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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DA BAHIA

GUSTAVO GONÇALVES DE SOUZA


LUCAS LIMA SANTOS
MICHEL MATOS DA SILVA
MURILLO BARBOSA BRITO

RELATÓRIO DE LABORATÓRIO DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO


Massa Unitária e Massa Específica: agregado graúdo e agregado miúdo

BARREIRAS-BA
2022
1. INTRODUÇÃO
Antes mesmo de discorrer a respeito dos ensaios e seus respectivos procedimentos,
convém explanar teoricamente sobre as grandezas envolvidas no processo.
A massa específica está diretamente relacionada com a estrutura química, organização
molecular e eficiência de empacotamento que o material possui, em outras palavras, a massa
específica pode ser definida como a relação entre a massa e o volume do material, com
exceção dos poros internos, denominados vazios.
Em relação à massa unitária, a NBR 7810 define-a como massa da unidade de volume
aparente do agregado, ou seja, o volume ocupado pelos vazios não é desconsiderado. A
importância de conhecer a massa unitária e saber diferenciá-la da massa específica é algo
intrínseco para uma boa dosagem de concreto, visto que este conhecimento possibilita a
transformação de um traço em massa para volume e vice-versa.

2. OBJETIVO
Para este relatório temos como objetivo analisar os cálculos e os resultados das
densidades, volume de vazios e da massa específica dos agregados. Além disso, outro
objetivo é descrever o ensaio realizado para o cálculo de densidade e o volume de vazios de
agregados miúdos e graúdos, quando estes se encontram no estado solto e compactado. Para a
realização das atividades foi necessária consulta às normas NBR NM 45 (ABNT, 2006), NBR
NM 53 (ABNT, 2003), NBR NM 52 (ABNT, 2003) e NBR 9776 (ABNT, 1987).

3. REFERENCIAL TEÓRICO
De acordo a NBR NM 52, a massa específica é a relação entre a massa do agregado
seco e seu volume, excluindo os poros permeáveis. Por outro lado, a NBR NM 45 (2006), a
massa específica é a relação entre a massa do agregado lançado no recipiente e o volume
desse recipiente.
A massa específica aparente, também chamada de massa unitária, é classificada pela
NBR NM 52 (2003) como a relação entre a massa do agregado seco e seu volume,
considerando, agora, os poros permeáveis.
Já o volume de vazios é definido pela NBR NM 45 (ABNT, 2006) como o espaço
entre os grãos de uma massa de agregados.
Em relação ao agregado saturado de superfície seca, a NBR NM 52 (2003) classifica-
os como sendo as partículas de agregado que culminaram suas possibilidades de absorver
água, e mantém a superfície seca.

4. METODOLOGIA

4.1 MASSA UNITÁRIA


4.1.1 AGREGADO MIÚDO SOLTO

Para determinar a massa unitária do agregado miúdo solto, a NBR NM 45 determina


que deve ser seguido o procedimento de ensaio do “método C”. Seguindo o método, deve-
se determinar e registrar a massa do recipiente vazio. Recipiente este que é cilíndrico e
possui volume estabelecido pela norma de acordo com a dimensão máxima característica do
agregado.
Após isso, deve-se encher o recipiente com uma pá ou concha até que o mesmo
transborde, despejando o material de uma altura que não ultrapasse 5 cm acima da borda
superior do recipiente. Assim, nivela-se a superfície do agregado com uma haste ou com as
mãos, com o intuito de deixá-la rente com a borda superior do recipiente. Com isso,
determina-se a massa do recipiente mais o seu conteúdo.
Para a determinação da massa unitária, efetuamos cálculos que serão apresentados,
discutidos e analisados nos resultados deste relatório.

4.1.2 AGREGADO MIÚDO COMPACTADO


Para determinar a massa unitária do agregado miúdo compactado, a NBR NM 45
determina que deve ser seguido o procedimento de ensaio do “método A”. Inicialmente,
este método segue os passos do “método C”, de determinar a massa do recipiente. A seguir,
deve-se encher o recipiente com o material até um terço de sua capacidade e efetuar o
adensamento da camada do agregado mediante 25 golpes com a haste de adensamento,
distribuídos de maneira uniforme na superfície do material.
Continua-se a encher o recipiente até completar dois terços de sua capacidade e
proceder com o que foi indicado anteriormente. Repetir o mesmo procedimento para última
camada. No momento da compactação, deve-se atentar para que a haste não atinja as
camadas inferiores.
Assim, nivela-se a superfície do agregado com uma haste ou com as mãos, com o
intuito de deixá-la rente com a borda superior do recipiente. Com isso, determina-se a
massa do recipiente mais o seu conteúdo.
Para a determinação da massa unitária, efetuamos cálculos que serão apresentados,
discutidos e analisados nos resultados deste relatório.

4.1.3 AGREGADO GRAÚDO SOLTO


O procedimento é idêntico ao utilizado no tópico 4.1.1. É determinada a massa do
conjunto recipiente + agregado graúdo solto. Para a determinação da massa unitária,
efetuamos cálculos que serão apresentados, discutidos e analisados nos resultados deste
relatório.

