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TEORIA GERAL DO DIREITO E DOESTADO Hans Kelsen dito Martins Fontes ‘Sa0Pao 2000 ‘na pn ponent cat earn Tyner Indice Prefaio. XXVI PRIMEIRA PARTE: 0 DIREITO. Estitcajuridica 1 OCONCEITO DE IREITO. A.Diette justiga 8A conf mana como objeto devegras bs Definigao centficae definigdo polities de Direito «©. O conceito de Diteito aida dejustiga 1. A justga como um julgameno sujetive evap. 2 Direito natural 53.0 dualismo de Direto post ¢ Direto tral. 4 Jusigae paz 5. Juscigaelegalidade B.O critéio de Direito (e Direito como uma téenica social especific). 4, Motivagio dirt indict. by Sangdesiranscendentais esociaiment orga: izadas. «.Punigioefecompensa a 2 2B 2% 14 0Direito como ordem coercitva € Direito, moraldade, eliido. A monopolizacio do uso da fora. 4 Diretoe pez hh Compalsio psiquica i, AsmotivapSes docomportamentlicito ji Argumentos conta a definigio do Diceito ‘como order coerctva 1. A teoria de Eugen Ehrlich 2A sre infinia de sangées. . Validade eeficiela “oem”. 1. 0 Diteto como comando, ie. expressio resseprtesido| ‘4.0 direto com possitilidadejuridica de eo- locara sanglo cm fueionamen « Diretonubjetivo erepesentagao. . O diretosubjetiv como tenica juridea es peciiea F, Diteitosabsolutosereativos . Odireitesubjetivo como partilpagio aa erie ‘ho do dieeito objetivo G. Direioscvis potiios. COMPETENCIA (CAPACIDADE JURIDICA) IMPUTAGAO (IMPUTABILIDADE), APESSOA, A. Substnciae qualidade B. A pessoa isiea ‘a. Pessoa sia ser humano. bs Pessoa fsica: uma pessoa juridia. CA pessoa juriica 1 Acorporagio, 's Deveres e dzctos de uma pessoa juridiea coma deverese direitos de homens. «Os egulaments da corpora order ¢ co- smunidade) 40 bt da comunide, «A imputacio i ocdem, A pessoa juridica como ordem percoificada . Atibuigso de obvigagdes de pores ds pes- Seas jurdicas, © cancvto de pessoa juridica como conseito aux mu 13 us 20 m 24 125 19 13. 1s 1s 136 136 138 19 40 m1 we M3 Ma M4 us Ms i, Devers ¢ dircitos de uma pessos juris: everese direitos coletvas de homens |i, Odelto civil de uma pees jutdica I, Odelto criminal de uma pessoa jurdica 1 Pessoa juridicaerepresenagio 1m. pessoa juridica como ser (organism) eal ni. Acorporacio como corpo de homens” Dinimica jwidica X. AORDEMJURIDICA. ‘A. Aunidadedeuma ordem normativa 4.0 fundamento de validade: 2 norma funda: mental . Osistoma este de normas. «¢.O sistema dindmico de normas. BO direito como um sistema dindmico de nor. 2A postividade do Diseito bs Diez consueruinaroe Dieta extatticio, CC. Anorma fundamental de wma ordem jeri ‘2. noc fundamental ea vanstiuigao. 1A funpio especifcada noma fundamental €.O principio de legitimidade <& Madang da norma fundamentl ©: principio defies Dessactade g.O"deversere "see" 1 Dirsitecbjetivo poder (direitoe fora). © principio de efcdcia como norms jriica posta (Direito internacional « Direitom ional) 5, Valdeeeficdcia, D. O conceitoesthtico ea conceito dindmico de Direito ur 19 1st 161 161 183 165 165 165 187 168 168 169 m 13 13 74 175 176 7 178 78 XI. AHIERARQUIA DAS NORMAS. ‘A. A norma superior ea norma inferior. B. Os diferentes estigios da ordem juridca 2, Aconstituigi. 1 A constuigdo aur Sendo materiale nam Sendo formal; determin da eriagdo dasnormas gens, 2, Determinagio do conteido de wornas ge raispelaconstiuiio, 5. 0 costume coma determinado pela const tui. 