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Episódio 1
Episódio 1
Tópico 3
(AGNES) – Estamos de volta, Edneia, se não me engano já ouvir dizer que
João era muito conhecido como “Poeta-engenheiro” o porquê ele era
conhecido assim? E qual é a história de vida de João Cabral?
(IZABELA) -Ele era conhecido como "poeta-engenheiro, tendo em vista o
cálculo, a lapidação e a objetividade de seu trabalho com os versos, os
escritores estavam mais preocupados com a palavra e a forma, sem deixar
de lado a sensibilidade poética. De maneira racional e equilibrada, João
Cabral se destacou por seu rigor estético.
Nasceu em Recife (PE), em 6 de janeiro de 1920, João Cabral de Melo Neto
passou um bom período da infância longe da capital, nas zonas rurais de
São Lourenço da Mata. Voltou a Recife com dez anos de idade, onde ficou
até 1938, quando sua família se mudou para o Rio de Janeiro. Foi apenas
no ano de 1942 que o autor se estabeleceu, de fato, no Rio de Janeiro.
Nesse mesmo ano, publicou seu primeiro livro, Pedra do Sono, volume de
poesia bem recebido pela crítica – com ressalvas. Antônio Candido, grande
nome da crítica literária brasileira, e Carlos Drummond de Andrade, à
época poeta já consolidado, suas palavras eram muito censuradas, tidas
como pouco acessíveis ao grande público. Ele foi funcionário do
Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP) até 1945, quando
iniciou carreira na diplomacia. Membro do Itamaraty, morou em diversos
países, continuando sendo escritor. Boa parte de sua obra, muitas vezes
premiada, foi escrita no exterior. Chegou a assumir o cargo de Ministro da
Agricultura durante a gestão de Jânio Quadros e João Goulart, até o golpe
militar de 1964, quando retomou as atividades diplomáticas. Voltou a
residir definitivamente no Brasil apenas em 1987. João Cabral realizou
também um importante pesquisa histórico-documental a respeito das
navegações espanholas e portuguesas que conduziram os europeus ao
continente americano. Editada pelo Ministério das Relações Exteriores
com o nome de O Arquivo das Índias e o Brasil: documentos para a
história do Brasil existentes no Arquivo das Índias de Sevilha, trata-se de
um extenso documento de grande valor para os historiadores latino-
americanos. Aposentou-se como embaixador em 1990. Em 1992, passou a
sofrer de uma cegueira progressiva, que, aos poucos, impediu-o de ler.
Praticamente cego e deprimido, morreu em seu apartamento no Rio de
Janeiro, em 9 de outubro de 1999.
(KAILA) – Ele foi um cara brilhante, importantíssimo para a nossa literatura
Brasileira, nos poemas dele ele sempre fala sobre mira o rio Capibaribe eu
vi que lá tem uma estátua dele para homenageá-lo, fica em Pernambuco
se não me engano.
(AGNES) – Sim, fica em Recife.
Tópico 4
(KAILA) – Edna estou muito curiosa para saber como que estava o
contexto histórico no período da terceira fase modernismo em que João
Cabral estava presente, o que estava acontecendo nos países e
principalmente no Brasil.
(IZABELA) - O momento em que surge a terceira geração modernista no
Brasil, é o período menos conturbado em relação às outras duas gerações.
Ou seja, é a fase de redemocratização do país, visto que em 1945 termina
o Estado Novo (1937-1945) que fora implementado pela ditadura de
Getúlio Vargas. Em nível mundial, o ano de 1945 é também o fim da
segunda guerra mundial e do sistema totalitário do Nazismo. Entretanto,
tem início a Guerra Fria (Estados Unidos e União Soviética) e a Corrida
Armamentista. No Brasil: Getúlio Vargas (1882–1954) cometeu suicídio em
1954. Juscelino Kubitschek (1902–1976), em 1956, assumiu a presidência
do país e decidiu construir Brasília, que seria a nova capital brasileira. Seu
governo se centrou no desenvolvimento econômico. No campo cultural,
brasileiras e brasileiros idolatravam as estrelas do rádio. Além disso, a
televisão chegou ao Brasil em 1950. O país também produzia cinema por
meio de duas grandes produtoras: Atlântida e Vera Cruz. Ademais, os
filmes de Hollywood já exerciam grande influência em todo o mundo.
Todo esse contexto propiciou o crescimento do consumismo, estimulado
pelos veículos de comunicação. O materialismo e o individualismo
começaram a fazer parte da cultura nacional. Daí a produção, na poesia,
de uma arte mais material ou objetificada. Assim também se justifica,
tanto na prosa como na poesia, a busca de interação com o leitor e a
leitora. No entanto, o caráter experimental das obras literárias não era
uma característica de um produto cultural facilmente consumível. A partir
da década de 1950, a valorização do produto de entretenimento começou
a se fortalecer. Nesse sentido, as obras da terceira geração acabaram
configurando uma forma de resistência ao produto cultural descartável.
Considerações finais
(AGNES) – Bom, com a colaboração da nossa querida Edneia podemos
perceber Modernismo é um movimento artístico que engloba outras
correntes de propósito semelhante, o de ser uma ruptura das convenções
clássicas e de se pregar total liberdade criativa para bem da liberdade de
expressão como João Cabral e outros autores fizeram.
Fechamento
(AGNES) – Agradeço a todos ouvintes, agradeço a nossa querida
participante Edneia, foi um enorme prazer, agradeço também a todos os
nossos patrocinadores, e um aviso importante, fiquem ligados no próximo
episódio que terá como assunto mais uma modernista importantíssima no
movimento que é a Cecília Meireles e não esqueçam de nos seguir no
Instagram e se inscreva no canal @literatura ao pé do ouvido.
Vinheta Final
Tchau pessoal, obrigado por ouvir nosso podcast, literatura ao pé do
ouvido.