vai oferecer suas próprias


escalas, basta saber o que vai medir e decidir a
escala adequada.

Perceba que na escala de corrente contínua, a escala de 10 A está em preta,


enquanto as outras em verde. Veremos o motivo disso mais à frente.

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Mede resistência elétrica em 5 escalas diferentes:

Quanto maior a escala, menor será a


precisão de leitura:

Escala de 2000 KΩ: Para leituras até 2MΩ


Escala de 200 KΩ: Para leituras até 200 KΩ
Escala de 20 KΩ: Para leituras até 20 KΩ
Escala de 2000 Ω: Para leituras até 2 KΩ
Escala de 200 Ω: Para leituras até 200 Ω

E em preto, um teste de continuidade e de


diodos.
Cada multímetro vai oferecer suas próprias
escalas, basta saber o que vai medir e decidir a
escala adequada.

Esta função do multímetro é a função de


teste de continuidade e de diodos.
Inserindo as pontas de prova em um diodo
por exemplo, é possível testar o seu
funcionamento, se está permitindo o fluxo na
direção correta e também alguns multímetros
indicam a queda de tensão do mesmo.
Esta função também pode ser utilizada
para comprovar se algum circuito, componente
ou condutor tem continuidade, ou seja, permite
que a corrente circule por ele.

O teste de continuidade é muito utilizado em chicotes e interruptores, para


testarmos se o chicote está inteiro, por exemplo.
O teste de continuidade utiliza a bateria interna do multímetro para injetar
uma tensão e averiguar se há continuidade, por isso, sempre devemos
desligar/desconectar o componente ou condutor que será efetuado o teste. Não
devemos efetuar medições com componentes energizados.

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COMO FAZER MEDIÇÕES

Vou dar mais alguns exemplos de como utilizar o multímetro e alguns toques
pessoais.

Primeiro ponto: Precisamos saber é como configurar o cabeamento do multímetro


para realizar o teste que pretendemos:

Esquema de cabeamento:

A ligação dos cabos está diretamente


ligada com o que você vai medir, por exemplo,
veja a imagem ao lado os 3 conectores:

10ADC: Utiliza-se para medição de corrente


elétrica até 10 A (liga o cabo positivo);

VΩmA: Utiliza-se para medição de tensão


elétrica e resistência elétrica (liga o cabo
positivo);

COM: Utiliza-se como comum, ou seja, o


negativo, a referência de medição.

Segundo ponto, que tem que estar alinhadíssimo:

Medindo corrente elétrica, em série. Medindo tensão elétrica, em paralelo.

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Quando você vai medir a resistência de algum componente com alta resistência,
por exemplo 400 Ohms, 500 Ohms ou mais, a resistência do próprio instrumento não
vai alterar muito seus cálculos, porém, quando você vai medir um componente de baixa
resistência, por exemplo, um condutor de 0.02 Ω, a resistência dos cabos do multímetro
podem atrapalhar sua medição, por isso devemos medir a resistência dos cabos do
multímetro e então descontar de nossa medição:

Passo 1 – Conectar os cabos no Passo 2 – Medir a resistência do componente e


multímetro e medir a resistência descontar a resistência dos cabos:
deles mesmos, encostando um ao
outro. Resistência = 1.18 – 0.06 = 1.12Ω

Para medir continuidade, você pode utilizar a função de diodo, que é aquela função
preta que vimos nas escalas de resistência, ela emitira um “Apito” quando o circuito
que medir apresentar continuidade, isso é, o circuito está fechado e circulando a
corrente que o multímetro injeta para fazer o teste.

Para medir resistência de componentes é fundamental desconectar os


componentes de sua alimentação, pois o sistema de alimentação pode alterar a
resistência do componente.

Para medir um condutor é o mesmo procedimento, desconectá-lo.

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OSCILOSCÓPIO

O osciloscópio é uma ferramenta de diagnóstico avançado, que possibilita extrair


medições com maior precisão e em uma escala de tempo muito menor, captar sinais
elétricos, por exemplo, que tem duração de 1 ms ou até menos.

O osciloscópio não apresenta somente uma medição numérica, como os


instrumentos que vimos até aqui, ele apresenta gráficos em duas dimensões, de um ou
mais sinais, de acordo com a quantidade de canais que ele possui.

O eixo vertical representa o sinal elétrico e o eixo horizontal representa o tempo,


como num plano cartesiano.

O osciloscópio é uma ferramenta de muita utilidade na injeção eletrônica,


possibilitando diagnósticos por imagem avançados, um instrumento de extrema valia
para um reparador.

Possibilita analisar as formas de onda, interferências, frequência, similaridade, este


osciloscópio acima, possui 4 canais, neste caso é possível analisar 4 sinais ao mesmo
tempo no mesmo plano, podendo fazer comparações, por exemplo.

Por ser uma ferramenta mais avançada e de valor mais elevado, é pouco usado na
elétrica básica, mas se o leitor tem interesse em se especializar em injeção eletrônica,
deve considerar aprender um pouco mais sobre ele no futuro.

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CANETA DE POLARIDADE

A caneta de polaridade é uma ferramenta simples, não chega a ser um instrumento


de medição, mas ao mesmo tempo muito útil na análise de circuitos elétricos
automotivos.

A função dela basicamente é sinalizar a polaridade de onde inserido, se é negativo,


positivo ou neutro.

Esta ferramenta pode ser usada tanto em circuitos de sinalização e iluminação


como também em sistemas de injeção eletrônica.

A única restrição deste equipamento é em medições em redes multiplexadas


(Rede Can, por exemplo) e sistemas de Airbag.

O funcionamento é bem simples, aquela agulha na ponta da caneta, quando


inserida em um condutor, terminal ou algo do gênero vai levar a polaridade deste
mesmo até o interior da caneta:

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Caso ele seja positivo, o LED Vermelho vai acender;

Caso seja negativo o LED Verde vai acender;

Caso não haja polaridade o LED Amarelo vai permanecer ligado.

Existem outras ferramentas e instrumentos, lhe apresentei os principais e mais


utilizados, cabe ao leitor à medida que adquira conhecimento, evoluir com suas
ferramentas também.

Agora que você já tem conhecimento nas grandezas elétricas, circuitos elétricos,
principais componentes e até os instrumentos de medição necessários, vamos
aprender sobre circuitos elétricos automotivos em.....

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Capítulo 9 CIRCUITOS ELÉTRICOS AUTOMOTIVOS

Neste capitulo, começaremos a focar nos componentes e circuitos que virá com
maior frequência no ramo automotivo, a atual situação de elétrica automotiva conta
com muitos recursos que, há 10 anos atrás jamais pensariam existir, em verdade, a
elétrica hoje é mais avançada do que era ontem, cabe ao leitor interpretar os
fundamentos que apresento aqui e atualizar-se sempre que possível.

Os sistemas modificam-se, aprimoram-se, o que existe hoje, se melhora amanhã,


mas os tempos do vento não modificam os conceitos com tanta facilidade.

Conhecemos alguns componentes sobre circuito elétrico e agora conheceremos


alguns principais componentes de um sistema automotivo em.....

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PRINCIPAIS COMPONENTES

Neste capítulo vou apresentar-lhe os principais componentes de um sistema


elétrico e até alguns componentes que são utilizados na injeção eletrônica também.

Existem diversos componentes, com diversas variações e aplicações, veremos os


mais comuns a fim de entender seu funcionamento, como uma base, para o que vem a
frente. E à medida que formos avançando, apresentarei outros componentes mais
pertinentes a cada sistema apresentado.

Sem dúvida, um dos mais comuns e mais utilizados componentes, é o relé....

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RELÉ

Você certamente verá bastante esse dispositivo em seu dia a dia, por isso preste
bastante atenção neste item e entenda bem para que ele serve e como funciona.

Basicamente, o relé é um dispositivo que


abre e fecha um circuito, permitindo ou
bloqueando o fluxo de corrente elétrica.

É semelhante a um interruptor de luz, com


diferença de que o relé não é acionado
diretamente por uma ação manual, como o
interruptor, e sim eletricamente.

Os relés são dispositivos eletromecânicos


que possuem a capacidade de manobrar uma alta
corrente elétrica através de uma baixa corrente
elétrica.
Para compreender seu funcionamento é necessário dividir o relé em duas partes.
Uma denominada linha de comando e outra denominada linha de carga:

Basicamente um relé automotivo é


muito parecido com a imagem ao lado.
O pino C simboliza a entrada de
energia, um positivo por exemplo e o NA
simboliza a saída de energia, ou seja, é
como quando ligamos nosso interruptor
no circuito, perceba que a haste que está
ligada no pino C, não está em contato com
o pino NA.
A bobina tem 2 pinos que, quando
energizados na tensão de trabalho do
componente (no automotivo, geralmente
é 12v), atraem magneticamente a haste
que conduz o pino C e faz com que essa
haste encoste no pino NA, permitindo a
condução da corrente elétrica, veja:

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Quando a bobina é energizada, a


bobina gera um campo magnético, que
atrai o contato fazendo com que ele feche
contato e permita a circulação de
corrente elétrica pelo circuito em que
está instalado.

Por padrão o relé automotivo possui


uma pinagem:
Pino 85: Negativo da bobina do relé
Pino 86: Positivo da bobina do relé
Pino 87: Saída de potência
Pino 30: Entrada de potência

O relé é utilizado em diversos


sistemas automotivos, amplamente
usado para alimentação de circuitos e
ativação de circuitos, como: Eletro
ventilador do radiador, Farol alto, Farol
baixo, Motor de partida etc.

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Veja na página anterior, um exemplo de funcionamento de um relé, a esquerda,


um relé em repouso, alimentado pela bateria através de condutores e um botão de
acionamento que está no condutor positivo, o interruptor está aberto, logo, não há
corrente circulando para acionar o relé e não há contato entre os pinos 30 e 87.

Na figura da direita, o botão de acionamento está acionado, com circuito


fechado, permitindo a corrente circular e energizar o relé, com o relé energizado o
campo magnético faz com que feche contato entre os pinos 30 e 87, permitindo fluir
corrente elétrica por esses pinos.

Mas por que então utilizar um relé? Já existe um botão de acionamento, por que
não utilizar somente ele?

