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Resumo de Biologia e Geologia- 10º Ano

1.1 A Terra e os seus subsistemas


Existem dois tipos de sistemas:
 Sistema aberto- onde são efetuadas trocas ed matéria e energia com um
espaço envolvente;
 Sistema fechado- apenas é trocada energia com o espaço exterior;
O planeta Terra é um exemplo de sistema fechado, pois troca grandes
quantidades de energia (recebendo do Sol energia radiante e libertando calor
resultante do seu aquecimento). E se compararmos a massa de meteoritos que
atingem a superfície terrestre com a massa da superfície terrestre acaba por se
tornar insignificante, como a libertação de gases do planeta Terra.
Os subsistemas da Terra (hidrosfera, biosfera, geosfera e atmosfera) são todos
exemplos de sistemas abertos. Estando ligados por relações de
interdependência, traduzido num grande fluxo de trocas entre eles.
Atmosfera
A atmosfera é a componente gasosa do planeta, constituída por diversos
gases. Este subsistema está divido em 5 camadas, estando de acordo com a
variação da temperatura e a diminuição progressiva da pressão.
 Troposfera- onde ocorrem os fenómenos meteorológicos (vento,
formação de nuvens, precipitação), bem o princípio da interação entre os
outros subsistemas;
 Estratosfera- onde está presente a camada de ozono, responsável pela
absorção de grande parte da radiação solar ultravioleta;
 Mesosfera e Termosfera - camadas superiores
da atmosfera, o ar é muito rarefeito;
 Exosfera- está presente a fronteira com o
Espaço exterior;
Hidrosfera
A hidrosfera é o subsistema formado por toda a água,
nos estados líquidos e sólidos. Cerca de 97%
encontra-se nos oceanos e mares e apenas 3%
constitui os reservatórios de água doce.
Apenas uma pequena fração da água é movimentada
entre os subsistemas da Terra. Este movimento
resultante da ação da energia proveniente do Sol e a
da ação da gravidade constitui o ciclo hidrológico.
Biosfera
A biosfera é o subsistema terrestre constituído por todos os seres vivos e pela
matéria orgânica produzida que ainda não sofreu decomposição.
Os primeiros seres vivos, foram evoluindo ao longo do tempo, desde formas
unicelulares simples até aos seres multicelulares mais complexos. Este
processo evolutivo permitiu a colonização de praticamente todas as regiões do
planeta, evidenciando a capacidade extraordinária da dispersão da biosfera.
Os seres vivos interagem de maneira significativa com outros subsistemas.
Geosfera
A geosfera é o subsistema que se estende desde a superfície da Terra até ao
seu centro. De natureza rochosa e sólida à superfície vai variando a
composição e estado físico de acordo com a profundidade.
A Terra é formada por camadas concêntricas com diferentes propriedades
químicas e físicas:
 Litosfera- formada pela crusta e por parte do manto superior. Onde
ocorrem maior parte das relações com outros subsistemas. É rígida e
forma as placas tectónicas, que se movimentam pela astenosfera;
 Astenosfera- camada mais plástica, sólida e muito viscosa, localizada no
manto;
 Mesosfera- maior camada do manto, sólida e muito viscosa. Por ter esta
textura, acabam por permitir a convecção dos materiais do manto;
No centro da Terra, localiza-se os 3 tipos de núcleo:
 Núcleo metálico- elevada densidade;
 Núcleo interno- estado sólido;
 Núcleo externo- estado líquido;
As manifestações do dinamismo interno (erupções vulcânicas e sismos) estão
associadas ao calor interno. Por outro lado, a ação constante dos agentes
externos (ventos e precipitação), de energia proveniente do Sol, podem moldar
a superfície terrestre.
1.2 Interações dos
subsistemas
Os subsistemas interagem
entre si. Estas interações
podem ser ilustradas pelas
trocas de determinados
elementos químicos entre os
diferentes subsistemas.