'b, Normas gers deeretadas com base na conse tuigao; estas, Direto consueutinirio «Ditto subsiansivo eDiritoadjetvo 4 Determinagdo tos gos aplicadores de Di reitopelas norma geais «. Regulaments. Ff, As"footes"de Drei 1. Crago de Direitoeaplicagde de Dreto 1. Difeengs meraments relative ene fun- so eriadora de Direito¢fungio aplicado- rade Direito, 2. Detrminagio da fan crodora de Direito 1. Normas indicus vidas com bas em nor mas gers 1 Oat judical como erage de uma norm individ 2. Osta judicial como um etigio do proces soeriador de Diteto 3, Asveriguacto dos fits condisionantes. C. Atransagdo juridiea ate juice). ‘a. tranaagio juriiea como ato exadoreapli- sdorde Divito "Auronomia pivada, [A norma sevundiia como produto de uma ‘wansactojuridica 3. Reparagio vst Ist 82 ig ve 1s 187 188 189 190 wt 193 193 198 los os 196 197 199 199 19) 201 4. Transasojuriicaedetito. b.Ocontrate 1. A vontade ea sun expresso 2. Oferac sceitast. 3. Annormactiada pelo contrat 4. Transages juridicasunilatrase biaereis . Natureza do Divito constitucional E. Relagio entre o ato judicial ea norma pre- ‘existenteaplicada pelo ato judicial ‘2, Deteminaglo doato judicial apenas pelo rato adj, b Determiaacio do at judicial pelo Direto substantivo. «Abita do tribunal (ojuiz como lesion) F. Lacunas do Direito ‘Aida de “Ineunas™ wma Ficgio b O propésito da fecko das lacunas (G. Normasgerais criadas por atosjudiciis. a. Procedentes 1b. Tado oDiteit & Dieta eriado por uiz™ 1A doutrina de 1.C. Gay 2. Nenfumna decisio judicial som Discito preexistente 3. Apenas 0 Diveto pode ser “Fone de Di H.Conftos entre normas de diferentes estigios 3. Concordincia ou discordinciaente dec ‘fo judicial e @ norma geral a ser aplicads pela deck. b.Concordincia ov dscordincia entre extaute IREITO # DO ESTADO recusa-se a serum metaisica do Direito. Conseqdenemente cls procuraa base do Direito~ ist 0 fandmento da sa val- ‘dade ~ndo num prizlpio metjuridico, mas num hipéteseja- ridie~ isto 6, uma norma fundamental -a ser estbelecida por reiode uma anise Topica do pensamento jurdicoeftvo. ‘Boa parte da jurispradéncia tradicional & caraterizads por uma tendéncia paca eonfundira teria do Ditto positivo ‘cm idologis politicasdsfrgadss ou de especulayio metat- sia sobre a justia ou de dotrinajusnaturalista, Ela confunde ‘questi da essenia do Direto — isto ¢, a questio do que 0 Dire realmente é~eom a questo do que ele devera se. Ela tende mais ov menos identifica Dieito« justiga, Por outro lado, algumas teorss de jurspradéneia mostram uma tendén- cia para ignorar a frontera que separa tora das norma jur- ‘to, de feliciade individual, dando como significa de fect IREITO DO ESTADO Direito natural, 6 acordo com su doutrina especies, nio & ‘iado pelo ato de una vortaée humana, nio € 0 produto aiti- cial ari, do homem. Ble pode tem de ser deduzido dx ratireza por uma operas mental. Examinando-secuidadosa- ‘mente anatureza em especial anaturezs do homem ee soas Telagdes com outros homens, pdem-se encontrar as regras que regalam a condurahurmana de ums manets correspondente raturezae, portant, perfeamente just. Os direitos edeveres some peopidade tad represents un porte sendo mats ipo ape, Quase todos os principals autres ‘ousna do Dieto nana aionam gue insted de pro. pede al coeds Sp ets do men si, una ord juridiea que nlo arnt ¢ protege a po. edad privata¢ondderada cone nates pet, ‘ho pode te Tonga drs, "No momento em sue € admis ta soriedae 31a dele a propriedade no ¢ uo sega Guano as eis de Deas, «que no hi nena fora de Diet 6 jsga pin pata pelea a anaes train come, Gam, Se ‘NAO COBICARAS’ ¢ "NAO ROUBARAS" reps {ue pessupdem aii a propicdadepivad, slo fom, sem mandamenes do Ce, devenam ser toradorpreeios involves em toa soieie, antes