Existem benefícios na utilização de um relé automotivo, por exemplo, mencionei


anteriormente que o relé é capaz de manobrar uma alta corrente utilizando uma baixa
corrente elétrica, isso significa que acionar a bobina do relé utiliza uma corrente muito
pequena, na casa dos miliamperes.

Deste modo, conseguimos aumentar a vida útil dos interruptores, pois a corrente
de circulação no próprio interruptor é muito baixa.

Determinados componentes do sistema automotivo demandam corrente elétrica


elevada, por exemplo: Faróis alto e baixo, Ar condicionado, Ventilação interna do
veículo, faroletes, teto solar, vidros elétricos etc. Se essas cargas fossem acionadas
diretamente pelos interruptores, teríamos interruptores muito robustos e com vida
útil reduzida já que teriam que suportar essas correntes mais elevadas.

Outro detalhe que também é muito importante, é que quanto maior a corrente,
maior a bitola do fio que irá ser utilizado e com a crescente utilização de componentes
elétricos e eletrônicos nos veículos, sem os relés teríamos chicotes elétricos muito
grossos, o que exigiria maior espaço no automóvel.

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Veja a aplicação de um relé automotivo para acionar por exemplo, o farol alto do
veículo, o interruptor que aciona o relé, consome 100 mA, uma corrente bem baixa,
que pode ser alimentada por um condutor razoavelmente fino.

E a corrente que circula pelo relé automotivo é de 12 A para acionar o sistema de


farol alto do veículo, uma corrente mais elevada.

Dessa forma, fica também separado o sistema de acionamento do sistema de


carga, gerando menos interferência e uma melhor organização dos sistemas elétricos.

Existem diversos tipos de relé automotivos, relés com as mais diversas aplicações,
relés temporizadores, relés de 40 A, relés de 80 A, relés de 20 A, relés de iluminação,
relé de pisca etc.

Este relé que mostrei anteriormente é um relé de 40 A com 4 pinos, que é a


pinagem que já lhe apresentei anteriormente, agora quero lhe apresentar outro relé,
que é um relé de 5 pinos, que é bastante utilizado também:

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Este relé de 5 pinos tem o mesmo funcionamento do de 4 pinos, acionamento


eletromagnético etc.

A diferença para o de 4 pinos, é que quando este relé está em repouso, ele está
conduzindo corrente do Pino 30 para o Pino 87 A.

_____________________________________________________________________

Vou lhe introduzir a pinagem de um relé mais uma vez, mas agora com mais
alguns detalhes:

• Pino 85: Negativo da bobina do relé


• Pino 86: Positivo da bobina do relé
• Pino 30: Entrada de potência
• Pino 87: Pino NA de saída de potência (NA= Normalmente Aberto)
• Pino 87 A: Pino NF de saída de potência (NF= Normalmente Fechado)

NA = Normalmente Aberto significa que com o relé em repouso, isso é,


desenergizado, este contato está normalmente aberto, ou seja, sem contato com o pino
30. Quando o relé é energizado ele entra em contato com o pino 30.

NF = Normalmente Fechado significa que com o relé em repouso, isso é,


desenergizado, este contato está normalmente fechado, ou seja, com contato com o
pino 30. Quando o relé é energizado ele abre o contato com o pino 30, parando de
conduzir eletricidade.

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COMUTADOR DE IGNIÇÃO

O comutador de ignição é o componente que usamos para ligar e desligar a grande


maioria dos circuitos de um automóvel, utilizamos ele para dar partida no veículo
também.

Este dispositivo fica instalado atrás do tambor da chave que liga o veículo.

Ao lado uma figura que pode auxiliar


a associação de ideia do comutador de
ignição.

O comutador de ignição recebe o


movimento da chave quando giramos ela
na ignição e através desse movimento,
permite a circulação de corrente elétrica
para certos circuitos do veículo, portanto
o comutador de ignição é considerado
uma chave.

O comutador de ignição é
basicamente um interruptor com várias
conexões e posições.

Os mais antigos possuíam de 3 a 4


terminais, hoje em dia temos
comutadores com maior número de
pinos e funções.

O que todo comutador de ignição possui:

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Terminal de Entrada:

• Pino 30 - Positivo direto da Bateria

Terminais de Saída:

• Pino 15;
• Pino 50;
• Pino X;

Pino 15:

•O pino 15 é responsável por alimentar a linha 15, que é


uma linha considera pós-chave, ou seja, quando giramos a
chave no contato de ignição e acende o painel e energiza
diversos outros circuitos, esta é a posição pré-partida,
energiza diversos circuitos que preparam o veículo para
iniciar o motor.

Pino 50:

•O pino 50 é responsável por alimentar a linha 50, que é


uma linha que aciona o motor de partida, possibilitando o
motor entrar em funcionamento.

Pino X:

•O pino X é responsável por alimentar a linha x, que é uma


linha que alimenta diversos circuitos, que dependendo a
montadora, pode alimentar componentes como, rádio,
faróis e etc..
O pino X é acionado junto com a linha 15, a diferença é que
quando giramos a chave para bater arranque a linha X é
desativada, por alimentar circuitos que são desnecessários
para partida do veículo.

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E alguns comutadores vão possuir algumas funções especiais, como uma posição
de iluminação, que poderá conferir nos Fiat, por exemplo.

Veja acima, um exemplo de diagrama de um comutador de ignição.

Posição 1 Posição 2 Posição 3


Desligado, ou seja, aquela Primeiro estágio do Este estágio é o estágio
posição que você comutador de ignição, o que utilizamos para dar
consegue inserir e retirar a pós-chave (linha 15), ele partida no motor e este
chave e todos circuitos recebe positivo do pino 30 estágio tem uma mola de
desligados. e distribui para os circuitos retorno para voltar a
que necessitam para dar posição 2 quando
partida no veículo (em soltamos a chave, para
alguns casos alimentam evitar danos no motor de
circuitos desnecessários partida.
também). Neste estágio a linha X é
desligada, afim de
concentrar toda energia
da bateria na partida do
veículo.
O motor de partida é
acionado pelo linha 50
que é o contato que é
energizado neste estágio.

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INTERRUPTOR DE LUZ DE FREIO

O nome já é bem intuitivo e acredito que já deva saber do que se trata. Em um


veículo existem diversas lâmpadas de sinalização e iluminação, e uma dessas é a luz de
freio (luz de stop) e é muito importante para condução do veículo.

E as luzes de freio são acionadas por um dispositivo muito simples que vai instalado
no pedal do freio, que quando o pedal está em repouso, este interruptor não permite
a passagem de corrente elétrica e quando pisamos no freio este interruptor permite a
passagem de corrente elétrica, energizando as lâmpadas de freio.

É bem simples, como o circuito de freio é muito importante, a maioria das


montadoras alimenta as lâmpadas de freio com o positivo direto da bateria, passando
por este interruptor que fica instalado no pedal de freio, então, mesmo com a chave
desligada temos energia neste interruptor, que quando pressionado o pedal, ele libera
o fluxo de corrente elétrica para as lâmpadas de freio.

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A imagem ao lado mostra o funcionamento de


um interruptor, ele fica instalado próximo ao pedal de
freio.
Quando o pedal está em repouso ele fica
pressionando o interruptor de freio abrindo seu
contato interno.
Quando pressionamos o pedal de freio, há uma
mola interna no interruptor que faz com que feche o
contato interno e permita a corrente circular.
Alguns interruptores possuem regulagem
através de uma porca, como a primeira imagem desta
página, possibilitando uma regulagem de que altura o
interruptor conduzirá a corrente elétrica.

Alguns interruptores de freio são instalados no cilindro mestre de freio e são


acionados por pressão hidráulica no cilindro ao invés de um movimento no pedal do
freio. Mas seu funcionamento em termos de circuito elétrico é idêntico.

Em veículos equipados com freio ABS, poderá encontrar interruptores de freio


com mais de 2 pinos.

Estes pinos extras podem ser utilizados para informar o sistema de ABS quando
estamos realizando a frenagem, muitos veículos utilizam interruptores comuns para
iluminação e sinal para o ABS e outros não.

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Para testar um interruptor de luz de freio é bem simples:

Com o multímetro no modo de continuidade ou resistência 200 Ω:


Pode testar com o interruptor de freio no lugar ou retirá-lo e testar na bancada, para
isso, desconecte o componente, para testar resistência ou continuidade sempre
desconecte o componente.

Pressione e solte o interruptor conforme a seta azul indica e repare se ele


apresenta continuidade quando em repouso e para de conduzir quando pressionado.

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INTERRUPTOR DE LUZ DE RÉ

O nome também já é bem intuitivo e acredito que já deva saber do que se trata.
Em um veículo existem diversas lâmpadas de sinalização e iluminação, e uma dessas é
a luz de ré que é a iluminação que acende na parte de trás do veículo quando engatamos
a marcha a ré, essa é tanto uma iluminação quanto uma sinalização, pois ela ilumina
possibilitando melhorar nossa visão durante a manobra e também sinaliza para que
saibam que estamos com a ré engatada.

E a luz de ré é acionada por um dispositivo muito simples que vai instalado


geralmente no câmbio do veículo, rosqueado ou encaixado no câmbio que quando
engatado a marcha ré, tem um dispositivo que empurra o interruptor de luz de ré e faz
com que ele conduza corrente elétrica para as luzes de ré, é muito parecido com o
interruptor de luz de freio:

A imagem ao lado mostra o


um interruptor de ré em uma
caixa de câmbio, a maioria dos
veículos funciona dessa forma, já
vi alguns veículos, casos muito
raros que o interruptor era na
palanca de marchas, mas é muito
raro.

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Os veículos automáticos modernos pegam essa informação pela palanca


eletrônica e geralmente não tem interruptor de luz de ré.

Verá veículos mais antigos automáticos que possuem interruptor de luz de ré.

_____________________________________________________________________

Pode realizar o diagnóstico de um interruptor de luz de ré com o multímetro


medindo continuidade do interruptor, com a marcha ré engatada ele tem que
conduzir corrente entre seus 2 pinos.

O teste é idêntico ao teste que vimos no interruptor de luz de freio.

Caso não esteja conduzindo, pode haver uma falha no interruptor ou até mesmo
um problema mecânico, embora este, seja muito mais raro acontecer.

Se preciso, desinstale o sensor do câmbio e teste manualmente, medindo a


continuidade do mesmo, acionando-o com a mão ou uma morsa.