2.1. Tipos de rocha
As rochas são corpos sólidos formados por um mineral ou por associação de
minerais. As rochas podem formar-se em profundidade ou à superfície, por
vezes associados às interações entre subsistemas terrestres.
As rochas podem ser agrupadas, em função do seu processo de formação, em
três grandes tipos: magmáticas, sedimentares e metamórficas.
O granito é constituído por:
 Quartzo;
 Moscovite;
 Biotite;
 Feldspato;
As rochas distinguem-se pela sua mineralogia, isto é, pelo tipo de minerais que
as constituem, e pela sua textura, oi seja, pelo aspeto macro ou microscópico,
traduzido pelo tamanho e pela forma dos cristais ou dos grãos, e pelo modo
como estão unidos entre si. Tanto a mineralogia como a textura são
determinadas pelas condições em que ocorreu a formação da rocha.
Rochas magmáticas
As rochas magmáticas formam-se por arrefecimento e cristalização de magma,
uma mistura complexa de material rochoso, total ou parcialmente fundido, com
uma fração gasosa. As rochas magmática podem ser classificadas de
vulcânicas (extrusivas) e plutónicas (intrusivas).
As rochas vulcânicas, como o basalto, formam-se à superfície ou na sua
proximidade, em condições de arrefecimento rápido do magma, o que dificulta
o crescimento de cristais. Originam-se rochas com textura agranular,
caracteriza pela pouco desenvolvida presença de cristais, não visíveis À mão
desarmada.
As rochas plutónicas, como o granito, formam-se em profundidade, onde o
arrefecimento é lento e os cristais têm tempo suficiente para se desenvolverem,
formando-se rochas com uma textura granular, com minerais bem
desenvolvidos e facilmente visíveis a olho nu.
Rochas sedimentares
As rochas sedimentares formam-se à superfície terrestre ou na sua
proximidade. O seu processo de formação resulta a partir de rochas já
existentes, e integra 2 etapas:
Sedimentogénese:
 Meteorização- alteração física e química de um rocha quando exposta à
superfície, em resultado, por exemplo da ação da água, do vento e dos
seres vivos;
 Erosão- remoção dos materiais da rocha, que passam a constituir
sedimentos e substância dissolvidas na água;
 Transporte- estas substâncias podem sofrer transporte para outros
locais;
 Sedimentação- consiste na acumulação de materiais detríticos, quando
os agentes de transporte, como o vento, os rios, ou os glaciares, perdem
energia e deixam de poder movimentar os sedimentos; ocorre
principalmente em locais como os leitos dos rios, dos lagos oi dos
fundos oceânicos, resultando assim camadas sobrepostas de
sedimentos, os estratos, normalmente dispostos na horizontal;
Diagénese:
 Afundamento dos sedimentos, elevando a pressão, devido ao aumento
do peso com a acumulação de sedimentos;
 Compactação dos sedimentos soltos, e desidratação e precipitação de
substâncias dissolvidas na água. Estas substâncias atuam como um
cimento, preenchendo os espaço e formando rochas sedimentares
consolidadas;
Rochas sedimentares:
 Detríticas- formadas por fragmentos de dimensões variáveis- detritos ou
clastos resultantes de rochas preexistentes; Ex: areias, conglomerados,
arenitos e argilitos;
 Quimiogénicas- formadas por precipitação de substâncias dissolvidas na
água; Ex: calcário e sal-gema;
 Biogénicas- formadas pela acumulação de restos mais ou menos
transformados de seres vivos; Ex: calcário recifal, carvão;
Rochas metamórficas
As rochas metamórficas resultam de transformações, a nível dos minerais e da
textura, sofridas por rochas preexistentes designadas por protólitos. Estas
rochas podem ser magmáticas, sedimentares ou até metamórficas quando
sujeitas à atuação de fatores de metamorfismo, como a pressão, o calor e os
fluídos circulantes.