qe ela pues sr efile 2a ou tora Ive Fo hm Adams quem escreve esas setts, expesanda dese mdo uta comico Beament dees em sua épca, De acordo com si eva ums organiza ‘so comanista que ex a proptedade prvadae econece {pena apropetie public uma orem juca qe eserh, a posse dere e deoutrosagentes de prodrao a eomunidde, emespeial ao Esado, mo apenas Gown atatrae, pr. {anos nas tame viral insustetvel 6 TEORIA GERALDO binEITO# D0 ESTADO ‘Condo, équaseimpossvelprovar ess dour; a0 lado de ordensjuricias qu instier a propredade pivada his- ‘én erbe outs quereconhecem a propriedadeprivada, quanto ‘mito, apenas nur dmbio bastante rstrite, Sabemos de socie- des agricols rlativamente primitnas onde 0 bem mais importante, a ter, no pertence a pariculares, mas 3 commun dda, ¢ a5 expeiéncias dos ikimes vet e cinco anos demens- tram que uma organiza comunisa& perfetament possvel rmesino em um Estado podeoso e altamente industializad, Se ‘sistema do capitalism, baseado no principio da propredade Pravada, 08 o sistema do comunism, baseado no principio da pripredide plies, € 0 melhor, tatse de outa questi, De {qualquer forma, a propriedade privads no ,hstorcamente, 0 {ine prineipio sobre o qual uma erdem juridica pode ser ba- ‘eas. Declaar a propriedade como um direto natural porque ooo que cortesponde 4 ratureza, uma tentative de tornat beoluto um principio especial qu, historicamente, em certo tempo sob certas Condes pliticaseewondmicas,tomoa-s Dire postive. (Chega realmente a aconece, ainda que com menos fe- ‘uneia, que os pinspiosdeclarados“natrais” ou “justo” se ‘pont # um Diretepostivodefinido. O socialism também tem sido advogado pelo métedo especifico da doutrna do D> reso naturale apropriedade pivada tem sido declarada con teria 4 natters, Por esse metodo sempre & possivelsstentat pelo menos em aparénca,provar postaladesopostos. Se os Drineipios do Direito natural io apesentados para aprovar ou ‘esaprorar uma ordem jurdica positiva, em qualquer dos ea- ‘50s la alidade epousa em julgamentos de valor que no pos- Suen qualquer bjetivdade, Uma anise erkice sempre de ronstraque eles so apems a expresso de certos ineresses de fnupo ou classe. Dessa manera a doutrna do Digit natural fs vezes conservadora, 38 vezes reformista ou revoluiondria tem carter. Ela 08 astifcao Diretopostvo praclamande sia ‘coneordincia com a ordem natural, racional ou diving, wt ‘coneordinciaafirmada, nas no eovada; ou pde em questo ‘alidade do Dirsito positvo sustentando que ele se enconta copirerro 0 ‘em contradic com algum dos pressupostos absolutes, A dou: ‘ein evolucionaria do Dieito atu, assim come conserva- dora, preocaps-senio com a eognigao do Direito positno, da elidade juridica, mas com sua defesa ou alague, com uma tarefe plies, nao cient 5. O dualsmo de Direto postive e Direta natural? ‘A doutrna do Diteto natural & cracterizada por um ua- lismo fundamenal ene Diteto positivo © Dirito nai ‘Acima do imperfitoDireito positiv existe um perio — pore {que shsolutamentejsto~ Dirt naar; eo Diteito postive IRENTO EDO ESTADO ‘ma importicia socioldgica e politica, Tudo 0 que podemosfa- ove constr conjectras mais ov menos plausiveis. E bem provivel,eentido, que 38 motivapbes da conduta lic no se- Jam, de modo algum, apenas 0 medo das sancdes ezais ou ‘mesmo a erena na fora de obrigatoriedade das regres juii- as. Quando a elas morse religiosas de um individvo $80 paralelas crdem uridicad qual ele est sujet, seu comports- mento em conformidade com a lei €, muitas vezes, devido a esas ids mori ereligiosas. Beneicios que