_____________________________________________________________________

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INTERRUPTOR DE PEDAL DE EMBREAGEM

Este não aciona nenhuma lâmpada e é muito mais utilizado pelo sistema de injeção
eletrônica para algumas estratégias de cálculos, porém resolvi colocá-lo aqui nesta lista,
para despertar maior interesse nos sistemas de injeção eletrônica e também deixar
informado para quando vê-lo em algum veículo.

Este interruptor tem uma grande atuação no sistema de injeção eletrônica, ele
informa para o modulo quando debreamos o veículo e a central de injeção eletrônica
utiliza este sinal para algumas estratégias, como por exemplo:

• Desaceleração do veículo em paradas, aceleração do veículo.

Este interruptor com defeito, pode até fazer com que o motor do veículo apague
quando paramos na sinaleira por exemplo, pois a central utiliza este interruptor para
esta estratégia.

O funcionamento é idêntico ao interruptor de luz de freio e pode testá-lo da mesma


forma com o multímetro na opção de continuidade.

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CHAVE DE FAROL

A chave de farol é o dispositivo responsável em geral, por acionar geralmente as


luzes de posição (sinaleira), o farol baixo e o farol alto.

Digo geralmente, pois, em alguns casos existem chaves separadas, mas em geral é
tudo unificado na chave de farol.

É uma chave de multi posições como o comutador de ignição, algumas chaves


fazem a comutação de luz alta e luz baixa nela mesmo, outras chaves tem acionamento
externo, isso vai variar de montadora para montadora, de veículo para veículo, nestes
casos o leitor deve procurar o esquema elétrico individual do veículo em questão.

Acima, uma chave de farol do Acima, uma chave de farol do palio, que
gol, que alimenta a sinaleira, o farol aciona a sinaleira, o farol e as luzes de direção
e aciona também os faroletes e luzes também (piscas).
de neblina. Esta chave também já faz a comutação
Nesta chave, a comutação entre entre Farol baixo e Farol alto nela mesmo,
farol alto e baixo, fica externa a além de oferecer o lampejo (Luz alta + Baixa).
chave, atrás do volante.
Além disso, contém um
potenciômetro, que você pode ver
na parte da direita, que controla a
intensidade de iluminação do painel.

Quando acionamos as luzes de posição (sinaleira), também acionamos a iluminação


do painel, e em alguns veículos a iluminação de certos componentes, como por
exemplo, interruptores, relógio etc.

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O funcionamento desta chave é bem simples, alguns veículos trabalham com linha
30 (positivo direto da bateria) e outros veículos trabalham com linha 15 (Pós chave), ou
seja, necessitam estar com a chave do veículo ligada para alimentar o sistema de
iluminação.

Basicamente a chave tem uma alimentação positiva e conforme acionamos a chave


ela alimenta os circuitos diversos, para acionar os faróis alto e baixo ela utiliza relés,
para a sinaleira geralmente não utiliza relé, por se tratar de uma corrente de
acionamento baixa também.

Pinagem em uma chave de farol:

Linha 55 – Lâmpada de Neblina Linha 57L – Lâmpada de Estacionamento


Esquerda
Linha 56 – Positivo para faróis Alto e Baixo Linha 57R – Lâmpada de Estacionamento
Direita
Linha 56a – Farol Alto Linha 58 – Lâmpada de posição Traseira
Linha 56b – Farol Baixo Linha 58d – Lâmpadas de Iluminação do
Painel (Potenciômetro)
Linha 56d – Contato do lampejador Linha 58L – Lâmpada de Posição Esquerda
Linha 57 – Lâmpada de posição Lateral Linha 58R – Lâmpada de Posição Direita
Linha 57a – Lâmpada de Estacionamento
A chave de farol alto e baixo também acende uma luz indicadora no painel para
indicar ao condutor que o sistema está acionado:

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Em diversos veículos mais antigos é comum ver a aplicação deste relé auxiliar de
iluminação:

Ele recebe o comando da chave de farol e chaveia a alta corrente necessária para
acionar os faróis de alta e baixa, veremos como é a ligação deste relé na parte de
circuitos elétricos mais à frente.

Este relé é bem versátil, pois ele é na verdade, dois relés, possui alimentação das
bobinas interligadas e fusível de proteção nele mesmo, o que, facilitou muito nos
sistemas mais antigos.

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VÁLVULA SOLENOIDE

Embora não seja tão frequentemente vista, resolvi colocar aqui nesta lista, pois
diversos veículos antigos utilizam e é imprescindível nos veículos da atualidade.

É amplamente utilizada nos sistemas de injeção eletrônica.

Esta válvula utiliza o mesmo princípio de funcionamento de um relé automotivo: O


eletromagnetismo.

Basicamente, a válvula solenoide é um


dispositivo que abre e fecha um circuito
pneumático ou hidráulico. É como se fosse um
registo elétrico.

Ele pode ser NA ou NF, ou seja, ele pode


permitir circular gases ou líquido por ele quando
em repouso caso seja NA, ou pode permitir
circular só quando estiver alimentado caso seja
NF.
Esta válvula tem diversas aplicações, como controlar gases de respiro do tanque,
controlar a gasolina de partida a frio, controlar vácuo para sistemas de tração, controlar
vácuo para diversas aplicações.

Para testá-la, você pode medir a resistência dela. Ela deve possuir alguma
resistência, valor de acordo com o fabricante.

E você pode testá-la também, alimentando-a e testando se permite a circulação ou


não quando alimentada e quando em repouso.

Uma válvula destas trancadas pode fazer com que o veículo falhe, consuma muito
combustível, funcione de forma irregular, entre outras situações.

Como os relés, existem diversas variações, entrada, saída, número de conexões,


características físicas, características de alimentação etc.

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CIRCUITOS AUTOMOTIVOS

Conhecemos alguns componentes automotivos, aprendemos um pouco mais sobre


eles, no mundo automotivo existe milhares de variações para cada sistema, cada
montadora, cada veículo e ano de fabricação.

Cada sistema possui suas peculiaridades e características, por isso devemos


compreender os conceitos e utilizar um diagrama do próprio veículo caso haja dúvida
na hora do diagnóstico ou manutenção.

É possível trabalhar sem um diagrama, caso possua o conhecimento necessário


para tal, mas o diagrama sempre vai acelerar e facilitar seu entendimento do circuito.

Neste momento, vou apresentar-lhe circuitos exemplos básicos de alguns sistemas


elétricos do veículo para dar uma noção e ideia de funcionamento.

Acredito que é importante entender sobre os circuitos mais antigos e triviais, por
quê, os circuitos e sistemas mais novos foram evoluídos a partir deles.

Muitos veículos da a atualidade utilizam os sistemas triviais que vou apresentar


adiante, carros de maior luxo tendem a ter sistemas mais complexos e avançados, que
é completamente viável o entendimento uma vez que se entenda suas origens e
fundamentos.

Existem veículos que utilizam sensores “crepúsculo” que é um sensor de


luminosidade, acende os faróis automaticamente quando detectam o escurecer, por
exemplo, o anoitecer ou a entrada em um túnel por exemplo.

Existem veículos que fecham o teto solar na presença de chuva e diversas outras
aplicações da tecnologia, que são muito legais na minha opinião e uteis. E o leitor vai
perceber que tudo tem origem do que estamos vendo aqui neste livro, são
interruptores, tensão elétrica, corrente elétrica, relés, resistores...

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Você já deve ter percebido que na elétrica automotiva temos alguns padrões, por
exemplo:
Linha 15
Linha 30
Linha 50
Linha 85
Linha 86
Linha 57
Linha 87 A
Linha X

E diversas outras, essas linhas são homologadas e padronizadas para facilitar


nosso entendimento de diagramas e circuitos elétricos e veremos sobre essas linhas
em .....

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NORMA DIN

A norma DIN é uma norma europeia que organiza e padroniza a pinagem dos
terminais automobilísticos com um código:

Norma DIN 73552:

Nesta imagem acima, você vai encontrar as pinagens que utilizara no dia a dia da
elétrica e injeção eletrônica automotiva.

Esses códigos são considerados linhas...

Por exemplo:
Linha 15, linha 50, linha x etc.

As mais comuns são:


30 = Positivo Bateria
31 = Negativo Bateria
15 = Pós-chave
50 = Motor de partida

Baixe esta imagem em alta definição em:

https://kevenmadalozzo.com.br/norma-din-linhas/

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SISTEMAS DE ILUMINAÇÃO

Nesta área abordaremos alguns circuitos e diagramas básicos, este livro tem um
nível de conhecimento básico, por isso não entraremos em interpretação de
esquemas elétricos avançados, tais como, esquemas de montadora, por exemplo.

A seguir introduzirei sistemas de iluminação, como farol, sinaleira, luz de freio, luz
de ré, farolete etc.

Comentei anteriormente sobre o relé duplo para alimentação da faróis


automotivos que é muito utilizado em veículos mais antigos e começaremos esta etapa
estudando o esquema elétrico deste relé....

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R ELÉ DUPLO DE FAROL

Este relé foi muito utilizado nos veículos mais antigos e eles ainda estão rodando
por aí, portanto é útil saber sua aplicação e uso, não faz muito tempo que reformei toda
a elétrica de um Jeep Willys 1945 e utilizei um relé destes para acionar o farol alto e
baixo. Então é sempre útil conhecê-lo:

O relé em questão apresenta 6 pinos:

Farol 1= Saída de potência para farol


baixo (ou alto).
Farol 2 = Saída de potência para farol
alto (ou baixo).

Terra - = Linha 31 (Negativo direto da


bateria)
Bateria 12v+ = Linha 30 (Positivo direto
da bateria)

Comando 1 = Sinal Positivo para acionar


o relé da saída de potência 1;
Comando 2 = Sinal Positivo para acionar
o relé da saída de potência 2.

O relé já possui fusíveis acoplados o que facilita a instalação/ manutenção.

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Bem tranquilo este esquema elétrico, neste exemplo as chaves acionadoras são
alimentadas pela linha 15 e quando acionadas liberam positivo para acionar o relé que
por sua vez alimenta os faróis.

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L UZ DE FREIO

O sistema de sinalização de freios é muito simples, na maioria dos veículos, por


questão de segurança é uma linha 30 ligado ao interruptor de freio através de um
sistema de proteção. E do interruptor de freio sai a linha 54 que vai até as lâmpadas.