Os fatores do metamorfismo podem atuar em diversos graus, tornando os
minerais das rochas iniciais instáveis e levando à sua recristalização.
Conduzindo a alterações dos minerais ou à transformação em novos minerais.
A textura das rochas sofre também alterações, verificando-se o aumento do
tamanho dos minerais bem como o seu alinhamento, podendo originar rochas
com foliação.
Existem dois tipo de metamorfismo:
 Regional:
As condições de temperatura e
principalmente as forças da natureza
compressiva que se fazem sentir
nesses locais formam rochas com
foliação; Esta textura resulta do
alinhamento de cristais preexistentes
e dos novos minerais; Ex: ardósia,
xisto ou gnaisse;
 Contacto:
A condição de calor prevalece sobre a
pressão, em locais onde se verifica a
acumulação do magma. Nestes sítios,
o calor e os fluídos libertados pelo magma alteram as rochas que rodeiam a
intrusão, provocando o seu metamorfismo, originando rochas não foliadas; Ex:
corneanas, alguns mármores ou alguns quartzitos;
2.2. Ciclo litológico
Todas as rochas podem sofrer alterações e transformarem-se em materiais
com características diferentes e ocorrem sempre que as rochas são expostas a
condições diferentes das dos seus locais de formação. Ao conjunto dos
processos associados às alterações das rochas, dá-se o nome de ciclo das
rochas. Este ciclo permite a formação e destruição o das rochas da litosfera,
traduzindo o dinamismo interno e externo da geosfera.
3.1 Princípios do raciocínio geológico
Catastrofismo:
As alterações verificadas na Terra ao longo do tempo são o resultado de
eventos súbitos e de grande violência. Esses acontecimentos teriam sido a
causa de mudanças bruscas na superfície do planeta responsáveis pela
extinção em massa de diversas espécies.
Segundo esta teoria, as variações dos registos fósseis são uma consequência
de várias catástrofes ocorridas em diferentes momentos. Os fenómenos
catastrofistas teriam um tempo rápido, e foram feitas estimativas de milhares
de anos.
Uniformitarismo:
As alterações ocorridas na superfície terrestre resultam do efeito acumulativo
de fenómenos naturais que moldam a face do planeta de maneira uniforme,
lenta e gradual (gradualismo).
O conhecimento dos fenómenos que alteram a Terra ao longo do passado
pressupõe a observação e a compreensão dos fenómenos que se verificam
atualmente. De acordo com o atualismo, o presente pode ser entendido como a
chave do passado, na medida em que as leis naturais são imutáveis no espaço
e tempo.
Neocatastrofismo:
Considera a influência que as grandes catástrofes tiveram e terão influência na
evolução da Terra. Deste modo, procura conciliar estes fenómenos com os
processos lento e graduais enquadrados numa visão uniformitarista.
3.2 Da hipótese da deriva continental à teoria da tectónica de placas
O imobilismo defendia que a posição dos continentes que se tinham mantido
constantes desde a sua formação.
Surgiu de pois outra hipótese, a hipótese da deriva continental, de acordo com
a mesma, os continentes atuais teriam estado unidos, formando u
supercontinente, a Pangeia, rodeado pelo oceano Pantalassa. Após a
fragmentação do Pangeia, os continentes derivaram lentamente até as suas
posições atuais.
Para apoiar a hipótese foram desenvolvidos 4 argumentos:
 Argumento litológico- analisou a semelhança entre as cadeias
montanhosas e rochas existentes em zonas continentais, separadas
pelo Oceano Atlântico;
 Argumento morfológico- algumas margens continentais ajustam-se como
as peças de um puzzle;
 Argumento paleontológico- presença de fósseis da mesma espécie em
continentes afastados por oceanos, e pertencentes a animais que não
conseguiam atravessar o oceano a nadar; os fósseis de plantas da
mesma espécie, encontrados em áreas continentais com climas muito
distintos, indicam que os continentes estiveram sujeitos às mesmas
condições climáticas;
 Argumento paleoclimático- áreas continentais atualmente localizadas em
zonas quentes, existem vestígios da ação de glaciares. Provando que
essas regiões teriam uma localização próxima do polo sul;
Expansão dos fundos oceânicos
Devido à publicação da hipótese da deriva continental, forma recolhidas
evidências que permitiram demonstrar a mobilidade dos continentes. Com base
nos dados obtidos pelos sonares, um cientista desenvolveu a hipótese da
expansão dos fundo oceânicos.
