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UNIDADE CURRICULAR: História Económica e Social

CÓDIGO: 41071
DOCENTE: Professor Bernardo Henriques
A preencher pelo estudante
NOME: Cláudia de Jesus Alves
N.º DE ESTUDANTE: 2003128
CURSO: Licenciatura em Ciências Sociais
DATA DE ENTREGA: 11/04/2022

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TRABALHO / RESOLUÇÃO:

A 2ª Guerra Mundial trouxe consequências catastróficas, para a Europa, tanto a nível


económico, como político. A Europa estava devastada, deixando assim de ser
considerada uma potência mundial. Países como França e Grã-Bretanha, até então
consideradas “nações imperiais” (Neal e Cameron,2019,p.513), viram-se obrigados a
conceder independência às suas colónias ultramarinas. Os Estados Unidos da América
(EUA) e os países da União Soviética (URSS), passam a ser considerados
superpotências, porém tornam-se adversários, dando assim inicio à chamada “guerra
fria”, que só terminaria com as reformas políticas da URSS e queda do Muro de Berlim
em 1989 .Aos prejuízos causados pela destruição de cidade, devido aos
bombardeamentos, veio-se juntar a falta de alimentos e outros bens necessários às
populações.
O esforço económico da Segunda Guerra Mundial e destruição dos países envolvidos,
até então considerados o pilar da economia capitalista europeia, conduz à ruína
económica dos mesmos, que ficam impotentes perante a fome e miséria que se avizinha.
Torna-se assim necessário criar meios de ajuda às populações vulneráveis, ajuda essa
vinda tanto da América, com a distribuição de alimentos e medicamentos, como dos
países Aliados, considerados “vencedores” da guerra. Também a ANUAR –
Administração das Nações Unidas para Auxílio e Reconstrução, disponibiliza, conforme
referido por Neal e Cameron (2019), “mais de mil milhões de dólares e distribuiu mais
de 20 milhões de toneladas de alimentos, roupas, cobertores e medicamentos” (Neal e
Cameron,2019,p.516), sendo que mais de dois terços dos valores disponibilizados,
foram suportados pelos Estados Unidos da América.
Comparativamente aos países europeus, os Estados Unidos da América conseguiram se
esquivar aos estragos causados pela guerra, o mesmo acontecendo a outros países
integrantes da Commonwealth e países da américa latina. Com os países europeus
destruídos , os Estados Unidos da América viram as suas produções e fabricos aumentar
exponencialmente, tornando-se assim a maior potência mundial tanto a nível económico
como político e militar. A capacidade económica dos Estados Unidos da América
proporciona aos países destruídos pela guerra ,apoio fundamental para a sua
reconstrução, no momento que surge a necessidade de se planear a economia pós-guerra
dos mesmos. Assim, torna-se necessário restabelecer a lei e ordem, retomando os
governos as suas funções, numa tentativa de reorganização dos países, outrora

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capitalistas, através de reformas tanto políticas, como sociais e económicas.. A
ingerência do Estado tanto na área económica, como na social leva a que o mesmo
assuma um papel relevante, muito superior ao que possuía no período anterior à guerra.
É imprescindível estimular a economia, assim como diversas áreas fundamentais
(transporte, segurança, saúde, serviços sociais e educação), através da criação de
empresas estatais em setores-chave tais como energias, comunicações, bancos, mas
também promover o bem-estar social da população, quer pela regulação dos salários,
mas também pela firmação da segurança social , serviços sociais, acesso à educação e
cuidados de saúde. Dessa forma deu-se início ao chamado ““Estado-Providência”
(Welfare State)” (Pimenta,F,2022,p.5), seguindo os modelos já adotados por países
como a Noruega, Dinamarca e Suécia.
De forma a afastar uma nova crise económica, realizou-se a Conferência de Bretton
Woods, em Nova Hampshire, EUA, em 1944, com a presença de 44 delegados,
representantes dos países interessados, tendo como objetivo principal a regulação da
atividade do mercado mundial e o estabelecimento de condições indispensáveis para a
reconstrução das economias. Conforme referido por Neal e Cameron (2019) o acordo
assinado na referida conferência define assim: a criação do Fundo Monetário
Internacional (FMI), responsável por gerir taxas de cambio, sendo também da sua
responsabilidade o financiamento (a curto prazo) dos países de forma a permitir aos
mesmos o equilíbrio da balança de pagamentos; e do Banco Internacional para a
Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), mais conhecido como Banco Mundial,
responsável por conceder empréstimos a longo prazo, não só aos países destruídos pela
guerra, mas também a países mais pobres.
Em 1947, quase todos os países da Europa Ocidental encontravam-se recuperados,
embora o nível de recuperação não fosse o desejado. Para piorar a situação já existente,
o inverno rigoroso de 1946-1947, causou enormes prejuízos nas colheitas agrícolas.
Com a “guerra fria” entre os EUA e URSS e instabilidade social vivida em diversos
países da Europa Ocidental, aumenta a popularidade dos partidos comunistas,
especialmente em França, Itália e Grécia. Os Estados Unidos da América, preocupados
com a possibilidade de desenvolvimento de ideias comunistas, anuncia através de um
discurso proferido pelo general George C.Marshall, a possibilidade de obtenção de
ajuda financeira, com avultados empréstimos em dólares, tendo por finalidade alavancar
a economia dos países afetados, com a “recuperação de forças produtivas”
(Pimenta,F,2022,p.4) , aos países da europa que assim o desejassem, desde fosse

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apresentado, conforme referido por Neal e Cameron (2019) “um pedido unificado e
coerente de ajuda” (Neal e Cameron,2019,p.520). Surge assim o Plano Marshall, da
qual Portugal também foi beneficiário. Reuniu-se assim um comité, constituído por
representantes dos países democráticos europeus (Portugal também faria parte, embora
fosse um país não democrático) para discutir os pormenores do acordo, tendo sido
denominado de Comité de Cooperação Económica Europeia (CCEE).Tornava-se porém
necessário convencer tanto o povo americano, como o próprio Congresso, da
importância de tal ajuda e dos benefícios que uma Europa reconstruída traria aos
Estados Unidos da América. Assim sendo, em 1948 é aprovada a Lei de Ajuda Externa,
que origina o Programa de Reconstrução Europeia (PRE) (tendo também sido incluída
nesse programa a recuperação da Alemanha Ocidental), administrado pela ACE-
Administração de Cooperação Económica, tendo o CCEE dado origem à Organização
Europeia de Cooperação Económica (OECE).

Bibliografia:
NEAL, Larry; CAMERON, Rondo, História Económica do Mundo. Do Paleolítico ao
Presente. Forte da Casa: Escolar Editora.

PIMENTA, Fernando Tavares - A reconstrução da economia mundial. Da “era de ouro


do capitalismo” à afirmação do neoliberalismo (1945-2000) [2022]. Texto de Apoio e
de Contextualização Histórica da Unidade Curricular História Económica e Social. Ano
Académico 2021/2022. Acessível na Plataforma de E-Learning da Universidade Aberta.

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