Em alguns veículos a luz de freio vai ser alimentado através da linha X ou linha 15.

As lâmpadas estão alimentadas pelo negativo direto do chassis e o positivo que


alimenta as lâmpadas vem através da linha 54 (proveniente do interruptor do pedal de
freio).

O interruptor é alimentado através do Fusível F1 que é alimentado através do


fusível geral que é alimentado pela linha 30. Este circuito também pode alimentar o
brakelight, caso houver.

Caso uma das lâmpadas estiver sem funcionar, o mais provável é que o problema
esteja na lâmpada queimada ou no soquete da lâmpada.

Caso as duas lâmpadas estejam sem funcionar, o primeiro teste a se fazer é se há


positivo na linha 54 quando pressionamos o freio.

Caso não haja positivo quando pressionamos o freio, devemos verificar se há


alimentação na entrada do interruptor do freio.
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Caso não haja alimentação, verifique os fusíveis de alimentação.

Um teste muito simples a se fazer, é desconectar o interruptor e fazer um


“Jumper” entre os pinos, simulando como se o interruptor estivesse conduzindo a
corrente e verificar se as lâmpadas acendem. Caso acenda caracteriza que o
interruptor não está conduzindo corrente elétrica.

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L UZ DE R É

O sistema de sinalização de ré também é muito simples, na maioria dos veículos é


alimentado pelo linha 15 ou linha x quando houver.

Há um sistema de proteção que alimenta o interruptor de marcha ré, e o


interruptor quando acionado alimenta as lâmpadas.

O positivo para o interruptor de ré vem através da linha x, passando por um fusível


de proteção.

Quando acionada a marcha ré, o interruptor alimenta as lâmpadas de ré que já


estão alimentadas negativamente diretamente no negativo da bateria.

Caso uma das lâmpadas estiver sem funcionar, o mais provável é que o problema
esteja na lâmpada queimada ou no soquete da lâmpada.

Caso as duas lâmpadas estejam sem funcionar, o primeiro teste a se fazer é se há


positivo na saída do interruptor quando engatamos a marcha a ré.

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Caso não haja positivo quando engatamos a marcha a ré, devemos verificar se há
alimentação na entrada do interruptor da luz de ré.

Caso não haja alimentação, verifique os fusíveis de alimentação.

Um teste muito simples a se fazer, é desconectar o interruptor e fazer um


“Jumper” entre os pinos, simulando como se o interruptor estivesse conduzindo a
corrente e verificar se as lâmpadas acendem. Caso acenda caracteriza que o
interruptor não está conduzindo corrente elétrica.

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L UZ DE C ORTESIA

Você deve conhecer melhor esta como luz de teto, ficou mais fácil?

Existem diversos sistemas que acionam as luzes de cortesia, mas o mais comum
deles é quando abrimos uma porta ou acionamos manualmente a luz de teto.

Alguns veículos vão possuir temporizadores, por exemplo, quando fechamos a


porta a luz fica um tempo acesa e vai esmaecendo a medida que desliga.

Veja um exemplo de circuito simples:

Neste exemplo, a luz de cortesia é alimentada diretamente do linha 30 da bateria


através de um fusível e recebe o massa (negativo) através de um dos interruptores de
porta ou quando manualmente acionamos a posição na lâmpada que fecha o contato
da lâmpada com o negativo, acendendo a lâmpada.

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Neste esquema qualquer das portas que for aberta vai acionar a luz de cortesia,
no momento em que fecha a porta a luz se apaga.

Veja agora um esquema elétrico de um relé temporizador de luz interna, este é


aplicado em alguns Chevrolets e temporiza a luz interna por aproximadamente 8
segundos:

Então, ao invés do interruptor de porta ir ligado diretamente a lâmpada de


cortesia, este relé é instalado em série no circuito, então toda vez que abre a porta e
fecha ele permanece com a lâmpada acesa por aproximadamente 8 segundos.

Esse sistema também é legal, pois diminui a corrente de trabalho do interruptor


de porta e auxilia na iluminação do interior após fechar a porta.

Pode ser instalado em qualquer veículo que não o possua, seguindo o esquema
acima.

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L UZ DE P OSIÇÃO E F ARÓIS

Luz de posição, a famosa sinaleira, geralmente funciona na mesma lâmpada da luz


de freio, isso é, a lâmpada possui 2 polos e 2 potências:

Lâmpada 21/5w, ou seja, em dos polos ela aciona 5W e no outro 21W, então a
sinaleira aciona o polo de 5W e o freio a de 21W.

O sistema de posição de uma forma geral é acionado pela mesma chave do farol,
sendo considerado a posição 1 de iluminação.

Abaixo um esquema elétrico básico de um sistema completo de iluminação, luz de


sinaleira, farol baixo, farol alto e até as luzes sinalizadoras do painel de instrumentos:

Neste esquema acima, temos nossa chave de comando da luz de posição e faróis
que é alimentado pelo comutador de ignição e conforme mexemos a chave de farol ela
aciona a luz de posição e o farol.

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A chave do farol aciona os relés de luz baixa e alta, a alimentação é protegida por
fusíveis individuais para alta e baixa e em alguns casos pode encontrar-se fusíveis
individuais para cada lado também.

O potenciômetro de iluminação do painel é literalmente um potenciômetro que


conseguimos ajustar a intensidade da iluminação do painel do veículo. Em alguns
veículos, quando ligamos o farol o sistema automaticamente reduz a intensidade de
iluminação da sinaleira, a fim de não ofuscar a visão do painel.

O lampejo é quando nós acionamos um “jogo de luz alta”, ele aciona o relé de luz
alta, mas é um interruptor com mola, ou seja, quando soltamos ele volta a posição NA.

Quando temos faroletes, geralmente eles são alimentados por um relé que é
alimentado por um interruptor que é alimentado pela luz de posição, dessa forma, o
farolete só pode ser acionado caso a luz de posição estiver ligada.

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SISTEMAS DE REFRIGERAÇÃO

Veremos agora alguns outros esquemas elétricos do sistema de refrigeração que


fazem parte do sistema elétrico do veículo e nestes sistemas vou apresentar
esquemas mais modernos que são mais utilizados na atualidade, além claro, de
sempre mostrar os fundamentos que levaram ao que conhecemos hoje.

Os sistemas de refrigeração englobam basicamente o marcador de temperatura


do painel e o sistema que aciona o eletro ventilador do radiador.

O sistema de refrigeração é fundamental para o correto funcionamento do


motor, ele regula e refrigera a temperatura de trabalho do líquido de arrefecimento.

Para iniciarmos a estudar esses sistemas de refrigeração, quero apresentar 2


componentes primeiramente:

O eletro ventilador é acionado basicamente em função da temperatura do líquido


de arrefecimento, que pode ser, informado através de um sensor de temperatura
(Mais utilizado em sistemas com injeção eletrônica) ou interruptores térmicos que são
componentes similares ao que já vimos, porém, com o acionamento em função da
temperatura.

Acima, um Interruptor Térmico, Acima, um Sensor de temperatura,


conhecido também como “Cebolão do requisito básico de um sistema de
radiador”, apesar de não servir para injeção eletrônica e para monitoramento
cozinhar e ser pequeno (Brincadeiras à de temperatura no painel de
parte) instrumentos.

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Um interruptor térmico como o Um sensor de temperatura é


próprio nome já diz, interrompe o totalmente diferente de um interruptor
circuito, como a maioria dos dispositivos térmico. Um interruptor térmico tem
que vimos até agora, a diferença, é que somente a função de comandar o eletro
ele interrompe o circuito ou não em ventilador.
função da temperatura.
É um circuito elétrico mecânico, a Um sensor de temperatura é um
temperatura deforma o circuito interno, dispositivo de resistência variável em
fazendo com que conduza ou não. função da temperatura e através desta
resistência o painel ou módulo de
Ele vai instalado geralmente no injeção eletrônica consegue interpretar a
radiador ou na mangueira inferior do temperatura e efetuar diversos
radiador (da válvula termostática) e tem procedimentos em cima disso.
uma característica de interruptor para
interruptor que é a pinagem e a Como por exemplo, comandar um
temperatura de arme/desarme. relé para acionar o eletro ventilador.
Por exemplo:
• Arma em 86 graus Atuar o ponteiro de temperatura do
• Desarma em 82 graus. painel de instrumentos.

Tem a capacidade de conduzir uma Um sensor tem a característica de


corrente elétrica mais elevada e por isso ser um instrumento de medição, por
já foi muito utilizado sem relé no isso, em hipótese alguma conduz
circuito, conduzindo direto ao eletro corrente elétrica como um interruptor.
ventilador.

Começaremos então com um sistema bem básico de acionamento de eletro


ventilador em....

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S ISTEMA ELETRO VENTILADOR SIMPLES

O sistema mais simples que existe é composto basicamente por um eletro


ventilador, um interruptor térmico e fusível, até mesmo sem relé.

Um interruptor térmico, alimentado diretamente do linha 30 através de um fusível


de alta corrente, que quando exposto a temperatura em que foi projetado para
conduzir corrente elétrica, libera o positivo para o motor do eletro ventilador que já
está alimentado com negativo do chassis.

Neste caso a alta corrente elétrica circula diretamente por dentro do interruptor
térmico, diminuindo sua vida útil, uma alternativa a este circuito, seria instalar um relé
para alimentar o eletro ventilador e utilizar o interruptor para armar o relé:

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Estes são os circuitos mais simples existentes na área da refrigeração do motor,


simples, porém funcionais. Muitos veículos utilizam deste sistema e até alguns
veículos mais novos existem algumas pessoas que adaptam esse sistema nos
veículos......

