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Objetivos da Aula
Denir taxa de variação média e a derivada como a taxa de variação instantânea;
1 Taxa de Variação
Suponha que y seja uma quantidade que depende de outra quantidade x. Assim, y é uma função de x
e escrevemos y = f (x). Se x variar de x1 a x2 , então a variação em x (também chamada de incremento)
será
∆x = x2 − x1
e a variação correspondente em y será
∆y = f (x2 ) − f (x1 ).
∆y f (x2 ) − f (x1 )
=
∆x x2 − x1
é denominado taxa média de variação de y em relação a x no intervalo [x1 , x2 ].
Vejamos alguns exemplos.
Determine a taxa média de variação de F em relação a C quando a temperatura passa de 20° C a 30° C.
1
Cálculo I Aula nº 10
Exemplo 3. Considere um círculo de área A e raio r. Determine a taxa de variação média da área desse
círculo em relação ao seu raio quando r varia de 2 a 2, 1.
Exemplo 4. Se uma barra ou pedaço de o forem homogêneos, sua densidade linear será uniforme e estará
denida como a massa por unidade de comprimento, sendo
m
ρ= ,
L
onde ρ é a densidade linear, m é a massa e L é o comprimento.
Suponha que a barra não seja homogênea, mas que sua massa, medida a partir da extremidade esquerda
até um ponto x seja m = f (x). A massa da parte da barra que está situada entre x1 e x2 é dada por
∆m = f (x2 ) − f (x1 ).
Exemplo 5. Usando a função dada no Exemplo 3, determine a taxa de variação de A em relação a r quando
r = 2.
Solução: Inicialmente vamos calcular a taxa média de A em relação a C no intervalo [2, 2 + ∆r], com
∆r 6= 0.
∆A
Taxa Média =
∆r
A(r + ∆r) − A(r)
=
∆r
π(r + ∆r)2 − πr2
=
∆r
2 + 2πr∆r + π(∆r)2 − πr
πr
2
=
∆r
∆r(2πr
+ π∆r)
=
∆r
= 2πr + π∆r.
Observação 1. Você observou que a taxa de variação instantânea da área do círculo resultou na expressão
do comprimento da circunferência? Você saberia explicar esse fato? Tente explicar geometricamente.
Exemplo 6. Considerando a função f (x) dada no exemplo 4, determine a densidade linear exatamente em
x = 1.
∆x
lim √ √
=
∆x→0 ∆x(( 1 + ∆x)2 + 3 1 + ∆x + 1)
3
1
= lim √ √
∆x→0 ( 3 1 + ∆x)2 + 3 1 + ∆x + 1
1
= kg/m.
3
Velocidade e Aceleração
Suponha que uma partícula se move ao longo de uma reta horizontal com sua posição no instante t
dada pela função posição x(t). Quando o tempo sofre uma variação de t a t + ∆t, a partícula se move da
posição x(t) a x(t + ∆t). O deslocamento da partícula, neste intervalo de tempo, é então dado por
Calculamos a velocidade média v da partícula, dividindo o deslocamento pelo tempo gasto neste
deslocamento. Assim,
x(t + ∆t) − x(t)
v= .
∆t
E denimos a velocidade instantânea v da partícula no instante t, como o limite da velocidade média,
quando ∆t → 0, isto é,
x(t + ∆t) − x(t) dx
v(t) = lim = .
∆t→0 ∆t dt
De modo análogo, denimos a aceleração a da partícula como a taxa de variação instantânea de sua
velocidade
v(t + ∆t) − v(t) dv
a(t) = lim = .
∆t→0 ∆t dt
Além desses exemplos, podemos abordar outros que conrmam e enfatizam a importância de estudarmos
as taxas de variações instantâneas, entre eles podemos citar ainda:
Corrente elétrica;
Compressibilidade;
O custo marginal;
Gradiente de temperatura;
Potência;
Mesmo com nomes diferentes, todos eles são a derivada. Segue a denição de derivada da função f
num ponto x = p.
Denição 2. Seja y = f (x) uma função real e p ∈ Df . Dizemos que a função f é derivável em x = p se
existir a taxa de variação instantânea de f em x = p e caso ocorra, escrevemos
df ∆f f (p + ∆x) − f (p)
f 0 (p) = (p) = lim = lim (1)
dx ∆x→0 ∆x ∆x→0 ∆x
Exemplo 7. O custo em real da fabricação de x brinquedos é dado pela função:
C(x) = 110 + 4x + 0, 02x2
y − f (x0 ) = m(x − x0 ).
Logo, nosso problema se resume em: Determinar o coeciente angular da reta tangente ao gráco
da função f (x) no ponto (x0 , f (x0 )). Desse modo, considere um número x0 ∈ Df e o ponto (x0 , f (x0 ))
sobre o gráco da função, representado pela letra P. Seja x ∈ Df e considere o ponto Q como sendo o
ponto (x, f (x)).