Segundo a qual o fundo oceânico se forma nos riftes, expandindo-se em
direções opostas. Esta formação e expansão é compensada pela destruição
dos fundos oceânicos na região das fossas oceânicas.
Morfologia do fundo oceânico:
 Rifte- fratura ao longo da zona central de uma dorsal oceânica;
 Dorsal oceânica- cadeia montanhosa submersa, que se prolonga por
dezenas de milhares de quilómetros;
 Plataformas continentais- zona continental submersa com declive suave;
 Talude continental- zona continental submersa com declive médio de 10
graus desde a plataforma até à planície abissal;
 Planícies abissais- zonas horizontais e profundas do fundo oceânico;
 Fossas oceânicas- depressões profundas e alongadas nos fundos
oceânicos associadas às zonas de subducção;
Tipos de limites de placa
As placas litosféricas contactam entre si em zonas de fronteira que constituem
os seus limites.
Os limites divergentes correspondem aos riftes, fraturas presentes nas dorsais
oceânicas ou, mais raramente, atravessando áreas emersas. Nos riftes ocirre a
formação de nova rocha a partir de magma que ascende do manto em direção
à superfície. É responsável pela formação de nova crusta oceânica e
consequente expansão dos fundos oceânicos.
Nos limites convergentes ocorre a colisão e a destruição de placas litosféricas,
razão pela qual estes limites são também classificados de limites destrutivos.
O comportamento das placas litosféricas na zona de convergência +e
determinado pela sua densidade, uma característica que depende do tipo de
materiais que as constituem. Geralmente verifica-se o afundamento da placa
mais densa, ou seja, a subducção. Na zona de colisão de duas placas
continentais ocorre a formação de cadeias montanhosas, pelas suas
densidades serem semelhantes.
Limite entre placas oceânicas: a placa mais antiga, que é a mais fria e mais
densa, sofre subducção, formando-se um fossa oceânica. Na placa que não
sofre subducção ocorre vulcanismo, formando-se um arco insular.
Limite entre placa oceânica e placa continental: desta convergência resulta a
subducção da placa oceânica, mais densa, ao longo da fossa oceânica.
Formação de uma cadeia montanhosa com intensa atividade vulcânica, na
placa continental.
Limite entre placas continentais: a colisão de duas placas continentais resulta
no espessamento crustal e na formação de uma cadeia montanhosa.
Nos limites conservativos, as placas deslizam horizontalmente, não ocorrendo
nem formação nem destruição de placa litosférica. Ao longo destes limites, não
se verifica atividade vulcânica, mas o atritos entre as placas origina intensa
atividade sísmica.
4.1. Datação das rochas
O estudo da História da Terra baseia-se no pressuposto de que é possível
datar as rochas e consequentemente datar os vestígios dos acontecimentos do
passado. Podem ser distinguidos 2 processos: datação relativa e datação
absoluta.
Datação Relativa
A determinação da idade relativa permite sequenciar acontecimentos
geológicos ocorridos no passado. Não permitindo a atribuição de um valor
numérico (absoluto) à idade das rochas, mas apenas a situar a sua origem
relativamente a outras rochas ou estruturas, como falhas ou dobras. Pode ser
feita através da aplicação de diversos princípios da estratigrafia e do estudo
dos fósseis.