Separei algumas falhas e possíveis testes e soluções para guiar-lhe:

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POSSIVEIS FALHAS/TESTES/SOLUCOES
Caso o teste não retorne positivo, avance para o teste abaixo.
SINTOMA TESTE SOLUÇÃO
Eletro ventilador Desconectar o interruptor Caso o eletro ventilador
não funciona térmico e fazer um “jumper” funcionar, significa que o
com um pedaço de fio entre problema está ou no interruptor
os terminais. térmico ou no sistema mecânico
que aquece o interruptor.
Eletro ventilador Verifique se há alimentação Caso chegue alimentação no
não funciona no interruptor térmico, caso eletro ventilador, certifique-se de
haja, verifique o eletro que haja tensão, isso é, positivo e
ventilador, verifique se chega negativo, caso haja, substitua o
à alimentação nele. eletro ventilador

Eletro ventilador Verifique se há alimentação Caso o fusível esteja queimado,


não funciona no interruptor térmico, caso substitua o fusível e verifique o
não haja, verifique os estado do eletro ventilador,
fusíveis. verifique se ele não se encontra
trancado ou muito pesado.
Confira também o chicote
elétrico, procure por possíveis
curto-circuito.
Eletro ventilador Caso não haja alimentação e Procure por rupturas no chicote
não funciona o fusível estiver bom, meça elétrico, esmagaduras,
continuidade do interruptor conectores de junção com
térmico até o terminal do problema.
fusível.
Fusível Verifique o chicote elétrico, Repare o chicote elétrico.
queimando meça a isolação ao negativo
constantemente e procure por possíveis parte
desencapadas ou em contato
com o chassis.
Fusível Verifique se o eletro Destrancar o eletro ventilador,
queimando ventilador não se encontra caso haja algo trancando-o ou
constantemente trancado. substitui-lo.
Fusível Consulte a potência do Caso a corrente esteja acima do
queimando motor e verifique a corrente normal, substitua o eletro
constantemente elétrica que o eletro ventilador.
ventilador está consumindo

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S ISTEMA ELETRO VENTILADOR 2 VELOCIDADES

O circuito que vimos anteriormente utiliza 100% da potência do eletro ventilador


de imediato, o sistema que verá agora, utiliza um circuito que proporciona 2 velocidades
de funcionamento para o eletro ventilador (ventoinha), a primeira velocidade, mais
lenta, e a segunda velocidade, com 100% de potência.

O intuito deste sistema é aumentar a vida útil do sistema, diminuir a emissão de


ruídos para o condutor e passageiros e tornar mais suave a refrigeração. De certa
temperatura até certa temperatura é uma velocidade, passou de X temperatura é
acionado a 2ª velocidade.

Este sistema utiliza uma resistência para diminuir a velocidade do eletro ventilador,
ligado em série ao eletro ventilador ele limita a corrente do sistema e gera uma queda
de tensão na alimentação do eletro ventilador, fazendo com que a potência equivalente
seja menor.

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Esta resistência é instalada na primeira


velocidade do eletro ventilador e é ligada em
série a alimentação, como já aprendemos
anteriormente, vai gerar um aumento na
resistência do circuito e uma queda de corrente e
tensão no eletro ventilador, caso este princípio
não esteja claro para o leitor, peço que retorne
ao capitulo 7 e releia-o para facilitar seu
entendimento.

A sua resistência varia de montadora para


montador, podendo ser na casa de 0 ohms até 10
ohms ou mais.

Algumas resistências vão ter em paralelo a


resistência um diodo de proteção, que faz com
que quando o eletro ventilador é desarmado, os
retornos de interferência em função do campo
magnético do motor sem dissipados e filtrados.

É necessário verificá-lo também quando


verificar uma resistência destas.

Veremos a seguir então um circuito básico que conta com 2 velocidades de


acionamento, neste caso o interruptor térmico é duplo, ou seja, tem 2 contatos com 2
temperaturas de funcionamento diferente, uma temperatura mais baixa que vai acionar
a primeira velocidade e o outro contato alimenta direto o eletro ventilador na
velocidade 2 (máxima).

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Veja, em um dos terminais do interruptor térmico vai direto para o eletro


ventilador também.

O outro terminal do interruptor também vai para o eletro ventilador, mas passa
através da resistência, que quando alimentado o circuito pela resistência, como já
vimos as associações em serie vão causar uma queda de tensão e vai chegar por
exemplo 7 V no eletro ventilador, diminuindo a potência equivalente dele, portanto
fazendo com que gire em menor velocidade. Este mesmo sistema também pode ser
encontrado com relés, sendo o mesmo circuito apenas com a diferença que os
contatos do interruptor térmico alimentam o relé, e os relés por sua vez alimentam a
resistência e o eletro ventilador.

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Faça simulações para entender, para isso considere:

Eletro ventilador 200W.


Resistência da resistência do eletro ventilador: 1 Ω

E veja o que acontece com a tensão no eletro ventilador

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S ISTEMA ELETRO VENTILADOR INJEÇÃO

Conhecemos alguns sistemas mais simples e convencionais, agora vou apresentar


uma forma de circuito básico de que a maioria dos circuitos automotivos da atualidade
utilizam como refrigeração.

Eles utilizam um sensor de temperatura que mede com precisão a temperatura, a


central de injeção eletrônica interpreta este sinal e quando chegar na temperatura
estabelecida vai armar esses relés para alimentar o eletro ventilador.

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Tome o leitor um tempo para analisar este esquema cima, neste esquema apenas
um fusível geral alimenta os dois relés, mas em 90% dos casos é utilizado um fusível
para cada relé, portanto, fique o leitor atento.

Neste esquema elétrico, o relé é alimentado um dos terminais da bobina (85)


diretamente do linha 15 e a UCE (central de injeção eletrônica) comanda o relé
através de um sinal negativo emitido por ela.

É muito similar ao outro sistema, com diferença que agora os relés não estão
aterrados um terminal da bobina diretamente, e sim alimentado positivamente, e não
há interruptor térmico.

Há um sensor de temperatura que funciona como uma resistência variável em


função da temperatura, que é conectado um terminal ao negativo e o outro terminal
é o sinal para o módulo.

O módulo interpreta o sinal do sensor e quando está na temperatura de trabalho


ele alimenta o relé negativamente.

O módulo também tem 2 faixas de trabalho, caso seja necessário ele aciona o relé
da segunda velocidade.

Dica de injeção eletrônica:

Caso o sensor de temperatura esteja com circuito aberto, isso é, ou desligado


ou com a resistência interna dele queimada, a maioria dos sistemas de injeção
eletrônica assume uma temperatura de trabalho de -40 cº e aciona o eletro
ventilador por questões de segurança.

Existem alguns sistemas que utilizam um método particularmente bem legal na


minha opinião, este sistema utiliza 2 eletro ventiladores e na primeira velocidade ao
invés de ligar uma resistência para diminuir a tensão e a corrente, o sistema liga os
dois eletro ventiladores em série, fazendo com que eles dividam a tensão atuando
como a resistência.

A segunda velocidade é os dois eletro ventiladores ligados em paralelo com 100%


da eficiência.

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OUTROS SISTEMAS

Vamos conhecer alguns outros sistemas elétricos variados para fins de curiosidade
e um conhecimento diversificado, vou utilizar trechos de esquemas elétricos de fábrica
simples e orientá-lo a uma interpretação do mesmo, a fim de que possa utilizar essas
ferramentas no dia a dia.

Existem muitas ferramentas de diagramas elétricos que tem esquemas bem


intuitivos, coloridos mas haverá casos que terá que recorrer a um manual técnico de
fábrica e este requer uma interpretação, o que lhe passarei alguns pontos aqui,
aconselho a estudar esquemas elétricos caso queira um aperfeiçoamento.

Este é um circuito que não requer grandes conhecimentos para interpretação, na


parte superior ele já nos indica a cor do condutor em inglês. Bem no canto superior na
direita ele indica um exemplo de bitola do condutor.

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Por exemplo, o condutor ao lado, sabemos que ele


tem a cor predominante Brown (marrom) e que tem
uma listra Red. (vermelho).

A bitola do condutor é 0.75mm².


Estas informações facilitam na hora do diagnóstico
e até correção.

Ao lado o esquema amplificado e


legendado.

Começamos pelos interruptores:

Interruptor do freio de mão, que vai


na palanca para acender a luz do
freio no painel.
Tem um pino aterrado em um ponto
específico do chassis 06.20
Interruptor do nível de fluido de
freio.
Tem um pino aterrado em um ponto
específico do chassis 07.20
Ambos interruptores se unem no
SPL59 e seguem até o painel de
instrumentos.
Estes dois interruptores vão
conectados no painel para acender a
luz de advertência do freio no painel.
É possível visualizar o painel e os
pontos de aterramento em outras
páginas desse manual técnico.
Este encontra-se em inglês e existem
diversos que se encontram também.
Há exceções de catálogos brasileiros
que catalogam em nosso idioma.

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S ISTEMA DE BUZINA

Um sistema de buzina é bem simples, conta basicamente com um relé, uma buzina
e um interruptor simples no centro da direção. Alguns veículos possuem mais de um
interruptor, o que não o torna simples.

O grande segredo desse sistema na verdade é a forma com que os condutores do


interruptor chegam na direção, já que a direção tem livre movimento de giro?! Os
sistemas de buzina contam com um transferidor elétrico para a direção, a fim de
possibilitar o giro da direção sem danificar os mesmos.

Este sistema pode ser basicamente de duas maneiras:

Este é um sistema que vai instalado Este é um sistema mais moderno,


no volante e tem 2 trilhas de contato que que é construído com uma cinta, estilo
ficam em constante contato com 2 um cabo flat, internamente e possui
terminais mola presos a chave seta na recurso para dar em média de 3 voltas
coluna da direção, por isso quando para cada lado. Este modelo é mais
esterçamos o volante, essas molinhas são eficiente pois é capaz de conduzir maior
responsaveis por conduzir a eletricidade número de vias. Este sistema surgiu
até o volante. basicamente com o sistema do airbag,
É pouco utilizado na atualidade, e alinhando a necessidade de maior
será encontrado mais facilmente em número de vias e maior confiança na
veiculos que não possuam airbag. condução elétrica. Nesta cinta também
vão os comandos elétricos do volante.

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CIRCUITOS ELÉTRICOS AUTOMOTIVOS

Estes 2 componentes são os responsáveis por levar os condutores até o centro do


volante de forma que não danifique ao girar o volante.

O da esquerda é conhecido por “Contato Came da buzina “.

O da direita é amplamente conhecido por “Cinta do Airbag “.

Agora veremos um esquema elétrico de um sistema de buzina, verá que é bem


simples e tranquilo:

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CIRCUITOS ELÉTRICOS AUTOMOTIVOS

Um interruptor de buzina que está aterrado ao negativo, um fio de 0.75mm² BRN


(BROWN(MARROM)) que vai ligado a bobina de um relé.

Um relé alimentado pela distribuição de força nas localizações (03.39 e 03.48) que
estão nas outras páginas do manual técnico.