nio esto, em absoluto, celacionados com a conduta ita também podem ser ‘uma motvagde para a conduts em conformidade coma lei. Um hhamem muas vezescumpre dever legal de saat suas divie das, nfo porque desee evar as sangdesestabelecidas pe lei ‘conta o indviduo que noo faz, mes porque sabe que, Se pagar ‘tas vids esorupulosamente, seu crédito aumentari 0 paso ‘ue, seo saldarsuss vidas, perder seu cebdito. vantagem dd crédito nfo estabelecids pela oréem jurdica como ums recompensa pelo cumprimento de deveres: Na verdade, € um ‘nef relaconado coma conduta humana lita, regen temente, o desejo do obser tl beneficiofciona como motvs- ‘edo para condita lita, Seria gratuito conclu, 2 parr do ato Ade que as pessoas de um modo eta, se comportamn em coator- ‘midade com a regras jriieas, que isso se deve & compas siguica que a ida da order juridca, o medo de suas sangbes, ‘exer. Dizzr gue ma ordem juriiea€“fieaz” significa esti- {amenle apenas que 2 conduta das pessoas conforms order {uridia, Nenbusa informagao ¢ dada, por meio desea afin ‘Gio, sobre as motivagdes deal conduc, em particular, sobre a “ompulso psquice" que emana da orden juridca. | Argumentos contra a definigio do Direty como ordem cocritiva 1 A teoria de Eugen Bilich A doutrina segundo aqua a coersdo € um elemento essen- cial do Direito€contestada com ees frequénca,sobretudo 2 ‘opmesrto 3s parts de um ponto de vista socioloyico. Oargumentotipico é2 ‘eferéncia 2 fto de que muilas vezes~ senio na maloe parte das vezes~ 05 homens obedecem & orem juriica,cumprem ‘seus deveres, no por eausa do medo das sans esiabelecidas pela ordem jurdica, mas por outros motives, Desse modo, por ‘exemplo, Eugen Ehvleh, um dos fundadores da sociologia do Dire, diz bastante dio gue o haem vive cm meio «inimeres ‘elas juris equ, cm poss excegies ede od abo- lament vohiiri, ele exec os devees qe Ihe 80 neu ‘eves devo a ess rege. Alem exeut seus deveres ‘oo pao file, como marde ea capes melee com @ [ozs d propiade por pre dee vizio, pga sue vies, ‘omge 0 que vedet, spect «seu empvezaler 0 wabalho {ue abrir 9 Ghigo de er O jonas, maiamente, eh Woot a faze a abject de que dos os omens camper es deveres agen porque sem que os tibanas poderam, por fir, compels iso. Seete arse oesogo, ao qual, em ‘asm est aocetumado de obseraro que or mens fzem ¢ eivam de fier, lego se comvencera do fo de que, cma rea ka de compalso pels tnbumns em oo mencs pasa Fete mene dos homes. Na medida em qu os) simples: ‘ens porinstna al com de foo ose named cso, ‘Sie cofdua ¢ detemsinads por motes incest dere ‘se se potasiem de ota mania podem er ipa com 0 arenes. perder sua posiio perder reyes, ganar a repute ‘hod pesos brguonias,devonests, mesposive Ojai ‘ever se ili pessoa a febar 0 ots aro fate de gue ‘gull que os homens fazem ou dexam de fazer como deve Jdicn ese sed, € mus vezs algo bem diene, ‘ees, mato mai gue aqulo ques avonddes pera ompeti-loa faze ou dear de fazer. Nora, eg de com ‘ua € bem dren degra qu & otedeid por compatsio (Boeanganarm™ 10 Pape Ele, Greed Seid che (819 tks end ten, Pim rps Sco L988. 