De acordo com o princípio da horizontalidade inicial, os estratos formam-se,
geralmente, por deposição de sedimentos na posição horizontal ou próximo
desta. Qualquer alteração desta posição inicial resulta de processos tectónicos
posteriores.
O princípio da sobreposição estabelece, que, numa sequência de estratos que
mantém a sua posição original, um estrato é mais antigo do que aqueles que
estão por cima e mais recente do que aqueles que estão por baixo. Deste
modo, pode ser interpretada de acordo com a ordem dos estratos numa
sequência.
As dobras e as falhas são estruturas geológicas que podem alterar a posição
horizontal dos estratos, colocando estratos mais antigos acima de outros mais
recentes. Podendo dificultar a determinação da sequência original de formação
dos estratos, constituintes, por vezes, uma limitação à aplicação do princípio da
sobreposição.
A datação relativa das rochas também pode ser efetuada tendo em conta o seu
conteúdo fóssil. Os fósseis usado na datação relativa correspondem a espécies
com grande dispersão geográfica que viveram num intervalo de tempo
geológico relativamente curto, conhecidos como fósseis de idade. Permitindo
datar com maior precisão os estratos que os contém, possibilitando também a
comparação da idade de formações rochosas existentes em diferentes regiões.
Esta comparação resulta da aplicação do princípio ad identidade
paleontológica, com o qual é possível atribuir a mesma idade relativa a estratos
que apresentem os mesmos fósseis.
Comparando as sequência de estratos de 2 regiões, verifica-se muitas vezes a
ausência de um ou mais estratos numas delas relativamente à outra. Essa
ausência, correspondente a uma lacuna estratigráfica, pode ser explica pelo
facto de o estrato não se ter formado nessa região oi de o mesmo ter sido
erodido. Estas descontinuidades na sequência dos estratos podem constituir
uma limitação do uso dos fósseis na datação relativa.
Datação Absoluta
A datação absoluta permite obter um valor numérico para a idade das rochas.
A datação radiométrica constitui o principal método de datação absoluta. Este
método baseia-se na tendência de alguns isótopos para emitirem partículas e
radiação eletromagnética a partir dos seus núcleos instáveis. A radioatividade
resulta no decaimento ou transformação de um isótopo instável inicial (isótopo-
pai) num isótopo final estável (isótopo-filho) do mesmo elemento químico ou
não.
O decaimento de um isótopo instável pode ser caracterizado pela sua
semivida, que corresponde ao tempo necessário para que uma dada
quantidade de isótopo-pai se reduza para metade.
Para que uma rocha possa ser datada radiometricamente, os isótopos-pais
sejam incorporados num dado mineral e garantir que não houve contaminação
ou perda dos isótopos em análise.
Exemplo:
 O magma contém isótopos radioativos instáveis, isótopos-pai, como o
U235, e isótopos estáveis, isótopos-filhos, como o Pb 207;
 À medida que o magma arrefece se inicia a cristalização, apenas os
isótopos-pais são incorporados em certos minerais, como o zircão;
 Se não ocorrer contaminação, poder-se-á deduzir que o isótopo-filho
presente no zircão se formou por decaimento radioativo do isótopo-pai;
O tempo de semivida é constante para cada par isótopo-pai/isótopo-filho,
independentemente das condições de pressão e de temperatura a que a rocha
esteve sujeita. Conhecendo o valor da semivida e tendo em conta a quantidade
relativa dos dois isótopos num mineral, é possível determinar o início da
desintegração do isótopo-pai. Essa determinação permite conhecer o momento
em que o mineral se formou e conhecer a idade da rocha de que fez parte.
A datação radiométrica apresenta algumas limitações, tais como só poder ser
aplicada a minerais cuja composição química incorpore isótopos instáveis, bem
como a dificuldade em aplicar este método a algumas rochas, como as
sedimentares. A datação absoluta das rochas magmáticas é mais fiável do que
a das rochas sedimentares, pois, nestas últimas, a datação dos detritos que as
constituem não permite determinar a origem da sua formação, mas sim a da
rocha original que sofreu erosão a escolha do par isótopo-pai/isótopo filho mais
adequado depende da semivida do isótopo-pai e do intervalo de idade da rocha
que s pretende datar.