4.1.4 AGREGADO GRAÚDO COMPACTADO


O procedimento é idêntico ao utilizado no tópico 4.1.2. É determinada a massa do
conjunto recipiente + agregado graúdo compactado. Para a determinação da massa unitária,
efetuamos cálculos que serão apresentados, discutidos e analisados nos resultados deste
relatório.

4.2 MASSA ESPECÍFICA


4.2.1 AGREGADO MIÚDO
Para determinar a massa específica do agregado miúdo foi utilizado o frasco de
Chapman. Nele é inserido 200 cm3 de água, até o menisco. Após isso, obtém-se uma amostra
de agregado miúdo seco com massa de aproximadamente 500g, a qual, posteriormente, foi
introduzida no frasco. A leitura do nível de água no pescoço deste indica o volume de água
deslocado pela amostra, que representa o mesmo volume de material que foi inserido. Este
ensaio também pode ser desenvolvido com outros recipientes além do frasco de Chapman,
como uma proveta graduada.

Para a determinação da massa específica, efetuamos cálculos que serão


apresentados, discutidos e analisados nos resultados deste relatório.
4.2.2 AGREGADO GRAÚDO

Para realizar este ensaio, o agregado graúdo deve estar peneirado, lavado e seco. É
retirado desse material uma amostra com uma massa mínima que é determinada de acordo
com a dimensão máxima característica do agregado, seguindo a NBR NM 53. A seguir,
deve-se submergir o agregado em água por um período de 24 horas, para que dê tempo da
água infiltrar os seus poros.
Após esse período é retirada a amostra da água e envolvida em um pano absorvente,
para enxugá-la ate que a água visível seja eliminada, ainda que a sua superfície apresente
úmida. Nessa fase é necessário evitar a evaporação da água dos poros do agregado. Com
isso, o material se apresenta no estado saturado superfície seca, o qual é pesado
imediatamente para obter a sua massa (Msss).
A amostra é novamente submergida em água para pesagem, obtendo, assim, a
massa saturada submersa (Mss). Apos isso, realiza-se a secagem da amostra em estufa por
24 horas para pesagem, determinando a massa seca da amostra (M - massa seca).
Para a determinação da massa específica, efetuamos cálculos que serão
apresentados, discutidos e analisados nos resultados deste relatório.

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1 MASSA ESPECÍFICA

5.1.1 AGREGADO MIÚDO

Assim como indicado pela norma, foi adicionado 200 cm3 ao frasco e logo após de ter
deixado o frasco em repouso, adicionou-se a massa do agregado miúdo de 509,7g.
A equação para o cálculo da massa específica, segundo a norma, é a seguinte:
M
γ=
L−200
Na qual:
γ : é a massa específica do agregado miúdo (em g/cm3);
M: é a massa do agregado miúdo pesado na balança (em g);
L: é o volume final no frasco após a adição do agregado miúdo (em cm3).

Assim foi obtido a massa especificado agregado miúdo:


509,7 3
γ= =2,641 g /c m
393−200

5.1.2 AGREGADO GRAÚDO


Após a obtenção das massas do material em todos os estados de saturação que a norma
impõe, fora desenvolvida a tabela 01, que explana cada um dos dados fundamentais para o
prosseguimento dos cálculos.
Estado de saturação Massa (g)
Seca 2341,9
Saturada superfície seca 2353,1
Saturada submersa 1482,9

Tabela 1: Massa dos agregados


Para cada um dos estados de saturação do agregado, será obtido a massa específica
correspondente conforme critérios normativos da NBR NM 53. Abaixo as equações que
determinam o cálculo dessa grandeza.

M
D=
Ms−Ma

Ms
Ds=
Ms−Ma

M
Da=
M −Ma

Em que:
D = Massa específica do agregado seco (em g/cm³);
Da = Massa específica do agregado em condição saturada superfície seca (em g/cm³);
Ds = Massa específica aparente (em g/cm³);
M = Massa da amostra seca (em g);
Ms = Massa da amostra em condição saturada superfície seca (em g);
Ma = Massa da amostra submersa em água (em g).

Aplicando às equações os dados obtidos, temos:


M 2341,9
D= = =2,6912 g / c m3
Ms−Ma 2353,1−1482,9

Ms 2353,1 3
Da= = =2,7041 g / c m
Ms−Ma 2353,1−1482,9

M 2341,9
Da= = =2,7291 g / c m3
M −Ma 2341,9−1482,9

A definição da massa específica de todas as amostras enseja o cálculo da absorção de


água pelo agregado, descrita pela equação abaixo:

Ms−M
A= x 100
M

Em que:

A = Absorção de água pelo agregado, expressa em percentual (%);


M = Massa da amostra seca, expressa em gramas (g);
Ms = Massa da amostra em condição saturada superfície seca, expressa em gramas (g);

Aplicando os dados obtidos, temos:

Ms−M 2353,1−2341,9
A= x 100= x 100=0,48 %
M 2341,9

A tabela 03, une todos os dados calculados acima:

Massa específica amostra seca 2,6912 (g/cm³)


Massa específica saturada superfície seca 2,7041 (g/cm³)
Massa específica saturada submersa 2,7291 (g/cm³)
Absorção 0,48 %
Tabela 2: Grandezas calculadas em relação ao grau de saturação
5.2 MASSA UNITÁRIA

Para a determinação da massa unitária, seguindo as recomendações da NBR NM 45,


foi coletado os seguintes dados:
Massa do Agregado
Areia (solta) 15531 g
Areia (compactada) 17033 g
Brita (solta) 13940 g
Brita (compactada) 15449 g
Tabela 3: Massa dos agregados

Dados do Recipiente

Diâmetro 22 cm

Altura 27,5 cm

Volume 10,02 dm3

Massa 1052,2

Tabela 4: Dados do Recipiente

A NBR NM 45, sugere a utilização dessa equação abaixo, para determinação da massa
unitária dos agregados:
M ar −M r
ρ=
V
Na qual:
p: é a massa unitária do agregado (em Kg/m³);
Mar: é a massa do recipiente mais o agregado (em Kg);
Mr: é a massa do recipiente vazio (em Kg);
V: é o volume interno do recipiente (em m³)
Para iniciar os cálculos somou a massa dos Agregados com a do recipiente para ser
substituído na fórmula, e obteve-se a seguinte tabela:
Massa do Agregado + Massa do Recipiente
Areia (solta) 16583,2 g
Areia (compactada) 18085,2 g
Brita (solta) 14992,2 g
Brita (compactada) 16501,2 g
Tabela 3: Massa dos agregados + massa do recipiente
Tendo as informações das tabelas acima, pode se fazer o cálculo das massas unitárias:
16,5832−1,0522 kg
ρ (areia solta)= =1550,000 3
0,01002 m
18,0852−1,0522 kg
ρ(areia compactada)= =1699,900 3
0,01002 m
14,9922−1,0522 kg
ρ(brita solta)= =1391,217 3
0,01002 m
16,5012−1,0522 kg
ρ(britacompactada )= =1541,816 3
0,01002 m

5.3 ÍNDICES DE VAZIOS


A NBR NM 45, sugere a utilização dessa equação abaixo, para determinação do índice
de vazios:
100∗( D1∗ρw )−ρ
E v=
D1∗ρw
Na qual:
Ev: é o índice de volume de vazios do agregado (em %);
Ρ: é a massa unitária do agregado (em Kg/m³);
ρw: é a massa específica da água (Kg/m³);
D1: é a massa específica seca do agregado (em g/cm³).

Considerando a massa específica da água igual a 1000 kg/m 3, e os valores de massa


unitária e massa específica do agregado encontrado anteriormente, tem-se que:
100∗( 2,641∗1000 ) −1550
E v(areia solta)= =41,310 %
2,641∗1000
100∗( 2,641∗1000 ) −1699,900
E v ( areia compactada)= =35,634 %
2,641∗1000
( D1 ⋅ 1000 )−1391,217 ( 2,6912 ⋅ 1000 )−1391,217
Ev ( brita solta )=100 ⋅ =100⋅
D1 ⋅ 1000 2,6912⋅ 1000
Ev ( brita solta )=48,30 %
( D 1⋅1000 )−1541,816 ( 2,6912 ⋅1000 )−1541,816
E v ( brita compactada )=100 ⋅ =100 ⋅ =42,71 %
D 1⋅ 1000 2,6912 ⋅ 1000

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Realizando uma análise com os resultados obtidos de massa unitária para agregados miúdos
e graúdos é notório a diferença entre o estado solto e o estado compactado do agregado, sendo a
massa unitária do composto compactado maior em relação ao seu estado solto. No agregado miúdo
a diferença se torna ainda maior, pois a compactação é maior por causa do seu tamanho. O
conhecimento da massa unitária é de extrema importância para a dosagem de concreto.
O índice de vazios se tem uma grande variação no ensaio dos agregados miúdos e graúdos,
para agregado miúdo foi de 5,7% e para agregado graúdo foi de 5,6%. Resultado esperado pelo fato
da areia ter melhor compactação do que a brita, pelo tamanho dos seus grãos e sua angulosidade.
A absorção de água pelo agregado graúdo para esse ensaio foi de 0,48% considerado baixa,
pois a secagem dos próprios grãos deveria ser feita mais rapidamente para se ter valores mais
precisos. Essa absorção se torna importante para se necessário corrigir a proporção de água no traço
do concreto. A partir dos dados obtidos no ensaio e utilizando a fórmula, obtemos que o valor da
massa específica foi de 2,641 g/cm³, o valor teórico varia de 2,5 a 2,7 g/cm³ sendo satisfatório o
valor encontrado.
7. REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR NM 45: Agregados –
Determinação da massa unitária e do volume de vazios. 2006.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR NM 52: Agregado miúdo -
Determinação da massa específica e massa específica aparente. 2003.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR NM 53: Agregado graúdo –
Determinação da massa específica, massa específica aparente e absorção de água. 2003.

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