Um condutor vermelho com uma listra branca (RED/WHT) de 0.75mm² que


alimenta uma buzina, que já está aterrada.

Bem simples, bem intuitivo. E esse sistema é utilizado até hoje dessa forma em
diversos veículos.

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SISTEM A DE CARGA E PARTIDA

Capítulo 10 SISTEMA DE CARGA E PARTIDA

Veremos neste capítulo os componentes responsáveis pela partida do motor, ou


seja, (bater arranque) e também os sistemas e componentes responsáveis por carregar
a bateria e suprir a energia que os consumidores do veículo utilizam.

Agora está cada vez mais fácil compreender os sistemas novos, isso é efeito da
exposição ao novo, seja muito bem-vindo ao capítulo 10! Sua reta final para o fim do
livro e o começo de uma nova jornada.

Começaremos estudando os componentes do sistema de partida do motor em....

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SISTEM A DE CARGA E PARTIDA

SISTEMA DE PARTIDA

O sistema de partida é o sistema responsável por retirar o motor de inércia e


fornecer uma rotação mínima para que o motor entre em funcionamento. Os principais
componentes deste sistema são a bateria e o motor de partida (arranque).

Este sistema conta com pouquíssimos componentes e seu funcionamento é bem


simples e bastante importante também, ninguém gosta de empurrar carro, não é
mesmo?!

Começaremos a entender primeiramente sobre a bateria:

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SISTEM A DE CARGA E PARTIDA

BATERIA

A bateria, como já vimos anteriormente é um dispositivo de armazenamento de


energia, transforma energia química em elétrica.

Entre as principais funções de uma bateria automotiva pode-se destacar:

• Fornecimento de energia ao motor de partida;


• Fornecer corrente elétrica ao sistema de ignição e injeção eletrônica durante a
partida;
• Suprir energia aos equipamentos que poderão ser utilizados enquanto o motor
não estiver operando, como por exemplo: Luzes indicadoras de posição, pista
alerta, luz de freio etc.
• Atuar como estabilizador de tensão e corrente para o sistema de carga e outros
circuitos elétricos (como um capacitor);
• Providenciar corrente quando a demanda de energia do automóvel exceder a
capacidade do alternador.

Apesar da tensão nominal da bateria ser de 12V, a bateria automotiva trabalha com
uma tensão de 12,6V, neste capítulo você vai entender como funciona uma bateria, a
construção dela de forma simples e veremos agora de imediato as especificações de
uma bateria:

• AH= Ampere Hora


• RC= Reserva de capacidade
• CCA= Corrente de arranque a frio

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SISTEM A DE CARGA E PARTIDA

Veremos essas 3 especificações mais detalhadamente, essas especificações são


importantes na hora de substituir uma bateria, é necessário estar atento
principalmente no CCA, pois, cada motor irá solicitar uma corrente diferente para entrar
em funcionamento e é importante suprir esta corrente corretamente!

_____________________________________________________________________

• AH:

Esta sigla significa Amperes hora e engana muita gente, já que a sigla faz parecer
que o AH é o que a bateria é capaz de oferecer durante uma hora.
Por exemplo, uma bateria de 60 AH, é capaz de fornecer 60 A durante uma hora, mas
isso está completamente errado.

Esqueçam isso, é um erro básico, na verdade estes 60 AH, se referem a um


padrão de testes que é o C20:

C20 é uma norma de capacidade nominal, que basicamente é a capacidade de


descarga de uma bateria totalmente carregada durante 20 horas sem que a voltagem
entre os polos da bateria caia abaixo de 10,5V.
O valor da capacidade é dado pela corrente de descarga multiplicada pelo tempo em
horas. (1/20)

Por exemplo uma bateria de 60AH é capaz de fornecer 3 A durante 20 horas sem
que sua tensão caia abaixo de 10,5V.

3 A * 20H = 60 AH

Então não se confunda mais quando pensar em Amperes Hora!!

_____________________________________________________________________

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SISTEM A DE CARGA E PARTIDA

_____________________________________________________________________

• RC:

A reserva de capacidade é o tempo em minutos que uma bateria totalmente


carregada consegue fornecer 25 A de corrente elétrica sem que a tensão caia abaixo
de 10,5V.
Esse é um teste para medir a capacidade da bateria suprir os sistemas caso o
alternador venha a falhar.

Neste caso, a bateria é capaz de fornecer 25 A durante 90 minutos sem que a


tensão caia abaixo de 10,5V. Bem simples, não tem mistério nenhum na reserva de
capacidade.

_____________________________________________________________________

• CCA:

O CCA (COLD CRANKING AMPERES) ou corrente de partida a frio é a quantidade


de corrente em amperes que a bateria consegue fornecer durante 30 segundos a -
18ºC sem que a tensão da bateria caia abaixo de 7,2V.

Vamos analisar superficialmente a construção de uma bateria e seu


funcionamento:

A bateria automotiva de chumbo-ácido é composta internamente, por placas


positivas e placas negativas, a fim de fazer com que os elétrons se movimentem e essas
placas são submersas em uma solução chamada de Eletrólito.

_____________________________________________________________________

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SISTEM A DE CARGA E PARTIDA

Estrutura de uma bateria:

• Placas: Positivas e Negativas.


• Grades: Suporte mecânico para as placas.
• Separadores: Entre cada placa positiva e negativa no vaso.
• Eletrólito: Solução química da bateria.
• Recipiente: Caixa que contém a estrutura da bateria.
• Conexões: Interligam as placas em série.
• Suportes: Seguram as placas e conexões.

Junto as placas positivas e negativas vão uma grade que da firmeza nas placas e
ajuda a conduzir a corrente, entre as placas vai um separador micro poroso que
permite que haja circulação entre uma placa e outra.
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SISTEM A DE CARGA E PARTIDA

Um conjunto de placas negativas e positivas formam um vaso de 2,1V e a bateria


conta com 6 vasos ligados em série pelas conexões que formam a tensão da bateria
de 12,6V:

6 vasos em série que formam a tensão da bateria de 12,6 V. Podemos chamar


esses vasos também de células.

Essas células são banhadas com eletrólito que é:

Eletrólito: Ácido sulfúrico + água desmineralizada.


O eletrólito é responsável juntamente com as placas pelo fornecimento de
energia elétrica.

Baterias com manutenção terão acesso por cima da bateria aos vasos para
verificar o nível e se necessário completar o nível do eletrólito, use solução para
bateria para completar o nível se necessário. Baterias seladas não necessitam
manutenção, por tanto não precisa verificar no nível, já que sua tecnologia evita
baixar o nível do eletrólito.

A bateria tem como função principal fornecer energia para o motor de partida,
que veremos em....

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SISTEM A DE CARGA E PARTIDA

MOTOR DE PARTIDA

O motor de partida é o componente responsável por retirar o motor de inércia e


leva-lo a uma rotação em que o motor consiga entrar em funcionamento, é um
componente bem simples estruturalmente e requer uma grande quantidade de energia
para entrar em funcionamento, principalmente para retirar o motor de inércia.

O motor de partida vai instalado no câmbio ou o no motor, conta com uma


engrenagem na ponta que gira o volante do motor.

Funciona como um motor elétrico


normal, a carcaça de fora é imantada e
quando injetamos corrente elétrica nele
ele cria um campo magnético e gira.

O motor de partida tem alguns


componentes básicos que precisamos
conhecer:

• Induzido: É o eixo interno do motor


de partida.

• Chave magnética: É o relé do motor


de partida.

• Impulsor: Mais conhecido como


bendix.

• Porta escovas: Suporte onde fixam


as escovas que conduzem a
corrente para o induzido.

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SISTEM A DE CARGA E PARTIDA

1 = Mancais de suporte do eixo

2 = Impulsor de partida (Bendix)

3 = Induzido

4 = Bobina para o campo magnético externo.

5 = Porta escovas

6 = Chave magnética (automático)(Relé)

Há diversas marcas e montadoras de motores de partida, portanto haverá diversos


modelos e sistemas diferentes de motor de partida, o que você precisa saber é que os
fundamentos são os mesmos, pode modificar um detalhe, um sistema de
funcionamento, mas os fundamentos são os mesmos, portanto, foque em
compreender o funcionamento.

Veremos esses componentes um a um:

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SISTEM A DE CARGA E PARTIDA

M ANCAIS DE SUPORTE DO EIXO

Os mancais de suporte do eixo podem ter rolamentos ou buchas, é necessário a


verificação da folga e se necessário substituir.

Servem basicamente para fixar o induzido, mantendo-o alinhado para o


funcionamento do mesmo.

Podem ter buchas ou rolamentos, alguns motores de partida não possuem suporte
para o induzido do lado do impulsor, sendo então, instalado em uma bucha que pode
ficar na caixa de câmbio ou no motor.

Ao lado, um motor de
partida cuja ponta do
induzido que vai instalado o
impulsor de partida, vai
instalada na carcaça do
próprio motor de partida.

Ao lado, um motor de
partida cuja ponta do
induzido que vai instalado o
impulsor de partida, vai
instalada com uma bucha no
local onde vai fixado, por
exemplo: Na caixa de
câmbio.

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SISTEM A DE CARGA E PARTIDA

I MPULSOR DE PARTIDA

O impulsor de partida (Bendix) é um componente que tem 2 funções:

Transferir o movimento do eixo(induzido) para o volante do motor;


Fazer com que o induzido só entre em contato com o volante do motor durante a
partida;

O bendix tem uma característica que quando o


motor entra em funcionamento por exemplo, a rotação
dele fica muito maior que a do motor de partida, então
o Bendix tem uma função similar a uma catraca que,
quando isso acontece, ao invés de aumentar a rotação
do motor de partida, causando peso ao motor e
podendo danificar, ele funciona como uma roda livre,
deixando com que o volante gire livremente.

Ao fim do ciclo de partida o Impulsor recolhe-se e


fica sem contato com o volante.

O bendix deve, na engrenagem na ponta, permitir rotação livre em um sentido e


em outro não, caso apresente rotação livre nos dois ou mesmo que seja só dando umas
“escapadas”, pode estar escapando o impulsor durante a partida.

Para testar pode prender o impulsor em uma bancada e testar a catraca do


impulsor com um alicate de pressão, caso permita rotação nos dois sentidos, substitua!