1.1 Origem e classificação do vulcanismo
O vulcanismo é o conjunto de fenómenos que abrange todos os processos
relacionados com a libertação de materiais sólidos (piroclastos) líquido (lava) e
gases. Todos estes matérias provém do magma, um material rochoso total ou
parcialmente fundido, a elevadas temperaturas.
O magma resulta da fusão localizada de rochas do manto ou da crusta, por
isso apresenta uma composição mais silicatada. Ascende através de fraturas
na rochas envolventes, devido à sua pequena densidade, podendo acumular-
se em câmaras magmáticas. A acumulação do magma nas
câmaras pode causar a ascensão do mesmo até à
superfície, onde liberta gases e se transforma em lava, uma
material líquido e viscosos, dependo da sua temperatura ou
composição química.
A libertação dos materiais vulcânicos ocorre através de
uma abertura na crusta continental ou oceânica, designada
por vulcão. A atividade vulcânica acaba por ser um
processos de transferência de calor do interior da Terra até
à superfície da mesma. O mesmo diz-se inativo, quando não está em erupção.
E extinto, quando é quase impossível que entre em erupção, já que, não entra
há mais de 10 000 anos.
A existência de diversas atividades vulcânicas, acaba por causar a criação de
critérios:
Vulcanismo primário
O vulcanismo primário pode ser classificado:
 Vulcanismo Fissural
Ocorre a expulsão de material vulcânico através de fraturas que podem
estender-se ao longo de dezenas de metros. O vulcanismo fissural foi
responsável pela formação de mantos de cm vários km de espessura.
 Vulcanismo Central
Caracterizado pela existência de um cone vulcânico, resultante da deposição
dos materiais expelidos nas erupções. O cone contém uma cratera por onde
ocorre a libertação dos materiais vulcânicos, que é ligada pela chaminé à
câmara magmática, onde se acumula o magma. Pode ocorrer a formação de
cones adventícios, com a sua cratera, no entanto, alimentado pela fonte
principal.
Os vulcões podem apresentar caldeiras vulcânicas, que resultam do
abatimento do edifício vulcânico, por falta de suporte, na sequência de
erupções em que se verifica o esvaziamento rápido da câmara magmática.
 O vulcão entra em erupção (câmara magmática cheia);
 Erupção do vulcão (esvaziamento da câmara magmática);
 Colapso da estrutura vulcânica (câmara magmática parcialmente vazia);
 Formação do cone intracaldeira formado através de uma nova erupção;
 Preenchimento da caldeira com água pluvial;
Maior parte dos vulcões são subaéreos, já que, se encontram acima do nível
do mar. Embora, possa existir atividade vulcânica submarina e a acumulação
de magma faça com que o topo do vulcão atinja a superfície.
Tipos de atividade vulcânica e materiais libertados
Existem 3 tipos de atividade vulcânica: efusiva, explosiva e mista. Os mesmos
distinguem-se pela:
 Forma dos edifícios vulcânicos;
 Quantidade de lava e piroclastos emitidos, e também pela maneira como
são libertados;
A natureza das erupções depende da viscosidade do magma e da lava que o
mesmo origina após desgaseificação. A mesma, que é a resistência ao
escoamento, depende do teor em sílica, da temperatura e da quantidade de
gases presentes.
 Atividade efusiva
Está associada à libertação de lava com composição básica, caracterizada por
um baixo teor em sílica (50%), reduzido teor em gases (1% a 2%) e estar a
elevadas temperaturas (1000º a 1200º).
A lava é menos viscosa, o que permite a sua projeção em repuxo e a sua
deslocação rápida sobe a forma de escadas de lava.