31 36 EORI GERUL DO DIRETO EDO ESTADO ‘Sem sombra de divide & comet afinnagdo de gue o n= Aividuos sujeitos i ordem arden nfo conformam sus conduit ‘Leis ordem apenas pocque dsejam evita os efeies desagra- ie previstos por ela. Mas essa afrmagio no €, em absolu- ‘oy ireconciivel coma deutinade ques coer Set um cle- mento eszencil do Dircito. Esta dourina mio se refere As totivagéesefeivas da conduta dos indvidaossyjeitos&ordem Juridica, mas a seu conteido, os meine especifico emprease dos pela ondem jaridis para obter certs conduta doe indivi dos, &tenicaespesifiea dessa ordem social. A doutina de que a coergdo seja um elemento essencial do Direto nio se fefete 8 condutaefetiva dos indviduor saeitos& ordem jure dic, mas & propria ordem jurica, ofto de que order ca susteta sangdese que, exatamente por ess ftoe por ele, ou ej, por essa tcnien expecifia, ela &distinta de futras ovens sociais. Se contra seu impo istntvo ~ um Incviduo se abstim de aceasinato, adult, rubs, porgue acrediia em Deus ese senteobrignds pelos Dez Mandarsenos, ‘porque temea puicio que certs ordnsjursieas vinew- fam a esses eres, as normas jridicas ~ pelo menos no que dia respeito a esse inividno~ so completamente supértias; ‘Ao possuindo efit algum, de um pono de vst psicolico, la até mesmo inexisem em relagdo 4 esse individ, Se ‘ancterizarmes 2 conduta humana @ partir da perspectiva de nas motvagies, a condita do individuo em questio & um Fenémeno tligioso, ¢ no juridivo,sendo objeto de estado da socilogia da teligto, 180 da sociolgia do Direto. Se 2 cordem juridicaprevé = pug no caso de um bomem cometer assassinato,roubo, adutéi, & porque 0 legislador supe ~ covets ou erroneamente ~ que a etenga em Deus e seus Dez “Mandarentos, que outras motivapées além 6o med da puni- 0 juridiea, nfo sio suficientes par induzir 0 homem a se abstr de asassnal, roubo e adulério, Se existe alguma ‘orden juridica com sangdesespecficas,¢ precisament por ‘que os homens que criam ¢ executam essa ordem jurgica supSem ~ corres oueroneamente que outas onde sociis, sem sangdes ou com sangdes diversas, nlotém eficiéncia su opinerto a ciente para obter a conduta que ot ciadores ¢ executors dt ‘order juridia consideram desevel ( que disingue a ordem uridica de das as outa ordes soca € 0 fito de que ela regia a conduta humana por meio ‘deuma técnica espesifica. Se ignoramos ess element especie fico do Dirct, se nio concehemos 0 Direto como us teni- ‘casocial especifica, se definimes o Dirito sinplesmente como ‘ordem ou erganizacio,¢ aZo como urna ondem coeritiva,et- to perdemos a possbilidade de diferencaro Direto de outro: fenémenos Sosais: identifies o Dieta com a sociedade © a sociologia do Direto com a sotologia gral Eso € um ecto tpico de Véros socicloges do Direito ‘em especial, da sociologin do Diteito de Eugen Etch. Sus tese principal #a de que o Direito ¢ uma ordem coercitia ape- nas Se ientficado com as regras segundo as quai os tiburais tem de decid as disptasjuriicas que thes so spresetadas ‘Mas o Direto nao 6, ou no é apenas a regra segundo a qual os ‘uibunais decidem ou tom de decidir s dsputas;o Dieto€ a regraseyundoa qual os homens eeivamente se condazen Ace de condta nana ares segundo aqua ous- es dese a ips jr ps st date ciate etme distin, paguros homens nos comprtan eh fede acordo com as rears que sero aplicassm.esougt de foe dipuas Sem dings o istoriadar do Dirt concbe © Diretocomo uma ears da cond banana ee expe a eras segundo as quai, ms Antigudade ou a Idade Mad, os se mertsera fades, segund Gels mart emul, pale filha, sonivam om faa slo zw 8 propiedad es de ose india ou corum, osolea clade plo prope [no o2 por um arendatrio que pagiv legel ou por um sero que ea srg: segs segundo agua os contr tos exam celebeados © a propedsie. warsmiia. Os mesmo Sens oan caso epee un vane uc ret de ers tstzngeias um relat do Dirt dor poves gue sonooe. Ele {alr dos costumes de casamert, da vida faa, daaveite ee celeterers onion, ma fo ono a ie be eat Segundo spac genio dei. Esse concede Diet, que