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SISTEM A DE CARGA E PARTIDA

I NDUZIDO

O induzido é a peça fundamental do motor de partida, é injetado corrente elétrica


no induzido para gerar o campo magnético que faz com que o motor de partida entre
em movimento.

No coletor é onde entra o positivo e negativo através das escovas, esse coletor fica
ligado nas bobinas em volta do eixo que gera o campo magnético.

As trilhas do coletor não podem estar em curto umas com as outras e nem com a
carcaça.

A estria do impulsor é onde ele corre para ir para a frente e para trás a fim de
desacoplar do movimento do motor, evitando desgastes desnecessários.

Procure desgastes no cobre das bobinas também, as vezes é comum o cobre roçar
na carcada do motor de partida e provocar isso.

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SISTEM A DE CARGA E PARTIDA

B OBINA PARA O CAMPO MAGNÉTICO

É responsável pelo campo magnético que reage ao campo do induzido, repelindo


pelos princípios de magnetismo (opostos se atraem/iguais se repelem) e fazendo com
que o induzido entre em rotação, pode ser basicamente de dois tipos:

Campo alimentado elétricamente Campo imantado por imãs

Em ambos requerem atenção, são peças de menor manutenção, no entanto, o


alimentado eletricamente é ideal verificar sua resistência e integridade, e o imantado é
necessário visualizar sua integridade física, pois as vezes o motor de partida trabalha
com folga nos mancais e acaba desgastando os imãs.

Basicamente o campo em um determinado ponto tem uma carga e o induzido


outra, fazendo com que ele fique se repelindo e girando o induzido.

É uma peça fundamental para o motor de partida também.

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SISTEM A DE CARGA E PARTIDA

P ORTA ESCOVAS

O porta escovas é onde, como o próprio nome já diz, ficam fixadas as escovas que
transferem a energia para o induzido, fazendo com que o motor de partida entre em
funcionamento (giro), podem ter 2,3,4 ou até mais escovas, mas o padrão é 4 escovas,
sendo 2 positivas e 2 negativas.

Olhe no exemplo ao lado,


temos 4 escovas, e 2 delas, uma
de face a outra, estão com o
cabo de cobre que vai ligado
nelas, diretamente soldado na
carcaça, ou seja, escovas
negativas.

As outras 2 são soldadas ao


cabo positivo do motor de
partida e quando o motor é
acionado, elas recebem
positivo.

As escovas dele são pressionadas contra o induzido por uma mola, para sempre
manter contato com o induzido, independente da vibração, rotação e situação em que
se encontra o induzido e motor de partida.

Essas escovas apresentam maior facilidade de desgaste do que o induzido, para


que, a manutenção seja feita preferencialmente no porta escovas, ao invés de no
induzido.

Quando, as escovas são soldadas no porta escovas como negativo, é importante


verificar o aperto dos parafusos de fixação do porta escovas, de modo que, haja
negativo em boas condições.

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SISTEM A DE CARGA E PARTIDA

C HAVE M AGNÉTICA

Também conhecido como automático do motor de partida, a chave magnética é


uma espécie de relé, que conduz a alta corrente necessária para o motor de partida
(podendo chegar a picos de 500 A ou mais).

Além de desempenhar a função de um relé, ela também possui outra função muito
importante, que é a de deslocar o Impulsor de Partida (Bendix).

Na parte da direita, vai as


conexões elétricas, o positivo
direto da bateria, o positivo pós
chave que vai ligado as escovas
positivas no porta escovas.

Nesta mesma parte, vai


conectado o linha 50 que aciona a
chave magnética.

Quando a chave magnética é


acionada, ela conduz o positivo da
parte de trás, e também o embolo
central é atraído para dentro da
chave, movendo uma haste que vai
ligada no impulsor de partida
(Bendix).

Isso faz com que o motor de


partida só entre em contato com o
motor, quando acionado.

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SISTEM A DE CARGA E PARTIDA

Internamente, entre o embolo e


a chave magnética há uma mola, que
mantém sempre o impulsor de
partida recolhido, de modo que, não
tenha chance de conduzir corrente
elétrica enquanto o motor já está em
funcionamento e também não
permite que o impulsor de partida
entre em contato com motor quando
o mesmo já está em funcionamento.

Sempre que reparar o motor de


partida, lubrifique o embolo da chave
magnética para que não haja
possibilidade de trancar.

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SISTEM A DE CARGA E PARTIDA

D IAGRAMA E LÉTRICO MOTOR DE P ARTIDA

Abaixo uma demonstração de um diagrama elétrico do motor de partida, é um


esquema muito simples e de fácil diagnóstico.

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SISTEM A DE CARGA E PARTIDA

SISTEMA DE CARGA

O sistema de carga é responsável por carregar a bateria do automóvel e suprir


energia para os consumidores quando com o motor ligado.

O sistema de carga do motor é composto pelo Alternador e a lâmpada de excitação


do Alternador.

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SISTEM A DE CARGA E PARTIDA

ALTERNADOR

O alternador é o componente responsável por converter energia mecânica


proveniente do motor em energia elétrica, para carregar a bateria e suprir energia para
os consumidores quando com o motor ligado.

O alternador é muito
parecido com um motor
elétrico, com a diferença
de que ao invés de ser
injetado energia e o
motor girar é justamente
o contrário.

Ou seja, o motor de
partida converte energia
elétrica em energia
mecânica.

E o alternador,
converte energia
mecânica em energia
elétrica.

O alternador utiliza a
energia mecânica do
próprio motor do veículo,
através da correia, para
transformá-la em energia
elétrica, utilizando o
processo contrário.

O alternador é um sistema que contém diversos componentes internos, veremos


os componentes individualmente para entender para que serve cada um e como
funciona cada um, veja uma vista explodida de um alternador:

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SISTEM A DE CARGA E PARTIDA

1 – Polia

2 – Rolamento

3 – Carcaça

4 – Rotor

5 – Estator

6 – Placa de diodos (Placa retificadora)

7 – Regulador de tensão

8 - Capa

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SISTEM A DE CARGA E PARTIDA

P OLIA

A polia vai parafusada na ponta do rotor e ela é responsável por receber o


movimento da correia e transmitir ao rotor.

Esta é uma polia simples, com a


função simples de receber o
movimento e transmitir direto, já que
se encontra aparafusada no rotor.

Ao realizar a manutenção em um
alternador verifique se a polia não se
encontra desgastada entre as estrias
que pegam na correia.

Esta é uma polia com catraca


equipada em diversos alternadores, ela
tem uma função parecida com a do
impulsor de partida do motor de
partida, permite a rotação da polia
somente em um sentido, isso é, caso
seja rotacionado em um sentido ele gira
o rotor, caso gire ao contrário ele não
rotaciona o rotor e permite a correia
girar normalmente.

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R OLAMENTOS

Os rolamentos são instalados nas 2 extremidades do rotor e são responsáveis


basicamente por suportar o rotor.

Geram ruído quando desgastados e podem danificar o alternador caso venha a se


desmontar.

É possível avaliar o desgaste de um rolamento com o alternador montado e o


veículo funcionando, para isso, pegue uma chave de fenda grande e encoste no
alternador e encoste a orelha no cabo desta chave de fenda, se estiver com ruído mais
grave, grosso, os rolamentos estão danificados, para ter uma ideia de ruído teste os
outros componentes e rolamentos para ter referências.

Para retirá-los é necessário cuidado, para retirar o menor do rotor, é aconselhável


utilizar um extrator de garras para extrair do rotor o rolamento.

Alguns alternadores possuem trava por trás do rolamento da frente do alternador


(próximo a polia) e é necessário soltar essas travas antes de desmontar o alternador por
completo.

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SISTEM A DE CARGA E PARTIDA

C ARCAÇA

A carcaça do alternador é utilizada para prender diversos componentes, como por


exemplo:

• Rolamento(s)
• Porta Diodo(s)
• Regulador de tensão
• Estator etc.

A carcaça serve também para aterrar os componentes do alternador, se tornando


muito eficiente a condução da corrente elétrica negativa.

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SISTEM A DE CARGA E PARTIDA

R OTOR

O rotor é muito similar ao induzido do motor de partida, o sistema de carga


alimenta o rotor e quando o rotor gira ele cria um campo magnético no estator, gerando
energia.

No lado esquerdo, é onde fica presa a polia. Ao lado direito existe o coletor que é
conectado a bobina central do rotor e quando injetamos uma tensão nesse coletor,
imantamos esse rotor, quando o rotor gira por dentro do estator, o estator gera energia.

O rotor funciona como um eletro imã que vai criar um campo magnético quando
em movimento no estator. Quanto maior a energia injetada neste rotor, maior a
geração de energia no estator, como consequência maior a interferência de movimento
também. (Por isso que quando ligamos muitos consumidores, pesamos o motor do
veículo).

Os 2 terminais do coletor não podem estar em curto entre si e não podem estar
em curto ao eixo também.

As aletas que vimos dos dois lados, são para refrigerar o alternador internamente.

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SISTEM A DE CARGA E PARTIDA

E STATOR

O estator é um conjunto de bobinas que quando o rotor gira imantado no interior


do estator, esse estator gera energia.

O estator possui basicamente 3 bobinas e gera tensão alternada quando o rotor


entra em movimento em seu interior.

Estator, com enrolamento


de bobinas, essa ao lado, possui 6
fios que representam 3 bobinas.

Essas bobinas não podem


estar em curto e não podem ter
continuidade para o negativo
também.

Essas 3 bobinas geram uma


tensão alternada conforme a
rotação do rotor.

Essas bobinas geram a


tensão alternada e essa tensão
alternada é tratada pela ponte
retificadora.

Essas bobinas são ligadas a ponte retificadora em uma ordem específica, portanto,
cuide ao ligar e desligar as bobinas do estator, que geralmente são soldadas.

O estator pode ser ligado de 2 formas, basicamente, em triangulo ou estrela. E esta


ligação já pode ser configurada internamente dentro do estator ou na ponte
retificadora.

Caso a ligação seja interna no estator, o estator irá apresentar somente 3 pinos:

U, V, W

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Caso a ligação seja externa, o estator terá 6 pinos e será configurada a ligação na
ponte retificadora, como a seguir:

Na ligação em estrela, as 3 bobinas têm um contato em comum conectados, veja


um exemplo de configuração direto no estator:

Na ligação em estrela todas bobinas são Na ligação em Triângulo, os 6 pinos são


ligadas um polo em um ponto comum e interligados entre si formando um
o outro terminal é a saída. triângulo.