A atividade vulcânica tende a formar vulcões em escudo, com relevos cónicos
de vertentes pouco inclinadas, resultantes da sobreposição de escoadas de
lava libertadas em erupções sucessivas.
Nas mesmas, os gases e o magma libertam-se facilmente não ocorrendo
explosões, nem libertação de piroclastos. A atividade vulcânica associada ao
vulcanismo fissural tende a ser do tipo efusivo. O cone é constituído
essencialmente por lava consolidada e a sua forma é baixa, de vertentes mais
suaves
Existem 3 tipos de lavas, que dependem da forma e da textura:
 Lava escoriácea
A lava é mais viscosa, a sua solidificação origina superfícies irregulares e
rugosas.
 Lava encordoada
Origem em magma menos viscoso, que se encontram a temperaturas mais
elevadas. A lava que se encontra em contacto direto com o ar solidifica mais
rapidamente e lava interior continua a escoar por baixo. Esse escoamento
enruga a superfície já solidificada.
 Lavas em almofada
Formada a partir de erupções submarinas, a lava arrefece bruscamente por
baixo de água. Neste caso, a lava arrefece bruscamente com o contacto com a
água, no entanto, a lava interior como não está solidificada exerce pressão
sobre a solidificada e acaba por rompê-la e criar bolsadas.
Após a acumulação das lavas, o seu arrefecimento pode originar a contração
do basalto, provocando a sua fratura. Formando colunas de rochas com
disjunção prismática ou colunar.
 Atividade explosiva:
Ocorre a libertação de material piroclástico e de gases, sendo muito reduzida,
ou mesmo inexistente, a escoada de lavas. As lavas tendem a apresentar uma
composição ácida, sendo ricas em sílica (acima de 65%), com elevado teor de
gases (4% a 6%) e temperaturas relativamente baixas (800 a 900º).
O magma é mais viscoso o que impede o seu escoamento rápido e a libertação
de gases neles contidos. A pressão resultante do aprisionamento dos gases
origina explosões violentas que fragmentas o vulcão.
Os vulcões associados a este tipo de atividade vulcânica costumam ter cones
vulcânicos com elevado declive, resultante da acumulação de piroclastos e
alguma lava muito viscosa.
Das erupções explosivas podem resultar nuvens espessas e densas
constituídas por cinzas incandescentes e fragmentos de lava envolvidos por
gases a altas temperaturas. Estas nuvens ardentes deslocam-se a grande
velocidade nas vertentes dos vulcões, constituindo escoadas piroclásticas
capazes de provocar grande destruição à sua passagem.
Os piroclastos resultam da projeção para o exterior de matérias fragmentados
provenientes de lava parcialmente solidificada. Podem ser:
 Bombas vulcânicas;
 Blocos vulcânicos;
 Cinzas;

 Atividade mista:
Apresenta características típicas da atividade efusiva e da explosiva. As lavas
emitidas podem apresentar um teor de sílica entre os 50% e os 65%. Tendendo
a ser mais viscosas do que as lavas básicas emitidas no vulcanismo efusivo.
Na atividade mista, a emissão de lava pode ser intercalada pela emissão de
piroclastos (bombas lapili e cinzas). Este tipo de atividade tende a formar
estratovulcões, que constituem aparelhos geralmente cónicos, com um grande
declive, edificados por camadas alternadas de lavas e piroclastos acumulados
em torno da cratera principal ou de crateras secundárias.
Em qualquer tipo de atividade vulcânica verifica-se a acumulação de elevadas
quantidades de materiais gasosos. As erupções tendem a iniciar-se pela
emissão de vapor de água (sendo o mais comum) e depois outros gases
podem ser libertados como CO2, Co, N2, SO2 e H2S. Alguns destes gases
acabam por reagir com o vapor de água e formar chuvas ácidas ou aerossóis
que refletem a radiação solar, podendo reduzir as temperaturas globais durante
anos.