ojarista ata Se odo tt mente msintve quand est estdendo © Dic de wn pals 38 EON GERALDO DIREITO £ DO ESTADO ringer 08 depos remote om ur propio porate fen, se abandenss de medio quando se vl para cto postive de se pg pede appa Spc, Sem fe ele tenia consign dit. Sissinuladarene, por assim ‘ier ea sepunda qual os mene age tras fe Segundo gal es ts so julgados elas cores courosinibo= is. tna, cerareme¢ amber um rade ond as ‘ls 0@ apenas pra wena poguena parcel ds peso, fe, pa ts euros encaregatss de spe ae a0 contro dap reir, uso paraattalidade as pesos pespectv on {ica ceeu agar perpectva pita, adapta xis ‘do facia, eal com cen, ex itresido oa ones rgrasogundo& ial deve paced cero que os [ea onder ev era tbr como rer de cand- ‘as cles lean tal pespectva por mo de um julamen> to precipita, Bes querer dizer que a5 eas sezundo a qua (os rbusais roman deises soa rege plas quis os homens ‘deve regular sa sons, A oso acrescent-re om Yap ‘ogo d ge, com 6 decor do tempo, es Ramen realmente ‘egulard ss oon de aor co epas segundo as gu ‘stuns poferem sta serteogas. Ora ¢ verde oe am regr de conta nig €apenss ua repre seguno 2 ual os tpsmenehaiuslimone rola sn onda, mar tbr a repr seyundos qua os homens ver fT, no ena, (ese de uma pressupsiio de do nase 2 de que ese “ewe sj dterminada exch, 09 meso preponderant mene pele tibunns. A expendoeacoddiana esi eon i, Certamente ningun nega que a ess ries ine ‘sm a eon dos homens, mas deverss, ex prime ut indapa at qu pont zo verde ede guns ewnsneas issodepende A resposts de Bhi essa questto & que as devises judieiasinuenciam a conduta dos homens apenas num bio basiantelimiado. As regras de acordo com as quais os tribunais e outros Grgios da comunidad decider os Tigios, ‘com iso qusremos dizer as regras que prevéem ato coerei- oomerto 3» tivos como sangSes,sJo apenes uma pate, ¢ nem x0 menos ‘uma pare essencial, do Dizeto,o qual € regra.ou o comple- xo de regrs de acordo com 0 qual os homens ~ inclusive os ‘que no sto Grgios da comunidade~ efetivaente se condo- ‘em, Mas nem toda regra Segundo qual os homens se con- ‘duzem & uma regra juridica. Qual € a diferenga especifica ‘entze as regs juries eas outa regas da conduta humar ‘ie? Em ouiras palavras: qual € 0 ritério de Ditete, qual & ‘objet espeifico de uma socologia do Dizeito em contapo> sig a objeto da socologa ger? Para essa pergunta, Eich tema sequin resposta ‘Teds elementos, portinlo, dever, sb quaisgercircans inci ser exclundes do conse de Die como endo cos palin nid plo Estado ~ am concitoao ua a ciéaia Jean em se agra temzmente em sb, psa de nem sempre farsn quarto 3 fomra. No é um el meno een do conceit de Dire ato de se ee endo pro Estado, oo de consis base pra sdeises ds cones os tibunas, nem ode sr a base deena comps egal renllane de alguna dessas doce Resa um qua elemee- {oye esse devera sero pono d= pada, «0 Dito um ord ‘amen. Peron considera come provaéo gue, deo do Smo de caneto de asscingt,o ito Gums organic, ‘use, una era gue tr a todo cada membre do associ ‘Shou pongo sormdde, ej la de daminazio 0a ue: {ie (Ceborondua, Untorerdnung). seus 3e5 © qv, Fn, ¢aslutimee impose! presagor qo iro ei te cenvo dese nseisespiealente como ops de Soluconar eonuovesias que emergem da regio coum. A nomi are tegundo qual sto deidos os igi jd oe a na de devisio, € meramente una espéie de omen Jurca cam anges props tia" (© resatado da tentatva de Ehrlich de emmneipar a defi ‘sho de Diteito do elemento de coer a seguine detnigto:0 12 Etc Sof am 24

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