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P ONTE R ETIFICADORA

Ponte retificadora, ou placa de diodos, é um componente que possui alguns Diodos


que retificam a energia alternada gerada pelo estator e transforma ela de alternada
para continua para fornecer energia para o veículo.

Ao lado uma ponte retificadora,


que basicamente é um conjunto de
diodos que retificam as ondas
alternadas e transformam a corrente
alternada em continua, veremos
esse processo adiante.

Nas letras U, V e W são


conectadas as bobinas do estator.

No pino B+ é a saída de positivo


convertido do estator.

Na carcaça B- é a saída de
negativo convertido do estator.

Basicamente o estator por possuir 3 bobinas é considerado trifásico e gera energia


mais ou menos da forma alternada que vimos anteriormente no capítulo sobre corrente
elétrica:

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Mas, com a diferença de que o estator é trifásico, portanto, possui 3 fases


alternadas, que fica mais ou menos assim:

A ponte de diodo, utiliza o funcionamento do diodo, permitindo a passagem do


positivo para um lado e do negativo para o outro, dessa forma retificamos a tensão
alternada em continua.
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SISTEM A DE CARGA E PARTIDA

Vai 2 diodos em cada fase, 1 diodo direcionado o positivo e outro diodo


direcionando o negativo, todos diodos direcionando o positivo e o negativo para o
mesmo lugar.

Há um diodo em cada fase que permite a passagem para o positivo e há um diodo


em cada fase que permite a passagem para o negativo, fazendo com que o ciclo
alternado se desfaça após os diodos e tenha permanência uma corrente continua, ou
seja, a mesma polaridade o tempo todo.

Dessa forma é separado o positivo do negativo.

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SISTEM A DE CARGA E PARTIDA

Vamos rever agora, as 3


flechas vermelhas sinalizam os
3 diodos que permitem fluxo
para o positivo, conforme
símbolo ao lado.

A placa em que estão


instalados é a positiva,
acompanhe o pino B+ está
ligado diretamente a esta placa
em que estão os diodos, ou seja,
entra as fases U,V e W e os
diodos extraem o positivo
dessas fases e manda para a
placa positiva e pro pino B+

E o mesmo acontece do
outro lado com o negativo,
realizando esse ciclo no positivo
e negativo, temos uma corrente
contínua.

É fundamental que os
diodos estejam em boas
condições, caso contrário
podemos ter uma baixa
eficiência na retificação.

Pode acontecer também, de algum diodo romper, criando uma irregularidade na


retificação ou ainda permitindo a passagem de corrente alternada para o sistema do
veículo.

Isso pode ser verificado através de um multímetro medindo tensão alternada ou


um osciloscópio medindo a tensão da bateria com o motor em funcionamento.

A ponte retificadora recebe a corrente alternada e transforma em corrente


contínua, e essa corrente, ou seja, a quantidade de energia gerada é controlada por um
outro componente que se utiliza da tensão do sistema para fazer o controle de carga,
esse componente é o ....
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SISTEM A DE CARGA E PARTIDA

R EGULADOR DE T ENSÃO

O regulador de tensão é o componente que controla a carga que o alternador vai


gerar, os mais simples utilizam basicamente como informação para isso a tensão em
que o sistema se encontra, quando ligamos alguns consumidores a tendência é a tensão
cair um pouco, então o regulador de tensão faz com que o alternador gere mais
corrente para suprir essa demanda e levantar a tensão do sistema.

Ao lado um regulador de tensão,


bem simples, que já tem estampado a
especificação dele (14V), então ele tenta
manter a tensão do sistema em 14V.

As 2 escovas são as que vão ligadas


no coletor do rotor para alimentá-lo e
imantá-lo a fim de que o campo
magnético dele reaja com o estator e
gere energia.

O regulador de tensão controla a


carga e a tensão do sistema através da
tensão injetada no coletor do rotor, ou
seja, quanto maior a tensão injetada,
maior o campo magnético no rotor,
maior a interferência e a geração no
estator, quanto menor, menor.

Então o regulador de tensão gera


uma alimentação variável no rotor de
acordo com a demanda, por exemplo:

8V – Para 50% da carga do alternador;


9V – Para 60% da carga do alternador;
10V – Para 70% da carga do
alternador.....

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SISTEM A DE CARGA E PARTIDA

Nas escovas do regulador de tensão, uma escova é positivo direto (B+) e a outra
escova é um negativo variável que é controlado pelo regulador de tensão, a fim de
aumentar ou diminuir a carga do alternador.
(Ligação mais encontrada nos reguladores, consulte o manual do regulador antes de
operá-lo)

O pino W é ligado ao W do estator.

Este regulador de tensão precisa de uma excitação


para poder funcionar e está excitação é proveniente da
lâmpada da bateria no painel. (Se esta lâmpada estiver
queimada ou desconectada o alternador pode não entrar
em funcionamento) Esta lâmpada é ligada ao pino L.

Vejamos agora um exemplo de ligação de um regulador de tensão:

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SISTEM A DE CARGA E PARTIDA

Alguns dos pinos que pode encontrar nos reguladores:

• TERMINAL DF:
Campo magnético, ligado em uma das escovas do regulador ou porta escovas.
• TERMINAL IG:
Terminal ignição. Alimentação da linha 15 (pós-chave).
• TERMINAL W:
Sinal que vem de uma das fases do estator para o regulador.
• TERMINAL P:
Sinal do estator que passa pelo retificador / regulador e vai para o conta-giros.
• TERMINAL S ou AS:
Sensor de bateria. Positivo (b+) direto da bateria. Responsável por informar o
regulador qual a voltagem que está chegando na bateria. Sua não aplicação
implica em excesso de carga do regulador.
• TERMINAL RVC:
Conexão com a central por onde é feito o controle da tensão do alternador
(pode variar de 12,4v a 15,8v.
• TERMINAL COM (LIN/BSS):
Terminal único, não se deve aplicar lâmpada neste terminal. terminal de
comunicação com a central do veículo com protocolo específico de
comunicação.
• TERMINAL X / NC:
Terminal sem função.
• TERMINAIS DFM / FR / M / LI / RC / SIG / RLO / D:
São utilizados para comunicação com uma central eletrônica, então preste
atenção quando se deparar com eles, pois são sistemas de carga que podem
dispensar o sistema convencional de regulagem.

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SISTEM A DE CARGA E PARTIDA

C APA P LÁSTICA

E por último, nossa capa plástica, que tem função de fechar nosso alternador,
proteger contra sujeira e até mesmo informar, em muitos casos a pinagem do
alternador:

Muitas capas, são utilizadas para pressionar algum contato no regulador, então
preste atenção quanto a montagem dela para realizar os contatos elétricos de forma
correta.

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RESULTADO EXERCÍCIOS

Capítulo 11 RESULTADO EXERCÍCIOS

Resultado dos exercícios do capítulo 4:

1-A
2-B
3-B
4-D
5-A
6-B
7-A
8–C

Resultado dos exercícios do capítulo 7:

1-A
2-B
3-B
4-C
5-A
6-B
7-C
8-D

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Capítulo 12 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em primeiro lugar, gostaria de parabenizar o leitor, somente chegar até aqui é de


grande valia, um grande sinal de interesse pelo conhecimento e um orgulho inestimável
para mim.

A caminhada do aprendizado é eterna, morreremos alunos da vida, neste livro


apresentei o básico do básico para você seguir com seus próprios estudos, práticos e
teóricos.

Apesar do livro possuir um conteúdo bem básico de modo geral sobre a elétrica
automotiva, tem fundamentos muito bem segmentados, que, uma vez que o leitor
domine esses fundamentos, poderá construir grandes prédios em cima desta fundação.

Eu todo dia aprendo coisas novas, aprendo com meus alunos, colaboradores,
amigos e com os problemas do dia a dia, a mudança é constante e está ocorrendo 24h
por dia, sempre devemos nos atualizar e procurar compreender os fatos e fundamentos
para facilitar nosso entendimento de qualquer que seja a área.

O fato de ter chegado até aqui, demonstra seu interesse em aprender e adquirir
conhecimento, por isso, fique o leitor contente com sua caminhada e sempre olhe para
trás e veja seu progresso.

Meu professor de inglês sempre diz:

“Always congratulate yourself after winning a mini game, always”

Seria mais ou menos:

“Sempre se parabenize após ganhar/vencer um mini jogo, sempre”

O sentido que ele aplica nisso é o seguinte, as vezes podemos pensar que não
estamos progredindo, então, sempre que vencer um “mini jogo”, por exemplo, ler 10
páginas deste livro, se parabenize, leu mais 10, se parabenize.

Aprendeu algo novo hoje, parabenize-se, conseguiu solucionar um problema


difícil hoje, parabenize-se.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Isso nos mantém inspirados e ajuda a enxergar que realmente estamos evoluindo,
quando não sabemos nada, a expansão do conhecimento é imensa e depois a curva
de aumento de conhecimento diminui e as vezes podemos estar achando que
paramos de evoluir, quando na verdade, saímos de um ponto de não saber nada à um
ponto de conhecimento e agora a curva tem outra aceleração

Vi isso quando comecei treinar Jiu-Jitsu ano passado, nos 3 primeiros meses,
NOSSA! Grande evolução, todo dia estava 5% melhor que no dia anterior, isso se
estendeu por 3 ou 4 meses e depois diminuiu. Por quê?

Por que eu sai de um ponto de zero conhecimento, então é muito fácil crescer
100, 200 %, mas no momento em que eu já tenho uma base, um conhecimento é
inviável crescer 100% da minha habilidade em um intervalo de tempo pouco
espaçado, é normal a curva do aprendizado ter uma velocidade mais lenta, é
perfeitamente normal.

Mas cada treino, agradeço, por seguir, por evoluir, por aprender. Isso me mantém
lá.

Quero desejar todo o sucesso do mundo a você e que, sinta orgulho de si mesmo,
apenas de chegar até aqui, você já faz parte de apenas 3% das pessoas que começam
e chegam até o final, você já é um vencedor na vida!

Amplie seus conhecimentos e ao mesmo tempo que faz isso, BOTE A MÃO NA
MASSA!

Um grande abraço, obrigado por compartilhar esses bons momentos.

Fique à vontade para conversar comigo nas redes sociais!

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