Vulcanismo Residual
O vulcanismo ativo engloba outras manifestações para além da atividade
eruptiva. Estes fenómenos correspondem ao vulcanismo secundário todos
resultantes do calor emitido pelo magma ou por rocha por eles aquecidos:
 Fumarolas: libertação de gases através de aberturas à superfície,
provenientes de uma câmara magmática ou fluído aquosos. as
fumarolas podem ser classificadas em: mofetas (ricas em CO2) e
sulfataras (ricas em compostos com enxofre). Pode também ser
libertado CO2.
 Nascentes termais: temperatura da água é superior 4º da temperatura
ambiente. A água da precipitação circula junto de rochas aquecidas pela
câmara magmática. A água aquece, aumentando a sua capacidade de
dissolução de minerais das rochas, tornando-se em águas
mineralizadas.
 Geiseres- jatos de água quente e vapor libertados à superfície da Terra
através de fraturas. A água precipitada que circula no subsolo pode se
acumular em reservatórios subterrâneos, onde é aquecida a elevadas
temperaturas. Com o aumento da pressão, devido à presença de muito
vapor de água, resulta a projeção da água a vários metros de altura;
1.2 Vulcanismo e tectónica de placas
A distribuição geográfico do tipo de atividade vulcânica encontra-se
dependente do contexto tectónico.
Vulcanismo interplaca: está associado aos limites divergentes e convergentes,
ocorrendo normalmente:
 Nas dorsais oceânicas e nos riftes continentais;
 Nas margens do oceano pacífico, associado a zona de subducção;
 Cintura do Mediterrâneo até os Himalaias;
Limites divergentes:
 O material que ascende no manto funde nos riftes e origina magmas
básicos;
 Vulcanismo tende a ser efusivo nos limites divergentes, na crusta
oceânica;
 No rifte, o magma tem de ascender ao longo da crusta continental mais
e espessa e tende a tornar-se mais ácido e explosivo;
 Nos riftes emitem-se maiores volume de lava;
Os pontos quentes oceânicos resultam de magmas com origem no manto que
podem atingir a superfície na região da crusta oceânica.
Vulcanismo intraplaca: associado a pontos quente, que podem ocorrer no
interior de placas oceânicas. A posição dos pontos quentes na superfície
terrestre não está dependente do movimento das placas litosféricas;
Limites convergentes:
A subducção provoca a fusão parcial da placa oceânica, originando magmas
de composição intermédia e vulcanismo misto. Possuem um maior teor de
gases, em especial o vapor de água.
Os pontos quentes continentais formam-se a partir do material do manto tem
dificuldade em atingir a superfície e sofre modificações químicas, tornando-se
mais ácido e com um estilo mais explosivo.
Os pontos quentes formam-se na sequência de acontecimentos relacionados
com o aquecimento de rochas do manto profundo, nas proximidades do núcleo.
Essas rochas tornam-se menos densas e ascendem em direção ao manto
superior, sob a forma de plumas mantélicas. Parte deste material sofre fusão,
originando o magma básico que alimenta o vulcanismo dos pontos quentes.
As plumas mantélicas são estacionárias, mantendo-se ativas por longos
períodos. À medida que a plca litosférica se vai deslocando sobre a pluma, os
vulcões nela edificados vão sendo afastados, tornando-se extintos.
Caso a pluma se situe por baixo de uma placa oceânica, pode formar-se um
alinhamento de ilhas. A ilha mais quente e com vulcanismo ativo localiza-se por
cima do ponto quente. A idade das restantes ilhas aumenta com o afastamento
ao ponto quente.
Nas situações em que o ponto quente se localiza na crusta continental, mais
espessa, é mais difícil o magma básico chegar até à superfície. O calor
libertado na câmara magmática pode fundir as rochas da custa continental e
formar um magma mais ácido, que alimenta o vulcanismo explosivo à
superfície.

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