Assim, podemos traçar uma reta que liga os dois pontos e notamos que essa reta é secante ao gráco
da função f.
f (x) − f (x0 )
mQ = tg θ = .
x − x0
Se zermos x se aproximar cada vez mais de x0 , a cada x tomado, temos uma nova reta secante.
Quando o ponto Q se aproxima do ponto P, temos que x → x0 . Se mQ tender a algum número, então
denimos que a reta tangente ao gráco da curva f no ponto P é a reta que passa em P e possui
coeciente angular
f (x) − f (x0 )
mP = lim . (2)
x→x0 x − x0
Dessa forma, a reta tangente ao gráco de f no ponto (x0 , f (x0 )) é dada pela equação
y − f (x0 ) = mP (x − x0 ).
O limite em (2) já foi visto na seção anterior e recebe o nome de derivada. Dessa forma, podemos
interpretar geometricamente a derivada de f no ponto x = x0 , como sendo o coeciente angular da reta
tangente ao gráco de y = f (x) no ponto de abscissa x = x0 .
Observação 2. A derivada está presente na seção anterior como a taxa de variação instantânea e nesta
seção como o coeciente angular da reta tangente. Há alguma conexão entre as duas interpretações?
Observação 3. A expressão (1) pode ser escrita como
f (p + h) − f (p)
f 0 (p) = lim .
h→0 h
Se escrevermos x = p + h, então h = x − p, e h tende a 0 se, e somente se, x tende a p.
Consequentemente, uma expressão equivalente à anterior é
f (x) − f (p)
f 0 (p) = lim .
x→p x−p
Exemplo 8. Seja f (x) = x3 . Calcule
(a) f 0 (2);
df
(b) .
dx x=−5
Solução:
(a) Temos que
f (x) − f (2)
f 0 (2) = lim
x→2 x−2
x − 23
3
= lim
x→2 x − 2
(x 2 + 2x + 4)
−2)(x
= lim
x→2 x− 2
2
= lim (x + 2x + 4)
x→2
2
= 2 + 2.2 + 4
= 12.
Exemplo 9. Determine a derivada das funções dadas nos pontos indicados em cada item.
√
(a) f (x) = x e x0 = 3;
1
(b) g(x) = e x0 = −1.
x
Solução:
(a) Temos que
df f (x) − f (3)
= lim
dx x=3 x→3 x−3
√ √
x− 3
= lim
x→3 x−3
√ √ √ √
( x − 3)( x + 3)
= lim √ √
x→3 (x − 3)( x + 3)
x−
3
= lim √ √
(x
x→3 − 3)( x + 3)
1
= lim √ √
x→3 x+ 3
1
= √ .
2 3
Observação 4. Para que não que nenhum resto de dúvida, se faz necessário justicar a ideia de "a
reta tangente tocar em um ponto". Isso se dá por que lembramos apenas das retas tangentes a uma
circunferência, mas a reta tangente não deve ser entendida como uma reta que toca em apenas um ponto
do gráco da função f . Para isso, considere a função f (x) = x3 − 2x + 3, cujo gráco é:
y = x + 1.
Gracamente,
Mas, note que o ponto (−2, −1) pertence a reta, de fato, pois
y(−2) = −2 + 1 = −1,
e a reta y = x + 1 é tangente ao gráco da função f no ponto (1, f (1)). Isso mostra que existem tangentes
que tocam em mais de um ponto.
Usando a ideia de que o limite é uma propriedade local, podemos armar que existe então uma vizinhança
do ponto x0 na qual a reta tangente toca o gráco da função f , apenas no ponto de abscissa x0 .
Exemplo 10. Seja f (x) = x2 + 3. Determine a equação da reta tangente ao gráco de f nos pontos
indicados abaixo:
(a) (1, f (1));
(b) (−2, f (−2)).
Solução:
(a) Note que f (1) = 12 + 3 = 4 e que
f (1 + h) − f (1)
f 0 (1) = lim
h→0 h
(h + 1)2 + 3 − 4
= lim
h→0 h
2
h + 2h + 4 − 4
= lim
h→0 h
2
h + 2h
= lim
h→0 h
h(h + 2)
= lim
h→0 h
= lim (h + 2).
h→0
= 2.
Logo, a equação da reta tangente ao gráco de f no ponto (1, f (1)) é dada por
y − 4 = 2(x − 1) ⇔ y = 2x + 2.
Gracamente, temos:
Gracamente, temos:
Figura 7: Exemplo 2
Resumo
Faça um resumo dos principais resultados vistos nesta aula, destacando as denições dadas.
Aprofundando o conteúdo
Leia mais sobre o conteúdo desta aula na seção 2.7 do livro texto.
Sugestão de exercícios
Resolva os exercícios da seção 2.7 do livro texto.